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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊNCIAS-ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FISIOLOGIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: “EFEITO DO TRANS-RESVERATROL SOBRE A LONGEVIDADE E O METABOLISMO DE GLICOGÊNIO DE Drosophila melanogaster EM DIFERENTES IDADES” ORIENTADORA: PROF a . DRA. ROSELIS SILVEIRA MARTINS DA SILVA MESTRANDO: FELIPE AMORIM FERNANDES PORTO ALEGRE, JULHO DE 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊNCIAS-ÁREA DE

CONCENTRAÇÃO: FISIOLOGIA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO:

“EFEITO DO TRANS-RESVERATROL SOBRE A LONGEVIDADE E O

METABOLISMO DE GLICOGÊNIO DE Drosophila melanogaster EM

DIFERENTES IDADES”

ORIENTADORA: PROFa. DRA. ROSELIS SILVEIRA MARTINS DA SILVA

MESTRANDO: FELIPE AMORIM FERNANDES

PORTO ALEGRE, JULHO DE 2006

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AGRADECIMENTOS

A minha esposa pelo companheirismo, amor e apoio em todos os momentos. Te

amo muito!

Aos meus pais por terem me proporcionado estar neste momento e conquistado

tudo o que conquistei.

Aos meus sogros pelos conselhos e apoio nesta caminhada.

A minha colega de laboratório Bibiana Kaiser Dutra pelos intermináveis

experimentos, cultivos, enfim, todos os passos; e pela ajuda e companheirismo quando

mais precisei.

À minha orientadora Profa. Dra. Roselis Silveira Martins da Silva pelo apoio,

atenção e orientação nos momentos mais precisos.

A Profa. Dra. Guendalina Turcato Oliveira por ter sido a minha mãe científica

durante minha graduação, pela coorientação e pela amizade que cultivamos.

Ao professor Luiz Carlos Kucharski pela ajuda na dissertação

Aos colegas do Laboratório de Metabolismo e Endocrinologia Comparada

Aos colegas do Laboratório de Fisiologia da PUCRS

A professora Ilma Simone pela ajuda na dissertação

A professora Débora pela ajuda na dissertação

Ao pessoal do Laboratório de Biologia Molecular

Ao programa de pós-graduação de Fisiologia

A UFRGS

E ao CNPq pela Bolsa

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SUMÁRIO

1. Resumo 04

2. Introdução

Envelhecimento 06

Trans-resveratrol e Defesas Antioxidantes DMSO 12

Insetos como Modelo de Estudos Metabólico 14

3. Objetivo 21

4. Artigo: Efeito do Trans-resveratrol sobre a Longevidade de Drosophila

melanogaster

Resumo 22

Introdução 23

Objetivo 24

Materiais e Métodos 24

Resultados 28

Discussão 29

Referências 33

5. Artigo: Efeito do Trans-resveratrol no Metabolismo de Glicogênio ao Longo da

Vida de Drosophila melanogaster

Resumo 36

Introdução 37

Objetivo 40

Materiais e Métodos 40

Resultados 47

Discussão 49

Referências 54

6. Conclusões Finais 60

7. Referências Gerais 61

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1. RESUMO

O trans-resveratrol é uma fitoalexina natural encontrada em uvas, amoras,

amendoim e muitas espécies de plantas. Em uvas o trans-resveratrol é responsável pela

proteção natural contra doenças e sua concentração depende da origem geográfica, da

variedade e dos métodos de fabricação do vinho; sendo considerado por muitos autores

como um geroprotetor. O objetivo do presente trabalho foi verificar o efeito do trans-

resveratrol na longevidade e no metabolismo de carboidratos (glicogênio, atividade e

expressão da enzima glicogênio fosforilase - GFT) de Drosophila melanogaster em

diferentes idades (0, 7, 14, 18 e 21 dias). Para a análise da longevidade espécimes de D.

melanogaster com idade de 10 dias foram colocados em vidros contendo meio de cultura

padrão acrescido de água ou dimetilsulfóxido (DMSO) 0,03%, ou trans-resveratrol nas

concentrações de 1, 10 ou 20μM para ovoposição durante 24 horas, a prole recebeu os seus

respectivos tratamentos durante toda a vida. Para as análises do metabolismo de glicogênio

os espécimes de D. melanogaster foram colocados em meio de cultura padrão adicionado

de água ou dimetilsulfóxido 0,03% (DMSO) ou ainda, trans-resveratrol na concentração de

1μM dissolvido em DMSO (0,03%) para ovoposição; seus ovos foram mantidos até a

eclosão, durante a fase adulta os animais continuaram a receber os seus respectivos

tratamentos até os pontos em que foram feitas as determinações bioquímicas e moleculares.

Os resultados indicam que o tratamento com trans-resveratrol modulou o metabolismo de

carboidratos em fêmeas e em machos de forma diferenciada; contudo, este composto não

foi capaz de alterar a expressão gênica da GFT. Nas fêmeas tratadas com trans-resveratrol

1μM verificou-se um aumento de 127% na longevidade quando comparado ao grupo

controle. Já nos machos tratados com trans-resveratrol 1μM observou-se um acréscimo de

50% na longevidade quando comparado ao grupo controle. Em ambos sexos tratados com

Trans-resveratrol 10 e 20μM não houve aumento significativo da longevidade. Com base

nos resultados podemos sugerir que o trans-resveratrol como outros antioxidantes descritos

na literatura tem seus efeitos benéficos na menor dose administrada, podendo nas doses

mais elevadas estar atuando como um pró-oxidante. Os resultados obtidos sugerem que o

trans-resveratrol modula o metabolismo do glicogênio tanto em machos como em fêmeas e

aumenta a longevidade do modelo experimental testado.

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PALAVRAS-CHAVES: Trans-resveratrol, DMSO, Longevidade, Drosophila

melanogaster, Metabolismo Intermediário, Glicogênio, Glicogênio Fosforilase

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2. INTRODUÇÃO

2.1. ENVELHECIMENTO

O envelhecimento populacional vem chamando a atenção do mundo nas últimas

décadas, pois tem como conseqüência o aumento no número absoluto e proporcional de

idosos na população e o aumento da expectativa média de vida. Tal fenômeno traz consigo

uma mudança epidemiológica relacionada à prevalência das causas mais comuns de morbi-

mortalidade (OPAS, 1999). Assim, nas últimas décadas houve um aumento na prevalência

de doenças crônico-degenerativas, cuja grande maioria apresenta origem multifatorial,

envolvendo interações genético-ambientais (Hayflick, 1996).

A partir da década de 60 foi sugerido que as variáveis ambientais, especialmente, o

hábito alimentar e a atividade física poderiam estar relacionadas com doenças

cardiovasculares e neoplasias, entre outras patologias. Atualmente, sabe-se que o estilo de

vida pode funcionar como um modulador para o processo degenerativo (Da Cruz et al.,

2000). Como exemplo, temos o hábito do tabagismo que compromete a saúde estimulando

a formação dos radicais livres (Beattie et al., 2001; Haveman et al., 2003).

Neste sentido, diversos estudos como o SENECA (Study on Nutrition and the

Elderly in Europe) realizado em nove países da Europa, no qual foram acompanhados 2200

idosos entre os anos de 1988 e 1999, concluiu que a adoção de um estilo de vida saudável

como o hábito de não fumar, a prática de atividade física regular e uma alta qualidade da

dieta contribuem para um envelhecimento bem sucedido. Em geral, quanto mais cedo

iniciar a prática de estilo de vida saudável e quanto mais tempo for mantida mesmo em

idade avançada, mais efetiva será a prevenção de doenças e disfunções. A adoção de um

estilo de vida saudável por idosos, também será efetiva para a prevenção de doenças

(Angelis, 2001).

O envelhecimento é um processo natural, inerente a todos os seres vivos, sendo

impossível revertê-lo ou pará-lo, ainda que o mesmo possa ser modulado por fatores

ambientais. Caracteriza-se por mudanças morfofuncionais que ocorrem ao longo da vida,

após a maturação sexual. Como exemplo destas alterações, temos o aparecimento da queda

de cabelo, diminuição da audição, menopausa em mulheres, alterações de órgãos, tecidos e

células afetando sistemas como o cardiovascular, o endócrino e o imunológico, não

significando doença (Da Cruz, 2001). Além disso, dentro da mesma espécie fatores causais

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múltiplos podem acelerar ou retardar o processo de envelhecimento desta espécie. As bases

moleculares e fisiológicas desses mecanismos e as causas que levam a essas modificações

ainda não foram bem esclarecidas (Da Cruz & Schwanke, 2001).

As teorias sobre envelhecimento são muitas e estão embasadas em estudos em

diferentes áreas do conhecimento - do morfológico até o molecular - em diferentes

espécies.

Strehler (1982) salienta que para uma teoria do envelhecimento ser aceita ela

precisa necessariamente contemplar características como:

- ser deletéria: o fator desencadeante deve reduzir a funcionalidade corporal ao

longo do tempo;

- ser progressiva: modificações e redução da funcionalidade devem ser graduais;

- ser intrínseca: modificações e redução da funcionalidade não devem ser resultado

direto de um fator ambiental;

- ser universal: modificações e redução da funcionalidade devem ocorrer

similarmente ao longo do ciclo de vida, ainda que precoce ou tardiamente, em todos os

indivíduos da mesma espécie.

Segundo Arking (1998) as teorias do envelhecimento podem ser agrupadas em duas

grandes categorias, levando em consideração eventos intra e intercelulares:

a) Teorias sistêmicas ou da genética do desenvolvimento (intrínsecas): definem

o envelhecimento como sendo parte de uma programação genética específica determinada,

podendo ser modulado (acelerado/desacelerado) por fatores ambientais. A principal base

explicativa para a evolução da programação genética do envelhecimento baseia-se na idéia

de que o mesmo conjunto de genes que poderia se expressar em fases precoces da vida de

modo benéfico poderia ter efeitos negativos no período pós-reprodutivo, determinando o

envelhecimento.

Entre as teorias genéticas mais conhecidas, destacam-se: o antagonismo

pleiotrópico, genes da longevidade, síndromes do envelhecimento acelerado, teoria

neuroendócrina, teoria imunológica, senescência celular e morte celular.

b) Teorias estocásticas (extrínsecas): definem o envelhecimento como sendo

causa de eventos ao acaso, levando ao acúmulo de danos com deterioração orgânica; não

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existiria um mecanismo pré-determinado. Baseia-se no fato de que a pressão seletiva é

próxima à zero. Desta forma, embora aconteçam mutações que tornem um determinado

indivíduo mais longevo ou mais frágil à doenças, a possibilidade de transmitir estas

variações para as próximas gerações seria nula ou muito pequena, já que as mesmas

acontecem depois do período reprodutivo.

Entre as teorias estocásticas mais conhecidas, destacam-se: a teoria da mutação

somática e reparo do DNA, do erro catastrófico, da modificação protéica ou metabólica e

do estresse ou dano oxidativo.

Uma das teorias estocásticas mais relevantes é a teoria do dano oxidativo,

primeiramente proposta por Harman (1956). O autor relata que as espécies reativas de

oxigênio (ERO) desencadeado por radicais livres, comumente denominados de estresse

oxidativo, produzidos durante a respiração aeróbica, seria o principal fator desencadeante

do envelhecimento, fundamentando a chamada Teoria dos Radicais Livres para o

Envelhecimento. Essas substâncias causam danos moleculares que determinam alteração no

equilíbrio interno (homeostase) dos organismos, ocasionando, entre outras anomalias,

disfunções metabólicas (Van Voorhies, 2001). Os outros mecanismos postulados incluem:

danos cumulativos ao DNA, levando à instabilidade gênica; alterações epigênicas que

levam às mudanças no padrão de expressão gênica com encurtamento do telômero em

células replicativas e, a glicosilação não enzimática de proteínas de longa duração

(Jazwinski, 1996; Martin et al., 1994).

Em mamíferos, Lee et al. (1999), examinando eventos moleculares associados ao

envelhecimento, analisaram a resposta transcricional de 6347 genes do músculo

gastrocnêmio de camundongos. Estes autores verificaram que os efeitos do envelhecimento

estão associados a alterações nos níveis de expressão de mRNA, tendo como reflexo

mudanças marcantes na expressão gênica e na estabilidade do mRNA. Dos 58 genes que

aumentaram suas expressões, 16% estão envolvidos com as respostas aos diferentes tipos

de estresses como as proteínas de choque térmico HSP 71 e HSP 27, a protease Do e o gene

GADD45, indutor de danos ao DNA. Também foi detectado um aumento de 3,8 vezes na

expressão do gene que codifica a creatina quinase (sarcomérica) mitocondrial, enzima que

participa da inativação induzida das EROs.

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A associação entre o dano oxidativo e o envelhecimento baseia-se no seguinte

postulado: a longevidade seria um fenômeno inversamente proporcional à extensão do dano

oxidativo; sendo diretamente proporcional a atividade das defesas antioxidantes. Portanto, a

dimensão do dano oxidativo sofrido pelas células de um indivíduo determinaria alterações

de parâmetros fisiológicos e com a magnitude sendo dependente da idade (Yo & Yang,

1996). Lee et al. (1999) sugerem que durante o processo de envelhecimento ocorre uma

indução ao estresse oxidativo por aumento da expressão de proteínas e outras

macromoléculas que geram dano oxidativo. A correlação entre envelhecimento e o aumento

da expressão de genes (HIC-5, HSP 70 e o insulin-like fator de crescimento ligado a

proteina) induzidos pelo dano oxidativo no músculo esquelético já foi demonstrada, in

vitro, em fibroblastos (Bonelli, 2001; 1999). Entretanto, existe uma tendência atual para

explicar o envelhecimento como sendo um resultado de interações genético-ambientais.

Dentro das questões relacionadas com a biologia de espécies animais, o

envelhecimento e a morte possuem um destaque especial. Embora esses processos

biológicos sejam naturais, pode-se dizer que são pouco conhecidos. Contudo, ainda é uma

questão em debate se as alterações decorrentes do processo de envelhecimento são resultados

inevitáveis dos eventos programados geneticamente ou são influenciadas por fatores ambientais

ou ainda uma combinação de ambos (Da Cruz, 2002).

Sabe-se que o envelhecimento afeta a fisiologia e a bioquímica celular, levando a

alterações nos sistemas fisiológicos e componentes histológicos. Durante os períodos de

crescimento, os processos anabólicos excedem os catabólicos. Na maturidade, ocorre

inversão e o catabolismo é maior que o anabolismo (Carvalho, 1996).

Mais do que nunca, cresce o interesse em identificar os fatores que levam ao

envelhecimento bem sucedido, pois envelhecer não significa necessariamente adoecer, ou seja, o

foco central gira em torno do interesse dos idosos, da velhice e do envelhecimento com uma boa

saúde. Pode-se dizer que o envelhecimento não é necessariamente um fator determinante no

aparecimento de doenças.

Dados recentes da literatura demonstram que o envelhecimento parece ser um

processo multifatorial, e já se sabe que todos os eucariotos apresentam as vias envolvidas

com a determinação de longevidade altamente conservadas. Estes achados foram em parte,

verificados a partir de estudos com Saccharomyces cerevisiae (Bitterman et al., 2003). Os

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estudos forneceram significativas informações sobre o processo genético do

envelhecimento, e a ciência passou a aceitar modelos biológicos mais simples para estudo

do envelhecimento/longevidade. Também as pesquisas nesta área demonstraram a

existência de genes únicos que controlariam o envelhecimento e nos anos 90, estudos

genéticos demonstraram que mutações em numerosos genes tinham a capacidade de

estender o tempo de vida (Bitterman et al, 2003).

Hoje existem dezenas de mutações que sabidamente aumentam o período de vida

em numerosos modelos biológicos. Muitos dos genes envolvidos com a longevidade têm

funções relevantes sobre o metabolismo intermediário e a superexpressão ou mutação

desses genes leva ao aumento da expectativa de vida. Dentre esses genes muitos estão

diretamente envolvidos com a via de sinalização do metabolismo da glicose (CDC25,

CYR1, GPR1, GPA2, RAS1, RAS2, TPK1), com a biossíntese de NAD (NPT1, NMA1/2,

PNC1, SIR2) e com a defesa antioxidante (SOD1/ SOD2 – citosólica, superóxido

desmutase mitocondrial, UTH1- gene responsivo ao estresse oxidativo, mas ainda com

função desconhecida) (Bitterman et al., 2003).

Muitas mutações gênicas que aumentam a expectativa de vida também conferem

resistência ao estresse oxidativo (Johnson et al., 2002). Estes dados fornecem apoio para a

teoria de que os radicais livres levam ao envelhecimento, pois as ROS acumuladas ao longo

da vida provocam danos oxidativos às macromoléculas (incluindo ácidos nucléicos,

proteínas e lipídios) e estão correlacionadas ao processo de envelhecimento e de morte

(Harman, 1956; Beckman & Ames, 1998).

Em relação ao metabolismo intermediário, uma acentuada diminuição na expressão

e na atividade de proteínas reguladoras durante o processo de envelhecimento foi

demonstrada no estudo de Bitterman et al. (2003). Genes associados com a bioenergética e

turnover mitocondrial (adenosina 5’-trifosfato sintase A cadeia e a NADP transidrogenase),

com a gênese mitocondrial e com a manutenção do DNA mitocondrial diminuem a sua

expressão em cerca de duas vezes com o envelhecimento. Ocorre uma diminuição da

expressão de genes envolvidos na via glicolítica e na via gliconeogênica (frutose-bifosfato

aldolase e glicose-6-fosfato isomerase), no metabolismo do glicogênio, no shunt do

glicerofosfato, no metabolismo de lipídios (esqualeno-sintase e estearoi-coenzima A

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desaturase) e no metabolismo de proteínas (EF-1-gama, 20S subunidade proteasoma, 26S

componente proteasoma TBP1, ubiquitina-tiolesterase, Unp ubiquitina-protease específica).

Na literatura consultada estudos sobre restrição de ingestão calórica (Lee et al.,

2001; Van Voorhies, 2001; Ji II, 2001; 2002; De Grey, 2001) e atividade física voluntária

(Narath et al., 2001) demonstraram, claramente, aumento do tempo de vida.

Postula-se que a ingestão, ao longo da vida, de uma dieta pobre em calorias

diminuiria a atividade metabólica e que a restrição calórica em longo prazo prolongue a

vida via redução no gasto metabólico, o que levaria a uma acentuada diminuição na

produção de radicais livres gerados. A restrição calórica promove uma reprogramação

metabólica em longo prazo, que foi caracterizada pela mudança no perfil transcricional de

genes envolvidos com o metabolismo energético através da biossíntese e turnover de

proteínas. No tecido muscular, genes como os que codificam a glicose-6-fosfato (glicólise),

a frutose 1,6 bifosfatase (gliconeogênese), o IPP-2 (um inibidor da síntese de glicogênio) e

a transcetolase (atua na via da pentose fosfato fornecendo NADPH para a biossíntese e

como poderoso redutor para vários sistemas oxidantes) aumentaram em até quatro vezes

sua expressão com a restrição calórica (Lee et al., 2001).

Já a atividade física regular demonstrou ser um parâmetro que aumenta a

expectativa de vida. Narath et al. (2001) compararam os efeitos da atividade física forçada

e a voluntária sobre a longevidade em ratos. Os autores chegaram à conclusão de que os

animais que praticavam exercício livremente, não forçado, apresentaram um aumento

significativo da longevidade quando comparados aos animais que eram forçados à prática

de exercício. Além disso, os animais não forçados ao exercício apresentavam um percentual

de gordura corporal significativamente menor do que animais sedentários ou forçados ao

exercício.

2.2. TRANS-RESVERATROL E DEFESAS ANTIOXIDANTES

As defesas antioxidantes no organismo contra os EROs produzidos durante a

respiração celular podem ter origem endógena (enzimática ou não enzimática) ou exógena

da dieta, como as vitaminas, carotenóides, flavonóides, etc. (Harman, 1994). O aumento do

consumo dietético de substâncias antioxidantes ajuda na manutenção de um adequado

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balanço oxidativo, definido como o balanço entre substâncias oxidantes e antioxidantes no

organismo (Halliwell, 1995). Alguns estudos epidemiológicos sustentam os efeitos

protetores da dieta rica em antioxidantes, pois o aumento do consumo de frutas e vegetais

está diretamente relacionado com a redução do desenvolvimento de doenças

cardiovasculares e de certos tipos de câncer (Kohlmeir et al., 1995; Steinmetz & Potter,

1996; Hininger et al., 1997; Ness & Powles, 1997). Estudos indicam que a maior fonte

dietética responsável pelos efeitos protetores antioxidantes são os compostos polifenólicos

(Hertog et al., 1994; 1996; 1995; 1997). Uma grande variedade de alimentos e bebidas de

origem vegetal contém várias classes de compostos polifenólicos não-flavonóides. Estes

compostos são sintetizados pelas plantas (principalmente pelos espermatófitos) em resposta

a injúria ou ataque de fungos. Dentre estes compostos, o trans-resveratrol foi identificado

como o principal composto ativo.

O trans-resveratrol foi primeiramente detectado em uvas (Vinis vinifera) por

Langcake & Pryce em 1976. Os autores verificaram que a produção deste composto deve-

se a um mecanismo de proteção contra o ataque de fungos (principalmente Botritis cinerea)

ou devido à exposição à luz ultravioleta. O trans-resveratrol ocorre na natureza nas formas

isoméricas cis e trans, contudo a forma cis foi detectada em uvas em uma quantidade muito

menor do que a forma trans (Frémont, 2000). O trans-resveratrol (3,5,4’-triidroxi-trans-

estilbeno) é uma fitoalexina natural encontrada em uvas, amoras, amendoim e muitas

espécies de plantas. Essa fitoalexina é a responsável pela proteção natural da uva contra

doenças, e sua concentração depende da origem geográfica, da variedade, dos métodos de

crescimento da uva, e dos métodos de fabricação do vinho. Posteriormente, Siemann &

Creasy (1992) detectaram a presença do trans-resveratrol no vinho, sugerindo que essa

substância seria um dos principais compostos biologicamente ativo do vinho tinto. A partir

de então começaram os estudos científicos sobre os efeitos biológicos do trans-resveratrol.

O vinho é utilizado há muito tempo pelo homem, que sempre acreditou que a sua

ingestão traria efeitos benéficos para o corpo e a alma. O sul do Brasil caracteriza-se como

um pólo de viticultura, tendo uma produção expressiva de diferentes variedades de vinho.

Trabalho de Souto et al. (2001) demonstrou que os vinhos produzidos na região sul do

Brasil apresentam uma quantidade expressiva de trans-resveratrol quando comparados com

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vinhos produzidos na Europa, Japão e Estados Unidos. O vinho Merlot produzido no Rio

Grande do Sul foi a variedade de vinho que apresentou a maior concentração de trans-

resveratrol, tendo uma média de 5,1mg/L desse composto. A seguir temos a variedade

Tannat (4,2mg/L), Pinot Noir (3,5mg/L) e Cabernet Sauvignon (2,01mg/L).

Estudos realizados comprovaram que a ingestão regular, mas moderada de vinho

tinto, teria um efeito eficaz na redução de doenças cardiovasculares e uma melhor

qualidade de vida (Beckman & Ames, 1998).

Asensi et al. (2002) administraram oralmente uma dose de trans-resveratrol de

20mg/kg de peso em coelhos, ratos e camundongos e coletaram sangue nos tempos 2.5, 5,

10, 30, e 60 minutos. Os autores demonstraram que o trans-resveratrol atinge sua

concentração plasmática máxima em 5 minutos após a administração, sendo esta

concentração de 42,8 ± 4,4μM, contudo, após 60 minutos os valores encontrados foram de

0,9 ± 0,2μM.

Estudos demonstraram que o trans-resveratrol atua: na inibição da peroxidação de

lipídios (LDL, membranas); como quelante de cobre; como antioxidante bloqueador das reações

com radicais livres; na alteração da síntese de eicosanóides; na inibição da agregação

plaquetária; como potente antiinflamatório; como vasorelaxante; na modulação do metabolismo

lipídico; como inibidor da angiogênese; como inibidor da atividade da ciclooxigenase; e na

atividade estrogênica (Ji ll, 2002). A estrutura molecular do trans-resveratrol é parecida com a do

dietilestilbestrol, sendo constatado que o trans-resveratrol é um fitoestrógeno (Bitterman et al.,

2003), portanto, poderia desempenhar um efeito relevante no sistema cardiovascular.

Dutra et al. (2004) demonstrou os efeitos do trans-resveratrol sobre a modulação do

metabolismo intermediário, o ciclo de vida e a lipoperoxidação em machos e fêmeas de D.

melanogaster. Sobre o metabolismo de carboidratos o trans-resveratrol, administrado a

partir do 1o dia do ciclo de vida adulta, foi capaz de alterar o perfil metabólico em machos e

fêmeas. Fêmeas tratadas com 1 μM de trans-resveratrol diminuíram em 2,7 vezes os

estoques de glicogênio aos 21 dias de vida, bem como as reservas protéicas (três vezes

menor), contudo, aumentaram os níveis de lipídios totais e triacilgliceróis (Dutra et al.,

2004). Foi sugerido que a quebra do glicogênio e/ou a diminuição da síntese de glicose

desvie carbonos para as rotas metabólicas envolvidas com a síntese de lipídios, pois o

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tratamento com trans-resveratrol potencializou o armazenamento das reservas lipídicas ao

longo do tempo, chegando a valores 200% maiores aos 21 dias de experimento. O trans-

resveratrol também alterou a fecundidade das fêmeas, reduzindo o índice de fertilidade.

Este dado sugere que a manutenção das reservas de lipídios ocorre pelo menor gasto

energético com a manutenção da reprodução, já que os lipídios são a principal fonte de

energia utilizada no período reprodutivo. A lipoperoxidação é aproximadamente 100 vezes

maior nos machos do que nas fêmeas. Nas fêmeas, o trans-resveratrol administrado desde o

primeiro dia de vida adulta é capaz de reduzir a lipoperoxidação aos 7 e 21 dias do ciclo de

vida, assemelhando-se ao dano encontrado no primeiro dia de vida adulta. Já nos machos o

trans-resveratrol é capaz reduzir o dano oxidativo aos 14 e 21 dias de vida adulta, a um

valor duas vezes mais baixo.

2.3. INSETOS COMO MODELO DE ESTUDOS METABÓLICOS

Os insetos são uma das mais eficazes criaturas do nosso ambiente, cuja vida está

entrelaçada com a do homem, fascinando muitos e sendo considerados por outros somente

como uma barreira às atividades e desejos humanos. (Pansera et al., 2000).

Estudos têm demonstrado que os fatores ambientais possuem influência crucial

sobre a longevidade de insetos (Lints & Burgois, l985). Ao nascer, cada espécie apresenta

um projeto genômico que faz com que os indivíduos tenham um determinado tempo de

vida. Entretanto alterações ambientais podem modificar para mais ou para menos sua

longevidade (Lints, 1983).

Na literatura existem poucos trabalhos realizados com animais de ciclo de vida

curto, como por exemplo, Drosophila melanogaster, e que envolvam os genes do

envelhecimento e a atividade fisiológica das proteínas codificadas por estes genes. Através

de estudos genéticos feitos com modelos biológicos como a levedura, nematodos, moscas e

camundongos foram descobertos vários genes que têm a capacidade de prolongar a vida

quando manipulados (por mutações ou superexpressão). Estes genes incluem a superóxido

dismutase (scanvenger de radicais livres), e o methuselah (receptor em potencial para

acoplamento da proteína G) em Drosophila melagonaster; o p66shc que participa da

resposta ao estresse oxidativo em camundongos. E os genes clk-1 (envolvido com a síntese

de ubiquinona), e um grupo de genes envolvidos com a via de sinalização do receptor de

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15

insulina: daf-2, age-1 e daf-16 em C. elegans (Bitterman, 2003). Muitas mutações gênicas

que produzem aumento da expectativa de vida também conferem o aumento da resistência

ao estresse oxidativo (Johnson et al., 1999). Estes dados fornecem apoio para a teoria de

que os radicais livres levam ao envelhecimento, pois as EROs acumuladas ao longo da vida

provocam danos oxidativos a macromoléculas (incluindo ácidos nucléicos, proteínas e

lipídios) e estão correlacionadas ao processo de envelhecimento e morte (Harman, 1956;

Beckman & Ames, 1998).

Lints (l988) lista como vantagens do uso de Drosophila em estudos de

envelhecimento a alta capacidade reprodutiva deste organismo, seu curto tempo de geração,

pequeno tamanho, cultivo fácil e barato, pequeno número de cromossomos, alta definição

dos cromossomos politênicos, grande número de bem conhecidas e igualmente bem

mapeadas mutações (mais de 3000, segundo Lindsley & Zimm, 1992) e curta longevidade.

Além disso, com exceção das células germinativas, o adulto é composto unicamente por

células pós-mitóticas, o que permite estimar a contribuição de modificações epigenéticas ao

processo de senescência, particularmente a detecção de eventos modificadores não

enzimáticos como racemização, desaminação e glicosilação de proteínas (Finch, 1990).

Em Drosophila melanogaster, muitos estudos têm revelado que o tempo de vida

pode ser alterado por genes principais (Lints, 1978,1983; Lints & Bourgois, 1985). Embora

seja postulado que a longevidade estaria sob controle poligênico em Drosophila, há

indícios de que os genes localizados no terceiro cromossomo e no cromossomo sexual

seriam os que exerceriam a maior influência sobre o tempo de vida desta mosca (Luckinbill

et al., 1988; Yonemura et al., 1989,1990). Estes genes para longevidade foram chamados

por Yonemura et al. (l991) de sistemas Ju-myo (Jm). Os genes Jm parecem afetar a

velocidade de desenvolvimento pré-imaginal de Drosophila melanogaster (Yonemura et

al., 1991). Estes autores sugerem que indivíduos de Drosophila portadores do alelo Jm A2

(um gene autossômico que produziria fenótipos mais longevos) eclodem mais rapidamente,

o que contribuiria para uma associação entre precocidade e longevidade aumentada.

Entretanto, ao contrário destes resultados, Nascimento (l992) e Da Cruz (l995), estudando

populações selecionadas para velocidade de desenvolvimento, encontraram uma relação

não-linear entre velocidade de desenvolvimento e longevidade. Estudos recentes sobre o

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envelhecimento em Drosophila têm como foco os aspectos evolutivos (Hutchinson & Rose,

1991; Roper et al. 1993; Chippindale et al. 1994) e o desenvolvimento (Yonemura et al.

1991, Buck et al., 1993b; Da Cruz et al. 1995). Em genética do desenvolvimento, um

destaque considerável tem sido dado à velocidade de desenvolvimento, que influência

diversos aspectos da fisiologia e da ontogenia de Drosophila.

A velocidade em que as diferentes fases de desenvolvimento dos insetos ocorrem

está diretamente associada com os padrões de diferenciação dos organismos durante a

ontogenia. Ela determina a intensidade com que os diferentes sistemas fisiológicos e

bioquímicos são formados, mudando, desta forma, muitas características importantes no

processo adaptativo do organismo, portanto é um relevante componente seletivo para a

espécie (Gilbert, 1994). Estudo de Lints & Lints (l97la) sugere que a duração do

desenvolvimento em Drosophila poderia controlar a duração da vida dos adultos. Seus

dados mostraram que a longevidade em moscas das frutas foi negativamente correlacionada

com temperatura e positivamente com a duração do desenvolvimento. Em Drosophila,

outros aspectos da ação do ambiente sobre a longevidade e a senescência têm sido

investigados. Yonemura et al. (l991) demonstraram que o tempo de vida em Drosophila

aumenta com o decréscimo de temperatura, sendo o prolongamento da vida atribuído à ação

de genes autossômicos presentes nesta espécie.

Populações de Drosophila melanogaster Oregon-R selecionadas durante 29 anos

para extremos de velocidade de desenvolvimento precoce (OP) ou tardia (OT) e população

controle sem seleção (OC), caracterizam-se por apresentar diferentes conjuntos genotípicos.

Estes conferem a essas populações: 1) isolamento reprodutivo incipiente devido à

inferioridade do híbrido envolvendo fêmeas tardias (Loreto & Oliveira, 1988a), 2)

diferentes padrões eletroforéticos de ativação de produtos gênicos, a cronologia dos

mesmos e intensidade geral de coloração para oito sistemas enzimáticos (Oliveira &

Cordeiro, 1982a, 1982b, 1984, Loreto & Oliveira, 1988b), além de desbalanço hormonal

(Loreto et al., 1988; Jung, 1992). Além disso, dois principais genes controlam a velocidade

de desenvolvimento, sendo o recessivo responsável pelo desenvolvimento lento ou tardio

(Oliveira & Cordeiro, l981). Este gene para tempo de desenvolvimento lento foi mapeado

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17

em II. 63.8 (Oliveira et al. 1991) e o principal gene para a precocidade foi localizado em

III. 46.55 por Correa (l994).

Nascimento (l992) e Da Cruz et al. (l995), estudando o efeito da seleção para

velocidade de desenvolvimento na longevidade dessas populações, obtiveram evidências

significativas em favor da hipótese de que diferentes regimes de seleção produziram

diferenças correspondentes na longevidade dos indivíduos, sendo a população tardia

significativamente mais longeva que as demais. Outro achado interessante é que o caráter

longevidade apresenta influência de um fator materno relacionado à fêmea tardia

(Nascimento, 1992). Cabe salientar também, que a expressão dos fenótipos para

longevidade nessas populações é fortemente influenciada pelos reguladores de velocidade

de desenvolvimento, uma vez que a magnitude da resposta à seleção para extremos de

longevidade depende do tipo de seleção para a velocidade de desenvolvimento previamente

realizada (Da Cunha et al.1995). Entre os genes que apresentaram fixação de diferentes

alelos nestas populações, encontra-se o gene codificador da isocitrato desidrogenase

dependente de NADP (IDH-NADP), que está localizado no terceiro cromossomo (Fox,

1971).

Zou et al. (2000), utilizando D. melanogaster como modelo biológico, verificaram

que os genes envolvidos com a reprodução (família Acp), o metabolismo (genes envolvidos

na glicólise), o turnover de proteínas, a cadeia respiratória (ciclo do ácido tricarboxílico nas

mitocôndrias) e os processos de detoxificação diminuem a sua expressão com o

envelhecimento. Os autores, utilizando o paraquat como um indutor de estresse oxidativo,

verificaram uma diminuição da expressão gênica de aproximadamente 1,8 vezes em genes

envolvidos com o metabolismo dos ácidos graxos (ácido graxo desaturase, ácido graxo

CoA ligase, acetyl-Coa carboxilase), enquanto que os genes envolvidos com as defesas

antioxidantes, como a glutationa S-transferase, o triglicerídeo-lipase e a

hidrooxiacilglutationa hidrolase, aumentaram a expressão na mesma proporção.

Sabe-se que o metabolismo de ácidos graxos é a maior fonte de geração de radicais

livres nas células. Assim foi sugerido que a diminuição da expressão dos genes envolvidos

no metabolismo de ácidos graxos seria um mecanismo celular de defesa ao estresse

oxidativo via diminuição da geração de radicais livres (Zou et al., 2000).

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18

A composição e a disponibilidade de alimentos são fatores críticos para a

sobrevivência e a reprodução das diferentes espécies, modulando a sua longevidade e

alterando o comportamento reprodutivo. No caso dos insetos, a quantidade e a qualidade

dos alimentos ingeridos afetam o desenvolvimento tanto na fase imatura como na fase

adulta (Slanki & Scriber, 1985).

Na fase adulta, a quantidade e a composição da dieta ingerida são importantes para

a produção de óvulos, para a habilidade no acasalamento, para a sobrevivência, para a

capacidade de dispersão e para o desenvolvimento de músculo e da cutícula (Dadd, 1985;

Slanki & Scriber, 1985; Zuculoto, 1988).

A maioria dos insetos da família Tetrifidea, como os gêneros Anastrepha, Ceratidis

e Bactrocera, apresentam um hábito alimentar anautógeno, isto é, necessitam

constantemente de água e de carboidratos, mas as proteínas também são necessárias na fase

adulta. Além disto, este grupo de insetos requer ingestão regular de vitaminas, sais minerais

e esterol para a produção normal de óvulos (Webster et al., 1979 e Tzanakakis et al., 1967).

Estas moscas permanecem no modo de espera quando são alimentadas somente com

açúcar, já quando são alimentadas com proteína, mudam para o modo reprodutivo, vivendo

mais do que aquelas que permaneceram no modo de espera.

Assim, o modo de espera para a fase reprodutiva, com um tempo de vida alongado é

observado em diferentes organismos, parece atuar como uma estratégia fisiológica que

possibilita a preservação do organismo frente a situações de escassez de alimento,

assegurando a sobrevivência e a perpetuação da espécie.

Em outros insetos, incluindo a D. melanogaster (mosca-das-frutas), a longevidade

também pode ser aumentada quando a ingestão de proteínas na dieta é adequada

(Tzanakakis et al., 1967; Souza et al., 1978; Jones, 1988; Ferraz, 1994).

Nos insetos os lipídios da dieta são a maior fonte energética (Shapiro, 1988). O

catabolismo e o anabolismo de reservas de lipídios nos insetos têm sido correlacionados,

entre outros fatores, ao estado nutricional do organismo e ao controle da temperatura

corporal (Chapman, 1998). Em geral, muitas espécies de insetos seguem um esquema

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típico: sob um balanço energético negativo, os insetos mobilizam suas reservas energéticas

e sob um balanço energético positivo, os insetos mantêm seus níveis lipídicos ou acumulam

reservas (Keeley, 1978).

Em Ceratitis capitata, Nestel et al. (2003) verificaram que os animais utilizavam de

forma diferencial os lipídios durante a transição da fase larval à fase adulta. Langley (1970)

observou uma atividade constante da utilização de lipídios totais durante a metamorfose.

Entretanto, Municio et al. (1980) e Pagani et al. (1980) demonstraram uma pequena

diminuição nos lipídios totais durante a fase de pré-pupa e as fases pupais. Os autores

mostraram que esta pequena diminuição durante a primeira metade da metamorfose foi

seguida de uma utilização drástica dos lipídios horas antes da emersão para a fase adulta.

Nestel et al. (2003), em Ceratitis capitata, constataram um aumento significativo

nos lipídios totais 8 horas antes da formação das pupas e 20 horas depois da formação das

pupas; após os lipídios começaram a ser consumidos. Esta diminuição na reserva dos

lipídios totais coincidiu com a degradação do corpo gorduroso, evidenciado por secções

histológicas do tecido pupal. Os níveis dos triglicerídeos diminuíram (55%) durante a

transição da pré-pupa para pupa (0 hora), sugerindo que os triglicerídeos foram utilizados

como substrato energético quando a larva não pode se alimentar.

Os resultados sugerem que os lipídios totais e em especial os triglicerídeos são

armazenados pelos animais durante o desenvolvimento pupal e consumidos na emersão do

imago, nas primeiras atividades de vôo, e na procura pelo alimento nos primeiros quatro

dias da vida do adulto.

Nestel et al. (2004; 2005) mostraram, em C. capitata, que as pupas regulam as

reservas de lipídios para a emersão do adulto, com fontes provenientes da histólise larval ou

da dieta.

Em Anastrepha serpentina, Jacome et al. (1995), analisando as reservas de lipídios

entre o 4º e 6º dias após a emersão do adulto, sugeriram que durante estes dias iniciais, as

reservas de lipídios podem ser usadas como uma fonte energética para o desenvolvimento

dos tecidos reprodutivos e endócrinos e para as atividades do vôo.

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20

Alguns estudos metabólicos realizados com moscas-das-frutas mostram que estes

insetos conseguem transformar proteínas e carboidratos em lipídios, os quais são utilizados

na estruturação da membrana celular, como isolante térmico, no fornecimento de fontes de

ácidos graxos essenciais e de esteróis envolvidos na reprodução e na síntese de hormônios

como a ecdisona (Chapman, 1998).

A Drosophila melanogaster é utilizada em muitos estudos genéticos como modelo

experimental; tendo como características: tamanho reduzido, fácil cultivo, pequeno número

de cromossomos, ciclo de vida curto e índice de natalidade elevado. A D. melanogaster é

considerada um excelente modelo biológico pelo fato de que muitos dos mecanismos

genéticos demonstrados no homem foram primeiro descritos neste inseto. Outro fator

importante é que todos os genes desse animal já foram mapeados (Panizzi & Parra, 1991).

Recentemente Wood et al. (2004) demonstraram, em Drosophila melanogaster

mutante da linhagem Cartom-S, que o trans-resveratrol aumentaria a longevidade via

ativação do gene Sir2 responsável pela abertura ou compactação de diferentes genes na

cadeia de DNA. O trans-resveratrol ativaria a expressão gênica de Sir2 que aumentaria a

acetilação de diferentes genes, levando a diminuição da expressão gênica de genes

responsáveis pelo envelhecimento. Estes autores demonstraram ainda que o trans-

resveratrol é capaz de aumentar a longevidade sem afetar a reprodução, o que é altamente

benéfico, pois é sabido que a reprodução é um dos causadores de dano oxidativo,

aumentando desta forma o envelhecimento.

Mesmo havendo grandes diferenças estruturais e fisiológicas entre Drosophila e

mamíferos, resultados obtidos em Drosophila podem contribuir grandemente para nossa

compreensão básica do processo de envelhecimento, como ocorreu no início do século XX

em relação aos princípios básicos da genética (Buck, et al., 1993) .

Por último, a maioria, senão todas as teorias do envelhecimento, têm sido testadas,

confirmadas, rejeitadas ou modificadas a partir de estudos feitos em Drosophila. Além

disso, com exceção das células germinativas, o adulto é composto unicamente por células

pós-mitóticas, o que permite estimar a contribuição de modificações epigenéticas ao

processo de senescência, em particular a detecção de eventos modificadores não

enzimáticos como racemização, desaminação e glicosilação de proteínas. O fato de o

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indivíduo adulto de Drosophila ser quase inteiramente composto por células pós-mitóticas

tem sido apontado como o principal empecilho para comparações entre este organismo e

mamíferos. Porém, é importante lembrar que muitas células importantes no contexto da

senescência em mamíferos são células de longa vida pós-mitótica, como os neurônios

(Lints, 1998 a;b).

3. OBJETIVOS

O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos do trans-resveratrol, principal

composto bioativo do vinho e do suco de uva, sobre a longevidade e o metabolismo de

glicogênio de Drosophila melanogaster. Para tanto foram objetivos específicos:

3.1 Determinar a longevidade de animais tratados desde a fase larval com diferentes

concentrações de trans-resveratrol (1 µM, 10µM e 20µM) diluído em DMSO numa

concentração de 0,03%.

3.2 Verificar o efeito da concentração de 1 µM de trans-resveratrol sobre a concentração

de glicogênio, a atividade da enzima glicogênio fosforilase na sua forma total e ativa e a

expressão gênica da enzima glicogênio fosforilase (na forma total) em diferentes

momentos da vida adulta.

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Artigo 1

EFEITO DO TRANS-RESVERATROL SOBRE A LONGEVIDADE DE Drosophila

melanogaster

RESUMO

O trans-resveratrol é uma fitoalexina encontrada em muitas espécies de plantas. Em uvas é

responsável pela proteção natural contra doenças, e sua concentração depende da origem

geográfica, da variedade, dos métodos de fabricação do vinho; sendo considerado um

geroprotetor. O objetivo do presente trabalho foi verificar o efeito do trans-resveratrol na

longevidade de Drosophila melanogaster. Espécimes de D. melanogaster com idade de 10

dias foram colocadas em vidros contendo meio de cultura padrão acrescido de água ou

dimetilsulfóxido (DMSO) 0,03%, ou trans-resveratrol nas concentrações de 1, 10 ou 20μM

para ovoposição durante 24 horas, os ovos foram mantidos no tratamento até a eclosão do

adulto. Durante a fase adulta, os animais continuaram a receber os seus respectivos

tratamentos. Nas fêmeas verificou-se um aumento de 127% na longevidade quando tratadas

com trans-resveratrol 1μM e um acréscimo de 72% quando tratadas com DMSO em relação

ao grupo controle. Já nos machos observou-se um acréscimo de 50% na longevidade

quando tratadas com trans-resveratrol 1μM e um aumento de 25% quando tratados com

DMSO 0,03% em relação ao grupo controle. Em ambos sexos tratados com Trans-

resveratrol 10 e 20μM não houve aumento significativo da longevidade. Com base nos

resultados podemos sugerir que o trans-resveratrol como outros antioxidantes descritos na

literatura tem seus efeitos benéficos na menor dose administrada, podendo nas doses mais

elevadas estar atuando como um pró-oxidante.

PALAVRAS-CHAVES: Trans-resveratrol, Longevidade, Drosophila

melanogaster.

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23

INTRODUÇÃO

Os seres vivos são regidos por um determinismo biológico: nascer, amadurecer,

reproduzir, envelhecer e morrer. O tempo e a forma que se processam cada uma destas

fases depende de cada indivíduo, da programação genética da espécie e de fatores

ambientais (Futuyma, 1992). Sendo assim, os organismos sofrem uma constante influência

de fatores bióticos e abióticos durante sua vida; é essa relação entre seres vivos e ambiente,

que conduz a evolução das espécies e o uso de diferentes recursos ambientais (Panizzi &

Parra, 1991).

As teorias estocásticas definem o envelhecimento como sendo causa de eventos ao

acaso, levando ao acúmulo de danos com deterioração orgânica; não existiria um

mecanismo pré-determinado. O estresse oxidativo desencadeado pelos radicais livres

(espécies reativas de oxigênio (EROs), produzidos durante a respiração aeróbica e por

outras vias, seria o principal fator desencadeante do envelhecimento (Harman, 1956).

Fatores genéticos também exercem grande influência sobre a longevidade; a teoria

das proteínas ou metabólica postula que mamíferos com estrutura maior apresentam uma

longevidade maior do que espécies de menor tamanho, sendo a atividade metabólica

inversamente proporcional ao peso corporal. Assim, a associação entre a longevidade e o

metabolismo preconiza uma relação causal, pois estudos demonstram que em alguns

organismos, alterações metabólicas induzidas por fatores ambientais (temperatura/dieta)

poderiam produzir mudanças na longevidade (Lints, 1989).

As defesas antioxidantes contra as EROs produzidas durante a respiração celular

podem ter origem endógena (enzimática ou não enzimática) ou exógena, tais como as

vitaminas, os carotenóides, os flavonóides, entre outras (Harman, 1994). O aumento do

consumo dietético de substâncias antioxidantes ajudaria na manutenção de um adequado

balanço antioxidante, que é definido como o balanço entre substâncias pró-oxidantes e

antioxidantes no organismo (Halliwell, 1995). Alguns estudos epidemiológicos sustentam

os efeitos protetores da dieta rica em antioxidantes, pois o aumento do consumo de frutas e

de vegetais está diretamente relacionado com a redução do desenvolvimento de doenças

cardiovasculares e certos tipos de câncer (Kohlmeir et al., 1995; Steinmetz & Potter, 1996;

Hininger et al., 1997; Ness & Powles, 1997).

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Estudos indicam que a maior fonte dietética responsável pelos efeitos protetores

antioxidantes são os compostos polifenólicos (Hertog, 1996; Hertog et al., 1994, 1995,

1997), sendo o trans-resveratrol, que é encontrado no vinho e no suco de uva, identificado

como principal composto bioativo. Zini et al. (1999) verificaram que o trans-resveratrol

atua inibindo a cadeia respiratória, opondo-se a produção de EROs e como scavenger de

radicais livres.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos da administração de diferentes

concentrações de trans-resveratrol sobre a longevidade de Drosophila melanogaster. As

moscas foram tratadas desde a fase larval até a morte com trans-resveratrol.

MATERIAL E MÉTODOS

ANIMAIS E TRATAMENTOS

Foram utilizadas populações de Drosophila melanogaster, de linhagem Oregon-R,

mantidas em laboratório em vidros de cultura, a uma temperatura de 25±1°C, com umidade

relativa em torno de 70% e com luminosidade constante.

Espécimes de D. melanogaster com idade de 10 dias (pais), cultivadas em meio de

cultura padrão (10% Farinha de centeio, 5% Açúcar mascavo, 1% de Nipagin (fungicida) e

1% de Agar-Agar conforme Oliveira & Cordeiro, 1981), foram colocadas em vidros

contendo: 1)Grupo Controle: meio de cultura padrão acrescido de água, 2)Grupo DMSO:

meio de cultura padrão acrescido com dimetilsulfóxido (DMSO - Merck) na concentração

de 0,03%, ou 3) Grupo Trans-resveratrol (Sigma): meio de cultura padrão acrescido com

trans-resveratrol (diluído em DMSO 0,03%) nas concentrações de 1, 10 ou 20μM para

ovoposição durante 24 horas (over night), após os pais eram retirados e seus ovos mantidos

no tratamento até a eclosão do adulto. Durante a fase adulta os animais continuaram a

receber os seus respectivos tratamentos, sendo transferidos duas vezes por semana para

renovar o meio de cultura e seu tratamento, até sua morte.

Um grande número de trabalhos na literatura tem descrito a atividade do DMSO

como promotor de penetração. Os estudos mostram que este solvente é eficaz tanto para

promover a penetração de permeante hidrofílicos como lipofílicos (Williams e Barry,

2004). O DMSO como outros solventes orgânicos tem atividade antioxidante que pode

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tanto ser benéfica, quando utilizado em baixas concentrações, como causar danos que vão

da toxicidade até a morte quando utilizados em concentrações elevadas. Assim um grupo

controle com DMSO na concentração de 0,03% fez-se necessário. Cabe ressaltar que na

literatura consultada é o DMSO o solvente comumente utilizado para diluir o trans-

resveratrol. Foi utilizada a menor concentração (0,03%) de DMSO citada na literatura,

tendo sido encontrados trabalhos que utilizam até 10%.

DETERMINAÇÃO DA LONGEVIDADE

A avaliação da Longevidade foi feita pelo cálculo semanal da sobrevivência,

dividindo-se o número de sobreviventes por intervalo de idade pelo tamanho inicial da

coorte. Cabe ressaltar que foram realizadas 2 coortes para avaliação da longevidade.

Através deste cálculo, foi construída uma tábua de vida a qual nos forneceu informações

sobre a expectativa de vida destes indivíduos.

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para a análise das curvas de longevidade foi utilizado o teste de Kaplan-Meier. Foi

adotado o nível de significância de ρ≤0,05 e, as análises estatísticas foram realizadas com o

programa Statistical Package for the Social Science Versão 11.5 (SPSS) for Windows.

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Figura 1. Longevidade de fêmeas tratadas com Trans-resveratrol 1, 10 ou 20μM, DMSO

0,03% e Controle. No gráfico A os animais foram agrupados em função dos picos de

mortalidade. O gráfico B mostra a curva de expectativa de vida dos animais submetidos aos

diferentes tratamentos, * representa diferenças significativas para um p<0,05.

B

B

05

10152025303540455055606570

Controle DMSO Resv. 1uM Resv. 10uM Resv. 20uM

Tratamento

perc

enta

gem

(%)

0 a 7 dias 8 a 15 dias 19 a 22 dias26 a 29 dias33 a 36 dias40 a 46 dias48 a 54 dias*

A

Expectativa de Vida

Cases weighted by N_MOSCAS

Tempo de vida(dias)

605040302010 0

Cum

Sur

viva

l

1,2

1,0

,8

,6

,4

,2

0,0

-,2

Tratamento

Trans-Resv. 20uM

Trans-Resv.10uM

Trans-Resv.1uM

DMSO 0,03%

Controle

B

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27

Figura 2: Longevidade de machos tratados com Trans-resveratrol 1, 10 ou 20μM,

DMSO 0,03% e Controle. No gráfico A os animais foram agrupados em função dos picos

de mortalidade encontrados. O gráfico B mostra a curva de expectativa de vida dos animais

submetidos aos diferentes tratamentos, * representa diferenças significativas para um

p<0,05.

B

0 5

10 15 20 25 30 35 40 45 50

Controle DMSO Resv.1 Resv.10 Resv.20

Tratamentos

perc

enta

gem

(%)

0 a 7 dias8 a 15 dias19 a 22 dias26 a 29 dias33 a 36 dias40 a 46 dias48 a 54 dias

A

**

Expectativa de Vida

Cases weighted by N_MOSCAS

Tempo de vida(dias)

6050403020100

Cum

Sur

viva

l

1,2

1,0

,8

,6

,4

,2

0,0

-,2

Tratamento

Trans-Resv.20uM Trans-Resv.10uM Trans-Resv.1uM DMSO 0,03%

Controle

B

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Tratamento Machos Fêmeas Controle 36 dias a 22 dias a

DMSO 0,03% 43 dias b 29 dias a Trans-resveratrol 1μM 54 dias b 50 dias b

Trans-resveratrol 10μM 36 dias a 26 dias a Trans-resveratrol 20μM 40 dias a 29 dias a

Tabela 1: Longevidade máxima de machos e fêmeas dos diferentes grupos:

Controle, DMSO 0,03% e tratados com Trans-resveratrol 1, 10 ou 20μM. Letras diferentes

representam diferenças significativas para um p<0,05.

RESULTADOS

Na curva de longevidade de fêmeas (Fig. 1A) constata-se um perfil diferenciado de

sobrevivência cumulativa quando compara-se o grupo controle com os grupos tratados com

trans-resveratrol nas concentrações de 1, 10 e 20μM e o grupo tratado com DMSO 0,03%.

Também a comparação entre o grupo DMSO 0,03% com os grupos tratados com trans-

resveratrol mostrou diferença significativa (P<0,05).

O grupo controle apresentou uma longevidade máxima de 22 dias, o grupo DMSO

0,03% de 29 dias e o grupo trans-resveratrol tratado com a concentração de 1μM

sobreviveu até os 50 dias de vida (Tabela 1).

Os grupos tratados com trans-resveratrol nas concentrações de 10 e 20μM

sobreviveram até os 26 dias e 29 dias, respectivamente (Tabela 1). Estes dados mostram o

trans-resveratrol na concentração de 1μM consegue aumentar significativamente (P<0,05) a

longevidade máxima em fêmeas, quando comparada àquela observada nos grupos controle

e DMSO 0,03% (Fig. 1B).

Em fêmeas o aumento de expectativa de vida máxima de 22 dias no grupo controle

para 50 dias no grupo tratado com trans-resveratrol 1μM, representa um acréscimo de

127% na longevidade destes animais. A comparação entre a sobrevivência do grupo de

fêmeas tratadas com DMSO 0,03% (29 dias) com o grupo mantido com Trans-resveratrol

1μM (50 dias) demonstra um acréscimo de 72% na longevidade destes animais (Fig. 1A e

Tabela 1).

A figura 1B mostra no grupo de fêmeas controle um do pico de mortalidade aos 15

dias e no grupo DMSO aos 8 dias de vida. Nos grupos tratados com Trans-resveratrol em

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29

todas as concentrações verifica-se um deslocamento do pico de mortalidade das fêmeas

para a direita, demonstrando um aumento da expectativa de vida (Fig. 1B).

Na curva de longevidade de machos (Fig. 1B) constata-se um perfil diferenciado

(P<0,05) de sobrevivência cumulativa quando compara-se o grupo controle com os grupos

tratados com trans-resveratrol nas concentrações de 1 e 20μM. A comparação entre o grupo

DMSO 0,03% e os grupos tratados com Trans-resveratrol nas concentrações de 1, 10 e

20μM também mostra diferença significativa (P<0.05). O grupo controle apresentou uma

longevidade máxima de 36 dias, o grupo DMSO 0,03% de 43 dias e o grupo trans-

resveratrol 1μM de 54 dias de vida. Os grupos tratados com Trans-resveratrol nas

concentrações de 10 e 20μM sobreviveram até os 36 e 40 dias, respectivamente.

Estes dados mostram nos machos o trans-resveratrol na concentração de 1μM

conseguiu aumentar a longevidade máxima significativamente (P<0,05), quando

comparada ao grupo controle e ao grupo DMSO 0,03% (Fig. 2 e Tabela 1).

Este aumento de expectativa máxima de 36 dias dos machos do grupo controle para

54 dias dos machos do grupo tratado com trans-resveratrol na concentração de 1μM

representa um acréscimo de 50% na longevidade dos animais e quando se compara os 43

dias de sobrevivência do grupo DMSO com os 50 dias de sobrevivência do grupo trans-

resveratrol 1μM encontra-se um acréscimo de 25% na longevidade destes animais.

Na figura 2B mostra que o pico de expectativa de vida dos machos do grupo

controle ocorre aos 15 dias de vida, enquanto que no grupo DMSO 0,03% apresenta-se aos

8 dias de vida. Contudo, nos grupos tratados com Trans-resveratrol em todas as

concentrações verifica-se se um deslocamento do pico de mortalidade para a direita,

demonstrando um aumento da expectativa de vida como observado nas fêmeas.

DISCUSSÃO

O presente trabalho demonstrou que o trans-resveratrol na dose de 1μM é capaz de

aumentar significativamente a longevidade de machos e fêmeas de D. melanogaster

tratados a partir das primeiras fases de desenvolvimento ontogenético.

Trabalho anterior realizado em Drosophila melanogaster tratadas após a eclosão da

idade adulta com Trans-resveratrol na concentração de 1μM diluído em DMSO 3%, a

longevidade máxima do grupo controle foi de 34 dias e aquela dos grupos DMSO 3% e

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trans-resveratrol 1μM de 33 dias, demonstrando que em fêmeas o trans-resveratrol não

consegue aumentar a expectativa máxima de vida quando o tratamento inicia somente após

a eclosão da idade adulta (Dutra, 2004). Contudo, quando as fêmeas de D. melanogaster

foram tratados desde as fases larvais até a fase adulta (mesmo protocolo utilizado no

presente trabalho), Dutra (2004) encontrou um perfil diferenciado: o grupo controle

apresentou uma longevidade máxima de 34 dias, o grupo DMSO 3% de 35 dias e o grupo

trans-resveratrol 1μM de 43 dias. Portanto, em fêmeas o tratamento com trans-resveratrol

1μM potencializa a longevidade em 26% quando comparada aquela do grupo controle

apenas quando os animais são tratados desde as fases iniciais de seu desenvolvimento.

Talvez este fato possa ser explicado por ser a fase larval o período em que os

animais podem sofrer uma reprogramação genética, podendo alterar o tempo de vida que

está programado geneticamente para a espécie em questão, sendo esta reprogramação

refletida na vida adulta dos animais. Cabe salientar que após a eclosão do imago, isto é

durante a vida adulta a D. melanogaster caracteriza-se por ser um animal pós-mitótico (Da

Cunha, 2000).

Neste trabalho a menor dose (1μM) de trans-resveratrol utilizada foi a mais efetiva

em aumentar a longevidade máxima tanto em fêmeas como em machos. Nas concentrações

mais elevadas de trans-resveratrol (10 e 20μM) a longevidade máxima tanto de machos

como de fêmeas foi inferior aquela verificada no grupo DMSO 0,03%. Estes resultados são

concordantes com os dados da literatura que demonstraram, em diferentes modelos

animais, que concentrações elevada de diferentes substâncias antioxidantes não conferem

aumento de longevidade aos organismos, apesar de seus efeitos sobre diferentes rotas

metabólicas e ativação de genes envolvidos em mecanismos de reparo de dano celular

(Miquel et al., 1982; Driver & Georgeou, 2003).

Valenzano et al. (2006) investigaram o efeito do trans-resveratrol sobre a

longevidade de peixes da espécie Nothobranchius furzeri, obtendo resultados semelhantes

ao presente estudo, onde os animais tratados em sua dieta com uma concentração de 0,5μM

apresentaram uma longevidade máxima maior (21 semanas) que os animais que receberam

uma dosagem de 2,5μM (18 semanas).

Segundo a literatura existem poucos trabalhos sobre o efeito de frutas e compostos

antioxidantes sobre a longevidade e o envelhecimento de D. melanogaster. Um destes

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estudos envolveu a análise da influência da vitamina E no tempo de vida deste modelo

experimental. O efeito da vitamina E sobre o aumento da expectativa de vida tem sido

relatado em estudos de Miquel et al. (1982) e de Driver & Georgeou (2003). Estes últimos

autores encontraram efeitos variáveis da vitamina E sobre a longevidade de D.

melanogaster, pois na concentração de 20 μg/ml o tempo de vida das moscas aumentou em

cerca de 16%. Entretanto, doses inferiores ou superiores não apresentaram efeitos

significativos sobre o tempo de vida dessa mosca. Driver & Georgeou (2003) sugerem que

a vitamina E determina ações antagonistas conforme a concentração utilizada, assim o

balanço entre os efeitos tóxicos e os benéficos determinaria o seu efeito sobre o tempo de

vida da mosca.

A teoria do efeito da formação de radicais livres sobre o envelhecimento tem sido

amplamente testada e confirmada por dados experimentais (Miquel et al., 1982; Driver &

Georgeou, 2003). Contudo, a concentração de antioxidante utilizada é determinante para o

seu efeito sobre a longevidade do animal. Em doses elevadas substâncias antioxidantes

teriam um efeito contrário, sendo pró-oxidantes (produção de radicais livres desequilibrada

à produção e ou aporte de defesas antioxidantes) (Miquel et al., 1982; Driver & Georgeou,

2003).

Resultado semelhante ao verificado neste trabalho foi constatado por Carvalho et al.

(2004). Os autores trataram D. melanogaster com um meio de cultivo contendo 10% de

maçã e observaram um aumento na longevidade destes animais, porém quando foi

adicionado 20% de maçã no meio de cultivo os animais apresentaram uma longevidade

semelhante àquela das moscas controle. Segundo os autores, a dose de 20% foi

possivelmente uma dose excessiva de compostos bioativos para os animais que talvez

tenham atuado como pró-oxidantes.

Recentemente Howitz (2003) em S. cerevisiae e Wood et al. (2004) em D.

melanogaster da linhagem Cartom-S demonstraram que o trans-resveratrol aumenta a

longevidade via da ativação do gene Sir2, que é o responsável pela compactação de

diferentes genes na cadeia de DNA. O trans-resveratrol ativaria a expressão gênica de Sir2

aumentando a acetilação de diferentes genes incrementando a compactação do DNA e

levando a diminuição da expressão gênica de genes responsáveis pelo envelhecimento. Os

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autores, também, demonstraram que o trans-resveratrol é capaz de aumentar a longevidade

sem afetar a reprodução, o que é altamente benéfico, pois se acredita que a reprodução é um

dos causadores de dano oxidativo, aumentando conseqüentemente o envelhecimento. A

concentração de trans-resveratrol utilizado em S. cerevisiae foi à mesma utilizada neste

trabalho, contudo, a dose utilizada por Wood et al. (2004) em D. melanogaster foi 10 vezes

superior à administrada neste trabalho. Estudos futuros sobre expressão gênica de SIR2

serão necessários para uma melhor compreensão dos resultados obtidos neste trabalho.

A utilização de D. melanogaster como modelos experimentais para o estudo dos

processos de envelhecimento pode apresentar algumas limitações. As células somáticas

desta mosca quando adulta são pós-mitoticas, ou seja, não realizam o processo de divisão, o

que em principio é tido como uma limitação, pois as células de mamíferos realizam o

processo de divisão e em conseqüência o processo de turnover (o que não ocorre em

neurônios). Em contrapartida a D. melanogaster permite estimar a contribuição de

modificações epigenéticas ao processo de senescência, particularmente a detecção de

eventos modificadores não enzimáticos como racemização, desaminação e glicosilação de

proteínas, o que pode esclarecer vários aspectos antes de começar uma investigação do

mesmo processo em vertebrados (Lee et al., 2001).

Os resultados deste trabalho demonstram que o tratamento com trans-resveratrol

1μM aumentou significativamente a longevidade de fêmeas e de machos, sugerindo que o

tratamento desde as fases primordias do desenvolvimento possa causar uma reprogramação

genética. Verificou-se também que o tratamento com DMSO 0,03% aumentou a

longevidade somente em machos, porém antecipou o pico de mortalidade em ambos os

sexos.

Concluindo, o tratamento com trans-resveratrol aumentou longevidade do modelo

experimental investigado, Drosophila melanogaster. Muitos estudos têm demonstrado que

o aumento do dano oxidativo influencia a longevidade dos organismos e que a composição

da dieta com a presença de fatores antioxidantes, como, por exemplo, o trans-resveratrol,

minimizaria os efeitos deletérios do dano oxidativo.

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36

Artigo 2

EFEITO DO TRANS-RESVERATROL SOBRE O METABOLISMO DE

GLICOGÊNIO EM Drosophila melanogaster

Resumo

O trans-resveratrol é uma fitoalexina natural encontrada em uvas, amoras, amendoim e

muitas espécies de plantas, a qual é responsável pela proteção natural da uva contra

doenças, onde sua concentração depende da origem geográfica, da variedade, dos métodos

de fabricação do vinho. O objetivo do presente trabalho foi verificar o efeito do trans-

resveratrol no metabolismo de carboidratos (glicogênio e atividade da enzima Glicogênio

Fosforilase na sua forma ativa e total) de Drosophila melanogaster em diferentes idades (0,

7, 14, 18 e 21 dias). Espécimes de D. melanogaster foram colocadas em meio de cultura

padrão adicionado de água ou dimetilsufóxido 0,03% (DMSO) ou ainda, trans-resveratrol

na concentração de 1μM dissolvido em DMSO (0,03%) para ovoposição; seus ovos foram

mantidos até a eclosão, durante a fase adulta os animais continuaram a receber os seus

respectivos tratamentos. Os resultados indicam que tanto o tratamento com DMSO como

com o trans-resveratrol modularam o metabolismo de carboidratos em fêmeas e em machos

de forma diferenciada, o grupo do trans-resveratrol apresentou em ambos os sexos uma

maior atividade enzimática no último período estudado; contudo, o trans-resveratrol não foi

capaz de alterar a expressão gênica da enzima pesquisada (GFT), estes resultados podem

sugerir que o trans-resveratrol, molécula que foi capaz de prolongar a vida dos animais

utilizados neste estudo, esteja produzindo efeitos modulatórios através de seus metabólitos

que atuam em cascatas de sinalizadores intracelulares, como por exemplo a desfosforilação

da Akt, enzima diretamente ligada com o metabolismo de carboidratos através da

glicogênio sintase, bem como possa modular a expressão de enzimas relacionadas a

diferentes processos celulares. Esses efeitos metabólicos podem também ser responsáveis

pelo aumento no período de vida.

PALAVRAS-CHAVES: Trans-resveratrol, DMSO, Drosophila melanogaster,

Metabolismo de Glicogênio, Glicogênio Fosforilase

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37

INTRODUÇÃO

O trans-resveratrol foi primeiramente detectado em uvas (Vinis vinifera) por

Langcake & Pryce em 1976. Os autores verificaram que a produção deste composto pela

planta deve-se a um mecanismo de proteção contra o ataque de fungos (principalmente

Botritis cinerea) ou devido à exposição à luz ultravioleta. Posteriormente, Siemann &

Creasy (1992) detectaram a presença do trans-resveratrol no vinho, sugerindo que essa

substância seria o composto biologicamente ativo do vinho tinto. A partir de então

começaram os estudos científicos sobre os efeitos biológicos do trans-resveratrol.

O trans-resveratrol age sobre os sistemas biológicos, já foi determinado que este

anti-oxidanteo atua na inibição da peroxidação de lipídios (LDL, membranas), como

quelante de cobre, como antioxidante bloqueador das reações com radicais livres, no

aumento da síntese de eicosanóides, na inibição da agregação plaquetária, como potente

antiinflamatório, como vasorelaxante, na modulação do metabolismo lipídico, na inibição

da angiogênese, como anticancerígena, na inibição da atividade da ciclooxigenase (Ji ll,

2002). Também possui atividade estrogênica (Ji ll, 2002).

Zou et al. (2000), utilizando D. melanogaster como modelo biológico, verificaram

que os genes envolvidos com a reprodução (família Acp), o metabolismo (genes envolvidos

na glicólise), o turnover de proteínas, a cadeia respiratória (ciclo do ácido tricarboxílico nas

mitocôndrias) e com os processos de detoxificação diminuem a sua expressão com o

envelhecimento.

Em mamíferos, Lee et al. (1999), examinando eventos moleculares associados ao

envelhecimento, analisaram a resposta transcricional de 6347 genes do músculo

gastrocnêmio de camundongos. Estes autores verificaram que os efeitos do envelhecimento

estão associados a alterações nos níveis de expressão de mRNA, tendo como reflexo

mudanças marcantes na expressão gênica e na estabilidade do mRNA.

Hoje existem dezenas de mutações que sabidamente têm a capacidade de aumentar o

período de vida em numerosos modelos biológicos (Bitterman et al., 2003). Muitos dos

genes envolvidos com a longevidade têm ação sobre o metabolismo intermediário e a

superexpressão ou mutação desses genes leva ao aumento da expectativa de vida

(Bitterman et al., 2003). Dentre estes genes muitos estão diretamente envolvidos com a via

de sinalização do metabolismo da glicose (CDC25, CYR1, GPR1, GPA2, RAS1, RAS2,

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TPK1), com a biossíntese de NAD (NPT1, NMA1/2, PNC1, SIR2) e com a defesa

antioxidante (SOD1/ SOD2 – citosólica, superóxido desmutase mitocondrial, UTH1- gene

responsivo ao estresse oxidativo, mas ainda com função desconhecida) (Bitterman et al.,

2003).

Muitas mutações gênicas que levam ao aumento da expectativa de vida também

conferem resistência ao estresse oxidativo (Johnson et al., 2002). Estes dados fornecem

apoio para a teoria de que os radicais livres (ROS) levam ao envelhecimento, pois quando

acumulados ao longo da vida provocam danos oxidativos às macromoléculas (incluindo

ácidos nucléicos, proteínas, lipídios e carboidratos) que levariam ao processo de

envelhecimento e de morte (Harman, 1956; Beckman & Ames, 1998).

Beckman & Ames (1998) demonstraram que houve uma acentuada diminuição na

expressão e na atividade de proteínas regulatórias do metabolismo intermediário durante o

processo de envelhecimento. Genes associados com a bioenergética, com o turnover

mitocondrial (adenosina 5’-triphosphate sintase A cadeia e o NADP transidrogenase), com

a gênese mitocondrial, com a manutenção do DNA mitocondrial, têm sua expressão

diminuída em cerca de duas vezes com o envelhecimento (Beckman & Ames, 1998).

Os genes envolvidos na via glicolítica e na via gliconeogênica (frutose-bifosfato

aldolase e glicose-6-fosfato isomerase), no metabolismo do glicogênio, no shunt do

glicerofosfato, no metabolismo de lipídios (esqualeno-sintase e estearoi-coenzima A

desaturase) e no metabolismo de proteínas (EF-1-gama, 20S subunidade proteasoma, 26S

componente proteasome TBP1, ubiquitina-tiolesterase, Unp ubiquitina-protease específica)

também têm sua expressão diminuída com o envelhecimento (Beckman & Ames, 1998).

Tomalsky et al. (2001) verificaram em insetos holometabolos que o glicogênio

serve como reserva de glicose para a utilização em diferentes pontos do ciclo de vida. Nos

insetos, o glicogênio é mais abundante no corpo gorduroso, intestino e nos músculos das

asas, embora também esteja depositado em outros tecidos com exceção da hemolinfa, onde

os carboidratos estão representados pela trealose.

Estudo feito com populações de D. melanogaster longevas submetidas a baixas

temperaturas mostrou que estes animais possuem uma maior reserva de glicogênio o que

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está associada à produção de glicerol que auxilia a mosca a resistir às baixas temperaturas

(Foley & Luckinbill, 2001). Por tal motivo, além do possível papel do glicogênio na

atividade muscular relacionada ao vôo, à cópula e a ovoposição, a maior concentração

acumulada deste polissacarídeo poderia auxiliar as moscas na sobrevivência aos ambientes

hostis (Foley & Luckinbill, 2001).

Dutra et al. (2004) demonstrou os efeitos do trans-resveratrol sobre a modulação do

metabolismo intermediário, do ciclo de vida e na lipoperoxidação em machos e fêmeas de

D. melanogaster. Sobre o metabolismo de carboidratos o trans-resveratrol, administrado a

partir do 1o dia do ciclo de vida adulta, foi capaz de alterar o perfil metabólico em machos e

fêmeas. Fêmeas tratadas com 1 μM de trans-resveratrol diminuíram em 2,7 vezes os

estoques de glicogênio aos 21 dias de vida, bem como as reservas protéicas (três vezes

menor), contudo, aumentaram os níveis de lipídios totais e triacilgliceróis (Dutra et al.,

2004). Os autores sugerem que a quebra e/ou diminuição na síntese do glicogênio desvie

carbonos para as rotas metabólicas envolvidas na síntese de lipídios, pois o tratamento com

trans-resveratrol potencializou o armazenamento das reservas lipídicas, chegando a valores

200% mais elevados aos 21 dias de vida. O trans-resveratrol também alterou a fecundidade

das fêmeas, reduzindo o índice de fertilidade. Este dado sugere que a manutenção das

reservas de lipídios ocorre pelo menor gasto energético com a manutenção da reprodução,

já que os lipídios são a principal fonte de energia utilizada no período reprodutivo (Dutra et

al., 2004).

A lipoperoxidação é aproximadamente 100 vezes maior nos machos de D.

melanogaster do que nas fêmeas. Nas fêmeas, o trans-resveratrol administrado desde o

primeiro dia de vida adulta é capaz de reduzir a lipoperoxidação aos 7 e 21 dias do ciclo de

vida, chegando a valores semelhantes àqueles verificados no primeiro dia de vida adulta. Já

nos machos o trans-resveratrol é capaz reduzir o dano oxidativo aos 14 e 21 dias de vida

adulta, a um valor duas vezes mais baixo que o inicial (Dutra et al., 2004).

Em alguns insetos a glicogênio fosforilase tem sido isolada e purificada em

diferentes tecidos, tendo sido constatada duas formas inconversíveis: a forma fosforilada a,

cuja atividade é independente de 5’-AMP, e a forma desfosforilada b, que é ativa somente

na presença de níveis elevados de 5’-AMP (Steele, 1982; Meyer-Fernandes et al., 2000).

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Geralmente as fosforilases dos insetos e dos vertebrados apresentam propriedades similares

(Childress & Sacktor, 1970; Applebaum & Schlesinger, 1973; Dombradi et al., 1985;

Morishima & Sakurai, 1985; Vaandrager et al., 1986; Van Marrewijk et al., 1988; Ga¨de,

1991; Burkhardt & Wegener, 1994; Arrese et al., 1995). Em Manduca sexta, a fosforilase b

tem sido purificada do músculo da asa do adulto (Burkhardt & Wegener, 1994) e do corpo

gorduroso da larva (Arrese et al., 1995).

O presente trabalho tem como objetivo avaliar o efeito do Trans-resveratrol, na

concentração de 1μM, sobre os níveis de glicogênio, a atividade e a expressão gênica da

enzima glicogênio fosforilase no ciclo de vida adulta de Drosophila melanogaster.

MATERIAL E MÉTODOS

ANIMAIS E TRATAMENTOS

Foram utilizadas populações de Drosophila melanogaster, de linhagem Oregon-R,

mantidas em laboratório, em vidros de cultura, a uma temperatura de 25±1°C, com

umidade relativa de 70% e com luminosidade constante (24 horas de luz). Espécimes de D.

melanogaster foram cultivadas em meio de cultura padrão, o qual contém 10% farinha de

centeio, 5% açúcar mascavo, 1% de Nipagin (fungicida) e 1% de agar-agar, conforme

descrito por Oliveira & Cordeiro (1981).

Os animais foram colocados em vidros contendo meio de cultura padrão com água

(grupo Controle), ou com dimetilsufóxido (DMSO - Merck) na concentração de 0,03%, ou

com trans-resveratrol (Sigma) (1μM) diluído em DMSO (0,03%) para “ovoposição”

durante 24 horas (overnight). Após os indivíduos eram retirados e seus ovos mantidos até a

eclosão do adulto. Durante a fase adulta os animais continuaram a receber os seus

respectivos tratamentos, sendo transferidos duas vezes por semana para novos vidros de

cultura a fim de renovar o meio e o tratamento até sua morte. Cabe ressaltar que foram

realizadas 5 coortes para avaliação do metabolismo. Os animais foram coletados nas idades

de 0, ou seja, menos de um dia após a emersão em adulto, 7, 14 e 21 dias após a emersão do

imago (vida adulta), para as análises bioquímicas.

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41

Antes do início das dosagens bioquímicas, os animais foram crioanestesiados e

separados por sexo. Os animais foram utilizados sempre no mesmo horário e em seguida

congelados, ficando em freezer (-80oC) até serem analisados.

Um grande número de trabalhos na literatura tem descrito a atividade do DMSO

como promotor de penetração. Os estudos mostram que este solvente é eficaz tanto para

promover a penetração de permeante hidrofílicos como lipofílicos (Williams e Barry,

2004). O DMSO, como outros solventes orgânicos, tem atividade antioxidante que pode

tanto ser benéfica, quando utilizado em baixas concentrações, como causar danos que vão

da toxicidade até a morte quando utilizados em concentrações elevadas. Assim um grupo

controle com DMSO na concentração de 0,03% fez-se necessário. Cabe ressaltar que na

literatura consultada é o DMSO o solvente comumente utilizado para diluir o trans-

resveratrol. Foi utilizada a menor concentração (0,03%) de DMSO citada na literatura,

tendo sido encontrados trabalhos que utilizam até 10%.

DETERMINAÇÕES BIOQUÍMICAS

1. Glicogênio

O glicogênio foi extraído de uma amostra de 20 animais e determinado em

quintuplicata segundo o método de Van Handel (1965), sendo o glicogênio quantificado

como glicose (método da glicose oxidase), após hidrólise ácida (HCl) e neutralização

(Na2CO3) (Geary et al.,1981). A glicose foi quantificada utilizando-se o Kit de Glicose

Oxidase (Labest). Os resultados são expressos em mg/g de animais.

2. Proteína

A concentração de proteínas totais foi determinada em quintuplicata pelo método de

Lowry et al. (1951) utilizando-se a albumina bovina como padrão (Sigma). Os resultados

são expressos em mg/ml de homogeneizado.

3. Glicogênio Fosforilase

A atividade Glicogênio Fosforilase foi medida in vitro no sentido da síntese de

glicogênio na presença de altas concentrações de glicose-1-fosfato. O Pi quantificado foi

liberado da glicose-1-fosfato quando da sua ligação à molécula de glicogênio ou de UDPG.

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42

A atividade da enzima glicogênio fosforilase foi medida em amostra de 10 animais em

quintuplicata, pelo método de Scapin & Di Giuseppe (1993) modificado por Oliveira et al.

(2001). Para a determinação da atividade da enzima glicogênio fosforilase total (GFT), a

mistura para ensaio continha NaF 100mM, EDTA 5mM, citrato de sódio 20mM, AMP

2mM, tendo o meio final pH 6,5. Para medida da atividade da enzima glicogênio fosforilase

a (GFA) utilizou o meio descrito acima, porém adicionado de cafeína 0,5mM. Do

homogeneizado centrifugado (800g) retirou-se 50μl e incubou-se a 30°C por 30 minutos

com agitação constante em 100μl da mistura de reação para GFT ou GFA. A reação foi

iniciada pela adição de glicose-1-fosfato 50mM e interrompida pela adição de 200μl de

TCA 10% gelado. A atividade é expressa em nmoles de Pi liberado da glicose-1-fosfato

.mg-1proteína.min-1

4. Expressão Gênica

O RNA total foi extraído segundo método Chomczynski e Sacchi (1987), usando

para extração guanidina tiocianato fenol clorofórmio.

Foram feitas as avaliações dos níveis de mRNA da enzima Glicogênio Fosforilase

na forma total (GFT). Uma quantidade de 5μg de mRNA total, foram transcritos

reversamente com a utilização do kit para a síntese de cDNA SuperScriptTM First-Strand

Synthesis System for RT-PCR (Invitrogen, Life Technologies, Carlsbad, California, USA).

Na reação de PCR foi utilizado 1μl de cDNA para um volume final de 50 μl usando o kit

PCR supermix (Invitrogen, Life Technologies, Carlsbad, California, USA). Um par de

oligonucleotídeos específicos, desenhados a partir da seqüência do cDNA da glicogênio

fosforilase de Drosophila melanogaster (NM164453) (3’-

ACCTGCACTACACCCTGGTC-5’ / 5’-TGAGCTGGAGTCCTCATCCT-3’) produziu

um fragmento com um tamanho de 186 pb. Um par de oligonucleotídeos do 28S de

Drosophila melanogaster (AF191295) (3’-GCGAAAAGAAAACAGTTCAGC-5’/ 3’-

GAAGGACTTAAATCGTTAATTTCTCA-5’) produziu um fragmento com um tamanho

de 111pb o qual foi utilizado como o normalizador das analises.

O PCR foi feito em um termociclador (PTC-100, MJ Research, Inc.) que consistia

para a glicogênio fosforilase de 25 ciclos de desnaturação a 940C por 1min, anelamento a

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590C por 1min e extensão a 720C por 1min e para o 28S de 25 ciclos de desnaturação a

94ºC por 1min, anelamento a 550C por 1min e extensão a 72ºC por 1min.

Os produtos de PCR foram separados em gel de agarose 1,3 % contendo Brometo

de Etídio e quantificados por densitometria óptica através do equipamento ImageMaster®

VDS (Pharmacia Biotech).

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os resultados foram expressos como média ± erro padrão. Os resultados obtidos ao

longo da vida adulta foram avaliados por análise de variância de uma via com teste de

comparação de Bonferroni e a comparação entre os sexos e entre os diferentes tratamentos

por ANOVA de duas vias. Foi adotado o nível de significância de p < 0,05 e as análises

estatísticas foram realizadas com o programa Statistical Package for the Social Science

Versão 11.0 (SPSS) for Windows.

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44

A B

DMSO

0 5

10 15 20 25

0 7 14 18 21

Dias

mg.

g de

ani

mal

-1

Resveratrol

0 5

10 15 20 25

0 7 14 18 21

Dias

mg.

g de

ani

mal

-1

Figura 1: Efeito do trans-resveratrol (1μM) sobre a concentração de glicogênio (A)

e atividade da glicogênio fosforilase nas formas total (GFT) e na forma ativa (GFA) (B) em

fêmeas de D. melanogaster durante o ciclo de vida adulta. Os números representam a

percentagem da forma ativa em relação à forma total da enzima glicogênio fosforilase. Foi

realizado um grupo com DMSO 0,03%. * representa diferenças significativas em relação ao

grupo Controle e º representa diferenças significativas em relação o grupo DMSO, com um

p<0,05.

Controle

0

1

2

3

4

5

0 7 14 18 21

dias de vida

nmol

.mg-1

pro

t.min

-1

GFTGFA

Resveratrol

0

5

10

15

20

25

0 7 14 18 21 Dias

nmol

.mg-1

pro

t.min

-1

GFTGFA

Controle

0 5

10 15 20 25

0 7 14 18 21

Dias

mg.

g de

ani

mal

-1

DMSO

012345678

0 7 14 18 21 dias de vida

nmol

.mg-1

pro

t.min

-1

GFTGFA

13,8 17,4 35,9

96,2

26,3

20,9 31,6 42,5

12,2

64,1

10,0 11,3 46,4 9,3 36,6

*

*

*

*

*

* º

*

*

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45

A B

Controle

0 5

10 15 20 25

0 7 14 18 21

Dias

mg.

g de

ani

mal

-1

DMSO

0 5

10 15 20 25

0 7 14 18 21

Dias

mg.

g de

ani

mal

-1

Resveratrol

0 5

10 15 20 25

0 7 14 18 21

Dias

mg.

g de

ani

mal

-1

Figura 2: Efeito do trans-resveratrol (1μM) sobre a concentração de glicogênio (A)

e atividade da glicogênio fosforilase nas formas total (GFT) e na forma ativa (GFA) (B) em

machos de D. melanogaster durante o ciclo de vida adulta. Os números representam a

percentagem da forma ativa em relação à forma total da enzima glicogênio fosforilase. Foi

realizado um grupo controle com DMSO 0,03%. Cada amostra continha 10 moscas de cada

grupo. As barras verticais representam à média ± erro padrão. * representa diferenças

significativas em relação ao grupo Controle e º representa diferenças significativas em

relação o grupo DMSO, com um p<0,05.

Resveratrol

02

46

810

1214

0 7 14 18 21 Dias

nmol

.mg-1

pro

t.min

-1

GFTGFA

DMSO

0

1

2

3

4

5

0 7 14 18 21 Dias

nmol

.mg-1

pro

t.min

-1

GFTGFA

Controle

01

23

45

67

0 7 14 18 21 Dias

nmol

.mg-1

pro

t.min

-1

GFTGFA

10,8 14,7 0,0 11,8 6,96

15,1 13,8 7,1 23,1 24,9

12,9 16,1 17,3 14,1

33,3

*

* *

*

* *

º

º

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46

0 0,2 0,4 0,6 0,8

1 1,2 1,4

0 14 21

Dias

razã

o d

e G

FT/2

8S m

RN

A

(uni

dade

s ar

bitr

ária

s de

den

sito

met

ria)

Controle DMSO Resveratrol

0 0,2 0,4 0,6 0,8

1 1,2 1,4 1,6

0 14 21

Dias

razã

o d

e G

FT/2

8S m

RN

A

(uni

dade

s ar

bitr

ária

s de

den

sito

met

ria)

Controle DMSO Resveratrol

Figura 3: Expressão mRNA da enzima glicogênio fosforilase em fêmeas (A) e machos (B)

de D. melanogaster ao longo de seu período de vida adulta. Os animais foram tratados

desde a fase larval com água (Controle), DMSO 0,03% (DMSO) ou trans-resveratrol 1 μM

(Trans-resveratrol). O gen normalizador utilizado foi o 28S (C).

A

B

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47

RESULTADOS

Em fêmeas do grupo controle pode-se verificar que não houve variação significativa

ao longo do ciclo de vida adulta nos níveis de glicogênio (Fig. 1A)

As fêmeas tratadas com DMSO 0,03% e trans-resveratrol começam o ciclo de vida

adulta com níveis significativamente (P<0,05) mais elevados de glicogênio (10-11 mg-1.g-1

de animal ao zero dia) que as moscas controle. Entretanto, os valores de glicogênio

diminuem significativamente (P<0,05) aos 14 dias de vida nos grupos tratamentos com

DMSO 0,03% e com trans-resveratrol. Aos 18 dias constata-se uma elevação de cerca de 2

vezes na concentração de glicogênio dos dois grupos, contudo, os valores ainda são

significativamente (P<0,05) mais baixos que os iniciais. Entretanto, aos 21 dias no grupo

tratado com trans-resveratrol ocorre uma redução significativa (P<0,05) dos valores de

glicogênio. Nos animais tratados com DMSO 0,03% os valores de glicogênio aos 21 dias

são semelhantes àqueles verificados aos 14 dias de vida.

Nos animais controle observa-se que a atividade da GFT ao zero dia de vida pós-

imago, está em torno de 2 nmol.min-1.mg-1 de proteína. Estes valores aumentam cerca de 2

vezes (P<0,05) entre os 7 e 14 dias de vida, diminuindo significativamente (P<0,05) aos 18

dias de vida. Aos 21 dias de vida, a atividade da GFT aumenta (p<0,05) a valores

semelhantes àqueles constatados aos 7 dias de vida (Fig. 1B).

A atividade da GFA no início do ciclo de vida é de cerca de 0,3 nmol.min-1.mg-1 de

proteína; aos 7 dias de vida os valores aumentam cerca de duas vezes (P<0,05) e mantêm-

se estáveis até os 18 dias. Aos 21 dias de vida a atividade da GFA aumenta sete vezes

(P<0,05) em relação aos 18 dias de vida e 14 vezes (P<0,05) em relação ao 0 dia de vida

(Fig. 1B).

A atividade da GFT de animais tratados com DMSO 0,03% após a emersão do

imago é de cerca de 2,4 nmol.min-1.mg-1 de proteína. Aos 18 dias esta atividade aumenta

significativamente (P<0,05) para cerca de 4 nmol.min-1.mg-1 de proteína) até alcançar aos

21 dias do ciclo de vida valores 2 vezes (P<0,05) maiores que aqueles verificados ao 0 dia

de vida (Fig. 1B).

A atividade da GFA mantém-se estável entre os dias 0 e 7. Aos 14 dias a atividade

da GFA aumenta 2 vezes (P<0,05), retornando a valores semelhantes aos iniciais aos 18

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dias de vida. Contudo, aos 21 dias de vida atinge valores significativamente (P<0,05) mais

elevados que aqueles constatados nos períodos de vida anteriores (Fig.1B).

As fêmeas tratadas com trans-resveratrol no início do ciclo de vida apresentam

valores de atividade da glicogênio fosforilase total de cerca de 2,1 nmol.min-1.mg-1 de

proteína, mantendo-se estáveis até os 18 dias do ciclo de vida. Aos 21 dias de vida a

atividade da GFT em moscas tratadas com trans-resveratrol eleva-se 4 vezes (P<0,05).

Já a forma ativa da glicogênio fosforilase apresenta valores em torno de 0,2

nmol.min-1.mg-1 de proteína ao zero dia de vida, aumentando significativamente (P<0,05)

aos 14 dias de vida, retornando a valores semelhantes ao 0 dia de vida aos 18 dias (P<0,05).

Contudo, aos 21 a atividade volta a subir significativamente (P<0,05), atingindo valores 3

vezes mais elevados que aqueles constatados nos outros tempos de vida (Fig.1B).

Nos machos do grupo controle a concentração de glicogênio aumenta gradualmente

até os 18 dias de vida. Aos 18 dias de vida os valores de glicogênio atinge níveis 2 vezes

(P<0,05) maiores que aqueles verificados no dia 0 de vida, mantendo-se elevados até o

final do período experimental (21 dias) (Fig.2A).

Os animais tratados com DMSO 0,03% começam o ciclo de vida com níveis de

glicogênio significativamente (P<0,05) maiores que aqueles verificados em machos do

grupo controle aos 0 dia. Constata-se aos 14 e 21 dois momentos de redução em cerca de

50% (P<0,05) da concentração de glicogênio (Fig. 2A).

Os machos tratados com trans-resveratrol apresentam níveis de glicogênio

semelhantes ao do grupo controle ao 0 dia de vida. Aos 14 dias de vida a concentração de

glicogênio aumenta significativamente (P<0,05); diminuindo a valores significativamente

menores que os verificados entre 0-14 dias de vida aos 18 dias. Aos 21 dias constata-se um

aumento de cerca de 50% (P<0,05) nos níveis de glicogênio quando comparados aqueles

verificados aos 18 dias de vida (Fig. 2A).

Nos animais controle observa-se que a atividade da GFT diminuiu cerca de 50%

(P<0,05) aos 7 dias e aumentando a valores semelhantes aos iniciais aos 14 dias de vida.

Contudo, aos 21 dias de vida constata-se valores 50% maiores (P>0,05) na atividade da

GFT quando comparados àqueles obtidos ao 0 dia. Ao longo dos 21 dias de vida, a

atividade da GFA apresentou um perfil semelhante aquele verificado para a atividade da

GFT nos animais controle (Figura 2B).

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Nos animais tratados com DMSO 0,03% a atividade da GFT aumentou

significativamente (P<0,05) aos 7 dias, mantendo-se sem alterações significativas até o

final do período experimental. Nestas moscas a atividade da GFA apresenta 3 picos de

aumento significativo quando comparados ao 0 dia de vida: aos 7, 18 e 21 dias de vida (Fig.

2B).

Os machos tratados com trans-resveratrol a atividade da GFT e GFA mantêm-se

sem alterações significativas até os 18 dias de vida. Contudo, aos 21 dias de vida verifica-se

um aumento significativo (P<0,05) nas atividades da GFT e GFA (Fig. 1B).

Em fêmeas o trans-resveratrol não alterou significativamente a expressão do mRNA

da GFT quando comparada aos grupos controle e DMSO 0,03% ao longo do período

experimental (Fig. 3A).

Em machos verifica-se um aumento significativo (P<0,05) da expressão do mRNA

da GFT aos 14 dias de vida em todos os grupos experimentais. O trans-resveratrol não

alterou significativamente a expressão do mRNA da GFT no período experimental

estudado (Fig. 3B).

DISCUSSÃO

O presente trabalho demonstrou que o trans-resveratrol foi capaz de modular o

metabolismo de carboidratos em fêmeas e em machos de forma diferenciada; contudo, este

composto não foi capaz de alterar a expressão gênica da glicogênio fosforilase total.

Segundo Rauser et al. (2005) é possível que diferentes populações de uma mesma

linhagem de Drosophila melanogaster apresentem índice de fecundidade, mortalidade e

idades reprodutivas distintas, pois estas variáveis são influenciadas pelas condições de

cultivo adotadas. A população de D. melanogaster da linhagem Oregon-R utilizada para o

presente estudo tem seu pico reprodutivo aos 14 dias de vida, período no qual as fêmeas

utilizam os lipídios e as proteínas para a reprodução e o glicogênio para a manutenção das

funções básicas do organismo (Dutra, 2004). Os resultados do grupo controle mostraram

que em fêmeas e machos o controle da mobilização e síntese de glicogênio seria

determinado pela relação entre a glicogênio sintase e fosforilase nas suas formas ativas,

como o ocorre em outros invertebrados e vertebrados (Pereira et. al., 1995; Oliveira et al.,

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50

2001). Contudo, será necessário determinar a atividade da glicogênio sintase nas suas

formas ativa e total para confirmar estes resultados.

O trans-resveratrol nas concentrações de 1-11 - 10-4M foi capaz de diminuir a

atividade da cadeia respiratória em cérebro de ratos, reduzindo o consumo total de oxigênio

(Zini et al., 1999). Dutra (2004) sugerem que a inibição da cadeia respiratória por ação do

trans-resveratrol alteraria a relação ATP/ADP, favorecendo com isto, uma diminuição da

síntese e/ou aumento da degradação do glicogênio com o intuito de disponibilizar

esqueletos de carbono para a via glicolítica e estabilizar os níveis de ATP intracelular.

Dutra (2004) trabalhando com D. melanogaster propuseram que a glicose provinda

da quebra do glicogênio nos indivíduos tratados com trans-resveratrol seria utilizada para a

síntese de gorduras. Segundo Nascimento (2002), a mosca-da-fruta, Anastrepha

fraterculus, converte carboidratos em lipídios quando submetida às dietas com diferentes

concentrações de proteínas e carboidratos, ao longo do ciclo de vida adulta.

Neste trabalho, os animais tratados com DMSO 0,03%e com Trans-resveratrol 1μM

emergem como adultos com uma maior concentração de glicogênio que os animais

controle, o que pode beneficiar estes animais no seu ciclo de vida adulto, pois já foi descrito

por vários autores a importância deste polissacarídeo para os insetos. Um estudo feito com

populações de D. melanogaster selecionadas para tempo de vida aumentado e submetidas a

baixas temperaturas mostrou que as moscas mais longevas possuem uma maior reserva de

glicogênio que está associada à produção de glicerol que auxilia a mosca a resistir às baixas

temperaturas. Por tal motivo, além do possível papel do glicogênio na função muscular

relacionada com vôo, cópula e ovoposição, a maior quantidade acumulada de glicogênio

poderia auxiliar as moscas a sobreviver em ambientes hostis (Foley & Luckinbill, 2001).

Nesta dissertação foi verificado que o trans-resveratrol na concentração de 1μM foi

capaz de aumentar a longevidade de D. melanogaster em 127% e 50%, em fêmeas e

machos, respectivamente. Para animais longevos a diminuição das reservas de glicogênio

pode ser um fator determinante para a sobrevivência dessas moscas. Diversos autores

propõem que as mutações que diminuem a transdução do sinal de insulina/IGF-I em

Drosophila e C. elegans aumentariam a expressão de enzimas como superóxido dismutase,

a capacidade de resposta a diferentes tipos de estresse e aumentaria a longevidade

(Rissanen et al., 2003; Longo & Finch, 2003; Lamitina et al., 2005; Porte Jr et al., 2005).

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51

Estudos futuros, visando determinar as concentrações de glicogênio e a atividade da

glicogênio fosforilase em animais mais longevos serão de fundamental importância.

Dutra et al. (2006), estudando o desenvolvimento ontogenético de Anastrepha

fraterculus, sugerem que estes animais utilizam o glicerol obtido da hidrólise dos

triglicerídeos como substrato para a via gliconeogênica. Os autores sugerem também que o

glicogênio é a fonte principal da energia para a diferenciação do adulto e como reserva

metabólica para a reprodução. Webster et al. (1979) mostrou que fêmeas de Rhagoletis

pomonella, consomem mais carboidratos do que os machos nos primeiros dias de vida

adulta, provavelmente pelos movimentos mais intensos do corpo, da produção de ovos e

pela procura de hospedeiro. A ingestão dos carboidratos pelas fêmeas aumentou mais na

primeira semana da vida do adulto, diminuiu nas segundas e terceiras semanas, e

permaneceu então estável até o fim da experiência (45 dias). Canato & Zucoloto (1998)

trabalhando com C. capitata verificaram que os açúcares são os nutrientes mais importantes

para fêmeas adultas, pois substituem a fonte protéica na produção dos ovos, embora a

produção de ovos aumente quando os animais ingerem proteínas. Desta forma, os dados

acima expostos corroboram com a hipótese de que o glicogênio seria um substrato

energético utilizado para aumentar a longevidade e manutenção da espécie em moscas das

frutas.

Dutra (2004) verificaram que os machos dos grupos controle e DMSO 3%

apresentaram valores de glicogênio significativamente mais altos aos 14 e 21 dias do ciclo

de vida, quando comparados ao dia zero. Já nos animais tratados com trans-resveratrol este

polissacarídeo se manteve constante até os 14 dias do ciclo de vida, aumentando

significativamente ao final do período de estudo. Apesar de o trabalho de Dutra (2004) ter

sido realizado com D. melanogaster linhagem Oregon-R os resultados encontrados foram

distintos dos apresentados no presente estudo porque a autora administrou aos insetos o

trans-resveratrol apenas após a eclosão do imago, ou seja, os animais sofreram um

tratamento somente na vida adulta e com DMSO em uma concentração 100 vezes maior,

enquanto que os dados aqui apresentados são de animais tratados desde as fases primordiais

do desenvolvimento ontogenético.

Em nosso estudo, devido ao tratamento dos diferentes grupos (DMSO e trans-

resveratrol) ter sido iniciado desde a fase larval, parece ter ocorrido uma modulação do

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metabolismo de glicogênio desde as fases primordiais do desenvolvimento, ocorrendo uma

reprogramação genética em diversos genes, já que os cromossomos nesta fase estão muitos

mais expostos a este controle do que na idade adulta.

Quando observa-se a curva de expressão do mRNA da glicogênio fosforilase em

fêmeas e em machos verifica-se que o trans-resveratrol não alterou a expressão gênica desta

enzima. Contudo, em machos a expressão do mRNA da glicogênio fosforilase aumenta

significativamente em todos os grupos experimentais aos 14 dias de vida. Este aumento da

expressão gênica foi seguido pelo aumento da atividade da enzima na forma total em todos

os tratamentos experimentais.

Os dados encontrados sugerem que o tratamento com trans-resveratrol alterou a

atividade enzimática em fêmeas e machos, contudo, não teve efeito sobre a expressão

gênica da glicogênio fosforilase.

Recentes estudos têm levantado à hipótese que os efeitos de flavonóides e outras

fitoalexinas como o resveratrol, em baixas concentrações, não seriam por suas ações

antioxidantes, mas por seus metabólitos atuando como sinalizadores intracelulares

alterando a fosforilação de diversas enzimas relacionadas a diversos processos celulares

(Williams at al., 2004). Estudos com resveratrol demonstraram que a molécula inibiria a

atividade de proteínas kinase, através da ligação com sítios de ATP, o que produziria

mudança na estrutura tridimensional e conduziria a inatividade(Williams at al., 2004).

Outra hipótese possível se deve ao fato do trans-resveratrol diminuir as

concentrações de insulin-like circulantes e como a enzima glicogênio sintase é estimulada

por este hormônio, a diminuição deste estímulo conduziria a desfosforilação da AKT, e

com uma conseqüente ativação da GSK-3, o que aumenta a taxa de fosforilação da

glicogênio sintase, diminuindo sua atividade (Wiel, 1998; Carvalheira et al., 2002).

Ao final deste trabalho pode-se concluir que o trans-resveratrol afetou o

metabolismo de glicogênio de forma diferente em fêmeas e machos, assim como não pode-

se negar que o DMSO 0,03% também foi capaz de modular o metabolismo deste

polissacarídeo. O trans-resveratrol foi capaz de alterar o metabolismo de glicogênio sem

alterar, a expressão da enzima estudada (glicogênio fosforilase); o que talvez possa ser

explicado pelo fato dos animais terem sido tratados desde as fases iniciais do

desenvolvimento ocorrendo assim, uma reprogramação genética neste período. Outra

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53

hipótese é que a dose administrada aos animais seja capaz de modular a forma como os

machos e as fêmeas utilizam suas reservas, mas não foi capaz de modular a expressão dos

genes que regulam a glicogênio fosforilase.

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60

CONCLUSÃO GERAL

Muitos estudos têm demonstrado que a longevidade dos organismos é influenciada pela

taxa de dano oxidativo e que a dieta é um dos principais fatores que atua e regula estas

taxas. No presente estudo foi investigado o efeito do trans-resveratrol sobre o metabolismo

de glicogênio e sobre a longevidade de Drosophila melanogaster ao longo do ciclo de vida.

Os resultados mostraram:

- que o tratamento com trans-resveratrol 1μM aumentou

significativamente a longevidade máxima de fêmeas e de machos em

relação ao grupo controle, ao DMSO e as demais doses de trans-

resveratrol (10μM e 20μM);

- o fato da dose mais efetiva no aumento da longevidade ter sido a de 1μM

confirma o que já foi descrito por muitos autores de que as

concentrações mais efetivas de antioxidante são as mais baixas, muitas

vezes as doses mais elevadas funcionam como pró-oxidantes e não um

antioxidantes;

- que tanto o tratamento com DMSO como com trans-resveratrol

modularam o metabolismo de carboidratos em fêmeas e machos de

forma diferenciada;

- que o DMSO e o trans-resveratrol apesar de serem capazes de modular o

metabolismo de glicogênio, não foram capazes de alterar a expressão

gênica da enzima pesquisada.

Em síntese o tratamento com trans-resveratrol afetou de modo positivo tanto a

longevidade quanto o metabolismo do modelo experimental investigado em ambos os

sexos, contudo mais estudos são necessários para que se comprove quais são o mecanismo

de ação e os efeitos que esta fitoalexina causa no metabolismo.

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