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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO FRACIONAMENTO E MOBILIDADE DE METAIS PESADOS EM SOLO COM DESCARTE DE LODO INDUSTRIAL LARISA HO BECH GAIVIZZO (Mestre em Ciência do Solo, UFRGS) Tese apresentada como um dos requisitos à obtenção do Grau de Doutor em Ciência do Solo. Porto Alegre (RS), Brasil Setembro/2001

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULFACULDADE DE AGRONOMIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO

FRACIONAMENTO E MOBILIDADE DE METAIS PESADOS EM SOLO COM

DESCARTE DE LODO INDUSTRIAL

LARISA HO BECH GAIVIZZO(Mestre em Ciência do Solo, UFRGS)

Tese apresentada como um dos requisitos à obtençãodo Grau de Doutor em Ciência do Solo.

Porto Alegre (RS), BrasilSetembro/2001

ii

iii

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ao Departamento de Solos pela

oportunidade para a realização deste Curso

Ao Prof. Marino Tedesco pela orientação, apoio e exemplo de dedicação à pesquisa.

Ao Prof. Carlos Bissani pelas valiosas sugestões e apoio na orientação deste trabalho.

Ao Prof. Flávio Camargo pelo incentivo e amizade

Ao Laboratório de Solos pelos recursos físicos e financeiros concedidos,

Ao Daniel, Tonho e João pelo grande auxílio na execução do trabalho.

À Bebeca pela amizade e editoração final da tese.

À CAPES pela bolsa de estudos.

Aos colegas de pós-graduação e do LAS pela convivência no decorrer do curso, sugestões,

idéias, estímulo e amizade.

Ao Núcleo de Estatística da UFRGS pela realização das análises estatísticas

Aos meus pais, Jaime e Elena, aos meus irmãos, Soledad e Pablo, à minha avó Elena , e às

minhas tias, Ângela e Marita, pelo amor e incentivo em todas as etapas de minha vida

Em especial, ao meu amado filho, Gabriel, pelo seu precioso amor, e ao meu queridomarido, Sílvio, pelo carinho, apoio, incentivo e compreensão, a quem dedico estetrabalho...

...y una gota puede tener todos los secretos del martodo lo que pueda contar...

Jorge dRexler

iv

FRACIONAMENTO E MOBILIDADE DE METAIS PESADOS EM SOLO COMDESCARTE DE LODO INDUSTRIAL1/

AUTOR: Larisa Ho Bech GaivizzoORIENTADOR: Prof. Marino José Tedesco

SINOPSE

Após o encerramento das aplicações de lodo, a decomposição da matériaorgânica (MO) pode provocar grandes mudanças nas ligações dos metais e suas formasquímicas no solo. Modificações em sua solubilidade e disponibilidade podem aumentar osriscos de contaminação de águas superficiais e subterrâneas, afetar os ciclos naturais dosolo e a transferência para a cadeia alimentar. O presente trabalho visou estudar os efeitosda aplicação de lodo industrial (120, 240 e 624 t ha-1, base seca em várias aplicações nacamada superficial do solo) durante seis anos, sobre a mobilidade de Cu, Pb, Ni, Zn e Cdem Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico (disposto em camadas de 0-20, 20-40 e 40-60cm em colunas de PVC) e sua relação com as formas químicas dos metais no solo noveanos após a última aplicação. Os resultados mostraram que os teores de MO e a capacidadede troca de cátions (CTC) aumentaram com a adição do lodo. Os tratamentos com lodoapresentam pH baixo e nove anos após o encerramento das aplicações verifica-se a reduçãoda MO e do pH, e aumento da CTC. A mobilidade dos metais nesses tratamentos aumentouna seguinte ordem: Zn.Cd>Ni>Cu>Pb. O mecanismo responsável pela baixa mobilidadedo Cu e do Pb nas colunas de solo foi a formação de complexos de esfera interna com afase sólida do solo; a formação de complexos de esfera interna organo-solúveis favoreceua mobilidade do Cu adicionado ao lodo na forma de sal para as camadas subsuperficias dosolo; enquanto que a formação de complexos de esfera externa foi responsável pelamobilidade de Zn, Cd e Ni para essas camadas. O baixo pH dos tratamentos com lodo,especialmente na maior dose de lodo sem a aplicação de calcário, não afetou ocomportamento do Cu e do Pb, mas aumentou a solubilidade do Zn, do Cd e do Ni. Nascondições do experimento, o Zn, Cd e Ni mostraram potencial de contaminar mananciaise afetar os ciclos naturais do solo.

1/ Tese de Doutorado em Ciência do Solo. Faculdade de Agronomia, Universidade Federaldo Rio Grande do Sul, Porto Alegre (123p.)

v

FRACTIONING AND MOBILITY OF THE HEAVY METALS IN SOIL WITH

INDUSTRIAL SLUDGE APPLICATION 1/

AUTHOR: Larisa Ho Bech GaivizzoADVISER: Prof. Marino José Tedesco

ABSTRACT

Soil’s organic matter decomposition after stopping residues’ application canaffect the chemical status of the added metals; solubility and availability can increase withtime, with water contamination risks and the food chain transfer. In order to study the soilsCu, Pb, Ni, Zn and Cd behavior after the addition of a petrochemical sludge (at 120, 140and 624 t ha-1 rates, dry basis) at different intervals during six years and no application fornine years, the metals migration on the profile and their fractionation were studied on aAlbaquic Hapludalf soil columns. The results showed an increase in soil organic matter andcation exchange capacity and a decrease in soil’s pH with sludge addition. Soil organicmatter however decreased in the period of no sludge application (from 1991 to 1999).Metal’s mobility in the soil profile increased in the order: Zn.Cd>Ni>Cu>Pb. Cu and Pbinner sphere complexes formation with soil particles prevented their movement in theprofile, while organo-copper soluble complexes carried this metal in the profile when it wasadded as a soluble salt to the sludge. Outer sphere complexes were responsible for the Zn,Ni and Cd migration on the soil profile, mainly when these metals were added as solublesalts to the sludge. In the higher sludge application rate withont lime treatment, soluble andexchangeable Zn, Cd and Ni forms increased as the soil pH decreased. The organic matterchemical oxidation increased Cu and Zn on soluble forms in the soil.

1/ Doctorate Thesis in Soil Science. Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do RioGrande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil (123p.) September, 2001.

vi

SUMÁRIO

Página

1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2.1. Origem e disposição final do lodo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2.1.1. Reciclagem no solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2.2. Metais pesados no solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 2.2.1. Mobilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 2.2.2. Fracionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 2.2.3. Reações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3. MATERIAL E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 3.1. Caracterização do experimento conduzido de 1985 a 1991 . . . . . . . . . . . 23 3.1.1. Delineamento experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3.2. Coleta, caracterização e preparo do solo em 1999 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3.3. Determinação dos metais pesados no solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3.3.1. Preparo do solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 3.3.2. Teor “total” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 3.3.3. Teor “disponível” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 3.3.4. Determinação dos metais pesados por espectrofotometria de absorção atômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 3.3.4.1. Atomização em chama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 3.3.4.2. Atomização eletrotérmica em forno de grafite . . . . . . . . . 33 3.4. Extração seqüencial dos metais pesados no solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 3.5. Oxidação da matéria orgânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 3.6. Análise estatística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 4.1. Variação dos teores de matéria orgânica (MO), da capacidade de troca de cátions (CTC) e do pH no solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 4.2. Mobilidade dos metais pesados nas colunas de solo . . . . . . . . . . . . . . . . 45 4.2.1. Teor de Cu total e disponível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 4.2.3. Teor de Pb total e disponível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 4.2.4. Teor de Ni total e disponível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

vii

Página

4.2.5. Teor de Zn total e disponível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 4.2.6. Teor de Cd total e disponível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 4.2.7. Considerações gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 4.3. Fracionamento dos metais pesados no solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 4.3.1. Distribuição do Cu nas frações extraídas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 4.3.2. Distribuição do Pb nas frações extraídas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 4.3.3. Distribuição do Ni nas frações extraídas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 4.3.4. Distribuição do Zn nas frações extraídas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 4.3.5. Distribuição do Cd nas frações extraídas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 4.3.6. Considerações gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 4.4. Oxidação da matéria orgânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 4.4.1. Redistribuição do Cu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 4.4.2. Redistribuição do Zn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 5. CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

7. APÊNDICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96

viii

RELAÇÃO DE TABELAS

Página

1. Concentrações normais e tóxicas de metais pesados às plantas, animais e humanos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2. Principais efeitos de metais pesados sobre a saúde humana. . . . . . . . . . . . . . . 10

3. Caracterização física-química inicial das camadas de solo (0 - 20; 20 - 40 e 40 - 60 cm) do experimento.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

4. Caracterização química média do lodo do SITEL (Pólo Petroquímico do Sul, Triunfo, RS) utilizado no período de 1985 a 1990. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 5. Quantidades totais de Cu, Zn, Cd, Pb e Ni na forma de lodo e sal aplicadas nos tratamentos no período de 1985 a 1991. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

6. Equações de regressão entre os teores de Cu, Pb, Ni, Zn e Cd totais determi- nados pela digestão nítrico-perclórica (Y) e os teores obtidos pela soma das frações (X). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

ix

RELAÇÃO DE FIGURAS

Página

1. Teor de matéria orgânica (MO) na camada superficial (0-20 cm) do solo em 1991 (encerramento das aplicações do lodo industrial) e 1999. Médias segui- das por letras distintas, em 1999, diferem significativamente entre si pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

2. Densidade (d) da camada superficial (0-20 cm) do solo em 1991 (encer- ramento das aplicações do lodo industrial) e 1999. Médias seguidas por letras distintas, em 1999, diferem significativamente entre si pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

3. Capacidade de troca catiônica (CTC) na camada superficial (0-20 cm) do solo em 1991 (encerramento das aplicações do lodo industrial) e 1999. Valo- res seguidos por letras distintas, em 1999, diferem significativamente entre si pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

4. Valor de pH na camada superficial (0-20 cm) do solo em 1991 (encerramen- to das aplicações do lodo industrial) e 1999. Valores seguidos por letras distintas, em 1999, diferem significativamente entre si pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

5. Teor de Cu total nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamente entre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

6. Teor de Cu disponível nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativa- mente entre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. . . . . . . . . . . . . . 48

7. Teor de Pb total nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamente entre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

x

Página

8. Teor de Pb disponível nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamente entre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

9. Teor de Ni total nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamente entre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

10. Teor de Ni disponível nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativa- mente entre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. . . . . . . . . . . . . 55

11. Teor de Zn total nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamente entre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

12. Teor de Zn disponível nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativa- mente entre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. . . . . . . . . . . . . 59

13. Teor de Cd total nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamente entre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

14. Teor de Cd disponível nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativa- mente entre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. . . . . . . . . . . . . 62

15. Distribuição do Cu nas frações extraídas em 1999, com H2O (solúvel), Mg(NO3)2 (trocável), DTPA (orgânica), NaOH (orgânica) e HNO3-HClO4 (residual), da camada superficial (0-20 cm) do solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

16. Distribuição do Pb nas frações extraídas em 1999, com H2O (solúvel), Mg(NO3)2 (trocável), DTPA (orgânica), NaOH (orgânica) e HNO3-HClO4 (residual), da camada superficial (0-20 cm) do solo.. . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

17. Distribuição do Ni nas frações extraídas em 1999, com H2O (solúvel), Mg(NO3)2 (trocável), DTPA (orgânica), NaOH (orgânica) e HNO3-HClO4 (residual), da camada superficial (0-20 cm) do solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

18. Distribuição do Zn nas frações extraídas em 1999, com H2O (solúvel), Mg(NO3)2 (trocável), DTPA (orgânica), NaOH (orgânica) e HNO3-HClO4 (residual), da camada superficial (0-20 cm) do solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

xi

Página

19. Distribuição do Cd nas frações extraídas em 1999, com H2O (solúvel), Mg(NO3)2 (trocável), DTPA (orgânica), NaOH (orgânica) e HNO3-HClO4 (residual), da camada superficial (0-20 cm) do solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

20. Teor de matéria orgânica (MO) na camada superficial (0-20 cm) do solo com a adição de 0, 10 e 180 mL de peróxido de hidrogênio (H2O2), em 1999. 78

21. Oxidação da matéria orgânica (MO) e redistribuição do Cu nas frações extraídas da camada superficial (0-20 cm) do solo, em 1999. . . . . . . . . . . . . 80

22. Oxidação da matéria orgânica (MO) e redistribuição do Zn nas frações extraídas da camada superficial (0-20 cm) do solo, em 1999. . . . . . . . . . . . . 82

1. INTRODUÇÃO

A indústria petroquímica é o setor industrial que fabrica derivados do petróleo –

nafta ou gás natural. O Pólo Petroquímico do Sul, localizado no município de Triunfo (RS)

é formado por indústrias de primeira geração que produzem a matéria-prima (eteno,

propeno, butadieno, benzeno, tolueno, xileno) para as indústrias de segunda geração, cujos

produtos (polietilenos, polipropileno, monocloreto de vinila, etilbenzeno, poliestereno e

borracha sintética) são muito utilizados pelas indústrias farmacêutica, automobilística, e

outras.

A importância da indústria petroquímica para o desenvolvimento do Estado e do

País é indiscutível. Contudo, também é responsável pela produção de resíduos com grande

carga poluente, cuja descarga direta no ambiente pode apresentar risco efetivo ou potencial

à saúde humana ou gerar impactos aos meios físico, biótico e sócio-econômico.

No Pólo Petroquímico, os efluentes industriais e domésticos são tratados na

Estação de Tratamento do Sistema Integrado de Tratamento dos Efluentes Líquidos

(SITEL) em três etapas. O lodo é um subproduto da etapa secundária (tratamento

biológico) e se caracteriza por concentrar os metais pesados removidos do efluente

orgânico.

A aplicação do lodo no solo vem sendo utilizada de forma crescente a nível

mundial e na atualidade se constitui na alternativa ambiental e econômica mais viável. O

meio físico, químico e biológico propicia as condições necessárias para a biodegradação

2

do lodo e retenção dos metais pesados e outros poluentes. Além disso, o lodo pode

disponibilizar nutrientes, como o nitrogênio e o fósforo, para as plantas e os

microrganismos, e melhorar atributos físicos do solo pela adição de matéria orgânica.

Outro aspecto de grande importância é a incorporação de um passivo ambiental

no ciclo produtivo e, considerando-se que as indústrias normalmente se localizam em áreas

urbanas e que o lodo apresenta elevada concentração de metais pesados, verifica-se que sua

aplicação em solos agrícolas minimiza seu potencial poluente.

A preocupação com o descarte de lodo industrial e urbano no solo refere-se

principalmente ao acúmulo de metais pesados no solo após repetidas aplicações,

principalmente porque grande parte dos estudos são de curta duração e poucas são as

informações disponíveis sobre as modificações das formas químicas dos metais ao longo

do tempo.

Após o fim das aplicações de lodo, a decomposição da matéria orgânica pode

resultar em grandes mudanças na ligação dos metais e suas formas químicas no solo.

Modificações associadas à sua solubilidade e disponibilidade podem aumentar riscos de

contaminar águas superficiais e subterrâneas, afetar os ciclos naturais do solo e de

transferência para a cadeia alimentar, seja através das plantas, dos animais, da água ou até

pela ingestão de solo, prejudicando a saúde humana. Por isso, é muito importante

estabelecer o que pode ocorrer com as formas químicas dos metais ao longo do tempo.

Em vista disso, o presente trabalho visou a estudar os efeitos da aplicação de lodo

industrial (120, 240 e 624 t ha-1, base seca, em várias aplicações), em experimento de longa

duração, sobre a mobilidade de metais pesados (Cd, Zn, Cu, Pb e Ni) no solo (Argissolo

Vermelho-Amarelo). Para isso, estabeleceu-se a hipótese de que, após 14 anos (1985-1999)

da instalação e 9 anos da última aplicação de lodo (1990) na camada superficial do solo,

3

ocorre aumento da mobilidade dos metais nas colunas de solo, devido à decomposição da

MO e à passagem de parte dos metais para formas mais solúveis.

Os objetivos do trabalho foram:

1) Avaliar os teores totais e disponíveis dos metais pesados (Zn, Cu, Cd, Pb e

Ni), matéria orgânica, capacidade de troca de cátions (CTC) e pH no solo após

9 anos da última aplicação de lodo;

2) Estudar a mobilidade dos metais pesados nas camadas de solo;

3) Adaptar metodologia de extração fracionada dos metais no solo;

4) Avaliar a distribuição dos metais nas formas solúvel (H2O deioniz.), trocável

(MgNO3), orgânica (DTPA e NaOH) e residual (HNO3 – HClO4) no solo;

5) Relacionar as formas químicas com a mobilidade dos metais nas colunas de

solo;

6) Estudar o feito da oxidação da matéria orgânica sobre as formas de Zn e Cu.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Origem e disposição final do lodo

O tratamento dos efluentes industriais e domésticos utiliza processos físicos,

químicos e biológicos em Estações de Tratamento com o objetivo de eliminar ou minimizar

sua carga poluente. Nas Estações Convencionais normalmente existem duas ou três etapas

de tratamento. Na etapa preliminar, os materiais grosseiros e flutuantes são retirados do

efluente através de gradeamento. Na primeira etapa são eliminados os materiais em

suspensão pela adição de sulfato de alumínio. Na segunda, a matéria orgânica dissolvida

é degradada pela atividade microbiana.

No Pólo Petroquímico do Sul (Triunfo, RS) os efluentes industriais e domésticos

são enviados para um Sistema Integrado de Tratamento dos Efluentes Líquidos (SITEL).

Destaca-se, que nas indústrias petroquímicas que integram o Pólo, os efluentes orgânicos

e inorgânicos são coletados separadamente e que o efluente inorgânico recebe um pré-

tratamento na própria indústria geradora.

Na Estação de Tratamento do SITEL, o efluente orgânico é tratado em três etapas.

A etapa primária ocorre conforme citado anteriormente. Na etapa secundária, as colônias

de microrganismos entram em contato com o efluente em tanques sob condições de intensa

mistura e oxigenação. Após, o líquido passa por decantadores onde é clarificado por ação

da gravidade. O material decantado (flocos de matéria orgânica degradada e

microrganismos) é chamado de lodo ativado ou biológico. Uma parte do lodo retorna às

5

bacias de aeração para ser reutilizado nos processos de decomposição da matéria orgânica

enquanto que o excesso é eliminado do sistema. O lodo de excesso é transportado até a

Fazenda de Lodo, onde é injetado no solo na forma semi-líquida a uma profundidade entre

5 e 8 cm.

Os sólidos remanescentes em suspensão da etapa secundária são removidos na

terceira etapa. O efluente tratado junta-se ao efluente inorgânico, sendo conduzidos para

as lagoas de estabilização em série. O líquido proveniente das lagoas é aplicado no solo por

aspersão em áreas de reflorestamento.

Estima-se que as Estações Convencionais de Tratamento removam

aproximadamente 70 % dos metais pesados nos efluentes industriais e urbanos (Lake et al.,

1984). Segundo McGrath et al. (1994), a maior parte dos metais pesados está associada à

fase sólida e os processos de tratamento nas Estações são projetados para remover mais de

90 % dos sólidos dos efluentes. Conseqüentemente, o lodo gerado apresenta elevados teores

de metais pesados e normalmente é classificado como resíduo sólido perigoso ou de

Classe I (NBR 10004).

Por isso, existe na atualidade grande preocupação por parte dos órgãos públicos

e das instituições de pesquisa quanto ao manuseio, acondicionamento, coleta, transporte e

disposição desse material. A incineração e a disposição no solo são as formas mais

utilizadas à nível mundial para a disposição final do lodo.

A incineração consiste na queima dos resíduos em alta temperatura (geralmente

acima de 9000C), onde os compostos orgânicos são reduzidos a seus constituintes minerais.

Apresenta como vantagens a grande redução do volume a ser descartado e a detoxificação

do resíduo. Contudo, os custos de implantação e operação são muito elevados, há a

liberação de gases tóxicos e a geração de rejeito sólido (as cinzas), que também apresenta

problemas para a sua disposição (Mielniczuk, 1991).

6

A disposição no solo tem diferentes enfoques. Num, ocorre o confinamento do

resíduo em áreas controladas, como aterros industriais e sanitários. De acordo com Reichert

(1998), a filosofia dominante nos projetos e na implementação de aterros industriais é a

adoção de barreiras naturalmente disponíveis (hidrogeologia favorável), somadas àquelas

criadas pelo homem (construção de camadas impermeabilizantes, sistemas de coleta e

tratamento de lixiviados).

Conforme Witty & Flach (1977), nos aterros o solo atua como um “container” dos

resíduos. Segundo estes autores, a concentração de resíduos em pequenas áreas apresenta

grande potencial para causar danos ambientais, como o aparecimento de fissuras na

estrutura do aterro devido à oxidação da matéria orgânica e à liberação de lixiviados com

concentrações elevadas de metais pesados.

2.1.1. Reciclagem no solo

No outro enfoque, o ambiente físico, químico e biológico do solo fornece

condições para a biodegradação do lodo e para a retenção dos metais pesados e outros

compostos com potencial poluente. Ou seja, o solo atua como um filtro biológico,

reciclando o lodo e não apenas como um depósito de poluentes (Frighetto, 1999).

De acordo com Oberle & Keeney (1994), a adição de lodo ao solo influencia os

processos físicos, químicos e biológicos do solo. As modificações físicas referem-se aos

efeitos positivos do aumento do teor de matéria orgânica do solo e, conseqüentemente,

melhoria da capacidade de retenção de água, agregação do solo e aumento da infiltração,

reduzindo problemas de erosão e escorrimento superficial. Por essa razão, o lodo vem

sendo bastante utilizado na recuperação de áreas degradadas, como por exemplo, em áreas

com descarte de rejeitos carboníferos, auxiliando os trabalhos de revegetação (Chaney,

1990).

7

As modificações biológicas normalmente referem-se à adição de microrganismos

patogênicos, principalmente através do lodo de esgoto doméstico. Contudo, Cassol (1987)

destaca que esses organismos têm pouca chance de sobreviver no ambiente do solo, devido

principalmente à competição com os organismos do solo.

Os aspectos químicos referem-se, em parte, à presença de teores relativamente

elevados de N e P, que são disponibilizados para as plantas e os microrganismos durante

a decomposição do lodo. Segundo Trépanier et al. (1998), o nitrogênio orgânico no lodo

apresenta menor potencial poluente de águas do que o nitrogênio mineral em fertilizantes,

devido à lenta mineralização do N orgânico no lodo.

Nas últimas décadas, a intensa degradação dos solos agrícolas é devida entre

outros fatores, à perda gradativa dos teores de carbono e nutrientes, exigindo o aporte cada

vez maior de insumos minerais, que tornam a agricultura insustentável do ponto de vista

econômico, social e ambiental. Uma das possibilidades para reverter esse processo de

degradação é a aplicação de resíduos orgânicos, como o lodo, reincorporando esses

materiais no ciclo produtivo. Esta prática possibilita ainda amenizar o passivo ambiental

gerado pelas atividades industriais, que normalmente representam um grande risco para a

qualidade de vida da população, uma vez que essas atividades se desenvolvem em áreas

urbanas.

Dados apresentados por McGrath et al. (1994) mostram que na Comunidade

Comum Européia e nos Estados Unidos são produzidos anualmente aproximadamente 6,0

x 106 toneladas de lodo (base seca), dos quais 39% e 33%, respectivamente, são aplicados

em solos agrícolas. Segundo os autores, a tendência é de se aumentarem as quantidades

aplicadas nos solos, em detrimento da incineração e disposição em aterros sanitários e

industriais.

8

Apesar das vantagens da reciclagem do lodo pelo solo, sua utilização deve

fundamentar-se em amplo conhecimento científico, pois a presença de compostos com

potencial poluente (substâncias orgânicas e metais pesados) pode causar a redução da

qualidade do solo. E este, além de funcionar como um ligante dos poluentes, atua como um

tampão natural, controlando o transporte de elementos e substâncias para a atmosfera,

hidrosfera e biota (Oberle & Keeney, 1994; Kabata-Pendias & Pendias, 1994).

2.2. Metais pesados no solo

Os metais pesados podem ser definidos como elementos com densidade atômica

maior do que 5 g cm-3 e ocorrem no ambiente (crosta terrestre, solo, água, plantas, animais)

em concentrações relativamente baixas (<0,1 %) e por isso são chamados de elementos-

traços (Pais & Jones, 1997). Alguns são essenciais para as plantas (Cu, Mo, Zn, e

possivelmente, Ni), para a bactéria Rhizobium (Co) e para os animais (As, Co, Cr, Mo, Cu,

Se, Zn) (King, 1996). Os metais pesados identificados como essenciais para as plantas e/ou

animais, e mesmo aqueles não essenciais (Cd, Pb, Hg), podem ser tóxicos em elevadas

concentrações. As concentrações consideradas tóxicas para as plantas, os animais e o

homem são dadas na Tabela 1.

Pesquisadores como McBride et al. (1997) e King (1996) preferem utilizar o termo

“metais tóxicos” ou “com potencial tóxico” e alegam que se desenvolveu uma conotação

negativa para o termo “metais pesados”, que estaria sempre associada à idéia de

contaminação e poluição. Contudo, utiliza-se o termo contaminação por metais pesados

quando ocorre o aumento de suas concentrações em relação às concentrações naturais,

enquanto que utiliza-se o termo poluição, quando esses aumentos de concentração

prejudicam o ambiente (Alloway, 1995).

9

TABELA 1. Concentrações normais e tóxicas de metais pesados às plantas, animais ehumanos.

Metal Concentração nas plantas Animais domésticosa

Humanosb

Normal Fitotóxica Porco Frango

------------------------- mg kg-1 peso seco ------------------ --- mg dia-1---

Cd 0,1-1 5-700 0,5 0,5 30

Hg - - - 2 50

Cr 0,1-1 20 3000 3000 5

Pb 2-5 - 30 30 1

Ni 0,1-5 50-100 100 300 20

Zn 15-150 500-1500 1000 1000 600

Cu 3-20 25 - 40 250 300 200Fonte: Pais & Jones (1997).a Níveis máximos tolerados na dieta diáriabInício da toxicidade

O impacto dos metais pesados, conforme Hayes & Traina (1998), pode ser

interpretado sob diferentes formas; do ponto de vista antropogênico, a principal

preocupação refere-se aos efeitos direto e indireto sobre a saúde humana. Os efeitos diretos

da exposição (ingestão, inalação, absorção) a alguns metais pesados são resumidos na

Tabela 2. Indiretamente, a contaminação pelos metais pesados pode afetar irreversivelmente

a qualidade do solo, da água, do ar e dos alimentos, colocando em risco a sobrevivência

humana.

O contra-senso é que, apesar dos riscos, as próprias atividades humanas são

responsáveis pelo grande aumento da circulação de metais pesados nos diferentes

ecossistemas da terra. Estima-se que as adições anuais (103 t) na biosfera são de 120 de As,

30 (22) de Cd, 150 de Cu, 11 (8,3) de Hg, 470 (325) de Ni, 1160 (796) de Pb, 72 de Sb, 79

de Se, 71 de V e 2340 (1372) de Zn (os valores entre parênteses indicam as quantidades que

atingem o solo) (Nriagu & Pacyna, 1988, citado por Alloway, 1995).

10

TABELA 2. Principais efeitos de metais pesados sobre a saúde humana.

Metal Efeito

Cádmio Provoca desordem gastrointestinal grave, bronquite, efizema, anemiae cálculo renal

Chumbo Provoca cansaço, transtornos abdominais, irritabilidade e anemia

Cromo Em baixas doses causa irritação das mucosas gastrointestinais, úlcerae inflamação da peleEm altas doses causa doenças no fígado e rins, podendo levar à morte

Mercúrio Causa transtornos neurológicos e renais, tem efeitos tóxicos nasglândulas sexuais, altera o metabolismo do colesterol e provocamutações

Fonte: Povinelli et al. (1999).

Sem a interferência humana, as concentrações naturais dos metais pesados no solo

são muito variáveis e dependem do seu conteúdo no material de origem e do grau de

intemperismo do solo (King, 1996). O acúmulo dos metais pesados no solo deve-se a

utilização de resíduos urbanos e industriais, água de irrigação, deposição atmosférica e pelo

uso contínuo de fertilizantes, corretivos e agrotóxicos (Amaral Sobrinho, 1999).

A presença de metais pesados no lodo é o principal fator limitante para sua

utilização na agricultura. Por exemplo, o lodo proveniente da Estação de Tratamento de

Barueri, na cidade de São Paulo, apresenta teores (mg kg-1) de: 9-38 de Cd; 334-1005 de

Cr; 485-1706 de Cu; 239-600 de Ni; 101-350 de Pb; 595-2506 de Zn e 0-6,8 de Hg

(Campos, 1999). Estas concentrações são maiores do que as que ocorrem naturalmente na

maioria dos solos da região.

Dependendo da solubilidade dos metais pesados no lodo, da quantidade aplicada

e das propriedades do solo, poderá ocorrer a movimentação dos metais até mananciais

subterrâneos (lixiviação pelo perfil do solo) e superficiais (erosão e escorrimento

superficial), e também a absorção pelas plantas e microrganismos, gerando riscos efetivos

11

ou potenciais à saúde humana, ao meio físico, biótico e sócio-econômico (Amaral Sobrinho

et al., 1998).

2.2.1. Mobilidade

Um dos maiores problemas da utilização continuada do lodo no solo é o acúmulo

de metais pesados com potencial tóxico, como Zn, Cu, Cd, Pb, Ni, Cr e Hg. Estes metais

podem persistir por longos períodos na camada superficial do sodo (Macnicol & Beckett,

1984; Schmidt, 1997).

De acordo com Sims et al. (1997), para limitar a transferência de parte dos metais

pesados para a cadeia alimentar é necessário controlar as quantidades máximas que podem

ser aplicadas ao solo e manter o pH em níveis relativamente elevados (6 a 6,5). No

Apêndice 1 são dados os valores máximos de alguns metais pesados permitidos em solos

agrícolas em várias regiões do mundo.

As possíveis modificações na disponibilidade dos metais pesados após o

encerramento das aplicações de lodo tem sido pouco estudadas. Segundo Macnicol &

Beckett (1985) e McGrath & Cegarra (1992), a decomposição de uma parte da matéria

orgânica (MO) fresca e da MO previamente adicionada pode provocar grandes mudanças

na ligação dos metais e nas suas formas químicas no solo. Por isso, é indispensável o

conhecimento da dinâmica e das formas químicas dos metais, principalmente aqueles

presentes na biomassa reciclável (Amaral Sobrinho, 1998). Contudo, a maioria dos estudos

são de curta duração e as informações disponíveis normalmente referem-se ao efeito de

poucos anos de aplicação de lodo.

A matéria orgânica derivada do lodo contribui significativamente para a adsorção

dos metais pesados e a lenta decomposição dessa matéria orgânica pode liberar os metais

em formas mais solúveis (Pombo, 1992; McBride, 1995; King, 1996). Uma outra linha de

12

pensamento sustenta que uma parte da matéria orgânica adicionada pelo lodo é resistente

à degradação e mesmo que ocorra sua lenta mineralização, os metais pesados são mantidos

em formas de baixa disponibilidade pelos componentes inorgânicos do lodo (Terry et al.,

1979; Overcash & Pal, 1981; Chang et al., 1997).

Terry et al. (1979), em estudo de incubação de amostras de solo com taxas

crescentes de lodo e determinação da evolução do 14CO2, concluíram que o tempo de

reciclagem do C orgânico do lodo é da ordem de centenas de anos e que ocorre seu

acúmulo no solo quando são adicionadas elevadas taxas de lodo por um período

relativamente longo.

A adição de doses crescentes de lodo (0 a 225 t ha-1) na camada de solo (Mollic

Palexeralf) de 0 a 20 cm por oito anos, em experimento de campo conduzido na Califórnia

(USA), aumentou significativamente os teores de Cd, Zn, Ni, Co, Fe e Mn (Williams et al.,

1987); no entanto não ocorreu movimento significativo dos metais para a camada

subsuperficial do solo, mesmo com o encerramento da adição do lodo.

Trabalhos conduzidos por Chang et al. (1982; 1984) e Bell et al. (1991) também

concluíram que o movimento descendente de metais pesados em solo com descarte de lodo

(e outros resíduos tóxicos) é praticamente inexistente ou muito lento, devido à retenção dos

metais pela matéria orgânica do lodo e à sua grande estabilidade no sistema solo.

McBride et al. (1997) alertam que muitos trabalhos não evidenciaram o

movimento dos metais basicamente por três razões: I) os experimentos são de curta

duração; II) não fazem o balanço de massa dos metais adicionados, na maioria das vezes

por falta de informações (ex.:Williams et al., 1987; Bell et al., 1991) ou III) concluem que

não houve movimento dos metais porque não ocorreu um aumento de concentração nas

camadas subsuperficiais (ex.: Chang et al. 1982; 1984). Segundo este autor, a saída dos

metais pode ocorrer pela lixiviação de complexos organo-solúveis não-adsortivos através

13

de caminhos altamente condutivos, como rachaduras estruturais no solo, canais de raízes

e de minhocas.

Revisão bibliográfica feita por McLean & Bledsoe (1992) relata que o transporte

dos metais pesados no solo pode ser facilitado pela associação dos mesmos com partículas

coloidais móveis, pela formação de complexos orgânicos e inorgânicos não-adsortivos à

fase sólida do solo, pela competição com outros constituintes (orgânicos e inorgânicos) dos

resíduos pelos sítios de adsorção e pela redução da disponibilidade de sítios superficiais

devido à presença da complexa matriz do resíduo.

A adição por 50 anos de efluentes urbanos e industriais em solo (Vertissolo) de

textura siltosa (pH 6,9, com 23 g kg-1 de C orgânico), numa região árida do Chile (Zanjon

de la Aguada), foi estudada por Schirado et al. (1986). Os resultados das determinações de

Cd, Co, Cr, Cu, Ni e Zn totais indicam que estes migraram da camada arável (onde

inicialmente estariam acumulados), apresentando uma distribuição uniforme no perfil do

solo ou lixiviaram a profundidades maiores do que 150 cm.

Dowdy et al. (1984) também constataram o movimento de Cd e Zn da zona de

incorporação do lodo para uma profundidade de 80 a 100 cm, após 14 anos de aplicações

(765 t ha-1, base seca) em solo siltoso (Aeric Ochraqualf) em Joliet (IL, USA) .

Por outro lado, McGrath & Cegarra (1992) avaliaram um solo arenoso (Typic

Udipsamment) na Estação Experimental de Rothamsted (Reino Unido) e concluíram que,

após 30 anos da instalação do experimento e 10 anos da última aplicação de lodo, a

distribuição do Pb, Cu, Ni, Zn e Cd no solo pouco se modificou ao longo do tempo, mesmo

com a decomposição de grande parte da matéria orgânica adicionada, demonstrando que

a disponibilidade para as plantas e microrganismos e o potencial de contaminar mananciais

permaneceram baixos e inalterados ao longo do tempo.

14

Percebe-se que existem na bibliografia observações contraditórias em relação à

dinâmica dos metais pesado no solo a longo prazo. Contudo, existe consenso que o

conhecimento da distribuição dos metais nas formas químicas do solo é de relevância para

a compreensão dos processos que ocorrem no solo (Sposito, 1989, Hayes & Traina, 1998).

2.2.2. Fracionamento

A determinação do teor total dos metais pesados é importante para avaliar o grau

(vertical e horizontal) de contaminação do solo e monitorar as perdas (lixiviação para o

lençol freático, escorrimento superficial, erosão) ao longo do tempo (McLean & Bledsoe,

1992). No entanto, o impacto da contaminação deve ser avaliado tanto pela quantidade

como pelas formas químicas dos metais pesados no solo, pois estas apresentam diferentes

potenciais de mobilização (Amaral Sobrinho et al., 1999).

Segundo Shuman (1991), os metais pesados podem ocorrer em um ou em vários

“pools” do solo: dissolvidos na solução do solo; ocupando sítios de troca dos constituintes

orgânicos e inorgânicos do solo; adsorvidos especificamente pelos constituintes inorgânicos

do solo; complexados pela matéria orgânica; precipitados como sólidos puros ou misturas;

presentes na estrutura dos minerais secundários e primários.

A perturbação natural ou antropogênica do solo redistribui os metais entre as

formas químicas do solo (Shuman, 1991). A redistribuição depende da forma e da natureza

do metal e das propriedades químicas, mineralógicas, físicas e biológicas do solo (McBride,

1994).

Para a determinação das formas químicas no solo foram desenvolvidos métodos

de fracionamento, que utilizam extratores químicos simples ou em seqüência e fornecem

informações a respeito das frações químicas (proporção do metal que é solubilizado por um

reagente específico) (Gomes, 1996).

15

As extrações seqüenciais normalmente utilizam extratores com agressividade

crescente (Chang et al., 1984); permitem determinar a presença dos metais nas formas

químicas mais lábeis (solúveis, trocáveis e associadas a carbonatos) ou mais estáveis e

menos móveis (ligadas a óxidos, matéria orgânica e na estrutura de silicatos) (Ramos et al.,

1994).

Revisão de literatura feita por Kabata-Pendias & Pendias (1994) indica que grande

parte dos trabalhos de fracionamento extrai os metais das seguintes frações: 1) solúvel em

água; 2) trocável; 3) organicamente ligados; 4) oclusos ou adsorvidos a óxidos de Fe e Mn;

5) compostos definidos (carbonatos, sulfetos e fosfatos) e, 6) estruturalmente ligados em

silicatos.

Um dos métodos mais adotados é o proposto por Tessier et al. (1979), que divide

os metais nas seguintes frações: solúvel e trocável (extraídos com MgCl2 a pH 7,0);

carbonato (extraído com NaOAc/HOAc. a pH 5,0); óxidos de Fe e Mn (extraídos com

NH2OH.HCl em 25% de ácido acético a pH 2,0); orgânica (extraída com H2O2/HNO3 a

pH 2,0) e residual (extraída com NH4HOac e HF/HClO4). Em solos tropicais, este

procedimento foi utilizado por Gomes (1996), Matos et al. (1996) e Ribeiro et al. (2001).

Outra metodologia muito utilizada (Chang et al., 1984; Sims & Kline, 1991;

Pierzynski & Schwab, 1993) é o fracionamento proposto por Stover et al. (1976) e adaptado

por Sposito et al. (1982). Pombo (1992) utilizou-o em 10 solos do Rio Grande do Sul, com

adição de lodo de curtume e industrial (enriquecido com metais) para identificar as formas

químicas de Ni, Cr, Pb e Cd nas frações: trocável (KNO3 0,5 mol L-1 ); orgânica (NaOH 0,5

mol L-1); carbonato (Na2EDTA 0,05 mol L-1) e residual (HNO3 4 mol L-1).

Um dos problemas associados à utilização das extrações seqüenciais é a

inexistência de uma metodologia padrão, o que dificulta a comparação dos resultados.

16

(Corey et al., 1987). Várias proposições têm sido apresentadas para unificar as extrações

seqüenciais (McLaren & Crawford, 1973; Förstener, 1984; Amacher, 1996).

Segundo Alloway (1995), a Comunidade Européia está implementando em 35

laboratórios um esquema de fracionamento que divide os metais em três formas: solúvel

e trocável (extraídos com ácido acético 0,11 mol L-1); reduzível e ligados a óxidos de Fe

e Mn (extraídos com NH2OH.HCl 0,1 mol L-1 a pH 2) e orgânica + sulfetos (extraída com

H2O2 8,8 mol L-1 + acetato de amônio 1 mol L-1 a pH 2). Este procedimento apresenta uma

redução do número de etapas do fracionamento, menor tempo de análise, menores perdas

de material entre as etapas e menor custo das análises, já que os metais normalmente

ocorrem em baixas concentrações, exigindo a utilização de espectrofotometria de absorção

atômica em forno de grafite para a determinação nas soluções.

De acordo com Shuman (1991) e Reed & Martens (1996), outras limitações dos

esquemas de extrações seqüenciais são a readsorção dos metais por outros componentes do

solo durante as extrações e, principalmente, a falta de seletividade dos extratores, pois no

solo, os metais pesados não ocorrem como entidades isoladas, mas sim como misturas

complexas que interagem dinamicamente por processos químicos, físicos e biológicos

(Logan, 1998). Por isso, alguns pesquisadores, como Sposito et al. (1982) recomendam

definir operacionalmente as frações.

Os métodos computacionais, apesar de terem sido bastante utilizados em trabalhos

de pesquisa, apresentam como limitantes a falta de informações sobre: as constantes de

estabilidade dos metais e os ligantes orgânicos, a concentração total dos metais e ligantes

em solução, entre outros (Lake et al. 1984; Dudley et al., 1987), o que vem desestimulando

sua utilização.

As análises de extração seqüencial são trabalhosas e demoradas, mas permitem

fazer inferências sobre a forma, o fluxo, a mobilidade e o transporte dos metais (Sposito et

17

al., 1982). E podem auxiliar a seleção de métodos de extração simples dos metais, como

na determinação dos teores solúveis e disponíveis (Bell et al., 1991; Pierzynski & Schwab,

1993; Gomes, 1996).

Conforme McBride et al. (1997) e Sauvé et al. (2000), a medição da solubilidade

e da atividade dos metais pesados extraídos com água ou sais neutros diluídos deveriam ser

incluídas nos programas que regulamentam suas adições aos solos, devido a maior

tendência de serem transportados no solo e absorvidos pelas plantas (Cunha et al., 1996).

Förstener (1984) indica que a escolha adequada de um método de extração

seqüencial deve fundamentar-se na habilidade dos diferentes extratores químicos de liberar

os íons metálicos retidos de diferentes modos ou associados com frações específicas do

solo. Para isso, é importante compreender as reações dos metais pesados no solo.

2.2.3. Reações

Os fatores que controlam o acúmulo e o transporte dos metais pesados em solos

com descarte de lodo incluem: a concentração e a solubilidade no lodo, a quantidade

aplicada, o clima (precipitação pluviométrica e temperatura), as condições de manejo do

solo (irrigação, drenagem, adição de corretivos e fertlizantes) e a interação com a fase

sólida (orgânica e inorgânica) do solo (Sommers et al. 1987; Amaral Sobrinho et al., 1998).

Segundo Keeney & Wildung (1977), as interações com o solo compreendem reações de

adsorção, dessorção, precipitação, dissolução, complexação e oxirredução.

O transporte dos metais em solução pode ocorrer por difusão ou fluxo de massa.

A difusão normalmente transporta os metais a curtas distâncias, sendo importante na

absorção pelas plantas; o fluxo de massa, provavelmente, é o principal mecanismo

responsável pelo transporte a maiores distâncias dentro do solo (Cunha et al., 1996).

18

O processo de adsorção é considerado o mais importante para o controle da

mobilidade dos metais pesados no solo, sendo definido como a retirada dos mesmos da fase

líquida para a fase sólida, controlando a concentração dos metais livres e complexados em

solução (Alloway, 1995). Como grande parte dos metais pesados ocorre na forma catiônica,

sua adsorção depende da densidade de cargas negativas no solo. As cargas negativas no

solo podem ter origem: I) nos processos de substituição isomórfica na formação de argilo-

minerais (cargas permenentes); II) na dissociação de grupos funcionais da matéria orgânica

(- COOH, -OH fenólico e alcoólico e -NH2), dos óxidos (Fe]-OH e Al]-OH) e, III) nas

bordas dos argilo-minerais (Si]-OH e Al]-OH) (cargas variáveis) (Keeney & Wildung,

1977; Peixoto, 1997).

Sposito (1989) propõe que os processos de adsorção sejam considerados como

reações de complexação entre íons na solução e grupos funcionais de superfície (Teoria de

Complexação de Superfície), produzindo um plano bidimensional na interface sólido-

líquido, compreendendo: I) complexos de esfera interna (não há molécula de água entre os

grupos funcionais de superfície e o íon); II) complexos de esfera externa (há molécula de

água entre os grupos funcionais de superfície e o íon) e III) agrupamento de íons difusos

(não há contato direto do íon solvatado com os grupos funcionais de superfície).

Os complexos de esfera externa são constituídos por interações eletrostáticas

coulômbicas fracas em comparação com as ligações iônica ou covalente nos complexos de

esfera interna. Os complexos de esfera externa geralmente são regulados por equilíbrios

estequiométricos, rápidos, reversíveis e com alguma seletividade. Quanto maior a valência

do elemento, maior a atração pelos sítios de troca e, dentro de uma mesma série de

valência, quanto maior a esfera de solvatação menor é a atração (Bohn et al., 1979). A

adsorção por esse mecanismo é afetada pela força iônica da solução do solo (Sparks, 1995).

19

Estima-se que a matéria orgânica contribua com cerca de 80 % da capacidade de

troca catiônica do solo (200 a 300 cmolc kg-1), enquanto que a contribuição dos óxidos e da

caulinita é baixa (2 a 4 e 0 a 1 cmolc kg-1, respectivamente) (McBride, 1994). A reatividade

da matéria orgânica é ocasionada pelo seu alto conteúdo de grupos funcionais contendo

oxigênio (-COOH), sendo a dissociação do H fortemente dependente do pH (Stevenson,

1994).

O ponto de carga zero (PCZ) da matéria orgânica, que é definido como o pH em

que a partícula coloidal tem carga líquida igual a zero, é baixo (aproximadamente 3), e por

isso é negativamente carregada em valores de pH maiores do que 3. À medida que a acidez

diminui, aumenta o número de cargas negativas. Os grupos funcionais ácidos (carboxílicos

e fenólicos) se dissociam em grande parte entre valores de pH de 5 a 7 e constituem 85 a

90 % da carga negativa da matéria orgânica (Stevenson, 1994).

Os óxidos de Fe possuem um elevado PCZ (7 a 9), o que mostra que nos valores

de pH que geralmente ocorrem no solo estão carregados positivamente e, por isso,

contribuem pouco para a CTC do solo. Contudo, juntamente com os óxidos de Al e Mn,

parecem ser os constituintes mais importantes do solo para as reações de adsorção

específica (complexos de esfera interna).Os óxidos de Mn apresentam um baixo PCZ (1,5

a 4,6) e elevada área superficial, e adsorvem fortemente os metais em pH ácido (Alloway,

1995).

A complexação de esfera interna é usualmente um processo mais lento e

freqüentemente não reversível e a adsorção por esse mecanismo é pouco afetada pela força

iônica da solução do solo. Por essa razão, muitos pesquisadores consideram que este tipo

de reação é fundamental na retenção dos metais ao longo do tempo, especialmente para

formação de complexos orgânicos estáveis (Stevenson, 1994). Sparks (1995) relata que os

20

complexos de esfera interna e externa normalmente ocorrem simultaneamente, dificultando

a separação dos processos.

Os metais pesados que tendem a ser mais móveis e biodisponíveis são aqueles que

formam complexos de esfera externa com a fase sólida do solo ou complexos não-

adsortivos com ligantes em solução. Os metais que formam complexos de esfera interna

geralmente apresentam baixa mobilidade no solo (Haynes & Traina, 1998).

Segundo Abd-Elfattah & Wada (1981), o Cu, o Pb, o Zn, o Cd e o Co podem ser

classificados em três grupos, de acordo com suas afinidades de adsorção: Cd e Co; Zn; Cu

e Pb; a afinidade intrínseca pelos sítios de troca do solo aumenta na ordem: Cd e Co < Zn

< Cu << Pb; essa seqüência não se correlaciona com o raio iônico: Co e Cu (0,72 A) < Zn

(0,74 A) < Cd (0,97 A) < Pb (1,20 A), nem com suas eletronegatividades: Pb e Zn (1,6)

< Cd (1,7) < Co (1,8) < Cu (2,0). No entanto, os autores indicam que existe um paralelo

entre a adsorção e a hidrólise e precipitação dos metais como hidróxido (Sparks, 1995;

Abd-Elfattah & Wada, 1981).

Segundo Abd-Alfattah & Wada (1981) e Alloway (1995), as reações de adsorção

específica aumentam com a diminuição do pK (constante de hidrólise): Cd (pK=10,1) < Ni

(pK= 9,9) < Zn (pK=9) < Pb (pK=8,4) < Cu (pK=8,0) < Cr (pK=4,0) < Hg (pK=3,7) e o

aumento do pKso (constante de precipitação): Cd (13,6-14,6) < Co (14,2-15,7) < Zn (15,7-

17,4) < Pb (15,1-20,0) < Cu (19,7-19,9).

Como a estabilidade dos complexos de coordenação dos metais pesados com os

ligantes OH e COOH desprotonados é maior do que os complexos trocáveis dos metais

hidratados, a formação de complexos de coordenação parece ser o principal mecanismo

pela adsorção seletiva dos metais pesados (Abd-Elfattah & Wada, 1981).

Conforme McBride (1994), Sparks (1995) e Matos et al. (1996) , com base no

potencial iônico (razão entre a unidade de valência e o raio iônico), o Cd, o Ni e o Zn

21

podem ser classificados em termos gerais, como elementos com alguma mobilidade no solo

pois tendem a ser trocáveis, enquanto que o Cu e o Pb são menos móveis, sendo fortemente

adsorvidos pela fase sólida do solo. E, solos com elevados teores de matéria orgânica,

óxidos e argilo-minerais possuem maior capacidade de retenção dos metais pesados

(McBride, 1994).

A afinidade de adsorção é fortemente pH-dependente, aumentando com o aumento

do pH (Gerritse et al., 1982). Estima-se que em condições ácidas, predomina a formação

de complexos de esfera externa, enquanto que sob condições neutras a alcalinas

predominam a formação de precipitados e complexos de esfera interna (Elliot et al. 1986).

McBride & Blasiak (1979), trabalhando com solo ácido, concluíram que em

valores de pH menores que 5,5 predominaram as reações de troca iônica para Cu e Zn, e

de adsorção específica na faixa de 5,5 a 7,5. O aumento do pH favorece a adsorção das

espécies hidrolisadas, pela menor competição com íons Al+3 e H+ pelos sítios de troca e pelo

aumento da CTC do solo (Gomes, 1996).

Mas, as afinidades de adsorção explicam apenas parcialmente a mobilidade dos

metais pesados no solo. Hayes & Traina (1998) indicam a possibilidade de que a

mobilidade dos metais pesados seja maior do que a prevista pelas afinidades de adsorção,

principalmente quando ocorrem elevadas concentrações de compostos orgânicos solúveis.

Cunha et al. (1996), trabalhando com ensaios de eluição de duas fontes de Zn

(ZnCl2 e Zn-EDTA) em colunas de vidro preenchidas com um Latossolo Vermelho-

Amarelo (textura argilosa) e um Podzólico Vermelho-Amarelo (textura média), verificaram

que não houve a eluição do metal quando aplicado na forma de cloreto. Entretanto, quando

aplicado na forma de EDTA, recuperaram 11 % do Zn aplicado no Latossolo e 32 % no

Podzólico.

Em solos com descarte de lodo, vários pesquisadores, como Gerritse et al. (1992)

22

têm demonstrado que as concentrações de ligantes orgânicos solúveis continuam

relativamente altas por longos períodos após o fim das aplicações de lodo; e podem ser

responsáveis pelo movimento dos metais pesados no perfil do solo.

O fracionamento de Ni, Cu, Zn e Cd em solos de regiões áridas (USA) feito por

Sposito et al. (1982) mostrou que a extração dos metais nas frações EDTA (carbonato) e,

principalmente na NaOH (orgânica) aumentou com a taxa aplicada de lodo (22,5 a

90 t ha-1). Segundo os autores, esse tipo de alteração pode ter conseqüências marcantes na

solubilidade dos metais, devido as reações com os ácidos fúlvicos da matéria orgânica.

Li & Shuman (1996) estudaram na Geórgia (USA) o movimento de Zn, Cd e Pb

em solo de textura arenosa, contaminado pela aplicação de cinzas industriais; pela análise

do teor total, concluíram que apenas o Zn se deslocou para as camadas subsuperficiais,

atingindo o lençol subterrâneo. As extrações seqüenciais indicaram que o mecanismo de

retenção do Pb e do Cd foi a complexação pela matéria orgânica na camada superficial,

enquanto que o movimento do Zn deve-se às ligações eletrostáticas no solo.

De acordo com Stevenson (1994), os constituintes orgânicos formam tanto

complexos solúveis como insolúveis com os metais. Compostos de baixo peso molecular

(ácidos orgânicos, ácidos fúlvicos) atuam como transportadores dos metais para a solução

do solo, enquanto que compostos de alto peso molecular (ácidos húmicos) atuam como

ligantes dos metais.

Considerando que a mobilização dos metais pesados é um problema potencial em

solos com descarte de resíduos urbanos e industriais, percebe-se a importância de

estabelecer as relações entre o movimento dos metais e suas formas químicas no solo para

regulamentar as aplicações no solo.

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Caracterização do experimento conduzido de 1985 a 1991

O experimento foi instalado em 1985 e conduzido a céu aberto em área cercada

do Departamento de Solos, Faculdade de Agronomia, UFRGS. Foram utilizados vasos de

produção-lixiviação (colunas de PVC) com 30 cm de diâmetro e 65 cm de altura, contendo

três camadas de solo (0-20, 20-40 e 40-60 cm) separadas por tela plástica e dispostas na

ordem encontrada no campo.

As colunas de PVC eram fechadas na extremidade inferior com um disco de

madeira colado e impermeabilizado com resina epóxi, tendo um tubo de mangueira de

silicone a 0,5 cm do fundo. Uma camada de 5 cm de espessura de brita, isolada por tela

plástica, foi colocada na extremidade inferior para facilitar a drenagem da água de

lixiviação.

O solo foi coletado em área próxima à Fazenda de Lodo do Sistema Integrado de

Tratamento dos Efluentes Líquidos (SITEL) do Pólo Petroquímico do Sul (Triunfo, RS)

sendo um Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico, argila de atividade baixa, A moderado

abrúptico, textura argilosa (PVAe) pelo Sistema Brasileiro de Classificação e como

Albaquic Hapludalf segundo o Sistema Americano (Soil Taxonomy) (Tedesco et al.,

1986). A caracterização inicial do solo é apresentada na Tabela 3.

24

TABELA 3. Caracterização física-química inicial das camadas de solo (0 - 20; 20 - 40 e40 - 60 cm) do experimento.

Característica1/Profundidade (cm)

0 - 20 20 - 40 40 - 60

pH em água 5,4 5,0 4,8

Índice SMP 6,4 6,3 6,2

P disponível (mg L-1) 4 3 3

K disponível (mg L-1) 45 29 20

C orgânico (g kg-1) 9 4 4

N total (g kg-1) 0,70 0,40 0,33

Relação C/N 13 10 12

Na solúvel (mg L-1) 6 6 3

Al trocável (cmolc L-1) 0,3 1,2 1,4

Ca trocável (cmolc L-1) 4,2 1,9 1,2

Mg trocável (cmolc L-1) 1,2 0,7 0,5

Mn trocável (cmolc L-1) 31 12 6

S extraível (mg L-1) 10,5 12,5 15,6

Cl solúvel (mg L-1) 41 30 30

Cu extraível (mg L-1) 0,6 0,8 0,6

Zn extraível (mg L-1) 9,0 5,1 4,8

Fe extraível (g L-1) 1,5 1,3 1,2

B extraível (mg L-1) 0,5 0,3 0,4

Pb extraível (mg L-1) 0,62 0,92 1,09

Cd extraível (µg L-1) 5,17 1,98 1,19

Hg extraível (µg L-1) 8 6 7

Cr extraível (µg L-1) 34,9 14,7 18,8

CE (µS cm-1) 138 49 34

Teor de areia grossa (g kg-1) 360 300 270

Teor de areia fina (g kg-1) 470 520 550

Teor de silte (g kg-1) 10 20 10

Teor de argila (g kg-1) 160 160 1701/ Métodos de extração e determinação descritos por Tedesco et al. (1995).Fonte: Tedesco et al. (1986)

25

O lodo, gerado no sistema de tratamento secundário do SITEL, também chamado

de lodo de excesso, biológico ou ativado, foi aplicado em fendas de 5 cm na camada

superficial do solo (0 - 20 cm) nas quantidades totais de 0, 120, 240 e 624 t ha-1 de lodo

(base seca), em várias aplicações anuais, no período de 1985 a 1990. Também, foram

adicionados Cu, Zn, Cd, Ni e Pb na forma de sais (CdCl2.H2O, ZnO, CuSO4.5H2O, PbCl2,

Ni-Ac.4H2O), calcário (para atingir pH 6,5) e adubos minerais, de acordo com

recomendações da SBCS/NRS (1995). Os tratamentos utilizados foram:

T1) sem lodo (T)

T2) sem lodo + calcário + NPK (AM)

T3) 120 t ha-1 de lodo + metais na forma de sais + calcário + NPK (120 lodo + M1)

T4) 120 t ha-1 de lodo + calcário + NPK (120 lodo)

T5) 240 t ha-1 de lodo + calcário + NPK (240 lodo)

T6) 240 t ha-1 de lodo + metais (2 x T3) + calcário + NPK (240 lodo + M2)

T7) 240 t ha-1 de lodo + metais (4 x T3) + calcário + NPK (240 lodo + M4)

T8) 624 t ha-1 de lodo + calcário + NPK (624 lodo)

T9) 624 t ha-1 de lodo + NPK (624 lodo - Ca)

Para atingir as quantidades de 120 e 240 t ha-1 de lodo fracionaram-se as adições

em 5 aplicações de 4 e 8 t ha-1 em cada ano, de 1985 a 1990, respectivamente. Para atingir

a quantidade de 624 t ha-1 de lodo, foram feitas a cada ano, 3 aplicações de 24 t ha-1 em

1985 e 1986, e 5 aplicações anuais de 1987 a 1990. A caracterização do lodo é dada na

Tabela 4.

No tratamento 3, os metais na forma de sais foram aplicados nas quantidades totais

(kg ha-1) de: Cd=0,572; Zn=96,24; Cu= 49,96; Pb= 58,8; Ni=9,58. Estas quantidades, foram

fracionadas em 5 aplicações a cada ano (adicionadas juntamente com o lodo), no período

26

TABELA 4. Caracterização química média do lodo do SITEL (Pólo Petroquímico do Sul, Triunfo, RS) utilizado no período de 1985 a 1990.

Característica1/ Valor2/

pH 7,1

Sólidos totais (%) 5

C orgânico (g kg-1) 486

N total (g kg-1) 22,5

Relação C/N 21,6

P (g kg-1) 10,2

K (g kg-1) 2,7

Ca (g kg-1) 4,9

Mg (g kg-1) 1,2

S (g kg-1) 5,6

Na (g kg-1) 7,1

Fe (g kg-1) 18,9

Mn (mg kg-1) 488

B (mg kg-1) 27

Cu (mg kg-1) 50

Zn (mg kg-1) 708

Cd (mg kg-1) 3,3

Pb (mg kg-1) 51

Ni (mg kg-1) 67

Cr (mg kg-1) 158

Hg (mg kg-1) 3,81/ Métodos de extração e determinação descritos por Tedesco et al. (1995). Resultados em base seca, à

exceção do pH.2/ Valores médios de 30 amostras (5 amostras/ano)Fonte: Tedesco et al.(1993).

27

de 1986 a 1990; as quantidades dos metais adicionadas na forma de sais, somadas à adição

dos elementos pelo lodo foram calculados para atingir as quantidades anuais máximas

permitidas pela legislação da Comunidade Econômica Européia (CEC, 1986) para solos.

Nos tratamentos 5 e 6, foram aplicados o dobro e o quádruplo destas quantidades,

respectivamente. As quantidades totais de Cu, Zn, Cd, Pb e Ni aplicadas nos tratamentos

pelo lodo e na forma de sais durante o período experimental são apresentadas na Tabela 5.

Em 1985, o calcário foi preparado pela mistura de carbonatos de cálcio e magnésio

em proporção molar de 3:1, sendo adicionado nos tratamentos com calagem

(homogeneização manual na camada superficial) na quantidade de 1,5 t ha-1. Em 1987 e

1989, o calcário foi preparado na proporção de 2:1 e adicionado nas quantidades de 2,5 e

5,9 t ha-1, respectivamente. O tratamento 7, em 1987 e 1989, recebeu o dobro da dose de

calcário.

Os cultivos de inverno e verão, as adubações com nitrogênio, fósforo, potássio,

enxofre e micronutrientes ao tratamento com adubação mineral (cobre, zinco, manganês,

molibdênio, boro), as lixiviações das colunas no período de 1985 a 1991, bem como outros

detalhes referentes à instalação e condução do experimento foram descritos por Tedesco

et al. (1986; 1989;1991) e Ligo (1988). Parte da caracterização química do solo no período

de 1985 a 1990 é apresentada nos Apêndices 4, 5, 6, 7, 13, 14, 15, 16 e 17. Para efeito de

comparação, os dados de 1991 são apresentados conjuntamente com os obtidos em 1999

(Apêndices 2, 3, 8, 9, 10, 11 e 12).

Em 1995, Missio et al. (1996) e Zancanaro et al. (1996) estudaram a absorção e

distribuição de Cd e Zn pelo rabanate (Raphanus sativus L.) nos tratamentos 1 a 9. Nos

períodos de 1992 a 1995, e de 1995 a 1999, os vasos permaneceram na área cercada do

Departamento de Solos, a céu aberto e sob drenagem livre, com o crescimento de vegetação

natural.

28

TABELA 5. Quantidades totais de Cu, Zn, Cd, Pb e Ni na forma de lodo e sal aplicadas nos tratamentos no período de 1985 a 1991.

TratamentosCu Zn Cd Pb Ni

Lodo Sal Total Lodo Sal Total Lodo Sal Total Lodo Sal Total Lodo Sal Total

--------------------------------------------------------------- kg ha-1 -------------------------------------------------------------

3) 120 Lodo + M1 22 156 178 390 96 486 2,2 0,6 2,8 33 59 92 40 10 50

4) 120 Lodo 22 - 22 390 - 390 2,2 - 2,2 33 - 33 40 - 40

5) 240 Lodo 44 - 44 781 - 781 4,4 - 4,4 66 - 66 74 - 74

6) 240 Lodo + M2 44 312 356 781 192 973 4,4 1,1 5,5 66 118 184 74 19 93

7) 240 Lodo + M4 44 623 667 781 385 1166 4,4 2,3 6,7 66 235 301 74 38 112

8) 624 Lodo 115 - 115 2030 - 2030 11,5 - 11,5 171 - 171 192 - 192

9) 624 Lodo - Ca 115 - 115 2030 - 2030 11,5 - 11,5 171 - 171 192 - 192

Fonte: Tedesco et al. (1989; 1991).

29

3.1.1. Delineamento experimental

O delineamento experimental adotado foi o de blocos completos casualizados com

nove tratamentos e quatro repetições.

3.2. Coleta, caracterização e preparo do solo em 1999

As colunas foram desmontadas em 1999, para amostragem de aproximadamente

250 g de solo das camadas de 0-20, 20-40 e 40-60 cm. A altura e o peso da camada

superficial foram medidos para a determinação da densidade “in situ”.

As amostras foram condicionadas em recipientes plásticos e levadas para o

Laboratório de Solos do Departamento de Solos (FA,UFRGS). Aproximadamente 50 g de

cada amostra foram utilizados pelo Laboratório de Análises de Solos (L.A.S.) para as

determinações de umidade; % de argila; pH em água; índice SMP; P e K extraíveis; MO

(matéria orgânica); Al, Ca e Mg trocáveis; CTC (capacidade de troca de cátions), conforme

metodologia descrita por Tedesco et al. (1995) (Apêndice 32).

Com o objetivo de dar continuidade ao experimento, na camada de 0-20 cm foi

feita, a adição e homogeneização manual de uma mistura (2:1 em peso) de carbonatos de

cálcio e magnésio em dose para elevar o pH a 6,5. A quantidade aplicada em cada

tratamento é apresentada no Apêndice 33. Para o cálculo dessas quantidades utilizou-se o

volume da camada. O solo das várias camadas foi a seguir recolocado em novas colunas

de PVC, com 30 cm de diâmetro e 70 cm de altura, nas mesmas ordem e forma anteriores.

As colunas permanecem até o momento à céu aberto, com drenagem livre, na área cercada

do Departamento de Solos (FA, UFRGS).

3.3. Determinação dos metais pesados no solo

As amostras de solo das camadas 0-20, 20-40 e 40-60 cm foram subamostradas,

retirando-se aproximadamente 20 g para a determinação dos teores “totais” e “disponíveis”

30

de Cu, Zn, Cd, Pb e Ni. O restante das amostras permaneceu nos recipientes plásticos

vedados, afim de manter a umidade natural do solo.

3.3.1. Preparo do solo

As subamostras de solo foram secas em estufa com circulação de ar forçado a

aproximadamente 500C por 48 horas, até peso constante. A seguir, foram moídas em

cadinho de porcelana e tamisadas em peneira com orifícios de 2 mm de diâmetro.

3.3.2. Teor “total”

A determinação dos teores “totais” dos metais pesados foi feita por extração ácida

(digestão nítrico-perclórica). Os ácidos minerais concentrados, como os ácidos nítrico

(HNO3) e perclórico (HClO4) tem sido utilizados para a determinação de metais “totais”,

pois a digestão é bastante vigorosa para solubilizar os metais ligados à matéria orgânica e

às superfícies dos argilo-minerais, mas não o suficiente para dissolver os metais que fazem

parte da estrutura dos minerais (Alloway, 1995).

A metodologia adotada foi apresentada por Tedesco et al. (1995) e adaptada por

Scolmeister (1999), sendo:

1) Pesar 0,500 g de solo seco e moído em tubos de digestão (25x250 mm, vidro

pirex);

2) Adicionar 3 mL de HNO3 conc. (não sendo supra-puro ou redestilado, verificar

se o lote não está contaminado por metais), deixando-se uma noite em pré-

digestão;

3) Colocar os tubos no bloco digestor a 800C por 30 min;

4) Aumentar a temperatura para 1200C até restar aproximadamente 1 mL de

ácido, retirando os tubos que tendem a secar;

31

5) Adicionar 1 mL de HClO4 conc. (não sendo supra-puro verificar se o lote não

está contaminado por metais);

6) Aumentar a temperatura do bloco para 170-1800C e quando não estiver mais

saindo vapor marrom (oxidação do vapor de NO a NO2 ) tapar os tubos com

funis de vidro pequenos e deixar o bloco nesta temperatura por duas horas;

7) Retirar os tubos do bloco, adicionar um pouco de H2O dest.-deion., deixar

esfriar por completo tendo o cuidado para que não haja formação de cristais

e completar o volume a 20 mL;

8) Deixar decantar e retirar uma alíquota para a determinação do Cu, Zn, Cd, Pb

e Ni por espectrofotometria de absorção atômica. Se a determinação não for

feita logo, guardar em frascos de polietileno bem vedados e manter no

congelador.

Obs.: Toda a vidraria deve ser imersa com HCl a 10% por 24 horas e após, lavada no

mínimo três vezes com H2O dest.-deion.; foram utilizados os ácidos perclórico,

nítrico e clorídrico da marca MERCK tanto na extração dos metais como no

preparo da solução de limpeza. Para o preparo das curvas de calibração foi

utilizado o padrão secundário (50 mg L-1 de Cu, 20 mg L-1 de Zn, 20 mg L-1 de

Cd, 50 mg L-1 de Ni e 100 mg L-1 de Pb) preparado por Scolmeister (1999) a partir

de padrões primários da marca MERCK, sendo utilizado para as curvas o mesmo

procedimento adotado na digestão do solo.

3.3.3. Teor “disponível”

As quantidades de metais extraídas com HCl 0,1 mol L-1 são consideradas teores

trocáveis, pelo efeito de massa do íon H+ no deslocamento dos íons metálicos trocáveis, ou

seja, mais fracamente adsorvidos às superfícies dos minerais do solo. Esta análise é feita

32

usualmente nos laboratórios de análises de solos dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa

Catarina, principalmente para os elementos Cu e Zn, conforme metodologia apresentada

por Tedesco et al. (1995), descrita a seguir:

1) Pesar 5,00 g de solo e colocar em frasco “snap-cap” de vidro de 50 mL;

2) Adicionar 20 mL de HCl 0,1 mol L-1 e tapar os frascos com tampa plástica;

3) Agitar em agitador horizontal por 30 min (120 osc/min);

4) Esperar decantar até obter um extrato límpido (até o dia seguinte);

5) Retirar uma alíquota do extrato para a determinação de Cd, Zn, Cu, Pb e Ni

por espectrofotometria de absorção atômica.

Obs.: Toda a vidraria deve ser imersa com HCl a 10% por 24 horas e após, lavada no

mínimo três vezes com H2O dest.-deion.; as curvas de calibração foram preparadas

com o extrator HCl 0,1 M, a partir do padrão secundário (50 mg L-1 de Cu,

20 mg L-1 de Zn, 20 mg L-1 de Cd, 50 mg L-1 de Ni e 100 mg L-1 de Pb) preparado

por Scolmeister (1999), que utilizou padrões primários da marca MERCK.

3.3.4. Determinação dos metais pesados por espectrofotometria de absorção

atômica

A determinação dos metais pesados por espectrofotometria de absorção atômica

é mundialmente utilizada, devido à sensibilidade do aparelho em detectar pequenas

concentrações do elemento, sendo relativamente livre de interferências. O fundamento da

técnica é que o átomo no seu estado fundamental absorve energia de um comprimento de

onda específico passando ao estado excitado. Medindo a quantidade de luz absorvida

determina-se a quantidade do elemento na solução.

De acordo com Amazarray (1992) para cada elemento analisado variam as

condições de operação do equipamento e as técnicas de atomização, que podem ser: chama

33

ar-acetileno (FAAS), forno de grafite (GFAAS), geração de hidretos (HGAAS) e técnica

de vapor frio (CVTAAS).

3.3.4.1. Atomização em chama

Utilizou-se espectrofotômetro de absorção atômica Perkin Elmer modelo Analyst

100 para a determinação do Cu e do Zn por atomização em chama de ar-acetileno, cujo

limites de detecção são 0,02 e 0,01 mg L-1, respectivamente.

Para a calibração do aparelho utilizou-se o comprimento de onda de 324,7 nm

com fenda de 0,7 nm para o Cu e 213,9 nm e 0,7 nm para o Zn. Com a finalidade de

diminuir os problemas de contaminação utilizaram-se provas em branco.

3.3.4.2. Atomização eletrotérmica em forno de grafite

À exceção de Cu e Zn, os teores de metais pesados no solo são geralmente muito

baixos (na ordem de µg L-1), para serem determinados por atomização em chama, sendo

necessário o uso de técnicas mais sensíveis, como o forno de grafite .

As determinações em forno de grafite requerem alguns cuidados especiais, como:

baixa contaminação nos reagentes e interferências espectrais mínimas. Isto pode ser obtido

utilizando-se uma pequena quantidade de amostra, reagentes de pureza adequada, corretor

de fundo, bem como o modificador de matriz adequado ao elemento e à amostra.

Na determinação dos metais pesados por GFAAS foi utilizado o equipamento

Perkin Elmer modelo Analyst 100 com um amostrador automático AS 72. Para a obtenção

dos dados analíticos utilizou-se impressora modelo Epson LX 300.

As condições de operação do aparelho foram ajustadas por Scolmeister (1999)

com a finalidade de melhorar a definição e a reprodutibilidade dos resultados (Apêndice

34). Os metais Cd, Ni e Pb foram determinados por GFAAS. Os limites de detecção na

solução são de 0,2 µg L-1 para o Cd e 1 µg L-1 para o Pb e o Ni. A minimização dos

34

problemas de interferência e contaminação foram obtidos pela utilização de provas em

branco e correção de fundo.

3.4. Extração seqüencial dos metais pesados no solo

A identificação e quantificação das formas químicas do Cu, Zn, Cd, Pb e Ni nas

amostras da camada superficial do solo foram feitas com base na metodologia dos trabalhos

de Sposito et al. (1982), Shumann (1985), Tedesco et al. (1995), Amacher (1996) e

McBride (1998), conforme descrito a seguir:

1) Pesar de 2 g de amostra úmida em frasco (polietileno) de centrífuga de 50 mL

com tampa de rosquear;

2) Pesar o frasco + amostra;

3) Adicionar de 10 mL de H2O dest.-deion. (formas solúveis em água);

4) Agitar por 16 horas em agitador horizontal;

5) Centrifugar por 30 min a aproximadamente 2500 rpm;

6) Filtrar (conjunto de polietileno) em membrana de filtração com orifício de

0,22 µm;

7) Após cada filtragem, lavar o filtro 5 vezes com H2O dest. e três vezes com

H2O dest.-deion.;

8) Adicionar na solução filtrada 2 gotas de HNO3 conc. supra-puro ou

redestilado e armazenar em frasco de polietileno;

9) Pesar o frasco de centrífuga com a amostra e o resíduo de água dest.-deion.;

10) Adicionar 10 mL de Mg(NO3)2 0,1 mol L-1 (formas trocáveis);

11) Adotar o procedimento semelhante ao descrito nos itens 4, 5, 6, 7 e 8;

12) Adicionar 10 mL de DTPA 5 x 10-3 mol L-1 a pH 5,3 (formas orgânicas);

13) Adotar o procedimento semelhante ao descrito nos itens 4, 5, 6, 7, 8 e 9 (sem

a adição do HNO3 conc.);

35

14) Adicionar 10 mL de NaOH 0,5 mol L-1 (formas orgânicas);

15) Adotar o procedimento semelhante ao descrito nos itens 4, 5, 6, 7, 8 e 9 (sem

a adição do HNO3 conc.);

16) Após a pesagem dos tubos com a amostra e o resíduo de NaOH, colocá-los

na estufa à 500C até a secagem do solo;

17) Para a extração com HNO3 – HClO4 , proceder conforme o item 3.3.2.

(formas minerais ou residuais).

Obs.: O resumo da metodologia é apresentado no Apêndice 35. Para as análises de

metais pesados dar sempre preferência à utilização de materiais de polietileno. Os

materiais de laboratório (polietileno e vidro) utilizados nas análises devem ser

imersos com HCl a 10% por 24 horas e lavados no mínimo três vezes com H2O

dest.-deion.; as soluções extratoras foram preparadas a partir de reagentes da

marca MERCK; as curvas de calibração para a determinação dos metais por

espectrofotometria de absorção foram preparadas com os extratores H2O dest.-

deion., Mg(NO3)2 , DTPA, NaOH, e na digestão com HNO3 – HClO4, a partir do

padrão secundário (50 mg L-1 de Cu, 20 mg L-1 de Zn, 20 mg L-1 de Cd, 50 mg L-1

de Ni e 100 mg L-1 de Pb); preparado por Scolmeister (1999), que utilizou padrões

primários da marca MERCK.

As determinações das formas de Zn e das formas de Cu extraídas com DTPA e

HNO3 – HClO4 foram feitas por FAAS, enquanto que as de Cd, Pb e Ni e as de Cu

extraídas com H2O, Mg(NO)3 e NaOH foram feitas por GFAAS. Os aparelhos utilizados

e as condições de operação são descritos nos itens 3.3.4.1 e 3.3.4.2. Para o cálculo das

concentrações dos metais nas amostras de solo (base seca) utilizou-se o fator de correção

proposto por Sposito et al. (1982):

36

mg kg-1 = (C x 10 g – C’ x M’)/P

C = concentração na solução (mg kg-1)

M = peso da solução extratora (g)

C’= concentração na solução no passo anterior (mg kg-1)

M’ = peso do resíduo da solução anterior (g)

P = peso inicial da amostra de solo (kg)

3.5. Oxidação da matéria orgânica

A oxidação da matéria orgânica (MO) foi feita pela adição de dois níveis de

peróxido de hidrogênio a 30%, consistindo os tratamentos em um controle e duas doses do

oxidante: 0, 10 e 180 mL em 5 g de solo. Os testes para atingir as doses do oxidante foram

realizados nos tratamentos 8 e 9, com 624 t ha-1 de lodo, e consideraram que a primeira

dose deveria causar uma redução de aproximadamente 50% no teor de MO e na segunda

dose o teor deveria se aproximar ao do controle (Figura 20).

A metodologia teve por base o trabalho desenvolvido por Mendonça (1995),

descrita a seguir:

1) Pesar 5 g de solo em beaker (polietileno ou teflon) de 500 mL;

2) Adicionar 5 mL de H2O dest.-deion.;

3) Colocar em banho-maria à 700C por 15 min;

4) Retirar do banho-maria e adicionar 10 e 180 mL de H2O2 a 30%;

5) Deixar reagir por no mínimo 12 horas;

6) Colocar na estufa a 500C até secar;

7) Determinar a MO do solo;

8) Extrair os metais pesados nos tratamentos com H2O2 a 30%, conforme item

3.4., utilizando 2 g de amostra seca.

37

Obs.: Os cuidados quanto à limpeza do material e à qualidade dos reagentes devem ser

os mesmos que no restante do trabalho, já citados anteriormente.

A MO do solo foi determinada pelo método de Walkley-Black, descrito por

Tedesco et al. (1995).

3.6. Análise estatística

Foi utilizada a análise de variância (ANOVA) complementada por teste de

comparações múltiplas (Tukey), ao nível de 5 % de significância, para a discussão dos

dados. As análises foram feitas com assessoria do Núcleo de Estatística do Instituto de

Matemática da UFRGS. Sempre que necessário, os dados foram transformados para atender

às suposições do modelo (Delineamento em Blocos Casualizados). Para os teores totais de

Cu, Zn, Cd, Pb e Ni (extração nítrico-perclórica) não se testou a adequabilidade do modelo

na análise dos dados.

Análises de correlação e regressão foram utilizadas (ao nível de 5 % de

probabilidade de erro) para relacionar a concentração total dos metais obtida pela digestão

nítrico-perclórica e a concentração total obtida pela soma das concentrações nas frações

químicas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os tratamentos avaliados neste trabalho foram selecionados de um experimento

conduzido por seis anos, de 1985 a 1991, com adição de lodo de excesso gerado pela

estação de tratamento de efluentes do Pólo Petroquímico do Sul. Em alguns tratamentos,

o lodo foi enriquecido com os metais Cu, Pb, Ni, Zn e Cd na forma de sais. Os resultados

analíticos obtidos em 1999 serão comparados aos determinados em 1991 (Tedesco et al.,

1989; 1991).

4.1. Variação dos teores de matéria orgânica (MO), da capacidade de troca

de cátions (CTC) e do pH no solo

Os tratamentos com adição de lodo apresentaram teores de matéria orgânica (MO)

significativamente maiores que nos tratamentos sem lodo (Figura 1). Na Tabela 4, verifica-

se que aproximadamente 80% da matéria seca do lodo é constituída por material orgânico.

Por isso, os aumentos no solo são proporcionais às doses de lodo aplicadas de 1985 a 1991;

os tratamentos T8 e T9 (624 t ha-1 lodo) apresentaram os maiores valores (96 a 99 g kg-1)

de MO; os tratamentos com 120 e 240 t ha-1 (T3 a T7) não diferiram entre si, apresentando

teores entre 40 e 61 g kg-1 de MO. Esses valores mostram que mesmo a adição da menor

dose de lodo (T3 e T4) aumentou significativamente a MO do solo em comparação aos

valores de 16 a 20 g kg-1, determinados nas testemunhas (T1 e T2).

Apesar dos experimentos com adição de lodo mostrarem aumentos significativos

de matéria orgânica, a tendência natural é de que, com o término das aplicações, o solo

39

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 9

MO

, g k

g-1

0

20

40

60

80

100

120

140

160

19911999

cc

bb

b b b

aa

T AMLodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

FIGURA 1. Teor de matéria orgânica (MO) na camada superficial (0-20 cm) do solo em1991 (encerramento das aplicações do lodo industrial) e 1999. Médiasseguidas por letras distintas, em 1999, diferem significativamente entre si peloTeste de Tukey, a 5% de probabilidade.

40

atinja os teores originais de matéria orgânica, ocorrendo a redução da capacidade de

adsorção dos metais pesados (McBride, 1995).

Comparando os valores atuais de matéria orgânica com os determinados em 1991

(Figura 1), verifica-se a redução de aproximadamente 44 g kg-1 de matéria orgânica nos

tratamentos com adição de 624 t ha-1 de lodo (T8 e T9) e de 13 g kg-1 nos tratamentos com

120 e 240 t ha-1 de lodo (T3 a T7). Essas reduções correspondem a perdas de MO de

aproximadamente 71 e 25 t ha-1, respectivamente.

Diversos trabalhos (Matiazzo et al., 1996; Karapanagiotis, 2000), também tem

observado reduções significativas do C orgânico com o término das aplicações de lodo.

McGrath et al. (2000) observaram a perda de 85 % da matéria orgânica adicionada ao solo,

23 anos após o encerramento das aplicações de lodo.

Os teores de MO nas testemunhas (T1 e T2) aumentaram no período de 1991 a

1999, provavelmente devido à decomposição do sistema radicular da vegetação natural

(1991-1999) e pelo não revolvimento do solo (Figura 1).

A redução da densidade do solo (1,2 a 0,8 g cm-3) com o aumento da adição de

lodo, indica o aumento do espaço poroso devido ao incremento no teor de MO (Figura 2).

Segundo Bayer & Mielniczuk (1999), a formação e a estabilidade de agregados são as

principais características do solo afetadas pelo teor de matéria orgânica, pois indiretamente

afetam as demais características físicas do solo, como densidade, porosidade, aeração,

capacidade de retenção e infiltração de água, entre outras, que são fundamentais à

capacidade produtiva do solo. A diminuição do teor de MO no período de 1991 a 1999

aumentou a densidade do solo nos tratamentos com adição de lodo.

A variação da CTC foi semelhante à observada para a MO, aumentando com a

quantidade de lodo aplicada ao solo (Figura 3). Nas testemunhas (T1 e T2), a CTC é de

6,5 e 7,0 cmolc L-1, enquanto que nos tratamentos com 120 e 240 t ha-1 de lodo (T3 a T7)

41

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 9

d, g

cm

-3

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

19911999

ab

a

cdbc

cdbc bc

de e

T AMLodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

FIGURA 2. Densidade (d) da camada superficial (0-20 cm) do solo em 1991 (encerramentodas aplicações do lodo industrial) e 1999. Médias seguidas por letras distintas,em 1999, diferem significativamente entre si pelo Teste de Tukey, a 5% deprobabilidade.

42

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 9

CT

C, c

mol

c L-1

0

2

4

6

8

10

12

19911999

d d

c cabc

bc

abc

a ab

T AMLodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

FIGURA 3. Capacidade de troca catiônica (CTC) na camada superficial (0-20 cm) do soloem 1991 (encerramento das aplicações do lodo industrial) e 1999. Valoresseguidos por letras distintas, em 1999, diferem significativamente entre si peloTeste de Tukey, a 5% de probabilidade.

43

situa-se entre 8 a 10 cmolc L-1 e, nos tratamentos com 624 t ha-1 de lodo (T8 e T9), maior

que 10 cmolc L-1. A CTC do solo foi determinada pelo método da soma de cátions (Ca +

Mg + (H+Al) + K + Na + Mn) a pH 7 (Apêndice 32). Por isso, o aumento da acidez

potencial (H + Al+3) no período de 1991 a 1999 (Apêndice 3), aumentou a CTC do solo nos

tratamentos com e sem a adição de lodo.

O aumento da CTC nesse período também pode ser atribuído ao processo de

humificação da matéria orgânica e, conseqüentemente, ao aumento da densidade de

grupamentos funcionais ácidos, principalmente os carboxílicos (COOH). Conforme

Canellas et al. (1999), a dissociação dos grupos COOH começa a partir de valores de pH

iguais ou superiores a 3,0, gerando cargas negativas, que aumentam de valor com o

acréscimo do pH.

O baixo pH (< 5,0) determinado nos tratamentos com e sem lodo é mostrado na

Figura 4. O T9, com adição de 624 t ha-1 de lodo sem a aplicação de calcário, apresentou

o menor pH (3,8), inclusive menor que o da testemunha (4,4). Nos demais tratamentos (T2

a T8), houve pequena variação do pH (4,7 a 4,9), devido às aplicações de calcário em 1985

(instalação do experimento), 1987 e 1989. Ressalta-se que o pH determinado no T8 foi

semelhante ao da testemunha mesmo com a adição do dobro da quantidade de calcário,

indicando a natureza ácida do lodo.

Nove anos após o encerramento das aplicações de lodo, houve a redução do pH,

principalmente no T9 (624 - Ca) (Figura 4), decorrente da continuidade das reações de

decomposição da matéria orgânica e liberação de compostos ácidos para o meio. A redução

progressiva do pH em áreas com descarte de lodo tem sido observada em vários trabalhos

(Sommers et al., 1987; Mulchi et al., 1987; Dowdy et al. 1991; He & Singh, 1993),

resultado atribuído à geração de prótons durante a oxidação das formas reduzidas de

nitrogênio e enxofre mineralizados da matéria orgânica do lodo.

44

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 9

pH

3

4

5

6

19911999

b

ab

a a

abab ab

a

c

T AMLodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

FIGURA 4. Valor de pH na camada superficial (0-20 cm) do solo em 1991 (encerramentodas aplicações do lodo industrial) e 1999. Valores seguidos por letras distintas,em 1999, diferem significativamente entre si pelo Teste de Tukey, a 5% deprobabilidade.

45

A matéria orgânica afeta as reações de troca e de complexação com metais

pesados, tanto pela diminuição da concentração dos mesmos na solução do solo devido à

formação de complexos de esfera interna como pelo aumento da solubilidade e transporte

de cátions com a formação de complexos solúveis (Stevenson, 1994; Canellas et al., 1999).

Essas reações podem ocorrer em diferentes radicais da matéria orgânica e a quantidade

desses radicais aumenta com o teor de MO do solo e com o pH. Em pH baixo,

provavelmente o Al+3 e os hidroxi-polímeros são complexados pelos ligantes orgânicos,

bloqueando a troca de cátions e os sítios de complexação (McBride et al.,1997).

O solo utilizado no experimento (PVAe), de ocorrência muito comum no Rio

Grande do Sul, caracteriza-se por apresentar baixos teores de argila e de matéria orgânica

e pH ácido (Tabela 3). Considerando que essas características controlam os processos de

adsorção dos metais pesados, pode-se afirmar que a retenção dos mesmos é, em grande

parte, atribuída ao lodo ( Lagerwerff et al., 1976). Tal fato, aliado às adições de quantidades

relativamente elevadas de metais pesados (Zn, Ni, Cd, Pb e Cu) nas formas de lodo e de

sais (Tabela 5), especialmente em relação aos teores originais do solo (Tabela 3), à redução

do teor de matéria orgânica e ao baixo pH dos tratamentos com lodo, indica que poderá

ocorrer o aumento da solubilidade dos metais e, conseqüentemente, a translocação dos

mesmos da camada de aplicação (0-20 cm) para as camadas subsuperficiais (20-40 e

40-60 cm) nas colunas de solo.

4.2. Mobilidade dos metais pesados nas colunas de solo

A mobilidade dos metais pesados no solo depende em grande parte da natureza do

elemento. Por essa razão, os resultados e discussão sobre os teores de Cu, Pb, Ni, Zn e Cd

totais e disponíveis nas camadas do solo serão apresentados separadamente. Mas as

considerações finais sobre a mobilidade dos metais serão efetuadas de forma conjunta.

46

4.2.1. Teor de Cu total e disponível

O teor de Cu total na camada de 0-20 cm não foi afetado pela adição de lodo,

mesmo nos tratamentos T8 e T9 (624 t ha-1 de lodo) com a maior quantidade aplicada, mas

aumentou pelo seu enriquecimento com CuSO4.5H2O (T3, T6 e T7), no período de 1985

a 1991; os tratamentos com adição de lodo não se diferenciaram da testemunha, devido à

concentração relativamente baixa de Cu no lodo (Tabela 4). À medida que aumentou o

enriquecimento do lodo com metais (T3, T6 e T7) ocorreu o aumento da concentração de

52 a 202 mg kg-1 de Cu. Esses valores foram significativamente maiores que no T8

(17,8 mg kg-1) e T9 (20,9 mg kg-1) e atingiram a concentração máxima de 50 mg kg-1

permitida pela norma da CEC (1986).

Na camada de 20-40 cm, o tratamento T7 apresentou concentrações totais de Cu

significativamente maiores que os demais tratamentos, que não diferiram entre si,

provavelmente devido à elevada adição do sal solúvel na camada superficial do solo

(Tabela 5). Nos tratamentos T3 e T6, que também receberam o metal na forma de sal,

houve pequeno incremento do Cu, sem entretanto apresentar diferença estatisticamente

significativa dos demais tratamentos. Não foi também observada diferença entre os

tratamentos na camada de 40-60 cm do solo (Figura 5).

Os teores de Cu disponíveis determinados em 1999 na camada superficial do solo,

são maiores nos tratamentos com lodo enriquecido com CuSO4.5H2O (T3, T6 e T7) do que

nos tratamentos sem a adição do sal e/ou nas testemunhas (Figura 6). Como os teores

disponíveis nos tratamentos T8 e T9 (624 t ha-1 de lodo) foram semelhantes aos

determinados nas testemunhas, pode-se inferir que este elemento encontra-se em formas

de baixa disponibilidade no solo.

A distribuição do Cu disponível na camada de 20-40 cm foi semelhante à

determinada na camada superficial (Figura 6). Na camada de 40-60 cm não foram

47

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 90

5

10

15

20

25

Cu

tota

l, m

g kg

-1

0

4

8

12

16

0

40

80

120

160

200 a) 0 - 20 cm

b) 20 - 40 cm

c) 40 - 60 cm

a a

b

a a

b

c

a a

a

a a

a a

a

b

a a

T AM Lodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

a

aa a

a a a a a

FIGURA 5. Teor de Cu total nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm, em1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamente entre si,pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

48

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 90

1

2

0

10

20

30

40a) 0 - 20 cm

c) 40 - 60 cm

a a

b

a a

b

c

a a

T AM Lodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

Cu

disp

onív

el, m

g kg

-1

0

1

2

3

4

5b) 20 - 40 cm

a a

b

a a

b

c

a a

a a aa

a

aa

a a

FIGURA 6. Teor de Cu disponível nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c)cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamenteentre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

49

observados diferenças estatisticamente significativas entre tratamentos, não ocorrendo a

translocação do metal para essa camada.

Sidle & Kardos (1977), trabalhando com a adição de lodo em áreas de

reflorestamento (Pensilvânia, USA), verificaram que apenas 0,3 % do Cu no lodo deslocou-

se da zona de aplicação no solo, enquanto que 3,2 e 6,6 % do Zn e Cd atingiram a

profundidade de 120 cm. A baixa mobilidade do Cu foi atribuída às reações de adsorção

no solo, enquanto que a mobilidade relativamente maior do Zn e Cd pode ser devidas à

menor interação com o solo e à presença de canais altamente condutivos, formados

principalmente pelas raízes das plantas e minhocas.

Nove anos após o encerramento das aplicações de lodo observa-se o aumento dos

teores de Cu disponíveis nos tratamentos com lodo e CuSO4.5H2O (Apêndice 8). A análise

desse resultado sugere que, apesar da matéria orgânica do solo ser significativamente maior

que nas testemunhas, o CuSO4.5H2O não foi totalmente adsorvido pelo lodo, tendo se

deslocado para a camada de 20-40 cm. Pode-se inferir que ocorreu a saturação dos sítios

de adsorção, tanto pela elevada taxa de aplicação de metais pesados (Tabela 5) como pela

competição com o H+ e Al+3 em pH ácido (Figura 4). Por outro lado, a formação de

complexos estáveis entre a forma solúvel de Cu e compostos orgânicos liberados pela

decomposição do lodo pode ter sido o mecanismo responsável pelo deslocamento do

elemento para a camada subsuperficial.

4.2.3. Teor de Pb total e disponível

O teor de Pb total na camada de 0-20 cm dos tratamentos com adição de

quantidades crescentes de lodo (T4, T5, T8 e T9) não diferiu das testemunhas (T1e T2)

(Figura 7). No entanto, aqueles que receberam lodo e quantidades crescentes de PbCl2 (T3,

T6 e T7) apresentaram valores significativamente maiores que os demais tratamentos,

50

especialmente o T7. E, assim como o Cu, somente esses tratamentos (83 a 189 mg kg-1)

atingiram o limite máximo permitido em solos agrícolas (50 mg kg-1) (CEC, 1986). Na

Tabela 4 observa-se que a concentração média de Pb no lodo foi de 51 mg kg-1, valor

considerado relativamente baixo, principalmente quando comparado ao limite máximo em

lodos para a aplicação no solo adotado pela CEC (1986) que é de 750 mg kg-1. Nas camadas

de 20-40 e 40-60 cm, o Pb total nos tratamentos com e sem lodo não diferiram

significativamente entre si (Figura 7).

Na Figura 8, pode-se observar que o teor de Pb disponível na camada superficial

do solo, mostrou diferenças entre os tratamentos. Os teores de Pb nos tratamentos T3, T6

e T7 com lodo e PbCl2, foram significativamente maiores que nos tratamentos T1 e T2

(testemunhas). No entanto, nos tratamentos com 120, 240 e 624 t ha-1 de lodo (T4, T5, T8

e T9), o teor de Pb disponível foi menor que nas testemunhas (com exceção do T5, que não

diferiu do T1). Isto demonstra que o Pb, nove anos após a última aplicação de lodo, ainda

encontra-se fortemente retido no solo.

Como não ocorreu a translocação do Pb para as camadas subsuperficiais nos

tratamentos com lodo e sal, pode-se concluir que a forma solúvel do Pb foi adsorvida pela

fase sólida do solo. O Pb é fortemente adsorvido pelo húmus, por óxidos e pela matéria

orgânica, sendo considerado o elemento de menor mobilidade no solo (McBride, 1994;

Alloway, 1995).

Esses dados indicam a importância do conhecimento da especiação dos metais no

solo, pois poderiam confirmar as suposições feitas a partir da determinação dos teores totais

e disponíveis.

51

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 90

5

10

15

20

25

Pb

tota

l, m

g kg

-1

0

2

4

6

8

10

0

40

80

120

160

200a) 0 - 20 cm

b) 20 - 40 cm

c) 40 - 60 cm

a

a

b

aa

b

c

a a

T AM Lodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

a

a

a a a a

a

aa

a a

aa a a a a a

FIGURA 7. Teor de Pb total nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm,em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamenteentre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

52

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 90

1

2

3

Pb

disp

onív

el, m

g kg

-1

0

1

2

3

4

0

10

20

30

40 a) 0 - 20 cm

b) 20 - 40 cm

c) 40 - 60 cm

d e

f

d c

f

g

b a

T AM Lodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

a

a

a

a

a

aaa

a

aaa

a

a

aaaa

FIGURA 8. Teor de Pb disponível nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c)cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamenteentre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

53

4.2.4. Teor de Ni total e disponível

O teor de Ni total na camada superficial do solo mostrou tendência de aumentar

com a adição de lodo, em relação às testemunhas (Figura 9). Este aumento, entretanto, foi

significativo somente na adição da maior dose de lodo. O maior aumento foi devido ao

enriquecimento do lodo com Ni-Ac.H2O, principalmente na maior taxa de aplicação do

metal.

Na camada de 20-40 cm, verificou-se o aumento do teor de Ni total nos tratamen-

tos com adição de lodo e Ni-Ac.H2O (T3, T6 e T7). Contudo, os valores não diferem

estatisticamente das testemunhas. Na camada de 40-60 cm, os teores de Ni nos tratamentos

com e sem adição de lodo também não diferem entre si; no entanto, na maioria dos

tratamentos são superiores aos determinados na camada de 20-40 cm, provavelmente devido

à presença do elemento na matriz do solo e à maior proximidade dessa camada do horizonte

B textural (com acúmulo de argilas). Este fato foi também observado para Cu e Pb.

Apesar da adição de 120 (T4) e 240 (T5) t ha-1 lodo não ter aumentado

significativamente o teor de Ni total na camada de 0-20 cm, observa-se na Figura 10 que

o teor disponível nesses tratamentos foi superior ao das testemunhas, sugerindo a presença

do Ni em frações do solo de maior solubilidade. Nos tratamentos T3 (120 lodo + M1), T5

(240 lodo), T6 (240 lodo + M2), T7 (240 lodo + M4) e T9 (624 lodo) os teores disponíveis

foram superiores ao do T4 (120 lodo) e das testemunhas (T1 e T2), mas não diferiram entre

si. O tratamento T7, devido à elevada adição do sal solúvel, apresentou teor disponível

significativamente maior que os demais tratamentos.

Verificou-se o deslocamento do Ni para a camada de 20-40 cm nos tratamentos

com a maior carga de lodo (T9) e nos enriquecidos com sal (T3, T6 e T7) (Figura 10). Na

camada de 40-60 cm, os tratamentos T6 e T7 (240 lodo e Ni-Ac.H2O) apresentaram teores

disponíveis maiores que nos demais tratamentos (com exceção do T9) e em relação a 1991,

54

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 90

1

2

3

4

Ni t

otal

, mg

kg-1

0

1

2

3

0

3

6

9

12

15 a) 0 - 20 cm

b) 20 - 40 cm

c) 40 - 60 cm

aa

ab a a

c

d

bc

abc

T AM Lodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

aa

a aa a

FIGURA 9. Teor de Ni total nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm,em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamenteentre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

55

0

1

2

3

4

5

6

7a) 0 - 20 cm

a a

c

bc

c

d

c

a

T AM Lodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

Ni d

ispo

níve

l, m

g kg

-1

0.0

0.3

0.6

0.9

1.2

1.5b) 20 - 40 cm

a a

b

a a

b

c

b

a

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 90.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5c) 40 - 60 cm

a a

a

aa

b

b

a

b

FIGURA 10. Teor de Ni disponível nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60(c) cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferemsignificativamente entre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

56

demonstrando a movimentação do Ni no perfil do solo (Apêndice 10).

Assim como para o Cu, a elevada afinidade do Ni pela matéria orgânica (McBride,

1994; Sparks, 1995) não reduziu seu deslocamento para as camadas subsuperficiais e,

possivelmente, pode até ter aumentado sua mobilidade na forma de complexos organo-

solúveis.

O tratamento T9 (624 t ha-1 de lodo, sem calcário) mostrou que nas camadas de 0-

20 e 20-40 cm os valores determinados não se diferenciaram das testemunhas e foram

menores que em 1991 (Figura 10, Apêndice 10). No entanto, a camada de 40-60 cm,

apresentou teores de Ni disponíveis semelhantes aos tratamentos T6 e T7 (com doses altas

do sal) e maiores que os determinados em 1991. Verificou-se que houve a redução do teor

total do elemento em relação ao T8 na camada de 0-20 cm (apesar de não diferirem

estatisticamente). A presença do elemento em frações de maior mobilidade no solo,

associada ao baixo pH podem ter causado o deslocamento do elemento até a camada de

40-60 cm.

Apesar da extensão da contaminação detectada pelo teor total ser pequena,

percebe-se que tanto as adições de lodo, como as de lodo e sal, causaram a redistribuição

do elemento para formas de maior solubilidade. Por isso, a quantificação e regulamentação

dos metais pesados com base apenas na concentração total, indiferentemente de suas

solubilidades, pode provocar sua transferência para a cadeia alimentar.

4.2.5. Teor de Zn total e disponível

Os acréscimos das doses de lodo aplicadas ao solo e o enriquecimento do lodo

com metais (1985 a 1991) aumentaram o teor de Zn total na camada de 0-20 cm

(Figura 11). Os maiores valores foram obtidos nos tratamentos T7 (240 lodo + M4) e T8

(624 lodo) e, juntamente com o T6 (240 lodo + M2), atingiram 276, 251 e 150 mg kg-1

57

0

50

100

150

200

250

300a) 0 - 20 cm

a a

b

a

bb

cc

a

T AM Lodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 90

15

30

45

60

75c) 40 - 60 cm

a

ab

abab

ab

b bb

b

Zn

tota

l, m

g kg

-1

0

15

30

45

60

75

90b) 20 - 40 cm

a a

a

aa

a

b

a

a

FIGURA 11. Teor de Zn total nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm,em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamenteentre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

58

respectivamente. Destaca-se que o limite inferior aceito pela CEC (1986) é de 150 mg de

Zn kg-1; nos tratamentos T4 (120 lodo) e T9 (624 lodo-Ca) foi observada a tendência de

aumento do teor de Zn total, sem, entretanto, apresentar diferença estatisticamente

significativa em relação às testemunhas.

Tendo em vista a redução significativa do teor de Zn total no tratamento T9

(88,7 mg kg-1) em relação ao T8, que também recebeu 624 t ha-1 de lodo, evidencia-se a

lixiviação do elemento da camada superficial do solo. Este fato provavelmente foi devido

à menor interação do Zn com a fase sólida do solo e do baixo pH, já que este tratamento

nunca recebeu calcário. Conforme Hayes & Traina (1998), em pH baixo o Zn é fracamente

adsorvido à matéria orgânica, óxidos e argila.

Na camada de 20-40 cm, apenas o tratamento T7 se diferenciou dos demais. Na

camada de 40-60 cm, aqueles tratamentos que apresentaram a maior concentração na

camada de 0-20 cm (T6, T7 e T8) também apresentaram o teor de Zn maior que a

testemunha, incluindo o T9. Com base nesse comportamento, pode-se afirmar que houve

a movimentação do Zn para as camadas subsuperficiais. Isto provavelmente ocorreu devido

à concentração relativamente elevada de Zn no lodo (Tabela 4), à formação de complexos

de esfera externa com a MO em pH baixo e à solubilidade do Zn aplicado na forma de sal.

Williams et al. (1984) estudando a aplicação de doses crescentes de lodo (0 a 225 t ha-1)

com elevados teores de Cu, Pb, Zn e Cd, verificaram aumentos significativos dos teores

totais na zona de incorporação do lodo (0-20 cm) e a mobilidade do Zn até a profundidade

de 30 cm.

A avaliação dos teores de Zn disponíveis nas três camadas de solo mostrou valores

maiores nos tratamentos com lodo (T3 a T9) do que nas testemunhas (T1 e T2) (Figura 12);

a disponibilidade do elemento aumentou com a dose de lodo adicionada ao solo e com o

aumento do enriquecimento do lodo com ZnO. Os resultados também mostraram a

59

0

20

40

60

80

100

120

140a) 0 - 20 cm

a a

cb

cd

ee

b

T AM Lodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 90

2

4

6

8c) 40 - 60 cm

a b

d

c

d

f

g

e e

Zn

disp

onív

el, m

g kg

-1

0

3

6

9

12

15b) 20 - 40 cm

a a

d

bc

d

f

e

b

FIGURA 12. Teor de Zn disponível nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60(c) cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferemsignificativamente entre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

60

de Zn, mobilidade do Zn paras camadas subsuperficiais.

A avaliação dos dados obtidos em 1991 (Apêndice 11) mostrou que com o fim das

aplicações de lodo ocorreu a redução na disponibilidade de Zn nas camadas de 0-20 e 20-40

cm, nos tratamentos com adição de lodo, especialmente naqueles com enriquecimento de

ZnO. Porém, na camada de 40-60 cm, houve o aumento da disponibilidade de Zn nesse

período. Esses dados confirmam que a redução da disponibilidade está associada a

translocação do elemento para a camada de 40-60 cm. No tratamento T9, verificou-se a

redução da disponibilidade de Zn de 1991 a 1999 em todas as camadas, confirmando a

saída do elemento das colunas de PVC.

4.2.6. Teor de Cd total e disponível

A concentração de Cd total na camada superficial (0-20 cm) mostrou pequeno

aumento com a quantidade de lodo aplicada ao solo, sendo, entretanto, elevada com a

adição de CdCl2.H2O (Figura 13). Na camada de 20-40 cm foi determinado grande aumento

no teor deste metal nos tratamentos com adição de sal. Esta lixiviação provavelmente pode

ser devida à solubilidade do sal e à menor afinidade do íon pela fase sólida. Na camada de

40-60 cm, os tratamentos com adições de lodo e sal também apresentaram aumentos do teor

de Cd em relação à testemunha (T1); no entanto, esses valores não diferiram dos obtidos

na testemunha com adubação mineral.

O teor de Cd disponível na camada de 0-20 cm nos tratamentos com lodo foram

semelhantes aos determinados nas testemunhas (Figura 14). Os tratamentos com adição de

CdCl2.H2O (T3, T6 e T7) ao lodo, apresentaram os maiores valores de Cd disponível,

atingindo 1,8 mg kg-1 no tratamento T7. Sendo que o limite permitido em solos agrícolas

pela Comunidade Européia é de 1 mg kg-1 (CEC, 1986).

61

0

200

400

600

800 a) 0 - 20 cm

a ab

c

ab ab

d

e

bb

T AM Lodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

Cd

tota

l, µ g

kg-1

0

50

100

150

200

250

300b) 20 - 40 cm

a a

b

a a

c

b

aa

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 90

25

50

75

100 c) 40 - 60 cm

a

b

ab

a a aa

b

b

FIGURA 13. Teor de Cd total nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60 (c) cm,em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferem significativamenteentre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

62

Tratamentos

1 2 3 4 5 6 7 8 90

2

4

6

8

Cd

disp

onív

el, µ

g kg

-1

0

5

10

15

20

25

0

500

1000

1500

2000a) 0 - 20 cm

b) 20 - 40 cm

c) 40 - 60 cm

a a

b

a a

b

b

a a

ab a

c

a a

c

c

ab

bb

c

bb

cc

a

bc

T AM Lodo - t ha-1

120+M1 120 240 240+M2 240+M4 624 624-Ca

FIGURA 14. Teor de Cd disponível nas camadas de solo de 0-20 (a), 20-40 (b) e 40-60(c) cm, em 1999. Valores seguidos por letras distintas diferemsignificativamente entre si, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

63

A quantidade de Cd extraído com HCl 0,1 mol L-1 foi maior do que com HNO3

-HClO4 conc. no tratamento T7. É possível que tenha ocorrido a contaminação dos extratos

de HCl desse tratamento.

Verifica-se que os tratamentos com adição do sal também apresentaram aumentos

de Cd disponível nas camadas de 20-40 e 40-60 cm, mostrando o deslocamento do

elemento na forma iônica para essas camadas. Assim como Zn, já era esperado que

mesmo nos tratamentos com teores elevados de matéria orgânica o Cd solúvel (CdCl2.H2O)

não fosse adsorvido em grande quantidade.

Muitos trabalhos de pesquisa mostram que a menor afinidade do Cd pela matéria

orgânica MO é responsável pela sua mobilidade relativamente alta em solos com descarte

de resíduos (Bell et al., 1991; Berti & Jacobs, 1996). Amaral Sobrinho et al. (1998)

avaliaram a mobilidade do Pb, Cu, Cr, Zn, Mn, Ni e Cd em solo (Podzólico Vermelho-

Amarelo) tratado com resíduo siderúrgico ácido e verificaram o aumento da concentração

de Zn, Mn, Ni e Cd total até a profundidade de 20 cm.

De 1991 a 1999 verificou-se a redução na disponibilidade de Cd nos tratamentos

com e sem lodo nas camadas de 0-20, 20-40 e 40-60 cm, principalmente naqueles com lodo

e sal (Apêndice 12). Em 1991, Tedesco et al. (1991) relatam teores disponíveis de Cd acima

dos permitidos pela legislação mesmo no tratamento com o menor enriquecimento de

metais. Essas considerações, associadas à baixa capacidade adsortiva do solo nas camadas

subsuperficiais, sugerem a lixiviação do Cd das colunas.

4.2.7. Considerações gerais

Os resultados indicam a mobilidade de Zn, Cd e Ni para as camadas

subsuperficiais. Este comportamento acentua-se nos tratamentos com a adição dos metais

na forma de sais (inclusive para o Cu), provavelmente devido à solubilidade do sal,

64

demonstrando que a capacidade adsortiva do lodo é finita e que a passagem de uma forma

de maior mobilidade para uma condição de menor mobilidade é um processo lento

(Overcash & Pal,1981; Kabata-Pendias & Pendias, 1994).

Outra hipótese é que, como o Cu e do Ni formam complexos estáveis com a

matéria orgânica (McBride, 1994; Kabata-Pendias & Pendias, 1994), a formação de

complexos organo-solúveis pode ter sido o mecanismo responsável pela mobilidade desses

metais para as camadas subsuperficiais (Camobreco et al., 1996); esse transporte também

pode ter ocorrido na forma de colóides orgânicos.

Não foi verificado o deslocamento do Pb para as camadas subsuperficiais. Os

resultados demonstram que a mobilidade dos metais no solo decresce na seguinte ordem:

Zn > Cd > Ni > Cu > Pb. Esses resultados estão de acordo com os obtidos por outros

pesquisadores, como Karapanagiotis et al. (1991), Gomes, (1996), McBride et al. (1997)

e Kabala & Singh (2001).

As concentrações totais de Cu, Pb, Ni e Cd nos tratamentos com adição de lodo

situaram-se abaixo dos limites permitidos pela CEC (1986) para solos agrícolas; o teor de

Zn no tratamento T8 (624 t de lodo ha-1 + calcário + NPK) atingiu o limite inferior

estabelecido por esta legislação, assim como os teores de Cu, Zn, e Cd no caso do

enriquecimento do lodo com os metais.

Essas avaliações foram feitas pela análise conjunta dos teores totais e disponíveis

dos metais pesados, indicando que ocorrem modificações das formas dos metais que podem

alterar seu potencial tóxico sem que necessariamente se verifiquem alterações dos teores

totais. Em vista disso, serão apresentados a seguir os resultados do fracionamento de Cu,

Pb, Ni, Zn e Cd na camada superficial, afim de relacionar a mobilidade relativa dos metais

com sua distribuição no solo.

65

4.3. Fracionamento dos metais pesados no solo

Para o fracionamento de Cu, Pb, Ni, Zn e Cd da camada superficial do solo

utilizou-se H2O deionizada para extrair a fração solúvel; o Mg(NO3)2 para extrair, por

reações de troca, os metais retidos por forças eletrostáticas nas cargas negativas do solo;

DTPA, para extrair, por reações de complexação, a fração ligada à matéria orgânica; NaOH

para solubilizar, por reações de oxidação e dissolução, as frações retidas na fração orgânica

que não foram complexadas pelo DTPA; e HNO3-HClO4 para oxidar e dissolver a fase

sólida residual (ou mineral) do solo (à exceção dos silicatos).

A quantidade total dos metais obtida pela soma das concentrações em cada fração

é menor que o teor total obtido pela digestão nítrico-perclórica, provavelmente devido às

perdas de material durante os processos de extração fracionada. Esse resultado também foi

obtido por McLaren & Crawford (1973), McGrath & Cegarra (1992) e Pierzynski &

Schwab (1993). Por isso, conforme recomendação de McLaren & Crawford (1973), a

adequabilidade da metodologia de extração fracionada foi testada pela análise de regressão

e correlação entre os teores de Cu, Pb, Ni, Zn e Cd totais determinados pela digestão

nítrico-perclórica e os teores obtidos pela soma das frações. Os resultados mostram que a

metodologia de extração foi capaz de detectar diferenças entre os tratamentos e que elas

variaram de acordo com o metal e a fração considerada (Tabela 6).

TABELA 6. Equações de regressão entre os teores de Cu, Pb, Ni, Zn e Cd totaisdeterminados pela digestão nítrico-perclórica (Y) e os teores obtidos pelasoma das frações (X).

Metal Equações R2

Cu Y=-17,4 + 3,73***X 0,99

Pb Y=4,2 + 2,0***X 0,99

Ni Y= -1,4 + 1,7 ***X 0,97

Zn Y=-29,1+3,0*X-0,007*X2 0,99

Cd Y=54,8 + 0,4***X 0,98*, **, *** Significativo a 5, 1 e 0,1 % de probabilidade, respectivamente.

66

4.3.1. Distribuição do Cu nas frações extraídas

Na Figura 15, observa-se que a maior quantidade do Cu foi determinada nas

frações orgânica e residual. E, à medida que aumentou a carga aplicada de lodo (120 a

624 t ha-1), aumentaram as concentrações do Cu nas frações residual e, principalmente, na

orgânica (Apêndice 18). O Cu forma estruturas muito estáveis com a matéria orgânica, pois

reage simultaneamente com os grupos COOH e OH-fenólicos (Overcash & Pal, 1981), o

que provavelmente reduziu sua mobilidade nas colunas de solo.

O tratamento T7, com adição de lodo enriquecido com sal (240 + M4) apresentou

grande incremento do Cu nas frações orgânica e solúvel (Figura 15, Apêndice 18). No

entanto, nenhuma alteração foi verificada na fração trocável. Este comportamento sugere

que a mobilidade do Cu para a camada subsuperficial provavelmente ocorreu na forma de

complexo organo-solúvel, pois os dados mostram que o Cu na forma de sal foi adsorvido

à fração orgânica.

A comparação entre os tratamentos T8 (624 lodo) e T9 (624 lodo-Ca) mostra que

a redução do pH não afetou a distribuição do Cu (Figura 15), como ja foi observado por

McGrath et al., 1988). Trabalho conduzido por Reddy et al. (1995) indica que o Cu e o Pb

ocorrem na solução do solo na forma de complexo orgânico em ampla faixa de pH.

Segundo os autores, a redução do pH de 6,6 a 5,1 pela oxidação da pirita reduziu

significativamente o carbono orgânico dissolvido (COD); no entanto, aproximadamente

65% do Cu+2 e 80 % do Pb+2 ainda ocorriam na forma de complexo orgânico, enquanto que

menos de 50 % do Zn+2 encontrava-se complexado. A redução do pH até 2,5 (apesar de não

ter afetado a concentração do COD), reduziu a porcentagem de Cu+2, Pb+2 e Zn+2

complexado para 32, 43 e 19 %, respectivamente.

67

Cu,

mg

kg-1

0

5

10

15

20

25

30

35

40

H2O

Mg(NO3)2

DTPANaOHHNO3-HClO4

2 4 5 7 8 9

AM120 240 240+M4 624 624-Ca

Lodo - t ha-1

Tratamentos

FIGURA 15. Distribuição do Cu nas frações extraídas em 1999, com H2O (solúvel), Mg(NO3)2 (trocável), DTPA (orgânica). NaOH (orgânica)e HNO3-HClO4 (residual), da camada superficial (0-20 cm) do solo.

68

4.3.2. Distribuição do Pb nas frações extraídas

O Pb foi determinado principalmente nas formas orgânica e residual (Figura 16).

Comparando os tratamentos com 120 (T4), 240 (T5) e 624 (T8) t ha-1 de lodo, verifica-se

que à medida que aumentou a carga aplicada ao solo houve redução da concentração do

elemento na forma orgânica e aumento na residual, enquanto que as frações solúvel e

trocável pouco se alteraram com a adição do lodo (Apêndice 19).

Comparando os tratamentos T7 (240 lodo + M4) e o T5 (240 lodo), percebe-se que

o enriquecimento do lodo com PbCl2 aumentou significativamente a concentração do Pb

nas frações orgânica e residual, indicando a forte interação do elemento com as cargas

negativas da matéria orgânica e mineral (Figura 16, Apêndice 19).

Vários trabalhos têm indicado que tanto o Cu como o Pb formam fortes complexos

no solo. Nesses trabalhos, o Cu geralmente associa-se a fração orgânica, enquanto que o Pb,

a fração mineral, especialmente aos óxidos (Sposito et al., 1982; Ramos et al., 1994; Kabala

& Singh, 2001). As reações de adsorção específica aumentam com o pK de hidrólise e tanto

o Pb como o Cu possuem valores de pK próximos a 8. Porém, o maior raio iônico do Pb

faz com que este seja adsorvido pelos minerais mais fortemente que o Cu (Alloway, 1995;

Hayes & Traina, 1998).

Outra hipótese para justificar a presença do Pb na fração residual é que, apesar da

utilização de dois extratores (DTPA e NaOH) para extrair a fração orgânica, ainda sobre

material orgânico altamente estável para ser solubilizado pelos ácidos concentrados (HNO3-

HClO4). O fracionamento de metais pesados adicionados na forma de sal em Latossolo

Vermelho-Amarelo conduzido por Gomes (1996) indicou a associação do Pb a compostos

orgânicos altamente estáveis.

A modificação do pH no T8 (624 lodo) e T9 (624 lodo-Ca) não afetou a

distribuição do metal (Figura 16). Os dados de fracionamento indicam que a baixa

69

Pb,

mg

kg-1

0

10

20

30

40

50

H2O

Mg(NO3)2

DTPANaOHHNO3-HClO4

2 4 5 7 8 9

AM120 240 240+M4 624 624-Ca

Lodo - t ha-1

Tratamentos

FIGURA 16. Distribuição do Pb nas frações extraídas em 1999, com H2O (solúvel), Mg(NO3)2 (trocável), DTPA (orgânica), NaOH (orgânica)e HNO3-HClO4 (residual), da camada superficial (0-20 cm) do solo.

70

mobilidade do Pb deve-se a formação de complexos de esfera interna coma fase sólida do

solo.

4.3.3. Distribuição do Ni nas frações extraídas

Na tratamento sem lodo (T2), grande parte do Ni foi extraído na fração mineral

(Figura 17). Comparando os tratamentos com adição de 120 (T4), 240 (T5) e 624 (T8) t ha-1

de lodo, pode-se observar o aumento da concentração do elemento nas formas solúvel,

orgânica e mineral (Apêndice 20).

O Ni (assim como o Cu e o Pb) forma complexos estáveis com a fase orgânica e

mineral do solo (Kabata-Pendias & Pendias, 1994; Hayes & Traina, 1998). No entanto,

verifica-se o aumento da disponibilidade do elemento nos tratamentos com adição de lodo

(Figura 10), indicando que apesar do aumento de sua concentração nas frações orgânica e

residual, a afinidade das ligações é menor do que para o Cu e o Pb, refletindo-se no

aumento da solubilidade em água. De acordo com Overcash & Pal (1981), o aumento da

concentração dos metais pesados reduz a força das ligações com a fase sólida, e mesmo

aqueles com elevada afinidade passam a se comportar como cátions trocáveis.

Karapanagiotis et al. (1991), estudando as constantes de estabilidade para a

formação dos complexos, constatou que o Ni foi o metal que se ligou mais fracamente após

a adição do lodo, enquanto que o Zn aumentou sua afinidade pelos ligantes orgânicos.

Então, apesar de grande parte do Ni ter sido extraído nas frações menos lábeis (orgânica e

residual), provavelmente a contaminação do solo reduziu a força das ligações.

No tratamento com enriquecimento do lodo com Ni-Ac.H2O (T7), observa-se o

aumento significativo na concentração do Ni nas frações solúvel, trocável e,

principalmente, na orgânica (Figura 17, Apêndice 20). Tal comportamento concorda com

os dados de mobilidade, indicando que a formação de complexos de esfera externa no solo

71

Ni,

mg

kg-1

0

1

2

3

4

H2O

Mg(NO3)2

DTPANaOHHNO3-HClO4

2 4 5 7 8 9

AM120 240 240+M4 624 624-Ca

Lodo - t ha-1

Tratamentos

FIGURA 17. Distribuição do Ni nas frações extraídas em 1999, com H2O (solúvel), Mg(NO3)2 (trocável), DTPA (orgânica), NaOH (orgânica)e HNO3-HClO4 (residual), da camada superficial (0-20 cm) do solo.

72

foi responsável pela translocação para as camadas subsuperficiais. Comparando o

tratamento T8 (624 lodo) com o T9 (624 lodo-Ca) percebe-se que a calagem diminuiu a

solubilidade do Ni pelo incremento da densidade de sítios de complexação na matéria

orgânica (Figura 17).

4.3.4. Distribuição do Zn nas frações extraídas

A maior parte do Zn foi determinada na fração mineral (Figura 18). O aumento da

quantidade de lodo aplicada ao solo (0 a 624 t ha-1) aumentou a concentração do Zn nas

formas solúvel, trocável e orgânica (Apêndice 21). Essa tendência é mais evidenciada no

tratamento T7 (240 lodo + M4), pois quando comparado ao T5 (240 lodo) observa-se que

a adição do ZnO aumentou significativamente sua concentração nas formas solúvel,

trocável, orgânica e mineral (Apêndice 21) .

O pH é um dos fatores mais importantes no controle da concentração do Zn na

solução do solo. A redução do pH aumenta a solubilidade do Zn devido à protonação dos

ligantes (Gomes, 1996). Apesar da correção da acidez no período de 1985 a 1991, nos

tratamentos com adição de lodo e calcário, já a partir do 5o ano de cultivo, o pH era menor

que 5,5 (Apêndice 7), agravando-se com o encerramento das aplicações de lodo. Por isso,

foi fracamente adsorvido a fase sólida do solo, acarretando na translocação para as camadas

subsuperficias do solo.

No tratamento T9 (624 t ha-1 de lodo, sem calcário), há a redução da concentração

nas formas trocável, orgânica e mineral e o aumento na solúvel mostrando a saída do

elemento das colunas de solo (Figura 18, Apêndice 21). Trabalho conduzido por Brallier

et al. (1996) concluiu que em condições de grandes aplicações de lodo (500 t ha-1) em solos

arenosos e ácidos, os metais pesados podem permanecer em formas solúveis e trocáveis por

muito tempo (16 anos) após a aplicação do lodo. No entanto, a correção do pH durante esse

73

Zn,

mg

kg-1

0

20

40

60

80 H2O

Mg(NO3)2

DTPANaOHHNO3-HClO4

2 4 5 7 8 9

AM120 240 240+M4 624 624-Ca

Lodo - t ha-1

Tratamentos

FIGURA 18. Distribuição do Zn nas frações extraídas em 1999, com H2O (solúvel), Mg(NO3)2 (trocável), DTPA (orgânica), NaOH (orgânica)e HNO3-HClO4 (residual), da camada superficial (0-20 cm) do solo.

74

período, reduziu significativamente a solubilidade de Cd, Ni e Zn.

Os ácidos orgânicos oriundos da decomposição da matéria orgânica podem

solubilizar os metais pesados na fração mineral do solo (Li & Shuman, 1996).

Considerando a grande proporção do Zn na fração mineral nos tratamentos com lodo, esse

mecanismo também pode ter contribuído para o aumento de sua solubilidade e mobilidade.

4.3.5. Distribuição do Cd nas frações extraídas

Na Figura 19, pode-se observar que o Cd no tratamento T2 (sem lodo) distribui-se

eqüitativamente entre as frações mineral, orgânica e trocável. A adição de 120 (T4) e 240

(T5) t ha-1 de lodo aumentou significativamente a extração do Cd na fração mineral e

orgânica (Apêndice 22). No tratamento T5, observa-se inclusive o aumento da concentração

deste metal na fração solúvel, que não tinha sido detectada nos tratamentos T4 e T2. O teor

total de Cd no tratamento T8 (624 lodo) obtido pela soma das frações foi menor que no

tratamento T5 (240 lodo).

Comparando-se o tratamento T5 (240 lodo) e o T7 (240 lodo + M4), verifica-se que

a adição do sal aumentou significativamente a concentração de Cd na fração residual,

trocável e solúvel em água, mostrando menor afinidade do elemento pela fração orgânica

(Figura 19, Apêndice 22). No tratamento T8 (624 lodo) a extração do Cd foi maior nas

frações mineral e principalmente na trocável em relação ao tratamento T9 (624-Ca), que

teve aumento significativo da concentração do metal solúvel em água. Provavelmente, a

calagem do solo aumentou a densidade de cargas negativas, aumentando a extração do

metal na fração trocável.

Os resultados estão de acordo com a mobilidade e disponibilidade do Cd nos

tratamentos com adição de lodo e lodo + sal e concordam com os resultados obtidos por

outros pesquisadores. Ramos et al. (1994), trabalhando com solos poluídos pela exploração

75

Cd,

µg

kg-1

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

H2O

Mg(NO3)2

DTPANaOHHNO3-HClO4

2 4 5 7 8 9

AM120 240 240+M4 624 624-Ca

Lodo - t ha-1

Tratamentos

FIGURA 19. Distribuição do Cd nas frações extraídas em 1999, com H2O (solúvel), Mg(NO3)2 (trocável), DTPA (orgânica), NaOH (orgânica)e HNO3-HClO4 (residual), da camada superficial (0-20 cm) do solo.

76

da pirita na Espanha, indicam que apesar de grande parte do Cd ocorrer na fração residual,

o elemento é facilmente extraído, mesmo quando presente na fração orgânica, devido à

natureza fraca das ligações com fase sólida do solo.

4.3.6. Considerações gerais

O comportamento dos metais pesados está de acordo com suas afinidades de

adsorção e química de coordenação. A baixa mobilidade do Cu e Pb deve-se à formação

de complexos de esfera interna com a fase sólida do solo; o deslocamento do Cu no

tratamentos com adição de lodo e sal pode ter ocorrido na forma de complexos organo-

solúveis, devido à elevada afinidade das ligações; o Pb e o Cu adicionados na forma de sal

foram adsorvidos pela matéria orgânica; a redução do pH não afetou o comportamento do

Cu e do Pb.

A mobilidade e/ou disponibilidade do Ni, Zn e Cd na camada superficial do lodo

deve-se à formação de complexos de esfera externa com a fase sólida do solo. Verificou-se

o aumento da solubilidade nos tratamentos T7 (240 + M4), T8 (624 lodo) e T9

(624 lodo-Ca).

A correção do pH diminuiu a solubilidade do Ni, do Zn e do Cd, evidenciando a

importância da calagem do solo, principalmente pelo aumento da densidade de sítios de

adsorção no solo. Os dados de Ni sugerem que, apesar do lodo aumentar a capacidade total

de adsorção dos metais pesados, há a diminuição da afinidade das ligações.

Parte do Ni e do Zn adicionados na forma de sal foram adsorvidos pela matéria

orgânica do solo; no entanto, a adição do sal proporcionou o aumento da quantidade

extraída de Cd em solução e no complexo de troca, sugerindo sua menor afinidade pela

matéria orgânica.

77

4.4. Oxidação da matéria orgânica

Os resultados discutidos no item 4.1 mostraram a redução do teor de MO após o

encerramento das aplicações de lodo. E, os resultados dos estudos de mobilidade e

fracionamento indicaram que a formação dos complexos de esfera interna (para Cu e Pb)

e externa (para Ni, Zn e Cd) com a fração orgânica foram fundamentais na determinação

do comportamento dos metais no solo.

Por esse motivo, a definição de critérios seguros para o descarte de resíduos

orgânicos perigosos deve considerar os efeitos da redução do teor de matéria orgânica sobre

as formas dos metais pesados após longos períodos do término das aplicações. Como o solo

é um sistema aberto e dinâmico, com constantes trocas de energia e material com o meio

(Coleman et al., 1998), pode-se esperar que com o passar do tempo ocorram saídas (por

lixiviação e/ou absorção pelas plantas) dos metais pesados. Mas é fundamental que as

saídas sejam pequenas e lentas, para que o sistema receptor possa assimilar esses elementos

e tamponar seus efeitos tóxicos.

A simulação da redução do teor de matéria orgânica, com o objetivo de estudar a

redistribuição dos metais pesados nas diferentes frações do solo, foi obtida pela oxidação

química da matéria orgânica. Para isso, utilizou-se como agente oxidante o peróxido de

hidrogênio (H2O2) (Sequi & Aringhieri, 1977; Mendonça, 1995).

Na Figura 20 é mostrada a redução do teor de matéria orgânica com o aumento da

dose do H2O2 (0, 10 e 180 mL). Nos tratamentos com a maior dose de lodo o teor de MO

se aproximou ao da testemunha (20 g kg-1), sendo possível inferir o comportamento do Cu

e do Zn no solo quando este novamente atingir o teor original de MO. McBride (1995) e

Coleman et al., (1998) indicam que esse processo (mesmo que muito lento) representa a

tendência natural do sistema solo.

78

Tratamentos

0

20

40

60

80

100

120

0 mL10 mL180 mL

MO

, g k

g-1

AM 120 240 240+M4 624 624-CaLodo - t ha-1

2 4 5 7 8 9

FIGURA 20. Teor de matéria orgânica (MO) na camada superficial (0-20 cm) do solocom a adição de 0, 10 e 180 mL de peróxido de hidrogênio (H2O2), em1999.

79

Pode-se observar na Figura 20 que a dose de 10 mL de H2O2 oxidou

aproximadamente 50 % da matéria orgânica no T9 e T8 (96 a 50 g kg-1). Mas apenas a

adição de 180 mL de H2O2 reduziu o teor até 16 g kg-1. Este fato evidencia a grande

estabilidade da MO adicionada pelo lodo. A redução do teor de matéria orgânica no

tratamento T7 (240 + M4) foi menor que no T5 (240 lodo), provavelmente devido à

estabilização da MO pelo enriquecimento do lodo com metais.

A taxa de decomposição da matéria orgânica adicionada ao solo pelo lodo é baixa,

devido à presença de material orgânico biodegradado, com elevada estabilidade e ao efeito

inibitório dos metais pesados sobre os microrganismos do solo (Kabata-Pendias & Pendias,

1994). A determinação em laboratório da taxa anual de decomposição do lodo feita por

Tedesco et al. (1987; 1991), utilizando a técnica da evolução do CO2, foi de 18% em 1987,

reduzindo-se para 5%, em 1991. É possível que esse valor seja atualmente ainda menor do

que em 1991, pois com o passar do tempo o lodo entra em equilíbrio com o solo (Mulchi

et al.,1987). Entretanto, a preservação da qualidade do solo a longo prazo deve ser uma

prioridade em programas de descarte de resíduos urbanos e industrias.

4.4.1. Redistribuição do Cu

Pode-se observar na Figura 21, que a oxidação da matéria orgânica provocou a

redução das frações residual e orgânica do Cu e aumentou as frações trocável e solúvel.

Essa tendência acentua-se com o aumento da dose de lodo. No tratamento T7 (240 lodo +

M4), devido à grande proporção do elemento na fração orgânica, verificou-se que esta foi

a mais afetada. Mendonça (1995), estudando o efeito da oxidação da matéria orgânica sobre

as forma de Al+3 (forma complexos estáveis com a MO) em Latossolos do Cerrado, também

verificou a liberação do Al+3 para a solução do solo.

MO, g kg-1

020406080100120

0

1

2

3

4

5

01020304050

0

1

2

3

4

051015202530

0

1

2

3

4

0204060

Cu,

mg

kg-1

0

1

2

3

4

203040506070

Cu,

mg

kg-1

0

10

20

30

40

MO, g kg-1

20406080100

0

1

2

3

4

5

H2O Mg(NO3)2 DTPA NaOH HNO3-HClO4

T2) AM T4) 120 lodo

T5) 240 lodoT7) 240 lodo + M4

T5) 624 lodo - CaT8) 624 lodo

FIGURA 21. Oxidação da matéria orgânica (MO) e redistribuição do Cu nas frações extraídas da camada superficial (0-20 cm) do solo em 1999.

80

81

A redução do Cu na fração residual deve-se provavelmente à falta de seletividade

do H2O2, pois parece que também ocorreu a dissolução do Cu na fração mineral

(Shuman,1991); ou, como já foi mencionado anteriormente, à presença de material orgânico

altamente resistente, que não foi extraído com DTPA e NaOH.

A oxidação da matéria orgânica provocou a passagem do Cu de formas fortemente

complexadas para formas solúveis e trocáveis (com grande potencial poluente), como já foi

observado por McGrath et al. (1988); as formas solúveis podem ser lixiviadas até o lençol

subterrâneo e passar para a cadeia alimentar. A redução do pH não alterou

significativamente a solubilidade do Cu.

4.4.2. Redistribuição do Zn

A oxidação da MO reduziu a extração do Zn na fração residual nos tratamentos

com e sem lodo (Figura 22). Nos tratamentos T2 (adubação mineral) e T4 (120 lodo) as

frações orgânica, trocável e solúvel pouco se alteraram. No tratamento T5 (240 lodo)

verifica-se a tendência de aumentar a extração do Zn na fração solúvel com a oxidação da

matéria orgânica, porém, as frações trocável e orgânica, não se modificaram.

No tratamento T7 (lodo enriquecido com sal) foi observada a redução da extração

do Zn nas frações residual, orgânica e trocável, e, o aumento do Zn solúvel em água com

a oxidação da matéria orgânica. Este comportamento foi obtido por Shuman (1999).

No tratamento T8 (624 lodo) pode-se observar a redução do Zn extraído nas

frações residual e orgânica, e o aumento na solúvel até a dose de 10 mL de H2O2,

diminuindo novamente até a dose de 180 mL. É possível que essa variação tenha ocorrido

em função da precipitação do Zn em outra fração. No tratamento T9 (624 lodo - Ca), houve

a redução da fração mineral e aumento da solúvel, enquanto que as frações orgânica e

trocável pouco se alteram.

MO, g kg-1

020406080100120

0

10

20

30

40

01020304050

0

5

10

15

20

25

30

051015202530

0

2

4

6

8

10

12

0204060

Zn, m

g kg

-1

0

10

20

30

40

50

203040506070

Zn, m

g kg

-1

0

20

40

60

80

MO, g kg-1

20406080100

0

20

40

60

80

100

H2O Mg(NO3)2 DTPA NaOH HNO3-HClO4

T2) AM T4) 120 lodo

T5) 240 lodoT7) 240 lodo + M4

T5) 624 lodo - CaT8) 624 lodo

FIGURA 22. Oxidação da matéria orgânica (MO) e redistribuição do Zn nas frações extraídas da camada superficial (0-20 cm) do solo.

82

83

Percebe-se que a adição do peróxido afetou principalmente a fração mineral, com

exceção dos tratamentos T7 e T8 (onde também se observou a redução da extração de Zn

com a oxidação da MO). E, devido à menor interação com a fração orgânica, houve a

passagem do elemento da fração mineral para a solúvel. Ainda, o aumento da solubilidade

foi afetado principalmente pela adição do elemento na forma de sal (ZnO) e pela

modificação do pH.

Ribeiro et al. (2001), estudando os efeitos da a utilização de carbonato, gesso,

vermicomposto, serragem de eucalipto e Solomax (turfa com calcário) sobre as formas de

Zn, Cu e Pb em solo contaminado proveniente de área de rejeitos da extração e

industrialização do Zn (Companhia Mineira de Metais, MG), concluíram que a aplicação

do carbonato teve um efeito marcante na redução da fração trocável do Zn e aumento da

residual. Entretanto, as distribuições do Cu e do Pb foram mais afetada pela adição de

materiais orgânicos, reduzindo suas concentrações nas frações mais lábeis e aumentando

na orgânica e residual.

5. CONCLUSÕES

Os resultados obtidos possibilitaram concluir que para o tipo de lodo em

questão:

1) A matéria orgânica (MO) e a capacidade de troca de cátions (CTC) são

significativamente maiores nos tratamentos com adição de lodo do que nas

testemunhas,

2) Nove anos após o encerramento das aplicações de lodo é observada a redução do teor

de MO, especialmente na maior dose de lodo;

3) Os tratamentos com adição de lodo apresentam pH mais ácido, e nove anos após o

encerramento das aplicações verifica-se a redução do pH, especialmente na maior

dose de lodo, sem adição de calcário;

4) Nos tratamentos com adição de lodo, é observado o deslocamento (e aumento da

disponibilidade) de Ni, Zn e Cd para as camadas subsuperficiais do solo,

principalmente quando o lodo foi enriquecido com os metais na forma de sais;

5) Não é verificada a mobilidade de Cu e Pb para as camadas subsuperficias do solo nos

tratamentos com adição de lodo;

6) A mobilidade dos metais no solo tem a seguinte ordem: Zn . Cd > Ni > Cu > Pb;

7) A metodologia de extração seqüencial foi capaz de detectar diferenças entre os

tratamentos, que variaram de acordo com o metal considerado;

85

8) As maiores quantidades do Cu e do Pb ocorrem nas frações orgânica e residual,

aumentando a proporção do Cu na fração orgânica e do Pb na residual com o aumento

da dose de lodo;

9) O Ni e o Zn no solo ocorrem principalmente na fração mineral, enquanto que o Cd

distribui-se eqüitativamente entre as frações mineral, orgânica e trocável, e a

aplicação do lodo aumenta a extração desses metais nas frações orgânica, trocável e

solúvel;

10) O Pb e o Cu adicionados na forma de sal são adsorvidos pela matéria orgânica dos

tratamentos com lodo; o deslocamento do Cu para as camadas subsuperficiais nesses

tratamentos ocorre na forma de complexos organo-solúveis não-adsortivos;

11) Parte do Ni e do Zn adicionados na forma de sal é adsorvida pela matéria orgânica dos

tratamentos com lodo; no entanto, a adição do sal e a maior dose de lodo

proporcionam o aumento da solubilidade de Ni, Zn e Cd;

12) O baixo pH dos tratamentos com adição de lodo não afeta o comportamento do Cu e

do Pb, mas aumenta a solubilidade do Ni, do Zn e do Cd;

13) Nos tratamentos com adição de lodo, observa-se o aumento da solubilidade do Cu e

do Zn com a oxidação química da matéria orgânica do solo.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7. APÊNDICES

97

APÊNDICE 1. Concentrações máximas (mg kg-1) de metais pesados permitida em solos com adição de lodo de esgoto.

País/Estado Ano Cd Cu Cr Ni Pb Zn Hg

Comunidade Européia 1986 1-3 50-140 100-150 30-75 50-300 150-300 1-1,5

França 1988 2 100 150 50 100 300 1

Alemanhaa 1992 1,5 60 100 50 100 200 1

Itália 1990 3 100 150 50 100 300 -

Espanha 1 50 100 30 50 150 1

Reino Unidob 1989 3 135 400 75 300 300 1

Dinamarca 1990 0,5 40 30 15 40 100 0,5

Finlândia 1995 0,5 100 200 60 60 150 0,2

Noruega 1 50 100 30 50 150 1

Suécia 0,5 40 30 15 40 100 0,5

Estados Unidos 1993 20 750 1500 210 150 1400 8

Nova Zelândia 1992 3 140 600 35 550 280 1

Canadá (Ontário) - 1,6 100 120 32 60 220 0,5

Canadá (Quebec) - 2 - - 18 50 185 0,5

Brasil (RS)a Os valores são para pH >6. Para pH 5 a 6 os limites para Cd e Zn são 1 a 150 mg kg-1, respectivamente.b Os valores mostrados são para pH 6 a 7. Existem outros valores para pH 5 a 6 e >7.Fonte: Povinelli et al. (1999); McGrath et al. (1994); Rodrigues et al. (1993).

98

APÊNDICE 2. Teor de matéria orgânica (g kg-1), capacidade de troca de cátions (CTC) (cmolc L-1), densidade (d) e pH em água determinados

na camada superficial do solo em 1991 e em 1999. Média de 4 repetições.

TratamentosMatéria orgânica d CTC pH

19911/ 1999 19911/ 1999 19911/ 1999 19911/ 1999

1) Testemunha 13 16 1,2 1,1 2,5 6,6 5,4 4,4

2) Adubação mineral 15 21 1,2 1,2 3,3 6,8 5,4 4,7

3) 120 Lodo + M1 57 50 1,0 0,9 3,3 8,4 5,3 4,9

4) 120 Lodo 57 44 0,9 1,0 3,3 8,5 5,3 4,9

5) 240 Lodo 78 60 0,8 0,9 3,4 9,1 5,3 4,7

6) 240 Lodo + M2 78 61 0,8 1,0 3,5 8,8 5,3 4,8

7) 240 Lodo + M4 71 61 0,8 1,0 3,7 9,5 5,3 4,8

8) 624 Lodo 144 96 0,7 0,8 4,1 11,1 5,2 4,9

9) 624 Lodo - Ca 140 99 0,7 0,8 3,7 10,9 5,1 3,81/ Dados obtidos por Tedesco et al. (1991).

99

APÊNDICE 3. Características físico-químicas da camada superficial (0-20 cm) do solo (PVAe) utilizado no experimento, em 1991 (91) e 1999(99). Média de 4 repetições.

TratamentosArgila pH SMP P extraível K extraível Ca troc. Mg troc. Al troc. Al+H

99 911/ 99 911/ 99 911/ 99 911/ 99 911/ 99 911/ 99 911/ 99

% ----------- mg kg-1------------ ------------------------------- cmolc kg-1 --------------------------

1) Testemunha 12 6,6 5,7 4 15 13 52 1,4 1,5 0,1 0,4 0,2 0,4 0,3 4,6

2) Adubação mineral 12 6,7 5,9 25 41 22 90 2,1 2,1 0,1 0,6 0,2 0,2 0,3 4,0

3) 120 Lodo + M1 9 6,3 5,5 275 261 23 67 1,7 2,4 0,1 0,8 0,6 0,2 0,4 5,0

4) 120 Lodo 11 6,3 5,6 225 205 21 74 1,8 2,5 0,1 0,8 0,6 0,2 0,4 5,0

5) 240 Lodo 10 6,3 5,4 379 410 21 46 1,9 2,3 0,1 0,7 0,6 0,3 0,4 6,0

6) 240 Lodo + M2 9 6,2 5,5 465 372 26 47 1,9 2,4 0,1 0,7 0,6 0,3 0,5 5,6

7) 240 Lodo + M4 8 6,3 5,4 421 407 32 47 2,2 2,7 0,1 0,8 0,4 0,2 0,4 5,9

8) 624 Lodo 7 6,2 5,3 744 899 30 27 2,5 3,8 0,1 1,1 0,5 0,2 0,5 6,0

9) 624 Lodo - Ca 8 6,1 4,8 773 899 36 25 1,9 0,4 0,1 0,2 0,8 1,8 0,5 10,4 1/ Dados obtidos por Tedesco et al. (1991).

100

APÊNDICE 4. Teor de matéria orgânica (MO) na camada superficial (0-20 cm) do soloem 1988 (88), 1989 (89) e 1990 (90). Média de 4 repetições.

Tratamentos Ano

MO

88 89 90

------------------------------- g kg-1 -----------------------

1) Testemunha 16 14 12

2) Adubação mineral 17 16 14

3) 120 Lodo + M1 41 45 49

4) 120 Lodo 39 42 48

5) 240 Lodo 44 59 69

6) 240 Lodo + M2 51 60 69

7) 240 Lodo + M4 48 58 64

8) 624 Lodo 82 105 128

9) 624 Lodo - Ca 88 101 118Fonte: Tedesco et al. (1989; 1991).

APÊNDICE 5. Valor de densidade (d) na camada superficial (0-20 cm) do solo em 1988(88) e 1990 (90). Média de 4 repetições.

Tratamentos Ano

d

88 90

-------------------------- g cm-3 -------------------------

1) Testemunha 1,3 1,4

2) Adubação mineral 1,3 1,4

3) 120 Lodo + M1 1,3 1,3

4) 120 Lodo 1,3 1,3

5) 240 Lodo 1,2 1,2

6) 240 Lodo + M2 1,2 1,2

7) 240 Lodo + M4 1,2 1,2

8) 624 Lodo 1,2 1,2

9) 624 Lodo - Ca 1,1 1,1Fonte: Tedesco et al. (1989; 1991).

101

APÊNDICE 6. Capacidade de troca catiônica (CTC) na camada superficial (0-20 cm) dosolo em 1988 (88), 1989 (89) e 1990 (90). Média de 4 repetições.

Tratamentos Ano

CTC

88 89 90

-------------------------- cmolc L-1 ------------------------

1) Testemunha 3,9 3,3 2,9

2) Adubação mineral 5,0 4,4 4,0

3) 120 Lodo + M1 5,0 4,1 4,0

4) 120 Lodo 5,2 4,3 3,9

5) 240 Lodo 5,1 3,7 3,9

6) 240 Lodo + M2 5,0 4,1 4,5

7) 240 Lodo + M4 5,7 4,6 4,2

8) 624 Lodo 6,1 5,1 4,8

9) 624 Lodo - Ca 4,1 3,6 4,0Fonte: Tedesco et al. (1989; 1991).

APÊNDICE 7. Valores de pH na camada superficial (0 - 20 cm) do solo em 1988 (88),1989 (89) e 1990 (90). Média de 4 repetições.

Tratamentos Ano

pH

88 89 90

1) Testemunha 5,5 5,6 5,4

2) Adubação mineral 6,2 5,9 5,7

3) 120 Lodo + M1 6,0 5,8 5,3

4) 120 Lodo 5,9 5,8 5,3

5) 240 Lodo 5,9 5,6 5,3

6) 240 Lodo + M2 5,8 5,7 5,3

7) 240 Lodo + M4 6,2 5,8 5,5

8) 624 Lodo 6,0 5,7 5,4

9) 624 Lodo - Ca 5,3 5,4 5,1Fonte: Tedesco et al. (1989; 1991).

102

APÊNDICE 8. Teores totais de Cu determinados em 1999 (99), e disponíveis, determinados em 1991 (91) e 1999, nas camadas (0-20,20-40 e 40-60 cm) de solo. Média de 4 repetições.

Tratamentos

Total Disponível

0-20 20-40 40-60 0-20 20-40 40-60

99 99 99 911/ 99 911/ 99 911/ 99

-------------------------------------------------------------- mg kg-1 -----------------------------------------------------

1) Testemunha 10,4 2,1 6,3 1,2 2,0 0,8 0,8 1,2 1,0

2) Adubação mineral 13,2 7,4 9,6 2,6 3,0 0,9 0,9 0,9 1,0

3) 120 Lodo + M1 52,2 10,1 17,6 11,2 14,6 1,1 2,0 0,8 1,0

4) 120 Lodo 11,9 6,0 12,9 1,5 2,1 0,7 0,8 0,8 0,9

5) 240 Lodo 15,1 6,0 15,5 1,8 2,2 0,7 0,8 0,8 0,8

6) 240 Lodo + M2 64,0 9,4 16,2 17,0 18,9 1,1 1,9 0,8 1,1

7) 240 Lodo + M4 202,4 16,2 15,5 31,0 39,8 1,4 4,3 0,8 1,2

8) 624 Lodo 17,8 6,0 16,2 2,7 2,3 0,7 0,9 0,7 0,8

9) 624 Lodo - Ca 20,9 6,9 16,2 2,5 2,9 0,7 0,8 0,7 0,81/ Tedesco et al. (1991).

103

APÊNDICE 9. Teores totais de Pb determinados em 1999 (99), e disponíveis, determinados em 1991 (91) e 1999, nas camadas (0-20,20-40 e 40-60 cm) de solo. Média de 4 repetições.

Tratamentos

Total Disponível

0-20 20-40 40-60 0-20 20-40 40-60

99 99 99 911/ 99 911/ 99 911/ 99

------------------------------------------------------------ mg kg-1 -------------------------------------------------------

1) Testemunha 32,7 7,7 12,7 3,5 6,4 1,9 3,3 2,2 2,3

2) Adubação mineral 29,3 7,0 18,4 3,1 7,1 1,8 2,2 2,2 2,3

3) 120 Lodo + M1 83,9 8,4 14,5 14,3 18,5 1,8 3,0 2,0 3,3

4) 120 Lodo 29,7 8,4 13,0 3,2 5,2 1,8 2,2 1,9 2,2

5) 240 Lodo 38,8 8,2 12,1 2,7 3,5 1,8 2,1 2,0 1,8

6) 240 Lodo + M2 93,2 7,8 12,1 18,0 20,2 1,7 2,6 1,9 2,1

7) 240 Lodo + M4 189,5 6,4 12,6 40,2 38,8 1,9 3,4 1,9 1,8

8) 624 Lodo 29,3 8,0 13,1 2,1 1,9 1,8 2,3 2,0 2,0

9) 624 Lodo - Ca 29,7 8,8 12,3 2,2 1,2 1,8 2,0 2,0 2,01/ Tedesco et al. (1991).

104

APÊNDICE 10. Teores totais de Ni determinados em 1999 (99), e disponíveis, determinados em 1991 (91) e 1999, nas camadas (0-20,20-40 e 40-60 cm) de solo. Média de 4 repetições.

Tratamentos

Total Disponível

0-20 20-40 40-60 0-20 20-40 40-60

99 99 99 911/ 99 911/ 99 911/ 99

------------------------------------------------------------ mg kg-1 -------------------------------------------------------

1) Testemunha 1,5 1,3 1,9 0,34 0,21 0,11 0,14 0,13 0,07

2) Adubação mineral 2,2 0,9 2,5 0,28 0,24 0,11 0,13 0,11 0,06

3) 120 Lodo + M1 3,9 1,6 3,0 1,90 1,37 0,47 0,45 0,11 0,16

4) 120 Lodo 3,4 0,8 2,2 0,83 0,83 0,18 0,19 0,10 0,08

5) 240 Lodo 3,4 1,4 1,9 1,09 1,29 0,19 0,23 0,10 0,11

6) 240 Lodo + M2 7,2 1,9 2,5 3,28 2,58 0,71 0,66 0,17 0,32

7) 240 Lodo + M4 14,4 2,7 2,6 5,34 6,22 0,88 1,34 0,19 0,38

8) 624 Lodo 7,5 2,1 2,4 1,85 2,21 0,34 0,5 0,11 0,12

9) 624 Lodo - Ca 6,0 1,2 2,3 1,73 0,69 0,44 0,17 0,18 0,341/ Tedesco et al. (1991).

105

APÊNDICE 11. Teores totais de Zn determinados em 1999 (99), e disponíveis, determinados em 1991 (91) e 1999, nas camadas (0-20, 20-40 e 40-60 cm) de solo. Média de 4 repetições.

Tratamentos

Total Disponível

0-20 20-40 40-60 0-20 20-40 40-60

99 99 99 911/ 99 911/ 99 911/ 99

------------------------------------------------------------ mg kg-1 ------------------------------------------------------

1) Testemunha 18,0 24,2 18,1 2,1 3,5 0,9 0,8 0,7 0,4

2) Adubação mineral 21,3 23,3 36,7 2,3 4,1 0,7 0,6 0,6 0,3

3) 120 Lodo + M1 128,6 41,1 53,1 35,0 27,1 6,4 4,3 1,1 2,3

4) 120 Lodo 61,9 32,7 49,8 19,7 14,4 3,2 2,0 0,6 1,0

5) 240 Lodo 123,8 36,7 53,0 30,2 26,7 3,9 3,2 0,9 2,7

6) 240 Lodo + M2 150,2 49,0 69,5 57,5 38,2 10,0 5,6 2,0 5,8

7) 240 Lodo + M4 276,8 78,6 68,3 127,6 77,9 14,8 13,2 2,3 7,0

8) 624 Lodo 251,4 43,4 65,2 69,6 68,6 9,1 8,7 1,3 4,0

9) 624 Lodo - Ca 88,7 33,7 61,2 65,0 14,3 10,9 2,0 5,2 3,81/ Tedesco et al. (1991).

106

APÊNDICE 12. Teores totais de Cd determinados em 1999 (99), e disponíveis, determinados em 1991 (91) e 1999, nas camadas (0-20, 20-40 e 40-60 cm) de solo. Média de 4 repetições.

Tratamentos

Total Disponível

0-20 20-40 40-60 0-20 20-40 40-60

99 99 99 911/ 99 911/ 99 911/ 99

------------------------------------------------------------ mg kg-1 -------------------------------------------------------

1) Testemunha 29,8 26,1 19,9 0,05 4,9 0,063 1,8 0,033 0,6

2) Adubação mineral 39,8 20,5 14,4 0,06 2,7 0,047 1,4 0,029 1,0

3) 120 Lodo + M1 319,2 171,1 40,9 1,82 267,2 0,37 8,4 0,031 2,9

4) 120 Lodo 68,5 24,9 10,9 0,13 14,2 0,043 0,9 0,038 0,8

5) 240 Lodo 94,5 19,7 9,8 0,15 20,1 0,050 1,0 0,031 0,5

6) 240 Lodo + M2 493,9 261,1 98,4 2,78 392,2 0,56 15,2 0,036 5,5

7) 240 Lodo + M4 858,3 137,2 81,8 4,94 1808,0 0,92 20,1 0,046 5,1

8) 624 Lodo 169,2 29,4 8,2 0,26 27,4 0,053 1,1 0,031 0,2

9) 624 Lodo - Ca 107,0 13,2 14,4 0,22 18,3 0,048 2,9 0,026 2,31/ Tedesco et al. (1991).

107

APÊNDICE 13. Teores disponíveis de Cu em 1988 (88), 1989 (89) e 1990 (90), nascamadas de solo. Média de 4 repetições.

Tratamentos Profundidade (cm)

Cu, mg kg-1

88 89 90

0-20 0-20 20-40 40-60 0-20

1) Testemunha 1,3 1,1 0,8 1,0 1,2

2) Adubação mineral 3,5 2,9 0,5 0,9 2,9

3) 120 Lodo + M1 5,9 6,7 0,6 1,0 10,8

4) 120 Lodo 1,8 1,5 0,5 1,0 1,7

5) 240 Lodo 2,2 1,8 0,5 1,0 2,0

6) 240 Lodo + M2 6,6 9,3 0,6 0,9 14,4

7) 240 Lodo + M4 13,1 20,9 0,7 1,2 29,5

8) 624 Lodo 3,0 2,4 0,5 0,9 2,7

9) 624 Lodo - Ca 3,1 2,4 0,5 1,0 2,6Fonte: Tedesco et al. (1989; 1991).

APÊNDICE 14. Teores disponíveis de Pb em 1988 (88), 1989 (89) e 1990 (90), nascamadas de solo. Média de 4 repetições.

Tratamentos Profundidade (cm)

Pb, mg kg-1

88 89 90

0-20 0-20 20-40 40-60 0-20

1) Testemunha 1,9 1,8 2,1 1,5 2,3

2) Adubação mineral 1,8 1,7 2,0 1,4 2,1

3) 120 Lodo + M1 6,9 7,2 2,0 1,4 11,4

4) 120 Lodo 2,2 2,0 2,0 1,4 2,4

5) 240 Lodo 2,2 2,0 2,0 1,4 2,2

6) 240 Lodo + M2 6,7 7,9 2,0 1,3 14,1

7) 240 Lodo + M4 11,7 15,6 1,9 1,2 31,5

8) 624 Lodo 1,8 1,8 2,2 1,3 1,9

9) 624 Lodo - Ca 2,1 1,7 2,0 1,3 2,0Fonte: Tedesco et al. (1989; 1991).

108

APÊNDICE 15. Teores disponíveis de Ni em 1988 (88), 1989 (89) e 1990 (90), nascamadas de solo. Média de 4 repetições.

Tratamentos Profundidade (cm)

Ni, mg kg-1

88 89 90

0-20 0-20 20-40 40-60 0-20

1) Testemunha 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3

2) Adubação mineral 0,3 0,1 0,3 0,2 0,5

3) 120 Lodo + M1 1,1 1,0 0,3 0,2 1,7

4) 120 Lodo 1,1 0,4 0,2 0,3 0,8

5) 240 Lodo 1,2 0,7 0,3 0,2 1,1

6) 240 Lodo + M2 1,2 1,4 0,4 0,2 2,6

7) 240 Lodo + M4 1,8 2,3 0,4 0,3 5,6

8) 624 Lodo 1,2 1,0 0,3 0,3 1,7

9) 624 Lodo - Ca 1,3 1,0 0,4 0,2 1,7Fonte: Tedesco et al. (1989; 1991).

109

APÊNDICE 16. Teores disponíveis de Zn em 1988 (88), 1989 (89) e 1990 (90), nascamadas de solo. Média de 4 repetições.

Tratamentos Profundidade (cm)

Zn, mg kg-1

88 89 90

0-20 0-20 20-40 40-60 0-20

1) Testemunha 2,2 1,7 0,5 0,3 1,8

2) Adubação mineral 2,7 2,4 0,3 0,6 2,3

3) 120 Lodo + M1 15,9 27,8 1,0 0,2 24,0

4) 120 Lodo 10,6 22,5 0,6 0,2 12,6

5) 240 Lodo 17,1 19,1 1,0 0,3 15,4

6) 240 Lodo + M2 23,5 47,2 1,5 0,2 34,9

7) 240 Lodo + M4 32,8 96,5 1,3 0,1 55,5

8) 624 Lodo 30,9 50,2 1,8 0,3 41,1

9) 624 Lodo - Ca 31,6 23,9 4,9 0,6 36,6Fonte: Tedesco et al. (1989; 1991).

110

APÊNDICE 17. Teores disponíveis de Zn em 1988 (88), 1989 (89) e 1990 (90), nascamadas de solo. Média de 4 repetições.

Tratamentos Profundidade (cm)

Cd, µmg kg-1

88 89 90

0-20 0-20 20-40 40-60 0-20

1) Testemunha 12 17 32 15 30

2) Adubação mineral 19 26 33 23 30

3) 120 Lodo + M1 372 609 32 26 1470

4) 120 Lodo 34 31 28 24 80

5) 240 Lodo 64 35 27 26 120

6) 240 Lodo + M2 536 901 43 42 2240

7) 240 Lodo + M4 841 1559 37 29 4330

8) 624 Lodo 100 47 22 25 210

9) 624 Lodo - Ca 82 50 26 31 180Fonte: Tedesco et al. (1989; 1991).

111

APÊNDICE 18. Concentração de Cu nas frações extraídas em 1999, com H2O, Mg(NO3)2, DTPA, NaOH e HNO3-HClO4, da camadasuperficial (0-20 cm) do solo. Média de 4 repetições.

TratamentosExtrator

SOMAH2O Mg (NO3)2 DTPA NaOH HNO3-HClO4

----------------------------------------------------- mg kg-1 ---------------------------------------------------------------

2) AM 0,04 a A 0,14 a A 2,36 b C 1,31 a B 3,43 a D 7,28

4) 120 Lodo 0,06 a A 0,02 a A 1,67 a B 1,40 a B 3,58 a C 6,73

5) 240 Lodo 0,07 a A 0,02 a A 1,91 a B 2,05 b B 3,73 a C 7,78

7) 240 Lodo + M4 0,66 b A 0,26 a A 34,53 d D 13,05 d C 10,08 c B 58,58

8) 624 Lodo 0,09 a A 0,05 a A 3,56 c B 3,27 c B 4,67 b C 11,64

9) 624 Lodo - Ca 0,06 a A 0,04 a A 2,66 b B 3,96 c C 4,55 b D 11,27Letras minúsculas comparam os dados na coluna e letras maiúsculas comparam os dados na linha, pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.

112

APÊNDICE 19. Concentração de Pb nas frações extraídas em 1999, com H2O, Mg(NO3)2, DTPA, NaOH e HNO3-HClO4, da camadasuperficial (0-20 cm) do solo. Média de 4 repetições.

TratamentosExtrator

SOMAH2O Mg (NO3)2 DTPA NaOH HNO3-HClO4

------------------------------------------------------- µg kg-1 ----------------------------------------------------------------

2) AM 48,40 a A 69,88 a A 6536,33 d B 389,85 a A 6846,16 a B 13890,62

4) 120 Lodo 57,48 a A 56,52 a A 3400,35 b B 389,10 a A 9290,74 b C 13194,19

5) 240 Lodo 45,52 a A 63,44 a A 2284,43 a B 212,11 a A 8536,33 b C 11141,83

7) 240 Lodo + M4 155,86 a A 92,70 a A 38639,47 c C 1995,49 b B 48884,61 d C 89758,13

8) 624 Lodo 46,45 a A 64,07 a A 2140,42 a B 47,25 a A 13610,12 c C 15908,31

9) 624 Lodo - Ca 25,79 a A 68,67 a A 1443,36 a A 788,54 a A 9908,91 b B 12235,27Letras minúsculas comparam os dados na coluna e letras maiúsculas comparam os dados na linha, pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.

113

APÊNDICE 20. Concentração de Ni nas frações extraídas em 1999, com H2O, Mg(NO3)2, DTPA, NaOH e HNO3-HClO4, da camadasuperficial (0-20 cm) do solo. Média de 4 repetições.

TratamentosExtrator

SOMAH2O Mg (NO3)2 DTPA NaOH HNO3-HClO4

---------------------------------------------------------- µg kg-1 -------------------------------------------------------------

2) AM 16,08 a A 108,12 a B 134,00 a B 7,99 a A 1257,18 a C 1523,37

4) 120 Lodo 20,88 a A 138,36 a C 305,96 c D 70,67 b B 2319,03 b E 2854,90

5) 240 Lodo 41,94 ab A 251,97 b C 358,20 b D 150,21 b B 2753,53 c E 3555,85

7) 240 Lodo + M4 98,80 b A 1906,24 c B 2430,75 e C 2227,14 d BC 2445,83 b C 9108,76

8) 624 Lodo 72,91 b A 125,39 a B 2373,35 e C 74,35 b A 2846,21 c C 5492,91

9) 624 Lodo - Ca 128,30 b A 291,92 b A 139,15 b A 142,06 c A 3734,41 d B 4435,84Letras minúsculas comparam os dados na coluna e letras maiúsculas comparam os dados na linha, pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.

114

APÊNDICE 21. Concentração de Zn nas frações extraídas em 1999, com H2O, Mg(NO3)2, DTPA, NaOH e HNO3-HClO4, da camadasuperficial (0-20 cm) do solo. Média de 4 repetições.

TratamentosExtrator

SOMAH2O Mg (NO3)2 DTPA NaOH HNO3-HClO4

-------------------------------------------------------- mg kg-1 --------------------------------------------------------------

2) AM 0,30 a A 1,39 a A 1,39 a A 0,27 a A 10,24 a B 13,59

4) 120 Lodo 0,56 a A 3,15 a B 5,17 b B 0,94 a A 28,10 b C 37,92

5) 240 Lodo 0,69 a A 7,12 b B 8,42 b B 1,56 a A 41,24 d C 59,03

7) 240 Lodo + M4 2,22 ab A 26,37 d B 34,01 c C 1,41 a A 75,70 e D 197,71

8) 624 Lodo 0,92 ab A 11,68 c B 35,27 c C 0,99 a A 85,60 f D 134,36

9) 624 Lodo - Ca 3,51 b A 2,16 a A 2,16 a A 4,17 b A 34,02 c B 46,23Letras minúsculas comparam os dados na coluna e letras maiúsculas comparam os dados na linha, pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.

115

APÊNDICE 22. Concentração de Cd nas frações extraídas em 1999, com H2O, Mg(NO3)2, DTPA, NaOH e HNO3-HClO4, da camadasuperficial (0-20 cm) do solo. Média de 4 repetições.

TratamentosExtrator

SOMAH2O Mg (NO3)2 DTPA NaOH HNO3-HClO4

------------------------------------------------------- µg kg-1 ----------------------------------------------------------------

2) AM < 0,2 14,33 b A 18,00 a A < 0,2 22,88 a A 55,21

4) 120 Lodo < 0,2 14,72 b A 38,37 b BC < 0,2 28,90 a B 81,99

5) 240 Lodo 1,44 a A 19,83 b B 49,43 b C < 0,2 89,23 c D 159,98

7) 240 Lodo + M4 89,25 a C 1356,62 c E 12,61 a B 6,03 A 406,95 d D 1871,44

8) 624 Lodo < 0,2 14,20 b A 13,75 a A < 0,2 68,96 b B 96,91

9) 624 Lodo - Ca 16,43 b AB 8,57 a A 19,84 a B < 0,2 39,82 a C 84,66Letras minúsculas comparam os dados na coluna e letras maiúsculas comparam os dados na linha, pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.

116

APÊNDICE 23. Valores de matéria orgânica (MO) em 1999, na camada superficial (0-20 cm) do solo, nas doses de 0, 10 e 180 mL de H2O2. Média de 4repetições.

TratamentosH2O2 (mL)

0 10 180

--------------------------- g kg-1 ------------------------

1) Testemunha 16 - -

2) Adubação mineral 21 2 2

3) 120 Lodo + M1 50 - -

4) 120 Lodo 44 15 2

5) 240 Lodo 60 26 3

6) 240 Lodo + M2 61 - -

7) 240 Lodo + M4 61 38 24

8) 624 Lodo 96 44 28

9) 624 Lodo - Ca 99 52 17

117

APÊNDICE 24. Concentração de Cu em 1999, nas frações do solo com a adição de 10 e 180 mL de H2O2. Média de 4 repetições.

TratamentoH20 Mg(NO3)2 DTPA NaOH HNO3-HClO4 SOMA

10 180 10 180 10 180 10 180 10 180 10 180

-------------------------------------------------------------- mg kg-1 -------------------------------------------------------------

2) AM 0,69 0,09 0,36 0,11 0,87 1,78 0,49 0,70 0,04 0,05 2,45 2,73

4) 120 Lodo 0,75 0,10 0,37 0,22 0,79 1,06 0,51 0,76 0,02 0,05 2,44 2,19

5) 240 Lodo 1,15 0,94 0,51 0,43 1,05 0,96 0,69 1,00 0,04 0,07 3,44 3,40

7) 240 Lodo + M4 10,80 0,95 3,75 2,28 6,09 2,14 2,30 11,25 0,20 0,69 23,14 17,31

8) 624 Lodo 1,56 2,04 1,14 0,83 1,40 0,90 0,90 0,88 0,07 0,06 5,07 4,71

9) 624 Lodo - Ca 1,71 2,22 0,77 0,87 1,07 0,95 0,87 0,98 0,04 0,07 4,46 5,09

118

APÊNDICE 25. Concentração de Zn em 1999, nas frações do solo com a adição de 10 e 180 mL de H2O2. Média de 4 repetições.

TratamentoH20 Mg(NO3)2 DTPA NaOH HNO3-HClO4 SOMA

10 180 10 180 10 180 10 180 10 180 10 180

-------------------------------------------------------------- mg kg-1 -------------------------------------------------------------

2) AM 0,94 0,54 1,04

0,15

1,48

2,81

0,38

0,24

2,58

2,98

6,42

6,72

4) 120 Lodo 6,10 0,13 3,87

0,98

3,79

7,27

0,82

1,37

4,05

5,72

18,63

15,47

5) 240 Lodo 13,22 9,91 5,52

5,57

3,97

4,68

1,40

1,53

0,84

6,43

24,95

28,12

7) 240 Lodo + M4 31,59 47,35 18,02

16,08

18,59

10,69

2,38

0,09

11,84

8,36

82,42

82,55

8) 624 Lodo 41,65 1,57 13,82

5,24

10,10

10,48

3,69

10,01

10,31

13,69

79,57

40,99

9) 624 Lodo - Ca 16,97 17,01 2,70

7,57

1,27

2,09

1,23

1,03

5,23

5,25

27,40

32,95

119

APÊNDICE 26. Esquema da análise da variância da concentração total de Cu, Zn, Cd, Pbe Ni no solo.

Causas daVariação GL Porção

Pr > F

Cd Cu Zn Pb Ni

Bloco 3 0,7356

0,2428

0,1641

0,0954

0,0335

Tratamento 8 0 0 0 0 0,001

Camada 2 0 0 0 0 0

trat*camada 16 0 0 0 0 0,0059

trat*camada 8 camada 0-20 0 0 0 0 0

trat*camada 8 camada 20-40 0 0,003 0,0029

1 0,989

trat*camada 8 camada 40-60 0,022 0,8251

0,0027

1 0,9998

trat*camada 2 trat 1 0,9748

0,0927

0,952 0 0,9389

trat*camada 2 trat 2 0,8182

0,0263

0,6455

0,0036

0,703

trat*camada 2 trat 3 0 0 0 0 0,4712

trat*camada 2 trat 4 0,2595

0,001 0,3431

0,001 0,3872

trat*camada 2 trat 5 0,0749

0,001 0 0 0,5293

trat*camada 2 trat 6 0 0 0 0 0,0213

trat*camada 2 trat 7 0 0 0 0 0

trat*camada 2 trat 8 0 0 0 0,0014

0,0151

trat*camada 2 trat 9 0,0224

0 0,0283

0,001 0,0296

APÊNDICE 27. Esquema de análise da variância do teor de MO, pH, d e CTC no solo.

120

Causas da Variação GLPr > F

MO pH d CTC1/

Bloco 3 0,3814 0,9086 0,7212 0,1398

Tratamento 8 < ,0001 <,0001 <,0001 <,0001

D.M.S.(5%) 4,8 0,4 0,12 0,03

C.V. (%) 12,6 3,6 5,2 4,1 1/ 1//(CTC)

121

APÊNDICE 28. Esquema de análise da variância do teor de P e K extraíveis, Ca e Mgtrocáveis no solo.

Causas da Variação GLPr > F

P K1/ Ca2/ Mg1/

Bloco 3 0,6738 0,5916 0,5643 0,4255

Tratamento 8 < ,0001 0,0088 <,0001 <,0001

D.M.S.(5%) 154,7 0,45 0,17 0,26

C.V. (%) 16,5 11,3 9,6 45,2 1/ log 10(K); 2/1//(Ca); 3/log 10(Mg).

APÊNDICE 29. Esquema de análise da variância do teor de H+Al, Altroc., Sat. Bases eSat.Al no solo.

Causas da Variação GLPr > F

Al+H Altroc. Sat. Bases1/ Sat. Al

Bloco 3 0,0552 0,7876 0,5637 0,5273

Tratamento 8 < ,0001 0,0088 <,0001 <,0001

D.M.S.(5%) 1,7 0,34 0,18 4,7

C.V. (%) 19,9 34,8 5,1 44,6 1/ log 10 (Sat. Bases).

122

APÊNDICE 30. Esquema de análise da variância da concentração de Cu, Pb, Ni, Zn e Cddisponíveis no solo.

Causas da Variação GLPr > F

Cu Pb1/ Ni2/ Zn3/ Cd4/

Bloco 3 0,9814 0,03372 0,5485 610 -

Tratamento 5 <,0001 <,0001 <,0001 <,0001 -

Extrator 14 <,0001 <,0001 <,0001 <,0001 < ,0001

Trat.*Extrator 70 <,0001 <,0001 <,0001 <,0001 <,0001

C.V. (%) 29,1 2,9 4,8 15,2 46,31/log 10(Pb); 2/log 10(Ni); 3/log 10 (Zn+0,001); 4/log 10(Cd)

APÊNDICE 31. Esquema de análise da variância das formas químicas de Cu e Zn nosolo.

Causas da Variação GLPr > F

Cu Zn

Bloco 3 0,0405 0,6807

Tratamento 5 <,0001 <,0001

Extrator 14 <,0001 < ,0001

Trat.*Extrator 70 <,0001 <,0001

C.V. (%) 17,1 23

123

APÊNDICE 32. Metodologia resumida de análise de solo (Departamento de Solos, UFRGS).Característica Extração DeterminaçãopH em água 1:1 solo:água potenciomentria

p SMP 1:1:1 solo:água:sol SMP potenciomentria

P disponível (mg kg-1) HCl 0,05 mol L-1 + H2SO4 0,025 mol L-1 colorimetria

K disponível (mg kg-1) HCl 0,05 mol L-1 + H2SO4 0,025 mol L-1 colorimetria

C orgânico (g kg-1) solução sulfo-crômica titulação

N total (g kg-1) H2O2 – H2SO4 digestão/destil. Micro-kjeldahl

Na solúvel (mg kg-1) HCl 0,05 mol L-1 + H2SO4 0,025 mol L-1 FAAS1/

Al trocável (me dl-1) KCl 1 mol L-1 FAAS

Ca trocável (me dl-1) KCl 1 mol L-1 FAAS

Mg trocável (me dl-1) KCl 1 mol L-1 FAAS

Mn trocável (me dl-1) KCl 1 mol L-1 FAAS

S extraível (mg kg-1) fosfato de cálcio (500 mg L-1 de P) Turbidimetria

Cl solúvel (mg kg-1) Água colorimetria

Cu extraível (mg kg-1) HCl 0,1 mol L-1 FAAS

Zn extraível (mg kg-1) HCl 0,1 mol L-1 FAAS

Fe extraível (g kg-1) oxalato de amônio 0,2 mol L-1 FAAS

B extraível (mg kg-1) água quante colorimetria

Pb extraível (mg kg-1) HCl 0,1 mol L-1 GFAAS2/

Cd extraível (µg kg-1) HCl 0,1 mol L-1 GFAA

Hg extraível (µg kg-1) HCl 0,1 mol L-1 HGAAS3/

Cr extraível (µg kg-1) HCl 0,1 mol L-1 GFAAS

CE (µS cm-1) 1:5 solo:água conditivimetro

Granulometria dispersão NaOH densimetro de Bouyoucos1/ espectrofotometria de absorção atômica atomização em chama de ar-acetileno2/ espectrofotometria de absorção atômica atomização eletrotérmica em forno de grafite3/ espectrofotometria de absorção atômica atmomização com gerador de hidretos

124

APÊNDICE 33. Quantidade de calcário aplicado em 1999.

Tratamentos Calcário

t ha-1

1) Testemunha -

2) Adubação mineral 3,7

3) 120 Lodo + M1 6,4

4) 120 Lodo 6,0

5) 240 Lodo 8,1

6) 240 Lodo + M2 7,8

7) 240 Lodo + M4 7,9

8) 624 Lodo 10,0

9) 624 Lodo - Ca -

125

APÊNDICE 34. Condições de operação do forno de grafite para determinação dos metais pesados.

Elemento Step Ramptime T Hold

time Alíquota Correção defundo Modificador de matriz

Curva decalibração

Comprimentode onda Fenda

s ºC s µg L-1 µg L-1 nm nm

Cd

12345

101101

12085020

21002600

30301555

20 Sim (NH4)2HPO4 4% 5 µL 0 - 10 228,8 0,7

Pb

12345

101101

12085020

23002600

30301555

20 Sim (NH4)2HPO4 4% 5 µL 0 - 50 283,3 0,7

Ni

12345

101101

1201000

2025002600

30301555

20 Sim Não 0 - 100 302,0 0,2