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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PRISCILA GONÇALVES VASCONCELOS SAMPAIO PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA DE CÉLULAS FOTOVOLTAICAS PARA ENERGIA SOLAR NATAL 2015

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Profª. Drª. Ângela Maria Paiva Cruz Diretor do Centro de Tecnologia Prof

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PRISCILA GONÇALVES VASCONCELOS SAMPAIO

PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA DE CÉLULAS FOTOVOLTAICAS PARA ENERGIA

SOLAR

NATAL

2015

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PRISCILA GONÇALVES VASCONCELOS SAMPAIO

PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA DE CÉLULAS FOTOVOLTAICAS PARA

ENERGIA SOLAR

NATAL

2015

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, como

requisito para obtenção do Título de Mestre em Engenheira de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Área de Concentração: Engenharia de Produção Subárea: Ergonomia, Engenharia do produto e

Engenharia da sustentabilidade

Orientador: Dr. Mario Orestes Aguirre González

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Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Profª. Drª. Ângela Maria Paiva Cruz

Diretor do Centro de Tecnologia

Prof. Dr. Luiz Alessandro Pinheiro da Câmara Queriroz

Coordenador do Programa de Pós Graduação de Engenharia de Produção

Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre González

Orientação

Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre González

Seção de Informação e Referência

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Sampaio, Priscila Gonçalves Vasconcelos.

Prospecção tecnológica de células fotovoltaicas para energia solar / Priscila

Gonçalves Vasconcelos Sampaio. – Natal, RN, 2015.

134 f.

Orientador: Mario Orestes Aguirre González.

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal

do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Pós -graduação em

Engenharia de Produção.

1. Energia Solar – Dissertação. 2. Energia solar fotovoltaica - Dissertação. 3.

Mapeamento tecnológico – Dissertação. 4. Análise de patentes - Dissertação. 5.

Método Delphi – Dissertação. I. González, Mario Orestes Aguirre. II.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 551.521.37

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PRISCILA GONÇALVES VASCONCELOS SAMPAIO

PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA DE CÉLULAS FOTOVOLTAICAS PARA

ENERGIA SOLAR

Aprovada em: ___/___/______

____________________________________________________________

Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre González (Orientador)

Centro de Tecnologia, UFRN

____________________________________________________________

Prof. Dr. Daniel Aloise

Centro de Tecnologia, UFRN

____________________________________________________________

Prof. Dr. Ricardo Lúcio de Araújo

Centro de Tecnologia, UFRN

____________________________________________________________

Prof. Dr. Humberto Dionísio de Andrade

Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas, UFERSA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, como

requisito para obtenção do Título de Mestre em Engenheira de Produção da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte. Área de Concentração: Engenharia de Produção Subárea: Ergonomia, Engenharia do produto e

Engenharia da sustentabilidade

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AGRADECIMENTOS

Ao meu esposo Jonathan Paulo Pinheiro Pereira, a minha mãe e a toda minha família

por ter me incentivado e dado apoio.

Ao meu orientador Mário Orestes pela paciência, conselhos e dedicação sempre

procurando ajudar para que tudo saísse da melhor forma possível e por me conduzir

sempre com sabedoria, dedicação e entusiasmo.

À todos que fazem o Cri-Ação pela cooperação e colaboração.

Aos professores avaliadores pelas contribuições.

Meu muito obrigado.

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―Sonhos determinam o que você quer.

Ação determina o que você conquista‖ (Aldo Novak)

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RESUMO

A energia solar apresenta-se como uma excelente alternativa para a geração de energia limpa e renovável. Esta dissertação tem como objetivo identificar as tendências

tecnológicas das células fotovoltaicas para energia solar. A pesquisa caracteriza-se, em relação à natureza, como sendo aplicada; em relação à abordagem, é quali-quantitativa;

no que tange aos objetivos, é exploratória e descritiva; concernente ao procedimento metodológico é considerada uma pesquisa bibliográfica com um estudo de caso caso no setor de energia solar fotovoltaica. O desenvolvimento desta pesquisa iniciou-se com

uma revisão bibliográfica sobre energia solar fotovoltaica e prospecção tecnológica. Em seguida, conduziu-se o mapeamento tecnológico das células fotovoltaicas para energia

solar por meio da análise de artigos e de patentes. Posteriormente foi realizada a prospecção tecnológica das células fotovoltaicas para energia solar através do Método Delphi, bem como a construção do mapa atual e futuro das tecnologias das células

fotovoltaicas, para os cenários atual, ano 2020 e ano 2025. Os resultados desta pesquisa apontam que as tecnologias consideradas maduras (silício mono e multicristalino)

continuarão sendo viável técnica-comercialmente dentro do período prospectado (2020 - 2025). Outras tecnologias que atualmente são viáveis (silício amorfo, telureto de cádmio e seleneto de cobre índio/Cobre, índio e gálio-disseleneto), poderão não apresentar esta

mesma condição em 2025. Já as células de nanofios de silício, sensibilizadas por corante e as baseadas em nanoestrutura de carbono, que nos dias atuais não são viável

técnica-comercialmente, poderão fazer parte do mapa futuro das tecnologias fotovoltaicas para energia solar.

Palavras Chaves: Energia solar fotovoltaica, Mapeamento tecnológico, Análise de patentes, Método Delphi.

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ABSTRACT

Solar energy presents itself as an excellent alternative for the generation of clean, renewable energy. This work aims to identify technological trends of photovoltaic cells

for solar energy. The research is characterized, in relation to nature, to be applied; regarding the approach is qualitative and quantitative; with respect to the objectives, it

is exploratory and descriptive; concerning the methodological procedure is considered a bibliographic research with a case study in the case of solar photovoltaic sector. The development of this research began with a literature review on photovoltaic solar energy

and technology foresight. Then it led to the technology mapping of photovoltaic solar cells through the analysis of articles and patents. It was later performed the

technological prospecting of photovoltaic cells for solar energy through the Delphi method, as well as the construction of the current plan and future technology of photovoltaic cells for the current scenario, 2020 and 2025. The results of this research

show that the considered mature technologies (silicon mono and multicrystalline) will continue to be commercially viable within the prospected period (2020-2025). Other

technologies that are currently viable (amorphous silicon, cadmium telluride and copper indium selenide / Copper indium gallium diselenide-), may not submit the same condition in 2025. Since the cells of silicon nanowires, dye-sensitized and based on

carbon nanostructure, which nowadays are not commercially viable, may be part of the future map of photovoltaic technologies for solar energy.

Key Words: Photovoltaic solar energy, Roadmapping technology, Technological forecasting, Patent analysis, Delphi method.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Caracterização do método da pesquisa ....................................................... 20

Figura 1.2 - Etapas do desenvolvimento da pesquisa. .................................................... 22

Figura 1.3 - Aplicação do método Delphi....................................................................... 25

Figura 1.4 - Estrutura organizacional do trabalho .......................................................... 26

Figura 2.1 - Árvore hierárquica IPC ............................................................................... 36

Figura 3.1 - Banda de valência, banda proibida (GAP) e banda de condução: Isolante,

condutor e semicondutor................................................................................................. 42

Figura 3.2 - Célula fotovoltaica ...................................................................................... 43

Figura 3.3 - Sistema típico de energia solar fotovoltaica ............................................... 46

Figura 3.4 - Percentual da produção total (MWp) ao longo dos anos ............................ 47

Figura 3.5 - Produção anual global (GWp) .................................................................... 48

Figura 3.6 - Instalação fotovoltaica cumulativa global até 2013 .................................... 49

Figura 3.7 - Percentual da produção anual das principais tecnologias fotovoltaicas ..... 49

Figura 3.8 - Produção anual total das principais tecnologias de filme fino .................... 50

Figura 3.9 - Eficiência das células .................................................................................. 50

Figura 3.10 - Modelo conceitual dos aspectos que influenciam a posição competitiva da

tecnologia fotovoltaica no mercado de energia .............................................................. 51

Figura 3.11 - Curva de aprendizado dos módulos fotovoltaicos .................................... 53

Figura 3.12 - Tendência histórica em tempo de Retorno de Energia (EPBT) de módulos

fotovoltaicos de silício cristalino .................................................................................... 55

Figura 3.13 - EPBT de sistemas fotovoltaicos de silício multicristalino – comparação

geográfica ....................................................................................................................... 55

Figura 3.14 - Cadeia produtiva da energia solar fotovoltaica ......................................... 57

Figura 3.15 - Relacionamentos da cadeia de suprimento da indústria PV para as

atividades de manufatura ................................................................................................ 58

Figura 3.16 - Fabricação de bolachas de silício.............................................................. 60

Figura 3.17 - Fabricação das células de silício ............................................................... 62

Figura 3.18 - Fabricação dos módulos/painéis PV de silício.......................................... 64

Figura 4.1 - Distribuição cronológica dos depósitos de patentes realizados no período de

2004 a 2013..................................................................................................................... 78

Figura 4.2 - Número de publicações científicas por ano no período de 2004 a 2013 .... 79

Figura 4.3 - Quantidade de patentes por país depositante no período de 2004 a 2013 .. 79

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Figura 4.4 - Número de publicações científicas dos cinco principais países no período

de 2004 a 2013 ................................................................................................................ 80

Figura 4.5 - Distribuição histórica/geográfica dos depósitos de patentes no período de

2004 a 2013..................................................................................................................... 80

Figura 4.6 - Principais empresas depositantes no período de 2004 a 2013 .................... 82

Figura 4.7 - Principais áreas do conhecimento ............................................................... 83

Figura 4.8 - Participação das principais classificações................................................... 84

Figura 4.9 - Quantidade de patentes por tecnologia ....................................................... 86

Figura 5.1 - Aplicação do método Delphi....................................................................... 88

Figura 5.2 - Mapa atual e futuro das tecnologias fotovoltaicas .................................... 107

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LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 - Classificação dos métodos e técnicas de análise de tecnologias do futuro 30

Quadro 2.2 - Bases de Informação Tecnológica ............................................................. 34

Quadro 3.1 - Conceito da energia solar fotovoltaica ...................................................... 41

Quadro 3.2 - Vantagens e desvantagens da energia solar fotovoltaica ........................... 44

Quadro 3.3 - Aplicações da energia solar fotovoltaica ................................................... 45

Quadro 4.1 - Linha do tempo para energia solar fotovoltaica ........................................ 68

Quadro 4.2 - Principais classificações ............................................................................ 84

Quadro 4.3 - Resumo das tecnologias identificadas ....................................................... 87

Quadro 5.1 - Descrição dos especialistas que aceitaram participar da pesquisa ............ 89

Quadro 5.2 - Tabulação das respostas da primeira rodada ............................................. 92

Quadro 5.3 - Tabulação das respostas da segunda rodada .............................................. 96

Quadro 5.4 - Quadro resumo das respostas ao final da aplicação do método Delphi .. 100

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

P&D Pesquisa e Desenvolvimento

RBS Revisão Bibliográfica Sistemática

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

DII Derwent Innovations Index

OMPI Organização Mundial da Propriedade Intelectual

TFA Technology Future Analysis

NGP Nominal Group Process

TRIZ Teoria da Solução Inventiva de Problemas – traduzido do original em

russo

DEA Data Envelopment Analysis

SOFI State Of the Future Index

CAS Complex Adaptive System

FAR Field Anomaly Relaxation

AHP Analytical Hierarchy Process

INPI Instituto Nacional de Propriedade Intelectual

OMPI Organização Mundial de propriedade Intelectual

IPC International Patent Classification

WIPO World Intellectual Property Organization

EC Estudo de caso

EX Experimental

PA Pesquisa Ação

RL Revisão da Literatura

S Survey

PV Photovoltaic

eV Eletrovolt

GAP Gay and Proud

BIPV Building- integrated photovoltaics

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CC Corrente contínua

CA Corrente alternada

c-Si Silício cristalino

sc-Si Silício cristalino simples

a-Si Silício amorfo

CdTe Telureto de Cádmio

CIS Seleneto de Cobre Índio

CIGS Cobre, Índio, Gálio-Disseleneto

FIT Tarifa Feed-In

RPS Renewable Portfolio Standard

GWp Gigawatt pico

GaAs Arsenieto de Gálio

ACV Análise do Ciclo de Vida

ACARP Australian Coal Association Research Program

EPBT Energy Pay Back Time

GEE Gases de Efeito estufa

CO2 Gás carbônico

EVA Etil Vinil Acetato

PVF Fluoreto de Polivinil

CdS Sulfureto de Cádmio

DSSC Dye Sensitized Solar Cell

Mono - c -Si Silício monocristalino

multi - c - Si Silício multicristalino

SiNW Nanofio de silício

Cd Cádmio

CuInSe2 Disseneleto de cobre e índio

ITO Óxido índio-estanho

(CH3NH3)PbX3 Trialetos organometálicos de perovskita

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InP Fosfeto de Índio

GaSb Gálio antimoneto

PIB Produto Interno Bruto

CIP Classificação Internacional de Patentes

CENPES Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras

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Sumário

Capítulo 1 – Introdução ...................................................................................................... 17

1.1. Contextualização do tema..................................................................................... 17

1.2. Objetivo .............................................................................................................. 18

1.2.1. Geral ........................................................................................................... 18

1.2.2. Específicos .................................................................................................. 18

1.3. Justificativa ......................................................................................................... 19

1.4. Método da pesquisa ............................................................................................. 20

1.4.1. Caracterização da Pesquisa ........................................................................... 20

1.4.2. Procedimento da pesquisa ............................................................................. 21

1.5. Estrutura da dissertação........................................................................................ 26

Capítulo 2 – Prospecção tecnológica .................................................................................... 28

2.1. Considerações iniciais sobre prospecção tecnológica .................................................. 28

2.2. Metodologias prospectivas ........................................................................................ 29

2.3. Principais técnicas de prospecção ............................................................................. 30

2.3.1. Análise de patentes ............................................................................................ 33

2.3.2. Método Delphi................................................................................................... 37

2.4. Síntese do Capítulo 2................................................................................................ 38

Capítulo 3 – Energia solar fotovoltaica ................................................................................ 40

3.1. Considerações iniciais sobre energia soalr fotovoltaica ............................................... 40

3.2. Análise dos temas de pesquisa sobre energia solar fotovoltaica .................................... 41

3.3. Modelo conceitual .................................................................................................... 51

3.4. Indústria da energia solar fotovoltaica........................................................................ 56

3.5. Síntese do Capítulo 3................................................................................................ 66

Capítulo 4 – Mapeamento tecnológico das células fotovoltaicas para energia solar ................. 68

4.1. Histórico.................................................................................................................. 68

4.2. Tecnologias fotovoltaicas ..................................................................................... 70

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4.2.1. Células de silício .......................................................................................... 70

4.2.2. Células de filme fino..................................................................................... 71

4.2.3. Células fotovoltaicas orgânicas...................................................................... 73

4.2.4. Células solares sensibilizadas por corante ...................................................... 76

4.2.5. Compostos III-V .......................................................................................... 77

4.3. Análise das patentes ................................................................................................. 77

4.3. Síntese do Capítulo 4................................................................................................ 86

Capítulo 5 – Prospecção tecnológica das células fotovoltaicas para energia solar .................... 88

5.1. Aplicação do método Delphi ..................................................................................... 88

5.1.1. Descrição do desenvolvimento das etapas do método Delphi ................................ 89

5.1.2. Análise das respostas ao final da aplicação do método Delphi ............................... 99

5.2. Mapa atual e futuro das tecnologias das células fotovoltaicas .................................... 106

5.3. Síntese do Capítulo 5.............................................................................................. 108

Capítulo 6 – Conclusões, limitações e recomendações de estudos futuros ............................. 110

Referências ...................................................................................................................... 112

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Capítulo 1 – Introdução

Este capítulo inicia-se contextualizando o tema da dissertação. Em seguida,

apresenta-se o questionamento da pesquisa, que deu origem ao estudo, seus objetivos, a

justificativa, o método de pesquisa, e ainda uma breve apresentação acerca da estrutura

da dissertação.

1.1. Contextualização do tema

Diante da globalização e da crescente competividade entre as empresas, faz-se

necessário que as mesmas atendam de forma rápida e precisa as demandas de

informação tecnológica dos diversos setores produtivos. O setor energético é o

responsável pelo insumo dos mais variados setores da economia, sendo fundamental

para o desenvolvimento econômico e social das nações (FALANI, 2014). Salas e Olias

(2009) enfatizam que uma maior ou menor disponibilidade de energia determina o

desenvolvimento ou estagnação econômica de um país.

Para que o setor energético se apresente como um meio para alavancar os

avanços da sociedade, o desenvolvimento das tecnologias do setor deve ser direcionado

a atingir maiores níveis de qualidade e eficiência, bem como aumentar o acesso da

sociedade às fontes mais eficientes de energia (FALANI, 2014). A captação da radiação

solar, através de painéis fotovoltaicos, para produção de energia elétrica apresenta-se

como um dos mercados mais promissores na área de energias renováveis e conforme

Jean et al. (2015) é a forma de energia solar mais amplamente implantada nos dias

atuais.

Corroborando com esta idéia, Gangopadhyay, Jana e Das (2013) acrescentam

que a tecnologia fotovoltaica está sendo cada vez mais reconhecida como uma das

alternativas para a solução no tocante ao desafio crescente de energia e um componente

essencial da futura produção de energia global. Razykov et al. (2011) relata que este

crescimento e reconhecimento pode ser atribuído ao estímulo da pesquisa e

desenvolvimento (P&D) para a tecnologia fotovoltaica a partir da crise energética da

década de 1970.

Devido a sua perspectiva de crescimento acelerado e elevados investimentos

envolvidos, o mercado fotovoltaico passou a ser de grande interesse ao redor do mundo,

sobretudo na Europa, Ásia e Estados Unidos. No Brasil, os avanços começam a ser

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significativos, sobretudo após a inserção da energia solar na matriz energética do Brasil

e o início dos leilões de energia solar num momento em que o setor energético encontra-

se com dificuldades dado a redução da geração de energia hidroelétrica, principal fonte

da matriz energética brasileira, e do aumento nos preços da eletricidade. Face ao

exposto, o desenvolvimento de tecnologias é fundamental para as organizações, assim

como para a sociedade, que poderia aproveitar melhor uma energia natural e limpa.

Os estudos sobre as futuras tecnologias são tentativas de identificar, a longo

prazo, o futuro científico e tecnológico de um determinado tema. Cortezo (1999, p. 3)

enfatiza que o estudo de prospecção tecnológica é ―um exercício coletivo de análise e

comunicação que objetiva identificar os prováveis componentes de cenários futuros: as

projeções tecnológicas, seus efeitos sociais e econômicos e as forças restritivas e

impulsoras para tais tecnologias‖.

Considerando o contexto apresentado, a presente dissertação busca resposta para

a seguinte questão: Como será a evolução das tecnologias das células fotovoltaicas para

energia solar?

1.2. Objetivo

1.2.1. Geral

Com o intuito de responder o questionamento da pesquisa, este trabalho tem

como objetivo: Identificar as tendências tecnológicas das células fotovoltaicas para

energia solar.

1.2.2. Específicos

Para que tal objetivo seja alcançado foi necessário subdividi-lo nos seguintes

objetivos específicos:

Conhecer o estado da arte, através da pesquisa bibliográfica, acerca dos temas:

prospecção tecnológica e energia solar fotovoltaica;

Mapear a evolução tecnológica da energia solar, por meio de artigos científicos,

bem como através de indicadores dos pedidos e registros de patente;

Prospectar as tendências tecnológicas por meio do método Delphi com

especialistas selecionados (pesquisadores em tecnologias fotovoltaicas e gestores

da área de pesquisa e desenvolvimento em energia solar);

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Construir o mapa atual e futuro das tecnologias das células fotovoltaicas baseado

na viabilidade técnica-comercial, conforme opinião dos especialistas, de cada

tecnologia identificada na análise dos artigos e patentes.

1.3. Justificativa

O elevado crescimento da demanda energética, associado a uma possível

diminuição da oferta de combustíveis convencionais e ao aumento da conscientização

sobre a necessidade de se preservar o meio ambiente, está estimulando os cientistas e o

meio industrial a empreenderem e inovar na pesquisa e desenvolvimento de outras

fontes de energia que sejam renováveis, bem como menos poluentes e que, sobretudo

provoquem pouco impacto ambiental.

Neste sentido, a energia solar fotovoltaica é considerada uma fonte renovável

bastante promissora, sendo o presente estudo, das futuras tecnologias para captação

desta energia, relevante, especialmente no que concerne aos aspectos: econômico,

social, ambiental, acadêmico e empresarial.

Em relação ao aspecto econômico, o mapa futuro da tecnologia dos painéis

fotovoltaicos pode servir de apoio na redução dos custos de fabricação destes painéis,

dado que, será possível conhecer quais materiais possuem melhor eficiência e baixo

custo. Este fato influencia diretamente o aspecto social, uma vez que, à medida que vai

havendo uma redução destes custos o acesso a este tipo de obtenção de energia por parte

da população torna-se algo factível.

No que tange ao aspecto ambiental, este estudo, prospecta a tecnologia de uma

energia limpa, renovável e sustentável que tem como um dos principais benefícios a não

emissão de gases prejudiciais à camada de ozônio. Este estudo apresenta-se como uma

referência ao meio acadêmico na consulta a informações relativas à prospecção das

futuras tecnologias para as células fotovoltaicas, visto que, existe uma lacuna entre estes

dois temas, a qual é refletida na escassez de trabalhos relacionados a esta temática. Os

resultados desta pesquisa podem influenciar novos temas de pesquisa em tecnologias

para energia solar.

Concernente ao aspecto empresarial, este trabalho contribui como uma

ferramenta de competitividade para a tomada de decisão por parte das empresas, as

quais podem alinhar as inovações tecnológicas aos seus objetivos estratégicos e planejar

o futuro desejado dos seus produtos para atender um determinado mercado.

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1.4. Método da pesquisa

De acordo com Köche (1997, p. 121) ―pesquisar significa identificar uma dúvida

que necessite ser esclarecida, construir e executar o processo que apresenta a solução

desta, quando não há teorias que a expliquem ou quando as teorias que existem não

estão aptas para fazê-lo‖. Corroborando com esta ideia, Silva e Menezes (2001, p. 20)

relatam que a pesquisa é considerada como sendo um ―conjunto de ações, propostas

para encontrar a solução para um problema, que têm por base procedimentos racionais e

sistemáticos‖. Este tópico discute os aspectos metodológicos utilizados na presente

dissertação, como a caracterização da pesquisa e seus procedimentos.

1.4.1. Caracterização da Pesquisa

Silva e Menezes (2001) delineiam que as pesquisas podem ser classificadas dos

seguintes pontos de vista: da natureza ou finalidade (pesquisa básica e aplicada), do

objetivo da pesquisa (exploratória, descritiva e explicativa), da abordagem do problema

(qualitativa e quantitativa) e dos procedimentos técnicos (pesquisa bibliográfica,

pesquisa documental, pesquisa experimental, levantamento, estudo de caso, survey,

pesquisa expost-facto). A Figura 1.1 apresenta o resumo da caracterização do método da

pesquisa.

Figura 1.1 - Caracterização do método da pesquisa

Fonte: Elaborada pela autora.

A pesquisa a qual se retrata esta dissertação caracteriza-se, em relação à

natureza, como sendo uma pesquisa aplicada uma vez que objetiva gerar

conhecimentos, para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos

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(SILVA e MENEZES, 2001) como o relacionado à identificação das tendências

tecnológicas das células fotovoltaicas para energia solar.

Em relação à abordagem, é quali-quantitativa. A abordagem quantitativa é

destacada na análise dos questionários das entrevistas (aplicados com os especialistas da

área), que embora forneçam respostas qualitativas, podem direcionar a um resultado

quantificável através de tratamentos estatísticos simples, entretanto há algumas análises

que não podem ser quantificáveis, observando a forma qualitativa da abordagem.

No que tange aos objetivos, tem-se que no mapeamento da evolução tecnológica

das células fotovoltaicas, a pesquisa caracteriza-se como sendo descritiva. Porém, nas

entrevistas com especialistas para propor um cenário futuro da tecnologia estudada,

apresenta-se com características do tipo exploratória.

Concernente aos procedimentos técnicos é considerada uma pesquisa

bibliográfica e um estudo de caso. Aplicou-se a pesquisa bibliográfica na elaboração

dos estudos preliminares acerca dos assuntos que subsidiaram a realização da pesquisa,

sendo elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros,

artigos de periódicos, dissertações, teses e material disponibilizado na Internet. Já o

estudo de caso, o mesmo foi empregado durante as etapas do modelo utilizado para

prospecção tecnológica, ou seja, durante o mapeamento com a revisão de patentes e na

construção do mapa futuro durante a entrevista com especialistas, a fim de conhecer o

objeto de estudo detalhadamente.

1.4.2. Procedimento da pesquisa

Para o desenvolvimento desta pesquisa, a mesma foi conduzida em quatro

etapas. Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica sobre energia solar

fotovoltaica e prospecção tecnológica. Na segunda etapa, conduziu-se o mapeamento

tecnológico das células fotovoltaicas para energia solar. A terceira etapa constituiu-se na

prospecção tecnológica das células fotovoltaicas para energia solar. Na quarta etapa,

construiu-se o mapa atual e futuro das tecnologias dos painéis solares fotovoltaicos.

O desenvolvimento da pesquisa é representado na Figura 1.2.

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22

Figura 1.2 - Etapas do desenvolvimento da pesquisa.

Fonte: Elaborada pela autora.

1.4.2.1. Revisão bibliográfica

Nesta primeira etapa buscou-se a familiarização com o tema da pesquisa. Para

tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica a cerca da prospecção tecnológica, bem

como uma revisão bibliográfica sistemática (RBS) sobre energia solar fotovoltaica.

Na construção do referencial teórico sobre prospecção tecnológica foi conduzida

uma busca de artigos através da ferramenta Metabusca do portal Periódicos CAPES

(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) por meio da utilização

das seguintes palavras-chaves: “roadmapping technology”, “technological foresight” e

“technological forecasting”.

Para a RBS foi realizada uma busca de artigos através da ferramenta Metabusca

do portal Periódicos CAPES por meio da utilização das seguintes palavras-chaves:

“solar energy”, “sun power”, “photovoltaic solar energy” “photovoltaic cells”. Não

foi utilizado filtro para limitar os anos da busca, a qual foi feita entre todos os textos

publicados até o dia 31 de dezembro de 2014.

Posterior à busca foi feita a leitura de 118 artigos, bem como a classificação dos

mesmos, quanto à sua estrutura e conteúdo, ver Apêndice A, através da elaboração de

uma base de dados em planilha no software comercial Microsoft Excel. Em seguida,

foram analisadas as considerações presentes nos textos. Além dos artigos e teses, foram

consultados, ainda, alguns materiais disponíveis na internet, tais como atlas, manuais e

notícias sobre energia solar fotovoltaica.

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23

1.4.2.2. Mapeamento tecnológico das células fotovoltaicas para energia solar

O mapeamento tecnológico das células fotovoltaicas para energia solar

compreende na identificação das tecnologias existentes, bem como sua evolução através

da busca de patentes e artigos científicos relacionados ao tema. Os artigos científicos

que embasaram o mapa da evolução da tecnologia foram os mesmos da primeira etapa.

A busca de patentes é um procedimento fundamentado em estratégias para a

recuperação de um conjunto de documentos de patentes, relacionados à área de interesse

da pesquisa, e que sejam representativos, num determinado período de tempo

(ALENCAR, 2008; OLIVEIRA, 2012). A seleção da base de dados a ser adotada na

busca e análise das patentes ―depende do escopo geográfico do estudo, da forma de

tratamento dos dados recuperados, do intervalo de tempo a ser analisado e da

disponibilidade de acesso‖ (ALENCAR, 2008, p. 96).

Nesse sentido, para captura das patentes escolheu-se a base de dados Derwent

Innovations Index (DII), da Thomson Derwent devido às características de cobertura

mundial em documentos de patentes. Este sistema de busca e análise de patentes

apresenta informações de patentes extraídas de 40 órgãos emissores de patentes em todo

o mundo organizadas em três categorias, ou seções: Chemical (Química), Engineering

(Engenharia) e Electrical and Electronic (Eletricidade e Eletrônica). Apresenta, ainda,

referências citadas e citações recebidas de seis principais órgãos emissores de patente

(PCT-Tratado de Cooperação de Patentes, Estados Unidos, Europa, Alemanha, Grã-

Bretanha, Japão) desde 1973.

A estratégia de busca foi baseada na associação de palavras-chaves relacionadas

às células fotovoltaicas no campo tópico (TS), levando em consideração a Classificação

Internacional de Patentes da OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual).

Fez-se a busca com as palavras-chaves na língua inglesa (língua utilizada na base),

correspondendo a: TS=(photovoltaic module* or photovoltaic panel* or photovoltaic

cell*).

O símbolo * foi empregado como Wildcard com o objetivo de recuperar

variantes de radicais da palavra cell, e como operador foi usado OR para recuperar

resumos que apresentassem qualquer uma das palavras entre este operador. O intervalo

de tempo dos documentos recuperados foi de 2004 a 2013. Esses documentos foram

exportados em arquivo do tipo .txt, com todos os campos disponibilizados pela base DII

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24

(inventor, título, resumo, número da patente, classificação internacional de patentes,

etc.).

Para que os documentos recuperados pudessem ser tratados e analisados, os

mesmos foram importados para o software Excel o qual possibilitou a organização e

tratamento dos dados, bem como a representação gráfica relacionada aos países,

inventores, depositantes, classificação internacional de patentes, áreas de conhecimento

e ao ano do depósito.

1.4.2.3. Prospecção tecnológica das células fotovoltaicas para energia solar

Esta etapa consiste na elaboração de uma visão do futuro acerca das tecnologias

prospectadas na construção das células fotovoltaicas para energia solar para um

horizonte de 5 (ano 2020) e 10 anos (ano 2025). O método utilizado na prospecção foi o

método Delphi, o qual, segundo Jones (1980), é considerado o mais relevante dentre as

técnicas de prospecção fundamentadas no consenso.

Assim sendo, a escolha deste método se deu pelo fato do mesmo buscar,

conforme descrevem Kupfer e Tigre (2004), uma consonância entre especialistas sobre

um evento indeterminado, como por exemplo, o desenvolvimento tecnológico, quando

existem restrições de tempo ou recursos que não permitem métodos estruturados de

interação entre os envolvidos.

A Figura 1.3 lustra a aplicação do método Delphi utilizado nesta pesquisa.

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25

Figura 1.3 - Aplicação do método Delphi

Fonte: Elaborada pela autora.

Os especialistas (acadêmicos/pesquisadores em tecnologias fotovoltaicas e

gestores da área de desenvolvimento de produto em energia solar) foram previamente

contatados via e-mail para confirmar o interesse e disponibilidade em participar da

pesquisa. O processo de obtenção de opiniões dos especialistas, que confirmaram sua

participação, foi realizado por meio de um questionário estruturado, enviado via e-mail,

que buscou prever as possíveis opções de resposta.

Posterior à aplicação do questionário, fez-se a tabulação e análise estatística das

respostas através do cálculo percentual. Em seguida, realizou-se uma nova rodada de

modo que um participante pudesse conhecer a opinião dos outros envolvidos e revissem

seu posicionamento de maneira que houvesse a convergência e a obtenção de consenso

sobre as questões tratadas. Foi garantido o anonimato dos respondentes para que uma

resposta não influencie as outras.

1.4.2.4. Mapa atual e futuro das tecnologias dos painéis solares

Nesta etapa construiu-se o mapa atual e futuro das tecnologias das células

fotovoltaicas para energia solar com base na revisão bibliográfica, mapeamento

tecnológico e prospecção tecnológica.

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26

1.5. Estrutura da dissertação

Este trabalho está estruturado em seis capítulos. Após esse capítulo introdutório,

que trata da contextualização do tema, do questionamento da pesquisa, dos objetivos, da

justificativa, bem como apresenta o método de pesquisa, o qual é subdividido em

caracterização da pesquisa e procedimento da pesquisa, tem-se o Capítulo 2, dedicado à

revisão da literatura, acerca dos conceitos teóricos relativos à prospecção tecnológica. O

Capítulo 3 é dedicado à revisão bibliográfica sistemática sobre energia solar

fotovoltaica.

O mapeamento tecnológico é abordado no Capítulo 4, o qual inclui a análise dos

artigos, bem como à análise de patentes a respeito das tecnologias das células

fotovoltaicas. O Capítulo 5 discorre acerca da prospecção tecnológica, abordando o

método Delphi (na consulta aos especialistas), bem como descreve os cenários futuros

relativos às tecnologias a serem empregadas nas células fotovoltaicas para energia solar

com base, também, nos artigos analisados na primeira etapa. O Capítulo 6 expõe as

conclusões, limitações e recomendações para trabalhos futuros.

A Figura 1.4 apresenta a sistematização dos capítulos que compõem esta

dissertação.

Figura 1.4 - Estrutura organizacional do trabalho

Fonte: Elaborada pela autora.

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27

Além dos capítulos elencados, fazem parte deste trabalho: as referências

bibliográficas consultadas, bem como os apêndices A, B, C e D referentes à

classificação dos artigos analisados na revisão bibliográfica sistemática acerca da

energia solar fotovoltaica, ao convite para participar do método Delphi, ao questionário

da 1ª rodada utilizado na consulta aos especialistas e ao questionário da 2ª rodada

respectivamente.

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Capítulo 2 – Prospecção tecnológica

Este capítulo apresenta a revisão da literatura acerca dos conceitos teóricos

relativos à prospecção tecnológica, a fim de fornecer entendimento sobre o assunto

pesquisado.

2.1. Considerações iniciais sobre prospecção tecnológica

As análises de tecnologias emergentes e suas implicações são vitais para a

economia, sociedade e empresa (PORTER et al., 2004; LI et al., 2014). Há momentos

em que a sociedade humana como um sistema precisa considerar a adoção de novas

tecnologias para o desenvolvimento sustentável desse sistema, ou seja, há ocasiões em

que a adoção de tecnologia precisa ser estudada do ponto de vista de planejamento

social, em vez de partir da perspectiva do indivíduo (CHEN; MA, 2014).

Da mesma forma, empresas ou governos com o objetivo de alocar investimentos

em toda uma série de inovações de um produto potencial, todos os quais parecem

atraentes, podem preferir investir naqueles que têm uma maior probabilidade de um

progresso mais rápido. Investir em pesquisa e desenvolvimento para um produto que

emprega novas tecnologias é uma questão desafiadora para as empresas e governos,

especialmente no momento crítico de decidir o grau de afetação de recursos, se houver

(CARVALHO; FLEURY; LOPES, 2014; DONG; SARKAR, 2015).

Muitos gestores estão conscientes da importância estratégica da tecnologia na

entrega de valor e vantagem competitiva para as suas empresas e redes industriais em

que operam. A gestão de tecnologia para o benefício do negócio requer processos e

sistemas eficazes de serem postos em prática para garantir que os recursos tecnológicos

existentes e potenciais dentro da organização estejam alinhados com suas necessidades,

agora e no futuro. Além disso, o impacto das mudanças na tecnologia e mercados

precisa ser avaliado, em termos de potenciais ameaças e oportunidades (PHAAL;

FARRUKH; PROBERT, 2004; COELHO et al. 2005).

Altos níveis de incerteza e risco estão entre os principais obstáculos para a

tomada de decisão na situação econômica e política atual. Os estudos prospectivos são

ferramentas extremamente eficazes para a construção de estratégias e políticas de longo

prazo com o objetivo de promover a sustentabilidade econômica, política e social.

Serve, ainda, como um meio de avaliar o impacto das tecnologias e mercados

potencialmente perturbadoras sobre os planos e sistemas de negócios. Buscam, ainda,

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entender as forças que orientam o futuro, bem como visam promover transformações,

negociar espaços e dar direção e foco às mudanças (SANTOS et al., 2004; PHAAL;

FARRUKH; PROBERT, 2004; MAKAROVA; SOKOLOVA, 2014).

2.2. Metodologias prospectivas

Conforme Santos et al. (2004) processos sistemáticos de analisar e produzir

julgamentos sobre características de tecnologias emergentes, rotas de desenvolvimento

e impactos potenciais no futuro estão contemplados no conceito de Technology Future

Analysis (TFA), conceito esse que congrega diversas metodologias de prospecção

tecnológica. Nesse sentido, TFA visa integrar, entre outros, conceitos de technology

foresight, predominante no setor público, e de technology forecasting, mais ligado a

demandas do setor privado.

Kupfer e Tigre (2004) e Mayerhoff (2008) definem estas metodologias como

sendo:

Technology forecasting (Previsão): realização de projeções com base em

informações históricas e modelagem de tendências;

Technology foresight (Visão): antecipação de possibilidades futuras com

base em interação não estruturada entre especialistas, cada um deles

apoiados exclusivamente em seus conhecimentos e subjetividades.

A previsão é uma abordagem de caráter mais determinista, em que o futuro é

visto como a extrapolação do passado. O método de forecasting faz a previsão

probabilística do desenvolvimento futuro das tecnologias atuais por meio de

quantificações e extrapolações de tendências (TEIXEIRA, 2013). Corroborando com

esta ideia Porter et al. (2004) relatam que technology forecast é o processo de descrever

a emergência, desempenho, características ou os impactos de uma tecnologia em algum

momento no futuro.

O foresight baseia-se em uma metodologia racional e explícita de

modelagem qualitativa permitindo combinar o conhecimento existente com a opinião de

especialistas através da sua interação. O objetivo geral de uma atividade foresight é

melhorar as relações entre as atividades científicas e de desenvolvimento

socioeconômico, para desenvolver visões para a formulação de políticas e

coordenação de estratégias (BARRE, 2014).

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30

Entretanto, o foresight pode apresentar desvantagens, ou seja, pode não

resolver alguns problemas sociais, econômicos, ambientais, assim como não pode

impor consensos onde há divergências profundas entre as partes interessadas e ainda

não é um remédio rápido para problemas urgentes, por que requer análises longas e

redes de peritos que não produzem resultados imediatos (FERNÁNDEZ-GÜELL;

COLLADO, 2014).

2.3. Principais técnicas de prospecção

Existem vários métodos de análise e técnicas de prospecção tecnológica, que,

devido a possíveis fragilidades advindas de percepções individuais acerca de um futuro

que é sempre incerto, podem ser usados mais como complementares e menos como

alternativos (TEIXEIRA, 2013). A qualidade dos resultados dos estudos prospectivos

está fortemente ligada à correta escolha da técnica a ser utilizada. É comum que um

estudo prospectivo envolva o uso de múltiplos métodos ou técnicas, quantitativos e

qualitativos, de modo a complementar as características diferentes de cada um,

buscando compensar as possíveis deficiências trazidas pelo uso de técnicas ou métodos

isolados. A escolha dos métodos e técnicas e seu uso dependem intrinsecamente de cada

situação. Devem ser considerados aspectos tais como especificidades da área de

conhecimento, aplicação das tecnologias no contexto regional ou local, governamental

ou empresarial, abrangência do exercício, horizonte temporal, custo, objetivos e

condições subjacentes (COELHO, 2005; SANTOS et al., 2004).

Porter et al. (2004) classificam os métodos e técnicas de prospecção em famílias:

Criatividade, Métodos Descritivos e Matrizes, Métodos Estatísticos, Opinião de

Especialistas, Monitoramento e Sistemas de Inteligência, Modelagem e Simulação,

Cenários, Análises de Tendências, e Sistemas de Avaliação e Decisão, conforme

demonstra o Quadro 2.1.

Quadro 2.1 - Classificação dos métodos e técnicas de análise de tecnologias do futuro

Família Método/Técnica

Criatividade

Brainstorming [brainwriting; nominal group process (NGP)]

Creativity workshops [future workshops]

Science fiction analysis

TRIZ

Vision generation

Métodos Descritivos e Matrizes

Analogies

Backcasting

Checklists for impact identification

Innovation system modeling

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Institutional analysis

Mitigation analyses

Morphological analysis

Multicriteria decision analyses [data envelopment analysis (DEA)]

Multiple perspectives assessment

Organizational analysis

Relevance trees [futures wheel]

Requirements analysis [needs analysis attribute X technology matrix]

Risk analysis

Roadmapping [product-technology roadmapping]

Social impact assessment [socioeconomic impact assessment]

Stakeholder analysis [policy capture assumptional analysis]

State of the future index (SOFI)

Sustainability analysis [life cycle analysis]

Technology assessment

Métodos Estatísticos

Bibliometrics [research profiling; patent analysis, text mining]

Correlation analysis

Cross-impact analysis

Demographics

Risk analysis

Trend impact analysis

Opinião de Especialistas

Delphi (iterative survey)

Focus groups [panels; workshops]

Interviews

Participatory techniques

Monitoramento e Sistemas de

Inteligência

Bibliometrics [research profiling; patent analysis, text mining]

Monitoring [environmental scanning, technology watch]

Modelagem e Simulação

Agent modeling

Causal models

Complex adaptive system modeling (CAS) [Chaos]

Cross-impact analysis

Diffusion modeling

Economic base modeling [input–output analysis]

Scenario-simulation [gaming; interactive scenarios]

Sustainability analysis [life cycle analysis]

Systems simulation [system dynamics, KSIM]

Technological substitution

Technology assessment

Cenários

Field anomaly relaxation method (FAR)

Scenarios [scenarios with consistency checks; scenario management]

Scenario-simulation [gaming; interactive scenarios]

Análises de Tendências

Long wave analysis

Precursor analysis

Trend extrapolation [growth curve fitting and projection]

Trend impact analysis

Sistemas de Avaliação e Decisão

Action [options] analysis

Analytical hierarchy process (AHP)

Cost–benefit analysis [monetized and other]

Decision analysis [utility analyses]

Economic base modeling [input–output analysis]

Relevance trees [futures wheel]

Requirements analysis [needs analysis, attribute X technology

matrix]

Stakeholder analysis [policy capture, assumptional analysis]

Fonte: Elaborado a partir de Porter (2004) e Santos et al. (2004).

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32

A maioria destas técnicas é conhecida, algumas, foram geradas para outros fins,

passando, posteriormente, a serem empregadas em estudos prospectivos (SANTOS et

al, 2004). Os autores complementam afirmando que a criatividade é imprescindível nos

estudos prospectivos, uma vez que se faz necessário ampliar a habilidade de visualizar

futuros alternativos, ter novas ideias e encorajar um novo padrão de percepção, evitando

assim visões pré-concebidas de problemas e situações.

Os métodos descritivos e matrizes, por sua vez, podem ser utilizados para

aumentar a criatividade para permitir a identificação de futuros alternativos. Esta família

depende de especialistas, de boas séries de dados, de boas estruturas e da compreensão

da modelagem e das tecnologias da informação e da comunicação. Métodos estatísticos

referem-se aos modelos que procuram identificar e medir o efeito de uma ou mais

variáveis independentes importantes sobre o comportamento futuro de uma variável

dependente (SANTOS et al., 2004).

O método de opinião de especialistas, de acordo com Porter et al. (2004), é

embasado pelo que as pessoas percebem como viável, conforme suas crenças e

imaginação limitada. Monitoramento e sistemas de inteligência constituem fontes

básicas de informação relevante e por isso são comumente utilizados em estudos

prospectivos para observar, checar e atualizar-se em relação aos desenvolvimentos

numa área de interesse, definida para uma finalidade bem específica. Já a inteligência

competitiva tecnológica surgiu na década de 90 como uma nova forma de prospecção

para substituir o monitoramento clássico, expandindo sua abrangência e atuação

(COATES et al., 2001; SANTOS et al., 2004).

Modelagens e simulações permitem realizar testes e verificar como de se

comportam as variáveis envolvidas possibilitando assim o tratamento analítico de

grande quantidade de dados (SANTOS et al., 2004). Cenários, por sua vez, possibilitam

ordenar sistematicamente percepções sobre ambientes futuros alternativos, com base em

combinações de condicionamentos e variáveis. Incorpora uma grande variedade de

informações quantitativas e qualitativas que ajudam os gestores na tomada de decisão.

Entretanto, pode ser difícil obter as informações desejadas (TEIXEIRA, 2013).

A análise de tendências constrói um cenário factível com base no pressuposto de

que os padrões do passado serão conservados em momentos futuros, particularmente de

curto prazo, podendo, quando há variações nos dados, fornecer uma análise mais

vulnerável em previsões de longo prazo (SANTOS et al., 2004; TEIXEIRA, 2013). No

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33

que diz respeito aos métodos de avaliação e decisão, Santos et al. (2004), acreditam que

os mesmo auxiliam no estabelecimento de prioridades quando há um número grande de

variáveis a serem analisadas.

2.3.1. Análise de patentes

A inovação tecnológica é condição fundamental para o sucesso do processo

relacionado aos sistemas produtivos. Cada vez mais empresas investem na criação de

suas tecnologias. No entanto, para orientar as atividades de pesquisa, poupar tempo e

evitar gastos desnecessários, a busca de informação tecnológica disponível em bases de

patentes e na literatura especializada, deve ser consultada antes de iniciar novos projetos

(INPI, 2014).

A análise de patentes parte do pressuposto de que o crescente interesse em

tecnologias emergentes se refletirá no aumento das atividades de pesquisa e

desenvolvimento e que isso, por sua vez, acarretará no aumento de depósito de patentes.

Desse modo, acredita-se que tecnologias emergentes podem ser identificadas por meio

da análise dos padrões de pedidos de patentes em determinados campos (SANTOS et

al., 2004).

A patente é um título de propriedade temporário sobre uma invenção ou modelo

de utilidade, outorgado pelo Estado, por força de lei, que confere ao seu titular, ou seus

sucessores, o direito de impedir terceiros, sem o seu consentimento, de produzir, usar,

colocar a venda, vender ou importar produto objeto de sua patente e/ ou processo ou

produto obtido diretamente por processo por ele patenteado. A invenção é caracterizada

pelos requisitos de novidade, atividade inventiva, aplicação industrial e a suficiência

descritiva, sua validade é de 20 anos a partir da data do depósito. Já o modelo de

utilidade é o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que

apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria

funcional no seu uso ou em sua fabricação, tem validade de 15 anos a partir da data do

depósito (INPI, 2014; BITTENCOURT; PEDROSA, 2010). A patente é válida apenas

nos países onde foi requerida e concedida a sua proteção. Cada país é soberano para

conceder ou não a patente independentemente da decisão em outros países sobre

pedidos de patentes correspondentes (INPI, 2014).

A documentação de patente é a mais completa entre as fontes de pesquisa.

Estudos revelam que 70% das informações tecnológicas contidas nestes documentos

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não estão disponíveis em qualquer outro tipo de fonte de informação. De acordo com a

Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), o número de pedidos de

patentes tem crescido na ordem de 1,5 milhão a cada ano, que resultam em mais de 500

mil patentes concedidas. Empresas nos Estados Unidos, Japão e na Europa utilizam,

cada vez mais, este instrumento como insumo estratégico (INPI, 2014).

Os registros da patente permite analisar a invenção quanto ao aspecto de ser

novidade; detectar/evitar violações de patentes; pesquisar avanços tecnológicos em sua

área; identificar oportunidades para aquisições e licenciamento; evitar duplicação de

iniciativas em P&D; monitorar a concorrência; determinar a extensão de proteção da

invenção; encontrar lacunas potenciais no mercado; identificar os especialistas ou

inventores para inteligência competitiva e recrutamento; pesquisar equivalentes da

língua inglesa para analisar documentos de patente publicados em um idioma estranho

(DERWENT INNOVATIONS INDEX, 2004).

Os documentos de patente, e também os pedidos de patentes, são fontes de

dados, informações e conhecimentos tecnológicos e comerciais, podendo ser utilizados

por qualquer empresa, universidade e instituição de pesquisa e órgão do governo,

sobretudo pelos pesquisadores que realizam pesquisas básica e aplicada, científica,

tecnológica e biotecnológica. O acesso a estes documentos ocorre através das bases de

patentes pública ou privada (BITTENCOURT; PEDROSA, 2010). O Quadro 2.2

apresenta as principais bases que podem ser consultadas.

Quadro 2.2 - Bases de Informação Tecnológica

Bases públicas

Instituto Nacional de

Propriedade Industrial www.inpi.gov.br Patentes depositadas no Brasil.

Escritório Europeu de Patente www.ep.espacenet.com Patentes do mundo todo,

possibilidade de impressão do

documento original.

Organização Mundial da

Propriedade Intelectual www.wipo.int/

Informação bibliográfica, resumo e

desenho dos pedidos de patente

depositados via PCT, publicados a

partir de janeiro de 1998.

Escritório Americano de

Patentes e Marcas www.uspto.gov/

Busca em todas as patentes

americanas concedidas desde

1791.

Escritório Japonês de Patentes www.jpo.go.jp/ Pesquisa nos dados bibliográficos

dos pedidos de patentes no Japão.

Free Patents on line www.freepatentsonline.com Serviço gratuito contendo patentes

norte-americanas e patentes

europeias.

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35

Google Patents www.google.com/patents

Serviço gratuito contendo patentes

norte-americanas ou patentes que

tenham sido depositadas no

escritório americano USPTO.

Bases comerciais

Derwent World Patent Index

Derwent Innovations Index é uma

poderosa ferramenta de pesquisa

de patentes que combina Derwent

World Patents Index® , Patents

Citation IndexTM e Chemistry

Resource.

DIALOG

Recomendado principalmente para

interessados em

produtos/processos/compostos e

composições químicas, contém:

resumos e dados bibliográficos dos

documentos considerados

relevantes; relatório contendo

informações adicionais para

melhor compreensão por parte do

usuário.

Fonte: (BITTENCOURT; PEDROSA, 2010).

As análises mais usuais que podem ser feitas a partir das patentes são:

a) Quanto ao histórico, de modo a avaliar o comportamento do número de

depósitos de documentos de patentes ao longo do tempo, uma vez que

este acompanhamento possibilita deduzir o interesse ou não no

desenvolvimento de uma determinada tecnologia;

b) Quanto ao histórico dos depósitos por país depositante, visto que esta

análise tem como objetivo ilustrar a evolução dos depósitos de

documentos de patente em diferentes países ao longo do tempo de modo

a identificar quais países atuam na pesquisa e desenvolvimento desta

tecnologia. Para tanto, utiliza-se o país de primeiro depósito da patente

que, em geral, é o detentor da tecnologia;

c) Quanto aos depositantes, para identificar tanto as empresas e/ou

instituições que mais depositam documentos de patente ao longo do

tempo, e que, portanto, seriam os líderes no desenvolvimento de tal

tecnologia;

d) Quanto às áreas do conhecimento, de forma a identificar as áreas de

maior destaque entre os documentos de patentes depositados;

e) Quanto à Classificação Internacional de Patentes, para ordenar os

documentos de patentes, a fim de facilitar o acesso à informação

tecnológica neles contida.

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36

O uso da classificação de patentes como uma ferramenta para organizar e buscar

informações sobre patentes tem sido utilizado na pesquisa do estado da arte sobre um

determinado campo científico ou tecnológico e suas inovações (KANG, 2012). A

classificação é um recurso dentro de documentos de patentes que foi estabelecido pelo

Acordo de Estrasburgo em 1971. Informações sobre a Classificação Internacional de

Patentes, também conhecida como IPC (International Patent Classification), são

publicadas pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO - World

Intellectual Property Organization). A classificação tem uma estrutura hierárquica de

cinco níveis, composto por seção, classe, subclasse, grupo e subgrupo. A hierarquia

contém um total de oito seções, mais de 120 classes, mais de 600 subclasses, e cerca de

70 mil grupos. Cada grupo pode ser ainda dividido em grupos principais e subgrupos,

em que 10% dos grupos (cerca de 7000) são grupos principais (CHEN; CHIU, 2013). A

Figura 2.1 é um exemplo de código IPC.

Figura 2.1 - Árvore hierárquica IPC

Fonte: (CHEN; CHIU, 2013).

O código IPC pode ser visto como uma etiqueta tópico para o conteúdo do

documento de patente. Portanto, é possível determinar a similaridade tema de duas

patentes com base na similaridade de seus códigos IPC. Os documentos de patentes são

mais similares, quanto mais prefixos tiverem em comum nos seus códigos IPC. Por

exemplo, dado três patentes com códigos IPC H01L27/18, H01L27/00 e H01L31/00, as

duas primeiras patentes são mais semelhantes do que os dois últimos (CHEN; CHIU,

2013).

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37

2.3.2. Método Delphi

O método Delphi foi desenvolvido na RAND Corporation, nos anos 50, por Olaf

Helmer, Norman Dalkey, Ted Gordon e associados, sob o financiamento da Força

Aérea dos Estados Unidos como uma técnica para aplicar a contribuição de especialistas

de forma sistemática utilizando uma série de questionários com feedback dos resultados

a cada rodada (LINSTONE; TUROFF, 2011; ZIO; PACINELLI, 2011; VON DER

GRACHT, 2012; FÖRSTER; VON DER GRACHT, 2014).

O nome do método é originado da mitologia Grega, onde no oráculo de Delfos,

que era dedicado ao Deus Apolo, os antigos gregos faziam seus questionamentos aos

deuses. No oráculo era possível obter respostas e profecias feitas pelas sacerdotisas de

Apolo em estado de transe. Tudo que fosse dito pelas sacerdotisas era considerado

como verdade absoluta (OLIVEIRA; COSTA; WILLE, 2008).

Conforme Linstone e Turoff (1975, p. 3) o Delphi consiste num ―método para

estruturar o processo de comunicação em grupo desde que esse processo seja efetivo em

permitir um grupo de indivíduos, como um todo, a partilhar um problema complexo‖.

Um dos benefícios deste método é a capacidade dos indivíduos de participar de um

processo de comunicação em grupo de forma assíncrona em momentos e lugares

convenientes para eles (LINSTONE; TUROFF, 2011).

O método Delphi é baseado no pressuposto de que as decisões do grupo são

mais válidas do que julgamentos individuais. O Delphi proporciona a interligação e o

acordo das opiniões e previsões entre especialistas a respeito de um determinado tema.

Além de buscar o consenso, este método também visa obter uma ―previsão de futuro,

com base em um método qualitativo/quantitativo de coleta de opiniões/dados

fundamentados no conhecimento de um grupo específico de pessoas especializadas no

tema estudado‖ (OLIVEIRA; COSTA; WILLE, 2008, p. 10). Corroborando com esta

ideia Teixeira (2008, p. 20) expõe que o método Delphi ―constrói uma visão de futuro

baseada em informações qualitativas, utilizando-se da lógica subjetiva e de julgamento

de pessoas com grande conhecimento e familiaridade com o tema em pauta‖. O autor

enfatiza que, na busca do consenso, ao longo da aplicação do método pode haver

divergências entre especialistas da mesma área.

São características do método o anonimato, a iteração, o feedback controlado e o

tratamento estatístico das respostas (ZIO; PACINELLI, 2011; ECKEN; GNATZY;

VON DER GRACHT, 2011; LANDETA; BARRUTIA; LERTXUNDI, 2011;

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38

LINSTONE; TUROFF, 2011; VON DER GRACHT, 2012; FÖRSTER; VON DER

GRACHT, 2014).

O anonimato faz com que não haja persuasão e pressão sócio-psicológica-

político-cultural entre os membros participantes de forma a garantir a igualdade de

expressão e de ideias, bem como resguardar tendências e evitar distorções. As iterações

juntamente com o feedback controlado permitem que cada participante aprenda com as

respostas do grupo nas rodadas anteriores e modifique o seu próprio ponto de vista

depois de saber o que os outros pensam (OLIVEIRA; COSTA; WILLE, 2008; VON

DER GRACHT, 2014). O tratamento estatístico dos julgamentos, através da estatística

descritiva (média, mediana, desvio padrão, amplitude interquartil), bem como pelos

cálculos percentuais é utilizado para compilar as respostas e fornecer um feedback dos

resultados aos especialistas a cada rodada (VON DER GRACHT, 2014).

A condução do método Delphi consiste na aplicação do questionário em

sucessivas rodadas quantas forem necessárias à obtenção do consenso das respostas

entre os especialistas (VON DER GRACHT, 2012; ALCON et al., 2014; KAUKO;

PALMROOS, 2014).

O consenso é determinado pela medição da variação nas respostas dos membros

ao longo das rodadas. A redução da variação entre as rodadas normalmente é alcançada

devido ao processo de feedback entre as iterações. A maior redução no desvio padrão ou

o aumento do cálculo percentual indicam que foi alcançado um maior consenso

(ALCON et al., 2014).

2.4. Síntese do Capítulo 2

Identificar tecnologias emergentes é de fundamental importância tanto para as

empresas como para a economia e sociedade em geral. Com isso, torna-se possível, para

uma empresa, por exemplo, alinhar seus esforços a fim de alcançar seus objetivos

estratégicos. Neste sentido, a gestão de tecnologia para o benefício do negócio requer

processos e sistemas eficazes de serem postos em prática para garantir que os recursos

tecnológicos existentes e potenciais dentro da organização estejam em conformidade

com suas necessidades, agora e no futuro. Assim sendo, a prospecção tecnológica ou

estudo das futuras tecnologias consiste em delinear possíveis trajetórias de uma

determinada tecnologia de maneira que se possam antever os cenários estratégicos

facilitando assim o processo de tomada de decisão da empresa.

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39

Para tanto, existem alguns métodos de prospecção que dependendo da situação

(especificidades da área de conhecimento, aplicação das tecnologias no contexto

regional ou local, governamental ou empresarial, abrangência do exercício, horizonte

temporal, custo, objetivos e condições subjacentes) podem ser utilizados em separado

ou em conjunto, o que é muito comum para complementar as características diferentes

de cada um, buscando compensar as possíveis deficiências trazidas pelo uso de técnicas

ou métodos isolados. A qualidade dos resultados dos estudos prospectivos está

fortemente ligada à correta escolha da técnica a ser utilizada (COELHO, 2005;

SANTOS et al. 2004).

Porter et al. (2004) classificam os métodos e técnicas de prospecção em famílias:

Criatividade, Métodos Descritivos e Matrizes, Métodos Estatísticos, Opinião de

Especialistas, Monitoramento e Sistemas de Inteligência, Modelagem e Simulação,

Cenários, Análises de Tendências, e Sistemas de Avaliação e Decisão. Dentre as

técnicas que envolvem os métodos estatísticos tem-se a análise de patentes, a qual é um

agente promotor da inovação e parte do pressuposto de que o crescente interesse em

tecnologias emergentes se refletirá no aumento das atividades de pesquisa e

desenvolvimento e que isso, por sua vez, acarretará no aumento de depósito de patentes.

Desse modo, acredita-se que tecnologias emergentes podem ser identificadas por meio

da análise dos padrões de pedidos de patentes em determinados campos (SANTOS et

al., 2004).

No que tange a opinião dos especialistas um dos métodos mais utilizados é o

Delphi, o qual consiste na consulta a um grupo de especialista com o intuito de

conhecer suas opiniões a respeito de eventos futuros. A operacionalização do método se

inicia com a elaboração do questionário e seleção dos especialistas. O próximo passo é

o envio do questionário para aqueles que concordaram em responder os

questionamentos, seguido pela análise estatística dos dados coletados. Caso não haja

estabilização das respostas e consenso entre os especialistas uma nova rodada é feita até

que os especialistas estejam de comum acordo em relação ao evento futuro que está

sendo prospectado.

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40

Capítulo 3 – Energia solar fotovoltaica

Este capítulo dedica-se a caracterização do ―estado da arte‖ acerca da energia

solar fotovoltaica por meio da revisão bibliográfica sistemática a qual é subdivida em

quatro partes: considerações iniciais, análise dos temas de pesquisa sobre energia solar

fotovoltaica, modelo conceitual e indústria solar fotovoltaica. Os detalhes sobre cada

uma das tecnologias fotovoltaicas se encontram na etapa do mapeamento tecnológico.

3.1. Considerações iniciais sobre energia solar fotovoltaica

Nos tempos antigos, o sol era adorado como um planeta doador de vida. Mais

tarde, com a educação e evolução do homem, o conhecimento do sol como fonte de

energia passou a ser entendido. A importância de tal descoberta atingiu o seu auge na

era atual, onde a extração de combustíveis fósseis para produção de energia tem sido

comprovada prejudicial ao meio ambiente (CHAAR; LAMONT; ZEIN, 2011;

BHATTACHARYA; CHAKRABORTY; PAL, 2014).

Além de afetar negativamente o meio ambiente as fontes de energia baseadas em

combustíveis fósseis estão se tornando cada vez menos disponíveis e mais caras. Com

isso, as fontes de energia renováveis e limpas são alternativas que estão em alta,

especialmente a solar que dentre as várias fontes de energia, incluindo hidroeletricidade,

biomassa, eólica e geotérmica, a luz solar é a mais abundante fonte de energia natural

(PARIDA; INIYAN; GOIC, 2011; KUI-QING; SHUIT-TONG, 2011; SILVEIRA;

TUNAS; LAMA, 2013).

Considerando todas estas formas de geração de energia elétrica, o uso de energia

solar tem gradualmente se apresentando como uma alternativa importante,

ambientalmente aceita, adequada para áreas isoladas (SILVEIRA; TUNAS; LAMA,

2013), onde os custos para a instalação dos sistemas convencionais são relativamente

altos.

Segundo Araújo (2004) existem três tecnologias empregadas para a captura da

energia solar, sendo elas, a energia solar térmica, solar fotovoltaica e a termosolar, que

não deixa de ser um tipo de energia solar térmica, porém a sua finalidade é gerar energia

elétrica. A energia solar térmica é geralmente definida como o resultado de um processo

pelo qual a radiação solar é convertida em calor ou em energia térmica através do uso de

um instrumento denominado coletor solar (MEKHILEF; SAIDUR; SAFARI, 2011;

KIM et al. 2014). Enquanto que a energia solar fotovoltaica é aquela em que a energia

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solar é convertida em eletricidade através das células fotovoltaicas (STANO JÚNIOR,

2007).

A energia solar tem sido empregada em uma ampla gama de aplicações,

incluindo o aquecimento de casas e edifícios; geração de eletricidade; secagem de

materiais; cozimento de alimentos (GANGOPADHYAY; JANA; DAS, 2013),

aquecimento de água para a indústria, apartamentos e edifícios comerciais (KIM et al.

2014). Apesar da intermitência da radiação solar causada pelo por do sol ou pelos dias

nublados (KELLY; GIBSON, 2011), a energia proveniente do sol é considerada

economicamente viável (SILVEIRA; TUNAS; LAMA, 2013); abundante; limpa; que

não produz qualquer ruído e gera um impacto muito pequeno em relação às fontes

tradicionais de obtenção de energia (MEKHILEF; SAIDUR; SAFARI, 2011).

3.2. Análise dos temas de pesquisa sobre energia solar fotovoltaica

A energia solar fotovoltaica (PV) é uma das mais crescentes indústrias em todo o

mundo e para manter este crescimento, novos desenvolvimentos têm surgido no que diz

respeito à utilização de novos materiais, consumo de energia para fabricar estes

materiais, design do dispositivo, tecnologias de produção, bem como novos métodos

para aumentar a eficiência global das células (JAGER-WALDAU, 2006; PARIDA;

INIYAN; GOIC, 2011; RAZYKOV et al., 2011). O entendimento sobre energia solar

fotovoltaica sob o ponto de vista dos autores consultados na primeira etapa desta

pesquisa é apresentado no Quadro 3.1.

Quadro 3.1 - Conceito da energia solar fotovoltaica

Autor Conceito de energia solar fotovoltaica

Green (2000) É a conversão direta da luz solar em eletricidade.

Surek (2005) Energia baseada na tecnologia de semicondutores que converte luz solar em

eletricidade.

Hoffmann (2006) É o método mais elegante para produzir eletricidade através da conversão da luz

solar.

Rockett (2010) Energia que converte a luz solar diretamente em eletricidade por meio de uma

junção de diodo único (ou várias junções).

Kui-Qing e Shuit-

Tong (2011) Geração direta de energia elétrica a partir da luz solar.

Silveira, Tunas e

Lama (2013)

Fonte de energia renovável obtida pela conversão de energia solar luminosa em

energia elétrica.

Peng, Lu e Yang

(2013) Energia que gera eletricidade a partir da energia solar.

Tyagi et al. (2013) Conversão direta da radiação solar em eletricidade.

Mundo-Hernández et

al. (2014)

Fonte de energia que converte a luz em eletricidade diretamente, sem emissões

de gases ou ruídos.

Fonte: Elaborado a partir dos autores referenciados no quadro.

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Observa-se que as definições apresentadas pelos autores sobre a energia solar

fotovoltaica possuem termos em comum, sendo eles: ―eletricidade‖, ―radiação solar‖,

―geração direta‖, ―conversão‖. Sendo assim, a energia solar fotovoltaica pode ser

definida como a energia obtida diretamente pela conversão da radiação solar em

eletricidade.

A conversão da radiação solar em energia elétrica ocorre pelo efeito

fotovoltaico, que foi observado pela primeira vez por Becquerel em 1839

(GOETZBERGER; LUTHER; WILLEKE, 2002; GOETZBERGER; HEBLING;

SCHOCK, 2003; BRABEC, 2004; SPANGGAARD; KREBS, 2004; MILES; HYNES;

FORBES, 2005; PARIDA; INIYAN; GOIC, 2011; RAZYKOV et al., 2011; CHAAR;

LAMONT; ZEIN, 2011). Este efeito ocorre nos materiais conhecidos como

semicondutores, os quais apresentam duas bandas de energia onde, em uma é permitida

a presença de elétrons (banda de valência) e na outra não é verificada a presença dos

mesmos, ou seja, a banda está totalmente "vazia" (banda de condução), ver Figura 3.1.

O material semicondutor mais usado é o silício, segundo elemento mais abundante na

Terra. Seus átomos se caracterizam por possuírem quatro elétrons que se ligam aos

vizinhos, formando uma rede cristalina.

A função da luz solar no efeito fotovoltaico é de fornecer uma quantidade de

energia ao elétron mais externo para que seja possível para ele poder passar da banda de

valência para a banda de condução e assim gerar eletricidade. Conforme Kui-Qing e

Shuit-Tong (2011) no caso do silício, especificamente, são necessários 1,12 eV (eletro

volt) para que os elétrons ultrapassem o GAP (Gay and Pround). Ainda, de acordo com

Goetzberger, Hebling e Schock (2003) o material semicondutor tem de ser capaz de

absorver uma grande parte do espectro solar.

Figura 3.1 - Banda de valência, banda proibida (GAP) e banda de condução: Isolante, condutor e

semicondutor

Fonte: Elaborada pela autora.

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43

Na grande maioria dos dispositivos fotovoltaicos é incorporada uma junção PN,

em que através de um semicondutor uma fotovoltagem é desenvolvida. Estes

dispositivos também são conhecidos como células solares ou células fotovoltaicas

(GOETZBERGER; HEBLING; SCHOCK, 2003). A junção PN é o elemento principal

da célula, onde na parte que recebe luz fica o material do tipo N e na parte abaixo deste

fica o material do tipo P. Após a incidência da luz solar, os elétrons são energizados e

através de um condutor externo que liga a camada negativa à positiva é gerado um fluxo

de elétrons (corrente elétrica) da camada P para a camada N. A Figura 3.2 ilustra um

modelo clássico de uma célula fotovoltaica.

Figura 3.2 - Célula fotovoltaica

Fonte: Elaborada pela autora.

A geração da energia elétrica por meio da radiação solar é uma forma de geração

de energia limpa, renovável e adequada para o desenvolvimento sustentável, mas que

ainda apresenta elevados custos iniciais. Outras vantagens e desvantagens da energia

solar fotovoltaica estão descritas no Quadro 3.2.

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44

Quadro 3.2 - Vantagens e desvantagens da energia solar fotovoltaica

Bra

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)

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(2

01

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20

13

)

Kim

et

al.

(2

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al.

(2

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4)

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(2

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4)

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(20

14

)

Bh

att

ach

ary

a, C

ha

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bo

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, P

al

(20

14

)

Va

nta

gen

s

Sistema de confiança X X

Baixo custo de operação e manutenção X X X

Baixa frequência da manutenção X X

Fonte de energia abundante X X X

Energia limpa X X X X X X

A geração pode ser feita próximo do consumidor X

Não provoca impactos ambientais/ Amiga do meio

ambiente X X

Potencial para mitigar as emissões de gases de

efeito estufa X

Sem ruído X

Desv

an

tag

en

s

Limitações na disponibilidade de sistemas no

mercado X

Alto custo inicial X X X X X

Precisa de uma área de instalação relativamente

grande X

Grande dependência do desenvolvimento de

tecnologias X

Condição geográfica (irradiação solar) X

Fonte: Elaborado a partir dos autores referenciados no quadro.

Apesar de suas limitações, os sistemas de geração de energia fotovoltaica

permitem a instalação de uma usina de energia no curto prazo, com a possibilidade de

gerar vários MW em menos de um ano. Como o seu impacto ambiental é mínimo,

sistemas fotovoltaicos excluem a necessidade de estudos preliminares que exigem longo

prazo, ao contrário dos sistemas altamente poluentes (SILVEIRA; TUNAS; LAMA,

2013).

Por ser uma fonte de energia renovável e natural, apresenta diversas aplicações,

tanto espaciais como terrestres, como é o caso da utilização deste tipo de energia nos

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veículos espaciais e na agricultura. O aproveitamento da energia solar fotovoltaica é

percebido em outras aplicações conforme indica o Quadro 3.3.

Quadro 3.3 - Aplicações da energia solar fotovoltaica

Ra

dzie

msk

a (

20

03

)

Mil

es,

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)

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Mil

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(20

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)

Pa

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20

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(20

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al.

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01

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Mu

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o-H

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01

4)

Ap

lica

çõ

es

Veículos espaciais X X X X

Bombeamento de água X X X X X X X

Iluminação pública X X X X X

Sistemas fotovoltaicos integrados em

edificações (BIPV) X X X X X X

Agricultura X X

Aquecimento de água X X

Resfriamento X X

Secagem de materiais (grãos) X

Telecomunicações X X X X X

Dessalinização de água X X

Satélites X

Monitoramento meteorológico X X

Fonte: Elaborado a partir dos autores referenciados no quadro.

Um sistema típico de energia solar fotovoltaico consiste em quatro elementos

básicos: módulo fotovoltaico, regulador de carga, inversor e bateria quando necessário,

conforme Figura 3.3. Nem sempre todos estes elementos estarão presentes num sistema

fotovoltaico. Este fato se deve à especificidade de cada sistema. O módulo fotovoltaico

consiste de células fotovoltaicas, ou seja, as superfícies que geram eletricidade, que

convertem diretamente a energia solar em energia elétrica. Estas superfícies não

possuem partes móveis que se desgastam ou sofrem avarias e trabalha sem o uso de

combustível, sem vibrações, sem ruído e sem agredir o meio ambiente (SILVEIRA;

TUNAS; LAMA, 2013; MUNDO-HERNÁNDEZ et al., 2014; LAN; LI, 2014).

Já o regulador de carga tem como função preservar as baterias de serem

sobrecarregadas, ou descarregadas completamente, aumentando sua vida útil. O

inversor, por sua vez, é responsável por converter a energia gerada por painéis

fotovoltaicos (que geram eletricidade em corrente contínua - CC) em corrente alternada

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- AC em níveis de tensão e frequência requerida pela rede elétrica. As baterias são

utilizadas nos sistemas fotovoltaicos para armazenar o excedente produzido pelos

módulos, para ser aproveitada à noite ou em dias com baixa insolação ou nublados

(SILVEIRA; TUNAS; LAMA, 2013).

Figura 3.3 - Sistema típico de energia solar fotovoltaica

Fonte: Elaborada pela autora.

Conforme Gangopadhyay, Jana e Das (2013) há uma ampla variedade de

tecnologias de células fotovoltaicas no mercado hoje em dia, usando diferentes tipos de

materiais, e um número ainda maior estarão disponíveis no futuro. Tecnologias de

células fotovoltaicas são geralmente classificados em três gerações, dependendo da

matéria-prima utilizada e do nível de maturidade comercial.

Sistemas fotovoltaicos de primeira geração (totalmente comerciais) que

usam a tecnologia do silício cristalino (c-Si) tanto na sua forma cristalina

simples (mono-c-Si) quanto na multicristalino (multi-c-Si).

Sistemas fotovoltaicos de segunda geração são baseados em tecnologias

fotovoltaicas de filme fino e geralmente incluem três famílias principais:

(1) silício amorfo (a-Si) e silício microamorfo (a-Si/μc-Si); (2) o telureto

de cádmio (CdTe); e (3) seleneto de cobre índio (CIS) e cobre, índio e

gálio-disseleneto (CIGS).

Sistemas fotovoltaicos de terceira geração incluem tecnologias de células

fotovoltaicas orgânicas, que ainda estão em desenvolvimento e ainda não

foram amplamente comercializados, bem como novos conceitos em

desenvolvimento, podendo ser orgânicos e inorgânicos.

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Existem alguns requisitos para que um material da célula solar seja considerado

como sendo o ideal: bandgap entre 1,1 e 1,7 eV, pois quanto menor o gap, mais fácil de

promover um elétron de uma banda para a outra e com isso aumentar a condução desse

material; constituído por materiais facilmente disponíveis, não-tóxicos; fácil técnica de

fabricação, adequado para grandes volumes de produção; boa eficiência de conversão

fotovoltaica; estabilidade a longo prazo. Um material que preencha todos os requisitos

ainda não foi descoberto (GOETZBERGER; HEBLING, 2000; GOETZBERGER;

LUTHER; WILLEKE, 2002; GOETZBERGER et al., 2003).

O mercado fotovoltaico é um mercado em rápido crescimento. Durante o

período de 2000 a 2013 a taxa de crescimento das instalações fotovoltaicas foi de 44%.

Observa-se nas Figuras 3.4 e 3.5 que a China e Taiwan entraram no mercado de

produção em massa em 2004 e incrementaram a indústria fotovoltaica com fortes taxas

de crescimento. No final de 2013, a sua quota de mercado foi cerca de 70% das vendas

mundiais (FRAUNHOFER INSTITUTE, 2014).

Figura 3.4 - Percentual da produção total (MWp) ao longo dos anos

Fonte: Dados: Navigant Consulting e Paula Mints. Gráfico: Adaptado PSE AG 2014.

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Figura 3.5 - Produção anual global (GWp)

Fonte: Dados: Navigant Consulting e Paula Mints. Gráfico: Adaptado PSE AG 2014.

O mercado de sistemas fotovoltaicos provavelmente continuará a crescer no

futuro tão fortemente como até agora, devido ao impulso dos subsídios, isenções fiscais

e outros incentivos financeiros (HOFFMANN, 2006; AVRUTIN; IZYUMSKAYA;

MORKOÇ, 2011; DEVABHAKTUNI et al., 2013).

Alguns dos maiores países da Europa, como a Alemanha, Dinamarca e Espanha,

além dos países asiáticos China e Taiwan, têm usado a tarifa feed-in (FIT) que é um

mecanismo político de incentivo aos consumidores a investirem em microgeração

renovável. Por outro lado, os Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Suécia, têm

utilizado o RPS (Renewable Portfolio Standard), que é uma regulamentação que exige

que parte da energia consumida venha de fontes renováveis. Nesse meio tempo, a

Coreia do Sul mudou seus planos para tecnologias de energia renovável a partir de um

ajuste de RPS para minimizar a carga financeira sobre o governo (KIM et al., 2014).

Com base na Figura 3.6 percebe-se que a Europa detém em 58% do total das

instalações fotovoltaicas acumuladas em 2013 (em 2012 era 65%). Em contraste, as

instalações na China e Taiwan representaram 13% do total das instalações acumuladas

(em 2012 era de 8%). Em 2013, a Alemanha foi responsável por cerca de 27% (35.7

GWp) da capacidade fotovoltaica instalada acumulada em todo o mundo (134 GWp).

Em 2013, a capacidade recém-instalada na Alemanha ascendeu a 3.3 GWP, o que

corresponde à metade do que instalou em 2012. No total, 1,4 milhão de sistemas

fotovoltaicos foram instalados na Alemanha (FRAUNHOFER INSTITUTE, 2014).

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49

Figura 3.6 - Instalação fotovoltaica cumulativa global até 2013

Fonte: Dados: EPIA (de 2000 a 2011); IHS e Photon (de 2012 a 2013). Gráfico: Adaptado PSE AG 2014.

A tecnologia fotovoltaica baseada no silício cristalino foi responsável por cerca

de 90% da produção total em 2013. A participação da tecnologia de silício

multicristalino foi cerca de 55% da produção total (FRAUNHOFER INSTITUTE,

2014), Figura 3.7.

Figura 3.7 - Percentual da produção anual das principais tecnologias fotovoltaicas

Fonte: Dados: Navigant Consulting (de 1980 a 2011) e HIS (2012 e 2013). Gráfico: Adaptado PSE AG 2014.

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50

Dentre as tecnologias de filme fino em 2013, as células de CdTe lidera com uma

produção anual de 1.8 GWp, Figura 3.8. Em 2013, a participação de todas as

tecnologias de filme fino do mercado contribuiu com 10% da produção anual total

(FRAUNHOFER INSTITUTE, 2014).

Figura 3.8 - Produção anual total das principais tecnologias de filme fino

Fonte: Dados: Navigant Consulting (2012). Gráfico: PSE AG 2014.

O recorde de eficiência de células de laboratório é de 25% para silício

monocristalino e 20,4% para a tecnologia baseada em silício multicristalino

(FRAUNHOFER INSTITUTE, 2014), Figura 3.9.

Figura 3.9 - Eficiência das células

Fonte: Dados: Green et al. Gráfico: PSE AG 2014.

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51

A Figura 3.9 indica ainda que a maior eficiência do laboratório de tecnologia de

filme fino é de 19,8% para o CIGS e 19,6% para as células solares de CdTe

(FRAUNHOFER INSTITUTE, 2014).

3.3. Modelo conceitual

Apesar da notável melhoria tecnológica alcançada pela tecnologia fotovoltaica, a

investigação dos fatores que influenciam diretamente a posição competitiva de cada

tecnologia fotovoltaica no mercado de energia é de considerável interesse. A este

respeito, elaborou-se um modelo conceitual, o qual é composto por quatro fatores

conforme ilustra a Figura 3.10. A comercialização bem sucedida só pode ser realizada

se aspectos como eficiência, custo, tempo de vida e ecológico forem considerados ao

mesmo tempo. O fato de um tipo de célula ter sucesso em apenas dois aspectos, como,

por exemplo, custos competitivos e uma eficiência razoável, só vai fazer com que esta

célula aborde nichos de mercado muito específicos, a menos que os outros parâmetros,

também sejam otimizados (BRABEC, 2004; SUREK, 2005; AVRUTIN;

IZYUMSKAYA; MORKOÇ, 2011).

Figura 3.10 - Modelo conceitual dos aspectos que influenciam a posição competitiva da tecnologia

fotovoltaica no mercado de energia

Fonte: Elaborada pela autora.

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52

A eficiência da célula solar depende da temperatura, irradiância solar e poeira. A

temperatura pode afetar o desempenho da célula drasticamente e devido a esse fato, os

estudos têm foco na redução da temperatura por meio da extração de calor e utilização

do mesmo para outros fins, tais como aquecimento da água ou aquecimento do ar. Para

o problema de poeira, é aconselhável que a superfície PV seja limpa com frequência

para manter o desempenho, uma vez que o acúmulo do pó pode bloquear a irradiância

sobre os módulos fotovoltaicos. Este bloqueio não é interessante, pois quanto menor a

irradiância menor será a eficiência da célula devido a uma quantidade menor de fótons

que atinge a mesma (TYAGI et al., 2013; KALDELLIS; KAPSALI; KAVADIAS,

2014; BHATTACHARYA; CHAKRABORTY; PAL, 2014).

O aspecto custo da eletricidade fotovoltaica é influenciado pela localização

geográfica, ou seja, localidades menos ensolaradas necessitam de sistemas maiores para

gerar a mesma quantidade de eletricidade que um sistema menor em um local mais

ensolarado pode produzir, e ainda lugares mais afastados necessitam de linhas de

transmissão maiores para ligar a energia produzida à rede elétrica. O tipo de tecnologia

empregada e a complexidade do sistema também influenciam os custos (ALBRECHT,

2007; AVRUTIN; IZYUMSKAYA; MORKOÇ, 2011; KELLY; GIBSON, 2011;

TYAGI et al., 2013; DEVABHAKTUNI et al., 2013).

Dessa forma, uma estratégia para a redução de custos é a obtenção de economias

de escala. Isto foi evidente com o desenvolvimento das células de silício cristalino e

provavelmente será verdade para outras tecnologias quando os seus volumes de

produção aumentarem. Além da economia de escala uma combinação de inovação

tecnológica, de pesquisas nesta área e melhoria no aprendizado são susceptíveis de

reduzir os custos significativamente (JACKSON; OLIVER, 2000; MILES, 2006;

GANGOPADHYAY; JANA; DAS, 2013).

É o que mostra a curva de aprendizado dos módulos fotovoltaicos na Figura

3.11. Observa-se que nos últimos 33 anos, o preço do módulo diminuiu cerca de 20% a

cada duplicação da produção de módulos acumulado. Muitos cientistas e engenheiros

familiarizados com a variedade de materiais e tecnologias PV concluíram que os

materiais fotovoltaicos de filme fino e os de terceira geração são os candidatos mais

prováveis para continuar os 80% de redução de preços (COMPAAN, 2006).

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Figura 3.11 - Curva de aprendizado dos módulos fotovoltaicos

Fonte: Dados: Navigant Consulting, EuPD, IHS. Gráfico: PSE AG2014.

O aspecto tempo de vida está relacionado com a degradação que as células

fotovoltaicas estão sujeitas. A degradação provoca a redução da sua vida útil e é

caracterizada pela perda da eficiência da célula em converter a luz solar em eletricidade.

Radziemska (2003) relata que o aspecto ecológico também é um critério

importante a ser levado em consideração, na determinação da posição de uma

tecnologia no mercado, uma vez que existem materiais que são altamente eficientes,

mas que apresentam um grande potencial tóxico como é o caso do arsênio utilizado na

fabricação das células GaAs (Arsenieto de gálio).

A análise do ciclo de vida (ACV) é uma estrutura para considerar as entradas e

saídas ambientais de um produto ou processo desde a sua concepção até o seu descarte.

As etapas do ciclo de vida de sistemas fotovoltaicos envolvem (1) a produção de

matérias-primas, (2) o seu processamento e purificação, (3) a fabricação de módulos, (4)

a instalação e utilização do sistema, e (5) a sua desativação e eliminação ou reciclagem.

A ACV é empregada para avaliar os impactos ambientais de tecnologias de energia, e os

resultados são cada vez mais utilizados nas decisões sobre o financiamento da P&D e na

formulação de políticas energéticas (FTHENAKIS; KIM, 2011; PENG; LU; YANG,

2013; KIM et al., 2014).

Publicações informativas para os tomadores de decisão na Comunidade Europeia

(Comissão Europeia, 2003) e na Austrália (Australian Coal Association

Research Program - ACARP, 2004) indicaram que a energia fotovoltaica, apesar de ser

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amiga do meio ambiente no quesito geração, apresenta alguns impactos ambientais em

comparação com outras tecnologias. Esses impactos refletem a energia baseada em

combustíveis fósseis usados na produção de materiais para células solares, módulos e

sistemas (FTHENAKIS; KIM, 2011; PENG; LU; YANG, 2013).

As métricas do ciclo de vida mais frequentemente medidas para análises

ambientais do sistema PV é o tempo de retorno de energia, do inglês Energy Payback

Time (EPBT), e os GEE (Gases de Efeito Estufa). Tempo de retorno de energia é

definido como o período necessário, para um sistema de energia renovável, gerar a

mesma quantidade de energia que foi usado na sua produção (HOFFMANN, 2006;

FTHENAKIS; KIM, 2011; PENG; LU; YANG, 2013; KIM et al., 2014).

Os gases de efeito estufa (GEE) durante os estágios do ciclo de vida de um

sistema fotovoltaico são estimados como um equivalente de CO2 através de um

horizonte de tempo integrado de 100 anos. O uso de combustíveis fósseis durante a

produção de materiais fotovoltaicos são as principais fontes de emissões de GEE para os

ciclos PV. Métodos de produção de energia a montante também desempenham um

papel importante em determinar o total de emissões de GEE (HOFFMANN, 2006;

FTHENAKIS; KIM, 2011; PENG; LU; YANG, 2013).

Um sistema fotovoltaico localizado no sul da Europa, com módulos de silício

multicristalino tem um tempo de retorno da energia (EPBT) de cerca de um ano.

Dependendo da tecnologia e da localização do sistema PV, o EPBT varia hoje de 0,7 a 2

anos (PENG; LU; YANG, 2013). Os sistemas fotovoltaicos no norte da Europa, por

exemplo, precisam de cerca de 2,5 anos para equilibrar a energia de entrada, enquanto o

sistema de PV no sul o EPBT é igual 1,5 ano ou menos, dependendo da tecnologia

instalada. As Figuras 3.12 e 3.13 apresentam a tendência histórica do EPBT de módulos

fotovoltaicos de silício cristalino e o EPBT de sistemas fotovoltaicos de silício

multicristalino em algumas regiões, respectivamente.

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Figura 3.12 - Tendência histórica em tempo de Retorno de Energia (EPBT) de módulos fotovoltaicos de

silício cristalino

Fonte: Dados: EPIA Sustainability Working Group Fact Sheet e M.J. de Wild-Scholten. Gráfico: PSE AG 2014.

Figura 3.13 - EPBT de sistemas fotovoltaicos de silício multicristalino – comparação geográfica

Fonte: Dados: M.J. de Wild-Scholten (2013). Imagem: JRC Comissão Européia.

Gráfico: PSE AG 2014 (Escala modificada com dados atualizados do PSE AG e Fraunhofer ISE).

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As taxas de emissão de gases de efeito estufa e EPBT podem ser mitigados a

partir da redução da utilização do vidro (empregado na proteção das células

fotovoltaicas contra as intempéries climáticas, variações de temperatura e impactos

mecânicos) e do alumínio (utilizado nas molduras dos módulos) uma vez que diminuiria

a necessidade de energia para fabricar estes materiais (PENG; LU; YANG, 2013).

3.4. Indústria da energia solar fotovoltaica

O desenvolvimento e utilização da energia solar fotovoltaica estão progredindo

muito rápido. Muitos programas de incentivo têm sido implementados em mais de 40

nações desenvolvidas. O custo da indústria fotovoltaica também diminuiu pela metade

nos últimos 30 anos e a escala da indústria PV tem aumentado consideravelmente

(CHEN; SU, 2014). O setor de energia PV também é caracterizado por uma grande

quantidade de investimento em tecnologias e inovação em ritmo acelerado

(SUSKEWICZ, 2008). As atividades associadas com a transformação e fluxo de bens e

serviços da cadeia produtiva PV são ilustrados na Figura 3.14.

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Figura 3.14 - Cadeia produtiva da energia solar fotovoltaica

Fonte: Adaptado de Green Rhino Energy, 2015.

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Em uma cadeia de suprimento PV, o componente central de um sistema solar

fotovoltaico são os módulos solares (CHEN; SU, 2014). Na produção das células

solares o material mais utilizado, cerca de 94%, é o silício. A cadeia de suprimento para

a produção dos módulos PV de silício cristalino, que é o tipo de tecnologia mais comum

no mercado atualmente, envolve quatro processos distintos: a obtenção de silício bruto,

a conversão de silício bruto em bolachas de silício, a produção de células fotovoltaicas,

bem como a criação dos módulos fotovoltaicos e painéis (DAVIES; JOGLEKAR,

2013). No Brasil, a MINASOL, empresa pioneira com tecnologia nacional,

produz/monta módulos fotovoltaicos monocristalinos de alta performance. E ainda a

Dya Energia Solar, empresa do Grupo Tecnometal, fabrica módulos fotovoltaicos e

multicristalino. Os principais participantes mundiais dentro de cada uma dessas

posições são ilustrados na Figura 3.15.

Figura 3.15 - Relacionamentos da cadeia de suprimento da indústria PV para as atividades de manufatura

Fonte: (DAVIES; JOGLEKAR, 2013).

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Apesar de ser ainda uma indústria jovem a cadeia de suprimentos da energia

solar fotovoltaica está avançando rapidamente com a entrada de novas empresas

(SUSKEWICZ, 2008). São poucas as empresas que contemplam toda esta parte da

cadeia produtiva fotovoltaica, desde a purificação do silício até a montagem do módulo.

Estes segmentos correspondem a atividades com dinâmicas industriais muito

diferentes. A integração vertical proporcionaria as organizações capturar mais valor e

mitigar os riscos inerentes à cadeia de suprimentos. É crucial para qualquer integração

vertical construir parcerias fortes com outros participantes na cadeia de valor. A

integração vertical garante um controle estrito da qualidade do material e da produção,

além de conferir uma significativa vantagem em termos de custos. E ainda, a produção

centralizada elimina custos de transporte, perdas e embalagens (YINGLI SOLAR, 2015;

GREEN RHINO ENERGY, 2015).

As Figuras 3.16, 3.17 e 3.18 mostram o processo de fabricação das bolachas de

silício, das células PV de silício cristalino e dos módulos/painéis PV, respectivamente.

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Figura 3.16 - Fabricação de bolachas de silício

Fonte: Sun Edison Semiconductor, 2015.

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Em qualquer processo de fabricação é de suma importância à aquisição de

matérias-primas adequadas, no caso o silício. A obtenção das bolachas de silício

monocristalino inicia com o processo de crescimento de cristais de silício a partir de um

único cristal. Este etapa ocorre comumente por meio da técnica de crescimento

Czochralski. Em seguida é feito o corte do lingote onde as laterais do lingote são

removidas para criar a forma de lingote retangular com secção quadrada. No caso das

bolachas de silício multicristalino ocorre inicialmente a solidificação do lingote, seguida

pelo corte dos mesmos onde as seções de lingote redondas são cortadas em blocos. As

etapas seguintes são comuns à obtenção das bolachas de silício mono e multicristalino

(MEYER BURGUER, 2015; SUN EDSON SEMCONDUCTOR, 2015).

Após o corte do lingote ocorre a retificação da superfície e chanfragem das

bordas, bem como a inspeção infravermelha, que é empregada na detecção de não

homogeneidades internas em lingotes de silício. Posterior à inspeção, o lingote é

recortado em seções menores. Como o lingote de silício é formado em grandes blocos,

os mesmos devem seguir para última etapa onde são cortados em fatias individuais.

Existem vários meios para cortar fatias de silício, no entanto, a tecnologia dominante no

mercado hoje é a serra de fio de suspensão. As serras de fio são mais eficientes porque

são capazes de cortar todo o lingote de uma só vez (MEYER BURGUER, 2015; SUN

EDSON SEMCONDUCTOR, 2015).

O próximo passo é transformar as bolachas em células fotovoltaicas. Cada painel

solar tem muitas delas que são ligadas por fios através dos quais a energia gerada pode

fluir. As dez etapas básicas do processo de fabricação das células fotovoltaicas

consistem em: lavagem, remoção das camadas danificadas, texturização, secagem,

formação da junção pn, deposição da camada anti-reflexo, metalização, sinterização,

transporte da célula e inspeção.

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Figura 3.17 - Fabricação das células de silício

Fonte: Elaborado a partir de SMC Pneumatics (2015).

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É na lavagem onde são removidos os contaminantes que se encontram na

superfície do substrato de silício. Na segunda etapa ocorre a remoção das camadas

danificadas. Este processo deixa a superfície mais suave e livre de riscos. Na

texturização é formada uma superfície micro áspera, a qual reduz a reflexão da luz na

superfície da célula. Na quarta etapa ocorre o processo de secagem seguido pela

formação da junção PN.

A camada N é formada pela aplicação de um líquido ou gás e cozimento. Como

o silício puro é brilhante ele pode refletir 35% da luz solar. Para reduzir a quantidade de

luz solar perdida, um revestimento anti-reflexo é colocado sobre a bolacha de silício. Os

revestimentos mais utilizados são o dióxido de titânio e óxido de silício, embora outros

sejam usados. Na sétima etapa ocorre a metalização, ou seja, a formação dos contatos

elétricos, seguida pela sinterização onde o eletrodo de prata penetra o revestimento anti-

reflexo e se conecta à junção PN. A nona etapa consiste na transferência da célula para a

área de inspeção onde são realizados testes de desempenho para classificar as células de

acordo com sua performance (SMC PNEUMATICS, 2015; MADEHOW, 2015).

O módulo fotovoltaico é composto por células individuais conectadas em série.

Este tipo de conexão permite aplicar tensões. A tensão nominal do módulo será igual ao

produto do número de células que o compõem pela tensão de cada célula

(aproximadamente 0,5 Volt). Geralmente produzem-se módulos formados por 30, 32,

33 e 36 células em série, conforme a aplicação requerida. O painel por sua vez é

formado pelo conjunto de módulos. O processo de fabricação dos módulos é composto,

basicamente, por sete atividades. A primeira delas é a fiação elétrica. Esta atividade

consiste na ligação dos cabos elétricos aos terminais das células que posteriormente são

ligados em série (SMC PNEUMATICS, 2015; DUNMORE, 2015; SOLARTERRA,

2008).

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Figura 3.18 - Fabricação dos módulos/painéis PV de silício

Fonte: Elaborado a partir de SMC Pneumatics (2015).

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A montagem do módulo compreende a segunda atividade, na qual as células são

dispostas entre uma camada isolante e um contato posterior. A camada isolante é

composta por um polímero termoplástico transparente, eletricamente isolante e

resistente à umidade, à fadiga mecânica e à ação da radiação solar (principalmente raios

ultravioleta). O material mais utilizado é o EVA (Etil Vinil Acetato). Já na camada

posterior o material mais empregado é o PVF (fluoreto de polivinil), comercialmente

conhecido por Tedlar, embora existam módulos que utilizam um segundo vidro. O

próximo passo na sequência de fabricação é laminação e vedação onde calor e pressão

são aplicados sob vácuo para criar o produto semi-acabado. Após esta atividade, o

módulo segue para o processo de cura, emolduração e instalação dos terminais. Na

emolduração e instalação dos terminais uma moldura de alumínio é colocada em torno

da borda do painel e uma caixa de ligação elétrica é instalada. Para tanto, coloca-se

primeiramente um selante elástico em todo o perímetro do laminado para depois

acrescentar os perfis de alumínio que formam a moldura. Usam-se máquinas

pneumáticas para conseguir a pressão adequada. As molduras de poliuretano são

colocadas por meio de máquinas de injeção (SMC PNEUMATICS, 2015; DUNMORE,

2015; SOLARTERRA, 2008).

Na penúltima atividade o elevador de vácuo e transferência auxilia no transporte

do módulo até a inspeção. É na inspeção onde são verificados os defeitos e onde são

feitos os testes de desempenho, tais como: Características elétricas operacionais;

Isolamento elétrico (a 3000 Volts de corrente contínua); Aspectos físicos; Defeitos de

acabamento; Resistência ao impacto; Resistência à tração das conexões; Resistência à

névoa salina e à umidade ambiente; Comportamento a temperaturas elevadas por

períodos prolongados (100 graus Celsius durante 20 dias) (SMC PNEUMATICS, 2015;

DUNMORE, 2015; SOLARTERRA, 2008).

Em conjunto com os módulos fotovoltaicos, os inversores, controladores e as

baterias, também fazem parte do sistema solar fotovoltaico (WANG; CHANG; WU,

2011). Os inversores são fornecidos por empresas como a SMA, KACO, Ingeteam,

Siemens, Sungrow e Guanya Power. Os controladores são fornecidos por empresas

como Max eletrônicos, Sunway Power, Temaheng Energy e Sanjing Electric. As

baterias são fornecidos por empresas como a Sinonteam, Cheshing Champion, Yonder

Power e U­Power Batery.

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Outro participante principal em uma cadeia produtiva PV são os consumidores

estratégicos, os quais incluem empresas, instituições, usuários residenciais e empresas

de geração de energia (CHEN; SU, 2014). A MPX Tauá, inaugurada em 2011, foi a

primeira usina solar fotovoltaica a gerar eletricidade em escala comercial no Brasil com

a geração de 1 Megawatt-hora. Segundo a Aneel, a usina de Tauá, no Ceará, é a maior

usina em capacidade instalada podendo gerar até 5 Megawatts-hora quando operar em

toda sua capacidade. Em 2014 entrou a operar comercialmente a maior usina de energia

solar do Brasil, a Usina Fotovoltaica Cidade Azul, em Tubarão, no sul de Santa

Catarina. Trata-se de maior usina solar do país: são 3 Megawatts-hora gerados

atualmente, o suficiente para abastecer 2.500 casas todos os dias. É também a maior

usina solar brasileira em tamanho: são 19.424 painéis solares. A energia gerada por esta

usina passou a ser distribuída para todo o país. A Usina Fotovoltaica Cidade Azul

pretende gerar 4 Megawatts-hora. O projeto faz parte de um investimento de pesquisa e

desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em parceria com a

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (PILLEGGI, 2014; DOMIT, 2014).

Na cadeia produtiva PV, além das atividades relacionadas com a manufatura,

existem também àquelas que compõem a prestação de serviços. Os serviços incluem a

distribuição por atacado, o desenvolvimento de projetos, desing, engenharia, construção

da planta e manutenção do sistema PV (GREEN RHINO ENERGY, 2015). O mapa das

empresas do setor fotovoltaico, criado pelo Instituto Ideal em parceria com a

Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, GIZ e KfW no Brasil, indica

que existem no mercado nacional mais de 260 empresas projetistas, instaladoras, ou

fornecedoras de equipamentos de geração de energia solar fotovoltaica (AMÉRICA DO

SOL, 2013).

3.5. Síntese do Capítulo 3

O consumo de energia em todo o mundo está aumentando a cada ano e

diferentes tecnologias estão concorrendo para a produção de eletricidade, dentre elas, as

energias renováveis. O uso da tecnologia solar fotovoltaica está crescendo rapidamente

nas últimas décadas e pode desempenhar um papel importante para suprir a alta

demanda de energia em todo o mundo. Enorme quantidade de sistemas fotovoltaicos

instalados anualmente mostra a seriedade e a responsabilidade de cada país sobre o

assunto para preservar o planeta, utilizando energia renovável.

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Para aumentar a participação PV no mercado de energias renováveis é preciso

aumentar a consciência sobre os benefícios (sociais, econômicos e ambientais);

aumentar a pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias (para se obter células mais

baratas e eficientes); implementar políticas públicas e programas que incentivassem a

geração PV; formar profissionais mais qualificados para este mercado. A indústria de

energia fotovoltaica precisa melhorar não só as condições de enquadramento político de

confiança para garantir um retorno sobre o investimento, mas a inovação e a pesquisa

contínua. No mercado de energia a posição competitiva de cada tecnologia solar é

determinada pelos fatores eficiência, tempo de vida, custos e pelo fator ecológico.

Atualmente, há vários tipos de células solares industrialmente disponíveis, no

entanto, a um esforço contínuo na melhoria da eficiência e redução dos custos. Embora

as células solares de silício cristalino fosse o tipo de célula predominante utilizado

durante a maior parte da segunda metade do século passado, outros tipos de células têm

sido desenvolvidos, que competem quer em termos de redução de custos de produção

(células solares baseadas no uso de silício multicristalino, e a células de filme fino

(silício amorfo, CdTe, ou CIGS)) quer em termos de uma maior eficiência (com base no

uso de compostos III-V).

As tecnologias também precisam ter prazos de retorno de energia aceitáveis.

Células de silício monocristalino e multicristalino normalmente têm tempos de

recuperação de energia de 3-4 anos e as tecnologias de filme fino, 12-18 meses. Depois

de anos de crescimento moderado do mercado fotovoltaico, a evolução das aplicações

tem aumentado. As principais aplicações são dominadas pela telecomunicação,

bombeamento de água, iluminação pública, BIPV, agricultura, aquecimento de água,

secagem de grãos, dessalinização de água, monitoramento meteorológico, veículos

espaciais e satélites.

Em relação à cadeia produtiva PV de silício cristalino, tecnologia que mais se

destaca no mercado PV, a mesma engloba atividades que vão desde a obtenção de

silício bruto passando pela conversão do silício bruto em bolachas de silício, produção

de células fotovoltaicas, criação dos módulos e painéis fotovoltaicos, serviços diversos,

tais como distribuição por atacado, desenvolvimento de projetos, desing, engenharia,

construção da planta, até chegar ao cliente final.

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Capítulo 4 – Mapeamento tecnológico das células fotovoltaicas para

energia solar

Este capítulo retrata o mapeamento tecnológico das células fotovoltaicas para

energia solar, no qual é compreendida a identificação das tecnologias existentes, bem

como sua evolução através da análise de artigos científicos e da busca de patentes

relacionadas ao tema.

4.1. Histórico

A história fotovoltaica começou em 1839, quando Alexandre-Edmund Becquerel

(físico) observou o efeito fotovoltaico. Mas somente na década de 1940, com o

desenvolvimento da primeira célula fotovoltaica com 6% de eficiência, a indústria

fotovoltaica começou a trilhar seu caminho comercial. O Quadro 4.1 descreve os anos

de relevância para o desenvolvimento da energia solar fotovoltaica.

Quadro 4.1 - Linha do tempo para energia solar fotovoltaica

Ano Acontecimento

1839 Descoberta do efeito fotovoltaico - (Edmond Becquerel)

1873 Descoberta do efeito fotovoltaico no selênio - (Willoughby Smith)

1877 A produção da primeira célula fotovoltaica de selênio – (W. G. Adams e R.E. Day)

1883 Construção das primeiras células solares construídas a partir de camadas – ―wafers‖ - de

selénio- (Charles Frits)

1904 Descoberta da foto sensibilidade da combinação entre óxido de cobre e cobre - (Willhelm

Hallwachs)

1904 Publicação de um artigo sobre efeito fotovoltaico - (Einstein)

1914 Conhecimento da existência de uma barreira potencial em dispositivos fotovoltaicos

1916 Apresentação da prova experimental do efeito fotoelétrico - (Millikan)

1918 Desenvolvimento de um processo de crescimento de cristais de silício a partir de um único

cristal (monocristalino) - (Czochralski)

1927 Desenvolvimento de uma nova célula fotovoltaica utilizando cobre e óxido de cobre

1932 Descoberta do efeito fotovoltaico no sulfeto de cádmio (CdS) - (Audobert e Stora)

1941 Desenvolvimento da primeira células de silício - (Russel Ohl)

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1951 Produção das primeiras células de germânio em laboratório

1953 Primeiros cálculos teóricos da eficiência de vários materiais de diferentes band gap com base

no espectro solar

1954 Descoberta do efeito fotovoltaico no arsenieto de gálio (GaAs) – (Welker)

1954 Desenvolvimento da célula de sulfureto de cádmio (CdS) – (Reynolds e Leies)

1954 Obtenção da célula solar de silício monocistalino com 6% de eficiência de conversão – (Daryl

Chapin, Calvin Fuller e Gerald Pearson)

1955 Início das vendas das licenças comerciais para os sistemas fotovoltaicos de silício – (Western

Electric)

1956 Primeiras aplicações terrestres da conversão fotovoltaica (luzes de flash, bóias de navegação,

telecomunicações)

1958 Emprego do primeiro gerador fotovoltaico pelo satélite Vanguard

1959 Lançamento do satélite Explorer VI com um gerador solar de 9600 células. Através dele foi

tirada a primeira imagem da terra

1959 Lançamento do satélite Explorer VII com gerador solar Explorer VII com gerador solar de

3000 células

1959 Realização das primeiras células de silício multicristalino

1963 Fabricação da primeira célula solar de telureto de cádmio (CdTe) – (Cusano)

1971 Fabricação da primeira célula solar baseada na heterojunção CdS/CdTe - (Adirovic)

1976 Construção das primeiras células de silício amorfo – (Carlson e Wronski)

1991 Proposição das primeiras células solares sensibilizadas por corante (DSSC - sigla do inglês dye

sensitized solar cell) - (Michael Grätzel e Brian O’Regan)

2009 Criação da célula solar de nanotubos de carbono

2012 Fabricação das células solares perovskita - (Equipe de cientistas da Universidade de Sheffield,

no Reino Unido)

2012 Criação da primeira célula solar orgânica inteiramente à base de carbono (grafeno e nanotubos

de carbono)

Fonte: Elaborado a partir de DOE (2006) e dos autores consultados na RBS.

O desenvolvimento da primeira célula solar de silício foi fundamental para o

início de tecnologias solares, uma vez que representou a unidade de conversão de

energia de um sistema PV, mas com implicações práticas. Posteriormente verifica-se o

desenvolvimento tecnológico do sistema PV pela descoberta de novos materiais, pelo

aprimoramento dos materiais existentes e pelo aumento de aplicações desta tecnologia.

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4.2. Tecnologias fotovoltaicas

Este tópico trata dos tipos de tecnologias existentes no mercado para a

fabricação das células fotovoltaicas.

4.2.1. Células de silício

O silício é o material mais popular em módulos de células solares comerciais,

representando cerca de 90% do mercado de células fotovoltaicas. Este sucesso é devido

a várias características benéficas do silício: (1) é abundante, sendo o segundo elemento

mais abundante na Terra; (2) é geralmente estável e não tóxico; (3) bandgap de 1,12

eletrovolt, quase idealmente adaptado ao espectro solar terrestre, ou seja, o silício é

sensibilizado dentro da faixa de espectro eletromagnético emitido pelo sol; e (4) células

fotovoltaicas de silício são facilmente compatíveis com a indústria da microeletrônica

(fabricação de transistores e circuitos integrados) baseada em silício (KUI-QING;

SHUIT-TONG, 2011).

As células monocristalino (mono-c-Si), multicristalino (multi-c-Si), são células

sob a égide de estruturas cristalinas de silício (CHAAR; LAMONT; ZEIN, 2011). As

células de um único cristal de silício são cultivadas pelo processo Czochralski

(GOETZBERGER et al., 2003; MILES; HYNES; FORBES, 2005). Estas células

possuem uma ótima eficiência de conversão, entretanto apresentam elevados custos de

fabricação, maior exigência de energia durante seu ciclo de vida, tempo retorno da

energia mais longo, bem como exigem a utilização de materiais em estado muito puro

(silício grau solar) e com a estrutura de cristal perfeita (GOETZBERGER; HEBLING;

SCHOCK, 2003; MILES; HYNES; FORBES, 2005; CHAAR; LAMONT; ZEIN, 2011;

AVRUTIN; IZYUMSKAYA; MORKOÇ, 2011; PENG; LU; YANG, 2013;

GANGOPADHYAY; JANA; DAS, 2013; TYAGI et al., 2013).

Os esforços da indústria fotovoltaica para reduzir custos e aumentar a taxa de

produção levaram ao desenvolvimento de novas técnicas de cristalização. Dessa forma

surgiram as células baseadas em multicristais. Tal tecnologia está se tornando mais

atraente, porque o custo de produção é menor, mesmo que estas células sejam um pouco

menos eficientes do que as monocristalino (CHAAR; LAMONT; ZEIN, 2011). Além

dos custos de fabricação serem menores, as células policristalinas oferecem outras

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71

vantagens se comparadas às células monocristalinas, tais como: melhor aspecto estético,

consome menos energia durante o seu ciclo de vida, tempo de retorno da energia mais

curto, menor emissão de gases de efeito estufa, necessita de menos energia na sua

fabricação, a estrutura de cristal não precisa ser perfeita (GOETZBERGER; HEBLING;

SCHOCK, 2003; MILES; HYNES; FORBES, 2005; CHAAR; LAMONT; ZEIN, 2011;

AVRUTIN; IZYUMSKAYA; MORKOÇ, 2011; PENG; LU; YANG, 2013;

GANGOPADHYAY; JANA; DAS, 2013; TYAGI et al., 2013).

As células de silício não se restringem somente às células baseadas na estrutura

cristalina. Existem também as células de nanofios de silício (SiNWs), as quais estão sob

investigação intensa para aplicações fotovoltaicas, uma vez que podem permitir uma

nova maneira de se converter energia solar para elétrica com alta eficiência e baixo

custo. Esta atratividade é atribuída às suas características geométricas originais (KUI-

QING; SHUIT-TONG, 2011).

Em primeiro lugar, as células solares SiNW apresentam uma melhor absorção

óptica do espectro solar, ou seja, em comparação com outras tecnologias tradicionais,

necessita de menos silício para obter a mesma quantidade de absorção. As perdas de

energia que ocorrem quando a luz atravessa uma célula fotovoltaica sem ser absorvida é

menor nas células de nanofios de silício. Em segundo lugar, as células solares SiNW

permitem o uso do silício de qualidade inferior ao silício grau solar. Em terceiro lugar,

SiNWs podem ser produzidas com excelentes características elétricas. Estas vantagens

podem reduzir substancialmente o custo da produção de células solares baseadas em

SiNW mantendo estas células competitivas (KUI-QING; SHUIT-TONG, 2011).

4.2.2. Células de filme fino

Na busca pela redução dos custos surgiu a necessidade de pesquisas em células

solares de filme fino. Células solares de filme fino exigem muito menos material do

semicondutor a ser fabricado, a fim de absorver a mesma quantidade de luz solar, até

99% menos material do que as células solares cristalinas (GANGOPADHYAY; JANA;

DAS, 2013). O uso desta tecnologia tem aumentado nos últimos anos devido à sua alta

flexibilidade, fácil instalação, eficiência sob a luz difusa de aproximadamente 12% e

uma vida útil de 25 anos (MUNDO-HERNÁNDEZ et al., 2014). As principais

abordagens são baseadas em células de silício amorfo (a-Si); silício microamorfo (a-

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Si/μc-Si); telureto de cádmio (CdTe); seleneto de cobre índio (CIS) e cobre, índio e

gálio-disseleneto (CIGS).

Os métodos de fabricação são semelhantes aos utilizados na produção de

monitores de tela plana para monitores de computador, telefones celulares e televisores.

Um filme fino fotoativo é depositado sobre um substrato, que pode ser tanto de vidro ou

um filme transparente. Em seguida, o filme é estruturado em células. Ao contrário dos

módulos cristalinos, módulos de película fina são fabricados num único passo. Sistemas

de película fina geralmente custam menos para ser produzido do que os sistemas de

silício cristalino, mas têm taxas de eficiência substancialmente inferiores. Em média, as

células de filme fino convertem de 5% a 13% da radiação solar em eletricidade, em

comparação com 11% a 20% para células de silício cristalino. No entanto, como os

filmes finos são relativamente novos, podem oferecer maiores oportunidades de

melhoria tecnológica (GANGOPADHYAY; JANA; DAS, 2013).

As primeiras publicações em silício amorfo (a-Si) relevantes para a fabricação

de células solares apareceram após a década de 1960. A primeira célula solar de silício

amorfo foi relatada por Carlson em 1976. No mercado as mesmas surgiram em 1981. A

alta expectativa neste material foi contida pela relativamente baixa eficiência obtida até

agora e pela degradação inicial induzida pela luz (SCHOCK, 1996; GOETZBERGER;

LUTHER; WILLEKE, 2002).

Conforme Chaar, Lamont e Zein (2011) esta tecnologia diverge do silício

cristalino no fato de que os átomos de silício estão localizados aleatoriamente uns com

os outros. Esta aleatoriedade na estrutura atômica tem um efeito importante sobre as

propriedades eletrônicas do material, causando um gap maior (1,7 eV) enquanto que a

do silício cristalino é de 1,1 eV.

Outra configuração são as células de silício microamorfo, as quais combinam

dois tipos diferentes de silício, o amorfo e o microcristalino, um sobre o outro num

único dispositivo, onde a camada superior é constituída de uma camada ultra fina de a-

Si , que converte os comprimentos de onda mais curtos do espectro solar visível e na

camada inferior tem-se o silício microcristalino que é mais eficaz na conversão dos

comprimentos de onda maior. Isto resulta em maiores ganhos de eficiência do que as

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células de silício amorfo, cerca de 8-9% a mais dependendo da estrutura celular e da

espessura das camadas (ABERLE, 2009; CHAAR; LAMONT; ZEIN, 2011).

Uma das abordagens mais promissoras para a fabricação de baixo custo e alta

eficiência envolve o uso do telureto de cádmio. O CdTe tem sido conhecido por ter

o gap ideal (1,45 eV) com um alto coeficiente de absorção do espectro solar sendo

um dos materiais fotovoltaicos mais promissores para as células de filme fino.

Entretanto, a toxicidade do cádmio (Cd) e as questões ambientais relacionadas ao uso

deste material representam certo problema para esta tecnologia. Por isso, a empresa

First Solar, um dos maiores fabricantes mundiais de módulos solares fotovoltaicos,

lançou um programa de reciclagem para células PV desativadas, extremamente popular

no domínio dos filmes finos por causa da eficiência de seu processo, que tem a

capacidade de reduzir o custo de produção para tornar o custo desta tecnologia mais

competitivo. O outro problema potencial é a disponibilidade de Te que pode levar a

escassez de matéria-prima afetando assim o custo dos módulos (SCHOCK, 1996;

DIEHL; SITTINGER; SZYSZKA, 2005; ABERLE, 2009; CHAAR; LAMONT; ZEIN,

2011; CYRS, 2014).

Disseleneto de cobre e índio (CuInSe2) ou índio cobre seleneto (CIS), como

às vezes é conhecido, e o seleneto de cobre-índio-gálio (CIGS) são dispositivos

fotovoltaicos que contem elementos semicondutores, dos grupos I, III e VI da tabela

periódica, que são benéficos devido aos seus altos coeficientes de absorção óptica e às

suas características elétricas que permitem ajuste de dispositivo (ABERLE, 2009;

CHAAR; LAMONT; ZEIN, 2011). Alguns dos maiores desafios destas tecnologias têm

sido a capacidade limitada de expandir o processo de alto rendimento e baixo custo, a

degradação sob condições de umidade, pois promove mudanças nas propriedades do

material e a escassez de índio na natureza (DHERE, 2006; CHAAR; LAMONT; ZEIN,

2011; AVRUTIN; IZYUMSKAYA; MORKOÇ, 2011).

4.2.3. Células fotovoltaicas orgânicas

Células fotovoltaicas orgânicas oferecem o potencial de longo prazo de alcançar

a meta de uma tecnologia PV que é economicamente viável para a geração de energia

em grande escala (TYAGI et al., 2013), uma vez que os semicondutores orgânicos são

uma alternativa menos dispendiosa do que semicondutores inorgânicos, como o silício.

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Além disso, as moléculas orgânicas podem ser processadas por meio de técnicas mais

simples e que não são apropriados para os semicondutores inorgânicos cristalinos

(SPANGGAARD; KREBS, 2004; BENANTI; VENKATARAMAN, 2006).

Quase todas as células solares orgânicas possuem uma estrutura plana em

camadas, em que a camada absorvente de luz está ensanduichada entre dois eletrodos

diferentes. Um dos eletrodos tem de ser (semi) transparente, normalmente usa-se o

óxido índio-estanho (ITO), entretanto uma camada fina de metal também pode ser

utilizada. Como eletrodos também podem ser utilizados o cálcio, magnésio, ouro e

alumínio, sendo este último o mais utilizado (SPANGGAARD; KREBS, 2004;

BENANTI; VENKATARAMAN, 2006).

Células solares orgânicas são construídas a partir de filmes finos (tipicamente

100 nm) de semicondutores orgânicos, tais como polímeros. São compostas de

pequenas moléculas como pentaceno, polifenileno vinileno, ftalocianina de cobre (um

pigmento orgânico azul ou verde) e nanoestruturas de base de carbono (fulerenos,

nanotubos, grafeno). Este tipo de célula é em grande parte feita de plástico, contrário de

silício tradicional, o processo de fabricação é menos dispendioso, uma vez que se utiliza

material de baixo custo e alto rendimento de produção, e apresenta desafios técnicos

limitados, ou seja, não requer alta temperatura ou condições de vácuo (BENANTI;

VENKATARAMAN, 2006; CHAAR; LAMONT; ZEIN, 2011).

As células fotovoltaicas orgânicas possuem características que as tornam muito

atrativas, entre elas o potencial para ser flexível e semitransparente, potencial para ser

fabricado em um processo de impressão contínua, ampla área de revestimento, fácil

integração em diferentes dispositivos, significativa redução de custos em comparação

com as soluções tradicionais, vantagens ecológicas e econômicas. Essas características

permitem uma redução significativa nos custos de instalação, responsáveis por até 70%

do custo total dos sistemas fotovoltaicos tradicionais. Entretanto, as células

fotovoltaicas orgânicas apresentam durabilidade limitada, não são ainda capazes de

converter a luz do sol em eletricidade, com a mesma eficiência que as células de silício

(a baixa eficiência é devido à baixa absorção da luz solar incidente devido às células

orgânicas apresentarem um grande gap de energia. A maioria dos polímeros

semicondutores tem gap de energia maior do que 2.0 eV (620 nm), o que limita a

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absorção de fótons solares em torno de 30% (BRABEC, 2004; RAZYKOV et al., 2011;

TYAGI et al., 2013; QUE et al., 2014).

De acordo com Cao et al. (2014), o objetivo da pesquisa com células solares

orgânicas é aumentar a eficiência de conversão da energia solar, uma vez que a saída

total de energia de uma célula solar é igual ao produto da sua eficiência e tempo de vida.

Portanto, a estabilidade, diretamente relacionada com o tempo de vida, é uma

propriedade importante para este tipo de célula, pois impacta o valor (rendimento sobre

o custo) de um sistema de produção de energia baseado nesta tecnologia.

Com isso, ao longo dos últimos anos, vários aspectos de células solares

orgânicas têm sido extensivamente estudados, incluindo a síntese e aplicação de novos

materiais, modelagem de processos físicos, fabricação em larga escala, melhoria da

estabilidade, etc. (CAO et al., 2014). No entanto, a pesquisa e desenvolvimento das

células solares orgânicas ainda têm um longo caminho a percorrer para competir com

células solares inorgânicas (BENANTI; VENKATARAMAN, 2006).

Assim como os fulerenos e nanotubos de carbono, o grafeno é um tipo de

material nanoestruturado que vem sendo considerado como altamente promissor em

diversas aplicações devido a excelente propriedade eletrônica, óptica, térmica e

mecânica. Dentre as várias aplicações possíveis o grafeno pode ser utilizado na

fabricação das células fotovoltaicas orgânicas a base de carbono (LIU et al., 2008; LIU

et al., 2009; KAMAT, 2010; WU et al., 2008; HONG et al., 2008; WANG et al., 2014;

MATTEI, 2014).

Inicialmente derivado a partir de grafite o grafeno é um material artificialmente

modificado para ter propriedades únicas que não são normalmente encontradas na

natureza. O grafeno é extremamente forte, leve, flexível, ótimo condutor de eletricidade,

quase totalmente transparente e tem sido considerado a maior revolução em pesquisas

sobre metamateriais nos últimos cinco anos. Seus desenvolvedores receberam o Prêmio

Nobel de Física em 2010, e altos financiamentos tem sido direcionado para a pesquisa

experimental à base de grafeno nos últimos anos. Em 2012, o grafeno foi um dos dois

projetos premiados Future and Emerging Technologies Flagship Initiative, uma

competição multi-bilionária organizada pela Comissão Europeia como parte de um

programa de financiamento à investigação inovadora. Esta concessão (que foi o maior

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incentivo financeiro – € 1 bilhão - para um único projeto de pesquisa em história da

ciência moderna) deverá levar a um crescimento exponencial na quantidade de

pesquisas sobre o grafeno em um futuro próximo (MATTEI, 2014; MATTEI;

REHMAN, 2014).

4.2.4. Células solares sensibilizadas por corante

As primeiras células solares sensibilizadas por corante (DSSC - sigla do

inglês dye sensitized solar cell) foram propostas em 1991 por Michael Grätzel e Brian

O’Regan. Estas células são pertencentes ao grupo de células solares híbridas, pois são

formadas por materiais orgânicos e inorgânicos (GOETZBERGER; LUTHER;

WILLEKE, 2002; FITRI et al., 2014). AS DSSCs têm sido extensivamente estudadas

para minimizar os problemas relacionados com a eficiência, custo de produção e

questões ambientais (RAZYKOV et al., 2011; TYAGI et al., 2013, QUE et al., 2014;

FITRI et al., 2014)

A principal diferença deste tipo de célula, em comparação com células solares

convencionais é que o elemento funcional, que é responsável pela absorção de luz (o

corante) está separado do mecanismo de transporte dos portadores de carga. Assim, são

permitidas matérias-primas impuras e um processamento de células simples, o que

reduz o custo do dispositivo. Entretanto, eficiências promissoras na ordem de 7 a 11%

podem ser obtidas. Uma característica importante das DSSCs é a estabilidade ao longo

do tempo (GOETZBERGER; LUTHER; WILLEKE, 2002; BIN et al., 2006). As

DSSCs utilizam em sua fabricação o dióxido de titânio (TiO2), de baixo custo em

comparação com o silício que é usado em células solares convencionais (FITRI et al.,

2014).

Até agora, DSSCs baseadas nos corantes organometálicos, tais como rutênio e

porfirinas (complexos de zinco), têm mostrado uma ótima eficiência de conversão da

energia solar em elétrica. Entretanto, a aplicação em grande escala deles é limitada

devido a questões práticas. Por exemplo, a dificuldade de síntese e purificação do

rutênio e porfirinas e, especialmente, as questões de disponibilidade limitada do rutênio

(QUE et al. 2014).

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Os semicondutores da classe dos trialetos organometálicos de perovskita

((CH3NH3)PbX3, onde o X pode ser iodo, bromo ou cloro) podem ser utilizados como

componentes de coleta de luz em células solares sensibilizadas por corante dando

origem as células solares de perovskita. Por serem muito finas estas células são

altamente flexíveis e transparentes (PARK, 2014). Atualmente, muitos esforços têm

sido dedicados ao desenvolvimento de corantes orgânicos livres de metais. Dentre eles

os quais se destacam: squaraine, cumarina, indolina, fenotiazina, trifenilamina, fluorene,

tienopirazina, carbazole e tetrahidroquinolina (FITRI et al., 2014).

4.2.5. Compostos III-V

No campo da nanotecnologia aplicada ao desenvolvimento de células solares,

além das nanoestruturas a base de carbono e dos materiais poliméricos, tem-se também

os compostos III-V. As células baseadas nestes compostos, tais como GaAs (arsenieto

de gálio), InP (fosfeto de índio) e GaSb (gálio antimoneto) têm bandgaps diretos de

energia, ou seja, emitem somente luz como forma de liberar a energia absorvida na

passagem do elétron da banda de valência para a banda de condução, apresentam

elevados coeficientes de absorção óptica, alto custo de produção, melhor resistência à

irradiação, melhor relação peso/potência em aplicações espaciais (MILES; HYNES;

FORBES, 2005; MILES, 2006; MILES; ZOPPI; FORBES, 2007).

4.3. Análise das patentes

Posterior à seleção da base de dados, busca e recuperação das patentes, bem

como o tratamento dos dados, conforme apresentado no item 1.4.2.2, fez-se a análise

dos mesmos. Em meio as possíveis análises que podem ser feitas a partir dos

documentos de patente em prospecção tecnológica, para alcançar o objetivo desta

dissertação, foram analisados os seguintes tópicos:

a) Quanto ao histórico;

b) Quanto ao histórico dos depósitos por país depositante;

c) Quanto aos depositantes;

d) Quanto às áreas do conhecimento;

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e) Quanto à Classificação Internacional de Patentes.

A partir da estratégia de busca estabelecida no item 1.4.2.2 foram recuperados

23.775 documentos publicados no período compreendido entre 2004 e 2013. Entretanto,

como a análise das patentes está sendo feita com base no ano do depósito e não da

publicação, foram excluídas 1.093 patentes, cujo período de depósito estava

compreendido entre os anos de 1991 a 2003. Assim sendo, restaram 22.682 patentes

depositadas entre 2004 e 2013.

Como se pode observar na Figura 4.1 que vem crescendo o número de patentes

depositadas por ano. Observa-se, ainda, que houve um crescimento de

aproximadamente 327% no número total de pedidos de patentes entre o primeiro e o

último triênio, ou seja, passou de aproximadamente 2.658 (2004 a 2006) para 8.687

(2011 a 2013).

Figura 4.1 - Distribuição cronológica dos depósitos de patentes realizados no período d e 2004 a 2013

Fonte: Elaboração própria a partir de dados coletados na base Derwent Innovations

Index.

Esse aumento no número de depósitos pode ser resultado de políticas mundiais

de investimentos em programas para desenvolvimento de energias renováveis. O

indicador de inovação quantidade de patentes corrobora com o indicador número de

publicações científicas quando demonstra uma tendência de crescimento no número de

publicações por ano na busca pelas palavras chave: ―photovoltaic module* or

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photovoltaic panel* or photovoltaic cell*‖ na base de dados Web of Science. A busca

resultou em 17.888 publicações de 2004 a 2013, conforme apresentado na Figura 4.2.

Figura 4.2 - Número de publicações científicas por ano no período de 2004 a 2013

Fonte: Elaboração própria a partir de dados coletados na base web of Science.

A Figura 4.3 permite identificar os países líderes no depósito de pedidos de

patentes no período de 2004 a 2013. As primeiras posições são ocupadas pelos Estados

Unidos, China, Japão, Alemanha e Coréia do Sul com 6.473, 5.605, 3.094, 2.097, 1.126

patentes depositadas, respectivamente. O crescente número de depósitos de documentos

de patente sobre células fotovoltaicas, nestes países, se deve, dentre outros motivos, ao

fato dos mesmos possuírem uma cultura de patentear suas tecnologias.

Figura 4.3 - Quantidade de patentes por país depositante no período de 2004 a 2013

Fonte: Elaboração própria a partir de dados coletados na base Derwent Innovations

Index.

O número de publicações científicas corrobora com o indicador número de

patentes em termos de representatividade por país, uma vez que, através da Figura 4.4, é

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possível observar que, das 17.888 publicações, os Estados Unidos, China, Japão, Coréia

do Sul e Alemanha foram os principais países que publicaram sobre células

fotovoltaicas no período de 2004 a 2013.

Figura 4.4 - Número de publicações científicas dos cinco principais países no período de 2004 a 2013

Fonte: Elaboração própria a partir de dados coletados na base web of Science.

A evolução do número total de documentos de patentes sobre células

fotovoltaicas por país no período de 2004 a 2013 é apresentada na Figura 4.5. Nela é

possível observar que as duas primeiras posições são ocupadas pelos Estados Unidos e

pela China, respectivamente, seguidos pelo Japão, Alemanha e Coréia do Sul.

Figura 4.5 - Distribuição histórica/geográfica dos depósitos de patentes no período de 2004 a 2013

Fonte: Elaboração própria a partir de dados coletados na base Derwent Innovations

Index.

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O aumento no número de depósitos de patentes sobre células fotovoltaicas nestes

países é impulsionado, especialmente, pelos incentivos do governo. Como citado no

item 3.3 países como a China e a Alemanha, têm usado a tarifa feed-in (FIT), enquanto

que o Japão, Coréia do Sul e os Estados Unidos, têm aproveitado o RPS (Renewable

Portfolio Standard).

Na China, além da tarifa feed-in, tem-se programas que estimulam a inovação

tecnológica e o depósito de patentes, sobretudo em áreas consideradas prioritárias pelos

chineses, como energia solar. O Serviço de Propriedade Intelectual da China publicou a

sua ―Estratégia Nacional para Desenvolvimento de Patentes (2011-2020)‖. A política

chinesa introduziu diversos incentivos, incluindo bonificações em dinheiro, melhores

acomodações para os pesquisadores, isenções tributárias para empresas que produzem

patentes. Estão estimulando os empreendedores inovadores em termos individuais

(YOKOTA, 2011).

É provável, também, que o desenvolvimento tecnológico nestes cinco países

tenha acompanhado a taxa de crescimento econômico ocorrido no período de 2004 a

2013, no qual houve aumento de 133%, 114%, 160%, 141% e 124%1, respectivamente

do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e Coréia

do Sul.

As Figuras 4.1 e 4.5 mostram, ainda, que os dados de 2012 e 2013 apresentaram

um decaimento em relação aos anos anteriores. Este fato é caracterizado pela diferença

existente entre a data de depósito e a de publicação na base de dados, uma vez que para

ser publicada, a patente depositada precisa ser examinada e o número de examinadores

do INPI e a quantidade de pedidos que estão na fila são desproporcionais, resultando,

assim, na demora da publicação e consequente diminuição do número de patentes

publicadas.

Dentre as nove principais instituições com maior número de depósitos, conforme

ilustra a Figura 4.6, nota-se que quatro são de nacionalidade americana e três japonesa.

Este fato corrobora com a predominância dos Estados Unidos e dos países asiáticos

1 *1 (Fonte: Dados do FMI; Cálculo dos autores para a estimativa de crescimento do

PIB).

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serem os principais países depositantes. Ocupando a primeira posição no ranking, com

469 patentes depositadas, está a empresa americana Du Pont, que desenvolve além de

materiais solares/fotovoltaicos materiais eletrônicos e elétricos, esportivos,

farmacêuticos, alimentícios, entre outros. Na segunda posição está a Sharp (410

patentes), uma empresa japonesa líder em tecnologia solar, a qual comercializa também

impressoras, celulares, televisores, etc.

Figura 4.6 - Principais empresas depositantes no período de 2004 a 2013

Fonte: Elaboração própria a partir de dados coletados na base Derwent Innovations

Index.

A Mitsubishi Electric, que ocupa a terceira posição (284 patentes), é uma

empresa japonesa que fabrica e vende equipamentos elétricos para casa, comércio e uso

industrial. A quarta posição é ocupada pela Merck Patent, com 196 patentes. A

Commissariat Energie Atomique, instituição de pesquisa francesa nas áreas de energia

atômica e energias renováveis, ocupa a quinta posição com 182 patentes. A empresa

americana produtora de semicondutores, Applied Materials, ocupa a sexta posição (177

patentes), seguida pela Sanyo Electric (173 patentes), uma das maiores indústrias

japonesas de eletrônica, com mais de 324 escritórios e fábricas ao redor do mundo e

pela General Electric (empresa multinacional americana de serviços e de tecnologia),

com 171 patentes. Na nona posição, com 151 patentes, está a First Solar, empresa

americana umas das maiores fabricantes de módulos solares fotovoltaicos com unidades

de produção nos Estados Unidos, Malásia, Alemanha e Paquistão.

A fim de identificar as tendências em áreas de conhecimento, conforme ilustra a

Figura 4.7, foi analisado o indicador quantidade de registros por área do conhecimento.

Observa-se que, das 23 áreas do conhecimento analisadas pelo Derwent, há uma

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concentração nas áreas de Engenharia, com 23.475 documentos de patentes envolvendo

esta área, Instrumentos e Instrumentação (20.928 documentos), Energia e Combustíveis

(13.644 documentos), Química (10.390 documentos) e Ciência dos Polímeros (5878

documentos). Salienta-se que uma patente pode envolver mais de uma área do

conhecimento, o que justifica o número total de publicações por área do conhecimento

ser superior ao número de patentes no período de 2004 a 2013 (23.775 patentes).

Figura 4.7 - Principais áreas do conhecimento

Fonte: Elaboração própria a partir de dados coletados na base Derwent Innovations

Index.

Quanto a Classificação Internacional de Patentes – CIP, no quesito às áreas de

concentração da tecnologia, foram considerados apenas os grupos com 100 ou mais

incidências nos quais estavam distribuídos os documentos encontrados. Dentre as três

subclasses mais representativas da CIP identificadas nos documentos publicados,

verifica-se que a maior concentração de pedidos (77,95%) está relacionada à subclasse

H01L (subgrupos: H01L-031/042, H01L-031/18, H01L-031/04, H01L-031/052, H01L-

031/048, H01L-031/00, H01L-031/05, H01L-031/0224). Também se destaca a

concentração de documentos na subclasse H02N (subgrupo: H02N-006/00), que

contribui com 8,24% das ocorrências. Em seguida têm-se a subclasse E04D (subgrupo:

E04D-013/18), com 4,82%. A Figura 4.8 ilustra tal distribuição e o Quadro 4.2

apresenta os detalhes, em relação a cada área de concentração da tecnologia, das

principais classificações identificadas.

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Figura 4.8 - Participação das principais classificações

Fonte: Elaboração própria a partir de dados coletados na base Derwent Innovations

Index.

Quadro 4.2 - Principais classificações

Seção: H – Eletricidade

Classe: H01 - Elementos elétricos básicos.

Subclasse: H01L - Dispositivos semicondutores; aparelhos elétricos, dispositivos de estado sólido.

Grupo principal: H01L-031/00

Descrição: Dispositivos semicondutores sensíveis

à radiação infra-vermelha, luz, radiação

eletromagnética de comprimento de onda mais

curto, ou radiação corpuscular e especialmente

adaptado, quer para a conversão da energia de tal

radiação em energia elétrica ou para o controle de

energia elétrica através de tal radiação; Processos

ou aparelhos especialmente adaptados para

fabricação ou tratamento dos mesmos ou de suas

partes.

Subgrupo: H01L-031/042 Descrição: Módulos fotovoltaicos ou matrizes de

células individuais PV.

Subgrupo: H01L-031/18 Descrição: Refrigeração das células PV.

Subgrupo: H01L-031/04 Descrição: Dispositivos de conversão fotovoltaicos

adaptados.

Subgrupo: H01L-031/052 Descrição: Meios de arrefecimento diretamente

associado ou integrado com a célula fotovoltaica.

Subgrupo: H01L-031/048 Descrição: Encapsulamento de módulos.

Subgrupo: H01L-031/05

Descrição: Interconexão elétrica entre as células

fotovoltaicas dentro do módulo PV, por exemplo,

ligação em série de células fotovoltaicas (eletrodos;

interligação elétrica das células solares de película

fina, formados em um substrato comum; estruturas

particulares para a interconexão elétrica das células

solares de película fina adjacentes no módulo;

interconexão elétrica meios especialmente

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adaptados para ligar eletricamente dois ou mais

módulos fotovoltaicos.

Subgrupo: H01L-031/0224 Descrição: Eletrodos.

Classe: H02 - Geração, conversão ou distribuição de energia elétrica.

Subclasse: H02N – Máquinas elétricas

Obs: transferido para H02S - A geração de energia eléctrica através da conversão de radiação infra-

vermelha, luz visível ou luz ultravioleta, por exemplo, usando módulos fotovoltaicos (coletores de calor

solar; obtenção de energia elétrica a partir de fontes radioativas; dispositivos sensíveis à luz

semicondutores inorgânicos; dispositivos termelétricos; dispositivos piroelétricos; dispositivos

semicondutores orgânicos sensíveis à luz).

Grupo principal: H02N-006/00

Obs: transferido para H02S-010/00

Descrição: Usinas PV; Combinações de sistemas

de energia PV com outros sistemas para a geração

de energia elétrica.

Seção: E – Construções fixas

Classe: E04 – Construção

Subclasse: E04D – Coberturas, telhados

Grupo principal: E04D-013/00

Descrição: estruturas de suporte dos módulos

fotovoltaicos especialmente adaptados para

estruturas de telhado.

Subgrupo: E04D-013/18

Descrição: Painéis solares (estruturas de suporte

dos módulos fotovoltaicos especialmente adaptados

para estruturas de telhado.

Fonte: Elaboração própria a partir de informações coletadas na WIPO (World

Intellectual Property Organization).

Nota-se através da Figura 4.8 e do Quadro 4.2 que as patentes sobre células

fotovoltaicas estão concentradas na área de semicondutores (H01L-031/00), para a

conversão da radiação solar em energia elétrica, com o intuito de tentar reduzir os

custos e aumentar a eficiência de tal conversão, na área de geradores para a conversão

direta de energia luminosa em energia elétrica (H02N-006/00), bem como na área de

painéis solares adaptados para estruturas de telhado (E04D-013/00).

Dentre as 22.682 patentes depositadas no período analisado 78 eram de silício

monocristalino, 194 de silício multicristalino, 464 de silício amorfo, 211 de telureto de

cádmio, 39 de seleneto de cobre índio, 58 de cobre, índio e gálio-disseleneto, 363

células fotovoltaicas orgânicas (a base de polímeros), 80 de células sensibilizadas por

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corante, 16 de nanofios de silício, 112 de compostos III-V e 246 de nanoestrutura de

carbono (grafeno, nanotubo de carbono, fulereno), Figura 4.9.

Figura 4.9 - Quantidade de patentes por tecnologia

Fonte: Elaboração própria a partir de dados coletados na base Derwent Innovations

Index.

Após a dominação do mercado fotovoltaico, por vários anos, por parte das

células solares à base de silício cristalino, esta tecnologia vem enfrentando a

concorrência no mercado de tecnologias. Observa-se na Figura 4.9 que há um destaque

das patentes depositadas para as tecnologias das células fotovoltaicas consideradas

emergentes (baseadas nos polímeros, nas nanoestruturas de carbono (grafeno, nanotubos

de carbono, fulereno), nos compostos III-V), bem como das células de telureto de

cádmio e silício amorfo. Este destaque é devido à busca por tecnologias que objetivem a

redução dos custos e aumento da eficiência de maneira sustentável.

4.3. Síntese do Capítulo 4

A célula solar de silício monocristalino ainda é a principal tecnologia da

indústria de células fotovoltaicas. Isso ocorre devido o silício ser o segundo material

mais abundante do planeta além de apresentar ótima eficiência de conversão.

Entretanto, o alto custo tem dificultado a implantação em massa deste tipo de

tecnologia. Para sanar problemas relacionados ao custo e eficiência, pesquisas estão

sendo direcionadas para desenvolvimento de células solares de silício multicristalino,

silício amorfo, telureto de cádmio, cobre, índio e gálio (CIGS), bem como para o

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desenvolvimento das tecnologias emergentes, tais como as células solares sensibilizadas

por corante, compostos III-V e células orgânicas à base de polímeros e nanoestruturas

de carbono.

A quantidade de patentes depositadas sobre células fotovoltaicas vem crescendo

ao longo dos anos, sobretudo em países como os Estados Unidos, China, Japão,

Alemanha e Coréia do Sul com a liderança de instituições/empresas americanas e

japonesas. As áreas do conhecimento que se destacaram em relação à quantidade de

patentes depositadas foram as áreas de Engenharia, Instrumentos e Instrumentação,

Energia e Combustíveis, Química e Ciência dos Polímeros. Conforme a CIP as áreas de

concentração da tecnologia sobre células fotovoltaicas estão concentradas na área de

semicondutores e na área de painéis solares. As tecnologias que mais se sobressaíram,

em relação ao número de patentes depositadas, foram às baseadas nos polímeros, nas

nanoestruturas de carbono, nos compostos III-V, nas células de telureto de cádmio e

silício amorfo. O Quadro 4.3 apresenta um resumo das tecnologias identificadas na

análise dos artigos e patentes e que portanto, apresentam viabilidade técnica.

Quadro 4.3 - Resumo das tecnologias identificadas

Células de silício monocristalino

Células de silício multicristalino

Células de nanofios de silício

Células de silício amorfo

Células de telureto de cádmio

Células de seleneto de cobre índio/Cobre, índio e

gálio-disseleneto

Células fotovoltaicas orgânicas

Células sensibilizadas por corante

Células de multijunção - compostos III-V

Células baseadas em nanoestrutura de carbono

(grafeno, nanotubo de carbono, fulereno)

Com o objetivo de identificar a viabilidade técnica-comercial destas tecnologias

foi feita no Capítulo 5 uma consulta a especialistas através da aplicação do método

Delphi.

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Capítulo 5 – Prospecção tecnológica das células fotovoltaicas para

energia solar

Este capítulo apresenta a prospecção tecnológica das células fotovoltaicas para

energia solar através da aplicação do método Delphi. É exposto ainda, o mapa atual e

futuro das tecnologias das células fotovoltaicas baseado na viabilidade técnica-

comercial, segundo a opinião dos especialistas, de cada tecnologia identificada na

análise dos artigos e patentes.

5.1. Aplicação do método Delphi

A aplicação do método Delphi se deu conforme descrito na Figura 5.1.

Figura 5.1 - Aplicação do método Delphi

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O desenvolvimento da consulta Delphi foi realizado em sete etapas, as quais se

encontram detalhadas no subitem 5.1.1. As etapas compreenderam: Seleção dos

especialistas; Convite por e-mail; Envio do questionário da primeira rodada, Análise

estatística dos dados da primeira rodada; Feedback e envio do questionário da segunda

rodada; Análise estatística da segunda rodada e Considerações. Esta última consiste no

desenvolvimento deste tópico.

5.1.1. Descrição do desenvolvimento das etapas do método Delphi

Conforme apresentado na Figura 5.1, inicialmente, foi feita a seleção e o

contato, via e-mail, com acadêmicos/pesquisadores e empresas atuantes na área de

tecnologia fotovoltaica para convidá-los (Ver convite no Apêndice B) e confirmar o

interesse e disponibilidade dos mesmos em participar da pesquisa. Foram convidados

doze acadêmicos/pesquisadores e seis representantes de empresas. Dos dezoito

especialistas convidados, onze aceitaram participar da pesquisa, dos quais 5 eram

membros de empresas e 6 acadêmicos. O Quadro 5.1 apresenta uma breve descrição dos

especialistas que aceitaram participar da pesquisa.

Quadro 5.1 - Descrição dos especialistas que aceitaram participar da pesquisa

Especialista Nível de escolaridade Ramo de atuação na

empresa/instituição de ensino

1

Doutorado: Conversão Fotovoltaica da Energia

Solar pela Escuela Técnica Superior de Ingenieros

de Telecomunicación - Universidad Politécnica de

Madrid.

Laboratório de Energia Solar –

LABSOL

2 Doutorado: em Engenharia pela Universidade

Politécnica de Madri.

Núcleo de Tecnologia em Energia

Solar (NT-Solar) da PUCRS.

3 Mestrado: em Engenharia Elétrica pela UFRJ. Pesquisador do CENPES na área de

energia solar fotovoltaica.

4 Doutorado em Materiais pela Penn State

University.

Laboratório de Nanomateriais –

Departamento de Física.

5 Mestrado: em Engenharia Elétrica pela

Universidade Federal de Pernambuco.

Pesquisador do CENPES na área de

energia eólica e solar fotovoltaica.

6

Doutorado: em Engenharia Elétrica, Eletrônica,

Fotônica e Sistemas pela Université Paul Cézanne

- Aix-Marseille.

Centro de Energias Alternativas e

Renováveis (CEAR) da UFPB -

Sistemas Fotovoltaicos.

7 Graduação: em Engenharia de Produção e

Bioenergética. Minasol Painéis Fotovoltaicos

8 Doutorado: em Engenharia pela Universidade

Politécnica de Madri.

Núcleo de Tecnologia em Energia

Solar (NT-Solar) da PUCRS.

9 Especialista em projetos – Coordenação de Agência Brasileira de

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90

Energia. Desenvolvimento Industrial (ABDI).

10 Doutorado: em Engenharia Elétrica pela

Universidade Federal da Paraíba.

Professor do Departamento de

Engenharia Elétrica da UFRN.

11 Graduação: em Engenharia Mecânica pela

Universidade Federal do Ceará.

Responsável técnico da área de

energia solar do CTGAS-ER.

Os especialistas 3, 5, 7, 9 e 11 atuam em empresas e os demais são professores

de Universidades Federais de Ensino.

O processo de obtenção de opiniões dos especialistas, que confirmaram sua

disponibilidade em participar da aplicação do método, foi realizado por meio de um

questionário estruturado (Ver Apêndice C), enviado via e-mail. O questionário utilizado

na consulta aos especialistas, foi composto de quatro perguntas objetivas para cada uma

das dez tecnologias colocadas sob julgamento e uma questão subjetiva, além de incluir

um campo para justificativas e comentários.

A primeira pergunta a ser respondida no questionário da primeira rodada foi

sobre o nível de conhecimento do respondente sobre cada uma das dez tecnologias em

questão, cujas opções de respostas foram:

Perito: se está se dedicando ao assunto e o conhece com profundidade.

Conhecedor:

a) Se está se tornando um perito, porém julga que falta alguma experiência para

dominar o tópico;

b) Se já foi um perito no tópico há algum tempo atrás, mas se considera que no

momento não está atualizado.

Familiarizado: se conhece a maioria dos aspectos relacionados ao tópico, mas

que não trabalhou e nem trabalha na área do tópico, ou se trabalha em área

próxima ou correlata.

Pouco familiarizado: se conhece alguns dos aspectos relacionados ao tópico ou

leu sobre o assunto ou tem alguma opinião sobre o mesmo.

Esta auto-avaliação dos respondentes permitiu que as respostas fossem separadas

conforme o nível de especialidade do respondente, possibilitando análises na

investigação de sua influência no decorrer da consulta Delphi.

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91

A segunda questão foi sobre a viabilidade técnica-comercial de cada tecnologia

nos dias atuais. Caso o respondente achasse que a tecnologia não é viável nos dias

atuais, o mesmo deveria responder a pergunta seguinte que questionava se a tecnologia

poderia vir a ser viável técnica-comercialmente em 2020. Alguns especialistas, mesmo

achando que determinada tecnologia não é viável nos dias atuais, deixaram de responder

sobre a viabilidade de tal tecnologia em 2020. Caso o respondente achasse que a

tecnologia não fosse viável em 2020, o mesmo deveria responder a terceira pergunta

que questionava se a tecnologia poderia vir a ser viável técnica-comercialmente em

2025.

Dos onze questionários enviados, oito foram respondidos. Os três especialistas

(especialistas 9, 10 e 11 do Quadro 5.1) que não responderam o questionário, e que

inicialmente haviam confirmado a sua participação, comunicaram que não puderam

mais participar da pesquisa por motivos alheios à sua vontade. Posterior à aplicação do

questionário, fez-se a tabulação e análise estatística das respostas através do cálculo

percentual das respostas, ―Sim‖, ―Não‖ e ―Talvez‖, para verificar o consenso entre os

especialistas. Toda a análise foi realizada com o auxílio do software Microsoft Excel. O

Quadro 5.2 apresenta a tabulação das respostas da primeira rodada.

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Quadro 5.2 - Tabulação das respostas da primeira rodada

Tecnologia Participante

Nível de especialização e conhecimento

Esta tecnologia tem

viabilidade técnica-

comercial nos dias

atuais?

É provável que seja

viável tenha viabilidade

técnica-comercial em

2020?

É provável que seja viável

tenha viabilidade técnica-

comercial em 2025?

Perito ou

especialista Conhecedor Familiarizado

Não

familiarizado Sim Não Sim Talvez Não Sim Talvez Não

Células de silício monocristalino

1 x x

2 x x

3 x x

4 x x

5 x x

6 x x

7 x x

8 x x

Total 100% 0%

Células de silício multicristalino

1 x x

2 x x

3 x x

4 x x

5 x x

6 x x

7 x x

8 x x

Total 100% 0%

Células de

nanofios de

silício

1 x x x x

2 x x x x

3 x x x x

4 x x x x

5 x x x x

6 x x x

x

7 x Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x

Total 0% 100% 0% 16,7% 83,3% 0% 83,3% 16,7%

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93

Células de silício

amorfo

1 x x

2 x x

3 x x x x

4 x x

5 x x

6 x x x x

7 x Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x

Total 71,4% 28,6% 0% 0% 100% 0% 0% 100%

Células de

telureto de

cádmio

1 x x

2 x x

3 x x

x

x

4 x x

5 x x

6 x x

7 x Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x

Total 85,7% 14,3% 0% 0% 100% 0% 0% 100%

Células de seleneto de cobre

índio/Cobre,

índio e gálio-

disseleneto

1 x x

2 x x

3 x x

x

x

4 x x x

5 x x

6 x x

7 x Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x

Total 71,4% 28,6% 50,0% 0% 50,0% 0% 0% 100%

Células

fotovoltaicas

orgânicas

1 x x

x x

2 x x x x

3 x x x x

4 x x x

5 x x x

x

6 x x

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94

7 x Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x x x

Total 14,3% 85,7% 0% 16,7% 83,3% 0% 80,0% 20,0%

Células

sensibilizadas

por corante

1 x x x

2 x x x

3 x x x x

4 x x x

5 x x x

x

6 x x

7 x Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x x x

Total 14,3% 85,7% 0% 50,0% 50,0% 0% 33,3% 66,7%

Células de

multijunção -

compostos III-V

1 x x

2 x x x

3 x x x

4 x x

5 x x

6 x x

7 x Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x

Total 71,4% 28,6% 0% 100% 0% - - -

Células baseadas em

nanoestrutura de

carbono

(grafeno,

nanotubo de carbono,

fulereno)

1 x x x

2 x x x

x

3 x x x x

4 x x x

5 x x x x

6 x x x x

7 x Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x x x

Total 0% 100% 0% 42,9% 57,1% 0% 75,0% 25,0%

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95

Na análise, as respostas foram divididas em dois grupos. O primeiro foi o grupo

dos respondentes mais especializados, formado por aqueles que responderam na

primeira questão que eram ―peritos‖ e ―conhecedores‖ no tópico tecnológico em

questão. O segundo grupo foi formado pelos ―familiarizados‖ e ―pouco familiarizados‖.

A divisão em grupos teve como objetivo investigar se as respostas do grupo menos

especializado iriam convergir na direção do grupo mais especializado quando da

aplicação da primeira para segunda rodada.

Já na primeira rodada verificou-se haver um consenso entre os participantes,

independente da sua especialidade, em relação ao cenário atual de todas as tecnologias

analisadas, entretanto o mesmo não ocorreu em relação aos cenário de 2020 e de 2025.

Pôde ser percebido que para as questões que apresentaram divergência de opiniões, a

mesma ocorreu dentro de um mesmo grupo, ou seja, no grupo mais especializado alguns

especialistas apontaram ter um entendimento diferente dos demais participantes deste

grupo. Para sanar dúvidas que surgiram ao longo da aplicação da primeira rodada e para

buscar o consenso das questões que apresentaram divergência, o questionário foi

restruturado, colocando novamente em discussão as questões, cujas opiniões foram

controversas.

Com isso, deu-se início à segunda rodada, a qual além do questionário

restruturado (Apêndice D) foi enviado também o feedback com garantia do anonimato

dos respondentes. Desta maneira o especialista poderia manter sua resposta ou mudá-la

devido a uma nova leitura ou reflexão sobre a questão. O questionário incluía também

um campo para que o especialista pudesse justificar e/ou comentar sua resposta caso

julgasse necessário.

Dos oito questionários enviados na segunda rodada, todos foram respondidos.

Após o recebimento dos questionários, para verificar se houve aumento ou não do

consenso entre os especialistas sobre as questões que apresentaram divergência de

opiniões, fez-se a tabulação e análise estatística das respostas, através da comparação do

valor percentual das respostas da segunda rodada em relação à primeira. O Quadro 5.3

apresenta a tabulação das respostas da segunda rodada.

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96

Quadro 5.3 - Tabulação das respostas da segunda rodada

Tecnologia Participante

Esta tecnologia é viável técnica-

comercialmente nos dias atuais?

É provável que seja viável técnica-

comercialmente em 2020?

É provável que seja viável técnica-

comercialmente em 2025?

Sim Não Sim Não Talvez S im Não Talvez

Células de silício monocristalino

1 x x x

2 x x x

3 x x x

4 x x x

5 x x x

6 x x x

7 x x x

8 x x x

Total 100% 0% 100% 0% 0% 87,5% 0% 12,5%

Células de silício multicristalino

1 x x x

2 x x x

3 x x x

4 x x x

5 x x x

6 x x x

7 x x x

8 x x x

Total 100% 0% 100% 0% 0% 0% 0% 12,5%

Células de nanofios de silício

1 x x x

2 x x x

3 x x x

4 x x x

5 x x x

6 x x x

7 Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x x

Total 0% 100% 0% 71,4% 28,6% 0% 28,6% 71,4%

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Células de silício amorfo

1 x x x

2 x x x

3 x x x

4 x x x

5 x x x

6 x x x

7 Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x x

Total 100% 0% 71,4% 28,6% 0% 14,3% 28,6% 57,1%

Células de telureto de cádmio

1 x x x

2 x x x

3 x x x

4 x x x

5 x x x

6 x x x

7 Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x x

Total 100% 0% 71,4% 0% 28,6% 42,9% 0% 57,1%

Células de seleneto de cobre índio/Cobre,

índio e gálio-disseleneto

1 x x x

2 x x x

3 x x x

4 x x x

5 x x x

6 x x x

7 Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x x

Total 100% 0% 85,7% 0% 14,3% 28,6% 0% 71,4%

Células fotovoltaicas orgânicas

1 x x x

2 x x x

3 x x x

4 x x x

5 x x x

6 x x x

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7 Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x x

Total 14,3% 85,7% 14,3% 28,6% 57,1% 14,3% 28,6% 57,1%

Células sensibilizadas por corante

1 x x x

2 x x x

3 x x x

4 x x x

5 x x x

6 x x x

7 Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x x

Total 14,3% 85,7% 0% 71,4% 28,6% 0% 42,9% 57,1%

Células de multijunção - compostos III-V

1 x x x

2 x x x

3 x x x

4 x x x

5 x x x

6 x x x

7 Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x x

Total 71,4% 28,6% 71,4% 14,3% 14,3% 85,7% 14,3% 0%

Células baseadas em nanoestrutura de

carbono (grafeno, nanotubo de carbono,

fulereno)

1 x x x

2 x x x

3 x x x

4 x x x

5 x x x

6 x x x

7 Por não ser familiarizado não respondeu

8 x x x

Total 0% 100% 0% 100% 0% 0% 14,3% 85,7%

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Em relação à convergência entre as respostas, da primeira para segunda rodada,

do grupo menos especializado na direção do grupo mais especializado, a mesma não

pôde ser percebida, pois na primeira rodada já não se percebia diferença entre o

entendimento entre esses grupos. Ou seja, apesar de se considerarem apenas

―familiarizados‖ e ―pouco familiarizados‖, os respondentes deste grupo apontaram ter o

mesmo ponto de vista que a maioria dos ―peritos‖ e ―conhecedores‖ em relação às

questões tratadas.

O que pôde ser verificado, entretanto, foi que houve a convergência de opiniões

e consequentemente o consenso, dentro do grupo mais especializado, para as questões

em que o consenso não foi obtido na primeira rodada.

5.1.2. Análise das respostas ao final da aplicação do método Delphi

Este tópico trata da análise das respostas, referentes aos questionamentos sobre a

viabilidade técnica-comercial nos dias de hoje e no horizonte de cinco (2020) e dez anos

(2025) para as dez tecnologias fotovoltaicas identificadas nas etapas de análise dos

artigos e das patentes. Os especialistas tinham as seguintes opções de resposta: ―Sim‖, a

tecnologia é viável; ―Não‖, a tecnologia não é viável; ―Talvez‖, talvez a tecnologia seja

viável.

A viabilidade técnica-comercial, colocada em questionamento nesta pesquisa,

depende do uso destas tecnologias, ou seja, se vai ser empregada na geração isolada,

usinas, minigeração e microgeração distribuída, pois estes casos são completamente

distintos do ponto de vista comercial apesar de empregarem essencialmente os mesmos

equipamentos.

O Quadro 5.4 apresenta o resumo das respostas obtidas com a consulta Delphi.

Para manter o anonimato dos especialistas, os mesmo foram numerados de 1 a 8. O

especialista número 7 respondeu apenas os questionamentos relativos às células de

silício mono e multicristalino, ou seja, optou por abster-se, manter-se neutro e não

responder sobre as demais tecnologias por se considerar não familiarizado com as

mesmas.

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Quadro 5.4 - Quadro resumo das respostas ao final da aplicação do método Delphi

Tecnologia

Viável técnica-

comercialmente nos

dias atuais

% das respostas

para os dias

atuais

Viável em

2020

% das respostas

para 2020

Viável em

2025

% das respostas

para 2025

Células de silício monocristalino Sim 100% Sim 100% Sim 87,5%

Células de silício multicristalino Sim 100% Sim 100% Sim 87,5%

Células de nanofios de silício Não 100% Não 71,4% Talvez 71,4%

Células de silício amorfo Sim 100% Sim 71,4% Talvez 57,1%

Células de telureto de cádmio Sim 100% Sim 71,4% Talvez 57,1%

Células de seleneto de cobre índio/Cobre, índio e

gálio-disseleneto Sim 100% Sim 85,7% Talvez 71,4%

Células fotovoltaicas orgânicas Não 85,7% Talvez 57,1% Talvez 57,1%

Células sensibilizadas por corante Não 85,7% Não 71,4% Talvez 57,1%

Células de multijunção - compostos III-V Sim 71,4% Sim 71,4% Sim 85,7%

Células baseadas em nanoestrutura de carbono

(grafeno, nanotubo de carbono, fulereno) Não 100% Não 100% Talvez 85,7%

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Para a célula de silício monocristalino, 100% dos entrevistados responderam que

esta tecnologia é viável técnica-comercialmente nos dias atuais e que continuará sendo

em 2020. 87,5% acreditam que permanecerá sendo também em 2025. Na opinião dos

especialistas, corroborando com os trabalhos de Goetzberger, Hebling e Schock (2003),

Miles, Hynes e Forbes (2005), Chaar, Lamont e Zein (2011), Avrutin, Izyumskaya e

Morkoç (2011), Peng, Lu e Yang (2013), Gangopadhyay, Jana e Das (2013) e Tyagi et

al. (2013), esta é umas das tecnologias que domina o mercado atual, é madura, a matéria

prima utilizada na sua fabricação é abundante, apresenta alta eficiência de conversão,

grande poder de penetração no mercado atual e inúmeros fabricantes em todo o mundo.

Entretanto, requer processos produtivos energeticamente intensivos e onerosos. De

acordo com os especialistas, ainda será considerada viável em 2020 e em 2025, pois em

tão pouco tempo é improvável que surja uma mudança radical o suficiente para fazer

desaparecer esta tecnologia e que a mesma é sólida, consistente e em constante

evolução. Até poderão surgir outras tecnologias, mas esta continuará no mercado devido

a uma manutenção de produção ocasionada pela disseminação da tecnologia ao redor do

mundo, o que fará com que outros países comecem a produzi-la levando a redução do

custo do produto final.

Assim como para a célula de silício monocristalino, foi unanime a opinião dos

especialistas em relação à célula de silício multicristalino da mesma ser viável técnica-

comercialmente nos dias atuais e continuar sendo em 2020. 87,5% acreditam que

permanecerá sendo também em 2025. As justificativas apresentadas para tal opinião é

de que esta tecnologia é comercialmente madura, um das que domina o mercado atual,

matéria prima abundante, alta eficiência de conversão, maior poder de penetração no

mercado atual e inúmeros fabricantes em todo o mundo. Contudo, requer processos

produtivos energeticamente intensivos e onerosos, porém menos restritivo, por ter

fabricação mais simplificada que o monocristalino. As razões pelas quais esta

tecnologia se manterá no mercado em 2020 e em 2025 são as mesmas apresentadas para

as células de silício monocristalino.

Na opinião de todos os especialistas consultados a célula de nanofios de silício

não é considerada viável técnica-comercialmente nos dias atuais. Um dos motivos é a

relação custo/eficiência ser muito alta. É uma tecnologia ainda em fase de pesquisa e

sem muita margem para aumento da eficiência. Além do mais, qualquer tecnologia hoje

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presente nos laboratórios encontra uma séria barreira de entrada: como superar,

começando pequeno, o baixo preço da gigantesca indústria asiática de módulos de

silício cristalino? Do ponto de vista dos entrevistados, a única maneira de fazê-lo é

garantir um baixíssimo custo de produção aliado a uma alta eficiência. A tecnologia de

nanofios ainda não oferece essa garantia. 71,4% dos especialistas acham que continuará

não sendo viável em 2020. Para que houvesse uma perspectiva de viabilidade técnica-

comercial para 2020, deveriam ser apresentados modelos capazes de serem produzidos

em larga escala ou ainda o amadurecimento tecnológico, o que provaria sua

aplicabilidade. Em 2025, para 71,4% dos respondentes, esta tecnologia talvez seja

viável, mas isso dependerá bastante da evolução do resultado da pesquisa e

desenvolvimento de tal tecnologia. A relação custo/benefício teria que ser melhorada e

deveriam ser encontrados nichos de mercado específicos para ela.

As células de silício amorfo, para 100% dos especialistas, são consideradas

viáveis técnica-comercialmente nos dias atuais para determinados nichos de mercado

como, por exemplo, em aplicações em que módulos flexíveis sejam necessários ou em

climas muito quentes e com alto índice de irradiância difusa. Esta tecnologia atua num

mercado restrito devido às suas características tecnológicas (principalmente baixa

eficiência de conversão). Em 2020, para 71,4% dos entrevistados, esta tecnologia

continuará sendo viável, porém em 2025, para 57,1% dos especialistas, a mesma talvez

não seja mais viável por estar condenada a desaparecer ou a continuar trabalhar apenas

em aplicações restritas. Ocorre que a tecnologia de silício amorfo está no mercado há

muito tempo e não conseguiu elevar a eficiência de forma a torná-la competitiva. O que

até hoje, mesmo com tanto esforço, não foi alcançado provavelmente não se alcançará

mais a menos que se descubra uma forma de melhoria de eficiência de conversão capaz

de rivalizar com as outras tecnologias de filme fino já usuais e as emergentes.

As células de telureto de cádmio apresentam viabilidade técnica-comercial nos

dias atuais e até 2020 com respectivamente 100% e 71,4% dos votos dos entrevistados,

pois é uma tecnologia com custo de produção extremamente baixo, porém o mercado é

dominado por um único grande fabricante (First Solar (EUA)), utiliza menos material

que o silício cristalino por ser filme fino, com custos finais, do módulo, comparáveis.

Porém, na opinião dos especialistas, confirmando também o que dizem Schock (1996),

Diehl, Sittinger e Szyszka (2005), Aberle (2009), Chaar, Lamont e Zein (2011) e Cyrs

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(2014), a evolução desta tecnologia está limitada pela disponibilidade do telúrio que é

raro e pelo aspecto tóxico do cadmio. Fato este que leva os especialistas (57,1%) a

acreditarem que esta tecnologia talvez não seja mais viável em 2025.

Na opinião de todos os entrevistados as células de seleneto de cobre índio/cobre,

índio e gálio-disseleneto são consideradas viáveis técnica-comercialmente nos dias

atuais. Para 85,7% continuará sendo até 2020. Um dos motivos é custo de produção

baixo, já que utiliza menos material que o silício cristalino por ser filme fino.

Entretanto, atualmente há algumas (poucas) indústrias produzindo módulos

fotovoltaicos com esta tecnologia e sua evolução está limitada pela disponibilidade dos

elementos índio e gálio que são raros e pelo aspecto tóxico do cádmio utilizado na

camada de buffer da célula. O que leva a 71,4% dos especialistas a acreditarem que

talvez esta tecnologia não seja mais viável em 2025. Este fato poderá ser revertido

desde que esta tecnologia continue sua trajetória de aumento da eficiência com redução

do custo de produção.

Para a maioria dos especialistas consultados (85,7%) as células orgânicas não

têm viabilidade técnica-comercial nos dias atuais, pois apesar do potencial baixo custo

possuem baixa eficiência e mercado restrito. Além disso, os especialistas, corroborando

com os trabalhos de Brabec (2004), Razykov et al. (2011), Tyagi et al. (2013) e Que et

al. (2014), relatam que esta tecnologia apresenta problemas de durabilidade

(degradação) e ainda estão em fase de pesquisa. 57,1% acreditam que talvez esta

tecnologia venha a ser viável comercialmente em 2020 e em 2025, uma vez que, apesar

de restrito, terá seu nicho de mercado garantido, especialmente para aplicações onde se

aproveita sua característica de flexibilidade para equipar superfícies que necessitam de

certa curvatura, flexão, torção etc., baixo custo e baixa potência elétrica.

Assim como as células orgânicas as células sensibilizadas por corante

apresentam baixa eficiência de conversão e mercado restrito (como função decorativa

equipando superfícies arquitetônicas, de fachadas e vitrais para gerar eletricidade) e por

isso não são consideradas viáveis na atualidade (85,7% dos especialistas acham isso).

Com a opinião de 71,4% dos especialistas este fato se perpetuará até 2020, uma vez que

apesar do potencial baixo custo, apresenta sérios problemas de durabilidade e com

eficiência, sem potencial para aumento, Entretanto, para 57,1% dos especialistas,

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dependendo da evolução da tecnologia, ela talvez possa vir a torna-se viável em 2025

para aplicações em que o custo seja mais importante que a eficiência.

Em relação às células de multijunção (compostos III-V) 71,4% dos respondentes

concordaram que esta tecnologia é viável técnica-comercialmente nos dias atuais e que

continuará sendo em 2020 (71,4% dos respondentes) e em 2025 (85,7% dos

respondentes). Dentre as justificativas dadas pelos especialistas tem-se que a tecnologia

em questão é comercializada em nichos de mercado para qual o preço não é tão

importante. É considerada viável para aplicações restritas (regiões com elevado grau de

irradiação direta e pouquíssima nebulosidade, concentradores solares, aplicações

espaciais) em pequena escala. Apresenta alta eficiência de conversão, pequenas

dimensões, alta potência elétrica disponível. Todavia, é uma tecnologia de difícil

fabricação por causa das diversas camadas que compõem cada junção da célula e de

difícil controle da resposta espectral do conjunto de junções. As razões pelas quais os

especialistas acreditam que as células de multijunção permanecerão viáveis

comercialmente até 2020 e entre 2020 e 2025 é que apesar de restrito, devido ao alto

custo de produção, o mercado para esta tecnologia continuará existindo. O custo de

produção elevado, assim como para os especialistas, também é visto por Miles, Hynes e

Forbes (2005), Miles (2006), Miles, Zoppi e Forbes (2007) como um desafio a ser

superado. Também deverá ser levado em consideração a falta de matéria prima. Apesar

de ser uma tecnologia cara para uso terrestre a mesma pode ser competitiva em usinas

em locais desérticos desde que o custo de produção caia em função da escala.

As células baseadas em nanoestrutura de carbono (grafeno, nanotubo de

carbono, fulereno), sob o ponto de vista dos especialistas, não é uma tecnologia

considerada viável técnica-comercialmente nos dias atuais (100% acham isso) e

continuará não sendo em 2020 (100% acham isso). Conforme os especialistas, as

células baseadas em nanoestrutura de carbono, ainda estão em fase de pesquisa e

desenvolvimento, possuem uma baixa eficiência de conversão e talvez esteja fadada ao

caráter complementar, na busca de melhorias de eficiência, de forma a agregar valor às

tecnologias já existentes. As promessas de aumento significativo da eficiência são

bastante animadoras, mas o custo dos materiais envolvidos, aliado a algumas barreiras

tecnológicas de difícil transposição, conduzem a uma posição bastante cética sobre essa

tecnologia. Para 2025 a expectativa, conforme opinião dos 85,7% dos especialistas, é

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que esta tecnologia talvez venha a ser viável comercialmente. Dependerá bastante da

evolução do resultado da pesquisa e desenvolvimento de tal tecnologia de maneira que

se consiga justificar sua utilização, talvez híbrida ou combinada com outra tecnologia.

Um fato que influencia negativamente a viabilidade técnica-comercial desta tecnologia

em 2025, além da sua imaturidade tecnológica, é a penetração de mercado das outras

tecnologias, especialmente as de filme fino (CdTe e CIGS).

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5.2. Mapa atual e futuro das tecnologias das células fotovoltaicas

Nesta etapa é apresentado o mapa atual e futuro das tecnologias das células

fotovoltaicas para energia solar com base nas tecnologias identificadas na análise dos

artigos e patentes (células de silício monocristalino, silício multicristalino, nanofios de

silício, silício amorfo, telureto de cádmio, seleneto de cobre índio/Cobre, índio e gálio-

disseleneto, orgânicas, sensibilizadas por corante, multijunção - compostos III-V,

nanoestrutura de carbono (grafeno, nanotubo de carbono, fulereno)). A Figura 5.2

ilustra a viabilidade técnica-comercial destas tecnologias nos dias atuais, bem como a

prospecção tecnológica para cada uma delas no horizonte de tempo de cinco e dez anos.

A prospecção foi baseada na opinião dos especialistas consultados no método Delphi.

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Figura 5.2 - Mapa atual e futuro das tecnologias fotovoltaicas

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O mapa atual apresenta as células de silício monocristalino, multicristalino e

amorfo, telureto de cádmio, seleneto de cobre índio/Cobre, índio e gálio-disseleneto e

de multijunção - compostos III-V como sendo viáveis técnica-comercialmente nos dias

atuais e as células de nanofios de silício, orgânicas, sensibilizadas por corante e as

baseadas em nanoestrutura de carbono (grafeno, nanotubo de carbono, fulereno) como

inviáveis.

Para o ano de 2020 o mapa futuro mostra que as células de silício

monocristalino, multicristalino e amorfo, telureto de cádmio, seleneto de cobre

índio/Cobre, índio e gálio-disseleneto e de multijunção - compostos III-V ainda terão

viabilidade técnica-comercial e que as células de nanofios de silício, sensibilizadas por

corante e as baseadas em nanoestrutura de carbono continuarão não sendo viáveis. A

mudança que poderá ocorrer dos dias atuais para o ano de 2020 é que talvez as células

fotovoltaicas orgânicas venham a se tornar viáveis.

O mapa futuro para o ano de 2025 apresenta como ainda sendo viáveis as células

de silício mono e multicristalino e as de multijunção - compostos III-V, bem como que

talvez as células de nanofios de silício, sensibilizadas por corante e as baseadas em

nanoestrutura de carbono venham a se tornar viáveis. Além disso, o mapa apresenta

também que as células de silício amorfo, telureto de cádmio e seleneto de cobre

índio/Cobre, índio e gálio-disseleneto talvez ainda permaneçam viáveis e que as células

fotovoltaicas orgânicas talvez sejam viáveis.

Este cenário traçado para 2020 e 2025 poderá ser alterado conforme a evolução

das tecnologias existentes e o surgimento de novas outras.

5.3. Síntese do Capítulo 5

A consulta Delphi em tecnologias fotovoltaicas para energia solar contou com a

participação de oito especialistas. Estes especialistas opinaram sobre a técnica-

comercial, nos dias atuais, em 2020 e em 2025, de dez tecnologias, as quais foram

identificadas na análise dos artigos e das patentes.

O entendimento dos especialistas auxiliou na prospecção tecnológica das células

fotovoltaicas, a qual mostrou a manutenção das células de silício mono e multicristalino

no mercado pelo menos até 2025. O cenário para 2025 apresenta tecnologias que hoje

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ainda não são viáveis, mas que através do avanço nas suas pesquisas poderão vir a ser,

enquanto que outras que são viáveis poderão diminuir a sua parcela no mercado.

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Capítulo 6 – Conclusões, limitações e recomendações de estudos

futuros

O crescimento de demanda de energia, cada vez maior juntamente com as

preocupações sociais, ambientais e econômicas, levou a uma intensa pesquisa no campo

das energias renováveis, entre as quais a energia solar é amplamente vista nos artigos

científicos revisados neste trabalho como particularmente promissora.

Com isso, a presente dissertação buscou identificar as tendências tecnológicas

das células fotovoltaicas para energia solar por meio da revisão bibliográfica (energia

solar fotovoltaica - prospecção tecnológica), do mapeamento tecnológico (análise de

artigos e de patentes), bem como da prospecção tecnológica (aplicação do Método

Delphi).

Esta pesquisa concluiu que a as células fotovoltaicas de silício monocristalino,

inventada em 1941, continua sendo a base da indústria de células fotovoltaicas devido a

abundância do silício, a alta confiabilidade e alta eficiência deste tipo de célula.

Constatou-se, em relação ao trade-off custo/eficiência, que esforços extensivos

tem sido empregado no desenvolvimento de células solares de silício multicristalino,

silício amorfo, telureto de cádmio, cobre, índio e gálio (CIGS) e no desenvolvimento de

tecnologias emergentes como as células solares sensibilizadas por corante, compostos

III-V e células orgânicas à base de polímeros e nanoestruturas de carbono. Dessa forma,

esta pesquisa alcançou mapear as principais tecnologias para as células solares

fotovoltaicas.

Este estudo utilizou a análise de patentes como parâmetro do desenvolvimento

da tecnologia fotovoltaica. Conclui-se que o número de patentes depositadas sobre

células fotovoltaicas cresce a cada ano e que os principais países depositantes são os

Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e Coréia do Sul. Constatou-se, em relação à

quantidade de patentes depositas que as instituições/empresas que mais se destacaram

foram as americanas e as japonesas, bem como que as principais áreas de conhecimento

foram as áreas de Engenharia, Instrumentos e Instrumentação, Energia e Combustíveis,

Química e Ciência dos Polímeros.

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Verificou-se, ainda, que as patentes sobre células fotovoltaicas estão

concentradas na área de semicondutores para a conversão da radiação solar em energia

elétrica, na área de geradores para a conversão direta de energia luminosa em energia

elétrica e na área de painéis solares adaptados para estruturas de telhado e que há um

destaque das patentes depositadas para as tecnologias das células fotovoltaicas baseadas

nos polímeros, nas nanoestruturas de carbono, nos compostos III-V, nas células de

telureto de cádmio e silício amorfo.

A análise de patentes sobre células fotovoltaicas se baseou no pressuposto de

que uma patente representa um bom exemplo para o conhecimento técnico

desenvolvido pela comunidade fotovoltaica. No entanto, nem todos os desenvolvedores

depositam patentes para suas invenções. Apesar dessas limitações, a análise de patentes

ainda foi capaz de destacar as principais tendências em desenvolvimento de tecnologia.

Esta pesquisa pôde concluir que a consulta a especialistas, por meio da aplicação

do método Delphi, foi importante para construir o mapa atual das tecnologias

fotovoltaicas e prospectar num horizonte de tempo de cinco e dez anos quais

tecnologias constituirão o mapa futuro. As tecnologias consideradas maduras (silício

mono e policristalino) continuarão tendo viabilidade técnico-comercial, dentro do

período prospectado. Outras tecnologias que atualmente são viáveis (silício amorfo,

telureto de cádmio e seleneto de cobre índio/Cobre, índio e gálio-disseleneto), poderão

não apresentar esta mesma condição em 2025. Já as células de nanofios de silício,

sensibilizadas por corante e as baseadas em nanoestrutura de carbono, que nos dias

atuais não possuem viabilidade técnico-comercial, poderão fazer parte do mapa futuro

das tecnologias fotovoltaicas para energia solar.

Pesquisas sobre prospecção tecnológica são realizadas de maneira geral, por

busca de patentes ou aplicação da técnica Delphi. Provavelmente ter realizado uma RBS

com 118 artigos, posterior à busca de patentes explique o consenso entre os

especialistas já na segunda rodada do método Delphi uma vez que a análise dos artigos

e das patentes permitiu a eleboração de um questionário condizente com a realidade da

tecnologia fotovoltaica existente.

Quanto ao método da pesquisa podemos concluir que a realização de uma

minuciosa revisão bibliográfica sobre o tema junto com a análise na busca de patentes

possibilitou conhecer melhor as tecnologias fotovoltaicas e, principalmente para

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elaborar o instrumento de pesquisa (questionário) o que contribuiu em grande parte para

que na segunda rodada do método Delphi se obtivesse o consenso dos especialistas.

Como possíveis estudos futuros, sugere-se a continuação da análise dos artigos,

relacionados ao tema, que foram publicados posteriormente e que não fizeram parte

desta pesquisa. Recomenda-se, ainda, aos interessados no tema de energia solar

fotovoltaica estudos futuros relacionados à viabilidade econômica, formatação da cadeia

de suprimentos em países que iniciaram sua adoção, análise das barreiras e dos

incentivos à energia solar fotovoltaica, análise a cerca da possível relação existente

entre o país/depositante/tecnologia e ao aprofundamento sobre os fatores que

influenciam a posição competitiva das tecnologias no mercado fotovoltaico.

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Page 126: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Profª. Drª. Ângela Maria Paiva Cruz Diretor do Centro de Tecnologia Prof

126

APÊNDICES

APÊNDICE A: CLASSIFICAÇÃO DOS TEXTOS ANALISADOS NA REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA ACERCA DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

A pesquisa incluiu a leitura de 118 artigos, os quais foram publicados em um

intervalo de tempo entre 1996 e 2014, conforme a Figura 1. O ano com o maior número

de publicações foi o de 2014, com um total de 26 artigos. Em segundo lugar, com 15

publicações, ficou o ano de 2011.

Figura 1 - Publicações por ano sobre energia solar fotovoltaica

Fonte: Elaborada pela autora.

No que se refere aos Journals das publicações, dos 118 artigos, o mais relevante

foi o Renewable and Sustainable Energy Reviews, com cerca de 20% das publicações

seguido pela Solar Energy, Solar Energy Materials & Solar Cells, Energy Policy,

Renewable Energy que juntos somam 34,75% das publicações. No quesito país sede da

pesquisa que mais publicaram sobre as palavras chaves desta pesquisa, a predominância

foram dos Estados Unidos com 23 publicações, da China (13) e Alemanha (12). Os

demais países, como a Japão, Itália, Espanha, Dinamarca, Coréia do Sul, Bélgica,

Croácia, Bélgica, Lituânia, Escócia, Grécia, Emirados Árabes, Cingapura, Espanha,

Austrália, Austrália, Brasil, Índia, Polônia, Suíça, Suécia, Tailândia, Polônia, Austrália,

Paquistão, Israel, Marrocos, México, Malásia, Turquia, Reino Unido e Taiwan, Noruega

obtiveram juntos 70 textos publicados.

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127

Na classificação dos textos foram levados em consideração cinco itens, quais

sejam: tipo de estudo, abordagem, objetivos, objeto e foco da pesquisa. Quanto ao tipo

de estudo utilizado nos artigos, a revisão da literatura foi o predominante, com 71

textos, seguido pelo estudo do tipo experimental com 27, conforme demostra a Tabela

1.

Tabela 1 - Classificação quanto ao tipo de pesquisa

Tipo de pesquisa Quantidade Tipo de pesquisa Quantidade

EC 14 S 2

EX 27 RL-EX 2

PA 1 RL-S 1

RL 71

EC: Estudo de Caso; E: Experimental; PA: Pesquisa Ação; RL: Revisão da Literatura; S: Survey.

Fonte: Elaborada pela autora.

A maior parte dos artigos foram classificados, de acordo com a abordagem,

como sendo qualitativos, com 66% do total, seguido pela abordagem quali-quantitativa

(27%) e quantitativa (7%). Quanto aos objetivos prevaleceram as classificações

exploratória e exploratória-descritiva, com 63 e 46 textos, respectivamente, seguidos

pela classificação explicativa (5), descritiva (3) e exploratória-explicativa (1).

Ao analisar o foco da pesquisa verificou-se que a o foco teórico obteve um

índice de 80%. Já o foco teórico-industrial, bem como o foco industrial atingiram um

índice de 6% dos textos, seguidos pelo foco doméstico, centro de pesquisa e teórico-

doméstico (3%, 3% e 1%, respectivamente).

No que concerne ao objeto, 78 artigos analisados se caracterizaram como sendo

pesquisa bibliográfica. Em seguida vieram os textos classificados como pesquisa de

laboratório (25), pesquisa de campo (12), pesquisa bibliográfica-pesquisa de campo (2)

e pesquisa bibliográfica-pesquisa de laboratório (1).

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128

APÊNDICE B: CONVITE PARA PARTICIPAR DO MÉTODO DELPHI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Pesquisadora: Priscila Gonçalves Vasconcelos Sampaio

Orientador: Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre González

Convite para participar do painel de especialistas

Sou mestranda do Programa de Pós-Graduação de Engenharia de Produção da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e estou desenvolvendo uma

pesquisa referente à minha dissertação, cujo tema trata da Prospecção Tecnológica das

Células Fotovoltaicas para Energia Solar. O objetivo da minha dissertação é

identificar as tendências tecnológicas das células fotovoltaicas para energia solar.

A pesquisa contempla três etapas, das quais duas já foram concluídas (Análise

dos artigos e Análise das patentes relacionadas às tecnologias das células fotovoltaicas)

restando apenas a terceira etapa, a qual consiste na aplicação do Método Delphi a um

Grupo de Especialistas a fim de se obter o consenso sobre o futuro tecnológico das

células fotovoltaicas.

Este e-mail é um convite para que você participe do Grupo de Especialistas, se

você julgar ter expertise no assunto.

Se puder colaborar com esta pesquisa informe-me por e-mail

([email protected]) até o dia 14 de maio de 2015, assim eu o incluirei no Grupo

de Especialistas em Tecnologias das Células Fotovoltaicas. Sinta-se à vontade para

sugerir/indicar novos participantes com expertise no tema.

A primeira rodada será efetuada na data provável de 18 de maio de 2015, tendo

cada participante uma semana a contar do recebimento do questionário para enviar suas

respostas.

Agradeço-lhe antecipadamente,

Priscila Sampaio Pesquisadora

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129

APÊNDICE C: QUESTIONÁRIO DA 1ª RODADA DO MÉTODO DELPHI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Pesquisadora: Priscila Gonçalves Vasconcelos Sampaio

Orientador: Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre González

1ª rodada de aplicação do Método Delphi

Com o objetivo geral de identificar as tendências tecnológicas de células fotovoltaicas

para geração de eletricidade a partir da captação da luz solar o presente questionário busca obter o entendimento dos Especialistas, participantes da primeira rodada da aplicação do Método Delphi, a respeito das tecnologias das células fotovoltaicas

identificadas nas etapas de Análise dos artigos e das patentes. Deste modo, solicitamos que responda as questões a seguir, considerando seus conhecimentos, informações

técnicas e experiências aplicáveis à pesquisa em questão. 1- Nome:

2- Empresa:

3- Cargo:

4- Telefone:

5- E-mail:

6- Ramo de atuação na empresa:

7- Nível de escolaridade que possui – assinale a maior titulação

( ) Mestrado: _________________________________________________________

( ) Doutorado: ________________________________________________________

Instruções para auto avaliação: Perito: se está se dedicando ao assunto e o conhece

com profundidade. Conhecedor: a) Se está se tornando um perito, porém julga que

falta alguma experiência para dominar o tópico; b) Se já foi um perito no tópico há

algum tempo atrás, mas se considera que no momento não está atualizado.

Familiarizado: se conhece a maioria dos aspectos relacionados ao tópico, mas que não

trabalhou e nem trabalha na área do tópico, ou se trabalha em área próxima ou correlata.

Pouco familiarizado: se conhece alguns dos aspectos relacionados ao tópico ou leu

sobre o assunto ou tem alguma opinião sobre o mesmo.

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130

Questões fechadas

Tecnologia

Identifique seu nível de

especialização e

conhecimento sobre esta tecnologia.

Esta tecnologia tem

viabilidade técnica-comercial nos dias atuais?

É provável tenha viabilidade técnica-

comercial:

Células de silício

monocristalino

[ ] Perito

[ ] Conhecedor

[ ] Familiarizado

[ ] Pouco familiarizado

[ ] Sim [ ] Não Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido

―Não‖ responda a pergunta ao

lado.

Até 2020?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido ―Não‖ responda

a pergunta a baixo.

E até 2025?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Células de silício

multicristalino

[ ] Perito

[ ] Conhecedor

[ ] Familiarizado

[ ] Pouco familiarizado

[ ] Sim [ ] Não

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido

―Não‖ responda a pergunta ao lado.

Até 2020?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido ―Não‖ responda

a pergunta a baixo.

E até 2025?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez Justificativa/Comentários:

Células de nanofios de

silício

[ ] Perito

[ ] Conhecedor

[ ] Familiarizado

[ ] Pouco familiarizado

[ ] Sim [ ] Não Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido

―Não‖ responda a pergunta ao

lado.

Até 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido ―Não‖ responda

a pergunta a baixo.

E até 2025?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Células de silício amorfo

[ ] Perito

[ ] Conhecedor

[ ] Familiarizado

[ ] Pouco familiarizado

[ ] Sim [ ] Não

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido ―Não‖ responda a pergunta ao

lado.

Até 2020?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido ―Não‖ responda

a pergunta a baixo.

E até 2025?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez Justificativa/Comentários:

Células de telureto de

cádmio

[ ] Perito

[ ] Conhecedor

[ ] Familiarizado

[ ] Pouco familiarizado

[ ] Sim [ ] Não Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido

―Não‖ responda a pergunta ao

lado.

Até 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido ―Não‖ responda

a pergunta a baixo.

E até 2025?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Page 131: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Profª. Drª. Ângela Maria Paiva Cruz Diretor do Centro de Tecnologia Prof

131

Tecnologia

Identifique o seu nível de

especialização e

conhecimento sobre esta

tecnologia.

Esta tecnologia tem

viabilidade técnica-comercial

nos dias atuais?

É provável tenha viabilidade técnica-

comercial:

Células de seleneto de cobre

índio/Cobre, índio e gálio-

disseleneto

[ ] Perito

[ ] Conhecedor

[ ] Familiarizado

[ ] Pouco familiarizado

[ ] Sim [ ] Não

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido

―Não‖ responda a pergunta ao

lado.

Até 2020?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido ―Não‖ responda

a pergunta a baixo.

E até 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Células fotovoltaicas orgânicas

[ ] Perito

[ ] Conhecedor

[ ] Familiarizado

[ ] Pouco familiarizado

[ ] Sim [ ] Não

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido

―Não‖ responda a pergunta ao

lado.

Até 2020?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido ―Não‖ responda a pergunta a baixo.

E até 2025?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Células sensibilizadas por

corante

[ ] Perito

[ ] Conhecedor

[ ] Familiarizado

[ ] Pouco familiarizado

[ ] Sim [ ] Não

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido

―Não‖ responda a pergunta ao

lado.

Até 2020?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido ―Não‖ responda

a pergunta a baixo.

E até 2025?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Células de multijunção -

compostos III-V

[ ] Perito

[ ] Conhecedor

[ ] Familiarizado

[ ] Pouco familiarizado

[ ] Sim [ ] Não

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido

―Não‖ responda a pergunta ao lado.

Até 2020?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido ―Não‖ responda a pergunta a baixo.

E até 2025?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

Células baseadas em

nanoestrutura de carbono

(grafeno, nanotubo de

carbono, fulereno)

[ ] Perito

[ ] Conhecedor

[ ] Familiarizado

[ ] Pouco familiarizado

[ ] Sim [ ] Não

Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido

―Não‖ responda a pergunta ao

lado.

Até 2020?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez Justificativa/Comentários:

Caso sua resposta tenha sido ―Não‖ responda

a pergunta a baixo.

E até 2025?

[ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez

Justificativa/Comentários:

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132

Questão aberta

Questão 1: Existe alguma tecnologia que não foi mencionada neste questionário e que

você considere promissora? Resposta:

Este questionário deve ser devolvido para o e-mail: [email protected].

Para esclarecer eventuais dúvidas, favor entrar em contato com Priscila Sampaio por

meio do e-mail acima citado.

O retorno do questionário deverá ser realizado em um período de uma semana.

Obrigada por sua colaboração.

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APÊNDICE D: QUESTIONÁRIO DA 2ª RODADA DO MÉTODO DELPHI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Pesquisadora: Priscila Gonçalves Vasconcelos Sampaio

Orientador: Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre González

2ª rodada de aplicação do Método Delphi

Chegamos à segunda rodada de aplicação do método Delphi para identificar o futuro

tecnológico das células fotovoltaicas para energia solar. Esta técnica procura obter o consenso entre os especialistas. Nesta rodada é apresentado o resultado da primeira. Apenas as tecnologias que não

houve um consenso serão novamente colocadas em discussão.

Nome:

Células de silício monocristalino

É provável que esta tecnologia ainda seja viável técnica-comercialmente em:

2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

E em 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

Células de silício multicristalino

É provável que esta tecnologia ainda seja viável técnica-comercialmente em:

2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários: E em 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

Células de nanofios de silício

É provável que esta tecnologia seja viável técnica-comercialmente:

Até 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários: E até 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

Células de silício amorfo

Para os que responderam que SIM na rodada anterior, responda novamente: Acha que é viável técnica-comercialmente nos dias atuais? [ ] Sim [ ] Não -

Justificativa/Comentários: Se continuar achando que SIM, responda: É provável que esta tecnologia ainda seja

viável técnica-comercialmente:

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134

Em 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

E em 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

Caso tenha mudado de opinião e agora acha que não é viável técnica-comercialmente nos dias atuais, responda: É provável que esta tecnologia seja viável técnica-

comercialmente:

Até 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários: E até 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

Para os que responderam que NÃO na rodada anterior, responda novamente: Acha que

não é viável técnica-comercialmente nos dias atuais? [ ] Sim [ ] Não - Justificativa/Comentários:

Caso tenha mudado de opinião e agora acha que é viável técnica-comercialmente nos dias atuais, responda: É provável que esta tecnologia ainda seja viável técnica-

comercialmente:

Em 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

E em 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

Células de telureto de cádmio

É provável que esta tecnologia ainda seja viável técnica-comercialmente em: 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

E em 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

Células de seleneto de cobre índio/Cobre, índio e gálio-disseleneto

Para os que responderam que SIM na rodada anterior, responda novamente: Acha que é viável técnica-comercialmente nos dias atuais? [ ] Sim [ ] Não - Justificativa/Comentários:

Se continuar achando que SIM, responda: É provável que esta tecnologia ainda viável

técnica-comercialmente:

Em 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

E em 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

Caso tenha mudado de opinião e agora acha que não é viável técnica-comercialmente nos dias atuais, responda: É provável que esta tecnologia seja viável técnica-

comercialmente:

Até 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

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135

E até 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

Para os que responderam que NÃO na rodada anterior, responda novamente: Acha que não é viável técnica-comercialmente nos dias atuais? [ ] Sim [ ] Não - Justificativa/Comentários:

Caso tenha mudado de opinião e agora acha que é viável técnica-comercialmente nos

dias atuais, responda: É provável que esta tecnologia ainda seja viável técnica-comercialmente:

Em 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

E em 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários: Células fotovoltaicas orgânicas

É provável que esta tecnologia seja viável técnica-comercialmente:

Até 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

E até 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários: Células sensibilizadas por corante

É provável que esta tecnologia seja viável técnica-comercialmente:

Até 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

E até 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários: Células de multijunção - compostos III-V

Para os que responderam que SIM na rodada anterior, responda novamente: Acha que é viável técnica-comercialmente nos dias atuais? [ ] Sim [ ] Não -

Justificativa/Comentários:

Se continuar achando que SIM, responda: É provável que esta tecnologia ainda seja viável técnica-comercialmente:

Em 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

E em 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários: Caso tenha mudado de opinião e agora acha que não é viável técnica-comercialmente

nos dias atuais, responda: É provável que esta tecnologia seja viável técnica-comercialmente:

Até 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

E até 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

Page 136: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Profª. Drª. Ângela Maria Paiva Cruz Diretor do Centro de Tecnologia Prof

136

Para os que responderam que NÃO na rodada anterior, responda novamente: Acha que

não é viável técnica-comercialmente nos dias atuais? [ ] Sim [ ] Não - Justificativa/Comentários:

Caso tenha mudado de opinião e agora acha que é viável técnica-comercialmente nos dias atuais, responda: É provável que esta tecnologia ainda viável técnica-

comercialmente:

Em 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários: E em 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

Células baseadas em nanoestrutura de carbono (grafeno, nanotubo de carbono,

fulereno)

É provável que esta tecnologia seja viável técnica-comercialmente:

Até 2020? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários:

E até 2025? [ ] Sim [ ] Não [ ] Talvez - Justificativa/Comentários: