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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA VANUSIA HIPÓLITO RAMALHO ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: o caso potiguar NATAL/RN 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

VANUSIA HIPÓLITO RAMALHO

ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:

o caso potiguar

NATAL/RN 2012

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VANUSIA HIPÓLITO RAMALHO

ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:

o caso potiguar

Monografia apresentada à disciplina Monografia, ministrada pela professora Jacqueline de Araújo Cunha para fins de avaliação da disciplina e como requisito parcial para a conclusão do Curso de Biblioteconomia do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Orientadora: Profª. Ma. Jacqueline de Araújo Cunha.

NATAL/RN 2012

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial de Música “Pe. Jaime Diniz”.

R165a Ramalho, Vanusia Hipólito. Acessibilidade em bibliotecas universitárias: o caso

potiguar / Vanusia Hipólito Ramalho. – Natal, 2012. 49 f. : il. ; 30 cm. Orientadora: Jacqueline de Araújo Cunha.

Monografia (graduação) – Departamento de Ciência da

Informação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2012.

1. Bibliotecas Universitárias – Acessibilidade. 2. Usuários com Necessidades Educacionais Especiais. 3. Desenho Universal. 4. Tecnologias Assistivas. I. Cunha, Jacqueline de Araújo. II. Título.

RN/BS/EMUFRN CDU 027.6

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VANUSIA HIPÓLITO RAMALHO

ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:

o caso potiguar

Monografia apresentada à disciplina Monografia, ministrada pela professora Jacqueline de Araújo Cunha para fins de avaliação da disciplina e como requisito parcial para a conclusão do curso de Biblioteconomia do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

MONOGRAFIA APROVADA EM__/__/2012

______________________________________________________________

Profª Ma. Jacqueline de Araújo Cunha (Orientadora)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)

______________________________________________________________

Profª. Ma. Renata Passos Filgueira de Carvalho (1ª Examinadora)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)

______________________________________________________________

Profª. Dra. Eliane Ferreira da Silva (2ª Examinadora)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)

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Dedico este trabalho monográfico a minha

família, em especial, a minha irmã Val e minha

amada sobrinha Beatriz.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por estar sempre presente em todos os momentos da minha vida.

À Bibliotecária Elizabeth Kanzaki, que foi a minha maior motivadora para que

este trabalho se concretizasse. E não posso deixar de agradecer aos bibliotecários

Audinêz Barreto e Everton Rodrigues pela apoio e orientações na normalização

À minha Orientadora Jacqueline de Araújo Cunha pela paciência, pela

tranqüilidade e seguração que me passou, fundamental para que eu conseguisse

vencer mais este GRANDE DESAFIO em minha vida.

À minha mãe por ter feito o possível para que eu e minha irmã desse

prosseguimentos aos estudos.

Ao meu pai Francisco Cândido Ramalho pelo exemplo de homem simples e

batalhador que do seu jeito “distante, caladão” sempre foi presente de alguma forma

na minha educação e da minha irmã.

À turma do curso de Biblioteconomia de 2006, com a qual tive o privilégio de

conviver bons momentos juntos.

Aos meus amados amigos: Jaqueline Meire de Melo Xavier, Silvestre Gomes,

Talita Bezerra, Érika Ribeiro, Vagner Lázaro pelo apoio nas horas dos “aperreios”.

Também não poderia deixar de agradecer a amiga Maria José por ter cedido

o seu computador, nos finais de semana, para que eu pudesse desenvolver este

trabalho.

Por fim, agradeço a todos os professores do Departamento de Ciência da

Informação pela relevante contribuição na minha formação, em especial as

professoras Renata Passos Filgueira de Carvalho e a Professora Eliane Ferreira da

Silva por aceitarem fazer parte da minha banca.

Muito Obrigada!

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“Temos o direito a sermos iguais quando a diferença nos inferioriza, temos o direito a sermos diferentes, quando a igualdade nos descaracteriza. As pessoas querem ser iguais, mas querem respeitadas suas diferenças”.

(SANTOS, 2006).

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RESUMO

Aborda a temática Acessibilidade em Bibliotecas Universtitárias de Natal/RN.

Tem como objetivo geral identificar as ações acessíveis promovidas pelas gestoras

das Bibliotecas Universitárias investigadas. A justificativa deste estudo, intenciona

conhecer as ações acessíveis, desenvolvidas pelas suas gestoras nas Bibliotecas

Universitárias pesquisadas. Elenca os objetivos específicos, procurando detectar os

tipos de deficiências dos usuários atendidos em Bibliotecas Universitárias.

Reconhece as barreiras internas e externas a esses tipos de bibliotecas. Identifica

as Tecnologias Assistivas disponibilizadas por essas bibliotecas para as pessoas

com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), bem como as dificuldades das

gestoras para promover a acessibilidade nessas bibliotecas. Expõe a utilização do

termo acessibilidade, visando a sua evolução por décadas. Conceitua

acessibilidade, destacando as suas tipologias. Elenca os aspectos legais que

garantem acessibilidade. Aborda as questões do Desenho Universal e das

Tecnologias Assistivas imprescindíveis na promoção de ambientes acessíveis a

todos. Apresenta Como metodologia a pesquisa bibliográfica em suportes impressos

e eletrônicos. Utiliza o estudo de caso exploratório realizado em quatro Instituições

de Ensino Superior (IES), no espaço das suas respectivas Bibliotecas Universitárias.

Por fim, aponta que a acessibilidade nas Bibliotecas Universitárias ainda se

apresenta de forma incipiente onde são encontradas diversas barreiras dentre as

quais destacam-se as arquitetônicas e atitudinais.

Palavras-chave: Bibliotecas Universitárias - Acessibilidade. Usuários com

Necessidades Educacionais Especiais. Desenho Universal. Tecnologias Assistivas.

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ABSTRACT

The case study addresses the issue of accessibility in university libraries at

Natal / RN. It aims at identifying the actions promoted accessible by managers of

University Libraries investigated. It lists specific goals, trying to detect the types of

deficiencies of users enrolled in university libraries. Recognises the internal and

external barriers of university libraries. Identifies assistive technologies provided by

these libraries for people with special needs and the difficulties of managers to

promote accessibility in these libraries. Exposes the use of the term accessibility,

aiming its development for decades. Conceptualizes accessibility, highlighting their

typologies. It lists the legal aspects that ensure accessibility. Addresses the issues of

universal design and assistive technologies essential in promoting environments

accessible to all. Shows how the methodology literature in print and electronic media.

Uses exploratory case study conducted in four higher education institutions within

their respective University Libraries. Finally, it points out that accessibility in university

libraries still appears incipiently where several barriers are still found among which

we highlight the architectural and attitudinal.

Key words: University libraries - Acessibility. Users with educacional special needs.

Universal Design. Assistive Technologies

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Portas com sensores que se abrem sem exigir força física ou

alcance das mãos de usuários de alturas variadas........................

21

Figura 2 - Computador com teclado e/ou com programa do tipo

Dosvox............................................................................................

21

Figura 3 - Tesoura que se adapta a destros e canhotos................................ 22

Figura 4 - Sanitário feminino e para pessoas com deficiência....................... 22

Figura 5 - Sanitário masculino e para pessoas com deficiência..................... 23

Figura 6 - Utilização de diferentes maneiras de comunicação, tais como:

símbolos e letras em relevo, braille e sinalização auditiva.............

23

Figura 7 - Utilização de mapas táteis.............................................................. 24

Figura 8 - Elevadores com sensores em diversas alturas que permite às

pessoas entrarem sem riscos da porta ser fechada no meio do

procedimento..................................................................................

24

Figura 9 - Torneira de sensor que minimiza o esforço para acioná-la............ 25

Figura 10 - Torneira do tipo alavanca que minimiza a torção das mãos para

acioná-las.......................................................................................

25

Figura 11 - Poltronas para obesos em ambientes públicos.............................. 25

Figura 12 - Banheiros com dimensões adequadas para pessoas em cadeira

de rodas as e estão com bebês em seus carrinhos......................

26

Figura 13 - Vista de rampa acessível............................................................... 27

Figura 14 - Balcão de atendimento acessível................................................... 27

Figura 15 - Largura mínima entre as estantes.................................................. 28

.

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACRL Association of College and New Research England Libraries

ALA American Library Association

CAENE Comissão Permanente de Apoio a Estudantes com Necessidades

Educacionais Especiais

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísitca

IES Instituição de Ensino Superior

IFLA International Federation of Library Associations

LAB Laboratório de Acessibilidade

LIBRAS Língua Brasileira de Sinais

MEC Ministério de Educação e Cultura

NEE Necessidades Educacionais Especiais

TAs Tecnologias Assistivas

TCC Trabalho de Conclusão de curso

TICs Tecnologias de Informação e Comunicação

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 12

2 BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DO TERMO ACESSIBILIDADE.......... 14

2.1 CONCEITOS DE ACESSIBILIDADE E SUAS TIPOLOGIAS EXISTENTES........ 15

2.2 ASPECTOS LEGAIS SOBRE ACESSIBILIDADE.......................................... 17

2.3 ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS............................ 19

2.3.1 Desenho Universal.................................................................................... 20

2.3.2 Tecnologias Assistivas............................................................................. 30

3 METODOLOGIA............................................................................................... 32

4 AÇÕES DE ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: O

CASO POTIGUAR...............................................................................................

34

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES........................................ 41

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 43

APÊNDICE A – Questionário............................................................................... 46

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1 INTRODUÇÃO

Em um simples passeio pelas ruas, observa-se que nenhuma pessoa é igual

à outra. E partindo desse pensamento pode-se fazer a seguinte reflexão: que o

normal é exatamente ser diferente.

Proporcionar acessibilidade às pessoas com deficiência e/ou mobilidade

reduzida é um assunto que gera discussão a nível mundial. Sendo assim, necessita-

se de políticas públicas voltadas para o atendimento dessas pessoas. E para que

essas políticas criadas sejam respeitadas e adotadas, se faz necessário recorrer às

formas legais através de documentos, tais como: leis, decretos, normas técnicas,

dentre outros que assegurem os direitos das pessoas com Necessidades

Educacionais Especiais (NEE).

Em pleno século XXI com todos os avanços tecnológicos, que é uma

realidade constatada por todos nós, ter direito a espaços acessíveis ainda é negado

a milhões de pessoas com NEE, as quais acabam sendo excluídas socialmente.

Nas Instituições de Ensino Superior (IES) essa realidade não é diferente. As

pessoas que têm algum tipo de deficiência enfrentam diversas barreiras, sejam elas:

arquitetônicas, comunicacionais, metodológicas, instrumentais, programáticas e

atitudinais que as impedem de terem acessibilidade as atividades do dia-a-dia, bem

como prosseguir na vida acadêmica, profissional e social.

Diante dessa problemática, surgiu a justificativa para a realização deste

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) voltada para uma análise mais apurada em

quatro bibliotecas universitárias integradas a Instituições de Ensino Superior (IES),

localizadas na Cidade de Natal/RN, com a seguinte indagação: As Bibliotecas

Universitárias são acessíveis?

Para tanto, o tipo de pesquisa escolhida foi o estudo de caso que tem como

sujeitos as bibliotecárias gestoras das Unidades de Informação mencionadas. Como

objetivo geral pretendeu-se identificar quais as ações de acessibilidade estão sendo

desenvolvidas por suas gestoras para tornarem as Bibliotecas Universitárias

espaços acessíveis aos seus usuários com NEE.

Partindo disso, buscou-se especificamente: detectar os tipos de deficiências

nos usuários atendidos na Bibliotecas Universitárias; reconhecer as barreiras

internas e externas às Bibliotecas Universitárias; identificar as Tecnologias

Assistivas disponibilizadas por essas bibliotecas para as pessoas com NEE; e

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conhecer as dificuldades das gestoras para promover a acessibilidade nessas

bibliotecas.

A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica em meio impresso e

eletrônico, como livros, artigos, monografias, dissertações e outros. Foi utilizado na

investigação empírica o estudo de caso exploratório, o qual utilizou-se das seguintes

técnicas: a observação do local estudado e a entrevista instrumentalizada por

questionário.

Assim, esta pesquisa se fundamentou em um referencial teórico-prático que

orientasse a sua construção e, ao mesmo tempo, apresentasse fidedignidade de

suas constatações estando, portanto, distribuídos na seguinte sequência:

Primeiramente, apresenta um breve histórico do termo acessibilidade, com as

seguintes sub-seções: o conceito de acessibilidade e os tipos de acessibilidade

existentes; os aspectos legais da acessibilidade; Desenho Universal e as

Tecnologias Assistivas.

Em seguida, descreve a metodologia utilizada para realização da pesquisa –

Estudo de Caso.

Na sequência, apresenta-se as ações acessíveis que foram identificadas nas

Bibliotecas Universitárias de quatro renomadas IES. Vale ressaltar que o título desta

monografia foi idealizado a partir desse capítulo.

Finaliza-se a pesquisa fazendo algumas considerações finais acerca do que

foi desenvolvido além de apresentar algumas recomendações sobre futuros estudos

a respeito da temática acessibilidade.

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2 BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DO TERMO ACESSIBILIDADE

O termo acessibilidade tem sido bastante discutido nos dias atuais. Cada vez

mais as pessoas com deficiência estão conquistando o espaço e o respeito

enquanto cidadãos, fazendo com que os ambientes públicos, em especial as

universidades, preocupem-se em oferecer ambientes adequados às diversas

diferenças permitindo assim uma plena vivência do aluno com NEE no decorrer da

sua vida acadêmica.

Porém, muito embora pareça um tema novo, de acordo com Sassaki (2006) a

acessibilidade é um termo que apareceu em meados da década de 1940 e desde

então, seu conceito tem sofrido algumas modificações no decorer dos anos.

Desse modo, visando compreender melhor o significado do termo, bem como

perceber o entendimento que se tem de acessibilidade ao longo do tempo, foi

elaborado o quadro abaixo para melhor visualizar as diferentes perspectivas com as

quais a acessibilidade vem sendo caracterizada desde o seu aparecimento.

Quadro 1 - Histórico do termo acessibilidade DÉCADAS ACESSIBILIDADE

40 O uso do termo para designar a condição de acesso das pessoas com deficiência está no surgimento dos serviços de reabilitação física e profissional.

50

O termo usado era integração, devido à reintegração de adultos. Que ocorreu: na própria família, no mercado de trabalho e na comunidade em geral. Essa prática era dificultada e até impedida pela existência de barreiras arquitetônicas nos espaços urbanos, nos edifícios e residências e nos meios de transporte coletivo.

60 Algumas universidades americanas iniciaram as primeiras experiências de eliminação de barreiras arquitetônicas existentes em seus recintos: áreas externas, estacionamentos, salas de aula, laboratórios, bibliotecas, lanchonetes etc.

70

Com o surgimento do primeiro centro de vida independente do mundo (que aconteceu na cidade de Berkeley, Califórnia, EUA), aumentaram a preocupação e os debates sobre a eliminação de barreiras arquitetônicas, bem como a operacionalização das soluções idealizadas.

80

Ano Internacional das Pessoas Deficientes (1981), o segmento de pessoas com deficiência desenvolveu campanhas em âmbito mundial para exigir não apenas a eliminação das barreiras arquitetônicas (desenho adaptável) como também a não-inserção dessas barreiras nos novos projetos arquitetônicos (desenho acessível).

Na segunda metade da década de 80, surgiu o conceito de inclusão contrapondo-se de integração.

90

Começou a ficar cada vez mais claro que a acessibilidade deverá seguir o paradigma do Desenho Universal, segundo o qual os ambientes, os meios de transporte e os utensílios sejam projetados para todos e, portanto, não apenas para pessoas com deficiência.

Fonte: A autora (2012)1

1Quadro 1 elaborado a partir de Sassaki (2006).

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Dessa forma, para que de fato ocorra a promoção da acessibilidade, se faz

necessário proporcionar outras opções de acesso, não se restringindo somente à

Acessibilidade Arquitetônica. Cabe ressaltar a existência de outros tipos de barreiras

que também dificultam a acessibilidade as quais também devem ser eliminadas. Tais

barreiras serão evidenciadas na seção seguinte, como também, conceitos sobre

acessibilidade.

2.1 CONCEITOS DE ACESSILIDADE E SUAS TIPOLOGIAS EXISTENTES

Definir acessibilidade chega a ser tão difícil quanto exercê-la. Quando leva-se

em consideração questões como a competitividade e as atividades diárias, em que o

diferente se torna sinônimo de transtorno para a maioria das pessoas.

A palavra acessibilidade é um termo relativamente moderno, empregado

quando se aborda a temática da pessoa com deficiência e das restrições que ela

sofre na utilização, em especial, de espaços públicos. O termo vem sendo bastante

utilizado nas áreas de Arquitetura, Informática, Medicina, Biblioteconomia,

Museologia, Educação, dentre outras áreas do conhecimento, conotando uma

preocupação dos profissionais da atualidade no sentido de tornar uma sociedade

mais democrática e inclusiva.

De acordo com Brasil (2006), acessibilidade é uma palavra derivada do latim

accessibilitate, cujo significado é usado para qualificar o que se pode chegar

facilmente; o que fica ao alcance.

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a NBR

9050:2004, a acessibilidade é definida “como sendo a possibilidade e a condição de

alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de

edificações, espaço, mobiliário ou equipamento urbano”. Essa norma estabelece

critérios a serem observados em projeto, construção, instalação e adaptação de

edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de

acessibilidade.

Para que uma sociedade seja considerada acessível, levando-se em

consideração o apoio tecnológico, autores como Melo (2008), Sassaki (2006) e

Vivarta (2003) classificam seis tipos básicos de acessibilidade: Arquitetônica,

Comunicacional, Metodológica, Instrumental, Programática e Atitudinal. Com

relação à Acessibilidade Arquitetônica estabelece-se a eliminação de barreiras

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físicas em prédios, nos meios de transportes (individuais ou coletivos) e em

equipamentos urbanos.

Quanto à Acessibilidade Comunicacional, não devem existir barreiras na

comunicação, sejam elas interpessoal, escrita ou virtual, nestes casos estas

barreiras podem ser minimizadas com a utilização de linguagens tais como: a Língua

Brasileira de Sinais (LIBRAS), Braille, utilização de legendas, audiodescrição, dentre

outras.

Já a Acessibilidade Metodológica, ressalta que não deve haver obstáculos

nos métodos e técnicas relacionadas ao estudo, trabalho, dentre outros aspectos

que diz respeito a essa questão. Nesses casos, as pessoas envolvidas devem

adaptar formas de realização de suas atividades para poder executá-las sem que a

deficiência seja um fator de impedimento.

Na Acessibilidade Instrumental estabelece-se a ausência de barreiras nos

instrumentos, nos utensílios e nas ferramentas de estudo, trabalho e lazer. Este

aspecto tem haver com o desenvolvimento de equipamentos para utilização por

parte de usuários com qualquer deficiência, a exemplo das lupas, regletes, dentre

outros que serão descritos posteriormente.

A Acessibilidade Programática diz que as barreiras contidas de forma

invisíveis nas políticas públicas e nas normas ou regulamentos não devem existir.

Essa última aborda um tipo de acessibilidade importante, pois tem repercussão

coletiva, a exemplo disso, pode-se citar políticas de Instituições de Ensino Superior

que não vislumbrem, por exemplo, a inserção, de forma obrigatória, de disciplinas

tais como: Educação Especial e Língua Brasileira de Sinais na estrutura curricular

dos cursos de Licenciatura das IES.

E por último, Acessibilidade Atitudinal a qual estabelece na sua definição que

não deve haver preconceitos, estigmas, estereótipos e nenhum tipo de

discriminação com as pessoas com NEE.

Diante do exposto, pode-se perceber que o termo acessibilidade pode ser

abordado sob diferentes perspectivas, sendo que todas apontam para a eliminação

de qualquer tipo de barreira nas diversas formas de interação humana e social de

pessoas com diferentes deficiências.

Nesse sentido, são adotados instrumentos legais com a finalidade de garantir

o direito de cidadãos com qualquer tipo de deficiência, os quais em linhas gerais

serão apresentados na seção seguinte.

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2.2 ASPECTOS LEGAIS SOBRE ACESSIBILIDADE

No senso comum, as leis são criadas para garantir os direitos das pessoas no

convívio social. Sobre isto vale citar a Constituição Brasileira de 1988, que em seu

artigo 5º (quinto) garante o direito de ir e vir das pessoas e estabelece no inciso XV

que “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer

pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”.

Mas somente no ano 2000 é que a temática acessibilidade foi ressaltada de

forma mais objetiva pela legislação federal brasileira. Naquele ano, foram criadas

duas leis para garantir os direitos das pessoas com deficiência: a Lei nº10.048 de 8

de novembro de 2000 e a Lei nº10.098 de 19 de dezembro de 2000.

A primeira, diz respeito ao atendimento prioritário de pessoas com

necessidades especiais, como também, as pessoas idosas com idade igual ou

superior a 60 anos; as gestantes, as lactantes e as pessoas com crianças de colo.

Nesse aspecto da prioridade, estabelecido na Lei nº 10.048 de 8 de novembro de

2000, tem-se duas questões a serem esclarecidas: Quais os tipos de deficiências

que requerem um atendimento prioritário, e também sobre a adequação desse

atendimento de acordo com o tipo de deficiência.

A título de ilustração, pode-se questionar se o atendimento prioritário de uma

pessoa com deficiência auditiva seria suficiente ou haveria a necessidade de um

atendente preparado para receber um usuário com esse tipo de deficiência.

No que diz respeito a Lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000, esta

estabelece normas gerais e critérios básicos para promoção da acessibilidade para

as pessoas com NEE ou com mobilidade reduzida. A referida Lei prevê a eliminação

de barreiras e obstáculos nas vias, espaços públicos, no mobiliário urbano2, na

construção e reforma de edifícios, nos meios de transporte e de comunicação. Essas

leis foram regulamentadas pelo Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004 e têm

como objetivo proporcionar a todos os direitos garantidos pela constituição, como

por exemplo, o livre acesso e o direito de ir e vir sem necessariamente depender de

outra pessoa.

2Entende-se por mobiliário urbano estruturas tais como: abrigos de ônibus, passarelas, playgrounds, relógio públicos, telefones públicos etc.

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No entanto, para que as leis sejam efetivadas faz-se necessário que existam

políticas de sanções que punam o não cumprimento delas, colocando-as em prática.

Quando o assunto é educação, o cumprimento da lei torna-se ainda mais

urgente se considerarmos a escola como instrumento de formação do cidadão. A

título de ilustração são apresentados dados estatísticos que evidenciam a urgência

da promoção da acessibilidade nos ambientes de ensino do Brasil, em especial, nas

Bibliotecas Universitárias das IES da Cidade do Natal, as quais constituem-se o

universo desta pesquisa.

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

referente ao Censo de 2010 foram contabilizados 45,6 milhões de pessoas com

deficiência no Brasil. Esse dado corresponde a quase 25% da população, na qual

foram identificadas deficiências permanentes como: visual, auditiva, motora, mental

ou intelectual.

Contudo, esses 25% da população são fundamentais para o desenvolvimento

do nosso país, conforme declarou a presidente Dilma Roussef (informação verbal)3:

[...] São 25% da nossa população. O Brasil precisa desses 25%. A capacidade absoluta do ser humano de superar é uma coisa fantástica. Viver sem limites é isso... Não precisa ter limites pela deficiência. É absolutamente imprescindível reconhecer que o Brasil precisa de todos para se transformar em um país desenvolvido.

O Rio Grande do Norte está entre os estados brasileiros com o maior índice

de pessoas com um ou mais tipos de deficiência (visual, motora, auditiva e/ou

mental/intelectual). São 882.022 potiguares que apresentam, pelo menos, um

desses tipos de deficiências. Esse índice corresponde a 27,8% do total da

população. Foram contabilizadas 6.929 pessoas cegas, 4.879 surdas, 13.606 não

conseguem se locomover e 52.028 apresentam algum tipo de imperfeição

mental/intelectual. (RN..., 2012).

Ter acessibilidade é um direito de todo ser humano como cidadão, garantido

pelas legislações brasileiras (citadas anteriormente). Entretanto, para que as

pessoas com NEE tenham os seus direitos atendidos é preciso que sejam criadas

3Informação fornecida pela presidente do Brasil Dilma Roussef no Programa Esquenta,

transmitido pela Rede Globo e exibido no domingo, dia 9 de dezembro de 2012.

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políticas que promovam ações acessíveis, para que de fato, a acessibilidade seja

concretizada.

2.3 ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS

A biblioteca constitui o principal equipamento social para democratizar a

leitura, o acesso à informação, as ideias, os sentimentos, o conhecimento e

inovações. Em outras palavras, a biblioteca contribui para o avanço da civilização,

do conhecimento, da democracia e do desenvolvimento social e econômico de uma

sociedade.

No atual contexto tecnológico do terceiro milênio, as Bibliotecas Universitárias

se apresentam como espaços “que têm a responsabilidade de garantir e facilitar o

acesso à informação” (informação verbal)4.

As bibliotecas universitárias do século XXI trabalham com dois ou mais

segmentos: o tradicional e o novo. Este último deve ser proporcionado pelas

mudanças oferecidas pelo desenvolvimento das Tecnologias da Informação e

Comunicação (TICs) e Tecnologias Assistivas.

Portanto, as bibliotecas universitárias, diante do atual cenário das mudanças

tecnológicas, têm a necessidade de inovar para atender as expectativas dos seus

usuários. Diante disso, pode-se fazer os seguintes questionamentos: O que os

bibliotecários estão fazendo para que essas inovações nos espaços das bibliotecas

aconteçam? Outra questão seria: O que as tecnologias estão disponibilizando aos

bibliotecários para que esses profissionais tornem as Bibliotecas Universitárias como

ambientes acessíveis?

A partir da reflexão desses questionamentos, pode-se constatar que as

bibliotecas universitárias devem estar preparadas para atender as necessidades

informacionais dos usuários com NEE, sendo portanto acessíveis.

Nesse contexto, para a promoção da acessibilidade em bibliotecas

universitárias e em todo e qualquer ambiente, é fundamental que se adote o modelo

do Desenho Universal, sobre o qual aborda-se a seguir.

4Informação fornecida por Francisco Ricardo Lins Vieira de Melo - Presidente da Comissão

Permanente de Apoio a Estudantes com Necessidades Especiais (CAENE) na Ação de Extensão intitulada Acessibilidade à Informação – Desafios e perspectivas na Área da Biblioteconomia, em Natal, em outubro de 2012.

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2.3.1 Desenho Universal

Nessa perspectiva, o conceito de Desenho Universal surge no âmbito da

arquitetura para a concepção de ambientes e equipamentos que atendam a um

grande número de pessoas (o que inclui pessoas com algum tipo de deficiência ou

não). (MELO, 2008).

Assim sendo, o Desenho Universal apresenta-se como um modelo a ser

seguido para que os espaços se tornem cada vez mais acessíveis para todos.

Diante disso, cita-se Carletto e Cambiaghi ([20--?], p. 12-16) as quais

evidenciam os sete princípios do Desenho Universal:

(1) IGUALITÁRIO – Uso equiparável (= tornar igual, igualar. Pôr em paralelo). São espaços, objetos e produtos que podem ser utilizados por pessoas com diferentes capacidades, tornando os ambientes iguais para todos; (2) ADAPTÁVEL – Uso flexível (= que pode dobrar, curvar, alterar. Maleável, adaptável). Design de produtos ou espaços que atendem pessoas com diferentes habilidades e diversas preferências, sendo adptáveis para qualquer uso; (3) ÓBVIO – Uso simples e intuitivo (= que se conhece facilmente. Incontestável, claro, evidente). De fácil entendimento para que uma pessoa possa compreender, independente de sua experiência, conhecimento, habilidades de

linguagem, ou nível de concentração; (4) CONHECIDO – Informação de fácil percepção (= ato ou efeito de perceber. Combinação dos sentidos no reconhecimento de um objeto). Quando a informação necessária é transmitida de forma a atender as necessidades do receptador, seja ela uma pessoa estrangeira, com dificuldade de visão ou audição; (5) SEGURO – Tolerante ao erro (= que tolera, perdoa. Sensibilizado ao erro). Previsto para minimizar os riscos e possíveis conseqüências de ações acidentais ou não intencionais; (6) SEM ESFORÇO – Baixo esforço físico (=economiza energia, fácil manipulação). Para ser usado eficientemente, com conforto e com o mínimo de fadiga; (7) ABRANGENTE – Dimensão e espaço para aproximação e uso (= sentido em que se mede a extensão para avaliar. Medida, tamanho). Que estabelece dimensões e espaços apropriados para o acesso, o alcance, a manipulação e o uso, independentemente do tamanho do corpo (obesos, anões etc.), da postura ou mobilidade do usuário (pessoas em cadeira de rodas, com carrinhos de bebê, bengalas etc.).

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Mediante tais princípios pode-se constatar que existem situações que são

possíveis encontrar soluções simples que consigam atender a todos

indiscriminadamente, propiciando assim a construção e/ou transformação de

ambientes os quais tornam-se acessíveis às diferenças, apresentados a seguir:

Figura 1 – Portas com sensores que se abrem sem exigir força física ou alcance das

mãos de usuários de alturas variadas.

Fonte: Carletto; Cambiaghi ([20--?], p. 12).

Visualizando a Figura 1 pode-se perceber o primeiro princípio do Desenho

Universal – IGUALITÁRIO - visto que a porta com sensores proporciona a igualdade

de utilização por todos.

Figura 2 – Computador com teclado e mouse ou com programa do tipo Dosvox

Fonte: Carletto; Cambiaghi ([20--?], p. 13).

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Figura 3 – Tesoura que se adapta a destros e canhotos

Fonte: Carletto; Cambiaghi ([20--?], p. 13).

As Figuras 2 e 3 denotam o segundo princípio do Desenho Universal –

ADAPTÁVEL – haja vista que permitem a escolha da forma de utilização, acomoda o

acesso e o uso destro ou canhoto além de garantir adaptabilidade de acordo com o

ritmo do utilizador.

Figura 4 – Sanitário feminino e para pessoas com deficiência

Fonte: Carletto; Cambiaghi ([20--?], p. 14).

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Figura 5 – Sanitário masculino e para pessoas com deficiência

Fonte: Carletto; Cambiaghi ([20--?], p. 14).

Observando as Figuras 4 e 5 constata-se o terceiro princípio do Desenho

Universal – ÓBVIO – tendo em vista que conseguem eliminar complexidades

desnecessárias, acomodam um universo de capacidades linguísticas, níveis de

instrução além de serem coerentes com as expectativas e/ou intuição por parte do

utilizador.

Figura 6 – Utilização de diferentes maneiras de comunicação, tais como: símbolos e letras em relevo, braille e sinalização auditiva

Fonte: Carletto; Cambiaghi ([20--?], p. 14).

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Figura 7 – Utilização de mapas táteis

Fonte: Carletto; Cambiaghi ([20--?], p. 15).

Nas figuras 6 e 7 pode-se perceber o quarto princípio do Desenho Universal –

CONHECIDO – visto que utilizam de diferentes modos de leitura, como nos

exemplos, o pictográfico e o tátil que permitem repassar a informação essencial,

bem como a facilidade na transmissão de instruções e/ou orientações compatíveis

com as diversas técnicas e/ou equipamentos utilizados por pessoas com limitações.

Figura 8 – Elevadores com sensores em diversas alturas que permitem às pessoas entrarem sem riscos da porta ser fechada no meio do procedimento.

Fonte: Carletto; Cambiaghi ([20--?], p. 15).

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Figura 10 – Maçaneta do tipo alavanca que minimiza a torção das mãos para acioná-las.

Figura 9 – Torneira de sensor que minimiza o esforço das mãos para acioná-las.

A Figura 8 denota o quinto princípio do Desenho Universal – SEGURO - a

partir do princípio da ordenação dos delementos de forma a minimizar possíveis

riscos e/ou erros que possam surgir.

Fonte: Carletto; Cambiaghi ([20--?], p. 16). Fonte: Carletto; Cambiaghi ([20--?], p. 16).

As Figuras 9 e 10 apresentam o sexto princípio do Desenho Universal – SEM

ESFORÇO – diante delas, pode-se perceber que o esforço físico para utilização é

mínimo, operações repetitivas são eliminadas além de seus utilizadores

conseguirem manter uma posição neutral do corpo.

Figura 11 – Poltronas para obesos em ambientes públicos

Fonte: Carletto; Cambiaghi ([20--?], p. 17).

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Figura 12 – Banheiros com dimensões adequadas para pessoas em cadeira de rodas ou as que estão com bebês em seus carrinhos.

Fonte: Carletto; Cambiaghi ([20--?], p. 17).

As Figuras 11 e 12 acomodam um campo com variações de tamanho

confortáveis para qualquer utilizador sentado ou em pé, bem como a adequação do

tamanho da mão e/ou da capacidade de agarrar as coisas.

Assim, evidencia-se que a promoção de soluções acessíveis, tomando por

referencial o Desenho Universal, oferece ambientes e produtos adequados a um

número amplo de pessoas, independente de suas diferanças. Em outras palavras, o

Desenho Universal proporciona condições para que as pessoas (com deficiências ou

não) passem a conviver e a participar na sociedade como didadãos (na igualdade de

direitos e deveres).

Neste sentido, existe a necessidade de promover a acessibilidade

arquitetônica, através da construção de rampas, instalação de elevadores,

instalação de plataformas elevatórias, banheiros adaptados, espaços entre as

estantes adequados, balcões de atendimentos adequados para cadeirantes dentre

outras providencias para que usuários com NEE tenham acesso à biblioteca e a

outros espaços públicos com autonomia.

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As figuras abaixo ilustram melhor alguns dos exemplos citados anteriormente.

Figura 13 - Vista de rampa acessível.

Fonte: GUIA... (2009).

Na Figura 13, pode-se observar a existência de pontos acessíveis para entrar

no prédio tais como: além da rampa com corrimãos, o elevador e o piso adequados.

Figura 14 - Balção de atendimento acessível.

Fonte: GUIA... (2009).

A Figura 14, demonstra como deve ser um balcão de atendimento acessível

para o atendimento adequado. Respeitando as diferenças, com podemos visualizar

no caso das duas pessoas que estão buscando informações.

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Figura 15 - Largura mínima entre as estantes.

Fonte: GUIA... (2009).

Na Figura 15, pode-se observar as dimensões corretas nas áreas de

circulação entre estantes, que deve ser a largura mínima de 0,90m. E quanto ao

acesso às prateleiras deverá ser entre 0,40m a 1,20m, conforme recomendações da

NBR 9050:2004 da ABNT.

As bibliotecas devem se adequar as leis e as normas que regulamentam a

acessibilidade em seus ambientes, tanto no acesso à entrada, delas, como na

circulação dentro de seus espaços (os mobiliários devem ser adequados).

De acordo com o Decreto Federal nº 5.296/2004, as edificações são

classificadas como de uso privado e de uso coletivo, e devem possuir todas as

condições necessárias para o acesso e o uso universal de todas as pessoas,

principalmente as que possuem algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida,

como também, as pessoas que têm o acesso prioritário garantido por lei como:

gestantes, idosos dentre outras.

Acessibilidade é um assunto que está bastante em evidência e tem sido

amplamente discutido e debatido não só no Brasil como também no mundo inteiro.

No entanto, quando fala-se em acessibilidade em bibliotecas a tendência é associá-

la apenas à acessibilidade arquitetônica e deixam-se de lado os outros tipos de

acessibilidade, como: a comunicacional, a metodológica, a instrumental, a

programática e a atitudinal. Todas elas são essenciais para tornar as bibliotecas

acessíveis.

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Outra questão, que se deve resaltar são os avanços ocorridos nas

Tecnologias da Informação e Comunicação, as chamadas TICs. Estas tecnologias

facilitam o acesso à informação através das Tecnologias Assistivas, ampliando a

possibilidade de uma biblioteca acessível.

Para que isso aconteça, os profissionais da informação (o bibliotecário) tem a

missão de intermediar, possibilitar e facilitar o acesso de todos os cidadãos à

informação, esteja ela registrada em qualquer suporte, como: papel, fitas gravadas,

pen drive, LPs, CDs, DVDs, MP3 dentre outros que estão por vir, de acordo com os

avanços das TICs.

No entanto, essa questão referente às tecnogias vai exigir um maior

comprometimento por parte do profissional bibliotecário. Este deve está atento às

transformações que ocorrem no atual cenário do século XXI, no qual transformar as

bibliotecas em espaços acessíveis faz parte no novo contexto que se vivencia. O

que requer mudanças de atitude e muito respeito as diferenças, exigindo que esse

profissional possibilite ao usuário Acessibilidade Atitudinal.

Então, é necessário que o bibliotecário assuma uma postura sensível diante

das diferenças. Sendo assim, ator e agente da acessibilidade, estará promovendo a

Acessibilidade Atitudinal.

Segundo Pupo (2008, p. 53), existe uma urgência da promoção do acesso de

todos no novo cenário do século XXI (globalizado), considerando que as TICs

transformam as rotinas de trabalho nas empresas, sejam elas: públicas ou privadas.

[...] refere-se à urgência de contemplar a diversidade humana no mundo globalizado, que pressupõe a inclusão de todos, considerando-se que: as TIC’s modificam os cenários das empresas públicas e privadas, alterando as rotinas de trabalho; os acervos digitalizados e a transmissão e a transmissão eletrônica de documentos passam a integrar as unidades de informação do século XXI, transformando tanto o cotidiano do ensino e da aprendizagem nas escolas, quanto a organização e recuperação da informação. Portanto, as pessoas com deficiência não podem ser excluídas desse processo, pois são as maiores beneficiárias das inovações dos meios de comunicação. Seria lícito escolhermos quais seres humanos iremos receber ou atender em nosso ambiente de trabalho? Como nós, bibliotecários do terceiro milênio, atuamos e atendemos sob a ótica da inclusão e do respeito às diferenças? O que podemos e devemos fazer para contribuir na construção de uma biblioteca para todos?

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Os questionamentos feitos na citação acima devem ser considerados por

parte dos bibliotecários nesse novo cenário (terceiro milênio) para que eles, como

profissionais da informação, construam em suas bibliotecas, ambientes acessíveis a

todos. E as TAs vão apoiar o bibliotecário na promoção desses ambientes

acessíveis.

2.3.2 Tecnologias Assistivas

Em nossa sociedade fala-se muito sobre acessibilidade, ou seja, permitir que

as pessoas com NEE tenham autonomia e acessibilidade. Desse modo, as

Tecnologias Assistivas podem auxiliar o bibliotecário na construção de espaços

acessíveis nas bibliotecas. Isso porque as Tecnologias Assistivas (TAs) são recursos

e serviços que visam facilitar o desenvolvimento de atividades cotidianas dessas

pessoas, uma vez que, aumentam as suas capacidades funcionais e promovem a

independência de quem as utilizam.

As TAs são todas e quaisquer item, equipamento ou parte dele, produto ou

sistema fabricado em série ou sob medida, que são utilizados para aumentar,

manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência e,

dessa forma, integrá-las na sociedade, promovendo assim, a acessibilidade.

De acordo com Melo; Silva; Soares (2008) as Tecnologias Assistivas são

definidas como recursos que objetivam facilitar o desenvolvimento de diversas

atividades do cotidiano tais como: trabalho, estudo e lazer, realizadas por pessoas

com deficiência. Estas apoiam no aumento das capacidades funcionais dessas

pessoas, proporcionando autonomia e independência aos indivíduos que as utilizam.

Ainda segundo Melo; Silva; Soares (2008) as Tecnologias Assistivas são

subdivididas em duas categorias, sendo a primeira relativa a instrumentos que

auxiliam em atividades diárias e a segunda para o auxílio no uso de computadores.

Quanto às Tecnologias Assistivas desenvolvidas para o auxílio cotidiano

citam-se equipamentos tais como: as bengalas; as lupas manuais e eletrônicas;

assinadores; máquina de escrever em braille Perkins; reglete; rotuladora Braille e

trena com marcação em alto relevo, dentre outras.

Em relação às Tecnologias Assistivas para auxílio no uso do computador,

serão citados: os dispositivos apontadores alternativos; os teclados alternativos; as

ponteiras de cabeça; os sistemas para entrada de voz (speech recognition); os

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ampliadores de tela; os leitores de tela com síntese de voz; as impressoras Braille;

os softwares especializados para produção de material em Braille; o Sistema

Operacional DOSVOX (trabalha com tarefas semelhantes às oferecidas pelo

Windows e seus aplicativos) e Mec Daisy (software desenvolvido pela Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que permite a leitura / audição de livros no

Formato Daisy5), etc.

A utilização de TAs proporciona as pessoas com NEE o acesso às

informações que necessitam para ingressar em uma universidade, dar

prosseguimento em sua vida acadêmica e concluir seus estudos com êxito.

As soluções devem estar disponíveis através da rede mundial de

computadores, porém nem sempre ao alcance daqueles que delas necessitam.

Através da Internet é possível encontrar softwares com comandos de acessibilidade,

como: o teclado virtual e a lente de aumento. Ou em site de histórias em quadrinhos

disponível na internet.

Todas essas ferramentas relacionadas anteriormente, podem colaborar para

aperfeiçoar a leitura e a escrita de estudantes com deficiências auditiva e visual ou

com outro tipo de deficiência, dando-lhes as mesmas oportunidades que pessoas

sem deficiências teriam.

Em suma, as Tecnologias Assistivas são algumas das muitas ferramentas

que auxiliam as pessoas com deficiência a terem mais autonomia e independência

nas realizações de suas atividades diárias.

A partir dos conceitos expostos neste capítulo, lança-se um olhar mais crítico

sobre a realidade vivida pelas Bibliotecas Universitárias da cidade do Natal nas

Instituições de Ensino Superior (IES), tanto públicas quanto privadas.

Neste sentido, serão apresentados no próximo capítulo os resultados obtidos

na pesquisa aplicada em quatro Bibliotecas Universitárias, a qual objetivou

identificar quais são as ações de acessibilidade que estão sendo promovidas pelos

seus gestores para torná-las espaços acessíveis, que venham atender a todos, sem

exceções.

5Formato Daisy: é um padrão de digitalizar documentos utilizado na produção de livros

acessíveis

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3 METODOLOGIA

A fim de construir o referencial teórico deste trabalho, os procedimentos

metodológicos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa foram: pesquisa

bibliográfica e pesquisa empírica. A pesquisa bibliográfica foi baseada em materiais

impressos (livros, monografias, dissertações e periódicos) e em materiais

disponíveis na internet (livros, artigos científicos, periódicos dentre outros), com

relação à temática acessibilidade em bibliotecas universitárias. Para a realização da

pesquisa empírica foram utilizadas como estratégias de investigação o estudo de

caso exploratório e teve como técnicas de coleta de dados: as entrevistas seguida

da aplicação de questionários. Para finalizar essas técnicas foram feitas as

observações nos espaços das bibliotecas escolhidas para realização do estudo.

Quanto ao questionário, as suas questões foram formuladas levando-se em

consideração os objetivos geral e específicos com a finalidade de responder ao

propósito principal da pesquisa.

Neste sentido, para realização do presente estudo optou-se pelo tipo estudo

de caso, o qual configura-se como uma

[...] estratégia escolhida ao se examinarem acontecimentos contemporâneos, mas quando não se podem manipular comportamentos relevantes. O estudo de caso conta com muitas das técnicas utilizadas pelas pesquisas históricas, mas acrescentam duas fontes de evidências que usualmente não são incluídas no repertório de um historiador: observação direta dos acontecimentos que estão sendo estudados e entrevista das pessoas neles envolvidas. (YIN, 2005, p. 26, grifo nosso).

O universo escolhido para o desenvolvimento do estudo de caso foram

bibliotecas de quatro IES de Natal, por serem as mais significativas instituições de

ensino, sendo 1(uma) instituição pública e 3 (três) particulares. Como critério

utilizado para a escolha das instituições participantes foi o fato de estarem

cadastradas e reconhecidas pelo MEC como Instituições Universitárias.

Neste universo das quatro instituições, foram eleitos como sujeitos da

pesquisa os gestores dos sistemas de bibliotecas - seus bibliotecários gestores - das

IES pesquisadas, por entender que estes seriam os profissionais conhecedores das

políticas de acessibilidade das bibliotecas de cada instituição, bem como as

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dificuldades enfrentadas por eles para promover ações que venham atender às

necessidades dos seus usuários com NEE.

Para a entrevista foi construído um questionário contendo 15 questões

(Apêndice A), as quais foram relacionadas com os objetivos geral e específicos do

estudo para validá-lo. A entrevista seguida da aplicação dos questionários foram

realizados durante o mês de outubro de 2012. Ao término destes, a gestora foi

apresentar a biblioteca, nesse momento foi aproveitado para se fazer observações

no ambiente da biblioteca. Esse fato se repetiu em todas as quatro bibliotecas

universitárias.

Para a apresentação dos dados coletados foi elaborado um quadro, o qual

será apresentado no tópico seguinte, juntamente com a discussão dos resultados.

Com a finalidade de apropriar-se melhor do tema do estudo, também houve a

participação da autora no evento de acessibilidade promovido pela Coordenação do

Curso de Biblioteconomia em parceria com a CAENE, o qual contou com

colaboração de dois profissionais da Universidade Estadual de Campinas

(UNICAMP - SP) que vieram nos apresentar as suas experiências bem sucedidas

sobre acessibilidade com a implantação do Laboratório de Acessibilidade (LAB), no

ano de 2002. O LAB vem apresentando exemplos bastantes positivos e que está

sendo um diferencial na questão acessibilidade na UNICAMP – SP, pois é um bom

exemplo a ser seguido pelas bibliotecas universitárias de todo o país.

A partir do que foi exposto neste capítulo, lança-se um olhar mais crítico sobre

a realidade vivida pelas Bibliotecas Universitárias da cidade do Natal nas Instituições

de Ensino Superior (IES), tanto públicas quanto privadas. Neste sentido, estarão

disponíveis no próximo capítulo os resultados obtidos na pesquisa aplicada em

quatro bibliotecas universitárias, a qual objetivou identificar quais são as ações de

acessibilidade que estão sendo promovidas pelos seus gestores para torná-las

espaços acessíveis, que venham atender a todos, sem exceções.

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4 AÇÕES ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: O CASO

POTIGUAR

Verificou-se que o perfil dos gestores de bibliotecas universitárias é de

profissionais do sexo feminino e com e pós-graduação. Este provavelmente é um

perfil esperado haja vista a profissão ser hegemonicamente feminina e que

atualmente tem um mercado o qual exige profissionais bem mais qualificados.

Quanto aos tempos de atuação na instituição e o de atuação como gestoras

esse período varia entre 2 a 4 anos, o que foi observado em três instituições.

Enquanto que, em uma das quatro instituições, a bibliotecária há 15 anos trabalha e

atua como gestora.

Esta provavelmente é uma explicação para o fato de que todas afirmaram não

terem recebido em suas formações acadêmica/profissional suporte para saber como

proceder no atendimento de pessoas com necessidades especiais. Mas, durante a

sua atuação como profissional sentiu necessidade de capacitar-se para

corresponder a uma expectativa do mercado, ainda não vislumbrada pelas

instituições de ensino.

Este preparo acadêmico ainda mostra-se um tanto quanto incipiente, mas

fundamentalmente necessário quando o assunto é acessibilidade.

Identificou-se que nas quatro Bibliotecas Universitárias das IES de Natal/RN

possuem usuários com NEE e as deficiências que esses usuários apresentam são:

visual, física, auditiva e mental. Portanto, é pertinente a definição desses tipos de

deficiências apresentadas nos levantamentos de informações colhidas na pesquisa.

Tais definições são vistas no parágrafo seguinte.

De acordo com Brasil (2004) em seu § 1º:

[...] pessoas “portadora” de deficiência: que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividades e se enquadra nas seguintes categorias: a) deficiência física – alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física [...]; b) deficiência auditiva – perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz; c) deficiência visual – cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica [...]; deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas as duas ou mais

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áreas de habilidades adaptativas, tais como:1. comunicação, 2. cuidado pessoal; 3. Habilidades sociais; 4. Utilização dos recursos da comunicação; 5. Saúde e segurança; 6. Habilidades acadêmicas; 7. Lazer; e 8. Trabalho.

Diante do que foi explicitado na citação acima, é preciso tentar conviver com

as diferanças existentes de forma salutar, mas, para que isso aconteça, se faz

necessário quebrar várias barreiras, que impedem a promoção da acessibilidade,

principalmente a barreira do preconceito (acessibilidade atitudinal). Nos dados

apresentados a seguir, na tabela 1, estão demonstrados os tipos de deficiências,

como também, a quantidade de usuários que utilizam as bibliotecas analisadas.

Tabela 1 – Quantidade de usuários com NEE das bibliotecas universitárias pesquisadas

DEFICIÊNCIAS

Biblioteca A

Biblioteca B

Biblioteca C

Biblioteca D

Total

Auditiva Não informado

- - -

Física Não informado

- 2 3 5

Mental Não informado

2 - 2 4

Visual Não informado

6 - - 6

TOTAL - 8 2 5 15 Fonte: A autora (2012).

Não foi possível obter as informações da quantidade de usuários com

deficiências que frequentam a Biblioteca A, devido esta não ter como informar a

quantidade de usuários com deficiência, que usam os seus serviços. Porém, de

forma geral percebeu-se que o número de usuários é relativamente baixo, o que

provavelmente reflete a pouca inserção de pessoas com deficiência no ensino

superior.

Na questão referente à promoção de cursos de capacitação para a equipe

que trabalham nessas bibliotecas, a respeito do “atendimento aos usuários com

NEE”, obteve-se duas respostas positivas nas Bibliotecas A e B e duas respostas

negativas nas Bibliotecas C e D. As bibliotecas que possuem atendimento

especializado fizeram cursos de capacitação em LIBRAS e de atendimento aos

usuários com NEE.

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De acordo com as questões referentes às Tecnologias Assistivas, aos

deficientes físicos, visuais e auditivos, constatou-se que todas as Bibliotecas

Universitárias pesquisadas têm procurado, de acordo com sua realidade, promover

ações acessíveis aos seus usuários com NEE, disponibilizando cursos, como por

exemplo, os cursos de: “LIBRAS”, “Convivendo com as diferenças” e “Como abordar

usuários com NEE” para capacitação das equipes que trabalham nessas bibliotecas.

Foi observado que algumas estão mais avançadas quanto ao quesito

acessibilidade e estão promovendo ações acessíveis para seus usuários. Essas

ações foram identificadas e pode-se destacar como relevantes quanto a

disponibilização de Tecnologias Assistivas para apoiar no desenvolvimento

acadêmico dos seus alunos.

Observou-se que existe a preocupação das gestoras em adaptar os

mobiliários das bibliotecas, como: balcão de atendimentos rebaixado para atender

usuários cadeirantes e os espaços entre as estantes dentre outros.

Em relação à acessibilidade arquitetônica foi notado o interesse em atender

esse requisito por parte das gestoras que ainda não possui acessibilidade

arquitetônica nos seus espaços físicos, conforme foi constatado nas ações

seguintes: A existência de vagas nos estacionamento para usuários com NEE;

plataformas elevatórias, rampas com corrimãos e banheiros adaptados.

As gestoras das bibliotecas que ainda não possuem essa acessibilidade em

seus ambientes, citaram que sempre estão mencionando questões relativas à

acessibilidade das bibliotecas no planejamento de ações para os próximos anos. E

as que ainda não atenderam essa questão, foi justificada por enfrentarem problemas

de espaço físico em suas bibliotecas, devido a expansão do acervo e bem como ao

fato de as bibliotecas situarem-se em prédios antigos, ou seja, obsoletos em relação

às necessidades físicas atuais.

Quanto às dificuldades enfrentadas por parte de suas gestoras na promoção

de acessibilidade, as respostas obtidas foram as seguintes: falta de recursos

financeiros para elaborar projetos de construção e/ou adaptações arquitetônicas dos

prédios antigos; falta de recursos humanos capacitados para atender usuários com

NEE; ausência de investimentos em equipamentos com Tecnologias Assistivas; falta

de mobiliários acessíveis, que atendam aos princípios do Desenho Universal; a

existência de barreiras atitudinais por parte dos profissionais que atuam nessas

Bibliotecas Universitárias; e por fim, foi constatado na entrevista feita a gestora de

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uma das quatro bibliotecas que, segundo ela, falta cobrança por parte dos usuários

com NEE, junto as entidades responsáveis pelas IES, com objetivo de terem seus

direitos à acessibilidade nos espaços das instituições que eles estudam.

Enfim, foram identificadas na pesquisa algumas ações de acessibilidade

voltadas para atender aos usuários com NEE por parte de suas gestoras. Mas, ainda

devem seguir um longo caminho para atingir o ideal. Ou seja, oferecer espaços

mais acessíveis a todos.

Portanto, para que a acessibilidade se torne uma realidade é essencial o

empenho não somente do bibliotecário, mas de todos profissionais e alunos

comprometidos com esse objetivo. Embora, sabe-se que, existe um caminho bem

longo a ser percorrido para que todos os usuários tenham acessibilidade, sejam eles

“normais ou deficientes”. Porque acessibilidade é construída a cada dia. E é

convivendo com as diferenças, aprendendo com elas que são adquiridas

experiências necessárias para que espaços com acessibilidade possam ser

oferecidos a TODOS.

A seguir, apresenta-se um quadro com resultados das respostas obtidas

durante a pesquisa. As instituições envolvidas foram identificadas por letras a fim de

preservar a identidade dos profissionais participantes do estudo.

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Quadro 2 – Questões abordadas sobre a temática: Acessibilidade

QUESTÃO/INSTITUIÇÃO INSTITUIÇÃO A INSTITUIÇÃO B INSTITUIÇÃO C INSTITUIÇÃO D

Possui alunos com deficiência

Sim Sim Sim Sim

Deficiências mais recorrentes

Visual Auditiva Física

Visual Auditiva Física

Física Física Mental

Biblioteca recebe usuários com NEE

Sim Sim Sim Sim

Instituição capacita equipe para atendimentos de usuários com NEE

Sim Sim Não Não

Existem profissionais na biblioteca de LIBRAS

Sim Sim Não Não

Tecnologias Assistivas disponíveis

Não Dispõe Dispositivos apontadores alternativos;

Teclados alternativos;

Ampliadores de tela;

Leitores de tela com síntese de voz;

Impressora Braille;

Software especializados para produção de material em Braille.

Outras, como: extensores de punho e globo terrestre em alto relevo.

Teclados alternativos. Não dispõe

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Quanto a acessibilidade arquitetônica

Existem rampas com corrimãos;

Elevadores;

Portas e banheiros adaptados;

Instalação de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos usuários cadeirantes.

Reserva de vagas em estacionamento nas proximidades da biblioteca;

Elevadores;

Portas e banheiros adaptados;

Instalação de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos usuários cadeirantes.

Reserva de vagas em estacionamentos nas proximidades da biblioteca;

Rampas com corrimãos;

Portas e banheiros adaptados com espaço suficiente para o acesso de cadeira de rodas;

Balcão de atendimento adaptado na recepção da biblioteca.

Reservas de vagas em estacionamentos nas proximidades da biblioteca;

Quanto ao apoio aos deficientes visuais

Instituição possui um Setor Específico denominado NAPE (Núcleo de Apoio Psicopedagógico), que auxilia e acompanha os alunos com deficiências visuais quanto aos conteúdos da bibliografia que eles necessitam para sua formação acadêmica.

Máquina de datilografia Braille;

Impressora Braille acoplada ao computador;

Softwares de ampliação de tela;

Equipamentos para ampliação de textos como: lupas, réguas de leitura para atendimento de alunos com baixa visão;

Scanner acoplado ao computador.

Não contém nenhum dos itens

Não contém nenhum dos itens

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Fonte: A autora (2012).

Quanto ao apoio aos deficientes auditivos.

Intérpretes LIBRAS/Língua Portuguesa, quando necessário;

Material informacional de LIBRAS para apoiar a comunidade acadêmica, quando necessitam.

Materiais informacionais para esclarecimento da comunidade acadêmica sobre a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

Não dispõe de nenhum dos itens.

Intérpretes de língua de sinais∕língua portuguesa, quando necessário.

Flexibilidade na correção das provas escritas, com valorização do conteúdo semântico.

Material informacional para os professores, alunos e funcionários que buscam esclarecimento sobre a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

Quanto asdificuldades encontradas para promover acessibilidade.

Falta de equipamentos;

Espaço físico inadequado;

Falta de priorização de ações e projetos voltados à acessibilidade.

Falta de pessoal capacitado;

Falta de recursos financeiros para adequação arquitetônica;

Falta de equipamentos;

Existência de barreiras atitudinais.

Falta pessoal capacitado;

Falta de recursos financeiros para projetos de adequação arquitetônica;

Falta de equipamentos;

Falta de espaço físico na biblioteca, devido o crescimento do acervo bibliográfico.

Falta de uma cobrança por parte dos usuários com NEE, que utilizam à biblioteca. E das categorias responsáveis pelos seus direitos.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

No Censo demográfico de 2010, o IBGE informou que 25% da população

brasileira tem algum tipo de deficiência. Esse percentual é bastante significativo e

por isso que os governantes de todas as três esferas política-administrativa do

Brasil (federal, estadual e municipal) devem desenvolver políticas direcionadas para

que essas pessoas com deficiência tenham acesso a cidadania plena.

Principalmente na área da educação.

E as IES têm um papel importantíssimo na promoção de políticas acessíveis,

como também de ações que garantam o acesso, permanência e o sucesso

acadêmico dos alunos com NEE. Sendo assim, essas instituições precisam estar

preparadas para garantir e oferecer aos seus estudantes com NEE condições

adequadas, para que, esses discentes, tenham êxito no meio acadêmico e no meio

social.

Para a concretização dessas políticas e ações acessíveis as bibliotecas e o

bibliotecário são peças-chaves no processo de acessibilidade dos usuários com

NEE nas IES, uma vez que a biblioteca é a ponte de informação e conhecimento

para esses usuários com necessidades especiais, e o bibliotecário exerce o papel de

intermediador nesse processo.

Com o advento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), que

se deu a partir dos anos 1990 com a popularização da informática, alargou-se o

universo de possibilidades para o acesso à informação. Porém, esse novo cenário

que se delineia traz consigo desafios a serem superados pelos bibliotecários na

promoção do acesso à informação a todos, incluindo as pessoas com NEE.

Sendo assim, torna-se imprescindível o que consta na Declaração da

Federação Internacional das Associações de Bibliotecários – IFLA, de 29 de março

de 1999, que conclama os bibliotecários a “garantirem e facilitarem o acesso a todas

as manifestações do conhecimento e da atividade intelectual, a adquirirem,

preservarem e tornarem acessíveis a mais ampla variedade de materiais que reflitam

a pluralidade e a diversidade da sociedade”.

Dessa forma, a participação da biblioteca e do bibliotecário são elementos

essenciais na promoção da acessibilidade. Pois a todos, devem ser proporcionado

igualdade de condições para a construção de ambientes acessíveis.

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Mas, deve-se ressaltar que o desejo, o comprometimento ético-profissional, a

criatividade, dentre outras características do bibliotecário não são o bastante para

que sejam construidos espaços acessíveis em IES e nas bibliotecas universitárias,

onde eles atuam. É preciso, ir mais além. É essencial que muitos profissionais de

diversas áreas de atuação nas IES e bibliotecas universitárias, como: bibliotecários,

docentes, discentes, funcionários, diretores, reitores dentre outros, estejam

envolvidos e almejem os mesmos objetivos na promoção de ações que promovam

acessibilidade para que, de fato, essas ações acessíveis se tornem realidades.

Diante do que foi analisado, sugerimos como proposta pedagógica que seja

inserida na estrutura curricular dessas IES disciplinas que abordem os assuntos

seguintes: Braille, acessibilidade, leis, normas técnicas etc., que vão contrubuir para

que seus discentes possam atuar no processo da promoção da acessibilidade.

Outra sugestão, seria que fossem elaborados mais trabalhos acadêmicos

referentes à temática acessibilidade, uma vez que, este tema apresenta um amplo

universo a ser explorado, e que buscassem responder a questões como: Quanto da

nossa política institucional apresenta de barreiras programáticas? Qual o nível de

barreiras atitudinais encontramos nos profissionais bibliotecários? Será que o

Ministério de Educação e Cultura (MEC) avalia a questão da acessibilidade em

bibliotecas universitárias ou somente se o acervo destas atendem as demandas das

bibliografias básicas dos cursos oferecidos pelas IES?

Estas são algumas das inquietações suscitadas ao final deste estudo, apesar

dele ter contribuído de forma significativa para o aprendizado da autora no que diz

respeito à temática da acessibilidade.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

QUESTIONÁRIO

O presente questionário visa instrumentalizar a pesquisa de campo para

elaboração de monografia de conclusão do curso de Biblioteconomia da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, intitulada Acessibilidade em

bibliotecas universitárias: o caso potiguar.

1. IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO:

1.1 Sexo: Masculino ( ) Sexo Feminino ( )

1.2 Grau de instrução:

Graduação ( ) - Qual instituição?______________________________

Especialização ( ) - Qual instituição?____________________________

Mestrado ( ) - Qual instituição? _______________________________

Doutorado ( ) - Qual instituição? ______________________________

Pós-Doutorado ( ) Qual instituição? ___________________________

1.3 Atuação profissional

Categoria da empresa em que trabalha: Pública ( ) Privada( )

Tempo de serviço na instituição: ________________________________

Tempo de serviço como gestora: _______________________________

1.4 Na sua formação profissional, você foi reparado(a) para lidar com usuários com Necessidades Educacionais Especiais (NEE)?

( ) Sim ( ) Não

1.5 Durante sua atuação profissional sentiu a necessidade de capacitar-se para atender usuários com NEE?

APÊNDICE A – Questionário

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2. QUESTÕES

2.1 Nesta Instituição de Ensino possuem alunos com NEE?

( ) Sim ( ) Não

2.2 Em caso afirmativo, quais as deficiências mais recorrentes:

( ) Visual

( ) Auditiva

( ) Física

( ) Outra. Qual?__________________________________________

2.3 As Bibliotecas destas Intituição de Ensino tem recebido usuários com NEE?

( ) Sim ( )Não

2.4 A instituição tem promovido cursos de capacitação com a equipe que trabalha na biblioteca, voltados para a temática: “atendimento de usuários com NEE”?

( ) Sim ( ) Não

Caso afirmativo, quais cursos?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

_______________________________________________________

2.5 Existem profissionais na biblioteca com domínio da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)? ( ) Sim ( ) Não

2.6 Das Tecnologias Assistivas relacionadas abaixo, quais delas são oferecidas pela

biblioteca aos usuários com NEE?

( ) Dispositivos apontadores alternativos;

( ) Teclados alternativos;

( ) Ponteiras de cabeça;

( ) Sistemas para entrada de voz (speech recognition);

( ) Ampliadores de tela;

( ) Leitores de tela com síntese de voz;

( ) Linhas Braille;

( ) Impressoras Braille;

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( ) Software especializados para produção de material em Braille;

( ) Outra. Qual? ____________________________________________

2.7 Com relação aos deficientes físicos, a biblioteca dispõe de:

( ) Reserva de vagas em estacionamentos nas proximidades da biblioteca;

( ) Existe rampas com corrimãos;

( ) Elevadores;

( ) Portas e banheiros adaptados com espaço suficiente para o acesso de cadeira

de rodas;

( ) Instalação de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos

usuários cadeirantes;

( ) Balção de atendimento adequado ao cadeirante.

2.8 Com relação aos deficientes visuais, a biblioteca dispõe de:

( ) Máquina de datilografia Braille;

( ) Impressora Braille acoplada a computador;

( ) Sistema de síntese de voz;

( ) Gravador e fotocopiadora que amplie textos;

( ) Plano de aquisição gradual de acervo bibliográfico em formato variados,

como:CDs, MP3, dentre outros ;

( ) Solfware de ampliação de tela;

( ) Equipamentos para ampliação de textos como: lupas, réguas de leitura para

atendimento de alunos com baixa visão;

( ) Scanner acoplado a computador;

( ) Plano de aquisição gradual de acervo bibliográfico dos conteúdos básicos em

Braille.

2.9 Com relação aos deficientes auditivos, a biblioteca dispõe de:

( ) Aprendizado da língua portuguesa, principalmente na modalidade escrita, para o

uso de vocabulário pertinente às matérias do curso em que o estudante estiver

matriculado;

( ) Intérpretes de língua de sinais/língua portuguesa, quando necessário. No caso

por exemplo, de realização de avaliações ou na revisão de conteúdos;

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( ) Flexibilidade na correção das provas escritas, valorizando o conteúdo semântico;

( ) Material de informação aos professores para que se esclareça a especificidade

linguística dos deficientes auditivos

2.10 Na sua concepção, quais as dificuldades enfrentadas pela gestão para

promover acessibilidade?

( ) Falta de pessoal capacitado;

( ) Falta de recursos financeiros para projetos de adequação arquitetônica ;

( ) Falta de equipamentos;

( ) Outro. Qual?____________________________________________