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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE MÚSICA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA
MIGDAEL FERNANDES DE SOUZA
ATUAÇÃO DO PROFESSOR SUBSTITUTO NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE MÚSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: reflexões, relatos e experiência
NATAL-RN 2019
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MIGDAEL FERNANDES DE SOUZA
ATUAÇÃO DO PROFESSOR SUBSTITUTO NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE MÚSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: reflexões, relatos e experiência
Monografia apresentada ao curso de licenciatura em Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para a obtenção do título de Licenciado em Música. Orientador: Prof. Dra. Tamar Genz Gaulke.
NATAL-RN
2019
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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Pe. Jaime Diniz - Escola de Música -
EMUFRN
Souza, Migdael Fernandes de.
Atuação do Professor Substituto no Ensino-aprendizagem de
música na Educação Básica: reflexões, relatos e experiência / Migdael Fernandes de Souza. - Natal, 2019.
67 f.: il.
Monografia (graduação) - Escola de Música, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019.
Orientador: Prof. Dr. Tamar Genz Gaulke.
1. Música - Formação de professores - TCC. 2. Professor de
Música - Relatos de experiência - TCC. 3. Música - Educação
básica - TCC. 4. Música - Instrução e estudo - TCC. I. Gaulke,
Tamar Genz. II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 78:37-051
Elaborado por SARA SUNARIA DE ALMEIDA SILVA XAVIER - CRB-15/572
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MIGDAEL FERNANDES DE SOUZA
ATUAÇÃO DO PROFESSOR SUBSTITUTO NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE
MÚSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: reflexões, relatos e experiência
Monografia apresentada ao curso de licenciatura em Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para a obtenção do título de Licenciado em Música.
Aprovada em: ___/___/___
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________________________ PROF. DRA. TAMAR GENZ GAULKE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ORIENTADORA
_________________________________________________________ PROF. DRA. VALERIA LAZARO DE CARVALHO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE MEMBRO DA BANCA
_________________________________________________________ PROF. MS. JOSÉ SIMIÃO SEVERO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE MEMBRO DA BANCA
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Dedico este trabalho a minha esposa Marília Gabriela, meus Filhos Benjamin
Adriel e Lívia Beatriz, ao meus pais Luis Carlos e Risomeires Fernandes pelo apoio
desde o resultado da minha aprovação na graduação, em todo o tempo que estive na
academia sempre me apoiaram em todos os âmbitos.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente, minha eterna gratidão a Deus o autor da minha vida, por haver
proporcionado a realização de um sonho, que era cursar a graduação em Música.
À querida Prof. Dra. Tamar Genz Gaulke, por sua generosa e enriquecedora
contribuição nas orientações deste trabalho monográfico. Foi uma pessoa muito
importante para a realização dessa conquista em minha vida.
À Escola de Música da UFRN, em meu ingresso na mesma, aonde me
proporcionou um local agradável para o meu aprendizado.
Aos professores e colegas pela harmoniosa convivência durante os estudos
na graduação.
E por fim, os eventos, os congressos em que participei durante minha estadia
na graduação e os programas de extensão que tive o privilégio de participar e que me
ajudaram a enriquecer educacionalmente minha formação, que foram: Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID); Projeto Esperança Viva (em
que promove inclusão musical para pessoas com deficiência); Projeto de pesquisa de
iniciação científica (PIBIC); Grupo de Estudos e Pesquisa em Música (GRUMUS).
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“Pois a sabedoria entrará no teu coração,
e o conhecimento será aprazível à tua
alma”.
(PROVÉRBIOS, 2:10).
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RESUMO
Este trabalho apresenta um relato de experiência de um professor substituto de
música em duas escolas da Educação Básica, em Natal – RN e Parnamirim – RN. A
aula de música apresentava uma proposta voltada para o ensino coletivo do
instrumento (violão), em turmas com alunos do Ensino Fundamental I, II e Ensino
Médio. O estudo relatado tem como objetivo refletir sobre a atuação do professor
substituto na prática do ensino-aprendizagem de Música em sala de aula na Educação
Básica. Especificamente, refletir sobre suas impressões na condição de docente
substituto na escola, resoluções de situações em momentos delicados durante a
atuação docente, relatar as contribuições por sua experiência como professor
substituto de Música em escolas da Educação Básica. Também são descritas as
reações e indagações dos alunos ao receberem um professor substituto na sala de
aula, o ensino-aprendizagem de Música por meio do ensino de violão, e a busca por
adaptações e resoluções para proporcionar aulas agradáveis e produtivas. É
apresentada uma avaliação das práticas em decorrência do trabalho desenvolvido na
escola, os impactos proporcionados através das aulas na sala das mais diferentes
turmas. Conclui-se este trabalho, passando através do “olhar” e entendimento do
docente substituto na educação básica, as relações construídas em decorrência da
experiência desenvolvida durante a atuação nas escolas.
Palavras-chave: Professor substituto; Reflexões na educação musical; Educação
básica; Professor de Música.
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ABSTRACT
This paper presents an experience report of a substitute teacher of music in two
elementary schools in Natal - RN and Parnamirim - RN. The music class presented a
proposal focused on the collective teaching of the instrument (guitar), in classes with
Elementary School students I, II and High School. The reported study aims to reflect
on the performance of the substitute teacher in the teaching-learning practice of Music
in the classroom in Basic Education. Specifically, reflect on his impressions as
substitute teacher in the school, resolutions of situations in delicate moments during
the teaching performance, report the contributions for his experience as substitute
teacher of Music in schools of Basic Education. Also described are the reactions and
inquiries of the students when receiving a substitute teacher in the classroom, the
teaching and learning of Music through the teaching of guitar, and the search for
adaptations and resolutions to provide pleasant and productive classes. An evaluation
of the practices as a result of the work developed in the school is presented, the
impacts provided through the classes in the room of the most different classes. This
work is concluded, passing through the "look" and understanding of the substitute
teacher in basic education, the relations built as a result of the experience developed
during the performance in the schools.
Keywords: Substitute teacher; Reflections on musical education; Basic education;
Music teacher.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CEI – Centro de Educação Integrada
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
RN - Rio Grande do Norte
PCN - PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS
PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
IIAA - Instituto Infantil de Alfabetização e Artes
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SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.............................................................................................
11
2 DOCENTE SUBSTITUTO ........................................................................... 15
3
3.1
3.2
3.3
3.4
3.5
3.6
3.7
PRIMEIRAS IMPRESSÕES COMO PROFESSOR SUBSTITUTO ............
Caracterização das Escolas......................................................................
Sobre as turmas.........................................................................................
Fundamentação teórica das aulas ..........................................................
Sobre os planos de aula ...........................................................................
Orientações do professor efetivo sobre as turmas ...............................
Os primeiros encontros com as turmas..................................................
Reflexões e incentivos a prosseguir com os estudos ..........................
23
23
25
26
28
28
29
30
4
4.1
4.2
MOMENTOS DELICADOS PARA O PROFESSOR SUBSTITUTO ...........
O comparativo dos professores ..............................................................
Reações de alunos durante o aprendizado ............................................
33
33
34
5
5.1
5.2
6
ÚLTIMOS MOMENTOS COMO PROPFESSOR SUBSTITUTO ...............
Momentos finais ........................................................................................
Avaliação ..................................................................................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................
REFERÊNCIAS...........................................................................................
ANEXO .......................................................................................................
37
37
38
43
46
48
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1 INTRODUÇÃO
Proponho neste trabalho, apresentar um relato de experiência de minhas
práticas como professor substituto de música em duas escolas da Educação Básica,
CEI (Centro de Educação Integrada) Mirassol em Natal - RN e CEI Zona Sul em
Parnamirim – RN. A aula de música apresentava uma proposta voltado para o ensino
coletivo do instrumento (violão), em turmas com alunos do Ensino Fundamental I, II e
Ensino Médio. O estudo relatado tem como objetivo refletir sobre a atuação do
professor substituo na prática do ensino-aprendizagem de Música em sala de aula na
Educação Básica. Especificamente, refletir sobre suas impressões na condição de
docente substituto na escola, resoluções de situações em momentos delicados
durante a atuação docente, relatar as contribuições por sua experiência como
professor substituto de Música em escolas da Educação Básica.
Expondo relatos, reflexões e experiências que possam ajudar a contribuir para
outros professores que pretendem entender um pouco da visão e atuação de um
professor substituto, além de proporcionar contribuições até mesmo para quem vai ou
está atuando como professor substituto na educação musical. É um relato para
professores que terão o primeiro contato com uma turma que passou um bom tempo
com determinado professor, e em seguida foi substituído por outro professor, embora
seja a mesma disciplina.
São encontrados inúmeros trabalhos sobre professor substituo e em sua
maioria, como será exposto mais à frente, trata sobre docentes substitutos em
universidades, lugar onde é comum encontrar esses profissionais. Dos trabalhos
encontrados, em que revisei três deles (VIANA, 2016; LIMA; LIMA, 2017; PASSOS,
2014), observei que, tratam a respeito das condições de trabalho ou saúde ou de
ambas temáticas sobre esses profissionais docentes. Não consegui encontrar
trabalhos que visam tratar sobre a atuação do professor substituto e quanto ao seu
desenvolvimento na educação básica. Então, pesquisei uma relação que se
aproximasse à temática do professor substituto de Música na Educação Básica, fiz a
relação com o termo: professor de Música iniciante na Educação Básica. No entanto,
foram encontrados muitos trabalhos, porém destaquei alguns deles para minha
monografia (GAULKE, 2012; SILVA, 2012; SANTOS, 2014), como será exposto mais
à frente. Tendo em vista essa temática do professor substituto de Música, achei
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interessante e importante, desenvolver um trabalho que tratasse sobre esse assunto.
Desenvolvi esse trabalho de conclusão de curso, tratando sobre à minha atuação
como professor substituto em escolas da educação básica.
Outro fator que me motivou a escrever este trabalho foi em decorrência do
encontro de estágios realizado na universidade em que faço parte como aluno do
curso de Licenciatura em Música. Então, escolhi a turma do Ensino Médio para
apresentar no evento onde contei um pouco dessa experiência que vivenciei em sala
de aula, atuando como professor de música no ensino básico. Ao me apresentar,
percebi, através do diálogo durante o evento, que minhas ações foram de certa forma
relevante frente à turma em que fui professor. Uma das professoras que estava no
encontro me indagou com a seguinte pergunta – por que você não escreve sobre isso?
-, isso me fez refletir um pouco para relatar tal experiência. Dentre outras ações
ocorridas durante o tempo em que atuei como professor, pensei que realmente seria
interessante e relevante escrever sobre essa vivência e experiência obtida em sala de
aula do ensino de música na educação básica através do “olhar” de um professor
substituto.
Compreendo que esse trabalho pode ser importante, por destacar nele as
primeiras impressões que possivelmente são encontradas em sala de aula junto aos
alunos ao serem desenvolvidas as aulas. Sobre como se deu o processo de se
adaptar, buscando a resolução de problemas, e, de conquistar a simpatia dos alunos
para conseguir aulas produtivas e satisfatórias com as turmas.
Além de ressaltar a importância da ética durante todo o tempo de atuação na
substituição de um professor para com os seus alunos. Descrevo aqui essas e outras
temáticas que acredito serem interessantes para o leitor que pretende obter uma ideia
de como foi a atuação de um professor substituto de música na educação básica, e
de como foi a reação das turmas durante o período em que passei atuando como
professor deles.
Descreverei e refletirei sobre as reações e comportamentos que alguns alunos
demonstraram quando receberam em suas salas de aula um professor substituto, as
comparações a que alguns alunos expõem o professor efetivo e o substituto,
momentos em que o(a) aluno(a) começa a chorar durante a aula ou mesmo demonstra
sentir falta do professor que está sendo substituído. Reflexões para resolver
determinados casos particulares que apareceram durante minha atuação, a
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preocupação com a ética junto ao respeito para realizar um bom trabalho na instituição
onde atuei durante o período determinado para suprir a ausência do professor efetivo.
Apresento nestes relatos obtidos no decorrer de algumas aulas, momentos de
situações delicadas, em que foi necessária uma boa reflexão e diálogo para a
resolução destas situações que surgiram no desenvolvimento das aulas, obtendo
assim à confiança dos alunos, para prosseguir com aulas agradáveis e produtivas.
Como descreve Freire:
Se a fé nos homens é um dado a priori do diálogo, a confiança se instaura com ele. A confiança vai fazendo os sujeitos dialógicos cada vez mais companheiros na pronúncia do mundo. [...] A confiança implica no testemunho que um sujeito dá aos outros de suas reais e concretas intenções. [...] Finalmente, não há o diálogo verdadeiro se não há nos seus sujeitos um pensar verdadeiro (FREIRE, 1987, p. 82).
Observando a importância dos diálogos e reflexões desenvolvidas durante
minha regência nas aulas, achei importante elencar algumas delas e inserir neste
trabalho monográfico, como será exposto com detalhes nos tópicos deste trabalho.
Apresento ainda à forma como elaborei os planos de aula, seus desenvolvimentos e
adequações para proporcionar um bom ensino-aprendizagem da música de forma
produtiva e satisfatória.
São expostas aqui as formas com que fui conquistando a confiança e o carisma
dos alunos no decorrer das aulas, desenvolvendo aulas com bons resultados afim de
não saturar a convivência com os alunos, propondo conteúdo que, provavelmente,
tornasse as aulas “monótonas”, mas ao contrário, me preocupando em proporcionar
aulas com bons rendimentos. Falarei sobre o bom relacionamento com a coordenação
da escola e com os servidores que contribuíram para o desenvolvimento das aulas.
Em seguida, relato as contribuições que proporcionaram essas experiências
como professor substituto para minha formação como discente da graduação. Será
exposto uma autoavaliação das minhas práticas em decorrência do meu trabalho na
escola, os impactos proporcionados no ensino-aprendizagem de música nas salas de
aulas das mais diferentes turmas.
Nos últimos momentos, coloco como foi a experiência desenvolvidas por minha
atuação e as práticas reflexivas nos encontros finais. Além de trazer um feedback dos
alunos e da coordenadora da escola em que atuei como professor substituto, e, como
essa experiência me impactou.
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Enfim, concluo o trabalho passando meu “olhar” e meu entendimento como
docente substituto de Música em escolas da Educação Básica, as relações
construídas em decorrência da experiência obtida na minha atuação, as contribuições
para minha formação académica e a contribuição desses relatos de experiência para
outros professores leitores deste trabalho.
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2 DOCENTE SUBSTITUTO
Para a revisão de literatura, foram realizadas várias buscas e pesquisas sobre
trabalhos de monografias no repositório da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN), além de outros trabalhos e artigos disponíveis em anais e revistas de
eventos, em que houvesse uma relação com a proposta desta monografia, visando
comparar essas relações, para se assemelhar ou diferenciar dos estudos propostos.
Utilizarei para revisar a literatura, uma abordagem de diálogo entre o trabalho dos
autores com o meu, relacionando em forma de conversas/discursos suas propostas
e com as minhas no intuito de fluir um desenvolver propício ao entender e
compreender tais relações com meu trabalho de conclusão de curso.
As correlações com o termo professor substituto foram muitas, mas de
professor substituto na educação básica não foi possível encontrar trabalhos, apenas
sobre professores substitutos em universidades. Além disso, as propostas dos
trabalhos que revisei não se enquadravam muito com minha proposta, pois em sua
maioria traziam a preocupação em tratar as reflexões das condições de trabalho, as
condições de saúde, precarização, restrição de algumas atividades etc.. No entanto,
três destes trabalhos me chamaram atenção, embora que, esses trabalhos não se
tratavam da atuação do docente em sala de aula, mas pelo fato de descrever a relação
sobre o termo docente substituto.
O primeiro trabalho é a Monografia de Viana (2016), com o tema: “Eu sou
apenas uma pessoa passageira, eu vou embora”: condições de trabalho dos docentes
substitutos do DESSO/UFRN. Esse trabalho é uma pesquisa de abordagem
qualitativa, acompanhado de entrevistas semi-estruturadas com docentes substitutas,
além de pesquisa bibliográfica. O que primeiro me chamou atenção foi o título do
trabalho e que, particularmente, provoca algumas reflexões ao escrever – “Eu sou
uma pessoa passageira -, e reforça após a vírgula – eu vou embora” -. É uma das
sensações que era quase impossível não pensar todos os dias no tempo em que atuei
como professor substituto. Quando, a cada dia que passava, crescia o afeto que era
conquistado em sala de aula com os alunos, mas o pensamento constante era de que
a cada dia estava se aproximando minha partida. Porém, em todo o tempo que passei
atuando em sala, sempre me preocupei em trazer uma boa aula com bons resultados,
mesmo sabendo que eram dias contados, não me fez pensar em não me dedicar nas
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ministrações das aulas. Pelo contrário, um dos meus pensamentos voltava-se aos
resultados para que, quando o professor que eu substituía voltasse de sua licença,
observasse o desenvolvimento dos alunos no tempo que passei atuando e que eles
passassem suas impressões ao meu respeito. O trabalho de conclusão de curso de
Viana (2016) é bem interessante, mas como o restante do título informa - condições
de trabalho dos docentes substitutos do DESSO/UFRN – não traz relações com minha
proposta. Pode-se ainda observar pelo objetivo do trabalho:
Tem como objetivo, compreender as transformações no mundo do trabalho, identificar e analisar as condições em que se efetiva o fazer profissional do professor substituto, além de, analisar os possíveis processos de adoecimento do docente universitário (VIANA, 2016, p. 8).
Os objetivos propostos por Viana se distanciam muito dos meus para este
trabalho de monografia, que propõem outros caminhos para estudo visando à
atuação do professor substituto na prática docente na educação básica.
Outro trabalho revisado foi o artigo de Lima e Lima (2017) com o tema: A
precarização do trabalho docente no contexto da universidade operacional e suas
inflexões na condição do professor substituto. Semelhante ao trabalho apresentado
anteriormente, trata das condições de trabalho desses professores substitutos, como
mostra em sua introdução:
Este texto faz parte dos estudos que vêm sendo desenvolvidos no Doutorado em Serviço Social na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e tem como objetivo entender as nuances que envolvem o trabalho docente e as interfaces da precarização do trabalho na condição dos professores substitutos das universidades públicas no Brasil (LIMA; LIMA, 2017, p. 86).
É um trabalho bastante interessante e preocupante também, pois não só este,
mas sim, muitos trabalhos relacionam o professor substituto com suas más
condições de trabalho, questão que devemos refletir e buscar resoluções aos
professores que atuam como substitutos na rede de ensino superior. As autoras
reforçam esse contexto nas conclusões:
[...] este texto contém mais inquietações do que respostas; inquietações que – esperamos – conduzam a um repensar crítico da problemática aqui tratada e a novos estudos que apontem alternativas ou, pelo menos, um horizonte a seguir num contexto tão nebuloso como este que estamos vivenciando (LIMA; LIMA, 2017, p. 96).
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Espera-se que esses estudos e inquietações possam ajudar a refletir sobre o
que vem ocorrendo com esses profissionais em algumas universidades. Diferente do
meu caso, minhas condições de trabalho no período em que atuei como professor
substituto na rede básica de ensino, foram boas, eu tive os mesmos direitos e
condições de trabalho do cargo do professor em que eu fui o substituto.
Outro trabalho semelhante ao anterior é o artigo de Passos (2014) com o tema:
O Trabalho do professor substituto na FSS/UERJ: limites e impasses frente à
precarização. Mais um estudo relacionado às condições de trabalho dos docentes
substitutos em universidades, como escreve a autora:
Tal realidade demonstra que a precarização do trabalho docente é resultante das mudanças do mundo do trabalho e da reestruturação produtiva, estando articuladas as novas configurações, que tem sido cada vez mais desregulamentada e caracterizada pela negação dos direitos trabalhistas, intensificação da jornada de trabalho, redução de salários e demais formas de exploração impostas (PASSOS, 2014, p. 346).
Segundo a autora, subentende-se que as principais causas desses impasses
encontrados, têm relações com as leis e regimentos relacionados com o governo. Ela
ainda escreve que é um compromisso ético-político da categoria profissional lutar pelo
fim de toda forma de exploração existente, por mais obscura que ela possa parecer.
Refletir e debater sobre as condições de trabalho desse profissional é o início da construção de possibilidades para enfrentarmos os impactos causados pela flexibilização e precarização do trabalho docente, já que, atinge-se não apenas o profissional, mas todo o corpo discente, o corpo docente, o projeto ético-político e as diretrizes curriculares da ABEPSS (PASSOS, 2014, p. 353).
Observei que esses trabalhos referenciados, são estudos importantes
relacionados às condições de trabalho de docentes substitutos no ensino superior.
Porém, como já coloquei, minha proposta para esta monografia tem finalidades
diferentes e objetivos que envolvem outra relação para o professor substituto, os quais
visam à atuação em sala de aula, mostrando o seu desenvolvimento durante a prática
docente na educação básica. É um estudo diferente em relação às propostas dos
textos elencados como revisão de literatura para o termo de professor substituto.
Portanto, como já mencionei, achei necessário realizar uma nova revisão de
literatura com o termo de busca: professores de música iniciante na educação básica.
Pelo fato de o docente substituto ser, de certa forma, um iniciante naquela sala de
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aula onde irá atuar. A pesquisa desta relação, se aproximou mais com minha proposta
deste trabalho monográfico, pois tratava justamente da atuação do professor de
música iniciante, porém não havia alguma relação com o termo docente substituto.
O primeiro artigo relacionado foi de Gaulke (2012) com o tema: Aprender a
ensinar música na educação básica: Um estudo a partir de narrativas de professores
de música da educação básica. O trabalho de Gaulke se aproxima mais da realidade
do trabalho que venho propondo para esta monografia, e reflete bem o contexto no
qual transcorrem as minhas práticas, o que se pode observar no que a autora escreve
no seu artigo, que é um trabalho de mestrado em andamento:
A pesquisa pretende gerar dados que possibilitem a compreensão da construção da docência de música na escola de educação básica, que permitam abrir a “caixa preta” da docência e compreender, especificamente, as dimensões envolvidas na atuação do professor iniciante (GAULKE, 2012, p. 594).
A semelhança com minha proposta é bastante perceptível, pois irei expor de
fato minha atuação como docente na educação básica, porém numa perspectiva de
professor substituto, em que abre a possibilidade de outros olhares para o docente
iniciante na educação básica. Um dos pontos que me chamou atenção foi que, apenas
a formação da graduação não é suficiente para ser um professor, mas a atuação na
prática docente permitirá a idealização do ser professor, como descreveu Gaulke:
Percebi que a formação acadêmica inicial é, como o próprio termo indica, uma etapa da construção/aprendizagem da docência, importante, mas não suficiente, pois somente a formação não basta para ser professor (GAULKE, 2012, p. 596).
É uma afirmação bastante retórica, pois é perceptível que, a experiência
vivenciada na prática docente, te leva a um novo aprendizado constante, pois há
várias possibilidades em que a turma reage ao ensino-aprendizagem desenvolvido
em aula. O que é algo pouco discutido no curso de Licenciatura em Música: como
trabalhar determinado assunto com os alunos? – ou – que atitude tomar, quando um
aluno reage ou não absorve determinado assunto por meio de sua didática? Esses e
outros questionamentos, muitas vezes, há a necessidade de desenvolver na prática,
em que a graduação não consegue abarcar toda essa preocupação. Gaulke escreveu
em seu trabalho:
19
A aprendizagem da docência traduz-se numa construção constante no aprender na/da prática na escola, na situação de sala de aula e da interação com pessoas. É construída por meio da relação professor-aluno a qual ocorre em uma determinada sala de aula, de uma determinada escola, que segue uma política própria, possui recursos, tempos e espaços específicos, com determinados alunos (GAULKE, 2012, p. 598,).
Essa relação entre professor-aluno durante a prática do ensino-aprendizagem
em sala de aula faz com que a experiência vivenciada nessa relação produza o
compartilhar da troca de saberes. O que proporciona ao professor compreender e
interpretar os meios e formas para desenvolver esse ensino-aprendizagem com os
alunos, surgindo assim aulas significativas e produtivas com os alunos em sala de
aula. Como Gaulke descreveu:
O processo de construção do sujeito ocorrerá na sucessão de tempo, prática e reflexão, não necessariamente de modo consciente, mas que, através das
experiências, interligue-se como sujeito ao seu jeito. Em outras palavras, um
processo em que o aprendente torna-se um sujeito com suas individualidades, sua história, seus modos de ser, pensar e agir, próprios do seu jeito de ser docente. (GAULKE, 2012. p. 599).
Sendo assim, cabe a cada docente se conscientizar de que pode até ser
portador de determinado conhecimento, porém a forma como irá compartilhar esse
conhecimento é de fundamental importância, principalmente, para professores
iniciantes ou professores substitutos iniciantes em uma escola. O reconhecimento
desse fator é bastante relevante para a compreensão de possíveis situações em que
cabe ao professor interpretar e buscar meios necessários para que possam fluir suas
aulas. E, baseado nas falas dos professores iniciantes em música, Gaulke (2012), em
seu trabalho, chega à seguinte conclusão:
O professor deixa transparecer a importância da prática em sala de aula para o vir a ser professor. Na prática em sala de aula, no momento em que você está sendo professor de música é que você está aprendendo a ser professor (GAULKE, 2012. p. 603).
Foi perceptível esse mesmo questionamento sobre “aprender a ser professor
na prática em sala de aula” durante a vivência que eu tive em sala de aula. Eu já havia
ministrado aulas de música em outra escola, porém a realidade dos alunos era
bastante diferente e coube-me, como professor deles, renovar-me no meu
20
conhecimento e, assim, transmitir de forma que os alunos pudessem realmente
compreender o que foi proposto durante o ensino-aprendizagem de música em sala
de aula. Pois cada turma, mais especificamente, cada aluno tem suas concepções
diferentes, e o processo do desenvolver prático dessas aulas, possivelmente,
proporcionará ao professor conhecer a forma como lidar com cada situação que possa
ocorrer, e isso é conquistado através da experiência vivenciada durante as aulas.
Outro trabalho revisado foi o artigo de Silva (2012) com o tema: Música na
educação básica: desafios e possibilidades de/na formação de professores não
especializados. Esse é um trabalho bastante relevante em que o autor, inicialmente,
comenta sobre a lei nº 11.769, sancionada em 18 de agosto de 2008, que trata da
música como conteúdo obrigatório na matriz curricular de todas as instituições de
Educação Básica. O autor escreve sobre os docentes que ingressarão a uma nova
realidade do ensino da música na educação básica frente a lei que ele citou. O autor
descreve métodos de dois autores, H. J. Koellreutter e de Teca Alencar de Brito, no
intuito de elencar propostas e metodologias para o professor de música que irá iniciar
na educação básica, além de reflexões que possam contribuir na prática docente em
sala de aula.
O trabalho busca tratar dos objetivos que acreditamos que devam estar claros na preparação de tal profissional, bem como pretende promover a reflexão acerca das possibilidades de procedimentos e recursos metodológicos que o mesmo tem a possibilidade de lançar mão a fim de realizar a prática musical escolar de maneira significativa (SILVA, 2012, p. 1).
Estar preparado para as aulas, com um bom plano de aula, é fundamental para
o professor que iniciará o ensino-aprendizagem de música em sala de aula, os estudos
e abordagens de trabalhos e autores relacionados ao ensino de música contribuíram
bastante para o desenvolvimento das aulas. O trabalho de Silva (2012) também traz
uma reflexão voltada para a atuação da antiga formação do professor polivalente de
artes, onde muitos deles terão que trabalhar nas instituições de ensino regular sem a
especialização da área especifica, para que esses professores obtenham condições
e recursos para trabalhar os conteúdos musicais de maneira significativa. Em suas
considerações finais, o autor conclui que:
[...] o professor de música não especializado, a partir de estudos e pesquisas, mesmo sem ter anos de formação especifica na área, tem a possibilidade de, num nível básico, promover uma prática musical escolar significativa, afim de
21
que o aluno tenha o primeiro contato com a música de maneira positiva (SILVA, 2012, p. 1).
O preparo e a capacitação para o professor iniciante estar à frente no ensino
em sala de aula são inevitáveis, desde o seu planejamento até os prováveis “planos:
a, b, c etc.”. É recomendado que o docente se prepare bem para então promover aulas
produtivas. Portanto, Silva (2012), em seu estudo, buscou tratar a respeito do
professor de música não especializado que iniciaria em um trabalho na escola, mas
não se sentia totalmente capacitado por sua formação. O autor argumenta que o
estudo de autores e didáticas musicais poderiam contribuir para o professor iniciante
obter uma preparação coerente e eficaz nas aulas de música na rede de ensino
regular.
Outro trabalho revisado foi o artigo de Santos (2014) com o tema: Uma proposta
de ensino de violão para alunos iniciantes. O trabalho de Santos traz algumas
semelhanças com o meu devido à ferramenta utilizada para trabalhar a música: o
violão. O autor trata de sua experiência na atuação do ensino de violão através do
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), que não deixa de
ser a atuação do professor iniciante. A proposta do autor se distancia dos padrões
tradicionais de ensino de conservatórios.
O que se pretende, com este trabalho, [...]: evidenciar a importância de um fazer musical com prazer e para isso faz se necessário à utilização de variados estilos considerando o gosto que cada aluno possui, sem a pretensão aqui, de averiguar questões sociais ou clarificar essas inclinações para determinadas categorias estilísticas de música (SANTOS, 2014, p. 1).
Em seu trabalho o autor explica que o aluno demonstra mais interesse para o
estudo quando são trabalhados com eles os estilos musicais de seus próprios
interesses. Isso foi bastante perceptível durante a minha atuação em sala de aula,
onde na minha primeira aula me preocupei em conhecer artistas e músicas que os
alunos gostavam, fazendo um levantamento, e, baseado no gosto musical de cada
um, fui desenvolvendo os planos de aulas de acordo com o que interessava à turma,
tornando as aulas mais interessantes. Da mesma forma descreve Santos:
[...] certamente cria uma expectativa que exige do professor uma prática de ensino, no mínimo, cativante, estimulante, motivadora e contextualizada, tendo em vista a obtenção de um aprendizado agradável e um resultado satisfatório tanto para o aluno quanto para o professor (SANTOS, 2014, p. 1).
22
O autor destaca ainda que não é muito relevante iniciar com os alunos pelos
métodos de progressão erudita, pelo fato de não ser próximo à cultura dos mesmos,
e possa vir a promover possíveis evasões por não possuírem familiaridade com o
contexto. O autor traz alguns relatos de suas aulas e expõe alguns resultados positivos
decorrentes da metodologia abordada por ele em sala de aula. Então, chega à
seguinte conclusão:
Com a inclusão das canções que configuram as inclinações musicais desses estudantes, criamos o primeiro contato com o instrumento, formando assim uma ligação entre eles. Posteriormente, à medida que houver necessidade e consentimento do aluno, é possível adicionar conceitos mais técnicos, podendo também incluir métodos ou propostas tradicionais do ensino de violão (SANTOS, 2014, p. 6).
Ao despertar no aluno o interesse em aprender utilizando a troca de saberes,
envolvendo-o no ensino-aprendizagem de forma a alcançar os objetivos propostos
(como esse professor fez com sua turma), podemos observar o maior interesse dos
alunos em aprender. Já os assuntos mais complexos, o professor, junto com o aluno,
vai perceber a hora em que serão necessários para dar continuidade ao aprendizado.
23
3 PRIMEIRAS IMPRESSÕES COMO PROFESSOR SUBSTITUTO
Neste capítulo abordarei sobre as primeiras impressões como professor
substituto, caracterização da escola e das turmas em que atuei como docente, os
planos de aula, as relações e orientações passadas pelo professor efetivo, o contexto
pedagógico-musical, o meu planejamento para as aulas iniciais e abordagens para
com as turmas, algumas reflexões de incentivo nessa nova fase em que os alunos
trabalharam com um professor substituto e como foram as reações encontradas
durante esse processo.
3.1 Caracterização das Escolas
Identificação, Estrutura Física e Funcionamento da Escola:
O Centro de Educação Integrada (CEI) Zona Sul. Endereço: Av. Maria Lacerda
Montenegro, 260 - Nova Parnamirim, Parnamirim - RN, CEP: 59150-600. Os turnos
de funcionamento são: Matutinos e Vespertinos. Os níveis de ensino oferecidos são
Ensino: Infantil, Fundamental I e II e Médio. A média de alunos matriculados na escola
não foi informado.
O Centro de Educação Integrada Mais Ltda - CEI Mirassol. Rua Joaquim
Alves, 1844, Mirassol - Natal/RN - CEP 59077-010. Os turnos de funcionamento são:
Matutinos e Vespertinos. Os níveis de ensino oferecidos são Ensino: Infantil,
Fundamental I e II e Médio. A média de alunos matriculados na escola não foi
informado.
Segundo as informações obtidas através do website da escola:
As histórias do CEI Mirassol e Zona Sul se confundem com a vitoriosa vida da Professora Maria Célia Lopes de Andrade, no seu incansável trabalho na área de educação no nosso estado. Tudo começa em 1972, quando a Professora Maria Célia funda, como única sócia, o Instituto Infantil de Alfabetização e Artes, o IIAA. Com proposta inovadora e visando à formação integral, a professora tornou a arte uma parceira da educação, inserindo a música, a pintura, a dança e o teatro no seu projeto pedagógico, dirigindo às crianças de dois a seis anos de idade. (CEI, 2018).
Em 1982, com dez anos de funcionamento, [...]. Decidiu expandir a oferta do
IIAA (Instituto Infantil de Alfabetização e Artes), iniciando a implantação do 1º grau
[...]. O avanço da escolaridade provocou a revisão e ampliação curriculares, sendo
firmada a expressão “Ensinar a Pensar”.
24
O crescimento e a implantação do ensino médio foram fruto da metodologia que se tornara referência no ensino, dentro do estado. Em 1996, com a construção de um moderno e espaçoso prédio, onde estavam contemplados, conjunto de salas, ginásio, parque aquático, laboratórios, biblioteca e outras áreas de apoio o CEI estava preparado para atender a essa nova demanda (CEI, 2018).
Em 2012, seguindo o espírito de grande educadora, foi criado o CEI Zona Sul,
para atender à forte demanda de pais e alunos no município de Parnamirim.
O contato com a filosofia do “Ensinar a Pensar”, método diferenciado de ensino, alicerçado no fazer democrático e implantado pela Professora Maria Célia ao longo de mais de 41 anos de trabalho. São mais de 4 décadas de inquestionável vida produtiva, especialmente ligada à educação, contribuindo para a formação de profissionais e cidadãos conscientes, autônomos e fomentadores de uma sociedade mais justa e mais humana. Muitos de nossos alunos já ocupam cargos de destaque na vida social, política e empresarial do nosso estado e país (CEI, 2018).
•Contexto pedagógico-musical:
Segundo as informações obtidas da web site da escola: No CEI Mirassol e Zona
Sul, é trabalhado na educação o Ensinar a Pensar: princípio pedagógico do fazer
democrático e da construção do conhecimento.
Buscando a perspectiva da formação integrada desde a sua origem, o trabalho pedagógico feito pelo CEI Mirassol e zona Sul se apoia numa matriz que articula o ensino à dimensão cultural. No plano mais filosófico, um princípio básico norteia a ação pedagógica do CEI Mirassol e Zona Sul – Ensinar a Pensar. Articulados a este princípio, encontram-se dois outros, que lhe dão suporte e significado: o fazer democrático e a construção do conhecimento, sem os quais não se realiza a autonomia intelectual dos alunos. O pensar que nos parece apenas um processo natural, não o é, no sentido da qualidade do pensamento complexo e articulado frente às necessidades da contextualização e interdisciplinaridade. Podemos, pela metodologia utilizada, potencializar o processo para que o aluno crie seus próprios conceitos, estabeleça relações, surpreenda professores, entendendo-se que a velha fórmula – transmitir conteúdo para o aluno apenas reproduzir? são uma didática que já não tem vez no processo formativo da atualidade (CEI, 2018).
Interessa à escola, o pensamento relacional e problematizador da realidade,
para que o aluno faça a leitura do mundo e tenha subsídios teórico-práticos para nele
atuar.
Este tipo de pensamento avança desde o nível mais elementar da simples reprodução do saber, para a construção de significados mais complexos, num processo de reorganização mental para assimilação e interpretação dos conteúdos escolares. As aprendizagens serão mais significativas, na medida
25
em que estabeleçam relações entre o saber escolar e parcelas da realidade que os alunos já conhecem dentro das possibilidades sempre crescentes da observação, reflexão e informações que possui. Esta ocorrência de aprendizagem – ensino – nova aprendizagem é uma situação comunicativa de alunos e professores que garanti as conexões entre atividades mentais e significados socioculturais expressos na realidade social e nos conteúdos escolares. É uma dinâmica que requer posturas democráticas, não só do ponto de vista do fazer da sala de aula, como também da própria organização escolar (CEI, 2018).
As aulas de música do CEI Mirassol são realizadas quatro dias por semana
(segunda, quarta, quinta e sexta), no CEI Zona Sul é uma aula semanal (terça-feira)
e o plano é feito por semana. A sala de aula é uma sala específica para Artes, tendo
dois violões para o professor e os alunos, geralmente, levam os seus instrumentos.
3.2 Sobre as turmas
• Quanto aos alunos(as) CEI Mirassol:
segunda-feira quarta-feira quinta-feira sexta-feira são
1ª turma 12:15 às
13:15; com três
alunos
1ª turma 12:15 às
13:15 com três
alunos
1ª turma 12:15 às
13:15; com quatro
alunos
2ª turma 13:15 às
14:15; com três
alunos
2ª turma 13:15 às
14:15; com três
alunos
1ª turma das 13:00
as 14:00; com três
alunos
2ª turma 13:15 às
14:15; com dois
alunos
3ª turma 17:00 às
18:00; com três
alunos
3ª turma 14:15 às
15:15; com um
aluno
3ª turma 14:15 às
15:15; com um
aluno
4ª turma 18:15 às
19:15; com três
alunos
4ª turma 18:15 às
19:15; com três
alunos
2ª turma das 18:15
às 19:15; com três
alunos
4ª turma 18:15 às
19:15 com três
alunos
Fonte: Própria (2018)
• Quanto aos alunos(as) CEI Zona Sul:
26
Terça-feira
1ª turma das 13:00 às
14:00; com dois alunos
2ª turma das 14:00 às
15:00; com um aluno
Fonte: Própria (2018)
3.3 Fundamentação teórica das aulas
Para as aulas, baseei-me no que é proposto nos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN) (BRASIL, 1998) de Artes, terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental, com foco específico sobre Artes/Música. Além de assuntos e conteúdos
proposto pelos PCN, para trabalhar a música em sala de aula, buscando, também,
conceitos para um bom relacionamento de professor e aluno através do ensino-
aprendizagem da música e aspectos para aulas eficientes e gratificantes despertando
a busca pelo conhecimento nos alunos.
Busquei abarcar, como o próprio PCN sobre Artes/música propõe,
questionamentos sobre as influências da música e o que ela proporciona para a
profunda modificação no comportamento e pensamento, na vida, no gosto dos
adolescentes e jovens na sociedade onde vivem: “[...] como são os hábitos musicais
dos jovens? Como está se formando o gosto musical do adolescente/jovem? Muitas
vezes o som que ele ouve está associado ao volume alto, a fatos de sua vida”.
(BRASIL, 1998, p. 79).
Foi pensando nestes questionamentos sobre os hábitos musicais que eu
propus elaborar minhas aulas de Música no Ensino Fundamental, buscando as
preferências e gostos musicais, trabalhando com os alunos a música de forma a
despertar neles o “pensar” junto com o interesse em aprender. Busquei desenvolver
nos alunos a educação musical com base nos seus conhecimentos, fluindo o
aprendizado diferenciado do “erudito”, sem perder a essência do saber e do ensino-
aprendizagem: “Uma educação musical que parta do conhecimento e das
experiências que o jovem traz de seu cotidiano, de seu meio sociocultural e que saiba
contribuir para a humanização de seus alunos” (BRASIL, 1998, p. 79).
27
A troca de conhecimento e experiências entre professor e aluno proporcionam
o ensino-aprendizagem da Música, desenvolvendo sensações que as músicas
possibilitam ao ser humano, além da aprendizagem por meio do gosto musical e das
vivências cotidianas. Procurando assim fazer e aprender artes/música de forma que
sejam felizes em estudar e buscar o conhecimento através do ensino-aprendizagem
da música em sala de aula.
Elenco a seguir alguns objetivos propostos pelos PCN a que me propus
desenvolver junto com os alunos em sala de aula:
Alcançar progressivo desenvolvimento musical, rítmico, melódico,
harmônico, nos processos de improvisar, compor, interpretar e apreciar.
Fazer uso de formas de registro sonoro, não convencionais, na grafia e
leitura de produções musicais próprias ou de outros, utilizando algum
instrumento musical, vozes e/ou sons.
Interpretar e apreciar músicas do próprio meio sociocultural e as nacionais
e internacionais, que fazem parte do conhecimento musical.
Valorizar as diversas culturas musicais, especialmente as brasileiras,
estabelecendo relações entre a música produzida na escola.
Discutir e refletir sobre as preferências musicais e influências do contexto
sociocultural, conhecendo usos e funções da música.
Foi com base nesses objetivos que desenvolvi minhas aulas no Ensino
Fundamental e Médio. E os conteúdos propostos para as aulas foram:
*Ensino do Instrumento;
*Canto acompanhado do instrumento;
*Performance e prática em conjunto;
*Apreciação musical;
*Percepção musical;
*Ritmo e andamento;
*Composição, Arranjo e improviso;
*Elementos teóricos como: Leitura harmônica de cifras, ritornelo etc.
28
3.4 Sobre os planos de aula
Fonte: Própria (2018)
3.5 Orientações do professor efetivo sobre as turmas
Antes de iniciar meu trabalho na escola, primeiramente me encontrei com o
professor que eu estaria substituindo (o mesmo precisou ser afastado do trabalho
após sofrer um acidente que o impossibilitou de atuar, precisando de repouso total
para sua recuperação). Esse professor era meu colega da graduação, o que facilitou
a indicação do meu nome para a coordenadora da escola. A preocupação da escola
era que as turmas estavam na metade do segundo semestre do ano letivo, e não era
interessante ficar esse tempo sem um professor. Ao me encontrar com o professor da
Data das
aulas
Temáticas desenvolvidas
17 a 21 /09
Um momento para me apresentar e conhecer os alunos, observar o que eles já sabem e o que eles entendem na música. Entender as preferências musicais dos alunos.
24 a 28 /09
Baseado nas preferências musicais dos alunos, trabalhar a apreciação de uma música escolhida, trabalhando o ritmo, o canto e o acompanhamento da música.
01 a 05 /10
Dar continuidade ao que foi realizado na aula anterior, trabalhando também a performance.
08 a 12 /10
Após trabalhar a performance, realizar uma prática em conjunto e fazer uma gravação para analisar o desenvolvimento e, se for preciso, corrigir alguns erros.
15 a 20 /10
Trabalhar um repertório de música popular nacional e internacional. Conhecer um pouco da história de cada canção como também do artista ou intérprete da música
22 a 26 /10
Baseado no repertório de música popular nacional e internacional, trabalhar o canto, o instrumento, ritmos, gênero musical entre outros elementos da música.
29/10 a 02/11
Foi proposta uma composição de uma música instrumental. Selecionei um campo harmônico na tonalidade de Ré maior.
05 a 09 /11
Proposto uma percepção instrumental da música da escola, logo após os alunos aprenderão a música da escola onde estudam, o “CEI”.
12 a 16 /11
Trabalhar o conceito básico de Harmonia e Melodia. Ensinar a melodia da música: Parabéns para você.
19 a 23 /11
Uma breve revisão de tudo que foi trabalhado nos encontros anteriores, e um “Feedback” dos alunos a respeito das nossas aulas de música.
29
escola, ele me passou a lista das turmas e contou um pouco de como funciona o
ensino-aprendizagem de música voltado para o ensino do instrumento (violão) na
escola. Falou um pouco sobre cada aluno para eu ter uma ideia de como seriam as
turmas, destacou que, por se tratar de uma disciplina optativa na escola, eram turmas
com número reduzido de alunos, tendo ao máximo quatro alunos por sala.
Esse encontro foi muito importante para mim na condição de professor
substituto que iniciará em uma turma de música em andamento. Pude me preparar
para não fugir muito do que era proposto nas aulas, pelo fato da escola não possuir
um programa/plano estabelecido para o funcionamento e o ensino de música na
instituição.
3.6 Os primeiros encontros com as turmas
Mesmo apresentado às turmas informalmente pelo professor titular, achei
necessário conhecer um pouco mais de cada aluno por meio de suas próprias
palavras (supondo que “as vezes” as impressões do professor da turma são formadas
por ele, e o aluno talvez passe um outro tipo de comportamento ao ingressar um novo
professor na sala). Então, primeiro planejei para conhecer cada um formulando um
questionário, visando entender um pouco de cada aluno e seu contato com a música.
No encontro inicial, me apresentei aos alunos e identifiquei minha formação em
andamento na Escola de Música da UFRN, em seguida os alunos se apresentaram.
Após conhecer cada aluno, fiz um levantamento por meio de um questionário, com
perguntas, como: a) há quanto tempo possui a vivência com a música; b) quais suas
preferências e gosto musical; b) peças que já tocam; c) nível de escolaridade.
Os resultados foram bem interessantes, algumas turmas eram mistas, no
sentido de que alguns já faziam as aulas há certo tempo e outros ingressaram
recentemente nas aulas de música. Além de algumas turmas que possuíam alunos
de escolaridades diferentes, por exemplo: alunos do Fundamental I junto com alunos
do Fundamental II. Isso foi um dos “desafios” encontrados, principalmente, pelo fato
do comportamento e pensamentos de cada faixa-etária de alunos ser diferente. Sem
dúvida foi o grande diferencial, adaptar as aulas com as idades variadas dos alunos.
Em alguns momentos eram colocadas atividades diferentes na mesma sala, em outros
momentos eram trabalhadas as atividades iguais para todos os alunos da turma.
30
Como quase toda turma de música, os gostos musicais foram dos mais
diversos possíveis, os mais citados foram de músicas populares dos gêneros:
Sertanejo; Pop; Rock; Funk; e Internacional. Como descreveu Santos (2014),
trabalhar o ensino-aprendizagem da música com os alunos de acordo com suas
inclinações musicais, contribui para aulas com um interesse maior para o estudo. A
aceitação foi bastante perceptível durante as aulas, ao trabalhar com eles músicas e
artistas com que eles se identificavam. Porém, no decorrer das aulas, fui
apresentando outros gêneros musicais que não faziam parte do interesse deles, e
muitos foram demonstrando o interesse por outros estilos musicais que não
pertenciam ao seu próprio gosto, percebendo que esses também eram interessantes
para aprender e tocar.
Outro fator preponderante nas aulas iniciais foi a execução de peças que os
alunos já tocam. Nesse ponto, foi observado algo já previsto pelo professor da escola
quando me falou um pouco de sua didática aplicada com aos alunos iniciantes, da
utilização de acordes com a forma “incompleta”, ou melhor dizendo, o uso de outros
acordes visando uma execução prévia, para posteriormente facilitar a execução do
desenho completo no braço do instrumento. Por exemplo: nos acordes de “Dó maior”
era substituído por “Dó maior com 7ª Maior” (onde eram utilizados apenas dois dedos
para execução desse acorde). Como ilustram as imagens abaixo:
Figura 1 – Acordes C7M C (dó)
Fonte: MINI DICIONÁRIO DOS ACORDES MAIS USADOS NO VIOLÃO (BARCELLOS, 2013).
Trabalhar com os alunos a adaptação das formas completa dos acordes, foi
uma das tarefas que o professor titular me solicitou. Foi observado também que os
alunos liam a cifra, porém não conheciam os seus significados, por exemplo: uma cifra
em “D” eles não sabiam se era “Dó” ou “Ré”. Portanto, foram trabalhados com os
alunos esses fatores, para que eles entendessem esses significados da
representação em cifras dos acordes para o violão.
31
3.7 Reflexões e incentivos a prosseguir com os estudos
Um dos pontos mais delicados que encontrei durante o início das aulas com as
turmas foi a questão do recital em que todos participavam ao final do ano letivo da
escola. O recital no final do ano letivo foi algo que não fui autorizado a realizar, pelo
fato de que exigia muitos “protocolos” que eram autorizados e executados apenas
pelo professor titular. Surgiram então as indagações dos alunos: “não vai haver
recital?” “então para que vamos aprender as músicas?” “mas eu dediquei tanto a
aprender a música que ia tocar”. Essas, dentre outras questões, foram desafiantes
para eu conseguir incentivar as turmas para não desistir das aulas.
A primeira sugestão para solucionar o problema do recital com a turma foi uma
apresentação durante o intervalo das aulas, porém o professor que estava afastado
me orientou a não fazer, pelo fato que ele já havia realizado esse tipo de apresentação
várias vezes e não fluíram como o esperado em nenhum dos casos. Haveria a
necessidade de montar uma estrutura de som e equipamento, e a principal razão de
não dar certo era o fato de que os demais alunos não prestavam a atenção necessária
na apresentação, proporcionando ao aluno que se apresentava certo
constrangimento.
A segunda sugestão para tentar resolver essa questão do recital foi realizar
uma apresentação simples nas aulas de outras disciplinas, nas turmas frequentadas
pelos alunos de violão. Assim, eu solicitaria ao(à) professor(a) da turma alguns
“minutinhos” do tempo da aula para o(a) aluno(a) se apresentar (esse tipo de
apresentação já havia sido feita pelo professor efetivo em outra época e o mesmo me
orientou a realizar novamente), porém, ao conversar com a coordenadora da escola,
ela me orientou a não realizar esse tipo de atividade em razão da escola estar
passando por um tempo de preparação para as provas.
Refleti um pouco sobre o assunto do recital analisando minhas limitações como
professor substituto, então, cheguei a seguinte proposta: conversei com o professor
efetivo e sugeri a possibilidade da realização de dois recitais no ano seguinte quando
ele voltasse para escola, sendo um ao fim do primeiro semestre e outro no final do
segundo semestre. O professor efetivo acatou a sugestão. Passei a informação à
turma e reforcei a importância de estudarem e se prepararem bem nesse ano para
que eles possam estar aptos e capacitados para realizar uma boa apresentação no
32
próximo recital. Também expliquei e refleti com as turmas sobre o fato de que as aulas
de música vão mais além de “um recital”. Ressaltei o que a “práxis” musical representa
para o seu aprendizado e que a comunicação inserida na música, em colaboração à
“palavra”, faz abrir consciência quanto aos comportamentos, às sensações que ela
desperta em cada um que a executa, aprecia, pratica etc. Como pensa Freire ao
descrever:
A palavra, como comportamento humano, significante do mundo, não designa apenas as coisas, transforma-as; não é só pensamento, é “práxis”. [...] A palavra abre a consciência para o mundo comum das consciências, em diálogo, portanto. [...] a expressão do mundo consubstancia-se em elaboração do mundo e a comunicação em colaboração (FREIRE, 1987, p. 19).
Essas reflexões incentivaram os alunos a continuarem nos estudos, e, assim,
consegui ministrar aulas bastante gratificantes durante esse tempo com as turmas da
escola, mudando um pouco da rotina de estudos deles, onde alguns demonstravam
certa “tensão” devido ao se dedicarem apenas ao preparo para o recital. Alguns
falavam que só estudavam e tocavam uma única música para o recital, enquanto
outros ficaram aliviados porque não se sentiam muito à vontade para realizar uma
apresentação em público. Além disso, outros se mostraram bastante feliz em ter mais
tempo para estudar a peça para a apresentação e entusiasmados por haver dois
recitais no ano seguinte, motivando-os a praticar mais o estudo da música no
instrumento.
33
4 MOMENTOS DELICADOS PARA O PROFESSOR SUBSTITUTO
Neste capítulo, tratarei de algumas experiências sobre momentos de situações
delicadas, desafios e reflexões desenvolvidas durante a ministração de algumas aulas
como professor substituto. Relatarei sobre meu comportamento nessas determinadas
situações, nesses desafios, as reflexões que utilizei para procurar soluções e
resoluções. Enfim, desenvolver aulas que fluíssem no ensino-aprendizagem de
Música para buscar os resultados esperados dentro da sala de aula com os alunos e
a escola.
4.1 O comparativo entre os professores
Acredito que a comparação que alguns alunos levantam em sala de aula, entre
a atuação do professor substituto com a do professor efetivo da escola deve ser algo
bem comum. Podendo ser de forma direta ou indireta, provavelmente isso vai ocorrer
em algum momento. Percebo principalmente com os alunos do fundamental I, onde
esses casos, para mim, parecem acontecer com mais frequência.
Alguns desses momentos de comparação eu presenciei de forma indireta,
como no caso de uma aluna que durante uma aula em que eu pedi para executar
determinada atividade falou discretamente – “Eu queria o professor” -, (talvez ela
tivesse uma aproximação com o professor efetivo que a deixasse mais à vontade). No
entanto, fui desenvolvendo, de certa forma, uma atenção maior para com essa aluna
em específico, elaborando estratégias para conseguir desenvolver um ensino que a
estimulasse a produzir um bom desempenho em sala de aula.
Uma das estratégias que fluíram para com a aluna em questão ocorreu em
algumas aulas em que trabalhamos a performance na execução com “descontração”
de músicas com o violão. Era feita uma gravação em forma de vídeo para eles verem
como estava o seu desenvolvimento no instrumento, tal como a postura, dentre outras
avaliações, então, eu falava que enviaria para o professor efetivo assistir. Isso fez com
que a aluna se “soltasse” mais durante as aulas ministradas, onde fui construindo uma
relação mais favorável, com interação e motivações para buscar um bom desempenho
prático. Eu dizia para ela que, ao retornar o professor efetivo, ele poderia observar o
34
quanto ela havia desenvolvido o seu aprendizado, e isso fazia com que ela tivesse
mais estímulo nas aulas.
Outra situação presenciada sobre comparação entre professores foi em forma
direta, em que em uma turma com duas alunas expressaram claramente – “Eu prefiro
você como professor” -, suas justificativas eram de que o professor exigia a elas
aprender uma única música para tocarem no recital. Em determinado momento elas
disseram – “Se o senhor for embora, a gente também vai sair das aulas”.
Como professor substituto, precisei velar muito pela ética no trabalho, e em
situações “delicadas”, como essas citadas anteriormente, foi preciso ter bastante
cautela. Subentende-se que a “expressão dessas alunas” era uma forma de carinho
para comigo, porém, o comportamento de querer sair das aulas ao retornar o professor
efetivo não era uma atitude interessante, e eu deveria reagir. Então, expliquei para
elas que o professor efetivo era um excelente professor e que o mesmo foi quem
iniciou o ensino-aprendizagem de Música com elas. Orientei para elas não desistirem
das aulas por esses motivos, e levantei algumas reflexões sobre a importância de elas
continuarem a aprender música com seus instrumentos, cantando e se divertindo ao
aprender.
Os comparativos entre o trabalho do professor substituto e o efetivo feito pelos
alunos pode ser quase inevitável de acontecer, contudo, cabe ao professor dispor um
bom caráter, respeito e agir com ética nessas situações, pois cada professor possui
suas características que são únicas. É importante refletir com os alunos que, não é
interessante esse comportamento de ficar comparando um professor com o outro.
Então, orientá-los para respeitar a forma com que cada um trabalha a Música com a
turma. Com relação à preferência pelo professor efetivo, cabe o substituto refletir que
ele está dando continuidade ao trabalho do outro professor e não está querendo
mostrar que é melhor que o outro, mas que está “dando” o seu melhor para aulas
produtivas e satisfatórias com os alunos em sala de aula.
4.2 Reações de alunos durante o aprendizado
Em uma determinada aula coletiva com os alunos, onde eu estava ensinando
uma melodia no violão, foi notória a alegria de muitos em aprender a primeira melodia.
Certo aluno chegou a dizer – “agora eu estou tocando música” -, pois ele acreditava
35
que o acompanhamento em acordes não era considerado “bem” uma música. Isso
porque o trabalhar inicial com os alunos, era voltado à ideia de que eles aprendessem
o acompanhamento em acordes e o professor ia acompanhando a música em “chord
melody”1. Portanto, o aluno tinha esse pensamento sobre a aula. No entanto, expliquei
e refleti com ele sobre a ideia de que os acordes também são música e resumi um
pouco da harmonia por trás dos acordes, mostrando alguns acordes dissonantes,
bastante utilizados no gênero da Bossa Nova. Então, ele compreendeu que os
acordes têm a mesma importância que a melodia na música.
Nessa mesma semana em que trabalhamos a construção de uma melodia, em
aula coletiva, uma determinada aluna estava com uma pequena dificuldade de
executar a melodia, e ao ver que seus colegas estavam conseguindo e ela não,
começou a chorar na aula. Eu, juntamente com os colegas da aluna que estava
chorando, pedi para ela se acalmar, e todos incentivamos ela dizendo que iria
conseguir também, da mesma forma que os demais estavam conseguindo,
esperaríamos ela acompanhar o mesmo desenvolvimento da turma. Uma das coisas
que achei muito interessante neste momento delicado da aluna enquanto ela chorava
por não estar conseguindo executar a melodia, foi o companheirismo dos colegas, a
turma toda ajudou a incentivar para que ela conseguisse executar a melodia. Ao
observar o esforço dela para aprender graças ao incentivo dos colegas, outro dia, ao
passar pela escola, ela chamou minha atenção e disse – “professor, eu consegui fazer
toda melodia em casa” -, o que me deixou muito gratificado, ver o resultado do esforço
e dedicação junto à perseverança no aprendizado.
Outra situação encontrada durante as aulas coletivas de música ocorreu no
momento em que foi proposto aos alunos, baseado no conhecimento sobre acordes,
compor uma música em conjunto. Eu apresentaria os acordes de um campo
harmônico2 e eles escreveriam doze compassos na fórmula de compasso quaternário.
Essa aula de composição foi um momento em que pareceu notória a felicidade dos
alunos em criar suas próprias músicas. Porém, houve uma situação delicada em
particular, uma aluna não quis compor junto com as outras colegas, ela queria estudar
1 Chord Melody é o nome que se dá a execução da melodia e do acompanhamento simultaneamente no violão ou na guitarra, seja em performance solo, ou em grupo (FARIA, 2019). 2 Campo harmônico [...] é o conjunto de acordes formado a partir das notas de uma determinada escala musical. Esses acordes são extraídos de uma das quatro escalas estruturais: a maior, a menor, a menor harmônica e a menor melódica. Também pode ser chamado de estrutura tonal visto que o desenvolvimento da harmonia está inteiramente ligado ao aparecimento e desenvolvimento do conceito de tonalidade (Campo harmônico, 2019).
36
bem separada das demais. Por mais que eu relutasse pedindo para ela participar junto
com as demais, nada adiantava, e ela não me falava o motivo. Para não pressionar
muito a aluna que não queria compor com as colegas, estudei com ela separadamente
as músicas que estava aprendendo. Ao final da aula, a mãe dessa aluna me abordou
e explicou que não queria que a filha ficasse próxima de determinada colega por
razões de “brincadeiras” que ocorriam por parte da determinada aluna. Então,
respeitei a decisão da mãe da aluna.
No entanto, ao longo do tempo fomos desenvolvendo outas atividades em sala
de aula, junto ao diálogo o episódio ocorrido entre as colegas foi sendo esquecido, e
aos poucos as próprias alunas foram se resolvendo e voltaram a se relacionar nas
aulas. Da forma em que descreve Freire:
A autossuficiência é incompatível com o diálogo. Os homens que não têm humildade ou a perdem, não podem aproximar-se do povo. [...] Não há também, diálogo, se não há uma intensa fé nos homens. Fé na sua vocação de ser mais, que não é privilégio de alguns eleitos, mas direito dos homens. [...] Ao fundar-se no amor, na humildade, na fé nos homens, o diálogo se faz uma relação horizontal, em que a confiança de um polo no outro é consequência óbvia (FREIRE, 1987, p. 81).
Tantos outros casos e situações que presenciei ocupariam muito espaço para
serem descritos, por isso, esses citados acima, foram os que decidi destacar dos
principais vivenciados. Abordei alguns casos a fim de proporcionar ao professor que,
possivelmente, for atuar como substituto, ou iniciar em uma turma de educação
musical, reflexões através de situações e casos que possam ocorrer de modo
semelhante na jornada como docente substituto na rede básica de ensino. Ou até
mesmo para quem já está atuando na área e deseja entender um pouco da atuação
de um professor substituto em sala de aula.
37
5 ÚLTIMOS MOMENTOS COMO PROPFESSOR SUBSTITUTO
Neste capítulo apresentarei algumas reflexões realizadas nos meus últimos
momentos como professor substituto da escola em que trabalhei. Registrar o que me
marcou e impressões deixadas e conquistadas com os alunos e a escola. Além disso,
tratarei sobre o aprendizado que impactou em minha pessoa como docente e ainda
discente da Graduação em Música e algumas avaliações sobre o tempo em que
lecionei na escola.
5.1 Momentos finais
Ao se aproximarem os últimos momentos como professor na escola com os
alunos, embora eu tenha convivido pouco tempo com as turmas, foi perceptível um
relacionamento amigável entre professor-aluno. Alguns alunos um pouco tímidos, mas
a maioria se mostrara mais aberto com relação ao meu trabalho realizado com eles.
Um dos fatos que me impactou, foi em uma determinada turma onde havia um
aluno que gostava muito de uma banda de rock internacional. Então, levei uma
guitarra e uma pedaleira de efeitos para esse aluno sentir essa sensação do gênero
rock. Os solos de guitarra através do efeito da “distorção” fizeram com que os olhos
dele “brilhassem”. Esse aluno, apresentou um bom potencial com a guitarra elétrica.
Essa oportunidade que proporcionei para ele tocar a música da banda preferida com
a semelhança mais próxima do original o “marcou” de alguma forma, acredito que ele
sempre vai lembrar dessa sensação de tocar a guitarra elétrica na aula pela primeira
vez.
A boa relação e o afeto conquistado com os alunos foram bastante perceptíveis,
inclusive ao passar pelos corredores da escola e observar um(a) aluno(a) me chamar
“olá professor”, ou ir ao meu encontro e me abraçar. Um sentimento que acredito que
impactou de alguma forma criando um tipo de “ligação” entre professor-aluno, e que
o ensino-aprendizagem de música desenvolvido com os alunos foi a “ponte” que fez
essa ligação se idealizar. Mesmo na condição de docente substituto, essa boa
impressão marcada nos alunos durante as aulas ficará, de certa forma, eternizada em
suas mentes, pois foi através do que realizamos juntos em sala de aula que tornou
esses acontecimentos possíveis, um ensino-aprendizagem que impactaram.
38
Nas últimas semanas de aula com as turmas fui conversando com os alunos a
respeito das impressões que eles obtiveram em relação às aulas e ao tempo em que
atuei com eles (um “feedback” das aulas ministradas). As respostas foram em geral
bem semelhantes, destacando, principalmente: aulas gratificantes; satisfatórias;
produtivas; em que gostaram da minha atuação; gostaram das coisas novas; compor;
tocar melodias etc. Foi perceptível, para mim, uma sensação de “dever cumprido” pelo
fato de os alunos gostarem do trabalho e do bom resultado das aulas. Tive a mesma
impressão de satisfação quando o professor efetivo retornou para a escola e as turmas
deram o mesmo respaldo a ele.
Para o último encontro, confeccionei uma pequena e simples lembrança para
os alunos e a coordenação da escola. Uma caixinha escrito o slogan do CEI
(#ESSEÉOMEUCEI)3, o nome da disciplina Música junto a imagem de um violão, com
um chocolate no interior da caixa. Foi uma forma carinhosa de agradecer a cada um
por me receber e me tratar muito bem, da mesma forma que era tratado o outro
professor. Do mesmo modo, a coordenadora da escola que me proporcionou um total
apoio no meu trabalho e mantivemos um bom relacionamento durante toda a minha
convivência na escola, me agradeceu pelo trabalho realizado por esse tempo atuando
como professor substituto, proporcionado sempre uma relação harmoniosa.
5.2 Avaliação
Das aulas:
Avalio as aulas ministradas como agradáveis e produtivas em seus
desenvolvimentos, quanto ao relacionamento professor-aluno e o ensino-
aprendizagem da música em sala de aula. Sempre me preocupei em desenvolver os
planos e atividades conforme fosse capaz, para assim atender às necessidades do
ensino da música com o instrumento (violão) para com os alunos, buscando no aluno
o interesse para o conhecimento, o despertar para a aprendizagem e o pensar. Como
descreve Freire:
A tendência, então, do educador-educando como dos educandos-educadores é estabelecerem uma forma autêntica de pensar e atuar. Pensar-se a si mesmos e ao mundo, simultaneamente, sem dicotomizar este pensar da ação. A educação problematizadora se faz, assim, um esforço permanente através do qual os homens vão percebendo, criticamente, como estão sendo no mundo com que e em que se acham (FREIRE, 1987, p. 72).
3 Mais detalhe, ver anexo p. 48 Imagem 9: Caixinha da lembrança de encerramento da disciplina.
39
A liberdade em construir meu próprio plano de aula foi um fator que me ajudou
muito para esse trabalho ser concretizado, em que, baseado nos anseios dos alunos
e na busca em desenvolver o pensar criativo, busquei planejar e desenvolver aulas
que impactassem os alunos de alguma forma. Procurei desenvolver nos alunos a
criatividade, trabalhando a criação, composição, percepção, o improviso etc. como foi
proposto pelo PCN. Esses pequenos detalhes, principalmente o despertar nos alunos
a criatividade, foi um grande diferencial nas práticas em sala de aula como professor
substituto. Estimular o potencial dos alunos e incentivá-los alegando que são capazes
de realizar determinada atividade proposta a eles.
Foi bastante gratificante poder gerar nos alunos o pensar por meio de aulas
de música em que houvesse uma boa interação, observando um bom rendimento e
produtividade. Pude estar observando as reações das turmas ao trabalho realizado
com eles em cada aula que tivemos e perceber os pequenos detalhes e cuidados que
proporcionaram bons resultados nas aulas. Por meio disso tudo, foi perceptível um
“novo olhar” para a Educação Musical em cada um deles.
Dos alunos:
Os alunos se mostraram bastante entusiasmados com as aulas propostas,
sempre participativos, assimilando bem os conteúdos propostos, se divertiram
aprendendo, se mostraram dedicados e satisfeitos com as aulas realizadas. A boa
participação, a assiduidade nas aulas foram pontos importantes que observei nos
alunos. O bom comportamento dos alunos em geral nos nossos encontros foi bem
evidente, foram bastante atenciosos com as aulas e participativos no que era proposto
para ser trabalhado nos encontros. Grande parte dos alunos mostrava ter um estudo
prático das atividades que eram propostas para eles trabalharem em casa e
apresentar em aula. No entanto, havia também alguns alunos em que era visível, na
sua execução ao violão, que apenas pegavam no instrumento nas aulas, porém, eles
mostravam uma boa memória para lembrar-se das atividades.
Saber ouvir cada um dos alunos para um bom relacionamento professor-aluno
foi outro passo fundamental para o desenvolvimento das aulas, pois, para o professor
substituto, é interessante conhecer e entender os alunos de outro professor, pelo fato
de que possuíam outra dinâmica em suas aulas. Compreender cada aluno sem dúvida
é um passo muito importante, no entanto, busquei trabalhar algo semelhante ao que
o professor efetivo vinha propondo, porém com o meu jeito de trabalhar. Procurei
40
incluir algo diferenciado que pudesse sair um pouco da rotina e que proporcionasse
outros estímulos para o ensino-aprendizagem da música. Uma dessas situações foi
quando levei instrumentos de bandinha rítmica para as aulas e fizemos uma prática
de conjunto mais diferenciada e espontânea, conhecendo alguns desses instrumentos
e tocando junto com a turma. Além de outras situações, como a apreciação, a
percepção e outras situações já mencionadas nesse trabalho: composição,
improvisação etc.
Autoavaliação:
Posso afirmar que essa sensação nova de ser um professor na condição de
substituto foi uma experiência única, sempre buscando acertar e corrigir quando dava
um “passo” errado. Embora minha passagem como professor nas escolas era
temporária, que já estava com os dias contados desde minha entrada na escola, não
me ocasionou em nenhum momento impedimento de apresentar uma boa atuação
como professor ainda em formação. Pelo contrário, tomei essa condição de professor
substituto, temporário, como um tipo de estágio “para valer”, me preocupando todo o
tempo em desenvolver um excelente trabalho, que fosse capaz de “impactar”
positivamente nos alunos através do ensino-aprendizagem da Música.
Da mesma forma que o aprendizado obtido por meio de professores durante
meus estudos em minha formação acadêmica me “marcaram”, espero ter despertado
nos alunos que participaram do ensino-aprendizagem de Música durante o tempo em
que eu atuei na condição de professor substituto.
Minha atuação como professor substituto de música na educação básica é uma
experiência diferenciada de outros professores que são os primeiros professores de
uma turma, pois trabalhei com alunos de outro professor, em que há a preocupação
extra em “entregar a turma de volta” ao professor efetivo. Em boa parte do tempo
durante minha atuação na escola, conversava com o professor efetivo para discutir
ideias, apresentar o desenvolvimento da turma, tirar dúvidas e receber algumas
orientações. Esse contato com o professor efetivo também contribuiu para um bom
desenvolvimento das aulas.
Sempre busquei, durante minha regência na escola, trabalhar com ética e
respeito com as turmas de alunos pertencentes a outro professor, observando o que
os alunos já haviam aprendido com o professor efetivo para não
desconstruir/desfazer, mas, sim, aperfeiçoar o que eles já sabiam além de
41
proporcionar novas experiências e novos aprendizados. Essas reflexões que busquei
realizar durante a minha estadia na escola foram essenciais para o convívio com os
alunos.
O bom relacionamento com os outros funcionários também foi de grande
importância para minha atuação, e de igual modo os mesmos retribuíram a
generosidade. Houve um caso em especial em que fui grato pela preocupação e
atenção dos funcionários, pois na ocasião a sala de Música, por ser a mesma sala de
Artes Plásticas, encontrava-se impossibilitada de ser usada, havia muita tinta e cortes
de papel dificultando proceder com a aula de Música ali. Então, os funcionários
sempre providenciavam outra sala que estivesse desocupada e limpa para termos um
ambiente mais agradável para as aulas. A boa relação e convívio com esses
funcionários da escola também contribuiu para a realização de muitas aulas.
Em todo o tempo que atuei como professor substituto, aprendi muito sobre
como ser um professor. A prática me ensinou muito, pois por meio da atuação como
professor pude ir entendendo e analisando cada situação que presenciava, refletindo
e procurando soluções de questões ou ocasiões que necessitavam da intervenção de
um professor para serem resolvidas.
Achei interessante relatar aqui um fato que me ocorreu: Um certo dia, ao final
da aula na Escola de Música da UFRN, um colega da graduação me perguntou: - Eu
quero pagar a disciplina de estágio e atuar na escola básica, porém tenho um pouco
de “medo” em atuar na escola, pois, só ministrei aula do meu instrumento. Então eu
contei para ele um pouco da minha experiência durante minha atuação na escola, pois
entendo que cada estagiário é um “tipo” de professor substituto. A partir disso, orientei
ele a cursar a disciplina de estágio, não faltar as orientações do professor(a) da
disciplina de estágio, elaborar juntamente com ele(a) e a turma a sequência didática,
observar se a escola onde fosse atuar já possuía um plano para as aulas de Música,
e, se houvesse um plano da escola, era recomendado se basear por ele para não fugir
da proposta da escola.
Em relação à regência das aulas, que era o principal fator de receio do meu
colega, sugeri que praticasse na disciplina de estágio em sala de aula uma simulação
da aula que fosse ministrar na escola básica e ouvisse as sugestões de seu
professor(a) e da turma para que, no momento de sua atuação na escola, se
42
mostrasse mais seguro e confiante. Por fim, disse que acredito que com a prática em
sala de aula que vem a experiência.
Essa orientação que passei para meu colega foi a mesma orientação que
obtive para minha regência como professor de Música na escola de Educação Básica,
observando em cada aula o que precisava ser melhorado e aplicando isso nas aulas
seguintes, pois a cada aula não apenas ensinamos, mas também aprendemos.
43
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho monográfico teve como objetivo, refletir sobre a minha atuação
como professor substituto na prática do ensino de Música na Educação Básica.
Durante minha regência como professor substituto na escola CEI Mirassol e Zona
Sul, em turmas com alunos do Ensino Fundamental I, II e Ensino Médio. Apresentei
reflexões sobre o ensino-aprendizagem de Música voltado para o ensino coletivo de
violão. Descrevi alguns momentos e situações delicadas durante minha regência na
condição de professor substituto na escola, trouxe algumas reflexões, diálogos e
planos para resolução de situações e o cumprimento das expectativas de ministrar
aulas agradáveis com resultados positivos.
Neste trabalho discuto a respeito do termo professor substituto na revisão
bibliográfica revisando trabalhos que tratavam sobre essa temática para relacionar
com a minha monografia. Comentando as relações encontradas entre docente
substituo e os trabalhos revisados, foi possível perceber que os textos revisados
preocupavam-se em relatar as condições de trabalho ou saúde do professor
substituto e não sobre a atuação em si. Portanto, observei a necessidade de realizar
uma nova revisão de literatura com o termo de busca: professores de música
iniciantes na Educação Básica. A partir disso, foi possível aproximar mais o diálogo
com a literatura com a minha proposta para este trabalho monográfico, pois entendo
que o docente substituto é, de certa forma, um iniciante na sala de aula onde irá atuar,
como qualquer outro professor que atuaria pela primeira vez em uma turma.
Ao longo do trabalho, relatei as primeiras impressões como professor
substituto da escola onde atuei, especificamente sobre os alunos que reagiram bem
no convívio com um professor substituto. Apresentei os planos de aula pensados para
atender as necessidades dos alunos e as relações e orientações passadas pelo
professor efetivo, mais uma vez destaco que foram de grande importância no
desenvolvimento das aulas.
No desenvolvimento do texto, descrevi algumas reflexões sobre momentos
delicados durante a regência das aulas, mostrando como foram resolvidos. Em um
desses momentos destaco os comparativos feitos pelos alunos entre o trabalho do
professor substituto e o efetivo. Refleti sobre essas comparações chegando à
conclusão de que cabe ao professor dispor um bom caráter, respeito e agir com ética
44
nessas situações, pois cada professor possui suas características que são únicas.
Outro momento destacado foi de uma aluna que chorou em sala de aula porque não
estava conseguindo executar a atividade, mas os incentivos coletivos junto com a
turma motivaram a conseguir. Em outra situação uma das alunas não queria se
envolver nas atividades em conjunto, mas com reflexões e diálogo foi possível reatar
a amizade e o convívio harmonioso nas aulas.
Ao final do relato da minha experiência, comentei sobre meus momentos finais
na escola e sobre o relacionamento amigável entre professor-aluno que foi criado.
Trouxe o “feedback” apresentado pelos alunos em que descrevem: aulas
gratificantes; satisfatórias; produtivas; em que gostaram da minha atuação;
aprendemos coisas novas; compor música; tocar melodias etc. Foi perceptível para
mim uma sensação de “dever cumprido” pelo fato dos alunos gostarem do trabalho e
do bom resultado nas aulas.
Posso afirmar que a sensação de ser um professor substituto de Música na
Educação Básica é como estar em uma sala de aula “emprestada”, confiada a mim
pelo professor efetivo para realizar o trabalho dele enquanto fosse necessário. A partir
disso, foi possível realizar este trabalho monográfico, refletindo sobre a incumbência
a mim designada para dar continuidade ao seu trabalho na escola.
Na condição de professor substituto, possivelmente depararemos com algumas
situações um tanto adversas (como já foi mencionado nesse trabalho) que,
provavelmente, não encontraríamos em uma turma que recebe o primeiro professor
de uma determinada disciplina ou série. Cabe ao docente substituto desenvolver um
meio ou forma de superar alguma das possíveis situações que surjam e que dificultem
a progressão do seu trabalho, contornando-as para realizar um bom trabalho de
ensino-aprendizagem. Com o devido preparo e planejamento, é possível realizar um
bom trabalho nessa condição de docente substituto.
Sabemos que é uma estadia passageira, como mencionei anteriormente, foi
uma sensação de estar em uma sala de aula “emprestada”, pois chega o momento
em que preciso devolvê-la. No entanto, não devolver da mesma forma que recebeu,
mas entregar com os alunos avançados nos seus aprendizados da educação musical,
com uma sensação de dever cumprido. E que, assim, os alunos possam demonstrar
o seu desenvolvimento educacional, o pensar vivenciando nas práxis, por meio dos
45
encontros no período em que trabalhamos juntos professor-aluno nas aulas, como
pensa Freire ao descrever:
Críticos seremos, verdadeiros, se vivermos a plenitude da práxis. Isto é, se nossa ação involucra uma crítica reflexão que, organizando cada vez o pensar, nos leva a superar um conhecimento estritamente ingênuo da realidade. Este precisa alcançar um nível superior, com que os homens cheguem à razão da realidade (FREIRE, 1987, p. 128).
Sem sombra de dúvidas, são reflexões e experiências vivenciadas na atuação
do ensino-aprendizagem em salas de aula que complementam a minha formação
docente. Cada momento vivenciado na minha atuação na escola, em que destaquei
alguns deles neste trabalho, foi uma lição de aprendizado para minha formação como
graduando da Licenciatura em Música. Como mencionado anteriormente, foi uma
sensação de um estágio “para valer”, em decorrência, aprendi muito ensinando.
Espera-se que esse relato de experiência possa contribuir para professores
leitores deste trabalho entenderem um pouco do universo da atuação de um professor
substituto relatada a partir do seu “olhar”. Que os relatos, experiências e reflexões
abordadas e discutidas neste trabalho venham ajudar de alguma forma para a atuação
de outros professores que possam se deparar em situações semelhantes, ou mesmo
na condição de docente substituto de Música, iniciante em uma escola de Educação
Básica.
42
REFERÊNCIAS
BARCELLOS, Juarez. Mini dicionário dos acordes mais usados no violão: Portal
Licença Creative Commons . Disponível em <
https://juarezbarcellos.files.wordpress.com/2013/04/mini-dicionc3a1rio-dos-acordes-
mais-usados-no-violc3a3o1.pdf >. Acessado em: 08 de junho de 2019.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB: Lei 9394/96.
Diário Oficial da União, Brasília, p. 27833-27841, 23 dez. 1996.
______. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Artes. Fundamental.
Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.
______. Lei Federal 11.796/ 2008, de 18 de agosto de 2008. Altera a Lei
9.394/1996, de20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação,
para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino de música na educação básica. Diário
Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n. 159, p. 1, 19 ago. 2008.
FARIA, Nelson. Chord Melody: Portal fica a dica premium. Disponível em <
https://www.ficaadicapremium.com.br/course/chord-melody/ >. Acessado em: 08 de
junho de 2019.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
GAULKE, Tamar Genz. Aprender A Ensinar Música Na Educação Básica: Um
Estudo A Partir De Narrativas De Professores De Música Da Educação Básica. In:
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PÓS-GRADUANDOS EM MÚSICA, n.2., 2012, São
Paulo. Anais... Rio de Janeiro: SIMPOM, 2012. p. 1-9.
HARMÔNICO Campo. In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Wikimedia, 2019.
Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_harm%C3%B4nico >. Acesso
em: 08 de junho de 2019.
INTEGRADA, Centro de Educação. Informativos: Portal. Disponível em <
http://www.estudecei.com.br/newestudecei/ensino-fundamental-ii/ >. Acessado em:
22 de setembro de 2018.
LIMA, Daniele Gomes de; LIMA, Rita de Lourdes de. A precarização do trabalho
docente no contexto da universidade operacional e suas inflexões na condição do
professor substituto. Universidade e Sociedade / Sindicato Nacional dos Docentes
das Instituições de Ensino Superior, Ano XXVII, nº 60, ANDES-SN, 2017.
PASSOS, Rachel Gouveia. O trabalho do professor substituto na FSS/UERJ:
limites e impasses frente a precarização. IN: VELOSO, Renato et all. Trajetória da
43
Faculdade de Serviço Social da UERJ: 70 anos de história. EDUERJ, Rio de
Janeiro, 2014b.
SANTOS, João Vital de Araújo. Uma proposta de ensino de violão para alunos
iniciantes. In: XIII ENCONTRO REGIONAL CENTRO-OESTE DA ABEM, 2014,
Anais... Campo Grande: ABEM, 2014.
SILVA, Wander Lourenço da. Música Na Educação Básica: Desafios E
Possibilidades De Na Formação De Professores Não Especializados. REVISTA
ELETRÔNICA PRÓ-DOCÊNCIA. Londrina: UEL. Edição Nº. 2, Vol. 1, 2012.
VIANA, Gabriela Felix. “Eu sou apenas uma pessoa passageira, eu vou
embora”: condições de trabalho dos docentes substitutos do DESSO/UFRN. 2016.
81f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social), Departamento
de Serviço Social, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.
.
44
ANEXOS
Imagem 2: (Fundamental I) CEI Mirassol
Imagem 1: Frente do Prédio físico da escola CEI Mirassol. (Fundamental II e Médio).
Imagem 2: Frente do Prédio físico da escola CEI Mirassol. (Fundamental I).
45
Imagem 3: Sala da aula de Música (Fundamental I).
Imagem 4: Sala da aula de Música (Fundamental I).
46
Imagem 5: Frente do Prédio físico da escola CEI Zona Sul. (Fundamental I, II e
Médio).
Imagem 6: Sala da aula de Música CEI Zona Sul.
47
Imagem 7: Sala da aula de Música CEI Zona Sul.
Imagem 8: Sala da aula de Música CEI Zona Sul.
48
Imagem 9: Caixinha da lembrança de encerramento da disciplina.
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SEQUÊNCIA DIDÁTICA
TÍTULO A arte de tocar e cantar
PROFESSOR(A)
Migdael Fernandes de Souza TURMA E FAIXA ETÁRIA
Ensino Fundamental do Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol, com alunos de faixa etária de 8 a 14 anos.
TEMPO DE DURAÇÃO 10 semanas, sendo 1 aulas por semana na turma.
OBJETIVO GERAL
Trabalhar o ensino-aprendizagem da música observando os elementos da música e colocando na prática o que for trabalhado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Trabalhar o ensino do instrumento (violão) junto ao canto.
Apreciar músicas populares nacional e internacional.
Desenvolver a percepção e elementos básicos da música na prática do ensino.
CONTEÚDOS: Ensino do Instrumento; Canto acompanhado do instrumento; Performance e prática em conjunto; Apreciação musical; Percepção musical; Ritmo e andamento; Composição, Arranjo e improviso; Elementos teóricos como: Leitura harmônica de cifras, ritornelo, etc.
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METODOLOGIA 1º encontro
O primeiro encontro: será um momento para me apresentar e conhecer os alunos, observar o que eles já sabem e o que eles entendem na música, entender as preferências musicais dos alunos.
2º encontro Baseado nas preferências musicais dos alunos, trabalhar a apreciação de uma música escolhida, trabalhando o ritmo, o canto e o acompanhamento da música. 3º encontro Dar continuidade ao que foi realizado na aula anterior, trabalhando também a performance. 4º encontro Após trabalhar a performance, realizar uma prática em conjunto e fazer uma gravação para analisar o desenvolvimento e se preciso for corrigir alguns possíveis erros. 5º encontro Trabalhar um repertório de música popular nacional e internacional. Conhecendo um pouco da história de cada canção como também do artista ou interprete da música 6º encontro Baseado no repertório de música popular nacional e internacional, trabalhando o canto, o instrumento, ritmos, gênero musical entre outros elementos da música. 7º encontro Visto as músicas trabalhadas e a boa execução dos alunos, foi proposto uma composição de uma música instrumental. Selecionei um campo harmônico na tonalidade de Ré maior, coloquei 12 compassos para ela compor uma música. 8º encontro Proposto uma percepção instrumental da música da escola, logo a pós os alunos aprenderão a música da escola aonde estudam, “CEI MIRASSOL”. 9º encontro Trabalhamos o conceito básico de Harmonia e Melodia. Ensinamos a melodia da música: Parabéns para você. 10º encontro Uma breve revisão de tudo que foi trabalhado nos encontros anteriores, e um “Feedback” dos alunos a respeito das nossas aulas de música.
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RECURSOS Violão, celular com acesso à internet, lápis e papel.
AVALIAÇÃO
Os critérios para avaliação da turma será uma avaliação continua.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Artes. Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.
52
Planos de Aulas Centro de Educação Integrada Plano de Aula Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol. I Plano de Aula.
Data: 17 a 21 /09/2018
II. Dados de Identificação:
Escola: Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
Professor: Migdael Fernandes
Disciplina: Música
Turma: Ensino Fundamental
Período: 2018.2
III. Tema: A arte de tocar e cantar
IV. OBJETIVO GERAL
Trabalhar o ensino-aprendizagem da música observando os elementos da música e colocando na prática o que for trabalhado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Trabalhar o ensino do instrumento (violão) junto ao canto.
Apreciar músicas populares nacional e internacional.
Desenvolver a percepção e elementos básicos da música na prática do ensino.
V. CONTEÚDOS:
Ensino do Instrumento;
Canto acompanhado do instrumento; Performance e prática em conjunto;
VI. Desenvolvimento do tema:
Primeiro momento: dávamos as boas-vindas aos alunos, em seguida afinávamos o instrumento (violão).
Segundo momento: será um momento para me apresentar e conhecer os alunos, observar o que eles já sabem e o que eles entendem na música, entender as preferências musicais dos alunos.
Terceiro momento: No último momento pediremos para os alunos praticarem em casa o que havia aprendido na sala de aula, para que prospere o aprendizado dos alunos, em virtude que há apenas um encontro por semana.
VII. Recursos didáticos: Violão, Quadro branco, lápis, papel, smartphone, internet.
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VIII. Avaliação: Será uma avaliação continua, com a participação e frequência.
IX. Bibliografia: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Artes. Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.
Plano de Aula Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol. I Plano de Aula.
Data: 24 a 28 /09/2018
II. Dados de Identificação:
Escola: Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
Professor: Migdael Fernandes
Disciplina: Música
Turma: Ensino fundamental
Período: 2018.2
III. Tema: A arte de tocar e cantar
IV. OBJETIVO GERAL
Trabalhar o ensino-aprendizagem da música observando os elementos da música e colocando na prática o que for trabalhado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Trabalhar o ensino do instrumento (violão) junto ao canto.
Apreciar músicas populares nacional e internacional.
Desenvolver a percepção e elementos básicos da música na prática do ensino.
V. CONTEÚDOS:
Ensino do Instrumento;
Apreciação musical;
Percepção musical;
VI. Desenvolvimento do tema:
Primeiro momento: dávamos as boas-vindas aos alunos, em seguida afinávamos o instrumento (violão).
Segundo momento: Baseado nas preferências musicais dos alunos,
trabalhar a apreciação de uma música escolhida, trabalhando o ritmo, o canto
e o acompanhamento da música.
Terceiro momento: No último momento pediremos para os alunos praticarem em casa o que havia aprendido na sala de aula, para que prospere o aprendizado dos alunos, em virtude que há apenas um encontro por semana.
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VII. Recursos didáticos: Violão, Quadro branco, lápis, papel, smartphone, internet.
VIII. Avaliação: Será uma avaliação continua, com a participação e frequência.
Plano de Aula Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol I Plano de Aula.
Data: 01 a 05 /10/2018
II. Dados de Identificação:
Escola: Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
Professor: Migdael Fernandes
Disciplina: Música
Turma: Ensino Fundamental
Período: 2018.2
III. Tema: A arte de tocar e cantar
IV. OBJETIVO GERAL
Trabalhar o ensino-aprendizagem da música observando os elementos da música e colocando na prática o que for trabalhado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Trabalhar o ensino do instrumento (violão) junto ao canto.
Apreciar músicas populares nacional e internacional.
Desenvolver a percepção e elementos básicos da música na prática do ensino.
V. CONTEÚDOS:
Ensino do Instrumento;
Apreciação musical;
Percepção musical;
VI. Desenvolvimento do tema:
Primeiro momento: dávamos as boas-vindas aos alunos, em seguida afinávamos o instrumento (violão).
Segundo momento: Dar continuidade ao que foi realizado na aula anterior, trabalhando também a performance.
Terceiro momento: No último momento pediremos para os alunos praticarem em casa o que havia aprendido na sala de aula, para que prospere o aprendizado dos alunos, em virtude que há apenas um encontro por semana.
IX. Bibliografia: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Artes. Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.
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VII. Recursos didáticos: Violão, Quadro branco, lápis, papel, smartphone, internet.
VIII. Avaliação: Será uma avaliação continua, com a participação e frequência.
Plano de Aula Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol. I Plano de Aula.
Data: 08 a 12 /10/2018
II. Dados de Identificação:
Escola: Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
Professor: Migdael Fernandes
Disciplina: Música
Turma: Ensino Fundamental
Período: 2018.2
III. Tema: A arte de tocar e cantar
IV. OBJETIVO GERAL
Trabalhar o ensino-aprendizagem da música observando os elementos da música e colocando na prática o que for trabalhado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Trabalhar o ensino do instrumento (violão) junto ao canto.
Apreciar músicas populares nacional e internacional.
Desenvolver a percepção e elementos básicos da música na prática do ensino.
V. CONTEÚDOS:
Ensino do Instrumento;
Apreciação musical;
Percepção musical;
Ritmo e andamento;
VI. Desenvolvimento do tema:
Primeiro momento: dávamos as boas-vindas aos alunos, em seguida afinávamos o instrumento (violão).
IX. Bibliografia: SILVA JUNIOR, José Davison da. Prática de Ensino de Música. para Ensino Médio. Paraná: UFPR, 2015.
56
Segundo momento: Após trabalhar a performance, realizar uma prática em
conjunto e fazer uma gravação para analisar o desenvolvimento e se preciso
for corrigir alguns possíveis erros.
Terceiro momento: No último momento pediremos para os alunos praticarem em casa o que havia aprendido na sala de aula, para que prospere o aprendizado dos alunos, em virtude que há apenas um encontro por semana.
VII. Recursos didáticos: Violão, Quadro branco, lápis, papel, smartphone, internet.
VIII. Avaliação: Será uma avaliação continua, com a participação e frequência.
Plano de Aula Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol. I Plano de Aula.
Data: 15 a 20 /10/2018
II. Dados de Identificação:
Escola: Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
Professor: Migdael Fernandes
Disciplina: Música
Turma: 2ª Série Ensino Médio (Vespertino)
Período: 2018.2
III. Tema: A arte de tocar e cantar
IV. OBJETIVO GERAL
Trabalhar o ensino-aprendizagem da música observando os elementos da música e colocando na prática o que for trabalhado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Trabalhar o ensino do instrumento (violão) junto ao canto.
Apreciar músicas populares nacional e internacional.
Desenvolver a percepção e elementos básicos da música na prática do ensino.
V. CONTEÚDOS:
Ensino do Instrumento;
Apreciação musical;
Percepção musical;
Ritmo e andamento;
IX. Bibliografia: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Artes. Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.
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VI. Desenvolvimento do tema:
Primeiro momento: dávamos as boas-vindas aos alunos, em seguida afinávamos o instrumento (violão).
Segundo momento: Trabalhar um repertório de música popular nacional e internacional. Conhecendo um pouco da história de cada canção como também do artista ou interprete da música
Terceiro momento: No último momento pediremos para os alunos praticarem em casa o que havia aprendido na sala de aula, para que prospere o aprendizado dos alunos, em virtude que há apenas um encontro por semana.
VII. Recursos didáticos: Violão, Quadro branco, lápis, papel, smartphone, internet.
VIII. Avaliação: Será uma avaliação continua, com a participação e frequência.
Plano de Aula Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
I Plano de Aula.
Data: 22 a 26/10/2018
II. Dados de Identificação:
Escola: Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
Professor: Migdael Fernandes
Disciplina: Música
Turma: Ensino Fundamental
Período: 2018.2
III. Tema: A arte de tocar e cantar
IV. OBJETIVO GERAL
Trabalhar o ensino-aprendizagem da música observando os elementos da música e colocando na prática o que for trabalhado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Trabalhar o ensino do instrumento (violão) junto ao canto.
Apreciar músicas populares nacional e internacional.
Desenvolver a percepção e elementos básicos da música na prática do ensino.
V. CONTEÚDOS:
Ensino do Instrumento;
IX. Bibliografia: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Artes. Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.
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Apreciação musical;
Percepção musical;
Ritmo e andamento;
Canto acompanhado do instrumento;
VI. Desenvolvimento do tema:
Primeiro momento: dávamos as boas-vindas aos alunos, em seguida afinávamos o instrumento (violão).
Segundo momento: Baseado no repertório de música popular nacional e internacional, trabalhando o canto, o instrumento, ritmos, gênero musical entre outros elementos da música.
Terceiro momento: No último momento pediremos para os alunos praticarem em casa o que havia aprendido na sala de aula, para que prospere o aprendizado dos alunos, em virtude que há apenas um encontro por semana.
VII. Recursos didáticos: Violão, Quadro branco, lápis, papel, smartphone, internet.
VIII. Avaliação: Será uma avaliação continua, com a participação e frequência.
Plano de Aula Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol. I Plano de Aula.
Data: 29/10/2018 a 02/11/2018
II. Dados de Identificação:
Escola: Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
Professor: Migdael Fernandes
Disciplina: Música
Turma: Ensino Fundamental
Período: 2018.2
III. Tema: A arte de tocar e cantar
IV. OBJETIVO GERAL
Trabalhar o ensino-aprendizagem da música observando os elementos da música e colocando na prática o que for trabalhado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Trabalhar o ensino do instrumento (violão) junto ao canto.
Apreciar músicas populares nacional e internacional.
Desenvolver a percepção e elementos básicos da música na prática do ensino.
IX. Bibliografia: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Artes. Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.
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V. CONTEÚDOS:
Ensino do Instrumento;
Composição.
VI. Desenvolvimento do tema:
Primeiro momento: dávamos as boas-vindas aos alunos, em seguida afinávamos o instrumento (violão).
Segundo momento: Visto as músicas trabalhadas e a boa execução dos
alunos, foi proposto uma composição de uma música instrumental. Selecionei
um campo harmônico na tonalidade de Ré maior, coloquei 12 compassos para
ela compor uma música.
Terceiro momento: No último momento pediremos para os alunos praticarem em casa o que havia aprendido na sala de aula, para que prospere o aprendizado dos alunos, em virtude que há apenas um encontro por semana.
VII. Recursos didáticos: Violão, Quadro branco, lápis, papel, smartphone, internet.
VIII. Avaliação: Será uma avaliação continua, com a participação e frequência.
Plano de Aula Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
I Plano de Aula.
Data: 05 a 09 /11/2018
II. Dados de Identificação:
Escola: Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
Professores estagiário: Migdael Fernandes
Disciplina: Música
Turma: Ensino Fundamental
Período: 2018.2
III. Tema: A arte de tocar e cantar
IV. OBJETIVO GERAL
Trabalhar o ensino-aprendizagem da música observando os elementos da música e colocando na prática o que for trabalhado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Trabalhar o ensino do instrumento (violão) junto ao canto.
Apreciar músicas populares nacional e internacional.
IX. Bibliografia: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Artes. Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.
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Desenvolver a percepção e elementos básicos da música na prática do ensino.
V. CONTEÚDOS:
Ensino do Instrumento; Apreciação musical;
Percepção musical;
Ritmo e andamento;
Arranjo e improviso;
VI. Desenvolvimento do tema:
Primeiro momento: dávamos as boas-vindas aos alunos, em seguida afinávamos o instrumento (violão).
Segundo momento: Proposto uma percepção instrumental da música da
escola, logo a pós os alunos aprenderão a música da escola aonde estudam,
“CEI ZONA SUL”.
Terceiro momento: No último momento pediremos para os alunos praticarem em casa o que havia aprendido na sala de aula, para que prospere o aprendizado dos alunos, em virtude que há apenas um encontro por semana.
VII. Recursos didáticos: Violão, Quadro branco, lápis, papel, smartphone, internet.
VIII. Avaliação: Será uma avaliação continua, com a participação e frequência.
Plano de Aula Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
I Plano de Aula.
Data: 12 a 16 /11/2018
II. Dados de Identificação:
Escola: Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
Professor: Migdael Fernandes
Disciplina: Música
Turma: Ensino Fundamental
Período: 2018.2
III. Tema: A arte de tocar e cantar
IX. Bibliografia: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Artes. Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.
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IV. OBJETIVO GERAL
Trabalhar o ensino-aprendizagem da música observando os elementos da música e colocando na prática o que for trabalhado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Trabalhar o ensino do instrumento (violão) junto ao canto.
Apreciar músicas populares nacional e internacional.
Desenvolver a percepção e elementos básicos da música na prática do ensino.
V. CONTEÚDOS:
Ensino do Instrumento; Apreciação musical;
Percepção musical;
Ritmo e andamento;
Harmonia e Melodia
VI. Desenvolvimento do tema:
Primeiro momento: dávamos as boas-vindas aos alunos, em seguida afinávamos o instrumento (violão).
Segundo momento: Trabalhamos o conceito básico de Harmonia e Melodia. Ensinamos a melodia da música: Parabéns para você.
Terceiro momento: No último momento pediremos para os alunos praticarem em casa o que havia aprendido na sala de aula, para que prospere o aprendizado dos alunos, em virtude que há apenas um encontro por semana.
VII. Recursos didáticos: Violão, Quadro branco, lápis, papel, smartphone, internet.
VIII. Avaliação: Será uma avaliação continua, com a participação e frequência.
Plano de Aula Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
I Plano de Aula.
Data: 19 a 23 /11/2018
II. Dados de Identificação:
Escola: Centro de Educação Integrada (CEI) Mirassol.
Professor: Migdael Fernandes
Disciplina: Música
Turma: Ensino Fundamental
Período: 2018.2
IX. Bibliografia: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Artes. Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.
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III. Tema: A arte de tocar e cantar
IV. OBJETIVO GERAL
Trabalhar o ensino-aprendizagem da música observando os elementos da música e colocando na prática o que for trabalhado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Trabalhar o ensino do instrumento (violão) junto ao canto.
Apreciar músicas populares nacional e internacional.
Desenvolver a percepção e elementos básicos da música na prática do ensino.
V. CONTEÚDOS:
Ensino do Instrumento; Apreciação musical;
Percepção musical;
Ritmo e andamento;
Harmonia e Melodia
VI. Desenvolvimento do tema:
Primeiro momento: dávamos as boas-vindas aos alunos, em seguida afinávamos o instrumento (violão).
Segundo momento: Uma breve revisão de tudo que foi trabalhado nos
encontros anteriores, e um “Feedback” dos alunos a respeito das nossas aulas
de música.
Terceiro momento: No último momento pediremos para os alunos praticarem em casa o que havia aprendido na sala de aula, para que prospere o aprendizado dos alunos, em virtude que há apenas um encontro por semana.
VII. Recursos didáticos: Violão, Quadro branco, lápis, papel, smartphone, internet.
VIII. Avaliação: Será uma avaliação continua, com a participação e frequência.
IX. Bibliografia: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Artes. Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.