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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA ASSOCIAÇÃO ENTRE CONSUMO ALIMENTAR E ATIVIDADE FÍSICA COM A SÍNDROME METABÓLICA EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA Autora: Christiane Nogueira de Medeiros Carvalho NATAL/RN 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

ASSOCIAÇÃO ENTRE CONSUMO ALIMENTAR E ATIVIDADE FÍSICA COM A

SÍNDROME METABÓLICA EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA

Autora: Christiane Nogueira de Medeiros Carvalho

NATAL/RN

2013

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ASSOCIAÇÃO ENTRE CONSUMO ALIMENTAR E ATIVIDADE FÍSICA COM A

SÍNDROME METABÓLICA EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA

AUTORA: CHRISTIANE NOGUEIRA DE MEDEIROS CARVALHO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação Física da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

grau de Mestre em Educação Física.

ORIENTADORA: PROFA. TELMA MARIA ARAÚJO MOURA LEMOS

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FICHA CATALOGRÁFICA (No verso da folha de rosto, preparada pelo serviço de

Biblioteca).

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Coordenador do Programa de pós-graduação em Educação física:

Prof. Dr. Jonatas de França Barros

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AUTORA: CHRISTIANE NOGUEIRA DE MEDEIROS CARVALHO

ASSOCIAÇÃO ENTRE CONSUMO ALIMENTAR E ATIVIDADE FÍSICA COM A

SÍNDROME METABÓLICA EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA

Presidente da Banca: Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas (UFRN)

BANCA EXAMINADORA:

Profa. Dra. Ana Paula Trussardi Fayh

Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que me deu forças para superar todos os obstáculos vivenciados no decorrer

desse mestrado e ter coragem para não desistir. Não foi fácil, mas sei que sem Ele nada disso

teria se concretizado.

As minhas filhas, Maria Eduarda e Gabriela, fonte incessante de amor, carinho, estímulo

e motivação para que eu busque sempre o melhor.

A minha mãe Norma, que com suas lindas palavras, baseada nos ensinamentos

bíblicos, sempre me motivou e ajudou a vencer todos os problemas.

Ao meu pai Marcelino, que me estimulou a crescer, a buscar me aperfeiçoar e aprimorar

meus conhecimentos.

Aos meus irmãos, Márcia e Júnior, que mesmo estando distante sempre torceram por

mim e acreditaram na minha capacidade, sempre incentivando minhas escolhas.

Ao meu professor Paulo Moreira Silva Dantas, uma pessoa exemplar e com um enorme

coração, se dispôs a me ajudar, com seu precioso conhecimento, carinho e atenção.

A minha amiga Michelle Vasconcelos, um anjo que foi enviado por Deus, contribuiu de

forma valiosa e sua ajuda foi fundamental para que eu conseguisse concluir esse trabalho.

A minha amiga Silvinha, que sempre me deu a sua mão amiga e preciosos conselhos

nos momentos mais difíceis, em que mais precisava de ajuda.

A todas as mulheres que participaram da pesquisa e tornaram possível a realização

desse trabalho.

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“Não existem sonhos impossíveis para aqueles que realmente acreditam que o poder

realizador reside no interior de cada ser humano, sempre que alguém descobre esse poder

algo antes considerado impossível se torna realidade.”

Albert Einstein

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SUMÁRIO

Agradecimentos iv

Epígrafe v

Lista de tabelas viii

Lista de figuras ix

Lista de siglas, abreviações e símbolos x

Resumo xi

Abstract xii

1. INTRODUÇÃO 1

2. OBJETIVOS 3

2.1. Objetivo geral 3

2.2. Objetivos específicos 3

3. REVISÃO DA LITERATURA 4

3.1. Mulheres na pós-menopausa 4

3.2. Síndrome metabólica 5

3.3. Consumo alimentar 5

3.4. Atividade física 7

4. METODOLOGIA 8

4.1. Modelo do estudo 8

4.2. Caracterização da amostra 8

4.3. Aspectos éticos 8

4.4. Avaliação do consumo alimentar 8

4.5. Avaliação do nível de atividade física 9

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4.6. Determinação da composição corporal 9

4.6.1 Medidas lineares longitudinais 9

4.6.2 Circunferências (perimetria) 10

4.7. Medida da pressão arterial 11

4.8. Determinação dos parâmetros bioquímicos 11

4.9. Diagnóstico da síndrome metabólica 11

4.10. Tratamento estatístico 12

5. RESULTADOS 13

6. DISCUSSÃO 16

7. CONCLUSÃO 20

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21

ANEXOS 25

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação do IMC, segundo a World Health Organization (WHO), 2002. 10

Tabela 2 – Classificação da CC para mulheres. 10

Tabela 3 – Critérios do NCEP-ATP III para o diagnóstico da SM. 11

Tabela 4 – Classificação do nível de atividade física das mulheres na pós-menopausa. 13

Tabela 5 – Dados descritivos da amostra e das variáveis para o diagnóstico da SM em

mulheres na pós-menopausa de acordo com o nível de atividade física

13

Tabela 6 – Prevalência de SM e sua associação com o NAF em mulheres na pós-

menopausa

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Perfil do consumo alimentar diário das ativas e inativas, segundo o consumo

de alimentos protetores para doenças cardiovasculares (%)

12

Figura 2 – Perfil do consumo alimentar diário das ativas e inativas, segundo o consumo

de alimentos considerados de risco para doenças cardiovasculares (%)

13

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LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

DCV - Doenças cardiovasculares

SM – Síndrome metabólica

NAF – Nível de atividade física

DIC - Doença isquêmica do coração

FR - Fatores de risco

HAS - Hipertensão arterial sistêmica

DANT - Doenças e agravos não transmissíveis

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

QFCA - Questionário de Frequência de Consumo Alimentar

IMC - Índice de Massa Corpórea

WHO - World Health Organization

CC - Circunferência da cintura

NCEP-ATP III - National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III

DP - Desvio padrão

RP - Razão de Prevalência

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RESUMO

AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR E PREVALÊNCIA DE SÍNDROME

METABÓLICA EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA

Autora: Christiane Nogueira de Medeiros Carvalho

Orientadora: Profa. Telma Maria Araújo Moura Lemos

Introdução: A pós-menopausa é caracterizada como o período iniciado um ano após a

interrupção permanente dos ciclos menstruais que normalmente estão relacionadas com

patologias que em associação à síndrome metabólica (SM) representam um conjunto de

fatores de risco cardiovascular. Objetivo: Avaliar o consumo alimentar e a prevalência de

síndrome metabólica em mulheres na pós-menopausa, de acordo com o nível de atividade

física. Métodos: A amostra foi composta por 82 mulheres, avaliadas na zona norte do

município de Natal/RN e participantes do Programa Natal Ativa. Foi aplicado um Questionário

de Frequência de Consumo Alimentar (QFCA) e uma anamnese com questões sobre a prática

de atividade física. Para o diagnóstico da SM foram realizadas medidas antropométricas e

exames bioquímicos. Resultado: As mulheres ativas consomem mais alimentos protetores

(linhaça, castanhas, pão integral, arroz integral e azeite) do que as mulheres inativas. Quanto

ao consumo diário de alimentos considerados de risco (açúcar, biscoito salgado, pão

francês/forma, arroz branco, margarina e carne de boi), esses foram mais consumidos pelo

grupo das mulheres inativas. A prevalência de SM nas mulheres inativas foi maior (53,30%) do

que nas mulheres ativas (46,70%). Conclusão: As mulheres ativas na pós-menopausa tiveram

um maior consumo diário de alimentos protetores para doenças cardiovasculares, assim como

os alimentos de risco para tais doenças foram mais consumidos pelas mulheres inativas. A

prevalência de SM nas mulheres inativas foi maior do que nas mulheres ativas.

Palavras-Chave: Consumo alimentar, Síndrome Metabólica, Pós-menopausa e Atividade

física.

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ABSTRACT

EVALUATION OF FOOD CONSUMPTION AND PREVALENCE OF METABOLIC

SYNDROME IN WOMEN IN POSTMENOPAUSAL

Author: Christiane Nogueira de Medeiros Carvalho

Advisor: Profa. Telma Maria Araújo Moura Lemos

Introduction: Post-menopause is characterized as the period beginning one year after the

permanent cessation of menstrual cycles, which is typically related to medical disorders that, in

association with Metabolic Syndrome (MS), represent a set of cardiovascular risk factors.

Objective: To assess dietary intake and the prevalence of metabolic syndrome in

postmenopausal women, according to the level of physical activity. Methods: The sample

consisted of 82 women, evaluated in the Northern Zone of the city of Natal / RN who were

participants in the Natal Active Program. People completed a Food Frequency Consumption

Questionnaire (FFCQ) and were interviewed about physical activity. Anthropometric

measurements and biochemical tests were used to diagnose MS (Metabolic Syndrome).

Result: The active women consumed more protective foods (flaxseed, nuts, whole wheat

bread, brown rice and olive oil) than inactive women. Risky foods (sugar, crackers, white bread,

white rice, margarine and beef) were consumed more by the group of inactive women. The

prevalence of MS was higher in inactive women (53.30%) than in physically active women

(46.70%). Conclusion: Active post-menopausal women had a higher daily intake of protective

foods in relation to cardiovascular disease, while the inactive post-menopausal women had

higher intake of risky foods for such diseases.

Keywords: Food consumption, Metabolic Syndrome, post-menopause and physical activity.

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1. INTRODUÇÃO

Muitas das doenças crônicas que afetam os adultos, principalmente as doenças

cardiovasculares, podem ser evitadas através da manutenção de um estilo de vida ativo

durante, se possível, toda a vida. E essa é, sem dúvida, uma das estratégias mais baratas,

mais acessíveis e mais eficazes a população em geral. Uma das consequências mais visíveis

do sedentarismo é o excessivo acúmulo de gordura corporal, principalmente nas mulheres que

estão na menopausa, no qual essa gordura tende a se acumular preferencialmente no tronco

(MOREIRA, 2008).

A pós-menopausa é definida como o período que se inicia um ano após a interrupção

permanente dos ciclos menstruais que ocorre com a perda da atividade folicular ovariana.

Nesse período acontecem muitas mudanças no corpo da mulher, entre elas mudanças

biológicas, pela diminuição da fertilidade, mudanças endócrinas, pela diminuição da atividade

ovariana e mudanças clínicas (SANTOS, E. F. et al., 2008).

Patologias como osteoporose e doenças cardiovasculares estão relacionadas às

alterações hormonais que ocorrem na menopausa e interferem na qualidade de vida dessa

população (CONDE et al., 2006). Entre os fatores de risco mais importantes para o

desenvolvimento de DCV destacam-se a hipertensão arterial, as dislipidemias, a presença de

hipertrofia ventricular esquerda, a obesidade, o diabetes melito e alguns hábitos do estilo de

vida, como uma dieta inadequada (rica em calorias, gorduras saturadas, colesterol e sal),

consumo de bebida alcoólica, tabagismo e sedentarismo (CERVATO et al., 1997).

Nesse período de vida da mulher, todas essas alterações hormonais que são

observadas, podem levar ao desenvolvimento da Síndrome Metabólica (SM), que é um

transtorno complexo, representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular

(JOUYANDEH et al., 2013; MENDES et al., 2012; TRATAMENTO, 2005), como

hiperinsulinemia, hipertensão arterial, níveis de HDL-c baixos e hipertrigliceridemia que

normalmente estão relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina

(TRATAMENTO, 2005).

O tratamento não medicamentoso da Síndrome Metabólica inclui mudanças no estilo de

vida, através da inclusão de hábitos alimentares saudáveis e da prática regular de atividade

física. A adoção de uma alimentação saudável requer o ajuste das necessidades nutricionais

priorizando o controle do peso corporal para que ocorra perda de peso nos indivíduos com

sobrepeso ou obesidade (BUSNELLO et al., 2011).

A alimentação adequada para a SM tem como objetivo restringir o consumo de gorduras

saturadas e ácidos graxos trans isômeros, manter uma dieta de baixo índice glicêmico com a

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presença de alimentos ricos em fibras alimentares e pobre em açúcar, e manter o aporte

proteico como recomendado para população em geral, enfatizando o consumo de proteínas de

origem vegetal e de peixe (SANTOS, C. R. B. et al., 2006).

Os alimentos considerados de risco para doenças cardiovasculares são os alimentos

fontes de gorduras saturadas e/ou colesterol e/ou ácidos graxos trans e/ou sódio e/ou

carboidratos refinados. Os alimentos considerados protetores são aqueles fontes de fibras

alimentares, vitaminas, minerais, ácidos graxos insaturados (poliinsaturados e

monoinsaturados), fitoquímicos ou considerados antioxidantes (NEUMANN, A. I. D. L. C. P.;

SHIRASSU; FISBERG, 2006).

A atividade física ou o exercício físico regular reduzem o risco de desenvolver a

Síndrome Metabólica, além de proporcionarem benefícios também para prevenção de outras

doenças. A prevalência da SM aumenta em três a quatro vezes pelo baixo condicionamento

cardiorrespiratório, pouca força muscular e sedentarismo. A Síndrome Metabólica pode ser

prevenida pela prática diária de exercício físico, com duração mínima de 30 minutos, incluindo

exercícios aeróbios e de fortalecimento muscular (TRATAMENTO, 2005).

Nos últimos anos tem-se observado um aumento no conhecimento público de que a

manutenção de hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de atividade física são muito

importantes para prevenir doenças crônicas, como a doença cardiovascular e a obesidade.

Este fato torna essa pesquisa mais relevante por demonstrar o consumo alimentar dessas

mulheres na pós-menopausa, a prevalência da Síndrome Metabólica nas mesmas, tudo

levando em consideração o nível de atividade física de cada uma, proporcionando um

conhecimento mais claro sobre os reais efeitos dessa prática regular de exercícios físicos na

qualidade de vida dessa população.

O presente estudo foi norteado pelo interesse em investigar se o consumo alimentar

adotado pelas mulheres na pós-menopausa, ativas e inativas fisicamente, está de acordo com

o que é considerado ideal para prevenção de doenças cardiovasculares, podendo contribuir

para a promoção da saúde e qualidade de vida dessas mulheres e identificar a prevalência de

Síndrome Metabólica nessa população como forma de alertar quanto aos cuidados no estilo de

vida que serão essenciais para prevenção desse tipo de doença.

Observando as evidências citadas anteriormente o presente estudo tem como objetivo

avaliar o consumo alimentar e a prevalência de síndrome metabólica em mulheres na pós-

menopausa, ativas e inativas fisicamente.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL:

Avaliar o consumo alimentar e a prevalência de síndrome metabólica em mulheres na

pós-menopausa, de acordo com o nível de atividade física.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Classificar as mulheres de acordo com o Nível de Atividade Física (NAF), em ativas e

inativas;

Identificar o perfil de consumo alimentar diário das mulheres, segundo a presença de

alimentos protetores e de risco para doenças cardiovasculares;

Determinar a prevalência de SM nessas mulheres e sua associação com o NAF.

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3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1. MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA

O fim da ovulação, que é confirmada quando a menstruação cessa por pelo menos um

ano, é a principal alteração biológica que ocorre na mulher quando ela está na menopausa.

Após esse período os ovários não tem mais atividade e portanto ocorre mínima ou nenhuma

liberação de estrogênio (LANZILLOTTI et al., 2003). A pós-menopausa é definida como o

período iniciado um ano após a última menstruação. É subdividida em precoce (até cinco anos

da última menstruação) ou tardia (mais de cinco anos) (FIGUEIREDO NETO et al., 2010).

A menopausa marca o início de outra etapa do ciclo de vida da mulher e como ela

acontece em média entre 45 e 55 anos e, atualmente, a expectativa de vida da mulher está em

torno dos 70 anos, significa que há ainda muito tempo de vida para ser aproveitado após a

menopausa, o que corresponde cerca de 1/3 da vida das mulheres e portanto viver com

qualidade de vida torna-se essencial (VALENÇA; GERMANO, 2012).

As mulheres na pós-menopausa tem maior acúmulo de gordura visceral do que as que

ainda menstruam e esse fato independe do processo de envelhecimento (JANSSEN et al.,

2010).

Existe uma grande discussão dos epidemiologistas sobre o fato de que a menopausa

seria um fator de risco a mais para a doença isquêmica do coração (DIC), devido ao fato de

que nesse período ocorre deprivação de estrogênios que são protetores contra a aterosclerose.

Deve-se consider também que a idade acima de 55 anos nas mulheres (idade na qual as

mulheres em média já apresentaram a menopausa) e acima de 45 anos nos homens são

fatores de risco independentes (SANTOS FILHO; MARTINEZ, 2002).

Ainda não é claro se a menopausa aumenta o risco da síndrome metabólica ou se a

idade é que aumenta a prevalência. O aumento da idade estaria relacionado com o processo

do envelhecimento, principalmente pela redução do metabolismo basal, alteração da

composição corporal e estilo de vida inadequado (MENDES et al., 2012).

No estudo realizado por Jouyandeh et al, 2013 eles concluíram que o estado de pós-

menopausa está associado com um risco aumentado de Síndrome Metabólica.

Após os 50 anos a mulher apresenta tendência ao aumento de peso, que pode estar

relacionada à redução das necessidades energéticas de repouso. Com o término da função

ovariana ocorre uma redução do metabolismo, da quantidade de massa magra, e do gasto

energético no exercício, além de favorecer o acúmulo de gordura no tecido adiposo, o que

contribui para um maior risco de obesidade e doença cardiovascular em mulheres na pós-

menopausa (BASSO, 2012).

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3.2. SÍNDROME METABÓLICA

As transições demográfica, nutricional e epidemiológica ocorridas nos últimos séculos,

demonstram que as doenças crônico-degenerativas contribuíram de forma crescente e

preocupante nos índices de mortalidade. Essas doenças são consideradas importantes

problemas de saúde pública em vários países, sejam eles desenvolvidos ou em

desenvolvimento (JÚNIOR et al., 2009).

A Síndrome Metabólica (SM) tem sido muito estudada e discutida nos últimos dez anos

em função da sua influência no desenvolvimento de doenças e agravos não transmissíveis

(DANT), sendo a doença metabólica mais frequente atualmente (WASSERMANN, 2012).

A Sociedade Brasileira de Cardiologia diz quais são os fatores de risco (FR) mais

evidentes no panorama da saúde cardiovascular no Brasil, a saber: tabagismo, hipertensão

arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus, obesidade e dislipidemias. Outros FR vêm sendo

estudados por sua correlação com as DCV, como: concentração sanguínea de homocisteína e

de lipoproteína A, fibrinogênio, período pós-menopausa, estresse oxidativo da LDL-c,

hipertrofia ventricular esquerda e fatores psicossociais (RIQUE; SOARES; MEIRELLES, 2002).

Considerando os critérios do National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment

Panel III -NCEP-ATP III (2001) que são: circunferência abdominal maior que 88 cm para as

mulheres, pressão arterial elevada, maior que 130/85 mmHg, glicemia de jejum maior que 110

mg/dl, triglicérides maiores que 150 mg/dl, HDL - colesterol menor que 50 mg/dl em mulheres,

é diagnosticado com SM o indivíduo que apresentar três ou mais destes critérios (HEALTH,

2001).

A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por um conjunto

de fatores de risco cardiovascular que estão relacionados à deposição central de gordura e à

resistência à insulina. É importante destacar a associação da SM com a doença cardiovascular,

aumentando a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5

vezes (TRATAMENTO, 2005).

A prevalência de Síndrome Metabólica (SM) está aumentando consideravelmente,

principalmente nas mulheres na pós-menopausa. Mudanças nos hábitos alimentares e prática

regular de exercícios físicos são os principais tratamentos para essa doença (BASSO, 2012).

3.3. CONSUMO ALIMENTAR

Muitas doenças crônicas são resultantes da interação entre fatores genéticos,

ambientais e de estilo de vida e, neste último, destaca-se a alimentação inadequada como a

maior responsável (MONTILLA; ALDRIGHI; MARUCCI, 2004).

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A nutrição adequada pode alterar a incidência e a gravidade das doenças

cardiovasculares, já que populações com dietas diferentes apresentavam variações na

mortalidade cardiovascular (RIQUE et al., 2002). Um maior consumo de alimentos naturais,

como vegetais e frutas (exceto batata) estão relacionados ao risco diminuído de desenvolver

doenças cardiovasculares (DCV), principalmente infarto (LIU et al., 2000).

É importante avaliar a frequência de consumo de determinados alimentos, tanto

daqueles que podem comprometer a qualidade da dieta e o estado de saúde, quanto daqueles

que são fonte de nutrientes e compostos bioativos relacionados à manutenção e à promoção

da saúde. Esta avaliação é realizada a partir de uma lista de alimentos em que solicita-se ao

indivíduo que informe a frequência de consumo de cada item e, a partir dessa informação, que

é utilizada de forma qualitativa, avalia-se a necessidade de modificações na dieta, indicando a

inclusão ou exclusão de alimentos na etapa de orientação nutricional. Esse método é

conhecido como questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA) e tem sua utilização

na clínica distinta em relação aos estudos epidemiológicos, nos quais seu emprego é extensivo

(FISBERG; MARCHIONI; COLUCCI, 2009).

A American Heart Association enfatiza o consumo de vegetais, frutas e grãos integrais,

confirmando a importância das fibras alimentares, antioxidantes e outras substâncias na

prevenção e controle das DCV. Recomenda ainda a manutenção de peso saudável, auxiliado

pela atividade física regular e consumo moderado de gorduras (< 30%) (KRAUSS et al., 2000;

RIQUE et al., 2002).

Vários estudos têm mostrado evidências da relação entre características qualitativas e

quantitativas da dieta e a ocorrência de enfermidades crônicas, dentre elas, as doenças

cardiovasculares. Os hábitos alimentares são marcadores de risco para doenças

cardiovasculares, na medida em que o alto consumo de colesterol, lipídios e ácidos graxos

saturados somados ao baixo consumo de fibras, contribuem na etiologia das dislipidemias,

obesidade, diabetes e hipertensão (CASTRO et al., 2004).

Uma alimentação que prioriza o uso de hortaliças, leguminosas, grãos integrais e frutas,

laticínios com baixo teor de gordura total, gordura saturada e trans e colesterol, alta quantidade

de gordura monoinsaturada (azeite de oliva) e ácidos graxos ômega-3 pode ser uma opção

para o tratamento da síndrome metabólica quando associada a uma intervenção no estilo de

vida (TRATAMENTO, 2005).

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3.4. ATIVIDADE FÍSICA

Hoje sabe-se claramente que a prática regular de exercício físico é benéfica para a

saúde, até porque, as principais razões pela qual grande parte das pessoas praticam exercícios

físicos estão relacionadas com a saúde, seja como forma de prevenção, manutenção ou como

adjuvante no tratamento de doenças crônicas, objetivando principalmente à melhoria na

qualidade de vida e aumento da longevidade (RODRIGUES, 2008).

Existem várias evidências de que a atividade física é um fator que está associado a

diversos eventos de saúde e que a sua prática regular proporciona prevenção de inúmeras

doenças. Um estilo de vida fisicamente ativo pode contribuir para melhoria do bem-estar, além

de estar associado à adoção de outras práticas relacionadas à saúde (SANTOS, C. M. et al.,

2012).

Praticar exercícios físicos regulares reduz as alterações que são resultantes da

menopausa e traz diversos benefícios para a saúde como: melhora a composição corporal,

diminui as dores nas articulações e a resistência vascular, aumenta a densidade mineral óssea,

a capacidade aeróbica, a força muscular e a flexibilidade (DE SOUZA SANTOS et al., 2010).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 80% da população adulta é

sedentária e 52% dos adultos brasileiros estão acima do peso, sendo 11% obesos, o que

justifica o aumento da morbidade e mortalidade, já que a obesidade é fator de risco para várias

doenças crônicas não transmissíveis (MARIATH et al., 2007).

O estilo de vida sedentário é um dos fatores que contribui significativamente para a alta

prevalência de sobrepeso e obesidade e a prática regular de atividade física tem sido aceita

como uma ferramenta importante em intervenções com o objetivo de reduzir e controlar o peso

corporal (PREDIGER et al., 2013).

O exercício físico regular atua na prevenção e controle das DCV e sua associação com

alterações no padrão alimentar, deveria ser prioridade nos programas de prevenção das DCV

(RIQUE et al., 2002). Está comprovado que esta associação proporciona a diminuição

expressiva da circunferência abdominal e da gordura visceral, melhora significativamente a

sensibilidade à insulina, diminui os níveis plasmáticos de glicose, podendo prevenir e retardar o

aparecimento de diabetes tipo 2, reduz expressivamente a pressão arterial e os níveis de

triglicérides, com aumento do HDL colesterol (TRATAMENTO, 2005).

Mulheres na pós-menopausa que realizaram treinamento aeróbio apresentaram melhora

nos resultados comparando pré e pós intervenção para os triglicerídeos, para os testes

submáximo e máximo, bem como apresentaram um bom condicionamento físico após

intervenção (DEZORDI, 2012).

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Considerando que o sedentarismo já é visto como fator de risco primário para as

doenças cardiovasculares, torna-se fundamental desenvolver modelos para estimular a adoção

e manutenção da prática de atividades físicas, bem como estratégias para incentivar a

população a adotar o estilo de vida ativo fisicamente (PITANGA, 2002).

Manter a saúde e adiar as doenças crônicas e degenerativas é uma grande prioridade

da nossa sociedade e, portanto torna-se importante perceber a contribuição do exercício físico

na aquisição de um estilo de vida saudável, autônomo e independente para um maior número,

possível, de pessoas (PADILHA, 2007).

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4. METODOLOGIA

4.1. MODELO DO ESTUDO

A presente pesquisa caracteriza-se como um estudo transversal, com delineamento

comparativo.

4.2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A amostra foi composta por 82 mulheres, avaliadas na zona norte do município de

Natal/RN (Brasil) e que participavam do Programa Natal Ativa, um programa da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, através da Pró-Reitoria de Extensão e dos Centros

Universitários que promove ações para promoção da saúde com ênfase na atividade física de

lazer para a população natalense. Foi estabelecido o seguinte critério de inclusão: estar na

pós-menopausa. Foram excluídas da pesquisa as mulheres que: (a) apresentaram

impedimento clínico para a realização das avaliações propostas e (b) aquelas que a qualquer

momento ou motivo manifestaram vontade de desistir do estudo.

4.3. ASPECTOS ÉTICOS

Todas as mulheres foram informadas sobre os procedimentos utilizados, possíveis

benefícios e riscos decorrentes da execução da pesquisa. Para a participação voluntária foi

assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O protocolo de pesquisa foi

delineado conforme as diretrizes propostas na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde sobre pesquisas envolvendo seres humanos e aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes (CEP/HUOL), sob Protocolo CEP/HUOL:

540/11.

4.4. AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR

O Questionário de Frequência de Consumo Alimentar (QFCA) é considerado o mais

prático e informativo método de avaliação da ingestão dietética e de suma importância em

estudos que relacionam a dieta com a ocorrência de doenças crônicas não-transmissíveis

(FISBERG et al., 2009).

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O QFCA validado por Ribeiro et al, foi aplicado em todas as mulheres participantes da

pesquisa (RIBEIRO et al., 2006). As participantes foram instruídas a assinalar a frequência de

consumo dos alimentos constantes na lista, nas seguintes unidades de tempo: diário (1 vez ao

dia, 2 ou mais vezes ao dia), semanal (1 vez por semana, 2 a 4 vezes por semana, 5 a 6 vezes

por semana), mensal (1 a 3 vezes no mês), raramente ou nunca. Não foi obtida a informação

sobre a quantidade em que o alimento é consumido, por ser um QFCA qualitativo. Foi

considerado o perfil de consumo alimentar diário e os alimentos divididos em dois grupos:

alimentos protetores [fontes de fibra dietética, vitaminas, minerais, ácidos graxos insaturados

(poliinsaturados e os monoinsaturados) e fitoquímicos ou considerados antioxidantes] para

doenças cardiovasculares e os alimentos considerados de risco (fontes de gorduras saturadas

e/ou colesterol e/ou ácidos graxos trans e/ou sódio e/ou glicídios) para tais doenças

(NEUMANN, A. I. D. L. C. P. et al., 2006). Para avaliação do consumo alimentar foram

utilizados os alimentos citados pelas mulheres participantes da pesquisa, com consumo diário

(1 vez ao dia, 2 ou mais vezes ao dia) e distribuídos de acordo com o nível de atividade física

(inativas e ativas) dessas mulheres.

4.5. AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA

Foi aplicado o Questionário Internacional de Atividade Física (I PAQ). De acordo com o

nível de atividade física (NAF) as participantes da pesquisa foram divididas em dois grupos:

ativas e inativas. Foram consideradas ativas as mulheres que praticavam atividade física

diariamente ou de 3 a 5 vezes por semana e inativas as que praticavam menos de 3 vezes na

semana ou não praticavam (MATSUDO et al., 2001).

4.6. DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

4.6.1 Medidas lineares longitudinais

Todas as medidas foram obtidas por avaliadores previamente treinados, sendo cada

grupo de medidas realizadas por um único avaliador, minimizando assim o fator de

variabilidade de coleta entre os avaliadores.

As medidas de massa corporal e estatura foram utilizadas para a determinação do Índice

de Massa Corpórea (IMC) das mulheres e foram empregados os critérios da World Health

Organization (WHO) de 2002, que consideraram IMC de 18,5 a 24,9 kg/m2 como normal, de 25

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a 29,9 kg/m2 como sobrepeso e ≥30 kg/m2 como obesidade para as mulheres adultas e o de

Lipschitz (1994), que considera IMC de 22 a 27 kg/m2 como normal e >27 kg/m2 como excesso

de peso para as idosas. A massa corporal foi mensurada em uma Balança Digital Línea II TIN-

00126 Plenna, com grau de precisão de 100 g, capacidade até 140 kg e a estatura foi aferida

através de um Estadiômetro Portátil Avanutri com aferição de 20 cm a 210 cm, graduação de

0,1 cm e peso de 1,6 kg. Todas as mulheres tiveram a massa corporal e a estatura medidos

com short ou bermuda de ginástica e blusa sem manga ou camiseta de malha de algodão e

descalças, na forma recomendada (NATIONAL HEART; INSTITUTE, 2000).

TABELA 1 – Classificação do IMC, segundo a World Health Organization (WHO), 2002.

CLASSIFICAÇÃO DO IMC IMC: Peso (Kg)/Altura (m)2

ADULTAS

IMC: Peso (Kg)/Altura (m)2

IDOSAS

Abaixo do peso < 18,5 ≤ 22

Peso normal 18,5-24,9 > 22 e < 27

Sobrepeso 24,9-29,9 ≥ 27

Obesidade grau I 30-34,9

Obesidade grau II 35-39,9

Obesidade grau III ou

mórbida

≥ 40

4.6.2 Circunferências (perimetria)

Os valores da circunferência da cintura (CC) foram obtidos no ponto médio entre a última

costela e a crista ilíaca, realizada com fita antropométrica metálica, dividida em centímetros,

com total de 2,0 m, estando à avaliada em posição ortostática. Considera-se nessa avaliação,

CC≤80 cm como normal, >80 cm como aumentada e >88 cm como muito aumentada. A

medida foi obtida utilizando uma fita métrica inextensível de 2 metros da marca SANNY® e as

medidas foram realizadas em duplicata.

TABELA 2 – Classificação da CC para mulheres.

CLASSIFICAÇÃO DA CC VALORES DA CC PARA MULHERES

Normal ≤ 80 cm

Aumentada > 80 cm

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Muito aumentada > 88 cm

4.7. MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL

A pressão arterial foi medida utilizando-se um aparelho digital da marca OMRON HEF

780 (M7). As mulheres avaliadas ficaram em repouso de pelo menos 5 minutos em ambiente

calmo, sem estar com bexiga cheia, sem praticar exercícios físicos 60 a 90 minutos antes da

medida, sem ingerir bebidas alcoólicas, café ou alimentos e sem fumar 30 minutos antes,

mantiveram as pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e

relaxado, foram removidas as roupas do braço no qual foi colocado o manguito, o braço foi

posicionado na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou o espaço intercostal),

apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido, foi solicitado

as avaliadas que não falem durante a medida e a pressão arterial foi verificada três vezes.

4.8. DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS BIOQUÍMICOS

As mulheres participantes do estudo foram submetidas a uma punção venosa após

jejum de 12 a 14 horas. Amostras de sangue periférico foram colhidas sem anticoagulante (10

mL) para obtenção de soro que foi utilizado para dosagem da glicose e análise do perfil lipídico

das participantes da pesquisa. As determinações das concentrações séricas de glicose,

colesterol total, colesterol HDL e triglicerídeos foram realizadas por ensaios enzimático-

colorimétricos. Todas utilizaram kits Labtest Diagnóstica no equipamento RA-50 (Bayer

Diagnostics Chemistry System, Dublin, Ireland). As concentrações de colesterol LDL e VLDL

foram obtidas pela aplicação da fórmula de Friedewald, entretanto, quando a concentração de

triglicerídeos excedia 400mg/dL, calculava-se apenas o colesterol não HDL (FRIEDEWALD;

LEVY; FREDRICKSON, 1972).

4.9. DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME METABÓLICA

A SM foi diagnosticada utilizando os critérios do NCEP-ATP III, que considera a SM

resultante da ocorrência de pelo menos três dos fatores a seguir: obesidade abdominal por

meio de circunferência abdominal > 88 cm, Triglicerídeos ≥ 150 mg/dL, HDL Colesterol < 50

mg/dL, Pressão arterial ≥ 130 mmHg ou ≥ 85 mmHg e Glicemia de jejum ≥ 110 mg/dL (ou com

diagnóstico de Diabetes mellitus).

TABELA 3 – Critérios do NCEP-ATP III para o diagnóstico da SM.

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Fonte: Health, 2001, traduzida pela autora.

4.10. TRATAMENTO ESTATÍSTICO

Os dados do presente estudo foram analisados por meio de estatística paramétrica. Foi

realizada a análise descritiva dos dados obtendo a média e desvio padrão (DP) das variáveis.

Foram calculadas as frequências de consumo diário de cada alimento, divido nos dois grupos

citados anteriormente, de acordo com o Nível de Atividade Física das mulheres. Calculou-se a

prevalência da SM de acordo com os critérios do National Cholesterol Education Program’s

Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III) relacionando com o Nível de Atividade Física, sendo

a Síndrome Metabólica a variável dependente e a atividade física a variável independente.

FATOR DE RISCO NÍVEL DE DEFINIÇÃO

Obesidade Abdominal

Homem

Mulher

Circunferência da Cintura†

>102 cm

>88 cm

Triglicerídeos ≥150 mg/dL

HDL colesterol

Homem

Mulher

<40 mg/dL

<50 mg/dL

Pressão arterial ≥130/85 mmHg

Glicemia de jejum ≥110 mg/dL

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5. RESULTADOS

A Tabela 4 demonstra a classifica as mulheres conforme seu nível de atividade física.

TABELA 4 – Classificação do nível de atividade física das mulheres na pós-menopausa.

Nível de atividade física n Mulheres inativas 42 Mulheres ativas 40

A Tabela 5 apresenta os dados descritivos da amostra, as mulheres ativas apresentaram

em média menor idade quando comparada as inativas e a massa corporal também se

apresentou menor no grupo das mulheres ativas. A estatura não teve diferença entre os grupos

e o Índice de Massa Corpórea (IMC) está classificado como sobrepeso em todas as mulheres.

TABELA 5 – Dados descritivos da amostra e das variáveis para o diagnóstico da SM em mulheres na pós-menopausa de acordo com o nível de atividade física.

Nível de atividade física

Variáveis

Inativa Média (DP)

Ativa Média (DP)

Idade (anos) 60,7 (8,07) 58,6 (8,76) Massa Corporal (Kg) 70,8 (9,51) 67,0 (8,12)

Estatura (m) 1,54 (0,05) 1,54 (0,05) Índice de Massa Corporal (Kg/m2) 29,6 (4,23) 27,9 (2,99)

Circunferência da cintura (cm) 91,8 (9,19) 88,3 (7,76) Pressão arterial sistólica (mmHg) 136,9 (29,66) 139,3 (22,26)

Pressão arterial diastólica (mmHg) 81,9 (10,62) 86,2 (9,98) Glicose (mg/dl) 83,7 (23,52) 93,7 (47,23)

HDL (mg/dl) 44,9 (13,47) 42,8 (9,61) Triglicerídeos (mg/dl) 109,9 (59,83) 107,5 (75,8)

Com relação ao consumo alimentar avaliado através do Questionário de Frequência de

Consumo Alimentar (QFCA) observa-se, através da Figura 1, o perfil do consumo alimentar

diário das ativas e inativas, segundo o consumo de alimentos protetores para doenças

cardiovasculares e a Figura 2, segundo o consumo de alimentos considerados de risco para

doenças cardiovasculares.

Observou-se que, as mulheres ativas consomem mais alimentos protetores (linhaça,

castanhas, pão integral, arroz integral e azeite) do que as mulheres inativas, com exceção do

leite desnatado e do peixe que teve um maior consumo pelas mulheres inativas, apesar do

consumo de peixe ter sido muito baixo em ambos os grupos.

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Quanto ao consumo diário de alimentos considerados de risco (açúcar, biscoito salgado,

pão francês/forma, arroz branco, margarina e carne de boi), esses foram mais consumidos pelo

grupo das mulheres inativas. O leite integral foi à única exceção, que apresentou um maior

consumo pelas mulheres ativas.

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A Tabela 6 mostra que a prevalência de SM nas mulheres inativas foi maior do que nas

mulheres ativas. A Razão de Prevalência (RP) = 1,24 (maior que 1), demonstra que realmente

existe uma associação entre a SM e o NAF em mulheres na pós-menopausa.

TABELA 6 – Prevalência de SM e sua associação com o NAF em mulheres na pós-menopausa.

Síndrome Metabólica Síndrome Metabólica

SIM NÃO

INATIVA 53,30% 44,00% ATIVA 46,70% 56,00%

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6. DISCUSSÃO

A sociedade está em constante evolução e com isso vários temas despertam

preocupações que se modificam a cada momento de acordo com a população, suas

necessidades e seus interesses. Em consequência, surgem temas de interesse relacionados

diretamente com esse grupo social, tais como: o cuidado com o corpo, a melhora da qualidade

de vida e de sua saúde (PREDIGER et al., 2013).

As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade no mundo e o seu

crescimento nos países em desenvolvimento chama a atenção para o potencial impacto nas

classes menos favorecidas. São influenciadas por um conjunto de fatores de risco, alguns

modificáveis mediante alterações no estilo de vida, como a dieta adequada e o exercício físico

regular (RIQUE et al., 2002).

O padrão alimentar observado no grupo em estudo demonstra que ainda há muito o que

se trabalhar em termos de educação nutricional para a população em geral, como forma de

conscientizar sobre a importância de se manter hábitos alimentares saudáveis para

manutenção de uma boa qualidade de vida.

Entre os dois grupos estudados, pode-se observar melhores hábitos alimentares entre

as mulheres fisicamente ativas, com a presença de alimentos mais protetores para doenças

cardiovasculares, quando comparado ao grupo das inativas. Provavelmente esse seja mais um

dos benefícios proporcionados pela prática regular de exercícios físicos, que parece levar a

uma maior consciência e preocupação em se manter hábitos de vida saudáveis.

Não podemos deixar de citar que fatores como nível socioeconômico e escolaridade

também influenciam nessas escolhas e que no grupo estudado, 85,4% (n=70) informaram que

possuem renda familiar de 1 a 3 salários mínimos, o que certamente influencia no padrão

alimentar seguido por essas famílias que não podem adquirir todos os tipos de alimentos. As

mulheres participantes da pesquisa informaram ainda, que possuem como grau de

escolaridade, em sua maioria, ensino fundamental incompleto (51,2%), seguido do nível médio

completo (28%).

Quando se fala em nutrição deve-se levar em consideração que ela é determinante para

se conseguir a manutenção de um bom estado de saúde (bem-estar físico, emocional e

mental). Uma alimentação saudável deverá ser variada o suficiente a fim de fornecer entre 44 a

45 nutrientes diferentes que são essenciais ao bom funcionamento do nosso organismo

(AGRONEGÓCIOS; DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS; NA, 2006; VILARTA, 2007).

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A alimentação adequada para tratar e prevenir a SM deve limitar o consumo de gorduras

saturadas e ácidos graxos trans, as proteínas devem ser de origem vegetal e peixe. Com

relação às fibras alimentares, muitos estudos comprovam que a dieta rica em fibras diminui o

risco de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2, além de contribuir para um melhor

controle glicêmico. A redução do sódio e açúcar também são muito importantes. Essa

alimentação, associada à prática regular de atividade física, contribui para um melhor controle

da SM, prevenindo suas complicações e aumentando a qualidade de vida (SANTOS, C. R. B.

et al., 2006).

Steemburgo et al. (2007) elaboraram um manuscrito com o objetivo de revisar a

importância dos fatores dietéticos e as recomendações dietoterápicas na SM. Estudos recentes

demonstraram que o consumo de grãos integrais foi associado negativamente com SM, já

alimentos com alto índice glicêmico foram associados positivamente com resistência à insulina

e prevalência de SM. O seguimento de uma dieta mediterrânea foi capaz de reduzir o número

de componentes da SM. O conteúdo de gordura, em especial o consumo de gordura saturada

e colesterol, devem ser reduzidos e o consumo de grãos integrais, frutas e vegetais,

aumentado (STEEMBURGO et al., 2007).

Em seu trabalho de revisão, Rique et al. (2002) fazem uma abordagem sobre a dieta

adequada e os exercícios regulares capazes de prevenir e controlar as doenças

cardiovasculares. Sugerem que o consumo de vegetais, frutas, grãos integrais, soja, azeite e

peixes deve ser aumentado, ainda que limitando a quantidade de gordura. Os alimentos ricos

em ácidos graxos saturados e trans devem ser evitados, assim como o uso excessivo de sal e

bebidas alcoólicas. Além do exercício aeróbio, as atividades contra resistência vêm

aumentando sua importância na reabilitação cardíaca (RIQUE et al., 2002).

Os trabalhos sobre avaliação do consumo alimentar em populações, normalmente

baseiam-se nas quantidades de macronutrientes, calorias ingeridas e micronutrientes que

estão relacionados às doenças crônicas não transmissíveis. Contudo, no decorrer do tempo,

houve uma supervalorização dos alimentos em si, sugerindo-se que as recomendações

alimentares sejam baseadas na qualidade do alimento ingerido e não apenas nos nutrientes

isolados (NEUMANN, A. I. D. L. C. P. et al., 2006).

Fato esse que justifica o presente estudo ter sido realizado usando como parâmetro a

qualidade dos alimentos consumidos diariamente pelas mulheres e não apenas as

quantidades. Foi observado um padrão inadequado de alimentação diária, principalmente no

grupo das mulheres inativas, com baixo consumo de carboidratos integrais (ricos em fibras),

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alto consumo de gorduras saturadas e de açúcar e a principal fonte proteica consumida sendo

de origem animal, proveniente de frango e leite.

Com relação aos alimentos avaliados, a exceção observada foi para o leite integral que

apresentou maior consumo no grupo das mulheres ativas, nesse caso o leite integral é rico em

gordura saturada e, portanto, desaconselhado para prevenção de doenças cardiovasculares

(DE LIMA et al., 2000; NEUMANN, A. et al., 2007). Muitos fatores podem ter influenciado esse

resultado, como a disponibilidade desse alimento nessa região, a renda familiar e até o nível de

escolaridade.

No estudo realizado por Neumann et al. (2006), eles avaliaram o consumo alimentar

entre funcionários públicos por meio do questionário de frequência alimentar. A média do

consumo de alimentos de risco foi estatisticamente maior entre os indivíduos de escolaridade

fundamental e de renda familiar até três salários mínimos. Quanto aos alimentos protetores a

média de consumo foi estatisticamente maior entre os funcionários de escolaridade superior e

renda superior a seis salários mínimos. Observa-se, portanto que entre os indivíduos com nível

de escolaridade fundamental e menor renda familiar há predominância de consumo de

alimentos de risco para doenças cardiovasculares (NEUMANN, A. I. D. L. C. P. et al., 2006).

Neumann et al. (2007) obtiveram os padrões alimentares, dos residentes da área urbana

de São Paulo, a partir de um questionário de frequência alimentar. Identificaram-se quatro

padrões alimentares: “cafeteria” (açúcares simples e gorduras saturadas) associou-se com

escolaridade média e superior. O segundo padrão, “tradicional” (cereais, feijões e infusões),

predominou entre mulheres e na idade superior a 50 anos, associou-se com renda superior. O

padrão “moderno” (baixos teores de gordura, de açúcares simples e consumo de peixes),

predominou entre os indivíduos de maior renda e escolaridade superior. O padrão “aterogênico”

(gorduras saturadas, adição de sal na comida depois de pronta e bebidas alcoólicas)

predominou entre os homens. Associou-se com escolaridade fundamental. Os resultados

apontaram para tendências desfavoráveis do padrão alimentar na população estudada, visto

que três dos quatro padrões de consumo identificados (cafeteria, tradicional e aterogênico)

associaram-se de forma significativa com fatores de risco para DCV. Nesse estudo observa-se

também que a renda familiar e a escolaridade influenciam os hábitos alimentares da população

(NEUMANN, A. et al., 2007).

Estudo realizado por Martins et al, 2012 demonstram que há um percentual significativo

de mulheres que não têm o hábito de consumir alimentos saudáveis como frutas e verduras e

evitar alimentos gordurosos e doces, fracionar e diversificar os alimentos consumidos, realizar

atividade física regular, realizar atividade de força e alongamento muscular e adotar

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caminhadas ou pedaladas como meio de transporte. O estilo de vida destas mulheres

associado com os fatores da SM elevam o risco de eventos cardiovasculares (MARTINS,

2012).

A modificação no comportamento alimentar, a prática regular de atividade física e a

perda de peso são consideradas terapias de primeira escolha para o tratamento da SM, por

favorecer a redução da circunferência abdominal e da gordura visceral, melhorar a

sensibilidade à insulina, diminuir as concentrações plasmáticas de glicose e triglicérides e

aumentar os valores de HDL colesterol (TRATAMENTO, 2005).

Uma intervenção nutricional visando corrigir ou melhorar o consumo alimentar e o perfil

antropométrico poderá resultar em benefícios relativos à saúde da mulher na menopausa. A

prevalência de obesidade, associada com pior qualidade de vida e morbimortalidade, reforça a

necessidade de existir um programa de reeducação alimentar nessa fase de vida da mulher

(GALLON, 2012).

Mudança de hábitos e comportamento necessita de um esforço que deve ser coletivo,

como políticas de saúde mais abrangentes, com o objetivo de valorizar o consumo de

alimentos mais saudáveis pela população. Essas iniciativas governamentais serão

fundamentais para reverter a atual situação de morbimortalidade das doenças não

transmissíveis, dentre as quais as doenças cardiovasculares ocupam as primeiras posições

como causa de mortes (NEUMANN, A. I. D. L. C. P. et al., 2006).

Além do interesse por uma alimentação saudável, que está muito “na moda” e sendo

mais valorizada pela população, até pelo nível mais acessível de conhecimento através da

divulgação na mídia em geral, como programas de televisão, jornais, revistas, redes sociais,

sites, blogs, dentre outros. A busca pela prática regular de atividade física, pelo “movimento do

corpo”, através de atividades de lazer e que proporcionem mais bem-estar, também tem

aumentado bastante. E o que se observa é que essas pessoas que buscam fazer exercícios

regulares tendem a cuidar mais da sua saúde como um todo, inclusive da alimentação. O que

demonstra claramente que a atividade física torna-se essencial para a manutenção de uma boa

saúde e melhor qualidade de vida.

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7. CONCLUSÃO

As mulheres ativas na pós-menopausa tiveram um maior consumo diário de alimentos

protetores para doenças cardiovasculares, assim como os alimentos de risco para tais doenças

foram mais consumidos pelas mulheres inativas. A prevalência de Síndrome Metabólica nas

mulheres inativas foi maior do que nas mulheres ativas.

Como sugestão para próximos estudos pode-se avaliar se a prática de atividade física

por proporcionar bem-estar leva as pessoas a terem uma maior conscientização e buscarem

hábitos alimentares mais saudáveis.

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Projeto de Pesquisa:

NUTRIÇÃO E OBESIDADE: ESTUDO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM MULHERES

MENOPAUSADAS NA CIDADE DE NATAL/RN.

Dados de identificação do sujeito da pesquisa

Nome:____________________________________________________________________________________

Documento de identidade Nº: _______________________________ Sexo: M F

Data de nascimento: ______/____________/________

Endereço: ___________________________________________________ no.__________ apto:__________

Bairro: ________________________________ Cidade: __________________________________________

CEP: ________________________ Telefone:____________________________________________________

Prezada Participante,

Meu nome é Telma Maria Araújo Moura Lemos, sou professora da Faculdade de Farmácia da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e estou convidando-a a participar do projeto de pesquisa

que estou desenvolvendo.

Para participar desta pesquisa precisarei do seu consentimento e de amostras de sangue que serão coletadas

no Laboratório de Pesquisa em Bioquímica Clínica da Faculdade de Farmácia. O risco a sua saúde será mínimo,

por causa da coleta de sangue que pode formar uma mancha roxa (hematoma) no local da picada da agulha.

Precisarei que você responda a algumas perguntas sobre doenças existentes nas pessoas de sua família, hábitos

alimentares e uso de medicamentos.

Se aceitar participar do estudo, será coletada uma amostra de sangue em jejum para exames laboratoriais de

glicose, triglicerídeos, colesterol total e frações, proteínas totais e frações, uréia, creatinina, aspartato

aminotransferase, alanina aminotransferase, progesterona, estradiol, hormônio luteinizante e folículo estimulante.

Também serão feitas medidas antropométricas (peso, altura, circunferência da cintura e do quadril) e de percentual

de gordura corporal e, assim, a sua participação no estudo se encerra.

Você receberá todos os resultados dos exames laboratoriais necessários sem qualquer custo. Você não

receberá qualquer pagamento por sua participação.

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Sua participação neste estudo é voluntária. Você pode desistir de participar da pesquisa a qualquer

momento do estudo.

Os dados e os resultados obtidos durante a pesquisa serão confidenciais e somente serão revelados a

terceiros se você autorizar previamente. Sua identidade será mantida em segredo, quando os resultados desse

estudo forem publicados em revistas, artigos e serem tema de debate e aulas.

Por quaisquer motivos adequados, independentes de seu consentimento, os membros da equipe de pesquisa

podem encerrar sua participação no estudo. O motivo lhe será explicado e poderá ser devido ao cancelamento do

estudo pela coordenação da pesquisa, caso você não cumpra as orientações ou outras questões administrativas.

Caso você tenha alguma dúvida em relação a esta pesquisa, ou se tiver alguma lesão ou doença relacionada

à pesquisa, você poderá entrar em contato com as pesquisadoras Profa. Telma Maria A. M. Lemos (tel.: (84)

3342.9797 ou (84) 3342.9796) e Christiane N. de M. Carvalho (tel.: (84) 9414.6000), ambas da UFRN, ou com o

Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes – CEP/HUOL (Av. Nilo Peçanha, 620 –

Petrópolis – CEP: 59.012-300 – Natal/RN - Telefone: (84) 3342.5003 - E-mail: [email protected]) a

qualquer hora do dia.

Eu, ___________________________________________________________ declaro que, após bem

esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, aceito, voluntariamente, em participar desta

Pesquisa.

Natal, ____________ de _____________________________ de 20_____.

_______________________________________ __________________________________________

Assinatura do sujeito da pesquisa Assinatura do pesquisador

(carimbo ou nome legível)

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ANEXO 2

QUESTIONÁRIO

Projeto de Pesquisa: NUTRIÇÃO E OBESIDADE: ESTUDO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM

MULHERES MENOPAUSADAS NA CIDADE DE NATAL/RN.

Pesquisadora Responsável: Christiane Nogueira de Medeiros Carvalho

I PARTE: Identificação do Sujeito da Pesquisa

Nome: __________________________________________________________ Idade: _________ anos

Registro: _________________ Data: _____ / _____ / _____

II PARTE: Parâmetros Socioeconômico

01. Nacionalidade (País): __________________________ (Brasileiro, italiano, espanhol, português, francês, etc)

02. Naturalidade (Cidade): _________________________

03. Raça/Cor:

( )BRANCA ( )NEGRA ( )PARDO ( )AMARELA ( )INDÍGENA ( ) MESTIÇO

04. Estado Civil:

( )SOLTEIRA ( )CASADA ( )DIVORCIADA ( )VIÚVA ( )OUTROS ___________

05. Filhos? SIM( ) NÃO( ) (Se SIM) Quantos? _________

06. Escolaridade:

( )ANALFABETO

( )ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO. Estudou até que série? ____________________

( )ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO (até a 8ª série)

( )ENSINO MÉDIO INCOMPLETO. Estudou até que série? ____________________

( )ENSINO MÉDIO COMPLETO (até o 3º ano do antigo 2º grau)

( )ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO

( )ENSINO SUPERIOR COMPLETO

( )MESTRADO OU ESPECIALIZAÇÃO

( )DOUTORADO OU PÓS-DOUTORADO

07. Exerce alguma profissão atualmente: SIM( ) NÃO( )

(Se SIM) Qual ou Quais? _____________________________________________________

Localização do emprego: RURAL ( ) URBANO( )

08. Renda familiar:

( )MENOS DE 1 SALÁRIO MÍNIMO

( )DE 1 A 3 SALÁRIOS MÍNIMOS

( )DE 4 A 6 SALÁRIOS MÍNIMOS

( )MAIS DE 6 SALÁRIOS MÍNIMOS

( )NÃO SABE OU NÃO RESPONDEU

09. Possui residência própria? SIM( ) NÃO( )

10. Possui carro próprio? SIM( ) NÃO( ) (Se SIM) Quantos carros? _________

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11. Reside em local com saneamento básico? SIM( ) NÃO( )

III PARTE: Parâmetros Clínicos pessoais e familiar

01. Apresenta alguma(s) destas Doenças?

( )OBESIDADE

( )DIABETES

( )HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

( )DISLIPIDEMIA (Aumento de colesterol, triglicerídeos ou redução de HDL)

( )HIPERTIREOIDISMO

( )HIPOTIREOIDISMO

( )DOENÇA RENAL Qual? ____________________________

( )DOENÇA HEPÁTICA Qual? ____________________________

( )DOENÇA PULMONAR Qual? ____________________________

( )INFLAMAÇÃO Qual? ____________________________

( )INFECÇÃO Qual? ____________________________

( )CÂNCER Qual? ____________________________

( )ANEMIA Qual? ____________________________

( )VIROSES (Herpes labial, HIV, Hepatite A, Hepatite B, Hepatite C)

( )ALERGIA Qual? ____________________________

( )PARASITOSES

( )OUTRA(S) Qual? ____________________________

( )NÃO APRESENTA NENHUMA DOENÇA OU DESCONHECE

02. Tem História Familiar de alguma(s) destas Doenças?

( )OBESIDADE

( )DIABETES

( )HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

( )DISLIPIDEMIA (Aumento de colesterol, triglicerídeos ou redução de HDL)

( )HIPER OU HIPOTIREOIDISMO

( )MORTE DE PARENTE PRÓXIMO POR INFARTO DO MIOCÁRDIO

( )OUTRA(S) Qual? ____________________________

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( )NÃO APRESENTA HISTÓRIA FAMILIAR DE NENHUMA DOENÇA OU DESCONHECE

03. Faz uso de algum medicamento? SIM( ) NÃO( )

(Se SIM) Qual ou Quais? _________________________________________________________

04. Faz uso de suplemento de vitaminas e minerais? SIM( ) NÃO( )

(Se SIM) Qual ou Quais? _________________________________________________________

Com que freqüência?____________________________________________________

Por que?_______________________________________________________________

IV PARTE: Avaliação Ginecológica

01. Sobre MENSTRUAÇÃO:

a) Idade da primeira menstruação: ____________ anos

b) Ainda menstrua? SIM( ) NÃO( )

(Se SIM) De quanto em quanto tempo?_____________________________________________

c) Há quanto tempo parou definitivamente de menstruar?____________________________

d) Faz reposição hormonal? SIM( ) NÃO( )

(Se SIM) Qual? ________________________________________________________________

Com que freqüência?___________________________________________________

Há quanto tempo?______________________________________________________

V PARTE: Parâmetros Físicos e Alimentares

01. Costuma praticar algum tipo de exercício físico? SIM( ) NÃO( )

(Se SIM) Qual ou Quais? _________________________________________________________

Com que freqüência? ( )TODOS OS DIAS

( )DE 3 A 5 VEZES POR SEMANA

( )MENOS DE TRÊS VEZES / SEMANA

Duração do exercício: ( )30 MINUTOS ( )1 HORA ( )MAIS DE 1 HORA

02. Faz uso de bebida alcoólica?

( )NÃO ( )RARAMENTE (Menos de 1 vez por semana) ( )FREQUENTEMENTE (Uma vez ou mais por

semana

03. Fuma? SIM( ) NÃO( ) PAROU DE FUMAR( )

(Se SIM) Quantos cigarros fuma por dia?___________________

Há quanto tempo fuma?_______________________

Idade que começou a fumar? __________________

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(Se PAROU DE FUMAR) Parou a quanto tempo?___________________

04. Você se considera uma pessoa:

( )CALMA

( )POUCO ANCIOSA/NERVOSA

( )MUITO ANCIOSA/NERVOSA

( )ESTRESSADA/IRRITADA

05. Responda de acordo com os seus hábitos alimentares:

ATENÇÃO: PASSE PARA O PREENCHIMENTO DO QFCA NO VERSO DA FOLHA.

06. EXAME FÍSICO

a) Peso: _______________ kg

b) Altura: ______________ metros

c) Circunferência da cintura: ________/________ cm Média:____________

(Orientação: a fita métrica deve ser posicionada no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca)

d) Circunferência do quadril: ________/________ cm Média:____________

(Orientação: a fita métrica deve ser posicionada na área de maior protuberância glútea)

e) Pressão arterial: ________ x ________/________ x ________/________ x ________ mmHg

f) Freqüência cardíaca: ____________ bpm

g) Diâmetro do punho: ________/________ mm Média:____________

h) Diâmetro do cotovelo: ________/________ mm Média:____________

i) Diâmetro do tornozelo: ________/________ mm Média:____________

j) Dobra cutânea da panturrilha: ________/________/________ mm Média:____________

k) Dobra cutânea da coxa: ________/________/________ mm Média:____________

l) Dobra cutânea abdominal: ________/________/________ mm Média:____________

m) Dobra cutânea supra-ilíaca: ________/________/________ mm Média:____________

n) Dobra cutânea axilar média: ________/________/________ mm Média:____________

o) Dobra cutânea peitoral: ________/________/________ mm Média:____________

p) Dobra cutânea do bíceps: ________/________/________ mm Média:____________

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q) Dobra cutânea do tríceps: ________/________/________ mm Média:____________

r) Dobra cutânea subescapular: ________/________/________ mm Média:____________

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QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR (QFCA)

ALIMENTO

1 x

dia

2 o

u +

x d

ia

1

x

sem

2 a

4 x

sem

5 a

6 x

sem

1 a

3 x

mês

R/N

ALIMENTO

1 x

dia

2 o

u +

x d

ia

1

x

sem

2 a

4 x

sem

5 a

6 x

sem

1 a

3 x

mês

R/N

LEITE E DERIVADOS: Cenoura

Leite desnatado ou semi-desnatado Cebola

Leite integral Alho

Iogurte Repolho

Coalhada Chuchu

Queijo branco (minas/ricota/cotage) Beterraba

Queijo amarelo (prato/mussarela) Jerimum

Requeijão Couve

CARNES E OVOS: Berinjela

Ovo frito Pimentão

Ovo cozido Sopa feita em casa

Carne de boi FRUTAS:

Carne de porco Mamão

Frango Banana

Peixe fresco Maçã

Peixe enlatado (sardinha/atum) Pêra

Embutidos (salsicha, lingüiça, fiambre, salame, presunto, mortadela)

Laranja

Carne conservada no sal (bacalhau/ carne seca/sol, pertences de feijoada)

Abacaxi

Vísceras (fígado, rim, coração) Melão

ÓLEOS : Melancia

Azeite Uva

Molho para salada Manga

Bacon e toucinho Goiaba

Manteiga Abacate

Margarina SOBREMESAS E DOCES:

Maionese Açúcar

PETISCOS E ENLATADOS: Mel

Snacks (batata-frita, cheetos) Sorvete

Sanduíches, pizza, salgadinhos Tortas

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Enlatados (milho,ervilha palmito, azeitona) Geléia

CEREAIS / LEGUMINOSAS: Doces/balas

Arroz integral Chocolate/achocolatados/bombom

Arroz branco BEBIDAS:

Macarrão Café

Pão integral Suco natural

Pão francês/forma Suco artificial

Biscoito salgado Chá

Biscoito doce Água de coco

Bolos Refrigerante normal

Aveia Bebidas alcoólicas

Granola PRODUTOS DIET E LIGHT

Barra de cereal Adoçante

Tapioca Margarina

Cuscuz Requeijão/iogurte

Macaxeira Refrigerante diet, light, zero

Inhame OLEAGINOSAS:

Batata doce Castanha de Caju

Batata inglesa Castanha do Pará

Farinha de mandioca, farofa Linhaça

Feijão Gergelim

Soja OUTROS ALIMENTOS:

HORTALIÇAS:

Alface

Tomate

FONTE: QFCA – A. C. Ribeiro et al adaptado – Validação de um questionário de freqüência de consumo alimentar para população adulta, 2006.