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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES MESTRADO EM GESTÃO DE PROCESSOS INSTITUCIONAIS HUGO LOPES DE ARAÚJO MAPEAMENTO E MELHORIAS DOS PROCESSOS DA COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DA UFRN NATAL/RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

MESTRADO EM GESTÃO DE PROCESSOS INSTITUCIONAIS

HUGO LOPES DE ARAÚJO

MAPEAMENTO E MELHORIAS DOS PROCESSOS DA COORDENAÇÃO DO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DA UFRN

NATAL/RN 2017

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HUGO LOPES DE ARAÚJO

MAPEAMENTO E MELHORIAS DOS PROCESSOS DA COORDENAÇÃO DO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DA UFRN

Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional em Gestão de Processos Institucionais da Universidade Federal do Rio grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre. Orientador: Marcelo Rique Carício, D.Sc. Área e linha de pesquisa: Gestão de Processos

NATAL/RN 2017

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - CCHLA

Araujo, Hugo Lopes de. Mapeamento e melhorias dos processos da coordenação do curso de graduação em administração da UFRN / Hugo Lopes de Araujo. - 2017. 103f.: il. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Mestrado em Gestão de Processos Institucionais, Natal, RN, 2017. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Rique Carício. 1. Coordenação acadêmica. 2. Gestão de processos. 3. Mapeamento de processos. I. Carício, Marcelo Rique. II. Título. RN/UF/BS-CCHLA CDU 378.096

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

MESTRADO EM GESTÃO DE PROCESSOS INSTITUCIONAIS

MAPEAMENTO E MELHORIAS DOS PROCESSOS DA COORDENAÇÃO DO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DA UFRN

Dissertação apresentada e aprovada em ___/___/___, pela banca examinadora composta pelos seguintes membros:

Prof. Marcelo Rique Carício, D.Sc.

Prof. Marcos Fernando Machado de Medeiros, D.Sc.

Prof(a). Patrícia Borba Vilar Guimaraes, D.Sc.

Prof. Walid Abbas El-Aouar, D.Sc.

Natal/RN, 24 de novembro de 2017.

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DEDICATORIA

Dedico a Deus, a minha mãe e a minha família...

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AGRADECIMENTOS

Ao final deste trabalho não poderia deixar de agradecer:

A Deus pelo dom da vida, pela saúde e força para enfrentar todas as

batalhas traçadas ao longo deste mestrado;

Aos meus pais, por me gerarem, criarem com os esforços máximos,

depositando em mim ao preço de muito sacrifício, para me proporcionar o que de

melhor dispuseram. Pela educação, princípios e valores em mim depositados como

forma de reprodução e extensão da vida deles. Em especial a minha mãe, Maria

Conceição da Silva Araújo, a quem dedico esta obra, por sempre ter nos ensinado a

ter força e determinação para vencer as batalhas e nunca desistir apesar de todas

as dificuldades apresentadas pela vida, confiando e acreditando sempre em Deus.

Apesar de encontrar-se atualmente enfrentando um problema de saúde creio em

Deus que ela obterá mais esta vitória;

Aos mestres por me proporcionar o conhecimento nas aulas, textos e

conversas transmitindo um pouco do muito conhecimento por eles acumulados e

nos proporcionar um crescimento pessoal, científico e profissional desta magnitude.

Em especial aos professores Marcos Fernando, Cynara Abreu, Patrícia Borba,

Marcelo Rique, pelas orientações e apoio emocional;

Aos colegas e amigos de antes, durante e de depois deste mestrado pelo

convívio saudável, amistoso e alegre para enfrentarmos as longas noites de aulas,

após o dia inteiro de trabalho, tornando leve e alegre cada encontro. Pelo apoio e

palavras de incentivo nos momentos de mais dificuldade, servindo como verdadeiros

psicólogos nos momentos de desabafo.

Aos meus familiares, pais, esposa e amigos, pelo apoio e compreensão

ao abrirem mão do nosso convívio em muitas noites e finais de semana, abdicados

em prol de um sonho maior.

A todos meu muito obrigado!

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RESUMO

Considerando-se o atual momento na gestão pública brasileira, onde se prioriza os princípios da eficiência e a qualidade dos serviços prestados, se faz preciso a constante melhoria dos procedimentos administrativos das instituições em geral, em especial das instituições públicas, criticadas pela sociedade. Os processos são a base do funcionamento das instituições, fontes de contínuas melhorias neste trabalho. Este estudo tem como objetivo propor melhorias a partir do mapeamento de processos do curso de graduação em administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, contemplando a identificação, a descrição e a elaboração dos fluxos de atividades acadêmicas. Nesse sentido, realizou-se uma análise na Coordenação do curso de graduação em Administração baseada na técnica de pesquisa-ação, com finalidade exploratório-descritiva. Adotou-se como estratégica metodológica a pesquisa documental; pesquisa bibliográfica; e estudo de caso. Utilizou-se a abordagem qualitativa, uma vez que não se pretendia chegar a dados estatísticos, visando compreender os aspectos dos processos da Coordenação e as informações que influenciam no desempenho desses. Após a análise dos processos considerados foi realizada a elaboração dos fluxos através da notação BPMN com o uso do software Bizagi Process Modeler – BPM. Foram feitas propostas de melhorias para os processos, como torna-los eletrônicos e eliminar fluxos burocráticos desnecessários, e para a realização das atividades do setor, visando melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços. Melhorias estas aplicáveis a todas as coordenações de cursos de graduação que utilizem o sistema SIGAA. Ademais, foi criada uma carta de serviços, descrevendo e disponibilizando aos usuários, todos os serviços desenvolvidos pelo setor. Palavras-chave: Coordenação acadêmica; Gestão de processos; Mapeamento de processos.

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ABSTRACT

Considering the current moment in Brazilian public management, where priority is given to the principles of efficiency and the quality of services provided, it is necessary to constantly improve the administrative procedures of institutions in general, especially public institutions, criticized by society. The processes are the basis of the functioning of the institutions, sources of continuous improvements in this work. This study aims to propose improvements from the mapping of processes of the undergraduate course in administration of the Federal University of Rio Grande do Norte - UFRN, contemplating the identification, description and elaboration of flows of academic activities. In this sense, an analysis was conducted in the Coordination of the undergraduate course in Administration based on the research-action technique, with an exploratory-descriptive purpose. Documentary research was adopted as a methodological strategy; bibliographic research; and case study. The qualitative approach was used, since it was not intended to reach statistical data, aiming to understand the aspects of the Coordination processes and the information that influence the performance of these. After the analysis of the processes considered, the elaboration of the flows through the BPMN notation using the Bizagi Process Modeler - BPM software was performed. Proposals were made to improve processes, such as making them electronic and eliminate unnecessary bureaucratic flows, and to carry out activities in the sector, in order to improve the efficiency and quality of services. These improvements apply to all coordinations of undergraduate courses that use the SIGAA system. In addition, a service letter was created, describing and making available to users, all the services developed by the sector. Keywords: Academic Coordination; Processes management; Mapping processes.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 14

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA DE PESQUISA ................................. 14

1.2 OBJETIVOS.................................................................................................... 16

1.2.1 Geral ............................................................................................................... 16

1.2.2 Específicos ..................................................................................................... 16

1.3 JUSTITIFICATIVA .......................................................................................... 17

2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 18

2.1 LEAN OFFICE – ESCRITÓRIO ENXUTO ...................................................... 18

2.2 PROCESSOS ................................................................................................. 21

2.2.1 Fundamentação Histórica ............................................................................... 25

2.2.2 Elementos dos processos ............................................................................... 28

2.2.3 Processos de negócio..................................................................................... 29

2.2.4 Agregação de valor ......................................................................................... 31

2.2.5 Hierarquia dos processos ............................................................................... 31

2.2.6 Identificação de processos críticos da organização ........................................ 33

2.2.7 Organização orientada a processos ............................................................... 35

2.2.8 Gestão por processos ..................................................................................... 36

2.2.9 Melhoria de processos .................................................................................... 37

2.3 PROCESSO ELETRÔNICO NO SERVIÇO PÚBLICO BRASIEIRO ............... 39

2.4 MAPEAMENTO DE PROCESSOS ................................................................. 40

2.4.1 Mapeamento passo a passo ........................................................................... 42

2.4.2 Fluxograma e mapeamento ............................................................................ 42

2.5 BUSINESS PROCESS MODEL – BPM E NOTAÇÃO (BPMN) ...................... 44

2.5.1 Objetos de fluxo .............................................................................................. 46

2.5.2 Objetos de conexão ........................................................................................ 52

2.5.3 Swimlanes ...................................................................................................... 52

2.5.4 Artefatos ......................................................................................................... 53

2.5.5 Dados ............................................................................................................. 54

2.6 MODELAGEM DA SITUAÇÃO ATUAL (AS IS) E FUTURA (TO BE) ............. 55

2.7 LAYOUT................................................ .......................................................... 57

3 PEOCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................... 59

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ............................................................. 60

3.2 TÉCNICA UTILIZADA: BPMN ........................................................................ 60

3.3 MÉTODO DA PESQUISA: PESQUISA-AÇÃO ............................................... 61

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4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ........................................................... 63

4.1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......................... 63

4.2 CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ............................................ 65

4.3 COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO .................................. 68

4.3.1 Serviços da coordenação do curso de graduação em administração ............. 70

4.4 MAPEAMENTOS E PROPOSTAS DE MELHORIA CONTÍNUA .................... 72

4.4.1 Abono de faltas e exercícios domiciliares ....................................................... 73

4.4.2 Aproveitamento de disciplinas ........................................................................ 74

4.4.3 Registro de estágio discente ........................................................................... 76

4.4.4 Registro de atividades complementares (Processo Crítico) ........................... 77

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 83

6 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 86

7 ANEXO A: PROPOSTAS PARA MELHORIA CONTÍNUA ............................. 92

8 ANEXO B: IMAGENS DA PESQUISA ............................................................ 94

9 ANEXO C: CARTA DE SERVIÇOS (COORDENAÇÃO DO CURSO DE AGRAUDAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DA UFRN) ....................................... 98

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1 - Modelo do processo (entrada e saída) ...................................................... 25

Figura 2 - Visão geral ................................................................................................ 26

Figura 3 - Hierarquia dos processos ......................................................................... 32

Figura 4 - Objetivos da modelagem .......................................................................... 45

Figura 5 - Categorias básica elementos do BPMN .................................................... 46

Figura 6 - Eventos BPMN .......................................................................................... 48

Figura 7 - Atividades BPMN ...................................................................................... 50

Figura 8 - Gateways BPMN ....................................................................................... 51

Figura 9 - Conexão BPMN ........................................................................................ 52

Figura 10 - Swinlanes BPMN .................................................................................... 53

Figura 11 - Artefatos BPMN ...................................................................................... 54

Figura 12 - Dados BPMN .......................................................................................... 55

Figura 13 - Tarefas para modelagem: da situação atual e futura .............................. 56

Figura 14 - Exemplo de processo utilizando a notação BPMN.................................. 57

Figura 15 - Organograma UFRN/CCSA/DEPAD/CORAD ......................................... 69

Figura 16 - Fluxograma de abono de faltas e exercícios domiciliares ....................... 74

Figura 17 - Fluxograma de processos de aproveitamento de disciplinas .................. 75

Figura 18 - Processos de estágio não-obrigatório ..................................................... 76

Figura 19 - Fluxograma dos processos de iniciação em estágios não obrigatório .... 77

Figura 20 - Processo de registro de Atividades Complementares - Estado atual do (AS IS) ....................................................................................................................... 78

Figura 21 - Processos de registro de Atividades Complementares - Implementação mais adequada (TO BE) ............................................................................................ 81

Figura 22 – Reitoria da UFRN ................................................................................... 94

Figura 23 – Prédio do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA (noite) .......... 94

Figura 24 – Painel externo do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA ......... 95

Figura 25 - Prédio do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA ...................... 95

Figura 26 – Entrada da sala da Coordenação do Curso de Administração/UFRN .... 96

Figura 27 – Visão externa da Coordenação do Curso de Administração/UFRN ....... 96

Figura 28 - Visão interna da Coordenação do Curso de Administração/UFRN ......... 97

Figura 29 – Coordenação do Curso de Administração/UFRN – Sala idealizada na filosofia Lean Office ................................................................................................... 97

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QUADROS

Quadro 1 - Conceitos de processos .......................................................................... 24

Quadro 2 – Ciclo PDCA ............................................................................................ 27

Quadro 3 - Características dos processos ................................................................ 28

Quadro 4 – Hierarquia dos processos ....................................................................... 31

Quadro 5 - Principais técnicas relacionadas a processo ........................................... 33

Quadro 6 – Significado dos Símbolos ....................................................................... 43

Quadro 7 – Execução do projeto ............................................................................... 59

Quadro 8 – Fase da pesquisa-ação .......................................................................... 61

Quadro 9 - Resumo metodológico do trabalho .......................................................... 62

Quadro 10 - Número de alunos matriculados nos Cursos de Graduação, 2016 ....... 68

Quadro 11 - Competências das coordenações de curso segundo regulamento de curso de graduação da UFRN ................................................................................... 71

Quadro 12 - Processos das coordenações de curso segundo regulamento de curso de graduação da UFRN ............................................................................................ 71

Quadro 13 - Horários de atendimento presencial na coordenação do curso de administração/UFRN ................................................................................................. 92

Quadro 14 - Avaliação do atendimento ..................................................................... 92

Quadro 15 - Confirmação de vínculo ......................................................................... 93

Quadro 16 - Atendimento ao público ......................................................................... 93

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

APG Administração Pública Gerencial

BPM Business Process Management

CCSA Centro de Ciências Sociais Aplicadas

CORAD Coordenação do curso de Administração

COVEPS Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e Perícia em Saúde

CONSAD Conselho de Administração

DACA Diretoria de Administração e Controle Acadêmico

DEPAD Departamento de Ciências Administrativas

MEC Ministério da Educação e Cultura

MFV Mapeamento do Fluxo de Valor

MFVA Mapa do Fluxo de Valor Atual

MPT Manutenção Produtiva Total

PDI Plano de Desenvolvimento Institucional

PMBOK Project Management Body of Knowledge

SIGAA Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas

SINFO Superintendência de Informática da UFRN

SIPAC Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos

STP Sistema Toyota de Produção

SVA Sem Valor Agregado

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

VA Valor Agregado

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1 INTRODUÇÃO

Realizou-se estudo na secretaria da coordenação do curso de

Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tendo como

objetivos identificar, mapear e analisar o fluxo dos processos existentes no âmbito

da secretaria da coordenação do curso de graduação em administração da UFRN,

descrevendo, ainda, os tramites e os prazos para sua efetivação. Por fim, foram

apontados possíveis pontos de dificuldades no processo e propostas para melhorias.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA DE PESQUISA

Atualmente, a administração pública brasileira vem passando por um

processo de mudanças, transitando do modelo burocrático para o gerencial; isso

implica em uma maior participação da sociedade no controle dos gastos públicos e

na demanda por serviços públicos com maior qualidade, eficiência, economia e

transparência. Isto foi evidenciado a partir da Constituição de 1988 ao trazer os

princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e posteriormente

da eficiência, para os serviços públicos. O aumento dessas demandas sociais mais

exigentes implica em uma necessidade de aumentar essa eficiência e eficácia dos

procedimentos dos órgãos públicos.

Diante disso, o atual desenvolvimento das tecnologias de informação

proporciona maior facilidade à sociedade de acompanhar e cobrar mais

transparência e que as instituições públicas ofertem melhores serviços.

Este estudo foi feito pela necessidade crescente de dar maior eficiência

aos tramites dos processos administrativo-acadêmicos existentes em todo âmbito da

administração pública, uma vez que os cidadãos passaram a acompanhar e cobrar

mais qualidade dos serviços públicos buscando melhorar o acesso às informações e

“produtos” gerados pelos servidores, em particular, das coordenações de curso de

graduação, prestados aos clientes internos e externos das instituições de ensino

superior, ofertando-os com mais transparência na prestação dos serviços bem como,

possibilitando um acompanhamento e cobrança dos usuários aos setores

responsáveis.

Seguindo essa ideia de melhoria dos serviços públicos ofertados pelas

Instituições Federais de Ensino Superior - IFES, o Ministério da Educação – MEC

lançou em 2007 o Plano de desenvolvimento da Educação – PDE, dentre as

diversas ações e projetos está o programa REUNI através do qual grandes

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investimentos foram feitos nas instituições federais de ensino superior – IFES no

Brasil, visando enfrentar os desafios da educação brasileira. O REUNI é responsável

pelo crescimento das Universidades Federais mediante repasses de recursos

utilizados para reformas, construções, ampliação de vagas e melhorias da rede

federal de educação superior nos últimos anos.

Nesse contexto, a Coordenação do Curso de Administração que está

contida na estrutura do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA é regida

conforme regulamentação da Pró-Reitora de Graduação - PROGRAD da UFRN,

assumindo um papel de alta relevância para a manutenção do Curso de Graduação

em Administração da UFRN. A coordenação do curso de Administração é

responsável por gerir o curso, cabe ao coordenador elaborar o projeto político

pedagógico do curso, realizar atendimentos de maneira geral aos alunos do curso de

administração, que procuram a coordenação diariamente para sanarem dúvidas e

abrirem processos administrativos para darem prosseguimento ao seu curso.

A presença das Tecnologias e Sistemas de Informação, disponíveis na

sociedade atual e para a gestão pública brasileira, podem trazer resultados que

impactam, no intuito de alcançar eficiência operacional do serviço público.

Esse trabalho consiste em um exemplo que a alteração de determinadas

práticas e análise contínua dos processos podem alcançar tal objetivo. Portanto,

uma análise dos processos administrativos inerentes à coordenação do curso de

administração e demais cursos da UFRN, visando aumentar a eficiência dos

processos e eliminar possíveis entraves e desperdícios apontados pela Teoria do

escritório enxuto (lean office), proposto por este projeto, converge com o atual

crescimento e desenvolvimento desta IFES e corrobora com a atual transição para o

sistema de gestão gerencial, almejado pela administração pública brasileira. Pois,

com essa maior transparência e controle ao se disponibilizar os processos internos

desta coordenação de curso serão gerados: economicidade de tempo e de recursos

para os clientes internos (professores, pesquisadores, alunos, gestores e

funcionários) na medida em que facilitará as consultas para eventuais pesquisas e

auditorias. Melhorando a imagem da instituição perante a sociedade ao promover o

ensino, pesquisa e extensão de qualidade, de forma transparente, eficiente,

econômica e eficaz cumprindo com a legislação existente.

Esta análise foi feita inicialmente descrevendo como funciona a

Coordenação do Curso de administração, quais os trâmites dos seus processos; foi

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identificado dentre os processos existentes qual o processo crítico e este é discutido

a partir dos seus entraves e melhorias propostas; qual a forma e estrutura utilizada

pela UFRN acerca destes processos; os processos foram analisados segundo a

ótica do modelo do Sistema Toyota de produção, teoria do escritório enxuto, gestão

de processos e modelagem BPM. A partir desta análise, foi feito um diagnóstico em

relação ao fluxo de processo do setor e então apontados os entraves e possíveis

soluções, baseadas no modelo com base no Sistema Toyota e na Gestão por

Processos.

Nesses termos, pretendemos responder à seguinte pergunta: Que

melhorias podem ser propostas a partir do mapeamento de processos dos serviços

prestados pela coordenação de graduação em administração da UFRN?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

Propor melhorias a partir do mapeamento de processos internos da

Secretaria da Coordenação do Curso de graduação em Administração da UFRN e

propor novos fluxos.

1.2.2 Específicos

Analisar os atuais processos internos da Secretaria da coordenação do

curso de Administração, com um olhar crítico sob a funcionalidade dos

mesmos;

Aplicar, de forma geral, as normas em vigor determinadas pela

PROGRAD e Projeto político pedagógico do Curso de Administração da

UFRN e aplicá-las aos processos internos do setor, bem como adequá-los

às suas exigências;

Identificar novas soluções no que tange à gestão de processos aplicáveis

às necessidades da coordenação do curso de graduação em

administração da UFRN;

Propor novos fluxos de processos baseados na utilização de meios

eletrônicos, reduzindo assim o uso de papel nos processos

administrativos do setor; e

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Elaborar uma carta dos serviços oferecidos pela Coordenação do curso

de graduação em Administração.

1.3 JUSTITIFICATIVA

A justificativa para esta análise passa por todo um contexto de melhorias

no serviço público brasileiro, mapeamento, revisão, modernização e adequação à

legislação dos processos internos da Secretaria da Coordenação do curso de

Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Estas ações de

melhorias dos processos potencializam, através do melhor apoio às atividades fins, o

desenvolvimento atual da instituição e vão ao encontro da transição do modelo

burocrata para o gerencialismo, por que passa a administração pública brasileira

atualmente e colaboram efetivamente com a taxa de conclusão de curso, objetivo

maior das Instituições de Ensino Superior. Afinal, a secretaria da Coordenação

atuando de forma moderna significa, de forma direta, economicidade de tempo e

recursos para professores, alunos, gestores, funcionários e fornecedores, além de

melhorar ainda mais a imagem da instituição perante a sociedade, no que se refere

ao cumprimento da legislação e na eficácia da aplicação dos recursos públicos para

a promoção da pesquisa, do ensino e da extensão de qualidade.

Justifica-se pela necessidade de maior eficiência durante os processos

administrativos referentes a procedimentos acadêmicos para os discentes dando

maior celeridade e eficiência aos processos, podendo contribuir com outras diversas

coordenações de curso de graduação que atual da mesma forma. É necessário um

ajuste dos procedimentos realizados na coordenação do curso de administração da

UFRN com as normas e regulamentos em vigor, para gerarem maior eficiência no

que são propostos e contribuírem com as metas do MEC, UFRN e do CCSA no que

tange ao tempo para conclusão dos cursos de graduação pelos respectivos alunos.

Por estar inserido como colaborador, no ambiente pesquisado, a

coordenação do curso de graduação em administração, pretende-se colaborar com

ideias e melhorias que tornem o setor mais eficiente em relação aos processos e

procedimentos ali executados. Para alcançar as metas e prestar o bom serviço

público, tão cobrado e exigido atualmente pela sociedade, fazendo jus aos

investimentos públicos aplicados.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Neste capitulo, serão definidos os conceitos-chave que nortearam este

estudo, ou seja, quais as palavras-chave foram utilizadas como busca e derivação

da pesquisa em relação às referências bibliográficas e citações. Esses conceitos-

chave são definidos com base no desmembramento do objetivo geral e dos objetivos

específicos e, por meio deles, nascem às questões de pesquisa que este estudo

pretende abranger. A delimitação das palavras-chave são:

Coordenação acadêmica;

Gestão de processos;

Mapeamento de processos.

Este trabalho analisou os processos existentes na secretaria da

coordenação do curso de graduação em administração com base na legislação,

regimentos e regulamentos que tratem do tema, detalhar seus fluxos e tentar

eliminar ou melhorar etapas que gerem perdas. Para isto, foram utilizados os

ensinamentos contidos nos trabalhos que discorrem sobre a produção enxuta,

oriunda do Sistema Toyota de Produção e, por conseguinte, foram utilizadas outras

teorias sobre gestão de processos e sobre modelagem de processos.

2.1 LEAN OFFICE – ESCRITÓRIO ENXUTO

O conceito de Lean Office ou escritório enxuto é uma filosofia fundada a

partir do Sistema Toyota de Produção e em seus princípios, que visam ao aumento

da produção pela eliminação dos desperdícios. De modo que, busca sempre “fazer

mais com menos”, utilizando menor quantidade de esforços, equipamentos, tempo e

espaço e mesmo assim oferecer o produto desejado pelo cliente. A ideia central

desta filosofia é sempre eliminar os desperdícios e enxugar os processos das

empresas tornando-as enxutas, reduzindo desperdícios com insumos e aumentado

os fluxos.

Para Womack et al. (2004), o pensamento enxuto é uma forma de

especificar o valor, alinhando na melhor sequência as ações que o criam, realizar

essas atividades sem interrupção toda vez que alguém as solicita e realizá-las de

forma cada vez mais eficaz. Em síntese, o pensamento enxuto é enxuto porque é

uma forma de fazer cada vez mais com cada vez menos – menos esforços

humanos, menos equipamento, menos tempo e menos espaço – e, ao mesmo

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tempo aproximar-se cada vez mais de oferecer aos clientes exatamente o que eles

estão desejando.

Já para Tapping e Shuker (2010), o pensamento enxuto aplicado nas

áreas administrativas é de vital importância, sobre tudo ao se constatar que 60% a

80% de todos os custos envolvidos para satisfazer a demanda de um cliente são de

natureza administrativa Para alcançar o objetivo de aumentar a eficiência é preciso

reduzir os custos; eliminar retrabalhos; minimizar problemas de comunicação;

eliminar processos que não agregam valor; aumentar a produtividade e melhorara as

funções administrativas.

A implementação do Lean office evidencia a necessidade do caráter

inovador no serviço público atualmente. A implementação dessas inovações é feita

sobre tudo quebrando velhos paradigmas e trazendo novos conceitos como este de

escritório enxuto ou home office agregando valor e conhecimento, trazidos da

economia criativa para o serviço público. O conceito de Lean office corrobora com

ideias inovadoras, tão presentes na economia global que acabaram por influenciar

também na administração pública global.

O conceito de inovação criado por West e Farr (apud ALENCAR, 1995),

traz a ideia que a inovação pode ser entendida como uma “introdução intencional,

dentro de um grupo ou organização, de ideias, processos, produtos ou

procedimentos novos para a unidade, relevante de adoção e que visa gerar

benefícios para o indivíduo, grupo, organização ou sociedade maior”. Este conceito

foi desenvolvido a partir da “necessidade de sobrepor-se ou de se adaptar aos

obstáculos ambientais, ao crescimento e ao desenvolvimento dos mesmos e da

necessidade de lutar pela sobrevivência das organizações” (MOTTA, 1979).

Já para a Soares (2009), em seu texto “Inovação no setor público:

obstáculos e alternativas”, a inovação possui, como maior objetivo, a otimização dos

recursos disponíveis (em claro atendimento ao Princípio da Administração Pública

denominado “Princípio da Eficiência”), onde para se alcançá-lo precisa-se da adoção

de formas, procedimentos e práticas inovadoras de gestão e organização, garantindo

um melhor desempenho organizacional do Estado.

No Brasil, a inovação referente à Administração Pública iniciou-se com um

modelo administrativo implementado no país em meados da década de 90. Onde em

1995 foi implantado o modelo de administração gerencial no serviço público

brasileiro, reforçando a ideia de eficiência, visando solucionar dos problemas e

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desafios enfrentados pela Administração Pública pátria, como a escassez de

recursos, a falta de apoio de lideranças, funcionários desmotivados, desprovidos de

incentivos, com uma estrutura organizacional rígida, burocrática e autoritária, com

alto grau de centralização e formalização, dificuldade de acesso à informação,

reduzido número de canais de comunicação e, inclusive, a cultura de diversas

organizações e instituições espalhadas pelo país.

Nesse sentido, foram desenvolvidas diversas ações na área da gestão da

informação, objetivando melhorar o atendimento ao usuário/cidadão, a simplificar e

modernizar os procedimentos administrativos, a avaliação de desempenho e controle

de resultados, a gestão de recursos humanos e o planejamento e desenvolvimento

organizacional, entre outras dimensões cujas inovações nascem a todo instante em

algum órgão ou repartição pública do País, conforme Rodrigues Sobrinho et al.

(2012).

Segundo Soares (2009), para que isso seja possível, devemos remover

as barreiras ainda existentes na realidade do serviço público brasileiro, valorizando

as práticas inovadoras que proporcionem maior transparência e melhores serviços

para a sociedade. Aperfeiçoar os recursos disponíveis e consequentemente o bem-

estar social seja entender que devem ser adotadas formas inovadoras de gestão

organizacional, de modo que sejam identificadas, e posteriormente eliminadas, as

práticas que tendam a cercear expressões relevantes de criatividade. Obstáculos

institucionais (mormente em culturas organizacionais já assentadas, ou seja,

resistentes a novas ideias e contrárias aos anseios preconizados pela modernidade)

que impedem o fluxo natural de criatividade também devem ser eliminados.

Segundo Rodrigues Sobrinho et al. (2012), só através da implementação

de canais de comunicação eficientes em todos os níveis da organização, de tarefas

desafiantes como estímulo ao potencial criador, flexibilização de normas, de

descentralização do poder, de valorização da iniciativa e da participação na tomada

de decisão, de política de benefícios e sistema de recompensa voltada às ideias

inovadoras, de estímulo da chefia para novas ideias, de respeito às opiniões

divergentes e de capacitação dos agentes públicos para o desenvolvimento de seu

potencial criador, entre outros, os indivíduos se conscientizarão de sua capacidade

pessoal para criar (ignorada ou até mesmo desconhecida por muitos), promovendo

mudanças comportamentais que alteram, para melhor, o clima organizacional, bem

como qualquer relação interpessoal que venha a existir.

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Para Costa (2013), “O Lean deixou o chão de fábrica e invadiu o

escritório”, devido ao sucesso nos processos de manufatura a filosofia Lean foi

levada o ao ambiente transacional/administrativo. Isto se deu devido aos benefícios

gerados através da redução dos desperdícios, onde se obteve ganhos como o

aumento da eficiência, redução de custos, redução do stress no staff, aumento da

satisfação do cliente (interno e externo) e aumento da velocidade em resposta aos

clientes.

2.2 PROCESSOS

Muitos autores consideram processos organizacionais como a base para

o funcionamento das organizações. São atividades que modificam situações,

produtos quando manejados ou acrescentados insumos, geram resultados (ALVES

FILHO, 2011), compostos por várias etapas de produção ou atividades a serem

realizadas (SORDI, 2012) dispondo-se a acolher as necessidades (internas e

externas) dos clientes com base na alteração de entradas organizadas de recursos

(SLACK et al., 2009).

O termo processos possui vários conceitos. Para Gonçalves (2000),

processo consiste em qualquer atividade, ou conjunto de atividades, que toma um

input, adiciona valor a ele e fornece um output a um cliente específico. Já para

Hammer e Champy (1994), o processo é um grupo de atividades realizadas numa

sequência lógica com o objetivo de produzir um bem ou serviço que tem valor para

um grupo específico de clientes. Segundo Soliman (1999), um processo utiliza

pessoas, ferramentas e métodos para executar uma sequência de ações objetivando

transformar entradas determinadas em saídas determinadas.

Segundo Oliveira (2007), dentro de uma organização o processo pode ser

entendido como um conjunto estruturado de atividades sequenciadas que

apresentam relação lógica entre elas, com o intuito de atender e, preferencialmente,

superar as necessidades e as expectativas dos clientes internos e externos da

organização. Onde é necessário dispor de mecanismos que acompanhem tais

processos e atividades visando à redução de custos e de tempo de ciclo,

melhorando da qualidade, gerando maior flexibilidade e confiabilidade.

Ainda de acordo com Gonçalves (2000), embora existam processos

realizados inteiramente realizados em uma unidade funcional, os principais

processos de uma instituição se originam nas áreas funcionais, são conhecidos

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como horizontais. Os processos são executados de forma transversal à estrutura

vertical, típica das organizações estruturadas funcionalmente. Na administração

pública deve ser dada maior importância aos que ultrapassam as fronteiras das

instituições, como normalmente ocorre na execução de políticas públicas.

A gestão de processos no setor público é uma prática recente, que ainda

precisa ser aprimorada. Tem como seu maior desafio desenvolver técnicas e

ferramentas aplicáveis a órgão público, uma vez que este tem características

peculiares, princípios e valores que o diferenciam da administração privada, e que

por esse motivo não há uma técnica pronta para que seja aplicada de forma

imediata. Sendo assim, necessário buscar alternativas adaptáveis ao contexto do

serviço público.

Segundo Gonçalves (2000), a concepção mais frequente é de que o

processo é uma atividade ou conjunto de atividades que toma um input, agrega valor

a ele e fornece um output para um cliente específico. Onde o input são as entradas,

insumos etc e o output é o produto, o resultado das transformações dos insumos ao

final da “produção”. Se existe um produto ou serviço é por que há um processo para

produzi-lo (HARRINGTON, 1993). Ao se analisar um processo, deve-se partir

sempre da perspectiva do cliente seja interno ou externo, buscando sempre atender

às suas necessidades e preferências, portanto, o processo começa e termina

sempre “olhando” para o cliente, conforme se estabelece na abordagem derivada da

filosofia TQM, Villela (2000, p. 28). Na condição mais favorável para a organização,

os produtos dos processos devem ser buscar atender plenamente às necessidades

dos clientes (MARANHÃO; MACIEIRA, 2010, p. 23).

Adair e Murray (1996, apud ALVES FILHO, 2011) destacam que algumas

organizações cometem o equívoco de relacionarem a visão dos processos apenas

com a redução de despesas, o enfoque deve ser obter melhorias em termos de

tempo, capacidade de resposta e qualidade dos produtos e/ou serviços prestados.

Para ele, um processo transforma uma situação, um produto, um dado, manipulando

ou adicionando insumos que vão gerar resultados.

Alves Filho (2011) conceitua os processos como uma serie de tarefas,

que agregam/gera valor. Estas recebem insumos, internos ou externos a

organização e geram saídas para clientes internos ou externos a organização.

Para Cruz (2009), existem basicamente dois tipos de processos: os

primários, que são ligados diretamente à produção do produto; e os secundários,

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também chamados de processos de suporte, pois apoiam a execução dos processos

primários. De acordo com a Association of Business Process Management

Professionals (2009, apud GUERRINI, 2014), os processos primários estão

envolvidos com a criação física de um produto e/ou serviço, marketing e

transferência ao comprador. Segundo Cerqueira Neto (1994, apud VILLELA, 2000),

os processos são classificados da seguinte forma: Processos primários, aqueles que

tocam o cliente, no qual, qualquer falha, o cliente logo identifica. Os processos de

apoio: que são os processos que colaboram com os primários na obtenção do

sucesso junto aos clientes. E processos gerenciais, aqueles que existem para

coordenar as atividades de apoio e dos processos primários.

Cruz (2009) acrescenta ainda a ideia de processos complexos e

processos simples, no qual, pode ser diferenciado e definido em geral, pela

quantidade de atividades ou pela abrangência em termos de estrutura

organizacional. Já Maranhão e Macieira (2010) classificam os processos em:

finalístico, que tem por fim cumprir a missão da organização; de apoio, relacionado

indireta com os serviços finais, mas necessário ao funcionamento da organização; e

processos gerenciais, cujos focos são informação e decisões mais estratégicas da

organização.

Não há um consenso, nas escolas de administração, sobre os processos.

Em geral são consideradas, duas classes: processos básicos ou finalísticos, críticos

ou da linha de frente; e os processos de suporte, meio, de apoio ou retaguarda. É

importante não se ater as diferentes nomenclaturas existentes para definição dos

processos. Os critérios de categorização são flexíveis e devem ser vistos como

auxilio a determinadas necessidades especificas da organização (MARANHÃO;

MACIEIRA, 2010). A seguir alguns autores e seus conceitos sobre processos

(Quadro 1).

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Quadro 1 - Conceitos de processos Autores Conceito de Processos

Harrington (1993) Processo é qualquer atividade que recebe uma entrada (input), agrega-lhe valor e gera uma saída (output) para um cliente interno ou externo. Os processos fazem para um cliente interno ou externo. Os processos fazem uso dos recursos da organização para gerar resultados concretos. O processo de fabricação recebe como entrada uma solicitação do cliente e matéria-prima, trabalha essa matéria-prima segundo as especificações do produto e gera o produto solicitado pelo cliente.

Hammer e Champy (1994), Processo é um grupo de atividades realizadas numa seqüência lógica com o objetivo de produzir um bem, ou um serviço que tem valor para um grupo específico de clientes.

Davenport (1994) É como uma ordenação específica das atividades de trabalho no tempo e no espaço, com um começo, um fim, inputs e outputs claramente identificados. Segundo o autor, tais atividades são estruturadas com a finalidade de agregar valor aos inputs, resultando em um produto para um cliente.

Oliveira (1996), Processo é um conjunto de atividades sequenciais que apresentam relação lógica entre si, com a finalidade de atender e, preferencialmente, suplantar as necessidades e expectativas dos clientes externos e internos da empresa.

Adair e Murray (1996) Processo consiste em um conjunto de tarefas executadas seqüencialmente com a finalidade de gerar um resultado identificável, que pode ser um bem, um serviço, dados, ou informações. O resultado do processo é sempre direcionado a um cliente - seja ele interno ou externo - que é quem define e avalia esse resultado.

Gonçalves (2000) Processo é qualquer atividade ou conjunto de atividades que toma um input, adiciona valor a ele e fornece um output a um cliente específico. Destaca ainda a característica de interfuncionalidade dos processos, ou seja, a maioria dos processos empresariais, especialmente os processos-chave ou primários, atravessa as fronteiras das áreas funcionais da organização, podendo envolver não só aspectos intra-organizacionais (interação entre os processos internos da empresa), mas também inter-organizacionais (interação com os processos de outras organizações).

Fonte: Adaptado de Lima, 2017.

Ballestero-Alvares (2012, p. 9) esclarece, ainda mais, que se chama

“processo uma determinada sequência estruturada e predefinida de ações que

transforma os insumos captados em saídas e as oferece ao ambiente, agregando

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valor a partir do momento em que manipula adequadamente esses insumos”, sendo

assim, um processo é “a transformação com agregação de valor, de recursos em

alguma coisa esperada” (JUNIOR, 2015), tal qual apresentado no modelo de Bogan

e English (1996, p. 69) da Figura 1.

Figura 1 - Modelo do processo (entrada e saída)

→ ENTRADAS → PROCESSAMENTO → SAÍDAS → CLIENTES

Pessoas Projeto de

Produtos/Serviços Produtos

Necessidades do

Cliente

Matérias-Primas Produção de Produtos Serviços Satisfeitas

Componentes Desempenho dos

Serviços Documentação

Problemas do

Cliente

Requisitos do

Cliente

Entrega de

Produtos/Serviços Resultados Resolvidas

Capital Ciente

Requisitos

Atendidos

Fonte: Bogan & English (1996, p. 69).

Em concordância com as definições anteriores, Rotondaro (2005, apud

SALGADO 2011) define processos como “uma sequência de atividades organizadas

que transformam as entradas dos fornecedores em saídas para os clientes, com um

valor agregado gerado pela unidade”, onde “um conjunto de causas que geram um

ou mais efeitos”, podendo ainda ser considerado “uma atividade repetitiva ou uma

série de atividades que transformam um conjunto definido de entradas em saídas

mensuráveis, Onde a empresa tem a necessidade de gerenciar e medir sua

execução”.

2.2.1 Fundamentação Histórica

Harmon (2013) relembra que a compreensão do BPM, Business Process

Management, em português, Gestão de Processos de Negócio, é inspirado na

influência de vários movimentos, como: o Fordista e Taylorista de simplificação do

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trabalho, por meio das metodologias de Gestão da Qualidade Total - TQM, Lean e

Seis Sigma, e, mais adiante, do Modelo de Maturidade de Capacidade - CMM.

Destacado na Figura 2. Já Davenport (1994, p. 363-364) elucida que as “fontes

primárias” da reengenharia de processos compreendem “o movimento pela

qualidade, as reflexões sobre a engenharia industrial e os sistemas, as abordagens

de projetos [...], a análise de difusão da reengenharia tecnológica, e as ideias sobre

o uso competitivo da tecnologia da informação”.

Figura 2 - Visão geral

Fonte: Harmon (2013, p. 38).

Hammer (2015, p. 3) alude que BPM tem dois precedentes intelectuais

principais, o primeiro deles foi o trabalho de Shewart e Deming com o Controle

Estatístico do Processo (que antecede ao Seis Sigma) e o segundo, de sua própria

concepção, o BPR, a Reengenharia de Processos de Negócio.

O primeiro deles, O Controle Estatístico do Processo (CEP), “permite

determinar se existem causas não naturais de variação no processo”, ou seja, “serve

para verificar se um determinado processo está dentro dos limites de controle, isto é,

se o processo está realmente ocorrendo da forma como planejado” (PEINADO &

GRAEML, 2007, p. 530-531).

Para Ferreira (2013), O ciclo PDCA ou ciclo de Shewart é um método

gerencial de tomada de decisão que constitui elemento basilar do sistema de

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gerenciamento pela qualidade. De acordo com este método, todas as ações da

organização devem ser orientadas com base no cumprimento do ciclo. O PDCA é

um instrumento de gestão aplicável a qualquer processo organizacional. A sigla

PDCA é formada pelas iniciais das palavras em inglês Plan (planejar), Do (executar),

Check (verificar) e Action (agir corretivamente), que definem as fases ou etapas do

ciclo. Essas fases compreendem os seguintes procedimentos:

• PLANEJAR (P): Que visa definir metas, horizontes, métodos e técnicas.

Podendo ser um planejamento estratégico, um plano de ação, um conjunto de

padrões ou cronograma.

• EXECUTAR (D): Referente à execução das tarefas conforme previstas

na etapa de planejamento e coletar dados para verificação do processo. Podendo

ser originada em um programa de treinamento seguido de ações operacionais

concretas, por processo. Nessa etapa são essenciais a educação e o treinamento.

• VERIFICAR (C): Referente aos dados coletados na execução, comparar

as metas definidas com os resultados obtidos.

• CORRIGIR (A): Que visa eliminar as causas identificadas como

geradoras de desvios (diferenças entre meta e resultado), evitando-se a recorrência

dessas causas. A ação corretiva pode acontecer em qualquer das etapas do ciclo:

durante o planejamento, a execução, a verificação e dentro do próprio momento da

correção.

A seguir, no quadro 2, um breve resumo das atividades do ciclo PDCA.

Quadro 2 – Ciclo PDCA

PLAN (Planejar)

P

1 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

2 OBSERVAÇÃO

3 ANÁLISE PARA DESCOBRIR CAUSAS

4 PLANO DE AÇÃO

DO (Fazer)

D 5 AÇÃO

CHECK (Verificar)

C 6

VERIFICAÇÃO

BLOQUEIO FOI EFETIVO? NÃO: RETORNA AO PASSO 2 SIM: SEGUE PARA PASSO 7

ACT (Ação Corretiva)

A 7 PADRONIZAÇÃO

8 CONCLUSÃO

Fonte: Adaptado de Peinado e Graeml (2007, p. 557).

O BPM faz referência a projetar e executar processos de negócio

(HAVEY, 2005), permitindo que as organizações possam atingir seus objetivos ao

buscarem a melhoria, gerenciando e controlando seus processos (SOUSA NETO;

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MEDEIROS JUNIOR, 2008) estando arrimada na comprovação de que cada produto

ou serviço que a organização oferece ao cliente é gerado em decorrência de uma

série de atividades concretizadas Weske (2012 apud COSTA, 2016).

Já Campos (2007, p. 3) sintetiza que o processo deve ser ajustado como

um “manancial de valor” para a organização, não podendo ser deixado de lado;

posteriormente a implantação deve existir acompanhamento ininterrupto do

processo, nas atividades e sequências até a disposição de recursos. Em

conformidade com BPM, o ciclo DMAIC (definir, medir, analisar, melhorar e controlar)

remete ao ciclo PDCA ao ser estabelecido o princípio de aperfeiçoamento contínuo

ao se iniciar um novo ciclo de gestão (CARVALHO, 2011).

Para Weske (2007, p. 4), o BPM foi influenciado por conceitos e

tecnologias de distintas áreas de administração de empresas e da ciência da

computação, originado na convergência a orientação do processo da década de

1990, quando uma nova configuração de organização das empresas foi proposta

com base em processos de negócios.

Na mesma linha do pensamento de Hammer (2015) e Weske (2007), a

reengenharia de processos, Davenport (1994, p. 12) resume seu significado a

“adoção de alguma coisa inovadora” ao presumir “que o objetivo da introdução de

alguma coisa inovadora num processo seja provocar uma mudança importante,

radical”. “A reengenharia de processos combina a estrutura para a realização do

trabalho com uma preocupação com resultados considerados visíveis e/ou

drásticos”. O autor chama a atenção para a diferença entre a melhoria de processos,

que tem “como meta a melhoria constante e simultânea em múltiplos processos”, da

reengenharia, que é uma iniciativa única, que pode ser combinada com a melhoria

contínua de processos em o que ele chama de um ciclo de alternação.

2.2.2 Elementos dos processos

Conforme Harrington (1993), existem vários elementos inerentes ao

processo e que facilitam e entendimento e melhoria do processo, dentre elas existe

cinco, que serão apresentadas no Quadro 3, a seguir.

Quadro 3 - Características dos processos

Elementos Definição

FLUXO Os métodos de transformar entradas em saídas

EFICÁCIA Grau com que as expectativas do cliente são atendidas

TEMPO DE CICLO Nível de aproveitamento dos recursos para produzir uma saída

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CUSTO Dispêndio de todo o processo

VALOR AGREGADO Diferença de valor entre saídas e entradas de um processo

Fonte: Adaptado Harrington (1993).

HARRINGTON (1993) define ainda o termo cliente, como qualquer

pessoa que recebe as saídas do processo, de modo direto ou indireto, ou ainda

como a pessoa que recebe ou se beneficia com as saídas do processo. A

organização deve atender diferentes tipos de clientes não só os clientes primários,

usuários finais de seus produtos, como também os clientes secundários, a exemplo,

receita federal (CRUZ, 2009).

Inerente aos processos, também estar o fato de possuírem um ciclo de

vida. Onde são criados, ao longo do tempo sofrem refinamentos, que vão levar á

maturidade que, porém, ocasionam a diminuição da eficácia, levando ao excesso de

controle e colapso, estes entendidos como o ponto final ou a retirada do processo da

organização (VILLELA, 2000). Basicamente os processos são formados pelos

elementos citados acima. No entanto, CRUZ (2013) traz uma ilustração mais

minuciosa destes elementos, trazendo inclusive outros que podem ocorrer ou não

em um processo. Em virtude de serem ou não atribuídos.

2.2.3 Processos de negócio

Atualmente os processos estão presentes nas mais diversas áreas e

segmentos. Nas organizações públicas e/ou privadas não é diferente. De acordo

com Graham e LeBaron (1994 apud GONÇALVES, 2000), todo trabalho importante

realizado nas organizações faz parte de algum processo. Estes processos

específicos são os chamados processos organizacionais, também denominados de

processos de negócio. No qual foi descrito adiante. Conforme JUNIOR (2010)

Para Júnior (2010), todas as organizações podem ser identificadas como

um conjunto de processos, mesmo as que estão estruturadas por departamentos e

são hierarquicamente definidas, independendo de porte e ramo de negócio.

Já Para Sordi (2012), os processos de negócio podem ser definidos por

uma analogia com processos tangíveis, como os realizados nas linhas de produção

em que se pode verificar um trabalho sendo executado por meio de diferentes

atividades sequenciais, que corroboram para a composição do produto final.

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Processo de negócio, assim como o processo produtivo, é composto por diversas

etapas de produção ou atividades a serem executadas (SORDI, 2012, p. 11).

Outra definição de processos de negócio a de BERETTA (2002), consiste

em afirmar que seria um local onde os recursos e competências da empresa são

ativados a fim de criar uma competência organizacional capaz de preencher lacunas,

visando gerar uma vantagem competitiva sustentável.

Processos de negócio são fluxos de trabalhos que atendem a um ou mais

objetivos da organização e que proporcionam agregação de valor sob a óptica do

cliente final (SORDI, 2012, p. 13). CRUZ (2009) define processos de negócios como

um conjunto de três ações: introdução, no qual fornece os insumos; processamento,

etapa que são gerados os resultados; e envio fase em que a organização fornece ao

cliente o produto.

Para Sordi (2012), os processos de negócios em sua essência visam

gerar algo de valor para aqueles que necessitam e reconhecem a importância do

que está sendo entregue. O autor acrescenta ainda que diversas práticas surgiram

nos últimos anos visando melhorar de alguns atributos do processo de negócio como

custo, qualidade, velocidade ou flexibilidade.

Cruz (2013, p. 131) define processo de negócio como a forma onde um

conjunto de atividades, dispostas em ordem lógica e cronológica, cria, trabalha ou

transforma insumos (entradas), agregando-lhes valor, por meio de recursos e

tecnologias, com a finalidade de produzir bens ou serviços, com qualidade, para

serem entregues ao clientes (saídas), sejam eles internos ou externos.

De acordo com Harrington (1991, apud SORDI, 2012) processo de

negócio é um grupo de tarefas interligadas logicamente, que utilizam os recursos da

organização para geração de resultados pré-definidos, visando apoiar os objetivos

da empresa. Os processos de negócio podem e devem ser tratados como sistemas

internos à organização e também, externos com interação entre sistemas de outras

empresas que desenvolvem suas atividades em parceria com a organização

(DAVENPORT, 1994; KRAJEWSKI, 2009; SORDI, 2008 apud JUNIOR, 2010, p. 26).

Os processos de negócio agregam valor ao cliente, não pertencem a um

determinado departamento e não envolvem muitos produtos, (GUERRINI, 2014, p.

45). Conforme Superior Tribunal de Justiça (2013) os processos de negócios são

chamados também de processos primário ou de cliente e estão intimamente

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relacionados à missão da organização, em outras palavras, estão compreendidos na

cadeia de valor da organização.

2.2.4 Agregação de valor

O conceito de agregação de valor é a essência do capitalismo, e a

justificativa final para a existência de um processo de negócio, ou seja, se não

agrega valor deve ser eliminado. Agregação de valor gera como resultado o valor

agregado. De modo rigoroso, representa o resultado da diferença entre o produto

final e entradas, que são as matérias-primas e insumos. (MARANHÃO; MACIEIRA,

2010). Valor é aquilo representa alguma forma de ganho mais amplo para a

sociedade e não necessariamente financeiro (MARANHÃO; MACIEIRA, 2010). É por

meio da análise de valor agregado, que é colocado o foco necessário para separa o

processo que agregam valor para entrega do produto final e os processos de suporte

(SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2013).

2.2.5 Hierarquia dos processos

Hierarquia dos processos é fundamental para a identificação dos

processos essenciais e para a análise sistêmica das organizações. Processos

essenciais são aqueles que estão diretamente ligadas à atividade fim, as regras

básicas do negócio (GONÇALVES, 2000). Maranhão e Macieira (2010) definem

meramente por convenção a hierarquia em: macroprocessos, os mais abrangentes

da organização; processos, a subdivisão dos macroprocessos; e subprocessos, a

subdivisão dos processos.

Hierarquicamente, os processos subdivididos, conforme quadro 4 a

seguir:

Quadro 4 – Hierarquia dos processos

Tipo do processo Conceito

Macroprocesso Geralmente envolve mais de uma função organizacional cuja operação tem impacto significativo no modo como a organização funciona. Exemplo: Macroprocesso de Gestão de Pessoas.

Processo Um grupo de tarefas interligadas logicamente, que utilizam recursos da organização para gerar resultados. São operações de alta complexidade (subprocessos, atividades e tarefas distintas e interligadas), visando cumprir um objetivo organizacional específico. Exemplo: Avaliação de

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desempenho. está incluído em outro subprocesso

Subprocesso Um conjunto de operações de média a alta complexidade (atividades e tarefas distintas e interligadas), realizando um objetivo específico em apoio a um processo. Exemplo: Desenvolvimento de pessoal.

Atividades Operações ou conjuntos de operações de média complexidade, que ocorrem dentro de um processo ou subprocesso, geralmente desempenhadas por uma unidade organizacional determinada e destinada a produzir um resultado específico. Exemplo: Realiza avaliação.

Tarefas Seria o nível mais detalhado das atividades, é um conjunto de trabalhos a serem executados, envolvendo rotina e prazo determinado, corresponde a um nível imediatamente inferior ao de uma atividade. Exemplo: enviar avaliação devidamente preenchida

Fonte: Adaptado de Manual, 2013.

De acordo com Harrington (1993, 1997) e Davis e Weckler (1997, apud

VILLELA, 2000), os processos compõem uma hierarquia. Onde existem: os

macroprocessos, que sua função tem um impacto significativo e geralmente envolve

mais de uma função; subprocesso, que realiza um objetivo específico em relação ao

macroprocesso; atividades o que ocorre dentro dos processos ou subprocesso; e

tarefa a menor parte do processo, a parte especifica do trabalho. Esta hierarquia

mencionada está representada na Figura 3, a seguir.

Figura 3 - Hierarquia dos processos

Fonte: Harrington (1993).

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No presente estudo foi utilizada a nomenclatura descrita antes, mas pode

também ser apresentada em livros de outra forma. Por exemplo, Processos é uma

série de atividades decompostas em tarefas, que, por sua vez, são decompostas em

operações. Que são responsáveis pela produção de bens e serviços (CARREIRA,

2009, p. 94). Atividades, por sua vez, é um conjunto de tarefas, está por sua vez é

um conjunto de operações realizadas de forma lógica por uma entidade, já as

operações são as ações indivisíveis pertencentes à tarefa.

2.2.6 Identificação de processos críticos da organização

Conforme Superior Tribunal de Justiça (2013), é importante a tarefa de

identificar os processos críticos devido à complexidade de implantação de uma

gestão orientada a processos. Segundo HARRINGTON (1993), os processos críticos

são aqueles que respondem a cinco reflexões: importância para o cliente; grau de

complexidade; importância para a empresa; impacto sobre o trabalho; e o quanto ele

pode ser mudado.

Adair e Murray (1996, apud VILLELA, 2000) afirmam que em geral as

organizações giram em volta de quatro processos centrais fundamentais, estes

identificados como os processos que a organização depende para proporcionar

significativo valor ao cliente, promovendo sua sobrevivência e crescimento. Para

identificar os processos críticos deve-se buscar o maior número de informações

possíveis e de diversas fontes. Considerando fatores como: crenças, valores das

organizações e dos seus gestores; funcionários mais velhos; e normas

organizacionais.

Para Meireles (2001, apud CARREIRA 2009), existem diversas

ferramentas para identificar os processos críticos, dentre elas destaca-se:

brainstorming, matriz de gravidade, urgência e tendência – GUT e matriz de

priorização. A seguir, um Quadro 5 com uma breve definição de cada uma das

técnicas descritas no parágrafo anterior.

Quadro 5 - Principais técnicas relacionadas a processo Técnica Detalhamento

Brainstorming

Reuni um grupo de pessoas criando o maior número de ideias acerca de um tema previamente selecionado. É realizado em 6 etapas básicas: Constituir a equipe, Definir Foco e Enfoque, Geração de Ideias, Crítica, Agrupamento, Conclusão.

Matriz de gravidade, urgência e tendência (GUT) Utilizado para definir prioridades dentre várias

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alternativas de ação. Respondendo: O que devemos fazer primeiro? Por onde devemos começar? Através da análise de gravidade, urgência e tendência do fenômeno.

Matriz de priorização

Ferramenta mais detalhada, quando comparada a matriz GUT. Por isto, demanda mais tempo em realiza-la. Consiste em: definir um foco, desenhar uma matriz de priorização conforme as variáveis existentes, definir uma formula de comparação, comparar e pontuar e calcular a pontuação obtida.

Fonte: Adaptado de Meirelles (2001).

Para Ferreira (2013), os processos críticos são aqueles considerados

estratégicos para o sucesso institucional. Normalmente, são denominados assim os

principais processos finalísticos, muitas vezes alguns processos de apoio são

considerados críticos pela importância ou impacto que têm nos resultados

institucionais. Os processos críticos, quando não gerenciados de forma correta,

podem dificultar ou impedir a realização dos objetivos estratégicos da organização.

Conforme mencionado no item anterior, após a modelagem inicial dos

processos é necessário identificar quais desses apresentam os maiores problemas

(ou dificuldades) em relação ao cumprimento de seus objetivos. Esses processos

são classificados como “críticos”, pois representam os principais entraves para o

êxito do planejamento da organização.

Segundo Harrington (1993), existem algumas características que ajudam

a definir um processo crítico, tais como:

- Conter uma atividade que represente um fator crítico para os outros

processos e/ou organização;

- Demonstrar excesso de controle ou fraqueza operacional;

- Conter atividades que consumam muitos recursos;

- Apresentar layout pouco funcional;

- Conter atividades que representem condições de risco para o operador;

- Conter atividades que afetem a eficiência do processo global;

- Ser um processo gargalo ou conter uma atividade que represente um

gargalo.

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Contudo, essa classificação nem sempre é tão simplista ou direta.

Todavia que, uma grande quantidade de processos ou interface complexa de

atividades pode dificultar a identificação dos processos realmente críticos.

Para Santos et al. (2012), algumas informações devem ser analisadas

para se identificar os pontos críticos dos processos:

- Se a etapa não pode ser excluída do processo;

- Pontos que não agregam valor;

- Pontos de retrabalho;

- Gargalos de produção;

- Estoques desnecessários;

- Estoques necessários e inexistentes;

- Quantidade de pessoas x produção;

- Tecnologias que poderiam melhorar o processo;

- Registros necessários;

- Pontos de controle;

- Pontos em que o processo permite o erro do operador.

O caso deste trabalho, o processo crítico foi definido com base em

pesquisa exploratória levando-se em consideração fatores como: Agregação de

valor; obrigatoriedade legal da existência do processo ou se não agrega valor.

2.2.7 Organização orientada a processos

Na busca de melhorias consistentes na estrutura, as organizações têm se

voltado para uma abordagem por processos, com o fim de encontrar soluções

satisfatórias aos problemas contemporâneos (MARANHÃO; MACIEIRA, 2010).

Conforme Sordi (2012), diversas mudanças provocaram alteração nas estruturas

organizacionais, de modo que hoje a organizações estão cada vez mais orientadas

para os processos de negócio. Segundo Maranhão e Macieira (2010) uma

organização orientada a processos busca conhecer, permitir o funcionamento,

avaliação, controle dos processos, bem como melhorá-los continuamente e pode

inclusive aumentar a satisfação dos funcionários da organização.

Conforme Gonçalves (2000), as empresas estão procurando se organizar

por processos, dentre outros aspectos, para melhor se adaptarem a possíveis

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mudanças, melhor integrar seus esforços e ter maior capacidade de aprendizado.

Para Enoki (2016), os processos devem ser alinhados a estratégias, pessoas,

estruturas, métricas e a arquitetura da tecnologia da informação. A organização por

processos valoriza o trabalho em equipe, a cooperação, a responsabilidade

individual e a vontade de fazer um trabalho melhor (GONÇALVES, 2000, p. 11).

A Fiocruz (2014) acrescenta que as organizações orientadas por

processos possuem uma visão não oposta às visões hierárquicas estabelecidas em

organogramas, e sim uma visão que complementa a visão esta, clarificando os

fluxos de trabalho. Uma organização orientada a processos é relevante para a

manutenção da competitividade, dos empregos e de um bom ambiente para se

trabalhar (ALVES FILHO, 2011).

Quando a organização é orientada a processos, os processos enxergam

uma linha de atividades que iniciam com o entendimento exato do que o cliente

deseja e termina com o cliente adquirindo o que ele precisa e deseja de um negócio

(GONÇALVES, 2000, p. 10). Ainda conforme Gonçalves (2000), o cliente estar no

centro das organizações por processo, no qual, estas têm como objetivo oferecer

mais valor ao cliente, valor este percebido pelo cliente como vantagem ou benefício

recebido em cada transação com a organização. A Organização Internacional para

Normalização Técnica, ISO (2000, apud MARANHÃO; MACIEIRA, 2010) afirma que

a organização orientada a processos ideal, permite que as atividades sejam

realizadas considerando o caminho ótimo para a satisfação dos clientes.

A abordagem por processo "derruba" as fronteiras funcionais e conduz à

busca da eficiência e eficácia, tendo sempre as necessidades do cliente como

referencial absoluto. (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2013, p. 12). Maranhão

e Macieira (2010) destaca que uma organização orientada por processos deve

prever que estes sempre sejam melhorados ao longo do tempo, conforme novas

circunstancias vão surgindo.

2.2.8 Gestão por processos

Conforme Fiocruz (2014), a gestão por processos pode ser aplicada por

uma organização que busca a otimização e a melhoria no âmbito de seus processos

para atender necessidades e expectativas das partes interessadas. Sordi (2012)

destaca que o tema gestão por processos tem recebido atenção crescente das

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academias, pesquisadores, confirmado pelo aumento no número de publicações

ligadas ao assunto.

Neste modelo de gestão é fundamental que sejam conhecidos os

clientes/cidadãos-usuários desses processos (FIOCRUZ, 2014, p. 10). Conforme

Enoki (2006, apud TORRES, 2002), a gestão por processo exige um modelo mental

da organização, desenvolvido por meio de quatro perspectivas, a saber: visão das

pessoas, visão dos processos, visão dos recursos e visão dos clientes. A gestão por

processos organizacionais é diferente da gestão tradicional por no mínimo três

motivos, pois: emprega objetivos externos, os funcionários e recursos são

organizados para produzir um trabalho completo e a informação segue direto para

onde é necessária, sem o filtro da hierarquia (STEWART, 1992 apud GONÇALVES,

2000).

Schmiedel et al. (2015 apud CÂMARA, 2015) afirmam que quanto maior a

complexidade da coordenação de trabalho através do sistema produtivo, maior a

necessidade de desenvolver a capacidade de gerir os processos. A organização

Fiocruz traz um conceito sobre gestão por processos:

Segundo a FIOCRUZ (2014), a compreensão contemporânea de gestão

por processos é de que é uma importante ferramenta gerencial, um instrumento

capaz de aproximar as diretrizes estratégicas do cotidiano das pessoas no

desenvolvimento de seu trabalho.

Sordi (2012) apresenta uma diferença entre os gestores das organizações

tradicionais e das orientadas a processo. Para ele na abordagem tradicional de

funções empresariais, os gerentes funcionais têm controle total do trabalho e das

pessoas que o realizam, enquanto na abordagem de processos de negócios o gestor

do processo controla apenas a gestão e operação do processo.

Guerrini (2014) acrescenta que a gerência por processos de negócios, em

certa medida, rompe com a visão funcional da empresa, ao direcionar os esforços da

gerência para a cadeia de valor onde o produto ou serviço está inserido, objetivando

maximizar a agregação de valor para a satisfação do cliente.

2.2.9 Melhoria de processos

Os Processos definem o fluxo das atividades e o mapa de como as

atividades operacionais juntas podem contribuir para produzirem um produto ou

serviço. Assim sendo, os processos definem o que e como será feito dentro da

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organização. Porém, poucos processos são formalmente desenhados na maioria

delas. A maior parte das organizações apenas desenvolveu seu tempo para entregar

produtos ou serviços específicos. Essa evolução tem sido normalmente baseada na

necessidade de “concluir o trabalho”. E devido a todo negócio ser dinâmico, a

necessidade de “concluir o trabalho” exigi mudanças constantes no trabalho e no

seu modus operandi. Assim, apesar de serem operacionalmente bem- sucedidos, a

maioria dos processos é implantada de forma menos eficiente do que deveria ser.

[BPM CBOK 3.0]

As organizações entendem que devem entregar valor aos seus cliente

através da execução dos seus processos de negócio, e que seus resultados estão

intimamente ligados ao desempenho dos processos. Este pode ser otimizado

através de análise e redesenho, que analisa a situação atual (AS IS), investiga

pontos focais relacionado às metas de desempenho desejadas e propõem ajustes

no processo buscando sua melhoria, resultando em uma visão de futuro (TO BE)

que, quando implantada, deverá fornecer ao processo ganhos significativos na sua

execução.

Segundo Davenport (1994), a melhoria de processos é proveniente da

combinação de dois importantes aspectos: enxergar a organização como um

conjunto de processos e redesenhar os seus processos-chave. Destaca ainda que

essa combinação irá permitir uma redução de custos, em algum fator de produção:

mão de obra ou matéria prima, reduzindo assim o custo e tempo de ciclo dos

processos, com ganhos de qualidade, flexibilidade, nível de atendimento ao cliente e

outros indicadores de desempenho organizacional.

Para Santos et al. (2012), ao aplicarem uma pesquisa empírica

exploratória em organizações públicas, destacando quais os fatores devem receber

atenção nas iniciativas de implementação de BPM, deve-se buscar os fatores

críticos e de sucesso nas organizações, levantaram-se pontos que afetam

positivamente e negativamente o sucesso das organizações.

Como fatores negativos vale destacar: a falta de metodologia para gestão

dos processos; grande burocracia do setor público; falta de treinamento das equipes;

servidores que não difundem as informações; histórico de falhas em projetos

anteriormente realizados; ações que dependem de mudanças na legislação.

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39

Como fatores de sucesso ele destaca: composição da equipe de

processos formada por pessoal interno; visibilidade dos trabalhos; visualizando ai

alguns fatores que podem beneficiar no sucesso da implementação.

2.3 PROCESSO ELETRÔNICO NO SERVIÇO PÚBLICO BRASIEIRO

Este trabalho caminha de acordo com os anseios da sociedade no que diz

respeito à agilidade e eficiência dos serviços públicos prestados. O governo Federal

lançou em outubro de 2015 o decreto n° 8539 que trata da utilização de processos

eletrônicos no serviço público brasileiro, este estabelece o uso de meio eletrônico

para a tramitação de documentos nos órgãos e entidades da administração pública

direta, autárquica e fundacional. Tendo como conceito: processo administrativo

eletrônico - aquele em que os atos processuais são registrados e disponibilizados

em meio eletrônico. Este decreto tem como objetivos:

I - assegurar a eficiência, a eficácia e a efetividade da ação governamental

e promover a adequação entre meios, ações, impactos e resultados;

II - promover a utilização de meios eletrônicos para a realização dos

processos administrativos com segurança, transparência e

economicidade;

III - ampliar a sustentabilidade ambiental com o uso da tecnologia da

informação e da comunicação; e

IV - facilitar o acesso do cidadão às instâncias administrativas.

Ademais, visando à implementação dos processos eletrônicos em toda

esfera administrativa Federal, o governo lançou o Processo Eletrônico Nacional

(PEN). Trata-se de uma iniciativa conjunta de órgãos e entidades de diversas

esferas da administração pública para a construção de uma infraestrutura pública de

processo administrativo eletrônico. O PEN tem como objetivo disponibilizar uma

solução de processo eletrônico que possa ser utilizada por qualquer instituição

pública, independentemente do porte e da área de atuação. No caso estudado este

não foi utilizado, pois a UFRN já dispõe de sistema eletrônico próprio, SIGs

(composto por SIGAA, SIPAC e outros).

Atualmente, o Governo Federal lançou o Decreto n° 9.094 em julho de

2017, que fundamentam e ratificam ainda mais a existência deste trabalho. Este

decreto dispõe sobre a simplificação do atendimento prestado aos usuários dos

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serviços públicos e institui a Carta de Serviços ao Usuário, que são também, alguns

dos objetivos deste trabalho. Prevê, dentre outras medidas:

Racionalização de métodos e procedimentos de controle;

Aplicação de soluções tecnológicas que visem a simplificar processos e

procedimentos de atendimento aos usuários dos serviços públicos e a

propiciar melhores condições para o compartilhamento das informações;

Padronização de procedimentos referentes à utilização de formulários,

guias e outros documentos congêneres;

No que diz respeito à Carta de serviços aos usuários, determina que os

órgãos e as entidades do Poder Executivo federal que prestam atendimento aos

usuários dos serviços públicos, direta ou indiretamente, deverão elaborar e divulgar

Carta de Serviços ao Usuário, no âmbito de sua esfera de competência. Objetivando

informar aos usuários dos serviços prestados pelo órgão ou pela entidade do Poder

Executivo federal as formas de acesso a esses serviços e os compromissos e

padrões de qualidade do atendimento ao público. Devendo conter informações

sobre:

I - o serviço oferecido;

II - os requisitos e os documentos necessários para acessar o serviço;

III - às etapas para processamento do serviço;

IV - o prazo para a prestação do serviço;

V - à forma de prestação do serviço;

Estes decretos evidenciam e ratificam a necessidade desta pesquisa, que

corrobora com a ideia de melhoria contínua do serviço público brasileiro. Uma vez

que, buscam alcançar mais eficiência, eficácia, economicidade e sustentabilidade

ambiental, princípios que regem a administração pública previstos na Constituição

Federal de 1988 e seguem as propostas da filosofia Lean Office, preceitos até aqui

implantados.

2.4 MAPEAMENTO DE PROCESSOS

O mapeamento é uma atividade com o objetivo de desenhar, executar,

documentar, monitorar e controlar a melhoria dos processos com vistas a alcançar

os resultados pretendidos na instituição. Onde esta atividade faz parte de uma

disciplina da área de gestão que combinando a abordagem centrada em processos

com a melhoria do funcionamento da instituição para atingir metas (CUNHA, 2012).

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Conforme Johansson et al. (1995, apud MARETH, 2008), o mapeamento de

processos exige um conhecimento profundo das atividades que constituem os

processos de uma organização e os processos que o apoiam.

O mapeamento de processos, feito de forma estruturada, pode maximizar

os resultados obtidos. Deve ser precedido do conhecimento da organização e das

variáveis importantes que a afetam. Bem como, da coleta de informações quanto à

origem, o objeto que trafega dentro do processo, a transformação, o fluxo e o

destino/resultado do processo (MARANHÃO; MACIEIRA, 2010). Mapeamento é a

fase em que os processos e seus subprocessos são integralmente mapeados e

documentados (CRUZ, 2013, p. 141). Johnston e Clark (2002, apud MELLO;

SALGADO, 2005) definem o mapeamento dos processos como a técnica de se

colocar em um gráfico o processo do serviço orientado em suas fases: avaliação,

desenho e desenvolvimento. Mapear, para Cruz (2013, p. 143), significa documentar

o processo que será objeto de análise.

Segundo Villela (2000), o mapeamento de processos é uma ferramenta

gerencial analítica e de comunicação e tem a finalidade de ajudar a melhorar os

processos existentes e/ou de implementar uma nova estrutura baseada em

processos. Para Johansson et al. (1995, apud VILLELA, 2000), o mapeamento do

processo pode ser suplementado por uma técnica chamada modelagem de dados.

Desta forma, as duas técnicas devem ser diferenciadas: Pois, para ele a modelagem

de dados não é um substituto para o mapeamento do processo. Nela, a meta é

entender as relações entre os dados elementares e as ligações entre os conjuntos

de dados onde àqueles podem estar presentes, enquanto que o mapeamento de

processos busca entender os processos de negócios existentes e futuros para criar

melhor satisfação do cliente e melhor desempenho de negócios.

Conforme Alvarenga et al. (2013, apud CÂMARA), o mapeamento de

processos é uma técnica utilizada para compreensão da forma como um trabalho flui

dentro de uma organização ou sistema. Técnica está, de acordo com Câmara

(2015), que usa fluxogramas de processo que permite detalhes das sequências de

tarefas executadas. Conforme Maranhão e Macieira (2010) o mapeamento de

processo da organização pode ser definido como o conhecimento e a análise dos

processos e seu relacionamento com os dados, estruturados em uma visão do topo

da organização para a sua base (top-down), até um nível que permita perfeita

compreensão das atividades (processos) realizadas no escopo organizacional.

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O mapeamento de processos permite melhorias posteriores,

principalmente na implantação de ferramentas baseadas na tecnologia da

informação, está cada vez mais presente nos mundos atuais (MARANHÃO;

MACIEIRA, 2010). Cruz (2013) elenca razões pelo qual os processos devem ser

mapeados, como: para documenta-los; para as pessoas tomarem ciência de como

funcionam; para refletirem sobre melhorias e ou simplificação.

2.4.1 Mapeamento passo a passo

Villela (2000) traz uma definição de como é feita a sequência do

mapeamento de processos, afirma ainda que o mapeamento do processo inicia com

os objetivos do processo, sendo o passo seguinte a decomposição do objetivo em

atividades e tarefas. Possibilitando assim, quebrar-se o objetivo através de uma lista

de atividades que descreve as ações específicas que devem ser desempenhadas,

originando um processo que atinja o objetivo proposto.

Harrington (1993, apud ENOKI 2006) acrescenta que o mapeamento é

precedido da definição dos limites de início e fim do processo. Uma das técnicas

mais comuns é apresentada na forma de um fluxograma, a qual descreve

graficamente um processo existente ou um novo processo proposto, identificando

cada evento da sequência de atividades por meio de símbolos, linhas e palavras

(HARRINGTON, 1996), conforme Quadro 6. Apesar das definições de processo

apresentadas serem simples, os processos reais das instituições normalmente não

são, por isto, faz-se necessário adotar ferramentas que possibilitem uma

compreensão completa de cada passo e das inter-relações entre eles para se

compreender realmente o funcionamento dos processos, objetivando melhorá-los.

2.4.2 Fluxograma e mapeamento

O fluxograma consiste em uma técnica utilizada para registrar o processo

de maneira compacta e de fácil visualização e entendimento. Comumente o

fluxograma inicia-se com uma entrada da matéria-prima ou informação e segue o

caminho passando pelas operações até sua saída como produto, nova informação

ou serviço acabado.

Segundo Barnes (2004), o fluxograma de processo é utilizado para se

desenhar um processo de maneira simplificada, por meio de alguns símbolos

padronizados. Já Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000) definem fluxograma de

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processo como sendo um recurso visual utilizado pelos engenheiros com a finalidade

de analisar sistemas de produção, identificando as possibilidades de melhorias na

eficácia dos processos. O fluxograma de processos pode ser considerado como uma

notação mais simplista para representar um processo, utilizando símbolos como

setas, retângulos, paralelogramos, losangos, dentre outros mais conhecidos pela

população em geral.

Fluxograma é uma figura feita com símbolos padronizados e textos

arrumados para imprimir uma sequência lógica de passos de realização dos

processos ou de atividades permitindo obter uma visão sistêmica sobre o problema,

facilitando a compreensão do processo (MARANHÃO; MACIEIRA, 2010, p. 251).

Trata-se de uma representação gráfica de uma séria de ações que integram o

processo, em sua sequência real, para a obtenção do produto ou serviço.

(SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2013, p. 31). Sendo ainda um instrumento de

trabalho utilizado pelo administrador para representar graficamente os processos

operacionais de uma empresa. Carreira (2009, p. 101). Permite detalhar de forma

clara as etapas de um processo ou atividade. Possibilita o entendimento mais fácil

de como uma tarefa é executada [...] e os pontos não geradores de valor, as análise,

as conferências e os transportes ficam transparentes (ALVES FILHO, 2011, p. 89).

O fluxograma identifica disfunções no processo, que geram aumento de

custos desnecessários ao produto final. Um exemplo de disfunção é a insatisfação

do cliente manifestada por meio da queda nas vendas, das reclamações ou mesmo

processo judicial (CARREIRA, 2009).

Quadro 6 – Significado dos Símbolos

Símbolo Descrição

Operação

Inspeção

Demora

Transporte

Armazenamento

Fonte: Adaptado de Rocha (1995).

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De acordo com Harrington (1993), existem diversos tipos diferentes de

fluxograma, cada um com sua função especifica, e destaca quatro modelos:

diagrama de blocos, mais simples e comum que existe, no qual oferece visão não

detalhada do processo; fluxograma funcional, que retrata o movimento entre os

diferentes setores da organização; fluxo-cronograma, que além da descrição padrão

traz o tempo de cada atividade; e fluxograma geográfico, no qual é um fluxograma

superposto no layout físico da organização.

2.5 BUSINESS PROCESS MODEL – BPM E NOTAÇÃO (BPMN)

A escolha por este modelo de notação o BPM nesta pesquisa se deve ao

fato de que a notação BPMN tornou-se um padrão para modelagem de processos de

negócio, em virtude da inciativas de BPM serem apresentadas de modo símplice nas

suas formas de representação permitindo uma rápida compreensão pelos

especialistas do negócio e a facilidade de comunicação com os responsáveis pela

tecnologia de informação da empresa, aliadas a tecnologias que permitem a

automatização dos processos modelados.

São muitos os autores que discorrem sobre BPM, foi no ano de 2000, a

Intalio Inc. com suporte de grandes empresas como IBM, SAP, BEA Fujitsu,

WebMethods e IDS Scheer, criou uma organização sem fins lucrativos, a Business

Process Management Initiative (BPMI), com o objetivo de estabelecer padrões e uma

arquitetura comum para gerenciamento de processos de negócio. Em agosto 2001

foram iniciados os trabalhos para desenvolver o BPMN a partir da formação de um

grupo de trabalho (Business Process Modeling Notation Working Group – BPMN-

WG) que envolvia 35 empresas. Em maio de 2004 a linguagem foi publicada

(OLIVER, 2010, p. 217).

O conceito de Business Process Management - BPM surgiu em meados

dos anos 2000 nos Estados Unidos, mas só em 2003 passou a ser utilizado em larga

escala por organizações interessadas em novas ferramentas que ajudassem a

implementação e o controle de suas estratégias. O BPM (Business Process

Management, ou Gestão da Performance Corporativa, ou Gestão de Processo de

Negócios) é um sistema categorizado como focado em acompanhamento de

performance.

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Figura 4 - Objetivos da modelagem

Fonte: Adaptado de Oliveira e Neto (2009, p.41).

Conforme Jacobs e Costa (2012, p. 3), o conceito de BPM é a síntese de

um conjunto de atividades que são desenvolvidas de forma coordenada entre o

ambiente técnico e o ambiente organizacional. Estas atividades, realizadas de forma

conjunta, fazem com que a organização atinja suas metas. Já Havey (2005) diz que

o BPM pode ajudar na formalização de processos e pontos críticos em um ambiente

de negócio, auxiliando na automatização do fluxo de processos, para torna-los mais

eficientes e produtivos.

Cruz (2010, p. 67) conceitua BPM como sendo um conjunto formado por

metodologias e tecnologias que tem objetivam possibilitar que processos de negócio

integrem, lógica e cronologicamente, clientes, fornecedores, parceiros,

influenciadores, funcionários e todo e qualquer elemento que com eles possam,

queiram ou tenham que interagir, dando à organização, uma visão completa e

integrada, dos ambientes interno e externo, das suas operações e da atuação de

cada participante em todos os processos de negócio.

Para Oliveira e Neto (2009), a modelagem BPM é importante, pois

possibilita viabilizar e consolidar um modelo de processos com geração de

diagramas operacionais. A partir destes diagramas é possível entender e repensar a

empresa, realizando um levantamento do estado atual do negócio (as is),

Entender o Negócio

•Permite a identificação de requisitos, gargalos, ineficiências e retrabalhos

Padronizar Conceitos

•Compartilha a visão do negócio e sistematiza o conhecimento entre os profissionais envolvidos no projeto

Analisar Melhorias

•Auxilia a monitorar os processos e seu funcionamento, promovendo a observação de oportunidades para melhoria

Implmentar Soluções

•Facilita a identificação e solução de problemas por meio do uso de metodologias, potencializando melhores práticas nos modelos de gestão

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idealizando do melhor cenário (should be) e recriar com uma implementação mais

adequada (to be) do processo, conforme seus objetivos.

Em suma, o BPMN é composto por quatro categorias básicas de

elementos: a) objetos de fluxo, que delimitam o comportamento dos processos de

negócio; b) conexões, que formam a estrutura básica ligando os fluxos do processo

de negócio; c) piscinas e raias, usadas para diferenciar os agentes do processo; e d)

artefatos, que caracterizam informações essenciais no processo. Para facilita a

compreensão das principais categorias do BPMN segue a Figura 5, com um resumo

dos símbolos utilizados.

Figura 5 - Categorias básica elementos do BPMN

Fonte: Habekost, 2016.

A seguir será descrito detalhadamente cada um destas categorias e

símbolos.

2.5.1 Objetos de fluxo

É um objeto gráfico que pode ser ligado “a” ou “a partir de” um fluxo de

sequência. Em um processo, objetos de fluxo são eventos, atividades e gateways.

Em uma coreografia, objetos de fluxo são eventos, atividades de coreografia e

gateways (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 500). São os elementos

descritivos básicos dentro do BPMN que são apresentados logo em seguida:

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Eventos (Figura 6): Um evento é algo que "acontece" durante o curso

de um processo. Estes eventos afetam o fluxo do processo e, normalmente, têm

uma causa ou um impacto e, em geral, requerem ou permitem uma reação. O termo

"evento" é genérico o suficiente para cobrir muitas coisas em um processo. O início

de uma atividade, o fim de uma atividade, a mudança de estado de um documento,

uma mensagem que chega, entre outros, tudo isso poderia ser considerado um

evento (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 232). Os elementos mais

comuns são:

Evento Inicial: indica onde um determinado processo é iniciado.

O início do evento inicia o fluxo do processo e não tem qualquer sequência de

entrada de fluxo, mas pode ter um gatilho. O início do evento é exibido como um

círculo, desenhado com uma única linha fina (OBJECT MANAGEMENT GROUP,

2013).

Evento Intermediário: ocorre depois de um processo ter sido

iniciado. Um "evento Intermediário" afeta o fluxo do processo, mostrando onde as

mensagens e os atrasos são esperados, distribuir o fluxo normal através da

manipulação exceção, ou que mostra o fluxo extra necessário para a compensação.

No entanto, um "Evento Intermediário" não começar ou terminar diretamente um

processo. Um "Evento Intermediário" é exibido como um círculo, desenhado com

uma linha dupla fina (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013).

Evento Final: é um evento que indica onde um caminho no

processo vai acabar. Em termos da sequência de fluxos, o evento final termina o

fluxo do processo, e, portanto, não vai ter qualquer sequência de saída fluxos. Um

Evento Final pode ter um resultado específico que aparecerá como um marcador

dentro do centro da forma final do evento. Evento Final são mensagem, erro,

compensação, sinal, conexão e múltiplas. O Evento Terminal compartilha da mesma

forma básica do Evento Final e Intermediário um círculo, mas é desenhado com uma

única linha de maior espessura (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013).

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Figura 6 - Eventos BPMN

Fonte: Object Management Group (2013)

Atividades: é o trabalho que uma empresa ou organização realiza

utilizando processos de negócios. Uma atividade pode ser atômica ou não-atômica

(composto). Os tipos de atividades que fazem parte de uma modelagem de processo

são: processos, sub-processos e tarefas (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013,

p. 499). Os elementos mais comuns são:

Tarefa: é uma atividade atômica que está incluída dentro de um

processo. Uma tarefa é utilizada quando o trabalho no processo não é discriminado

a um nível mais fino de detalhe na modelagem do processo. Geralmente, um usuário

final, uma aplicação, ou ambos executarão a tarefa. É representado por um

retângulo que tem cantos arredondados, que deve ser feito com uma única linha fina

(OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 502).

Tarefa de Envio: é uma tarefa simples que é projetado para

enviar uma mensagem a um participante externo (em relação ao processo). Uma

vez que a mensagem foi enviada, a tarefa é concluída (OBJECT MANAGEMENT

GROUP, 2013, p. 157).

Tarefa de Execução de Script: é executado por um motor de

processos de negócios. O modelador ou implementador define um script em uma

linguagem que o motor pode interpretar. Quando a tarefa está pronta para começar,

o motor irá executar o script. Quando o script for concluído, a tarefa também será

concluída. Compartilha da mesma forma que a tarefa, que é um retângulo que tem

cantos arredondados, que deve ser feita com uma única linha fina. No entanto,

existe um marcador gráfico, no canto superior esquerdo da forma que indica que a

tarefa é uma tarefa de execução de script (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013,

p. 162).

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Tarefa Manual: é uma tarefa que deve ser realizada sem o

auxílio de qualquer mecanismo de execução de processos de negócios ou qualquer

outra aplicação. Um exemplo disso poderia ser um técnico de instalação de um

telefone em um telefone local do cliente. Uma tarefa manual é um retângulo canto

arredondado que deve ser feita com uma única linha fina e inclui uma figura

marcador de uma mão que distingue a forma de outros tipos de tarefas. (OBJECT

MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 161).

Tarefa de Recebimento: é uma tarefa simples que é projetado

para esperar por uma mensagem a chegar de um participante externo (em relação

ao processo). Uma vez que a mensagem foi recebida, a tarefa é concluída.

(OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 159).

Tarefa de Regra de Negócio: fornece um mecanismo para o

processo para fornecer entrada a um mecanismo de regras de negócio e para obter

o resultado de cálculos que o mecanismo de regras de negócio pode proporcionar. A

especificação de entrada e saída da tarefa permitirá que o processo envie ou receba

dados do mecanismo de regras de negócio. Compartilha da mesma forma que uma

tarefa, que é um retângulo que tem cantos arredondados, que deve ser feita com

uma única linha fina. No entanto, existe um marcador gráfico, no canto superior

esquerdo da forma que indica que a tarefa é uma tarefa de regra de negócio

(OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 161).

Tarefa de Serviço: é uma tarefa que usa algum tipo de serviço, o

que poderia ser um serviço web ou um aplicativo automatizado. (OBJECT

MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 156).

Tarefa de Usuário: é uma típica tarefa de fluxo de trabalho onde

um operador humano executa a tarefa com a ajuda de uma aplicação de software e

está programado através de um gerenciador de lista de tarefas de algum tipo. A

tarefa do usuário é um retângulo canto arredondado que deve ser feita com uma

única linha fina e inclui uma figura marcador humana que distingue a forma de

outros tipos de tarefas (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 160-161).

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Figura 7 - Atividades BPMN

Fonte: Object Management Group (2013)

Gateways (Figura 8): Estes são usados em um processo para controlar

a divergência e convergência de uma sequência de fluxos e em uma coreografia.

Assim, ele irá determinar a ramificação, bifurcação, fusão e união de caminhos.

Marcadores internos indicarão o tipo de controle de comportamento (OBJECT

MANAGEMENT GROUP, 2013). Os elementos mais comuns são:

Gateway Condicional em Evento: representa um ponto de

ramificação no processo em que os caminhos alternativos que seguem o gateway

são baseados em eventos que ocorrem, em vez de a avaliação das expressões

usando dados de processo (como com um gateway exclusivo ou incluído). Um

evento específico, geralmente o recebimento de uma mensagem, determina o

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caminho que será tomada. Basicamente, a decisão é tomada por um outro

participante, com base em dados que não são visíveis para processar, assim,

exigindo o seu uso (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013).

Gateway Exclusivo: normalmente é usado para criar caminhos

alternativos dentro de um fluxo de processo. E é basicamente o "ponto de desvio na

estrada" para um processo. Para uma dada instância do processo, apenas uma das

vias pode ser feita (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013).

Gateway Exclusivo em Evento Inicial: quando o primeiro evento

na configuração do gateway de evento é acionado, então o caminho que acompanha

esse Evento será usado. Todos os caminhos restantes da configuração do gateway

de evento deixarão de ser válidos. Basicamente, a configuração gateway de eventos

é uma condição de corrida onde o primeiro evento que é acionado “vence” (OBJECT

MANAGEMENT GROUP, 2013).

Gateway Paralelo em Evento Inicial: é um tipo de condição de

corrida. Onde, o primeiro evento é acionado e o processo é instanciado, os outros

eventos da configuração Gateway não estão desativados. Os outros eventos ainda

em espera só deverão ser acionados antes que o processo possa (normalmente) ser

finalizado. Neste caso, as mensagens que desencadeiam os eventos da

configuração do Gateway precisam compartilhar as mesmas informações de

correlação (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013).

Figura 8 - Gateways BPMN

Fonte: Object Management Group (2013)

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2.5.2 Objetos de conexão

Conectam os objetos de fluxo uns com os outros ou a outras informações

(OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013). Os elementos mais comuns são (para

sua representação, ver Figura 9):

Fluxo de Sequência: este tem sua origem em um evento de início e

continua através de atividades em caminhos alternativos e paralelos até atingir um

evento que o finalize (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013).

Fluxo de Sequência Condicional: Os fluxos de sequência podem ter

expressão de condição, que são avaliadas em tempo de execução determinando se

será usado ou não. Se o fluxo de saída for condicional de uma atividade terá um

mini-diamante no início do conector. Se o fluxo condicional estiver de saída a partir

de um gateway, a linha não terá um mini-diamante, assim como um Fluxo de

Sequência (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013).

Fluxo Mensagem: é um objeto de conexão que tem por objetivo

mostrar o fluxo de mensagens entre dois participantes. Sua representação gráfica é

um tracejado salteado (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013).

Associação: é também um objeto de conexão usado para conectar

informações e artefatos com o fluxo de objetos. Tem como sua representação

gráfica uma linha pontilhada com uma ponta de seta para representar a direção do

seu fluxo (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013).

Figura 9 - Conexão BPMN

Fonte: Object Management Group (2013)

2.5.3 Swimlanes

Um Swimlane (para sua representação, ver Figura 10) é um recipiente

gráfico para particionamento de um conjunto de atividades de outras atividades.

BPMN tem dois tipos diferentes de Swimlanes (OBJECT MANAGEMENT GROUP,

2013, p. 502):

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Piscina: esta representa graficamente a interação entre os membros do

processo. Um Participante representa uma entidade parceira específica uma

organização, por exemplo, um comprador, vendedor ou fabricante. Uma colaboração

é um conjunto de interações trocadas entre participantes. Representa um

participante em uma colaboração. Graficamente, uma piscina é um recipiente para

particionar um processo de outras piscinas e participantes. Uma piscina não é

necessária para conter um processo, isto é, ele pode ser mais amplo (OBJECT

MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 501).

Raia: é uma partição usada para organizar e categorizar as atividades

dentro de uma piscina. Uma pista se estende a todo o comprimento da piscina na

vertical ou na horizontal. As Raias são utilizadas em geral para coisas como papéis

internos (por exemplo, Gerente, Associados), sistemas (por exemplo, uma aplicação

corporativa), ou um departamento interno (por exemplo, transporte, finanças)

(OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 501).

Figura 10 - Swinlanes BPMN

Fonte: Object Management Group (2013)

2.5.4 Artefatos

É um objeto gráfico que fornece informações de apoio sobre o processo

ou elementos dentro do processo. No entanto, não afetam diretamente o fluxo do

processo. Os artefatos são usados para fornecer informações adicionais sobre o

processo. Anotação sempre vem associada a outro elemento por isso a figura de

anotação tem uma associação (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 499). Os

elementos mais comuns são (para sua representação, ver Figura 11):

Agrupamento: é um tipo de artefato que fornece um mecanismo visual

que serve para agrupar elementos de um diagrama informalmente (OBJECT

MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 66).

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Anotação: são mecanismos de um modelador e servem para fornecer

informações adicionais para o leitor de um diagrama BPMN (OBJECT

MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 69).

Figura 11 - Artefatos BPMN

Fonte: Object Management Group (2013)

2.5.5 Dados

Os “dados” são elementos que armazenam ou transmitem dados durante

a execução do processo. Os elementos mais comuns são (para sua representação,

ver Figura 12):

Objeto de Dados: fornecem informações sobre o que as atividades

exigem para serem realizadas e/ou o que eles produzem, podem representar um

objeto singular ou uma coleção de objetos. Entrada e saída de dados fornecem a

mesma informação para processos (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 27).

Entrada de Dados: é uma declaração de que um determinado tipo de

dado será utilizado como entrada tem a mesma notação que os objetos de dados,

exceto que eles devem conter uma pequena seta sem preenchimento (OBJECT

MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 212).

Saída de Dados: é uma declaração de que um determinado tipo de

dado que pode ser produzido, tem a mesma notação que os objetos de dados,

exceto que eles devem conter uma pequena seta preenchida (OBJECT

MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 214).

Repositório de Dados: também conhecido como armazenamento de

dados, fornece um mecanismo de recuperação ou atualização de informações

armazenadas que são transversais ao processo. O mesmo repositório pode ser

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visualizado através de um armazém de dados de referência, em um ou mais locais

no processo. (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2013, p. 207).

Figura 12 - Dados BPMN

Fonte: Object Management Group (2013)

2.6 MODELAGEM DA SITUAÇÃO ATUAL (AS IS) E FUTURA (TO BE)

Registrar uma modelagem do estado atual do processo no formato As Is,

é considerada uma etapa importante. Para Baldam (2009, p.112) “ao se executar

simplesmente um As Is cria-se uma oportunidade de pensar sobre o processo, que

pode levar de imediato a melhorias possíveis sobre o processo analisado, mesmo

que discreta”. Nesta etapa existe um conjunto de atividades que podem ser

adaptadas conforme o contexto de trabalho. Além da modelagem dos processos na

situação atual e futura, temos ainda a possibilidade de realizar atividades

complementares, como a comparar o modelo com melhores práticas e

benchmarking. Executando o controle e a continuidade do planejamento do BPM.

Baseado nas ideias de Baldam (2009) foi organizado uma tabela na Figura 13, onde

são apresentadas algumas das tarefas recomendas por ele para modelagem da

situação atual (As Is) e futura (To Be).

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Figura 13 - Tarefas para modelagem: da situação atual e futura

Fonte: Adaptado de Baldam (2009)

A representação da situação atual e futura de processos de negócio é

uma das etapas de iniciativas de BPM. Dentre as formas de representação, a

notação BPMN tornou-se um padrão para modelagem de processos. Piechnicki,

Baran e Piechnicki (2012) de forma semelhante à Braconi e Oliveira (2009),

destacam que a BPMN visa oferecer uma notação que mesmo tendo padrões bem

definidos, seja clara e facilite a compreensão do trabalho por todos os envolvidos

nos processos, desde responsáveis técnicos a gestores.

A notação BPMN possui um conjunto de elementos que são estruturados

em um diagrama denominado de DPN – Diagrama de Processos de Negócio, onde

setores de uma empresa são organizados em raias por onde atividades e processos

são descritos. Conforme pode ser observado na Figura 14, alguns dos elementos

básicos são as atividades, os eventos, gateways e os conectores.

Modelagem da Situação Atual (As-Is)

Compreender os processos atuais e seu modo de atuação, falhas, desejos, etc.

Documentar os processos.

Prover dados de integração entre processos, para fins de TI, qualidade e outros.

Modelagem da Situação Futura (To-Be)

Entregar metodologias paraotimizar os processos.

Fazer simulações, inovações e redesenhos.

Definir mudanças nos novos processos.

Adotar, quando possível e/ou necessário, as melhores práticas e modelos de referência.

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Figura 14 - Exemplo de processo utilizando a notação BPMN

Fonte: Braconi e Oliveira, 2009.

Nesta Figura 14 fica evidenciado o exemplo de um processo utilizando a

notação BPMN, constituído pelo evento inicial, utilizando as sequencias, tarefas,

gatway e outros artefatos até se finalizar o fluxo com um evento final. A seguir será

descrito os procedimentos metodológicos utilizados nesta pesquisa.

2.7 LAYOUT

Este trabalho visa à melhoria dos fluxos dos processos da coordenação

do curso de graduação da UFRN, para tanto se faz necessário um ambiente

administrativo adequado para que os processos possam ocorrer de maneira

satisfatória. Com isto, foi trazida esta sessão para tratar do Layout do setor. Pois,

para tornar um escritório enxuto através da eliminação dos desperdícios no

ambiente administrativo poderá seguir estratégias semelhantes às utilizadas para a

transformação em um ambiente produtivo. Onde a melhoria dos processos se dá

através de atividades que identifiquem os problemas e desperdícios, eliminem-os e

meçam e avaliem as mudanças.

Segundo Araújo (2004), manter o ambiente de trabalho limpo e

organizado contribuem para um meio de trabalho apto para o gerenciamento visual

de todo o processo, principalmente o controle de qualidade e para a produção Lean.

De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2009), o layout da organização deve

permitir que os postos de trabalho fiquem próximos uns dos outros para evitar a

geração de estoques entre eles, garantindo que os estágios de produção fiquem

visíveis para tornar o fluxo transparente a todas as partes da linha de produção,

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proporcionando uma fácil movimentação entre os funcionários e materiais. Menezes

(2003) afirma que a melhor maneira de projetar o espaço físico de uma célula é

organizar as máquinas, equipamentos e material necessários como se somente um

operador fabricasse o produto do início ao fim. Esta prática permite projetar um

processo que evita as ilhas isoladas de atividades, minimiza a acumulação de

estoques intermediários, elimina caminhadas excessivas, removendo obstáculos e

aproximando as etapas de criação de valor.

Para Costa (2013) Um aspecto chave no Lean Office é o layout do

escritório. O layout representa o espaço autocontido que contribui para facilitar o

fluxo de trabalho. É um aspecto essencial, pois auxilia a racionalização do fluxo da

atividade, logo o ideal é realizarmos uma mudança para formatos celulares (U, C e

L), eliminando as barreiras físicas entre as pessoas e os desperdícios relacionados à

movimentação, transporte e espera, melhorando o fluxo do trabalho. Ele cita ainda

alguns princípios para a mudança de layout, destacamos alguns a seguir:

O layout tem que acompanhar o processo lógico das atividades;

Dentro da célula devem estar contidos todos os equipamentos e

recursos necessários para a atividade do dia a dia, organizados de acordo

com a sequência do processo;

Devem ser utilizadas máquinas menores (impressoras e fax) ajustadas

às mesas;

Treine todas as pessoas em todas as atividades da célula;

Procure colocar a saída da célula mais próxima da entrada;

O layout deve conter células na sequencia do fluxo dos processos,

independente da estrutura hierárquica e dos departamentos das pessoas envolvidas.

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3 PEOCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo está apresentada a metodologia a ser utilizada para o

alcance dos objetivos propostos deste projeto. Está detalhado o tipo de pesquisa

escolhida e sua classificação, serão revelados o campo em que ocorre o fenômeno

investigado, bem como descritas as características do universo e da amostra da

pesquisa e os procedimentos utilizados para a coleta e análise dos dados.

Foram utilizadas pesquisas empíricas para entender o surgimento e a

necessidade de existência de cada processo interno componente da coordenação

do curso de administração e exploratórias para saber como funcionam. Bases

bibliográficas foram utilizadas para conhecer a legislação administrativa, resoluções

e regimentos que regem o funcionamento da instituição, além de legislação aplicável

a administração pública. O estudo foi respaldado com pesquisas de campo a fim de

identificar a eficácia dos processos internos vigentes e propostos e a visão pelos

clientes internos e externos da qualidade do serviço prestado pela coordenação do

curso de administração. Foi, ainda, analisado como ocorrem em outras

coordenações de curso para colheita e proposição de inovações e melhorias no

setor.

A execução do projeto foi dividida em três grandes etapas, conforme

quadro 7, a seguir:

Quadro 7 – Execução do projeto Etapa Atividade Ação

Primeiro momento Descrever realidade atual da coordenação do curso de administração

Descrição das atividades desenvolvidas, dos processos internos, a identificação dos clientes internos, incluindo-se a e externos e dos gargalos do setor e comparação com o ambiente externo

Segundo momento Levantamento da legislação aplicável.

Apresentação da legislação necessária para a realização de processos e procedimentos na coordenação do curso de administração da UFRN.

Momento final Proposição de um novo mapeamento

Propor novos fluxos de processos com base na inovação e na legislação aplicável, visando à modernização do setor.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2017).

Quanto à natureza das variáveis, a pesquisa denota-se como qualitativa,

já sobre a profundidade pode ser caracterizada como estudo de campo, onde a

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principal ferramenta utilizada foi a observação do comportamento e cotidiano dos

servidores, e estudo de caso que partiu de um grau de problema exploratório, que

utilizou como método de coleta de dados o registro de atendimentos no setor, com o

objetivo de validar os processos mapeados.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

A presente proposta de estudo, que intenta realizar o mapeamento dos

processos internos da Coordenação do curso de administração da UFRN, possui

tanto finalidade exploratório-descritiva, no que concerne aos seus objetivos. No que

concerne à abordagem, trata-se de uma pesquisa qualitativa por abordar o ambiente

natural “e entender, descrever e, às vezes, explicar fenômenos sociais ‘de dentro’”

através da análise de experiências de indivíduos ou grupos, exame de interações e

comunicações em desenvolvimento e investigação de documentos “ou traços

semelhantes de experiências ou interações” (FLICK, 2009, p.8), buscando uma

representatividade social (GUERRA, 2006, p. 40) onde “grande parte da pesquisa

qualitativa tenta explicitamente gerar novas teorias e novas explicações” (GIBBS,

2009, p. 20). Uma das premissas da pesquisa-ação é construir o conhecimento por

meio da prática, envolvendo os participantes no processo (SAMPIERI, 2013).

3.2 TÉCNICA UTILIZADA: BPMN

Em relação à técnica de pesquisa adotada neste estudo, de acordo com

Bertucci (2011, p.52): “estudos realizados em uma ou poucas empresas, quando se

procura responder como e por que determinada situação ocorre, são situações mais

típicas em que se utilizam os estudos de caso nas ciências gerenciais”. Assim, nesta

pesquisa buscaremos verificar como e por que a modelagem de processos utilizando

a notação BPMN pode ser aplicada em instituições públicas.

Existem vários softwares e plataformas online com capacidade para

realizar modelagem e análise de processos através da notação BPMN 2.0,

entretanto, o mais popular e com interface mais amigável e utilizado foi o Bizagi

Process Modeler, aplicação onde foi realizada a análise dos procedimentos de

trabalho mapeados. Para o presente trabalho, foram exploradas algumas análises de

fluxo, principalmente via verificação já indicação na literatura, no intuito de constatar

possíveis gargalos, falhas, desperdícios e retrabalhos apontados pelo próprio

programa.

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3.3 MÉTODO DA PESQUISA: PESQUISA-AÇÃO

Neste trabalho optou-se por realizar uma pesquisa-ação, uma vez que o

pesquisador está inserido no quadro de técnicos administrativos do setor pesquisado

(Coordenação do Curso de Administração). Este tipo de pesquisa, segundo a

literatura, obriga o investigador ter um relacionamento muito próximo com as

pessoas e o objeto de estudo. Acrescente-se o fato de se tratar de um método de

condução de pesquisa participativa onde, em uma organização, a ação considerada

visa frequentemente resolver problemas de ordem aparentemente mais técnica,

além de gerar transformações no ambiente. Ao passo que a pesquisa se

desenvolveu ao mesmo tempo em que acontecia implementação de mudança,

definindo-a como pesquisa ação conforme Santos (2016).

Para Thiollent (1986; 2009), a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social

com base empírica que é concebida e realizada entre a associação com uma ação

ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os

participantes representativos da situação ou problema estão envolvidos de modo

cooperativo ou participativo.

No âmbito da perspectiva da pesquisa-ação, utilizou-se a visão técnico-

científica que, segundo Sampiere (2013), foi a primeira perspectiva concebida e

adotada pelo criador desse método, Kurt Lewin. É baseada em ciclos repetidos de

análises e segue fases divididas em uma sequência lógica, a saber: planejamento,

identificação de fatos, análise, implementação e avaliação. Um projeto de pesquisa-

ação não tem uma forma pré-definida, pois pode variar de acordo com as

características de cada organização. Contudo, é possível afirmar que uma pesquisa-

ação possui, no mínimo quatro grandes fases, a saber de acordo com Thiollent,

1997, conforme quadro 8 a seguir:

Quadro 8 – Fase da pesquisa-ação Fases Do Trabalho Ações

Fase exploratória Nesse momento é realizada a análise inicial da situação a ser investigada. São envolvidos os atores e identificados os problemas e as capacidades de ações possíveis.

Fase da pesquisa aprofundada Nessa fase é realizada a coleta de dados através de diversos instrumentos. Os dados encontrados são progressivamente analisados e discutidos pelos grupos participantes da pesquisa.

Fase da ação Com base no processo de investigação, consiste em difundir os resultados, definir os objetivos e as ações para alcança-los, bem como apresentar

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as propostas de intervenção que poderão ser negociadas entre as partes interessadas.

Fase de avaliação Esta fase tem como objetivos observar, redirecionar o que realmente acontece e resgatar o conhecimento produzido no decorrer do processo.

Fonte: Thiollent (1997)

Segundo o autor devemos atentar que algumas dessas etapas podem

ocorrer simultaneamente, assim como retornar a alguma fase anterior, conforme a

dinâmica da pesquisa-ação, que no decorrer do seu desenvolvimento gera

aprendizagem, que pode acontecer através da conscientização dos participantes.

Por fim, o Quadro 9 a seguir representa a síntese metodológica da

pesquisa graficamente.

Quadro 9 - Resumo metodológico do trabalho

Natureza das Variáveis Qualitativas

Grau do Problema Exploratório

Amplitude Estudo de Caso

Abordagem Pesquisa-ação

Coleta de Dados

Pesquisa Bibliográfica

Pesquisa Documental

Experiência do Pesquisador

Mapeamento e Análise dos Processos BPMN

Fonte: Autor (2017).

A seguir será detalhado o local onde foi realizada a pesquisa e todas as

suas implicações.

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4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Este estudo foi realizado na secretaria da Coordenação do curso de

Administração da UFRN. A coordenação do curso de Administração - CORAD está

contida no Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA, porém o órgão norteador

das políticas de gestão acadêmica é a Pró-reitora de Graduação – PROGRAD que

está ligada diretamente a Reitoria da UFRN. A seguir será descrito um pouco os

órgãos superiores até chegarmos na Coordenação do curso de administração e seus

processos que são objetos deste estudo.

4.1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, CNPJ nº

24.365.710/0001- 83, é uma instituição de caráter público, organizada sob a forma

de autarquia de regime especial e mantida pelo Ministério da Educação, sito à

Avenida Senador Salgado Filho, 3.000 – Lagoa Nova – Natal/RN – CEP 59.078-900.

Foi criada pela Lei Estadual nº 2.307, de 25 de junho de 1958, pela Lei nº 3.849, de

18 de dezembro de 1960, com plano de reestruturação aprovado pelo Decreto nº

62.091, de 09 de janeiro de 1968, modificado pelo Decreto nº 74.211, de 24 de junho

de 1974, UFRN (2016).

A UFRN foi instalada em sessão solene realizada no Teatro Alberto

Maranhão, em 21 de março de 1959, foi formada a partir de faculdades e escolas de

nível superior já existentes em Natal, como a Faculdade de Farmácia e Odontologia;

a Faculdade de Direito; a Faculdade de Medicina; a Escola de Engenharia, entre

outras. A partir de 1968, com a reforma universitária, a UFRN passou por um

processo de reorganização que marcou o fim das faculdades e a consolidação da

atual estrutura, ou seja, o agrupamento de diversos departamentos que,

dependendo da natureza dos cursos e disciplinas, organizou-se em Centros

Acadêmicos, UFRN (2016).

Nos anos 70, teve início a construção do Campus Central, numa área de

123 hectares. O Campus abriga atualmente um arrojado complexo arquitetônico,

circundado por um anel viário que o integra à malha urbana da cidade de Natal. A

estrutura da UFRN foi modificada, novamente, por meio de um Decreto de 1974 (N°

74.211), constituindo-se, também, a partir de então do Conselho Universitário

(CONSUNI), Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE), Conselho de

Curadores (CONCURA) e Reitoria. Uma reforma do Estatuto da UFRN, concluída

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em 1996, estabeleceu a estrutura em vigor hoje na Universidade, acrescentando-se

aos conselhos existentes o Conselho de Administração (CONSAD) e criando, na

estrutura acadêmica, as Unidades Acadêmicas Especializadas e os Núcleos de

Estudos Interdisciplinares, UFRN (2016).

Segundo levantamento da instituição ofereceu em 2015: 113 cursos de

graduação sendo 102 na forma presencial; 202 cursos de pós-graduação sendo 72

de mestrado; possuía ainda 21 cursos profissionalizantes e infantis totalizando 336

cursos ao todo em 2015. Em números gerais são mais de 42mil alunos matriculados,

e mais de 3mil docentes e técnicos administrativos ativos que atuam nos diversos

campi do Rio grande do Norte, a saber: Natal, Jundiaí, Caicó, Currais novos, Santa

Cruz, Santo Antônio e Santa Cruz.

A estrutura organizacional da Universidade Federal do Rio grande do

Norte é composta, segundo o Estatuto da UFRN 2009, da seguinte maneira: A

Reitoria que é o órgão superior executivo da Universidade, “cabendo-lhe administrar,

coordenar e supervisionar” segundo o Art. 22. Logo a seguir existem os Conselhos e

a Assembleia universitária que desempenham funções especificas de acordo com

suas pastas. Os Centros Acadêmicos são direcionados em sua estrutura acadêmica

pelas Pró-Reitorias, no nosso caso estudado a de Graduação - PROGRAD. Além

disto, os Centros Acadêmicos que são geridos pelos seus Regimentos Internos, em

conformidade com o disposto no Estatuto e no Regimento Geral têm, como órgão

máximo deliberativo, em matéria administrativa e acadêmica, o Conselho de Centro -

CONSEC e, como órgão executivo, a Direção. Ao todo, são oito Centros

Acadêmicos, dos quais seis estão localizados no Campus Central (Natal) e dois

localizados no interior.

O Centro de Ciências Sociais Aplicadas é uma unidade de ensino,

pesquisa e extensão, constituída por Departamentos Acadêmicos que difundem

áreas específicas do conhecimento humano. O CCSA foi criado em 13 de novembro

de 1973, mediante o Decreto Federal nº 73144 e reformulado pelo Decreto Federal

nº 74211, de 24 de junho de 1974. Nessa ocasião, foram eliminados as Faculdades,

Escolas e Institutos, criando-se os Centros Acadêmicos que passaram a concentrar

a execução das atividades fins da UFRN. Uma descrição mais detalhada do Centro

de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA descrevendo suas atribuições e composição

pode ser encontrada no Regimento Interno do Centro conforme resolução nº

002/2006-CONSUNI, de 10 de abril de 2006.

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Seguindo a estrutura organizacional, proporcionada pela instituição, na

sequência dos Centros Acadêmicos existem os Departamentos que são

responsáveis pelos docentes e administração financeira dos cursos. Conforme o Art.

37 do Regimento Interno do CCSA resolução nº 002/2006-CONSUNI, de 10 de abril

de 2006. Os departamentos acadêmicos são unidades onde ficam lotados os

docentes e alguns técnicos administrativos. São responsáveis por manterem os

cursos desempenhando atividades acadêmicas e administrativas em relação aos

cursos de graduação e pós-graduação. O Departamento tem o plenário como

instância deliberativa sobre políticas, estratégias e rotinas administrativas,

acadêmicas, didático-científicas e pedagógicas, e a chefia como instância executiva”.

O departamento de Ciências Administrativas – DEPAD, é responsável por

gerir, atualmente, recursos para 3 cursos de graduação (Administração,

Administração pública e Gestão de cooperativas); 5 cursos strictu senso (mestrado e

doutorado) ligados aos programas de pós-graduação PPGA e PPGP e diversos

cursos latu senso (especialização), além de supervisionar a empresa júnior

AdmConsult. Conta em seu quadro, atualmente, 48 docentes, 8 técnicos

administrativos gerindo 2 laboratórios de práticas empresarias e 10 grupos de

pesquisa, segundo o CCSA.

4.2 CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

O Centro de Ciências Sociais aplicadas – CCSA foi Criado em 13 de

novembro de 1973, mediante o Decreto Federal nº 73144 e reformulado pelo

Decreto Federal nº 74211, de 24 de junho de 1974. É uma unidade de ensino,

pesquisa e extensão que difunde áreas específicas do conhecimento humano no

âmbito da UFRN. Para viabilizar suas atividades o CCSA tem a seguinte estrutura:

Conselho de Centro, Direção, Departamentos Acadêmicos, Cursos de Graduação e

Programas de Pós-Graduação e Unidades Suplementares. O CCSA realiza suas

atividades acadêmicas no campo do ensino em nível de graduação e pós-graduação

stricto sensu e lato sensu e em diferentes projetos formativos. Formando um tripé

indissociável com o ensino desenvolve também as atividades de pesquisa e

extensão.

O Conselho do Centro (CONSEC) é o órgão representativo de todas as

subunidades que compõem o CCSA, com funções deliberativas, normativas e

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consultivas, sobre as matérias acadêmicas e administrativas (Regimento do CCSA.

art. 8º).

Vinculam-se à Direção as seguintes unidades: Setor de Execução

Orçamentária, Almoxarifado, Setor de Compras, Núcleo de Apoio ao Docente,

Núcleo de Apoio ao Discente, Biblioteca Setorial, Programa de Qualidade de Vida,

Secretaria Geral, Supervisão dos Setores de Aula, NEPSA I, NEPSA II, Assessoria

de Comunicação e Assessoria Técnica.

Atualmente possui os seguintes 9 (nove) Departamentos: Ciência da

Informação; Ciências Administrativas; Ciências Contábeis; Direito Privado; Direito

Público; Direito Processual e Propedêutica; Economia; Turismo; e Serviço Social. Os

Departamentos são responsáveis pela administração dos recursos materiais,

didáticos e humanos necessários aos objetivos de ensino, da pesquisa e da

extensão, em uma determinada área do conhecimento, que lhe confere a

denominação e identificação (Regimento do CCSA, Art. 23). O órgão de decisão do

Departamento é o Plenário Departamental, com atribuições de instância deliberativa

e consultiva sobre políticas, estratégias e rotinas administrativas, acadêmicas,

didático-pedagógicas e científicas (Regimento do CCSA, Art. 25).

As Coordenações de Graduação e Pós-Graduação são os órgãos

executivos dos respectivos Colegiados, subordinado a este, que tratam da

administração dos cursos e programas com as funções de planejamento,

organização e supervisão, orientação, acompanhamento e avaliação do processo

acadêmico (Regimento do CCSA, Art. 41).

Complementam essas atividades as Unidades Suplementares que são os

setores institucionalmente criados, agregando recursos humanos provenientes de

múltiplas lotações (Regimento do CCSA, Art. 47). Constituem Unidades

Suplementares: o Núcleo de Estudos Temáticos da Seca e o Núcleo de Prática

Jurídica –, que em suas áreas de excelência igualmente contribuem enormemente

para a disseminação do conhecimento e prestação de serviços jurídicos à

comunidade carente.

Constituem finalidades do CCSA: Coordenar e avaliar as atividades de

ensino, pesquisa e extensão; Decidir sobre a organização interna respeitada os

Estatutos e o Regimento Geral; Planejar e administrar os recursos humanos,

financeiros e materiais.

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No nível de graduação conta com os 9 (nove) Cursos de graduação:

Administração; Biblioteconomia; Ciências Contábeis; Ciências Econômicas; Direito;

Serviço Social; Turismo; Gestão de Cooperativas (parceria com o INCRA); e

Administração Pública à Distância. A formação de profissionais para o mercado de

trabalho de organizações públicas, privadas e do terceiro setor representa uma

enorme contribuição do CCSA anualmente. São mais de 900 vagas abertas por ano.

Conta também com 9 (nove) Programas de pós-graduação:

Administração- Mestrado e Doutorado; Ciências Contábeis em nível de doutorado

(parceria com a UNB e UFPB); Direito; Economia; Serviço Social- Mestrado e

Doutorado; Gestão Pública- Mestrado Profissional; Ciências Contábeis em nível de

mestrado; Gestão do Conhecimento e Informação- Mestrado Profissional e, Turismo.

Aqui, além da contribuição na formação de mestres e doutores, evidencia-se a

produção e disseminação do conhecimento que se dá através dos projetos de

pesquisa e da publicação do conhecimento gerado através de artigos, livros,

capítulos de livros, relatórios, consultorias, pareceres e participação em eventos e

representações em diversas instâncias e comitês.

No que se refere ao ensino de pós-graduação lato sensu, em 2016,

estavam em funcionamento 19 Cursos de Especialização voltados para uma

formação dirigida a temáticas específicas e que quase sempre objetivam fornecer

um instrumental para a melhoria do desempenho de diferentes tipos de organização.

O CCSA tem um total de 4214 alunos, sendo na graduação 3823, na pós-

graduação pós stricto sensu 391 alunos. Este número de alunos revela a sua

importância para o projeto formativo da UFRN, colocando-o em uma posição de

destaque no âmbito da universidade. Deve-se ressaltar que essa posição contribui

de forma decisiva para o montante de recursos alocados à UFRN pelo Ministério da

Educação uma vez que a matriz de alocação de recursos orçamentários considera o

número de alunos uma variável importante. No ano de 2016, a relação

aluno/professor foi de 20,86 (vinte inteiros e oitenta e seis centésimos), extrapolando

em aproximadamente 16% (dezesseis por cento) a relação estabelecida como pelo

MEC, de 18 alunos por professor.

No Quadro 10, abaixo, três cursos são responsáveis por 65,7 % do total

de matrículas em 2016 - Administração, Ciências Contábeis e Direito. Os demais

Cursos representam 34,3% dos alunos matriculados. Este dado revela que ainda há

espaço para expansão das vagas, em especial dos Cursos de Serviço Social,

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Economia, Biblioteconomia e Turismo. Os dois últimos são cursos com um número

pequeno de professores o que mostra de que a decisão de expansão precisa levar

em consideração o quadro docente.

Quadro 10 - Número de alunos matriculados nos Cursos de Graduação Cursos de Graduação Número de Alunos em 2016

Administração 809

Administração Pública (EaD) 159

Biblioteconomia 230

Ciências Contábeis 728

Ciências Econômicas 292

Direito 977

Serviço Social 316

Turismo 252

Tecnólogo em Gestão de Cooperativas 60

TOTAL 3.823

Fonte: SIGAA – UFRN, 2016.

Segundo relatório anual de gestão do CCSA, desde 2011 novas

propostas de cursos vêm sendo discutidas. No momento, a conjuntura de crise

econômica e política e de cortes orçamentários dificulta a implementação de novos

cursos e as discussões estão se dando de forma lenta.

4.3 COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

O curso de administração da UFRN teve sua autorização para o

funcionamento na UFRN, no Campus Central, em 1960 através do Decreto-Lei Nº

1.201, de 19 de junho e teve seu reconhecimento através do Decreto Federal Nº

80.352 de 16 de setembro de 1977. Atualmente no curso de Administração são 784

alunos ativos e aproximadamente 900 alunos matriculados em sua base de alunos.

Possui conceito 5 no Índice Geral de Cursos – IGC, obtido na última avaliação do

Ministério da Educação – MEC. Segundo Regimento do CCSA, a coordenação de

curso é o órgão executivo de seu colegiado, e tem sua composição e atribuições

estabelecidas no Regimento Geral e em resoluções dos conselhos superiores. As

Coordenações são responsáveis pela estrutura pedagógica dos cursos e lidam

diretamente com os discentes do curso tal qual mencionado por Sabadia (1998).

As Coordenações de Cursos surgiram a partir da Reforma Universitária

em (1968), substituindo aos Conselhos Técnicos Administrativos e Congregações,

consistindo em colegiado com a responsabilidade referente aos assuntos direta e

especificamente ligados ao ensino, neste caso, o de graduação. Diferentes

Instituições de Ensino Superior (lES) elegeram distintas denominações, dentre elas:

Comissão de Integração Curricular, Comissão de Carreira, Congregação de

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Carreira, Coordenação de Curso, etc., buscando adequar-se às imposições

legislativas advindas da Reforma Universitária e, infelizmente, até hoje, o papel

desempenhado pelas Coordenações de Curso (ou colegiados equivalentes) não tem

sido, com raras e honrosas exceções, o que era de se esperar.

A seguir o organograma, no qual se localiza a Coordenação do Curso de

Administração – CORAD, elaborada pelo autor.

Figura 15 - Organograma UFRN/CCSA/DEPAD/CORAD

Fonte: Elaborado pelo autor (2017).

O local desta análise é a coordenação do curso de graduação em

Administração da UFRN. Os processos abertos nas coordenações de curso em geral

seguem as regras contidas na Resolução do curso de graduação da UFRN, os casos

não previstos ou omissos são determinados pelo Centro acadêmico, no caso CCSA

ou Departamento através da sua plenária de cursos por meio de resoluções e

regimentos. Em seguida algumas determinações presentes no Regulamento de

Cursos de graduação da UFRN:

Art. 1º Este Regulamento dos Cursos Regulares de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN tem por finalidade consolidar, em um só diploma legal, a normatização acadêmica dos referidos cursos.

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Art. 2º Na UFRN, a execução, o registro e o controle das atividades acadêmicas competem aos docentes, às Coordenações de Cursos, aos departamentos Acadêmicos, às unidades acadêmicas especializadas, aos Centros Acadêmicos e à Pró-Reitoria de Graduação - PROGRAD, cabendo a esta última a sua coordenação geral. Parágrafo único. As atividades a que se refere o caput deste artigo são desenvolvidas nos prazos determinados pelo Calendário Universitário. Art. 3º As rotinas administrativas, os formulários e os relatórios relacionados com a operacionalização das atividades acadêmicas que são processados pelo sistema oficial de registro e controle acadêmico não poderão ser processados de outro modo. Art. 14. O projeto pedagógico é o planejamento estrutural e funcional de um curso, dentro do qual são tratados, além de outros aspectos imprescindíveis à sua realização, os seguintes temas: I – O contexto, a justificativa, os objetivos e os compromissos éticos e sociais do curso; II – O perfil do egresso; III – As competências e as habilidades a serem desenvolvidas; IV – A estrutura curricular, destacando os conteúdos curriculares, os componentes curriculares e a descrição, quando couber, do trabalho de conclusão de curso, do estágio e das atividades complementares.

Em relação ao Layout do foram constatados uma série de problemas na

estrutura do setor, que podem leva-lo a um mal funcionamento. A Coordenação do

curso de graduação em Administração da UFRN conta atualmente em seu corpo

técnico com apenas 1 (um) técnico administrativo e 2 (duas) bolsistas, além do

Coordenador e o vice, para atenderem as demandas diárias de aproximadamente

900 (novecentos) alunos do curso, que demandam por processos, informações e

registros de estágios entre outros serviços. Foi detectada ainda uma poluição visual

muito grande no setor, com excesso de documentos e materiais de informática mal

alocados; processos e monografias em desuso; falta de equipamentos básicos entre

outros.

4.3.1 Serviços da coordenação do curso de graduação em administração

Nesta seção, serão apresentados e detalhados todos os processos e

serviços prestados na Coordenação do Curso de Administração - CORAD, colhidos

através da vivencia do pesquisador, que também atua no setor justificando a

pesquisa-ação, uma vez que, o pesquisador já vivencia o ambiente pesquisado e

está totalmente implicado com as ações correntes no setor, além de análise

documental com base em resoluções e regimentos que norteiam as funções das

Coordenações de Curso de administração. Esses processos estão listados no

Quadro 11.

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71

Quadro 11 - Competências das coordenações de curso segundo regulamento de curso de graduação da UFRN

Fonte: Regulamento de cursos de graduação da UFRN (2014)

Para fins dessa pesquisa serão analisados os processos com maior nível

de criticidade, são eles: Abono de faltas e Exercícios domiciliares, Aproveitamento

de disciplinas, Registro de atividades complementares e Registro de estágios não

obrigatórios de acordo com o Quadro 12, a seguir:

Quadro 12 - Processos das coordenações de curso segundo regulamento de curso de graduação da UFRN

Alvo do Estudo?

Crítico? Processos

Sim Sim Abono de faltas e Exercícios domiciliares

Sim Sim Aproveitamento de disciplinas

Não Não Deferimento matricula alunos especiais em complementação de estudos

Sim Sim Registro de atividades complementares

Sim Sim Registro de estágios não-obrigatórios

Não Não Vincular aluno a novo programa

Não Não Prorrogação de prazo máximo de conclusão do curso

Não Não Confirmação de vínculo de novos alunos

Não Não Validação de diploma

Não Não Mobilidade Acadêmica

Não Não Atendimento em geral / Informações sobre o curso

Não Não Orientação ao aluno

Não Não Atendimento presencial na coordenação do curso de administração/UFRN

Não Não Avaliação do atendimento na Coordenação do Curso de Administração

Fonte: Regulamento de cursos de graduação da UFRN (2014)

Ainda assim, a coordenação do curso de administração executa outros

processos, mas com um menor nível de criticidade, como: Vincular aluno a novo

programa, Prorrogação de prazo máximo de conclusão do curso, Confirmação de

Competências

Inclusão de componente curricular complementar

Deferimento matricula alunos especiais em mobilidade

Deferimento matricula alunos especiais em complementação de estudos

Parecer sobre aproveitamento de disciplinas

Criação de turmas

Apreciação de exercício domiciliar

Vincular aluno a novo programa

Prorrogar prazo máximo de conclusão do curso

Validação matricula de novos alunos

Validação de diploma

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vínculo de novos alunos, Validação de diploma, Mobilidade Acadêmica, Atendimento

em geral / Informações sobre o curso, Orientação ao aluno, Atendimento presencial

na coordenação do curso de administração/UFRN, Avaliação do atendimento na

Coordenação do Curso de Administração.

4.4 MAPEAMENTOS E PROPOSTAS DE MELHORIA CONTÍNUA

Nesta seção serão descritos os serviços prestados pela Coordenação aos

Discentes do curso de administração. Bem como a melhoria contínua apresentada

no setor com base na filosofia Lean, apresentando processos e serviços prestados,

as melhorias já implementadas, seus resultados e novas melhorias que ainda podem

ser implementadas no setor.

Os fluxogramas dos processos internos da Coordenação do Curso de

Administração/UFRN foram elaborados usando o modelo do Notação de Modelagem

de Processos de Negócio – BPMN, tido como uma notação da metodologia de

gerenciamento de processos de negócio. Os processos foram organizados segundo

alguns ícones padrões para o desenho de processos, facilitando, assim, o

entendimento dos usuários. Reconhecidamente, a modelagem é uma etapa

imprescindível, uma vez que, é nela que os processos são descobertos e

desenhados. Além disso, nela permite-se fazer algumas alterações no percurso do

processo visando a sua otimização. A notação também pode ser utilizada para a

modelagem de Arquitetura de Processos.

O BPMN Foi desenvolvido pelo Business Process Management Initiative

(BPMI) e atualmente é mantida pelo Object Management Group uma vez que as

duas organizações se fundiram em 2005. Em março de 2013 foi lançada a versão

atual da notação, BPMN 2.0.2. Esta versão tem como objetivo representar os

processos por meio de representações gráficas, com isso é possível visualizar o

processo de negócio em seu estado atual e ainda fazer propostas de processos

futuros.

Segundo Enoki (2006), identificar dos processos de uma organização é

fundamental, sendo o ponto de partida para a modelagem de processos. Além disso,

para Maranhão e Macieira (2010), além da identificação, a validação, nesta etapa, é

fundamental na modelagem de processos. Estes processos encontrados são

validados pelos membros da coordenação e tem como objetivo representar os

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processos por meio de representações gráficas, com isso é possível visualizar o

processo de negócio em seu estado atual.

Art. 14. O projeto pedagógico é o planejamento estrutural e funcional de um curso, dentro do qual são tratados, além de outros aspectos imprescindíveis à sua realização, os seguintes temas: I – O contexto, a justificativa, os objetivos e os compromissos éticos e sociais do curso; II – O perfil do egresso; III – As competências e as habilidades a serem desenvolvidas; IV – A estrutura curricular, destacando os conteúdos curriculares, os componentes curriculares e a descrição, quando couber, do trabalho de conclusão de curso, do estágio e das atividades complementares. § 1º Na elaboração do projeto pedagógico, devem ser considerados as Diretrizes Curriculares Nacionais e os parâmetros definidos por este Regulamento e pela PROGRAD. Art. 15. O projeto pedagógico é condição indispensável a criação, estruturação e funcionamento do curso de graduação.

A seguir serão descritos os processos e atividades desenvolvidas na

Coordenação do curso de Administração como previstos nos objetivos deste estudo.

Seguindo a filosofia Lean Office proposta por esta pesquisa-Ação, muitas melhorias

já vêm sendo implementadas, visando eliminar desperdícios ao longo dos processos

e tornar o serviço mais eficaz e eficiente. A seguir serão demonstrados através do

sistema BPMN os fluxos de alguns processos internos da Coordenação do Curso de

Administração/UFRN.

4.4.1 Abono de faltas e exercícios domiciliares

Baseado nos artigos 112 e Art. 263 do Regulamento dos Cursos

Regulares de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Consistem em analisar atestados médicos dos alunos e outros documentos para

possível justificativa de faltas.

Os processos de abono de faltas eram abertos, onde todos os atestados

eram aceitos indiscriminadamente. Abria-se o processo e encaminhava ao DEPAD e

demais departamentos da UFRN, para que eles notificassem os professores das

disciplinas envolvidas. Seguindo-se o Regulamento de curso de graduação da

UFRN, a maioria dos processos deixou de ser aberto, pois passamos a conscientizar

os alunos que eles possuem 25% do total de aulas passiveis de justificativa

automática.

Os alunos que necessitam de prazo a partir de 5 (cinco) dias são abertos

processo de exercícios domiciliares, este é encaminhado para junta médica

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(COVEPS/DAS) que dá um parecer sobre a afecção em seguida retorna para a

coordenação, que passou a notificar os professores das disciplinas ofertadas pelo

DEPAD. Redução dos números de processos abertos e do tempo de total entre

a abertura do processo e a notificação ao professor da disciplina. Uma

possibilidade de melhoria seria notificar os professores também pelo sistema SIPAC,

após retorno do processo homologado pela junta medica da UFRN.

Figura 16 - Fluxograma de abono de faltas e exercícios domiciliares

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

4.4.2 Aproveitamento de disciplinas

Baseado no artigo 270 do Regulamento dos Cursos Regulares de

Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Consiste em realizar

aproveitamento de disciplinas de aluno já estudadas em outros cursos ou outras

universidades.

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Figura 17 - Fluxograma de processos de aproveitamento de disciplinas

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

O processo era aberto exclusivamente na PROGRAD, em seguida

enviado para a coordenação. O coordenador avaliava o pedido de aproveitamento

de disciplinas do aluno e dava um parecer do que seria aproveitado, o processo era

devolvido para a PROGRAD efetuar o registro no histórico do aluno. Foi sugerido

que o processo passasse a ser criado diretamente na coordenação, já com o parecer

do coordenador sobre as disciplinas aproveitadas e depois enviadas para a

PROGRAD.

Como contribuição de melhoria, tem-se a seguinte sugestão: O aluno

envia, via SIGAA, os documentos necessários para o aproveitamento (histórico e

ementas das disciplinas) e efetua o registro das disciplinas que gostaria de

aproveitar, relacionadas as que ele já cursou. O Coordenador avalia o pedido,

também via sistema eletrônico, e dá um aceite nas disciplinas sugeridas pelo aluno

(ou registra novas disciplinas ou nega o pedido) de acordo com a avaliação da

documentação. Feito isto, o processo eletrônico seria enviado para a PROGRAD e lá

após conferencia do ato, o mesmo seria validado. Finalizando assim o processo de

aproveitamento de estudos do aluno (casos em que o aluno é de outra instituição).

Os processos ganharam mais celeridade e mais economia de tempo e recursos da

instituição. Passando a ser todo eletrônico e possibilitando um melhor

acompanhamento pelos alunos interessados.

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4.4.3 Registro de estágio discente

Baseado nos artigos entre 65 ao 76 do Regulamento dos Cursos

Regulares de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

consistem em realizar o registro do discente estagiário no sistema SIGAA para

controle e acompanhamento da UFRN.

Figura 18 - Processos de estágio não-obrigatório

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

Não existia o registo no sistema. Todos os TCE- Termo de Contratação

de Estágio eram assinados pelos coordenadores sem nenhum tipo de controle pela

PROGRAD.

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Figura 19 - Fluxograma dos processos de iniciação em estágios não obrigatório

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

Atualmente, só são assinados os contratos dos alunos que

comprovadamente não têm aulas no horário do estágio. A Coordenação solicita ao

aluno informações que não constam no TCE para registro do estágio no sistema. Os

contratos passaram a ser devidamente registrados no SIGAA. Porem muitos ainda

não foram por pendencias ou falta de informações no contrato.

Para melhorar, foi proposto ao responsável pela sessão de estágios da

PROGRAD que divulgasse mais as informações necessárias para o registro do

estágio, e que o sistema passe a realizar automaticamente o registro das horas que

o estágio irá abater das horas complementares. Além disso, foi sugerido que o

sistema notifique os alunos acerca de informações a respeitos dos estágios, como

vagas, pendencia de documentos, avaliação do estágio e até mesmo que o horário

reservado ao estágio fique bloqueado impossibilitando o aluno de se matricular

naquele determinado horário, evitando a matricula em disciplinas que podem vir a

ser prejudicadas por terem seus horários chocando com os do estágio.

4.4.4 Registro de atividades complementares (Processo Crítico)

Baseado no Inciso IV do Art. 140 do Regulamento dos Cursos Regulares

de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e na Resolução nº

001/16-CCADM, de 22 de junho de 2016 do Colegiado do Curso de Administração –

CCADM. Consistem em receber os certificados dos alunos para registro no histórico

e abater das 300h de atividades complementares previstas no programa pedagógico

do curso de Administração/UFRN.

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Figura 20 - Processo de registro de Atividades Complementares - Estado atual do (AS IS)

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

Os alunos solicitam o registro de diversas atividades complementares

realizadas para abaterem da carga horária exigida no currículo dos cursos, mais

adiante será demonstrado em fluxograma como se dão as etapas do mesmo. O

regulamento de cursos de graduação da instituição (RESOLUÇÃO Nº 171/2013-

CONSEPE, de 5 de novembro de 2013) prevê em seu Art. 14 inc. IV, que no projeto

pedagógico dos cursos de graduação devem conter atividades complementares.

Estas atividades são definidas pelo colegiado do curso e Núcleo Docente

Estruturante. Tornada pública através da RESOLUÇÃO Nº 01/2004 – Colegiado do

Curso de Administração. Passo a passo do processo de Registro de Atividades

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Complementares, os processos de registro de atividades complementares são

realizados da seguinte maneira:

1. O aluno faz uma solicitação de registro, via formulário próprio

anexando as cópias dos certificados que comprovam a realização das atividades;

2. O processo é aberto pelo servidor/secretário que encaminha o

processo à comissão, esta comissão é formada pelo coordenador e mais dois

docentes;

3. A comissão avalia os certificados e realiza o registro dos certificados

válidos e a quantidade de horas que será abatida;

4. O servidor efetua o registro via SIGAA, o qual notifica eletronicamente

o aluno do feito.

5. O aluno caso queira questionar a não inclusão ou avaliação

equivocada de algum certificado, faz o pedido de revisão do processo e o mesmo

volta para a comissão avaliar.

6. Ao final o registro é feito no histórico e o processo é arquivado.

7. A comissão se reúne quinzenalmente.

8. Ficam então definido quais os passos e procedimentos realizados

seguindo conduta ética.

Recebiam-se os certificados de forma impressa, não era aberto processo.

As atividades eram avaliadas pelos próprios secretários conforme resolução antiga,

este realizava o registro no histórico do aluno na mesma hora já via, SIGAA. Os

certificados continuam a serem recebidos ainda impressos, agora é aberto um

processo. Ainda não existe a nomenclatura correta no sistema, mesmo já havendo

uma solicitação à SINFO, usa-se a nomenclatura “registro individual de avaliação”. O

processo é encaminhado para apreciação de uma comissão composta por 3

docentes que avaliam e devolvem para o secretário da coordenação. O secretário

realiza o registro no histórico do aluno via SIGAA e arquiva o processo. Muitas vezes

o aluno volta para questionar alguma avaliação de certificado ou incluir novos

certificados.

A abertura do processo gera um maior controle e registro pelo sistema

SIGAA, porém gera muito retrabalho e perdas de tempo, pois o processo é aberto

com destino ao próprio setor, depois de finalizado ainda tem que ser recebido e

arquivado no sistema e fisicamente gerando acumulo de papeis. O secretário atual,

este pesquisador, encontrou junto a SINFO a possibilidade de eliminação do

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processo físico através do sistema SIGAA através da ferramenta “Atividades

autônomas” onde o discente poderá enviar o certificado no formato pdf pelo sistema.

No próprio sistema SIGAA os certificados serão avaliados e registrados em histórico.

A ideia foi passada para o atual coordenador para se discutir possível implantação

teste ainda em 2017.2.

Foi enviado memorando à DACA/PROGRAD para se viabilizar a

implantação da melhoria, está em fase de aguardo pela resposta. As atividades

complementares estão previstas no regulamento dos cursos de graduação da UFRN

Art. 14. onde o projeto pedagógico do curso deve reservar até 20% de atividades

para as atividades complementares. Muitas melhorias já estão sendo implementadas

com base na filosofia Lean office, como foi visto na sessão anterior. Esta sessão se

dedica a implementação de uma melhoria específica em relação aos processos de

Registro de atividades complementares.

Sugerimos através desta pesquisa-ação como melhoria para os processos

existente na coordenação do curso de administração, a implementação do registro

individual de atividades complementares que se já feito através do Sistema SIGAA,

já existente no âmbito da UFRN. Como será feito:

1. Inicialmente será apresentado o projeto para o coordenador do curso;

2. O coordenador após reunião com o Núcleo docente do Curso dá o aceite

à proposta;

3. Serão registrados os códigos das atividades complementares, previstas

na RESOLUÇÃO 001/2017 - CCADM, no sistema SIGAA na aba

Atividades Autônomas;

4. Após o cadastro será informado aos alunos como será o novo

procedimento, não fazendo mais necessidade da abertura de processo

físico nem do uso de papel;

5. Os alunos irão submeter os certificados através do sistema informatizado;

6. A coordenação irá avaliar e efetuar o registro através do SIGAA, de

maneira mais ágil quando comparada à anterior;

7. Após a avaliação o registro será efetivado no histórico do aluno.

(Confirmar com SINFO)

A implementação desta melhoria corrobora com todas as teorias e mediadas

até aqui apresentadas.

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Figura 21 - Processos de registro de Atividades Complementares - Implementação mais adequada (TO BE)

Fonte: Elaborado pelo autor (2017)

Com a implementação desta melhoria, proposta por este estudo, o

processo de registro de atividades complementares será mais ágil e prático, pois o

próprio aluno fará o registro do seu certificado no sistema e poderá acompanhar a

validação pelo coordenador, acompanhando tudo de forma on-line. Além disto, o uso

dos meios eletrônicos evitará demoras e perda de documentos impressos.

Foram mapeados alguns processos da Coordenação do curso de

graduação em administração da UFRN em seu estado atual (As Is), mas apenas o

processo de registro de atividades complementares foi gerado um novo

mapeamento (To Be), por se tratar do processo crítico do setor. Apesar disto, todos

os processos do setor foram analisados e sugeridos melhorias contínuas.

Em relação às melhorias contínuas foram sugeridas contribuições para os

diversos processos realizados na Coordenação, estas se encontram no anexo deste

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trabalho. Em relação ao Layout está sendo discutido com os responsáveis novas

medidas cabíveis para tornar o setor clean, possibilitando adequá-lo a aos padrões

idealizados pela filosofia lean office.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo analisar os processos internos da

Secretaria da Coordenação do Curso de graduação em Administração da UFRN e

propor novos fluxos, baseados em melhorias sugeridas. Este ponto objetiva sintetizar

os principais avanços propostos desta pesquisa, além de, em seguida, discriminar as

limitações de pesquisa e, logo mais, sugerir questões de pesquisas futuras.

O primeiro objetivo específico deste trabalho é mapear os atuais

processos internos da Secretaria da coordenação do curso de Administração, com

um olhar crítico sob a funcionalidade dos mesmos. Foi feito o levantamento de todos

os processos e serviços prestados pela Coordenação do curso, foram identificadas

as normas que os regem, e quais seus problemas. A partir disto, foi feito uma série

sugestões de melhorias como: utilizar mais os meios eletrônicos e ferramentas já

existentes; reorganizar os fluxos dos processos; foi proposto um novo layout para o

setor e a aplicação de constante de questionário de avaliação dos serviços, visando

proporcionar melhores serviço aos usuários/clientes, atendendo, assim, aos demais

objetivos específicos almejados por este trabalho, a saber:

Aplicar, de forma geral, as normas em vigor determinadas pela

PROGRAD e Projeto político pedagógico do Curso de Administração da

UFRN e aplicá-las aos processos internos do setor, bem como adequá-los

às suas exigências.

Identificar novas soluções no que tange à gestão de processos aplicáveis

às necessidades da coordenação do curso de graduação em

administração da UFRN.

Propor novos fluxos de processos baseados na utilização de meios

eletrônicos, reduzindo assim o uso de papel nos processo administrativo

do setor.

Os principais processos foram definidos com base na análise de valor.

Dentre eles alguns foram mapeados, através da notação BPMN. O processo

definido como processo crítico foi o processo de Registro Individual de avaliação de

Atividades Complementares. Para este foi realizado o mapeamento da situação

atual (AI IS) e da situação futura (TO BE), com a implementação da melhoria

sugerida. Esta melhoria visa eliminar os processos físicos em detrimento dos

processos eletrônicos, onde o próprio usuário passará a realizar o procedimento de

requerer a abertura do processo, via canais de atendimento dos sistemas da UFRN

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SIGAA, que atualmente encontra-se disponível inclusive em aplicativos de

smartphones, anexa à documentação necessária também de forma eletrônica.

Sendo assim, eliminará a necessidade do usuário se deslocar até a coordenação do

curso para realizar a abertura do processo. A partir disto, os membros da

coordenação do Curso de graduação em Administração da UFRN, poderão realizar

a abertura do processo eletrônico e o faze-lo tramitar de forma mais rápida e ágil, as

homologações e aceites dados pelo coordenador também serão eletrônicos.

Com o intuito de complementar os serviços, uma vez que os processos

passarão a ser eletrônicos, atendendo ao quinto objetivo específico deste trabalho e

ao Decreto 9.094/2017 do Governo Federal. Foi produzida uma carta dos serviços

oferecidos pela Coordenação do curso de graduação em Administração como

produto final deste trabalho, para orientar os alunos quanto à documentação

necessária para abertura de cada processo e quais os canais de atendimento ele

poderá procurar, para obter informações e acompanhar a movimentação de seus

processos. Pretende-se divulga-la para os alunos através de folders impressos e

fixa-la no site do curso, para que todos tenham ciência dos serviços e documentos

necessários para abertura de cada processo. Além disto, esta pode ser tornada um

modelo e ser replicado para os diversos curso e setores existentes dentro da UFRN.

uma vez que a criação de carta de serviços é uma “obrigação” das instituições

públicas, preconizada pelo Decreto 9.094/2017.

Por estar dentro de um contexto qualitativo, encontram-se limitações para

generalizar os resultados, aqui, observados. Exemplos disto, alguns processos

atualmente em vigor, poderão vir a não ser mais utilizados no futuro, em virtude de

mudança de normas ou resoluções, situação que fazem jus a uma atualização

periódica da carta de serviços.

Surgem como opções de pesquisas futuras, a ampliação do presente

trabalho de pesquisa para o Departamento de Ciências Administrativas, de igual

modo também se torna extensível ao Programa de Pós-Graduação em

Administração (PPGA/UFRN) e demais unidades administrativas do Centro de

Ciências Sociais Aplicadas (CCSA/UFRN), bem como outras coordenações de

cursos de graduação existentes dentro da UFRN. Uma vez que, observa-se que os

avanços aqui delineados através da Tecnologia da Informação podem ser

implantados em unidades que executam processos similares, sendo assim, podem

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ser elaborados outros estudos de caso que verifiquem o impacto oriundo de tais

mudanças.

Podem ser planejados estudos quantitativos e abrangentes com toda

UFRN no intuito de captar melhor a necessidade dos usuários que lidam

cotidianamente com o sistema de informação alvo deste trabalho, pois novas

mudanças e melhorias podem ser encontradas no sentido de proporcionar uma

maior adequação do sistema ao usuário servidor.

Além disto, como contribuição futura e agregação de valor aos futuros

processos, foi sugerido o desenvolvimento dos processos eletrônicos. Onde as

análises e registros, uma vez realizadas, passem a ser entendidos como padrão.

Desse modo, as análises de futuros processos passarão a serem realizadas pelo

próprio sistema, tomando como base as análises já realizadas. Utilizando as

informações contidas no próprio sistema, como documentos da sua base de dados,

evitando assim o retrabalho e tornando os processos ainda mais otimizados e

eficazes.

Outra sugestão é que seja realizada previamente uma pesquisa de

satisfação com os interessados, alunos e usuários dos serviços, a fim de se

identificar quais as maiores dificuldades e insatisfações em relação ao setor,

processos e procedimentos, avaliados como críticos pelos usuários. Dessa forma,

possa iniciar os mapeamentos dos processos e as proposições de melhorias dos

setores.

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contexto. Revista Eletrônica de Sistemas de Informação, [s.l.], v. 7, n. 2, p.1-19, 20 dez. 2008. IBEPES (Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Sociais). Superior tribunal de Justiça. Introdução à gestão de processos de trabalho (guia metodológico). Brasília: STJ. 2013. (http://pt.slideshare.net/stjnoticias/introduo-gesto-de-processos-de-trabalho-guia-do-stj?qid=9fb444b5-85cc-4899-8a9c-beb8a2985df4&v=&b=&from_search=54) TAPPING, D.; SHUKER, T. Lean Office: Gerenciamento do fluxo de valor para áreas administrativas - 8 passos para planejar, mapear e sustentar melhorias Lean nas áreas administrativas. São Paulo: Leopardo Ed., 2010. THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1986. 108p. THIOLLENT, Michel. Pesquisa-Ação nas Organizações. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: A Pesquisa Qualitativa em Educação. São Paulo: Atlas, 1987. 175 p. UFRN EM NÚMEROS 2012 – 2015. http://ufrn.br/resources/documentos/ufrnemnumeros/UFRN-em-Numeros-2012-2015.pdf Acesso: junho, 2016. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – Institutional. http://www.ufrn.br/institucional/sobre-a-ufrn Acesso em: 04 jun. 2016. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - Regulamento dos Cursos Regulares de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. RESOLUÇÃO Nº 171/2013-CONSEPE, de 5 de novembro de 2013 - disponível em https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/curso/documentos.jsf?lc=pt_BR&id=2000002&idTipo=2-. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998. 90 p. VILLELA, Cristiane da Silva Santos. Mapeamento de processos como ferramenta de reestruturação e aprendizado organizacional. – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000. WESKE, Mathias. Business process management: concepts, languages, architectures. Springer Science & Business Media, 2007. WESKE, Mathias. Business process management: concepts, languages, architectures. Springer Science & Business Media, 2012. WOMACK, J. P.; JONES, D. T. A mentalidade enxuta nas empresas: Elimine o desperdício e crie riqueza. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. WOMACK, James P; JONES, Daniel T.; ROSS, Daniel. A MÁQUINA QUE MUDOU O MUNDO: Baseado no estudo do Massachusetts Institute of Techonology. Trad. Ivo Korytowski. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2004.. XAVIER, G. V.; SARMENTO, S. S. Lean Production e Mapeamento do Fluxo de Valor. TEC HOJE Uma revista de opinião.

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7 ANEXO A: PROPOSTAS PARA MELHORIA CONTÍNUA

Quadro 13 - Horários de atendimento presencial na coordenação do curso de administração/UFRN

ATIVIDADE Atendimento Presencial.

COMO ERA

Atualmente a coordenação do curso de Administração da UFRN funciona com apenas 1 um servidor nos turnos da manhã e tarde e uma bolsista no turno da manhã, atendendo aos quase 900 alunos matriculados do curso. Apesar de ter o curso funcionando no turno noturno a coordenação encontra-se fechada neste turno, o que prejudica os alunos da noite que não tem o devido atendimento presencial no turno o qual estudam.

COMO FICOU

Foi proposto pela coordenação do curso em parceira com o departamento de ciências administrativas – DEPAD via processo, a unificação dos atendimentos da secretaria da coordenação e secretaria do Departamento em uma central de atendimentos que ficaria aberta por 12h ininterruptamente. O processo foi aprovado na plenária do curso, mas foi negado pelo Conselho do CCSA - CONSEC e encontra-se atualmente na PROGESP aguardando ser relatado para depois seguir para o CONSAD.

RESULTADO

O fato de não está havendo atendimento no turno da noite na coordenação do curso de administração/UFRN gera vários problemas para os alunos que buscam o atendimento. Nenhum resultado foi obtido, pois o processo ainda se encontra em tramite.

POSSIBILIDADE DE MELHORIA

As melhorias previstas seria economia de recursos públicos provenientes da unificação das secretarias em uma única sala, benefício para os alunos que teriam 12h de atendimento ininterrupto e para os servidores que passariam a trabalhar em regime de 30h semanais e passaria uma dispor de tempo para obterem mais qualificação ou lazer, aumentado sua qualidade de vida.

Fonte: Elaborado pelo autor (2016)

Quadro 14 - Avaliação do atendimento

Avaliação do atendimento

ATIVIDADE Avaliação dos Discentes em relação aos serviços prestados pela Coordenação.

COMO ERA Não existia avaliação do atendimento prestado.

COMO FICOU Foi criada uma pesquisa sobre o atendimento do curso e disponibilizada aos alunos para que pudessem responder.

RESULTADO Através desta avaliação foi possível visualizar qual o nível do atendimento prestado e visualizar o que pode ser melhorado para dar mais eficiência ao setor.

POSSIBILIDADE DE MELHORIA

Criação através da SINFO de uma forma de avaliação de atendimento para que o interessado no processo possa avaliar sobre o tempo e qualidade do serviço prestado e do tramite do processo. Além de avaliar o atendimento presencial.

Fonte: Elaborado pelo autor (2016)

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Quadro 15 - Confirmação de vínculo Confirmação de vínculo

Art. 211 do Regulamento dos Cursos Regulares de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

ATIVIDADE É um procedimento novo, após a matricula via PROGRAD, o aluno calouro deve se dirigir a coordenação do curso para realizar a confirmação do vínculo, demonstrando que esta comparecendo as aulas.

COMO ERA O aluno vai até a coordenação e assina uma lista com seu nome.

COMO FICOU Foi solicitado por esta coordenação que o aluno apresente um documento oficial com foto para sua identificação. A confirmação é feita via sistema SIGAA depois se assina uma lista de presença.

RESULTADO O prazo para confirmação de vinculo é sempre nas primeiras semanas de aula e ocasiona um grande fluxo de alunos na sala da coordenação.

POSSIBILIDADE DE MELHORIA

Para melhora e agilizar o atendimento poder-se-ia informar aos alunos a documentação necessária para confirmar o vínculo, o que evitaria o retorno de muitos alunos que comparecem sem a documentação. Em atitude mais ousada o vínculo poderia ser confirmado pelo coordenador ou orientador acadêmica da turma diretamente na sala de aula com os alunos.

Fonte: Elaborado pelo autor (2016)

Quadro 16 - Atendimento ao público

Atendimento ao público

ATIVIDADE Consiste em prestar informações diversas aos alunos acerca dos procedimentos acadêmicos e abertura de processos.

COMO ERA O atendimento era feito exclusivamente de forma presencial o aluno comparecia na coordenação, preenchia um formulário e abria o processo quando necessário.

COMO FICOU

Foram abertos e expandidos canais de atendimento via telefone, celular e-mail e mídias sócias. Os alunos são atendidos através dos canais de informação e retiram os documentos necessários para abertura de processos pelos meios digitais.

RESULTADO

Resultou em uma diminuição considerável de atendimentos presenciais. Os alunos agora passaram a tomar conhecimento das informações e buscar formulários, documentos, resoluções e regulamentos de forma digital através dos sites e mídias sócias da coordenação.

POSSIBILIDADE DE MELHORIA

O que ainda pode ser melhorado são estes canais de informação. Foi feito solicitação junto a SINFO para que se crie uma aba para perguntas frequentes e uma maior divulgação da coordenação para que os alunos acessem mais. Além disso, foi sugerido a expansão do autosserviço, como na nossa proposta em relação às atividades complementares e como já são feitos nas matrículas pelos próprios estudantes.

Fonte: Elaborado pelo autor (2016)

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8 ANEXO B: IMAGENS DA PESQUISA

Figura 22 – Reitoria da UFRN

Fonte: Site UFRN

Figura 23 – Prédio do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA (noite)

Fonte: Site CCSA/UFRN

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Figura 24 – Painel externo do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA

Fonte: Site CCSA/UFRN

Figura 25 - Prédio do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA

Fonte: Site CCSA/UFRN

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Figura 26 – Entrada da sala da Coordenação do Curso de Administração/UFRN

Fonte: Autor

Figura 27 – Visão externa da Coordenação do Curso de Administração/UFRN

Fonte: Autor

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Figura 28 - Visão interna da Coordenação do Curso de Administração/UFRN

Fonte: Autor

Figura 29 – Coordenação do Curso de Administração/UFRN – Sala idealizada na filosofia Lean Office

Fonte: Imagem da internet

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9 ANEXO C: CARTA DE SERVIÇOS (COORDENAÇÃO DO CURSO DE

AGRAUDAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DA UFRN)

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