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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
JOÃO PAULO LEMOS LEITE
ANÁLISE DE VIGAS SUBMETIDAS A SOLICITAÇÕES TÉRMICAS PELO
MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
NATAL - RN
2019
JOÃO PAULO LEMOS LEITE
Análise de vigas submetidas a solicitações térmicas pelo Método dos Elementos Finitos
Trabalho de Conclusão de Curso, submetido ao
Departamento de Engenharia Civil da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como parte dos requisitos necessários para
obtenção do Título de Bacharel em Engenharia
Civil.
Orientadora: Profª. Drª. Fernanda Rodrigues
Mittelbach
Natal-RN
2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Leite, João Paulo Lemos.
Análise de vigas submetidas a solicitações térmicas pelo
Método dos Elementos Finitos / Joao Paulo Lemos Leite. - 2019. 61 f.: il.
Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil, Natal,
2019.
Orientadora: Profa. Dra. Fernanda Rodrigues Mittelbach.
1. Análise estática de vigas - Monografia. 2. Variação de
temperatura - Monografia. 3. Métodos numéricos - Monografia. 4.
Código computacional - Monografia. 5. Fortran - Monografia. I.
Mittelbach, Fernanda Rodrigues. II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 624
Elaborado por Raimundo Muniz de Oliveira - CRB-15/429
JOÃO PAULO LEMOS LEITE
Análise de vigas submetidas a solicitações térmicas pelo Método dos Elementos Finitos
Trabalho de Conclusão de Curso, submetido ao
Departamento de Engenharia Civil da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como parte dos requisitos necessários para
obtenção do Título de Bacharel em Engenharia
Civil.
Aprovado em de 2019:
_______________________________________________
Prof.ª Dr.ª Fernanda Rodrigues Mittelbach – Orientadora
_______________________________________________
Prof. Dr. José Neres da Silva Filho – Examinador interno
_______________________________________________
Eng. Daniel Alves de Lima – Examinador externo
Natal-RN
2019
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a meus pais,
Flávio e Patrícia.
AGRADECIMENTOS
Sou extremamente grato, primeiramente, aos meus pais, Flávio e Patrícia, pelo amor e
pela educação proporcionada, e por terem fornecido todo o apoio necessário em todos os
momentos da minha vida.
Gostaria de agradecer também à minha irmã, Ana Flávia, por sempre estar ao meu lado
me incentivando com muito amor e alegria.
A toda minha família, em especial à minhas avós Zildete, Regina e Zélia, e a meu avô
Afrânio, que admiro pois desde pequeno me educou e entreteve, e sou grato por ter me
incentivado a ser a pessoa que sou hoje.
A todos os meus amigos que sempre me apoiaram, tornando essa jornada mais
agradável.
Finalmente, agradeço a todos os professores do curso que participaram do meu
aprendizado, especialmente à minha orientadora Fernanda Mittelbach, pelo empenho,
dedicação e por todos os ensinamentos como professora e como orientadora.
RESUMO
Este trabalho trata da análise estática do comportamento estrutural de vigas submetidas
a solicitações mecânicas e térmicas, através do Método dos Elementos Finitos (MEF). A análise
foi realizada numericamente com a utilização deste método e do Princípio dos Trabalhos
Virtuais, para desenvolver um código computacional, na linguagem FORTRAN, capaz de
simular o comportamento dessas vigas. O código contempla entrada das propriedades
geométricas, mecânicas e físicas da viga, e gera os valores de deslocamentos e rotações da peça
estrutural. Foram apresentados exemplos para cada situação abordada, variando-se as
propriedades, vinculações e solicitações externas, incluindo as térmicas. Em seguida, os
resultados obtidos no modelo numérico foram analisados e comparados com as soluções
analíticas e com os resultados obtidos por meio de programa comercial, verificando a eficácia
e precisão do código desenvolvido.
Palavras-chave: Análise estática de vigas. Variação de temperatura. Métodos numéricos.
Código computacional. Fortran.
ABSTRACT
Title: Analysis of beams subjected to thermal stresses by the Finite Element Method
This work deals with the static analysis of the structural behavior of beams subjected to
mechanical and thermal loads through the Finite Element Method (FEM). The analysis was
performed numerically using this method and the Principle of Virtual Works, to develop a
computational code, in the FORTRAN language, capable of simulating the behavior of these
beams. The code includes input of the geometric, mechanical and physical properties of the
beam, and generates the values of deflections and rotations of the structural element. Examples
were presented for different situations, varying the properties, bindings and external loads,
including thermal ones. The results obtained in the numerical model were then analyzed and
compared with the analytical solutions and with the results obtained through a commercial
program, verifying the effectiveness and precision of the developed code.
Keywords: Static analysis of beams. Temperature variation. Numerical Methods.
Computational code. Fortran.
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Viga em balanço com carregamento genérico. ................................................... 5
Figura 2 – Elemento infinitesimal com esforços atuantes. ................................................... 6
Figura 3 – Elemento finito com deslocamentos. ................................................................ 7
Figura 4 – Viga com cinco elementos e nós numerados. ..................................................... 8
Figura 5 – Sistema de numeração local dos deslocamentos nodais do elemento. ................... 8
Figura 6 – Sistema de numeração global dos deslocamentos nodais da viga. ........................ 9
Figura 7 – Sistema de eixos da viga. ................................................................................ 9
Figura 8 – Viga com carregamento distribuído linearmente. ............................................. 15
Figura 9 – Fluxograma do processo de compilação do código. .......................................... 21
Figura 10 – Representação do arquivo de entrada. ........................................................... 22
Figura 11 – Representação do arquivo de saída. .............................................................. 23
Figura 12 – Representação esquemática do sistema de equações lineares montado para o cálculo
dos deslocamentos nodais. ............................................................................................ 25
Figura 13 – Viga em balanço. ........................................................................................ 27
Figura 14 – Configuração deformada da viga do Exemplo 1. ............................................ 27
Figura 15 – Viga biapoiada. .......................................................................................... 30
Figura 16 – Configuração deformada da viga do Exemplo 2. ............................................ 30
Figura 17 – Viga hiperestática biengastada. .................................................................... 34
Figura 18 – Configuração deformada da viga do Exemplo 3. ............................................ 34
Figura 19 – Viga hiperestática engastada e com apoio elástico. ......................................... 37
Figura 20 – Configuração deformada da viga do Exemplo 4. ............................................ 37
Figura 21 – Viga hiperestática contínua com um apoio de segundo gênero e dois de primeiro
gênero. ........................................................................................................................ 39
Figura 22 – Configuração deformada da viga do Exemplo 5. ............................................ 40
Figura 23 – Viga hiperestática contínua com um engaste, um apoio de primeiro gênero e um
apoio elástico. .............................................................................................................. 42
Figura 24 – Configuração deformada da viga do Exemplo 6. ............................................ 43
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Diferenças percentuais dos deslocamentos transversais e rotações da viga do
Exemplo 1. .................................................................................................................. 29
Tabela 2 – Diferenças percentuais dos deslocamentos transversais e rotações da viga do
Exemplo 2. .................................................................................................................. 33
Tabela 3 – Diferenças percentuais dos deslocamentos transversais e rotações da viga do
Exemplo 3. .................................................................................................................. 36
Tabela 4 – Diferenças percentuais dos deslocamentos transversais e rotações da viga do
Exemplo 4. .................................................................................................................. 39
Tabela 5 – Diferenças percentuais dos deslocamentos transversais e rotações da viga do
Exemplo 5. .................................................................................................................. 41
Tabela 6 – Diferenças percentuais dos deslocamentos transversais e rotações da viga do
Exemplo 6. .................................................................................................................. 44
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 1. ........................................ 28
Gráfico 2 – Rotações da viga do Exemplo 1. ................................................................... 29
Gráfico 3 – Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 2. ........................................ 32
Gráfico 4 – Rotações da viga do Exemplo 2. ................................................................... 32
Gráfico 5 – Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 3. ........................................ 35
Gráfico 6 – Rotações da viga do Exemplo 3. ................................................................... 35
Gráfico 7 – Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 4. ........................................ 38
Gráfico 8 – Rotações da viga do Exemplo 4. ................................................................... 38
Gráfico 9 – Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 5. ........................................ 40
Gráfico 10 – Rotações da viga do Exemplo 5. ................................................................. 41
Gráfico 11 – Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 6. ...................................... 43
Gráfico 12 – Rotações da viga do Exemplo 6. ................................................................. 44
LISTA DE SÍMBOLOS
V – Força transversal
M – Momento fletor
q – Carga distribuída
A – Área da seção transversal
L – Comprimento da viga
E – Módulo de elasticidade longitudinal
𝐈𝐳 – Inércia da seção transversal em relação ao eixo z
𝛂 – Coeficiente de dilatação térmica
𝛌 – Comprimento do elemento
[k] – Matriz de rigidez do elemento
[f] – Vetor de cargas nodais
n – Quantidade de elementos
nno – Quantidade de pontos nodais
∆𝐭 – Variação de temperatura
𝐝 – Quantidade de deslocamentos nodais
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 1
1.1 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................... 2
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................................... 2
1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 2
1.2.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 3
2. METODOLOGIA ................................................................................................................................ 4
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................................... 5
3.1 Vigas ........................................................................................................................................ 5
3.2 Método dos Elementos Finitos ............................................................................................... 6
3.2.1 Aspectos gerais ................................................................................................................ 6
3.2.2 Sistema de numeração .................................................................................................... 7
3.2 Matriz de Rigidez do Elemento ............................................................................................... 9
3.3 Vetor de Cargas Nodais do Elemento ................................................................................... 15
3.4 Solicitações térmicas ............................................................................................................. 17
4. CÓDIGO COMPUTACIONAL ........................................................................................................... 20
4.1 Aspectos gerais ...................................................................................................................... 20
4.2 Sub-rotinas ............................................................................................................................ 22
4.2.1 Declaração de variáveis ................................................................................................. 22
4.2.2 Abertura de arquivos..................................................................................................... 22
4.2.3 Leitura de dados ............................................................................................................ 22
4.2.4 Propriedades geométricas ............................................................................................ 23
4.2.5 Matriz de rigidez ............................................................................................................ 23
4.2.6 Vetor de cargas.............................................................................................................. 23
4.2.7 Condições de contorno ................................................................................................. 24
4.2.8 Resolução do sistema .................................................................................................... 24
4.2.9 Saída de dados .............................................................................................................. 25
5. ANÁLISE NUMÉRICA ...................................................................................................................... 26
5.1 Exemplo 1 .............................................................................................................................. 26
5.2 Exemplo 2 .............................................................................................................................. 30
5.3 Exemplo 3 .............................................................................................................................. 33
5.4 Exemplo 4 .............................................................................................................................. 36
5.5 Exemplo 5 .............................................................................................................................. 39
5.6 Exemplo 6 .............................................................................................................................. 42
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 45
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 46
1
1. INTRODUÇÃO
O engenheiro estrutural deve se preocupar com diversos fatores que podem afetar a
segurança e o conforto dos usuários, desta forma deve-se ter atenção redobrada com a análise
estrutural, pois erros cometidos durante o desenvolvimento do projeto podem provocar
retrabalho em etapas futuras da obra.
Na análise de um elemento estrutural, devido à complexidade do comportamento do
material, da geometria, das cargas ou das condições do ambiente cujo elemento se encontra
inserido, há muitos problemas para os quais não são conhecidas soluções analíticas para as
equações diferenciais dos seus determinados domínios. Nestes casos recorre-se, então, a
métodos numéricos que permitem a obtenção de soluções aproximadas para esses problemas
(RIBEIRO, 2004).
Um desses métodos numéricos é o Método dos Elementos Finitos (MEF), que “consiste
em um método numérico aproximado para análise de diversos fenômenos físicos que ocorrem
em meios contínuos, e que são descritos através de equações diferenciais parciais” (SOUZA,
2003). Este método é bastante genérico e pode ser utilizado em diversas áreas, como engenharia
de estruturas, mecânica dos solos, eletroestática, hidráulica e transferência de calor.
A influência das variações de temperatura nos elementos estruturais precisa ser
analisada e o MEF, assim como outros métodos numéricos, analíticos e experimentais, podem
ser utilizados para esse fim.
Com relação ao tipo de análise, apesar das ações atuantes sobre as estruturas serem em
sua maioria dinâmicas, devendo ser consideradas as acelerações relacionadas a cada elemento,
em diversos casos é razoável realizar a análise estática, em que as ações são aplicadas
lentamente, permitindo que as forças de inércia sejam desprezadas e facilitando os cálculos
(AZEVEDO, 2003).
Nesse sentido, o presente trabalho visa desenvolver a análise estática de vigas em regime
elástico linear, submetidas a solicitações mecânicas e térmicas, com o auxílio do MEF. O
código computacional será desenvolvido na linguagem FORTRAN utilizando o FTN95
Personal Edition, e seus resultados serão analisados e comparados com os resultados obtidos
pelo método analítico e pelo programa comercial Ftool.
2
1.1 JUSTIFICATIVA
A viga constitui um dos elementos estruturais mais utilizados na Engenharia Civil,
sendo assim de extrema importância a compreensão do seu comportamento quando
consideradas as diversas solicitações a que pode estar submetida, como cargas concentradas,
cargas distribuídas, momentos e solicitações térmicas. No dimensionamento de uma estrutura,
o conhecimento das deformações ocasionadas por essas solicitações é essencial.
O estudo da resistência dos materiais apresenta soluções analíticas para se obter essas
deformações, mas essas soluções se tornam inviáveis a partir de certo grau de complexidade
nos cálculos, que envolvem equações diferenciais longas e complexas. Desse modo, o auxílio
de métodos computacionais é bastante adequado, simplificando e acelerando o
desenvolvimento dos cálculos.
No que se refere às situações que envolvem transferência de calor e solicitações
térmicas, como em casos de incêndio e variações climáticas, precisam ser analisadas com
atenção, uma vez que essas solicitações podem alterar características físicas e mecânicas dos
materiais, afetando a estrutura como um todo.
Além disso, o trabalho envolve temas de estudo não frequentemente contemplados na
graduação de Engenharia Civil, como o próprio MEF, possibilitando seu estudo mais
aprofundado, assim como o aperfeiçoamento do conhecimento em temas já estudados, como o
Princípio dos trabalhos Virtuais (PTV) e a consideração da variação de temperatura nos
elementos estruturais.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
Este trabalho tem como objetivo geral analisar, numericamente e com auxílio de código
computacional, o comportamento de vigas submetidas a solicitações térmicas a partir do
Método dos Elementos Finitos.
3
1.2.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos deste trabalho são:
Desenvolver formulação numérica de vigas estruturais considerando as solicitações
térmicas;
Desenvolver código computacional para a obtenção dos resultados, a partir da
formulação do Método dos Elementos Finitos (MEF);
Comparar os resultados obtidos pelos modelos analítico e numérico.
4
2. METODOLOGIA
Para a confecção deste trabalho realizou-se, primeiramente, uma revisão bibliográfica
com o objetivo de garantir o domínio dos conceitos relacionados ao Método dos Elementos
Finitos e aos efeitos de solicitações térmicas atuantes em vigas.
Dessa forma, verificou-se os modelos de cálculo do MEF para as vigas de modo a
possibilitar sua análise estática, numericamente. Para isso, foram estudadas seis vigas com
diferentes carregamentos e vinculações.
Em seguida, desenvolveu-se um código computacional na linguagem FORTRAN de
modo a simular a ação dos carregamentos na viga e gerar os valores de suas deformações. O
código foi desenvolvido utilizando o FTN95 Personal Edition.
Os resultados obtidos pelo método numérico foram então analisados e comparados com
as soluções relativas ao método analítico e ao programa comercial, verificando-se a validez e
precisão do código desenvolvido.
5
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Vigas
Vigas são elementos estruturais projetados para suportar cargas aplicadas
perpendicularmente a seus eixos longitudinais (HIBBELER, 2010). São elementos lineares, ou
seja, nos quais uma de suas dimensões (comprimento) é consideravelmente maior do que as
outras duas (largura e a altura).
As vigas estão sujeitas predominantemente à flexão, sendo assim pensadas e projetadas
para trabalhar especialmente com essa deformação. Podem ser dispostas horizontalmente ou
inclinadas, com uma ou mais vinculações, de tal forma a garantir que as peças sejam no mínimo
isostáticas. Podem ser confeccionadas de madeira, aço, ferro fundido, concreto (armado ou
protendido) e alumínio, com aplicações nos mais diversos tipos de construções (SOUZA e
RODRIGUES, 2008).
Os principais tipos de vigas são as vigas simplesmente apoiadas, as vigas em balanço,
as vigas biengastadas, as vigas contínuas e as vigas Gerber.
Como todo elemento estrutural, é importante entender o comportamento estrutural das
vigas, especialmente por serem um dos elementos mais comumente utilizados na Engenharia
Civil. Dessa forma, seu dimensionamento deve ser realizado apenas por engenheiros registrados
e qualificados e, para realizar esse dimensionamento, é essencial o levantamento dos esforços
internos e deformações de tais elementos.
Seja, por exemplo, a viga em balanço com carregamento genérico representada na
Figura 1:
Figura 1 – Viga em balanço com carregamento genérico.
Fonte: Gaspar (2005).
6
Tem-se, então, a representação do elemento infinitesimal e os respectivos esforços
atuantes:
Figura 2 – Elemento infinitesimal com esforços atuantes.
Fonte: Gaspar (2005).
3.2 Método dos Elementos Finitos
3.2.1 Aspectos gerais
A ideia básica do Método dos Elementos Finitos consiste em subdividir o domínio (meio
contínuo) que será analisado em subdomínios, denominados elementos, de dimensões finitas e
conectados entre si em pontos chamados nós (ALVES, 2007). Cada elemento apresenta as
mesmas propriedades do meio contínuo e é analisado separadamente, sendo seus resultados
combinados para se obter o resultado do domínio global.
O método pode ser bastante preciso, de acordo com a dimensão do domínio e com a
quantidade de nós e elementos. Quanto menor o tamanho do domínio, e quanto maior o número
de elementos existentes na sua subdivisão, mais precisos serão os resultados. Além disso, outro
conceito bastante importante diz respeito ao grau de liberdade, que se refere aos possíveis
movimentos de translação e rotação referentes ao ponto ou corpo rígido. A quantidade de graus
de liberdade em cada nó influencia no comportamento de cada elemento. (SOUZA, 2003)
Além dos aspectos relacionados ao MEF, também serão utilizados conceitos advindos
do Princípio dos Trabalhos Virtuais. O PTV estabelece o equilíbrio de um sistema em termos
7
de seus deslocamentos, de modo que o trabalho virtual das forças externas equivale ao trabalho
virtual das forças internas.
Para o presente trabalho, a viga abordada será analisada estaticamente e subdividida em
elementos finitos de comprimento uniforme conectados em nós com dois graus de liberdade,
sendo analisados assim os movimentos de translação e rotação de cada um dos nós de cada
elemento, de acordo com as solicitações à que a peça está submetida. A Figura 1 representa um
elemento genérico de comprimento λ.
Figura 3 – Elemento finito com deslocamentos.
Fonte: Autor (2019).
Na realização da análise proposta serão desenvolvidas integrais relacionadas aos
trabalhos virtuais interno e externo. O Princípio dos Trabalhos Virtuais será então aplicado,
igualando-se ambas as expressões dos trabalhos virtuais interno e externo, o que permite a
determinação da matriz de rigidez e do vetor de cargas da estrutura. Em seguida, após a
aplicação das condições de contorno, constrói-se um sistema de equações lineares, cujas
incógnitas são os deslocamentos nos nós da estrutura.
3.2.2 Sistema de numeração
Para o desenvolvimento da análise numérica e do código computacional foram
determinados sistemas de numeração para os nós, elementos e deslocamentos nodais da viga,
de forma a facilitar a confecção e o entendimento dos cálculos e a aplicação dos conceitos
relacionados ao MEF.
A divisão da viga foi feita uniformemente, ocasionando em um número “n” de
elementos finitos com o mesmo comprimento. Foram aplicados nós não apenas entre os
8
elementos, mas também nas extremidades da viga resultando, assim, em um número de nós
(nno) igual à quantidade de elementos mais um:
𝑛𝑛𝑜 = 𝑛 + 1 (1)
A numeração dos nós, assim como a numeração dos elementos, foi realizada em
sequência do extremo esquerdo para o extremo direito da viga.
Figura 4 – Viga com cinco elementos e nós numerados.
Fonte: Autor (2019).
No que se refere à numeração dos deslocamentos nodais, considera-se dois sistemas de
numeração, local e global. O sistema de numeração local representa a numeração dos
deslocamentos translacionais e rotacionais de cada elemento finito, sendo assim associados
quatro componentes de deslocamentos a cada um desses elementos, dois de translação e dois
de rotação. Cada nó do elemento está relacionado com uma componente de deslocamento
translacional e outra rotacional, e a numeração é ordenada iniciando na translação do nó inicial
e finalizando na rotação do nó final, como representado a seguir:
Figura 5 – Sistema de numeração local dos deslocamentos nodais do elemento.
Fonte: Autor (2019).
O sistema de numeração global, assim como o local, segue a sequência da esquerda para
a direita com os números ímpares representando as translações e os números pares
representando as rotações. Além disso, a numeração global de cada componente de
deslocamento é relacionada com a numeração do respectivo elemento, conforme figura abaixo:
9
Figura 6 – Sistema de numeração global dos deslocamentos nodais da viga.
Fonte: Autor (2019).
A partir da Figura 6 chega-se à conclusão de que a quantidade total de deslocamentos
(translacionais e rotacionais) na viga pode ser representado por 2n+2, que corresponde à
rotação no último nó da estrutura.
3.2 Matriz de Rigidez do Elemento
Para o desenvolvimento da Matriz de Rigidez do Elemento, o sistema de eixos
considerado será o seguinte:
Figura 7 – Sistema de eixos da viga.
Fonte: Autor (2019).
Na obtenção da matriz analisa-se o seu trabalho virtual interno. Tendo como base o
Princípio dos Trabalhos Virtuais, temos que o trabalho interno de deformação é igual ao
trabalho externo das forças aplicadas. O trabalho virtual interno, considerando o sistema de
coordenadas da Figura 7, é representado pela seguinte expressão:
𝛿𝜔𝑖 = ∫ 𝜎𝑥𝛿휀𝑥𝑑𝑉
𝑉
(2)
10
Onde:
𝜎𝑥: Tensão normal ao longo do eixo x;
휀𝑥: Deformação no eixo x.
Da resistência dos materiais, a tensão normal no eixo x pode ser calculada multiplicando
o módulo de elasticidade longitudinal pela deformação total, sendo representada por:
𝜎𝑥 = 𝐸휀𝑥 (3)
A expressão da deformação total 휀𝑥 = 휀𝑇, que é caracterizada pela soma das
deformações referentes aos esforços causados pelas cargas externas com as deformações
referentes apenas à variação de temperatura, é a seguinte:
휀𝑇 = 휀𝑒 + 휀∆𝑡 → 휀𝑒 = 휀𝑇 − 휀∆𝑡 (4)
Onde a deformação associada a uma variação de temperatura ∆𝑡 pode ser expressa por:
휀∆𝑡 = 𝛼∆𝑡 (5)
Assim, introduzindo (5) em (4) e, em seguida, (4) em (3):
𝜎𝑥 = 𝐸(휀𝑥 − 𝛼∆𝑡) (6)
que corresponde à expressão da tensão que desconsidera as tensões relativas à variação
de temperatura.
As parcelas de tensão relacionadas às deformações totais serão analisadas
separadamente das parcelas correspondentes à variação de temperatura. O trabalho virtual
interno total será então a soma dos trabalhos virtuais relativos a estas duas parcelas.
A partir da equação (2) e considerando uma viga com seção transversal genérica de área
A e comprimento L, tem-se:
𝛿𝜔𝑖 = ∫ ∫ 𝜎𝑥𝛿휀𝑥𝑑𝐴𝑑𝑥
𝐴
𝑙
0
(7)
A tensão normal ao longo do comprimento longitudinal da viga pode ser representada
por:
𝜎𝑥 =𝑀𝑧
𝐼𝑧𝑦
(8)
Para a deformação em x, organizando (3) e introduzindo (8) tem-se:
11
휀𝑥 =𝜎𝑥𝐸=𝑀𝑧
𝐸𝐼𝑧𝑦
(9)
Substituindo (8) e (9) em (7):
𝛿𝜔𝑖 = ∫ ∫𝑀𝑧
𝐼𝑧𝑦𝛿 (
𝑀𝑧
𝐸𝐼𝑧𝑦)𝑑𝐴𝑑𝑥
𝐴
𝑙
0
→ ∫𝑀𝑧𝛿𝑀𝑧
𝐸(𝐼𝑧)²∫𝑦²𝑑𝐴𝑑𝑥
𝑙
0
(10)
Considerando a expressão do momento de inércia em relação ao eixo z:
𝐼𝑧 = ∫𝑦²𝑑𝐴 (11)
Chega-se em:
𝛿𝜔𝑖 = ∫𝑀𝑧𝛿𝑀𝑧
𝐸𝐼𝑧𝑑𝑥
𝑙
0
(12)
Para representar o momento fletor que causa rotação em torno do eixo z, tem-se:
𝑀𝑧 = −𝐸𝐼𝑧𝑑²𝜈
𝑑𝑥² (13)
Por fim, substituindo (13) em (12), encontra-se a expressão do trabalho virtual interno:
𝛿𝜔𝑖 = ∫ 𝐸𝐼𝑧𝑑²𝜈
𝑑𝑥²𝛿𝑑²𝜈
𝑑𝑥²𝑑𝑥
𝑙
0
(14)
Onde:
E: Módulo de elasticidade longitudinal do material da peça estrutural;
𝐼𝑧: Momento de inércia da seção da viga em torno do eixo z;
𝑙: Extensão longitudinal da viga;
𝜈: Polinômio aproximador dos deslocamentos transversais e rotacionais da viga;
𝑑𝑥: Valor do comprimento do elemento infinitesimal.
Para cada elemento de comprimento 𝜆, considerando o material e as dimensões da viga
constantes, temos:
𝛿𝑤𝑖𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝐸𝐼𝑧∫
𝑑²𝜈
𝑑𝑥²𝛿𝑑²𝜈
𝑑𝑥²𝑑𝑥
𝜆
0
(15)
Para determinar o polinômio aproximador dos deslocamentos da viga é necessário
calcular as funções de interpolação 𝑓1(𝑥), 𝑓2(𝑥), 𝑓3(𝑥) e 𝑓4(𝑥), todas equações de terceiro grau.
12
Para isso, consideram-se os resultados da função de acordo com o deslocamento (linear ou
rotacional) do respectivo nó do elemento genérico. Para a função 𝑓1(𝑥), referente ao
deslocamento linear do nó localizado no ponto x=0 do elemento, tem-se:
𝑓1(0) = 1 (16)
𝑑𝑓1(0)
𝑑𝑥= 0 (17)
𝑓1(𝜆) = 0 (18)
𝑑𝑓1(𝜆)
𝑑𝑥= 0 (19)
Como 𝑓1(𝑥) consiste em uma equação de terceiro grau:
𝑓1(𝑥) = 𝑎1𝑥3 + 𝑏1𝑥
2 + 𝑐1𝑥 + 𝑑1 (20)
Derivando (20):
𝑑𝑓1(𝑥)
𝑑𝑥= 3𝑎1𝑥
2 + 2𝑏1𝑥 + 𝑐1 (21)
Considerando (16), temos:
𝑓1(0) = 𝑎103 + 𝑏10
2 + 𝑐10 + 𝑑1 = 1 → 𝑑1 = 1 (22)
Com o valor de 𝑑1 e considerando a equação (17):
𝑑𝑓1(0)
𝑑𝑥= 3𝑎10
2 + 2𝑏10 + 𝑐1 = 0 → 𝑐1 = 0 (23)
Possuindo, agora, os valores de 𝑐1 e 𝑑1, é possível encontrar 𝑎1 e 𝑏1. Para encontrar 𝑏1,
aplicamos (19) e (23) em (21):
𝑑𝑓1(𝜆)
𝑑𝑥= 3𝑎1𝜆
2 + 2𝑏1𝜆 = 0 → 𝑎1 =−2𝑏1𝜆
3𝜆2 → 𝑎1 =
−2𝑏13𝜆
(24)
Em seguida, aplicamos (18), (22) e (23) e (24) em (20):
𝑓1(𝜆) = 𝑎1𝜆3 + 𝑏1𝜆
2 + 1 = 0 → −2𝑏1𝜆
3
3𝜆+ 𝑏1𝜆
2 + 1 = 0 (25)
Multiplicando ambos os lados da equação (25) por 3, tem-se:
13
−2𝑏1𝜆2 + 3𝑏1𝜆
2 + 3 = 0 → 𝑏1 =−3
𝜆2 (26)
Substituindo, agora, (26) em (24):
𝑎1 =2
𝜆³ (27)
Por fim, substituindo (22), (23), (26) e (27) em (20) obtém-se a primeira função de
interpolação, 𝑓1(𝑥):
𝑓1(𝑥) =2𝑥³
𝜆³−3𝑥2
𝜆2+ 1 (28)
O mesmo raciocínio foi desenvolvido para chegar às outras três funções de interpolação,
representadas a seguir:
𝑓2(𝑥) =𝑥³
𝜆²−2𝑥2
𝜆+ 𝑥 (29)
𝑓3(𝑥) = −2𝑥3
𝜆3+3𝑥2
𝜆2 (30)
𝑓4(𝑥) =𝑥³
𝜆²−𝑥2
𝜆 (31)
Temos que o polinômio aproximador dos deslocamentos transversais e rotacionais do
elemento finito da viga é:
𝜈 = 𝑓1(𝑥)𝜈1 + 𝑓2(𝑥)𝜃1 + 𝑓3(𝑥)𝜈2 + 𝑓4(𝑥)𝜃2 (32)
Então, substituindo (28), (29), (30) e (31) em (32):
𝜈 = (2𝑥³
𝜆³−3𝑥2
𝜆2+ 1) 𝜈1 + (
𝑥³
𝜆²−2𝑥2
𝜆+ 𝑥) 𝜃1 + (−
2𝑥3
𝜆3+3𝑥2
𝜆2) 𝜈2
+ (𝑥³
𝜆²−𝑥2
𝜆)𝜃2
(33)
Considerando a equação (33) referente aos deslocamentos dos elementos finitos da viga,
é possível chegar à função relacionada aos deslocamentos virtuais da peça:
14
𝛿𝜈 = (2𝑥³
𝜆³−3𝑥2
𝜆2+ 1) 𝛿𝜈1 + (
𝑥³
𝜆²−2𝑥2
𝜆+ 𝑥) 𝛿𝜃1 + (−
2𝑥3
𝜆3+3𝑥2
𝜆2)𝛿𝜈2
+ (𝑥³
𝜆²−𝑥2
𝜆) 𝛿𝜃2
(34)
Derivando (33):
𝑑𝜈
𝑑𝑥= (
6𝑥²
𝜆³−6𝑥
𝜆2) 𝜈1 + (
3𝑥²
𝜆²−4𝑥
𝜆+ 1) 𝜃1 + (−
6𝑥2
𝜆3+6𝑥
𝜆2)𝜈2 + (
3𝑥²
𝜆²−2𝑥
𝜆)𝜃2 (35)
Derivando (35) para encontrar a derivada segunda:
𝑑²𝜈
𝑑𝑥²= (
12𝑥
𝜆³−6
𝜆2) 𝜈1 + (
6𝑥
𝜆²−4
𝜆) 𝜃1 + (−
12𝑥
𝜆3+6
𝜆2) 𝜈2 + (
6𝑥
𝜆²−2
𝜆) 𝜃2 (36)
Aplicando, agora, (36) em (15):
𝛿𝑤𝑖𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝐸𝐼𝑧∫ [(
12𝑥
𝜆³−6
𝜆2) 𝜈1 + (
6𝑥
𝜆²−4
𝜆) 𝜃1 + (−
12𝑥
𝜆3+6
𝜆2) 𝜈2
𝜆
0
+ (6𝑥
𝜆²−2
𝜆) 𝜃2]
∗ [(12𝑥
𝜆³−6
𝜆2) 𝛿𝜈1 + (
6𝑥
𝜆²−4
𝜆) 𝛿𝜃1 + (−
12𝑥
𝜆3+6
𝜆2) 𝛿𝜈2
+ (6𝑥
𝜆²−2
𝜆) 𝛿𝜃2] 𝑑𝑥
(37)
Integrando e resolvendo a equação (37), para encontrar cada termo da matriz de rigidez,
tem-se:
15
𝛿𝑤𝑖𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝐸𝐼𝑧 [(
12
𝜆³) 𝜈1𝛿𝜈1 + (
6
𝜆²) 𝜈1𝛿𝜃1 + (−
12
𝜆3) 𝜈1𝛿𝜈2 + (
6
𝜆²) 𝜈1𝛿𝜃2
+ (6
𝜆²) 𝜃1𝛿𝜈1 + (
4
𝜆) 𝜃1𝛿𝜃1 + (−
6
𝜆²)𝜃1𝛿𝜈2 + (
2
𝜆) 𝜃1𝛿𝜃2
+ (−12
𝜆3) 𝜈2𝛿𝜈1 + (−
6
𝜆²) 𝜈2𝛿𝜃1 + (
12
𝜆³) 𝜈2𝛿𝜈2 + (−
6
𝜆²) 𝜈2𝛿𝜃2
+ (6
𝜆²) 𝜃2𝛿𝜈1 + (
2
𝜆) 𝜃2𝛿𝜃1 + (−
6
𝜆²) 𝜃2𝛿𝜈2 + (
4
𝜆) 𝜃2𝛿𝜃2] 𝑑𝑥
(38)
Por fim, constrói-se a matriz de rigidez do elemento, [k], a partir da organização da
equação (38):
[k] =
{
12𝐸𝐼𝑧𝜆3
6𝐸𝐼𝑧𝜆2
−12𝐸𝐼𝑧𝜆3
6𝐸𝐼𝑧𝜆2
6𝐸𝐼𝑧𝜆2
4𝐸𝐼𝑧𝜆 −
6𝐸𝐼𝑧𝜆2
2𝐸𝐼𝑧𝜆
−12𝐸𝐼𝑧𝜆3
−6𝐸𝐼𝑧𝜆2
12𝐸𝐼𝑧𝜆3
−6𝐸𝐼𝑧𝜆2
6𝐸𝐼𝑧𝜆2
2𝐸𝐼𝑧𝜆 −
6𝐸𝐼𝑧𝜆2
4𝐸𝐼𝑧𝜆 }
3.3 Vetor de Cargas Nodais do Elemento
No que se refere ao vetor de cargas nodais dos elementos, ele está diretamente
relacionado com as cargas externas aplicadas na viga. Desse modo, no desenvolvimento das
expressões para formulação do vetor serão considerados carregamentos distribuídos
linearmente com valores conhecidos nos extremos da viga, conforme a Erro! Fonte de
referência não encontrada..
Figura 8 – Viga com carregamento distribuído linearmente.
16
Fonte: Autor (2019).
Em que L é o comprimento da viga e 𝑞1 e 𝑞2 são valores conhecidos do carregamento
distribuído nas extremidades.
A equação que rege a função do carregamento distribuído é chamada de q(x) e
corresponde a seguinte expressão:
𝑞(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏 (39)
Onde a e b são constantes.
Nos nós das extremidades, em x=0 e x=L, sabemos que 𝑞 = 𝑞1 e 𝑞 = 𝑞2,
respectivamente. Dessa forma:
𝑎 =𝑞2 − 𝑞1𝐿
(40)
𝑏 = 𝑞1 (41)
Substituindo (40) e (41) em (39), tem-se:
𝑞(𝑥) =𝑞2 − 𝑞1𝐿
𝑥 + 𝑞1 (42)
Para obter as parcelas do vetor de cargas nodais, tem-se que a expressão do trabalho
virtual externo é:
𝛿𝜔𝑒 = ∫ 𝑞(𝑥)𝛿𝜈𝑑𝑥𝐿
0
(43)
Que corresponde a integral da função do carregamento distribuído previamente
estabelecida pela função dos respectivos deslocamentos virtuais.
Assim, substituindo (42) e (34) em (43):
𝛿𝜔𝑒 = ∫ [𝑞2 − 𝑞1𝜆
𝑥 + 𝑞1] [(2𝑥³
𝜆³−3𝑥2
𝜆2+ 1)𝛿𝜈1 + (
𝑥³
𝜆²−2𝑥2
𝜆+ 𝑥)𝛿𝜃1
𝜆
0
+ (−2𝑥3
𝜆3+3𝑥2
𝜆2)𝛿𝜈2 + (
𝑥³
𝜆²−𝑥2
𝜆) 𝛿𝜃2] 𝑑𝑥
(44)
Resolvendo a integral, tem-se:
17
𝛿𝜔𝑒 = ∫ (7𝑞1𝜆
20+3𝑞2𝜆
20) 𝛿𝜈1 + (
𝑞1𝜆²
20+𝑞2𝜆²
30) 𝛿𝜃1 + (
3𝑞1𝜆
20+7𝑞2𝜆
20) 𝛿𝜈2
𝜆
0
+ (−𝑞1𝜆
2
30−𝑞2𝜆²
20)𝛿𝜃2𝑑𝑥
(45)
Dessa forma, encontra-se o vetor de cargas nodais do elemento, [f]:
[f] =
{
7𝑞1𝜆
20+3𝑞2𝜆
20𝑞1𝜆
2
20+𝑞2𝜆
2
303𝑞1𝜆
20+7𝑞2𝜆
20
−𝑞1𝜆
2
30−𝑞2𝜆
2
20 }
3.4 Solicitações térmicas
Como especificado anteriormente, na verificação do trabalho virtual interno a parcela
de tensão referente à variação de temperatura será analisada separadamente da parcela associada
às deformações totais. Em seguida, ambas as parcelas serão somadas para se obter o trabalho
virtual interno total.
A partir da equação (6), percebe-se que a parcela da tensão relacionada à variação de
temperatura é:
𝜎𝑥 = −𝐸𝛼∆𝑡 (46)
Considerando a variação de temperatura como uma função linear ao longo altura da viga
e levando em conta que não há deslocamento axial, tem-se:
∆𝑡 =𝑦
ℎ(∆𝑡𝑖 − ∆𝑡𝑒) (47)
Onde ∆𝑡𝑖 e ∆𝑡𝑒 correspondem à variação de temperatura nas superfícies interna e externa
da viga, respectivamente.
Com relação ao momento fletor decorrente das tensões térmicas, pode ser definido por:
𝑀𝑧 = ∫𝜎𝑥𝑦𝑑𝐴 (48)
18
Introduzindo (46) e (47) em (48) e substituindo o valor do momento de inércia de acordo
com a equação (11):
𝑀𝑧 = ∫−𝐸𝛼𝑦²
ℎ(∆𝑡𝑖 − ∆𝑡𝑒)𝑑𝐴 → 𝑀𝑧 = −
𝐸𝐼𝑧ℎ𝛼(∆𝑡𝑖 − ∆𝑡𝑒) (49)
Substituindo, agora, (49) no primeiro termo da equação (12) do trabalho virtual interno
e (13) no termo virtual desta mesma equação, tem-se a expressão do trabalho virtual interno
correspondente à variação de temperatura:
𝛿𝜔𝑖∆𝑡 = ∫
𝐸𝐼𝑧𝛼(∆𝑡𝑖 − ∆𝑡𝑒)
ℎ𝛿 (𝑑²𝜈
𝑑𝑥²)𝑑𝑥
𝑙
0
(50)
O Princípio dos Trabalhos Virtuais estabelece que o trabalho virtual interno produzido
pelas tensões internas será igual ao trabalho virtual produzido pelas cargas externas. Dessa
forma, tem-se:
𝛿𝜔𝑒 = 𝛿𝜔𝑖 = 𝛿𝜔𝑖𝑒 + 𝛿𝜔𝑖
∆𝑡 → 𝛿𝜔𝑒 − 𝛿𝜔𝑖∆𝑡 = 𝛿𝜔𝑖
𝑒 (51)
onde o termo (𝛿𝜔𝑒 − 𝛿𝜔𝑖∆𝑡) corresponde ao vetor independente e 𝛿𝜔𝑖
𝑒 corresponde à matriz de
rigidez.
Para encontrar o vetor local referente à variação de temperatura, que será somado aos
vetores de cargas dos elementos para a obtenção do vetor de cargas global, é necessário resolver
a expressão (50). Desse modo, aplicando (36) em (50), temos:
𝛿𝜔𝑖∆𝑡 =
𝐸𝐼𝑧𝛼(∆𝑡𝑖 − ∆𝑡𝑒)
ℎ∫ [(
12𝑥
𝜆³−6
𝜆2) 𝛿𝜈1 + (
6𝑥
𝜆²−4
𝜆) 𝛿𝜃1 + (−
12𝑥
𝜆3+6
𝜆2) 𝛿𝜈2
𝑙
0
+ (6𝑥
𝜆²−2
𝜆) 𝛿𝜃2] 𝑑𝑥
(52)
Resolvendo a integral:
𝛿𝜔𝑖∆𝑡 =
𝐸𝐼𝑧𝛼(∆𝑡𝑖 − ∆𝑡𝑒)
ℎ[(0)𝛿𝜈1 + (−1)𝛿𝜃1 + (0)𝛿𝜈2 + (1)𝛿𝜃2] (53)
Chega-se, então, ao vetor relacionado à variação de temperatura para cada elemento:
19
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎∆𝑡 =
{
0
−𝐸𝐼𝑧𝛼(∆𝑡𝑖 − ∆𝑡𝑒)
ℎ0
𝐸𝐼𝑧𝛼(∆𝑡𝑖 − ∆𝑡𝑒)
ℎ }
Este vetor será somado ao vetor de cargas nodais de cada elemento para a obtenção do
vetor de cargas nodal global.
20
4. CÓDIGO COMPUTACIONAL
4.1 Aspectos gerais
O código computacional confeccionado neste trabalho foi desenvolvido em linguagem
FORTRAN e é capaz de realizar a análise estática linear de vigas a partir da formulação do
Método dos Elementos Finitos. Este funciona através da leitura inicial e processamento de
dados provenientes de um arquivo de entrada em formato de texto (.txt), e resulta em um arquivo
de saída também em formato de texto com os valores dos deslocamentos nodais na viga
estudada.
O usuário do código é responsável por inserir no arquivo de entrada os valores das
dimensões geométricas da seção transversal da viga e das propriedades físicas do seu material,
bem como a discretização a ser utilizada, e a caracterização da sua vinculação e do carregamento
aplicado na estrutura.
No desenvolvimento do programa foram criadas sub-rotinas referentes a cada etapa do
código, para simplificar e facilitar a interpretação e utilização do mesmo. O código principal
funciona chamando essas sub-rotinas em sequência. As sub-rotinas utilizadas são “Declaração
de variáveis”, “Abertura de arquivos”, “Leitura de dados”, “Propriedades geométricas”, “Matriz
de rigidez”, “Vetor de cargas”, “Condições de contorno”, “Resolução do sistema” e “Saída de
dados”.
A fluxograma a seguir representa o processo de compilação do código, com a sequência
de suas etapas, incluindo os arquivos de entrada e de saída. Cada etapa indicada no fluxograma
representa uma sub-rotina de cálculo.
21
Figura 9 – Fluxograma do processo de compilação do código.
Fonte: Autor (2019).
22
4.2 Sub-rotinas
4.2.1 Declaração de variáveis
Corresponde a um módulo onde são declaradas todas as variáveis principais
utilizadas no código computacional. É utilizado na maioria das outras sub-rotinas.
4.2.2 Abertura de arquivos
Esta sub-rotina determina os nomes dos arquivos de entrada e de saída e abre
ambos os arquivos, preparando o arquivo de entrada para a leitura de seus dados.
4.2.3 Leitura de dados
Aqui é executada a interpretação do arquivo de entrada, que contém as
características geométricas, físicas e mecânicas da estrutura analisada. Após a leitura de
parte das variáveis declaradas no arquivo de entrada a sub-rotina Propriedades
Geométricas é chamada para, em seguida, realizar-se a leitura do restante das variáveis
do arquivo a partir das variáveis obtidas desta sub-rotina.
A seguir se encontram exemplos do arquivo de entrada e do arquivo de saída:
Figura 10 – Representação do arquivo de entrada.
Fonte: Autor (2019).
23
Figura 11 – Representação do arquivo de saída.
Fonte: Autor (2019).
4.2.4 Propriedades geométricas
Nesta etapa são calculadas características como o comprimento de cada
elemento, o momento de inércia da seção da viga, a quantidade de nós e a quantidade
de componentes de deslocamentos. Não é chamada no código principal, mas sim na sub-
rotina Leitura de Dados, como já especificado.
4.2.5 Matriz de rigidez
Nesta sub-rotina constrói-se a matriz de rigidez local de cada elemento da viga
considerando os cálculos desenvolvidos no tópico 3.2, a partir dos sistemas de
numeração determinados para os deslocamentos nodais. Em seguida, considerando os
mesmos sistemas de numeração, é realizada a montagem da matriz de rigidez global da
estrutura.
4.2.6 Vetor de cargas
Esta sub-rotina é responsável pela criação dos vetores de cargas nodais locais de
cada elemento referentes ao carregamento transversal e térmico. Em seguida, é criado o
vetor de cargas global parcial e, por fim, pela soma das cargas concentradas aplicadas
nos nós, monta-se o vetor de cargas global.
O vetor de cargas global, como já visto, considera a influência dos
carregamentos concentrados (forças e momentos), dos carregamentos distribuídos, bem
como das tensões térmicas.
24
4.2.7 Condições de contorno
Esta etapa do código modifica os termos do vetor de cargas global e da matriz
de rigidez global através da aplicação das condições de contorno, alterando a matriz e o
vetor e possibilitando a posterior resolução do sistema de equações.
A aplicação das condições de contorno se dá por meio da utilização da técnica
dos zeros e uns. Esta técnica consiste na identificação dos nós que apresentam ao menos
uma deslocabilidade prescrita relacionada ao deslocamento translacional ou rotacional.
A partir desta identificação, zera-se todos os termos da linha e da coluna referente a
posição com deslocamento prescrito na matriz de rigidez global e, em seguida, atribui-
se o número um aos termos que fazem parte da diagonal principal. As posições das
deslocabilidades prescritas no vetor de cargas global recebem o valor prescrito,
enquanto os outros elementos do vetor são corrigidos através da seguinte expressão:
𝑓𝑖 = 𝑓𝑖 − ∑𝐾𝑖𝑚∆𝑚 (54)
Onde:
K corresponde à matriz de rigidez global;
∆ representa o valor da deslocabilidade prescrita;
i corresponde a uma variável que passa pela quantidade “d” de deslocamentos
da viga e é responsável pela identificação das posições a serem corrigidas no
vetor, sendo d=2n+2.
m é uma variável que também passa pela quantidade “d” de deslocamentos da
viga, e determina os termos da matriz e do vetor que serão alterados pela
deslocabilidade prescrita.
Além disso, esta sub-rotina também considera os apoios elásticos, somando o
valor da rigidez da mola ao respectivo termo diagonal da matriz de rigidez global
modificada relativo ao nó que apresenta o apoio elástico.
4.2.8 Resolução do sistema
Nesta sub-rotina resolve-se o sistema linear de equações e obtém-se a solução
deste sistema, a partir do método de escalonamento de Gauss, com pivoteamento parcial.
25
A Figura 12 representa esquematicamente o sistema de equações montado com
a matriz de rigidez global modificada, o vetor de cargas global modificado e o vetor dos
deslocamentos, que são as incógnitas do sistema.
Figura 12 – Representação esquemática do sistema de equações lineares montado para o cálculo dos
deslocamentos nodais.
Fonte: Autor (2019).
4.2.9 Saída de dados
Por fim, aqui o código gera o arquivo de saída no formato de texto com os valores
de todos os deslocamentos nodais obtidos no processamento.
26
5. ANÁLISE NUMÉRICA
Para a realização da análise numérica das vigas, foram utilizados refinamentos de malha
de 2, 4 e 10 elementos. Os resultados obtidos numericamente foram comparados com os
modelos analíticos e com as soluções obtidas pelo programa comercial Ftool, de acordo com os
diferentes tipos de apoios e carregamentos presentes em todos os exemplos estudados.
No desenvolvimento de todos os seis exemplos analisados foram consideradas vigas
com seção transversal retangular constante medindo 0,20m x 0,50m (área igual a 0,10m²).
Assim, o momento de inércia em torno de z é igual a 2,08333x10−3m4. Além disso,
considerou-se também para todos os exemplos E = 2x108KN/m², e para os exemplos com
solicitações térmicas α = 1x10−5/°C.
Na verificação do estudo, nos casos em que foram calculadas soluções analíticas
considerou-se aceitável uma diferença percentual de até 2,0% entre os resultados obtidos da
análise numérica e analítica para os deslocamentos transversais. Esta diferença percentual foi
calculada da seguinte maneira:
𝐷𝑝𝑒𝑟𝑐 =𝑅𝑛 − 𝑅𝑐𝑅𝑐
𝑥100
(55)
Onde:
𝐷𝑝𝑒𝑟𝑐 = Diferença percentual;
𝑅𝑛 = resultado numérico;
𝑅𝑐 = Resultado comparativo.
5.1 Exemplo 1
Para este primeiro exemplo, verificou-se o comportamento de uma viga isostática do
tipo engastada e livre, submetida a uma carga transversal concentrada de valor igual a 20 KN
na sua extremidade em balanço. A estrutura apresenta cinco metros de comprimento e não está
submetida a solicitações térmicas. A figura seguinte ilustra a viga em questão:
27
Figura 13 – Viga em balanço.
Fonte: Autor (2019).
Com a aplicação das características e carregamentos da viga no Ftool, chega-se a
configuração deformada da viga fornecida pelo próprio programa:
Figura 14 – Configuração deformada da viga do Exemplo 1.
Fonte: Ftool (2019).
A configuração deformada fornecida pelo Ftool indicou um deslocamento transversal
máximo igual a −2x10−3m e uma rotação máxima igual a −6x10−4 rad, valores esses que
conferem com os resultados obtidos na análise numérica.
Para a obtenção da solução analítica, foram utilizadas tabelas de deslocamento elástico
em vigas fornecidas por Timoshenko (1983). A fórmula nas tabelas utilizada para o
deslocamento transversal máximo na viga deste exemplo é a seguinte:
𝑣𝑚á𝑥 =𝑃𝑙3
3𝐸𝐼 (56)
Onde, neste caso, “P” corresponde à força concentrada de 20KN e “l” é o comprimento
da viga, igual a 5,00m. Dessa forma, tem-se:
𝑣𝑚á𝑥 = 0,0020000032𝑚
28
A equação da linha elástica verificada para esta viga é a seguinte:
𝑣 =𝑃𝑙3
6𝐸𝐼(𝑥³
𝑙³−3𝑥
𝑙+ 2)
(57)
Para a obtenção dos valores das rotações, derivou-se a equação da linha elástica.
𝜃 =𝑃𝑙3
6𝐸𝐼(3𝑥²
𝑙³−3
𝑙)
(58)
Os valores obtidos para os deslocamentos transversais e rotações da viga pela análise
analítica foram comparados com os resultados verificados na análise numérica com a utilização
do código desenvolvido, para cada refinamento de malha estabelecido.
Apenas para este exemplo, considerou-se não apenas as malhas de 2, 4 e 10 elementos
já citadas, mas também uma malha de 50 elementos para demonstrar a maior aproximação dos
resultados com a configuração deformada da viga. Os gráficos seguintes mostram os resultados
obtidos para os deslocamentos translacionais e rotacionais com relação a estes refinamentos de
malha e para a solução analítica obtida para 100 pontos ao longo da viga:
Gráfico 1 – Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 1.
Fonte: Autor (2019).
-0,0025
-0,002
-0,0015
-0,001
-0,0005
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
De
slo
cam
en
to (
m)
Comprimento (m)
Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 1
2 4 10 50 Analítico
29
Gráfico 2 – Rotações da viga do Exemplo 1.
Fonte: Autor (2019).
A partir da análise dos gráficos é perceptível que, com o aumento da quantidade de
elementos, há um aumento da precisão dos deslocamentos obtidos. Como esperado, um
refinamento mais preciso faz com que sua linha representada no gráfico dos deslocamentos
transversais se aproxime mais à configuração deformada da viga.
A comparação entre os resultados obtidos para as malhas consideradas e para o cálculo
analítico e realizado pelo Ftool considerando sua diferença percentual está indicada na Tabela
1 a seguir:
Tabela 1 – Diferenças percentuais dos deslocamentos transversais e rotações da viga do Exemplo 1.
Deslocamentos máximos em metros
Numérico Diferença Percentual
Analítico -0,0020000032 -0,0020000000
0,00016%
Programa comercial -0,0020000000 0,00%
Rotações máximas em radianos
Programa comercial -0,0006000000 -0,0006000000 0,00%
Fonte: Autor (2019).
-0,0007
-0,0006
-0,0005
-0,0004
-0,0003
-0,0002
-0,0001
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Ro
taçã
o (
rad
)
Comprimento (m)
Rotações da viga do Exemplo 1
2 4 10 50 Analítico
30
Por esta tabela, percebe-se que os resultados obtidos neste exemplo se mostraram
suficientemente precisos (abaixo de 2,0%).
5.2 Exemplo 2
Neste segundo exemplo, verificou-se o comportamento de uma viga isostática do tipo
simplesmente apoiada, submetida a uma carga uniformemente distribuída em seu comprimento,
com valor igual a 50 KN/m. A estrutura apresenta o mesmo comprimento do exemplo anterior
e também não está submetida a solicitações térmicas. A figura seguinte ilustra esta viga:
Figura 15 – Viga biapoiada.
Fonte: Autor (2019).
Com a aplicação das características e carregamentos da viga no Ftool, chega-se a
configuração deformada da viga:
Figura 16 – Configuração deformada da viga do Exemplo 2.
Fonte: Ftool (2019).
Esta configuração deformada apresentou um deslocamento transversal máximo no
centro da viga igual a −9,766x10−4m, e rotações iguais a −6,25x10−4rad no apoio de segundo
gênero e 6,25x10−4rad no apoio de primeiro gênero.
31
Utilizando-se novamente as tabelas de deslocamento elástico em vigas fornecidas por
Timoshenko (1983), calcula-se a solução analítica da viga, verificando o deslocamento
transversal máximo através da seguinte expressão:
𝑣𝑚á𝑥 =5pl4
384EI (59)
Em que “p” corresponde à carga distribuída de 50KN/m e “l” é o comprimento da viga.
Assim, tem-se:
𝑣𝑚á𝑥 = −0,0009765641𝑚
A equação da linha elástica verificada para esta viga é a seguinte:
𝑣 =𝑃𝑙4
24𝐸𝐼(𝑥4
𝑙4−2𝑥3
𝑙3+𝑥
𝑙)
(60)
Para a obtenção dos valores das rotações, derivou-se a equação da linha elástica.
𝜃 =𝑃𝑙4
24𝐸𝐼(4𝑥³
𝑙4−6𝑥2
𝑙3+1
𝑙)
(61)
Os valores obtidos para os deslocamentos transversais e rotações da viga pela análise
analítica foram mais uma vez comparados com os resultados verificados na análise numérica
para cada refinamento de malha (2, 4 e 10 elementos). Estes resultados estão indicados nos
gráficos seguintes, considerando as soluções analíticas obtidas para 20 pontos ao longo da viga:
32
Gráfico 3 – Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 2.
Fonte: Autor (2019).
Gráfico 4 – Rotações da viga do Exemplo 2.
Fonte: Autor (2019).
Percebe-se que, mesmo com carga distribuída ao longo da viga, o código é válido e
novamente a linha da malha com mais elementos é a que mais se aproxima a configuração
deformada da viga.
-0,0012
-0,001
-0,0008
-0,0006
-0,0004
-0,0002
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5D
esl
oca
me
nto
(m
)
Comprimento (m)
Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 2
2 4 10 Analítico
-0,0008
-0,0006
-0,0004
-0,0002
0
0,0002
0,0004
0,0006
0,0008
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Ro
taçã
o (
rad
)
Comprimento (m)
Rotações da viga do Exemplo 2
2 4 10 Analítico
33
A tabela seguinte mostra a diferença percentual entre o resultado numérico e o resultado
analítico e obtido do Ftool, para o deslocamento transversal máximo na viga e para a rotação
do seu último nó.
Tabela 2 – Diferenças percentuais dos deslocamentos transversais e rotações da viga do Exemplo 2.
Deslocamentos máximos em metros
Numérico Diferença Percentual
Analítico -0,0009765641 -0,0009765625
-0,0001638%
Programa comercial -0,0009766 -0,0038399%
Rotações no nó final em radianos
Programa comercial 0,0006250000 0,0006250000 0,00%
Fonte: Autor (2019).
Neste exemplo, os resultados obtidos também se mostraram suficientemente precisos
(abaixo de 2,0%).
5.3 Exemplo 3
Neste exemplo analisou-se o comportamento de uma viga isostática do tipo biengastada,
submetida a uma carga uniformemente distribuída similar à do exemplo anterior, ao longo de
seu comprimento, também com valor igual a 50KN/m. Além disso, a viga também possui uma
carga de momento aplicada no seu centro, ou seja, a 2,50m dos engastes e com valor de 10KNm.
O fato da viga apresentar dois engastes, um em cada extremo, torna-a uma viga
hiperestática, pois está em equilíbrio, mas o número de equações da estática é insuficiente para
determinar todas as incógnitas.
A viga mantém o mesmo comprimento de cinco metros dos exemplos anteriores, assim
como mantém a ausência de solicitações térmicas. A figura seguinte ilustra esta viga:
34
Figura 17 – Viga hiperestática biengastada.
Fonte: Autor (2019).
Com a aplicação das características e carregamentos da viga no Ftool, tem-se:
Figura 18 – Configuração deformada da viga do Exemplo 3.
Fonte: Ftool (2019).
Esta configuração deformada apresentou um deslocamento transversal e uma rotação
iguais a −1,953x10−4m e 7,5x10−6rad no centro da viga, respectivamente.
A falta de casos de vinculação e carregamento abordados nas tabelas fornecidas por
Pinheiro faz com que estas não possam ser utilizadas na resolução deste problema. Desse modo,
o resultado obtido numericamente foi verificado através de sua comparação exclusivamente
com o resultado obtido no Ftool. Os gráficos seguintes expressam os resultados numéricos:
35
Gráfico 5 – Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 3.
Fonte: Autor (2019).
Gráfico 6 – Rotações da viga do Exemplo 3.
Fonte: Autor (2019).
Os gráficos confirmam novamente a aproximação da precisão da malha mais refinada
com a configuração deformada da viga.
-0,00025
-0,0002
-0,00015
-0,0001
-0,00005
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
De
slo
cam
en
to (
m)
Comprimento (m)
Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 3
2 4 10
-0,00015
-0,0001
-0,00005
0
0,00005
0,0001
0,00015
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Ro
taçã
o (
rad
)
Comprimento (m)
Rotações da viga do Exemplo 3
2 4 10
36
O ponto de deslocamento máximo na configuração deformada não coincide com
nenhum ponto nodal dos refinamentos de malha estabelecidos, dessa forma apenas para este
exemplo a comparação será realizada entre os deslocamentos do nó central da viga.
A tabela seguinte mostra a diferença percentual entre o resultado numérico e o advindo
do programa comercial.
Tabela 3 – Diferenças percentuais dos deslocamentos transversais e rotações da viga do Exemplo 3.
Deslocamentos no centro da viga em metros
Programa comercial Numérico Diferença Percentual
-0,0001953000 -0,0001953125 0,0064004%
Rotações no centro da viga em radianos
0,0000075000 0,0000075000 0,00%
Fonte: Autor (2019).
Como indicado na tabela, os resultados obtidos se mostraram suficientemente precisos
(abaixo de 2,0%) comprovando, assim, a validez do código para a resolução de problemas
hiperestáticos.
5.4 Exemplo 4
A viga considerada neste exemplo, diferentemente das vigas vistas anteriormente, não
apresenta cargas externas distribuídas ou concentradas, sendo submetida apenas a uma
solicitação térmica devido à variação de temperatura na sua superfície interna igual a -5°C e à
variação de temperatura na sua superfície externa igual a +5°C.
A estrutura é hiperestática devido á existência de um apoio elástico na sua extremidade
direita, em conjunto com o engaste na outra extremidade. O coeficiente de rigidez k da mola
deste apoio elástico corresponde a 1000 KN/m.
O comprimento da viga é de cinco metros e sua representação se encontra a seguir:
37
Figura 19 – Viga hiperestática engastada e com apoio elástico.
Fonte: Autor (2019).
A configuração deformada da viga obtida no Ftool está expressa na Figura 20:
Figura 20 – Configuração deformada da viga do Exemplo 4.
Fonte: Ftool (2019).
Esta configuração deformada apresentou um deslocamento transversal igual a
−2,273x10−3m na extremidade com o apoio elástico, assim como uma rotação de
−9,318x10−4rad.
Os resultados numéricos estão representados nos gráficos seguintes:
38
Gráfico 7 – Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 4.
Fonte: Autor (2019).
Gráfico 8 – Rotações da viga do Exemplo 4.
Fonte: Autor (2019).
Similarmente ao Exemplo 3, o resultado numérico foi comparado exclusivamente com
o resultado obtido no programa comercial. A diferença percentual entre estes resultados está
indicada na Tabela 4.
-0,0025
-0,002
-0,0015
-0,001
-0,0005
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5D
esl
oca
me
nto
(m
)
Comprimento (m)
Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 4
2 4 10
-0,001
-0,0009
-0,0008
-0,0007
-0,0006
-0,0005
-0,0004
-0,0003
-0,0002
-0,0001
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Ro
taçã
o (
rad
)
Comprimento (m)
Rotações da viga do Exemplo 4
2 4 10
39
Tabela 4 – Diferenças percentuais dos deslocamentos transversais e rotações da viga do Exemplo 4.
Deslocamentos máximos em metros
Programa comercial Numérico Diferença Percentual
-0,002273 -0,0022727270 -0,0120106%
Rotações máximas em radianos
-0,0009318000 -0,0009318000 0,00%
Fonte: Autor (2019).
Com esta diferença percentual, verifica-se que os resultados são suficientemente
precisos. Dessa forma, este exemplo valida a utilização do código para resolução de problemas
apenas com carregamentos térmicos, assim como para a resolução de problemas que envolvam
apoios elásticos.
5.5 Exemplo 5
Neste exemplo considerou-se uma viga hiperestática contínua com um apoio de segundo
gênero e dois apoios de primeiro gênero. A viga está submetida a um carregamento linearmente
distribuído ao longo do seu comprimento longitudinal, com valores de 35KN/m e 15KN/m nas
extremidades, bem como a um carregamento térmico de +10°C na superfície interna e -10°C
na superfície externa.
A viga apresenta um comprimento de dez metros e encontra-se representada na Figura
21:
Figura 21 – Viga hiperestática contínua com um apoio de segundo gênero e dois de primeiro gênero.
Fonte: Autor (2019).
40
Utilizando-se o Ftool, a configuração deformada da viga é:
Figura 22 – Configuração deformada da viga do Exemplo 5.
Fonte: Ftool (2019).
Os resultados numéricos para cada malha estão representados nos gráficos:
Gráfico 9 – Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 5.
Fonte: Autor (2019).
-0,0001
-0,00005
0
0,00005
0,0001
0,00015
0,0002
0,00025
0,0003
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
De
slo
cam
en
to (
m)
Comprimento (m)
Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 5
2 4 10
41
Gráfico 10 – Rotações da viga do Exemplo 5.
Fonte: Autor (2019).
Os gráficos deste exemplo demonstram claramente a diferença de aproximação e
precisão à medida em que há o aumento da quantidade de elementos da malha. No Gráfico 9 a
linha referente à malha de dois elementos consiste em uma reta que não fornece informações
precisas em relação aos deslocamentos na viga, enquanto a linha relativa à malha de dez
elementos começa a apresentar semelhanças com a configuração deformada.
Assim como no Exemplo 3, o ponto de deslocamento máximo na configuração
deformada não coincide com nenhum ponto nodal dos refinamentos de malha considerados,
então a comparação será realizada entre os deslocamentos transversais e rotações do décimo
ponto nodal.
A tabela seguinte mostra a diferença percentual entre os resultados:
Tabela 5 – Diferenças percentuais dos deslocamentos transversais e rotações da viga do Exemplo 5.
Deslocamentos no décimo ponto nodal em metros
Programa comercial Numérico Diferença Percentual
-0,000241 -0,00024096 -0,01659751%
Rotações no décimo ponto nodal em radianos
-0,0001005000 -0,0001005000 0,00%
Fonte: Autor (2019).
-5,00E-04
-4,00E-04
-3,00E-04
-2,00E-04
-1,00E-04
0,00E+00
1,00E-04
2,00E-04
3,00E-04
4,00E-04
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Ro
taçã
o (
rad
)
Comprimento (m)
Rotações da viga do Exemplo 5
2 4 10
42
Mais uma vez, os resultados obtidos foram suficientemente precisos (abaixo de 2,0%).
Assim, este exemplo valida a utilização do código para resolução de problemas que envolvam
forças distribuídas e cargas térmicas atuando em conjunto, ao invés de separadamente como
nos exemplos anteriores.
5.6 Exemplo 6
Neste exemplo considerou-se uma viga hiperestática contínua engastada na sua
extremidade esquerda, com um apoio de primeiro gênero no seu centro e um apoio elástico na
sua outra extremidade. O coeficiente de rigidez k da mola deste apoio elástico corresponde a
1000 KN/m.
A viga em questão está submetida a uma carga concentrada de momento no seu centro
com valor igual a 10KNm, a uma força concentrada de 50KN no ponto nodal da extremidade
direita, e a um carregamento linearmente distribuído com valores de 30KN/m e 10KN/m nas
extremidades. Além disso, há um carregamento térmico de +15°C na superfície interna e -15°C
na superfície externa.
Figura 23 – Viga hiperestática contínua com um engaste, um apoio de primeiro gênero e um apoio
elástico.
Fonte: Autor (2019).
Com a aplicação das características e carregamentos da viga no Ftool, chega-se a
configuração deformada:
43
Figura 24 – Configuração deformada da viga do Exemplo 6.
Fonte: Ftool (2019).
Os resultados numéricos para cada refinamento de malha estão representados nos
gráficos seguintes:
Gráfico 11 – Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 6.
Fonte: Autor (2019).
-0,025
-0,02
-0,015
-0,01
-0,005
0
0,005
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
De
slo
cam
en
to (
m)
Comprimento (m)
Deslocamentos transversais da viga do Exemplo 6
2 4 10
44
Gráfico 12 – Rotações da viga do Exemplo 6.
Fonte: Autor (2019).
Os gráficos mais uma vez comprovam a aproximação da precisão da malha mais
refinada com a configuração deformada da viga.
A tabela seguinte mostra a diferença percentual entre o resultado numérico e o do
programa comercial:
Tabela 6 – Diferenças percentuais dos deslocamentos transversais e rotações da viga do Exemplo 6.
Deslocamentos máximos em metros
Programa comercial Numérico Diferença Percentual
-0,0204 -0,02040426 0,02088235%
Rotações máximas em radianos
-0,0060270000 -0,0060270000 0,00%
Fonte: Autor (2019).
Os resultados obtidos foram novamente suficientemente precisos. Com isto, a validação
do código é realizada para situações que envolvem os mais variados tipos de solicitação atuantes
em conjunto ou não, desde carregamentos distribuídos e cargas concentradas (forças e
momentos) até carregamentos térmicos. Também se confirma a possibilidade de utilização do
código desenvolvido na resolução de problemas tanto isostáticos como hiperestáticos, com
diferentes vinculações.
-0,007
-0,006
-0,005
-0,004
-0,003
-0,002
-0,001
0
0,001
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Ro
taçã
o (
rad
)
Comprimento (m)
Rotações da viga do Exemplo 6
2 4 10
45
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como objetivo realizar a análise do processo de cálculo dos
deslocamentos de uma viga para, em conjunto com a formulação e os conceitos do Método dos
Elementos Finitos, desenvolver um código computacional em linguagem FORTRAN capaz de
interpretar e simular o comportamento linear desta viga quando sujeita a cargas externas, como
forças, momentos e solicitações térmicas.
Foi perceptível a contribuição de conceitos não apenas do MEF, mas também de outros
temas como o Princípio dos Trabalhos Virtuais para a elaboração do trabalho, possibilitando o
desenvolvimento da análise numérica. Além disso, verificou-se a importância da utilização
destes métodos numéricos para solucionar problemas que envolvam equações diferenciais
complexas, dificilmente resolvidas analiticamente.
A validação do código desenvolvido foi realizada através da comparação dos resultados
numéricos com os valores resultantes da análise analítica e valores obtidos através do programa
comercial Ftool. Como a diferença percentual na comparação dos resultados para todos os seis
exemplos abordados foi inferior a 2%, conclui-se que o código é válido para ser utilizado,
atentando-se às discretizações e ajustes adequados.
É importante notar que todos os resultados obtidos do código desenvolvido coincidiram
com os do programa Ftool, uma vez que as diferenças percentuais calculadas foram advindas,
na realidade, do número de casas decimais consideradas nos resultados ser distinto.
Como sugestão para trabalhos futuros, é possível implementar o cálculo dos esforços
internos e das reações de apoio da viga no código desenvolvido, assim como a possibilidade de
discretizações não uniformes nas estruturas. Além disso, sugere-se também o emprego de
cargas dinâmicas na análise e o estudo do comportamento de outras estruturas relevantes na
Engenharia Estrutural, como cascas e grelhas.
46
7. REFERÊNCIAS
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Métodos Numéricos) – Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal do Paraná,
Curitiba. 2007. Disponível em:
<https://www.academia.edu/15457512/M%C3%A9todo_dos_Elementos_Finitos>. Acesso
em: 2 Jun, 2019.
AZEVEDO, Álvaro F. M. Método dos Elementos Finitos. 1ª Edição. Porto: Abril 2003. 248
f. Disponível em: <http://arquivoescolar.org/bitstream/arquivo-e/117/1/Livro_MEF.pdf>.
Acesso em: 23 Mai, 2019.
CAMPOS, João Victor de. Formulação do Método dos Elementos Finitos para a Análise
Elástica Linear de Vigas de Timoshenko. 2015. 72 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação) – Departamento Acadêmico de Construção Civil, Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Campo Mourão. 2015. Disponível em: <
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/6713>. Acesso em: 11 Ago, 2019.
GASPAR, Ricardo. Mecânica dos Materiais. Notas de aula da disciplina Resistência dos
Materiais. São Paulo, 2005. 107 f. Disponível em: <
https://www.passeidireto.com/arquivo/36105186/mecanica-dos-materiais-ricardo-gaspar>.
Acesso em: 5 Set, 2019.
HIBBELER, Russel C. Resistência dos Materiais. 7 Ed. São Paulo: Pearson, 2010. 637 f.
MITTELBACH, Fernanda R. Método das Diferenças Finitas Energéticas na Análise de
Reservatórios Cilíndricos. 2002. 94 f. Dissertação (Mestrado em Ciências em Engenharia
Civil) - COPPE/UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2002.
PINHEIRO, Libânio M.; CATOIA, Bruna; CATOIA, Thiago. TABELAS DE VIGAS:
Deslocamentos e Momentos de Engastamento Perfeito. Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, São Carlos. 2010. Disponível em: <
http://www.set.eesc.usp.br/mdidatico/concreto/Textos/22%20Tabelas%20de%20vigas.pdf>.
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Tridimensional de Temperatura em Estruturas em Situação de Incêndio. Março 2004. 178
f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Escola de Engenharia, Universidade
47
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<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/FACO-6AYG27>. Acesso em: 5
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Finitos. 2019. 42 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Departamento de
Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. 2019. Disponível em:
< https://monografias.ufrn.br/jspui/handle/123456789/8674>. Acesso em: 8 Ago, 2019.
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Exemplos. Universidade Estadual de Campinas. 2008. 93 f. Disponível em <
http://www.fec.unicamp.br/~nilson/apostilas/sistemas_estruturais_grad.pdf>. Acesso em: 5
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<https://www.researchgate.net/publication/326331671_O_Metodo_dos_Elementos_Finitos_A
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S.A., 1983. 268 f.