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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO JÚLIA GOMES FERNANDES COSTA DE SANTANNA A PSICODINÂMICA DO TRABALHO DE PROFESSORES DE ENSINO SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE NATAL/RN NATAL-RN 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSO EM ENFERMAGEM

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO

JÚLIA GOMES FERNANDES COSTA DE SANT’ANNA

A PSICODINÂMICA DO TRABALHO DE PROFESSORES DE ENSINO SUPERIOR

DE ENFERMAGEM DE NATAL/RN

NATAL-RN

2014

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JÚLIA GOMES FERNANDES COSTA DE SANT’ANNA

A PSICODINÂMICA DO TRABALHO DE PROFESSORES DE ENSINO SUPERIOR

DE ENFERMAGEM DE NATAL/RN

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação

em Enfermagem, do Centro de Ciências da Saúde, da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte como

requisito parcial para obtenção do título de mestre.

Área de Concentração: Enfermagem na atenção à saúde

Linha de Pesquisa: Educação e Trabalho em

Enfermagem em Saúde

Orientadora: Profª. Dra. Soraya Maria de Medeiros

NATAL - RN

2014

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A PSICODINÂMICA DO TRABALHO DE PROFESSORES DE ENSINO SUPERIOR

DE ENFERMAGEM DE NATAL/RN

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Enfermagem, do Centro de

Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial

para obtenção do título de mestre.

Aprovada em: ___ de agosto de 2014, pela banca examinadora.

PRESIDENTE DA BANCA:

Professora - Dra. Soraya Maria de Medeiros - orientadora

(Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN)

BANCA EXAMINADORA:

____________________________________________

Professora - Dra. Rejane Maria Paiva de Menezes

(Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN)

____________________________________________

Professor – Dr. Mauricio Roberto Campelo de Macedo

(Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN)

____________________________________________

Professor - Dr. João Bosco Filho

(Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN)

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SANT’ANNA, Júlia Gomes Fernandes Costa de. A psicodinâmica do trabalho de

professores de ensino superior de Enfermagem de Natal/RN. 2014. 108 fls. Dissertação

(Mestrado em enfermagem) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2014.

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo analisar os fatores geradores de prazer e sofrimento no

trabalho do professor de Ensino Superior de Enfermagem. Trata-se de um estudo do tipo

analítico, com abordagem qualitativa. Ocorreu no período de 14 a 22 de novembro de 2013

em uma instituição de ensino superior do município de Natal/RN com sete professores do

curso de graduação em enfermagem selecionados a partir dos critérios de inclusão: docentes

do curso de enfermagem, enfermeiros, professores de aula teórica. Obteve parecer favorável

do Comitê de Ética em Pesquisa/UFRN (CAAE nº 20727613.9.0000.5537). A coleta de dados

foi realizada através da aplicação de entrevistas individuais com roteiro semi-estruturado

contendo questões norteadoras relativas à organização do trabalho, reconhecimento,

liberdade, desgaste e insegurança. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de

conteúdo a qual pretende superar o conteúdo manifesto da mensagem para, através da

inferência, atingir uma interpretação mais profunda. Os resultados desse estudo conduziram à

interpretação de duas categorias analíticas: o sofrimento e o prazer no trabalho do enfermeiro

docente e suas subcategorias correspondentes. Os sujeitos identificaram como barreiras no

trabalho: insuficiência de tempo remunerado, necessidade de qualificação, necessidade de

dedicar-se a outras tarefas, carência de recursos e burocracia, quantidade de alunos em sala de

aula e nivelamento dos alunos. Constatou-se por meio da análise da Psicodinâmica do

Trabalho e dos resultados apresentados que o sofrimento pode emergir entre o ser humano e a

organização do trabalho quando não são possíveis a negociação e a liberdade de invenções do

trabalhador sobre seu labor na tentativa de adaptá-lo às suas necessidades. Quando são

estreitas as margens para a adaptação desejada, é possível o surgimento do sofrimento mental,

tornando o individuo fragilizado e mais susceptível ao adoecimento. Diante disso, torna-se

evidente que não apenas o sofrimento, mas também o prazer origina-se de uma dinâmica

interna de situações e da organização do trabalho. Situações que num dado momento aquilo

que o faz sofrer pode se transformar como fonte de prazer. Assim, o prazer e o sofrimento não

são excludentes, confirmando o aspecto dialético do arcabouço apresentado na teoria, ainda

que para a organização de trabalho seja significativo que haja o predomínio do prazer em

relação ao sofrimento. Entender a influência da organização na qualidade de vida, na saúde

mental e na geração de sofrimento psíquico dos trabalhadores é de suma importância para a

superação e transformação das organizações de trabalho.

Descritores: ambiente de trabalho, docentes, saúde do trabalhador, enfermagem.

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SUMÁRIO

1 1. INTRODUÇÃO __________________________________________________________ 7

2. CONTEXTUALIZAÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA _____________________ 11

2.1 As mudanças do mundo do trabalho na sociedade moderna _______________________ 11

2.2 O trabalho do professor na Universidade ______________________________________ 15

2.3 A psicodinâmica do trabalho _______________________________________________ 18

3. METODOLOGIA ________________________________________________________ 22

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES____________________________________________ 26

4.1 Artigo 1 - A Psicodinâmica do Trabalho de Professores de Ensino Superior de

Enfermagem de Natal/RN _____________________________________________________ 27

4.2 Artigo 2 - Professores de Enfermagem e suas estratégias para o enfrentamento de

barreiras do seu mundo de trabalho _____________________________________________ 44

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS _______________________________________________ 57

REFERÊNCIAS ___________________________________________________________ 59

APÊNDICES ______________________________________________________________ 65

ANEXOS _________________________________________________________________ 71

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1 INTRODUÇÃO

Desde as últimas décadas do século XX, constata-se uma crescente atenção à

saúde/doença mental dos trabalhadores como também, a associação do sofrimento e/ou da

doença psíquica com o contexto laboral que começa, paulatinamente, a ser reconhecida pelo

imaginário social (JACQUES; AMAZARRAY, 2006).

A Organização Internacional do Trabalho definiu as condições de trabalho para os

professores ao reconhecer o lugar central que estes ocupam na sociedade, uma vez que são os

responsáveis pelo preparo do cidadão para a vida. Entretanto, as reais condições sob as quais

o trabalho do docente se desenvolve, passível de um adoecimento físico e mental constituem

um desafio, em cuja investigação ainda está por ser plenamente esgotada (OIT, 1994).

Nos últimos tempos, as transformações sociais, as reformas educacionais e os modelos

pedagógicos provocaram mudanças na profissão docente, assim como nas suas condições de

trabalho. Souza et al. (2003) revelam que até década de 1960, grande parte dos trabalhadores

do ensino gozavam de uma relativa segurança material, de emprego estável e de um certo

prestígio social.

O papel do professor na atualidade foi ampliado e sua missão expandiu-se para além

da sala de aula, a fim de garantir uma articulação entre a escola e a comunidade. O professor,

além de ensinar, deve participar da gestão e do planejamento escolares, o que significa uma

dedicação mais ampla, a qual se estende às famílias e à comunidade (GASPARINI;

BARRETO; ASSUNÇÃO, 2005).

Apesar disso, o professor enfrenta diversas dificuldades, como a carência de meios

pedagógicos necessários à realização de tarefas cada vez mais complexas. Os professores são

compelidos a buscar, então, por seus próprios meios, formas de requalificação que se

traduzem muitas vezes em um aumento não reconhecido e não remunerado da jornada de

trabalho (TEIXEIRA, 2001; BARRETO E LEHER, 2003; OLIVEIRA, 2003).

Segundo Gasparini, Barreto e Assunção (2005), as condições de trabalho, ou seja, as

circunstâncias sob as quais os docentes utilizam as suas capacidades físicas, cognitivas e

afetivas para atingir o rendimento escolar de seus alunos podem gerar sobreesforço ou

hipersolicitação de suas funções psicofisiológicas. Se não há tempo para a recuperação, são

desencadeados ou precipitados os sintomas clínicos que explicariam os índices de afastamento

do trabalho por transtornos mentais.

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Para Dejours (1992), dependendo da organização do trabalho pode fazer surgir forças

que o empurrariam em direção à saúde mental. Quando esta organização entra em conflito

com o funcionamento psíquico do indivíduo, emergiria então o sofrimento patogênico até que

os indivíduos “normais” criem estratégias de defesa para se protegerem e não se tornarem

loucos.

Comumente depara-se com argumentos para explicar as causas do adoecimento de

trabalhadores baseada em duas concepções: a primeira é que estas deveriam ser buscadas

prioritariamente pelas peculiaridades do indivíduo em termos físicos, fisiológicos,

psicossociais e em sua história de vida no núcleo familiar anterior à vida de trabalho. A

segunda posição está relacionada adoção de uma postura de naturalização da ideia de que o

trabalho produz sofrimento e não pode ser mudado, cujo curso seria impossível de ser

modificado, inquestionável e intransponível (PAPARELLI; SATO; OLIVEIRA, 2011).

Segundo dados pesquisados, o número de acidentes de trabalho diminuiu em 2010,

para 701.496, antes 733.365 no ano anterior, porém o número de mortes cresceu 11,4% de um

ano para o outro, de 2.650 para 2.712. O setor de serviços foi responsável por 331.895

notificações de acidentes no ano passado, 47,3% do total. Em seguida, ficou a indústria (de

321.171 em 2009 para 307.620 em 2010, sendo 230.487 no setor de transformação). Foram

27.547 acidentes na agropecuária (antes 29.434 no ano anterior) e 54.664 na construção

(55.670) (BRASIL, 2010).

Entre as doenças, além das lesões consideradas mais comuns (nos membros superiores

e inferiores e dorsalgias - dores nas costas), destacam-se grande incidência de transtornos

mentais e comportamentais. O item "reações ao estresse grave e transtorno de adaptação", da

Classificação Internacional de Doenças (CID), teve 5.919 casos em 2010 (BRASIL, 2010).

Com relação à região, mais da metade (54%) dos acidentes se concentrou na região

Sudeste, em um total de 378.584. Na sequência, ficaram Sul (156.853), Nordeste (89.485),

Centro-Oeste (47.374) e Norte (23.220) (BRASIL, 2010).

Assunção e Oliveira (2009) demonstram que existem evidencias através de estudos

epidemiológicos que destacam fortes associações entre as condições de trabalho e a

insatisfação, cujos desdobramentos, entre outros fatores, explicam o perfil de morbidade dos

grupos estudados. Visando atender as metas e aos objetivos das reformas educativas, os

resultados das associações estatísticas, análises ergonômicas no lócus da sala de aula

mostraram-se úteis para compreensão dos esforços desses sujeitos.

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Dessa forma, a Psicopatologia do Trabalho surge a partir das ideias e da pesquisa de

Christophe Dejours, médico do trabalho, psiquiatra e psicanalista que, no início de seus

estudos, entendia as suas dinâmicas em situações que ora conduziam ao prazer, ora ao

sofrimento, além de perceber como o medo podia seguir diferentes desdobramentos, inclusive

os que culminavam em patologia mental ou psicossomática (MARTINS, 2002).

Ampliando o estudo das vivências para o contexto organizacional, o prazer-sofrimento

passa a depender não só da forma como o trabalho se organiza e do funcionamento psíquico

individual, mas também dos padrões de funcionamento das organizações estabelecidos com

base numa cultura especifica que envolve os valores das organizações derivando urna

dinâmica própria à relação sujeito-trabalho-contexto organizacional (DEJOURS, 1992).

Portanto, segunda essa visão, o homem socializa-se no trabalho em atos organizados

mentalmente a partir de sua subjetividade. Assim sendo, o sentido dado às situações de

trabalho está associado a sua própria história e às condições históricas e socioeconômicas,

perpassando pelo sistema de valores da organização, que tem papel de regular os

comportamentos dentro das organizações. Com isso, o trabalho é fonte de prazer e sofrimento

e não necessariamente deve estar vinculado a padrões psicopatológicos.

Brant e Minayo-Gomez (2004) argumenta que o sujeito é produto da contingência

da linguagem, do desejo e do conjunto de dispositivos presentes no seu espaço institucional

sendo posto a gravidade da situação. Assim, tem-se a necessidade de se serem realizados

estudos mais contundentes e aprofundados sobre essa temática, uma vez que a abstenção de

respostas por parte da sociedade a essas fragilidades torna impossível a execução de

mudanças no curso dessa história. Nesse sentido constrói-se a seguinte questão de pesquisa:

- Quais os fatores geradores de prazer e sofrimento no trabalho do professor de

Ensino Superior de Enfermagem? Como emergem as estratégias produzidas pelos professores

de ensino superior de enfermagem às barreiras vivenciadas na atividade docente?

Para tanto, tem-se como objetivo geral analisar a psicodinâmica do trabalho do

professor de Ensino Superior de Enfermagem. Como objetivos específicos busca-se discutir

os fatores geradores de prazer e sofrimento no trabalho do enfermeiro docente, bem como

discutir as estratégias dirigidas pelos professores de ensino superior de enfermagem às

barreiras vivenciadas na atividade docente.

O estudo das relações entre o processo de trabalho docente e as reais condições sob as

quais ele se desenvolve constituem-se como um desafio e uma necessidade para se entender e

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buscar os aspectos envolvidos entre o prazer e o sofrimento no contexto organizacional desses

sujeitos.

Perante esta argumentação é praticamente impossível efetuar uma análise das relações

laborais sem utilizar uma metodologia que atenda aos fenômenos multifacetados emergentes

do campo laboral nas suas mais variadas dimensões.

Este trabalho proporcionou benefícios para os colaboradores da pesquisa na perspectiva

da segurança e saúde dos trabalhadores enquanto pesquisa da área temática de enfermagem

em saúde do trabalhador, bem como aos seus empregadores e à sociedade em geral.

Forneceu subsídios para desvendar os fatores que influenciam na saúde do professor

universitário de enfermagem, bem como a proposição de ações preventivas ao surgimento dos

problemas relativos à saúde dos colaboradores da pesquisa. Sobretudo, esperou-se ter

contribuído para uma condição de trabalho menos sofrida e mais humana.

A pesquisa proporcionou contribuições para a ciência na medida em que, apesar de sua

relevância, o problema ainda necessita de estudos mais aprofundados, particularmente em se

tratando de estudos em contextos locais, como a presente pesquisa.

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2. CONTEXTUALIZAÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA

A revisão bibliográfica que embasa este estudo abordará as mudanças do mundo do

trabalho na sociedade moderna e o trabalho do professor na universidade.

2.1.1 As mudanças do mundo do trabalho na sociedade moderna

Partindo da premissa de que o trabalho acompanha o homem em toda sua história, a

discussão em termo do mundo do trabalho tem em sua centralidade as transformações pelas

quais o labor decorreu, bem como os fatores políticos, sociais e econômicos que

determinaram essas mudanças.

A palavra trabalho é originária do latim tripalium, que é um instrumento formado por

três paus ponteagudos usados pelos agricultores para bater trigo e milho. Posteriormente, foi

também utilizado pelos romanos para tortura e o verbo tripliare passou a designar tortura. Daí

a associação de trabalho e tortura. Os gregos usavam o vocábulo povei, de povos, que

significa esforço, fadiga, peso, necessidade e o termo ergázesta, de érgor, significando obra,

eficiência. Os latinos usaram, como o entendimento de trabalho, as palavras fadiga, cansaço e

favere, cujo significado é fazer, executar (BILA, 2008).

Marx (1996) conceitua trabalho como um processo participativo entre o homem e a

natureza, onde o ser humano, através da sua ação, impulsiona, regula e controla sua relação

com a natureza, modificando-a e ao mesmo tempo modificando a sua própria natureza.

Através dele o homem “põe em movimento as forças naturais à sua corporeidade, braços e

pernas, cabeça e mão, a fim de apropriar-se da matéria natural numa forma útil para sua

própria vida”. (MARX, 1996 p. 149)

Martins (2002) evidencia a diferença existente entre o trabalho do animal e o ser

humano em que o este imprime no objeto o plano que ele constrói, cria, imagina, inventa e

idealiza, enquanto aquele o transforma de forma puramente mecânica.

Antunes (2003) acrescenta que o ato de produção e reprodução da vida humana

realiza-se pelo trabalho; é a partir dele que o homem torna-se ser social, distinguindo-se de

todas as formas não humanas.

Marx (1992) reforça essa ideia afirmando que, ao produzir sua própria existência, os

homens entram em relações sociais determinadas, necessárias, independentes da sua vontade,

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desenvolvendo suas forças produtivas materiais, que condicionam o processo de vida social,

política e intelectual.

Assim sendo, a concepção de trabalho é extensa, justamente porque ele é central na

vida humana e social. O entendimento acerca do trabalho é amplo, sendo parte de um

processo histórico de construção da humanidade, veiculando o conhecimento e a cultura que

transmite a cada civilização. Assim, no contexto das mudanças ocorridas no mundo do

trabalho, pode-se dizer que, ao longo da história, este processo tem enfrentado profundas

transformações e muitas crises.

Ao estudar a reorganização laboral, Canterle (2003) demonstra que na pré-história o

homem utilizava sua energia física para executar uma tarefa, e o trabalho era tido como um

bem natural, uma atividade prazerosa. Na Antiguidade, o trabalho era visto como uma

maldição, meio de expiração para os pecados, algo desprezível, cabendo aos escravos a sua

execução. Desta forma, e sob a influência da nobreza e do clero, se instala a divisão do

trabalho: para escravos, manual/operacional; para os homens livres, trabalho

intelectual/racional.

Na Idade Média por sua vez, o trabalho passa a ser uma servidão dos homens aos seus

senhores, tido como um direito e um dever árduo, um meio de salvação, onde o homem passa

a ser um operador de ferramentas. Já no período que antecede à Revolução Industrial, sob a

influência do comércio mercantilista, o homem organiza seu trabalho de forma a expressar a

sua criatividade (CANTERLE, 2003).

No entanto, as maiores mudanças ocorreram a partir da Revolução Industrial,

especialmente no século XIX, dando ao trabalho um sentido de mercadoria, sob o

determinismo do capitalismo.

No século XIX, assistiu-se ao desenvolvimento e à consolidação do capitalismo

industrial, sustentado por uma tecnologia fabril ainda incipiente e por grandes contingentes de

trabalhadores submetidos a regras impostas pelos donos das fábricas no geral, sem a

intervenção do Estado (BORSOI, 2011).

Esse período foi marcado pelo crescimento da produção, mas também pelo êxodo

rural e pela concentração de novas populações urbanas. Decorrem problemas, como condições

de vida marcantes, potencialização das condições de alta mortalidade, de uma longevidade

reduzida na duração do trabalho, no emprego de crianças, salários baixos, redução da

moradia, falta de higiene, promiscuidade, esgotamento físico, acidentes de trabalho e

subalimentação (DEJOURS, 1992).

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O século XX, pela sua vez, foi palco de rápidos e intensos avanços tecnológicos, do

surgimento de modelos de gestão do trabalho e da acumulação que possibilitaram a produção

e o consumo em larga escala, de importantes conquistas sociais e trabalhistas e de uma

profunda crise que forçou uma não menos intensa reestruturação produtiva, principalmente a

partir da década de 1970, atingindo o mundo do trabalho em termos globais (BORSOI, 2011).

Em diferentes momentos e sociedades, o executor do trabalho desempenhou diversos

papéis em sua existência: usuário da energia física, operador de ferramentas, organizador da

produção, para depois, na era pós-industrial, ser um sintetizador de energia mental,

favorecendo a abstração e a criatividade (CANTERLE, 2003).

Desde a era industrial, ocorreram dramáticas mudanças principalmente na forma da

organização do trabalho. Para Lancmann e Sznelwar (2004), a redefinição das relações entre

capital e trabalho tem provocado a busca de indivíduos cada vez mais polivalentes e capazes

de realizar uma multiplicidade de tarefas. Não obstante, no mundo atualizado o homem está

cada vez mais susceptível às pressões e aos estímulos do que em qualquer outra época.

Por outro lado, a rapidez dos avanços tecnológicos e organizacionais muitas vezes tem

provocado um processo de desqualificação do trabalhador e de seu saber–fazer, isto é, da

prática que acumulou ao longo de toda sua vida, pelo fato do processo de qualificação não

acompanhar esses avanços. (MARTINS, 2002)

A situação do mundo do trabalho na modernidade, sob determinantes estabelecidos

pelo capitalismo, pela ciência e pela tecnologia, suga do homem uma energia mortal, onde a

palavra de ordem é a qualidade total por meio de exigências aos trabalhadores, no que diz

respeito ao aprendizado, à qualificação profissional, à atualização tecnológica, à certificação

profissional e à polivalência (BILA, 2008).

Ao analisar o universo do trabalho capitalista contemporâneo, Antunes (2003) remete

para a redução da classe operária industrial tradicional e aumento paralelo do trabalho

assalariado, ampliado ao setor de serviços. Contudo, uma expressiva heterogeneização do

trabalho e crescimento da subproletarização é presenciado nas formas de trabalho precário,

parcial, temporário, subcontratato, e terceirizado, vinculado à economia informal; o

desemprego estrutural expande-se e se estende por todo o mundo.

Guardadas as devidas diferenças, Borsoi (2011) enfatiza que ao longo desses dois

séculos, os trabalhadores tiveram que lutar, entre outras coisas, pelo controle da jornada, por

salários mais adequados à sua sobrevivência e das suas famílias, pela regulamentação do

trabalho de mulheres, adolescentes e crianças, por melhores condições de trabalho, por

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segurança e saúde nos ambientes laborais. Porém, com o desenvolvimento científico,

tecnológico e social o modo de viver do homem contemporâneo faz surgir novos imperativos.

A compreensão anterior da finalidade do trabalho era apenas para sobreviver passa a

ser agregada a finalidade de produção de bens para o consumo próprio, bem como meio para

obter reconhecimento, valorização e prestígio social. No local do labor estabelecem-se

relações e há um espaço social, no qual o ser humano pode buscar oportunidades para atender

a tais necessidades (MARTINS, 2002).

O modo de produção capitalista substituiu a consciência dos produtores, o valor do uso

pelo de troca e as relações concretas e significativas, por relações abstratas e universais,

substituindo, no conjunto da vida humana, o qualitativo pelo quantitativo, o público pelo

privado, provocando a ruptura das relações entre o homem e a natureza (MARTINS, 2002).

Considerando as atividades laborais, Dejours (1999) destacou a importância da análise

do homem e de sua relação com o mundo material e psíquico, pois, por meio delas, o ser

humano convive e relaciona-se com o meio externo; os indivíduos buscam satisfazer suas

necessidades procurando o prazer e evitando o sofrimento.

O descompasso entre essas mudanças e a capacidade do ser humano adaptar-se a elas

pode fazer surgir crescentes incertezas e insatisfações com o modo de vida, fazendo aflorar

sentimentos como a angústia, o tédio, a ansiedade, a frustração, o prazer e o sofrimento. Desse

modo, o sucesso da adaptação pode refletir diretamente nos níveis físico, psicológico,

emocional e espiritual dos indivíduos (LANCMAN, 2004).

É através do trabalho o homem produz a sua própria identidade. Dessa forma, ao

produzir algo, o trabalhador sente-se realizado como pessoa em decorrência de ser valorizado

e reconhecido pelo que faz. É com o trabalho que o homem pode ser capaz de aprender sobre

um fazer específico, desenvolver novas formas de execução da tarefa, bem como são

oferecidas condições de socialização e formação da identidade pessoal. Esta identidade criada

a partir do fazer e do produzir reflete um homem em ação para realizar-se, criando

instrumentos, e com esses, transformando o ambiente e se construindo enquanto pessoa.

Nesse sentido, o homem deve dominar seu trabalho e não ser dominado por ele, encontrando,

no trabalho, condições para a sua estruturação psíquica e para vivenciar prazer (MENDES,

1999).

Assim, a compreensão de que o trabalhador tem relacionamento dentro e fora do

ambiente laboral e que as experiências no cotidiano laboral interferem em sua vida pessoal

passa a ser percebida e questionada pela sociedade no mundo do trabalho. Para Dejours

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(1992), é necessário entender as inter-relações do ambiente de trabalho considerando-se a

saúde física e mental e as formas de organização do labor.

2.1.2 O trabalho do professor na Universidade

Os estudos a respeito das mudanças no mundo do trabalho tais como a reestruturação

produtiva, a flexibilização da legislação trabalhista e a precarização do trabalho constituíram

um campo temático multidisciplinar de grande importância.

De acordo com Bosi (2007), pesquisas que tem abordado o trabalho docente no campo

da sociologia, do serviço social, da saúde e da educação, principalmente, têm esclarecido

sobre as diversas dinâmicas de precarização vivenciadas na docência do ensino fundamental,

médio e superior, bem como na formação de professores, revelando como a reestruturação

produtiva também atingiu o fazer dos professores.

Os professores de nível superior, em especial, tem vivenciado a flexibilização das

relações contratuais de trabalho e as transformações na rotina do trabalho acadêmico (ensino,

pesquisa e extensão). Não só nas instituições privadas, mas também públicas cresce a

contratação de docentes “horistas” e substitutos em detrimento do professor em regime de

dedicação exclusiva (BOSI, 2007).

Por outro lado, aumenta-se a pressão pela maior “produtividade” dos docentes, ou

seja, maior quantidade de “produtos” relacionados ao mercado (aulas, orientações,

publicações, projetos, patentes etc.) produzidos pelo docente. Uma das consequências é que a

qualidade da produção acadêmica passa a ser mensurada pela quantidade da própria produção

e por valores monetários que o docente consegue agregar ao seu salário e à própria instituição

(BOSI, 2007).

Para Chauí (1999), o processo de funcionamento das instituições de ensino superior,

particularmente as públicas, é “insano” uma vez que teve sua autonomia castrada à medida

que suas metas, objetivos, índices de produção, e a própria gestão passaram a ser informados

de fora da universidade. Uma grave consequência disso, ainda na fala dessa autora, foi um

embotamento da reflexão daqueles que vivenciam e fazem a universidade:

(...) o aumento insano de horas-aula, a diminuição do tempo para mestrados e

doutorados, a avaliação pela quantidade das publicações, colóquios e congressos, a

multiplicação de comissões e relatórios etc. virada para seu próprio umbigo, mas

sem saber onde este se encontra, a universidade operacional opera e por isso mesmo

não age. (Chauí, 1999, p. 3)

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Assim, os professores tornam-se reféns dos critérios de produtividade que, ao

instituírem novos valores no espaço universitário, ressocializam todas as atividades

componentes do trabalho acadêmico, permitindo e legitimando a invasão crescente do tempo

do trabalho na vida dos docentes. O tempo do trabalho e o tempo fora do trabalho se

confundem, tornando esse tempo intenso, multifacetado e atravessado por atividades e

exigências diversas que não cessam, nem em época de greve, tampouco nas férias. Dessa

forma, naturaliza-se a ideia de que no trabalho docente “sempre há alguma atividade para ser

feita fora da universidade”, o que exige do profissional “tirar” do tempo destinado ao seu

lazer e descanso horas para suas atividades acadêmicas (MÉIS, 2003; BOSI, 2007).

Para Pacheco (2013), tudo isso faz parte do chamado de “novo cenário” do trabalho,

no qual se enfatiza a flexibilização nos processos de trabalho, mas mantêm-se e intensifica-se

a busca por produtividade e lucratividade. Nesse cenário surgem novas formas de controle

sobre os processos de trabalho, caracterizadas pela sutileza e simbolismo, agindo de forma a

capturar a subjetividade dos trabalhadores e responsabilizá-los pelos próprios resultados.

A competição é naturalizada, tornando-se a regra. A escassez de recursos para

pesquisa (e para o trabalho docente em geral) também é naturalizada e se transforma em

realidade que avaliza a “competência” dos que conseguem acessar tais recursos. E o resultado

dessa dinâmica pode trazer consequências comuns ao mundo do trabalho, tais como o

estresse, o estado permanente de cansaço, a depressão e até o suicídio (MÉIS, 2003).

Ao analisar situações de insatisfação e desconforto geradas pelo trabalho, Silvério et al

(2010) também identificou um grande número de docentes com potencial para desenvolver

processos de adoecimento físico e mental, especialmente em se tratando de professores de

medicina e de enfermagem.

Atribui-se a esse fato a quantidade de carga horária que o docente costuma cumprir em

processos de ensino-aprendizagem, envolvendo atividades de saúde junto à população, bem

como a exigência de supervisão mais acurada do aluno enquanto desenvolve suas habilidades

junto aos pacientes. Isso faz gerar um estresse ainda maior pela responsabilidade que tem com

a segurança dos alunos e da população atendida, exigindo do professor sua presença constante

e comprometida, especialmente em situações complexas e de alto risco, aumentando em

demasia sua carga de trabalho e estresse (SILVÉRIO et al, 2010).

Além disso, Silvério et al (2010) demonstra que as relações interpessoais no convívio

acadêmico, social e cultural com os alunos e com os demais professores pode influenciar na

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satisfação do docente com seu trabalho, gerando percepções positivas ou negativas sobre a

qualidade de vida no trabalho universitário e o bem-estar com a vida em geral.

Desvalorização e não reconhecimento, as condições salariais, a necessidade de

ampliação da jornada de trabalho para recompor salário, os aumentos expressivos de alunos

em sala de aula, além da luta permanente por manter- se no emprego também são

mencionados por Araújo, Graça e Araújo (2003) como fatores que tem contribuído para perda

de qualidade da saúde destes professores.

Araújo, Graça e Araújo (2003) ainda atribuem aos constrangimentos relacionados à

organização do trabalho as maiores fontes de incômodo em se tratando do ensino em saúde,

especialmente a desproporcionalidade salarial e as responsabilidades assumidas, o estado de

conservação de materiais e equipamentos, e a exposição a riscos de contaminação.

Batista (2005) também alerta para o fato de para muitos professores, a docência em

saúde é, geralmente, considerada secundária deixando de reconhecer a existência de uma

relação entre ensino, aprendizagem e assistência. Nesse aspecto o profissional de enfermagem

não se contrapõe aos demais, carecendo de uma reflexão mais profunda acerca da formação

pedagógica do docente enfermeiro, essencial devido à complexidade da prática profissional

inserida na tarefa da educação.

Uma das competências específicas para a docência superior é o domínio na área

pedagógica. O enfermeiro ao assumir o papel de professor necessitaria possuir formação

pedagógica, essencial no planejamento, organização e implementação do processo ensino-

aprendizagem (RODRIGUES; MENDES SOBRINHO, 2007).

Assim, exige-se que professor de ensino superior tenha competências na sua área de

conhecimento; na área pedagógica e na dimensão política na prática da docência universitária.

A primeira delas se refere ao domínio dos conhecimentos básicos da área e experiência

profissional do campo. A segunda envolve o domínio do conceito de processo-aprendizagem,

integrando o desenvolvimento cognitivo, afetivo-emocional e de habilidades, bem como a

formação de atitudes, abrindo espaços para a interação e a interdisciplinaridade. A terceira

abrange a discussão, com os alunos, dos aspectos políticos e éticos da profissão e do seu

exercício na sociedade, para que nela possam se posicionar como cidadãos e profissionais

(RODRIGUES; MENDES SOBRINHO, 2007).

Em estudos realizados com professores de ensino superior privado revelou-se o fato de

esses profissionais terem vocação e gostarem da profissão não impede que percebam seu

cotidiano de trabalho também como cansativo e estressante. Paradoxalmente, docentes que,

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apesar de constantemente vivenciarem situações de desconforto, mal-estar e até de

adoecimento, percebem o seu trabalho como estímulo que dá sentido à vida. Para alguns,

somente a condição de “ser professor” e de “estar na docência” já é motivo de promoção da

sua qualidade de vida (SILVERIO et al, 2010).

Já em outra pesquisa realizada com docentes enfermeiras foram identificados nos

discursos das profissionais mais sentimentos de prazer que de sofrimento pelo trabalho que

desenvolvem mesmo não associando significados à docência. A diversidade de expressões

encontrada nos docentes da universidade em estudo demonstra a particularidade e também o

sentido coletivo do significado do trabalho da docência e, por consequência, suas

manifestações de sofrimento e de prazer, e as constantes expressões que mesclavam esses dois

sentimentos (MARTINS; ROBAZZI, 2006).

A complexidade dos aspectos envolvidos na profissão do enfermeiro docente aponta

para a importância de compreender as situações geradoras dos conflitos, com vistas ao

desenvolvimento de estratégias institucionais que reduzam o nível de adoecimento nessa

população.

Nesse sentido, os resultados do presente estudo apontarão também nessa direção, mas

os significados atribuídos ao trabalho docente no contexto pesquisado indicam a necessidade

de este ser compreendido na dialética prazer-desprazer.

Esse aspecto é sustentado por Silvério et al (2010), que afirma que o processo de

trabalho não é, por si só, exclusivamente benéfico ou danoso à saúde. Seus aspectos benéficos

e destrutivos coexistem e atuam de forma distinta, conforme o momento histórico e o grupo

social de referência.

2.1.3 A Psicodinâmica do trabalho

A Psicodinâmica do Trabalho trata-se de uma abordagem científica, desenvolvida na

França pelo médico Christophe Dejours. Suas pesquisas remetem a vida psíquica no trabalho,

tendo como foco o sofrimento psíquico e as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos

trabalhadores para a superação e transformação do trabalho em fonte de prazer (BUENO;

MACEDO, 2012).

Bouyer (2010) destaca como eixos centrais da Psicodinâmica do Trabalho, com base

em trabalhos publicados por Dejours e colaboradores: o reconhecimento; a construção da

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identidade; o sofrimento e defesa; sublimação como estratégia de enfrentamento; a

racionalidade prática (pathique) e a preocupante alienação social.

Entende-se que a dinâmica envolvida no trabalho pode ser constituída como fonte de

prazer e sofrimento, integrando variáveis socioculturais e psíquicas no estudo do

comportamento dentro das organizações envolvidas nas situações laborais. Dejours (1992)

argumenta que a quantidade e qualidade das vivências cotidianas no trabalho e a construção

de estratégias de enfrentamento do sofrimento, bem como a influencia das relações entre a

organização do trabalho e funcionamento psíquico individual e coletivo remetem à ocorrência

da dialética prazer-sofrimento.

A vivência psíquica gerada nas situações de trabalho podem mobilizar os

trabalhadores a utilizarem diversos mecanismos para transformá-lo. Essa mobilização visa à

busca de uma relação mais gratificante com o trabalho, por ser o trabalho um espaço de

construção da identidade pessoal e social e um espaço para o sujeito sentir-se útil, produtivo e

realizado.

Para Mendes (1999), o prazer-sofrimento é formado por três elementos basilares:

valorização e reconhecimento, que medem o prazer; e desgaste com o trabalho, que mede o

sofrimento. O prazer é vivenciado quando experimentados sentimentos de valorização e

reconhecimento no trabalho. A valorização é o sentimento de que o trabalho tem sentido e

valor por si mesmo, é importante e significativo para a organização e a sociedade. O

reconhecimento é o sentimento de ser aceito e admirado no trabalho e ter liberdade para

expressar sua individualidade. O sofrimento é vivenciado quando experimentado o desgaste

em relação ao trabalho, que significa a sensação de cansaço, desânimo e descontentamento

com o trabalho. Assim sendo, prazer-sofrimento são vivências de sentimentos de valorização,

reconhecimento e/ou desgaste no trabalho.

Mendes (1999) destaca a importância do estudo do funcionamento da organização do

trabalho para o entendimento do prazer no trabalho e as estratégias de enfrentamento do

sofrimento, sendo reflexo de uma cultura específica às organizações. Esse reflexo poderia

interferir nos processos de socialização dos indivíduos, de adaptação, de escolhas e de

possibilidades de negociar seus desejos e favorecendo um espaço de trabalho saudável.

Isso significa que o prazer-sofrimento insere-se numa relação subjetiva do

trabalhador com seu trabalho. Isso implica na necessidade deste indivíduo adaptar-se aos

princípios que guiam a vida da organização, que definem formas específicas do trabalhador

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vivenciar e compartilhar suas relações sociais, afetivas e profissionais no contexto

organizacional.

Conforme Dejours (1999) expõe, a organização do trabalho exerce no homem uma

ação específica com impacto no aparelho psíquico, de onde pode emergir um sofrimento que

pode ser atribuído ao choque entre sua história individual, portadora de necessidades

fisiológicas e desejos psicológicos, e uma organização do trabalho que o ignora.

O sofrimento do trabalhador implica, segundo Dejours (1992), em um estado de luta

deste contra forças que o estão empurrando em direção à doença mental e é na organização do

trabalho que devem ser procuradas essas forças.

A esse respeito, Dejours (1992, p. 10) esclarece:

[...] entende por organização do trabalho não só a divisão do trabalho, isto é, a

divisão das tarefas entre os operadores, os ritmos impostos e os modos operatórios

prescritos, mas também, e, sobretudo, a divisão dos homens para garantir esta

divisão de tarefas, representada pelas hierarquias, as repartições de responsabilidade

e os sistemas de controle.

Portanto, quando a organização do trabalho entra em conflito com o funcionamento

psíquico dos homens, bloqueando as possibilidades de adaptação entre ela e os sujeitos,

emergiria um sofrimento patogênico. Assim, o afrontamento do homem com sua tarefa pode

pôr em risco sua vida mental (DEJOURS, 1992).

Segundo Dejours (1992), o sofrimento de natureza mental varia de acordo com o tipo

de organização do trabalho. Assim, o trabalho repetitivo, as tarefas perigosas, a sobrecarga

física e psíquica geram insatisfação e desgosto em virtude das regras desestruturadas,

repercutindo sobre a saúde física e mental.

No sentido da divisão do trabalho, Dejours (1992) refere que toda tarefa é susceptível

de servir de suporte em um processo de sublimação. Porém, é preciso reconhecer que a

tendência geral à desenfreada divisão do trabalho – espelhada no sistema Taylor e na teoria

econômica da força de trabalho – compromete as possibilidades e ao mesmo tempo diminui a

escolha deixada à liberdade da tarefa. Neste contexto, na maioria das tarefas, a exploração

passa além da força física, atingindo a profundeza do aparelho mental.

Uma organização de trabalho marcada pela ausência de críticas para negociação de

normas e regras, levando a criação de verdades inquestionáveis, também pode fazer surgir o

sofrimento. Ao bloquear as singularidades do indivíduo o sofrimento igualmente pode ser

produzido muitas vezes mascarado pelas defesas, o que dificulta a identificação de suas

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causas. Assim, impossibilita a transformação do espaço do trabalho imperando com isso o

sofrimento ao invés do prazer (MENDES, 1999).

Os valores das organizações se constituem como fontes geradoras de prazer no

trabalho dependendo das regras e normas estabelecidas no contexto laboral, do engajamento e

ação-reação dos trabalhadores a esse contexto, a partir da sua subjetividade e dos valores

organizacionais.

Mendes (1999) ao estudar o conteúdo da tarefa e as relações com colegas e chefias

propõe que uma organização do trabalho flexível, que possibilita a negociação das regras e

normas dos processos de trabalho, prioriza a gestão participativa, possibilitando adaptações às

necessidades individuais e coletivas dos trabalhadores a essas organizações equaciona o

sentimento de prazer no trabalho.

Segundo Dejours (2004), o reconhecimento no trabalho é outro elemento primordial

no processo de construção da identidade. A dinâmica do reconhecimento acontece de duas

formas: a primeira, é o reconhecimento de utilidade, realizada pelos níveis hierárquicos

superiores e pelos usuários do serviço oferecido; a segunda, é o julgamento estético, realizado

pelos pares, aqueles que conhecem as especificidades do trabalho e podem avaliar o esforço

do trabalhador na sua realização, independente dos resultados alcançados. Esse

reconhecimento ou a falta dele é fundamental no desenvolvimento da identidade dos

indivíduos e na transformação do sofrimento, gerado pelo trabalho, em prazer.

No que tange as estratégias para o enfrentamento do sofrimento, Mendes (1999)

destaca as estratégias defensivas e as estratégias criativas como formas de desenvolver o

prazer no trabalho. As defensivas caracterizam-se por comportamentos de isolamento

psicoafetivo e profissional do grupo de trabalho, de resignação, de descrença, de renúncia à

participação, de indiferença e de apatia. E as estratégias criativas, por comportamentos de

cooperação, solidariedade, confiança, participação coletiva e engajamento nas discussões do

grupo com objetivo de provocar mudanças.

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3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo do tipo analítico, com abordagem qualitativa. O método qualitativo

fornece uma compreensão profunda, baseado no paradigma compreensivista. As múltiplas

realidades existentes e construções individuais da realidade são construídas socialmente e está

em constante transformação. O investigador e objeto estão em uma relação interativa e os

achados da pesquisa são criados no contexto da situação que permeia a coleta de dados

(REISDORFER; GHERARDI-DONATO; MORETTI-PIRES, 2013).

O estudo foi desenvolvido em uma instituição de ensino superior do município de

Natal/RN com professores do curso de graduação em enfermagem. A escolha do local de

pesquisa justifica-se por se tratar de uma instituição formadora de ensino que possui

graduação de nível superior em enfermagem que se mostrara disponível para a pesquisa com

sujeitos do estudo.

A instituição dispõe de vinte professores vinculados ao curso de enfermagem. Destes, sete

sujeitos atenderam aos critérios de inclusão determinados trabalhando-se com todo o

universo.

Para critérios de inclusão na pesquisa foram utilizados docentes do curso de

enfermagem, enfermeiros, que estavam exercendo a função de professores de aula teórica.

Foram excluídos da pesquisa treze sujeitos que se encontravam de licença, férias, que não

concordaram em participar do estudo assinando o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

Por se tratar de uma pesquisa envolvendo seres humanos, levou-se em consideração a

garantia dos princípios éticos e legais que regem a pesquisa em seres humanos, preconizados

na Resolução Nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) do Ministério da Saúde.

Visando assegurar direitos e deveres no que diz respeito à comunidade científica, aos sujeitos

da pesquisa e do Estado (BRASIL, 2012). Dessa forma, o estudo foi submetido ao Comitê de

Ética em Pesquisa, após solicitação da autorização da instituição para a coleta de dados.

(APÊNDICE A).

Para a captação das informações foi dada ênfase aos aspectos éticos, incluindo-se a

confidencialidade e sigilo, não identificação pessoal nas entrevistas e privacidade durante sua

realização. Esclarecidos os objetivos e importância deste estudo, aos que concordaram

participar foi requisitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido –

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TCLE (APÊNDICE B). Com a autorização concedida e atendendo aos critérios de inclusão da

pesquisa, os professores foram selecionados e se deu continuidade ao processo de coleta.

A coleta de dados foi realizada através de entrevistas individuais com roteiro semi-

estruturado contendo questões norteadoras em encontros previamente agendados através de

contato telefônico pela pesquisadora dentro da própria instituição de pesquisa, no período de

14 a 22 de novembro de 2013.

Nas entrevistas qualitativas, o pesquisador não é uma pessoa distante, nem neutra,

mas estabelece um relacionamento com o sujeito da pesquisa. A empatia, o humor, a

sensibilidade e a sinceridade são considerados instrumentos importantes para a condução do

estudo, ou seja, é também uma interpretação pessoal do pesquisador, relativa à percepção que

o mesmo tem dos dados levantados, sendo que toda leitura constitui-se em uma interpretação,

e por isso, não há leitura neutra (RUBIN; RUBIN, 2004).

O instrumento de pesquisa foi formulado com base na teoria psicodinâmica do trabalho,

com fundamentação teórica nos estudos de Dejours (1992, 1999) e nos estudos de Mendes

(1999,2007). Ele dispunha de informações gerais e sócio demográficas do entrevistado,

contando com questões abertas e fechadas divididas em sete categorias correspondentes a

caracterização da população pesquisada no primeiro momento, e posteriormente questões

relativas a organização do trabalho, reconhecimento, liberdade, desgaste e insegurança. Por

fim, é indagado ao entrevistado a respeito de sugestões para melhorias nas suas condições de

trabalho (APÊNDICE C).

Segundo Heloani e Lancman (2004), a Psicodinâmica do Trabalho busca compreender

os aspectos psíquicos e subjetivos que são mobilizados a partir das relações e da organização

do trabalho. Para Dejours (1992, 1999), busca estudar a ótica dos trabalhadores sobre aspectos

como: mecanismos de cooperação, reconhecimento, desgaste, mobilização da inteligência,

vontade e motivação e estratégias defensivas que se desenvolvem e se estabelecem a partir

das situações de trabalho.

O roteiro foi organizado exclusivamente para esta pesquisa e por essa razão foi

realizado anteriormente um pré-teste deste instrumento com professores de enfermagem de

uma instituição distinta daquela eleita para participar do estudo. As informações captadas no

pré-teste não serão divulgadas em nenhum momento da pesquisa, servindo apenas para

validar o roteiro básico das entrevistas e minimizar vieses. As entrevistas foram registradas

através de gravador e os dados coletados foram transcritos para o computador, através dos

programas do pacote Microsoft Office.

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Para manter o anonimato dos sujeitos, substituímos os nomes das pessoas por El, E2,

E3, e assim por diante.

Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, proposta e

definida como:

conjunto de técnicas de análise das comunicações, com a finalidade de

obter, por meio de procedimentos sistemáticos e objetivos de

descrição do conteúdo das mensagens, os indicadores que permitem

deduzir conhecimentos relativos às condições de produção e recepção

destas mensagens (BARDIN, 2004. p42).

Segundo Bardin (2004), essa técnica de análise necessita superar o conteúdo

manifesto da mensagem para, através da inferência, atingir uma interpretação mais profunda.

A inferência ou a dedução pelo raciocínio são apresentadas pela análise categorial, proposta

para a análise do conteúdo, em três momentos cronológicos e distintos: a pré-análise, a

exploração do material e o tratamento dos resultados.

Nesta pesquisa, a análise de conteúdo foi utilizada obedecendo às etapas propostas

por Bardin (2004), quais sejam:

Pré-análise do conteúdo das entrevistas transcritas - consiste na organização do

material. É uma fase flexível, na qual pode ocorrer eliminação de dados e substituição e/ou

introdução de outros que possam contribuir para o conhecimento do problema. Nesta etapa,

também, acontece a aproximação do investigador com o objeto da análise. É composta pelas

seguintes etapas:

a) Leitura flutuante — tem como objetivo propiciar o contato do pesquisador com o material a

ser analisado; é o momento em que ele deve deixar-se impregnar pelas impressões e

orientações do conteúdo. Esta primeira análise fornece os subsídios para formular os objetivos

e as hipóteses (pressupostos) e definir o corpus do trabalho. No presente estudo, consiste no

momento de aprofundar a leitura dos discursos dos professores pesquisados.

b) Escolha dos documentos — o pesquisador escolhe aqueles que poderão fornecer as

informações sobre o problema em estudo. As escolhas e substituições devem ser seguidas por

meio de normas, regras e critérios para não comprometer o rigor científico na pesquisa.

Quatro princípios são destacados: exaustividade (que contempla todos os aspectos levantados

pelo roteiro); representatividade (que contenha a representação do universo pretendido);

homogeneidade (que obedeça a critérios precisos em termos de temas, técnicas e

interlocutores); pertinência (os materiais analisados devem ser adequados ao objetivo da

pesquisa) (BARDIN,

2004).

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c) Formulação de hipóteses e objetivos — a hipótese (pressuposto) é uma afirmação

provisória que pretendemos examinar com os procedimentos de análise. Nada mais é do que

presumir, subjetivamente e intuitivamente, algo que leva o pesquisador para uma direção de

raciocínio que visa à compreensão dos dados. É uma orientação provisória para este

raciocínio, que poderá ou não ser confirmado. Remete aos objetivos e ao que se espera

alcançar com os resultados. O estabelecimento de hipóteses não é obrigatório; é possível

trabalhar sem ideias pré-concebidas. Neste estudo, partimos do seguinte pressuposto: os

professores de ensino superior de enfermagem, por realizarem um processo de trabalho

fragmentado e desvalorizado socialmente, vivenciam um desgaste psíquico intenso. Nessa

fase pré-analítica determinam-se a unidade de registro (palavra-chave ou frase), a unidade de

contexto, os recortes, a forma de categorização, a modalidade de codificação e os conceitos

teóricos mais gerais que orientarão a análise. Neste estudo, utilizou-se o tema como

direcionador da identificação dos núcleos de significado.

A Exploração do material - consiste na operação de codificação, ou seja,

transformam-se dados brutos em núcleos de sentido. Nela é realizada a exploração dos

materiais que são submetidos a um estudo aprofundado. Baseado em princípios, pressupostos

e referenciais teóricos. A codificação e a transformação dos dados abertos podem ser

realizadas por recortes, agregação e número em unidades de registros. Esta última, representa

as unidades de significação a serem codificadas e que se constituem na base para a

subcategorização e categorização (BARDIN, 2004).

Por fim, o tratamento dos resultados obtidos e interpretação -

constitui-se como o último passo da análise de conteúdo. As categorias analíticas são obtidas

por meio da convergência das subcategorias temáticas, tendo por base o pressuposto teórico,

que serviu de fundamentação para o estudo. É realizada a

inferência e a interpretação dos dados, voltando-se à literatura pertinente para subsidiar o

processo reflexivo (BARDIN, 2004).

Assim, neste estudo, fundamentado no pressuposto explicitado anteriormente,

estabelecemos para o tratamento dos resultados as seguintes pré-categorias: 1) Trabalho de

professores; 2) Prazer no trabalho; 3) Sofrimento no trabalho.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 ANEXAÇÃO DOS ARTIGOS A SEREM PUBLICADOS

4.1.1 ARTIGO 1

Titulo: A Psicodinâmica do Trabalho de Professores de Ensino Superior de Enfermagem

de Natal/RN

Revista Gaúcha de Enfermagem (ANEXO B)

Qualis Capes em Enfermagem 2014: B1

4.1.2 ARTIGO 2

Titulo: Professores de Enfermagem e suas estratégias para o enfrentamento de barreiras no

seu ambiente de trabalho

Revista Enfermagem UERJ (ANEXO C)

Qualis Capes em Enfermagem 2014: B1

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4.1.1 ARTIGO 1

A PSICODINÂMICA DO TRABALHO DE PROFESSORES DE ENSINO

SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE NATAL/RN

Julia Gomes Fernandes Costa

Soraya Maria de Medeiros

RESUMO

O estudo teve como objetivo analisar a psicodinâmica do trabalho do professor

de Ensino Superior de Enfermagem. Trata-se de um estudo do tipo analítico, com

abordagem qualitativa. A técnica de análise de informações deu-se a partir da análise de

conteúdo e ocorreu no período de 14 a 22 de novembro de 2013, após a aprovação do

Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UFRN, através do parecer CAAE nº

20727613.9.0000.5537. Ocorreu em uma instituição de ensino superior do município de

Natal/RN com sete professores da graduação de enfermagem. Os resultados deste

estudo conduziram à interpretação de duas categorias analíticas: o sofrimento e o prazer

no trabalho do enfermeiro docente e suas subcategorias correspondentes. Entender a

influência da organização na qualidade de vida, na saúde mental e na geração de

sofrimento psíquico dos trabalhadores é de suma importância para a superação e

transformação das organizações de trabalho.

Descritores: ambiente de trabalho, saúde do trabalhador, docentes, enfermagem.

RESUMEN:

El estudio tuvo como objeto analisar la psicodinamica del trabajo del profesor de

formacion superior de enfermeria. Es un estudio analítico, con abordagen cualitativa.

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La técnica de analise de las informaciones empezo con analise del contenido y ocurrio

en el período del 14 al 22 de noviembre del 2013, despues de la aprobacion del Comite

de ética en pesquisa (CEP) de la UFRN, de acuerdo con el parecer CAAE no.

20727613.9.0000.5537. Ocurrio en uma instituicon de ensino superior en la region de

Natal/RN con siete profesores graduados en enfermeria. Los resultados de ese estudio

condujeron a la interpretacion de dos clases analíticas: el sufrimiento y el placer en el

trabajo del enfermeiro docente y sus subcategorias correspondentes. Compreender la

influencia de la organizacion en la cualidade de vida, en la salud mental y en la

generacion del sufrimiento psíquico de los trabajadores es muy importante para la

superacion y tranformacion de las organizaciones del trabajo.

Palabras clave: trabajo, salud ocupacional, de enseñanza, de enfermería.

Título: Los psicodinámica del trabajo profesor de educación superior de enfermeria

NATAL / RN

ABSTRACT:

The study aimed to analyze the work’s psychodynamic of Nursing

HigherEducation Teachers. It’s a study of analytical type, with qualitative

approach.The information analysis technique was the content analysis and occurred

inthe period of November 14 to 22 of 2013, after the approval of

UFRN’sResearch Ethics Committee (CEP) through the opinion CAAE

No.20727613.9.0000.5537. Occurred at an institution of higher education in the cityof

Natal/RN with seven nursing undergraduate teachers. The results of thisstudy led

to the interpretation of two analytical categories: suffering andpleasure at

nursing teacher’s work and their corresponding subcategories.Understand the

influence of the organization on quality of life, mental health andthe generation of

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psychological distress of workers is paramount to overcomingand transformation of

work organizations.

Descriptors: working environment, occupational health, faculty, nursing.

Title: Psychodynamics of work of nursing highereducation teachers from Natal/RN

INTRODUÇÃO

Desde as últimas décadas do século XX, constata-se uma crescente atenção à

saúde/doença mental dos trabalhadores como também, a associação do sofrimento e/ou

da doença psíquica com o contexto laboral que começa, paulatinamente, a ser

reconhecida pelo imaginário social.

Entende-se que a dinâmica envolvida no trabalho pode ser constituída ora como

fonte de prazer, ora como sofrimento para indivíduos. A quantidade e qualidade das

vivências cotidianas no trabalho e a construção de estratégias de enfrentamento do

sofrimento, bem como a influência das relações dentro organização do trabalho e o

funcionamento psíquico individual e coletivo dos indivíduos influenciam na

psicodinâmica do trabalho1.

A Psicodinâmica do Trabalho possui como eixos centrais: o reconhecimento; a

construção da identidade; o sofrimento e defesa; sublimação como estratégia de

enfrentamento; a racionalidade prática (pathique) e a preocupante alienação social2.

O prazer-sofrimento é formado por três elementos basilares: valorização e

reconhecimento, que medem o prazer; e desgaste com o trabalho, que mede o

sofrimento. O prazer é vivenciado quando experimentados sentimentos de valorização e

reconhecimento no trabalho. A valorização é o sentimento de que o trabalho tem sentido

e valor por si mesmo, é importante e significativo para a organização e a sociedade. O

reconhecimento é o sentimento de ser aceito e admirado no trabalho e ter liberdade para

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expressar sua individualidade. O sofrimento é vivenciado quando experimentado o

desgaste em relação ao trabalho, que significa a sensação de cansaço, desânimo e

descontentamento com o trabalho. Assim sendo, prazer-sofrimento são vivências de

sentimentos de valorização, reconhecimento e/ou desgaste no trabalho3,12

.

Os professores de nível superior, em especial, tem vivenciado a flexibilização

das relações contratuais de trabalho e as transformações na rotina do trabalho acadêmico

(ensino, pesquisa e extensão). Não só nas instituições privadas, mas também públicas

cresce a contratação de docentes “horistas” e substitutos em detrimento do professor em

regime de dedicação exclusiva4.

Estes docentes são compelidos a buscar, então, por seus próprios meios, formas

de requalificação que se traduzem muitas vezes em um aumento não reconhecido e não

remunerado da jornada de trabalho5.

Por outro lado, aumenta-se a pressão pela maior “produtividade” dos docentes,

ou seja, maior quantidade de “produtos” relacionados ao mercado (aulas, orientações,

publicações, projetos, patentes etc.) produzidos pelo docente. Uma das consequências é

que a qualidade da produção acadêmica passa a ser mensurada pela quantidade da

própria produção e por valores monetários que o docente consegue agregar ao seu

salário e à própria instituição4.

A desvalorização e não reconhecimento, as condições salariais, a necessidade de

ampliação da jornada de trabalho para recompor salário, os aumentos expressivos de

alunos em sala de aula, além da luta permanente por manter- se no emprego também são

mencionados como fatores que tem contribuído para perda de qualidade da saúde destes

professores6.

A complexidade dos aspectos envolvidos na profissão do enfermeiro docente

aponta para a importância de compreender as situações geradoras dos conflitos, com

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vistas ao desenvolvimento de estratégias institucionais que reduzam o nível de

sofrimento nessa população.

Nesse sentido, os resultados do presente estudo apontaram também nessa

direção, mas os significados atribuídos ao trabalho docente no contexto pesquisado

indicam a necessidade de serem compreendidos os elementos que proporcionam o

prazer-desprazer destes docentes.

Assim, foi construída a seguinte questão norteadora desse estudo:

- Como se estabelece a psicodinâmica do trabalho do professor de Ensino

Superior de Enfermagem?

Pressupõe-se que os professores de ensino superior de enfermagem, por

realizarem um processo de trabalho fragmentado e desvalorizado socialmente,

vivenciam um desgaste psíquico intenso.

Para tanto, objetivo desse estudo foi analisar a psicodinâmica do trabalho do

professor de Ensino Superior de Enfermagem.

O estudo das relações entre o processo de trabalho docente e as reais condições sob

as quais ele se desenvolve constituem-se como um desafio e uma necessidade para se

entender a psicodinâmica do trabalhador e se buscar os aspectos envolvidos entre o

prazer e sofrimento no contexto organizacional desses sujeitos.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo do tipo analítico, com abordagem qualitativa. O método

qualitativo fornece uma compreensão profunda, baseado no paradigma compreensivista.

As múltiplas realidades existentes e construções individuais da realidade são

construídas socialmente e está em constante transformação. O investigador e objeto

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estão em uma relação interativa e os achados da pesquisa são criados no contexto da

situação que permeia a coleta de dados7.

O estudo foi desenvolvido em uma instituição de ensino superior privada do

município de Natal/RN com professores do curso de graduação de enfermagem. A

instituição dispõe de vinte professores vinculados ao curso de enfermagem. Destes, sete

sujeitos atenderam aos critérios de inclusão determinados e treze foram excluídos da

pesquisa, uma vez que não atenderam a tais critérios.

Para critérios de inclusão na pesquisa foram utilizados docentes do curso de

enfermagem, enfermeiros, que estavam exercendo a função de professores de aula

teórica.

Por se tratar de uma pesquisa envolvendo seres humanos, o estudo levou em

consideração a garantia dos princípios éticos e legais que regem a pesquisa em seres

humanos, preconizados na Resolução Nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde

(CNS) do Ministério da Saúde, visando assegurar direitos e deveres no que diz respeito

à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e do Estado8.

Por ocasião da realização das entrevistas, foi disponibilizado o TCLE para ser

assinado pelo colaborador do estudo e fornecida sua cópia. Foi solicitada também a

autorização para gravação do depoimento por meio de um gravador de voz.

A coleta de dados foi realizada através de entrevistas individuais com roteiro

semi-estruturado contendo questões norteadoras em encontros previamente agendados

através de contato telefônico pela pesquisadora dentro da própria instituição de

pesquisa, no período de 14 a 22 de novembro de 2013.

O roteiro foi formulado com base na teoria psicodinâmica do trabalho, com

fundamentação teórica nos estudos de Dejours1,9,10

nos estudos de Mendes3,11

e parte

dele foi utilizado nesse estudo. Ele dispunha de questões abertas e fechadas divididas

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em sete categorias correspondentes as questões relativas à organização do trabalho,

reconhecimento, liberdade, desgaste e insegurança. Por fim, é indagado ao entrevistado

a respeito de sugestões para melhorias nas suas condições de trabalho.

A psicodinâmica do trabalho busca compreender os aspectos psíquicos e

subjetivos que são mobilizados a partir das relações e da organização do trabalho. Busca

estudar a ótica dos trabalhadores sobre aspectos como: mecanismos de cooperação,

reconhecimento, desgaste, mobilização da inteligência, vontade e motivação e

estratégias defensivas que se desenvolvem e se estabelecem a partir das situações de

trabalho1,9,10

.

O roteiro foi organizado após uma pré-testagem com professores de enfermagem de

uma instituição distinta daquela eleita para participar do estudo. As informações

captadas no pré-teste não foram divulgadas em nenhum momento da pesquisa, servindo

apenas para validar o roteiro básico das entrevistas e minimizar vieses. As falas foram

registradas através de gravador e os dados coletados foram transcritos para o

computador, através dos programas do pacote Microsoft Office.

Para manter o anonimato dos sujeitos, substituímos os nomes das pessoas por El,

E2, E3, e assim por diante.

Na análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo cuja

finalidade é obter, através da descrição sistemática do conteúdo das mensagens, os

indicadores que permitam deduzir conhecimentos relativos às condições de produção e

recepção destas mensagens12

.

Essa técnica de análise necessita superar o conteúdo manifesto da mensagem

para, através da inferência, atingir uma interpretação mais profunda. A inferência ou a

dedução pelo raciocínio são apresentadas pela análise categorial, proposta para a análise

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do conteúdo, em três momentos cronológicos e distintos: a pré-análise, a exploração do

material e o tratamento dos resultados12

.

A construção dos resultados deste estudo foi realizada a partir da análise das

entrevistas transcritas, que conduziram a interpretação através de subcategorias

temáticas, que, por sua vez, resultaram em duas categorias analíticas: o sofrimento no

trabalho enfermeiro docente e o prazer no trabalho do enfermeiro docente.

Por fim, sistematizaram-se as narrativas, agrupando-as por temática, as quais

foram organizadas com base na análise das informações coletadas que referendam o

objeto de estudo deste trabalho. Fez-se então a interpretação das falas a partir das

convergências e divergências nas respostas, o que possibilita a visão mais convergente

da totalidade dos entrevistados, bem como as dissonâncias nas narrativas que diferiram

da maioria.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O Quadro 1, apresentado a seguir, ilustra a construção das

categorias e subcategorias analíticas que estruturam o fenômeno estudado: a

psicodinâmica do trabalho do professor de ensino superior de enfermagem.

CATEGORIAS SUBCATEGORIAS

1. O sofrimento no trabalho do

enfermeiro docente

a. Medo do desemprego

b. Má remuneração

c. Tempo

d. Autonomia e liberdade

2. O prazer no trabalho do

enfermeiro docente

a. Gosto pelo que faz

b. Ambiente organizacional

c. Trabalhando em equipe Quadro 1: Categorias analíticas e subcategorias temáticas identificadas a partir das falas dos

professores de ensino superior de enfermagem. Natal/RN, 2013.

1. O sofrimento no trabalho do enfermeiro docente

a. Medo do desemprego

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Ao serem questionados a respeito do sentimento de estabilidade de emprego

na instituição em que trabalhava, o medo emerge das falas dos entrevistados como

forma de sofrimento vivenciado. Constata-se a percepção do espaço privado gerando

um emprego transitório, com vínculo empregatício frágil e sob constante ameaça de

desemprego, conforme vemos a seguir:

Não, porque já foi verbalizado varias vezes que quem não estivesse satisfeito, não

quisesse se moldar, então... Sinta-se a vontade! E1.

Não, porque é empresa privada você não pode dizer que tem estabilidade nunca.

Porque na hora que eu começar a colocar atestado médico eu sei que vão me convidar

a sair. E3

O medo é uma emoção que está presente em todos os tipos de ocupações

profissionais. O problema do medo no trabalho, por vezes, está aliado à instabilidade de

emprego e ameaça de demissão1.

O temor da demissão condicionado ao medo de adoecer é velado. Alguns

trabalhadores já encarava a doença de forma vergonhosa, evocada por justificativas,

como forma de desculpar-se por estar doente. A culpa se refletiria como um sentimento

coletivo de vergonha e toda doença seria, de alguma forma, voluntária e o afastamento

resultante da preguiça1.

Os trabalhadores se veem obrigados a elaborar defesas específicas dirigidas a

este sentimento frente à situação constante de instabilidade e de ameaça que é

vivenciada nos tempos modernos. Isso é o principal responsável por fazer com que os

trabalhadores se submetam à alta carga de trabalho, à negação da doença, a modos de

trabalho inflexíveis e as jornadas extenuantes.

b. Má remuneração

Ao analisar o contexto histórico no qual a categoria de professor se insere

percebe-se que a falta de remuneração adequada pode estar atrelada a deficiência de

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mobilização politica do educador, bem como a expressiva presença do gênero feminino

nessa classe. Além disso, a difícil tarefa de equacionar o tempo mobilizado pelos

docentes em atividades fora da sala de aula no exercício da sua profissão agrava tal

injustiça13

.

Como vemos a seguir, a carência de remuneração adequada é um fator que

propicia sofrimento aos trabalhadores entrevistados:

Se eu não tivesse o outro emprego... quem é feliz com um salário desses?E3

Aos professores ditos “horistas”, ou seja, remunerados por hora-aula e não são

de dedicação exclusiva, o emprego de professor é secundário, complementado pela

renda em outro emprego na assistência ou em outra instituição de nível superior. Assim,

os sujeitos tendem a se sobrecarregarem em outras atividades fora da instituição de

ensino pesquisada para garantir uma melhor remuneração.

c. Tempo

Quando se analisa a jornada de trabalho docente, deve-se levar em consideração

a aferição do tempo despendido para planejamento e preparação de aulas, atividades de

coordenação coletiva, correção de trabalhos e provas13

.

Diante das condições oferecidas na organização de trabalho, o trabalhador fica

exposto a uma situação psicológica penosa, conflitantes com os valores do trabalho

aprimorado, o senso de responsabilidade e a ética profissional. Dessa forma, fonte

frequente de sofrimento no trabalho ocorre quando o trabalhador é constrangido a

executar mal o seu trabalho. Portanto, há o sofrimento dos que temem não satisfazer,

não serem capazes de atender às imposições da organização do trabalho10

.

Fica explicito com as falas apresentadas que os entrevistados percebem a

carência de tempo para realizar todas as tarefas inerentes a sua função de professor:

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Sempre precisa levar trabalho pra casa porque a carga horária da gente é hora-aula.

[...] Ela é suficiente para dar a aula, o conteúdo da disciplina. Mas o restante do

trabalho do professor que é preparar aula, preparar prova, a gente faz isso numa carga

horária extra trabalho, não-remunerado. E2

Estou dando aulas aos sábados, à tarde, que não é meu horário de aula, porque eu sei

que eles vão precisar. E7

Ao se sentirem pressionados diante da demanda, das determinações de prazos e a

necessidade de produção do trabalho com esmero, os trabalhadores se submetem a essa

situação levando trabalho para casa. Dessa forma, evidencia-se a naturalização do

sacrifício do seu mundo privado para a realização das atividades laborais.

d. Autonomia e Liberdade

Pode-se dizer que o sofrimento pode ocorrer quando há um bloqueio da

flexibilização entre o homem e a organização do trabalho; quando o trabalhador usou o

máximo de suas faculdades intelectuais, psicoafetivas, de aprendizagem e de adaptação.

Assim sendo, a desapropriação do know-how coletivo pela organização científica do

trabalho traz a desapropriação do saber e a restrição da liberdade de invenção. Essa

invenção seria fundamental para o trabalhador adaptar intuitivamente a organização do

trabalho às necessidades do organismo e às suas aptidões fisiológicas1.

Ao analisarmos a questão da autonomia e liberdade em desenvolver seu próprio

modo de trabalho, percebemos que os sujeitos respondem de forma divergente:

A gente acaba tendo que se moldar a uma coisa que não é do perfil da gente, a forma

de trabalhar, para poder satisfazer aos alunos que acham que tem o direito de reclamar

porque estão pagando. E2

Aqui eu tenho liberdade para trabalhar naquilo que eu acredito [...] Aqui eu tenho

carta branca pra trabalhar da forma que eu acho melhor. E5

Por um lado, as características inerentes à instituição pesquisada, um espaço

privado, a qual alunos são na verdade consumidores de um produto. Por essa razão, o

desempenho criativo da função do docente seria de alguma maneira restrito, uma vez

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que, o trabalho dos docentes deve se moldar à satisfação da clientela, conforme afirma

E2.

A consciência das instituições de educação superior da necessidade do

incremento em seu quadro docente profissionais mais qualificados gera uma

importância estratégica aos docentes-pesquisadores que alimentam estatísticas,

concorrerem a editais e promovem visibilidade para sua pesquisa e seu departamento,

com o fito de levantar fundos, para si ou para a própria instituição14

.

Assim, tal liberdade seria concedida indiscriminadamente aos docentes mais

qualificados, tal como E5, em função da carência desses profissionais no mercado de

trabalho. Sua permanência na instituição seria mais valorizada, requisitada em função

da exigência do Ministério da Educação para compor o quadro de docentes.

2. O prazer no trabalho do enfermeiro docente

a. Gosto pelo que faz

A aspiração do sujeito em relação à satisfação com o labor abarca a significação

do trabalho que envolve suas relações com os desejos ou as motivações do trabalhador

em relação a sua atividade laboral. É através do trabalho que o homem produz a sua

própria identidade. Dessa forma, ao produzir algo, o trabalhador sente-se realizado

como pessoa em decorrência de ser valorizado e reconhecido pelo que faz15

.

Apesar das dificuldades encontradas para realizar seu trabalho que estão muito

aquém das condições que os sujeitos entrevistados gostariam, especialmente em se

tratando de remuneração, os docentes expressam o prazer no trabalho relatando

satisfação e sentimento de utilidade do desempenho de suas tarefas:

Eu me sinto realizada. Eu faço o que eu gosto e o que eu escolhi. E5

Eu me sinto com uma responsabilidade muito grande não só de formar profissionais,

mas de formar pessoas [...]que têm vontade de mudar alguma coisa, fazer a diferença

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nesse mundo que tá perdido. [...] Não sei se o professor consegue porque a gente só vai

colher os frutos muito futuramente, mas a gente tenta. E eu acho que alguma

sementinha deve ficar plantada. E2

O trabalho, na visão dos entrevistados, é mais do que de vender sua força de

trabalho em busca de remuneração. Existe uma remuneração social pelo trabalho, ou

seja, o trabalho enquanto fator de pertinência a sociedade. Este ainda possui ainda uma

função psíquica, enquanto um dos grandes alicerces da constituição do sujeito.

Processos como reconhecimento e gratificação, além de estarem relacionados à

realização do trabalho, estão ligados à constituição da identidade e da subjetividade.

b. Ambiente organizacional

O prazer é vivenciado mais facilmente em organizações que desenvolvem o

trabalho coletivamente com respeito a cada indivíduo, permitindo ao trabalhador o

desenvolvimento de suas potencialidades, por meio da liberdade de expressão e

utilização da criatividade, o que ocasiona satisfação e conscientização de seu papel, não

somente para a organização em que trabalha, como para a sociedade16

. A fala a seguir

descreve a satisfação em trabalhar na instituição de ensino pesquisada remetendo-se a

qualidade das relações entre os indivíduos que lá trabalham:

Eu gosto de trabalhar lá. É uma instituição que respeita o professor, que a gente tem

um convívio agradável. E2

Reitera-se a premissa do prazer pelo trabalho através do convívio social e

valorização do trabalhador. Os docentes julgam a instituição como sendo um ambiente

agradável ao mencionar as relações estabelecidas entre os pares e respeito ao professor.

c. Trabalhando em equipe

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A relação no trabalho se estabelece como todos os laços humanos criados pela

organização do trabalho, tais como as relações hierárquicas com as chefias e com os

outros trabalhadores1.

Diante dos relatos apresentados, evidencia-se que apesar de aparentemente

trabalhar em grupo facilitar as atividades dos professores entrevistados denotando uma

fonte de prazer, percebe-se que isso muitas vezes não é possível. A falta de tempo para

desempenhar tarefas em conjunto é apontada como o principal fator limitante:

Quando a gente trabalha em grupo tudo rende. E1

Todo mundo tem uma vida muito corrida e ai se tem que trabalhar em grupo tem que

atender as necessidades de todo mundo e isso é o que dificulta. Não é o fato de um não

poder colaborar com o outro. É o fato do tempo mesmo, de conseguir conciliar o tempo

de todo mundo. E2 Algumas pessoas são mais próximas, mas a maioria é estritamente profissional. Mas

nunca fora do ambiente de trabalho. [...] Às vezes tem conflitos com a coordenação. E6

Admite-se que o trabalho assume papel central na constituição da identidade

individual na medida em que este possibilita diversas formas de inserção social dos

indivíduos. Entretanto, a produção e manutenção das relações afetivas pode constitui-se

também como uma fonte ora de prazer, ora de sofrimento para estes trabalhadores.

A desestruturação das relações psico-afetivas espontâneas com os colegas de

trabalho e chefias pode colocar em perigo a saúde mental dos trabalhadores. Como

artifício para descarregar essa ansiedade, os trabalhadores recorrem, por vezes, ao

consumo de bebidas alcoólicas e medicamentos psicotrópicos como uma maneira de

atenuar a tensão interna e de controlar a agressividade1.

O prazer em se socializar no trabalho pode ser obtido através de convivências

agradáveis entre colegas, estabelecendo uma troca de experiências e conhecimentos,

dividindo tarefas, mantendo vínculo estreito para além dos espaços laborais.

Contudo, emoções como a competitividade, rivalidade e a discriminação

presentes nas relações de trabalho podem dissolver os relacionamentos promovendo o

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isolamento e a solidão afetiva, e com isso, relações superficiais no trabalho. Isso pode

ser ainda mais difícil quando se tratam de profissionais com diferentes níveis

hierárquicos. A relação entre chefe e subordinado tende a ser mais conflituosa em

virtude das cobranças e pressões que podem ser impetradas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da análise por meio da Psicodinâmica do Trabalho e dos resultados

apresentados, tornam-se evidentes que não apenas o sofrimento, mas também o prazer

origina-se de uma dinâmica interna de situações e da organização do trabalho.

O estudo realizado, por um lado, reafirma a dinâmica dos processos psíquicos e,

por outro, o valor social que confere ser humano o poder de desenvolver-se como

trabalhador. Contudo, o prazer-sofrimento não são excludentes, confirmando o aspecto

dialético do constructo apresentado na teoria, ainda que para esta organização seja

significativo o predomínio do prazer em relação ao sofrimento.

As responsabilidades constantes dos docentes, inerentes ao processo de ensino-

aprendizagem em saúde, quando envolvem o aluno e a população, bem como as

questões éticas associadas podem provocar problemas de saúde quando não trabalhadas.

O docente, muitas vezes, tende a levar atividades acadêmicas para o ambiente

extra laboral devido à sobrecarga de trabalho. Entretanto, são as atividades com os

alunos e a população que também interferem, promovendo satisfação, pela gratificação

expressa por ambos.

Outra questão a ser trabalhada envolveria o problema do medo no trabalho, por

vezes, está aliado ao autoritarismo hierárquico, instabilidade de emprego e ameaça de

demissão num cenário em que alguns aspectos do contexto institucional que limitariam

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o prazer na vida docente. Isso poderia ser amenizado com incorporação de movimentos

menos lineares na gestão organizacional, estimulando a participação coletiva e o

diálogo.

A remuneração, o reconhecimento no trabalho, bem como sua autonomia e

liberdade no trabalho seria outro elemento primordial no processo de construção da

identidade. Sua permanência ou ausência é fundamental no desenvolvimento da

identidade dos indivíduos e na transformação do sofrimento, gerado pelo trabalho, em

prazer.

Quando os trabalhadores encontram motivação, realização profissional,

maleabilidade no trabalho e convivência com colegas de trabalho positiva, proporciona

realização profissional e também pessoal. Assim, o trabalho torna-se prazeroso para os

docentes.

Os modos de enfrentamento produzidos pelos trabalhadores apontam para a

perspectiva da saúde mental que levam em consideração a resistência e as lutas entre

poderes de conservação e de mudança, independentemente da existência ou não do

adoecimento psíquico.

REFERÊNCIAS

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Tradução de Ana Isabel Paraguay e Lúcia Leal Ferreira. 5. ed. São Paulo:

Cortez /Oboré, 1992.

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44

3.1.2 ARTIGO 2

PROFESSORES DE ENFERMAGEM E SUAS ESTRATÉGIAS PARA O

ENFRENTAMENTO DE BARREIRAS NO SEU AMBIENTE DE TRABALHO

NURSING TEACHERS AND THEIR STRATEGIES FOR FACING BARRIERS

OF WORK WORLD

PROFESORES DE ENFERMERÍA Y ESTRATEGIAS PARA ENFRENTAR LAS

BARRERAS EN SU TRABAJO

Julia Gomes Fernandes Costa

Soraya Maria de Medeiros

RESUMO

Faz-se necessário compreender as barreiras vivenciadas pelo enfermeiro docente com

vistas ao desenvolvimento de estratégias que reduzam seu sofrimento. Pretendeu-se

discutir as estratégias dirigidas pelos professores de ensino superior de enfermagem às

barreiras vivenciadas na atividade docente. Trata-se de um estudo do tipo analítico, com

abordagem qualitativa. A técnica de análise de informações deu-se a partir da análise de

conteúdo. Ocorreu com sete professores no período de 14 a 22 de novembro de 2013 em

uma instituição de ensino superior privada do município de Natal/RN. Os sujeitos

identificaram como barreiras no trabalho: insuficiência de tempo remunerado,

necessidade de qualificação, necessidade de dedicar-se a outras tarefas, carência de

recursos e burocracia, quantidade de alunos em sala de aula e nivelamento dos alunos.

Os modos de enfrentamento produzidos apontam para as lutas entre poderes de

conservação e de mudança contra o adoecimento psíquico.

Descritores: ambiente de trabalho, saúde do trabalhador, docentes, enfermagem.

ABSTRACT

It is necessary to understand the barriers experienced by nurse teachers seeking

to develop strategies to reduce their suffering. It was intended to discuss

strategies addressed by nursing higher education teachers to the barriers experienced in

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45

teaching activity. This is a study of analytical type,with qualitative approach. The

informations analysis technique was the contentanalysis. Occurred with seven teachers

in the period of November 14 to 22 of2013 at a private institution of higher

education from Natal/RN. Participants identified as barriers at work: lack of paid time,

need for qualification, need to devote to other tasks, lack of resources and bureaucracy,

number of students in the classroom and level of students. The produced ways of facing

barriers pointto the power struggles between conservation and change against

mental illness.

Descriptors: working environment, occupational health, faculty, nursing

RESUMEN

Es necessário compreender los obstáculos puestos al enfermeiro docente visando el

desenvolvimento de estratégias que disminuan su sufrimiento. Pensaba discutir las

estratégias dirigidas a los professores de ensino superior de enfermeria a los obstáculos

vividos en la actividad docente. Se trata de unestúdio del tipo analítico, con abordagen

cualitativa. La técnica de analise de informaciones empezo a partir de la analise de

contenido. Ocurrio con siete professores en el período del 14 al 22 de noviembre del

2013 en una instituicon de ensino superior privada de la region de Natal/RN. Los

sujetos identificaron como obstáculos en el trabajo: poco tiempo de sueldo, necesidade

de cualificacion, necesidade de dedicar tiempo a otras tarefas, falta de recursos y

burocracia, cantidad de alumnos en sala de aula y nível distinto entre ellos.

Palabras clave: trabajo, salud ocupacional, de enseñanza, de enfermería.

INTRODUÇÃO

Nos últimos tempos, as transformações sociais, as reformas educacionais e os modelos

pedagógicos provocaram mudanças na profissão docente, assim como nas suas

condições de trabalho. Os professores de nível superior têm vivenciado um processo de

flexibilização das relações contratuais de trabalho e as transformações na rotina do labor

acadêmico distribuído nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. O aumento do

número de contratos de professores horistas e substitutos crescem em detrimento do

professor em regime de dedicação exclusiva1. Por outro lado, observa-se o aumento da

pressão por maior produtividade dos docentes, ou seja, maior quantidade de produtos

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relacionados ao mercado no qual se negocia aulas, orientações, publicações, projetos,

patentes, entre outros. Uma das consequências é que a qualidade da produção

acadêmica passa então a ser valorada em função da quantidade de ações referenciadas

por valores monetários que o docente consegue agregar ao seu salário e à própria

instituição1.

Por outro lado, aumenta-se a pressão pela maior “produtividade” dos docentes, ou seja,

maior quantidade de “produtos” relacionados ao mercado (aulas, orientações,

publicações, projetos, patentes etc.) produzidos pelo docente. Uma das consequências é

que a qualidade da produção acadêmica passa então a ser mensurada pela quantidade da

própria produção e por valores monetários que o docente consegue agregar ao seu

salário e à própria instituição1. Na vida acadêmica também se observa as influências da

flexibilização, uma das mais marcantes características do mundo do trabalho atual.

Nesse cenário surgem novas formas de controle sobre os processos de trabalho,

caracterizadas pela sutileza e simbolismo, agindo de forma a capturar a subjetividade

dos trabalhadores e responsabilizá-los pelos próprios resultados2. Há de se considerar

que essa nova configuração reflete sobre o adoecimento humano, o que leva a repensar

a relação entre processo de trabalho e o processo saúde-doença, nesse caso específico,

de docentes universitários.

Todo esse contexto do trabalho no qual o docente encontra-se inserido, enfatiza-se a

flexibilização nos processos de trabalho ao mesmo tempo em que mantem-se e se

intensifica a busca por produtividade e lucro.

Ao analisar situações de insatisfação e desconforto geradas pelo trabalho, estudos

identificaram um grande número de docentes com potencial para desenvolver processos

de adoecimento físico e mental, especialmente em se tratando de professores de

medicina e de enfermagem3. A evidência é possível de ser tratada à luz da

Psicodinâmica do Trabalho, uma vez que que esta concepção tem como foco o

sofrimento psíquico e as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos trabalhadores

para a superação e a transformação do trabalho em fonte de prazer4. Destacam-se como

eixos centrais da Psicodinâmica do Trabalho, com base em trabalhos publicados por

Dejours e colaboradores: a contribuição do reconhecimento; a construção da identidade;

o sofrimento e defesa; sublimação como estratégia de enfrentamento; a racionalidade

prática (pathique) e a preocupante alienação social4.

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Para enfrentar o sofrimento, as estratégias defensivas e as estratégias criativas

constituem-se formas de desenvolver o prazer no trabalho. As primeiras se caracterizam

por comportamentos que revelam isolamento psicoafetivo e profissional do grupo de

trabalho, resignação, descrença, renúncia à participação, indiferença e apatia. Já as

estratégias criativas são reconhecidas por comportamentos de cooperação,

solidariedade, confiança, participação coletiva e engajamento nas discussões do grupo,

tendo o objetivo provocar mudanças5.

O presente estudo trata-se de um recorte de dissertação de mestrado intitulada “A

psicodinâmica do Trabalho de professores de ensino superior de enfermagem de Natal-

RN”, tendo sido aprofundada a dimensão relacionada com a seguinte questão de

pesquisa: Como emergem as estratégias produzidas pelos professores de ensino superior

de enfermagem às barreiras vivenciadas na atividade docente? Para tanto, pretendeu-se

discutir as estratégias produzidas pelos professores de ensino superior de enfermagem

no enfrentamento das barreiras vivenciadas na atividade docente.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo do tipo analítico, com abordagem qualitativa. O método

qualitativo fornece uma compreensão profunda, baseado no paradigma compreensivista.

As múltiplas realidades existentes e construções individuais da realidade são

construídas socialmente e está em constante transformação. O investigador e objeto

estão em uma relação interativa e os achados da pesquisa são criados no contexto da

situação que permeia a coleta de dados (REISDORFER; GHERARDI-DONATO;

MORETTI-PIRES, 2013).

O estudo foi desenvolvido em uma instituição de ensino superior privada do município

de Natal/RN, tendo como participantes professores do curso de graduação de

enfermagem. A instituição dispõe de vinte professores vinculados ao curso de

enfermagem. Destes, sete sujeitos atenderam aos critérios de inclusão: ser enfermeiro;

docente do curso de enfermagem ministrando aula teórica. Treze professores foram

excluídos por não atenderam aos critérios informados.

O estudo levou em consideração a garantia dos princípios éticos e legais que regem a

pesquisa em seres humanos, preconizados na Resolução Nº 466/2012 do Conselho

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Nacional de Saúde (CNS) do Ministério da Saúde, visando assegurar direitos e deveres

no que diz respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e do Estado7.

Por ocasião da realização das entrevistas, foi disponibilizado o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para ser assinado pelo sujeito e a ele cedida

uma cópia. Também foi solicitada a autorização para gravação de voz.

A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas individuais, utilizando roteiro

semiestruturado contendo questões norteadoras, realizadas no período de 14 a 22 de

novembro de 2013.

O roteiro foi formulado com base na teoria psicodinâmica do trabalho, com

fundamentação teórica nos estudos de Dejours10,11,12

e nos estudos de Mendes3,13

e parte

dele foi utilizado nesse estudo. O instrumento dispunha de questões abertas e fechadas

contendo questões relativas a organização do trabalho, reconhecimento, liberdade,

desgaste e insegurança.

Com base na concepção da psicodinâmica o roteiro foi organizado após uma pré-

testagem com professores de enfermagem de uma instituição distinta daquela eleita para

participar do estudo. As informações captadas no pré-teste não foram divulgadas em

nenhum momento da pesquisa, servindo apenas para validar o roteiro básico das

entrevistas e minimizar possíveis vieses. As falas foram registradas através de gravador

e os dados coletados foram transcritos para o computador, através dos programas do

pacote Microsoft Office. Para manter o anonimato dos sujeitos, substituímos os nomes

das pessoas por El, E2, E3, e assim por diante.

Para análise das informações utilizou-se o método de análise de conteúdo seguindo os

três momentos cronológicos e distintos: a pré-análise, a exploração do material e o

tratamento dos resultados. Para identificar as unidades de registro foram realizados

recortes direcionados pelos temas localizando os núcleos de significados. Com base

nessas unidades de registro identificadas, procedeu-se o processo de categorização,

apresentado na seção de resultados e discussão11

.

A construção dos resultados deste estudo foi realizada a partir da análise das entrevistas

transcritas, que conduziram a interpretação através de categorias temáticas: insuficiência

de tempo remunerado, necessidade de qualificação, necessidade de dedicar-se a outras

tarefas, carência de recursos e burocracia, quantidade de alunos em sala de aula e

nivelamento dos alunos.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Por meio das convergências e aproximação temática das unidades de significação foram

identificadas as seguintes categorias descritas como barreiras encontradas no trabalho

docente:

1. Insuficiência de tempo remunerado

O docente que atua em cursos da área de saúde necessita cumprir processos de ensino-

aprendizagem, abrangendo atividades de formação que envolve a população, o que

exige supervisão acurada do aluno enquanto desenvolve suas habilidades junto aos

pacientes. Este trabalho requer maior responsabilidade com a segurança dos alunos e da

população atendida, exigindo do professor sua presença constante e comprometida,

especialmente em situações complexas e de alto risco, aumentando em demasia sua

carga de laboral e de estresse, inclusive para além do tempo academicamente instituído3.

O trabalhador vê-se então em um dilema de valores do trabalho aprimorado, que vai de

encontro com o senso de responsabilidade e a ética profissional. Dessa forma, pode

haver sofrimento dos que temem não satisfazer suas atividades laborais5,8

.

Estou dando aulas aos sábados, à tarde, que não é meu horário de aula,

porque eu sei que eles vão precisar. E7

Há que se ressaltar nessa fala algo que se constata que o professor da área da saúde

remete a um sentimento de responsabilidade diferenciada dos demais trabalhadores pelo

fato da formação do aluno impactar na destreza e na capacidade em desenvolver

atividades em saúde. Ciente disso, o docente compromete o seu tempo privado, ou seja,

seu tempo fora do trabalho remunerado, como estratégia de superação dessa barreira ao

temer executar mal o seu trabalho.

2. Necessidade de maior qualificação

Os modelos de organização laboral que adotam o controle do processo de trabalho e a

não qualificação vêm sendo questionados. O avanço dos estudos sobre esses modelos,

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principalmente a partir da crítica dos modelos clássicos, tem construído novos

princípios, os quais objetivam melhorar as condições da produção e a saúde dos

trabalhadores8.

Estudos anteriores demonstram que os professores em exercício dizem aprender com a

experiência, ou seja, professores, sobretudo os iniciantes, alegam forte influência da

prática para aprender a ser professor. Nos aspectos pedagógicos, os professores, muitas

vezes, não têm familiaridade com os conteúdos a serem ensinados, nem com os tipos de

dificuldade dos alunos; eles têm dificuldade de transformar os conhecimentos

adquiridos anteriormente em conteúdos ensináveis12

.

Cabe destacar que quando o conteúdo da tarefa se torna automatizado, repetitivo e

monótono, dificulta ao trabalhador uma visão integrada do que faz o que pode gerar

uma convicção de que seu trabalho não tem sentido e significado, que não integra a sua

subjetividade8.

Em consonância à literatura, os sujeitos ao se depararem com situações para as quais

não se sentem preparados, seja pela sua formação profissional ou mesmo por sua

experiência pregressa, relatam buscar a qualificação na teoria ou mesmo com

experiências de outros colegas:

Aquilo que eu não tenho muita certeza, que eu não tenho muita vivência

prática, ai eu vou estudar, vou ver experiências de outras pessoas. E7

Remetendo-se à fala de E7, é possível vislumbrar os horizontes dessa necessidade de

maior qualificação referida pelos entrevistados, assim como a possibilidade de geração

de sofrimento psíquico pela ansiedade em perceber-se necessitando de maior

qualificação; angústia na urgência dessa busca e no enfrentamento das barreiras

individuais e institucionais para a aquisição dessa qualificação.

Assim, o trabalho docente na atualidade tem sido afetado por mudanças no ritmo do

labor que incrementam as tarefas a serem realizadas, reduzindo o tempo de convivência

no campo coletivo de criação, necessários para que haja o crescimento e a socialização

do pensamento com demais colegas e, portanto, a construção do seu próprio

conhecimento. Além disso, ao conceber um trabalho com uma visão desestruturada de

todo processo, a organização corre o risco de gerar respostas despersonalizadas,

podendo repercutir na qualidade do trabalho produzido.

3. Necessidade de dedicar-se a outras atividades laborais

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No âmbito do trabalho em saúde, observa-se um crescimento do número de

profissionais sem garantias trabalhistas, vivenciando um processo de precarização das

atividades laborais. Podem-se citar vínculos que não garantem proteção social:

contratos temporários; trabalhadores contratados para realizar atividades especiais

(plantonistas em hospitais, por exemplo); contratação de agentes comunitários de saúde

e equipes de saúde da família; e o trabalho temporário previsto no Programa de

Interiorização do Trabalho em Saúde.13

Pesquisas anteriores demonstram que enfermeiros referem sobrecarga de trabalho em

decorrência do excesso de atribuições, ambigüidade ou polivalência de atividades. Outro

aspecto merecedor de destaque são os múltiplos papéis assumidos pelas mulheres que

exercem uma atividade profissional tendo em vista que sua inserção no mercado de

trabalho não as desvinculou das tarefas domésticas e da educação dos filhos14

.

Para muitos professores de enfermagem, a docência está frequentemente aliada a outros

vínculos profissionais não só no ensino como também na prática assistencial. Assim,

essa necessidade de dedicar-se a outras atividades laborais é apontada como uma

barreira no exercício do seu trabalho como professor.

Tento equilibrar o tempo. É o que eu posso fazer. Muitas vezes trabalho

à noite pra poder dar conta. E7

A fala do trabalhador demonstra que este se empenha para equacionar o tempo para o

domínio da atividade de ensino, podendo sobrecarregar-se para dar conta dos seus

afazeres ou se sentir impotente e frustrado por não conseguir corresponder ao almejado.

Esses profissionais que findam por desempenhar muitos papéis acabam assumindo uma

posição de profissional polivalente com as duplas ou triplas jornadas. O sofrimento

emerge com o desconforto da sobrecarga e da sensação de que está deixando de exercer

funções não só no âmbito profissional como também pessoal.

Assim, deve-se reconhecer que a precarização das relações de trabalho em saúde pode

afetar o vínculo, a responsabilidade, o envolvimento do profissional, podendo promover

um trabalho descomprometido e desvinculado do seu objeto – o ser humano.

4. Carência de recursos e burocracia

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Mudanças organizacionais podem gerar mecanismos de intensificação do trabalho do

docente. Sob essa ótica, a análise da intensificação dá-se tanto em termos qualitativos,

caracterizados pelas transformações da atividade sob pressão temporal, quanto em

termos quantitativos, relacionados ao aumento do volume de tarefas15

.

O trabalho docente não se restringe à sala de aula. Abarca as relações com a

comunidade, a gestão da instituição, o planejamento do projeto pedagógico, a

participação nos conselhos, entre outras funções. Assim, podemos considerar que houve

uma dilatação, no plano legal, da compreensão do que seja o pleno exercício das

atividades docentes16

.

O docente da atualidade é responsável não apenas pelo ensino e pela sua pesquisa.

Tarefas que anteriormente eram desenvolvidas por funcionários de apoio como o

preenchimento de relatórios e formulários, a emissão de pareceres, a captação de

recursos para viabilizar seu trabalho passa a ser de responsabilidade do professor16

.

Eu tento distribuir com os alunos quando eu tenho que fazer algum

projeto. O que antes eu fazia só, eu tento dividir com os alunos. E6

Percebe-se que o trabalhador identifica a carência de profissionais para realização de

trabalhos burocráticos, bem como a limitada quantidade de professores que ministram

uma mesma disciplina. Assim, o docente recebe auxilio de alunos nas tarefas como

artifício para superar a carência de profissionais na instituição de ensino, conforme E6

demonstrou em sua fala.

Muitos professores sentem-se responsáveis pelo desempenho de seus alunos e da

instituição de ensino em que trabalham. Estudos anteriores demonstraram que os

docentes expressaram frustrações diante da precariedade de recursos materiais que

dificultava o cumprimento de objetivos planejados15

. A carência de recursos materiais é

apontada também como uma dificuldade no processo de trabalho dos professores:

Quando eu não consigo, ou eu mesma forneço ou eu solicito a compra

[de materiais] aos alunos. E4

A burocracia encontrada pelo professor, principalmente para a solicitação de compra de

materiais necessários às atividades de ensino, pesquisa e extensão é também queixa

frequente na fala dos entrevistados. Quando não é possível transpor essa barreira, o

trabalhador utiliza meios próprios de financiamento.

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Tem que organizar com muita antecedência, não deixar nada para

última hora e às vezes eu não tenho paciência e boto do meu próprio

bolso. E5

Os docentes são compelidos a buscar meios de superar as dificuldades contornando-as

utilizando meios próprios de fornecimento de materiais ou transferindo a

responsabilidade para os discentes com vistas a alcançar o objetivo previamente traçado

e não prejudicar o processo de ensino aprendizagem. Ou seja, os meios de produção, ao

invés de serem custeados pela empresa, no caso a universidade, são adquiridos com

recursos do professor ou com a contribuição do discente.

A liberdade de organização, reorganização ou de adaptação ao trabalho exige uma

atividade intelectual e cognitiva do trabalhador que assegura a proteção da sua saúde

mental8. Dessa forma, é possível buscar as soluções necessárias para a administração

das questões burocráticas através da escuta daqueles indivíduos vivenciam o sofrimento

dentro do contexto do trabalho.

5. Quantidade de alunos em sala

A desvalorização e não reconhecimento, as condições salariais, a necessidade de

ampliação da jornada de trabalho para recompor salário, os aumentos expressivos de

alunos em sala de aula, além da luta permanente por manter-se no emprego são

mencionados como fatores que tem contribuído para perda de qualidade da saúde dos

professores17

. Ao se depararem com uma grande quantidade de alunos por turma, os

sujeitos tendem a realizar atividades em grupo como estratégia de superação dessa

barreira para evitar que gere tantas tarefas extraclasse para correção fora do expediente

laboral.

Fragmento as atividades em grupos. Costumo não fazer (atividades)

individuais para não ter muita coisa pra corrigir. E7

A superlotação de salas é frequente nas instituições de ensino, particularmente nas

Instituições de Ensino Superior privadas. Isso poderia refletir em problemas na

qualidade da formação, já que a necessidade de responder ao maior contingente impede

os professores de considerar as individualidades e necessidades do aluno, tão ressaltadas

pelas pedagogias modernas. Além disso, a desproporção entre o número de alunos e o

espaço físico gera perturbações na condução do ensino e sofrimento desses

trabalhadores.

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6. Nivelamento dos alunos

As propostas pedagógicas de orientação humanistas têm como premissa acolher o

aluno, respeitando a sua singularidade e reconhecendo as suas necessidades e

particularidades. Mas, se as estratégias pedagógicas tomam cada vez mais por base a

singularidade do estudante, seriam esperadas condições para atender ao aluno

individualmente e ensinar coletivamente15

.

Eu tento ajudar no que dá para ajudar: estimulando a leitura,

estimulando a escrita, exigindo apresentação de trabalhos em eventos

para que eles peguem o ritmo e passem a escrever melhor. Mas, tem

limitações que não dependem de mim. E5

Em relação a esse aspecto, a fala do professor traz elementos para a reflexão sobre o

acesso à educação superior. Frequentemente o professor se depara com dificuldades

inerentes ao nivelamento dos alunos, em especial nas turmas iniciais. Conteúdos básicos

como ortografia, leitura e compreensão de textos que se espera do aluno traga do ensino

médio se constituem como empecilhos para o exercício de suas atividades. Para tanto, o

professor busca estratégias de dedicação individual ao aluno, mas, muitas vezes não

encontra incentivos nem condições para superar essas limitações.

CONCLUSÕES

O sofrimento pode existir entre o ser humano e a organização do trabalho quando não

são possíveis a negociação e as invenções do trabalhador sobre seu labor na tentativa de

adaptá-lo às suas necessidades. Quando são estreitas as margens para a adaptação

desejada, é possível a eclosão de um sofrimento mental, tornando o indivíduo

fragilizado e mais susceptível ao adoecimento.

As Estratégias Defensivas surgem com caráter protetor e adaptativo, porém, podem

impedir o trabalhador de reconhecer o que o faz sofrer.

Como possíveis limitações do estudo, aponta-se para o fato do sofrimento no trabalho e

as construções das estratégias de enfrentamento de barreiras no ambiente de trabalho de

professores passam a ser um objeto de estudo abstrato e influenciável pelo tempo, pelo

espaço e pelas características pessoais de cada trabalhador.

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Há necessidade de se analisar os resultados em sua singularidade considerando seu

aspecto dialógico que representa o que em um dado momento aquilo que faz sofrer pode

se transformar como fonte de prazer e vice, versa.

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57

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da análise por meio da Psicodinâmica do Trabalho e dos resultados

apresentados, tornam-se evidentes que não apenas o sofrimento, mas também o prazer

origina-se de uma dinâmica interna de situações e da organização do trabalho.

O estudo realizado, por um lado, reafirma a dinâmica dos processos psíquicos e,

por outro, o valor social que confere ser humano o poder de desenvolver-se como

trabalhador. Contudo, o prazer-sofrimento não são excludentes, confirmando o aspecto

dialético do constructo apresentado na teoria, ainda que para esta organização possa

haver, ao menos aparentemente, um significativo o predomínio do prazer em relação ao

sofrimento.

As falas dos docentes demonstram certa preocupação não somente com as

questões inerentes ao processo de ensino-aprendizagem em saúde e a formação do aluno

enfermeiro. Estes trabalhadores deparam-se com uma lógica produtivista em que seu

trabalho passa a ver avaliado quantitativamente.

Alunos, que dentro de uma instituição privada são na verdade clientes, exigem

resultados; a instituição de ensino privada, enquadra-se como uma empresa dentro de

um mercado cada vez mais competitivo.

É nesse contexto que o docente se insere silenciosamente, submetendo-se a

situações laborais com o intuito de ser reconhecido, ser aceito. O trabalhador, muitas

vezes, tende a levar atividades acadêmicas para o ambiente extra laboral, naturalizando

a realidade da invasão do seu tempo privado para o trabalho.

Entretanto, ao serem questionados, esses trabalhadores encaram com satisfação

as atividades com os alunos e a população, expressando uma aparente satisfação e

gratificação somente por estar exercendo o ofício que se realiza.

Quando os trabalhadores encontram motivação, realização profissional,

maleabilidade no trabalho e convivência com colegas de trabalho positiva, encontra

também a realização profissional e pessoal com o trabalho.

O problema do medo no trabalho aliado ao produtivismo, ao autoritarismo

hierárquico, a instabilidade de emprego e ameaça de demissão no contexto institucional

limitariam o prazer na vida docente. Estes elementos quando não trabalhados poderiam

provocar o sofrimento cumulativo e problemas de saúde nos trabalhadores pesquisados.

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Em contraponto, tais questões poderiam ser amenizadas com incorporação de

movimentos menos lineares na gestão organizacional, estimulando a participação

coletiva e o diálogo. A remuneração, o reconhecimento no trabalho, bem como sua

autonomia e liberdade seria outro elemento primordial nesta construção. Sua

permanência ou ausência é fundamental na transformação do sofrimento, gerado pelo

trabalho, em prazer.

O sofrimento pode existir entre o ser humano e a organização do trabalho

quando não são possíveis a negociação e as invenções do trabalhador sobre seu labor na

tentativa de adaptá-lo às suas necessidades. Quando são estreitas as margens para a

adaptação desejada, é possível a eclosão de um sofrimento mental, tornando o individuo

fragilizado e mais susceptível ao adoecimento.

As Estratégias Defensivas surgem com caráter protetor e adaptativo, porém,

pode impedir o trabalhador de reconhecer o que o faz sofrer. Negar a realidade pode ser

uma das estratégias mais comumente encontradas por esses trabalhadores ao se

depararem com esta difícil realidade.

Os modos de enfrentamento produzidos pelos trabalhadores apontam para a

perspectiva de resistência e lutas entre poderes de conservação e de mudança,

independentemente da existência ou não do adoecimento psíquico.

Como possíveis limitações do estudo, aponta-se para o fato do prazer-sofrimento

no trabalho ser um objeto de estudo abstrato e influenciável pelo tempo, pelo espaço e

pelas características pessoais de cada trabalhador, o que remete à necessidade de se

considerar os resultados, em sua singularidade, uma vez que retratam uma dada

realidade. Seu aspecto dialógico representa que o que num dado momento aquilo que o

faz sofrer pode se transformar como fonte de prazer e vice, versa.

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65

APÊNDICE A – Carta de Anuência

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APENDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: “A psicodinâmica do trabalho de professores

de ensino superior de Enfermagem de Natal/RN”, que tem como pesquisador responsável Soraya Maria

de Medeiros.

Esta pesquisa pretende analisara psicodinâmica do trabalho do professor de Ensino Superior de

Enfermagem.

O motivo que nos leva a fazer este estudo proporcionará benefícios para os colaboradores na

perspectiva da segurança e saúde dos trabalhadores enquanto pesquisa da área temática de enfermagem

em saúde do trabalhador, bem como aos seus empregadores e à sociedade em geral.

Fornecerá subsídios para desvendar os fatores que influenciam na saúde do professor

universitário de enfermagem, bem como a proposição de ações preventivas ao surgimento dos problemas

relativos à saúde dos colaboradores da pesquisa. Sobretudo, espera-se contribuir para uma condição de

trabalho menos sofrida e mais humana.

Caso você decida participar, você deverá responder a algumas perguntas contidas na entrevista

que terá duração de cerca de 30 minutos. Na oportunidade da entrevista haverá gravação de e será

solicitada sua autorização para isso.

Durante a realização você será submetido a um roteiro de entrevista contendo perguntas abertas e

fechadas e suas respostas serão gravadas após autorização prévia. Os riscos envolvidos com sua

participação são mínimos, mas serão ainda mais minimizados a partir do cuidado e compromisso do

pesquisador. Todos os dados serão manipulados em sigilo e assumimos o compromisso de não

disponibilizarmos para outras pessoas.

Você terá os seguintes benefícios ao participar da pesquisa: Fornecerá subsídios para desvendar

os fatores que influenciam na saúde do professor universitário de enfermagem, bem como a proposição de

ações preventivas ao surgimento dos problemas relativos à saúde dos colaboradores da pesquisa.

Sobretudo, espera-se contribuir para uma condição de trabalho menos sofrida e mais humana.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum

momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a

não identificar os voluntários.

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Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para Soraya Maria de

Medeiros (84 3342-2426).

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da

pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos

ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e

por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo

pesquisador e reembolsado para você. Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta

pesquisa, você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador

responsável Prof.ª Dra. Soraya Maria de Medeiros.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão

coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e

ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “A psicodinâmica do

trabalho de professores de ensino superior de Enfermagem de Natal/RN”, e autorizo a divulgação das

informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado

possa me identificar.

Natal, ___ de _________ de 2013.

Assinatura do participante da pesquisa

Assinatura do pesquisador responsável

Impressão datiloscópica do

participante

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APÊNDICE C – Instrumento de pesquisa

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Informações pessoais:

1. Sexo: M F 2. Idade: _____

3. Disciplina: _____________ 4. Período/série que leciona: ______

5. Carga horária: _____ 6. Tempo de trabalho na instituição: ___________

7. Tempo atuação como docente:____

8. Outro vínculo empregatício: Sim Não Onde? ___________________

9. Remuneração como docente:_____ 10. Renda familiar: __________

11. Nível de escolaridade:

Ensino superior Especialização Mestrado

Doutorado Pós-doutorado

12. Estado civil:

Solteiro(a) Casado(a) União consensual

Divorciado(a) Viúvo(a)

13. Nº de filhos: 0 1 2 3 4 ou mais

14. Praticante de alguma religião? Sim Não

A. Organização do trabalho

1. Numa escala de 0 a 10, classifique a razão pela qual você escolheu ser professor

(0 para a menor e 10 para a maior razão).

Vocação Status social Qualidade de vida Renda

Sentimento de utilidade Falta de alternativa Outro ________

2. Na sua atuação como docente você trabalha sozinho ou em grupo?

Sozinho, sempre Sozinho, na maioria das vezes.

Grupo, sempre Em grupo, na maioria das vezes.

3. Trabalhar em grupo dificulta ou facilita seu trabalho? Por quê? ____________

Dificulta, sempre Dificulta, na maioria das vezes.

Facilita, sempre Facilita, na maioria das vezes.

4. Fale sobre o seu relacionamento com seus colegas de trabalho_____________

5. Como você qualificaria o seu relacionamento com seus colegas de trabalho?

Muito bom Bom Regular Ruim Péssimo

6. Fale sobre o seu relacionamento com seu chefe_____________

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7. Como você qualificaria o seu relacionamento com seu chefe?

Muito bom Bom Regular Ruim Péssimo

8. Você acha que a sua carga horária é suficiente para realizar todas as tarefas

inerentes à sua função? Justifique_____

9. Alguma vez já precisou levar trabalho para casa?

Nunca Raramente As vezes Frequentemente Sempre

10. Como você se sente trabalhando nesta instituição? ______

B. Indicador de prazer (reconhecimento)

11. Classifique com que frequência você sente o reconhecimento/valorização pelo

seu trabalho de professor (0 Nunca, 1 Raramente, 2 As vezes, 3

Frequentemente, 4 Sempre)

Família Amigos Colegas de trabalho Chefes Sociedade

Alunos Outros ______________________

12. Classifique com que frequência seu trabalho lhe traz algo de bom ou de

positivo para sua vida. (0 Nunca, 1 Raramente, 2 As vezes, 3 Frequentemente, 4

Sempre)

Realização pessoal Renda Aprendizagem

Convivência social Oportunidade de crescimento profissional

Sentimento de utilidade Outros____________________________

13. Você gosta ser professor? Sim Não Às vezes

14. Como você se sente em relação ao seu trabalho de

docente?__________________

15. Por que você está trabalhando nesta instituição?

Estabilidade de emprego Por se sentir bem no ambiente

Boa remuneração Pela oportunidade de crescimento

Falta de outra opção Outro______________________________

C. Indicador de prazer (liberdade)

16. Como você analisaria sua liberdade/autonomia na realização do seu

trabalho? Você consegue usar suas habilidades e talentos tanto quanto gostaria?

________

17. Classifique quais as barreiras encontradas para desenvolver o seu próprio

modo de trabalho. (0 Nunca, 1 Raramente, 2 As vezes, 3 Frequentemente, 4

Sempre)

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Burocracia institucional Dependência de terceiros Tempo

A quantidade de alunos Necessidade de maior qualificação

Necessidade de dedicar-se a outra tarefa extraclasse.

Falta de recursos humanos Falta de recursos materiais Outros __

18. O que você tem feito para enfrentar essas barreiras?__________

D. Indicador de sofrimento (desgaste)

19. Classifique com que frequência o seu trabalho te traz algo

negativo/compromete sua vida nas áreas: (0 Nunca, 1 Raramente, 2 As vezes, 3

Frequentemente, 4 Sempre)

Convivência familiar/ social Saúde física Saúde mental

Alimentação Atividade física Práticas religiosas

Crescimento profissional Lazer Descanso/ócio Outros

20. Com que frequência você sente que o seu trabalho lhe causa cansaço?

Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre

21. O que faz para aliviar este cansaço? (0 Nunca, 1 Raramente, 2 As vezes, 3

Frequentemente, 4 Sempre)

Espiritualidade esporte convivência com família e amigos

Vida social (festas, bares) entretenimento (leitura, televisão, internet).

Medicamentos animais domésticos contato com a natureza

Terapias complementares Música Outros________

22. Quantas horas semanais você dedica ao seu lazer?_______

E. Indicador de sofrimento (insegurança)

23. Você sente estabilidade de emprego no seu trabalho?

Sim Não Justifique_________

24. Como você avalia as condições físicas do local onde trabalha em relação a:

iluminação, ruídos, temperatura e ventilação, higiene, máquinas e

equipamentos, risco de acidentes?_________________

F. CONCLUSÃO

25. Você gostaria de sugerir algo para melhoria das condições de

trabalho?_______________

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ANEXO A - Parecer do Comitê de ética

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ANEXO B - Normas da Revista

Diretrizes para Autores

DIRETRIZES 2013

Orientações para os autores

1 Apresentação

A Revista Gaúcha de Enfermagem (RGE) foi criada em 1976, pela Escola de

Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com o objetivo de

proporcionar aos enfermeiros do sul do país um veículo para divulgação de seus

trabalhos. Quarta publicação no país e primeira da área no estado do Rio Grande do Sul,

a RGE surgiu após a Revista Brasileira de Enfermagem, Enfermagem em Novas

Dimensões (não mais em circulação) e Revista da Escola de Enfermagem da USP.

Está indexada no MEDLINE (desde 1986) e na base SCOPUS. Na área de Enfermagem,

vem sendo classificada desde 2009 no estrato B1 do Qualis Periódicos, sistema criado

pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A publicação também em meio eletrônico teve início em maio de 2008, com o uso da

plataforma SEER (Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas). Encontram-se

disponibilizados online os resumos dos artigos publicados desde 1983 e textos

completos desde 1998.

Inicialmente, sua periodicidade era semestral, passou para quadrimestral em 2003 e para

trimestral em 2006 (março, junho, setembro e dezembro).

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A abreviatura de seu título é Rev Gaúcha Enferm, que deve ser utilizada em

bibliografias, notas de rodapé, referências e notas bibliográficas.

Fontes de indexação

Bases Internacionais

CINAHL (Cumulative Index to Nursing & Allied Health Literature)

CUIDEN (Base de datos de Enfermería en español: http://www.index-

f.com

International Nursing Index

Index Medicus Latino-Americano, nas Bases de Dados Medline

LILACS: http://www.bireme.br

LAPTOC (Latin American Periodicals Tables of

Contents: http://lanic.utexas.edu/project/arl

LatIndex (Sistema Regional de Información en Línea para Revistas

Científicas de América Latina, el Caribe, España y

Portugal: www.latindex.unam.mx/NUEVOLAT/busquedas/indicetema.h

tml

SCOPUS: http://www.scopus.com

Bases Nacionais

BDENF (da BIREME: http://www.bireme.br

REV@ENF (Portal de Revistas de Enfermagem BVS -

BIREME: http://www.portalbvsenf.eerp.usp.br/scielo.php

Participação em catálogos coletivos:

CCN (Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Periódicas, do

IBICT: http://www.ibict.br/ccn/acesso.htm

SeCS (Seriados em Ciências da Saúde, da

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77

BIREME: http://www.bireme.br/bvs/P/pvd.htm

Publicação

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Enfermagem.

Missão

Contribuir para a divulgação do conhecimento na área da saúde, publicando a produção

científica de interesse para a Enfermagem.

Opiniões e conceitos emitidos nos manuscritos são de exclusiva responsabilidade dos

autores, não refletindo necessariamente a posição da Comissão Editorial da RGE.

2 Processo de avaliação

A Revista Gaúcha de Enfermagem adota o sistema de avaliação por pares (peer-review)

sigilosos, omitindo os nomes dos autores e consultores, para avaliação do conteúdo e

adequação técnico-científica do manuscrito. No entanto, a decisão final quanto à

publicação pertence à Comissão Editorial. No caso dos manuscritos aceitos para

publicação, os direitos autorais são transferidos para a Revista Gaúcha de Enfermagem.

A Comissão Editorial (CED) é formada por nove docentes da Escola de Enfermagem da

UFRGS, sendo um Editor-Chefe, um Editor-assistente e seis Editores de Área, e é

auxiliada por um servidor técnico-administrativo e dois alunos bolsistas. Para a

avaliação dos manuscritos, a Revista conta com a colaboração de consultores de

instituições nacionais e internacionais.

A Revista apoia os princípios da Declaração de Helsinque, e espera que os autores dos

manuscritos submetidos tenham obtido aprovação ética e seguido as exigências legais

para pesquisas com seres humanos, incluindo o consentimento informado, de acordo

com procedimentos de sua instituição e de seu país. Em conformidade com a Resolução

Nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da

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Saúde do Brasil, as pesquisas que envolvem seres humanos devem ser aprovadas por

Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos.

A Revista apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial

da Saúde (OMS) e do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE),

reconhecendo a importância dessas iniciativas.

A Revista recomenda enfaticamente a não fragmentação de relatórios de uma mesma

pesquisa em múltiplos manuscritos.

Artigos que apresentarem semelhanças com outros já publicados não serão aceitos.

2.1 Pré-avaliação

O manuscrito, após submissão à RGE via online, passa por um processo de pré-

avaliação pelo Editor Assistente, que avalia o atendimento às normas de publicação,

relevância do artigo, bem como aspectos básicos do método e redação científica. Nesta

etapa, o artigo poderá ser recusado pelo Editor Assistente, ao qual se reserva o direito de

não emitir parecer consubstanciado sobre o mesmo. Caso atenda os pré-requisitos, o

manuscrito é encaminhado ao Editor de Área, especialista na temática do texto.

2.2 Encaminhamento e monitoramento da avaliação

O Editor de Área seleciona dois consultores ad hoc, especialistas na temática do artigo

em avaliação, e encaminha o manuscrito para sua avaliação por meio de formulário

específico. Cabe, ainda, ao Editor de Área o monitoramento do processo de revisão e

encaminhamento dos pareceres.

2.3 Avaliações pelos consultores

A identidade do(s) autor (es) e da sua instituição de origem são mantidas em sigilo para

os dois consultores ad hoc bem como vice-versa. A avaliação dos consultores se dá de

forma independente.

Os artigos que cumprem as normas da Revista são avaliados pelos consultores no que se

refere ao mérito, originalidade, pertinência de seu conteúdo, qualidade acadêmica,

conveniência de publicação e relevância para a Enfermagem e áreas afins.

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79

Os pareceres dos consultores são apreciados pelo Editor de Área, que encaminha aos

autores quando os pareceres sugerem reformulações, ou à CED, quando os pareceres

sugerem recusa do manuscrito.

2.4 Reformulações do manuscrito pelos autores

O manuscrito, com as primeiras reformulações solicitadas pelos consultores ad hoc,

deve retornar ao Editor de Área por e-mail no prazo máximo de sete (7) dias

consecutivos. Fora desse prazo será considerada nova submissão. O Editor de Área

encaminhará o manuscrito reformulado para avaliação da CED.

2.5 Avaliação da CED

A CED, com base nos pareceres dos consultores ad hoc, avaliará o manuscrito e

decidirá pelo aceite, encaminhamento aos autores para novas reformulações ou pela

recusa de publicação. A CED é o fórum que decide pela publicação ou não do

manuscrito. Os manuscritos serão, portanto, aceitos, reformulados ou recusados. Em

qualquer uma das possibilidades o autor é comunicado.

2.6 Parecer biblioteconômico

O manuscrito aprovado pela CED para publicação é encaminhado para Parecer

Biblioteconômico. Nesta etapa, o manuscrito ainda poderá ser encaminhado aos autores

com fins de reformulações no que tange a adequações às normas da RGE.

2.7 Cartas de aceite/tradução/editoração

Juntamente com a carta de aceite da publicação, solicitar-se-á ao(s) autor (es) a tradução

do manuscrito para o idioma inglês, o que deverá ser feito por uma das empresas

indicadas pela RGE. Após este processo, o manuscrito será encaminhado para

editoração (diagramação e publicação).

2.8 Definição da publicação

A CED definirá o volume e o número da RGE em que o artigo será publicado e

comunicará ao(s) autor ( es).

A prova tipográfica será realizada pelo Editor Chefe.

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80

2.9 Publicação online

Após a diagramação, será divulgada a versão online em PDF do volume/número da

RGE em que o artigo será publicado. O autor, identificando a necessidade de solicitar

uma errata, deverá enviá-la à Revista no prazo máximo de 30 dias após a publicação do

artigo, e ficará a critério da Revista a decisão sobre sua relevância e possível

distribuição.

Os autores podem acompanhar o processo de avaliação do seu manuscrito pelo sistema

SEER. As decisões são comunicadas aos autores por e-mail.

3 Instruções para os autores

3.1 Orientações gerais

Os artigos para publicação devem ser enviados exclusivamente à Revista Gaúcha de

Enfermagem, sendo permitida sua reprodução em outras publicações mediante

autorização do Conselho Editorial, devendo, neste caso, constar a citação da publicação

original.

Na Revista podem ser publicados artigos escritos por outros especialistas, desde que o

tema seja de interesse para a área de Enfermagem.

Para submeter o manuscrito não é preciso ser assinante da Revista. Contudo, devera ser

efetuado pagamento das taxas: de submissão (no momento da submissão do artigo); de

publicação (no momento do aceite do manuscrito para publicação) .

Ao ser designado para publicação o manuscrito deverá ser transcrito para a versão em

idioma inglês cuja taxa de serviços deverá ser acordada com a empresa tradutora

recomendada pela RGE.

Os manuscritos poderão ser encaminhados em português, espanhol ou inglês.

A submissão dos artigos deverá ser feita online no site:

http://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem

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No momento da submissão, o nome completo de cada autor, instituição de origem, país,

e-mail e resumo da biografia (afiliação completa e credenciais) devem ser

informados apenas nos metadados. Os agradecimentos por ajuda financeira, assistência

técnica e outros auxílios para a execução do trabalho também não deverão ser

mencionados no momento da submissão. Quando do aceite do trabalho, os autores serão

orientados sobre a forma de proceder para realizar a inserção dessas informações.

Os autores dos trabalhos encaminhados para avaliação deverão enviar uma Declaração

de Responsabilidade e Transferência de Direitos Autorais, elaborada conforme modelo

da Revista (“Sobre” > “Políticas” > “Modelo de Declaração de Responsabilidade”),

assinada por todos os autores, e encaminhá-la como documento suplementar juntamente

com o artigo.

Nos manuscritos resultantes de estudos que envolvem seres humanos, os autores

deverão indicar os procedimentos adotados para atender o constante na Resolução Nº

466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, e o número do

protocolo de aprovação do projeto de pesquisa no corpo do texto. Uma cópia do

protocolo deverá ser encaminhada à RGE como documento suplementar.

Conflitos de interesses podem surgir quando autores, revisores ou editores possuem

interesses que, mesmo não sendo completamente aparentes, podem influenciar seus

julgamentos sobre o que é publicado. O conflito de interesses pode ser de ordem

pessoal, comercial, político, acadêmico ou financeiro. Quando os autores submetem um

manuscrito, seja um artigo ou carta, são responsáveis por reconhecer e revelar conflitos

financeiros e outros que possam influenciar o conteúdo do trabalho submetido à

Revista.

3.2 Apresentações dos originais

A redação deve ser clara e concisa, com a exposição precisa dos objetivos. A

argumentação deve estar fundamentada em evidências bem justificadas.

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Para o preparo do manuscrito, recomenda-se a busca e citação de artigos pertinentes ao

tema e previamente publicados na literatura científica nacional e internacional,

facilitando a contextualização, coerência e continuidade para os leitores.

A Revista não assume a responsabilidade por equívocos gramaticais, e se dá, portanto, o

direito de decidir quanto a alterações e correções.

Os trabalhos devem ser encaminhados em Word for Windows, fonte Times New

Roman 12, espaçamento duplo (inclusive os resumos), com todas as páginas numeradas,

configurados em papel A4 e com as quatro margens de 2,5 cm. Quando os artigos forem

redigidos em português devem respeitar o Acordo Ortográfico de 2008.

Os títulos das seções textuais devem ser destacados gradativamente, sem numeração. O

título do artigo e resumo deve ser em letras maiúsculas e em negrito

(Ex.: TÍTULO; RESUMO); resumen e abstract em maiúsculas, negrito e itálico

(ex.: RESUMEN; ABSTRACT); seção primária em maiúscula e negrito

(ex.: INTRODUÇÃO); e seção secundária em minúscula e negrito (ex.: Histórico).

Evitar o uso de marcadores ao longo do texto (Ex.: -, *, etc.] e alíneas [a), b), c)...).

A Revista publica artigos nas seguintes seções:

Editorial: de responsabilidade a Comissão Editorial (CED) da Revista, que poderá

convidar autoridades para redigi-lo. O Editorial deverá obedecer ao limite de 500

palavras;

Artigos originais: são contribuições destinadas a divulgar resultados de pesquisa

original inédita. Deve obedecer a seguinte estrutura: Introdução deve apresentar a

questão norteadora, justificativa, revisão da literatura (pertinente e relevante) e objetivos

coerentes com a proposta do estudo. Os métodos empregados, a população estudada, a

fonte de dados e os critérios de seleção devem ser descritos de forma objetiva e

completa. Os resultados devem ser descritos em seqüência lógica. Quando apresentar

tabelas e ilustrações, o texto deve complementar e não repetir o que está descrito nestas.

A discussão, que pode ser redigida junto com os resultados, deve conter comparação

dos resultados com a literatura e a interpretação dos autores. As conclusões ou

considerações finais devem destacar os achados mais importantes comentar as

limitações e implicações para novas pesquisas. Devem obedecer ao limite de 4.500

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83

palavras no total do artigo (títulos, resumos, descritores, corpo do artigo,

ilustrações e 20 referências no máximo);

Artigos de revisão sistemática: são contribuições cujo método de pesquisa é conduzido

por meio da síntese de resultados de estudos originais quantitativos que tem por objetivo

responder a uma questão específica e de relevância para a enfermagem ou para a saúde.

Deverão ser descritas detalhadamente os procedimentos metodológicos no que se refere

a busca dos estudos originais, os critérios de inclusão e exclusão utilizados, por meio

dos testes preliminares e de relevância segundo o referencial teórico metodológico

adotado. A revisão sistemática poderá se caracterizar em meta-análise e ou metassíntese

dependendo do tipo de abordagem metodológica do manuscrito e compreensão do

estudo. Deve obedecer ao limite de 5.000 palavras no total do artigo (títulos,

resumos, descritores, corpo do artigo, ilustrações e não possui limite de

referências);

Artigos de reflexão: formulações discursivas de efeito teorizante com fundamentação

teórica filosófica sobre a situação global em que se encontra determinado assunto

investigativo ou potencialmente investigativo. Devem obedecer ao limite de 2.500

palavras no total do artigo (títulos, resumos, descritores, corpo do artigo,

ilustrações e 15 referências no máximo);

Os manuscritos devem conter:

Título: que identifique o conteúdo, em até 15 palavras;

Resumo: deve ser elaborado conforme a ABNT (NBR 6028/2003 - Resumo:

apresentação). Em até 150 palavras, elaborado em parágrafo único, sem subtítulo,

acompanhado de sua versão para o espanhol (Resumen) e para o inglês (Abstract). O

primeiro resumo deve ser no idioma do trabalho. Os artigos originais devem apresentar

um resumo contendo: objetivos, método (tipo do estudo, amostra, período e local da

pesquisa), resultados e conclusões. No caso de artigos de reflexão teórica, a descrição da

metodologia poderá ser suprimida.

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Descritores: de 3 a 6, que permitam identificar o assunto do trabalho, em Português

(Descritores), Espanhol (Descriptores) e inglês (Descriptors), conforme os “Descritores

em Ciências da Saúde” (http://decs.bvs.br), podendo a Revista modifica-los se

necessário. Título em outros idiomas: apresentá-lo nas versões para o Espanhol

(Título) e Inglês (Title) logo após os descritores do respectivo idioma.

Introdução: deve apresentar o problema de pesquisa, a justificativa, a revisão da

literatura (pertinente e relevante) e os objetivos coerentes com a proposta do estudo.

Metodologia: deve apresentar o método empregado - tipo de estudo, referencial teórico

do estudo e o utilizado para análise dos dados, inclusive os testes estatísticos quando

apropriado, critérios de inclusão e exclusão de participantes, período do estudo, local do

estudo, considerações éticas (nº de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa), uso

de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e/ou termo de consentimento para uso

de dados quando apropriado.

Resultados: devem ser descritos em sequência lógica. Quando forem apresentados em

tabelas e ilustrações, o texto deve complementar e não repetir o que está descrito nestas.

Os resultados deverão ser apresentados separados da discussão quando se tratar de

artigos originais resultantes de estudos com abordagens quantitativas.

Discussão: deve conter a comparação dos resultados com a literatura e a interpretação

dos autores. Deve ser redigida junto com os resultados nos estudos qualitativos.

Conclusões ou Considerações Finais: devem destacar os achados mais importantes,

comentar as limitações e as implicações para novas pesquisas e para o corpo de

conhecimento na Enfermagem/Saúde.

Referências: devem ser apresentadas no máximo 20 referências para os artigos

originais e 15 para as reflexões. Não há limite máximo para as revisões sistemáticas.

Devem ser atualizadas (últimos cinco anos); sendo aceitáveis fora desse período no caso

de constituírem referencial fundamental para o estudo. No caso de teses e dissertações,

recomenda-se que sejam utilizados preferencialmente os artigos oriundos das mesmas.

Devem ser digitadas em espaço simples e separadas por um espaço simples. Utiliza-se

nesta seção “Referências” e não “Referências bibliográficas”. A lista de referências

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85

deve ser composta por todas as obras citadas, numeradas de acordo com sua ocorrência

no corpo do texto. Deve-se utilizar o estilo de referências Vancouver, do International

Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), atualizado em 2009, e adaptado pela

RGE (ver exemplos de referências). Os títulos dos periódicos devem ser abreviados de

acordo com o Portal de Revistas Científicas em Ciências da Saúde (BIREME),

disponível no endereço: http://portal.revistas.bvs.br/ . Para os periódicos que não se

encontram nessa listagem, poderão ser utilizadas como referência as abreviaturas do

Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas do IBICT, CCN, disponível

em:http://ccn.ibict.br/busca.jsf.

Citações: devem ser apresentadas no texto de acordo com o sistema numérico, com os

números correspondentes entre parênteses e sobrescritos, sem espaço entre a palavra e o

número da citação. Não deve ser mencionado o nome dos autores, excluindo-se

expressões como: “Segundo..., De acordo com...”. Quando se tratar de citação

sequencial, devem-se separar os números por hífen e, quando intercaladas, devem ser

separadas por vírgula. Em caso de transcrição de palavras, frases ou parágrafo com

palavras do autor (citação direta), se deve utilizar aspas iniciais e finais na sequência do

texto. Recomenda-se a utilização criteriosa deste recurso (ABNT 10520/2002).

Exemplos:

Pesquisas apontam que...(1-4)

.

Alguns autores acreditam que...(1,4,5)

.

“[...] e nos anos seguintes o mesmo se repetiu”(7)

.

Os manuscritos podem ainda conter:

Depoimentos: são frases ou parágrafos ditos pelos sujeitos da pesquisa. Não utilizar

aspas e observar a seguinte estrutura: recuo do parágrafo (1,25 cm), fonte tamanho 11,

em itálico, espaçamento simples, com sua identificação entre parênteses, codificada a

critério do autor, e separadas entre si por um espaço simples. Supressões devem ser

indicadas pelo uso das reticências entre colchetes “[...]”, e as intervenções dos autores

ao que foi dito pelos participantes do estudo devem ser apresentadas entre colchetes.

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86

Ilustrações: poderão ser incluídas até cinco (gráficos, quadros e tabelas), em preto e

branco, conforme as especificações a seguir:

- Gráficos e quadros: devem ser apresentados conforme ABNT (NBR 6022/2003 -

Informação e documentação - Artigo em publicação periódica científica impressa –

Apresentação);

- Tabelas: devem ser apresentadas conforme IBGE – Normas de Apresentação Tabular,

disponível em:http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-

%20RJ/normastabular.pdf;

- Demais ilustrações: apresentadas conforme ABNT (NBR 6022/2003 - Informação e

documentação - Artigo em publicação periódica científica impressa – Apresentação).

Símbolos, abreviaturas e siglas: conforme ABNT (NBR 6022/2003 - Informação e

documentação - Artigo em publicação periódica científica impressa – Apresentação).

Utilizar negrito para destaque e itálico para palavras estrangeiras.

Deve ser evitada a apresentação de apêndices (elaborados pelos autores)

e anexos (apenas incluídos, sem intervenção dos autores).

EXEMPLOS DE REFERÊNCIAS

ARTIGOS DE PERIÓDICOS

Artigo padrão

- Até seis (6) autores, indicar todos; sete 7 autores ou mais, indicar os 6 primeiros e

acrescentar et al.

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87

Araujo VE, Witt RR. O ensino de enfermagem como espaço para o desenvolvimento de

tecnologias de educação em saúde. Rev Gaúcha Enferm. 2006;27(1):117-23.

Griffiths C, Kaur G, Gantley M, Feder G, Hillier S, Goddard J, et al. Influences on

hospital admission for asthma in south Asian and white adults: qualitative interview

study. BMJ. 2001 Dec;323(7319):962-6.

Instituição como autor

Diabetes Prevention Program Research Group. Hypertension, insulin, and proinsulin in

participants with impaired glucose tolerance. Hypertension. 2002;40(5):679-86.

Sem indicação de autoria

Signal-averaged electrocardiography. J Am Coll Cardiol. 1996;27(1):238-49.

Volume com suplemento

Wiltfang J, Lewczuk P, Riederer P, Grünblatt E, Hock C, Scheltens P, et al. Trabalho de

consenso de força-tarefa da WFSBP# sobre marcadores biológicos das demências:

Contribuição da análise do LCR e do sangue para o diagnóstico precoce e diferencial

das demências. Rev Psiquiatr Clin.2009;36 Supl 1:1-16

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · professores de ensino superior de Enfermagem de Natal/RN. 2014. 108 fls. Dissertação Dissertação (Mestrado em enfermagem)

88

Hofman M, Ryan JL, Figueroa-Moseley CD, Jean-Pierre P, Morrow GR. Cancer-related

fatigue: the scale of the problem. Oncologist. 2007;12 Suppl 1:4-10.

Fascículo com suplemento

Dimeo FC. Effects of exercises on cancer-related fatigue. Cancer. 2001;92(6

Suppl):1689-93.

Fascículo com número especial

Cunha MLC. Recém-nascidos hospitalizados: a vivência de pais e mães. Rev Gaúcha

Enferm. 2000;21(n esp):70-83.

Volume com parte

Ahrar K, Madoff DC, Gupta S, Wallace MJ, Price RE, Wright KC. Development of a

large animal model for lung tumors. J Vasc Interv Radiol. 2002;13(9 Pt 1):923-8.

Fascículo sem número

Letourneau MA, MacGregor DL, Dick PT, McCabe EJ, Allen AJ, Chan VW, et al. Use

of a telephone nursing line in a pediatric neurology clinic: one approach to the shortage

of subspecialists. Pediatrics. 2003 Nov;112:1083-7.

Fascículo sem volume

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · professores de ensino superior de Enfermagem de Natal/RN. 2014. 108 fls. Dissertação Dissertação (Mestrado em enfermagem)

89

Banit DM, Kaufer H, Hartford JM. Intraoperative frozen section analysis in revision

total joint arthroplasty. Clin Orthop. 2002;(401):230-8.

Nenhum volume ou número de fascículo

Silva RC. Indivíduos HIV-positivos em atendimento. JAMA. 2002:1-6.

Paginação em algarismos romanos

Chadwick R, Schüklenk U. A política de consenso ético. Bioética. 2002, 16 (2): iii-v.

Indicação do tipo de artigo (se necessário)

Silveira DT. As tecnologias da informação e comunicação e sua aplicação no campo de

atuação da enfermagem [editorial]. Rev Gaúcha Enferm. 2007;28(4): 453-4.

LIVROS E OUTRAS MONOGRAFIAS

Indivíduo como autor

Bonassa EM, Santana TR. Enfermagem em terapêutica oncológica. 3ª ed. São Paulo:

Atheneu; 2005.

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90

Murray PR, Rosenthal KS, Kobayashi GS, Pfaller MA. Medical microbiology. 4th ed.

St. Louis: Mosby; 2002.

Organizador, editor, compilador como autor

Guimarães JLM, Rosa DD, organizadores. Rotinas em oncologia. Porto Alegre:

Artmed; 2008.

Instituição como autor e publicador

Ministério da Saúde (BR), Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196, de 10 de

outubro de 1996: diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres

humanos. Brasília (DF); 1996.

Ministério da Saúde (BR), Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia de bolso da

saúde do viajante. Brasília (DF); 2005.

Capítulo de livro

Pizzichini E, Pizzichini M. Concepções sobre asma brônquica. In: Silva LCC,

organizador. Condutas em pneumologia. Rio de Janeiro: Revinter; 2001. p. 263-5.

Livro com indicação de série

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91

Braunstein F, Pépin JF. O lugar do corpo na cultura occidental. Lisboa: Instituto Piaget;

1999. (Epistemologia e sociedade; 162)

Kleinman A. Patients and healers in the context of the culture: an exploration of the

borderland between anthropology, medicine and psychiatry. Berkeley: University of

California Press; 1980. (Comparative studies of health systems and medical care; 3).

Trabalho apresentado em evento

Menezes GMS, Aquino EML. Trabalho noturno na enfermagem. In: Anais do 50°

Congresso Brasileiro de Enfermagem: cuidar-ação terapêutica da enfermagem; 1998 Set

20-25; Salvador, Brasil. Salvador: ABEn/BA; 1999. p. 309-21.

Christensen S, Oppacher F. An analysis of Koza's computational effort statistic for

genetic programming. In: Proceedings of the 5th European Conference on Genetic

Programming; 2002 Apr 3-5; Kinsdale, Ireland. Berlin: Springer; 2002. p. 182-91.

Dissertação e Tese

Schimith MD. Acolhimento e vínculo no Programa de Saúde da Família: realidade ou

desejo [dissertação]. Porto Alegre (RS): Escola de Enfermagem, Universidade Federal

do Rio Grande do Sul; 2001.

OUTROS TRABALHOS PUBLICADOS

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92

Artigo de jornal

Quinalia E. Para aprender nas férias. Metro. 2012 Dez 12;6(1446):20 (Educação)

Documento jurídico

Ministério da Saúde (BR). Decreto n. 1948, de 3 de julho de 1996: regulamenta a Lei

8.842, sancionada em 4 de janeiro de 1994, a qual dispõe sobre a Política Nacional do

Idoso e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília (DF) 1996 jul

3;134(128) Seção 1:12277-9.

Verbete de dicionário

Ferreira ABH. Aurélio, século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3ª ed. rev.

ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1999. Colono; p. 504.

Material em fase de publicação

Kirschbaum DIR. História da enfermagem psiquiátrica no Rio Grande do Sul: parte I.

Rev Gaúcha Enferm. No prelo 2003.

Tian D, Araki H, Stahl E, Bergelson J, Kreitman M. Signature of balancing selection in

Arabidopsis. Proc Natl Acad Sci U S A. Forthcoming 2002.

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · professores de ensino superior de Enfermagem de Natal/RN. 2014. 108 fls. Dissertação Dissertação (Mestrado em enfermagem)

93

MATERIAL ELETRÔNICO

- As expressões “Disponível em” e “citado”, em Espanhol são “Disponible en” e

“citado”, e em Inglês, “Available from” e “cited”.

Artigo de periódico em formato eletrônico

Pedron CD, Bonilha ALL. Práticas de atendimento ao neonato na implantação de uma

unidade neonatal em hospital universitário. Rev Gaúcha Enferm [Internet]. 2008 [citado

2009 Fev 15];29(4):612-8. Disponível em:

http://www.seer.ufrgs.br/index.php/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/7633/46

88.

Artigo com um Digital Object Identifier (DOI):

Zhang M, Holman CD, Preço SD, Sanfilippo FM, Preen DB, Bulsara MK.

Comorbidade e admissão repetição ao hospital para reações adversas a medicamentos

em idosos: estudo de coorte retrospectivo. BMJ. 2009 Jan 07; 338: a2752. doi:

10.1136/bmj.a2752.

Monografia em formato eletrônico

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · professores de ensino superior de Enfermagem de Natal/RN. 2014. 108 fls. Dissertação Dissertação (Mestrado em enfermagem)

94

Ministério da Saúde (BR), Instituto Nacional do Câncer. O diagnóstico do câncer

[Internet]. Rio de Janeiro; 1999 [citado 2008 Mai 23]. Disponível em:

http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=31.

Foley KM, Gelband H, editors. Improving palliative care for cancer [Internet].

Washington: National Academy Press; 2001 [cited 2002 Jul 9]. Available from:

http://www.nap.edu/books/0309074029/html/.

Trabalho disponível em anais em meio eletrônico

Stuchi RAG, Carvalho EC. Control de presión arterial e ingesta de sal: creencias de

portadores de enfermedades cooronarias. In: Anales del 9º Congreso de la Sociedad

Cubana de Enfermeria, 1º Coloquio Internacional de Investigación en Enfermería; 2000

mayo 29-jun 3; Habana, Cuba[CD-ROM]. Habana: Cubana; 2000. p. 60.

DVD e CD-ROM

Ministério da Saúde (BR). Dez passos da alimentação saudável para crianças menores

de dois anos [DVD]. Brasília (DF); 2012.

Anderson SC, Poulsen KB. Atlas eletrônico Anderson de hematologia [CD-ROM].

Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2002.

Homepage / Web site

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · professores de ensino superior de Enfermagem de Natal/RN. 2014. 108 fls. Dissertação Dissertação (Mestrado em enfermagem)

95

Universidade Federal do Rio Grande do Sul [Internet]. Porto Alegre: UFRGS; 2000-

[atualizado 2012 Dez 12, citado 2012 Dez 13]. Disponível em: http://www.ufrgs.br/.

39. Parte de uma área homepage / Web

Universidade Federal do Rio Grande do Sul [Internet]. Porto Alegre: UFRGS; 2000-

[atualizado 2012 Dez 12, citado 2012 Dez 13]. Histórico; (cerca de 6 telas). Disponível

em: http://www.ufrgs.br/ufrgs/a-ufrgs/histórico.

Banco de dados na Internet

Banco de dados aberto

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [Internet]. Brasília (DF): IBGE; c2000-

[citado 2001 Mar 08]. Disponível em: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/

Banco de dados fechado

Estatísticas sociais [Internet]. Brasília (DF): IBGE; c2000- [atualizado 2001 Dez 12;

citado 2012 Dez 13]. Disponível em: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/

Blogs

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96

Blog da Saúde [Internet]. Brasília: MS. 2000- [citado 2009 Fev 13]. Disponível em:

http://www.blog.saude.gov.br/

Contribuição para um blog:

Mantone J. Traumatismo craniano assombra muitos, dizem os pesquisadores. 2008 Jan

09 [citado 2009 Fev 13]. In: Wall Street Journal. SAÚDE BLOG [Internet]. New York:

Dow Jones & Company, Inc. c2008 -. [cerca de 1 tela]. Disponível em:

http://blogs.wsj.com/health/2008/01/29/head-trauma-haunts-many-researchers-say/.

Condições para submissão

Como parte do processo de submissão, os autores são obrigados a verificar a

conformidade da submissão em relação a todos os itens listados a seguir. As submissões

que não estiverem de acordo com as normas serão devolvidas aos autores.

1. A contribuição é original e inédita e não está sendo avaliada para publicação por

outra revista; não sendo o caso, justificar em "Comentários ao Editor".

2. Os arquivos para submissão devem ser encaminhados em Word for Windows,

fonte Times New Roman 12, espaçamento duplo (inclusive os resumos), com

todas as páginas numeradas, configurados em papel A4 e com as quatro margens

de 2,5 cm.

3. O texto segue os requisitos de formatação da Revista segundo as Diretrizes para

Autores, encontradas no menu "Sobre">"Submissões">"Diretrizes para autores".

4. O título deve ter, no máximo, 15 palavras.

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97

5. O texto indexado não deve conter nenhuma informação que possa identificar os

autores. Informações sobre os autores deve ser incluída apenas nos

metadados (passo 2).

6. O título, o resumo e os descritores devem vir com suas equivalências em

espanhol e inglês.

7. Os resumos não devem ultrapassar 150 palavras.

8. Os títulos das seções textuais devem ser destacados gradativamente, sem

numeração. O título do artigo e resumo deve ser em letras maiúsculas e em

negrito (Ex.: TÍTULO; RESUMO); resumen e abstract em maiúsculas, negrito

e itálico (ex.: RESUMEN; ABSTRACT); seção primária em maiúscula e negrito

(ex.: INTRODUÇÃO); e seção secundária em minúscula e negrito

(ex.: Histórico). Evitar o uso de marcadores ao longo do texto (Ex.: -, *, etc.] e

alíneas [a), b), c)...).

9. O texto deve conter o número de palavras e de referências preconizado para cada

seção da Revista (Artigos Originais, Artigos de Revisão Sistemática, Artigos de

Reflexão).

10. Substituir o nome dos autores citados por sua codificação numérica, sobrescrito

e entre perênteses conforme foram citados no texto, eliminando expressões do

tipo "Segundo...", "De acordo com..."

11. As referências devem seguir Vancouver e ser atualizadas e preferencialmente de

periódicos. Devem ser digitadas em espaço simples e separadas por um espaço

simples.

12. A declaração de responsabilidade e transferência de direitos autorais deve ser

assinada por todos os autores e encaminhada como documento suplementar à

Revista conforme modelo contido nas Diretrizes para Autores

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Declaração de Direito Autoral

Direitos Autorais para artigos publicados nesta Revista são do autor, com direitos de

primeira publicação para a Revista. Em virtude da aparecerem nesta Revista de acesso

público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações

educacionais e não-comerciais.

Política de Privacidade

Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os

serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras

finalidades ou à terceiros.

ISSN 0102-6933 E-ISSN 1983-1447

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ANEXO C - Normas da Revista

Política Editorial

A Revista Enfermagem UERJ, criada em 1993, é um veículo de difusão científica da

Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Seu principal objetivo é publicar trabalhos originais e inéditos de autores brasileiros e

de outros países, que contribuam para o conhecimento e desenvolvimento da

Enfermagem, da Saúde e ciências afins. É uma revista trimestral, que publica resultados

de pesquisa, estudos teóricos, revisões críticas da literatura e discussão de temas atuais e

relevantes para os campos aos quais se destina.

Caracteriza-se como periódico internacional, abrangendo predominantemente os países

da América Latina e Caribe, embora também tenha circulação nos Estados Unidos,

Canadá, França, Suécia, Portugal e Espanha.

A proposta editorial da Revista vem ao encontro das tendências contemporâneas de

integração e complementaridade de áreas de conhecimento, que levam em conta a

vocação da Enfermagem para a diversidade e para a articulação das diferentes áreas.

Adota a normalização dos "Requisitos Uniformes para manuscritos apresentados a

periódicos biomédicos" (Estilo Vancouver), conforme matéria publicada pelo

International Commitee of Medical Journal Editors (ICMJE) e disponível em

http:www.icmje.org/.

O processo editorial da Revista Enfermagem UERJ visa a apresentar à comunidade

científica textos que representem uma contribuição significativa para a área.

A abreviatura de seu título é Rev enferm UERJ, que deve ser usada em bibliografias,

notas de rodapé, referências e legendas bibliográficas.

Submissão do Manuscrito

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1. A submissão dos manuscritos é feita on-line no site:

http://www.facenf.uerj.br/revenfermuerj.html

2.O nome completo de cada autor, sua instituição de origem, país, e-mail e síntese da

biografia devem ser informados nos metadados e no corpo do artigo, logo abaixo dos

títulos.

3.Os autores deverão enviar documento de Transferência de Direitos Autorais e

Declaração de Responsabilidade. Estes documentos deverão ser elaborados conforme

modelos da Revista (disponível na página web da Revista), digitalizados no formato

PDF e anexados no processo de submissão.

4.Os conceitos emitidos no manuscrito são de responsabilidade exclusiva do(s)

autor(es), não refletindo obrigatoriamente a opinião dos Editores e do Conselho

Editorial.

5.Caso a pesquisa envolva seres humanos, os autores deverão apresentar, também,

declaração de que foi obtido consentimento dos sujeitos por escrito (consentimento

informado), anexando cópia da aprovação do Comitê de Ética que analisou o estudo.

Este documento deverá ser digitalizado no formato PDF e anexado no processo de

submissão.

6.O processo de revisão editorial só terá início se o encaminhamento do manuscrito

obedecer às condições anteriores; caso contrário, todo o material será devolvido para

adequação.

7.Caso o manuscrito seja aprovado para publicação, todos os seus autores, sem exceção,

deverão ser assinantes da Revista.

Procedimentos da Comissão Editorial

1.Os Editores recebem o material encaminhado para publicação e fazem uma primeira

apreciação, no que se refere à adequação dos textos às normas de publicação e, se

considerados potencialmente publicáveis, serão encaminhados para dois Consultores Ad

Hoc.

2.Os autores são comunicados sobre o recebimento do manuscrito pelo Editor, através

de e-mail. Os autores deverão ficar atento à confirmação de recebimento, que será

enviada pela Secretaria da Revista para o mesmo e-mail de remessa ou outro

expressamente indicado.

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3.Os Consultores Ad Hoc emitem seus pareceres em três modalidades: aceito sem

alterações; recomendando modificações ou recusando a publicação do manuscrito. No

caso de recomendação com modificações, os autores serão notificados das sugestões,

devendo cumpri-las num prazo de 30 dias, a partir do seu recebimento. Em caso de

recusa, os autores serão notificados das razões que justificam a decisão. Os manuscritos

recusados poderão ser reapresentados à Revista, desde que sejam amplamente

reformulados, sendo considerados como contribuição nova. Cópias dos pareceres serão

enviadas aos autores, exceto quando houver restrição expressa por parte do Consultor.

Os originais não publicados serão destruídos após seis meses da finalização da

tramitação editorial.

4.A versão final do manuscrito, contendo as alterações solicitadas pelos consultores,

será avaliada pelo Conselho Editorial, que tomará a decisão final acerca da publicação

ou da solicitação de novas alterações.

5.Após aprovação do Conselho Editorial, será comunicado aos autores o volume e o

fascículo da Revista no qual o artigo será publicado.

6.No caso de aceitação para publicação, os Editores reservam-se o direito de introduzir

pequenas alterações no texto, figuras e tabelas para efeito de padronização, conforme

parâmetros editoriais da Revista e dos Requisitos Uniformes.

7.O processo de avaliação por pares utiliza o sistema de blind review, preservando a

identidade dos autores e consultores. As identidades dos autores serão informadas ao

Conselho Editorial apenas na fase final de avaliação.

Direitos autorais

A Revista Enfermagem UERJ detém os direitos autorais de todas as matérias

publicadas. A reprodução total dos artigos em outras publicações requer autorização por

escrito dos Editores. As citações (com mais de 500 palavras), reprodução de uma ou

mais figuras, tabelas ou outras ilustrações devem ter permissão escrita dos Editores e

dos autores.

A reprodução de outras publicações pela Revista deverá obedecer aos seguintes

critérios. As citações (com mais de 500 palavras), reprodução de uma ou mais figuras,

tabelas ou outras ilustrações devem ter permissão escrita do detentor dos direitos

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autorais do trabalho original para a reprodução na Revista Enfermagem UERJ. A

permissão deve ser endereçada ao autor do trabalho submetido.

Composição do Manuscrito

A Revista Enfermagem UERJ adota as normas de publicação "Requisitos Uniformes"

(Estilo Vancouver). Os manuscritos submetidos devem ser redigidos em português,

espanhol, inglês ou francês e apresentar as referências como última seção.

Os textos deverão ser apresentados dentro de uma das seguintes modalidades:

Artigo de Pesquisa - Investigação baseada em dados empíricos, que utilize metodologia

científica e incluam introdução, referencial teórico, metodologia, resultados e discussão,

conclusão - limitados a 3.500 palavras;

Estudo Teórico - Análise de construtos teóricos, levando ao questionamento de modelos

existentes na enfermagem e na saúde e a elaboração de hipóteses para futuras pesquisas

- limitados a 3.000 palavras;

Artigo de Revisão - corresponde à análise de um corpo abrangente e extenso de

investigações, relativas a assuntos de interesse para o desenvolvimento da enfermagem

e da saúde - limitados a 3.000 palavras;

Atualidade - Texto reflexivo ou informativo sobre assunto relevante e atual, com

perspectiva de interesse para a enfermagem e a saúde; intercâmbio de opiniões entre

editores e leitores sobre trabalhos publicados - limitados a 2.500 palavras.

A contagem de palavras dar-se-á da Introdução ao fim da Conclusão, excluindo-se as

referências e quaisquer figuras.

Os textos deverão ser digitados em processador de texto Word for Windows, versão

2007 ou anterior, papel tamanho A4, espaçamento entrelinhas 1,5, sem recuo de

parágrafos, fonte Times New Roman tamanho 12, com formatação de margens superior,

inferior, esquerda e direita de 2 cm, numeradas, embaixo e à direita, a partir da primeira

folha.

Não deverá ser utilizada nenhuma forma de destaque no texto (sublinhado, negrito,

marcas d'água, aspas), exceto para títulos e subtítulos. Utilize apenas itálico em palavras

ou expressões que realmente necessitem ser enfatizadas no texto impresso.

A apresentação dos trabalhos deve ser encaminhada em um único arquivo, exceção feita

às tabelas/figuras.

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O arquivo deve conter a seguintes informações em ordem:

Título

Título pleno nos idiomas Português, Inglês e Espanhol, não devendo exceder 15

palavras. Não deve incluir siglas, nomes de cidades, países ou outras informações

geográficas, nem chamadas para notas.

· Sugestão de título abreviado para cabeçalho, não devendo exceder seis palavras.

Autoria

Nomes dos autores e suas afiliações institucionais

Resumo em Português

O resumo deve ter entre 100 e 150 palavras. No caso de relato de pesquisa, o resumo

deve incluir: problema investigado, objetivos do estudo, método de pesquisa contendo

características pertinentes da amostra ou grupo de estudo, e procedimentos utilizados

para a coleta e análise de dados, campo e período do estudo, resultados relevantes,

conclusão ou suas implicações ou aplicações. Os resumos de revisão crítica, de estudo

teórico ou de artigo de atualidades devem incluir: tema, objetivo, tese, construto sob

análise ou organizador do estudo, fontes utilizadas e conclusões. Não inserir chamada

para notas.

Palavras-Chave

Devem ser apresentadas quatro palavras-chave, digitadas em letra minúscula (apenas a

letra inicial da primeira palavra deverá ser maiúscula) e separadas por ponto-e-vírgula.

Devem ser escolhidas palavras que classifiquem o texto com precisão adequada, que

permitam que ele seja recuperado junto com trabalhos semelhantes, e que possivelmente

seriam evocadas por um pesquisador efetuando levantamento bibliográfico.

Deverá ser dada preferência ao uso de descritores extraídos do vocabulário Descritores

em Ciências da Saúde (LILACS), quando acompanharem os resumos em português, e

do Medical Subject Headings (MESH), quando acompanharem os Abstracts. Se não

forem encontrados descritores disponíveis para cobrirem a temática do manuscrito,

poderão ser indicados termos ou expressões de uso conhecido.

Se o texto e seu resumo inicial forem redigidos em português, apresentar o Abstract (em

inglês) e o Resumen (em espanhol) obedecendo às mesmas especificações para a versão

em português, seguidos de keywords e palabras clave, compatíveis e na mesma ordem

de inserção das palavras-chave em português.

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Se o texto e seu resumo inicial forem redigidos em inglês, espanhol ou francês,

apresentar dois resumos em idiomas diferentes, observando a seguinte ordem:

português, inglês, espanhol ou francês.

Corpo do Texto

Não inicie uma nova página a cada subtítulo; separe-os utilizando uma linha em branco.

Em todas as categorias de trabalho original, o texto deve ter uma organização de

reconhecimento fácil, sinalizada por um sistema de títulos e subtítulos que reflitam esta

organização.

As referências no texto a figuras e tabelas deverão ser feitas sempre acompanhadas do

número respectivo ao qual se referem (não devem ser utilizadas as expressões “a tabela

acima” ou “a figura abaixo”). Os locais sugeridos para inserção de figuras e tabelas

deverão ser indicados no texto.

As citações de autores deverão ser feitas conforme os exemplos apresentados na seção

final deste texto, observando os Requisitos Uniformes (Estilo Vancouver).

A transcrição na íntegra de um texto de até três linhas deve ser delimitada por aspas e

numerada de acordo com a ordem de citação no texto. Uma citação literal com mais de

três linhas deve ser apresentada em bloco próprio e sem aspas, começando em nova

linha, com recuo de 2,5cm da margem esquerda. O tamanho da fonte para citações deve

ser 12, como no restante do texto, sem destaque. Não empregar os termos op. cit, id.

Ibidem. A expressão apud é a única a ser utilizada no texto ou notas. Apenas as obras

consultadas e mencionadas no texto devem aparecer na lista de referências.

A citação de trechos de depoimentos dos entrevistados deverá ser apresentada com

recuo de 2,5cm da margem esquerda, em itálico, sem aspas e com a identificação

fictícia do depoente (Ex: E1, E2, .)

Referências

Observar o Estilo Vancouver.

Os artigos deverão apresentar o limite mínimo de 10 obras analisadas. A formatação da

lista de referências deve adotar espaço 1,5 e tamanho de fonte 12, sem parágrafo, recuo

ou deslocamento das margens; o sobrenome dos autores em letras minúsculas, à

exceção da primeira letra; os nomes secundários serão representados por suas iniciais

em maiúsculas sem separação entre elas; não fazer destaques para títulos. Numerar as

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referências de forma consecutiva, conforme a ordem em que forem mencionadas pela

primeira vez no texto e identificá-las pelo mesmo número sempre que citadas.

Anexos

Apenas quando contiverem informação original importante, ou destacamento

indispensável para a compreensão de alguma seção do trabalho. Recomenda-se evitar

anexos.

Tabelas

O total de tabelas/figuras não deverá exceder a 3 (três) ilustrações.

Apresentar uma tabela por arquivo separado do texto, com título numerado

sequencialmente, compostas no software MS-Excel versão 2007 ou anterior. O

comprimento da tabela não deve exceder 55 linhas, incluindo título, e largura de 8cm,

12cm ou 16cm.

A tabela deverá ser digitada utilizando-se fonte Times New Roman tamanho 10 e

espaçamento entrelinhas simples, sem qualquer forma de tabulação ou recuos de

parágrafos.

Figuras

São consideradas como figura todas as ilustrações que não se enquadrem na definição

de tabela; portanto, quadros, gráficos, desenhos, fotos, etc. Não são aceitas figuras

coloridas ou com fundo reticulado (cinza).

Apresentar uma figura por arquivo separado do texto, com título numerado

sequencialmente e legenda, compostas nos softwares MS-Excel versão 2007 ou

anterior, e arquivos com extensão TIF ou JPG. Não gravar em formato BMP ou

compactados.

A figura deverá ser formatada utilizando-se fonte Times New Roman tamanho 10 e

espaçamento entrelinhas simples, sem qualquer forma de tabulação ou recuos de

parágrafos.

Ao usar scanner para reproduzir imagens, utilizar resolução de 300 DPI no modo tons

de cinza.

Não serão aceitos arquivos de figuras (gráficos, quadros e ilustrações) ou de tabelas

construídos em outros processadores e colados como figura no Word.

Notas

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As notas não-bibliográficas deverão ser reduzidas a um mínimo e colocadas em página

separada do texto, identificadas e ordenadas por algarismos romanos, (não utilizar o

recurso de inserir nota de rodapé, mas apenas digitá-las como parte normal do texto).

Inserir agradecimentos às agências financiadoras, informação e outros, seguidas pelas

demais observações relativas ao texto do trabalho.

Exemplos de Citações no Corpo do Texto

Não mencionar os nomes dos autores das citações. Indicar os números das obras

conforme lista de referências do texto.

Citação de um artigo/obra

Após a citação, indicar o número sobrescrito da referência - conforme a ordem de

menção pela primeira vez no texto.

Por exemplo, o primeiro trabalho mencionado no texto é de autoria de Mauro, Clos e

Vargens e deve ser assim citado:

Os estudos relatam avaliações sobre qualidade das revistas científicas1.

Citação de dois artigos/obras consecutivos

Após a citação, indicar os dois números sobrescritos das referências conforme a ordem

de menção pela primeira vez, separados por vírgulas.

Exemplo: . como os índices crescentes de violência urbana11,12.

Citação de artigos/obras diversos não-consecutivos

Devem ser relacionados os números dos autores, em ordem crescente, separados por

vírgulas.

Achados semelhantes foram confirmados4,6,8,10 em 2000.

Para mais de dois artigos/obras consecutivos

Vários especialistas1-6, 8-12 têm recomendado.

O traço entre os números significa os autores de 1 a 6 e de 8 a 12.

Citações de trabalho transcritas de fonte primária

A citação de 8. Rodrigues BMRD, localizada na página 33, deve ser transcrita assim:

[...] a fala é a maneira utilizada pelo ator-agente da ação para expressar suas vivências

originárias numa relação face a face [...]8:33.

Evitar citações de trabalho discutido em uma fonte secundária

Citação de comunicação pessoal

Este tipo de citação deve ser evitado, por não oferecer informação recuperável por

meios convencionais. Cartas, conversas (telefônicas ou pessoais) e mensagens não

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devem ser incluídas na seção de Referências, mas apenas no texto, na forma de iniciais

e sobrenome do emissor e data, entre parênteses.

Ex.: (S. L. Mello, comunicação pessoal, 15 de setembro de 1995).

Exemplos de Lista de Referências

A lista é enumerada, observando-se a ordem de menção pela primeira vez no texto, sem

qualquer destaque.

Artigo de revista científica

Artigo-padrão

Caldas NP. Repensando a evolução histórica da Faculdade de Enfermagem da UERJ:

breve relato. Rev enferm UERJ. 1997; 5:517-20.

No referido exemplo, após o título abreviado do periódico (com um ponto final)

especificar: ano da publicação, volume e páginas inicial e final do artigo. A paginação é

sequencial por volume/anual.

No caso da paginação não ser sequencial por volume/anual, é obrigatória a

especificação do número do fascículo.

Guimarães RM, Mauro MYC. Potencial de morbimorta-lidade por acidente de trabalho

no Brasil - período de 2002: uma análise epidemiológica. Epístula ALASS (España).

2004; 55(2):18-20.

Artigo no prelo

Não informar volume ou número de páginas até que o artigo esteja publicado. Exemplo:

Oliveira DC. Representações sociais da saúde e doença e implicações para o cuidar em

enfermagem: uma análise estrutural. Rev Bras Enferm. No prelo, 2002.

Texto publicado em revista de divulgação comercial

Madov N. A cidade flutuante. Veja (São Paulo) 2002; 35:63.

Neste último exemplo, quando o título da revista for homônimo, deve ser registrado o

nome da cidade de sua procedência entre parênteses.

Livro e outras monografias

Indivíduo como autor

Lopes GT, Baptista SS. Residência de enfermagem: erro histórico ou desafio para a

qualidade. Rio de Janeiro: Editora Anna Nery; 1999.

No exemplo anterior, após a cidade, omitiu-se a sigla do estado entre parênteses por

tratar-se de homônimo.

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Maldonado MTP. Psicologia da gravidez: parto e puerpério. 14a ed. Petrópolis (RJ):

Vozes; 1990

Livro publicado por um organizador ou editor

Moreira ASP, Oliveira DC, organizadoras. Estudos interdisciplinares de representação

social. Goiânia (GO): AB Editora; 1998.

Capítulo de livro ou monografia

Abric JC. A abordagem estrutural das representações sociais. In: Moreira ASP, Oliveira

DC, organizadoras. Estudos interdisciplinares de representação social. Goiânia (GO):

AB Editora;1998. p. 27-38.

Livro traduzido para o português

Bardin L. Análise de conteúdo. Tradução de Luis Antero Reto e Augusto Pinheiro. São

Paulo: Edições 70/Livraria Martins Fontes; 1979.

Trabalho apresentado em congresso com resumo publicado em anais

Evitar o uso de resumo como referência.

Francisco MTR, Clos AC, Larrubia EO, Souza RM. Prevenção das DST/AIDS na

UERJ: indicativos de risco entre estudantes. In: Resumos do 50o Congresso Brasileiro

de Enfermagem; 1998 out 15-19; Salvador; Brasil. Salvador (BA): ARTE DBC; 1998.

p.181.

Trabalho completo publicado em anais de eventos

Santos I, Clos AC. Nascentes do conhecimento em enfermagem. In: Anais do 9o

Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem; 1997 set 6-10; Vitória, Brasil. Vitória

(ES): Associação Brasileira de Enfermagem; 1997. p.68-88.

Trabalho apresentado em congresso com resumo publicado em revista

Evitar o uso de resumo como referência. Tratar como publicação em periódico,

acrescentando logo após o título a indicação de que se trata de resumo, entre colchetes.

Caldas NP. Repensando a evolução histórica da Faculdade de Enfermagem da UERJ:

breve relato [resumo]. Rev enferm UERJ. 1996; 4:412-3.

Dissertação e Tese não-publicada

Silva MTN. Sobre enfermagem - enfermeira: o imaginário dos familiares das

ingressantes no curso de graduação [tese de doutorado]. Rio de Janeiro: Universidade

Federal do Rio de Janeiro; 2000.

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109

Obras antigas com reedição em data muito posterior

Franco FM. Tratado de educação física dos meninos. Rio de Janeiro: Agir; 1946.

(Original publicado em 1790).

Autoria institucional

Organización Panamericana de la Salud. Desarrollo y fortalecimiento de los sistemas

locales de salud. La administración estratégica: lineamientos para su desarrollo - los

contenidos educacionales. Washington (DC): OPS; 1995.

Ministério da Saúde (Br). Coordenação Nacional de DST/AIDS. A epidemia da AIDS

no Brasil: situações e tendências. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 1999.

Web Site ou Homepage

Civitas R. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais [site de Internet].

Urbanismo e desenvolvimento de cidades. [citado em 27 nov 1988] Disponível em:

http//www.gcsnet.com.br/oamis/civitas.

Artigos consultados em indexadores eletrônicos

Acurcio FA, Guimarães MDC. Acessibilidade de indivíduos infectados pelo HIV aos

serviços de saúde: uma revisão de literatura. Cad Saúde Pública [Scielo-Scientific

Electronic Library Online] 2000 [citado em 05 set 2000]. 1:1-16. Disponível em:

http://www.scielo.br/prc.

Ao organizarem listas de referências, os autores devem atentar sempre para que o

emprego da pontuação esteja uniforme e correto.

Endereço para contato

Revista Enfermagem UERJ

Bd. 28 de Setembro, 157, sala 710.

CEP 20551-030. Vila Isabel - Rio de Janeiro, Brasil

Tel.: (21) 2868-8236 ramais 204 e 205

E-mail: [email protected] ou [email protected]

Web Site: http://www.facenf.uerj.br/revenfermuerj.html