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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
HELTHON GABRIEL DE MEDEIROS
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ANÁLISE ECONÔMICO-
FINANCEIRA DA EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS ENTRE
OS ANOS DE 2004 E 2013
Natal
2014
HELTHON GABRIEL DE MEDEIROS
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ANÁLISE ECONÔMICO-
FINANCEIRA DA EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS ENTRE
OS ANOS DE 2004 E 2013
Monografia apresentada como requisito
parcial para a obtenção do título de
Bacharel pelo Curso de Ciências Contábeis
da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte - UFRN.
Orientador: Prof. Diogo Henrique Silva de
Lima, Dr.
Natal
2014
HELTHON GABRIEL DE MEDEIROS
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ANÁLISE ECONÔMICO-
FINANCEIRA DA EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS ENTRE
OS ANOS DE 2004 E 2013
Monografia apresentada como requisito
parcial para a obtenção do título de
Bacharel pelo Curso de Ciências Contábeis
da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte - UFRN.
Orientador: Prof. Diogo Henrique Silva de
Lima, Dr.
Aprovado em 04/12/2014.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Diogo Henrique Silva de Lima - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Prof. Dr. Erivan Ferreira Borges - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Prof. Dr. Clayton Levy Lima de Melo - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
RESUMO
Os recentes casos de corrupção envolvendo empresas públicas tem gerado cada vez mais a
exigência por uma Contabilidade relevante e fidedigna para uma maior confiança dos usuários
da informação. A empresa alvo deste estudo caso é uma das empresas públicas que nos
últimos dez anos teve o nome citado em casos de corrupção. O presente trabalho, através de
pesquisa documental, descritiva e quantitativa objetiva mensurar a atual situação econômico-
financeira da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e analisar sua evolução, através de
indicadores econômico-financeiros tradicionais e de uma análise dinâmica do capital de giro,
considerando o período de 2004 a 2013. Através da análise desses indicadores foi possível
observar que apesar de possuir rentabilidade bastante instável e com tendência de queda, os
Correios apresentaram uma boa saúde financeira e boa capacidade pagamento de suas dívidas,
mostrando uma estrutura financeira de baixo risco com uma folga financeira extensa que
poderia ser utilizada em investimentos de longo prazo (mais rentáveis que o disponível).
Palavras-chaves: Análise Econômico-financeira; Análise Dinâmica do Capital de Giro;
Contabilidade como Instrumento para Tomada de Decisão.
ABSTRACT
Recent cases of corruption involving public companies have increasingly generated the
demand for a relevant and reliable accounting for a greater confidence of users of information.
The target company in this case study is one of the public companies in the last ten years has
had the name mentioned in corruption cases. This paper, through documentary, descriptive
and quantitative research aims to measure the current economic and financial situation of the
Brazilian Post and Telegraph and their evolution through traditional financial indicators and a
dynamic analysis of working capital, considering the period 2004 to 2013. the analysis of
these indicators was observed that despite having quite unstable profitability and downward
trend, the post office had a good financial health and good capacity payment of their debts,
showing a low-risk financial structure with an extensive financial slack that could be used in
long-term investments (more profitable than is available).
Keywords: Economic and Financial Analysis; Dynamic Analysis of Working Capital;
Accounting as an Instrument for Decision Making.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................6
1.1 Justificativa e Problemática...............................................................................................6
1.2 Objetivos..............................................................................................................................8
1.2.1 Objetivo Geral....................................................................................................................8
1.2.2 Objetivos Específicos.........................................................................................................8
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................................8
2.1 Contabilidade como Instrumento para Tomada de Decisão.........................................8
2.2 Análise Econômico-financeira das Demonstrações Contábeis......................................10
2.2.1 Indicadores de Liquidez...................................................................................................12
2.2.2 Índices de Endividamento e Estrutura.............................................................................15
2.2.3 Índices de Rentabilidade..................................................................................................17
2.2.4 Análise Dinâmica do Capital de Giro..............................................................................18
2.2.4.1 Necessidade de Investimento em Giro (NIG)...............................................................20
2.2.4.2 Saldo de Tesouraria (T).................................................................................................21
2.2.4.3 Necessidade Total de Financiamento Permanente (NTFP)..........................................22
3 METODOLOGIA................................................................................................................22
3.1 Tipo de Pesquisa................................................................................................................22
3.2 Proceder Metodológico.....................................................................................................23
4 ANÁLISE DOS DADOS......................................................................................................24
4.1 Indicadores de Liquidez...................................................................................................24
4.2 Índices de Endividamento e Estrutura............................................................................27
4.3 Índices de Rentabilidade..................................................................................................29
4.4 Indicadores da Análise Dinâmica do Capital de Giro...................................................30
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................33
6 REFERÊNCIAS...................................................................................................................34
ANEXO A – BALANÇO PATRIMONIAL2004..................................................................39
ANEXO B – BALANÇO PATRIMONIAL 2005.................................................................40
ANEXO C – BALANÇO PATRIMONIAL 2006.................................................................41
ANEXO D – BALANÇO PATRIMONIAL 2007.................................................................42
ANEXO E – BALANÇO PATRIMONIAL 2008.................................................................43
ANEXO F – BALANÇO PATRIMONIAL 2009.................................................................44
ANEXO G – BALANÇO PATRIMONIAL 2010.................................................................45
ANEXO H – BALANÇO PATRIMONIAL 2011.................................................................46
ANEXO I – BALANÇO PATRIMONIAL 2012..................................................................47
ANEXO J – BALANÇO PATRIMONIAL 2013..................................................................48
ANEXO K – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2004................49
ANEXO L – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2005.................50
ANEXO M – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2006................51
ANEXO N – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2007................52
ANEXO O – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2008................53
ANEXO P – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2009.................54
ANEXO Q – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2010................55
ANEXO R – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2011................56
ANEXO S – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2012.................57
ANEXO T – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2013.................58
6
1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa e Problemática
No mundo dos negócios tem crescido consideravelmente a importância da gestão
financeira por ser uma ferramenta estratégica de avaliação e tomada de decisões de
investimento e financiamento. A gestão financeira é um conjunto de ações que envolvem o
planejamento, o controle e a análise das atividades financeiras da empresa. Uma análise
financeira, por exemplo, permite explicar a atual situação econômico-financeira da empresa
com base no seu histórico de desenvolvimento, abrindo espaço para uma visão estratégica dos
planos empresariais, podendo estimar resultados futuros, reduzir suas limitações e melhorar
suas potencialidades.
As decisões financeiras tomadas regularmente por uma empresa resumem-se na
captação de recursos e na aplicação dos valores levantados. Para Assaf Neto (2010), a análise
dessas decisões financeiras ao longo do tempo visa relatar as causas que determinaram a
posição econômico-financeira atual e as tendências futuras, ou seja, da análise financeira dos
balanços extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (tendência) de
uma empresa.
Assim, faz-se necessário ter uma contabilidade que represente com fidedignidade as
informações apresentadas para que sejam úteis aos seus usuários (quer sejam governo,
investidores, órgãos e agências reguladoras, funcionários, ou até mesmo a população que é o
consumidor final de toda empresa/instituição) auxiliando-os a tomarem decisões com grau de
confiança maior ou pelo menos entenderem de forma geral como está sendo empregado, neste
caso, o dinheiro público.
Mas antes mesmo de analisar uma empresa, faz-se necessário classificá-la e posicioná-
la dentro do cenário econômico no qual está inserida. Para Bateman e Snell (2006), as
empresas podem ser classificadas de acordo com os aspectos econômico, jurídico e
administrativo. No que se referem ao aspecto econômico, as empresas são classificadas em
três setores de atividade: Setor Primário (manufatura - obtenção de matéria-prima, alimentos e
combustíveis), Setor Secundário (empresas de transformação - indústrias) e Setor Terciário
(comércio e prestação de serviços).
No aspecto jurídico, ainda de acordo com Bateman e Snell (2006), as empresas
podem ser classificadas por Individual (não há sócios, pertence a uma só pessoa) ou Societária
7
(limitada, por ações, etc.). Já de acordo com o aspecto administrativo, as empresas são
classificadas em Privadas (total responsabilidade de iniciativa particular), Mistas (segmentos
público e privado se unem na execução de grandes empreendimentos relevantes a economia,
sendo controladas pelo poder público) e Públicas (segmentos de baixo interesse da iniciativa
privada por necessitar de altos investimentos e gerar baixa rentabilidade ou básicos ao
interesse público e à segurança nacional, criada através de lei específica onde o capital é
totalmente controlado pelo poder público).
Eleita a instituição mais confiável do Brasil há mais de uma década em pesquisa da
Revista Seleções e pelo Ibope Inteligência, vencedora de seguidos prêmios de inovação na
gestão pública e considerada uma das melhores empresas de transporte, logística e serviços, a
empresa, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), popularmente conhecida por
Correios, é uma empresa pública federal, criada através de lei específica (Decreto-Lei nº
509/1969, alterado pela Lei nº 12.490/2011), prestadora de serviços de entrega de
correspondências (executa e controla, em regime de monopólio, os serviços postais em todo o
território nacional) vinculada ao Ministério das Comunicações. Com mais de 125 mil
funcionários, é a única empresa presente em quase todos os municípios brasileiros (99,2%
deles) e com tamanha abrangência atua como correspondente na prestação de serviços
bancários básicos em todo o território nacional, tendo como objetivos levar serviços de
correspondente à população desprovida de atendimento bancário e proporcionar acesso ao
Sistema Financeiro, através do Banco Postal em parceria com o Banco do Brasil.
Cresce o interesse da população, de investidores, credores e dos funcionários por
informações acerca da saúde econômico-financeira dos Correios, motivado principalmente
por supostos casos de corrupção expostos na mídia: como o caso de 2005 que foi criada uma
CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para apurar uma denúncia onde um ex-
funcionário dos Correios apareceu em gravações negociando propina com um suposto
empresário interessado em participar de uma licitação e citando o nome do então deputado
federal Roberto Jefferson (a partir daí surgiu o chamado Mensalão, um dos maiores
escândalos de corrupção do Brasil); a abertura de investigação pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) em 2014 para apurar uma série de operações fraudulentas no mercado
financeiro que atinge o Postalis (fundo de pensão dos Correios) através de influência do
doleiro Alberto Youssef (preso na Operação Lava-Jato); e a denúncia de suposta utilização da
máquina pública dos Correios nas eleições de 2014.
8
Diante da importância da avaliação da situação econômico-financeira das entidades,
propiciada pela análise das suas demonstrações contábeis; da crescente necessidade de
evidenciação de informações contábeis, que propicia transparência e controle das empresas,
principalmente da iniciativa pública; e dos recentes casos de possível corrupção em uma das
maiores empresas públicas do Brasil, esse estudo busca responder ao seguinte problema de
pesquisa: qual a atual situação econômico-financeira dos Correios e qual foi sua
evolução, considerando o período de 2004 a 2013?
Por se tratar de uma empresa pública, todas as demonstrações financeiras foram
submetidas a auditorias independentes reduzindo a possibilidade de manipulação das
informações tornando-as mais confiáveis. Com base nessas demonstrações, é objetivo deste
trabalho entender como se comportou na última década: a capacidade da empresa de saldar
suas dívidas através dos indicadores de liquidez; como se deu essa estruturação, analisando os
indicadores de estrutura e endividamento; a rentabilidade, medindo o quanto a empresa está
dando de retorno aos seus acionistas. É possível ainda fazer uma análise dinâmica de tudo que
está acontecendo nos números da empresa, fornecendo informações financeiras sobre a
estrutura de financiamento da organização, sua liquidez e sua gestão efetiva de caixa com
base nos indicadores dessa análise dinâmica.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Mensurar a atual situação econômico-financeira dos Correios e analisar sua evolução,
considerando o período de 2004 a 2013.
1.2.2 Objetivos Específicos
Calcular e analisar os indicadores econômico-financeiros tradicionais (liquidez,
endividamento e rentabilidade) dos Correios no período de 2004 a 2013;
Efetuar uma Análise Dinâmica do Capital de Giro da Empresa no período.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Contabilidade como Instrumento para Tomada de Decisão
Para as mais diversas necessidades e finalidades, as demonstrações contábeis são
elaboradas e apresentadas para usuários externos em geral como governos, órgãos reguladores
9
e investidores. Cada um deles pode necessitar de informações específicas para atender a seus
próprios interesses, mas estes não podem afetar as demonstrações contábeis que são
elaboradas segundo a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório
Contábil-Financeiro, popularmente conhecida por CPC 00.
Segundo a Estrutura Conceitual, o objetivo das demonstrações contábeis é prover
informações que sejam úteis na tomada de decisões econômicas pela empresa e aos seus
usuários em geral, sem finalidade de atender alguma necessidade específica para cada usuário.
São exemplos de necessidades comuns da maioria dos seus usuários: decidir quando comprar,
manter ou vender instrumentos patrimoniais; avaliar a capacidade de a entidade pagar seus
empregados e proporcionar-lhes outros benefícios; determinar políticas tributárias; determinar
a distribuição de lucros e dividendos etc.
Para o Pronunciamento Técnico CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis
(2011), as demonstrações contábeis representam a posição patrimonial e financeira e do
desempenho da entidade em determinado momento, fornecendo informações acerca da
posição econômica, patrimonial e financeira que sejam úteis ao maior número de usuários em
suas avaliações e tomadas de decisões.
A apresentação dos resultados da atuação da administração, na gestão eficaz dos
recursos que lhe foram confiados, juntamente com as informações apresentadas nas notas
explicativas podem, por exemplo, ajudar os usuários das demonstrações contábeis a prever os
futuros fluxos de caixa da entidade (CPC 26, 2011).
Os relatórios contábil-financeiros de propósito geral fornecem informações para
auxiliar investidores e credores, existentes e em potencial, a estimarem o valor da entidade
que reproduz as informações. As informações sobre o desempenho financeiro auxiliam os
usuários a compreender, por exemplo, o retorno que a entidade tem produzido sobre os
recursos aplicados, servindo de indicativo do quão eficaz e eficiente a administração tem sido
no uso desses recursos, podendo ainda ser útil para projetar possíveis retornos futuros da
entidade (CPC 00, 2011).
Para ser considerada útil, a informação contábil-financeira deve ser relevante e
fidedigna no que se representa. Uma informação relevante é capaz de fazer diferença nas
decisões que possam ser tomadas pelos usuários, que podem servir de feedback ou podem ser
utilizadas para predizer futuros resultados e é melhorada se ela for comparável, verificável,
10
tempestiva e compreensível. É considerada fidedigna a informação que representa
perfeitamente a realidade, sendo necessário ser completa, neutra e livre de erro. (CPC 00,
2011).
Consoante as informações acima apresentadas na Estrutura Conceitual, o custo de
gerar a informação é uma importante restrição sempre presente no processo de elaboração e
divulgação de relatório contábil-financeiro. É importante que os custos de gerar uma
informação sejam justificados pelos benefícios trazidos por ela. Para o fornecimento dessas
informações faz-se necessário coletar, processar, verificar e disseminar a informação, que
geram custos e podem se refletir ao final de todo o processo em retornos reduzidos.
Assim, de acordo com a Estrutura Conceitual (2011),
A elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro que seja relevante e que
represente com fidedignidade o que se propõe representar auxilia os usuários a
tomarem decisões com grau de confiança maior. Isso resulta em funcionamento mais
eficiente dos mercados de capitais e em custo menor de capital para a economia
como um todo.
2.2 Análise Econômico-financeira das Demonstrações Contábeis
Também chamada de Análise de Balanços e Análise das Demonstrações Contábeis, a
Análise Econômico-financeira é desenvolvida com base nas demonstrações contábeis
elaboradas pelas empresas e tem por objetivo apresentar a evolução da situação econômico-
financeira de períodos anteriores para entender sua posição atual e apresentar tendências
futuras, assim podendo transmitir informações úteis através de índices aos seus usuários.
(ASSAF NETO, 2010).
A viabilidade econômica de uma empresa pode ser medida através de indicadores de
desempenho. Sua utilização vai de acordo com a necessidade de cada interessado. A empresa
utiliza de forma gerencial, já o usuário externo está mais interessado, por exemplo, na
situação financeira da empresa na qual investe ou pretende investir.
Para Assaf Neto (2010, p. 41),
A análise das demonstrações contábeis de uma empresa pode atender a diferentes
objetivos consoante os interesses de seus vários usuários [...] que apresentam algum
tipo de relacionamento com a empresa. Nesse processo de avaliação, cada usuário
procurará detalhes específicos e conclusões próprias e, muitas vezes, não
coincidentes.
11
Segundo Sato (2007), a análise por meio de índices econômico-financeiros consiste
em relacionar contas e grupos de contas das demonstrações contábeis na forma de índices
destinados a medir a posição econômico-financeira e os níveis de desempenho da empresa.
Um indicador, quando analisado isoladamente, não apresenta informação suficiente
para se obter uma boa conclusão. Por isso, a análise das demonstrações contábeis é
fundamentalmente comparativa. Segundo Assaf Neto (2010), a comparação pode ser
apresentada de duas formas: temporal (envolvendo resultados de períodos anteriores) e
interempresarial (relacionando o desempenho da empresa com o setor empresarial ou mercado
em geral).
De acordo com Silva (2008), os indicadores financeiros têm por objetivo fornecer
informações que não são fáceis de serem visualizadas de forma direta nas demonstrações
financeiras. Assim, os índices têm como principal característica apresentar, de forma ampla, a
situação econômico-financeira de uma empresa em determinado espaço de tempo ou em
comparação com outra empresa ou segmento de mercado ao qual está inserida.
Segundo Macedo e Corrar (2010), vários autores como Iudícibus (2008), Assaf Neto
(2006), Matarazzo (2003) e Perez Jr. e Begalli (2002), destacam que uma questão que se torna
interessante na análise contábil-financeira é o que fazer com o conjunto de índices calculados
no sentido de se obter uma visão do desempenho da empresa, pois se tem vários parâmetros
de decisão e é bem possível que cada um leve a uma conclusão diferente e até mesmo
conflitante em relação à situação econômico-financeira da empresa.
Com uma vasta quantidade de indicadores e combinações possíveis para análise de
desempenho é preciso integrar os indicadores de modo a organizar e condensar a informação
para se chegar a alguma conclusão a respeito da situação econômico-financeira de uma
determinada empresa.
Para Assaf Neto (2010, p. 39), “a análise de balanços é não somente desenvolvida por
meio de aplicações e técnicas, mas também orientada, em grande parte pela sensibilidade e
experiência do analista.”
Basicamente, essas técnicas vislumbram a situação econômico-financeira da empresa
sob quatro aspectos: a situação financeira de curto prazo medida pela liquidez, a situação da
estrutura financeira medida pelo nível de endividamento, o resultado decorrente da atividade
12
operacional e a situação da remuneração dos capitais investidos e do retorno sobre as vendas
determinados pelos indicadores de rentabilidade e lucratividade. (SATO, 2010).
Ao falar sobre os objetivos da análise das demonstrações financeiras, Batista (2009) cita
Matarazzo (1988), expondo que são várias, dentre elas a avaliação da capacidade de obtenção e
pagamento de financiamento e empréstimos de terceiros, a avaliação da situação financeira da
empresa a curto e longo prazos, para a tomada de decisões, determinados pelas causas e efeitos, a
avaliação da rentabilidade do capital investido pelos proprietários e de terceiros e a avaliação
patrimonial, de valores registrados e a preço de mercado, etc.
Assaf Neto (2010) apresenta o seguinte como principais instrumentos de análise de
balanço: Análise da Liquidez; Análise do Endividamento e Estrutura e; Análise de
Rentabilidade e Lucratividade. Denominada de análise mais avançada, o mesmo autor ainda
traz a Análise Dinâmica do Capital de Giro.
Ainda de acordo com o Assaf Neto (2010), através dessas análises é possível:
conhecer a capacidade de pagamento da empresa, bem como seu equilíbrio financeiro
(indicadores de liquidez); avaliar como a empresa é financiada e a dependência financeira por
dívidas de curto prazo, além do seu risco financeiro e natureza de suas exigibilidades
(estrutura e endividamento); fazer uma avaliação econômica do desempenho da empresa,
dimensionando retornos e lucratividade (rentabilidade e lucratividade); e analisar a
necessidade de investimento em capital de giro.
Vários são os índices que podem ser descritos de uma análise econômico-financeira.
Para os fins específicos deste estudo, dar-se-á atenção especial aos seguintes índices:
Liquidez; Endividamento e Estrutura; Rentabilidade e Lucratividade; e Capital de Giro.
2.2.1 Indicadores de Liquidez
Uma das melhores formas de mensurar, interpretar e entender o comportamento do
ativo e passivo circulante de uma empresa (sua estrutura de curto prazo) é analisando os
indicadores de liquidez (ou solvência). De acordo com Silva (2008), os índices de liquidez
fornecem a informação sobre a capacidade da empresa de saldar suas dívidas, a partir da
relação entre ativo e passivo circulantes.
Para Silva (2010), os índices de liquidez mostram a capacidade de pagamento da
empresa, medido através de sua posição financeira, ou seja, o índice de liquidez consiste na
equiparação dos prazos das dívidas com os prazos dos ativos e outros fluxos de caixa, sua
13
administração evita a insolvência técnica. Com um passivo circulante crescendo mais rápido
que o ativo circulante, ou seja, havendo dificuldades de saldar as dívidas de curto prazo a
empresa poderá enfrentar sérios problemas como, por exemplo, ser obrigada a renegociar a
dívida ou obter crédito adicional, às vezes em condições desfavoráveis.
Cavalcanti (2013) faz referência a diversos autores como, por exemplo, Matarazzo
(2010) e Assaf Neto (2012) para conceituar os indicadores de liquidez como sendo índices
que evidenciam a situação financeira de uma empresa frente aos seus compromissos de
pagamentos com terceiros. Através deles é possível analisar a capacidade de pagamento e
solvência da entidade. Sato (2007) diz que:
Os índices de liquidez mostram a base financeira da empresa, ou seja, sua situação
de liquidez. Tais índices procuram medir quão sólida é a base financeira da empresa.
Na realidade esses índices apesar de receberem a denominação de índices de
liquidez, eles não medem a efetiva capacidade da empresa em liquidar seus
compromissos nos vencimentos, apenas evidenciam o grau de solvência em caso de
encerramento de atividades, por esta razão, são também chamados de índices de
solvência.
Desta forma, os indicadores de liquidez visam demonstrar a capacidade de pagamento
das dívidas que a empresa possui. Há diversos índices que podem ser utilizados para avaliar o
desempenho do ativo circulante e medir a liquidez da empresa. Entre eles, os mais utilizados
são: Capital Circulante (de Giro) Líquido; Liquidez Corrente; Liquidez Seca; Liquidez
Imediata e Liquidez Geral. (ASSAF NETO, 2010).
Também chamado de Capital de Giro Líquido, o Capital Circulante Líquido é extraído
da diferença entre ativo circulante e passivo circulante. Portanto, este índice mede a
capacidade de pagamento do passivo circulante de uma empresa utilizando-se somente do
ativo circulante como fonte pagadora.
Para Garrison, Noreen e Brewer (2011), a existência de capital de giro amplo oferece
aos credores de curto prazo alguma garantia de que serão pagos pela empresa, apesar dos
administradores desejarem minimizá-lo.
Visando buscar um equilíbrio financeiro, Assaf Neto (2010) diz que toda aplicação de
recursos no ativo deve ser financiada com fundos levantados a um prazo de recuperação
proporcional à aplicação efetuada, sendo assim necessário que o prazo de retorno dos
financiamentos efetuados seja pelo menos igual ao prazo de liquidez de seus ativos
correspondentes.
14
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
CCL
Ativo Não
Circulante
Passivo Não
Circulante e PL
Figura 1 representando uma folga financeira (Fonte:
autor)
O Índice de Liquidez Corrente (ILC) mostra a relação entre as aplicações e as fontes
de recursos de curto prazo. É obtido pela divisão entre o ativo circulante e o passivo
circulante, representando a capacidade de pagamento da empresa no curto prazo (solvência de
curto prazo). Desta forma, o ILC relaciona os elementos do ativo que podem ser convertidos
em dinheiro em curto espaço de tempo e as obrigações de curto prazo. (MACEDO et al.
2008).
Um dos fatores que podem ocasionar problemas de solvência é o crescimento
desproporcional do passivo circulante frente ao ativo circulante. Segundo Silva (2010), um
baixo índice de liquidez corrente representa o primeiro sinal de problemas financeiros.
Conforme Assaf Neto (2010), o ILC mostra o quanto existe de ativo circulante para $
1 de passivo de mesma natureza. Assim, quanto maior a liquidez corrente, mais alta se
apresenta a capacidade da empresa em financiar suas necessidades de capital de giro.
O Índice de Liquidez Seca (ILS) é um índice similar ao ILC, porém utiliza-se somente
dos ativos de maior liquidez de seu ativo circulante, ou seja, na sua fórmula faz uso apenas
dos itens que apresentam maior facilidade de serem convertidos monetariamente. Itens com
estoques e despesas pagas antecipadamente, por exemplo, são subtraídos do ativo circulante
por não apresentarem tal facilidade de conversão. (AQUEGAWA e SOUZA, 2010).
Garrison, Noreen e Brewer (2011) consideram o ILS um índice mais rigoroso sobre as
obrigações de curto prazo do que o ILC, justamente pelo fato da exclusão dos estoques e
despesas pagas antecipadamente dos ativos circulantes, deixando apenas os ativos mais
líquidos a serem divididos pelos passivos circulantes.
15
Para Assaf Neto (2010), este índice demonstra a porcentagem das dívidas de curto
prazo em condições de serem liquidadas mediante utilização de itens monetários de maior
liquidez do ativo circulante.
Já o Índice de Liquidez Imediata (ILI) é um índice que demonstra uma relação de
muito curto prazo. Ele mede o quanto das dívidas de curto prazo a empresa seria capaz de
pagar de imediato, ou seja, utilizando-se somente das suas disponibilidades (caixa, bancos e
aplicações financeiras) como fonte de pagamento. É um índice normalmente baixo por não
haver muito interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa, que é um ativo
de baixa rentabilidade. (ASSAF NETO, 2010).
No tocante da observação da saúde financeira de curto e longo prazo da empresa, o
índice a ser medido é o ILG - Índice de Liquidez Geral. Para Macedo et al. (2008), o ILG
mostra a relação entre os ativos que não estão imobilizados e a dívida para/com terceiros,
representando a capacidade total de pagamento da empresa.
De acordo com Assaf Neto (2010, p. 164), esse indicador revela a liquidez tanto de
longo como de curto prazo. Mostra o quanto existe de ativo circulante e ativo realizável a
longo prazo proporcionalmente para cada $ 1 de dívida, revelando a capacidade da empresa
de saldar todos seus compromissos. Para Aquegawa e Souza (2010) o ILG é um índice pouco
específico por analisar vários prazos distintos em um mesmo cálculo.
2.2.2 Índices de Endividamento e Estrutura
O crescimento desenfreado do passivo circulante frente ao seu exigível à longo prazo
pode desestabilizar a situação financeira de uma empresa, levando-a a não honrar suas dívidas
de forma correta.
Assaf Neto (2010) diz que as empresas se interessam pelo endividamento quando a
rentabilidade de suas aplicações é superior ao custo do capital emprestado. Assim, quanto
maior for essa diferença, maior será do retorno dos proprietários.
O endividamento da empresa apresenta uma relação direta com o risco e quanto maior
for o risco, maior também será a expectativa de retorno pelos investidores. Por está razão o
endividamento das empresas se apresentará quase sempre limitado. Segundo Kirch (2005),
apud Gomes e Leal (2000) e Terra (2002), os principais determinantes da estrutura de capital
16
das empresas propostos pelas teorias são: a rentabilidade, o risco, o tamanho, a proporção de
ativos fixos (tangibilidade dos ativos) e as oportunidades de crescimento.
Os índices que serão utilizados para analisar a estrutura de capital dos Correios são:
Índice de Endividamento; Índice de Composição do Endividamento; Relação Capital de
Terceiros e Passivo Total; e Imobilização dos Recursos Permanentes.
O Índice de Endividamento (IE) mostra a relação entre capital de terceiros (passivo de
curto e longo prazos) e capital próprio (patrimônio líquido). Para Assaf Neto (2010), o IE
mostra quanto a empresa se endividou para casa $ 1 de capital próprio aplicado.
Penha (2013) diz que o IE permite avaliar qualidade da dívida e como o
endividamento entre capital de terceiros e capital próprio se compõe, indicando quanto à
empresa se endividou com capital de terceiros em relação ao capital próprio investido.
O Índice de Composição do Endividamento (ICE) apresenta a maturidade das dívidas
da empresa com terceiros. Assim, apresenta a proporção entre o que a empresa deve a curto
prazo e sua dívida total para/com terceiros. (ASSAF NETO, 2010).
Schvirck e Giasson (2006) dizem que o ICE representa a proporção do endividamento
que se encontra com vencimento em curto prazo, influenciando também a condição financeira
da empresa, sendo essencial para um planejamento financeiro.
Tratando-se da relação entre Capital de Terceiros e Passivo Total (RCT/PT), Assaf
Neto (2010) intitula de Dependência Financeira e diz que o mesmo revela a dependência da
empresa com relação a suas exigibilidades totais, ou seja, mostra quanto do montante
investido em seus ativos (ativo total) é oriundo de recursos de terceiros.
Em outras palavras, a RCT/PT mostra a origem dos recursos adquiridos pela empresa
para se financiar. Um índice superior a 0,5 ou 50% significa que a empresa depende
financeiramente mais capital de terceiros do que capital próprio.
O índice de Imobilização dos Recursos Permanentes (IRP) indica quanto do capital de
longo prazo da empresa (exigível a longo prazo e patrimônio líquido) está aplicado no Ativo
Não Circulante, ou seja, o quanto do Ativo Não Circulante da empresa é financiado por
recursos de longo prazo quer seja de terceiros ou próprio. Assim, IRP é apurado pela relação
entre o ativo não circulante e o passivo permanente (passivo não circulante e patrimônio
líquido). (ASSAF NETO, 2010).
17
Para o mesmo autor, a situação tida como ideal é um índice menor que 1, significando
que os ativos de longo prazo estão sendo completamente financiados pelo recursos de mesma
característica e ficando o restante dos recursos permanentes financiando o capital de giro.
2.2.3 Índices de Rentabilidade
Sozinho, o lucro alcançado por uma empresa não consegue expressar o quanto de
retorno foi gerado pelo que se investiu, nem dimensionar o tamanho do seu lucro. Para
entender o resultado de uma empresa em um determinado período de tempo, o lucro deve ser
relacionado com algum valor que expresse a dimensão do mesmo, e assim analisar a
qualidade do resultado. (IUDICIBUS, 2009).
Para Silva (2010), os índices de rentabilidade avaliam o desempenho da empresa na
sua totalidade, em termos de geração de lucros. Segundo Cavalcanti (2013) os índices de
Rentabilidade medem o quanto a empresa está dando de retorno aos proprietários. Citando
Assaf Neto (2012, p. 217), a autora reforça que “a avaliação de desempenho pode ser
desenvolvida por meio da atratividade proporcionada pelos ativos totais e pelo investimento”.
Os índices de rentabilidade mostram qual o retorno dos capitais investidos, ou seja,
quanto rendeu os investimentos. Esses indicadores medem o grau de êxito econômico e não
financeiro. (SATO, 2007).
Por se tratar de um conjunto de índices que mede o retorno do que é investido em
determinada empresa, os indicadores de rendimento estão entre os índices que mais
interessam aos investidores e acionistas. Para este estudo, os indicadores de rentabilidade que
serão utilizados são: Retorno Sobre o Ativo (ROA) e Retorno Sobre o Patrimônio Líquido
(ROE).
O Retorno Sobre o Ativo (ROA, do inglês Return of Assets) mede a eficiência de
como os ativos são usados por uma empresa, ou seja, mostra a eficiência dos investimentos
realizados nos ativos. Para Assaf Neto (2010), a avaliação do desempenho pode ser
processada por meio do retorno do ativo total, promovendo importantes informações
adicionais sobre a evolução da situação econômica da empresa.
De acordo com Silva (2010), o ROA é representado pela relação entre o lucro líquido
e o ativo total, cujo objetivo é mensurar a eficiência da empresa na geração de lucros,
determinando o quanto a empresa obteve de lucro líquido em relação ao que foi investido.
18
ROA é a rentabilidade conjunta dos recursos próprios e de terceiros, define quanto a empresa
ganhou ou perdeu para cada cem unidades de recursos monetários, próprios e de terceiros,
aplicados no ativo (BRAGA et al. 2004). Pode-se assim definir o ROA como sendo a razão
entre o lucro operacional gerado no exercício e o Ativo Total deduzido do lucro líquido que o
gerou.
O Retorno Sobre o Investimento (ROI, do inglês Return on Investment) demonstra
qual é o percentual de retorno de um investimento em um determinado período. Apresenta-se
pela relação entre lucro operacional e o investimento feito pelos acionistas (patrimônio
líquido) e credores (empréstimos e financiamentos), ou seja, mostra o retorno gerado pelos
recursos deliberadamente levantados pela empresa e aplicados em seus negócios. (ASSAF
NETO, 2010).
O Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE, do inglês Return on Equity) mensura o
retorno dos proprietários por terem investido recursos na empresa. De acordo com Assaf Neto
(2010), o ROE representa a taxa de rentabilidade auferida pelo capital próprio da empresa,
sendo dimensionado pela relação entre o Lucro Líquido e o Patrimônio Líquido, excluindo o
lucro líquido do exercício.
Para Schvirck e Giasson (2006), ROE é o indicador do retorno que o acionista tem
para/com a empresa. Mostra quanto do lucro gerado pela atividade é representado pelo
investimento realizado pelo acionista.
2.2.4 Análise Dinâmica do Capital de Giro
O modelo de Análise Dinâmica de Capital de Giro é também conhecido como Modelo
Fleuriet. Para Cavalcanti (2013), nesse modelo “a análise da situação financeira é voltada para
o capital de giro, e tem por finalidade prover aos gestores informações financeiras acerca da
estrutura de financiamento da organização, sua liquidez e sua gestão efetiva de caixa”.
O modelo de Fleuriet avalia a dinâmica operacional da empresa de forma integrada
com os indicadores tradicionais de giro, extraídos essencialmente de seu ciclo operacional.
(ASSAF NETO, 2010).
Segundo Batistella (2006), há duas abordagens para se analisar o capital de giro de
uma empresa: Análise Tradicional e Análise Dinâmica. A primeira abordagem toma como
19
base os itens do ativo e passivo de forma mais individualizada, a segunda analisa as contas do
ativo e passivo de forma integrada (dinâmica). O mesmo autor cita Fleuriet et al. (2003, p. 3):
Em geral, certas contas do ativo e passivo renovam-se constantemente a medida que
se desenvolvem as operações na empresa. Este fato constitui a base para uma nova
classificação [...] que enfatiza os ciclos econômico e financeiro de uma empresa,
fornecendo dados para a análise dinâmica em oposição à análise estática.
Faz-se necessário, então, uma reclassificação dos elementos patrimoniais em
diferentes grupos. Comumente, o Balanço Patrimonial é subdivido da seguinte forma: Ativo
Circulante e Não Circulante; Passivo Circulante e Não Circulante e Patrimônio Líquido. Para
este modelo de análise dinâmica, os elementos patrimoniais são subdivididos em três grupos,
de acordo com Assaf Neto (2010): Cíclicos (elementos diretamente vinculados ao ciclo
operacional da empresa), Permanentes ou Não Cíclicos (elementos de pouca rotatividade ou
pouco fluxo ao longo do tempo) e Financeiros (todos aqueles valores circulantes que não são
caracterizados como cíclicos).
As principais contas dos três grupos de acordo com sua dinâmica. Dentre os Ativos
Financeiros destacam-se as disponibilidades, fundo fixo de caixa, aplicações financeiras,
depósitos judiciais e restituição de imposto de renda. São exemplos de Ativos Cíclicos, as
duplicatas a receber, provisão para credores de liquidação duvidosa, adiantamento a
fornecedores, estoques, adiantamento a empregados, despesas operacionais antecipadas etc. E
para finalizar os elementos do ativo, destacam-se no Ativo Permanente os valores dos grupos
imobilizado, investimentos, intangível, realizável a longo prazo e diferido (se ainda houver
saldo). (ASSAF NETO, 2010, grifo nosso).
Já entre os elementos do passivo, são destaques como Passivos Financeiros os
empréstimos e financiamentos bancários de curto prazo, duplicatas descontadas, imposto de
renda e contribuição social e dividendos. Como Passivo Cíclico, fornecedores, impostos
indiretos (Pis/Cofins, ICMS, IPI), adiantamentos de clientes, provisões trabalhistas, salários e
encargos sociais e participações de empregados, são destaques. Para finalizar o passivo tem-se
o Passivo Permanente, exemplificado por contas do exigível a longo prazo e patrimônio
líquido. (ASSAF NETO, 2010, grifo nosso).
Com base no exposto, o modelo de Análise Dinâmica de Capital de Giro utiliza-se de
demonstrações financeiras como Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE) para obter informações necessárias à sua aplicação, que são extraídas com
finalidade de fornecer informações financeiras sobre a estrutura de financiamento da
20
organização, sua liquidez e sua gestão efetiva de caixa com base nos seguintes indicadores:
Necessidade de Investimento em Giro (NIG), Saldo de Tesouraria (T) e Necessidade Total de
Financiamento Permanente (NTFP). (ASSAF NETO, 2010; MARQUES E BRAGA, 1995;
MACHADO et al. 2005).
2.2.4.1 Necessidade de Investimento em Giro (NIG)
Segundo Batistella (2006), na análise tradicional de capital de giro, o capital circulante
líquido (CCL) é a principal referência de avaliação. Quando o ativo circulante é maior do que
o passivo circulante, diz-se que a empresa está com folga financeira, ou seja, existem recursos
de longo prazo financiando os investimentos em capital de giro. Já sob a ótica da análise
dinâmica, o raciocínio é inverso, calcula-se qual é a necessidade de investimentos em giro
(NIG).
Para Assaf Neto (2010, p. 185), “os elementos cíclicos denotam os investimentos de
longo prazo e os financiamentos contínuos e inerentes a atividade da empresa, a diferença
entre os dois valores reflete a necessidade operacional de investimento de longo prazo em
giro”. Assim a NIG revela o montante de capital permanente que uma empresa necessita para
financiar seu capital de capital de giro, extraída da diferença entre ativo e passivo cíclicos.
Quando positivo, a NIG refere-se ao investimento líquido de curto prazo necessário à
manutenção do atual nível da atividade operacional, que precisa ser financiado pelo passivo
cíclico e/ou pelo passivo permanente. (MARQUES E BRAGA, 1995).
De acordo com Machado et. al (2005), uma NIG positiva mostra a necessidade de
financiamento para o giro, devendo a empresa encontrar fontes adequadas para tal. Já com
uma NIG negativa, a empresa tem mais financiamentos do que investimentos operacionais,
demonstrando uma sobra de recursos para aplicação no mercado financeiro ou em suas
atividades. Obviamente, a NIG igual a zero denota que a empresa não possui necessidade de
financiamento em giro.
Figura 2 - NIG positiva
Figura 3 - NIG negativa
ATIVO PASSIVO
ATIVO PASSIVO
Ativo Cíclico Passivo Cíclico
Ativo Cíclico Passivo Cíclico
NIG
NIG
Ativo
Financeiro
Passivo
Financeiro
Ativo
Financeiro
Passivo
Financeiro
21
Ativo
Permanente
Passivo
Permanente
Ativo
Permanente
Passivo
Permanente
Fonte: Assaf Neto (2010)
Fonte: Assaf Neto (2010)
É essencial para a avaliação do equilíbrio financeiro de uma empresa, ou seja, a
maturidade de seus investimentos e financiamentos, fazer o confronto entre CCL e NIG.
(ASSAF NETO, 2010).
Segundo Braga et. al (2004), existem seis tipos possíveis de situação financeira que
definem sua qualidade em termos de risco de insolvência. São elas:
Hipótese onde: Denota situação financeira:
CCL > 0, NIG < 0, sendo CCL > NIG, implicando em T > 0 Muito Boa
CCL > 0, NIG > 0, sendo CCL > NIG, implicando em T > 0 Sólida
CCL < 0, NIG < 0, sendo CCL > NIG, implicando em T > 0 Arriscada
CCL > 0, NIG > 0, sendo CCL < NIG, implicando em T < 0 Insatisfatória
CCL < 0, NIG < 0, sendo CCL < NIG, implicando em T < 0 Ruim
CCL < 0, NIG > 0, sendo CCL < NIG, implicando em T < 0 Muito Ruim
Figura 4 - Fonte: Adaptado de Braga et. al (2004)
2.2.4.2 Saldo de Tesouraria (T)
O Saldo de Tesouraria também é conhecido por Saldo Disponível. É desta forma que
Assaf Neto (2010) o denomina e conceitua como sendo uma medida de margem de segurança
financeira de uma empresa, que indica sua capacidade interna de financiar um crescimento de
atividade operacional. Já para Machado et. al (2005), o saldo de tesouraria representa o grau
de utilização de recursos de terceiros de curto prazo para financiar as necessidades de capital
de giro.
Para Machado et. al (2005), Batistella (2006) e Cruz e Bressan (2011), há duas formas
alternativas de se encontrar o saldo de tesouraria. A primeira alternativa seria a diferença entre
o CCL e NIG; a segunda pode ser determinada pela diferença entre Ativo Financeiro e
Passivo Financeiro.
Como visto na figura anterior, as situações financeiras onde T > 0 são as mais
favoráveis e de menor risco. Já nas situações onde T < 0, as empresas apresentam uma
estrutura de alto risco financeiro, o que pode significar que a empresa está financiando seu
22
giro ou seus ativos permanentes com capital de terceiros de curto prazo. (ASSAF NETO,
2010).
Segundo Batistella (2006) “um saldo de tesouraria positivo significa que a empresa
está com uma adequada política de investimentos e financiamentos, pois as necessidades de
financiamentos para o ativo cíclico estão sendo cobertas pela folga financeira, ou seja, por
recursos de longo prazo”. Assim um T > 0, denota que a empresa tem a disposição recursos
de curto prazo que poderão ser utilizados em um auto-investimento ou em aplicações
financeiras, por exemplo.
Citando Fleuriet et. al (2003, p.14), Machado et. al (2005) faz uma ponderação a
respeito de um saldo de tesouraria elevado, onde diz que “não significa necessariamente uma
condição desejável” dando a entender que pode tratar-se de um mau aproveitamento das
oportunidades de investimentos disponíveis ou “falta de uma estratégia dinâmica de
investimentos”.
2.2.4.3 Necessidade Total de Financiamento Permanente (NTFP)
De acordo com Assaf Neto (2010, p. 186), a NTFP é o montante de recursos de longo
prazo necessários para financiar sua atividade, ou seja, é o montante mínimo de passivo
permanente que a empresa deve manter visando lastrear seus investimentos em giro e fixo, e
estabelecer seu equilíbrio financeiro.
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de Pesquisa
De acordo com as características, esta pesquisa pode ser classificada como Estudo de
Caso baseado numa pesquisa documental feita através das demonstrações contábeis
publicadas pelos Correios em seu site. Trata-se de uma pesquisa aplicada com objetivo de
gerar conhecimentos práticos e dirigidos à solução do problema específico da pesquisa.
(MATIAS-PEREIRA, 2010).
Quanto à forma de abordagem do problema e seus objetivos, de acordo com Matias-
Pereira (2010),
A pesquisa classifica-se, respectivamente: como quantitativa, pois tudo pode ser
mensurado numericamente requerendo o uso de técnicas estatísticas (porcentagem,
média, desvio-padrão, ect.); e descritiva, visando descrever as características de
determinado fenômeno utilizando-se de técnicas padronizadas de coleta de dados.
23
3.2 Proceder Metodológico
O levantamento das Demonstrações Contábeis foi feito através do site da ECT, onde
estão disponibilizadas para consulta. Mas, para tornar possível a Análise Dinâmica do Capital
de Giro, foi necessário fazer reclassificações no balanço patrimonial em Ativo e Passivo:
Financeiros, Cíclicos e Permanentes.
Para o cálculo dos indicadores, utilizou-se como fonte as fórmulas indicadas por Assaf
Neto (2010) e resumidamente apresentadas no Quadro 1.
Quadro 1: Fórmulas dos Indicadores Utilizados
INDICE/INDICADOR FORMULAÇÃO
Liquidez Corrente Ativo Circulante
Passivo Circulante
Liquidez Seca Ativo Circulante - Estoques - Despesas Antecipadas
Passivo Circulante
Liquidez Imediata Disponível
Passivo Circulante
Liquidez Geral Ativo Circulante + Realízável a Longo Prazo
Passivo Circulante + Passivo Não Circulante
Índice de Endividamento Passivo Circulante + Passivo Não Circulante
Patrimônio Líquido
Índice de Composição do
Endividamento
Passivo Circulante
Passivo Circulante + Passivo Não Circulante
Relação entre Capital de
Terceiros e Capital Próprio
Passivo Circulante + Passivo Não Circulante
Passivo Total
Imobilização dos Recursos
Permanentes
Ativo Não Circulante
Passivo Não Circulante + Patrimônio Líquido
Retorno Sobre o Ativo Lucro Operacional
Ativo Total - Lucro Líquido
Retorno Sobre o
Investimento
Lucro Operacional
Patrimônio Líquido + Passivo Oneroso
Retorno Sobre o Patrimônio
Líquido
Lucro Líquido
Patrimônio Líquido - Lucro Líquido
Capital Circulante Líquido Ativo Circulante - Passivo Circulante
Necessidade de
Investimento em Giro Ativo Cíclico - Passivo Cíclico
Necessidade Total de
Financiamento Permanente Ativo Permanente + Necessidade de Investimento em Giro
Saldo de Tesouraria Ativo Financeiro - Passivo Financeiro
24
Fonte: Assaf Neto (2010)
4 ANÁLISE DOS DADOS
Esta etapa do trabalho apresenta a análise descritiva dos dados obtidos através das
demonstrações financeiras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos extraídas do site da
própria empresa. Para melhor visualização e entendimento, a análise será subdividida por
segmento de indicadores da seguinte maneira: Indicadores de Liquidez; Índices de
Endividamento e Estrutura; Índices de Rentabilidade; e Análise Dinâmica do Capital de Giro.
4.1 Indicadores de Liquidez
A Tabela 1 evidencia os indicadores de liquidez (corrente, seca, imediata e geral). A
análise do Capital Circulante Líquido (CCL), apesar de ser um indicador de liquidez, será
apresentado junto à Análise Dinâmica do Capital de Giro.
Tabela 1: Indicadores de Liquidez
Índice Média σ 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004
ILC 1,17 0,16 1,19 1,16 1,05 1,08 1,04 1,04 1,56 1,28 1,15 1,12
ILS 1,14 0,16 1,17 1,14 1,03 1,06 1,02 1,02 1,54 1,22 1,10 1,07
ILI 0,57 0,17 0,44 0,58 0,44 0,48 0,36 0,52 0,97 0,65 0,66 0,60
ILG 1,31 0,17 1,31 1,42 1,37 1,58 1,43 1,39 1,31 1,15 1,07 1,03
σ: Desvio-Padrão
Fonte: Dados da Pesquisa (Elaboração do autor)
Um dos fatores que podem ocasionar problemas de solvência é o crescimento
desproporcional do passivo circulante frente ao ativo circulante. Ao analisar o ILC do
período, que é obtido através da relação entre ativo e passivo circulantes, percebeu-se uma
folga financeira média de 17%, ou seja, ao longo desses dez anos os Correios tiveram em
média R$ 1,17 de ativo circulante para cada R$ 1,00 passivo circulante. Atualmente a folga
encontra-se um pouco maior que a média, estando em 19%.
Com fórmula similar ao ILC, porém excluindo estoques e despesas antecipadas, ou
seja, levando-se em conta apenas os ativos circulantes de maior liquidez, o ILS apresentou
dados muito parecidos: a empresa apresenta em média 14% mais ativo circulante de fácil
conversão monetária do que dívida de curto prazo. A quase igualdade entre os dois índices é
causada pelos baixos valores despesas antecipadas e estoques que a empresa mantém, esse
25
fato é explicado pelo fato dos Correios ter como carro-chefe a prestação de serviços e não a
venda de produtos.
O ILI, que mede o quanto das dívidas de curto prazo a empresa seria capaz de pagar de
imediato, ou seja, utilizando-se somente das suas disponibilidades, apresentou um índice
médio de 0,57. Assim, no decorrer do período analisado, os Correios poderiam pagar em
média 57% de suas dívidas de curto prazo utilizando-se somente de suas disponibilidades
(caixa, bancos e aplicações financeiras). Este índice apresenta-se normalmente baixo por se
tratar de ativos de baixa rentabilidade que não são interessantes para empresa mantê-los em
grande quantidade.
Um fato a se atentar é que no ano de 2007 houve um crescimento anormal nos três
indicadores. De 2006 para 2007 houve um crescimento em torno de 60% no montante das
aplicações financeiras de liquidez imediata da empresa (de R$ 960 mi para R$ 1,52 bi),
responsável por causar esse outlier (valor atípico) nos dados. O desvio-padrão encontrado
para cada um dos indicadores de liquidez girou entre 0,16 e 0,17 fazendo com que apenas os
dados de 2007 desses três indicadores fossem considerados como outlier.
Apesar de ser um índice pouco específico por analisar vários prazos distintos em um
mesmo cálculo, o ILG mostra o quanto existe de ativo circulante e ativo realizável a longo
prazo proporcionalmente às suas dívidas, mostrando assim a capacidade da empresa de saldar
todos seus compromissos. Assim os dados de dez anos mostraram que para cada R$ 1 de
dívida os Correios apresentaram em média R$ 1,31 aplicados em ativos circulante e realizável
a longo prazo, índice que coincidiu com o momento atual da empresa (2013).
O Gráfico 1 apresenta como se deu o desenvolvimento dos indicadores supracitados e
traz consigo uma linha que mostra a tendência de comportamento de cada indicador, o que
pode permitir que a empresa defina estratégias para os próximos exercícios.
Gráfico 1: Análise de Tendência dos Indicadores de Liquidez
26
Fonte: Dados da Pesquisa (Elaboração do autor)
O indicador ILC não consta no gráfico por ter valores com pouca diferença e por
apresentar comportamento ao longo dos anos muito semelhante ao ILS. Por se tratar de um
índice mais específico que o ILC, o ILS foi escolhido pelo autor para facilitar a leitura do
gráfico sem sobreposição de dados.
Observa-se pelo gráfico que o ILS está relativamente constante ao longo dos anos.
Apesar de apresentar uma leve tendência de queda do índice nos dez anos, os últimos três
anos vêm apresentando uma crescente.
Como dito antes, o ILI apresenta a capacidade de pagar as dívidas com os ativos de
maior capacidade monetária e de menor rentabilidade para a empresa. Em 2007 os Correios
chegaram a ter em disponibilidades quantidade suficiente para liquidar quase todas as suas
dívidas de curto prazo (97% delas). Ao longo dos dez anos, a tendência de queda é evidente.
Mas provavelmente a empresa encontrou a quantidade ideal para seu negócio, pois analisando
de 2008 a 2013 tiveram pequenas oscilações que giraram em torno do índice 0,47.
Inversamente ao ILI, o ILG apresenta uma tendência de crescimento ao longo dos dez
anos analisados, que pode ter sido causado pela mudança na forma do investimento, pois
reduziram-se as disponibilidades e aumentou-se o realizável a longo prazo. Mas analisando
apenas os últimos três anos o ILG vem de uma relativa queda, causada pela redução das
aplicações financeiras de longo prazo e pelo aumento do passivo não circulante (“receitas
recebidas antecipadamente”, referentes ao contrato de correspondente bancário do Banco
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014
Indicadores de Liquidez
ILS ILI ILG
27
Postal com o Banco do Brasil que será reconhecido como resultado ao longo do contrato de
cinco anos iniciado em 2012).
4.2 Índices de Endividamento e Estrutura.
A Tabela 2 apresenta os resultados através dos índices de endividamento e estrutura
(índice de endividamento, composição do endividamento, relação entre capital de terceiros e
passivo total e imobilização dos recursos permanentes) anteriormente apresentados.
Tabela 2: Índices de Endividamento e Estrutura
Índice Média σ 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004
IE 1,37 0,22 1,69 1,53 1,73 1,10 1,17 1,19 1,20 1,37 1,42 1,26
ICE 0,55 0,07 0,51 0,49 0,46 0,60 0,50 0,57 0,56 0,54 0,67 0,64
RCTPT 0,57 0,04 0,63 0,60 0,63 0,52 0,54 0,54 0,55 0,58 0,59 0,56
IRP 0,92 0,07 0,91 0,93 0,98 0,96 0,98 0,98 0,76 0,87 0,90 0,93
σ: Desvio-Padrão
Fonte: Dados da Pesquisa (Elaboração do autor)
O IE é o índice que mostra quanto de capital de terceiros (CT) está investido na
empresa em relação ao capital próprio (CP). De 2005 a 2010 o índice apresentou uma relativa
queda chegando a este último ano a uma diferença muito pequena entre os capitais (10% a
mais de CT em relação ao CP). Já no ano de 2011, o IE apresentou-se bem atípico dos anos
anteriores, fato este motivado novamente pelo reconhecimento de “receitas recebidas
antecipadamente” referentes ao contrato de correspondente bancário do Banco Postal com o
Banco do Brasil.
Apresentando a maturidade entre o que se deve a curto e longo prazos a terceiros, o
ICE mostrou ao longo desses dez anos que os Correios têm mais dívidas com terceiros com
vencimentos de curto prazo. Pelo fato do financiamento de curto prazo ser mais barato do que
o de longo prazo e a empresa utilizar-se de uma quantidade ínfima de “Empréstimos e
Financiamento” que normalmente é a fonte de recurso mais cara, pode-se dizer que, no
tocante da maturidade de suas dívidas, os Correios apresentam uma situação confortável.
O RCT/PT, que mostra a origem dos recursos adquiridos pela empresa para se
financiar, apresentou uma média de 0,57 ao longo desses 10 anos. Isso significa dizer que,
historicamente, 57% dos ativos dos Correios foram obtidos através de recursos de terceiros.
Assim como o ILG e o IE, nos últimos três anos, o índice apresenta-se maior do que a média
histórica motivado pelo reconhecimento de “receitas recebidas antecipadamente”.
28
Como visto anteriormente e tido como ideal por muitos autores, o IRP apresentou
média de 0,92. Isso significa dizer que em média os Correios têm financiado 100% do seu
ativo não circulante com financiamento de mesma natureza (permanente). Essa situação é tida
como ideal por sobrar, nesse caso, 8% de recursos de longo prazo que estão investidos no
circulante da empresa, ou seja, em capital de giro, representando uma folga financeira e,
consequentemente, menor risco. A tendência deste índice apresenta-se relativamente estável
ao longo dos anos, como pode ser observado no Gráfico 2.
O Gráfico 2 mostra como se deu o desenvolvimento dos índices de endividamento e
estrutura analisados anteriormente e apresenta a linha de tendência de comportamento de cada
índice.
Gráfico 2: Análise de Tendência dos Índices de Endividamento e Estrutura
Fonte: Dados da Pesquisa (Elaboração do autor)
Apesar de ser uma empresa de capital 100% público, o gráfico acima mostra que nos
últimos anos cresceu a dependência financeira por capital de terceiros, ou seja, o IE dos
Correios apresenta uma tendência de crescimento e futuramente pode ser necessário rever seu
planejamento financeiro.
Inversamente ao que acontece com o IE, mas de forma bem mais discreta, o ICE
apresenta uma leve tendência de queda mostrando que a empresa tem se utilizado cada vez
menos de capital de terceiros de curto prazo. Numa forma geral de financiamento, a linha de
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014
Índices de Endividamento e Estrutura
IE ICE RCTPT IRP
29
tendência mostra que cresceu levemente a necessidade por capital de terceiros em comparação
ao seu capital próprio para financiar seus ativos (RCT/PT).
4.3 Índices de Rentabilidade
Como visto anteriormente, o lucro alcançado por uma empresa não consegue expressar
o quanto de retorno foi gerado pelo que se investiu. A Tabela 3 foi criada para apresentar, ano
a ano do período analisado, qual foi esse retorno gerado pelo que está investido no ativo
(ROA), pelo que foi investido pelos credores (ROI) e pelo que foi investido pelos acionistas
(no caso dos Correios, pelo Governo) em termos econômicos e não financeiro.
Tabela 3: Índice de Rentabilidade
Índice Média σ 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004
ROA 10,0% 6,1% 1,2% 4,6% 9,3% 12,3% 4,1% 17,0% 21,1% 6,9% 11,0% 12,2%
ROI 19,4% 10,7% 3,0% 10,3% 23,0% 23,1% 8,4% 31,0% 37,9% 13,6% 21,6% 21,8%
ROE 24,6% 12,0% 9,7% 36,8% 30,0% 24,3% 3,9% 34,8% 40,9% 27,9% 21,3% 16,3%
σ: Desvio-Padrão
Fonte: Dados da Pesquisa (Elaboração do Autor)
Os ativos da empresa apresentaram seus melhores retornos econômicos nos anos de
2007 e 2008 onde atingiram 21,1% e 17%, respectivamente. De 2010 aos dias atuais, a
situação é preocupante. Os ativos dos Correios que chegaram a atingir índice médio de 10%
no período analisado, estão com uma forte tendência de queda como pode ser visto no Gráfico
3 a seguir. A situação atual é justamente a que inspira mais atenção. Com um índice de
retorno de 1,2%, fora inclusive da faixa de desvio aceitável, mostra que não há muita
eficiência dos investimentos realizados no ativo.
Semelhante ao comportamento do ROA, o retorno sobre os investimentos (ROI)
apresenta uma forte tendência de queda, isso mostra que os recursos levantados pela empresa
para financiar suas atividades estão rendendo cada vez menos. O índice apresenta retorno
médio de 19,4%. Em 2007 esses recursos renderam a empresa 37,9% e atualmente estão
dando retorno de apenas 3%. Assim, atualmente, os Correios podem estar adiquirindo
recursos onde o seu retorno não consegue cubrir o custo para obtê-los.
Diferentemente do que aconteceu com os índices anteriores, a tendência ao longo do
período do índice que mede o retorno sobre o patrimônio líquido está relativamente estável.
Situação, esta, que contrasta com os números em si, ano a ano, com fortes altos e baixos.
30
O capital investido pelo Governo que em 2007 apresentou retorno de 40,9%, dois anos
depois apresentou retorno de 3,9%. Pouco depois, em 2012, o que estava investido apresentou
ROE de 36,8% e um ano após, em 2013, 9,7%. Apesar de ter um ROE médio de 24,6%, o que
tem acontecido em contância é a instabilidade de resultados comprovada pelo desvio-padrão
do indicador dos quatros anos acima indicados, estando-os fora do padrão aceitável da
amostra.
Gráfico 3: Análise de Tendência dos Índices de Rentabilidade
Fonte: Dados da Pesquisa (Elaboração do autor)
4.4 Indicadores da Análise Dinâmica do Capital de Giro
Muito comumente analisado junto aos indicadores de liquidez devido ao confronto
entre o que se tem e o que se deve a curto prazo (elementos de giro), foi preferido fazer a
análise do Capital Circulante Líquido junto aos indicadores da análise dinâmica do capital de
giro justamente por ter elementos com características de giro e por haver uma relação
para/com os outros indicadores da própria análise dinâmica (necessidade de investimento em
giro, necessidade total de financiamento permanente e saldo de tesouraria).
Conforme Assaf Neto (2010), a Tabela 4 traz os dados reclassificados do Balanço
Patrimonial que servem de base para os cálculos dos indicadores da Análise Dinâmica do
Capital de Giro inclusos na Tabela 5.
Tabela 4: Reclassificação das Contas do Balanço Patrimonial (em milhões de reais)
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
45,0%
2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014
Índices de Rentabilidade
ROA ROI ROE
31
2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004
Ativo Financeiro 1402,8 1775,0 1317,2 1342,2 671,6 1098,3 1837,0 1165,1 1420,8 1097,1
Ativo Cíclico 2356,2 1795,2 1848,2 1648,1 1268,2 1071,1 1125,6 1111,4 1050,9 965,0
Ativo Permanente 6159,0 6883,6 7280,8 5783,0 4927,5 4625,5 3320,3 3452,8 2989,3 3060,7
Passivo Financeiro 234,6 208,1 634,7 851,8 325,8 428,7 443,3 196,5 562,2 273,7
Passivo Cíclico 2923,7 2869,9 2387,9 1917,5 1535,3 1664,0 1459,2 1586,0 1592,2 1565,3
Passivo Permanente 6759,7 7375,8 7438,2 6004,0 5006,3 4702,2 4380,4 3946,8 3306,6 3283,8
Fonte: Dados da Pesquisa (Elaboração do autor)
Tabela 5: Indicadores da Análise Dinâmica do Capital de Giro (em milhões de reais)
Indicador Média σ 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004
CCL 370,7 303,5 600,7 492,2 142,8 221,1 78,8 76,7 1060,1 494,1 317,3 223,1
NIG -526,1 232,3 -567,5 -1074,7 -539,7 -269,4 -267,1 -592,9 -333,6 -474,6 -541,2 -600,3
NTFP 4322,1 1558,5 5591,5 5808,9 6741,1 5513,6 4660,4 4032,6 2986,7 2978,2 2448,1 2460,3
SD 897,7 386,8 1168,2 1566,9 682,5 490,4 345,9 669,6 1393,7 968,6 858,6 832,4
σ: Desvio-Padrão
Fonte: Dados da Pesquisa (Elaboração do autor)
Muito desejado por uns gestores e minimizado por outros, o CCL mede a capacidade
de pagamento das dívidas de curto prazo utilizando-se somente do ativo circulante como fonte
pagadora, ou seja, mede a folga financeira da empresa. Os Correios apresentaram sua maior e
menor folga financeiro, respectivamente, em 2007 e 2008. A maior folga ocorreu pelo forte
incremento nas aplicações financeiras de curto prazo e a menor folga foi ocasionada pelo
aumento de 10% do passivo circulante e redução de quase 30% do ativo circulante do mesmo
período, causado pelas fortes reduções nas mesmas aplicações financeiras (40%) e na conta
Bancos (90%). A empresa, nesses dez anos analisados, apresentou folga financeira média de
R$ 370,7 milhões e atualmente ultrapassa a faixa dos R$ 600 milhões. Essa folga pode ser
interessante a curto prazo por garantir a saúde financeira da empresa, mas como no ativo
circulante estão os investimentos de menores rentabilidades seria conveniente para os
Correios fazer um novo planejamento financeiro com foco no longo prazo que é onde se
encontram as maiores oportunidades de rentabilidade.
Similarmente ao CCL, os Correios mostraram-se uma empresa com muito mais
financiamentos do que investimentos operacionais através da sua NIG negativa, denotando
uma sobra de recursos para aplicação no mercado financeiro ou para investimentos em suas
atividades. Historicamente, pelo que pode ser visto na Tabela 5, apesar de altos e baixos
encontrados, a empresa não tem aproveitado essas folgas (vistas tanto no CCL como na NIG)
para fazer maiores e melhores investimentos. Com a NIG negativa média (e atual)
ultrapassando os R$ 500 milhões significa dizer que há esse valor em disponível de
32
financiamento que poderia estar investido em algo mais rentável, tais como mercado
financeiro, melhorias na infraestrutura e transporte (imobilizado), tecnologia da informação
etc.
O Gráfico 4, mostra a dispersão dos dados dos indicadores da análise dinâmica do
capital de giro onde é possível observar que, apesar dos pequenos altos e baixos, tanto CCL
como NIG apresentam-se constantes em suas linhas de tendência.
Não diferente dos dois indicadores anteriores, a empresa apresentou um grande
margem de segurança financeira média de, aproximadamente, R$ 900 milhões. Atualmente,
os Correios apresentam uma capacidade interna de financiar um crescimento de atividade
operacional superior a R$ 1,1 bilhão, ou seja, a empresa tem a disposição esse valor que
poderia ser utilizado no mercado financeiro ou em um auto-investimento, por exemplo.
Gráfico 4: Análise de Tendência dos Indicadores da Análise Dinâmica do Capital de Giro
Fonte: Dados da Pesquisa (Elaboração do autor)
Apresentando comportamento avesso dos três últimos indicadores onde se mostraram
estáveis em suas tendências, a NTFP está numa forte tendência de crescimento, apesar dos
decréscimos numéricos dos últimos dois anos. Isso significa dizer que, ao longo desses dez
anos, a empresa está necessitando cada vez mais de recursos de longo prazo (passivo
permanente) para financiar suas atividades, investimentos em capital de giro e ativo não
circulante e estabelecer seu equilíbrio financeiro. Sua necessidade média está na casa do R$
-2000
-1000
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014
Cen
tenas
de
Mil
har
es d
e R
eais
Indicadores da Análise Dinâmica
do Capital de Giro
CCL NIG NTFP T
33
4,3 bilhões ao longo desses dez anos, mas atualmente os Correios necessitam de 5,6 bilhões
em financiamento permanente para manter suas atividades.
Assim, os Correios se encontram na situação onde o CCL > 0 e NIG < 0, sendo CCL >
NIG, implicando em T > 0. Isso mostra que a empresa está numa situação financeira tida
como muito boa e de menor risco, conforme Assaf Neto (2010) e Braga et. al (2004) Mas,
como visto anteriormente, pode não significar uma condição desejável, pois a empresa pode
estar fazendo um mau aproveitamento das oportunidades de investimentos disponíveis, por
exemplo, ou pode estar faltando uma estratégia dinâmica de investimentos para otimizar todo
o potencial financeiro que a empresa possui.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Análise das Demonstrações Contábeis constitui ferramenta fundamental para o
processo de tomada de decisões pelos mais diversos usuários da Contabilidade (acionistas,
investidores, credores e governo, principalmente). O presente estudo realizou uma Análise
Econômico-financeira das Demonstrações Contábeis da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos visando entender como se deu o desempenho nos últimos 10 anos, tomando por
base suas demonstrações contábeis que foram traduzidas em indicadores de desempenho e
mostrou com se deu o desenvolvimento da empresa no período de 2004 a 2013.
A fundamentação teórica permitiu o conhecimento de como a Contabilidade é
importante para o processo de tomada de decisões, bem como o prévio conhecimento dos
indicadores de desempenho mais utilizados nesse processo. Para melhor entendimento, os
dados calculados foram apresentados em formas de tabelas e gráficos.
A análise permitiu observar que os Correios apresentaram boa saúde financeira, com
boa capacidade de saldar suas dívidas. Apesar de ser uma empresa de capital 100% da União,
utiliza-se menos capital próprio do que de terceiros, sendo este em sua maioria de curto prazo.
Todo o ativo não circulante é lastreado por financiamento de mesma natureza, o que faz com
se obtenha uma situação tida como ideal que é financiar o giro da empresa com recurso de
longo prazo.
Apesar de o ROE apresentar uma tendência constante ao longo dos anos, foi percebido
uma forte instabilidade com altos e baixos que se repetiram nos dez anos analisados. Isso
pode ser explicado pelo motivo das empresas públicas não terem como objetivo principal o
lucro e sim prestar um serviço estratégico e essencial ao país. Já o ROA mostrou que é cada
34
vez menos eficiente a forma como os ativos estão sendo utilizados, apresentando uma
considerável tendência de queda. O ROI também apresentou situação que inspira cuidados,
pois os recursos levantados pela empresa para se financiar então rendendo cada vez menos,
podendo seus custos estarem mais altos que seus retornos.
No tocante da análise dinâmica do capital de giro, foi entendido que a empresa
encontra-se numa zona de conforto financeiro e baixo risco, o que dependendo do ponto de
vista pode ser considerado uma situação não muito boa, pois essa folga financeira extensa
poderia estar sendo utilizada em um investimento mais rentável, tais como mercado
financeiro, melhorias na infraestrutura e transporte (imobilizado), tecnologia da informação
etc., ou seja, a empresa pode estar perdendo oportunidades de investimentos por possíveis
falhas na sua gestão financeira.
As informações apresentadas são úteis à tomada de decisão para diversos usuários e
para esclarecimento aos funcionários e clientes sobre a situação econômico-financeira da
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, o que pode esclarecer muitos pontos
contraditórios e especulativos divulgados atualmente na mídia sobre a empresa após os
escândalos de corrupção investigados.
Para futuros trabalhos recomenda-se como complemento a este, a análise de
indicadores de desempenho da Demonstração do Valor Adicionado e da Demonstração dos
Fluxos de caixa, ou para uma análise mais aprofundada que se utilize um número maior de
índices, bem como um maior intervalo de tempo.
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