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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA CURSO DE ODONTOLOGIA DORNELLYS HALLAN BESSA CAVALCANTE INFLUENCIA DA FREQÜÊNCIA DE INGESTÃO DE CAFÉ NA COR DOS DENTES DURANTE O CLAREAMENTO COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO A 35% NATAL/RN 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

CURSO DE ODONTOLOGIA

DORNELLYS HALLAN BESSA CAVALCANTE

INFLUENCIA DA FREQÜÊNCIA DE INGESTÃO DE CAFÉ NA COR DOS DENTES

DURANTE O CLAREAMENTO COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO A 35%

NATAL/RN

2015

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Cavalcante, Dornellys Hallan Bessa.

Influencia da frequência de ingestão de café na cor dos dentes durante o clare-

amento com peróxido de hidrogênio a 35% / Darnellys Hallan Bessa Cavalcante. –

Natal, RN, 2015.

52 f.

Orientador: Prof. Dr. Alex Jose Souza dos Santos.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade

Federal do rio Grande Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Odon-

tologia.

1. Clareamento dental – Monografia. 2. Café – Monografia. 3. Peróxido de hi-

drogênio – Monografia. I. Santos, Alex Jose Souza dos. II. Título.

RN/UF/BSO Black D25

Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia

Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.

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DORNELLYS HALLAN BESSA CAVALCANTE

INFLUENCIA DA FREQÜÊNCIA DE INGESTÃO DE CAFÉ NA COR DOS DENTES

DURANTE O CLAREAMENTO COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO A 35%

Trabalho apresentado no curso de graduação

em Odontologia da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte como requisito para con-

clusão da disciplina de Trabalho de Conclusão

de Curso II.

Orientador: Prof. Dr. Alex Jose Souza dos San-

tos

NATAL/RN

2015

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DORNELLYS HALLAN BESSA CAVALCANTE

INFLUENCIA DA FREQÜÊNCIA DE INGESTÃO DE CAFÉ NA COR DOS

DENTES DURANTE O CLAREAMENTO COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO

A 35%

Trabalho apresentado no curso de graduação em Odon-

tologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

como requisito para conclusão da disciplina de Trabalho

de Conclusão de Curso II.

Aprovado em: ___/___/___.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Alex Jose Souza dos Santos

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Orientador

__________________________________________________________________________

Prof. Dra. Isauremi Vieira de Assunção

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro

Prof. Dr. Boniek Castillo Dutra Borges

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro

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AGRADECIMENTOS

A Deus,

Por ter me abençoado e me guiado por toda minha trajetória, me mostrando

os bons caminhos e aberto todas as portas para mim.

A minha família,

Ao meu pai, João Bosco Bessa, e minha mãe, Aldeniza de Bessa Cavalcante,

pelo amor incondicional, apoio e pela dedicação sempre prestada aos seus filhos.

Obrigado meus pais por serem meu alicerce, meu porto seguro e o meu exemplo de

vida.

Ao meu irmão, Danillo Herísson de Bessa Cavalcante, por sempre esta comi-

go durante toda essa caminhada, me apoiando durante as dificuldades. Orgulha-me

muito telo como irmão.

A minha irmã, Danielly Hallany de Bessa Cavalcante, pela preocupação, pelo

apoio, por esta sempre me aconselhando e ser essa pessoa especial.

A minha cunhada, Francisca Rafaelly Pereira Bessa e a sua família, por todo

apoio que me foi dado durante esse período. Muito obrigado por tudo.

Aos amigos,

A Jaildson Cavalcanti, pelo apoio e por toda ajuda que me foi dada durante o

desenvolvimento desse trabalho.

A Raphael Fontanela, pelo apoio que me foi dado durante o desenvolvimento

desse trabalho.

Ao meu orientador, Alex Jose Souza dos Santos, que me proporcionou um

tema tão inovador e por me ajudar no desenvolvimento do mesmo.

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RESUMO

Um dos grandes inconvenientes da técnica clareadora para os pacientes tem

sido as restrições alimentares, no que tange os alimentos corantes. Café, chá preto,

vinho tinto, refrigerantes a base de cola e achocolatados são bebidas com alto po-

tencial de pigmentação do esmalte durante e após o clareamento dental. Tem sido

relatado, em estudo in vitro, que dentes expostos a uma solução corante durante o

tratamento clareador resultam em um efeito clareador menos estável. O presente

estudo teve como objetivo avaliar a influência da freqüência de ingestão de café na

cor dos dentes durante o clareamento com peróxido de hidrogênio a 35% e quantifi-

car as alterações de cor através do espectrofotômetro easyshade durante as ses-

sões de clareamento dentário em diferentes freqüências de ingestão de café, dando

subsídios para um correto diagnóstico e planejamento o que determinara um melhor

prognóstico.

Palavras-chaves: clareamento; pigmentação; café.

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ABSTRACT

. One of the major drawbacks of whitening technique for patients has been the

dietary restrictions regarding the food dyes. Coffee, black tea, red wine, soft drinks

cola and chocolate drinks are beverages with high enamel pigmentation potential

during and after tooth whitening. It has been reported from in vitro studies that the

teeth exposed to a dye solution during the bleaching result in a less stable bleaching

effect. This study aimed to evaluate the effect of coffee intake frequency in the color

of teeth during bleaching with hydrogen peroxide at 35% and quantify color changes

through the Easyshade spectrophotometer during tooth whitening sessions at differ-

ent frequencies intake coffee, giving subsidies for a correct diagnosis and planning

which had determined a better prognosis.

Key-words: whitening; pigmentation; coffee.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Organização do sistema CIE Lab ...................................................... 17

Figura 2: Seccionamento das coroas.................................................................26

Figura 3: posicionamento sobre uma lâmina de cera 7................................... 27

Figura 4: inclusão em resina ortoftálica ........................................................... 27

Figura 5: Amostra inclusa em resina ortoftálica............................................... 27

Figura 6: Matriz de silicona..............................................................................30

Figura 7: Medição inicial e determinação da cor ............................................. 30

Figura 8: Evolução dos valores de luminosidade ∆L em função das sessões de cla-

reamento...................................................................................................... 35

Figura 9: Evolução dos valores de luminosidade ∆a em função das sessões de cla-

reamento...................................................................................................... 36

Figura 10: Evolução dos valores de luminosidade ∆bem função das sessões de cla-

reamento...................................................................................................... 37

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Delineamento experimental........................................................... 25

Quadro 2: Critérios utilizados para seleção dos dentes bovinos................... 26

Quadro 3: Distribuição das amostras ............................................................ 31

Quadro 4. Composição da solução remineralizante (pH = 7,0) .................... 32

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................11

2. OBJETIVOS .........................................................................................................13

3. REVISÃO DE LITERATURA ...............................................................................14

3.1 ETIOLOGIA DAS ALTERAÇÕES DE COR DOS ELEMENTOS DENTAIS .......14

3.2 COR E ESPAÇO..................................................................................................16

3.2.1. PROPRIEDADES ÓPTICAS DOS DENTES ....................................17

3.2.2. MEDIÇÃO DA COR DO DENTE .......................................................18

3.2.3. DISTRIBUIÇÃO DA COR DO DENTE ..............................................19

3.2.4. PERCEPÇÃO DE CORES E APARÊNCIA DOS DENTES ..............19

3.3 CLAREAMENTO DENTAL ..................................................................................20

3.4 MECANISMO DE AÇÃO......................................................................................21

4. MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................25

4.1. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ..................................................................25

4.2 SELEÇÃO E PREPARO DE AMOSTRAS ..........................................................25

4.3 PREPARO DAS AMOSTRAS .............................................................................26

4.3.1. SECCIONAMENTO ...................................................................................26

4.3.2. INCLUSÃO DAS COROAS BOVINAS ......................................................26

4.4 MEDIÇÃO INICIAL: DETERMINAÇÃO DA COR ...............................................28

4.5 DIVISÃO DOS GRUPOS ....................................................................................30

4.6 PROTOCOLO CLAREADOR .............................................................................31

4.7 PROTOCOLO DE PIGMENTAÇÃO ..................................................................32

4.8 MEDIÇÕES: MOMENTOS DE DETERMINAÇÃO DE COR .............................33

4.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA .....................................................................................33

5. RESULTADOS ......................................................................................................34

6. DISCUSSÃO .........................................................................................................38

7. CONCLUSÕES......................................................................................................42

8. REFERÊNCIAS......................................................................................................43

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1. INTRODUÇÃO

Nas duas últimas décadas, a aparência dos dentes tem sido de grande importân-

cia para pacientes e dentistas. O clareamento passou a ser o tratamento estético

mais comumente realizado em adultos e sua popularidade pode ser facilmente expli-

cada. Isso se deve ao fato de que o clareamento, quando realizado atendendo todas

às exigências da técnica, é o tratamento mais simples, menos invasivo e menos

oneroso para devolver a harmonia de cor em dentes vitalizados e desvitalizados ou

eliminar eventuais manchas (TÉO et al., 2010).

Apesar de sua popularidade, tem se discutido que as técnicas podem promover,

em estudos in vitro, alterações da micromorfologia superficial dos tecidos dentários

que seriam responsáveis por alterações na rugosidade superficial do esmalte altera-

do (ANARAKI et al., 2014). Caso essas alterações ocorram, sobretudo com relação

ao aumento da rugosidade superficial, haverá uma facilidade de manchamento e

pigmentação dentaria nos períodos durante e após o clareamento, com a ingestão

de alimentos com alto teor de pigmentação extrínseca.

Por outro lado, tem sido relatado que agentes clareadores só provocam altera-

ções na rugosidade quando combinados com uso de dentifrícios abrasivos (OZKAN

et al., 2013). Estudos in vitro também suportam que o clareamento, mesmo quando

realizado por agentes clareadores de altas concentrações e por repedidas vezes,

não é capaz de produzir alterações permanentes na superfície do esmalte (CADE-

NARO et al.,2010), pois a saliva humana poderia ser capaz de eliminar os efeitos da

desmineralização .

Um dos grandes inconvenientes da técnica clareadora para os pacientes tem si-

do as restrições alimentares, no que tange aos alimentos corantes. Café, chá preto,

vinho tinto, refrigerantes a base de cola e achocolatados são bebidas com alto po-

tencial de pigmentação do esmalte durante e após o clareamento dental (TÉO et al,

2010). Tem sido relatado, em estudo in vitro, que dentes expostos a solução corante

durante o tratamento clareador resultam em um efeito clareador menos estável (AT-

TIA et al.,2009). Nas orientações dadas ao paciente, o profissional deve alertar

quanto à restrição temporária durante e após o clareamento. Entretanto, ainda não

há um consenso sobre o momento certo e seguro da retomada desses alimentos,

bem como de sua freqüência de consumo, capazes de prejudicar a eficácia clarea-

dora.

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O ideal seria que a ingestão das substancias corantes, durante ou após o clare-

amento, não interferissem na eficácia dos agentes clareadores. Essa restrição se

constitui em um problema para alguns pacientes que fazem uso continuo de certas

substâncias, como o café por exemplo. Os consumidores habituais de café possuem

geralmente uma alta frequência de ingestão diária da bebida. A cafeína presente no

café é uma substância que estimula o sistema nervoso central e pode levar a de-

pendência com o uso contínuo. Uma certa apreensão é gerada no consumidor habi-

tual quando orientado sobre sua restrição durante e após o tratamento clareador,

pois a abstinência de café geralmente causa desconfortos, como dores de cabeça,

náuseas, vômitos, sonolência entre outros (SANTOS,2013).

Em função disso o propósito desse estudo in vitro foi avaliar a influência do con-

sumo de café sobre a eficácia clareadora de um gel a base de peróxido de hidrogê-

nio a 35%. A hipótese nula é que o uso de café durante o tratamento clareador não

interfere na eficácia clareadora na técnica de consultório, independente da frequên-

cia de consumo.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVOS GERAIS

Avaliar a influencia da frequência de ingestão de café sobre a eficácia clarea-

dora do peróxido de hidrogênio a 35%.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar as alterações de cor através do espectrofotômetro após as 3 sessões de

clareamento com peróxido de hidrogênio a 35%;

Avaliar a influência da frequência de ingestão do café (1 e 4 doses) sobre a efi-

cácia clareadora. Após o tratamento clareador. E cada sessão clareadora.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Etiologia das alterações de cor

Devido a variedades de técnicas disponíveis para o clareamento de dentes

polpados e despolpados é de suma importância que o profissional saiba diagnosticar

adequadamente essas alterações de cor, para indicar o melhor procedimento a ser

utilizado ou até mesmo a associação de uma ou mais técnicas. O resultado do ade-

quado diagnóstico e planejamento determinará um melhor prognóstico, com econo-

mia de estrutura dental e estética.

A pigmentação dental pode ser dividida entre pigmentação dental extrínseca e

intrínseca. A primeira pode ser decorrente de pigmentos presentes em alimentos e

bebidas, principalmente no chá preto, café, vinho tinto e balas, bactérias cromogêni-

cas capazes de produzir pigmentação marrom, preta ou verde, todas as formas de

tabaco, produtos químicos, estes se depositam sobre a superfície dental e película

adquirida, e pode ser removida simplesmente através de profilaxia profissional e

manutenção de higiene oral adequada e redução do uso desses agentes pigmentan-

tes (BARATIERI et al., 2003).

Já na segunda, pigmentação dental intrínseca, os pigmentos são incorpora-

dos pela estrutura dental e podem ocorrer de acordo com o período de erupção den-

tal, sendo manchas pré-eruptivas (mancha por tetraciclina, fluorosedental, amelogê-

nese e dentinogênese imperfeitas) e pós-eruptivas (manchas por iatrogenias, por

envelhecimento, decorrentes de traumatismos e por minoxilina).

Sua localização e severidade estão diretamente relacionadas com o tempo

em que estas substancias entraram em contato com os tecidos dentais em forma-

ção. Pode ocorrer raramente, também, pigmentação por tetraciclina em adultos de-

vido ao permanente estado de desmineralização e remineralização do esmalte (BA-

RATIERI et al., 2003).

A fluorose dental é um tipo de hipoplasia do esmalte que ocorre durante a

formação e calcificação do esmalte decíduo ou permanente, portanto, do quarto mês

de gestação a oito anos de idade. Pode apresentar na estrutura dental de manifes-

tações subclínicas, manchamento irregular branco opaco a manchamento marrom

acastanhado bastante pronunciado, apresentam-se na forma simétrica, pois grupos

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dentais são formados na mesma época. Pode apresentar depressões no esmalte

nos casos de fluorose severa. O valor de 0,07 mg F/dia/kg de peso corporal é o limi-

te em termos de fluorose clinicamente aceitável (BARATIERI et al., 2003).Haywood,

em 1993, relatou que dentes manchados por fluorose de tonalidade marrom respon-

dem bem ao clareamento, já as manchas brancas da fluorose não sofrem alteração.

O manchamento dental por tetraciclina ocorre também na época de formação

dental. As moléculas de tetraciclina são incorporadas ao esmalte e, principalmente,

a dentina durante a calcificação dos dentes. 0 grau de pigmentação dos dentes de-

correntes da ingestão de tetraciclina é variável, dependendo do tempo de tratamen-

to, dosagem, tipo da droga, via de administração e época do tratamento.

3.2. COR E ESPAÇO

O fenômeno da cor é uma resposta psicofísica à interação física de energia

luminosa com um objeto, e a experiência subjetiva de um observador individual.

Dessa forma três fatores podem influenciar na percepção da cor. A fonte de luz pode

emitir energia radiante com vários comprimentos de onda, sendo que alguns deles

estão dentro do espectro visível. A fonte luminosa que ilumina um objeto afeta a per-

cepção das cores, visto que as fontes contêm quantidades variáveis de cada um dos

comprimentos de onda visíveis da luz.

A transmissão do espectro de um objeto caracteriza a composição da cor do

objeto. Este espectro transmitido do objeto pode ser representado graficamente, nos

fornecendo uma maneira de quantificar a cor numericamente. Como objetos variam

em cor, assim também os gráficos que descrevem a energia que foi absorvida ou

refletida, por exemplo, um objeto vermelho parece vermelho principalmente porque

reflete comprimentos de onda vermelhos mais do que verde ou azul.

O sistema visual dos olhos e o cérebro do observador têm a percepção da

cor vermelha. Um grande problema, muitas vezes surge quando se tenta comunicar

as cores para outras pessoas. Para este fim um grande número de escalas de cor

tem sido desenvolvido. A cor pode ser descrita de acordo com o espaço de cor em

termos de matiz, valor ou luminosidade e croma. Matiz é o atributo da cor que permi-

te distinguir-se de diferentes famílias de cores, por exemplo, vermelhos, azuis e ver-

des. Valor indica a leveza de uma cor que vai do preto puro ao branco puro e todas

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as escalas de cinzas entre elas. Croma é o grau de saturação de cor e descreve a

força, a intensidade ou vivacidade da cor.

O sistema CIE Lab de escala de cores desenvolvido pela Comissão Internaci-

onal de L'Éclairage (CIE) uma organização dedicada à normatização em áreas como

a cor e aparência, o CIE Lab baseia-se na percepção de cores baseada em três re-

ceptores diferentes de cores (vermelho, verde e azul). Neste espaço de cor tridimen-

sional os três eixos são L *, a * e b * (Fig. 1). O L* representam o valor de uma

cor,indo do preto perfeito (L * igual a zero) até o branco perfeito (L * igual a 100). O

valora* é a medida para cor vermelha, sendo que seu tom vermelho corresponde a

um valor positivo de a*, enquanto seu tom verde corresponde a um valor negativo de

a*.O valor b* é uma medida para cor amarela (b* positivo para tons amarelos) ou

azul (b* negativo). Quanto mais próximos de zero, mais próximos de serem tons

neutros (branco ou cinzas).

Figura 1: Organização do sistema CIE Lab.

3.2.1Propriedades ópticas dos dentes

A cor de um dente é determinada por uma combinação das suas proprieda-

des ópticas. Quando a luz encontra um dente, quatro fenômenos associados com as

interações entre o dente e a luz podem ser descritos: 1) Transmissão especular da

luz através do dente; 2) Reflexão especular da superfície; 3)Reflexão difusa da su-

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perfície e; 4) Absorção e difusão da luz dentro de tecidos dentinários. A propagação

da luz pelos tecidos dentários humanos foi medida e concluíram que no esmalte os

cristais de hidroxiapatita contribuem significativamente para a dispersão da

luz,enquanto que na dentina a idéia é de que os túbulos são predominantemente

responsáveis pela dispersão.Ten Bosch (1995) em seu estudo demonstrou que a cor

do dente é determinada fundamentalmente pela cor da dentina, enquanto que o es-

malte contribui menos na cor final.

3.2.2 Medição da cor do dente

Muitos métodos são utilizados para avaliar a cor dos dentes, desde compara-

ções visuais com auxilio de escalas de papel, cerâmicas ou resinas até instrumentos

de medição como espectrofotômetros, colorímetros e técnicas de analise de ima-

gens, porém o método mais frequentemente aplicado em odontologia são as escala

de cores, que sofrem influencia das condições de luminosidade do local, das condi-

ções externas de luz, experiência clínica, da idade e fadiga do olho humano e de

variáveis fisiológicas, como o daltonismo. Apesar destas limitações, o olho humano é

muito eficiente em detectar até pequenas diferenças de cor entre os dois objetos.

Em geral, a cor base de um dente é representada pelo seu terço médio, devido a

variação de cores da região cervical que tem influência da cor da gengiva e da inci-

sal/oclusal devido a sua translucidez.

Greenwall, em seu artigo de 2001, recomendou que se organizasse a escala

de cores pelo valor que deve ser o primeiro componente a ser observado na escolha

da cor e em seguida vêm as variações de matiz e croma. Embora escalas de cores

para próteses comumente sirvam como parâmetro, várias desvantagens têm sido

descritas, como o número de tonalidades de cores na escala inadequado, não

abrange completamente as cores dos dentes naturais, há lacunas entre determina-

das cores, os resultados não podem ser transformados para o sistema CIE Lab e

nenhuma das escalas comercialmente disponíveis são idênticas.

Instrumentos como espectrofotômetros e colorímetros têm sido utilizados em

pesquisas científicas para a medição da cor de um grande número de materiais e

substratos. Colorímetros são muito usados em pesquisas clínicas e oferecem resul-

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tados nos valores x,y,z que podem ser transformados em CIE Lab. As desvantagens

do seu uso são o fato dele ter sido desenvolvido para medir superfícies planas e su-

as tendência ao erro quando expostos em bordas. Outra maneira de se medir a cor

dos dentes e a analise de fotografias digitais através de softwares específicos para

valores em CIE Lab (GERLACH, 2000 e 2002).

3.2.3 Distribuição de cor do dente

Em geral, os dentes anteriores superiores são um pouco mais amarelos do

que os dentes anteriores inferiores, e os incisivos centrais superiores tem maior valor

do que os incisivos laterais e caninos e não há diferenças significativas na cor do

dente entrehomens e mulheres. Em geral, os dentes tendem a tornam-se mais escu-

ros e mais amarelos com a idade devido ao aumento da dentina secundária e o au-

mento em vermelho da borda incisal devido ao desgaste (MORLEY, 1997 e HASE-

GAWA, 2000).

3.2.4. Percepção de cores e aparência dos dentes

Na odontologia contemporânea, as necessidades dos pacientes a aparência

dos dentes está relacionada a fatores culturais e a preferências individuais, ou seja,

a percepção do espectador de uma experiência visual pode ser agradável ou desa-

gradável, e que é considerado "belo" em uma cultura pode ser "feio" em outra (VAL-

LITTU, 1997). Na estética facial são os olhos e a boca os mais importantes e a regi-

ão oral desempenha um papel importante, pois é extremamente notada pela socie-

dade, por exemplo, a má higiene bucal e os dentes feios são notados por outras

pessoas. Além disso, a percepção dos dentes claros, saudáveis e atraentes sofre

influência da cor dos lábios e gengivas adjacentes (RENO,2000).

Além do seu valor, matiz e croma, existem outras propriedades ópticas

secundários como a translucidez, opacidade, brilho superficial e fluorescência afe-

tam a aparência geral do dente. Translucidez e opacidade são consideradas as

mais importantes destas propriedades secundárias, uma vez que são uma indicação

da qualidade e quantidade da reflexão da luz (WINTER, 1993).

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento experimental do estudo encontra-se descrito no quadro 1.

FATOR DE ESTUDO

Frequência de exposição ao corante

1x/dia

4x/dia

Sessões de clareamento

1ª sessão

2ª sessão

3ª sessão

UNIDADES EXPE-RIMENTAIS

30 coroas de dentes bovinos incluídas em resina ortoftá-lica

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VARIAVEL DE RES-POSTA

Eficácia clareadora medida pelo ∆E, *L, *a e *b.

Quadro 1: delineamento experimental.

4.2. SELEÇÃO E PREPARO DAS AMOSTRAS

Para a realização deste estudo foram selecionados 150 dentes bovinos hígi-

dos do grupo dos incisivos, apresentado coroas e raizes íntegras,adquiridos em um

abatedouro público da cidade de Tabuleiro Grande- RN. Os elementos dentários fo-

ram extraídos de mandíbulas de animais abatidos por motivos alheios ao objetio

dessa pesquisa. Os dentes foram limpos através de raspagem com curetas perio-

dontais elâminas de bisturi (Stainess, São Paulo, SP, Brasil)para remoção dos res-

tos de tecidos moles e realizada profilaxia com taça de borracha (KG Soresen, Cotia,

SP, Brasil), pedra-pomes (SS White, RJ , Brasil) e água e armazenados,por não

mais que 3 meses em solução de Timol a 1%,mantidos em mantidos em temperatu-

ra ambiente e em pH neutro (pH = 7,0). Os dentes foram então analisados de acordo

com critério de exclusão e inclusão listados no Quadro 2.

Quadro 2: Critérios utilizados para seleção dos dentes bovinos

Critérios de inclusão Critérios de exclusão

Incisivos bovinos

Hígidos

Presença de amelogênese imperfeita que com-prometa a porção vestibular a ser exposta ao cla-reamento;

Presença de exposição dentinária;

Presença de tricas, fraturas e cárie;

Dentes com saturação (croma) de cor igual ou menor que 1.

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4.3. PREPARO DAS AMOSTRAS

4.3.1 Seccionamento

A porção de raiz foi seccionada 1 mm abaixo da junção cimento-esmalte com

discos diamantados flexíveis dupla face (No 1802.711; KG Soresen, Cotia, SP, Bra-

sil), em baixa rotação e sob refrigeração constante, separando a coroa da raiz.

Figura 2: Seccionamento das coroas bovinas.

4.3.2 Inclusão das coroas bovinas

As superfícies mais planas do esmalte vestibular foram posicionadas, com

leve pressão digital, sobre uma lâmina de cera 7(Newwax; TechNew, Rio de Janeiro,

RJ) com o intuito de facilitar a exposição da superfície do esmalte após o embuti-

mento. Sobre a cera, ao redor do dente seccionado, foi posicionado um tubo de PVC

de 15 mm de altura e 32 mm de diâmetro. Em seguida, foi vertida resina poliestirêni-

ca(Resina Ortoftálica Cristal; Com. Fiberglass Ltda., Porto Alegre, RS, Brasil) sobre

o fragmento, preenchendo todo o volume interno do tubo de PVC. A resina foi mani-

pulada de acordo com as recomendações do fabricante (100g de base para 3g de

catalisador), com intuito de proporcionar o seu adequado escoamento. O embuti-

mento em resina poliestirênica facilitou a manipulação das amostras que possuiram

superfície vestibular de esmalte exposta para os tratamentos subsequentes.

Após a inclusão em resina, as amostras ficaram armazenadas em potes fe-

chados com a superfície de esmalte exposto imersos em água destilada, evitando

assim e desidratação da estrutura dental.

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Figura 3: posicionamento sobre uma lâmina de cera 7.

Figura 4: inclusão em resina ortoftálica.

Figura 5: Amostra inclusa em resina ortoftálica.

4.4. Medição Inicial: Determinação de Cor

Existem váriosmétodos que podem ser utilizados para avaliar mudanças de

cor no elemento dental. Estes métodos podem ser classificados em subjetivos, como

a analise visual através da escala de cor, e objetivos, que empregam espectrofotô-

metros, colorímetros ou técnicas de analise de imagem com a ajuda de softwares

(JOINER; THAKKER; COOPER, 2004). Previamente a avaliação da cor, foi realizada

profilaxia dental com taca de borracha e pasta profilática em todos os elementos

dentários para a eliminação de manchas extrínsecas. A determinação da cor

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antes e após o tratamento clareador, foi realizada através do espectrofotômetro VI-

TA Easyshade (Easyshade®; Vident, Brea, CA, USA)(Russo et al., 2010). Esse es-

pectrofotômetro manual é um equipamento que consiste de três princípios elementa-

res: uma fonte de luz (lâmpada halógena de 20 W de potência), uma ponta direcio-

nadora da fonte luminosa sobre o objeto e receptora da luz refletida pelo mesmo e o

espectrofotômetro em si, que determina a intensidade de luz recebida em função do

seu comprimento de onda. O Easyshade é provido de um mecanismo de análise dos

dados que determina a cor do dente baseando-se nas escalas de cores Vita Clássi-

ca e Vita 3D, bem como no sistema CieLab, apresentando em sua tela esses resul-

tados após a análise.

Com a intenção de garantir a padronização da mensuração da cor com o es-

pectrofotômetro, foram confeccionadas guias de silicona de condensação de consis-

tência densa (Perfil; Vigodent S/A Indústria e Comércio, Rio de Janeiro, Brasil). Na

porção externa da superfície vestibular do guia de silicone foi criada uma janela com

um dispositivo metálico de bordas afiladas. Esta abertura apresenta tamanho com-

pativel com a ponta ativa do espectrofotômetro (3mm de raio) e o posicionamento

correspondente ao terço medio da superficie vestibular do dente bovino. Inicialmente

foram confeccionadas duas canaletas com broca esférica (No 6; Microdont, São Pau-

lo, SP, Brasil)sobre a resina poliestirênica, executadas lateralmente à estrutura do

esmalte exposto, que se estendeu da superfície até a porção lateral da resina polies-

tirênica. As canaletas funcionaram como guia de inserção da matriz de silicona.

Para confecção das guias, após a manipulação do material (de acordo com as

recomendações do fabricante), o mesmo foi adaptado na porção superior da amos-

tra, onde se encontra exposta a porção plana vestibular do dente bovino. Antes de

sua polimerização ser completada: as direções das canaletas serão marcadas na

silicona; foi confeccionada uma perfuração sobre o local do dente o qual foi submeti-

do ao protocolo clareador; as guias foram removidas das amostras e os excessos

retirados com o auxílio de uma lâmina de bisturi (No 15; Stainess, São Paulo, SP,

Brasil).

Para a perfuração sobre a área clareada utilizou-se como perfurador um su-

gador cirúrgico levemente afiado com pedra (em baixa rotação) permitindo uma per-

furação uniforme com o exato diâmetro da ponta do equipamento espectrofotômetro.

Assim, a matriz foi confeccionada, tendo as canaletas de orientação para garantir

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sua inserção sempre na mesma posição e o orifício posicionado sobre a área a ser

trabalhada, garantindo medições sobre a mesma região. Dessa forma foram obtidas

tomadas de cor sem mudança na posição ou inclinação da ponteira.

O uso da guia de silicona se faz necessário devido à grande sensibilidade do

espectrofotômetro, pois mínimas alterações de angulação da ponteira ou mudanças

de área de leitura resultariam em leituras diferentes das anteriores. Outra questão

que deve ser levada em consideração é a interferência da luz ambiente na leitura do

aparelho e o efeito da perda de luz pelas extremidades da ponteira. Assim, a guia de

silicona também funcionou como anteparo, bloqueando interferências externas e a

dispersão de luz.

Para a tomada de cor, a amostra foi gentilmente seca com papel absorvente e

sobre ela posicionada a matriz. Previamente a isso, o aparelho foi ligado, esperado o

aquecimento da lâmpada e então calibrado, posicionando a ponteira sobre o recep-

tor do próprio aparelho. Quando o aparelho indicou que a ponteira estiver pronta pa-

ra a medição, esta foi posicionada sobre o orifício e a tomada de cor realizada. Fo-

ram obtidos dados de cor no sistema CIELab (Standard Commission Internationale

de L’Eclairage Color System).De acordo com esse sistema, a cor dos espécimes

pode ser expressa em três valores coordenados (L*a*b*), os quais quantificam o ob-

jeto nas três dimensões com relação a sua cor. O CIE L*a*b (Center Internationale

De L’Eclairage) é uma escala tridimensional da cor, onde L* são valores de lumino-

sidade, quantidades de preto e branco na cor, b* significam os valores de amarelo-

azul e a* valores de vermelho-verde. Uma leitura foi realizada para cada amostra e

seu valor registrado em ficha especifica para posterior análise.

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Figura 6: Matriz de silicona.

Figura 7: Medição inicial e determinação da cor.

4.5. Divisão dos Grupos

Os 30 espécimes foram submetidos ao protocolo de clareamento de consultó-

rio com peróxido de hidrogênio a 35% (Whitness Blue 35%; FGM Produtos Odonto-

lógicos, Joinville, SC, Brasil), em 3 sessões, com intervalo de 7 dias entre e-

las(Bueno et al., 2013; Reis et al., 2013).Os espécimes foram também submetidos

ao protocolo de pigmentação por café solúvel havendo um grupo controle (G1) que

não sofreu esse processo de pigmentação e funcionou como controle positivo.

As amostras foram divididas randomicamente nos 3 grupos experimentais

(n=10). A amostragem está de acordo com trabalhos que também utilizaram dentes

bovinos para a avaliação da cor pelo sistema CIELab, com 10 amostras por grupo

(Públio et al., 2013; Téo et al., 2010). Cada grupo foi armazenado individualmente

em depósitos plásticos com tampa, etiquetados com tinta permanente, especificando

o número do grupo. A porção da resina de cada espécime foi marcada com broca

esférica (No 2; Microdont, São Paulo, SP, Brasil) especificando seu número e a qual

grupo pertenceu. A distribuição dos grupos, de acordo com a frequência de exposi-

ção (pigmentado 1 e/ou 4x ao dia) ao corante (café) está detalhada no Quadro 3.

Quadro 3: Distribuição das amostras

GRUPOS CLAREADOS

CORANTE DURANTE O CLAREAMENTO X FRE-

QUENCIA

G1 NÃO

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G2 1X/DIA

G3 4X/DIA

4.6. Protocolo Clareador

Todos os grupos foram submetidos à ação do peróxido de hidrogênio a 35%

(Whitness Blue 35%; FGM Produtos Odontológicos, Joinville, SC, Brasil) com o

mesmo protocolo clareador de consultório. As amostras foram mantidas hidratadas

submersas em solução remineralizadora (saliva artificial) (Shinkai et al., 2001), tro-

cada diariamente, durante todo o período de tratamento, ou seja, por 21 dias dias de

tratamento clareador.

O protocolo de clareamento foi seguido de acordo com as instruções do fabri-

cante, ou seja, 3 sessões em um intervalo de 7 dias entre elas. Em cada sessão,

sobre a porção vestibular a ser clareada, foi aplicado o gel clareador em espessura

variando de 0,5 a 1 mm em uma única aplicação de 40 minutos, sem necessidade

de aceleração externa com fontes de luz. A fim de otimizar o oxigênio liberado, o gel

foi movimentado a cada 10 minutos, com auxílio de um micro-aplicador (Micro-

brush®, Fine series).Ao final do tempo preconizado pelo fabricante, o gel foi removi-

do dos espécimes com auxílio de gaze e lavados abundantemente com água desti-

lada (LIPORINI et al., 2010; DELBEM; CURY, 2002), secos com papel absorvente e

inseridos em seus depósitos plásticos específicos para cada grupo.

Como a saliva humana difere em pH e em suas propriedades de pessoa para

pessoa, escolheu-se armazenagem em saliva artificial para padronizar as condições

do estudo. A solução de saliva artificial utilizada durante o experimento, está descrita

na Quadro 4. Os espécimes ficaram submersos nessa substância remineralizadora

(Shinkai et al., 2001) nos recipientesque permanecerão tampados e sem agitação

em estufa bacteriológica a 37 °C, enquanto não estivessem sobre ação do peróxi-

do(Liporini et al., 2010).

Quadro 4. Composição da solução remineralizante (pH = 7,0):

COMPOSTO CONCENTRAÇÃO QUANTIDADE (1L)

CLORETO DE CÁLCIO 1,5 mM 0,1665 g

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COMPOSTO CONCENTRAÇÃO QUANTIDADE (1L)

FOSFATO DE SÓDIO 0,9 mM 0,108 g

CLORETO DE POTÁSSIO 0,15 mM 11,17 g

4.7. Protocolo de Pigmentação

Todos os grupos, exceto o grupo controle G1, sofreram o processo de pig-

mentação por café solúvel (Nescafé Original; Nestlé, Araras, SP, Brasil. O grupo G2

foi pigmentado 1 vez ao dia e o grupo G3 foi pigmentado 4 vezes ao dia. Essa fre-

quência foi mensurada por tempo, ou seja, os grupos pigmentados 1 vez ao dia,

foram submersos na solução de café por um período de tempo de 1 minuto. O mes-

mo ocorreu com o grupo pigmentado 4 vezes ao dia, ou seja, foi submerso na solu-

ção de cafe por 4 minutos interruptos.

A solução de café foi obtida com água destilada em ebulição e a proporção

água/pó foi realizada de acordo com as instruções do fabricante, ou seja, 500 ml de

água para 15 mg de pó.Para padronizar a solução para todas as amostras, o pó foi

incorporado à água e a mistura revolvida por um intervalo de tempo de 10 segun-

dos.A padronização da temperatura da solução foi realizada com o auxílio de um

termômetro manual (Incoterm, Porto Alegre, RS, Brasil), onde foi estipulada uma

temperatura de 80 graus Celsius no momento do início da pigmentação, onde a so-

lução foi vertida sobre as amostras em um recipiente de tamanho apropriado para tal

fim. Após a pigmentação, as amostras foram lavadas abundantemente com água

destilada e reinseridas em seus recipientes com a solução remineralizadora.

4.8. Medições: Determinação de Cor

As cores foram verificadas através do espectrofotômetro manual VITA Easy

shade imediatamente após cada sessão de clareamento.Após as medições, foram

calculados os ∆Es, ou seja, as variações de cores de cada espécime, que foram ob-

tidas com o uso da fórmula a seguir:

∆E = [(∆L)2 + (∆a)2 + (∆b)2] 1⁄2

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Após a obtenção das variações de cores de cada espécime, esses dados fo-

ramsubmetidos à análise estatística.

4.9. Análise Estatística

Os dados foram submetidos ao teste de Kolmogorov-Smirnov para a análise

da distribuição Gaussiana (Teste de Normalidade, alpha=0,05). Em sequência, fo-

ram conduzidos à análise de variância ANOVA a dois critérios para medidas parea-

das levando em consideração os fatores ―sessão X frequência de pigmentação‖. Os

dados foram submetidos também ao pós-teste de Tukey para múltiplas compara-

ções, para verificar as diferenças entre médias. Todas as análises foram conduzidas

ao nível de 5% de significância com auxílio do SoftwareASSISTAT Versão 7.7 beta

(2015) - Homepage http://www.assistat.com por Francisco de A. S. e Silva – UFCG-

Brasil - Atualiz. 01/04/2015.

5. RESULTADOS

Os dados de todos os grupos, submetidos ao teste de normalidade Kolmogo-

rov Smirnov para verificação da homogeneidade de variâncias, apresentaram distri-

buição normal (p > 0,05). As análises de variâncias evidenciaram para todos os três

parâmetros (*L *a e *b) e para ∆E houve diferenças significantes.

Após a 3ª sessão de clareamento, todos os grupos produziram valores de ∆E

acima de 3,7, resultados que seriam clinicamente perceptíveis. Os resultados de ∆E

apresentaram diferenças estatisticamente significantes para a frequência de pigmen-

tação (p = 0,0003) e para a interação entre os fatores (p<0,0001), mas não entre as

sessões (p= 0,7153).Apenas o grupo controle exibiu aumento dos valores de ∆E

após a 3ª sessão em comparação com a 1ª. Para uma dose de café os resultados

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da 3ª sessão foram similares a da 1ª. Com relação ao grupo de 4 doses de café

houve menor potencial de clareamento após a 3ª sessão, que exibiu resultados me-

nores que aqueles alcançados com a 1ª sessão. A pigmentação por café foi capaz

de interferirna eficácia clareadora, sendo esse efeito dependente da frequência de

consumo.Todos os valores médios de∆E são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Valores médios de ∆E ± desvio padrão (DP).

Frequência Sessões

1a 2a 3a

Sem corante 6.4019 aB 8.1218 aA 8.8448 aA

1x Café 5.6340 aA 5.4545 bA 4.8655 bA

4x Café 5.7209 aA 4.9125 bAB 4.3310 bB Médias seguidas por letras distintas, minúsculas entre linhas e letras maiúsculas na comparação entre colunas,

indicam médias com diferenças estatisticamente significativas ao nível de 5% de significância ao teste de Tukey para

múltiplas comparações.

Analisado isoladamente, os resultados de *L evidenciaram que não houve di-

ferenças estatisticamente significantes tanto para sessões (p = 0,2887) quanto para

frequência de consumo de café (p = 0,2483). Entretanto, diferenças estatisticamente

significativas foram detectadas para a interação entre os fatores (p = 0,0012). Os

resultados evidenciaram que os grupos partem da mesma eficiência de clareamento

com a 1ª sessão e apresentam diferenças até a 3ª sessão. Apenas o grupo controle

tem resultado da 3ª sessão superiores aos da 1ª, exibindo aumento significativo dos

valores de ∆L. Para os grupos submetidos à pigmentação, verifica-se que o café foi

capaz de interferir na eficiência de clareamento, sendo esse efeito dependente da

frequência de consumo. Com apenas 1 dose de café, os resultados da 3ª sessão de

clareamento não diferem dos alcançados com a 1ª, mostrando que não houve ganho

real nos valores de *L.Entretanto, quando a dose aumenta, os valores de ∆L após a

3ª sessão já se mostram inferiores, evidenciando diminuição dos valores de L alcan-

çados na 1ª sessão, como mostra o gráfico da Figura 8.

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Figura 8.

Após a 3ª sessão, apenas os resultados de 4 doses de café se mostram dife-

rentes dos alcançados com o grupo controle. Para 1 dose, os resultados são inter-

mediários.

Quanto aos valores do parâmetro *a, a evolução dos valores médios em fun-

ção das sessões de clareamento pode ser visualizada no gráfico da Figura 9. Houve

diferenças estatisticamente significantes tanto para frequência de consumo (p =

0,0003) quanto entre as sessões (p = 0,011). Entretanto, diferenças estatisticamente

significativas não foram detectadas para a interação entre os fatores (p = 0,3742).

Figura 9.

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O café afetou os valores de ∆a e esta interferência foi dependente da fre-

quência de consumo. Além disso, os valores médios das 2ª e 3ª sessões foram simi-

lares entre si e diferentes dos alcançados com a 1ª sessão.

Para os valores de ∆b, estes exibem diminuição com o clareamento. Os resul-

tados evidenciaram diferenças estatísticas significantes entre as sessões (p = 0,001)

mas não entre frequência de consumo de café (p = 0,1048) apesar disso os resulta-

dos para a interação dos fatores foram significativos e por isso o desdobramento foi

avaliado pelo teste de Tukey. O teste mostrou que para todos os grupos houve re-

dução nos valores de *b após a 3ª sessão em relação a 1ª. Houve diferenças entre a

frequência de consumo de café apenas na 2ª sessão, mas não na a 3ª sessão.

Figura 10.

Os resultados da evolução dos valores de ∆b são apresentados no gráfico da

Figura 10. Os valores de *b, em todos os grupos, não exibiram diferenças entre os

resultados do clareamento dentro da 1ª sessão, concordando com os resultados de

homogeneidade exibidos com *L e *a. Além disso, não presentaram diferenças den-

tro da 3ª sessão, o que mostra que o café nãoinfluenciou de maneira significativa o

clareamento, desde que a 3ª sessão fosse realizada.

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6. DISCUSSÃO

A maioria dos estudos utiliza dentes bovinos em virtude de sua facilidade de

obtenção, possibilidade de padronização e facilidade de armazenamento (ATTIN et

al., 2003). Além disso, apresentam características morfológicas e comportamento

físico-químico semelhantes aos dos dentes humanos (NAKAMICHI et al., 1993). Os

dentes bovinos são susceptíveis ao manchamento em todas as frequências de imer-

são de café. Tal fato entra em consonância com o trabalho de Téo et al. (2010), em

que todas as soluções utilizadas apresentaram elevado grau de manchamento dos

dentes bovinos.

Os resultados obtidos no presente estudo permitiram concluir que a hipótese

nula deve ser rejeitada. Esse resultado corrobora com alguns estudos que verifica-

ram manchamento dos espécimes dentais quando submetidos ao clareamento e

imersos em soluções corantes como o vinho tinto, chá-preto e refrigerante (TÉO,

2010; MAGALHÃES, 2007; BERGER et al., 2008; SOUTO, 2006). Apesar disso, ou-

tros relataram que aplicações de substâncias com potencial de pigmentação (chá,

coca-cola, café) durante o clareamento dental, não influenciaram no resultado final

do tratamento clareador (ATTIN et al., 2003; CARDOSO, 2005; LIPORINI et al.,

2010; CANAPELLE et al., 2009; TRANCOSO, 2006; ATTIA et al., 2010; RAMOS,

2005).

Os resultados obtidos pela análise ΔE permitiram concluir que o café inde-

pendetemente da frequência de consumo foi capaz de interferir na eficiência clarea-

dora. Apesar desse resultado, outros estudos que avaliaram a capacidade do café

no manchamento do esmalteclareado não obtiveram exatamente o mesmo resulta-

do. Liporini e colaboradores (2010) avaliaram a susceptibilidade do esmalte clareado

com gel de peróxido de hidrogênio a 35% ao manchamento com solução de café e

vinho por 30 e 150 minutos após o clareamento. A medida de cor através da análise

de fotoreflectância mostrou que o esmalte clareado foi susceptível ao manchamento

com vinho tinto, entretanto a solução de café não interferiu no processo clareador.

Os autores justificam estes resultados pelo fato do vinho ser uma bebida ácida que

contém alta quantidade de pigmentos e etanol capaz de intensificar a desmineraliza-

ção da superfície do esmalte aumentando a vulnerabilidade ao manchamento.

Apenas o grupo controle foi capaz de produzir alterações maiores de cor após

a 3ª sessão. Os demais sofreram influência do café e em alguns momentos houve

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repigmentação ao longo das sessões. Já no estudo realizado por Attiaet al. (2009)

que avaliaram o esmalte humano e bovino clareados com gel de peróxido de carba-

mida a 16% (6h/dia durante 28 dias) e imeersão em café por 15 minutos, concluiram

que houve uma menor estabilidade de cor para os grupos submetidos ao corante.

Mesmo assim, os autores não observaram diferença estatisticamente significante

entre os grupos submetidos e não submetidos á solução de café em relação ao grau

de clareamento obtido no pós operatório. Os autores justificam este resultado devido

à facilitação da entrada dos agentes pigmentantes pelo gel clareador nos poros da

superfície dental e que esta diferença de cor pôde ser observadaapenas no pós-

operatório.

Essa porosidade aumentada do esmalte associada ao clareamento ocorre

principalmente, devido à perda mineral temporária de cálcio e fósforo associada à

mudança protéica no esmalte superficial, aumentando a permeabilidade e ao mesmo

tempo a susceptibilidade à pigmentação (SPALDING et al., 2003). Nesse sentido, a

saliva exerce um importante papel, pois apresenta potencial remineralizador

(WORSCHECH et al., 2003). Quanto maior o tempo sem a exposição de substâncias

ou alimentos corantes após o clareamento dental, menor será a ocorrência de man-

chamamento na estrutura dental (SOUTO, 2006).

Há uma variação grande da morfologia do esmalte dental, com variações re-

gionais, e esses achados deveriam ser levados em consideração antes da realiza-

ção de estudos sobre possíveis alterações causadas pelos agentes clareadores

(SPALDING et al., 2003). Além disso, tais alterações deveriam ser analisadas com

cautela. Por exemplo, hábitos diários como a ingestão de refrigerantes e sucos áci-

dos podem causar maiores alterações estruturais que os peróxidos, e nem por isso

são evitados. Outro ponto a considerar é que a maioria dos estudos é realizada em

laboratório, onde a estrutura dental é submetida a uma situação mais crítica e a-

gressiva do que no meio oral. Não se pode presumir que uma simples aplicação de

um agente clareador em espécimes e o uso de saliva artificial ou outras soluções

remineralizadoras estejam simulando as condições orais (FRANCCI et al., 2010).

Canappele et al. (2009) através de estudo in vitro observou o clarea-

mento dental com peróxido de carbamida 16% em dentes submetidos à embebição

em substâncias com corantes durante o tratamento. Foram utilizados 40 incisivos

bovinos, divididos em 4 grupos onde todos foram clareamento com peróxido de car-

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bamida 16%, 8 horas/dia durante 14 dias. Os grupos G2, G3 e G4, durante os inter-

valos, foram embebidos em café (G2), vinho (G3) ou refrigerante à base de cola (G4)

por 5 minutos, 2 vezes ao dia, respectivamente. O G1 (controle) não foi submetido à

embebição em corantes durante o clareamento. Todos os dentes foram mantidos em

saliva artificial nos intervalos durante o experimento. Com espectrofotômetro clínico

foram medidas as coordenadas de cor L*a*b* dos dentes, antes e após os tratamen-

tos (1º e 14º dias). Os resultados foram analisados estatisticamente pelo teste t de

Student, ANOVA e Teste de Tukey (p£0,05), e mostraram diferenças estatísticas

entre as situações iniciais e finais, para todas as coordenadas em cada condição

experimental. Não houve diferença significativa entre os grupos que sofreram clare-

amento e embebição nos corantes (2, 3 e 4) e o grupo submetido somente ao clare-

amento (1 - controle). Concluiu-se que a embebição dos dentes em soluções com

corantes não afetou o resultado do tratamento clareador.

Teo et al. (2010), após clareamento dentário, verificaram a alteração de cor de

dentes bovinos imersos em quatro soluções com elevado potencial de pigmentação.

Clarearam-se 50 dentes bovinos com gel à base de peróxido de hidrogênio a 35%. A

análise da determinação da cor foi realizada com auxílio de um espectrofotômetro

digital. Os dentes foram distribuídos em cinco grupos e imersos nas soluções (n =

10): água destilada (controle), café, chá-preto, vinho tinto e refrigerante à base de

cola, por 1 hora por dia durante 15 dias. Em seguida, submeteram-se novamente os

dentes a análise de cor, e as diferenças de cores entre a primeira e a segunda leitu-

ra foram calculadas. Os dados foram sujeitados a análise de variância (Anova) e ao

teste de Tukey. Entre todas as substâncias, a que promoveu maior manchamento foi

o chá-preto, seguido pelo vinho tinto, pelo refrigerante à base de cola e por último

pelo café. Concluíram que todas as soluções com elevado potencial de pigmentação

foram capazes de manchar os dentes bovinos, entretanto o chá-preto, juntamente

com o vinho tinto e o refrigerante, causou maior escurecimento.

As diferenças metodológicas dos estudos e também as variações naturais nas

superfícies do esmalte dental, tornam mais difíceis as comparações entre dentes

clareados e não-clareados (CUNHA, 2008). Sendo assim, esta pode ser a justificati-

va para alguns resultados divergentes encontrados em comparação com os apre-

sentados nesse experimento. No entanto, pode se observar que quando foram reali-

zados estudos clínicos, os resultados mostraram que independente do contato ou

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não com soluções corantes, o tratamento clareador foi satisfatório (MEIRELLES et

al., 2008; ATTIA et al., 2010). O alto consumo de bebidas e/ou alimentos que con-

têm corantes, pode influenciar gradualmente na longevidade do clareamento (MEI-

RELLES et al., 2008).

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7. CONCLUSÕES

De acordo com os valores de ∆E, o café interferiu na eficácia clareadora do

peróxido de hidrogênio 35%, sendo essa interferência dose-dependente.

Independentemente da pigmentação por café, todos os grupos propiciaram o

clareamento dental pois exibiram valores de ∆E superiores a 3,7 unidades.

Grande parte das alterações de cor, de forma geral, foram obtidas com a 1ª

sessão de clareamento, sendo as maiores alterações da 3ª sessão só obser-

vadas com o grupo não pigmentado.

.

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