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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO E DOUTORADO ANA BEATRIZ FERREIRA VITORINO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM MICROCEFALIA RELACIONADA À TRANSMISSÃO VERTICAL DO ZIKA VÍRUS NATAL 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSO EM ENFERMAGEM

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO E DOUTORADO

ANA BEATRIZ FERREIRA VITORINO

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM MICROCEFALIA

RELACIONADA À TRANSMISSÃO VERTICAL DO ZIKA VÍRUS

NATAL

2017

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ANA BEATRIZ FERREIRA VITORINO

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM MICROCEFALIA

RELACIONADA À TRANSMISSÃO VERTICAL DO ZIKA VÍRUS

Dissertação apresentada à banca examinadora

da defesa de dissertação do Programa de Pós

Graduação em Enfermagem da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte como

requisito parcial para a obtenção do título de

Mestre em Enfermagem.

Área de Concentração: Enfermagem na

atenção à saúde.

Linha de Pesquisa: Enfermagem na

Vigilância à Saúde.

Orientadora: Profª Drª Nilba Lima de Souza.

NATAL

2017

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ANA BEATRIZ FERREIRA VITORINO

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM MICROCEFALIA

RELACIONADA À TRANSMISSÃO VERTICAL DO ZIKA VÍRUS

Dissertação apresentada à banca examinadora

da defesa de dissertação do Programa de Pós

Graduação em Enfermagem da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte como

requisito parcial para a obtenção do título de

Mestre em Enfermagem.

Aprovada em: ____/____/_______.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Nilba Lima de Souza

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Professora Orientadora – Presidente da Banca Examinadora

_______________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Érika Simone Galvão Pinto

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

___________________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Cristyanne Samara Miranda de Holanda

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN

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AGRADECIMENTOS

A Deus, primeiramente, por me conceder o dom da vida, por me conceder saúde e

sabedoria para trilhar todos os caminhos a serem percorridos, por abençoar cada

um deles e por ser o caminho da minha felicidade. Palavras não são suficientes para

agradecê-Lo.

Aos meus pais, Vanderleia e Julio Vitorino, por estarem sempre ao meu lado,

rezando e torcendo por minha felicidade. Além de me oferecer toda a estrutura

necessária para viver e por entenderem todos os estresses e ausências necessárias.

Profunda gratidão.

Ao meu irmão, Bruno, que nunca hesitou me ajudar quando necessitei

principalmente nesta fase acadêmica da minha caminhada. Obrigada, irmão,

estamos juntos para o que der e vier.

Aos meus familiares por ser sustento, alegria e paz em dias difíceis.

À Kelyson Rafael e aos amigos mais chegados por todo apoio, sustento e auxílio dos

mais diversos modos dos sorrisos às lágrimas.

À minha orientadora, Professora Nilba, que, além de auxiliar nas correções e

orientações para a conquista deste título, sempre esteve presente com confortáveis e

sinceras palavras que tranquilizavam o coração diante das preocupações e

estresses. Foi e é um norte na minha vida. Muito obrigada, professora, a senhora é

sensacional.

À UFRN, ao Programa de Pós Graduação em Enfermagem e ao HUOL pelas

oportunidades de crescimento e desenvolvimento. Obrigada por seus mestres,

doutores, e todos os profissionais que tanto nos guia a sermos pessoas e

profissionais melhores e mais dedicados.

À Érika, Dhyanine e Jéssica por terem contribuído no processo de coleta de dados.

À banca examinadora pelas valiosas contribuições.

Às minhas amigas de turma que em nenhum momento deixaram de sonhar esse

sonho comigo. Gratidão, meninas!

GRATIDÃO!

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RESUMO

VITORINO, A. B. F. Crescimento e desenvolvimento da criança com microcefalia

relacionada à transmissão vertical do Zika vírus. 2017. 90 f. Dissertação (Mestrado em

Enfermagem) – Programa de Pós Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, Natal – RN, 2017.

INTRODUÇÃO: A infecção pelo vírus Zika é caracterizada como uma doença febril aguda

com maior prevalência da infecção assintomática. A microcefalia é uma anomalia, na qual há

má formação cerebral, com irregularidades de estruturas e funções ao recém-nascido,

presentes no momento do nascimento. Justifica-se o estudo pela importância do conhecimento

acerca do crescimento e desenvolvimento das crianças portadoras de microcefalia relacionada

ao Zika vírus, com vistas ao acompanhamento e estimulação de suas aptidões junto à família e

profissionais. OBJETIVO: Analisar as alterações no crescimento e desenvolvimento de

crianças com microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika vírus.

METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico e descritivo de abordagem

quantitativa realizado no ambulatório de pediatria da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, localizado no município de Natal, Rio Grande do Norte. O estudo teve como público

alvo todas as crianças diagnosticadas com microcefalia relacionada à transmissão pelo Zika

vírus e acompanhadas no local de pesquisa que totalizou o quantitativo de 36 crianças durante

o período de coleta. A coleta realizou-se entre os meses julho e outubro de 2017, mediante um

instrumento dividido em duas partes, aplicado às mães de crianças portadoras de Microcefalia

e a outra parte com dados da consulta de crescimento e desenvolvimento destas. O projeto

teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte sob o nº de parecer 2.166.462. Os dados foram submetidos ao software Statistical

Package for the Social Sciences- SPSS versão 21, por meio da estatística descritiva e

inferencial e foi aplicado o teste de Fisher e Mann Whitney ao nível de significância α ꞊ 5%.

RESULTADOS: Os resultados apontaram alterações, com base no padrão de normalidade, de

quase todo o marcos do desenvolvimento da criança. Dentre os marcos do desenvolvimento

infantil, o único que foi apresentado em 100% das crianças investigadas foi o “Emite sons,

balbuciando”. Houve importantes alterações no que diz respeito ao desenvolvimento

neuropsicomotor da criança portadora de Microcefalia relacionada ao vírus Zika, além de

déficits oculares, visuais, na fala, na escuta, alterações de cunho muscular como hipertonia ou

hipotonia, além de descontrole cervical e alterações também no crescimento concernente a

peso, estatura e Índice de Massa Corporal. Registraram-se associações entre a história

materna e infantil com os seus marcos de desenvolvimento. CONCLUSÃO: As principais

alterações encontradas no crescimento e desenvolvimento de crianças com microcefalia

relacionada à transmissão vertical do Zika vírus foram alterações no desenvolvimento

neuropsicomotor, alterações oculares, visuais, retardos na comunicação e alterações

musculares. Quanto ao crescimento detectou-se comprometimento nos índices de massa

corporal. A partir do alcance dos objetivos pode-se pensar na realização de estimulação a

esses pacientes no intuito de aumentar sua expectativa e qualidade de vida.

Descritores: Microcefalia. Cuidados de Enfermagem. Cuidado da Criança. Enfermagem

Materno-Infantil.

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ABSTRACT

VITORINO, A. B. F. Growth and development of the child with microcephaly related to

the vertical transmission of Zika virus. 2017. 90 f. Dissertation (Master in Nursing) -

Graduate Program in Nursing, Federal University of Rio Grande do Norte, Natal - RN, 2017.

INTRODUCTION: Zika virus infection is characterized as an acute febrile illness with a

higher prevalence of asymptomatic infection. Microcephaly is an anomaly, in which there is

poor brain formation, with irregularities of structures and functions to the newborn present at

birth. The study is justified by the importance of knowledge about the growth and

development of children with microcephaly related to Zika virus, with a view to monitoring

and stimulating their skills with family and professionals. OBJECTIVE: The objective was to

analyze the changes in the growth and development of children with microcephaly related to

the vertical transmission of the Zika virus. METHODOLOGY: This is an epidemiological and

descriptive study of a quantitative approach performed at the pediatric outpatient clinic of the

Federal University of Rio Grande do Norte, located in the city of Natal, Rio Grande do Norte.

The study had as a target audience all children diagnosed with microcephaly related to

transmission by the Zika virus and accompanied at the research site that totaled the

quantitative of 36 children during the collection period. The collection was performed

between July and October 2017, using an instrument divided into two parts, applied to the

mothers of children with Microcephaly and the other part with data on the consultation of

growth and development of this children. The project was approved by the Research Ethics

Committee of the Federal University of Rio Grande do Norte under the number CAAE

64872817.2.0000.5537. Data were submitted to the Statistical Package for Social Sciences -

SPSS version 21, using descriptive and inferential statistics, and the Fisher and Mann Whitney

test was applied at significance level α ꞊ 5%. RESULTS: The results indicated changes, based

on the normality pattern, of almost all the child developmental milestones. Among the

milestones of child development, the only one that was presented in 100% of the children

investigated was the "Emits sounds, babbling". There were important changes in the

neuropsychomotor development of the child with Microcephaly related to the Zika virus, as

well as visual, speech, hearing, muscular changes such as hypertonia or hypotonia, as well as

cervical uncontrol and alterations in the growth related to weight, height and body mass

index. Associations between maternal and infant history were identified with their

developmental milestones. CONCLUSION: The main alterations found in the growth and

development of children with microcephaly related to the vertical transmission of Zika virus

were alterations in neuropsychomotor development, ocular, visual alterations, communication

delays and muscular alterations. Growth was detected in the body mass index. From the reach

of the objectives one can think of the accomplishment of stimulation to these patients in order

to increase their expectation and quality of life.

Descriptors: Microcephaly. Nursing Care. Child Care. Maternal-Child Nursing.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Estatística descritiva da história das crianças com microcefalia relacionada à

transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017............................................. 28

Tabela 2 Alterações físicas identificadas nas crianças com microcefalia relacionada à

transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017............................................. 28

Tabela 3 Dados relativos ao exame físico atual da criança com microcefalia relacionada

à transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017......................................... 29

Tabela 4 Frequência e percentual dos marcos do desenvolvimento da criança com

microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017.. 30

Tabela 5 Marco desenvolvimento da criança “Olha para a pessoa que observa” associado

ao histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017............................................... 31

Tabela 6 Marco do desenvolvimento da criança “Rola da posição supina para prona”

associado segundo o histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017.................. 32

Tabela 7 O marco do desenvolvimento da criança “Vira a cabeça na direção de uma voz

ou objeto sonoro” segundo histórico materno. Natal/RN, 2017............................ 33

Tabela 8 Marco do desenvolvimento da criança “Senta-se com apoio” segundo histórico

materno e da criança. Natal/RN, 2017.................................................................. 34

Tabela 9 Marco do desenvolvimento da criança “Segura e transfere objetos de uma mão

para outra” segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017................... 35

Tabela 10 Marco do desenvolvimento da criança “Imita pequenos gestos ou brincadeiras”

segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017...................................... 36

Tabela 11 Marco do desenvolvimento da criança “Emprega pelo menos uma palavra com

sentido” segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017....................... 37

Tabela 12 Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento

“Fixa e acompanha objetos em seu campo visual”. Natal/RN, 2017..................... 38

Tabela 13 Caracterização da história materna segundo o marco do desenvolvimento

“Levantada pelos braços, ajuda com o corpo”. Natal/RN, 2017............................ 40

Tabela 14 Associação entre o marco do desenvolvimento “Senta-se sem apoio” e a

história materna. Natal, RN, 2017......................................................................... 42

Tabela 15 Caracterização da história materna segundo o marco do desenvolvimento

“Arrasta-se ou engatinha”. Natal/RN, 2017........................................................... 44

Tabela 16 Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento

“Pega pequenos objetos usando o polegar ou indicador”. Natal/RN, 2017........... 46

Tabela 17 Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento

“Emprega pelo menos uma palavra com sentido”. Natal, RN, 2017.................... 48

Tabela 18 Caracterização da história materna e da criança segundo o marco do

desenvolvimento “Faz gestos com a mão e a cabeça”. Natal, RN, 2017.............. 50

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Principais alterações ou déficits encontrados nas crianças portadoras da

microcefalia relacionada ao ZIKV.....................................................................

50

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LISTA DE SIGLAS

AVC Acidente Vascular Cerebral

APS Atenção Primária à Saúde

CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

CEPS Centro de Educação e Pesquisa em Saúde

CEP Comitê de Ética e Pesquisa

CHS Complexo Hospitalar de Saúde

CD Crescimento e Desenvolvimento

CRI Centro de Reabilitação Infantil

DNPM Desenvolvimento Neuropiscomotor

EBSERH Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

ESF Estratégia de Saúde da Família

HOSPED Hospital de Pediatria

HUOL Hospital Universitário Onofre Lopes

IMC Índice de Massa Corporal

MMSS Membros superiores

MMII Membros inferiores

NASF Núcleo de Apoio à Saúde da Família

OMS Organização Mundial da Saúde

PACS Programa de Agentes Comunitários da Saúde

PC Perímetro Cefálico

PHPN Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento

PNAISC Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança

RM Região Metropolitana

RN Recém-Nascido

RNA Ácido Ribonucléico

SNC Sistema Nervoso Central

SPSS Software Statistical Package for the Social Sciences

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UBS Unidade Básica de Saúde

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UTI Unidade de Terapia Intensiva

ZIKV Zika Vírus

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 10

2 OBJETIVOS.................................................................................................................... 15

2.1 OBJETIVO GERAL......................................................................................................... 15

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................... 15

3 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................... 16

3.1 POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA ...... 16

3.2 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL............................................... 17

3.3

ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

INFANTIL........................................................................................................................ 19

4 METODOLOGIA.......................................................................................................... 23

4.1 TIPO DE PESQUISA....................................................................................................... 23

4.2 LOCAIS DE PESQUISA................................................................................................. 23

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA.......................................................................................... 24

4.4 PRODECIMENTO DE COLETA DE DADOS............................................................... 24

4.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS........................................................... 25

4.6 ASPECTOS ÉTICOS....................................................................................................... 26

5 RESULTADOS............................................................................................................... 27

6 DISCUSSÃO................................................................................................................... 51

7 CONCLUSÃO................................................................................................................ 60

8 CRONOGRAMA........................................................................................................... 62

9 ORÇAMENTO.............................................................................................................. 63

REFERÊNCIAS........................................................................................................... 65

ANEXOS....................................................................................................................... 70

APÊNDICES................................................................................................................. 78

Apêndice A – Instrumento de coleta de dados................................................................ 79

Apêndice B – Termo de autorização institucional para o uso de documentos dos pacientes... 84

Apêndice C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para maiores de idade................ 86

Apêndice D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para menores de idade............... 88

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10

1 INTRODUÇÃO

O vírus Zika (ZIKV) é caracterizado como um arbovírus, do gênero flavivírus, que

costuma ser transmitido por um mosquito, o Aedes aegypit, causador da virose conhecida

como dengue, e febre amarela (BIOLOGIA E CIÊNCIAS, 2015; BRASIL, 2015). Sua

primeira identificação no mundo ocorreu em 1947, em Uganda, após um monitoramento de

macacos sentinelas. Em humanos foi identificada essa infecção em 1952. A partir de 2005, o

ZIKV passou a representar um potencial epidêmico para o mundo (BRASIL, 2015).

A infecção pelo ZIKV é caracterizada como sendo uma doença febril aguda e que na

maioria dos casos não está associada a complicações, o que leva a uma baixa taxa de

hospitalização, tendo em vista que cerca de 20% dos casos de pessoas infectadas com o vírus

apresente sinais e sintomas sugestivos. Dessa forma, a infecção assintomática aparece com

maior prevalência (ECDC, 2015; BRASIL, 2015).

No Brasil, o ZIKV começou a circular somente em 2014 e desde então o Ministério da

Saúde passou a receber notificações de doenças com característica exantemática (BRASIL,

2015) acompanhadas, em sua maioria, de sintomas como febre baixa (menor que 38,5 C),

dorsalgia de cunho leve, artralgia, edema nas articulações, prurido e conjuntivite (CARDOSO

et al., 2015; PETERSEN et al., 2016).

Atualmente, além dos sintomas supracitados, o ZIKV tem sido associado a uma série

de outros sintomas, principalmente quando relacionado a mulheres grávidas. Denominada de

Síndrome Congênita do Zika Vírus (WHO, 2014), está relacionada ao aparecimento de

sintomas na criança recém-nascida na qual a mãe tenha sido infectada pelo vírus, como, por

exemplo, dilatação de cavidades e ventrículos no interior do cérebro infantil, mau

desenvolvimento do cérebro, problemas auditivos, visuais, anomalias oculares, e a presença

da microcefalia e, aliado a isto, paralisia cerebral, epilepsia, retardo no desenvolvimento

cognitivo, motor, da fala, da visão e audição (ASHWAL et al., 2015, FRANÇA, 2016;

FAUCI, MORENS, 2016).

A microcefalia é considerada uma anomalia, na qual há má formação cerebral

resultado de seu desenvolvimento anormal, levando a irregularidades de estruturas e funções

ao recém-nascido, presentes no momento ou após o nascimento (WHO, 2014; SCHULER-

FACCINI et al., 2016). Estas alterações podem ser de origem congênita, sendo manifestada

ou adquirida durante a vida intrauterina; ou de origem pós-parto, surgindo após o nascimento

da criança.

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11

No que diz respeito à origem congênita, dentre as causas mais comuns, estão os

traumas disruptivos como, por exemplo, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico;

as infecções, como sífilis, toxoplasmose, rubéola; além de causas teratógenas como no caso

de álcool, radiação ou diabetes materna mal controlada (ASHWAL et al., 2015). Concernente

à origem pós-parto, pode ser adquirida através de um AVC ou de outros traumas cerebrais;

infecções como meningites e encefalites ou por toxinas, como intoxicação por cobre ou

falência renal crônica (ASHWAL et al., 2015; BRASIL, 2015).

Uma das principais formas de identificar a presença de Microcefalia em recém-

nascidos (RN) é a medição do perímetro cefálico (PC) da criança ao nascer (WHO, 2014).

Como parâmetro de referência é adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e

Ministério da Saúde do Brasil, para recém-nascidos com 37 semanas ou mais de idade

gestacional, medida de PC menor ou igual a 31,5 cm para meninas e 31,9 cm para meninos.

Em caso de valor menor que dois (2) desvios-padrão do que a referência para sexo, idade ou

tempo de gestação, é considerado que a criança apresenta microcefalia (WHO, 2014;

BRASIL, 2016c; ASHWAL et al., 2015).

A microcefalia causada pelo ZIKV é uma relação existente de cunho atual, devido ao

surto de casos da doença viral associada à anomalia em recém-nascidos em regiões do Brasil e

no Mundo, caso considerado de emergência pelo Ministério da Saúde do Brasil (OMS, 2015;

SCHULER-FACCINI et al., 2016), e a transmissão materno-fetal foi confirmada mediante

estudos que comprovam a presença do Ácido Ribonucleico (RNA) do vírus em amostra

patológica de perdas fetais, bem como em líquido amniótico das gestantes (PETERSEN et al.,

2016; BESNARD, 2014; ISUOG, 2016). Desse modo, essa relação (microcefalia/ZIKV) é

caracterizada pela ocorrência da microcefalia com ou sem alterações no Sistema Nervoso

Central (SNC) do recém-nascido, cuja mãe tenha histórico de infecção pelo ZIKV durante a

gestação (OMS, 2015), tendo em vista que definição de microcefalia a partir do perímetro

cefálico pode incluir cérebros com desenvolvimento normal (WHO, 2014).

Assim, além da medição do perímetro cefálico, exames de neuroimagem também são

facilitadores na identificação não só da microcefalia, importante característica presente nestas

crianças, mas também de outras características apresentadas por elas ao nascimento como, por

exemplo, ventriculomegalia, calcificações intracranianas, hipoplasia de estruturas da fossa

posterior, atrofia cortical e até casos mais graves de lisencefalia (SCHULER-FACCINI et al.,

2016).

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12

Sabe-se que o período embrionário é considerado o de maior risco para possíveis

complicações ou irregularidade ao feto, decorrente de processos infecciosos, porém é

importante ressaltar que o SNC está susceptível a alterações ou más formações durante toda a

gestação, levando em consideração que o Zika vírus possui característica intrínseca de

neurotropismo, já comprovado por estudos de necropsia fetal com isolamento viral por

polimerase chain reaction (PCR) em tecidos cerebrais. Esse neurotropismo justifica o

acometimento do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) destas crianças. Dessa

maneira, o perfil de gravidade da infecção pelo ZIKV durante a gravidez vai depender de

diversos fatores como, por exemplo, o tempo de desenvolvimento do concepto (MLAKAR et

al., 2016; BRASIL, 2015).

No que diz respeito à microcefalia, não há tratamento para ela. Neste sentido, existem

ações que podem minimizar a gravidade dos casos no sentido de dar suporte e auxílio à

criança e à família, bem como o devido acompanhamento que é preconizado pelo Sistema

Único de Saúde (SUS). São disponíveis atendimentos na Atenção Primária à Saúde (APS),

serviço especializado de reabilitação, serviços de exame diagnóstico, serviços hospitalares,

bem como órteses e próteses (BRASIL, 2015).

No que concerne às gestantes é necessário o cuidado e prevenção do contato com o

mosquito transmissor, tendo em vista que a picada do Aedes aegypti é o modo mais comum

da transmissão do ZIKV (PETERSEN et al., 2016). Porém, além da transmissão pelo

mosquito e da via congênita (mãe-filho) vale salientar que o contágio e transmissão pode

ocorrer através de relações sexuais e transfusões sanguíneas.

Dessa forma, é necessário que as gestantes previnam-se, protegendo-se por meio de

roupas longas, repelentes, preferir permanecer em locais fechados, além do uso de

preservativos em relações sexuais bem como o cuidado e atenção em laboratórios em relação

às transfusões de sangue (BRASIL, 2015). Além disso, é importante que seja realizado um

pré-natal de qualidade durante toda a gestação, com exames laboratoriais e de imagens

frequentes a fim de identificar precocemente a presença ou não de determinadas anomalias,

dentre elas a microcefalia (BRASIL, 2012).

O pré-natal é ferramenta importante às mães e à família, tendo em vista que representa

um conjunto de atividades e ações de cunho preventivo, diagnóstico e terapêutico sobre a

saúde do concepto, bem como sobre a saúde da mulher (BRASIL, 2012; BORGES; PINTO;

VAZ, 2015). É no pré-natal que se obtém informações relativas ao processo de crescimento e

desenvolvimento do feto, além de informações relevantes sobre a gestação a fim de que a

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mulher venha a ter um parto saudável e com menor quantidade de complicações. Além disso,

desempenha papel psicossocial a partir do diálogo e orientações necessárias a qualquer

eventualidade que venha a acontecer (BRASIL, 2012).

O conhecimento do diagnóstico de alteração no feto antes do nascimento é de suma

importância, pois permite um preparo especializado e aprofundado de abordagem neonatal

imediata, que viabilizará um prognóstico à criança e definirá a sobrevida além de contribuir

para a realização de estratégias para a promoção da qualidade de vida da criança (OLIVEIRA;

WESTPHAL, ABRAHÃO, 2015).

Além disto, após o nascimento é imprescindível o monitoramento de seu crescimento

e acompanhamento do seu desenvolvimento, para a proteção e promoção da saúde da criança

de forma geral. O monitoramento do crescimento da criança, a partir da avaliação de peso,

estatura e Índice de Massa Corporal (IMC) visa evitar que desvios do crescimento possam

comprometer sua saúde atual e sua qualidade de vida futura (BRASIL, 2012).

O acompanhamento do desenvolvimento objetiva analisar se a criança está passando

por cada estágio em uma sequência regular, tendo em vista que os estágios de

desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Dessa maneira, é importante que a criança seja

estimulada ou motivada no devido momento para que ela venha a superar o atraso de seu

desenvolvimento, caso este exista. A importância e relevância do acompanhamento estão na

avaliação de habilidades motoras, de comunicação, de interação social e cognitiva e nas

consultas de supervisão de saúde, no intuito de observar as possíveis alterações, diagnóstico e

formas de tratamento (BRASIL, 2012).

Portanto, conhecer as principais características da criança portadora de Microcefalia

oriunda da Síndrome Congênita do Vírus Zika é essencial para a intervenção adequada dos

profissionais de saúde como a estimulação precoce a essas crianças a partir do

acompanhamento e intervenção clínico-terapêutica através de equipe multiprofissional às

crianças no intuito de buscar melhor desenvolvimento possível, por meio da atenuação de

sequelas do desenvolvimento neuropsicomotor, bem como de efeitos da linguagem, na

socialização e na estruturação subjetiva, podendo contribuir, ainda, na estruturação do vínculo

mãe-bebê e na compreensão e acolhimento familiar dessas crianças (BRASIL, 2016b;

BRASIL, 2016c).

Diante desse contexto, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo desde 2015 o Plano

Nacional de Enfrentamento à Microcefalia com o objetivo de auxiliar os profissionais de

saúde no acompanhamento e estimulação precoce dessas crianças (BRASIL, 2016a). A

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estimulação precoce consiste em um conjunto de estratégias de intervenção e

acompanhamento multiprofissionais realizadas com bebês de alto risco e crianças com

patologias que podem comprometer o desenvolvimento neuropsicomotor, destacadamente a

microcefalia. Esse programa objetiva estimular e aumentar as aptidões da criança,

beneficiando o desenvolvimento motor e cognitivo, além de proporcionar a eles uma melhor

qualidade de vida. É na infância que o cérebro mais se desenvolve, por isso deve-se iniciar o

programa logo após o estado clínico estável do bebê e durar até seus três anos de idade

(BRASIL, 2015).

O presente estudo justifica-se pela importância do conhecimento dos profissionais de

saúde acerca do crescimento e desenvolvimento das crianças portadoras de microcefalia

relacionada ao ZIKV, tendo em vista que essas crianças necessitam de cuidados especiais,

acompanhamento e estimulação de suas aptidões junto à família e profissionais. Além disso,

percebe-se na literatura uma escassez de estudos que avaliem o Crescimento e

Desenvolvimento (CD) da criança com Microcefalia oriunda da transmissão vertical pelo

ZIKV. Além da inserção desta doença como notificação compulsória, inclusive dos casos das

gestantes suspeita (BRASIL, 2016d).

Assim, o propósito desta investigação é analisar as consultas de crescimento e

desenvolvimento das crianças com microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika

vírus em Natal e na região metropolitana do estado do Rio Grande do Norte. Para tanto foram

traçadas as seguintes questões de pesquisa: quais as alterações apresentadas nos marcos do

crescimento e desenvolvimento da criança portadora de Microcefalia relacionada à

transmissão vertical do Zika vírus? Qual associação entre o crescimento e desenvolvimento da

criança com microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika vírus?

Assim, têm-se as seguintes hipóteses:

H0 – Não há associação entre o desenvolvimento da criança com microcefalia

relacionada à transmissão vertical do Zika vírus com a história materna e da criança.

H1 – Há associação entre o desenvolvimento da criança com microcefalia relacionada à

transmissão vertical do Zika vírus com a história materna e da criança.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

Verificar a associação entre o crescimento e desenvolvimento da criança com

microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika vírus.

Analisar as alterações no crescimento e desenvolvimento de crianças com microcefalia

relacionada à transmissão vertical do Zika vírus.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar a caracterização sociodemográfica das mães de crianças portadoras da

microcefalia relacionada ao Zika vírus;

Caracterizar o perfil epidemiológico da infecção maternal pelo Zika vírus;

Averiguar as alterações do crescimento e desenvolvimento das crianças com

microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika vírus.

Verificar a associação entre o desenvolvimento da criança com a história materna e da

criança.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA

Desde a década de 1980, políticas e programas são criados no intuito de intervir na

realidade do déficit da atenção à saúde infantil, a partir da ampliação do acesso aos serviços

de saúde, da desfragmentação da assistência e pela alteração positiva na maneira como o

cuidado às gestantes e aos recém-nascidos é realizado (BRASIL, 2012).

Para tanto, uma importante estratégia foi adotada pelo Ministério da Saúde, a partir de

1984, a de priorizar ações básicas de saúde eficazes, tais como: promoção do aleitamento

materno, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, imunizações, prevenção e

controle das infecções respiratórias agudas e das doenças diarreicas (BRASIL, 2012).

Desde 1996, o Ministério da Saúde tem ampliado os investimentos na promoção e

organização da Atenção Primária à Saúde básica nos municípios. Nesse sentido, define os

Programas de Agentes Comunitários de Saúde e Estratégia de Saúde da Família (PACS/ESF)

como estratégias prioritárias no resgate do vínculo de coresponsabilidade entre os serviços

prestados a população. Assim, as normas para o acompanhamento do crescimento e

desenvolvimento da criança foram incorporadas aos poucos às atividades do PACS e da ESF,

enfatizando a prioridade do Ministério da Saúde e de Secretarias de Saúde na vigilância da

saúde da criança (BRASIL, 2002).

No ano de 2004 foi apresentado, pelo Ministério da Saúde, a Agenda de

Compromissos com a Saúde Integral da Criança e Redução da Mortalidade Infantil. Este

documento foi criado como uma orientação a todos os profissionais da saúde na assistência

infantil, no objetivo de ressaltar que o foco da atenção profissional é a criança. Além disto,

enfatiza que a criança deve se beneficiar de tais cuidados integrais e multiprofissionais tanto

na unidade de saúde quanto no domicílio, espaços coletivos, bem como na creche, pré-escola

e escola para que sejam compreendidos em todas as suas necessidades e direitos como

indivíduo (BRASIL, 2004).

Recentemente, o Ministério da Saúde organizou a Rede Cegonha. Esta rede baseia-se

na regulação obstétrica no momento do parto, na qualificação técnica das equipes de atenção

primária e das maternidades. Atua na melhoria da ambiência dos serviços de saúde e na

ampliação de serviços e profissionais para estimular a prática do parto fisiológico e a

humanização do parto e do nascimento. Caracteriza-se, assim, como uma grande iniciativa

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que visa qualificar as Redes de Atenção Materno-Infantil no Brasil com o objetivo de

diminuir as taxas de morbimortalidade materna e infantil no país (BRASIL, 2012).

Em 2015 foi lançada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança

(PNAISC) que tem como principal meta reduzir a morbimortalidade infantil e gerar ambiente

facilitador da vida com condições de existência mais dignas e pelo desenvolvimento. Para

isso, a PNAISC objetiva promover e proteger a saúde da criança, com atenção e cuidados

integrais e integrados da gestação aos nove anos de vida, com foco na primeira infância e nas

populações de maior vulnerabilidade (BRASIL, 2015a).

O PNAISC possui sete eixos que são organizados no intuito de promover a saúde

infantil, a saber: atenção humanizada e qualificada à gestação, parto, nascimento e recém-

nascido; aleitamento materno e alimentação complementar saudável; promoção e

acompanhamento do crescimento e desenvolvimento integral; atenção a crianças com agravos

prevalentes na infância e com doenças crônicas; atenção à criança em situação de violências,

prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz; atenção à saúde de crianças com

deficiência ou em situações específicas e de vulnerabilidade; vigilância e prevenção do óbito

infantil, fetal e materno (BRASIL, 2015a; BRASIL, 2015b).

No que diz respeito, em especial, ao eixo da atenção à saúde de crianças com

deficiência ou em situações específicas e vulnerabilidade, tendo em vista que a criança com

microcefalia apresenta déficits importantes, este eixo corresponde à articulação de estratégias

intrassetoriais e intersetoriais que visam incluir estas crianças nas redes temáticas de atenção à

saúde diante da identificação de situação de vulnerabilidade e risco de agravos e adoecimento,

reconhecendo as especificidades deste público para uma atenção resolutiva (BRASIL, 2015a;

BRASIL, 2015c).

Dessa forma, a PNAISC sintetiza de forma simples, clara e objetiva para os gestores

estaduais, municipais e profissionais de saúde, os grandes eixos de ações que compõem uma

atenção integral à Saúde da Criança, além de apontar estratégias e dispositivos na articulação

das ações e da rede de serviços de saúde nos municípios e regiões de saúde (BRASIL 2015a;

BRASIL, 2015b).

3.2 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL

O desenvolvimento infantil compreende um processo multidimensional que tem início

na fecundação, passando pelo nascimento e que envolve o crescimento físico, a maturação

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neurológica, comportamental, cognitiva, social e afetiva da criança (BRASIL, 2015).

Portanto, conhecer os padrões normativos desse processo se faz necessário para identificar

características atípicas e poder intervir com eficácia o mais rápido possível (ILLINGWORTH,

2013).

O crescimento faz parte do processo biológico que se expressa pelo aumento do

tamanho corporal. Todas as crianças nascem com um potencial genético de crescimento, que

poderá ou não ser atingido a depender de suas condições de vida, desde o momento da

concepção até a fase adulta. Pode-se dizer, dessa forma, que o crescimento e desenvolvimento

infantil sofrem influências de fatores genéticos, metabólicos e más formações, além de fatores

como alimentação, saúde, higiene e outros cuidados extrínsecos com a criança (BRASIL,

2002, BRASIL, 2012).

O desenvolvimento infantil está baseado nas habilidades motoras, perceptivas, de

linguagem, psíquicas, etc. Esses sistemas dizem respeito a funções que se unem, de forma

complexa, em um processo de maturação neurológica, aperfeiçoam-se, desenvolvem-se e

sofrem influências. O atraso de uma dessas habilidades por si só não constitui

obrigatoriamente em um problema patológico, tendo em vista que cada ser humano se

desenvolve a partir de suas possibilidades e do meio no qual está inserido. A criança precisa,

portanto, ser vista e acompanhada de maneira holística, levando-se em consideração o

ambiente em que vive, bem como sua relação com os pais, família e coletividade (BRASIL,

2002).

Além das alterações no desenvolvimento que se dá com o passar dos meses, o

crescimento também sofre alterações importantes na medida em que o tempo vai passando. O

peso da criança, por exemplo, sofre uma importante alteração no qual o ganho de peso nos

primeiros meses de vida é superior ao ganho de peso após o segundo trimestre. Logo, a

criança ganhará menos peso com o passar do tempo e isto não denota anormalidade. É

preciso, porém, estar em acompanhamento para que as medidas e valores sejam sempre

averiguados não somente no intuito de identificar problemas, mas considerando o rápido

processo de crescimento e desenvolvimento característico dessa fase, bem como da

sensibilidade da criança aos fatores externos para seu desenvolvimento e da grande

“plasticidade” cerebral para reversão de problemas de atraso em seu crescimento e

desenvolvimento (BRASIL, 2002; SASSÁ et al., 2011).

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3.3 ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL

A construção e implementação de diretrizes de atenção voltadas ao acompanhamento

específico dos casos de bebês e crianças com microcefalia pretende orientar todos os

profissionais envolvidos no acompanhamento, monitoramento e na reabilitação dessas

crianças. Além disso, as diretrizes auxiliam estes profissionais na assistência para o melhor

desenvolvimento para cada caso, além de minimizar possíveis sequelas no desenvolvimento

neuropsicomotor, da linguagem, na socialização e formação subjetiva desses sujeitos

(BRASIL, 2016a).

Nesse sentido, o Ministério da Saúde recomenda alguns cuidados ao recém-nascido

após seu nascimento de modo a haver medidas de avaliação pelo profissional de saúde na

maternidade, como a medição do perímetro cefálico, triagem neonatal - que engloba teste de

orelhinha, teste do pezinho e teste do olhinho, manter a vacinação em dia e fazer

acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento (CD) da criança ou CD na Unidade

Básica de Saúde (UBS) (BRASIL, 2016a). Além disso, uma avaliação física sistematizada e

completa é um componente essencial aos recém-nascidos e principalmente quando eles são de

alto risco (HOCKENBERRY; WILSON, 2014; BRASIL, 2016b).

A consulta de CD na Atenção Primária à Saúde ou Unidade Básica de Saúde

(APS/UBS) nos primeiros 24 meses de vida é uma prática desenvolvida tanto pelo médico de

APS ou pediatra, bem como, e geralmente nas unidades de saúde da família, pelo enfermeiro

da Equipe de Saúde da Família. Nesse contexto, o acompanhamento de CD propõe a

utilização de técnicas que garantem e acompanham o desenvolvimento físico e mental das

crianças até cinco anos de idade. Diante disso, a enfermagem aliado à equipe

multiprofissional, com o foco no cuidado humano atua na consulta de CD para a prevenção,

promoção e recuperação da saúde infantil. Assim, o acompanhamento da criança em seu

crescimento e desenvolvimento se dá por meio de ações cotidianas e sistematizadas, através

de orientações com formação de vínculo família/profissional (RIBEIRO et al., 2014;

BRASIL, 2015).

Além disso, essa consulta é responsável pela promoção de melhoras individuais, na

vida de cada criança consultada, e coletivas, concernente tanto à prevenção de doenças bem

como à promoção e recuperação da saúde. Esses avanços são inerentes não somente à criança,

mas, também, à sua família, levando à melhoria, inclusive, dos dados epidemiológicos acerca

de doenças e agravos (OLIVEIRA et al., 2013)

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Na APS a consulta de CD é iniciada a partir das visitas domiciliares logo após o

nascimento da criança, na qual há a preocupação com as orientações iniciais voltadas à

família, tanto para mães quanto para as crianças, e com a saúde e bem-estar de ambos

(BRASIL, 2012a). A partir daí, são marcados mães e filhos para consultas mensais de

acompanhamento e seguimento dessas orientações e cuidados na UBS, porta de entrada no

sistema para novas necessidades, problemas e demais acompanhamentos de saúde

(RODRIGUES et al., 2015).

Na consulta de CD, os profissionais enfermeiros fazem parte da equipe de saúde que

presta assistência à criança e estes trabalham em ações e intervenções de promoção à saúde

onde, a partir daí, surgem as condições de detecção precoce de alterações no crescimento,

nutrição e desenvolvimento neuropsicomotor da criança, além de outras vertentes

(OLIVEIRA et al., 2013) e é iniciada com o estabelecimento de um ambiente de comunicação

com as famílias (HOCKENBERRY; WILSON, 2014).

Nesse sentido, o enfermeiro é responsável pela comunicação relacionada com o

desenvolvimento dos processos de pensamento, adaptando a maneira de interagir de acordo

com a idade do bebê. Além disso, ele irá obter a história de saúde da família e da criança,

partindo do momento do nascimento até os principais padrões de crescimento e

desenvolvimento (HOCKENBERRY; WILSON, 2014; PEREIRA; FERREIRA, 2014).

No que diz respeito aos cuidados com a criança portadora de microcefalia, estes

devem ser realizados desde a visita puerperal e na primeira consulta, sendo papel da equipe de

saúde da família a oferta integral da assistência à saúde a todo caso de microcefalia em seu

território. Todos os bebês com confirmação de microcefalia devem manter as consultas de CD

na APS/AB. Como os recém-nascidos podem apresentar alterações ou complicações

neurológicas, motoras, respiratórias, dentre outras, o acompanhamento por diferentes

especialistas em ambulatórios de especialidades será necessário quando confirmado o

comprometimento de funções, sendo coordenado pela equipe de APS (BRASIL, 2015;

BRASIL, 2016c).

Dessa forma, além de acompanhados por meio do CD, estas crianças devem, ainda, ser

encaminhadas para estimulação precoce em serviços de reabilitação, por fisioterapeuta,

fonoaudiólogo ou terapeuta ocupacional do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) ou

vinculado às equipes da APS/AB; ou, ainda, em Ambulatório de Seguimento de Recém-

Nascido de Risco. É nesse sentido que a consulta de CD se torna um instrumento essencial em

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disparar outros serviços especializados no cuidado à criança com microcefalia por meio do

acompanhamento sistemático (BRASIL, 2015; BRASIL, 2016c).

De acordo com o Ministério da Saúde (2016c), a atenção ao recém-nascido, lactente e

criança com microcefalia deve acontecer em uma sequência necessária para a correta

identificação e possível intervenção dos profissionais de saúde. Dessa forma, a saber: cuidado

ao recém-nascido no momento do nascimento a partir da caracterização por meio da medição

imediata do perímetro cefálico; aleitamento materno contínuo até os dois anos ou mais, sendo

exclusivo nos primeiros seis meses de vida; anamnese a partir da identificação se houve ou

não exposição da mãe e criança a substâncias tóxicas com potencial teratogênico bem como

os antecedentes maternos; medicamento(s) utilizado(s) durante a gravidez; exposição à

radiação ionizante; presença de rash cutâneo e outros sinais e sintomas sugestivos de

infecção; ultrassonografia gestacional; e os antecedentes familiares (BRASIL, 2016c).

O exame físico é realizado a partir das medidas de crescimento, a saber: peso, altura,

espessura da prega cutânea e circunferência do braço e da cabeça. Os valores destes

parâmetros do crescimento são marcados em gráficos com percentis, contidos na caderneta da

criança, que são comparados com os valores preconizados pelo Ministério da Saúde

(HOCKENBERRY; WILSON, 2014; BRASIL, 2013). Além das medidas de crescimento, o

exame físico abrange medidas fisiológicas, como medidas de desenvolvimento a partir da

aparência geral do bebê, da pele, estruturas acessórias como unha e cabelo, face, tórax,

abdome, regiões genitais e avaliação neurológica (HOCKENBERRY; WILSON, 2014).

A medida do PC deve ser acompanhada mensalmente após o nascimento e qualquer

desaceleração que coloque a medida da criança com PC abaixo de -2 desvios-padrões, pela

curva da OMS, também deve levantar a suspeita e levar à notificação do caso, como deve

ocorrer com qualquer lactente que se mantém em consulta. Na comparação do perímetro

cefálico com outros parâmetros do crescimento, o profissional deve observar a presença de

características dismórficas, bem como de anomalias congênitas que comprometem outros

órgãos e, ainda, avaliação neurológica do recém-nascido descrevendo as anormalidades, caso

estas existam (BRASIL, 2015; BRASIL, 2016c).

No que diz respeito à avaliação neurológica da consulta de CD, grande parte do exame

ocorre durante a avaliação dos sistemas corporais no exame físico completo, mas se dá

principalmente com o desencadear dos reflexos chamados primitivos e a observação da

postura, do tônus muscular, do controle da cabeça e do movimento do bebê. O profissional

precisa levar em consideração a idade do recém-nascido para as respostas comportamentais

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esperadas de cada um a partir do estímulo fornecido a este (HOCKENBERRY; WILSON,

2014; BRASIL, 2016c). É importante ressaltar que os reflexos primitivos devem ser bem

avaliados, tendo em vista que eles trazem informações sobre o estado de saúde do RN

(BRASIL, 2016c).

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4 METODOLOGIA

4.1 TIPO DE PESQUISA

O presente estudo caracteriza-se como sendo do tipo epidemiológico, descritivo, de

abordagem quantitativa. As pesquisas epidemiológicas dizem respeito aos estudos de relação

causa-efeito ou saúde-doença (GIL, 2010; LAKATOS, 2010).

Os estudos descritivos visam delinear e identificar as características de determinada

população, propiciando a aproximação do pesquisador com o objeto de estudo e a formulação

de hipóteses (GIL, 2010; LAKATOS, 2010).

A abordagem quantitativa compreende um estudo estatístico que pretende analisar as

características dos fatos, através da mensuração das variáveis elegíveis pelo estudo

(SEVERINO, 2007).

4.2 LOCAL DE PESQUISA

O estudo foi desenvolvido no ambulatório de Pediatria do Hospital Universitário Onofre

Lopes que agrega o Complexo Hospitalar de Saúde (CHS) da UFRN como Unidade

Suplementar vinculada, hierarquicamente e funcionalmente, à Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. Tem a missão de assegurar o direito a uma assistência diferenciada,

humanizada e de qualidade, à clientela infanto-juvenil usuária do sistema público de saúde,

integrada ao ensino e à pesquisa em saúde da criança e adolescente. Em relação à criança

portadora de necessidades especiais, como no caso da criança portadora da Microcefalia, o

ambulatório conta com equipe multiprofissional realizando atendimentos e consultas

especializadas e voltadas a estas crianças.

Optou-se por trabalhar com essa instituição por ser reconhecidamente centro de

referência do Estado que atende crianças com diagnósticos de microcefalia na capital e

Região Metropolitana (RM) e recebe crianças para o tratamento de diversas doenças

neurológicas.

Além deste local, o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi,

pertencente ao Instituto Santos Dummont, localizado em Macaíba, região metropolitana de

Natal, contribuiu para a realização do teste piloto do estudo.

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4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população do estudo foi as crianças diagnosticadas com microcefalia relacionada à

transmissão pelo ZIKV e acompanhadas no local de pesquisa supracitado. A seleção das

crianças foi realizada a partir da exclusão de outras anomalias através de exames sanguíneos e

sorológicos (Toxoplasmose, Rubéola, Sífilis, Citomegalovírus).

Inicialmente foi realizado um teste piloto do instrumento de coleta de dados no Centro

de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi o qual foi aplicado a cinco crianças, onde

foi possível elencar as principais necessidades de adequações do mesmo. A partir da

realização do teste piloto, o instrumento de coleta de dados pôde ser revisado e foram

realizados os devidos ajustes para que ele pudesse contemplar todos os objetivos da presente

pesquisa.

A amostra correspondeu ao total de 36 crianças diagnosticadas com microcefalia

relacionada à transmissão pelo do Zika Vírus com idade superior a 12 meses, sendo estes os

critérios de inclusão. Como critério de exclusão foi elencado as crianças que além da

microcefalia relacionada ao ZIKV possuíam outras anomalias associadas ao seu quadro.

A não realização do cálculo amostral deu-se ao fato da opção de incluir todas as

crianças que compareceram às consultas de crescimento e desenvolvimento no período

correspondente a coleta de dados pré-agendados pelos profissionais responsáveis pelas

consultas.

4.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS

O período de coleta ocorreu entre os meses de julho a outubro de 2017 e os dados

foram coletados nas consultas de crescimento e desenvolvimento, considerando a investigação

da história familiar, da mãe, das crianças e os marcos de desenvolvimento detectados,

conforme a idade de cada criança. Os dados foram coletados no período correspondente a

quatro meses, de acordo com o agendamento e marcação de consultas do serviço, a partir de

um instrumento de coleta de dados previamente elaborado e revisado no teste piloto.

O instrumento de coleta (APÊNDICE A) foi elaborado pelos pesquisadores e consta

na primeira parte da caracterização materna e a segunda referente à consulta de crescimento e

desenvolvimento da criança, construído com base no caderno de Atenção Primária à Saúde nº

33: Crescimento e Desenvolvimento da Criança, no Protocolo de Atenção à Saúde e resposta

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à ocorrência de Microcefalia, do Ministério da Saúde e na literatura, mais especificamente sob

o estudo de Marilyn J. Hockenberry e David Wilson (Wong Fundamentos de Enfermagem

Pediátrica).

O referido instrumento continha perguntas abertas e fechadas e foi completamente

preenchido pela pesquisadora com base em uma entrevista direta à mãe e/ou responsável pela

criança no momento da consulta de Crescimento e Desenvolvimento e através da observação

do passo a passo da consulta destas crianças realizada pelos profissionais responsáveis por

ela. A pesquisadora ficou livre para fazer suas perguntas, dúvidas e colocações no momento

da entrevista, bem como para preencher o instrumento de coleta de dados concomitantemente.

As entrevistas maternas e a participação e acompanhamento da consulta do

crescimento e desenvolvimento da criança foram realizadas pela pesquisadora do estudo em

ambiente restrito a presença desta, do profissional de saúde responsável pela consulta e dos

entrevistados, respeitando a privacidade destes. A consulta do crescimento e desenvolvimento

da criança foi feita na unidade de atendimento ambulatorial específica para este atendimento.

Vale ressaltar que os prontuários foram consultados no âmbito do serviço, sempre que

necessário, para completar informações relevantes de caracterização sócio-demográfica e

epidemiológica materna e do recém-nascido mediante autorização pela instituição

(APÊNDICE B).

4.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Os dados da coleta foram organizados e analisados pelo software Statistical Package

for the Social Sciences- SPSS versão 21.

Inicialmente foram construídas tabelas de frequências absolutas e relativas para

caracterização das crianças com a presença da microcefalia relacionada ao ZIKV quanto à

história materna, da criança e dos marcos do seu desenvolvimento. Utilizou-se o teste de

Fisher para análise qualitativa das variáveis com intuito de verificar a associação entre duas

variáveis categóricas (história materna e da criança segundo os marcos do desenvolvimento).

O Teste de Fisher foi realizado para testar a associação entre as variáveis da história

materna, tais como: renda familiar, grau de escolaridade, raça, trimestre de início de pré-natal,

imunização, suplemento de ferro, contato com alguma substância tóxica durante a gravidez,

tipo de parto, história de microcefalia na família dos pais, utilização de medicamentos durante

a gravidez, medicamentos usados, caso de doença exantemática durante a gestação, mês de

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aparecimento dos sintomas; da história da criança: sexo, raça, motivo da consulta, doença,

presença de dor, tipo sanguíneo, ingestão de alimento adequadamente, amamentou a criança,

uso de algum medicamento, cartão de vacina atualizado, alteração nas fontanelas, nos olhos,

no nariz, boca e/ou orelha/ouvido, no pescoço, há alteração no tórax na inspeção e palpação,

há alteração nos ruídos do aparelho respiratório a partir da ausculta, há alteração nos ruídos do

aparelho circulatório a partir da ausculta e alteração do aparelho geniturinário, com todos os

marcos do desenvolvimento da criança.

Para as amostras independentes foi realizado o teste Mann Whitney (população

relativamente pequena). Este teste foi aplicado com o propósito de comparar as medianas das

variáveis contínuas da história materna e da criança com os marcos do desenvolvimento da

criança. Para todos os testes estáticos foi considerado um nível de significância α ꞊ 5%.

O teste de Mann Whitney foi realizado para verificar se houve diferença entre as

medianas das variáveis do histórico materno quanto ao número de consultas pré-natal e das

crianças, a saber: idade, peso ao nascer, comprimento ao nascer, perímetro cefálico ao nascer,

idade gestacional, peso atual, comprimento atual, IMC e perímetro cefálico atual, segundo

todos os marcos do desenvolvimento.

4.6 ASPÉCTOS ÉTICOS

O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Hospital

Universitário Onofre Lopes (HUOL) da UFRN conforme determinações da Resolução nº

466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e suas complementares, e aprovado sob o

Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) de número

64872817.2.0000.5537 e parecer 2.166.462.

O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi assinado pelas mães como

participantes da pesquisa (APÊNDICE C) além das mesmas terem assinado o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido para menores de idade (APÊNDICE D) envolvidos nos

estudo.

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5 RESULTADOS

Concernente à caracterização sociodemográfica da história materna das 36 mulheres

investigadas, 94,4% (n=34) possuíam renda familiar entre 1 e 3 salários mínimos. No que diz

respeito ao grau de escolaridades a maioria (58,3%) possuíam o ensino fundamental

incompleto (n=21) e 19,4% (n=7) o ensino médio completo. Referente à raça, 80,6% (n=29)

se consideravam de cor parda; 16,7% (n=6), de cor branca e 2,8% do total das mulheres se

consideravam negras (n=3).

Em relação às informações da história da gravidez, parto e puerpério, 86,1% das

mulheres (n=31) iniciaram às consultas de pré-natal no primeiro trimestre de gestação; 11,1%

(n=4) no terceiro trimestre e apenas 2,8% (n=1), no segundo trimestre. A média de consultas

pré-natal foi de 2,47 consultas.

Quanto à imunização da vacina Dupla Adulto, a maioria (86,1%) das mulheres

realizou o esquema completo durante a gravidez (n=31), 11,1% (n=4) realizou apenas

algumas doses da vacina deixando o esquema incompleto e apenas uma mulher (2,8%) não

fez uso de nenhuma dose. A suplementação de ferro foi realizada pela maioria das mulheres,

no qual 97,2% (n=35) realizaram a suplementação durante o período determinado. No tocante

ao contato com substância tóxica apenas cinco mulheres (13,9%) alegaram ter tido contato

como, por exemplo, com bebida alcoólica ou outras drogas.

Em relação ao tipo de parto a maior parte das mulheres investigadas (69,4%) teve

parto cesáreo. A história de microcefalia na família foi negada por 91,7% das entrevistadas.

No que concerne ao uso de medicação na gestação, a maioria das mulheres alegou ter tido

contato com medicamentos neste período. Do total de mulheres investigadas, 20 (55,6%)

tomaram algum tipo de medicamento. Os medicamentos mais utilizados foram analgésicos

(45%), suplementos vitamínicos (50%), suplementos hormonais (5%), anti-hipertensivos

(5%) ou antibióticos (30%) para algum tipo de infecção.

No que diz respeito à presença de doença exantemática na gestação, a maioria (83,3%)

alegou ter apresentado, e o período em que houve o maior aparecimento de sintomas foi o

terceiro mês de gestação (33,3%), seguido do segundo mês de gestação com 26,7%. Para

alívio dos sintomas foram usados dipirona 62,% e paracetamol em 37,5%. Outros sintomas

relatados foram exantema (70%), artralgia (50%), febre (33,3%), prurido e cefaleia com

iguais percentuais (16,6%) e outros como: dor de garganta, mialgia e edema com 3,3%, cada.

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28

Tabela 1 – Estatística descritiva da história das crianças com microcefalia relacionada à

transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017. (N=36)

Variável Média Mediana Mínimo Máximo Desvio

padrão

Idade (em meses) 20,25 21,00 10,00 26,00 3,175

Peso ao nascer (gramas) 2571,94 2505,50 1540,00 3951,00 593,06

Comprimento ao nascer (cm) 44,53 44,5 3,64 35,00 51,00

Perímetro cefálico ao nascer (cm) 28,98 29,00 25,00 34,00 1,75

Idade Gestacional (em semanas) 38,53 39,00 32,00 41,00 1,77

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

Na Tabela 1, observam-se dados relativos à história da criança ao nascer e idade em

meses no momento da consulta na qual se observa que as médias apontam para um peso ideal

ao nascer, comprimento ao nascer dentro dos padrões normais, baixo perímetro cefálico e

idade de nascimento a termo.

Concernente à caracterização das crianças investigadas, a maioria (55,6%) são do sexo

feminino (56,6%) e de cor parda (86,1%). Das crianças consultadas, 21 (58,3%) apresentaram

algum tipo de doença como motivo da consulta, além da rotina, tais como: asma, dermatite e

tosse com 9,5% de presença; os demais sintomas foram cansaço, constipação, prurido,

regurgitação, vômito e febre, o que representou 4,7% das crianças com algum tipo de

sintomatologia. No que diz respeito à alimentação da criança, 94,4% (n=34) delas foram

consideradas pela equipe multiprofissional como uma ingesta de alimentos inadequadamente.

O uso exclusivo do leite materno até pelo menos os três primeiros meses de vida foi

registrado em 50,5% das crianças investigadas.

Quanto ao uso de medicamento, 91,7% estavam utilizando algum medicamento sendo

os mais presentes a suplementação de vitaminas e minerais em 100% das crianças seguido dos

medicamentos Depakene e Topiramato, perfazendo 24,2% nas respostas. Há registro do uso

de Aerolin (12,1%), Fenobarbital (9,0%), Gardenal (6,0%) e Noripurim, Vigobotrina e

Neozine (3,0%). No que tocante à imunização das crianças, 72,2% estava com o cartão

atualizado e 10 (27,8%) possuíam o registro de uma vacina atrasada.

Na tabela 02 são apresentadas as principais alterações físicas detectadas no exame

físico das crianças investigadas nesse estudo.

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29

Tabela 2 – Alterações físicas identificadas nas crianças com microcefalia relacionada à

transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017. (N=36)

Variável Sim Não

N % N %

Alteração nas fontanelas 3 8,3 33 91,7

Alteração nos olhos 14 38,9 22 61,1

Continua

Continuação

Alteração no nariz, boca e/ou orelha/ouvido 2 5,6 34 94,4

Alteração no pescoço 5 13,9 31 86,1

Alteração no tórax – Inspeção e palpação 1 2,8 35 97,2

Alterações nos ruídos do aparelho respiratório - Ausculta 9 25 27 75,0

Alterações nos ruídos aparelho respiratório - Percussão - - 36 100,0

Alteração na frequência respiratória - - 36 100,0

Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho circulatório 1 2,8 35 97,2

Inspeção e palpação há alteração no abdome - - 36 100,0

Ausculta e percussão há alterações nos ruídos - - 36 100,0

Alteração do aparelho geniturinário 3 8,3 33 91,7

Alteração na região anal da criança - - 36 100,0

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

Nas tabelas 3 e 4 estão expostas as informações das crianças investigadas no que diz

respeito ao exame físico atual da criança. As variáveis foram levadas em consideração a partir

do exame na direção céfalocaudal. As variáveis que apresentaram alterações foram de

fontanelas 8,3% (n=3) e 38,9% (n=14) demonstrou olhos fora do padrão de normalidade. Em

respeito a alterações no nariz, boca e/ou orelha/ouvido apenas 5,6% (n=2) apresentou

características fora do padrão normativo.

Quanto a alterações no pescoço 13,9% (n=5) apresentou algum tipo de característica

fora do padrão de normalidade. Na inspeção e palpação do tórax, apenas 1 (2,8%) apresentou

alguma alteração. Na ausculta do aparelho respiratório 25% (n=9) apresentaram ruídos fora

do padrão de normalidade. Na ausculta cardíaca apenas uma criança apresentou alteração de

ruídos. No que concerne ao aparelho geniturinário 8,3% (n=36) apresentou algum tipo de

alteração em relação ao padrão de normalidade. Não foram identificadas anormalidade na

região anal. Ainda em relação ao exame físico, na Tabela 03 são expostas as principais

informações de média, mediana, valor máximo, mínimo e desvio padrão dos valores de peso,

IMC e perímetro cefálico atual das crianças assistidas. Nesse sentido, observa-se que a média

de peso das crianças foi de 7806,23 em gramas e a mediana de 9102,50 gramas. O

comprimento teve como média 76,06 e mediana de 75,25. No IMC, a média foi de 16,51 e a

mediana, 15,40. No perímetro cefálico, a média foi de 39,73 cm e a mediana foi 39,75cm.

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Tabela 3 – Dados relativos ao exame físico atual da criança com microcefalia relacionada à

transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017. (N=36)

Variável Média Mediana Mínimo Máximo Desvio padrão

Peso atual (gramas) 7806,23 9102,5 9 13290 3742,2

Comprimento (cm) 76,06 75,25 70 75,25 4,16

IMC 16,51 15,4 12,7 23 2,77

Perímetro cefálico (cm) 39,73 39,75 35,5 45 2,27

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

A avaliação dos marcos de desenvolvimento é apresentada na Tabela 4. Na qual se

constata que houve respostas insatisfatórias para quase todos os marcos embora com um

número pequeno de crianças.

Tabela 4 – Frequência e percentual dos marcos do desenvolvimento da criança com

microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017. (N=36)

Marco do Desenvolvimento Sim Não

N % N %

Olha para a pessoa que observa 31 85,7 5 14,3

Dá amostras de prazer e desconforto 31 85,7 5 14,3

Fixa e acompanha objetos em seu campo visual 22 61,1 14 38,9

Arrulha e sorri espontaneamente 34 94,4 2 5,6

Colocada de bruços, levanta e sustenta a cabeça apoiando-se

no antebraço. 20 55,6 16 44,4

Emite sons, balbuciando 36 100,0 - -

Rola da posição supina para prona 18 50,0 18 50,0

Levantada pelos braços, ajuda com o corpo 23 63,9 13 36,1

Vira a cabeça na direção de uma voz ou objeto sonoro 23 63,9 13 36,1

Senta-se sem apoio 7 19,4 29 80,6

Segura e transfere objetos de uma mão para outra 13 36,1 23 63,9

Imita pequenos gestos ou brincadeiras 9 25,0 27 75,0

Arrasta-se ou engatinha 10 27,8 26 72,2

Pega pequenos objetos usando o polegar ou indicador 9 25,0 27 75,0

Emprega pelo menos uma palavra com sentido 7 19,4 29 80,6

Faz gestos com a mão e a cabeça 8 22,2 28 77,8

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

As respostas mais insatisfatórias foram relativas ao marco “Fixa e acompanha objetos

em seu campo visual” no qual 14 crianças (38,9%) não apresentaram o referido marco;

“Colocada de bruços, levanta e sustenta a cabeça apoiando-se no antebraço”, não apresentado

por 44,4% (n=16); “Rola da posição supina para prona” no qual metade (n=18) (50,0%) não

conseguiam responder a esse marco e “Levantada pelos braços, ajuda com o corpo” não foi

realizado por 36,1% delas (n=13). No marco “Segura e transfere objetos de uma mão para

outra”, 63,9% (n=23) não conseguiam realizar esse movimento. “Imita pequenos gestos ou

brincadeiras” ficou sem respostas em (n=27) 75%; No “Arrasta-se ou engatinha” 26 (72,2%)

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crianças não conseguiam realizar o movimento sem auxílio de terceiros; “Pega pequenos

objetos usando o polegar ou indicador” 75% (n=27) não conseguiu realizá-lo.

No marco do desenvolvimento “Emprega pelo menos uma palavra com sentido” foi

percebido que 29 (80,6%) crianças não conseguiam empregar palavras com sentido e 77,8%

(n=28) não responderam ao marco “Faz gestos com a mão e a cabeça”.

Na Tabela 5, estão dispostas as informações relativas aos marcos do desenvolvimento

da criança “Olha para a pessoa que observa” segundo histórico materno (nº de consultas pré-

natal) e da criança (Idade, peso ao nascer, comprimento ao nascer, perímetro cefálico ao

nascer, idade gestacional, peso atual, comprimento atual, IMC e perímetro cefálico atual),

analisado pelo teste Mann Whitney ao nível de significância de 5%.

Tabela 5 – Marco desenvolvimento da criança “Olha para a pessoa que observa” associado ao

histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36)

Variáveis

Olha para

a pessoa

que

observa

n % Média Mediana Desvio

padrão

Valor-

p*

História materna

Nº de consultas pré-natais Sim 31 86,11 2,48 2 0,51 0,731

Não 5 13,89 2,4 2 0,55

História da criança

Idade (em meses) Sim 31 86,11 20,52 21 2,83 0,503

Não 5 13,89 18,6 21 4,93

Peso ao nascer Sim 31 86,11 2604 2511 596,11 0,493

Não 5 13,89 2374 2430 597

Comprimento ao nascer

(cm) Sim 31 86,11 44,26 44 3,65

0,322

Não 5 13,89 46,2 47 3,42

Perímetro cefálico ao

nascer (cm) Sim 31 86,11 29,23 29 1,66

0,015

Não 5 13,89 27,4 28 1,52

Idade gestacional Sim 31 86,11 38,71 39 1,4 0,494

Não 5 13,89 37,4 38 3,29

Peso atual Sim 31 86,11 7431 8900 3846,93 0,137

Não 5 13,89 10132 9827 1921

Comprimento atual Sim 31 86,11 76,31 75,5 4,23 0,435

Não 5 13,89 74,5 74,5 3,77

IMC Sim 31 86,11 16,23 15,1 2,59 0,208

Não 5 13,89 18,26 19,4 3,56

Perímetro cefálico atual Sim 31 86,11 39,9 40 2,32 0,051

Não 5 13,89 38,14 38,7 1,05

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Mann Whitney

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32

Foi observada evidência de associação entre as medianas do perímetro cefálico da

criança ao nascer (cm) (valor-p 0,015) com o referido marco do desenvolvimento infantil.

Para as demais variáveis do histórico materno e da criança não se evidenciou associação com

o desenvolvimento ao nível de significância de 5%.

No marco do desenvolvimento da criança, exposto na Tabela 06, “Rola da posição

supina para prona”, evidenciou-se associação entre as medianas do peso atual da criança e

IMC (valor-p 0,024 e 0,006). Para as demais variáveis do histórico materno e da criança não

se evidenciou associação com o marco do desenvolvimento ao nível de significância de 5%.

Tabela 6 – Marco do desenvolvimento da criança “Rola da posição supina para prona”

associado segundo o histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36)

Variáveis

Rola da

posição

supina

para

prona

n % Média Mediana Desvio

padrão

Valor

-p*

História materna

Nº de consultas pré-

natais Sim 18 55,56 2,5 2,5 0,52

0,742

Não 18 4,44 2,44 2 0,51

História da criança

Idade (em meses) Sim 18 50,0 19,72 20,5 3,73 0,576

Não 18 50,0 20,78 21 2,51

Peso ao nascer Sim 18 50,0 2579 2517 576 0,812

Não 18 50,0 2565 2471 627

Comprimento ao

nascer (cm) Sim 18 50,0 44,94 45 3,04

0,577

Não 18 50,0 44,11 44 4,2

Perímetro cefálico nas

nascer (cm) Sim 18 50,0 29,25 29,5 2,34

0,100

Não 18 50,0 28,71 29 0,8

Idade gestacional Sim 18 50,0 38,39 39 2,03 0,896

Não 18 50,0 38,67 39 1,5

Peso atual Sim 18 50,0 6839 8408 3884 0,024

Não 18 50,0 8773 9789 3430

Comprimento atual Sim 18 50,0 77,38 76,75 4,65 0,063

Não 18 50,0 74,73 74,1 3,22

IMC Sim 18 50,0 15,12 14,8 1,91 0,006

Não 18 50,0 17,9 18,9 2,84

Perímetro cefálico

atual Sim 18 50,0 39,13 38,75 2,49

0,163

Não 18 50,0 40,33 40 1,91

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Mann Whitney

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33

Na Tabela 7 foi analisado o marco do desenvolvimento da criança “Vira a cabeça na

direção de uma voz ou objeto sonoro”, e observou-se evidência de associação entre as

medianas do peso atual da criança e IMC (valor-p 0,002 e 0,019) Semelhante aos anteriores

não se evidenciou associação com o desenvolvimento ao nível de significância de 5%.

Tabela 7 – O marco do desenvolvimento da criança “Vira a cabeça na direção de uma voz ou

objeto sonoro” segundo histórico materno. Natal/RN, 2017. (N=36)

Variáveis

Vira a cabeça

na direção de

uma voz ou

objeto sonoro

n % Media Mediana Desvio

padrão

Valor

-p*

História materna

Nº de consultas pré-

natais Sim 23 68,89 2,44 2 0,51

0,555

Não 13 36,11 2,54 3 0,52

História da criança

Idade (em meses) Sim 23 68,89 19,91 20 3,54 0,327

Não 13 36,11 20,85 22 2,41

Peso ao nascer Sim 23 68,89 2584 2534 613 0,856

Não 13 36,11 2551 2500 579

Comprimento ao

nascer (cm) Sim 23 68,89 44,57 45 3,55

0,842

Não 13 36,11 44,46 44 3,93

Perímetro cefálico

nas nascer (cm) Sim 23 68,89 29,11 29 2,09

0,325

Não 13 36,11 28,75 29 0,9

Idade gestacional Sim 23 68,89 38,52 39 1,92 0,825

Não 13 36,11 38,54 39 1,51

Peso atual Sim 23 68,89 6552 8400 4076 0,002

Não 13 36,11 10025 9871 1431

Comprimento atual Sim 23 68,89 77,02 77 4,54 0,069

Não 13 36,11 74,35 74,2 2,81

IMC Sim 23 68,89 15,6 14,9 2,49 0,019

Não 13 36,11 18,11 18,4 2,61

Perímetro cefálico

atual Sim 23 68,89 39,53 39,3 2,57

0,447

Não 13 36,11 40,09 40 1,65

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Mann Whitney

O cruzamento das variáveis do histórico materno e da criança, segundo o marco do

desenvolvimento da criança “Senta-se com apoio”, está apresentado na Tabela 8 na qual se

observa evidência de associação entre as medianas do perímetro cefálico da criança ao nascer

(cm) (valor-p 0,037) com o referido marco do desenvolvimento. Para as demais variáveis do

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histórico materno e da criança não se evidenciou associação com o desenvolvimento ao nível

de significância de 5%.

Tabela 8 – Marco do desenvolvimento da criança “Senta-se com apoio” segundo histórico

materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36)

Variáveis Senta-se

com apoio n % Média Mediana

Desvio

padrão

Valor

-p*

História materna

Nº de consultas pré-

natais Sim 7 19,44 2,57 3 0,54

0,564

Não 29 80,56 2,45 2 0,51

História da criança

Idade (em meses) Sim 7 19,44 20,86 20 2,41 0,920

Não 29 80,56 20,1 21 3,35

Peso ao nascer Sim 7 19,44 2597 2593 430 0,826

Não 29 80,56 2566 2500 632

Comprimento ao

nascer (cm) Sim 7 19,44 44,43 45 3,74

0,809

Não 29 80,56 44,55 44 3,68

Perímetro cefálico ao

nascer (cm) Sim 7 19,44 30 30 1,15

0,037

Não 29 80,56 28,73 29 1,79

Idade gestacional Sim 7 19,44 38,71 39 1,6 0,773

Não 29 80,56 38,48 39 1,83

Peso atual Sim 7 19,44 6342 8505 4473 0,280

Não 29 80,56 8160 9210 3543

Comprimento atual Sim 7 19,44 78,07 79 5,56 0,200

Não 29 80,56 75,57 75 3,71

IMC Sim 7 19,44 15,26 15,1 2,01 0,223

Não 29 80,56 16,81 16,8 2,89

Perímetro cefálico

atual Sim 7 19,44 40,26 40,6 2,57

0,446

Não 29 80,56 39,61 39,3 2,22

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Mann Whitney

As variáveis do histórico materno e da criança, segundo o marco do desenvolvimento

da criança “Segura e transfere objetos de uma mão para outra” apresentou associação apenas

com as medianas do perímetro cefálico da criança ao nascer (cm) (valor-p 0,004) com o

marco do desenvolvimento da criança “Segura e transfere objetos de uma mão para outra”,

conforme apresentado na Tabela 9.

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Tabela 9 – Marco do desenvolvimento da criança “Segura e transfere objetos de uma mão

para outra” segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36)

Variáveis

Segura e

transfere

objetos de

uma mão

para outra

n % Média Mediana Desvio

padrão

Valor-

p*

História materna

Nº de consultas pré-

natais Sim 23 68,89 2,54 3 0,52

0,555

Não 13 36,11 2,43 2 0,51

História da criança

Idade (em meses) Sim 23 68,89 20,54 21 3,31 0,445

Não 13 36,11 20,09 21 3,16

Peso ao nascer Sim 23 68,89 2646 2620 488 0,420

Não 13 36,11 2530 2430 652

Comprimento ao

nascer (cm) Sim 23 68,89 44,46 44 3,1

0,765

Não 13 36,11 44,65 45 3,98

Perímetro cefálico

ao nas nascer (cm) Sim 23 68,89 30,05 30 1,56

0,004

Não 13 36,11 28,37 29 1,57

Idade gestacional Sim 23 68,89 38,85 39 1,28 0,541

Não 13 36,11 38,35 39 1,99

Peso atual Sim 23 68,89 7300 9150 4201 0,974

Não 13 36,11 8092 8900 3524

Comprimento atual Sim 23 68,89 76,25 76,5 4,94 0,947

Não 13 36,11 75,94 75 3,77

IMC Sim 23 68,89 16,61 16,8 2,22 0,610

Não 13 36,11 16,45 15 3,09

Perímetro cefálico

atual Sim 23 68,89 40,49 40,6 1,98

0,087

Não 13 36,11 39,3 39 2,35

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Mann Whitney

O marco do desenvolvimento, conforme Tabela 10, “Imita pequenos gestos ou

brincadeiras” apontou medianas do perímetro cefálico da criança ao nascer (cm) e idade da

criança (valor-p 0,020 e 0,026) com valores que indicam associação.

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36

Tabela 10 – Marco do desenvolvimento da criança “Imita pequenos gestos ou brincadeiras”

segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36)

Variáveis

Imita

pequenos

gestos ou

brincadeiras

n % Média Mediana Desvio

padrão

Valor-

p*

História materna

Nº de consultas

pré-natais Sim 9 25,0 2,57 3 0,53

0,569

Não 27 75,0 2,44 2 0,51

História da criança

Idade (em meses) Sim 9 25,0 20,67 20 2,6 0,971

Não 27 75,0 20,11 21 3,38

Peso ao nascer Sim 9 25,0 2639 2593 583 0,674

Não 27 75,0 2550 2470 606

Comprimento ao

nascer (cm) Sim 9 25,0 45 45 2,83

0,825

Não 27 75,0 44,37 44 3,9

Perímetro cefálico

ao nas nascer (cm) Sim 9 25,0 29,89 30 1,17

0,02

Não 27 75,0 28,67 29 1,82

Idade gestacional Sim 9 25,0 39,44 40 1,42 0,026

Não 27 75,0 38,22 38 1,78

Peso atual Sim 9 25,0 7301 9055 4189 0,913

Não 27 75,0 7975 9150 3652

Comprimento atual Sim 9 25,0 77,44 77 5,11 0,272

Não 27 75,0 75,59 75 3,8

IMC Sim 9 25,0 16,42 15,7 2,49 0,812

Não 27 75,0 16,54 15,1 2,91

Perímetro cefálico

atual Sim 9 25,0 40,73 40,6 1,82

0,079

Não 27 75,0 39,4 39 2,34

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Mann Whitney

O marco “Emprega pelo menos uma palavra com sentido” apresentou associação

apenas entre as medianas do comprimento atual da criança e IMC (valor-p 0,014 e 0,012)

conforme exposto na Tabela 11.

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Tabela 11 – Marco do desenvolvimento da criança “Emprega pelo menos uma palavra com

sentido” segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36)

Variáveis

Emprega

pelo menos

uma palavra

com sentido

n % Média Mediana Desvio

padrão

Valor

-p*

História materna

Nº de consultas pré-

natais Sim 9 25,0 2,43 2 0,53

0,799

Não 27 75,0 2,48 2 0,51

História da criança

Idade (em meses) Sim 9 25,0 21,29 21 1,7 0,480

Não 27 75,0 20 20 3,41

Peso ao nascer Sim 9 25,0 2365 2344 270 0,272

Não 27 75,0 2624 2534 640

Comprimento ao

nascer (cm) Sim 9 25,0 45,43 45 0,98

0,456

Não 27 75,0 44,31 44 4,01

Perímetro cefálico

nas nascer (cm) Sim 9 25,0 29,43 30 1,99

0,284

Não 27 75,0 38,87 29 1,7

Idade gestacional Sim 9 25,0 39 40 1,53 0,344

Não 27 75,0 38,41 39 1,82

Peso atual Sim 9 25,0 7353 8400 3391 0,280

Não 27 75,0 7916 9315 3870

Comprimento atual Sim 9 25,0 79,79 80 4,45 0,014

Não 27 75,0 75,15 74,5 3,62

IMC Sim 9 25,0 14,09 14,1 1,18 0,012

Não 27 75,0 17,09 17,7 2,74

Perímetro cefálico

atual Sim 9 25,0 40,09 40,6 2,78

0,561

Não 27 75,0 39,65 39,5 2,18

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Mann Whitney

O teste de Fisher ao nível de significância de 5% foi utilizado para verificar a

associação entre o marco “Fixa e acompanha objetos em seu campo visual” e as variáveis

relacionada a história materna (renda familiar, grau de escolaridade, raça, trimestre de início

pré-natal, imunização, suplemento de ferro, contato com alguma substância tóxica durante a

gravidez, tipo de parto, história de microcefalia na família dos pais, utilização de

medicamentos durante a gravidez, medicamentos usados, doença exantemática durante a

gravidez, mês do aparecimento dos sintomas) e história da criança (sexo, raça, motivo da

consulta, doença, presença de dor, tipo sanguíneo, ingestão de alimento adequadamente,

amamentou a criança, uso de algum medicamento, cartão de vacina atualizado, alteração nas

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38

fontanelas, nos olhos, no nariz, boca e/ou orelha/ouvido, no pescoço, há alteração no tórax na

inspeção e palpação, há alteração nos ruídos do aparelho respiratório a partir da ausculta, há

alteração nos ruídos do aparelho circulatório na ausculta e alteração do aparelho geniturinário)

Assim, há evidências de associação entre a história da criança (alteração nos olhos)

com o marco do desenvolvimento “Fixa e acompanha objetos em seu campo visual”,

conforme observado na Tabela 12.

Tabela 12 – Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento “Fixa

e acompanha objetos em seu campo visual”. Natal/RN, 2017. (N = 36)

Histórico da criança

Fixa e acompanha objetos em seu campo

visual N (%) valor-p*

Sim Não Total

Sexo

Feminino 12 (60,0) 8 (40,0) 20 (55,6) 1,000

Masculino 10 (62,5) 6 (37,5) 16 (44,4)

Raça

Branco 4 (80,0) 1 (20,0) 5 (13,9)

0,628 Pardo 16 (58,1) 13 (41,9) 31 (86,1)

Negro - - -

Outro - - -

Motivo da consulta

Rotina 9 (60,0) 6 (40,0) 15 (41,7) 1,000

Rotina+sintomas 13 (61,9) 8 (38,1) 21 (58,3)

Doença

Asma 1 (100,0) - 1 (2,8)

1,000

Asma+cansaço 1 (100,0) - 1 (2,8)

Constipação+pneumonia 1 (100,0) - 1 (2,8)

Dermatite+prurido - 1 (100,0) 1 (2,8)

Gripe 8 (53,3) 7 (46,7) 15 (41,7)

Tosse+dermatite+regurgitação 1 (100,0) - 1 (2,8)

Vomito+febre 1 (100,0) - 1 (2,8)

Ingestão de alimento adequada

Sim 2 (100,0) - 2 (5,6) 0,511

Não 20 (58,8) 14 (41,2) 34 (94,4)

A criança mamou

Ainda mama 4 (66,7) 2 (33,3) 6 (16,7)

1,000 Sim 11 (61,1) 7 (38,9) 18 (50,0)

Não 7 (58,3) 5 (41,7) 12 (33,3)

Uso de algum medicamento

Sim 19 (57,6) 14 (42,4) 33 (91,7) 0,267

Não 3 (100,0) - 3 (8,3)

Continua

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39

Continuação

Cartão de vacina atualizado

Sim 15 (57,7) 11 (42,3) 26 (72,2) 0,706

Não 7 (70,0) 3 (30,0) 10 (27,8)

Alteração nas fontanelas

Sim 3 (100,0) - 3 (8,3)

0,267 Não 19 (57,6) 14 (42,4) 33 (91,7)

Alteração nos olhos

Sim 4 (28,6) 10 (71,4) 14 (38,9) 0,004

Não 18 (81,8) 4 (18,2) 22 (61,1)

Alteração no nariz, boca e/ou orelha/ouvido

Sim - 2 (10,0) 2 (5,6) 0,144

Não 22 (64,7) 12 (35,3) 34 (94,4)

Alteração no pescoço

Sim 3 (60,0) 2 (40,0) 5 (13,9) 1,000

Não 19 (61,3) 12 (38,7) 31 (86,11)

Inspeção e palpação há alteração no tórax

Sim 1 (100,0) - 1 (2,8) 1,000

Não 21 (60,0) 14 (40,0) 35 (97,2)

Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho respiratório

Sim 6 (66,7) 3 (33,3) 9 (25,0) 1,000

Não 16 (56,3) 11 (40,7) 27 (75,0)

Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho circulatório

Sim 1 (100,0) - 1 (2,8) 1,000

Não 21 (60,0) 14 (40,0) 35 (97,2)

Alteração do aparelho geniturinário

Sim 2 (66,7) 1 (33,3) 3 (8,3) 1,000

Não 20 (60,6) 13 (39,4) 33 (91,7)

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Fisher

O Teste de Fisher para o marco do desenvolvimento “Levantada pelos braços, ajuda

com o corpo”, com o histórico materno evidenciou associação entre a história materna (grau

de escolaridade) com o marco do desenvolvimento em questão. Para demais variáveis da

história materna e da criança não se observou associação com o marco do desenvolvimento

citado.

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40

Tabela 13 – Caracterização da história materna segundo o marco do desenvolvimento

“Levantada pelos braços, ajuda com o corpo”. Natal/RN, 2017. (N = 36)

Variáveis Levantada pelos braços, ajuda com o corpo Valor-

p* Sim Não Total

Histórico materno

Renda familiar

Abaixo de 1 salário mínimo 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)

1,000 Entre 1 e 3 SM 22 (64,7) 12 (35,3) 34 (94,4)

Entre 4 e 6 SM - - -

Mais de 6 SM - - -

Grau de escolaridade

Analfabeta - - -

0,007

Ensino fundamental completo 4 (66,7) 2 (33,7) 6 (16,7)

Ensino fundamental incompleto 17 (80,9) 4 (19,1) 21 (58,3)

Ensino médio completo 1 (14,3) 6 (85,7) 7 (19,4)

Ensino médio incompleto 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (100,00)

Ensino superior completo - - -

Ensino superior incompleto - - -

Raça

Branco 3 (50,0) 3 (50,0) 6 (16,7)

1,000 Pardo 20 (69,0) 9 (31,0) 29 (80,6)

Negro - 1 (100,0) 1 (2,8)

Outra - - -

Trimestre do início de pré-natal

Primeiro 20 (62,5) 12 (37,5) 32 (88,9)

1,000 Segundo 3 (75,0) 1 (25,0) 4 (11,1)

Terceiro - - -

Imunização (Dupla adulto)

Esquema completo 18 (58,1) 13 (41,9) 31 (86,1)

0,274 Não realizou 1 (100,0) - 1 (2,8)

Esquema incompleto 4 (100,0) - 4 (11,1)

Suplemento de ferro

Realizou 22 (62,9) 13 (37,1) 35 (97,2) 1,000

Não realizou 1 (100,0) - 1 (2,8)

Contato com alguma substância tóxica durante a gravidez

Sim 2 (40,0) 3 (60,0) 5 (13,9) 0,328

Não 21 (67,7) 10 (32,3) 31 (86,1)

Tipo de parto

Normal 7 (63,6) 4 (36,4) 11 (30,6)

1,000 Fórceps - - -

Cesáreo 16 (64,0) 9 (36,0) 25 (69,4)

História de microcefalia na família dos pais

Sim 1 (33,3) 2 (66,7) 3 (8,3) 0,539

Não 22 (66,7) 11 (33,3) 33(91,7)

Continua

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41

Continuação

Utilizou medicamentos durante a gravidez

Sim 13 (65,0) 7 (35,0) 20 (55,6) 1,000

Não 10 (62,5) 6 (37,5) 16 (44,4)

Medicamentos usados

Aálgésio +antibiótico 1 (100,0) - 1 (2,8)

0,401

Acido fólico 1 (100,0) - 1 (2,8)

Acido fólico+Sulfato ferroso 2 (100,0) - 2 (5,6)

Antibiótico 2 (50,0) 2 (50,0) 4 (11,1)

Antihipertensivo - 1 (100,0) 1 (2,8)

Dipirona 2 (66,7) 1 (33,3) 3 (8,3)

Nateli+Sulfato ferroso - 1 (100,0) 1 (5,0)

Paracetamol 2 (100,0) - 2 (5,6)

Paracetamol+Dipirona+antibiótico 1 (100,0) - 1 (2,8)

Sulfato ferroso 2 (100,0) - 2 (5,6)

Sulfato ferroso+Dipirona - 1 (100,0) 1 (2,8)

Ultrogeston+Puron - 1 (100,0) 1 (2,8)

A mãe apresentou doença exantemática durante a gravidez

Sim 18 (60,0) 12 (40,0) 30 (83,3) 0,385

Não 5 (83,3) 1 (16,7) 6 (16,7)

Mês do aparecimento dos sintomas

1º mês de gestação - - -

0,393

2º mês de gestação 5 (62,5) 3 (37,5) 8 (26,7)

3º mês de gestação 4 (40,0) 6 (60,0) 10 (33,3)

4º mês de gestação 3 (75,0) 1 (25,0) 4 (13,3)

5º mês de gestação 2 (100,0) - 2 (6,7)

6º mês de gestação - 1 (100,0) 1 (3,3)

7º mês de gestação 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (6,7)

8º mês de gestação 3 (100,0) - 3 (10,0)

9º mês de gestação - - -

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Fisher

Associação entre as variáveis da história materna e história da criança segundo o

marco do desenvolvimento “Senta-se sem apoio” foi realizado pelo Teste de Fisher no qual

foi encontrada associação entre o mês de notificação de surgimento dos sintomas relacionada

à doença exantemática.

A associação entre a história da criança e o marco do desenvolvimento “Senta-se sem

apoio” realizado com as variáveis de sexo, raça, motivo da consulta, doenças apresentadas,

presença de dor, tipo sanguíneo, ingesta de alimentos adequada, amamentação da criança, uso

de medicamentos, atualização do cartão de vacina, alteração nas fontanelas, nos olhos, nariz,

boca, orelha/ouvido, pescoço e tórax bem como alteração nos ruídos respiratório e circulatório

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42

e alteração no aparelho geniturinário. Nesta análise houve associação apenas no que se refere

à raça com p (0,040). Essas informações são evidenciadas na Tabela 14.

Tabela 14 – Associação entre o marco do desenvolvimento “Senta-se sem apoio” e a história

materna. Natal/RN, 2017. (N = 36)

Variáveis Senta-se sem apoio

Valor-p* Sim Não Total

Histórico materno

Renda familiar

Abaixo de 1 salário mínimo 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)

0,355 Entre 1 e 3 SM 6 (64,7) 28 (82,3) 34 (94,4)

Entre 4 e 6 SM - - -

Mais de 6 SM - - -

Grau de escolaridade

Analfabeta - - -

0,059

Ensino fundamental completo - 6 (100,0) 6 (16,7)

Ensino fundamental incompleto 5 (23,8) 16 (76,2) 21 (58,3)

Ensino médio completo 1 (14,3) 6 (85,7) 7 (19,4)

Ensino médio incompleto 2 (100,0) - 2 (100,00)

Ensino superior completo - - -

Ensino superior incompleto - - -

Raça

Branco 2 (33,3) 4 (66,7) 6 (16,7)

0,659 Pardo 5 (17,2) 24 (82,8) 29 (80,6)

Negro - 1 (100,0) 1 (2,8)

Outra - - -

Trimestre do início de pré-natal

Primeiro 7 (21,9) 25 (78,1) 32 (88,9)

0,566 Segundo - 04 (100,0) 04 (11,1)

Terceiro - - -

Imunização (Dupla adulto)

Esquema completo 7 (22,6) 24 (77,4) 31 (86,1)

0,647 Não realizou - 1 (100,0) 1 (2,8)

Esquema incompleto - 4 (100,0) 4 (11,1)

Suplemento de ferro

Realizou 7 (20,0) 28 (80,0) 35 (97,2) 1,000

Não realizou - 1 (100,0) 1 (2,8)

Contato com alguma substância tóxica durante a gravidez

Sim - 5 (100,0) 5 (13,9) 0,559

Não 7 (22,6) 24 (77,4) 31 (86,1)

Tipo de parto

Normal 2 (18,2) 9 (81,8) 11 (30,6)

1,000 Fórceps - - -

Cesáreo 5 (20,0) 20 (80,0) 25 (69,4)

Continua

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43

Continuação

História de microcefalia na família dos pais

Sim - 3 (100,0) 3 (8,3) 1,000

Não 7 (19,4) 29 (78,8) 33(91,7)

Utilizou medicamentos durante a gravidez

Sim 5 (25,0) 15 (75,0) 20 (55,6) 0,426

Não 2 (12,5) 14 (87,5) 16 (44,4)

Medicamentos usados

Aálgésio +antibiótico - 1 (100,0) 1 (2,8)

0,404

Acido fólico 1 (100,0) - 1 (2,8)

Acido fólico+Sulfato ferroso 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)

Antibiótico - 4 (100,0) 4 (11,1)

Antihipertensivo - 1 (100,0) 1 (2,8)

Dipirona 2 (66,7) 1 (33,3) 3 (8,3)

Nateli+Sulfato ferroso - 1 (100,0) 1 (5,0)

Paracetamol - 2 (100,0) 2 (5,6)

Paracetamol+Dipirona+antibiótico - 1 (100,0) 1 (2,8)

Sulfato ferroso 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)

Sulfato ferroso+Dipirona - 1 (100,0) 1 (2,8)

Ultrogeston+Puron 1 (100,0) - 1 (2,8)

Total 6 14 20 (100,0)

A mãe apresentou doença exantemática durante gravidez

Sim 07 (23,3) 23 (76,7) 30 (83,3) 0,317

Não 00 (0,0) 6 (100,0) 6 (16,7)

Mês do aparecimento dos sintomas

1º mês de gestação - - -

0,032

2º mês de gestação - 8 (100,0) 8 (26,7)

3º mês de gestação 2 (20,0) 8 (80,0) 10 (33,3)

4º mês de gestação 2 (50,0) 2 (50,0) 4 (13,3)

5º mês de gestação 2 (100,0) 00 (0,0) 2 (6,7)

6º mês de gestação - 1 (100,0) 1 (3,3)

7º mês de gestação 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (6,7)

8º mês de gestação - 3 (100,0) 3 (10,0)

9º mês de gestação - - -

Total 7 23 30 (100,0)

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Fisher

As variáveis da história materna e história da criança, segundo o marco do

desenvolvimento da criança “Arrasta-se ou engatinha” evidenciou apenas associação com o

grau de escolaridade. Para demais variáveis da história materna e da criança não se observou

associação com este marco.

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Tabela 15 – Caracterização da história materna segundo o marco do desenvolvimento

“Arrasta-se ou engatinha”. Natal/RN, 2017. (N = 36)

Histórico materno Arrasta-se ou engatinha

Valor-p* Sim Não Total

Renda familiar

Abaixo de 1 salário mínimo 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)

0,484 Entre 1 e 3 SM 9 (26,5) 25 (73,5) 34 (94,4)

Entre 4 e 6 SM - - -

Mais de 6 SM - - -

Grau de escolaridade

Analfabeta - - -

0,026

Ensino fundamental completo - 6 (100,0) 6 (16,7)

Ensino fundamental incompleto 9 (42,9) 12 (57,1) 21 (58,3)

Ensino médio completo - 7 (100,0) 7 (19,4)

Ensino médio incompleto 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (100,00)

Ensino superior completo - - -

Ensino superior incompleto - - -

Raça

Branco 1 (16,7) 5 (83,3) 6 (16,7)

0,747 Pardo 9 (31,0) 20 (68,9) 29 (80,6)

Negro - 1 (100,0) 1 (2,8)

Outra - - -

Trimestre do início de pré-natal

Primeiro 10 (31,2) 22 (68,7) 32 (88,9)

0,559 Segundo - 4 (100,0) 4 (11,1)

Terceiro - - -

Imunização (Dupla adulto)

Esquema completo 8 (25,8) 23 (74,2) 31 (86,1)

0,683 Não realizou - 1 (100,0) 1 (2,8)

Esquema incompleto 2 (50,0) 2 (50,0) 4 (11,1)

Suplemento de ferro

Realizou 10 (28,6) 25 (71,4) 35 (97,2) 1,000

Não realizou - 1 (100,0) 1 (2,8)

Contato com alguma substância tóxica durante a gravidez

Sim - 5 (100,0) 5 (13,9) 0,293

Não 10 (32,3) 21 (67,7) 31 (86,1)

Tipo de parto

Normal 3 (27,3) 8 (72,7) 11 (30,6)

1,000 Fórceps - - -

Cesáreo 7 (28,0) 18 (72,0) 25 (69,4)

História de microcefalia na família dos pais

Sim 1 (33,3) 2 (66,7) 3 (8,3) 1,000

Não 9 (27,3) 24 (72,7) 33(91,7)

Continua

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45

Continuação

Utilizou medicamentos durante a gravidez

Sim 6 (30,0) 14 (70,0) 20 (55,6) 1,000

Não 4 (25,0) 12 (75,0) 16 (44,4)

Medicamentos usados

Aálgésio +antibiótico - 01 (100,0) 1 (2,8)

0,143

Acido fólico 01 (100,0) - 1 (2,8)

Acido fólico+Sulfato ferroso 01 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)

Antibiótico - 4 (100,0) 4 (11,1)

Antihipertensivo - 1 (100,0) 1 (2,8)

Dipirona - 3 (100,0) 3 (8,3)

Nateli+Sulfato ferroso - 1 (100,0) 1 (5,0)

Paracetamol 2 (100,0) - 2 (5,6)

Paracetamol+Dipirona+antibiótico - 1 (100,0) 1 (2,8)

Sulfato ferroso 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)

Sulfato ferroso+Dipirona - 1 (100,0) 1 (2,8)

Ultrogeston+Puron - 1 (100,0) 1 (2,8)

A mãe apresentou doença exantemática durante a gravidez

Sim 8 (26,7) 22 (73,3) 30 (83,3) 1,000

Não 2 (33,3) 4 (66,7) 6 (16,7)

Mês do aparecimento dos sintomas

1º mês de gestação - - -

0,115

2º mês de gestação 3 (37,5) 5 (62,5) 8 (26,7)

3º mês de gestação 1 (10,0) 9 (90,0) 10 (33,3)

4º mês de gestação 2 (50,0) 2 (50,0) 4 (13,3)

5º mês de gestação 2 (100,0) - 2 (6,7)

6º mês de gestação - 1 (100,0) 1 (3,3)

7º mês de gestação - 2 (100,0) 2 (6,7)

8º mês de gestação - 3 (100,0) 3 (10,0)

9º mês de gestação - - -

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Fisher

O marco do desenvolvimento da criança “Pega pequenos objetos usando o polegar ou

indicador” investigado com a história materna e da criança registra associação entre o item de

Alteração nos olhos na história da criança e o referido marco.

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Tabela 16 – Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento

“Pega pequenos objetos usando o polegar ou indicador”. Natal/RN, 2017. (N = 36)

Histórico da criança

Pega pequenos objetos usando o

polegar ou indicador Valor-

p* Sim Não Total

Sexo

Feminino 5 (25,0) 15 (75,0) 20 (55,6) 1,000

Masculino 4 (25,0) 12 (75,0) 16 (44,4)

Raça

Branco 1 (20,0) 4 (80,0) 5 (13,9) 1,000

Pardo 8 (25,8) 23 (74,2) 31 (86,1)

Negro - - -

Outro - - -

Motivo da consulta

Rotina 5 (33,3) 10 (66,7) 15 (41,7) 0,443

Rotina+sintomas 4 (19,1) 17 (80,9) 21 (58,3)

Doença

Asma - 1 (100,0) 1 (2,8)

0,772

Asma+cansaço - 1 (100,0) 1 (2,8)

Constipação+pneumonia - 1 (100,0) 1 (2,8)

Dermatite+prurido 1 (100,0) - 1 (2,8)

Gripe 3 (20,0) 12 (80,0) 15 (41,7)

Tosse+dermatite+regurgitação - 1 (100,0) 1 (2,8)

Vomito+febre - 1 (100,0) 1 (2,8)

Presença de dor

Sim - 1 (100,0) 1 (2,8) 1,000

Não 9 (25,7) 26 (74,3) 35 (97,2)

Tipo sanguíneo

A- - 3 (100,0) 3 (8,3)

0,873

A+ - 9 (69,2) 13 (36,1)

AB- - 2 (100,0) 2 (5,6)

AB+ - 3 (100,0) 2 (5,6)

B+ 2 (33,3) 4 (66,7) 6 (16,7)

0+ 3 (30,0) 7 (70,0) 10 (27,8)

Ingestão de alimento adequadamente

Sim 2 (100,0) - 2 (5,6) 0,057

Não 7 (20,6) 27 (79,4) 34 (94,4)

A criança mamou

Ainda mama 1 (16,7) 5 (83,3) 6 (16,7)

0,172 Sim 7 (38,9) 11 (61,1) 18 (50,0)

Não 1 (8,3) 11 (91,7) 12 (33,3)

Uso de algum medicamento

Sim 8 (24,2) 25 (75,8) 33 (91,7) 1,000

Não 1 (33,3) 2 (66,7) 3 (8,3)

Continua

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47

Continuação

Cartão de vacina atualizado

Sim 7 (26,9) 19 (73,1) 26 (72,2) 1,000

Não 2 (20,0) 8 (80,0) 10 (27,8)

Alteração nas fontanelas

Sim 2 (66,7) 1 (33,3) 3 (8,3) 0,148

Não 7 (21,2) 26 (78,8) 33 (91,7)

Alteração nos olhos

Sim - 14 (100,0) 14 (38,9) 0,006

Não 9 (40,9) 13 (59,1) 22 (61,1)

Alteração no nariz, boca e/ou orelha/ouvido

Sim - 2 (100,0) 2 (5,6) 1,000

Não 9 (26,5) 25 (73,5) 34 (94,4)

Alteração no pescoço

Sim 2 (40,0) 3 (60,0) 5 (13,9) 0,581

Não 7 (22,6) 24 (77,4) 31 (86,11)

Inspeção e palpação há alteração no tórax

Sim - 1 (100,0) 1 (2,8) 1,000

Não 9 (25,7) 26 (74,3) 35 (97,2)

Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho respiratório

Sim 1 (11,1) 8 (88,9) 9 (25,0) 0,396

Não 8 (29,6) 19 (70,4) 27 (75,0)

Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho circulatório

Sim - 1 (100,0) 1 (2,8) 1,000

Não 9 (25,7) 26 (74,3) 35 (97,2)

Alteração do aparelho geniturinário

Sim - 3 (100,0) 3 (8,3) 0,557

Não 9 (27,3) 24 (72,7) 33 (91,7)

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Fisher

A Tabela 17 apresenta o teste de associação entre o marco “Emprega pelo menos uma

palavra com sentido” e a história materna e da criança, no qual se destaca existir associação

entre a Ingestão de alimento adequadamente e este marco do desenvolvimento.

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Tabela 17 – Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento

“Emprega pelo menos uma palavra com sentido”. Natal, RN, 2017. (N = 36)

Variáveis Emprega pelo menos uma palavra com sentido Valor-

p* Sim Não Total

Histórico da criança

Sexo

Feminino 4 (20,0) 16 (80,0) 20 (55,6) 1,000

Masculino 3 (18,7) 13 (61,3) 16 (44,4)

Raça

Branco 1 (20,0) 4 (80,0) 5 (13,9) 1,000

Pardo 6 (19,3) 25 (80,7) 31 (86,1)

Negro - - -

Outro - - -

Motivo da consulta

Rotina 3 (20,0) 12 (80,0) 15 (41,7) 1,000

Rotina+sintomas 4 (19,1) 17 (80,9) 21 (58,3)

Doença

Asma - 1 (100,0) 1 (2,8)

0,772

Asma+cansaço - 1 (100,0) 1 (2,8)

Constipação+pneumonia 1 (100,0) - 1 (2,8)

Dermatite+prurido - 1 (100,0) 1 (2,8)

Gripe 3 (20,0) 12 (80,0) 15 (41,7)

Tosse+dermatite+regurgitação - 1 (100,0) 1 (2,8)

Vomito+febre - 1 (100,0) 1 (2,8)

Presença de dor

Sim 1 (100,0) - 1 (2,8) 0,194

Não 6 (17,1) 29 (82,9) 35 (97,2)

Tipo sanguíneo

A- 1 (33,3) 2 (66,7) 3 (8,3)

0,901

A+ 2 (15,4) 11 (84,6) 13 (36,1)

AB- - 2 (100,0) 2 (5,7)

AB+ - 2 (100,0) 2 (5,7)

B+ 1 (16,7) 5 (83,3) 6 (16,7)

0+ 3 (30,0) 7 (70,0) 10 (27,8)

Ingestão de alimento adequadamente

Sim 2 (100,0) - 2 (5,6) 0,033

Não 5 (14,7) 29 (85,3) 34 (94,4)

A criança mamou

Ainda mama 1 (16,7) 5 (83,3) 6 (16,7)

0,548 Sim 5 (27,8) 13 (72,2) 18 (50,0)

Não 1 (8,3) 11 (91,8) 12 (33,3)

Uso de algum medicamento

Sim 7 (21,2) 26 (78,8) 33 (91,7) 1,000

Não - 3 (100,0) 3 (8,3)

Continua

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49

Continuação

Cartão de vacina atualizado

Sim 6 (23,1) 20 (76,9) 26 (72,2) 0,645

Não 1 (10,0) 09 (1090,0) 10 (27,8)

Alteração nas fontanelas

Sim - 3 (100,0) 3 (8,3) 1,000

Não 7 (21,2) 26 (78,8) 33 (91,7)

Alteração nos olhos

Sim 2 (14,3) 12 (85,7) 14 (38,9) 0,681

Não 5 (22,7) 17 (77,3) 22 (61,1)

Alteração no nariz, boca e/ou orelha/ouvido

Sim - 2 (100,0) 2 (5,6) 1,000

Não 7 (20,6) 27 (79,4) 34 (94,4)

Alteração no pescoço

Sim 1 (20,0) 4 (80,0) 5 (13,9) 1,000

Não 6 (19,3) 25 (80,6) 31 (86,1)

Inspeção e palpação há alteração no tórax

Sim - 1 (100,0) 1 (2,8) 1,000

Não 7 (20,0) 28 (80,0) 35 (97,2)

Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho respiratório

Sim 2 (22,2) 7 (77,8) 9 (25,0) 1,000

Não 5 (18,5) 22 (81,5) 27 (75,0)

Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho circulatório

Sim - 1 (100,0) 1 (2,8) 1,000

Não 7 (20,0) 28 (80,0) 35 (97,2)

Alteração do aparelho geniturinário

Sim - 3 (100,0) 3 (8,3) 1,000

Não 7 (21,2) 26 (78,8) 33 (91,7)

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Fisher

O teste de associação foi envolvendo o marco do desenvolvimento da criança “Faz

gestos com a mão e a cabeça” e as variáveis da história materna e história da criança,

constatando associação do uso de Medicamentos pela mãe e a Ingestão adequada de alimentos

pela criança, dados evidenciados na Tabela 18. As demais variáveis maternas como renda

familiar, grau de escolaridade, raça, trimestre do início do pré-natal, imunização,

suplementação de ferro, contato com alguma substância tóxica, tipo de parto, história de

microcefalia na família, presença de doenças exantemática e mês do aparecimento dos

sintomas e as da criança como sexo, raça, motivo da consulta, doença, presença de dor, tipo

sanguíneo, amamentação da criança, uso de medicamentos, atualização do cartão de vacina,

alteração nas fontanelas, nos olhos, nariz, boca, orelha/ouvido, pescoço e tórax bem como

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alteração nos ruídos respiratório e circulatório e alteração no aparelho geniturinário não houve

associação.

Tabela 18 – Caracterização da história materna e da criança segundo o marco do

desenvolvimento “Faz gestos com a mão e a cabeça”. Natal, RN, 2017. (N = 36)

Variáveis Faz gestos com a mão e a cabeça

Valor-p* Sim Não Total

Histórico materno

Medicamentos usados

Analgésico + antibiótico - 1 (100,0) 1 (2,8)

0,007

Ácido fólico 1 (100,0) - 1 (2,8)

Ácido fólico+Sulfato ferroso - 2 (100,0) 2 (5,6)

Antibiótico - 4 (100,0) 4 (11,1)

Anti-hipertensivo - 1 (100,0) 1 (2,8)

Dipirona 3 (100,0) - 3 (8,3)

Nateli+Sulfato ferroso - 1 (100,0) 1 (5,0)

Paracetamol 2 (100,0) - 2 (5,6)

Paracetamol+Dipirona+antibiótico - 1 (100,0) 1 (2,8)

Sulfato ferroso - 2 (100,0) 2 (5,6)

Sulfato ferroso+Dipirona - 1 (100,0) 1 (2,8)

Ultrogeston+Puron - 1 (100,0) 1 (2,8)

Histórico da criança

Ingestão de alimento adequadamente

Sim 2 (100,0) - 2 (5,6) 0,044

Não 6 (17,6) 28 (82,3) 34 (94,4)

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

* Teste de Fisher

As principais alterações ou déficits encontrados nas crianças portadoras da

microcefalia relacionada ao ZIKV investigadas neste estudo estão apresentadas no Quadro 1

estão apresentadas.

Quadro 1 – Principais alterações ou déficits encontrados nas crianças portadoras da

microcefalia relacionada ao ZIKV. Natal/RN, 2017.

Principais alterações ou déficits encontrados nas crianças

Déficit no Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM)

Alterações Oculares

Alterações Visuais

Alterações na fala (atraso)

Alterações na escuta

Hipertonia muscular

Hipotonia muscular

Descontrole cervical

Alteração no crescimento (peso, comprimento, IMC, PC).

Fonte: dados da pesquisa, 2017.

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51

6 DISCUSSÃO

A Síndrome Congênita do Zika Vírus gera uma série de alterações na criança recém-

nascida, que repercutirá em sua infância e adolescência e dentre elas está a microcefalia.

Aliado à microcefalia surgem as alterações de cunho sensorial, motor, cognitivo, auditivo,

visual, da linguagem e da fala além do crescimento alterado (FRANÇA, 2016; FAUCI,

MORENS, 2016). É importante considerar que as situações de má formação congênitas

advinda do Zika Vírus não envolve apenas a criança, mas o seu contexto familiar,

especialmente as mães que além de conviver com as dificuldades e limitações que a síndrome

confere a seus filhos ainda precisa buscar um acompanhamento especializado para a criança

em especial de estimulação.

Nesse contexto são envolvidas situações socioeconômica e educacional, assim

acredita-se que quanto melhor a situação financeira e educacional dos pais maior será a

estimulação para o crescimento e desenvolvimento da criança portadora de microcefalia

advinda da infecção materna por Zika Vírus.

No presente estudo, aos dados sociodemográficos materno revelaram mulheres com

baixo nível socioeconômico e baixa escolaridade. Alguns estudos sobre esta temática

encontraram situação condizente com esta (GUERRA, 2006), enquanto outros apontam o

nível secundário como prevalente (REIS, FERRARI, 2013).

Nesses estudos também foi relatado que o grau de instrução se relaciona com o padrão

socioeconômico destas mães, levando em consideração o impacto desta síndrome sobre as

famílias com recursos financeiros menores. Denota-se, dessa forma, que o conhecimento e/ou

escolarização pode demonstrar o padrão socioeconômico e demográfico das mães, sobretudo

no tratamento e acompanhamento da criança (GUERRA, 2006; REIS, FERRARI, 2013).

Sem explicação específica a raça predominante na presente investigação foi a de cor

parda, dados corroborados pelos estudos de Reis e Ferrari (2013) no qual a cor parda foi

predominante em 54% dos casos (n=94).

Em relação às informações da história da gravidez, parto e puerpério, todas as

mulheres investigadas realizaram as consultas de pré-natal, e iniciaram o pré-natal no

primeiro trimestre de gestação. O estudo anteriormente citado encontrou perfil de consultas

pré-natal mais elevado no qual predominou um total de seis consultas por mulheres.

O Ministério de Saúde do Brasil (BRASIL, 2016c) alerta não somente os profissionais,

mas principalmente a população sobre a importância do acompanhamento de Pré-Natal

durante a gestação, no sentido de que iniciar o pré-natal no primeiro trimestre da gestação

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52

(preferencialmente até a 12ª semana) pela importância na identificação de fatores de risco

para a criança e gestante, além de favorecer as ações e intervenções adequadas que evitam

complicações e geram mais saúde a ambos. Além disso, enfatiza a importância de se realizar

no mínimo seis consultas de pré-natal durante a gestação de baixo risco.

Quanto ao contato com substâncias tóxicas, houve um número pequeno de mulheres

que faziam uso de bebida alcoólica ou outras drogas e não havia na família histórico de

microcefalia. Tal achado sugere que as alterações apresentadas pelas crianças tinham de fato

como causa primária a infecção materna pelo ZIKV.

Concernente ao uso de medicação na gestação mais da metade fizeram uso de algum

tipo de medicamento, sendo os mais utilizados os analgésicos, seguido de ácido fólico e

sulfato ferroso. Algumas mulheres usaram, ainda, suplementos vitamínicos, suplementos

hormonais, anti-hipertensivos ou antibióticos. Essas informações são coerentes com estudos

que apontam o uso de analgésicos e antibióticos em gestantes com o mesmo perfil (ROCHA

et al., 2013). E em relação ao uso de ácido fólico e sulfato ferroso, o Manual de Pré-Natal de

Baixo Risco do Ministério da Saúde preconiza a administração preventiva de ácido fólico no

período pré-gestacional e durante o primeiro trimestre para a prevenção de anormalidades

congênitas do tubo neural, especialmente nas mulheres com antecedentes desse tipo de

malformações e, sulfato ferroso para prevenção de anemias. Também a suplementação de

ferro é recomendada a partir da 20ª semana até o 3º mês pós-parto (BRASIL, 2012a). Pode-se

inferir que mesmo fazendo uso de medicações preventivas para as malformações congênitas o

poder de infecção do ZIKV e sua predileção pela má formação cerebral é determinante.

A presença de doença exantemática na gestação foi informada pela maioria das

mulheres com predomínio do aparecimento de sintomas no primeiro trimestre da gestação.

Autores afirmam que nas infecções por ZIKV quando elas ocorrem no primeiro ou início do

segundo trimestre de gestação são de natureza mais grave, enquanto os casos mais leves, que

envolvem dados estruturais mais discretos e risco de alterações neurofuncionais e

neurossensoriais, ocorreriam em decorrência de infecção vertical no final do segundo e início

do terceiro trimestre (SCHULER-FACCINI et al., 2016; MOORE, STAPLES, DOBYNS,

2016). Outra investigação aponta que mesmo um período de três semanas poderia causar

evolução para fibrose articular do feto, fato observado em muitas crianças do presente estudo,

justificando, portanto, o desencadeamento de alterações de cunho motor nos casos cujas mães

relataram sintomas na gestação (KOWALCZYK, 2016).

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53

É importante alertar que, apesar de o vírus ter tropismo pelo sistema nervoso central

(MLAKAR et al., 2016) e interferir no desenvolvimento cerebral em qualquer período do

desenvolvimento fetal, é no primeiro trimestre de gestação que o feto está mais suscetível a

alterações, devido à cronologia pré-natal, onde a maioria dos avanços perceptíveis do feto

ocorre entre a terceira e a oitava semana de gestação. Dessa forma, é no primeiro trimestre de

gestação que o feto está mais sensível às transformações que levem a malformações

(MOORE, PERSAUD, 2011).

Outros sinais e sintomas foram relatados tais como artralgia, febre, pruridos e cefaleia,

dor na garganta, mialgia e edema. Situação semelhante foi encontrada em outras investigações

de doença exantemática como a presença de febre, rash ou artralgia, dor de cabeça e prurido

durante a gestação (ALVINO 2016; FREITAS, 2016).

No que diz respeito à história infantil, a maioria das crianças investigadas no estudo

são pertencentes ao sexo feminino, de cor parda e no momento da consulta as queixas

maternas sobre as crianças estavam relacionadas a problemas respiratórios, dermatites e

problemas digestivos. Observa-se que essas queixas são condizentes como os sinais e

sintomas das doenças prevalentes da infância (BRASIL, 2004), não especificamente a

condição imposta pelo ZIKV. Corroborando ao achado, dentre as doenças mais prevalentes da

infância, segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), estão as doenças respiratórias com

enfoque para asma e pneumonia e os problemas intestinais oriundos de parasitoses e que

quando associadas à desnutrição colocam em risco a sua vida. Dessa forma, necessitam de

atenção especial por se tratar de uma das principais causas de internação, queixas nas

consultas ambulatoriais e procura em serviços de urgência, bem como pela interferência na

qualidade de vida da criança.

A ingesta alimentar considerada inadequada pode ter relação com as alterações

encontradas neste estudo relativo ao peso abaixo do esperado para idade da criança, tendo em

vista, inclusive, que a maioria delas tenha nascido com peso ideal (>2500g). Sassá et al.

(2011), expõem que, a partir da investigação das crianças (50%) de seu estudo, houve

associação entre ganho de peso abaixo do esperado e o peso de nascimento maior ou igual a

2500g, ou seja, adequado, e a presença de alguma anomalia congênita, corroborando o

encontrado no presente estudo.

Nesse sentido, ainda que a ingestão de alimentos seja insuficiente para o ganho de

peso adequado, muitas crianças mantêm o crescimento ideal em termos de estatura e

perímetro cefálico. É importante, portanto, o acompanhamento do índice de peso a fim de que

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54

não haja o comprometimento dos demais índices devido ao baixo peso ou má ingestão de

alimentos (TOY, et al., 2012).

Segundo a OMS e o Ministério de Saúde o padrão normativo de peso para a idade das

crianças investigadas no presente estudo, de um a dois anos, está entre 9000g e 14000g para

meninas e 10000g e 15000g para meninos, o que corresponde a valores entre -2 e +2 escores

Z (BRASIL, 2013). Os valores para peso e demais dados antropométricos vão crescendo com

a evolução da criança, alcançando valores cada vez mais altos conforme o passar do tempo.

Destaca-se o uso exclusivo do leite materno até pelo menos os três primeiros meses de

vida, fato encontrado na presente investigação e que indica a necessidade de ampliar o tempo

de amamentação. A recomendação do Ministério da Saúde é para o uso exclusivo do leite

materno por seis meses e acredita-se que o incentivo deve ser ainda maior em crianças com

anomalias que possam comprometer o crescimento e desenvolvimento saudável, como no

caso das crianças com microcefalia (BRASIL, 2009).

Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, o aleitamento materno é um sábia estratégia

natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e compõe a mais sensível,

econômica e eficaz intervenção na diminuição da morbimortalidade infantil, permitindo,

ainda, que haja um verdadeiro impacto na promoção da saúde não somente da criança, como

da mãe da sociedade de modo geral. Além disso, no Caderno de Atenção à Nutrição Infantil

nº 23, há as orientações necessárias a esse momento especial e necessário na vida destas

crianças (BRASIL, 2009).

Porém, sabe-se que após os seis meses de vida, a alimentação da criança passa por

uma fase de alteração quando começa a serem acrescentados outros tipos de alimentos além

do leite materno. Nesse sentido, é importante que as mães tenham ciência de que somente o

leite materno já não é mais eficaz quanto no início dos meses de vida. Assim, é necessário o

acompanhamento e investigação das reais necessidades de cada criança a partir do

acompanhamento por profissionais especializados (BRASIL, 2009).

O uso de suplementação de vitaminas e minerais e medicamentos anticonvulsivantes

registrados nas crianças envolvidas são coerentes com o Programa Nacional de

Suplementação de Ferro do Ministério da Saúde, que recomenda a suplementação preventiva

de todas as crianças de 6 a 18 meses com sulfato ferroso (BRASIL, 2009). Quanto aos

anticonvulsivantes autores enfatizam que além da microcefalia, a Síndrome Congênita pelo

ZIKV pode causar importantes alterações no sistema nervoso central da criança. As alterações

mais frequentes, segundo ele, são a deficiência intelectual, paralisia cerebral, epilepsia,

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dificuldade de deglutição, anomalias dos sistemas visual e auditivo e, ainda, distúrbio de

comportamento (ASHWAL et al., 2015).

No que se refere às características físicas foram identificadas olhos fora do padrão de

normalidade. Achados corroborados por Freitas (2016) que traz em seu estudo as

anormalidades oculares em 10 dos 29 pacientes com microcefalia (34,5%). Dessa forma,

constata-se que as crianças com microcefalia relacionada ao ZIKV possuem características

oculares fora do padrão de normalidade que podem repercutir em seu desenvolvimento futuro.

Como já citado neste estudo o ZIKV tornou-se um problema de saúde pública muito

importante em um curto espaço de tempo principalmente devido à sua relação com diversas

malformações neurológicas e, ainda, com doenças oculares em recém-nascidos (BESNARD,

2014; FREITAS, 2016). Dessa forma, é coerente relacionar as anormalidades oculares

encontradas nesta investigação à infecção do ZIKV.

Em relação aos marcos do desenvolvimento, das crianças que foram investigadas

houve déficit de resposta ao marco “Olha para a pessoa que observa” bem como “Dá amostras

de prazer e desconforto”. Os referidos marcos, segundo literatura clássica (BRASIL, 2002;

BRASIL, 2012) estão presentes nos recém-nascidos por volta dos dois meses de idade. Nesse

sentido, percebe-se que, de acordo com a faixa etária das crianças do presente estudo, há um

grande atraso no desenvolvimento destes marcos em parte das crianças investigadas.

O marco “Fixa e acompanha objetos em seu campo visual” “Arrulha e sorri

espontaneamente”, e “Quando colocada de bruços, levanta e sustenta a cabeça apoiando-se no

antebraço”, tiveram respostas inadequadas para idade em que as crianças se encontravam.

Espera-se que por volta dos três meses de idade, quando as crianças já têm a capacidade de

sorrir socialmente, bem como entre os dois e quatro meses de vida, ficar de bruços e levantar

a cabeça e os ombros e, ainda, iniciar a ampliação do seu campo de visão, no qual o bebê

visualiza e segue objetos com o olhar (BRASIL, 2002; BRASIL, 2012). Desse modo, por não

estar presentes em grande parte das crianças investigadas pode-se afirmar que há atrasos no

desenvolvimento neuropsicomotor das crianças portadoras de Microcefalia relacionada ao

ZIKV no grupo estudado.

O marcos do desenvolvimento “Quando levantada pelos braços, ajuda com o corpo”,

“Vira a cabeça na direção de uma voz ou objeto sonoro”, “Rola da posição supina para prona”

e “Senta-se sem apoio” são esperados nas crianças de quatro a dez meses de idade. Nestes

marcos elas são capazes de executar movimentos sem o auxílio de adultos e demonstram a

aquisição de habilidades em uma sequência baseadas naquelas adquiridas anteriormente e

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raramente são puladas etapas em todo este processo (BRASIL, 2002). Porém as crianças

avaliadas neste estudo tinham idade superior a um ano e ainda não apresentavam respostas

satisfatórias a estes marcos.

Quanto às respostas ao marco “Segura e transfere objetos de uma mão para outra”,

“Imita pequenos gestos ou brincadeiras”, “Arrasta-se ou engatinha”, “Pega pequenos objetos

usando o polegar ou indicador”, “Emprega pelo menos uma palavra com sentido” e “Faz

gestos com a mão e a cabeça”, também não foram respondidos por parte das crianças

analisadas. Cabe lembrar que os marcos do desenvolvimento infantil seguem sequências de

desenvolvimento evolutiva e a resposta deficitária de um e compromete os demais, ou seja,

raramente os marcos são ultrapassadas por outros. Neste caso, percebe-se que a maioria das

crianças estudadas não apresenta os marcos que se referem às idades de seis meses a um ano e

três meses de vida, considerando que todas elas estavam em faixa etária maior do que a

esperada para a apresentação do desenvolvimento adequado para sua idade.

Além disso, nota-se, que os marcos do desenvolvimento que dizem respeito ao sistema

locomotor da criança, como motor fino e motor grosso, não esteve presente na maioria delas,

o que se denota uma alteração importante em seu sistema motor ou, ainda, neuropsicomotor.

Para corroborar com esse achado, Flor, Guerreiro & Anjos (2017) observou

comprometimento das competências de rolar, arrastar e engatinhar nas crianças de seu estudo

e alterações do tônus de membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII), tendo os membros

superiores apresentando uma média superior aos inferiores e comprometendo, do ponto de

vista motor, as competências do rolar, arrastar e engatinhar, uma vez que não conseguem

liberar os membros superiores.

Este mesmo autor afirma que as crianças só tem a vivência das posturas supina e

prona, o que lhe dão dificuldade em estabilizar a cervical e de manter-se na postura sentada

sem apoio. Isso se deve ao fato de seus movimentos serem limitados, devido à rigidez no

tônus muscular, o que compromete o prognóstico para as posturas de ortostase, e

consequentemente sem perspectiva para a marcha voluntária. Existe uma limitação passiva e

ativa da movimentação com a presença de anormalidades estruturais e/ou funcionais da

cápsula articular e ligamentos assim como a lesão dos nervos motores periféricos parecem

também contribuir para o quadro (KOWALCZYK, 2016).

É percebido e relatado pelos pais e profissionais que as limitações posturais dizem

respeito principalmente às articulações de joelhos, quadris, tornozelos e punhos (ALENCAR

JUNIOR, 1998). O mecanismo patológico para esta alteração está relacionado à ausência de

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movimentos fetais ativos (acinesia), geralmente em torno da oitava semana de gestação, mas a

acinesia fetal por pelo menos três semanas é capaz de causar alterações no sistema articular

que resultam na fibrose das estruturas periarticulares, influenciando o sistema infantil após o

nascimento.

A causa determinante para a diminuição da mobilidade fetal é incerta, mas pode ser

decorrente de fatores neurogênicos, miogênicos, doenças dos tecidos conjuntivos e articulares,

miastenia gravis materna, diabetes materna, anormalidades anatômicas do útero, bandas

amnióticas, desordens nutricionais e vasculares, e, atualmente, a síndrome congênita do ZIKV

(KOWALCZYK, 2016; MLAKAR et al., 2016).

Abordando sobre as associações existentes entre os marcos de desenvolvimento e a

história materna e da criança na qual se evidenciou a associação entre o marco do

desenvolvimento “Olha para a pessoa que observa” e as medianas do perímetro cefálico da

criança ao nascer (valor-p 0,015), assemelhando-se a isto, a realização de outro teste

estatístico (Teste de Fisher) o marco “Fixa e acompanha objetos em seu campo visual” teve

associação com as alterações nos olhos das crianças, percebidas durante o exame físico. As

alterações visuais que comprometem as respostas dos marcos de desenvolvimento em virtude

da diminuição da acuidade visual devido a microcefalia foram também evidenciados em outro

estudo em crianças com microcefalia relacionada à possível transmissão congênita pelo Zika

(FLOR, GUERREIRO, ANJOS, 2017)

Nesse sentido, estudo (VENTURA et al., 2016) levanta a hipótese que o ZIKV pode

causar anormalidades oculares mais severas quando a infecção ocorre no primeiro ou segundo

trimestre da gravidez, tendo em vista que a maioria das mulheres investigadas apresentaram

os sintomas no primeiro trimestre da gestação. Ademais, outros fatores desconhecidos, como

a quantidade de circulação viral e a resposta imunológica da mãe e do feto, podem

desempenhar um papel importante nas anormalidades observadas nestas crianças (VENTURA

2016). Assim, pode-se presumir que as crianças portadoras de anormalidades oculares

possuem dificuldades relacionadas à visão, como evidenciado no presente estudo.

No que diz respeito ao valor do perímetro cefálico ao nascer, observou-se evidência de

associação entre suas medianas com três importantes marcos do desenvolvimento da criança:

“Senta-se em apoio”, “Segura e transfere objetos de uma mão para outra” e “Imita pequenos

gestos ou brincadeiras”. Dessa forma, pode-se levar em consideração que o perímetro cefálico

desempenha papel importante no desenvolvimento infantil, tendo em vista que seus valores

diminuídos denotam mau desenvolvimento cerebral, acarretando consequências ao sistema

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nervoso infantil responsável pelo desenvolvimento de diversas habilidades tais como

habilidades motoras, sensoriais, cognitivas e perceptivas (MLAKAR et al., 2016).

No que diz respeito à associação entre os marcos do desenvolvimento “Levantada

pelos braços, ajuda com o corpo” e “Arrasta-se ou engatinha” com o grau de escolaridade da

história materna, acredita-se encontrar subsídio no fato de que a diminuição da presença

desses reflexos pode estar ligado ao grau de instrução da mãe que podem não compreender a

importância da estimulação das crianças para que haja avanços em seus crescimentos e

desenvolvimentos.

Segundo Wilson (2011), a estimulação precoce em crianças com microcefalia auxilia

na promoção do desenvolvimento entre vários sistemas e áreas motoras, sensoriais,

perceptivas, proprioceptivas, linguísticas, cognitivas, emocionais e sociais. Ressalta, ainda

que a estimulação deve começar o mais cedo possível tendo em vista que ela auxilia em

fatores essenciais como o desenvolvimento da motricidade da criança que o ajudará pelo resto

de sua vida. Nesse sentido, enfatiza-se que o intuito da estimulação é que a criança consiga

desenvolver o máximo de habilidades dentro da sua condição de saúde (WILSON, 2011;

BRASIL, 2016b).

O marco “Senta-se sem apoio”, por sua vez, apresentou associação com o mês do

aparecimento dos sintomas da doença exantemática na mãe e com a raça na história da

criança. No que diz respeito à relação do marco de desenvolvimento da criança com o mês do

aparecimento dos sintomas na mãe, Alvino e Kowalczyk (2016) relatam que, como o período

gestacional no qual a mãe começou a sentir os sintomas foram os primeiros meses de

gestação, em sua maioria, o feto estaria com sua mobilidade comprometida por mais tempo,

do início da gestação ao fim.

Nesse sentido, o marco do desenvolvimento de sentar sem o apoio também sofre

alteração tendo em vista que este ato depende do desenvolvimento adequado da musculatura

dos MMII e, principalmente, do desenvolvimento neurológico e ambos foram afetados com a

presença do vírus durante todo o amadurecimento fetal.

“Emprega pelo menos uma palavra com sentido” e “Faz gestos com a mão e a cabeça”

se associaram estatisticamente com a ingesta adequada de alimentos e este último marco se

associou, ainda, com os medicamentos usados pelas mães no momento da gestação.

Nesse sentido, Bachiega (2006) esclarece que uma alimentação balanceada que é

capaz de proporcionar um adequado estado nutricional contribui para uma desejável condição

postural desta criança, associada aos diversos estímulos que a criança precisa ter para se

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desenvolver adequadamente, bem como para a respiração nasal desse indivíduo e

consequentemente para a sua fala. Acrescenta, ainda, que qualquer modificação funcional no

corpo da criança gera uma alteração em todo o complexo articular e muscular de seu corpo.

explicando, assim, que uma alteração muscular pode levar a outras. No caso da criança com

dificuldades de fala ou de postura, além da falta de estímulo, alterações musculares

provocadas pela má alimentação podem ser também uma de suas causas.

Assim pode-se inferir que a ausência de resposta ao marco de empregar uma palavra

com sentido e de fazer gestos com as mãos e com a cabeça, encontrados na maioria das

crianças e a associação destes com a ingesta de alimentos inadequada encontra respaldo nos

achados de Bachiega (2006) especificado anteriormente. Ressalta-se a importância de uma

alimentação equilibrada, voltada para as necessidades basais das crianças com microcefalia

associada ao ZIKV, para que sejam minimizados as complicações advindas do desequilíbrio

nutricional.

O estado nutricional é de suma importância nos riscos de morbimortalidade e no

crescimento e desenvolvimento infantil, fazendo-se necessária uma avaliação nutricional

mediante procedimentos diagnósticos que possibilitem precisar a magnitude, o

comportamento e os determinantes dos agravos nutricionais, assim como identificar os grupos

de risco e as intervenções adequadas. Renda familiar, escolaridade, entre outras, são variáveis

que estão condicionadas à forma de inserção das famílias no maior e melhor controle

nutricional não somente das crianças, mas da família de um modo geral (MACHADO,

MEZZOML, 2010; BACHIEGA, 2006).

Concernente aos medicamentos utilizados pela mãe no momento da gestação,

considera-se que o uso banal de medicamentos, principalmente de analgésicos pela sua

facilidade de venda, e a medicalização associada ao uso irracional na gravidez deve ser

considerada um problema de saúde pública uma vez que nenhum medicamento é isento de

toxicidade à mãe ou feto e pode gerar riscos teratogênicos, como abortamento, morte ou

malformações congênitas (ROCHA et al., 2013).

É possível observar que existe importante comprometimento no crescimento de

desenvolvimento de crianças com microcefalia associado a ZIKV que vão desde as alterações

físicas, funcionais e em especial neurológica. A identificação de fatores que adicionem

morbidade e piorem o prognostico destas crianças é essencial para uma tomada de decisão

precoce e um manejo clínico mais bem planejado.

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7 CONCLUSÕES

Quanto ao perfil sociodemográfico das mães percebeu-se que a maioria delas era de

baixo nível socioeconômico, baixa escolaridade e predominantemente se declaravam de cor

parda.

Em relação ao perfil epidemiológico da infecção, verificou-se que todas as mulheres

investigadas realizaram as consultas de pré-natal e iniciaram as consultas no primeiro

trimestre de gestação. Houve um pequeno número de mulheres que faziam uso de bebida

alcoólica ou outras drogas e não houve mulheres com histórico familiar de microcefalia.

Detectou-se que a maioria das mulheres investigadas fez uso de algum tipo de

medicamento, sendo os mais utilizados os analgésicos, seguido de ácido fólico e sulfato

ferroso e, ainda, suplementos vitamínicos, suplementos hormonais, anti-hipertensivos ou

antibióticos.

A presença da doença exantemática durante gestação foi informada pela maioria das

mulheres e o predomínio foi do aparecimento de sintomas no primeiro trimestre da gestação.

Outros sinais e sintomas foram relatados tais como artralgia, febre, pruridos e cefaleia, dor na

garganta, mialgia e edema.

Em relação às condições de nascimento, crescimento e desenvolvimento das crianças

investigadas predominou o sexo feminino, a cor parda e no momento da consulta as queixas

maternas sobre as crianças estavam relacionadas a problemas respiratórios, dermatites e

problemas digestivos. A ingesta alimentar da maioria das crianças foi considerada inadequada

e foram encontrados índices relativo ao peso abaixo do esperado para idade da criança.

Quanto ao crescimento, foram percebidos valores abaixo do esperado para o perímetro

cefálico e baixo peso para a idade atual, porém não foi detectado alterações na estatura e no

IMC. Ressalta-se que ainda que a ingesta de alimentos seja insuficiente para o ganho de peso

adequado para a idade, é visto que o crescimento permanece ideal no que diz respeito à

estatura. Nesse sentido, o acompanhamento do peso se faz necessário a fim de que não haja o

comprometimento da estatura ou demais índices devido ao baixo peso ou má ingestão de

alimentos.

No desenvolvimento, foram identificadas, ainda, alterações visuais, olhos fora do

padrão de normalidade, atrasos no desenvolvimento locomotor da criança como motor fino e

motor grosso, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e alterações musculares como a

hipertrofia e hipotonia em membros superiores e inferiores e o descontrole cervical.

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Os marcos que tiveram respostas insatisfatórias conforme da idade da criança foram

“Olha para a pessoa que observa”, “Dá amostras de prazer e desconforto”, “Fixa e acompanha

objetos em seu campo visual”, “Arrulha e sorri espontaneamente”, “Colocada de bruços,

levanta e sustenta a cabeça apoiando-se no antebraço”, “Rola da posição supina para prona”,

“Levantada pelos braços, ajuda com o corpo”, “Vira a cabeça na direção de uma voz ou

objeto sonoro”, “Senta-se sem apoio”, “Segura e transfere objetos de uma mão para outra”,

“Imita pequenos gestos ou brincadeiras”, “Arrasta-se ou engatinha”, “Pega pequenos objetos

usando o polegar ou indicador”, “Emprega pelo menos uma palavra com sentido” e “Faz

gestos com a mão e a cabeça”.

Como limitações do estudo tem-se o fato de que as consultas de crescimento e

desenvolvimento na qual a pesquisadora participava ativamente para a coleta de dados era

realizada somente em um dia na semana. Desse modo, houve a inviabilidade de um maior

número de participantes na pesquisa. Outra limitação percebida foi o fato de os serviços

contatados serem públicos e passíveis de greve pública, impossibilitando o acréscimo de outro

local de pesquisa no presente estudo.

A partir do alcance dos objetivos pode-se afirmar a necessidade de intervenção por

parte dos profissionais de saúde e familiares que defrontam com a presente realidade. Nesse

sentido, sugere-se a realização de atividades de estimulação a crianças com microcefalia

relacionada à ZIKV com ênfase nos principais déficits e retardos, no intuito de minimizar

atrasos no crescimento e desenvolvimento, com vistas a melhorar as expectativas e qualidade

de vida para a criança que repercutam positivamente nas famílias e na sociedade.

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8 CRONOGRAMA

ATIVIDADE

MESES (2016/2017)

JUN/

JUL

2016

AGO

2016

SET

2016

OUT

2016

NOV

2016

DEZ

2016

JAN

2017

FEV

2017

MAR

2017

ABR

2017

MAI

2017

JUN

2017

JUL

2017

AGO

2017

SET

2017

OUT

2017

NOV

2017

DEZ

2017

Levantamento

Bibliográfico

Elaboração do projeto

Submissão ao Comitê de

Ética e Pesquisa

Fase de Pré Teste do

Instrumento de Coleta

de Dados

Qualificação do projeto

de Dissertação.

Coleta de dados

Análise dos dados

Organização das

planilhas para a análise

estatística

Organização em tabelas,

análise e discussão dos

dados.

Revisão e Redação Final

Defesa da dissertação

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9 ORÇAMENTO

DISCRIMINAÇÃO DOS ITENS QUANTIDADE VALOR/UNIDADE TOTAL

MATERIAL DE CONSUMO

Papel Sulfite A4 210 x 297mm

75g/m² Pacote 500 Folhas HP Office

Branco

01 17,90 17,90

Caneta Esferográfica Azul Paper

Mate

10 0,95 9,50

Cartucho de Tinta HP 60 Preto -

CC640WB

03 84,90 254,70

Pasta Plástica 30mm Ofício Com

Elástico Cristal Acp 1023

06 3,65 21,90

Caixa de Grampos de 14mm em

Barretes com 2500 Unidades

01 7,99 7,99

Grampeador De Mesa 26/6 Com

Grampo 20 Folhas Staples® - Preto

01 11,09 11,09

Balança Pediátrica Digital para Pesar

Bebês ELP - 25BBC - Balmak

01 508,00 508,00

Régua Antropométrica Pediátrica de

Madeira

02 57,31 114,62

Fita Métrica com fita de aço 10m 02 16,90 33,80

Brinquedos Infantis 05 99,00 495,00

MATERIAL PERMANENTE

Computador Inspiron 20 3000 All in

one

01 2.198,00 2.198,00

Computador All In One Positivo

Union Com Intel® Celeron-N2808

Dual Core

01 1.099,00 1.099,00

Impressora Multifuncional HP

DeskJet Ink Advantage 2136

01 229,00 229,00

Cartucho de Toner HP CE285AB -

Preto

01 354,45 354,45

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Pen Drive SanDisk Cruzer Blade -

8GB

01 15,25 15,25

MEIOS DE LOCOMOÇÃO

Passagem de Ônibus intermunicipal 04 4,50 18,00

Passagem de Ônibus municipal 300 1,75 525,00

SERVIÇOS TERCEIRIZADOS

Mão de obra com Assessoria

Estatística

01 550,00 550,00

Cópias de TCLE, instrumentos de

coleta de dados, dissertação e outros

documentos.

800 0,10 80,00

Encadernação 06 2,90 17,40

CUSTO TOTAL 6.560,60

O custeio da pesquisa foi de responsabilidade do pesquisador até o mês de fevereiro de

2017. Após esse período passou-se a receber auxílio de financiamento do Conselho Nacional

de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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APÊNDICES

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Apêndice A – Instrumento de Coleta de Dados

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ENFERMAGEM

INSTRUMENTO COLETA DE DADOS

DATA:

Nº:

PARTE I – HISTÓRIA MATERNA

1. IDENTIFICAÇÃO:

1.1. Nome (Iniciais): 1.2. Data de nascimento:

1.3. Renda Familiar

1. ( ) Abaixo de 1 salário mínimo

2. ( ) Entre 1 e 3 salários mínimos

3. ( ) Entre 4 e 6 salários mínimos

4. ( ) Mais de 6 salários mínimos

1.4. Grau de escolaridade:

1. ( ) Analfabeta

2. ( ) Ensino Fundamental Completo

3. ( ) Ensino Fundamental Incompleto

4. ( ) Ensino Médio Completo

5. ( ) Ensino Médio Incompleto

6. ( ) Ensino Superior Completo

7. ( ) Ensino Superior Incompleto

1.5. Cor: 1. Branco ( ) 2. Pardo ( ) 3. Negro ( ) 4. Outra ______________

2. HISTÓRIA DA GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO

2.1. Pré-natal iniciou em qual trimestre:

1. Primeiro trimestre ( )

2. Segundo ( )

3. Terceiro ( )

2.5. A mãe entrou em contato com substância tóxica

durante a gravidez? (tabagismo, drogas ilícitas,

álcool, inseticidas, cosméticos ou outras).

1. Sim ( )

2. Não ( )

2.6. Tipo de parto:

1. Normal ( )

2. Fórceps ( )

3. Cesáreo ( )

2.2. Número de consultas pré-natais: _________________

2.3. Imunização (Dupla Adulto):

1. Esquema Completo ( )

2. Não realizou ( )

3. Esquema incompleto ( )

4. Sem informação ( )

2.7. História de microcefalia na família dos pais:

1. Sim ( )

2. Não ( )

2.4. Suplementação de ferro:

1. Realizou ( )

2. Não realizou ( )

2.8. Utilizou medicamentos durante a gravidez?

1. Sim ( )

2. Não ( )

Em caso de sim especificar quais medicamentos:

_________________________________________

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80

2.9. A mãe apresentou caso de doença exantemática durante a

gestação?

1. Sim ( ) 2. Não ( )

Em caso de sim, responder pergunta do item 2.10., 2.11 e 2.12.

_________________________________________

_________________________________________

2.10. Qual o mês do aparecimento dos sintomas? 2.11. Qual a principal sintomatologia da mãe durante

esse período?

2.12. Quais foram os medicamentos utilizados no tratamento?

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PARTE II – HISTÓRIA DA CRIANÇA

1. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE:

1.1. Nome (Iniciais) 1.2. Data de nascimento:

1.3. Idade (em meses):

1.4. Sexo 1. Feminino ( ) 2. Masculino ( ) 1.5. Cor: 1. Branco ( ) 2. Pardo ( ) 3. Negro ( ) 4. _______

2. ANAMNESE

2.1 Motivo da Consulta:

_____________________________

____________________________________________

____________________________________________

2.2 Qual a doença/sintoma da criança?

_____________________

2.2.1 Há presença de dor? 1. Sim ( ) 2. Não ( )

Onde? __________________________

3. ANÁLISE DA CONSULTA DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

3.1. História do nascimento:

3.1.1. Peso ao nascer (em Kgs):_______________________

3.1.2. Comprimento ao nascer (em cm):_________________

3.1.3. Perímetro Cefálico ao nascer (em cm):_____________

3.1.4. Apgar 1º min ( ); Apgar 5º min ( )

3.1.5. Idade Gestacional: _________________

3.1.6. Tipagem Sanguínea: ________________

Outras_observações: ______________________________________________

3.2. História Alimentar:

3.2.1. A ingestão de alimentos está adequada para a idade da criança? [Descrever a quantidade de alimentos e natureza

dos alimentos]

1. Sim ( ) 2. Não ( )

3.2.2. A criança mamou? Em caso de sim, especificar até quantos meses: ______________________.

1. Ainda mama ( ) 2. Sim ( ) 2. Não ( )

3.2.3. Medicamentos atuais: a criança faz uso de algum medicamento?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar ________________________________________________

3.2.4. O cartão de vacina da criança está atualizado?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se não, especificar as vacinas atrasadas

_______________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________

_______________________________

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4. EXAME FÍSICO DA CRIANÇA

3.1 Dados Antropométricos

3.1.1 Peso atual (em Kgs): _____________

3.1.2 Comprimento atual (em cm): ________

3.1.3 Índice de Massa Corporal (IMC): ________________

3.2. Exame na direção Céfalo-caudal:

3.2.1. Perímetro Cefálico (em cm): _________________

3.2.2. Alteração nas fontanelas?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:

___________________

3.2.3. Alteração nos olhos?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:

_________________

3.2.5. Alterações no nariz, boca e/ou orelha/ouvido?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:

____________________________________________________________

____________________________________________________________

_________________________________

3.2.6. Alterações no pescoço (crescimento

anormal da tireoide, presença de fístulas,

cistos e restos de arcos branquiais)?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:

_____________________________________

_____________________________________

________________

3.2.8. A partir da inspeção e palpação há alterações no tórax

(abaulamento, deformação, assimetria)?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:

____________________________________________________________

____________________________________________________________

_________________________________

3.2.9. Aparelho respiratório:

3.2.9.1. A partir da ausculta há alterações nos ruídos?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:

____________________________________________________________

__________________________________________

3.2.9.2. A partir da percussão há alterações nos ruídos?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:

____________________________________________________________

__________________________________________

3.2.9.3. Alteração na frequência

respiratória?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim,

especificar:

_________________________________

_________________________________

_________________________________

_________

3.2.10. Aparelho cardiocirculatório:

3.2.10.1. A partir da ausculta há alterações

nos ruídos?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:

_____________________________________

_____________________________________

________________

3.2.10.2. Alteração na frequência cardíaca?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:

______________________________________________________

______________________________________________________

3.2.11. Abdome

3.2.11.2. A partir da inspeção e palpação há alterações (abaulamento,

formato)?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:

________________________________________________________________

3.2.12. Há alterações no aparelho

geniturinário?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim,

especificar:

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____________________________________________

3.2.11.3. A partir da ausculta e percussão há alterações nos ruídos?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:

________________________________________________________________

____________________________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

____

3.2.13. Há alterações na região anal da

criança?

1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:

_____________________________________

_______________________

5. MARCOS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

6.1. Olha para a pessoa que observa? (Presente até 3

meses)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

5.2. Dá mostras de prazer e desconforto? (Presente até

3 meses)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

6.3. Fixa e acompanha objetos em seu campo visual?

(Presente até 4 meses)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

6.4. Arrulha e sorri espontaneamente? (Presente até 3

meses)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

6.5. Quando colocada de bruços, levanta e sustenta a

cabeça apoiando-se no antebraço? (Presente até 5 meses)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

6.6. Emite sons, balbuciando? (Presente até 5 meses)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

6.7. Rola da posição supina para prona? (Presente de 4 a

7 meses)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

6.8. Quando levantada pelos braços, ajuda com o corpo?

(Presente de 4 a 7 meses)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

6.9. Vira a cabeça na direção de uma voz ou objeto

sonoro? (Presente de 4 a 9 meses)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

6.10. Senta-se sem apoio? (Presente de 5 a 10 meses)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

6.11. Segura e transfere objetos de uma mão para outra?

(Presente de 5 a 10 meses)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

6.12. Imita pequenos gestos ou brincadeiras? (Presente de 6

meses a 1 ano)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

6.13. Arrasta-se ou engatinha? (Presente de 6 meses a 1 ano)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

6.14. Pega pequenos objetos usando o polegar ou indicador?

(Presente de 9 meses a 1 ano e 3 meses)

1. Sim ( ) 2.Não ( )

6.15. Emprega pelo menos uma palavra com sentido?

(Presente de 9 meses a 1 ano e 3 meses)

1. Sim ( ) 2.Não ( )

6.16. Faz gestos com a mão e a cabeça? (Presente de 9 meses a

1 ano e 3 meses)

1. Sim ( ) 2. Não ( )

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Apêndice C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

para maiores de idade

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

TCLE para maiores de idade

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: Crescimento e Desenvolvimento da

Criança com microcefalia associada à transmissão vertical do Zika vírus, que tem como

pesquisador responsável Ana Beatriz Ferreira Vitorino.

Esta pesquisa pretende acompanhar e analisar as alterações no crescimento e

desenvolvimento de crianças com microcefalia associada à transmissão vertical do Zika vírus.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é a escassez de estudos que investigam o

seguimento da consulta de crescimento e desenvolvimento das crianças com microcefalia oriunda da

transmissão vertical pelo Zika vírus. Além da importância que a doença passou a ter em âmbito

mundial, principalmente com a inserção dela na lista das doenças de notificação compulsória, no qual

qualquer serviço de saúde deve notificar os casos a partir da suspeita clínica e nos casos das gestantes

a suspeita deve ser comunicada em até 24h às secretarias municipais e estaduais de saúde.

Caso você decida participar, você deverá responder um questionário a partir de uma

entrevista sobre sua gravidez, parto e puerpério além de informações de natureza

sociodemográfica.

Durante a realização da entrevista a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você

corre é semelhante àquele sentido num exame físico ou psicológico de rotina. Pode acontecer um

desconforto em relação a algumas perguntas contidas no questionário que será minimizado com uma

conversa e com sua decisão em responder ou não e você terá como benefício uma futura melhora na

qualidade de vida da assistência a vocês, mulheres e mães, bem como na qualidade de vida também de

seus filhos. Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa, você terá

direito a assistência gratuita que será prestada a partir da resolução do problema pela pesquisadora

Ana Beatriz Ferreira Vitorino. Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas

ligando para Ana Beatriz Ferreira Vitorino, no telefone (84) 9 9641.0212.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da

pesquisa, sem nenhum prejuízo para você. Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e

serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de

nenhum dado que possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por

essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

______________________

91

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87

(rubrica do Participante/Responsável legal)

_______________________

(rubrica do Pesquisador)

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo

pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone (84) 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador

responsável Ana Beatriz Ferreira Vitorino.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão

coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim

e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa Crescimento e

Desenvolvimento da Criança com microcefalia associada à transmissão vertical do Zika vírus e

autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas

desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal, ____ de ________ de 2017.

___________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo Crescimento e Desenvolvimento da Criança

com microcefalia associada à transmissão vertical do Zika vírus declaro que assumo a inteira

responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram

esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade

sobre a identidade do mesmo. Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora

assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal ____ de ________ de 2017.

Impressão datiloscópica do

participante

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88

____________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

Apêndice D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

para menores de idade

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

TCLE para menores de idade

Esclarecimentos

Estamos solicitando a você a autorização para que o menor pelo qual você é responsável

participe da pesquisa: Crescimento e Desenvolvimento da Criança com microcefalia associada à

transmissão vertical do Zika vírus, que tem como pesquisador responsável o(a) Prof(a) Dra Nilba

Lima de Souza e a discente Ana Beatriz Ferreira Vitorino.

Esta pesquisa pretende acompanhar e analisar as alterações no crescimento e

desenvolvimento de crianças com microcefalia associada à transmissão vertical do Zika vírus.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é a escassez de estudos que investigam o

seguimento da consulta de crescimento e desenvolvimento das crianças com microcefalia oriunda da

transmissão vertical pelo Zika vírus. Além da importância que a doença passou a ter em âmbito

mundial, principalmente com a inserção dela na lista das doenças de notificação compulsória, no qual

qualquer serviço de saúde deve notificar os casos a partir da suspeita clínica e nos casos das gestantes

a suspeita deve ser comunicada em até 24h às secretarias municipais e estaduais de saúde.

Caso você decida autorizar, ele deverá participar da consulta de crescimento e

desenvolvimento e ser observado pela pesquisadora para que haja a coleta de dados durante a

consulta a partir de um questionário.

Durante a realização da consulta de crescimento e desenvolvimento e obtenção dos dados a

previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que ele(a) corre é semelhante àquele sentido num exame

físico ou psicológico de rotina. Pode acontecer um desconforto no momento da consulta que será

minimizado com a presença de seu responsável e ele(a) terá como benefício futuro a melhora na

assistência e consequentemente em sua qualidade de vida. Em caso de algum problema que ele(a)

possa ter, relacionado com a pesquisa, ele(a) terá direito a assistência gratuita que será prestada no

momento da consulta na unidade que ele estará sendo atendido. Durante todo o período da pesquisa

você poderá tirar suas dúvidas ligando para Ana Beatriz Ferreira Vitorino no telefone (84) 9

9641.0212.

Você tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum

prejuízo para você e para ele(a). Os dados que ele(a) irá nos fornecer serão confidenciais e serão

divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado

que possa identificá-lo(a).

__________________

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(rubrica do Participante/Responsável legal)

___________________

(rubrica do Pesquisador)

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e

por um período de 5 anos. Se você tiver algum gasto pela participação dele(a) nessa pesquisa, ele será

assumido pelo pesquisador e reembolsado para você. Se ele(a) sofrer algum dano comprovadamente

decorrente desta pesquisa, ele(a) será indenizado. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você

deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

telefone (84) 3215-3135. Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra

com o pesquisador responsável Ana Beatriz Ferreira Vitorino.

Consentimento Livre e Esclarecido

Eu, _________________________________________, representante legal do menor

__________________________________________, autorizo sua participação na pesquisa

Crescimento e Desenvolvimento da Criança com microcefalia associada à transmissão vertical

do Zika vírus.

Esta autorização foi concedida após os esclarecimentos que recebi sobre os objetivos,

importância e o modo como os dados serão coletados, por ter entendido os riscos, desconfortos e

benefícios que essa pesquisa pode trazer para ele(a) e também por ter compreendido todos os direitos

que ele(a) terá como participante e eu como seu representante legal. Autorizo, ainda, a publicação das

informações fornecidas por ele(a) em congressos e/ou publicações científicas, desde que os dados

apresentados não possam identificá-lo(a).

Natal, ___ de ________ de 2017.

_______________________________

Assinatura do representante legal

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo Crescimento e Desenvolvimento da Criança

com microcefalia associada à transmissão vertical do Zika vírus, declaro que assumo a inteira

responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram

esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade

sobre a identidade do mesmo. Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora

Impressão datiloscópica do

representante legal

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assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal, ___ de ______ de 2017.

______________________________________

Assinatura do pesquisador responsável