universidade federal do rio grande do norte · 2018-02-16 · infantil, o único que foi ......
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSO EM ENFERMAGEM
CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO E DOUTORADO
ANA BEATRIZ FERREIRA VITORINO
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM MICROCEFALIA
RELACIONADA À TRANSMISSÃO VERTICAL DO ZIKA VÍRUS
NATAL
2017
ANA BEATRIZ FERREIRA VITORINO
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM MICROCEFALIA
RELACIONADA À TRANSMISSÃO VERTICAL DO ZIKA VÍRUS
Dissertação apresentada à banca examinadora
da defesa de dissertação do Programa de Pós
Graduação em Enfermagem da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como
requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre em Enfermagem.
Área de Concentração: Enfermagem na
atenção à saúde.
Linha de Pesquisa: Enfermagem na
Vigilância à Saúde.
Orientadora: Profª Drª Nilba Lima de Souza.
NATAL
2017
ANA BEATRIZ FERREIRA VITORINO
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM MICROCEFALIA
RELACIONADA À TRANSMISSÃO VERTICAL DO ZIKA VÍRUS
Dissertação apresentada à banca examinadora
da defesa de dissertação do Programa de Pós
Graduação em Enfermagem da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como
requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre em Enfermagem.
Aprovada em: ____/____/_______.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Nilba Lima de Souza
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Professora Orientadora – Presidente da Banca Examinadora
_______________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Érika Simone Galvão Pinto
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
___________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Cristyanne Samara Miranda de Holanda
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN
AGRADECIMENTOS
A Deus, primeiramente, por me conceder o dom da vida, por me conceder saúde e
sabedoria para trilhar todos os caminhos a serem percorridos, por abençoar cada
um deles e por ser o caminho da minha felicidade. Palavras não são suficientes para
agradecê-Lo.
Aos meus pais, Vanderleia e Julio Vitorino, por estarem sempre ao meu lado,
rezando e torcendo por minha felicidade. Além de me oferecer toda a estrutura
necessária para viver e por entenderem todos os estresses e ausências necessárias.
Profunda gratidão.
Ao meu irmão, Bruno, que nunca hesitou me ajudar quando necessitei
principalmente nesta fase acadêmica da minha caminhada. Obrigada, irmão,
estamos juntos para o que der e vier.
Aos meus familiares por ser sustento, alegria e paz em dias difíceis.
À Kelyson Rafael e aos amigos mais chegados por todo apoio, sustento e auxílio dos
mais diversos modos dos sorrisos às lágrimas.
À minha orientadora, Professora Nilba, que, além de auxiliar nas correções e
orientações para a conquista deste título, sempre esteve presente com confortáveis e
sinceras palavras que tranquilizavam o coração diante das preocupações e
estresses. Foi e é um norte na minha vida. Muito obrigada, professora, a senhora é
sensacional.
À UFRN, ao Programa de Pós Graduação em Enfermagem e ao HUOL pelas
oportunidades de crescimento e desenvolvimento. Obrigada por seus mestres,
doutores, e todos os profissionais que tanto nos guia a sermos pessoas e
profissionais melhores e mais dedicados.
À Érika, Dhyanine e Jéssica por terem contribuído no processo de coleta de dados.
À banca examinadora pelas valiosas contribuições.
Às minhas amigas de turma que em nenhum momento deixaram de sonhar esse
sonho comigo. Gratidão, meninas!
GRATIDÃO!
RESUMO
VITORINO, A. B. F. Crescimento e desenvolvimento da criança com microcefalia
relacionada à transmissão vertical do Zika vírus. 2017. 90 f. Dissertação (Mestrado em
Enfermagem) – Programa de Pós Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal – RN, 2017.
INTRODUÇÃO: A infecção pelo vírus Zika é caracterizada como uma doença febril aguda
com maior prevalência da infecção assintomática. A microcefalia é uma anomalia, na qual há
má formação cerebral, com irregularidades de estruturas e funções ao recém-nascido,
presentes no momento do nascimento. Justifica-se o estudo pela importância do conhecimento
acerca do crescimento e desenvolvimento das crianças portadoras de microcefalia relacionada
ao Zika vírus, com vistas ao acompanhamento e estimulação de suas aptidões junto à família e
profissionais. OBJETIVO: Analisar as alterações no crescimento e desenvolvimento de
crianças com microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika vírus.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico e descritivo de abordagem
quantitativa realizado no ambulatório de pediatria da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, localizado no município de Natal, Rio Grande do Norte. O estudo teve como público
alvo todas as crianças diagnosticadas com microcefalia relacionada à transmissão pelo Zika
vírus e acompanhadas no local de pesquisa que totalizou o quantitativo de 36 crianças durante
o período de coleta. A coleta realizou-se entre os meses julho e outubro de 2017, mediante um
instrumento dividido em duas partes, aplicado às mães de crianças portadoras de Microcefalia
e a outra parte com dados da consulta de crescimento e desenvolvimento destas. O projeto
teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte sob o nº de parecer 2.166.462. Os dados foram submetidos ao software Statistical
Package for the Social Sciences- SPSS versão 21, por meio da estatística descritiva e
inferencial e foi aplicado o teste de Fisher e Mann Whitney ao nível de significância α ꞊ 5%.
RESULTADOS: Os resultados apontaram alterações, com base no padrão de normalidade, de
quase todo o marcos do desenvolvimento da criança. Dentre os marcos do desenvolvimento
infantil, o único que foi apresentado em 100% das crianças investigadas foi o “Emite sons,
balbuciando”. Houve importantes alterações no que diz respeito ao desenvolvimento
neuropsicomotor da criança portadora de Microcefalia relacionada ao vírus Zika, além de
déficits oculares, visuais, na fala, na escuta, alterações de cunho muscular como hipertonia ou
hipotonia, além de descontrole cervical e alterações também no crescimento concernente a
peso, estatura e Índice de Massa Corporal. Registraram-se associações entre a história
materna e infantil com os seus marcos de desenvolvimento. CONCLUSÃO: As principais
alterações encontradas no crescimento e desenvolvimento de crianças com microcefalia
relacionada à transmissão vertical do Zika vírus foram alterações no desenvolvimento
neuropsicomotor, alterações oculares, visuais, retardos na comunicação e alterações
musculares. Quanto ao crescimento detectou-se comprometimento nos índices de massa
corporal. A partir do alcance dos objetivos pode-se pensar na realização de estimulação a
esses pacientes no intuito de aumentar sua expectativa e qualidade de vida.
Descritores: Microcefalia. Cuidados de Enfermagem. Cuidado da Criança. Enfermagem
Materno-Infantil.
ABSTRACT
VITORINO, A. B. F. Growth and development of the child with microcephaly related to
the vertical transmission of Zika virus. 2017. 90 f. Dissertation (Master in Nursing) -
Graduate Program in Nursing, Federal University of Rio Grande do Norte, Natal - RN, 2017.
INTRODUCTION: Zika virus infection is characterized as an acute febrile illness with a
higher prevalence of asymptomatic infection. Microcephaly is an anomaly, in which there is
poor brain formation, with irregularities of structures and functions to the newborn present at
birth. The study is justified by the importance of knowledge about the growth and
development of children with microcephaly related to Zika virus, with a view to monitoring
and stimulating their skills with family and professionals. OBJECTIVE: The objective was to
analyze the changes in the growth and development of children with microcephaly related to
the vertical transmission of the Zika virus. METHODOLOGY: This is an epidemiological and
descriptive study of a quantitative approach performed at the pediatric outpatient clinic of the
Federal University of Rio Grande do Norte, located in the city of Natal, Rio Grande do Norte.
The study had as a target audience all children diagnosed with microcephaly related to
transmission by the Zika virus and accompanied at the research site that totaled the
quantitative of 36 children during the collection period. The collection was performed
between July and October 2017, using an instrument divided into two parts, applied to the
mothers of children with Microcephaly and the other part with data on the consultation of
growth and development of this children. The project was approved by the Research Ethics
Committee of the Federal University of Rio Grande do Norte under the number CAAE
64872817.2.0000.5537. Data were submitted to the Statistical Package for Social Sciences -
SPSS version 21, using descriptive and inferential statistics, and the Fisher and Mann Whitney
test was applied at significance level α ꞊ 5%. RESULTS: The results indicated changes, based
on the normality pattern, of almost all the child developmental milestones. Among the
milestones of child development, the only one that was presented in 100% of the children
investigated was the "Emits sounds, babbling". There were important changes in the
neuropsychomotor development of the child with Microcephaly related to the Zika virus, as
well as visual, speech, hearing, muscular changes such as hypertonia or hypotonia, as well as
cervical uncontrol and alterations in the growth related to weight, height and body mass
index. Associations between maternal and infant history were identified with their
developmental milestones. CONCLUSION: The main alterations found in the growth and
development of children with microcephaly related to the vertical transmission of Zika virus
were alterations in neuropsychomotor development, ocular, visual alterations, communication
delays and muscular alterations. Growth was detected in the body mass index. From the reach
of the objectives one can think of the accomplishment of stimulation to these patients in order
to increase their expectation and quality of life.
Descriptors: Microcephaly. Nursing Care. Child Care. Maternal-Child Nursing.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Estatística descritiva da história das crianças com microcefalia relacionada à
transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017............................................. 28
Tabela 2 Alterações físicas identificadas nas crianças com microcefalia relacionada à
transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017............................................. 28
Tabela 3 Dados relativos ao exame físico atual da criança com microcefalia relacionada
à transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017......................................... 29
Tabela 4 Frequência e percentual dos marcos do desenvolvimento da criança com
microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017.. 30
Tabela 5 Marco desenvolvimento da criança “Olha para a pessoa que observa” associado
ao histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017............................................... 31
Tabela 6 Marco do desenvolvimento da criança “Rola da posição supina para prona”
associado segundo o histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017.................. 32
Tabela 7 O marco do desenvolvimento da criança “Vira a cabeça na direção de uma voz
ou objeto sonoro” segundo histórico materno. Natal/RN, 2017............................ 33
Tabela 8 Marco do desenvolvimento da criança “Senta-se com apoio” segundo histórico
materno e da criança. Natal/RN, 2017.................................................................. 34
Tabela 9 Marco do desenvolvimento da criança “Segura e transfere objetos de uma mão
para outra” segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017................... 35
Tabela 10 Marco do desenvolvimento da criança “Imita pequenos gestos ou brincadeiras”
segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017...................................... 36
Tabela 11 Marco do desenvolvimento da criança “Emprega pelo menos uma palavra com
sentido” segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017....................... 37
Tabela 12 Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento
“Fixa e acompanha objetos em seu campo visual”. Natal/RN, 2017..................... 38
Tabela 13 Caracterização da história materna segundo o marco do desenvolvimento
“Levantada pelos braços, ajuda com o corpo”. Natal/RN, 2017............................ 40
Tabela 14 Associação entre o marco do desenvolvimento “Senta-se sem apoio” e a
história materna. Natal, RN, 2017......................................................................... 42
Tabela 15 Caracterização da história materna segundo o marco do desenvolvimento
“Arrasta-se ou engatinha”. Natal/RN, 2017........................................................... 44
Tabela 16 Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento
“Pega pequenos objetos usando o polegar ou indicador”. Natal/RN, 2017........... 46
Tabela 17 Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento
“Emprega pelo menos uma palavra com sentido”. Natal, RN, 2017.................... 48
Tabela 18 Caracterização da história materna e da criança segundo o marco do
desenvolvimento “Faz gestos com a mão e a cabeça”. Natal, RN, 2017.............. 50
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 – Principais alterações ou déficits encontrados nas crianças portadoras da
microcefalia relacionada ao ZIKV.....................................................................
50
LISTA DE SIGLAS
AVC Acidente Vascular Cerebral
APS Atenção Primária à Saúde
CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética
CEPS Centro de Educação e Pesquisa em Saúde
CEP Comitê de Ética e Pesquisa
CHS Complexo Hospitalar de Saúde
CD Crescimento e Desenvolvimento
CRI Centro de Reabilitação Infantil
DNPM Desenvolvimento Neuropiscomotor
EBSERH Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
ESF Estratégia de Saúde da Família
HOSPED Hospital de Pediatria
HUOL Hospital Universitário Onofre Lopes
IMC Índice de Massa Corporal
MMSS Membros superiores
MMII Membros inferiores
NASF Núcleo de Apoio à Saúde da Família
OMS Organização Mundial da Saúde
PACS Programa de Agentes Comunitários da Saúde
PC Perímetro Cefálico
PHPN Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento
PNAISC Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
RM Região Metropolitana
RN Recém-Nascido
RNA Ácido Ribonucléico
SNC Sistema Nervoso Central
SPSS Software Statistical Package for the Social Sciences
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UBS Unidade Básica de Saúde
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UTI Unidade de Terapia Intensiva
ZIKV Zika Vírus
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS.................................................................................................................... 15
2.1 OBJETIVO GERAL......................................................................................................... 15
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................... 15
3 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................... 16
3.1 POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA ...... 16
3.2 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL............................................... 17
3.3
ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
INFANTIL........................................................................................................................ 19
4 METODOLOGIA.......................................................................................................... 23
4.1 TIPO DE PESQUISA....................................................................................................... 23
4.2 LOCAIS DE PESQUISA................................................................................................. 23
4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA.......................................................................................... 24
4.4 PRODECIMENTO DE COLETA DE DADOS............................................................... 24
4.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS........................................................... 25
4.6 ASPECTOS ÉTICOS....................................................................................................... 26
5 RESULTADOS............................................................................................................... 27
6 DISCUSSÃO................................................................................................................... 51
7 CONCLUSÃO................................................................................................................ 60
8 CRONOGRAMA........................................................................................................... 62
9 ORÇAMENTO.............................................................................................................. 63
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 65
ANEXOS....................................................................................................................... 70
APÊNDICES................................................................................................................. 78
Apêndice A – Instrumento de coleta de dados................................................................ 79
Apêndice B – Termo de autorização institucional para o uso de documentos dos pacientes... 84
Apêndice C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para maiores de idade................ 86
Apêndice D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para menores de idade............... 88
10
1 INTRODUÇÃO
O vírus Zika (ZIKV) é caracterizado como um arbovírus, do gênero flavivírus, que
costuma ser transmitido por um mosquito, o Aedes aegypit, causador da virose conhecida
como dengue, e febre amarela (BIOLOGIA E CIÊNCIAS, 2015; BRASIL, 2015). Sua
primeira identificação no mundo ocorreu em 1947, em Uganda, após um monitoramento de
macacos sentinelas. Em humanos foi identificada essa infecção em 1952. A partir de 2005, o
ZIKV passou a representar um potencial epidêmico para o mundo (BRASIL, 2015).
A infecção pelo ZIKV é caracterizada como sendo uma doença febril aguda e que na
maioria dos casos não está associada a complicações, o que leva a uma baixa taxa de
hospitalização, tendo em vista que cerca de 20% dos casos de pessoas infectadas com o vírus
apresente sinais e sintomas sugestivos. Dessa forma, a infecção assintomática aparece com
maior prevalência (ECDC, 2015; BRASIL, 2015).
No Brasil, o ZIKV começou a circular somente em 2014 e desde então o Ministério da
Saúde passou a receber notificações de doenças com característica exantemática (BRASIL,
2015) acompanhadas, em sua maioria, de sintomas como febre baixa (menor que 38,5 C),
dorsalgia de cunho leve, artralgia, edema nas articulações, prurido e conjuntivite (CARDOSO
et al., 2015; PETERSEN et al., 2016).
Atualmente, além dos sintomas supracitados, o ZIKV tem sido associado a uma série
de outros sintomas, principalmente quando relacionado a mulheres grávidas. Denominada de
Síndrome Congênita do Zika Vírus (WHO, 2014), está relacionada ao aparecimento de
sintomas na criança recém-nascida na qual a mãe tenha sido infectada pelo vírus, como, por
exemplo, dilatação de cavidades e ventrículos no interior do cérebro infantil, mau
desenvolvimento do cérebro, problemas auditivos, visuais, anomalias oculares, e a presença
da microcefalia e, aliado a isto, paralisia cerebral, epilepsia, retardo no desenvolvimento
cognitivo, motor, da fala, da visão e audição (ASHWAL et al., 2015, FRANÇA, 2016;
FAUCI, MORENS, 2016).
A microcefalia é considerada uma anomalia, na qual há má formação cerebral
resultado de seu desenvolvimento anormal, levando a irregularidades de estruturas e funções
ao recém-nascido, presentes no momento ou após o nascimento (WHO, 2014; SCHULER-
FACCINI et al., 2016). Estas alterações podem ser de origem congênita, sendo manifestada
ou adquirida durante a vida intrauterina; ou de origem pós-parto, surgindo após o nascimento
da criança.
11
No que diz respeito à origem congênita, dentre as causas mais comuns, estão os
traumas disruptivos como, por exemplo, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico;
as infecções, como sífilis, toxoplasmose, rubéola; além de causas teratógenas como no caso
de álcool, radiação ou diabetes materna mal controlada (ASHWAL et al., 2015). Concernente
à origem pós-parto, pode ser adquirida através de um AVC ou de outros traumas cerebrais;
infecções como meningites e encefalites ou por toxinas, como intoxicação por cobre ou
falência renal crônica (ASHWAL et al., 2015; BRASIL, 2015).
Uma das principais formas de identificar a presença de Microcefalia em recém-
nascidos (RN) é a medição do perímetro cefálico (PC) da criança ao nascer (WHO, 2014).
Como parâmetro de referência é adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e
Ministério da Saúde do Brasil, para recém-nascidos com 37 semanas ou mais de idade
gestacional, medida de PC menor ou igual a 31,5 cm para meninas e 31,9 cm para meninos.
Em caso de valor menor que dois (2) desvios-padrão do que a referência para sexo, idade ou
tempo de gestação, é considerado que a criança apresenta microcefalia (WHO, 2014;
BRASIL, 2016c; ASHWAL et al., 2015).
A microcefalia causada pelo ZIKV é uma relação existente de cunho atual, devido ao
surto de casos da doença viral associada à anomalia em recém-nascidos em regiões do Brasil e
no Mundo, caso considerado de emergência pelo Ministério da Saúde do Brasil (OMS, 2015;
SCHULER-FACCINI et al., 2016), e a transmissão materno-fetal foi confirmada mediante
estudos que comprovam a presença do Ácido Ribonucleico (RNA) do vírus em amostra
patológica de perdas fetais, bem como em líquido amniótico das gestantes (PETERSEN et al.,
2016; BESNARD, 2014; ISUOG, 2016). Desse modo, essa relação (microcefalia/ZIKV) é
caracterizada pela ocorrência da microcefalia com ou sem alterações no Sistema Nervoso
Central (SNC) do recém-nascido, cuja mãe tenha histórico de infecção pelo ZIKV durante a
gestação (OMS, 2015), tendo em vista que definição de microcefalia a partir do perímetro
cefálico pode incluir cérebros com desenvolvimento normal (WHO, 2014).
Assim, além da medição do perímetro cefálico, exames de neuroimagem também são
facilitadores na identificação não só da microcefalia, importante característica presente nestas
crianças, mas também de outras características apresentadas por elas ao nascimento como, por
exemplo, ventriculomegalia, calcificações intracranianas, hipoplasia de estruturas da fossa
posterior, atrofia cortical e até casos mais graves de lisencefalia (SCHULER-FACCINI et al.,
2016).
12
Sabe-se que o período embrionário é considerado o de maior risco para possíveis
complicações ou irregularidade ao feto, decorrente de processos infecciosos, porém é
importante ressaltar que o SNC está susceptível a alterações ou más formações durante toda a
gestação, levando em consideração que o Zika vírus possui característica intrínseca de
neurotropismo, já comprovado por estudos de necropsia fetal com isolamento viral por
polimerase chain reaction (PCR) em tecidos cerebrais. Esse neurotropismo justifica o
acometimento do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) destas crianças. Dessa
maneira, o perfil de gravidade da infecção pelo ZIKV durante a gravidez vai depender de
diversos fatores como, por exemplo, o tempo de desenvolvimento do concepto (MLAKAR et
al., 2016; BRASIL, 2015).
No que diz respeito à microcefalia, não há tratamento para ela. Neste sentido, existem
ações que podem minimizar a gravidade dos casos no sentido de dar suporte e auxílio à
criança e à família, bem como o devido acompanhamento que é preconizado pelo Sistema
Único de Saúde (SUS). São disponíveis atendimentos na Atenção Primária à Saúde (APS),
serviço especializado de reabilitação, serviços de exame diagnóstico, serviços hospitalares,
bem como órteses e próteses (BRASIL, 2015).
No que concerne às gestantes é necessário o cuidado e prevenção do contato com o
mosquito transmissor, tendo em vista que a picada do Aedes aegypti é o modo mais comum
da transmissão do ZIKV (PETERSEN et al., 2016). Porém, além da transmissão pelo
mosquito e da via congênita (mãe-filho) vale salientar que o contágio e transmissão pode
ocorrer através de relações sexuais e transfusões sanguíneas.
Dessa forma, é necessário que as gestantes previnam-se, protegendo-se por meio de
roupas longas, repelentes, preferir permanecer em locais fechados, além do uso de
preservativos em relações sexuais bem como o cuidado e atenção em laboratórios em relação
às transfusões de sangue (BRASIL, 2015). Além disso, é importante que seja realizado um
pré-natal de qualidade durante toda a gestação, com exames laboratoriais e de imagens
frequentes a fim de identificar precocemente a presença ou não de determinadas anomalias,
dentre elas a microcefalia (BRASIL, 2012).
O pré-natal é ferramenta importante às mães e à família, tendo em vista que representa
um conjunto de atividades e ações de cunho preventivo, diagnóstico e terapêutico sobre a
saúde do concepto, bem como sobre a saúde da mulher (BRASIL, 2012; BORGES; PINTO;
VAZ, 2015). É no pré-natal que se obtém informações relativas ao processo de crescimento e
desenvolvimento do feto, além de informações relevantes sobre a gestação a fim de que a
13
mulher venha a ter um parto saudável e com menor quantidade de complicações. Além disso,
desempenha papel psicossocial a partir do diálogo e orientações necessárias a qualquer
eventualidade que venha a acontecer (BRASIL, 2012).
O conhecimento do diagnóstico de alteração no feto antes do nascimento é de suma
importância, pois permite um preparo especializado e aprofundado de abordagem neonatal
imediata, que viabilizará um prognóstico à criança e definirá a sobrevida além de contribuir
para a realização de estratégias para a promoção da qualidade de vida da criança (OLIVEIRA;
WESTPHAL, ABRAHÃO, 2015).
Além disto, após o nascimento é imprescindível o monitoramento de seu crescimento
e acompanhamento do seu desenvolvimento, para a proteção e promoção da saúde da criança
de forma geral. O monitoramento do crescimento da criança, a partir da avaliação de peso,
estatura e Índice de Massa Corporal (IMC) visa evitar que desvios do crescimento possam
comprometer sua saúde atual e sua qualidade de vida futura (BRASIL, 2012).
O acompanhamento do desenvolvimento objetiva analisar se a criança está passando
por cada estágio em uma sequência regular, tendo em vista que os estágios de
desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Dessa maneira, é importante que a criança seja
estimulada ou motivada no devido momento para que ela venha a superar o atraso de seu
desenvolvimento, caso este exista. A importância e relevância do acompanhamento estão na
avaliação de habilidades motoras, de comunicação, de interação social e cognitiva e nas
consultas de supervisão de saúde, no intuito de observar as possíveis alterações, diagnóstico e
formas de tratamento (BRASIL, 2012).
Portanto, conhecer as principais características da criança portadora de Microcefalia
oriunda da Síndrome Congênita do Vírus Zika é essencial para a intervenção adequada dos
profissionais de saúde como a estimulação precoce a essas crianças a partir do
acompanhamento e intervenção clínico-terapêutica através de equipe multiprofissional às
crianças no intuito de buscar melhor desenvolvimento possível, por meio da atenuação de
sequelas do desenvolvimento neuropsicomotor, bem como de efeitos da linguagem, na
socialização e na estruturação subjetiva, podendo contribuir, ainda, na estruturação do vínculo
mãe-bebê e na compreensão e acolhimento familiar dessas crianças (BRASIL, 2016b;
BRASIL, 2016c).
Diante desse contexto, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo desde 2015 o Plano
Nacional de Enfrentamento à Microcefalia com o objetivo de auxiliar os profissionais de
saúde no acompanhamento e estimulação precoce dessas crianças (BRASIL, 2016a). A
14
estimulação precoce consiste em um conjunto de estratégias de intervenção e
acompanhamento multiprofissionais realizadas com bebês de alto risco e crianças com
patologias que podem comprometer o desenvolvimento neuropsicomotor, destacadamente a
microcefalia. Esse programa objetiva estimular e aumentar as aptidões da criança,
beneficiando o desenvolvimento motor e cognitivo, além de proporcionar a eles uma melhor
qualidade de vida. É na infância que o cérebro mais se desenvolve, por isso deve-se iniciar o
programa logo após o estado clínico estável do bebê e durar até seus três anos de idade
(BRASIL, 2015).
O presente estudo justifica-se pela importância do conhecimento dos profissionais de
saúde acerca do crescimento e desenvolvimento das crianças portadoras de microcefalia
relacionada ao ZIKV, tendo em vista que essas crianças necessitam de cuidados especiais,
acompanhamento e estimulação de suas aptidões junto à família e profissionais. Além disso,
percebe-se na literatura uma escassez de estudos que avaliem o Crescimento e
Desenvolvimento (CD) da criança com Microcefalia oriunda da transmissão vertical pelo
ZIKV. Além da inserção desta doença como notificação compulsória, inclusive dos casos das
gestantes suspeita (BRASIL, 2016d).
Assim, o propósito desta investigação é analisar as consultas de crescimento e
desenvolvimento das crianças com microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika
vírus em Natal e na região metropolitana do estado do Rio Grande do Norte. Para tanto foram
traçadas as seguintes questões de pesquisa: quais as alterações apresentadas nos marcos do
crescimento e desenvolvimento da criança portadora de Microcefalia relacionada à
transmissão vertical do Zika vírus? Qual associação entre o crescimento e desenvolvimento da
criança com microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika vírus?
Assim, têm-se as seguintes hipóteses:
H0 – Não há associação entre o desenvolvimento da criança com microcefalia
relacionada à transmissão vertical do Zika vírus com a história materna e da criança.
H1 – Há associação entre o desenvolvimento da criança com microcefalia relacionada à
transmissão vertical do Zika vírus com a história materna e da criança.
15
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVOS GERAIS
Verificar a associação entre o crescimento e desenvolvimento da criança com
microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika vírus.
Analisar as alterações no crescimento e desenvolvimento de crianças com microcefalia
relacionada à transmissão vertical do Zika vírus.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar a caracterização sociodemográfica das mães de crianças portadoras da
microcefalia relacionada ao Zika vírus;
Caracterizar o perfil epidemiológico da infecção maternal pelo Zika vírus;
Averiguar as alterações do crescimento e desenvolvimento das crianças com
microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika vírus.
Verificar a associação entre o desenvolvimento da criança com a história materna e da
criança.
16
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA
Desde a década de 1980, políticas e programas são criados no intuito de intervir na
realidade do déficit da atenção à saúde infantil, a partir da ampliação do acesso aos serviços
de saúde, da desfragmentação da assistência e pela alteração positiva na maneira como o
cuidado às gestantes e aos recém-nascidos é realizado (BRASIL, 2012).
Para tanto, uma importante estratégia foi adotada pelo Ministério da Saúde, a partir de
1984, a de priorizar ações básicas de saúde eficazes, tais como: promoção do aleitamento
materno, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, imunizações, prevenção e
controle das infecções respiratórias agudas e das doenças diarreicas (BRASIL, 2012).
Desde 1996, o Ministério da Saúde tem ampliado os investimentos na promoção e
organização da Atenção Primária à Saúde básica nos municípios. Nesse sentido, define os
Programas de Agentes Comunitários de Saúde e Estratégia de Saúde da Família (PACS/ESF)
como estratégias prioritárias no resgate do vínculo de coresponsabilidade entre os serviços
prestados a população. Assim, as normas para o acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento da criança foram incorporadas aos poucos às atividades do PACS e da ESF,
enfatizando a prioridade do Ministério da Saúde e de Secretarias de Saúde na vigilância da
saúde da criança (BRASIL, 2002).
No ano de 2004 foi apresentado, pelo Ministério da Saúde, a Agenda de
Compromissos com a Saúde Integral da Criança e Redução da Mortalidade Infantil. Este
documento foi criado como uma orientação a todos os profissionais da saúde na assistência
infantil, no objetivo de ressaltar que o foco da atenção profissional é a criança. Além disto,
enfatiza que a criança deve se beneficiar de tais cuidados integrais e multiprofissionais tanto
na unidade de saúde quanto no domicílio, espaços coletivos, bem como na creche, pré-escola
e escola para que sejam compreendidos em todas as suas necessidades e direitos como
indivíduo (BRASIL, 2004).
Recentemente, o Ministério da Saúde organizou a Rede Cegonha. Esta rede baseia-se
na regulação obstétrica no momento do parto, na qualificação técnica das equipes de atenção
primária e das maternidades. Atua na melhoria da ambiência dos serviços de saúde e na
ampliação de serviços e profissionais para estimular a prática do parto fisiológico e a
humanização do parto e do nascimento. Caracteriza-se, assim, como uma grande iniciativa
17
que visa qualificar as Redes de Atenção Materno-Infantil no Brasil com o objetivo de
diminuir as taxas de morbimortalidade materna e infantil no país (BRASIL, 2012).
Em 2015 foi lançada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
(PNAISC) que tem como principal meta reduzir a morbimortalidade infantil e gerar ambiente
facilitador da vida com condições de existência mais dignas e pelo desenvolvimento. Para
isso, a PNAISC objetiva promover e proteger a saúde da criança, com atenção e cuidados
integrais e integrados da gestação aos nove anos de vida, com foco na primeira infância e nas
populações de maior vulnerabilidade (BRASIL, 2015a).
O PNAISC possui sete eixos que são organizados no intuito de promover a saúde
infantil, a saber: atenção humanizada e qualificada à gestação, parto, nascimento e recém-
nascido; aleitamento materno e alimentação complementar saudável; promoção e
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento integral; atenção a crianças com agravos
prevalentes na infância e com doenças crônicas; atenção à criança em situação de violências,
prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz; atenção à saúde de crianças com
deficiência ou em situações específicas e de vulnerabilidade; vigilância e prevenção do óbito
infantil, fetal e materno (BRASIL, 2015a; BRASIL, 2015b).
No que diz respeito, em especial, ao eixo da atenção à saúde de crianças com
deficiência ou em situações específicas e vulnerabilidade, tendo em vista que a criança com
microcefalia apresenta déficits importantes, este eixo corresponde à articulação de estratégias
intrassetoriais e intersetoriais que visam incluir estas crianças nas redes temáticas de atenção à
saúde diante da identificação de situação de vulnerabilidade e risco de agravos e adoecimento,
reconhecendo as especificidades deste público para uma atenção resolutiva (BRASIL, 2015a;
BRASIL, 2015c).
Dessa forma, a PNAISC sintetiza de forma simples, clara e objetiva para os gestores
estaduais, municipais e profissionais de saúde, os grandes eixos de ações que compõem uma
atenção integral à Saúde da Criança, além de apontar estratégias e dispositivos na articulação
das ações e da rede de serviços de saúde nos municípios e regiões de saúde (BRASIL 2015a;
BRASIL, 2015b).
3.2 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL
O desenvolvimento infantil compreende um processo multidimensional que tem início
na fecundação, passando pelo nascimento e que envolve o crescimento físico, a maturação
18
neurológica, comportamental, cognitiva, social e afetiva da criança (BRASIL, 2015).
Portanto, conhecer os padrões normativos desse processo se faz necessário para identificar
características atípicas e poder intervir com eficácia o mais rápido possível (ILLINGWORTH,
2013).
O crescimento faz parte do processo biológico que se expressa pelo aumento do
tamanho corporal. Todas as crianças nascem com um potencial genético de crescimento, que
poderá ou não ser atingido a depender de suas condições de vida, desde o momento da
concepção até a fase adulta. Pode-se dizer, dessa forma, que o crescimento e desenvolvimento
infantil sofrem influências de fatores genéticos, metabólicos e más formações, além de fatores
como alimentação, saúde, higiene e outros cuidados extrínsecos com a criança (BRASIL,
2002, BRASIL, 2012).
O desenvolvimento infantil está baseado nas habilidades motoras, perceptivas, de
linguagem, psíquicas, etc. Esses sistemas dizem respeito a funções que se unem, de forma
complexa, em um processo de maturação neurológica, aperfeiçoam-se, desenvolvem-se e
sofrem influências. O atraso de uma dessas habilidades por si só não constitui
obrigatoriamente em um problema patológico, tendo em vista que cada ser humano se
desenvolve a partir de suas possibilidades e do meio no qual está inserido. A criança precisa,
portanto, ser vista e acompanhada de maneira holística, levando-se em consideração o
ambiente em que vive, bem como sua relação com os pais, família e coletividade (BRASIL,
2002).
Além das alterações no desenvolvimento que se dá com o passar dos meses, o
crescimento também sofre alterações importantes na medida em que o tempo vai passando. O
peso da criança, por exemplo, sofre uma importante alteração no qual o ganho de peso nos
primeiros meses de vida é superior ao ganho de peso após o segundo trimestre. Logo, a
criança ganhará menos peso com o passar do tempo e isto não denota anormalidade. É
preciso, porém, estar em acompanhamento para que as medidas e valores sejam sempre
averiguados não somente no intuito de identificar problemas, mas considerando o rápido
processo de crescimento e desenvolvimento característico dessa fase, bem como da
sensibilidade da criança aos fatores externos para seu desenvolvimento e da grande
“plasticidade” cerebral para reversão de problemas de atraso em seu crescimento e
desenvolvimento (BRASIL, 2002; SASSÁ et al., 2011).
19
3.3 ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL
A construção e implementação de diretrizes de atenção voltadas ao acompanhamento
específico dos casos de bebês e crianças com microcefalia pretende orientar todos os
profissionais envolvidos no acompanhamento, monitoramento e na reabilitação dessas
crianças. Além disso, as diretrizes auxiliam estes profissionais na assistência para o melhor
desenvolvimento para cada caso, além de minimizar possíveis sequelas no desenvolvimento
neuropsicomotor, da linguagem, na socialização e formação subjetiva desses sujeitos
(BRASIL, 2016a).
Nesse sentido, o Ministério da Saúde recomenda alguns cuidados ao recém-nascido
após seu nascimento de modo a haver medidas de avaliação pelo profissional de saúde na
maternidade, como a medição do perímetro cefálico, triagem neonatal - que engloba teste de
orelhinha, teste do pezinho e teste do olhinho, manter a vacinação em dia e fazer
acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento (CD) da criança ou CD na Unidade
Básica de Saúde (UBS) (BRASIL, 2016a). Além disso, uma avaliação física sistematizada e
completa é um componente essencial aos recém-nascidos e principalmente quando eles são de
alto risco (HOCKENBERRY; WILSON, 2014; BRASIL, 2016b).
A consulta de CD na Atenção Primária à Saúde ou Unidade Básica de Saúde
(APS/UBS) nos primeiros 24 meses de vida é uma prática desenvolvida tanto pelo médico de
APS ou pediatra, bem como, e geralmente nas unidades de saúde da família, pelo enfermeiro
da Equipe de Saúde da Família. Nesse contexto, o acompanhamento de CD propõe a
utilização de técnicas que garantem e acompanham o desenvolvimento físico e mental das
crianças até cinco anos de idade. Diante disso, a enfermagem aliado à equipe
multiprofissional, com o foco no cuidado humano atua na consulta de CD para a prevenção,
promoção e recuperação da saúde infantil. Assim, o acompanhamento da criança em seu
crescimento e desenvolvimento se dá por meio de ações cotidianas e sistematizadas, através
de orientações com formação de vínculo família/profissional (RIBEIRO et al., 2014;
BRASIL, 2015).
Além disso, essa consulta é responsável pela promoção de melhoras individuais, na
vida de cada criança consultada, e coletivas, concernente tanto à prevenção de doenças bem
como à promoção e recuperação da saúde. Esses avanços são inerentes não somente à criança,
mas, também, à sua família, levando à melhoria, inclusive, dos dados epidemiológicos acerca
de doenças e agravos (OLIVEIRA et al., 2013)
20
Na APS a consulta de CD é iniciada a partir das visitas domiciliares logo após o
nascimento da criança, na qual há a preocupação com as orientações iniciais voltadas à
família, tanto para mães quanto para as crianças, e com a saúde e bem-estar de ambos
(BRASIL, 2012a). A partir daí, são marcados mães e filhos para consultas mensais de
acompanhamento e seguimento dessas orientações e cuidados na UBS, porta de entrada no
sistema para novas necessidades, problemas e demais acompanhamentos de saúde
(RODRIGUES et al., 2015).
Na consulta de CD, os profissionais enfermeiros fazem parte da equipe de saúde que
presta assistência à criança e estes trabalham em ações e intervenções de promoção à saúde
onde, a partir daí, surgem as condições de detecção precoce de alterações no crescimento,
nutrição e desenvolvimento neuropsicomotor da criança, além de outras vertentes
(OLIVEIRA et al., 2013) e é iniciada com o estabelecimento de um ambiente de comunicação
com as famílias (HOCKENBERRY; WILSON, 2014).
Nesse sentido, o enfermeiro é responsável pela comunicação relacionada com o
desenvolvimento dos processos de pensamento, adaptando a maneira de interagir de acordo
com a idade do bebê. Além disso, ele irá obter a história de saúde da família e da criança,
partindo do momento do nascimento até os principais padrões de crescimento e
desenvolvimento (HOCKENBERRY; WILSON, 2014; PEREIRA; FERREIRA, 2014).
No que diz respeito aos cuidados com a criança portadora de microcefalia, estes
devem ser realizados desde a visita puerperal e na primeira consulta, sendo papel da equipe de
saúde da família a oferta integral da assistência à saúde a todo caso de microcefalia em seu
território. Todos os bebês com confirmação de microcefalia devem manter as consultas de CD
na APS/AB. Como os recém-nascidos podem apresentar alterações ou complicações
neurológicas, motoras, respiratórias, dentre outras, o acompanhamento por diferentes
especialistas em ambulatórios de especialidades será necessário quando confirmado o
comprometimento de funções, sendo coordenado pela equipe de APS (BRASIL, 2015;
BRASIL, 2016c).
Dessa forma, além de acompanhados por meio do CD, estas crianças devem, ainda, ser
encaminhadas para estimulação precoce em serviços de reabilitação, por fisioterapeuta,
fonoaudiólogo ou terapeuta ocupacional do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) ou
vinculado às equipes da APS/AB; ou, ainda, em Ambulatório de Seguimento de Recém-
Nascido de Risco. É nesse sentido que a consulta de CD se torna um instrumento essencial em
21
disparar outros serviços especializados no cuidado à criança com microcefalia por meio do
acompanhamento sistemático (BRASIL, 2015; BRASIL, 2016c).
De acordo com o Ministério da Saúde (2016c), a atenção ao recém-nascido, lactente e
criança com microcefalia deve acontecer em uma sequência necessária para a correta
identificação e possível intervenção dos profissionais de saúde. Dessa forma, a saber: cuidado
ao recém-nascido no momento do nascimento a partir da caracterização por meio da medição
imediata do perímetro cefálico; aleitamento materno contínuo até os dois anos ou mais, sendo
exclusivo nos primeiros seis meses de vida; anamnese a partir da identificação se houve ou
não exposição da mãe e criança a substâncias tóxicas com potencial teratogênico bem como
os antecedentes maternos; medicamento(s) utilizado(s) durante a gravidez; exposição à
radiação ionizante; presença de rash cutâneo e outros sinais e sintomas sugestivos de
infecção; ultrassonografia gestacional; e os antecedentes familiares (BRASIL, 2016c).
O exame físico é realizado a partir das medidas de crescimento, a saber: peso, altura,
espessura da prega cutânea e circunferência do braço e da cabeça. Os valores destes
parâmetros do crescimento são marcados em gráficos com percentis, contidos na caderneta da
criança, que são comparados com os valores preconizados pelo Ministério da Saúde
(HOCKENBERRY; WILSON, 2014; BRASIL, 2013). Além das medidas de crescimento, o
exame físico abrange medidas fisiológicas, como medidas de desenvolvimento a partir da
aparência geral do bebê, da pele, estruturas acessórias como unha e cabelo, face, tórax,
abdome, regiões genitais e avaliação neurológica (HOCKENBERRY; WILSON, 2014).
A medida do PC deve ser acompanhada mensalmente após o nascimento e qualquer
desaceleração que coloque a medida da criança com PC abaixo de -2 desvios-padrões, pela
curva da OMS, também deve levantar a suspeita e levar à notificação do caso, como deve
ocorrer com qualquer lactente que se mantém em consulta. Na comparação do perímetro
cefálico com outros parâmetros do crescimento, o profissional deve observar a presença de
características dismórficas, bem como de anomalias congênitas que comprometem outros
órgãos e, ainda, avaliação neurológica do recém-nascido descrevendo as anormalidades, caso
estas existam (BRASIL, 2015; BRASIL, 2016c).
No que diz respeito à avaliação neurológica da consulta de CD, grande parte do exame
ocorre durante a avaliação dos sistemas corporais no exame físico completo, mas se dá
principalmente com o desencadear dos reflexos chamados primitivos e a observação da
postura, do tônus muscular, do controle da cabeça e do movimento do bebê. O profissional
precisa levar em consideração a idade do recém-nascido para as respostas comportamentais
22
esperadas de cada um a partir do estímulo fornecido a este (HOCKENBERRY; WILSON,
2014; BRASIL, 2016c). É importante ressaltar que os reflexos primitivos devem ser bem
avaliados, tendo em vista que eles trazem informações sobre o estado de saúde do RN
(BRASIL, 2016c).
23
4 METODOLOGIA
4.1 TIPO DE PESQUISA
O presente estudo caracteriza-se como sendo do tipo epidemiológico, descritivo, de
abordagem quantitativa. As pesquisas epidemiológicas dizem respeito aos estudos de relação
causa-efeito ou saúde-doença (GIL, 2010; LAKATOS, 2010).
Os estudos descritivos visam delinear e identificar as características de determinada
população, propiciando a aproximação do pesquisador com o objeto de estudo e a formulação
de hipóteses (GIL, 2010; LAKATOS, 2010).
A abordagem quantitativa compreende um estudo estatístico que pretende analisar as
características dos fatos, através da mensuração das variáveis elegíveis pelo estudo
(SEVERINO, 2007).
4.2 LOCAL DE PESQUISA
O estudo foi desenvolvido no ambulatório de Pediatria do Hospital Universitário Onofre
Lopes que agrega o Complexo Hospitalar de Saúde (CHS) da UFRN como Unidade
Suplementar vinculada, hierarquicamente e funcionalmente, à Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Tem a missão de assegurar o direito a uma assistência diferenciada,
humanizada e de qualidade, à clientela infanto-juvenil usuária do sistema público de saúde,
integrada ao ensino e à pesquisa em saúde da criança e adolescente. Em relação à criança
portadora de necessidades especiais, como no caso da criança portadora da Microcefalia, o
ambulatório conta com equipe multiprofissional realizando atendimentos e consultas
especializadas e voltadas a estas crianças.
Optou-se por trabalhar com essa instituição por ser reconhecidamente centro de
referência do Estado que atende crianças com diagnósticos de microcefalia na capital e
Região Metropolitana (RM) e recebe crianças para o tratamento de diversas doenças
neurológicas.
Além deste local, o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi,
pertencente ao Instituto Santos Dummont, localizado em Macaíba, região metropolitana de
Natal, contribuiu para a realização do teste piloto do estudo.
24
4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população do estudo foi as crianças diagnosticadas com microcefalia relacionada à
transmissão pelo ZIKV e acompanhadas no local de pesquisa supracitado. A seleção das
crianças foi realizada a partir da exclusão de outras anomalias através de exames sanguíneos e
sorológicos (Toxoplasmose, Rubéola, Sífilis, Citomegalovírus).
Inicialmente foi realizado um teste piloto do instrumento de coleta de dados no Centro
de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi o qual foi aplicado a cinco crianças, onde
foi possível elencar as principais necessidades de adequações do mesmo. A partir da
realização do teste piloto, o instrumento de coleta de dados pôde ser revisado e foram
realizados os devidos ajustes para que ele pudesse contemplar todos os objetivos da presente
pesquisa.
A amostra correspondeu ao total de 36 crianças diagnosticadas com microcefalia
relacionada à transmissão pelo do Zika Vírus com idade superior a 12 meses, sendo estes os
critérios de inclusão. Como critério de exclusão foi elencado as crianças que além da
microcefalia relacionada ao ZIKV possuíam outras anomalias associadas ao seu quadro.
A não realização do cálculo amostral deu-se ao fato da opção de incluir todas as
crianças que compareceram às consultas de crescimento e desenvolvimento no período
correspondente a coleta de dados pré-agendados pelos profissionais responsáveis pelas
consultas.
4.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS
O período de coleta ocorreu entre os meses de julho a outubro de 2017 e os dados
foram coletados nas consultas de crescimento e desenvolvimento, considerando a investigação
da história familiar, da mãe, das crianças e os marcos de desenvolvimento detectados,
conforme a idade de cada criança. Os dados foram coletados no período correspondente a
quatro meses, de acordo com o agendamento e marcação de consultas do serviço, a partir de
um instrumento de coleta de dados previamente elaborado e revisado no teste piloto.
O instrumento de coleta (APÊNDICE A) foi elaborado pelos pesquisadores e consta
na primeira parte da caracterização materna e a segunda referente à consulta de crescimento e
desenvolvimento da criança, construído com base no caderno de Atenção Primária à Saúde nº
33: Crescimento e Desenvolvimento da Criança, no Protocolo de Atenção à Saúde e resposta
25
à ocorrência de Microcefalia, do Ministério da Saúde e na literatura, mais especificamente sob
o estudo de Marilyn J. Hockenberry e David Wilson (Wong Fundamentos de Enfermagem
Pediátrica).
O referido instrumento continha perguntas abertas e fechadas e foi completamente
preenchido pela pesquisadora com base em uma entrevista direta à mãe e/ou responsável pela
criança no momento da consulta de Crescimento e Desenvolvimento e através da observação
do passo a passo da consulta destas crianças realizada pelos profissionais responsáveis por
ela. A pesquisadora ficou livre para fazer suas perguntas, dúvidas e colocações no momento
da entrevista, bem como para preencher o instrumento de coleta de dados concomitantemente.
As entrevistas maternas e a participação e acompanhamento da consulta do
crescimento e desenvolvimento da criança foram realizadas pela pesquisadora do estudo em
ambiente restrito a presença desta, do profissional de saúde responsável pela consulta e dos
entrevistados, respeitando a privacidade destes. A consulta do crescimento e desenvolvimento
da criança foi feita na unidade de atendimento ambulatorial específica para este atendimento.
Vale ressaltar que os prontuários foram consultados no âmbito do serviço, sempre que
necessário, para completar informações relevantes de caracterização sócio-demográfica e
epidemiológica materna e do recém-nascido mediante autorização pela instituição
(APÊNDICE B).
4.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Os dados da coleta foram organizados e analisados pelo software Statistical Package
for the Social Sciences- SPSS versão 21.
Inicialmente foram construídas tabelas de frequências absolutas e relativas para
caracterização das crianças com a presença da microcefalia relacionada ao ZIKV quanto à
história materna, da criança e dos marcos do seu desenvolvimento. Utilizou-se o teste de
Fisher para análise qualitativa das variáveis com intuito de verificar a associação entre duas
variáveis categóricas (história materna e da criança segundo os marcos do desenvolvimento).
O Teste de Fisher foi realizado para testar a associação entre as variáveis da história
materna, tais como: renda familiar, grau de escolaridade, raça, trimestre de início de pré-natal,
imunização, suplemento de ferro, contato com alguma substância tóxica durante a gravidez,
tipo de parto, história de microcefalia na família dos pais, utilização de medicamentos durante
a gravidez, medicamentos usados, caso de doença exantemática durante a gestação, mês de
26
aparecimento dos sintomas; da história da criança: sexo, raça, motivo da consulta, doença,
presença de dor, tipo sanguíneo, ingestão de alimento adequadamente, amamentou a criança,
uso de algum medicamento, cartão de vacina atualizado, alteração nas fontanelas, nos olhos,
no nariz, boca e/ou orelha/ouvido, no pescoço, há alteração no tórax na inspeção e palpação,
há alteração nos ruídos do aparelho respiratório a partir da ausculta, há alteração nos ruídos do
aparelho circulatório a partir da ausculta e alteração do aparelho geniturinário, com todos os
marcos do desenvolvimento da criança.
Para as amostras independentes foi realizado o teste Mann Whitney (população
relativamente pequena). Este teste foi aplicado com o propósito de comparar as medianas das
variáveis contínuas da história materna e da criança com os marcos do desenvolvimento da
criança. Para todos os testes estáticos foi considerado um nível de significância α ꞊ 5%.
O teste de Mann Whitney foi realizado para verificar se houve diferença entre as
medianas das variáveis do histórico materno quanto ao número de consultas pré-natal e das
crianças, a saber: idade, peso ao nascer, comprimento ao nascer, perímetro cefálico ao nascer,
idade gestacional, peso atual, comprimento atual, IMC e perímetro cefálico atual, segundo
todos os marcos do desenvolvimento.
4.6 ASPÉCTOS ÉTICOS
O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Hospital
Universitário Onofre Lopes (HUOL) da UFRN conforme determinações da Resolução nº
466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e suas complementares, e aprovado sob o
Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) de número
64872817.2.0000.5537 e parecer 2.166.462.
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi assinado pelas mães como
participantes da pesquisa (APÊNDICE C) além das mesmas terem assinado o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido para menores de idade (APÊNDICE D) envolvidos nos
estudo.
27
5 RESULTADOS
Concernente à caracterização sociodemográfica da história materna das 36 mulheres
investigadas, 94,4% (n=34) possuíam renda familiar entre 1 e 3 salários mínimos. No que diz
respeito ao grau de escolaridades a maioria (58,3%) possuíam o ensino fundamental
incompleto (n=21) e 19,4% (n=7) o ensino médio completo. Referente à raça, 80,6% (n=29)
se consideravam de cor parda; 16,7% (n=6), de cor branca e 2,8% do total das mulheres se
consideravam negras (n=3).
Em relação às informações da história da gravidez, parto e puerpério, 86,1% das
mulheres (n=31) iniciaram às consultas de pré-natal no primeiro trimestre de gestação; 11,1%
(n=4) no terceiro trimestre e apenas 2,8% (n=1), no segundo trimestre. A média de consultas
pré-natal foi de 2,47 consultas.
Quanto à imunização da vacina Dupla Adulto, a maioria (86,1%) das mulheres
realizou o esquema completo durante a gravidez (n=31), 11,1% (n=4) realizou apenas
algumas doses da vacina deixando o esquema incompleto e apenas uma mulher (2,8%) não
fez uso de nenhuma dose. A suplementação de ferro foi realizada pela maioria das mulheres,
no qual 97,2% (n=35) realizaram a suplementação durante o período determinado. No tocante
ao contato com substância tóxica apenas cinco mulheres (13,9%) alegaram ter tido contato
como, por exemplo, com bebida alcoólica ou outras drogas.
Em relação ao tipo de parto a maior parte das mulheres investigadas (69,4%) teve
parto cesáreo. A história de microcefalia na família foi negada por 91,7% das entrevistadas.
No que concerne ao uso de medicação na gestação, a maioria das mulheres alegou ter tido
contato com medicamentos neste período. Do total de mulheres investigadas, 20 (55,6%)
tomaram algum tipo de medicamento. Os medicamentos mais utilizados foram analgésicos
(45%), suplementos vitamínicos (50%), suplementos hormonais (5%), anti-hipertensivos
(5%) ou antibióticos (30%) para algum tipo de infecção.
No que diz respeito à presença de doença exantemática na gestação, a maioria (83,3%)
alegou ter apresentado, e o período em que houve o maior aparecimento de sintomas foi o
terceiro mês de gestação (33,3%), seguido do segundo mês de gestação com 26,7%. Para
alívio dos sintomas foram usados dipirona 62,% e paracetamol em 37,5%. Outros sintomas
relatados foram exantema (70%), artralgia (50%), febre (33,3%), prurido e cefaleia com
iguais percentuais (16,6%) e outros como: dor de garganta, mialgia e edema com 3,3%, cada.
28
Tabela 1 – Estatística descritiva da história das crianças com microcefalia relacionada à
transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017. (N=36)
Variável Média Mediana Mínimo Máximo Desvio
padrão
Idade (em meses) 20,25 21,00 10,00 26,00 3,175
Peso ao nascer (gramas) 2571,94 2505,50 1540,00 3951,00 593,06
Comprimento ao nascer (cm) 44,53 44,5 3,64 35,00 51,00
Perímetro cefálico ao nascer (cm) 28,98 29,00 25,00 34,00 1,75
Idade Gestacional (em semanas) 38,53 39,00 32,00 41,00 1,77
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
Na Tabela 1, observam-se dados relativos à história da criança ao nascer e idade em
meses no momento da consulta na qual se observa que as médias apontam para um peso ideal
ao nascer, comprimento ao nascer dentro dos padrões normais, baixo perímetro cefálico e
idade de nascimento a termo.
Concernente à caracterização das crianças investigadas, a maioria (55,6%) são do sexo
feminino (56,6%) e de cor parda (86,1%). Das crianças consultadas, 21 (58,3%) apresentaram
algum tipo de doença como motivo da consulta, além da rotina, tais como: asma, dermatite e
tosse com 9,5% de presença; os demais sintomas foram cansaço, constipação, prurido,
regurgitação, vômito e febre, o que representou 4,7% das crianças com algum tipo de
sintomatologia. No que diz respeito à alimentação da criança, 94,4% (n=34) delas foram
consideradas pela equipe multiprofissional como uma ingesta de alimentos inadequadamente.
O uso exclusivo do leite materno até pelo menos os três primeiros meses de vida foi
registrado em 50,5% das crianças investigadas.
Quanto ao uso de medicamento, 91,7% estavam utilizando algum medicamento sendo
os mais presentes a suplementação de vitaminas e minerais em 100% das crianças seguido dos
medicamentos Depakene e Topiramato, perfazendo 24,2% nas respostas. Há registro do uso
de Aerolin (12,1%), Fenobarbital (9,0%), Gardenal (6,0%) e Noripurim, Vigobotrina e
Neozine (3,0%). No que tocante à imunização das crianças, 72,2% estava com o cartão
atualizado e 10 (27,8%) possuíam o registro de uma vacina atrasada.
Na tabela 02 são apresentadas as principais alterações físicas detectadas no exame
físico das crianças investigadas nesse estudo.
29
Tabela 2 – Alterações físicas identificadas nas crianças com microcefalia relacionada à
transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017. (N=36)
Variável Sim Não
N % N %
Alteração nas fontanelas 3 8,3 33 91,7
Alteração nos olhos 14 38,9 22 61,1
Continua
Continuação
Alteração no nariz, boca e/ou orelha/ouvido 2 5,6 34 94,4
Alteração no pescoço 5 13,9 31 86,1
Alteração no tórax – Inspeção e palpação 1 2,8 35 97,2
Alterações nos ruídos do aparelho respiratório - Ausculta 9 25 27 75,0
Alterações nos ruídos aparelho respiratório - Percussão - - 36 100,0
Alteração na frequência respiratória - - 36 100,0
Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho circulatório 1 2,8 35 97,2
Inspeção e palpação há alteração no abdome - - 36 100,0
Ausculta e percussão há alterações nos ruídos - - 36 100,0
Alteração do aparelho geniturinário 3 8,3 33 91,7
Alteração na região anal da criança - - 36 100,0
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
Nas tabelas 3 e 4 estão expostas as informações das crianças investigadas no que diz
respeito ao exame físico atual da criança. As variáveis foram levadas em consideração a partir
do exame na direção céfalocaudal. As variáveis que apresentaram alterações foram de
fontanelas 8,3% (n=3) e 38,9% (n=14) demonstrou olhos fora do padrão de normalidade. Em
respeito a alterações no nariz, boca e/ou orelha/ouvido apenas 5,6% (n=2) apresentou
características fora do padrão normativo.
Quanto a alterações no pescoço 13,9% (n=5) apresentou algum tipo de característica
fora do padrão de normalidade. Na inspeção e palpação do tórax, apenas 1 (2,8%) apresentou
alguma alteração. Na ausculta do aparelho respiratório 25% (n=9) apresentaram ruídos fora
do padrão de normalidade. Na ausculta cardíaca apenas uma criança apresentou alteração de
ruídos. No que concerne ao aparelho geniturinário 8,3% (n=36) apresentou algum tipo de
alteração em relação ao padrão de normalidade. Não foram identificadas anormalidade na
região anal. Ainda em relação ao exame físico, na Tabela 03 são expostas as principais
informações de média, mediana, valor máximo, mínimo e desvio padrão dos valores de peso,
IMC e perímetro cefálico atual das crianças assistidas. Nesse sentido, observa-se que a média
de peso das crianças foi de 7806,23 em gramas e a mediana de 9102,50 gramas. O
comprimento teve como média 76,06 e mediana de 75,25. No IMC, a média foi de 16,51 e a
mediana, 15,40. No perímetro cefálico, a média foi de 39,73 cm e a mediana foi 39,75cm.
30
Tabela 3 – Dados relativos ao exame físico atual da criança com microcefalia relacionada à
transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017. (N=36)
Variável Média Mediana Mínimo Máximo Desvio padrão
Peso atual (gramas) 7806,23 9102,5 9 13290 3742,2
Comprimento (cm) 76,06 75,25 70 75,25 4,16
IMC 16,51 15,4 12,7 23 2,77
Perímetro cefálico (cm) 39,73 39,75 35,5 45 2,27
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
A avaliação dos marcos de desenvolvimento é apresentada na Tabela 4. Na qual se
constata que houve respostas insatisfatórias para quase todos os marcos embora com um
número pequeno de crianças.
Tabela 4 – Frequência e percentual dos marcos do desenvolvimento da criança com
microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017. (N=36)
Marco do Desenvolvimento Sim Não
N % N %
Olha para a pessoa que observa 31 85,7 5 14,3
Dá amostras de prazer e desconforto 31 85,7 5 14,3
Fixa e acompanha objetos em seu campo visual 22 61,1 14 38,9
Arrulha e sorri espontaneamente 34 94,4 2 5,6
Colocada de bruços, levanta e sustenta a cabeça apoiando-se
no antebraço. 20 55,6 16 44,4
Emite sons, balbuciando 36 100,0 - -
Rola da posição supina para prona 18 50,0 18 50,0
Levantada pelos braços, ajuda com o corpo 23 63,9 13 36,1
Vira a cabeça na direção de uma voz ou objeto sonoro 23 63,9 13 36,1
Senta-se sem apoio 7 19,4 29 80,6
Segura e transfere objetos de uma mão para outra 13 36,1 23 63,9
Imita pequenos gestos ou brincadeiras 9 25,0 27 75,0
Arrasta-se ou engatinha 10 27,8 26 72,2
Pega pequenos objetos usando o polegar ou indicador 9 25,0 27 75,0
Emprega pelo menos uma palavra com sentido 7 19,4 29 80,6
Faz gestos com a mão e a cabeça 8 22,2 28 77,8
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
As respostas mais insatisfatórias foram relativas ao marco “Fixa e acompanha objetos
em seu campo visual” no qual 14 crianças (38,9%) não apresentaram o referido marco;
“Colocada de bruços, levanta e sustenta a cabeça apoiando-se no antebraço”, não apresentado
por 44,4% (n=16); “Rola da posição supina para prona” no qual metade (n=18) (50,0%) não
conseguiam responder a esse marco e “Levantada pelos braços, ajuda com o corpo” não foi
realizado por 36,1% delas (n=13). No marco “Segura e transfere objetos de uma mão para
outra”, 63,9% (n=23) não conseguiam realizar esse movimento. “Imita pequenos gestos ou
brincadeiras” ficou sem respostas em (n=27) 75%; No “Arrasta-se ou engatinha” 26 (72,2%)
31
crianças não conseguiam realizar o movimento sem auxílio de terceiros; “Pega pequenos
objetos usando o polegar ou indicador” 75% (n=27) não conseguiu realizá-lo.
No marco do desenvolvimento “Emprega pelo menos uma palavra com sentido” foi
percebido que 29 (80,6%) crianças não conseguiam empregar palavras com sentido e 77,8%
(n=28) não responderam ao marco “Faz gestos com a mão e a cabeça”.
Na Tabela 5, estão dispostas as informações relativas aos marcos do desenvolvimento
da criança “Olha para a pessoa que observa” segundo histórico materno (nº de consultas pré-
natal) e da criança (Idade, peso ao nascer, comprimento ao nascer, perímetro cefálico ao
nascer, idade gestacional, peso atual, comprimento atual, IMC e perímetro cefálico atual),
analisado pelo teste Mann Whitney ao nível de significância de 5%.
Tabela 5 – Marco desenvolvimento da criança “Olha para a pessoa que observa” associado ao
histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36)
Variáveis
Olha para
a pessoa
que
observa
n % Média Mediana Desvio
padrão
Valor-
p*
História materna
Nº de consultas pré-natais Sim 31 86,11 2,48 2 0,51 0,731
Não 5 13,89 2,4 2 0,55
História da criança
Idade (em meses) Sim 31 86,11 20,52 21 2,83 0,503
Não 5 13,89 18,6 21 4,93
Peso ao nascer Sim 31 86,11 2604 2511 596,11 0,493
Não 5 13,89 2374 2430 597
Comprimento ao nascer
(cm) Sim 31 86,11 44,26 44 3,65
0,322
Não 5 13,89 46,2 47 3,42
Perímetro cefálico ao
nascer (cm) Sim 31 86,11 29,23 29 1,66
0,015
Não 5 13,89 27,4 28 1,52
Idade gestacional Sim 31 86,11 38,71 39 1,4 0,494
Não 5 13,89 37,4 38 3,29
Peso atual Sim 31 86,11 7431 8900 3846,93 0,137
Não 5 13,89 10132 9827 1921
Comprimento atual Sim 31 86,11 76,31 75,5 4,23 0,435
Não 5 13,89 74,5 74,5 3,77
IMC Sim 31 86,11 16,23 15,1 2,59 0,208
Não 5 13,89 18,26 19,4 3,56
Perímetro cefálico atual Sim 31 86,11 39,9 40 2,32 0,051
Não 5 13,89 38,14 38,7 1,05
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Mann Whitney
32
Foi observada evidência de associação entre as medianas do perímetro cefálico da
criança ao nascer (cm) (valor-p 0,015) com o referido marco do desenvolvimento infantil.
Para as demais variáveis do histórico materno e da criança não se evidenciou associação com
o desenvolvimento ao nível de significância de 5%.
No marco do desenvolvimento da criança, exposto na Tabela 06, “Rola da posição
supina para prona”, evidenciou-se associação entre as medianas do peso atual da criança e
IMC (valor-p 0,024 e 0,006). Para as demais variáveis do histórico materno e da criança não
se evidenciou associação com o marco do desenvolvimento ao nível de significância de 5%.
Tabela 6 – Marco do desenvolvimento da criança “Rola da posição supina para prona”
associado segundo o histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36)
Variáveis
Rola da
posição
supina
para
prona
n % Média Mediana Desvio
padrão
Valor
-p*
História materna
Nº de consultas pré-
natais Sim 18 55,56 2,5 2,5 0,52
0,742
Não 18 4,44 2,44 2 0,51
História da criança
Idade (em meses) Sim 18 50,0 19,72 20,5 3,73 0,576
Não 18 50,0 20,78 21 2,51
Peso ao nascer Sim 18 50,0 2579 2517 576 0,812
Não 18 50,0 2565 2471 627
Comprimento ao
nascer (cm) Sim 18 50,0 44,94 45 3,04
0,577
Não 18 50,0 44,11 44 4,2
Perímetro cefálico nas
nascer (cm) Sim 18 50,0 29,25 29,5 2,34
0,100
Não 18 50,0 28,71 29 0,8
Idade gestacional Sim 18 50,0 38,39 39 2,03 0,896
Não 18 50,0 38,67 39 1,5
Peso atual Sim 18 50,0 6839 8408 3884 0,024
Não 18 50,0 8773 9789 3430
Comprimento atual Sim 18 50,0 77,38 76,75 4,65 0,063
Não 18 50,0 74,73 74,1 3,22
IMC Sim 18 50,0 15,12 14,8 1,91 0,006
Não 18 50,0 17,9 18,9 2,84
Perímetro cefálico
atual Sim 18 50,0 39,13 38,75 2,49
0,163
Não 18 50,0 40,33 40 1,91
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Mann Whitney
33
Na Tabela 7 foi analisado o marco do desenvolvimento da criança “Vira a cabeça na
direção de uma voz ou objeto sonoro”, e observou-se evidência de associação entre as
medianas do peso atual da criança e IMC (valor-p 0,002 e 0,019) Semelhante aos anteriores
não se evidenciou associação com o desenvolvimento ao nível de significância de 5%.
Tabela 7 – O marco do desenvolvimento da criança “Vira a cabeça na direção de uma voz ou
objeto sonoro” segundo histórico materno. Natal/RN, 2017. (N=36)
Variáveis
Vira a cabeça
na direção de
uma voz ou
objeto sonoro
n % Media Mediana Desvio
padrão
Valor
-p*
História materna
Nº de consultas pré-
natais Sim 23 68,89 2,44 2 0,51
0,555
Não 13 36,11 2,54 3 0,52
História da criança
Idade (em meses) Sim 23 68,89 19,91 20 3,54 0,327
Não 13 36,11 20,85 22 2,41
Peso ao nascer Sim 23 68,89 2584 2534 613 0,856
Não 13 36,11 2551 2500 579
Comprimento ao
nascer (cm) Sim 23 68,89 44,57 45 3,55
0,842
Não 13 36,11 44,46 44 3,93
Perímetro cefálico
nas nascer (cm) Sim 23 68,89 29,11 29 2,09
0,325
Não 13 36,11 28,75 29 0,9
Idade gestacional Sim 23 68,89 38,52 39 1,92 0,825
Não 13 36,11 38,54 39 1,51
Peso atual Sim 23 68,89 6552 8400 4076 0,002
Não 13 36,11 10025 9871 1431
Comprimento atual Sim 23 68,89 77,02 77 4,54 0,069
Não 13 36,11 74,35 74,2 2,81
IMC Sim 23 68,89 15,6 14,9 2,49 0,019
Não 13 36,11 18,11 18,4 2,61
Perímetro cefálico
atual Sim 23 68,89 39,53 39,3 2,57
0,447
Não 13 36,11 40,09 40 1,65
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Mann Whitney
O cruzamento das variáveis do histórico materno e da criança, segundo o marco do
desenvolvimento da criança “Senta-se com apoio”, está apresentado na Tabela 8 na qual se
observa evidência de associação entre as medianas do perímetro cefálico da criança ao nascer
(cm) (valor-p 0,037) com o referido marco do desenvolvimento. Para as demais variáveis do
34
histórico materno e da criança não se evidenciou associação com o desenvolvimento ao nível
de significância de 5%.
Tabela 8 – Marco do desenvolvimento da criança “Senta-se com apoio” segundo histórico
materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36)
Variáveis Senta-se
com apoio n % Média Mediana
Desvio
padrão
Valor
-p*
História materna
Nº de consultas pré-
natais Sim 7 19,44 2,57 3 0,54
0,564
Não 29 80,56 2,45 2 0,51
História da criança
Idade (em meses) Sim 7 19,44 20,86 20 2,41 0,920
Não 29 80,56 20,1 21 3,35
Peso ao nascer Sim 7 19,44 2597 2593 430 0,826
Não 29 80,56 2566 2500 632
Comprimento ao
nascer (cm) Sim 7 19,44 44,43 45 3,74
0,809
Não 29 80,56 44,55 44 3,68
Perímetro cefálico ao
nascer (cm) Sim 7 19,44 30 30 1,15
0,037
Não 29 80,56 28,73 29 1,79
Idade gestacional Sim 7 19,44 38,71 39 1,6 0,773
Não 29 80,56 38,48 39 1,83
Peso atual Sim 7 19,44 6342 8505 4473 0,280
Não 29 80,56 8160 9210 3543
Comprimento atual Sim 7 19,44 78,07 79 5,56 0,200
Não 29 80,56 75,57 75 3,71
IMC Sim 7 19,44 15,26 15,1 2,01 0,223
Não 29 80,56 16,81 16,8 2,89
Perímetro cefálico
atual Sim 7 19,44 40,26 40,6 2,57
0,446
Não 29 80,56 39,61 39,3 2,22
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Mann Whitney
As variáveis do histórico materno e da criança, segundo o marco do desenvolvimento
da criança “Segura e transfere objetos de uma mão para outra” apresentou associação apenas
com as medianas do perímetro cefálico da criança ao nascer (cm) (valor-p 0,004) com o
marco do desenvolvimento da criança “Segura e transfere objetos de uma mão para outra”,
conforme apresentado na Tabela 9.
35
Tabela 9 – Marco do desenvolvimento da criança “Segura e transfere objetos de uma mão
para outra” segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36)
Variáveis
Segura e
transfere
objetos de
uma mão
para outra
n % Média Mediana Desvio
padrão
Valor-
p*
História materna
Nº de consultas pré-
natais Sim 23 68,89 2,54 3 0,52
0,555
Não 13 36,11 2,43 2 0,51
História da criança
Idade (em meses) Sim 23 68,89 20,54 21 3,31 0,445
Não 13 36,11 20,09 21 3,16
Peso ao nascer Sim 23 68,89 2646 2620 488 0,420
Não 13 36,11 2530 2430 652
Comprimento ao
nascer (cm) Sim 23 68,89 44,46 44 3,1
0,765
Não 13 36,11 44,65 45 3,98
Perímetro cefálico
ao nas nascer (cm) Sim 23 68,89 30,05 30 1,56
0,004
Não 13 36,11 28,37 29 1,57
Idade gestacional Sim 23 68,89 38,85 39 1,28 0,541
Não 13 36,11 38,35 39 1,99
Peso atual Sim 23 68,89 7300 9150 4201 0,974
Não 13 36,11 8092 8900 3524
Comprimento atual Sim 23 68,89 76,25 76,5 4,94 0,947
Não 13 36,11 75,94 75 3,77
IMC Sim 23 68,89 16,61 16,8 2,22 0,610
Não 13 36,11 16,45 15 3,09
Perímetro cefálico
atual Sim 23 68,89 40,49 40,6 1,98
0,087
Não 13 36,11 39,3 39 2,35
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Mann Whitney
O marco do desenvolvimento, conforme Tabela 10, “Imita pequenos gestos ou
brincadeiras” apontou medianas do perímetro cefálico da criança ao nascer (cm) e idade da
criança (valor-p 0,020 e 0,026) com valores que indicam associação.
36
Tabela 10 – Marco do desenvolvimento da criança “Imita pequenos gestos ou brincadeiras”
segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36)
Variáveis
Imita
pequenos
gestos ou
brincadeiras
n % Média Mediana Desvio
padrão
Valor-
p*
História materna
Nº de consultas
pré-natais Sim 9 25,0 2,57 3 0,53
0,569
Não 27 75,0 2,44 2 0,51
História da criança
Idade (em meses) Sim 9 25,0 20,67 20 2,6 0,971
Não 27 75,0 20,11 21 3,38
Peso ao nascer Sim 9 25,0 2639 2593 583 0,674
Não 27 75,0 2550 2470 606
Comprimento ao
nascer (cm) Sim 9 25,0 45 45 2,83
0,825
Não 27 75,0 44,37 44 3,9
Perímetro cefálico
ao nas nascer (cm) Sim 9 25,0 29,89 30 1,17
0,02
Não 27 75,0 28,67 29 1,82
Idade gestacional Sim 9 25,0 39,44 40 1,42 0,026
Não 27 75,0 38,22 38 1,78
Peso atual Sim 9 25,0 7301 9055 4189 0,913
Não 27 75,0 7975 9150 3652
Comprimento atual Sim 9 25,0 77,44 77 5,11 0,272
Não 27 75,0 75,59 75 3,8
IMC Sim 9 25,0 16,42 15,7 2,49 0,812
Não 27 75,0 16,54 15,1 2,91
Perímetro cefálico
atual Sim 9 25,0 40,73 40,6 1,82
0,079
Não 27 75,0 39,4 39 2,34
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Mann Whitney
O marco “Emprega pelo menos uma palavra com sentido” apresentou associação
apenas entre as medianas do comprimento atual da criança e IMC (valor-p 0,014 e 0,012)
conforme exposto na Tabela 11.
37
Tabela 11 – Marco do desenvolvimento da criança “Emprega pelo menos uma palavra com
sentido” segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36)
Variáveis
Emprega
pelo menos
uma palavra
com sentido
n % Média Mediana Desvio
padrão
Valor
-p*
História materna
Nº de consultas pré-
natais Sim 9 25,0 2,43 2 0,53
0,799
Não 27 75,0 2,48 2 0,51
História da criança
Idade (em meses) Sim 9 25,0 21,29 21 1,7 0,480
Não 27 75,0 20 20 3,41
Peso ao nascer Sim 9 25,0 2365 2344 270 0,272
Não 27 75,0 2624 2534 640
Comprimento ao
nascer (cm) Sim 9 25,0 45,43 45 0,98
0,456
Não 27 75,0 44,31 44 4,01
Perímetro cefálico
nas nascer (cm) Sim 9 25,0 29,43 30 1,99
0,284
Não 27 75,0 38,87 29 1,7
Idade gestacional Sim 9 25,0 39 40 1,53 0,344
Não 27 75,0 38,41 39 1,82
Peso atual Sim 9 25,0 7353 8400 3391 0,280
Não 27 75,0 7916 9315 3870
Comprimento atual Sim 9 25,0 79,79 80 4,45 0,014
Não 27 75,0 75,15 74,5 3,62
IMC Sim 9 25,0 14,09 14,1 1,18 0,012
Não 27 75,0 17,09 17,7 2,74
Perímetro cefálico
atual Sim 9 25,0 40,09 40,6 2,78
0,561
Não 27 75,0 39,65 39,5 2,18
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Mann Whitney
O teste de Fisher ao nível de significância de 5% foi utilizado para verificar a
associação entre o marco “Fixa e acompanha objetos em seu campo visual” e as variáveis
relacionada a história materna (renda familiar, grau de escolaridade, raça, trimestre de início
pré-natal, imunização, suplemento de ferro, contato com alguma substância tóxica durante a
gravidez, tipo de parto, história de microcefalia na família dos pais, utilização de
medicamentos durante a gravidez, medicamentos usados, doença exantemática durante a
gravidez, mês do aparecimento dos sintomas) e história da criança (sexo, raça, motivo da
consulta, doença, presença de dor, tipo sanguíneo, ingestão de alimento adequadamente,
amamentou a criança, uso de algum medicamento, cartão de vacina atualizado, alteração nas
38
fontanelas, nos olhos, no nariz, boca e/ou orelha/ouvido, no pescoço, há alteração no tórax na
inspeção e palpação, há alteração nos ruídos do aparelho respiratório a partir da ausculta, há
alteração nos ruídos do aparelho circulatório na ausculta e alteração do aparelho geniturinário)
Assim, há evidências de associação entre a história da criança (alteração nos olhos)
com o marco do desenvolvimento “Fixa e acompanha objetos em seu campo visual”,
conforme observado na Tabela 12.
Tabela 12 – Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento “Fixa
e acompanha objetos em seu campo visual”. Natal/RN, 2017. (N = 36)
Histórico da criança
Fixa e acompanha objetos em seu campo
visual N (%) valor-p*
Sim Não Total
Sexo
Feminino 12 (60,0) 8 (40,0) 20 (55,6) 1,000
Masculino 10 (62,5) 6 (37,5) 16 (44,4)
Raça
Branco 4 (80,0) 1 (20,0) 5 (13,9)
0,628 Pardo 16 (58,1) 13 (41,9) 31 (86,1)
Negro - - -
Outro - - -
Motivo da consulta
Rotina 9 (60,0) 6 (40,0) 15 (41,7) 1,000
Rotina+sintomas 13 (61,9) 8 (38,1) 21 (58,3)
Doença
Asma 1 (100,0) - 1 (2,8)
1,000
Asma+cansaço 1 (100,0) - 1 (2,8)
Constipação+pneumonia 1 (100,0) - 1 (2,8)
Dermatite+prurido - 1 (100,0) 1 (2,8)
Gripe 8 (53,3) 7 (46,7) 15 (41,7)
Tosse+dermatite+regurgitação 1 (100,0) - 1 (2,8)
Vomito+febre 1 (100,0) - 1 (2,8)
Ingestão de alimento adequada
Sim 2 (100,0) - 2 (5,6) 0,511
Não 20 (58,8) 14 (41,2) 34 (94,4)
A criança mamou
Ainda mama 4 (66,7) 2 (33,3) 6 (16,7)
1,000 Sim 11 (61,1) 7 (38,9) 18 (50,0)
Não 7 (58,3) 5 (41,7) 12 (33,3)
Uso de algum medicamento
Sim 19 (57,6) 14 (42,4) 33 (91,7) 0,267
Não 3 (100,0) - 3 (8,3)
Continua
39
Continuação
Cartão de vacina atualizado
Sim 15 (57,7) 11 (42,3) 26 (72,2) 0,706
Não 7 (70,0) 3 (30,0) 10 (27,8)
Alteração nas fontanelas
Sim 3 (100,0) - 3 (8,3)
0,267 Não 19 (57,6) 14 (42,4) 33 (91,7)
Alteração nos olhos
Sim 4 (28,6) 10 (71,4) 14 (38,9) 0,004
Não 18 (81,8) 4 (18,2) 22 (61,1)
Alteração no nariz, boca e/ou orelha/ouvido
Sim - 2 (10,0) 2 (5,6) 0,144
Não 22 (64,7) 12 (35,3) 34 (94,4)
Alteração no pescoço
Sim 3 (60,0) 2 (40,0) 5 (13,9) 1,000
Não 19 (61,3) 12 (38,7) 31 (86,11)
Inspeção e palpação há alteração no tórax
Sim 1 (100,0) - 1 (2,8) 1,000
Não 21 (60,0) 14 (40,0) 35 (97,2)
Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho respiratório
Sim 6 (66,7) 3 (33,3) 9 (25,0) 1,000
Não 16 (56,3) 11 (40,7) 27 (75,0)
Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho circulatório
Sim 1 (100,0) - 1 (2,8) 1,000
Não 21 (60,0) 14 (40,0) 35 (97,2)
Alteração do aparelho geniturinário
Sim 2 (66,7) 1 (33,3) 3 (8,3) 1,000
Não 20 (60,6) 13 (39,4) 33 (91,7)
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Fisher
O Teste de Fisher para o marco do desenvolvimento “Levantada pelos braços, ajuda
com o corpo”, com o histórico materno evidenciou associação entre a história materna (grau
de escolaridade) com o marco do desenvolvimento em questão. Para demais variáveis da
história materna e da criança não se observou associação com o marco do desenvolvimento
citado.
40
Tabela 13 – Caracterização da história materna segundo o marco do desenvolvimento
“Levantada pelos braços, ajuda com o corpo”. Natal/RN, 2017. (N = 36)
Variáveis Levantada pelos braços, ajuda com o corpo Valor-
p* Sim Não Total
Histórico materno
Renda familiar
Abaixo de 1 salário mínimo 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)
1,000 Entre 1 e 3 SM 22 (64,7) 12 (35,3) 34 (94,4)
Entre 4 e 6 SM - - -
Mais de 6 SM - - -
Grau de escolaridade
Analfabeta - - -
0,007
Ensino fundamental completo 4 (66,7) 2 (33,7) 6 (16,7)
Ensino fundamental incompleto 17 (80,9) 4 (19,1) 21 (58,3)
Ensino médio completo 1 (14,3) 6 (85,7) 7 (19,4)
Ensino médio incompleto 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (100,00)
Ensino superior completo - - -
Ensino superior incompleto - - -
Raça
Branco 3 (50,0) 3 (50,0) 6 (16,7)
1,000 Pardo 20 (69,0) 9 (31,0) 29 (80,6)
Negro - 1 (100,0) 1 (2,8)
Outra - - -
Trimestre do início de pré-natal
Primeiro 20 (62,5) 12 (37,5) 32 (88,9)
1,000 Segundo 3 (75,0) 1 (25,0) 4 (11,1)
Terceiro - - -
Imunização (Dupla adulto)
Esquema completo 18 (58,1) 13 (41,9) 31 (86,1)
0,274 Não realizou 1 (100,0) - 1 (2,8)
Esquema incompleto 4 (100,0) - 4 (11,1)
Suplemento de ferro
Realizou 22 (62,9) 13 (37,1) 35 (97,2) 1,000
Não realizou 1 (100,0) - 1 (2,8)
Contato com alguma substância tóxica durante a gravidez
Sim 2 (40,0) 3 (60,0) 5 (13,9) 0,328
Não 21 (67,7) 10 (32,3) 31 (86,1)
Tipo de parto
Normal 7 (63,6) 4 (36,4) 11 (30,6)
1,000 Fórceps - - -
Cesáreo 16 (64,0) 9 (36,0) 25 (69,4)
História de microcefalia na família dos pais
Sim 1 (33,3) 2 (66,7) 3 (8,3) 0,539
Não 22 (66,7) 11 (33,3) 33(91,7)
Continua
41
Continuação
Utilizou medicamentos durante a gravidez
Sim 13 (65,0) 7 (35,0) 20 (55,6) 1,000
Não 10 (62,5) 6 (37,5) 16 (44,4)
Medicamentos usados
Aálgésio +antibiótico 1 (100,0) - 1 (2,8)
0,401
Acido fólico 1 (100,0) - 1 (2,8)
Acido fólico+Sulfato ferroso 2 (100,0) - 2 (5,6)
Antibiótico 2 (50,0) 2 (50,0) 4 (11,1)
Antihipertensivo - 1 (100,0) 1 (2,8)
Dipirona 2 (66,7) 1 (33,3) 3 (8,3)
Nateli+Sulfato ferroso - 1 (100,0) 1 (5,0)
Paracetamol 2 (100,0) - 2 (5,6)
Paracetamol+Dipirona+antibiótico 1 (100,0) - 1 (2,8)
Sulfato ferroso 2 (100,0) - 2 (5,6)
Sulfato ferroso+Dipirona - 1 (100,0) 1 (2,8)
Ultrogeston+Puron - 1 (100,0) 1 (2,8)
A mãe apresentou doença exantemática durante a gravidez
Sim 18 (60,0) 12 (40,0) 30 (83,3) 0,385
Não 5 (83,3) 1 (16,7) 6 (16,7)
Mês do aparecimento dos sintomas
1º mês de gestação - - -
0,393
2º mês de gestação 5 (62,5) 3 (37,5) 8 (26,7)
3º mês de gestação 4 (40,0) 6 (60,0) 10 (33,3)
4º mês de gestação 3 (75,0) 1 (25,0) 4 (13,3)
5º mês de gestação 2 (100,0) - 2 (6,7)
6º mês de gestação - 1 (100,0) 1 (3,3)
7º mês de gestação 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (6,7)
8º mês de gestação 3 (100,0) - 3 (10,0)
9º mês de gestação - - -
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Fisher
Associação entre as variáveis da história materna e história da criança segundo o
marco do desenvolvimento “Senta-se sem apoio” foi realizado pelo Teste de Fisher no qual
foi encontrada associação entre o mês de notificação de surgimento dos sintomas relacionada
à doença exantemática.
A associação entre a história da criança e o marco do desenvolvimento “Senta-se sem
apoio” realizado com as variáveis de sexo, raça, motivo da consulta, doenças apresentadas,
presença de dor, tipo sanguíneo, ingesta de alimentos adequada, amamentação da criança, uso
de medicamentos, atualização do cartão de vacina, alteração nas fontanelas, nos olhos, nariz,
boca, orelha/ouvido, pescoço e tórax bem como alteração nos ruídos respiratório e circulatório
42
e alteração no aparelho geniturinário. Nesta análise houve associação apenas no que se refere
à raça com p (0,040). Essas informações são evidenciadas na Tabela 14.
Tabela 14 – Associação entre o marco do desenvolvimento “Senta-se sem apoio” e a história
materna. Natal/RN, 2017. (N = 36)
Variáveis Senta-se sem apoio
Valor-p* Sim Não Total
Histórico materno
Renda familiar
Abaixo de 1 salário mínimo 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)
0,355 Entre 1 e 3 SM 6 (64,7) 28 (82,3) 34 (94,4)
Entre 4 e 6 SM - - -
Mais de 6 SM - - -
Grau de escolaridade
Analfabeta - - -
0,059
Ensino fundamental completo - 6 (100,0) 6 (16,7)
Ensino fundamental incompleto 5 (23,8) 16 (76,2) 21 (58,3)
Ensino médio completo 1 (14,3) 6 (85,7) 7 (19,4)
Ensino médio incompleto 2 (100,0) - 2 (100,00)
Ensino superior completo - - -
Ensino superior incompleto - - -
Raça
Branco 2 (33,3) 4 (66,7) 6 (16,7)
0,659 Pardo 5 (17,2) 24 (82,8) 29 (80,6)
Negro - 1 (100,0) 1 (2,8)
Outra - - -
Trimestre do início de pré-natal
Primeiro 7 (21,9) 25 (78,1) 32 (88,9)
0,566 Segundo - 04 (100,0) 04 (11,1)
Terceiro - - -
Imunização (Dupla adulto)
Esquema completo 7 (22,6) 24 (77,4) 31 (86,1)
0,647 Não realizou - 1 (100,0) 1 (2,8)
Esquema incompleto - 4 (100,0) 4 (11,1)
Suplemento de ferro
Realizou 7 (20,0) 28 (80,0) 35 (97,2) 1,000
Não realizou - 1 (100,0) 1 (2,8)
Contato com alguma substância tóxica durante a gravidez
Sim - 5 (100,0) 5 (13,9) 0,559
Não 7 (22,6) 24 (77,4) 31 (86,1)
Tipo de parto
Normal 2 (18,2) 9 (81,8) 11 (30,6)
1,000 Fórceps - - -
Cesáreo 5 (20,0) 20 (80,0) 25 (69,4)
Continua
43
Continuação
História de microcefalia na família dos pais
Sim - 3 (100,0) 3 (8,3) 1,000
Não 7 (19,4) 29 (78,8) 33(91,7)
Utilizou medicamentos durante a gravidez
Sim 5 (25,0) 15 (75,0) 20 (55,6) 0,426
Não 2 (12,5) 14 (87,5) 16 (44,4)
Medicamentos usados
Aálgésio +antibiótico - 1 (100,0) 1 (2,8)
0,404
Acido fólico 1 (100,0) - 1 (2,8)
Acido fólico+Sulfato ferroso 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)
Antibiótico - 4 (100,0) 4 (11,1)
Antihipertensivo - 1 (100,0) 1 (2,8)
Dipirona 2 (66,7) 1 (33,3) 3 (8,3)
Nateli+Sulfato ferroso - 1 (100,0) 1 (5,0)
Paracetamol - 2 (100,0) 2 (5,6)
Paracetamol+Dipirona+antibiótico - 1 (100,0) 1 (2,8)
Sulfato ferroso 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)
Sulfato ferroso+Dipirona - 1 (100,0) 1 (2,8)
Ultrogeston+Puron 1 (100,0) - 1 (2,8)
Total 6 14 20 (100,0)
A mãe apresentou doença exantemática durante gravidez
Sim 07 (23,3) 23 (76,7) 30 (83,3) 0,317
Não 00 (0,0) 6 (100,0) 6 (16,7)
Mês do aparecimento dos sintomas
1º mês de gestação - - -
0,032
2º mês de gestação - 8 (100,0) 8 (26,7)
3º mês de gestação 2 (20,0) 8 (80,0) 10 (33,3)
4º mês de gestação 2 (50,0) 2 (50,0) 4 (13,3)
5º mês de gestação 2 (100,0) 00 (0,0) 2 (6,7)
6º mês de gestação - 1 (100,0) 1 (3,3)
7º mês de gestação 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (6,7)
8º mês de gestação - 3 (100,0) 3 (10,0)
9º mês de gestação - - -
Total 7 23 30 (100,0)
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Fisher
As variáveis da história materna e história da criança, segundo o marco do
desenvolvimento da criança “Arrasta-se ou engatinha” evidenciou apenas associação com o
grau de escolaridade. Para demais variáveis da história materna e da criança não se observou
associação com este marco.
44
Tabela 15 – Caracterização da história materna segundo o marco do desenvolvimento
“Arrasta-se ou engatinha”. Natal/RN, 2017. (N = 36)
Histórico materno Arrasta-se ou engatinha
Valor-p* Sim Não Total
Renda familiar
Abaixo de 1 salário mínimo 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)
0,484 Entre 1 e 3 SM 9 (26,5) 25 (73,5) 34 (94,4)
Entre 4 e 6 SM - - -
Mais de 6 SM - - -
Grau de escolaridade
Analfabeta - - -
0,026
Ensino fundamental completo - 6 (100,0) 6 (16,7)
Ensino fundamental incompleto 9 (42,9) 12 (57,1) 21 (58,3)
Ensino médio completo - 7 (100,0) 7 (19,4)
Ensino médio incompleto 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (100,00)
Ensino superior completo - - -
Ensino superior incompleto - - -
Raça
Branco 1 (16,7) 5 (83,3) 6 (16,7)
0,747 Pardo 9 (31,0) 20 (68,9) 29 (80,6)
Negro - 1 (100,0) 1 (2,8)
Outra - - -
Trimestre do início de pré-natal
Primeiro 10 (31,2) 22 (68,7) 32 (88,9)
0,559 Segundo - 4 (100,0) 4 (11,1)
Terceiro - - -
Imunização (Dupla adulto)
Esquema completo 8 (25,8) 23 (74,2) 31 (86,1)
0,683 Não realizou - 1 (100,0) 1 (2,8)
Esquema incompleto 2 (50,0) 2 (50,0) 4 (11,1)
Suplemento de ferro
Realizou 10 (28,6) 25 (71,4) 35 (97,2) 1,000
Não realizou - 1 (100,0) 1 (2,8)
Contato com alguma substância tóxica durante a gravidez
Sim - 5 (100,0) 5 (13,9) 0,293
Não 10 (32,3) 21 (67,7) 31 (86,1)
Tipo de parto
Normal 3 (27,3) 8 (72,7) 11 (30,6)
1,000 Fórceps - - -
Cesáreo 7 (28,0) 18 (72,0) 25 (69,4)
História de microcefalia na família dos pais
Sim 1 (33,3) 2 (66,7) 3 (8,3) 1,000
Não 9 (27,3) 24 (72,7) 33(91,7)
Continua
45
Continuação
Utilizou medicamentos durante a gravidez
Sim 6 (30,0) 14 (70,0) 20 (55,6) 1,000
Não 4 (25,0) 12 (75,0) 16 (44,4)
Medicamentos usados
Aálgésio +antibiótico - 01 (100,0) 1 (2,8)
0,143
Acido fólico 01 (100,0) - 1 (2,8)
Acido fólico+Sulfato ferroso 01 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)
Antibiótico - 4 (100,0) 4 (11,1)
Antihipertensivo - 1 (100,0) 1 (2,8)
Dipirona - 3 (100,0) 3 (8,3)
Nateli+Sulfato ferroso - 1 (100,0) 1 (5,0)
Paracetamol 2 (100,0) - 2 (5,6)
Paracetamol+Dipirona+antibiótico - 1 (100,0) 1 (2,8)
Sulfato ferroso 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (5,6)
Sulfato ferroso+Dipirona - 1 (100,0) 1 (2,8)
Ultrogeston+Puron - 1 (100,0) 1 (2,8)
A mãe apresentou doença exantemática durante a gravidez
Sim 8 (26,7) 22 (73,3) 30 (83,3) 1,000
Não 2 (33,3) 4 (66,7) 6 (16,7)
Mês do aparecimento dos sintomas
1º mês de gestação - - -
0,115
2º mês de gestação 3 (37,5) 5 (62,5) 8 (26,7)
3º mês de gestação 1 (10,0) 9 (90,0) 10 (33,3)
4º mês de gestação 2 (50,0) 2 (50,0) 4 (13,3)
5º mês de gestação 2 (100,0) - 2 (6,7)
6º mês de gestação - 1 (100,0) 1 (3,3)
7º mês de gestação - 2 (100,0) 2 (6,7)
8º mês de gestação - 3 (100,0) 3 (10,0)
9º mês de gestação - - -
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Fisher
O marco do desenvolvimento da criança “Pega pequenos objetos usando o polegar ou
indicador” investigado com a história materna e da criança registra associação entre o item de
Alteração nos olhos na história da criança e o referido marco.
46
Tabela 16 – Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento
“Pega pequenos objetos usando o polegar ou indicador”. Natal/RN, 2017. (N = 36)
Histórico da criança
Pega pequenos objetos usando o
polegar ou indicador Valor-
p* Sim Não Total
Sexo
Feminino 5 (25,0) 15 (75,0) 20 (55,6) 1,000
Masculino 4 (25,0) 12 (75,0) 16 (44,4)
Raça
Branco 1 (20,0) 4 (80,0) 5 (13,9) 1,000
Pardo 8 (25,8) 23 (74,2) 31 (86,1)
Negro - - -
Outro - - -
Motivo da consulta
Rotina 5 (33,3) 10 (66,7) 15 (41,7) 0,443
Rotina+sintomas 4 (19,1) 17 (80,9) 21 (58,3)
Doença
Asma - 1 (100,0) 1 (2,8)
0,772
Asma+cansaço - 1 (100,0) 1 (2,8)
Constipação+pneumonia - 1 (100,0) 1 (2,8)
Dermatite+prurido 1 (100,0) - 1 (2,8)
Gripe 3 (20,0) 12 (80,0) 15 (41,7)
Tosse+dermatite+regurgitação - 1 (100,0) 1 (2,8)
Vomito+febre - 1 (100,0) 1 (2,8)
Presença de dor
Sim - 1 (100,0) 1 (2,8) 1,000
Não 9 (25,7) 26 (74,3) 35 (97,2)
Tipo sanguíneo
A- - 3 (100,0) 3 (8,3)
0,873
A+ - 9 (69,2) 13 (36,1)
AB- - 2 (100,0) 2 (5,6)
AB+ - 3 (100,0) 2 (5,6)
B+ 2 (33,3) 4 (66,7) 6 (16,7)
0+ 3 (30,0) 7 (70,0) 10 (27,8)
Ingestão de alimento adequadamente
Sim 2 (100,0) - 2 (5,6) 0,057
Não 7 (20,6) 27 (79,4) 34 (94,4)
A criança mamou
Ainda mama 1 (16,7) 5 (83,3) 6 (16,7)
0,172 Sim 7 (38,9) 11 (61,1) 18 (50,0)
Não 1 (8,3) 11 (91,7) 12 (33,3)
Uso de algum medicamento
Sim 8 (24,2) 25 (75,8) 33 (91,7) 1,000
Não 1 (33,3) 2 (66,7) 3 (8,3)
Continua
47
Continuação
Cartão de vacina atualizado
Sim 7 (26,9) 19 (73,1) 26 (72,2) 1,000
Não 2 (20,0) 8 (80,0) 10 (27,8)
Alteração nas fontanelas
Sim 2 (66,7) 1 (33,3) 3 (8,3) 0,148
Não 7 (21,2) 26 (78,8) 33 (91,7)
Alteração nos olhos
Sim - 14 (100,0) 14 (38,9) 0,006
Não 9 (40,9) 13 (59,1) 22 (61,1)
Alteração no nariz, boca e/ou orelha/ouvido
Sim - 2 (100,0) 2 (5,6) 1,000
Não 9 (26,5) 25 (73,5) 34 (94,4)
Alteração no pescoço
Sim 2 (40,0) 3 (60,0) 5 (13,9) 0,581
Não 7 (22,6) 24 (77,4) 31 (86,11)
Inspeção e palpação há alteração no tórax
Sim - 1 (100,0) 1 (2,8) 1,000
Não 9 (25,7) 26 (74,3) 35 (97,2)
Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho respiratório
Sim 1 (11,1) 8 (88,9) 9 (25,0) 0,396
Não 8 (29,6) 19 (70,4) 27 (75,0)
Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho circulatório
Sim - 1 (100,0) 1 (2,8) 1,000
Não 9 (25,7) 26 (74,3) 35 (97,2)
Alteração do aparelho geniturinário
Sim - 3 (100,0) 3 (8,3) 0,557
Não 9 (27,3) 24 (72,7) 33 (91,7)
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Fisher
A Tabela 17 apresenta o teste de associação entre o marco “Emprega pelo menos uma
palavra com sentido” e a história materna e da criança, no qual se destaca existir associação
entre a Ingestão de alimento adequadamente e este marco do desenvolvimento.
48
Tabela 17 – Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento
“Emprega pelo menos uma palavra com sentido”. Natal, RN, 2017. (N = 36)
Variáveis Emprega pelo menos uma palavra com sentido Valor-
p* Sim Não Total
Histórico da criança
Sexo
Feminino 4 (20,0) 16 (80,0) 20 (55,6) 1,000
Masculino 3 (18,7) 13 (61,3) 16 (44,4)
Raça
Branco 1 (20,0) 4 (80,0) 5 (13,9) 1,000
Pardo 6 (19,3) 25 (80,7) 31 (86,1)
Negro - - -
Outro - - -
Motivo da consulta
Rotina 3 (20,0) 12 (80,0) 15 (41,7) 1,000
Rotina+sintomas 4 (19,1) 17 (80,9) 21 (58,3)
Doença
Asma - 1 (100,0) 1 (2,8)
0,772
Asma+cansaço - 1 (100,0) 1 (2,8)
Constipação+pneumonia 1 (100,0) - 1 (2,8)
Dermatite+prurido - 1 (100,0) 1 (2,8)
Gripe 3 (20,0) 12 (80,0) 15 (41,7)
Tosse+dermatite+regurgitação - 1 (100,0) 1 (2,8)
Vomito+febre - 1 (100,0) 1 (2,8)
Presença de dor
Sim 1 (100,0) - 1 (2,8) 0,194
Não 6 (17,1) 29 (82,9) 35 (97,2)
Tipo sanguíneo
A- 1 (33,3) 2 (66,7) 3 (8,3)
0,901
A+ 2 (15,4) 11 (84,6) 13 (36,1)
AB- - 2 (100,0) 2 (5,7)
AB+ - 2 (100,0) 2 (5,7)
B+ 1 (16,7) 5 (83,3) 6 (16,7)
0+ 3 (30,0) 7 (70,0) 10 (27,8)
Ingestão de alimento adequadamente
Sim 2 (100,0) - 2 (5,6) 0,033
Não 5 (14,7) 29 (85,3) 34 (94,4)
A criança mamou
Ainda mama 1 (16,7) 5 (83,3) 6 (16,7)
0,548 Sim 5 (27,8) 13 (72,2) 18 (50,0)
Não 1 (8,3) 11 (91,8) 12 (33,3)
Uso de algum medicamento
Sim 7 (21,2) 26 (78,8) 33 (91,7) 1,000
Não - 3 (100,0) 3 (8,3)
Continua
49
Continuação
Cartão de vacina atualizado
Sim 6 (23,1) 20 (76,9) 26 (72,2) 0,645
Não 1 (10,0) 09 (1090,0) 10 (27,8)
Alteração nas fontanelas
Sim - 3 (100,0) 3 (8,3) 1,000
Não 7 (21,2) 26 (78,8) 33 (91,7)
Alteração nos olhos
Sim 2 (14,3) 12 (85,7) 14 (38,9) 0,681
Não 5 (22,7) 17 (77,3) 22 (61,1)
Alteração no nariz, boca e/ou orelha/ouvido
Sim - 2 (100,0) 2 (5,6) 1,000
Não 7 (20,6) 27 (79,4) 34 (94,4)
Alteração no pescoço
Sim 1 (20,0) 4 (80,0) 5 (13,9) 1,000
Não 6 (19,3) 25 (80,6) 31 (86,1)
Inspeção e palpação há alteração no tórax
Sim - 1 (100,0) 1 (2,8) 1,000
Não 7 (20,0) 28 (80,0) 35 (97,2)
Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho respiratório
Sim 2 (22,2) 7 (77,8) 9 (25,0) 1,000
Não 5 (18,5) 22 (81,5) 27 (75,0)
Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho circulatório
Sim - 1 (100,0) 1 (2,8) 1,000
Não 7 (20,0) 28 (80,0) 35 (97,2)
Alteração do aparelho geniturinário
Sim - 3 (100,0) 3 (8,3) 1,000
Não 7 (21,2) 26 (78,8) 33 (91,7)
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Fisher
O teste de associação foi envolvendo o marco do desenvolvimento da criança “Faz
gestos com a mão e a cabeça” e as variáveis da história materna e história da criança,
constatando associação do uso de Medicamentos pela mãe e a Ingestão adequada de alimentos
pela criança, dados evidenciados na Tabela 18. As demais variáveis maternas como renda
familiar, grau de escolaridade, raça, trimestre do início do pré-natal, imunização,
suplementação de ferro, contato com alguma substância tóxica, tipo de parto, história de
microcefalia na família, presença de doenças exantemática e mês do aparecimento dos
sintomas e as da criança como sexo, raça, motivo da consulta, doença, presença de dor, tipo
sanguíneo, amamentação da criança, uso de medicamentos, atualização do cartão de vacina,
alteração nas fontanelas, nos olhos, nariz, boca, orelha/ouvido, pescoço e tórax bem como
50
alteração nos ruídos respiratório e circulatório e alteração no aparelho geniturinário não houve
associação.
Tabela 18 – Caracterização da história materna e da criança segundo o marco do
desenvolvimento “Faz gestos com a mão e a cabeça”. Natal, RN, 2017. (N = 36)
Variáveis Faz gestos com a mão e a cabeça
Valor-p* Sim Não Total
Histórico materno
Medicamentos usados
Analgésico + antibiótico - 1 (100,0) 1 (2,8)
0,007
Ácido fólico 1 (100,0) - 1 (2,8)
Ácido fólico+Sulfato ferroso - 2 (100,0) 2 (5,6)
Antibiótico - 4 (100,0) 4 (11,1)
Anti-hipertensivo - 1 (100,0) 1 (2,8)
Dipirona 3 (100,0) - 3 (8,3)
Nateli+Sulfato ferroso - 1 (100,0) 1 (5,0)
Paracetamol 2 (100,0) - 2 (5,6)
Paracetamol+Dipirona+antibiótico - 1 (100,0) 1 (2,8)
Sulfato ferroso - 2 (100,0) 2 (5,6)
Sulfato ferroso+Dipirona - 1 (100,0) 1 (2,8)
Ultrogeston+Puron - 1 (100,0) 1 (2,8)
Histórico da criança
Ingestão de alimento adequadamente
Sim 2 (100,0) - 2 (5,6) 0,044
Não 6 (17,6) 28 (82,3) 34 (94,4)
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
* Teste de Fisher
As principais alterações ou déficits encontrados nas crianças portadoras da
microcefalia relacionada ao ZIKV investigadas neste estudo estão apresentadas no Quadro 1
estão apresentadas.
Quadro 1 – Principais alterações ou déficits encontrados nas crianças portadoras da
microcefalia relacionada ao ZIKV. Natal/RN, 2017.
Principais alterações ou déficits encontrados nas crianças
Déficit no Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM)
Alterações Oculares
Alterações Visuais
Alterações na fala (atraso)
Alterações na escuta
Hipertonia muscular
Hipotonia muscular
Descontrole cervical
Alteração no crescimento (peso, comprimento, IMC, PC).
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
51
6 DISCUSSÃO
A Síndrome Congênita do Zika Vírus gera uma série de alterações na criança recém-
nascida, que repercutirá em sua infância e adolescência e dentre elas está a microcefalia.
Aliado à microcefalia surgem as alterações de cunho sensorial, motor, cognitivo, auditivo,
visual, da linguagem e da fala além do crescimento alterado (FRANÇA, 2016; FAUCI,
MORENS, 2016). É importante considerar que as situações de má formação congênitas
advinda do Zika Vírus não envolve apenas a criança, mas o seu contexto familiar,
especialmente as mães que além de conviver com as dificuldades e limitações que a síndrome
confere a seus filhos ainda precisa buscar um acompanhamento especializado para a criança
em especial de estimulação.
Nesse contexto são envolvidas situações socioeconômica e educacional, assim
acredita-se que quanto melhor a situação financeira e educacional dos pais maior será a
estimulação para o crescimento e desenvolvimento da criança portadora de microcefalia
advinda da infecção materna por Zika Vírus.
No presente estudo, aos dados sociodemográficos materno revelaram mulheres com
baixo nível socioeconômico e baixa escolaridade. Alguns estudos sobre esta temática
encontraram situação condizente com esta (GUERRA, 2006), enquanto outros apontam o
nível secundário como prevalente (REIS, FERRARI, 2013).
Nesses estudos também foi relatado que o grau de instrução se relaciona com o padrão
socioeconômico destas mães, levando em consideração o impacto desta síndrome sobre as
famílias com recursos financeiros menores. Denota-se, dessa forma, que o conhecimento e/ou
escolarização pode demonstrar o padrão socioeconômico e demográfico das mães, sobretudo
no tratamento e acompanhamento da criança (GUERRA, 2006; REIS, FERRARI, 2013).
Sem explicação específica a raça predominante na presente investigação foi a de cor
parda, dados corroborados pelos estudos de Reis e Ferrari (2013) no qual a cor parda foi
predominante em 54% dos casos (n=94).
Em relação às informações da história da gravidez, parto e puerpério, todas as
mulheres investigadas realizaram as consultas de pré-natal, e iniciaram o pré-natal no
primeiro trimestre de gestação. O estudo anteriormente citado encontrou perfil de consultas
pré-natal mais elevado no qual predominou um total de seis consultas por mulheres.
O Ministério de Saúde do Brasil (BRASIL, 2016c) alerta não somente os profissionais,
mas principalmente a população sobre a importância do acompanhamento de Pré-Natal
durante a gestação, no sentido de que iniciar o pré-natal no primeiro trimestre da gestação
52
(preferencialmente até a 12ª semana) pela importância na identificação de fatores de risco
para a criança e gestante, além de favorecer as ações e intervenções adequadas que evitam
complicações e geram mais saúde a ambos. Além disso, enfatiza a importância de se realizar
no mínimo seis consultas de pré-natal durante a gestação de baixo risco.
Quanto ao contato com substâncias tóxicas, houve um número pequeno de mulheres
que faziam uso de bebida alcoólica ou outras drogas e não havia na família histórico de
microcefalia. Tal achado sugere que as alterações apresentadas pelas crianças tinham de fato
como causa primária a infecção materna pelo ZIKV.
Concernente ao uso de medicação na gestação mais da metade fizeram uso de algum
tipo de medicamento, sendo os mais utilizados os analgésicos, seguido de ácido fólico e
sulfato ferroso. Algumas mulheres usaram, ainda, suplementos vitamínicos, suplementos
hormonais, anti-hipertensivos ou antibióticos. Essas informações são coerentes com estudos
que apontam o uso de analgésicos e antibióticos em gestantes com o mesmo perfil (ROCHA
et al., 2013). E em relação ao uso de ácido fólico e sulfato ferroso, o Manual de Pré-Natal de
Baixo Risco do Ministério da Saúde preconiza a administração preventiva de ácido fólico no
período pré-gestacional e durante o primeiro trimestre para a prevenção de anormalidades
congênitas do tubo neural, especialmente nas mulheres com antecedentes desse tipo de
malformações e, sulfato ferroso para prevenção de anemias. Também a suplementação de
ferro é recomendada a partir da 20ª semana até o 3º mês pós-parto (BRASIL, 2012a). Pode-se
inferir que mesmo fazendo uso de medicações preventivas para as malformações congênitas o
poder de infecção do ZIKV e sua predileção pela má formação cerebral é determinante.
A presença de doença exantemática na gestação foi informada pela maioria das
mulheres com predomínio do aparecimento de sintomas no primeiro trimestre da gestação.
Autores afirmam que nas infecções por ZIKV quando elas ocorrem no primeiro ou início do
segundo trimestre de gestação são de natureza mais grave, enquanto os casos mais leves, que
envolvem dados estruturais mais discretos e risco de alterações neurofuncionais e
neurossensoriais, ocorreriam em decorrência de infecção vertical no final do segundo e início
do terceiro trimestre (SCHULER-FACCINI et al., 2016; MOORE, STAPLES, DOBYNS,
2016). Outra investigação aponta que mesmo um período de três semanas poderia causar
evolução para fibrose articular do feto, fato observado em muitas crianças do presente estudo,
justificando, portanto, o desencadeamento de alterações de cunho motor nos casos cujas mães
relataram sintomas na gestação (KOWALCZYK, 2016).
53
É importante alertar que, apesar de o vírus ter tropismo pelo sistema nervoso central
(MLAKAR et al., 2016) e interferir no desenvolvimento cerebral em qualquer período do
desenvolvimento fetal, é no primeiro trimestre de gestação que o feto está mais suscetível a
alterações, devido à cronologia pré-natal, onde a maioria dos avanços perceptíveis do feto
ocorre entre a terceira e a oitava semana de gestação. Dessa forma, é no primeiro trimestre de
gestação que o feto está mais sensível às transformações que levem a malformações
(MOORE, PERSAUD, 2011).
Outros sinais e sintomas foram relatados tais como artralgia, febre, pruridos e cefaleia,
dor na garganta, mialgia e edema. Situação semelhante foi encontrada em outras investigações
de doença exantemática como a presença de febre, rash ou artralgia, dor de cabeça e prurido
durante a gestação (ALVINO 2016; FREITAS, 2016).
No que diz respeito à história infantil, a maioria das crianças investigadas no estudo
são pertencentes ao sexo feminino, de cor parda e no momento da consulta as queixas
maternas sobre as crianças estavam relacionadas a problemas respiratórios, dermatites e
problemas digestivos. Observa-se que essas queixas são condizentes como os sinais e
sintomas das doenças prevalentes da infância (BRASIL, 2004), não especificamente a
condição imposta pelo ZIKV. Corroborando ao achado, dentre as doenças mais prevalentes da
infância, segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), estão as doenças respiratórias com
enfoque para asma e pneumonia e os problemas intestinais oriundos de parasitoses e que
quando associadas à desnutrição colocam em risco a sua vida. Dessa forma, necessitam de
atenção especial por se tratar de uma das principais causas de internação, queixas nas
consultas ambulatoriais e procura em serviços de urgência, bem como pela interferência na
qualidade de vida da criança.
A ingesta alimentar considerada inadequada pode ter relação com as alterações
encontradas neste estudo relativo ao peso abaixo do esperado para idade da criança, tendo em
vista, inclusive, que a maioria delas tenha nascido com peso ideal (>2500g). Sassá et al.
(2011), expõem que, a partir da investigação das crianças (50%) de seu estudo, houve
associação entre ganho de peso abaixo do esperado e o peso de nascimento maior ou igual a
2500g, ou seja, adequado, e a presença de alguma anomalia congênita, corroborando o
encontrado no presente estudo.
Nesse sentido, ainda que a ingestão de alimentos seja insuficiente para o ganho de
peso adequado, muitas crianças mantêm o crescimento ideal em termos de estatura e
perímetro cefálico. É importante, portanto, o acompanhamento do índice de peso a fim de que
54
não haja o comprometimento dos demais índices devido ao baixo peso ou má ingestão de
alimentos (TOY, et al., 2012).
Segundo a OMS e o Ministério de Saúde o padrão normativo de peso para a idade das
crianças investigadas no presente estudo, de um a dois anos, está entre 9000g e 14000g para
meninas e 10000g e 15000g para meninos, o que corresponde a valores entre -2 e +2 escores
Z (BRASIL, 2013). Os valores para peso e demais dados antropométricos vão crescendo com
a evolução da criança, alcançando valores cada vez mais altos conforme o passar do tempo.
Destaca-se o uso exclusivo do leite materno até pelo menos os três primeiros meses de
vida, fato encontrado na presente investigação e que indica a necessidade de ampliar o tempo
de amamentação. A recomendação do Ministério da Saúde é para o uso exclusivo do leite
materno por seis meses e acredita-se que o incentivo deve ser ainda maior em crianças com
anomalias que possam comprometer o crescimento e desenvolvimento saudável, como no
caso das crianças com microcefalia (BRASIL, 2009).
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, o aleitamento materno é um sábia estratégia
natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e compõe a mais sensível,
econômica e eficaz intervenção na diminuição da morbimortalidade infantil, permitindo,
ainda, que haja um verdadeiro impacto na promoção da saúde não somente da criança, como
da mãe da sociedade de modo geral. Além disso, no Caderno de Atenção à Nutrição Infantil
nº 23, há as orientações necessárias a esse momento especial e necessário na vida destas
crianças (BRASIL, 2009).
Porém, sabe-se que após os seis meses de vida, a alimentação da criança passa por
uma fase de alteração quando começa a serem acrescentados outros tipos de alimentos além
do leite materno. Nesse sentido, é importante que as mães tenham ciência de que somente o
leite materno já não é mais eficaz quanto no início dos meses de vida. Assim, é necessário o
acompanhamento e investigação das reais necessidades de cada criança a partir do
acompanhamento por profissionais especializados (BRASIL, 2009).
O uso de suplementação de vitaminas e minerais e medicamentos anticonvulsivantes
registrados nas crianças envolvidas são coerentes com o Programa Nacional de
Suplementação de Ferro do Ministério da Saúde, que recomenda a suplementação preventiva
de todas as crianças de 6 a 18 meses com sulfato ferroso (BRASIL, 2009). Quanto aos
anticonvulsivantes autores enfatizam que além da microcefalia, a Síndrome Congênita pelo
ZIKV pode causar importantes alterações no sistema nervoso central da criança. As alterações
mais frequentes, segundo ele, são a deficiência intelectual, paralisia cerebral, epilepsia,
55
dificuldade de deglutição, anomalias dos sistemas visual e auditivo e, ainda, distúrbio de
comportamento (ASHWAL et al., 2015).
No que se refere às características físicas foram identificadas olhos fora do padrão de
normalidade. Achados corroborados por Freitas (2016) que traz em seu estudo as
anormalidades oculares em 10 dos 29 pacientes com microcefalia (34,5%). Dessa forma,
constata-se que as crianças com microcefalia relacionada ao ZIKV possuem características
oculares fora do padrão de normalidade que podem repercutir em seu desenvolvimento futuro.
Como já citado neste estudo o ZIKV tornou-se um problema de saúde pública muito
importante em um curto espaço de tempo principalmente devido à sua relação com diversas
malformações neurológicas e, ainda, com doenças oculares em recém-nascidos (BESNARD,
2014; FREITAS, 2016). Dessa forma, é coerente relacionar as anormalidades oculares
encontradas nesta investigação à infecção do ZIKV.
Em relação aos marcos do desenvolvimento, das crianças que foram investigadas
houve déficit de resposta ao marco “Olha para a pessoa que observa” bem como “Dá amostras
de prazer e desconforto”. Os referidos marcos, segundo literatura clássica (BRASIL, 2002;
BRASIL, 2012) estão presentes nos recém-nascidos por volta dos dois meses de idade. Nesse
sentido, percebe-se que, de acordo com a faixa etária das crianças do presente estudo, há um
grande atraso no desenvolvimento destes marcos em parte das crianças investigadas.
O marco “Fixa e acompanha objetos em seu campo visual” “Arrulha e sorri
espontaneamente”, e “Quando colocada de bruços, levanta e sustenta a cabeça apoiando-se no
antebraço”, tiveram respostas inadequadas para idade em que as crianças se encontravam.
Espera-se que por volta dos três meses de idade, quando as crianças já têm a capacidade de
sorrir socialmente, bem como entre os dois e quatro meses de vida, ficar de bruços e levantar
a cabeça e os ombros e, ainda, iniciar a ampliação do seu campo de visão, no qual o bebê
visualiza e segue objetos com o olhar (BRASIL, 2002; BRASIL, 2012). Desse modo, por não
estar presentes em grande parte das crianças investigadas pode-se afirmar que há atrasos no
desenvolvimento neuropsicomotor das crianças portadoras de Microcefalia relacionada ao
ZIKV no grupo estudado.
O marcos do desenvolvimento “Quando levantada pelos braços, ajuda com o corpo”,
“Vira a cabeça na direção de uma voz ou objeto sonoro”, “Rola da posição supina para prona”
e “Senta-se sem apoio” são esperados nas crianças de quatro a dez meses de idade. Nestes
marcos elas são capazes de executar movimentos sem o auxílio de adultos e demonstram a
aquisição de habilidades em uma sequência baseadas naquelas adquiridas anteriormente e
56
raramente são puladas etapas em todo este processo (BRASIL, 2002). Porém as crianças
avaliadas neste estudo tinham idade superior a um ano e ainda não apresentavam respostas
satisfatórias a estes marcos.
Quanto às respostas ao marco “Segura e transfere objetos de uma mão para outra”,
“Imita pequenos gestos ou brincadeiras”, “Arrasta-se ou engatinha”, “Pega pequenos objetos
usando o polegar ou indicador”, “Emprega pelo menos uma palavra com sentido” e “Faz
gestos com a mão e a cabeça”, também não foram respondidos por parte das crianças
analisadas. Cabe lembrar que os marcos do desenvolvimento infantil seguem sequências de
desenvolvimento evolutiva e a resposta deficitária de um e compromete os demais, ou seja,
raramente os marcos são ultrapassadas por outros. Neste caso, percebe-se que a maioria das
crianças estudadas não apresenta os marcos que se referem às idades de seis meses a um ano e
três meses de vida, considerando que todas elas estavam em faixa etária maior do que a
esperada para a apresentação do desenvolvimento adequado para sua idade.
Além disso, nota-se, que os marcos do desenvolvimento que dizem respeito ao sistema
locomotor da criança, como motor fino e motor grosso, não esteve presente na maioria delas,
o que se denota uma alteração importante em seu sistema motor ou, ainda, neuropsicomotor.
Para corroborar com esse achado, Flor, Guerreiro & Anjos (2017) observou
comprometimento das competências de rolar, arrastar e engatinhar nas crianças de seu estudo
e alterações do tônus de membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII), tendo os membros
superiores apresentando uma média superior aos inferiores e comprometendo, do ponto de
vista motor, as competências do rolar, arrastar e engatinhar, uma vez que não conseguem
liberar os membros superiores.
Este mesmo autor afirma que as crianças só tem a vivência das posturas supina e
prona, o que lhe dão dificuldade em estabilizar a cervical e de manter-se na postura sentada
sem apoio. Isso se deve ao fato de seus movimentos serem limitados, devido à rigidez no
tônus muscular, o que compromete o prognóstico para as posturas de ortostase, e
consequentemente sem perspectiva para a marcha voluntária. Existe uma limitação passiva e
ativa da movimentação com a presença de anormalidades estruturais e/ou funcionais da
cápsula articular e ligamentos assim como a lesão dos nervos motores periféricos parecem
também contribuir para o quadro (KOWALCZYK, 2016).
É percebido e relatado pelos pais e profissionais que as limitações posturais dizem
respeito principalmente às articulações de joelhos, quadris, tornozelos e punhos (ALENCAR
JUNIOR, 1998). O mecanismo patológico para esta alteração está relacionado à ausência de
57
movimentos fetais ativos (acinesia), geralmente em torno da oitava semana de gestação, mas a
acinesia fetal por pelo menos três semanas é capaz de causar alterações no sistema articular
que resultam na fibrose das estruturas periarticulares, influenciando o sistema infantil após o
nascimento.
A causa determinante para a diminuição da mobilidade fetal é incerta, mas pode ser
decorrente de fatores neurogênicos, miogênicos, doenças dos tecidos conjuntivos e articulares,
miastenia gravis materna, diabetes materna, anormalidades anatômicas do útero, bandas
amnióticas, desordens nutricionais e vasculares, e, atualmente, a síndrome congênita do ZIKV
(KOWALCZYK, 2016; MLAKAR et al., 2016).
Abordando sobre as associações existentes entre os marcos de desenvolvimento e a
história materna e da criança na qual se evidenciou a associação entre o marco do
desenvolvimento “Olha para a pessoa que observa” e as medianas do perímetro cefálico da
criança ao nascer (valor-p 0,015), assemelhando-se a isto, a realização de outro teste
estatístico (Teste de Fisher) o marco “Fixa e acompanha objetos em seu campo visual” teve
associação com as alterações nos olhos das crianças, percebidas durante o exame físico. As
alterações visuais que comprometem as respostas dos marcos de desenvolvimento em virtude
da diminuição da acuidade visual devido a microcefalia foram também evidenciados em outro
estudo em crianças com microcefalia relacionada à possível transmissão congênita pelo Zika
(FLOR, GUERREIRO, ANJOS, 2017)
Nesse sentido, estudo (VENTURA et al., 2016) levanta a hipótese que o ZIKV pode
causar anormalidades oculares mais severas quando a infecção ocorre no primeiro ou segundo
trimestre da gravidez, tendo em vista que a maioria das mulheres investigadas apresentaram
os sintomas no primeiro trimestre da gestação. Ademais, outros fatores desconhecidos, como
a quantidade de circulação viral e a resposta imunológica da mãe e do feto, podem
desempenhar um papel importante nas anormalidades observadas nestas crianças (VENTURA
2016). Assim, pode-se presumir que as crianças portadoras de anormalidades oculares
possuem dificuldades relacionadas à visão, como evidenciado no presente estudo.
No que diz respeito ao valor do perímetro cefálico ao nascer, observou-se evidência de
associação entre suas medianas com três importantes marcos do desenvolvimento da criança:
“Senta-se em apoio”, “Segura e transfere objetos de uma mão para outra” e “Imita pequenos
gestos ou brincadeiras”. Dessa forma, pode-se levar em consideração que o perímetro cefálico
desempenha papel importante no desenvolvimento infantil, tendo em vista que seus valores
diminuídos denotam mau desenvolvimento cerebral, acarretando consequências ao sistema
58
nervoso infantil responsável pelo desenvolvimento de diversas habilidades tais como
habilidades motoras, sensoriais, cognitivas e perceptivas (MLAKAR et al., 2016).
No que diz respeito à associação entre os marcos do desenvolvimento “Levantada
pelos braços, ajuda com o corpo” e “Arrasta-se ou engatinha” com o grau de escolaridade da
história materna, acredita-se encontrar subsídio no fato de que a diminuição da presença
desses reflexos pode estar ligado ao grau de instrução da mãe que podem não compreender a
importância da estimulação das crianças para que haja avanços em seus crescimentos e
desenvolvimentos.
Segundo Wilson (2011), a estimulação precoce em crianças com microcefalia auxilia
na promoção do desenvolvimento entre vários sistemas e áreas motoras, sensoriais,
perceptivas, proprioceptivas, linguísticas, cognitivas, emocionais e sociais. Ressalta, ainda
que a estimulação deve começar o mais cedo possível tendo em vista que ela auxilia em
fatores essenciais como o desenvolvimento da motricidade da criança que o ajudará pelo resto
de sua vida. Nesse sentido, enfatiza-se que o intuito da estimulação é que a criança consiga
desenvolver o máximo de habilidades dentro da sua condição de saúde (WILSON, 2011;
BRASIL, 2016b).
O marco “Senta-se sem apoio”, por sua vez, apresentou associação com o mês do
aparecimento dos sintomas da doença exantemática na mãe e com a raça na história da
criança. No que diz respeito à relação do marco de desenvolvimento da criança com o mês do
aparecimento dos sintomas na mãe, Alvino e Kowalczyk (2016) relatam que, como o período
gestacional no qual a mãe começou a sentir os sintomas foram os primeiros meses de
gestação, em sua maioria, o feto estaria com sua mobilidade comprometida por mais tempo,
do início da gestação ao fim.
Nesse sentido, o marco do desenvolvimento de sentar sem o apoio também sofre
alteração tendo em vista que este ato depende do desenvolvimento adequado da musculatura
dos MMII e, principalmente, do desenvolvimento neurológico e ambos foram afetados com a
presença do vírus durante todo o amadurecimento fetal.
“Emprega pelo menos uma palavra com sentido” e “Faz gestos com a mão e a cabeça”
se associaram estatisticamente com a ingesta adequada de alimentos e este último marco se
associou, ainda, com os medicamentos usados pelas mães no momento da gestação.
Nesse sentido, Bachiega (2006) esclarece que uma alimentação balanceada que é
capaz de proporcionar um adequado estado nutricional contribui para uma desejável condição
postural desta criança, associada aos diversos estímulos que a criança precisa ter para se
59
desenvolver adequadamente, bem como para a respiração nasal desse indivíduo e
consequentemente para a sua fala. Acrescenta, ainda, que qualquer modificação funcional no
corpo da criança gera uma alteração em todo o complexo articular e muscular de seu corpo.
explicando, assim, que uma alteração muscular pode levar a outras. No caso da criança com
dificuldades de fala ou de postura, além da falta de estímulo, alterações musculares
provocadas pela má alimentação podem ser também uma de suas causas.
Assim pode-se inferir que a ausência de resposta ao marco de empregar uma palavra
com sentido e de fazer gestos com as mãos e com a cabeça, encontrados na maioria das
crianças e a associação destes com a ingesta de alimentos inadequada encontra respaldo nos
achados de Bachiega (2006) especificado anteriormente. Ressalta-se a importância de uma
alimentação equilibrada, voltada para as necessidades basais das crianças com microcefalia
associada ao ZIKV, para que sejam minimizados as complicações advindas do desequilíbrio
nutricional.
O estado nutricional é de suma importância nos riscos de morbimortalidade e no
crescimento e desenvolvimento infantil, fazendo-se necessária uma avaliação nutricional
mediante procedimentos diagnósticos que possibilitem precisar a magnitude, o
comportamento e os determinantes dos agravos nutricionais, assim como identificar os grupos
de risco e as intervenções adequadas. Renda familiar, escolaridade, entre outras, são variáveis
que estão condicionadas à forma de inserção das famílias no maior e melhor controle
nutricional não somente das crianças, mas da família de um modo geral (MACHADO,
MEZZOML, 2010; BACHIEGA, 2006).
Concernente aos medicamentos utilizados pela mãe no momento da gestação,
considera-se que o uso banal de medicamentos, principalmente de analgésicos pela sua
facilidade de venda, e a medicalização associada ao uso irracional na gravidez deve ser
considerada um problema de saúde pública uma vez que nenhum medicamento é isento de
toxicidade à mãe ou feto e pode gerar riscos teratogênicos, como abortamento, morte ou
malformações congênitas (ROCHA et al., 2013).
É possível observar que existe importante comprometimento no crescimento de
desenvolvimento de crianças com microcefalia associado a ZIKV que vão desde as alterações
físicas, funcionais e em especial neurológica. A identificação de fatores que adicionem
morbidade e piorem o prognostico destas crianças é essencial para uma tomada de decisão
precoce e um manejo clínico mais bem planejado.
60
7 CONCLUSÕES
Quanto ao perfil sociodemográfico das mães percebeu-se que a maioria delas era de
baixo nível socioeconômico, baixa escolaridade e predominantemente se declaravam de cor
parda.
Em relação ao perfil epidemiológico da infecção, verificou-se que todas as mulheres
investigadas realizaram as consultas de pré-natal e iniciaram as consultas no primeiro
trimestre de gestação. Houve um pequeno número de mulheres que faziam uso de bebida
alcoólica ou outras drogas e não houve mulheres com histórico familiar de microcefalia.
Detectou-se que a maioria das mulheres investigadas fez uso de algum tipo de
medicamento, sendo os mais utilizados os analgésicos, seguido de ácido fólico e sulfato
ferroso e, ainda, suplementos vitamínicos, suplementos hormonais, anti-hipertensivos ou
antibióticos.
A presença da doença exantemática durante gestação foi informada pela maioria das
mulheres e o predomínio foi do aparecimento de sintomas no primeiro trimestre da gestação.
Outros sinais e sintomas foram relatados tais como artralgia, febre, pruridos e cefaleia, dor na
garganta, mialgia e edema.
Em relação às condições de nascimento, crescimento e desenvolvimento das crianças
investigadas predominou o sexo feminino, a cor parda e no momento da consulta as queixas
maternas sobre as crianças estavam relacionadas a problemas respiratórios, dermatites e
problemas digestivos. A ingesta alimentar da maioria das crianças foi considerada inadequada
e foram encontrados índices relativo ao peso abaixo do esperado para idade da criança.
Quanto ao crescimento, foram percebidos valores abaixo do esperado para o perímetro
cefálico e baixo peso para a idade atual, porém não foi detectado alterações na estatura e no
IMC. Ressalta-se que ainda que a ingesta de alimentos seja insuficiente para o ganho de peso
adequado para a idade, é visto que o crescimento permanece ideal no que diz respeito à
estatura. Nesse sentido, o acompanhamento do peso se faz necessário a fim de que não haja o
comprometimento da estatura ou demais índices devido ao baixo peso ou má ingestão de
alimentos.
No desenvolvimento, foram identificadas, ainda, alterações visuais, olhos fora do
padrão de normalidade, atrasos no desenvolvimento locomotor da criança como motor fino e
motor grosso, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e alterações musculares como a
hipertrofia e hipotonia em membros superiores e inferiores e o descontrole cervical.
61
Os marcos que tiveram respostas insatisfatórias conforme da idade da criança foram
“Olha para a pessoa que observa”, “Dá amostras de prazer e desconforto”, “Fixa e acompanha
objetos em seu campo visual”, “Arrulha e sorri espontaneamente”, “Colocada de bruços,
levanta e sustenta a cabeça apoiando-se no antebraço”, “Rola da posição supina para prona”,
“Levantada pelos braços, ajuda com o corpo”, “Vira a cabeça na direção de uma voz ou
objeto sonoro”, “Senta-se sem apoio”, “Segura e transfere objetos de uma mão para outra”,
“Imita pequenos gestos ou brincadeiras”, “Arrasta-se ou engatinha”, “Pega pequenos objetos
usando o polegar ou indicador”, “Emprega pelo menos uma palavra com sentido” e “Faz
gestos com a mão e a cabeça”.
Como limitações do estudo tem-se o fato de que as consultas de crescimento e
desenvolvimento na qual a pesquisadora participava ativamente para a coleta de dados era
realizada somente em um dia na semana. Desse modo, houve a inviabilidade de um maior
número de participantes na pesquisa. Outra limitação percebida foi o fato de os serviços
contatados serem públicos e passíveis de greve pública, impossibilitando o acréscimo de outro
local de pesquisa no presente estudo.
A partir do alcance dos objetivos pode-se afirmar a necessidade de intervenção por
parte dos profissionais de saúde e familiares que defrontam com a presente realidade. Nesse
sentido, sugere-se a realização de atividades de estimulação a crianças com microcefalia
relacionada à ZIKV com ênfase nos principais déficits e retardos, no intuito de minimizar
atrasos no crescimento e desenvolvimento, com vistas a melhorar as expectativas e qualidade
de vida para a criança que repercutam positivamente nas famílias e na sociedade.
62
8 CRONOGRAMA
ATIVIDADE
MESES (2016/2017)
JUN/
JUL
2016
AGO
2016
SET
2016
OUT
2016
NOV
2016
DEZ
2016
JAN
2017
FEV
2017
MAR
2017
ABR
2017
MAI
2017
JUN
2017
JUL
2017
AGO
2017
SET
2017
OUT
2017
NOV
2017
DEZ
2017
Levantamento
Bibliográfico
Elaboração do projeto
Submissão ao Comitê de
Ética e Pesquisa
Fase de Pré Teste do
Instrumento de Coleta
de Dados
Qualificação do projeto
de Dissertação.
Coleta de dados
Análise dos dados
Organização das
planilhas para a análise
estatística
Organização em tabelas,
análise e discussão dos
dados.
Revisão e Redação Final
Defesa da dissertação
63
9 ORÇAMENTO
DISCRIMINAÇÃO DOS ITENS QUANTIDADE VALOR/UNIDADE TOTAL
MATERIAL DE CONSUMO
Papel Sulfite A4 210 x 297mm
75g/m² Pacote 500 Folhas HP Office
Branco
01 17,90 17,90
Caneta Esferográfica Azul Paper
Mate
10 0,95 9,50
Cartucho de Tinta HP 60 Preto -
CC640WB
03 84,90 254,70
Pasta Plástica 30mm Ofício Com
Elástico Cristal Acp 1023
06 3,65 21,90
Caixa de Grampos de 14mm em
Barretes com 2500 Unidades
01 7,99 7,99
Grampeador De Mesa 26/6 Com
Grampo 20 Folhas Staples® - Preto
01 11,09 11,09
Balança Pediátrica Digital para Pesar
Bebês ELP - 25BBC - Balmak
01 508,00 508,00
Régua Antropométrica Pediátrica de
Madeira
02 57,31 114,62
Fita Métrica com fita de aço 10m 02 16,90 33,80
Brinquedos Infantis 05 99,00 495,00
MATERIAL PERMANENTE
Computador Inspiron 20 3000 All in
one
01 2.198,00 2.198,00
Computador All In One Positivo
Union Com Intel® Celeron-N2808
Dual Core
01 1.099,00 1.099,00
Impressora Multifuncional HP
DeskJet Ink Advantage 2136
01 229,00 229,00
Cartucho de Toner HP CE285AB -
Preto
01 354,45 354,45
64
Pen Drive SanDisk Cruzer Blade -
8GB
01 15,25 15,25
MEIOS DE LOCOMOÇÃO
Passagem de Ônibus intermunicipal 04 4,50 18,00
Passagem de Ônibus municipal 300 1,75 525,00
SERVIÇOS TERCEIRIZADOS
Mão de obra com Assessoria
Estatística
01 550,00 550,00
Cópias de TCLE, instrumentos de
coleta de dados, dissertação e outros
documentos.
800 0,10 80,00
Encadernação 06 2,90 17,40
CUSTO TOTAL 6.560,60
O custeio da pesquisa foi de responsabilidade do pesquisador até o mês de fevereiro de
2017. Após esse período passou-se a receber auxílio de financiamento do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
65
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70
ANEXOS
71
72
73
74
75
76
77
78
APÊNDICES
79
Apêndice A – Instrumento de Coleta de Dados
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ENFERMAGEM
INSTRUMENTO COLETA DE DADOS
DATA:
Nº:
PARTE I – HISTÓRIA MATERNA
1. IDENTIFICAÇÃO:
1.1. Nome (Iniciais): 1.2. Data de nascimento:
1.3. Renda Familiar
1. ( ) Abaixo de 1 salário mínimo
2. ( ) Entre 1 e 3 salários mínimos
3. ( ) Entre 4 e 6 salários mínimos
4. ( ) Mais de 6 salários mínimos
1.4. Grau de escolaridade:
1. ( ) Analfabeta
2. ( ) Ensino Fundamental Completo
3. ( ) Ensino Fundamental Incompleto
4. ( ) Ensino Médio Completo
5. ( ) Ensino Médio Incompleto
6. ( ) Ensino Superior Completo
7. ( ) Ensino Superior Incompleto
1.5. Cor: 1. Branco ( ) 2. Pardo ( ) 3. Negro ( ) 4. Outra ______________
2. HISTÓRIA DA GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO
2.1. Pré-natal iniciou em qual trimestre:
1. Primeiro trimestre ( )
2. Segundo ( )
3. Terceiro ( )
2.5. A mãe entrou em contato com substância tóxica
durante a gravidez? (tabagismo, drogas ilícitas,
álcool, inseticidas, cosméticos ou outras).
1. Sim ( )
2. Não ( )
2.6. Tipo de parto:
1. Normal ( )
2. Fórceps ( )
3. Cesáreo ( )
2.2. Número de consultas pré-natais: _________________
2.3. Imunização (Dupla Adulto):
1. Esquema Completo ( )
2. Não realizou ( )
3. Esquema incompleto ( )
4. Sem informação ( )
2.7. História de microcefalia na família dos pais:
1. Sim ( )
2. Não ( )
2.4. Suplementação de ferro:
1. Realizou ( )
2. Não realizou ( )
2.8. Utilizou medicamentos durante a gravidez?
1. Sim ( )
2. Não ( )
Em caso de sim especificar quais medicamentos:
_________________________________________
80
2.9. A mãe apresentou caso de doença exantemática durante a
gestação?
1. Sim ( ) 2. Não ( )
Em caso de sim, responder pergunta do item 2.10., 2.11 e 2.12.
_________________________________________
_________________________________________
2.10. Qual o mês do aparecimento dos sintomas? 2.11. Qual a principal sintomatologia da mãe durante
esse período?
2.12. Quais foram os medicamentos utilizados no tratamento?
81
PARTE II – HISTÓRIA DA CRIANÇA
1. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE:
1.1. Nome (Iniciais) 1.2. Data de nascimento:
1.3. Idade (em meses):
1.4. Sexo 1. Feminino ( ) 2. Masculino ( ) 1.5. Cor: 1. Branco ( ) 2. Pardo ( ) 3. Negro ( ) 4. _______
2. ANAMNESE
2.1 Motivo da Consulta:
_____________________________
____________________________________________
____________________________________________
2.2 Qual a doença/sintoma da criança?
_____________________
2.2.1 Há presença de dor? 1. Sim ( ) 2. Não ( )
Onde? __________________________
3. ANÁLISE DA CONSULTA DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
3.1. História do nascimento:
3.1.1. Peso ao nascer (em Kgs):_______________________
3.1.2. Comprimento ao nascer (em cm):_________________
3.1.3. Perímetro Cefálico ao nascer (em cm):_____________
3.1.4. Apgar 1º min ( ); Apgar 5º min ( )
3.1.5. Idade Gestacional: _________________
3.1.6. Tipagem Sanguínea: ________________
Outras_observações: ______________________________________________
3.2. História Alimentar:
3.2.1. A ingestão de alimentos está adequada para a idade da criança? [Descrever a quantidade de alimentos e natureza
dos alimentos]
1. Sim ( ) 2. Não ( )
3.2.2. A criança mamou? Em caso de sim, especificar até quantos meses: ______________________.
1. Ainda mama ( ) 2. Sim ( ) 2. Não ( )
3.2.3. Medicamentos atuais: a criança faz uso de algum medicamento?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar ________________________________________________
3.2.4. O cartão de vacina da criança está atualizado?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se não, especificar as vacinas atrasadas
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________
82
4. EXAME FÍSICO DA CRIANÇA
3.1 Dados Antropométricos
3.1.1 Peso atual (em Kgs): _____________
3.1.2 Comprimento atual (em cm): ________
3.1.3 Índice de Massa Corporal (IMC): ________________
3.2. Exame na direção Céfalo-caudal:
3.2.1. Perímetro Cefálico (em cm): _________________
3.2.2. Alteração nas fontanelas?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:
___________________
3.2.3. Alteração nos olhos?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:
_________________
3.2.5. Alterações no nariz, boca e/ou orelha/ouvido?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:
____________________________________________________________
____________________________________________________________
_________________________________
3.2.6. Alterações no pescoço (crescimento
anormal da tireoide, presença de fístulas,
cistos e restos de arcos branquiais)?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:
_____________________________________
_____________________________________
________________
3.2.8. A partir da inspeção e palpação há alterações no tórax
(abaulamento, deformação, assimetria)?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:
____________________________________________________________
____________________________________________________________
_________________________________
3.2.9. Aparelho respiratório:
3.2.9.1. A partir da ausculta há alterações nos ruídos?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:
____________________________________________________________
__________________________________________
3.2.9.2. A partir da percussão há alterações nos ruídos?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:
____________________________________________________________
__________________________________________
3.2.9.3. Alteração na frequência
respiratória?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim,
especificar:
_________________________________
_________________________________
_________________________________
_________
3.2.10. Aparelho cardiocirculatório:
3.2.10.1. A partir da ausculta há alterações
nos ruídos?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:
_____________________________________
_____________________________________
________________
3.2.10.2. Alteração na frequência cardíaca?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:
______________________________________________________
______________________________________________________
3.2.11. Abdome
3.2.11.2. A partir da inspeção e palpação há alterações (abaulamento,
formato)?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:
________________________________________________________________
3.2.12. Há alterações no aparelho
geniturinário?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim,
especificar:
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____________________________________________
3.2.11.3. A partir da ausculta e percussão há alterações nos ruídos?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:
________________________________________________________________
____________________________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
____
3.2.13. Há alterações na região anal da
criança?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, especificar:
_____________________________________
_______________________
5. MARCOS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
6.1. Olha para a pessoa que observa? (Presente até 3
meses)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
5.2. Dá mostras de prazer e desconforto? (Presente até
3 meses)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
6.3. Fixa e acompanha objetos em seu campo visual?
(Presente até 4 meses)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
6.4. Arrulha e sorri espontaneamente? (Presente até 3
meses)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
6.5. Quando colocada de bruços, levanta e sustenta a
cabeça apoiando-se no antebraço? (Presente até 5 meses)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
6.6. Emite sons, balbuciando? (Presente até 5 meses)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
6.7. Rola da posição supina para prona? (Presente de 4 a
7 meses)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
6.8. Quando levantada pelos braços, ajuda com o corpo?
(Presente de 4 a 7 meses)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
6.9. Vira a cabeça na direção de uma voz ou objeto
sonoro? (Presente de 4 a 9 meses)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
6.10. Senta-se sem apoio? (Presente de 5 a 10 meses)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
6.11. Segura e transfere objetos de uma mão para outra?
(Presente de 5 a 10 meses)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
6.12. Imita pequenos gestos ou brincadeiras? (Presente de 6
meses a 1 ano)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
6.13. Arrasta-se ou engatinha? (Presente de 6 meses a 1 ano)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
6.14. Pega pequenos objetos usando o polegar ou indicador?
(Presente de 9 meses a 1 ano e 3 meses)
1. Sim ( ) 2.Não ( )
6.15. Emprega pelo menos uma palavra com sentido?
(Presente de 9 meses a 1 ano e 3 meses)
1. Sim ( ) 2.Não ( )
6.16. Faz gestos com a mão e a cabeça? (Presente de 9 meses a
1 ano e 3 meses)
1. Sim ( ) 2. Não ( )
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86
Apêndice C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
para maiores de idade
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
TCLE para maiores de idade
Esclarecimentos
Este é um convite para você participar da pesquisa: Crescimento e Desenvolvimento da
Criança com microcefalia associada à transmissão vertical do Zika vírus, que tem como
pesquisador responsável Ana Beatriz Ferreira Vitorino.
Esta pesquisa pretende acompanhar e analisar as alterações no crescimento e
desenvolvimento de crianças com microcefalia associada à transmissão vertical do Zika vírus.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é a escassez de estudos que investigam o
seguimento da consulta de crescimento e desenvolvimento das crianças com microcefalia oriunda da
transmissão vertical pelo Zika vírus. Além da importância que a doença passou a ter em âmbito
mundial, principalmente com a inserção dela na lista das doenças de notificação compulsória, no qual
qualquer serviço de saúde deve notificar os casos a partir da suspeita clínica e nos casos das gestantes
a suspeita deve ser comunicada em até 24h às secretarias municipais e estaduais de saúde.
Caso você decida participar, você deverá responder um questionário a partir de uma
entrevista sobre sua gravidez, parto e puerpério além de informações de natureza
sociodemográfica.
Durante a realização da entrevista a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você
corre é semelhante àquele sentido num exame físico ou psicológico de rotina. Pode acontecer um
desconforto em relação a algumas perguntas contidas no questionário que será minimizado com uma
conversa e com sua decisão em responder ou não e você terá como benefício uma futura melhora na
qualidade de vida da assistência a vocês, mulheres e mães, bem como na qualidade de vida também de
seus filhos. Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa, você terá
direito a assistência gratuita que será prestada a partir da resolução do problema pela pesquisadora
Ana Beatriz Ferreira Vitorino. Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas
ligando para Ana Beatriz Ferreira Vitorino, no telefone (84) 9 9641.0212.
Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da
pesquisa, sem nenhum prejuízo para você. Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e
serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de
nenhum dado que possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por
essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.
______________________
91
87
(rubrica do Participante/Responsável legal)
_______________________
(rubrica do Pesquisador)
Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo
pesquisador e reembolsado para você.
Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone (84) 3215-3135.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador
responsável Ana Beatriz Ferreira Vitorino.
Consentimento Livre e Esclarecido
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão
coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim
e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa Crescimento e
Desenvolvimento da Criança com microcefalia associada à transmissão vertical do Zika vírus e
autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas
desde que nenhum dado possa me identificar.
Natal, ____ de ________ de 2017.
___________________________________
Assinatura do participante da pesquisa
Declaração do pesquisador responsável
Como pesquisador responsável pelo estudo Crescimento e Desenvolvimento da Criança
com microcefalia associada à transmissão vertical do Zika vírus declaro que assumo a inteira
responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram
esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade
sobre a identidade do mesmo. Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora
assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.
Natal ____ de ________ de 2017.
Impressão datiloscópica do
participante
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____________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
Apêndice D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
para menores de idade
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
TCLE para menores de idade
Esclarecimentos
Estamos solicitando a você a autorização para que o menor pelo qual você é responsável
participe da pesquisa: Crescimento e Desenvolvimento da Criança com microcefalia associada à
transmissão vertical do Zika vírus, que tem como pesquisador responsável o(a) Prof(a) Dra Nilba
Lima de Souza e a discente Ana Beatriz Ferreira Vitorino.
Esta pesquisa pretende acompanhar e analisar as alterações no crescimento e
desenvolvimento de crianças com microcefalia associada à transmissão vertical do Zika vírus.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é a escassez de estudos que investigam o
seguimento da consulta de crescimento e desenvolvimento das crianças com microcefalia oriunda da
transmissão vertical pelo Zika vírus. Além da importância que a doença passou a ter em âmbito
mundial, principalmente com a inserção dela na lista das doenças de notificação compulsória, no qual
qualquer serviço de saúde deve notificar os casos a partir da suspeita clínica e nos casos das gestantes
a suspeita deve ser comunicada em até 24h às secretarias municipais e estaduais de saúde.
Caso você decida autorizar, ele deverá participar da consulta de crescimento e
desenvolvimento e ser observado pela pesquisadora para que haja a coleta de dados durante a
consulta a partir de um questionário.
Durante a realização da consulta de crescimento e desenvolvimento e obtenção dos dados a
previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que ele(a) corre é semelhante àquele sentido num exame
físico ou psicológico de rotina. Pode acontecer um desconforto no momento da consulta que será
minimizado com a presença de seu responsável e ele(a) terá como benefício futuro a melhora na
assistência e consequentemente em sua qualidade de vida. Em caso de algum problema que ele(a)
possa ter, relacionado com a pesquisa, ele(a) terá direito a assistência gratuita que será prestada no
momento da consulta na unidade que ele estará sendo atendido. Durante todo o período da pesquisa
você poderá tirar suas dúvidas ligando para Ana Beatriz Ferreira Vitorino no telefone (84) 9
9641.0212.
Você tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum
prejuízo para você e para ele(a). Os dados que ele(a) irá nos fornecer serão confidenciais e serão
divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado
que possa identificá-lo(a).
__________________
89
(rubrica do Participante/Responsável legal)
___________________
(rubrica do Pesquisador)
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e
por um período de 5 anos. Se você tiver algum gasto pela participação dele(a) nessa pesquisa, ele será
assumido pelo pesquisador e reembolsado para você. Se ele(a) sofrer algum dano comprovadamente
decorrente desta pesquisa, ele(a) será indenizado. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você
deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
telefone (84) 3215-3135. Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra
com o pesquisador responsável Ana Beatriz Ferreira Vitorino.
Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, _________________________________________, representante legal do menor
__________________________________________, autorizo sua participação na pesquisa
Crescimento e Desenvolvimento da Criança com microcefalia associada à transmissão vertical
do Zika vírus.
Esta autorização foi concedida após os esclarecimentos que recebi sobre os objetivos,
importância e o modo como os dados serão coletados, por ter entendido os riscos, desconfortos e
benefícios que essa pesquisa pode trazer para ele(a) e também por ter compreendido todos os direitos
que ele(a) terá como participante e eu como seu representante legal. Autorizo, ainda, a publicação das
informações fornecidas por ele(a) em congressos e/ou publicações científicas, desde que os dados
apresentados não possam identificá-lo(a).
Natal, ___ de ________ de 2017.
_______________________________
Assinatura do representante legal
Declaração do pesquisador responsável
Como pesquisador responsável pelo estudo Crescimento e Desenvolvimento da Criança
com microcefalia associada à transmissão vertical do Zika vírus, declaro que assumo a inteira
responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram
esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade
sobre a identidade do mesmo. Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora
Impressão datiloscópica do
representante legal
90
assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.
Natal, ___ de ______ de 2017.
______________________________________
Assinatura do pesquisador responsável