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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM LUZIA KELLY ALVES DA SILVA NASCIMENTO Ensino do Processo de Enfermagem: visão dos discentes de graduação de Natal/RN NATAL/RN 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

LUZIA KELLY ALVES DA SILVA NASCIMENTO

Ensino do Processo de Enfermagem: visão dos discentes de graduação de Natal/RN

NATAL/RN 2011

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LUZIA KELLY ALVES DA SILVA NASCIMENTO

Ensino do Processo de Enfermagem: visão dos discentes de graduação de Natal/RN

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (Mestrado) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Tecnológico em Saúde e Enfermagem Grupo de Pesquisa: Laboratório Investigação do Cuidado, Segurança, Tecnologia em Saúde e Enfermagem. Orientadora: Profª. Dra. Francis Solange Vieira Tourinho

NATAL-RN

2011

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LUZIA KELLY ALVES DA SILVA NASCIMENTO

Ensino do Processo de Enfermagem: visão dos discentes de graduação de Natal/RN

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção de título de Mestre em Enfermagem.

Aprovada em 13 de dezembro de 2011, pela banca examinadora:

_______________________________________________________________ Profa. Dra.Francis Solange Vieira Tourinho

Orientadora

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

_______________________________________________________________

Profa. Dra. Maria Miriam Lima da Nóbrega

Avaliadora Externa

Departamento de Enfermagem - UFPB

_______________________________________________________________

Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos

Avaliadora Interna

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

_______________________________________________________________

Prof. Dr. Marcos Antônio Ferreira Júnior

Avaliador Interno

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

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DEDICATÓRIA

Aos meus queridos e amados pais, João Marcelino da Silva e Maria das

Dores Alves da Silva (in memoriam), por seus ensinamentos e apoio nas diversas

etapas da minha vida, em especial pela conquista do mestrado.

Mãe, muito obrigada, sei que de onde a senhora está torce por mim e me

protege. Saudades eternas!

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

À minha professora e orientadora, Francis Solange Vieira Tourinho, por fazer

parte desse meu sonho com sua inovada contribuição neste Departamento e na

Enfermagem com novas estratégias de ensino, em busca de estimular sempre a

construção do saber baseado em muita Ciência, Filosofia, Inovação e Tecnologia.

Agradeço pelo apoio, estímulo e paciência dispendidos no decorrer desse

estudo, principalmente por respeitar minhas limitações e acreditar no meu potencial.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado perseverança e permitido meu ingresso no curso de

Mestrado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, um grande sonho

realizado.

Ao meu querido esposo, Adriano Costa por sua eterna paciência, dedicação,

carinho e amor no decorrer de nossas vidas e principalmente no trajeto que percorri

em busca do mestrado, desde o sonho de ser aprovada até sua conclusão, muito

obrigada, te amo muito!

Aos meus irmãos, Aida, Bely, Carlos, Dailto, Edna e Elba por me estimularem a

estudar, buscar sempre o melhor. Meus espelhos, de quem tenho muito orgulho!

Aos meus demais familiares, sogro, sogra, cunhados, cunhadas, tios, tias, primos,

primas e sobrinhos por torcerem pelo meu sucesso pessoal, acadêmico e

profissional.

À minha turma de mestrado, por ter dividido saberes, experiências profissionais e

pessoais, anseios, medos e pelos momentos de descontração e muitas amizades

que foram formadas.

Às amigas, Ana Dulce, Cecília, Mabel, Kallyane, Sâmara e Suênia colegas que se

tornaram amigas de mestrado, amizades construídas embasadas em conhecimentos

que foram compartilhados, estresse que passamos juntas e momentos de lazer que

tivemos e demos muitas risadas. Obrigada por tudo que vocês me proporcionaram e

espero que mesmo longe umas das outras, nossos corações estejam sempre em

sintonia.

Aos professores da Graduação e da Pós-Graduação do Departamento de

Enfermagem da UFRN, por colocarem em nossas mãos as ferramentas com as

quais abriremos novos horizontes, rumo à satisfação plena dos ideais humanos e

profissionais.

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Às professoras, Ana Luisa B. de C. Lira, Viviane Euzébia P. Santos, Maria Miriam L.

da Nóbrega pelas pertinentes contribuições no exame de qualificação.

Aos funcionários do Departamento de Enfermagem da UFRN que estão sempre

prontos a nos ajudar.

Aos integrantes do Grupo de Pesquisa Laboratório de Investigação do

Cuidado, Segurança, Tecnologia em Saúde e Enfermagem por terem

acompanhado e torcido pela conclusão desse estudo, em especial as professoras,

Viviane Euzébia Pereira Santos e Maria Teresa Cícero Laganá, e as bolsistas

Camila, Priscila, Joyce, Liva e Stephanie.

Ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN) pela aprovação desse estudo.

Às direções das Instituições de Ensino de Graduação em Enfermagem do

município de Natal, pela autorização para a realização da pesquisa.

Aos meus amigos, enfermeiros da Liga Contra o Câncer, que me acompanharam

e torceram pela conclusão desse estudo, principalmente a minha gerente Karina

pelo apoio e compreensão na fase final do estudo.

Aos discentes de enfermagem, por terem aceitado participar desse estudo.

Aos professores, Marcos Antônio Ferreira Júnior, Maria Miriam Lima da Nóbrega, e

Viviane Euzébia P. Santos pelo tempo e atenção dispensados na análise deste

trabalho para a participação na banca de defesa. Agradeço pelas importantes

contribuições para conclusão dessa dissertação.

A todos aqueles que, de alguma forma direta ou indiretamente contribuíram para a

realização desse trabalho.

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RESUMO

NASCIMENTO, Luzia Kelly Alves da Silva. Ensino do Processo de Enfermagem: visão dos discentes de graduação de Natal/RN. 2011. 105fls. Dissertação (mestrado) Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal-RN, 2011. O processo de enfermagem (PE) é o meio sistematizado de oferecer cuidados humanizados com o objetivo de atingir os resultados esperados. É crescente a preocupação das instituições de saúde e de ensino em elaborar estratégias de implementação do mesmo. O objetivo desta pesquisa foi conhecer a visão dos discentes do último ano dos cursos de graduação de enfermagem de Natal/RN, sobre o ensino do PE. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório do tipo quanti-qualitativo, realizado em cinco instituições de ensino com o curso de graduação em enfermagem do município de Natal- RN em 2011. A amostra foi composta de 48 discentes dos penúltimos e últimos períodos dos cursos de enfermagem. A coleta dos dados foi realizada por meio de questionário “on line” com perguntas abertas e fechadas via SurveyMonkey. Foi utilizada para os dados quantitativos a estatística descritiva através do programa Microsoft Office Excel e para os dados qualitativos, a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados apontaram um predomínio de discentes do sexo feminino (81,25%) com idade entre 21- 39 anos (75,00%) e no último período do curso (62,50%). Quanto à opinião dos discentes sobre o PE surgiram duas categorias: 1)Processo de Enfermagem como método fundamentado em conhecimento científico e estabelecido por etapas; 2)Qualidade da Assistência de Enfermagem, com duas subcategorias: Processo de Enfermagem como Prática de Enfermagem e Processo de Enfermagem como instrumento de melhoria da qualidade da assistência e promoção do bem-estar. Em relação ao ensino do PE os discentes (45,83%) disseram que o conhecimento do docente sobre o tema é bom; 81,25% relataram que os professores utilizam uma metodologia de ensino tradicional com componentes problematizadores e 45,83% respondeu que é abordado em disciplinas específicas de forma isolada a partir do eixo profissional. A fase do PE que os discentes de enfermagem têm mais dificuldades de apreensão é a implementação, sendo citada 22 vezes (29,70%). Em relação às dificuldades dos discentes, nos campos de estágio supervisionados, em aplicar o PE foi relatado por 83,50% que os entraves estavam relacionados a não implementação na prática, sobrecarga de trabalho e falta de crença do enfermeiro no PE. As estratégias de integração docente-assistenciais descritas quanto aos campos de estágio foram: a capacitação dos enfermeiros para que possam contribuir com a Universidade na implementação no serviço e ensino; e a necessidade das universidades focarem, de forma contínua no decorrer do curso, o PE com o envolvimento e estímulo dos docentes nesse processo. Esses resultados mostram que o PE para os discentes de enfermagem é uma metodologia de trabalho da profissão que precisa ser implementada efetivamente na realidade prática para que o seu ensino se torne efetivo e os futuros profissionais possam trazer contribuições reais na realização de ações sistematizadas com vistas a melhoria da qualidade da assistência e das ações da enfermagem. Espera-se que esse estudo possa contribuir em trazer algumas estratégias para facilitar a integração entre teoria e prática no ensino do PE e estimular uma discussão sobre o tema nas Escolas de Enfermagem onde a pesquisa foi realizada junto aos coordenadores, docentes e discentes. Palavras-chaves: Enfermagem. Processos de Enfermagem. Educação em Enfermagem

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ABSTRACT

NASCIMENTO, Luzia Kelly Alves da Silva. Nursing Teaching Process: student’s vision of graduation of Natal/RN. 2011. 105fls. Thesis (master’s degree) Nursing Posgraduation Program. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal-RN, 2011. The nursing process (NP) it’s the systematized way of offering humanized care with the objective of reaching the expected results. The concern of the health and education institutions of elaborating implementation strategies of it is growing. The objective of this research was to know the vision of the senior students of the nursing graduation courses from Natal/RN, about the teaching of the NP. It’s about a descriptive and exploratory study of the qualitative and quantitative type, done in five teaching institutions of the undergraduate nursing course of the municipality of Natal- RN in 2011. The research was composed by 48 students of the last 2 years of the nursing course. The gathering of the data was done through an online survey with open and closed questions via SurveyMonkey. For the quantitative data it was used the descriptive statistics from Microsoft Office Excel and for the qualitative data the Content Analysis of Bardin. The results pointed a predominance of female students (81,25%) with an age between 21- 39 years old (75,00%) and in the last year of the course (62,50%). As the opinion of the students about the NP two categories emerged: 1) Nursing Process as grounded method in scientific knowledge and established in two stages; 2) Nursing Assistance Quality, with two subcategories: Nursing Process as Nursing Practice and Nursing Process as instrument of improvement of the aid quality and promotion of well-being. In relation to the tuition of the NP the students (45,83%) said that the knowledge on the subject of the instructor was good; 81,25% reported that the professors use a traditional teaching methodology with the problem solving components and 45,83% answered that is addressed in specific disciplines in an isolated way starting from the professional line. The phase of NP that the nursing students have more difficulties of learning and implementing, being mentioned 22 times (29,70%). In relation to the student’s difficulties, in the fields of supervised internships, in applying the NP it was stated for 83,50% that the barriers were related to the non implementation of the practice, overwork and the lack of trust of the nurse in the NP. The teaching-care strategies described as the internship fields were: the training of nurses to be able to contribute with the University in the implementation of the service and teaching; and the need of the universities to focus, continuously throughout the course, the NP with the involvement and incentive of the instructors in this process. These results show that the NP for the nursing students is a work methodology of the profession that needs to be implemented effectively in the practical reality for its teaching to turn effective and for the future professionals to be able to bring real contributions in the achievement of systematized actions trying to improve the assistance quality and the nursing actions. It is expected that this study could help bringing some strategies to facilitate the merging between theory and practice in teaching the NP and stimulate a discussion about the topic at the Nursing Schools where the research was held together with the coordinators, instructors and students. Key Words: Nursing. Nursing Process. Nursing Education

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Fases do Processo de Enfermagem, nas quais os discentes em

estudo têm dificuldades de apreensão. Natal/RN, 2011 ........................ 64

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Dados sociodemográficos dos discentes em estudo. Natal/RN, 2011 ...... 49

Tabela 2 Dados acadêmicos dos discentes em estudo. Natal/RN, 2011 ................. 51

Tabela 3 Opinião dos discentes em estudo quanto ao ensino do PE em relação

ao conhecimento e a metodologia dos docentes. Natal/RN, 2011 ........... 60

Tabela 4 Opinião dos discentes em estudo quanto às dificuldades nos campos

de estágio em aplicar o PE. Natal/RN, 2011 ............................................ 66

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEn: Associação Brasileira de Enfermagem

CEP- UFRN: Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte

CES: Câmara de Educação Superior

CIPE: Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem

CIPESC: Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem em Saúde

Coletiva

COFEN: Conselho Federal de Enfermagem

CNE: Conselho Nacional de Educação

DCN: Diretrizes Curriculares Nacionais

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MAE: Metodologia da Assistência de Enfermagem

MEC: Ministério da Educação

NANDA - I: North American Nurses Diagnosis Association- International

NIC: Nursing Interventions Classification

NOC: Nursing Outcomes Classification

PE: Processo de Enfermagem

PP: Projeto Pedagógico

SAE: Sistematização da Assistência de Enfermagem

SUS: Sistema Único de Saúde

TCC: Trabalho de Conclusão de Curso

TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

USP: Universidade de São Paulo

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15

2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 22

2.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 23

2.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 23

3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 24

3.1 O Processo de Enfermagem: aspectos históricos, conceituais, etapas e

regulamentação ....................................................................................................... 25

3.2 Diretrizes Curriculares Nacionais, Projetos Pedagógicos e aspectos legais

para o ensino na Graduação em Enfermagem ......................................................... 31

3.3 Crenças, valores e aspectos culturais que permeiam o processo de

enfermagem ............................................................................................................. 34

3.4 O Envolvimento do ensino de graduação com o processo de enfermagem ....... 37

4 MÉTODO .............................................................................................................. 40

4.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................ 41

4.2 Local da pesquisa .............................................................................................. 41

4.3 População e amostra ......................................................................................... 42

4.4 Técnica de coleta de dados ............................................................................... 43

4.4.1 Aspectos Éticos ............................................................................................... 43

4.4.2 Procedimentos de coleta de dados ................................................................. 44

4.5 Procedimentos para tratamento e análise dos dados ......................................... 46

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 48

5.1 Caracterizações sociodemográficas e acadêmicas dos discentes de

enfermagem ............................................................................................................. 49

5.2 Opinião dos discentes de enfermagem sobre o processo de enfermagem ........ 52

5.2.1 Processo de enfermagem como método fundamentado em conhecimento

científico e estabelecido por etapas ........................................................................ 52

5.2.2 Qualidade da Assistência de Enfermagem ...................................................... 54

5.2.2.1 Processo de Enfermagem como prática de enfermagem ............................. 55

5.2.2.2 Processo de Enfermagem como instrumento de melhoria da qualidade

da assistência e promoção do bem-estar ................................................................. 58

5.3 Opinião dos discentes de enfermagem sobre o ensino do processo de

enfermagem ............................................................................................................. 60

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5.3.1 Conhecimento e a metodologia utilizada pelos docentes no ensino do

processo de enfermagem......................................................................................... 60

5.3.2 Processo de Enfermagem nas disciplinas do curso ........................................ 62

5.3.3 Identificação das fases do processo de enfermagem que os discentes de

enfermagem têm dificuldades de apreensão. ........................................................... 63

5.3.4 Dificuldades dos discentes de enfermagem nos campos de estágio

supervisionados em aplicar o processo de enfermagem .......................................... 66

5.3.4.1 Aspectos da não implementação do processo de enfermagem .................... 67

5.4 Estratégias da academia e dos serviços de saúde para facilitar a apreensão

e aplicação do processo de enfermagem na prática profissional. ............................ 69

5.4.1 Estratégias de integração docente-assistencial. .............................................. 69

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 75

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 80

APÊNDICES ............................................................................................................ 89

ANEXOS .................................................................................................................. 104

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INTRODUÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

A prática de enfermagem vem ao longo de sua história passou por mudanças

e evoluções, o que levou os profissionais a fazerem questionamentos e reflexões

sobre sua situação. A partir de então, construiu-se um método científico, que

redefiniu o papel do enfermeiro para um cuidado individualizado e sistematizado,

chamado de Processo de Enfermagem (PE), que contribuiu e contribui sobremaneira

na organização das ações de enfermagem.

Desde que surgiu, o processo de enfermagem preocupa-se com a melhoria

da qualidade da assistência prestada. Preocupação essa segundo Tannure e

Pinheira (2010) suscitada pioneiramente na metade do século passado (1820-1910),

com Florence Nightingale que defendia a idéia de que a enfermagem requeria de

conhecimentos distintos do médico, idealizou uma prática apoiada em teorias,

reflexões e questionamentos com enfoque nas pessoas como seres sociais e não

apenas na saúde das mesmas.

No Brasil, a introdução da sistematização das ações de enfermagem ocorreu

a partir da publicação da obra “Processo de Enfermagem” de Wanda de Aguiar

Horta, na década de 1970. A metodologia de trabalho foi fundamentada num método

científico, em que as ações são sistematizadas e inter-relacionadas direcionadas a

assistência ao ser humano, denominado processo de enfermagem (HORTA, 1979).

Para Alfaro-Lefreve (2005), o processo de enfermagem é o meio

sistematizado de oferecer cuidados humanizados para atingir resultados esperados.

É sistemático, pois segue cinco passos que ocorrem de forma concomitante e inter-

relacionados (investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação);

e é humanizado, na medida em que, a prestação dos cuidados é baseada nas

necesidades do paciente.

Smeltzer e Bare (2002) consideram o processo de enfermagem como a

essência da enfermagem, onde identifica e resolve os problemas de saúde.

Na literatura evidenciam-se outras denominações para o processo de

enfermagem que são utilizadas como sinônimos, como Sistematização da

Assistência de Enfermagem (SAE), Sistema de Assistência de Enfermagem e

Metodologia da Assistência de Enfermagem (MAE). Ressalta-se que estes termos

referem-se a maneiras de organização da assistência tornando possível a

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operacionalização do processo de enfermagem, mas conceitualmente não são

sinônimos, o que leva a aplicação conflituosa desses conceitos na literatura

(DELL’ACQUA; MIYADAHIRA, 2002).

Neste Contexto, Fuly, Leite e Lima (2008) fizeram um estudo onde

analisaram a produção bibliográfica sobre sistematização da assistência de

enfermagem com o intuito de discutir conceitos ligados ao tema. Descreveram que

existem três correntes de pensamento sobre o emprego dos conceitos nas

literaturas consultadas. A primeira corrente reconhece que os termos Sistematização

da Assistência de Enfermagem (SAE), Metodologia da Assistência de Enfermagem

(MAE) e Processo de Enfermagem (PE) como termos distintos. A segunda corrente

reconhece que Processo de Enfermagem e Metodologia da Assistência de

Enfermagem (MAE) como sinônimos. E a terceira corrente afirma que PE, SAE e

MAE são sinônimos. Afirmam também que há a necessidade de padronização da

linguagem utilizada em relação a SAE para contribuir no fortalecimento da

enfermagem.

Tannure e Pinheiro (2010) definem sistematização da assistência de

enfermagem como um importante instrumento norteador da prática, tendo em vista

que, sua implementação no processo de enfermagem como modelo assistencial

refletirá na melhoria da qualidade dos cuidados prestados e dá autonomia e

reconhecimento à profissão.

Para que isso ocorra deve ser fundamentado em modelos conceituais ou

teorias de enfermagem que se adequem a cada realidade de cuidado. O uso de

bases teórico-filosóficas no processo de enfermagem legitima o conhecimento, de

forma a melhor definir o trabalho e estabelecer o processo assistencial e gerencial

em todos os níveis de complexidade, o que pode promover o maior impacto sobre a

prática (CIANCIARULLO et. al., 2008).

Para Braga e Silva (2011) a enfermagem, através do uso e desenvolvimento

de teorias, passa a ser reconhecida como disciplina na área de saúde, e é um

importante instrumento a ser aplicado na prática, na academia e na pesquisa.

A implementação do PE como método científico de trabalho dá condições

para a continuidade e a integralidade do cuidado holístico, proporciona a valorização

e satisfação do enfermeiro e das demais categorias, solidifica o trabalho em equipe

e promove melhoria da qualidade na assistência.

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Neste contexto, é exigido dos profissionais capacidades técnicas,

intelectuais, cognitivas e interpessoais na execução do processo de enfermagem, é

na academia ao longo da formação teórico-filosófica e prática que essas habilidades

começam a ser desenvolvidas (LEADEBAL et.al., 2010).

Para Backes et. al. (2005) a implementação de ações sistematizadas em

instituições de saúde tem enfrentado paradigmas estruturais, culturais e políticos, e

tem que desmistificar crenças, desvendar temores e resistências intrínsecas ao

processo de mudança. É um processo cultural de início lento, dinâmico e gradual,

pressupõe-se que a superação desses problemas, promoverá uma mudança no

modo de ser e de compreender o papel do enfermeiro na prática assistencial.

A Resolução do Conselho Federal de enfermagem (COFEN) - 358/2009, de

15 de outubro de 2009, dispõe sobre a Sistematização da Assistência de

Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes

públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem e dá

outras providências (BRASIL, 2009). Tendo em vista a obrigatoriedade do

cumprimento da resolução, cresce a preocupação dos enfermeiros e das instituições

públicas e privadas de saúde brasileiras em adotar o quanto antes uma metodologia

sistematizada na prestação dos cuidados.

É importante ressaltar que para o processo de implantação da SAE no

Sistema Único de Saúde (SUS) nos níveis da atenção básica, média e alta

complexidade e no âmbito particular, deve acontecer em parceria com a diretoria

das referidas instituições, para que haja investimentos em treinamentos,

aperfeiçoamentos e motivação da equipe de enfermagem, afim de que bons

resultados sejam alcançados.

Na atenção básica no SUS para Saito (2008) as ações e práticas de saúde

realizadas por meio da estratégia de saúde da família (modelo de reorganização)

requerem equipes de saúde competentes para atuar nessa nova realidade.

Nesse quadro, o processo de enfermagem enquadra-se em corroboração

com a estratégia de saúde da família no sentido da prestação de cuidados por

profissionais competentes, baseados nas necessidades reais do usuário e na busca

da resolutividade dos problemas detectados. O enfermeiro como líder da equipe de

saúde é sujeito ativo no processo de enfermagem, atua de forma organizada na

promoção, proteção e recuperação da saúde do cliente em busca desta forma a

integralidade da atenção.

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Acrescenta Backes et. al. (2005) que o processo de enfermagem em

instituições de saúde confere qualificação do profissional, individualização e

humanização da assistência ao paciente. E como processo dinamizador e otimizador

da assistência, promove a continuidade do cuidado, visibilidade da profissão,

fornece dados para pesquisa, controle dos gastos institucionais e reforça a

responsabilidade profissional do enfermeiro na sua execução.

Tem-se notado a desarticulação da teoria com a prática (ausência de

referencial teórico e metodologia adequados) na operacionalização do PE e, até

mesmo, a falta de implementação do mesmo como prática de enfermagem; torna-se

dessa forma, um grande desafio, principalmente, para as lideranças dispostas a

desencadear essa prática.

Takahashi et. al. (2008) concluíram em seu estudo que apesar da maioria dos

enfermeiros afirmar ter estudado e realizado as fases do processo na graduação,

tinham dificuldades na prática. Mostraram com essa afirmação que há deficiências

no preparo teórico e prático do enfermeiro para executar a sistematização da

assistência de enfermagem.

Acredita-se que o uso do método científico sistematizado que objetiva o

cuidado individualizado, com foco na pessoa e não na doença, através da relação

interativa do enfermeiro-cliente/família/comunidade, é uma forma de garantir

reconhecimento profissional, racionalização e humanização da assistência. Destaca-

se a importância do ensino do processo de enfermagem na academia como forma

de proporcionar e estimular o desenvolvimento de competências e habilidades de

aplicação na prática de um método científico de organização das ações.

Diante do exposto a necessidade da realização desse estudo surgiu como

uma preocupação e inquietude como enfermeira da educação permanente de uma

instituição de saúde e docente da graduação de enfermagem. Tendo

responsabilidades na formação de futuros profissionais e, visto que, o ensino

oferece subsídios para a prática, surgiu o interesse em estudar o ensino do processo

de enfermagem na graduação.

Percebo na prática profissional a desarticulação teórico-prática no processo

de enfermagem, tanto pelos enfermeiros formados como pelos alunos da graduação.

Fato este apontado nos estudos científicos como resultado de falta de

conhecimento dos enfermeiros sobre o tema, evidenciado por lacunas existentes no

ensino. A deficiência de conhecimento durante o processo de formação reflete na

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prática profissional, evidenciada nas dificuldades de implementação do processo de

enfermagem e, até a não adesão ao mesmo (TAKAHASHI et. al., 2008).

Dell’Acqua e Miyadahira (2002) e Hermida e Araújo (2006) apontam para que

haja uma maior integração docente-assistencial, ou seja, da academia com os

serviços de saúde e estímulo à adesão ao processo de enfermagem pelos

enfermeiros dos campos de estágio, como uma das estratégias de aproximação da

teoria com a prática.

Nesse contexto surgiram diversas inquietações que merecem reflexões: Estão

os enfermeiros sendo preparados na academia para inovar e assumir as

responsabilidades legais de sua prática? O ensino do processo de enfermagem está

contextualizado com a realidade vivenciada pela enfermagem na prática cotidiana?

Qual o significado do processo de enfermagem para os graduandos? Qual o eixo

norteador no ensino do processo de enfermagem na percepção dos discentes?

Sabem os discentes o diferencial do trabalho do enfermeiro na utilização do

processo de enfermagem? Quais as dificuldades de executar o processo de

enfermagem nos estágios curriculares?

A integração ensino-assistência com relação ao processo de enfermagem tem

sido um grande desafio nas últimas décadas. Na assistência, a implementação do

processo de enfermagem esbarra em diversas dificuldades (organizacionais,

estruturais, burocráticas etc.), tornando-o muitas vezes um método desestimulador e

dificultador da prática. Na academia, a distância entre pensar e o fazer emerge nos

campos de estágio dando indicação de que o aluno não recebeu o devido preparo

para a aplicação do processo no cotidiano vivenciado.

Fato este tem sido motivo de reflexão dentro da academia. É grande a

responsabilidade dos docentes na formação de profissionais como atores ativos que

entendam e assumam suas responsabilidades e fazer com que os mesmos reflitam

que a valorização profissional se dá pela sua postura no enfrentamento dos

problemas da prática.

Destarte, é com a interlocução dos conhecimentos da prática com os

científicos na execução do processo de enfermagem que dará suporte para o

desenvolvimento de um trabalho legítimo, eficiente e sistemático o que culminará em

uma prática com resultados positivos e com maior capacidade de enfrentamento das

adversidades do cotidiano das instituições de saúde e de ensino.

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Desta forma, sentiu-se a necessidade de estudar o ensino do processo de

enfermagem com destaque para a importância de saber e refletir sobre seus

entraves com os discentes, de forma a promover reflexões para reavaliação do

mesmo no campo teórico e reorganização das atividades práticas nos cursos de

graduação de enfermagem.

A temática deste estudo é relevante, pois levantará uma ampla discussão

sobre o tema nas Escolas de Enfermagem e contribuir para suscitar sugestões para

implementação de medidas, junto às instituições de ensino, de preenchimento das

lacunas existentes no ensino do processo de enfermagem. Contribuição essa que

em longo prazo poderá ser refletida na prática profissional, com o oferecimento de

subsídios para a implementação de um processo de enfermagem articulado com a

teoria e prática, cooperar para a definição clara das atividades do enfermeiro, o que

poderá trazer a melhoria da qualidade da assistência e consequente

reconhecimento, autonomia e satisfação profissional. E tendo em vista a importância

do tema para o ensino e assistência, o estudo contribuirá com a comunidade

científica e ajudará na aquisição do conhecimento técnico-científico com respeito à

identificação do contexto em que o ensino do processo de enfermagem está

inserido, na visão dos educandos de graduação de enfermagem do município de

Natal. As reflexões da pesquisa oferecerão subsídios para aprofundamento do tema

em estudo, contribuir para outras investigações e fortalecer os avanços do processo

ensino-aprendizagem, e, consequentemente da nossa prática imprimindo

cientificismo para a profissão.

Partindo desse contexto, formulou-se a seguinte questão de pesquisa: Qual a

opinião do discente quanto ao ensino do processo de enfermagem em sua formação

acadêmica?

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OBJETIVOS

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL:

Conhecer a visão dos discentes do último ano dos cursos de

graduação em enfermagem no município de Natal/RN sobre o ensino do Processo

de Enfermagem.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Identificar a opinião dos discentes sobre o conhecimento dos docentes

em relação ao ensino do processo de enfermagem e a metodologia de ensino

utilizada.

Descrever como o processo de enfermagem tem emergido nas

disciplinas do curso.

Identificar as dificuldades dos discentes em executar as fases do

processo de enfermagem na prática acadêmica dos estágios curriculares.

Investigar a opinião dos discentes sobre estratégias da academia e da

assistência para facilitar o aprendizado e aplicação do processo de enfermagem.

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REVISÃO DE LITERATURA

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3. REVISÃO DE LITERATURA

Na primeira parte da revisão foi feito um breve histórico da evolução do

processo de enfermagem, definiram-se conceitos, etapas e sua regulamentação. A

seguir, foi feito uma abordagem das Diretrizes Curriculares Nacionais, do Projeto

Pedagógico de curso, nos aspectos legais para o ensino na Graduação em

Enfermagem. Foram contemplados, também, aspectos relativos às crenças, valores

e aspectos culturais que permeiam a implementação do PE. Por último, foram

abordados aspectos relativos ao envolvimento do ensino com o processo de

enfermagem, as dificuldades, incompatibilidades e dicotomias teórico-práticas no

ensino do processo de enfermagem nas instituições de formação superior.

3.1. O Processo de Enfermagem: aspectos históricos, conceituais, etapas e

regulamentação.

Por várias décadas a Enfermagem foi galgada pelo modelo biomédico

tradicionalmente aceito, no qual priorizava as doenças em detrimento das pessoas.

Nasce na segunda metade do século XIX a preocupação com relação à necessidade

de desenvolvimento pela enfermagem de conhecimentos teórico-científicos próprios

e distintos daqueles da medicina direcionado ao enfoque holístico do indivíduo

(NIGHTINGALE, 1989).

Para Souza (1984) apud Tannure e Pinheiro (2010), mesmo com a influência

de Florence, as ações de enfermagem por muito tempo foram voltadas para a

doença e com ações tecnicistas de forma não organizada e baseadas na crença do

modelo biomédico como método para o cuidar, através das ações direcionadas para

a doença e não para o indivíduo. A enfermagem, desta forma, permanece nesse

modelo por várias décadas.

As mudanças ocorridas na sociedade com a segunda guerra mundial, a

revolução feminista, as evoluções tecnológicas, educacionais, sociais e políticas

levaram os enfermeiros a questionar e refletir sobre suas ações práticas

(CIANCIARULLO et. al., 2008; TANNURE; PINHEIRO, 2010).

Confirma Souza (1984) apud Tannure e Pinheiro (2010), que surge assim a

necessidade de a enfermagem refletir sobre sua atividade profissional. Viu-se a

necessidade de construção de um corpo de conhecimentos específicos e

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organizados. A melhoria na educação foi a estratégia pensada para a melhoria do

preparo dos profissionais para a promoção da melhoria da qualidade dos cuidados

oferecidos a comunidade.

Por volta da década de 1950 é dada a ênfase ao cuidado holístico, em que a

assistência de a enfermagem passa a ser voltada para as necessidades individuais

das pessoas, enfocando o ser humano e não somente a doença. Foi um período

marcado pela busca de identidade própria, por meio do desenvolvimento de

conhecimentos específicos e organizados para a enfermagem e discussões acerca

das necessidades e entraves da profissão (TANNURE; PINHEIRO, 2010).

Entendeu-se nesse contexto, por volta da década de 1960 e 1970, que a

construção de conhecimentos específicos se realizaria por meio de elaboração de

teorias ou modelos conceituais próprios, através da relação dos conceitos centrais

(seres humanos, o ambiente, a saúde e a enfermagem) em sua maioria

(CIANCIARULLO et. al., 2008).

As teorias compreendem um conjunto de conceitos e pressupostos,

relacionados entre si, com abrangência no campo da prática, do ensino e da

pesquisa. Tais teorias referem-se ao saber-fazer, fornece bases para prática o que

traz autonomia e identidade a profissão (LEOPARDI, 2006).

George (2000) afirma que teoria é um conjunto de conceitos inter-

relacionados, definições e proposições sistemáticas de ver os fatos/eventos pela

especificação das relações entre as variáveis.

O grande desafio da enfermagem contemporânea é a aproximação das

teorias de enfermagem com a prática no intuito de legitimar o conhecimento, de

forma a melhor definir o trabalho e estabelecer o processo assistencial e gerencial

em todos os níveis de complexidade, para promover o maior impacto sobre a

prática. Para Garcia e Nóbrega (2010) a escolha de uma teoria de enfermagem para

guiar a prática, não é fácil, é sabido que requer conhecimentos destas e dos

fenômenos das situações clínicas do indivíduo ou da comunidade a quem se presta

o cuidar.

No Brasil, na segunda metade da década de 1960, a enfermeira Wanda de

Aguiar Horta foi a pioneira em introduzir a teoria para a profissão. A Teoria das

Necessidades Humanas Básicas trouxe contribuição à prática assistencial de

enfermagem, onde propôs um referencial para uma assistência sistematizada, que

vislumbrou uma nova perspectiva para a Enfermagem (HORTA, 1979).

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Com a expansão do conhecimento através das pesquisas na década de 1980

e 1990 as teorias passaram a avançar e serem mais utilizadas para subsidiar a

prática, com a criação um método científico específico e sistemático para o fazer do

enfermeiro, o processo de enfermagem (AMANTE; ROSSETTO; SCHNEIDER,

2009).

Ainda nessas décadas houve um importante avanço na metodologia da

assistência de enfermagem, que foi o desenvolvimento da taxonomia da North

American Nurses Diagnosis Association International (NANDA-I) e a Classificação

Internacional da Prática de Enfermagem (CIPE), dentre outras. Destaca-se o

empenho da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) para o desenvolvimento

e a validação da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem em Saúde

Coletiva (CIPESC), por ser uma taxonomia com contribuição brasileira para atender

às demandas da realidade do país na área da saúde coletiva, mais especificamente

(KLETEMBERG et. al., 2010).

O termo Processo de Enfermagem aparece pela primeira vez em 1955 em

uma conferência onde Linda Hall afirmou que a “Enfermagem é um processo”. E na

literatura surge em 1961 com Ida Orlando, com a perspectiva de sistematizar a

assistência de enfermagem com enfoque a relação enfermeiro-cliente e suas

respostas com vistas ao cuidado com qualidade (CAMPEDELLI, 1989).

Ainda, na década de 1950, o processo de enfermagem como um método

sistematizado, compreendeu três etapas: histórico, planejamento e evolução. Tal

processo baseava-se no método da observação e mensuração para reunião e

análise de dados. Nesse período essas metodologias foram inseridas como dentro

do referencial conceitual dos currículos de enfermagem no mundo. (DOENGES;

MOORHOUSE; GEISSLER, 2003 apud SILVA, 2006).

Para Tannure e Pinheiro (2010) e Garcia e Nóbrega (2000) o processo de

enfermagem é um método científico aplicado para se implementar na prática os

conceitos de uma teoria de enfermagem.

Ledesma-Delgado e Mendes (2009) afirmam que o processo de enfermagem

é uma metodologia que estimula o pensamento crítico e a criatividade na resolução

de problemas da realidade prática, que aproxima o trabalho de enfermagem nos

âmbitos atenção à saúde, da educação e da pesquisa.

O processo de enfermagem é a ferramenta do enfermeiro para pensar sobre

o cuidado de uma forma organizada e sistemática. É a essência da enfermagem que

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estimula o pensamento crítico por ser intencional, organizado e sistemático onde

cada etapa tem um objetivo específico. Ser humanístico pelo enfoque holístico do

ser humano pois leva em conta o corpo, mente e o espírito; ser cíclico e dinâmico,

pois suas etapas se interrelacionam. Ser focalizado em resultados, o melhor

desfecho de forma mais eficiente e efetiva; ser pró-ativo no sentido de prevenção de

problemas com o controle dos fatores de risco. Ser baseado em evidências, onde as

decisões e julgamentos são determinadas pelos melhores achados. Ser intuitivo e

lógico onde as evidências apoiam a decisão. Ser reflexivo, criativo e direcionado

para a melhoria, sendo a avaliação constante e a reflexão importante na melhoria

dos cuidados prestados (ALFARO-LEFREVE, 2010).

É operacionalizado por etapas que se inter-relacionam, são interdependentes

e acontecem concomitantemente. Nos dias atuais, baseando-se na Resolução

COFEN-358/2009, o processo de enfermagem organiza-se em cinco etapas: a

coleta de dados ou histórico de enfermagem, o diagnóstico de enfermagem, o

planejamento de enfermagem, a implementação e a avaliação de enfermagem.

A primeira etapa é a investigação (anamnese e exame físico) ou coleta de

dados (ou histórico de enfermagem), em que ocorre a coleta de dados sobre o

estado de saúde do indivíduo, família ou comunidade e suas respostas através do

histórico de enfermagem. Tem o objetivo de identificar as necessidades, problemas,

preocupações e respostas humanas. Além de monitorar evidências de problemas de

saúde potenciais ou reais e fatores de risco que possam influenciar os problemas de

saúde. (TANNURE; PINHEIRO, 2010; ALFARO-LEFEVRE, 2010; BRASIL, 2009).

Para Alfaro-Lefreve (2005) a investigação ocorre em cinco etapas que são: a

coleta, a validação, o agrupamento, a identificação dos padrões e a comunicação e

registro dos dados. A investigação relaciona-se diretamente com o diagnóstico de

enfermagem, pois no decorrer da coleta de dados começa a interpretação do que os

mesmos significam, mostrando assim interrelação destas etapas.

A segunda etapa é o diagnóstico de enfermagem, na qual os dados coletados

são agrupados, analisados e interpretados criteriosamente, para promover a

identificação dos problemas de saúde reais ou potenciais e pontos fortes do cliente

que vão fornecer direcionamento para o plano de cuidados com a seleção das ações

ou intervenções, com as quais pretende-se alcançar os resultados esperados.

(TANNURE; PINHEIRO, 2010; ALFARO-LEFEVRE, 2010; BRASIL, 2009).

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Os diagnósticos de enfermagem devem ser listados de acordo com as

prioridades e necessidades de bem-estar do cliente. Para a realização dos

diagnósticos são utilizadas taxonomias ou sistemas de classificação. Na atualidade

a mais utilizada no mundo é a Taxonomia da NANDA-I. Os componentes estruturais

dos diagnósticos de enfermagem são: o enunciado diagnósticos, que estabelece um

nome para o diagnóstico; os fatores relacionados que são as causas do problema;

as características definidoras, que são as manifestações clínicas; as evidências que

levaram a identificação do problema e os fatores de risco, que podem ser

ambientais, fisiológicos, psicológicos, genéticos ou químicos que aumentam as

chances de desenvolvimento de outro problema. Os diagnósticos podem ser reais

(ou atuais), de risco, de promoção da saúde e de bem-estar. (NANDA, 2010).

A terceira etapa é o planejamento de enfermagem, que é o estabelecimento

das prioridades das ações ou intervenções de enfermagem de acordo com os

diagnósticos traçados que serão implementados mediante as respostas do indivíduo,

família e coletividade e determinação dos resultados esperados para corrigir,

diminuir ou evitar problemas. (TANNURE; PINHEIRO, 2010; ALFARO-LEFEVRE,

2010; BRASIL, 2009).

É importante que na formulação de resultados esperados alguns itens sejam

levados em consideração. Deve ser claro e conciso, centrado no cliente, estar

relacionado ao título diagnóstico, ser alcançável, conter limite de tempo e ser

mensurável. A fase de planejamento está sobreposta à implementação na medida

em que o plano orienta as ações realizadas na fase de implementação (ALFARO-

LEFEVRE, 2005).

A quarta etapa, chamada de implementação consiste em colocar o plano em

ação. É realizada através das ações ou intervenções pontuadas na etapa de

planejamento. Ocorre a construção da prescrição de enfermagem embasada em

diagnóstico prévio, com vistas à obtenção dos resultados esperados. Ressalta-se

que as respostas do paciente e o desenvolvimento do profissional devem ser

avaliados permanentemente. A prescrição dos cuidados deve ser embasada nas

causas dos problemas e nos sinais e sintomas detectados no diagnóstico de

enfermagem (TANNURE; PINHEIRO, 2010; ALFARO-LEFEVRE, 2010; BRASIL,

2009).

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Na redação de uma prescrição de enfermagem deve conter o que, como,

quando, onde, com que frequência e por quanto tempo fazer determinada ação de

enfermagem (ALFARO-LEFEVRE, 2005).

Para uma padronização das intervenções de enfermagem foi criada uma

taxonomia, a Nursing Intervention Classification (NIC). Ressalta-se que existe uma

associação entre um diagnóstico de enfermagem, da NANDA-I, a intervenção da

NIC e os resultados da Classificação dos resultados de enfermagem (Nursing

Outcomes Classification - NOC). Para cada diagnóstico da NANDA há uma lista de

resultados esperados de enfermagem. (TANNURE; PINHEIRO, 2010).

A quinta etapa é a avaliação de enfermagem ou evolução. Trata-se de um

processo contínuo onde as respostas do indivíduo, família ou coletividade às ações

prescritas e implementadas são acompanhadas, através de anotações nos

prontuários, da observação direta da reação do paciente às ações propostas e do

relato do cliente, com reorientação se necessário, caso os resultados esperados não

tenham sido alcançados. A avaliação é realizada em todas as etapas do processo

de enfermagem, que vão ser analisadas quanto à necessidade de mudanças ou

melhorias de acordo com os resultados alcançados (TANNURE; PINHEIRO, 2010;

ALFARO-LEFEVRE, 2010; BRASIL, 2009).

A aplicação da sistematização da assistência de enfermagem pelo processo

de enfermagem dá subsídios para o enfermeiro gerenciar e implementar o cuidado

de forma organizada, segura, dinâmica e competente (BACKES et. al., 2005).

Em virtude das Leis e resoluções que trazem a obrigatoriedade de algumas

funções privativas ao enfermeiro, cresce a preocupação das instituições de saúde e

de formação em elaborar estratégias de implementação e ensino do processo de

enfermagem.

Ressalta-se, a determinação da assistência sistematizada através da lei

7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da

Enfermagem. Nesse sentido, destaca-se no art. 11º, que, dentre as atividades

exclusivas do enfermeiro, estão suas responsabilidades no tocante ao planejamento,

organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de

enfermagem, bem como na consulta e na prescrição da assistência de enfermagem

(BRASIL, 1986).

A regulamentação da consulta e da prescrição de enfermagem marcou a

caminhada da metodologia da assistência de enfermagem iniciada na década de

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1960. Foi um importante avanço em termos de autonomia profissional, definição

clara das funções dos membros da equipe de enfermagem e na aceitação da

sistematização da assistência de enfermagem como parte das atividades privativas

do enfermeiro o que levou ao entendimento da necessidade de busca de

conhecimento para implementação do método científico no processo de trabalho do

enfermeiro (KLETEMBERG et. al., 2010).

O uso do PE proporciona um trabalho intelectual, no qual o profissional tem a

oportunidade de crescer e transformar-se num ser crítico e reflexivo, capaz de

questionar suas próprias atitudes e, assim, participar de forma mais ativa no cuidado

do paciente. Contribui ainda, para a organização do trabalho do enfermeiro e para a

melhoria da qualidade e da credibilidade dos serviços prestados, o que permitirá

que a assistência seja planejada por meio de fundamentação científica e não

aleatória, e trará desta forma visibilidade e autonomia à profissão.

3.2. Diretrizes Curriculares Nacionais, Projetos Pedagógicos e aspectos legais

para o ensino da Graduação em enfermagem.

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os Cursos de Graduação em

Enfermagem têm o objetivo de fornecer um direcionamento para a reconstrução,

implantação e implementação dos projetos pedagógicos (PP). Levam em conta o

contexto histórico, sócio, político, econômico, demográfico e epidemiológico

embasado nos princípios de integralidade, equidade e universalidade preconizados

pelo do Sistema Único de Saúde (SUS). Vieram para dinamizar a matriz dos cursos

de graduação sinalizando para a valorização do “aprender a aprender”, através do

“aprender a conhecer”, “aprender a fazer”, “aprender a ser” e do “aprender a viver

juntos” (BRASIL, 2001; SANTANA et. al., 2005).

Desta forma:

[...] A formação é entendida como um pensar/fazer processual, dialético, práxico e político, que não está centrado nem no educando, nem no educador, mas no contexto/processo ensino-aprendizagem, direcionado por um propósito político/ pedagógico (TIMOTEO; MONTEIRO, 2003, p. 269).

Segundo Dell’Acqua e Miyadahira (2002) com a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação (Lei nº 9394/96) houve uma alteração no currículo mínimo que trouxe,

mudanças com uma maior flexibilização à organização e à operacionalização do

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currículo pleno de graduação, o que permite que as instituições de ensino superior

construam seu Projeto Pedagógico de acordo com a sua própria realidade.

O Projeto Pedagógico de curso é o instrumento político e técnico orientador

da ação do processo ensino-aprendizagem, deve ser construído coletivamente pelos

principais atores envolvidos nesse processo de formação como os docentes,

discentes, profissionais de saúde e comunidade no âmbito da instituição formadora,

sendo reconstruído e modificado constantemente para o alcance dos objetivos.

Assim: [...] Chamamos de político porque reflete as opções e escolhas de caminhos e prioridades na formação do cidadão, como membro ativo e transformador da sociedade. Chamamos de pedagógico porque expressa as atividades pedagógicas e didáticas que levam a escola a alcançar objetivos educacionais. (NÓBREGA-THERRIEN, et. al, 2010, p.681)

As Diretrizes Curriculares e o PP, no mundo contemporâneo em seus textos,

mostram a preocupação em articular a formação com as exigências do mercado de

trabalho que se modificam constantemente de acordo com as necessidades do

indivíduo e da coletividade. O grande desafio dos PP é formar atores críticos-

reflexivos que possam agir dentro do contexto da realidade, muitas vezes incerto,

que construam e reconstruam seus conhecimentos através da reflexão na ação,

através da aquisição de habilidades e competências para intervir e transformar a

realidade prática ( NÓBREGA-THERRIEN, et. al., 2010).

A Resolução Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior

(CNE/CES) de 2001, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de

Graduação em Enfermagem, orienta a direção filosófica que as instituições

formadoras devem seguir e servem, também, de instrumento para mudança da

prática docente e da práxis dos recursos humanos gerados por ela.

Ribeiro et. al. (2005) fizeram uma análise das DCN e apontaram uma nova

perspectiva para uma dimensão humanística, ética e social da profissão, o que

relfete na melhoria da assistência. Salientaram que na resolução fica claro a

orientação para a formação do enfermeiro generalista, humanista, crítico e reflexivo

que deve se preocupar em atender através de interação viva cliente/profissional, as

necessidades sociais de saúde do indivíduo ou comunidade de acordo com as

designações do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na integralidade da

atenção com humanização e qualidade.

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Os Projetos Pedagógicos dos cursos de graduação de Enfermagem devem

ser construídos para a formação de atores sustentados pelos princípios e diretrizes

do SUS. Devem ressaltar a importância da articulação academia-assistência-

produção de conhecimento; a questão técnica-científica e política-social da

profissão; a filosofia ético-humanista; objetivar acabar com a dicotomia teórico-

prática entre outros fatores, pelos quais os profissionais vivenciam na rotina dos

serviços de saúde (COSTA; MIRANDA, 2010).

As Diretrizes Curriculares de Graduação da área de Saúde são inter-

relacionadas com as políticas de saúde e objetivam a formação de profissionais com

competências gerais comuns, em que a interação ensino-assistência fica

subentendida como prática a ser desenvolvida, através de relações interdisciplinares

na academia e nos serviços de saúde (BRASIL, 2001).

Neste contexto, se insere como ilustração, a proposta curricular da Escola de

Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP) para o bacharelado em

enfermagem, que tráz em seu escopo as premissas da articulação do mercado de

trabalho e a educação, onde ressalta a importância da educação como bem comum

e a responsabilidade da instituição formadora com os futuros profissionais e com as

premissas da política pública de saúde. Articulação essa que possibilitará mudanças

da realidade, por meio de ações de reflexão, embasadas em elaboração e

reelaboração dos saberes, conforme proposta contida no texto das DCN (OLIVEIRA

et. al., 2007; BRASIL, 2001).

O currículo pleno de enfermagem aprovado em 1994, com a portaria nº

1.721/94- Ministério da Educação e Cultura (MEC), propôs a reorientação da prática

profissional voltada para a saúde coletiva, com enfoque holístico e humanizado da

assistência em oposição ao modelo biologicista e individualizado que influenciou a

assistência em saúde e a orientação dos cursos formadores da área através dos

tempos (TIMOTEO; MONTEIRO, 2003; RIBEIRO et. al., 2005).

Os projetos pedagógicos devem valorizar o aprendizado em detrimento do

ensino, com o uso de estratégias que possibilitem o raciocínio crítico e reflexivo dos

discentes, para que estes possam participar assim como sujeitos ativos do processo

ensino-aprendizagem na construção do conhecimento (FREIRE, 1996).

E, nesse contexto, ressalta-se a importância dos docentes conhecerem os

objetivos dos projetos pedagógicos das instituições de ensino, em vistas que estes

devem ser utilizados como instrumento norteador do processo ensino-

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aprendizagem, com metodologias problematizadoras, numa relação de interatividade

com o discente para construção de raciocínio crítico, competências e habilidades da

prática profissional.

As DCN do Curso de Graduação de enfermagem, em seu art. 9º, ressalta

essa questão, em que o projeto pedagógico deve ser construído coletivamente,

centrado no discente como agente ativo do aprendizado e dar enfoque ao docente

como agente facilitador e mediador do processo ensino aprendizagem (BRASIL,

2001).

Nesse processo, a construção de competências técnicas, intelectuais,

cognitivas e inter-pessoais, de acordo com as Diretrizes Curriculares, para atuação

frente as diversas demandas nos campos de trabalho devem ser desenvolvidas no

campo de saberes da área. No processo de trabalho dos enfermeiros tais

competências são essenciais como instrumento metodológico de sistematização da

assistência. Desta forma, ressalta-se a importância de voltar o ensino teórico-prático

na graduação de enfermagem para a articulação das competências saber, fazer e

ser da profissão. (LEADEBAL, 2007).

O ensino do processo de enfermagem, nos cursos de graduação é permeado

por uma série de embates e a mudança de consciências individuais e institucionais

um grande desafio. É um processo lento e gradual, em que se deve superar

paradigmas, descrenças e temores, (re)aproximar o enfermeiro da sua verdadeira

prática, o cuidar.

Desta forma, parte-se do pressuposto que o ensino do processo de

enfermagem nas instituições de formação, como o PE é legalmente exigido com

base na Resolução do COFEN-358/2009 e na Lei do Exercício Profissional Nº-

7.498/86, deve estar inserido no processo ensino-aprendizagem das disciplinas que

buscam desenvolver nos discentes competências para executá-lo, em função de que

é um instrumento fundamental na prática da enfermagem.

3.3. Crenças, valores e aspectos culturais que permeiam o processo de enfer-magem

O processo de enfermagem é entendido por alguns profissionais, como um

trabalho a mais e um processo complicado e complexo, com negação e descrença

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da sua aplicabilidade na prática. Fato este pode ser observado nos campos de

prática, onde não há a operacionalização do mesmo.

Neste contexto, em seu estudo, Backes et. al. (2008), objetivou compreender

o significado da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) para os

profissionais da equipe multiprofissional à luz das relações, interações e

associações do pensamento complexo. Ressaltou-se a análise de duas das

categorias (fragmentação do cuidado em saúde e percepção da SAE como processo

mecanizado), nas quais refletiram que a sistematização da assistência de

enfermagem muitas vezes é entendida como uma atividade rotineira e mecanizada,

ocasionada por diversos fatores como: a quantidade insuficiente de profissionais de

enfermagem; a descontinuidade da assistência; informações divergentes e

burocratização do sistema de saúde.

As justificativas para a não aplicação na prática são as mais diversas: “não

dá” tempo de aplicar pela sobrecarga de trabalho e desvios de função do enfermeiro;

“não tem” recursos humanos suficientes pra executar; não tem importância para a

prática, pois é o preenchimento de papel sem “resultados” para o paciente, o que

leva ao afastamento do enfermeiro do cliente; é o cumprimento de tarefa

institucional; e, o desconhecimento na dimensão teórica, o pode ser reflexo de

lacunas no processo de formação.

Koerich et. al. (2007) em seu estudo, analisou a Sistematização da

Assistência de Enfermagem (SAE) utilizada em dois hospitais de grande porte, um

público e um privado em Santa Catarina. Evidenciou com relação à sistematização

da assistência de enfermagem que há um distanciamento entre o saber, o fazer e

também uma desarticulação com a legislação profissional. Perceberam que apesar

de seu uso ser ressaltado pelos estudiosos e abordado no processo de formação, a

sua implementação ainda é tímida.

Carvalho et. al. (2009) apontam algumas estratégias que ajudariam na maior

utilização do processo de enfermagem no Brasil, tais como: o investimento em

informática nos serviços de saúde; a melhoria das condições de trabalho e

remuneração dos profissionais de enfermagem; instituição de educação permanente

pelos prestadores de assistência; a legislação que trata da obrigatoriedade do uso

do PE e a política de controle de qualidade da assistência, pelos indicadores de

resultados do PE.

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O enfrentamento dos desafios para a implementação do PE deve ser uma

filosofia não só dos enfermeiros. É necessário engajamento político e institucional,

como também das outras equipes que prestam assistência. O envolvimento de

diferentes profissionais da saúde dá um enfoque de interatividade e

complementaridade e devido a complexidade das práticas de saúde torna-se

imprescindível essa interrelação, visto que, isolado nenhum profissional pode

responder, na totalidade, as diferentes dimensões do cuidado do ser humano como

um todo. (CARVALHO; KUSUMOTA, 2009; BACKES et al., 2008).

Na academia alguns fatores dificultam o ensino do processo de enfermagem.

Em estudo feito sobre o significado do processo de enfermagem para quem o

ministra, os docentes apontaram que o ensino do PE é um desafio. Abordaram a

questão de não ser focalizado em todas as disciplinas do curso; apontaram ainda

que há falta de conhecimentos de disciplinas básicas, por parte dos discentes e o

não uso do PE na prática assistencial dificulta a sua apreensão. Alertam para a

responsabilidade do professor em persistir no ensino com estratégias pedagógicas

que possibilitem a formação de profissionais com habilidades de empregar o

processo de enfermagem na prática (CARVALHO; MELO, 2008).

Para o discente o sentimento de não aplicabilidade na realidade da prática do

que é ensinado na formação também é presente, como visto num estudo realizado

em uma instituição Federal do Rio Grande do Sul. Apesar de reconhecerem a

importância do uso do processo de enfermagem através da sistematização da

assistência como ferramenta facilitadora, os mesmos têm vivenciado sentimentos de

desapontamento, descrença e frustração pelo não uso no serviço e pela dificuldade

de apreensão pela não uniformização do ensino entre os docentes e falta de

abordagem contínua e progressiva no decorrer da formação (DAMACENO et. al.,

2009).

Portanto, para o enfrentamento desses embates no ensino é necessário que

haja envolvimento dos atores sociais (docentes, discentes, instituições de saúde e

de formação, enfermeiros do campo), na aplicação e ensino eficaz do processo de

enfermagem, a articulação de suas práticas à teoria, e no conhecimento da

realidade do sistema de saúde da qual serão/estão inseridos.

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37

3.4. O Envolvimento do ensino de graduação com o processo de enfermagem

O ensino do processo de enfermagem nos cursos de graduação deve ser

voltado para a articulação desse método com o desenvolvimento de competências, a

fim de atender às demandas da prática e os avanços políticos, sociais e científicos

contemporâneos (LEADEBAL, 2007).

É, neste contexto, que se tem questionado: até que ponto o processo de

formação tem contribuído na não operacionalização do processo de enfermagem, e

como a academia tenta superar esses obstáculos?

A maneira, muitas vezes, como é abordado o processo de enfermagem durante

a formação acadêmica demasiadamente detalhada, e supervalorizando o método no

lugar de enfatizar sua essência, naturalidade e espontaneidade do cuidar, tem

contribuído para sua desvalorização ou negação na prática assistencial (PAIM, 1979

apud GARCIA; NÓBREGA, 2000).

Em seu estudo, Carvalho et. al. (2007), apontou que o ensino da

Sistematização da Assistência de Enfermagem nas instituições é realizado por meio

de disciplinas fragmentadas sem que haja uma troca entre elas, o que tem

dificultado aos estudantes a apropriação dos conhecimentos e desenvolvimento das

habilidades para sua aplicação. Acrescenta Bittar, Pereira e Lemos (2006) que falta

uniformização do ensino das etapas do PE no decorrer da formação acadêmica.

Dell’Aqua e Miyadahira (2002) e Herminda (2004) indicam que existem

dificuldades e incompatibilidades dentro do próprio ensino do processo de

enfermagem nas escolas de graduação,que refletem na prática profissional futura.

As inquietações com a dicotomia teoria/prática fizeram com que o tema

interdisciplinaridade viesse à tona no ensino da Enfermagem, com a necessidade de

um diálogo entre as disciplinas com a promoção a integração curricular, com a

mudança da visão das partes por uma concepção holística do homem

(BERARDINELLI; SANTOS, 2005; SCHERER; SCHERER, 2007).

Sobre a dicotomia entre teoria e prática, problemas têm surgido no confronto

do enfermeiro recém-formado no mercado de trabalho. O que se exige nesse, difere

do que o profissional foi preparado para atender. O processo de enfermagem

enfocado no cuidar e não no gerenciamento do cuidar, também é fator dicotômico, e

o seu posicionamento nas ações planejadas, é o diferencial do trabalho do

enfermeiro. (TANAKA; LEITE, 2008).

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Essa dicotomia é reforçada nos campos de prática quando é observado a não

incorporação do processo de enfermagem pelos enfermeiros do campo nas

instituições de saúde, que são locais de estágio, por dificuldades de implementação

ou pela recusa de adesão ao processo de enfermagem, mesmo que seja legalmente

obrigatório.

A integração docente-assistencial, ou seja, a parceria entre a universidade e

as instituições de saúde que são campos de estágio é apontada por vários autores

como sendo uma das saídas para uma efetiva implementação do processo de

enfermagem (DELL’ ACQUA; MIYADAHIRA, 2002; SANTOS; HERMINDA, 2004;

COLLISELLI, et al., 2009).

Neste ensejo, a articulação ensino/assistência é uma estratégia que

impulsiona o desenvolvimento do saber fazer, promove a análise e a transformação

da realidade e propõe a inseparabilidade entre ensino e assistência (OJEDA;

SANTOS; EIDT, 2004).

Portanto, é preciso efetivar meios de superar a lacuna prática, no âmbito

acadêmico, e a lacuna teórica, no âmbito assistencial, com o objetivo de construir

competências cognitivas, psicomotoras e afetivas exigidas na atuação profissional

competente, cuja responsabilização perpassa pelas instituições formadoras dos

profissionais desta área (LEADEBAL, 2007).

Colliselli et. al. (2009) corroboram com Leadebal (2007) no sentido de que

estratégias para promover a aproximação da teoria com a prática devem ser

implementadas como parcerias dos gestores, das instituições formadoras, dos

campos de prática e da comunidade. Afirmam ainda que o Estágio Curricular

Supervisionado é o momento ideal para consolidação dos saberes construídos no

decorrer do curso e que promove o desenvolvimento e aperfeiçoamento das

habilidades de cuidado, de educação, de gerência e de pesquisa através do contato

com a realidade prática e os problemas concretos do indivíduo, família e

comunidade.

Carvalho et. al. (2007) sugerem algumas estratégias para diminuir as

dificuldades no ensino do PE nos cursos de graduação, tais como: manter um

programa de educação permanente dos docentes; desenvolvimento de processos

cognitivos pelos discentes com o uso de modelos conceituais de enfermagem e

taxonomias; estimulação dos discentes com utilização de raciocínios hipotéticos

(observações, simulação, jogos, estudos de casos, situações-problema); a escolha

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por serviços que já tenham o PE implantado, caso não tenha os docentes devem

estimular a crítica e a reflexão no processo de ensino-aprendizagem; e o estímulo à

troca de experiências e saberes entre a academia e a prática.

Diante desta realidade, destaca-se a importância do ensino do processo de

enfermagem na academia como forma de garantir competências e habilidades na

aplicação prática de um método científico de organização das ações.

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MÉTODO

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4. MÉTODO

4.1. Tipo de Pesquisa

Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva com abordagem quanti-

qualitativa. Conforme Cervo, Berviam e Silva (2006) o estudo descritivo observa,

registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos sem manipulá-los; e uma

pesquisa exploratória tem o objetivo de buscar mais informações sobre determinado

tema, com a familiarização com fenômeno ou obtenção novas concepções e idéias.

Segundo Rudio (2000), a pesquisa descritiva tem o objetivo de narrar o que

acontece descobrir e observar os fenômenos, descrevê-los e analisa-los.

De acordo com Polit, Beck e Hungler (2004), a integração das abordagens

quantitativa e qualitativa em uma mesma investigação ou em conjunto coordenados

de estudos é uma tendência emergente. As vantagens do uso de multimétodo são: a

complementação dos dados quantitativos e qualitativos, evitando possíveis

limitações de abordagens únicas; incrementação pela construção de elos entre

conhecimento entre áreas em desenvolvimento e já amadurecidas; maior validade

favorecida em função das hipóteses serem apoiadas em dados múltiplos e

complementares e a criação de novas fronteiras com as incongruências de um

estudo multimétodo que pode estender e explorar melhor a linha de investigação.

A escolha em utilizar a técnica da análise qualitativa pela contribuição de

Bardin (2002), de análise temática de conteúdo, foi pelo fato dessa conexão poder

complementar e dar suporte aos dados quantitativos. A experiência cada vez mais

frequente de utilização de multi-métodos, nos estudos da enfermagem, tem sido

fundamental para promover a prática de enfermagem baseada em evidência

(DREISSNACK; SOUSA, 2007).

4.2. Local da pesquisa

O estudo teve como cenários Instituições de Ensino Superior privadas e

pública em Natal-RN, autorizadas e reconhecidas pelo Ministério da Educação

(MEC), onde são ministrados cursos de Graduação em Enfermagem.

Atualmente existe em Natal uma Universidade particular, três Faculdades

particulares e uma universidade pública, identificadas como “A”, “B”, “C”, “D” e “E”.

As instituições selecionadas preencheram o pré-requisito de que no período

de 2011.1, período da coleta de dados, tinham alunos que estavam cursando o

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período de estágio supervisionado, que correspondeu ao penúltimo e último período

letivo curricular. Para a universidade pública foram os oitavo e nono períodos e para

a universidade privada e as três faculdades privadas foram o sétimo e oitavo

períodos.

A escolha dos períodos de estágio foi justificada pelo fato de os alunos já

terem cursado todas as disciplinas teóricas que lhes dariam condições de fornecer

depoimentos em relação ao questionamento da pesquisa.

4.3. População e amostra

Para Polit, Beck e Hungler (2004), a população representa o conjunto de

todos os indivíduos ou objetos com alguma característica comum. A população alvo

representa todos os indivíduos que o pesquisador está interessado. E a população

acessível compreende os sujeitos da população-alvo que estão acessíveis ao

pesquisador. A amostra é um subgrupo da população. A amostragem é o processo

de escolha de uma parte da população

A população-alvo do estudo foi composta por discentes do penúltimo e último

período dos cursos de graduação de enfermagem de instituições que foi, estimada

em 2011.1 em aproximadamente 630 discentes. A população acessível foi

composta pelos discentes que forneceram seus emails para a pesquisadora a fim de

que a pesquisa fosse encaminhada. Foram excluídos deste total os sujeitos que

participaram da pré-testagem que correspondeu a uma turma de aproximadamente

50 discentes de uma das instituições de ensino que tinha o número maior de turmas

e aqueles que não quiseram fornecer seu email, num total de 430 participantes.

O plano de amostragem utilizado foi o de amostra de conveniência, que para

Polit, Beck e Hungler (2004), é o uso dos sujeitos mais convenientemente

disponíveis para participar do estudo. Os pesquisadores qualitativos estão mais

interessados em entender um fenômeno em estudo do que fazer generalizações,

portanto, os estudos qualitativos utilizam amostras pequenas e não-aleatórias. No

estudo foi utilizada para a amostra toda a população acessível.

Nos critérios de inclusão foram considerados os discentes dos cursos de

graduação de enfermagem do município de Natal-RN, dos penúltimos e últimos

períodos das instituições de ensino superior de graduação de enfermagem que

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aceitaram participar da pesquisa mediante aceite do Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (TCLE).

Foram excluídos os discentes dos cursos de graduação de enfermagem dos

penúltimos e últimos períodos das instituições de ensino superior de graduação de

enfermagem do município de Natal-RN e que por ventura decidiram

espontaneamente por não participar da pesquisa ou estavam afastados das

Universidades ou Faculdades por motivo de doença e/ou outros.

4.4. TÉCNICA DE COLETA DE DADOS

4.4.1. Aspectos Éticos

Após processo de qualificação do projeto pela banca examinadora do

Programa de Pós-Graduação em enfermagem da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte foram enviados ofícios para as instituições pesquisadas (apêndices

C, E, G, I, K) com informação sobre os objetivos do estudo e solicitou-se autorização

para realizá-lo. Após autorização das instituições pelas assinaturas das cartas de

anuência (apêndices D, F, H, J, L) o projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética e

Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP- UFRN).

Os ofícios foram enviados a cada instituição de ensino superior de graduação

de enfermagem direcionado ao responsável pela análise do projeto e liberação da

anuência de acordo com as normas de cada Universidade ou Faculdade. Contato

prévio foi realizado com as instituições e os ofícios foram gerados pela Pós-

Graduação de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e

entregues junto com a cópia do projeto pessoalmente pela mestranda

Com a aprovação do projeto pelo Comitê com o Parecer CEP/UFRN

Nº366/2010 e a CAAE nº 0197.0.051.000-10, a coleta de dados seguiu as

orientações da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que regulamenta a

pesquisa com seres humanos.

Na coleta de dados foi utilizadO uma ferramenta online o SurveyMonkey, que

é um software com ferramentas de pesquisa na web, que oferece o serviço de

criação de questionários online, de forma confiável, rápida, com obtenção das

respostas por email, blog ou site e os resultados podem ser vistos e analisados em

tempo real. Os questionários podem ser utilizados em pesquisas de mercado, no

planejamento de eventos, em pesquisa de satisfação dos clientes, em planejamento

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de produtos e em pesquisa envolvidas com a formação. É o líder global em

questionários online e oferece suporte ao cliente 24 horas por dia e sete dias por

semana (SURVEYMONKEY, 1999a; SURVEYMONKEY, 1999b).

A coleta de dados foi realizada mediante o envio por email e aceite do Termo

de Consentimento Livre e informado Esclarecido pelos participantes (apêndice B),

que continha informações sobre os objetivos e as perspectivas do estudo, sigilo e

anonimato, participação voluntária com liberdade para desistir a qualquer momento

e a ausência de prejuízos. Foi realizada no primeiro semestre de 2011, nos meses e

fevereiro a abril de 2011.

O conteúdo final do estudo estará disponível aos sujeitos da pesquisa, às

instituições envolvidas e aos demais interessados na temática.

4.4.2. Procedimentos de coleta de dados

A escolha por fazer a coleta com a tecnologia online deu-se ao fato de que os

sujeitos da pesquisa estavam, no período da coleta, em estágio supervisionado, ou

seja, nos campos de prática em instituições hospitalares ou unidades básicas e o

acesso aos mesmos nesses locais seria inviável, pelo fato de que as instituições de

estágio teriam que autorizar a coleta e aumentaria a dificuldade de acessibilidade

aos discentes visto que poderia acontecer das instituições não autorizarem o acesso

da pesquisadora nas mesmas e com isso a coleta seria prejudicada. Outra

justificativa vem do fato de que duas instituições de ensino tinham aulas teóricas a

cada sete ou quinze dias, ocasião quando o discente iria à sala de aula. Momento

tumultuado onde os sujeitos não se mostraram disponíveis em responder a pesquisa

após algumas tentativas. As outras três instituições tinham orientação de trabalho de

fim de curso (TCC) semanais ou a cada quinze dias, mas o dia e horário

especificado pela coordenação para essa atividade muitas vezes era modificado

pelo discente e seu orientador, sendo assim ficou difícil de saber dia e horário que

esses alunos estariam em orientação na instituição.

Foram realizadas visitas nas instituições de ensino nos dias de aulas teóricas

ou orientações de TCC para explicação dos objetivos da pesquisa aos discentes e

solicitação do email para envio do questionário, deixando clara a questão do

anonimato e da opção de quem não tivesse interesse em fornecer o email, assim

poderia fazê-lo. Foi fornecida uma folha para os interessados anotarem os emails

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sendo recolhida ao final da aula pelo docente da instituição e entregue para a

pesquisadora em horário marcado.

A técnica utilizada para a coleta dos dados ocorreu através de um

questionário individualizado com perguntas abertas e fechadas (apêndice A) on line,

construído especialmente para esse estudo com a utilização o programa Survey

Monkey. A escolha da utilização desta ferramenta para coleta de dados foi pela

possibilidade de trazer uma inovação ao Programa de Pós-Graduação da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte e por ser uma ferramenta globalmente

reconhecida de pesquisa por suas facilidades e confiabilidade. Tendo em vista o

contexto exposto de acessibilidade aos sujeitos de pesquisa, esse tipo de

ferramenta facilitou o contato com os mesmos e viabilizou a coleta dos dados.

O instrumento de coleta de dados especialmente construído através do

software SurveyMonkey para esta pesquisa foi composto de duas partes.

A primeira parte com dados de caracterização sóciodemográfica e acadêmica,

com as seguintes variáveis: sexo, idade, período letivo e instituição a qual ensino

que pertence. As informações das instituições foram codificadas para garantir o

anonimato na apresentação dos dados.

A segunda parte conteve questões com aspectos relacionados à opinião dos

discentes sobre o ensino do processo de enfermagem com relação: sobre o que é o

processo de enfermagem; ao conhecimento dos docentes sobre o PE; à

metodologia utilizada; a disciplina que aborda o PE; às dificuldades de apreensão do

processo de enfermagem; às dificuldades em executar as fases do processo

vivenciadas nos estágios supervisionados curriculares e quais às estratégias de

contribuição da academia e dos campos de prática no aprendizado e aplicação do

processo de enfermagem.

Para o conhecimento dos docentes tomou-se por referência a Escala de Likert

que é uma escala de respostas gradativas. As escalas podem ser de vários tipos,

ou seja, baseadas em diversos critérios, tais como: ocorrência, opinião, precisão

geral, grau de satisfação e atribuição de importância. Existem escalas de Likert que

variam de quatro a onze categorias, mas as escalas de quatro e cinco categorias

são mais utilizadas (ALEXANDRE et. al., 2003).

O TCLE e o questionário online foram enviados a todos os discentes da

população acessível, num total de 430 discentes de cinco intuições de ensino, para

seus emails em formato de links com uma mensagem inicial, onde havia um convite

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para participar da pesquisa, com a explicação do objetivo e ressaltando que sua

identidade seria totalmente preservada, ressaltou-se que as respostas seriam

confidenciais e nem mesmo os pesquisadores terão acesso à identidade dos

respondentes. Após a mensagem, inicial como primeiro passo, foi solicitado que o

participante acessasse o link do TCLE e, em caso de aceite, teria acesso para o link

do questionário. Foi explicado que esses links estariam associados apenas a esse

inquérito e ao endereço de correio eletrônico dele e era solicitado para que a

presente mensagem não fosse reencaminhada. Por fim, um agradecimento pela

participação.

A aplicação de um pré-teste com 10% da amostra foi realizada em uma turma

de uma instituição de ensino particular, por haver apenas uma pública no município,

feito com o objetivo de interceptar falhas que poderiam vir a comprometer o estudo.

Os discentes da instituição onde foi realizada a pré-testagem foram excluídos da

população-alvo da coleta para evitar contaminação dos dados.

Ao final da coleta foi enviado um ofício de agradecimento às instituições com

ênfase nas suas contribuições no crescimento da Enfermagem como ciência e na

melhoria da prática cotidiana.

4.5. Procedimentos para tratamento e análise dos dados

Para Polit, Beck e Hungler (2004) a análise dos dados tem o objetivo de

organizar, fornecer estrutura e extrair significado dos dados da pesquisa.

Após a coleta os dados os dados quantitativos foram tratados através do

programa Excel e as informações qualitativas foram categorizadas para análise.

A análise das informações qualitativas seguiu os passos sugeridos por Bardin

(2002) de técnica de análise de conteúdo do tipo temática, baseada nas respostas

dos sujeitos e organizados em categorias de análise. Ocorreu em três etapas: a pré-

análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados (inferência e

interpretação). Na pré-análise os dados foram transcritos minuciosamente e

organizados através de leitura e releitura para identificação de temas principais. Na

segunda fase os dados brutos foram convertidos em núcleos de compreensão de

texto e foram construídas as categorias e subcategorias. E a terceira e última etapa

que correspondeu ao tratamento e interpretação dos resultados a partir do material

empírico organizado e literatura pertinente do tema em estudo.

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Para garantir o anonimato e o sigilo dos discentes os seus nomes foram

substituídos na apresentação e análise dos dados por meio de um código

compostos pelas letras D, referindo-se a primeira letra do nome “discente”

agrupados a um número de um até o 48, ficou desta forma caracterizados de D1 até

D48.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo os dados são apresentamos e discutidos de acordo com os

objetivos propostos. Para um melhor entendimento dos resultados e discussão, os

dados estão dispostos em duas etapas. Inicialmente foi feita a caracterização

sociodemográfica e acadêmica dos discentes do curso de graduação de

enfermagem das instituições de ensino escolhidas, do município de Natal/RN.

Em seguida, expostos os resultados relacionados à opinião dos discentes

sobre o ensino do Processo de Enfermagem que foram analisados de acordo duas

categorias: Processo de Enfermagem como método fundamentado em

conhecimento científico e estabelecido por etapas; A outra categoria foi a Qualidade

da Assistência de Enfermagem, com duas subcategorias: Processo de Enfermagem

como Prática de Enfermagem e Processo de Enfermagem como instrumento de

melhoria da qualidade da assistência e promoção do bem-estar.

5.1 Caracterizações sociodemográficas e acadêmicas dos discentes de enfermagem

Tabela 1 – Dados sociodemográficos dos discentes em estudo. Natal/RN, 2011.

Variáveis N %

Sexo

Feminino 39 81, 25%

Masculino 9 18, 75%

Total 48 100%

Idade (anos)

21- 29 36 75%

30 - 39 10 20,83%

40 - 49 2 4,17%

Total 48 100%

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50

A Tabela 1 demonstra que 39 (81,25%) dos pesquisados eram do sexo

feminino e apenas 9 (18,75%) do masculino. Verifica-se, destarte, uma maioria de

discentes do sexo feminino. Fato este justificado em função de que a enfermagem

foi uma profissão predominantemente feminina desde sua origem, por ser pautada

pelo cuidar e por essa ação ser socialmente e culturalmente das mulheres.

Continua, na atualidade em geral, no cenário brasileiro predominado por mulheres.

O ingresso do sexo masculino na profissão mantém-se estável em torno de 10% das

vagas oferecidas pelas universidades (LOPES; LEAL, 2005).

Entretanto, Wetterich e Melo (2007) apontam que cresceu nos últimos anos o

interesse do sexo masculino em ingressar na profissão. Ainda é um movimento

lento, mas constante em que os paradigmas são quebrados e novas concepções

construídas com relação à enfermagem não ser uma profissão majoritariamente

feminina. Fato este apresentado neste estudo onde a amostra do sexo masculino

representa quase o dobro do esperado.

A Tabela 1 ainda demonstra que 36 (75%) discentes investigados situavam-

se entre 20 e 29 anos, 10 (20,83%) entre 30 e 39 anos e 2 (4,17%) entre 40 e 49

anos. Ao analisar a tabela vê-se uma predominância de alunos jovens, mesma

realidade encontrada por Wetterich e Melo (2007) em seu estudo que constatou o

ingresso de jovens entre 17 e 21 anos na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-

USP. Ao considerar que os participantes desse estudo estão nos sétimo, oitavo ou

nono período, o seu ingresso se deu há pelo menos três anos, desta forma, a idade

de ingresso foi em média de 17 a 26 anos. Nota-se um aumento na faixa etária de

ingresso pelo fato do surgimento de universidades e faculdades privadas, com o

oferecimento de turnos de estudo matutino, vespertino e noturno o que oportuniza a

escolha de horários e favorecem, principalmente, àqueles que trabalham.

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Tabela 2 – Dados acadêmicos dos discentes em estudo. Natal/RN, 2011.

Variáveis Acadêmicas N %

Instituição de ensino

A 12 25,50%

B 6 12,80%

C 16 34%

D 12 25,50%

E 2 2,20%

Total 48 100%

Período Letivo

Penúltimo 18 37,50%

Último 30 62,50%

Total 48 100%

A Tabela 2 apresenta as características acadêmicas dos discentes quanto à

instituição de ensino e período letivo. Revela que 16 (34%) são da instituição C, 12

(25,50%) da A e D respectivamente. Justifica-se uma maior quantidade de discentes

nessas instituições em função de oferecerem maior número de turmas. O período

que mais respondeu foi o último com 30 (62,50%) discentes; seguido do sétimo com

18 (37,50%). No período da coleta foi observado que havia uma diferença nas

quantidades de períodos letivos das instituições privadas e da pública que foram

selecionadas nesse estudo. As instituições de ensino privadas tem o curso de

graduação de enfermagem com oito períodos letivos, desta forma, o penúltimo e

último períodos do curso correspondem ao sétimo e oitavo períodos. Enquanto que

a instituição de ensino pública finaliza o curso com nove períodos letivos, com o

penúltimo e último referentes ao oitavo e nono períodos.

O processo de formação é um rico espaço de troca, de compartilhar

experiências e relacionamento, onde o decente é ativador das habilidades e

raciocínio crítico dos discentes (ZAGONEL, 2011). Nesse processo o enfermeiro

desenvolve ações de promoção, prevenção, proteção e reabilitação da saúde;

pesquisa e intervém sobre o processo saúde-doença do indivíduo, da família e da

comunidade. Sendo assim acreditamos que quanto maior tempo de inserção do

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52

indivíduo que está se formando em uma instituição de ensino, que maiores

probabilidades teram em aprender e desenvolver tais ações, o que poderá ser o

diferencial na prática profissional futura. Como não foi objetivo desse estudo fazer

comparações entre as universidades em relação ao desenvolvimento acadêmico e a

quantidade de períodos letivos, sugere-se que pesquisas sejam realizadas sobre a

temática.

5.2. Opinião dos discentes de enfermagem sobre o processo de enfermagem

A partir da análise dos dados coletados com os discentes, com a contribuição

de Bardin (2002), surgiram duas categorias: Processo de Enfermagem como método

fundamentado em conhecimento científico e estabelecido por etapas. A outra

categoria foi a Qualidade da Assistência de Enfermagem, com duas subcategorias:

Processo de Enfermagem como Prática de Enfermagem e Processo de Enfermagem

como instrumento de melhoria da qualidade da assistência e promoção do bem-

estar.

5.2.1. Processo de enfermagem como método fundamentado em conhecimento

científico e estabelecido por etapas

Nessa primeira subcategoria, os discentes pontuaram sobre o que é o PE, e

disseram que se trata de um método, metodologia, instrumento metodológico e

organizacional no qual são realizadas ações sistematizadas em etapas ou fases

definidas. Como são observadas nas seguintes respostas:

O processo de enfermagem é um instrumento metodológico, o qual possibilita o enfermeiro agir de uma forma sistematizada. O ajuda a identificar como seus pacientes respondem aos problemas de saúde e determinar que aspectos dessas respostas necessitam de uma intervenção profissional. É dividido em 5 etapas, a saber: histórico (anamnese e exame físico), diagnósticos de enfermagem, planejamento (necessário para traçar as intervenções e os resultados a serem alcançados), implementação e avaliação (D5).

O processo de enfermagem é a metodologia utilizada pelo enfermeiro para organizar a sua assistência, é individualizado, baseado nos problemas apresentados por cada paciente. É dividido em fases: como o histórico do paciente, o diagnóstico de enfermagem, prescrição, implementação, e avaliação. Um exemplo é a Sistematização da Assistência de Enfermagem (D9)

Entendo como processo de enfermagem o modo sistemático de cuidar do paciente e de sua família. Ou seja, é identificar determinado problema,

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diagnosticá-lo e, em seguida, intervir visando melhorias no paciente. Esta forma de cuidar, organizada e sistemática, na minha opinião, possibilita a enfermeira a avaliar não apenas a evolução do doente, mas também possíveis fragilidades no trabalho da equipe de enfermagem (D11). O processo de enfermagem e a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas visando a assistência ao ser humano. Caracteriza-se pelo inter-relacionamento e dinamismo de suas fases ou passos (D29)

Para Horta (1979) o processo de enfermagem é a dinâmica das ações

sistematizadas e inter-relacionadas para o cuidado do individuo. É reconhecido

como método científico, instrumento metodológico e ferramenta para o cuidar. É um

método científico de resolução dos problemas do cliente (ALFARO-LEFEVRE, 2010;

TANNURE; PINHEIRO, 2010; NÓBREGA; SILVA, 2008/2009).

A organização do PE em etapas, Investigação, Diagnóstico, Planejamento,

Implementação e Avaliação, que se interrelacionam e se sobrepõem é que o torna

sistemático, dinâmico e dirigido para os resultados esperados de um plano de

cuidados de enfermagem (ALFARO- LEFEVRE, 2005; BRASIL, 2009; LEON;

FREITAS; NÓBREGA, 2009; CASTILHO; RIBEIRO; CHIRELLI, 2009).

Para Tannure e Pinheiro (2010) o PE é o meio científico de aplicar na prática

da profissão o teoricismo da ciência da enfermagem.

Com relação a importância do conhecimento científico e da teorias para

alicerçar o desenvolvimento do PE as respostas a seguir ilustram o conhecimento

dos discentes sobre esse tema:

O processo de enfermagem é a aplicação do método científico à profissão de enfermagem (D15). O processo de enfermagem é de suma importância para a autonomia da nossa categoria, posto que é através deste que as teorias de enfermagem são implantadas na prática. Dessa forma, nossas ações são embasadas e conseguimos uma assistência de enfermagem sistematizada e eficaz (D10).

O processo de enfermagem corresponde ao método de trabalho da equipe de enfermagem norteado por alguma teoria base que justifique as condutas tomadas, compreendendo a identificação, a resolução e avaliação de problemas e necessidades dos pacientes ou comunidade (D13).

O processo de enfermagem é o trabalho da profissão de enfermagem, fundamentado no conhecimento técnico científico (D1).

A utilização das teorias de enfermagem traz legitimidade e cientificidade para

subsidiar a prática, o que valoriza e consolida a profissão na área da saúde.

Configura-se num grande desafio, nos dias atuais, e por isso é discutida e estudada

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no âmbito acadêmico. Fato este demonstrado nas falas acima, onde se observou o

conhecimento, por parte dos discentes, da necessidade do uso de teorias para

subsidiar a implementação do PE. Cabe destacar que em apenas duas falas

menciona-se a importância de se ter uma teoria.

Ressalta-se que no Brasil a primeira enfermeira a abordar sobre o uso de

teorias na enfermagem e a sua aplicabilidade na prática pelo PE foi Wanda de

Aguiar Horta com sua Teoria das Necessidades Humanas Básicas, marco

importante no conhecimento das teorias de enfermagem, nas pesquisas e na

realidade cotidiana da profissão (LEON; FREITAS; NÓBREGA, 2009).

As ações sistematizadas e guiadas por um corpo de conhecimentos

científicos próprios são importantes para organizar as condições necessárias para

que o cuidado humanizado seja realizado através do PE nos âmbitos individual e

coletivo.

Há décadas que a preocupação com a evolução dos conhecimentos e sua

aquisição pelos profissionais permeiam a enfermagem. A Sistematização da

Assistência de Enfermagem, através do PE, deve ser orientada por teorias ou

modelos conceituais de enfermagem pelos conhecimentos científicos e pelo

conhecimento empírico das experiências pessoais.

Neste contexto, destacam-se alguns desafios: o da escolha, entendimento e

aplicação do referencial teórico e a operacionalização do PE na prática

(CIANCIARULLO et al, 2008).

A falta de domínio no conhecimento que é exigido para realização do PE, leva

aos entraves de sua implementação. Cabe aos atores responsáveis pela promoção

das ações sistematizadas à aquisição dos saberes necessária a aplicação prática do

PE.

5.2.2 Qualidade da Assistência de Enfermagem

O processo de enfermagem, quando implementado eficazmente, proporciona

a possibilidade de o enfermeiro avaliar a qualidade da assistência prestada. Como

instrumento assistencial e gerencial do processo de trabalho do enfermeiro, procura

transformar e dar qualidade a assistência prestada (HAUSMANN; PEDUZZI, 2009).

Na medida em que é um processo com foco na atenção integral do ser

humano e direcionado para o atendimento das necessidades individuais nas quais

são continuamente avaliadas através do alcance ou não dos resultados esperados,

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é essencial para a prática do enfermeiro no exercício do cuidado. Nesse contexto

emergiu essa categoria dos discursos dos discentes que apontou para o Processo

de Enfermagem enquanto prática e como instrumento de melhoria da qualidade da

assistência.

5.2.2.1 Processo de Enfermagem como prática da enfermagem

Nessa primeira subcategoria, os discentes discorreram sobre o PE como

conjunto de atividades ou ações que direcionam a assistência realizada pelo

enfermeiro e sua equipe de enfermagem, como trabalho e forma de estar apto para

exercer a profissão. Como descrito nas falas a seguir:

É o caminho a ser percorrido para o desenvolvimento do trabalho do enfermeiro (D33).

O processo de enfermagem é todo o ensino teórico e pratico que leva o/a estudante para a formação de um profissional em enfermagem, possibilitando este a estar apto em lhe dar com o processo saúde-doença, olhar para o ser humano de forma holística, contribuir para com a sociedade através de pesquisas cientificas e sendo este de total responsabilidade de suas competências (D2). O processo de enfermagem é fundamental para a prática da enfermagem, uma vez que se constitui como uma ferramenta para prestar uma assistência de enfermagem individualizada visando oferecer um cuidado de qualidade para o paciente durante seu processo de doença (D16). No meu ver, o processo de enfermagem é uma ferramenta essencial para o melhor funcionamento das diretrizes da enfermagem que vai do primeiro contato com o paciente até uma Sistematização da Assistência de enfermagem, levando até ao paciente e sua família ou até mesmo aos profissionais de saúde que fazem uso dos instrumentos necessário, uma melhor compreensão da assistência (D18). O processo de enfermagem é um conjunto de ações sistematizadas para padronizar e direcionar a assistência (D30).

A Resolução do COFEN-358/2009, define que a sistematização da

assistência de enfermagem é uma atribuição específica do enfermeiro e é o que os

diferencia dos outros membros da equipe (BRASIL, 2009). Sendo assim, Damaceno

et. al. (2010) afirmam que o uso dessa ferramenta metodológica requer a maior

presença e o envolvimento do enfermeiro nas ações de cuidado.

Apesar da resolução ressalta-se a discussão entre os profissionais que a

SAE, através do PE no cenário da prática assistencial, é mais uma ação burocrática,

rotineira, de preenchimento de papéis e que afasta o enfermeiro do paciente

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(CARVALHO et. al., 2009), o que provoca um não reconhecimento do PE como uma

importante ferramenta para o planejamento dos cuidados. Neste contexto,

acrescenta-se que muitas vezes, o PE é realizado como “obrigatoriedade”, pois é

exigido por lei e o não cumprimento pode levar a punições pelo órgão fiscalizador.

Diante da opinião dos profissionais na prática muitas vezes de reprovação e

resistência ao PE os discentes nesse estudo entendem que o PE é uma forma de

proporcionar contato do enfermeiro com o paciente facilitando o processo do cuidar.

Quanto a ideia dos discentes do PE como trabalho dos profissionais da

equipe de enfermagem e, mais especificamente do enfermeiro, ressalta-se que esse

aspecto já foi apontado, de forma mais discreta, na primeira categoria (Processo de

Enfermagem como método fundamentado em conhecimento científico e

estabelecido por etapas). Ressalta-se a impressão de um discente sobre a

possibilidade do PE fornecer subsídios para o enfermeiro, não só avaliar a

assistência prestada, como também, o desempenho da equipe de enfermagem no

desenvolvimento de ações cuidativas. Para ilustrar segue o seguinte trecho:

[...] Essa forma de cuidar, organizada e sistemática, na minha opinião, possibilita a enfermeira a avaliar não apenas a evolução do doente, mas também possíveis fragilidades no trabalho da equipe de enfermagem. (D11).

Para Cruz e Almeida (2010) é importante que o enfermeiro, no planejamento

de suas ações, promova o estímulo aos técnicos de enfermagem, membros da

equipe de enfermagem, para que estes possam participar do planejamento da

assistência, visto que estão em contato direto com os pacientes e identificam os

problemas de saúde. Desta forma, o técnico de enfermagem pode contribuir na

organização e planejamento do cuidado, o que será refletido em uma equipe que

utiliza competências como iniciativa, raciocínio, pensamento crítico e reflexivo e

comprometida com a implementação das ações sistematizadas.

O enfermeiro enquanto líder e referência de sua equipe de trabalho deve

enfatizar a importância de uma assistência organizada, e ser um estimulador e

articulador junto aos técnicos e auxiliares de enfermagem para que estes possam

valorizar, participar e reconhecer o PE nos seus processo de trabalho e, desta

forma, também serem reconhecidos como agentes de transformação no processo de

cuidar.

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57

Cabe ao enfermeiro a orientação dos demais membros da equipe, auxiliares e

técnicos quanto a execução e sua avaliação, ou seja, se os resultados planejados

são atingidos. A avaliação contínua permite que enfermeiro estreite seu contato com

a equipe e oportuniza que o mesmo faça novas orientações, tire dúvidas e intercepte

falhas sempre em busca da melhor prática clínica.

Neste contexto, destaca-se a Lei do Exercício Profissional 7.498/86 no seu

Art. 11º, inciso I, alínea c, que diz que cabe privativamente ao enfermeiro as

atividades de enfermagem de planejamento, organização, coordenação, execução e

avaliação dos serviços da assistência de enfermagem (BRASIL, 1986). Para Silva,

Meneghete e Fontana (2010) cabe ao enfermeiro a organização do gerenciamento

do cuidado e através de educação permanente, acompanhar as ações dos membros

da equipe de enfermagem. A prescrição de enfermagem realizada pelo enfermeiro

guia a prestação dos cuidados a serem realizados pela equipe de enfermagem.

Destaca-se, ainda, relatos nos quais os discentes afirmam que na realidade

da prática a sistematização não é realizada, e quando realizada não é registrada,

além de não haver referencial teórico pra guiar as ações, como visto nesses relatos:

Na nossa realidade ele não é realizado de maneira sistemática, com registro de todo o processo, ou aplicação definida de diagnósticos de enfermagem, além de não seguir uma teoria de enfermagem. São apenas identificados problemas e estes são resolvidos com procedimentos de enfermagem, muitas vezes não sendo registrado, o que impede a documentação do serviço da enfermagem (D32).

É o roteiro dos processos de enfermagem com relação quando se recebe o cliente/paciente seguindo todas as etapas e isso não acontece na realidade prática (D19).

Apesar da Resolução do COFEN-272, de 2002, revogada pela Resolução do

COFEN-358, de 2009, instituir a implementação da SAE pelo PE nas instituições

públicas e privadas de prestação de cuidados de saúde e do reconhecimento de

seus benefícios e da importância do uso do instrumento metodológico e científico

(PE) nas atividades de enfermagem, no contexto das práticas assistenciais, há uma

resistência em implementar essa metodologia de organização do trabalho

(HERMIDA, 2006; BRASIL, 2009).

A não implementação do PE em muitos ambientes de cuidado é justificado

pelas dificuldades apontadas pelos profissionais, docentes e acadêmicos, como falta

de conhecimento e habilidades, sobrecarga de trabalho, enfoque e cobrança das

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instituições mais nas atividades burocráticas dos enfermeiros que nas de

assistência. O enfrentamento desses entraves tem sido um dos grandes desafios na

última década para toda a classe, o que tem levado a muitas reflexões sobre a

práxis e a excelência do cuidar (THOMAZ; GUIDARDELLO, 2002; HERMIDA, 2006).

Entende-se que o PE é uma metodologia de trabalho que subsidia a maneira

de fazer e pensar o processo de cuidar, onde o inter-relacionamento entre quem

cuida e quem é cuidado vai além da realização de procedimentos. É o entendimento

que o indivíduo é um ser com necessidades físicas, sociais e psicológicas e que a

prestação da assistência de maneira sistematizada não é apenas mais uma

atividade burocrática e normativa e sim, um instrumento metodológico e científico

para o desenvolvimento de uma prática integral e humanizada, além de fortalecer a

enfermagem enquanto profissão.

5.2.2.2 Processo de Enfermagem como instrumento de melhoria da qualidade da

assistência e promoção do bem-estar

A Qualidade da Assistência de Enfermagem agrupou a opinião dos discentes

sobre o PE enquanto instrumento de melhoria da qualidade da assistência e da

promoção do bem-estar ao indivíduo. Os discentes discorreram que:

É de suma importância para melhorar a assistência prestada nos diversos níveis de atenção ao paciente, com isto facilitando a sistematização e consequentemente favorecendo uma qualidade de vida melhor ao cliente (D7). Entendo que o processo de enfermagem é aplicado para uma assistência em melhor qualidade a qual se pode direcionar o cuidado prestado (D8). Na minha opinião o processo de enfermagem é um ciclo de cuidados que visa o bem estar do cliente,enfatizando cada vez mais a cooperação e co-relação enfermagem-ciência o que ajuda a enobrecer ainda mais essa arte do cuidar (D21). É muito importante, pois o enfermeiro passa por várias etapas (investigação, diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação da assistência de enfermagem e avaliação) para que o paciente tenha uma maior qualidade na assistência (D23).

Para Medeiros et al. (2010) a SAE contribui no processo de trabalho e na

melhoria da qualidade da assistência do enfermeiro, por ser uma maneira de

organizar os cuidados a partir do princípio da visão integral do ser humano com a

identificação, através dos reais problemas de saúde, das diferentes demandas de

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cuidado físico, psicológico, social e espiritual nas diversas situações do processo

saúde-doença. Investigação que exige julgamento clínico e pensamento crítico para

a escolha e tomada da melhor decisão, imprescindíveis para a segurança e

qualidade do cuidado.

Lima e Kurcgant (2006), Pokorski et al. (2009) corroboram com Medeiros et

al. (2010) e afirmam que a utilização efetiva do processo de enfermagem leva a

melhoria da qualidade da assistência e incita o desenvolvimento de saberes teóricos

e científicos através das melhores práticas clínicas.

Andrade e Vieira (2005) em seu estudo concluíram que dentre os problemas

decorrentes da não sistematização da assistência um os mais citados foram o

comprometimento da qualidade da assistência, a desorganização do serviço e o

conflito de papéis.

Os discentes, através de suas falas, dão a entender que compreendem a

necessidade da implementação do PE como forma de contribuir com a melhoria da

qualidade da assistência, com aumento assim as expectativas de um futuro

promissor para a prática da enfermagem, com profissionais preocupados e

comprometidos com uma prestação de cuidados de qualidade.

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60

5.3 Opinião dos discentes de enfermagem sobre o ensino do processo de

enfermagem

5.3.1 Conhecimento e metodologias utilizadas pelos docentes no ensino do

processo de enfermagem

Tabela 3 – Opinião dos discentes em estudo quanto ao ensino do PE em

relação ao conhecimento e a metodologia dos docentes. Natal/RN,

2011.

Conhecimento dos docentes

N %

Ótimo

14 29, 17%

Bom

22 45, 83%

Regular 12 25%

TOTAL 48 100%

Metodologia dos docentes

N %

Totalmente Tradicional

2 4, 17%

Tradicional com componentes

problematizadores

39 81,25%

Totalmente Problematizadora

7 14,58%

TOTAL 48 100%

A Tabela 3 mostra que o conhecimento dos docentes foi avaliado por 22

(45,83%) discentes como bom e por 14 (29,17%) como ótimo. E a metodologia

utilizada no ensino do processo de enfermagem pelos docentes, nas instituições de

ensino pesquisadas, foi descrita pela maioria dos discentes 39 (81,25%) como de

forma tradicional com componentes problematizadores.

Leadebal, Fontes e Silva (2010) em seu estudo, analisaram a abordagem do

ensino do PE nas matrizes curriculares em três instituições de uma capital e

encontrou que há prevalência de uma metodologia tradicional.

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61

A metodologia de ensino tradicional é aquela em que o docente transmite ou

repassa os conhecimentos de forma passiva, com indução a uma baixa motivação

dos discentes no aprendizado dos conteúdos, segundo Freire (1996), uma

característica da educação bancária.

As práticas pedagógicas que utilizam a estratégia da problematização no

processo ensino-aprendizagem, estimulam a construção do conhecimento em um

processo dinâmico de uma relação dialógica do docente com o discente (FREIRE,

1996).

Para Dell’Acqua e Miyadahira (2002) o uso do processo de enfermagem pelos

docentes é uma temática que precisa ser lembrada quando no planejamento e

implementação de suas disciplinas.

A preparação dos docentes tem relação direta na qualidade de formação

profissional dos enfermeiros, entraves como despreparo dos professores é uma

realidade muitas vezes encontrada nas instituições de ensino. Andrade e Vieira

(2005) citam que devem ser elaboradas estratégias de capacitação e educação

permanente em Semiologia, Metodologias Assistenciais, Diagnóstico de

Enfermagem, dentre outra disciplinas, como forma de enfrentamento desta

problemática.

O uso da metodologia problematizadora é cada vez mais desenvolvida no

ensino da enfermagem como estratégia metodológica inovadora de ensino. Crossetti

et al. (2009) demonstraram que a utilização de situações problema da prática clínica

pelo professor, como um facilitador do processo ensino-aprendizagem, é uma

maneira de estimular o aluno a desenvolver habilidades de pensamento crítico e

raciocínio clínico, o que promove uma aprendizagem ativa com o desenvolvimento

do aprendizado autônomo, da competência da comunicação, da capacidade de

resolver problemas e tomar decisões mediante os diagnósticos das situações de

saúde e doença.

Parranhos e Mendes (2010), Colliselli et. al. (2009) e Brasil (2001) também

mostram a importância da utilização de metodologias ativas nos currículos, onde o

discente é o ator principal e sujeito ativo na construção dos conhecimentos do

processo ensino- aprendizagem e o docente é um agente facilitador e orientador,

estimulador do pensamento critico e da autonomia do aluno, num processo de trocas

recíprocas de saberes.

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62

Sugere-se com os dados apresentados na Tabela 3 que as instituições de

ensino parecem estar preocupadas com a reformulação dos seus processos

pedagógicos, com a formação de profissionais envolvidos, críticos e reflexivos

através da aproximação os saberes da prática aos da teoria, através de

metodologias inovadoras que levam em conta os reais problemas dos cenários da

prática.

5.3.2 Processo de Enfermagem nas disciplinas do curso

Perguntou-se aos discentes como o processo de enfermagem tem emergido

nas disciplinas do curso. A maioria destes, 22 (45,83%), respondeu que é abordado

em disciplinas específicas, de forma isolada a partir do eixo profissional; seguida de

19 (39,59%), que disseram estar presente em todas as disciplinas como tema

transversal, ou seja, presente em todos os eixos no decorrer do curso; e, por último,

7 (14,58%) discentes responderam que é inserido em disciplinas específicas de

forma isolada a partir do eixo básico.

A abordagem do PE de forma isolada em disciplinas específicas do eixo

profissional foi relatada pela maioria dos discentes, fato este também descrito na

literatura, que aponta para a falta de interdisciplinaridade nas matrizes curriculares

(BERARDINELLI; SANTOS, 2005; DAMACENO et. al., 2009; FIGUEREIDO et. al.

2006). Aspecto este que gera preocupações e reflexões nos cenários de ensino que

reorienta para uma reorganização curricular, em vistas a (re)construção de novos

saberes e reorganização da assistência.

A interdisciplinaridade para Japiassú (1976) apud Berardinelli e Santos (2005,

p. 420) é entendida como “um ato de troca, de reciprocidade entre as disciplinas ou

ciências, ou melhor, de áreas do conhecimento”. É o compromisso com o

entendimento da totalidade, através da troca entre as disciplinas e campos de

saberes que vislumbra a unidade de pensamento, para isso, necessário mudança

de consciências e atitudes (FAZENDA, 1994 apud BERARDINELLI; SANTOS,

2005).

Carvalho et al. (2007) em seu estudo sobre os obstáculos para a

implementação do PE no Brasil, trouxeram que as dificuldades para a utilização do

PE nos cenários de ensino estão relacionadas à falta de interdisciplinaridade, onde o

ensino do PE ainda é recente e abordado em disciplinas de forma isolada.

Ressaltam que o ensino do PE deveria ser realizado com uma abordagem contínua

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63

durante o curso e levar em consideração a complexidade progressiva da atenção à

saúde, dentro das disciplinas. Aspecto este também descrito por Damaceno et. al.

(2009) e Figueiredo et. al. (2006), onde reforçam que a complexidade progressiva

deve ser lembrada nos processos de discussão dentro da academia e dos campos

de prática, no intuito de diminuir a lacuna entre o conhecimento adquirido e sua

aplicação na prática.

Destaca-se que apesar de não ter sido a maioria, foi visto que quase 40% da

amostra respondeu que o PE é abordado em todas as disciplinas do curso, fato que

aponta para processos de mudanças nos modelos curriculares, que começam a

abrir espaços de diálogos e interlocuções entre as disciplinas, aspecto que é exigido

pelas Diretrizes Curriculares.

Em corroboração com os autores Damaceno et. al. (2009), Figueiredo et al.

(2006) e Carvalho et al. (2007), ressalta-se que uma abordagem contínua e

progressiva de acordo com a complexidade do eixo curricular do ensino do processo

de enfermagem, durante o processo de formação, parece ser uma boa estratégia de

promoção à interdisciplinaridade nesse processo de ensino-aprendizagem.

Galindo e Goldenberg (2008) concluiram que em cursos de graduação de São

Paulo, que a incorporação da interdisciplinaridade nos cursos de graduação é um

processo em construção, em que os docentes são atores principais e têm a função

de desencadear essa mudança. Ressalta-se, entretanto, que há resistência por

parte dos professores em envolver-se na adoção do modelo de ensino

interdisciplinar por desconhecimento e despreparo.

Berardinelli e Santos (2005) apontam que os desafios da interdisciplinaridade

estão em relacionar as ciências naturais, da vida e humanas que subsidiam o

entendimento da complexidade do ser humano, levando a transformações no

processo de ensino do cuidar na enfermagem com redefinição de conceitos de

cuidado de enfermagem e humano.

5.3.3. Identificação das fases do processo de enfermagem que os discentes de

enfermagem têm dificuldade de apreensão

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64

* as percentagens correspondem ao número de respostas e não de respondentes

Gráfico 1 - Fases do Processo de Enfermagem, nas quais os discentes em estudo

têm dificuldades de apreensão. Natal/RN, 2011.

O gráfico acima revela que dentre as fases do PE, a implementação e o

diagnóstico foram citadas como as fases de mais difícil apreensão por parte dos

discentes, com 22 (29,7%) e 17 (23%) das citações, respectivamente.

Em um estudo sobre o processo de implementação do diagnóstico de

enfermagem no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, os enfermeiros

indicaram dificuldades em todas as fases no desenvolvimento do processo de

enfermagem, bem como a necessidade de mudanças para agilizar o processo de

trabalho e melhorar a qualidade de ações no cuidado e educação (LIMA;

KURCGANT, 2006).

Em outro estudo, em um hospital geral de Porto Alegre/RS, foram revisados

prontuários de pacientes adultos admitidos em unidades cirúrgicas, clínicas e

unidade de terapia intensiva para identificar os passos do processo de enfermagem

realizados durante as primeiras 48 horas da admissão. Foram detectadas

deficiências na coleta de dados dos registros de enfermagem e ausência da etapa

do diagnóstico e as outras etapas eram realizadas, mas de forma incompleta.

Inferiram, então, que podia ter sido por falta de conhecimento em realizar o exame

físico e por não avaliar e registrar, corretamente, os dados clínicos na investigação

do paciente. Dados estes que dão embasamento para a realização da

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65

sistematização. Concluiram que a falta de conhecimento teórico prático influencia na

implementação do PE nas unidades pesquisadas (POKORSKI et. al., 2009).

Silva, Meneghete e Fontana (2010) em estudo sobre implementação do PE

na prática clínica em uma experiência de aprendizado, realizado por discentes de

enfermagem de uma Universidade do Rio Grande do Sul, constataram que a

implementação do PE em um serviço de enfermagem clínica adulto de um hospital

do interior do Rio Grande do Sul, onde não havia a sistematização, teve poucos

entraves, em função da equipe estar disposta em contribuir com a sua realização.

Enquanto docente, percebe-se que as dificuldades dos discentes em realizar

a implementação do PE na prática, decorrem de: falta da presença efetiva nos

campos de prática, e de não acontecer a simulação realística da implementação na

academia, mesmo na existência de laboratórios em algumas instituições de ensino.

Ao contrário, por exemplo, do processo de elaboração de diagnóstico, que há como

fazer o julgamento crítico e o raciocínio clínico para a construção de um diagnóstico,

mediante problemas exemplificados em salas de aula de casos clínicos fictícios.

Ressalta-se que desafios, entraves e dificuldades vão estar sempre presentes

e que o envolvimento e motivação dos atores do cotidiano da prática é

imprescindível no enfrentamento desses problemas. A valorização de um método

sistematizado de trabalho contribuirá na aquisição de autonomia, no reconhecimento

da profissão e na prestação de um cuidado individualizado com segurança e

qualidade.

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66

5.3.4 Dificuldades dos discentes de enfermagem nos campos de estágio

supervisionado em aplicar o processo de enfermagem

Tabela 4 – Opinião dos discentes em estudo quanto às dificuldades nos

campos de estágio em aplicar o PE. Natal/RN, 2011.

Dificuldades nos campos de

estágio em aplicar o PE

N %

Relacionar a teoria com a prática

4 8,30%

Não implementação do PE nos campos de prática

15 31,30%

Falta de estímulo e cobrança pela instituição de ensino (na pessoa no professor coordenador do estágio) em aplicação do processo de enfermagem nos campos de prática

4 8,30%

Resistência dos enfermeiros dos campos em aplicar o processo de enfermagem

8 16,70%

Sobrecarga de trabalho dos enfermeiros com prioridade para atividades burocráticas e gerenciais

15 31,30%

Descrença dos enfermeiros na operacionalização do processo de enfermagem

2 4,10%

TOTAL 48 100%

Na Tabela 4 observou-se que as dificuldades nos campos de estágio, em

aplicar o PE, mais relatadas pelos discentes foram a não implementação do PE nos

campos de prática apontadas por 15 (31,30%) discentes; a sobrecarga de trabalho

dos enfermeiros, com prioridade para atividades burocráticas e gerenciais por 15

(31,30%) discentes; seguido de resistência dos enfermeiros dos campos em aplicar

o PE relatada por 8 (16,70%) discentes.

A problemática da não implementação de ações sistematizadas através do

PE é presente em muitas instituições de saúde na contemporaneidade. Castilho,

Ribeiro e Chirelli (2009) enfatizam a questão de que o processo de implementação

da sistematização das ações de enfermagem depende substancialmente do

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reconhecimento de sua importância e compromisso institucional em contribuir nesse

processo. A gestão participativa ou co-gestão, em que é estimulado o envolvimento

de toda a equipe na elaboração e aplicação de uma metodologia de assistência

sistematizada, é uma forma de enfrentamento dos desafios da não implementação

dessa metodologia na realidade prática. A adoção de um modelo de co-gestão gera

mudanças significativas dos atores envolvidos e transformação de práticas em

busca de qualidade no processo de cuidado em saúde alicerçados nos princípios e

diretrizes do SUS, principalmente no que se refere a integralidade.

Rossi e Casagrande (2008) compartilham com Castilho, Ribeiro e Chirelli

(2009), quanto ao envolvimento das instituições de saúde, onde os objetivos dos

serviços nem sempre estão focados na realização da real assistência de

enfermagem. Procuram atingir metas e valorizam mais os registros do PE do que

sua efetiva implementação.

5.3.4.1 Aspectos da não implementação do processo de enfermagem

Os discentes relataram o aspecto da não implantação do PE nos campos de

prática, em suas respostas sobre as estratégias que as universidades e os campos

de estágio poderiam adotar para facilitar a apreensão e aplicação do PE na

realidade da prática. No intuito de ilustrar e reforçar os dados apresentados na

Tabela 4, seguem partes de citações dos sujeitos da pesquisa dessa categoria:

[...] Não há a oportunidade de vermos na prática o PE sendo registrado e considerado [...] (D4). [...] A dificuldade maior em aplicar o processo de enfermagem está no fato das instituições de saúde não o utilizarem [...] (D12). [...] ao ponto do processo existir apenas mentalmente e sem a sistematização correta[...] (D2). [...] As instituições deveriam fornecer subsídios para que seja possível a implantação do processo de forma eficaz, sem dificultar sua operacionalização e o andamento das demais atividades do enfermeiro no serviço [..]( D9).

A não implementação do PE nas instituições de saúde é fato, e está refletido

na realidade prática das instituições de saúde do Município de Natal. Realidade

preocupante em função da necessidade urgente da enfermagem se organizar com

métodos científicos e metodologias de sistematização direcionadas para o cuidado,

na realização das práticas, deixando de usar só o conhecimento empírico e um

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planejamento, muitas vezes, mais focados nas necessidades do profissional do que

nas dos usuários e com as metas mais direcionadas para a resolução de problemas

da instituição que dos problemas reais de saúde de seus clientes.

A visão dos discentes que a sobrecarga de trabalho dos enfermeiros faz com

que os últimos não implementem o PE nas instituições de saúde, tornando-os

resistentes e levando-os a não perceber a importância de sistematização dos

cuidados. Fato que incita reflexão sobre a necessidade de discussões nos campos

de prática junto aos gestores, coordenadores e equipe de enfermagem pra contribuir

na luta por melhorias de trabalho e consequentemente da assistência.

Segue alguns fragmentos das respostas dos discentes sobre as estratégias

que as universidades e os campos de estágio poderiam adotar para facilitar a

apreensão e aplicação do PE na realidade da prática, para reforçar a questão da

sobrecarga de trabalho e resistência dos enfermeiros da prática, em implementar o

PE. Pode-se perceber isso nas falas abaixo:

[...] além disso, a carga de trabalho destes profissionais é tão intensa, que pensar em executar o PE parece ser mais um afazer e sobrecarga de tarefas do que simplesmente realizar, de fato, o trabalho do enfermeiro[...] (D10). [...], os enfermeiros resistem em não realizá-lo, pois estão sobrecarregados com atividades administrativas[...] (D12) [...] o que pude ver enquanto estudante é que muitos Enfermeiros negligenciam a existência desses processos, por acreditarem que não é funcional, e acabam por tornar os alunos desacreditados a lutarem por um modelo cujo papel é exclusivamente do Enfermeiro, viciando muitas vezes os alunos a acreditarem em um modelo hospitalocêntrico, de forma submissa e dependente aos atos médicos, esquecendo que o papel da Enfermagem vai além de tudo isso[...] (D35). [...] o problema a meu ver é a sobrecarga do profissional de enfermagem[...] (D21).

Com o acúmulo de funções do enfermeiro e consequente desvios de suas

reais atribuições, vem a resistência em implementar o PE. Essa é a postura que é

tomada por muitos enfermeiros assistenciais. Aspecto este que para Andrade e

Vieira (2005) gera conflito de papéis nos profissionais, entre a legítima função de

prestar a assistência e as reais cobranças das instituições de saúde que favorecem

o afastamento dos enfermeiros das ações cuidativas, incumbindo-lhes muitas vezes

ações burocráticas.

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Essa resistência dos profissionais pode ser explicada, como ressaltam Rosi e

Casagrande (2009) e Chaves (2009), por falta de preparo devido lacunas na

formação, falta de tempo e sobrecarga de trabalho por número insuficiente de

profissionais.

Chaves (2009) aponta ainda que a implementação da sistematização da

assistência de enfermagem tem sido realizada, nem que seja de forma incompleta.

Muitas vezes pelo fato de ser exigido por lei, o PE torna-se mais uma obrigação e

não é entendida por muitos profissionais como prática indispensável no auxílio da

tomada de decisão para resolução dos problemas dos indivíduos, família e

sociedade.

Carvalho et. al. (2007), Silva, Meneghete e Fontana (2010), Andrade e Vieira

(2005) abordam essa questão como uma das dificuldades de utilização do PE no

cenário da prática assistencial. E apontam para a necessidade dos gestores

promoverem o desenvolvimento de suas forças de trabalho para que as práticas

sejam revista e transformadas.

Com o entendimento e envolvimento das instituições com a implementação

do PE, espera-se que a questão recursos humanos seja também uma preocupação,

tendo em vista que a sobrecarga de trabalho é algo muito debatido em estudos e

nos contextos de prática, também foi destacado pelos discentes nesse estudo.

5.4 Estratégias da academia e dos serviços de saúde para facilitar a apreensão e

aplicação do processo de enfermagem na prática profissional

5.4.1Estratégias de integração docente-assistencial

Foram apontadas estratégias que as instituições de ensino e as de saúde

poderiam realizar para que ocorra integração do que é ensinado e o que é visto na

realidade prática. Para um melhor entendimento, abordaram-se primeiro as

estratégias com relação às instituições de ensino, como revelam as falas a seguir:

Durante o curso senti falta de exercitar um pouco o processo de enfermagem. Digo exercitar de forma simulada, com enfoque principalmente na elaboração do histórico, utilizando casos clínicos como base. Isto facilitaria a compreensão do aluno sobre o processo, pois haveria a possibilidade de sanar as muitas dúvidas que surgem e traria maior segurança e tranquilidade no momento de aplicação do processo durante os estágios (D24). Enfatizar a importância de se implementar esse processo como rotina do enfermeiro com seminários em diferentes temas assim amplia-se a visão do estudante diante do PE (D17).

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Trazer para a sala de aula a SAE de uma maneira aplicada, com exemplos práticos da diferença que faz ter uma assistência planejada. Desta forma com certeza as Universidades estariam colocando no mercado profissionais melhores preparados, e quem sabe dessa forma poderíamos chegar mais perto de obtermos a tão sonhada AUTONOMIA (D25). O processo de enfermagem, em minha opinião, é complexo. Por que fazemos leituras, pesquisas, mas há uma dificuldade em relacionar a teoria com a prática. Talvez para as universidades, ter um laboratório para realizar atividades em consultas de enfermagem assim como nos campos, ter esse tipo de atendimento porém, a realidade é bem diferente(D22).

Nessas falas dos discentes observa-se a necessidade de problematizar a

realidade no contexto da teoria, do uso de laboratório para simulação, de casos

clínicos e de discussão em seminários sobre a importância do PE como cotidiano

do enfermeiro. Estes aspectos foram relatados pelos discentes como estratégias de

integração docente-assistencial no processo ensino-aprendizagem.

Com relação à integração teórico-prática, Ojeda, Santos e Eidt (2004)

abordaram em seu estudo que o que é ensinado nas escolas diverge do que as

instituições de saúde praticam, o que provoca um choque de realidade nos recém

graduandos em enfermagem. Silva et al. (2010) afirmam que em suas experiências

têm visto que os acadêmicos criticam a prática como está do modo eu é realizada,

mas quando são inseridos nesse mercado acabam por ter a mesma postura

daqueles que eles mesmos desaprovavam.

Silva, Meneghete e Fontana (2010), afirmaram que a experiência de

implementação prática do PE foi muito válida para o ensino do PE, pela troca de

saberes entre os discentes, enfermeiros, técnicos e pesquisadores e para a prática

com a sensibilização dos profissionais para a importância do uso. Neste ensejo, está

a integração docente-assistencial, maneira de propiciar transformações do cotidiano

do mundo de trabalho e do ensino.

Alerta-se desta forma, que o rompimento da dissociação entre a formação

teórica em relação às exigências da prática deve ser objeto de discussão para as

instituições de ensino e as prestadoras de cuidados. Para Figueiredo et. al. (2006)

os docentes sensibilizados criam espaços na academia e na prática de reflexão

sobre a lacuna entre o conhecimento adquirido da sistematização da assistência de

enfermagem e sua aplicação na prática.

Nessa categoria destacaram-se as falas de alguns discentes que trouxeram

algumas dificuldades de implementação do PE nos campos de prática:

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A dificuldade maior em aplicar o processo de enfermagem está no fato das instituições de saúde não o utilizarem, consequentemente, os enfermeiros resistem em não realizá-lo, pois estão sobrecarregados com atividades administrativas. E como o processo de enfermagem ainda está distante da sua realidade estes não estão capacitados, e também não creem que ele poderá se aplicar as suas realidades (D12). Nos estágios, a estratégia principal é realmente implementar o PE nos campos de estágios, pois fica praticamente impraticável um simples estudante correr contra a maré num ambiente tão cheio de manias e costumes. Não há a oportunidade de vermos na prática o PE sendo registrado e considerado. Estamos cheios de ver prescrições médicas impondo prescrições intrinsecamente de enfermagem; o PE tem que ser problematizado nas instituições e os enfermeiros têm que perceber a sua importância e como seu trabalho ficará, de certa forma, mais organizado e pautado em teorias fundamentadas e não simplesmente embasada num saber empírico (D4). [...] Além disso, a carga de trabalho destes profissionais é tão intensa, que pensar em executar o PE parece ser mais um afazer e sobrecarga de tarefas do que simplesmente realizar, de fato, o trabalho do enfermeiro. Existem inúmero obstáculos estruturais nas instituições de saúde, como também dos próprios profissionais cansados em plantões que ultrapassam as 24h e que adotam diversas tarefas que não são de sua competência e que estão imersos em tanta burocracia que executar o processo de enfermagem parece algo que está apenas no papel e que não faz parte do seu cotidiano (D10). O problema ao meu ver é a sobrecarga do profissional de enfermagem, levando-o a dar prioridade as atividades burocráticas e gerencias consequentemente fazendo com que o processo não seja implementado(D21). Implementar o processo de enfermagem, já que é legal, mas ninguém aplica na prática! (D8).

Percebe-se com essas falas que os discentes em suas práticas puderam

perceber que o PE não é implementado nos campos de estágios, o que torna a sua

aplicação por eles uma realidade ainda distante, mesmo que seja exigência legal. A

resistência por parte dos enfermeiros, a sobrecarga de trabalho, a falta de crença no

método foram apontadas como dificuldades de utilização do PE na realidade da

prática. O acúmulo de atividades burocráticas é um fator importante no afastamento

dos enfermeiros de sua função primordial.

Damaceno et. al (2009) em seu estudo afirmaram que um dos problemas de

implementação da sistematização da assistência de enfermagem é a sobrecarga de

trabalho que promove, o desvio de funções do enfermeiro.

Aspecto também relatado em estudo realizado em um hospital universitário

de Sergipe, para subsidiar a implantação da sistematização da assistência de

Enfermagem, onde os enfermeiros afirmaram que suas atividades práticas diárias

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eram baseadas no tecnicismo, devido ao modelo hegemônico biomédico, tanto do

serviço quanto da instituição formadora, o que leva à limitação da prática e desvia o

foco para a administração do serviço, onde as atividades burocráticas são inúmeras.

As atividades de ensino foram relatadas por uma minoria, as autoras analisaram que

mesmo que sejam atividades do enfermeiro, principalmente por ser um hospital

escola, notou-se uma resistência em realizar atividades educativas com os

pacientes, equipe e acadêmicos (ANDRADE; VIEIRA, 2005).

Silva, Meneghete e Fontana (2010) apontam entraves como falta de recursos

humanos para a implementação do PE no cenário da prática e estimula a realização

de pesquisas para reflexão, bem como, divulgação dos relatos de forma de

enfrentamento desses desafios para que sirva de exemplo e estímulo para aplicação

em outros espaços de prestação de cuidados.

Medeiros et. al. (2010) também relataram que a resistência em adotar o PE

como metodologia de trabalho, apesar dos conhecidos benefícios, está na grande

quantidade de atividades burocráticas que os enfermeiros têm que assumir, além da

falta de conhecimento e pouca habilidade em realizar o exame físico.

Silva et. al. (2010) investigaram as dificuldades enfrentadas por enfermeiros

no início da profissão e verificaram que os desafios estavam ligados ao

relacionamento com a equipe de trabalho e com a competência e habilidade técnica.

A deficiência na realização do exame físico e da consulta de enfermagem, como

também base teórica para embasar as tomadas de decisão, foi relatada pelos

enfermeiros como hiato no conhecimento. Os autores pressupõem que esses

problemas em sua maioria são decorrentes da lacuna existente entre a academia e

a realidade da prática da enfermagem. Sugeriu com os achados do estudo que a

integração de novas práticas de ensino, com enfoque no contexto subjetivo do

cotidiano da prática em parceria com a assistência, como uma forma de superar

esses desafios.

Em consonância com o estudo de Silva et al. (2010) as falas dos discentes

do presente estudo apontaram para lacunas na academia onde leva às divergências

entre o que se aprende na formação acadêmica e o que se faz na prática

profissional o que tem dificultado a implementação do PE. Aproximar docentes dos

profissionais da assistência possibilita troca de conhecimentos teóricos e práticos

facilitando o desenvolvimento de desenvolvimento de habilidades e competências do

saber-fazer-ser essenciais no processo de cuidar.

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A resistência dos enfermeiros, a descrença no PE e as deficiências de

conhecimento, também apontadas pelos discentes como entraves do uso do PE na

prática, também foram descritos no estudo de Carvalho et. al. (2007), que

analisaram alguns fatores que têm dificultado a utilização do Processo de

Enfermagem em nosso país, ressaltaram ainda que em muitas instituições ainda é

seguido o modelo voltado para realização de atividades prescritas pelo profissional

médico e a falta de compromisso das instituições de saúde em treinar os seus

recursos humanos. Sugere uma mudança nesses modos de gestão para que o PE

seja implementado como modelo de assistências nos diversos espaços de cuidado.

Acredita-se que o acúmulo de atividades dos enfermeiros gera burocratização

das ações e mecanização da rotina; número insuficiente de profissionais; falta de

conhecimento científico sobre o processo, por lacunas no ensino e, atitudes como

indiferença e rejeição do PE pela equipe de enfermagem, são dificuldades

encontradas na implementação do PE na prática assistencial. Esses entraves devem

ser objeto de estudo para que sejam evidenciadas formas de enfrentamento, no

intuito de contribuir com a implementação de uma assistência sistematizada que

promoverá a (re)orientação das ações do enfermeiro e a (re)aproximação deste com

o cuidado direto ao cliente.

Especificamente, em relação às estratégias que serviços de saúde poderiam

adotar para facilitar a apreensão e aplicação do PE na prática profissional, os

discentes conforme as falas abaixo relataram:

Os campos de estágio ajudariam bastante se possuíssem os impressos de enfermagem que possibilitassem a aplicação do processo e se os profissionais não fossem tão sobrecarregados de atividades, ao ponto do processo existir apenas mentalmente e sem a sistematização correta (D2). Primeiramente, os profissionais mais antigos deveriam passar por uma capacitação em que fosse colocado sobre o processo de enfermagem e o real significado, vantagens e importância deste. As instituições deveriam fornecer subsídios para que seja possível a implantação do processo de forma eficaz, sem dificultar sua operacionalização e o andamento das demais atividades do enfermeiro no serviço (D9). Primeiramente reciclar os profissionais que recebem os alunos em campo de estágio, enfatizar a estes a importância do processo, concordo que um acompanhamento rigoroso na primeira semana em campo, nos ajudaria com certeza a trabalhar como tem que ser, e não como a maioria dos profissionais que encontramos trabalham (D27).

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Desburocratizar a atividade do enfermeiro com implantação de um profissional burocrata, aumentar o número de auxiliares de enfermagem a fim de suprir a demanda gerada pelo setor. Isso garantiria ao profissional enfermeiro tempo para desenvolver seu trabalho (D13).

A necessidade de ensino, capacitação e treinamentos para os enfermeiros

dos campos de estágio foram aspectos citados pelos discentes como forma de

mostrar aos enfermeiros a importância da implementação do PE. A questão da

desburocratização das atividades dos enfermeiros, também foi citada como uma

forma de distanciar o enfermeiro das suas reais atividades. Foi relatada também a

necessidade de redimensionamento dos recursos humanos, para que a assistência

de enfermagem pudesse ser desenvolvida de forma mais eficaz.

Pokorski et. al. (2009) ressaltam a necessidade de treinamentos para

atualizar e desenvolver os enfermeiros da prática. Para que isso possa ser

viabilizado entende-se que os gestores devem se envolver para promover os

espaços de aprendizado, através de uma visão ampliada de que recursos humanos

qualificados, dentro de uma base metodológica, refletirão em assistência de

excelência e retorno nos âmbitos sociais, financeiros e políticos para o serviço.

Carvalho et. al. (2009) citam algumas estratégias para otimizar a utilização do

PE tais como: melhoria das condições de trabalho da equipe de enfermagem pela

mudança na gestão institucional; reorientação das reais atividades dos enfermeiros,

para promover a desburocratização de suas rotinas; o uso de recursos da

informática para otimizar o tempo; a promoção de educação permanente no serviços

de saúde, para melhoria nas habilidades e competências. Carvalho e Kusumota

(2009) acrescentam que o enfrentamento das adversidades na implementação do

PE não depende somente da vontade dos enfermeiros da prática assistencial, mas

também da iniciativa das instituições com seus gestores em promoverem meios de

estimular todos da equipe para melhoria da prática e dos processos cuidativos.

A maneira de como os profissionais são envolvidos influencia diretamente no

sucesso do planejamento e implantação do PE nas instituições de saúde. É urgente

a necessidade dos profissionais da enfermagem entenderem que o uso de uma

metodologia da assistência sistematizada como o PE, não deve fazer parte somente

dos seus discursos, mas deve estar presente efetivamente em suas práticas, em

vistas que é a essência da profissão.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo conheceu a opinião dos discentes de enfermagem sobre o ensino

do PE. Os achados mostraram que os discentes entendem que o PE é um método

fundamentado em conhecimento científico e estabelecido por etapas; e que fornece

qualidade a assistência de enquanto instrumento prática de Enfermagem e na

promoção do bem-estar.

O entendimento dos discentes que o PE é um método estabelecido por

etapas que deve ser embasado em conhecimentos científicos e sustentado por

teorias, vem ao encontro dos conceitos e pressupostos abordados na literatura

sobre o tema. Mostra que os discentes têm o conhecimento teórico do significado do

PE e da necessidade de referencial teórico para sua implementação.

Houve também o reconhecimento do PE enquanto atividade e/ou trabalho

fundamental na prática do enfermeiro. Apontam o PE como uma forma de

organização e direcionamento para realização adequada da assistência. A aplicação

de ações sistematizadas de enfermagem, através do processo de enfermagem

como método cientifico, tem demonstrado relevância para as atividades da prática.

Além de contribuir para fornecer visibilidade, autonomia e reconhecimento para a

profissão.

Os discentes ainda relataram que o PE é um instrumento de melhoria da

qualidade da assistência e promoção do bem-estar daqueles que recebem os

cuidados. Para que isto aconteça o planejamento do cuidado deve ser direcionado

para atendimento das necessidades humanas individuais, através do julgamento

crítico e tomada da melhor decisão pelo enfermeiro, com o objetivo de atingir os

melhores resultados.

Os achados indicaram que os professores tem um bom conhecimento sobre o

ensino do processo de enfermagem, e empregam para isso pedagogias

problematizadoras, mas ainda com traços tradicionais. Esses dados nos faz pensar

que as mudanças do processo de ensino e aprendizagem ocorrem nas instituições

de ensino pesquisadas.

A forma como o PE está inserido, no decorrer do curso de graduação, ainda

apareceu nesse estudo, em disciplinas isoladas no eixo profissional, apesar de em

algumas instituições começarem a emergir em todas as disciplinas, desde o básico.

Nesse estudo, a continuidade do ensino do PE nas disciplinas foi fato relatado pelos

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discentes como uma estratégia para melhorar a apreensão e aplicação do PE nos

campos de estágio.

A implementação do PE é a fase que os discentes têm mais dificuldades de

apreensão, justifica-se pelo fato do PE não ser implementado nos campos de prática

por sobrecarga de trabalho e resistência dos enfermeiros em utilizá-lo, aspectos

também apontados nesse estudo pelos alunos. Infelizmente, a implementação do

PE em muitos serviços de saúde ainda está muito distante do descrito pela teoria.

Entretanto, há uma tendência crescente na profissão pela busca de métodos de

organização da assistência que a torne mais humana, eficiente e de qualidade.

Os discentes descreveram que, estratégias de integração docente-

assistenciais relacionadas a uma melhor integração entre a academia e a

assistência, através da aproximação do que é ensinado nos bancos das instituições

de ensino com o cotidiano da prática são maneiras que a academia e os serviços de

saúde poderiam adotar para facilitar a apreensão e aplicação do processo de

enfermagem na prática.

É sabido que a forma como o discente entende o processo de enfermagem

depende de como os seus professores o entende e o utiliza em suas práticas de

ensino.

Desta forma, ressalta-se a necessidade emergente da utilização das

pedagogias inovadoras, em que é estimulada a construção do conhecimento através

da contextualização dos reais problemas do ambiente da prática assistencial e pelo

desenvolvimento ao raciocínio clínico e julgamento crítico. Essa é uma estratégia

para formar sujeitos que refletem no pensar-fazer-repensar das ações, aspectos

essenciais para responder às exigências e demandas do processo ensino-

aprendizagem nos cursos de graduação de Enfermagem e do mercado de trabalho

em saúde.

Destaca-se ainda a importância da continuidade entre as disciplinas na

abordagem do PE, para fornecer ao discente o entendimento e o desenvolvimento

crescente do julgamento crítico e raciocínio clínico, de acordo com o grau de

complexidade da atenção e assim possa implementar no cotidiano da sua prática

enquanto aluno nos seus estágios e depois, profissionalmente.

Entende-se que sensibilizar acadêmicos, docentes, enfermeiros e gestores é

uma importante estratégia para o enfrentamento de barreiras que entravam o ensino

e a implementação do processo de enfermagem. A reflexão dos atores envolvidos

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nesse processo quanto à transformação de suas práticas favorecem o crescimento

científico na área com o desenvolvimento desta temática na prática e no contexto

acadêmico da enfermagem.

Deixa-se como colaboração deste estudo o conhecimento da opinião de

discentes de enfermagem de Natal/RN sobre o ensino do PE e com os resultados,

pretende-se elaborar um questionário e seguir com sua validação para que sirva de

instrumento para pesquisas futuras. É ressaltada, desta forma, a legitimidade de um

questionário validado e construído com as variáveis extraídas da realidade da

própria população a ser pesquisada, o que traz um maior rigor científico à pesquisa

e resultados mais fidedignos.

Espera-se que os resultados desse estudo também possam contribuir com

algumas estratégias para facilitar a integração entre teoria e prática, ou seja, entre a

academia e os campos de prática, na apreensão e aplicação do processo de

enfermagem. Pretende-se assim, estimular uma discussão junto aos coordenadores,

docentes e discentes sobre o tema, nas escolas de Enfermagem, onde a pesquisa

foi realizada.

As divergências entre o que se aprende na academia e prática profissional

têm dificultado a implementação do PE, na opinião dos discentes. A adoção de uma

metodologia, pelos docentes, que não contextualiza com os reais problemas da

prática também foi um fator relatado como dificultante no ensino do PE. A

aproximação dos enfermeiros dos campos de prática com as instituições de ensino e

vice-versa é uma estratégia importante para a troca dos saberes e fazeres

profissionais, o que leva a transformações do processo ensino-aprendizagem e das

práticas de saúde em seus diferentes âmbitos de atenção.

É neste contexto que docentes, discentes, enfermeiros e gestores das

instituições de saúde, atores envolvidos no processo ensino- aprendizagem, devem

se articular com o propósito de construir coletivamente saberes necessários para o

ensino do PE e para a sua implementação na prática.

No caminhar do estudo alguns entraves ocorreram como dificuldades de

acesso aos sujeitos da pesquisa e resistência dos discentes em responder ao

questionário desta pesquisa, por justificativas como falta de tempo, esquecimento ou

pelo fato de não quererem participar.

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Outro desafio foi a busca de referências e o estudo de como realizar uma

análise qualitativa, nunca antes realizada. Destaca-se a contribuição de algumas

disciplinas oferecidas pelo programa

de mestrado da Pós-graduação em enfermagem da UFRN, que fizeram uma

aproximação da mestranda com a abordagem qualitativa, ajudando-a na busca,

estudo e escolha da técnica de análise por esse método.

Acredita-se que esse estudo trará subsídios para que possa sensibilizar os

enfermeiros da prática, através do Núcleo da Educação Permanente da instituição

de saúde na qual trabalho e sou responsável por receber e conduzir os estágios dos

discentes de enfermagem dos penúltimos e últimos períodos dos cursos de

graduação de enfermagem, quanto à importância da utilização do PE como maneira

de sistematizar as ações e assim, iniciar o processo de implementação no serviço, e

dessa forma contribuir de forma real na aplicação deste método pelos discentes nos

campos de prática e assim promover a articulação entre o que é ensinado na

academia e o que é feito na prática.

Desafios? Como enfrentá-los? Muitos surgirão e temos que enfrentá-los. É

necessário envolver todos os responsáveis pelo processo de formação e prestação

de cuidados, sempre baseados em evidências e com um único e principal objetivo, o

de contribuir com uma enfermagem cada vez mais organizada, sábia e humana.

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REFERÊNCIAS

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO ONLINE VIA SURVEYMONKEY

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Dados de caracterização sociodemográfica e acadêmica Questão 1 Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino. Idade:_______ anos. Questão 2 Instituição de ensino ( ) UFRN ( ) FACEX ( ) UNP ( ) FATERN ( ) FARN Período de ensino ( ) 7º ( )8º ( ) 9º Dados referentes ao ensino do Processo de Enfermagem Questão 3 Qual a sua opinião sobre o que é processo de Enfermagem?

Questão 4

Quanto ao ensino do processo de Enfermagem em sua instituição como você tem percebido o conhecimento dos docentes?

( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo

Questão 5

Na sua opinião a metodologia utilizada pelos docentes em relação ao ensino do processo de Enfermagem é mais voltada pra ser: ( ) Totalmente tradicional ( ) Tradicional com componentes problematizadores ( ) Totalmente problematizadora Questão 6 Como o processo de Enfermagem tem emergido nas disciplinas do curso? ( ) Abordado em todas as disciplinas como tema transversal, ou seja, presente em todos os eixos no decorrer do curso desde o eixo básico até o profissional ( ) Abordado em disciplina(s) específicas de forma isolada a partir do eixo profissional. ( ) Abordado em disciplina(s) específicas de forma isolada a partir do eixo básico.

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Questão 7 Em relação à questão anterior sobre o ensino do processo nas disciplinas do curso, você lembra em qual disciplina e período?

Questão 8 Você tem dificuldades de apreensão do processo de enfermagem? Caso positivo, quais as suas dificuldades de apreensão do processo de enfermagem?

( ) SIM ( )NÃO

( ) Todo o processo ( ) Investigação ( ) Diagnóstico ( ) Planejamento ( ) Implementação ( ) Avaliação Questão 9 Existem dificuldades nos campos estágios supervisionadas em aplicar o processo de enfermagem? Caso positivo, quais? (relacionados ao aprendizado e ao cenário da realidade prática encontrada).

( ) SIM ( ) NÃO

( ) Dificuldade em relacionar a teoria com a prática

( ) Não implementação do processo de enfermagem nos campos de prática

( ) Falta de estímulo e cobrança pela instituição de ensino ( na pessoa no professor

coordenador do estágio) em aplicação do processo de enfermagem nos campos de

prática

( ) Resistência dos enfermeiros dos campos em aplicar o processo de enfermagem

( ) Sobrecarga de trabalho dos enfermeiros com prioridade para atividades

burocráticas e gerenciais

( ) Descrença dos enfermeiros na operacionalização do processo de enfermagem

( ) Outra :________________________________

Questão 10 Em sua opinião que estratégias as Universidades e os campos de estágio podem adotar para facilitar a apreensão e aplicação do PE na realidade da prática profissional?

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APÊNDICE B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ONLINE VIA SURVEYMONKEY

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Este é um convite para você participar da pesquisa “ENSINO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM: VISÃO DOS DISCENTES DE GRADUAÇÃO DE NATAL-RN” que é coordenada e desenvolvida por Francis Solange Vieira Tourinho, juntamente com a mestranda Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento. Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga prejuízo ou penalidade. O objetivo geral é: Compreender a percepção dos discentes do último ano dos cursos de graduação de enfermagem no município de Natal/RN, sobre o ensino do processo de enfermagem. Caso decida aceitar o convite, você será submetido (a) ao (s) seguintes procedimentos: responderá a este questionário eletrônico sobre alguns dados pessoais e acadêmicos e também sobre sua opinião sobre o ensino do processo de enfermagem, que terá uma duração de aproximadamente vinte minutos. Solicito a permissão para apresentar os resultados da análise do questionário na minha dissertação de mestrado, em eventos científicos e periódicos na área de saúde e educação. Na divulgação dos resultados seu nome será mantido em sigilo absoluto. O estudo oferece riscos mínimos a sua integridade física, moral, social e econômica, uma vez que estarão asseguradas a confidencialidade e privacidade das informações, proteção da imagem e não estigmatização dos sujeitos e a não-utilização das informações em prejuízo das pessoas envolvidas. Caso concorde você apenas responderá este e não será identificado ou penalizado por nenhuma questão respondida. Caso não concorde em participar da pesquisa você não será retaliado ou prejudicado, sua participação é totalmente voluntária. Você não receberá nenhum benefício diretamente ao participar. No entanto, esta pesquisa, estará cooperará para o conhecimento da opinião dos discentes de graduação de enfermagem sobre o ensino do processo de enfermagem, e contribuirá para a identificação de estratégias para o ensino do processo de enfermagem e sua aplicação na prática . Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os participantes. Os pesquisadores assumem a responsabilidade de prestar assistência integral às complicações e danos decorrentes dos riscos previstos, assim como, os possíveis custos solicitados pelos sujeitos da pesquisa, desde que fique comprovado legalmente essa necessidade e você poderá solicitar em qualquer momento. Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será ressarcido, caso solicite. Você ficará com uma cópia deste Termo e toda dúvida que você tiver, a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para Francis Solange Vieira Tourinho no endereço: Departamento de Enfermagem- Campus Universitário no bairro Lagoa Nova, CEP 59072-970, Natal/RN, ou pelo telefone 32153889.Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em

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Pesquisa da UFRN no endereço Campus Universitário no bairro Lagoa Nova, Caixa Postal 1666, CEP 59072-970, Natal/RN, ou pelo telefone 32153135. Consentimento Livre e Esclarecido: Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa “ENSINO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM: VISÃO DOS DISCENTES DE GRADUAÇÃO DE NATAL-RN”

( ) Aceito participar da pesquisa ( ) Não aceito participar da pesquisa

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APÊNDICE C

OFÍCIO À INSTITUIÇÃO PESQUISADA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Campos Universitário- Br 101- Lagoa Nova- Natal, RN

CEP: 59072-970. Fone/fax: (84) 3215-3196. E-mail: [email protected]

Oficio n.º 24/10 Pós-Graduação de Enfermagem - UFRN Natal, 19 de Outubro de 2010 Ilma Sra. Akemi Iwata Monteiro

Chefe do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

A Chefia,

O grupo de Pesquisa de Laboratório de investigação do cuidado, segurança, tecnologias em saúde e enfermagem do Departamento de Enfermagem da UFRN conta atualmente, com diversos projetos de pesquisa em desenvolvimento, dentre os quais, aqui ressaltamos o trabalho intitulado “ENSINO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM: VISÃO DOS DISCENTES DE GRADUAÇÃO DE NATAL-RN”, desenvolvido pela mestranda Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento, do programa de Pós-Graduação do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da UFRN, tendo como orientadora a Profa. Dra. Francis Solange Vieira Tourinho. Este estudo tem por objetivo geral: Compreender a percepção dos discentes do último ano dos cursos de graduação de enfermagem no município de Natal/RN, sobre o ensino do processo de enfermagem, e como específicos: Conhecer a opinião dos discentes sobre a metodologia de ensino utilizada pelos docentes, e a existência de integralidade entre as disciplinas no ensino do processo de enfermagem; verificar a compreensão dos discentes relativa à atuação do enfermeiro no processo de enfermagem; identificar as dificuldades dos discentes em executar as fases do processo de enfermagem na prática acadêmica dos estágios curriculares, e saber a opinião dos discentes sobre estratégias da academia e da assistência para facilitar o aprendizado e aplicação do processo de enfermagem.

Reconhecendo a importância do trabalho a ser desenvolvido, solicitamos a vossa aquiescência em permitir o acesso da mestranda Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento e das acadêmicas de enfermagem do grupo de pesquisa, nas dependências da instituição de ensino para a realização da coleta de dados junto aos discentes de graduação de enfermagem do penúltimos e últimos períodos. Ao mesmo tempo, pedimos autorização para que o nome desta instituição possa constar no relatório final de pesquisa.

Outrossim, salientamos que a participação dos discentes será solicitada por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido sendo garantido a autonomia em participar ou não do estudo e de desistir a qualquer momento da pesquisa anterior à publicação dos resultados em eventos científicos da área, bem como os dados serão mantidos em sigilo. Esta pesquisa será conduzida de acordo com a Resolução do Ministério da Saúde 196/96 que trata da Pesquisa em Seres Humanos.

Na certeza de contarmos com a colaboração e empenho desta direção e ou coordenação agradecemos antecipadamente e ficamos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente,

Profa. Dra. Francis Solange Vieira Tourinho

Coordenadora do Grupo de Pesquisa Laboratório de investigação do cuidado, segurança, tecnologias em saúde e enfermagem.

Enfa. Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento Mestranda do programa de pós-graduação do departamento de enfermagem da UFRN

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APÊNDICE D

TERMO DE ANUÊNCIA DA INSTITUIÇÃO PESQUISADA

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APÊNDICE E

OFÍCIO À INSTITUIÇÃO PESQUISADA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Campos Universitário- Br 101- Lagoa Nova- Natal, RN

CEP: 59072-970. Fone/fax: (84) 3215-3196. E-mail: [email protected]

Oficio n.º 25/10 Pós-Graduação de Enfermagem - UFRN Natal, 18 de Outubro de 2010 Ilma Sra. Brenda Mercedes Justiz Gonzáles

Coordenadora do Curso de Enfermagem da Universidade Potiguar

Senhora Coordenadora,

O grupo de Pesquisa de Laboratório de investigação do cuidado, segurança, tecnologias em saúde e enfermagem do Departamento de Enfermagem da UFRN conta atualmente, com diversos projetos de pesquisa em desenvolvimento, dentre os quais, aqui ressaltamos o trabalho intitulado “ENSINO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM: VISÃO DOS DISCENTES DE GRADUAÇÃO DE NATAL-RN”, desenvolvido pela mestranda Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento, do programa de Pós-Graduação do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da UFRN, tendo como orientadora a Profa. Dra. Francis Solange Vieira Tourinho. Este estudo tem por objetivo geral: Compreender a percepção dos discentes do último ano dos cursos de graduação de enfermagem no município de Natal/RN, sobre o ensino do processo de enfermagem, e como específicos: Conhecer a opinião dos discentes sobre a metodologia de ensino utilizada pelos docentes, e a existência de integralidade entre as disciplinas no ensino do processo de enfermagem; verificar a compreensão dos discentes relativa à atuação do enfermeiro no processo de enfermagem; identificar as dificuldades dos discentes em executar as fases do processo de enfermagem na prática acadêmica dos estágios curriculares, e saber a opinião dos discentes sobre estratégias da academia e da assistência para facilitar o aprendizado e aplicação do processo de enfermagem.

Reconhecendo a importância do trabalho a ser desenvolvido, solicitamos a vossa aquiescência em permitir o acesso da mestranda Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento e das acadêmicas de enfermagem do grupo de pesquisa, nas dependências da instituição de ensino para a realização da coleta de dados junto aos discentes de graduação de enfermagem do penúltimos e últimos períodos. Ao mesmo tempo, pedimos autorização para que o nome desta Instituição possa constar no relatório final de pesquisa.

Outrossim, salientamos que a participação dos discentes será solicitada por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido sendo garantido a autonomia em participar ou não do estudo e de desistir a qualquer momento da pesquisa anterior à publicação dos resultados em eventos científicos da área, bem como os dados serão mantidos em sigilo. Esta pesquisa será conduzida de acordo com a Resolução do Ministério da Saúde 196/96 que trata da Pesquisa em Seres Humanos.

Na certeza de contarmos com a colaboração e empenho desta direção e ou coordenação agradecemos antecipadamente e ficamos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente,

Profa. Dra. Francis Solange Vieira Tourinho

Coordenadora do Grupo de Pesquisa Laboratório de investigação do cuidado, segurança, tecnologias em saúde e enfermagem.

Enfa. Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento Mestranda do programa de pós-graduação do departamento de enfermagem da UFRN

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APÊNDICE F

TERMO DE ANUÊNCIA DA INSTITUIÇÃO PESQUISADA

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APÊNDICE G

OFÍCIO À INSTITUIÇÃO PESQUISADA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Campos Universitário- Br 101- Lagoa Nova- Natal, RN

CEP: 59072-970. Fone/fax: (84) 3215-3196. E-mail: [email protected]

Oficio n.º 26/10 Pós-Graduação de Enfermagem - UFRN Natal, 18 de Outubro de 2010 Ilmo Sr. Daladier Pessoa Cunha Lima

Diretor Geral da Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do RN - FARN Senhor Diretor,

O grupo de Pesquisa de Laboratório de investigação do cuidado, segurança, tecnologias em saúde e enfermagem do Departamento de Enfermagem da UFRN conta atualmente, com diversos projetos de pesquisa em desenvolvimento, dentre os quais, aqui ressaltamos o trabalho intitulado “ENSINO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM: VISÃO DOS DISCENTES DE GRADUAÇÃO DE NATAL-RN”, desenvolvido pela mestranda Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento, do programa de

Pós-Graduação do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da UFRN, tendo como orientadora a Profa. Dra. Francis Solange Vieira Tourinho. Este estudo tem por objetivo geral: Compreender a percepção dos discentes do último ano dos cursos de graduação de enfermagem no município de Natal/RN, sobre o ensino do processo de enfermagem, e como específicos: Conhecer a opinião dos discentes sobre a metodologia de ensino utilizada pelos docentes, e a existência de integralidade entre as disciplinas no ensino do processo de enfermagem; verificar a compreensão dos discentes relativa à atuação do enfermeiro no processo de enfermagem; identificar as dificuldades dos discentes em executar as fases do processo de enfermagem na prática acadêmica dos estágios curriculares, e saber a opinião dos discentes sobre estratégias da academia e da assistência para facilitar o aprendizado e aplicação do processo de enfermagem.

Reconhecendo a importância do trabalho a ser desenvolvido, solicitamos a vossa aquiescência em permitir o acesso da mestranda Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento e das acadêmicas de enfermagem do grupo de pesquisa , nas dependências da instituição de ensino para a realização da coleta de dados junto aos discentes de graduação de enfermagem do penúltimos e últimos períodos. Ao mesmo tempo, pedimos autorização para que o nome desta Instituição possa constar no relatório final de pesquisa.

Outrossim, salientamos que a participação dos discentes será solicitada por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido sendo garantido a autonomia em participar ou não do estudo e de desistir a qualquer momento da pesquisa anterior à publicação dos resultados em eventos científicos da área, bem como os dados serão mantidos em sigilo. Esta pesquisa será conduzida de acordo com a Resolução do Ministério da Saúde 196/96 que trata da Pesquisa em Seres Humanos.

Na certeza de contarmos com a colaboração e empenho desta direção e ou coordenação agradecemos antecipadamente e ficamos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente,

Profa. Dra. Francis Solange Vieira Tourinho

Coordenadora do Grupo de Pesquisa Laboratório de investigação do cuidado, segurança, tecnologias em saúde e enfermagem.

Enfa. Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento

Mestranda do programa de pós-graduação do departamento de enfermagem da UFRN

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APÊNDICE H

TERMO DE ANUÊNCIA DA INSTITUIÇÃO PESQUISADA

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APÊNDICE I

OFÍCIO À INSTITUIÇÃO PESQUISADA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Campos Universitário- Br 101- Lagoa Nova- Natal, RN

CEP: 59072-970. Fone/fax: (84) 3215-3196. E-mail: [email protected]

Oficio n.º 27/10 Pós-Graduação de Enfermagem - UFRN Natal, 18 de Outubro de 2010 Ilma. Sra. Isabel Cristina Amaral

Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade de Ciências Cultura e Extensão do RN- FACEX Senhora Coordenadora,

O grupo de Pesquisa de Laboratório de investigação do cuidado, segurança, tecnologias em saúde e enfermagem do Departamento de Enfermagem da UFRN conta atualmente, com diversos projetos de pesquisa em desenvolvimento, dentre os quais, aqui ressaltamos o trabalho intitulado “ENSINO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM: VISÃO DOS DISCENTES DE GRADUAÇÃO DE NATAL-RN”, desenvolvido pela mestranda Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento, do programa de Pós-Graduação do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da UFRN, tendo como orientadora a Profa. Dra. Francis Solange Vieira Tourinho. Este estudo tem por objetivo geral: Compreender a percepção dos discentes do último ano dos cursos de graduação de enfermagem no município de Natal/RN, sobre o ensino do processo de enfermagem, e como específicos: Conhecer a opinião dos discentes sobre a metodologia de ensino utilizada pelos docentes, e a existência de integralidade entre as disciplinas no ensino do processo de enfermagem; verificar a compreensão dos discentes relativa à atuação do enfermeiro no processo de enfermagem; identificar as dificuldades dos discentes em executar as fases do processo de enfermagem na prática acadêmica dos estágios curriculares, e saber a opinião dos discentes sobre estratégias da academia e da assistência para facilitar o aprendizado e aplicação do processo de enfermagem.

Reconhecendo a importância do trabalho a ser desenvolvido, solicitamos a vossa aquiescência em permitir o acesso da mestranda Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento e das acadêmicas de enfermagem do grupo de pesquisa, nas dependências da instituição de ensino para a realização da coleta de dados junto aos discentes de graduação de enfermagem do penúltimos e últimos períodos. Ao mesmo tempo, pedimos autorização para que o nome desta Instituição possa constar no relatório final de pesquisa.

Outrossim, salientamos que a participação dos discentes será solicitada por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido sendo garantido a autonomia em participar ou não do estudo e de desistir a qualquer momento da pesquisa anterior à publicação dos resultados em eventos científicos da área, bem como os dados serão mantidos em sigilo. Esta pesquisa será conduzida de acordo com a Resolução do Ministério da Saúde 196/96 que trata da Pesquisa em Seres Humanos.

Na certeza de contarmos com a colaboração e empenho desta direção e ou coordenação agradecemos antecipadamente e ficamos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente,

Profa. Dra. Francis Solange Vieira Tourinho

Coordenadora do Grupo de Pesquisa Laboratório de investigação do cuidado, segurança, tecnologias em saúde e enfermagem.

Enfa. Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento Mestranda do programa de pós-graduação do departamento de enfermagem da UFRN

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APÊNDICE J

TERMO DE ANUÊNCIA DA INSTITUIÇÃO PESQUISADA

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APÊNDICE K

OFÍCIO À INSTITUIÇÃO PESQUISADA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Campos Universitário- Br 101- Lagoa Nova- Natal, RN

CEP: 59072-970. Fone/fax: (84) 3215-3196. E-mail: [email protected]

Oficio n.º 28/10 Pós-Graduação de Enfermagem - UFRN Natal, 18 de Outubro de 2010 Ilma Sra. Patrícia Cordeiros de Vasconcelos

Diretora Acadêmica da Faculdade de Excelência Educacional do RN – FATERN – Gama Filho. Senhora Diretora,

O grupo de Pesquisa de Laboratório de investigação do cuidado, segurança, tecnologias em saúde e enfermagem do Departamento de Enfermagem da UFRN conta atualmente, com diversos projetos de pesquisa em desenvolvimento, dentre os quais, aqui ressaltamos o trabalho intitulado “ENSINO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM: VISÃO DOS DISCENTES DE GRADUAÇÃO DE NATAL-RN”, desenvolvido pela mestranda Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento, do programa de

Pós-Graduação do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da UFRN, tendo como orientadora a Profa. Dra. Francis Solange Vieira Tourinho. Este estudo tem por objetivo geral: Compreender a percepção dos discentes do último ano dos cursos de graduação de enfermagem no município de Natal/RN, sobre o ensino do processo de enfermagem, e como específicos: Conhecer a opinião dos discentes sobre a metodologia de ensino utilizada pelos docentes, e a existência de integralidade entre as disciplinas no ensino do processo de enfermagem; verificar a compreensão dos discentes relativa à atuação do enfermeiro no processo de enfermagem; identificar as dificuldades dos discentes em executar as fases do processo de enfermagem na prática acadêmica dos estágios curriculares, e saber a opinião dos discentes sobre estratégias da academia e da assistência para facilitar o aprendizado e aplicação do processo de enfermagem.

Reconhecendo a importância do trabalho a ser desenvolvido, solicitamos a vossa aquiescência em permitir o acesso da mestranda Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento e das acadêmicas de enfermagem do grupo de pesquisa, nas dependências da instituição de ensino para a realização da coleta de dados junto aos discentes de graduação de enfermagem do penúltimos e últimos períodos. Ao mesmo tempo, pedimos autorização para que o nome desta Instituição possa constar no relatório final de pesquisa.

Outrossim, salientamos que a participação dos discentes será solicitada por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido sendo garantido a autonomia em participar ou não do estudo e de desistir a qualquer momento da pesquisa anterior à publicação dos resultados em eventos científicos da área, bem como os dados serão mantidos em sigilo. Esta pesquisa será conduzida de acordo com a Resolução do Ministério da Saúde 196/96 que trata da Pesquisa em Seres Humanos.

Na certeza de contarmos com a colaboração e empenho desta direção e ou coordenação agradecemos antecipadamente e ficamos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente,

Profa. Dra. Francis Solange Vieira Tourinho

Coordenadora do Grupo de Pesquisa Laboratório de investigação do cuidado, segurança, tecnologias em saúde e enfermagem.

Enfa. Luzia Kelly Alves da Silva Nascimento Mestranda do programa de pós-graduação do departamento de enfermagem da UFRN

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APÊNDICE L

TERMO DE ANUÊNCIA DA INSTITUIÇÃO PESQUISADA

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ANEXOS

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ANEXO A

PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA