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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
CURSO DE ZOOTECNIA
ANDREIA KARINA MARIANI
ESTRATÉGIA DE HEDGE DE VENDA COM CONTRATOS FUTUROS DE MILHO NA BM&FBOVESPA
CURITIBA 2013
ANDREIA KARINA MARIANI
ESTRATÉGIA DE HEDGE DE VENDA COM CONTRATOS FUTUROS DE MILHO NA BM&FBOVESPA
Trabalho de Conclusão do Curso de Gradação em Zootecnia da Universidade Federal do Paraná, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. João Batista Padilha
Junior
Orientador do Estágio Supervisionado: Economista Paulo Roberto Molinari
CURITIBA 2013
Ao meu irmão Marcel Mariani “in memorian”, pois
mesmo que não esteja presente neste momento sei que
compartilha desta alegria junto a mim.
À minha mãe Lusia Mariani por seu amor e por me
ensinar, dentre tantas coisas, o que é ser forte.
AGRADECIMENTOS
Dedico este trabalho “in memorian” ao meu irmão e aproveito para
agradecê-lo, esteja onde estiver. Obrigada por me transmitir
ensinamentos valiosos sobre a vida. A você devo muito de mim e serei
eternamente grata por tudo.
A minha família, por toda dedicação e amor, por cada incentivo e pelas
orações em meu favor.
Ao meu namorado Rodrigo por ter vivenciado comigo passo a passo todos
os detalhes deste trabalho, por todo apoio que eu necessitava nos
momentos difíceis, por todo amor e paciência.
As amigas Janaina e Ana, pela amizade ao longo destes 10 anos e por se
fazerem sempre presentes apesar da distancia.
Ao Gabriel e Bruno Araldi, por todas as explicações e disposição em
ajudar.
A todos os amigos e colegas que tive durante a graduação, os quais me
ensinaram muito. As amigas que iniciaram junto a mim esta jornada,
compartilhando muitos momentos, Daí, Taby, Jaque, Pam, Le, Jana, Ana,
Paulinha. Agradeço também as amigas veteranas, Mari, Mel, Carol e
Mary. Meninas, obrigada por tudo!
Aos atuais e antigos “lapbovianos” que se tornaram grandes amigos,
Carol, Naty, Thi, Chen, Gus, Jaca, Helton, Iza e Giu. Obrigada pela
amizade, pelos ensinamentos, por me aceitarem no grupo, pela parceria e
por todas as risadas. Que o sucesso seja para cada um a ponta de um
emaranhado de possibilidades.
A Amanda Schuntzemberger, exemplo de determinação. Tens a
minha admiração.
Aos professores ao longo do curso, em especial ao Prof. João Batista
Padilha Jr., orientador deste trabalho, por aceitar fazer parte desta
etapa, pelo incentivo aos estudos, pela disposição e pela amizade. Ao
professor Paulo Rossi, pelo conhecimento compartilhado e pela confiança
depositada em mim.
Aos professores Laila T. Dias, Antonio Ostrensky Neto e Rodrigo de
Almeida, pelo profissionalismo, vocês foram imprescindíveis na
formação.
Aos professores Eugenio Stefanelo e Anada Félix, pela disposição e por
aceitarem fazer parte desta realização.
Ao Paulo Molinari pelo auxilio e atenção desprendida durante o estágio.
A empresa Safras & Mercado pela oportunidade a mim cedida.
A todos que passaram por mim e me acrescentaram algo. A todos que me
fizeram mudar de opinião e rever pontos de vista.
E, finalmente agradeço a Deus por colocar todos vocês em minha vida,
por guiar meus passos e por permitir que tudo isso fosse possível.
Muito obrigada!
“Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém, há os que lutam toda a vida.
Esses são os imprescindíveis”.
(Bertold Brecht)
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Comportamento dos preços do milho em Cascavel, PR, no periodo de
março/2011 a março/2012, valores nominais ........................................ 31
Gráfico 2. Comportamento diário dos preços em Cascavel – PR, Campinas CIF e
BM&F, no período de 20/09/2011 a 22/02/2012, valores nominais ....... 35
Gráfico 3. Comportamento dos preços médio mensal do milho em Cascavel durante
o ano 2012, valores nominais ................................................................ 36
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Encerramento do contrato por reversão da posição, contrato com
vencimento em março 2012 ................................................................ 34
Quadro 2. Encerramento do contrato por reversão da posição, contrato com
vencimento em setembro 2012 ........................................................... 38
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Demanda brasileira de milho safra 2010 à safra 2013, em mil toneladas 15
Tabela 2. Produção estadual e regional de milho no Brasil, da safra 2010/2011 à
safra 2012/2013, em toneladas ............................................................... 17
Tabela 3. Oferta e demanda de milho no Paraná, da safra 2010/2011 à safra
2012/2013, em toneladas ........................................................................ 19
Tabela 4. Resumo da movimentação da operação de hedge de venda de milho
verão ........................................................................................................ 32
Tabela 5. Dados relativos ao hedge de venda de milho verão ................................. 33
Tabela 6. Resumo da movimentação da operação de hedge de venda de milho
safrinha .................................................................................................... 37
Tabela 7. Dados relativos ao hedge de venda de milho safrinha ............................. 38
Tabela 8. Movimentação da operação de hedge de venda de milho verão ............. 51
Tabela 9. Movimentação da operação de hedge de venda de milho safrinha .......... 54
LISTA DE ABREVIATURAS
BM&F/BOVESPA Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo CIF Custo, Seguros e Frete CONAB Companhia Nacional de Abastecimento CP Compra DERAL Departamento de Economia Rural ESALQ Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz ha Hectare ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento PR Paraná R$ Real RS Rio Grande do Sul SEAB/PR Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná sc saca SP São Paulo TE Taxa de Emolumentos TOB Taxa Operacional Básica TR Taxa de Registro USDA United States Department of Agriculture VD Venda
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11
2. OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 13
2.1 Objetivos específicos ............................................................................... 13
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................ 14
3.1 O mercado de milho no Brasil .................................................................... 14 3.2 O mercado de milho no Paraná ................................................................. 18 3.3 Formação e características dos preços do milho no mercado interno ....... 20 3.4 Tipos de mercado ...................................................................................... 21 3.5 Mercado de derivativos agropecuários ...................................................... 22 3.5.1 Mercado futuro ........................................................................................ 22 3.5.2 Hedge...................................................................................................... 23 3.5.3 Hedge de venda ...................................................................................... 24 3.5.4 Hedge de compra .................................................................................... 24 3.6 Contrato Futuro de Milho............................................................................ 24 3.6.1 Principais características do Contrato Futuro de Milho negociados na BM&F ............................................................................................................... 25 3.6.2 Ajustes diários ......................................................................................... 25 3.6.3 Margens de garantia ............................................................................... 26 3.6.4 Custos da operação ................................................................................ 26
4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................ 28
4.1 Coleta e analise de dados .......................................................................... 28 4.2 Simulação milho safra de verão ................................................................. 29 4.3 Simulação milho safrinha ........................................................................... 30
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 31
5.1 Resultado obtido com a simulação para a safra de verão 2010/2011 ........ 31 5.2 Resultado obtido com a simulação para a safrinha 2011/2012 .................. 36 5.3 Vantagens e desvantagens das operações de hedge na BM&F por produtores rurais .............................................................................................. 39
6. CONCLUSÃO .................................................................................................. 40
7. RELATÓRIO DE ESTÁGIO ............................................................................. 41
7.1 Plano de estágio ........................................................................................ 41 7.2 Empresa ..................................................................................................... 42 7.3 Setor de milho ............................................................................................ 43 7.4 Setor de boi ................................................................................................ 44 7.5 Setor de aves e suínos .............................................................................. 44 7.5.1 Aves ........................................................................................................ 45 7.5.2 Suínos ..................................................................................................... 45
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 46
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 48
APÊNDICES ............................................................................................................. 51
Apêndice 1. Simulações em Excel para milho verão ....................................... 51 Apêndice 2. Simulações em Excel para milho safrinha .................................... 54
ANEXOS .................................................................................................................. 57
Anexo 1. Plano de estágio. .............................................................................. 57 Anexo 2.Termo de compromisso. .................................................................... 58 Anexo 3. Ficha de avaliação no local de estágio. ............................................ 59 Anexo 4. Controle de frequência do estagiário. ............................................... 60
RESUMO
O Brasil figura como terceiro maior produtor de milho no mercado internacional,
sendo diversos os riscos referentes à produção e comercialização deste produto.
Diante deste fator, é crescente a necessidade de mecanismos disponíveis no
mercado como forma de proteção dos negócios a fim de garantir uma rentabilidade
mínima. A operação de hedge de venda na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F)
é uma destas ferramentas que visa à proteção das oscilações de preços pelos
produtores. No entanto, poucos são os que fazem uso destes mecanismos. Este
trabalho visa avaliar a estratégia de hedge de venda durante a comercialização do
milho na Região Oeste do Paraná, apresentando os pontos positivos e negativos
deste instrumento de proteção. Para isso, foram simuladas operações de contratos
futuros com base nos preços nos anos-safra 2010/2011 e 2011/2012 com posterior
comparação dos resultados obtidos com a comercialização do produto na cidade de
Cascavel. Constatou-se que o hedge pode não ser perfeito, evidenciando a
necessidade de associar a atuação no mercado futuro baseado em analise de
mercado. Além disto, foram descritas as principais atividades executadas durante o
estágio final, realizado na empresa Safras e Mercado. Este apresentou grande
oportunidade para o conhecimento do mercado agrícola.
Palavras-chaves: Agronegócio, mercado à vista, oscilação, proteção.
11
1. INTRODUÇÃO
O Brasil dispõe de inúmeros produtos agropecuários com significante valor
estratégico em nossa economia. A comercialização destes produtos apresenta um
ritmo crescente a cada ano, sendo esta uma das atividades mais importantes da
cadeia do agronegócio. Esta expansão não ocorre apenas em volume, mas nas
formas de comercialização, em tecnologia, agilidade dos negócios e ainda, na
estrutura das informações (MOLINARI, 2012).
A cultura de milho é um dos exemplos da força do mercado agrícola
brasileiro, com extrema importância devido à sua utilização, sobretudo na nutrição
animal. A demanda brasileira do cereal é hoje de aproximadamente 64,2 milhões de
toneladas. Deste total, 52,3 milhões de toneladas são destinados ao consumo
interno, sendo 1,1 milhões de toneladas para consumo humano, 6,0 milhões de
toneladas para produção industrial e aproximadamente 44,4 milhões de toneladas
para o consumo animal (SAFRAS e MERCADOS, 2013).
Dentre os principais riscos deste negócio para o produtor brasileiro,
destacam-se os problemas referentes à produção como as condições climáticas,
pragas e doenças e com a flutuação dos preços de vendas e ausência de política de
preços mínimos compatíveis com a realidade dos custos de produção (SOUZA et al.,
2010). Assim, é imprescindível que os participantes do mercado dispunham de
estratégias e ferramentas de administração de riscos inerentes à atividade
econômica.
Neste contexto, a utilização de mercados futuros é vista como boa alternativa.
Nos mercados futuros são negociados contratos futuros, por meio da Bolsa de
Mercadorias & Futuros (BM&F). Por definição são obrigações legalmente exigíveis,
para a entrega ou recebimento de determinada quantidade de um ativo padronizado,
por um preço ajustado em pregão para liquidação em uma data futura (MARQUES et
al., 2006).
12
Desta forma, segundo os mesmos autores, os agentes envolvidos no
mercado de milho participam do mercado futuro por meio de estratégias de hedge.
Ao realizar uma operação de hedge, o agente procura travar o preço de venda ou
compra de mercadorias em operações inversas às realizadas no mercado físico.
Assim, as perdas em um mercado serão, ao menos parcialmente, cobertas pelo
ganho em outro.
No entanto, estes mecanismos de proteção são poucos explorados pelos
produtores brasileiros ao comercializar sua produção e poucos são os estudos que
buscam entende-los. Deste modo, o presente estudo visa avaliar os resultados deste
mecanismo de proteção de preços durante o período de comercialização do milho.
Espera-se que este trabalho possa servir como base para compreensão de
operações de hedge na bolsa de mercadorias e futuros com o intuito de aumentar o
conhecimento desta ferramenta por parte dos produtores rurais.
Para o cumprimento do estágio curricular buscou-se uma empresa de
consultoria de mercados agrícolas, com acompanhamento e analises diárias do
mercado disponível e futuro e posterior fornecimento das informações para os
diversos participantes do agronegócio, dente eles, os produtores rurais.
13
2. OBJETIVO GERAL
Avaliar os resultados do hedge de venda de milho com contratos futuros da
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) como mecanismo de proteção de preço
para os produtores da Região Oeste do Paraná na safra de verão 2010/2011 e para
a safrinha 2011/2012.
2.1 Objetivos específicos
a) Apresentar a estratégia de hedge de venda como mecanismo de proteção
aos produtores de milho contra a volatilidade de preços dos mercados
agropecuários;
b) Expor os aspectos positivos e negativos deste sistema de proteção e
comercialização;
c) Gerar informações que vão auxiliar os produtores a entender o
funcionamento deste mecanismo de proteção de preços.
14
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 O mercado de milho no Brasil
De acordo com o levantamento do USDA (2013), o Brasil se enquadra como o
terceiro maior produtor e o quarto maior consumidor mundial de milho. Isso indica
que, de forma geral, o país é autossuficiente no abastecimento da demanda interna
pelo grão. Com destino a vários segmentos de consumo, tais como: pecuária,
indústria de combustíveis, óleo comestível, amidos finos, indústria de massas entre
outros, evidencia-se a importância econômica do milho devido à diversidade na sua
utilização.
O consumo animal de milho é o principal destino da safra e refere-se a todos
os segmentos de produção animal pelo o qual se utiliza o milho como insumo na
alimentação. A avicultura brasileira é o setor que possui grande representatividade
para a economia brasileira, sendo este segmento responsável por aproximadamente
40% da demanda total de milho. A suinocultura é o segundo setor com maior volume
de consumo de milho no Brasil. Este responde por aproximadamente 20% da
demanda nacional de milho, seguido por representatividade na ordem de 6% para a
pecuária bovina e de 2% por outros animais (SAFRAS e MERCADO, 2013). A
Tabela 1 mostra a demanda brasileira de milho do ano comercial (fevereiro a janeiro
do ano seguinte) de 2010 a 2013.
15
Tabela 1. Demanda brasileira de milho ano comercial 2010 à 2013, em mil toneladas
Discriminação
2010
2011
2012*
2013**
Consumo total 57.914 58.982 71.827 64.237
Consumo interno 47.032 49.693 51.177 52.307
- Humano 856 858 1.108 1.109
- Industrial 4.012 5.204 6.044 6.044
- Animal 40.760 43.126 43.306 44.496
Sementes/perdas 503 504 719 659
Exportações 10.883 9.289 20.650 11.930
* Preliminar ** Projeção Fonte: Safras & Mercado (2013).
Assim, verifica-se a grande importância da produção de milho para o
consumo interno, notadamente para a produção animal. Nesse sentido, dados do
USDA (2012) apontam que em 2012 o Brasil foi o maior exportador de carne de
aves, representando 35% do volume total das exportações. O Brasil também se
destaca nas exportações de carne suína, com bom crescimento das vendas ao
mercado externo em 2012 frente aos anos anteriores.
De acordo com a projeção feita pelo MAPA (2012), o aumento do consumo de
milho por parte da indústria de carnes é visto como uma tendência a ser mantida. As
previsões indicam que nos próximos anos, em torno de 84% da produção de milho
terá como destino o mercado interno a fim de atender a demanda humana e a
fabricação de rações, especialmente para o setor de aves e suínos.
De acordo com dados da Tabela 1, para a safra atual, a demanda de milho
pelo setor de carnes deverá corresponder por 69,2% do consumo total de milho.
Entre a safra 2010 e a safra 2012 a demanda do milho para o consumo animal
correspondeu em média a 67,9% do consumo total do milho.
No Brasil o fluxo de demanda é considerado bastante uniforme, mas com
maior concentração do crescimento no período de junho a outubro (MOLINARI,
2012). Segundo o autor, é natural que parte do segundo semestre de cada ano
reserve perfil de maior demanda, tendo em vista que há concentração no perfil de
consumo geral da economia neste período. Todavia, cada segmento possui a sua
particularidade e seu efeito sobre o consumo de milho.
O autor explica ainda que, além da comercialização no mercado interno, o
cereal tem sido considerado um produto de exportação nos últimos anos, com o
surgimento de um espaço importante no mercado mundial para um produto não
16
transgênico. Atualmente, o milho do Brasil apresenta duas vias de comércio
internacional, ou seja, tanto de exportação quanto de importação, sendo que a
ultima ocorre sazonalmente e em épocas conjugadas.
Tomando por base os dados referentes à demanda de milho na Tabela 1,
nota-se que em 2010 e 2011 foram exportados em média 10,1 milhões de toneladas.
O volume recorde foi em 2012, quando o Brasil exportou 20,6 milhões de toneladas
de milho. As projeções para o ano comercial 2013 apontam para demanda externa
de 11,3 milhões de toneladas de milho proveniente do Brasil. Este volume é próximo
ao exportado nos anos 2010 e 2011, visto que o volume recorde alcançado em 2012
foi resultado da quebra da safra norte-americana do grão com consequente maior
demanda internacional pelo milho brasileiro.
O Brasil dispõe de três safras distintas, tais como a safra de verão da região
Centro-Sul juntamente com safra da Bahia, a safra de inverno da região Centro-Sul
(safrinha) e a safra do Norte e Nordeste. A produção de milho se caracterizou pela
divisão da produção em duas épocas. Os plantios de verão, que são realizados
entre fins de agosto na região Sul, até os meses de outubro e novembro no Sudeste
e Centro-Oeste. O plantio da safrinha usualmente ocorre em fevereiro ou março,
predominantemente na região Centro- Oeste e nos Estados do Paraná e São Paulo
(MOLINARI, 2012).
Segundo o mesmo autor, a safra de verão no Centro-Sul é a principal em
produção, investimento em tecnologia, resultados em produtividade. Contudo, é a
que sofre maior concorrência com a soja e demais culturas de verão. Já a safrinha
ou safra de inverno é responsável por gerar razoável modificação no perfil de
plantios nos últimos anos. Com grande importância no abastecimento nacional,
supera o percentual de 40,9% da produção nacional na safra 2010/2011 e em média
50,7% nas safras 2011/2012 e 2012/2013 (Tabela 2).
Por outro lado, ainda segundo o mesmo autor, a produção do Nordeste e
Norte do país possui perfil muito deficitário de tecnologia empregada, com forte
potencial de expansão na região, mas com barreiras climáticas naturais. Na safra
2010/2011 a produção do Norte e Nordeste representou 11,3% da produção do
Brasil, enquanto que na safra posterior a representatividade foi na ordem de 8,1%. A
estimativa para a safra atual é de contribuição de 8,6% do total da produção
brasileira de milho (Tabela 2).
17
Tabela 2. Produção estadual e regional de milho no Brasil, da safra 2010/2011 à safra 2012/2013, em toneladas
Discriminação Safra 2010/2011 Safra 2011/2012 Safra 2012/2013*
Centro-Sul Paraná 5.683.441 7.632.450 7.152.593 Rio Grande do Sul 5.257.837 3.386.905 5.902.540 Santa Catarina 3.123.600 3.236.683 3.346.773 São Paulo 3.208.983 3.354.466 3.274.425 Mato Grosso do Sul 657.604 422.188 385.152 Goiás/Distrito Federal 3.182.208 4.162.743 3.428.810 Mato Grosso 164.935 388.152 612.552 Minas Gerais 5.230.234 6.181.024 5.424.975 Espírito Santo 80.400 87.072 88.662 Rio de Janeiro 25.489 22.952 21.504 Safrinha Paraná 2ª Safra 7.160.585 11.434.599 10.767.195 São Paulo 2ª Safra 1.350.863 1.572.454 1.572.257 Mato Grosso do Sul 2ª Safra 3.538.534 6.455.574 5.672.574 Goiás 2ª Safra 3.480.810 4.021.584 3.986.075 Mato Grosso 2ª Safra 7.306.907 14.130.356 13.144.500 Centro-Sul 49.452.429 66.489.201 64.780.586 Norte/Nordeste 6.316.020 5.847.324 5.936.320
Total 55.768.449 72.336.525 70.716.906
* Projeção Fonte: Safras & Mercado (2013).
A produção do grão cresce de forma gradativa. De acordo com a CONAB
(2012), de 1990/91 a 2011/2012, o volume de milho produzido no Brasil (primeira e
segunda safras) expandiu-se em 48,9 milhões de toneladas, atingindo os 72,9
milhões de toneladas em 2011/2012, sendo esta a produção recorde.
Segundo levantamento realizado pela empresa Safras & Mercado (2013)
perante cooperativas, produtores e indústrias, entre as safras 2011/2012 e
2012/2013 as projeções de produção de milho no país indicam para um decréscimo
de 1,98 milhões de toneladas. Na safra 2011/2012 a área cultivada, considerando-se
as duas safras, foi de 15,2 milhões de hectares e produtividade de 4.808 quilos por
hectares. Para a safra 2012/2013, segundo o levantamento realizado pela CONAB
(2013), estima-se que a área cultivada seja menor, de 14,7 milhões de hectares. No
entanto, com um acréscimo de 1,9% na produtividade que passa a ser de 4.897
quilos por hectares.
18
3.2 O mercado de milho no Paraná
O milho é de vital importância tanto econômica quanto social no Paraná,
levando-se em conta a quantidade de pessoas envolvidas em sua cadeia produtiva,
pelo valor bruto da produção e área cultivada (ZARDO, 2003). Considerando a
produção total do Estado, ou seja, ao somar o volume produzido na 1ª e 2ª safra, o
Paraná é o maior produtor de milho do Brasil, com total de 19,1 milhões de
toneladas e participação de 26% sobre a produção total, de 72,3 milhões de
toneladas (Tabela 2).
O Paraná é o principal responsável pela produção de milho safrinha na
Região Sul, visto que os outros dois Estados, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
apresentam menor representatividade na produção da safrinha. Na safra de
2011/2012, o Estado do Paraná, obteve 40% de produção safra, e 60% de produção
safrinha, para um total de 19,1 milhões toneladas do cereal. A estimativa para a
safra 2012/2013 é que a produção da safrinha contribua em igual proporção da safra
anterior, com total de 17,9 milhões de toneladas (Tabela 2).
O Estado utiliza boa parte de sua produção. Estima-se que a demanda média
paranaense de milho seja de 8,8 milhões de toneladas anuais. Deste total, cerca de
70% tem como destino a alimentação animal, o que equivale a 6,0 milhões de
toneladas por ano e cerca de 60% do consumo estadual do cereal destina-se ao
segmento de avicultura de corte e suinocultura (DEMARCHI, 2011).
Conforme se observa na Tabela 3, a demanda média Paranaense de milho foi
de 12,9 milhões de toneladas nas safras 2010/2011 e 2011/2012, sendo 65% deste
total destinado ao arraçoamento animal. Em relação à safra 2012/2013 a previsão é
de que a demanda média paranaense do grão seja de 12,7 milhões, com cerca de
47,5% destinando-se ao segmento da avicultura e 17,2% ao setor de suínos.
19
Tabela 3. Oferta e demanda de milho no Paraná, da safra 2010/2011 à safra 2012/2013, em toneladas
Discriminação
Safra 2010/2011
Safra 2011/2012
Safra 2012/2013*
Estoque inicial 760 102 450
Produção 12.844 19.067 17.920
Importação 487 300 450
Disponibilidade interna 14.091 19.469 18.820
Demanda total 11.240 14.570 12.732
Demanda interna 9.590 9.870 9.732
- Humano 53 53 53
- Industrial 1.050 1.100 1.100
- Setor Aves 5.544 5.708 6.044
- Setor Suínos 2.630 2.724 2.196
- Outros animais 280 238 295
Sementes/perdas 32 48 45
Exportações 1.650 4.700 3.000
* Projeção Fonte: Autor; Safras & Mercado (2013).
O Brasil conquistou importante papel no mercado internacional como
exportador de milho, com o Paraná acompanhando este crescimento. Portanto, além
do Estado Paranaense ser o principal produtor de milho no País, evidencia-se que é
também um tradicional fornecedor de milho ao mercado externo. Atualmente o
Estado é o segundo maior exportador de milho no Brasil.
Segundo dados da Safras & Mercado (2012), até o ano de 2007 o Estado do
Paraná liderava o ranking dos Estados exportadores, com importante parcela nas
vendas ao mercado externo. No entanto, a partir de 2007 o Mato Grosso passou a
figurar como o principal Estado exportador, com volume médio anual de 5,5 milhões
de toneladas. Contudo, em 2012 o volume exportado foi ainda mais expressivo, em
torno de 8,6 milhões.
Os dados da Tabela 3 mostram que o Paraná exportou em média 3,1 milhões
de toneladas nas últimas três safras, cerca de 20% do volume médio exportado pelo
Brasil que foi de 13,6 milhões anuais, nesse mesmo período. Portanto, nota-se que
a importância do milho não se restringe apenas na produção de uma cultura anual,
mas sim em todo o impacto que essa cultura apresenta sobre o complexo
agroindustrial das carnes e demais segmentos produtivos do agronegócio brasileiro.
20
3.3 Formação e características dos preços do milho no mercado interno
A formação de preços do milho no mercado interno passou por modificações
desde 1988, quando o governo iniciou processo de privatização da agricultura
nacional, desvinculando a comercialização dos produtos agrícolas da política de
sustentação direta de preços ao produtor. Este fator alterou os princípios de base da
formação dos preços do milho (MOLINARI, 2012).
Atualmente, a principal base formadora de preços é Campinas – São Paulo
(SP), onde o fluxo de comercialização ocorre com base no preço de São Paulo CIF.
Ou seja, com inclusão dos custos de frete por parte do fornecedor do produto, mais
ICMS (imposto estadual sobre circulação de mercadoria e serviços pago pelo
comprador), com o produto proveniente do Norte do Paraná, Mato Grosso do Sul,
Goiás, Mato Grosso e Triangulo Mineiro (BM&FBOVESPA, 2010).
Apesar de Campinas - SP ser a principal base na formação dos preços existe
diversos mercados regionais importantes. Tais como, a Região do Triangulo Mineiro
que forma preços para a região de Minas Gerais, além de atender Campinas-SP e
parte do Nordeste. A Região Sul que engloba o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Oeste, Sudoeste e Sul do Paraná e a Região Nordeste. (MOLINARI, 2012).
Molinari (2012) ressalta ainda que, até o momento em que o governo se
apresentava como participante assíduo da comercialização como garantidor de
preço ao produtor, o preço mínimo sempre foi a referencia do mercado na safra.
Contudo, a cada dia os preços são formados mais pelas condições de oferta e
demanda e pelas condições de liquidez do produtor, tornando a formação do preço
do milho de forma sazonal e momentânea. Assim, fatores locais revelam-se mais
fortes no cotidiano do mercado.
De acordo com a BM&F (2005), as atividades agropecuárias apresentam
riscos de produção e de preço. O primeiro está associado à possibilidade de o
produtor se defrontar com queda de produtividade influenciada por intempéries
climáticas ou má utilização de tecnologia. Já os riscos de preço são mais difíceis de
serem evitados, pois variam de acordo com o comportamento das mercadorias
agrícolas no mercado interno e externo e com a probabilidade de ocorrência de
prejuízos por conta das oscilações dos preços.
Assim como os demais produtos agrícolas, os preços do milho apresentam
um elevado grau de variabilidade ao longo do tempo como consequência de fatores
21
como a dificuldade de previsão e controle da oferta e produção sazonal, por exemplo
(MENDES, 2007). Esta instabilidade traz riscos para os agentes atuantes no
mercado, que atualmente podem ser transferidos por meio de negociações de hedge
nas Bolsas de Mercadorias.
3.4 Tipos de mercado
De acordo com Mendes e Padilha Junior (2007), podem-se identificar quatro
tipos de mercados agropecuários, conforme descrição abaixo:
a) Mercado físico, disponível ou “cash market”: mercado em que são
realizadas as transações onde o produto efetivamente é trocado de proprietário.
Compreende as negociações para produto disponível no momento da negociação,
com pagamento realizado à vista ou com prazos. A mercadoria é entregue ao
comprador por parte do vendedor de forma tanto imediata ou com prazo limite para
retirada. Normalmente o prazo para pagamento e entrega não ultrapassa 30 dias
(GUIMARÃES e STEFANELLO, 2003).
Neste mercado o risco de oscilação de preço é uma constante, visto que
compradores e vendedores dependem de todos os fatores responsáveis pela
formação do preço do produto para realizar a sua comercialização (RIES e
ANTUNES, 2000).
b) Mercado a termo: esta modalidade caracteriza-se pela venda da
mercadoria com entrega futura em uma data pré-determinada futura, por um preço
acertado entre comprador e vendedor, com ou sem antecipação do pagamento. No
mercado a termo o problema de variações imprevisíveis nos preços causados por
quebra de safras, armazenagem inadequada ou fatores econômicos adversos não
são solucionados (MARQUES et. al., 2006).
c) Mercado de opções: neste mercado paga-se certo valor para possuir o
direito, mas não a obrigação de escolher determinado curso de ação no mercado
(comprar ou vender um produto a um preço determinado).
d) Mercado futuro: possui características semelhantes aos contratos a termo.
Negociam-se contratos futuros, em uma bolsa de futuros sob a supervisão de um
órgão regulador governamental. O contrato é uma obrigação, legalmente exigível, de
entregar determinada quantidade de mercadoria, com qualidade preestabelecida,
pelo ajuste no pregão. Os preços nos mercados futuros derivam dos preços cotados
22
nos mercados físicos, e, portanto o termo derivativo pode ser considerado sinônimo
de mercado futuro.
3.5 Mercado de derivativos agropecuários
De acordo com Sanvincente (2003), os derivativos são ativos que derivam de
outros ativos, ou seja, a formação do seu preço está sujeita à oscilação de preços de
outros ativos. Portanto, o mercado de derivativos refere-se ao local nos quais são
negociados estes contratos referenciados em um ativo como forma de transferir os
riscos inerentes à atividade econômica entre os seus participantes. Para Hayashi
(2011) a busca da proteção contra oscilações indesejáveis nos preços dos ativos é o
principal motivo do aparecimento, da continua utilização e do grande potencial dos
derivativos.
No Brasil, o local onde estes contratos de commodities agropecuárias, dentre
outros, a futuro, são negociados concentram-se na Bolsa de Mercadorias & Futuros
– BM&FBOVESPA. Conforme Silveira (2002), na BM&FBOVESPA são negociados
contratos futuros das seguintes nove commodities agropecuárias: café arábica, café
robusta conillon, boi gordo, bezerro, soja, milho, açúcar cristal especial, algodão e
álcool anidro carburante. Estes contratos futuros representam promessa de compra
ou venda de uma commodity para determinada data de vencimento, respeitando
diversos padrões quanto à mercadoria, entrega, pagamento, entre outros elementos.
3.5.1 Mercado futuro
O mercado futuro é um dos principais mercados de derivativos. É aquele em
que partes assumem compromisso de compra ou venda de determina quantidade e
qualidade, padronizadas de ativo, representadas por contratos estandardizados para
liquidação física ou financeira em data futura. O preço é determinado por meio de
um pregão de bolsa que, por sua vez, é um sistema de leilões múltiplos, nos quais
ofertas de compra e venda são realizadas simultaneamente e em que os preços são
divulgados publicamente a todos os participantes do mercado (BM&F, 2004).
Os contratos futuros não necessitam da entrega física do produto, sendo
necessária apenas reversão da posição, zerando-a antes do período de entrega
estabelecido no contrato. O encerramento da posição é possível pela aquisição de
23
um contrato de igual tamanho e com as mesmas características, no entanto, de
posição contraria à do inicio da negociação (HULL, 1994).
Para Molinari (2012), o mercado futuro surgiu como opção para dois tipos de
aplicadores ou investidores: a proteção e a especulação. Para a proteção, o sistema
criou o hedge que protege o aplicador de uma oscilação de preços mediante uma
operação casada entre mercado futuro e mercado físico. A especulação veio como
fator de liquidez para o mercado, pois é este investidor que assumirá os riscos de
operação e dará liquidez de compra e venda no pregão (MENDES e PADILHA JR.,
2007).
3.5.2 Hedge
O hedge é um artifício do mercado que reduz a exposição ao risco de preços
(mudanças no preço de um ativo), transferindo-o para aquele com um perfil de risco
oposto ou para investidores que desejam aceitá-lo em troca de uma oportunidade de
lucro, ou seja, especuladores (LAMEIRA, 2005).
Baseia-se no principio de que os preços do mercado à vista e os preços dos
mercados de futuro tendem a mover-se para a cima e para baixo em conjunto. No
entanto, este movimento não necessariamente é idêntico, mas geralmente é próximo
o suficiente, sendo possível a diminuição do risco de uma perda no mercado à vista
tomando uma posição oposta no mercado de futuros (CHICAGO BOARD OF
TRADE, 2005).
Adicionalmente o hedge objetiva usar contratos futuros para administrar a
exposição ao risco associado ao carregamento e obrigatoriedade de commodities
com relações de preço variáveis, para maximizar e/ou estabilizar a margem de lucro,
preservando e expandindo a base de capital (SOUZA et al., 2011).
Assim, quando um agente se protege contra o risco de instabilidade de
preços, fica sujeito somente à instabilidade existente entre a diferença de preços
físicos, em determinada praça de comercialização e os preços futuros, tendo como
referência o ponto de formação de preço (LEUTHOLD, 1989).
Entretanto, para Marques e Mello (1999), a vantagem de usar o instrumento
hedge não se restringe apenas à proteção de risco de preços e a minimização de
perdas, pois além de assegurar determinada rentabilidade, os produtores podem ter
24
melhores condições de adquirir financiamentos junto às instituições financeiras,
devido à consequente diminuição de risco por meio do hedge.
3.5.3 Hedge de venda
O Hedge de venda é normalmente buscado por quem teme possível queda
dos preços da mercadoria que pretende vender no futuro. Vende agora um contrato
equivalente ao produto que tem nas mãos para garantir antecipadamente um valor
de venda adequado (CORREA e RAÍCES, 2005).
Segundo Mendes e Padilha Jr. (2007), pode ser feito pelos produtores,
atacadistas ou processadores. A posição pode ser liquidada a qualquer momento no
mercado, a partir de uma operação casada entre físico e futuro, fugindo de qualquer
surpresa de forte oscilação de preços (MOLINARI, 2012).
3.5.4 Hedge de compra
Hedge de compra é normalmente utilizado por quem pretende proteger-se de
uma possível alta nos preços de uma commodity (CORREA e RAÍCES, 2005).
Destina-se aos consumidores de milho que desejam se proteger de alguma variação
repentina de alta no seu principal insumo, que terá repercussão nos custos de
produção da sua atividade, colocando-o em uma posição de prejuízo (MOLINARI,
2012).
3.6 Contrato Futuro de Milho
O contrato futuro de milho foi lançado pela BM&F em 1996, com cotação em
dólares. Porém, a unidade de negociação foi alterada de dólares para reais devido
ao processo de estabilização econômica brasileira. Esta alteração garantiu a maior
visibilidade do preço futuro, cumprindo sua função de diminuir o risco de preço.
25
3.6.1 Principais características do Contrato Futuro de Milho negociados na
BM&F
De acordo com a BM&F (2008), o ativo do contrato, apresenta tais
características:
a) Objeto de negociação: milho a granel com 14% de umidade, máximo de 2%
de impureza na peneira 5mm, até 6% de ardidos e 12% de avariados;
b) Cotação: reais/saca de 60 quilos, com duas casas decimais;
c) Unidades de negociação: 450 sacas de 60 quilos líquidos cada,
correspondentes a 27 toneladas métricas de milho em grão a granel;
d) Meses de vencimento: janeiro, março, maio, julho, agosto, setembro e
novembro.
e) Data de vencimento e último dia de negociação: dia 15 do mês de
vencimento. Se nesse dia for feriado ou não for dia de pregão na BM&F
BOVESPA, a data de vencimento será o dia útil subsequente.
3.6.2 Ajustes diários
Os preços do milho são negociados diariamente em diversos vencimentos
futuros pelos atuantes do mercado. No entanto, tais preços variam ao longo do dia,
influenciados por questões de oferta e demanda.
O ajuste diário é um mecanismo desenvolvido pelos mercados futuros de
equalização de todas as posições no mercado futuro, com base no preço de
compensação do dia, e com consequente movimentação diária de débitos e créditos
nas contas dos clientes. Esta movimentação diária ocorre de acordo com a variação
negativa ou positiva no valor das posições mantidas pelos clientes (BM&F, 2004).
De acordo com Marques e Mello (2006), vendedores recebem o ajuste diário
caso o preço futuro seja negociado abaixo de sua posição anterior, uma vez que se
espera que a mercadoria física apresente desvalorização. Já os compradores
recebem ajuste diário se os preços futuros subirem acima da posição anterior.
Segundo a BM&F (2008), para os contratos de milho o ajuste diário pode ser
expresso por meio da equação, ADt = (PAt – PO) x 450 x n, para ajuste das
posições abertas no mesmo dia e pela equação, AD = (PAt – PAt-1) x 450 x n, para
ajustes das posições abertas no dia anterior, nos quais:
26
AD = Valor do ajuste diário, em reais, referente à data “t”;
PAt = Preço de ajuste, em reais, na data “t”, para vencimento respectivo;
PO = Preço da operação, em reais;
n = numero de contratos;
PAt-1 = Preço de ajuste do dia útil anterior à data “t”, em reais, para o vencimento
respectivo.
3.6.3 Margens de garantia
Trata-se de um depósito, tanto em dinheiro quanto em ativos aceitos pela
Bolsa, exigidos de todos os comitentes com posição em aberto, cujo valor é
atualizado diariamente para cobrir o risco de suas posições. Esta fica depositada na
bolsa até o término da operação e serve para cobrir eventual falha no pagamento do
ajuste diário. No entanto, encerrada a operação e todos os compromissos sido
saldados, a margem, caso não utilizada, é devolvida corrigida monetariamente
(MARQUES e MELLO, 2006).
As margens de garantia foram criadas com o propósito de oferecer segurança
mínima às operações, uma vez que visam dar garantia de capacidade mínima de
pagamento do ajuste diário pelas partes. Esta margem normalmente fica em torno
de 7% do valor do contrato (MOLINARI, 2012).
3.6.4 Custos da operação
Conforme explicação realizada por Marques e Mello (1999) para operar com
contratos futuros há custos básicos inerentes à negociação, sendo três tipos de
custos operacionais envolvidos:
a) Taxa Operacional Básica (TOB): taxa definida pela bolsa, constituída
de pagamento de certo percentual do total de contratos negociados, na
entrada e na saída da operação. Refere-se à despesa pelos serviços da
corretora, calculada sobre o preço do ajuste do dia anterior do segundo
vencimento em aberto. Trata-se de 0,3% sobre o valor de cada operação
(BM&F, 2008).
27
b) Taxa de Emolumentos (TE): utilizados para cobrir custos da bolsa,
referindo-se aos serviços de negociação. São estipuladas em 6,32% da TOB
(BM&F, 2013).
c) Taxa de Registro (TR): pagamento proporcional ao número de
contratos negociados, no inicio e final da operação. Pagamento de 20% da
taxa de emolumentos por contrato, por operação normal (MENDES e
PADILHA JR. 2007).
28
4. MATERIAL E MÉTODOS
Para alcançar o objetivo proposto no estudo, foram realizadas simulações de
operações de contratos futuros de milho, commodity agrícola negociada na BM&F,
dentro do período de analise que corresponde às safras 2010/2011 e 2011/2012. A
fim de comparar com os resultados obtidos no mercado disponível, a cidade de
Cascavel, localizada no Oeste do Paraná, foi utilizada como praça de referencia.
Foi tomada como base a situação de um produtor de milho na Região Oeste
do Paraná, que dispõe de uma área total de 1000 hectares para plantio de milho. Tal
produtor utiliza 500 hectares para plantio de soja verão e, posteriormente a colheita
da soja, realiza-se o plantio de milho safrinha, com o restante da área, 500 hectares,
para plantio de milho safra de verão.
Foram realizadas simulações para obtenção dos resultados hedge de venda,
considerando o período de plantio à colheita da lavoura. Simulações para tomar
conhecimento dos resultados obtidos pelo produtor com a sua produção no mercado
físico também foram realizadas, a fim de possibilitar a analise entre os resultados da
BM&F com os ganhos ou perdas no mercado físico.
4.1 Coleta e analise de dados
A coleta dos preços do mercado futuro foi realizada por meio de uma
plataforma de negociação eletrônica especializada nos mercados financeiro e
agrícola nomeada CMA Series 4. Tal software armazena as cotações de contratos
futuros vencidos. Em relação ao mercado físico as cotações foram coletadas no site
Safras & Mercado, que disponibiliza informações referentes ao mercado agrícola
para assinantes.
As simulações foram feitas por meio do software Microsoft Excel, com os
cálculos realizados em planilhas eletrônicas e os resultados apresentados na forma
de gráficos e tabelas.
29
4.2 Simulação milho safra de verão
A produtividade média na Região para a safra de verão é de
aproximadamente 120 sacas de milho por hectare. Assim, ao considerar o potencial
de produção de acordo com a produtividade média verifica-se que o potencial de
produção do produtor é de 60.000 sacas (120 sacas/hectare x 500 hectares). O
custo total de produção para a Região de referencia, considerando a produtividade
média, é de R$ 19,00 por saca, de acordo com levantamento realizado pela
Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná por meio do
Departamento de Economia Rural (SEAB/DERAL) para a safra 2010/2011.
Devido às incertezas quanto à quantidade a ser colhida, considerou-se nas
simulações apenas 75% do seu potencial de produção, ou seja, 45.000 mil sacas de
milho. Visto que cada contrato de milho futuro na BM&F corresponde a 450 sacas de
60 kg, o produtor necessita negociar 100 contratos de milho futuro. Tal volume de
contratos é capaz de cobrir o custo total de produção de R$ 855.000,00 (R$ 19,00 x
45.000 = R$ 855.000,00).
O plantio do milho verão ocorre geralmente ao final do mês de agosto até
dezembro e a colheita é realizada em média 150 dias após a data de plantio,
ocorrendo a partir do mês de fevereiro até julho. Como os dias de plantio variam
entre os produtores e ocorre em função das condições climáticas, será considerado
como data de plantio o dia vinte de setembro de 2011 e como data da colheita o dia
vinte de fevereiro de 2012.
Nesta simulação, utilizaram-se contratos futuros de milho com vencimento em
março de 2012, no momento do plantio do milho. Devido à oscilação dos preços ao
longo do pregão da BM&F decorrente dos inúmeros negócios que ocorrem ao longo
do dia, será tomado como critério o valor de abertura do pregão, que é o preço do
primeiro negócio no dia, como referencial de preço para as negociações.
Desta forma, no dia vinte de setembro de 2011 o produtor passa a operar na
bolsa vendendo 100 contratos futuros de milho com vencimento em março de 2012.
Conforme estipulado, no dia da colheita a operação é encerrada, ou seja, compra-se
100 contratos futuros de milho no dia vinte de fevereiro de 2012. Apesar do contrato
com vencimento em março vencer apenas no dia 15 do mês, o produtor encerrará a
operação em momento anterior ao vencimento do contrato, pois parte-se do
pressuposto de que ele já esta comercializando o produto no mercado disponível.
30
A mensuração do custo da operação foi realizada nos dias em que houve
negócios na Bolsa. No entanto, o valor da margem de garantia não foi contabilizado
como custo uma vez que a quantia é devolvida após encerrar a operação, conforme
exposto no item 3.6.3 deste trabalho.
4.3 Simulação milho safrinha
A produtividade média do milho safrinha na Região Oeste do Paraná é de
aproximadamente 100 sacas de milho por hectare. Desta forma, têm-se um potencial
de produção de 50.000 mil sacas (100 sacas/hectares x 500 hectares = 50.000
sacas). Ao considerar 75% do potencial de produção, ou seja, 37.500 mil sacas de
milho, a simulação contou com a negociação de 83 contratos de milho futuro. De
acordo com a estimativa da SEAB/DERAL, o custo médio de produção, ao
considerar a produtividade média, é de R$ 17,57 por saca, totalizando um custo de
R$ 659.058,75 (R$ 17,57 x 37.500 = R$ 878.745,00).
O plantio usualmente ocorre a partir de janeiro até meados de abril, e a
colheita é realizada 150 dias após o plantio, sendo a partir de junho até setembro.
Para efeito das simulações foi considerado o dia vinte de fevereiro para plantio e o
dia vinte de julho para colheita.
Para a simulação de hedge como mecanismo de proteção do preço para o
milho safrinha, utilizaram-se contratos futuros de milho com vencimento em
setembro de 2012. Devido à baixa liquidez que o mercado futuro de milho apresenta
nos contratos com vencimento em julho, optou-se por simular a operação com
contratos com vencimento em setembro. Assim como para o milho safra de verão, o
valor de abertura do pregão foi utilizado como referencial de preço para as
negociações, tendo o custo de operação calculado nestes dias.
Desta forma, no dia vinte de fevereiro de 2012 o produtor passa a operar na
bolsa vendendo 83 contratos futuros de milho com vencimento em setembro de 2012
e no dia vinte de julho de 2012 a posição é encerrada com a compra de igual volume
de contratos.
31
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir serão apresentados os resultados obtidos por meio das simulações
das operações de hedge de venda para a safra de verão 2010/2011 e para a
safrinha 2011/2012.
5.1 Resultado obtido com a simulação para a safra de verão 2010/2011
No momento do plantio a expectativa do produtor era de que os preços do
milho apresentassem desvalorização na colheita (época da safra), devido ao
aumento da oferta do grão por conta da maior produção. Por este motivo o produtor
optou pela proteção da queda dos preços, por meio da operação de hedge de venda
no mercado futuro.
O Gráfico 1 demonstra o comportamento dos preços nominais médios
mensais do milho em Cascavel-PR, para o período de março de 2011 a março de
2012. Verifica-se tendência decrescente para os preços oferecidos ao produtor de
Cascavel, no período em questão.
Gráfico 1. Comportamento dos preços do milho em Cascavel, PR, no período de março/2011 a março/2012, valores nominais
Fonte: Autor, Safras & Mercado
32
Nesta simulação, o mercado cumpriu a perspectiva de desvalorização dos
preços. No mercado físico, a saca de milho em Cascavel estava precificada a R$
26,50 no dia do plantio, 20/09/2011. Com a produção de 45.000,00 sacas de milho
em 500 hectares, o saldo bruto obtido com a venda da produção seria de R$
1.192.500,00. Ao subtrair o custo da produção total de R$ 855.000,00 (R$19,00 x
45.000 sacas = R$ 855.000,00), o saldo liquido do produtor com a venda do produto
no mercado físico é de R$ 337.500,00.
No momento da colheita, ou seja, no dia 22/02/2012 o preço da saca de milho
nesta praça era de R$ 24,50. Ou seja, com a entrada da safra de verão, os preços
apresentaram desvalorização de R$ 2,00 por saca de milho. Desta forma, a receita
bruta obtida com a venda do produto no mercado físico foi de R$ 1.102.500,00.
Subtraindo-se o custo total de produção, a receita liquida obtida com a venda de
45.000,00 sacas de milho em Cascavel é de R$ 247.500,00. Verifica-se que o
produtor deixou de ganhar 90.000,00 (337.500,00 – 247.500,00 = 90.000,00).
No entanto, no dia 20/09/2012 o produtor passou a operar na Bolsa, na
posição de vendedor de 100 contratos futuros de milho na BM&F, com a saca de
milho precificada a R$ 28,68, conforme Tabela 4:
Tabela 4. Resumo da movimentação da operação de hedge de venda de milho
verão
Data Contrato
Negociado Saca por contrato
Preço por saca
Ajuste diário por saca (R$)
Valor do ajuste
diário (R$)
Margem inicial (R$)
20/09/2011 VD100 450 28,68 -1,05 -47.250,00 90.342,00
21/09/2011 - 450 28,80 1,17 52.650,00
22/09/2011 - 450 28,40 -0,40 -18.000,00
23/09/2011 - 450 28,13 0,05 2.250,00
26/09/2011 - 450 28,30 -0,15 -6.750,00
- - - - - - - - - - - - 20/02/2012 - 450 27,05 0,00 0,00
22/02/2012 CP100 450 27,39 0,01 450,00
TOTAL 0,51 22.950,00
Fonte: Autor.
De acordo com o exposto neste trabalho, há a necessidade de dispor de certa
quantia para deposito da margem inicial na Bolsa. Desta forma, para que o produtor
possa fazer uso desta estratégia de proteção de preço o deposito inicial necessário
totaliza R$ 90.342,00 (7% do valor total do contrato). Este valor é depositado no
33
momento do plantio da safra, ou seja, no período em que o produtor ainda não
dispõe do produto para comercialização.
A posição foi encerrada no dia 22/02/2012, mediante a compra dos 100
contratos futuros de milho na BM&F, com a saca de milho cotada a R$ 27,39. Ao
realizar a soma de todos os ajustes diários referentes à posição aberta de 100
contratos futuro de milho entre os dias 20/09/2011 a 22/02/2012, data do
encerramento da posição, obtém-se um saldo bruto positivo de R$ 22.950,00.
No balanço final, o produtor recebeu os ajustes diários, R$ 0,51 por saca de
milho no mercado futuro, perfazendo um total de R$ 22.950,00 e vendeu no
mercado físico a sua produção pela cotação do dia. Assim, o resultado de Hedging
de venda foi de R$ 24,50 do mercado físico mais R$ 0,51 do mercado futuro,
totalizando R$ 25,01 por saca. O valor objetivo inicial da operação era de R$ 28,68,
portanto há um diferencial negativo de R$ 3,67 por saca. Na Tabela 5 verificam-se
os dados relativos à venda de milho no mercado futuro.
Tabela 5. Dados relativos ao hedge de venda de milho verão
Discriminação
Inicio da operação
Mês de vencimento Março de 2012
Preço R$ 28,68/saca de 60 kg
Termino da operação
Preço R$ 27,39 por saca de 60 kg
Emolumentos R$ 2,44 por contrato
TOB 0,30%
Fonte: Autor.
Ao contabilizar os custos das operações nos dias em que houve negócios
(venda em 20/09/2011 e compra em 22/02/2012), o saldo total para este produtor no
mercado futuro é de R$ 14.888,00. Os custos inerentes ao encerramento do contrato
por reversão de posição podem ser observados no Quadro 1:
34
Quadro 1. Encerramento do contrato por reversão da posição contrato com vencimento em março 2012
Custo - BM&F Custos corretora
Abertura da operação Abertura da operação
Emolumentos R$ 2,44/contrato Corretagem R$ 38,72/contrato
Taxa de Registro R$ 0,07/contrato
Encerramento da operação Encerramento da operação
Emolumentos R$ 2,34/contrato Corretagem R$ 36,98/contrato
Taxa de Registro R$ 0,07/contrato
Total Reversão R$ 4,92/contrato Total Reversão R$ 75,70/contrato
Custo total por reversão
R$ 80,62/contrato ou R$ 0,18/saca
Fonte: Autor, BM&F.
Nesta simulação, com liquidação por reversão da posição, o desembolso do
produtor rural, para garantir um preço futuro que o proteja contra o risco de flutuação
do preço, seria de R$ 80,62 por contrato ou R$ 0,18 por saca de 60 kg. Nota-se que
o desembolso é pouco significativo frente à garantia de proteção de preço
(gerenciamento de risco) proporcionado pelo hedging.
Ao efetuar o hedge de venda o produtor deixou de perder R$ 75.112,00
(resultado da combinação da diferença no mercado físico com o resultado obtido em
bolsa) e não o valor de R$ 90.000,00 caso a operação não fosse realizada. Nesta
simulação pode se observar o verdadeiro sentido do hedge, em que as perdas
ocorridas em um mercado são compensadas pelos ganhos obtidos em outro, uma
vez que o produtor perdeu no mercado físico e ganhou no mercado futuro.
Porém, observa-se que o hedge não foi perfeito, uma vez que os ganhos e
perdas não foram proporcionais. Neste sentido, Molinari (2012) explica que os
preços do mercado físico e futuro tendem a oscilar na mesma direção, uma vez que
ambos devem vender praticamente pelo mesmo preço, conforme se aproxima o
vencimento do futuro. No entanto, os preços a vista podem mudar de forma mais
repentina ou lenta que os preços praticados no mercado futuro. Assim quando tais
preços não oscilam em igual proporção diz-se que a base esta mudando.
A base de preço é a diferença verificada, em um dado momento, entre o
preço de uma mercadoria em uma localidade formadora de preço e em outra região
de produção ou consumo. A existência de tal diferença deve-se a uma série de
fatores, como custo de frete, qualidades distintas entre a verificada no mercado
35
físico e a especificada no contrato futuro e também, diferentes localidades
geográfica (MARQUES, 2003).
Conforme mencionado no item 3.3 deste trabalho, no caso do milho, no Brasil
e na BM&F, a base formadora de preços é Campinas - SP. Assim, foi estabelecido
que os preços estarão referenciados no mercado CIF Campinas - SP com base na
entrega física em Campinas. Assim, os preços futuros do milho na BM&F estarão
orientados pelo mercado CIF Campinas.
No Gráfico 2, verifica-se o comportamento dos preços do mercado físico em
Cascavel - PR e os preços CIF de Campinas - SP bem como os preços do mercado
futuro com vencimento em março de 2012.
É evidenciado, a partir da analise do gráfico que no momento em que se
aproxima o vencimento do contrato futuro (15/03/2012 neste caso), os preços do
mercado físico, ou seja, os preços de Campinas CIF e futuro convergem à
igualdade. Porém, no caso de praças diferentes à praça original de entrega, como a
praça de Cascavel - PR, o preço físico e o preço na data do vencimento do contrato
(preço BM&F) tendem a se manter diferentes.
Gráfico 2. Comportamento diário dos preços em Cascavel – PR, Campinas CIF e BM&F, no período de 20/09/2011 a 13/03/2012, valores nominais
Fonte: Autor, Safras e Mercado.
36
Nesta simulação, as mudanças de preço para o mês de vencimento em que o
hedge foi realizado não foram exatamente iguais às variações de preço do milho
hedgeada no mercado físico.
5.2 Resultado obtido com a simulação para a safrinha 2011/2012
Na simulação para o milho safrinha, o produtor abriu posição de venda de 83
contratos futuro de milho na BM&F no dia 22/02/2012, data estipulada como data do
plantio da lavoura. Devido ao feriado de Carnaval a Bolsa não operou no dia
20/02/2012, portanto, a operação no mercado futuro iniciou no primeiro dia útil após
o feriado. A margem inicial depositada na Bolsa para operar 83 contratos de milho
futuro foi de R$ 67.950,86.
Neste dia, a saca de milho estava cotada a R$ 24,50 em Cascavel - PR. Com
a produção de 37.500 sacas de milho em 500 hectares, o saldo bruto obtido com a
venda da produção seria de R$ 918.750,00. Descontando deste total o custo com a
produção total (R$ 659.058,75) o saldo liquido seria de R$ 259.691,25. Todavia,
conforme exposto no Gráfico 3, os preços no mercado físico apresentaram tendência
crescente, sendo este movimento contrário ao aguardado pelos atuantes do
mercado. A inversão da curva dos preços em 2012 foi decorrente da quebra da safra
de milho Estadunidense.
Gráfico 3. Comportamento dos preços médio mensal do milho em Cascavel durante o ano 2012, valores nominais
Fonte: Autor, Safras & Mercado
37
Com a alta dos preços, a saca de milho no mercado disponível passou a ser
precificada a R$ 28,50 na data da colheita, dia 20/07/2012. Com a valorização de R$
4,00 por saca, a receita bruta obtida com a venda do milho no mercado físico foi de
R$ 1.068.750,00. Ao subtrair o custo total de produção, a receita liquida obtida com
a venda de 37.500 sacas de milho em Cascavel é de R$ 409.691,25.
No entanto, assim como no mercado físico, os preços no mercado futuro
também apresentaram alta no período em questão. Porém, a alta foi ainda maior, de
R$ 8,61 por saca, uma vez que a saca de milho passou a ser cotada a R$ 34,60 no
dia da colheita, 20/07/2012, conforme Tabela 6:
Tabela 6. Resumo da movimentação da operação de hedge de venda de milho
safrinha
Data Contrato
Negociado Saca por contrato
Preço por saca
Ajuste diário por saca (R$)
Valor do ajuste diário
(R$)
Margem inicial (R$)
22/02/2012 VD83 450 25,99 0,00 0,00 67.950,86
23/02/2012 - 450 26,19 0,20 7.470,00
24/02/2012 - 450 26,25 0,06 2.241,00
27/02/2012 - 450 26,07 -0,18 -6.723,00
28/02/2012 - 450 25,99 -0,08 -2.988,00
- - - - - - - - - - - - 19/07/2012 - 450 34,20 1,01 37.723,50
20/07/2012 CP83 450 34,60 0,88 32.868,00
TOTAL
-9,4 - 351.090,00
Fonte: Autor.
Visto que os preços apresentaram movimento contrário ao esperado, o
produtor apresentou prejuízo no mercado futuro uma vez que ele iniciou a operação
na posição de venda e encerrou na posição comprada, com um valor final maior que
o inicial.
Desta forma, no balanço final, o produtor arcou com os ajustes diários, R$
9,40/sc de milho no mercado futuro, perfazendo um total de R$ 351.090,00 e vendeu
no mercado físico a sua produção pela cotação do dia. Assim, o resultado de
Hedging de venda foi de R$ 28,50/sc, do mercado físico mais o saldo negativo R$
9,40/sc do mercado futuro, totalizando R$ 19,10/sc. Na Tabela 7 se verificam os
dados relativos à venda de milho no mercado futuro.
38
Tabela 7. Dados relativos ao hedge de venda de milho safrinha
Início da operação
Inicio da operação
Mês de vencimento Setembro de 2013
Preço R$ 25,99/saca de 60 kg
Termino da operação
Preço R$ 34,60 por saca de 60 kg
Emolumentos R$ 2,21 por contrato
TOB 0,30%
Fonte: Autor, BM&F.
Apesar da valorização dos preços no mercado futuro, os custos da operação
apresentaram valores próximos aos observados na simulação para o milho verão
neste trabalho. O Quadro 2 mostra o custo total por reversão da posição para
operação no mercado futuro no contrato com vencimento em setembro 2012.
Quadro 2. Encerramento do contrato por reversão da posição, contrato com
vencimento em setembro 2012
Custo - BM&F Custos corretora
Abertura da operação Abertura da operação
Emolumentos R$ 2,21/contrato Corretagem R$ 35,08/contrato
Taxa de Registro R$ 0,07/contrato
Encerramento da operação Encerramento da operação
Emolumentos R$ 2,95/contrato Corretagem R$ 46,71/contrato
Taxa de Registro R$ 0,07/contrato
Total Reversão R$ 5,30/contrato Total Reversão R$ 81,79/contrato
Custo total por reversão
R$ 87,09/contrato ou R$ 0,19/saca
Fonte: Autor.
Ao efetuar o hedge de venda o produtor minimizou o lucro, visto que foi
preciso arcar com as perdas no mercado futuro. Ao encerrar a posição com a
compra de igual volume de contratos futuro na BM&F o produtor obteve um saldo
final negativo de R$ 358.318,47, ao contabilizar os ajustes diários e o custo total da
operação de R$ 7.228,47 (R$ 87,09 por contrato x 83 contratos = R$ 7.228,47).
O saldo final obtido com a venda no mercado físico foi de R$ 409.691,25. Ao
subtrair o prejuízo obtido em bolsa tem-se então um saldo total de lucro de R$
51.372,78. Novamente o hedge não foi perfeito, havendo um diferencial entre os
39
ganhos obtidos no mercado físico com a perda no futuro. Porém, o objetivo do
hedge é de não expor o produtor ao risco de ter a receita diminuída pela
depreciação dos preços do seu produto até a data da venda e não de proporcionar
ganhos financeiros.
5.3 Vantagens e desvantagens das operações de hedge na BM&F por
produtores rurais
Conforme exposto neste trabalho, a trava de preços em momentos de queda
é a principal vantagem das operações de hedge por produtores rurais, o que permite
minimizar riscos de perdas com possibilidade de potencializar os ganhos. No
entanto, é observada a extrema elitização a que se sujeita o hedge, visto que
apenas médios a grandes produtores possuem crédito disponível para arcar com a
margem inicial e com os ajustes diários, caso o mercado apresente movimento
diferente do esperado.
40
6. CONCLUSÃO
Os mercados agrícolas são muito sensíveis e dependentes do clima e fatos
novos. Em meio a um mercado volátil, torna-se muito difícil traçar metas, sendo os
produtores grandes prejudicados às variações de preços no mercado. Portanto, é de
suma importância que os produtores utilizem ferramentas de diminuição dos riscos a
fim de melhorar o planejamento e garantir a rentabilidade.
As simulações neste trabalho permitiram concluir que a ferramenta analisada
cumpriu sua função de assegurar os preços no momento de queda. No entanto, a
operação pode comprometer de forma significativa a rentabilidade.
No caso das operações de contratos futuros de milho com a comercialização
do produto em praças não formadoras de preços, o hedge por si só não elimina de
forma satisfatória o risco de preço. Assim é necessário o estudo de outros
mecanismos de proteção que levam em conta o risco de base.
Além disso, não é descartada a possibilidade de o produtor apresentar maior
retorno financeiro sem o mecanismo de trava de preços, conforme identificado neste
estudo. No entanto, esta realidade será conhecida apenas no momento da
comercialização da produção no mercado disponível. Neste momento, o produtor já
realizou todos os desembolsos financeiros, tanto para a produção quanto para a
operação no mercado futuro.
Portanto, o produtor deve associar a sua atuação em mercado futuro baseado
em analise fundamental e técnica, evitando operar apenas por sentimentos sem
base mínima de informação, uma vez que o mercado pode apresentar
comportamento diferente do esperado. Além disto, é preciso estar ciente e
preparado financeiramente para cobertura dos ajustes diários durante a operação na
BM&F.
A principio o mercado futuro somente tende a trazer vantagens ao mercado
brasileiro. Verifica-se que as desvantagens que por ventura surjam estão ligadas à
má operação por parte dos hedgers e por erros de atitudes dentro da definição de
preços de compra e venda.
41
7. RELATÓRIO DE ESTÁGIO
7.1 Plano de estágio
O estágio teve como objetivo desenvolver conhecimentos relacionados ao
mercado agropecuário por meio de analises do mercado físico e futuro.
O estágio foi realizado durante o período de 05/11/2012 a 25/01/2013, com 8
horas diárias, de segunda a sexta-feira, totalizando 450 horas. O plano de estágio foi
elaborado considerando as necessidades encontradas na empresa Safras &
Mercado quanto à realização das atividades diárias, tais como:
a) Acompanhamento diário do mercado físico agrícola de milho, suíno,
frango e boi com coleta dos preços nas praças acompanhadas para cada
setor;
b) Acompanhamento dos preços das commodities milho e boi gordo na
Bolsa de Valores de Chicago – CBOT e na Bolsa de Mercadorias e Futuros –
BM&F, por meio da plataforma eletrônica CMA Series 4;
c) Realização de analise gráfica dos contratos futuros de milho e boi
vigentes na BM&F;
d) Acompanhamento da consultoria prestada a clientes da empresa por
meio de telefonemas e e-mails;
e) Monitoramento das expectativas do mercado agrícola para os setores
mencionados;
f) Elaboração de relatório diário referente ao mercado de suínos com
informações quanto à tendência dos preços.
g) Elaboração de estáticas de oferta e demanda para o setor de suínos,
boi e frango.
42
A empresa permitiu o aprimoramento do estagiário na área de análise gráfica
com a realização do curso virtual “Princípios da Análise Técnica”, através da
plataforma virtual CMA Educacional.
7.2 Empresa
A empresa Safras & Mercado é uma das principais na consultoria do
agronegócio brasileiro. Foi fundada em 1976, no entanto, desde 2010 pertence à
CMA Mercados, unidade de negócios do Grupo CMA, especializada no
desenvolvimento de soluções tecnológicas e conteúdos para o mercado financeiro e
de commodities.
Formada por profissionais especializados, conta com a participação de 13
economistas e 37 jornalistas para realizar o acompanhamento diário dos mercados
agrícolas nacionais e internacionais. Os segmentos acompanhados são: boi,
suínos, aves, açúcar e álcool, algodão, arroz, bioenergia, café, feijão, milho, soja e
trigo. A partir deste acompanhamento diário, a empresa fornece as informações
coletadas aos clientes dos setores público e privado.
São realizados pesquisas e estudos setoriais e regionais, com o
monitoramento das expectativas do mercado. A empresa disponibiliza informativos
diários e semanais dos mercados físico e futuro agropecuários contendo previsões
de safras, estatísticas, comportamento das variáveis que incidem na formação de
preços e tendências do mercado. E ainda, informativos diários e semanais do
mercado Argentino.
Faz parte das atividades a organização de cursos e seminários, durante os
quais o participante recebe informações sobre tendência para o acompanhamento
dos preços agropecuários, de produção e consumo e, estratégias para
comercialização da safra em andamento. Também são realizadas viagens técnicas a
países com relevância global para o mercado agrícola.
A sede da empresa Safras & Mercado fica situada na cidade de Porto Alegre
– Rio Grande do Sul, local onde ocorre o acompanhamento dos segmentos de
açúcar e álcool, algodão, arroz, bioenergia, café, feijão, soja e trigo. As atividades
referentes ao setor carnes e milho são desenvolvidas em um escritório localizado
em Curitiba – Paraná.
43
O período do estágio ocorreu em sua totalidade em Curitiba, com supervisão
do economista Paulo Roberto Molinari, consultor Sênior em Agribusiness,
especializado nos segmentos de milho e carnes. Os segmentos acompanhados
foram milho, suínos, aves e boi.
7.3 Setor de milho
O mercado de milho é acompanhado exclusivamente pelo consultor Sênior
Paulo Roberto Molinari, que diariamente coleta as cotações dos preços físicos
praticados nas principais Regiões de produção e comercialização do Brasil, tais
como as principais praças dos Estados do Centro-Sul, da Bahia e Ceará.
A partir da coleta de dados, as informações são compiladas e enviadas aos
clientes via e-mail. O envio de tais informações por este sistema é nomeado pela
empresa de Alerta Milho, que compõe ainda análise gráfica do principal contrato
vigente de milho futuro da BM&F. Este sistema visa antecipar a informação ao
cliente para facilitar a tomada de decisão nas operações de futuros.
Diariamente é elaborado então o informativo diário Tele Milho e o informativo
semanal, nomeado de Milho Semanal, com indicações das tendências do mercado e
previsões de safras, do Brasil e dos principais países que operam a commodity.
Inclui os principais indicadores financeiros que tem interesse para a commodity e
podem ser acessados diretamente no site da empresa, por meio de senha individual.
Faz parte das atividades do setor ainda, a elaboração do relatório semanal
nomeado Gestão de Risco Milho, com o objetivo de indicar o perfil e tendência dos
preços futuros na BM&F para o milho a partir da Análise Fundamental. Ou seja, por
meio da analise de fatores ligados à oferta e demanda que possam indicar para
onde os preços irão. A analise técnica (ou gráfica) também compõe tal relatório.
Guimarães e Stefanello (2003) explicam que a analise técnica se preocupa
com a forma gráfica das variações de preços a procura de padrões que possam se
repetir. É o estudo do comportamento dos preços do passado a fim de estabelecer
estratégias de risco, determinar até onde uma oscilação de preços pode chegar,
otimizar as entradas e saídas do mercado além de identificar operações atrativas e
medir forças de oferta e demanda.
44
Desta forma, o relatório Gestão de Risco Milho contém ainda a apresentação
dos gráficos dos vencimentos atualizados, base de dados e sugestão para operação
nos contratos e noticias importantes com influencia nos preços futuros.
Além destas atividades, o analista fica à disposição dos clientes para retirada
de quaisquer duvidas referente ao mercado, bem como para a concessão de
entrevistas em canais de informações do agronegócio.
7.4 Setor de boi
Para acompanhamento do mercado de boi a empresa conta com o auxilio do
consultor Sênior Paulo Roberto Molinari e do economista e consultor Junior
Fernando Henrique L. Iglessias que coleta diariamente os preços da arroba de boi
gordo em praças do Centro-Sul, em Tocantins, Pará e Rondônia. Cotações
referentes ao mercado atacadista também são aferidas diariamente para os Estados
de São Paulo e Rio Grande do Sul bem como a precificação diária da vaca gorda
nas principais praças de São Paulo, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e
Rio Grande do Sul.
Além das informações de preços, a coleta também abrange dados quanto ao
tamanho de escala para abates e quanto a efetuação de compra ou não. A partir da
coleta de dados, as informações são compiladas e enviadas aos clientes via e-mail
com a nomeação de Alerta Boi, que compõe iguais componentes do setor milho.
Assim como o setor milho, diariamente é elaborado então o informativo diário
Tele Boi e o informativos semanais Boi Semanal e Gestão de Risco Boi. Para este
setor, a empresa dispõe de um informativo quinzenal nomeado de Quinzenal
Carnes, com informações do mercado físico. A elaboração de tais relatórios permite
que o cliente se mantenha atualizado quanto às tendências do setor em questão por
meio tanto da analise fundamental do mercado quanto da analise gráfica. A
disponibilidade do analista para concessão de entrevistas bem como retirada de
duvidas por parte do cliente é vigente durante todo o período de trabalho.
7.5 Setor de aves e suínos
Os setores de aves e suínos possuem atividades distintas em relação aos
setores citados. Devido ao fato de não existir uma bolsa de mercadorias e futuros no
45
Brasil a avaliação quanto à tendência do mercado se restringe a analise de fatores
de oferta e demanda.
7.5.1 Aves
As análises diárias são realizadas exclusivamente pelo consultor Junior
Fernando Fernando Henrique L. Iglessias e envolve a coleta dos preços nas
principais praças de comercialização do Centro-Sul e dos Estados Pará,
Pernambuco e Ceará. São coletadas cotações de frango vivo, mercado atacadista,
pintos de corte, ovos férteis matriz de corte de descarte e matriz de corte de 1 dia.
A partir da coleta de dados é elaborado diariamente o relatório Tele Frango
com informações referente ao mercado físico por meio de analise criteriosa das
informações. Além do relatório diário, são elaboradas estatísticas para analise de
oferta e demanda do produto, sendo estas referencias ao mercado.
7.5.2 Suínos
As atividades diárias do setor de suínos eram realizadas em parte pelo
consultor Paulo Molinari e em parte pelo consulto Fernando Iglessias. Assim como
para o setor de frango, é realizado o levantamento dos preços diários do suíno nas
principais praças de comercialização do Brasil, bem como coleta de informações
referente ao mercado atacadista de São Paulo e da Região Sul.
Diariamente é elaborado o relatório Tele Suíno contendo as cotações citadas
acima e as estatísticas referente a fatores de oferta e demanda. A cada quinzena é
realizada a coluna de suínos do relatório Quinzenal Carnes.
Ao longo do estágio curricular, tais atividades passaram a fazer parte da
rotina diária de forma exclusiva do estagiário. A concessão de entrevistas aos meios
de informações também foram realizadas por parte do estagiário, assim como a
consultoria aos clientes. Tais atividades não estavam previstas no plano de estágio,
mas foi algo que aconteceu de acordo com as necessidades da empresa e da
iniciativa do estagiário.
46
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A oportunidade de conhecer, por meio da vivencia pratica, a rotina do
mercado agrícola em uma empresa referencia no mercado foi de extrema
importância para aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos ao longo das disciplinas
cursadas no curso de Zootecnia.
Apesar da impossibilidade em conhecer todos os setores da empresa, uma
vez que o estágio curricular se restringiu em Curitiba e não na sede em Porto Alegre,
o conhecimento do mercado agrícola como um todo ocorreu de forma satisfatória. O
estágio proporcionou o aprimoramento no que se refere à atuação do zootecnista na
área de economia rural.
As informações coletadas e desenvolvidas pelos colaboradores da empresa
refletem a realidade do mercado agrícola, sendo utilizados por produtores e órgãos
públicos e privados, para efeitos tanto de acompanhamento como de tomada de
decisões e planejamento da produção.
Desta forma, fica evidenciada a necessidade de possuir conhecimentos
técnicos apurados, aliados aos conhecimentos de economia e administração rural.
Além disso, é clara a necessidade de saber transmitir tais conhecimentos por meio
da linguagem técnica e informal.
Ser capaz de criar um elo entre as diversas áreas de atuação de trabalho foi
quesito determinante para desempenhar as atividades diárias na empresa durante o
período de estágio curricular. Nesse sentido, as experiências adquiridas ao longo da
formação acadêmica, tanto em sala de aula quanto pela realização de estágios na
área foram, em partes, suficientes para realizar o estagio de forma satisfatória.
Atividades quanto a analise técnica do mercado futuro de milho e boi gordo
como forma de analisar a tendência de preços e auxiliar na tomada de decisão
desprenderam maior esforço por parte do estagiário. O estagio possibilitou grande
experiência, além de ampliar o interesse em dar continuidade na área. Assim, após a
47
conclusão do estagio curricular, o estagiário passou a fazer parte do grupo de
funcionários da empresa.
48
REFERÊNCIAS
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BM&FBOVESPA (Bolsa de Mercadorias e Futuros). Negociação de contratos futuros e de opções de milho na BM&F. Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo, 2010. CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento). Milho total – Brasil. Série histórica de área plantada, safras 1990/91 a 2012/2013. Disponivel em: http://www.conab.gov.br >Acesso: 02/02/2013. CORRÊA, A. L., RAÍCES, C. - Derivativos agrícolas. 1° edição – São Paulo, 2005. CHICAGO BOARD OF TRADE. Apostila Guia de Auto Estudo do Hedger. 2005. DEMARCHI, M. Analise da Conjuntura Agropecuária Safra 2011/12 – Milho. Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Departamento de Economia Rural, 2011. Disponível em: http://www.agricultura.pr.gov.br> Acesso em: 06 de janeiro de 2013. GUIMARÃES, V.A. di; STEFANELO, E. L. Comercialização Agrícola. Apostila. Universidade Federal do Paraná. Curitiba: UFPr/SCA/DERE, p.116. 2003. HAYASHI, A.D. Mercado de derivativos financeiros. Universidade Federal do Paraná, 2011. 33p. HULL, J. C. Opções, futuros e outros derivativos. 3. ed. São Paulo: Bolsa de Mercadorias & Futuros / Cultura Editores Associados, 1994. LAMEIRA, V. – Negócios em Bolsas de valores: estratégia para investimentos – São Paulo: Alaúde Editorial, 2005. LEUTHOLD, R.M; JUNKUS, J.C.; CORDIER, J.E. The Theory and Practice of Futures Markets. Stipes Publising L.L.C., Urbana, EUA, 1989. 409 p.
49
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50
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51
APÊNDICES
Apêndice 1. Simulações em Excel para milho verão
Tabela 8. Movimentação da operação de hedge de venda de milho verão
Data Contrato
Negociado
Saca por contrato
Preço por saca
Ajuste diário por saca (R$)
Valor do ajuste
diário (R$)
Custo da operação
(R$)
Margem inicial
(R$)
20/09/2011 VD100 450 28,68 -1,05 -47.250,00 4.123,00 90.342,00
21/09/2011 - 450 28,80 1,17 52.650,00 -
22/09/2011 - 450 28,40 -0,40 -18.000,00 -
23/09/2011 - 450 28,13 0,05 2.250,00 -
26/09/2011 - 450 28,30 -0,15 -6.750,00 -
27/09/2011 - 450 28,26 0,09 4.050,00 -
28/09/2011 - 450 27,75 -0,76 -34.200,00 -
29/09/2011 - 450 27,63 0,00 0,00 -
30/09/2011 - 450 27,00 -0,63 -28.350,00 -
03/10/2011 - 450 27,20 0,20 9.000,00 -
04/10/2011 - 450 27,20 0,00 0,00 -
05/10/2011 - 450 27,43 0,23 10.350,00 -
06/10/2011 - 450 27,39 -0,04 -1.800,00 -
07/10/2011 - 450 27,00 -0,19 -8.550,00 -
10/10/2011 - 450 27,20 0,00 0,00 -
11/10/2011 - 450 27,55 0,35 15.750,00 -
13/10/2011 - 450 27,60 -0,05 -2.250,00 -
14/10/2011 - 450 27,45 0,00 0,00 -
17/10/2011 - 450 27,40 -0,10 -4.500,00 -
18/10/2011 - 450 27,07 -0,33 -14.850,00 -
19/10/2011 - 450 27,10 0,03 1.350,00 -
20/10/2011 - 450 27,20 0,10 4.500,00 -
21/10/2011 - 450 27,20 -0,05 -2.250,00 -
24/10/2011 - 450 27,30 0,13 5.850,00 -
25/10/2011 - 450 27,46 0,10 4.500,00 -
26/10/2011 - 450 27,42 0,42 18.900,00 -
27/10/2011 - 450 27,69 0,27 12.150,00 -
28/10/2011 - 450 27,54 -0,15 -6.750,00 -
31/10/2011 - 450 27,36 -0,09 -4.050,00 -
01/11/2011 - 450 27,40 0,05 2.250,00 -
03/11/2011 - 450 27,57 0,03 1.350,00 -
04/11/2011 - 450 27,50 -0,03 -1.350,00 -
07/11/2011 - 450 27,54 0,05 2.250,00 -
08/11/2011 - 450 27,59 -0,05 -2.250,00 -
09/11/2011 - 450 27,45 -0,02 -900,00 -
10/11/2011 - 450 27,10 -0,38 -17.100,00 -
11/11/2011 - 450 26,85 -0,25 -11.250,00 -
14/11/2011 - 450 26,60 -0,25 -11.250,00 -
16/11/2011 - 450 26,70 0,10 4.500,00 -
52
17/11/2011 - 450 26,38 -0,42 -18.900,00 -
18/11/2011 - 450 25,70 -0,58 -26.100,00 -
21/11/2011 - 450 25,40 -0,30 -13.500,00 -
22/11/2011 - 450 25,35 -0,05 -2.250,00 -
23/11/2011 - 450 24,92 -0,43 -19.350,00 -
24/11/2011 - 450 24,30 -0,62 -27.900,00 -
25/11/2011 - 450 24,30 0,00 0,00 -
28/11/2011 - 450 24,53 0,23 10.350,00 -
29/11/2011 - 450 24,50 -0,03 -1.350,00 -
30/11/2011 - 450 24,64 0,14 6.300,00 -
01/12/2011 - 450 24,79 0,15 6.750,00 -
02/12/2011 - 450 24,75 0,09 4.050,00 -
05/12/2011 - 450 25,05 0,17 7.650,00 -
06/12/2011 - 450 25,05 0,02 900,00 -
07/12/2011 - 450 25,00 -0,07 -3.150,00 -
08/12/2011 - 450 24,90 -0,10 -4.500,00 -
09/12/2011 - 450 24,74 -0,16 -7.200,00 -
12/12/2011 - 450 24,80 0,06 2.700,00 -
13/12/2011 - 450 25,15 0,35 15.750,00 -
14/12/2011 - 450 25,34 0,19 8.550,00 -
15/12/2011 - 450 25,94 0,60 27.000,00 -
16/12/2011 - 450 26,13 0,19 8.550,00 -
19/12/2011 - 450 26,65 0,52 23.400,00 -
20/12/2011 - 450 26,60 -0,05 -2.250,00 -
21/12/2011 - 450 26,60 0,00 0,00 -
22/12/2011 - 450 26,85 0,25 11.250,00 -
23/12/2011 - 450 26,90 0,05 2.250,00 -
26/12/2011 - 450 27,31 0,41 18.450,00 -
27/12/2011 - 450 27,80 0,49 22.050,00 -
28/12/2011 - 450 27,90 0,10 4.500,00 -
29/12/2011 - 450 27,73 -0,17 -7.650,00 -
02/01/2012 - 450 27,90 -0,08 -3.600,00 -
03/01/2012 - 450 27,65 0,64 28.800,00 -
04/01/2012 - 450 28,32 0,21 9.450,00 -
05/01/2012 - 450 28,55 0,05 2.250,00 -
06/01/2012 - 450 28,65 0,17 7.650,00 -
09/01/2012 - 450 28,60 0,19 8.550,00 -
10/01/2012 - 450 28,91 -0,17 -7.650,00 -
11/01/2012 - 450 28,72 -0,32 -14.400,00 -
12/01/2012 - 450 28,27 -0,52 -23.400,00 -
13/01/2012 - 450 27,87 0,04 1.800,00 -
16/01/2012 - 450 27,85 0,30 13.500,00 -
17/01/2012 - 450 28,30 0,25 11.250,00 -
18/01/2012 - 450 28,45 -0,67 -30.150,00 -
19/01/2012 - 450 27,87 0,07 3.150,00 -
20/01/2012 - 450 28,03 0,44 19.800,00 -
20/01/2012 - 450 28,03 0,44 19.800,00 -
23/01/2012 - 450 28,40 0,13 5.850,00 -
24/01/2012 - 450 28,56 -0,08 -3.600,00 -
25/01/2012 - 450 28,40 0,00 0,00 -
26/01/2012 - 450 28,60 -0,47 -21.150,00 -
27/01/2012 - 450 27,65 -0,37 -16.650,00 -
30/01/2012 - 450 27,50 -0,28 -12.600,00 -
31/01/2012 - 450 27,25 0,04 1.800,00 -
53
01/02/2012 - 450 27,25 -0,37 -16.650,00 -
02/02/2012 - 450 26,63 -0,19 -8.550,00 -
03/02/2012 - 450 26,76 0,22 9.900,00 -
03/02/2012 - 450 26,76 0,22 9.900,00 -
06/02/2012 - 450 26,94 -0,33 -14.850,00 -
07/02/2012 - 450 26,60 -0,08 -3.600,00 -
08/02/2012 - 450 26,60 0,20 9.000,00 -
09/02/2012 - 450 27,00 0,10 4.500,00 -
10/02/2012 - 450 26,85 -0,05 -2.250,00 -
13/02/2012 - 450 26,70 0,15 6.750,00 -
14/02/2012 - 450 26,97 0,22 9.900,00 -
15/02/2012 - 450 27,15 0,23 10.350,00 -
16/02/2012 - 450 27,39 -0,12 -5.400,00 -
17/02/2012 - 450 27,29 -0,16 -7.200,00 -
20/02/2012 - 450 27,05 0,00 0,00 -
22/02/2012 CP100 450 27,39 0,01 450,00 3.939,00
TOTAL 0,51 22.950,00 8.062,00
54
Apêndice 2. Simulações em Excel para milho safrinha
Tabela 9. Movimentação da operação de hedge de venda de milho safrinha
Data Contrato
Negociado Saca por contrato
Preço por saca
Ajuste diário por saca (R$)
Valor do ajuste diário
(R$)
Custo da operação
(R$)
Margem inicial (R$)
22/02/2012 VD83 450 25,99 0,00 0,00 3.100,88 67.950,86
23/02/2012 - 450 26,19 0,20 7.470,00 -
24/02/2012 - 450 26,25 0,06 2.241,00 -
27/02/2012 - 450 26,07 -0,18 -6.723,00 -
28/02/2012 - 450 25,99 -0,08 -2.988,00 -
29/02/2012 - 450 26,01 0,02 747,00 -
01/03/2012 - 450 25,85 -0,16 -5.976,00 -
02/03/2012 - 450 25,83 -0,02 -747,00 -
05/03/2012 - 450 26,08 0,25 9.337,50 -
06/03/2012 - 450 26,16 0,02 747,00 -
07/03/2012 - 450 26,10 0,00 0,00 -
08/03/2012 - 450 26,20 -0,05 -1.867,50 -
09/03/2012 - 450 26,06 0,01 373,50 -
12/03/2012 - 450 26,26 0,20 7.470,00 -
13/03/2012 - 450 26,85 0,59 22.036,50 -
14/03/2012 - 450 26,70 -0,15 -5.602,50 -
15/03/2012 - 450 27,32 0,62 23.157,00 -
16/03/2012 - 450 27,40 0,08 2.988,00 -
19/03/2012 - 450 27,17 -0,23 -8.590,50 -
20/03/2012 - 450 26,60 -0,57 -21.289,50 -
21/03/2012 - 450 26,56 -0,04 -1.494,00 -
22/03/2012 - 450 26,40 -0,16 -5.976,00 -
23/03/2012 - 450 26,50 0,10 3.735,00 -
26/03/2012 - 450 26,65 0,15 5.602,50 -
27/03/2012 - 450 26,55 -0,10 -3.735,00 -
28/03/2012 - 450 26,25 -0,30 -11.205,00 -
29/03/2012 - 450 26,00 -0,25 -9.337,50 -
30/03/2012 - 450 26,35 0,35 13.072,50 -
02/04/2012 - 450 26,27 0,01 373,50 -
03/04/2012 - 450 26,33 -0,11 -4.108,50 -
04/04/2012 - 450 26,26 -0,06 -2.241,00 -
05/04/2012 - 450 26,25 0,02 747,00 -
06/04/2012 - 450 26,03 0,00 0,00 -
09/04/2012 - 450 26,40 0,12 4.482,00 -
10/04/2012 - 450 26,40 -0,27 -10.084,50 -
11/04/2012 - 450 26,05 -0,53 -19.795,50 -
12/04/2012 - 450 25,55 -0,31 -11.578,50 -
13/04/2012 - 450 25,08 -0,45 -16.807,50 -
16/04/2012 - 450 24,89 -0,15 -5.602,50 -
17/04/2012 - 450 24,61 -0,22 -8.217,00 -
18/04/2012 - 450 24,31 0,03 1.120,50 -
19/04/2012 - 450 24,48 0,26 9.711,00 -
20/04/2012 - 450 24,69 -0,06 -2.241,00 -
23/04/2012 - 450 24,51 0,06 2.241,00 -
24/04/2012 - 450 24,63 0,23 8.590,50 -
25/04/2012 - 450 24,95 0,02 747,00 -
55
26/04/2012 - 450 24,80 -0,09 -3.361,50 -
27/04/2012 - 450 24,86 0,08 2.988,00 -
30/04/2012 - 450 24,98 0,12 4.482,00 -
02/05/2012 - 450 25,09 0,04 1.494,00 -
03/05/2012 - 450 25,10 0,46 17.181,00 -
04/05/2012 - 450 25,49 0,07 2.614,50 -
07/05/2012 - 450 25,64 0,13 4.855,50 -
08/05/2012 - 450 25,74 -0,70 -26.145,00 -
09/05/2012 - 450 25,82 0,39 14.566,50 -
10/05/2012 - 450 25,30 -0,59 -22.036,50 -
11/05/2012 - 450 24,85 -0,30 -11.205,00 -
14/05/2012 - 450 24,50 -0,06 -2.241,00 -
15/05/2012 - 450 24,55 0,21 7.843,50 -
16/05/2012 - 450 24,70 0,09 3.361,50 -
17/05/2012 - 450 24,90 0,31 11.578,50 -
18/05/2012 - 450 25,12 0,36 13.446,00 -
21/05/2012 - 450 25,44 -0,05 -1.867,50 -
22/05/2012 - 450 25,36 -0,52 -19.422,00 -
23/05/2012 - 450 24,82 -0,14 -5.229,00 -
24/05/2012 - 450 24,89 -0,26 -9.711,00 -
25/05/2012 - 450 24,55 -0,35 -13.072,50 -
28/05/2012 - 450 24,18 -0,29 -10.831,50 -
29/05/2012 - 450 23,85 -0,18 -6.723,00 -
30/05/2012 - 450 23,67 -0,20 -7.470,00 -
31/05/2012 - 450 23,39 0,09 3.361,50 -
01/06/2012 - 450 23,65 -0,08 -2.988,00 -
04/06/2012 - 450 23,50 0,59 22.036,50 -
05/06/2012 - 450 24,20 -0,05 -1.867,50 -
06/06/2012 - 450 24,03 -0,12 -4.482,00 -
07/06/2012 - 450 23,90 0,00 0,00 -
08/06/2012 - 450 23,67 -0,05 -1.867,50 -
11/06/2012 - 450 23,69 -0,17 -6.349,50 -
12/06/2012 - 450 23,69 -0,32 -11.952,00 -
13/06/2012 - 450 23,36 -0,36 -13.446,00 -
14/06/2012 - 450 22,95 0,16 5.976,00 -
15/06/2012 - 450 23,24 -0,19 -7.096,50 -
18/06/2012 - 450 22,95 0,21 7.843,50 -
19/06/2012 - 450 23,30 0,27 10.084,50 -
20/06/2012 - 450 23,49 -0,10 -3.735,00 -
21/06/2012 - 450 23,37 -0,05 -1.867,50 -
22/06/2012 - 450 23,27 0,17 6.349,50 -
25/06/2012 - 450 23,75 0,44 16.434,00 -
26/06/2012 - 450 24,09 0,24 8.964,00 -
27/06/2012 - 450 24,19 0,44 16.434,00 -
28/06/2012 - 450 24,71 -0,21 -7.843,50 -
29/06/2012 - 450 24,50 0,19 7.096,50 -
02/07/2012 - 450 24,87 0,40 14.940,00 -
03/07/2012 - 450 25,30 0,44 16.434,00 -
04/07/2012 - 450 25,40 0,76 28.386,00 -
05/07/2012 - 450 26,41 0,87 32.494,50 -
06/07/2012 - 450 27,12 -0,07 -2.614,50 -
09/07/2012 - 450 26,99 0,00 0,00 -
10/07/2012 - 450 27,85 1,34 50.049,00 -
11/07/2012 - 450 28,70 0,42 15.687,00 -
56
12/07/2012 - 450 29,30 1,33 49.675,50 -
13/07/2012 - 450 30,13 0,74 27.639,00 -
16/07/2012 - 450 32,22 1,54 57.519,00 -
17/07/2012 - 450 32,80 0,89 33.241,50 -
18/07/2012 - 450 33,29 0,27 10.084,50 -
19/07/2012 - 450 34,20 1,01 37.723,50 -
20/07/2012 CP83 450 34,60 0,88 32.868,00 4.127,59
TOTAL
-9,40 - 351.090,00 7.228,47