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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
EVY NÁTALIE FIRMINO MARTINS
LUCAS FERRARI FELIPIN
APLICAÇÃO DO CONCEITO BIM NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS EM
UM EDIFÍCIO RESIDENCIAL DE 4 PAVIMENTOS
CURITIBA
2019
EVY NÁTALIE FIRMINO MARTINS
LUCAS FERRARI FELIPIN
APLICAÇÃO DO CONCEITO BIM NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS EM
UM EDIFÍCIO RESIDENCIAL DE 4 PAVIMENTOS
Trabalho Final de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.
Orientadora: Profa Dra. Isabella Andreczevski Chaves.
CURITIBA
2019
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Universidade Federal do Paraná pela oportunidade de
realizar essa graduação e a orientadora Isabella Andreczevski Chaves por confiar,
incentivar, auxiliar e apoiar a realização deste Trabalho de Conclusão de Curso.
Agradecemos ao corpo docente, em especial, às professoras Lia Yamamoto e Heloise
Garcia Knapik pelas assessorias, auxílios e contribuições com conhecimentos em
momentos de dúvidas, que tiveram grande impacto no fluxo e concretização desse
trabalho.
As arquitetas da Intertechne, Kélen Alessandra Lubrigati e Silvia Bartz
Kraemer, por todo suporte, conselhos e informações sobre o software Revit para
otimizar a execução dos projetos.
Agradecemos aos nossos pais pelos esforços para que pudéssemos estudar,
e também aos irmãos e familiares por toda paciência, compreensão, força e incentivo
nos momentos de tensão dessa longa jornada.
A todos nossos amigos por dividirem momentos de descontração, estudos,
discussões, experiências e conquistas para a evolução no caminho percorrido durante
os anos de universidade.
A todos que fizeram parte na graduação, nosso mais sincero obrigado!
RESUMO
A elaboração de projetos em edificações exige a compatibilização entre os vários sistemas para adequado funcionamento do empreendimento. O conceito BIM utilizada na produção de projetos busca a otimização entre as interfaces dos sistemas através de modelo tridimensional dotado de especificações técnicas e informações precisas. Segundo a aplicação de BIM, o compartilhamento da informação entre os projetistas é essencial a fim de reduzir problemas de projeto e de execução. Para a elaboração deste trabalho foram utilizados o Google Drive e Dropbox para compartilhamento das informações de projeto e o armazenamento em nuvem. O objetivo do trabalho foi a utilização do conceito BIM no desenvolvimento dos projetos arquitetônico, estrutural, hidrossanitário e elétrico para um edifício residencial de quatro pavimentos. Os projetos foram desenvolvidos através de normas técnicas: projeto arquitetônico segundo a Portaria nº80 (2013) da Prefeitura Municipal de Curitiba e Normas de Procedimento Técnico (2016) do Corpo de Bombeiros do Paraná; projeto estrutural pela NBR 6118 (2014); projeto hidráulico segundo NBR 5626 (1998); projeto sanitário segundo NBR 8160 (1999); projeto pluvial segundo NBR 10844 (1989) e projeto elétrico segundo NBR 5410 (2004). Os softwares utilizados foram: TQS para constituir o modelo estrutural, formas e dimensionamento e detalhamento; Revit para modelagem arquitetônica; Revit MEP para instalações de água quente e fria, instalações sanitárias e sistema pluvial; Scia Engineer para modelagem estrutural e verificações, Excel para dimensionamento e cálculos. A compatibilização entre os projetos foi realizada em modelo integralizado no Revit e a partir disso obteve-se os projetos executivos do edifício residencial. Desse modo, o BIM foi aplicado de forma prática ao se produzir um modelo completo com interferências estudadas, verificadas e corrigidas. Concluindo que o BIM possui vantagens e desvantagem em sua implantação e aplicação, porém gera um produto completo, detalhado, especificado e compatibilizado. Palavras-chave: BIM. Projetos. Compatibilização. Software. Arquitetônico. Estrutural. Hidrossanitário. Elétrico.
ABSTRACT
The elaboration of projects in buildings requires the compatibility between the various systems for proper operation of the enterprise. The BIM concept used in the production of projects seeks the optimization between the system interfaces through a three-dimensional model with technical specifications and accurate information. According to the BIM application, information sharing among designers is essential in order to reduce design and execution problems. For this work was used Google Drive and Dropbox to share design information and cloud storage. The objective of this work was to use the BIM concept in the development of architectural, structural, sanitary and electrical projects for a four floors residential building. The projects were developed through technical standards: architectural design according to Ordinance No. 80 (2013) of the Curitiba City Hall and Technical Procedure Standards (2016) of the Paraná Fire Department; structural design by NBR 6118 (2014); hydraulic project according to NBR 5626 (1998); sanitary project according to NBR 8160 (1999); rainfall project according to NBR 10844 (1989) and electrical project according to NBR 5410 (2004). The software used were: TQS to constitute the structural model, shapes and sizing and detailing; Revit for architectural modeling; Revit MEP for hot and cold waters installations, sanitary installations and rain system; Scia Engineer for structural modeling and checks, Excel for sizing and calculations. The compatibility between the projects was carried out in an integrated model in Revit and from this obtained the executive projects of the residential building. Thus, BIM was practically applied when producing a complete model with studied, verified and corrected interferences. Concluding that BIM has advantages and disadvantages in its implementation and application, but generates a complete, detailed, specified and compatible product. Key-words: BIM. Projects. Compatibility. Software. Architectural. Structural. Hydrosanitary. Electric.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - GRÁFICO IMPACTO DO PROCESSO BIM .......................................... 12
FIGURA 2 - FLUXO DE TRABALHO NOS PROCESSOS TRADICIONAL E BIM .... 13
FIGURA 3 - FORMATOS DE UM MODELO BIM ...................................................... 17
FIGURA 4 - REPRESENTAÇÃO DE PAREDE EM ND 100 ...................................... 19
FIGURA 5 - REPRESENTAÇÃO DE PAREDE EM ND 200 ...................................... 20
FIGURA 6 - REPRESENTAÇÃO DE PAREDE EM ND 300 ...................................... 20
FIGURA 7 - REPRESENTAÇÃO DE PAREDE EM ND 350 ...................................... 21
FIGURA 8 - REPRESENTAÇÃO DE PAREDE EM ND 400 ...................................... 21
FIGURA 9 - ALTURA E LARGURA DOS DEGRAUS. .............................................. 26
FIGURA 10 - TIPOS DE VÍNCULOS DE LAJE ......................................................... 32
FIGURA 11 – IMPERFEIÇÕES GEOMÉTRICAS GLOBAIS ..................................... 35
FIGURA 12 - ISOPLETAS DE VELOCIDADE BÁSICA V0 (M/S) ............................... 36
FIGURA 13 - COEFICIENTE DE ARRASTO (𝐶𝑎), PARA EDIFICAÇÕES
PARALELEPIPÉDICAS EM VENTO DE ALTA TURBULÊNCIA ............................... 39
FIGURA 14 – COEFICIENTE DE ARRASTO (𝐶𝑎) PARA EDIFICAÇÕES
PARALELEPIPÉDICAS EM VENTO DE BAIXA TURBULÊNCIA ............................. 40
FIGURA 15 – DETALHE DE ARMAÇÃO DE ABERTURAS EM LAJES ................... 46
FIGURA 16 - NOMOGRAMA PARA DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO .................. 50
FIGURA 17 - ESQUEMAS INDICATIVOS PARA CÁLCULOS DE ÁREAS DE
CONTRIBUIÇÃO DE VAZÃO .................................................................................... 64
FIGURA 18 - ÁBACO PARA DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOR VERTICAL
COM SAÍDA EM ARESTA VIVA ............................................................................... 65
FIGURA 19 – REPRESENTAÇÃO 3D DO EDIÍFICO ............................................... 72
FIGURA 20 - APARTAMENTO TIPO 1 ..................................................................... 73
FIGURA 21 - APARTAMENTO TIPO 2 ..................................................................... 73
FIGURA 22 - DIMENSÕES ADOTADAS NA ESCADA ............................................. 75
FIGURA 23 - COMPOSIÇÃO DAS ALVENARIAS INTERNAS ................................. 76
FIGURA 24 - COMPOSIÇÃO DAS ALVENARIAS EXTERNAS ................................ 76
FIGURA 25 – COMPOSIÇÃO DE PISOS ................................................................. 77
FIGURA 26 - COMPOSIÇÃO DA IMPERMEABILIZAÇÃO ....................................... 77
FIGURA 27 – ÁREA DE INFLUÊNCIA DOS PILARES ............................................. 79
FIGURA 28 – LANÇAMENTO DO PRÉ-DIMENSIONAMENTO NO REVIT .............. 84
FIGURA 29 – VISUALIZAÇÃO 3D DA FORMA NO REVIT ...................................... 85
FIGURA 30 - LANÇAMENTO DA ESTRUTURA DO TIPO NO TQS ......................... 85
FIGURA 31 – DEFORMAÇÕES NAS LAJES DO TIPO ............................................ 90
FIGURA 32 – MOMENTOS FLETORES E ARMADURA CALCULADA DA CAIXA
D’ÁGUA ..................................................................................................................... 92
FIGURA 33 – VERIFICAÇÃO ESFORÇOS DE LAJES COM ABERTURAS ............ 94
FIGURA 34 – DETALHE TÍPICO ARMADURA EM ABERTURAS ............................ 95
FIGURA 35 - IDENTIFICAÇÃO DOS NÓS APARTAMENTO 1 ................................ 96
FIGURA 36 - IDENTIFICAÇÃO DOS NÓS APARTAMENTO 2 ................................ 96
FIGURA 37 - INDICAÇÃO DOS NÓS BARRILETE E HIDRÔMETRO
APARTAMENTO 1 .................................................................................................... 98
FIGURA 38 - INDICAÇÃO DOS NÓS BARRILETE E HIDRÔMETRO
APARTAMENTO 2 .................................................................................................. 102
FIGURA 39 - MODELO DE PRESSURIZADOR ..................................................... 103
FIGURA 40 - GRÁFICO DE ESPECIFICAÇÃO DO PRESSURIZADOR ................ 103
FIGURA 41 - MODELO DE AQUECEDOR A GÁS ................................................. 105
FIGURA 42 - GRÁFICO DE ESPECIFICAÇÃO DO PRESSURIZADOR NO
AQUECEDOR ......................................................................................................... 106
FIGURA 43 – VISUALIZAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA CHUVA ............... 112
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - DIMENSÕES MÍNIMAS DOS AMBIENTES ........................................ 23
QUADRO 2 - DIMENSÕES MÍNIMAS PARA ÁREAS DE USO COMUM ................. 23
QUADRO 3 - DIMENSIONAMENTO DAS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA. .................. 24
QUADRO 4 - ÁREA MÍNIMA DE VENTILAÇÃO EM DORMITÓRIOS E SALAS DE
ESTAR ...................................................................................................................... 27
QUADRO 5 - CLASSE DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL (CAA) .......................... 29
QUADRO 6 – LIMITES DE DESLOCAMENTOS ...................................................... 42
QUADRO 7 – VALORES MÍNIMOS PARA ARMADURAS PASSIVAS ADERENTES
.................................................................................................................................. 44
QUADRO 8 – COEFICIENTE DE RUGOSIDADE ..................................................... 66
QUADRO 9 - REPRESENTAÇÃO DE CONDUTORES ............................................ 70
QUADRO 10 - REPRESENTAÇÃO DE QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO ................. 71
QUADRO 11 - REPRESENTAÇÃO DE INTERRUPTORES ..................................... 71
QUADRO 12 - REPRESENTAÇÃO DE LÂMPADAS ................................................ 71
QUADRO 13 - REPRESENTAÇÃO DE TOMADAS .................................................. 71
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - CLASSE DE AGRESSIVIDADE E A QUALIDADE DO CONCRETO .... 29
TABELA 2 - COBRIMENTO NOMINAL DO CONCRETO ARMADO ........................ 30
TABELA 3 – PARÂMETRO DE LOCALIZAÇÃO DO PILAR ..................................... 31
TABELA 4 – PARÂMETROS METEOROLÓGICOS ................................................. 38
TABELA 5 – PARÃMETROS 𝛾 .................................................................................. 41
TABELA 6 – COEFICIENTES 𝛾𝑓2 ............................................................................ 41
TABELA 7- PESOS RELATIVOS POR APARELHO SANITÁRIO ............................. 49
TABELA 8- PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS EM METROS ............................. 51
TABELA 9 - VAZÃO MÁXIMA EM HIDRÔMETROS ................................................. 54
TABELA 10 - VAZÕES DAS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO ............................................ 55
TABELA 11 - VAZÕES E PESOS ATRIBUÍDOS ÀS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO ........ 55
TABELA 12 - DISTÂNCIA MÁXIMA DE UM DESCONECTOR AO TUBO
VENTILADOR ........................................................................................................... 58
TABELA 13 - NÚMERO DE UNIDADES DE HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO ........... 59
TABELA 14 - UHC PARA OUTROS APARELHOS SANITÁRIOS ............................ 59
TABELA 15 - DIÂMETRO MÍNIMOS DOS RAMAIS DE ESGOTO ........................... 60
TABELA 16 - DIÂMETRO MÍNIMO DOS TUBOS DE QUEDA .................................. 60
TABELA 17 - DIMENSIONAMENTO DE COLETORES E SUB-COLETORES ......... 60
TABELA 18 - DIÂMETRO MÍNIMOS DOS RAMAIS DE VENTILAÇÃO .................... 61
TABELA 19 - DIÂMETROS DAS COLUNAS DE VENTILAÇÃO ............................... 61
TABELA 20 – CHUVAS INTENSAS NO BRASIL (DURAÇÃO – 5MIN) .................... 63
TABELA 21 – CAPACIDADE DE CONDUTORES HORIZONTAIS DE SEÇÃO
CIRCULAR PARA VAZÕES EM L/MIN ..................................................................... 67
TABELA 22 - ESPAÇO DE RESERVA NOS QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO ......... 70
TABELA 23 - VERIFICAÇÕES PORTARIA N°80 ...................................................... 74
TABELA 24 - VERIFICAÇÃO CORPOS DE BOMBEIROS ....................................... 75
TABELA 25 - VERIFICAÇÃO NORMA DE DESEMPENHO...................................... 76
TABELA 26 – DEFINIÇÕES DO CONCRETO ARMADO ......................................... 78
TABELA 27 - RESUMO CARGAS ADOTADAS ........................................................ 78
TABELA 28 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DOS PILARES ....................................... 79
TABELA 29 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DAS LAJES ........................................... 81
TABELA 30 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VIGAS HORIZONTAIS .................... 82
TABELA 31 - PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VIGAS VERTICAIS ........................... 83
TABELA 32 – PROCESSAMENTO DOS PARÂMETROS 𝛼 E 𝛾𝑧 ............................. 86
TABELA 33 – DESLOCAMENTOS HORIZONTAIS MÁXIMOS ................................ 86
TABELA 34 – CARREGAMENTOS PERMANENTES .............................................. 87
TABELA 35 – CARREGAMENTOS ACIDENTAIS .................................................... 88
TABELA 36 – CONSIDERAÇÕES DE VENTO ......................................................... 88
TABELA 37 – VERIFICAÇÃO ARMADURAS LONGITUDINAIS DAS VIGAS ........... 90
TABELA 38 – VERIFICAÇÃO ARMADURAS TRANSVERSAIS DAS VIGAS ........... 90
TABELA 39 – VERIFICAÇÃO ARMADURAS LONGITUDINAIS DE PILARES ......... 91
TABELA 40 – VERIFICAÇÃO ARMADURAS LONGITUDINAIS DE LAJES ............. 91
TABELA 41 - DIÂMETROS E PESOS ADOTADOS SUB-RAMAIS APARTAMENTO
1 ................................................................................................................................ 97
TABELA 42 - DIÂMETROS E PESOS ADOTADOS RAMAIS APARTAMENTO 1 .... 97
TABELA 43 - COMPRIMENTOS EQUIVALENTES APARTAMENTO 1 ................... 97
TABELA 44 - VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO DO CHUVEIRO APARTAMENTO 1 . 100
TABELA 45 - DIÂMETROS E PESOS ADOTADOS SUB-RAMAIS APARTAMENTO
2 .............................................................................................................................. 101
TABELA 46 - DIÂMETROS E PESOS ADOTADOS RAMAIS APARTAMENTO 2 .. 101
TABELA 47 - COMPRIMENTOS EQUIVALENTES APARTAMENTO 2 ................. 101
TABELA 48 - VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO DO CHUVEIRO APARTAMENTO 2 . 104
TABELA 49 - SUB-RAMAIS ÁGUA QUENTE – APARTAMENTO 1 E 2 ................. 105
TABELA 50 - RAMAIS ÁGUA QUENTE – APARTAMENTO 1 E 2 ......................... 105
TABELA 51 - COMPRIMENTOS EQUIVALENTES ÁGUA QUENTE ..................... 106
TABELA 52 - VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO DO CHUVEIRO ÁGUA QUENTE
APARTAMENTO 1 .................................................................................................. 107
TABELA 53 - VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO DO CHUVEIRO ÁGUA QUENTE
APARTAMENTO 2 .................................................................................................. 107
TABELA 54 - ALTURAS MANOMÉTRICAS ............................................................ 108
TABELA 55 - DIMENSIONAMENTO DA INSTALAÇÃO DE ESGOTO ................... 111
TABELA 56 – ÁREA DE INFLUÊNCIA DA CHUVA ................................................ 112
TABELA 57 – DIMENSIONAMENTO CONDUTORES HORIZONAIS .................... 113
TABELA 58 - QUANTIDADES DE ELEMENTOS ELÉTRICOS .............................. 114
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................. 11
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 11
1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 11
1.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 13
2.1 BIM (BUILDING INFORMATION MODELING) ............................................. 13
2.1.1 Conceituação ................................................................................................ 13
2.1.2 Vantagens e diferenciais do BIM .................................................................. 14
2.1.3 Dificuldades de implantação ......................................................................... 15
2.1.4 Parametrização............................................................................................. 16
2.1.5 Interoperabilidade ......................................................................................... 16
2.1.6 Dimensões do BIM ....................................................................................... 17
2.1.7 Níveis de desenvolvimento do BIM (ND ou LOD) ......................................... 19
3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 22
3.1 PROJETO ARQUITETÔNICO ...................................................................... 22
3.1.1 Legislação Municipal de Curitiba .................................................................. 22
3.1.2 Corpo de Bombeiros do Paraná ................................................................... 23
3.1.3 Norma de Desempenho ................................................................................ 26
3.2 PROJETO ESTRUTURAL ............................................................................ 27
3.2.1 Etapas do projeto estrutural .......................................................................... 28
3.2.2 Concepção estrutural .................................................................................... 28
3.2.3 Análise estrutural .......................................................................................... 35
3.2.4 Deslocamentos ............................................................................................. 42
3.2.5 Dimensionamento e detalhamento de armaduras ........................................ 42
3.2.6 Furos e aberturas ......................................................................................... 45
3.3 PROJETO HIDRÁULICO .............................................................................. 47
3.3.1 Instalação predial de água fria ...................................................................... 47
3.3.2 Instalação predial de água quente ................................................................ 54
3.4 PROJETO SANITÁRIO ................................................................................ 55
3.4.1 Principais partes constituintes ...................................................................... 56
3.4.2 Dimensionamento ......................................................................................... 58
3.5 PROJETO DE ÁGUAS PLUVIAL.................................................................. 62
3.5.1 Dimensionamento do sistema de águas pluviais .......................................... 62
3.5.2 Determinação da vazão de projeto ............................................................... 63
3.5.3 Dimensionamento de condutores verticais ................................................... 65
3.5.4 Dimensionamento de condutores horizontais ............................................... 66
3.6 PROJETO ELÉTRICO .................................................................................. 67
3.6.1 Requisitos de projeto elétrico ....................................................................... 67
3.6.2 Dimensionamento dos circuitos .................................................................... 67
3.6.3 Representação em projetos .......................................................................... 70
4 METODOLOGIA........................................................................................... 72
4.1 PROJETO ARQUITETÔNICO ...................................................................... 73
4.2 PROJETO ESTRUTURAL ............................................................................ 77
4.3 PROJETO HIDRÁULICO .............................................................................. 95
4.3.1 Dimensionamento e considerações de Água Fria ........................................ 95
4.3.2 Dimensionamento e considerações de Água Quente ................................. 105
4.3.3 Dimensionamento da bomba ...................................................................... 108
4.4 PROJETO SANITÁRIO .............................................................................. 109
4.5 PROJETO PLUVIAL ................................................................................... 112
4.6 PROJETO ELÉTRICO ................................................................................ 113
5 DISCUSSÃO E RESULTADOS ................................................................. 115
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................... 117
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 120
APÊNDICE 1 – PROJETO ARQUITETÔNICO ....................................................... 124
APÊNDICE 2 – PROJETO ESTRUTURAL............................................................. 125
APÊNDICE 3 – PROJETO HIDROSSANITÁRIO ................................................... 126
APÊNDICE 4 – PROJETO ELÉTRICO ................................................................... 127
10
1 INTRODUÇÃO
A indústria da construção civil possui demanda de projetos que nem sempre
são elaborados de maneira compatibilizada entre os mesmos, o que pode
desencadear falhas técnicas desde o projeto até a realização da construção. Essas
falhas podem atrasar o cronograma, aumentar o custo além do proposto em
orçamento e diminuir a qualidade da execução da obra (DOLABELA & FERNANDES,
2014).
O conceito BIM (Building Information Modeling) pode ser um grande
colaborador na construção civil ao auxiliar a realização de todos os projetos nas
empresas desse mercado. Porém, a aplicação desse conceito nas empresas ainda
não é universal, existem dificuldades de implantação quanto ao investimento em
softwares, treinamento de funcionários e resistência dos mesmos às mudanças, que
impedem a migração do sistema tradicional da construção civil para sistema moderno
de modelagem (EASTMAN, 2014).
No contexto da construção civil, o conceito BIM tem o potencial de melhorar o
gerenciamento de projetos, por meio de um planejamento contínuo e integrado, desde
a etapa de projeto até a construção, durante todo o processo de execução das
edificações abrangendo todos os profissionais envolvidos de maneira cooperativa. Ao
utilizar o BIM é possível a obtenção automática, a partir do projeto, do quantitativo de
materiais necessários e de cronogramas para a execução; esses dados facilitam a
realização de orçamentos, contribuem com o acompanhamento e controle da
construção, e auxiliam nas alterações de projeto, minorando possíveis complicações
durante a execução.
Além disso, o conceito BIM permite flexível adaptação e compatibilidade entre
os processos, melhora a visualização do projeto para todas as partes envolvidas no
empreendimento, inclusive clientes, de maneira colaborativa. Logo, o BIM é uma
forma moderna e avançada de projetar, vem sendo incorporado crescentemente na
indústria da construção civil devido as suas vantagens.
Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é aplicar o conceito BIM no
desenvolvimento dos projetos arquitetônico, estrutural em concreto armado,
instalações elétricas e hidrossanitárias para um edifício multifamiliar com quatro
pavimentos.
11
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Utilizar o conceito da modelagem da informação na construção em projetos
básicos de um edifício de 4 pavimentos.
1.1.2 Objetivos Específicos
• Executar projetos arquitetônico, estrutural, elétrico, hidrossanitário de
um edifício de 4 pavimentos através de softwares incorporadores do
BIM;
• Realizar a compatibilização entres todos os projetos produzidos através
de interoperabilidade de softwares.
1.2 JUSTIFICATIVA
A aplicação do BIM desde a etapa de projetos resulta em excelente eficiência
da execução e produção. Através de modelos completos de toda a construção é
possível otimizar a indústria de construção civil para que possa satisfazer
integralmente os objetivos esperados. Alguns benefícios dessa tecnologia são:
redução de custos na execução e retrabalho, diminuição do consumo de energia
durante a vida útil do edifício, amenizar problemas de execução e encurtar prazo de
construção (DOLABELA & FERNANDES, 2014).
Com base nestes modelos gerados com BIM há melhorias na produtividade
da construção e no controle de desperdícios de materiais, gerando uma produção com
qualidade amplificada e mais econômica. Com isso aumenta a competitividade e
confiabilidade nos projetos de engenharia, minorando os custos e possíveis
improvisos, assim favorecendo os prazos e o cronograma geral da obra.
A FIGURA 1 representa o esforço-efeito do conceito BIM comparado ao
método tradicional ao longo do tempo, e demonstra o impacto que a utilização do
conceito gera nos custos para as determinadas etapas de projeto e construção, pois
com a redução de alterações os custos posteriores aos projetos também são
minorados.
12
FIGURA 1 - GRÁFICO IMPACTO DO PROCESSO BIM
FONTE: Link Construtora, 2018. Disponível em: <https://www.linkenge.com.br/arquivos/1693>.
13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
2.1.1 Conceituação
O conceito de BIM ou Modelagem da Informação da Construção é uma
maneira de projetar a partir de modelos virtuais precisos (EASTMAN, 2014). Para
realizar o modelo é necessário a utilização de ferramentas computacionais, tanto para
elaborar os projetos quanto para compor o processo de compatibilização. Além disso,
vale ressaltar que o BIM não é apenas um software em específico e sim um processo
e software, que engloba projetos, compatibilização, execução e controle das
alterações do projeto (HARDIN, 2009).
No BIM, as alterações realizadas em cada projeto devem ser incorporadas e
compatibilizadas ao modelo central, mantendo o mesmo sempre atualizado para
assim garantir que todos os interessados, desde os projetistas até mesmo o cliente,
tenham acesso as trocas de informações conforme fluxo de trabalho apresentado na
FIGURA 2. A gestão da informação é necessária para o controle de modificações de
forma que o executado se mantenha de acordo com o planejado, portanto, aumenta
a eficiência da construção (AZHAR, HEIN & SKETO, 2008).
FIGURA 2 - FLUXO DE TRABALHO NOS PROCESSOS TRADICIONAL E BIM
FONTE: Motter & Campelo (2014) apud Scheer (2013).
14
A Modelagem da Informação da Construção começou a ser utilizada na
década dos anos 1970, porém ainda não era utilizada com essa denominação e sim
como um conceito de reunir as informações necessárias em um projeto único, com
maior qualidade e quantidades de dados disponíveis no momento da construção.
Nessa mesma época teve o início do conceito de CAD, desenho assistido por
computador, no qual pode-se adicionar algumas customizações e funcionalidades
aumentando a qualidade e a produtividade por ser feito com maior rapidez em
arquivos digitais (MOTTER & CAMPELO, 2014). Porém, segundo Eastman (2014) em
geral os projetos ultrapassavam o poder computacional disponível e não eram bem
desenvolvidos, fazendo que fosse preferível pelos projetistas a utilização de desenhos
em 2D ao invés dos 3D.
No sistema CAD, as informações são geradas a partir de componentes
vetoriais, podendo até ter dimensão 3D, porém obtido com base em linhas simples,
sendo de uma visualização mais complexa. No BIM o formato é a partir de objetos,
como paredes, esquadrias, forro e elementos estruturais por exemplo e além disso,
esses componentes podem possuir informações adicionais como material, camadas
e características físico-químicas (EASTMAN, 2014).
2.1.2 Vantagens e diferenciais do BIM
O processo de projeto em BIM está em fase de crescimento da sua utilização,
aos poucos vêm atraindo mais os projetistas pelo fato de compatibilizar os projetos
em um modelo virtual, que antes eram sobrepostos em plantas bidimensionais de
origens e padrões diferentes. Esse modelo permite que a visualização prévia da
construção seja o mais próximo do que será executado principalmente quanto as
interfaces entre os projetos e reduzindo assim os problemas de execução (EASTMAN,
2014).
A utilização do conceito BIM melhora a técnica de projetar deixando de ser
um procedimento mecânico para automatizado. É possível economizar tempo com
desenhos de detalhes específicos, cortes, elevações e plantas baixas, já que esses
podem ser geradas automaticamente. Ao diminuir o tempo de produção pode se
investir em um projeto mais eficiente com maior concentração dos envolvidos em
representações técnicas de informações realmente necessárias para a construção
(MOTTER & CAMPELO, 2014).
15
Com o conceito BIM é possível obter dados e informações de forma precisa,
visto que possui uma maior e mais completa representação do empreendimento em
projeto. Assim, ao facilitar o acesso aos detalhes construtivos, o BIM pode reduzir
prazos de execução e otimizar a produtividade na construção (AYRES FILHO, 2009).
Com a obtenção de quantitativos automáticos diminui-se o erro na quantidade
de compra de materiais de construção e procurando eliminar os resíduos da
construção civil. Além disso com a compatibilização prevê melhor a ordem executiva
da obra, acabando com o retrabalho e garante que não haja tanto desperdício quanto
no método tradicional (SCHEER, 2013).
Um grande atrativo para o emprego de BIM nas empresas é que o cliente
pode visualizar, em entregas parciais, o desenvolvimento de seu projeto, permitindo-
o sugerir alterações que melhor o satisfazem quanto ao conforto, estética e novas
necessidades do projeto, ao realizar simulações com maior agilidade e com maior
detalhamento (SOUZA & AMORIM, 2009).
2.1.3 Dificuldades de implantação
A implantação do BIM, no modo convencional das empresas de realizar e
executar projetos, está sujeita a dificuldades principalmente quanto a utilização
softwares específicos e compatíveis a essa tecnologia.
Primeiramente, as empresas precisam mostrar o potencial das ferramentas
em BIM a seus funcionários e tirar da inércia o processo tradicional de trabalho
seguido durante décadas de experiência e iniciar uma nova forma de trabalhar. Esse
processo gera custos em gestão dos recursos humanos uma vez que é necessário
tempo e investimento em treinamento nas novas ferramentas, além de contar com a
cooperação dos funcionários (SCHEER apud TSE et al., 2009).
A aquisição do software BIM ainda é outro fator a ser lembrado uma vez que
gera um custo e risco, já que a implantação das ferramentas pode não ser bem-
sucedida por meio de uma análise mais pessimista (TSE et al., 2005).
A aprendizagem de novos softwares pela equipe de trabalho leva um grande
tempo, já que forma de se pensar construindo projetos em BIM é bem diferente ao
tradicional CAD. E ainda o desempenho do funcionário utilizando uma ferramenta
mais complexa precisa de um progresso contínuo e demorado, podendo no início
16
apresentar eficiência bem menor de quando ele utilizava o software antigo/tradicional
(AZUMA & SCHEER, 2009).
2.1.4 Parametrização
A parametrização são regras de projeto predefinidas pelo usuário que
preveem os vínculos entre os objetos paramétricos, de forma que as possíveis
alterações no objeto sejam automatizadas.
Os objetos paramétricos em BIM possuem propriedades predefinidas em
famílias personalizadas mais complexas que o CAD visto que são atribuídas
dimensões, geometria, especificações dos materiais e informações necessárias. A
partir destes, é possível o levantamento de quantitativos automatizados e com isso
estimativas de custos em orçamentos de maneira também automática.
Segundo Eastman (2014), a produção de desenhos em modelos 3D possui
três níveis de qualidade onde os layouts definidos em nível fraco necessitam de
alterações manuais do usuário de linhas e cotas, enquanto o nível superior as cotas
são automatizadas melhorando a produtividade e o último nível as alterações são
referenciadas automaticamente em outras vistas. Para esses níveis é necessário a
parametrização dos objetos a partir das especificações de linhas e hachuras a fim de
que os layouts sejam gerados automaticamente aumentando a produtividade e assim
diminuindo o tempo necessário de produção do projeto.
A modelagem paramétrica é necessária também para projetos em múltiplos
arquivos, quando um modelo é muito grande para o uso prático. Por ocupar grande
espaço em memória às operações dos arquivos ficam cada vez mais lentas, com isso
é necessário dividir o projeto em partes, o software Revit utiliza o modelo baseado em
memória com os objetos atualizados na memória simultaneamente (EASTMAN,
2014).
2.1.5 Interoperabilidade
Para Eastman (2014) a interoperabilidade identifica a necessidade de passar
dados entre aplicações, e para múltiplas aplicações contribuírem em conjunto com
trabalhos a fazer, além de eliminar a necessidade de replicar dados de entrada
gerados e facilitar fluxos de trabalho automatizados durante o processo de projeto.
17
Assim a interoperabilidade é o que permite que softwares de diferentes
fabricantes comuniquem entre si a partir de uma linguagem em comum (FIGURA 3).
Para isso foi desenvolvido um modelo neutro e aberto, para que as empresas de
softwares pudessem realizar as exportações de dados entre aplicações compatíveis
com suporte do formato computacional IFC (Industry Foundation Classes). O mesmo
foi desenvolvido para criar um grande conjunto de representações de dados
consistentes de informação da construção para intercâmbio entre aplicações de
softwares, foi projetado com uma estrutura de dados extensíveis e orientado a objetos,
definidos a partir de entidades, específicas ou mesmo genéricas, que caracterizam os
componentes e propriedades de cada objeto a ser compartilhado (EASTMAN, 2014).
FIGURA 3 - FORMATOS DE UM MODELO BIM
FONTE: Darós (2) (2019).
Segundo Andrade e Ruschel (2009) um dos maiores obstáculos para o uso
do IFC é a perda de robustez na interface disponível nos aplicativos, visto que o
mesmo é abstrato por ser um modelo neutro, além de que muitas vezes apresentam
problemas de tradução dos dados por falta de repertório com entidades não
reconhecidas.
2.1.6 Dimensões do BIM
As dimensões de BIM demonstram diferentes perspectivas detalhamento das
informações para o projeto em estudo. Para Calvert (2013) cada dimensão possui
18
camadas de informação que podem ser 3D, 4D, 5D, 6D, 7D, 8D até nD conforme os
objetivos e detalhes da utilização.
A forma básica do BIM é a dimensão 3D, nessa contém apenas fatores físicos
geométricos de perspectiva como comprimento, largura e profundidade, gerando um
modelo com dimensão espacial mais representativa que o modelo gráfico 2D (DARÓS
(1), 2019).
Na dimensão 4D é acrescentado o fator tempo, um estudo detalhado de
duração das etapas de projeto e execução, essencial para elaboração de um
planejamento preciso de cronogramas e armazenamentos. Com essa dimensão é
possível gerar um vídeo animado, com diferentes cenários e eventuais impactos com
atrasos de atividades na construção (DARÓS (1), 2019).
A dimensão 5D agrega o custo aos materiais presentes no projeto. Com o
recurso de geração automatizada de quantitativos é possível obter custos de etapas
do cronograma possibilitando também uma estimativa mais precisa sobre os
orçamentos parciais e final da obra, deste modo possui maior controle de gastos de
cada etapa (DARÓS (1), 2019).
A dimensão 6D desenvolve estudo de sustentabilidade da edificação para os
materiais a serem utilizados no projeto, gestão dos resíduos, consumo energético
durante utilização, eficiência térmica e acústica (DARÓS (1), 2019).
A dimensão 7D acrescenta a manutenção e operação do empreendimento, é
possível obter um banco de dados de informações de como o modelo funciona desde
a representação virtual e transmitir os procedimentos necessários ao empreendimento
durante seu ciclo de vida realizando manutenções em caso de falhas ou defeitos
(DARÓS (1), 2019).
É possível o uso de BIM 8D que dispõe sobre a segurança de trabalho e
prevenção de acidentes, que realiza o controle de riscos no processo construtivo e
operacional. Já a dimensão 9D é sobre a construção enxuta, visa minimizar o
desperdício e reduzir o tempo de ciclo do processo. Além dessas, a dimensão 10D é
a construção industrializada com o objetivo de automatizar a produção e aumentar a
produtividade do setor de construção civil, ao incorporar novas tecnologias por meio
de sua digitalização (DARÓS (1), 2019).
19
2.1.7 Níveis de desenvolvimento do BIM (ND ou LOD)
Para cada etapa de projeto é definido um nível de detalhamento e um nível
de desenvolvimento (ND) ou (LOD – Level of Development) com essas especificações
é possível melhorar a qualidade de troca de informações e comunicação entre os
usuários e clientes de BIM sobre as características de cada elemento no modelo
(BESSONI, 2019).
Os níveis de desenvolvimento fornecem maiores representações gráficas de
um projeto de acordo com a necessidade de detalhe de cada elemento, para isso
existe uma divisão dos níveis entre ND100 e ND500, em que quanto mais
especificações necessárias maior é o nível de detalhamento, conforme definições de
Bessoni (2019) apresentadas a seguir.
ND 100 (Fase conceitual) - os elementos do modelo podem ser representados
graficamente ou por símbolos demonstrando a existência de um componente, não
possuem representação precisa de formas e tamanhos (BESSONI, 2019), conforme
demonstrado na FIGURA 4.
FIGURA 4 - REPRESENTAÇÃO DE PAREDE EM ND 100
FONTE: Darós (3) (2019).
ND 200 (Geometria aproximada) - os elementos são representados como um
modelo genérico do objeto, com representação aproximada de formas e tamanhos,
de maneira que os componentes do objeto são reconhecidos e diferenciados
(BESSONI, 2019), apresentado na FIGURA 5.
20
FIGURA 5 - REPRESENTAÇÃO DE PAREDE EM ND 200
FONTE: Darós (3) (2019).
ND 300 (Geometria precisa) - os elementos são representados por um modelo
específico com medidas de forma, tamanhos, quantidades, localização e orientação
obtidas junto ao modelo, onde a localização é precisa em relação à origem do projeto
(BESSONI, 2019), conforme FIGURA 6.
FIGURA 6 - REPRESENTAÇÃO DE PAREDE EM ND 300
FONTE: Darós (3) (2019).
ND 350 (Execução) - os elementos são representados por um modelo
específico como um sistema, objeto ou montagem em quantidades, formas, tamanho,
localização, orientação e interfaces com outros sistemas construtivos (BESSONI,
2019), demonstrado na FIGURA 7.
21
FIGURA 7 - REPRESENTAÇÃO DE PAREDE EM ND 350
FONTE: Darós (3) (2019).
ND 400 (Fabricação) - os elementos são representados por um modelo
específico como um sistema em quantidades, formas, tamanho, localização,
orientação e com detalhamento, informações precisas o suficiente para a pré
fabricação e detalhes de instalações no elemento (BESSONI, 2019), retratado na
FIGURA 8.
FIGURA 8 - REPRESENTAÇÃO DE PAREDE EM ND 400
FONTE: Darós (3) (2019).
ND 500 (Obra concluída) - os elementos do modelo são uma representação
de campo, as built, com tamanhos, formas, localização, quantidade e orientação
verificadas (BESSONI, 2019).
Os níveis de desenvolvimento a partir do ND200 podem possuir ainda
informações não gráficas relacionadas com os elementos do modelo.
Para Bessoni (2019) é relevante ressaltar que não existe uma relação direta
de um LOD com uma etapa específica do projeto ou um modelo de um projeto inteiro
em determinado nível, visto que os mesmos possuem elementos e montagens com
níveis de desenvolvimento diferentes.
22
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 PROJETO ARQUITETÔNICO
3.1.1 Legislação Municipal de Curitiba
Para a aprovação de projetos arquitetônicos no município de Curitiba,
posteriormente a verificação da guia amarela, que define os parâmetros construtivos
específicos do local da construção, é necessário o acompanhamento dos anexos da
Portaria n° 80, estabelecidos pela Prefeitura Municipal de Curitiba (PMC) e disposto
nos artigos 1° e 2° do decreto 1020/2013.
Segundo Orientações e Procedimentos indicados pela PMC, para submeter o
projeto à análise prévio a aprovação deve-se atender aos seguintes requisitos:
• Anexo I: estabelece para cada uso os itens mínimos que deverão ser
atendidos no projeto a ser submetido à aprovação.
Para esse anexo é examinado os parâmetros urbanísticos relevantes para
conjunto habitacional de habitação unifamiliar em série (constituído de mais de 20
habitações implantadas no mesmo lote), como zoneamento, uso e ocupação do lote,
afastamentos de divisas e recuos, infraestrutura mínima, acessos de pedestres e
veículos. E parâmetros construtivos obrigatórios, como dimensões e tipos, de
coberturas necessários, de iluminação e ventilação, de estacionamento e uso racional
da água.
• Anexo II: orienta quanto à apresentação e conteúdo mínimo para
aprovação do projeto de edificações.
Nesse é verificado o conteúdo das pranchas, como implantação, quadro de
áreas, plantas baixas, cortes, elevações, cobertura e perfis do terreno, além de
características das pranchas como legenda, dimensões do papel, cores, letras e
escalas, propriedade do imóvel, levantamento topográfico e diagrama de áreas dos
pavimentos.
• Anexo III: determina as dimensões mínimas dos compartimentos para
usos habitacionais conforme QUADRO 1 e QUADRO 2 apresentado a
seguir.
23
QUADRO 1 - DIMENSÕES MÍNIMAS DOS AMBIENTES
FONTE: Adaptado de Portaria n°80 - Curitiba (2013).
QUADRO 2 - DIMENSÕES MÍNIMAS PARA ÁREAS DE USO COMUM
FONTE: Adaptado de Portaria n°80 - Curitiba (2013).
• Anexo IV: dispõe sobre iluminação e ventilação dos compartimentos.
Posteriormente a verificação dos anexos explicitados acima, a Prefeitura será
responsável para deferir ou não o projeto arquitetônico, para o caso de indeferimento
deve se reiniciar os protocolos com as correções solicitadas até obter a aprovação do
projeto. É recomendado a realização dos demais projetos somente após todas as
alterações e adequações no arquitetônico, assim evitando o retrabalho de corrigir
todos indefinidamente.
3.1.2 Corpo de Bombeiros do Paraná
3.1.2.1 Saídas de emergência
O Corpo de Bombeiros Paraná estabelece requisitos necessários para a
segurança da edificação, como o dimensionamento das saídas de emergência para
caso de incêndio ou pânico, em acessos, rotas de saídas horizontais e escadas ou
rampas.
24
Com auxílio da Norma de Procedimento Técnico – NPT 011 (2016), definem-
se as dimensões mínimas de escadas e corredores com base no cálculo da população
da edificação.
A população de um pavimento é calculada conforme o QUADRO 3, de acordo
com sua ocupação em pessoas por m² e a capacidade da unidade de passagem, que
é o número de pessoas que passam pela saída por minuto. (NPT 011, 2016).
As larguras de saídas são dimensionadas em função da população
designada para essa rota de fuga e assim são definidas a quantidade e a capacidade
das saídas de emergências (portas, escadas, acessos e descargas). O
dimensionamento da saída de emergência é feito de acordo com a EQUAÇÃO (1) da
NPT 011 (2016).
𝑁 =𝑃
𝐶 (1)
Onde:
𝑁 – número de unidade de passagem;
𝑃 – população, conforme ocupação e QUADRO 3 (pessoas);
𝐶 – capacidade da unidade de passagem, conforme QUADRO 3 (pessoas).
QUADRO 3 - DIMENSIONAMENTO DAS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA.
FONTE: Adaptado de NPT 011 (2016).
25
A largura de saída é dada pelo número de unidades de passagem (N), com
largura mínima é fixada em 0,55m para a passagem de um fluxo de pessoas, onde é
dado pela população de cálculo (P) por capacidade da unidade de passagem (C),
obtido no quadro apresentado. Ademais desses valores, deve-se atentar a
recomendação da NBR 9050 (2015) que define uma largura mínima padrão de 1,20
m para acessibilidade.
Os acessos devem permitir o escoamento fácil de todos os ocupantes da
edificação e livres de qualquer obstáculo, assim a NPT 011 (2016) define algumas
dimensões de portas de saídas de emergência variando com a capacidade de
pessoas e com o número de unidade de passagem a partir do vão livre na rota de
saída.
3.1.2.2 Escadas e guarda corpo
Segundo a NPT 011 (2016) as escadas devem ser de material estrutural
resistente ao fogo, dotadas de corrimãos em ambos os lados, atender a todos os
pavimentos e pisos antiderrapantes.
A largura da escada deve atender ao número de pessoas que devam transitar
na escada em caso de emergência, conforme item 3.1.2.1 e quando houver lances
paralelos devem ter espaço mínimo de 10 cm entre os mesmos para a fixação do
corrimão ou guarda corpo (NPT 011, 2016).
Os degraus, conforme FIGURA 9, devem ter a altura ℎ entre 16 cm e 18 cm,
com tolerância de 0,5 cm, a largura 𝑏 é obtida pela fórmula de Blondel EQUAÇÃO (2)
e o bocel ou a quina do degrau de no máximo 1,5 cm (NPT 011, 2016).
63 𝑐𝑚 ≤ (2ℎ + 𝑏) ≤ 64 𝑐𝑚 (2)
26
FIGURA 9 - ALTURA E LARGURA DOS DEGRAUS.
FONTE: NPT 011 (2016).
Segundo a NPT 011 (2016) é necessário guarda corpos em qualquer desnível
maior que 19 cm para evitar quedas; as alturas das guardas devem ser de no mínimo
1,05 m e pode ser reduzida para até 0,92 m em escadas internas.
Os corrimãos devem ser adotados em ambos os lados da escada e com altura
entre 0,80 m e 0,92 m acima do nível do piso. Devem ser projetados de forma
contínua, sem obstruções, e com agarre confortável ao longo do deslocamento da
mão em toda sua extensão, além disso necessitam estar afastados em pelo menos 4
cm das paredes ou guardas que forem fixados (NPT 011, 2016).
3.1.3 Norma de Desempenho
3.1.3.1 Iluminação e ventilação
A iluminação pode ser natural ou artificial, a NBR 15575-1 (2013) determina
critérios para que durante o dia possua iluminação natural nas dependências da
edificação e a noite detenha o sistema de iluminação artificial em condições
satisfatórias.
Para a iluminação natural é estabelecido pela norma alguns requisitos como
a disposição dos cômodos; a orientação geográfica da edificação; dimensões, posição
e tipo de janelas e portas; cores de paredes, pisos e tetos; entre outros. A NBR 15575-
1 (2013) recomenda que as janelas tenham no máximo 1 m de cota do peitoril e altura
máxima de 2,2 m. Já para a iluminação artificial deve-se propiciar ao usuário
condições satisfatórias de conforto e segurança para a circulação nos ambientes.
A ventilação é obtida por meio de aberturas nas fachadas com dimensões
adequadas para proporcionar a ventilação interna nos ambientes de longa
27
permanência como salas, cozinhas e dormitórios. A NBR 15575-4 (2013) recomenda
que seja atendida as áreas mínimas da legislação do local da obra, Código de Obras
por exemplo, e caso não possua exigências de ordem legal para o local de
implantação da obra deve-se adotar os valores indicados no QUADRO 4.
Para análise do projeto arquitetônico deve ser realizado para cada ambiente
de longa permanência, o cálculo apresentado na EQUAÇÃO (3):
𝐴 = 100 ∙ 𝐴𝐴
𝐴𝑃 (3)
(3)
Onde:
𝐴 – Porcentagem de abertura para ventilação (%);
𝐴𝐴 – área efetiva de abertura de ventilação do ambiente (com livre circulação
de ar);
𝐴𝑃 – área de piso do ambiente.
QUADRO 4 - ÁREA MÍNIMA DE VENTILAÇÃO EM DORMITÓRIOS E SALAS DE ESTAR
FONTE: NBR 15575-4 (2013).
3.2 PROJETO ESTRUTURAL
O projeto estrutural será constituído de concreto armado e levará em
consideração o conjunto de normal técnicas brasileiras da ABNT:
• NBR 6118 (2014) - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento;
• NBR 6120 (2000) - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações;
• NBR 6123 (1988) - Forças devidas ao vento em edificações;
• NBR 8681 (2003) - Ações e segurança na estrutura - Procedimento.
28
3.2.1 Etapas do projeto estrutural
Para ordenar as etapas, o projeto estrutural será apresentado na ordem:
1. Concepção Estrutural
2. Análise Estrutural
3. Dimensionamento e Detalhamento.
3.2.2 Concepção estrutural
A concepção estrutural engloba as principais definições do concreto armado,
o pré-dimensionamento dos elementos estruturais e verificação da instabilidade
global. Essas informações causam um grande impacto no custo de um projeto e no
estudo de viabilidade do mesmo.
Os elementos estruturais desse projeto limitam se a lajes, vigas e pilares. A
definição e dimensionamento de fundação não será o foco desse trabalho.
3.2.2.1 Definições do concreto armado
As primeiras informações de projeto são norteadas pela localização do
empreendimento e pelo tipo estrutural de concreto sendo concreto armado ou
protendido. Munidos dessas informações e dos QUADRO 5, TABELA 1 e TABELA 2
definem-se a Classe de Agressividade Ambiental (CAA), relação água/cimento do
concreto (a/c) e o cobrimento nominal, respectivamente.
29
QUADRO 5 - CLASSE DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL (CAA)
FONTE: NBR 6118 (2014).
TABELA 1 - CLASSE DE AGRESSIVIDADE E A QUALIDADE DO CONCRETO
FONTE: NBR 6118 (2014).
30
TABELA 2 - COBRIMENTO NOMINAL DO CONCRETO ARMADO
FONTE: Adaptado de NBR 6118 (2014).
3.2.2.2 Pré-dimensionamento de Pilares
O pré-dimensionamento dos pilares é baseado na recomendação da NBR
6118 (2014) sobre tensão ideal de compressão no concreto e dimensões e área
mínima da seção transversal do pilar, segundo o item 13.2.3 da mesma norma.
São utilizados valores empíricos de cargas para tipos de pavimentos afim de
estimar a tensão no concreto nas seções dos pilares pelo método da área de influência
(YAMAMOTO, 2019).
A carga incidente em cada pilar da estrutura é resultado do somatório do
produto entre áreas de influência e cargas dos pavimentos. A expressão pode ser
visualizada na EQUAÇÃO (4), sendo 𝑖 o número do tipo de pavimento e 𝑘 o número
do pilar.
𝑁𝑘 = ∑[ 𝐴𝑖𝑘 ∙ 𝑃𝐾] + 𝑃𝑐𝑥𝑎
𝑛
𝑘=1
(4)
Sendo:
𝑁𝑘 – carga no pilar (tf)
31
𝐴𝑖𝐾 – área de influência do pilar (m²)
𝑃𝑘 – carregamento pelo tipo de pavimento
𝑃𝑐𝑥𝑎 – carga da caixa d’água considerada no pilar.
A localização do pilar na estrutura - canto, extremo, meio - é incorporada no
pré-dimensionamento através do parâmetro 𝛽 conforme abaixo:
TABELA 3 – PARÂMETRO DE LOCALIZAÇÃO DO PILAR
Localização do pilar Parâmetro 𝜷
Pilar intermediário 1,0
Pilar de extremidade 1,2
Pilar de Canto 1,4
FONTE: Yamamoto (2019).
Na etapa de pré-dimensionamento é minorado a resistência do concreto de
forma que que atinja apenas 40% de seu valor total. Com isso, as dimensões das
seções transversais dos pilares são derivadas da EQUAÇÃO (5):
𝐴𝐾 =𝛽 ∙ 𝑁𝑘
𝜎𝑖 (5)
Onde:
𝐴𝐾 – área da seção do pilar (m²)
𝛽 – parâmetro de localização
𝑁𝑘 – carga no pilar (tf)
𝜎𝑖 – tensão resistente do concreto (tf/m²)
3.2.2.3 Pré-dimensionamento de lajes
O pré-dimensionamento das lajes maciças é baseado no item 13.2.4.1 da
NBR 6118 (2014), respeitando a espessura mínima (𝑒𝑚í𝑛) e o Estado Limite de Serviço
(ELS), as dimensões das lajes nas duas direções e em seus vínculos com a estrutura
- considerações de engaste, apoio simples ou balanço. A seguir é apresentado os
tipos de vínculos para lajes na FIGURA 10 e as EQUAÇÕES (6), (7) e (8) conforme a
classificação do tipo de vínculo.
32
FIGURA 10 - TIPOS DE VÍNCULOS DE LAJE
FONTE: Os autores (2019).
Para tipos 1 e 2 de lajes:
𝑒𝑚í𝑛 = 2,8 [𝑚í𝑛 (𝑙𝑥;2
3𝑙𝑦)] + 1 (6)
Para tipos 3, 4 e 5 de lajes:
𝑒𝑚í𝑛 = 2,5 [𝑚í𝑛 (𝑙𝑥;2
3𝑙𝑦)] + 1 (7)
Para tipo 6 de laje:
𝑒𝑚í𝑛 = 2,2 [𝑚í𝑛 (𝑙𝑥;2
3𝑙𝑦)] + 1 (8)
Sendo:
𝑙𝑥 – menor lado da laje;
𝑙𝑦 – maior lado da laje.
3.2.2.4 Pré-dimensionamento de vigas
O pré-dimensionamento das vigas é baseado no item 13.2.2 da NBR 6118
(2014), respeitando a dimensão da largura mínima (𝑏𝑤) de 12 cm e dimensionando a
altura da viga (ℎ) pelo tipo do tramo. A seguir são apresentadas as EQUAÇÕES (9),
(10) e (11) para definição da altura das vigas para balanço (hB), tramo externo (hE) e
tramo interno (hI), respectivamente.
33
ℎ𝐵 =𝑙
5 (9)
ℎ𝐸 =𝑙
10 (10)
ℎ𝐼 =𝑙
12 (11)
Onde:
𝑙 – comprimento do vão (cm).
3.2.2.5 Verificação da Indeslocabilidade da Estrutura
A verificação da indeslocabilidade da estrutura é baseada na estabilidade
horizontal do edifício fornecida pelos elementos estruturais de contraventamento - de
maior rigidez - representados por pórticos planos nas direções principais: 𝑥 e 𝑦.
Um dos modelos de cálculo para essa verificação segundo a NBR 6118 (2014)
é através do parâmetro de instabilidade alfa (𝛼). O item 15.5.2 dessa norma fornece
a EQUAÇÃO (12) para o estudo desse parâmetro 𝛼 e a EQUAÇÃO (13) determina os
valores limites aceitáveis de 𝛼:
𝛼 = 𝐻𝑡𝑜𝑡√𝑁𝑡𝑘
𝐸𝑐𝑠 ∙ 𝐼𝑐 (12)
𝛼 ≤ {𝛼1 = 0,2 + 0,1𝑛 𝑠𝑒: 𝑛 ≤ 3𝛼1 = 0,6 𝑠𝑒: 𝑛 ≥ 4
} (13)
Onde:
𝐻𝑡𝑜𝑡 – altura total da estrutura (m);
𝑁𝑡𝑘 – somatório de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (kN);
𝐸𝑐𝑠 ∙ 𝐼𝑐 – somatório dos valores de rigidez de todos os pilares na direção
considerada ou rigidez equivalente do conjunto (kNm²). A rigidez equivalente
de um pórtico plano pode ser obtida 9, pela EQUAÇÃO (14).
𝑛 = número de pavimentos.
34
𝐸𝐼𝑒𝑞 =𝐹ℎ ∙ ℎ𝑝𝑡
3
3𝑈 (14)
Onde:
𝐹ℎ – força horizontal (kN);
ℎ𝑝𝑡 – altura do pórtico de contraventamento (m);
𝑈 – deslocamento horizontal (m).
Outro modelo de cálculo para verificação da indeslocabilidade da estrutura é
o parâmetro 𝛾𝑧, no item 15.5.3 da NBR 6118 (2014). Esse coeficiente é medido através
da EQUAÇÃO (15) e avalia a importância dos esforços de segunda ordem globais
para estruturas reticuladas de no mínimo quatro andares. Caso 𝛾𝑧 ≤ 1,10, a estrutura
é considerada de nós fixos.
𝛾𝑧 =1
1 −∆𝑀𝑡𝑜𝑡,𝑑
∆𝑀1,𝑡𝑜𝑡,𝑑
(15)
Onde:
∆𝑀𝑡𝑜𝑡,𝑑 – soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura
com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos horizontais de seus respectivos
pontos de aplicação, obtidos da análise de 1ª ordem;
∆𝑀1,𝑡𝑜𝑡,𝑑 – momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas
as forças horizontais, com seus valores de cálculo, em relação à base da estrutura.
3.2.2.6 Imperfeições geométricas globais
As imperfeições geométricas globais na estrutura como a influência do
desaprumo e do vento são contabilizadas no cálculo estrutural global seguindo as
recomendações do item 11.3.3.4.1 da NBR 6118 (2014). Na FIGURA 11 é
representado a localização dos dados: 𝐻 – altura do edifício e 𝜃𝑎 – ângulo de
desaprumo, que serão utilizados nas EQUAÇÕES (16) e (17) para verificação das
imperfeições.
35
FIGURA 11 – IMPERFEIÇÕES GEOMÉTRICAS GLOBAIS
FONTE: NBR 6118 (2014).
𝜃1 =1
100√𝐻 (16)
𝜃𝑎 = 𝜃1√1 + 1/𝑛
2 (17)
Onde:
𝜃1 𝑚𝑖𝑛 – 1/300 para estruturas reticuladas e imperfeições locais;
𝜃1 𝑚á𝑥 – 1/200;
𝑛 – número de prumadas de pilares no pórtico plano.
A NBR 6118 (2014) determina o seguinte procedimento para as
considerações de imperfeições geométricas globais nas seguintes possibilidades:
a. Quando 30% da ação de vento for maior que a ação do desaprumo,
considera-se somente a ação do vento;
b. Quando a ação do vento for inferior a 30% da ação do desaprumo,
considera-se somente o desaprumo respeitando a consideração de
𝜃1𝑚𝑖𝑛;
c. Nos demais casos, combina-se a ação do vento e desaprumo, sem
necessidade da consideração do 𝜃1𝑚𝑖𝑛.
3.2.3 Análise estrutural
3.2.3.1 Definição de carregamentos
A definição de valores das cargas será baseada na norma NBR 6120 (1980)
- Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. As cargas consideradas são
36
divididas em cargas permanentes e acidentais. As cargas permanentes referem-se
aos materiais de construção como concreto armado, alvenaria de tijolos, argamassa
de contrapiso; as cargas acidentais são considerações para o tipo de ocupação da
edificação.
Na NBR 6120 (1980), os materiais de construção são caracterizados pelos
seus pesos específicos aparentes em kN/m³ e os valores mínimos de cargas
acidentais em kN/m².
3.2.3.2 Vento
A definição dos casos de carregamento de vento é baseada nas
recomendações da NBR 6123 (1988) - Forças devidas ao vento em edificações. Esta
norma apresenta os parâmetros a serem utilizados para a determinação do coeficiente
de arrasto do vento na edificação, tais como velocidade básica do vento (𝑉0), fator 𝑆1,
fator 𝑆2, fator 𝑆3, velocidade característica do vento 𝑉𝑘, pressão dinâmica do vento (𝑞).
A velocidade básica de vento é observada no mapa de isopletas da NBR 6123
(1988), mostrado na FIGURA 12.
FIGURA 12 - ISOPLETAS DE VELOCIDADE BÁSICA V0 (M/S)
FONTE: NBR 6123 (1988).
37
O fator topográfico 𝑆1 leva em consideração as variações do relevo para
terreno plano ou fracamente acidentado; taludes e morros; vales profundos,
protegidos de ventos de qualquer direção. O valor de 𝑆1 é obtido conforme o item 5.2
da NBR 6123 (1988) e pode variar de 0,0 a 1,0, sendo 1,0 o valor de menor impacto
da topografia.
O fator S2 é o parâmetro da rugosidade do terreno, das dimensões da
edificação e da altura sobre o terreno. No item 5.3 da NBR 6123 (1988) é possível
classificar a edificação por Categoria e por Classe conforme mostrado adiante.
A norma citada permite classificar em cinco Categorias de acordo com a
vizinhança da edificação:
• Categoria I: superfícies lisas de grandes dimensões, com mais de 5km
de extensão;
• Categoria II: terrenos abertos em nível, com poucos obstáculos, tais
como árvores e edificações baixas;
• Categoria III: terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como
sebes e muros, poucos quebra-ventos de árvores, edificações baixas
e esparsas;
• Categoria IV: terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco
espaçados, em zona florestal, industrial ou urbanizada;
• Categoria V: terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes,
altos e pouco espaçados.
Segundo a NBR 6123 (1988), para a classificação em Classe a partir da maior
dimensão horizontal ou vertical de uma edificação:
• Classe A: não excede 20 m;
• Classe B: entre 20 m e 50 m;
• Classe C: excede 50 m.
A partir dessas duas classificações e da altura da edificação (𝑧) é definido os
parâmetros meteorológicos 𝑏, 𝑝 e 𝐹𝑟 na TABELA 4 retirada na NBR 6123 (1988).
38
TABELA 4 – PARÂMETROS METEOROLÓGICOS
FONTE: NBR 6123 (1988).
Com parâmetros meteorológicos definidos, é calculado o fator S2 para cada
altura 𝑧 (m) da edificação segundo a EQUAÇÃO (18).
𝑆2 = 𝑏 𝐹𝑟 (𝑧
10)
𝑝
(18)
O fator estatístico S3, considera o grau de segurança requerido e a vida útil da
edificação. Para tanto, a norma NBR 6123 (1988) classifica as edificações em grupos:
• Grupo 1: edificação cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança
ou possibilidade de socorro a pessoas após uma tempestade destrutiva
– 𝑆3 = 1,10;
• Grupo 2: edificação para hotéis e residências, comércio e indústria com
alto fator de ocupação - 𝑆3 = 1,00;
• Grupo 3: edificação e instalações industriais com baixo fator de
ocupação - 𝑆3 = 0,95;
39
• Grupo 4: vedações - 𝑆3 = 0,88;
• Grupo 5: edificações temporárias - 𝑆3 = 0,83.
Com os parâmetros V0, S1, S2 e S3, calcula-se a velocidade característica do
vento 𝑉𝑘 através da EQUAÇÃO (19) e a pressão dinâmica do vento (𝑞) pela
EQUAÇÃO (20).
𝑉𝑘 = 𝑉0𝑆1𝑆2𝑆3 (19)
𝑞 = 0,613 ∙ 𝑉𝑘2 (20)
Por fim, o coeficiente de arrasto é determinado com o auxílio de ábacos da
NBR 6123 (1988) para considerações de região de alta turbulência (FIGURA 13) ou
baixa turbulência (FIGURA 14).
Uma região de alta turbulência é definida na NBR 6123 (1988) como quando
a altura da edificação estudada não excede duas vezes a altura média das edificações
nas vizinhanças, e outros requisitos conforme item 6.5.3 dessa norma. Enquanto uma
região de baixa turbulência refere-se a um campo aberto e plano.
FIGURA 13 - COEFICIENTE DE ARRASTO (𝐶𝑎), PARA EDIFICAÇÕES PARALELEPIPÉDICAS EM VENTO DE ALTA TURBULÊNCIA
FONTE: NBR 6123 (1988).
40
FIGURA 14 – COEFICIENTE DE ARRASTO (𝐶𝑎) PARA EDIFICAÇÕES PARALELEPIPÉDICAS EM VENTO DE BAIXA TURBULÊNCIA
FONTE: NBR 6123 (1988).
3.2.3.3 Combinações e valores de cálculo
As estruturas podem receber ações em tempos diferentes ou
simultaneamente. Para simular essas possibilidades a norma NBR 6118 (2014) no
item 11.8 descreve os tipos de combinações a serem realizas nos cálculos, as
combinações de Estado Limite Último (ELU) e as de Estado Limite de Serviço (ELS).
O ELU analisa principalmente a capacidade resistente da estrutura enquanto o ELS
refere-se a limites de deformação e fissuração da estrutura.
As ações características são majoradas pelos coeficientes de ponderação de
cargas permanentes ou variáveis obtidos da TABELA 5 e agrupadas em combinações
de ELU e ELS conforme EQUAÇÃO (21) e EQUAÇÃO (22), respectivamente. Quando
analisado mais de uma carga variáveis em uma combinação, as ações variáveis
secundárias são multiplicadas por fatores de redução apresentados na TABELA 6.
𝐹𝑑,𝐸𝐿𝑈 = ∑ 𝛾𝑔𝐹𝑔𝑖,𝑘 + 𝛾𝑞(𝐹𝑞𝑖,𝑘 + ∑ 𝜓𝐹𝑞𝑖,𝑘) (21)
41
𝐹𝑑,𝐸𝐿𝑆 = ∑ 𝐹𝑔𝑖,𝑘 + ∑ 𝜓𝐹𝑞𝑖,𝑘 (22)
Sendo 𝐹 representação das ações, índice 𝑔 as ações permanentes, índice 𝑞
as ações variáveis e índice 𝑘 as ações características.
TABELA 5 – PARÃMETROS 𝛾
FONTE: NBR 6118 (2014).
TABELA 6 – COEFICIENTES 𝛾𝑓2
FONTE: NBR 6118 (2014).
42
3.2.4 Deslocamentos
Os valores de deslocamentos da estrutura devem respeitar os
deslocamentos-limite definidos no QUADRO 6.
QUADRO 6 – LIMITES DE DESLOCAMENTOS
FONTE: Adaptado de NBR 6118 (2014).
3.2.5 Dimensionamento e detalhamento de armaduras
O dimensionamento dos elementos estruturais (lajes, escadas, vigas e
pilares) será baseado na norma NBR 6118 (2014), com resistências superiores aos
esforços solicitantes de cálculo, atendendo ao quesito de ductilidade da seção do
43
concreto (item 17.2.2 da norma) e controle da linha neutra e abertura de fissuras (item
17.3.3.2 da norma).
A ancoragem das barras de armaduras é baseada na NBR 6118 (2014).
O detalhamento das armaduras dos elementos estruturais vigas, lajes,
escadas e pilares seguem os itens a seguir.
3.2.5.1 Vigas
Segundo a NBR 6118 (2014), as armaduras longitudinais de vigas devem ter
taxa superior a 0,15% e 4% para valores máximos. A armadura transversal mínima de
vigas e elementos lineares deve seguir a EQUAÇÃO (23) apresenta no item 17.4.1.1.1
da NBR 6118 (2014):
𝐴𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 ≥ 0,2 ∙𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑚
𝑓𝑦𝑤𝑘𝐴𝑐 (23)
Sendo:
𝐴𝑠𝑤 𝑚𝑖𝑛 – área de armadura transversal mínima (cm²);
𝐴𝑐 – área de concreto da seção (cm²);
𝑓𝑦𝑤𝑘 – resistência característica do aço da armadura transversal (MPa);
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑚 – resistência característica média do concreto à tração (MPa), calculado
segundo a EQUAÇÃO (24):
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑚 = 0,3 ∙ 𝑓𝑐𝑘2/3
(24)
3.2.5.2 Lajes e Escadas
Para a NBR 6118 (2014), as armaduras de elementos planos devem atender
à taxa máxima de 4% e mínima de 0,15%. Porém, as taxas mínimas de armaduras
podem ser inferiores dependendo de sua função e localização, conforme o QUADRO
7 e a EQUAÇÃO (25).
44
QUADRO 7 – VALORES MÍNIMOS PARA ARMADURAS PASSIVAS ADERENTES
FONTE: NBR 6118 (2014).
𝜌𝑚𝑖𝑛 = 0,15% ∙ 𝐴𝑐 (25)
Sendo Ac a área da seção transversal do elemento.
3.2.5.3 Pilares
Algumas especificações e limites para dimensionamento e detalhamento de
armadura de pilares segundo a NBR 6118 (2014) são:
• taxa de armaduras longitudinal máxima em seções de emendas de deve ser
inferior a 8% da área de concreto (𝐴𝑐);
• em seções poligonais deve se ter uma barra longitudinal em cada vértice do
pilar, respeitando o cobrimento do elemento;
• diâmetro mínimo das barras de aço de armadura longitudinal deve ser igual ou
superior a ∅10 mm;
45
• a armadura transversal de pilares deve possuir diâmetro maior ou igual a 5 mm
e a ¼ do diâmetro da barra longitudinal;
• o espaçamento longitudinal entre estribos deve ser igual ou inferior a 200mm,
à menor dimensão da seção e a 12 vezes o diâmetro da armadura longitudinal.
3.2.6 Furos e aberturas
A compatibilização entre projetos pode exigir a execução de furos em
elementos estruturais para a passagem de tubulações.
Os furos são orifícios de dimensões pequenas em relação ao elemento
estrutural e as possuem dimensões consideravelmente maiores, conforme definido no
item 13.2.5 da NBR 6118 (2014). Quando previstos furos e aberturas em elementos
estruturais, seu efeito na resistência e na deformação deve ser verificado, porém é
possível dispensar verificações ao seguir as recomendações da norma conforme
apresentado a seguir.
3.2.6.1 Furos que atravessam vigas na direção de sua largura
Segundo a NBR 6118 (2014), devem ser respeitadas, simultaneamente, para
dispensa da verificação, as seguintes condições:
• a distância mínima de um furo à face mais próxima da viga deve ser no mínimo
igual a 5 cm e duas vezes o cobrimento previsto para a face;
• furos em zona de tração e a uma distância da face do apoio de no mínimo 2ℎ,
onde ℎ é a altura da viga;
• dimensão do furo de no máximo 12 cm e ℎ/3;
• distância entre faces de furos, num mesmo tramo de no mínimo 2ℎ;
• cobrimentos suficientes e não seccionamento das armaduras.
3.2.6.2 Aberturas que atravessam lajes maciças na direção de sua espessura
São dispensadas a verificação de efeitos de aberturas na resistência e
deformação de lajes maciças quando atendidas, simultaneamente, as seguintes
condições da NBR 6118 (2014):
• Laje deve ser armada em duas direções;
46
• as dimensões da abertura devem corresponder a no máximo a 1/10 do menor
vão (𝑙𝑥);
• a distância entre face de aberturas adjacentes deve ser maior que a metade do
menor vão.
3.2.6.3 Detalhamento de armadura em aberturas
As faces das lajes maciças junto as aberturas devem ser adequadamente
protegidas por armaduras transversais e longitudinais, conforme detalhe tipo da
FIGURA 15 retirado do item 20.2 da NBR 6118 (2014). Deve se adequar em cada
situação considerando a dimensão e o posicionamento das aberturas, o carregamento
aplicado nas lajes e a quantidade e diâmetro das barras que está sendo interrompidas
pelas aberturas.
FIGURA 15 – DETALHE DE ARMAÇÃO DE ABERTURAS EM LAJES
FONTE: NBR 6118 (2014).
47
3.3 PROJETO HIDRÁULICO
3.3.1 Instalação predial de água fria
3.3.1.1 Abastecimento, reservação e distribuição
A NBR 5626 (1998) aborda sobre projetos de instalações prediais de água fria
e dispõe algumas exigências a se observar no projeto como garantir o fornecimento
de água de forma continua com pressão, velocidade e quantidades adequadas;
possibilitar manutenção fácil e econômica; evitar ruídos inadequados aos ambientes
e proporcionar conforto aos usuários com fácil operação das peças utilizadas.
Segundo a NBR 5626 (1998), previamente ao projeto deve ser calculado as
características do consumo predial (volumes e vazões); características da oferta de
água como a disponibilidade de oferta e necessidades de reservação inclusive contra
possíveis incêndios.
O abastecimento deve ser proveniente da rede pública de água, a região de
Curitiba tem como concessionária a SANEPAR (Companhia de Saneamento do
Paraná), podendo ou não ser potável onde a mesma deve ser independente a de uso
potável e pode ser utilizada para limpeza, combate a incêndio e outros usos que não
necessitem de potabilidade da água (NBR 5626, 1998).
Os reservatórios devem preservar a água potável e sua capacidade
estabelecida levando o padrão de consumo, frequência e duração de interrupções do
abastecimento. O volume de água reservado deve ser no mínimo o necessário para
24h de consumo normal no edifício sem considerar a reserva de incêndio. O
posicionamento das entradas e saídas de água nos reservatórios tem que se verificar
a não ocorrência de zonas de estagnação de água dentro do reservatório (NBR 5626,
1998).
Para a rede predial de distribuição deve ser prevista a instalação de registros
de fechamento para possíveis manutenções da rede, é recomendado o uso desses
registros no barrilete, na coluna de distribuição e no ramal. Para instalações conjuntas
de água fria e água quente a instalação da fria deve ser protegida impedindo a entrada
da água quente (NBR 5626, 1998).
48
3.3.1.2 Dimensionamento das tubulações
Segundo a NBR 5626 (1998), as tubulações devem ser dimensionadas de
maneira que o abastecimento de água seja garantido com vazão adequada. Para
dimensionar a rede predial de distribuição deve considerar o uso simultâneo de mais
de um ponto de utilização, se não for previsto algum desses funcionamentos é
possível ocorrer a redução temporária da vazão em um dos pontos, porém sua
ocorrência não deve comprometer a satisfação dos usuários. Além disso, deve-se
verificar que as tubulações não atinjam valores superiores a 3 m/s.
Para o reservatório a vazão é determinada ao dividir a capacidade do mesmo
pelo tempo de enchimento, em reservatórios grandes deve ser de no máximo 6 horas
dependendo do tipo de edifício (NBR 5626, 1998).
Os pontos de utilização precisam ter uma pressão dinâmica mínima para
garantir a vazão de projeto necessária e o bom funcionamento da peça de utilização.
Em todos os casos a pressão não deve ser inferior a 10 kPa, exceto na caixa de
descarga que pode ser de no mínimo 5 kPa. Já a pressão estática em qualquer ponto
de utilização não deve ser superior a 400 kPa. Para a rede de distribuição a pressão
dinâmica da água não deve ser inferior a 5 kPa (NBR 5626, 1998).
3.3.1.3 Procedimento
Em instalações prediais, as tubulações procedem do reservatório superior,
são denominadas de barriletes, seguem para as colunas de distribuição, após para os
ramais e sub-ramais para conectar-se com os aparelhos de utilização, o
dimensionamento é realizado no sentido inverso ao caminho da água ao começar o
cálculo pelas peças sanitárias (KNAPIK, 2019).
Para o dimensionamento, conforme a NBR 5626 (1998) é utilizado o critério
do consumo máximo provável por meio do método de pesos relativos, com somatórias
desses pesos de cada aparelho ( 𝑃) conforme apresentado no TABELA 7 e a partir
do somatório calcula-se a vazão estimada na seção considerada (𝑄) em litros por
segundo, conforme EQUAÇÃO (26).
𝑄 = 0,3 ∙ √ 𝑃 (26)
49
TABELA 7- PESOS RELATIVOS POR APARELHO SANITÁRIO
FONTE: NBR 5626 (1998).
A NBR 5626 (1998) sugere uma rotina, após numerar os nós ou ponto de
utilização desde o reservatório, para o dimensionamento das tubulações conforme
roteiro adaptado por Knapik (2019) a seguir:
1) Identificação do pavimento;
2) Identificar cada trecho da rede;
3) Determinar a soma de pesos relativos de cada trecho a partir dos valores
apresentados na TABELA 7;
4) Calcular vazão estimada para cada trecho conforme EQUAÇÃO (26);
5) A partir dos pontos de utilização, determina-se o diâmetro interno da
tubulação em cada trecho utilizando o nomograma (FIGURA 16) por método
gráfico;
50
FIGURA 16 - NOMOGRAMA PARA DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO
FONTE: Botelho e Ribeiro Junior (2014) apud Knapik (2019).
6) Calcula-se a velocidade (v) de cada trecho de tubulação EQUAÇÃO (27),
considerando-se a vazão estimada (Q) no passo 4, onde a velocidade da água
não seja superior a 3m/s, caso essa situação ocorra deve-se aumentar o
diâmetro (D) e verificar novamente;
𝑣 =4000 𝑄
𝜋 𝐷2 (27)
7) Determinar o comprimento real da tubulação de cada trecho;
8) Calcular o comprimento equivalente em função das conexões das
tubulações de cada trecho, a partir da TABELA 8 para tubulações de PVC
rígido;
51
TABELA 8- PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS EM METROS
FONTE: Macintyre (2017).
9) Calcular o comprimento total de cada trecho, soma-se o real com o
equivalente;
10) Calcular a perda de carga unitária (J) pela EQUAÇÃO (28), de Fair-
Wipple-Hsiao para tubos lisos em PVC rígido;
𝐽 = 8,69 ∙ 105 ∙ 𝑄1,75 ∙ 𝐷−4,75 (28)
11) Determinar a perda de carga especial, como hidrômetros individuais
conforme EQUAÇÃO (33) presente no item 3.3.1.5;
12) Calcular a perda de carga em cada trecho, multiplica-se a perda de carga
unitária pelo comprimento total e somar a perda de carga especial;
13) Determinar o desnível geométrico entre os nós a jusante e a montante
no trecho, se o trecho a jusante estiver mais elevado que a montante o valor
é negativo;
14) Determinar a pressão dinâmica disponível a montante do trecho, onde o
trecho conectado a caixa de é igual a zero e os seguintes são iguais a pressão
dinâmica residual no trecho anterior;
15) Determinar a pressão dinâmica residual a jusante do trecho, calculado a
partir do somatório entre a pressão dinâmica disponível com o desnível menos
a perda de carga total no trecho;
16) Determinar a pressão estática disponível a montante do trecho, para o
trecho mais elevado considera-se a altura do nível de água cheio, sem
52
considerar a reserva de incêndio, e os seguintes são iguais a pressão estática
residual no trecho anterior;
17) Determinar a pressão estática residual a jusante do trecho, calculado a
partir do somatório entre a pressão estática disponível e o desnível.
3.3.1.4 Sistema de bombeamento
Para o deslocamento da água do abastecimento ao reservatório superior
requer a utilização de bombas e é realizado por meio de sucção e recalque da água.
O sistema de recalque necessita de alguns elementos característicos do conjunto
elevatório como o registro de gaveta, para reter a água em casos de manutenção e a
válvula de retenção, para evitar o retorno da água. E o sistema de sucção utiliza-se
válvula de pé com crivo, evita a entrada de detritos e retorno da água (KNAPIK, 2019).
O diâmetro da tubulação de recalque é dimensionado em função do tempo
desejado de funcionamento pela EQUAÇÃO (29) de Forchheimer, para a tubulação
de sucção adota-se o diâmetro comercial igual ou imediatamente superior ao diâmetro
da tubulação de recalque, além do cálculo é necessário verificar o atendimento da
velocidade máxima de 3 m/s para evitar ruídos, caso ultrapasse essa recomendação
deve-se aumentar o diâmetro (KNAPIK, 2019).
𝐷𝑅 = 1,3 √𝑄𝑅 √𝑋4
(29)
Onde:
𝐷𝑅 – diâmetro de recalque (m);
𝑄𝑅 – vazão de recalque (m3/s);
𝑋 – razão entre o número de horas de funcionamento da bomba e 24h.
Segundo Knapik (2019), para o dimensionamento do bombeamento, é
calculado a capacidade da bomba conforme EQUAÇÃO (31), a potência da bomba
apresentado na EQUAÇÃO (32) e a altura manométrica denotado na EQUAÇÃO (30).
𝐻𝑚 = (ℎ𝑠 + ∆ℎ𝑠) + (ℎ𝑅 + ∆ℎ𝑅) = 𝐻𝑆 + 𝐻𝑅 (30)
Onde:
𝐻𝑚 – altura manométrica (m.c.a.);
ℎ𝑠 – altura estática na sucção (m.c.a.);
∆ℎ𝑠 – perda de carga na sucção (m.c.a.);
53
ℎ𝑅 – altura estática no recalque (m.c.a.);
∆ℎ𝑅 – perda de carga no recalque (m.c.a.);
𝐻𝑆 - altura manométrica de sucção (m.c.a.);
𝐻𝑆 - altura manométrica de recalque (m.c.a.).
𝑄𝑅 =𝐶𝑑
𝑛 (31)
Onde:
𝑄𝑅 – capacidade da bomba (m3/s);
𝐶𝑑 – consumo diário (m3);
𝑛 – número de horas de funcionamento da bomba.
𝑃 = 𝛾 𝑄 𝐻𝑚
𝜂 (32)
Onde:
𝑃 – potência da bomba;
𝛾 – peso especifico da água (9810 N/m2);
𝑄 – vazão de recalque (m3/s);
𝐻𝑚 – altura manométrica (m);
𝜂 – rendimento da bomba (fabricante).
Como o rendimento depende de cada fabricante, deve-se verificar os
catálogos das empresas para determinar as características da bomba a ser utilizada.
3.3.1.5 Hidrômetros individuais
De acordo com a Lei N° 13.312 de 2016, os novos condomínios ficam
obrigados a fazer a medição individualizada do consumo de água. Segundo Coelho e
Maynard (1999) tal medida foi tomada visando a redução do consumo de água,
sustentabilidade, além do morador de cada apartamento pagar somente o que foi
consumido pelo mesmo.
A NBR 5626 (1998) estabelece as perdas de cargas estimadas para
hidrômetros utilizando a EQUAÇÃO (33):
54
Onde:
∆ℎ – perda de carga no hidrômetro (kPa);
𝑄 – vazão estimada na seção considerada (l/s);
𝑄𝑚á𝑥 – vazão máxima especificada para o hidrômetro na TABELA 9 (m3/h).
TABELA 9 - VAZÃO MÁXIMA EM HIDRÔMETROS
FONTE: NBR 5626 (1998).
3.3.2 Instalação predial de água quente
A NBR 7198 (1993) discorre sobre projetos de instalações prediais de água
quente e estabelece condições como garantir o fornecimento de água de forma
continua, com pressões e velocidades compatíveis em quantidade e temperaturas
adequadas; preservar a potabilidade da água e proporcionar o nível de conforto
adequado aos usuários.
As tubulações e os aquecedores devem ser projetados de maneira que
racionalize o consumo, além disso, é necessário analisar as perdas de calor nas
instalações em função do material da tubulação e dos isolamentos térmicos utilizados
com temperaturas adequadas, no ponto de utilização deve ser menor que 40 oC para
o conforto do usuário. As pressões dinâmicas nas tubulações não devem ser menores
que 5 kPa e a pressão estática máxima nos pontos de utilização, assim como na água
fria, não deve ser superior a 400 kPa. As velocidades da água nas tubulações não
devem ser maiores que 3 m/s (NBR 7198, 1993).
Os aquecedores devem ser alimentados pelo reservatório superior ou por
dispositivos de pressurização. Para aquecedores instantâneos a gás deve-se verificar
a NBR 8130 (2004) que recomenda diâmetro mínimo das conexões de 15 mm e
∆ℎ = (36 𝑄)2(𝑄𝑚á𝑥)−2 (33)
55
rosqueável com suas respectivas indicações de água quente ou fria, as chamas
devem ser visíveis ou com indicações de sua presença, além disso, os aquecedores
devem ficar em algum local ventilado e serem projetados de maneira que seja fixado
firmemente a parede.
Para dimensionamento da demanda em aquecedores de passagem é
utilizado as vazões das peças de utilização de água quente conforme TABELA 10.
TABELA 10 - VAZÕES DAS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO
FONTE: Carvalho Junior (2014) apud Knapik (2019).
Segundo a NBR 7198 (1993), as tubulações devem ser projetadas
considerando o isolamento térmico e acústico dependendo do material do tubo
utilizado. Os diâmetros nominais mínimos dos sub-ramais, devem ser escolhidos a
partir dos valores das velocidades e vazões consideradas, do tipo de material
especificado, além de verificar as pressões dinâmicas mínimas necessárias para o
funcionamento dos respectivos aparelhos sanitários.
Para dimensionamento dos ramais pelo método do consumo provável,
realizado similarmente ao apresentado no item 3.3.1.3, é utilizado o TABELA 11 para
misturadores de água quente.
TABELA 11 - VAZÕES E PESOS ATRIBUÍDOS ÀS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO
FONTE: Botelho (2014), Veról et al. (2019) apud Knapik (2019).
3.4 PROJETO SANITÁRIO
A NBR 8160 (1999) dispõe sobre instalações prediais de esgoto sanitário e
estabelece requisitos para o sistema que tem como função básica coletar e transportar
56
o esgoto sanitário das edificações para o destino apropriado na rede pública de coleta
existente no município.
As instalações prediais de esgotamento sanitário devem ser executadas de
maneira que permita escoamento com facilidade; vede a passagem de gases e
animais para o interior da edificação; não permita vazamentos, liberação de gases e
formação de depósitos no interior das tubulações e impedir a contaminação da água
potável (KNAPIK, 2019).
Segundo a NBR 8160 (1999) o sistema de esgoto precisa ser totalmente
separado do sistema predial de águas pluviais e com destinos de coleta municipal
diferentes, além disso deve-se ser evitada a passagem de tubulações em paredes e
forros falsos em ambientes de uso prolongado, caso isso ocorra é necessário cuidar
com a transmissão de ruídos nesses ambientes.
3.4.1 Principais partes constituintes
O subsistema de coleta e transporte do esgotamento é composto pelos
seguintes componentes: aparelhos sanitários, desconectores, ramais, tubos de
queda, subcoletores e coletor predial, dispositivos complementares como caixas de
gordura e caixas e dispositivos de inspeção (NBR 8160, 1999).
Segundo Knapik (2019) as partes constituintes são subdivididas conforme
apresentado a seguir, adaptado junto ao conteúdo apresentado na NBR 8160 (1999).
• Aparelhos sanitários: devem impedir a contaminação da água potável
e oferecer conforto adequado ao usuário.
• Desconectores: vedam o retorno de gases com dispositivos de fecho
hídrico, como caixas sifonadas e ralos sifonados. Para máquinas de
lavar e tanques é recomendável caixa sifonada especial ao final.
• Ramais de descarga: tubos que recebem os efluentes direto das peças
sanitárias.
• Ramais de esgoto: tubos primários que recebemos efluentes dos
ramais ou de um desconector.
• Ramais de ventilação: interliga o desconector ou ramal de descarga ou
ramal de esgoto para a coluna de ventilação.
• Tubos de queda: verticais, de queda (banheiros), secundários
(lavanderias/varandas), gordura (cozinhas).
57
• Colunas de ventilação: tubulação vertical nos banheiros para gases.
• Coletores prediais: de preferência retilíneos e caso haja desvios devem
ser feitos com ângulo central menor ou igual a 45° acompanhados de
dispositivos que permitam a inspeção.
• Caixas de gordura: recomendado o isso onde os efluentes contiverem
resíduos gordurosos.
• Caixas de inspeção: deve ser acessível por meio de dispositivos de
inspeção.
• Ventilação primária: as que escoam no núcleo do tubo de queda para
a atmosfera.
• Ventilação secundária: as que escoam no interior das colunas e ramais
de ventilação.
Para os ramais é recomendado pela NBR 8160 (1999) declividades mínimas
de 2% para tubulações com diâmetro nominal (DN) menor ou igual a 75 mm, de 1%
para tubulações com diâmetro nominal maior ou igual a 100 mm e todas as tubulações
devem ter declividade máxima de 3%. Além disso, mudanças de direção nos trechos
horizontais devem ser realizadas com conexões de ângulos menores ou igual a 45° e
de horizontal para vertical podem ser executadas com ângulo menor ou igual a 90°.
Os tubos de queda devem ser instalados em um único alinhamento sempre
que possível caso necessite de desvios tem de ser realizados com ângulos menores
ou igual a 90° e de preferência com duas curvas de 45°. Quando houver formação de
espuma deve-se instalar dispositivos para evitar o retorno da mesma para os
ambientes sanitários (NBR 8160, 1999).
De acordo com a NBR 8160 (1999) todos os trechos horizontais devem
possibilitar o escoamento dos efluentes por gravidade com declividade constante.
Para os coletores prediais a declividade máxima é de 5% e as variações de diâmetro
devem ser feitas com peças de ampliação, segundo Costa (2019) não pode reduzir a
tubulação no sentido do escoamento.
As caixas de gordura e de inspeção devem ser impermeabilizadas,
apresentarem dispositivos para inspeção com tampas, serem devidamente ventilados
em locais de fácil acesso, além disso, devem possibilitar a retenção e remoção da
gordura (NBR 8160, 1999). A concessionária SANEPAR exige o uso de caixas de
gordura com suporte da Lei Municipal 13.634/2010, a fim de que a gordura seja retida,
58
ao invés de ser transportada até a rede de esgoto e evitando possíveis entupimentos
da rede.
Para caixas de inspeção deve garantir o fácil acesso respeitando as condições
apresentadas pela NBR 8160 (1999) de distância máxima de 25 m entre dispositivos
de inspeção; distância entre o coletor predial público e o dispositivo de inspeção mais
próximo não deve ser superior a 15 m; e os comprimentos dos trechos dos ramais e
os dispositivos de inspeção de no máximo 10 m. Quando houver desvios, mudanças
de declividade e junção de tubulações é necessário o uso de caixas de inspeção ou
poços de visita, localizados de preferência em áreas não edificadas do terreno (NBR
8160, 1999).
A ventilação deve estar situada acima da cobertura do edifício de forma que
não possibilite o acesso as águas pluviais provenientes da laje impermeabilizada da
cobertura. É obrigatório que não esteja localizada a menos de 4 m de janelas; altura
mínima de 0,3 m acima da cobertura sem acesso de pessoas e apresentar o terminal
com algum dispositivo que impeça a entrada de águas pluviais diretamente no tubo,
deve-se impedir também a entrada de esgoto sanitário na tubulação, além disso deve-
se verificar as distancias máximas aos desconectores conforme TABELA 12 (NBR
8160, 1999).
TABELA 12 - DISTÂNCIA MÁXIMA DE UM DESCONECTOR AO TUBO VENTILADOR
Diâmetro mínimo do ramal do esgoto (mm) Distância máxima L (m)
40 1,00
50 1,20
75 1,80
100 2,40
FONTE: NBR 8160 (1999) e Macintyre (1996) apud Knapik (2019).
3.4.2 Dimensionamento
Para dimensionar a tubulação de esgoto é realizado a sequência descrita
abaixo, conforme a NBR 8160 (1999) que apresenta o método de cálculo por unidades
de Hunter de contribuição (UHC) e primeiramente, deve-se respeitar os diâmetros
nominais mínimos dos ramais de descarga conforme TABELA 13.
59
TABELA 13 - NÚMERO DE UNIDADES DE HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO
FONTE: NBR 8160 (1999) apud Knapik (2019).
Os desconectores são variados dependendo de cada fabricante e possuem
várias opções comerciais, porém pela NBR 8160 (1999), necessitam ter o fecho
hídrico com altura mínima de 5 cm e apresentar orifício de saída com diâmetro maior
ou igual ao ramal conectado. As caixas sifonadas devem ser de diâmetro nominal de
100 mm para até 6 UHC, de 125 mm para no máximo 10 UHC e de 150 mm para até
15 UHC; os ramais de descarga e de esgoto da caixa sifonada, também elementos
não presentes na TABELA 13, devem ser dimensionados conforme TABELA 14.
TABELA 14 - UHC PARA OUTROS APARELHOS SANITÁRIOS
FONTE: NBR 8160 (1999) apud Knapik (2019).
Para os ramais de esgoto, que recebem o despejo dos ramais de descarga
coletados na caixa sifonada, é determinado o diâmetro com a somatória de UHC dos
ramais de descarga e verificado a TABELA 15.
60
TABELA 15 - DIÂMETRO MÍNIMOS DOS RAMAIS DE ESGOTO
FONTE: NBR 8160 (1999) apud Knapik (2019).
Em seguida, os diâmetros dos tubos de queda são determinados de acordo
com o número de pavimentos da edificação e a somatória de UHC dos ramais de
esgoto de todos os pavimentos, por meio da TABELA 16.
TABELA 16 - DIÂMETRO MÍNIMO DOS TUBOS DE QUEDA
FONTE: NBR 8160 (1999) apud Knapik (2019).
Posteriormente, é determinado os diâmetros dos coletores e sub-coletores a
partir da soma de UHC das tubulações anteriores ao tubo de coleta e a declividade
mínima depende diâmetro, utilizando a TABELA 17.
TABELA 17 - DIMENSIONAMENTO DE COLETORES E SUB-COLETORES
FONTE: NBR 8160 (1999) apud Knapik (2019).
Para os diâmetros dos ramais de ventilação é necessário o valor da soma total
de UHC e a existência ou não de vasos sanitários no grupo de aparelhos, são obtidos
através da TABELA 18.
61
TABELA 18 - DIÂMETRO MÍNIMOS DOS RAMAIS DE VENTILAÇÃO
FONTE: NBR 8160 (1999) apud Knapik (2019).
As colunas de ventilação são obtidas em função do diâmetro do tubo de
queda, a soma total de UHC e do comprimento máximo da coluna de ventilação, a
partir dos pé-direitos de cada pavimento, para isso é utilizado a TABELA 19.
TABELA 19 - DIÂMETROS DAS COLUNAS DE VENTILAÇÃO
FONTE: NBR 8160 (1999) apud Knapik (2019).
As caixas de gordura devem ser dimensionadas considerando a quantidade
de cozinhas a serem coletadas, onde para uma cozinha pode-se usar uma caixa de
gordura pequena ou a simples; para duas cozinhas uma caixa de gordura simples ou
a dupla; para três a doze cozinhas deve ser usada a caixa dupla e para mais de doze
cozinhas é necessário caixas de gorduras especiais (NBR 8160, 1999).
Além disso, as caixas de passagem devem ter altura mínima de 10 cm e
tubulação dimensionada pela TABELA 15 considerando o diâmetro mínimo de 50 mm.
Já as caixas de inspeção têm como profundidade máxima 1 m com o fundo construído
de maneira que o escoamento seja rápido e evite a formação de depósitos (NBR 8160,
1999).
62
3.5 PROJETO DE ÁGUAS PLUVIAL
O projeto de águas pluviais de uma edificação segue as recomendações da
norma ABNT NBR 10844 (1989) – Instalações prediais de águas pluviais. Para esse
sistema de tubulação da edificação, a norma não admite quaisquer interligações com
outras instalações prediais e também as águas pluviais não devem ser lançadas em
redes de esgoto.
A concepção de um projeto pluvial depende de aspectos arquitetônicos ao
optar por telhados inclinados, lajes impermeabilizadas com caimentos, etc. Porém, as
exigências da NBR 10844 (1989) devem ser seguidas independente da escolha
arquitetônica.
Algumas exigências da norma NBR10844 (1989) quanto à elaboração de um
projeto pluvial são:
• recolher e conduzir a vazão de projeto até locais permitidos pelos
dispositivos legais;
• ser estanques;
• a drenagem deve ser feita por mais de uma saída quando há risco de
entupimento;
• quando necessário, a cobertura deve ser subdividida em áreas
menores com caimento de orientações diferentes, para evitar grandes
percursos de água.
Para superfícies horizontais de laje, a NBR 10844 (1989) estabelece ainda a
declividade mínima de 0,5%, de modo que garanta o escoamento das águas pluviais.
3.5.1 Dimensionamento do sistema de águas pluviais
Para o dimensionamento de um sistema de água pluviais é necessário
primeiramente determinar a vazão de projeto. Esse determinante de projeto é utilizado
para dimensionar o percurso das águas pluviais representado por declividades, ralos,
calhas, condutores verticais e condutores horizontais até o sistema coletivo de
drenagem. O dimensionamento também depende dos materiais dos componentes e
declividades da tubulação.
63
A concepção do sistema de águas pluviais pode tornar optativo o uso de
alguns elementos de drenagem como a necessidade de calhas ou não. Nesse
trabalho não será apresentado o dimensionamento de calhas por esse motivo.
3.5.2 Determinação da vazão de projeto
Para dimensionamento do sistema de água pluviais é necessário determinar
a vazão de projeto, que é calculada pela EQUAÇÃO (34) (NBR 10844, 1989).
𝑄 = 𝑖 ∙ 𝐴
60 (34)
Onde:
𝑖 = intensidade da chuva (mm/h);
𝐴 = área de contribuição;
𝑄 = vazão de projeto (L/min).
A norma estabelece que a intensidade pluviométrica 𝑖 deve ser feita a partir
de valores fixos de duração da precipitação e de período de retorno, variáveis
dependentes do local. No item 5.1.3 da NBR 10844 (1989) é explicitado utilizar a
duração da precipitação em 𝑡 = 5 𝑚𝑖𝑛 para o determinar a intensidade da chuva. A
norma explica que o período de retorno depende da área drenada; 𝑇 = 1 𝑎𝑛𝑜para
áreas pavimentadas; 𝑇 = 5 𝑎𝑛𝑜𝑠 para coberturas e/ou terraços; 𝑇 = 25 𝑎𝑛𝑜𝑠 para
áreas onde empoçamento ou extravasamento não possa ser tolerado. Na TABELA 20
simplificada da NBR10844 (1989) são apresentados os dados de intensidade para o
estado Paraná – BR.
TABELA 20 – CHUVAS INTENSAS NO BRASIL (DURAÇÃO – 5MIN)
Local
Intensidade pluviométrica (mm/h)
período de retorno (anos)
1 5 25
Curitiba/PR 132 204 228
Jacarezinho/PR 115 122 146(11)
Paranaguá/PR 127 186 191(23)
Ponta Grossa/PR 120 126 148
FONTE: Adaptado de NBR 10844 (1989).
A área de contribuição (𝐴) é função da arquitetura do telhado/cobertura,
podendo haver a influência de superfícies inclinadas e verticais. Essa informação é
determinada pela FIGURA 17 retirada da NBR 10844 (1989).
64
FIGURA 17 - ESQUEMAS INDICATIVOS PARA CÁLCULOS DE ÁREAS DE CONTRIBUIÇÃO DE VAZÃO
FONTE: NBR 10844 (1989) apud Carvalho Junior (2014).
65
3.5.3 Dimensionamento de condutores verticais
Os condutores verticais são elementos de drenagem que transportam as
águas pluviais recolhidas de coberturas ou de telhados com calhas até o nível dos
condutores horizontais. A posição desses condutores pode ser externa ou interna ao
edifício.
A NBR 10844 (1989) limita o diâmetro interno mínimo dos condutores verticais
de seção circular a 70 mm, conforme item 5.6.3 da mesma.
O dimensionamento dos condutores verticais deve ser feito a partir da vazão
de projeto 𝑄 (L/min), altura da lâmina de água na calha/canal da cobertura 𝐻 (mm) e
comprimento do condutor vertical 𝐿 (m) (NBR 10844, 1989). Em posse desses dados
e do ábaco da FIGURA 18 é determinado o diâmetro da tubulação do tipo seção
circular.
FIGURA 18 - ÁBACO PARA DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOR VERTICAL COM SAÍDA EM ARESTA VIVA
FONTE: NBR 10844 (1989) apud Botelho et al. (2014).
66
3.5.4 Dimensionamento de condutores horizontais
Condutores horizontais são tubulações ou elementos drenantes com função
de transportais água pluviais dos condutores verticais até a rede de drenagem
coletiva. Segundo a NBR 10844 (1989), para esse trajeto a normas orienta que a
ligação entre condutor vertical e condutor horizontal seja feita por curva de raio longo,
com inspeção ou caixa de areia. Além disso, em tubulações enterradas devem ser
prevista caixas de areia sempre que houver conexões entre condutores horizontais,
mudança de declividade, mudança de direção e ainda a cada trecho de 20 nos
percursos retilíneos, conforme item 5.7.4 dessa norma.
Os parâmetros de dimensionamento dos condutores horizontais são
declividade do tubo e coeficiente de rugosidade, dependente do material do tubo
(QUADRO 8). A NBR 10844 (1989) orienta utilizar declividades uniformes com valor
mínimo de 0,5% e para dimensionamento em seção circular o escoamento com lâmina
de altura igual a 2/3 do diâmetro interno do tubo.
A partir dos parâmetros descritos é determinado o diâmetro da tubulação em
função da capacidade de drenagem. A capacidade de cada diâmetro segundo
declividade e rugosidade é mostrado na TABELA 21.
QUADRO 8 – COEFICIENTE DE RUGOSIDADE
FONTE: Botelho et al. (2014), Carvalho Junior (2014) apud Knapik (2019).
67
TABELA 21 – CAPACIDADE DE CONDUTORES HORIZONTAIS DE SEÇÃO CIRCULAR PARA VAZÕES EM L/MIN
FONTE: Botelho et al. (2014) & Carvalho Junior (2014).
3.6 PROJETO ELÉTRICO
3.6.1 Requisitos de projeto elétrico
O projeto elétrico levará em consideração o conjunto de normal técnicas
brasileiras da ABNT:
• NBR 5410 (2004) - Instalações elétricas de baixa tensão;
• NBR 5444 (1989) - Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais.
3.6.2 Dimensionamento dos circuitos
3.6.2.1 Iluminação
A iluminação em locais utilizados como habitação, fixa ou temporária, é
especificada pela NBR 5410 (2004). Deve-se ser previsto em cada cômodo pelo
menos um ponto de luz fixo no teto comandado por interruptor, admite-se que o ponto
de luz seja substituído por um ponto na parede em escadas, lavabos e varandas de
pequenas dimensões onde não seja conveniente o uso de iluminação fixada no teto.
Segundo a NBR 5410 (2004), a determinação das cargas de iluminação
possui os seguintes critérios:
• Em cômodos com área igual ou inferior a 6 m2, deve ser prevista uma
carga mínima de 100 VA;
68
• Em cômodos com área superior a 6 m2, deve ser prevista uma carga
mínima de 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescida de 60 VA para cada
aumento de 4 m2 inteiros.
3.6.2.2 Pontos de tomadas
Segundo a NBR 5410 (2004) o número de ponto de tomada depende da
destinação do local e dos equipamentos elétricos a serem utilizados. Deve-se atender
aos seguintes critérios:
• em banheiros, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada,
próximo ao lavatório;
• em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, cozinha-área de
serviço, lavanderias e locais análogos, deve ser previsto no mínimo um
ponto de tomada para cada 3,5 m, ou fração, de perímetro, sendo que
acima da bancada da pia devem ser previstas no mínimo duas tomadas
de corrente, no mesmo ponto ou em pontos distintos;
• em varandas, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada; em
salas e dormitórios devem ser previstos pelo menos um ponto de
tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro, devendo esses pontos
ser espaçados tão uniformemente quanto possível;
• em cada um dos demais cômodos e dependências de habitação devem
ser previstos pelo menos:
− um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for
igual ou inferior a 2,25 m2. Admite-se que esse ponto seja
posicionado externamente ao cômodo ou dependência, a até
0,80 m no máximo de sua porta de acesso;
− um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for
superior a 2,25 m2 e igual ou inferior a 6 m2;
− um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro, se
a área do cômodo ou dependência for superior a 6 m2, devendo
esses pontos ser espaçados tão uniformemente quanto possível.
69
Quanto as potências a serem atribuídas aos pontos de tomada, a NBR 5410
(2004) especifica os valores mínimos em função do equipamento que será alimentado
pela tomada.
Em banheiros, cozinhas, áreas de serviço e lavanderias deve ser utilizadas
tomadas de no mínimo 600 VA por ponto, até três, e 100 VA por ponto para os
excedentes. Quando o somatório de tomadas do conjunto for superior a seis pontos,
atribui-se potência mínima de 600 VA por ponto de tomada, até dois pontos, e 100 VA
por ponto para os excedentes, sempre considerando cada ambiente separadamente.
Nos demais cômodos são utilizadas tomadas de no mínimo 100 VA por ponto de
tomada (NBR 5410, 2004).
Em uma instalação elétrica pode haver tomadas de uso geral (TUG) ou
tomadas de uso especifico (TUE). As tomadas de uso especifico são destinadas a
equipamentos especiais, com maior consumo de energia que necessitam de circuitos
específicos com mais potência, como ar condicionados e chuveiros. Já as tomadas
de uso geral podem ser usadas para alimentar qualquer aparelho comum (NBR 5410,
2004).
Os pontos de tomadas de cozinhas, lavanderias e áreas de serviço devem ser
atendidos por circuitos exclusivos à alimentação de tomadas desses locais, para maior
segurança ao usuário, já que possuem maior concentração de equipamentos elétricos
de grande potência que, por vezes, necessitam dispor de tomada individual (NBR
5410, 2004).
Segundo a NBR 5410 (2004) as instalações devem ser divididas em diversos
circuitos pré-determinados para iluminação, tomadas gerais e especificas. É
determinado pela norma que não ocorra circuitos que possuam correntes superiores
a 10 A, se houver algum equipamento maior deve-se constituir um circuito
independente.
3.6.2.3 Quadros de distribuição
Para cada circuito deve haver um disjuntor independente em um quadro de
distribuição geral, é necessário que todos os apartamentos possuam um quadro geral
individualmente para o controle interno dos pontos de utilização. Além desses é
obrigatório o quadro de distribuição principal que fica situado após a entrada da linha
elétrica na edificação (NBR 5410, 2004).
70
Segundo a NBR 5410 (2004), ainda deve ser previsto, junto aos quadros de
distribuição, um espaço reserva para ampliações futuras com base na quantidade de
circuitos efetivamente disponível em cada quadro, utilizando-se da TABELA 22.
TABELA 22 - ESPAÇO DE RESERVA NOS QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO
FONTE: NBR 5410 (2004).
3.6.3 Representação em projetos
A NBR 5444 (1989) estabelece orientações de símbolos gráficos e
significados para representação em projetos de instalações elétricas prediais, onde
condutores de distribuição são conforme QUADRO 9; quadros de distribuição estão
apresentados no QUADRO 10; interruptores no QUADRO 11; luminárias conforme
QUADRO 12 e tomadas seguindo o QUADRO 13.
QUADRO 9 - REPRESENTAÇÃO DE CONDUTORES
FONTE: NBR 5444 (1989).
71
QUADRO 10 - REPRESENTAÇÃO DE QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO
FONTE: NBR 5444 (1989).
QUADRO 11 - REPRESENTAÇÃO DE INTERRUPTORES
FONTE: NBR 5444 (1989).
QUADRO 12 - REPRESENTAÇÃO DE LÂMPADAS
FONTE: NBR 5444 (1989).
QUADRO 13 - REPRESENTAÇÃO DE TOMADAS
FONTE: NBR 5444 (1989).
72
4 METODOLOGIA
O projeto realizado foi de um edifício de 4 pavimentos tipo e um pavimento de
estacionamento conforme ilustrado na FIGURA 19 em representação 3D. Cada
pavimento tipo possui 6 apartamentos, sendo 4 apartamentos do tipo 1 (FIGURA 20)
e 2 apartamentos do tipo 2 (FIGURA 21), totalizando 24 apartamentos no edifício.
A edificação foi projetada para estar localizada no município de Curitiba e
realizada em estrutura de concreto armado com vedação vertical em alvenaria de
blocos cerâmicos. Possui uma área projetada de 367,40 m² e área construída de
aproximadamente 1500 m², além disso, foi considerado pé direito de 3,06 m para
todos os pavimentos e de 2,50 m para a cobertura de acesso aos reservatórios
superiores.
Para realização dos projetos foi utilizado a dimensão 3D com fatores
geométricos de perspectiva, não levando em consideração para esse estudo o
levantamento do tempo de duração das etapas, cronograma, e de quantitativos para
orçamentação que seriam as demais dimensões 4D e 5D a serem alcançadas em
projetos BIM. Além disso, foi utilizado o nível de desenvolvimento ND 350, referente a
representações gráficas no modelo com nível de detalhamento para execução dos
elementos projetados.
FIGURA 19 – REPRESENTAÇÃO 3D DO EDIÍFICO
FONTE: Os autores (2019).
73
FIGURA 20 - APARTAMENTO TIPO 1
FONTE: Os autores (2019).
FIGURA 21 - APARTAMENTO TIPO 2
FONTE: Os autores (2019).
4.1 PROJETO ARQUITETÔNICO
Para execução do projeto arquitetônico foram verificadas as recomendações
da Portaria N°80 da Prefeitura Municipal de Curitiba, da Norma de Desempenho (NBR
15575, 2013) e dos Corpos de Bombeiros do Paraná.
74
Conforme apresentado no item 3.1.1 o município de Curitiba estabelece na
Portaria N°80 algumas orientações de área, iluminação, ventilação, pé-direito,
mínimas dos ambientes (QUADRO 1) e para áreas de uso comum (QUADRO 2), com
isso foi verificado o atendimento desses, para o edifício em estudo, como
demonstrado na TABELA 23, onde nota-se que quase todos os requisitos foram
atendidos com pouca variação. No ambiente de Sala e Cozinha não foi possível o
aumento da dimensão da janela por restrição do tamanho da parede externa e a
parede lateral ser corredor externo, esse não atendimento ao recomendado foi
corrigido com iluminação artificial.
TABELA 23 - VERIFICAÇÕES PORTARIA N°80
Ambiente Área
mínima (m²)
Área projeto
(m²)
Ilumina-ção
mínima (m²)
Ilumina-ção
projeto (m²)
Ventilação mínima
(m²)
Ventilação projeto
(m²)
Pé-direito mínimo
(m)
Pé-direito projeto
(m)
Sala/Cozinha 12,00 18,59 ✓ 3,10 2,63 1,55 1,32 2,40 2,88 ✓
Quarto 9,00 11,50 ✓ 1,92 1,89 ✓ 0,96 0,95 ✓ 2,40 2,88 ✓
Banheiro 1,50 5,25 ✓ 0,66 0,64 ✓ 0,33 0,32 ✓ 2,20 2,51 ✓
Corredor - 36,50 ✓ - - ✓ - - ✓ 2,40 2,88 ✓
Escada - 8,75 ✓ - - ✓ - - ✓ 2,40 2,89 ✓
FONTE: Os autores (2019).
Para os Corpos de Bombeiros do Paraná foi apresentado no item 3.1.2
exigências para as saídas de emergência em acessos, saídas e escadas, a partir
disso, foi verificado na TABELA 24 as dimensões mínimas para as portas de saída
dos apartamentos considerando-se duas pessoas por dormitório como população,
para a porta de saída do edifício foi considerado toda a população residente nos 24
apartamentos com o mesmo princípio de dois moradores em cada quarto e para a
escada foi considerado a quantidade de moradores para os 6 apartamentos por
pavimento. Nota-se também, que todas as larguras mínimas foram atendidas onde a
largura da escada, além disso, considerou-se a exigência da NBR 9050 (2015) de
largura mínima de 1,20 m para acessibilidade.
75
TABELA 24 - VERIFICAÇÃO CORPOS DE BOMBEIROS
Elemento de passagem
Capacidade da unidade de passagem
Número de unidade de passagem
Largura mínima (m)
Largura de projeto (m)
Portas dos Apartamentos
100 1 0,55 0,80 ✓
Porta de Saída 100 1 0,55 2,15 ✓
Escadas 45 1 0,55 1,20 ✓
FONTE: Os autores (2019).
Os Corpos de Bombeiros exigem além disso, dimensões mínimas e máximas
de pisos e espelhos, verificando a fórmula de Blondel, para os degraus, alturas dos
guarda-corpos e corrimãos a serem utilizados na escada, na FIGURA 22 é
apresentada as dimensões utilizadas, respectivamente, para o projeto atendendo as
orientações indicadas no item 3.1.2.2, para os patamares presentes na escada foi
verificado a dimensão estabelecida pela NBR 9050 (2015) de 1,20 m.
FIGURA 22 - DIMENSÕES ADOTADAS NA ESCADA
FONTE: Os autores (2019).
Foi verificado também orientações de iluminação e ventilação estabelecidas
pela NBR 15575 (2013), todas as janelas utilizadas, exceto dos banheiros, possuem
cota de peitoril menores que 1 m e alturas menores que 2,20 m favorecendo a
iluminação natural dos ambientes e todos possuem além disso iluminação artificial em
condições satisfatórias de conforto ao usuário. A ventilação interna foi verificada na
TABELA 25, atendendo as condições de área mínima de aberturas para ventilação
dos ambientes de longa permanência estabelecidas pela Norma de Desempenho
(NBR 15575, 2013).
76
TABELA 25 - VERIFICAÇÃO NORMA DE DESEMPENHO
Compartimento Abertura
mínima (m²) Área ventilação do
ambiente (m²) Área piso do
ambiente (m²) Abertura de projeto (%)
Quartos 0,81 0,95 ✓ 11,52 8,20
Sala 1,30 1,32 ✓ 18,59 7,08
FONTE: Os autores (2019).
Para o projeto arquitetônico foram atribuídos os materiais a serem utilizados
em revestimentos de alvenarias e pisos. As alvenarias internas da edificação foram
compostas conforme apresentado na FIGURA 23 e as alvenarias externas ao redor
da edificação foram subdivididas como ilustrado na FIGURA 24. Para as lajes foi
considerado pisos de porcelanato com contrapiso em toda a edificação, conforme
FIGURA 25.
FIGURA 23 - COMPOSIÇÃO DAS ALVENARIAS INTERNAS
FONTE: Revit (2019).
FIGURA 24 - COMPOSIÇÃO DAS ALVENARIAS EXTERNAS
FONTE: Revit (2019).
77
FIGURA 25 – COMPOSIÇÃO DE PISOS
FONTE: Revit (2019).
A cobertura foi realizada considerando-se laje impermeabilizada (FIGURA 26)
de inclinação de 0,55% com caída para os fundos da edificação de forma que não
houvesse o acúmulo de água na laje a partir do projeto de instalação pluvial.
FIGURA 26 - COMPOSIÇÃO DA IMPERMEABILIZAÇÃO
FONTE: Revit (2019).
4.2 PROJETO ESTRUTURAL
A alocação dos elementos estruturais foi realizada intuitivamente, com vigas
abaixo de paredes e dispondo pilares e lajes com vãos inferiores a 5,5 m para melhor
otimização estrutural e desempenho na verificação de deformações. Além disso, os
elementos foram postos com o máximo de alinhamento entre eixos para evitar
excentricidades de cargas.
As decisões tomadas nesse momento influenciaram na complexidade da
compatibilização entre projetos, principalmente com o projeto arquitetônico.
78
As primeiras definições adotadas para o concreto armado utilizado no projeto
estrutural a partir da NBR 6118 (2014) são apresentadas na TABELA 26.
TABELA 26 – DEFINIÇÕES DO CONCRETO ARMADO
Definições Classificação
Classe de agressividade ambiental II
Agressividade Moderada
Classificação geral do Ambiente Urbana
Risco de Deterioração da Estrutura Pequeno
Relação água/cimento em massa ≤0,60
Classe de Concreto ≥C25
Cobrimento Nominal Laje 2,5 cm
Cobrimento Nominal Viga/Pilar 3 cm FONTE: Os autores (2019).
O pré-dimensionamento dos pilares foi estimado utilizando áreas de influência
dos pilares e a posição dos reservatórios superiores de água. Para o carregamento
do pilar foi adotado segundo a TABELA 27 para cada tipo de pavimento.
TABELA 27 - RESUMO CARGAS ADOTADAS
Tipo de pavimento Peso (Pk) Unidade
Cobertura (1) 0,9 tf/m²
Tipo (2) 1,3 tf/m²
Baldrame (3) 0,8 tf/m²
Caixa d’água (4) 25 tf
FONTE: Yamamoto (2019).
A FIGURA 27 mostra a área de influência considerada de cada pilar e a
TABELA 28 o pré-dimensionamento das seções transversais dos pilares para tensão
máxima de compressão de 𝜎𝑐 ≤ 1000 𝑡𝑓/𝑚². Para uniformização e encaixe com a
alvenaria, a menor dimensão dos pilares foi adotada 20 cm.
79
FIGURA 27 – ÁREA DE INFLUÊNCIA DOS PILARES
FONTE: Os autores (2019).
TABELA 28 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DOS PILARES (continua)
Pilar Área (m²)
Cx d'água
(tf)
N (Cobert.)
N (Tipo)
N (Baldr.)
Localiz. N
(tf) A
(cm²)
l2 calc. (cm)
l2 adot. (cm)
A adot (cm²)
P1 3,04 0 1 4 1 1,4 21 294 14 20 400
P2 4,69 0 1 4 1 1,2 32 388 19 20 400
P3 7,22 0 1 4 1 1,2 50 598 29 30 600
P4 6,73 0 1 4 1 1,2 46 557 27 30 600
P5 7,39 0 1 4 1 1,2 51 612 30 35 700
P6 1,45 0 1 4 1 1,4 10 140 7 20 400
P7 1,45 0 1 4 1 1,4 10 140 7 20 400
P8 7,39 0 1 4 1 1,2 51 612 30 35 700
P9 6,73 0 1 4 1 1,2 46 557 27 30 600
P10 7,22 0 1 4 1 1,2 50 598 29 30 600
P11 4,69 0 1 4 1 1,2 32 388 19 20 400
P12 3,04 0 1 4 1 1,4 21 294 14 20 400
P13 6,22 0 2 4 1 1 49 485 24 25 500
P14 6,22 0 2 4 1 1 49 485 24 25 500
P15 5,38 0 1 4 1 1,2 37 445 22 25 500
P16 8,3 0 1 4 1 1 57 573 28 30 600
P17 8,3 0 1 4 1 1 57 573 28 30 600
P18 5,38 0 1 4 1 1,2 37 445 22 25 500
P19 4,39 0 1 4 1 1,2 30 363 18 20 400
P20 6,77 0 1 4 1 1 47 467 23 25 500
P21 7,87 2 1 4 1 1 56 563 28 30 600
P22 7,34 2 1 4 1 1 53 526 26 30 600
P23 8,06 0 1 4 1 1 56 556 27 30 600
P24 7,21 0 2 4 1 1 56 562 28 30 600
P25 7,21 0 2 4 1 1 56 562 28 30 600
P26 8,06 0 1 4 1 1 56 556 27 30 600
80
TABELA 28 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DOS PILARES (continuação)
Pilar Área (m²)
Cx d'água
(tf)
N (Cobert.)
N (Tipo)
N (Baldr.)
Localiz. N
(tf) A
(cm²)
l2 calc. (cm)
l2 adot. (cm)
A adot (cm²)
P27 7,34 2 1 4 1 1 53 526 26 30 600
P28 7,87 2 1 4 1 1 56 563 28 30 600
P29 6,77 0 1 4 1 1 47 467 23 25 500
P30 4,39 0 1 4 1 1,2 30 363 18 20 400
P31 7,09 0 1 4 1 1,2 49 587 29 30 600
P32 10,94 0 1 4 1 1 75 755 37 40 800
P33 8,36 2 1 4 1 1 60 597 29 30 600
P34 7,8 2 1 4 1 1 56 558 27 30 600
P35 8,56 0 1 4 1 1 59 591 29 30 600
P36 6,61 0 2 4 1 1 52 516 25 25 500
P37 6,61 0 2 4 1 1 52 516 25 25 500
P38 8,56 0 1 4 1 1 59 591 29 30 600
P39 7,8 2 1 4 1 1 56 558 27 30 600
P40 8,36 2 1 4 1 1 60 597 29 30 600
P41 10,94 0 1 4 1 1 75 755 37 40 800
P42 7,09 0 1 4 1 1,2 49 587 29 30 600
P43 5,96 0 1 4 1 1 41 411 20 25 500
P44 5,96 0 1 4 1 1 41 411 20 25 500
P45 5,71 0 1 4 1 1,4 39 552 27 30 600
P46 8,82 0 1 4 1 1 61 609 30 30 600
P47 6,73 0 1 4 1 1 46 464 23 25 500
P48 6,28 0 1 4 1 1 43 433 21 25 500
P49 6,89 0 1 4 1 1 48 475 23 25 500
P50 1,79 0 1 4 1 1,4 12 173 8 20 400
P51 1,79 0 1 4 1 1,4 12 173 8 20 400
P52 6,89 0 1 4 1 1 48 475 23 25 500
P53 6,28 0 1 4 1 1 43 433 21 25 500
P54 6,73 0 1 4 1 1 46 464 23 25 500
P55 8,82 0 1 4 1 1 61 609 30 30 600
P56 5,71 0 1 4 1 1,4 39 552 27 30 600
FONTE: Os autores (2019).
O pré-dimensionamento da espessura das lajes maciças foi realizado
conforme os vãos internos dos mesmo e o lançamento da estrutura. A TABELA 29
mostra esse cálculo e as dimensões das lajes adotadas.
81
TABELA 29 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DAS LAJES
Laje Tipo lx (m) ly (m) e calc. (cm) e adot. (cm)
L01 3 2,28 4,01 6,70 10,00
L02 5 2,28 4,01 6,70 10,00
L03 5 2,40 4,75 7,00 10,00
L04 5 2,40 4,75 7,00 10,00
L05 5 2,05 4,75 6,13 10,00
L06 3 2,88 4,75 8,20 10,00
L07 3 2,88 4,75 8,20 10,00
L08 5 2,05 4,75 6,13 10,00
L09 5 2,40 4,75 7,00 10,00
L10 5 2,40 4,75 7,00 10,00
L11 5 2,28 4,01 6,70 10,00
L12 3 2,28 4,01 6,70 10,00
L13 5 1,30 4,01 4,25 10,00
L14 6 1,30 5,00 3,86 10,00
L15 6 1,30 5,13 3,86 10,00
L16 5 1,30 2,50 4,25 10,00
L17 6 1,30 5,13 3,86 10,00
L18 6 1,30 5,00 3,86 10,00
L19 5 1,30 4,01 4,25 10,00
L20 3 4,01 4,75 8,92 10,00
L21 5 2,30 4,75 6,75 10,00
L22 5 2,35 4,75 6,88 10,00
L23 5 2,05 4,75 6,13 10,00
L24 3 2,88 4,75 8,20 10,00
L25 5 2,50 2,83 5,72 10,00
L26 3 2,88 4,75 8,20 10,00
L27 5 2,05 4,75 6,13 10,00
L28 5 2,35 4,75 6,88 10,00
L29 5 2,30 4,75 6,75 10,00
L30 3 4,01 4,75 8,92 10,00
FONTE: Os autores (2019).
O pré-dimensionamento das vigas foi separado em vigas horizontais (TABELA
30) e vigas verticais (TABELA 31). Optou-se por padronizar a largura das vigas (𝑏𝑤)
igual a 20 cm em função da menor dimensão dos pilares ser de mesmo valor.
82
TABELA 30 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VIGAS HORIZONTAIS
(continua)
Viga Tramo Vão (cm) bw (cm) Índice h (cm) h adot. (cm)
V1A E 401 20 10 40 40
V1B I 240 20 12 20 40
V1C I 240 20 12 20 40
V1D I 205 20 12 17 40
V1E E 288 20 10 29 40
V2A E 288 20 10 29 40
V2B I 205 20 12 17 40
V2C I 240 20 12 20 40
V2D I 240 20 12 20 40
V2E E 401 20 10 40 40
VE E 250 20 10 25 30
V3 E 401 20 10 40 40
V4 E 401 20 10 40 40
V5A E 401 20 10 40 40
V5B I 230 20 12 19 40
V5C I 235 20 12 20 40
V5D I 205 20 12 17 40
V5E I 288 20 12 24 40
V5F I 250 20 12 21 40
V5G I 288 20 12 24 40
V5H I 205 20 12 17 40
V5I I 235 20 12 20 40
V5J I 230 20 12 19 40
V5K E 401 20 10 40 40
V6A E 401 20 10 40 40
V6B I 230 20 12 19 40
V6C I 235 20 12 20 40
V6D I 205 20 12 17 40
V6E I 288 20 12 24 40
V6F I 250 20 12 21 40
V6G I 288 20 12 24 40
V6H I 205 20 12 17 40
V6I I 235 20 12 20 40
V6J I 230 20 12 19 40
V6K E 401 20 10 40 40
V7 E 250 20 10 25 30
V8A E 401 20 10 40 40
V8B I 240 20 12 20 40
V8C I 240 20 12 20 40
V8D I 205 20 12 17 40
83
TABELA 30 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VIGAS HORIZONTAIS (continuação)
Viga Tramo Vão (cm) bw (cm) Índice h (cm) h adot. (cm)
V8E E 288 20 10 29 40
V9A E 401 20 10 40 40
V9B I 240 20 12 20 40
V9C I 240 20 12 20 40
V9D I 205 20 12 17 40
V9E E 288 20 10 29 40
FONTE: Os autores (2019).
TABELA 31 - PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VIGAS VERTICAIS
(continua)
Viga Tramo Vão (cm) bw (cm) Índice h (cm) h adot.(cm)
V10A E 460 20 10 46 50
V10B I 125 20 12 10 50
V10C I 225 20 12 19 50
V10D E 225 20 10 23 50
V11A E 445 20 10 45 45
V11B I 130 20 12 11 45
V11C I 223 20 12 19 45
V11D E 223 20 10 22 45
V12 E 470 20 10 47 50
V13 E 465 20 10 47 50
V14A E 460 20 10 46 50
V14B I 130 20 12 11 50
V14C E 455 20 10 46 50
V15 E 460 20 10 46 50
V16 E 455 20 10 46 50
V17A E 170 20 10 17 30
V17B I 275 20 12 23 30
V17C I 130 20 12 11 30
V17D I 317 20 12 26 30
V17E E 129 20 10 13 30
V18A E 170 20 10 17 30
V18B I 275 20 12 23 30
V18C I 130 20 12 11 30
V18D I 317 20 12 26 30
V18E E 129 20 10 13 30
V19 E 460 20 10 46 50
V20 E 455 20 10 46 50
V21A E 460 20 10 46 50
V21B I 130 20 12 11 50
84
TABELA 31 - PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VIGAS VERTICAIS (continuação)
Viga Tramo Vão (cm) bw (cm) Índice h (cm) h adot.(cm)
V21C E 455 20 10 46 50
V22 E 470 20 10 47 50
V23 E 465 20 10 47 50
V24A E 445 20 10 45 45
V24B I 130 20 12 11 45
V24C I 223 20 12 19 45
V24D E 223 20 10 22 45
V25A E 460 20 10 46 50
V25B I 125 20 12 10 50
V25C I 225 20 12 19 50
V25D E 225 20 10 23 50
FONTE: Os autores (2019).
Após o pré-dimensionamento dos principais elementos estruturais do edifício
foi lançado os dados sobre as plantas arquitetônicas e gerado as formas de um projeto
ainda básico. Na FIGURA 28 é possível ver o lançamento do pré-dimensionamento
do pavimento tipo e os eixos no modelo em software Revit.
FIGURA 28 – LANÇAMENTO DO PRÉ-DIMENSIONAMENTO NO REVIT
FONTE: Os autores (2019).
Após o lançamento de todo pré-dimensionamento das formas foi realizada a
primeira compatibilização entre projetos arquitetônico e estrutural de maneira a evitar
quinas de pilares visíveis interno e externo à edificação. Na FIGURA 29 é apresentado
a vista 3D das formas desta etapa.
85
FIGURA 29 – VISUALIZAÇÃO 3D DA FORMA NO REVIT
FONTE: Os autores (2019).
O modelo estrutural do edifício foi elaborado no software TQS, onde após o
lançamento da estrutura e das cargas, foi analisado a estrutura espacialmente e
dimensionados os elementos estruturais. O modelo estrutural utilizado no edifício foi
de elementos lineares representados por barras e elementos planos representados
por grelhas de lajes planas. Na FIGURA 30 é apresentado a etapa de lançamento das
formas do tipo no modelador estrutural do TQS.
FIGURA 30 - LANÇAMENTO DA ESTRUTURA DO TIPO NO TQS
FONTE: Os autores (2019).
86
A verificação da indeslocabilidade da estrutura foi analisada diretamente pela
função de processamento global do TQS, e comparando os parâmetros α e 𝛾𝑧 com os
valores limites da NBR 6118 (2019). Para o edifício em questão os valores limites de
desses são:
𝛼 ≤ 𝛼1 = 0,6; 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 = 6
𝛾𝑧 ≤ 1,10
A comparação entre os valores limites acima e o resultado do processamento
(TABELA 32) indicam que o parâmetro α não é atendido, porém 𝛾𝑧 sim. A partir de 𝛾𝑧
conclui-se que a estrutura é de nós fixos e, portanto, indeslocável.
TABELA 32 – PROCESSAMENTO DOS PARÂMETROS 𝛼 E 𝛾𝑧
FONTE: TQS (2019).
As imperfeições geométricas globais da estrutura foram verificadas
diretamente no processamento global da estrutura no TQS. Para uma altura total de
𝐻 = 17,8 𝑚 e o número de total de prumadas de 𝑛 = 6 calcula-se:
𝜃1 =1
425 ; 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝜃1 < 𝜃1 𝑚í𝑛 =
1
300; 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 𝜃1 =
1
300
∴ 𝜃𝑎 =1
390
Os valores máximos de deslocamentos horizontais da estrutura limitados
segundo a NBR 6118 (2014) e a comparação com os deslocamentos máximo obtidos
pelo modelo estrutural no TQS é apresentado na TABELA 33. Dessa análise resulta
que os deslocamentos do edifício e entre os pisos está de acordo com os limites
definidos na norma. Foram utilizados para essa verificação os dados: altura total de
𝐻 = 17,90 𝑚 e altura do pé direito 𝐻𝑖 = 3,06 𝑚.
TABELA 33 – DESLOCAMENTOS HORIZONTAIS MÁXIMOS
Deslocamentos Máximo permitido Máximo em x Máximo em y Situação
Horizontal absoluto 𝐻/1700 𝐻/14428 𝐻/4945 OK
Horizontal entre pavimentos 𝐻𝑖/850 𝐻𝑖/10547 𝐻𝑖/2996 OK
FONTE: TQS (2019).
87
O processamento global da estrutura indicou que os esforços adicionais
devido ao desaprumo global estimado dos elementos verticais são pelo menos 30%
maiores que os esforços devido a vento. Essa conclusão se enquadra na NBR 6118
(2014) como necessário a majoração dos coeficientes de arrasto dos casos de vento
para simular o efeito do desaprumo.
A definição dos carregamentos permanentes na estrutura foi com base no
projeto arquitetônico desse trabalho, seguindo as espessuras dos materiais adotados
e o peso específico (𝛾𝑖) dos materiais utilizados como vedação e revestimento
conforme a TABELA 34.
TABELA 34 – CARREGAMENTOS PERMANENTES (continua)
Descrição Subdivisão e (cm) γi (kN/m³) Carga (kN/m²)
Concreto Camada única Var 25,00 -
Alvenaria 15 cm - porcelanato/ pintura
Porcelanato 1,5 25,00
2,45
Argamassa 1,5 21,00
Bloco cerâmico furado 9 cm 9 13,00
Argamassa 2,8 21,00
Pintura 0,2 0,01
Alvenaria 15 cm - porcelanato
Porcelanato 1,5 25,00
2,55
Argamassa 1,5 21,00
Bloco cerâmico furado 9 cm 9 13,00
Argamassa 1,5 21,00
Porcelanato 1,5 25,00
Alvenaria 15 cm - pintura
Pintura 0,2 0,01
2,35
Argamassa 2,8 21,00
Bloco cerâmico furado 9 cm 9 13,00
Argamassa 2,8 21,00
Pintura 0,2 0,01
Alvenaria 20 cm - porcelanato/ pintura
Porcelanato 1,5 25,00
3,10
Argamassa 1,5 21,00
Bloco cerâmico furado 14 cm 14 13,00
Argamassa 2,8 21,00
Pintura 0,2 0,01
Alvenaria 20 cm - pintura
Pintura 0,2 0,01
3,00
Argamassa 2,8 21,00
Bloco cerâmico furado 14 cm 14 13,00
Argamassa 2,8 21,00
Pintura 0,2 0,01
Piso porcelanato Contrapiso 3,5 21,00
1,11 Porcelanato 1,5 25,00
88
TABELA 34 – CARREGAMENTOS PERMANENTES (continuação)
Descrição Subdivisão e (cm) γi (kN/m³) Carga (kN/m²)
Forro de gesso Gesso 1,25 8,00 0,10
Impermeabilização Borracha 5 17,00
1,59 Contrapiso 3,5 21,00
FONTE: Os autores (2019).
O carregamento acidental sobre as lajes foi uniformizado em 2 kN/m² para as
lajes dos apartamentos, corredores e coberturas e 2,5 kN/m² para as escadas como
mostra as recomendações na TABELA 35.
TABELA 35 – CARREGAMENTOS ACIDENTAIS
Locais Sobrecarga (kN/m²)
Dormitório, sala, copa, cozinha,
banheiro 1,5
Despensa, área de serviço, lavanderia, terraço sem acesso
público
2
Escadas sem acesso ao público
2,5
FONTE: Adaptado de NBR 6120 (1980).
Para as considerações de carga de vento foram adotados os parâmetros da
TABELA 36 e o coeficiente de arrasto para edificações localizadas em zonas de alta
turbulência (FIGURA 14).
TABELA 36 – CONSIDERAÇÕES DE VENTO
Simbologia Descrição Valor Unidade
z Altura da edificação 17,8 m/s
V0 Velocidade básica do vento 42 m/s
S1 Fator topográfico 1,00 -
S2 Categoria IV -
S2 Classe B -
b Parâmetro meteorológico 0,85 -
p Parâmetro meteorológico 0,125 -
Fr Parâmetro meteorológico 0,98 -
S2 Rugosidade, dimensões 0,90 -
S3 Risco, segurança 1,00 -
Vk Velocidade carac. do vento 37,6 m/s
q Pressão dinâmica do vento 867 N/m²
FONTE: Os autores (2019).
89
Os fatores de cálculo utilizados para majorar carregamentos em combinações
no ELU foram:
• carregamento permanente: 𝛾𝑔 = 1,4;
• carregamento variável: 𝛾𝑞 = 1,4.
Para fatores redutores de carga acidental em combinações foram utilizadas a
partir da consideração de não haver pesos de equipamentos que permaneçam fixos
por longa duração e de não haver elevada concentração de pessoas. Esses fatores
de redução são:
• carregamento acidental em combinações ELU: ψ = 0,5;
• carregamento acidental em combinações quase permanentes: ψ = 0,3.
Algumas das combinações adotadas para ELU foram:
• 1,4 ∙ (𝑃𝐸𝑆𝑂 𝑃𝑅Ó𝑃𝑅𝐼𝑂 + 𝑃𝐸𝑅𝑀𝐴𝑁𝐸𝑁𝑇𝐸 + 𝐴𝐶𝐼𝐷𝐸𝑁𝑇𝐴𝐿 + 0,6 ∙ 𝑉𝐸𝑁𝑇𝑂);
• 1,4 ∙ (𝑃𝐸𝑆𝑂 𝑃𝑅Ó𝑃𝑅𝐼𝑂 + 𝑃𝐸𝑅𝑀𝐴𝑁𝐸𝑁𝑇𝐸 + 0,5 ∙ 𝐴𝐶𝐼𝐷𝐸𝑁𝑇𝐴𝐿 + 𝑉𝐸𝑁𝑇𝑂).
Algumas das combinações adotadas para análise de deformação foram:
• 𝑃𝐸𝑆𝑂 𝑃𝑅Ó𝑃𝑅𝐼𝑂 + 𝑃𝐸𝑅𝑀𝐴𝑁𝐸𝑁𝑇𝐸;
• 𝑃𝐸𝑆𝑂 𝑃𝑅Ó𝑃𝑅𝐼𝑂 + 𝑃𝐸𝑅𝑀𝐴𝑁𝐸𝑁𝑇𝐸 + 0,3 ∙ 𝐴𝐶𝐼𝐷𝐸𝑁𝑇𝐴𝐿.
O maior deslocamento das lajes ocorre nas de maiores dimensões, que para
esse projeto são as lajes L20 e L30 como mostra na imagem. Para a combinação de
serviço 𝑃𝐸𝑆𝑂 𝑃𝑅Ó𝑃𝑅𝐼𝑂 + 𝑃𝐸𝑅𝑀𝐴𝑁𝐸𝑁𝑇𝐸 + 0,3 ∙ 𝐴𝐶𝐼𝐷𝐸𝑁𝑇𝐴𝐿 a maior deformação
vertical foi de 13 mm para lajes e 8 mm para a escada.
O valor limite de deformação da estrutura para aceitabilidade sensorial é de
L/250, sendo L = 4000 mm para as maiores lajes e L = 3440 mm para as escadas.
Dessa forma, a deformação máxima das lajes é 16 mm e para a escada de 13,76 mm,
limites verificados e atendidos pela estrutura.
90
FIGURA 31 – DEFORMAÇÕES NAS LAJES DO TIPO
FONTE: TQS (2019).
O dimensionamento e detalhamento das armaduras de todos os elementos
estruturais foi realizado integralmente no software TQS que utiliza limites e cálculos
da NBR 6118 (2014). Para os elementos estruturais foram verificados os limites
mínimos e máximos das armaduras em comparação ao adotado pelo TQS.
A TABELA 37 apresenta a verificação das armaduras longitudinais das vigas
e a TABELA 38 das armaduras transversais das vigas. As armaduras adotadas foram
calculadas e especificadas pelo TQS.
TABELA 37 – VERIFICAÇÃO ARMADURAS LONGITUDINAIS DAS VIGAS
Seção (cm²) As mín Barras As máx As mín adot. As máx adot. Situação
20 30 0,9 2∅8 24 2∅8 2∅10 OK
20 40 1,2 2∅10 32 2∅10 3∅10 OK
20 45 1,35 2∅10 36 2∅10 4∅10 OK
20 50 1,5 2∅10 40 2∅10 2∅16 OK
FONTE: Os autores (2019).
TABELA 38 – VERIFICAÇÃO ARMADURAS TRANSVERSAIS DAS VIGAS
Seção (cm²) Asw min (cm²) Asw mín adot. Asw máx adot. Situação
20 30 0,51 ∅5c/15 ∅5c/15 OK
20 40 0,68 ∅5c/18 ∅5c/15 OK
20 45 0,77 ∅5c/18 ∅5c/18 OK
20 50 0,85 ∅5c/18 ∅5c/18 OK
FONTE: Os autores (2019).
Para os pilares foram feitas verificações similares nas armaduras longitudinais
quanto à armadura máxima e mínima e os resultados são apresentados na TABELA
39.
91
TABELA 39 – VERIFICAÇÃO ARMADURAS LONGITUDINAIS DE PILARES
Seção (cm²) As mín (cm²) Arm. Mín As máx (cm²) As mín adot. As máx adot. Situação
20 30 3,14 4∅10 24 3,14 6,28 OK
20 35 3,14 4∅10 28 3,14 3,14 OK
20 40 3,14 4∅10 32 3,14 12,06 OK
FONTE: Os autores (2019).
As armaduras transversais adotadas para pilares possuem espaçamento
respeitando item 18.4.3 da NBR 6118 (2014). O menor valor entre 20 cm, menor
dimensão do pilar (20 cm) e a proporção de 12 diâmetros da armadura longitudinal,
sendo 12 cm para armaduras longitudinais de ∅10 mm, 15 cm quando armaduras
longitudinais de 12,5 mm e 19 cm para barras longitudinais de ∅16 mm.
As armaduras longitudinais das lajes foram verificadas quanto à armadura
máxima e armadura mínima para posições negativas (superiores) e positivas
(inferiores) conforme a TABELA 40 abaixo.
TABELA 40 – VERIFICAÇÃO ARMADURAS LONGITUDINAIS DE LAJES
Localização As min (cm²) As máx (cm²) As mín adot. As máx adot. Situação
Armaduras negativas
1,50 40 ∅6,3c/20 ∅8c/12,5 OK
Armaduras negativas de bordas sem continuidade
1,01 40 ∅6,3c/20 ∅6,3c/12,5 OK
Armaduras positivas de lajes
armadas nas duas direções
1,01 40 ∅6,3c/20 ∅6,3c/12,5 OK
FONTE: Os autores (2019).
O dimensionamento e detalhamento do reservatório superior foi realizado com
o suporte do software Scia Engineer através de modelo de elementos shell (placas).
No modelo estrutural considerou-se paredes e tampa de espessura 20 cm de concreto
armado e carregamento hidrostático dentro do reservatório. Através dos esforços de
momento fletor, cortante máximo e dos diagramas de armadura calculados
diretamente pelo Scia (FIGURA 32) determinaram-se as armaduras necessárias.
Como a armadura necessária foi inferior à armadura mínima, foram adotadas o valor
mínimo para as lajes de fundo, tampa e paredes com barras ∅8c/15 e analisando as
paredes como elementos viga-parede, a armadura positiva (inferior) foi de 4∅12,5.
92
FIGURA 32 – MOMENTOS FLETORES E ARMADURA CALCULADA DA CAIXA D’ÁGUA
FONTE: Scia Engineer (2019).
93
Os furos em vigas foram necessários em pontos de que a tubulação de água
fria percorre até os devidos apartamentos após passar pelos hidrômetros individuais.
Para prevenir interceptação de armaduras longitudinais, a locação dos furos foi
adotada como altura intermediária das vigas. Como os requisitos de dispensa de
verificações adicionais foram atendidos para todos os furos em viga previstos, não
foram realizadas outras análises.
As aberturas em lajes foram necessárias quando houve-se a necessidades de
transposição de um conjunto de tubulações dos sistemas prediais hidrossanitários.
Para menor impacto no projeto arquitetônico e estrutural, as aberturas ficaram
localizadas muito próximas a pilares.
Para aberturas que estão de acordo com os requisitos listados no item 3.2.6.2,
não foram realizadas verificações de esforços.
Em lajes com necessidade de aberturas que não verificaram ao requisito de
dimensão máxima dos lados da abertura de 𝑙𝑥/4 (sendo 𝑙𝑥 menor vão da laje), houve-
se a necessidade da verificação estrutural mais detalhado quando aos esforços
atuantes na região da abertura. Para tanto, através de um modelo estrutural no
software Scia Engineer das respectivas lajes e seus carregamentos foram analisados
os esforços de momento fletor e cortante máximo atuante. Esses resultados são
apresentados na FIGURA 33 e conclui-se que os esforços nas aberturas não
comprometem a estrutura ou ultrapassam os valores resistentes.
Além disso, de forma adaptada da NBR 6118 (2014), foram prescritas
armaduras de reforço para todas as aberturas em lajes. O desenho de detalhe típico
da armação de reforço ao redor das aberturas é mostrado na FIGURA 34.
94
FIGURA 33 – VERIFICAÇÃO ESFORÇOS DE LAJES COM ABERTURAS
FONTE: Scia Engineer (2019).
95
FIGURA 34 – DETALHE TÍPICO ARMADURA EM ABERTURAS
FONTE: Os autores (2019).
4.3 PROJETO HIDRÁULICO
Para o projeto hidráulico, primeiramente, foi calculado o volume necessário
dos reservatórios com base na população da edificação, para isso foi considerado o
número de ocupantes de 96 pessoas (duas pessoas por dormitório) dos 24
apartamentos com um consumo diário adotado foi de 150 litros por habitante.
Com isso, o volume de reservação necessário é de 14400 litros por dia, além
disso o volume de reserva de incêndio que foi considerado como 20% do volume
necessário (KNAPIK, 2019), de 2880 litros por dia. Para os dois reservatórios
superiores foi adotado um terço do volume de reservação com 5 m³ cada e o
reservatório inferior de um terço do volume com 5 m³.
4.3.1 Dimensionamento e considerações de Água Fria
Para o dimensionamento das tubulações de água fria verificou-se as
condições estabelecidas pela NBR 5626 (1998) e recomendações indicadas nas notas
96
de aula da disciplina TH030 de Sistemas Prediais Hidráulicos Sanitários (KNAPIK,
2019).
Foi realizado o procedimento listado no item 3.3.1.3 para os dois tipos de
apartamentos, FIGURA 35 e FIGURA 36, para verificação da pressão disponível nos
pontos críticos.
FIGURA 35 - IDENTIFICAÇÃO DOS NÓS APARTAMENTO 1
FONTE: Os autores (2019).
FIGURA 36 - IDENTIFICAÇÃO DOS NÓS APARTAMENTO 2
FONTE: Os autores (2019).
97
Para as tubulações de ramais e sub-ramais do apartamento 1 foram utilizadas
dimensões de diâmetros conforme apresentado nas TABELA 41 e TABELA 42.
TABELA 41 - DIÂMETROS E PESOS ADOTADOS SUB-RAMAIS APARTAMENTO 1
Sub-ramais - Apartamento tipo 1
Trecho Peças Pesos Vazão (L/s) DN (mm)
1_2 Chuveiro 0,4 0,190 25
2_3 Tanque 0,7 0,251 25
4_5 Aquecedor - 0,000 25
6_7 Caixa de descarga 0,3 0,164 25
8_9 Pia cozinha 0,7 0,251 25
10_11 Lavatório 0,3 0,164 25
17 Máquina de lavar roupa 1 0,300 25
FONTE: Os autores (2019).
TABELA 42 - DIÂMETROS E PESOS ADOTADOS RAMAIS APARTAMENTO 1
Ramais - Apartamento tipo 1
Trecho Trechos interligados Pesos Vazão (L/s) DN (mm)
2_4 1_2 e 2_3 1,1 0,315 25
4_6 3_5 e 5_6 1,1 0,315 25
6_8 5_7 e 7_8 1,4 0,355 25
8_10 7_9 e 9_10 2,1 0,435 25
10_12 8_10 e 10_11 2,4 0,465 25
FONTE: Os autores (2019).
Além disso, foi quantificado as conexões em cada trecho para verificar os
comprimentos equivalentes (TABELA 43) para o passo 8 do procedimento,
apresentado no item 3.3.1.3.
TABELA 43 - COMPRIMENTOS EQUIVALENTES APARTAMENTO 1
(continua) Trechos Conexões Quantidade Comp. Eq. Comp. Eq.
1_2
Joelho 90 - 25mm 2 3
20,3 Tê - 25mm 1 0,9
Joelho 45 - 25mm 2 1,4
Registro de globo aberto 1 15
2_4 Joelho 90 - 25mm 1 1,5
2,4 Tê - 25mm 1 0,9
4_6
Joelho 90 - 25mm 2 3
5,3 Tê - 25mm 1 0,9
Joelho 45 - 25mm 2 1,4
6_8 Joelho 90 - 25mm 1 1,5
2,4 Tê - 25mm 1 0,9
98
TABELA 43 - COMPRIMENTOS EQUIVALENTES APARTAMENTO 1 (continuação)
Trechos Conexões Quantidade Comp. Eq. Comp. Eq.
8_10 Joelho 90 - 25mm 1 1,5
2,4 Tê - 25mm 1 0,9
10_12 Joelho 90 - 25mm 1 1,5
1,8 Registo de gaveta 1 0,3
17 Joelho 90 - 25mm 1 1,5
1,8 Registo de gaveta 1 0,3
TOTAL 36,4
FONTE: Os autores (2019).
Para o dimensionamento do ponto crítico (chuveiro) do apartamento 1, foram
adotados os trechos conforme apresentado na FIGURA 35 e a saída do barrilete na
caixa d’água demonstrado as indicações na FIGURA 37.
FIGURA 37 - INDICAÇÃO DOS NÓS BARRILETE E HIDRÔMETRO APARTAMENTO 1
FONTE: Os autores (2019).
Para o hidrômetro individual foi calculado uma perda de carga especial
(Coluna 11 da TABELA 44) a partir do diâmetro de 25 mm considerado obtém-se na
TABELA 9 o valor para 𝑄𝑚á𝑥 de 7 m³/h para determinar a perda de carga pontual
causada pelo hidrômetro utilizando-se da EQUAÇÃO (33).
A pressão no chuveiro, segundo a NBR 5626 (1998), deve ser maior que 1
m.c.a. e menor que 40 m.c.a., conforme calculado para o apartamento do tipo 1 na
TABELA 44 foi obtido 3,33 m.c.a. para o ponto crítico situado no 4° pavimento da
edificação, já que o mesmo possui menor altura de coluna de água comparado com
os outros pavimentos e assim a pressão calculada foi verificada com a mínima e com
99
a máxima citadas. Além disso, verificou-se a pressão dos pontos críticos nos outros
pavimentos tipos e notou-se que para 1° pavimento, onde seria o ponto de maior
pressão pela maior coluna de água, a pressão calculada é menor do que de 40 m.c.a.
assim atendendo a pressão máxima requisitada pela NBR 5626 (1998).
100
TABELA 44 - VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO DO CHUVEIRO APARTAMENTO 1
Apartamento tipo 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Pavimento Trecho
Pesos
Q (L/s)
DN (mm)
V (m/s)
Comprimento (m) Perda de Carga Desnível
(m)
Pressão dinâmica Pressão estática
Real Eq. Total Unitária J (m/m)
Especial (mca)
Total hp (mca)
Disponível (mca)
Residual (mca)
Disponível (mca)
A-B - 32 2,14 1,27 2,40 3,67 0,16 0,00 0,58 1,27 0,00 0,69 0,00
B-C 32,8 1,72 32 2,14 5,54 2,00 7,54 0,16 0,00 1,20 0,00 0,69 -0,51 1,27
C-D 32,8 1,72 32 2,14 1,96 1,50 3,46 0,16 0,00 0,55 1,96 -0,51 0,90 1,27
4
20_19 3,4 0,55 25 1,13 1,70 3,10 4,80 0,07 0,81 1,15 1,70 0,90 1,45 3,23
19_18 3,4 0,55 25 1,13 3,18 1,50 4,68 0,07 0,00 0,33 0,00 1,45 1,12 4,93
18_14 3,4 0,55 25 1,13 4,03 1,50 5,53 0,07 0,00 0,39 0,00 1,12 0,73 4,93
14_13 2,4 0,46 25 0,95 0,35 0,90 1,25 0,05 0,00 0,07 0,00 0,73 0,67 4,93
13_12 2,4 0,46 25 0,95 1,81 1,80 3,61 0,05 0,00 0,19 1,81 0,67 2,29 4,93
12_10 2,4 0,46 25 0,95 0,50 1,20 1,70 0,05 0,00 0,09 0,00 2,29 2,21 6,75
10_8 2,1 0,43 25 0,89 0,55 2,10 2,65 0,05 0,00 0,12 0,00 2,21 2,08 6,75
8_6 1,4 0,35 25 0,72 0,51 2,10 2,61 0,03 0,00 0,08 0,00 2,08 2,00 6,75
6_4 1,1 0,31 25 0,64 1,26 5,30 6,56 0,03 0,00 0,17 0,00 2,00 1,83 6,75
4_5 1,1 0,31 25 0,64 1,26 6,30 7,56 0,03 0,00 0,20 1,00 1,83 2,63 6,75
4_2 1,1 0,31 25 0,64 0,19 2,40 2,59 0,03 0,00 0,07 0,00 2,63 2,56 7,75
2_1 0,4 0,19 25 0,39 1,27 20,30 21,57 0,01 0,00 0,23 1,00 2,56 3,33 7,75 FONTE: Os autores (2019).
101
Analogamente para as tubulações de ramais e sub-ramais do apartamento 2
foram utilizadas as dimensões de diâmetros apresentadas nas TABELA 45 e TABELA
46.
TABELA 45 - DIÂMETROS E PESOS ADOTADOS SUB-RAMAIS APARTAMENTO 2
Trecho Peças Pesos Vazão (L/s) DN (mm)
1_2 Chuveiro 0,4 0,190 25
2_3 Tanque 0,7 0,251 25
4_5 Aquecedor - 0,000 25
6_7 Máquina de lavar roupa 1,0 0,300 25
8_9 Pia cozinha 0,7 0,251 25
10_11 Caixa de descarga 0,3 0,164 25
12_13 Lavatório 0,3 0,164 25
FONTE: Os autores (2019).
TABELA 46 - DIÂMETROS E PESOS ADOTADOS RAMAIS APARTAMENTO 2
Trecho Trechos interligados Pesos Vazão (L/s) DN (mm)
2_4 1_2 e 2_3 1,1 0,315 25
4_6 2_4 e 4_5 1,1 0,315 25
6_8 4_6 e 6_7 2,1 0,435 25
8_10 6_8 e 8_9 2,8 0,502 25
10_12 8_10 e 10_11 3,1 0,528 25
12_14 10_12 e 12_13 3,4 0,553 25
FONTE: Os autores (2019).
Além disso, foi quantificado as conexões em cada trecho para verificar os
comprimentos equivalentes (TABELA 47) para o passo 8 do procedimento,
apresentado no item 3.3.1.3, também de maneira similar ao realizado para o
apartamento tipo 1.
TABELA 47 - COMPRIMENTOS EQUIVALENTES APARTAMENTO 2
(continua)
Trechos Conexões Quantidade Comp. Eq. Comp. Eq.
1_2
Joelho 90 - 25mm 2 3
20,3 Tê - 25mm 1 0,9
Joelho 45 - 25mm 2 1,4
Registro de globo aberto 1 15
2_4 Joelho 90 - 25mm 1 1,5
2,4 Tê - 25mm 1 0,9
4_6 Joelho 90 - 25mm 2 3
3,9 Tê - 25mm 1 0,9
6_8 Joelho 90 - 25mm 1 1,5
2,4 Tê - 25mm 1 0,9
8_10 Joelho 90 - 25mm 1 1,2
2,1 Tê - 25mm 1 0,9
102
TABELA 47 - COMPRIMENTOS EQUIVALENTES APARTAMENTO 2 (continuação)
Trechos Conexões Quantidade Comp. Eq. Comp. Eq.
10_12 Joelho 90 - 25mm 1 1,2
2,1 Tê - 25mm 1 0,9
12_14 Joelho 90 - 25mm 4 4,8
5,1 Registro de gaveta 1 0,3
TOTAL 38,3
FONTE: Os autores (2019).
Para o dimensionamento do ponto crítico (chuveiro) do apartamento 2, foram
adotados os trechos conforme apresentado na FIGURA 36 e a saída do barrilete na
caixa d’água demonstrado as indicações na FIGURA 38.
FIGURA 38 - INDICAÇÃO DOS NÓS BARRILETE E HIDRÔMETRO APARTAMENTO 2
FONTE: Os autores (2019).
Para o hidrômetro individual foi calculado a perda de carga especial com as
mesmas especificações consideradas para o apartamento 1 utilizando-se da
EQUAÇÃO (33).
A pressão no chuveiro, segundo a NBR 5626 (1998), deve ser maior que 1
m.c.a e menor do que 40 m.c.a., conforme calculado para o apartamento do tipo 2 na
TABELA 48 obteve-se 4,45 m.c.a. Para isso foi necessário a utilização de um
pressurizador com potência de 210 W (FIGURA 39) no trecho de maior comprimento
real do ponto 17 ao 16 com pressão adotada de 4 m.c.a obtida a partir da FIGURA 40
para a vazão de 0,55 litros por segundo apresentada no trecho, equivalente a 33 litros
por minuto.
103
FIGURA 39 - MODELO DE PRESSURIZADOR
FONTE: Rinnai (2019).
FIGURA 40 - GRÁFICO DE ESPECIFICAÇÃO DO PRESSURIZADOR
FONTE: Adaptado de Rinnai (2019).
Calculou-se a pressão disponível para o ponto crítico situado no 4° pavimento
da edificação, já que o mesmo possui menor altura de coluna de água comparado
com os outros pavimentos e assim a pressão calculada foi verificada com a mínima e
com a máxima citadas. Além disso, verificou-se também, a pressão dos pontos críticos
nos outros pavimentos tipos e notou-se que para 1° pavimento, onde seria o ponto de
maior pressão pela maior coluna de água, a pressão calculada é menor do que de 40
m.c.a. assim atendendo a pressão máxima requisitada pela NBR 5626 (1998).
104
TABELA 48 - VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO DO CHUVEIRO APARTAMENTO 2
Apartamento tipo 2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Pavimento Trecho
Pesos
Q (L/s)
DN (mm)
V (m/s)
Comprimento (m) Perda de Carga Desnível
(m)
Pressão dinâmica Pressão estática
Real Eq. Total Unitária J (m/m)
Especial (mca)
Total hp (mca)
Disponível (mca)
Residual (mca)
Disponível (mca)
A-B 32,8 1,72 32 2,14 1,27 2,40 3,67 0,16 0,00 0,58 1,27 0,00 0,69 0,00
B-C 32,8 1,72 32 2,14 5,54 2,00 7,54 0,16 0,00 1,20 0,00 0,69 -0,51 1,27
C-D 32,8 1,72 32 2,14 1,96 1,50 3,46 0,16 0,00 0,55 1,96 -0,51 0,90 1,27
4
18_17 3,4 0,55 25 1,13 1,70 3,10 4,80 0,07 0,81 1,15 1,70 0,90 1,45 3,23
17_16 3,4 0,55 25 1,13 11,96 1,50 13,46 0,07 -4,00 -3,05 0,00 1,45 4,50 4,93
16_15 3,4 0,55 25 1,13 0,76 1,50 2,26 0,07 0,00 0,16 0,00 4,50 4,35 4,93
15_14 3,4 0,55 25 1,13 1,81 1,50 3,31 0,07 0,00 0,23 0,00 4,35 4,11 4,93
14_12 3,4 0,55 25 1,13 0,69 5,10 5,79 0,07 0,00 0,41 0,69 4,11 4,39 4,93
12_10 3,1 0,53 25 1,08 1,39 2,10 3,49 0,07 0,00 0,23 0,00 4,39 4,17 5,63
10_8 2,8 0,50 25 1,02 0,40 2,10 2,50 0,06 0,00 0,15 0,00 4,17 4,02 5,63
8_6 2,1 0,43 25 0,89 0,50 2,40 2,90 0,05 0,00 0,13 0,00 4,02 3,88 5,63
6_4 1,1 0,31 25 0,64 0,91 3,90 4,81 0,03 0,00 0,13 0,00 3,88 3,76 5,63
4_2 1,1 0,31 25 0,64 0,25 2,40 2,65 0,03 0,00 0,07 0,00 3,76 3,69 5,63
2_1 0,4 0,19 25 0,39 1,53 20,30 21,83 0,01 0,00 0,24 1,00 3,69 4,45 5,63
FONTE: Os autores (2019).
105
4.3.2 Dimensionamento e considerações de Água Quente
Para a instalação de água quente foi situado aquecedores a gás individuais
(FIGURA 41) nos apartamentos, localizados nos pontos 3 de água quente (tubulação
vermelha) e 5 de água fria (tubulação azul) da FIGURA 35 e FIGURA 36.
Conforme apresentado nas TABELA 49 e TABELA 50 os diâmetros de sub-
ramais e ramais que foram adotados para ambos os tipos de apartamentos. Os
comprimentos equivalentes utilizados no dimensionamento do ponto crítico (chuveiro)
foram quantificados na TABELA 51.
FIGURA 41 - MODELO DE AQUECEDOR A GÁS
FONTE: Rinnai (2019).
TABELA 49 - SUB-RAMAIS ÁGUA QUENTE – APARTAMENTO 1 E 2
Trecho Peças Pesos Vazão (L/s) DN (mm)
1_2 Chuveiro 0,5 0,212 25
2_3 Pia cozinha 0,7 0,251 25
4_5 Lavatório 0,5 0,212 25
FONTE: Os autores (2019).
TABELA 50 - RAMAIS ÁGUA QUENTE – APARTAMENTO 1 E 2
Trecho Trechos interligados S Pesos Vazão (L/s) DN (mm)
2_4 1_2 e 2_3 1,2 0,329 25
4_6 2_4 e 4_5 1,7 0,391 25
FONTE: Os autores (2019).
106
TABELA 51 - COMPRIMENTOS EQUIVALENTES ÁGUA QUENTE
Trechos Conexões Quantidade Comp. Eq. Comp. Eq.
1_2
Joelho 90 - 25mm 2 3
19,8 Tê - 25mm 2 1,8
Registro de globo aberto 1 15
2_3 Joelho 90 - 25mm 4 6 6
2_4 Joelho 90 - 25mm 1 1,5
2,4 Tê - 25mm 1 0,9
4_6 Joelho 90 - 25mm 1 1,5 1,5
23,7
FONTE: Os autores (2019).
Foi necessário a utilização de pressurizador para o aquecedor, para isso foi
utilizado o mesmo apresentado na FIGURA 39 porém de potência 140 W atende a
vazão da tubulação de 0,33 litros por segundo, aproximadamente 20 litros por minuto.
Com isso utilizou-se do gráfico na FIGURA 42 para obter a pressão de 4 m.c.a. no
dimensionamento do procedimento apresentado no item 3.3.1.3.
FIGURA 42 - GRÁFICO DE ESPECIFICAÇÃO DO PRESSURIZADOR NO AQUECEDOR
FONTE: Adaptado de Rinnai (2019).
A pressão no chuveiro, segundo a NBR 7198 (1993), deve ser maior que 0,5
m.c.a. e menor do que 40 m.c.a., conforme calculado para o apartamento do tipo 1 na
TABELA 52 obteve-se 4,95 m.c.a. e para o apartamento 2 na TABELA 53 foi de 4,94
m.c.a, ambos verificam com os limites máximos e mínimos estabelecidos.
107
TABELA 52 - VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO DO CHUVEIRO ÁGUA QUENTE APARTAMENTO 1
Apartamento tipo 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Pavimento Trecho
Pesos
Q (L/s)
DN (mm)
V (m/s)
Comprimento (m) Perda de Carga Desnível
(m)
Pressão dinâmica Pressão estática
Real Eq. Total Unitária J (m/m)
Especial (mca)
Total hp (mca)
Disponível (mca)
Residual (mca)
Disponível (mca)
Tipo
6_4 1,7 0,39 25 0,80 0,72 1,20 1,92 0,04 0,00 0,07 0,00 0,00 -0,07 0,00
4_2 1,2 0,33 25 0,67 1,80 2,00 3,80 0,03 -4,00 -3,90 0,00 -0,07 3,82 0,00
2_1 0,5 0,21 25 0,43 1,56 19,80 21,36 0,01 0,00 0,27 1,40 3,82 4,95 0,00 FONTE: Os autores (2019).
TABELA 53 - VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO DO CHUVEIRO ÁGUA QUENTE APARTAMENTO 2
Apartamento tipo 2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Pavimento Trecho
Pesos
Q (L/s)
DN (mm)
V (m/s)
Comprimento (m) Perda de Carga Desnível
(m)
Pressão dinâmica Pressão estática
Real Eq. Total Unitária J (m/m)
Especial (mca)
Total hp (mca)
Disponível (mca)
Residual (mca)
Disponível (mca)
Tipo
6_4 1,7 0,39 25 0,80 1,35 1,20 2,55 0,04 0,00 0,09 0,00 0,00 -0,09 0,00
4_2 1,2 0,33 25 0,67 1,41 2,00 3,41 0,03 -4,00 -3,91 0,00 -0,09 3,81 0,00
2_1 0,5 0,21 25 0,43 1,56 19,80 21,36 0,01 0,00 0,27 1,40 3,81 4,94 0,00 FONTE: Os autores (2019).
108
4.3.3 Dimensionamento da bomba
Para o sistema de bombeamento necessário com o objetivo de realizar o
abastecimento dos reservatórios superiores, foi calculado a capacidade das bombas
(𝑄𝑅) utilizando-se da EQUAÇÃO (31), para o consumo diário de 14400 L com tempo
de funcionamento desejado de 6 horas.
𝑄𝑅 =14400
6= 2400
𝐿
ℎ
𝑄𝑅 =2400
3600= 0,667
𝐿
𝑠= 6,67 ∙ 10−4
𝑚3
𝑠
O dimensionamento da tubulação de recalque (𝐷𝑅) foi calculado com a
EQUAÇÃO (29), mas como o resultado obtido não foi um diâmetro comercial foi
adotado o diâmetro imediatamente superior de 25 mm e o diâmetro de sucção (𝐷𝑆)
adotado foi o mesmo que de recalque conforme:
𝐷𝑅 = 1,3 √6,67 ∙ 10−4 √6/244 = 23,73 𝑚𝑚 → 25 𝑚𝑚
𝐷𝑆 = 25 𝑚𝑚
Após isso, foi verificado os comprimentos e perdas de cargas pelo projeto
hidráulico para os valores das alturas manométricas de recalque (𝐻𝑅) e de sucção (𝐻𝑆)
a fim de obter as alturas manométricas (𝐻𝑚) dos sistemas de bombeamento, conforme
apresentado na TABELA 54, utilizando-se da EQUAÇÃO (30). Foi considerado um
sistema para cada reservatório superior com colunas de abastecimento individuais.
TABELA 54 - ALTURAS MANOMÉTRICAS
Alturas Coluna 1 Coluna 2
ℎ𝑠 0,86 0,86
∆ℎ𝑠
𝐿𝑆 2,34 4,31
𝐿𝑆 𝑒𝑞 3,00 4,50
𝐻𝑆 1,38 1,72
ℎ𝑅 18,00 18,00
∆ℎ𝑅
𝐿𝑅 28,48 28,48
𝐿𝑅 𝑒𝑞 10,50 10,50
𝐻𝑅 21,81 21,81
𝐻𝑚 23,20 23,54
FONTE: Os autores (2019).
109
Assim é possível estimar a potência das bombas necessárias para cada
coluna de abastecimento, foi adotado um rendimento da bomba (𝜂) de 40% e
calculado a partir da EQUAÇÃO (32).
𝑃1 = 9810 ∙ 6,67 ∙ 10−4 ∙ 23,2
0,40= 379,51 𝑊
𝑃2 = 9810 ∙ 6,67 ∙ 10−4 ∙ 23,54
0,40= 385,07 𝑊
4.4 PROJETO SANITÁRIO
Para o projeto sanitário foi definido as conexões e ramais para cada ambiente
de ambos os tipos de apartamentos, obteve-se as mesmas configurações conforme
apresentado na TABELA 55.
Os ramais de descarga foram considerados para os sistemas listados e
utilizou-se as TABELA 13 e TABELA 14 para determinação diâmetros dos aparelhos
e de conexões entre os mesmos ramais.
i. Chuveiro, lavatório e ralo de piso;
ii. Bacia Sanitária;
iii. Tanque de lavar roupas, máquina de lavar roupas e ralo de piso;
iv. Pia de cozinha.
Já os ramais de esgoto foram dimensionados com auxílio da TABELA 15 e
realizou-se apenas a conexão dos itens i e ii, para o item iii foi necessário o aumento
do diâmetro enquanto o item iv foi mantido do ramal de descarga.
Para dimensionar tubos de queda foi utilizado a TABELA 16, para estes foi
considerado tubos individuais para cada sistema, já que as pias de cozinhas devem
passar pela caixa de gordura e é recomendado que tanques e maquinas de lavar
roupa possuam um sistema próprio para não retornar a espuma gerada.
Para os tubos de queda das pias de cozinha foi adotado posteriormente caixas
de gordura duplas, que podem receber de 3 a 12 pias residenciais, no caso projetado
recebem 4 pias de cozinha sendo uma para cada pavimento.
Os sub-coletores foram dimensionados utilizando-se da TABELA 17, para
todos os tubos de quedas mencionados foi necessário uma tubulação de 100 mm de
diâmetro ao considerar o somatório de UHC do pavimento pela quantidade dos
mesmos, com declividade de 1% recomendada pela NBR 8160 (1999).
110
Para o coletor predial que conecta na rede pública de esgotamento sanitário
é necessária uma tubulação de 150 mm de diâmetro, somando-se as UHC de toda a
edificação, a declividade manteve-se de 1%. Em todas as conexões entre tubos de
queda e coletores, ou quando há mudanças de direção da tubulação, foi adicionado
caixas de inspeção conforme recomendações da NBR 8160 (1999) apresentadas no
item 3.4.1 .
Os ramais e colunas de ventilação foram dimensionados para o sistema inteiro
de cada apartamento, respeitando as distancias mínimas estabelecidas na TABELA
12. Para isso foi considerado as TABELA 18 e TABELA 19 com o comprimento das
colunas de ventilação equivalente ao pé direito dos 4 pavimentos.
111
TABELA 55 - DIMENSIONAMENTO DA INSTALAÇÃO DE ESGOTO
RAMAIS DE DESCARGA
(peças)
RAMAIS DE DESCARGA
RAMAIS DE ESGOTO TUBO DE QUEDA
CÔ
MO
DO
APARELHO TABELA 13 TABELA 14 TABELA 15 TABELA 16
UHC aparelho
Dmín (mm)
UHC Dmín
(mm)
UHC D
(mm) UHC
D (mm)
UHC D
(mm)
Apart
am
ento
1
Chuveiro 2 40
4 50 4 50 10 100 40 100
Ralo de piso 1 40
Lavatório 1 40
Bacia sanitária 6 100 6 100 6 100
Tanque de lavar roupa
3 40
7 50 7 75 7 75 28 75 Máquina de lavar roupa
3 50
Ralo de piso 1 40
Pia 3 50 3 50 3 50 3 50 12 50
Apart
am
ento
2
Chuveiro 2 40
4 50 4 50 10 100 40 100
Ralo de piso 1 40
Lavatório 1 40
Bacia sanitária 6 100 6 100 6 100
Tanque de lavar roupa
3 40
7 50 7 75 7 75 28 75 Máquina de lavar roupa
3 50
Ralo de piso 1 40
Pia 3 50 3 50 3 50 3 50 12 50
FONTE: Os autores (2019).
112
4.5 PROJETO PLUVIAL
O projeto pluvial do edifício foi dividido em duas concepções: a laje
impermeabilizada e inclinada com direcionamento das águas para condutores
verticais e horizontais até o reservatório de água pluvial para reuso; e a drenagem do
estacionamento através de ralos, condutores horizontais, caixas de areia e tubulação
até ligação com a rede pública de drenagem.
Primeiramente para foi adotada uma laje impermeabilizada com inclinação
mínima de 0,5%, segundo a NBR 10844 (1989), com sentido à fachada posterior do
edifício, onde as águas serão coletas por condutores verticais. Por meio dos
condutores verticais e horizontais as águas passam por filtro de peneira até alcançar
o reservatório de águas pluviais localizado nos fundos do terreno. Esse reservatório
possui parede que faz divisa com a cisterna do edifício.
Para o dimensionamento das tubulações estimou-se a vazão para uma chuva
de duração 5 min, período de retorno de 5 anos e intensidade de 204 mm. A área de
influência da chuva calculada conforme FIGURA 43 e TABELA 56.
FIGURA 43 – VISUALIZAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA CHUVA
FONTE: Adaptado de Revit (2019).
TABELA 56 – ÁREA DE INFLUÊNCIA DA CHUVA
Interceptador Área (m²)
Cobertura 333,70
Reservatórios 8,16
Paredes 16,00
Cobertura 2 12,63
Área total 370,49
FONTE: Os autores (2019).
113
A vazão total estimada para a área de influência foi de 1260 L/min sendo
considerada dividida igualmente entre seis condutores verticais, 210 L/min cada.
O dimensionamento do condutor vertical para a vazão de 210 L/min, altura da
lâmina d’água na cobertura de 5 mm e comprimento do condutor vertical de
aproximadamente 15 m foi de DN 75 mm.
O dimensionamento dos condutores horizontais foi realizado de acordo com
vazão de contribuição dos trechos alimentados pelos condutores verticais.
Considerando tubulação de PVC com coeficiente de rugosidade 𝑛 = 0,011 e
inclinação da tubulação de 2% obteve-se a TABELA 57.
TABELA 57 – DIMENSIONAMENTO CONDUTORES HORIZONAIS
Condutor horizontal Q (L/min) DN (mm)
CH1 210 100
CH2 420 125
CH3 630 125
FONTE: Os autores (2019).
O volume do reservatório de água pluvial de capacidade 6 m³ foi estimado a
partir da vazão de projeto e tempo de duração da chuva de 5 min. Essa água possui
destino o uso em lavagem de calçadas, garagem e irrigação do jardim.
A drenagem do estacionamento não foi dimensionada analisando a área de
influência da chuva, porém é a região mais baixa da superfície do terreno e de
provável empoçamento. Para esse sistema de drenagem pluvial foram inseridos ralos
pelo estacionamento com tubulação de condutores horizontais encaminhando as
águas para o sistema de drenagem pública. Em encontros entre tubulações ou
mudanças de direção foram adicionadas caixas de areia conforme orientação da NBR
10844 (1989).
4.6 PROJETO ELÉTRICO
Para o projeto elétrico foi realizado um projeto unifilar, adotando os requisitos
estabelecidos pela NBR 5410 (2004) conforme o item 3.6.
Os pontos de tomadas dos cômodos em áreas molhadas de cozinhas foram
quantificados com o perímetro do compartimento por 3,5 m, totalizando 6 tomadas no
e considerado as três primeiras com 600 VA segundo exigência da NBR 5410 (2004).
Os banheiros foram adotados a quantidade mínima de uma tomada mais uma tomada
especial para a máquina de lavar roupa. Para os outros cômodos foram calculados a
114
partir do perímetro do compartimento por 5 m. A quantidade de unidades de pontos
de tomadas para os cômodos de cada apartamento está apresentada na TABELA 58.
As lâmpadas foram quantificadas a partir da área de cada cômodo, para áreas
menores que 6 m² foi utilizado somente uma lâmpada de 100 VA e em áreas maiores
foram consideradas uma lâmpada de mesma potência a cada 4 m². As quantidades
necessárias para o projeto, por cômodo de cada apartamento, podem ser visualizadas
na TABELA 58.
TABELA 58 - QUANTIDADES DE ELEMENTOS ELÉTRICOS
Cômodos Área (m²) Perímetro (m) Tomadas Lâmpadas
Apartamento 1 (internos)
Cozinha/Sala 18,59 20,55 6 4
Banheiro 5,25 9,20 2 1
Quarto 1 8,76 12,05 3 1
Quarto 2 11,52 14,35 3 2
Corredor 2,59 7,10 2 1
Apartamento 2 (cantos)
Cozinha/Sala 16,87 17,63 6 3
Banheiro 3,72 8,32 2 1
Quarto 1 6,71 10,42 3 1
Quarto 2 9,23 13,02 3 1
Corredor 7,57 16,42 4 1
FONTE: Os autores (2019).
Para quantificar os disjuntores necessários para os quadros de distribuição
dos apartamentos, foi considerado um circuito de pontos de tomadas e um circuito de
iluminação para cada ambiente. Cada apartamento possui cinco ambientes: dois
quartos, banheiros, corredores e cozinhas/salas, a partir disso a quantidade obtida
para cada apartamento é de 10 disjuntores mais 4 circuitos para tomadas de uso
especifico, resultando em 14 disjuntores, porém segundo a NBR 5410 (2004) é
necessário também um espaço reserva para possíveis ampliações, utilizando-se da
TABELA 22 é obtido o valor de 4 disjuntores reservas. Assim, totalizando 18
disjuntores para os quadros de distribuição em cada apartamento.
115
5 DISCUSSÃO E RESULTADOS
No presente trabalho, para o projeto arquitetônico foi verificado as condições
estabelecidas pela Prefeitura Municipal de Curitiba, Portaria no 80 (2013); pela Norma
de Desempenho, NBR 15575 (2013) e pelos Corpos de Bombeiros Paraná, NPT 011
(2016).
Para o projeto estrutural foi realizado o pré-dimensionamento, análise
estrutural, dimensionamento e detalhamento, seguindo orientações de todas as
normas necessárias tanto para estabelecer as forças e cargas, quanto ao realizar o
projeto verificando a NBR 6118 (2014).
No projeto hidrossanitário foram dimensionados os reservatórios, tubulações
de água fria, água quente, esgoto sanitário e águas pluviais, segundo recomendações
das normas de Instalações Prediais de Água Fria, NBR 5626 (1998); Instalações
Prediais de Água Quente, NBR 7198 (1993); Instalações Prediais de Águas Pluviais,
NBR 10844 (1989); Instalações Prediais de Esgoto Sanitário NBR 8160 (1999); além
de notas de aula da disciplina de TH030 – Sistemas Prediais Hidráulicos Sanitários
segundo Knapik (2019).
Já o projeto elétrico foi executado conforme orientações apresentadas na
norma de Instalações elétricas de baixa tensão, NBR 5410 (2004) e as representações
gráficas de projeto segundo a norma de Símbolos gráficos para Instalações Elétricas
Prediais, NBR 5444 (1989).
Todos os projetos foram executados com características do conceito BIM de
maneira que ficassem compatibilizados já durante a execução dos projetos de forma
contínua e cíclica. A partir disso, o arquitetônico e o estrutural sempre que alterados
interferiam no outro e já se verificava as modificações necessárias entre esses. Para
o hidrossanitário, previamente a execução do projeto, foi idealizado a localização dos
furos em vigas e lajes no estrutural, de shafts para tubos de quedas do esgoto
sanitário, e a distribuição das peças hidráulicas de maneira que as tubulações
estivessem, preferencialmente, localizadas em somente uma parede de cada
apartamento.
Os resultados obtidos foram as pranchas de projeto arquitetônico, estrutural,
hidrossanitário e elétrico apresentados nos APÊNDICE 1, 2, 3 e 4, respectivamente.
As pranchas de projeto arquitetônico foram:
a) Plantas do térreo, pavimento tipo e cobertura;
116
b) Cortes A e B;
c) Elevações frontal, posterior e laterais;
d) Implantação e 3D.
De projeto estrutural foram:
a) Planta de cargas com eixos e locação dos pilares;
b) Plantas de formas para: térreo (fundação), pavimento tipo e coberturas;
c) Cortes A e B;
d) Armaduras de pilares, vigas e lajes.
As pranchas de projeto hidrossanitário foram:
a) Água fria, água quente e esgoto pavimento tipo: plantas, cortes e
isométricos;
b) Água fria barrilete e hidrômetros: plantas, cortes e isométricos;
c) Esgoto e pluvial térreo: plantas, cortes e isométricos;
d) Prancha geral: elevação frontal (esquema vertical) e isométrico.
Por fim as pranchas de projeto elétrico foram:
a) Planta de instalação elétrica predial: pavimento térreo;
b) Planta de instalação elétrica predial: pavimento tipo.
117
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A aplicação do BIM possui suas vantagens e desvantagens quanto à
implantação, modelagem, detalhamento e visualização na elaboração de projetos
para edificações. Algumas vantagens e desvantagens vivenciadas na elaboração do
presente trabalho são apresentadas a seguir.
Com este trabalho foi possível a elaboração de projetos de um edifício de 4
pavimentos através um modelo tridimensional que agregou características
quantitativas e qualitativas dos elementos. Foi possível alcançar o nível de
desenvolvimento ND350 com compatibilidade entre os projetos arquitetônico,
estrutural, hidrossanitário e elétrico.
A elaboração dos projetos foi baseada nas normas técnicas e foram utilizados
principalmente os softwares Revit, TQS e Scia Engineer; os programas possuem
suporte IFC, porém a comunicação entre os programas é falha.
A extensão IFC não possui compatibilidade entre as versões estudantis dos
softwares TQS v19 e Revit 2019. A interoperabilidade entre o Revit e o Scia Engineer
possui entraves como a geração de elementos com centros geométricos deslocados
inviabilizando a utilização dos dados transferidos.
A interoperabilidade entre os softwares ainda não é suficiente para completa
transmissão de dados e a compatibilização entre os projetos acaba por ser atingida
realizando alterações manuais no modelo.
A integração proporcionada pela metodologia BIM permite organizar a
visibilidade dos projetos arquitetônico, estrutural, hidrossanitário e elétrico. Além
disso, a apresentação de uma interface coordenada em uma árvore de projeto otimiza
a navegação pelas disciplinas de forma mais rápida e prática.
O software Revit, por permitir a metodologia BIM, permite a inserção de
configurações e especificações detalhadas de parâmetros dos elementos, porém essa
liberdade também gera a necessidade de especificar os mesmos parâmetros para
permitir a modelagem do sistema projetado. É necessário um grande conhecimento
em famílias e configuração de famílias para a elaboração de projetos hidrossanitário
e elétrico, em razão do tipo de conexão e sistema, como tubulações e fiação.
A aquisição de templates e famílias para o Revit causaram um grande impacto
no tempo de produção dos projetos, principalmente elétrico e hidrossanitário. Iniciar a
modelagem com essas ferramentas previamente configuradas e atualizadas aos
118
padrões das respectivas NBRs otimizam o tempo de modelagem. Além de que, um
considerável tempo pode ser necessário para aprender e aplicar as configurações de
template, de visualização na vista e organização dentro do modelo.
Algumas limitações de softwares dificultam a representação completa de todo
um sistema de projeto. Por exemplo, o TQS não consegue dimensionar corretamente
reservatórios de água em razão do tipo e orientação da carga hidrostática e dos
formatos de armaduras para esse tipo de elemento, porém o software consegue com
excelência dimensionar e detalhar elementos básicos como lajes, vigas, pilares,
blocos, sapatas.
Um melhor detalhamento depende do tempo disponível para a elaboração do
projeto e do grau de necessidade de especificação do cliente. O tempo gasto para
detalhar aumenta consideravelmente
em relação à modelagem inicial. Por exemplo, a inserção de uma parede no
modelo impacta na arquitetura, porém a configuração e detalhamento das camadas
da parede não alteram o panorama geral do projeto, mas sim o quantitativo de
materiais. Além de que o detalhamento exige um mais processamento de dados pelo
computador, uma vez que o modelo básico já está completo.
Cortes e vistas automatizadas otimizaram a produção ao representar
fielmente todos os elementos aparentes em cada visualização. A principal vantagem
desse potencial é não precisar verificar ou atualizar os cortes e vistas quando
realizadas alterações no decorrer do projeto.
Os conhecimentos obtidos na elaboração do trabalho proporcionaram uma
visualização e integração dos projetos em uma visão realista. Obteve-se com esse
trabalho a sensibilidade ao impacto de mudanças em um projeto para com os demais
e a compatibilização entre eles. Por exemplo, dimensões de banheiros na arquitetura
influenciam no dimensionamento da laje, na necessidade ou não de verificações de
aberturas em lajes assim como a necessidade de aberturas ou a especificação de
shafts que não prejudiquem os demais projetos, na quantidade de iluminação,
ventilação e na quantidade de lâmpadas necessárias para atender aos requisitos das
normas de projetos arquitetônico e elétrico.
Foi adquirido com esse trabalho uma grande experiência na área de
elaboração de projetos em geral, além de compreender a importância de uma
padronização e qualidade da apresentação do produto final, representado por
pranchas, carimbos e modelo computacional.
119
Foi possível também a aplicação direta e realista de conhecimentos técnicos
multidisciplinares em projetos arquitetônicos, estruturais, hidrossanitários e elétricos e
até mesmo examinar o mercado de produtos da construção civil. Ademais uma visão
geral de todos os elementos necessários para uma edificação residencial de forma
completa ao se especificar produtos e equipamentos no projeto. Essa aprendizagem
é de grande importância para a área de orçamentação dentro da construção civil.
Algumas recomendações para trabalhos futuros é prever um grande tempo de
familiarização com o software, por meio de cursos online ou até mesmo presenciais,
com suporte de pessoas que dominam a ferramenta para tirar dúvidas de forma
rápida. Essa conversa beneficia os dois lados pois ambos aprendem e fixam
conhecimentos sobre o assunto.
Templates e famílias integralmente configuradas são comercializadas e
podem ser uma solução à necessidade de grande detalhamento de peças para os
projetos. Pois a especificação de materiais como lâmpadas, esquadrias e peças
hidrossanitárias dependem de produtos existentes no mercado local e da necessidade
e desejo do cliente.
Apesar de não ser abordado no projeto, recomenda-se realizar o
levantamento de quantitativos e ainda orçamentação para avaliar a viabilidade do
projeto, para um modelo completo de BIM da edificação agregando valor ao projeto.
Com essas informações é possível atingir as dimensões 4D e 5D do conceito BIM,
sendo adicionados o cronograma e orçamentação ao modelo de dimensão 3D.
É possível ainda realizar projetos de prevenção, combate a incêndio e pânico,
projetos de aproveitamento da água da chuva em bacias sanitárias para utilização
mais eficiente, projetos de instalações de água quente com o aquecimento a partir
painéis solares, realizar a modelagem dos conduítes elétricos de maneira compatível
com as outras instalações e também, projetos complementares como: projeto de
telefonias, projeto de tubulação de gás, projeto de rede de internet e quais mais forem
necessários para o melhor detalhamento possível do projeto.
120
REFERÊNCIAS
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APÊNDICE 1 – PROJETO ARQUITETÔNICO
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APÊNDICE 2 – PROJETO ESTRUTURAL
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APÊNDICE 3 – PROJETO HIDROSSANITÁRIO
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APÊNDICE 4 – PROJETO ELÉTRICO