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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE ENERGIA COMO FERRAMENTA DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA GERDSON TANAKA SOARES DM 08/2015 UFPA / ITEC / PPGEE Campus Universitário do Guamá Belém-Pará-Brasil 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE ENERGIA COMO FERRAMENTA DE

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA

GERDSON TANAKA SOARES

DM 08/2015

UFPA / ITEC / PPGEE

Campus Universitário do Guamá

Belém-Pará-Brasil

2015

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II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

GERDSON TANAKA SOARES

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE ENERGIA COMO FERRAMENTA DE

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA

DM 08/2015

UFPA / ITEC / PPGEE

Campus Universitário do Guamá

Belém-Pará-Brasil

2015

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III

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

GERDSON TANAKA SOARES

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE ENERGIA COMO FERRAMENTA DE

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA

Dissertação de Mestrado submetida à

Banca Examinadora do Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Elétrica da

UFPA para a obtenção do Grau de Mestre

em Engenharia Elétrica na área de

Sistemas de Energia Elétrica.

UFPA / ITEC / PPGEE

Campus Universitário do Guamá

Belém-Pará-Brasil

2015

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IV

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V

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VI

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a DEUS, meu

Senhor que me sustentou em todos os

momentos para o desenvolvimento deste

trabalho. Dedico também a minha

família, esposa e filhos, ao qual estimo

muito. Estendo essa dedicatória aos

meus pais e irmãos e por fim a minha

orientadora Maria Emília que me

orientou na elaboração deste intento.

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VII

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar ao meu Senhor Jesus Cristo por ter me dado

entendimento e sabedoria na persistência e concretização deste trabalho.

A minha esposa Bárbara Morita, a minha filha Beatriz Yumi e ao meu filho Elias Yuki

por terem me apoiado e compreendido nos momentos mais difíceis.

A minha querida mãe Graciete Tanaka Soares, meu pai Carlos Alberto Correa

Soares – in memory, ao meu sogro Eurico Shozo e a minha sogra Maria Derly.

A professora Nadime Mustafa, que me incentivou em todos os momentos delicados

deste trabalho, ao professor Doutor Jandecy Cabral Leite, do Instituto de Tecnologia

Galileo da Amazônia e a todos os professores da Universidade Federal do Pará, por

ter creditado em nós, mestrandos, a confiança pela oportunidade de estar no seio

dessa Instituição de ensino agregando valores de qualificação e pesquisa e

desenvolvimento dos estudantes da Amazônia.

A minha Orientadora Maria Emília

E a todos que colaboraram para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho.

Este trabalho foi desenvolvido com o apoio do Governo do Estado do Amazonas por

meio Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, com a concessão

de bolsa de estudo.

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VIII

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS X

LISTA DE TABELAS XII

LISTA DE SIGLAS XIII

RESUMO XV

ABSTRACT XVI

CAPÍTULO 1 01

Introdução 01

1.1 Considerações Iniciais 01

1.2 Objetivos 03

1.2.1 Objetivo Geral 03

1.2.2 Objetivos específicos 03

1.3 Contribuição e Relevância do Estudo 04

1.4 Delimitação da Pesquisa 05

1.5 Escopo do Trabalho 06

CAPÍTULO 2 07

Eficiência Energética 07

2.1 Conceitos e Definições 07

2.2 O Cenário da Eficiência Energética no Mundo 09

2.3 Eficiência Energética no Brasil 13

2.4 Eficiência Energética no Amazonas 16

CAPÍTULO 3 23

Sistema de Gestão Energética 23

3.1 Gerenciador de Energia 23

3.2 ISO 50001 26

3.3 Medição e Verificação 28

3.4 Protocolo Internacional de Medição e Verificação de

Performance

33

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IX

CAPÍTULO 4 44

Gerenciador de Eficiência Energética 44

4.1 Conceitos e definições do Gerenciador de Eficiência Energética 44

4.2 Gerenciador de Energia elétrica 46

4.3 Gerenciador de Controlador de Ar condicionado 49

4.4 Gerenciador e controlador de Ar comprimido 49

4.5 Gerenciador e controlador de Chillers e utilidades 50

4.6 Gerenciador e controlador de Iluminação 50

4.7 Gerenciador e controlador de Equipamentos 51

CAPÍTULO 5 52

Estudo de Casos – Sistemas de Ar condicionado 52

5.1 Estudo Caso 1 – Eficiência Energética aos Domingos 59

5.2 Estudo Caso 2 – Eficiência Energética através de substituição

de controladores analógicos por controladores digitais

70

CAPÍTULO 6 82

Conclusões 82

6.1 Recomendações Trabalhos Futuros 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 85

ANEXOS 88

APÊNDICES 94

ARTIGOS PUBLICADOS 114

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X

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 Classificação Mundial Eficiência Energética 12

Figura 2.2 Distribuição do mercado de energia elétrica do Sistema

Manaus por classe de consumo em 2013

18

Figura 2.3 Distribuição do mercado de energia elétrica do Sistema

Interior por classe de consumo em 2013

19

Figura 2.4 Evolução do consumo de eletricidade das principais

classes de consumo no Estado do Amazonas 2008-2012

20

Figura 3.1 Sistema de Monitoramento Gestal 25

Figura 3.2 Arquitetura genérica de um gerenciador de energia 26

Figura 3.3 Exemplo de Histórico de Energia 36

Figura 3.4 Processo de Seleção da Opção 43

Figura 4.1 Integralização dos setores de consumo ao Gerenciador de

Eficiência Energética

44

Figura 4.2 Exemplo do GEE na Indústria 45

Figura 4.3 Diagrama Geral do Gerenciador de Energia Elétrica 46

Figura 4.4 Sistema de Gerenciamento de Ar Condicionado 49

Figura 5.1 Histórico Demanda 53

Figura 5.2 Histórico Consumo Fora da Ponta 2013 54

Figura 5.3 Histórico Consumo Ponta 2013 54

Figura 5.4 Divisão dos pontos de medição de energia elétrica 55

Figura 5.5 Diagrama elétrico de ligação dos medidores Microservice 57

Figura 5.6 Diagrama em bloco do sistema de gerenciamento de

energia elétrica Microservice

58

Figura 5.7 Esquema de ligação do registrador de temperatura 59

Figura 5.8 Comparativo temperatura Setor Injeção Plástica 61

Figura 5.9 Comparativo temperatura Setor Extrusão 62

Figura 5.10 Consumo energia – Antes da AEE 63

Figura 5.11 Consumo energia – Após a AEE 64

Figura 5.12 Comparativo Consumo 64

Figura 5.13 Regressão Linear Consumo x Temperatura Injeção 66

Figura 5.14 Regressão Linear Consumo x Temperatura Extrusão 66

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XI

Figura 5.15 Regressão Linear Múltipla 67

Figura 5.16 Histórico Energia Consumida antes e depois da AEE 68

Figura 5.17 Diagrama Elétrico antes da implementação do Sistema de

Controle

72

Figura 5.18 Diagrama elétrico com a implantação do sistema de

controle de temperatura digital

73

Figura 5.19 Temperatura no Setor Injeção Plástica antes e sem o

Sistema de Controle de Temperatura Digital

74

Figura 5.20 Temperatura no Setor Injeção Plástica após instalação do

Sistema de Controle de Temperatura Digital

75

Figura 5.21 Consumo de energia – antes da implantação do sistema de

controle

76

Figura 5.22 Consumo de energia – depois da implantação do sistema

de controle

77

Figura 5.23 Consumo: Antes x Depois 78

Figura 5.24 Temperatura: Antes x Depois 78

Figura 5.25 Regressão linear simples 79

Figura 5.26 Histórico energia consumida antes e depois da AEE 80

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XII

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 Valores médios de tarifas por classe de consumo verificada

no ano de 2013

21

Tabela 5.1 Registros das Medições de Energia Consumida e

Temperaturas

65

Tabela 5.2 Evolução tarifária de Energia Cliente do “A” e “B” 69

Tabela 5.3 Calculo dos Custos 70

Tabela 5.4 Memorial do Custo do Sistema de Climatização do Salão 71

Tabela 5.5 Memorial de Custo Comparativo ANTES versus DEPOIS da

implantação do Sistema de Controle de Temperatura Digital

81

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XIII

LISTA DE SIGLAS

ABESCO Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACEEE American Council for an Energy-Efficient Economy

ADEME Agence de l‟Environnement et de la Maîtrise de l‟Énergie

AEE Ação de Eficiência Energética

AME Amazonas Energia

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

Celpe Companhia Energética de Pernambuco

CIGAS Companhia de Gás do Amazonas

CONPET Programa Nacional da Racionalização do uso dos Derivados de Petróleo

DETR Departamento de Meio Ambiente, Transportes e Regiões

DOE Departamento de Energia Americano

EERN Energy Efficiency and Renewebla Energy Network

EPA Programa de Etiquetagem e Padronização de Equipamentos

EPE Empresa de Pesquisa Energética

Esco Empresa de Serviços de Conservação de Energia

EVO Effciency Valuation Organization

FC Fator de Carga

FU Fator de Utilização

GEE Gerenciador de Eficiência Energética

IDAE Instituto para a Diversificação e Economia Energética

IEA Internacional Energy Angency

ISO International Organization for Standardization

LEED Leadership in Energy and Environmental Design

LT Linha de Transmissão

M&V Medição e Verificação

MCE Medida de Conservação de Energia

MMA Ministério do Meio Ambiente

MME Ministério de Minas e Energia

NBR Norma Brasileira

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XIV

PBE Programa Brasileiro de Etiquetagem

PEE Programa de Eficiência Energética

PIE Produtores Independentes de Energia

PIM Polo Industrial de Manaus

PIMVP Protocolo Internacional de Medição e Verificação de Performance

PNE Plano Nacional de Energia

PNEF Plano Nacional de Eficiência Energética

Procel Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

SIN Sistema Interligado Nacional

SoP Electricity Standart of Perfomance

SUFRAMA Superintendência da Zona Franca de Manaus

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XV

RESUMO

Este trabalho propõe uma metodologia para o gerenciamento de energia

como uma ferramenta de Gestão de Eficiência Energética na Indústria pelo lado do

consumo de energia no processo produtivo de uma indústria. Uma ação importante

neste processo é a criação da interatividade entre os usuários e a energia elétrica. É

proposto a implementação de dispositivos de medição, controle e diagnostico, a fim

de obter um melhor aproveitamento do uso da energia elétrica, e com a aquisição

dos dados oriundos destes dispositivos permitirem o gerenciamento para redução do

consumo de energia e fazer a gestão visando a eficiência energética. São

apresentados resultados do sistema proposto nas áreas com centrais de

refrigeração de uma indústria de produtos plásticos para atendimento à indústria

alimentícia. No presente estudo, aplicou-se também uma metodologia chamada de

medição e verificação (M&V) para avaliar o percentual efetivo de economia obtido

após a implantação das ações de eficiência energética.

Palavras-Chave: Controle e Automação, Eficiência Energética e Gerenciamento de

Energia.

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XVI

ABSTRACT

This work shows the power management as a management tool for Energy

Efficiency in Industry by the side of the energy use in the production process of an

industry. An important action in the process is to build the interactivity between users

and the electricity. It is proposed the implementation of metering devices, control and

diagnosis in order to get a better the use of electricity, and with the acquisition of data

from these devices allow management to reduce energy consumption and to make

the management aiming at energy efficiency. Presents the results of the system

proposed in areas with central refrigerating of a plastic products industry to serve the

food industry. The present study, has also applied a methodology used as

measurement and verification (M & V) to assess the actual percentage of savings

achieved after the implementation of energy efficiency measures.

Keywords: Control and Automation, Energy Efficiency and Energy Management.

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1

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

De acordo com a ISO 50001(2013), um Sistema de Gestão Energética pode

ser definido como um conjunto de elementos interligados ou de interação de uma

organização para estabelecer a política energética e os objetivos e para atingir os

objetivos. O setor industrial responde por 35,1% de toda energia consumida no

Brasil, conforme relatório divulgado pelo Balanço Energético Nacional (2013). Na

indústria, o consumo de energia elétrica representa um dos custos mais elevado

para o processo de produção, e diante deste cenário, a economia de energia obtida

em ações de eficiência energética no setor industrial gera benefícios para toda a

sociedade. Na análise de 217 projetos de eficiência energética de 13 setores

industriais, o custo médio do MW/h economizado foi de R$ 79,00/MW/h.

Considerando o custo marginal de expansão do sistema de energia elétrica

estimado pela EPE em R$ 138/MWh no Plano Decenal 2007/2016, a diferença entre

estes dois valores é o ganho médio dos projetos. A economia obtida possibilita ao

governo e ao empresário direcionar recursos para outras prioridades. Ações de

eficiência energética agregam importantes ganhos sociais, ambientais e de

competitividade para Indústria (PROCEL, 2013).

O uso adequado e eficiente dessa energia deve se fazer presente no

planejamento das indústrias. Muito tem sido abordado sobre programas de eficiência

energética, porém, pouco se conhece sobre como um Sistema de Gestão de

Energia agregado a sistemas de controle e automação podem ser utilizados como

ferramenta de gestão de eficiência energética e podem reduzir os custos e melhorar

a produtividade, e a competitividade da indústria.

Além da redução dos custos operacionais, um sistema de gerenciamento

integrado de energia possibilita que a indústria tenha uma atitude responsável e

econômica no processo de produção. Em virtude da grande variedade de ramos de

atividades das indústrias existentes no polo industrial de Manaus, há uma série de

ações que podem ser adotadas para melhorar o aproveitamento do uso da energia

elétrica.

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2

De acordo com o Manual de Eficiência Energética na Indústria elaborado pela

Cooperativa Paranaense de Energia (COPEL, 2013), com o uso eficiente da energia

elétrica, a indústria terá uma melhor utilização das instalações e equipamentos

elétricos, uma redução no consumo de energia e consequente economia nas

despesas com eletricidade. Com o melhor aproveitamento da energia, conseguirá

um aumento de produtividade e um padrão de qualidade no produto acabado, isto

tudo, mantendo o nível de segurança e diminuindo o tempo de parada das máquinas

para a realização de manutenção. Além destas vantagens para a indústria, a

sociedade em geral terá uma “redução dos investimentos para a construção de

usinas e redes elétricas e consequente redução dos custos da eletricidade, redução

dos preços de produtos e serviços e, maior garantia de fornecimento de energia”

(COPEL, 2013). Hoje, uma redução de consumo de energia afeta toda a cadeia

produtiva, incluindo os consumidores finais, que perceberão um reflexo positivo no

preço do produto acabado.

Neste cenário, o objetivo do presente trabalho é propor uma metodologia de

gerenciamento de energia elétrica com a implementação de medidas de baixo custo

para o setor industrial, através da utilização de dispositivos de medição, registro e de

controle e automação e sua integração com Sistemas de Gerenciamento. É propor

também algumas medidas comuns a qualquer tipo de indústria e que são básicas e

de baixo custo, e que podem proporcionar um grande beneficio, tornando-se uma

ferramenta de grande importância para um programa de eficiência energética,

esboçando alguns planos de consumo eficiente de energia que podem ser adotados

por indústrias advindas dos mais variados ramos de atuação. Uma metodologia

chamada de medição e verificação (M&V) para avaliar o percentual efetivo de

economia obtido após a implantação das ações de eficiência energética é também

analisada.

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3

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Propor e desenvolver uma metodologia de sistema de gerenciamento de

energia elétrica visando a eficiência energética chamada de Gerenciador de

Eficiência Energética com a implementação de medidas de baixo custo para o setor

industrial.

1.2.2 Objetivos Específicos

Coletar informações de uma indústria do Polo Industrial de Manaus (PIM) que

será o laboratório do estudo de caso, no qual se realizará o levantamento do perfil

de carga, registros do perfil de consumo, a composição da conta de energia elétrica,

histórico de consumo, identificação das oportunidades de redução de custos de

energia, identificação dos pontos de desperdícios de energia.

Realizar diagnóstico e pré-estudo de caso através das analises dos dados e

registros obtidos através do Sistema de gerenciamento de energia elétrica.

Implementar o Sistema de Gerenciamento de Energia como uma ferramenta

de eficiência energética, no qual consistirá na unificação dos registros obtidos na

etapa diagnostico, analise dos dados e registros, elaboração do plano de ação e

controle de eficiência energética através da definição e escolha das técnicas e

métodos de se fazer eficiência energética;

Propor medidas comuns a qualquer tipo de indústria e que são básicas e de

baixo custo, e que podem proporcionar um grande beneficio, tornando-se uma

ferramenta de grande importância para um programa de eficiência energética,

esboçando alguns planos de consumo eficiente de energia que podem ser adotados

por indústrias advindas dos mais variados ramos de atuação.

Executar o levantamento dos registros de consumos de energia, coleta dos

dados e informações referentes aos resultados obtidos após a implementação das

ações de eficiência energéticas estabelecidas pelo sistema gerenciamento na

Indústria do PIM utilizada como laboratório.

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4

Utilizar uma metodologia chamada de medição e verificação (M&V) para

avaliar o percentual efetivo de economia obtido após a implantação das ações de

eficiência energética dentro de uma indústria do PIM, visando a validação eficiência

energética.

1.3 CONTRIBUIÇÃO E RELEVÂNCIA DO ESTUDO

É de alta relevância para a região, principalmente devido à aplicação se dar no

polo industrial de Manaus, responsável pelo desenvolvimento econômico do estado

do Amazonas, onde o uso adequado e eficiente da energia deve se fazer presente

no planejamento das indústrias. Muito tem sido abordado sobre programas de

eficiência energética, porém, pouco se conhece sobre como um Sistema de Gestão

de Energia agregado a sistemas de controle e automação podem ser utilizados

como ferramenta de gestão de eficiência energética e podem reduzir os custos e

melhorar a produtividade, e a competitividade das indústrias do PIM.

Além da redução dos custos operacionais, um sistema de gerenciamento

integrado de energia pelo lado da demanda possibilita que a indústria tenha uma

atitude responsável e econômica no processo de produção. Em virtude da grande

variedade de ramos de atividades das indústrias existentes no polo industrial de

Manaus, há uma série de ações que podem ser adotadas para melhorar o

aproveitamento do uso da energia elétrica.

De acordo com o Manual de eficiência energética na indústria elaborado pela

COPEL, com o uso eficiente da energia elétrica, a indústria terá uma melhor

utilização das instalações e equipamentos elétricos, uma redução no consumo de

energia e consequente economia nas despesas com eletricidade. Com o melhor

aproveitamento da energia, conseguirá um aumento de produtividade e um padrão

de qualidade no produto acabado, isto tudo, mantendo o nível de segurança e

diminuindo o tempo de parada das máquinas para a realização de manutenção.

Além destas vantagens para a indústria, a sociedade em geral terá uma “redução

dos investimentos para a construção de usinas e redes elétricas e consequente

redução dos custos da eletricidade, redução dos preços de produtos e serviços e,

maior garantia de fornecimento de energia” (COPEL, 2013). Hoje, uma redução de

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5

consumo de energia afeta toda a cadeia produtiva, incluindo os consumidores finais,

que perceberão um reflexo positivo no preço do produto acabado. Através da

realização deste projeto, será possível a visualização de forma macro do perfil dos

gastos com energia dentro das Indústrias do PIM, além de fornecer uma projeção de

custos e com energia elétrica que podem ser economizados.

1.4 DELIMITACAO DA PESQUISA

O GEE - Gerenciador de Eficiência Energética na Indústria tem por objetivo a

visualização de forma macro do consumo de energia elétrica de todas as áreas

responsáveis pelo funcionamento produtivo da planta, proporcionando as seguintes

ações:

A integralização dos vários setores de consumo na indústria como:

Controle e Gerenciamento das Centrais de Ar Condicionado,

Gerenciamento e Controle de Chillers e equipamentos de utilidades,

Gerenciamento e controle de sistemas de iluminação, Gerenciamento e

Controle de sistemas de Ar comprimido, e etc.;

Através da coleta de dados de medição e verificação apontarem os

setores responsável pelo de maior consumo de energia na planta a

propor ações de controle e eliminação do desperdício de consumo de

energia; Identificar as principais áreas de desperdícios de energia;

Mostrar a importância do Planejamento estratégico de produção como

ferramenta de redução do desperdício e melhor aproveitamento da

energia;

Propor ações de combate às perdas e ao desperdício; Mostrar

economia alcançada após a implementação das ações e etc.

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6

1.5 ESCOPO DO TRABALHO

No Capitulo I, introdução: são apresentados de forma sucinta, os elementos

que motivaram á realização deste trabalho, juntamente com os objetivos, a

relevância e contribuição da dissertação e o escopo do trabalho.

No Capítulo II, refere-se á revisão bibliográfica e o estado da arte por meio de

pesquisas correlatas no acervo literário técnico nacional e internacional sobre o tema

de Gerenciamento de energia, eficiência energética, sistemas de controle e

automação, registradores de dados, estudos de técnicas e métodos de eficiência

energética na indústria, estudo de casos de eficiência energética; Ao longo dos

próximos capítulos, são descritos com detalhes os elementos necessários á

composição da utilização do Sistema de Gerenciamento como Ferramenta de

Eficiência Energética na Indústria.

No Capítulo III, está orientado ao estudo e conceitos de Gestão e

Gerenciamento de Energia, normas e ferramentas de eficiência energética, bem

como procedimentos metodológicos de medição e verificação e suas características.

No Capítulo IV, apresenta o conceito e as definições do Gerenciador de

Eficiência Energética.

No Capítulo V, aborda a aplicação da pesquisa enfocando o estudo de caso

em uma indústria de Plásticos.

Por último, o Capítulo VI, apresentam-se as conclusões proporcionadas pelos

resultados da dissertação e as recomendações para possíveis desdobramentos e

aplicações do Gerenciador de Eficiência Energética.

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7

CAPÍTULO 2. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE, 2013) conceitua eficiência

energética como a relação entre e a quantidade de energia final utilizada e de um

bem produzido ou serviço realizado.

Segundo Patterson (1996), eficiência energética é como um processo

associado a um menor uso de energia por cada unidade de produção, propondo o

uso de indicadores que expressam a variação na eficiência energética, esses

indicadores são divididos em:

Termodinâmicos – que são baseados na ciência da termodinâmica indica

a relação entre o processo real e o ideal quanto à necessidade de uso de

energia;

Físicos termodinâmicos – que consideram a quantidade de energia

requerida em unidades termodinâmicas, mas, as saídas (produtos) são

expressas em unidades físicas;

Econômicos termodinâmicos - cuja energia requerida em unidades

termodinâmicas é dada como referência, mas, os produtos são expressos

em unidades econômicas (valores monetários);

Econômicos – onde a energia requerida e os produtos são expressos em

grandezas econômicas.

Esses indicadores são os possíveis critérios para expressar a eficiência

energética, de acordo com os setores ou atividades econômicas.

Para Schipper (2001), indicadores energéticos descrevem as relações entre o

uso de energia e atividade econômica de forma desagregada, representando

medições do consumo de energia e permitindo identificar os fatores que o afetam.

Enquanto que para Tolmasquim (1998), destacam os indicadores globais prestam-se

a avaliar a eficiência energética de um país como um todo, possibilitando a

comparação com outros países e o acompanhamento da evolução da eficiência ao

longo do tempo.

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8

O conceito apresentado pela IEA - International Energy Agency (2005) de que

eficiência energética é a obtenção de serviços energéticos, como produção,

transporte e calor, por unidade de energia utilizada, como gás natural, carvão ou

eletricidade – é análogo ao apresentado por Raskin (2002), que utiliza o termo

“atividade” para relacionar o uso de energia, ou seja, a necessidade de sua redução.

Dentre os conceitos contemporâneos, o Ministério de Meio Ambiente - MMA

(2013) define que a eficiência energética consiste da relação entre a quantidade de

energia empregada em uma atividade e aquela disponibilizada para sua realização.

A promoção da eficiência energética abrange a otimização das transformações, do

transporte e do uso dos recursos energéticos, desde suas fontes primárias até seu

aproveitamento. Adotam-se, como pressupostos básicos, a manutenção das

condições de conforto, de segurança e de produtividade dos usuários, contribuindo,

adicionalmente, para a melhoria da qualidade dos serviços de energia e para a

mitigação dos impactos ambientais (MME, 2013).

Trata-se de uma atividade técnico-econômica que objetiva proporcionar o

melhor consumo de energia e água, com redução de custos operacionais correlatos;

Minimizar contingenciamentos no suprimento desses insumos e introduzir elementos

e instrumentos necessários para o gerenciamento energético e hídrico da empresa

ou empreendimento (MME, 2013).

Para o grupo Companhia Energética de Pernambuco – Celpe a eficiência

energética consiste em obter o melhor desempenho na produção de um serviço com

o menor gasto de energia elétrica (Celpe,2013), já a Associação Brasileira de

Serviços de Conservação de Energia (ABESCO), caracteriza a eficiência energética

como uma atividade técnico-econômica que objetiva proporcionar o melhor consumo

de energia e agua, com a redução dos custos operacionais correlatados, além de

minimizar contingenciamentos no suprimento desses insumos, e introduzir

elementos e instrumentos necessários para o gerenciamento energético e hídrico da

empresa e ou empreendimento (ABESCO, 2013).

Para o Portal da Eficiência Energética (2013), toda a energia passa por um

processo de transformação após o qual se transforma em calor, frio, luz, etc. durante

essa transformação uma parte dessa energia é desperdiçada e a outra, que chega

ao consumidor, nem sempre é devidamente aproveitada. A eficiência energética

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9

pressupõe a implementação de medidas para combater o desperdício de energia ao

longo do processo de transformação.

Diante de tantos conceitos e definições, o Gerenciado de Eficiência

Energética, apresenta um novo método de conceito de eficiência energética, que se

define como:

Eficiência Energética é a integralização do Gerenciador de Energia e/ou

sistema que realiza a monitoração e/ou controle de processos que utilizam a energia

elétrica, buscando otimizar o consumo dos insumos energéticos e utilidades de

forma automática sem interrupção de produção ou prejuízo no conforto ambiental, a

fim de garantir o uso adequado de energia elétrica eliminando o desperdício.

2.2 O CENÁRIO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO MUNDO

A partir da primeira crise do petróleo, na década de 1970, a eficiência

energética passou a ser preocupação mundial, levando os países industrializados a

se organizar e levantar fundos para investimentos em projetos de eficiência

energética e fontes renováveis de energia, cujo objetivo era diminuir a dependência

em relação ao petróleo e derivados.

Em meados dos anos de 1980, o impacto da queima de combustíveis fósseis

na variação climática global entrou na pauta de discussões em todo mundo.

Resultado destas inquietações foi o Protocolo de Kyoto em 1997, acordo

internacional em que os países signatários estabeleceram metas de redução de

emissões de Co2 (HADDAD, 2012). Para atingir aos objetivos propostos pelo

protocolo, tornou-se imperativa a criação de mecanismos que estimulassem a

eficiência em toda a cadeia energética.

a) Reino Unido: o plano governamental focou na conscientização da

população e no gerenciamento de programas do Departamento de Meio Ambiente,

Transportes e Regiões (DETR) e do programa Electricity Standart of Performance

(SoP). Foram implementados modernos aquecedores de água, controle de

aquecimento, melhorias no isolamento de paredes na construção civil, utilização de

combustíveis alternativos, educação, iluminação eficiente e fomento a

empreendimentos que contribuíssem com a conservação de energia.

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10

b) França: as atividades em eficiência energética são de responsabilidade da

Agência do Meio Ambiente e da Matriz Energética (ADEME) com interação entre

políticas ambientais e energéticas. As áreas prioritárias foram a economia dos

resíduos, poluição do ar e matriz energética limpa (IDAE, 2012)

c) Espanha: a promoção da eficiência energética no país dá-se por meio do

Instituto para a Diversificação e Economia Energética (IDAE), entidade pública

empresarial. Desenvolve projetos de fomento ao uso racional da energia e incentivo

às fontes renováveis, auditorias energéticas, estímulo ao uso de combustíveis

limpos e substituição de equipamentos obsoletos.

d) Canadá: iniciou seus programas de eficiência energética na década de

1970. Em 1995 foi criado o National Action Program on Climate. Os principais

programas são voltados à indústria, setor público, transportes, normalização de

equipamentos na construção civil, programa de etiquetagem de equipamentos

eficientes e orientação de consumidores; estímulo à construção e às reformas dentro

de padrões eficientes e de conservação de energia (CLIMATE CHANGE, 2012).

e) Estados Unidos: o Departamento de Energia Americano (DoE) atua por

meio do Energy Efficiency and Renewable Energy Network (EERN, 2013. Objetiva

estimular a exploração de fontes renováveis e a competitividade econômica como

forma de baixar custos e proteger o meio ambiente. O foco são as) empresas

concessionárias de energia, a indústria e os setores de transporte e da construção

civil (EERE, 2013).

f) Outros países: Japão, Noruega, Dinamarca, Suécia, Nova Zelândia e

Austrália desenvolvem programas similares buscando reduzir desperdícios de

energia em todos os segmentos de consumo, por meio de mecanismos similares

especialmente com a adoção de programas de etiquetagem e a normalização de

produtos, métodos e processos industriais (ACEEE, 2014).

Um país que usa menos energia para alcançar os mesmos ou melhores

resultados reduz seus custos e a poluição, criando uma economia mais forte e

competitiva. Embora a eficiência energética tenha desempenhado um papel

importante nas economias dos países desenvolvidos ao longo de décadas, a

eficiência energética de baixo custo continua a ser uma fonte de energia

maciçamente subutilizada.

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11

Na segunda edição da “International Energy Efficiency Scorecard”, elaborado

pela American Council for an Energy Efficient Economy – ACEEE (2014) foram

analisados as 16 maiores economias do mundo, que corresponde a mais de 81% do

produto interno bruto mundial e cerca de 71% do consumo mundial de eletricidade,

foi estabelecido 31 indicações divididas entre medidas de politicas energéticas e

medidas de desempenho energético para avaliar a eficiência com que essas

economias usam energia. A medida politica é caracterizada pela presença em um

país ou região de uma melhor pratica de política energética.

Exemplos de politicas energéticas incluem a presença de um objetivo

nacional de economia de energia, padrões de economia de combustível para

veículos e padrões de eficiência energética para os aparelhos. As medidas de

desempenho são uma medida de uso de energia que proporcionam resultados

quantificáveis. As métricas são distribuídas entre os três setores principais

responsáveis pelo consumo de energia em um país economicamente desenvolvido:

edifícios, indústria e transporte. Foi incluído também um número de métricas que

cruzam estes setores (como a eficiência de geração de energia elétrica) e que

indicam um compromisso nacional para a eficiência energética. Estas métricas são

incluídas em uma seção de esforços nacionais. A pontuação máxima possível

estipulada para um país foi de 100 pontos, divididos em 25 pontos para todas as

seções, e foi feito a atribuição de um valor de ponto para cada métrica em seguida

foi classificado todas as economias com base nos resultados da pesquisa (ACEEE,

2014).

De acordo com a pesquisa, a Alemanha teve a maior pontuação geral, com

65 de 100 pontos possíveis. Os países com maior pontuação em cada categoria

são:

Edifícios: China;

Indústria: Alemanha e Itália;

Transporte: empate triplo entre a França, a Itália e a União Europeia

nos esforços nacionais.

Os resultados da pesquisa elaborada pela ACEEE (2014) indicam que alguns

países estão superando significativamente outros, mas o achado mais importante é

que há oportunidades significativas de melhoria em todas as economias analisadas.

As condições necessárias para um resultado perfeito é atualmente possível e, na

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12

prática, em algum lugar do globo. Para cada métrica, pelo menos um país (e muitas

vezes vários) receberam todos os pontos. No entanto, cada país também tem

deficiências graves, e a pontuação média foi de apenas 50 pontos, em geral, os

países com as maiores pontuações marcaram pontos em todas as quatro seções.

Os Estados Unidos tem feito alguns progressos em direção a uma maior

eficiência energética nos últimos anos, particularmente em áreas como as de

construção, normas para eletrodomésticos, parcerias voluntárias entre governo e

indústria, e, recentemente, os padrões de economia de combustível para os veículos

e caminhões pesados. No entanto, a história geral é decepcionante. Os Estados

Unidos, por muito tempo foi considerado um líder mundial inovador e competitivo,

porém tem progredido lentamente e realizado progressos limitados desde a última

“Internacional Scorecard” em 2012 (ACEEE, 2014). Por outro lado, países como

Alemanha, Japão e China estão surgindo à frente. Os países que utilizam a energia

de forma mais eficiente usam menos recursos para alcançar os mesmos objetivos,

reduzindo custos, preservando os recursos naturais valiosos, e ganham uma

vantagem competitiva em relação a outros países. Nos Estados Unidos, uma grande

quantidade de recursos são desperdiçados, e os custos foram autorizados a

permanecer desnecessariamente alto.

Abaixo a figura 2.1 mostra de forma macro a classificação conforme pesquisa.

Figura 2.1 - Classificação Mundial Eficiência Energética.

FONTE: ACEEE, 2014 (Adaptação).

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13

2.3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL

Os principais eventos que deram início às discussões em torno da

conservação e eficiência energética no Brasil, data da década de 1970 e são uma

resposta à crise do petróleo (EPE, 2013):

1973 - 1º Choque do Petróleo;

1975 - 1º Seminário sobre o tema conservação de energia (MME);

1979 - 2º Choque do Petróleo;

1982 - Programa de Mobilização Energética.

Durante a década de 1980 novos problemas ganharam visibilidade e

tornaram-se crescentes as preocupações com o meio ambiente e questionamentos

relativos ao desperdício de energia. Sobre esse período destacam-se os seguintes

eventos:

1984 - Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE);

1985 - Programas Nacional de Conservação de Energia Elétrica

(PROCEL) [3];

1991 - Programa Nacional de Conservação de Petróleo e Derivados

(CONPET);

2001 - Lei nº 10295 Política Nacional de Conservação e Uso Racional

de Energia.

A partir de 1998, foi implementado a obrigatoriedade de investimentos em

programas de conservação pelas concessionárias, sob fiscalização da Agência

Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), ratificado pela Lei nº 9.991/2000 e alterações

subsequentes. No ano de 2001, durante o racionamento de energia elétrica,

diversas medidas de incentivo foram estimuladas, com destaque para a Lei nº

10.295, que dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de

Energia.

Na sequencia foi criado pelo governo federal em 1985, o Programa Nacional

de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), que tem por objetivo promover a

racionalização do consumo de energia elétrica, combatendo o desperdício e

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14

reduzindo os custos e os investimentos setoriais, aumentando ainda a eficiência

energética.

Como todo país em desenvolvimento, o Brasil tem uma grande demanda

reprimida de energia, porém os índices nacionais de perda e desperdício de

eletricidade também são altos. O total desperdiçado, segundo o Procel, chega a 40

milhões de kW, ou a US$ 2,8 bilhões, por ano. Os consumidores - indústrias,

residências e comércio - desperdiçam 22 milhões de kW; as concessionárias de

energia, por sua vez, com perdas técnicas e problemas na distribuição, são

responsáveis pelos 18 milhões de kW restantes (PROCEL, 2013).

Uma das soluções apontadas pelos especialistas para atender este déficit

seria conter a demanda por meio de técnicas de conservação - que substituem

tecnologia (máquinas, motores, sistemas de refrigeração e iluminação), incluindo o

uso da água, por outras com maior eficiência energética e menor custo financeiro e

impacto ambiental (PROCEL, 2013).

Assim, além de promover a substituição de insumos esgotáveis (combustíveis

fósseis) e a redução da intensidade do uso de energia, qualquer política energética

deve estimular a eficiência e o combate ao desperdício por meio de instrumentos de

regulação - como a especificação de códigos com consumo máximo de energia em

construções ou padrão de desempenho e melhorias em equipamentos para garantir

a incorporação de novas tecnologias, mais eficientes, pelos fabricantes.

Nesse sentido, o Selo Procel de Economia de Energia, instituído em 1993,

indica ao consumidor, no ato da compra, os produtos que apresentam os melhores

níveis de eficiência energética dentro de cada categoria: geladeiras, freezers,

chuveiros elétricos e aparelhos de ar-condicionado. O objetivo é estimular a

fabricação e a comercialização de produtos mais eficientes, contribuindo para o

desenvolvimento tecnológico e a redução de impactos ambientais.

As iniciativas desenvolvidas pelo Procel em seus 23 anos de existência

proporcionou uma economia total de energia estimada em 24.600 GWh, o que

corresponde à energia elétrica necessária para atender aproximadamente 14,4

milhões de residências, durante o período de um ano. O investimento realizado nas

duas décadas foi de aproximadamente R$ 971 milhões, proporcionando

investimentos postergados no sistema elétrico brasileiro da ordem de R$ 17,2

bilhões (PROCEL, 2013).

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15

Recente estudo de planejamento setorial de longo prazo, o Plano Nacional de

Energia (PNE 2030) sinalizou a meta de conservação anual de energia equivalente a

10% do mercado de 2030. Contudo, conforme apontado pelo próprio Plano, as

principais barreiras ao pleno desenvolvimento da eficiência energética no Brasil

demandam um esforço governamental no sentido de se aperfeiçoar o marco legal e

regulatório, bem como no estabelecimento de uma estrutura operacional capaz de

articular a diversidade de agentes envolvidos e implementar as ações efetivas entre

os inúmeros segmentos consumidores (EPE, 2014).

O Programa Nacional de Iluminação Pública e Sinalização Semafórica

Eficientes - Reluz tem o objetivo de promover o desenvolvimento de sistemas

eficientes de iluminação pública e sinalização semafórica, bem como a valorização

noturna dos espaços públicos urbanos, contribuindo para melhorar as condições de

segurança pública e qualidade de vida nas cidades brasileiras (PROCEL, 2013).

O Reluz apresentou seus resultados em novembro de 2008: na região Norte

atendeu nove municípios, promovendo uma redução de demanda, no horário de

ponta do sistema elétrico, de 1.703 kW e uma economia no consumo de energia

elétrica de 7.460 MWh/ano. Na região Nordeste foram beneficiados pelo Programa

203 municípios sendo prevista uma redução de demanda, no horário de ponta do

sistema elétrico, de 14.267 kW e uma economia no consumo de energia elétrica de

83.219 MWh/ano. Na região Centro-Oeste, foram atendidos 40 municípios, estando

prevista uma redução de demanda, no horário de ponta do sistema elétrico, de

26.091 kW e uma economia no consumo de energia elétrica de 116.445 MWh/ano.

Na região Sudeste integram o Programa 932 municípios, com previsão de redução

de demanda, no horário de ponta do sistema elétrico, de 73.393 kW e uma

economia no consumo de energia elétrica de 321.207 MWh/ano. Na região Sul

foram atendidos 54 municípios com previsão de uma redução de demanda, no

horário de ponta do sistema elétrico, de 22.819 kW e uma economia no consumo de

energia elétrica de 89.555 MWh/ano (PROCEL, 2013).

Além de ter uma das tarifas mais altas, o Brasil não tira o melhor da energia

que consome. Num ranking que avaliou a eficiência entre as 16 maiores economias

do mundo, o país é o 15º colocado geral. Realizado pelo Conselho Americano para

uma Economia de Energia Eficiente (ACEEE, 2014), o levantamento avaliou o uso

de energia a partir de 25 indicadores, distribuídos em quatro áreas-chave: indústria,

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transporte, edificações e esforços nacionais em prol da eficiência energética.

Segundo o estudo, um país que usa menos energia para atingir um mesmo

resultado, ou mesmo superá-lo, reduz custos e polui menos, criando uma economia

mais competitiva.

Ao todo o Brasil atingiu 41 pontos de um total de 100 possíveis. No item

indústria, o país fez 10 pontos, menos da metade da pontuação máxima no quesito,

de 14. Já no uso de energia pelo setor de edificações, foram 13 pontos de um total

de 28. O melhor desempenho em termos de eficiência energética veio da área de

transporte - 13 pontos de um total de 15, empatando com os Estados Unidos. E o

pior desempenho do país veio do quesito esforços nacionais, que analisa a

existência e iniciativas de criação de políticas e legislações específicas para

fomentar o uso consciente da energia, como a criação de selos de eficiência: com

apenas 5 de um total de 25 pontos possíveis, o Brasil ocupa o último lugar.

Entre todas as economias listadas pela ACEEE (2014), o Brasil foi a que teve

o pior desempenho em termos de eficiência energética na indústria. De acordo com

o Programa de Eficiência Energética - PEE, da Agência Nacional de Energia Elétrica

– ANEEL (2014), as distribuidoras têm de destinar 0,5% da receita operacional

líquida para ações de combate ao desperdício de eletricidade, porem na realidade,

apenas de 2% a 3% desses recursos vão para a indústria, e a indústria corresponde

a algo entre 35% e 40% da energia consumida no país.

No Brasil, em setembro de 2012, apenas cinco unidades industriais com a

certificação ISO 50001, que representa as melhores práticas internacionais em

gestão de energia. Nesse quesito, a campeã é a Alemanha que no mesmo período,

o país europeu tinha 453 plantas certificadas (ACEEE, 2014).

2.4 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO AMAZONAS

O estado do Amazonas possui área de quase 1.6 Milhões de km², com um

total de 62 municípios abrigando uma população estimada de 3.8 milhões de

habitantes. De acordo com o relatório da concessionária Amazonas Distribuidora de

Energia S/A (AME), responsável pela geração, transmissão e distribuição de energia

elétrica em todo o estado do Amazonas, aproximadamente 50% da população está

concentrada na cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas (AME, 2012).

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O cenário elétrico do Estado do Amazonas pode ser dividido em dois

sistemas conforme segue:

Sistema Manaus – Constituído da cidade de Manaus, e os municípios de

Iranduba, Presidente Figueiredo e Manacapuru que é suprido via parque

hidrotérmico composto por termelétricas e a hidroelétrica de Balbina localizada no rio

Uatumã próprias da concessionária e de Produtores Independentes de Energia -

PIE‟s, representando o maior Sistema Isolado brasileiro. Várias termelétricas são a

gás natural adquirido junto a Companhia de Gás do Amazonas - CIGÁS

Outro fator importante e que está em fase de testes a interligação do Sistema

Manaus ao Sistema Interligado Nacional (SIN) via a Linha de Transmissão Tucuruí-

Macapá-Manaus, com entrada efetiva em operação prevista para este ano. Essa

Linha de Transmissão (LT) possui capacidade de 1.800 MW. A responsabilidade

pela operação e manutenção desta LT cabe a empresa Centrais Elétricas do Norte

do Brasil S/A - Eletronorte, com sede em Brasília, sendo uma das empresas do

grupo Eletrobrás, tendo na cidade de Manaus uma superintendência.

A interligação ao SIN também cria a possibilidade de grandes consumidores

deixarem de ser cativos e passarem a ser livres, ou seja, com possibilidade de

compra de energia elétrica junto a Câmara de Comercialização.

O sistema Manaus, no ano de 2013, foi responsável pela geração de

aproximadamente 8.5 GWh. Desse total, 1,37% foi recebido do Sistema Interligado

Nacional – SIN via a linha de transmissão de Tucuruí-Macapá-Manaus; 15,72% foi

proveniente de geração hídrica da Hidrelétrica de Balbina e, 82,91% de origem

térmica. Do total da energia produzida por termelétricas, 31,28% foi produzido por

Produtores Independentes de Energia (AME, 2013).

Conforme ilustra a figura 2.2 as classes responsáveis pelos maiores

consumos, no ano de 2013, foram a industrial (35,34%), residencial (25,96%) e a

comercial (22,0%), correspondendo a 83,31% do mercado.

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18

Figura 2.2 - Distribuição do mercado de energia elétrica do Sistema Manaus por

classe de consumo em 2013.

FONTE: AME, 2013.

O setor industrial no Sistema Manaus é impulsionado pelas empresas do Polo

Industrial de Manaus (PIM). De acordo com publicação da Superintendente da Zona

Franca de Manaus – SUFRAMA, as empresas incentivadas do PIM fecharam o ano

de 2013 com um faturamento acumulado de R$ 83,3 bilhões, o maior valor em reais

registrado em sua história, correspondendo ao aumento de 13,35% com relação ao

verificado no ano de 2012.

O Sistema Manaus, em dezembro de 2013 registrou o total de 490.752

consumidores. Nesse mesmo ano o consumo médio mensal por consumidor

registrado foi de 821 kWh, enquanto o consumo médio residencial foi de 238 kWh

(AME, 2013).

Sistema Interior - Os municípios não conectados ao Sistema Manaus são

atendidos por 101 sistemas elétricos isolados supridos por termelétricas. A potência

nominal instalada no parque gerador é de 384.888 kW enquanto a efetiva é 292.648

kW. Observa-se que a potência efetiva é aproximadamente 24% menor que a

nominal, o que se justifica pelo grande número de máquinas com vida útil bastante

comprometida (AME, 2013).

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19

Os municípios de Anamã, Anori, Caapiranga e Codajás são supridos via

termelétricas a gás natural, os demais municípios são supridos por usinas

termelétricas a óleo diesel/biodiesel. É oportuno registrar que, no caso do município

de Itacoatiara, além do parque gerador movido a diesel/biodiesel da concessionária,

há uma termelétrica a lenha com potência instalada de 9 MW e capacidade anual de

geração média de 64 GWh, operando desde o ano de 2002 pertencente a um PIE

(AME, 2013).

O sistema Interior gerou 1.567 GWh no ano de 2013, correspondendo a

somente 17% da produção total do estado do Amazonas. Do total, 79,5% foi

produzida usando diesel/biodiesel em unidades próprias da concessionária; 17,8%

foi gerado no Sistema Manaus; 2,2% foi produzido pelo Produtor Independente de

Energia denominado BK Energia, via termelétrica a lenha; 0,4% foi adquirido junto a

empresa Eletrobrás Distribuição Acre e; 0,1% foi adquirido do auto produtor

Hermasa Navegação da Amazônia (AME, 2013).

Conforme mostra a figura 2.3, as classes responsáveis pelos maiores

consumos, no ano de 2013, foram a residencial, comercial, poderes públicos e a

industrial; correspondendo a 83,53% do mercado.

Figura 2.3 - Distribuição do mercado de energia elétrica do Sistema Interior por

classe de consumo em 2013 [24].

FONTE: AME, 2013

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20

O consumo médio mensal por consumidor registrado em 2013 foi 280 kWh,

enquanto o consumo médio residencial foi 168 kWh (AME, 2013).

O mercado de Energia Elétrica no Estado do Amazonas é bastante promissor,

com taxa de crescimento estimada em 6% ano para os próximos 10 anos.

Na figura 2.4 pode-se observar o comportamento do consumo das principais

classes no período de 2008 a 2012.

Figura 2.4 - Evolução do consumo de eletricidade nas principais classes de consumo

no Estado do Amazonas (2008-2012).

FONTE: AME, 2013.

As perdas no sistema elétrico estadual, considerando tanto as técnicas

quanto as comerciais, são bastante elevadas. No Sistema Manaus, no ano de 2013,

ficaram em torno de 39%. Para este mesmo ano, o percentual de perdas na

transmissão (230 kV) foi da ordem de 0,3%; na subtransmissão (69 kV) foi de 2,6%

e na distribuição (até 13,8 kV) foi de 36,4%. Tais perdas são responsáveis por

aproxidamente R$ 400 milhões em prejuízo anual (AME, 2013).

No Sistema Interior a situação não é diferente, no ano de 2013 as perdas

foram de 27,92 em média, enquanto no ano de 2012 as perdas foram da ordem de

29,9%, representando um decréscimo de 6,62%; devido às ações de fiscalização

realizadas pela concessionária. Considerando a configuração elétrica do Sistema

Interior, depreende-se que grande parcela das perdas ocorre na distribuição de

eletricidade (AME, 2013).

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21

Quando da elaboração de projetos de eficiência energética, tanto no Sistema

Manaus quanto no Sistema Interior, a concessionária adota R$ 416,15/MWh como

custo de geração.

Os valores de tarifas médias registradas nos dois sistemas no ano de 2013

para as principais classes de consumo constam na tabela 2.1, onde se observa que

estas são inferiores ao custo da energia gerada.

Tabela 2.1 - Valores médios de tarifas por classe de consumo verificada no ano de

2013 [24].

Classe de Consumo Sistema Manaus

(R$/MWh) Sistema Interior

(R$/MWh)

Residencial 365,06 264,56

Industrial 228,89 242,10

Comercial 323,93 272,35

Rural 223,82 181,17

Pode Público 164,46 273,93 FONTE: AME, 2013.

As ações de eficiência energética no Estado do Amazonas vêm se

desenvolvendo de forma mais efetiva por meio da concessionária de energia

elétrica, a Amazonas Distribuidora de Energia, por força de legislação que torna

compulsório o investimento em projetos de Eficiência Energética. Portanto, a seguir

descrevemos as ações que a AME vem desenvolvendo nessa área.

A AME investe anualmente em média R$ 7 milhões em seu Programa de

Eficiência Energética, ressaltando-se que o valor a ser investido está relacionado

com a Receita Operacional Líquida que é crescente (AME, 2013).

Por força da legislação o foco dos investimentos nos últimos anos tem sido a

substituição de lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas e

difusão de geladeiras eficientes. Está previsto o investimento de R$ 30 milhões para

os anos de 2014 e 2015. Esse investimento será para trocar 30.000 geladeiras

antigas por outras eficientes com capacidade de 251 litros e consumo de 24

kWh/mês com selo do Procel nível A e instalação de 160.000 lâmpadas

fluorescentes compactas de 15 W, em substituição a lâmpadas incandescentes

(PROCEL, 2013).

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22

Até 31/12/2012, a Eletrobrás Amazonas Energia desembolsou R$ 30.282mil

em Projetos de PEE já concluídos, sendo quase R$ 28.788mil na capital e R$

2.494mil no interior do Estado do Amazonas. Em projetos em andamento, foram

aplicados R$4.992mil, sendo R$26mil na capital e R$ 4.966mil no interior, com

investimento total de R$ 35.274mil em Projetos de Eficiência Energética (PEE). Em

2012, a empresa deu continuidade a 2 projetos de PEE iniciados em anos

anteriores, sendo um na capital e outro no interior, na tipologia baixa renda; e deu

início à execução de três outros: um na capital; um na área metropolitana de

Manaus e outro em 45 localidades do interior do Amazonas, para atendimento ao

Poder Público da capital e consumidores baixa renda da área metropolitana e

interior. Foram efetivamente pagos R$ 3.493mil, na execução de projetos de PEE,

em 2012 (Eletrobrás, 2014).

Do acervo de 25 projetos de PEE, destacam-se:

Dez projetos que se destinaram ao beneficiamento de consumidores

da subclasse residencial baixa renda, sendo seis na capital e quatro no

interior;

Seis em atendimento ao Poder Público, nos quais quatro na capital e

dois no interior;

Cincos para atendimento a consumidores residenciais, sendo três na

capital e dois no interior;

O saldo corrente do Programa de Eficiência Energética é de quase R$ 12.6

milhões de reais. Este valor é referente ao fechamento do balanço contábil de

Dezembro de 2013 da Eletrobrás Amazonas Energia (Eletrobrás, 2014).

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23

CAPÍTULO 3. SISTEMA DE GESTAO ENERGÉTICA

3.1 GERENCIADOR DE ENERGIA

O Gerenciador de energia é um sistema composto de equipamentos e

dispositivo de medições que realiza a monitoração e o controle de processos

buscando otimizar o consumo dos insumos energéticos e utilidades de forma

automática sem interrupção de produção ou prejuízo no conforto ambiental. Pode-se

citar como as principais aplicações: Eliminação de desperdícios; Aumento da

eficiência; Mudança nos padrões de consumo; Monitoramento das Concessionárias

de Energia; Elaboração de rateios com alta precisão; Controle de cargas; Controle

do fator de potência; Conhecimento das sazonalidades do consumo; Determinação

do custo específico, consumo específico e custo de produção (por setores e

períodos).

Os Sistemas de Gerenciamento de Energia são implantados basicamente

para monitorar as grandezas elétricas e acompanhar o perfil histórico de medições

de energia de uma unidade consumidora. Sua instalação, muitas vezes, é motivada

pela necessidade de reduzir custos ocasionados por multas de ultrapassagem de

demanda e fator de potência, eficientizar o uso da energia e, consequentemente,

diminuir o valor das contas, além de propiciar ganhos de produtividade, pois se trata

de uma ferramenta que facilita a manutenção e a operação das plantas industriais

(ABNT, 2013). Segundo o BEN (2013) , o gerenciamento e a conservação de

energia elétrica têm destaque crescente, em progressão geométrica, por razões

específicas: crescente rigidez nos critérios de faturamento e nas tarifas de energia

elétrica, e sua aplicação à quase que totalidade dos processos industriais. Pode-se

verificar que a importância do gerenciamento vem crescendo também dada a sua

potencialidade de facilitar a manutenção e a operação das plantas, trazendo ganhos

de produtividade, em termos de manutenção e vida útil de equipamentos e sistemas.

Através de um sistema de gerenciamento é possível monitorar uma série de

variáveis em tempo real e armazená-las para análises que potencializem o uso

eficiente da energia elétrica. Dentre as grandezas e eventos que podem ser

armazenadas, podemos citar:

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24

corrente;

tensão;

consumo de energia ativa;

consumo de energia reativa;

demanda;

fator de carga (FC = demanda média / demanda máxima);

fator de utilização (FU = demanda média / demanda contratada);

fator de potência;

demanda máxima;

produção (unidades produzidas pela atividade-fim da empresa);

consumo específico (consumo de energia/unidades produzidas);

afundamentos de tensão;

elevações momentâneas de tensão;

transientes;

distorção harmônica de V e I;

interrupções de energia da concessionária;

interrupções de energia em alimentadores internos;

Informações referente a data/hora em que cargas retiradas por

atuação do controle de demanda e/ou fator de potência.

Etc.

Qualquer instalação industrial ou predial é composta por uma parte associada

à produção direta de bens ou serviços, e outra associada à energia elétrica

necessária para sua operação. No entanto, essas duas partes necessitam integrar-

se da forma mais eficiente possível buscando uma melhoria dos processos

produtivos, aliado a redução dos gastos com energia elétrica.

Atualmente existem no mercado vários Gerenciadores de energia, que atuam

como controlador, gerenciador de consumo, controlador de demanda e fator de

potência, e estes podem ser conectados ao medidor da concessionária de energia

(saída do usuário) como também a uma rede de transdutores de energia com saída

serial e/ou ethernet, permitindo supervisão e controle locais ou remotos em tempo

real, bem como a possibilitar análises e relatórios, constituindo-se numa ferramenta

ideal para aplicações que requerem o controle.

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25

A figura 3.1 ilustra um exemplo de plataforma de gerenciamento de energia

da empresa GESTAL, no qual através de um módulo de interface chamado de Smart

Gate C é possível o monitoramento de medidores de energia e controladores de

dispositivos, possibilitando assim a integração de softwares supervisórios de

terceiros via protocolo padrão Modbus RTU (GESTAL, 2014) .

Figura 3.1 – Sistema de Monitoramento Gestal.

FONTE: Gestal, 2014.

A gestão dos dados obtidos através do gerenciador de energia elétrica pode

ser realizada remotamente via Internet através de softwares específicos.

Segue algumas das principais características de um software de supervisão:

Supervisão on-line multimídia de todas as grandezas coletadas pela

unidade de controle.

Gestão de Alarmes e Eventos padrão e configurados pelo usuário.

Gráficos e Relatórios padrão com Telas de Supervisão (sinóticos)

livremente configuradas pelo usuário.

Análise Contratual e Rateio de Custo.

Análises Técnico-Estatísticas-Financeiras sobre dados históricos.

Simulação de cargas ativas, reativas e faturas.

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Cálculo do Banco fixo e automático de capacitores.

A figura 3.2, ilustra uma arquitetura genérica de um gerenciador de energia

baseado no conceito da empresa Gestal:

Figura 3.2 - Arquitetura genérica de um gerenciador de energia.

FONTE: Gestal, 2014.

3.2 ISO 50001

Publicada no dia 15 de junho de 2011 pela Internacional Organization for

Standardization e lançada para a sociedade brasileira no dia 7 de julho de 2011, a

ABNT NBR ISO 50001: Sistema de gestão da energia – Requisitos com orientações

para uso é uma norma com o propósito de permitir o estabelecimento de sistemas e

processos do desempenho energético em todos os tipos de organizações (ABNT,

2013).

A norma especifica os requisitos para uma organização estabelecer,

implementar, manter e melhorar um Sistema de Gestão Energética, que considere

uma abordagem sistêmica para alcançar a melhoria contínua do desempenho

energético. Ela é baseada nos mesmos elementos encontrados nas demais normas,

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sendo compatível com os selos ISO 9001 (qualidade de gestão) e ISO 14001

(gestão ambiental).

Com três focos principais – eficiência energética, uso da energia e consumo

de energia – a ABNT NBR ISO 50001:2011 recomenda às organizações vários

procedimentos como, por exemplo, adoção de critérios de eficiência na compra de

equipamentos, conscientização e treinamento sobre os aspectos vinculados ao uso

adequado da energia (ABNT, 2013).

A expectativa diante de uma aplicação global é obter maior disponibilidade de

suprimento, melhorar a competitividade de organizações e reduzir o impacto nas

mudanças climáticas.

Através de ações por todo o mundo, a norma tem potencial de causar um

impacto positivo de 60% no consumo final. Isso porque a melhoria contínua do

desempenho energético das organizações, um dos objetos dessa ISO, implica

diretamente em uma diminuição do consumo de energia (ABNT, 2013).

No cenário brasileiro, além da sintonia com o PNE2030 – Plano Nacional de

Energia e com PNEF – Plano Nacional de Eficiência Energética, a ABNT NBR ISO

5001:2011 deverá estimular a indústria e os consumidores a aumentarem o uso de

produtos eficientes identificados com o selo do Programa Nacional de Conservação

de Energia Elétrica (Procel). Lançado em 2007 pelo Ministério de Minas e Energia e

a Empresa de Pesquisa Energética, o PNE estipula uma redução de 10% do

consumo de energia elétrica, no país até 2030 e tem na eficiência energética um

fator fundamental para equacionamento do suprimento.

Para as empresas, a implementação da norma contribui com impactos

positivos no cenário de competitividade industrial. Um bom sistema de gestão

energética traz a redução acentuada nos custos de produção, já que os desperdícios

de energia e perdas em sistemas não monitorados representam custos invisíveis

nas faturas de energia. A norma também permite a exploração de marketing, uma

vez que a redução do consumo implica diretamente na diminuição de impactos

ambientais.

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3.3 MEDIÇÃO E VERIFICAÇÃO

De acordo com o Protocolo Internacional de Medição e Verificação de

Performance – PIMVP, Medição e Verificação (M&V) é o processo de utilização de

medições para determinar corretamente a economia real dentro de uma instalação

individual por um programa de gestão de energia. A economia de energia não pode

ser medida diretamente, uma vez que representa a ausência do consumo de

energia, logo a economia é determinada comparando o consumo medido antes e

depois da implementação de um projeto, fazendo ajustes adequados para as

alterações nas condições (PIMVP, 2014).

O Instituto Nacional de Eficiência Energética – INEE (2014), afirma que

Investir em eficiência energética é uma oportunidade para o Brasil conseguir, ao

mesmo tempo, grandes benefícios econômicos e ambientais. O potencial

economicamente viável para reduzir perdas de energia certamente é grande, apesar

dos estudos para seu dimensionamento ainda estarem incipientes.

Uma parte importante da demanda crescente para serviços energéticos

(como iluminação, força motriz, refrigeração, etc.) pode ser “suprida” por medidas de

eficiência com custos e investimentos menores que a expansão equivalente da

oferta de energia. Resultam também em mais emprego, menos importações e

impactos ambientais menores. Estas características trazem benefícios ao país como

um todo (INEE, 2014).

Os proprietários das instalações enfrentam diversas barreiras à racionalização

energética que muitas vezes impedem a realização dos ganhos potenciais. Em

muitas destas situações, prestadores de serviços de eficientização podem fazer uma

contribuição decisiva à implementação efetiva das medidas.

Assim, em alguns países industrializados começou a surgir um expressivo

setor de prestação de serviços de conservação de energia. O crescimento trouxe

inovações importantes na comercialização dos serviços, como no financiamento e

nos tipos de contrato. Uma parte fundamental desta evolução foi o aprimoramento

de contratos de desempenho garantido ou de risco.

Nestes o prestador do serviço garante a realização de um determinado nível

de economia e é remunerado pelo fluxo de ganhos obtidos do projeto. As empresas

que oferecem este tipo de contrato foram chamadas de ESCOs (“Energy Service

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Companies” em inglês e Empresas de Serviços de Conservação de Energia, em

português) (PIMVP, 2014).

Quando as empresas investem em eficiência energética, elas naturalmente

desejam saber quanto economizaram e por quanto tempo a economia permanecerá.

Se a planta foi construída para gerar energia, as medições são triviais - instalar um

medidor. Entretanto, estimar as economias resultando da aplicação de uma “medida

de conservação de energia” (MCE) é um desafio, especialmente para os fins de um

contrato. Trata-se da ausência do uso de energia em relação ao padrão antes da

implementação da medida. Necessita, simultaneamente, de medição e de

metodologia reproduzível aceita pelas partes envolvidas, como o proprietário da

instalação, o instalador.

O sucesso de projetos de eficientização pode ser comprometido se o

comprador e vendedor não concordarem num plano adequado de medições e

verificação dos ganhos. Para facilitar o consenso sobre os procedimentos é muito

útil ter um Protocolo de Medição e de Verificação (M&V). Um protocolo apresenta

uma guia imparcial dos pontos que devem ser considerados e um elenco de

metodologias e procedimentos para quantificar os ganhos alcançados pelas medidas

contratadas. Orienta as partes sobre fatores na escolha da metodologia mais

adequada, a alocação e gestão de riscos, a investigação e resolução de

desentendimentos e outros aspectos importantes na relação entre comprador e

vendedor que são relevantes à determinação dos resultados alcançados (PIMVP,

2014).

Medição e Verificação (M&V) é o processo de utilização de medições para

determinar, de modo seguro, a economia real criada dentro de uma instalação

individual por um programa de gestão de energia. A economia não pode ser medida

diretamente, uma vez que representa a ausência de consumo de energia. Nesse

caso a economia é determinada pela comparação do consumo medido antes e

depois da implementação de um projeto, com ajustes adequados, tendo em conta

alterações nas condições (PIMVP, 2014).

As atividades de M&V consistem em algumas ou todas as seguintes ações:

Instalação, calibração e manutenção de medidores;

Coleta e tratamento de dados;

Desenvolvimento de um método de cálculo e estimativas aceitáveis;

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Cálculos com os dados medidos;

Relatórios garantia de qualidade e verificação de relatórios por

terceiros.

As técnicas de M&V podem ser utilizadas pelos proprietários da instalação ou

pelos investidores do projeto de eficiência energética com os seguintes objetivos

(PIMVP, 2014):

a) Aumentar a economia de energia - A determinação exata da economia

de energia fornece aos proprietários e gestores da instalação valiosa

informação acerca das suas ações de eficiência energética (AEEs).

Esta informação ajuda-os a ajustar a concepção da AEE, ou as

operações para aumentar a economia, a fim de melhorar e assegurar

maior duração e menos variações ao longo do tempo das economias;

b) Documentar transações financeiras - Para alguns projetos, a economia

obtida pela eficiência energética constitui a base de pagamentos

financeiros fundamentados no desempenho energético e/ou na

garantia, em um contrato de desempenho energético. Um Plano de

M&V bem definido e implementado pode representar a base para

documentar, de forma transparente, o desempenho energético sujeito a

verificação independente;

c) Aumentar o financiamento para projetos de eficiência - Um bom Plano

de M&V aumenta a transparência e a credibilidade dos relatórios

acerca dos resultados dos investimentos em eficiência. Também

aumenta a credibilidade das projeções dos resultados dos

investimentos em eficiência. Esta credibilidade pode subir o nível de

confiança que investidores e patrocinadores depositam em projetos de

eficiência energética, fazendo crescer as possibilidades de estes

projetos serem financiados;

d) Melhorar projetos de engenharia, funcionamento e manutenção da

instalação - A preparação de um bom Plano de M&V encoraja a

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concepção completa de um projeto, ao incluir todos os custos de M&V

nos aspectos econômicos. Uma boa M&V também ajuda os gestores a

descobrir e reduzir problemas de manutenção e funcionamento, a fim

de gerir instalações de forma mais eficiente, além de fornecer

informações para a concepção de projetos futuros;

e) Gerir orçamentos energéticos - Mesmo quando economias não estão

em questão, as técnicas de M&V ajudam os gestores a avaliar e gerir a

utilização de energia para explicar as variações dos orçamentos. As

técnicas de M&V são usadas para ajustar alterações das condições de

funcionamento da instalação, a fim de estabelecer orçamentos

adequados e explicar as variações destes orçamentos;

f) Aumentar o valor dos créditos de redução de emissão - Considerar as

reduções de emissão acrescenta valor adicional aos projetos de

eficiência. A utilização de um Plano de M&V para determinar a

economia de energia melhora relatórios de redução de emissão, em

comparação com relatórios realizados sem Plano de M&V;

g) Apoiar a avaliação de programas de eficiência regionais - Programas

governamentais ou de empresas de energia para a gestão de utilização

de um sistema de fornecimento de energia podem utilizar técnicas de

M&V no objetivo de avaliar a economia em instalações selecionadas de

usuários de energia. Com a utilização de técnicas estatísticas e outras

suposições, a economia determinada pelas atividades de M&V em

instalações individuais selecionadas pode ajudar a prever a economia

em locais não medidos, a fim de determinar o desempenho energético

de todo o programa;

h) Aumentar a compreensão do público acerca da gestão de energia

como ferramenta de política pública

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Ao melhorar a credibilidade dos projetos de gestão de energia, a M&V

aumenta a aceitação pública da redução de emissões associadas. Esta aceitação

pública encoraja o investimento em projetos de eficiência energética.

Os princípios fundamentais de uma boa prática de M&V são descritos abaixo

(PIMVP, 2014):

Completude - Ao reportar a economia de energia deve-se ter em

consideração todos os efeitos de um projeto. As atividades de M&V devem usar

medições para quantificar os efeitos significativos, enquanto estimam todos os

outros;

Conservadorismo - Onde pareceres forem emitidos sobre quantidades

incertas, os procedimentos de M&V devem ser concebidos para avaliar por baixo a

economia;

Consistência - O relatório da eficácia energética de um projeto deve ser

consistente entre:

Diferentes tipos de projetos de eficiência energética;

Diferentes profissionais de gestão energética para qualquer projeto;

Diferentes períodos de tempo para o mesmo projeto;

Projetos de eficiência energética e projetos de geração de nova

energia.

Precisão - Os relatórios de M&V devem ser tão precisos quanto o permita o

orçamento de M&V. Os custos de M&V devem se apresentar pequenos em relação

ao valor monetário da economia a ser avaliada. Os gastos de M&V devem também

ser consistentes com as implicações financeiras de reportar com sobre informação

ou subinformação do desempenho energético do projeto. Os compromissos sobre a

precisão devem ser acompanhados de maior conservadorismo em qualquer

estimativa ou parecer.

Relevância - A determinação da economia deve medir os parâmetros de

desempenho energético mais importante ou menos conhecidos, enquanto outros

parâmetros menos críticos ou previsíveis podem ser estimados.

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Transparência - Todas as atividades de M&V devem ser clara e

completamente divulgadas.

3.4 PIMVP – PROTOCOLO INTERNACIONAL DE MEDIÇÃO E VERIFICAÇÃO E

PERFORMANCE

O Volume I do Protocolo Internacional de Medição e Verificação do

Desempenho Energético (PIMVP) Volume I é um documento de apoio que descreve

as práticas comuns de medição, cálculo e relatório de economia, obtidas por

projetos de eficiência energética ou de consumo eficiente de água nas instalações

do usuário final. O PIMVP apresenta uma estrutura e quatro opções de medição e

verificação (M&V), para avaliar de forma transparente, segura e consistente a

economia obtida por um projeto. As atividades de M&V incluem estudos no local;

medição de energia ou de água; monitoramento de variáveis independentes,

cálculos e apresentação de relatórios. Quando aderem às recomendações do

PIMVP, estas atividades de M&V podem produzir relatórios da economia verificada

(PIMVP, 2014).

O PIMVP destina-se aos profissionais para ser usado como base de

preparação de relatórios de economia. Cada usuário deve estabelecer o próprio

Plano de M&V específico, de modo que vá ao encontro das caraterísticas únicas do

projeto. O PIMVP não é uma norma e, por conseguinte, não existe um mecanismo

de conformidade formal para este documento. A adesão ao PIMVP requer a

preparação para um projeto específico de um Plano de M&V, consistente com a

terminologia do PIMVP. Devem-se nomear as Opções do PIMVP a serem utilizados,

os métodos de medição e de análise a serem empregados, os procedimentos de

garantia de qualidade a serem seguidos, e a pessoa responsável pela M&V.

Os Capítulos do Volume I do PIMVP encontram-se organizados da seguinte

forma (PIMVP, 2014):

1. Introduz o PIMVP e a EVO (2012)

2. Define M&V e enumera oito utilizações para as técnicas de M&V

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3. Indica os fundamentos da M&V, ao definir os princípios inerentes a

uma boa M&V. O restante do documento resume métodos usuais

aplicados para implementar estes princípios fundamentais;

4. Define a estrutura do PIMVP e suas quatro Opções. Apresenta as

metodologias e os ajustes básicos para a medição de energia ou de

água necessárias para reportar a economia adequadamente. Os

Quadros 2 e 4 e a Figura 4 resumem as Opções e oferecem orientação

na escolha da melhor opção para cada aplicação;

5. Enumera os tópicos indispensáveis a um Plano de M&V, e fornece

orientações acerca das decisões de concepção necessárias para

tornar a atividade de M&V rentável para todos os usuários dos

relatórios de economia;

6. Apresenta informações-chave que devem ser incluídas em cada

relatório de economia;

7. Define meios para especificar a utilização do PIMVP e reivindicar a sua

adesão;

8. Enumera várias questões adicionais que surgem frequentemente

durante a concepção e o relatório da M&V

9. Apresenta a definição de todas as palavras encontradas em itálico no

documento

10. Fornece uma lista de referências e outros recursos úteis.

O PIMVP promove investimentos eficazes através das seguintes

atividades:

1. Documenta termos comuns e métodos para avaliar o desempenho

energético de projetos de eficiência, dirigidos a clientes, fornecedores e

financiadores destes projetos. Alguns destes termos e métodos podem

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ser utilizados em contratos, embora o PIMVP não disponibilize

linguagem contratual;

2. Fornece métodos, com diferentes níveis de custo e exatidão, com a

função de determinar economias para toda a instalação ou para ações

individuais de eficiência energética (AEE) ;

3. Especifica o conteúdo de um Plano de Medição e Verificação (Plano de

M&V). Este Plano de M&V adere aos princípios fundamentais de M&V

aceitos em todo o mundo, e deve produzir relatórios da economia

verificada. Deve ser desenvolvido um Plano de M&V para cada projeto,

por profissional qualificado;

4. Aplica-se a grande variedade de instalações, incluindo edifícios novos,

edifícios já existentes, e processos industriais. O Apêndice D, um guia

para o usuário, resume o modo pelo qual leitores diferentes podem

usar o PIMVP.

A economia de energia, água ou da demanda não pode ser medida

diretamente, uma vez que economia representa a ausência do consumo de

energia/água ou da demanda. A economia é determinada comparando-se o

consumo medido anteriormente e o consumo medido posteriormente à

implementação de um programa, e realizando ajustes adequados às alterações nas

condições de uso (PIMVP, 2014).

Como exemplo de um processo de determinação de economia, a Figura 3.2

mostra o histórico do consumo de energia de uma caldeira industrial, antes e depois

da implementação de uma AEE para recuperar calor dos seus gases de combustão.

Quando da execução da AEE, a produção da fábrica também aumentou.

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Figura 3.2 - Exemplo de Histórico de Energia.

FONTE: PIMVP, 2014

Para documentar adequadamente o impacto da AEE, seu efeito energético

deve ser separado do efeito energético do aumento da produção. A fim de

determinar a relação entre consumo de energia e produção, foi estudado o padrão

de utilização da “linha de base energética” antes da instalação da AEE . Depois da

instalação da AEE, essa relação da linha de base foi utilizada para calcular a

quantidade de energia que a fábrica teria utilizado por mês, se não tivesse havido

uma AEE (a chamada “linha de base ajustada”). A economia, ou „consumo de

energia evitado' é a diferença entre a consumo da linha de base ajustado e a energia

que foi realmente medida durante o período de determinação da economia (PIMVP,

2014).

Sem o ajuste para a mudança na produção, a diferença entre o consumo da

linha de base e o consumo do período de determinação de economia de energia

teria sido muito inferior, fornecendo uma subinformação acerca do efeito da

recuperação de calor.

É necessário separar os efeitos energéticos de um programa de economia

dos efeitos de outras mudanças simultâneas, responsáveis por afetar os sistemas

que usam energia. A comparação entre o antes e o depois do consumo de energia

ou da demanda deve ser feita sobre uma base consistente, utilizando a seguinte

Equação geral (PIMVP, 2014):

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37

Economia = (Consumo ou Demanda durante o período da linha de base –

Consumo ou Demanda durante o período de determinação da economia) ± Ajustes

O termo "Ajustes" nesta equação geral é usado para ajustar o consumo ou a

demanda dos períodos da linha de base e de determinação da economia sob um

conjunto comum de condições. O termo „ajustes‟ faz distinção entre relatórios de

economia reais e simples comparação de custo ou utilização antes e depois da

implementação de uma AEE. Sem tais ajustes, simples comparações de custos de

fornecimento de energia reportam apenas alterações de custo, e não o verdadeiro

desempenho energético de um projeto. Para reportarem adequadamente a

“economia,” os ajustes devem contemplar as diferenças nas condições entre o

período da linha de base e os períodos de determinação da economia (PIMVP,

2014).

As informações do período da linha de base no projeto de uma instalação

existente consistem usualmente no desempenho da instalação ou sistema antes das

alterações produzidas pelas AEEs. Estas informações existem e podem ser obtidas

por medição antes das alterações. Em novas construções as informações do

período da linha de base são hipotéticas e normalmente baseadas em normas,

regulamentos, prática usual ou desempenho documentado, ou em instalações

similares. Em qualquer condição, o modelo para o período da linha de base deve ser

capaz de representar as mudanças nas condições e nos parâmetros operacionais,

de forma que os “ajustes” possam ser efetuados (PIMVP, 2014).

Terminologia da Energia, da Água e da Demanda - Os processos de

determinação de economia de energia são semelhantes aos da determinação da

economia de água ou da demanda. Para simplificar as descrições neste documento,

a palavra energia em itálico será normalmente utilizada para significar o consumo de

energia e de água ou da demanda. De modo semelhante, a expressão Ação de

Eficiência Energética (AEE) será normalmente usada para significar: medidas que

melhoram a eficiência, conservam energia ou água, ou gerenciam a demanda.

A concepção da M&V e o processo de relatá-la são paralelos ao processo de

concepção e implementação da AEE. Os processos de M&V devem incluir os

seguintes passos (PIMVP, 2014):

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38

1. Considerar as necessidades do usuário dos relatórios planejados de

M&V. Se o usuário está centrado no controle do custo global, os

métodos para toda a instalação podem ser os mais adequados. Se o

usuário se centrar em AEEs específicas, técnicas de medição isoladas

das AEEs implementadas poderão ser mais adequadas.

2. Ao desenvolver a(s) AEE(s), selecionar a opção do PIMVP mais

consistente com o objetivo da(s) AEE(s); o grau de precisão e o

orçamento para a M&V. Decidir se o ajuste de todas as quantidades de

energia será feito para as condições do período de determinação da

economia ou para outro conjunto de condições. Decidir a duração do

período da linha de base e do período de determinação da economia

onde estas decisões fundamentais podem ser mencionadas nos

termos de um contrato de desempenho energético;

3. Reunir dados relevantes de energia e operação do período da linha de

base e registrá-los de modo que possam ser consultados no futuro;

4. Preparar um Plano de M&V com inclusão dos resultados dos passos 1

a 3 acima mencionados. Ele definirá os passos seguintes de 5 a 9;

5. Conceber, instalar, calibrar e pôr em funcionamento qualquer

equipamento de medição especial necessário segundo o Plano de

M&V, como parte da concepção final e instalação da AEE;

6. Certificar-se, após a execução da AEE, de que esta tem potencial de

produzir as economias, realizando uma verificação operacional. Isto

pode significar a inspeção dos equipamentos instalados e a revisão

dos procedimentos na operação, como necessários para atender à

intenção da AEE. Estas exigências podem ser alcançadas por uma

ação de “comissionamento” formal, como parte do projeto;

7. Reunir dados de energia e funcionamento do período de determinação

da economia, como definido no Plano de M&V;

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39

8. Calcular a economia de energia e monetária de acordo com o Plano de

M&V;

9. Reportar as economias de acordo com o Plano de M&V.

Visão Geral das Opções do PIMVP - As quantidades de energia nas várias

formas da Equação podem ser medidas por uma ou mais das seguintes técnicas

(PIMVP, 2014):

Faturas da concessionária ou do fornecedor de combustível, ou leitura

dos medidores da concessionária, executando-se os mesmos ajustes

às leituras feitos pela concessionária;

Medidores especiais que isolam a AEE, ou parte da instalação, do

restante da instalação. As medições podem ser periódicas durante

pequenos intervalos, ou contínuas durante o período da linha de base

ou dos períodos de determinação da economia;

Medições separadas de parâmetros usados no cálculo do consumo de

energia. Por exemplo, parâmetros de funcionamento dos equipamentos

de carga elétrica e horas de funcionamento podem ser medidos

separadamente e multiplicados um pelo outro, para calcular o consumo

de energia do equipamento;

Medição de representantes (proxies) comprovados de consumo de

energia. Por exemplo, se o consumo de energia de um motor for

correlacionado com o sinal de saída do variador de velocidade que

controla este motor, o sinal de saída poderá ser um representante

comprovado para a energia do motor;

Simulação por computador calibrada com alguns dados de

desempenho energético reais para o sistema ou a instalação a serem

modelados. Um exemplo de simulação por computador é a análise

DOE-2 para edifícios (apenas a Opção D).

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40

Se um valor de energia já é conhecido com a precisão adequada, ou quando

é mais dispendioso medir do que justificar pelas circunstâncias, então a medição de

energia pode não ser necessária ou adequada. Nestes casos, algumas estimativas

podem ser feitas de determinados parâmetros da AEE, mas outros devem ser

medidos (apenas a Opção A).

O PIMVP fornece quatro opções para determinar a economia (A, B, C e D). A

escolha entre as opções implica muitas considerações, inclusive o local da fronteira

de medição. Se for decidido determinar a economia em nível da instalação, a Opção

C ou a Opção D poderão ser favorecidas. No entanto, se apenas é considerado o

desempenho energético da própria AEE, uma técnica de medição isolada pode ser

mais adequada (Opção A, Opção B ou Opção D) (PIMVP, 2014).

Segue abaixo o resumo das quatro opções explicadas:

OPÇÃO A - Medição Isolada da AEE: Medição dos parâmetros-chave A

economia é determinada por medições no campo dos parâmetros chave. Estes

parâmetros definem o uso de energia dos sistemas afetados pela AEE, e/ou o

sucesso do projeto. A frequência da medição vai desde o curto prazo a contínua,

dependendo das variações esperadas no parâmetro medido e da duração do

período de determinação da economia. Os parâmetros não selecionados para

medição no campo são estimados. As estimativas podem basear-se em dados

históricos, especificações do fabricante, ou avaliação de engenharia. É necessária a

documentação da fonte ou a justificação do parâmetro estimado. O erro de

economia plausível que surge da estimativa em vez da medição é avaliado.

COMO CALCULAR A ECONOMIA - Cálculo de engenharia do consumo da

linha de base e do consumo do período de determinação da economia a partir de:

Medições em curto prazo ou contínuas de parâmetros chave de

funcionamento;

Valores estimados, Ajustes de rotina e não de rotina como exigido.

EXEMPLO DE APLICAÇÕES TIPICAS - A AEE da iluminação onde a

potência requerida é o parâmetro chave de desempenho energético, medido

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41

periodicamente. Estimar as horas de funcionamento da iluminação com base nos

horários do edifício e no comportamento dos ocupantes.

OPÇÃO B - Medição isolada da AEE - Medição de todos os parâmetros: A

economia é determinada pela medição no campo do consumo de energia do sistema

afetado pela AEE. A frequência da medição vai desde o curto prazo à contínua,

dependendo das variações esperadas na economia e da duração do período de

determinação da economia.

COMO CALCULAR A ECONOMIA: Medições em curto prazo ou contínuas do

consumo da linha de base e consumo do período de determinação da economia,

e/ou cálculos de engenharia, usando medições de representantes do consumo de

energia. Ajustes de rotina e não de rotina como exigido.

EXEMPLOAPLICAÇÕES TIPICAS - Aplicação de variador de velocidade

ajustável (variador de frequência) e controle de motor para ajustar o fluxo da bomba.

Medir a potência elétrica com um medidor de kW instalado na alimentação elétrica

do motor, o qual lê a potência a cada minuto. No período da linha de base este

medidor permanece durante uma semana para verificar se a carga é constante. O

medidor permanece no lugar durante o período de determinação da economia, para

medir as variações da potência.

OPÇÃO C - Toda a Instalação: A economia é determinada pela medição do

consumo de energia em nível de toda a instalação ou subinstalação. Medições

contínuas do consumo de energia de toda a instalação são efetuadas durante o

período de determinação da economia.

COMO CALCULAR A ECONOMIA: Análise dos dados do medidor da linha de

base de toda a instalação e do período de determinação da economia. Ajustes de

rotina como exigido, usando técnicas tais como uma simples comparação ou análise

de regressão.

EXEMPLO DE APLICAÇÕES TIPICAS: Programa de gestão de energia

multifacetado, afetando muitos sistemas em uma instalação. Medição do consumo

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42

de energia com os medidores de gás e eletricidade das concessionárias para um

período da linha de base de doze meses e durante o período de determinação da

economia.

OPÇÃO D - Simulação calibrada: A economia é determinada através da

simulação do consumo de energia de toda a instalação, ou de uma subinstalação.

Rotinas de simulação demonstram modelar adequadamente o desempenho

energético real medido na instalação. Esta opção requer habitualmente

competências consideráveis em simulação calibrada.

COMO CALCULAR ECONOMIA: Simulação do consumo de energia,

calibrada com dados de faturamento por hora ou mensal da concessionária

(medidores de consumo de energia final podem ser usados para ajudar a refinar

dados de entrada).

EXMPLO DE APLICAÇÕES TIPICAS - Programa de gestão de energia

multifacetado, afetando muitos sistemas em uma instalação, onde não existia

nenhum medidor no período da linha de base. Medições do consumo de energia,

após a instalação de medidores de gás e de eletricidade, são usados para calibrar a

simulação. Consumo de energia da linha de base, determinado com utilização da

simulação calibrada, é comparado à simulação do consumo de energia do período

de determinação da economia.

Guia de Seleção de opções - A seleção de uma opção do PIMVP é decisão

tomada pelo técnico de concepção do programa de M&V para cada projeto, com

base em todo o conjunto de condições, análises, orçamentos, e avaliação

profissional. A Figura 3.4 descreve a lógica comum usada na seleção da melhor

opção.

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43

Figura 3.4 Processo de Seleção da opção.

FONTE: PIMVP, 2014.

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44

CAPÍTULO 4. GERENCIADOR DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

4.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DO GERENCIADOR DE EFICIÊNCIA

ENERGÉTICA

O Gerenciador de Eficiência Energética – GEE tem por objetivo a

visualização de forma macro do consumo de energia elétrica de todas as áreas

responsáveis pelo funcionamento de um sistema, proporcionando a integralização

dos vários setores de consumo conforme a Fig. 4.1 ilustra de forma macro.

Figura 4.1 – Integralização dos Setores de consumo ao gerenciado de eficiência

energética

FONTE: Autor, 2014

As principais características do GEE são relacionadas a seguir:

Através da coleta de dados obtidos através do Gerenciador de energia

e com a utilização da medição e verificação, o GEE identifica quais os

setores responsáveis pelo maior consumo de energia na planta e

propor ações de controle e eliminação do desperdício de consumo de

energia;

Identifica as principais áreas de desperdícios de energia;

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45

Mostra a importância do Planejamento estratégico como ferramenta de

redução do desperdício e melhor aproveitamento da energia;

Propõe ações de combate as perdas e ao desperdício;

Mostra economia alcançada após a implementação das ações.

A figura 4.2 ilustra um exemplo de aplicabilidade do GEE na Indústria.

Figura 4.2 – Exemplo do GEE na Indústria

FONTE: Autor, 2014

A ideia do gerenciador de eficiência energética na indústria é a integralização

da gestão de todas as áreas que utilizam o consumo de energia elétrica visando a

realização de eficiência energética na indústria, outro fator importante está

relacionado a analise e processamento dos dados obtidos pelas diversas áreas de

consumo, no processamento do GEE é implementado uma metodologia de Medição

e Verificação, justamente para validar as ações do GEE diante dos resultados, o

GEE da Industrial é composto pelas seguintes ramificações:

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46

4.2 GERENCIADORES DE ENERGIA ELÉTRICA

Consiste no conjunto de equipamentos e dispositivos de medição e controle

responsáveis pela coleta das grandezas elétricas e do registro do consumo de

energia elétrica setorial da planta industrial.

A figura 4.3 mostra um esquema de ligação do gerenciador de energia

elétrica:

Figura 4.3 – Diagrama geral do Gerenciador de Energia Elétrica

FONTE: Autor, 2013

Dentro do sistema de gerenciamento alguns conceitos são importantes

conforme segue:

Energia Ativa – quantidade de energia que pode ser convertida em

outra forma de energia, expressa em quilowatts-horas (kWh).

Energia Reativa – Quantidade de energia que circula continuamente

entre os diversos tipos de campos elétricos e magnéticos de um

sistema de corrente alternada, sem produzir trabalho, expressa em

quilovolt ampere-reativo-hora (kVArh).

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47

Potencia – Energia elétrica ativa referida a unidade de tempo expressa

em quilowatt (KW)

Fator de Potência – Relação entre energia ativa e a raiz quadrada da

soma dos quadrados da energia ativa e reativa, no mesmo período de

tempo definido.

Fator de Carga – Relação entre a demanda media e a demanda

máxima ocorridas no mesmo intervalo de tempo definidos

Demanda - É a média das potências elétricas ativas ou reativas,

solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga instalada em

operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo

especificado.

Demanda contratada - Demanda de potência ativa a ser obrigatória e

continuamente disponibilizada pela concessionária, no ponto de

entrega, conforme valor e período de vigência fixados no contrato de

fornecimento e que deverá ser integralmente paga, seja ou não

utilizada durante o período de faturamento, expressa em quilowatts

(kW).

Demanda de ultrapassagem - Parcela da demanda medida que excede

o valor da demanda contratada, expressa em quilowatts (kW). É

cobrada quando a demanda medida excede em 105% a demanda

contratada, para o caso de indústrias conectadas a rede de 69 kV ou

mais.

Demanda faturada - Valor da demanda de potência ativa, identificado

de acordo com os critérios estabelecidos e considerado para fins de

faturamento, com aplicação da respectiva tarifa, expressa em

quilowatts (kW).

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48

Demanda medida - Maior demanda de potência ativa, verificada por

medição, integralizada no intervalo de 15 (quinze) minutos durante o

período de faturamento, medida em quilowatts (kW).

Ponto de entrega – É o ponto até o qual a concessionária se obriga a

fornecer energia elétrica, responsabilizando-se pela execução dos

serviços de operação manutenção, não sendo necessariamente o

ponto de medição.

Carga Instalada – Soma das potências nominais de todos os aparelhos

instalados nas dependências do Consumidor, os quais, em qualquer

tempo, podem consumir energia da concessionaria.

Horário de Ponta – período definido pela concessionaria e composto de

03 (três) horas diárias consecutivas, exceção feita aos sábados,

domingos e feriados nacionais, considerando as características do seu

sistema elétrico. (das 20hrs às 23hrs)

Horário Fora de Ponta – Período composto pelo consumo das horas

diárias consecutivas e complementares aquelas definidas no horário de

ponta (00hrs às 19:59hrs)

Período Seco – Período de 7 (sete) meses consecutivos,

compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas leituras de maio a

novembro.

Período Úmido – Período de 5 (cinco) meses consecutivos,

compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas leituras de

dezembro de um ano a abril do ano seguinte.

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4.3 GERENCIADOR E CONTROLADOR DE AR CONDICIONADO

Consiste no gerenciamento e controle através de sistemas de controle e

automação de equipamentos responsáveis climatização das áreas produtivas e

áreas de apoio industrial, sendo os principais componentes que compõe este

gerenciador:

Centrais de Ar Condicionado

Controladores de temperatura

A figura 4.4 mostra um exemplo de sistema de gerenciamento de ar

condicionado:

Figura 4.4 – Sistema de gerenciamento de Ar condicionado

FONTE: Fullgauge, 2014

4.4 GERENCIADOR E CONTROLADOR DE AR COMPRIMIDO

Consiste no gerenciamento e controle através de sistemas de controle e

automação de equipamentos responsáveis pela geração e suprimento de ar

comprimido para da planta industrial, sendo os principais componentes que compõe

este gerenciador:

Compressor de Ar comprimido

Bombas de vácuo

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50

Secadores de Ar

Desumidificadores de AR

4.5 GERENCIADOR E CONTROLADOR DE CHILLERS E UTILIDADES

Consiste na gama de equipamentos e dispositivos responsáveis pelo

fornecimento de agua gelada e agua de processo necessários para funcionamento

da planta industrial produtiva, composto pelos principais dispositivos e equipamentos

abaixo:

Bombas de processo

Bombas de Circulação

Chillers

Torres de resfriamento

Válvulas moduladoras

4.6 GERENCIADOR E CONTROLADOR DE ILUMINAÇÃO

Consiste em todos os equipamentos e dispositivos de iluminação necessários

para iluminação das áreas produtivas e todas as áreas de apoio.

Sensores de presença

Acionadores

Luminárias

Refletores

Principais características do Gerenciador de Eficiência energética

Realizar a medição e registro das grandezas elétricas através do

Gerenciador de energia elétrica;

Analisar, identificar e apontar qual o setor corresponde ao maior

consumo de energia elétrica;

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51

Apresentar soluções de baixo custo para a redução dos custos com

energia, bem como fazer o comparativo do antes e o depois das

implementações das ações.

Apresentar através dos relatórios os resultados obtidos.

4.7 GERENCIADOR E CONTROLADOR DE EQUIPAMENTOS

Consiste no levantamento e gerenciamento de todos os dados dos

equipamentos que consomem energia elétrica na planta, tendo as características

principais:

Levantamento da matriz de carga

Dados de fabricação

Características de consumo de energia

Potência nominal

Regime de funcionamento

Regime de carga

Equivalência entre potencia nominal e potencia real

O conceito do gerenciamento e controle de equipamentos é realizar um

comparativo entre os dados e características de consumo fornecido pelo fabricante

com o real medido, e classificar estes equipamentos em função de consumo e

eficiência energética, bem como realizar o monitoramento através do consumo.

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52

CAPÍTULO 5. ESTUDO DE CASO

O estudo foi realizado em uma Indústria de Plásticos para produtos

alimentícios localizada no Polo Industrial de Manaus no Amazonas. Através da

aquisição de dados proposta pelo gerenciador de energia, identificou-se uma

oportunidade de se fazer a eficiência energética.

O estudo de caso foi dividido em duas etapas o primeiro estudo mostra os

resultados obtidos através da utilização do Gerenciamento de Energia como

ferramenta de eficiência energética, no qual se observou, que aos domingos quando

a fabrica não estava produzindo, havia um grande desperdício de energia nos

setores de Injeção Plástica e Extrusão Plástica, pois os sistemas de Ar condicionado

responsável por manter o salão de produção climatizado permaneciam em

funcionamento constante aos domingos mesmo sem nenhuma atividade produtiva,

nesta etapa aplicou-se também uma metodologia chamada de medição e verificação

(M&V) para avaliar o percentual efetivo de economia obtido após a implantação das

ações de eficiência energética.

O segundo estudo trata da implementação de um sistema de controle digital,

como ferramenta de eficiência energética apontada pelo Gerenciador de Eficiência

Energética.

A seguir são apresentados alguns dados importantes referentes ao perfil e

matriz energética da empresa no qual se realizou os estudos de caso:

Características Técnicas da Planta Industrial:

Potência total dos transformadores: 10/15 MVA

Carga Instalada: 10.000 kW

Demanda Ponta: 3200 kW / Demanda Fora da Ponta: 3700 kW

A figura 5.1 mostra gráfico com o histórico de demanda na ponta e fora da

ponta da indústria no período corrente do ano 2013, estes dados foram obtidos

através do gerenciador de Energia elétrica, no qual foi possível a realização do

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53

levantamento da matriz do perfil de demanda na ponta e fora da ponta, conforme

segue:

Demanda Máxima na Ponta: 2612 kW

o Mês: Abril

Demanda Mínima Ponta: 1964 kW

o Mês: Fevereiro

Demanda Média na Ponta: 2376 kW

Demanda Máxima Fora da Ponta: 2974 kW

o Mês: Abril

Demanda Mínima Fora da Ponta:

o Mês: Julho

Demanda Média Fora da Ponta: 2790 kW

Figura 5.1 - Histórico Demanda.

FONTE: Autor, 2014

As figuras 5.2 e 5.3 respectivamente mostram os gráficos da evolução dos

registros do consumo fora da ponta e na ponta referente ao período de janeiro a

dezembro de 2013, obtidos através do gerenciador de energia elétrica, no qual é

possível mostrar a matriz de consumo na ponta e fora da ponta a seguir:

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Ponta 2570 1974 1999 2612 2495 2276 2268 2260 2461 2495 2528 2570

Fora Ponta 2932 2680 2940 2974 2856 2705 2579 2587 2806 2755 2780 2881

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

kW

Demanda 2013

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54

Figura 5.2 – Histórico Consumo Fora da Ponta 2013

FONTE: Autor, 2014.

Registros consumo Fora da Ponta:

Consumo Máximo Fora da Ponta: 1.459.359 kWh

o Mês: Abril

Consumo Mínimo Fora da Ponta: 993.293 kWh

o Mês: Fevereiro

Consumo Médio Fora da Ponta: 1.247.260 kWh

Figura 5.3 – Histórico Consumo Ponta 2013

FONTE: Autor, 2014.

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

140000

160000

180000

Consumo Fora da Ponta - 2013

0

200000

400000

600000

800000

1000000

1200000

1400000

1600000

Consumo Ponta - 2013

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Registros consumo na Ponta:

Consumo Máximo na Ponta: 152.409 kWh

o Mês: Abril

Consumo Mínimo Ponta: 94.525 kWh

o Mês: Fevereiro

Consumo Médio na Ponta: 126.603 kWh

A figura 5.4, ilustra a distribuição por prédio da planta industrial, conforme

segue:

SE 69kV – Subestação 69kV;

Prédio 0 – Extrusão

Prédio 1 – Injeção Plástica / Filmes / Gráfica

o Gate-M – Módulo de comunicação Master

o SM-Rel – Modulo relés de comando de saída

Prédio 2 – Materiais

Prédio 3 – Desativado

o Gate C- Módulo de comunicação Master

o SM-Rel – Modulo relés de comando de saída

Prédio 4 – Administração

Prédio 5 - Distribuição

Figura 5.4 – Divisão dos pontos de medição de energia elétrica por prédio

FONTE: Autor, 2013.

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56

A figura 5.5 ilustra o diagrama elétrico de ligação dos medidores ao sistema

de gerenciamento de energia elétrica, que é composto dos seguintes itens:

SE 69kV

o Conversor DS-1 - Medidor Concessionária

Prédio 0

o Medidor 01 – Trafo 440V / 1500 kVA

o Medidor 02 – Trafo 440V / 2500 kVA

Prédio 1

o Medidor 03 - Trafo 380V / 500kVA

o Medidor 04 – Trafo 440V / 1000kVA

o Medidor 05 – Trafo 440V / 1500 kVA

o Medidor 06 – Trafo 220V / 500 kVA

o Medidor 07 – Filmes

o Medidor 08 – Gráfica

o Medidor 09 – Máquinas Gráfica

o Medidor 10 – Ar Gráfica

Prédio 2

o Medidor 11 – Trafo 220V / 1000 kVA

Prédio 3

o Medidor 12 – Trafo 380V / 2000 kVA

o Medidor 13 – Trafo 440V / 2000 kVA

Prédio 4

o Medidor 14 – Trafo 220V / 225 kVA

o Medidor 15 – Trafo 220V / 112,5kVA

Prédio 5

o Medidor 16 – Trafo 220V / 500 kVA

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57

Figura 5.5 – Diagrama elétrico de ligação dos Medidores

FONTE: Autor, 2014.

A Figura 5.6 mostra o diagrama geral do sistema de gerenciamento de

energia elétrica da Indústria no qual se realizou o estudo de caso.

O sistema gerenciador é composto por um conjunto de medidores de energia

fixos nos quadros geral dentro de cada subestação 13,8 kV, estes são responsáveis

pelas medições das grandezas elétricas como Potência Ativa, Potência Reativa,

corrente elétrica, consumo ativo, e etc. Os dados registrados são transmitidos

através de uma rede Modbus RS-485, e coletados através do Software de

gerenciamento Smart32 desenvolvido pela empresa Gestal.

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58

Figura 5.6 – Diagrama em bloco do sistema de Gerenciamento de Energia

Elétrica

Fonte: Autor, 2014.

Para realização do estudo de caso foram utilizados os seguintes dispositivos:

Para coleta e registro dos dados de temperatura do salão da

Produção:

01 Controlador de temperatura Full Gauge modelo MT-530Ri;

01 CONV32 - Conversor de RS485 para USB;

01 Notebook Dell;

01 Software Sitrad - Full Gauge

Para coleta e registro do consumo de Potencia Ativa:

Sistema de Gerenciamento de Energia Elétrica da Gestal

Interface Gate C – Gestal

Interface Gate M – Gestal;

Medidores de Energia – KRON

A coleta dos dados do perfil de temperatura do salão da Produção dos

setores Injeção Plástica e Extrusão ocorreu através do esquema de ligação ilustrado

na Figura 5.7, que basicamente é interligação do controlador de temperatura a

interface de conversão, interligada a um PC, armazenando os dados pelo software

Sitrad:

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59

Figura 5.7 - Esquema de Ligação do Registrador de Temperatura

FONTE: Autor, 2014.

5.1 ESTUDO DE CASO 1 – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA AOS DOMINGOS.

A metodologia aplicada no estudo de caso 01 foi a seguinte:

1. Levantamento dos dados referente ao perfil de temperatura dos

setores da planta antes da AEE;

2. Levantamento dos dados referente ao perfil de consumo de energia

elétrica dos setores da planta antes da AEE;

3. Analise dos dados de consumo e temperatura anterior a AEE;

4. Implementação da AEE;

5. Registro dos dados do perfil de temperatura dos setores após a AEE;

6. Registro dos dados de consumo dos setores após a AEE;

7. Realização das analises do antes e o depois da AEE;

8. Validação da economia obtida através da M&V;

9. Elaboração do memorial dos cálculos antes e depois da AEE;

A seguir são apresentados os dados referentes aos registros de temperatura

obtidos:

Registros e Medições no Setor Injeção Plásticas – Situação Antes

1º Período de supervisão: 19/05/2013 08h até 20/05/2013 07h

Tempo de registro: 24h

Mínimo = 17,46 °C

Máximo = 19,52 °C;

Média = 18,04 °C

Desvio Padrão = 0,63;

Coeficiente de Variação = 0,29;

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60

Analisando o perfil de temperatura registrada conforme ilustra Figura

5.8(antes), com média de 18,04°C no período de 24h de registro observa-se que a

temperatura está abaixo do valor estipulado pelo processo do setor de Injeção

Plástica que é de 23°C com desvio de +/- 1°C durante a produção, e nos finais de

semana o valor de processo é de 26°C com desvio de +/- 1°C.

Na sequência é realizado a alteração do Setpoint manualmente para 26°C e

novamente é realizado o registro do perfil de temperatura conforme ilustrado na

Figura 5.8(depois).

Registros e Medições no Setor Injeção Plásticas – Após alterações dos

Setpoint.

2º Período de supervisão: 26/05/2013 08h até 27/05/2013 07h (Após a

mudança do Setpoint).

Tempo de Registro = 24h

Mínimo = 23,90 °C

Máximo = 27,34 °C;

Médio = 25,61°C

Desvio Padrão = 1,12;

Coeficiente de Variação = 0,23;

Analisando o gráfico da Figura 5.8, calculou-se:

Diferença mínima entre as temperaturas = 6,35 °C;

Diferença Máxima entre as temperaturas = 8,97 °C;

Diferença Média entre as temperaturas = 7,57 °C;

Desvio Padrão = 0,84;

Coeficiente de Variação = 0,09;

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61

Figura 5.8 - Comparativo da Temperatura Setor Injeção Plástica

FONTE: Autor, 2014

O mesmo procedimento foi realizado no setor Extrusão, conforme ilustra a

Fig. 5.9 para o perfil de temperatura antes e depois das alterações do Setpoint.

Registros e Medições no Setor Extrusão – Situação Antes

1º Período de supervisão: 19/05/2013 08h até 20/05/2013 07h.

Tempo de Registro = 24h

Mínimo = 16,70 °C

Máximo = 22,90 °C;

Médio = 19,73 °C

Desvio Padrão = 1,31;

Coeficiente de Variação = 0,13;

Registros e Medições no Setor Extrusão – Situação Depois

2º Período de supervisão: 26/05/2013 08h até 27/05/2013 07h (Após a

mudança do Setpoint);

Tempo de Registro = 24hrs;

Mínimo = 24.54 °C;

Máximo = 26,86 °C;

Médio = 25,89 °C;

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62

Desvio Padrão = 0,73;

Coeficiente de Variação = 0,35;

Figura 5.9 - Comparativo Temperatura Setor Extrusão

FONTE: Autor, 2014.

Analisando o gráfico da Fig. 5.9, calculou-se:

Diferença mínima entre as temperaturas = 5,57 °C;

Diferença Máxima entre as temperaturas = 7,45 °C;

Diferença Média entre as temperaturas = 6,35 °C;

Desvio Padrão = 0,49;

Coeficiente de Variação = 0,13;

O registro do consumo de potência ativa foi realizado em paralelo ao registro

e coleta dos dados de temperatura, pelo Gerenciado de Energia Elétrica conforme

ilustra a Figura 5.6, e na Figura 5.10 mostra o perfil de consumo de potencia ativa

antes das implementações das alterações, observa-se que a média do consumo

ativo chega a 709,36 kW/h, e na Figura 5.11 está o registro do perfil de consumo de

potencia ativa após as alterações nos Setpoint das Centrais de Ar condicionado dos

Setores de Injeção Plástica e Extrusão, este perfil de consumo se repetiu por vários

domingos com a média de 476,26 kW/h. Esta ação simples de Eficiência Energética

reduziu o consumo médio de 709,36 kW/h para 476,26 kW/h.

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63

Consumo de Energia – Antes da Implementação

Tempo de Registro = 24h

Mínimo = 638,40 kW/h;

Máximo = 768,60 kW/h;

Médio = 709,36 kW/h

Desvio Padrão = 29;

Coeficiente de Variação = 0,24;

Figura 5.10 - Consumo de energia– Antes da AEE

FONTE: Autor, 2014.

Consumo de Energia – Após as alterações.

Tempo de Registro = 24h

Mínimo = 428,40 kW/h;

Máximo = 522,90 kW/h;

Médio = 476,26 kW/h

Desvio Padrão = 26,31;

Coeficiente de Variação = 0,18;

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64

Figura 5.11 - Consumo de Energia – Após a AEE

FONTE: Autor, 2014.

A Figura 5.12 mostra o gráfico comparativo de energia consumida antes das

implementações e a energia consumida depois das implementações, e analisando

esta é possível calcular e obter:

Diferença mínima de 5,57°C e máxima de 7,45 °C;

Diferença Média entre as temperaturas = 6,35 °C;

Desvio Padrão de 0,49 e coeficiente de Variação de 0,13;

Figura 5.12 - Comparativo consumo energia elétrica.

Fonte: Autor, 2014.

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65

A Tabela 5.1 mostra de forma resumida os registros e os dados coletados de

temperatura e consumo de energia nos períodos antes e após as implementações.

TABELA 5.1 – Registros das Medições de Energia Consumida e Temperaturas

FONTE: Autor, 2014.

No presente estudo, aplicou-se uma metodologia chamada de medição e

verificação (M&V) para avaliar o percentual efetivo de economia obtido após a

implantação das ações de eficiência energética mencionadas anteriormente.

No presente plano de M&V, considerou-se a opção B do Protocolo

Internacional de Medição e Verificação de Performance - PIMVP, que estabelece

que o a avaliação das ações de eficiência energética serão realizadas tendo como

base somente medições. O período da linha de base considerado foi das 08h do dia

19/05/2013 às 07h do dia 20/05/2013. Através da ferramenta de analise de

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66

regressão linear foi criado o modelo que relaciona o consumo de energia versus a

temperatura do setor Injeção Plástica conforme figura 5.13.

Figura 5.13 – Regressão Linear Consumo x Temperatura Injeção

Fonte: Autor, 2014.

A figura 5.14 mostra o modelo que relaciona o consumo de energia com a

temperatura do setor Extrusão obtivo através da regressão linear.

Figura 5.14 – Regressão Linear Consumo x Temperatura Extrusão

Fonte: Autor, 2014.

y = -17,631x + 1032,1 R² = 0,7278

400,00

450,00

500,00

550,00

600,00

650,00

700,00

750,00

800,00

17,00 18,00 19,00 20,00

Ener

gia

(kW

h)

Temperatura (°C)

Energia x Temperatura Injeção

y = -17,163x + 1048,2 R² = 0,9677

400,00

450,00

500,00

550,00

600,00

650,00

700,00

750,00

800,00

15,00 17,00 19,00 21,00 23,00 25,00

pre

ço

Temperatura (°C)

Energia x Temperatura Extrusão

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67

O modelo que relaciona Consumo com a temperatura do setor injeção

plástica e temperatura do setor Extrusão foi é representado matematicamente pela

equação abaixo, e está mostrado na Figura 5.15.

Onde: é a energia consumida (kWh);

É a temperatura do setor de extrusão (ºC);

É a temperatura do setor de injeção (ºC);

Figura 5.15 - Regressão Linear Múltipla

FONTE: Autor, 2014.

Realizando-se uma análise do modelo mostrado na Figura 5.15 , observou-se

que:

O modelo é útil para prever o consumo de energia, pois o valor –p do

teste F é menor que 0,05;

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68

Há evidencia de que tanto a temperatura do Setor Injeção Plástica

quanto da Extrusão estão diretamente relacionadas com o consumo,

pois ambas possuem valor-p menor que 0,05;

Temperatura da injeção e Extrusão explicam 81,27% da variabilidade

do consumo, pois este modelo apresentou um R2 de 0,81, o que

mostra que o modelo se ajustou à amostra de dados de forma

satisfatória.

Com base neste modelo, obteve-se o gráfico mostrado na Figura 5.16, que

ilustra e energia medida antes das ações de eficiência energética, energia depois

das ações de eficiência energética e a economia obtida.

Figura 5.16 – Histórico energia consumida antes e depois da AEE.

FONTE: Autor, 2014.

Analisando o gráfico mostrado na figura 5.16, pode-se verificar que a

economia efetiva obtida com as ações de eficiência energética foi, em média, de

35,5%, o que corresponde no período seco sobre a tarifa Ponta a R$ 0,111 e R$

0,056 na tarifa Fora da Ponta e para no período úmido na ponta corresponde a R$

0,097 e fora da ponta a R$ 0,048 conforme calculo realizado através da Tabela 5.2.

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69

TABELA 5.2 – Evolução tarifária de Energia Cliente do “A” e “B”

FONTE: ANEEL, 2013.

Utilizando os resultados da Tabela 5.1 e a composição tarifária da Tabela 5.2

é calculada a economia estimada dos custos com energia aos domingos na planta

da fabrica chegando a um montante de R$ 39.941,29 por ano que a fábrica deixa de

gastar com consumo de energia aos domingos conforme Tabela 5.3, com os

estudos realizados neste trabalho, demonstraram-se os avanços a partir da inserção

prática do Gerenciador de Eficiência Energética nas indústrias como ferramenta de

eficiência energética.

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70

TABELA 5.3 – Calculo dos Custos.

CONSUMO DE ENERGIA

Antes

(KW/h) Depois (KW/h) Diferença (KW/h)

Mínima 638,40 428,40 189,00

Máxima 768,60 522,90 302,40

Media 709,36 476,26 233,10

Acumulado Dia 17024,70 11430,30 5594,40

Desvio Padrão 29,00 26,31 22,70

Coef. de Variação 24,46 18,10 10,27

CÁLCULO DOS CUSTOS

Consumo Mês (KW/h) 68098,8 45721,2 22377,6

Custo Mês Seco R$ 10.785,02 R$ 7.241,01 R$ 3.544,01

Custo Mês Úmido R$ 9.210,58 R$ 6.183,94 R$ 3.026,64

Custo Ano R$ 121.548,08 R$ 81.606,78 R$ 39.941,29

FONTE: Autor, 2014.

5.2 ESTUDO DE CASO 2 – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ATRAVÉS DE

SUBSTITUIÇÃO DE CONTROLADORES ANALÓGICOS POR

CONTROLADORES DIGITAIS DE TEMPERATURA.

Para realização do estudo de caso foram utilizados os mesmos dispositivos

utilizado no estudo de caso 1.

A metodologia aplicada no estudo de caso 02 foi a seguinte:

1. Levantamento dos dados referente ao perfil de temperatura dos

setores da planta antes da AEE;

2. Levantamento dos dados referente ao perfil de consumo de energia

elétrica dos setores da planta antes da AEE;

3. Analise dos dados de consumo e temperatura anterior a AEE;

4. Implementação da AEE;

5. Registro dos dados do perfil de temperatura dos setores após a AEE;

6. Registro dos dados de consumo dos setores após a AEE;

7. Realização das analises do antes e o depois da AEE;

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71

8. Validação da economia obtida através da M&V;

9. Elaboração do memorial dos cálculos antes e depois da AEE;

A tabela 5.4 mostra a composição e o memorial do custo do sistema de

climatização do salão da produção, no qual foram consideradas 24 horas por dia, 30

dias por mês, fator de diversidade de 80% e tarifa de energia vigente em 2013

conforme tabela 5.2.

Tabela 5.4. Memorial do Custo do Sistema de Climatização do Salão.

Qty Equipamentos TR'S

Potência

total

[kW]

Consumo

de

Energia

Mensal

[MWh]

Custo Seco

[R$]

Custo Úmido

[R$] Custo Ano [R$]

11 Central de Ar

20TR's 220 71,5 41,18 R$ 6.522,44 R$ 11.344,26 R$ 102.378,42

3 Central de Ar

30 TR's 90 52 29,95 R$ 4.051,10 R$ 8.250,37 R$ 69.609,60

Total 310 123,5 71,14 R$ 10.573,55 R$ 19.594,64 R$ 171.988,01

FONTE: Autor, 2014.

A Figura 5.17 mostra o diagrama elétrico antes da implantação do Sistema de

Controle de Temperatura Digital. Ao analisar o diagrama elétrico, é possível

observar que o sistema possui a característica do controlador analógico (tipo

Liga/Desliga), pois o evaporador, os compressores e os condensadores são ligados

e desligados simultaneamente. Dessa forma as principais consequências são:

Picos elevados de correntes devido a entrada e saída das cargas;

Geram harmônicas para rede elétrica;

Altos índices de intervenção da manutenção;

Queima elevada dos compressores;

Desgaste prematuro dos dispositivos de comando, e;

Maior consumo de energia elétrica.

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72

Figura 5.17 - Diagrama elétrico antes da implantação do Sistema de Controle.

FONTE: Autor, 2014.

A figura 5.18 mostra o diagrama elétrico apos à implantação do sistema de

controle de temperatura digital. Ao analisar o diagrama elétrico após a inclusão do

controle digital, é possível se obter o controle individual do funcionamento do

evaporador, compressores e consequentemente condensadores. Esta implantação

garante melhor estabilidade e controle de temperatura preciso, pois é caracterizado

pelo controle individual de cada dispositivo, portanto se obtém as seguintes

vantagens:

Baixa quantidade de vezes que os dispositivos são ligados e

desligados;

Baixos picos de correntes;

Menor quantidade de harmônicas geradas para rede elétrica;

Menor índice de intervenção de manutenção corretiva, e;

Aumento da vida útil dos dispositivos de comando e compressores.

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73

Figura 5.18 - Diagrama elétrico com a implantação do Sistema de Controle de

Temperatura Digital.

FONTE: Autor, 2014.

Legenda dos diagramas elétricos:

RT- Relé de tempo.

RSF - Relé falta de fase.

PLB - Pressostato Limite de Baixa Pressão.

TIC - Termostato Interno ao Compressor.

PB - Pressostato de Baixa Pressão.

PA - Pressostato de Alta Pressão.

RS - Relé de Sobrecarga.

C1 - Contactora de comando: liga Evaporador.

C2 - Contactora de comando: liga Compressor 01.

C3 - Contactora de comando: liga Compressor 02.

C4 - Contactora de comando: liga Condensador 01.

C5 - Contactora de comando: liga Condensador 02.

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74

S350A – Controlador de Temperatura analógico;

MT-543Ri - Controlador de Temperatura Digital;

A seguir são apresentados os dados referentes aos registros obtidos:

Registros e medições no setor Injeção Plásticas – Situação Antes:

1º Período de supervisão: 26/05/2013 00:00h até 01/06/2013 23:00h.

Tempo de registro: 07 dias.

Mínimo = 17,24 °C.

Máximo = 27,52 °C.

Média = 22,36°C.

Desvio Padrão = 3,10.

A Figura 5.19 mostra de forma contínua o comportamento da temperatura

medida durante o intervalo de tempo especificado no item 4.1.

Figura 5.19 - Temperatura no Setor de Injeção Plástica antes sem o sistema de

controle de temperatura digital.

FONTE: Autor, 2014.

Analisando o perfil de temperatura registrada na Figura 5.19 (antes), observa-

se a instabilidade, picos elevados e oscilações da temperatura com desvio de

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75

valores entre 17,24 °C e 27,52 °C, sendo que a temperatura estipulada para o

processo de Injeção Plástica no setor é definida em 21°C com desvio de +/- 2°C

durante a produção.

Na sequência é realizada implantação do Sistema de Controle de

Temperatura Digital e novamente é realizado o registro do perfil de temperatura

conforme ilustrado a Figura 5.20 (depois).

Figura 5.20 - Temperatura no Setor de Injeção Plástica após instalação do

sistema de controle de temperatura digital.

FONTE: Autor, 2014.

Registros e medições no setor Injeção Plásticas – Situação depois:

2º Período de supervisão: 07/07/2013 08:00h até 13/07/2013

07:00h – Após a instalação do Sistema de Controle de

Temperatura Digital

Tempo de Registro: 07 dias.

Mínimo = 19,77 °C.

Máximo = 23,80 °C.

Médio = 21,81 °C.

Desvio Padrão = 0,91.

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76

O registro do consumo de potência ativa foi realizado em paralelo ao registro

e coleta dos dados de temperatura pelo Gerenciador de Energia Elétrica. A Figura

5.21 e na Figura 5.22 mostram o perfil de consumo de potência ativa antes e depois

da implantação das alterações. Observa-se que a média do consumo de potência

ativa ANTES chega a 101,31kW/h e o consumo de potência ativa DEPOIS da

instalação com sistema de controle de temperatura digital nas centrais de ar

condicionado do setor de Injeção Plástica obteve o consumo (que se repetiu por

várias semanas) médio de 40,67kW/h. Esta ação de Eficiência Energética reduziu o

consumo médio de 101,31kW/h para 40,67kW/h.

Figura 5.21: Consumo de Energia – Antes da implantação do sistema de controle.

FONTE: Autor, 2014.

1° Registro do Consumo: Antes

Tempo de Registro: 07 dias

Mínimo = 13,00kW/h.

Máximo = 174,50kW/h.

Médio = 101,31kW/h.

Desvio Padrão = 58,23.

Coeficiente de Variação = 1,74.

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Figura 5.22 - Consumo de Energia – Depois da implantação do sistema de

controle de temperatura digital.

FONTE: Autor, 2014.

2° Registro do Consumo: Depois

Tempo de Registro = 07 dias.

Mínimo = 15,25kW/h.

Máximo = 77,50kW/h.

Médio = 40,67kW/h.

Desvio Padrão = 15,16.

Coeficiente de Variação = 2,68.

A figura 5.23 representa o comportamento do consumo de energia médio

diário antes e depois da implementação da AEE.

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Figura 5.23 – Consumo: Antes x Depois

FONTE: Autor, 2014.

A figura representa a e 5.24 representa o comparativo do perfil médio diário

da temperatura setorial antes e depois da implementação AEE.

Figura 5.24 – Temperatura: Antes x Depois

FONTE: Autor, 2014.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb

kW

CONSUMO

ANTES

DEPOIS

15

17

19

21

23

25

27

Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb

TEMPERATURA

ANTES

DEPOIS

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Para avaliar o percentual efetivo de economia obtido após a implantação das

ações de eficiência energética mencionadas anteriormente, aplicou-se uma

metodologia chamada de medição e verificação (M&V).

No presente plano de M&V, considerou-se a opção B do Protocolo

Internacional de Medição e Verificação de Performance - PIMVP, que estabelece

que o a avaliação das ações de eficiência energética serão realizadas tendo como

base somente medições. Através dos dados das Figuras 5.23 e 5.24, foi

estabelecido o período da linha de base utilizado na regressão linear simples

elaboração do modelo que relaciona a temperatura do setor com a energia

consumida e é representado matematicamente pela equação a seguir, e está

mostrado na Figura 5.25.

Onde: é a energia consumida (kWh);

É a temperatura do setor Injeção (ºC);

Figura 5.25 - Regressão Linear Simples

FONTE: Autor, 2014.

Realizando-se uma análise do modelo mostrado na Figura 5.25, observou-se

que o modelo é um modelo válido, uma vez que apresentou um valor-P menor que

y = -14,049x + 399,05 R² = 0,9018

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

160,00

180,00

200,00

17,00 19,00 21,00 23,00 25,00

Ener

gia

(kW

h)

Temperatura (°C)

Energia x Temperatura Injeção

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80

0,05. Além disso, este modelo apresentou um R2 de 0,90 que mostra que o modelo

se ajustou à amostra de dados de forma satisfatória (Magalhães, 2002) além de

mostrar evidencias de que a temperatura do Setor Injeção Plástica está diretamente

relacionadas com o consumo, pois possui valor-p menor que 0,05;

Com base neste modelo, obteve-se o gráfico mostrado na Figura 5.26, que

ilustra e energia medida antes das ações de eficiência energética, energia depois

das ações de eficiência energética e a economia obtida.

Figura 5.26 - Histórico energia consumida antes e depois da AEE

FONTE: Autor, 2014.

Analisando o gráfico mostrado na figura 5.26, pode-se verificar que a

economia efetiva obtida com as ações de eficiência energética foi, em média, de

38,82%, o que corresponde no período seco sobre a tarifa Ponta a R$ 0,122 e R$

0,061 na tarifa Fora da Ponta e para no período úmido na ponta corresponde a R$

0,106 e fora da ponta a R$ 0,0525 conforme calculo realizado através da Tabela 5.2.

Na tabela 5.5 é mostrado o custo comparativo do consumo de energia de

forma resumida. Este memorial de cálculo dos custos ANTES e DEPOIS a

implantação do Sistema de Controle de Temperatura Digital obteve uma economia

final média de R$ 47.166,86 por ano, tendo como referencia a tarifa vigente para o

período seco e úmido, conforme tabela 5.2 (ANEEL, 2013).

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81

É importante ressaltar que o custo total da aquisição dos equipamentos e

instalação do Sistema de Controle de Temperatura Digital foi de R$ 4.973,45,

aproximadamente R$ 5.000,00. Tendo uma economia final de R$ 47.166,86

podemos afirmar que após o sistema funcionando corretamente, o mesmo se pagou

em 39 dias.

Tabela 5.5. Memorial de Custo Comparativo ANTES versus DEPOIS da

implantação do Sistema de Controle de Temperatura Digital.

FONTE: Autor, 2014.

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82

CAPÍTULO 6. CONCLUSÃO

A implementação de sistemas de gerenciamento de energia permite ao

consumidor industrial utilizá-los como ferramenta de gestão de eficiência energética,

com o acompanhamento do comportamento da planta com foco na eficiência

energética, possibilitando o gerenciamento macro de todos os setores de consumo

de energia, proporcionando as seguintes vantagens:

Melhor controle de demanda e de fator de potência;

Disponibilizando dados para estudo e analises;

Melhor vantagem competitiva;

Evitando perdas ao aproveitar a energia gerada e não usada

diminuindo pico de consumo;

Aumentando consumo em horários de menor volume de energia no

sistema;

Melhorando aproveitamento da rede física instalada.

Analise do perfil do consumo das máquinas e equipamentos industriais;

Calcular o valor economizado;

Propor alterações e ações de redução aos desperdícios.

Através do estudo de caso 1 apresentado, é possível confirmar a importância

para a Indústria o uso do Gerenciador de Energia como ferramenta de Eficiência

Energética, pois através dos dados e das informações obtidas, é possível reduzir os

custos, as perdas e otimizar o consumo de energia na planta da Indústria. Através

da analises dos dados registrados, foi possível obter informações importante, como

as das temperaturas registradas nos setores de Injeção e Extrusão aos domingos

estavam em média respectivamente mais de 7,57 °C e 6,35°C abaixo do valor

estipulado pelo processo produtivo em ambos os setores, representando um

desperdício médio de energia elétrica de 233 kW/h, essa informação levou a

implementação de ações de controle para corrigir a defasagem de temperatura nos

setores e otimizar a temperatura das duas áreas produtivas e consequentemente

otimizar o consumo de energia, resultando em uma economia de quase

R$40.000,00/ano.

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Através da análise dos dados registrados no estudo de caso 2, foi possível

obter informações importantes, como as das temperaturas registradas no setor de

Injeção Plástica que antes da implementação do sistema de controle digital

possuíam picos que variavam entre a mínima de 17,24°C e a máxima de 27,52°C,

ocasionando um desvio médio de temperatura respectivamente de 5°C acima e 4°C

abaixo da temperatura especificada pelo processo produtivo, representando um

desperdício médio de energia elétrica de 60kW/h. Essa informação levou a

implementação do Sistema de Controle de Temperatura Digital como ações de

controle para corrigir a defasagem de temperatura no setor e otimizar a temperatura

da área produtiva e consequentemente otimizar o consumo de energia , resultando

em uma economia de quase R$ 48.000,00/ano.

A somatória total da economia obtida a traves da implementação das AEE

nos dois estudos de caso aplicado na indústria, contribuiu para uma economia de

quase R$ 90.000,00 por ano, que valida o conceito da implementação do

Gerenciamento de Eficiência Energética através de AEE de baixo custo com a

obtenção de excelentes resultados, além de proporcionar os seguintes benefícios

para as centrais de ar condicionados:

Aumento da vida útil do equipamento;

Redução do tempo de funcionamento dos compressores em carga;

Redução das horas trabalhadas das centrais;

Redução dos custos com manutenção;

Redução dos custos com materiais de limpeza das centrais de ar e etc.

6.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

O GEE é um novo conceito dentro do ramo da Gestão Energética

contemporânea e deve ser expandido aos mais diversos setores que consomem

energia elétrica, podendo ser objeto de estudo para trabalho futuros através dos

seguintes tópicos:

Aplicação do GEE no comercio e partição publica – consiste no

levantamento e elaboração de um método do GEE aplicado ao perfil do

comercio e partições públicas;

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Aplicação do GEE nas residências - consiste no levantamento e

elaboração de um método do GEE aplicado ao perfil residencial;

Integralização do GEE a sistemas contábeis e controladoria – consiste

no estudo e analise da viabilidade de integralização do GEE ao

processo contábil/controladoria da indústria e empresas, visando os

seguintes aspectos:

o Levantamento real dos custos com energia;

o Através dos relatórios do GEE, ser base para composição dos

custos de negociação.

o GEE como ferramenta de marketing dentro da ISSO 50001.

GEE aplicado a levantamento de banco de dados para elaboração de

perfil e padrões de Eficiência Energética.

Implementação de um sistema supervisório para visualização em

tempo real dos índices de eficiência energética setorial.

Integralização do OEE ao GEE

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ANEXOS

ANEXO 01 – MANUAL CONTROLADOR MT-530 SUPER

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ANEXO 02 – MANUAL DO CONTROLADOR MT 543RI PLUS

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APÊNDICE A

Nesta sessão são apresentados os resultados obtidos durante o

processamento da regressão linear utilizando a ferramenta de analises de dados do

Microsoft Excel 20130.

APÊNDICE A01 -REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA – ESTUDO DE CASO 01

Dados de Entrada

Energia T-Injeção T-Extrusão

1 659,40 21,00 22,90

2 638,40 23,00 22,70

3 672,00 19,25 22,10

4 701,40 18,12 20,01

5 709,80 18,00 20,31

6 722,40 17,23 19,19

7 739,20 17,58 18,65

8 737,10 17,38 18,96

9 735,00 18,23 17,97

10 730,80 18,00 18,92

11 672,00 19,60 20,70

12 739,20 18,00 18,84

13 735,00 18,10 18,59

14 724,50 17,98 19,51

15 722,40 17,66 19,49

16 722,40 17,73 19,47

17 711,90 17,76 19,20

18 705,60 17,60 19,07

19 693,00 17,70 19,88

20 705,60 17,59 18,71

21 701,40 17,46 18,53

22 686,70 18,10 21,80

23 690,90 18,70 21,70

24 768,60 17,50 16,70

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Dados de saída

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APÊNDICE A02 -REGRESSÃO LINEAR SIMPLES – ESTUDO DE CASO 02

Dados de Entrada

CONSUMO TEMP

SEG 73,63 23,52

TER 103,97 19,34

QUA 151,60 18,00

QUI 158,40 17,70

SEX 75,88 23,23

SAB 96,52 22,47

DOM 49,16 24,10

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Dados de saída

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APÊNDICE B

(ARTIGOS PUBLICADOS RELACIONADOS DISSERTAÇÃO)

ARTIGOS PUBLICADOS EM CONGRESSOS INTERNACIONAIS

1. CIRINO, Weverson dos Santos.; MORAES, Nadime Mustafa;REIS, Ana Maria.;OLIVEIRA, Anderson Castro.; SOARES, Gerdson Tanaka.: TOSTES. M.E.L.; BEZERRA, U.H. Sistema de Control de Temperatura Digital como Herramienta para la Eficiencia Energética em la Industria. III Convención Internacional de la Ingeniería en Cuba. Havana, Cuba. III CIIC 2014.

ARTIGOS PUBLICADOS EM CONGRESSOS NACIONAIS

1. SOARES, Gerdson Tanaka.; SOARES Thiago Mota.; TOSTES. M.E.L.; Sistema de Gerenciamento de Energia e M&V como Ferramenta de Eficiência Energética na Indústria. V Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos - SBSE 2014. Foz do Iguaçu – PR, Brasil.

2. SOARES, Gerdson Tanaka.: TOSTES. M.E.L.; MORAES, Nadime Mustafa; REIS, Ana Maria; CIRINO, Weverson dos Santos. Controladores de Temperatura Digital como Ferramenta de Eficiencia em Centrais de Ar Condicionados na Indústria. Seminário Nacional de Distribuição de energia Elétrica – SENDI XXI - 2014. Santos – RJ, Brasil.

ARTIGOS PUBLICADOS EM REVISTAS

1. SOARES, Gerdson Tanaka.; SOARES Thiago Mota.; TOSTES. M.E.L.; Sistema de Gerenciamento de Energia e M&V como Ferramenta de Eficiência Energética na Indústria. Revista O Setor Elétrico, Ed. 104 – Set. 2014, pp: 122-131. Revista QUALIS CAPES B5 ENGENHARIA IV