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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA METALÚRGICA E DE MATERIAIS CARACTERIZAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO MICROESTRUTURAL DE BARRAS DE AÇO PRODUZIDAS VIA PROCESSO THERMEX VICTOR TORQUATO ARAÚJO Fortaleza Dezembro, 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA METALÚRGICA E DE MATERIAIS

CARACTERIZAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO MICROESTRUTURAL DE

BARRAS DE AÇO PRODUZIDAS VIA PROCESSO THERMEX

VICTOR TORQUATO ARAÚJO

Fortaleza

Dezembro, 2010

i

VICTOR TORQUATO ARAÚJO

CARACTERIZAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO MICROESTRUTURAL DE

BARRAS DE AÇO PRODUZIDAS VIA PROCESSO THERMEX

Monografia submetida à coordenação do curso

de Engenharia Metalúrgica, da Universidade

Federal do Ceará, como requisito para obtenção

do grau de Bacharel em Engenharia Metalúrgica.

Aprovada __/__/______

Orientador: Prof. Dr. Alex Maia do Nascimento

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Prof. Dr. Alex Maia do Nascimento (Orientador).

Universidade Federal do Ceará

___________________________________________

Prof. Dr. Hamilton Ferreira Gomes de Abreu.

Universidade Federal do Ceará

___________________________________________

Prof. Dr. Cleiton Carvalho Silva

Universidade Federal do Ceará

Fortaleza – CE

2010

ii

“É fazendo que se aprende a fazer

aquilo que se deve aprender a

fazer.”

Aristóteles

iii

Dedico este estudo aos meus

parentes, aos meus amigos e

professores.

iv

AGRADECIMENTOS

A realização desse trabalho só foi possível com a contribuição direta ou indireta de

muitas pessoas, das quais manifesto aqui minha gratidão a todas elas e em particular:

Ao meu orientador e amigo, Prof. Dr. Alex Maia do Nascimento. Sem suas diretrizes,

amizades e experiência na área de siderurgia, teriam sido impossível trilhar este caminho tão

importante.

Ao Prof. Dr. Marcelo Ferreira Motta pelo acompanhamento desde o primeiro ano da

universidade, sempre dando conselhos e oportunidades.

Aos meus colegas de trabalho João Roberto Bestlé Pereira, Tarquinio Plynio dos

Santos Duraes e Valmir Oliveira de Carvalho, que me auxiliaram no planejamento e

execução.

Aos colaboradores, Carlos, Neto, Manoel, Jorge André, Antônio, Reginaldo, Ronaldo

in memorian, Tibério, Antonio, Adriano, Karol, Assis, Silvelino, Uchôa, Elimar, José Nilson,

Marcelo e Gustavo Canuto.

Aos laboratórios LACAM e ENGESOLDA pela disponibilidade de equipamentos e

insumos para realização da caracterização.

Aos meus colegas de curso: Yuri Soares, Nercy, Gilberto Pereira, Lucas Thé, Rômulo,

Tomaz, Daniel Lucena e Nathanael.

Aos amigos Francisco Diego Araruna, Francisco Edval Sampaio, Frank Webston

Pontes, João Rodrigues de Barros Neto, Paulo Marcelo Alves Vasconcelos e Thiago Ferreira

da Silva pelo companheirismo e a irmandade formada ao longo do curso.

Aos meus pais, Antônio Torquato Araújo e Maria Edvani Araújo Torquato, a quem o

foco nos meus objetivos.

v

RESUMO

O processo Thermex é empregado na laminação à quente realizando um tratamento

térmico na barra de aço que possibilita o aumento da resistência mecânica do material através

de um tratamento térmico superficial. Este processo permite diminuir do teor de carbono na

composição das ligas e propícia um menor custo para fabricação do produto desde a matéria

prima, além de um diferencial em qualidade, devido a sua soldabilidade. Este trabalho visa

caracterizar e quantificar as microestruturas presentes nas barras de aço, além de estudar as

propriedades mecânicas para diferentes diâmetros nominais.

Palavras chave: Barras de aço, aço carbono e processo Thermex.

vi

ABSTRACT

The process Thermex realize heat treatment in hot rolling that enable to give more

mechanical resistance. This process permit to reduce percentage of carbon in the chemical

compound and the cost of fabrication, besides improving the quality of material. This work

aim to analyze and to quantify microstructures in concrete reinforcing bars, besides to study

mechanical resistance.

Keys-word: concrete reinforcing bars, carbon steel and process Thermex

vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. (a)diagrama de fases ferro e cementita de interesse da indústria siderúrgica para produção de

barras de aço; (b) estruturas cristalinas das fases presentes na microestrutura da barra de aço (william d.

Calister, 2002). ................................................................................................................................................ 4

figura 2. Transformações envolvendo a decomposição da austenita. As setas contínuas representam

transformações que envolvem difusão; a seta tracejada envolve uma transformação ausente de difusão

(adaptado callister,2002). ................................................................................................................................ 5

figura 3. Microestrutura do aço carbono, com perlita e ferrita, reagente nital (asm, 2004). .......................... 7

figura 4. Microestrutura de um aço hipoeutetóide (william d. Calister, 2002). .............................................. 7

figura 5. Representação esquemática da formação da perlita a partir da austenita (william d. Calister, 2002)

........................................................................................................................................................................ 6

figura 6. Ilustração esquemática da bainita superior e inferior (bhadeshia, 2001). ......................................... 8

figura 7. Estrutura cristalina da martensita (adaptado asm,2004) ................................................................... 9

figura 8. Diagrama transformação tempo e temperatura (adaptado de industrialheating, 2010). ................. 10

figura 9. Curvas de variação da temperatura da barra para diferentes posições de raio durante processo de

tratamento térmico superficial (filho, 2004). ................................................................................................ 11

figura 10. Influência da temperatura de equalização na tensão de ruptura e na tensão escoamento (filho,

2004). ............................................................................................................................................................ 13

figura 11. Influência da temperatura de equalização no alongamento (filho, 2004) ..................................... 14

figura 12. Perfil de dureza de barra ca50 para diferentes diâmetros nominais (filho, 2004). ....................... 14

figura 13. Espessura da camada superficial da barra (filho, 2004). .............................................................. 15

figura 14. Espessura da camada intermediária da barra (filho, 2004). .......................................................... 16

figura 15. Espessura da camada central da barra (filho, 2004). .................................................................... 16

figura 16. Equipamentos empregados para preparação das amostras: (a) cut-off e lixadeira; (b) politriz e

embutidora. ................................................................................................................................................... 17

figura 17. Equipamentos empregados nas análises das amostras.................................................................. 18

figura 18. Fluxograma da metodologia aplicada da retirada e análise das amostras. .................................... 18

figura 19. Ilustração do perfil de microdureza. ............................................................................................. 19

figura 20. As amostras após ataque químico visando a revelação das regiões presentes: (a) 08 mm; (b) 10

mm; (c) 12,5 mm; (d) 16 mm; (e) 20 mm; (f) 25 mm. .................................................................................. 20

figura 21. Amostras após tratamento de imagem visando a quantificação das regiões presentes: (a) 08 mm;

(b) 10 mm; (c) 12,5 mm; (d) 16 mm; (e) 20 mm; (f) 25 mm. ....................................................................... 21

figura 22. Percentual das regiões obtidas pelo tratamento de imagens. ........................................................ 22

figura 23. Microestrutura das amostras, identificadas de acordo com seu diâmetro nominal, da região m

(região azul), ampliadas 500x e atacada com nital 3%. ................................................................................ 23

figura 24. Microestrutura das amostras, identificadas de acordo com seu diâmetro nominal, da região bm

(região vermelha), ampliadas 500x e atacada com nital 3%. ........................................................................ 24

viii

figura 25. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal 08mm na região p: (a) campo claro do mo;

(b) quantificada sem legenda. ....................................................................................................................... 25

figura 26. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal 10mm na região p: (a) campo claro do mo;

(b) quantificada sem legenda. ....................................................................................................................... 25

figura 27. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal 12,5mm na região p: (a) campo claro do mo;

(b) quantificada sem legenda. ....................................................................................................................... 26

figura 28. Microestrutura do da barra de aço de diâmetro nominal 16mm na região p: (a) campo claro do

mo; (b) quantificada sem legenda. ................................................................................................................ 26

figura 29. Microestrutura do da barra de aço de diâmetro nominal 20mm na região p: (a) campo claro do

mo; (b) quantificada sem legenda. ................................................................................................................ 27

figura 30. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal 25mm na região p: (a) campo claro do mo;

(b) quantificada sem legenda ........................................................................................................................ 27

figura 31. Quantificação de todas as amostras de diâmetros nominais da região p com presença das fases:

ferrita e perlita. .............................................................................................................................................. 28

figura 32. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal 08mm na região fp: (a) campo claro do mo;

(b) quantificada sem legenda. ....................................................................................................................... 28

figura 33. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal 10mm na região fp: (a) campo claro do mo;

(b) quantificada sem legenda ........................................................................................................................ 29

figura 34. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal 12,5mm na região fp: (a) campo claro do

mo; (b) quantificada sem legenda ................................................................................................................. 29

figura 35. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal do 16mm na região fp: (a) campo claro do

mo; (b) quantificada sem legenda ................................................................................................................. 30

figura 36. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal do 20mm na região fp: (a) campo claro do

mo; (b) quantificada sem legenda. ................................................................................................................ 30

figura 37. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal do 25mm na região fp: (a) campo claro do

mo; (b) quantificada sem legenda. ................................................................................................................ 31

figura 38. Quantificação das amostras de diâmetros nominais da região fp com presença das fases: ferrita e

perlita. ........................................................................................................................................................... 31

figura 39. Medição das espessuras das regiões evidenciadas em todas amostras. ........................................ 32

figura 40. Propriedades mecânicas obtidas por ensaios mecânicos regida pela norma nbr- 7480 - aço

destinado a armaduras para estruturas de concreto armado. ......................................................................... 33

figura 41. Perfil de microdureza da barra de aço de diâmetro nominal 08mm. ............................................ 34

figura 42. Perfil de microdureza da barra de aço de diâmetro nominal 10mm. ............................................ 35

figura 43. Perfil de microdureza da barra de aço de diâmetro nominal 12,5mm. ......................................... 35

figura 44. Perfil de microdureza da barra de aço de diâmetro nominal 16mm. ............................................ 36

figura 45. Perfil de microdureza da barra de aço de diâmetro nominal 20mm. ........................................... 36

figura 46. Perfil de microdureza da barra de aço de diâmetro nominal 25mm. ............................................ 37

ix

LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

CNPQ- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

ENGESOLDA- Laboratório de Engenharia de Soldagem

LACAM- Laboratório de Caracterização de materiais

x

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 1

2. OBJETIVO .................................................................................................................................. 2

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO ................................................................................................................... 2

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................................................... 3

3.1. Aços ................................................................................................................................... 3

3.2. Diagrama ferro – carbono ................................................................................................. 3

3.2.1. fases e Constituintes de equílibrio no sistema Fe-C ........................................................... 4

3.3. Tratamento térmico .......................................................................................................... 9

4. METODOLOGIA ........................................................................................................................17

4.1. Materiais..............................................................................................................................17

4.2. Método...............................,................................................................................................18

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .....................................................................................................20

6. CONCLUSÃO .............................................................................................................................38

7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .................................................................................40

8. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................................41

1

1. INTRODUÇÃO

Na década de 90 a siderúrgica nacional teve investimentos maciços voltados para sua

modernização. Ao todo, entre 1994 e 2000, foram investidos 10,2 bilhões de dólares em

projetos de modernização, de upgrading, de redução de custos e de proteção ambiental. A

indústria brasileira passou a figurar, segundo analistas internacionais independentes, entre aquelas

com mais baixo custo de produção no mundo (Lafer, 2010).

Este baixo custo de produção e as exigências de mercado vêm incentivando a pesquisa

e o desenvolvimento de processos térmicos e termomecânicos que possibilitem o aumento da

resistência mecânica dos aços carbono sem acréscimo de custo. Com isso, estudos sobre

processos que alcancem as propriedades mecânicas desejadas estão sendo realizados. Neste

contexto, o processo Thermex representa uma alternativa, tendo em vista que apresenta

diversas vantagens em sua utilização na escala industrial.

O processo Thermex é um tratamento térmico empregado na laminação a quente de

barras de aço para concreto armado. O processo consiste na passagem da barra em tubos que

possuem orifícios que passam água, essa água realiza um choque térmico com a barra,

tratando-a termicamente. Esse tratamento gera um acréscimo da resistência mecânica do

material que permite a diminuição do teor de carbono na composição das ligas e propicia um

menor custo para fabricação do produto desde a matéria prima e ainda possui um diferencial

em qualidade, devido a sua soldabilidade (Filho, 2004).

2

2. OBJETIVO

O trabalho tem por objetivo:

Caracterizar e quantificar as microestruturas;

Medir as espessuras de cada região formada;

Analisar as propriedades mecânica (limite de escoamento, limite de resistência

e alongamento);

Analisar perfis de microdureza;

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO

Como objetivos específicos podem citar:

Verificar adequação do produto as normas em vigor;

Verificar melhoria no processo;

Verificar a estabilidade do processo;

3

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. AÇOS

A NBR 6215 que trata sobre a terminologia de produtos siderúrgicos define aço como

sendo uma liga ferrosa passível de deformação que, em geral, apresenta teor de carbono entre

0,008% e 2% na sua forma combinada e/ou dissolvida, e que pode conter elementos de liga,

(NBR 6215- Produtos siderúrgicos - terminologia, 1996).

O aço é uma liga de natureza relativamente complexa e sua definição não é simples,

visto que, a rigor, os aços comerciais não são ligas binárias: de fato, apesar dos seus principais

elementos de liga serem o ferro e o carbono, eles contêm alguns elementos secundários,

presentes devido aos processos de fabricação (Chiaverini, Aços e ferros fundidos, 2005).

3.2. DIAGRAMA FERRO – CARBONO

A combinação entre carbono e ferro no equilíbrio termodinâmico dará origem a

diferentes fases para as diversas temperaturas avaliadas. O diagrama Fe-Fe3C, metaestável, é

bastante empregado na indústria siderúrgica, em virtude das diferentes fases que surgem ao

longo do processo de produção, o diagrama ilustrado na Figura 1a, identifica a região onde

ocorrem as transformações metalúrgicas decorrentes do tempo (Silva, 1953).

A região delimitada por linhas tracejadas determinam a região de interesse para a

produção de barras de aço. A transformação metalúrgica inicia-se no ponto verde, ver Figura

1a, com a formação da austenita. Esta transformação ocorre em temperaturas acima de 912°C

para todos os aços hipoeutetóides (percentual menor que 0,76% de carbono).

A austenita possui uma estrutura critalina CFC (corpo de face centrado), ver Figura

1b, que aumenta a solubilidade do carbono em sua estrutura, ao resfriar a barra, esta

solubidade se reduz tornando a solução de Fe-C saturada (ponto amarelo, ver Figura 1a), após

este ponto, a estrutura alótropica CCC (Cúbica de corpo centrada) é mais estável, assim

gradativamente a a estrutura CFC transforma-se em CCC gerando a ferrita pró eutetóide, ver

Figura 1b. Ao chegar em torno dos 727°C (ponto vermelho, ver Figura 1a) boa parte da

austenita transformou-se em ferrita, contudo uma parcela ainda continua como austenita, esta

4

austenita restante irá precipitar carbonetos de ferro (Fe3C), que possui uma estrutura

ortorrômbica, ver Figura 1b, (Silva, 1953).

Figura 1. (a)Diagrama de fases Fe-Fe3C de interesse da indústria siderúrgica para

produção de barras de aço; (b) Estruturas cristalinas das fases presentes na microestrutura da

barra de aço (William D. Calister, 2002).

Caso a taxa de resfriamento seja muito elevada pode ocorrer da austenita não ter

tempo suficiente para expulsar o carbono da sua microestrutura, assim irá gerar uma

microestrutura martensítica, que em aços carbonos, é muito dura.

3.2.1. CONSTITUINTES DE EQUÍLIBRIO NO SISTEMA FE-C

Dependendo da temperatura, o ferro tem em equilíbrio a pressão atmosférica, duas

Formas alotrópicas (CCC e CFC), ver Figura 1b. As propriedades mecânicas das barras de

A

A4

Carbono

Ferro

°

A) B)

Carbono

Ferro

5

aço sofrem influência de 4 fases e 2 constituintes básicos dos aços: austenita (γ), ferrita (α),

cementita (Fe3C), martensita, perlita (ferrita + cementita) e bainita (Chiaverini, Aços e ferros

fundidos, 2005).

3.2.1.1 . AUSTENITA

A austenita (γ) é a fase que origina todas as outras fases, denominada de fase mãe, ela

é constituída por uma solução sólida intersticial de carbono no ferro γ com estrutura CFC, ver

Figura 1b, sendo estável apenas em temperaturas acima de 727°C.. A solubilidade do carbono

na austenita é maior, apresentando um valor máximo de 0,76% em peso à temperatura de

727°C (Santos, 2006).

Caso o resfriamento seja lento a microestrutura irá originar perlita e ferrita pro-

eutetóide, se o resfriamento for moderado irá formar bainita e se o resfriamento for muito

rápido sem tempo para ocorrer a difusão do carbono, irá gerar a martensita, Figura 2.

Figura 2. Transformações envolvendo a decomposição da austenita. As setas contínuas

representam transformações que envolvem difusão; a seta tracejada envolve uma

transformação ausente de difusão (adaptado Callister,2002).

3.2.1.2 . PERLITA

A perlita é gerada quando em temperaturas menores que 727°C, a estrutura restante de

austenita não é mais estável. Ocorre então a formação de uma segunda fase rica em carbono, a

cementita, ver Figura 3. A formação da perlita ocorre por nucleação e crescimento.

6

Microestruturas grosseiras formam-se em temperaturas altas para este tipo de transformação,

nessas temperaturas são produzidas camadas relativamente espessas, tanto da fase ferrita

como da fase cementita. A formação de lamelas grossas ocorre porque em temperaturas altas,

as taxas de difusão são muito altas, de tal modo que os átomos de carbono se difundem ao

longo de distâncias relativamente longas, com a redução da temperatura, a taxa de difusão do

carbono diminui, e as camadas se tornam progressivamente mais finas(ASM, 2004).

Figura 3. Representação esquemática da formação da perlita a partir da austenita

(William D. Calister, 2002)

3.2.1.3 . FERRITA

A ferrita (α) é uma fase constituída por uma solução sólida intersticial de carbono no

ferro α com estrutura CCC, ver Figura 1b. A ferrita tem solubilidade máxima de 0,022% em

peso à temperatura de 727°C, caindo para cerca de 2,7x10-7

% à temperatura ambiente. É uma

fase de baixa dureza e alta ductildade. É considerada uma fase magnética até 770 °C

(temperatura Curie) (Santos, 2006).

A microestrutura típica de um aço baixo carbono resfriado lentamente contendo ferrita

(preta) e austenita (branca) pode ser vista nas Figura 4 e Figura 5.

7

Figura 4. Microestrutura do aço carbono, com perlita e ferrita, reagente Nital (ASM, 2004).

Figura 5. Microestrutura de um aço hipoeutetóide com presença de ferrita pró

eutetóide e perlita (William D. Calister, 2002).

3.2.1.4 . CEMENTITA

Cementita ou carboneto de ferro é um composto químico de fórmula química Fe3C e

estrutura em forma de cristal ortorrômbico. O seu mecanismo de formação ocorre quando há

supersaturação de carbono na austenita, quando isto ocorre o carbono é expulso e se liga ao

ferro formando o carboneto de ferro. Este carboneto é muito duro e quebradiço.

Ferrita

Perlita

Ferrita

Perlita

8

3.2.1.5 . BAINITA

A formação da bainita ocorre devido a decomposição da austenita em ferrita e

cementita em temperaturas acima da temperatura de formação da martensita e abaixo da

temperatura de formação da perlita. Por outro lado, a estrutura da bainita difere da perlita uma

vez que a ferrita e a cementita são arranjadas de forma não lamelar cuja característica depende

da composição da liga e da temperatura de transformação. A fase ferrita na bainita é, em

geral, altamente deformada. Esta deformação advém das alterações volumétricas provocadas

pela transformação e no excesso de carbono preso nos interstícios atômicos, devido ao rápido

resfriamento até baixas temperaturas.

A microestrutura da bainita superior consiste de ripas finas de ferrita, cada uma com

espessura da ordem de 0,2 micrômetro e comprimento de 10 micrômetros, Figura 6. As ripas

crescem de forma agrupada formando feixes. Em cada um dos feixes as ripas são paralelas e

possuem orientação cristalográfica idêntica, elas possuem cristalografia definida. As ripas

individuais dos feixes são denominadas sub-unidades da bainita (Bhadeshia, 2001).

A bainita inferior possui microestrutura e características cristalográficas similares as

apresentadas pela bainita superior. A maior diferença está na precipitação da cementita no

interior das ripas de ferrita.

Figura 6. Ilustração esquemática da bainita superior e inferior (Bhadeshia, 2001).

3.2.1.6 . MARTENSITA

A martensita é uma estrutura metaestável que se forma durante condições atérmicas.

Ao contrário das outras fases isotérmicas (no qual aparecem em condições de equilíbrio pelo

mecanismo controlador de difusão), a martensita não aparece no diagrama de fases. O

mecanismo da transformação martensítica é um processo adifusional, onde mudanças rápidas

na temperatura causam movimentos, dos átomos de ferro. Isso ocorre de tal maneira que a

austenita (CFC) experimenta uma transformação polimórfica em uma martensita tetragonal de

9

corpo centrado (TCC), Figura 7. Esta estrutura, apresenta menor densidade em relação a

austenita, isto resulta em distorções na rede cristalina (ASM, 2004).

Figura 7. Estrutura cristalina da Martensita (adaptado ASM,2004)

3.3. TRATAMENTO TÉRMICO

3.3.1. Diagrama TTT

Deve-se utilizar o diagrama TTT – Tempo, Transformação e Temperatura para

determinar o comportamento de determinado aço no resfriamento. Se o resfriamento for muito

rápido e, portanto fora do equilíbrio como ocorre no caso de têmpera, a formação da

martensita é privilegiada.

Dependendo da velocidade de resfriamento pode-se encontrar outras microestruturas

diferente da martensita, como perlita e bainita. A perlita grosseira forma-se entre 780 e 600°C

onde as taxas de difusão são muito altas, na faixa de 600 e 540°C esta taxa reduz e a

formação da perlita fina.

Resfriando a austenita até a faixa de temperaturas entre 200 e 540 °C, a cementita

crescerá na forma de agulhas extremamente finas, ao invés de camadas. A estrutura em forma

de agulhas é chamada bainita. Para temperaturas entre aproximadamente 300 e 540°C, a

bainita se forma como uma série de tiras paralelas ou agulhas de ferrita, separadas por

partículas alongadas da fase cementita. As transformações perlítica e bainítica são

concorrentes, em outras palavras, se uma fração da liga se transformar em perlita ou bainita, a

transformação no outro microconstituinte (perlita ou bainita) só é possível se for feito um

reaquecimento na faixa da temperatura austenítica, de acordo com a Figura 8.

10

Figura 8. Diagrama Transformação Tempo e Temperatura (adaptado de

IndustrialHeating, 2010).

Se a austenita se transforma abaixo de aproximadamente 220°C, a difusão e,

conseqüentemente, a formação de mistura ferrita-cementita, ocorrem tão lentamente que um

novo tipo de transformação de fase é favorecido. A austenita transforma-se quase

instantaneamente numa nova fase, altamente distorcida, a martensita. Os grãos de martensita

nucleiam e crescem a uma taxa muito alta, no interior da matriz da austenita.

Como a transformação martensítica não ocorre por difusão e é instantânea, ela está

representada por linhas horizontais, ver Figura 8. As linhas identificadas por M(s), M50% e

M90%, estão conectadas com a transformação da austenita em martensita. A natureza

horizontal e linear dessas linhas indica que a transformação martensítica é função da

temperatura e não depende do tempo. O resfriamento deixa grandes tensões residuais,

trincando, algumas vezes, a superfície e o interior do material.

A composição química e as deformações mecânicas podem afetar a temperatura de

formação da martensita. As deformações irão reduzir a Ms e a formação de martensita pode

ocorrer sem existir o tratamento através de têmpera. A Mf não indica que toda a

microestrutura tornou-se martensita, pode existir uma quantidade considerável de austenita

retida no aço (ASM, 2004). .

11

3.3.2. THERMEX

3.3.2.1. Processo

O processo de têmpera e revenimento, denominado de Thermex oriundo do inglês

Thermal Wave Experiment, utiliza-se da energia térmica das barras de aço, oriunda da

laminação a quente. Após a passagem pela última gaiola acabadora da laminação, geralmente

as barras de aço chegam em torno de 950 -1000°C. Nesta etapa ocorre o resfriamento em um

curto intervalo de tempo, menos de 1 segundo, por conta do resfriamento e uniforme (Handk-

india).

Figura 9. Curvas de variação da temperatura da barra para diferentes posições de raio

durante processo de tratamento térmico superficial (Filho, 2004).

Nessas condições, a barra de aço passa pelo sistema de resfriamento no qual toda a

superfície forma martensita, ver Figura 9. No final do processo, o núcleo ainda contendo

austenita é rodeado por uma mistura de austenita e martensita. Ao sair do sistema de

resfriamento a barra de aço é exposta a atmosfera e ao gradiente de temperatura entre o núcleo

12

e a superfície. Este gradiente tende a diminuir, proporcionando um equilíbrio adequado entre

a resistência e a ductilidade.

Durante o segundo estágio, a austenita que não sofreu transformação, transforma-se

em bainita, ver Figura 9. Na fase final do processo (terceiro estágio) o núcleo austenítico é

transformado. Dependendo de alguns fatores: composição química, temperatura de

equalização e da taxa de resfriamento o núcleo pode conter ferrita e perlita ou uma mistura de

bainita e perlita, Figura 9. (Llewellyn, 1998).

3.3.2.2.Sistema de resfriamento

Os sistemas de resfriamento controlado em linhas de laminação a quente são processos

de tratamento térmico superficial de barras denominado sistemas QTB (Quenching and

tempering Bars).

O processo de tratamento térmico em linha é realizado no interior de tubos

adequadamente projetados, onde a barra, após o último passe de laminação entra em contato

com água sob pressão, sofrendo ali um rápido e intenso resfriamento superficial, até que o

mesmo apresente as propriedades mecânicas desejadas (Filho, 2004).

O Thermex apresenta tubos de resfriamento de forma nodular ou fixa, variando suas

características e dimensões em função da faixa de diâmetros nominais das barras de aço

laminada, da velocidade de saída do laminador, da temperatura da barras laminadas, vazão de

água disposta, assim como outros fatores (Filho, 2004).

O sistema Thermex apresenta uma facilidade de operação e praticamente não requer

trabalho operacional durante seu funcionamento. Apresenta um direcionamento mais estável

da barra através dos tubos dos canhões e uma redução da temperatura do leito do

resfriamento, melhorando as condições de operação permitindo assim uma menor quantidade

de água em relação aos demais sistemas (Filho, 2004).

3.3.2.3. Propriedades mecânicas

Segundo Filho, pode se verificar uma diminuição dos resultados de tensão de

escoamento como para os de ruptura, as barras apresentam uma tendência decrescente dos

seus valores em função do diâmetro nominal produzido. Devido ao tratamento térmico

13

superficial realizado, o mesmo atua diretamente no aumento da resistência mecânica,

reduzindo os valores de alongamento.

A temperatura de equalização influência nos resultados da tensão de escoamento. Isto

ocorre devido a uma maior temperatura realizar transformações metalúrgicas ao longo do

diâmetro da barra de aço, assim deixando o material menos resistente. A Figura 10 ilustra em

relação entre o diâmetro nominal e a temperatura de equalização, as tensões de escoamento e

de ruptura, de acordo com (TAMM, 2003).

Figura 10. Influência da temperatura de equalização na tensão de ruptura e na tensão

escoamento (Filho, 2004).

Verifica-se na Figura 11 que para menores taxas de resfriamento o alongamento

apresenta uma tendência crescente, o que comprova o aumento da rigidez e da redução da

ductilidade quanto maior for a intensidade do tratamento térmico. Outro fator relevante é a

tendência crescente de alongamento quanto maior a temperatura de equalização. No entanto,

com a verificação dos diâmetros nominais individualmente, pode se verificar que os valores

de alongamento individual por diâmetros nominais são crescentes mesmo para pequenas

diferenças de temperatura, a exemplo dos diâmetros nominais 12,5 mm e 25mm.

14

.

Figura 11. Influência da temperatura de equalização no alongamento (Filho, 2004)

3.3.2.4. Microdureza

A Figura 12 ilustra como a microdureza se comporta ao longo de diferentes diâmetros

nominais das barras de aço. Verifica-se que o tratamento térmico superficial causa um efeito

de endurecimento superficial, com dureza 275 e 310 HV. Após está camada, constata-se que a

dureza cai em torno de 100 HV, ficando em média 200 HV (Filho, 2004).

Figura 12. Perfil de dureza de barra CA50 para diferentes diâmetros nominais (Filho, 2004).

15

3.3.2.5. Camadas de fases

Na Figura 13, é evidenciado o aumento da espessura da camada superficial com o

aumento do diâmetro nominal. Contudo este aumento da camada superficial em percentual

indica que menores diâmetros nominais terão maiores camadas, fazendo uma comparação a

diâmetro nominal de 08mm, a camada superficial fica em torno de 6%, enquanto que o

diâmetro nominal de 25mm a camada se reduz para próximo de 4%. Vale salientar que o friso

e as nervuras das barras não caracterizam um efeito significativo na formação do gradiente

microestrutural.

Figura 13. Espessura da camada superficial da barra (Filho, 2004).

Na Figura 14, camada intermediária, mostrou a mesma tendência da camada

martensita, esta de transição que passa da estrutura martensítica para a estrutura

perlita+ferrita, e na Figura 15, mostra a espessura do núcleo ferrítico-perlítico nos diâmetros

nominais, evidenciando o maior percentual destas fases.

16

Figura 14. Espessura da camada intermediária da barra (Filho, 2004).

Figura 15. Espessura da camada central da barra (Filho, 2004).

17

4. METODOLOGIA

Para atingir os objetivos estabelecidos, este trabalho consistiu na utilização de alguns

materiais e equipamentos.

4.1. MATERIAIS

Foi empregado como matéria prima as barras de aço para concreto armado de aço carbono

tratados via processo Thermex. Os materiais utilizados para a realização da preparação de

amostras para a análise microestrutural são listados a seguir:

Lixas, panos de polimento e alumina;

Reagentes e vidrarias em geral;

Os equipamentos e dispositivos utilizados para a caracterização das amostras estão

listados e podem ser visualizados abaixo:

CMR-Cut-off e embutidora, ver Figura 16a;

Lixadeira e politriz, ver Figura 16b;

Microscópio ótico com sistema de aquisição (MO), estereoscópico e Microdurômetro

Shimadzu, ver Figura 17;

Máquina universal para ensaios de tração;

Figura 16. Equipamentos empregados para preparação das amostras: (a) Cut-off e lixadeira;

(b) politriz e embutidora.

Cut Off

Lixadeira

Politriz

Embutidora

18

Figura 17. Equipamentos empregados nas análises das amostras.

4.2. MÉTODO

O método consistiu na realização da laminação a quente em diferentes diâmetros

nominais (8, 10, 12,5, 16, 20 e 25 mm). Durante a laminação, a velocidade de laminação, a

vazão e pressão da água do Thermex não foram alteradas, os dados foram obtidos no

supervisório onde pode fornecer importantes informações para o monitoramento da condição

de produção analisada.

4.2.1 Amostras

Conforme Figura 18, retirou-se 660 amostras, sendo que 600 amostras foram para

ensaios mecânicos e para caracterização microestrutural um total de 60 amostras, 10 por

diâmetro.

Figura 18. Fluxograma da metodologia aplicada da retirada e análise das amostras.

Laminação

Caracterização microestrutural

Quantificação de fases microscópia

ótica

Ensaios mecânicos

Microdurezaensaio de

tração

Microscópio ótico

Microdurômetro

Estereoscópio

19

4.2.2 Caracterização microestrutural e quantificação

A caracterização foi conduzida pela microscopia ótica nas secções das barras de aço.

Para isso, foi realizado um lixamento até granulometria de 1200 e polimento superficial com

alumina, recomendada para aços carbonos. O ataque químico foi realizado com Nital 3% para

revelar a microestrutura. A quantificação foi realizada com ajuda de um software – SVRNA,

desenvolvido pela Departamento da Engenharia de Teleinformática na UFC.

4.2.3 Perfis de microdureza

Os perfis de microdureza Vickers foram conduzidos em linha reta ao longo das

camadas das fases, conforme ilustrado na Figura 19. A carga aplicada foi de 19,614 N por um

tempo de impressão de 10 segundos. Os procedimentos, cuidados necessários e índices de

confiabilidade para a realização de ensaios de microdureza são detalhados na norma (ASTM,

2002).

Figura 19. Ilustração do perfil de microdureza.

4.2.4 O ensaio de tração

Os ensaios de tração, realizado nas 600 amostras, foram conduzidos de acordo com a

norma. Os procedimentos, cuidados necessários e índices de confiabilidade para a realização

deste ensaio são detalhados na norma NBR 6152(NBR 6152 - Materiais metálicos – Ensaio de

tração à temperatura ambiente, 2002).

0,4mm

20

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 CARACTERIZAÇÃO

5.1.1. Regiões definidas

Com a caracterização das amostras foram identificadas 4 regiões na maioria das

amostras, conforme visualizado na Figura 20. Nas amostras 12,5, 16, 20 e 25mm foi

perceptível as 4 regiões, enquanto que nas amostras 08 e 10mm observou-se apenas 3 regiões.

Figura 20. As amostras após ataque químico visando a revelação das regiões

presentes: (a) 08 mm; (b) 10 mm; (c) 12,5 mm; (d) 16 mm; (e) 20 mm; (f) 25 mm.

A quantificação das regiões nas amostras empregando um programa de análise de

imagem possibilitou ter uma noção da área de cada, a Figura 21 ilustra as amostras após o

tratamento de imagem. As regiões foram identificadas de acordo com as fases de maior teor,

assim a região M, possui martensita, a região BM, possivelmente é bainita e martensita, a

terceira região possui perlita em maior quantidade e ferrita (P) e a região FP possui ferrita em

maior quantidade e perlita, ver Figura 21.

21

Figura 21. Amostras após tratamento de imagem visando a quantificação das regiões

presentes: (a) 08 mm; (b) 10 mm; (c) 12,5 mm; (d) 16 mm; (e) 20 mm; (f) 25 mm.

Observou-se que amostras de pequenos diâmetros nominais (8, 10 e 12,5 mm)

apresentaram menores regiões identificadas como FP (região amarela), esta região ficou

inexistente no 08mm, enquanto que em amostras de diâmetros maiores (16, 20 e 25 mm)

apresentaram-se teores acima de 25%, ver Figura 22. A região aumentou conforme o diâmetro

da amostra aumentou.

A região P (região vermelha) reduziu conforme o aumento do diâmetro, contudo

manteve-se estável nos diâmetros (16, 20 e 25 mm). Esta região foi expressiva nas amostras

de 08 e 10 mm na qual apresentaram os maiores percentuais, 45 e 42 %, respectivamente.

Enquanto que nas amostras maiores este percentual variou de 20% na amostra de diâmetro

12,5mm para 12% do 16 mm, ver Figura 22.

A região BM (região verde) manteve-se ao longo das amostras constante tendo um

acréscimo na amostra de 8 mm com 20% e o menor percentual na amostra de 16mm com

12%, ver Figura 22.

A região M (região azul) manteve-se praticamente estável dentre as amostras, apenas a

amostra de 25 mm apresentou um percentual pouco menor, 27%, ver Figura 22.

22

Figura 22. Percentual das regiões obtidas pelo tratamento de imagens.

O desvio padrão encontrado nas amostras variou em torno de apenas 2%, sendo pouco

significativo nos percentuais obtidos acima.

5.1.2. Caracterizando regiões definidas

5.1.2.1. Região M

É observado que na região M (azul), região superficial das amostras, as

microestruturas são 100% martensíticas. Não foram constatados, no entanto, diferenças

microestruturais significativas entre as amostras de diâmetros nominais utilizados, vide Figura

23.

8 10 12,5 16 20 25

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

41404232

6

171412

20

42

1515 12

17

14

273432333535

45

20

reg

iõe

s q

ua

ntifica

da

s (

%)

Diâmetro Nominal (mm)

FP

P

BM

M

23

Figura 23. Microestrutura das amostras, identificadas de acordo com seu diâmetro

nominal, da região M (região azul), ampliadas 500x e atacada com Nital 3%.

5.1.2.2. Região BM

Quanto à região BM (região verde), ficou constatado a presença de diversas

microestruturas, através de microscopia ótica (MO) fica impreciso determinar quais

microestruturas estão presentes nesta região, devido o processo de caracterização não permitir

a definição exata da microestrutura, possivelmente é uma mistura de bainita e martensita

revenida, ver Figura 24.

24

Figura 24. Microestrutura das amostras, identificadas de acordo com seu diâmetro

nominal, da região BM (região verde), ampliadas 500x e atacada com Nital 3%.

5.1.2.3. Região P

A região P (região vermelha) apresentou ferrita e perlita como microestruturas, esta

última em maior quantidade. Com o programa foi possível quantificar percentualmente cada

fase. Conforme já comentado, esta região em diâmetros nominais menores (08 e 10 mm) se

mostrou predominante.

A Figura 25 ilustra a microestrutura da amostra de diâmetro nominal de 08 mm, no

campo claro do MO (a) e na forma quantificada (b), A perlita indicada pela seta tracejada e

pela cor vermelha possui um percentual de 72%, ilustrada na Figura 25, enquanto que a

25

ferrita, identificada como a fase amarela, se apresentou em menor quantidade em torno de

28%.

Figura 25. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal de 08 mm na região P:

(a) Campo claro do MO; (b) Quantificada sem legenda.

Semelhante a Figura 25, a Figura 26 ilustra a microestrutura presente no 10 mm. A

região perlítica possui um percentual de 62%, enquanto que a ferrita, se apresentou em menor

quantidade em torno de 38%. É perceptível a redução da fase perlita em comparação com a

amostra de 08 mm.

Figura 26. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal de 10 mm na região P: (a)

Campo claro do MO; (b) Quantificada sem legenda.

Perlita

Ferrita

Perlita

Ferrita

26

Nas amostras a seguir as microestruturas já possuem 4 regiões bem definidas,

conforme já comentado. Na amostras de 12,5 mm de diâmetro corresponde a

aproximadamente 88% enquanto que a ferrita ficou em torno de 12%, Figura 27.

Figura 27. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal de 12,5mm na região P: (a)

Campo claro do MO; (b) Quantificada sem legenda.

Na amostras de 16 mm, a perlita apresentou em média 85% enquanto que a ferrita

ficou em torno de 15%, Figura 28. Na amostras de 20 mm, a perlita reduziu mais ainda

ficando em torno de 70% enquanto que a ferrita ficou em torno de 30%, ver Figura 29,

contudo nas amostras de 25 mm, a perlita aumentou para 79% e a ferrita ficou em torno de

21%, ver Figura 30.

Figura 28. Microestrutura do da barra de aço de diâmetro nominal de 16 mm na região P: (a)

Campo claro do MO; (b) Quantificada sem legenda.

Perlita

Ferrita

Perlita

Ferrita

27

Figura 29. Microestrutura do da barra de aço de diâmetro nominal de 20 mm na região P: (a)

Campo claro do MO; (b) Quantificada sem legenda.

Figura 30. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal de 25 mm na região P: (a)

Campo claro do MO; (b) Quantificada sem legenda

A Figura 31 ilustra todos os resultados das amostras quantificadas. É perceptível que

em todas as amostras o percentual de perlita ultrapassou 50%. O menor percentual encontrado

foi no diâmetro nominal 10mm onde o percentual ficou em 62% de perlita.

Perlita

Ferrita

Perlita

Ferrita

28

Figura 31. Quantificação de todas as amostras de diâmetros nominais da região P com

presença das fases: ferrita e perlita.

5.1.2.4. Região FP

A região FP (região amarela), foi inexpressiva nas amostras de 08 mm e 10 mm,

contudo no restante das amostras pode-se ter consideráveis diferenças. Na amostra de 08mm,

foi evidenciado 80% de região perlita e 20% de região ferrítica, ver Figura 32.

Figura 32. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal de 08 mm na região

FP: (a) Campo claro do MO, 200x; (b) Quantificada sem legenda.

08 10 12,5 16 20 250

20

40

60

80

100

2130

1512

3828

7970858872 62

Pe

rce

ntu

al d

as m

icro

estr

utu

ra (

%)

Diâmetros Nominais (mm)

Perlita

ferrita

29

Na amostra de diâmetro nominal de 10 mm o percentual de ferrita ficou em média de

28% enquanto que a perlita resultou em 72%, ver Figura 33.

Figura 33. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal de 10 mm na região

FP: (a) Campo claro do MO, 200x; (b) Quantificada sem legenda

Na amostra 12,5 mm o teor de ferrita aumentou de 12% para 37%, enquanto que a

perlita reduziu para 63%, Figura 34.

Figura 34. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal de 12,5mm na região FP: (a)

Campo claro do MO, 200x; (b) Quantificada sem legenda

Este aumento de ferrita se procedeu nas demais amostras. No 16mm o percentual de

perlita decaiu para 42%, enquanto que a ferrita aumentou para 58%, Figura 35. No 20mm, a

ferrita passou para 73%, tornando o material mais mole, Figura 36.

30

Figura 35. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal do 16mm na região FP: (a)

Campo claro do MO, 200x; (b) Quantificada sem legenda

Figura 36. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal do 20mm na região FP: (a)

Campo claro do MO, 200x; (b) Quantificada sem legenda.

A ferrita da amostra com diâmetro de 25 mm aumentou para 46%, enquanto que a

perlita reduziu para 54%, conforme pode-se visualizar na Figura 37.

31

Figura 37. Microestrutura da barra de aço de diâmetro nominal de 25mm na região FP: (a)

Campo claro do MO, 200x; (b) Quantificada sem legenda.

A quantificação da região FP (região amarela) apresentou uma maior quantidade de

ferrita perante a perlita, isto resulta em um produto mais mole e com menor ductilidade

perante as outras fases. Em dois diâmetros nominais (16 e 20mm) o percentual de ferrita foi

superior a 50%. Houve uma tendência, para quanto maior o diâmetro nominal maior era o

percentual de ferrita no núcleo, isto ocorre devido o resfriamento do núcleo ser muito lento

quanto maior for o diâmetro, o gradiente de temperatura entre estas duas áreas faz com que a

formação de ferrita seja favorecida, bem como a perlita grosseira,ver Figura 38.

Figura 38. Quantificação das amostras de diâmetros nominais da região FP com

presença das fases: ferrita e perlita.

08 10 12,5 16 20 25

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

80

72

20 28 37 58 73 46

5427

42

63

Perc

entu

al da

s m

icro

estr

utu

ra (

%)

Diâmetro nominal (mm)

Perlita

Ferrita

32

5.2. Espessuras das camadas

Com a quantificação das amostras pode-se medir as camadas presentes. As regiões M,

BM e FP apresentaram um acréscimo a medida que o diâmetro nominal aumentava. A região

P possuiu maior espessura em diâmetros pequenos enquanto que em diâmetros maiores a

região FP se mostrava predominantes. A região FP se destacou em diâmetros maiores, sendo

maior incidente na amostra de 25mm. Na Figura 39, segue as medidas efetuadas.

Figura 39. Medição das espessuras das regiões evidenciadas em todas amostras.

08

10

12,5

16

20

25

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Comprimento (mm)

Diâ

me

tro

no

min

al (m

m)

FP

P

BM

M

33

5.3. Propriedades mecânicas

As amostras tracionadas apresentaram todas as propriedades mecânicas conforme a

norma NBR 7480 exige. As amostras 08 e 10mm apresentaram maiores limites de

escoamento (LE) e limite de resistência a tração (LR). Como a amostra de diâmetro nominal

08 mm apresentou um núcleo predominantemente perlítico, as amostras tiveram um maior LE

e LR, enquanto que as amostras que apresentaram maior quantidade de ferrita como nas

amostras do 12,5, 16 e 20 mm suas propriedades decaíram, ver Figura 40.

As amostras do 25 mm apresentou um leve alta devido sua microestrutura se

apresentar com um teor maior de perlita, vista anteriormente na Figura 37. O que ilustra a

influência da microestrutura nas propriedades mecânicas do material.

O alongamento se mostrou indiferente quanto aos distintos diâmetros.

Figura 40. Propriedades mecânicas obtidas por ensaios mecânicos regida pela norma

NBR- 7480 - aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado.

5.4. Microdureza

Os perfis de microdureza, conforme esperado, sofreram grandes alterações com o

processo Thermex. A principal alteração que se observa é um acréscimo muito acentuado da

dureza na região superficial da amostra, onde há presença de martensita. Essa dureza ficou em

torno de 300 HV.

08 10 12,5 16 20 25

0

4

8

12

16

500

600

700

800

NBR7480 - LE

NBR7480 - LR

ALO

NG

AM

EN

TO

(%

)LE

&LR

(M

Pa)

Diâmetros nominais (mm)

LE

LR

ALONG.

34

A grande variação de dureza ao longo da seção das amostras indicou que ocorreu

transformação de fase e que o carbono difundiu ao longo de toda a faixa. Na região próxima

ao centro, os valores de dureza foram inferiores a superfície, possuindo durezas tão baixas

quanto 200 HV, resultado da concentração de ferrita e perlita.

Na região intermediária, identificada pela região verde, os perfis de dureza sofreram

uma redução, os valores passaram a variar por volta de 300 HV (região mais próxima da

borda) à 220 HV, resultado provavelmente da formação de uma mistura de fases (martensita

revenida e bainita).

Nas Figura 41 à Figura 46, os perfis de dureza são separados de acordo com as regiões

identificadas na quantificação.

Figura 41. Perfil de microdureza da barra de aço de diâmetro nominal 08mm.

.

-4 -2 0 2 4200

210

220

230

240

250

260

270

280

290

300

310

320

330

340

350

MIC

RO

DU

RE

ZA

VIC

KE

RS

(H

V2)

PERFIL DE MICRODUREZA (mm)

35

Figura 42. Perfil de microdureza da barra de aço de diâmetro nominal 10mm.

Figura 43. Perfil de microdureza da barra de aço de diâmetro nominal 12,5mm.

-6 -4 -2 0 2 4 6

200

220

240

260

280

300

320

340

MIC

RO

DU

RE

ZA

VIC

KE

RS

(H

V2

)

PERFIL DE MICRODUREZA (mm)

-6,25 -5,00 -3,75 -2,50 -1,25 0,00 1,25 2,50 3,75 5,00 6,25180

200

220

240

260

280

300

320

MIC

RO

DU

RE

ZA

VIC

KE

RS

(H

V2)

PERFIL DE MICRODUREZA (mm)

36

Figura 44. Perfil de microdureza da barra de aço de diâmetro nominal 16mm.

Figura 45. Perfil de microdureza da barra de aço de diâmetro nominal 20mm.

-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8

200

220

240

260

280

300

320

340

360

MIC

RO

DU

RE

ZA

VIC

KE

RS

(H

V2)

PERFIL DE MICRODUREZA (mm)

-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10

180

200

220

240

260

280

300

320

MIC

RO

DU

RE

ZA

VIC

KE

RS

(H

V2)

PERFIL DE MICRODUREZA (mm)

37

Figura 46. Perfil de microdureza da barra de aço de diâmetro nominal 25mm.

-12,5 -10,0 -7,5 -5,0 -2,5 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 12,5

200

220

240

260

280

300

320

340

360

MIC

RO

DU

RE

ZA

VIC

KE

RS

(H

V2)

PERFIL DE MICRODUREZA (mm)

38

6. CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos na avaliação de aços para concreto armado

tratados termicamente pelo processo Thermex é possível concluir alguns fatos referentes ao

trabalho:

O tratamento resulta na formação de 4 regiões bem definidas nas amostras

superiores ao 08 mm;

As amostras de 08mm não apresentaram a região FP, as amostras de 10 mm

apresentaram a região FP, mas não foi tão significativa;

Para as microestruturas concluiu-se que: a região M possui 100% martensita, a

região BM possui diversas microestruturas não definidas por microscopia ótica, a

região P onde se constatou a presença predominante de perlita, enquanto que na

região FP foi constituída um aumento na quantidade de ferrita;

Na região P todas as amostras apresentaram teores acima de 50% de perlita;

Na região FP foi evidenciado que as amostras 16 e 20 mm apresentaram teores de

ferrita superior a 50%;

Houve uma tendência de maior formação de ferrita quanto maior for o diâmetro da

amostras;

Quanto à espessura, a região M aumentou conforme aumentou o diâmetro nominal,

a região P possuiu maior espessura em diâmetros pequenos enquanto que em

diâmetros maiores esta apresentou menor extensão. A região FP se destacou em

diâmetros maiores, sendo a maior incidência nas amostras de 25 mm.

Todas as propriedades mecânicas das barras de aço analisadas estão em

conformidade com norma NBR 7480. As amostras 08 e 10 mm apresentaram

maiores limites de escoamento (LE) e limite de resistência a tração (LR), já era

previsto pela microestrutura presente;

As amostras do 25 mm apresentaram um aumento no LE devido sua microestrutura

se apresentar com um teor maior de perlita;

Ocorreu um acréscimo da dureza na região superficial da amostra. Essa dureza

ficou em torno de 300 HV.

39

Na região próxima ao centro, os valores de dureza foram inferiores a superfície,

possuindo durezas em torno de 200 HV, resultado da concentração de ferrita e

perlita.

Na região intermediária, os valores passaram a variar por volta de 300 HV região

mais próxima da região de elevada dureza à 220 HV, resultado provavelmente da

formação de uma mistura de fases (martensita revenida e bainita).

40

7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Pode-se avaliar influência dos parâmetros de processo (pressão e vazão da água,

temperatura e dureza da água, velocidade de laminação, temperatura de entrada no Thermex e

temperatura de equalização) separadamente e depois correlacioná-los com as propriedades

mecânicas.

Modelamento matemático no Thermex, com intuito de prever a microestrutura e as

propriedades mecânicas.

Avaliar a composição química no processo, verificando possíveis folgas no processo,

visando reduzir custos.

41

8. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

(2008). Acesso em 03 de Julho de 2010, disponível em CIMM:

http://java.cimm.com.br/cimm/construtordepaginas/htm/3_24_7430.htm

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Hardness of Materials1 . United States: ASTM international.

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