universidade federal do cearÁ centro de … - sofia pinheiro melo (2).pdf · sofia pinheiro melo...

62
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA SOFIA PINHEIRO MELO USO DA OTIMIZAÇÃO POR NUVEM DE PARTÍCULAS PARA CÁLCULO DOS PARÂMETROS DE WEIBULL EM PARNAÍBA-PI FORTALEZA 2014

Upload: leduong

Post on 10-Dec-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

SOFIA PINHEIRO MELO

USO DA OTIMIZAÇÃO POR NUVEM DE PARTÍCULAS PARA CÁLCULO DOS

PARÂMETROS DE WEIBULL EM PARNAÍBA-PI

FORTALEZA

2014

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

SOFIA PINHEIRO MELO

USO DA OTIMIZAÇÃO POR NUVEM DE PARTÍCULAS PARA CÁLCULO DOS

PARÂMETROS DE WEIBULL EM PARNAÍBA-PI

Projeto Final de Curso apresentado à

Universidade Federal do Ceará através do

Departamento de Engenharia Elétrica, como

requisito para obtenção do título de Graduado

em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Cesar Marques de

Carvalho

FORTALEZA

2014

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal do Ceará

Biblioteca de Ciências e Tecnologia

M486u Melo, Sofia Pinheiro.

Uso da otimização por nuvem de partículas para cálculo dos parâmetros de Weibull em Parnaíba –

PI / Sofia Pinheiro Melo. – 2014.

[61] f. : il., enc. ; 30 cm.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de

Tecnologia, Departamento de Engenharia Elétrica, Curso de Engenharia Elétrica, Fortaleza, 2014.

Orientação: Prof. Dr. Paulo Cesar Marques de Carvalho.

1. Energia eólica. 2. Distribuição de Weibull. I. Título.

CDD 621.3

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull
Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

“Tu me farás conhecer a vereda da vida, a

alegria plena da tua presença, eterno prazer à

tua direita” (Sl. 16:11 - NVI).

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

AGRADECIMENTOS

A Deus, por amor e graça incondicionais.

Ao Prof. Dr. Paulo Cesar Marques de Carvalho, por sua orientação e apoio

durante a elaboração desta pesquisa.

À Eng. Tatiane Carolyne Carneiro, pelos valiosos conhecimentos transmitidos.

Deixo meu sincero agradecimento por tamanha atenção, paciência e suporte.

Ao Prof. Dr. Arthur Plínio de Souza Braga, participante da banca examinadora,

por sua disponibilidade em avaliar este trabalho.

Ao CNPq pelo financiamento do projeto “Previsão de potencial eólico visando

operação integrada ótima de unidades geradoras de eletricidade: estudo de caso para o

Nordeste do Brasil”.

Aos professores do Departamento de Engenharia Elétrica da UFC, por todos

valiosos ensinamentos que enriqueceram a minha graduação, e a todos os meus amigos, que

foram muito importantes para a conclusão desta etapa.

Aos meus pais, indispensáveis em todas as minhas conquistas, por todo incentivo

e dedicação para minha formação acadêmica, e ao meu amado irmão, por quem tenho imensa

admiração, por ser um exemplo que me impulsiona a crescer e alcançar meus sonhos.

Ao Felipe Geleilate, meu companheiro ao longo desta jornada, presente de Deus e

fonte preciosa de amor, pela presença em minha vida.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 01

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 04

2.1 Uso da Energia Eólica no Mundo e no Brasil .................................................... 04

2.2 Descrição Estatística do Regime dos Ventos...................................................... 08

2.2.1 Distribuição de Weibull ..................................................................................... 10

2.3 Métodos Numéricos para Cálculo dos Parâmetros de Weibull ......................... 11

2.3.1 Método do Momento (M) ................................................................................... 13

2.3.2 Método Empírico (E) .......................................................................................... 13

2.3.3 Método Gráfico (G) ............................................................................................ 14

2.3.4 Método da Máxima Verossimilhança (MV) ....................................................... 14

2.3.5 Método da Máxima Verossimilhança Modificado (MVM) ................................ 14

2.3.6 Método do Fator Padrão de Energia (FPE) ...................................................... 15

2.3.7 Método da Energia Equivalente (EE) ................................................................ 15

2.4 Técnicas de Inteligência Artificial para Otimização dos Parâmetros.................. 16

2.4.1 Otimização por Nuvem de Partículas................................................................. 16

2.4.2 A Estrutura do Algoritmo PSO........................................................................... 17

2.5 Testes Estatísticos para Análise da Eficiência dos Métodos............................... 20

2.6 Geração Anual de Eletricidade Através do Software RETScreen...................... 21

3. METODOLOGIA.............................................................................................. 24

3.1 Área de Estudo.................................................................................................... 24

3.2 Aquisição dos Dados de Vento............................................................................ 25

3.3 Análise das Séries temporais............................................................................... 25

3.4 Métodos de Cálculo dos Parâmetros de Weibull................................................ 26

3.4.1 Algoritmo PSO – Particle Swarm Optimization................................................. 26

3.5 Eficiência dos Métodos de Cálculo dos Parâmetros........................................... 28

3.6 Determinação da Geração Anual de Energia Elétrica através do RETScreen..... 28

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 31

4.1 Estudo da Série Temporal de Vento de Parnaíba................................................ 31

4.2 Execução do Algoritmo PSO............................................................................... 33

4.3 Aplicações da Distribuição de Weibull............................................................... 34

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

4.3.1 Aplicação do Método de Melhor Desempenho (PSO) ....................................... 37

4.4 Avaliação da Geração de Energia Elétrica Anual............................................... 38

5. CONCLUSÃO................................................................................................... 42

6. REFERÊNCIAS................................................................................................ 44

APÊNDICE........................................................................................................ 47

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

RESUMO

O uso da energia eólica tem apresentado forte crescimento no cenário mundial por se tratar de

uma fonte de energia limpa e amplamente disponível para produção de energia elétrica. No

entanto, apesar dos benefícios desta fonte, há uma incerteza relacionada à produção final de

energia elétrica, em virtude da intermitência do vento. Diante disso, o conhecimento do

regime dos ventos é fundamental para o estudo da viabilidade de um projeto eólico. A

distribuição de Weibull é amplamente utilizada na análise do aproveitamento da energia

eólica, em virtude de representar adequadamente a maior parte dos dados da velocidade de

vento. Neste estudo, é analisado o potencial eólico da cidade de Parnaíba (PI), sendo proposta

uma nova aplicação para o cálculo dos parâmetros k e c que definem a distribuição de

Weibull. A técnica de Otimização por Nuvem de Partículas (PSO – Particle Swarm

Optimization) é aplicada para determinar os parâmetros de Weibull que proporcionem um

melhor ajuste à distribuição de freqüência da velocidade do vento e, dessa forma, obter uma

maior precisão na estimativa da eletricidade produzida por turbinas eólicas na localidade

estudada. Esta técnica é comparada com cinco diferentes métodos numéricos normalmente

encontrados na literatura para cálculo dos parâmetros: Método do Momento (M), Método

Empírico (E), Método da Máxima Verossimilhança (MV), Método da Energia Equivalente

(EE) e Método do Fator Padrão de Energia (FPE). Para análise comparativa da eficiência e

exatidão entre os diferentes métodos abordados foram aplicados testes estatísticos. Com

auxílio do software RETScreen, foi calculada a energia elétrica anual gerada em um parque

eólico hipotético de Parnaíba, usando os diferentes valores de k e c calculados pelos métodos

numéricos e pelo método PSO. O objetivo desta aplicação é verificar o impacto do melhor

ajuste da curva de Weibull na redução dos erros obtidos na determinação da energia elétrica

gerada. O uso do PSO proporcionou resultados mais precisos em relação aos obtidos através

dos métodos numéricos tradicionalmente utilizados, não somente no ajuste aos histogramas de

velocidade (r = 0,995, RMSE = 0,006 e VR = 4,99 x 10-6), como também na geração anual de

energia elétrica (2,315 MWh), apresentando uma diferença significativa em relação ao

método numérico de pior desempenho.

Palavras-chave: Parâmetros de Weibull. Otimização por Nuvem de Partículas. Potencial

Eólico.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

ABSTRACT

The use of wind power have surged across the world given increasing interest in clean energy

and the abundance of wind as a resource to generate electric energy. In spite of its benefits,

there is significant uncertainty related to the stability of the final electrical energy output,

given the usual intermittence of wind. An understanding about wind regimes is therefore

fundamental to assess the viability of a wind power project. The Weibull distribution has been

widely used to study the efficiency of wind power, as it models well the most important data

about wind speed. In this study, the wind power potential of the city of Parnaiba (in the state

of Piaui, Brazil) is assessed and a new application for the calculation of k and c parameters

defining the Weibull distribution is proposed. The Particle Swarm Optimization (PSO)

method is applied to compute the Weibull parameters that allow for a better fit on distribution

of the wind velocity frequency and, as a result, a better estimate of the potential electricity

generated by wind turbines in the referred location. The PSO method is benchmarked against

another five methods commonly found in the literature to compute the parameters:

Momentum Method, Empirical Method, Maximum Likelihood Method, Equivalent Energy

Method and Energy Pattern Factor. Statistical tests are used to compare the efficiency and

precision of the different methods. Using the RETScreen software, the calculation of annual

electrical energy generated in a hypothetic wind power plant in Parnaíba is presented, using

the different values for k and c computed via the numerical methods and the PSO method. The

goal of this application is to verify the impact of using a better Weibull curve to reduce the

error in the calculations of the electric energy generated. The use of the PSO method

generated more precise results when compared to the results obtained using the numerical

methods, not only in the fit of wind speed histograms (r = 0,995, RMSE = 0,006, VR = 4,99 x

10-6), but also in the final calculation of annual electrical energy generated (2,315 MWh), with

a substantial difference compared to the numerical method of worst performance.

Keywords: Weibull Parameters. Particle Swarm Optimization. Wind Power Potential.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2.1 – Gráficos de capacidade acumulada e instalada – Países TOP 10 (2013) ......... 05

Figura 2.2 – Capacidade eólica acumulada de turbinas no mundo 1996 – 2013 (MW) ...... 06

Figura 2.3 – Oferta interna de energia elétrica por fonte...................................................... 07

Figura 2.4 – Distribuição da capacidade eólica instalada por estados brasileiros (2014) .... 08

Figura 2.5 – Distribuição de velocidades do vento e função Weibull................................... 09

Figura 2.6 – Distribuição de Weibull para diferentes valores do parâmetro k...................... 10

Figura 2.7 – Algoritmo PSO................................................................................................. 20

Figura 2.8 – Fluxograma dos algoritmos - Projeto eólico RETScreen................................. 22

Figura 3.1 – Localização do município onde está localizada a torre anemométrica............. 24

Figura 3.2 – Tela inicial de informações do projeto eólico – RETScreen............................ 28

Figura 3.3 – Modelo energético – RETScreen...................................................................... 29

Figura 3.4 – Especificações da turbina eólica e perdas – RETScreen.................................. 30

Figura 4.1 – Média da Velocidade do vento diária, Parnaíba............................................... 31

Figura 4.2 – Média da Velocidade do vento mensal, Parnaíba, Ago/12 a Jul/13.................. 32

Figura 4.3 – Variação da função objetivo ao longo das iterações no espaço de busca PSO. 34

Figura 4.4 – Ajuste das curvas de Weibull ao histograma anual.......................................... 34

Figura 4.5 – Ajuste das curvas de Weibull ao histograma 1º Semestre................................ 36

Figura 4.6 – Ajuste das curvas de Weibull ao histograma 2º Semestre................................ 36

Figura 4.7 – Ajuste da curva de Weibull ao histograma anual – PSO.................................. 37

Figura 4.8 – Ajuste da curva de Weibull ao histograma semestral – PSO............................ 38

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Especificações das turbinas eólicas - RETScreen ......................................... 30

Tabela 4.1 Parâmetros estatísticos dos dados de vento, Parnaíba, Ago/12 a Jul/13........ 32

Tabela 4.2 – Parâmetros estatísticos dos dados de vento, Parnaíba, Anual e Semestral.... 33

Tabela 4.3 – Aplicações dos testes estatísticos, Parnaíba, anual........................................ 35

Tabela 4.4 – Aplicações dos testes estatísticos, Parnaíba, 1º Semestre.............................. 36

Tabela 4.5 – Aplicações dos testes estatísticos, Parnaíba, 2º Semestre.............................. 37

Tabela 4.6 – Especificações das turbinas para cálculo da energia elétrica anual gerada.... 39

Tabela 4.7 – Análise da produção anual de energia elétrica, RETScreen – ENERCON.... 39

Tabela 4.8 – Análise da produção anual de energia elétrica, RETScreen – VESTAS........ 40

Tabela 4.9 – Análise da produção anual de energia elétrica, RETScreen – SIEMENS...... 40

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

1

1. INTRODUÇÃO

Em meio ao aumento da demanda global por energia, oriundo do

desenvolvimento industrial e crescimento populacional, e da preocupação acerca do

impacto ambiental pela queima de combustíveis fósseis, destaca-se a geração de energia

elétrica a partir de fontes renováveis, desafiando a capacidade de garantir o

abastecimento de energia e reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

No Brasil, em virtude do seu elevado potencial hídrico, há uma forte

dependência por usinas hidrelétricas na geração de energia elétrica, tendo a geração

hidráulica uma participação de 70,6% em 2013 na matriz elétrica brasileira (EMPRESA

DE PESQUISA ENERGÉTICA, 2014). No entanto, em situações adversas da natureza,

como a falta de chuvas e a consequente redução do nível dos reservatórios hídricos, as

usinas termelétricas são incorporadas ao sistema para atender à demanda do país,

contribuindo para os altos preços da eletricidade.

Neste cenário, com o aumento no risco de déficit de energia, o governo

brasileiro tem investido na expansão e diversificação de sua matriz elétrica,

incorporando fontes alternativas como: a) a energia eólica; b) solar; e c) biomassa,

buscando contribuir para a elevação da confiabilidade do sistema e diversificar a matriz

com outras fontes de geração renovável de energia.

A geração eólica tem apresentado um crescimento bastante significativo no

cenário brasileiro nos últimos anos, representando 1,1% da matriz elétrica brasileira em

2013 (EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA, 2014). Através das turbinas eólicas,

é captada uma parte da energia cinética do vento que passa através da área varrida pelo

rotor, transformando em energia mecânica de rotação. O gerador elétrico, acoplado ao

eixo do rotor, transforma a energia mecânica em energia elétrica (ATLAS DO

POTENCIAL EÓLICO BRASILEIRO, 2001).

Dentre os benefícios desta fonte de energia, destaca-se a sua

complementaridade à geração hidrelétrica, uma vez que os melhores ventos ocorrem nos

períodos de menor regime de chuvas, portanto de menor disponibilidade hídrica. Dessa

forma, a geração de energia elétrica através de turbinas eólicas de grande porte

conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), em caráter complementar às fontes

convencionais, contribui para redução da emissão de poluentes das usinas térmicas, da

necessidade de construção de grandes reservatórios e ainda do risco gerado pela

sazonalidade hídrica.

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

2

No entanto, o maior inconveniente da energia eólica é a sua intermitência,

uma vez que os ventos não possuem velocidade constante, variando conforme as

condições climáticas, o que resulta em uma incerteza na produção de energia. Desta

forma, torna-se necessário o aprofundamento das investigações sobre o regime dos

ventos e a caracterização do potencial eólico nas regiões.

Para avaliar o potencial eólico disponível em uma região é necessária a

modelagem da estocasticidade dos ventos, analisando as séries históricas de velocidade

do vento, identificando padrões de sazonalidade e prevendo o comportamento do

recurso eólico a partir de técnicas estatísticas. A análise do comportamento da

velocidade do vento é de fundamental importância na avaliação do potencial eólico, na

estimação da energia gerada e do fator de capacidade de turbinas eólicas, na

identificação do impacto da geração eólica na operação do sistema elétrico, dentre

outras aplicações (MACEIRA et al., 2011).

Existem várias distribuições probabilísticas de frequência utilizadas para

representar os dados de velocidade do vento (Weibull, Gama, Normal, Log-Normal),

sendo a distribuição de Weibull a mais utilizada na descrição do regime dos ventos. No

cálculo dos parâmetros de Weibull, vários métodos numéricos podem ser aplicados de

modo a garantir resultados precisos. Entretanto, estudos têm mostrado que, em alguns

casos, a distribuição de Weibull não tem se ajustado bem aos histogramas. Assim, surge

a necessidade de um aprimoramento na precisão destes parâmetros, de modo a permitir

uma maior aproximação com a distribuição real, aperfeiçoando a análise do potencial de

aproveitamento eólico (CARNEIRO, 2014).

Nesse contexto, a utilização de técnicas da Inteligência Computacional, tais

como os Algoritmos Genéticos e Otimização por Nuvens de Partículas, podem otimizar

a determinação dos parâmetros de Weibull, visando uma melhor precisão no ajuste das

curvas e, consequentemente, uma redução dos erros na estimativa da eletricidade

produzida pelas turbinas eólicas.

Com intuito de verificar o impacto da otimização desses parâmetros na

produção de energia elétrica, são utilizados softwares que calculam a quantidade de

energia elétrica gerada anualmente em um parque eólico hipotético em dada localidade,

possibilitando ainda um estudo da viabilidade técnica e financeira do projeto, bem como

uma análise de redução dos gases do efeito estufa.

Deste modo, os objetivos deste trabalho são:

Analisar o potencial eólico da cidade de Parnaíba (PI);

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

3

Utilizar técnica da Inteligência Computacional para o cálculo dos

parâmetros k e c da distribuição de Weibull e compará-la com os

métodos numéricos tradicionalmente utilizados;

Identificar o impacto do melhor ajuste da distribuição de Weibull na

produção de eletricidade de aerogeradores.

Este trabalho de conclusão de curso está dividido em 5 capítulos.

O capítulo 1 engloba a introdução, apresentando resumidamente o tema que

será desenvolvido.

No capítulo 2, é inicialmente apresentada a energia eólica no cenário

mundial e brasileiro, destacando sua crescente participação na matriz elétrica brasileira

e o elevado crescimento na capacidade instalada de turbinas eólicas nos últimos anos.

Em seguida, discorre-se acerca das técnicas utilizadas para caracterização dos regimes

de vento, sendo detalhada matematicamente a distribuição de Weibull, bem como os

diferentes métodos numéricos e a técnica de Inteligência Computacional aplicada para a

determinação dos parâmetros desta distribuição. Ao final deste capítulo, é apresentado o

software RETScreen utilizado para análise da produção anual de energia elétrica.

O capítulo 3 aborda a metodologia desenvolvida nesta pesquisa. É realizada

uma breve apresentação do município onde está localizada a estação anemométrica

estudada, como também detalhado sucintamente o funcionamento do sistema de

aquisição de dados a partir do qual os dados de vento são obtidos para o estudo. São

descritas as metodologias utilizadas para cálculo dos parâmetros de Weibull, destacando

o desenvolvimento do algoritmo do método computacional adotado, bem como descrita

a avaliação da eficiência destes métodos. Por fim, é apresentado o procedimento de

cálculo da geração anual de energia elétrica para cada modelo de aerogerador a ser

testado no RETScreen.

No capítulo 4, são apresentados os resultados deste estudo, analisando

inicialmente a série temporal de vento de Parnaíba e descrevendo os parâmetros

estatísticos dos dados de vento para o período analisado. Em seguida, as curvas de

Weibull, obtidas através de cada método de cálculo dos parâmetros, são comparadas por

meio de testes estatísticos, sendo definido o método que assegura o melhor ajuste da

curva ao histograma. Por fim, os resultados dos cálculos realizados através do

RETScreen são apresentados, sendo avaliado o impacto na determinação da energia

elétrica produzida com a otimização dos parâmetros de Weibull através do método

computacional. No capítulo 5, são contempladas as conclusões deste trabalho.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Uso da Energia Eólica no Mundo e no Brasil

A preocupação em torno das questões ambientais e do crescimento da

demanda de energia impulsionou vários países a buscarem novas soluções para o

fornecimento de energia elétrica e abrirem espaço para a inserção das energias

renováveis, em especial a energia eólica.

O uso da energia eólica cresce a nível mundial num ritmo bastante

acelerado. Atualmente, vários países têm estabelecido incentivos e subsídios ao setor

eólico, estimulando o crescimento de mercado e o desenvolvimento tecnológico, com

objetivo de alcançar uma melhor qualidade no suprimento energético. Nesse contexto, a

energia eólica tornou-se bastante competitiva no mercado, tendo aumentado o tamanho

médio das turbinas eólicas instaladas e reduzido significativamente o custo de geração

em virtude dos ganhos tecnológicos.

Na Europa, localiza-se a maioria dos países com os percentuais mais

elevados de geração eólica em 2013, em relação à matriz nacional. A Dinamarca está no

topo da lista, gerando um terço (33,8%) de sua eletricidade a partir da energia eólica.

Parques eólicos em Portugal geraram cerca de 25% da eletricidade do país em 2013,

enquanto a Espanha gerou cerca de 21%, seguido pela Irlanda (17,3%), Alemanha

(7,9%) e Reino Unido (7,7%). Fora da Europa, a China e os EUA têm a maior parcela

da eletricidade gerada a partir da energia eólica, 6% e 4,1%, respectivamente.

Globalmente, o uso da energia eólica apresenta uma parcela de 2,9% do total gerado por

todas as fontes de energia elétrica (RENEWABLES GLOBAL STATUS REPORT,

2014).

Embora os países europeus apresentem, em relação à matriz nacional, as

maiores parcelas de geração eólica no mundo, não têm necessariamente as maiores

capacidades eólicas instaladas. Por exemplo, embora a Dinamarca gere 33,8% de sua

matriz elétrica a partir dos ventos, as suas instalações eólicas possuem uma capacidade

acumulada em torno de 4800 MW, representando somente 1,5% do total instalado no

mundo (GLOBAL WIND REPORT, 2013).

Apenas no ano de 2013, a capacidade instalada mundial de geração eólica

foi de mais de 35 GW. Com esse resultado, a capacidade total eólica instalada no

mundo alcançou 318 GW, apresentando um crescimento de mais de 12,5% em 2013.

Ao final deste mesmo ano, seis países apresentaram mais de 10 GW em capacidade

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

5

instalada incluindo China (91,412 GW), EUA (61,091 GW), Alemanha (34,250 GW),

Espanha (22,959 GW), Índia (20,150 GW) e Reino Unido (10,531 GW) (GLOBAL

WIND REPORT, 2013).

A Figura 2.1 apresenta os 10 países com as maiores capacidades eólicas

acumuladas e os 10 países com as maiores capacidades instaladas no ano de 2013.

Figura 2.1- Gráficos de capacidade acumulada e instalada – Países TOP 10 (2013)

Fonte: Adaptado de GWEC, Global Wind Report (2013).

As taxas de crescimento anual da capacidade eólica acumulada têm média

de 26,2% no período de 1996 a 2013 e a capacidade mundial tem crescido 8 vezes na

última década. A Figura 2.2 apresenta a evolução da capacidade eólica instalada

(acumulada) no mundo até atingir 318 GW no ano de 2013.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

6

Figura 2.2 – Capacidade eólica acumulada de turbinas no mundo 1996 – 2013 (MW)

Fonte: REN21, Renewables 2014 Global Status Report (2014).

Analisando o panorama brasileiro, o país dispõe de uma matriz elétrica de

origem predominantemente renovável, com destaque para geração hidráulica que

corresponde a 70,6% da oferta interna de eletricidade, resultante da produção nacional

somada às importações. Em 2013, a capacidade total instalada de geração de energia

elétrica do Brasil alcançou 126.743 MW.

Na expansão da capacidade instalada de 2012 para 2013, as centrais

hidráulicas contribuíram com 30%, enquanto as centrais térmicas responderam por 65%

da capacidade adicionada. Por fim, as usinas eólicas foram responsáveis pelos 5%

restantes de aumento (EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA, 2014).

A geração eólica tem se expandido no Brasil em particular devido à forte

complementaridade entre os períodos de chuva e vento, possibilitando que os parques

eólicos supram a demanda de energia durante a estação seca, propiciando o acúmulo de

água nos reservatórios das grandes hidrelétricas e reduzindo a utilização de geração

térmica.

Neste contexto, a energia eólica é considerada uma fonte de energia limpa,

que não contribui para emissão de gases do efeito estufa e melhora a segurança e

confiabilidade do suprimento de energia através da diversificação da matriz elétrica.

A Figura 2.3 apresenta a oferta interna de energia elétrica por fonte,

destacando a forte parcela da hidráulica (70,6%) e a participação ainda reduzida da

eólica (1,1%) na matriz elétrica brasileira.

6.1

00

7.6

00

10

.20

0

13

.60

0

17

.40

0

23

.90

0

31

.10

0

39

.43

1

47

.62

0

59

.09

1

73

.93

8

93

.88

9

12

0.6

24

15

8.9

75

19

8.0

01

23

8.1

26

28

3.0

48

31

8.1

37

0.000

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

7

Figura 2.3 – Oferta interna de energia elétrica por fonte

Fonte: Adaptado do Balanço Energético Nacional (2014).

Conforme apresentado na Figura 2.1, foram acrescentados 953 MW de

capacidade eólica no Brasil em 2013, inferior a 1,1 GW registrado em 2012, disputando

o sétimo lugar em capacidade eólica adicionada no ano (RENEWABLES GLOBAL

STATUS REPORT, 2014). Ao fim de 2013, o país apresentava aproximadamente 3,5

GW de capacidade eólica instalada, suficiente para abastecer 8 milhões de famílias e

responsável por 3% do consumo nacional de energia elétrica. Apenas em 2013, 34

novos parques eólicos foram conectados à rede elétrica brasileira (GLOBAL WIND

REPORT, 2013).

Quase metade da nova capacidade instalada em 2013 (953 MW) veio de três

novos complexos eólicos no Rio Grande do Norte: 160 MW do complexo Asa Branca,

constituído de cinco parques eólicos, 150 MW do complexo Calango, com também

cinco parques eólicos, e 120 MW do complexo Renascença, composto de quatro

parques eólicos.

Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEÓLICA),

o Brasil apresenta 226 usinas eólicas instaladas e, embora tenha se destacado em termos

de investimentos em energia eólica e apresente um alto potencial eólico, o país ainda

não ocupa uma posição relevante na capacidade instalada, possuindo apenas 5,6 GW ao

fim de 2014. No Plano Decenal de Energia do governo brasileiro (PDE 2022), foi

estabelecida uma meta de alcançar 17 GW de capacidade eólica instalada até 2022,

representando 9,5% do consumo nacional de eletricidade.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

8

O Atlas do Potencial Eólico Brasileiro apresenta um potencial bruto de

143,5 GW, o que torna o uso da energia eólica uma alternativa importante para

diversificação da matriz de geração de eletricidade no país. O maior potencial eólico foi

identificado na região litoral do Nordeste (75,05 GW), no Sudeste (29,74 GW) e Sul

(22,76 GW) (AMARANTE et al., 2001).

Os estados do Ceará e Rio Grande do Norte se destacam com os maiores

potenciais para aproveitamento eólico no Brasil e, portanto, como as maiores potências

instaladas (Ceará – 32% e Rio Grande do Norte – 30%), assumindo a região Nordeste

mais de 70% do total instalado no país. Os fatores que contribuem para esta posição são

a sua localização privilegiada e a influência de diferentes condições meteorológicas

favoráveis (CARNEIRO, 2014). A Figura 2.4 apresenta a distribuição da potência

eólica instalada por estados no Brasil, com a inclusão da mini e micro geração.

Figura 2.4 – Distribuição da capacidade eólica instalada por estados brasileiros (2014)

Fonte: CARNEIRO (2014).

2.2 Descrição Estatística do Regime dos Ventos

O estudo do regime de ventos é de grande interesse científico a nível

mundial em virtude da necessidade de um melhor aproveitamento do potencial eólico.

Na avaliação do potencial de uma região, a análise da velocidade do vento é de

fundamental importância, determinando a atratividade de um projeto eólico.

Para a correta determinação do regime dos ventos, é necessário analisar

dados coletados durante um longo período de tempo, mínimo de 1 ano. No entanto,

devido ao grande número de dados de vento, torna-se necessária sua discretização de

forma a facilitar a análise dos dados (CUSTÓDIO, 2009).

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

9

As estações anemométricas são instaladas na área em análise, equipadas

com sensores de medição de velocidade e direção do vento, medindo continuamente e

registrando a velocidade do vento em períodos discretos, geralmente a cada 10 minutos,

sendo estes dados tabulados na forma de frequência de distribuição e representados

graficamente, denominado histogramas. Os dados de velocidade do vento são divididos

em faixa de 1 m/s, padrão utilizado atualmente nos estudos de energia eólica

(CUSTÓDIO, 2009).

Destaca-se que erros no levantamento dos histogramas de frequência da

velocidade do vento podem influenciar negativamente na avaliação da produção de

energia elétrica, além de afetar a análise econômica do projeto. Por exemplo, erros da

ordem de 4% na medição da velocidade do vento acarretam um erro de cerca de 21% na

produção anual de eletricidade estimada (CARVALHO, 2003).

A representação de dados de velocidade de vento através de distribuições de

frequência tornou-se uma prática comum no setor eólico, tendo em vista que estas

agregam inúmeros fatores que influenciam no comportamento do vento (CARNEIRO,

2014). O histograma da velocidade do vento é amplamente representado pela função de

densidade de probabilidade de Weibull, em virtude desta apresentar um bom ajuste à

distribuição de frequência dos dados de vento. O ajuste de distribuições estatísticas aos

dados de velocidade de vento é uma das principais dificuldades enfrentadas nos estudos

relacionados à potência dos ventos (SANSIGOLO, 2005).

A Figura 2.5 ilustra um exemplo de histograma de velocidade do vento

ajustado por uma função de Weibull. A sobreposição com a distribuição real da

velocidade do vento indica uma boa aderência.

Figura 2.5 – Distribuição de velocidades do vento e função Weibull

Fonte: Elaborado pelo autor

0

5

10

15

20

25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Fre

qu

ên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s) Histograma

Frequência Weibull

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

10

2.2.1 Distribuição de Weibull

A função de Weibull representa a probabilidade 𝜌(𝑣) de ocorrer ao longo de

um tempo t uma determinada velocidade de vento 𝑣. Esta função é calculada de acordo

com a Equação 2.1:

𝜌(𝑣) = (𝑘

𝑐) (

𝑣

𝑐)𝑘−1

𝑒−(𝑣

𝐶)𝐾

(2.1)

O parâmetro 𝑘, adimensional, é denominado fator de forma e está

relacionado à variância da velocidade do vento em torno da velocidade média,

especificando a forma da função de distribuição de Weibull. O parâmetro 𝑐, em m/s, é

denominado de fator de escala e está relacionado à velocidade média do vento

(CARVALHO, 2003).

A distribuição estatística de Rayleigh representa um caso particular da

distribuição de Weibull para um fator de forma 𝑘 = 2, caracterizando-se por apenas um

parâmetro de escala 𝑐. Uma aplicação útil da distribuição de Rayleigh ocorre quando se

pretende caracterizar um local e não se dispõem de dados experimentais, unicamente a

partir da velocidade média anual (CASTRO, 2003). Esta função representa bem os

regimes de vento de velocidades moderadas, no entanto é limitada por não representar,

com a precisão necessária, muitas situações práticas de interesse, especialmente quando

são altas as velocidades do vento (SILVA et al., 1999). Para diferentes valores de 𝑘, a

distribuição de Weibull pode assumir diversas formas, como ilustrado na Figura 2.6.

Figura 2.6 –Distribuição de Weibull para diferentes valores do parâmetro 𝑘

Fonte: Atlas Eólico do Estado da Bahia (2013).

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

11

O fator de forma 𝑘 é inversamente proporcional às variações da velocidade

do vento, estando relacionado com a intensidade de turbulência. Assim, esse parâmetro

revela a regularidade dos ventos, em termos de velocidade. Quanto maior o valor de 𝑘,

menor a oscilação da velocidade (maior regularidade), menor a intensidade da

turbulência e menor o espalhamento da curva da distribuição de frequência. Já o fator de

escala 𝑐 é proporcional à velocidade média da distribuição, logo os maiores fatores de

escala correspondem a velocidades de vento mais altas (CARVALHO, 2003).

Para um melhor ajuste da função de Weibull à distribuição dos dados do

vento, além da necessidade de aprimoramento na determinação dos parâmetros 𝑘 e 𝑐,

torna-se também necessário analisar a aplicação da distribuição de Weibull em

diferentes horizontes de ajuste (anual, semestral ou mensal).

Por exemplo, se a função de Weibull for aplicada a dados anuais de

velocidade de vento na região do Nordeste do Brasil, cujo padrão de sazonalidade é bem

definido, a curva deve ser ajustada a todos os meses observados, logo os valores

estimados 𝑘 e 𝑐 devem representar tanto os dados de baixa velocidade, relativos ao

primeiro semestre do ano, como os de alta velocidade, relativos ao segundo. Isso faz

com que a curva anual adquira um caráter assimétrico, por consequência de um valor de

𝑘 mais baixo (CARNEIRO, 2014).

2.3 Métodos Numéricos para Cálculo dos Parâmetros de Weibull

Estão disponíveis na literatura vários tipos de métodos numéricos para

estimativa dos parâmetros de Weibull, como o Método do Momento (M), Método

Empírico (E), Método Gráfico (G), Método da Máxima Verossimilhança (MV), Método

da Máxima Verossimilhança Modificado (MVM), Método do Fator Padrão de Energia

(FPE).

Em Chang (2011), o desempenho destes seis métodos numéricos é avaliado

e comparado através da simulação Monte Carlo, considerando os dados de velocidade

de vento de três parques eólicos que experimentam diferentes condições climáticas em

Taiwan. Os testes de simulação mostraram que o método MV forneceu uma estimativa

mais precisa dos parâmetros de Weibull, enquanto que o método G apresentou o pior

desempenho. Foi observado que o desempenho, a precisão, dos seis métodos melhora

quando o número de dados torna-se maior.

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

12

Estes métodos também foram detalhados em Saleh et al. (2012), sendo

avaliados para obter-se o método mais adequado a ser aplicado na determinação dos

parâmetros de Weibull, com base nos dados de velocidade de vento do parque eólico

Zafarana, no Golfo de Suez, no Egito. Assim como apresentado em Chang (2011), o

método MV foi considerado o mais recomendado para estimar a distribuição da

velocidade do vento na localidade estudada.

Além dos métodos acima mencionados, outro método para determinação

dos parâmetros foi considerado, o Método da Energia Equivalente (EE) aplicado em

Rocha et al. (2012). Nesta aplicação, o método EE foi considerado bastante eficiente na

determinação de k e c para ajustar as curvas de distribuição de Weibull aos dados de

velocidade de vento da zona costeira do Ceará, coletados nas cidades de Camocim e

Paracuru e analisados através de testes estatísticos. No entanto, os métodos G e FPE

foram considerados menos eficazes, com maiores erros no ajuste das curvas de Weibull.

Akdag et al. (2009) propuseram um novo método, denominado Densidade

de Potência, para estimar os parâmetros de Weibull e os resultados deste estudo

mostraram que este é adequado para estimá-los, podendo ser mais apropriado do que os

demais métodos numéricos. Seguro et al. (2000) aplicaram os métodos MV, MVM, G e

afirmaram que o método MV compete com o método G no cálculo dos parâmetros e que

a precisão método G pode ser melhorada se o intervalo dos dados de velocidade do

vento é reduzido.

Em Carneiro (2014), a distribuição de frequência de Weibull é aplicada para

aproximar os histogramas de velocidade de vento de três localidades do nordeste

brasileiro (Maracanaú (CE), Petrolina (PE) e Parnaíba (PI)), utilizando os métodos

numéricos E, M, FPE e EE para estimar os parâmetros de forma e escala. O método EE

apresentou melhores resultados para as cidades próximas da costa (Maracanaú e

Petrolina), conforme também determinado em Rocha et al. (2012). Para Petrolina,

localizada distante da costa, os métodos M e E apresentaram melhores resultados. O

método FPE foi avaliado como o de pior desempenho.

O detalhamento matemático dos métodos numéricos citados, bem como a

forma de avaliação da eficiência destes são apresentados a seguir.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

13

2.3.1 Método do Momento (M)

Este método é baseado na iteração numérica das seguintes equações:

�̅� = 𝑐 Γ (1 +1

𝐾) (2.2)

𝜎 = 𝑐 [Γ (1 +2

𝐾) − Γ2 (1 +

1

𝐾)]

1

2

(2.3)

Onde �̅� é a velocidade média e 𝜎 é o desvio padrão dos dados de velocidade

de vento.

�̅� =1

𝑛∑𝜐𝑖

n

i=1

(2.4)

𝜎 = [1

𝑛 − 1∑(𝜐𝑖 − �̅�)2

n

i=1

]

1

2

(2.5)

A função Gamma Γ(𝑥) é expressa por:

Γ(𝑥) = ∫ 𝑡𝑥−1 exp(−𝑡) 𝑑𝑡∞

0

(2.6)

2.3.2 Método Empírico (E)

O método empírico pode ser considerado como um caso especial do método

M. Os parâmetros de Weibull são estimados através das equações:

𝑘 = (𝜎

�̅�)−1.086

(2.7)

𝑐 =�̅�

Γ (1 +1

𝐾) (2.8)

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

14

2.3.3 Método Gráfico (G)

No método gráfico, também chamado de Mínimos Quadrados, determina-se

𝑘 e 𝑐 através da seguinte equação:

𝑙𝑛{− ln[1 − 𝐹(𝑣)]} = 𝑘 ln(𝑣) − 𝑘 𝑙𝑛(𝑐) (2.9)

Onde 𝐹(𝑣) é substituída pela frequência empírica de Kimball. O procedimento

de cálculo dos valores de 𝑘 e 𝑐 consiste em considerar uma equação linear do tipo 𝑦 =

𝑎0 + 𝑏0𝑥, em que 𝑎0 = −𝑘 ln(𝑐), 𝑏0 = 𝑘 e 𝑥 = ln(𝑣).

2.3.4 Método da Máxima Verossimilhança (MV)

O método da Máxima Verossimilhança necessita de extensivas iterações

numéricas para solução das equações (2.10) e (2.11):

𝑘 = [∑ 𝑣𝑖

𝑘ln (𝑣𝑖)𝑛𝑖=1

∑ 𝑣𝑖𝑘𝑛

𝑖=1

−∑ ln (𝑣𝑖)

𝑛𝑖=1

𝑛]

−1

(2.10)

𝑐 = (1

𝑛∑𝑣𝑖

𝑘

𝑛

𝑖=1

)

1 𝑘⁄

(2.11)

Onde 𝑣𝑖 é a velocidade do vento e 𝑛 o número de medições.

2.3.5 Método da Máxima Verossimilhança Modificado (MVM)

Este método só pode ser considerado se os dados disponíveis de velocidade

de vento já estão representados no formato de distribuição de Weibull. Assim como no

método da Máxima Verossimilhança, requer iterações numéricas para cálculo dos

parâmetros através das equações (2.12) e (2.13):

𝑘 = [∑ 𝑣𝑖

𝑘ln (𝑣𝑖)𝑓(𝑣𝑖)𝑛𝑖=1

∑ 𝑣𝑖𝑘𝑛

𝑖=1 𝑓(𝑣𝑖)−

∑ ln (𝑣𝑖)𝑓(𝑣𝑖)𝑛𝑖=1

𝑓(𝑣 ≥ 0)]

−1

(2.12)

𝑐 = [1

𝑓(𝑣 ≥ 0)∑𝑣𝑖

𝑘𝑓(𝑣𝑖)

𝑛

𝑖=1

]

1 𝑘⁄

(2.13)

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

15

Onde 𝑓(𝑣𝑖) representa a frequência de Weibull e 𝑓(𝑣 ≥ 0) a probabilidade

da velocidade do vento ser maior ou igual a zero.

2.3.6 Método do Fator Padrão de Energia (FPE)

O método do fator padrão de energia está relacionado aos dados médios da

velocidade do vento e é definido pelas seguintes equações:

𝐸𝑝𝑓 =𝑣3̅̅ ̅

(�̅�)3 (2.14)

𝑘 = 1 +3,69

𝐸𝑝𝑓2 (2.15)

𝑐 =�̅�

Γ (1 +1

𝐾) (2.16)

Onde 𝐸𝑝𝑓 é o fator padrão de energia e a função Gamma Γ(𝑥) é definida na

equação (2.6).

2.3.7 Método da Energia Equivalente (EE)

No método da energia equivalente, os parâmetros 𝑐 e 𝑘 são determinados

utilizando as equações abaixo:

[

𝑊𝑣𝑖− 𝑒

−{

(𝑉𝑖−1)[Γ(1+3𝑘)]1

3

(𝑣𝑚3 )

13

}

𝑘

+ 𝑒

−{

(𝑉𝑖)[Γ(1+3𝑘)]1

3

(𝑣𝑚3 )

13

}

𝑘

] 2

𝑛

𝑖=1

= ∑(𝜀𝑣𝑖)2

𝑛

𝑖=1

(2.17)

𝑐 = [𝑣𝑚

3

Γ (1 +3

𝑘)]

1

3

(2.18)

Onde 𝑊𝑣𝑖 corresponde às frequências observadas da velocidade do vento,

𝑣𝑚3 à velocidade média do vento ao cubo e 𝜀𝑣𝑖

é o erro da aproximação.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

16

2.4 Técnicas de Inteligência Artificial para Otimização dos Parâmetros

Buscando um melhor ajuste da distribuição de Weibull aos histogramas,

métodos alternativos são utilizados para otimização do cálculo dos parâmetros 𝑘 e 𝑐,

permitindo uma maior aproximação da função com a curva real de distribuição de

velocidade do vento e garantindo, consequentemente, uma maior precisão na

determinação da energia anual gerada.

Na solução de diversos problemas de otimização, metodologias envolvendo

técnicas de Inteligência Artificial (IA) são bastante utilizadas (ANTUNES, 2011). As

técnicas heurísticas de otimização englobam modelos probabilísticos a partir da

observação de fenômenos naturais para encontrar a solução ótima de uma função.

Embora estes métodos de otimização não garantam que a solução é a melhor solução

possível dentre as existentes, convergem rapidamente para uma solução muito próxima

ao ótimo global (MEDEIROS et al, 2012).

Existem diversos métodos heurísticos de otimização como os Algoritmos

Genéticos, Busca Tabu, Método do Recozimento Simulado, Colônia de Formigas,

Colônia de Abelhas, Nuvem de Partículas. Neste estudo, será aplicado o algoritmo de

Nuvem de Partículas, objetivando encontrar novos valores dos parâmetros 𝑘 e 𝑐 que

possibilitem um melhor ajuste para curva de distribuição de Weibull, obtendo melhor

desempenho para o sistema em estudo.

2.4.1 Otimização por Nuvem de Partículas

A Otimização por Nuvem de Partículas (Particle Swarm Optimization -

PSO) é um método heurístico de otimização baseado na Inteligência de Enxame (Swarm

Intelligence). Este termo é utilizado para designar sistemas de inteligência artificial em

que o comportamento coletivo dos indivíduos em uma população segue um padrão

capaz de resolver uma série de problemas. O método PSO foi desenvolvido por Dr.

Eberhart e Dr. Kennedy em 1995, inspirado no comportamento social de um conjunto

de pássaros em vôo com seu movimento localmente aleatório, porém globalmente

determinado (HU, 2006).

Esta técnica de otimização modela a busca por alimentos e a iteração entre

aves durante o vôo. Supõe-se que um conjunto de pássaros esteja procurando

aleatoriamente a única fonte de alimento existente em um dado espaço. Todos os

pássaros não sabem onde o alimento está, porém sabem quão longe ele está a cada

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

17

iteração. Neste contexto, a melhor estratégia é seguir o pássaro mais próximo do

alimento, conforme apresentado na técnica PSO, em que cada solução (partícula) é um

pássaro que voa através do espaço de busca seguindo as melhores partículas

(CARACIOLO, 2009).

Deste modo, o algoritmo é modelado por partículas (pássaros) que voam

conforme a sua própria experiência e a de outros membros da população (bando),

formando uma nuvem de partículas em um espaço de busca de uma solução ótima. Para

que o bando de pássaros sempre se aproxime do objetivo, utiliza-se a função de

avaliação denominada fitness, que irá avaliar o desempenho das partículas para que o

objetivo seja alcançado (CAMPOS, 2006).

De modo semelhante aos Algoritmos Genéticos (AGs), o PSO é iniciado

com uma população de soluções aleatórias ou pré-estabelecidas, em um espaço de

busca. No entanto, ao contrário dos AGs, para cada uma das soluções, que

correspondem às partículas, é designada uma velocidade para que possa percorrer o

espaço de soluções do problema na busca das melhores soluções. Existem 2 tipos de

melhores soluções: pbest e gbest. A solução pbest está relacionada à melhor posição

alcançada por cada partícula, já a gbest à melhor solução de todas as obtidas por

qualquer partícula da população. Desse modo, a cada iteração e mudança de velocidade,

as partículas voam em direção às posições pbest e gbest (OLIVEIRA et al., 2004)

A técnica PSO tem sido bastante eficiente na solução de problemas

contínuos não-lineares e pouco explorada em problemas discretos. A fácil

implementação do algoritmo e o ajuste de poucos parâmetros são algumas das

vantagens desta técnica, sendo bastante aplicada na otimização de funções, em redes

neurais artificiais, sistemas de lógica Fuzzy, dentre outras áreas, uma vez que gera

resultados de forma mais rápida em relação aos demais métodos.

2.4.2. A Estrutura do Algoritmo PSO

No algoritmo PSO, as partículas (soluções) têm uma posição e uma

velocidade e são lançadas inicialmente dentro do espaço de busca. Cada partícula

armazena a sua melhor posição encontrada e o valor da função objetivo correspondente

a esta posição, como também tem conhecimento da melhor posição dentre as partículas

vizinhas e do melhor valor da função objetivo dentre a população.

Dessa forma, o comportamento de uma partícula é determinado dentre três

possíveis escolhas: a) seguir seu próprio caminho; b) seguir para sua melhor posição

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

18

encontrada (pbest); c) seguir para a melhor posição encontrada por algum de seus

vizinhos (gbest). Duas condições de parada do algoritmo são comumente utilizadas:

pelo número pré-definido de iterações ou pela função de avaliação (fitness),

interrompendo o algoritmo quando for alcançado um valor pré-definido para a função e

não houver mais melhorias (estagnação).

Três termos determinam o próximo movimento da partícula, como o termo

de inércia, que força a partícula a mover-se na mesma direção, o termo cognitivo, que

força a partícula a voltar a uma posição anterior que seja melhor do que a atual e o

termo de aprendizado social, que força a partícula a seguir a direção de seus melhores

vizinhos.

Após encontrar os dois melhores valores (pbest e gbest), a partícula atualiza

sua velocidade e posição seguindo as equações 2.19 e 2.20, respectivamente.

𝑣(𝑡 + 1) = (𝑤 ∗ 𝑣(𝑡)) + 𝑐1 ∗ 𝑟1 ∗ (𝑝(𝑡) − 𝑥(𝑡)) + 𝑐2 ∗ 𝑟2 ∗ (𝑔(𝑡) − 𝑥(𝑡))

(2.19)

𝑥(𝑡 + 1) = 𝑥(𝑡) + 𝑣(𝑡 + 1) (2.20)

Onde:

v(t) é a velocidade da partícula;

x(t) é a posição da partícula;

c1 e c2 são parâmetros cognitivo e social;

r1 e r2 são números aleatórios entre 0 e 1;

p(x) é a melhor posição em que a partícula já esteve (pbest);

g(x) é a melhor posição em que algum vizinho já esteve (gbest);

w é o peso de inércia.

A Equação 2.19 é usada para calcular a nova velocidade da partícula de

acordo com sua velocidade anterior e as distâncias entre sua posição atual x(t), sua

melhor posição (pbest) e a melhor posição do grupo (gbest). A sua nova posição é então

dada de acordo com equação 2.20. O desempenho de cada partícula é avaliado de

acordo com uma função de aptidão pré-definida (função objetivo) que é relacionada ao

problema a ser resolvido.

Cognitivo Aprendizado

social

Inércia

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

19

O peso de inércia 𝑤 é empregado para controlar o impacto da velocidade

anterior na velocidade atual, assim influenciando as habilidades de exploração global e

local das partículas. Um peso de inércia maior facilita exploração global, enquanto que

um peso de inércia menor tende a facilitar exploração local para refinar a área de

procura atual. A seleção apropriada do peso de inércia 𝑤 pode proporcionar um

equilíbrio entre habilidades de exploração global e local, e assim pode requerer menos

repetições, menos esforço computacional, para encontrar a solução ótima.

Em Chang (2010), foi implementado o algoritmo PSO, sendo considerados

coeficientes de aceleração (parâmetro cognitivo e social) e de inércia variando por uma

função não-linear durante o processo de busca. Esta consideração objetiva evitar a

convergência prematura na fase inicial da busca e reforçar a convergência para a

solução ótima global na fase final.

Poucos parâmetros precisam ser ajustados no PSO. Além dos fatores já

citados, o número (quantidade), a dimensão e o intervalo de valores das partículas são

determinados de acordo com o problema a ser otimizado.

Com base nos fundamentos teóricos abordados, o funcionamento do

algoritmo PSO resume-se em cinco passos, conforme ilustrado na Figura 2.7:

Passo 1: Inicialização de uma população de partículas com posições e

velocidades aleatórias em um espaço de busca.

Passo 2: Para cada partícula da população, aplica-se o cálculo do fitness.

Passo 3: Compara-se o fitness e o pbest da partícula. Se o valor atual for

melhor que o pbest então, o valor do pbest é substituído pelo valor do fitness

encontrado, e a posição do pbest pela posição atual no espaço d-dimensional. O valor do

fitness é comparado com os melhores valores encontrados em toda a população. Se o

valor atual for melhor que o gbest, então o gbest é modificado para o índice e valor da

partícula atual.

Passo 4: Calcula-se então a nova velocidade e posição da partícula de acordo

com as equações 2.19 e 2.20, respectivamente.

Passo 5: Executa-se um loop para o passo 2 até que um critério de parada

seja encontrado.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

20

Figura 2.7 – Algoritmo PSO

2.5 Testes Estatísticos para Análise da Eficiência dos Métodos

A análise comparativa da eficiência entre os métodos numéricos abordados

compreende a aplicação de testes estatísticos. São apresentadas abaixo as equações que

representam os três testes utilizados para avaliar a exatidão de cada método na

estimativa dos parâmetros de Weibull:

a) Raiz dos Erros Quadráticos Médios (RMSE)

𝑅𝑀𝑆𝐸 = √∑ (𝑋𝑖 − 𝑌𝑖)2𝑁

𝑖=1

𝑁 (2.21)

b) Correlação (r)

𝑟 =∑ (𝑋𝑖 − 𝑋𝑚𝑒𝑑). (𝑌𝑖 − 𝑌𝑚𝑒𝑑)𝑁

𝑖

√∑ (𝑋𝑖 − 𝑋𝑚𝑒𝑑)2𝑁𝑖 . (𝑌𝑖 − 𝑌𝑚𝑒𝑑)2

(2.22)

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

21

c) Viés relativo (VR)

𝑉𝑅 =𝑋𝑚𝑒𝑑 − 𝑌𝑚𝑒𝑑

𝑌𝑚𝑒𝑑 (2.23)

Onde N é o número de observações, 𝑌𝑖 é a frequência dos dados observados

de velocidade de vento, 𝑋𝑖 é a frequência calculada através da distribuição de Weibull,

Xmed é a média dos valores 𝑋𝑖 e Ymed a média dos valores 𝑌𝑖. O melhor desempenho é

dado para o método cujo valor de r é mais próximo de 1 e os de RMSE e VR mais

próximos de zero.

Valores altos de correlação não significam, por si só, ajustes com alta

precisão. Por exemplo, um sistema com um viés muito alto, mesmo que possua

correlação igual à unidade (r = 1), fornecerá ajustes de baixa precisão, embora seja

possível remover este viés através de modelos estatísticos. Um sistema perfeito teria

RMSE = 0, r = 1 e VR = 0. As equações para o cálculo destes índices podem ser

encontradas em Salas (1993).

2.6 Geração Anual de Eletricidade através do Software RETScreen

Ferramentas computacionais têm sido desenvolvidas para auxiliar no projeto

de usinas eólicas e na locação dos aerogeradores. Estas são utilizadas em conjunto com

um estudo detalhado acerca da topografia do terreno, do perfil e comportamento do

vento, das influências das turbinas e do terreno nas diferentes possibilidades de direções

do vento. Após o estudo dos dados de vento, dos aerogeradores, da capacidade e layout

da usina eólica, é possível determinar a energia elétrica gerada, definir a conexão na

rede elétrica e verificar a viabilidade econômica do projeto (CUSTÓDIO, 2009).

Neste trabalho, o software RETScreen será utilizado para calcular a

produção anual de energia elétrica entregue à rede por meio de aerogeradores para a

localidade estudada, Parnaíba (PI).

O RETScreen é um software de uso livre, desenvolvido em uma planilha

eletrônica pelo Instituto Canadense de Energias Renováveis, oferecendo recursos para a

estimativa de produção de energia e análise econômica de projetos envolvendo fontes

alternativas de energia. O software é uma ferramenta de suporte à tomada de decisão,

para avaliar a produção e economia de energia, a redução de emissões de gases do efeito

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

22

estufa, com análise técnica e financeira, possibilitando uma redução do custo do estudo

de pré-viabilidade do projeto para diversas tecnologias renováveis (RETScreen, 2014).

Na planilha eletrônica do RETScreen, são fornecidas algumas etapas para o

estudo da produção de eletricidade do projeto eólico, tais como: modelo energético,

análise de custos, análise de redução de emissões dos gases do efeito estufa, análise

financeira e análise de sensibilidade e risco. Inicialmente, deve ser informado o tipo de

projeto, a tecnologia, o modelo de análise e o local dos dados climáticos. Em seguida,

inicia-se o preenchimento da planilha de modelo energético, devendo ser fornecidos os

dados da turbina eólica proposta, como a potência elétrica, fabricante, modelo, fator de

utilização, etc. Concluída esta etapa, prossegue-se para as demais análises mencionadas

anteriormente.

Vários algoritmos são utilizados para calcular, em uma base anual, a

produção de energia elétrica de sistemas de energia eólica no RETScreen. Na Figura 2.8,

é apresentado um fluxograma dos algoritmos.

Figura 2.8 – Fluxograma dos algoritmos - Projeto eólico RETScreen

Fonte: RETScreen - WIND ENERGY PROJECT ANALYSIS.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

23

Inicialmente, o software utiliza uma curva de potência especificada pelo

usuário e uma função de distribuição de Weibull para calcular a curva de potência da

turbina eólica, que consiste na quantidade total de energia produzida em uma faixa de 3

a 15 m/s de velocidade média anual do vento.

A etapa seguinte consiste no cálculo da produção de energia não-ajustada,

ou seja, a produção de energia elétrica pelas turbinas eólicas em condições padrão de

temperatura e pressão atmosférica. O cálculo baseia-se na velocidade média do vento na

altura do cubo para o local proposto. Geralmente, a velocidade do vento à altura do

cubo é significativamente maior do que a velocidade do vento medida na altura do

anemômetro, devido ao cisalhamento do vento.

Em seguida, é realizado o cálculo da produção de energia bruta,

caracterizada como a energia anual total produzida por meio dos aerogeradores, antes de

quaisquer perdas na velocidade do vento e condições de temperatura e pressão

atmosférica no local. A partir do cálculo da energia bruta, pode-se obter a quantidade de

energia líquida por meio do coeficiente de perdas especificado. A energia elétrica

entregue à rede, por sua vez, é obtida através da energia líquida calculada e de uma taxa

de absorção de energia eólica, percentagem da energia do vento que pode ser absorvida

em aplicações isoladas à rede ou fora da rede.

Por fim, outros parâmetros podem ser calculados, como o fator de

capacidade da usina eólica, representando a razão entre a potência média produzida ao

longo de um ano e sua potência nominal, a energia excessiva, resultante da diferença

entre energia líquida (coletada) e a energia entregue à rede, e o rendimento.

Neste capítulo, foi apresentado o cenário mundial da energia eólica,

destacando a evolução da capacidade eólica instalada e a sua crescente participação na

matriz elétrica brasileira. Foram abordados aspectos teóricos da distribuição de Weibull

para modelagem dos regimes de vento, definindo os métodos de cálculo dos parâmetros

que serão utilizados nesta pesquisa, com destaque para o PSO. Ao final deste capítulo,

foi apresentado o software RETScreen utilizado para análise da produção anual de

energia elétrica. O próximo capítulo contempla a metodologia desenvolvida, sendo

descritos fundamentalmente alguns aspectos da implementação do algoritmo PSO e o

procedimento de cálculo no RETScreen da geração anual de energia elétrica.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

24

3. METODOLOGIA

Nesta seção, é apresentado inicialmente o município onde está localizada a

estação anemométrica em estudo, bem como uma breve descrição do sistema de

aquisição de dados de vento. São abordados os procedimentos realizados para análise

estatística da série temporal de velocidade de vento, para o cálculo dos parâmetros da

função Weibull e para avaliação da produção anual de energia elétrica.

Para cálculo dos parâmetros k e c desta função, são utilizados cinco métodos

numéricos normalmente encontrados na literatura, bem como o método de Otimização

por Nuvem de Partículas (PSO – Particle Swarm Optimization), com auxílio do

software Matlab. De posse dos parâmetros, são traçadas as curvas de Weibull,

verificando o método que proporciona melhor ajuste da curva ao histograma.

Por fim, buscando avaliar o impacto da otimização dos parâmetros na

produção de eletricidade anual, é realizado o cálculo da eletricidade gerada através do

software RETScreen.

3.1. Área de Estudo

Esta pesquisa foi aplicada à estação anemométrica localizada no município

de Parnaíba, Piauí, região Nordeste do Brasil, ilustrado na Figura 3.1.

Figura 3.1 – Localização do município onde está localizada a torre anemométrica

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Parnaíba

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

25

Parnaíba é um município brasileiro do estado do Piauí, classificado como o

segundo mais populoso do estado, com uma população de mais de 150 mil habitantes.

Localiza-se na bacia hidrográfica do Rio Parnaíba, que se divide em vários braços

formando o Delta do Parnaíba. Encontra-se na planície litorânea e a sua topografia é

bastante regular. A vegetação de igarapés e mangues nas margens dos rios são

predominantes na região, bem como a caatinga na região litorânea e a mata dos cocais

no restante do território.

3.2. Aquisição dos Dados de Vento

Por meio do projeto “Previsão de Potencial Eólico visando Operação

Integrada Ótima de Unidades Geradoras de Eletricidade: estudo de caso para o Nordeste

do Brasil”, financiado pelo CNPq, foi instalada a estação anemométrica no Instituto

Federal de Parnaíba, localizada no município de Parnaíba e, através de uma base de

dados de velocidade, foi desenvolvido o estudo do potencial eólico da região. Os dados

de vento são medidos a cada 10 minutos durante o período de Agosto/2012 a

Julho/2013.

As medições de velocidade foram realizadas através de anemômetro do

modelo NRG 40c, instalado a 78 metros de altura. Para o armazenamento dos dados, foi

utilizado o Data Logger NRG Symphonie-plus, programado para realizar registros em

intervalos de 10 minutos, com uma taxa de amostragem de 0,5 Hz e com faixa de

medição entre 0 a 96 m/s. Conectado ao Data Logger, um ipack realiza a transmissão

dos dados diariamente via GPRS, sendo este alimentado por um painel solar, enquanto

que a alimentação do Logger é realizada por baterias.

Desse modo, os dados de vento obtidos a partir deste sistema de aquisição

de dados serão utilizados para estudo do aproveitamento eolioelétrico na localidade

apresentada.

3.3. Análise das Séries Temporais

Com intuito de analisar a série temporal de velocidade de vento de Parnaíba

durante o período de aquisição dos dados (Agosto/2012 a Julho/2013) e definir o seu

potencial eólico, foram gerados gráficos ilustrando o comportamento anual, semestral e

mensal do vento na localidade, com auxílio do Matlab. Parâmetros estatísticos (mínimo,

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

26

máximo, média, mediana, desvio padrão e variância) são calculados através do

Microsoft Excel para os períodos analisados.

3.4. Métodos de Cálculo dos Parâmetros de Weibull

Foram utilizados cinco métodos numéricos normalmente encontrados na

literatura para a determinação dos parâmetros k e c da distribuição de Weibull: Método

Empírico, Método do Momento, Método do Fator Padrão de Energia, Método da

Energia Equivalente e o Método da Máxima Verossimilhança. Estes métodos numéricos

foram calculados conforme detalhado na seção 2.3, com auxílio do Matlab,

considerando os horizontes anual e semestral.

Buscando um melhor ajuste da curva de distribuição de Weibull ao

histograma, ou seja, uma maior aproximação desta com a distribuição de velocidade do

vento e, consequentemente, uma maior precisão na determinação da energia anual

gerada, foi aplicada a técnica de Otimização por Nuvem de Partículas (PSO – Particle

Swarm Optimization) para otimização do cálculo dos parâmetros k e c, sendo estes

ajustados a três períodos: anual, semestral e mensal.

3.4.1. Algoritmo PSO - Particle Swarm Optimization

Uma vez que se deseja melhorar o ajuste da distribuição de Weibull aos

histogramas, deve-se minimizar a diferença entre a função de Weibull e a curva de

distribuição de velocidade do vento. Desse modo, a função objetivo 𝜺 do algoritmo PSO

a ser minimizada é dada por:

𝜀(𝑣𝑖) =1

2∑ (𝑓𝑟𝑒𝑎𝑙(𝑣𝑖) − 𝑓𝑊𝑒𝑖𝑏𝑢𝑙𝑙(𝑣𝑖))

2𝑛𝑖=0 (3.1)

Onde 𝑓𝑟𝑒𝑎𝑙(𝑣𝑖) é a frequência de ocorrência relativa a cada classe de

velocidade do vento e 𝑓𝑊𝑒𝑖𝑏𝑢𝑙𝑙(𝑣𝑖) é a função de densidade de probabilidade de Weibull

(ver equação 2.1 da seção 2.2.1) relativa a cada classe de velocidade do vento e 𝑛 é o

número total de classes de velocidade de vento (intervalos de 1 m/s).

O PSO foi implementado com uma população aleatória de 50 partículas,

sendo atribuída velocidade nula para cada partícula. Com intuito de evitar a

convergência prematura na fase inicial da busca e reforçar a convergência para a

solução ótima global na fase final, o peso de inércia e os coeficientes de aceleração

(parâmetro cognitivo e social) variam não-linearmente durante a busca, conforme

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

27

proposto em Chang (2010), seguindo as expressões 3.2, 3.3 e 3.4. Para o peso de inércia

foi estabelecido o valor máximo de 0,9 e mínimo de 0,4. Os parâmetros cognitivo e

social foram definidos com o valor máximo de 2,5 e mínimo de 0. Já os coeficientes de

potência 𝛼, 𝛽, 𝛾 foram atribuídos com 0,5, 1,5 e 1,0, respectivamente.

𝑤(𝑗) = (1 −𝑗

𝑖𝑡𝑒𝑟𝑚𝑎𝑥)

𝛼(𝑤𝑚𝑎𝑥 − 𝑤𝑚𝑖𝑛) + 𝑤𝑚𝑖𝑛 (3.2)

𝑎1(𝑗) = (1 −𝑗

𝑖𝑡𝑒𝑟𝑚𝑎𝑥)

𝛽

(𝑎1𝑚𝑎𝑥− 𝑎1𝑚𝑖𝑛

) + 𝑎1𝑚𝑖𝑛 (3.3)

𝑎2(𝑗) = (1 −𝑗

𝑖𝑡𝑒𝑟𝑚𝑎𝑥)

𝛾

(𝑎2𝑚𝑖𝑛− 𝑎2𝑚𝑎𝑥

) + 𝑎2𝑚𝑎𝑥 (3.4)

As novas posições e velocidades das partículas para a iteração j são

determinadas a partir das equações 3.5 e 3.6, conforme detalhado em 2.4.2.

𝑣𝑖 (𝑗 + 1) = (𝑤(𝑗) × 𝑣𝑖(𝑗)) + 𝑎1(𝑗) × 𝑟1 × (𝑝𝑏𝑒𝑠𝑡𝑖(𝑗) − 𝑥𝑖(𝑗)) + 𝑎2(𝑗) ×

𝑟2 × (𝑙𝑒𝑎𝑑𝑒𝑟 − 𝑥𝑖(𝑗)) (3.5)

𝑥𝑖(𝑗 + 1) = 𝑥𝑖(𝑗) + 𝑣𝑖(𝑗 + 1) (3.6)

para i = 1,2,.....50 partículas

Onde 𝑤 é o peso de inércia, 𝑎1 e 𝑎2 são os coeficientes de aceleração,

representando os parâmetros cognitivo e social, respectivamente, 𝑟1 e 𝑟2 são números

aleatórios no intervalo [0,1] , 𝑖𝑡𝑒𝑟𝑚𝑎𝑥 é o número máximo de iterações definidas, 𝑤𝑚𝑎𝑥

e 𝑤𝑚𝑖𝑛 são os valores máximo e mínimo, respectivamente, do peso de inércia, 𝑎1𝑚𝑎𝑥 e

𝑎2𝑚𝑎𝑥 são os valores máximos e 𝑎1𝑚𝑖𝑛 e 𝑎2𝑚𝑖𝑛 os valores mínimos dos parâmetros

cognitivo e social, respectivamente. As melhores posições são dadas por pbest (local) e

leader (global).

O algoritmo PSO foi implementado para os horizontes anual, semestral e

mensal, obtendo valores de k e c correspondentes a cada período que minimizam a

função objetivo 𝜀, aproximando a função de Weibull ao histograma de velocidades de

vento.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

28

3.5. Eficiência dos Métodos de Cálculo dos Parâmetros

A identificação do método através do qual os parâmetros calculados

proporcionam melhor ajuste da distribuição de Weibull aos dados analisados é realizada

através de testes estatísticos como RMSE, r e VR, detalhados na seção 2.3.8.

Estes testes avaliam a eficiência dos métodos, sendo possível compará-los e

verificar o melhor ajuste para o período analisado. A qualidade do ajuste da curva de

Weibull também pode ser aferida graficamente, ilustrando a que melhor descreve o

comportamento da série de dados de vento, ou seja, a que apresenta maior proximidade

entre as frequências reais e as de Weibull. Os resultados dos testes estatísticos foram

obtidos com auxílio do Matlab.

3.6. Determinação da Geração Anual de Energia Elétrica através do RETScreen

O software RETScreen foi utilizado para determinar a geração anual de

energia elétrica para a localidade estudada, Parnaíba, objetivando não somente verificar

o seu potencial de aproveitamento eólico, mas também analisar o impacto do uso de

diferentes turbinas eólicas e da otimização dos parâmetros de Weibull, calculados a

partir dos cinco métodos numéricos e do algoritmo PSO, no cálculo da produção de

eletricidade. Na análise de geração de eletricidade anual, serão obtidos os valores de

potência (MW), eletricidade entregue à rede elétrica (MWh) e fator de capacidade (%).

O procedimento de cálculo da eletricidade gerada é iniciado com o

preenchimento das informações acerca do projeto, tais como nome, localização, tipo,

tecnologia, conforme ilustrado na Figura 3.2.

Figura 3.2 – Tela inicial de informações do projeto eólico - RETScreen

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

29

Em seguida, prossegue-se para a planilha ‘Modelo Energético’, sendo

inseridas, no primeiro instante, as velocidades médias do vento para cada mês do ano, a

altura de medição do vento, o coeficiente de cisalhamento e, em seguida, selecionada a

turbina eólica através do banco de dados de produtos disponível.

Ao definir o fabricante, o modelo e o número de turbinas do parque eólico,

são apresentadas suas especificações e a curva de potência. O passo seguinte é inserir o

fator de forma (k) da distribuição de Weibull, que deve ser o correspondente ao método

de cálculo dos parâmetros a ser calculado, definir as perdas (no painel, no aerofólio) e a

disponibilidade (%). Será então fornecido o fator de capacidade (%) e a eletricidade

exportada para a rede elétrica (MWh).

A Figura 3.3 ilustra a planilha Modelo Energético do RETScreen,

apresentando as informações referentes à série temporal de Parnaíba durante o período

analisado, enquanto que a Figura 3.4 informa as especificações da turbina eólica e

perdas do sistema para o cálculo com o modelo Vestas e método numérico Momento.

Figura 3.3 – Modelo energético - RETScreen

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

30

Figura 3.4 – Especificações da turbina eólica e perdas - RETScreen

A Tabela 3.1 apresenta as especificações das turbinas eólicas dos

fabricantes Enercon, Vestas e Siemens que foram definidas para o cálculo da

eletricidade anual gerada pelo parque eólico hipotético.

Tabela 3.1 – Especificações das turbinas eólicas - RETScreen

Fabricante ENERCON VESTAS SIEMENS

Potência Unitária (MW) 2.0 2.0 2.3

Modelo E82 E2 2MW 78m V80 2.0 MW 78m SWT2.3-82 80m

Quantidade de Turbinas 20 20 20

Pot. Instalada (kW) 40.000 40.000 46.000

Altura do cubo (m) 78 78 80

Diâmetro do rotor (m) 82 80 82

Área de varredura (m²) 5.281 5.027 5.281

Este capítulo abordou os procedimentos realizados para cada segmento do

estudo: localização da estação anemométrica, funcionamento do sistema de aquisição de

dados, metodologia do cálculo dos parâmetros de Weibull através do PSO e dos

métodos numéricos, avaliação da eficiência destes e o procedimento de cálculo da

eletricidade gerada utilizando o RETScreen. O próximo capítulo apresenta os resultados

de toda a metodologia desenvolvida no trabalho, destacando, não somente a qualidade

do ajuste da curva de Weibull obtida através do método de melhor desempenho, como

também o impacto causado por este método nos resultados obtidos através do

RETScreen.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo, é apresentada inicialmente uma análise da série temporal de

vento de Parnaíba no período estudado. Em seguida, são apresentadas aplicações da

distribuição de Weibull aos dados de vento analisados, nos horizontes anual e semestral,

com parâmetros calculados por cada método numérico e pelo método PSO. Por fim, os

resultados referentes à geração anual de eletricidade, obtidos através do RETScreen, são

apresentados para cada modelo de aerogerador, sendo analisado o impacto do melhor

ajuste da distribuição de Weibull na produção de eletricidade.

4.1. Estudo da Série Temporal de Vento de Parnaíba

O comportamento do vento durante o período analisado (agosto de 2012 a

julho de 2013) revela uma forte complementariedade ao regime hídrico sazonal, uma

vez que as menores velocidades do vento são registradas durante o período chuvoso,

primeiro semestre, e as maiores velocidades durante o período seco, segundo semestre.

A Figura 4.1 apresenta a velocidade média diária do vento ao longo dos dias do ano.

Figura 4.1 – Média da Velocidade do vento diária, Parnaíba.

Analisando o comportamento anual, Parnaíba possui os maiores valores de

velocidade de vento, com média superior a 9 m/s, entre os meses de setembro e

dezembro. Nos demais períodos, como de abril a agosto, observa-se um bom potencial

para aproveitamento do recurso eólico, com valores superiores a 6 m/s. A Figura 4.2

apresenta a velocidade média mensal do vento ao longo do ano analisado.

Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul0

2

4

6

8

10

12

Mês

Velo

cid

ade m

édia

diá

ria (

m/s

)

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

32

Figura 4.2 – Média da Velocidade do vento mensal, Parnaíba, Ago/12 a Jul/13

A Tabela 4.1 resume os principais parâmetros estatísticos das séries mensais

de velocidade de vento para Parnaíba. Conforme ilustrado na Figura 4.2, observa-se que

entre setembro e dezembro ocorrem as melhores médias de velocidade do vento e que

em outubro está presente a maior média (9,90 m/s).

Tabela 4.1 – Parâmetros estatísticos dos dados de vento, Parnaíba, Ago/12 a Jul/13

2012 2013

Velocidade

(m/s) Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul

Mínimo 1 1,5 2,9 3,7 3 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4

Máximo 13,1 14,3 15,9 14,6 14,4 13,6 16,8 14 13 14,1 10,4 12,2

Média 7,58 9,11 9,90 9,12 9,08 7,42 7,73 7,02 5,21 5,76 6,32 6,50

Mediana 7,80 9,20 10,00 9,20 9,20 7,50 7,90 7,10 5,40 5,90 6,40 6,60

Desvio P. 1,93 1,66 1,77 1,66 1,76 1,91 2,46 2,16 2,11 1,73 1,51 1,63

Variância 3,74 2,77 3,13 2,74 3,11 3,63 6,06 4,67 4,45 2,99 2,28 2,67

São também analisados três diferentes períodos: primeiro semestre

(Janeiro/13 a Julho/2013), segundo semestre (Agosto/2012 a Dezembro/2012) e todo o

ano (Agosto/2012 a Julho/2013); com intuito de verificar a influência da variabilidade

sazonal de cada período no comportamento da velocidade do vento. A Tabela 4.2

apresenta os parâmetros para os três períodos mencionados.

Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13 Jul/135

5.5

6

6.5

7

7.5

8

8.5

9

9.5

10

Mês

Velo

cid

ad

e m

éd

ia m

en

sal

(m/s

)

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

33

Tabela 4.2 – Parâmetros estatísticos dos dados de vento, Parnaíba, Anual e Semestral

Velocidade

(m/s) Anual 1º Semestre 2º Semestre

Mínimo 0,40 0,40 1,00

Máximo 16,80 16,80 15,90

Média 7,55 6,56 8,95

Mediana 7,60 6,60 9,10

Desvio P. 2,36 2,12 1,92

Variância 5,55 4,47 3,69

Verifica-se uma sazonalidade bem definida para a localidade, uma vez que a

média de velocidade de vento do 2º semestre, período seco, é bem superior ao 1º

semestre, período chuvoso, garantindo a complementariedade do recurso eólico ao

regime de chuvas.

Deste modo, considerando a média anual de velocidade superior a 6 m/s na

localidade analisada, pode-se considerar que o regime de vento é favorável à

implantação de parques eólicos para geração de eletricidade a partir da energia do vento,

visto que velocidades médias anuais superiores a 6,0 m/s são favoráveis ao

aproveitamento eólico (CARNEIRO, 2014).

4.2. Execução do Algoritmo PSO

Através do software Matlab, foi executado o algoritmo PSO, considerando a

função objetivo 𝜀 (Equação 3.1), os parâmetros e as equações de velocidade e posição

das partículas definidos no capítulo anterior (ver seção 3.4.1). São obtidos os valores de

k e c para cada período analisado e o valor minimizado da função objetivo.

Para o horizonte anual, por exemplo, o código implementado retornou os

seguintes valores: k = 3,9599, c = 9,0033 m/s, e 𝜀 = 0,0003. A função objetivo varia ao

longo das iterações, sendo minimizada a 0,0003 em 120 iterações, como ilustrado na

Figura 4.3. Observa-se que o erro (função objetivo) sofre variações ao longo das

iterações até se estabilizar. Este comportamento se deve à exploração global e local de

cada partícula no espaço de busca requerendo várias repetições para encontrar a solução

ótima.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

34

Figura 4.3 – Variação da função objetivo ao longo das iterações no espaço de busca PSO

4.3. Aplicações da Distribuição de Weibull

A aplicação da distribuição de Weibull aos dados anuais de Parnaíba é

analisada através do cálculo dos parâmetros de forma e escala para o PSO e para os

cinco diferentes métodos numéricos: Energia Equivalente (EE), Momento (M),

Empírico (E), Fator Padrão de Energia (FPE) e Máxima Verossimilhança (MV).

De posse dos valores de k e c obtidos através de cada método de cálculo

pelo software Matlab, são traçadas as curvas de Weibull que tendem a se ajustar aos

histogramas dos dados de vento da localidade no período analisado. Traçando as curvas

no mesmo gráfico, é possível observar qual método proporcionou melhor ajuste ao

histograma e que, portanto, melhor representa as condições de vento do local.

A Figura 4.4 apresenta os ajustes das curvas de Weibull, para cada um dos

seis métodos utilizados, ao histograma anual dos dados de velocidade do vento de

Parnaíba.

Figura 4.4 – Ajuste das curvas de Weibull ao histograma anual

0 50 100 150 200 2500

0.002

0.004

0.006

0.008

0.01

0.012

X: 120

Y: 0.0003086

Número de Iterações (PSO)

Fu

nçã

o O

bje

tivo

0

5

10

15

20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

Histograma Método EE Método M Método E

Método FPE Método MV PSO

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

35

Conforme abordado na seção 2.5, para analisar se uma função de Weibull é

adequada para descrever os dados de velocidade de vento de uma localidade, bem como

comparar a eficiência entre os diferentes métodos de cálculo dos parâmetros, são

aplicados alguns testes estatísticos.

A Tabela 4.3 apresenta a aplicação dos testes RMSE, r e VR para cada um

dos métodos de cálculo utilizados.

Tabela 4.3 – Aplicações dos testes estatísticos, Parnaíba, anual

Parâmetros Weibull Testes Estatísticos

Métodos de Cálculo k c (m/s) r RMSE VR

PSO 3,959 9,0033 0,995 0,006 4,99E-06

Energia Equivalente (EE) 3,597 8,3802 0,9582 0,0173 1,49E-05

Momento (M) 3,559 8,3891 0,9579 0,0173 1,54E-05

Empírico (E) 3,546 8,3907 0,9577 0,0173 1,55E-05

Máxima Verossimilhança (MV) 3,574 8,3654 0,956 0,0177 1,54E-05

Fator Padrão de Energia (FPE) 3,237 8,4301 0,9479 0,0193 2,48E-06

Avaliando os métodos utilizados, pode-se afirmar que o PSO apresentou

melhor desempenho para estimativa dos parâmetros de Weibull, tendo em vista que

possui a maior correlação e menores erros, obtendo assim o melhor ajuste ao histograma

anual, com fator de forma k de 3,959 e 9,003 m/s de escala c. Quanto aos métodos

numéricos, o melhor desempenho foi obtido pelo método EE, seguido pelos métodos M,

E, MV e FPE.

Ao considerar dados anuais de vento, em virtude da forte variabilidade

sazonal existente ao longo do ano na localidade, os parâmetros de Weibull tendem a

perder sua característica representativa, sendo apropriado implementar também para os

dois semestres do ano, visando uma melhor representação dos dados de baixa

velocidade (primeiro semestre) e de alta velocidade (segundo semestre).

Nas Figuras 4.5 e 4.6, são ilustrados os diferentes ajustes das curvas de

Weibull ao histograma referente a cada semestre. As Tabelas 4.4 e 4.5 apresentam os

resultados dos testes estatísticos (RMSE, r e VR) para avaliar a aplicação semestral dos

diferentes métodos numéricos na localidade estudada.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

36

Figura 4.5 – Ajuste das curvas de Weibull ao histograma 1º Semestre

Figura 4.6 – Ajuste das curvas de Weibull ao histograma 2º Semestre

Tabela 4.4 – Aplicações dos testes estatísticos, Parnaíba, 1º Semestre

Parâmetros Weibull Testes Estatísticos

Métodos de Cálculo k c (m/s) r RMSE VR

PSO 4,1762 7,8382 0,9923 0,0090 5,5351e-06

Energia Equivalente (EE) 3,8430 7,3498 0,9629 0,0191 1,6175e-05

Momento (M) 3,426 7,2946 0,9413 0,0232 3,0126e-05

Empírico (E) 3,4161 7,2957 0,9409 0,0233 3,0275e-05

Máxima Verossimilhança (MV) 3,397 7,2657 0,9366 0,0241 3,0969e-05

Fator Padrão de Energia (FPE) 3,1656 7,3235 0,9284 0,0257 2,4276e-05

0

5

10

15

20

25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

Histograma Método EE Método M Método E

Método FPE Método MV PSO

0

5

10

15

20

25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

Histograma Método EE Método M Método E

Método FPE Método MV PSO

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

37

Tabela 4.5–Aplicações dos testes estatísticos, Parnaíba, 2º Semestre

Parâmetros Weibull Testes Estatísticos

Métodos de Cálculo k c (m/s) r RMSE VR

PSO 5,8947 10,2229 0,9980 0,0047 2,6234e-08

Energia Equivalente (EE) 5,397 9,798 0,9737 0,0167 6,3322e-08

Momento (M) 5,372 9,7131 0,9641 0,0195 6,6488e-08

Empírico (E) 5,3222 9,7183 0,9642 0,0195 6,5559e-08

Máxima Verossimilhança (MV) 5,371 9,7048 0,9630 0,0198 6,6792e-08

Fator Padrão de Energia (FPE) 3,8696 9,8984 0,9297 0,0309 9,3695e-05

Conforme pode ser verificado nas Tabelas 4.4 e 4.5, o método PSO

apresentou o melhor desempenho no ajuste aos dados semestrais, uma vez que a

correlação (‘r’) foi a mais próxima de 1 e que o erro RMSE e VR foram mais próximos

de zero, obtendo assim o melhor ajuste aos histogramas de ambos semestres.

4.3.1. Aplicação do Método de Melhor Desempenho (PSO)

Conforme verificado, o método PSO para otimização dos parâmetros k e c

apresentou o melhor desempenho no ajuste da curva de distribuição de Weibull aos

dados de vento de Parnaíba. A Figura 4.7 ilustra a aplicação por este método ao

histograma anual, compreendendo o período de Agosto/2012 a Julho/2013.

Figura 4.7 – Ajuste da curva de Weibull ao histograma anual – PSO

Analisando o horizonte semestral, a Figura 4.8 apresenta os ajustes da

distribuição de Weibull aos dois semestres do ano: a) período de janeiro/2013 a

julho/2013 (1º Semestre); e b) período de agosto/2012 a dezembro/2012 (2º Semestre).

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s) Histograma

Frequência Weibull

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

38

Figura 4.8 – Ajuste da curva de Weibull ao histograma semestral – PSO

(a)

(b)

Na Figura 4.8 (a), que representa o primeiro semestre do ano, há uma maior

concentração de velocidades entre 7 e 8 m/s, com fator de forma de 4,176. Já no

segundo semestre, ilustrado na Figura 4.8 (b), são registradas as maiores velocidades do

vento, com valores entre 9 e 10 m/s, com fator de forma de 5,894. As aplicações da

distribuição de Weibull utilizando o método PSO para todos os meses está disponível no

Apêndice.

4.4. Avaliação da Geração de Energia Elétrica Anual

Com intuito de avaliar o quanto o melhor ajuste dos parâmetros k e c pode

vir a reduzir os erros na estimação da energia elétrica anual gerada, foi utilizado o

software RETScreen para calcular a energia elétrica anual gerada em um parque eólico

hipotético na localidade, usando os diferentes valores de k e c calculados pelos métodos

numéricos e pelo PSO. Foram utilizados três diferentes modelos de turbinas eólicas

02468

10121416182022

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s) HistogramaFrequência Weibull

02468

1012141618202224

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)HistogramaFrequência Weibull

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

39

(Enercon, Vestas e Siemens) no cálculo. As especificações das turbinas aplicadas nesse

estudo são apresentadas na Tabela 4.6.

Tabela 4.6 – Especificações das turbinas para cálculo da energia elétrica anual gerada

Fabricante ENERCON VESTAS SIEMENS

Potência Unitária (MW) 2,0 2,0 2,3

Modelo E82 E2 2MW 78m V80 2.0 MW 78m SWT2.3-82 80m

Quantidade de Turbinas 20 20 20

Pot. Instalada (kW) 40.000 40.000 46.000

Altura do centro (m) 78 78 80

Diâmetro do rotor (m) 82 80 82

Área de varredura (m²) 5.281 5.027 5.281

As turbinas eólicas utilizadas neste cálculo possuem potência de 2,0 MW

(Enercon e Vestas) e 2,3 MW (Siemens), resultando, para um total de 20 turbinas, em

uma potência total instalada de 40 MW e 46 MW, respectivamente.

As turbinas Siemens e Enercon possuem um diâmetro de rotor de 82 m,

enquanto que no modelo Vestas o diâmetro é de 80 m. A altura do cubo é a mesma para

as turbinas Enercon e Vestas (78 m), no entanto ligeiramente maior (80 m) para o

modelo Siemens.

Os resultados obtidos nos cálculos para a produção de energia elétrica anual

entregue à rede são apresentados nas Tabelas 4.7, 4.8 e 4.9. Estes resultados são obtidos

com base nos parâmetros (k e c) da distribuição de Weibull, calculados por meio dos

cinco diferentes métodos numéricos e do PSO.

Tabela 4.7 – Análise da produção anual de energia elétrica, RETScreen - ENERCON

Turbina ENERCON - RETScreen

Métodos de

Cálculo k

Energia

Elétrica

(MWh)

Fator de

Capacidade

(%)

PSO 3,959 122,672 35

Energia

Equivalente 3,597 123,166 35,2

Momento 3,559 123,216 35,2

Empírico 3,546 123,233 35,2

Máxima

Verossimilhança 3,574 123,196 35,2

Fator Padrão de

Energia 3,237 123,601 35,3

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

40

Tabela 4.8 – Análise da produção anual de energia elétrica, RETScreen - VESTAS

Tabela 4.9 – Análise da produção anual de energia elétrica, RETScreen - SIEMENS

Turbina SIEMENS - RETScreen

Métodos de

Cálculo k

Energia

Elétrica

(MWh)

Fator de

Capacidade

(%)

PSO 3,959 114,052 28,3

Energia

Equivalente 3,597 115,168 28,6

Momento 3,559 115,291 28,6

Empírico 3,546 115,333 28,6

Máxima

Verossimilhança 3,574 115,242 28,6

Fator Padrão de

Energia 3,237 116,367 28,9

Analisando as Tabelas 4.7 a 4.9, observa-se que a estimação da energia

elétrica entregue à rede para os cinco métodos numéricos apresentou resultados bem

próximos; no entanto, na estimação realizada para o método PSO, que apresentou

melhor ajuste às condições de vento de Parnaíba, a diferença foi mais significativa.

A determinação mais adequada da produção de energia elétrica é obtida

através do método de melhor desempenho (PSO), cujos valores estimados de

eletricidade gerada são menores em relação aos demais métodos, conforme apresentado

nas Tabelas 4.7, 4.8 e 4.9. Desse modo, é interessante observar que os métodos

numéricos que apresentam maiores erros no cálculo dos parâmetros (pior desempenho)

apresentam uma tendência em superestimar a energia elétrica gerada pelo parque eólico.

Turbina VESTAS - RETScreen

Métodos de

Cálculo k

Energia

Elétrica

(MWh)

Fator de

Capacidade

(%)

PSO 3,959 103,661 29,6

Energia

Equivalente 3,597 104,556 29,8

Momento 3,559 104,653 29,9

Empírico 3,546 104,686 29,9

Máxima

Verossimilhança 3,574 104,614 29,9

Fator Padrão de

Energia 3,237 105,491 30,1

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

41

Analisando os cálculos realizados para as três turbinas, verifica-se uma

diferença de 2,315 MWh por ano na comparação entre a estimação feita pelo método de

melhor desempenho no ajuste ao histograma (PSO) com o método de pior desempenho

(Fator Padrão de Energia) para a turbina Siemens. Para a turbina Vestas e Enercon, a

diferença foi menos significativa, de 1,830 MWh e 0,929 MWh, respectivamente.

Os resultados dos cálculos para a turbina Enercon revelaram um fator de

capacidade em torno de 35% para Parnaíba, dentro da faixa média anual no mundo que

oscila entre 22,5 e 35% (CONSELHO INTERNACIONAL DE ENERGIA EÓLICA,

2013).

Deste modo, com base nos resultados apresentados, pode-se afirmar que o

PSO, para cálculo dos parâmetros k e c de Weibull, otimizou consideravelmente o ajuste

aos histogramas de velocidade, apresentando um erro RMSE de 0,006, com correlação

entre os valores de aproximadamente 0,995, como também aumentou a precisão na

determinação da energia elétrica anual gerada, chegando a apresentar uma discrepância

anual de 2,315 MWh em relação ao pior método numérico no cálculo feito utilizando a

turbina Siemens.

Neste capítulo, foi analisado inicialmente o comportamento do vento de

Parnaíba durante o período estudado, apresentando os parâmetros estatísticos dos dados

de vento. Por meio dos resultados dos testes estatísticos, foi apresentado um estudo

comparativo da eficiência dos métodos de cálculo dos parâmetros de Weibull e, por fim,

os cálculos no RETScreen. No próximo capítulo, as conclusões deste trabalho são

apresentadas.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

42

5. CONCLUSÃO

No cenário mundial, vários países têm implantado programas para o

aproveitamento da energia dos ventos. No Brasil, em virtude do elevado potencial

hídrico, a geração de energia elétrica por usinas hidrelétricas tem apresentado uma forte

participação na matriz elétrica brasileira. No entanto, fatores ambientais e a crise no

abastecimento hídrico contribuem para a necessidade da diversificação da matriz

elétrica, sendo incorporadas fontes de geração renovável de energia, como a energia

eólica, elevando a confiabilidade no suprimento do sistema.

A presente pesquisa avaliou o potencial eólico da cidade de Parnaíba, com

destaque para a aplicação da técnica de otimização PSO visando uma otimização do

cálculo dos parâmetros de Weibull e um melhor ajuste da curva ao histograma.

Considerando a análise do potencial eólico, Parnaíba apresentou um valor

médio anual de velocidade do vento de 7,55 m/s, um fator de capacidade variando entre

28,3% e 35,3% e um valor previsto de eletricidade entregue à rede de cerca de 122,6

MWh ao ano. Desse modo, como se obteve um fator de capacidade superior a 30%

(valor considerado bom na literatura) e velocidade média anual acima do patamar de 6

m/s, adotado como tecnicamente viável para geração de eletricidade, Parnaíba possui

bom potencial para o aproveitamento da fonte eólica.

Os resultados obtidos com o uso do algoritmo PSO revelam uma boa

capacidade de ajuste do método aos dados de velocidade do vento analisados nesta

pesquisa. Os testes estatísticos, que avaliam a eficiência e precisão dos métodos,

indicaram que, para ambos horizontes (anual e semestral), o método EE apresenta

melhor desempenho em relação ao demais métodos numéricos e que o PSO proporciona

o melhor desempenho entre os métodos avaliados neste estudo. Observa-se que,

enquanto o RMSE e r obtidos utilizando o método EE apresentam 0,0173 e 95%, estes

são reduzidos para 0,006 e 99% utilizando o PSO.

O cálculo através do RETScreen mostrou que valores dos parâmetros k e c

calculados pelo PSO fornecem uma estimativa de eletricidade gerada mais próxima do

valor real produzido por turbinas instaladas na localidade em estudo. Os resultados

foram semelhantes para os cinco métodos numéricos; no entanto, para o PSO, foi

verificada uma diferença mais significativa na energia elétrica anual gerada, por

exemplo, para o cálculo com a turbina Siemens, observa-se uma diferença de 2,315

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

43

MWh por ano em relação ao método numérico de pior desempenho, o Fator Padrão de

Energia.

A técnica PSO apresenta simplicidade de implementação, baixo custo

computacional e capacidade de convergir à solução ótima global independentemente do

tamanho ou complexidade do problema. Com o presente estudo, foram obtidos

parâmetros da distribuição de Weibull que fornecem um ajuste adequado para as curvas

de distribuição de velocidade de vento, assegurando a viabilidade do PSO para a

aplicação proposta, bem como a superioridade desta técnica em relação aos tradicionais

métodos numéricos.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

44

6. REFERÊNCIAS

ABDEL-HADY S., ABOU EL-AZM ALY A., SALEH H. Assessment of different

methods used to estimate Weibull distribution parameters for wind speed in

Zafarana wind farm, Suez Gulf, Egypt. Energy, 44, 710-719, 2012.

AKDAG S.A., DINLER A. A new method to estimate Weibull parameters for wind

energy applications. Energy Conversion and Management 50, 2009.

AMARANTE, O. A. C., BROWER, M., ZACK, J., SÁ, A. L. Atlas do Potencial

Eólico Brasileiro, Brasília, 2001.

AMARANTE, O. C., SCHULTZ, D., BITTENCOURT, R., ROCHA, N. Wind – hydro

complementary seasonal regimes in Brazil. DEWI Magazin, 19, 79 – 86, 2001.

ANTUNES, F. Algoritmo de sistema de formigas aplicado ao planejamento da

operação de sistemas hidrotérmicos de potência. 2011. Dissertação. (Mestrado em

Energia), Universidade Federal do ABC, Santo André - SP, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA EÓLICA – ABEEÓLICA:

http://www.abeeolica.org.br. Acessado em: 30 de novembro de 2014.

CAMPOS, I. M. S. Computação evolucionária aplicada a problemas de otimização

combinatória. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Computação), Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006.

CARACIOLO, M. P. Multi-Ring: Uma nova topologia para otimização por

enxames de partículas (PSO). 2008. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em

Engenharia da Computação), Universidade de Pernambuco, Recife, 2008.

CARNEIRO, T. C. Caracterização de Potencial Eólico para Fins de Geração

Eolioelétrica: Estudo de Caso para Maracanaú (CE), Parnaíba (PI) e Petrolina

(PE). Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica), Universidade Federal do Ceará,

Fortaleza, 2014.

CARVALHO, P.C.M. Geração Eólica. 146p. 1ª edição, Fortaleza – CE, Editora

Imprensa Universitária, 2003.

CASTRO, R. M. G. Energias Renováveis e Produção Descentralizada: Introdução à

Energia Eólica, Universidade Técnica de Lisboa, 2003.

CHANG, T. P. Performance comparison of six numerical methods in estimating

Weibull parameters for wind energy application. Applied Energy, 88, 272 – 282,

2011.

CHANG, T. P. Wind energy assessment incorporating particle swarm optimization

method. Energy Conversion and Management 52, 2010.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

45

CONSELHO INTERNACIONAL DE ENERGIA EÓLICA – GWEC: Revolução

Energética: A caminho do desenvolvimento limpo, 2013.

CUSTÓDIO, R.S. Energia Eólica para Produção de Energia Elétrica. 280p. 1ª

edição, Rio de Janeiro – RJ, Eletrobrás, 2009.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – EPE: Balanço Energético Nacional –

Ano base 2013, Rio de Janeiro, 2014.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – EPE: Plano Decenal de Expansão de

Energia 2022, 2013.

GLOBAL WIND ENERGY COUNCIL – GWEC. GLOBAL WIND REPORT 2013:

http://www.gwec.net/. Acessado em 15 de Setembro de 2014.

HU, X.: Particle Swarm Optimization. http://www.swarmintelligence.org/ (2006)

Acessado em 20 de Setembro de 2014.

MACEIRA, M. E. P., PENNA, D. D. J., PESSANHA, J. F. M., MELO, A. C. G.

Modelagem estatística de ventos para utilização nos modelos de planejamento e

operação. Florianópolis – Santa Catarina. XXI SNPTEE – Seminário Nacional de

Produção e Transmissão de Energia Elétrica, 2011.

MEDEIROS G.F., KRIPKA M. Algumas Aplicações de Métodos Heurísticos na

Otimização de Estruturas. Revista CIATEC - UPF, vol.4 (1), p.p.19-32, 2012.

OLIVEIRA, M.C.S., SILVA, T.L., ALOISE, D.J. Otimização por Nuvem de

Partículas: Diferença entre Aplicações a Problemas Contínuos e Discretos. XXXVI

SBPO – O Impacto da Pesquisa Operacional nas Novas Tendências Multidisciplinares,

São João del-Rei, MG, 2004.

RENEWABLES 2014 GLOBAL STATUS REPORT - REN21: http://www.ren21.net/.

Acessado em 15 de Setembro de 2014.

RETSCREEN INTERNATIONAL. WIND ENERGY PROJECT ANALYSIS:

http://www.retscreen.net/. Acessado em 25 de Setembro de 2014.

ROCHA, P. A. C., SOUSA, R. C., ANDRADE, C. F., SILVA, M. E. V. Comparison

of seven numerical methods for determining Weibull parameters for wind energy

generation in the northeast region of Brazil. Applied Energy, 89, 395 – 400, 2012.

SALAS, J.D.: Analysis and modeling of hidrologic time series, in Handbook of

Hydrology, edited by D. R. Maidment, Chap. 19, pp. 19.1 – 19.72, McGraw-Hill Inc.,

New York, USA, 1993

SANSIGOLO, C. A. Distribuições de Probabilidade de Velocidade e Potência do

Vento. Revista Brasileira de Meteorologia, v.20, n.2, 207-214, 2005

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

46

SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO DO ESTADO DA

BAHIA – SECTI: Atlas Eólico do Estado da Bahia, 2013.

SEGURO J.V., LAMBERT T.W. Modern Estimation of the Parameters of the

Weibull Wind Speed Distribution for Wind Energy Analysis. Journal of Wind

Engineering and Industrial Aerodynamics, 85, 75–84, 2000.

SILVA, P. C., GUEDES, V. G., ARAÚJO, M. R. P Otimização dos Parâmetros de

Weibull. XV Congresso Brasileiro de Energia Mecânica, Águas de Lindóia, São Paulo,

1999.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Parnaíba. Acessado em 10 de Outubro de 2014.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

47

APÊNDICE

Gráficos mensais da distribuição de Weibull ajustada ao histograma – PSO

0

5

10

15

20

25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

PSO - Agosto/2012

Histograma

Frequência Weibull

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

PSO - Setembro/2012

HistogramaFrequência Weibull

0

5

10

15

20

25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

PSO - Outubro/2012

HistogramaFrequência Weibull

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

48

0

5

10

15

20

25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

PSO - Novembro/2012

HistogramaFrequência Weibull

0

5

10

15

20

25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

PSO - Dezembro/2012

HistogramaFrequência Weibull

0

5

10

15

20

25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

PSO - Janeiro/2013

Histograma

Frequência Weibull

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

49

0

5

10

15

20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

PSO - Fevereiro/2013

Histograma

Frequência Weibull

0

5

10

15

20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

PSO - Março/2013

Histograma

Frequência Weibull

0

5

10

15

20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

PSO - Abril/2013

Histograma

Frequência Weibull

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … - Sofia Pinheiro Melo (2).pdf · sofia pinheiro melo uso da otimizaÇÃo por nuvem de partÍculas para cÁlculo dos parÂmetros de weibull

50

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

PSO - Maio/2013

Histograma

Frequência Weibull

0

5

10

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

PSO - Junho/2013

Histograma

Frequência Weibull

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Freq

uên

cia

(%)

Velocidade do Vento (m/s)

PSO - Julho/2013

Histograma

Frequência Weibull