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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: QUÍMICA ORGÂNICA Irvila Ricarte de Oliveira Estudo Químico e Farmacológico de Senna georgica H. S Irwin & Barneby. Fortaleza-Ceará 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: QUÍMICA ORGÂNICA

Irvila Ricarte de Oliveira

Estudo Químico e Farmacológico de Senna georgica H. S Irwin & Barneby.

Fortaleza-Ceará

2012

Irvila Ricarte de Oliveira

Estudo Químico e Farmacológico de Senna georgica H. S Irwin & Barneby.

Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Química Orgânica, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de mestre em Química. Área de concentração: Química Orgânica. Orientadora: Profa. Dra. Maria Goretti de Vasconcelos Silva

FORTALEZA

2012

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus,

À professora Maria Goretti pela orientação, compreensão, disponibilidade e acima

de tudo amizade investida em todos esses anos;

À banca examinadora pelos comentários e melhorias desse trabalho;

Agradeço aos meus professores da graduação e de pós-graduação, pois eles

foram meu alicerce no ensino superior;

Aos funcionários da Universidade Federal do Ceará, em especial Lana, Orlando,

Célia;

Agradeço aos funcionários do Horto de Plantas Medicinais Francisco José de

Abreu Matos;

Agradeço a minha família em especial minha mãe Tereza Ricarte e minha irmã

Itala Ricarte, pelo apoio e amor;

Agradeço um grande amigo Gustavo Maia, pelo carinho e calma;

Aos meus amigos Karine, Samira, Elis, Thiago, Rafael, pelos momentos de

descontração e palavras de conforto;

Agradeço aos amigos de laboratório Juliana, Elayne, Jackeline, Carol, Artemisia,

Ricardo, Tiago e Jeison, obrigado por me roubarem meus melhores risos.

Agradeço aos meus mestres Edângelo e Fábio pelos ensinamentos.

Agradeço as instituições financiadoras, CNPQ, CAPES e FUNCAP.

À todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.

RESUMO

Os metabólitos conhecidos do gênero Senna apresentam uma variedade de

aplicações, embora a mais antiga seja como purgativa e sua preparação está

presente na Farmacopéia britânica, européia, americana e brasileira com

indicação para casos de constipação. Na medicina popular são utilizadas

preparações de várias espécies do gênero como tônica, estomáquica, febrífuga,

anti-herpética, antianêmica, antiblenorrágica, antinefrítica, antídota, antimicótica,

diurética, parasiticida, laxante, e contra doenças de pele. Este trabalho descreve a

investigação química de Senna georgica H. S. Irwin & Barneby (Leguminoseae),

popularmente conhecida como “mata pasto” e “lava prato”. O levantamento

bibliográfico revelou a completa ausência de estudos químicos, biológicos e

farmacológicos realizados com esta espécie, motivo pela qual selecionou-se a

planta para o estudo. O estudo químico iniciou-se com o tratamento

cromatográfico dos extratos hexânico e etanólico do caule de S. georgica o que

possibilitou o isolamento e identificação das antraquinonas crisofanol e fisciona, o

triterpeno de esqueleto lupano, o lupeol, dois fitoesteroides em forma livre e

glicosilados e o ácido triacontanóico. Outra etapa do trabalho foi dedicada ao

estudo farmacológico de S. georgica, que através de ensaios analisou o potencial

antioxidante, citotoxidade e anticolinasterásico dos extratos etanólico e hexânico

das flores, vagens, folhas, caule e raiz da planta. As determinações estruturais

foram realizadas através das técnicas espectrométricas de infravermelho,

ressonância magnética nuclear de hidrogênio-1 e carbono-13 uni e

bidimensionais, espectrometria de massas e comparações com dados relatados

na literatura.

Palavra-chave: Senna, Antraquinonas, Triterpeno.

ABSTRACT

The known metabolites of the genus Senna have a variety of applications, among

which the oldest use is as a laxative. Powdered leaf tea has been used for many

centuries as a laxative, especially in the USA and methods of preparation are

described in the British, European, American and Brazilian Pharmacopoeia.

Extracts of various of species of the genus have been used in traditional folk

medicine preparations as a stomachic, febrifuge, anti-

anaemic, antiblenorrágica, antinefrítica, antidota, antimycotic, diuretic, fungicidal,

laxative and to treat skin diseases. The study the phytochemical composition of

Senna georgica H. S. Irwin Barneby (Leguminoseae), popularly known as "Lava

prato” and "mata pasto".

A literature review revealed a complete absence of phytochemical, biological and

pharmacological studies performed on this species, which is the reason why the

plant was selected for study. The chemical study began

with chromatographic evaluation of hexane and ethanol extracts of Senna

georgica which allowed the isolation and identification of

two anthraquinones crisofanol and fisciona,

the triterpene lupeol, two phytosteroid shaped and acid free and

glycosylated triacontanóico. The antioxidant, cytotoxic (against cancer cell lines)

and anticholinesteric are currently being studied in a battery of tests as well as the

raw hexane and ethanol extracts of the flowers, seeds, leaves, bark, and root of

the plant. Confirmation of the structures of the purified compounds is being

conducted using nuclear magnetic resonance of a 1-H-and C-13 uni-dimensional,

mass spectrometry and comparison with data reported in the literature.

Key Word: Senna, Antraquinones, Triterpene

LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Fotos das folhas, flores e vagens de Senna georgica H.S.

Irwin & Barneby em seu habitat natural.

8

Figura 02: Esqueleto básico da antraquinona. 10

Figura 03: Cromatograma dos ácidos graxos de caule de S. georgica 26

Figura 04: Espectro de massas do éster metílico do ácido

Tetradecanóico

26

Figura 05: Espectro de massas do éster metílico do ácido

Hexadecanóico

26

Figura 06: Espectro de massas do éster metílico do ácido

Octadecanóico

26

Figura 07: Espectro de massas do éster metílico do ácido

nonadecanóico

27

Figura 08: Espectro de massas do éster metílico do ácido eicosanóico 27

Figura 09: Espectro de massas do éster metílico do ácido docosanóico 27

Figura 10: Espectro de massas do éster metílico do ácido tricosanóico 27

Figura 11: Espectro de massas do éster metílico do ácido

Tetracosanóico

27

Figura 12: Espectro de absorção na região do infravermelho (IV, KBr)

de SGC-01

31

Figura 13: Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de SGC-01 31

Figura 14: Espectro de RMN 13C-BB (125 MHz, CDCl3) de SGC-01 32

Figura 15: Espectro de RMN 13C-DEPT 135° (125 MHz, CDCl3) de

SGC-01

32

Figura 16: Espectro de absorção na região do IV (KBr) de SGC1-02. 37

Figura 17: Espectro de RMN 1H (500 MHz, CDCl3) de SGC1-02 38

Figura 18:. Espectro de RMN 13C-BB (125 MHz, CDCl3) de SGC1-02. 38

Figura 19: Espectro de RMN 13C-DEPT 135° (125 MHz, CDCl3) de

SGC1-02.

39

Figura 20: Espectro de HMQC (500, 125 MHz, CDCl3) de SGC1-02. 39

Figura 21: Espectro de HMBC (500MHz, 125 MHz, CDCl3) de SGC1-

02.

40

Figura 22: Espectro de absorção na região do infravermelho (IV) de

SGC2-02.

44

Figura 23: Espectro de RMN 1H (500 MHz, CDCl3) de SGC2-02. 44

Figura 24: Sub-espectro de RMN 1H (500 MHz, CDCl3) faixa de 6,5 -8,0

ppm de SGC2-02.

45

Figura 25: Espectro de RMN 13C-BB (125 MHz, CDCl3) de SGC2-02. 45

Figura 26: Espectro de absorção na região do infravermelho (IV, KBr)

de SGC-03

47

Figura 27: Espectro de RMN 1H (300 MHz, C5D5N) de SGC-03. 48

Figura 28: Espectro de RMN 13C (75 MHz, C5D5N) de SGC-03. 48

Figura 29: Espectro de RMN 13C-DEPT 135º (75 MHz, C5D5N) de

SGC-03.

49

Figura 30: Espectro de massas de SGC-03. 49

Figura 31: Espectro de absorção na região do infravermelho (IV, KBr)

de SGC-03.

53

Figura 32: Espectro de RMN 1H (CDCl3, 500 MHz) de SGC-04. 53

Figura 33: Espectro de RMN 13C (125 MHz, CDCl3) de SGC-04. 54

Figura 34: Espectro de RMN 13C-DEPT 135º (125 MHz, CDCl3) de

SGC-04.

54

Figura 35: Espectro de absorção na região do infravermelho (IV, KBr)

de SGC-05.

56

Figura 36: Espectro de RMN 1H (500 MHz, C5D5N) de SGC-05 56

Figura 37: Espectro de RMN 13C-BB (125 MHz, C5D5N) de SGC-05 57

Figura 38: Espectro de DEPT 135° de SGC-05 57

Figura 39: Acompanhamento cinético da atividade antioxidante de

Senna georgica.

76

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Número de registros nos últimos dez anos (2011-2001). 11

Tabela 2: Compostos Antraquinônicos isolados de espécies de Senna e

Cassia nos últimos 10 anos.

12

Tabela 3: Representação estrutural dos compostos antraquinônicos

isolados de espécies de Senna e Cassia nos últimos 10 anos.

18

Tabela 4: Teor (%) de ácidos graxos presentes, do extrato hexânico do

caule de Senna georgica

25

Tabela 5: Deslocamento químico de RMN 13C (125 MHz, CDCl3) de

SGC-01 comparados com os dados da literatura [KONGDUANG et al.

2008].

30

Tabela 6: Deslocamentos químicos (δ), dos carbonos metínicos (C-H),

metílicos (CH3) e não hidrogenados (C) para SGC1-02 com padrão de

hidrogenação obtido pela comparação dos espectros DEPT 135o com o

RMN 13C-BB.

34

Tabela 7: Dados de RMN13C (125 MHz, CDCl3) de SGC1-02

comparados com dados da literatura [DAGNE,1984].

36

Tabela 8: Deslocamento químico de RMN 13C e seus respectivos

hidrogênios mostrados pelo espectro de HMQC, bem como as

correlações a longa distância (HMBC) de SGC1-02.

37

Tabela 9: Deslocamentos químicos (δ), dos carbonos metínicos (C-H),

metílicos (CH3) e não hidrogenados(C) para SGC2-02 (500 MHz,

CDCl3) com padrão de hidrogenação obtido pela comparação dos

espectros DEPT 135° com o RMN 13C-BB.

42

Tabela 10: Deslocamento químico de carbono-13 (δ) para SGC1-02

(125 MHz, CDCl3) em comparação com os dados de carbono-13 de

SGC2-02 e fisciona (HÖFLE, 1977).

43

Tabela 11: Dados de RMN13C (125 MHz, CDCl3) de SGC-04

comparados com dados da literatura (MAHATO e KUNDU,1994).

52

Tabela 12: Tabela dos extratos obtidos de Senna georgica 66

Tabela 13: Dados oriundo do tratamento cromatográfico de SGC 68

Tabela 14: Dados oriundo do tratamento cromatográfico de SGC-HD 69

Tabela 15: Dados oriundos do tratamentos cromatagráfico do extrato

etanólico do caule de Senna georgica (EESGC).

71

Tabela 16- Dados oriundos do tratamento cromatográfico da fração

EESGC-D do caule de Senna georgica.

72

Tabela 17: Dados oriundos do tratamentos cromatagráfico da fração

EESGC-D(1-7) do caule de Senna georgica

72

Tabela 18: Dados oriundos do tratamentos cromatagráfico da fração

EESGC-D (16-18) do caule de Senna georgica

73

Tabela 18: Acompanhamento cinético da atividade antioxidade e

Percentual de varredura de radicais livres de Senna georgica

73

Tabela 19: Percentual do grau de inibição do crescimento celular (GI%)

das amostras em três linhagens tumorais testadas na dose única de 50

µg/mL.

76

Tabela 20: Avaliação da atividade anticolinesterásica dos extratos de

Senna georgica

78

Tabela 21- Avaliação da atividade anticolinesterásica dos extratos de

Senna georgica.

79

LISTA FLUXOGRAMAS

Fluxograma 1- Saponificação e metilação do extrato hexânico do caule

de Senna georgica.

67

Fluxograma 2- Obtenção e isolamento de SGC-01, SGC1-02, SGC2-02

e SGC-03 a partir do extrato hexânico de Senna georgica.

70

Fluxograma 3- Obtenção de SGC-04 e SGC-05 a partir do tratamento

cromatográfico de EESGC.

75

LISTA DE ABREVIATURAS

BB: Broad Band

CCD: Cromatografia em Camada Delgada

COSY: Correlation Spectroscpy

DEPT: Distortionless Enhancement by Polarization Transfer

DMSO: Dimetil-Sulfóxido

DPPH: Difenil-picril-hidrazil

EM: Espectro de Massas

eV: Elétron volts

HMBC: Heteronuclear Multiple Bond Correlation

HMQC: Heteronuclear Multiple Quantum Correlation

IV: Infravermelho

MTT: Sal 3-(4,5-dimetil-2-tiazol)-2,5-difenil-2-H-brometo de tetrazolium

RMN 13C: Ressonância Magnética Nuclear de Carbono-13

RMN 1H: Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio-1

NUVET: Núcleo de Vetores do Estado do Ceará

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1

1- INTRODUÇÃO 1

CAPÍTULO 2

2 CONSIDERAÇÕES BOTÂNICAS 5

2.1 Considerações Botânicas sobre a Família Leguminosae 5

2.2 Considerações Botânicas sobre o gênero Senna Mill 7

2.3 Considerações Botânicas sobre o gênero Senna georgica 8

CAPÍTULO 3

3-LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO 10

3.1 Considerações sobre as antraquinonas e suas bioatividades. 10

3.1.1 Antraquinonas isoladas de espécies de Senna. 11

CAPÍTULO 4

4. DETERMINAÇÃO ESTRUTURAL 25

4.1 Determinação dos constituintes do óleo fixo de Senna

georgica

25

4.2 Determinação dos constituintes químicos do caule de Senna

georgica

28

4.2.1 Determinação Estrutural de SGC-01 29

4.2.2 Determinação Estrutural de SGC1-02 34

4.2.3 Determinação Estrutural de SGC2-02 42

4.2.4 Determinação estrutural de SGC-03 47

4.2.5 Determinação Estrutural de SGC-04 51

4.2.6 Determinação Estrutural de SGC-05 57

CAPÍTULO 5

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 60

5.1 Material botânico 61

5.1.1 Coleta do material botânico para estudo dos constituintes

químicos de Senna georgica H. S. Irwin & Barneby

61

5.2 Métodos Cromatográficos 61

5.2.1 Cromatografia em Camada Delgada (CCD) 61

5.2.2 Cromatografia em Coluna 62

5.2.3 Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de

massas

62

5.3 Técnicas Espectroscópicas 63

5.3.1 Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de

Hidrogênio (RMN 1H) e de Carbono-13 (RMN 13C)

63

5.3.2 Espectrometria de massas (EM) 64

5.3.3 Espectroscopia na Região do infravermelho (IV) 64

5.4 Ponto de Fusão 64

5.5 Avaliação do potencial farmacológico de Senna georgica 65

5.5.1 Avaliação da Atividade Antioxidante de Senna georgica 65

5.5.2 Teste de Citotoxidade 66

5.5.3 Inibição da Enzima Acetlcolinasterase 67

5.6 Extração do Material Botânico 68

5.7 Estudo dos constituintes fixos de Senna georgica 68

5.7.1 Estudo dos ésteres metílicos dos ácidos graxos do caule

de Senna georgica

68

5.7.2 Fracionamento preliminar do extrato hexânico do caule de

Senna georgica

70

5.7.2.1 Isolamento de SGC-01 a partir de SGC-HA 70

5.7.2.2 Fracionamento cromatográfico de SGC-HD de Senna

georgica

71

5.7.2.3 Isolamento de SGC1-02, SGC2-02 e SGC-03 a partir de

SGC-HD 5-11

72

5.7.3 Fracionamento preliminar do extrato etanólico do caule de

S. georgica

74

5.7.3.1 Tratamento cromatográfico de EESGC-D de Senna

georgica

74

5.7.3.2 Tratamento cromatográfico de EESGC-D (1-7) de Senna

georgica

75

5.7.3.3 Isolamento de SGC-04 a partir de EESGC-D(13-29) 76

5.7.3.4 Tratamento cromatográfico de EESGC-D (16-18) 76

5.7.3.5 Isolamento de SGC-05 a partir de EESGC-D (110-125) 77

CAPÍTULO 6

6.Avaliação do Potencial Biológico de Senna georgica 78

6.1 Avaliação da atividade antioxidante de Senna georgica 79

6.2 Teste de citotoxidade dos extratos de Senna georgica 81

6.3 Teste de atividade Anticolinasterásica 82

CAPÍTULO 7

7.Conclusões 83

CAPÍTULO 8

8.Referências Bibliografia 85

1

INTRODUÇÃO

Capítulo I

HO

CH3 CH3

CH3HH

H

CH3

H2C

H3C CH3

HO

OH

CH3

OH O

O

HO

2

1 INTRODUÇÃO

A natureza é capaz de produzir moléculas de grande complexidade e capacidade de

interação com diferentes sistemas biológicos. A prática do uso dos produtos naturais como

agentes terapêuticos remonta de longa data, mas somente em meados do século XIX, a partir

dos primeiros princípios ativos isolados, o homem moderno começou a se interessar em

aplicar preparados medicinais para enfermidades que viessem acometer, segundo a

experiência popular, desde então a abordagem cientifica foi estabelecida.

Os produtos naturais têm sido fontes para novos medicamentos. Mesmo nos dias

atuais, os produtos encontrados na natureza continuam a representar um papel essencial no

processo de descoberta e desenvolvimento de novos agentes terapêuticos. Os estudos em

química de produtos naturais, de uma maneira geral, envolvem a coleta, extração, isolamento

e caracterização de metabolitos secundários.

Os metabólitos conhecidos do gênero Senna apresentam uma variedade de aplicações,

embora a mais antiga seja como purgativa e sua preparação está presente na Farmacopéia

britânica, européia, americana e brasileira com indicação para casos de constipação. Os

compostos mais ativos são os isômeros dos senosídeos A e B. Na medicina popular são

utilizadas preparações de várias espécies do gênero como tônica, estomáquica, febrífuga, anti-

herpética, antianêmica, antiblenorrágica, antinefrítica, antídota, antimicótica, diurética,

parasiticida, laxante, e contra doenças de pele [RODRIGUES, 2005].

Neste trabalho é relatado o estudo químico e farmacológico de Senna georgica H. S.

Irwin & Barneby, conhecida popularmente como “mata-pasto” e “lava-prato”, pertencente à

família Fabaceae. Apresenta-se como arbusto de flores amarelas exuberantes que habita na

caatinga, cerrado e Amazônia.

O levantamento bibliográfico não revelou nenhum estudo sobre a espécie, porém foi

possível encontrar um vasto estudo com espécies pertencentes ao gênero Senna, que é muito

apreciado pela beleza de suas flores amarelas e pelas propriedades de uso popular como

purgativa e corante [VIEGAS, 2006].

Estudos químicos e farmacológicos com espécies comprovaram também propriedades

antibacteriana, antifúngica, hepatoprotetora, antimalárica, anticarcinogênica, helminticida,

3

antipsoriática, moluscicida, antiparasitária e tuberculostática. Diversas classes de metabólitos

bioativos estão presentes em espécies de Senna como flavonoides, alcaloides, triterpenos,

esteroides e principalmente antraquinonas nas formas monoméricas e diméricas, livres e

glicosiladas.

O estudo químico do caule de Senna georgica H. S. Irwin & Barneby compreende a

descrição dos procedimentos utilizados no isolamento e determinação estrutural dos

compostos isolados além das técnicas empregadas uma breve descrição da espécie estudada, a

análise do potencial antioxidante, citotóxica e inibição da enzima acetilcolinasterase dos

extratos das várias partes da planta.

4

CONSIDERAÇÕES BOTÂNICAS

Capítulo II

HO

CH3 CH3

CH3HH

H

CH3

H2C

H3C CH3

HO

OH

CH3

OH O

O

HO

5

2 CONSIDERAÇÕES BOTÂNICAS.

2.1 Considerações Botânicas sobre a Família Leguminoseae

A família Leguminoseae possui uma ampla distribuição geográfica, representada por

cerca de 650 gêneros e mais de 18.000 espécies subordinadas a três subfamílias

(Caesalpinioideae, Mimosoideae e Fabaceae-sinônimo papilonoideae). As espécies das

subfamílias Caesalpinioideae e Mimosoideae são, principalmente, tropicais, e as da Fabaceae

encontram-se mais frequentemente nas regiões temperadas. Essa subfamília abrange espécies

com características morfológicas consideradas mais avançadas dentro das Leguminoseae,

Também são de grande importância econômica pela produção de alimentos como: soja

(Glycine max); ervilha (Pisum sativum); feijão (Phaseolus vulgaris) e alfafa (Medicago

sativa) [IRWIN, 1982].

Em 1984 foi determinado que as três subfamílias das leguminosas por possuírem

algumas diferenças anatômicas e pelo grande número de espécies que cada subfamília possuía

passassem a ser classificadas como famílias. No entanto, a partir de 1988, Arthur Cronquist e

colaboradores passaram a recomendar que a classificação anterior, ou seja, Caesalpinoideae,

Mimosoideae e Fabaceae voltassem a ser classificadas como subfamílias, pois as diferenças

anatômicas eram poucas em comparação a quantidade de semelhanças estruturais que estas

possuíam. [BARROSO, 1984; CRONQUIST, 1988].

Segundo JOLY (1985) a família Legumnoseae é contituida por:

Plantas de hábito muito variado, desde grandes árvores das matas tropicais, subarbustos,

ervam anuais ou perenes e também muitas trepadeiras; vivem nos mais variados ambientes,

em diferentes latitudes e altitudes. As folhas são sempre de disposição alternada, compostas,

pari ou imparipenadas, com estípulas e estipelas ás vezes transformadas em espinhos. Flores

variadas, sempre cíclicas, de simetria radial até fortemente zigomorfas. Frutos variados, em

geral legume, seco, deiscente por duas valvas ou tipo lomento, seco e indescente ou de

6

pericarpo mais ou menos carnosa. Sementes as vezes envoltas em mucilagem ou polpa doce,

ou com arilo ou ainda com testa duríssima.

De modo geral, caracterizam-se as leguminoseae como ervas anuais ou perenes, eretas,

prostradas, difusas ou escandentes, subarbustos, arbustos eretos, sarmentos ou escandentes, e

árvores de pequeno, médio ou grande porte, com sistema radicular bem desenvolvido e

predominância da raiz principal sobre suas ramificações. Os tipos foliares são muito variados.

Podem ser encontradas folhas de simples a pinadas, bipinadas, trifolioladas, digitadas e

unifoliadas. O indumento pode estar constituído de pêlos simples, unisseriados ou

multisseriados, ou de tricomas glandulosos. O tipo de inflorescência das Leguminosae é o

racemoso. O androceu típico é o de dez estames. O fruto característico da família é o legume,

um tipo que pode ser definido como monocarpelar, seco, deiscente ao longo da sutura do

carpelo e da costa mediana. [BARROSO, 1984].

7

2.2 Considerações botânicas sobre o gênero Senna Mill

O gênero Senna Mill. pertence à tribo Cassineae Bronn, subtribo Cassinae Irwin &

Barneby. As espécies de Chamaecrista e Senna eram incluídas em Cassia até o tratamento

taxonômico de Irwin & Barneby (1981), quando estes gêneros foram separados. Após o novo

sistema de classificação taxonômica adotado, o grupo Senna constituem um dos maiores

gêneros da família Fabaceae [VIEGAS, 2006]. Senna distingue-se de Cassia principalmente

pelos filetes retos, mais curtos ou até duas vezes o comprimento das anteras, pelas anteras

basifixas e pela presença de nectários extraflorais na maioria das espécies. Por outro lado,

Senna difere de Chamaecrista principalmente pela ausência de bractéolas (excepcionalmente

presentes), pelo androceu zigomorfo e pelos legumes que podem ser indeiscentes. São

caracterizados como árvores, arbustos ou subarbustos [PAROLIN, 2001].

O gênero Senna é constituído por:

"Árvores, arbustos ou subarbustos. Folhas paripinadas, multijugas,

raro escamiformes; folíolos opostos; rásquis foliar e pecíolo com ou

sem glândulas; estípulas de formas variadas, persistentes ou caducas.

Flores amarelas ou alaranjadas, dispostas em racemos ou panículas;

brácteas caducas ou persistentes; bractéolas ausentes; cálices com 5

sépalas desiguais; corola zigomorfa ou assimétrica, com 5 pétalas;

androceu com 7 ou 7 estamos férteis em dois grupos heteromorfos,

com anteras poricidas e 3 estaminóides adaxiais; ovário glabro ou

pubescente. Frutos cilíndricos, comprimidos ou

quandrangulares,restos ou curvos, endocarpo seco ou pulposo.

Sementes 1-2-seriadas, rômbicas, oblongas ou

orbiculares,castanha,negras ou oliváceas."[RODRIGUES,2005].

8

2.3 Considerações botânicas de Senna georgica H. S. Irwin & Barneby

Senna georgica (Figura 01, p.8) é uma espécie pertencente à família Leguminoseae

papilonoideae (Fabaceae), sendo conhecida popularmente como “mata pasta” e “lava prato”.

Espécie não-endêmica, nativa da flora nordestina, cerrado, e caatinga. Caracteriza-se por

arbustos e pequenas arvores de 2-5 m, ereto quando autônomo. Pecíolos fortes e glandulosos,

penduculos de 2-6 cm, flores com pétalas amarela-dourado, vagem marron [IRWIN, 1982].

As espécies de Senna georgica distribuem-se geograficamente em quase toda a América

Latina.

Figura 01: Fotos das folhas, flores e vagens de Senna georgica H. S. Irwin & Barneby em

seu habitat natural. Foto de M. G. V Silva.

9

LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Capítulo III

HO

CH3 CH3

CH3HH

H

CH3

H2C

H3C CH3

HO

OH

CH3

OH O

O

HO

10

O

O

1

2

3

4

6

7

5

8

9

10

8a

5a

1a

4a

3 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

3.1 Considerações sobre as antraquinonas e suas bioatividades

As antraquinonas são compostos pertencentes a classe das quinonas, constituem o

grupo mais numeroso das quinonas naturais. São quinonas tricíclicas derivados do antraceno

com grupo cetônico em C-9 e C-10 (Figura 02), que são originadas da oxidação dos fenóis.

Sua principal característica estrutural é a presença de dois grupos carbonílicos que formam

um sistema conjugado de três anéis. Apresentam-se geralmente como substâncias cristalinas

de cor amarela, vermelha ou laranja e estão distribuídas largamente no reino vegetal, desde as

plantas superiores até aos fungos e liquens.

Figura 02: Esqueleto básico da antraquinona.

As antraquinonas geralmente apresentam substituintes em várias posições do esqueleto

básico (Figura02) principalmente grupos hidroxilas, metilas e açúcares. Descobriu-se que

estas moléculas apresentam uma variedade de funções biológicas, tais como laxantes,

diuréticas, fitoestrogênicas, estimulantes de imunidade, antifúngicas, antivirais, e agentes

anticancerígenos. Estudos revelam que as antraquinonas com maior nível de oxidação

possuíam maior bioatividade [LIU, 2009].

Em plantas superiores, as antraquinonas estão distribuídas em cerca de 300 espécies

pertencentes a uma grande diversidade de famílias botânica, principalmente em quatro

famílias Polygonaceae (Ruibarbo), Liliaceae (Aloe), Leguminoseae (Sene), Rhamnaceae

(Cáscara sagrada). Mais da metade das antraquinonas naturais são encontrados em fungos,

notadamente em Penicillium spp. e Aspergillus spp. e, em liquens, e em casos isolados, em

insetos como o ácido carmínico, extraído das fêmeas da colchinilha (Dactylopius coccus

Costa) que é utilizado na industria alimentícia e cosmética desde os incas até os dias de hoje.

[MORAES, 2010]. A rota biossintética das antraquinonas de plantas superiores se divide em

duas vias: via chiquimato-mevalonato e via acetato-malonato.

11

3.1.1 Antraquinonas isoladas de espécies de Senna

O levantamento bibliográfico foi realizado nos últimos 10 anos utilizando as

ferramentas de busca SciFinder® SholarTM

e Scopus, e permitiu localizar os dados

compilados que são apresentados na Tabela 01, além do registro de 53 compostos da classe

das antraquinonas (Tabela 03, p.19) em espécies dos gêneros Senna e Cassia. Dentre as

antraquinonas detectadas, 92,5% apresentam substituintes nas posições 1 e 8, permitindo

atribuir a rota biossintética via acetato-malonato para estas substâncias, corroborando com

relatos da literatura [DEWICK, 1998]. 24,5 % dos compostos presentes nos registros

encontrados são dímeros, 18,9% são glicosídeos e 56,6% são antraquinonas livres. Todos os

compostos apresentam substituintes oxigenados, diferenciando-se quanto ao número destes.

Somente um composto é monoxigenado, 11 apresentam dois substituintes, 14 são

trioxigenados, 11 tetraoxigenados, 13 pentaoxigenadas e 3 são antraquinonas hexaoxigenadas.

As diferentes propriedades que são conferidas ás estruturas das antraquinonas podem ser

correlacionadas com o padrão de oxigenação e a posição em que os substituintes estão

dispostos no esqueleto antraquinônico são relacionados por alguns autores, com as diferentes

propriedades que em que os substituintes estão dispostos no anel antraquinônico. Por

exemplo, quando os substituintes oxigenados estiverem nas posições 1 e 2, o composto

apresentará propriedades corantes, no entanto se estiverem nas posições 1 e 8 apresentam

principalmente propriedades laxativas [ACCAME, 2000].

Tabela 01: Número de registros nos últimos 10 anos (2011-2001).

Dados copilados Número de trabalhos

Antraquinona 6.476

Antraquinona /Senna 280

Antraquinona /Senna /Atividades 169

Antraquinona /Senna / Patentes 93

Senna /Atividades /Antioxidante 53

Senna /Atividades/Acetilcolinasterásica 3

Senna /Atividades / Citotoxica/ Antitumoral 57

12

Na Tabela 02, encontram-se listadas as antraquinonas e respectivas bioatividades, isoladas

nos últimos 10 anos (2011-2001) de várias espécies de Senna e Cassia dispostas em ordem

cronológica crescente. Algumas representações das estruturas apresentadas que são mostradas

sem a estereoquímica definida, estão em conformidade com sua citação na literatura.

13

Tabela 02- Compostos antraquinônicos isolados de espécies de Senna e Cassia nos últimos 10 anos

Espécie Parte da

Planta

Atividades

biológicas

comprovadas

Constituintes Químicos REF

Cassia siamea

raiz - 1,1’,6,8,8’-penta-hidroxi-3,3-dimetil-2,2’-

biantraquinona (1); 7-cloro-1,1’,6,8,8’-pentaidroxi-

3,3’-dimetil-2,2’-biantraquinona (2)

KOYAMA et al, 2001

caule - crisofanol (3); crisofanol-1-O-β-D-glicopiranoside (4);

1-[(6-O-Acetil- β-D-glicopiranosil)oxi]-8-hidroxi-3-

metil -9,10-antracenodiona (5).

LU et al, 2001

*

Antitumoral

HepatoprotetoraAnti

oxidante,

Antiinflamatória

Analgésica

Fungicida Inseticida.

crisofanol (3), emodina (6), cassiamina C (7),

cassiamina A (8), cassiamina B (9), 1,1′,6,8,8′-

pentaidroxi-3′,6-dimetil-2,2′ biantraquinona (1);

madagascarina (10); 7′-cloro-1,1′,6′,8,8′-penta-

hidroxi-3,3′-dimetil-2,2′-biantraquinona (2); aloe-

emodina (11); 1,1′,8,8′-tetra-hidroxi-3,3′-dimetil-2,2′-

biantraquinona (12).

KOYAMA et al ,

2001

Cassia

angustifolia

sementes - 1-hidroxi-6,8-dimetoxi-3-metilanthraquinona (13) GUPTA et al,2002

14

Espécie Parte da

Planta

Atividades

biológicas

comprovadas

Constituintes Químicos REF

Senna racemosa caule Hepatoprotetora,Anti

oxidante,

Antiinflamatória,Ana

lgésica.

crisofanol(3); fisciona (14) MENA et al, 2002

Cassia siamea * - emodina (6); crisofanol (3); cassiamin A (8)

cassiamina B(9)

KOYAMA et al,2002

Cassia tora raiz - emodina (6), crisofanol (3).

KOYAMA et al,2003

Cassia fistula raiz - crisofanol (3); fisciona (14), emodina (6); aloe-

emodina (11); 11-acetil aloe-emodina (15), reína (16);

citreoroseina (17)

LEE et al, 2003

Cassia

obtusifolia

sementes Atividade larvicida Emodina (6) YANG et al,, 2003

S. rugosa raiz - crisofanol (3), fisciona,(14); BARBOSA et

al,2004

Cassia

obtusifolia

sementes - 1,2-diidroxianthraquinona (18),

1,4diidroxianthraquinona (19); 1,8-

diidroxianthraquinona (20).

SUNG et al,,2004

Cassia

obtusifolia

* Fungicida alizarina (18) e quinizarina (19); LEE et al,2005

15

Espécie Parte da

Planta

Atividades

biológicas

comprovadas

Constituintes Químicos REF

Senna

obtusifolia

sementes - reína (16), aloe-emodina (11); fisciona(14);

Emodina (6); reína (16).

HARRY et al, 2005

Cassia

angustifolia

Carcinogênica,

mutagênica

reína (16); aloe-emodina (11);

1-hidroxiantraquinona. (21)

BORRELLI et al,,

2005

Cassia

obtusifolla

sementes - crisofanol (3), fisciona (14) emodina (6), aloe-emodina

(11), reína (16).

JIANG et al, 2005

Cassia fistula,

Cassia siamea

caule - 1,8-diidroxi-6-metoxi-3-metil antraquinona (14); 1,8-

dihidroxi-3-metil antraquinona (3); cassiamina A e B

(8) (9).

LEDWANI,e

SINGH,

2006

Cassia

occidentalis

*

Antibactericida,

Anti-stress,

Antimicrobiana,

Laxantivo,

Antifúngico

emodina (6) CHUKWUJEKWU et

al, 2006

Senna alata

raiz

Antioxidante,

Laxante

sennosideo A (22); sennosideo B (23)

PUTALUN et

al,,2006

Cassia

obtusifolia

raiz

-

crisofanol (3); fisciona(14), 1-hidroxi-7-metoxi-3-

metil-antraquinona (24), crisofanol 8 metil éter (25);

aloe-emodina (11),

YANG et al,, 2006.

16

Espécie Parte da

Planta

Atividades

biológicas

comprovadas

Constituintes Químicos REF

Cassia seed. sementes

-

1,2,6-triidroxi-7,8-dimetoxi-3-metil antraquinona (26);

1,2,6,8-tetraidroxi-7-metoxi-3-metil-antraquinona

(27); 2-hidroxi-1, 6,7,8-tetrametoxi-3-metil anthraquinona

(28); 2,6-diidroxi -1,7,8- trimetoxi-3-metil

anthraquinona (29);

1,2-diidroxi-6,7,8-tri-metoxi-3- metil anthraquinona

(30)

XIE et al, 2007.

Cassia

nigricans

folhas Citotóxica,

antimicrobiana

emodina (6)

AYO et al, 2007.

Cassia

angustifolia

folhas - emodina-8-O-β-D-glicopiranosideo (31), aloe emodina

(11)..

WU et al,, 2007

Cassia alata raiz - reína (16); aloe-emodin (11); emodina (6); crisofanol

(3); fisciona (14).

FERNAND et

al,,2008

Cassia tora * - 2-hidroxi-1,6,7,8-tetrametoxi-3-metil anthraquinona

(criso obtusina) (32).

ZHU et al,, 2008

Cassia javanica caule - 1,3,5,8-tetraidroxi-6-metoxi-2-metil anthraquinona

(33).

SINGH, 2008.

Cassia tora sementes Anti-hipertensiva aurantio obtusina (34);

glico-aurantio-obtusina (35); criso-obtusina (36),

obtusina (37).

ZHU et al, 2008.

17

Espécie Parte da

Planta

Atividades

biológicas

comprovadas

Constituintes Químicos REF

Senna reticulata lenho - crisofanol (3); fisciona (14), aloe-emodina (11), 1,3,8-

triidroxantraquinona (39), 3-metoxi-1,6,8-

triidroxiantraquinona(40), emodina(6); crisofanol-

10,10′ biantrona (41).

DOS SANTOS et al,

2008

Cassia tora sementes Anti-hipertensiva emodina (6), alaternina (38); glico-obtusifolina

(42), glico-aurantio obtusina (35);

2-hidroxiemodina metil éter (44),

ZHU et al, 2008.

Senna martiana * Anti-chagásica martianina 1 (10,10'-crisofanol-10-oxi-10,10'-bi-

glicosideo).(45)

DE MACEDO et al,

2009.

Cassia tora. * Anti-hipertensiva

crisofanol triglicosideo (43), glico-obtusifolina (42),

glico-aurantio-obtusina(35)

HYUN et al, 2009

Senna

septemtrionalis

caule Citotóxica crisofanol (3), fisciona (14), emodina (6); floribundona

(46).

ALEMAYEHU et al,

2010.

18

(*) O trabalho não relata a parte da planta utilizada e (-) Atividade biológica não comprovada ou não relatada.

Espécie Parte da

Planta

Atividades

biológicas

comprovadas

Constituintes Químicos REF

Cassia

Artemi|ioides

casca da

raiz

Antibacteriana,Antio

xidante e

Antifúngica.

1,6-diidroxi-8-metoxi-3-metil antraquinona (47); 1-

hidroxi-8-metoxi-3-metil antraquinona (48), 1,8-

diidroxi-6-metoxi-3- metil antraquinona (49); 1,6,8-

triidroxi-3-metil antraquinona (6).

ZAMAN et al, 2011

Senna

macranthera

var. nervosa

* -

2-acetil fisciona (2-acetil-1,8-diidroxi-6-metoxi-3-

metil-9,10-antraquinona (50), crisofanol (3),

crisofanol-8-metil éter (25); fisciona (14)

BRANCO et al,,2011

Cassia

occidentalis

sementes

-

4,4',5,5' tetraidroxi 2,2' metoxi 9,9' bisanthraquinona

(51).

SASTRY et al,,2011

Cassia tora

sementes

Antitumor,

Anti-hipertensiva

obtusifolina-2-glicosideo (52),criso-obtusina-6-

glicosideo (53); questina (47), criso-obtusina (36)

PARK e KIM, 2011.

19

Tabela 03- Representação estrutural dos compostos antraquinônicos isolados de espécies de

Senna e Cassia nos últimos 10 anos

O

O

OH OH

CH3

O

O

OH OH

CH3HO

1,1’,6,8,8’-pentaidroxi-3,3’-dimetil-2’,7-

biantraquinona (1)

O

O

OH OH

CH3

O

O

OH OH

OHCH3

Cl

7’-cloro-1,1’,6’,8,8’-pentaidroxi-3,3’-

dimetil- 2,2’-biantraquinona.(2)

O

O

CH3

OHOH

1,8-diidroxi-3-metilantraquinona (crisofanol) (3)

OOH O

O

HO

O

O

HO

HO

HO

OHHO

HO

OH

crisofanol-1-O-β-D-glicopiranosideo (4)

OOH O

O

Me

O

AcO

HO

HO

HO

1-[(6-O-Acetil-D-glicopiranosil)oxi]-8-hidroxi-3-

metil-9,10-anthracenodiona (5)

O

O

CH3

OHOH

HO

1,6,8-Triidroxi-3-metilantraquinona (Emodina) (6)

O

O

OH OH

CH3

O

O

OH OH

CH3

O

O

OH OH

CH3

O

O

OH OH

CH3HO

Cassiamina A (8).

20

cassiamina C (7)

O

O

OH OH

CH3

O

O

OH OH

CH3HO OH

1,1’,6,6’,8,8’-pentaidroxi-3,3’-dimetil-2,2’-biantraquinona

(cassiamina B) (9).

O

O

OH OH

CH3

O

O

OH OH

HOHO CH3

1,1’,6,6’,8,8’-hexaidroxi-3,3’-dimetil-2,6’-

biantraquinona (madagascarina) (10).

O

O

CH2OH

OHOH

3-carbinol-1,8-hidroxiantraquinona Aloe-emodina (11)

O

O

OH OH

CH3

O

O

OH OH

CH3

1,1′,8,8′-tetraidroxi-3,3′-dimetil-2,2′-

biantraquinona (12).

O

O

OCH3 OH

CH3H3CO

1-hidroxi-6,8-dimetoxi-3-metilanthraquinona

(13)

O

O

OH

CH3O

OH

CH3

1,8-di-hidroxi-6-metoxi-3-

metilantraquinona Fisciona (14)

O

O

OH OH

O

11-acetil-aloe-emodina (15).

O

O

OH

CO2H

OH

reína (16)

O

O

OCH3 OH

CH3H3CO

Citreoroseina (17)

O

O

OH

OH

alizarina (18)

21

O

O

OH

OH

quinizarina (19)

O

O

OHOH

crisazina (20)

1-Hidroxiantraquinona (21)

OOH

HO2C

O

O

CO2H

OHO

O

OH

OH

OH

OH

O

OH

HO

HO

HO Senosídeo A (22)

OOH

HO2C

O

O

CO2H

OHO

H H

O

OH

OH

OH

OH

O

OH

HO

HO

HO Senosídeo B (23)

O

O

OH

CH3

H3CO

1-Hidroxi-7-metoxi-3-metilantraquinona (24)

O

O

CH3

OHOCH3

Crisofanol 8-metil éter (25)

O

O

OCH3 OH

CH3HO

OHH3CO

1,2,6-

triidroxi-7,8-dimetoxi-3-metilanthraquinona

(26)

O

O

OH

22

O

O

OH OH

CH3HO

OHH3CO

1,2,6,8-tetraidroxi-7-metoxi-3-metil-

anthraquinona (27)

O

O

OCH3 OCH3

CH3H3CO

OHH3CO

2-hidroxi-1,6,7,8-tetrametoxi-3-

metilantraquinona (28)

O

O

OH OH

CH3HO

OHH3CO

6-dihidroxi-1,7,8- trimetoxi-3-

metilanthraquinona (29);

O

O

OCH3 OH

CH3H3CO

OHH3CO

1,2-diidroxi-6,7,8-trimetoxi-3-

metilanthraquinona (30)

O

O

OH

CH3

O

HO

O

HO

HO

HO

emodina-8-O-beta-D-glicopiranosideo (31)

OOCH3 OCH3

CH3

O

OCH3H3CO

H3CO

2-hidroxi-1,6,7,8-tetrametoxi-3-

metilanthraquinona (criso-obtusina) (32).

OOH OH

OH

O

H3CO

CH3

OH

1,3,5,8-tetraidroxi-6-metoxi-2-metil anthraquinona (33)

OOCH3 OCH3

CH3

O

OHH3CO

H3CO

Aurantio obtusina (34).

O

O

OH OMe

CH3

OHMeO

OGlu

Glico-aurantio-obtusina (35)

OOCH3 OCH3

CH3

O

H3CO

H3CO

OCH3

criso-obtusina (36)

23

O

O

OH OMe

CH3

Obtusifolina (37)

O

O

OH

CH3HO

OH

OH

1,2,6,8-tetraidroxi-2-metilantraquinona

(alaternina) (38) O

O

OH

OH

OH

1,3,8-triidroxianthraquinona (39)

O

O

OH

OCH3

OH

HO

3-metoxi-1,6,8-triidroxianthraquinona (40)

O

O

OH

H3C

OH

CH3

OHOH Crisofanol-10,10′ biantrona (41).

O

O

OH OMe

CH3

O Glu

Glico-obtusifolina (42)

O

O

OH OH

CH3

O Glu Glu Glu

Crisofanol triglicosideo (43)

OOH

HO

OCH3

O

OH

CH3

2-hidroxiemodina metil éter (44)

Glc

O OH

CH3

OH

Glc

O

H3C

OH OH

M Martianina 1 (10,10'-crisofanol-10-oxi- 10,10'-bi-glucosideo) (45)

O

R

OHOH

CH3H3CO

O

OH

OH

H3CO

O

CH3 Floribundona (46).

24

O

O

OMe

HO

OH

CH3

1,6-diidroxi-8-metoxi-3-metilantraquinona

(Questina) (47)

O

O

OCH3

HO

OH

CH3

1-hidroxi-8-metoxi-3-metilantraquinona

(48)

O

O

OH

CH3

OH

H3CO

1,8-diidroxi-6-metoxi-3- metilantraquinona

(Isofisciona) (49);

O

O

OH

CH3O

OH

CH3

CH3

O

2-acetil fisciona (2-acetil-1,8-dihidroxi-6-metoxi-3-metil-9,10-anthraquinona (50)

OOH OH

OCH3

O

OCH3

OHOH 4,4',5,5' tetraidroxi 2,2' metoxi 9,9'

bisanthraquinona (51).

OOH OH

O

O

CH3

Glu

Obtusifolina-2-glicosídeo (52)

OOCH3 OCH3

CH3

O

OGluH3CO

H3CO

Criso-obtusina-6-glicosídeo (53)

25

DETERMINAÇÃO ESTRUTURAL

Capítulo IV

HO

CH3 CH3

CH3HH

H

CH3

H2C

H3C CH3

HO

OH

CH3

OH O

O

HO

26

4 DETERMINAÇÃO ESTRUTURAL

4.1 Determinação dos constituintes do óleo fixo de Senna georgica.

Os ésteres metílicos obtidos segundo Fluxogramas 01, p. 69, foram analisados por

CG/EM. A identificação dos constituintes presentes no óleo fixo do caule foi realizada por

comparação dos espectros de massas com uma espectroteca de padrões [ADAMS, 2001].

Com os dados obtidos a partir da análise por CG/EM foi possível caracterizar os

ácidos graxos (Figura 03, p.27), permitindo identificar 83,13% da composição do óleo fixo.

Destacaram-se como componentes majoritários os ácidos graxos dos ácidos saturados

palmítico (26,83%), 9,12-ocatadecanóico (18,60 %) e o esteárico (11,18%) os resultados

podem ser vistos na Tabela 04.

Tabela 04 – Teor (%) de ácidos graxos presentes, do extrato hexânico do caule de Senna

georgica.

CONSTITUINTES TEOR (%) IK

Ácido tetradecanóico (Ac. mirístico) (C14:0) 2,29 1728

Ácido hexadecanóico (Ac.palmítico) (C16:0) 26,83 1970

Ácido 9,12 octadecanóico (C18:0)

18,60 2094

Ácido octadecanóico (Ác. esteárico) (C19:0) 11,18 2124

Ácido eicosanóico (Ác. araquídico) (C20:0) 8,38 2338

Ácido docosanóico (Ác. behêmico) (C22:0) 6,46 2510

Ácido tricosanóico (C23:0) 2,04 2612

Ácido tetracosanóico (Ác. lignoléico) (C24:0) 5,95 2669

Rendimento 82,13%

27

Figura 03 - Cromatograma dos ácidos graxos do caule de S. georgica.

Figura 04- Espectro de massas do éster metílico do ácido Tetradecanóico .

Figura 05- Espectro de massas do éster metílico do ácido Hexadecanóico.

28

Figura 06- Espectro de massas do éster metílico do ácido 9,12 octadecanóico.

Figura 07- Espectro de massas do éster metílico do ácido octadecanóico

Figura 08- Espectro de massas do éster metílico do ácido eicosanóico

Figura 09- Espectro de massas do éster metílico do ácido docosanóico.

Figura 10- Espectro de massas do éster metílico do ácido tricosanóico.

Figura 11- Espectro de massas do éster metílico do ácido tetracosanóico.

29

4.2 Determinação dos constituintes químicos do caule de Senna georgica

4.2.1 Determinação estrutural de SGC-01

O fracionamento cromatográfico do extrato hexânico do caule de S. georgica

(Fluxograma 02, p. 73), levou ao isolamento de cristais incolores na forma de agulhas

solúveis em clorofórmio que apresentaram uma faixa de fusão de 142,6 à 144ºC,

apresentaram teste de Lieberman-Burchard positivo para esteróides (MATOS, 2009).

No espectro de absorção na região do infravermelho (IV) (Figura 12, p. 32), foi

possível observar uma banda larga em 3415 cm-1

referente a deformação axial da ligação O-

H, as absorções em 2937 e 2860 cm-1

características de deformação axial da ligação C-H de

carbonos sp3, ainda se observa uma banda em 1455 cm

-1 que se refere a deformação angular

da ligação C-H de carbono metilênico de sistema cíclico, uma absorção em 1380 cm-1

relacionada à deformação angular da ligação C-H de carbono metílico,uma fraca absorção em

1630 cm-1

associada deformação axial da ligação C=C de carbono sp2

e uma banda em 1050

cm-1

característica de deformação axial de ligação C-O e 961 cm-1

referentes a deformação

angular da ligação C-H de alquenos.

O espectro de RMN 1H (Figura 13, p. 32), obtido com CDCl3, a 300 MHz mostrou a

presença de sinais em δ 0,69 (s); 1,02 (s) e 0,79 – 0,88 (m) referentes à absorção de

hidrogênios de grupos metílicos (CH3). Dois sinais em δ 5,16 (m) e δ 5,02 (m),

característicos de prótons olefínicos, dos hidrogênios H-22 e H-23. Sinais em δ 5,35 (d) de

hidrogênio olefínico e δ 3,51 (m) de hidrogênio ligado a carbono oxigenado.

A comparação do espectro de RMN 13

C - DEPT 135° (Figuras 14 e 15, p.33) com o

espectro de RMN 13

C-BB revelou a presença de três carbonos não-hidrogenados (C), onze

carbonos metínicos (CH), onze carbonos metilênicos (CH2) e seis carbonos metílicos (CH3).

Os deslocamentos dos carbonos comparados com aqueles encontrados na literatura para os

dois esteróides podem ser observados na Tabela 05, p.31.

Com base nos dados de infravermelho (banda em 3420 cm-1

), no deslocamento de

hidrogênio em δ 3,54 e de carbono em δ 71,99, foi possível constatar a presença de um

carbono carbinólico, além dos sinais do carbono olefínico não hidrogenado em δ 140,96 (C-5)

e mono-hidrogenados em δ 129,49(C-23), 138,51(C-22) e 121,90 (C-6) nessa substância.

30

Desta forma pode-se propor para SGC-01 as fórmulas moleculares C29H50O e C29H48O para

β-sitosterol e estigmasterol respectivamente.

O β-sitosterol e o estigmasterol são fitoesteroides comum, citado na literatura como

constituinte químico de espécies de vários gêneros e famílias. São consideradas moléculas

promissoras, pois diversas atividades biológicas lhes são atribuídas, como antineoplásica,

antipirética (BOUIC et al, 1999), antiinflamatória e analgésica [DELPORTE, 2005].

HO

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21 22

23

2425

26

27

28

29

Estigmasterol

HO

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21 22

23

2425

26

27

28

29

B-sitosterol

31

Tabela 05– Deslocamento químico de RMN 13

C de SGC-01 comparados com os dados da

literatura [KONGDUANG et al. 2008].

CARBONO δ SGC-01 δ LITERATURA

(β-sitosterol)

δ SGC-01 δ LITERATURA

(Estigmasterol)

1 37,47 37,21 37,47 37,21

2 31,82 31,62 31,82 31,62

3 71,99 71,80 71,99 71,80

4 42,46 42,18 42,53 42,29

5 140,96 140,72 140,96 140,72

6 121,90 121,71 121,90 121,71

7 31,82 31,87 31,82 31,87

8 32,11 31,87 32,11 31,87

9 50,35 50,08 50,35 50,08

10 36,35 36,48 36,71 36,48

11 21,29 21,07 21,29 21,07

12 39,89 39,73 39,89 39,73

13 42,46 42,29 42,46 42,29

14 56,22 56,73 56,94 53,83

15 24,51 24,28 24,51 24,34

16 28,45 28,23 28,45 28,92

17 56,22 56,00 56,22 55,90

18 12,06 11,84 12,06 12,03

19 19,58 19,38 19,58 19,38

20 36,35 36,12 40,69 40,50

21 18,98 18,75 21,29 21,05

22 32,11 33,90 138,51 138,32

23 26,31 25,99 129,49 129,22

24 46,06 45,78 51,44 51,21

25 29,37 29,08 31,82 31,87

26 20,02 19,81 21,29 21,20

27 19,19 19,00 18,98 18,95

28 23,28 23,02 23,28 25,40

29 12,18 11,96 12,25 12,25

32

Figura 12– Espectro de absorção na região do infravermelho (IV) de SGC-01.

Figura 13– Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3) de SGC-01.

33

Figura 14–Espectro de RMN 13

C (125 MHz, CDCl3) de SGC-01.

Figura 15– Espectro de RMN 13

C-DEPT 135° (125 MHz, CDCl3) de SGC-01.

34

4.2.2 Determinação estrutural de SGC1-02

O tratamento cromatográfico da fração diclorometânica obtida do extrato hexânico do

caule de S. georgica, segundo o Fluxograma 02, p.73, levou ao isolamento de um sólido

alaranjado, solúvel em CHCl3, com uma faixa de fusão de 192,2 à 196,6oC, que quando

exposto a presença de vapores de hidróxido de amônio, apresentou coloração avermelhada.

Denominado SGC1-02.

O espectro na região do infravermelho (IV) de SGC1-02 (Figura 16, p. 38),

apresentou uma banda em 3434 cm-1

de deformação axial de ligação O-H, outra banda em

3053 cm-1

característico da deformação axial da ligação =C-H compatível com carbono sp2

do

anel aromático, uma absorção em 1677 cm-1

característico de deformação axial da ligação

C=O α, β insaturada, e outra banda em 1627 cm-1

de deformação axial da ligação C=O de

carbonila quelada, duas bandas em 1566 e 1474 cm-1

de deformação axial da ligação C=C de

aromáticos, uma banda em 1370 cm-1

de deformação angular da ligação C–H de metila, uma

absorção em 1273 cm-1

que está de acordo com a deformação axial da ligação C–O, as bandas

de absorção em 839 e 752 cm-1

de deformação angular fora do plano da ligação =C-H de anel

aromático.

O espectro de RMN 1H (500 MHz, CDCl3) (Figura 17, p.39), de SGC1-02 apresentou

sinais correspondentes aos hidrogênios do grupamento metila com um sinal simples em δ 3,08

(3H, s). Sinais em δ 7,89 (1H, d, J = 7,9 Hz), 8,28 (1H, t, J = 7,9 Hz) e 8,41 (1H, d, J = 7,9

Hz) característicos de hidrogênios aromáticos com acoplamento orto. Sinais em δ 7,69 (1H, s)

e 8,23 (1H, s) referentes a hidrogênios aromáticos posicionados de forma meta ou para. Além

dos sinais dos mostrados, também é possível observar sinais localizados em região mais

desprotegida, δ 12,58 (1H, s) e δ 12,70 (1H, s) que podem ser relacionados a duas hidroxilas

fenólicas queladas por ligação de hidrogênio.

O espectro de RMN 13

C-BB (500 MHz, CDCl3) de SGC1-02 (Figura18, p. 39)

observa-se quinze linhas espectrais. A linha espectral com deslocamento químico em δ 22,4

estava de acordo com um carbono metílico, provavelmente ligado a anel aromático, é possível

também observar dois sinais na região de carbonos carbonílicos em δ 182,0 e 192,6. O

35

deslocamento em δ 192,6 confirma a presença de uma carbonila quelada. Na região

característica de carbonos aromáticos foram observados doze sinais, dos quais os carbonos

com deslocamento em δ 162,9 e 162,6 característicos a carbonos sp2 oxigenados de anel

aromático e outros sinais correspondentes a carbono sp2

não oxigenados de anel aromático (δ

113,9 a 149,5). É possível observar ainda na região de aromáticos, em comparação com o

espectro RMN 13

C - DEPT 135º (Figura 19, p.40), a presença de cinco carbonos metínicos

(CH) e nove carbonos não hidrogenados (C). Com os dados apresentados foi possível propor

para SGC-02, segundo a Tabela 06, p.35, a fórmula molecular C15H10O4, cujo índice de

deficiência de hidrogênio foi igual a onze.

Tabela 06– Deslocamentos químicos (δ), dos carbonos metínicos (C-H), metílicos (CH3) e

não hidrogenados(C) para SGC1-02 (500 MHz, CDCl3) com padrão de hidrogenação obtido

pela comparação dos espectros DEPT 135° com o RMN 13

C-BB.

C CH CH3 Oxigênios TOTAL

192,6 137,1 22,4 1 carbonila

182,0 124,7 1 carbonila

162,9 124,5 1 hidroxila

162,6 121,5 1 hidroxila

149,5 120,1

133,8

133,4

116,0

113,9

C15H8

C9 C5H5 CH3 O4H2 C15H10O4

Os dados discutidos até o presente momento, em especial o padrão de acoplamento

obtido no espectro de RMN 1H e a diferença entre os espectros de RMN

13C – BB e RMN

13C

– DEPT 135º sugerem para SGC1-02 uma estrutura antraquinônica trissubstituída. O padrão

de substituição pode ser observado pela presença de nove carbonos não hidrogenados, dos

36

quais seis referem-se aos carbonos pertencentes ao esqueleto antraquinônico (δ 192,6; 182,0;

133,8; 133,4; 113,9 e 116,0) e os outros três aos carbonos antraquinônicos substituídos (δ

162,9; 162,6 e 149,5). O caráter dioxigenado pode ser comprovado através do espectro de

RMN 13

C, com absorções em δ 162,9 e 162,6.

O acoplamento orto observado no espectro de RMN 1H para três hidrogênios sugere

que um dos núcleos antraquinônicos seja monossubstituído, da mesma forma os dois

hidrogênios mostrados como singletos referem-se a hidrogênios com um acoplamento meta

ou para, sendo assim, o outro núcleo antraquinônico é dissubstituído.

A partir dos dados apresentados acima foi possível sugerir para SGC1-02 a estrutura

antraquinônica dioxigenada, nos quais os substituintes são dois grupos hidroxila e um grupo

metila.

Os registros bidimensionais de correlação de deslocamentos químicos de hidrogênio e

carbono-13, foi confirmada pela análise do espectro de RMN bidimensional de correlação

heteronuclear 1H x

13C COSY à uma ligação (HMQC,

1JCH) (Tabela 08, p. 38), mostrando os

seguintes acoplamentos: hidrogênios em δ 3,08; 7,69; 7,89; 8,23; 8,28; 8,41 com os carbonos

em δ 22,4; 124,5; 124,7; 121,6; 137,1 e 120,1 respectivamente.

As atribuições dos deslocamentos químicos foram confirmadas através do espectro de

RMN bidimensional de correlação heteronuclear à longa distância 1H,

13C (HMBC,

nJCH, n=2

e 3) (Figura 21, p. 41 e Tabela 08, p.38), o qual mostrou os seguintes acoplamentos: os

hidrogênios em δ 3,08 e 8,23 com o carbono em δ 124,5, o hidrogênio em δ 3,08 com o

carbono em δ 149,5, os hidrogênios em δ 3,08 e 7,69 com o carbono em δ 121,5, o hidrogênio

em 7,89 δ com o carbono em δ 120,1, o hidrogênio em δ 8,41 com o carbono em δ 124,7, os

hidrogênios em δ 8,28 e 7,89 com o carbono em δ 162,6, os hidrogênios em δ 7,69 e 8,23 com

o carbono em δ 113,9, os hidrogênios em δ 8,23 e 8,41 com o carbono em δ 182,0 e o

hidrogênio em δ 8,28 com o carbono em δ 133,8.

A análise dos dados apresentados permitiu identificar para a substância SGC1-02

como 1,8-diidroxi-3-metil-antraquinona, conhecida como crisofanol, uma substância já

referenciada na literatura, em espécies deste gênero.

Registros revelam atividades biológicas comprovadas para esta substância, desde seu

uso como purgativa, no tratamento de doenças hepáticas e psoríase [YEN, 2000]. Além de

37

possuir atividade antiplasmódica, é comprovadamente um agente antifúngico e antioxidante

[AGARWAL, S.K et al, 2000].

O

O

OH OH

12

3

456

7

8 9

10

8a 9a

10a 4a

CH3

Crisofanol

Tabela 07– Dados de RMN13

C (125 MHz, CDCl3) de SGC1-02 comparados com dados da

literatura [DAGNE,1984].

CARBONO δ SGC1-02 δLITERATURA

1 162,9 162,4

2 124,5 124,5

3 149,5 149,3

4 121,5 121,4

4ª 133,4 133,2

5 120,1 119,9

6 137,1 136,9

7 124,7 124,3

8 162,6 162,7

8ª 116,0 115,8

9 192,6 192,5

9ª 113,9 113,7

10 182,0 181,9

10ª 133,8 133,6

Me 22,4 22,3

38

Tabela 08– Deslocamento químico de RMN 13

C e seus respectivos hidrogênios mostrados

pelo espectro de HMQC, bem como as correlações a longa distância (HMBC) de SGC1-02.

HMQC HMBC

CARBONO δC δH J2

CH J3

CH

1 162,9 -

2 124,5 7,69 - 3,08; 8,23

3 149,5 - 3,08

4 121,5 8,23 - 3,08; 7,69

4ª 133,4 - - -

5 120,1 8,41 - 7,89

6 137,1 8,28 - -

7 124,7 7,89 - 8,41

8 162,6 - 7,89 8,28

8ª 116,0 - - 7,89; 8,41

9 192,6 - - -

9ª 113,9 - - 7,69; 8,23

10 182,0 - - 8,23; 8,41

10ª 133,8 - - 8,28

Me 22,4 3,08 - 7,69; 8,23

Figura 16– Espectro de absorção na região do IV (KBr) de SGC1-02.

39

Figura 17- Espectro de RMN 1H (500 MHz, CDCl3) de SGC1-02.

Figura 18– Espectro de RMN 13

C-BB (125 MHz, CDCl3) de SGC1-02.

40

Figura 19– Espectro de RMN 13

C-DEPT 135° (125 MHz, CDCl3) de SGC1-02.

Figura 20– Espectro de HMQC (500, 125 MHz, CDCl3) de SGC1-02.

OH OH

H

CH2

HH

H

H

H

O

O

3 4

6

215

41

Figura 21– Espectro de HMBC (500MHz, 125 MHz, CDCl3) de SGC1-02.

OH OH

H

CH3

HH

H

H

O

O

10

4

5 2

31

OH OH

H

CH3

HH

H

H

O

O

12

11 6 7

813

42

4.2.3 Determinação estrutural de SGC2-02

O tratamento cromatográfico extrato hexânico da fração SGC-HD 5-10 (Fluxograma

02, p.73) do de Senna georgica, apresentou como resultado um sólido alaranjado em forma de

agulhas, solúvel em clorofórmio com faixa de fusão de 200,5 à 201,7 °C que foi denominado

SGC2-02.

O espectro de absorção na região do infravermelho (IV) de SGC2-02 (Figura 21 p.44)

permitiu a identificação de uma banda larga em 3433 cm-1

característico de deformação axial

de ligação O-H, duas bandas de absorção em 2923 e 2847 cm-1

de deformação axial referente

a ligação C-H, em 1728 cm-1

de deformação axial de ligação C=O, uma banda de absorção

intensa em 1627 cm-1

de deformação axial de C=O de carbonila quelada, duas bandas em

1566 e 1420 cm -1

de deformação axial de ligação C=C de sistema aromático, 1368 cm-1

de

deformação angular de ligação C=C, as bandas em 1323, 1272 e 1224 cm-1

de deformação

axial de ligação C-O indicam o caráter fenólico, como também bandas de absorção em 1160

cm-1

, 1100 cm-1

, 758,41 cm-1

e 714,99 cm-1

caracterizam a deformação angular do anel

aromático e duas bandas em 758 e 610 cm-1 de deformação angular fora do plano de ligação

O-H.

O espectro de RMN 1H (500 MHz, CDCl3 ) (Figuras 22, p. 45) mostrou um sinal

intenso em δ 2,46 (3H, s) um sinal integrado referente a um grupo metila, um singleto intenso

em δ 3,95(3H, s) referente a uma metoxila, mostrou quatro sinais na região de hidrogênios de

sistema aromático sendo um singleto em δ 7,64 (1H), δ 7,10 (1H), e dois outros hidrogênios

em 7,38 (1H, d, J = 2,5 Hz) e 6,70 (1H, d, J = 2,5 Hz), referentes a hidrogênios meta

posicionados. Foram evidenciados ainda dois singletos, em região de desproteção em δ 12,14

(1H, OH) e 12,34 (1H, OH), referentes a hidroxilas queladas por ligação de hidrogênio.

Ao se comparar os espectros de RMN 1H de SGC1-02 e SGC2-02, foi possível

evidenciar a ausência de um sinal de hidrogênio aromático. Esta observação pode ser

comprovada ao se analisar o espectro de RMN 13

C-DEPT 135°, onde foi observado a

presença de 10 carbonos não hidrogenados para SGC1-02, ao passo que o mesmo espectro de

SGC2-02 mostra a presença de 9 carbonos não hidrogenados. O que evidencia que SGC2-02

apresenta um substituinte a mais do que SGC1-01.

43

Os dados dos espectros de RMN 13

C – BB (125 MHz, CDCl3 ) de SGC2-02 e SGC1-

02 foram comparados, observando-se que a principal diferença entre tais dados foi a presença

do pico em δ 56,3 no espectro de SGC2-02, foi possível obter a fórmula molecular C16O12O5.

De acordo com os resultados mostrados pode-se concluir que SGC2-02, trata-se de

uma antraquinona tetrassubstituída, denominada, 1,8-diidroxi-3-metil-6-metoxi-antraquinona,

também usualmente conhecida como fisciona.

Um grande número de estudos científicos mostra o potencial antioxidante da fisciona,

e também demonstrou ser capaz de proteger em acidente vascular cerebral (AVC) ou acidente

cerebral (ZHANG, 2005a, 2005b).

Tabela 09– Deslocamentos químicos (δ), dos carbonos metínicos (C-H), metílicos (CH3) e

não hidrogenados(C) para SGC2-02 (500 MHz, CDCl3) com padrão de hidrogenação obtido

pela comparação dos espectros DEPT 135° com o RMN 13

C-BB.

C CH CH3 TOTAL

191,02 127,71 22,4

182,0 121,47 56,28

166,79 108,41

165,42 106,99

162,75

148,65

135,50

133,46

113,9

110,50

C10O4 C4H4 C2H6O C16H12O5

44

Tabela10– Deslocamento químico de carbono-13 (δ) para SGC1-02 (125 MHz, CDCl3) em

comparação com os dados de carbono-13 de SGC2-02 e fisciona (HÖFLE, 1977).

SGC1-01 SGC2-02 δ FISCIONA

CARBONO

1 162,9 162,7 165,5

2 124,5 124,7 124,5

3 149,5 148,7 148,6

4 121,5 121,5 121,3

4ª 133,4 133,4 133,2

5 120,1 108,4 108,2

6 137,1 166,8 166,6

7 124,7 107,0 106,8

8 162,6 165,4 165,2

8ª 116,0 110,5 110,3

9 192,6 191,0 190,8

9ª 113,9 113,9 113,7

10 182,0 182,3 182,0

10ª 133,8 135,5 135,8

Me 22,4 22,4 22,2

OMe --- 56,4 56,1

O

O

OH OH

12

3

456

7

8 9

10

8a 9a

10a 4a

H3CO

Fisciona

CH3

45

Figura 22– Espectro de absorção na região do infravermelho (IV) de SGC2-02.

Figura 23– Espectro de RMN 1H (500 MHz, CDCl3) de SGC2-02.

46

Figura 24– Sub-espectro de RMN 1H (500 MHz, CDCl3) faixa de 6,5 -8,0 ppm de SGC2-02.

Figura 25– Espectro de RMN 13C-BB (125 MHz, CDCl3) de SGC2-02.

47

4.2.4 Determinação estrutural de SGC-03

O tratamento cromatográfico do extrato hexânico do caule de Senna georgica,

forneceu a fração SGC-HD/5-10, que após a recristalização, como um sólido branco amorfo

com ponto de fusão entre 78-79ºC denominada SGC-03.

O espectro de absorção na região do infravermelho (IV) de SGC-03 (Figura 26, p. 48)

permitiu a identificação de uma banda larga centrada em 3412 cm-1

de deformação axial

referente a ligação O-H, duas bandas de absorção em 2915 cm-1

e 2850 cm-1

característica de

deformação axial da ligação C-H de ligação de carbono sp3, uma banda de absorção em 1728

cm-1

de deformação axial da ligação dupla C=O, uma banda média em 1461 cm-1

de

deformação angular da ligação C–H de metileno, uma banda em 1180 cm-1

de deformação

angular da ligação C-H de metileno e uma banda em 720 cm-1

de deformação angular de

ligação CH.

No espectro de RMN 1H (300 MHz, C5D5N) (Figura 27, p. 49) de SGC-03 observou-

se os seguintes sinais: δ 0,89 (3H, t, J= 6,0 Hz), 1,29 (21H, sl), 1,41 (2H, m), 1,82 (2H, m, J=

7,31) e 2,54 (2H, t, J= 7,38) que podem ser atribuídos a hidrogênios de hidrocarboneto

alifático. O sinal em δ 2,54 sugere uma proximidade destes hidrogênios com algum grupo de

desproteção provavelmente uma carbonila.

No espectro de RMN 13

C (75 MHz, C5D5N) (Figura 28, p. 49) apresenta 8 linhas

espectrais, onde o deslocamento químico de δ 14,2 é referente a um grupamento metila.

Foram observados sinais em δ 22,9, 25,6, 29,6, 29,81, 32,1 e 34,9 referentes a carbonos

metilênicos. O sinal em δ 34,9 é compatível com um grupamento metilênico de maior

desproteção que pode estar ligado à uma carbonila, que pode ser confirmado no espectro de

hidrogênio. Também foi possível observar um sinal com deslocamento químico em δ 175,9

referente ao carbono de carbonila. Em comparação do espectro de RMN 13

C - DEPT 135º de

SGC-03 (Figura 28 e 29, p 49.) com o espectro de RMN 13

C-BB revelou o padrão de

substituição dos carbonos, confirmando assim a presença de um carbono metílico e de vários

carbonos metilênicos, como também o sinal em δ 175,9 que é referente a carbono não

hidrogenado.

48

O espectro de massas de SGC-03 (Figura 30, p. 50) mostrou o pico do íon molecular

com razão massa/carga (m/z) em 452 daltons que juntamente com os dados apresentados foi

possível sugerir para SGC-03 a fórmula molecular C30H60O2.

Com os dados apresentados foi possível concluir que SGC-03 tratava-se de um ácido

graxo de cadeia longa denominado ácido triacontanóico, conhecido na literatura como ácido

melíssico.

25

OH

O

Ácido Triacontanóico

Figura 26– Espectro de absorção na região do infravermelho (IV, KBr) de SGC-03

49

Figura 27– Espectro de RMN

1H (300 MHz, C5D5N) de SGC-03.

Figura 28– Espectro de RMN 13

C (75 MHz, C5D5N) de SGC-03.

50

Figura 29– Espectro de RMN 13C-DEPT 135º (75 MHz, C5D5N) de SGC-03.

Figura 30– Espectro de massas de SGC-03.

51

4.2.5 Determinação Estrutural de SGC-04

O tratamento cromatográfico do extrato etanólico da fração SGCD/1-5 do caule de

Senna georgica, (Fluxograma 03, p.77), resultou no isolamento de cristais incolores em

forma de agulhas, solúvel em diclorometano e com o ponto de fusão de 198 a 198,8 oC. Com

a utilização do teste de Lieberman-Buchard conforme a literatura (MATOS, 2009) a amostra

apresentou teste positivo para triterpenos.

O espectro de absorção na região do infravermelho (IV) de SGC-04 (Figura 31, p.54)

permitiu a identificação de uma banda larga em 3300 cm-1

de deformação axial de ligação O-

H, outra banda em 3068 cm-1

característico da deformação axial da ligação =C-H, uma banda

intensa em 2946 cm- 1

atribuída a deformação axial da ligação C-H de carbono sp3, uma banda

fraca em 1640 cm-1

representativas da deformação axial de ligação C=C, 1454 cm-1

de

deformação angular da ligação dos carbonos metílicos, as bandas em 1302, 1038 cm-1

representativa de deformação axial da ligação C-O e as bandas em 981, 944 e 880 cm-1

característicos da deformação angular fora do plano da ligação C-H.

O espectro de RMN 1H de SGC-04 (Figura 32, p.55), obtido com CDCl3 a 500 MHz,

apresentou sete singletos intensos na região δ 0,7691(3H, s) a δ 1,6889(3H, s) referentes à

absorção de hidrogênios de metilas terciárias. Sendo que a última encontra-se na região mais

desprotegida, sugerindo estar ligada a um carbono sp2.

Na região de δ 3,20 (1H, dd), à

absorção de hidrogênio carbinólico. Os sinais em δ 4,57 (1H) e δ 4,69 (1H) caracterizam

hidrogênios em uma dupla ligação terminal.

Analisando os dados do espectro de RMN 13

C-BB em comparação com os

dados de RMN 13

C-DEPT 135o de SGC-04 (Figuras 33 e 34, p.56), obtido em CDCl3 a 125

MHz, (Tabela 11, p. 53) obteve-se os valores de sete carbonos metílicos (CH3), onze

carbonos metilênicos (CH2), seis carbonos metínicos (CH) e seis carbonos não hidrogenados

(C), resultando um total em trinta linhas espectrais de carbonos, característicos de triterpenos

pentacíclicos. No espectro pode-se observar sinais considerados característicos para um

esqueleto lupano, esses sinais são: δ 79,22 (HC-OH), além das absorções em δ 151,2 (C-20) e

δ 109,54 (C-29) foram condizentes com a presença de uma dupla ligação terminal.

52

Após a análise dos dados de RMN 1H,

13C-BB e

13C-DEPT 135

o obtidos e em

comparação com os dados da literatura foi possível sugerir para SGC-04 a estrutura do

triterpeno de esqueleto do tipo lupano, de nomenclatura usual lupeol (β-lup-20 (29)-en-3-ol).

Diversas atividades biológicas são atribuídas ao lupeol dentre estas antitumoral (SALEEM,

2001) cardioprotetora e gastropotetora [SUDHARSAN, 2005].

OH

CH3CH3 H3C

H H CH3

H

H3C CH3

CH3

H2C

1

2

3

4 5

6

7

8

9

10

11

12

13

1415

2324

25 26

27

28

29

30

16

1718

19

20

21

22

Lupeol

53

Tabela 11– Dados de RMN13

C (125 MHz, CDCl3) de SGC-04 comparados com dados da

literatura (MAHATO e KUNDU,1994).

SGC04

(125MHz,CDCl3)

Lupeol (125MHz,CDCl3)

[MAHATO e KUNDU,1994]

C δC δC

1 38,91 38,7

2 27,62 27,4

3 79,22 78,9

4 38,91 38,8

5 55,5 55,5

6 18,53 18,3

7 34,48 34,3

8 40,21 40,8

9 50,64 50,4

10 37,38 37,1

11 21,14 20,9

12 25,34 25,1

13 38,26 38,0

14 43,21 42,8

15 27,65 27,4

16 35,79 35,5

17 43,04 43,0

18 48,51 48,0

19 48,20 47,9

20 151,21 150,9

21 30,05 29,8

22 39,07 40,0

23 28,20 28,0

24 15,58 15,4

25 16,33 16,1

26 16,18 15,9

27 14,76 14,5

28 18,21 18,0

29 109,54 109,3

30 19,53 19,3

54

Figura 31– Espectro de absorção na região do infravermelho (IV, KBr) de SGC-04.

55

Figura 32– Espectro de RMN

1H (CDCl3, 500 MHz) de SGC-04.

Figura 33– Espectro de RMN

13C (125 MHz, CDCl3) de SGC-04.

56

Figura 34– Espectro de RMN 13C-DEPT 135º (125 MHz, CDCl3) de SGC-04.

57

4.2.6 Determinação Estrutural de SGC-05

O tratamento cromatográfico do extrato etanólico da fração EESGC-D (110-125) do

caule de Senna georgica, (Fluxograma 03, p.77), resultou no isolamento de um sólido branco

amorfo, solúvel em piridina com faixa de fusão de 273 a 275,2 oC.

O espectro de absorção na região do infravermelho (IV) de SGC-05 (Figura 35, p.58)

permitiu a identificação de uma banda larga em 3407,09 cm-1

de deformação axial de ligação

O-H, bandas intensas em 2917,75 cm-1

e 2836,92 cm-1

atribuída a deformação axial da ligação

C-H de carbono sp3, duas bandas em 1732,59 cm

-1 representativas da deformação axial de

ligação C=C carbono sp2, 1469,91 cm

-1 de deformação angular da ligação dos carbonos

metílicos, uma banda em 1045,57 cm-1

característica de deformação axial de ligação C-O.

O espectro de RMN 1H (500 MHz, C5D5N) de SGC-05 (Figura 36, p.58) apresentou

vários sinais na faixa em H 3,96-4,99, absorções características de compostos glicosilados,

sinais de hidrogênios olefínicos na região de δ 5,38 a δ 5,06. Sinais com diferentes

multiplicidades na região entre δ 1,75 a δ 0,68 relacionados a hidrogênios do esqueleto

terpênico ou esteroidal.

Analisando o espectro de RMN 13

C-BB (125 MHz, C5D5N), (Figura 37, p.59)

observaram-se além de outros sinais, os característicos da presença de açúcar existentes em

glicosídeos, na faixa de C 64,3-80,0 (64,3; 73,2; 76,8; 79,7; 79,9 e 80,0) sugerindo uma

aglicona esteroidal.

R = Gli

RO

1

2

3

4

5

6

7

89

10

11

12

13

1415

16

17

18

19

2021

22

23

2425

26

27

28

29

-sitosterol

( )22Estigmasterol

58

Figura 35– Espectro de absorção na região do infravermelho (IV, KBr) de SGC-05.

Figura 36– Espectro de RMN 1H (500 MHz, C5D5N) de SGC-05

59

Figura 37– Espectro de RMN 13

C-BB (125 MHz, C5D5N) de SGC-05,

Figura 38– Espectro de DEPT 135° de SGC-05.

60

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Capítulo V

HO

CH3 CH3

CH3HH

H

CH3

H2C

H3C CH3

HO

OH

CH3

OH O

O

HO

61

5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

5.1 Material botânico

5.1.1 Coleta do material botânico para estudo dos constituintes químicos de Senna

georgica H. S. Irwin & Barneby

O material botânico caule, folhas, raízes, flores e frutos de Senna georgica H. S. Irwin

& Barneb foram coletadas em Pico Alto, Guaramiranga-CE no dia 09 de fevereiro de 2008,

pelos professores Edilberto Rocha Silveira, Otília Deusdênia Loiola Pessoa do Departamento

de Química Orgânica e Inorgânica e Maria Goretti de Vasconcelos Silva do Departamento de

Química Analítica e Físico-Química da Universidade Federal do Ceará.

A certificação botânica foi realizada pelo professor Afrânio Fernandes do

Departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará. A exsicata referente a coleta da

espécie citada encontra-se depositada no Herbário Prisco Bezerra do Departamento de

Biologia da Universidade Federal do Ceará, sob os números de registro 41630 e 41631.

5.2-Métodos Cromatográficos

5.2.1-Cromatografia em Camada Delgada (CCD)

As análises por cromatografia de adsorção em camada delgada (CCD) foram

realizadas utilizando-se cromatoplacas de vidro, com uma das faces revestida por uma fina

camada de sílica gel 60G F254 da VETEC. Também foram utilizadas cromatofolhas de gel de

sílica sobre alumínio CCF-C/25 da MERCK, com camadas de 250 µm de espessura e

dimensões de 20 x 20 cm (com indicador de fluorescência na faixa de 254 nm).

Os eluentes utilizados como fase móvel, seguiram uma série eluotrópica, que podia ser

tanto isocrática ou com aplicação de gradiente de polaridade. Os solventes mais usados foram

éter de petróleo, hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol, todos de qualidade P.A.

ou previamente destilados.

A revelação das substâncias nas cromatoplacas foi realizada utilizando-se o método

físico de exposição à radiação de luz ultravioleta (UV) em dois comprimentos de ondas 312

nm e 365 nm obtidos em lâmpada modelo UVLS-28 da Sovereign Computer Systems; e

62

também por métodos químicos: com vapores de iodo granulado e pela pulverização com

solução de vanilina (C8H8O3) e ácido perclórico (HClO4) 10% em etanol P.A., seguido de

aquecimento em estufa a 100o C por cerca de 5 min.

5.2.2 Cromatográfica em Coluna

A técnica de cromatografia de adsorção em coluna clássica foi amplamente utilizada

no isolamento e purificação dos compostos identificados de S. georgica. O comprimento e o

diâmetro dos suportes para as colunas variaram de acordo com o material a ser purificado. A

fase estacionária (adsorvente) usada foi: gel de sílica 60 da VETEC (Ø µm 70-230 mesh) para

cromatografia em coluna de fase normal. Os eluentes mais utilizados como fases móveis

nesses procedimentos foram hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol, seguindo a

ordem crescente de polaridade.

5.2.3 Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de massas

Os espectros de massas dos ésteres metílicos dos ácidos graxos extraídos do caule de

S. georgica foram analisados por CG-EM (Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria

de Massas) QP 5000/QP5050A da SHIMADZU, usando coluna capilar OV-5, fase

estacionária de dimetilpolisiloxano com 30,0 m de comprimento; 0,25 mm de diâmetro

interno e 0,25 µm de filme, mantendo-se fluxo de 1 mL/min. de Hélio como gás de arraste e

com a temperatura do injetor de 280ºC.

63

5.3 Técnicas Espectroscópicas

5.3.1 Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN 1H) e de

Carbono-13 (RMN 13

C)

Os dados técnicos e as condições operacionais sobre os espectros de RMN 1H e

RMN13

C unidimensionais e bidimensionais foram obtidos junto ao Centro Nordestino de

Aplicação e uso da Ressonância Magnética Nuclear (CENAUREMN). Os espectros foram

obtidos em espectrômetros Bruker, modelo Avance DPX-300 e modelo Avance DRX-500,

operando na freqüência do hidrogênio a 300 e 500 MHz, e na freqüência do carbono a 75 e

125 MHz respectivamente.

Na dissolução das amostras foram utilizados os seguintes solventes: clorofórmio

deuterado (CDCl3) e piridina deuterada (C5D5N).

Os deslocamentos químicos (δ) foram expressos em partes por milhão (ppm) e

referenciados, no caso dos espectros de RMN 1H, pelos picos dos hidrogênios pertencentes as

moléculas residuais não deuteradas dos solventes deuterados utilizados: clorofórmio (δ 7,27) e

piridina (δ 8,7; 7,6 e 7,2). Para os espectros de RMN13

C, os deslocamentos químicos (δ)

foram referenciados pelos picos dos carbonos-13 dos solventes: clorofórmio (δ 77,0) e

piridina (δ 123,9; 135,9 e 150,2).

Os conceitos de multiplicidades dos sinais dos espectros de RMN 1H foram indicadas

segundo a convenção: s (singleto), d (dubleto), t (tripleto), q (quarteto), m (multipleto), sl

(singleto largo) e dd (duplo-dubleto).

O padrão de hidrogenação dos carbonos em RMN 13

C foi determinado através da

técnica DEPT (Distortionless Enhancement by Polarization Transfer), com ângulo de nutação

de 135º, CH e CH3 com amplitudes em oposição aos CH2), e foi descrito segundo a

convenção: C (carbonos não-hidrogenado); CH (carbono metínico); CH2 (carbono metilênico)

e CH3 (carbono metílico). Os carbonos não hidrogenados foram caracterizados pela

comparação do espectro DEPT 135º do espectro RMN 13

C-BB.

Obteve-se também os espectros de RMN bidimensionais de correlação homonuclear

(1H,

1HCOSY) e de correlação heteronuclear com detecção inversa (HMQC e HMBC) para

associar as absorções dos hidrogênios aos seus respectivos carbonos.

64

5.3.2 Espectrometria de massas (EM)

Os espectros de massa das substâncias isoladas foram obtidas por impacto eletrônico a

70eV em espectrômetro da marca SHIMADZU, modelo QP5000/QP5050.

5.3.3 Espectroscopia na região do infravermelho (IV)

Os espectros vibracionais na região do Infravermelho foram obtidos utilizando-se um

espectrofotômetro FTLA 2000-102, ABB-BOMEM, na região de 4000 a 400 cm-1

, utilizando-

se pastilhas de KBr para análise das substâncias sólidas.

5.4 Ponto de fusão (pf)

Na determinação dos pontos de fusão das substâncias isoladas usou-se um aparelho de

microdeterminação da Microquímica provido de placa aquecedora modelo MQAPF-301. As

determinações foram realizadas a velocidade de aquecimento de 2,5º C/min.

65

5.5 Avaliação do potencial farmacológico de Senna georgica.

5.5.1 Avaliação da Atividade Antioxidante de Senna georgica

Ensaio DPPH

Os ensaios quantitativos frente ao radical sintético DPPH foram realizados com o

radical estável DPPH absorve entre 515-528 nm (cor violeta). A medida de absorbância dessa

solução violeta foi feita, em triplicata, a 515 nm, em leitora de Elisa Thermoplate.

10 mg de cada extrato etanólico de S. georgica dissolvido em 1 mL de metanol e

alíquotas de 0,1 mL das soluções das amostras foram individualmente colocadas em frascos e

adicionado a cada uma delas 3,9 mL da solução de DPPH (1,1-dimetil-2-picril hidrazil). Com

a concentração de 6,5x10-5

mol/L. As soluções foram protegidas da luz, homogeneizadas e a

solução para serem aplicados na microplaca de 96 poços. As leituras foram feitas no leitor de

Eliza nos tempos 0, 10, 20, 30, 40, 50 e 60 minutos em um comprimento de onda de 515nm

utilizou-se o padrão eugenol.

O índice de varredura é calculado de acordo com a seguinte expressão:

Onde: AbsDPPH = absorbância da solução inicial do DPPH

AbsSUBST = absorbância da substância após 300 minutos

Os resultados encontram-se na Tabela 18, p.79.

66

5.5.2 Teste de Citotoxidade

Ensaio MTT

Análise de citotoxicidade pelo método do MTT foi realizada no laboratório de

Oncologia Experimental sob orientação da Profa. Letícia Veras Lotufo do Departamento de

Farmacologia da Universidade Federal do Ceará.

O programa de screening do National Cancer Institute dos Estados Unidos (NCI),

utilizada esta metodologia para mais de 10.000 amostras a cada ano [SKEHAN et al., 1990].

Foi descrita primeiramente por Mosman (1983), tendo a capacidade de analisar a

viabilidade e o estado metabólico da célula. É uma análise colorimétrica baseada na

conversão do sal 3-(4,5-dimetil-2-tiazol)-2,5-difenil-2-H-brometo de tetrazolium (MTT) em

azul de formazan, a partir de enzimas mitocondriais presentes somente nas células

metabolicamente ativas. O estudo citotóxico pelo método do MTT permite definir facilmente

a citotoxicidade, mas não o mecanismo de ação [BERRIDGE et al., 1996].

Neste experimento foram utilizadas as linhagens tumorais utilizadas, MDA-MB435

(mama - humano), HCT-8 (cólon - humano) e SF-295 (glioblastoma - humano), cedidas pelo

Instituto Nacional do Câncer (EUA), tendo sido cultivadas em meio RPMI 1640,

suplementados com 10 % de soro fetal bovino e 1% de antibióticos, mantidas em estufa a 37

C e atmosfera contendo 5% de CO2. Estas células foram plaqueadas na concentração de 0,1 x

106

cél/mL para as linhagens MDA/MB-435 e SF-295 e 0,7 x 105 cél/mL para a linhagem

HCT-8.

Os extratos etanólico do caule,folhas e raiz de S. georgica diluídos em DMSO puro

estéril na concentração de 125 µg/mL, foram colocados em placas e logo após adicionadas as

células. Estas foram incubadas juntamente com o extrato por 72 horas em estufa a 5% de CO2

a 37C. Ao término deste, as mesmas foram centrifugadas e o sobrenadante, removido. Em

seguida, foram adicionados 150 L da solução de MTT (sal de tetrazolium), e as placas foram

incubadas por 3h. A absorbância foi lida após dissolução do precipitado com 150 L de

DMSO puro em espectrofotômetro de placa a 595 nm. Os resultados podem ser observados na

Tabela 19, p.81.

67

5.5.3 Ensaio da Inibição da Enzima Acetilcolinasterase

Para a realização do ensaio de inibição da enzima acetilcolinesterase faz-se necessário

a preparação das seguintes soluções:

(1) 50 mmol.L-1

Tris/HCl pH 8; (2) 50 mmol.L-1

Tris/HCl pH 8, contendo 0,1% de albumina

sérica bovina (BSA); (3) 50 mmol.L-1

Tris/HCl pH 8, contendo 0,1 mol/L de NaCl e 0,02

mol/L de MgCl2.6.H2O; (4) 3 mmol.L-1

de ácido 5,5’-ditiobis-[2-nitrobenzóico] (DTNB ou

reagente de Ellman), (5) 15 mmol.L-1

de Iodeto de acetilcolina (ACTI), (6) 1 mmol.L-1

de

ácido 5,5’-ditiobis-[2-nitrobenzóico] (DTNB ou reagente de Ellman) e (7) 1 mmol.L-1

de

iodeto de acetiltiocolina (ACTI).

A metodologia, segundo o Método de Ellman modificado por Rhee et al (2001),

utiliza a enzima AChE liofilizada, a qual foi dissolvida na solução tampão (1) deixando-se na

solução por 20 min, depois sob agitação por mais um período de 10-15 min, para obtenção de

uma solução homogênea de 1000 U/mL, que servirá como solução estoque. Para as diluições

posteriores, utilizou-se a solução tampão (2). Os extratos foram aplicados em CCD, DC-

Alufolien, Silica gel 60 F254, 0.2 mm Merck. Borrifou-se a placa com as soluções (6) + (7),

deixando 3 min. Após secar, borrifou-se a enzima 3 U/mL e, em 10 min, apareceu a coloração

amarela, mas se houvesse inibição da enzima, observar-se-ia um halo branco. Em 20 - 30 min

a coloração desaparece. A representação destas reações pode ser observada abaixo:

Acetilcolina +H2O Acetato + Tiocolina

Tiocolina + DTNB 5-tio-2-nitrobenzoato (cor amarela) + 2-nitrobenzoato-5-

mercaptocolina.

Os resultados da análise encontram-se na Tabela 20, p.82.

AchE

68

5.6 Extração do Material Botânico

As amostras de caule, folhas, raiz, flores e vagens foram secos, trituradas e colocadas

separadamente em contato com hexano bruto e posteriormente, colocadas em contato com

etanol bruto obtendo-se as quantidades mostradas na Tabela 12.

Tabela 12- Tabela dos extratos obtidos de Senna georgica.

PARTE DA

PLANTA

Peso (g) EXTRATO

HEXÂNICO

%

EXTRATO

ETANÓLICO

%

Aspecto

Caule 1.890,0 4,68 65,0 Marrom escuro

pastoso

Folhas 273,0 4,45 12,5 Verde escuro

Pastoso

Raiz 400,0 2,048 6,12 Marrom claro

pastoso

Flores 10,110 0,27 0,66 Amarelo claro

Pastoso

Frutos 30,022 0,03 1,78 Verde escuro

pastoso

5.7 Estudo dos constituintes fixos de Senna georgica.

5.7.1 Estudo dos ésteres metílicos dos ácidos graxos do caule de Senna georgica.

O caule de Senna georgica (1.890g), após ser triturado foi macerado com hexano por

um período de uma semana, em seguida o material foi filtrado obtendo-se o extrato hexânico

que foi submetido à evaporação em evaporador rotativo sob pressão reduzida, obtendo-se

assim um material de aspecto pastoso e de cor amarelada. Uma fração do material obtido foi

submetido a uma reação de saponificação, em seguida, de uma reação de metilação, segundo

Fluxograma 01, p.69 respectivamente.

69

Fluxograma 01- Saponificação e metilação do extrato hexânico do caule de Senna georgica.

Extrato Hexânico

0,978g

FASE ORGÂNICA

INSAPONIFICÁVEIS

1- KOH/MeOH

2- Refluxo 1h

3- Adição de Água

4- Extração com Hexano (3x 20mL)

FASE AQUOSA ALCALINA

SAPONIFICÁVEIS

1- HCl

2- Extração com Hexano (3x 20mL)

FASE ORGÂNICA FASE AQUOSA

1-Na2SO4 anidro

2- Filtração

3- Concentração em Evaporador

Rotativo

SAPONIFICÁVEIS

54,1mg

1-HCl/MeOH

2-Refluxo

3- Extração Éter-Etílico

FASE ORGÂNICA FASE AQUOSA

1-Na2SO4 anidro

2- Filtração

3- Conc. Evaporador Rotativo

ESTERES METÍLICOS DOS

ÁCIDOS- análise por CG

Desprezada

70

5.7.2 Fracionamento preliminar do extrato hexânico do caule de Senna georgica.

O estudo cromatográfico iniciou-se com a utilização de uma coluna filtrante, usando-

se gel de sílica como fase estacionária do extrato hexânico do caule de Senna georgica

(EHSGC).

O extrato (4,0 g) pulverizado em gral de porcelana e acondicionado sobre 200 g de gel

de sílica em coluna cromatográfica. Utilizou-se como eluentes os seguintes solventes em

ordem crescente de polaridade: hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol, puros.

Todas as frações obtidas foram concentradas em evaporador rotativo. A quantidade de

material de cada fração é mostrada na Tabela 13, p. 69.

Tabela 13- Dados Oriundos do tratamento cromatográfico de SGC.

ELUENTES FRAÇÕES (Rótulo) PESO (g)

HEXANO EHSGC-HH 0,485

DICLOROMETANO EHSGC-HD 1,611

ACETATO DE ETILA EHSGC-HÁ 0,880

METANOL EHSGC-HM 0,992

RENDIMENTO = 99%

5.7.2.1 Isolamento de SGC-01 a partir de SGC-HA

O tratamento cromatográfico do extrato hexânico de S. georgica forneceu a fração

SGC-HA (0,880 g), oriunda da eluição com acetato de etila. Esta fração apresentava-se como

uma mistura de um sólido branco e uma substância de aspecto amarelado.

A purificação da fração SGC-HA foi realizada com sucessivas extrações com solvente

(acetona) resultou na obtenção de uma nova fração denominada SGC-01 (120 mg), que se

apresentava como cristais incolores na forma de agulhas, solúveis em diclorometano com

faixa de fusão de 142,6 à 144,0ºC. O isolamento desta fração pode ser resumido no

fluxograma 02, p.73.

71

5.7.2.2 Fracionamento cromatográfico de SGC-HD de Senna georgica

O tratamento cromatográfico do extrato hexânico de Senna georgica forneceu a fração

SGC-HD (1,6110 g), que foi adsorvida em 2,4594 g de gel de sílica, pulverizado em gral de

porcelana e devidamente acondicionado sobre 16,6750 g de gel de sílica em coluna

cromatográfica. Utilizou-se como eluentes os seguintes solventes em ordem crescente de

polaridade: hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol, puros ou em conbinações

binárias seguindo uma ordem crescente de polaridade. As frações de 1-4 eluídas com hexano

foram coletados em um volume de 50 mL e os demais volumes variados em 50 e 100mL. As

frações 5-10 foram eluídas com hexano/diclorometano (1:1), 10 e 11 com diclorometano, 12-

14 com diclorometano/acetato de etila(1:1), 15 com acetato de etila. Todas as frações

coletadas foram concentradas em evaporador rotativo, e reunidas segundo os resultados

observados pela análise em CCD de acordo com a semelhança do Rf. A quantidade de

material de cada fração é mostrada na Tabela 14, p.71.

Tabela 14- Dados Oriundos do tratamento cromatográfico de SGC-HD.

ELUENTES FRAÇÕES (Rótulo) PESO (g)

HEXANO SGC-HD 1-4 0,3600

HEXANO/DICLOROMETANO SGC-HD 5-9 0,5020

DICLOROMETANO SGC-HD 10-11 0,1740

DICLOROMETANO /

ACETATO DE ETILA

SGC-HD 12-14 0,0590

ACETATO DE ETILA SGC-HD 15 0,4000

RENDIMENTO = 92,8%

72

5.7.2.3 Isolamento de SGC1-02, SGC2-02 e SGC-03 a partir de SGC-HD 5-11

O tratamento cromatográfico de SGC-HD forneceu entre outras frações as frações 5-9

e 10-11 que ao serem analisadas por CCD apresentaram-se semelhantes, desta forma foram

reunidas e denominadas SGC-HD 5-11 (0,676 g), esta apresentava-se um aspecto de um

sólido amorfo amarelado. Que após sucessivas lavagens com diclorometano resultou em um

sólido branco amorfo solúvel em piridina denominada SGC-03 (15 mg), com faixa de fusão

de 77 à 79ºC.

A fração SGC-HD 5-11 foi purificada, utilizando-se a técnica de cromatografia em

placa preparativa. Amostra dissolvida na menor quantidade possível em diclorometano e

realizada a aplicação uma placa cromatográfica preparativa, eluída 2 vezes com hexano

/diclorometano (8:2). A faixa da amostra foi retirada por raspagem e deixadas em contato com

diclorometano por 20 min, depois filtrados forneceu cristais amarelado em forma de agulhas,

solúvel em diclorometano, com uma faixa de fusão de 193-195ºC, a amostra denominada

SGC1-02 (10 mg) e outra fração de cristais amarelo-alaranjado em forma de agulhas, solúvel

em diclorometano com uma faixa de fusão de 205 – 206,2 ºC, denominado SGC2-02 (5 mg).

Resumo da obtenção no fluxograma 02.

73

Fluxograma 02- Obtenção e isolamento de SGC-01, SGC1-02 SGC2-02e SGC-03 a partir do

extrato hexânico de Senna georgica.

EXTRATO HEXÂNICO DE Senna georgica (SGC)

4,0g

1- Coluna filtrante 2- CCD

FRAÇÃO SGC-HH

485mg

Purificação (Diclorometano)

1- Coluna Cromatográfica 2- CCD

FRAÇÃO SGC-HD

1,6110g

FRAÇÃO SGC-HD/5-10

10mg

DEMAIS FRAÇÕES

(Em Estudo)

SGC1-02

10mg

SGC-03

15mg

1- CCP 2- CCD

SGC2-02

5mg

Fração SGC-HA

0,880g

SGC-01

120 mg

Purificação (Acetona)

74

5.7.3 Fracionamento preliminar do extrato etanólico do caule de S. georgica

O estudo cromatográfico do extrato etanólico do caule de Senna georgica (EESGC),

iniciou-se com o fracionamento do utilizando a técnica de partição por solventes orgânicos de

polaridade crescente.

O extrato etanólico de S. georgica (65 g) solubilizado em metanol/água (1:1), a

metodologia empregada baseou-se no processo de partição líquido-líquido, utilizando-se uma

série de solventes com gradiente crescente de polaridade, como segue: diclorometano, acetato

de etila, puros. Após a eliminação completa dos solventes obteve-se as respectivas frações:

fração diclorometano, fração acetato de etila, fração metanólica (fração residual). Todas as

frações obtidas foram concentradas em evaporador rotativo. A quantidade de material de cada

fração é mostrada na Tabela 15, p.74.

Tabela 15- Dados Oriundos do tratamento cromatográfico do extrato etanólico do caule de

Senna georgica (EESGC).

ELUENTES FRAÇÕES (Rótulo) PESO (g)

DICLOROMETANO EESGC-D 7,467

ACETATO DE ETILA EESGC-A 28,699

METANOL EESGC-M 15,300

RENDIMENTO = 79,18%

5.7.3.1-Tratamento cromatográfico de EESGC-D de Senna georgica.

O tratamento cromatográfico do extrato etanólico de S. georgica forneceu a fração

EESGC-D (7,467 g) adsorvida em 6,010 g de gel de sílica, pulverizada em gral de porcelana e

devidamente acondicionada sobre 105 g de gel de sílica em coluna cromatográfica. Usando

como solvente hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol puros ou em combinações

binárias seguindo uma escala crescente de polaridade.

As frações de 1- 7 foram eluídas com hexano, as frações 8-10 com

hexano/diclorometano (1:1), as frações 11-15 diclorometano, as frações 16-18 com

diclorometano/acetato de etila (1:1), 19-20 com acetato de etila, 21-24 com acetato de

etila/metanol (1:1) e a fração 25-27 com metanol.

75

As massas (m) das frações coletadas encontram-se na Tabela 16, as amostras foram reunidas

segundo os resultados observados pela análise em CCD de acordo com a semelhança dos Rf.

Tabela 16- Dados oriundos do tratamento cromatográfico da fração EESGC-D do caule de

Senna georgica.

FRAÇÃO m (g)

EESGC-D (1-7) 0,124

EESGC-D(8-10) 0,278

EESGC-D(11-15) 0,680

EESGC-D(16- 18) 3,356

EESGC-D(19- 20) 0,522

EESGC-D(21-24) 0,487

EESGC-D(25-27) 1,020

RENDIMENTO 86,62%

5.7.3.2 Tratamento cromatográfico de EESGC-D (1-7) de Senna georgica.

A fração EESGC-D 1-7 (0,125 g) do material adsorvida em 0,500 g de gel de sílica,

pulverizada em gral de porcelana e devidamente acondicionada sobre 5,1800g de gel de sílica

em coluna cromatográfica. Usando como solvente hexano, diclorometano, acetato de etila e

metanol puros ou em combinações binárias seguindo uma escala crescente de polaridade.

As frações de 1- 12 foram eluídas com hexano, as frações 13-29 com

hexano/diclorometano (1:1), as frações 30-41 diclorometano, as frações 42-48 com

diclorometano/acetato de etila (1:1), 49-57 com acetato de etila, 58-67 com acetato de

etila/metanol (1:1) e a fração 68 com metanol.

As massas (m) das frações coletadas encontram-se na Tabela 17, as amostras foram

reunidas segundo os resultados observados pela análise em CCD de acordo com a semelhança

dos Rf.

Tabela 17- Dados oriundos do tratamento cromatográfico da fração EESGC-D (1-7) do caule

de Senna georgica.

FRAÇÃO m (g)

EESGC-D (1-12) 0,020

EESGC-D(13-29) 0,052

EESGC-D(30-41) 0,032

EESGC-D(42- 48) 0,015

EESGC-D(49-57) 0,003

RENDIMENTO 98 %

76

5.7.3.3 Isolamento de SGC-04 a partir de EESGC-D (13-29)

A fração EESGC-D 13-29 (0,052) apresentava-se como uma mistura de um sólido

amarelo claro com forma de agulhas. A fração foi submetida a um processo de recristalização

utilizando a acetona com solvente. Resultou na obtenção de sólido branco com forma de

agulhas, solúvel em diclorometano apresentando faixas de fusão entre 198-198,8°C,

denominada de fração SGC-04 (20 mg). O isolamento de fração pode ser resumido no

Fluxograma 03, p.73.

5.7.3.4 Tratamento cromatográfico de EESGC-D (16-18) de Senna georgica.

A fração EESGC-D (16-18) 3,3566 g do material adsorvida em 2,5003 g de gel de

sílica, pulverizada em gral de porcelana e devidamente acondicionada sobre 45g de gel de

sílica em coluna cromatográfica.

As frações de 1-6 foram eluídas com hexano, as frações 7-15 com

hexano/diclorometano (8:2), as frações 16-44 com hexano/diclorometano (5:5), as frações 45-

80 com diclorometano, as frações 81-98 com diclorometano/acetato de etila (3:7), 99-109

com acetato de etila, 110-125 com acetato de etila/metanol (1:1) e a fração 126 com metanol.

As massas (m) das frações coletadas encontram-se na Tabela 18, as amostras foram

reunidas segundo os resultados observados pela análise em CCD de acordo com a semelhança

dos Rf.

Tabela 18- Dados oriundos do tratamento cromatográfico em gel de sílica da fração EESGC-

D (16-18) do caule de Senna georgica.

FRAÇÃO m (g)

EESGC-D (1-6) 0,228

EESGC-D(7-15) 0,043

EESGC-D(16-44) 0,621

EESGC-D(45- 80) 0,202

EESGC-D(81-98) 1,052

EESGC-D(99-109) 0,478

EESGC-D(110-125) 0,525

EESGC-D(126) 0,018

RENDIMENTO 94%

77

5.7.3.5 Isolamento de SGC-05 a partir de EESGC-D (110-125)

A fração EESGC-D (110-125) apresentava-se como uma sólido marron. A fração

EESGC-D(110-125) 0,5252 g foi submetida a um processo de lavagem com metanol como

solvente. Resultou na obtenção de sólido branco amorfo, solúvel em piridina apresentando

faixas de fusão entre 273-275,8°C, denominada de fração SGC-05 (15 mg). O isolamento de

fração pode ser resumido no Fluxograma 03, p.77.

Fluxograma 03- Obtenção de SGC-04 e SGC-05 a partir do tratamento cromatográfico de

EESGC.

1- Partição MeoH/H2O (1:1) 2- CCD

DEMAIS FRAÇÕES

(Em Estudo)

FRAÇÃO EESGC-D

7,4675 g

FRAÇÃO EESGC-D/110-

125

0,5252g

FRAÇÃO EESGC-D/13-29

0,0520 g

FRAÇÃO SGC-04

20 mg

Recristalização (Acetona)

1- Coluna Filtrante 2- CCD

EXTRATO ETANÓLICO DE Senna georgica (EESGC)

65 g

FRAÇÃO SGC-05

15 mg

78

ESTUDOS FARMACOLÓGICOS

Capítulo VI

HO

CH3 CH3

CH3HH

H

CH3

H2C

H3C CH3

HO

OH

CH3

OH O

O

HO

79

6 Avaliação do Potencial Biológico de Senna georgica

6.1 Avaliação da Atividade Antioxidante de Senna georgica

A análise do potencial antioxidante utilizando o método na captura por uma substância com

potencial antioxidante do radical livre DPPH (1,1-dimetil-2-picril-hidrazil) foi realizado

utilizando os extratos etanólico do caule, folha e raiz de Senna georgica. Os resultados

encontram-se na Tabela 19 e na Figura 39.

Tabela 19- Acompanhamento cinético da atividade antioxidade e Percentual de varredura de

radicais livres de Senna georgica.

0 2 4 6 8 10 20 30 40 50 IV %

Branco 0,1 0,099 0,099 0,098 0,98 0,97 0,1 0,1 0,1 0,1

DPPH 0,829 0,821 0,829 0,824 0,83 0,832 0,832 0,846 0,855 0,856

Eugenol 0,12 0,121 0,121 0,121 0,122 0,121 0,121 0,119 0,119 0,12 85,51

SGF 0,757 0,755 0,754 0,749 0,752 0,753 0,75 0,759 0,765 0,764 7,73

SGC 0,2 0,16 0,151 0,146 0,14 0,136 0,123 0,111 0,097 0,079 90,46

SGR 0,336 0,273 0,254 0,247 0,235 0,225 0,197 0,182 0,169 0,134 83,82

Figura 39- Acompanhamento cinético da atividade antioxidante de Senna georgica.

Onde: SGF- S. georgica folhas, SGC- S. georgica caule,.SGR- S. georgica raiz

80

De acordo com os resultados observados pode-se concluir que somente o extrato das

folhas não apresentou atividade antioxidante significativa, destacando-se o extrato etanólico

do caule de S. georgica cujos excelentes índices de varredura (90,46%) de radicais livres na

concentração testada, apresentou índice de varredura maior que o padrão eugenol (85,51%). A

análise pelo método do DDPH para as antraquinonas isoladas, crisofanol e fisciona com

índices de 34,60% e 45,60 % respectivamente, permite atribuir para estas duas substâncias

pelo menos parte da atividade que apresentam os extratos testados. Os resultados apresentados

indica que o extrato etanólico do caule apresenta-se como uma fonte promissora de

antioxidantes naturais.

81

6.2 Teste de Citotoxidade dos extratos de Senna georgica

O teste de citotoxidade foi realizado no Laboratório de Oncologia Experimental da

Universidade Federal do Ceará sob a orientação da professora Letícia Veras Lotufo,

utilizando o método MTT, testados nos extratos etanólico da raiz (SG-R), folhas (SG-F) e

caule (SG-C). Os resultados encontram-se na Tabela 20.

Tabela 20 - Percentual do grau de inibição do crescimento celular (GI%) das amostras em

três linhagens tumorais testadas na dose única de 50 µg/mL.

Amostra SF295

GI%

HCT-8

GI%

MDA- MB435

GI%

SG-R 23,07±3,87 -3,37±9,13 0,38±8,18

SG-F 7,54±1,89 7,15±8,23 12,96±8,54

SG-C 12,25±3,33 2,29±6,76 20,63±3,74

MDA-MB435 (mama - humano), HCT-8 (cólon - humano) e SF-295 (glioblastoma -

humano).

Os resultados mostram que o extrato etanólico da raiz de Senna georgica produziu o

melhor resultado com a inibição do crescimento para a linhagem de glioblastoma humano, no

entanto, somente percentuais acima de 75% são considerados

bons para a realização de estudos mais detalhados de atividade

citotóxica, portanto, como se pode observar, o extrato etanólico

de Senna georgica não apresentou um resultado relevante neste

ensaio, embora vários compostos antraquinônicos sejam

relatados como agentes antitumorais, como por exemplo a

daunorubicina (estrutura ao lado), que com o nome comercial

de Cerubidine®, já é utilizada em quimioterapia, no tratamento

de leucemia [MANEA et al., 2011].

82

6.3 Teste de atividade Anticolinesterásica

O teste de inibição da enzima acetilcolinesterase foi realizado no Laboratório de

Produtos Naturais da Universidade Federal do Ceará, sob a orientação da professora Maria

Tereza Salles Trevisan. Os resultados obtidos são mostrados na Tabela 21.

Tabela 21- Avaliação da atividade anticolinesterásica dos extratos de Senna georgica.

EXTRATO ATIVIDADE

ANTICOLINESTERÁSICA

TAMANHO DO HALO

Hexânico (Folhas) Negativo ---

Hexânico (Flores) Negativo ---

Hexânico (Caule) Positivo 7mm

Hexânico (Raiz) Positivo 10mm

Etanólico (Flores) Positivo 8mm

Etanólico (Frutos) Positivo 9mm

Etanólico (Raiz) Positivo 10mm

Etanólico (Folhas) Negativo ---

Etanólico (Caule) Negativo ---

Padrão(Carbachol) 9mm

De acordo com os resultados observados, somente os extratos hexânico das folhas e

flores e etanólico do caule e folhas de Senna georgica não apresentaram atividade para esse

teste. Na avaliação anticolinesterásica o aparecimento de halos em tornos dos "spots" das

amostras é indicativo de que ocorreu a inibição da enzima AChE. Os halos de inibição

apresentados no teste inibitório da AChE foram relevante, uma vez que os valores

encontrados são bastante próximos e até superior ao do padrão utilizado.

83

CONCLUSÕES

Capítulo VII

HO

CH3 CH3

CH3HH

H

CH3

H2C

H3C CH3

HO

OH

CH3

OH O

O

HO

84

7 CONCLUSÃO

O estudo do óleo fixo do caule de Senna georgica resultou na identificação de oito

ácidos graxos: ácido mirístico, ácido palmítico, ácido esteárico, ácido nonadecanóico, ácido

araquídico, ácido behêmico, ácido tricosanóico e ácido lignoléico totalizando 83,13% da

composição do óleo fixo. Destacaram-se como componentes majoritários os ácidos graxos

dos ácidos saturados palmítico (26,83%), lignocérico (18,60 %) e o nonadecanóico (11,18%).

Não foi identificado nenhum ácido graxo insaturado.

O estudo do extrato hexânico do caule de Senna georgica possibilitou o isolamento e

caracterização de uma mistura de esteroides β-sitosterol e estigmasterol de duas antraquinonas

1,8-diidroxiladas, crisofanol e fisciona e de um ácido carboxílico de cadeia longa denominado

de ácido triacontanóico.

O tratamento cromatográfico do extrato etanólico do caule de Senna georgica

possibilitou o isolamento e caracterização de uma mistura de fitoesteroides β-sitosterol e

estigmasterol glicosilado e um triterpeno pentacíclico conhecido como lupeol. Todas as

substâncias tiveram suas identidades químicas confirmadas pela análise de seus espectros de

RMN 13

C e 1H uni e bi dimensional, infravermelho, espectrometria de massas e comparadas

com os dados da literatura, sendo que estas substâncias são inéditas na espécie estudada.

Os extratos etanólico e hexânico do caule, folhas, raiz, flores e frutos também foram

investigados quanto ao seu potencial biológico, sendo realizados os testes de atividade

antioxidante, citotoxidade e a inibição da enzima acetilcolinasterase. Destes bioensaios, a

avaliação da atividade antioxidante e de inibição da enzima acetilcolinasterase apresentou

bons resultados, comprovando que Senna georgica é uma fonte promissora de antioxidantes

naturais.

.

85

Referências Bibliográficas

Capítulo VIII

HO

CH3 CH3

CH3HH

H

CH3

H2C

H3C CH3

HO

OH

CH3

OH O

O

HO

86

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

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