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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS (UNA-SUS) - NÚCLEO DO CEARÁ NÚCLEO DE TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA EM SAÚDE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA MARCELO SOUSA OLIVEIRA NUNES PLANO DE INTERVENÇÃO PARA REDUZIR A RESISTÊNCIA DOS IDOSOS A VACINA INFLUENZA SAZONAL EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE FORTALEZA-CEARÁ FORTALEZA-CE 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS (UNA-SUS) - NÚCLEO DO CEARÁ

NÚCLEO DE TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA EM SAÚDE

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

MARCELO SOUSA OLIVEIRA NUNES

PLANO DE INTERVENÇÃO PARA REDUZIR A

RESISTÊNCIA DOS IDOSOS A VACINA INFLUENZA SAZONAL EM UMA UNIDADE

BÁSICA DE SAÚDE DE FORTALEZA-CEARÁ

FORTALEZA-CE

2018

MARCELO SOUSA OLIVEIRA NUNES

PLANO DE INTERVENÇÃO PARA REDUZIR A

RESISTÊNCIA DOS IDOSOS A VACINA INFLUENZA SAZONAL EM UMA UNIDADE

BÁSICA DE SAÚDE DE FORTALEZA-CEARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Coordenação do Curso de Especialização em saúde da

Família, modalidade semipresencial, Universidade Aberta

do SUS (UNA-SUS)- Núcleo do Ceará, Núcleo de

Tecnologias em Educação a Distância Em Saúde,

Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para

obtenção do Título de Especialista.

Orientadora: Profa. Izautina Vasconcelos de Sousa

FORTALEZA-CE

2018

MARCELO SOUSA OLIVEIRA NUNES

PLANO DE INTERVENÇÃO PARA REDUZIR A

RESISTÊNCIA DOS IDOSOS A VACINA INFLUENZA SAZONAL EM UMA UNIDADE

BÁSICA DE SAÚDE DE FORTALEZA-CEARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de

Especialização em saúde da Família, modalidade semipresencial, Universidade Aberta do

SUS (Uma-SUS)- Núcleo Do Ceará, Núcleo de Tecnologias em Educação a Distância Em

Saúde, Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de

Especialista.

Aprovado (a) em 01 de agosto de 2018.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

Profa. Izautina Vasconcelos de Sousa (UECE)ORIENTADORA

_________________________________________

Profª Ma.Surama Valena Elarrat Canto Secretaria da Saúde do Estado do Ceará – SESA/CE

_________________________________________

Wanderson Alves Martins

RESUMO

O envelhecimento da população é um fenômeno de amplitude mundial e, no Brasil estáocorrendo de forma acelerada. As mudanças advindas de tal fenômeno são alvos deestudos, já que o próprio envelhecimento humano também provoca alterações e desgastesem diversos sistemas funcionais. Tais mudanças trazem consequências consideráveis paraa vivência cotidiana do idoso, sendo esses passíveis de sucessivas infecções, dentre elas ainfluenza. No entanto, o idoso apresenta algumas vezes resistência à vacinação contra ainfluenza, pois temem as reações adversas pós-vacinação. O presente estudo tem comoobjetivo elaborar um plano de ações educativas para reduzir a resistência do idoso quanto àimunização com a vacina Influenza Sazonal na Unidade Básica de Saúde Paulo Marcelo,Fortaleza, Ceará. A metodologia abordada buscou criar intervenções de ações educativas desaúde, executadas em três etapas: diagnóstico situacional, revisão de literatura e elaboraçãodo plano de ação.. Os resultados esperados são melhorias nos indicadores de imunizaçãoda Influenza sazonal e, consequentemente, a diminuição das complicações respiratórias ehospitalizações de idosos.

Palavras- Chaves: Atenção à saúde do idoso. Vírus da Influenza. Imunização.

ABSTRACT

Population aging is a worldwide phenomenon, and in Brazil it is occurring at an acceleratedpace. The changes resulting from such phenomena are the targets of studies, since humanaging itself also causes changes and wear in several functional systems. Such changes bringconsiderable consequences to the daily life of the elderly. These being susceptible ofsuccessive infections, among them influenza. However the elderly with regard toimmunization with the Seasonal Influenza vaccine presents a high resistance index, denyingthe act of immunizing. They attribute the harm to post-vaccination health with the adversereactions the vaccine can cause. However, the immunizing responses are increased due tosenescence, and the health / illness complications already found in the elderly profile. So thepresent objective is to evaluate the factors that provide resistance in the elderly regarding theimmunization with the Influenza Seasonal vaccine in a micro area of the metropolitan regionof Fortaleza. The methodology addressed a descriptive-exploratory structure, withbibliographical verification, and textual interpretation, with the rescue of the discourse of thecollective subject. In conclusion, it was concluded that several factors may be determinantsof adequate functional capacity, including morbidity, socioeconomic, demographic andcultural factors.

Keywords: Elderly. Resistance to Influenza. Immunization.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 7

2 PROBLEMÁTICA 11

3 JUSTIFICATIVA 12

4 OBJETIVOS 13

4.1 Objetivo Geral 13

4.2 Objetivos Específicos 13

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 14

5.1 Idoso e processo de envelhecimento 14

5.2 Limitações fisiológicas do idoso 16

5.3 Importância da vacina influenza e a importância dos profissionais de saúde sobre

o imunobiológico 18

5.4 Resgate e intervenção profissional junto ao idoso no ato de imunização

20

6 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS 21

7 PLANO DE INTERVENÇÃO 23

7.1 Identificação dos problemas 23

7.2 Priorização dos problemas 23

7.3 Descrição dos problemas 24

7.4 Explicação do problema 24

7.5 Desenho das operações 24

8 CRONOGRAMA 27

9 ORÇAMENTO 28

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS 29

11 REFERÊNCIAS 30

1 INTRODUÇÃO

O Município de Fortaleza é situado na região metropolitana do estado do Ceará,

onde por sua vez é a capital cearense. Atualmente residem aproximadamente 2,4 milhões

de habitantes, tornando-se a 5º maior metrópole brasileira em território e 17º do ranking do

IDH Índice de desenvolvimento humano.

A Unidade de Saúde Paulo Marcelo faz cobertura de atendimento entre os bairros

Centro e a Praia de Iracema. Devido a sua localização estratégia reconhece-se um número

acrescido de pontos comerciais, hospitais de pequeno e grande porte; centros médicos

especializados; creches e escolas. Sua situação geográfica favorece a alta incidência de

moradores de rua e um índice elevado de prostituição, e alto consumo de drogas.

O Sistema de saúde é feito através de redes públicas e privadas, sendo composta

por mais de 90 UAPS, centros médicos especializados, hospitais de alta e média

complexidade, centros de referências hospitalares, e por finalmente, circuncidada por UPA´s,

estes associados conseguem atender 100% da demanda municipal em saúde, e

posteriormente estendendo os serviços para as cidades e regiões.

Essa unidade de atendimento do SUS é responsável pelo atendimento médico à

população da microrregião de abrangência. Os postos de saúde destinam-se ao

acompanhamento da saúde e prevenção, geralmente oferecendo atendimento em

odontologia, ginecologia e obstetrícia, psicologia, dentre outros. Isso faz com que a unidade

seja referência em atendimento multidisciplinar e vacinal ofertando imunização disponível

pelo SUS para toda população fortalezense até mesmo aos fins de semana.

A unidade de saúde é composta por três equipes da estratégia Saúde da Família,

tornando-a uma unidade de médio porte e dispõe de um atendimento integral e equânime

para atender a oferta do serviço. Cita-se: realização consultas agendadas, programadas,

espontânea e de urgência; prestação de serviço com qualidade no atendimento primário,

oferta de atendimento clínico, obstétrico, odontológico, terapias ocupacionais,

disponibilização de cobertura vacinal.

A rotina da equipe é baseada nas normas interna da instituição, onde respeita-se o

cronograma mensal de atividades, bem como as particularidades surgidas durante o serviço.

O Acolhimento dos usuários e responsabilidade da equipe multiprofissional, sendo

desenvolvida diariamente sala de espera com diferentes temas abordados.

Nessa unidade de saúde realiza-se triagem para o atendimento, resgate e promoção

de saúde, bem como disponibilização em visitas domiciliares conforme a necessidade de

cada micro-área. Ainda se tem a oferta de grupos de apoio a gestante, adolescente e o

Hiperdia. A referida unidade e sua equipe de atuação trabalham com o serviço de forma

holístico, respeitando assim os princípios e diretrizes do sistema único de saúde.

Estimativa rápida: Problemas de saúde do território e da comunidade

Resistência do idoso para vacinar contra a Influenza Sazonal;

Moradores em situação de rua;

Aumento de uso de álcool e outras drogas;

Prostituição e gravidez na adolescência;

Aumento de Infecções Sexualmente Transmissíveis.

Priorização dos problemas - A seleção do problema para plano de intervenção

Conscientizar o idoso sobre a importância da imunização com a vacina influenza sazonal e

suas particularidades e benefícios.

Quadro 1: Classificação de prioridade para os problemas identificados no diagnóstico

da comunidade adscrita à equipe da Estratégia Saúde da Família da Unidade Básica

de Saúde Paulo Marcelo, município de Fortaleza, CearáProblemas Importância Urgência Capacidade de

enfrentamentoSeleção /Priorização

Idoso emvulnerabildadesocial

Alta 25 pts. Parcial 1º

Uso de àlcool eoutras drogas

Alta 20 pts Parcial 3º

Prostituição egravidez naadolescência

Alta 20 pts Parcial 2º

*Alta, média ou baixa** Total dos pontos distribuídos até o máximo de 30***Total, parcial ou fora****Ordenar considerando os três itens

O indivíduo humano no ciclo de sua existência sofre alterações notáveis desde o seu

nascimento até o momento de sua morte, essa alteração é denominada de envelhecimento.

O homem em sua plenitude anseia prolongamento da vida, no entanto, a sociedade só

considera esse processo do envelhecer como uma conquista na medida em que acumule a

este, qualidade aos anos adicionais de vida. Segundo a classificação da Organização

Mundial de Saúde (OMS), idoso é um indivíduo de idade igual ou superior a 60 anos que

apresentar habilidades regenerativas limitadas, mudanças físicas e emocionais. (CIOSAK et

al., 2011).

Já Brasil (2008) diz que envelhecer é um processo contínuo, acumulativo e

irreversível, onde a correlação desses provocam modificações e declínio orgânico em sua

totalidade, tornando o indivíduo propício a desenvolver patologias, ocasionando fragilidades

para o metabolismo e as reservas biológicas, essa senescência possibilita o adiantamento

ao término de vida.

Ressalta-se para o crescente número da população idosa, no qual passa a ser um

fenômeno vivenciado em todas as potências mundiais. No Brasil a população também está

se tornando mais velha, esse fato, faz com que o país experimente o processo de

envelhecimento populacional, que por vez, está acontecendo de forma extrema e bastante

acelerada, concedendo ao idoso maior representação na sociedade brasileira. Segundo os

dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existem hoje no Brasil cerca

de 20 milhões de idosos, e segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS)

até 2025 acredita-se que este número atinja cerca de 15% da população total, ou seja, um

contingente superior a 30 milhões de pessoas. As projeções mais otimistas apontam que, o

Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos (DIOGO, 2010).

A velocidade no processo de envelhecimento populacional e transição demográfica e

epidemiológica vivido pelo país nas últimas décadas emerge uma série de questões que

preocupam os gestores e pesquisadores dos sistemas de saúde, com repercussões para a

sociedade como um todo. A cada ano, 650 mil novos idosos são incorporados à população

brasileira, a maior parte com doenças crônicas e alguns com limitações funcionais. Com isso

o Brasil passou para um cenário com um quadro de enfermidades complexas e onerosas

caracterizado por doenças crônicas e múltiplas que perduram por anos, com exigência de

cuidados constantes, medicação contínua e exames periódicos. O envelhecimento

populacional se traduz em maior carga de doenças na população, mais incapacidades e

aumento do uso dos serviços de saúde (KALACHE et al., 2009).

Políticas de promoção, prevenção e recuperação de saúde têm mostrado efetividade

em todo o mundo. Contudo, estudos internacionais confirmaram tendências e apontaram

redução na desfuncionalidade entre os idosos. Porém no cenário vivido e apreciado hoje no

Brasil, é notado uma discrepância na política de saúde implantada, onde se observa a

abstinência do idoso em relação à imunização, principalmente no que se refere à vacina

Influenza Sazonal. Os idosos associam o malefício à saúde pós-vacinação, com as reações

adversas que a vacina pode provocar.

A importância da vacina é inquestionável devido aos benefícios trazidos para a

saúde do idoso, promovendo prevenção e proteção principalmente nesta fase da vida. No

Brasil, o Ministério da Saúde (MS) anualmente disponibiliza a vacina contra o vírus da

influenza, com o intuito de minimizar os agravos provocados por esse vírus mutante. A

vacinação contra influenza é a intervenção mais importante na redução do impacto da

influenza e é um componente chave da preparação e resposta da OMS para controlar a

circulação de amostras de vírus influenza sazonal. A constante mudança dos vírus influenza

requer um monitoramento global e frequente reformulação da vacina contra influenza. Ainda

assim muitos idosos deixam de ser vacinados pelos mais diferentes motivos, os quais

abrangem, desde o nível cultural, econômico e causas relacionadas a crenças, superstições,

mitos e credos religiosos, bem como os eventos adversos pós-vacinação (BISETTO;

CUBAS; MALUCELLI, 2010).

O trabalho abordará a resistência do idoso a vacinação contra a nfluenza Sazonal.

2 PROBLEMÁTICA

A Política de Atenção a Saúde do Idoso foi uma das primeiras a ser implantada junto

ao Serviço Público de Saúde, respeitando os princípios doutrinários do Sistema Único de

Saúde, Lei 8.080/90 e Lei 8.142 da Constituição Federal. Dentro desse meio de cuidado a

saúde do idoso foi implantado medidas de melhoria para a qualidade de vida no que tange a

prevenção, promoção e recuperação da saúde. Analisando os fatores pré- determinantes de

agravos a saúde da pessoa idosa foi evidenciado o surgimento de problemas respiratórios

graves, onde apontavam como os desencadeadores da redução de vida. Isso fez surgir

várias indagações quanto a implementação de um cuidado pautado na prevenção a

qualidade de vida, com isso surgiu a necessidade de se aplicar uma nova diretriz dentro da

política de atenção à saúde do idoso, no caso o programa de imunização.

Esse programa de imunização visava a diminuição de complicações atribuídas a

incidências de doenças virais e respiratórias no idoso. A implantação do imunobiológico do

tipo Influenza Sazonal tinha como principal motivo imunizar o idoso contra os tipos de vírus

gripais mais prevalentes dentro da sociedade. Contudo, o idoso apresentou resistência junto

a essa imunização, referindo agravos de saúde após a administração do imunobiológico.

O presente trabalho tem como problemática a verificação dos fatores

desencadeantes para a resistência do idoso à vacinação contra Influenza Sazonal e quais

as intervenções realizadas pela Estratégia Saúde da Família para o convencimento da

importância da imunização com esta vacina para esta população

3 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho justifica-se pelo desejo do pesquisador-associado sobre o tema

abordado, o qual surgiu mediante a observação quanto à questão de imunização à pessoa

idosa, e sua crescente recusa. Logo surgiu a necessidade de conhecer as justificativas do

idoso para a não vacinação contra influenza.. Mesmo a Unidade Básica de Saúde (UBS)

sendo uma equipe de referência e com altos indicadores na qualidade do atendimento,

anualmente verifica-se um declive na imunização ao idoso com a vacina Influenza

Sazonal,deixando sempre a Estratégia Saúde da Família com cobertura vacinal abaixo do

esperado pelo programa de imunização e indicadores exigidos pelo MS. Isso faz suscitar

várias indagações sobre a problemática, pois mesmo a equipe se articulando para realizar

vacinação nos grupos prioritários, os números permanecem os mesmos ou sofrem declives

anualmente.

Diante do explanado, firma-se a relevância da pesquisa, pois a sua conclusão trará

respostas para indagações preestabelecidas, desmistificando viés e discrepâncias criadas

precocemente a respeito do tema. Este trabalho também servirá como fonte de leitura para a

população fortalezense e demais regiões, também, servirá de fonte documental para a

gestão. O discurso e sua escrita formal apresentado neste estudo será um divisor de

opiniões, estimulando assim para nossas pesquisas dentro da área escolhida. Assim sendo,

consegue-se mostrar o quão grande e importante a conclusão e a apresentação deste

trabalho

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

- Elaborar um plano de ações educativas para reduzir a resistência do idoso quanto à

imunização contra a vacina Influenza Sazonal na UBS Paulo Marcelo, Fortaleza, Ceará.

4.2 Objetivos Específicos

- Conhecer o perfil socioeconômico da população idosa da UBS Paulo Marcelo;

- Orientar os idosos e familiares pertencentes à unidade de saúde sobre a importância da

imunização com a vacina Influenza;

- Propor criação de sala de espera no período vacinal para intensificar a importância da

vacina.

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1 Idoso e o processo de envelhecimento

A OMS (2002), a Política Nacional do Idoso (PNI), Lei nº8. 842, de 4 de janeiro de

1994, e o Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, classifica a pessoa

Idosa um indivíduo com idade cronológica de 60 anos ou mais de vida. É importante

entender que há os anos vividos não é um marcador preciso para as mudanças que

acompanham o envelhecimento, existem diferenças significativas relacionadas ao estado de

saúde, participação e níveis de independência entre pessoas que possuem a mesma idade

(BRASIL, 2008).

Envelhecer é um processo natural que caracteriza uma fase da vida do homem e dá-

se por mudanças físicas, psicológicas e sociais que acometem de forma particular cada

indivíduo, levando em consideração as condições biológicas, que estão relacionadas com a

idade cronológica, traduzindo-se por um declínio dos fatores biológico do organismo,

tornando-se mais acelerado quanto maior a idade; as condições sociais variam de acordo

com o momento histórico e cultural; as condições econômicas são marcadas pela

aposentadoria; a intelectual quando suas faculdades cognitivas começam a falhar,

apresentando problemas de memória, atenção, orientação e concentração; e a funcional

quando há perda da independência e autonomia, precisando de ajuda para desempenhar

suas atividades básicas do cotidiano (LIPOSCKI, 2007).

A velhice faz parte do ciclo natural da vida humana, onde nasce, cresce, amadurece,

envelhece e morre, e as transformações que a caracterizam originam-se no próprio

organismo e ocorrem gradualmente de forma individualizada e heterogênea. O envelhecer

biológico pode ser descrito através da enumeração de uma série de insuficiências, perdas e

limitações, essas são inexorável na velhice (RAMOS et al, 2005).

A qualidade de vida e o envelhecimento saudável requerem uma compreensão mais

abrangente e adequada de um conjunto de fatores que compõem a rotina diária do idoso,

tornando estes umas questões sociais. Neste aspecto destacaram a aposentadoria,

mudança de papéis, crise de identidade, perdas diversas e diminuição dos contatos sociais.

Diante da visão que a velhice passa a ocupar um lugar marginalizado na existência humana,

na medida em que a individualidade já teria os seus potenciais evolutivos e perderia então o

seu valor social. É entendido que, desse modo, a velhice perderia o seu valor simbólico

(TELAROLLI JUNIOR; MACHADO; CARVALHO, 2009).

O processo de envelhecimento implica na diminuição gradativa da possibilidade de

sobrevivência, acompanhada por alterações regulares na aparência, no comportamento, na

experiência e nos papéis sociais. Então tudo isso passa a ser entendido como parte

integrante e fundamental no curso de vida de cada indivíduo. É nessa fase que emergem

experiências e características próprias e peculiares, resultantes da trajetória de vida, na qual

umas têm maior dimensão e complexidade que outras, integrando assim a formação do

indivíduo idoso (KALACHE et al, 2009).

Quando essas alterações são próprias do envelhecimento normal, estamos diante

do processo de senescência ou senectude. Quando as modificações são consequências de

morbidades que mais comumente atingem os idosos, falamos em senilidade. Esses dois

conceitos, porém, são demasiadamente próximos e muito difíceis de serem separados. Não

há um limite preciso entre os dois estados e há, com frequência, momentos de transição ou

de somatório de efeitos de ambos os processos que podem acelerar as perdas funcionais

(DIOGO, 2010).

A senescência acompanha os indivíduos em 2/3 de sua existência, esse fenômeno

ocorre no organismo humano como um todo e começam a se mostrar evidentes em torno

dos 40 anos de idade. Os órgãos e os sistemas declinam progressivamente, havendo uma

redução em sua reserva funcional, sem comprometer a capacidade funcional dos órgãos

para as atividades cotidianas. Em suma, a senescência é o envelhecimento natural do

indivíduo, normalmente, esta não se caracteriza como uma insuficiência biológica

(CARVALHO; TELAROLLI JUNIOR; MACHADO, 2008).

Vale salientar que não há um padrão de envelhecimento, várias são as formas de

envelhecer e esse processo não pressupõe que todo idoso seja dependente, ao contrário,

alguns deles dispõe de total autonomia sobre sua vida e podem fazer suas próprias

escolhas. Delineia-se como um novo paradigma de velhice o indicador de comprometimento

da capacidade funcional do indivíduo e não a presença ou ausência de doença (VILAR et al,

2013).

As mudanças físicas nesse ciclo da vida é um processo sequencial, individual,

acumulativo e degenerativo. Tais alterações afetam todo o organismo do indivíduo (muscular,

ósseo, nervoso, endógeno, endócrino, circulatório, cardíaco, pulmonar, excretas, linfáticos,

dentre outros) estas ocasionam um declínio significativo para o funcionamento do

metabolismo, causando, enrugamento, perda do tônus, crescimento do nariz e orelhas,

concomitante a um ligeiro crescimento de pelos nestas regiões, deformidade na coluna

vertebral, o que incide no encurvamento postural. Pode ser observada em sua grande

maioria uma deficiência na acuidade visual e auditiva deste idoso (LIPOSCKI, 2007).

Destacam, além das mudanças físicas, as sociais, essas evidenciadas pela

diminuição ou perda total do seu papel social e de sua autoestima. Um dos maiores

agravantes para o desencadeamento da velhice é os sentimentos destrutivos, percebido

através de conflitos familiares sobre sua insegurança, quando este tentar provar para si e

sociedade que é útil, desencadeando a perda de ideias e falta de sincronia com o seu

tempo, isso leva- o a ter um desinteresse por atividades rotineiras (REIS, 2010).

Em suma, as alterações biopsicossociais do envelhecimento, afeta diretamente na

definição de envelhecer, visto que há uma variação considerável entre os indivíduos.

Conclui- se o envelhecer satisfatório não é atributo do indivíduo biológico, psicológico ou

social, mas resulta da qualidade da interação entre pessoas em mudanças (VILAR et al,

2013).

5.2 Limitações fisiológicas do idoso

O estudo sobre como se acontece o envelhecimento constitui um desafio para os

mais diferentes campos do conhecimento e ainda se faz necessário grandes avanços para

que se consiga entender o fenômeno em sua complexidade (COELHO FILHO; RAMOS,

2009).

Nos últimos anos a sociedade tem buscado resposta para o envelhecimento quanto

a perspectiva do desenvolvimento humano biológico e psicológico; nas questões

socioeconômicas; abordagem cultural, trazendo a percepções dos mesmos e dos outros a

seu respeito (SALVADOR, 2009).

A velhice não pode ser entendida ou confundida com enfermidade, esta constitui

fator muito importante para se gozar de uma saúde integral, visto que é nessa fase da vida

que pode ser apreciada as grandezas conquistadas ao longo de sua vivencia, uma

valorização da vida (COELHO FILHO; RAMOS, 2009).

É certo que as mudanças naturais pelas quais passamos ao longo da vida, onde o

indivíduo já não possui atributos como capacidade produtiva, memória, conceitos ideológicos

criados por eles mesmos; importante se faz considerar que o processo do envelhecimento

se dá de maneira contínua e é justamente essas, que impedem as pessoas de não

perceberem que estão envelhecendo (SILVA, 2005).

As mudanças fisiológicas acometidas ao idoso, não podem ser confundidas com

alterações patológicas, as quais são causadas pelas diferentes doenças ou por seus

tratamentos. No entanto, vale ressaltar que as mesmas, diferente das mudanças fisiológicas

comuns a todos em idade avançada não é regra, não atinge necessariamente a todos os

idosos (FREITAS, 2006).

Segundo Vilar et al (2013) a teoria do envelhecimento, traz que as mudanças que

ocorrem a partir da concepção até a morte estão programadas em nossas células e

começam a envelhecer desde o momento da concepção. Os estudos mais amplos

defendem que o DNA de cada uma de nossas células fornece o mapa do que acontece não

só a partir da fertilização do óvulo até a maturação sexual, mas também do início da idade

adulta e durante todo o processo de envelhecimento.

Algumas alterações foram observadas e descritas como comuns durante o

envelhecimento como, reduções na altura (cerca de 1cm por década); alterações na coluna

vertebral e em membros inferiores; tendência à redução de peso; perda de água no meio

intracelular; aumento de tecido adiposo, depositado em lugares como ao redor dos rins e do

coração, diminuindo a densidade corpórea; redução da massa celular, com diminuição de

peso e volume de órgãos; perda de massa óssea; baixa concentração de vitamina D;

alterações do tecido ósseo e cartilagem articular. Além de alterações importantes nos

músculos esqueléticos (CIOSAK, 2011).

Brasil (2010) defende que as alterações orgânicas supracitadas podem estar

associadas às alterações funcionais dos sistemas cardiovascular, respiratório,

gastrointestinal, geniturinário, endócrino, imunológico e do sistema nervoso central. O

sistema nervoso central possui papel fundamental para homeostase e com o processo de

envelhecimento apresenta regressão para desempenhar a liberação de neurotransmissores

sinápticos; diminuição da velocidade de condução nervosa; alterações de receptores

cutâneos, reduzindo a percepção da temperatura do ambiente e a sensibilidade tátil; perda

de memória; labilidade emocional; alterações centrais na marcha e postura, além de redução

das funções visual, auditiva, olfativa e gustativa.

Quanto ao sistema cardiovascular é frequente acontecer à dilatação aórtica e a

hipertrofia e dilatação do ventrículo esquerdo do coração, associados a um ligeiro aumento

da pressão arterial. Na parte fisiológica, as alterações, na maioria das vezes, podem ser

observadas pela bradicardia, capacidade ventilatória diminuída, perfusão sanguínea

comprometida, lentidão para digestão e assimilação de alimentos, como também diminuição

da libido sexual (PITANGA, 2010).

Segundo Radovanovic et al (2011) devido às influências multifatoriais do

envelhecimento ocorre no idoso, alterações nos reflexos de proteção e no controle do

equilíbrio, prejudicando- se assim a mobilidade corporal, nessa fase o organismo sofre uma

aceleração do espiral descendente, a qual implica em suscetibilidades diante dos problemas

da mobilidade. Assim, pode- se inferir que os aspectos ligados à mobilidade estão

diretamente voltados à saúde das estruturas ósseas, as quais apresentam comprometimento

estrutural.

Na concepção de Diogo (2010) é em razão aos processos dinâmico e progressivo da

velhice que acontece alterações e desgastes em diversos sistemas como: modificações

morfológicas, biológicas e imunológicas. Em resposta a estas, o indivíduo sofre uma

heterogeneidade influenciado por diversos fatores, ocasionando maior vulnerabilidade, e

maior incidência de processos patológicos. Portanto, nesta fase da vida acontece uma maior

redução da capacidade de adaptação homeostática de um organismo a diferentes

sobrecargas funcionais, deixando o idoso mais vulnerável a acometimentos do meio externo

e interno.

Entende-se que o processo de envelhecer ocorre associado às mudanças nos

sistemas orgânicos, transformando o idoso biologicamente diferente de um adulto jovem.

Com isso pode ser constatado que os fatores extrínsecos são passíveis de modificação,

logo, determinam a evolução do processo de envelhecimento. Sendo assim, torna-se

importante a intervenção sobre tais fatores, como as ações de promoção de saúde,

campanhas de imunização de doenças infecciosas e promoção de atividades específicas

para esse segmento etário, visando mais qualidade de vida e um envelhecimento saudável

(TEIXEIRA; LEFREVE, 2008).

Devido às alterações fisiológicas consequentes da idade aumentou- se os riscos de

adoecimento, em especial no trato respiratório. Destacam-se aquelas referentes ao sistema

imunológico do idoso, à sua suscetibilidade e vulnerabilidade às infecções. Nos registros e

segundo dados do MS, nos últimos 20 anos só tem crescido o número de idosos internados

por infecções respiratórias, dentre estas patologias, aparecem à influenza e a pneumonia,

estas estão entre as principais causas de morbimortalidade dos idosos (ALVES; LEITE;

MACHADO, 2008).

Portanto, fez necessário buscar os determinantes das condições de saúde e de vida

dos idosos, aprofundar - se no conhecimento as necessidades da velhice e o processo do

envelhecimento. É imprescindível a apreciação sobre a alta demanda de complicações

decorrente das infecções que acomete o trato respiratório superior e inferior do idoso. Para

essas infecções, a vacinação contra influenza surgiu como uma estratégia preventiva para a

redução da morbimortalidade por doenças respiratórias entre os idosos (REIS, 2010).

5.3 Importância da vacina influenza e o papel dos profissionais de saúde sobre o

imunobiológico

À medida que a população envelhece, observa-se um aumento da vulnerabilidade

do indivíduo em decorrência do rebaixamento da imunidade do organismo, tornando-o

susceptível a contração de diversas doenças. Entre essas, destaca-se o vírus influenza, que

traz sérias complicações ao idoso (RAMOS et al, 2005).

O Vírus influenza (gripe) é uma doença infecciosa viral, contagiosa, que está

diretamente relacionada ao comprometimento do trato respiratório. Quando manifestada em

um indivíduo com potencialmente imuno resistente, torna-se uma patologia de pouca

relevância. Porém, em grupos vulneráveis, apresenta uma elevada morbimortalidade, isto se

dar pela rápida disseminação do vírus no organismo humano (GONÇALVES, 2006).

Como medida de prevenção, o MS em 1999 em comemoração ao ano internacional

do idoso, instituiu ao calendário básico de imunização, a vacina para o combate do vírus

influenza, fazendo como público alvo pessoas com idade igual ou superior a 65 anos. Porém

no ano de 2000, o Ministério da Saúde decidiu investir na mobilização e ampliação da

população a ser imunizada, a oferta do imunobiológico passara a ser destinada a idosos

acima de 60 anos, para que esses também viessem a desfrutarem dos benefícios das

vacinações, consequentemente da Política Nacional de Atenção à Saúde do idoso que

passou a ser reconhecida e aprovada anos mais tarde através da Portaria Nº2.528 DE 19

DE OUTUBRO DE 2006 (SILVA, 2007).

Segundo KALACHE et al (2009) o MS traça o imunobiológico influenza, como a

principal estratégia na redução de morbimortalidade por doenças respiratórias no idoso. O

alvo da vacinação é o idoso, justo por representar a faixa etária em que há maior índice de

internações e óbitos decorrentes de complicações advindas da gripe. Apesar da mobilização

e incentivo do poder público na campanha contra a influenza, é comum observar a

resistência do idoso em relação à vacina, alegando diversos motivos, dentre a listagem, os

efeitos colaterais e a discrepância sobre a eficácia do imunobiológico.

Os idosos associam o malefício à saúde pós-vacinação, com as reações adversas

que a vacina pode provocar. Já utilizada há mais de 14 anos é considerada uma vacina

bastante segura. Os eventos adversos que podem ocorrer com maior frequência são

eventos locais de curta duração e sem maior repercussão. Eventos sistêmicos como febre,

dores pelo corpo podem ocorrer e são autolimitados. Uma atenção maior deve ser dada a

indivíduos com antecedentes alérgicos e aqueles que tiverem alguma reação alérgica.

Em resumo, é comprovada a eficiência da vacina contra a gripe influenza,

principalmente quando administrada em pessoas acima de 60 anos de idade, pois promove

uma preparação do organismo contra este vírus, aumentando a eficiência do sistema

imunológico, prevenindo complicações que muitas vezes levam pessoas idosas a óbito

(COELHO FILHO; RAMOS, 2009).

O idoso tem merecido atenção especial, pois o processo de envelhecer saudável

implica cuidados de promoção, prevenção, educação, intervenção. Requer envolvimento e

qualificação dos profissionais da atenção básica, com abordagem multiprofissional e

interdisciplinar (MION JUNIOR, 2009).

A equipe multiprofissional tem papel fundamental na assistência à saúde do idoso

através do cuidado continuado. Neste contexto, tem se desenvolvido técnicas e

argumentações no sentido de buscar novas perspectivas no cuidado para com as

informações frente a discrepâncias sofre a vacina influenza (RADOVANOVIC et al, 2011).

A concretização sobre o imunobiológico sustenta-se na concepção de um trabalho

dirigido com intuito de estimular a qualificação da escuta dos profissionais, afim de,

promover ao idoso o conhecimento como potencialidade para as reações adversas que a

vacina eventualmente pode causar, é um dos maiores motivos a não aceitação da vacina,

bem como a não real diferenciação entre uma contaminação pelo vírus da influenza em

relação a um simples resfriado (PITANGA, 2010).

5.4 Resgate e intervenção profissional junto ao idoso no ato de imunização

Diante do mostrado pelos estudos e as vivências trabalhista no cotidiano pode-se

supor que para o idoso tenha uma boa aceitação no ato de imunização se faz necessário

aplicar uma estratégia de convencimento pautado na seguridade e confiança entre o locutor

e o ouvinte. Por isso é papel da Estratégia Saúde da Família buscar para chegar a um

parecer favorável quanto à saúde do idoso. É sabido das limitações do idoso no que se

referem os imubiológicos, assim como as coberturas vacinais esperadas pelo MS muitas

vezes abaixo do esperado. Portanto precisa-se uma abordagem multiprofissional para

mudança dessa realidade.

6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente estudo trata de um plano de intervenção de ações educativas de saúde

no intuito de reduzir a resistência do idoso quanto à imunização com a vacina Influenza

Sazonal. Foram executadas três etapas: diagnostico situacional, revisão de literatura e

elaboração do plano de ação.

Primeiramente, foi realizado o diagnóstico situacional da Equipe Saúde da Família,

na base de dados de internet do IBGE, com foco nos dados municipais.

Para a segunda etapa, foi realizado busca na literatura foram utilizados as palavras-chaves:

Atenção a Saúde do Idoso. Vírus da Influenza. Imunização.

Foram analisadas as publicações dos últimos 10 anos, em português, obtidas

através da busca no portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), na base de dados do

Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS),

Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), ma biblioteca virtual Scientific

Eletronic Library Online (SCIELO).

A utilização da metodologia do Planejamento Estratégico em Saúde foi adequada a

uma Proposta de Intervenção (CAMPOS, F.C.C; FARIA, H.P.; SANTOS, M.A. 2010).

As unidades fundamentais consideradas para elaboração da proposta de

intervenções são: Definição do problema; Priorização do problema; Descrição do problema;

Seleção dos nos críticos; Desenho das operações; Identificação dos recursos críticos de

uma operação; Análise de viabilidade do plano.

Diante das explanações o parecer adotado pela Unidade de Saúde Paulo Marcelo,

localizado em Fortaleza, Ceará, firma-se na prestação de um cuidado continuado visando à

promoção, prevenção e recuperação da Saúde do Idoso. Para que isso venha acontecer à

equipe profissional cadastrada nessa Estratégia Saúde da Família reunirá em apoio a essa

meta e criará um grupo voltado ao cuidado do idoso.

Esse grupo terá uma formação multiprofissional com público alvo de pessoas com

idade igual ou superior a 60 anos. Uma vez ao mês a equipe formada por Médico,

Enfermeiro, Dentista, Psicólogo, Técnico em Enfermagem, Agente Comunitário de Saúde

reunirá com os idosos cadastrados e acompanhados pela referida equipe. Durante esse

encontra terá discussão de diferentes temas abordando sobre as fases da vida e suas

limitações fisiológicas, doenças crônicas, doenças emocionais, alimentação, higiene, dentre

outros. Essa medida favorecerá um contato mais aproximado, bem como um ganho de

confiança múltipla.

Essa formação fará parte do cronograma de atividade multidisciplinar da equipe.

Caberá ao Agente de Saúde cadastrar, acompanhar e encaminhar esses idosos para as

referidas reuniões. Já os demais profissionais participaram levando conhecimento técnico e

cientifico. Para cada momento usará meios de repasse audiovisual com participação ativa

dos participantes na troca de informação e experiência de vida. Passará ainda todo o ano

trazendo um tema com relevância para desmistificar os tabus previamente estabelecidos.

Naquilo que se referir à vacinação caberá o profissional médico recomendar em

prescrição a imunização, essa atitude terá destaque e maior confiabilidade por parte dos

idosos. Os demais programas e políticas lançadas pelo Ministério da Saúde sofrerão as

mesmas medidas da vacinação. Acredita-se que tal medida irá melhorar os indicadores de

recusa e aumentará consequentemente o número de idoso imunizado.

7 PLANO DE INTERVENÇÃO

Para elaboração desta proposta de intervenção refere-se ao problema priorizado

sobre “a resistência dos idosos na imunização com a vacina influenza sazonal da UAPS

Paulo Marcelo em Fortaleza-Ce”, para qual se registra uma identificação do problema,

priorização do problema, descrição do problema, explicação do problema, identificação dos

nos críticos e desenho das operações.

7.1 Identificações dos problemas

Após realização e análise do diagnóstico Situacional de saúde realizado em nossa

UBS, foram identificados os principais problemas de saúde da comunidade por meio das

falas dos usuários, leitura dos prontuários e conhecimento da área de abrangência. Assim,

foram apontados problemas fundamentais:

Pneumonia na Terceira Idade;

Abuso de Álcool e outras drogas;

Moradores em situação de rua;

Alta incidência de Infecções Sexualmente Transmissíveis.

Pouca conscientização sobre a importância da vacina contra influenza

7.2 Priorizações de problemas

Os problemas identificados na etapa anterior foram relacionados e descritos no

quadro abaixo para estabelecer a prioridade de solução.

Quadro 2 - Classificação de prioridade para os problemas identificados na Unidade

Básica de Saúde da Paulo Marcelo, Fortaleza, Ceará, 2018.

Problemas Importância Urgência

0 a 5 pts

Capacidade de

enfrentamento

Seleção

Idosos em situação de RuaAlta 5 pts Parcial 1

Uso de Álcool e outras

drogas

Alta 5 pts Parcial 3

Gestação na AdolescênciaAlta 5 pts Parcial 4

Pneumonia na Terceira

Idade

Média 4 pts Parcial 5

Pouca conscientização

sobre a importância da

vacina contra influenza

Alta 5 pts Parcial 2

Fonte: Autoria própria (2018)

7.3 Descrição do problema

O aumento significativo de idoso em situação de abandono e vulnerabilidade social

com extensão a morador de rua veicula um agravo à saúde do idoso, expondo-o a perigo

constante, desde questões que envolvem o quadro saúde-doença como as agressões

físicas e morais. Não se tem uma estimativa precisa de quantos idosos temos nessa

condição.

7.4 Explicação do problema

A alta incidência de idoso em situação de vulnerabilidade social e moradores de rua

ocorrem devido à má distribuição de renda e o abandono por parte de familiares. Sobre

alguns relatos foi possível verificar que tal fato se instaurou devido o consumo excessivo de

álcool e a perda de vinculo familiar. Outro problema importante identificado na unidade de

saúde e a baixa adesão dos idosos a vacina contra influenza.

7.5 Explicações dos nós críticos

Foram considerados como “nós críticos” os idosos em situação de vulnerabilidade

social e moradores de rua e baixa adesão dos idosos a vacina contra influenza.

7.6 Desenhos das operações

As ações para enfrentamentos dos problemas selecionados desenharam-se

como visualiza no quadro abaixo:

Quadro 3: Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema do Idosos em

Vulnerabilidade Social e Morador de rua assistido pela Equipe Saúde da Família

Paulo Marcelo, em Fortaleza-Ceara.

Nó Crítico 1 Idosos em Vulnerabilidade Social e Morador de rua

Operação Mobilizar a sociedade e órgãos governamentais e

civis para criação de um programa voltado a

reinserir o idoso em situação vulnerável e morador

de rua na sociedade.

Projeto Resgatando com Saúde e afeto

Resultados esperados Retirar o idoso da linha da vulnerabilidade social e

resgatar da situação de morador de rua.

Produtos esperado Criação de grupo de Idoso com encontros

quinzenais, junto com os órgãos vinculados. Bem

como educação permanente.

Atores sociais Secretária de Saúde; NASF; CRAS; Órgãos

governamentais e civis.

Recursos necessários Estrutural: profissional para acompanhar o grupooperativo;Cognitivo: Informação sobre o tema;Político: Mobilização social; articulação intersetorial

Recursos Estrutural: Espaço para o desenvolvimento deatividades;Financeiro: Adquirir recursos para desenvolvimentode ações por meio de recursos audiovisuais,folhetos educativos, etc.

Controle dos recursos/ viabilidade Ator que controla: Secretaria Municipal de saúde eCoordenação de Atenção BásicaMotivação: favorável

Ações Estratégia de sensibilização aos idosos pela ESF

Responsáveis pelo acompanhamento

das ações

Equipe de Saúde Paulo Marcelo, Fortaleza-Ce.

Gestão, acompanhamento e avaliação Cada etapa devera ser desenvolvida e avaliadapela equipe de saúde, sendo articulado com osórgãos.

Fonte: autoria própria, 2018.

Quadro 4: Operações sobre o “no crítico 2” relacionado ao problema baixa adesao

dos idosos a vacina contra influenza pela Equipe Saúde da Família Paulo Marcelo, em

Fortaleza-Ceara.

Nó Crítico 2 Baixa adesão dos idosos a vacina contra

influenza

Operação Mobilizar a sociedade e o público Idoso para

conhecer a Influenza Sazonal e seus

benefícios

Projeto Vacinando com Respeito

Resultados esperados Aumento dos indicadores vacinais e

diminuição das complicações respiratórias e

hospitalização de idosos

Produtos esperados Aumentar a procura dos idosos para

imunização

Atores sociais ESF; NASF; Secretaria de Saúde.

Recursos necessários Estrutural: profissional para acompanhar ogrupo operativo;Cognitivo: Informação sobre o tema;Político: Mobilização social; articulaçãointersetorial.

Recursos Estrutural: Espaço para o desenvolvimentode atividadesFinanceiro: Adquirir recursos paradesenvolvimento de ações por meio derecursos audiovisuais, folhetos educativos,etc.

Controle dos recursos/ viabilidade Ator que controla: Secretaria Municipal desaúde e Coordenação de Atenção BásicaMotivação: favorável

Ações Implantação de Sala de Espera Semanal,sendo intensificadas nos meses de Março,Abril e Maio;Criação do Grupo de Idosos.

Responsáveis pelo acompanhamento das

ações

Enfermeiro Assistencialista;Médico Assistencialista;ACS e Téc. Enfermagem.

Gestão, acompanhamento e avaliação. Cada etapa devera ser desenvolvida eavaliada pela equipe de saúde, sendoarticulado com os órgãos.

Fonte: autoria própria

8 CRONOGRAMA

Quadro 5 - Cronograma

ATIVIDADESFEV 2018

MAR ABR MAIO JUN JUL AGO

Delimitação do Tema

Revisão da Literatura

Elaboração do Projeto

Entrega do Projeto àcoordenação doCurso

Apresentação doProjeto

Encaminhamento doprojeto ao Comitê deética em pesquisa daInstituição de Ensino

Análise e discussãodos dados

Revisão do TCC

Apresentação do TCC

9 ORÇAMENTO

Quadro 6 – Orçamento

Ítens a serem financiados Quantidade Valor unitário R$ Valor total R$

Especificações

1-Material permanente

MP4 1 60 60

2-Material de consumo

Combustível 80l 4,8 384

Papel (resma) 3 15 45

Cartucho de impressão 3 25 75

CD-ROM 4 1 4

Caneta 1 1 1

3-Serviços de terceiros

Cópias xerográficas 50 0,15 7,5

Encardenação simples 2 4 8

Encardenação de capa dura 2 45 90

Correção morfossintática do trabalho (fl.)

30 2 60

Impressões 50 0,4 20

TOTAL R$ 754,5

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa permitiu uma análise acerca da imunização com a vacina influenza

sazonal no idoso. Análise esta possibilitada através do viés da percepção dos idosos acerca

das particularidades lançada sobre o imunobiológico em todas as suas vertentes. No

alcance dos objetivos propostos pela pesquisa obteve-se na avaliação da resistência dos

idosos a vacina influenza sazonal em um município do Ceará em relação os conflitos

pertinentes à vacinação.

A produção científica brasileira sobre Influenza A (H1N1) ainda é inexpressiva,

inclusive no que tange à imunização contra a infecção pelo vírus e aos fatores associados à

aceitação da vacina. O conhecimento de tais aspectos pode fundamentar estratégias de

intervenção específicas e eficazes para os diferentes grupos populacionais. Dados esse

semelhante ao estudo realizado.

Acredita-se que as informações que serão adquiridas neste plano de intervenção

possam ser empregadas na fundamentação de estratégias de controle e prevenção da

infecção pelo subtipo viral junto à população idosa, extensíveis, inclusive, a outros agravos

imunopreveníveis, especialmente diante de possíveis pandemias futuras. Encoraja-se a

replicação do estudo em outros cenários de investigação. Sugere-se ainda o

desenvolvimento de novas pesquisas que abordem os fatores associados à adesão de

idosos à vacina Influenza aos demais subtipos, que compõe atualmente o calendário

nacional de vacinação para pessoas nessa faixa etária.

Espera-se com esse trabalho elevarmos a reflexão a favor da imunização influenza

sazonal aos idosos. Que a percepção deste público alvo venha a contribuir e redimensionar

para nossas práticas em saúde no momento do cuidado integral, ratificando para novos

horizontes ao verdadeiro sentido do cuidar humanizado através da política imunização.

11 REFERÊNCIAS

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