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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS (UNA-SUS) - NÚCLEO DO CEARÁ
NÚCLEO DE TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA EM SAÚDE
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
MARCELO SOUSA OLIVEIRA NUNES
PLANO DE INTERVENÇÃO PARA REDUZIR A
RESISTÊNCIA DOS IDOSOS A VACINA INFLUENZA SAZONAL EM UMA UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE DE FORTALEZA-CEARÁ
FORTALEZA-CE
2018
MARCELO SOUSA OLIVEIRA NUNES
PLANO DE INTERVENÇÃO PARA REDUZIR A
RESISTÊNCIA DOS IDOSOS A VACINA INFLUENZA SAZONAL EM UMA UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE DE FORTALEZA-CEARÁ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Coordenação do Curso de Especialização em saúde da
Família, modalidade semipresencial, Universidade Aberta
do SUS (UNA-SUS)- Núcleo do Ceará, Núcleo de
Tecnologias em Educação a Distância Em Saúde,
Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para
obtenção do Título de Especialista.
Orientadora: Profa. Izautina Vasconcelos de Sousa
FORTALEZA-CE
2018
MARCELO SOUSA OLIVEIRA NUNES
PLANO DE INTERVENÇÃO PARA REDUZIR A
RESISTÊNCIA DOS IDOSOS A VACINA INFLUENZA SAZONAL EM UMA UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE DE FORTALEZA-CEARÁ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de
Especialização em saúde da Família, modalidade semipresencial, Universidade Aberta do
SUS (Uma-SUS)- Núcleo Do Ceará, Núcleo de Tecnologias em Educação a Distância Em
Saúde, Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de
Especialista.
Aprovado (a) em 01 de agosto de 2018.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Profa. Izautina Vasconcelos de Sousa (UECE)ORIENTADORA
_________________________________________
Profª Ma.Surama Valena Elarrat Canto Secretaria da Saúde do Estado do Ceará – SESA/CE
_________________________________________
Wanderson Alves Martins
RESUMO
O envelhecimento da população é um fenômeno de amplitude mundial e, no Brasil estáocorrendo de forma acelerada. As mudanças advindas de tal fenômeno são alvos deestudos, já que o próprio envelhecimento humano também provoca alterações e desgastesem diversos sistemas funcionais. Tais mudanças trazem consequências consideráveis paraa vivência cotidiana do idoso, sendo esses passíveis de sucessivas infecções, dentre elas ainfluenza. No entanto, o idoso apresenta algumas vezes resistência à vacinação contra ainfluenza, pois temem as reações adversas pós-vacinação. O presente estudo tem comoobjetivo elaborar um plano de ações educativas para reduzir a resistência do idoso quanto àimunização com a vacina Influenza Sazonal na Unidade Básica de Saúde Paulo Marcelo,Fortaleza, Ceará. A metodologia abordada buscou criar intervenções de ações educativas desaúde, executadas em três etapas: diagnóstico situacional, revisão de literatura e elaboraçãodo plano de ação.. Os resultados esperados são melhorias nos indicadores de imunizaçãoda Influenza sazonal e, consequentemente, a diminuição das complicações respiratórias ehospitalizações de idosos.
Palavras- Chaves: Atenção à saúde do idoso. Vírus da Influenza. Imunização.
ABSTRACT
Population aging is a worldwide phenomenon, and in Brazil it is occurring at an acceleratedpace. The changes resulting from such phenomena are the targets of studies, since humanaging itself also causes changes and wear in several functional systems. Such changes bringconsiderable consequences to the daily life of the elderly. These being susceptible ofsuccessive infections, among them influenza. However the elderly with regard toimmunization with the Seasonal Influenza vaccine presents a high resistance index, denyingthe act of immunizing. They attribute the harm to post-vaccination health with the adversereactions the vaccine can cause. However, the immunizing responses are increased due tosenescence, and the health / illness complications already found in the elderly profile. So thepresent objective is to evaluate the factors that provide resistance in the elderly regarding theimmunization with the Influenza Seasonal vaccine in a micro area of the metropolitan regionof Fortaleza. The methodology addressed a descriptive-exploratory structure, withbibliographical verification, and textual interpretation, with the rescue of the discourse of thecollective subject. In conclusion, it was concluded that several factors may be determinantsof adequate functional capacity, including morbidity, socioeconomic, demographic andcultural factors.
Keywords: Elderly. Resistance to Influenza. Immunization.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 7
2 PROBLEMÁTICA 11
3 JUSTIFICATIVA 12
4 OBJETIVOS 13
4.1 Objetivo Geral 13
4.2 Objetivos Específicos 13
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 14
5.1 Idoso e processo de envelhecimento 14
5.2 Limitações fisiológicas do idoso 16
5.3 Importância da vacina influenza e a importância dos profissionais de saúde sobre
o imunobiológico 18
5.4 Resgate e intervenção profissional junto ao idoso no ato de imunização
20
6 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS 21
7 PLANO DE INTERVENÇÃO 23
7.1 Identificação dos problemas 23
7.2 Priorização dos problemas 23
7.3 Descrição dos problemas 24
7.4 Explicação do problema 24
7.5 Desenho das operações 24
8 CRONOGRAMA 27
9 ORÇAMENTO 28
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS 29
11 REFERÊNCIAS 30
1 INTRODUÇÃO
O Município de Fortaleza é situado na região metropolitana do estado do Ceará,
onde por sua vez é a capital cearense. Atualmente residem aproximadamente 2,4 milhões
de habitantes, tornando-se a 5º maior metrópole brasileira em território e 17º do ranking do
IDH Índice de desenvolvimento humano.
A Unidade de Saúde Paulo Marcelo faz cobertura de atendimento entre os bairros
Centro e a Praia de Iracema. Devido a sua localização estratégia reconhece-se um número
acrescido de pontos comerciais, hospitais de pequeno e grande porte; centros médicos
especializados; creches e escolas. Sua situação geográfica favorece a alta incidência de
moradores de rua e um índice elevado de prostituição, e alto consumo de drogas.
O Sistema de saúde é feito através de redes públicas e privadas, sendo composta
por mais de 90 UAPS, centros médicos especializados, hospitais de alta e média
complexidade, centros de referências hospitalares, e por finalmente, circuncidada por UPA´s,
estes associados conseguem atender 100% da demanda municipal em saúde, e
posteriormente estendendo os serviços para as cidades e regiões.
Essa unidade de atendimento do SUS é responsável pelo atendimento médico à
população da microrregião de abrangência. Os postos de saúde destinam-se ao
acompanhamento da saúde e prevenção, geralmente oferecendo atendimento em
odontologia, ginecologia e obstetrícia, psicologia, dentre outros. Isso faz com que a unidade
seja referência em atendimento multidisciplinar e vacinal ofertando imunização disponível
pelo SUS para toda população fortalezense até mesmo aos fins de semana.
A unidade de saúde é composta por três equipes da estratégia Saúde da Família,
tornando-a uma unidade de médio porte e dispõe de um atendimento integral e equânime
para atender a oferta do serviço. Cita-se: realização consultas agendadas, programadas,
espontânea e de urgência; prestação de serviço com qualidade no atendimento primário,
oferta de atendimento clínico, obstétrico, odontológico, terapias ocupacionais,
disponibilização de cobertura vacinal.
A rotina da equipe é baseada nas normas interna da instituição, onde respeita-se o
cronograma mensal de atividades, bem como as particularidades surgidas durante o serviço.
O Acolhimento dos usuários e responsabilidade da equipe multiprofissional, sendo
desenvolvida diariamente sala de espera com diferentes temas abordados.
Nessa unidade de saúde realiza-se triagem para o atendimento, resgate e promoção
de saúde, bem como disponibilização em visitas domiciliares conforme a necessidade de
cada micro-área. Ainda se tem a oferta de grupos de apoio a gestante, adolescente e o
Hiperdia. A referida unidade e sua equipe de atuação trabalham com o serviço de forma
holístico, respeitando assim os princípios e diretrizes do sistema único de saúde.
Estimativa rápida: Problemas de saúde do território e da comunidade
Resistência do idoso para vacinar contra a Influenza Sazonal;
Moradores em situação de rua;
Aumento de uso de álcool e outras drogas;
Prostituição e gravidez na adolescência;
Aumento de Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Priorização dos problemas - A seleção do problema para plano de intervenção
Conscientizar o idoso sobre a importância da imunização com a vacina influenza sazonal e
suas particularidades e benefícios.
Quadro 1: Classificação de prioridade para os problemas identificados no diagnóstico
da comunidade adscrita à equipe da Estratégia Saúde da Família da Unidade Básica
de Saúde Paulo Marcelo, município de Fortaleza, CearáProblemas Importância Urgência Capacidade de
enfrentamentoSeleção /Priorização
Idoso emvulnerabildadesocial
Alta 25 pts. Parcial 1º
Uso de àlcool eoutras drogas
Alta 20 pts Parcial 3º
Prostituição egravidez naadolescência
Alta 20 pts Parcial 2º
*Alta, média ou baixa** Total dos pontos distribuídos até o máximo de 30***Total, parcial ou fora****Ordenar considerando os três itens
O indivíduo humano no ciclo de sua existência sofre alterações notáveis desde o seu
nascimento até o momento de sua morte, essa alteração é denominada de envelhecimento.
O homem em sua plenitude anseia prolongamento da vida, no entanto, a sociedade só
considera esse processo do envelhecer como uma conquista na medida em que acumule a
este, qualidade aos anos adicionais de vida. Segundo a classificação da Organização
Mundial de Saúde (OMS), idoso é um indivíduo de idade igual ou superior a 60 anos que
apresentar habilidades regenerativas limitadas, mudanças físicas e emocionais. (CIOSAK et
al., 2011).
Já Brasil (2008) diz que envelhecer é um processo contínuo, acumulativo e
irreversível, onde a correlação desses provocam modificações e declínio orgânico em sua
totalidade, tornando o indivíduo propício a desenvolver patologias, ocasionando fragilidades
para o metabolismo e as reservas biológicas, essa senescência possibilita o adiantamento
ao término de vida.
Ressalta-se para o crescente número da população idosa, no qual passa a ser um
fenômeno vivenciado em todas as potências mundiais. No Brasil a população também está
se tornando mais velha, esse fato, faz com que o país experimente o processo de
envelhecimento populacional, que por vez, está acontecendo de forma extrema e bastante
acelerada, concedendo ao idoso maior representação na sociedade brasileira. Segundo os
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existem hoje no Brasil cerca
de 20 milhões de idosos, e segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS)
até 2025 acredita-se que este número atinja cerca de 15% da população total, ou seja, um
contingente superior a 30 milhões de pessoas. As projeções mais otimistas apontam que, o
Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos (DIOGO, 2010).
A velocidade no processo de envelhecimento populacional e transição demográfica e
epidemiológica vivido pelo país nas últimas décadas emerge uma série de questões que
preocupam os gestores e pesquisadores dos sistemas de saúde, com repercussões para a
sociedade como um todo. A cada ano, 650 mil novos idosos são incorporados à população
brasileira, a maior parte com doenças crônicas e alguns com limitações funcionais. Com isso
o Brasil passou para um cenário com um quadro de enfermidades complexas e onerosas
caracterizado por doenças crônicas e múltiplas que perduram por anos, com exigência de
cuidados constantes, medicação contínua e exames periódicos. O envelhecimento
populacional se traduz em maior carga de doenças na população, mais incapacidades e
aumento do uso dos serviços de saúde (KALACHE et al., 2009).
Políticas de promoção, prevenção e recuperação de saúde têm mostrado efetividade
em todo o mundo. Contudo, estudos internacionais confirmaram tendências e apontaram
redução na desfuncionalidade entre os idosos. Porém no cenário vivido e apreciado hoje no
Brasil, é notado uma discrepância na política de saúde implantada, onde se observa a
abstinência do idoso em relação à imunização, principalmente no que se refere à vacina
Influenza Sazonal. Os idosos associam o malefício à saúde pós-vacinação, com as reações
adversas que a vacina pode provocar.
A importância da vacina é inquestionável devido aos benefícios trazidos para a
saúde do idoso, promovendo prevenção e proteção principalmente nesta fase da vida. No
Brasil, o Ministério da Saúde (MS) anualmente disponibiliza a vacina contra o vírus da
influenza, com o intuito de minimizar os agravos provocados por esse vírus mutante. A
vacinação contra influenza é a intervenção mais importante na redução do impacto da
influenza e é um componente chave da preparação e resposta da OMS para controlar a
circulação de amostras de vírus influenza sazonal. A constante mudança dos vírus influenza
requer um monitoramento global e frequente reformulação da vacina contra influenza. Ainda
assim muitos idosos deixam de ser vacinados pelos mais diferentes motivos, os quais
abrangem, desde o nível cultural, econômico e causas relacionadas a crenças, superstições,
mitos e credos religiosos, bem como os eventos adversos pós-vacinação (BISETTO;
CUBAS; MALUCELLI, 2010).
O trabalho abordará a resistência do idoso a vacinação contra a nfluenza Sazonal.
2 PROBLEMÁTICA
A Política de Atenção a Saúde do Idoso foi uma das primeiras a ser implantada junto
ao Serviço Público de Saúde, respeitando os princípios doutrinários do Sistema Único de
Saúde, Lei 8.080/90 e Lei 8.142 da Constituição Federal. Dentro desse meio de cuidado a
saúde do idoso foi implantado medidas de melhoria para a qualidade de vida no que tange a
prevenção, promoção e recuperação da saúde. Analisando os fatores pré- determinantes de
agravos a saúde da pessoa idosa foi evidenciado o surgimento de problemas respiratórios
graves, onde apontavam como os desencadeadores da redução de vida. Isso fez surgir
várias indagações quanto a implementação de um cuidado pautado na prevenção a
qualidade de vida, com isso surgiu a necessidade de se aplicar uma nova diretriz dentro da
política de atenção à saúde do idoso, no caso o programa de imunização.
Esse programa de imunização visava a diminuição de complicações atribuídas a
incidências de doenças virais e respiratórias no idoso. A implantação do imunobiológico do
tipo Influenza Sazonal tinha como principal motivo imunizar o idoso contra os tipos de vírus
gripais mais prevalentes dentro da sociedade. Contudo, o idoso apresentou resistência junto
a essa imunização, referindo agravos de saúde após a administração do imunobiológico.
O presente trabalho tem como problemática a verificação dos fatores
desencadeantes para a resistência do idoso à vacinação contra Influenza Sazonal e quais
as intervenções realizadas pela Estratégia Saúde da Família para o convencimento da
importância da imunização com esta vacina para esta população
3 JUSTIFICATIVA
O presente trabalho justifica-se pelo desejo do pesquisador-associado sobre o tema
abordado, o qual surgiu mediante a observação quanto à questão de imunização à pessoa
idosa, e sua crescente recusa. Logo surgiu a necessidade de conhecer as justificativas do
idoso para a não vacinação contra influenza.. Mesmo a Unidade Básica de Saúde (UBS)
sendo uma equipe de referência e com altos indicadores na qualidade do atendimento,
anualmente verifica-se um declive na imunização ao idoso com a vacina Influenza
Sazonal,deixando sempre a Estratégia Saúde da Família com cobertura vacinal abaixo do
esperado pelo programa de imunização e indicadores exigidos pelo MS. Isso faz suscitar
várias indagações sobre a problemática, pois mesmo a equipe se articulando para realizar
vacinação nos grupos prioritários, os números permanecem os mesmos ou sofrem declives
anualmente.
Diante do explanado, firma-se a relevância da pesquisa, pois a sua conclusão trará
respostas para indagações preestabelecidas, desmistificando viés e discrepâncias criadas
precocemente a respeito do tema. Este trabalho também servirá como fonte de leitura para a
população fortalezense e demais regiões, também, servirá de fonte documental para a
gestão. O discurso e sua escrita formal apresentado neste estudo será um divisor de
opiniões, estimulando assim para nossas pesquisas dentro da área escolhida. Assim sendo,
consegue-se mostrar o quão grande e importante a conclusão e a apresentação deste
trabalho
4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
- Elaborar um plano de ações educativas para reduzir a resistência do idoso quanto à
imunização contra a vacina Influenza Sazonal na UBS Paulo Marcelo, Fortaleza, Ceará.
4.2 Objetivos Específicos
- Conhecer o perfil socioeconômico da população idosa da UBS Paulo Marcelo;
- Orientar os idosos e familiares pertencentes à unidade de saúde sobre a importância da
imunização com a vacina Influenza;
- Propor criação de sala de espera no período vacinal para intensificar a importância da
vacina.
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5.1 Idoso e o processo de envelhecimento
A OMS (2002), a Política Nacional do Idoso (PNI), Lei nº8. 842, de 4 de janeiro de
1994, e o Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, classifica a pessoa
Idosa um indivíduo com idade cronológica de 60 anos ou mais de vida. É importante
entender que há os anos vividos não é um marcador preciso para as mudanças que
acompanham o envelhecimento, existem diferenças significativas relacionadas ao estado de
saúde, participação e níveis de independência entre pessoas que possuem a mesma idade
(BRASIL, 2008).
Envelhecer é um processo natural que caracteriza uma fase da vida do homem e dá-
se por mudanças físicas, psicológicas e sociais que acometem de forma particular cada
indivíduo, levando em consideração as condições biológicas, que estão relacionadas com a
idade cronológica, traduzindo-se por um declínio dos fatores biológico do organismo,
tornando-se mais acelerado quanto maior a idade; as condições sociais variam de acordo
com o momento histórico e cultural; as condições econômicas são marcadas pela
aposentadoria; a intelectual quando suas faculdades cognitivas começam a falhar,
apresentando problemas de memória, atenção, orientação e concentração; e a funcional
quando há perda da independência e autonomia, precisando de ajuda para desempenhar
suas atividades básicas do cotidiano (LIPOSCKI, 2007).
A velhice faz parte do ciclo natural da vida humana, onde nasce, cresce, amadurece,
envelhece e morre, e as transformações que a caracterizam originam-se no próprio
organismo e ocorrem gradualmente de forma individualizada e heterogênea. O envelhecer
biológico pode ser descrito através da enumeração de uma série de insuficiências, perdas e
limitações, essas são inexorável na velhice (RAMOS et al, 2005).
A qualidade de vida e o envelhecimento saudável requerem uma compreensão mais
abrangente e adequada de um conjunto de fatores que compõem a rotina diária do idoso,
tornando estes umas questões sociais. Neste aspecto destacaram a aposentadoria,
mudança de papéis, crise de identidade, perdas diversas e diminuição dos contatos sociais.
Diante da visão que a velhice passa a ocupar um lugar marginalizado na existência humana,
na medida em que a individualidade já teria os seus potenciais evolutivos e perderia então o
seu valor social. É entendido que, desse modo, a velhice perderia o seu valor simbólico
(TELAROLLI JUNIOR; MACHADO; CARVALHO, 2009).
O processo de envelhecimento implica na diminuição gradativa da possibilidade de
sobrevivência, acompanhada por alterações regulares na aparência, no comportamento, na
experiência e nos papéis sociais. Então tudo isso passa a ser entendido como parte
integrante e fundamental no curso de vida de cada indivíduo. É nessa fase que emergem
experiências e características próprias e peculiares, resultantes da trajetória de vida, na qual
umas têm maior dimensão e complexidade que outras, integrando assim a formação do
indivíduo idoso (KALACHE et al, 2009).
Quando essas alterações são próprias do envelhecimento normal, estamos diante
do processo de senescência ou senectude. Quando as modificações são consequências de
morbidades que mais comumente atingem os idosos, falamos em senilidade. Esses dois
conceitos, porém, são demasiadamente próximos e muito difíceis de serem separados. Não
há um limite preciso entre os dois estados e há, com frequência, momentos de transição ou
de somatório de efeitos de ambos os processos que podem acelerar as perdas funcionais
(DIOGO, 2010).
A senescência acompanha os indivíduos em 2/3 de sua existência, esse fenômeno
ocorre no organismo humano como um todo e começam a se mostrar evidentes em torno
dos 40 anos de idade. Os órgãos e os sistemas declinam progressivamente, havendo uma
redução em sua reserva funcional, sem comprometer a capacidade funcional dos órgãos
para as atividades cotidianas. Em suma, a senescência é o envelhecimento natural do
indivíduo, normalmente, esta não se caracteriza como uma insuficiência biológica
(CARVALHO; TELAROLLI JUNIOR; MACHADO, 2008).
Vale salientar que não há um padrão de envelhecimento, várias são as formas de
envelhecer e esse processo não pressupõe que todo idoso seja dependente, ao contrário,
alguns deles dispõe de total autonomia sobre sua vida e podem fazer suas próprias
escolhas. Delineia-se como um novo paradigma de velhice o indicador de comprometimento
da capacidade funcional do indivíduo e não a presença ou ausência de doença (VILAR et al,
2013).
As mudanças físicas nesse ciclo da vida é um processo sequencial, individual,
acumulativo e degenerativo. Tais alterações afetam todo o organismo do indivíduo (muscular,
ósseo, nervoso, endógeno, endócrino, circulatório, cardíaco, pulmonar, excretas, linfáticos,
dentre outros) estas ocasionam um declínio significativo para o funcionamento do
metabolismo, causando, enrugamento, perda do tônus, crescimento do nariz e orelhas,
concomitante a um ligeiro crescimento de pelos nestas regiões, deformidade na coluna
vertebral, o que incide no encurvamento postural. Pode ser observada em sua grande
maioria uma deficiência na acuidade visual e auditiva deste idoso (LIPOSCKI, 2007).
Destacam, além das mudanças físicas, as sociais, essas evidenciadas pela
diminuição ou perda total do seu papel social e de sua autoestima. Um dos maiores
agravantes para o desencadeamento da velhice é os sentimentos destrutivos, percebido
através de conflitos familiares sobre sua insegurança, quando este tentar provar para si e
sociedade que é útil, desencadeando a perda de ideias e falta de sincronia com o seu
tempo, isso leva- o a ter um desinteresse por atividades rotineiras (REIS, 2010).
Em suma, as alterações biopsicossociais do envelhecimento, afeta diretamente na
definição de envelhecer, visto que há uma variação considerável entre os indivíduos.
Conclui- se o envelhecer satisfatório não é atributo do indivíduo biológico, psicológico ou
social, mas resulta da qualidade da interação entre pessoas em mudanças (VILAR et al,
2013).
5.2 Limitações fisiológicas do idoso
O estudo sobre como se acontece o envelhecimento constitui um desafio para os
mais diferentes campos do conhecimento e ainda se faz necessário grandes avanços para
que se consiga entender o fenômeno em sua complexidade (COELHO FILHO; RAMOS,
2009).
Nos últimos anos a sociedade tem buscado resposta para o envelhecimento quanto
a perspectiva do desenvolvimento humano biológico e psicológico; nas questões
socioeconômicas; abordagem cultural, trazendo a percepções dos mesmos e dos outros a
seu respeito (SALVADOR, 2009).
A velhice não pode ser entendida ou confundida com enfermidade, esta constitui
fator muito importante para se gozar de uma saúde integral, visto que é nessa fase da vida
que pode ser apreciada as grandezas conquistadas ao longo de sua vivencia, uma
valorização da vida (COELHO FILHO; RAMOS, 2009).
É certo que as mudanças naturais pelas quais passamos ao longo da vida, onde o
indivíduo já não possui atributos como capacidade produtiva, memória, conceitos ideológicos
criados por eles mesmos; importante se faz considerar que o processo do envelhecimento
se dá de maneira contínua e é justamente essas, que impedem as pessoas de não
perceberem que estão envelhecendo (SILVA, 2005).
As mudanças fisiológicas acometidas ao idoso, não podem ser confundidas com
alterações patológicas, as quais são causadas pelas diferentes doenças ou por seus
tratamentos. No entanto, vale ressaltar que as mesmas, diferente das mudanças fisiológicas
comuns a todos em idade avançada não é regra, não atinge necessariamente a todos os
idosos (FREITAS, 2006).
Segundo Vilar et al (2013) a teoria do envelhecimento, traz que as mudanças que
ocorrem a partir da concepção até a morte estão programadas em nossas células e
começam a envelhecer desde o momento da concepção. Os estudos mais amplos
defendem que o DNA de cada uma de nossas células fornece o mapa do que acontece não
só a partir da fertilização do óvulo até a maturação sexual, mas também do início da idade
adulta e durante todo o processo de envelhecimento.
Algumas alterações foram observadas e descritas como comuns durante o
envelhecimento como, reduções na altura (cerca de 1cm por década); alterações na coluna
vertebral e em membros inferiores; tendência à redução de peso; perda de água no meio
intracelular; aumento de tecido adiposo, depositado em lugares como ao redor dos rins e do
coração, diminuindo a densidade corpórea; redução da massa celular, com diminuição de
peso e volume de órgãos; perda de massa óssea; baixa concentração de vitamina D;
alterações do tecido ósseo e cartilagem articular. Além de alterações importantes nos
músculos esqueléticos (CIOSAK, 2011).
Brasil (2010) defende que as alterações orgânicas supracitadas podem estar
associadas às alterações funcionais dos sistemas cardiovascular, respiratório,
gastrointestinal, geniturinário, endócrino, imunológico e do sistema nervoso central. O
sistema nervoso central possui papel fundamental para homeostase e com o processo de
envelhecimento apresenta regressão para desempenhar a liberação de neurotransmissores
sinápticos; diminuição da velocidade de condução nervosa; alterações de receptores
cutâneos, reduzindo a percepção da temperatura do ambiente e a sensibilidade tátil; perda
de memória; labilidade emocional; alterações centrais na marcha e postura, além de redução
das funções visual, auditiva, olfativa e gustativa.
Quanto ao sistema cardiovascular é frequente acontecer à dilatação aórtica e a
hipertrofia e dilatação do ventrículo esquerdo do coração, associados a um ligeiro aumento
da pressão arterial. Na parte fisiológica, as alterações, na maioria das vezes, podem ser
observadas pela bradicardia, capacidade ventilatória diminuída, perfusão sanguínea
comprometida, lentidão para digestão e assimilação de alimentos, como também diminuição
da libido sexual (PITANGA, 2010).
Segundo Radovanovic et al (2011) devido às influências multifatoriais do
envelhecimento ocorre no idoso, alterações nos reflexos de proteção e no controle do
equilíbrio, prejudicando- se assim a mobilidade corporal, nessa fase o organismo sofre uma
aceleração do espiral descendente, a qual implica em suscetibilidades diante dos problemas
da mobilidade. Assim, pode- se inferir que os aspectos ligados à mobilidade estão
diretamente voltados à saúde das estruturas ósseas, as quais apresentam comprometimento
estrutural.
Na concepção de Diogo (2010) é em razão aos processos dinâmico e progressivo da
velhice que acontece alterações e desgastes em diversos sistemas como: modificações
morfológicas, biológicas e imunológicas. Em resposta a estas, o indivíduo sofre uma
heterogeneidade influenciado por diversos fatores, ocasionando maior vulnerabilidade, e
maior incidência de processos patológicos. Portanto, nesta fase da vida acontece uma maior
redução da capacidade de adaptação homeostática de um organismo a diferentes
sobrecargas funcionais, deixando o idoso mais vulnerável a acometimentos do meio externo
e interno.
Entende-se que o processo de envelhecer ocorre associado às mudanças nos
sistemas orgânicos, transformando o idoso biologicamente diferente de um adulto jovem.
Com isso pode ser constatado que os fatores extrínsecos são passíveis de modificação,
logo, determinam a evolução do processo de envelhecimento. Sendo assim, torna-se
importante a intervenção sobre tais fatores, como as ações de promoção de saúde,
campanhas de imunização de doenças infecciosas e promoção de atividades específicas
para esse segmento etário, visando mais qualidade de vida e um envelhecimento saudável
(TEIXEIRA; LEFREVE, 2008).
Devido às alterações fisiológicas consequentes da idade aumentou- se os riscos de
adoecimento, em especial no trato respiratório. Destacam-se aquelas referentes ao sistema
imunológico do idoso, à sua suscetibilidade e vulnerabilidade às infecções. Nos registros e
segundo dados do MS, nos últimos 20 anos só tem crescido o número de idosos internados
por infecções respiratórias, dentre estas patologias, aparecem à influenza e a pneumonia,
estas estão entre as principais causas de morbimortalidade dos idosos (ALVES; LEITE;
MACHADO, 2008).
Portanto, fez necessário buscar os determinantes das condições de saúde e de vida
dos idosos, aprofundar - se no conhecimento as necessidades da velhice e o processo do
envelhecimento. É imprescindível a apreciação sobre a alta demanda de complicações
decorrente das infecções que acomete o trato respiratório superior e inferior do idoso. Para
essas infecções, a vacinação contra influenza surgiu como uma estratégia preventiva para a
redução da morbimortalidade por doenças respiratórias entre os idosos (REIS, 2010).
5.3 Importância da vacina influenza e o papel dos profissionais de saúde sobre o
imunobiológico
À medida que a população envelhece, observa-se um aumento da vulnerabilidade
do indivíduo em decorrência do rebaixamento da imunidade do organismo, tornando-o
susceptível a contração de diversas doenças. Entre essas, destaca-se o vírus influenza, que
traz sérias complicações ao idoso (RAMOS et al, 2005).
O Vírus influenza (gripe) é uma doença infecciosa viral, contagiosa, que está
diretamente relacionada ao comprometimento do trato respiratório. Quando manifestada em
um indivíduo com potencialmente imuno resistente, torna-se uma patologia de pouca
relevância. Porém, em grupos vulneráveis, apresenta uma elevada morbimortalidade, isto se
dar pela rápida disseminação do vírus no organismo humano (GONÇALVES, 2006).
Como medida de prevenção, o MS em 1999 em comemoração ao ano internacional
do idoso, instituiu ao calendário básico de imunização, a vacina para o combate do vírus
influenza, fazendo como público alvo pessoas com idade igual ou superior a 65 anos. Porém
no ano de 2000, o Ministério da Saúde decidiu investir na mobilização e ampliação da
população a ser imunizada, a oferta do imunobiológico passara a ser destinada a idosos
acima de 60 anos, para que esses também viessem a desfrutarem dos benefícios das
vacinações, consequentemente da Política Nacional de Atenção à Saúde do idoso que
passou a ser reconhecida e aprovada anos mais tarde através da Portaria Nº2.528 DE 19
DE OUTUBRO DE 2006 (SILVA, 2007).
Segundo KALACHE et al (2009) o MS traça o imunobiológico influenza, como a
principal estratégia na redução de morbimortalidade por doenças respiratórias no idoso. O
alvo da vacinação é o idoso, justo por representar a faixa etária em que há maior índice de
internações e óbitos decorrentes de complicações advindas da gripe. Apesar da mobilização
e incentivo do poder público na campanha contra a influenza, é comum observar a
resistência do idoso em relação à vacina, alegando diversos motivos, dentre a listagem, os
efeitos colaterais e a discrepância sobre a eficácia do imunobiológico.
Os idosos associam o malefício à saúde pós-vacinação, com as reações adversas
que a vacina pode provocar. Já utilizada há mais de 14 anos é considerada uma vacina
bastante segura. Os eventos adversos que podem ocorrer com maior frequência são
eventos locais de curta duração e sem maior repercussão. Eventos sistêmicos como febre,
dores pelo corpo podem ocorrer e são autolimitados. Uma atenção maior deve ser dada a
indivíduos com antecedentes alérgicos e aqueles que tiverem alguma reação alérgica.
Em resumo, é comprovada a eficiência da vacina contra a gripe influenza,
principalmente quando administrada em pessoas acima de 60 anos de idade, pois promove
uma preparação do organismo contra este vírus, aumentando a eficiência do sistema
imunológico, prevenindo complicações que muitas vezes levam pessoas idosas a óbito
(COELHO FILHO; RAMOS, 2009).
O idoso tem merecido atenção especial, pois o processo de envelhecer saudável
implica cuidados de promoção, prevenção, educação, intervenção. Requer envolvimento e
qualificação dos profissionais da atenção básica, com abordagem multiprofissional e
interdisciplinar (MION JUNIOR, 2009).
A equipe multiprofissional tem papel fundamental na assistência à saúde do idoso
através do cuidado continuado. Neste contexto, tem se desenvolvido técnicas e
argumentações no sentido de buscar novas perspectivas no cuidado para com as
informações frente a discrepâncias sofre a vacina influenza (RADOVANOVIC et al, 2011).
A concretização sobre o imunobiológico sustenta-se na concepção de um trabalho
dirigido com intuito de estimular a qualificação da escuta dos profissionais, afim de,
promover ao idoso o conhecimento como potencialidade para as reações adversas que a
vacina eventualmente pode causar, é um dos maiores motivos a não aceitação da vacina,
bem como a não real diferenciação entre uma contaminação pelo vírus da influenza em
relação a um simples resfriado (PITANGA, 2010).
5.4 Resgate e intervenção profissional junto ao idoso no ato de imunização
Diante do mostrado pelos estudos e as vivências trabalhista no cotidiano pode-se
supor que para o idoso tenha uma boa aceitação no ato de imunização se faz necessário
aplicar uma estratégia de convencimento pautado na seguridade e confiança entre o locutor
e o ouvinte. Por isso é papel da Estratégia Saúde da Família buscar para chegar a um
parecer favorável quanto à saúde do idoso. É sabido das limitações do idoso no que se
referem os imubiológicos, assim como as coberturas vacinais esperadas pelo MS muitas
vezes abaixo do esperado. Portanto precisa-se uma abordagem multiprofissional para
mudança dessa realidade.
6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente estudo trata de um plano de intervenção de ações educativas de saúde
no intuito de reduzir a resistência do idoso quanto à imunização com a vacina Influenza
Sazonal. Foram executadas três etapas: diagnostico situacional, revisão de literatura e
elaboração do plano de ação.
Primeiramente, foi realizado o diagnóstico situacional da Equipe Saúde da Família,
na base de dados de internet do IBGE, com foco nos dados municipais.
Para a segunda etapa, foi realizado busca na literatura foram utilizados as palavras-chaves:
Atenção a Saúde do Idoso. Vírus da Influenza. Imunização.
Foram analisadas as publicações dos últimos 10 anos, em português, obtidas
através da busca no portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), na base de dados do
Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS),
Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), ma biblioteca virtual Scientific
Eletronic Library Online (SCIELO).
A utilização da metodologia do Planejamento Estratégico em Saúde foi adequada a
uma Proposta de Intervenção (CAMPOS, F.C.C; FARIA, H.P.; SANTOS, M.A. 2010).
As unidades fundamentais consideradas para elaboração da proposta de
intervenções são: Definição do problema; Priorização do problema; Descrição do problema;
Seleção dos nos críticos; Desenho das operações; Identificação dos recursos críticos de
uma operação; Análise de viabilidade do plano.
Diante das explanações o parecer adotado pela Unidade de Saúde Paulo Marcelo,
localizado em Fortaleza, Ceará, firma-se na prestação de um cuidado continuado visando à
promoção, prevenção e recuperação da Saúde do Idoso. Para que isso venha acontecer à
equipe profissional cadastrada nessa Estratégia Saúde da Família reunirá em apoio a essa
meta e criará um grupo voltado ao cuidado do idoso.
Esse grupo terá uma formação multiprofissional com público alvo de pessoas com
idade igual ou superior a 60 anos. Uma vez ao mês a equipe formada por Médico,
Enfermeiro, Dentista, Psicólogo, Técnico em Enfermagem, Agente Comunitário de Saúde
reunirá com os idosos cadastrados e acompanhados pela referida equipe. Durante esse
encontra terá discussão de diferentes temas abordando sobre as fases da vida e suas
limitações fisiológicas, doenças crônicas, doenças emocionais, alimentação, higiene, dentre
outros. Essa medida favorecerá um contato mais aproximado, bem como um ganho de
confiança múltipla.
Essa formação fará parte do cronograma de atividade multidisciplinar da equipe.
Caberá ao Agente de Saúde cadastrar, acompanhar e encaminhar esses idosos para as
referidas reuniões. Já os demais profissionais participaram levando conhecimento técnico e
cientifico. Para cada momento usará meios de repasse audiovisual com participação ativa
dos participantes na troca de informação e experiência de vida. Passará ainda todo o ano
trazendo um tema com relevância para desmistificar os tabus previamente estabelecidos.
Naquilo que se referir à vacinação caberá o profissional médico recomendar em
prescrição a imunização, essa atitude terá destaque e maior confiabilidade por parte dos
idosos. Os demais programas e políticas lançadas pelo Ministério da Saúde sofrerão as
mesmas medidas da vacinação. Acredita-se que tal medida irá melhorar os indicadores de
recusa e aumentará consequentemente o número de idoso imunizado.
7 PLANO DE INTERVENÇÃO
Para elaboração desta proposta de intervenção refere-se ao problema priorizado
sobre “a resistência dos idosos na imunização com a vacina influenza sazonal da UAPS
Paulo Marcelo em Fortaleza-Ce”, para qual se registra uma identificação do problema,
priorização do problema, descrição do problema, explicação do problema, identificação dos
nos críticos e desenho das operações.
7.1 Identificações dos problemas
Após realização e análise do diagnóstico Situacional de saúde realizado em nossa
UBS, foram identificados os principais problemas de saúde da comunidade por meio das
falas dos usuários, leitura dos prontuários e conhecimento da área de abrangência. Assim,
foram apontados problemas fundamentais:
Pneumonia na Terceira Idade;
Abuso de Álcool e outras drogas;
Moradores em situação de rua;
Alta incidência de Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Pouca conscientização sobre a importância da vacina contra influenza
7.2 Priorizações de problemas
Os problemas identificados na etapa anterior foram relacionados e descritos no
quadro abaixo para estabelecer a prioridade de solução.
Quadro 2 - Classificação de prioridade para os problemas identificados na Unidade
Básica de Saúde da Paulo Marcelo, Fortaleza, Ceará, 2018.
Problemas Importância Urgência
0 a 5 pts
Capacidade de
enfrentamento
Seleção
Idosos em situação de RuaAlta 5 pts Parcial 1
Uso de Álcool e outras
drogas
Alta 5 pts Parcial 3
Gestação na AdolescênciaAlta 5 pts Parcial 4
Pneumonia na Terceira
Idade
Média 4 pts Parcial 5
Pouca conscientização
sobre a importância da
vacina contra influenza
Alta 5 pts Parcial 2
Fonte: Autoria própria (2018)
7.3 Descrição do problema
O aumento significativo de idoso em situação de abandono e vulnerabilidade social
com extensão a morador de rua veicula um agravo à saúde do idoso, expondo-o a perigo
constante, desde questões que envolvem o quadro saúde-doença como as agressões
físicas e morais. Não se tem uma estimativa precisa de quantos idosos temos nessa
condição.
7.4 Explicação do problema
A alta incidência de idoso em situação de vulnerabilidade social e moradores de rua
ocorrem devido à má distribuição de renda e o abandono por parte de familiares. Sobre
alguns relatos foi possível verificar que tal fato se instaurou devido o consumo excessivo de
álcool e a perda de vinculo familiar. Outro problema importante identificado na unidade de
saúde e a baixa adesão dos idosos a vacina contra influenza.
7.5 Explicações dos nós críticos
Foram considerados como “nós críticos” os idosos em situação de vulnerabilidade
social e moradores de rua e baixa adesão dos idosos a vacina contra influenza.
7.6 Desenhos das operações
As ações para enfrentamentos dos problemas selecionados desenharam-se
como visualiza no quadro abaixo:
Quadro 3: Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema do Idosos em
Vulnerabilidade Social e Morador de rua assistido pela Equipe Saúde da Família
Paulo Marcelo, em Fortaleza-Ceara.
Nó Crítico 1 Idosos em Vulnerabilidade Social e Morador de rua
Operação Mobilizar a sociedade e órgãos governamentais e
civis para criação de um programa voltado a
reinserir o idoso em situação vulnerável e morador
de rua na sociedade.
Projeto Resgatando com Saúde e afeto
Resultados esperados Retirar o idoso da linha da vulnerabilidade social e
resgatar da situação de morador de rua.
Produtos esperado Criação de grupo de Idoso com encontros
quinzenais, junto com os órgãos vinculados. Bem
como educação permanente.
Atores sociais Secretária de Saúde; NASF; CRAS; Órgãos
governamentais e civis.
Recursos necessários Estrutural: profissional para acompanhar o grupooperativo;Cognitivo: Informação sobre o tema;Político: Mobilização social; articulação intersetorial
Recursos Estrutural: Espaço para o desenvolvimento deatividades;Financeiro: Adquirir recursos para desenvolvimentode ações por meio de recursos audiovisuais,folhetos educativos, etc.
Controle dos recursos/ viabilidade Ator que controla: Secretaria Municipal de saúde eCoordenação de Atenção BásicaMotivação: favorável
Ações Estratégia de sensibilização aos idosos pela ESF
Responsáveis pelo acompanhamento
das ações
Equipe de Saúde Paulo Marcelo, Fortaleza-Ce.
Gestão, acompanhamento e avaliação Cada etapa devera ser desenvolvida e avaliadapela equipe de saúde, sendo articulado com osórgãos.
Fonte: autoria própria, 2018.
Quadro 4: Operações sobre o “no crítico 2” relacionado ao problema baixa adesao
dos idosos a vacina contra influenza pela Equipe Saúde da Família Paulo Marcelo, em
Fortaleza-Ceara.
Nó Crítico 2 Baixa adesão dos idosos a vacina contra
influenza
Operação Mobilizar a sociedade e o público Idoso para
conhecer a Influenza Sazonal e seus
benefícios
Projeto Vacinando com Respeito
Resultados esperados Aumento dos indicadores vacinais e
diminuição das complicações respiratórias e
hospitalização de idosos
Produtos esperados Aumentar a procura dos idosos para
imunização
Atores sociais ESF; NASF; Secretaria de Saúde.
Recursos necessários Estrutural: profissional para acompanhar ogrupo operativo;Cognitivo: Informação sobre o tema;Político: Mobilização social; articulaçãointersetorial.
Recursos Estrutural: Espaço para o desenvolvimentode atividadesFinanceiro: Adquirir recursos paradesenvolvimento de ações por meio derecursos audiovisuais, folhetos educativos,etc.
Controle dos recursos/ viabilidade Ator que controla: Secretaria Municipal desaúde e Coordenação de Atenção BásicaMotivação: favorável
Ações Implantação de Sala de Espera Semanal,sendo intensificadas nos meses de Março,Abril e Maio;Criação do Grupo de Idosos.
Responsáveis pelo acompanhamento das
ações
Enfermeiro Assistencialista;Médico Assistencialista;ACS e Téc. Enfermagem.
Gestão, acompanhamento e avaliação. Cada etapa devera ser desenvolvida eavaliada pela equipe de saúde, sendoarticulado com os órgãos.
Fonte: autoria própria
8 CRONOGRAMA
Quadro 5 - Cronograma
ATIVIDADESFEV 2018
MAR ABR MAIO JUN JUL AGO
Delimitação do Tema
Revisão da Literatura
Elaboração do Projeto
Entrega do Projeto àcoordenação doCurso
Apresentação doProjeto
Encaminhamento doprojeto ao Comitê deética em pesquisa daInstituição de Ensino
Análise e discussãodos dados
Revisão do TCC
Apresentação do TCC
9 ORÇAMENTO
Quadro 6 – Orçamento
Ítens a serem financiados Quantidade Valor unitário R$ Valor total R$
Especificações
1-Material permanente
MP4 1 60 60
2-Material de consumo
Combustível 80l 4,8 384
Papel (resma) 3 15 45
Cartucho de impressão 3 25 75
CD-ROM 4 1 4
Caneta 1 1 1
3-Serviços de terceiros
Cópias xerográficas 50 0,15 7,5
Encardenação simples 2 4 8
Encardenação de capa dura 2 45 90
Correção morfossintática do trabalho (fl.)
30 2 60
Impressões 50 0,4 20
TOTAL R$ 754,5
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa permitiu uma análise acerca da imunização com a vacina influenza
sazonal no idoso. Análise esta possibilitada através do viés da percepção dos idosos acerca
das particularidades lançada sobre o imunobiológico em todas as suas vertentes. No
alcance dos objetivos propostos pela pesquisa obteve-se na avaliação da resistência dos
idosos a vacina influenza sazonal em um município do Ceará em relação os conflitos
pertinentes à vacinação.
A produção científica brasileira sobre Influenza A (H1N1) ainda é inexpressiva,
inclusive no que tange à imunização contra a infecção pelo vírus e aos fatores associados à
aceitação da vacina. O conhecimento de tais aspectos pode fundamentar estratégias de
intervenção específicas e eficazes para os diferentes grupos populacionais. Dados esse
semelhante ao estudo realizado.
Acredita-se que as informações que serão adquiridas neste plano de intervenção
possam ser empregadas na fundamentação de estratégias de controle e prevenção da
infecção pelo subtipo viral junto à população idosa, extensíveis, inclusive, a outros agravos
imunopreveníveis, especialmente diante de possíveis pandemias futuras. Encoraja-se a
replicação do estudo em outros cenários de investigação. Sugere-se ainda o
desenvolvimento de novas pesquisas que abordem os fatores associados à adesão de
idosos à vacina Influenza aos demais subtipos, que compõe atualmente o calendário
nacional de vacinação para pessoas nessa faixa etária.
Espera-se com esse trabalho elevarmos a reflexão a favor da imunização influenza
sazonal aos idosos. Que a percepção deste público alvo venha a contribuir e redimensionar
para nossas práticas em saúde no momento do cuidado integral, ratificando para novos
horizontes ao verdadeiro sentido do cuidar humanizado através da política imunização.
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