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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS HÉLIDA CORDEIRO PENNAFORT SANTOS POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NO ÂMBITO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ: O PLANO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL MACAPÁ 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS

HÉLIDA CORDEIRO PENNAFORT SANTOS

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NO ÂMBITO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ: O PLANO DE LOGÍSTICA

SUSTENTÁVEL

MACAPÁ 2016

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HÉLIDA CORDEIRO PENNAFORT SANTOS

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NO ÂMBITO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ: O PLANO DE LOGÍSTICA

SUSTENTÁVEL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Bacharelado em Ciências Ambientais da Universidade Federal do Amapá, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Ambientais.

Orientador: Dr. Marco Antônio Chagas

MACAPÁ 2016

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HÉLIDA CORDEIRO PENNAFORT SANTOS

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NO ÂMBITO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ: O PLANO DE LOGÍSTICA

SUSTENTÁVEL

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à banca examinadora do Curso de Bacharelado

em Ciências Ambientais da Universidade Federal do Amapá, como parte dos requisitos

necessários para obtenção do Título de Bacharel em Ciências Ambientais.

Aprovado em: 21/09/2016

______________________________________________

Prof. Dr. Marco Antônio Chagas (Universidade Federal do Amapá-UNIFAP)

Presidente/Orientador

______________________________________________

Prof. Dr. Marcelo José de Oliveira (Universidade Federal do Amapá-UNIFAP)

Membro Titular

______________________________________________

Profª. Msc. Alzira Marques Oliveira (Universidade Federal do Amapá-UNIFAP)

Membro Titular

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RESUMO

O objetivo da pesquisa foi analisar a Política de Responsabilidade Socioambiental no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá através do seu Plano de Logística Sustentável para o período de 2015-2020. A metodologia constou de pesquisas em fontes secundárias: livros, sítios eletrônicos, artigos científicos; e em fontes primárias, através de entrevistas do tipo padronizada ou estruturada com os responsáveis pelos Planos de Ação. Há um ano em vigor o Plano de Logística Sustentável encerrou 2016 com um total de dez Planos de Ação, dos quais, seis estão em andamento, dois com ações paradas, um deles com a meta atingida e um sem informações publicadas. Com um custo orçado em R$5.790.233,34 (cinco milhões, setecentos e noventa mil, duzentos e trinta e três Reais e trinta e quatro centavos) contra uma economia prevista em R$672.849,60 (seiscentos e setenta e dois mil, oitocentos e quarenta e nove Reais e sessenta centavos) o Plano de Logística carece de sensibilização e comprometimento das partes envolvidas para que o Poder Judiciário do Amapá possa cumprir sua missão de maneira sustentável. Palavras-chave: Planejamento. Plano de Logística Sustentável. Responsabilidade Socioambiental.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Planos de Ação e metas do Plano de Logística Sustentável do Tribunal de Justiça

do Estado do Amapá para o período 2015-2020 .................................................................. 28

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS A3P Agenda Ambiental na Administração Pública

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CF/88 Constituição da República Federativa do Brasil (1988)

CNJ Conselho Nacional de Justiça

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

GRI Global Reporting Initiative

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

GP Gabinete da Presidência

ICMBIO Instituto Chico Mendes de Biodiversidade

ISO International Standards Organization

NBR Norma Brasileira

MMA Ministério do Meio Ambiente

ONG Organização Não Governamental

ONU Organização das Nações Unidas

ONS Operador Nacional do Sistema

PA Plano de Ação

PIB Produto Interno Bruto

PJ Poder Judiciário

PJe Processo Judicial Eletrônico

PLS Plano de Logística Sustentável

PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

PRSA Política de Responsabilidade Socioambiental

RSA Responsabilidade Socioambiental

STIC Solução de Tecnologia de Informação e Comunicação

TI Tecnologia da Informação

TJAP Tribunal de Justiça do Estado do Amapá

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 9

2 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ............................................................. 11

2 1 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO......................... 14

2.2 AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (A3P) ........................... 15

2.3 RESOLUÇÃO Nº 201/2015 E O PLANO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL ............... 16

2.4 PLANOS DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL ................................................................ 18

3 PLANEJAMENTO E O PLANO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL ......................... 19

3.1 DEFINIÇÃO DE PLANEJAMENTO ............................................................................ 19

3.2 TIPOS DE PLANEJAMENTO ...................................................................................... 20

3.3 FASES DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .......................................................... 20

3.4 INDICADORES ............................................................................................................ 22

4 PLANO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

ESTADO DO AMAPÁ (PLS-TJAP) ................................................................................. 23

4.1 PLANO DE AÇÃO I: USO EFICIENTE DE PAPEL, COPOS DESCARTÁVEIS, ÁGUA

E IMPRESSÃO ................................................................................................................... 23

4.2 PLANO DE AÇÃO II: ENERGIA ELÉTRICA .............................................................. 24

4.3 PLANO DE AÇÃO III: ÁGUA E ESGOTO .................................................................. 24

4.4 PLANO DE AÇÃO IV: GESTÃO DE RESÍDUOS ........................................................ 25

4.5 PLANO DE AÇÃO V: QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DE TRABALHO ... 25

4.6 PLANO DE AÇÃO VI: SENSIBILIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO .................................. 26

4.7 PLANO DE AÇÃO VII: CONTRATAÇÕES SUSTENTÁVEIS.................................... 26

4.8 PLANO DE AÇÃO VIII: LAYOUT ................................................................................ 26

4.9 PLANO DE AÇÃO IX: DESLOCAMENTO DE PESSOAL .......................................... 27

4.10 PLANO DE AÇÃO X: PROJETOS SOCIAIS.............................................................. 27

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4.11 TABELA DOS PLANOS DE AÇÃO E METAS DO PLANO DE LOGÍSTICA

SUSTENTÁVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ (2015-2020) 28

5 METODOLOGIA ........................................................................................................... 30

5.1 ETAPAS DA PESQUISA .............................................................................................. 30

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 32

7 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 34

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 35

APÊNDICE A .................................................................................................................... 37

APÊNDICE B ..................................................................................................................... 38

APÊNDICE C .................................................................................................................... 39

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1 INTRODUÇÃO

O termo “sustentável” cada vez mais ocupa posição de adjetivo nas agendas, planos,

programas e projetos de empreendimento privado e nas esferas administrativas do governo.

A expressão ganhou corpo a partir da década de 1980, com a formação da Comissão

Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Organização das Nações Unidas

(ONU) que discutiu problemas ambientais no mundo. O “Desenvolvimento Sustentável” foi

proposto como alternativa para fazer frente às previsões catastróficas do Clube de Roma”.

A partir de então, questões como o crescimento populacional, necessidades básicas de

habitação, saúde e educação, consumo de energia, industrialização, modo de produção, entre

outras, entraram nas pautas de discussões em todo o mundo.

A pobreza, desperdício de recursos e ignorância ecológica,comprometem a capacidade

de suporte do planeta, ou seja, sua sustentabilidade (MILLER, 2007, p. 03).

A economia e o crescimento de um país dependem de recursos naturais. Segundo o

Ministério do Meio Ambiente (2015), 50% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro depende

da biodiversidade, o que demanda a adoção de novos padrões de sustentabilidade, bem como

a busca por novas formas de pensar o desenvolvimento.

A administração pública tem um importante papel na operacionalização da

sustentabilidade. Como grande consumidora de produtos e serviços, exerce influência nos

processos de compra e contratação. Mesmo assim, foi uma das últimas grandes áreas a

perceber a necessidade de reformulação de conceitos e da tomada de medidas vigorosas para

conter o desperdício, aumentar sua eficiência no uso de recursos naturais e diminuir seu

potencial poluidor (PINI, 2015).

Considerando a efetiva influência do Poder Público na atividade econômica nacional,

especialmente por meio das contratações e efetiva prestação de serviços ao público e a

importância de ações planejadas e continuadas ligadas à mobilização e sensibilização para

questões socioambientais no âmbito do Poder Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça

(CNJ) publicou a Resolução N º 201/2015 que dispõe sobre a criação e competências das

unidades ou núcleos socioambientais nos órgãos e conselhos do Poder Judiciário e

implantação do respectivo Plano de Logística Sustentável (PLS).

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Em atenção a essa Resolução, o Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (TJAP)

publicou seu Plano de Logística Sustentável (PLS), sob a marca TJAP-RESPONSÁVEL,

baseado no tripé: responsabilidade ambiental, desenvolvimento de projetos sociais e combate

ao desperdício de recursos públicos.

O presente trabalho tem como objetivo o analisar a Política de Responsabilidade

Socioambiental do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá, através de seu Plano de Logística

Sustentável, para o período 2015-2020. O plano tem uma estrutura clara e bem definida em

suas etapas? Quais desafios têm sido encontrados para sua execução? Sua efetividade

ocasionará vantagens financeiras para a instituição?

Parte-se da hipótese de que uma maior sensibilização das partes envolvidas se faz

necessário para o alcance das metas e eficácia do Plano de Logística da instituição.

Para testar a hipótese foi avaliado o PLS do TJAP a partir do levantamento

bibliográfico da primeira fase do trabalho e de entrevistas com os responsáveis pela sua

execução.

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2 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

A adoção de práticas, individual ou coletivamente, em benefício da sociedade e do

meio ambiente, melhorando a qualidade de vida das pessoas é o que se pode entender por

responsabilidade socioambiental (INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA

BIODIVERSIDADE, 2013).

Responsabilizar-se por alguém ou por algo, denota um compromisso, de caráter moral

ou jurídico, que deve ser levado a cabo e pelo qual se está passível a sanções.

A palavra responsabilidade tem origem no verbo do latim "Respondere". Significa

então que quando alguém diante uma ação ou omissão causa um dano, tem a obrigação de

responder, assumindo as consequências que este dano tenha causado, trazendo assim uma

ordem jurídica na sociedade (GAGLIANO, 2011).

Há uma unanimidade na literatura ambiental de que o lançamento do livro Primavera

Silenciosa, publicado em 1962, pela escritora americana Rachel Carson, seja o marco inicial

da conscientização social e política sobre as questões ambientais. Primavera Silenciosa

denunciou o desaparecimento dos pássaros nos campos dos Estados Unidos, provocado pela

utilização do pesticida DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano) na agricultura (LEMOS, 2013).

Primavera Silenciosa é referência global para o movimento ambiental e

consequentemente para o surgimento de políticas ambientais em todo o mundo. As

organizações não governamentais (ONGs) ambientalistas que começaram a surgir nessa época

e o aumento da sensibilização sobre tais problemas contribuíram para que as Nações Unidas

realizassem a Conferência sobre o Meio Ambiente Humano, entre 5 a 16 de junho de 1972,

em Estocolmo, na Suécia (LEMOS, 2013).

Ainda, segundo Lemos (2013), em 1971, durante o processo preparatório para a

Conferência de Estocolmo, o Clube de Roma (formado por cientistas de vários países)

publicou seu primeiro relatório Os limites do crescimento (The limits to growth), baseado em

um complexo modelo matemático mundial. Esse relatório demonstrava que, se perdurasse as

mesmas taxas de crescimento demográfico, de industrialização e de utilização de recursos

naturais, em meados do século XXI, ocorreriam inevitáveis efeitos catastróficos – fome,

escassez de recursos naturais, altos níveis de poluição – os quais culminariam com uma

incontrolável mortandade da população.

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Para evitar as previsões catastróficas do Clube de Roma, o relatório recomendava a

imediata adoção de uma política mundial de contenção do crescimento, de modo que a

população pudesse atingir um estado de equilíbrio o mais cedo possível. O estado de

equilíbrio global poderia ser planejado de forma que todas as pessoas tenham suas

necessidades básicas atendidas e que lhes fossem dadas oportunidades iguais, permitindo a

realização de seu potencial humano (LEMOS, 2013).

O modelo de desenvolvimento dos países industrializados foi posto em debate. Os

representantes desses diziam que as nações em desenvolvimento não deveriam seguir o

mesmo modelo, sob pena de contribuir severamente para poluição atmosférica e dos recursos

hídricos de seus países.

A reação dos países em desenvolvimento à proposta do “crescimento zero” foi

liderada pelo Brasil e pela Índia. Como resposta, a primeira-ministra da Índia, Indira Gandhi,

durante seu discurso, afirmou que “o pior tipo de poluição é a pobreza – a falta de condições

mínimas de alimentação, saneamento e educação”. Em virtude da reação dos países em

desenvolvimento, a proposta do crescimento zero não foi aprovada (LEMOS, 2013).

A década de 1970, mais precisamente a partir do ano de 1972, quando ocorreu a

Conferência de Estocolmo, fomentou subsídios jurídicos para uma maior proteção ambiental.

Os países que elaboraram suas constituições a partir desta década puderam assegurar tutela

eficaz para o meio ambiente, nos moldes que pudessem responder aos clamores universais

para com as questões ambientais (MILARÉ, 2011).

A partir de Estocolmo, a agenda ambiental aproximou-se da agenda social e o discurso

do desenvolvimento sustentável pautou as Conferências da ONU (ECO/92, Rio+10 e

Rio+20), incluindo novas categorias e instrumentos de gestão socioambiental aplicados a

administração pública e empresas.

No campo empresarial, a ISO 14.001 apresenta-se como o principal instrumento

voluntário de gestão ambiental, sinalizando ao mercado e a administração pública possíveis

interfaces proativas a quebra do paradigma desenvolvimento econômico versus preservação

ambiental.

Entre a família ISO, a recente NBR ISO 26000 (2010, p. 4), traz a responsabilidade

social entendida como a responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas

decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético

e transparente que: a) contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e bem

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estar da sociedade; b) leve em consideração as expectativas das partes interessadas; c) esteja

em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com as normas internacionais

de comportamento e; d) esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas

relações.

Por se tratar de uma iniciativa recente, Chagas (2013, p. 48) destaca que a ISO 26000

é um importante avanço para aproximar a gestão ambiental das questões de ordem social.

Entretanto, não se tem clareza como a norma será colocada em prática. Tal questão vem sendo

testada pela elaboração de rotinas empresarias que comunicam ações de responsabilidade

socioambiental.

As preocupações com as questões sociais e ambientais ocupam lugar de destaque na

contemporaneidade. Um olhar no cotidiano de muitas cidades brasileiras evidencia a ausência

ou queda na qualidade de vida de parcela expressiva da população. Esse fenômeno remete a

demandas e responsabilidades que envolvem toda a sociedade, o que inclui as organizações.

Para essas últimas, a disseminação do termo responsabilidade social tem marcado o peso de

suas ações, com o potencial de agravar ou atenuar problemas sociais e ambientais de algumas

comunidades (CARRIERI et al, 2009).

Organizações em todo o mundo, assim como suas partes interessadas, estão se

tornando cada vez mais cientes da necessidade e dos benefícios do comportamento

socialmente responsável. O objetivo da responsabilidade social é contribuir para o

desenvolvimento sustentável (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

NORMA BRASILEIRA INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION 26000, 2010).

Para Hupffer (2012), o Brasil optou por ser uma democracia socioambiental quando na

Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, o legislador deixa aos cuidados do Estado o

bem-estar, o interesse e o destino dos cidadãos. Este artigo delega, claramente, ao poder

público a responsabilidade em assegurar o direito ao meio ambiente ecologicamente

equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida.

Uma sociedade, do ponto de vista ambiental, atende às necessidades atuais de sua

população em relação a alimentos, água e ar limpos, abrigo e outros recursos básicos sem

comprometer a capacidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades (MILLER,

2007).

O Poder Público assume seu papel em contribuir para uma sociedade sustentável

considerando que a sustentabilidade não pode ser um assunto somente para seminários ou

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produção de relatórios, mas sim um critério a ser inserido em todas as atividades

governamentais, sejam elas atividades meio ou finalísticas (MINISTÉRIO DO MEIO

AMBIENTE, 2009).

O histórico da questão ambiental sempre esteve relacionado ao crescimento da

economia e desenvolvimento das nações. No início dos anos de 1970 questionou-se um limite

para o crescimento econômico; a partir das décadas de 1980, um modelo para esse;

atualmente entende-se que independente de taxas ou modelo de crescimento, são das práticas

adotadas no uso de bens naturais que depende a saúde do planeta.

Desta forma, a responsabilidade ambiental ou socioambiental, mesmo reconhecendo

que esse campo depara-se com críticas diante da necessária definição da legitimidade do

discurso tanto pelo Poder Público quanto empresarial, apresenta ações que buscam avaliações

de resultados e das lições apreendidas, em diferentes escalas.

2.1 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO

Para oferecer serviços à sociedade, as instituições públicas lançam mão de uma grande

e complexa estrutura logística: recursos naturais renováveis como a água, recursos não

renováveis na forma de insumos para materiais de tecnologia da informação, recursos

humanos etc.

No âmbito do setor público, até o momento não existe um entendimento único ou uma

definição universal para a Responsabilidade Socioambiental. O conceito pode divergir entre

os diferentes órgãos e entidades, e também dos utilizados por diferentes organizações da

sociedade civil e setor empresarial (MMA, 2009).

Os novos desafios globais e a necessidade de promover uma Agenda de

Desenvolvimento que atenda às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de

as futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades, tendo como princípio a

necessidade de mudar comportamentos e adotar novas práticas éticas e responsáveis – tanto

no setor empresarial como público – destaca a importância da criação de políticas e

programas de Responsabilidade Socioambiental (RSA) (MMA, 2009).

Ainda, segundo o Ministério do Meio Ambiente (2009), a adoção de critérios

ambientais nas atividades administrativas e operacionais da Administração Pública constitui-

se um processo de melhoramento contínuo que consiste em adequar os efeitos ambientais das

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condutas do poder público à política de prevenção de impactos negativos ao meio ambiente.

Em outras palavras, a conservação racional dos recursos naturais e a proteção contra a

degradação ambiental devem contar fortemente com a participação do poder público.

Além da capacidade de indução, o poder de mobilização de importantes setores da

economia exercido pelas compras governamentais, que movimentam de 10 a 15% do Produto

Interno Bruto (PIB), é inquestionável e deve ser usado para garantir a mudança e adoção de

novos padrões de produção e de consumo que reduzam os impactos socioambientais

negativos gerados pela atividade pública, contribuindo para o crescimento sustentável e

promovendo a responsabilidade socioambiental (MMA, 2009).

A administração pública tem a responsabilidade de contribuir no enfrentamento das

questões ambientais, buscando estratégias inovadoras que repensem os atuais padrões de

produção e consumo, os objetivos econômicos, inserindo componentes sociais e ambientais.

Diante dessa necessidade, as instituições públicas têm sido motivadas a implementar

iniciativas específicas e desenvolver programas e projetos que promovam a discussão sobre

desenvolvimento e a adoção de uma política de Responsabilidade Socioambiental do setor

público (MMA, 2015).

2.2 AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (A3P)

Dadas as características em comum no âmbito das instituições públicas,

principalmente no que tange a estrutura logística, o Ministério do Meio Ambiente criou a

Agenda Ambiental na Administração Pública.

A A3P tem sido o principal programa da administração pública de gestão

socioambiental. Implementado por diversos órgãos e instituições públicas das três esferas de

governo, no âmbito dos três poderes, podendo ser usado como modelo de gestão

socioambiental por outros segmentos da sociedade (MMA, 2009).

Surgida em 1999 como um projeto do Ministério do Meio Ambiente, a Agenda

buscava revisar padrões de produção e consumo e a adoção de novos referenciais de

sustentabilidade ambiental nas instituições da administração pública. Dois anos após o

lançamento do projeto, foi criado o Programa Agenda Ambiental na Administração Pública,

cujo objetivo era sensibilizar os gestores públicos para a importância das questões ambientais,

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estimulando-os a incorporar princípios e critérios de gestão ambiental em suas atividades

rotineiras (MMA, 2009).

O programa está fundamentado nas recomendações do Capítulo IV da Agenda 21, que

indica aos países o “estabelecimento de programas voltados ao exame dos padrões

insustentáveis de produção e consumo e o desenvolvimento de políticas e estratégias

nacionais de estímulo a mudanças nos padrões insustentáveis de consumo”, no Princípio 8 da

Declaração do Rio/92, que afirma que “os Estados devem reduzir e eliminar padrões

insustentáveis de produção e consumo e promover políticas demográficas adequadas” e,

ainda, na Declaração de Johanesburgo, que institui a “adoção do consumo sustentável como

princípio basilar do desenvolvimento sustentável”(MMA, 2015).

Em 2012, a publicação do Decreto nº 7.746, que estabeleceu critérios, práticas e

diretrizes para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas contratações

realizadas pela administração pública federal, também determinou a adoção de iniciativas,

dentre elas a A3P, referentes ao tema da sustentabilidade pelos órgãos e entidades federais,

bem como suas vinculadas (MMA, 2015).

São seis os eixos temáticos que instruem a elaboração da A3P: Gestão de Resíduos,

Licitação Sustentável, Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho, Sensibilização de

Capacitação de Servidores, Uso Racional de Recursos e Construções Sustentáveis.

2.3 RESOLUÇÃO Nº 201/2015-CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA E O PLANO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL

Publicada no dia 3 de março de 2015, a Resolução n° 201, do Conselho Nacional de

Justiça, dispõe sobre a criação e competências das unidades ou núcleos socioambientais nos

órgãos e conselhos do Poder Judiciário e implantação do respectivo Plano de Logística

Sustentável (PLS-PJ).

Para a elaboração dessa Resolução, o Conselho Nacional de Justiça (2015) considerou

a escalada legislativa que começou em 1988, com a promulgação da Constituição Federal que

em seu artigo 170, VI trata da defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento

diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de

elaboração e prestação; bem como do artigo 225 que estabelece que todos tem direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado.

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Entre as demais legislações consideradas, estão sintetizadas:

a) O disposto no artigo 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que cuida das

normas para licitações e contratos da Administração Pública e Decreto nº 7.746, de5 de junho

de 2012, que regulamenta o artigo 3º da citada Lei, estabelecendo critérios, práticas e

diretrizes para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas contratações

realizadas pela Administração Pública Federal (BRASIL, 2012);

b) A Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009, que instituiu a Política Nacional de

Mudança do Clima, com diretrizes ao estímulo e apoio à manutenção e promoções de padrões

sustentáveis de produção e consumo. Um de seus instrumentos é a adoção de critérios de

preferência nas licitações e concorrências públicas para as propostas que propiciem maior

economia de energia, água e outros recursos naturais e a redução da emissão de gases de

efeito estufa e de resíduos (BRASIL, 2009); e o disposto na Lei 12.305, de 2 de agosto de

2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e Decreto 7.407, que regulamenta a

supracitada Lei;

c) A Resolução CNJ nº 198/2014, que dispõe sobre o Planejamento e a Gestão

Estratégica no âmbito do Poder Judiciário, classificando como atributo de valor judiciário a

Responsabilidade Socioambiental (CNJ, 2014);

d) Os modelos de boas práticas de gestão sustentável do Poder Executivo, constantes

das Instruções Normativas CNJ nos 1/2010; 10/2012, que estabelecem regras para elaboração

dos Planos de Gestão de Logística Sustentável de que trata o art. 16 do Decreto nº 7.746, de 5

de junho de 2012; e 2, de 4 de junho de 2014, o qual dispõe sobre a economia de energia nas

edificações públicas (CNJ, 2014); e

e) As recomendações do Tribunal de Contas da União, dispostas no Acórdão nº 1.752,

de 5 de julho de 2011, que trata das medidas de eficiência e sustentabilidade por meio do uso

racional de energia, água e papel adotadas pela Administração Pública; entre outras.

A implantação do PLS, no âmbito do Judiciário brasileiro é mais um degrau rumo a

práticas sustentáveis na prestação do serviço público.

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2.4 PLANOS DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL

O planejamento de ações sustentáveis e sua continuidade são vitais para garantir a

eficiência nos serviços prestados pelo Judiciário.

De acordo com a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, do Ministério

do Planejamento, Orçamento e Gestão (2012), os Planos de Gestão Logística Sustentável são

ferramentas de planejamento com objetivos e responsabilidades definidas, ações, metas,

prazos de execução e mecanismos de monitoramento e avaliação, que permite ao órgão ou

entidade estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos na

Administração Pública.

Em sua Instrução Normativa nº 10, de 12 de novembro de 2012, a qual estabelece

regras para a elaboração dos PLSs, a expressão Logística Sustentável é definida por essa

Secretaria como o processo de coordenação do fluxo de materiais, de serviços e de

informações, do fornecimento ao desfazimento, que considera a proteção ambiental, a justiça

social e o desenvolvimento econômico equilibrado.

Para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Plano de Logística Sustentável (PLS) é

definido como instrumento vinculado ao planejamento estratégico do Poder Judiciário, com

objetivos e responsabilidades definidas, ações, metas, prazos de execução, mecanismos de

monitoramento e avaliação de resultados, que permite estabelecer e acompanhar práticas de

sustentabilidade, racionalização e qualidade que objetivem uma melhor eficiência do gasto

público e da gestão dos processos de trabalho, considerando a visão sistêmica do órgão (CNJ,

2015).

Para uma melhor compreensão do parágrafo acima, a Resolução nº 201/2015-CNJ

considera: a) logística sustentável: processo de coordenação do fluxo de materiais, de serviços

e de informações, do fornecimento ao desfazimento, que considerando o ambientalmente

correto, o socialmente justo e o desenvolvimento econômico equilibrado; b) práticas de

sustentabilidade: ações que tenham como objetivo a construção de um novo modelo de cultura

institucional visando à inserção de critérios de sustentabilidade nas atividades do Poder

Judiciário; c) práticas de racionalização: ações que tenham como objetivo a melhoria da

qualidade do gasto público e o aperfeiçoamento contínuo na gestão dos processos de trabalho

(CNJ, 2015).

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Foi a Resolução nº198/2014, do mesmo Conselho Nacional de Justiça, que ao dispor

sobre o Planejamento e a Gestão Estratégica no âmbito do Poder Judiciário, classificou como

atributo de valor judiciário a Responsabilidade Socioambiental (CNJ, 2015).

A Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão, através da Instrução Normativa nº 10, de 12 de novembro de 2012,

estabeleceu as regras para a elaboração dos Planos de Gestão de Logística Sustentável

(BRASIL, 2012), às quais o PLS-TJAP está moldado.

A Instrução estabeleceu o mínimo de indicadores que devem sofrer avaliação e

controle, mas cada instituição é livre para acrescentar outros, uma vez que diferenças

geográficas e culturais influenciam nas despesas logísticas.

3 PLANEJAMENTO E O PLANO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL 3.1 DEFINIÇÃO DE PLANEJAMENTO

Planejamento é a elaboração de um conjunto de ações a serem tomadas em busca de

um futuro almejado.

O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os

objetivos que devem ser atendidos e como se deve fazer para alcançá-los da melhor maneira

possível (CHIAVENATO, 2014; SANTOS, 2004). Consiste na determinação do que a

organização deverá fazer no presente, no sentido de alcançar a situação desejada no futuro, a

partir dos recursos humanos e financeiros que possui (PORTO, 2006).

O planejamento no setor público é um método coerente e compreensivo de formação e

implementação de diretrizes, controlado por uma vasta rede de órgãos e instituições

interdependentes.

Nos trabalhos práticos de instituições governamentais há certa confusão entre

diretrizes, planos, normas, programas e projetos. Rozely Santos (2004) esclarece que as

diretrizes referem-se a um conjunto de instruções ou indicações de caráter geral necessárias

para o estabelecimento dos planos e normas, com seus programas e projetos. Os planos, que

tem como linha mestra as diretrizes, são formulados como um conjunto de ações a serem

adotadas, visando determinado objetivo ou meta.

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O usual é que os planejamentos venham adjetivados com palavras que definem ou

caracterizem seu principal rumo de ação. Os “adjetivos” permitem identificar o tema, a área, o

setor de atividade; o ideário ou mesmo o paradigma em que se alinha o trabalho (SANTOS,

2004).

TJAP – Responsável é a marca do PLS-TJAP. O adjetivo responsável encerra o

compromisso que a instituição assume com as questões socioambientais.

3.2 TIPOS DE PLANEJAMENTO O PLS é a primeira iniciativa de responsabilidade socioambiental planejada que

envolveu toda a cúpula da administração do TJAP.

De acordo com a abrangência, o planejamento pode ser: estratégico, tático e

operacional (CHIAVENATO, 2014).

O planejamento estratégico é o mais amplo e abrangente da organização. Tem efeitos e

consequências estendidos a vários anos pela frente, além de envolver a organização como um

todo, abrangendo todos os seus recursos e áreas de atividade, e preocupar-se em atingir os

objetivos a nível mais abrangente. É definido pela cúpula da organização e corresponde ao

plano maior ao qual todos os demais estão subordinados (CHIAVENATO, 2014).

O planejamento tático é projetado a médio prazo; envolvendo segmentos da

organização, abrangendo recursos específicos (CHIAVENATO, 2014).

O planejamento operacional, por seu turno, é feito para cada tarefa ou atividade.

Geralmente é projetado para o curto prazo, e envolve cada tarefa ou atividade isoladamente,

preocupando-se com o alcance de metas específicas (CHIAVENATO, 2014).

Planejado para um período de cinco anos, elaborado pela alta gestão da instituição e

com um investimento previsto de R$ 5.790.233,34, o PLS pode ser considerado um

planejamento estratégico no âmbito do TJAP.

3.3 FASES DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Não existe uma metodologia padrão para a elaboração e implementação do

planejamento estratégico, pois as instituições se diferenciam umas das outras em vários

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aspectos, mas quatro fases têm um caráter essencial: a definição, o diagnóstico, o

planejamento (ação) e o controle e avaliação.

Na fase da Definição, a instituição assume sua missão dentro da sociedade e visualiza

expectativas apoiadas em valores. Nesse sentido, cabe ao TJAP garantir cidadania plena por

meio de um sistema de justiça integrado, ágil, efetivo e acessível, tendo como expectativa ser

reconhecido como um Poder Judiciário transparente, eficiente e efetivamente justo, baseado

nos valores de Acessibilidade, Agilidade, Desjudicialização, Desburocratização, Efetividade,

Integração, Sinergia com a opinião pública, Valorização de talentos (TJAP, 2015).

No diagnóstico, é feita a leitura da realidade e a identificação do problema

(OLIVEIRA, 1996). É estabelecido como se encontra a organização, a partir de análises de

informações sobre seu ambiente interno. No caso do PLS-TJAP foi feito uma atualização do

inventário de bens e materiais do TJAP para identificação de similares de menor impacto

ambiental para substituição.

Um inventário parcial, feito em 17 de mar de 2015, mostra uma tabela com 110 itens,

no valor total de R$160.526, 77 adquiridos pela instituição seguindo critérios ambientais

(TJAP, 2015, p. 71)

Na fase de planejamento ou ação, busca-se atingir a situação desejada. São

estabelecidos os objetivos, desafios e metas; são elaborados os projetos e planos de ação. Nela

são feitas também as projeções econômico-financeiras do planejamento orçamentário,

associadas à estrutura da organização, necessárias ao desenvolvimento dos planos de ação,

projetos e atividades previstas (OLIVEIRA, 1996).

A última fase é o acompanhamento e avaliação, quando é verificada como a

organização está se comportando para atingir a situação desejada. É comparado o desempenho

real e os objetivos, desafios, metas e projetos estabelecidos, por meio da análise dos desvios,

com tomadas de ação visando corrigi-los (OLIVEIRA, 1996), seguidas de acompanhamento,

no sentido de avaliar a eficiência da correção; finalmente, a incorporação de informações ao

processo de planejamento para desenvolver os ciclos futuros da atividade administrativa.

(PORTO, 2006).

Essa última fase está ausente na estrutura do PLS-TJAP.

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3.4 INDICADORES São ferramentas que quantificam informações. Quando comparados entre si, em

matrizes de indicadores, permitem avaliar a influência de uns sobre os outros.

O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (2010) define indicadores como

instrumentos que permitem identificar e medir aspectos relacionados a um determinado

conceito, fenômeno, problema ou resultado de uma intervenção na realidade. A principal

finalidade de um indicador é traduzir, de forma mensurável, determinado aspecto de uma

realidade dada ou construída, de maneira a tornar operacional a sua observação e avaliação.

São ferramentas constituídas de variáveis que, associadas a partir de diferentes

configurações, expressam significados mais amplos sobre os fenômenos a que se referem

(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2015).

Santos (2004) considera que, de forma geral, indicadores são parâmetros, ou funções

derivadas deles, que têm a capacidade de descrever um estado ou uma resposta dos

fenômenos que ocorrem em um meio.

Ainda segundo a autora, os indicadores são fundamentais para tomadores de decisão e

para a sociedade, pois permitem tanto criar cenários sobre estado do meio, quanto aferir ou

acompanhar os resultados de uma decisão tomada. São indicativos das mudanças e condições

no ambiente e, se bem conduzidos, permitem apresentar a rede de causalidades presente num

determinado meio. A principal característica dos indicadores é sua capacidade de quantificar e

simplificar a informação (SANTOS, 2004).

Indicadores são informações quantificadas, de cunho científico, de fácil compreensão

usadas nos processos de decisão em todos os níveis da sociedade, úteis como ferramentas de

avaliação de determinados fenômenos, apresentando suas tendências e progressos que se

alteram ao longo do tempo. Indicadores ambientais são estatísticas selecionadas que

representam ou resumem alguns aspectos do estado do meio ambiente, dos recursos naturais e

de atividades humanas relacionadas (MMA, 2015).

O PLS-TJAP conta com um total de 62 indicadores em seus Planos de Ação.

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4 PLANO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAPÁ (PLS-TJAP).

O plano é o resultado imediato do planejamento. Para Chiavenato (2014), os planos

têm um propósito comum: a previsão, a programação e a coordenação de uma sequência

lógica de eventos, os quais devem conduzir ao cumprimento do objetivo que os comanda. É

um curso predeterminado de ação sobre um período específico e que representa uma resposta

projetada a um ambiente antecipado, no sentido de alcançar um conjunto específico de

objetivos adaptativos.

Baseado nos eixos temáticos da Agenda Ambiental na Administração Pública, o Plano

desdobra-se em dez temas: a) uso eficiente de papel, copos descartáveis, água e impressão, b)

energia elétrica, c) água e esgoto; d) gestão de resíduos; e) qualidade de vida no ambiente de

trabalho; f) sensibilização e capacitação; g) contratações sustentáveis; h) layout; i)

deslocamento de pessoal; e j) projetos sociais. Para cada tema foi designado um setor

responsável e foram criados Planos de Ação com objetivos, prazos, metas, metodologias, e

indicadores para subsidiar o acompanhamento do trabalho.

Esses Planos de Ação estão sob a responsabilidade de cinco serventuários do quadro

efetivo do TJAP.

4.1 PLANO DE AÇÃO I: USO EFICIENTE DE PAPEL, COPOS DESCARTÁVEIS, ÁGUA E IMPRESSÃO

Com um total de vinte indicadores, tem como objetivo racionalizar o consumo e

combater o desperdício de insumos e materiais e apoiar melhoria dos processos e

consequentemente otimização no uso de recursos por meio do uso de tecnologia da

informação (TJAP, 2015).

Dentre os subprodutos da madeira um merece atenção especial: o papel. Nas

atividades desenvolvidas na administração pública o papel é um dos principais recursos

naturais consumidos. O papel A4 - 75 g/m2 ocupa posição de destaque quanto ao uso nas

ações rotineiras. Entretanto, também fazem parte do uso diário das instituições públicas os

envelopes, cartões de visita, agendas, papéis de recado, entre outros, todos envolvendo

grandes quantidades de papel (MMA, 2009).

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Para alcançar o objetivo, o Núcleo Socioambiental que é o setor responsável por este

plano, promoveu o projeto Ecocaneca, com o objetivo de substituir copos descartáveis por

canecas personalizadas; bem como já adquiriu 100 garrafões de 20 litros para bebedouros com

o objetivo de substituir as garrafas de 1,5l de água mineral.

4.2 PLANO DE AÇÃO II: ENERGIA ELÉTRICA Com um total de seis indicadores, busca promover o uso racional e eficiente de

Energia Elétrica no Tribunal de Justiça do Amapá, tendo como meta diminuir em 15% até

2020 a quantidade de Kwh consumidos, com a consequente redução no gasto com energia

elétrica e consumo por área construída, considerando que o consumo incide em

aproximadamente 80% do valor da fatura mensal.

Quanto maior a eficiência energética de um país, maiores são os benefícios, tais como

redução do peso da conta de energia nos custos totais de produção, menores impactos e custos

ambientais decorrentes do processo produtivo. Buscar a eficiência energética faz parte do

planejamento para melhor aproveitar os recursos energéticos e reduzir os impactos ambientais

gerados pelas atividades econômicas (IBGE, 2015).

Neste Plano de Ação, a instituição conseguiu atingir a meta de redução prevista.

4.3 PLANO DE AÇÃO III: ÁGUA E ESGOTO O objetivo deste plano é combater o desperdício de água potável e utilizar água pluvial

e de ar condicionado para fins não nobres. Para isso a Divisão de Serviços Gerais, unidade

responsável por esse eixo, construiu quatro indicadores.

Entre outras medidas, estão planejadas instalações de descargas e torneiras mais

eficientes com dispositivos economizadores e medidores de consumo; realização de

campanhas de sensibilização e consumo consciente quanto ao uso da água potável. Estão

previstos, também, estudos para instalação de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Gerados pela instituição.

Segundo o responsável desse PA, a instituição já conta com estudos de

reaproveitamento de água da chuva para fins menos nobres.

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4.4 PLANO DE AÇÃO IV: GESTÃO DE RESÍDUOS Tem o objetivo de minimizar o impacto ambiental dos resíduos gerados pela atividade

do Tribunal de Justiça do Amapá, por meio de redução reutilização ou reciclagem.

O Decreto nº 5.940/06, publicado em 26 de outubro de 2006, instituiu a separação dos

resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal

direta e indireta na fonte geradora e sua destinação às associações e cooperativas de catadores

de materiais recicláveis e constituiu a Comissão da Coleta Seletiva Solidária, criada no âmbito

de cada órgão e entidade da administração pública federal direta e indireta com o objetivo de

implantar e supervisionar a separação dos resíduos recicláveis descartados na fonte geradora e

a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis (MMA,

2009).

A reciclagem está presente em oito dos doze indicadores deste Plano de Ação. De

acordo com informações do gestor responsável desse PA, o TJAP ainda não conseguiu

resultados com relação ao descarte apropriado de resíduos, parte por não ter conseguido

firmar parcerias com associações de reciclagem e por outro lado, a cidade não contar com

serviço municipal de coleta seletiva.

4.5 PLANO DE AÇÃO V: QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DE TRABALHO

Significa a promoção da valorização, satisfação e inclusão do capital humano da

instituição, em ações que estimulem o seu desenvolvimento pessoal e profissional, assim

como a melhoria das condições das instalações físicas.

Com um total de três indicadores, este plano tem o objetivo de melhorar a qualidade

de vida no ambiente de trabalho. Para isso, diversas ações de caráter social já fazem parte do

calendário de eventos da instituição, como a Corrida do Judiciário que tem um percurso de 6,7

km com a finalidade de promover estilo de vida saudável aos servidores e público presente;

campanha de incentivo aos serventuários de que façam exames médicos de rotina no mês de

aniversários, entre outras.

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4.6 PLANO DE AÇÃO VI: SENSIBILIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO

Tem como objetivo sensibilizar e capacitar magistrados, servidores, a força de

trabalho e interessados a respeito da sustentabilidade, racionalização e consumo consciente de

materiais e serviços.

Esse PA prevê em suas ações a realização da Semana do Meio Ambiente, com

realização palestras, distribuição de mudas de plantas e outras atividades, visando à educação

ambiental e divulgação das iniciativas sustentáveis do TJAP; bem como oferta de curso à

distância com a temática sustentabilidade socioambiental. Porém, até agora não há resultados

divulgados quanto a implementação das ações.

4.7. PLANO DE AÇÃO VII: CONTRATAÇÕES SUSTENTÁVEIS

Em todo o mundo, o poder de compra e contratação do Governo tem um papel de

destaque na orientação dos agentes econômicos quanto aos padrões do sistema produtivo e do

consumo de produtos e serviços ambientalmente sustentáveis. No Brasil estima-se que as

compras governamentais movimentem cerca de 10% a 15% do PIB nacional (MMA, 2009).

Este tema tem como objetivo incluir critérios de sustentabilidade nas contratações,

visando também a eficiência do gasto público. Os nove indicadores foram construídos para os

serviços de telefonia, vigilância e limpeza, uma vez que a instituição já adotava, antes do PLS,

critérios de sustentabilidade para aquisição de bens como eletrodomésticos, equipamentos de

refrigeração, lâmpadas, reatores, bombas d’água e motores, para os quais é exigido o Selo

Procel de Economia de Energia na especificação constante do termo de referência (TJAP,

2015).

O TJAP já considera os “selos verdes” e a logística reversa nos processos licitatórios.

4.8 PLANO DE AÇÃO VIII: LAYOUT

Tem um (1) indicador e o mesmo objetivo das contratações sustentáveis de incluir

critérios de sustentabilidade nas contratações, visando a eficiência do gasto público

Deve definir padrão de layout (padronização de espaço, iluminação e móveis

ambientes) nas reformas e novas construções.

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4.9 PLANO DE AÇÃO IX: DESLOCAMENTO DE PESSOAL

Buscar a eficiência no gasto do recurso público e diminuição do impacto ambiental no

que se refere aos gastos com transporte é o objetivo deste plano que comporta seis

indicadores.

Para isso foram definidos procedimentos para o uso da frota, tais como: escalas de

saída, lotação mínima, rotas preferenciais entre os destinos mais utilizados, com apoio de

sistema de Tecnologia da Informação (TI).

4.10 PLANO DE AÇÃO X: PROJETOS SOCIAIS

Tem como objetivo organizar e definir padrões de qualidade para diversas iniciativas

de intervenção social já realizadas pelo TJAP.

Aperfeiçoamento dos projetos sociais existentes por meio da prestação de

assessoramento e definição de padrões de qualidade.

Em março de 2015, os adolescentes do Programa Menor Aprendiz foram estimulados

à leitura. Cada jovem bolsista assumiu a responsabilidade de escolher um livro para leitura e,

com base nele, escrever uma redação. Em abril do ano em curso, a Presidência do TJAP

premiou 30 das 368 redações produzidas.

4.11 TABELA DOS PLANOS DE AÇÃO E METAS DO PLS-TJAP (2015-2020)

A tabela abaixo relaciona os dez Planos de Ação com suas respectivas metas a serem

alcançadas até 2020.

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Tabela 1

PAs/metas do PLS-TJAP

Plano Metas

PA 1- Uso eficiente de papel, copos descartáveis, água e impressão

- Reduzir o Consumo total e respectivo gasto de papel branco e reciclado em 50% até

2020, na razão de 10% a cada ano, considerando o ano‐base. Na proporção de consumo

de papel branco x reciclado, de 30%x70% em 2016 até 70%x30% em 2020.

- Reduzir o consumo e de copos descartáveis em 95% até 2020 e respectivo gasto com

aquisição. Com impacto maior a partir de 2017, com a efetivação dos projetos de redução

de consumo de copos descartáveis.

- Aumentar para 90% a proporção do volume de água proveniente de garrafões de 20l em

relação à água envasada em embalagens de 1.500ml.

- Reduzir em 50% a volume de impressões e estabelecer a média de até 2 equipamentos

de impressão por unidade, e conseqüente redução do gasto com impressoras e

suprimentos em 56%, até 2020

PA 2-Energia elétrica - Diminuir em 15% até 2020 a quantidade de Kwh consumidos, com a conseqüente

redução no gasto com energia elétrica e consumo por área construída, considerando que

o consumo incide em aproximadamente 80% do valor da fatura mensal.

PA 3-Água e esgoto Sem informação.

PA 4-Gestão de resíduos Sem informação.

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PA 5-Qualidade de vida no ambiente do trabalho - Até 2020: chegar a 70% do total de servidores de participantes nas ações de qualidade

de vida; a 5% de participação de servidores em ações de voluntariado; e 3 ações de

inclusão de servidores com deficiência.

PA 6-Sensibilização e Capacitação Sem informação.

PA 7-Contratações Sustentáveis - Estudar e aprimorar os contratos de vigilância, telefonia e limpeza, visando a inserção de critérios de sustentabilidade.

PA 8-Layout Reduzir em 20% até 2020 o valor gasto com mudança de layout nas unidades.

PA 9-Deslocamento de Pessoal Reduzir em 30% o gasto com manutenção por veículo até 2020; Reduzir em 15% o consumo de litros de combustível por km rodado

PA 10-Projetos Sociais Sem informação

Fonte: autora com base nos dados do PLS-TJAP (2015-2020).

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5 METODOLOGIA

Amparado no tripé da Responsabilidade Ambiental, Desenvolvimento de Projetos

Sociais e Combate ao Desperdício de Recursos Públicos, o PLS-TJAP vai ao encontro da

Resolução 201/2015, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que dispõe sobre a criação e

competências das unidades ou núcleos socioambientais nos órgãos e conselhos do Poder

Judiciário e implantação do respectivo Plano de Logística Sustentável (PLS) e a adoção de

modelos de gestão organizacional e de processos estruturados na promoção da

sustentabilidade ambiental, econômica e social (TJAP, 2015).

O PLS foi elaborado pela “Comissão Gestora de Responsabilidade Socioambiental do

Tribunal de Justiça do Estado do Amapá”, composta por dez membros, da qual fazem parte

um Juiz de Direito, como Presidente da Comissão, Assessores, Diretores de Departamento,

Analistas Judiciários e Técnicos Judiciários. Essa comissão foi instituída pela Portaria nº

33985/2012-GP sob a denominação TJAP Socioambiental e recebe o apoio técnico de uma

segunda equipe, composta por dezoito membros: um Juiz de Direito, na qualidade de

Presidente, Diretores de Departamento, Analistas Judiciários, Técnicos Judiciários e

Auxiliares Judiciários.

5.1 ETAPAS DA PESQUISA

Este trabalho foi dividido em duas fases: a primeira constituiu-se em um levantamento

bibliográfico sobre os temas: responsabilidade socioambiental e o PLS do TJAP.

Segundo Marconi & Lakatos (2006) a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias,

abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo. Sua finalidade é

colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito sobre determinado

assunto.

Para cumprir essa fase, foram consultados o PLS-TJAP, livros, artigos científicos e

sítios eletrônicos do Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Justiça, Tribunais

de Justiças Estaduais etc.

A segunda fase constituiu-se de entrevistas com os gestores das metas dos PAs As

entrevistas foram do tipo Padronizada ou Estruturada, que se segundo Marconi & Lakatos

(2006) se caracterizam pelo entrevistador seguir um roteiro previamente estabelecido, com

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perguntas pré-determinadas, conforme um formulário elaborado e é efetuada de preferência

com pessoas selecionadas de acordo com um plano.

Os formulários foram enviados por e-mail (APÊNDICE A) e dúvidas e maiores

esclarecimentos foram sanados por contatos telefônicos. Os objetivos desta fase foram

conhecer o perfil dos gestores; os resultados até agora conquistados e os desafios para

alcançar as metas.

A equipe responsável pelos Planos de Ação é composta por cinco serventuários do

quadro efetivo; destes, quatro responderam a entrevista.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a missão de garantir a cidadania plena por meio de um sistema de justiça

integrado, ágil, efetivo e acessível, o Judiciário do Amapá tem a frente o grande desafio de

atender a uma demanda pública crescente dentro das diretrizes de sustentabilidade.

A estrutura logística que sustenta o TJAP é grande, cara e complexa. Envolve desde o

uso de recursos renováveis como a água até os recursos não renováveis, como minerais na

forma de insumos utilizados nos equipamentos de tecnologia da informação; além de uma

significativa gama de recursos humanos.

Quanto a estrutura dos Planos de Ação, nenhuma apresenta a etapa de Controle e

Avaliação, consequentemente a retroalimentação (feedback) está comprometida, uma vez que

não se pode medir a eficácia das metodologias para o cumprimento das metas e objetivos

esperados.

A equipe responsável pelos Planos de Ação é composta por 5 (cinco) serventuários do

quadro efetivo, e tem característica multidisciplinar: 1 (um) Licenciado em Matemática, 1

(um) bacharel em Administração, 1 (um) bacharel em Ciências Contábeis, 1 (um) Técnico

Eletromecânico e Acadêmico em Engenharia Elétrica. O quinto responsável não respondeu a

entrevista. Esta equipe conta com o apoio técnico de 18 (dezoito) membros, dentre eles: 1

(um) magistrado, diretores de departamentos, assessores, auxiliares, técnicos e analistas

judiciários.

Foi consenso entre os entrevistados que o principal desafio para o alcance das metas e

objetivos tem sido a falta de sensibilização por parte de todos.

Poucos resultados se fizeram sentir até agora:

No PA 1-Uso eficiente de papel, copos descartáveis, água e impressão; os garrafões de

20 litros já estão tomando lugar das garrafas de 1.5 litro; e as canecas de cerâmica estão

substituindo copos descartáveis;

O PA 2 - Energia Elétrica atingiu sua meta de redução no consumo; e

O PA 5 – Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho está com as seguintes ações em

andamento: inclusão de servidores com deficiência; perfil saúde, onde no mês de aniversário

do servidor, este é incentivado a fazer exames médicos de rotina; corridas do judiciário, com

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percurso de 6,7 km e a finalidade de promover estilo de vida saudável aos servidores e

público presente.

No PA 7 - Contratações Sustentáveis; os eletrodomésticos, equipamentos de

refrigeração, lâmpadas, reatores, bombas d’água e motores adquiridos pela instituição já

adotam critério de sustentabilidade, sendo exigido o Selo Procel de Economia de Energia na

especificação constante do termo de referência. Outro critério refere‐se aos equipamentos de

grande porte destinados à solução de Tecnologia de Informação e Comunicação como os

storages e blades (equipamentos de informática que aumentam a capacidade de

armazenamento e melhoram a segurança dos dados), nos quais se exige dos licitantes a

realização da chamada logística reversa (TJAP, 2015, p. 37)

Os PAs tem um custo total previsto em R$5.790.233,34 e uma economia de

R$671.596,94. Sendo que o PA de Energia Elétrica é o que prevê maior investimento por

conta da aquisição de no-breaks e grupos geradores (APÊNDICE B).

Dos três PAs destinados aos bens de consumo (PAs I, II e III) todos preveem a

educação ambiental, através de campanhas de sensibilização, entre outras, como metodologia

para atingir as metas e os objetivos; e nos planos de Sensibilização e Capacitação e Projetos

Sociais, estão previstos cursos de capacitação na área ambiental bem como a instituição da

Escola Comunitária Ambiental (APÊNDICE C).

Os resultados obtidos através dos indicadores, se associados a diferentes cenários de

demanda pelos serviços do judiciário do Amapá, poderão auxiliar a administração nas

tomadas de decisões visando o bem estar social e a redução de impacto ambiental.

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5 CONCLUSÃO

A elaboração e implantação do Plano de Logística Sustentável no âmbito do Poder

Judiciário do Amapá é um avanço rumo a eficiência socioambiental na prestação de serviços

desse Poder. Porém o êxito de práticas sustentáveis na Administração Pública depende mais

da sensibilização e comprometimento dos agentes envolvidos do que de Resoluções, Decretos

ou Instruções Normativas.

Os PAs encontram-se em diferentes estágios de implantação: o PA 1, está com as

ações em andamento, a substituição de copos descartáveis por garrafas e canecas e a

substituição de água em garrafas de 1,5 l por garrafões de 20 l são as ações de maior resultado

neste plano; o PA 2, cumpriu sua meta na redução de energia elétrica; o PA 3, não tem

projetos em andamento; o PA 4, está com as ações paradas por não ter firmado parcerias com

cooperativas de reciclagem e os serviços municipais não contarem com um sistema de coleta

seletiva; o PA 5, está com as ações em andamento: ações de inclusão à servidores com

deficiência, perfil saúde, corridas do judiciário; o PA 6, não tem informações publicadas; o

PA 7, a partir de 2015 inseriu critérios de sustentabilidade nos processos de licitação; o PA 8,

está com as ações em andamento nas reformas e novas construções; o PA 9, está com as ações

em andamento; e o PA 10, também está com ações em andamento através do projeto de

incentivo à leitura.

Em resumo, dos dez Planos de Ação analisados, sete (7) estão com ações em

andamento, sendo que um (1) já conseguiu alcançar a meta; dois (2) estão com ações paradas

e um (1) deles não publicou informações.

A pesquisa realizada permitiu uma avaliação do PLS do TJAP, instrumento de gestão

ambiental que permite desdobramentos positivos da administração pública rumo a práticas de

sustentabilidade. A ausência da fase de avaliação e os poucos resultados divulgados

confirmam a hipótese de que o plano precisa de maior sensibilização das partes envolvidas

para que o Poder Judiciário do Amapá possa cumprir sua missão de maneira sustentável.

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APÊNDICE A – Entrevista com os responsáveis pelos Planos de Ação

Prezado Sr. (a) , bom dia!

Conforme PA. n 6300/2015,esta serventuária foi autorizada pela Desª. Presidente, Sueli Pini, a desenvolver pesquisa ( Trabalho de Conclusão de Curso) no âmbito deste Tribunal de Justiça sobre o tema Política de Responsabilidade Socioambiental. Constando o nome de V.Sa. na equipe responsável pela implantação do Plano de Logística Sustentável - TJAP, solicito atenção no sentido de responder em breves palavras o seguinte questionário: Antecipadamente grata!

Hélida Pennafort

Pergunta 1: Qual o cargo e, se for o caso, a função que o (a) senhor (a) desempenha no TJAP?

Pergunta 2: Qual sua formação acadêmica?

Pergunta 3: Em qual (is) Plano (s) de Ação que o (a) senhor (a) está envolvido (a)?

( ) 1 Uso eficiente de papel, copos descartáveis, água e impressão

( ) 3 Energia Elétrica

( ) 3 Água e Esgoto

( ) 4 Gestão de Resíduos

( ) 5 Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho

( ) 6 Sensibilização e Capacitação

( ) 7 Contratações Sustentáveis

( ) 8 Layout

( ) 9 Deslocamento de Pessoal

( ) 10 Projetos Sociais

Pergunta 4: Quais os resultados até agora obtidos pelo Plano de Ação de sua

responsabilidade?

Pergunta 5: Como o (a) senhor (a) identificaria a importância de alcançar os objetivos/metas

desse Plano de Ação para a manutenção da sustentabilidade?

Pergunta 6: Qual (is) o (s) principal (is) desafio (s) para a implantação do Plano de Ação sob

sua responsabilidade?

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APÊNDICE B – Quadro Demonstrativo de Previsão de Investimento e Economia Gerada

pelo PLS

Quadro Demonstrativo de Previsão de Investimento e Economia Gerada pelo PLS

Plano de Ação Investimento R$ Economia R$

PA I - Uso eficiente de papel, copos

descartáveis, água e impressão

1.453.500,00 441.271,43

PA II - Energia elétrica 3.421.733,34 208.865,52

PA III - Água e esgoto 23.000,00 S/I*

PA IV - Gestão de resíduos S/I* S/I*

PA V - Qualidade de vida no ambiente do

trabalho

892.000,00 S/I*

PA VI - Sensibilização e Capacitação S/I* S/I*

PA VII - Contratações Sustentáveis S/I* 21.459,99

PA VIII - Layout S/I* S/*I

PA IX - Deslocamento de Pessoal S/I* 1.252,66

PA X - Projetos Sociais S/I* S/I*

Total 5.790.233,34 672.849,60

S/I*: Sem informação Fonte: autora com base nos dados do PLS-TJAP (2015-2020).

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APÊNDICE C – Quadro Demonstrativo de Ações e Estágio de Implementação dos PAs

Quadro Demonstrativo de Ações e Estágio de Implementação dos PAs

Plano Metas Ações Estágio de Implementação

PA I - Uso eficiente de papel, copos descartáveis, água e impressão

- Reduzir o Consumo total e respectivo gasto de papel branco e reciclado em 50% até 2020, na razão de 10% a cada ano, considerando o ano‐base. Na proporção de consumo de papel branco x reciclado, de 30%x70% em 2016 até 70%x30% em 2020. - Reduzir o consumo e de copos descartáveis em 95% até 2020 e respectivo gasto com aquisição. Com impacto maior a partir de 2017, com a efetivação dos projetos de redução de consumo de copos descartáveis.

- Aumentar para 90% a proporção do volume de água proveniente de garrafões de 20l em relação à água envasada em embalagens de 1.500ml. - Reduzir em 50% a volume de impressões e estabelecer a média de

- Campanha de Consumo Consciente e Combate ao Desperdício: papel, suprimentos de impressão, copos descartáveis e água engarrafada; - Ampliação da Virtualização de processos judiciais e administrativos: Novo SisPortaria (emissão eletrônicas de portarias), Novo SCPA (Sistema de Controle de Processos Administrativos Virtual) e E‐Cidade (módulos contábil, financeiro e compras); - Aquisição de estrutura de hardware (storage, Banco de Dados, blades) para suporte à virtualização;

- Aquisição de Software de gerenciamento de impressões;

- Padronização dos modelos de impressora; - Estudos para contrato de outsourcing de impressão;

- Aquisição de Ecocanecas/Garrafas Squeeze para a redução do consumo de descartáveis;

Ações iniciadas.

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até 2 equipamentos de impressão por unidade, e conseqüente redução do gasto com impressoras e suprimentos em 56%, até 2020

Obs. Storages e blades são equipamentos de informática que aumentam a capacidade de armazenamento e melhoram a segurança dos dados

PA 2-Energia elétrica

- Diminuir em 15% até 2020 a quantidade de Kwh consumidos, com a conseqüente redução no gasto com energia elétrica e consumo por área construída, considerando que o consumo incide em

aproximadamente 80% do valor da fatura mensal.

- Adequar o Contrato de Demandas firmado com a Concessionária e manter acompanhamento das Tarifas do Grupo A‐4;

- Grupos Geradores, como infraestrutura elétrica para suporte à Virtualização;

- No‐breaks, como infraestrutura elétrica para suporte à virtualização;

- Campanha de Consumo Consciente;

- Revisar o contrato de energia visando à racionalização em razão da real demanda de energia elétrica; - Instalação (colagem) de papel laminado nos interiores das luminárias que não possuem refletância para

Ações iniciadas.

Meta do período 2015/2016 foi atingida.

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otimização do lúmen e redução do quantitativo de luminárias por setor de trabalho;

- Redução da quantidade de lâmpadas por setor, estabelecendo um padrão por m² e estudando a viabilidade de se trocar as calhas embutidas por calhas “invertidas”; - Aprimoramento da eficiência energética, substituindo as lâmpadas fluorescentes normais por lâmpadas em LED, com ganho na redução de consumo e otimização do fluxo luminoso e consequentemente melhor produção e qualidade de vida;

- Uso adequado de equipamentos eletroeletrônicos que possuam o selo Inmetro categoria de consumo de energia "A" sempre evitando o desperdício; - Estudos para utilização de energias renováveis.

PA 3-Água e esgoto Sem informação. - Aproveitamento das águas pluviais; - Aproveitamento da água de condicionadores de ar;

- Adotar medidas para evitar o desperdício de água, como a instalação de descargas e torneiras mais eficientes com dispositivos economizadores e medidores de consumo;

- Realizar campanhas de sensibilização e consumo consciente quanto ao uso da água;

- Estudos para instalação de Estação de Tratamento de Água e Efluentes

Gerados;

Ações iniciadas.

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PA 4-Gestão de resíduos

Sem informação. - Realizar campanhas de sensibilização e consumo consciente quanto ao descarte correto de resíduos; - Coleta seletiva: Ampliar a ação “Garrafa Pet, sai do lixo” para coleta seletiva de papel (caixa de papelão) e adoção de lixeira de coleta seletiva lixo molhado x lixo seco; - Promover a implantação da coleta seletiva em consonância com a Resolução CONAMA 275/2001, o Decreto 5.940/2006, a Lei 12.305/2010 e demais legislações pertinentes, quanto ao estabelecimento de parcerias com cooperativas de catadores (sempre que possível, respeitadas as limitações dos municípios) e tabela de cores.

- E-Lixo Day ‐ destinação ecológica do lixo eletrônico do TJAP.

Ações paradas.

PA 5-Qualidade de vida no ambiente do trabalho

- Até 2020: chegar a 70% do total de servidores de participantes nas ações de qualidade de vida; a 5% de participação de servidores em ações de voluntariado; e 3 ações de inclusão de servidores com deficiência.

- Implantação de modelo de gestão de pessoas baseado em competências, envolvendo atualização da descrição de cargos, mapeamento e avaliação;

- Vida Ativa: Projeto piloto de qualidade de vida no Fórum Virtual;

- Programa Perfil de Saúde: Serviços de aferição de glicemia, pressão, vacinação etc;

- II Corrida do Judiciário: com percurso de 6,7 km e a finalidade de promover estilo de vida saudável aos servidores e público presente; - Sala de Repouso: local de descanso e socialização para

Projetos em andamento

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servidores;

- Programa de Voluntariado: estímulo à participação de servidores em projetos sociais;

- Ações de Inclusão para servidores com deficiência; - Projeto Bolsistas: inclusão de palestras com a temática PLS‐TJAP e sustentabilidade; despertar consciência e incentivar a leitura, além de divulgar a este público as ações desenvolvidas pela instituição

PA 6-Sensibilização e Capacitação

Sem informação. - Definição de identidade visual, formato, periodicidade, conteúdos e envio de mensagens pop‐up digitais com informações sobre ações propostas;

- Definição de locais, em todas as comarcas e edifício sede, para fixação de cartazes para divulgação eficiente das ações propostas sobre o uso racional de energia, água, descarte de materiais e demais constantes deste plano; - Elaboração de informativos digitais, impressos periódicos ou cartilhas para mobilização de magistrados, servidores, terceirizados, familiares e usuários para ações especificas como coleta seletiva; - Organização e oferta de palestras de cursos de capacitação para magistrados e servidores direcionado para sustentabilidade, racionalização e consumo consciente, com inclusão na ambientação de novos servidores;

- Incentivar e premiar iniciativas nas unidades;

Sem informação

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- Realização anual da Semana do Meio Ambiente, com realização palestras, distribuição de mudas de plantas e outras atividades, visando à educação ambiental e divulgação das iniciativas sustentáveis do TJAP; - Oferta de Curso à Distância com a temática sustentabilidade socioambiental

PA 7-Contratações Sustentáveis

- Estudar e aprimorar os contratos de vigilância, telefonia e limpeza, visando a inserção de critérios de sustentabilidade.

- Estudar e aprimorar o contrato de telefonia, visando à inserção de critérios sustentáveis e eficiência do gasto público; - Estudar e aprimorar o contrato de vigilância visando à inserção de critérios

sustentáveis e eficiência do gasto público; - Estudar e aprimorar o contrato de limpeza visando à inserção de critérios sustentáveis e eficiência do gasto público.

Ações em andamento

PA 8-Layout Reduzir em 20% até 2020 o valor gasto com mudança de layout nas unidades.

- Definir padrão de layout (padronização de espaço, iluminação e móveis ambientes).

Ações em andamento

PA 9-Deslocamento de Pessoal

Reduzir em 30% o gasto com manutenção por veículo até 2020; Reduzir em 15% o consumo de litros de combustível por km rodado

- Expansão do software de controle de combustível/veículos para as Comarcas do Interior.

- Realizar planos para redução de consumo de combustível definindo procedimentos para o uso da frota, tais como: escalas de saída, lotação mínima, rotas preferenciais entre os destinos mais utilizados, com apoio de sistema de Tecnologia da Informação.

Ações em andamento

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PA 10-Projetos Sociais

Sem informação - Selo de Qualidade dos Projetos Sociais: catalogação das iniciativas existentes, treinamento dos gestores de projetos, definição de critérios de qualidade, estabelecimento de indicadores e metas e premiação dos destaques;

- Jovens construindo o futuro: do direito ao deleite de ler e escrever. Projeto de estímulo à leitura voltado aos bolsistas do TJAP; - Escola Comunitária Ambiental (parceria com VEPMA e Juizados Especiais Criminais), visando implantar penas alternativas de ação socioambiental para os apenados em delitos ambientais.

Ações em andamento

Fonte: autora com base nos dados do PLS-TJAP (2015-2020).