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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO COODERNAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM FÍSICA JOSIVALDO FERREIRA GOMES ATIVIDADES EXPERIMENTAIS COMO ESTRATÉGIA PARA O ENSINO DE FÍSICA: Estudo de caso nas escolas públicas Augusto Antunes e Everaldo da Silva Vasconcelos Júnior MACAPÁ 2011

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ JOSIVALDO … · Carla e Letícia. Aos alunos das turmas do 3º ano do Ensino Médio dos estabelecimentos de ensino, pelas valiosas informações prestadas

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO

COODERNAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM FÍSICA

JOSIVALDO FERREIRA GOMES

ATIVIDADES EXPERIMENTAIS COMO ESTRATÉGIA PARA O ENSINO DE FÍSICA:

Estudo de caso nas escolas públicas Augusto Antunes e Everaldo da Silva Vasconcelos

Júnior

MACAPÁ

2011

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JOSIVALDO FERREIRA GOMES

ATIVIDADES EXPERIMENTAIS COMO ESTRATÉGIA PARA O ENSINO DE FÍSICA:

Estudo de caso nas escolas públicas Augusto Antunes e Everaldo da Silva Vasconcelos

Júnior

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

apresentado como requisito para obtenção do

Grau de Licenciatura Plena em Física, pelo

curso de Física da Universidade Federal do

Amapá - UNIFAP.

Orientador: Prof. Dr. Henrique Duarte da

Fonseca Filho.

Co-Orientadora: Profª. Msc. Margareth Guerra

dos Santos.

MACAPÁ

2011

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JOSIVALDO FERREIRA GOMES

ATIVIDADES EXPERIMENTAIS COMO ESTRATÉGIA PARA O ENSINO DE FÍSICA:

Estudo de caso nas escolas públicas Augusto Antunes e Everaldo da Silva Vasconcelos

Júnior

AVALIADORES

_____________________________________

Prof. Dr. Henrique Duarte da Fonseca Filho

Universidade Federal do Amapá – UNIFAP

______________________________________

Profª. Msc. Margareth Guerra dos Santos

Universidade Federal do Amapá – UNIFAP

______________________________________

Prof. Dr. Helyelson Paredes Moura

Universidade Federal do Amapá – UNIFAP

Avaliado em: ____/____/____

MACAPA

2011

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Dedico este trabalho aos meus

pais, Lindalva e Adjardo, que sempre

me apoiaram em todos os momentos.

A minha esposa, Alinne Márcia

Nascimento Costa e minha filha,

Anna Carolina Costa Gomes.

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Agradeço,

Primeiramente a Deus pela saúde e proteção.

À minha família que sempre me apoiou em minhas decisões, mostrando sempre o melhor

caminho a ser seguido.

Ao meu orientador professor Dr. Henrique Duarte da Fonseca Filho e a co-orientadora

professora Msc. Margareth Guerra dos Santos, pela competência, atenção, disponibilidade e

paciência.

À minha esposa, Alinne Márcia Nascimento Costa e minha cunhada, Liliane do Nascimento

Costa, pela enorme contribuição neste trabalho.

Aos professores de Física, Sônia e Jefferson, das Escolas Estaduais Augusto Antunes e

Everaldo da Silva Vasconcelos Junior, pela cordialidade na recepção e pelo espaço aberto nas

turmas para o desenvolvimento da pesquisa. As diretoras de ambos os colégios, professoras

Carla e Letícia. Aos alunos das turmas do 3º ano do Ensino Médio dos estabelecimentos de

ensino, pelas valiosas informações prestadas.

A todos os professores do colegiado de Física, pelos conhecimentos ensinados.

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"Jamais considere seus estudos como

uma obrigação, mas como uma

oportunidade invejável (...), para seu

próprio prazer pessoal e para proveito da

comunidade à qual seu futuro trabalho

pertence."

Albert Einstein

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RESUMO

Este trabalho, desenvolvido na Escola Estadual Augusto Antunes e na Escola

Estadual Everaldo da Silva Vasconcelos Junior, sugere, no âmbito da escola pública, o uso de

atividades experimentais por parte dos professores, servindo como estratégia para melhorar o

ensino de Física no ensino médio. Para desenvolver este trabalho foi utilizado como

metodologia a pesquisa de campo e a exposição de experimentos, foram aplicados

questionários aos alunos do 3º ano do ensino médio antes dos experimentos e após, assim

pôde-se ter uma visão do aprendizado, observando a compreensão dos assuntos por parte de

cada estudante e o êxito na relação entre o conteúdo e o seu dia-a-dia. Buscou-se verificar

tanto o lado quantitativo, quando visualizado o percentual de alunos que assimilaram

corretamente cada assunto inserido nas atividades práticas demonstradas em sala de aula,

quanto qualitativo, com relação ao quanto os conteúdos se tornaram significativos para os

discentes. Em suma os resultados demonstram que este método de ensino pode ser adotado

durante as aulas de Física, afinal trata-se de uma estratégia boa, bem como uma ferramenta a

mais, que auxiliará no cotidiano do professor na sala de aula.

Palavras_chave: Ensino de Física. Atividades experimentais. Escola pública. Cotidiano.

Aprendizado.

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ABSTRACT

This work, developed in Augusto Antunes State School and State

School Everaldo Vasconcelos da Silva Junior, suggests, in the public schools, the use of

experiential activities for teachers, serving as a strategy to improve the teaching of physics in

high school. To develop this work was used as a methodology research and

field exposure experiments, questionnaires were filled to the students of 3rd year of high

school before the experiment and after, so we could have a vision of learning, observing the

understanding of the issues by part of each student and successful relationship between the

content and its day-to-day. We tried to check both the quantitative side, when viewed

the percentage of students who have assimilated properly inserted in each subject

demonstrated practical activities in the classroom, the quality with respect to how the content

will become meaningful to students. In summary the results show that this teaching

method can be adopted during physics classes, after all it is a good strategy, as well

as one more tool that will assist in the daily life of the teacher in the classroom.

Keywords: Teaching Physics. Experimental Activities. Public School.Daily.Learning.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Escola Estadual Augusto Antunes 28

FIGURA 2 - Escola Estadual Everaldo da Silva Vasconcelos Júnior 29

FIGURA 3 - Preenchimento do questionário 1 31

FIGURA 4 - Demonstração do princípio do submarino com garrafa PET 32

FIGURA 5 – Simulando uma "gaiola de Faraday" com papel alumínio 32

FIGURA 6 – Exposição do conteúdo pelo autor do trabalho 33

FIGURA 7 – Participação dos alunos nas demonstrações dos experimentos 33

FIGURA 8 – Simulação do fenômeno da reflexão total da luz 34

FIGURA 9 – Participação dos alunos na montagem de alguns experimentos 34

FIGURA 10 – Estudantes respondendo o segundo questionário 35

FIGURA 11 – Gráfico referente às respostas obtidas na pergunta 1 do questionário 2 38

FIGURA 12 - Gráfico referente às respostas obtidas na pergunta 2 do questionário 2 39

FIGURA 13 – Gráfico referente às respostas obtidas na pergunta 3 do questionário 2 40

FIGURA 14 – Gráfico referente às respostas obtidas na pergunta 4 do questionário 2 40

FIGURA 15 – Gráfico referente às respostas obtidas na pergunta 5 do questionário 2 41

FIGURA 16 – Gráfico referente às respostas obtidas na pergunta 6 do questionário 2 42

FIGURA 17 – Esquema de montagem do experimento 1 54

FIGURA 18 – Esquema de montagem do experimento 2 56

FIGURA 19 – Esquema de montagem do experimento 3 58

FIGURA 20 – Esquema de montagem do experimento 4 60

FIGURA 21 – Esquema de montagem do experimento 5 61

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Lista de materiais da atividade experimental 1 54

TABELA 2 – Lista de materiais da atividade experimental 2 55

TABELA 3 – Lista de materiais da atividade experimental 3 57

TABELA 4 – Lista de materiais da atividade experimental 4 59

TABELA 5 – Lista de materiais da atividade experimental 5 61

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11

2 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR PARA O ENSINO DE FÍSICA .............................. 14 2.1 A formação inicial para o exercício da docência ............................................................ 14

2.2 Os reflexos da formação docente em sala de aula .......................................................... 16 2.3 A importância da formação continuada .......................................................................... 17

3 A DIDÁTICA DO ENSINO DE FÍSICA NA ESCOLA DA EDUCAÇÃO BÁSICA ... 20 3.1 Diretrizes Nacionais: os PCN´s ...................................................................................... 20 3.2 O problema da centralização do ensino de Física no livro didático ............................... 21

3.3 A importância da relação entre o conteúdo de Física e o cotidiano ............................... 23 3.4 Teorias de aprendizagem ................................................................................................ 24

3.4.1 Aprendizagem significativa .................................................................................. 24 3.5 O papel das atividades experimentais no âmbito de ensino ........................................... 26

4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 28 4.1 Materiais .................................................................................................................... 28

4.1.1 Ambiente de estudo ............................................................................................... 28 4.1.2 Público alvo ........................................................................................................... 30

4.2 Métodos ..................................................................................................................... 30

4.2.1 Levantamento de dados e aplicação do primeiro questionário. ....................... 30

4.2.2 Demonstração das atividades experimentais nas escolas públicas. ................... 31 4.2.3 Aplicação do segundo questionário. ..................................................................... 35

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS ................................................ 36 5.1 Primeiro questionário. .................................................................................................... 36 5.2 Segundo questionário. .................................................................................................... 38

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 43

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 45

ANEXOS ................................................................................................................................. 47 ANEXO A – HISTÓRICO DAS ESCOLAS ....................................................................... 48

ANEXO B - QUESTIONÁRIO (1) ...................................................................................... 53 ANEXO C - ROTEIROS DOS EXPERIMENTOS ............................................................. 54 ANEXO D – QUESTIONÁRIO (2) ..................................................................................... 63 ANEXO E - AUTORIZAÇÃO DAS ESCOLAS ................................................................. 65

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1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos tempos muitos indivíduos têm estudado os diferentes fenômenos que

ocorrem na natureza. Estudar Física significa compreender os fenômenos físicos e ter o

prazer de desvendar novos horizontes. Entrar no mundo desta ciência é estar em contato

direto com a própria natureza. A Física traz grandes inovações para o desenvolvimento da

sociedade em geral.

Na atualidade, o ensino da disciplina de Física passa por um momento crítico tanto

nas escolas públicas quanto no sistema de ensino privado, posto que notasse uma queda em

sua qualidade, fato que pode ser facilmente constatado ao serem analisadas as notas dos

alunos e a falta de interesse deles pela matéria escolar.

É de conhecimento geral que o ensino da disciplina de Física no ensino médio é caso

preocupante, pois os alunos oriundos de escolas públicas, em sua maioria, não conseguem

compreender, desenvolver aptidão, relacionar os conteúdos adquiridos em sala de aula com

fenômenos físicos do cotidiano, bem como perceber a importância da Física não somente

para o desenvolvimento tecnológico, mas, sobretudo, para o bem estar social.

É evidente que a qualidade do ensino, não somente da Física, encontra-se com

bastantes deficiências. São vários os entraves que assolam o ensino na educação básica

como, por exemplo, alguns profissionais que ministram as aulas não são formados na área,

além do mais se observa que para muitos dos alunos a disciplina de Física é considerada

“difícil”, “um bicho de sete cabeças”. O grande “vilão” se deve talvez a metodologia de

ensino que as escolas têm adotado para o desenvolvimento do aprendizado que há muito

tempo tem sido executado com modelos tradicionais. Em geral, usam-se práticas antiquadas

de tal forma que a estima e o mérito educacional tornou-se depreciado, posto que, a técnica

para demonstrar o conhecimento não é o suficiente para um ensino de qualidade, ou seja,

desta forma a instrução através do ensino não evoluiu proporcionalmente ao

desenvolvimento social, tecnológico, industrial, científico, entre outros.

Considera-se que,

Os fatores de cunho metodológico são de suma importância, uma vez que tem a

ver com a maneira como a disciplina é ensinada nas escolas, isso contribui para

uma construção mais positiva da imagem da Física junto à sociedade, desta forma

maior interesse e melhor aprendizado dos estudantes pelo estudo desta ciência.

Com o auxílio de uma metodologia adequada ao ensino, muitas das dificuldades

podem ser contornadas, principalmente as relacionadas com a questão do gostar e

do aprender (...) (BONADIMAN & NONENMACHER, 2007, p.197).

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É necessário que se compreenda que a escola contribui significativamente para o

desenvolvimento da sociedade a partir do momento em que se formam cidadãos aptos para

contribuir com o progresso social. Merecer o crédito de exercer a Cidadania é estar

qualificado para agir com responsabilidade, confiança e firmeza de ânimo, ante as

problemáticas sociais, interferindo para a construção e o bem comum.

A qualificação do cidadão frente ao ensino será efetiva se o método utilizado estiver

diretamente relacionado com a revolução temporal, ou seja, mudança brusca nas coisas do

mundo, nas opiniões, nas leis do estado, na tecnologia, na informatização, na mecanização,

entre outras transformações. Deste modo, a preservação do ensino com a utilização de

representações tradicionais, tais como: memorização de fórmulas pré-concebidas, leis e

teoremas com o auxílio do quadro e giz ou pincel atômico somente, conduz a um modelo

educacional ultrapassado.

Conforme Ausubel (1968 apud Moreira & Masini, 1982, p.9),

Define aprendizagem mecânica (rote learning) como sendo a aprendizagem de

novas informações com pouca ou nenhuma associação com conceitos

relevantes existentes na estrutura cognitiva. Nesse caso, a nova informação é

armazenada de maneira arbitrária. Não há interação entre a nova informação e

aquela já armazenada (...) a simples memorização de fórmulas, leis e conceitos,

em Física, pode também ser tomada como exemplo, embora se possa

argumentar que algum tipo de associação ocorrerá nesse caso. (grifo nosso).

O conhecimento do ensino de Física, ao contrário do que muitos pensam, proporciona

ao aluno maior percepção com qualidade, acerca dos fenômenos físicos “corriqueiros”,

compreensão do desenvolvimento tecnológico, aplicação de leis e teoremas na mecânica em

geral. Sendo assim, a Física contribui para a formação qualitativa do cidadão. Conforme

Hamburger (1992, p.95)

A Física como modo de olhar e estudar o mundo é parte integrante da cultura de

hoje, e só isto já justifica o seu estudo. O ensino da Física influi sobre a visão de

mundo de toda a população, além de facilitar novas descobertas e o

desenvolvimento tecnológico.

Com base nas considerações, o presente trabalho busca apontar alternativas de

ensino no âmbito das escolas públicas de nível médio, no caso, as escolas estaduais Augusto

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Antunes e Everaldo da Silva Vasconcelos Júnior, ambas localizadas no Município de

Santana, através de atividades experimentais como estratégia, ou seja, utilização de

experimentos nas aulas. Tendo como objetivos, despertar no aluno o interesse, o gosto e o

prazer de estudar Física, além de desenvolver experimentos que comprovam que o

conhecimento físico está presente em diversas tecnologias, daí a importância desta ciência, e

mostrar que as aulas com auxílio de experimentos melhoram o aprendizado.

Enfim, as atividades experimentais como uma estratégia para o ensino de Física nas

escolas públicas de ensino médio tem a proposta de cooperar com a metodologia de ensino,

concorrendo com intuito de colaborar na formação qualitativa dos estudantes.

A escolha das escolas públicas do ensino médio como alvo de estudo para a

elaboração desta monografia deu-se exclusivamente por questões no que tange os inúmeros

problemas presentes que vão desde os recursos didáticos até a qualificação do professor, e a

concentração dos trabalhos em um número reduzido de escolas, se justifica pela maior

capacidade em acompanhar estes problemas.

Dessa forma, no capítulo 2, far-se-á uma breve apresentação a respeito da formação

do professor para o ensino de Física, dando ênfase em seus subtítulos respectivamente a

formação inicial para o exercício da docência, os reflexos que a formação de professores

pode trazer ao ambiente escolar e a importância da formação continuada. No capítulo 3

apresentamos a didática do ensino de Física na escola da educação básica, onde é colocado a

questão dos PCN´s e um problema bastante comum nas escolas, no caso, a centralização dos

conteúdos por parte dos professores somente nos livros didáticos, e ainda destacamos a

importância da co-relação dos conteúdos de Física com o dia-a-dia do aluno, além da

exposição da aprendizagem significativa presente na literatura, no campo das teorias de

aprendizagem. Em seguida apresenta-se o papel das atividades experimentais para o ensino

de Física, mostrando o quão contribuem para o aprendizado.

Já no capítulo 4 evidenciam-se os materiais, no caso, as escolas públicas e os alunos e

a metodologia utilizada na pesquisa. Para finalizar, nos capítulos 5 e 6 respectivamente, são

mostrados os resultados da pesquisa de campo e as considerações finais referentes a temática

do trabalho.

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2 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR PARA O ENSINO DE FÍSICA

Neste capítulo apresenta-se a formação inicial, observando o reflexo desta formação

na sala de aula e a importância da continuidade após a graduação, mostrando o quanto é

essencial para a educação. Deste modo, a formação do professor de física deve ser de

qualidade, sendo necessário preparar o docente para ensinar, visando sempre à aprendizagem

do aluno. Ele deve estar aprimorado em práticas investigativas, desenvolver hábitos de

colaboração e instigar o trabalho em equipe entre outras responsabilidades, como por

exemplo, o exercício de atividades de enriquecimento cultural, o uso de tecnologias da

informação e da comunicação, além de estratégias, metodologias e materiais de apoio

inovadores que contribuam para o processo de ensino-aprendizagem, buscando sempre

resultados positivos. (BRASIL, 2002).

2.1 A formação inicial para o exercício da docência

A formação inicial do professor proporciona os primeiros contatos com as teorias do

conhecimento, as quais lhe mostrarão como o sujeito aprende, detalhando o processo de

ensino-aprendizagem em várias vertentes.

O currículo de Física de acordo com Brasil (2000) sugere que,

A Física, por sistematizar propriedades gerais da matéria, de certa forma como a

Matemática, que é sua principal linguagem, também fornece instrumentos e

linguagens que são naturalmente incorporados pelas demais ciências. A

cosmologia, no sentido amplo de visão de mundo, e inúmeras tecnologias

contemporâneas, diretamente associadas ao conhecimento físico, de forma que um

aprendizado culturalmente significativo e contextualizado da Física transcende

naturalmente os domínios disciplinares estritos. E é essa Física que há de servir

aos estudantes para compreenderem a geração de energia nas estrelas ou o

princípio de conservação que explica a permanente inclinação do eixo de rotação

da Terra relativamente ao seu plano de translação. (pg.11)

O docente ao adquirir novos conhecimentos acaba implicando na modificação de sua

visão sobre a realidade, tornando-se mais crítico, percebe o que acontece a sua volta, sabendo

lidar com as dificuldades e buscando soluções para os problemas. Esses contatos iniciais com

o ensino se forem bem explorados e compreendidos proporcionarão a este profissional uma

base forte para a sua prática em sala de aula.

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De acordo com Brasil (2001), o físico, seja qual for sua área de atuação, deve ser um

profissional que apoiado em conhecimentos sólidos e atualizado em Física deve ser capaz de

abordar, tratar problemas novos e tradicionais e deve estar sempre preocupado em buscar

novas formas do saber e do fazer científico ou tecnológico. Em todas as suas atividades a

atitude de investigação deve estar sempre presente, embora associada a diferentes formas e

objetivos de trabalho.

E no segundo momento sendo analisados na prática de ensino através dos estágios,

faz-se aí a junção da teoria e da prática, possibilitando um maior entendimento sobre o ensino

e colaborando para a formação desse profissional. A prática de ensino é importante, pois

através dela que o aluno se vê como um futuro professor (CAMARGO & NARDI, 2003).

Segundo Foerste & Foerste (2000), o papel da prática de ensino é tornar a teoria e

prática uma só unidade, na qual uma seja base da outra de forma complementar, buscando

uma coerência entre ambas. Neste sentido pode ser observado que há uma dificuldade dos

docentes em conciliarem essas duas temáticas, separando-as em dois mundos distintos. Não

compreendendo a importância das duas caminharem juntas no processo de aprendizagem, ou

mesmo não conseguindo fazer essa junção por alguma deficiência em sua formação. Este fato

acaba prejudicando o seu desempenho em sala de aula e dificultando a aprendizagem dos

discentes, tornando a aula cansativa e sem muitos atrativos.

Segundo Brasil (2001), os estágios realizados em instituições de pesquisa,

universidades, indústrias, empresas ou escolas devem ser estimulados na confecção dos

currículos plenos pelas Instituições de Ensino Superior. Logo que as experiências adquiridas

dentro do âmbito escolar, por meio dos estágios e práticas pedagógicas não se fazem

suficientes para suprir o aprendizado, pois a Física é uma disciplina complexa e deve ser

vista de vários ângulos.

De acordo com Brasil (2001), dentre os vários perfis o Físico – educador dedica-se

preferencialmente à formação e à disseminação do saber científico em diferentes instâncias

sociais, seja através da atuação no ensino escolar formal, seja através de novas formas de

educação científica como vídeos, “software”, ou outros meios de comunicação. Não se ateria

ao perfil da atual Licenciatura em Física, que está orientada para o ensino médio formal.

Sendo assim o desenvolvimento destas práticas estimularia muito mais o ensino

aprendizagem dos discentes, pois a não utilização delas ocasiona o desinteresse pelas aulas,

que se tornam maçantes e cansativas.

Uma das missões primordiais da escola é permitir o acesso aos conhecimentos

historicamente construídos e, que sejam culturalmente significativos para uma determinada

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sociedade, por meio do que ficou conhecido como educação escolar. Sendo assim o papel do

docente de Física na escola torna-se mais dinâmico, todavia as problemáticas do ensino e da

formação destes docentes vêm dificultando a qualidade da aprendizagem dos discentes. Pois

durante a sua formação o professor se depara com aulas sem muitos estímulos, complicadas e

com metodologia ultrapassada, chegando à prática esse profissional perceberá que não

aprendeu o suficiente e isso refletirá em sua prática profissional. Diante disso só irá

reproduzir o que vivenciou durante o curso, prejudicando o seu ensino e a aprendizagem dos

alunos (GOBARA & GARCIA, 2007).

O professor deve se perceber como um sujeito inserido num espaço histórico e social,

e somente a partir deste ponto conduzir seu alunado a saber que faz parte também desse

espaço, pois a prática docente é um trabalho humano que lida com sujeitos com vivencias

diferentes. É a partir dessa realidade que as propostas de ensino devem surgir. Estas

propostas de ensino podem surgir da reflexão sobre o cotidiano e das dúvidas, por exemplo,

tornando fontes para uma formação mais articulada e coerente com a realidade. Buscando

transformações no campo educacional, sendo construídas a partir das mudanças nas práticas

dos professores e das escolas. Visando assim a melhoria na qualidade do ensino

(FOERSTE & FOERSTE, 2000).

De acordo com Gobara & Garcia (2007), em um estudo realizado sobre o ensino de

Física no Brasil verificou-se que alguns dos problemas “atuais" do ensino de física sempre se

fizeram presentes: ensino expositivo, geral, superficial e baseado na memorização e

excessiva dependência dos manuais didáticos. Outros se originaram a partir da

“popularização" do ensino público, iniciada na Era Vargas e consolidada no período militar:

número insuficiente de aulas, má formação dos professores e má estruturação das escolas.

2.2 Os reflexos da formação docente em sala de aula

O professor sendo um profissional comprometido com a educação deve trazer consigo

desde a sua graduação sempre uma questão que reflita no aprendizado, no caso a transmissão

dos conhecimentos com eficiência, ponto raramente observado na maioria dos

estabelecimentos de ensino básico, seja público ou privado, onde são evidentes que os

profissionais da educação precisam de novos métodos de ensino, posto que a metodologia

com que é transmitido tal conteúdo possui peso significante no aprendizado. Os alunos não

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conseguem assimilar a informação repassada pelos docentes. Na disciplina de Física os

problemas são claramente visualizados nas notas e reprovações.

Segundo Camargo & Nardi (2003), no início de sua carreira, os acadêmicos

recém-formados se identificam mais como alunos em sala de aula que como professores,

surgindo neste momento preocupações que passam de vagas apreensões. Com o passar do

tempo adquirindo experiência crescem profissional e individualmente.

Os professores recém-formados se deparam no início da sua vida profissional com

problemas de indisciplina e conduta dos alunos, não se preocupando primeiramente com a

aprendizagem, dando mais importância em controlar os alunos em sala de aula. Com o passar

dos anos, adquirindo experiência no exercício profissional e habilidades para lidar com os

alunos, suas preocupações se modificam, o professor volta sua atenção à aprendizagem,

procura auxiliar os discentes na criação de estratégias para a compreensão dos conteúdos, em

conseqüência o docente busca aperfeiçoar-se para conseguir alcançar tal objetivo. Evoluindo

juntamente com os interesses da sociedade, que visa formar indivíduos capazes de pensar e

agir por si só, criativos, dinâmicos e independentes (CAMARGO & NARDI, 2003).

Considerando que o conhecimento está sujeito a mudanças, justamente por vivermos

em uma sociedade cuja realidade se modifica diariamente. Cabe ao professor perceber e está

inserido nesta mudança. Uma vez que isso se reflete em sala de aula e conseqüentemente na

formação do professor e na formação do aluno como individuo. Por conta de o mundo viver

em constante mudança, a formação atual do docente não deve ser comparado àquela de anos

atrás, pois os interesses e a sociedade são outros (CAMARGO & NARDI, 2003).

2.3 A importância da formação continuada

A formação inicial é o primeiro passo para uma formação contínua e o início para

formação da carreira profissional, mas na maioria das vezes não é o que acontece. O

progresso do profissional, um deles o professor de física, é interrompido com o fim do curso

de graduação, não continuando sua formação. E em conseqüência dessa falta de

aperfeiçoamento e continuidade aparecem as dificuldades, preocupações, incertezas e até

mesmo insegurança nos professores durante seus primeiros anos de sala de aula

(CAMARGO & NARDI, 2003).

No mundo contemporâneo o aperfeiçoamento é importante, uma vez que a sociedade

exige profissionais com alto grau de conhecimento em sua área. E para esses profissionais

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atenderem essas exigências devem se capacitar, para assim estarem preparados para o

exercício da profissão e obterem sucesso no trabalho diário, bem como se assegurarem no

mercado de trabalho. Feliz daquele que tem consciência disso e busca o conhecimento, se

aperfeiçoando cada vez mais. (KULLOK, 2000).

Essa capacitação visa melhorar também o profissional na sua totalidade, como ser

humano, tornando-o sensível as questões sociais, consciente da sua importância como

mediador do aprendizado e atento a vida cotidiana, sendo capaz de interagir com o meio em

que vive. Desta forma, transportando os saberes científicos e populares para a sala de aula,

compreendendo que o processo ensino-aprendizagem vai além dos muros da escola

(KULLOK, 2000).

Kullok (2000) relata que de acordo com profissionais de diversas áreas, esse

profissional, o professor, tem que saber pensar, agir e resolver problemas. Ele deve saber

lidar com as pessoas, respeitar a individualidade de cada ser, sem anular-se e sem

menosprezar o outro individuo. O professor deve saber interagir com o aluno, através do bom

senso e saber ouvir, compreender e ver. Estudar sempre e ler muito, para compreender as

inovações e não estagnar sua metodologia no tempo, sendo ultrapassado pelos demais.

Perceber que as transformações vêm para melhorar o ensino, o profissional e a

aprendizagem. Busca-se valorizar a identidade, a diversidade e a autonomia através da

interdisciplinaridade e da contextualização.

Kullok (2000) diz ainda que atualmente o mercado de trabalho busca profissionais

que tenham capacidade de se adaptar as mudanças, que queiram transformar, que tenham

vontade de aprender e ensinar, que saibam lidar com as pessoas, trabalhar em grupo, que

conheçam as mudanças tecnológicas e estejam interados sobre elas, que sejam bons ouvintes,

dedicados e sempre a procura do novo, que sejam criativos, incansáveis na busca do saber e

insaciáveis no ato de ensinar. E para se destacar nesse mundo moderno e competitivo o

professor deve estar preparado para as mudanças e transformações se capacitando para o

exercício da sua profissão, sempre em busca de novos saberes e idéias. Daí observa-se o quão

grande é a importância que uma formação de maneira dinâmica e progressiva oferece ao

docente e a comunidade em geral.

Segundo Kullok (2000), o docente seja de Física ou qualquer outra disciplina deve se

questionar sobre o que é realmente ser um professor e buscar nas suas vivências escolares e

cotidianas respostas para tal questionamento, para além do significado encontrar sua

importância na formação do indivíduo e na mediação do seu conhecimento. Definindo o seu

papel como mediador em sala de aula, o profissional da educação saberá explorar o

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conhecimento científico e relacioná-lo com o seu cotidiano e o do aluno, buscando assim

maior compreensão dos conteúdos. Para isso ele deve estar atento às mudanças no mundo

moderno, para saber lidar com as transformações e ter consciência de como é o ensino na

atualidade, do que é realmente ensinar e aprender.

Todavia, deve-se perceber que são muitos os problemas enfrentados pelos professores

para continuar sua formação. De acordo com Santana et al (2005), muitos profissionais da

educação sentem dificuldade em se aperfeiçoar e a sua formação que começa com o curso de

licenciatura fica prejudicada. Pois, muitos docentes devido à remuneração baixa trabalham

nos três períodos, de manhã, à tarde e a noite, ou até mesmo buscam empregos em outras

áreas, ficando sem tempo para se capacitar na área de Física, comprometendo o seu

desempenho didático em sala de aula, prejudicando assim o aprendizado do aluno. Diante

disso percebem-se alguns dos fatores que levam o aluno a ter certa dificuldade em assimilar o

conteúdo de Física: os professores com tempo reduzido para se dedicar a sua formação

continuada, afetam o planejamento das atividades que serão feitas em sala de aula,

desmotivando o alunado quanto o aprendizado e o professor quanto o seu desempenho.

Ainda somam a esses fatores a questão do material didático que é insuficiente e

principalmente o número hora/aulas por semana destinadas à disciplina.

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3 A DIDÁTICA DO ENSINO DE FÍSICA NA ESCOLA DA EDUCAÇÃO BÁSICA

O ensino de Física está centrado em leis e fórmulas retiradas dos livros didáticos.

Tornando o aprender um ato mecânico, no qual o educando memoriza e esquece, pois esse

conhecimento não se torna significativo para a sua vida. Desta forma, o caminho para o

aprendizado está sendo dificultado pelo distanciamento dos conteúdos com a realidade do

aluno. Diante deste problema busca-se uma nova maneira de ensinar, na qual o indivíduo

compreenda o que está sendo ensinado e consiga relacionar esse conhecimento ao seu

cotidiano.

3.1 Diretrizes Nacionais: os PCN´s

Um dos graves problemas do ensino da Física na atualidade situa-se na maneira como

tem sido exposto, simplesmente com uma Física que cada vez mais se distância do mundo

vivido pelos educandos, um ensino de física cheio de conceitos, leis e fórmulas, tudo

repassado aos alunos de forma desarticulada, provocando assim muitas dificuldades no

aprendizado, prejudicando a aquisição do conhecimento por parte do aluno e a transmissão

por parte do professor. São conteúdos vazios, sem significados, assim não despertam a

curiosidade e acabam desmotivando os alunos. Ainda há a insistência na solução de

exercícios repetitivos, pretendendo que o aprendizado ocorra pela automatização ou

memorização e não pela construção do conhecimento através das competências adquiridas

(BRASIL, 2000).

Espera-se que o ensino de Física, na escola de ensino médio contribua para a

formação de uma cultura científica efetiva, que permita ao indivíduo a interpretação dos

fatos, fenômenos e processos naturais, situando e dimensionando a interação do ser humano

com a natureza como parte da própria natureza em transformação. Uma Física cujo

significado o aluno possa perceber no momento em que aprende, e não em um momento

posterior ao aprendizado. Sendo assim imprescindível considerar as vivências dos alunos, os

objetos e fenômenos com que efetivamente lidam ou os problemas e indagações que movem

sua curiosidade. A Física como disciplina curricular da educação básica deve abranger não

somente a teoria como é observado na maioria dos estabelecimentos de ensino.

(BRASIL, 2000).

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De acordo com Brasil (2000), o ensino de Física tem sido até hoje muito teórico e

abstrato, que seja desta forma, mas em consonância com atividades práticas e exemplos

contextualizados. Esse é um dos propósitos do estudo, levar os estudantes a aprimorar o

desenvolvimento intelectual e aproximá-los do meio em que vivem, através das atividades

experimentais.

3.2 O problema da centralização do ensino de Física no livro didático

O ensino nas escolas passa a todo o momento por inúmeras mudanças em sua

estrutura em geral e isso precisa ser acompanhado pelos docentes, mudanças estas que

buscam a melhoria do aprendizado. Nossos professores não podem ficar “presos” somente ao

livro didático, apesar dele ter um papel fundamental no ensino-aprendizagem.

Segundo Filho (2000a), afirma no início de sua tese de doutorado que,

O livro didático tem uma fundamental importância no ensino, sendo um

importante recurso utilizado em sala de aula. Oferecendo uma reunião de

conhecimentos selecionados e organizados para refletir um padrão teórico que

caracteriza o ensino empregado pela instituição de ensino.

De acordo com Libâneo (1994),

Os livros didáticos são recursos auxiliares, nos quais os conteúdos ali presentes

podem ser significativos ao aluno, dependendo do uso por parte do docente em

sala de aula, ao contrário eles por si só não possuem vida. Então apesar da grande

importância desse recurso, o livro didático não deve ser seguido como único

método para se ensinar. Assim o professor tem o livro como se fosse um guia,

querendo a qualquer custo repassar aos estudantes tudo que está escrito nele,

muitas vezes sem preocupar-se em contextualizá-lo com a realidade do aluno.

O professor ao despejar durante o ano letivo toda a matéria somente com o

propósito de cumprir a carga horária que lhe é imposta, não está usando o livro didático da

maneira mais adequada. Deste modo, o aluno fica somente preocupado em passar de ano,

decora as fórmulas e as leis de física, em seguida as empregas nos exames com um único

objetivo de ser aprovado. Essa decoreba, com o passar do tempo, vai sendo esquecida, pois

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além de não ter assimilado o que deveria ter aprendido, ele não consegue empregar a sua

realidade esses conceitos, devido ao distanciamento do ensino com o dia-a-dia, tornando o

estudo sem significado.

Além do fato que os livros didáticos no seu esboço buscam incentivar os professores a

centrarem o ensino de Física na memorização e verbalismo. Desta forma, há um

distanciamento do uso do laboratório, que é uma ferramenta que pode auxiliar os formadores

de opiniões, no caso os professores, na construção de um ensino de Física com qualidade

(FILHO, 2000a, p.13).

Então, ressaltando mais uma vez, o livro didático ajuda no aprendizado do aluno,

entretanto a maioria tenta de certa forma fixar a atenção dos educadores no ensino

tradicional. Um ensino que torna o estudo tão difícil que muitas pessoas têm aversão à Física,

chegando a afirmar que “Física é coisa para doido” ou ainda “Física é coisa para louco!”, ou

seja, esta é a imagem que os alunos acabaram criando da Física na escola

(BONADIMAN & NONENMACHER, 2007, p.196). Justamente por não compreenderem o

seu verdadeiro significado.

Alves (2006) diz que os livros didáticos da maneira como se apresentam não orientam

a utilização de outros recursos. Naqueles que são voltados ao ensino de Física não é difícil de

observar que a grande maioria apresenta os conteúdos estanques, fazendo da Física uma

ciência imutável. Nestas obras é mostrada uma matemática pura, principalmente em seus

exercícios muitas vezes fora da realidade, fazendo com que os alunos tenham somente a

preocupação de memorizar fórmulas, posto que, a questão crucial é treinar repetitivamente

problemas totalmente algébricos.

É preciso transpor os conteúdos presentes no livro didático para o meio de vivência

do aluno, agindo de forma a desencadear e despertar no discente a curiosidade do que está

sendo repassado, principalmente no que se refere à disciplina de Física da educação básica,

onde se observa que há um grande desinteresse pela maioria dos alunos.

Para Pietrocola et al (2005),

Umas das principais funções da escola é a transmissão dos conhecimentos

produzidos pela humanidade. Para que haja tal transmissão, é necessário que o

conhecimento seja apresentado de maneira que possa ser aprendido pelos alunos. É

nesse ponto que se manifesta uma das principais transformações do conhecimento,

isto é, a diferença entre conhecimento produzido e o conhecimento oferecido ao

aprendizado. (p.78)

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Portanto, a escola sendo um estabelecimento que visa a desenvolver o cidadão desde

cedo, e o professor como transmissor da informação, juntos devem adotar novos meios de

despertarem no aluno o interesse em querer aprender.

3.3 A importância da relação entre o conteúdo de Física e o cotidiano

O estudo da Física pode se tornar muito mais atrativo a partir do momento em que se

compreende que o homem vive inserido na natureza, que por sua vez é dotada de percepções

físicas (PIETROCOLA, 2005).

Todos sabem que o ensino de Física e o cotidiano estão intimamente ligados. Então, é

importante existir sempre a correlação entre ambos para que todos tenham uma visão do

mundo ao seu redor, ou seja, o estudante espera com ansiedade o instante em que irá trazer

para a realidade “todo aquele conteúdo teórico, apresentado como simplificações tiradas

diretamente do cotidiano” (PIETROCOLA, 2005, pg. 19).

A escola tem a atribuição de transmitir o conhecimento aos alunos, de tal maneira que

o efeito da formação da mentalidade e do caráter do aluno colabore para o progresso social,

urbano, comercial, tecnológico, entre outros. Deste modo, o ensino escolar contribui para a

inserção do cidadão, não conformado apenas com o bem estar próprio, mas alguém que faz

impugnação ao egocentrismo social e exige a combinação da percepção global do mundo que

vive.

De acordo com Pietrocola (2005), sobre visão de mundo, diz:

A visão de mundo se estabelece, quando não nos conformamos apenas com

entendimento individual das situações, ao contrário, passamos a exigir um

entendimento global do mundo em que vivemos. A escola tem o papel de auxiliar

os indivíduos a adquirir uma visão de mundo adequada ao seu desenvolvimento

social e pessoal.

Para Fernandes (2008), a Física é uma ciência que surgiu de observações dos

fenômenos que ocorrem na natureza, ciência esta presente no dia-a-dia, então, nada mais

interessante do que relacionar os conteúdos de sala de aula com situações do cotidiano, isso

alavanca o entendimento e instiga o aluno à pensar um pouco sobre tudo que o cerca.

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De acordo com Pietrocola (2005), existe uma relação intima entre o “mundo físico” e

“mundo cotidiano”, posto que, a natureza se faz presente em ambos. É de necessidade que

seja dado mais ênfase a este “mundo cotidiano”, onde se evidencia os fenômenos naturais e

sem falar nas tecnologias que surgem a cada dia.

A essência para construção de um ensino de qualidade nasce a partir do momento que

o indivíduo consegue captar a mensagem e associá-la ao seu dia-a-dia. Neste sentido, é de

praxe um ensino que envolva o estudante e o faça indagar sobre tudo que o cerca. Uma

estratégia de ensino que visa atender estas e outras necessidades de conectar o discente ao

mundo e que complementa os livros didáticos se trata justamente das atividades

experimentais.

3.4 Teorias de aprendizagem

3.4.1 Aprendizagem significativa

Os professores que estão diariamente em uma sala de aula sabem exatamente que

precisam quase sempre estar inovando em suas estratégias de ensino, ou seja, ferramentas

que possibilitem ao aluno aprender.

Tornar o conteúdo significativo é um problema enfrentado por muitos professores de

Física, elemento essencial para a aprendizagem. De acordo com Moreira & Masini (1982) o

problema da aprendizagem situa-se na utilização de recursos que facilitem ao aluno assimilar

os conteúdos.

Ao se adotar novos métodos de ensino, os conhecimentos aprendidos não servirão

somente para as avaliações de sala de aula ou para as provas de vestibulares visando o

ingresso no ensino superior, e em seguida esquecidos, mas haverá uma quebra desse

“contrato didático” que existe, e os conhecimentos se aprendidos de forma eficaz,

acompanharão os alunos por toda a vida, sendo de um lado de grande utilidade e por outro

fornecerão algum tipo de prazer. (PIETROCOLA, 2005).

Na busca da aprendizagem significativa, ao adotar novos métodos de ensino deve-se

ter a intenção de proporcionar significado as coisas, aos conteúdos, ao ensino, de modo a

relacioná-lo com a realidade vivida pelo educando.

A intencionalidade serve como base para o significado das ações, das experiências. É

o ato de ter intenções que proporciona estrutura ao sentido, ao modo de ser e compreender o

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mundo. A Psicologia foca seu estudo no dinamismo da compreensão do mundo, do modo de

agir do indivíduo a partir dessa percepção, dessa compreensão, considerando que a ação do

mesmo tem alguma finalidade. Assim, estuda as ações do indivíduo a partir da tomada de

consciência que ele possui dessa ação. Sabendo a intenção de cada ato, de cada ação.

A intencionalidade da consciência é que produz o significado dos objetos e das

situações. É significativa uma situação quando o indivíduo por vontade própria, de forma

ativa, busca uma ampliação e aprofundamento dessa consciência. Quando surge um interesse

particular em saber mais sobre algo, por ter aquilo como significativo para sua vida naquele

momento.

À medida que o indivíduo se percebe no mundo, ele atribui significados à realidade

em que o rodeia. Esses significados não são estáticos e sim ponto de partida para a formação

de novos significados que surgirão no decorrer de sua vida. Sendo um processo de

compreensão dos fatos, transformação em conhecimento, armazenamento e uso dessa

informação.

Essa é a construção do conhecimento, a partir do momento que ele se torna

significativo é usado no cotidiano do indivíduo. Esse aprendizado se dá como um processo

de armazenamento de informações. Para Ausubel (1968 apud Moreira & Masini, 1982, p.04),

“aprendizagem significa organização e integração do conhecimento na estrutura cognitiva”.

O conteúdo total de idéias de um indivíduo e sua organização é o que podemos chamar de

estrutura cognitiva.

De acordo com Ausubel (1968 apud Moreira & Masini, 1982) um fator importante

que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz, no caso o educando, já sabe. E o

conceito mais importante na teoria de Ausubel é a aprendizagem significativa. Para ele

aprendizagem significativa é um processo pelo qual uma nova informação se relaciona com

um saber relevante do conhecimento do indivíduo. Essa nova informação interage com esse

novo saber construindo um conceito mais amplo do que se conhece, ocorrendo assim à

aprendizagem significativa. Esse armazenamento de informações no cérebro humano para

Ausubel (1968 apud Moreira & Moreira, 1982) é altamente organizado, formando uma

hierarquia conceitual na qual os conceitos específicos são ligados e assimilados a conceitos

mais gerais. Levando em consideração as experiências do indivíduo.

No caso da Física, se o educando já obtêm um saber sobre os assuntos relacionados a

essa matéria, como por exemplo, um conceito de força, esse saber servirá como base para

uma nova informação. Essa nova informação resulta em crescimento e modificação desse

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saber. Esse saber ficaria mais elaborado e mais geral, sendo capaz de servir como base para

novos saberes. Quando isso não acontece à aprendizagem se torna mecânica.

Segundo Ausubel (1968 apud Moreira & Masini, 1982, p.08), essa aprendizagem

mecânica é por recepção, o conteúdo a se apresentado ao aprendiz, no caso o educando chega

a sua forma final. E na maioria das vezes não conseguindo se tornar significativa por não se

associar a nenhum conhecimento existente na estrutura cognitiva do individuo.

Se esse conteúdo for apresentado de forma a ser descoberto, tem maiores chances

dessa nova informação se torna significativa, porém, também tem que conseguir se relacionar

com conceitos já existentes no conhecimento do indivíduo. Portanto, para que haja a

aprendizagem significativa o conteúdo a ser aprendido deve ser significativo para o educando

e relacionável com outros saberes pré-existentes na sua estrutura cognitiva, além desse

educando estar disposto a relacionar uma nova informação com um saber já existente.

Para procurar evidências se realmente ocorreu uma aprendizagem significativa,

deve-se buscar outras formas, além de exames e resoluções de problemas, pois o educando

por estar habituado a resolver esses exames e problemas, isso faz com que ele memorize as

fórmulas, exemplos, explicações e modos de resolver problemas. Ao se procurar evidencias,

propõe que a melhor maneira é utilizar questões e problemas que sejam novos para o

educando evitando assim a simulação da aprendizagem significativa

(MOREIRA & MASINI, 1982).

3.5 O papel das atividades experimentais no âmbito de ensino

As escolas são instituições de ensino que visam levar a sociedade um estudo de plena

qualidade, mas é difícil, pois os problemas são muitos, em especial na disciplina de Física,

onde se constata um número expressivo de reprovações de alunos quando comparado com

outras disciplinas, conseqüência da maneira como está sendo exposto o conteúdo em sala.

Nesse sentido ressalta-se que,

Há muito tempo o ensino tradicional tem tomado conta das escolas, atualmente

ainda pode se notado nos mais diferentes estabelecimentos de ensino regular os

inúmeros aspectos desse tipo de ensino semelhantes aos adotados a centenas de

anos, portanto, tem que haver evolução na forma de transmitir os conhecimentos,

não se pode ficar somente nas aulas expositivas, com resoluções de exercícios e

memorizações. Temos que sair deste “estado de inércia” (...) o professor não tem

que ser “conferencista” e sim “orientador”, despertando uma participação mais

ativa do aluno (...) neste sentido de evolução, a introdução no ensino de Física das

demonstrações de experimentos é essencial, posto que, estas demonstrações

instigam a curiosidade e atenção do estudante, elementos cruciais para se chegar à

aprendizagem (SEKKEL & MURAMATSU, 1976, p.521-522).

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Para Alves (2006), as atividades experimentais de suma importância, podem ser uma

forma de transição dos chamados modelos tradicionais para construção de novos métodos ou

alternativas de ensinar Física, e o professor a partir do momento que optar por fazer a

inclusão das atividades experimentais nas suas aulas passa a ver que os alunos estão muito

mais interessados e participativos, ou seja, há uma mudança de comportamento dos

educandos. E os professores que lecionam Física sabem que as atividades experimentais têm

grande influência na qualidade do ensino.

De acordo com Alves (2006) a problemática para transpor o ensino tradicional situa-

se provavelmente na formação dos professores, quando diz:

(...) Os professores estão ávidos por alternativas ao ensino tradicional. Há que se

considerar, porém, que o professor em geral não é preparado, nem durante nem

após a sua graduação, para promover um ensino mais dinâmico. Então o

despreparo dos professores que acaba levando muitos destes profissionais da

educação a permanecerem centrados a métodos educacionais ultrapassados, caso

que precisa ser repensado. (p.14).

A experimentação defendida por muitos autores é ainda retratada nos documentos

oficiais direcionados a Educação nos quais constam ser este método de ensino eficaz na

formação de cidadãos mais críticos e participativos na sociedade, conforme ilustrado no

Brasil (2002),

É indispensável que a experimentação esteja sempre presente ao longo de todo o

processo de desenvolvimento das competências em Física, privilegiando-se o

fazer, manusear, operar, agir, em diferentes formas e níveis. É dessa forma que se

pode garantir a construção do conhecimento pelo próprio aluno, desenvolvendo

sua curiosidade e o hábito de sempre indagar, evitando a aquisição do

conhecimento científico como uma verdade estabelecida e inquestionável (p. 37).

Enfim, as atividades práticas quando bem elaboradas tem um papel importante na

construção do conhecimento, na aquisição da aprendizagem significativa. Promovendo ao

aluno um aprendizado através de inter-relações entre os saberes teóricos e práticos. Essas

experimentações podem se tornar uma estratégia de ensino dinâmica vinculada às vivências

do aluno (BLÜMKE & AUTH, 2004).

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo há a descrição dos materiais e os métodos desenvolvidos na pesquisa.

Mostrando as escolas-campo, descrevendo o ambiente de estudo, a seleção dos alunos para a

realização da pesquisa, a aplicação dos questionários, a escolha das perguntas, a seleção dos

experimentos para a exposição em sala de aula, indo da observação do entendimento dos

alunos até a análise dos resultados.

4.1 Materiais

4.1.1 Ambiente de estudo

A pesquisa de campo foi desenvolvida na Escola Estadual Augusto Antunes

(Figura 1) que oferece a sociedade o ensino médio, situa-se à Rua Salvador Diniz, n° 1361,

Bairro Nova Brasília, na cidade de Santana, Estado do Amapá, localizada em frente ao

Hospital Estadual de Santana, é uma construção de fácil acesso e visualização; o “Augustão”

como é chamado pela população santanense conta atualmente com o apoio de 4 (quatro)

professores de Física que são bastante dedicados, sendo que todos são formados na área.

Figura 1: Escola Estadual Augusto Antunes.

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Outro ambiente de estudo foi a Escola Estadual Everaldo da Silva Vasconcelos júnior

(Figura 2) situado à Rua Garrastazu Emílio Médici, S/N, Bairro do Paraíso, também no

município de Santana; o colégio “Everaldo Vasconcelos” assim denominado pela

comunidade em geral disponibiliza o ensino médio e o ensino fundamental ao público e

possui hoje um quadro de apenas 2 (dois) professores que lecionam a disciplina de Física,

todos estes com formação na área.

Figura 2: Escola Estadual Everaldo da Silva Vasconcelos Júnior.

A carga horária da disciplina de Física nestas escolas é de 2 (duas) aulas/semana, a

qual acabar dificultando de certa maneira o trabalho do docente, pois este possui um

cronograma extenso de conteúdos que precisam ser transmitidos durante o ano letivo, por

isso muitas vezes o assunto é exposto sem levar em conta o aprendizado dos estudantes. O

ideal seria estender a carga horária para 3 (três) aulas/semana.

Ambos os estabelecimentos de ensino público trazem um histórico diferenciado

(Ver ANEXO A), optou-se por usar no trabalho o histórico da escola Augusto Antunes

presente no site (Ver referências bibliográficas), pois o documento disponibilizado pelo

referido estabelecimento de ensino público apresentava a escola como municipal e não como

estadual.

As escolas em estudo buscam trazer a população amapaense um ensino de qualidade,

buscando sempre inovar na educação. Mas na questão da estrutura deixa a desejar, afinal em

ambos os colégios não há laboratórios para a realização de experiências, as salas são bastante

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quentes, há falta de materiais, dificultando ainda mais a situação do docente no

desenvolvimento de suas atividades. Diante desse quadro crítico os professores de Física

ensinam como podem.

4.1.2 Público alvo

O estudo buscou priorizar os alunos do 3° (terceiro) ano do ensino médio dos

estabelecimentos de ensino público. O motivo da escolha destes educandos do último ano da

educação básica se deu em decorrência dos discentes estarem se formando e já terem

convivido mais tempo com a disciplina de Física. Desta forma, obtendo um melhor

rendimento no trabalho realizado.

4.2 Métodos

4.2.1 Levantamento de dados e aplicação do primeiro questionário.

A pesquisa teve início em fevereiro de 2011, onde durante alguns meses foram feitos

levantamentos e estudos de referenciais teóricos, os quais nos forneceram uma base sólida

para a análise dos resultados.

A partir desta fase, foram realizadas as atividades de campo que iniciaram no mês de

agosto do mesmo ano e contou, em um primeiro momento, com a aplicação de um

questionário contendo 10 (dez) perguntas relativas à disciplina curricular (Ver ANEXO B),

elaboradas com intuito de verificar o aprendizado do discente nas escolas, em diferentes

turmas do ensino médio. Primeiramente, ele foi aplicado nas turmas 331 e 332 da Escola

Estadual Augusto Antunes e em seguida nas turmas 331 e 332 da Escola Estadual Everaldo

da Silva Vasconcelos Júnior, onde cada turma com uma média de 30 (trinta) alunos.

Foi possível notar que nas aulas de Física o quantitativo de alunos era menor ao ser

comparado ao número de estudantes que assistem as outras disciplinas, sinalizando assim

que algo está errado, isso se deve possivelmente por ser uma disciplina complicada na visão

dos discentes e a não utilização por parte dos professores de outros meios para despertar o

interesse do estudante. Na seqüência, a figura 3 apresenta os alunos das escolas públicas

respondendo o primeiro questionário.

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Figura 3: Preenchimento do questionário 1. (a) Estudantes da E.Everaldo da Silva Vasconcelos

Júnior; (b) Estudantes da E.E.Augusto Antunes.

Durante a aplicação, observou-se que muitos discentes tiveram dificuldades em

entender e responder algumas questões que logo foram esclarecidas pelo autor do trabalho.

Demonstrando assim problemas para interpretar texto, além de compreender os assuntos

envolvendo a disciplina em questão, a Física.

O método de coleta de dados (questionário) utilizado na pesquisa possibilitou

constatar via as respostas obtidas o quão se encontrava o ensino da Física ao ver dos

estudantes. Optou-se nesta primeira fase por questões do tipo abertas (subjetivas), a fim de

obter o máximo de informação a serem analisadas.

4.2.2 Demonstração das atividades experimentais nas escolas públicas.

Nesta fase foram selecionados alguns experimentos simples e de baixo custo, a

maioria construídos com materiais recicláveis, de acordo com os conteúdos que mais trazem

dificuldades aos alunos, os quais puderam ser visualizados mediante os resultados obtidos no

primeiro questionário aplicado aos estudantes e mostrados no capítulo seguinte. Os títulos

das atividades experimentais apresentadas foram os seguintes: copo cheio de cabeça para

baixo não derruba a água, água óptica, submarino com garrafa PET, elevador hidráulico e

gaiola de Faraday, sendo que cada atividade prática com o respectivo roteiro

(Ver ANEXO C). Todas as atividades experimentais contaram com a participação dos

discentes como mostram as figuras 4 a 9 na seqüência. Afinal é de suma importância para

que o aluno perceba e esteja em contato com aplicações presentes no dia-a-dia. Constatou-se

(a) (b)

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que não somente os alunos envolvidos na pesquisa, mas também estudantes de outras turmas

que no momento encontravam-se sem aula quiseram assistir a apresentação dos

experimentos, deste modo notando-se que este meio de ensino desperta a curiosidade e

interesse dos discentes de imediato.

Figura 4: Demonstração do princípio do submarino com garrafa PET.

Figura 5: Simulando uma "gaiola de Faraday" com papel alumínio. (a) Alunos da E.E. Augusto

Antunes; (b) Alunos da E.E. Everaldo da Silva Vasconcelos Júnior.

(b) (a)

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Figura 6: Exposição do conteúdo pelo autor do trabalho.

Figura 7: Participação dos alunos nas demonstrações dos experimentos. (a) Ação da pressão

atmosférica; (b) Simulando uma prensa hidráulica.

(a) (b)

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Figura 8: Simulação do fenômeno da reflexão total da luz.

.

Figura 9: Participação dos alunos na montagem de alguns experimentos.

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4.2.3 Aplicação do segundo questionário.

Após o momento das atividades práticas foi aplicado um segundo questionário

(Ver ANEXO D), englobando questões que buscaram instigar o aluno a fim de compreender

até que ponto os experimentos serviram como estratégia e o peso que exerceram no

aprendizado, fatos estes constatados mediante as respostas e justificativas das perguntas às

quais os estudantes foram submetidos. A seguir a figura 10, mostrando o momento em que os

alunos preenchiam o segundo questionário.

Figura 10: Estudantes respondendo o segundo questionário. (a) E.E. Augusto Antunes; (b) E.E.

Everaldo da Silva Vasconcelos Júnior.

Os alunos mostraram-se bastante interessados em preencher ambos os questionários

1 e 2. Pode ser observado que a satisfação dos alunos era muito grande em responder as

perguntas sem achá-las chatas, e em nenhum momento foi constatado qualquer desinteresse

por parte dos estudantes. Talvez por estarem cansados da rotina em sala de aula, quando

surge algo diferente eles esboçam outra reação, como uma forma de fugir da mesmice a que

estão acostumados.

(a) (b)

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5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos através do primeiro e segundo

questionários, seguidos das análises das respostas.

5.1 Primeiro questionário.

No preenchimento do questionário, aplicado nos dias 12 (doze) e 15 (quinze) de

agosto de 2011, envolveu um total de 80 (oitenta) educandos de ambas as escolas públicas.

As respostas dos discentes foram variadas, mas em algumas perguntas seguiram uma mesma

linha de pensamento, como constatado quando os alunos foram indagados sobre o que era a

Física para eles. Todos mostraram saber o significado e noção do que vem ser a disciplina.

Dentre eles um aluno que enfatizou “A Física é uma ciência que nos ajuda a entender os

fenômenos que ocorrem no nosso dia-a-dia, como por exemplo: luz, ondas, movimentos,

etc.”. Diante disso, observou-se que os discentes entendem e compreendem o significado e

importância que a Física representa para o meio que vivemos, não sendo por acaso que esta

faz parte da matriz curricular de ensino da educação básica.

Ao serem perguntados se gostam da Física, do total de alunos, poucos deles gostam

da disciplina, a maioria não vê com bons olhos, pois alegam ser uma matéria escolar com

muitos cálculos e pouca prática, como pode ser retratado por um deles ao enfatizar, “não

gosto de estudar Física, porque o professor fala só cálculo”. Essa era a preocupação, por isso

levar os experimentos, como uma estratégia para melhorar esta realidade e imagem que se

criou da disciplina na sociedade. Para Alves (2006) “(...) novos procedimentos de ensino

certamente são necessários para motivar a participação dos alunos e aumentar o interesse

pelos conteúdos ministrados nas aulas dessa disciplina” (pg.12).

Neste primeiro momento pôde-se visualizar de perto o quadro da situação do ensino

de Física nas escolas públicas citadas a cima, mostrando que o ensino tradicional (lousa e

giz) precisa ser modificado, incluir mais atividades práticas nas aulas é uma necessidade,

pois ao ver dos educandos este método que envolve somente a teoria até chama atenção, mas

acaba sendo não muito interessante e proveitoso como justificam os alunos, “o método de

aula que o professor utiliza é o normal, assim como o de outros professores, tornando-se

algo não tão interessante”. Talvez a inserção de atividades experimentais amenizasse este

problema, pois na visão dos discentes mesmo o professor relacionando os conteúdos ao

cotidiano, fato que já torna a aula “legal” como alguns relataram, ainda assim, fica algo

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vago,“o professor aborda assuntos relacionados ao dia-a-dia mostrando como as coisas

acontecem, mostrando como a Física é importante, pois ele pode explicar com muita

eficiência, porém algumas para nossa compreensão seriam melhores com a utilização de

experimentos” disse uma aluna que deseja ingressar no curso de Engenharia Elétrica e ela

sabe e tem a consciência que irá ver muitos conhecimentos relacionados à Física. Há sinais

claros e evidentes que o método de aula influi na concepção de qualquer estudante. E isso

fica bem evidente nas respostas dos alunos quando perguntados se deveria ou não haver

mudanças no ensino de Física, a grande maioria dos estudantes responderam que sim, dentre

estes uma discente que relatou, “O professor poderia fazer uso de novos métodos para que

pudéssemos entender a disciplina que é muito complicada”.

Na questão seguinte foi perguntado se os estudantes costumavam visualizar os

fenômenos físicos durante a exposição das aulas, a maioria respondeu que sim, “o raio, por

exemplo, se tivéssemos em algum lugar, onde nos escondermos para nos protegermos, o

melhor lugar é o carro” disse um dos estudantes, essa compreensão se deve provavelmente à

questão da formação na área de todos os docentes de Física das escolas pesquisadas, desta

forma, percebe-se um maior aprofundamento por parte dos professores nos conteúdos,

ficando bem mais fácil do aluno aprender.

Contudo, percebe-se que a Física ainda continua sendo uma disciplina muito difícil de

absorção para a maioria dos educandos em decorrência de muitos não gostarem, outros não

entenderem por ser uma matéria cheia de cálculos e o método de aula ser pouco proveitoso,

dificultando assim o aprendizado. Mesmo havendo muita dedicação por parte dos alunos,

eles alegam não conseguirem aprender a disciplina, como podemos notar no comentário

seguinte de um estudante, “eu me dedico muito à disciplina, mas ela é demais complexa”.

De acordo com Blümke & Auth (2004), a missão do professor perante essa realidade

do ensino de física é buscar a compreensão dos conteúdos ao contexto prático, procurando

contribuir para a formação mais critica para compreender e agir no mundo.

Acredita-se que os professores buscando novos meios de ensino para diminuir as

dificuldades que os estudantes possuem a respeito dos conteúdos, não somente relacionados à

óptica e hidrostática, assuntos que foram mais cotados como difíceis de aprender segundo as

respostas obtidas dos alunos, com certeza os educandos aprovarão. E um destes métodos

ganhou unanimidade de todos, posto que quando indagados na questão relacionada à opinião

a respeito das aulas com uso de atividades práticas, eles enfatizaram que a aula seria bem

mais interessante, facilitaria o entendimento do assunto, tornaria a aula muito mais dinâmica

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e menos chata, uma forma de sair um pouco do cálculo e mostrar que a matemática

complementa a Física. Enfim, podemos resumir todas as opiniões em um educando que

argumentou “É importante o uso de experimentos para melhor compreensão do aluno, pois

ele irá ver na prática o que aprendeu na teoria”. Demonstrando assim o quanto a prática nas

aulas teóricas é importante para um melhor entendimento dos conteúdos em sala de aula.

5.2 Segundo questionário.

Esta etapa contou com a participação de 95 (noventa e cinco) estudantes dos 2 (dois)

estabelecimentos de ensino. O questionário contendo 6 (seis) questões foi bastante

interessante, pois a maioria das perguntas feitas foram do tipo mistas, ou seja, perguntas

subjetivas e objetivas, com a finalidade de verificar a concepção do estudante sobre a

inserção de atividades práticas no decorrer da aula. A pergunta 1 trouxe a percepção da aula

experimental pelos alunos.

0 %

10,5 %

89,5 %

0

20

40

60

80

100

Fre

qu

ênci

a

rela

tiv

a

O que você achou da aula com auxílio dos experimentos ?

Regular Bom Ótimo

Figura 11: Gráfico referente às respostas obtidas na pergunta 1 do questionário 2.

Constata-se através do gráfico presente na figura 11 que do total de estudantes

nenhum achou regular a aula com auxílio de atividades práticas, daí observa-se a importância

que tem aliar a teoria e a prática, pois 89,5% consideraram está estratégia ou metodologia de

se ensinar Física ótima, além de 10,5% acharem boa a exposição dos conteúdos utilizando

este meio de ensino.

Para Bonadinan & Nonenmacher (2007), a aprendizagem relacionada à Física esta

ligada a muitas vertentes e uma delas de grande importância e fundamental é a questão do

gostar, e esse gostar está diretamente relacionado à maneira como o professor ministra a sua

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aula, o seu modo pedagógico ao planejá-la e a forma como ele ensina Física, os quais fazem

grande diferença para desenvolver no educando um interesse pela disciplina.

Na pergunta 2, quando indagados se conseguiram observar situações do dia-a-dia

através das atividades experimentais realizadas, ocorreu que 100% dos alunos responderam

que sim, resultado descrito na figura 12. Assim verifica-se que é interessante relacionar os

conteúdos ao cotidiano.

100 %

0%

0

20

40

60

80100

Fre

qu

ênci

a

rela

tiv

a

Você conseguiu visualizar situações do cotidiano através das

atividades experimentais apresentadas?

Sim Não

Figura 12: Gráfico referente às respostas obtidas na pergunta 2 do questionário 2.

Segundo Brasil (2002), para que o processo de conhecimento faça sentido para os

jovens ele deve ter como base o diálogo constante, envolvendo o conhecimento, os

estudantes e os professores. E para isso ser possível deve-se levar em consideração objetos,

coisas e fenômenos que estão inseridos no universo do aluno, que façam parte da sua

vivência, tanto do seu mundo real, como também do imaginário de cada um, como viagens

espaciais por exemplo.

Nas questões seguintes, foram feitas afirmações que seriam julgadas e justificadas

pelos estudantes a respeito dos experimentos vistos em sala de aula, para assim ser possível

ter um parâmetro do entendimento por parte dos alunos, sendo que em algumas questões

foram inseridas outras situações ou aplicações do dia-a-dia, com intuito de saber se a aula

chamou realmente a atenção dos discentes. Assim, a pergunta 3 tratava sobre pressão

atmosférica.

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40

100 %

0 %

0

20

40

60

80100

Fre

qu

ênci

a

rela

tiva

Julgue a afirmativa: A água não cai ao virar o copo, pois a força

devido à pressão atmosférica é maior que o ‘peso da água’.

Certo Errado

Figura 13: Gráfico referente às respostas obtidas na pergunta 3 do questionário 2.

Visualizando a afirmativa e o gráfico descritos na figura 13, nota-se que os alunos

compreenderam o conteúdo envolvido no experimento, pois 100% responderam que a

afirmativa estava certa, e realmente ela está correta, um estudante justificou dizendo que

“para que a água caísse seria necessário um copo de altura de pelo menos 10 metros”.

Mostrando através dessa resposta a facilidade de compreensão do conteúdo proporcionado

pelo auxílio do experimento utilizado na exposição do conteúdo.

0 %

100 %

0

20

40

60

80

100

Fre

qu

ênci

a

rela

tiva

Julgue a afirmativa: o objeto (tubo de caneta) se mantêm na parte

superior do recipiente (garrafa PET) devido ao acréscimo de

pressão (de acordo com o experimento realizado sobre o princípio

de funcionamento do submarino).

Certo Errado

Figura 14: Gráfico referente às respostas obtidas na pergunta 4 do questionário 2.

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Observando a figura 14 que traz a pergunta 4 feita aos alunos e o gráfico com as

opiniões, pode ser notado que os estudantes foram unânimes na respostas, posto que 100%

consideraram a afirmação errada. Dentre estes um aluno que justificou que “está errada a

afirmativa, uma vez que ao pressionarmos a garrafa, este acréscimo de pressão faz com que

o objeto afunde e não é isso que descreve a afirmação”. Realmente a questão está errada por

este motivo relatado pelo estudante. E os alunos conseguiram visualizar o erro na questão,

mostrando o quão atentos estavam à aula e ao conteúdo transmitido.

Figura 15: Gráfico referente às respostas obtidas na pergunta 5 do questionário 2.

Conforme os dados do gráfico, referente à pergunta 5 que tratava a respeito do

Princípio de Pascal, presente na figura 15, novamente os educandos mostraram que

conseguiram compreender o assunto envolvido na atividade prática, pois 100% dos alunos

responderam que a afirmativa estava correta, a esse respeito um aluno coloca: “certa a

afirmativa,pois segundo o princípio de Pascal quando ,por alguma razão, alteramos a

pressão em um ponto de um fluído, essa variação de pressão é transmitida a todos os pontos

desse fluído”. Neste caso foi mostrada outra situação do cotidiano diferente daquela da

atividade experimental exposta na aula. Verificando assim que os mesmos conseguiram

relacionar o mesmo conteúdo presente na aula apresentada com outras situações do dia-a-dia,

também se observa o grau de atenção dos educandos em uma aula que envolve teoria e

prática, sendo muito mais interessante ao ver do aluno.

A pergunta 6 tratava a respeito do conteúdo de óptica, afirmava que as fibras ópticas

muito usadas nos sistemas de comunicação e na medicina para examinar internamente o

100 %

0 %

0

20406080

100

Fre

qu

ênci

a

rela

tiv

a

Julgue a afirmativa: Nas borracharias são feitos serviços de

calibragem de pneus, a qual consiste em aumentar a pressão no

interior do pneu, enchendo-o com ar, quando o mesmo está vazio ou

parcialmente vazio.Trata-se do Princípio de Pascal.

Certo Errado

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corpo humano. É constituída de um fio muito fino de quartzo

(1/10 mm de diâmetro, aproximadamente). Quando um feixe de luz penetra em uma fibra

óptica, esta sofre múltiplas refrações totais nas paredes internas, fazendo com que a luz seja

conduzida ao longo de uma trajetória.

5,3 %

94,7 %

0

20

40

60

80100

Fre

qu

ênci

a

rela

tiv

a

Julgue a afirmativa: As fibras ópticas usadas nos sistemas de

comunicação e na medicina. É constituida de um fio muito fino de

quartzo.Quando um feixe de luz penetra em uma fibra óptica, esta sofre

múltiplas refrações totais nas paredes internas.

Certo Errado

Figura 16: Gráfico referente às respostas obtidas na pergunta 6 do questionário 2.

Nesta questão, observadas as respostas visualizadas no gráfico mostrado na figura 16,

constata-se que apenas 5,3% dos alunos responderam que a afirmação estava correta, mas na

verdade está errada, pois na fibra óptica ocorrem sucessivas reflexões totais e não refrações

totais, mas 94,7% dos estudantes acertaram, demonstrando desta forma um rendimento

positivo. A justificativa para a questão ser considerada errada pode ser visualizada no relato

de um estudante que disse “a afirmativa está errada, pois não sofre múltiplas refrações totais

e sim reflexões totais”.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao pensar em Física vem logo em mente a dificuldade de compreender seus cálculos

e leis, desse modo atrapalhando antecipadamente a aprendizagem, pois o indivíduo já tem em

seu pensamento que a disciplina é difícil e complicada, surgindo certo preconceito com

relação à matéria. Assim, acaba não sendo dada oportunidade para o professor mudar essa

visão sobre o ensino de Física.

Sabe-se que a Física é uma disciplina que requer muita atenção, porém há professores

que não conseguem chamar a atenção do educando e muito menos despertar seu interesse por

ela. Isso se deve ao seu método de ensino nada atraente, pois o professor apenas joga para o

aluno os cálculos sem relacioná-los aos fenômenos existentes no dia-a-dia, dificultando a

aprendizagem do aluno e prejudicando todo o processo de ensino.

O professor tem como preocupação maior a sua carga horária e em repassar os

conteúdos no decorrer do ano letivo. Sem levar em consideração se os alunos estão

compreendendo ou não o que esta sendo “ensinado”. Essa visão tem que mudar para se ter

um ensino melhor, o professor deve ensinar para o aluno aprender. E para que haja essa

mudança o professor deve rever seu método de ensino, buscar novas estratégias, relacionar os

conteúdos com a realidade do educando. E uma maneira de inserir a realidade do educando

nas aulas é através dos experimentos. Essa estratégia quando bem relacionada aos fenômenos

da natureza auxilia no entendimento dos assuntos, facilitando a compreensão do aluno.

Nas pesquisas de campo observou-se a importância dos experimentos para a

compreensão do educando acerca dos assuntos, ajudando na sua aprendizagem. Percebendo

essa compreensão através das respostas dos alunos obtidas por meio de questionários.

Com perguntas subjetivas o primeiro questionário foi aplicado com o intuito de

verificar o quanto o aluno compreendia da disciplina de Física, para a partir desse momento

elaborar e organizar os experimentos a serem mostrados em sala de aula.

No momento da realização dos experimentos percebeu-se que os alunos conseguiram

relacionar o assunto com o cotidiano, demonstrando interesse e gosto pela aula, isso sendo

constatado nas suas participações e nas respostas do segundo questionário, o qual foi

aplicado após a exibição das atividades experimentais a fim de entender até que ponto os

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alunos compreenderam o que estava sendo ensinado e suas percepções sobre a relação do

conteúdo em si e o seu dia-a-dia.

As percepções descritas em suas respostas foram bem coerentes, demonstrando

capacidade de relacionar a matéria com a sua realidade em volta, assim confirmando a

compreensão sobre os assuntos.

Este trabalho teve como objetivo mostrar a importância dos experimentos na

disciplina de Física para o aprendizado do aluno, levando em consideração a colaboração que

essa estratégia pode trazer para o ato de ensinar, melhorando a metodologia do professor em

sala de aula. O professor mesmo não dispondo de materiais sofisticados ele pode utilizar

materiais reciclados para elaborar sua aula, assim contribuindo com o meio ambiente, além

da contribuição e estimulo na aprendizagem do aluno.

Perceber que o aluno está conseguindo compreender e aprender o que esta sendo

ensinado é mais do que gratificante, é realizador para quem ensina, posto que o professor

constate os resultados em sua prática pedagógica e sabe que está indo pelo caminho certo.

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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em:<http://sites.google.com/site/escolaestadualaugustoantunes/home/his> acesso em: 17 mar. 2011.

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ANEXOS

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ANEXO A – HISTÓRICO DAS ESCOLAS

Escola Estadual Augusto Antunes

De um espaço provisório cria-se a Escola Estadual Augusto Antunes. Batizada com

esse nome para homenagear o então fundador de uma empresa que marcaria a vida

econômica, social e cultural do que seria, futuramente, o Município de Santana. Seu nome

era Augusto Trajano de Azevedo Antunes. Esse espaço provisório na verdade era onde

funcionava o Grupo Escolar Amazonas, que teve suas dependências cedidas para que as

atividades da escola entrassem em funcionamento.

Denominado inicialmente de Ginásio de Santana, a escola foi criada pelo Decreto

n° 04/66 no dia 10 de fevereiro de 1966, tendo como entidade mantenedora o Governo do

Território Federal do Amapá, através da SEEC em convênio com a Prefeitura de Macapá na

gestão do prefeito Sr. Douglas Lobato Lopes.

Um ano após sua criação passa a ocupar o espaço físico do que hoje é o Ginásio

Municipal de Santana. Nesta época é chamado de Ginásio Municipal de Santana. Porém,

logo depois – mais precisamente em 1967, através do Decreto nº 35/67 GAB - Prefeitura

Municipal de Macapá (PMM) recebe a denominação de Ginásio Municipal Augusto Antunes.

Na verdade, ao longo de sua trajetória, a escola recebeu várias denominações,

alterações que eram feitas conforme o grau de escolaridade oferecido. Nesse sentido, a escola

atendeu alunos do Ensino Regular – Primeiro e Segundo Graus –, Cursos Técnicos da área de

Agropecuária, Saúde e Magistério.

Atualmente a escola chama-se Escola Estadual Augusto Antunes, atendendo

alunos do Ensino Médio. Em 2009 integra-se ao Programa do Governo Federal do Ensino

Médio Inovador.

Em termos de estrutura física, a instituição escolar passou por grandes mudanças,

tendo desde a década de 70 um espaço físico próprio que foi ampliado e estruturado ao longo

de sua história. A ampliação ou criação de novos ambientes e espaços seguiu sempre a

política de atender sua clientela e oferecer um ensino de qualidade, voltado para as

atualizações e demandas do sistema educacional brasileiro, as particularidades regionais e a

formação de cidadãos ativos e participativos.

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História do Patrono

Augusto Trajano de Azevedo Antunes nasceu em 29 de setembro de 1906, em São

Paulo, filho do professor Gabriel Oscar de Azevedo Antunes e Maria da Conceição Pereira

Antunes. Casado com Sylvia Penteado Antunes (falecida) teve 02 filhos – Beatriz Antunes e

Augusto Cesar de Azevedo Antunes (falecido). Formou-se em Engenheiro Civil e Eletricista

pela Escola Politécnica de São Paulo em 1930, Falava, lia e escrevia francês e inglês. Exercia

as atividades profissionais de empresário e industrial.

Em 1930, atuou como engenheiro da secretaria de Aviação e Obras do Estado de São

Paulo; em 1938, iniciou suas atividades de mineração em Minas Gerais; em 1942, se formou

sócio fundador da ICOMI – Diretor Técnico (Minas Gerais); em 1948, iniciou suas

atividades de mineração no Amapá; de 1949 e 1973, foi presidente da indústria e Comércio

de Minério S.A – ICOMI; de 1950 a 1974, foi presidente da Companhia Auxiliar de

Empresas de Mineração – CAEMI; em 1958, foi presidente do sindicato das indústrias

extrativas de ferro e minerais básicos; em 1966, foi membro da Comissão Consultiva de

Política Industrial e Comercial do Ministério da Indústria e Comércio; de 1967 a 1970,

exerceu a função de presidente da Mineração Brasileira Reunidas S.A – MBR; de 1968 a

1973, foi presidente da Aços Anhanguera S.A.; de 1970 a 1977, foi presidente do conselho

de Administração da MBR; no período de 1973 a 1987, foi presidente do Conselho de

Administração da ICOMI; de 1973 a 1977 foi presidente do conselho de Administração de

Aços Anhanguera e presidente do Conselho de Administração da Swuift Amour S.A.,

Indústria e Comércio; de 1974 a 1991, foi presidente do Conselho de Administração da

CAEMI; de 1976 a 1981; foi presidente do Conselho de Administração da Universal

Companhia de Seguros Gerais; de 1980 a 1985, foi presidente do Conselho de Administração

da Mauá Serviços S.A.; de 1982 a 1992, foi presidente do Conselho de Administração da

Companhia do Jarí.

O Dr. Augusto Trajano de Azevedo Antunes também exerceu as funções de Membro do

Conselho da Light S.A. – Serviços de Eletricidade (1965 a 1978); Membro do comitê

Consultivo Internacional do Chase Manhattan Bank (1965 a 1972); Membro do conselho do

Banco de Investimento do Brasil S.A. – BIB (1966 a 1976); Membro do Conselho de

Brascan LTD. de Toronto, Canadá (1968 a 1973); Membro do conselho do Banco de

Investimento do Brasil S.A. – BIB (1976 a 1988); e Membro do Comitê de São Paulo do

Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer (1986 a 1996).

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O Dr. Augusto Trajano de Azevedo Antunes pertencia à fundação Gorceix – Ouro Preto;

a ANPES – a Associação Nacional de Programação Econômica e Social – São Paulo; ao

Instituto de Engenharia – São Paulo; a Sociedade Mineira de Engenheiros – Minas Gerais e a

Fundação Américo de Viveiros – Rio de Janeiro. Ele recebeu as seguintes distinções:

“Comenda ao Mérito do trabalho”, “Homem do Ano” (visão de 1958); “Empresário Nacional

de Destaque” (Associação Comercial de Minas Gerais, 1971); “Personalidade Global” –

Empresariado (O Globo 1973); “homem do ano” (Câmara de Comercio Brasileiro –

Americana – Nova Iorque – 1974); “ Cidadão Honorário de itabirito”- Setembro de 1981,

MG; “Grande Medalha da Inconfidência “ – abril 1983; “Ordem do Mérito Militar” (Grande

Oficial) agosto 1983; “Ordem do Mérito Naval” (Comendador) novembro 1983; “Ordem de

Rio Branco” (Grande Oficial) abril 1984; “Premio IDORT” – 1987; “Medalha do Mérito

Ferroviário” – 1987 (Rede Ferroviária Federal S.A.); “Cidadão Nova Limense” – 1990

(Câmara municipal de nova lima – MG); “Medalha do Mérito Industrial Simão Miguel Bitar”

– Federação das industrias do Pará (1992).

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Escola Estadual Everaldo da Silva Vasconcelos Júnior

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ANEXO B - QUESTIONÁRIO (1)

Universidade Federal do Amapá – UNIFAP

Orientador: Professor Dr. Henrique Duarte da Fonseca Filho

Acadêmico: Josivaldo Ferreira Gomes Curso: Física

Questionário 1

1) O que é a Física para você?

2) Você gosta das aulas de Física? Por quê?

3) O método de aula utilizado pelo seu professor chama sua atenção? Por quê?

4) O seu professor costuma abordar assuntos relacionados ao cotidiano durante as aulas?

Você acha essa abordagem importante?

5) Em sua opinião, deveria haver mudanças no ensino da Física? Quais?

6) Você costuma relacionar os fenômenos físicos que ocorrem diariamente, durante a

exposição das aulas? Cite alguns.

7) Olhando para o seu aprendizado escolar, os assuntos relacionados ao ensino da Física, são

de fácil ou difícil absorção? Por quê?

8) Você tem se dedicado para aprender os conteúdos de Física? Justifique sua resposta.

9) Qual o assunto de Física que você tem mais dificuldade em aprender ? Por quê?

10) Dê sua opinião a respeito das aulas com uso de experimentos.

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ANEXO C - ROTEIROS DOS EXPERIMENTOS

Atividade experimental 1

Copo cheio de cabeça para baixo não derruba a água.

Objetivo

Demonstrar que a pressão atmosférica age para que a água não caia do copo.

TABELA 1 – Lista de materiais da atividade experimental 1.

- Copo (vidro/plástico)

- Papel ou carta de baralho

- Água

Procedimento de montagem

Pegue o copo encha de água até perto da borda, em seguida coloque o papel sobre ele

de maneira que o papel fixe na borda do copo. Logo após vire o copo para baixo com a mão

segurando o papel, vá retirando devagar a mão que está debaixo do copo. Você verá que água

não cai.por quê?.

Figura 17: Esquema de montagem do experimento 1.

Fonte: Google, acessado em 20 de Agosto de 2011.

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Explicação

No papel que veda a boca do recipiente agem dois conjuntos de forças que são os

pesos de todas as moléculas de água do interior do copo cuja resultante dita „peso da água‟ e

no lado externo (ar) a força devido à pressão atmosférica que age em todos os sentidos,

estamos negligenciando o peso próprio da folha de papel. Como a força devido à pressão

atmosférica, na área em questão, é bem maior que aquela aplicada por uma pequena coluna

de água da altura de um copo comum, essa água não irá derramar, permanecendo aprisionada

dentro do copo. Para que esse experimento não surtisse tal efeito seria necessário que esse

copo tivesse, pelo menos, 10 metros de altura.

Atividade experimental 2

Água óptica

Objetivo

Mostrar o fenômeno da reflexão total da luz.

TABELA 2 – Lista de materiais da atividade experimental 2.

.

- Garrafa PET

-Caneta laser ou lanterna

-Água

- bacia ou balde (recipiente para colher a água)

- Fita adesiva (veda o furo)

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Procedimento de montagem

Faça um furo na garrafa pet, com aproximadamente (0,5 cm) meio centímetro de

diâmetro, em uma das faces da garrafa, de modo que saia um filete de água por ele. Aponte o

laser ou a lanterna do outro lado da garrafa para que o feixe atravesse a garrafa e atinja o

orifício da outra face. A luz sofrerá múltiplas reflexões totais ao passar pelo filete de água.

Esse é o mesmo princípio de funcionamento da fibra óptica. Para ser obter um melhor

resultado é importante que o local esteja o mais escuro possível.

.

Figura 18: Esquema de montagem do experimento 2.

Fonte: http:// www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/

Explicação

Quando um raio de luz se propaga em um meio com um determinado índice de

refração e tenta atravessar para outro meio com índice de refração menor do que este em que

ela vem se propagando, parte da luz será refratada e a outra parte será refletida. Se

aumentarmos o ângulo de incidência do raio de luz neste novo meio, chegará a um ângulo em

que toda luz será refletida. A este ângulo damos o nome de Ângulo Limite e a este fenômeno

Reflexão Total. O efeito da reflexão total é possível, pois o feixe de luz analisado está se

propagando do meio mais refringente (água) para o meio menos refringente (ar) com um

ângulo de incidência maior que o ângulo limite (L).

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Atividade experimental 3

Submarino com garrafa PET

Objetivo

Demonstrar o princípio de funcionamento do submarino que envolve o Princípio de

Arquimedes e o Princípio de Pascal.

TABELA 3 – Lista de materiais da atividade experimental 3.

- 1(uma) garrafa PET de 2 (dois) litros com tampa

- 1 (um) tubo de caneta ou 1(uma) ampola

- Água

- 2(Duas) tampinhas de tubo de caneta (pode ser utilizada apenas uma)

Procedimento de montagem

Retire a tampa e o refil da caneta. Corte transversalmente a caneta na extremidade da

ponta, de forma a deixá-la igual à outra extremidade. Coloque água no tubo de caneta, que

deverá estar com uma das extremidades tampadas, deixando, aproximadamente, 5 ou 6

centímetros de ar e em seguida basta colocá-lo do lado não tampado dentro da garrafa, a qual

deverá estar completamente cheia de água e sem bolhas de ar. Observe que inicialmente a

parte superior da caneta deverá ficar na mesma linha que a superfície da água da garrafa, ou

seja, flutuando. Tampe a garrafa. Aperte a garrafa e verá que o tubo de caneta irá desce e

desapertando ele irá subir novamente. Qual a explicação para tal fato?

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Figura 19: Esquema de montagem do experimento 3.

Fonte: http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/

Explicação

Pode-se observar que quando apertamos a garrafa estamos fornecendo uma

quantidade de pressão a todos os pontos da água no seu interior, sendo explicado pelo

principio de Pascal que diz: "A variação de pressão sofrida por um ponto de um fluído em

equilíbrio é transmitida integralmente a todos os pontos do fluído e às paredes do recipiente

onde está contido". Com esse aumento de pressão a água da garrafa penetrará na caneta

através do furinho e fará com que a massa da caneta aumente. Com esse aumento de massa, a

caneta terá uma densidade maior que a da água e afundará. Ao descomprimirmos a garrafa, a

pressão volta ao normal, então sai água da caneta e a densidade da caneta fica menor que a da

água. Novamente, fazendo com que ela suba. Sendo constatado pelo principio de

Arquimedes que diz: “todo objeto sólido mergulhado em um meio fluido (líquido ou gasoso)

sofre um empuxo (uma força) cuja direção segue de baixo para cima e a intensidade é igual

ao peso do fluido deslocado pelo objeto". Isso que ocorre no princípio de funcionamento do

submarino quando ele quer submergir ele abre suas comportas ou lastros e água entra,

ficando mais denso que o liquido e quando desejar voltar à superfície ele expulsa a água

através de compressores de ar e assim fica menos denso que a água.

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Atividade experimental 4

Elevador hidráulico

Objetivo

Demonstrar o Princípio de Pascal em nossa realidade.

TABELA 4 – Lista de materiais da atividade experimental 4.

- 1 (uma) caixa de papelão

- 3 (três) seringas de 5 (cinco)ml

- 1(uma) seringa de 10 ml

- 2 (duas) mangueiras de equipossoro

-2 (duas) borrachas

Procedimento de montagem

Retire os êmbolos das seringas. Corte duas mangueiras de equipossoro de,

aproximadamente, 35 cm cada uma. Acople duas seringas de 5 ml a uma das mangueiras.

Faça o mesmo processo para as outras seringas de 5 ml e 10 ml com a outra mangueira.

Encha as duas seringas de 5 ml em algum recipiente com água (não deixe formar bolhas de

ar). A mangueira, também, deverá estar completamente cheia de água e sem bolhas de ar.

Coloque os êmbolos nas seringas sem deixar entrar bolhas de ar. Com uma das seringas do

sistema 5 ml- 5 ml, injete água na outra seringa. Uma das seringas ficará cheia até,

aproximadamente, a marca de 5ml e na outra seringa restará alguns centímetros de água. De

algum jeito tire este resto de água da seringa, de forma que, o êmbolo fique totalmente

encostado no fundo da seringa. Repita este mesmo processo para as outras seringas de 5 ml e

10 ml. Neste caso, a seringa de 10 ml injetará água na seringa de 5 ml, de modo que ela fique

vazia. Na caixa de papelão faça quatro furos de acordo com o tamanho das seringas, ou seja,

as seringas deverão passar por estes furos (ver esquema de montagem). Encaixe os sistemas

de seringas nos furos da caixa (ver esquema de montagem). Coloque uma borracha, presa por

fita adesiva, sobre a seringa que estiver com o êmbolo abaixado do sistema de seringas de 5

ml e 5 ml. A outra borracha deverá ficar presa sobre a seringa de 10 ml, a qual deverá estar

com o êmbolo abaixado. Pressione, ao mesmo tempo, os êmbolos das seringas de 5 ml dos

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dois sistemas. Observe se a força feita nos dois êmbolos será a mesma para os dois sistemas.

Repita o experimento várias vezes para perceber a diferença de força aplicada nos sistemas.

Figura 20: Esquema de montagem do experimento 4.

Fonte: http:/www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/

Explicação

Este é outro experimento que se baseia no Princípio de Pascal, neste caso há a

simulação de uma prensa hidráulica na qual se observa que a pressão exercida na coluna mais

estreita do elevador com uma área menor é transmitida a todos os pontos do fluído chegando

até o outro extremo que possui uma coluna de área maior, e a força que agirá sobre a coluna

de maior área será superior a força aplicada na coluna de menor área, desta forma a prensa

hidráulica funciona como multiplicador de forças. Então se constata que ao serem

pressionadas as duas siringas simultaneamente veremos uma diferença na força que é

aplicada, pois um sistema possui mesma área e o outro, áreas diferentes. Por isso que nas

oficinas os carros são erguidos sem muita força no elevador hidráulico.

Atividade experimental 5

Construindo uma gaiola de Faraday com papel alumínio

Objetivo

Demonstrar onde a blindagem eletrostática está presente em nosso dia-a-dia.

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TABELA 5 – Lista de materiais da atividade experimental 5.

- 2 (dois) aparelhos celulares

-1 (uma) folha de papel

- 1 (uma) folha de papel alumínio

Procedimentos de montagem

Inicialmente pegue um dos celulares e embrulhe na folha de papel, e depois com o

outro aparelho ligue para ele. Ao ligar, você irá escutar o celular embrulhado toca

normalmente, sinal que está em perfeito funcionamento. Agora embrulhe o telefone celular

que estava dentro da folha de papel em uma folha de papel alumínio. Neste momento você

constatará que a ligação não completa, dando fora de área de cobertura. Por que ficou sem

sinal? Como isso se explica?

Figura 21: Esquema de montagem do experimento 5. (a) celular embrulhado com folha de

papel; (b) celular embrulhado com folha de papel alumínio.

Explicação

A perda de sinal no momento em que se liga para o celular embrulhado no papel

alumínio se deve há blindagem eletrostática exercia pelo papel, o qual faz com que as ondas

eletromagnéticas se distribuem na superfície, ficando isolado o telefone no seu interior.

Facilmente pode-se notar está blindagem nos aviões, prédios, aparelhos de DVD/CD, dentre

outros. O primeiro cientista a praticar esse fenômeno foi o físico experimental inglês Michael

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Faraday (1791-1867). Para mostrar que em um condutor metálico, as cargas se distribuem

apenas em sua superfície externa, não exercendo, portanto nenhuma ação nos pontos

internos, Ele mandou construir uma gaiola metálica, que passou a ser conhecida como gaiola

de Faraday. Ele próprio colocou-se dentro da gaiola e mandou seus assistentes eletrizarem-na

intensamente. Como a gaiola estava sobre suportes isolantes, faíscas chegaram a saltar do

dispositivo, mas o cientista em seu interior não sofreu nenhum efeito. Desde então, quando é

necessário manter um aparelho ou equipamento elétrico ou eletrônico a salvo das

interferências elétricas externas, envolve-se o aparelho ou equipamento com uma “capa”

metálica, denominada blindagem eletrostática.

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ANEXO D – QUESTIONÁRIO (2)

Universidade Federal do Amapá – UNIFAP

Orientador: Professor Dr. Henrique Duarte da Fonseca Filho

Acadêmico: Josivaldo Ferreira Gomes Curso: Física

Questionário 2

Responda as questões que seguem:

1) O que você achou da aula com auxílio dos experimentos?

( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo

2) Você conseguiu visualizar situações do cotidiano através das atividades experimentais

apresentadas?

( ) Sim ( ) Não

3) Julgue a afirmativa: A água não cai ao virar o copo, pois a força devido à pressão

atmosférica é maior que o „peso da água‟.

( ) Certo ( ) Errado

Justifique sua resposta:

4) Julgue a afirmativa: o objeto (tubo de caneta) se mantêm na parte superior do recipiente

(garrafa PET) devido ao acréscimo de pressão (de acordo com o experimento realizado sobre

o princípio de funcionamento do submarino).

( ) Certo ( ) Errado

Justifique sua resposta:

5) Julgue a afirmativa: Nas borracharias são feitos serviços de calibragem de pneus. Essa

calibragem consiste em aumentar a pressão no interior do pneu, enchendo-o com ar, quando

o mesmo está vazio ou parcialmente vazio. Nesta situação, estamos diante do Princípio de

Pascal.

( ) Certo ( ) Errado

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Justifique sua resposta:

6) Julgue a afirmativa: As fibras ópticas são usadas nos sistemas de comunicação e na

medicina para examinar internamente o corpo humano. É constituída de um fio muito fino

de quartzo (1/10 mm de diâmetro, aproximadamente). Quando um feixe de luz penetra em

uma fibra óptica, esta sofre múltiplas refrações totais nas paredes internas, fazendo com que a

luz seja conduzida ao longo de uma trajetória.

( ) Certo ( ) Errado

Justifique sua resposta:

“O que sabemos é uma gota; o

que ignoramos é um oceano.”

Isaac Newton.

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ANEXO E - AUTORIZAÇÃO DAS ESCOLAS

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