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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA GARDÊNIA VALÉRIA DE ANDRADE OLIVEIRA RELAÇÕES ENTRE O DESEMPENHO ESCOLAR EM LEITURA E A APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS: UM ESTUDO COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL São Cristóvão 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA

GARDÊNIA VALÉRIA DE ANDRADE OLIVEIRA

RELAÇÕES ENTRE O DESEMPENHO ESCOLAR EM LEITURA E A

APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS: UM ESTUDO COM ALUNOS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

São Cristóvão

2014

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GARDÊNIA VALÉRIA DE ANDRADE OLIVEIRA

RELAÇÕES ENTRE O DESEMPENHO ESCOLAR EM LEITURA E A

APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS: UM ESTUDO COM ALUNOS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e

Matemática da Universidade Federal de Sergipe,

como requisito para obtenção de título de mestre

em Ensino de Ciências e Matemática

Orientador: Prof. Dr. Acácio Alexandre Pagan

Co-orientador: Prof. Dr. Fábio Theoto Rocha

São Cristóvão

2014

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, José Antônio e Maria Ferreira, que me ensinaram a lutar por

objetivos e forneceram meios e apoio para que sempre os alcançasse. Obrigada por serem sempre

meu porto seguro.

Aos meus Irmãos, Kurt, Jefferson e Marcelo, e as minhas cunhadas, Cristina, Marina e Angely

que sempre estiveram comigo e que entenderam a minha ausência em alguns momentos.

Ao meu querido orientador, pelos ensinamentos e por me guiar durante momentos difíceis,

obrigada por ajudar a descobrir minhas capacidades e limitações.

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AGRADECIMENTOS

A Universidade Federal de Sergipe e ao núcleo de Pós-graduação em Ensino de Ciências

Naturais e Matemática (NPGECIMA) pela oportunidade de crescimento profissional.

A CAPES, OBEDUC, INEP pelo financiamento do projeto e pela concessão da Bolsa de

mestrado no período de 2012 a 2014.

Ao professor Doutor Acácio Alexandre Pagan, meu orientador, que me conduziu durante esses

dois anos.

Ao Doutor Fábio Theoto Rocha, meu co-orientador, pelos apontamentos e por fazer parte desta

caminhada.

Aos colegas do grupo PROPED e do Observatório, por contribuir para o desenvolvimento desta

pesquisa em vários momentos.

Aos Professores Edson Jose Warta, José Ricardo Carvalho e Maria Luiza Pontes de França, pelas

contribuições significativas durante os exames de qualificação e defesa.

A professora Claudiene Santos pelo acompanhamento e ensinamentos durante a realização do

meu tirocínio.

Aos colegas do Grupo IDEIA, pela parceria.

A Marcela e Micaela, colegas do mestrado, pelas significativas contribuições, pela amizade e

companheirismo.

A Tiago e Taciana, pela dedicação, apontamentos e pelo enorme auxílio em vários momentos.

Ainda meus primos Paula Fernanda, Ricardo e a amiga Ana Adélia, pelo apoio e pelas discussões

em prol do desenvolvimento desta pesquisa.

A meu irmão Jefferson e sua esposa Cristina, pelo apoio emocional e pelo suporte,

principalmente para a versão impressa desta pesquisa.

A minha amiga Karem e sua mãe Dona Irene, pelos inúmeros conselhos e pelas sugestões para

melhoria da minha escrita.

A todos os familiares, em especial, Mia tia Dahora e seu esposo Lessa e a todos os amigos, que

de alguma maneira contribuíram nesta fase e no desenvolvimento do meu trabalho.

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RESUMO

No Brasil sistemas que avaliam a qualidade do ensino de Ciências ainda são poucos. O Sistema

de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP) por exemplo, atende a

esse requisito e, em 2013 o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira (INEP) também aplicou provas de Ciências através do Sistema de Avaliação da

Educação Básica (SAEB). O objetivo do presente estudo consiste na descrição e análise do

desempenho de uma amostra de alunos em Ciências Naturais e Língua Portuguesa das regiões

Sul, Nordeste e Centro Oeste com foco nas concepções de Alfabetização Científica a fim de

compreender as possíveis relações entre o desempenho em Língua Portuguesa e Ciências. No

segundo semestre de 2012 os alunos das regiões mencionadas, participaram de uma avaliação,

coordenada pelos participantes do projeto denominado Desempenho Escolar Inclusivo na

Perspectiva Multidisciplinar. A presente pesquisa analisou o desempenho de 208 alunos, do 2º e

5º ano do ensino fundamental que participaram desta avaliação. Verificou-se que em Língua

Portuguesa os alunos obtiveram melhores resultados nas questões relacionadas à decodificação,

enquanto que o desempenho para a compreensão leitora no geral se apresentou abaixo do

primeiro. Em Ciências, as questões com textos associados ao enunciado, apresentaram menores

porcentagens de acertos no 5º ano, enquanto no segundo, não foi observado o mesmo. Conclui-se

que o baixo desempenho dos alunos, em questões que exigiam a leitura de textos, no teste, esteve

relacionado ao nível de perícia na leitura. Ainda há muito que se debater sobre a importância da

leitura na aprendizagem de Ciências e outros debates podem ser efetivados visando contribuir

para melhoria da qualidade da educação almejada.

Palavras-Chave: Avaliação de Desempenho; Alfabetização Científica; Ciências

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ABSTRACT

In Brazil systems that assess the quality of science teaching are few. The Evaluation System of

School Performance of the State of São Paulo ( SARESP ) for example, meets this requirement

and in 2013 the National Institute for Educational Studies Teixeira ( INEP ) also applied evidence

of Sciences through the Evaluation System (SAEB ). The objective of this study is to describe

and analyze the performance of a sample of students in Natural Sciences and Portuguese of

South, Northeast and Midwest regions focusing on conceptions of scientific literacy in order to

understand the possible relationship between performance in Language Portuguese and Sciences.

In the second half of 2012 students participated in a pilot assessment coordinated by the project

participants, called Inclusive School Performance in Multidisciplinary Perspective. This research

examined the performance of 208 students from Year 2 and 5 elementary school who participated

in this evaluation. It was found that in Portuguese students performed better on questions related

to decoding, while the performance for reading comprehension in general is presented below

first. In science, the issues associated with the utterance texts had lower percentages of correct

answers in the 5th year, while in the second, the same was not observed. It is concluded that the

low performance of students in matters that required the reading of texts in the pilot test, was

related to the level of skill in reading. There is still a lot to discuss about the importance of

reading in the learning sciences and other discussions can be effected in order to contribute to

improving the quality of education desired.

Keywords: Performance Evaluation; Scientific Literacy; Sciences

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Organograma com as características da organização geral do Grupo Interinstitucional

Desempenho Escolar e Inclusão Acadêmica – IDEA ................................................................... 18

Figura 2: Organograma da descrição das dissertações em andamento pelo projeto Desempenho

Escolar Inclusivo na Perspectiva Multidisciplinar ........................................................................ 19

Figura 3: Fluxograma com as fases de elaboração das questões para o teste ................................ 43

Figura 4: Distribuição por sexo dos alunos que responderam ao teste (%) ................................... 49

Figura 5: Faixa etária dos alunos pesquisados (números absolutos) ............................................. 49

Figura 6: Questões com textos, imagens e áudio no teste de Língua Portuguesa e Ciências do 2º

ano ................................................................................................................................................. 54

Figura 7: Questões de Língua Portuguesa e Ciências do 2º ano do Ensino Fundamental ............ 55

Figura 8: Questões com textos, imagens e áudio no teste de Língua Portuguesa e Ciências do 5º

ano ................................................................................................................................................. 55

Figura 9: Questões de Língua Portuguesa e Ciências do 5º ano do Ensino Fundamental ............ 56

Figura 10: Questão 14 de Língua Portuguesa para o 2º ano do Ensino Fundamental ................... 57

Figura 11: Questão 5 de Língua Portuguesa para o 5º ano do Ensino Fundamental ..................... 60

Figura 12: Questão 9 de Ciências para o 2º ano do Ensino Fundamental ..................................... 63

Figura 13: Questão 11 de Ciências para o 5º ano do Ensino Fundamental ................................... 66

Figura 14: Questão 15 de Ciências para o 5º ano do Ensino Fundamental ................................... 66

Figura 15: Questão 13 de Ciências para o 5º ano do Ensino Fundamental ................................... 67

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Semelhanças e diferenças entre ANRESC e SAEB ..................................................... 27

Quadro 2: Comparativo dos resultados do Brasil no PISA de 2000 a 2009 .................................. 30

Quadro 3: Exemplo do quadro de parecer avaliativo das questões elaboradas ............................. 46

Quadro 4: Agrupamento das questões do 2º ano segundo as médias de acerto ............................ 61

Quadro 5: Agrupamento das questões do 5º ano segundo as médias de acerto ............................ 64

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Categorias definidas para as questões de Ciências e níveis atribuídos a um alfabetizado

cientificamente............................................................................................................................... 51

Tabela 2: Categorização das questões de Língua Portuguesa aplicadas pelo teste no 2º ano do

Ensino Fundamental em escolas públicas de Cuiabá-MT, Santa Maria-RS e Santa Luzia do

Itanhy-SE ....................................................................................................................................... 58

Tabela 3: Categorização das questões de Língua Portuguesa aplicadas pelo teste no 5º ano do

Ensino Fundamental em escolas públicas de Cuiabá-MT, Santa Maria-RS e Santa Luzia do

Itanhy-SE ....................................................................................................................................... 59

Tabela 4: Categorização das questões de Ciências aplicadas pelo teste no 2º ano do Ensino

Fundamental em escolas públicas de Cuiabá-MT, Santa Maria-RS e Santa Luzia do Itanhy-SE 62

Tabela 5: Categorização das questões de Ciências aplicadas pelo teste no 5º ano do Ensino

Fundamental em escolas públicas de Cuiabá-MT, Santa Maria-RS e Santa Luzia do Itanhy-SE 65

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LISTA DE SIGLAS

ANEB Avaliação Nacional da Educação Básica

ANRESC Avaliação Nacional de Rendimento Escolar

AVA Ambiente Virtual de aprendizagem

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

GPEMEC Grupo de Pesquisa Educação Matemática e Ensino de Ciências

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDEA Grupo de pesquisa interinstitucional Desempenho Escolar e Inclusão Acadêmica

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas educacionais Anísio Teixeira

MEC Ministério da Educação

MT Mato Grosso

OBEDUC Observatório da Educação

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

PAAE Programa de Avaliação da Aprendizagem Escolar

PCN Parâmetros Curriculares Nacional

PICVOL Programa de Iniciação Científica Voluntária

PISA Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes

PNLD Plano Nacional do Livro Didático

PROALFA Programa de Avaliação dos Estudantes

PROEB Programa de Avaliação da Aprendizagem Escolar

RS Rio Grande do Sul

SAEB Sistema de Avaliação da Educação Básica

SARESP Sistema de Avaliação da Aprendizagem Escolar do Estado de São Paulo

SE Sergipe

SIMAVE Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Básica

SPAECE Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

TCT Teoria Clássica de Testes

TRI Teoria de Resposta ao Item

UFMT Universidade Federal do Mato Grosso

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UFS Universidade Federal de Sergipe

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UNIFESP Universidade Federal de São Paulo

USP Universidade de São Paulo

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 15

CAPÍTULO 1: AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ESCOLAR ........................................... 24

1.1 O Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) – ANEB e Prova Brasil ...........................................26

1.2 O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – PISA ..............................................................29

1.3 Avaliações estaduais: os casos SARESP, SPAECE e SIMAVE .............................................................30

CAPÍTULO 2: ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA ................................................................. 34

2.1 Importância da Leitura .....................................................................................................................35

2.2. Letramento .......................................................................................................................................36

2.3 Ciências: Letramento e Alfabetização ..............................................................................................38

CAPÍTULO 3: METODOLOGIA ............................................................................................. 41

3.1 Etapa 1 - elaboração das questões...................................................................................................43

3.1.1 Primeira fase: elaboração em pequenos grupos ............................................................... 44

3.1.2 Segunda fase: discussão local ocorrida em cada núcleo .................................................... 45

3.1.3 Terceira fase: discussão global ocorrida entre os núcleos ................................................ 47

3.1.4 Quarta fase: revisão e alteração das questões .................................................................. 47

3.2 Etapa 2 - aplicação do teste de desempenho ..................................................................................48

3.3 Etapa 3 – análise dos dados do teste .....................................................................................................50

CAPÍTULO 4: RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................... 53

4.1 Estrutura das questões de Língua Portuguesa e Ciências do teste ..................................................54

4.1.1 Estrutura das questões no 2º ano do Ensino Fundamental ........................................ 54

4.1.2 Estrutura das questões no 5º ano do Ensino Fundamental ............................................... 55

4.2 Desempenho geral em Língua Portuguesa ............................................................................................57

4.2.1 Questões do 2º ano ..................................................................................................... 57

4.2.2 Questões do 5º ano ..................................................................................................... 59

4.3 Desempenho geral em Ciências .......................................................................................................60

4.3.1 Questões do 2º ano ............................................................................................................ 60

4.3.2 Questões do 5º ano ............................................................................................................ 64

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4.4 Visão geral do desempenho dos alunos no teste – 2º e 5º ano do ensino fundamental ................67

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 69

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 71

ANEXO A - Rotina de elaboração das atividades: projeto Desempenho Escolar Inclusivo na

Perspectiva Multidisciplinar .........................................................................................................................79

ANEXO B - Matriz de referência da Prova Brasil - Língua Portuguesa – 4ª série do ensino

fundamental .................................................................................................................................................82

ANEXO C - Descritores utilizados na elaboração das questões – Projeto Desempenho Escolar

Inclusivo na Perspectiva Multidisciplinar .....................................................................................................83

ANEXO D - FORMULÁRIO DE ELABORAÇÃO DE ATIVIDADES .......................................................................86

PARECER AVALIATIVO ..................................................................................................................................87

ANEXO E – Questões aplicadas na avaliação – Língua Portuguesa e Ciências Naturais ..............................89

ANEXO F – Modelo do teste de desempenho aplicado no papel - Língua Portuguesa e Ciências no 2º ...123

ANEXO G – Carta apresentada na direção das escolas as quais o teste foi aplicado .................................143

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INTRODUÇÃO

Apresentação

Na graduação, enquanto cursava a Licenciatura em Ciências Biológicas pela

Universidade Federal de Sergipe (UFS), tive a oportunidade de conhecer alguns campos de

estudo dessa área. Pude participar de atividades extracurriculares em um grupo ligado à área

ecológica, onde permaneci por pouco tempo. Em seguida, prestei seleção para monitoria em

Anatomia Humana, com êxito no processo. Exerci a função de monitora de turma por um

semestre.

Após um período de latência, tive a oportunidade de ingressar na área de ensino,

inserida como aluna voluntária no Programa de Iniciação Científica (PICVOL) coordenado

pelo prof. Dr. Acácio Alexandre Pagan, recém-chegado ao campus. Entre 2010 e 2011,

exerci atividades de pesquisa realizando estudos teóricos no campo do Ensino de Ciências,

mas com enfoque no referencial da Teoria das Representações Sociais inaugurada por Serge

Moscovici.

Concluí a iniciação científica no segundo semestre de 2011, mesmo período em que

finalizei minha graduação. Ao mesmo tempo, pude participar do Grupo de Pesquisa

Educação Matemática e Ensino de Ciências (GPEMEC), com sede na cidade de Itabaiana,

ajudando na organização de eventos científicos, atividades de outros projetos de pesquisa e

extensão, e interagindo com pesquisadores daquele campus.

Também no segundo semestre de 2011, iniciei os estudos para a seleção de mestrado

em Ensino de Ciências e Matemática pela UFS, e entre o final da graduação e o começo das

atividades neste programa, passaram-se apenas alguns meses.

No mestrado, junto ao departamento de Biologia, realizei tirocínio na disciplina

Corpo, Gênero e Sexualidade, acompanhando a prática da professora Dra. Claudiene Santos

durante um semestre. Sob a orientação do prof. Acácio, fui inserida no grupo de pesquisa

interinstitucional Desempenho Escolar e Inclusão Acadêmica (IDEA), que estava com um

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projeto em andamento, denominado de Desempenho Escolar Inclusivo na Perspectiva

Multidisciplinar (Projeto-Base)1.

O projeto contava com o apoio de integrantes de cinco universidades, quatro delas

federais – Sergipe (UFS), Santa Maria (UFSM), São Paulo (UNIFESP), Mato Grosso

(UFMT) e Universidade de São Paulo (USP) – e era financiado pelo

OBEDUC/CAPES/INEP. Estava direcionado ao estudo do desempenho escolar, por meio da

aplicação de uma avaliação em formatos eletrônico e impresso. O objetivo geral era a

avaliação dos alunos em três disciplinas: Língua Portuguesa, Matemática e Ciências.

Diferentemente dos sistemas de avaliação em larga escala difundidos no país, os

pesquisadores inseridos no projeto tentaram dar ênfase maior às especificidades presentes

em sala de aula, levando em consideração, por exemplo, os alunos com dificuldades de

aprendizagem. Na justificativa do referido projeto, encontramos que:

O estudo do processo de aprendizagem e suas dificuldades devem ser analisados,

pressupondo que vários fatores cognitivos, sociais e culturais estão interligados

com o desempenho escolar, de maneira que sejam implementadas ações voltadas

as necessidades dos sujeitos que na maioria das vezes são excluídos do sistema

escolar por não conseguirem mostrar os mesmos rendimentos dos demais alunos

(em fase de elaboração)2.

Esse projeto foi dividido em quatro eixos temáticos:

1. Estimativa da influência dos distúrbios de aprendizagem nos índices de

desempenho escolar em Língua Portuguesa, Matemática e Iniciação à Ciência;

2. Estudo da influência da tecnologia dos meios de testagem no resultado final de

testes de desempenho em Língua Portuguesa, Matemática e Iniciação à Ciência -

Influência da tecnologia em testes de avaliação padronizada.

3. Estudo da relação entre o desempenho escolar em Língua, Matemática e

Iniciação à Ciência - Desempenho escolar e livro didático.

4. Produção de materiais formativos e instrucionais que contemplem o

enfrentamento das dificuldades de aprendizagem – como dislexia, discalculia,

déficit de atenção e hiperatividade – no processo de formação do professor

pesquisador.

1 Projeto financiado pelo edital 38/2010/CAPES/INEP, que será descrito neste estudo com o nome Projeto-

Base. 2 Texto retirado do projeto Desempenho Escolar Inclusivo na Perspectiva Multidisciplinar.

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O grupo geral foi constituído por uma equipe multidisciplinar (Figura 1), composta

por alunos da graduação (Iniciação Científica), mestrado, professores da Educação Básica e

professores doutores.

Dentre os participantes do grupo IDEA, tínhamos representantes dos cursos de

Química, Física, Matemática, Biologia e Letras, além de psicólogos, neurocientistas e alunos

ligados ao campo estatístico, que se mobilizaram na elaboração das questões.

A critério de organização e orientação para o início das atividades do grupo IDEA,

cada instituição foi denominada como núcleo. Logo, o grupo possuía cinco núcleos

associados, e cada núcleo subdividiu-se em pequenos grupos. Essa organização macro e

micro fez sentido quando observamos que cada grupo ficou responsável pela elaboração de

questões do teste de desempenho que será detalhado no capítulo sobre metodologia e

resultados. Até aqui, atentamos para os critérios de organização que foram desenvolvidos

pelo Projeto-Base. Assim, cada pequeno grupo foi constituído por alunos da Iniciação

Científica, mestrandos e professores da Educação Básica.

Em Sergipe no núcleo do qual fiz parte, havia quatro pequenos grupos, sendo três

destinados à elaboração das questões de Ciências (para o 2º, 5º e 9º anos) e um responsável

pela elaboração das questões de Língua Portuguesa e Matemática. Como este processo

ocorreu em várias fases, tive a oportunidade de participar de dois: um de Ciências para o 9º

ano e outro de Língua Portuguesa e Matemática.

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Figura 1: Organograma com as características da organização geral do Grupo

Interinstitucional Desempenho Escolar e Inclusão Acadêmica – IDEA

Paralelamente à elaboração das questões que comporiam o teste de desempenho

escolar, outras atividades foram desenvolvidas pelos participantes do projeto, como

publicações de trabalhos em eventos e dissertações de mestrado (N=5) em duas das cinco

instituições participantes: UFSM e UFS.

Em Sergipe (Figura 2), foram desenvolvidas duas pesquisas de mestrado, além desta,

incluindo temas como desempenho escolar, relações de comportamento e formação de

professores. Uma avaliou as relações entre o desempenho em Ciências e o perfil de

comportamento apresentado pelos alunos (agitado, impulsivo, desatento, agressivo,

antissocial, efetivo e emotivo). Outra acompanhou todo o processo de criação do teste e

estudou a relação dos professores com o processo criativo.

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Por fim, esta que apresento buscou estudar as relações entre o desempenho em

Língua Portuguesa e em Ciências, a fim de encontrar indicativos que remetessem à

influência da leitura no aprendizado de Ciências.

Em Santa Maria (Figura 2), duas pesquisadoras desenvolveram pesquisas ligadas ao

estudo do desempenho escolar, dificuldades de aprendizagem e livro didático. A primeira,

em uma linha semelhante à minha, analisou as relações do desempenho no teste com a

educação matemática, destacando as dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos

alunos nesta disciplina. A segunda teve como foco o processo de escolha do livro didático de

Ciências através do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD).

Figura 2: Organograma da descrição das dissertações em andamento pelo projeto

Desempenho Escolar Inclusivo na Perspectiva Multidisciplinar

Dissertações de mestrado

UFSM

2 dissertações

temas

desempenho escolar, dificuldades de aprendizagem e

livro-didático

disciplinas incluidas:

Matemática e Ciências

UFS

3 dissertações

temas

desempenho escolar, relações de

comportamento e formação de professor

disciplinas incluidas: Língua

Portuguesa, Matemática e

Ciências

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Problematização, justificativa e objetivos da pesquisa

Em 2011, as cinco instituições de ensino superior (UFS, UFSM, UFMT, UNIFESP e

USP) deram início às atividades do Projeto-Base, direcionado ao estudo do desempenho

escolar de alunos do Ensino Fundamental.

O intuito do projeto-base foi avaliar a performance dos alunos em Língua

Portuguesa, Matemática e Ciências, tendo como objetivo estimar a influência dos distúrbios

ou dificuldades de aprendizagem e elaborar materiais didáticos que auxiliassem os

profissionais da Educação quanto a estes fatores. Além disso, visava a estudar o impacto da

tecnologia e as relações de desempenho entre as três disciplinas.

Embora, de forma geral, o projeto assemelhe-se às avaliações em larga escala

desenvolvidas no Brasil, ele possui algumas particularidades evidentes na descrição dos seus

objetivos, que manifestam preocupações quanto a especificidades presentes em sala de aula

e à possível influência delas no desempenho dos alunos.

Segundo Luckesi (1995), o termo “avaliar” tem origem no latim e significa “dar

valor a”. Significa atribuir qualidade a alguma coisa e, ao mesmo tempo, posicionar-se

favoravelmente ou não em relação a um objeto.

Quando nos perguntamos por que e para que avaliar, podemos inferir que, em nível

nacional, as avaliações servem para medir a qualidade da educação ofertada no país, no

intuito de proporcionar, principalmente, a melhoria nos sistemas de ensino.

No Projeto-Base, tentou-se aferir, entre outros aspectos, o nível de conhecimento dos

alunos pesquisados, os indicativos de dificuldades de aprendizagem, as relações de

comportamento e a influência da Língua Portuguesa e da Matemática no ensino de Ciências.

O objetivo foi, mediante esses dados, contribuir com as discussões sobre o caráter de

padronização presente nas avaliações difundidas no país, direcionando o olhar, portanto,

para as especificidades presentes na sala de aula.

Como um recorte das pesquisas realizadas no Projeto-Base, o presente estudo avaliou

a influência da Língua Portuguesa na aprendizagem de Ciências, no intuito de contribuir, por

exemplo, com discussões sobre a importância da valorização da leitura no ensino.

No Brasil, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), coordenado pelo

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), é o

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responsável pela avaliação do desempenho dos alunos e realiza, desde 1990, provas bienais

de Língua Portuguesa e Matemática – embora, em algumas edições (1990, 1993, 1997, 1999

e 2013), também tenha havido testes sobre Ciências.

Esse interesse por medir o desempenho escolar tendo como argumento a tentativa de

melhorar a qualidade do ensino chegou às esferas estaduais, mas a avaliação em Ciências

não faz parte da maioria, exceto do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado

de São Paulo (SARESP) e do Programa de Avaliação da Aprendizagem Escolar (PAAE)

realizado em Minas Gerais.

Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) revelam

aspectos preocupantes quanto ao nível de conhecimento científico dos alunos brasileiros.

Tem-se que a avaliação em Ciências está presente desde a primeira edição do programa, em

2000, e segundo os resultados divulgados, os brasileiros apresentam um tímido avanço na

proficiência até a última edição, em 2012. Na escala de 6 níveis de proficiência criada pelo

programa, 60% dos alunos brasileiros avaliados encontram-se abaixo do nível 2. Ou seja, os

estudantes apresentam conhecimento limitado, embora sejam capazes de tirar conclusões

baseadas em investigações simples e de fazer apenas interpretações literais de resultados de

pesquisas científicas (OCDE, 2008).

Aprender Ciências requer novas formas de ler, escrever, pensar e se comunicar sobre

o mundo. Trata-se de um processo de alfabetização ou letramento em um novo conjunto de

códigos, em novas linguagens. Portanto, compreende-se que, da mesma maneira, o

desempenho em Ciências deveria ser mensurado a partir da compreensão do quanto o aluno

é capaz de utilizar-se desta nova forma de aprender, baseada na investigação científica – do

quanto ele está alfabetizado ou letrado em Ciências.

Ao mesurar o letramento científico, partindo do pressuposto de que este ultrapassa o

sentido de aquisição de escrita e leitura atribuído à alfabetização e abrange um caráter social

e prático, o PISA responsabiliza-se pela aferição de uma aprendizagem que vai além do

conhecimento de conteúdo que os alunos apresentam, incluindo as competências e

estratégias de aprendizagem mobilizadas pelo educando.

Já o SAEB, na construção da avaliação em Ciências que ocorreu em 2013, se propôs

a medir a alfabetização/letramento oferecido pelas escolas. O INEP considera que a

alfabetização possui vários sentidos: não só o ligado à apropriação da escrita e às relações

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sonoras e gráficas da alfabetização, mas também os relacionados a conhecimentos sobre as

práticas, usos e funções sociais da leitura e da escrita.

No estabelecimento do SAEB, o INEP partiu do princípio de que a Língua

Portuguesa e a Matemática são áreas fundamentais para o desenvolvimento do

conhecimento nas demais disciplinas que compõem o currículo escolar. Logo, uma tentativa

de relação entre o desempenho dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática e as demais

disciplinas, na busca pela melhoria da qualidade do ensino, não seria algo muito distante.

Nesta pesquisa, buscou-se estabelecer uma análise comparativa entre os

desempenhos de alfabetização/letramento em Ciências com os de leitura, buscando

compreender influências mútuas das habilidades construídas em cada uma dessas

disciplinas.

Estudos que tentam estabelecer relações entre o ensino da Língua Portuguesa e o de

Ciências ainda são poucos e, de acordo com Andrade e Martins (2006), possuem as

seguintes características: 1) são estudos que abordam a estrutura linguística dos textos; 2)

caracterizam as representações de professores e de estudantes sobre textos relacionados ao

discurso científico; 3) analisam o texto e os contextos de utilização de livros didáticos; e 4)

sugerem propostas sobre a leitura como estratégia de ensino.

A hipótese construída neste trabalho aponta que o maior desenvolvimento em leitura

pode ser importante para a melhoria do desempenho discente em Ciências. Baseia-se em

algumas questões de partida: os dados de desempenho dos alunos em uma avaliação indicam

relações entre a aprendizagem em Língua Portuguesa e Ciências? Seria possível inferir, a

partir do desempenho dos alunos, que a aprendizagem em Ciências está direta ou

indiretamente ligada à aprendizagem da Língua Portuguesa?

Dessa forma, o objetivo geral do presente estudo consiste na descrição e análise do

desempenho de uma amostra de alunos da região Sul, Nordeste e Centro Oeste em Ciências

Naturais e Língua Portuguesa, com foco nas concepções de Alfabetização em Leitura e

Ciências, a fim de compreender as possíveis relações entre o desempenho nessas duas

disciplinas.

Utilizou-se o olhar das teorias sobre Alfabetização Científica como referencial

teórico para a análise dos dados de desempenho no teste que foi aplicado nas três regiões,

buscando comparações com os resultados de alfabetização em leitura para a Língua

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Portuguesa. O teste foi aplicado no segundo semestre de 2012 e alunos da região Centro-

Oeste, Nordeste e Sul foram avaliados em Língua Portuguesa, Matemática e Ciências

Naturais, através do Projeto-Base.

A presente dissertação foi organizada em quatro capítulos, brevemente apresentados

a seguir: No Capítulo 1, foram abordadas, de forma geral, as avaliações de desempenho

escolar em âmbito nacional e internacional, como o SAEB, PISA, o Sistema de Avaliação de

Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP), Sistema Permanente de Avaliação

da Educação Básica do Ceará (SPAECE) e o Sistema Mineiro de Avaliação da Educação

Pública (SIMAVE). No Capítulo 2, foram revelados aspectos da Alfabetização Científica a

partir das variações na utilização do termo e das características de um alfabetizado

cientificamente. No Capítulo 3, sobre a metodologia, descreveu-se a elaboração das questões

para o teste de desempenho, como ocorreu a aplicação do mesmo e como se deu a análise

dos dados. No Capítulo 4, sobre resultados e discussões, foram apresentados os dados de

desempenho dos alunos e as considerações finais desse estudo.

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CAPÍTULO 1: AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ESCOLAR

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Neste capítulo, são abordados os processos avaliativos de desempenho escolar,

especialmente os aplicados no país, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica

(SAEB), o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo

(SARESP), o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE) e

o Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública (SIMAVE), bem como, breve relato

das iniciativas de estudos que tem como tema o desempenho dos estudantes. Tratou-se

também do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). O intuito foi traçar

um comparativo entre estes processos e o teste de desempenho aplicado pelo Projeto-Base.

1.1 Desempenho escolar

O desempenho escolar leva em consideração, por exemplo, os resultados satisfatórios

ou não satisfatórios do aluno dentro do ambiente escolar. Mas, o que define resultados

satisfatórios ou não satisfatórios? O que essas denominações refletem? Qual o impacto delas

na vida do aluno?

Uma simples observação, por parte do leitor, em estudos com foco no desempenho,

permite a identificação de diversas denominações que são usadas na condução destes

estudos, e, indicam que as mesmas, estão ligadas a medidas de eficiência, são elas:

desempenho satisfatório ou não satisfatório (CARVALHO, 2001, GENARI, 2009;

MARTINELLI, 2009) desempenho inferior e superior (CAPELLINI, 2007), melhor

desempenho e pior desempenho (CAPELLINI, 2007; CARVALHO, 2013; MARTINELLI,

2009; MENEZES-FILHO, 2007; SANTOS, 2008) , desempenho deficiente, desempenho

acima da média (FLETCHER, 1993), desempenho insuficiente (ESTEBAN, 2008;

CARVALHO, 2001), baixo desempenho, desempenho pobre (FERREIRA, MARTURANO

2002; MARTINELLI 2009) e bom desempenho ( CAPELLINI, 2007; CARVALHO, 2013;

MARTINELLI, 2009).

Para Esteban (2008, p.7) “O compromisso com a aprendizagem vai sendo deslocado

para o interesse pelo desempenho levando ao máximo a obsessão pela eficiência”, e, em

alguns estudos a qualidade da educação se confunde com o desempenho/eficiência e não

com a aprendizagem do aluno. Estando a qualidade associada, ao número de aprovações,

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reprovações, sucessos nas avaliações externas. Logo, o aluno perde no quesito

aprendizagem, e ganha em uma qualidade camuflada, desprovida de sentido e eficiência.

Para Carvalho (2013), conhecer o desempenho escolar é importante e necessário para

a melhoria da qualidade do ensino e aprendizagem, desde que, o mesmo aborde a

compreensão das dificuldades que os alunos têm em atingir os objetivos curriculares. Não é

apenas olhar os números, mas, compreendê-los em sua essência.

Na realidade o termo desempenho escolar é amplo, e envolve aspectos relacionados

ao social do aluno bem como do funcionamento educativo. A avaliação, seja ela interna ou

externa, constitui uma ferramenta, que fornece informações sobre este desempenho,

servindo como meio para busca por melhorias.

1.2 O Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) – ANEB e Prova Brasil

Após tentativas de estabelecimento de sistemas de avaliação que medissem a

qualidade do ensino, ocorreu no Brasil, em 1990, a primeira avaliação em nível nacional. A

partir de 1992, ela passou a ser coordenada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira (INEP), avaliando alunos de 1ª, 3ª, 5ª e 7ª séries. Em 1991, o

processo recebe a nomenclatura de Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB),

sendo os dados publicados em agosto de 1992.

Devido ao sucesso do SAEB, o Ministério da Educação (MEC) definiu que o sistema

seria realizado a cada 2 anos, mas somente em 1994, com a Portaria 1.795, o mesmo foi

institucionalizado como processo nacional de avaliação. Em 2005, ele passa a ser composto

por dois processos avaliativos: a Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB) e a

Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (ANRESC), também conhecida como Prova

Brasil (BRASIL, 2011; NETO, 2007).

A ANEB manteve os procedimentos iniciais do SAEB, sendo, portanto, responsável

pela avaliação de alunos do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino

Médio, produzindo resultados sobre a qualidade educacional das redes pública e privada

para regiões e unidades da Federação. Por outro lado, a Prova Brasil permitiu a produção de

resultados em nível municipal e por unidade escolar, mas tem avaliado apenas estudantes da

rede pública, matriculados no 5º e 9º anos do Ensino Fundamental (Quadro 1).

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Quadro 1: Semelhanças e diferenças entre ANRESC e SAEB

Prova Brasil (ANRESC) Sistema de Avaliação da Educação Básica

(SAEB)

A prova foi criada em 2005. A primeira aplicação ocorreu em 1990.

A Prova Brasil avalia habilidades em Língua

Portuguesa (foco em leitura) e Matemática (foco na

resolução de problemas).

Alunos fazem prova de Língua Portuguesa

(foco em leitura) e Matemática (foco na

resolução de problemas).

Avalia apenas estudantes de Ensino Fundamental,

de 5° e 9° anos.

Avalia estudantes de 5° e 9° anos do Ensino

Fundamental e também estudantes do 3º ano

do Ensino Médio.

A Prova Brasil avalia as escolas públicas

localizadas nas áreas urbana e rural.

Avalia alunos da rede pública e da rede

privada, de escolas localizadas nas áreas

urbana e rural.

A avaliação é quase universal: todos os estudantes

das séries avaliadas, de todas as escolas públicas

urbanas e rurais do Brasil com mais de 20 alunos

na série, devem fazer a prova.

A avaliação é amostral, ou seja, apenas parte

dos estudantes brasileiros das séries

avaliadas participa da prova.

Como resultado, fornece as médias de desempenho

para o Brasil, regiões e unidades da Federação,

para cada um dos municípios e escolas

participantes.

Oferece resultados de desempenho apenas

para o Brasil, regiões e unidades da

Federação.

Parte das escolas que participarem da Prova Brasil

ajudará a construir também os resultados do SAEB,

por meio de recorte amostral.

Todos os alunos do SAEB e da Prova Brasil

farão uma única avaliação.

Fonte: INEP/Prova Brasil

Algumas mudanças ocorreram no processo e, inicialmente, o SAEB incluía a

avaliação da proficiência dos alunos principalmente em Língua Portuguesa e Matemática.

Segundo Neto (2007, p.10), “além das áreas de Linguagem e Matemática, que foram

avaliadas em todos os ciclos, outras foram acrescentadas e retiradas ao longo destes. Então,

desde 2001, essas áreas passaram a ser as únicas avaliadas.”

As duas disciplinas que compõem a avaliação, Língua Portuguesa e Matemática,

foram escolhidas por serem consideradas basilares para a compreensão das demais

que compõem o currículo escolar. No entanto, nem todas as competências e

habilidades em Língua Portuguesa e Matemática, que fazem parte dos currículos

adotados pelas escolas, são avaliadas pela Prova Brasil. Avaliam-se apenas aquelas

consideradas comuns entre todas as unidades da federação e que são consideradas

básicas para que os alunos sejam capazes de avançar no processo de aprendizagem

no decorrer de sua vida escolar (BRASIL, 2009, p.6).

As provas aplicadas aos alunos são acompanhadas de um questionário, que também

se destina aos diretores e professores de Língua Portuguesa e Matemática. O sistema de

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avaliação possui ainda uma matriz de referência que foi construída a partir dos Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCN), do currículo das secretarias estaduais e municipais de

educação, e da consulta a livros didáticos. Esta matriz serve como base para a construção

das questões da avaliação aplicada aos alunos e também para a análise dos resultados. “As

Matrizes de Referência compreendem o conjunto de competências e habilidades que se

espera que os alunos tenham desenvolvido ao final do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental”

(BRASIL, 2011, p.7).

Essas competências e habilidades podem ser descritas como o saber fazer que os

alunos desenvolvem. Logo, avaliam se os alunos são capazes, por exemplo, de identificar o

tema de um texto (D6 - Tópico I. Procedimentos de Leitura da Matriz de Referência do

SAEB3).

Quanto à forma de análise das provas para a posterior divulgação dos resultados, o

SAEB utilizou, até 1993, a Teoria Clássica de Testes (TCT), que não permitia a comparação

dos resultados das avaliações por meio de uma sequência histórica. Com o intuito de

permitir essa comparação, o INEP passou a utilizar, em 1995, a Teoria de Resposta ao Item

(TRI), e começou a incluir itens comuns. A partir da construção das matrizes de referência,

foi possível, para os elaboradores, formular questões comuns em anos distintos da avaliação

(BRASIL, 2007).

Na TCT, as análises e interpretações dependem do conjunto de provas e dos alunos

participantes da avaliação. Ela envolve a análise das provas como um todo, sendo a

comparação possível apenas quando os estudantes são submetidos às mesmas provas ou a

provas paralelas, o que dificulta estabelecer uma comparação entre as diversas versões

(KLEIN, 2009). Ou seja, comparar os resultados das avaliações bienais do SAEB torna-se

difícil com esse método. Por outro lado, a TRI possibilita a análise da prova por itens.

A TRI é um conjunto de modelos matemáticos onde a probabilidade de resposta a

um item é modelada como função da proficiência (habilidade) do aluno (variável

latente, não observável) e de parâmetros que expressam certas propriedades dos

itens. Quanto maior a proficiência do aluno, maior a probabilidade de ele acertar o

item (KLEIN, 2009, p.127).

3 A Matriz de referência para Língua Portuguesa do SAEB está presente no Anexo B desta dissertação

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Ainda sobre avaliação de desempenho, descreveu-se, no próximo tópico, outro teste

que também utiliza a TRI na análise de dados.

1.3 O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – PISA

O PISA é uma avaliação trienal em nível internacional, que ocorre desde o ano 2000

e tem como objetivo avaliar o sistema de ensino de alguns países. Participam da avaliação

34 países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

(OCDE), além de outros países convidados.

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira (INEP), o Brasil participa do programa como convidado, desde os planejamentos

iniciais, em 1998, e ainda é o único país sul-americano avaliado desde a primeira edição, que

ocorreu em 2000.

Além das provas de conhecimento em Língua Portuguesa, Matemática e Ciências,

aplicadas aos alunos, há também questionários direcionados aos estudantes e aos diretores

das escolas.

Consta no relatório nacional dos resultados do PISA 2009 (BRASIL, 2012, p.11) que

“uma de suas principais características é a produção de indicadores que contribuam para a

discussão da qualidade da educação ministrada nos países participantes, de modo a subsidiar

políticas de melhoria da Educação Básica”.

Participam do programa alunos de 15 anos de idade, pois considera-se que, na

maioria dos países, nesta faixa etária, possivelmente tenham completado a escolaridade

obrigatória. No Brasil, o programa abrange alunos desde o 7º ano até o final do Ensino

Médio.

Cada edição é focada em uma área do conhecimento, alternando entre Língua

Portuguesa, Matemática e Ciências. A parte mais extensa da prova refere-se à área de

concentração correspondente a cada ano, com uma média de 66% de questões destinadas a

esta e apenas 17% às outras duas áreas. Assim, as três últimas edições concentraram-se em

Ciências (2006), Língua Portuguesa (2009) e Matemática (2012). Além das provas em

papel, também foram aplicadas provas informatizadas em alguns países (OCDE, 2012).

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O objetivo dos testes eletrônicos é introduzir questões que dificilmente seriam

acrescentadas em provas utilizando lápis e papel, por conterem cenas em vídeo, simulações

e animações. Ainda foi possível verificar maior agilidade na tradução e codificação dos

resultados da avaliação (OCDE, 2012).

O PISA, assim como o SAEB, utiliza o modelo matemático da Teoria de Resposta ao

Item (TRI), o qual permite estabelecer uma comparação entre as diferentes edições do teste.

Na Quadro 2, foi possível perceber que há um crescimento tanto nos resultados dos alunos

brasileiros para leitura como para Ciências.

Quadro 2: Comparativo dos resultados do Brasil no PISA de 2000 a 2009

PISA 2000 PISA 2003 PISA 2006 PISA 2009

Leitura 396 403 393 412

Matemática 334 356 370 386

Ciências 375 390 390 405

Fonte: INEP/PISA

No próximo tópico, são abordadas as iniciativas de avaliações de desempenho em

nível estadual, apresentando, dentre outros aspectos, suas características gerais, objetivos e

abrangência.

1.4 Avaliações estaduais: os casos SARESP, SPAECE e SIMAVE

Alguns estados também desenvolveram sistemas de avaliação em larga escala, com a

finalidade de aferir a qualidade da educação e auxiliar as políticas educacionais, como é o

caso do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP),

do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE) e do Sistema

Mineiro de Avaliação da Educação Pública (SIMAVE).

O SPAECE tem como objetivos “Fornecer subsídios para formulação, reformulação

e monitoramento das políticas educacionais; Possibilitar aos professores, dirigentes escolares

e gestores um quadro da situação da Educação Básica da rede pública de ensino”

(UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, 1998).

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O SPAECE vem sendo colocado em prática desde 1992 e avalia alunos do Ensino

Fundamental e Médio, apenas nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Ocorre

anualmente com alunos do 2º ano do Ensino Fundamental e da 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino

Médio; e a cada dois anos com os estudantes do 5º e 9º anos. O 2º ano do Ensino

Fundamental e o Ensino Médio completo foram incorporados à avaliação a partir de 2007.

Desde 1996, o SARESP avalia anualmente alunos do 2º, 3º, 5º, 7º e 9º anos do

Ensino Fundamental e da 3º série do Ensino Médio, em todas as áreas curriculares da rede

estadual de ensino. Também são avaliadas as redes municipais e particulares que mostram

interesse no processo. As disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática estão incluídas em

todas as edições. Ciências da Natureza (Biologia, Química e Física) e Ciências Humanas

(Geografia e História) foram incluídas na avaliação em anos alternados. Por exemplo, na

edição de 2010, os alunos foram avaliados em Língua Portuguesa, Matemática, Biologia,

Química e Física; na de 2011, em Língua Portuguesa, Matemática, Geografia e História.

O SIMAVE, de acordo com Soares (2011), avalia alunos do 2º ano do Ensino

Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, nas redes estaduais e municipais do estado de

Minas Gerais. Ainda segundo o autor, o sistema compreende uma modalidade de avaliação

interna e duas externas, a saber: o Programa de Avaliação da Aprendizagem Escolar

(PAAE), o Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (PROEB) e o

Programa de Avaliação da Alfabetização (PROALFA), respectivamente.

No PAAE, são aplicadas duas provas: uma no início do semestre, para diagnóstico da

aprendizagem dos alunos; e outra no final, para verificação dos avanços. Esse programa,

além das provas de Língua Portuguesa e Matemática, também avalia os estudantes em

Ciências. Os testes são aplicados em computador. Já no PROEB, avaliam-se as

competências e habilidades dos alunos do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e da 3º série

do Ensino Médio. Por fim, no PROALFA, examinam-se os níveis de alfabetização de alunos

do 2º, 3º e 4º anos do Ensino Fundamental. Em 2000, o SIMAVE avaliou Língua Portuguesa

e Matemática; em 2001, Ciências Humanas e da Natureza; em 2002, Língua Portuguesa; em

2003, Matemática; em 2004 e 2005, não houve avaliações; e, a partir de 2006, avaliaram-se

apenas Língua Portuguesa e Matemática.

Em suma, verificou-se que, embora os sistemas mencionados acima tenham em

comum o objetivo de avaliar a qualidade do ensino ofertado nas escolas, acabam

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negligenciando as especificidades presentes em sala de aula ao tentar incluir o maior número

de alunos em suas avaliações.

1.5 Estudos sobre desempenho em Ciências Naturais

Além das avaliações de larga escala para aferir o desempenho dos alunos a nível

internacional, nacional e estadual, acontecem outros estudos, também de caráter avaliativo,

mas, realizados de maneira mais localizada. Esses avaliam o desempenho nas diferentes

disciplinas que compõem o currículo escolar, e, utilizam vários instrumentos para alcançar

seus objetivos.

Nigro (2007) ao tentar entender o texto e a leitura do mesmo no ensino de Ciências,

estudou a compreensão leitora de uma amostra de alunos entre 14 e 15 anos de uma escola

particular do Estado de São Paulo.

O estudo foi aplicado em duas etapas: a primeira com alunos do 9º ano do ensino

fundamental e a segunda com 178 alunos do 1º ano do ensino médio.

Para atender aos objetivos da pesquisa, Nigro (2007) realizou três sessões com os

alunos, procedendo com a aplicação de questionários: a primeira, com aplicação que

avaliava o conhecimento; a segunda, 15 dias após, para avaliar o conhecimento, a atitude e a

aplicação deste; e a terceira, 15 dias após a segunda sessão, para avaliação e aplicação do

conhecimento.

O teste com questões abertas, tratava da anemia falciforme, e foi formulado a partir

das concepções de Alfabetização Científica, que será discutida no capítulo seguinte, a teoria

justifica a forma de orientação do estudo adotado por Nigro (2007) para as três sessões:

avaliação do conhecimento dos alunos, atitude e aplicação deste.

Para a primeira sessão, foram identificados que os alunos possuíam conhecimentos

prévios similares, tendo as meninas, desempenho melhor que os meninos.

Na segunda sessão, os resultados mostraram uma melhora no desempenho em

relação à primeira, indicando que a leitura do material na primeira sessão, pode ter

expandido o conhecimento dos alunos.

Na terceira sessão, identificou-se uma queda no desempenho dos alunos, sendo este

resultado, associado ao esquecimento de parte do conhecimento, visto nas sessões anteriores.

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A partir dos dados obtidos, Nigro (2007) concluiu que os leitores mais proficientes

obtiveram melhor desempenho.

Em outra oportunidade, Bizzo et al. (2013), discutiu a influência do uso do texto nas

avaliações, analisando para isto a performance de alunos em questões de Biologia, usadas no

ENEM 2009 e 2010, frente a questões com e sem texto. As aplicações ocorreram com uma

amostra de 433 alunos, de 14 escolas públicas de São Paulo.

A amostra foi dividida em dois grupos: o primeiro recebeu um questionário de seis

páginas, com as perguntas originais do ENEM, sem a supressão do contexto; o segundo

recebeu um questionário de três páginas, contendo as mesmas perguntas, mas, sem o

contexto. Para comparação, foram inseridas três questões nos dois questionários com

perguntas sem contexto.

Os resultados apontaram que os estudantes do segundo grupo, aqueles do

questionário sem contexto, têm um desempenho superior àqueles do primeiro grupo.

Indicando que a carga de leitura pode induzir o aluno ao erro, tendo os mesmos, melhor

desempenho nas questões diretas.

Em estudo realizado na cidade de São Caetano do Sul/SP e Tangará da Serra/MT,

Tolentino Neto (2008) tentou aferir o nível de interesse dos alunos em relação à ciência e

tecnologia. Para este estudo, ele promoveu a aplicação de uma versão traduzida do

instrumento The Relevance of Science Education (ROSE), constituído por questões

fechadas. O instrumento foi aplicado com 652 alunos.

A partir dos dados levantados, o pesquisador concluiu que os meninos têm interesse

em relação aos temas de tecnologia, Física e proteção ambiental, enquanto as meninas,

àqueles relacionado a corpo humano e saúde. Para os temas relacionados a botânica,

agricultura e história da ciência, os estudantes mostraram desinteresse.

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CAPÍTULO 2: ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA

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Neste capítulo, foram discutidos alguns conceitos fundamentais da Alfabetização

Científica, considerando que, para efetuar um estudo comparativo entre o desempenho escolar

em Língua Portuguesa e em Ciências, partiu-se do princípio de que esta última disciplina

também é um tipo de linguagem.

O PISA emprega claramente o termo “Letramento Científico” como referencial teórico

para construção das questões e análise dos dados de desempenho dos alunos, com a preocupação

de aferir um aprendizado além do conhecimento do conteúdo científico, mas que envolva

também o uso deste no dia a dia. No Brasil, o SAEB optou pela terminologia

“Alfabetização/Letramento científico” por considerar que não há limites bem estabelecidos para

a definição dos termos.

Assim, nos próximos tópicos, discutiu-se o papel da leitura no ensino de Ciências,

algumas concepções de Alfabetização e Letramento – analisando, para esses dois termos, as

divergências e convergências ligadas às suas concepções em Ciências –, também foram descritas

as características de um aluno alfabetizado cientificamente e justificou-se a inclusão dessa

pesquisa no campo da Alfabetização Científica.

2.1 Importância da Leitura

“Ler [...] significa compreender os propósitos explícitos e implícitos da leitura e

fazer uso de conhecimentos relevantes para interpretar a informação” (BRASÍLIA, 2009, p.

29).

Os PCNs de Língua Portuguesa (BRASIL, 1997) determinam que o leitor deve

trabalhar na construção de significados do texto, mobilizando diversas habilidades

individuais que vão além da decodificação. Para ser proficiente, o indivíduo mobiliza outras

habilidades, como seleção, antecipação, inferência e verificação. A partir delas, consegue

tomar decisões quanto a dificuldades de compreensão que surjam e, além disso, tentar

comprovar suposições, entre outros aspectos.

Pesquisas sobre a alfabetização no campo da linguagem revelam que a aprendizagem

da leitura apresenta-se em dois níveis: decodificação e compreensão leitora (BRANDI;

GURGEL, 2002; CUNHA; CAPELLINI, 2009; GONTIJO, 2012; NASCIMENTO et al,

2011; OLIVEIRA 2005; OLIVEIRA; SILVA, 2011), estando o primeiro termo relacionado

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à aprendizagem dos signos e o segundo associado a uma leitura crítica e às concepções de

letramento.

[...] aprender a ler consiste em traduzir letras (impressas, escritas) em sons que

fazem sentido. Dessa forma, a decodificação fonológica (isto é, traduzir sons em

letras para escrever e letras em sons para ler) constitui o cerne do conceito de

alfabetização. No entanto, ela não esgota nem o seu sentido nem o seu objetivo: o

objetivo da leitura é permitir ao leitor compreender, interpretar, modificar, debater-

se com o texto (BRASÍLIA, 2003, p.23).

Para Souza (2010, p.30) “ler não é um ato mecânico de decodificação; é mais do que

isso. A compreensão leitora [...] vem através dos contextos, de vivências de mundo [...] Ler

é um ato complexo cognitivo e social”.

Norris e Phillips (2003), no artigo How Literacy in Its Fundamental Sense Is Central

to Scientific Literacy, ao discutir a importância da leitura para o ensino de Ciências e para as

concepções de Alfabetização Científica, defendem que a leitura associada à escrita é parte

integrante da ciência. Segundo os autores, “a leitura do texto científico abrange grande parte

do que é considerado fazer ciência” (NORRIS; PHILLIPS, 2003, p.230).

[...] leitura e escrita não suporta apenas uma relação funcional com respeito à

ciência, como simples ferramenta para o armazenamento e transmissão da ciência.

Ao contrário, a relação é constitutiva, em que a leitura e a escrita são partes

constitutivas da ciência. Relações constitutivas definem necessidades, porque os

componentes são elementos essenciais do todo. Remova uma constituinte, e o todo

vai com ele. Jogue fora a capa e manternha o conteúdo, e você ainda tem um livro,

jogue fora o conteúdo e mantenha a capa, e você não tem mais um livro (NORRIS;

PHILLIPS, 2003, p.226).

Embora alguns autores discorram sobre a importância da leitura e da escrita na

Alfabetização Científica (GIRALDI, 2010; NIGRO, 2007; NIGRO; TRIVELATO, 2010;

NORRIS; PHILLIPS, 2003; SOUZA, 2010) os estudos a respeito do tema são poucos e

ainda ocupam um espaço marginal nas pesquisas educacionais e também no ambiente

escolar.

2.2.Letramento

Soares (1999) acredita que o significado de letramento ultrapassa o sentido do

aprendizado da leitura e da escrita, o que a autora define como apenas alfabetização. O

letramento é um processo mais complexo que envolve esta apropriação e sua aplicação nas

práticas sociais em diversas situações do dia a dia.

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É possível verificar, em pesquisas, que as concepções de letramento compreendem o

uso da leitura e escrita no cotidiano do indivíduo, no que muitos autores denominam de

prática social (BONAMINO; COSCARELLI; FRANCO, 2002; KLEIMAN, 2007;

MAMEDE; ZIMMERMANN, 2005; SOARES; 1999). Não se limita ao saber ler e escrever,

mas inclui o uso apropriado da leitura pelo indivíduo no seu cotidiano.

De acordo com Kleiman (2007, p.4) “o letramento abarca a concepção social da

escrita oposta à aprendizagem apenas como aquisição de competências e habilidades

individuais”. Essa aquisição individual de competências e habilidades pode ser representada

pelos indivíduos que aprendem a ler e a escrever mas não conseguem utilizar esse

aprendizado além dos muros da escola – ou seja, não mobilizam, na leitura, conhecimentos

complexos que exijam um nível maior de reflexão.

Monteiro e Baptista (2009) defendem que o conceito de alfabetização está

diretamente ligado à capacidade para ler e escrever através do domínio do código e de

habilidades, enquanto o letramento está ligado à apropriação da escrita a partir do exercício

desta. Logo, nesse último, o indivíduo seria capaz de ler e escrever para “informar ou

informar-se, para interagir, para ampliar conhecimentos, capacidade de interpretar e produzir

diferentes tipos de texto, de inserir-se efetivamente no mundo da escrita” (p.30).

A mola propulsora para o surgimento de um novo movimento que defendia uma

aprendizagem superior à aquisição da leitura e escrita, incorporando os aspectos sociais com

a aplicação e reflexão desses conhecimentos, foi a diminuição dos níveis de analfabetismo

em alguns países. Esse novo movimento foi denominado literacy (SOARES, 1999).

A palavra em inglês literacy caracteriza a condição ou estado de quem aprendeu a ler

e escrever e, de maneira implícita, este termo atribui, à leitura e à escrita, consequências

sociais, culturais, políticas, econômicas, cognitivas e linguísticas, tanto para o indivíduo

como para o grupo social em que o mesmo encontra-se inserido.

Sobre essa condição ou estado, Bonamino, Coscarelli e Franco (2002) explicam que,

ao entrar em contato com a leitura e a escrita, o indivíduo é influenciado por esta aquisição,

alterando seu estado ou condição iniciais nas mais diferentes esferas da vida.

De acordo com Soares (1999), foi a partir de meados da década de 1980 que o termo

letramento começou a surgir no contexto educacional brasileiro.

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Primeiramente o conceito passou a ser empregado por influentes núcleos

universitários de estudos e intervenção na área de ensino da leitura e da escrita: o

CEALE - Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Universidade Federal de

Minas Gerais; o IEL - Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP; e o

LAEL – Programa de Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem da PUC de

São Paulo. Posteriormente foi incorporado às orientações para o ensino de Língua

Portuguesa dos Parâmetros Curriculares Nacionais [...] (RIBEIRO, 2001, p.286).

As discussões mobilizadas delimitaram o termo letramento na área da linguagem, de

forma bem mais exata quando em comparação às suas ramificações, como o Letramento

Científico. Letramento, em Ciências, está associado à concepção de preparação do aluno

para a vida em sociedade. No entanto, as definições de Alfabetização Científica também

englobam esse mesmo objetivo. Segundo Mamede e Zimmerman (2005), a diferença reside

no fato de que a alfabetização está associada à aprendizagem do conhecimento científico e o

letramento ao uso deste conhecimento na vida em sociedade.

2.3 Ciências: Letramento e Alfabetização

Após a Segunda Guerra Mundial, as mudanças no campo da ciência e o impacto

sobre os aspectos sociais, econômicos e políticos tornaram-se evidentes. Para Krasilchik

(2000), o ensino de Ciências foi valorizado a partir do reconhecimento da ciência e da

tecnologia como fundamentais para o desenvolvimento da sociedade. Logo, a necessidade

de produção de novos conhecimentos, apoiada na pretensão de alguns países de manter sua

hegemonia, propiciou um aumento na visibilidade da Ciência no currículo escolar, surgindo

necessidades de reforma do mesmo.

Dentre as características apontadas como necessárias para o currículo de Ciências

voltado à Alfabetização Científica, está o reconhecimento das relações existentes entre os

saberes ditos científicos, os adventos tecnológicos e os efeitos destes para a sociedade e o

meio ambiente (SASSERON E CARVALHO, 2011).

Segundo Sasseron (2008), Alfabetização Científica define a formação de um aluno

preocupado com a ação e atuação em sociedade. No Brasil, são encontrados, além desta, o

Letramento Científico como referenciais teóricos para esse tipo de formação.

Em alguns estudos, como os de Sasseron (2008) e Sasseron e Carvalho (2011), é

possível notar uma variação na utilização do termo Scientific Literacy e nas traduções dos

mesmos (este é o caso dos trabalhos em Língua Portuguesa que utilizam Alfabetização,

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Letramento e Enculturação), mas o certo é que todos possuem o mesmo objetivo: formar

cidadãos críticos que dominem e usem o conhecimento no campo das ciências.

Segundo Mamede e Zimmermann (2005), por se tratarem de dois elementos

diferentes, eles guardam entre si especificidades, sendo a Alfabetização mais ligada ao plano

individual e o Letramento mais atrelado ao plano social. “Assim, uma pessoa letrada não é

somente aquela que é capaz de decodificar a linguagem escrita, mas aquela que efetivamente

faz uso desta tecnologia na vida social de uma maneira mais ampla” (p.2).

[...] um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado;

alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado, o

indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e

escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a

escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita

(SOARES, 2009, p.39-40).

Segundo Kleiman (2005), o letramento surgiu a partir da necessidade de se

considerarem aspectos sócio-históricos do uso da escrita. Embora esteja incluído o conceito

de alfabetização, ele ultrapassa-o. O letramento “envolve mais de um participante e os

envolvidos têm diferentes saberes, que são mobilizados na medida adequada, no momento

necessário, em prol de interesses, intenções e objetivos individuais e de metas comuns. Daí

ser um evento essencialmente colaborativo” (p.23).

Não são processos independentes, mas interdependentes, e indissociáveis: a

alfabetização desenvolve-se no contexto de e por meio de práticas sociais de

leitura e de escrita, isto é, através de atividades de letramento, e este, por sua vez,

só se pode desenvolver no contexto da e por meio da aprendizagem das relações

fonema–grafema, isto é, em dependência da alfabetização (SOARES, 2004, p.14).

Para Chassot (2006), o ideal de um alfabetizado cientificamente compreende o

desenvolvimento do pensamento crítico. O aluno deve possuir conhecimentos suficientes

para proceder com a leitura do mundo onde vive e, a partir desta, entender a necessidade de

transformá-lo para melhor.

Mas que características uma pessoa alfabetizada cientificamente deve possuir?

Segundo Penick (2008), elas abrangem: interesse pela ciência e tecnologia; compreensão de

conceitos básicos; interesse pela ampliação do conhecimento científico; posicionamento e

aplicação deste conhecimento; entendimento da História e natureza da ciência; transmissão

do conhecimento científico para outras pessoas sem apresentar dificuldades; e autoconfiança

e segurança ao lidar com as ciências.

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Krasilchik (1992) descreve quatro níveis de Alfabetização Científica: a alfabetização

nominal, quando os alunos são capazes de reconhecer termos científicos; a alfabetização

funcional, na qual os mesmos definem os termos científicos sem entendê-los; a alfabetização

estrutural, quando os estudantes conseguem atribuir significados próprios aos conceitos

científicos; e a multidimensional, em que os indivíduos são capazes de adquirir e explicar

conhecimentos científicos, além de aplicá-los na solução de problemas do dia a dia.

Segundo Krasilchik e Marandino (2007, p.24), no processo de Alfabetização

Científica ocorrido na escola, é muito difícil chegar-se à fase multidimensional; em

contrapartida, a fase funcional é a mais comum de ser atingida.

Por ser, de certa maneira, novo no vocabulário brasileiro, o termo letramento

(surgido a partir da década de 80) não se encontra bem delimitado, principalmente na área

das ciências, quando comparado ao termo alfabetização científica, que parece ter englobado

o sentido atribuído ao primeiro.

De acordo com Krasilchik e Marandino (2007, p.30), por estar consolidado nas

práticas sociais, o conceito de alfabetização abarca também a ideia de letramento “entendida

como a capacidade de ler, compreender e expressar opiniões sobre ciências e tecnologia”.

Logo, considerada a presente discussão, optou-se por utilizar a expressão

alfabetização científica, uma vez que não nos propomos a fazer qualquer tentativa de

delimitação detalhada e/ou adequação dos termos, mas apenas utilizar os conceitos-base

deste referencial teórico para a análise dos dados desta pesquisa.

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CAPÍTULO 3: METODOLOGIA

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Neste capítulo, foram descritos os passos dados para a obtenção dos resultados

analisados, bem como justificou-se as decisões tomadas, em alguns momentos mais

individualmente, no cerne deste trabalho, e, em outros, como parte do projeto coletivo.

Esta pesquisa está voltada principalmente para a análise do desempenho escolar em

Ciências Naturais e em Língua Portuguesa, com foco nas respectivas concepções de

alfabetização. Buscou-se analisar as relações entre os desempenhos nas duas disciplinas, na

tentativa de identificar indícios da contribuição da leitura para a aprendizagem em Ciências.

Com o respaldo da resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 196, de 10 de

outubro de 1996, que trata da ética em pesquisa envolvendo seres humanos e que “visa

assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da

pesquisa e ao Estado”. Segundo tal resolução, a pesquisa deve atender a exigências éticas e

científicas, o que implica:

a) Consentimento livre e esclarecido dos indivíduos-alvo e proteção a grupos

vulneráveis e aos legalmente incapazes (autonomia);

b) Ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais como potenciais, individuais ou

coletivos (beneficência), comprometendo-se com o máximo de benefícios e o

mínimo de danos e riscos;

c) Garantia de que danos previsíveis serão evitados (não maleficência);

d) Relevância social com vantagens significativas para os sujeitos da pesquisa e

minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis, o que garante a igual

consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação

sócio-humanitária (justiça e equidade).

O presente capítulo foi dividido em três etapas: elaboração das questões, aplicação

do teste de desempenho e análise das questões. Na primeira etapa, foram descritas o

processo de elaboração das questões para o teste de desempenho, de modo que foi possível

verificar como seu deu a organização entre os núcleos do Projeto-Base, principalmente em

Sergipe, núcleo a qual a presente pesquisadora estava inserida. Na segunda etapa, foi

relatado o processo de aplicação, expondo os motivos para a escolha das escolas que

compuseram o universo da pesquisa, além da dinâmica de aplicação com o modo e tempo de

duração para cada aluno. Na terceira etapa, descreveu-se como ocorreu a análise dos dados,

relatando a escolha das categorias utilizadas para este fim.

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3.1 Etapa 1 - elaboração das questões

A elaboração seguiu quatro fases: 1) elaboração em pequenos grupos; 2) discussão

local ocorrida em cada núcleo; 3) discussão global ocorrida entre os núcleos; 4) revisão e

alteração das questões (Figura 3).

Figura 3: Fluxograma com as fases de elaboração das questões para o teste

No Anexo A dessa dissertação, consta a proposta de rotina de elaboração das

questões para o Projeto-Base, criada para nortear a execução das atividades do núcleo de

Sergipe e também para o estabelecimento da participação dos demais na elaboração e

discussão das questões construídas.

Elaboração de questões: 2º, 5º e 9º anos - Língua Portuguesa, Matemática

e Ciências Naturais

1ª fase- núcleos- elaboração em

pequenos grupos

Fontes

Língua Portuguesa

Matriz de referência da Prova Brasil,

Livros didáticos

Ciências Naturais

Livros-didáticos,

PCN

2ª fase - discussão Local ocorrida em

cada núcleo

formulário de elaboração de

questões

discussão entre pequenos grupos

reunião de núcleo

3ª fase- discussão Global ocorrida entre os núcleos

AVA-Moodle

discussão - em fóruns

4ª fase-revisão e alteração das

questões

pequenos grupos

Seleção das questões

inserção no software e impressão

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3.1.1 Primeira fase: elaboração em pequenos grupos

Para esta fase, que ocorreu no primeiro semestre de 2012, os núcleos adotaram uma

rotina de elaboração diferenciada, cada um em seu próprio ritmo e considerando, entre

outros aspectos, a disponibilidade dos seus integrantes para a realização dos trabalhos

propostos.

Além disso, desde o início das atividades do Projeto-Base até a aplicação do teste,

intercalou-se as ações com a produção colaborativa de artigos, para apresentação em eventos

com palestras e minicursos direcionados principalmente à temática de estudo.

No núcleo de Sergipe, por exemplo, foram formados quatro grupos, sendo três

responsáveis pela elaboração das questões de Ciências para o 2º, 5º e 9º anos, e um para as

questões de Língua Portuguesa e Matemática destes mesmos três anos.

Como já mencionado na Introdução, cada grupo foi composto por alunos de iniciação

científica, mestrandos e professores da Educação Básica. Houve duas formações

direcionadas a esses pesquisadores: uma na fase inicial da elaboração das questões, dedicada

aos estudos teóricos e à produção de artigos, com um número reduzido de questões

produzidas; e outra na fase mais intensa da elaboração das questões para o teste. Nesta

última, o grupo foi distribuído da seguinte maneira:

1. Pequeno grupo de Ciências / 2º ano – uma aluna da iniciação científica cursando

licenciatura em Biologia, uma mestranda em Ensino de Ciências e Matemática, e

dois professores da Educação Básica licenciados, um em Biologia e outro em

Química.

2. Pequeno grupo de Ciências / 5º ano – uma aluna de iniciação científica cursando

Química, uma mestranda em Ensino de Ciências e Matemática, e duas

professoras licenciadas em Química.

3. Pequeno grupo de Ciências / 9º ano – uma aluna de iniciação científica cursando

Biologia, uma mestranda em Ensino de Ciências e Matemática, e duas

professoras graduadas em Física.

4. Pequeno grupo de Português e Matemática / 2º, 5º e 9º anos – duas alunas da

iniciação científica, sendo uma do curso de Letras Português e outra do curso de

Matemática, uma mestranda em Ensino de Ciências e Matemática, e dois

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professores da Educação Básica, sendo um licenciado em Letras Português e

outro em Matemática.

Para a elaboração das questões de Língua Portuguesa, utilizou-se a matriz de

referência do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), descritos no Anexo B

dessa dissertação, além de livros didáticos. Como no site do INEP não havia disponíveis as

matrizes de referências para Ciências, utilizaram-se os livros-didáticos e os PCNs para

elaborar as questões desta disciplina. Para os professores, os PCNs constituem um material

de referência e reflexão sobre os conteúdos ministrados em salas de aula de todo o Brasil

(BRASIL, 1997).

A formação acadêmica da maioria dos participantes (físicos, químicos, biólogos) e a

necessidade de formulação de descritores4 para o teste de Ciências que seria aplicado

influenciaram na organização dos grupos no núcleo de Sergipe.

Essa dissertação, expôs, de um modo geral, a organização dos núcleos e grupos do

Projeto-Base. Salienta-se que essa organização foi detalhada pela pesquisadora Marcela

Santos de Almeida, em dissertação defendida pelo Núcleo de pós-graduação em Ensino de

Ciências e Matemática da UFS no ano de 2014, e que teve como objeto de estudo o processo

de elaboração das questões para o teste.

É válido mencionar que, durante a elaboração das questões, foram levadas em

consideração as dificuldades de aprendizagem. Um dos objetivos do Projeto-Base justifica o

uso de imagens, sons e contextualização na tentativa de se criar um teste que incluísse esses

alunos com dificuldades – não se trata de identificá-las, mas de contemplá-las na formulação

de testes de desempenho. Embora não seja o foco deste estudo, essa concepção foi uma

constante durante o processo de elaboração.

3.1.2 Segunda fase: discussão local ocorrida em cada núcleo

Para um melhor direcionamento, o coordenador geral do Projeto-Base criou um

formulário de elaboração de questões (Anexo D), que deveria ser preenchido pelos

elaboradores a fim de facilitar, principalmente, o processo de revisão das mesmas pelos

4 Os descritores, formulados para a elaboração das questões de Ciências, encontram-se descritos no Anexo C

dessa dissertação

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demais grupos do núcleo. O formulário, continha os locais para inserção do código da

questão, o objetivo, a descrição, grau de complexidade e uma justificativa. Junto ao

formulário de elaboração, havia também um parecer avaliativo destinado à revisão pelos

membros dos demais pequenos grupos, contendo a identificação do parecerista, da atividade

e um quadro com itens tipo Likert (Quadro 2). Havia, ainda, um local para comentários

gerais do avaliador.

Quadro 3: Exemplo do quadro de parecer avaliativo das questões elaboradas

ITEM ADEQUADO INADEQUADO NÃO

AVALIADO

Correção gramatical

Correção conceitual

Adequação da atividade ao grau de

complexidade proposto

Adequação da linguagem à série

Adequação da imagem ao texto

Atendimento ao objetivo proposto

Clareza da justificativa apresentada

Pertinência da justificativa apresentada

Adequação à diversidade étnica e de gênero

Nesta fase, foi utilizado o serviço de e-mail para o envio dos formulários aos

integrantes dos pequenos grupos, que analisaram e sugeriram modificações nas questões em

uma primeira tentativa de minimizar problemas oriundos da elaboração.

No pequeno grupo de Português e Matemática, em que esta pesquisadora estava

inserida, diante da dificuldade de reunir todos os participantes para discussão em um mesmo

local e horário, procedeu-se com uma avaliação individual. Ou seja, cada participante

analisou separadamente as questões dos três grupos de Ciências (2º, 5º e 9º anos).

De um modo geral, a organização para a análise das questões ficou a critério de cada

núcleo. Em Sergipe, alguns grupos se reuniram e enviaram as sugestões em conjunto, mas,

em outros, os participantes mandaram as sugestões individualmente.

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3.1.3 Terceira fase: discussão global ocorrida entre os núcleos

Em um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) destinado principalmente a

educadores, foi criada uma página eletrônica no aplicativo denominado Moodle, onde todos

os membros do projeto foram cadastrados. Com o auxílio deste aplicativo, as questões foram

disponibilizadas para a discussão em fóruns. Os fóruns permitiram a interação e colaboração

entre pesquisadores, através das discussões das temáticas propostas pelos membros do

grupo.

Após a revisão das sugestões dadas pelos colegas de núcleo (Fase 2), um dos

integrantes de cada pequeno grupo ficou responsável por enviar as questões para os demais

núcleos através do Moodle. No grupo de Português e Matemática, esta pesquisadora

organizou as questões em documentos do Word e separou-as por ano, criando um total de 6

arquivos – Língua Portuguesa para 2º, 5º e 9º anos e Matemática para os mesmos.

Após o envio para o Moodle, todos os membros cadastrados no projeto recebiam por

e-mail um alerta sobre o novo item no aplicativo. Assim, cada um podia acessar e enviar

sugestões através do fórum, ficando suas contribuições visíveis aos demais participantes.

Logo, foi a partir da inserção dos conteúdos no Moodle que os núcleos mantiveram

contato e enviaram sugestões sobre as questões elaboradas para o teste, além da manutenção

do contato por trocas de e-mails e reuniões de coordenadores.

3.1.4 Quarta fase: revisão e alteração das questões

Após a fase de discussão com os demais núcleos do projeto coletivo, foram

promovidas, entre os pequenos grupos de Sergipe, reuniões para análise das questões

elaboradas. Nesta fase, foi julgada a pertinência das sugestões dadas e foram consideradas as

possibilidades de alterações.

Em seguida, feitas as correções, procedeu-se à seleção das questões que comporiam a

avaliação – todas as de Língua Portuguesa foram utilizadas e apenas as de Ciências

passaram por um processo de seleção. Duas mestrandas do núcleo de Sergipe, em conjunto

com dois coordenadores, o Prof. Dr. Acácio Alexandre Pagan e o Dr. Fábio Theoto Rocha,

fizeram uma pré-seleção, posteriormente discutida em um encontro de coordenadores do

Projeto-Base.

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O próximo passo foi a adequação das questões para as versões eletrônica e em papel

(Anexo E e F). Para a primeira, utilizou-se o software Ensinando o Cérebro (ENSCER),

criado pelo pesquisador Dr. Fábio Theto Rocha para atender principalmente alunos com

dificuldades de aprendizagem, este já havia sido utilizado em outras pesquisas desenvolvidas

pelo mesmo. Por fim, as questões foram inseridas no software pelas alunas de iniciação

científica.

3.2 Etapa 2 - aplicação do teste de desempenho

As escolas onde ocorreu a aplicação do teste foram escolhidas devido à

disponibilidade de estrutura mínima (computador com internet) e, em alguns casos, à

proximidade do professor da Educação Básica participante do Projeto-Base. No Anexo G

desta dissertação, foi incluído um modelo da carta de apresentação entregue aos diretores

das escolas.

A amostra foi constituída por alunos de escolas públicas municipais e estaduais dos

municípios de Cuiabá (MT), Santa Luzia do Itanhy (SE) e Santa Maria (RS). Não houve a

preocupação de se alcançar representatividade estatística. O interesse estava focado no teste

do questionário, embora os dados tenham permitido inferir indicadores sobre o desempenho

dos alunos, conforme apresentado nos resultados dessa dissertação.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), o

número de indivíduos alfabetizados perfaz aproximadamente 94% da população em Cuiabá,

95% em Santa Maria e 68% em Santa Luzia do Itanhy.

Os respondentes foram 208 alunos do 2º e 5º anos do Ensino Fundamental, sendo 97

alunos de Santa Maria (RS), 34 de Cuiabá (MT) e 77 de Santa Luzia do Itanhy (SE). Quanto

à distribuição por sexo, no 2º ano houve uma predominância do sexo feminino em relação ao

masculino, mas, no 5º ano, foi observado o contrário (Figura 4).

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Figura 4: Distribuição por sexo dos alunos que responderam ao teste (%)

Quanto à faixa etária, no 2º ano houve predominância dos alunos entre 9 e 11 anos de

idade; no 5º ano, dos alunos entre 12 e 17 anos (Figura 5).

Quatro monitores acompanharam a aplicação, todos integrantes do Grupo IDEA.

Dentre os monitores, havia dois aplicadores e dois observadores, papéis desempenhados por

professores da Educação Básica, mestrandos ou alunos da iniciação científica. Em Sergipe,

por exemplo, esta pesquisadora atuou como observadora em conjunto com dois professores

e outra mestranda.

0

10

20

30

40

50

60

2º 5°

44,3

57,1 55,7

42,9

masculino

feminino

Figura 5: Faixa etária dos alunos pesquisados (números absolutos)

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Quanto ao tipo de plataforma para o preenchimento dos dados, os testes tiveram a

seguinte disposição:

Cuiabá - apenas impressa em papel

Santa Luzia do Itanhy- apenas em formato eletrônico

Santa Maria - provas em formato eletrônico (software) e impressas em papel.

Durante a aplicação, foi verificado que algumas escolas não possuíam fones de

ouvido, sendo o áudio transmitido através das caixas de som do computador. Em Santa

Luzia do Itanhy (SE), não havia internet em uma das escolas e os dados de desempenho dos

alunos foram coletados em uma versão offline do software. O objetivo dessa coleta também

era testar a eficácia da versão offline.

Em Sergipe e em Santa Maria, como a disponibilidade de computadores era

reduzida, as aplicações ocorreram por grupos de alunos, que gastaram, em média, entre 1

hora e 1h30min na resolução das questões. Devido ao pequeno número de computadores,

optou-se pelo não estabelecimento de tempo e regras para o término – ou seja, a cada aluno

que finalizava o teste, outro era imediatamente chamado.

Os alunos foram previamente cadastrados na plataforma e, para dar início aos blocos

de questões a serem respondidas, o sistema solicitava a seleção do nome do estudante.

Assim, cada um deles respondeu a uma prova, contendo o mesmo número e as mesmas

questões dos demais colegas.

3.3 Etapa 3 – análise dos dados do teste

Como citado anteriormente, os dados de desempenho dos alunos foram transmitidos

pela internet para um servidor principal, administrado pelo pesquisador Dr. Fábio Theoto

Rocha, que, em conjunto com alunos do curso de sistemas de informação, procedeu com a

tabulação.

Em seguida, os dados já tabulados foram inseridos em um programa de análise

numérica, o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), e as tabelas criadas,

com as frequências absolutas e relativas, foram utilizadas na análise das informações. No

relatório final do programa, cada questão (N= 62) do teste de desempenho constituiu uma

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variável. Para a interpretação dos resultados, as questões aplicadas foram reunidas em

categorias conforme as características de seus descritores e enunciado.

Para as de Língua Portuguesa, foram criadas duas categorias: Decodificação e

Compreensão Leitora. Foram agrupadas na primeira categoria as questões que solicitavam a

identificação de letras, sílabas, palavras e pequenas orações. Na categoria Compreensão

Leitora, foram reunidas as questões que o enunciado exigia leitura de texto.

Para a análise das questões de Ciências, foram consideradas 3 categorias: Leitura,

Observação e Aplicação, construídas a partir da interpretação das referências sobre

Alfabetização/Letramento Científico. Logo, na criação destas categorias, além das

características dos descritores e enunciado, foram considerados os níveis funcional, nominal,

estrutural e multidimensional atribuídos a um alfabetizado cientificamente, conforme

descrito por Krasilchik (1992) e Krasilchik e Marandino (2003) (Ver tabela 1).

Tabela 1: Categorias definidas para as questões de Ciências e níveis atribuídos a um

alfabetizado cientificamente

Categorias

Leitura

Os alunos sabem o que é o

conceito, mas ainda estão

atrelados à memorização da

dimensão conceitual do que

aprenderam. Sabem o que é,

mas não aplicam.

Observação

Os alunos fazem a

associação do conceito

com o cotidiano.

Dimensão procedimental

do que aprenderam.

Aplicação

Os alunos já conseguem

explicar o porquê da

aplicação do conceito em

seu dia a dia e sabe aplicá-

lo. Dimensão atitudinal e

internalização do que

aprenderam.

Níveis

1 - Alfabetização nominal -

reconhecimento de termos

científicos.

2 - Alfabetização funcional -

desenvolve conceitos sem

entendê-los.

3 - Alfabetização estrutural

- já atribui significados

próprios aos conceitos

científicos.

4 - Alfabetização

multidimensional –

indivíduos capazes de

adquirir e explicar

conhecimentos científicos,

além de aplicá-los na

solução de problemas do

dia a dia.

A partir da leitura da Tabela 1, foi considerado que as questões caracterizadas por

solicitar principalmente o conhecimento de conteúdo ficariam na categoria 1 (Leitura).

Na categoria 2 (Observação), ficaram as questões que, além do conhecimento de

conteúdo, exigiam do aluno a observação de aspectos relacionados à vida social.

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52

Embora a categoria 3 tenha sido considerada (Aplicação) na análise, percebeu-se que

nenhuma das questões se enquadrava neste nível de explicação. Ela se caracteriza por

solicitar do aluno, além do conhecimento de conteúdo e da observação do cotidiano, o uso

deste conhecimento além dos muros da escola. No caso dessa pesquisa, houve dificuldade de

se mensurar o nível de aplicação relacionado à alfabetização multidimensional somente com

questões fechadas.

O teste do PISA contém, além de questões fechadas, perguntas abertas, na tentativa

de “medir a capacidade dos estudantes para identificar questões científicas, explicar

fenômenos cientificamente e utilizar evidências científicas ao enfrentar, interpretar e

resolver problemas da vida real que envolvem ciência e tecnologia” (OCDE, 2008).

Considerando que essa pesquisa visa à construção de um teste que possa dar igual

chance de acesso aos alunos que apresentam dificuldades cognitivas para aprendizagem,

optou-se pela não utilização de questões dissertativas.

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53

CAPÍTULO 4: RESULTADOS E DISCUSSÕES

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Neste capítulo, foram abordados resultados referentes à aplicação da avaliação nos

municípios de Cuiabá (MT), Santa Luzia do Itanhy (SE) e Santa Maria (RS). A relação de

todas as questões aplicadas no teste de desempenho pode ser encontrada no Anexo E dessa

dissertação.

Partindo de uma breve caracterização das questões aplicadas, apresentou-se,

principalmente, sua estrutura no formato eletrônico. Em seguida, foram expostas as

distribuições relativas ao desempenho dos alunos nas provas de Língua Portuguesa e

Ciências, para o 2º e 5º anos do Ensino Fundamental das escolas pesquisadas.

4.1 Estrutura das questões de Língua Portuguesa e Ciências do teste

4.1.1 Estrutura das questões no 2º ano do Ensino Fundamental

Os alunos responderam a 35 questões, sendo dezoito de Língua Portuguesa e

dezessete de Ciências. Na estrutura das questões de Língua Portuguesa, prevaleceu o uso de

áudio e imagens, enquanto, em Ciências, o uso da imagem (Figura 6).

Figura 6: Questões com textos, imagens e áudio no teste de Língua Portuguesa e

Ciências do 2º ano

No 2º ano, o áudio substituiu o enunciado das questões, diminuindo a carga de

leitura, mas não a anulando, visto que, na maioria dos casos, o aluno deveria proceder com a

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Língua Portuguesa 2º ano Ciências 2º ano

ÁUDIO

IMAGEM

TEXTO

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leitura das respostas e, em outras, com a leitura de pequenos textos. A figura 7 contém duas

questões aplicadas pelo teste: a primeira, de Língua Portuguesa, mostra como se

estruturavam aquelas com uso de imagens e áudio; já a segunda, de Ciências, mostra a

estrutura com uso de imagens. O trecho em parênteses representa o enunciado em forma de

áudio. Em uma das escolas de Santa Luzia do Itanhy, o áudio não funcionou e, neste caso, os

enunciados foram lidos pelo aplicador.

Figura 7: Questões de Língua Portuguesa e Ciências do 2º ano do Ensino Fundamental

12 - (clique onde está escrito o que você está vendo

na figura)

O homem planta batata.

O homem colhe as frutas.

A mulher colhe as frutas.

O homem colhe a batata.

7 - Qual é o animal aquático?

4.1.2 Estrutura das questões no 5º ano do Ensino Fundamental

Os alunos responderam a 27 questões, sendo dez de Língua Portuguesa e dezessete

de Ciências. Na estrutura das questões de Língua Portuguesa, prevaleceu o uso do texto e,

nas de Ciências, havia texto e imagens (Figura 8). No teste de desempenho de Língua

Portuguesa, só havia áudio em apenas duas questões e se manteve o mesmo padrão do 2º

ano, com apresentação somente do enunciado. Em Ciências, o áudio não apareceu em

nenhuma das questões aplicadas pelo teste de desempenho.

Figura 8: Questões com textos, imagens e áudio no teste de Língua Portuguesa e

Ciências do 5º ano

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A Figura 9 apresenta exemplos de questões de Língua Portuguesa e Ciências,

aplicadas no 5º ano, e como o texto e imagens estavam configurados. A primeira, de Língua

Portuguesa, mostra como se estruturavam aquelas com uso do texto. Já a segunda, de

Ciências, exemplifica a estrutura com uso do texto e imagem.

Figura 9: Questões de Língua Portuguesa e Ciências do 5º ano do Ensino Fundamental

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Língua Portuguesa 5º ano Ciências 5º ano

ÁUDIO

IMAGEM

TEXTO

4-Seu Antônio mandou o seguinte e-mail para o seu

fornecedor:

Prezado fornecedor,

A produção do sítio esse ano aumentou bastante.

Dessa forma, quero encomendar o dobro de adubo do ano

passado.

Na próxima semana irei até o depósito buscar a

mercadoria.

Estamos aqui todos muito otimistas com as vendas.

Grato,

Antônio Figueiredo

"Estamos aqui todos muito otimistas..."

Onde seu Antônio se encontra no momento em que

escreveu o e-mail?

A) No depósito

B) No sítio

C) Na indústria

D) No fornecedor

12-

Cantigas Populares

O sapo é um:

A) ( ) réptil

B) ( ) anfíbio

C) ( ) mamífero

D) ( ) molusco

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57

No próximo tópico, foi descrito o desempenho dos alunos no teste de Língua

Portuguesa a partir das concepções de alfabetização difundidas na literatura.

4.2 Desempenho geral em Língua Portuguesa

As questões de Língua Portuguesa foram incluídas em duas categorias:

Decodificação e Compreensão Leitora. Na primeira, foram observadas as questões que

exigiam o reconhecimento de letras, palavras, sílabas e pequenas orações. Na segunda, as

que continham textos em seu enunciado.

4.2.1 Questões do 2º ano

Verificou-se que houve predominância na categoria Decodificação. Das dezoito

questões elaboradas, treze foram incluídas nesta categoria, enquanto apenas cinco foram

classificadas como de Compreensão Leitora (Tabela 2). Quanto ao desempenho dos alunos

do 2º ano, foram observados bons resultados na categoria Decodificação (Tabela 2), com os

acertos figurando acima dos 80%. A exceção foi a questão número 14, com acerto de 29,9%

(Figura 10). Nesta, o estudante deveria ser capaz de proceder com a diferenciação de sons e

marcar a alternativa que correspondia ao que foi falado.

Figura 10: Questão 14 de Língua Portuguesa para o 2º ano do Ensino Fundamental

14 - (Juca e Laura plantaram um pomar)

Juca e Laura compraram um colar

Juca e Laura fizeram um pomar

Juca e Laura plantaram uma horta

Juca e Laura plantaram um pomar

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Tabela 2: Categorização das questões de Língua Portuguesa aplicadas pelo teste no 2º ano do Ensino Fundamental em escolas

públicas de Cuiabá-MT, Santa Maria-RS e Santa Luzia do Itanhy-SE

Decodificação Compreensão Leitora

Questão Descritor Frequência relativa

de acertos Questão Descritor

Frequência relativa

de acertos

1 Identificar letras em imagens. 86,4% 13 Identificar informação em aviso. 56,3%

2 Associar o nome de 3 letras consecutivas às

suas formas orais.

91,9% 15 Localizar informação explícita no texto,

através de uma oração declarativa.

71,6%

3 Associar a forma oral da letra à sua forma

escrita.

82,4% 16 Identificar a finalidade de textos. 66,7%

4 Decodificar letra na palavra. 97,4% 17 Inferir uma informação implícita no texto. 55,3%

5 Decodificar a primeira sílaba da palavra. 96,1% 18 Identificar o tema de um texto. 30,6%

6 Decodificar a primeira sílaba da palavra. 96,2%

7 Leitura de palavra: substantivos. 87,3%

8 Quantificar as sílabas da palavra. 89,6%

9 Decodificar a primeira sílaba da palavra. 97,4%

10 Quantificar as sílabas da palavra. 92,2%

11 Leitura de palavra: substantivos. 85,2%

12 Selecionar a oração que representa a imagem. 81,8%

14 Leitura de oração ditada. 29,9%

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59

Na categoria Compreensão Leitora para o 2º ano, de modo geral, os alunos obtiveram

baixo desempenho quanto à decodificação, indicando que possuem mais dificuldades na

interpretação textual.

4.2.2 Questões do 5º ano

Todas as questões foram incluídas na categoria Compreensão Leitora. Houve uma

queda quanto ao desempenho dos alunos em comparação com o 2º ano. Das dez questões

aplicadas, apenas quatro (1, 3, 4 e 7) apresentaram acertos acima de 50% (Tabela 3).

Tabela 3: Categorização das questões de Língua Portuguesa aplicadas pelo teste no 5º

ano do Ensino Fundamental em escolas públicas de Cuiabá-MT, Santa Maria-RS e

Santa Luzia do Itanhy-SE

Compreensão Leitora

Questão Descritor Frequência relativa

1 Identificar o tema de um texto. 87,2%

2 Localizar informações explícitas no texto. 44,0%

3 Inferir o sentido de uma palavra. 76,7%

4 Inferir uma informação implícita no texto. 61,2%

5 Distinguir um fato de uma opinião relativa a este fato. 28,7%

6 Identificar a finalidade do texto. 38,8%

7 Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na

comparação de textos.

67,2%

8 Estabelecer relações entre partes de um texto identificando

substituições.

38,1%

9 Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. 33,6%

10 Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da

pontuação.

34,8%

Na questão 5 (Figura 11), o aluno deveria localizar, no texto, o trecho que continha

uma opinião do autor em relação à personagem Margarida, mas somente 28,7% dos alunos

conseguiram atingir o objetivo.

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Figura 11: Questão 5 de Língua Portuguesa para o 5º ano do Ensino Fundamental

5- Em um sítio viviam seu Carlos, Dona Ana e Margarida, a filha do casal.

Seu Carlos estava passando por um período de dificuldade no sítio. Ele precisa plantar algo que

desse lucro e que não fosse nem fruta, nem legume, nem verdura, porque seus vizinhos já plantavam

essas coisas. Resolver o que plantar era um grande problema e seu Carlos não sabia o que fazer.

Margarida, que era uma menina esperta, resolveu que ia ajudar o pai. Mas ela também não sabia o que

ele poderia plantar. Foi então que ela teve a idéia de pesquisar os tipos de planta que existem. Depois

da pesquisa, ela concluiu que a melhor coisa para o pai plantar eram grãos. Seu Carlos achou a idéia

da filha esquisita. Quem ali iria querer comer grãos?

Então, Margarida contou ao pai tudo que tinha lido. No Brasil, os grãos são usados de várias

formas e são de vários tipos. O café que bebemos, por exemplo, vem de um grão. O trigo que vira

massa para pão e para bolo também é grão. E ainda tem o arroz, a ervilha, o milho, a soja e tantos

outros. E além de tudo, comer grãos faz bem à saúde.

Quando Margarida explicou a idéia a seu Carlos, ele ficou muito feliz e orgulhoso. Naquele

mesmo dia, eles começaram a preparar o sítio e comprar as sementes para plantar todos aqueles grãos.

Em qual dos pedaços do texto o autor exprime uma opinião sobre Margarida?

“Margarida contou aos pais tudo o que tinha lido”.

“Era uma menina esperta”.

“Ela também não sabia o que ele poderia plantar”.

“Ela teve a idéia de pesquisar os tipos de planta que existem”.

4.3 Desempenho geral em Ciências

Para análise do desempenho em Ciências, as questões foram divididas em duas

categorias: Leitura e Observação. Na Primeira foram incluídas questões que solicitavam

principalmente o conhecimento de conteúdo, enquanto na segunda as questões que, além do

conhecimento de conteúdo, exigiam do aluno a observação de aspectos relacionados à vida

social. Além desta categorização, as questões foram agrupadas segundo a porcentagem de

acertos: grupo 1, para questões com acertos até 55%; grupo 2, para acertos entre 56% e 78%;

e grupo 3, entre 79% e 100%. A partir da categorização e agrupamento, tentou-se identificar

padrões entre as questões.

4.3.1 Questões do 2º ano

Para o teste de desempenho aplicado no 2º ano, nove questões foram incluídas na

categoria Leitura e oito na Observação. A Tabela 4 mostra a distribuição das questões para

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cada categoria e a porcentagem de acertos dos alunos para cada uma delas (frequência

relativa).

Seguindo o agrupamento pela porcentagem de acertos, é possível observar, no

Quadro 3, que houve um maior número de itens no grupo 2, isso para as duas categorias:

Leitura e Observação.

Quadro 4: Agrupamento das questões do 2º ano segundo as médias de acerto

Categoria – Leitura Categoria – Observação

Grupo 1

(até 55%) 2, 6 10, 13

Grupo 2

(entre 56% e 78%) 1, 9, 11, 12, 14 3, 5, 15, 17

Grupo 3

(entre 79% e 100%) 7, 8 4, 16

No grupo 2 e 3, foi identificado que a maioria das questões possui indicações claras

da resposta no texto que as precede (1, 3, 7, 8, 9, 10, 14 e 15). A Figura 12 mostra um

exemplo de questão do grupo 2. Solicitava-se que os alunos marcassem o alimento de

origem animal, que poderia ser facilmente encontrado no texto apresentado. Bastava,

apenas, que o estudante associasse as imagens dadas nos itens à informação contida no texto.

No grupo 1, o baixo desempenho esteve provavelmente relacionado ao conteúdo

científico, associado ao conhecimento de partes das plantas, sua nomenclatura, e ao tema

solo.

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Tabela 4: Categorização das questões de Ciências aplicadas pelo teste no 2º ano do Ensino Fundamental em escolas públicas de

Cuiabá-MT, Santa Maria-RS e Santa Luzia do Itanhy-SE

Categoria Leitura Categoria Observação

Questão Descritor Frequência

relativa Questão Descritor

Frequência

relativa

1 Identificar os elementos necessários à vida

vegetal. 70,9% 3

Relacionar hábitos de higiene com

verminose. 73,6%

2 Associar as partes da planta aos seus devidos

nomes. 39,1% 4 Distinguir os sistemas sensoriais. 66,3%

6 Relacionar as partes dos vegetais as suas devidas

funções 55,2% 5

Identificar a planta cuja raiz serve de

alimento ao homem. 76,5%

7 Classificar os animais em aquáticos ou terrestres. 95,4% 10 Associar os alimentos aos seus nutrientes. 42,2%

8 Identificar os animais de acordo com o tipo de

alimentação, em herbívoros, carnívoros, onívoros. 84,9% 13 Identificar as características do solo. 53,6%

9 Identificar a origem dos alimentos. 63,2% 15 Identificar as características da água. 63,5%

11 Associar o oxigênio do ar com a respiração. 58,3% 16 Associar o animal ao tipo de

desenvolvimento embrionário. 81,6%

12 Distinguir os seres bióticos dos abióticos. 74,7% 17 Identificar animais que sofrem metamorfose. 57,8%

14 Identificar as características da luz. 70,2%

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Figura 12: Questão 9 de Ciências para o 2º ano do Ensino Fundamental

Texto III

Alimentação Saudável

Na escola, Lucas aprendeu que uma refeição saudável deve conter vários alimentos.

A professora mostrou alimentos de origem animal, como a carne, o leite e os ovos.

Esses alimentos ajudam no crescimento e manutenção do corpo.

Em seguida, apresentou também alimentos de origem vegetal.

Alguns desses alimentos, como a maçã e a laranja, ajudam a evitar doenças.

Já a mandioca e o feijão fornecem energia para nossas atividades.

A professora falou também sobre a água, muito importante para existência dos seres vivos.

9-Marque o alimento de origem animal:

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4.3.2 Questões do 5º ano

Para o 5º ano, oito questões foram inseridas na categoria Leitura e nove em

Observação (Tabela 5).

Na divisão por porcentagem de acertos, é possível notar, a partir do Quadro 5, que as

questões para o 5º ano figuraram em maior número no grupo 1, tanto as da categoria Leitura

com as de Observação, com até 55% de acertos. Como esperado para este nível de ensino, as

questões deveriam envolver um aumento no nível de dificuldade, com introdução maior de

termos científicos em comparação com as propostas ao 2º ano. Observou-se que as questões

incluídas no grupo 1 requeriam um grau maior de observação e atenção quando contrastadas

com as do 2º ano.

Quadro 5: Agrupamento das questões do 5º ano segundo as médias de acerto

Categoria – Leitura Categoria – Observação

Grupo 1

(menor que 55%) 4, 7, 10, 12, 15, 16, 17 1, 6, 9, 11, 14

Grupo 2

(entre 56% e 78%) 13 2, 3, 5, 8

Grupo 3

(entre 79% e 100%) - -

Enquanto no 2º ano algumas questões apresentavam as respostas de forma clara,

possíveis de serem identificadas no texto que as precedia, no 5º ano as respostas estavam

subtendidas no texto, exigindo do aluno um maior domínio do conhecimento científico,

através do reconhecimento das definições de alguns termos ligados à ciência (Figura 13).

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Tabela 5: Categorização das questões de Ciências aplicadas pelo teste no 5º ano do Ensino Fundamental em escolas públicas de

Cuiabá-MT, Santa Maria-RS e Santa Luzia do Itanhy-SE

Categoria Leitura Categoria Observação

Questão Descritor Frequência

relativa

Questão Descritor Frequênci

a relativa

4 Associar os alimentos com o seu

beneficiamento.

52,4% 1 Identificar causas de poluição. 49,5%

7 Identificar as partes básicas de uma

célula.

43,7% 2 Identificar materiais recicláveis. 76,3%

10 Identificar a respiração cutânea. 31,4% 3 Compreender reciclagem em um sítio. 62,5%

12 Identificar os animais anfíbios. 49,5% 5 Identificar hábitos de higiene. 59,8%

13 Reconhecer o processo de polinização. 57,4% 6 Relacionar as ações do homem com a erosão do

solo.

45,2%

15 Identificar o processo de fecundação

interna.

42,6% 8 Reconhecer o microscópio. 70,6%

16 Identificar os fósseis. 50,5% 9 Identificar os seres que possuem musculatura. 36,3%

17 Compreender o conceito de evolução. 35,9% 11 Identificar a relação de parasitismo. 49,5%

14 Identificar os seres que realizam fotossíntese. 53,5%

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Figura 13: Questão 11 de Ciências para o 5º ano do Ensino Fundamental

Xô Piolho (Infantil - Saúde)

Tem um bichinho que é do mal

É preciso ficar de olho

Ele gosta de invadir cabeças

Estou falando do piolho

Na primeira coceirinha

Na nuca ou atrás da orelhinha

Peça logo para a mamãezinha

Olhar a sua cabecinha

E se lá o intrometido estiver

Tem que tomar rapidinho atitude

Para com ele de uma vez acabar

Procure um posto de saúde!

Na primeira coceirinha...

Bel Meirelles.

11- Por que o texto fala que o piolho é do mal e gosta de invadir a cabeça?

A) ( ) porque ele é um predador

B) ( ) porque ele é um parasita

C) ( ) porque ele é uma presa

D) ( ) porque ele é um mutualista

Ainda no grupo 1, as questões 6, 9, 15, 16 e 17 traziam, no enunciado, definições de

termos científicos. O aluno deveria identificar, dentre as respostas, o conceito trabalhado na

questão (Figura 14).

Figura 14: Questão 15 de Ciências para o 5º ano do Ensino Fundamental

15-A reprodução humana ocorre através da união do espermatozóide do homem com

o óvulo da mulher. Essa união recebe o nome de:

A) ( ) fecundação

B) ( ) germinação

C) ( ) brotamento

D) ( ) clonagem

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67

Nos grupos 2 e 3, as questões envolveram o cotidiano do aluno, abordando temas como

hábitos de higiene e reciclagem. Destaca-se a questão 13 (Figura 15), que possuía características

descritas para grupo 1, mas trazendo, no enunciado, a definição de polinização. O estudante

deveria, entre os itens dados, identificá-la.

Figura 15: Questão 13 de Ciências para o 5º ano do Ensino Fundamental

13- Nas plantas, a fecundação ocorre quando o grão de pólen chega ao ovário da flor

levado pelas abelhas ou pássaros, entre outras formas. Como se chama esse

processo?

A) ( ) bipartição

B) ( ) brotamento

C) ( ) polinização

D) ( ) germinação

Embora tenham sido expostos indicativos do desempenho dos alunos, não podem ser

desconsideradas possíveis interferências durante o processo de aplicação do teste, desde um

componente individual, como falta de atenção ou de predisposição para responder às perguntas,

até as condições de aplicação, como barulhos externos entre outros.

No próximo tópico, foram feitas algumas discussões sobre os resultados de

desempenho descritos.

Dentre as diferentes abordagens que possam ser dadas a investigações sobre

alfabetização, para efeito de comparativo entre Ciências e Língua Portuguesa o foco foi a

importância da leitura.

4.4 Visão geral do desempenho dos alunos no teste – 2º e 5º ano do ensino fundamental

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Em Língua Portuguesa, os alunos apresentaram dificuldades no processo de compreensão

leitora nas duas séries pesquisadas.

Em Ciências, nas questões com textos associados ao enunciado, os alunos também

apresentaram menores porcentagens de acertos no 5º ano, enquanto no 2º, não foi observado o

mesmo.

Ao trabalhar com questões abertas, o estudo de Nigro (2007), que pesquisou a

compreensão leitora de alunos da rede particular de São Paulo, difere do teste de desempenho

analisado na presente pesquisa, que optou pelo uso de questões de múltipla escolha, na tentativa

de diminuir as disparidades entre os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem e os

demais. Mas, ao mesmo tempo, os mesmos compreendem resultados semelhantes, relacionados

ao desempenho de alunos proficientes na leitura.

Pode-se inferir que o baixo desempenho dos alunos, em questões que exigiam a leitura de

textos no teste, instrumento da presente pesquisa, esteve relacionado ao nível de leitura dos

alunos pesquisados.

No entanto, os alunos do 2º ano, obtiveram bom desempenho em questões de texto, mas,

quanto em relação às questões do 5º ano, observou-se que as mesmas poderiam ser respondidas

sem o auxílio do texto, exigindo conhecimento de conteúdo por parte dos alunos.

Se por um lado, o uso de textos no 5º ano, pode ter dificultado a resposta dos alunos,

corroborando com os estudos de Bizzo et al. de que o uso de contexto em avaliações tem

influência no desempenho dos alunos; para o 2º ano, o mesmo não pareceu ser um problema.

Mas, no 2º ano, diferentemente do 5º, foi utilizado o recurso de áudio, e os alunos

deveriam proceder com a leitura dos itens, e, de pequenos textos que acompanhavam algumas

questões, pois, o áudio, só disponibilizava o enunciado. Logo, conclui-se que a interferência dos

aplicadores durante a aplicação do teste, motivada pela leitura do teste devido a falha no áudio

das questões, pode ter influência no resultado, bem como, o nível das questões e o conhecimento

dos alunos também.

4.5 Desempenho em Ciências e o conteúdo científico

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Foram aplicadas dezessete questões no teste de Ciências: os alunos do 2º ano

apresentaram acertos acima de 56% (grupo 2 e 3) em treze delas , enquanto os do 5º em apenas

cinco.

Quanto aos conteúdos das questões que os alunos apresentaram baixo desempenho; foram

identificados para o 2º ano, conhecimentos ligados a botânica, água, nutrição e características do

solo, e, no 5º ano, origem dos alimentos, célula, tipo de respiração, fecundação interna, evolução,

poluição, erosão do solo, sistema muscular, relação de parasitismo e fotossíntese.

Traçando um paralelo, com o estudo de Tolentino Neto (2008), que aferiu o interesse dos

alunos frente a Ciência e Tecnologia; percebeu-se que alguns temas, como botânica e agricultura,

apontados pelo autor como desinteressantes aos olhos dos alunos, refletiu na presente pesquisa,

em questões de baixo desempenho.

Como o teste foi aplicado próximo ao final do período letivo, infere-se que o

desconhecimento do conteúdo não tenha muita influência no desempenho dos alunos, pois, a

maioria, provavelmente, já teria sido ministrada pelos professores. No entanto, o interesse dos

estudantes frente ao conhecimento proposto em sala, pode ter influência na aprendizagem do

mesmo.

É difícil fazer comparações entre séries diferentes, pois, se trata de um público

diferenciado e que possui especificidades, até dentro do próprio grupo. No entanto, as discussões

aqui levantadas são válidas se entendermos que o nível de conhecimento dos alunos é

proveniente de uma progressão escolar, que parte de um conhecimento mais simples nos anos

iniciais, indo até o conhecimento mais qualificado nos anos finais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Autores como Gomes (2006) fala da importância de incluir em testes de desempenho um

percentual de questões abertas, que se aproximem dos eventos sociais de letramento.

O teste de desempenho descrito neste estudo, permitiu apenas aferir o desenvolvimento de

habilidades ligadas principalmente, ao conhecimento de conteúdo, não permitindo medir

habilidades quanto ao uso social desses conhecimentos que são característicos do Letramento.

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Por estar voltado para a realidade escolar, o teste de desempenho, ao ser formulado por

professores da educação básica, refletiu o que ocorre na sala de aula, embora, se reconheça que o

ideal seja um teste que permita aferir o nível de letramento dos alunos.

Considera-se que as metas sejam importantes, mas, quando a prática é observada,

percebe-se o quão difícil se torna alcançá-las.

O objetivo do projeto Desempenho Escolar Inclusivo na Perspectiva Multidisciplinar, é

incluir alunos, facilitando as respostas deles, e, apesar da aferição do letramento ser importante,

ele não é uma constante na vida escolar; assim, infere-se que o teste conseguiu atingir seu

objetivo. Para a versão final, tem se buscado questões que envolvam novas possibilidades de

aproximação ao conceito de letramento.

Na presente pesquisa, tentou-se a partir da análise do desempenho dos alunos,

compreender a possível relação desse desempenho em Língua Portuguesa e Ciências.

Foi verificado que, em Língua Portuguesa, os alunos conseguem reconhecer letras,

palavras, sílabas e pequenas orações. No entanto, a compreensão de textos ainda se mostra

reduzida, tanto no 2º, como no 5º ano.

Em Ciências os alunos conseguem reconhecer termos científicos, além de conseguir

estabelecer relações com o seu cotidiano. E nas questões que continha textos, os alunos tiveram

desempenho inferior àquelas em que o mesmo estava ausente. Logo, o objetivo do presente

estudo foi alcançado.

Ainda há muito que se debater sobre a importância da leitura na aprendizagem de

Ciências e outros debates podem ser efetivados visando contribuir para melhoria da qualidade da

educação almejada.

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ANEXOS

ANEXO A - Rotina de elaboração das atividades: projeto Desempenho Escolar Inclusivo na

Perspectiva Multidisciplinar

Esta proposta visa trazer algumas orientações que poderão ser adotadas pelos núcleos ligados a

este projeto no processo de elaboração de atividades didáticas e de teste de desempenho.

Os formatos das atividades estão apresentados no Anexo D.

A Parte Local se refere ao que estamos fazendo em Sergipe e a Parte Coletiva é uma proposta

para uma rotina coletiva.

A parte local poderá ser elaborada pelos núcleos da forma que acharem melhor, no entanto a

parte coletiva deve ser discutida de modo que possamos chegar a uma rotina comum. No ritmo

deste roteiro, se nós começarmos a preparar as atividades em 23 de julho, nós teremos, somente

aqui em Sergipe, 120 atividades de ciências e 40 de L. Portuguesa e Matemática até final de

setembro.

Até o dia 23 é importante irmos juntando material e leitura que auxilie no processo.

PARTE LOCAL

1. Estamos organizados em quatro pequenos grupos que constituem alunos de graduação, de

mestrado e professores da educação básica, cada grupo se esforçará na construção de atividades

para uma das séries abordadas:

a. Grupo 1, segundo ano de Ciências: Micaela, Helio, Danilo, Paula

b. Grupo 2, quinto ano de Ciências: Cristiane, Patrícia, Railene, Estela

c. Grupo 3, nono ano de Ciências: Marcela, Elisângela, Sarah, Thaís;

d. Grupo 4 Português e Matemática (todos os anos): Neilton, Robson, Vanessa, Sanmires e

Gardênia;

e.

PRIMEIRA SEMANA

2. Cada bloco de 15 atividades (que poderão ser também 10 de português e 10 de

matemática) produzidas em uma semana será encaminhado pela nossa lista de discussão para os

demais pequenos grupos. Cada uma das atividades deverá estar devidamente organizada e

preenchida em um arquivo do “Formulário de elaboração de atividade” (anexo D).

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a. O arquivo terá como nome: o número de ordem do bloco (bl) e da atividade produzida

(at), primeira letra da matéria (c, m, p), UNDERLINE, série para qual ela se destina (2ano, 5ano,

9ano) UNDERLINE e a sigla do estado do núcleo (SE, RS, SP, MT). Por exemplo, para a

primeira atividade produzida pelo grupo 1, o arquivo será: bl1at1c__2ano_SE (bl1at1c = primeira

atividade de ciências do primeiro bloco de 15 atividades produzidas pelo grupo; 2ano = para o

segundo ano; SE = pelo Núcleo de Sergipe).

SEGUNDA SEMANA

3. Os colegas dos demais pequenos grupos terão uma semana para avaliarem e darem

sugestões sobre a atividade construída, em seguida enviam um e-mail com um parecer (Parecer

Avaliativo), para o grupo que as construiu. Sempre anotando as críticas e suas justificativas.

a. Esse parecer será colado no mesmo arquivo da atividade, separado da mesma por quebra

de página.

TERCEIRA SEMANA

4. O grupo que criou as atividades terá uma semana para fazer as modificações que achar

pertinentes e preparar uma apresentação para o debate presencial no grande grupo (constituído

por todos os membros do núcleo local).

a. Não se esquecer de colar todos os pareceres dados em um só arquivo da atividade para

ficar como um memorial de tudo o que foi discutido sobre a mesma.

5. O grande grupo se reúne a cada três semanas para discutir as atividades elaboradas;

a. As discussões feitas no grande grupo sobre determinada atividade deverão ser registradas

pelo pequeno grupo e juntadas aos arquivos da mesma em formato de parecer.

PARTE COLETIVA

QUARTA SEMANA

6. O pequeno grupo corrige e fecha o bloco de questões em uma semana e faz o upload ao

moodle para que os outros núcleos façam sugestões em fóruns. Esse grupo pode atuar no debate

defendendo seus argumentos e atividades se achar necessário.

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a. Podemos criar quatro grandes fóruns: três para ciências do segundo, quinto e nono ano e

outro para Língua Portuguesa e matemática (todos os anos);

b. Neste momento, um segundo bloco de atividades pode começar a ser elaborado enquanto

os demais passos estão sendo dados para o primeiro conjunto;

QUINTA SEMANA

7. Cada grupo aguarda por sugestões durante uma semana e faz as modificações necessárias

encaminhando para o registro no sistema.

a. É importante mandar e-mails para os colegas avisando e incentivando que os mesmos

acessem e critiquem as suas atividades. É importante, também não ter dó de criticar, posto que a

crítica que tivermos internamente evitará transtornos no processo de publicação.

SEXTA SEMANA

8. O pequeno grupo encaminha para as alunas de iniciação científica (ICs) de Sergipe

fazerem a inserção no sistema;

a. Vanessa, Sanmires, Paula e Estela se revezam na inserção dos dados no sistema. Deverão

abrir um e-mail coletivo (no gmail) para receber tais atividades, encaminhando o endereço para

os demais grupos. Deverão criar etiquetas para os e-mails, marcando se a atividade está em fase

de registro, se foi registrada e se o grupo que a construiu já foi avisado;

SÉTIMA SEMANA

9. Ao finalizar o registro do bloco no sistema do software as ICs solicitam aos pequenos

grupos que as construíram que supervisionem o resultado final;

OITAVA SEMANA

10. O grupo confere no sistema se está tudo de acordo com o que planejaram e comunica aos

coordenadores do núcleo que o bloco de atividades já está no sistema;

a. Caso não estejam de acordo, fazem as sugestões de correção que serão atendidas pelas ICs

e em seguida comunicam aos coordenadores do núcleo que a atividade está pronta.

b. Quando o primeiro bloco estiver construído, o segundo já deverá estar no moodle para

críticas;

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ANEXO B - Matriz de referência da Prova Brasil - Língua Portuguesa – 4ª série do ensino

fundamental

Língua Portuguesa – 4ª série do ensino fundamental

Em Língua Portuguesa (com foco em leitura) são avaliadas habilidades e competências definidas

em unidades chamadas descritores, agrupadas em tópicos que compõem a Matriz de Referência

dessa disciplina. As matrizes de Língua Portuguesa da Prova Brasil e do SAEB estão estruturadas

em duas dimensões. Na primeira dimensão, que é “objeto do conhecimento”, foram elencados

seis tópicos, relacionados a habilidades desenvolvidas pelos estudantes. A segunda dimensão da

matriz de Língua Portuguesa refere-se às “competências” desenvolvidas pelos estudantes. E

dentro desta perspectiva, foram elaborados descritores específicos para cada um dos seis tópicos.

Para a 4ª série do ensino fundamental, a Matriz de Referência completa, em Língua Portuguesa é

composta pelo conjunto dos seguintes descritores:

Descritores do Tópico I. Procedimentos de Leitura

D1 – Localizar informações explícitas em um texto.

D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.

D6 – Identificar o tema de um texto.

D11 – Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

Descritores do Tópico II. Implicações do Suporte, do Gênero e /ou do Enunciador na

Compreensão do Texto

D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto,

etc.).

D9 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

Descritores do Tópico III. Relação entre Textos

D15 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que

tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que

será recebido.

Descritores do Tópico IV. Coerência e Coesão no Processamento do Texto

D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que

contribuem para a continuidade de um texto.

D7 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.

D8 – Estabelecer relação causa /conseqüência entre partes e elementos do texto.

D12 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções,

advérbios, etc.

Descritores do Tópico V. Relações entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido

D13 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

D14 –Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

Descritores do Tópico VI. Variação Lingüística

D10 – Identificar as marcas lingüísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.

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ANEXO C - Descritores utilizados na elaboração das questões – Projeto Desempenho

Escolar Inclusivo na Perspectiva Multidisciplinar

Disciplina DESCRITORES

Língua

Portuguesa

Identificar letras em imagens.

Associar a forma oral da letra com sua forma escrita.

Decodificar letra na palavra.

Associar o nome de três letras consecutivas com suas formas orais.

Decodificar a primeira sílaba da palavra.

Localizar informações explicita no texto, através de uma oração declarativa.

Identificar a finalidade do texto.

Inferir uma informação implícita no texto.

Leitura de palavra: substantivos.

Decodificar a primeira sílaba da palavra.

Quantificar as sílabas da palavra.

Decodificar a primeira sílaba da palavra.

Quantificar as sílabas da palavra.

Selecionar a orações que representa a imagem.

Leitura de orações ditada.

Identificar informações em aviso.

Identificar o tema de um texto.

Identificar o tema de um texto

Distinguir um fato de uma opiniões relativa a este fato.

Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados

Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação

Inferir uma informações implícita no texto

Identificar a finalidade do texto

Inferir o sentido de uma palavra.

Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de

textos.

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84

Localizar informações explícitas no texto, através de uma oração

interrogativa

Estabelecer relações entre partes de um texto identificando substituições

Ciências

Naturais

Identificar os elementos necessários a vida vegetal.

Associar as partes da planta aos seus devidos nomes.

Relacionar hábitos de higiene com verminose.

Distinguir os sistemas sensoriais.

Identificar a planta cuja raiz serve de alimento ao homem.

Relacionar as partes dos vegetais as suas devidas funções.

Classificar os animais em aquáticos ou terrestres.

Identificar os animais de acordo com o tipo de alimentação, em herbívoros,

carnívoros, onívoros e mamíferos.

Identificar a origem dos alimentos.

Associar os alimentos aos seus nutrientes.

Associar o oxigênio do ar com a respiração.

Distinguir os seres bióticos dos abióticos.

Identificar as características do solo.

Identificar as características da luz.

Identificar as características da água.

Associar o animal ao tipo de desenvolvimento embrionário.

Identificar animais que sofrem metamorfose.

Determinar o tempo de rotação da terra.

Identificar as fases da Lua.

Identificar causas de poluição

Identificar materiais recicláveis

Compreender reciclagem em um sítio.

Distinguir os diversos tipos de separação de misturas

Associar os alimentos com o seu beneficiamento.

Identificar hábitos de higiene

Relacionar as ações do homem com a erosão do solo

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Identificar as partes básicas de uma célula

Reconhecer o microscópio.

Identificar os seres que possuem musculatura.

Identificar a respiração cutânea.

Identificar a relação de parasitismo.

Identificar os animais anfíbios.

Reconhecer o processo de polinização.

Identificar os seres que realizam fotossíntese.

Identificar o processo de fecundação interna.

Identificar os fósseis.

Compreender o conceito da evolução.

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86

ANEXO D - FORMULÁRIO DE ELABORAÇÃO DE ATIVIDADES

Código da atividade: (o mesmo do arquivo)

Versão: (assinalar quem já revisou esta atividade)

( ) ninguém ( ) outros pequenos grupos ( ) grande grupo do núcleo

( ) todos os grupos no moodle ( ) Já está registrada no software

Objetivo da atividade:

(corresponde ao descritor da prova Brasil, no caso de Linguagem e Matemática, ou a um objetivo

equiparado a um descritor, construído pelo grupo no caso de ciências).

Uma atividade tem que corresponder a um objetivo, mas eu posso ter mais de uma atividade para

cada objetivo).

Descrição:

Criar um texto e solicitar o conhecimento ou a interpretação dada pelo aluno através de questões

que o seguem. O que queremos avaliar é: o que e como ele é capaz de aprender.

Eu apresento informações verbais-escritas e/ou imagens que lhes servem de introdução e em

seguida posso fazer questões de múltipla escolha, associação ou de completar uma palavra.

Podemos usar as imagens do banco que foi fornecido por Fábio que já passei para todos vocês em

pen drive ou, também podemos criar as imagens com desenhos ou descrever que desenho

queremos, posto que depois buscaremos ilustradores, a partir de outro projeto de Fábio.

Vocês podem se perguntar: faço um texto para cada pergunta? Um texto para várias perguntas? O

texto é grande ou é curtinho?

Usem a criatividade de vocês, o sucesso ou insucesso de formas de perguntar também pode ser

uma variável para medirmos.

Grau de complexidade: (assinalar com um x, se a atividade está para o início, meio ou final da

série em questão. É importante construir atividades que contemplem diferentes graus de

complexidade).

Ano: ( ) segundo ( ) quinto ( ) nono

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Bimestre: ( ) Primeiro ( ) segundo ( ) terceiro ( )

quarto

Justificativa

Justificar suas decisões. Porque a atividade pertence a determinada série e a determinado grau de

complexidade? Quais os parâmetros eu usei? Baseei-me nos PCN, livros didáticos, diretrizes curriculares,

minhas experiências em sala, um determinado autor? O que me levou a construir essa atividade com esse

conteúdo, ou objetivo ou formato? Estou me baseando em alguma teoria de aprendizagem? Dados

empíricos? Opiniões de professores experientes? De alunos? Explicar porque usou determinado verbo de

ação, nos objetivos. Por exemplo, se eu usei o termo COMPREENDER, o que eu entendo por

compreender. Acrescentar dúvidas, explicitar angústias etc.

PARECER AVALIATIVO

IDENTIFICAÇÃO DO PARECERISTA: (QUEM OU QUAL GRUPO PRODUZIU ESTE

PARECER)

IDENTIFICAÇÃO DA ATIVIDADE: (SOBRE QUAL ATIVIDADE É? COLOCAR O

CÓDIGO)

ITEM ADEQUADO INADEQUADO NÃO

AVALIADO

Correção Gramatical

Correção conceitual

Adequação da atividade ao grau de

complexidade propostov

Adequação da linguagem à sérievi

Adequação da imagem ao textovii

Atendimento ao objetivo proposto

Clareza da Justificativa apresentadaviii

v Realmente é uma atividade para a série e bimestre proposto?

vi Os termos técnicos e textuais estão de acordo com os aspectos da transposição didática necessária para esta série?

vii A imagem realmente dá a idéia que o texto sugere?

viii Os pesquisadores conseguiram explicar perfeitamente suas justificativas?

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Pertinência da Justificativa apresentadaix

Adequação à diversidade étnica de gênerox

COMENTÁRIOS GERAIS: (apresentar os argumentos que embasam seus apontamentos na

tabela acima ou mesmo outros que por ventura possam aparecer. Lembre-se de apresentar

primeiro os pontos positivos, depois os pontos negativos e ao fim, possível dúvidas que podem

ter ocorrido a vocês

ix

A justificativa apresentada está apropriada e fundamentada? É superficial? x A atividade não fere ou cria algum preconceito relacionado à diversidade étnica ou de gênero?

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ANEXO E – Questões aplicadas na avaliação – Língua Portuguesa e Ciências

Naturais

LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ano

Atividade com Recurso de áudio

TODAS AS SEXTAS-FEIRAS É DIA DE COLHEITA NO SÍTIO DE SEU JOÃO. O

POMAR É BEM GRANDE E TEM FRUTAS DE VÁRIOS TIPOS

SEU JOÃO COLHE AS FRUTAS MADURAS PARA VENDÊ-LAS NA FEIRA. ELE

ESCOLHE AS MAIS BONITAS E SEPARA-AS EM CAIXAS DIFERENTES

NO DIA SEGUINTE, LOGO PELA MANHÃ, DEPOIS QUE TODAS AS FRUTAS

FORAM COLHIDAS E SEPARADAS, PEDRINHO AJUDA SEU PAI PESAR AS

CAIXAS E COLOCÁ-LAS NA CAMINHONETE

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SEU ANTÔNIO TEM UM LINDO SÍTIO ONDE PLANTA CENOURA, BETERRABA

E RABANETE.

ELE PLANTA TAMBÉM BATATAS.

TODA SEMANA ELE LEVA OS SEUS PRODUTOS PARA VENDER NA FEIRA

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SEU SATO PLANTA VERDURAS EM SUA HORTA.

ELE COLHE LINDAS ALFACES, REPOLHOS E COUVES-FLORES

ELE COLOCA AS VERDURAS EM CAIXAS SEPARADAS PARA LEVÁ-LAS

PARA A FEIRA

OS FREGUESES GOSTAM DOS PRODUTOS VENDIDOS PELO SENHOR SATO

Somente som

1-(manda marcar a imagem que contem apenas letras)

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92

Descritor: Identificar letras em imagens.

(

2- (diz as letras L, M, Z)

Descritor: Associar o nome de 3 letras consecutivas ás suas formas orais.

T N V

FVN

LMZ

JZH

3 - (dia a letra M)

Descritor: Associar a forma oral da letra à sua forma escrita

L

S

N

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93

M

4-(manda clicar na primeira letra da palavra maçã)

Descritor: Decodificar letra na palavra.

N

B

M

L

5- (manda clicar na primeira sílaba do nome da figura)

Descritor: Decodificar a primeira sílaba da palavra.

Ma

Ba

Da

La

6-(manda clicar na palavra que começa com a mesma silaba de banana)

Descritor: Decodificar a primeira sílaba da palavra

Laranja

Abacaxi

Barraca

Pêra

7-(manda clicar no nome da figura)

Descritor: Leitura de palavra: substantivos.

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94

Laranja

Banana

Abacate

Abacaxi

8-(quantas sílabas tem o nome dessa figura?)

Descritor: Quantificar as sílabas da palavra.

2

3

4

5

9-(clique na palavra que começa com a mesma sílaba do nome da figura?)

Descritor: Decodificar a primeira sílaba da palavra.

Banana

Pêssego

Laranja

Abacaxi

10-(clique no numero de silabas da palavra morango?)

Descritor: Quantificar as sílabas da palavra

2

3

4

5

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95

11-(clique na palavra da figura?)

Descritor: Leitura de palavra: substantivos.

Passinho

Palitinho

Passarinho

Palhacinho

12-(clique onde está escrito o que você esta vendo na figura?)

Descritor: Selecionar a oração que representa a imagem

O homem planta batata

O homem colhe as frutas

A mulher colhe as frutas

O homem colhe a batata

13-(leia o texto e responda a questão?)

Descritor: Identificar informações em aviso

Feira do bairro vianelo

Agora todas as quartas

Novo endereço: rua sábia

Onde fica a feira do vianelo?

Na rua vianelo

Na rua sabiá

No bairro sabiá

Na cidade vianelo

14-(juca e Laura plantaram um pomar)

Descritor: Leitura de orações ditada

Juca e Laura compraram um colar

Juca e Laura fizeram um pomar

Juca e Laura plantaram uma horta

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Juca e Laura plantaram um pomar

15-(o que o seu João vende?)

Descritor: Localizar informações explicita no texto, através de uma oração

declarativa.

Seu João colhe as frutas maduras para vendê-las na feira.

Ele escolhe as mais bonitas e separa-as em caixas diferentes

Cenoura

Frutas

Legumes

Verduras

16- (O TEXTO SOBRE O SÍTIO SERVE PARA)

Descritor: Identificar a finalidade do texto

Mostrar o lado ruim do sitio

Descrever três senhores

Falar do dia a dia no sitio

Fazer as pessoas rirem

17- (Conversa de trabalhadores)

Descritor: Inferir uma informação implícita no texto

Dois trabalhadores conversando:

Você sabe com qual ferramenta irei trabalhar amanhã?

Acabo de ouvir do patrão que vamos roçar o pasto.

Que bom! Assim a gente vai tomar leite quentinho!

(Quando os trabalhadores falam em roçar pasto, eles estão pensando na ferramenta

Machado

Enxada

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Picareta

18- Cuidados na aquisição de um sítio

Descritor: Identificar o tema de um texto

Quem não deseja ou sonha em ter um sítio? Praticamente todo mundo. Dentre as coisas

que um sítio pode ter, uma delas é vital: água. A água é o elemento mais importante em

um sítio. Sem água não há vida. Deve ser limpa, de preferência potável e em quantidade

suficiente. Um sítio sem água, não serve!

Qual é o assunto principal do texto?

A qualidade da água que um sítio deve ter

Informações sobre a realização de um sonho

Orientações sobre como escolher um bom sítio

Recomendações sobre água limpa e potável

LÍNGUA PORTUGUESA - 5º ano

JUCA E LAURA FORAM VISITAR SEU PRIMO TITO QUE MORA EM UM SÍTIO.

TITO CONTOU AOS SEUS PRIMOS QUE ESTAVA FAZENDO UM POMAR

JUCA E LAURA FICARAM ANIMADOS E PEDIRAM PARA AJUDAR TITO NA

CONSTRUÇÃO DO POMAR. O PRIMO DISSE QUE PRIMEIRO ELES TINHAM

QUE FAZER UMA LISTA DAS MUDAS. ESCOLHERAM LARANJA, MAÇÃ,

PÊRA, PÊSSEGO, BANANA, MORANGO

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ENQUANTO ESPERAVAM AS MUDAS CHEGAREM, FORAM CONHECER A

HORTA QUE O SEU ANTÔNIO, PAI DE TITO, TINHA FEITO DO OUTRO LADO

DO SÍTIO. NA HORTA, HAVIA VERDURAS E LEGUMES VARIADOS:

BERINJELA, CHUCHU, ESPINAFRE, COUVE

CHEGARAM AS MUDAS DAS FRUTAS, O EMPREGADO DO SÍTIO CULTIVOU A

TERRA E AS CRIANÇAS COMEÇARAM A PLANTAR. JUCA PERCEBEU QUE

ERA NECESSÁRIO MUITO TRABALHO PARA SE CONSTRUIR UM POMAR.

AS CRIANÇAS TINHAM CERTEZA DE QUE O POMAR SERIA UM SUCESSO. E

FOI O QUE ACONTECEU, VIERAM AS CHUVAS E AS PLANTAS COMEÇARAM

A CRESCER

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LOGO ELAS ESTAVAM GRANDES E MUITO BONITAS. FOI ENTÃO QUE

COMEÇARAM A DAR OS FRUTOS. ASSIM, JUCA, LAURA E TITO PUDERAM

COLHER MUITAS FRUTAS DELICIOSAS.

A MÃE DE TITO RESOLVEU FAZER ALGUNS DOCES COM AS FRUTAS. COM

AS LARANJAS E AS BANANAS, ELA FEZ BOLOS. COM AS MAÇÃS E OS

MORANGOS FEZ TORTAS DELICIOSAS. E COM AS PÊRAS E OS PÊSSEGOS

FEZ DOCES EM CALDAS

O PAI DE TITO TEVE A IDÉIA DE VENDER OS BOLOS, TORTAS E DOCES NAS

DOCERIAS E PADARIAS QUE FICAVAM NA CIDADE PRÓXIMA AO SÍTIO.

PEGARAM O CARRO, COLOCARAM TODAS AS DELÍCIAS DENTRO E

PARTIRAM PARA FAZER NEGÓCIOS

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ELES VENDERAM TODOS OS PRODUTOS E OS CLIENTES ELOGIARAM

MUITO. TITO ESTAVA ANSIOSO PARA VOLTAR AO SÍTIO E CONTAR PARA A

SUA MÃE QUE AS VENDAS FORAM EXCELENTES

Á QUE OS DOCES QUE FORAM FEITOS PELA MÃE DE TITO FIZERAM TANTO

SUCESSO NA CIDADE, JUCA IMAGINOU QUE ELES PODIAM FAZER

DAQUELA EXPERIÊNCIA BEM SUCEDIDA UM NEGÓCIO LUCRATIVO

1-O texto fala sobre:

Descritor: Identificar o tema de um texto

A produção de leite

As plantações em sitio

A compra de frutas no mercadinho

Os animais da cidade

2 - Com som( o que significa a palavra mudas?)

Descritor: Localizar informações explícitas no texto, através de uma oração

interrogativa

O primo disse que primeiro eles tinham que fazer uma lista das mudas. Escolheram

laranja, maçã, pêra, pêssego, banana, morango.

As crianças tinham certeza de que o pomar seria um sucesso. E foi o que aconteceu,

vieram as chuvas e as plantas começaram a crescer.

Crianças

Chuvas

Plantas

Frutos

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3- Tito contou aos seus primos que estava fazendo um pomar. Juca e Laura ficaram

animados e pediram para ajudar Tito na construção do pomar. O primo disse que primeiro

eles tinham que fazer uma lista das mudas. Escolheram laranja, maçã, pêra, pêssego,

banana, morango.

Descritor: Inferir o sentido de uma palavra

(pelo texto o que significa a palavra pomar?)

Um local onde se planta legumes

Um local onde se vende legumes

Um local onde planta frutas

4-Seu Antônio mandou o seguinte e-mail para o seu fornecedor:

Descritor: Inferir uma informação implícita no texto

Prezado fornecedor,

A produção do sítio esse ano aumentou bastante.

Dessa forma, quero encomendar o dobro de adubo do ano passado.

Na próxima semana irei até o depósito buscar a mercadoria.

Estamos aqui todos muito otimistas com as vendas.

Grato,

Antônio Figueiredo

"Estamos aqui todos muito otimistas..."

Onde seu Antônio se encontra no momento em que escreveu o e-mail?

No deposito

No sitio

Na indústria

No fornecedor

5- Em um sítio viviam seu Carlos, Dona Ana e Margarida, a filha do casal.

Descritor: Distinguir um fato de uma opinião relativa a este fato

Seu Carlos estava passando por um período de dificuldade no sítio, ele precisa plantar

algo que desse lucro e que não fosse nem fruta, nem legume, nem verdura porque seus

vizinhos já plantavam essas coisas.

Resolver o que plantar era um grande problema e seu Carlos não sabia o que fazer.

Margarida, que era uma menina esperta, resolveu que ia ajudar o pai. Mas ela também

não sabia o que ele poderia plantar. Foi então, que ela teve a ideia de pesquisar os tipos

de planta que existem.

Depois da pesquisa, ela concluiu que a melhor coisa para o pai plantar eram grãos.

Seu Carlos achou a ideia da filha esquisita, quem alí iria querer comer grãos?

Então Margarida contou ao pai tudo que tinha lido. No Brasil os grãos são usados de

várias formas e são de varios tipos. O café que bebemos, por exemplo, vem de um grão.

O trigo que vira massa para pão e para bolo também é grão. E ainda tem o arroz, a

ervilha, o milho, a soja e tantos outros. E além de tudo comer grãos faz bem à saude.

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102

Quando Margarida explicou a ideia a seu Carlos ele ficou muito feliz e orgulhoso.

Naquele mesmo dia eles começaram a preparar o sítio e comprar as sementes para plantar

todos aqueles grãos.

Em qual dos pedaços do texto o autor exprime uma opinião sobre Margarida?

"Margarida contou aos pais tudo o que tinha lido".

"Era uma menina esperta".

"Ela também não sabia o que ele poderia plantar".

"Ela teve a ideia de pesquisar os tipos de planta que existem".

6-Sítio: um lugar prazeroso

Descritor: Identificar a finalidade do texto

Muitos não conhecem um sítio. Sítio refere-se normalmente a uma propriedade rural de

área modesta, freqüentemente usada para lazer ou para lavoura. De modo geral, um sítio é

menor que uma fazenda. No entanto, as diferenças entre sítio, chácara e fazenda às vezes

não são claras.

É comum entre as pessoas que possuem um sítio possuírem também uma casa na cidade.

Assim, o sítio é usado como um local de lazer frequentado nos fins de semana para

buscar tranquilidade e contato com a natureza, o que não é possível na cidade. Para isso,

os sítios costumam ter cavalos para passeio, além de vacas, galinhas e patos e outros

pequenos animais. Alguns sítios têm o privilégio de ser cortado por um riacho, o que

torna o banho nele uma atividade muito agradável.

Para muitos, o sítio é o local de subsistência de onde se tira o sustento através da

plantação de hortaliças e legumes, e de pequenas criações de gado, aves e suínos, sendo o

excedente de produção trocado ou vendido.

A finalidade do texto acima é:

Apresentar a diferença entre sitio e fazenda

Mostrar que é comum ter um sitio e uma casa na cidade

Apresentar as características de um sítio

Informar que a produção de um sítio é trocada ou vendida

7- Descritor: Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na

comparação de textos. TEXTO 1

Os médicos e as nutricionistas falam repetidamente que comer frutas, legumes e verduras

faz bem à saúde. Os nutrientes contidos nesse tipo de alimento são indispensáveis para

manter uma boa qualidade de vida. Comendo desses alimentos nutrimos o nosso corpo

com vitaminas, proteínas, fibras e açúcares. Comer vegetais todos os dias e de tipos

variados nos dá a garantia de uma vida melhor e mais saudável.

TEXTO 2

Minha mãe me disse que frutas, legumes e verduras são alimentos indispensáveis para

manter uma boa qualidade de vida. Comendo desses alimentos nutrimos o nosso corpo

contra várias doenças. E fazendo tudo isso ainda posso comer chocolate de sobremesa

sem me preocupar.

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103

Os dois textos abordam que:

Devemos comer bastante para ter uma boa saúde

Médicos e nutricionistas são pessoas saudáveis porque se alimentam bem

Quem como chocolate como sobremesa não precisa se preocupar com a saúde

Os nutrientes contidos em frutas, verduras e legumes são bons para saúde

8- descritor: Estabelecer relações entre partes de um texto identificando

substituições

As crianças tinham certeza de que o pomar seria um sucesso. E foi o que aconteceu,

vieram as chuvas e as plantas começaram a crescer. Logo elas estavam grandes e muito

bonitas. Foi então que começaram a dar os frutos. Assim, Juca, Laura e Tito puderam

colher muitas frutas deliciosas.

"elas estavam grandes e muito bonitas."

a quem se refere a palavra “elas” no texto acima?

Crianças

Chuvas

Planta

Frutas

9- Descritor: Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados

Em um fim de semana, no sítio de seu João, Pedrinho recebeu a visita do primo Léo que

morava na cidade. Léo tinha ido morar na cidade bem pequenino e Pedrinho não o via há

bastante tempo.

Assim que Léo chegou tudo foi festa. Pedrinho ficou animado e logo levou o primo para

passear e brincar no sítio.

Pedrinho subiu em uma mangueira e falou para o primo:

- Vem, Léo! Sobe aqui para comer manga fresquinha.

Léo olhou para Pedrinho com uma expressão diferente e falou:

- Não, obrigado. Não sou nenhum macaco para subir em árvores. Já você parece bem

acostumado com essas coisas.

E olhando a manga com desconfiança pensou:

“Comer manga não tem graça, ao contrário de um grande sanduíche com ketchup.”

Pedrinho não achou nada legal o que o primo disse, mas resolveu continuar o passeio.

Chegaram ao riacho e Pedrinho imediatamente pulou na água muito animado e mais uma

vez chamou o primo;

- Vem, Léo! A água está ótima.

Não, abrigado. Acho que vou voltar para casa. Não estou acostumado com este

comportamento, não sou um selvagem.

E pensou:

“Eu nunca vou tomar banho em um lugar como esse, parece que a água está suja. Só

mergulho em piscinas".

Pedrinho ficou triste e decepcionado com as coisas que o primo falou mas ainda assim

continuaram o passeio. Eles caminharam por toda a manhã e já haviam atravessado todo

o sítio quando se aproximou a hora do almoço, eles resolveram voltar para casa.

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104

No caminho de volta Léo começou a sentir muito calor, era perto do meio-dia e o sol

estava bem quente. Quanto mais caminhavam, mais calor Léo sentia, depois começou a

ficar com fome também.

Quando os meninos se aproximavam do riacho Léo começou a sentir-se mal devido ao

cansaço e à fome. Seus músculos enfraqueceram e ele quase caiu no chão desmaiado.

Pedrinho o segurou e o arrastou para perto do riacho para molhar a sua cabeça.

Um pouco confuso, Léo deixou-se levar pelo primo. Ao sentir a água que Pedrinho

jogava em sua cabeça despertou e sem pensar no que estava fazendo mergulhou de uma

vez no rio. Ao mergulhar o corpo todo na água, ele sentiu seus músculos se enrijecerem

novamente e se sentiu muito mais forte que antes. Léo percebeu que aquele banho no

riacho foi revigorante.

De dentro da água com a barriga roncando ele viu uma manga no alto de uma árvore e

sentiu que poderia alcançá-la de um só salto. Quando se deu conta já estava lá em cima se

lambuzando. Nesse momento achou que não tinha nada mais delicioso e suculento. A

cada mordida se sentia mais saciado até que a fome passou e ele se sentiu como um rei da

floresta.

No caminho de volta, Léo percebeu que havia sido injusto com o primo e disse:

- Eu fui muito preconceituoso com você, primo. Desculpe- me. A vida no sítio é muito

divertida e deliciosa.

E nos dias seguintes os meninos se divertiram muito juntos.

Pelo que fala no início do texto, Léo trata Pedrinho com:

Amizade

Companheirismo

Desdém

Igualdade

10- Descritor: Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação

No sítio, as pessoas adoram ficar sentadas na varanda de suas casas no fim da tarde. É a

melhor coisa a se fazer para descansar depois de ter passado o dia todo plantando

sementes, colhendo vegetais, separando os maduros dos verdes, preparando o caminhão

para levar os produtos para a feira...

É relaxante deitar na rede e ficar ouvindo o vuuuu do vento batendo nas folhas, ou nos

dias chuvosos o plic, plic, plic da água batendo no telhado.

E ficar assim até que o cheirinho do café venha avisar que está na hora do jantar.

Na frase “preparando o caminhão para levar os produtos para a feira...” os três pontos

indicam que:

Descansar na varanda é ruim.

Está na hora do jantar.

Preparar o caminhão é difícil.

Existem outras atividades na rotina do sítio.

CIENCIAS NATURAIS - 2º ANO

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105

JULIANA GOSTA DE AJUDAR O PAI PLANTANDO ÁRVORES NO SÍTIO DA

FAMÍLIA.

TODOS OS DIAS, A LUZ DO SOL ILUMINA AS PLANTAS. ASSIM, ELAS

CRESCEM BONITAS E SAUDÁVEIS.

PARA SE DESENVOLVER, AS ÁRVORES TAMBÉM PRECISAM DA ÁGUA DAS

CHUVAS OU DA IRRIGAÇÃO.

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106

MESES DEPOIS, JULIANA VOLTOU AO SÍTIO. AS ÁRVORES ESTAVAM BEM

MAIORES E COM VÁRIOS FRUTOS.

HORA DE COLHER ALGUMAS FRUTAS E LEVÁ-LAS PARA SUA FAMÍLIA

SABOREAR. JULIANA ESTAVA MUITO FELIZ EM VER TANTOS FRUTOS!

A MÃE DA MENINA LAVOU AS FRUTAS PARA EVITAR QUE ALGUÉM DA

FAMÍLIA TIVESSE ALGUMA DOENÇA COMO DIARRÉIA OU VERMINOSE.

FOI, ENTÃO, QUE JULIANA PÔDE COMER AS BELAS FRUTAS E BRINCAR

NAS SOMBRAS DAS ÁRVORES. DEPOIS DE MUITO ESFORÇO, VEIO A

RECOMPENSA.

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107

1- Do que as árvores não precisam para viver?

Descritor: Identificar os elementos necessários à vida vegetal

2-Qual das imagens corresponde ao caule da árvore?

Descritor: Associar as partes da planta aos seus devidos nomes

3-O que a mãe de Laura evita lavando as frutas antes de comê-las?

Descritor: Relacionar hábitos de higiene com verminose

Diarreia Tosse Coceira Ferida.

4-Qual dos sentidos Laura utiliza para sentir o sabor da fruta?

Descritor: Distinguir os sistemas sensoriais

PALADAR VISÃO AUDIÇÃO TATO

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5-Qual a planta que a raiz serve de alimento?

Descritor: Identificar a planta cuja raiz serve de alimento ao homem.

6-Qual parte da planta retira água e nutrientes do solo?

Descritor: Relacionar as partes dos vegetais as suas devidas funções

JUCA NO ZOOLÓGICO

JUCA E SUA TURMA FORAM NO ZOOLÓGICO PARA CONHECEREM COMO

VIVEM OS ANIMAIS

OS ANIMAIS AQUÁTICOS, COMO OS PEIXES, VIVEM NA ÁGUA. OS ANIMAIS

TERRESTRES, COMO O CAVALO, VIVEM NA TERRA. EXISTEM TAMBÉM OS

ANIMAIS VOADORES, COMO OS PÁSSAROS.

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A PROFESSORA DISSE TAMBÉM QUE CADA ANIMAL SE ALIMENTA DE UMA

FORMA DIFERENTE.

ALGUNS ANIMAIS MAMAM QUANDO PEQUENOS E SÃO CHAMADOS DE

MAMÍFEROS.

DE ACORDO COM O TIPO DE ALIMENTAÇÃO, OS ANIMAIS SÃO

CLASSIFICADOS EM 3 GRUPOS

OS HERBÍVOROS SÃO AQUELES ANIMAIS QUE SÓ COMEM PLANTAS, COMO

O BOI E O CAVALO.

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OS ANIMAIS QUE SÓ COMEM CARNE SÃO CHAMADOS DE CARNÍVOROS,

COMO A ONÇA E O JACARÉ.

AQUELES QUE COMEM CARNE E VEGETAIS SÃO CHAMADOS DE ONÍVOROS

COMO, POR EXEMPLO, O SER HUMANO.

7-Qual é o animal aquático?

Descritor: Classificar os animais em aquáticos ou terrestres

8-A onça só come carne. Então, ela é um animal:

Descritor: Identificar os animais de acordo com o tipo de alimentação, em

herbívoros, carnívoros, onívoros

HERBÍVORO ONÍVORO CARNÍVORO

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TEXTO III

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

NA ESCOLA, LUCAS APRENDEU QUE UMA REFEIÇÃO SAUDÁVEL DEVE

CONTER VÁRIOS ALIMENTOS.

A PROFESSORA, MOSTROU ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL, COMO A

CARNE, O LEITE E OS OVOS. ESSES ALIMENTOS AJUDAM NO CRESCIMENTO

E MANUTENÇÃO DO CORPO.

EM SEGUIDA, APRESENTOU TAMBÉM ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL.

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ALGUNS DESSES ALIMENTOS, COMO A MAÇÃ E LARANJA AJUDAM A

EVITAR DOENÇAS. JÁ A MANDIOCA E O FEIJÃO FORNECEM ENERGIA PARA

NOSSAS ATIVIDADES.

A PROFESSORA FALOU TAMBÉM SOBRE A ÁGUA, MUITO IMPORTANTE

PARA EXISTÊNCIA DOS SERES VIVOS.

9-Marque o alimento de origem animal:

Descritor: Identificar a origem dos alimentos

10-Qual alimento nos fornece energia?

Descritor: Associar os alimentos aos seus nutrientes

ÁGUA COURO ALFACE MANDIOCA

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Na aula sobre os seres vivos e o ambiente, a professora Maria escreveu no quadro alguns

dos fatores não vivos encontrados na natureza.

11-Qual deles é o gás utilizado em nossa respiração?

Descritor: Associar o oxigênio do ar com a respiração

Luz Temperatura Oxigênio

Nutrientes

12-Qual dos seres abaixo é considerado um ser vivo?

Descritor: Distinguir os seres bióticos dos abióticos

Luz solar Solo Cavalo

Ar

13-É dele que retiramos parte dos nossos alimentos. Sobre ele construímos nossas casas.

Estamos falando de que componente do meio ambiente?

Descritor: identificar as características do solo

AR SOLO LUZ FOGO

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14-Qual componente da natureza ilumina e fornece calor aos Seres Vivos?

Descritor: Identificar as características da luz

ÁGUA AR SOLO SOL

15-Maria e José colocaram no solo algumas sementes. Para que elas germinem, precisam

de recursos naturais. Qual deles é fornecido através da irrigação?

Descritor: Identificar as características da água

ÁGUA SOLO LUZ AR

16-Os seres vivos podem se reproduzir, ter filhotes. Aqueles que nascem de ovos são

chamados de ovíparos. Qual animal abaixo é ovíparo?

Descritor: Associar o animal ao tipo de desenvolvimento embrionário

17-Alguns animais sofrem metamorfose, ou seja, passam por transformações até ficarem

parecidos com eles. Qual dos animais abaixo sofre metamorfose?

Descritor: Identificar animais que sofrem metamorfose

CIENCIAS NATURAIS - 5º ANO

1-Descritor: Identificar causas de poluição

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115

Pedrinho fica impressionado com o ar puro e a beleza da natureza do sítio da sua avó. Lá

os rios são bem limpinhos e cristalinos, porque ninguém da redondeza utiliza agrotóxicos

nas plantações. É diferente dos rios e mares que existem na cidade onde ele mora. Ele

observa que diversos fatores contribuem para o aumento da poluição das águas. Assinale

a seguir a alternativa que mostra a ação que gera menos impacto na poluição das águas.

a. O lixo químico que é despejado pelas fábricas.

b. Os navios que tem vazamento de petróleo.

c. As crianças quando estão brincando e nadando no rio.

d. Objetos deixados por pessoas na areia da praia que são levados para o mar, como

sacolas plásticas, garrafas e copos descartáveis.

2- Descritor: Identificar materiais recicláveis

Pedrinho e seus primos resolveram analisar o lixo do sítio que é recolhido de acordo com

o seu tipo, após uma pesquisa eles chegaram numa conclusão de que existem vários tipos

de lixo que podem ser divididos basicamente em recicláveis ou descartáveis.

Qual a alternativa que corresponde SOMENTE a materiais recicláveis.

a) Papel higiênico usado, vidro e casca de legumes.

b) Papel, esponja de aço e casca de frutas.

c) Latas de tintas, papel e resto de comidas.

d) Papelão, garrafas plásticas e latinhas.

3-O sítio da avó de Pedrinho é um local agradável e que todos trabalham muito para

mantê-lo com o ambiente saudável. para isso eles:

Descritor: Compreender reciclagem em um sítio

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Misturam todos os tipos de lixo e jogam no sítio do vizinho.

Separam o lixo e descartam os resíduos em locais adequados.

Usam agrotóxicos e fertilizantes na horta.

Enterram o lixo no quintal da casa

4-Os alimentos podem ser de origem animal, vegetal e mineral. Qual a associação correta

entre o alimento e a sua origem?

Descritor: Associar os alimentos com o seu beneficiamento

A) Peixe – vegetal

B) Cacau – animal

C) Milho – mineral

D) Soja- vegetal

5- Descritor: Identificar hábitos de higiene

Pedrinho, sua avó e seus primos acordaram cedo e foram à feira comprar alguns

mantimentos para a casa. Lá Pedrinho observou que muitas frutas e verduras ficavam

expostas à sujeira. Assim o que eles fizeram para evitar doenças transmitidas pela sujeira

desses alimentos.

a) Todos lavaram muito bem as mãos e depois se encarregaram de limpar tudo que

tinham comprado antes de guardar.

b) Ao chegarem da feira colocaram todas as verduras na geladeira.

c) Enquanto lavavam as peras, as crianças comiam uvas que ainda não tinham sido

lavadas.

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d) Lavaram apenas as frutas que eles iam comer, as outras, colocaram na geladeira.

6- Descritor: Relacionar as ações do homem com a erosão do solo

Pedrinho e seus primos foram nadar no rio que passava por dentro do sítio e perceberam

que a água estava rasa e cheia de areia. Pedrinho e sua turma resolveram fazer algumas

ações para ajudar a diminuir esse problema.

Qual a ação realizada feita por Pedrinho e sua turma para a preservação do rio.

A) ( ) Plantar árvores evitando a erosão do solo.

B) ( ) Retirar areia do rio para que ele fique mais fundo.

C) ( ) fazer uma barragem para que eles sempre tenham água.

D) ( ) Retirar árvores aumentando a margem do rio.

7- Descritor: Identificar as partes básicas de uma célula

Pedrinho gostou muito de aprender sobre as células. Entendeu que o nosso corpo todo é

formado por células e que elas são a menor porção de um ser vivo. Que partes da células

os números 1, 2 e 3 representam.

a. 1 – Citoplasma, 2 – Núcleo, 3 – Membrana celular.

b. 1 – Membrana nuclear, 2 – Citoplasma, 3 – Membrana celular.

c. 1 – Núcleo, 2 – Citoplasma, 3 – Membrana nuclear.

d. 1 – Citoplasma, 2 – Parede celular, 3 – Núcleo.

8-O cientista inglês Robert Hooke criou um instrumento capaz aumentar a visibilidade de

coisas bem pequenas descobrindo assim, as células. Qual é o nome desse instrumento?

Descritor: Reconhecer o microscópio

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A) ( ) luneta

B) ( ) binóculos

C) ( ) microscópio

D) ( ) óculos

9-Juca e laura sempre passam as férias no sítio; eles gostam muito de andar a cavalo,

pescar, alimentar as galinhas e subir em árvores. Esses movimentos são possíveis, pois o

corpo da maioria dos animais possui uma grande quantidade de músculos. Que outro ser

vivo citado no texto não possui musculatura?

Descritor: Identificar os seres que possuem musculatura

A) ( ) cavalo

B) ( ) galinha

C) ( ) peixes

D) ( ) árvore

10-As minhocas vivem em ambientes úmidos, atoladas na terra e não possuem nenhuma

estrutura especializada para respiração. Sabendo disso, como a minhoca respira?

Descritor: Identificar a respiração cutânea

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A) ( ) através da pele

B) ( ) através dos pulmões

C) ( ) através da traquéia

D) ( ) as minhocas não respiram.

11- Descritor: Identificar a relação de parasitismo

Xô Piolho (Infantil - Saúde)

Tem um bichinho que é do mal

É preciso ficar de olho

Ele gosta de invadir cabeças

Estou falando do piolho

Na primeira coceirinha

Na nuca ou atrás da orelhinha

Peça logo para a mamãezinha

Olhar a sua cabecinha

E se lá o intrometido estiver

Tem que tomar rapidinho atitude

Para com ele de uma vez se acabar

Procure um posto de saúde!

Na primeira coceirinha...

Bel Meirelles.

POR QUE O TEXTO FALA QUE O PIOLHO É DO MAL E GOSTA DE INVADIR A

CABEÇA?

E) ( ) porque ele é um predador

F) ( X ) porque ele é um parasita

G) ( ) porque ele é uma presa

H) ( ) porque ele é um mutualista

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120

12- Descritor: Identificar animais anfíbios

Cantigas Populares

O sapo é um:

E) ( ) réptil

F) ( ) anfíbio

G) ( ) mamífero

H) ( ) molusco

13- Nas plantas a fecundação ocorre quando o grão de pólen chega ao ovário da flor

levado pelas abelhas ou pássaros, entre outras formas. Como se chama esse processo?

Descritor: Reconhecer o processo de polinização

E) ( ) bipartição

F) ( ) brotamento

G) ( ) polinização

H) ( ) germinação

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14- Na aula de ciências a professora de Mariana disse que organismos fotossintetizantes

são aqueles capazes de produzir seu próprio alimento. No dia seguinte Mariana e seu pai

foram ao mercado e compraram ovos, carne, maçã, alface e couve. De acordo com o que

a professora de Mariana disse, qual destes alimentos são fotossintetizantes?

Descritor: Identificar os seres que realizam fotossíntese

A) ( ) alface, ovos e carne

B) ( ) couve, ovos e alface

C) ( ) maça, carne e couve

D) ( ) maça, alface e couve.

15-A reprodução humana ocorre através da união do espermatozóide do homem com o

ovulo da mulher. Essa união recebe o nome de:

Descritor: Identificar o processo de fecundação interna

E) ( ) fecundação

F) ( ) germinação

G) ( ) brotamento

H) ( ) clonagem

16-Durante várias pesquisas pelo mundo todo, os cientistas puderam confirmar a

existência de diferentes tipos de plantas e animais que viveram no planeta há milhões de

anos. Como se chama esse tipo de vestígio?

Descritor: Identificar os fósseis

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122

A) ( ) pedras

B) ( ) desenhos

C) ( ) fósseis

D) ( ) fotografias

17-Os fósseis são vestígios que confirmam as modificações que ocorreram no ambiente e

nos seres vivos. Essas modificações ao longo do tempo se deram através de um processo

denominado:

Descritor: Compreender o conceito da evolução

A) ( ) evolução

B) ( ) crescimento

C) ( ) mudanças

D) ( ) alterações

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123

ANEXO F11

– Modelo do teste de desempenho aplicado no papel - Língua

Portuguesa e Ciências no 2º

NÚMERO:_____________ IDADE:___________ ( )F ( ) M

TEXTO 1

JULIANA GOSTA DE AJUDAR O PAI

PLANTANDO ÁRVORES NO SÍTIO DA

FAMÍLIA.

TODOS OS DIAS, A LUZ DO SOL ILUMINA AS

PLANTAS. ASSIM, ELAS CRESCEM BONITAS E

SAUDÁVEIS.

PARA SE DESENVOLVER, AS ÁRVORES

TAMBÉM PRECISAM DA ÁGUA DAS

CHUVAS OU DA IRRIGAÇÃO.

MESES DEPOIS, JULIANA VOLTOU AO

SÍTIO. AS ÁRVORES ESTAVAM BEM

MAIORES E COM VÁRIOS FRUTOS.

11

As questões que não apresentam o enunciado foram lidas pelo aplicador durante a realização do teste

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124

HORA DE COLHER ALGUMAS FRUTAS

E LEVÁ-LAS PARA SUA FAMÍLIA

SABOREAR. JULIANA ESTAVA MUITO

FELIZ EM VER TANTOS FRUTOS!

A MÃE DA MENINA LAVOU AS FRUTAS

PARA EVITAR QUE ALGUÉM DA FAMÍLIA

TIVESSE ALGUMA DOENÇA COMO

DIARRÉIA OU VERMINOSE.

FOI, ENTÃO, QUE JULIANA PÔDE COMER AS

BELAS FRUTAS E BRINCAR NAS SOMBRAS

DAS ÁRVORES. DEPOIS DE MUITO ESFORÇO,

VEIO A RECOMPENSA.

01) DO QUE AS ÁRVORES NÃO PRECISAM PARA VIVER?

A) ( ) B) ( ) C) ( ) D) ( )

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02) QUAL DAS IMAGENS CORRESPONDE AO CAULE DA ÁRVORE?

A) ( ) B) ( ) C) ( ) D) ( )

03) O QUE A MÃE DE JULIANA EVITA LAVANDO AS FRUTAS ANTES DE

COMÊ-LAS?

A) ( ) DIARREIA

B) ( ) TOSSE

C) ( ) COCEIRA

D) ( ) FERIDA

04) QUAL DOS SENTIDOS JULIANA UTILIZA PARA SENTIR O SABOR DA

FRUTA?

A) ( ) PALADAR

B) ( ) VISÃO

C) ( ) AUDIÇÃO

D) ( ) TATO

05) QUAL A PLANTA QUE A RAIZ SERVE DE ALIMENTO?

A) ( ) B) ( ) C) ( ) D) ( )

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06) QUAL PARTE DA PLANTA RETIRA ÁGUA E NUTRIENTES DO SOLO?

A) ( ) B) ( ) C) ( ) D) ( )

07) PARA PRODUZIR O PRÓPRIO ALIMENTO E O OXIGÊNIO QUE

RESPIRAMOS, AS PLANTAS PRECISAM DA LUZ DO SOL. INDIQUE A PARTE

DA PLANTA QUE TEM A FUNÇÃO DE ABSORVER A LUZ SOLAR.

A) ( ) B) ( ) C) ( ) D) ( )

08) QUAL PARTE DA PLANTA É RESPONSÁVEL POR SUA REPRODUÇÃO?

A) ( ) B) ( ) C) ( ) D) ( )

09)

INDIQUE A PARTE DA PLANTA A QUAL A

MANDIOCA E A BETERRABA REPRESENTAM:

A) ( ) CAULE

B) ( ) FRUTO

C) ( ) RAIZ

D) ( ) FLOR

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TEXTO 2

DÊNIS NO ZOOLÓGICO

JUCA E SUA TURMA FORAM NO

ZOOLÓGICO PARA CONHECEREM COMO

VIVEM OS ANIMAIS

OS ANIMAIS AQUÁTICOS, COMO OS PEIXES,

VIVEM NA ÁGUA. OS ANIMAIS TERRESTRES,

COMO O CAVALO, VIVEM NA TERRA. EXISTEM

TAMBÉM OS ANIMAIS VOADORES, COMO OS

PÁSSAROS.

A PROFESSORA DISSE TAMBÉM QUE CADA ANIMAL

SE ALIMENTA DE UMA FORMA DIFERENTE.

ALGUNS ANIMAIS MAMAM QUANDO PEQUENOS E

SÃO CHAMADOS DE MAMÍFEROS.

DE ACORDO COM O TIPO DE ALIMENTAÇÃO, OS

ANIMAIS SÃO CLASSIFICADOS EM 3 GRUPOS.

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128

OS HERBÍVOROS SÃO AQUELES

ANIMAIS QUE SÓ COMEM PLANTAS,

COMO O BOI E O CAVALO.

OS ANIMAIS QUE SÓ COMEM CARNE SÃO

CHAMADOS DE CARNÍVOROS, COMO A ONÇA E O

JACARÉ.

AQUELES QUE COMEM CARNE E VEGETAIS SÃO

CHAMADOS DE ONÍVOROS COMO, POR EXEMPLO, O

SER HUMANO.

10) QUAL É O ANIMAL AQUÁTICO?

( ) ( ) ( ) ( )

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11) A ONÇA SÓ COME CARNE. ENTÃO, ELA É UM ANIMAL:

A) ( ) HERBÍVORO

B) ( ) CARNÍVORO

C) ( ) ONÍVORO

12) O MACACO MAMA QUANDO É FILHOTE. ELE PERTENCE A QUAL GRUPO?

A) ( ) PEIXES

B) ( ) RÉPTEIS

C) ( ) AVES

D)( ) MAMÍFEROS

13) COMO SE CLASSIFICAM OS SERES VIVOS QUE SE ALIMENTAM DE

CARNE E DE VEGETAIS?

A) ( ) HERBÍVORO

B) ( ) ONÍVORO

C) ( ) CARNÍVORO

D) ( ) OVÍPARO

14) MARQUE A IMAGEM DO ANIMAL HERBÍVORO:

A) ( ) B) ( ) C) ( ) D) ( )

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TEXTO 03

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

NA ESCOLA, LUCAS APRENDEU QUE UMA

REFEIÇÃO SAUDÁVEL DEVE CONTER VÁRIOS

ALIMENTOS.

A PROFESSORA MOSTROU ALIMENTOS DE

ORIGEM ANIMAL, COMO A CARNE, O LEITE

E OS OVOS. ESSES ALIMENTOS AJUDAM NO

CRESCIMENTO E MANUTENÇÃO DO

CORPO.

EM SEGUIDA, APRESENTOU TAMBÉM

ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL.

ALGUNS DESSES ALIMENTOS, COMO A MAÇÃ E

LARANJA AJUDAM A EVITAR DOENÇAS. JÁ A

MANDIOCA E O FEIJÃO FORNECEM ENERGIA PARA

NOSSAS ATIVIDADES.

A PROFESSORA FALOU TAMBÉM SOBRE A

ÁGUA, MUITO IMPORTANTE PARA

EXISTÊNCIA DOS SERES VIVOS.

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15) MARQUE O ALIMENTO DE ORIGEM ANIMAL:

A) ( ) B) ( ) C) ( ) D) ( )

16) QUAL ALIMENTO NOS FORNECE ENERGIA?

A) ( ) ÁGUA

B) ( ) COURO

C) ( ) ALFACE

D) ( ) MANDIOCA

17) QUAL O ALIMENTO DE ORIGEM VEGETAL?

A) ( ) B) ( ) C) ( ) D) ( )

18) QUAL ALIMENTO AJUDA A EVITAR DOENÇAS?

A) ( ) B) ( ) C) ( ) D) ( )

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19) NA AULA SOBRE OS SERES VIVOS E O

AMBIENTE, A PROFESSORA MARIA ESCREVEU

NO QUADRO ALGUNS DOS FATORES NÃO

VIVOS ENCONTRADOS NA NATUREZA.

QUAL DELES É O GÁS UTILIZADO EM NOSSA

RESPIRAÇÃO?

A) ( )LUZ

B) ( ) TEMPERATURA

C) ( ) OXIGÊNIO

D) ( ) NUTRIENTES

20) QUAL DOS SERES MENCIONADOS ABAIXO É CONSIDERADO UM SER

VIVO?

A) ( ) LUZ SOLAR

B) ( ) SOLO

C) ( ) CAVALO

D) ( ) AR

21) É DELE QUE RETIRAMOS PARTE DOS NOSSOS ALIMENTOS. SOBRE ELE

CONSTRUÍMOS NOSSAS CASAS. ESTAMOS FALANDO DE QUE COMPONENTE

DO MEIO AMBIENTE?

A) ( ) AR

B) ( ) SOLO

C) ( ) LUZ

D) ( ) FOGO

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22) QUAL COMPONENTE DA NATUREZA ILUMINA E FORNECE CALOR AOS

SERES VIVOS?

A) ( ) ÁGUA

B) ( ) AR

C) ( ) SOLO

D) ( ) SOL

23) MARIA E JOSÉ COLOCARAM NO SOLO ALGUMAS SEMENTES. PARA QUE

ELAS GERMINEM, PRECISAM DE RECURSOS NATURAIS. QUAL DELES É

FORNECIDO ATRAVÉS DA IRRIGAÇÃO?

A) ( ) ÁGUA

B) ( ) SOLO

C) ( ) LUZ

D) ( ) AR

24) OS SERES VIVOS PODEM SE REPRODUZIR, TER FILHOTES. AQUELES

QUE NASCEM DE OVOS SÃO CHAMADOS DE OVÍPAROS. QUAL ANIMAL

ABAIXO É OVÍPARO?

A) ( ) B) ( ) C) ( ) D) ( )

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25) O SER HUMANO NASCE DO ÚTERO DA MÃE. COMO ELE É

CLASSIFICADO?

A) ( ) OVÍPARO

B) ( ) VIVÍPARO

C) ( ) OVOVIVÍPARO

D) ( ) ONÍVORO

26) ALGUNS ANIMAIS SOFREM METAMORFOSE, OU SEJA, PASSAM POR

TRANSFORMAÇÕES. QUAL DOS ANIMAIS ABAIXO SOFRE METAMORFOSE?

A) ( ) B) ( ) C) ( ) D) ( )

TEXTO 04

TODAS AS SEXTAS É DIA DE COLHEITA NO SÍTIO

DE SEU JOÃO. O POMAR É BEM GRANDE E TEM

FRUTAS DE VÁRIOS TIPOS.

SEU JOÃO COLHE AS FRUTAS MADURAS

PARA VENDÊ-LAS NA FEIRA. ELE ESCOLHE

AS MAIS BONITAS E SEPARA-AS EM CAIXAS

DIFERENTES.

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NO DIA SEGUINTE, LOGO PELA MANHÃ,

DEPOIS QUE TODAS AS FRUTAS FORAM

COLHIDAS E SEPARADAS, PEDRINHO

AJUDA SEU PAI PESAR AS CAIXAS E

COLOCÁ-LAS NA CAMINHONETE.

SEU ANTÔNIO TEM UM LINDO SÍTIO

ONDE PLANTA CENOURA,

BETERRABA E RABANETE.

ELE PLANTA TAMBÉM BATATAS.

TODA SEMANA ELE LEVA OS SEUS

PRODUTOS PARA VENDER NA FEIRA.

SEU SATO PLANTA VERDURAS EM SUA

HORTA.

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ELE COLHE LINDAS ALFACES, REPOLHOS E

COUVES-FLORES.

ELE COLOCA AS VERDURAS EM CAIXAS

SEPARADAS PARA LEVÁ-LAS PARA A FEIRA.

OS FREGUESES GOSTAM DOS PRODUTOS

VENDIDOS PELO SENHOR SATO.

27) MARQUE A IMAGEM QUE CONTÉM APENAS LETRAS.

A) ( ) B) ( ) C) ( )

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28) MARQUE A RESPOSTA CERTA:

a)

A) ( ) TNV B) ( ) FVN C) ( ) LMZ D) ( ) JZH

b)

A) ( ) BCJ B) ( ) BGJ C) ( )BDJ

29) MARQUE A RESPOSTA CERTA:

a) A) ( ) L B) ( ) S C) ( ) N D) ( ) M

b) A) ( ) Z B) ( ) D C) ( ) V D) ( ) G

c) A) ( ) F B) ( ) L C) ( ) S D) ( ) N

d) A) ( ) X B) ( ) J C) ( ) T D) ( ) A

e) A) ( ) E B) ( ) L C) ( ) N D) ( ) I

f) A) ( ) R B) ( ) E C) ( ) P D) ( )T

30)

A) ( ) N B) ( ) B C) ( ) M D. ( ) L

31)

A) ( ) MA B) ( ) BA C) ( ) DA D) ( ) LA

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32)

A) ( ) LARANJA

B) ( ) ABACAXI

C) ( ) BARRACA

D) ( ) PÊRA

33)

A) ( ) LARANJA B) ( ) BANANA C) ( ) ABACATE D) ( )

ABACAXI

34)

A) ( ) 2 B) ( ) 3 C) ( ) 4 D) ( ) 5

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35)

A) ( ) BANANA B) ( ) PÊSSEGO C) ( ) LARANJA D) ( )

ABACAXI

36)

A) ( ) 2 B) ( ) 3 C) ( ) 4 D) ( ) 5

37)

A) ( ) PASSINHO B) ( ) PALITINHO C) ( ) PASSARINHO D) ( )

PALHACINHO

38)

A) ( ) O HOMEM PLANTA BATATAS.

B) ( ) O HOMEM COLHE AS FRUTAS.

C) ( ) A MUHER COLHE AS FRUTAS.

D) ( ) O HOMEM COLHE A BATATA.

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39) FEIRA DO BAIRRO VIANELO

AGORA TODAS AS QUARTAS

NOVO ENDEREÇO: RUA SABIÁ

ONDE FICA A FEIRA DO VIANELO?

A) ( ) NA RUA VIANELO.

B) ( ) NA RUA SABIÁ.

C) ( ) NO BAIRRO SABIÁ.

D) ( ) NA CIDADE VIANELO.

40) MARQUE A RESPOSTA CERTA:

A) ( ) JUCA E LAURA COMPRARAM UM COLAR.

B) ( ) JUCA E LAURA FIZERAM UM POMAR.

C) ( ) JUCA E LAURA PLANTARAM UMA HORTA.

D) ( ) JUCA E LAURA PLANTARAM UM POMAR.

41) SEU JOÃO COLHE AS FRUTAS MADURAS PARA VENDÊ-LAS NA FEIRA.

ELE ESCOLHE AS MAIS BONITAS E SEPARA-AS EM CAIXAS DIFERENTES.

A) ( ) CENOURA.

B) ( ) FRUTAS.

C) ( ) VERDURAS.

D) ( ) LEGUMES.

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42) O TEXTO SOBRE O SÍTIO SERVE PARA:

A) ( ) MOSTRAR O LADO RUIM DO SÍTIO

B) ( ) DESCREVER TRÊS SENHORES

C) ( ) FALAR DO DIA A DIA NO SÍTIO

D) ( ) FAZER AS PESSOAS RIREM.

43) CONVERSA DE TRABALHADORES

DOIS TRABALHADORES CONVERSANDO:

VOCÊ SABE COM QUAL FERRAMENTA IREI TRABALHAR

AMANHÃ?

ACABO DE OUVIR DO PATRÃO QUE VAMOS ROÇAR O PASTO.

QUE BOM! ASSIM A GENTE VAI TOMAR LEITE QUENTINHO!

QUANDO OS TRABALHADORES FALAM EM ROÇAR PASTO, ELES ESTÃO

PENSANDO NA FERRAMENTA.

A) ( ) MACHADO B) ( ) ENXADA C) ( ) PÁ D) ( ) PICARETA

44) CUIDADOS NA AQUISIÇÃO DE UM SÍTIO

QUEM NÃO DESEJA OU SONHA EM TER UM SÍTIO? PRATICAMENTE

TODO MUNDO. DENTRE AS COISAS QUE UM SÍTIO PODE TER, UMA

DELAS É VITAL: ÁGUA. A ÁGUA É O ELEMENTO MAIS IMPORTANTE EM

UM SÍTIO. SEM ÁGUA NÃO HÁ VIDA. DEVE SER LIMPA, DE PREFERÊNCIA

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POTÁVEL E EM QUANTIDADE SUFICIENTE. UM SÍTIO SEM ÁGUA, NÃO

SERVE!

QUAL É O ASSUNTO PRINCIPAL DO TEXTO?

A) ( ) A QUALIDADE QUE ÁGUA DE UM SÍTIO DEVE TER.

B) ( ) INFORMAÇÕES SOBRE A REALIZAÇÃO DE UM SONHO.

C) ( ) ORIENTAÇÕES SOBRE COMO ESCOLHER UM BOM SÍTIO.

D) ( ) RECOMENDAÇÕES SOBRE ÁGUA LIMPA E POTÁVEL.

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ANEXO G – Carta apresentada na direção das escolas as quais o teste foi aplicado

Carta de Apresentação

Caro(a) diretor(a),

O projeto de Pesquisa “Desempenho Escolar Inclusivo na Perspectiva Multidisciplinar”, tem

como um dos seus objetivos, realizar o estudo da influência da tecnologia em testes padronizados de

desempenho em Leitura, Matemática e Ciências. O projeto desenvolve atividades em conjunto entre a

Universidade Federal de Santa Maria, Universidade Federal de Mato Grosso, Universidade Federal de

Sergipe, Universidade de São Paulo e Universidade Federal de São Paulo.

Vinculado a este grande projeto, elaboramos atividades para um software que tem como objetivo

identificar as dificuldades e potencialidades dos alunos nas disciplinas acima mencionadas. Os estudos

estão em andamento e buscam aprimorar essas atividades para futuramente oferecer esse instrumento, bem

como seus resultados para compor novas possibilidades de compreensão dos contextos educacionais e dos

testes de desempenho

Para tal, nesse primeiro momento precisamos aplicar um estudo, com os alunos de 2°, 5° e 9°

ano do Ensino Fundamental, com o intuito de refinar o instrumento, buscando identificar possíveis pontos

que necessitam mudanças. Além disso, pretende-se também analisar as reais potencialidades do software

cumprir com o seu objetivo.

Cabe destacar que não faremos uma avaliação da escola nem dos alunos, mas sim uma coleta de

dados que trarão novas perspectivas para as avaliações de aprendizagem.

Para a aplicação do teste, será necessário fazer uso do Laboratório de Informática da escola, que

deve ter acesso à internet. Dessa forma, os alunos de uma mesma turma serão divididos de forma que

parte da turma realize o teste utilizando o computador e a segunda parte, realize o mesmo teste em sala de

aula, sem o uso de computador, apenas no papel.

Para evitar o desgaste dos funcionários da escola, gostaríamos de pedir a permissão para que

além do professor(a) pesquisador(a) de sua escola, o coordenador do núcleo de Sergipe, professor Dr.

Acácio Alexandre Pagan e algumas bolsistas se dirijam à escola, para auxiliar no processo.

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Desde já agradecemos a participação da sua escola nesse estudo, que será de grande valia para

dar continuidade às pesquisas que já estão sendo realizadas.

Estamos disponíveis para eventuais dúvidas e esclarecimentos.

Atenciosamente,

__________________________________________________________

Prof. Dr. Acácio Alexandre Pagan

Coordenador do núcleo Sergipe.

[email protected]