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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DE FUNGOS, ALGAS E PLANTAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DE FUNGOS, ALGAS E PLANTAS
Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Ciências Biológicas
Departamento de Botânica
Programa de Pós Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas
PROJETO DE MESTRADO
Aluno(a): Graziela Dias Blanco
Orientador(a): Ana Claudia Rodrigues
Co-orientador(a): Natalia Hanazaki
Título do trabalho proposto:
Estudo de espécies de Ochidaceae utilizadas por grupos guaranis em
Palhoça - SC e Porto Alegre – RS
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DE FUNGOS, ALGAS E PLANTAS
1. INTRODUÇÃO
A família Orchidaceae está posicionada na ordem Asparagales das
monocotiledôneas (Chase, 2005) com aproximadamente 800 gêneros e cerca de 24.500
espécies (Dressler, 2005) sendo considerada uma das duas famílias com maior número
de espécies das Angiospermas. São encontradas em quase todos os ecossistemas ao
redor do mundo, exceto em geleiras e desertos verdadeiros, sendo em sua maioria
epífitas, aproximadamente 73% das espécies (Rodrigues, 2008), apresentando uma
grande heterogeneidade nas formas de vida, nos caracteres vegetativos, e ampla
variedade no tamanho e detalhes das flores (Monteiro, 2007). Sua forma de nutrição e
abastecimento de água é a partir da atmosfera e detritos, e sua forma de dispersão das
sementes é através de sua intima relação com fungos micorrizicos (Monteiro, 2007).
As orquídeas captam e reintegram energia e matéria ao ecossistema de forma
rápida, embora não ultrapassem 2% da matéria seca das florestas, sua biomassa
fotossintetizante, e a própria fotossíntese, podem igualar se não ultrapassar, a dos
próprios forófitos (Nadkarni, 1984). O acúmulo de matéria morta das orquídeas cria
uma rica fonte de nutrientes disponível para a fauna e a vegetação acima do solo. As
orquídeas também são fontes de umidade e nutrientes especialmente importantes
durante as estações secas, e importantes na fixação de nitrogênio, nas copas das árvores
(Weaver, 1972). Estas plantas contribuem, ainda, para a diversificação dos nichos e
microhábitats, aumentando consideravelmente o espaço físico e o alimento disponível,
além de servirem como refúgio reprodutivo a muitas espécies de animais (Benzing,
1986). Devido a estas características entre outras, Orchidaceae podem ser utilizadas
como importantes indicadores do estado de conservação de ecossistemas, pois
dependem do substrato, da umidade e da sombra fornecidos pelas espécies arbóreas das
comunidades que ocupam (Triana-Moreno et al., 2003). Tais características se devem a
uma série de adaptações anatômicas, morfológicas e fisiológicas que estas plantas
apresentam (Silva et al, 2006).
Espécies de Orchidaceae são extremamente abundantes em áreas tropicais,
especialmente na Ásia, África e América (Durmuşkahya et al., 2014). Sendo que a
América Tropical possui cerca de seis vezes mais espécies que a África e uma vez e
meia mais que a Ásia e a Oceania juntas (Kersten, 2010). Especificamente no Brasil
existe uma ampla variedade de biomas e uma privilegiada flora de Orchidaceae
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(Monteiro, 2007). Entre estes biomas, podemos destacar a Mata Atlântica, que conta
hoje em dia com apenas 8% de sua área original e é considerado um dos biomas mais
ricos e diversos do Brasil (CNRBMA, 2013). Neste bioma destaca-se a grande riqueza
da família Orchidaceae com extraordinária riqueza de gêneros (176) e espécies (1257),
sendo que os principais gêneros: Acianthera Scheidw., Habenaria Willd., Epidendrum
L., Octomeria R.Br. e Anathallis Barb.Rodr., com mais de 50 espécies cada (Stehmann
et al. 2009).
A Mata Atlântica não apresenta apenas importância ecológica, mas também
social no Brasil, devido à proximidade litorânea, os primeiros aglomerados
populacionais se formaram nesta região, e ainda hoje concentram a maior parte da
população (67% dos habitantes do país) (Brasil, 2010), neste bioma também
encontramos importantes grupos indígenas, principalmente os Guaranis (Ladeira, 2008).
De acordo com os dados da Territorialidade Indígena (2011), hoje no Brasil, das 688
terras indígenas, 133 são Guaranis. Nas regiões sul e sudeste do Brasil (do estado do
Rio Grande do Sul ao Espírito Santo) encontram-se cerca de 100 áreas ocupadas pelos
Guaranis (divididos nas parcialidades Mbya e Ñandeva), além de outros locais de
ocupação intermitente (ISA, 2003). Na faixa litorânea desses estados estão cerca de 60
aldeias, das quais somente 16 tiveram áreas demarcadas e homologadas pela Presidência
da República até o ano de 2008 (Ladeira, 2008).
A Mata Atlântica, por ser um bioma tão rico e diverso, apresenta todos os
recursos necessários para a cultura Guarani e para a sua sobrevivência (Ladeira, 2008).
A presença desta etnia na Mata Atlântica data desde antes da chegada dos portugueses e
consequentemente os seus conhecimentos sobre a fauna e flora deste local também são
antigos (Gobbi, 2010). A relação dos Guaranis com este bioma é tal, que toda a sua
alimentação e medicina se baseiam na flora e fauna especifica desta floresta (Gehlen e
Silva, 2007). A concepção indígena-guarani da relação homem – ambiente possui traços
peculiares marcados por pelo menos duas percepções. A primeira afirma a
interdependência entre o mundo da natureza, dos vegetais e animais; a segunda tem a
natureza como algo vivo, com quem os povos devem interagir e estabelecer relações
constantes, apoiadas numa visão cosmológica integradora (Rego et al., 2010).
Atualmente, os Guaranis têm sofrido muito com o avanço de áreas urbanas e
conseguintemente com a perda de seus territórios, acompanhado a isso, nós últimos
anos houve uma grande diminuição na demarcação e delimitação de terras indígenas,
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principalmente na região sul e sudeste (Gobbi et al., 2010). Tal situação gera uma
grande crise social para estes povos, uma vez que com a perda de suas áreas há uma
diminuição significativa no fornecimento de recursos necessários para a sua
sobrevivência (Ladeira, 2008). Por estas razões, estes grupos se vêm obrigados a
recorrer a outros métodos para sobreviverem, como, por exemplo, a prática do poraró
como uma atividade por meio da qual as mulheres buscam o “troquinho” necessário a
sua sobrevivência (Ferreira, 2008). É uma prática recorrente nos centros de Porto Alegre
e Florianópolis, e característico dos Mbyá, onde as mulheres vão ao centro da cidade e
esperam a ajuda em forma de dinheiro ou de doações dos “juruás” (brancos) (Ferreira,
2008). Diferente do que normalmente é observada pela sociedade ”juruá” esta prática
não é o mesmo que mendigar, pois elas não pedem e sim apenas esperam que as pessoas
ajudem (Ferreira, 2008). Este dinheiro ou doações servem para suprir as necessidades
imediatas, como por exemplo, para comprar fraldas para as crianças das aldeias
(Ferreira, 2008).
Outra prática que tem entrado em discussão mais recentemente, é referente à
venda de espécies de orquídeas por Guaranis nas estradas ou centros de cidades do
Brasil (Ferreira, 2008). Na região sul do país, muitas denúncias já foram feitas contra
esta prática e a falta de informação e conhecimento sobre a utilização das orquídeas por
grupos Guaranis tem levado a debates recentes, principalmente em Porto Alegre e
Florianópolis, onde órgãos ambientalistas como a SEMA (Secretaria do Meio
Ambiente) tem criticado a venda destas plantas por indígenas (Angelim, 2012). O
debate hoje está sendo coordenado principalmente pelo RBMA (Reserva da Biosfera da
Mata Atlântica), FUNAI (Fundação Nacional do Índio) e SEMA (Ferreira, 2008, Gobbi
et al., 2010). Apesar de se saber da grande riqueza e diversidade das Orchidaceae na
Mata Atlântica (Kersten, 2010) e da grande relação e conhecimento destes povos sobre
este bioma (Ladeira, 2008), não existe nenhum estudo sobre a relação dos Guaranis com
as orquídeas, apesar de serem um dos grupos de plantas mais estudados e antigos da
história da humanidade (Hew e Yong, 2006).
Historicamente, as orquídeas vêm sendo utilizadas como plantas ornamentais,
muitas são usadas como alimento e principalmente como medicamentos fitoterápicos
por diferentes culturas ao longo da história da humanidade (Hew e Yong, 2006). A
China apresenta uma longa relação histórica com as orquídeas, tendo sido os primeiro a
descrevê-las (Bulpitt, 2005). Alguns trabalhos referentes ao uso tradicional de orquídeas
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e comunidades locais, com uma vasta lista de espécies e seus usos tradicionalmente
utilizados foram descritos na China (Hew e Yong, 2006, Christopher et al, 2007). A
Índia também apresenta uma larga história com comunidades indígenas que utilizam
espécies de orquídeas como medicamento e alimento, sendo importantes também para
as práticas de rituais místicos (Laiphrakpam et al, 2013). Outros países que apresentam
comunidades tradicionais e sua relação com orquídeas documentados são Cuba,
Equador, Estados Unidos, Nepal, Austrália e México (Capote e Betancourt, 1996,
Bulpitt, 2005, Pant, 2013 Subedi et al, 2013, Laiphrakpam, 2013). Todavia, este
conhecimento quanto ao seu uso e sua importância para comunidades indígenas no
mundo é pouco estudado (Pant, 2013), e no Brasil não existe nenhum estudo a este
respeito. Um dos poucos estudos existentes a este repeito é nos Estados Unidos, onde é
citada a utilização de espécies de Cypripedium, para combater a insônia e tensão
nervosa (Pant, 2013). Outro estudo importante foi realizado com diferentes
comunidades indígenas da Índia, onde foi listada as espécies utilizadas por estas
comunidades e seu uso e importância (Laiphrakpam 2013). Recentemente, através de
estudos morfoanatômicos e farmacológicos, tem se descoberto que muitas espécies de
orquídeas utilizadas tradicionalmente apresentam propriedades farmacológicas
importantes como, anti-inflamatórias, antiviral, anticancerígenas, anticonvulsiva,
diurético, neuroprotetor, relaxamento, contra o envelhecimento, cicatrizante,
hipoglicêmico, antitumoral, antimicrobiana e muitas outras atividades (Laiphrakpam et
al, 2013, Pant, 2013, De Oliveira et al, 2013).
Trabalhos, como os citados no parágrafo anterior, mostram a importância da
união dos conhecimentos tradicionais com a pesquisa ocidental, não somente como uma
forma de aprofundar o conhecimento botânico, mas para a valorização do conhecimento
local (Cunha, 1999). Além disso, estudos morfoanatômicos são importantes ferramentas
para descobrirmos mais sobre as estratégias e adaptações das orquídeas, como por
exemplo, as destinadas à economia de água em locais com escassez hídrica (Santos-
Diniz et al., 2011). Servindo para importantes estudos de recuperação de áreas degradas
ou ameaçadas, como as áreas da floresta da Mata Atlântica. Também os estudos
morfoanatômicos servem para a caracterização morfológica das espécies, banco de
dados para a formulação de chaves taxonômicas, como ferramentas para melhor
compreendermos os mecanismos fisiológicos destas plantas e ainda como base para
estudos moleculares (Santos-Diniz et al., 2011).
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Aliando estes conhecimentos ocidentais com os conhecimentos tradicionais,
estimula-se a discussão sobre a relação natureza e populações locais, buscando-se a
resolução de conflitos do uso dos recursos naturais (Albuquerque, 2009). E é neste
contexto que a etnobotanica surge, buscando estudar e compreender as inter-relações
diretas entre seres humanos e plantas (Ford, 1978) em sistemas dinâmicos (Alcorn,
1995). Na atualidade, a etnobotânica é uma disciplina chave que constitui uma ponte
entre o saber popular e o científico estimulando o resgate do conhecimento tradicional, a
conservação dos recursos vegetais e o desenvolvimento sustentável (Hamilton et al.
2003). E é neste contexto que o presente projeto se desenvolve, buscando a
multidisciplinaridade dos conhecimentos para serem aplicados na recuperação e
conservação da cultura e do meio ambiente.
2. JUSTIFICATIVA
A Mata Atlântica é considerada um dos biomas de maior diversidade do mundo,
mas também um dos mais ameaçados devido à alta exploração de suas áreas (Brasil,
2010). As orquídeas, espécies abundantes deste ecossistema, e com importantes
características morfológicas que auxiliam no ciclo de vida da fauna e na estrutura e
ciclagem de nutrientes da floresta, são elementos chaves em áreas ameaçadas e para
recuperação de remanescentes desta floresta (Durmuşkahya et al., 2014). Aliado a estas
características, estas plantas apresentam historicamente uma importância social para
diferentes povos, principalmente devido ao seu alto potencial medicinal (Hew e Yong,
2006).
Apesar de se saber destas importantes características ecológicas destas plantas e
dá intima relação que comunidades indígenas do Brasil têm com a Mata Atlântica, em
especial os Guaranis, não existe nenhum estudo no Brasil sobre a relação dos grupos
indígenas com as orquídeas. Diante desta situação, compreender melhor o manejo de
orquídeas, a sua distribuição, diversidade e importância social para povos tradicionais,
como os Guaranis, é de extrema importância ecológica e social (Kersten, 2010). Desta
forma, o conhecimento local sobre a utilização e manejo destas espécies e a sua
importância cultural para estes grupos, pode ser uma importante ferramenta na
conservação e preservação destas espécies e valorização do conhecimento tradicional
(Ladeira, 2008, Albuquerque, 2009).
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3. PERGUNTAS E HIPÓTESES DA PESQUISA
3.1 Perguntas:
a) Como os grupos Guaranis utilizam as espécies de Orchidaceae e qual é a
importância destas plantas na cultura deles?
b) Quais espécies de Orchidaceae são mais utilizadas por grupos Guaranis?
c) Apesar de ambas aldeias estarem em região de Mata Atlântica, as espécies de
orquídeas utilizadas são as mesmas ou são diferentes? E se são as mesmas, o
propósito do uso é o mesmo também?
d) Como a correta identificação e a morfoanatomia dessas espécies pode contribuir
e ajudar as comunidades na melhor utilização das espécies de Orchidaceae?
3.2 Hipóteses:
a) Acredita-se que as espécies de orquídeas não são utilizadas apenas
comercialmente, mas também apresentam uma importância cultural, social e
medicinal na história Guarani;
b) Acredita-se que os Guaranis utilizam uma grande variedade de espécies de
Orchidaceae;
c) Acredita-se que as duas aldeias, por estarem em região de Mata Atlântica
possivelmente utlizam os mesmos gêneros de Orchidaceae;
d) A identificação correta e morfoanatomia pode ser uma ferramenta importante
não só para os Guaranis, mas pode ter uma abrangência maior pensando em futuros
estudos de preservação e manejo dessas espécies de Orchidaceae.
4. OBJETIVOS
4.1 Geral: Estudar as espécies de Orchidaceae utilizadas por grupos Guaranis de
Palhoça – SC e Porto Alegre – RS.
4.2 Objetivos específicos:
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A. Realizar entrevistas semi-estruturas, em ambas as aldeias, através de
questionários específicos para os caciques, coletores e mulheres que realizam a
utilização e venda das espécies;
B. Realizar, durante as entrevistas com os coletores, a turnê-guiada para coleta de
espécies de orquídeas, bem como marcar os pontos de coleta de cada espécie
com auxílio de GPS;
C. Realizar, na Aldeia do Morro dos Cavalos entrevista com os responsáveis pelos
viveiros de orquídeas;
D. Encaminhar, para especialistas, exsicatas de orquídeas para identificação da
espécie;
E. Gerar uma lista de espécies e um mapa com a coordenada geográfica dos
gêneros, para cada uma das aldeias;
F. Realizar estudo morfoanatômico através da microscopia de luz e eletrônica de
varreduras das principais espécies de orquídeas utilizadas medicinalmente ou
comercialmente pelas comunidades Guaranis;
G. Realizar a análise dos dados etnobotânicos após a realização de todas as
entrevistas;
H. Realizar um encontro entre as aldeias Guaranis estudadas para apresentação dos
resultados finais da presente pesquisa e perspectivas futuras.
5. MATERIAS E MÉTODOS
5.1 Área de Estudo
O presente estudo será realizado em duas aldeias Guaranis do sul do Brasil: a
aldeia Morro dos Cavalos, localizada em Palhoça, Santa Catarina e a aldeia Cantagalo,
localizada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Estas aldeias foram escolhidas devido a
seu conhecido manejo com orquídeas, por apresentarem áreas semelhantes (ambas
localizadas em remanescentes de floresta de Mata Atlântica e com histórico de presença
nestas áreas desde antes do século XV) e pelo histórico de trabalhos que já vem sendo
realizadas com estas duas aldeias (Ladeira, 2008, Gobbi et al., 2010, Antunes et al.,
2014).
A aldeia Morro dos Cavalos, (chamada Aldeia Itaty, em língua guarani) está
localizada no Município de Palhoça, centro Sul do Estado de Santa Catarina, situada na
margem esquerda da BR-101, no km 233. Tem uma população de aproximadamente
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100 pessoas e 32 famílias, com uma extensão de área de 1988 hectares, tendo como
limites: norte, Rio do Brito; sul, Rio Massiambu; leste, uma parte chega na praia em
Araçatuba, e para oeste, o rio Maciambú Pequeno e encosta no Parque Estadual da Serra
do Tabuleiro (Darella et al., 2014, Antunes et al., 2014). Há mais de uma década
existem registros da coleta de orquídeas e da presença de um viveiro neste local, onde
são cultivadas espécies nativas as quais são reintroduzidas na mata (Antunes et al.,
2014).
A aldeia de Cantagalo (chamada de Aldeia Jataity, em língua guarani) é também
uma das maiores aldeias da região de Porto Alegre, apresentando 286 hectares, com
mais de 159 pessoas e mais de 30 famílias (Gobbi, 2010). Ela se localiza na divisa com
o Município de Viamão e apresenta uma extensão de terras que faz fronteira com as
margens da Lagoa dos Patos e Rio Guaíba (Gehlen, 2007, Ferreira, 2008). Localizados
numa área de mosaico ambiental, onde por um lado, existem locais de preservação e de
estágios ambientais bem desenvolvidos e por outro existem áreas em estágio de
recuperação ambiental, devido à presença próxima de agricultores e plantações (Gobbi
et al., 2010).
A situação das aldeias se diferenciam em dois pontos, Cantagalo não se encontra
próxima de unidade de conservação e o interesse pela comercialização e utilização de
espécies de orquídeas é mais recente em comparação à aldeia Morro dos Cavalos a qual
utilizam espécies de orquídeas para vários propósitos a mais tempo (Gehlen, 2007,
Ferreira, 2008, Gobbi et al., 2010, Darella et al., 2014, Antunes et al., 2014).
5.2 Métodos de abordagem
Após a obtenção das anuências prévias e das devidas autorizações (Comitê de
Ética do Brasil, FUNAI, SISBIO), serão realizadas, em ambas as aldeias, entrevistas
semi-estruturadas (Albuquerque e Lucena, 2004) (ANEXOS I, II, III e IV) sobre a
utilização e importância das orquídeas para os Guaranis e turnês-guiadas nas áreas de
coleta das plantas nas aldeias. Serão três entrevistas e turnês guiadas, em ambas aldeias
e estas serão realizadas na mesma época. As entrevistas, serão divididas e organizadas
da seguinte maneira; a primeira entrevista será realizada com o cacique Guarani
(ANEXO I) onde, seguindo o modelo de Albuquerque e Lucena (2004) de entrevista
semi-estruturada, se buscara coletar informações quanto à importância das orquídeas, a
história desta planta na comunidade (se existe algum mito na história deles a respeito da
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utilização desta planta) e quais são as pessoas que lidam com as orquídeas, desde os
coletores e as vendedoras de orquídeas. A partir deste filtro inicial, serão realizadas as
entrevistas com os coletores (ANEXO II) sobre a forma de manejo destas plantas,
quantos indivíduos são coletados, quais parâmetros utilizam para selecionar estas
plantas no momento da coleta e quais os usos conhecidos para cada espécie (se
comercial, místico e/ou medicinal).
Junto às entrevistas com os coletores, serão realizadas turnês-guiadas, seguindo
o modelo de Bernard (1988), aonde serão coletados 2 a 3 indivíduos de cada espécie de
orquídeas citadas durante a entrevista, os quais serão destinados à identificação e
estudos morfoanatômicos. Por fim, serão entrevistadas as mulheres que realizam a
venda ou outro uso, das espécies de orquídeas (ANEXO III), visando compreender com
é feita esta venda, como é estipulado o preço e com que frequência às vendas são
realizadas. Desta forma, a amostragem será não-probabilística, pois os resultados não
podem ser extrapolados para toda a comunidade e o trabalho será com os especialistas
destas atividades (cacique, coletores e vendedores). Serão realizadas, em cada aldeia,
até 41 entrevistas, ou seja, 1 cacique, 20 coletores e 20 vendedoras. Tais números são
conhecidos devido ao contato prévio já estabelecido com a aldeia Cantagalo, já para o
caso da aldeia Morro dos Cavalos se o número de pessoas que praticam a coleta e a
venda for menor que 20 em cada aldeia esses números de entrevistados também serão
reduzidos.
Na aldeia do Morro dos Cavalos será realizada mais uma entrevista, com os
responsáveis pelos viveiros de orquídeas (ANEXO IV), onde se buscará compreender
como foi realizada a implantação do viveiro, qual a metodologia de manejo destas
plantas, como são realizadas e conseguidas as mudas, qual o padrão de seleção e
importância na escolha das espécies e como e se é realizada a reintrodução destas
espécies na floresta. As entrevistas, nas duas aldeias, serão realizadas entre os meses de
agosto e dezembro de 2015, utilizando-se o método da Informação Repetida, em que as
entrevistas são repetidas temporalmente com o mesmo grupo de entrevistados, com o
objetivo de se buscar um maior número de informações e de fidedignidade nas
respostas, modelo proposto por Albuquerque e Lucena (2004). A partir destas
entrevistas e das coletas será confeccionada uma lista que contará com o nome popular
guarani, o nome científico, o uso (comercial, místico e/ou medicinal) e a importância de
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cada espécie para os guaranis. Junto à lista será realizado um mapa com os locais das
espécies georeferenciadas por GPS, nas duas aldeias.
5.2.1 Mapeamento das espécies
Através das turnês-guiadas e auxilio de um GPS, serão georreferenciadas os
locais de presença das espécies identificadas. Esta etapa do projeto entra em sintonia
com outro projeto que esta sendo desenvolvido, o programa de Implantação de Viveiro
em Aldeias Guaranis, do grupo de pesquisa DESMA (Núcleo de Estudos em
Desenvolvimento Rural Sustentável e Mata Atlântica/UFRGS). Estes dados serão
incluídos em um mapa que já esta sendo desenvolvido na aldeia Cantagalo e que
começará a ser desenvolvido no Morro dos Cavalos.
5.3 Identificação botânica
Os indivíduos de orquídeas coletados durante as entrevistas com turnê-guiada,
serão trazidos para a UFSC. Um indivíduo de cada espécie será destinados à confecção
de exsicatas as quais serão depositadas no Herbário FLOR, e os indivíduos restantes
serão mantidos no viveiro de plantas do Departamento de Botânica. As exsicatas serão
encaminhadas para especialistas para identificação correta da espécie.
5.4 Estudo morfoanatômico
Para o estudo morfoanatômico serão escolhidas as principais espécies utilizadas
medicinalmente ou comercialmente pelas aldeias Guaranis. Os indivíduos utilizados
para este estudos serão aqueles depositados no viveiro do departamento de Botânica.
5.4.1 Fixação do material
Amostras das regiões vegetativas, raiz caule e folha das espécies selecionadas,
serão fixadas em glutaraldeído 2,5% em tampão fosfato de sódio 0,1M, em pH 7,2, por
12 horas (Feder e O’brien, 1968). Posteriormente as amostras fixadas serão lavadas três
vezes no mesmo tampão e pH (por 15 minutos cada) e desidratadas em série etílica
gradual até etanol 70º GL, para armazenamento.
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5.4.2 Microscopia de Luz
Serão confeccionadas lâminas semipermanentes a partir de secções à mão livre
das amostras previamente fixadas, com auxílio de lâmina de barbear e isopor; em
seguida os cortes serão lavados com ácido acético 1%; corados com safranina e azul de
astra e montados sob lâmina e lamínula em gelatina glicerinada (Kaiser, 1880; Kraus e
Arduim, 1997). As epidermes foliares serão dissociadas pelo método de Jeffrey
(Johansen, 1940), coradas em azul de astra e fucsina básica e montadas com gelatina-
glicerinada (Kaiser 1880; Kraus e Arduim 1997)
Testes citoquímicos serão realizados em material in vivo e/ou fixado para o
reconhecimento das seguintes substâncias: substâncias fenólicas – cloreto férrico
(Johansen, 1940); lipídios – Sudan IV (Jensen, 1962); lignina – Floroglucinol
acidificado (Johansen, 1940) e amido - Lugol (Johansen, 1940).
Para preparação de lâminas permanentes o material, previamente fixado, será
desidratado em série etanólica e incluído em hidroxietilmetacrilato (Jung’s Historesin
marca Leica), seguindo as instruções recomendadas pelo fabricante. As secções serão
realizadas em micrótomo de rotação, Leica – RM 2125 RT, com 5 m, distendidas,
sobre lâminas contendo água, secas em placa aquecedora Heat Flow MAH-150 (40oC).
Após secagem o material será corado com azul de toluidina 0,5% (Feder e O’brien,
1968).
As lâminas semipermanentes e permanentes serão analisadas em microscópio
óptico, marca Zeiss-Jena, modelo Loboval 4 e a documentação dos resultados será
realizada com auxílio de desenhos (quando necessário), e fotos digitais em microscópio
óptico Leica DM 2500 com câmera integrada Leica DFC 295, do Departamento de
Botânica da UFSC.
5.4.3 Microscopia Eletrônica de Varredura
Para estudo ultraestrutural da epiderme foliar, algumas amostras, previamente
fixadas, serão desidratadas até álcool 100º GL e secas em ponto crítico de CO2 Leica
EM CDP 300. As amostras secas serão aderidas sobre suportes de alumínio, com auxílio
de fita de carbono dupla face, cobertas com 20 nm de ouro, em metalizador marca
Baltec, modelo CED030, e analisadas no microscópio Jeol JSM-6390LV, todos os
equipamentos usados são do Laboratório Central de Microscopia Eletrônica (LCME) da
UFSC.
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5.5 Análises dos dados
Para análise estática dos resultados das entrevistas sobre etnobotânica será
utilizado um conjunto de técnicas propostas por Byg e Balslev (2001) para avaliar o
conhecimento, uso de espécies e nível de importância das espécies utilizadas. Os
cálculos, segundo Albuquerque e Lucena (2004), são:
Diversidade Total de Espécies (SDtot): Mede como muitas espécies são usadas e
como elas contribuem para o uso total. Os valores variam de 0 a n: SDtot= 1/ ∑P2S ,onde:
P= a contribuição total da espécies s para o uso total das espécies (número de vezes em
que a espécie s foi mencionada, dividido pelo número total de usos das espécies
citadas).
Equitabilidade Total das Espécies (SEtot): Mede como diferentes espécies
contribuem para o uso total independente do número de espécies usadas. Os valores
variam de 0 a 1. SEtot= SDtot/n, onde: n=número de espécies usadas.
Valor de importância (IVs): Mede a proporção de informantes que citaram uma
espécie como mais importante. Os valores variam de 0 a 1. IVs= nis/ n, onde: nis =
número de informantes que consideram a espécie s mais importante; n= total de
informantes.
Valor de diversidade de uso (UDs): Mede como uma espécie é usada em uma
categoria e como contribui para o valor de uso total. Os valores variam entre 0 e o
número de categorias de uso para as quais a planta é usada UDs = 1/ SPc2, onde: Pc=
contribuição da categoria de uso c para a utilidade total da espécie s (número de vezes
que a espécie s foi mencionada dentro de cada categoria de uso, dividido pelo número
total de citações de usos da espécie s entre todas as categorias de uso).
Valor da Equitabilidade de Uso (UEs): Mede como diferentes usos contribuem
para o uso total de uma espécie, independente do número de categorias de usos. Os
valores variam entre 0 e 1. UEs=UDs/UDsmax, onde: UDsmax = valor de diversidade de
uso máximo possível para uma espécie s com usos em um dado número de categorias.
Valor de Diversidade do Informante (IEs): Mede como muitos informantes usam
uma espécie e como o seu uso está distribuído entre eles. Os valores variam entre 0 e o
número de informantes que usam a espécie. IDs=1/SP2
i, onde Pi = contribuições do
informante i para o conjunto de conhecimento total da espécie s (número de registros de
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uso da espécie s pelo informante i, dividido pelo número total de registros de uso da
espécie s).
Valor de Equitabilidade do Informante (IEs): Mede como o uso de uma espécie
está distribuído entre os informantes, independente do número de informantes que a
usam. Os valores variam entre 0 e 1. IEs=IDs/IDsmax, onde:IDsmax = valor máximo de
diversidade do informante para uma espécie s.
Valor de Consenso de Uso (UCs): Mede o grau de concordância entre os
informantes com relação a uma espécie ser útil ou não. Os valores variam entre -1 e +1.
UCs=2ns/n-1, onde: ns = número de pessoas que usam a espécie s.
Valor de Consenso para um Propósito (PCs): Mede o grau de acordo entre os
informantes referentes às propostas de uso. Os valores variam entre 0 e 1. PCs=ΣP2
u/S
onde: Pu = contribuição proporcional do uso u para a utilidade total da espécie s (=
número de vezes em que o uso u foi registrado para a espécie s, dividido pelo número
total de registros de uso da espécie s). S= número total de tipos de usos da espécie s.
Valor de Diversidade de Espécies (SDi): Mede como um informante usa muitas
espécies e como os usos estão distribuídos entre as espécies. Os valores variam entre 0 e
o número de espécies usadas pelo informante. SDi=1/ΣP2
s, onde: Ps=contribuição de
uma espécie s para o uso total de espécies do informante i (=número de vezes em que o
informante i menciona a espécie s, dividido pelo número total de respostas do
informante i).
Valor de Equitabilidade de Espécies (SEi): Mede como um informante faz uso
das plantas que conhece, independente do número de plantas usadas. Os valores variam
entre 0 e 1. SE=SD/Sdimax, onde Sdimax = valor máximo de diversidade de espécies para
o informante i.
Os grupos serão divididos em quatro: os caciques, os coletores, as vendedoras e
os responsáveis pelos viveiros. Apesar de serem apenas dois entrevistados, na categoria
caciques, suas informações são muito valiosas e ricas e são os detentores de grande
conhecimento da comunidade como um todo.
5.6 Devolutivas para as aldeias
Após a realização das entrevistas e coletas, processamento e discussão dos
resultados, será realizado um encontro entre as aldeias, como uma das formas de retorno
de resultados e agradecimento pelo trabalho que foi realizado, onde serão apresentados
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os mapas com as localizações das espécies de orquídeas bem como a lista de espécies
para cada aldeia.
Poderá ser sugerido que alguns integrantes da aldeia Cantagalo visitem a aldeia
Morro dos Cavalos a fim de conhecerem os viveiros e aprenderem as técnicas de
manejo, com o objetivo de troca de saberes entre as aldeias e a sugestão de possível
implantação de um viveiro na aldeia Cantagalo. Neste encontro também podem ser
convidados representantes da FUNAI que juntamente com o projeto “Implantação de
Viveiro em Aldeias Guaranis”, do governo do Rio Grande do Sul, e grupo de pesquisa
DESMA (Núcleo de Estudos em Desenvolvimento Rural Sustentável e Mata Atlântica)
da UFRGS, podem financiar a construção dos viveiros.
5. RESULTADOS ESPERADOS OU IMPACTOS DA PESQUISA
Espera-se que os resultados obtidos possam:
A) Contribuir como instrumento de dados em tomadas de decisão referentes à
comercialização de orquídeas e implantação de viveiros nas aldeias guaranis;
B) Contribuir, através de estudos morfoanatômicos, para uma maior compreensão das
características de algumas espécies de orquídeas e sua importância ambiental;
C) Valorizar os conhecimentos tradicionais das comunidades indígenas guaranis.
D) Proporcionar ações futuras como a implantação viveiro para as espécies de orquídeas
na aldeia Cantagalo.
E) Publicação de três artigos científicos, que serão divididos da seguinte maneira:
Artigo 1 – Revisão bibliográfica da utilização de orquídeas por povos tradicionais e a
importância e debate sobre o uso desta planta por comunidades indígenas no mundo e
no Brasil. Titulo provisório: Utilização de espécies de Orchidaceae por comunidades
tradicionais na América do Sul. Revista possível para publicação: Economic Botany;
Artigo 2 – Utilização de orquídeas por grupos guaranis do Brasil. Para que usam,
como usam e sua importância sócio-cultural. Titulo provisório: Orchidaceae na
Etnobotânica Guarani. Revista possível para publicação: Ethnobotany Research and
Applications;
Artigo 3 – Caracterização morfoanatomica de espécies de Orchidaceae utilizadas como
medicinais em comunidades guaranis. Titulo provisório: Análise morfoanatômica de
espécies de orquídeas utilizadas por comunidades Guaranis. Revista possível para
publicação: Economic Botany.
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6. CRONOGRAMA
MESES
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Revisão
bibliográfica
Entrega do
projeto
Apresentação do
projeto
Disciplinas
Documentos e
autorizações
Entrevistas nas
duas aldeias
Amostragens
Levantamento
taxonômico e
preparação de
exsicatas
Análises
morfoanatômicas
Relatório parcial
Análise de dados
e estatística
Redação da
dissertação
Defesa da
dissertação
Participação em
eventos
Nacionais e
regionais
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6. ORÇAMENTO
Custeio Quantidade Valor un. R$ Total R$
Material de consumo
Combustível para saídas de campo 10 500,00 5.000,00
Passagem de ônibus 16 100,00 1.600,00
Kit de Historesina 1 1000,00 1000,00
Reagentes e corantes em geral 1 1000,00 1000,00
Vidrarias 1 1000,00 1000,00
Diárias (* valor diária CNPq)
Diárias do pesquisador para efetuação de trabalho em campo 16 110,00 1.800,00
Serviços de terceiros
Impressão de pôster para eventos científicos 3 300,00 300,00
Subtotal 9.100,00
Total geral 9.100,00
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXO I. Modelo de questionário para entrevista semiestruturada
QUESTÕES PARA O/A CACIQUE:
Data: __________________ Agente: _______________________________
TI: __________________ Aldeia: _______________________________
Indígena entrevistado: ___________________________________________
1. Qual é o contato dos guaranis dessa tribo com as espécies de orquídeas?
2. Existe alguma mitologia conhecida entre os guaranis ligada às espécies de
orquídeas?
3. Muitas pessoas da comunidade lidam com as espécies de orquídeas? Quais
pessoas?
4. Para que ou como essas espécies são utilizadas aqui na tribo?
5. Como e quando se começou a utilização dessas espécies e orquídeas?
6. Ainda hoje são utilizadas?
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ANEXO II. Modelo de questionário para entrevista semiestruturada
QUESTÕES PARA OS ENVOLVIDOS NA COLETA DE ORQUIDEAS:
Data: __________________ Agente: _______________________________
TI: __________________ Aldeia: _______________________________
Indígena entrevistado: ___________________________________________
1. Como começou a coleta?
2. Como você identifica/reconhece a espécie a ser coletada?
3. Como é feita a extração de orquídeas?
4. Onde são coletadas?
5. Quantos exemplares/espécies são coletados de cada vez?
6. Quantas vezes durante a semana você coleta?
7. Para que são coletadas as orquídeas?
8. Se for uso medicinal, qual parte da planta é utilizada?
9. Qual o seu envolvimento com estas plantas?
10. Conhece algum conto ou outro uso para esta planta?
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ANEXO III. Modelo questionário para entrevista semiestruturada
QUESTÕES PARA OS ENVOLVIDOS NA VENDA DE ORQUIDEAS:
Data: __________________ Agente: _______________________________
TI: __________________ Aldeia: _______________________________
Indígena entrevistado: ___________________________________________
1. Como começou a venda de orquídeas?
2. Porque você vende as orquídeas?
3. Aonde são vendidas?
4. Com que frequência são vendidas?
5. Quantas em média são vendidas ao dia, semana ou mês?
6. Há muita procura? Há pedidos específicos de espécies?
7. Qual/quais é/são mais vendidas?
8. Qual o preço estipulado para as orquídeas?
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ANEXO IV. Modelo questionário para entrevista semiestruturada
QUESTÕES PARA OS ENVOLVIDOS NO VIVEIRO DE ORQUÍDEAS:
Data: __________________ Agente: _______________________________
TI: __________________ Aldeia: _______________________________
Indígena entrevistado: ___________________________________________
1. Como começou a produção do viveiro?
2. Quais espécies são cultivadas?
3. Aonde são conseguidos os cultivares?
4. Qual o padrão de seleção e importância na escolha das espécies?
5. Como é realizada a reintrodução das orquídeas na mata?
6. Qual o seu envolvimento com as orquídeas?
7. Conhece algum conto ou outro uso para estas plantas?