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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA MARIA CLARISNETE DE OLIVEIRA MOURA CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL EM ÁCIDOS GRAXOS DO ÓLEO DE PALMEIRAS ENCONTRADAS NO ESTADO DE RORAIMA Boa Vista, RR 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

MARIA CLARISNETE DE OLIVEIRA MOURA

CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL EM ÁCIDOS GRAXOS DO

ÓLEO DE PALMEIRAS ENCONTRADAS NO ESTADO DE RORAIMA

Boa Vista, RR

2013

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MARIA CLARISNETE DE OLIVEIRA MOURA

CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL EM ÁCIDOS GRAXOS DO

ÓLEO DE PALMEIRAS ENCONTRADAS NO ESTADO DE RORAIMA

Defesa da dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Roraima, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Química. Área de concentração: Química de Produtos Naturais.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Antonio Mendonça Alves da Costa

Co-orientadora: Profª. Drª. Adriana Flach

Boa Vista, RR

2013

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Dados Internacionais de Catalogação na publicação (CIP) Biblioteca Central da Universidade Federal de Roraima

M929c Moura, Maria Clarisnete de Oliveira.

Caracterização do perfil em ácidos graxos do óleo de palmeiras encontradas no Estado de Roraima / Maria Clarisnete de Oliveira Moura. – Boa Vista, 2013.

132f. : il

Orientador: Prof. Dr.: Luiz Antonio Mendonça Alves da Costa. Co-orientadora: Prof. Dra.: Adriana Flach. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Roraima,

Programa de Pós-Graduação em Química.

1 – Palmeiras. 2 – Óleo vegetal. 3 – Ácidos graxos. 4 –. I – Título. II – Costa, Antonio Mendonça Alves da (orientador). III – Flach, Adriana (co-orientadora).

CDU – 54:633.853

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Dedico este trabalho a meu avô, Raimundo

Pantoja (in memorian) e a minha avó Benta

Maria com quem vivi os melhores

momentos de minha infância.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, digno de toda a honra e louvor, por ser minha

fortaleza e meu escudo nos momentos difíceis, a Ele, minha eterna gratidão.

Ao meu orientador Professor Dr. Luiz Antonio M. A. da Costa, que desde a

monitoria da disciplina Química orgânica, sob sua orientação, na monografia e

mestrado prestou todo o seu incentivo e paciência em todos esses anos,

disponibilizando valiosos momentos de discussão, que contribuíram para meu

crescimento profissional e pessoal.

Especialmente aos amigos de laboratório: Adriana, Edineide, Luciana, Márcia,

Mauro, Neiliane, Sueli e a Profª. Adriana Flach minha co-orientadora com quem

compartilhei grandes momentos de descontração e aprendizagem. A cada um

agradeço pela grande ajuda durante a realização desse trabalho.

Ao Pesquisador do INPA, Dr. José Eduardo L. da S. Ribeiro, pelo auxílio na

coleta dos frutos da paxiubinha.

Ao Núcleo de Pesquisas Energéticas pelo espaço disponibilizado para a

realização desta pesquisa.

A meu pai João Batista Soares Moura, pela educação que foi me dada e por

seu imenso amor.

A minha mãe Cleide Marinho de Oliveira, que mesmo não me dando a vida,

abdicou de sua mocidade para dedicar todo o seu amor.

Aos amigos Kelly, Lenir, Regildo e Waliciane em vocês encontrei incentivo,

apoio e carinho. Minha gratidão.

As minhas irmãs pelo companheirismo e pelas horas de distração.

Ao meu namorado Antonio Jose pelo companheirismo, paciência e

compreensão.

Ao todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para que este

momento chegasse.

Aos professores do Departamento de Química.

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RESUMO

As palmeiras pertencem à família Arecaceae e são distribuídas principalmente nas

regiões de clima tropical. A Floresta Amazônica é composta por uma grande

variedade de espécies. Para as comunidades que habitam essa região as palmeiras

oferecem vários produtos, pois quase todas as partes da planta são utilizadas para

os mais diversos fins: alimentação, construção, paisagismo, artesanatos, etc. No

presente trabalho analisou-se os óleos dos frutos de sete espécies de palmeiras

encontradas no estado de Roraima (Astrocaryum gynacanthum, Geonoma deversa,

Oenocarpus bataua, Astrocaryum aculeatum, Oenocarpus bacaba, Euterpe

oleraceae, Orbignya phalerata) e uma espécie coletada na Reserva Florestal

Adolpho Ducke (Iriartella setigera). Os frutos foram coletados em diferentes regiões

do estado de Roraima e no laboratório foram separados em epicarpo, polpa e

amêndoa e suas partes extraídas por solvente. Os óleos obtidos foram analisados

por CCD, CG-EM e CG-DIC. O teor médio de óleo na polpa e epicarpo variou de

4,33% a 52,61%, sendo que o maior percentual foi registrado na polpa do tucumã

(Astrocaryum aculeatum), enquanto nas amêndoas a variação foi de 0,98% a

63,79%, o maior percentual de óleo foi detectado na amêndoa do babaçu (Orbignya

phalerata). Os óleos das polpas são constituídos principalmente por ácidos graxos

insaturados, destacando-se o ácido oléico como o componente majoritário, enquanto

que os óleos das amêndoas são constituídos principalmente por ácidos graxos

saturados, sendo o ácido láurico o componente predominante. Apenas nos frutos do

patauá (Oenocarpus bataua) e da bacaba (Oenocarpus bacaba) os óleos da polpa e

amêndoa apresentaram a mesma composição. Existem poucos estudos de

palmeiras no estado de Roraima, como também, poucos dados químicos sobre os

frutos das palmeiras ubim, mumbaca e paxiubinha indicando a necessidade de

maiores estudos sobre essa família.

Palavras-Chaves: Palmeiras, Óleo Vegetal, Ácidos graxos.

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ABSTRACT

Palm trees belong to the Arecaceae family and are mainly distributed in tropical

regions. The Amazon rainforest is composed by a variety of species. For the

communities that live in this region the palm trees offer several products because

almost all parts of the plant are used for different purposes: food, construction,

landscaping, handicrafts, etc. In this paper the oils from the fruits of seven different

species of palm trees found in the state of Roraima were analysed: (Astrocaryum

gynacanthum, Geonoma deversa, Oenocarpus bataua, Astrocaryum aculeatum,

Oenocarpus bacaba, Euterpe oleracea, Orbignya phalerata) and one specie

collected in the National Reserve Adolpho Ducke (Iriartella setigera). The fruits were

collected in different regions of the state of Roraima and split into epicarp, pulp and

almond in the laboratory and their parts were extracted through solvent. The oils

obtained were analyzed by TLC, GC-MS and GC-FID. The average content of oil in

the epicarp pulp and varied from 4.33% to 52.61%, and the highest percentage was

noticed in the pulp of tucumã while the variation in the almonds was 0.98% and

63.79%, the highest percentage of oil was detected in almond babaçu. The oils of the

pulps are mainly unsaturated fatty acids, especially oleic acid as the major

component, whereas oils of almonds are mainly saturated fatty acids, lauric acid

being the predominant component. Only in patauá and bacaba the oils from the pulp

and almond had the same composition. There are few studies of palm trees in the

state of Roraima, as well, a few chemical data related to palms fruits ubim,

mumbaca, paxiubinha and indicating the need for further studies about this family.

Keywords: Palm, Vegetable Oil, fatty Acids.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Raízes aéreas da Socratea exorrhiza e sua expansão ao lado................. 18

Figura 2 - a) Estipe liso da Dypsis decary, b) Estipe com espinhos da Acrocomia Aculeata......................................................................................................

19

Figura 3 - Folhas: a) pinada (Syagrus werdermannii) e b) palmada (Trithrinax brasiliensis)...............................................................................................

20

Figura 4 - a) Mapa de distribuição do babaçu no Brasil, b) Mapa de distribuição do babaçu no estado de Roraima....................................................................

35

Figura 5 - Pico base dos ésteres metílicos de ácidos graxos saturados produzido pelo rearranjo de McLafferty.......................................................................

39

Figura 6 - Espectro de massas do hexadecanoato de metila, com indicação de alguns fragmentos que contém oxigênio....................................................

39

Figura 7 - Representação da formação do estado intermediário segundo Spiteller, et al. (1966 apud GIESE, 2005)..................................................................

40

Figura 8 - Representação da fragmentação do pico m/z=87...................................... 40

Figura 9 - Picos característicos de ésteres metílicos de ácidos graxos saturados contendo oxigênio.......................................................................................

41

Figura 10 - Picos característicos da cadeia alquila dos EMAGS.................................. 42

Figura 11 - Esquema representativo da formação do pico [M-32]+, onde R representa o grupo alquila..........................................................................

42

Figura 12 - Esquema representativo da formação do pico m/z = 69, onde R representa o grupo alquila..........................................................................

43

Figura 13 - Esquema do detector por ionização em chama (DIC)................................ 44

Figura 14 - Cromatograma obtido da análise dos padrões disponibilizados pela Supelco com a identificação de seus respectivos picos em uma coluna Omegawax 250...........................................................................................

47

Figura 15 - Localização da vicinal 12 no município de Iracema................................... 49 Figura 16 - Mapa de Roraima com indicação dos locais onde foram coletadas

algumas espécies de palmeiras..................................................................

50

Figura 17 - Coleta dos frutos de Oenocarpus bacaba.................................................. 51 Figura 18 - a) Prensa manual, b) picareta usada na retirada da amêndoa do

babaçu........................................................................................................

52

Figura 19 - a) Polpa de tucumã na estufa para desidratação b) Amêndoa da paxiubinha pulverizada...............................................................................

53

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Figura 20 -

Extração do óleo de tucumã realizada em triplicata.................................

54

Figura 21 - Equipamento de cromatografia gasosa acoplado ao espectrômetro de massas (CG-EM)........................................................................................

58

Figura 22 - Equipamento de cromatografia gasosa equipada com detector por ionização em chama (CG-DIC)...................................................................

59

Figura 23 - Quantidade de espécies de palmeiras distribuídas em Roraima e seus respectivos gêneros segundo Lorenzi, et al. (2004)...................................

60

Figura 24 - Espécies de palmeiras encontradas em Roraima pelo pesquisador Dr. Luiz Antonio Mendonça Alves da Costa: a) jauari, b) Buritirana e c) paxiúba.......................................................................................................

61

Figura 25 - Espécies de palmeiras encontradas em Roraima durante esta pesquisa: a) açaí, b) babaçu, c) bacaba, d) mumbaca, e) patauá, f) paxiubinha, g) tucumã e h) ubim........................................................................................

62

Figura 26 - Esquema da composição física do fruto de inajá.......................................

63

Figura 27 - Cacho de paxiubinha coletado na Reserva Florestal Adolpho Ducke....... 67

Figura 28 - Óleo extraído com sistema soxhlet e solvente hexano: a) epicarpo+polpa e b) Amêndoa de patauá, c) epicarpo+polpa da bacaba............................

68

Figura 29 - Óleo extraído com sistema soxhlet e solvente hexano: a) amêndoa do babaçu, b) polpa de tucumã, e c) amêndoa de tucumã.............................

71

Figura 30 - Óleo extraído com sistema soxhlet e solvente hexano: a) polpa de açaí, b) epicarpo+polpa de paxiubinha, e c) amêndoa de paxiubinha................

72

Figura 31 - a) Triglicerídeo: o grupo “R” corresponde à cadeia alquila, b) Estrutura genérica dos ésteres metílicos de ácido graxo, c) Estrutura do ácido oleico.......................................................................................

74

Figura 32 - CCD em sílica do óleo in natura: a) EP/ patauá, b) EP/bacaba, c) EP/ubim, d) *ep/mumbaca, e) EP/açaí. Eluente usado: mistura de éter de petróleo: éter etílico: ácido acético (90:10:1), revelador: solução sulfocrômica................................................................................................

75

Figura 33 - CCD em sílica do óleo in natura: f) AM e polpa de mumbaca, g) polpa e AM de tucumã, h) EP e AM de paxiubinha, i) AM de patauá, j) AM de bacaba e l) AM de babaçu. Eluente usado: mistura de éter de petróleo: éter etílico: ácido acético (90:10:1), revelador: solução sulfocrômica................................................................................................

76

Figura 34 - CCD do óleo da polpa de açaí: a) óleo in natura, b) produto da reação de esterificação..........................................................................................

79

Figura 35 - CCD do óleo da polpa de tucumã: a) produto da reação de transesterificação, b) spot 4 se refere ao óleo in natura.............................

80

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Figura 36 - Análise por CCD: a) produto da esterificação do óleo da polpa do tucumã, b) produto da transesterificação do óleo esterificado do açaí, c) produto da transesterificação do óleo amêndoa do tucumã e d) produto da transesterificação da amêndoa do babaçu............................................

81

Figura 37 - Análise por CCD do produto da transesterificação com método Ce 2-66 da AOCS (SILVA, 2005): a) EP de patauá, b) amêndoa de patauá, c) EP de bacaba e d) amêndoa de bacaba..........................................................

82

Figura 38 - Análise por CCD do produto da transesterificação com método Ce 2-66 da AOCS (SILVA, 2005): e) epicarpo de mumbaca, f) polpa de mumbaca, g) amêndoa de mumbaca e h) polpa de ubim..........................

82

Figura 39 - CCD do produto da transesterificação com método Ce 2-66 da AOCS (SILVA, 2005): a) epicarpo+polpa da paxiubinha, b) amêndoa da paxiubinha, c) produto da esterificação da amêndoa da paxiubinha e d) produto da esterificação do epicarpo+polpa da paxiubinha.......................

83

Figura 40 - Espectro de massas do hexadecanoato de metila representando o perfil de fragmentação dos ésteres metílicos de ácidos graxos saturados identificados nos óleos das palmeiras........................................................

85

Figura 41 - Espectro de massas representativo do perfil de fragmentação dos EMAG insaturados identificados nos óleos das palmeiras: A): 9Z-octadecenoato de metila e B) 9Z,12Z-octadecadientoato de metila......

86

Figura 42 - Espectro de massas representativo do perfil de fragmentação dos ácidos sililados............................................................................................

87

Figura 43 - Cromatograma da mistura de padrões da SUPELCO composta por 37 EMAG com seus tempos de retenção. Coluna utilizada: Omegawax 250............................................................................................................

93

Figura 44 - Percentual de ácido láurico no óleo das amêndoas das palmeiras identificados no CG-FID..............................................................................

100

Figura 45 - Percentuais dos ácidos: mirístico, palmítico e esteárico encontrados nos óleos das palmeiras em estudo nesta pesquisa.

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LISTA DE TABELAS

.

Tabela 1 - Espécies de palmeiras existentes no estado de Roraima....................

23

Tabela 2 - Levantamento de dados químicos das espécies de palmeiras encontradas em Roraima citadas por Lorenzi et al., 2004.................... 27

Tabela 3 - Rendimento do percentual em massa dos frutos.................................. 64

Tabela 4 - Resultado do rendimento das extrações e cálculo do desvio padrão das médias das massas........................................................................

69

Tabela 5 - Percentual (%) em área dos ésteres metílicos de ácidos graxos encontrados nos óleos identificados por CG-EM..................................

88

Tabela 6 - Percentual (%) em área dos ésteres metílicos de ácidos graxos encontrados nos óleos das amêndoas identificados por CG-EM.........

89

Tabela 7 - Percentual em área dos ésteres metílicos de ácidos graxos encontrados nos óleos dos frutos das palmeiras do Estado de Roraima identificados por CG-DIC........................................................

94

Tabela 8 - Perfil em ácidos graxos do óleo da polpa e do suco de açaí................ 104

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LISTA DE ABREVIATURAS

AG - Ácidos Graxos

AGI - Ácidos Graxos Insaturados

AGL - Ácidos Graxos Livres

AGS - Ácidos Graxos Saturados

AM - Amêndoa

AOCS - American Oil Chemists' Society

BSTFA - N-bis-(trimetilsilil)-trifluoracetamida

C e T- Cis e Trans

CCD - Cromatografia em Camada Delgada

CG - Cromatografia Gasosa

CG-EM - Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas

CG-DIC - Cromatografia Gasosa equipada com Detector por Ionização em Chama

EMAG - Ésteres Metílicos de Ácidos Graxos

EMAGS - Ésteres Metílicos de Ácidos Graxos Saturados

EMAGI - Ésteres Metílicos de Ácidos Graxos Insaturados

EP - Epicarpo+polpa

ep - Epicarpo

eV – Eletrovolts

FID - Flame Ionization Detector

GBQF - Grupo de Biotecnologia e Química Fina

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ISO - International Organization for Standardization

LDL - Low Density Lipoproteins

M/Z – Massa/carga

NUPENERG - Núcleo de Pesquisas Energéticas

Rf – Fator de retenção

SEPLAN - Secretaria de Estado do Planejamento e Desenvolvimento

ssp. – Espécies

TG - triglicerídeos

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 15 1.1 Importância das palmeiras............................................................................. 16

1.1.1 Principais características das palmeiras........................................................ 18 1.1.2 Estudos de palmeiras no Brasil...................................................................... 21 1.1.3 Levantamento de dados químicos de algumas espécies de palmeiras

existentes no estado de Roraima................................................................... 25

1.1.4 Espécies de palmeiras encontradas no estado de Roraima durante levantamento de campo.................................................................................

26

1.1.4.1 Gênero Euterpe.............................................................................................. 26 1.1.4.2 Gênero Oenocarpus....................................................................................... 31 1.1.4.3 Gênero Astrocaryum ..................................................................................... 32 1.1.4.4 Gênero Orbignya............................................................................................ 34 1.1.4.5 Gênero Geonoma.......................................................................................... 36 1.1.4.6 Gênero Iriartella............................................................................................. 36

1.2 Cromatografia a gás na análise de ácidos graxos......................................... 37 1.2.1 Espectrometria de massas: fragmentação de ésteres metílicos de ácidos

graxos de cadeia linear.................................................................................. 38

1.3 Cromatografia Gasosa com Detector por Ionização em Chama (CG-DIC).... 43 2. OBJETIVOS................................................................................................... 48

2.1 GERAL........................................................................................................... 48 2.2 ESPECÍFICOS................................................................................................ 48

3 METODOLOGIA............................................................................................. 49 3.1 Coleta e local de obtenção dos frutos............................................................ 49 3.2 Preparação das amostras.............................................................................. 52 3.3 Extração do óleo dos frutos das palmeiras ................................................... 53 3.4 Análise por Cromatografia em Camada Delgada (CCD)............................... 54

3.4.1 Preparação da fase estacionária................................................................... 55 3.4.2 Preparação das placas cromatográficas....................................................... 55 3.4.3 Solventes de eluição e reagente de revelação.............................................. 55

3.5 Esterificação ................................................................................................. 56 3.6 Transesterificação através do Método 5509 da ISO (1978) Modificado........ 56 3.7 Transesterificação através do Método Ce 2-66 da AOCS (SILVA, 2005).... 57 3.8 Sililação dos óleos......................................................................................... 57 3.9 Análise por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas

(CG-EM)......................................................................................................... 58

3.10 Análise por cromatografia gasosa equipada com detector por ionização em chama (CG-DIC)............................................................................................

59

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 60 4.1 Levantamento de espécies de palmeiras em Roraima .................. 60 4.2 Composição física e rendimento do percentual em massa dos frutos .......... 63 4.3 Extração e rendimento do óleo...................................................................... 67 4.4 Análise dos óleos in natura por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) 73 4.5 Derivatização dos óleos em ésteres metílicos de ácidos graxos (EMAG)

para análise em cromatografia gasosa (CG)................................................. 77

4.5.1 Esterificação do óleo...................................................................................... 78 4.5.2 Transesterificação com o Método 5509 da ISO (1978) Modificado............... 79 4.5.3 Transesterificação com o método Ce 2-66 da AOCS.................................... 81

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4.6 Caracterização dos ésteres metílicos de ácidos graxos por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM)..............................

84

4.7 Constituição em ácidos graxos dos óleos do epicarpo, polpa, amêndoa e epicarpo+polpa dos frutos analisados por CG-EM........................................

87

4.8 Análises dos ésteres metílicos de ácidos graxos por Cromatografia Gasosa equipada com Detector por Ionização em Chama (CG-DIC).........................

92

4.9 Importância e fonte dos principais ácidos graxos identificados nos óleos dos frutos das palmeiras................................................................................

99

4.10 Perfil em ácidos graxos do óleo extraído da polpa e suco do açaí................ 103 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 105

REFERÊNCIAS .............................................................................................

106

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1 INTRODUÇÃO

As palmeiras vêm sendo bastante valorizadas em pesquisas acadêmicas, pois

são muitos os trabalhos divulgados nas mais diversas áreas de estudo como:

etnobotância, ecologia, fitogeografia, fitossociologia, entre outras. Porém, ainda há

necessidade de muitas pesquisas a fim de explorar esse grupo de plantas, visto que

existem muitas espécies que precisam ser estudadas e até descobertas, já que

muitas vivem em áreas de difícil acesso ou regiões inexploradas.

As palmeiras são típicas de regiões de clima tropical, característica que

beneficia o Brasil, um país rico de uma enorme variedade de espécies. Isso é

comprovado através do estudo de Lorenzi et al. (2004) que fizeram um levantamento

de campo onde foi constatado 208 espécies de palmeiras nativas no país.

Em Roraima ainda estamos no limiar do estudo sobre as palmeiras. Contudo,

mesmo com as dificuldades encontradas quanto aos locais de acesso para obtenção

dessas espécies, os pesquisadores do Grupo de Biotecnologia e Química Fina

(GBQF) do Departamento de Química da Universidade Federal de Roraima vêm

estudando o potencial de algumas palmeiras para obtenção de biodiesel no estado,

dentre as quais já foram estudadas algumas variedades como Maximiliana maripa

conhecida vulgarmente como inajá (CORRÊA, 2006, 2011; FLACH et al., 2005),

Mauritia flexuosa conhecida vulgarmente como buriti (BECKER et al., 2006) e Bactris

gasipaes (COSTA et al., 2007) conhecida vulgarmente como pupunha.

O presente trabalho explora sete espécies de palmeiras encontradas no estado

de Roraima e vem contribuir com o grupo de pesquisa na avaliação da flora local,

fazendo um levantamento das espécies de palmeiras distribuídas no estado. De

acordo com a obra de Lorenzi et al. (2004) são citadas 24 espécies na região. Além

de fortalecer a pesquisa na região e colaborar com os pesquisadores do grupo, este

estudo vem confirmar a presença de algumas espécies de palmeiras citadas por

Lorenzi et al. (2004) e revelar a existência de outras que não aparecem catalogadas

na sua obra como ocorrente em Roraima.

A constatação da existência de algumas espécies não catalogadas em Roraima

evidencia a necessidade de pesquisas na região contribuindo para a ampliação de

dados, já que a literatura dispõe de poucas informações acerca desse recurso no

estado.

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A contribuição desta pesquisa para a sociedade e em especial para a

Roraimense é de grande relevância, pois com o levantamento das espécies de

palmeiras distribuídas pode-se realizar o mapeamento dos locais de incidências,

condição necessária para desenvolver mecanismos de preservação, garantindo,

dessa forma, a reserva de espécies de palmeiras.

Nesta pesquisa foi realizado um estudo da composição química do óleo dos

frutos de sete espécies de palmeiras encontradas em Roraima. Para caracterização

dos ácidos graxos presentes nos óleos foi utilizada à técnica de cromatografia

gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM) e cromatografia gasosa

equipada com detector por ionização em chama (CG-DIC).

O estudo da composição química do óleo de cada parte dos frutos é muito

importante já que este é destinado para os mais variados fins: alimentação,

medicina, cosmética, biocombustível, entre outras. Por exemplo, o babaçu (Orbignya

phalerata) é apontado com das umas espécies oleaginosas com maior potencial

para produção de biodiesel (LIMA et al., 2007). O murumuru (Astrocaryum

murumuru) abundante no estado do Pará é composto principalmente por ácido

láurico e mirístico, é usado na indústria de cosméticos (CLEMENT; LLERAS; VAN,

2005; SARAIVA, 2008). O óleo de buriti (M. flexuosa) é rico em ácido oléico e

apresenta algumas propriedades medicinais como: vermífugas e cicatrizante, e

ainda é usado contra queimaduras na medicina caseira (CARVALHO, 2011).

1.1 Importância das palmeiras

As palmeiras são plantas monocotiledôneas, lenhosas, formando um grupo

natural de plantas pertencente à família Arecaceae, conhecida anteriormente como

Palmae. Os povos itálicos aplicavam-na a tamareira (Phoenix dactilifera) da África

Mediterrânea e do Oriente Médio. Os gregos chamavam-na fóinix palavra de origem

fenícia, sendo esta por influência árabe e aramaica aplicada à antiga cidade turca

Palmira, com o significado de “cidade onde havia palmas” (LORENZI et al., 2004).

Quanto às espécies de palmeiras existentes no mundo, não há uma

concordância entre os autores especializados no assunto. Granville (1988) menciona

a existência de 2779 espécies de palmeiras e 212 gêneros distribuídos

principalmente nas florestas tropicais dos diferentes continentes. Uhl e Dransfield

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(1987, apud KOOLEN et al., 2012) afirmam que atualmente a família Arecaceae

compreende 1500 espécies distribuídas em aproximadamente 200 gêneros. Outras

pesquisas citam em torno de 2000 a 2500 espécies (ADAM et al., 2007; MIGUEL;

SILVA; DUQUE, 2007; FAVRETO, 2010).

As palmeiras são conhecidas por vários nomes vulgares, que muitas vezes dão

origem a confusões por serem aplicados a plantas totalmente diferentes. Por esse

motivo, as palmeiras devem ser sempre mencionadas por seu nome botânico, que

de acordo com a classificação de Carlos Lineu, é composto por duas palavras, a

primeira que designa o gênero, e juntamente com a segunda forma a espécie.

As palmeiras ocupam um lugar de destaque entre as plantas, devido à

capacidade de transmitir ao meio em que são cultivadas um aspecto luxuriante e a

beleza das regiões tropicais (LORENZI et al., 2004). Com morfologia muito

característica, permite, mesmo aos mais leigos, a sua identificação sem maiores

dificuldades.

Em muitos lugares as palmeiras são consideradas “árvores da vida” devido à

sua abundância. Representam símbolos importantes no judaísmo, cristianismo,

hinduísmo, budismo e islamismo, além de outras religiões. São consideradas

“príncipes do reino vegetal” (PLOTKIN; BALICK, 1984).

Antes mesmo de Cristo já eram utilizadas na forma ornamental e na

alimentação (MIGUEL; SILVA; DUQUE, 2007).

As grandes civilizações orientais como as do mediterrâneo já utilizavam as

palmeiras como elementos característicos de sua paisagem e habitat. Os povos da

antiguidade encontravam também nestas plantas suas qualidades nutritivas,

servindo de base de alimentação para os habitantes do norte da África e sudoeste

da Ásia, enquanto que, ainda eram utilizadas como matéria prima para construções

(SODRÉ, 2005).

As palmeiras apresentam grande importância econômica pelos mais variados

produtos que delas podem ser obtidos, os destinados à alimentação humana ficam

em primeiro lugar (LORENZI et al., 2004). Entre os produtos utilizados pelo homem

têm-se o óleo vegetal, tâmaras, extração de farinha, ceras, fabricação de vassouras

e material de tecelagem, as polpas são utilizadas para doces e sorvetes (MIGUEL;

SILVA; DUQUE, 2007).

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O Brasil tem uma grande variedade de espécies de palmeiras, justificando a

denominação dada pelos povos indígenas de “Pindorama”, país ocupado por

palmeiras (LORENZI et al., 2004).

1.1.1 Principais características das palmeiras

A família Arecaceae como a maioria das plantas apresenta raízes, caules,

folhas, flores, frutos e sementes com características próprias e bem definidas, o que

possibilita sua fácil identificação (LORENZI et al., 2004).

As raízes dessas plantas são do tipo fasciculado e são encontradas

frequentemente distribuídas subterraneamente, sem uma raiz principal. Têm a

função de fixar a planta no solo, absorver água e alimentos. Em algumas palmeiras

as raízes aparecem no caule acima do solo e são chamadas de raízes aéreas

(Figura 1), esse tipo ocorre principalmente em matas úmidas (SODRÉ, 2005).

Figura 1 – Raízes aéreas da Socratea exorrhiza e sua expansão ao lado.

Fonte: LORENZI et al. (2004).

Os caules das palmeiras recebem o nome especial de estipe, os quais podem

ser cilíndricos, alongados ou colunares, quase sempre sem ramificações (LORENZI

et al., 2004). Os estipes dessas plantas apresentam formas, tamanhos, volumes e

texturas variados. O tronco das palmeiras, quando comparados com os das árvores

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não engrossa de acordo com seu crescimento, devido à maioria das espécies

alcançarem o diâmetro máximo antes que o estipe comece a crescer em altura. Com

isso, essas plantas não possuem o anel interno de crescimento, dificultando a base

de cálculo da idade como feito em outras plantas. Algumas espécies possuem

cicatrizes em seus estipes, o que pode indicar a idade aproximada de algumas

espécies (SODRÉ, 2005).

Os estipes das palmeiras podem ser simples, solitários ou aglomerados

formando uma moita. Podem ser subterrâneo, tornando-se acaule, o que é muito

raro (LORENZI; NEGRELLE, 2006). Porém a maioria das espécies possui caules

simples ou solitários, com alturas e espessuras variáveis (LORENZI et al., 2004).

Quanto à textura, os caules das palmeiras podem ser lisos (Figura 2a), ou seja,

desprovidos de qualquer revestimento, ou recobertos por restos de bainhas, fibras

ou espinhos como mostra a Figura 2b (SODRÉ, 2005).

Este grupo de plantas possui tamanho variado e ocorre em locais isolados, o

que dificulta seu estudo (BALICK, 1979).

Figura 2 – a) Estipe liso da Dypsis decary, b) Estipe com espinhos da Acrocomia aculeata.

As folhas das palmeiras apresentam-se de forma bastante variadas quanto ao

tamanho, forma e divisão. São consideradas as maiores do reino vegetal entre

algumas espécies, apresentando três partes distintas: bainha, pecíolo e lâmina

(LORENZI et al., 2004). Tanto as folhas curtas como as longas apresentam-se de

Fonte: SODRÉ (2005).

a) b)

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forma palmada, pinadas e inteiras com bainhas abertas ou fechadas e pecíolos

curtos ou longos (LORENZI; NEGRELLE, 2006; SILVA, 2008), conforme mostra

Figura 3.

Figura 3 – Folhas: a) pinada (Syagrus werdermannii) e b) palmada (Trithrinax brasiliensis).

As flores das palmeiras são pouco atrativas, devido ao seu pequeno porte e

pelo fato de serem desprovidas de cores (LORENZI et al., 2004). São consideradas

hermafroditas (monóica) quando possuem órgãos masculinos e femininos na mesma

flor ou unissexuadas (dióica) quando têm um único órgão, masculino ou feminino

(SODRÉ, 2005). Como são comuns nas monocotiledôneas, as palmeiras

geralmente produzem flores trímeras e quanto ao perianto frequentemente

apresentam sépalas e pétalas diferentes (ADAM et al., 2007).

As palmeiras apresentam frutos de cor, forma e tamanhos variados. São

chamadas popularmente de “coquinhos”. Os frutos apresentam três partes: a casca

sendo a parte externa (epicarpo), a polpa ocupando a parte do meio (mesocarpo) e

a parte interna que protege a semente (endocarpo) (LORENZI et al., 2004). Os

frutos podem se apresentar em tamanhos pequenos ou grandes com o pericarpo liso

ou com presença de espinhos. As sementes geralmente são duras e densas,

FONTE: LORENZI et al. (2004).

a) b)

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apresentam formas variadas e consistem do endosperma conhecido como albúmen

duro (SILVA, 2008).

1.1.2 Estudos de palmeiras no Brasil

O Brasil é um país tropical, e possui uma diversidade enorme de palmeiras

onde a maioria são fontes excelentes de óleo (BORA, et al, 2003).

Lorenzi et al. (2004) fizeram um levantamento de campo no Brasil e

catalogaram 383 espécies de palmeiras, onde 208 são espécies nativas e 175 são

exóticas. A literatura relata a existência de cerca de 200 espécies de palmeiras no

Brasil distribuídas em 40 gêneros (SOUZA; LORENZI, 2005 apud FAVRETO, 2010).

Há alguns anos o Brasil vem mostrando um grande interesse pela utilização

das palmeiras como forma de energia renovável, pois no início dos anos 80 já eram

produzidos algumas toneladas de óleos nos estados do Piauí e Maranhão de

diversas espécies oleaginosas como Acrocomia aculeata, conhecida vulgarmente

como macaíba, Astrocaryum vulgare conhecida vulgarmente como tucumã, entre

outras (BALICK, 1985). Além disso, apresenta condições climáticas favoráveis à

produção dessas oleaginosas.

Muitas espécies de palmeiras podem ocorrer em áreas inundadas ou solos

arenosos no Brasil (KAHN, 1988). O Astrocaryum jauari é uma espécie de palmeira

nativa do Brasil, Guiana, Venezuela e Peru (BALICK, 1982) que cresce em bancos

de areia de rios e ilhas, tolerando durações de inundação quase o ano inteiro, entre

30 e 340 dias (PIEDADE; PAROLIN; JUNK, 2006).

No Brasil a família Arecaceae é comumente encontrada nos ecossistemas

Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, entre outros (MIGUEL; SILVA;

DUQUE, 2007). Muitas espécies de palmeiras representam recursos de grande valor

econômico e cultural para as várias comunidades tradicionais que habitam estes

ecossistemas, como a etnia Krahò, que ocupam a região nordeste do Estado do

Tocantins, área do cerrado (NASCIMENTO et al., 2009).

A Floresta Amazônica é muito rica em espécies de palmeiras (KAHN, 1988)

utilizadas durante muitos séculos pelos povos indígenas (BALICK, 1982). Este grupo

de plantas apresenta produtos que são muito utilizados na vida diária da maioria dos

habitantes dessa região (KAHN, 1991) como alimentos e produtos medicinais. A

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exemplo tem a Euterpe precatória encontrada na Amazônia central e ocidental. Os

povos da Amazônia brasileira e peruana usam o chá das raízes da Euterpe

precatória contra picadas de cobra, dores musculares e no peito, prevenção de

anemia e doenças do fígado (GALOTA; BOAVENTURA; LIMA, 2008). A flora

amazônica é composta por um grande número de palmeiras, sendo que ainda há

espécies para serem descobertas na medida em que novas regiões sejam

exploradas. Estudos na região apontam que as Arecáceas ocupam entre 6 e 7% da

biomassa aérea total da floresta, entretanto seus frutos ricos em lipídios e

carboidratos contribuem com cerca de 60% do conteúdo energético de todos os

frutos produzidos (HENDERSON, et al., 2000 apud SILVA, 2008).

Um estudo realizado na região nordeste apontou 17 espécies de palmeiras

utilizadas por tribos indígenas, entre as quais O. phalerata (babaçu) destaca-se por

sua importância econômica (BALICK, 1988). Há uma predominância de grandes

florestas de babaçu nos Estados do Maranhão e Tocantins e parte dos Estados do

Piauí, Goiás, Mato Grosso e Pará, algo em torno de 17 milhões de hectares (LIMA,

2004).

Henderson e Scariot (1993) realizaram uma pesquisa na Amazônia central na

Reserva Ducke e catalogaram 35 espécies de palmeiras distribuídas em 14 gêneros.

No levantamento baseado no livro “Palmeiras Brasileiras e exóticas cultivadas”

de Lorenzi et al. (2004) a região Norte mostra-se extremamente rica em espécies da

família arecaceae, constatando-se 118 espécies na região

Neste levantamento foram encontradas 24 espécies de palmeiras existentes no

estado de Roraima, as quais são destacadas na Tabela 1 com seus nomes

botânicos, seguido de nomes comuns e possíveis sinônimos.

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Tabela 1- Espécies de palmeiras existentes no Estado de Roraima (LORENZI et al., 2004).

NOME BOTÂNICO

NOME VULGAR

SINÔNIMO

01 Astrocaryum gynacanthum Mart. mumbaca, marajá-açu Astrocaryum gymopus Burret, Astrocaryum minus Trail

02 Astrocaryum jauari Mart. Jauari Astrocaryum guara Burret 03 Attalea ferruginea Burret Curuá Sem sinônimo 04 Bactris brongniartii Mart. marajá, marajá-branco Bactris cuyabaensis Barb. Rodr., Bactris

pallidispina Mart. 05 Bactris campestris Poepp. ex Mart. marajá, mumbaca-branca Bactris lanceolata Burret, Bactris leptocarpa

Trail. 06 Bactris hirta Mart. marajá, aricanga-falsa Bactris atrox Burret, Bactris formosa Barb.

Rodr. 07 Bactris maraja Mart. var. maraja

Henderson marajá, marajá-açu Bactris divisicupula L. H. Bailey, Bactris

fuscopina L. H. Bailey 08 Bactris simplicifrons Mart. marajá, ubimzinho Bactris acanthocnemis Mart., Bactris

arenaria Barb. Rodr. 09 Barcella odora (Trail) Drude piassabarana, piassaba Elaeis odora Trail 10 Desmoncus mitis Mart. Jacitara Atitara mitis (Mart.) Kuntz, Atitara pumila

Atitara pumila (Trail) Kuntz 11 Desmoncus orthacanthos Mart. atitara, jacitara, titara Atitara orthacantha Mart., Desmoncus

rudentum Mart. 12 Desmoncus polyacanthos Mart. atitara, jacitara, titara Atitara paraensis Barb. Rodr., Desmoncus

macroacanthos Mart. 13 Desmoncus sp. nov. jacitara-miúda Sem sinônimo

Fonte: AUTOR (2010).

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Tabela 1- (Conclusão) Espécies de palmeiras existentes no Estado de Roraima (LORENZI et al., 2004).

Nº NOME BOTÂNICO

NOME VULGAR

SINÔNIMO

14 Geonoma baculifera (Poit.) Kunth

Ubim Geonoma acutiflora Mart., Geonoma baculífera var. macrospatha (Spruce) Drude

15 Geonoma deversa (Poit.) Kunth Ubim Geonoma bartletii Dammer ex Burret, Geonoma desmarestii Mart.

16 Geonoma leptospadix Trail ubim, ubim-brava Geonoma saramaccana L. H. Baley 17 Iriartella setigera (Mart.) H. Wendl

paxiubinha, paxiubirana Cuatrecasea Spruceana (Barb.

Rodr.) Dugand, Cuatrecasea vaupesana Dugand

18 Leopoldinia major A. Wallace jará-açú Sem sinônimo 19 Mauritia carana A. Wallace caraná, caraná-do-mato Orophoma carana (A. Wallace)

Spruce 20 Mauritia flexuosa L. f. buriti, miriti, muriti Mauritia vinifera Mart., Mauritia

sphaerocarpa Burret 21 Mauritiella armata (Mart.) Burret caraná, caranã, buritirana Mauritia aculeata Mart., Mauritia

huebneri Burret 22 Oenocarpus bataua Mart. patauá Jessenia bataua (Mart.) Burret,

Jessenia polycarpa H. Karst., 23 Orbignya sagotii Trail ex Im Thurn curuaí, pindova Attalea microcarpa Mart., Attalea

agrestis Barb. Rodr., 24 Socratea exorrhiza (Mart.) H. Wendl. paxiúba, paxiubinha Iriartea exorrhiza Mart., Iriartea

durissima Oerst.

Fonte: AUTOR (2010).

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1.1.3 Levantamento de dados químicos de algumas espécies de palmeiras existentes no Estado de Roraima

O estado de Roraima está situado na Região Norte do país ocupando uma

área aproximada de 224,3 mil km². A vegetação do estado é composta pela Floresta

tropical Amazônica, Matas de terra firme e Campos gerais do Rio Branco, conhecido

como lavrado ou savanas, sendo esta última parte formada por gramíneas onde são

encontrados igarapés que ao longo de seus percursos encontram-se distribuídas

palmeiras de grande porte como o buriti (M. flexuosa) e o inajá (M. maripa), espécies

predominante em Roraima (FREITAS, 1998).

O estudo sobre a florística ainda é muito incipiente. Entretanto, o estado

mostra-se promissor quanto à diversidade da flora da região.

As palmeiras apresentam sua importância na região norte do país. Os povos

indígenas da etnia Macuxi situado no estado de Roraima utilizavam o buriti (M.

flexuosa) na alimentação e na cobertura de seus abrigos (BARBOSA et al., 2000).

Luz (2001) relata que a população local explorava as cascas do coco (cocos

nucifera) e as raízes de açaí (Euterpe oleraceae) para uso medicinal.

Lorenzi et al. (2004) citaram em sua obra 24 espécies de palmeiras

existentes no estado de Roraima (Tabela 1). Porém, outros estudos mostram que

esse número é bem maior, pois o Grupo de Biotecnologia e Química Fina (GBQF),

como já foi mencionado anteriormente, vem estudando outras espécies de palmeiras

encontradas na região (M. maripa, M. flexuosa e B. gasipaes) que não são citadas

na obra de Lorenzi et al. (2004).

A literatura apresenta uma riqueza de informações sobre a família Arecaceae

nas áreas de botânica, ecologia, fitogeografia, biologia, entre outras, entretanto,

quanto ao levantamento de pesquisas informando sobre dados químicos de algumas

espécies, como B. brongniartii, A. ferruginea, B. campestris, B. marajá, B.

simplicifrons, B. odora, D. mitis, G. baculífera, G. deversa e G. leptospadix, ainda há

poucos estudos.

Siebert (2000), reconhece que apesar da distribuição difundida e da

importância econômica de Desmoncus ssp., que a espécie é desconhecida

ecologicamente. Quiroz et al. (2008) relatam que na literatura há vários estudos

sobre o comportamento geral e como o ambiente influencia no crescimento e forma

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de D. orthacanthos, ao mesmo tempo enfatiza que há poucas pesquisas sobre as

características anatômicas dessa espécie.

Apesar de a literatura mostrar-se carente sobre o estudo de algumas

espécies, fazem-se considerações nesta pesquisa a respeito do estudo químico de

algumas espécies de palmeiras encontradas na região, conforme tabela 2 que é

composta pelo nome científico da espécie, parte da planta estudada, utilidade da

planta estudada, dados químicos e referências bibliográficas.

1.1.4 Espécies de palmeiras encontradas no Estado de Roraima durante levantamento de campo

1.1.4.1 Gênero Euterpe

A literatura relata a existência de 30 espécies de palmeiras do gênero Euterpe

na América Central e América do Sul (UHL & DRANSFIELD, 1987 apud

SCHIRMANN, 2009). Lorenzi et al. (2004) citam a existência de sete espécies desse

gênero no Brasil.

O açaí (Euterpe oleraceae Mart.) é uma palmeira nativa da Amazônia, que se

encontra amplamente distribuída nos estados do Amapá, Maranhão, Pará e

Tocantins. É uma espécie característica das várzeas e margens dos rios

amazônicos, conhecida vulgarmente por várias alcunhas como: açaí-do-pará, açaí,

açaizeiro, uaçaí. Na região norte é conhecido como açaí de touceira, açaí do Pará,

açaí do estuário e açaí do Baixo Amazonas (FAVACHO, 2009; LORENZI et al.,

2004; TEXEIRA, 2003).

Os frutos do açaí fornecem uma bebida concentrada, de alto valor nutritivo e

calórico, conhecida como “vinho de açaí” muito consumida na região norte,

principalmente no estado do Pará, entretanto, atualmente, vem conquistando novos

mercados em outras regiões brasileiras e até mesmo em outros países. O palmito é

o segundo produto obtido do açaizeiro, sendo que a maior parte da produção

sempre foi destinada à demanda nacional e internacional (ALEXANDRE; CUNHA;

HUBINGER, 2004; FAVACHO, 2009; TEXEIRA, 2003). Outros subprodutos da

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Tabela 2 – (Continua) Levantamento de dados químicos das espécies de palmeiras encontradas em Roraima citadas por Lorenzi et al., 2004.

NOME CIENTÍFICO

PARTE DA PLANTA

ESTUDADA

UTILIDADE DA PLANTA

DADOS QUÍMICOS DA LITERATURA

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

Astrocaryum gynacanthum

Não encontrado Mesocarpo comestível e confecção de utensílios.

Não encontrado Kahn (2008); Lorenzi et al. (2004)

Astrocaryum jauari Polpa e amêndoa

Mesocarpo comestível, alimentação de peixes, confecção de redes, artesanatos.

Carboidratos, óleo (polpa 3,2% e amêndoa 14,7%), proteínas e vitamina A.

Kahn (2008); Lorenzi et al. (2004); Piedade; Parolin; Junk (2006)

Attalea ferruginea Não encontrado Cobertura de casas e semente comestível.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004)

Bactris brongniartii Não encontrado Frutos comestíveis. Não encontrado Lorenzi et al. (2004) Bactris campestres

Não encontrado Palmito usado no tratamento de picadas de cobra.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004)

Bactris hirta Não encontrado Paisagismo de jardins. Não encontrado Lorenzi et al. (2004) Bactris maraja Não encontrado Frutos comestíveis, vendidos em Belém

e Manaus. Não encontrado Lorenzi et al. (2004)

Bactris simplicifrons

Não encontrado Ornamentações em vasos, devido ao pequeno porte.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004)

Barcella odora Não encontrado Cobertura de casas, atividade ornamental.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004)

Desmoncus mitis Não encontrado Frutos consumidos pela fauna e caule usados na confecção de artesanatos.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004)

Fonte: AUTOR (2010).

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Tabela 2 - (Continuação) Levantamento de dados químicos das espécies de palmeiras encontradas em Roraima citadas por Lorenzi et al., 2004.

NOME CIENTÍFICO

PARTE DA PLANTA

ESTUDADA

UTILIDADE DA PLANTA

DADOS QUÍMICOS DA LITERATURA

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

Desmoncus orthacanthos

Não encontrado Frutos consumidos pela fauna, caule usados na confecção de cestos; atividade ornamental.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004); Oliveira; Potiguara; Lobato (2006); Quiroz et al. (2008); Siebert, (2000)

Desmoncus polyacanthos.

Não encontrado Caules usados na confecção de cestos.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004)

Desmoncu sp. nov. Não encontrado Frutos comestíveis e fibras usadas na confecção de cestos.

Não encontrado Siebert (2000)

Geonoma baculífera Não encontrado Folhas usadas em construções rústicas; ornamentações de jardins.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004); Oliveira; Potiguara; Lobato (2006)

Geonoma deversa Não encontrado Folhas usadas na cobertura de habitações indígenas; potencial ornamental.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004)

Geonoma leptospadix

Não encontrado Não foi encontrada utilidade a esta espécie na literatura.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004)

Leopoldinia major Não encontrado Os indígenas usam os frutos incinerados em substituição do sal; potencial ornamental.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004)

Fonte: AUTOR (2010).

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Tabela 2 - (Continuação) Levantamento de dados químicos das espécies de palmeiras encontradas em Roraima citadas por Lorenzi et al., 2004.

NOME

CIENTÍFICO

PARTE DA PLANTA

ESTUDADA

UTILIDADE DA PLANTA

DADOS QUÍMICOS DA LITERATURA

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

Mauritia carana Não encontrado Cobertura de habitações; frutos comestíveis quando transformados em doces ou sucos; caule usado na confecção de artesanatos; potencial paisagístico.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004); Diaz, (2006)

Mauritia flexuosa Polpa Cobertura de casas; frutos usados na alimentação em forma de sucos e doces; pecíolo utilizado na confecção de brinquedos.

Carotenoides, tocoferol, rica em ácido oleico e palmítico, fitosteróis, aminoácidos, carboidratos.

Albuquerque et al. (2005); Costa et al. (2010); França et al. (1999); Lorenzi et al. (2004); Manhães (2007); Oliveira; Potiguara; Lobato (2006); Rosso; Mercadante (2007)

Mauritia carana Não encontrado Cobertura de habitações; frutos comestíveis quando transformados em doces ou sucos; caule usado na confecção de artesanatos; potencial paisagístico.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004); Diaz (2006)

Fonte: AUTOR (2010).

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Tabela 2 - (Conclusão) Levantamento de dados químicos das espécies de palmeiras encontradas em Roraima citadas por Lorenzi et al., 2004.

NOME

CIENTÍFICO

PARTE DA PLANTA

ESTUDADA

UTILIDADE DA PLANTA

DADOS QUÍMICOS DA LITERATURA

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

Mauritiella armata Não encontrado Polpa fornece um suco semelhante ao do buriti; potencial paisagístico.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004)

Oenocarpus bataua

Polpa e amêndoa

Da polpa extrai-se o “vinho de patauá”, possui óleo comestível. Na medicina é usado como laxante, para tuberculose e asma. Como cosmético é usado como tônico capilar para queda de cabelo. As folhas são usadas na cobertura de habitações e artesanatos.

23% de óleo na polpa e 0,06% na amêndoa, carotenoides, esteroides, ácidos graxos (rico em ácido oleico), rico em aminoácidos,

Lorenzi et al. (2004); Mambrim; Arellano, (1997); Silva; Wadt; Ehringhaus (2004)

Orbignya sagotii Não encontrado As folhas são usadas na cobertura de construções rústicas; os frutos são consumidos pela fauna; potencial paisagístico.

Não encontrado Lorenzi et al. (2004)

Socratea exorrhiza

Estipe Estipe utilizado em construções de casas, confecção de móveis e biojóias; potencial paisagístico.

Grão de amido, cristais de oxalato de cálcio e corpos silicosos.

Kikuchi; Potiguara; Santos (2007); Lorenzi et al. (2004); Oliveira; Potiguara; Lobato (2006)

Fonte: AUTOR (2010).

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palmeira do açaí são aproveitados, como as folhas para a cobertura de casas e o

caroço utilizado na fabricação de artesanatos (CRUZ, 2008).

O açaí é apresentado como um alimento altamente energético, devido ao

elevado teor de lipídios, suprindo cerca de 65% das necessidades recomendadas

para uma pessoa adulta. Quanto ao perfil em ácidos graxos na polpa é rico em ácido

oléico. Outros compostos são encontrados na polpa como as antocianinas e

compostos fenólicos, além de α-tocoferol (vitamina E), fibras, manganês, cobre,

boro, cromo, cálcio, magnésio, potássio, níquel, fósforo, sódio, zinco e ferro

(FAVACHO, 2009; PEREIRA; QUEIROZ; FIGUEIRÊDO, 2002).

1.1.4.2 Gênero Oenocarpus

O gênero Oenocarpus, segundo a literatura significa “fruto do vinho” de oeno

que significa vinho e carpus que significa fruto. Lorenzi et al. (2004) citam nove

espécies desse gênero na região Amazônica, sendo que seis ocorrem na Amazônia

brasileira distribuídas principalmente nos Estados do Acre, Amazonas, Pará e

Rondônia (SCHIRMANN, 2009). As espécies ocorrentes na Amazônia brasileira são:

O. bacaba, O. balickii, O. bataua, O. distichus, O. mapora e O. minor (LORENZI et

al., 2004). Entre estas espécies duas são encontradas no estado de Roraima:

Oenocarpus bataua Mart. e a Oenocarpus bacaba Mart., ambas discutidas neste

capítulo.

A espécie O. bataua é popularmente conhecida na Amazônia brasileira por

patauá, patoá ou patuá, sendo que pode variar de uma região para outra, pois no

Suriname é conhecida como jagua e majo, no Peru chamada de sacumana e

ungurahui, na Venezuela é conhecida como palma real, curuba e aricagua (SILVA;

WADT, EHRINGHAUS, 2004).

O patauá é uma palmeira que tem preferência por lugares úmidos e necessita

de muita sombra durante seu crescimento, entretanto, quando adultas precisam de

bastante luz. Possuem um caule solitário e podem atingir uma altura aproximada de

25m. Dos frutos se extrai uma bebida conhecida como “vinho de patauá” muito

apreciada na região norte, principalmente pelas comunidades ribeirinhas

(FIGUEIRA, 2012; LORENZI et al., 2004; SCHIRMANN, 2009).

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A partir do mesocarpo do patauá se extrai um óleo comestível de cor amarelo

esverdeado considerado de boa qualidade para o consumo, pois apresenta

composição química semelhante ao azeite de oliva, é rico em ácidos graxos

insaturados, com predominância do ácido oleico, sendo facilmente absorvido pelo

organismo, além disso, quando usado na pele possui propriedades hidrantes,

podendo ser usado também no cabelo (FIGUEIRA, 2012; SCHIRMANN, 2009;

SILVA; WADT; EHRINGHAUS, 2004). A polpa do patauá contém alta concentração

de vitamina E (DARNET et al., 2011). As folhas da palmeira são usadas na

construção de casas e o estipe é empregado na construção de pontes e hortas

(SILVA; WADT, EHRINGHAUS, 2004).

A espécie O. bacaba é encontrada na Amazônia brasileira nos estados do

Amazonas e Pará, principalmente ao norte do Rio amazonas. Essa espécie habita

regiões de terra firme e capoeiras, podendo crescer em áreas com sombras, no

entanto, preferem as regiões abertas. Possuem caule solitário, que pode atingir de 7

a 22 metros (FINCO et al., 2012; LORENZI et al., 2004; MENDONÇA; ARAÚJO,

1999).

Os frutos da bacaba também são consumidos em forma de “vinho”, assim

com o açaí e o patauá. O preparo dessas bebidas é feito por meio artesanal ou

mecânico, onde ocorre a imersão dos frutos em água quente, para o amolecimento

da polpa, que é macerada de forma manual ou com máquinas elétricas

despolpadeiras. O “vinho” da bacaba é muito nutritivo e consumido na região

amazônica, principalmente na cidade de Belém, estado do Pará (SCHIRMANN,

2009).

Os frutos da bacaba fornece um óleo de cor esverdeada, que pode ser

utilizado na alimentação, já que apresenta composição química parecida, embora

nem tanto, com o azeite de oliva; ainda pode ser usado na fabricação de sorvetes e

sabão (CLEMENT; LLERAS; VAN, 2005; SCHIRMANN, 2009).

A bacaba é conhecida por vários nomes populares: bacaba-açú, bacabão,

bacaba verdadeira, bacaba de azeite e bacaba vermelha (LORENZI et al., 2004).

1.1.4.3 Gênero Astrocaryum

O gênero Astrocaryum está amplamente distribuído na América do Sul (Brasil,

Venezuela, Bolívia, Colômbia, Guiana, Peru, Equador), se estendendo até o norte da

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América Central na Guatemala. Quanto ao número de espécies existentes a

literatura cita entre 40 a 50 espécies do gênero Astrocaryum, sendo que 26 ocorrem

no Brasil, principalmente na região Amazônica (BALICK, 1982; CARRERA, 2005;

LEITÃO, 2008; KAHN, 2008).

Lorenzi et al. (2004) relatam a presença de 14 espécies de palmeiras nativas

no Brasil do gênero Astrocaryum, sendo que as espécies A. gynacanthum e A.

jauari são mencionadas como ocorrentes em Roraima. Kanh (2008) cita ainda

algumas espécies desse gênero distribuídas no estado de Roraima, são elas: A.

acaule, A. aculeatum, A. farinosum e A. murumuru.

As palmeiras do gênero Astrocaryum apresentam caules solitários ou

cespitosos carregados de espinhos, que de acordo com tamanho podem variar de

pequeno a grande porte (LEITÃO, 2008, LORENZI et al., 2004). Entre as espécies

encontradas no estado de Roraima, esta pesquisa aborda duas: Astrocaryum

aculeatum G. Mey e Astrocaryum gynacanthum Mart.

A espécie A. aculeatum é conhecida popularmente por vários nomes: tucumã-

arara, tucumã-piranga, tucumã-piririca, tucumã-do-amazonas, tucum-açu, tucum-

bravo, tucum-da-serra, tucum-do-mato e tucumã (KAHN, 2008; LORENZI et al.,

2004), forma como será tratada nesta pesquisa.

O tucumã aparece vastamente distribuído pela região Amazônica,

especialmente nos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e

Roraima, sendo encontrado ainda na Colômbia, Venezuela, Guiana, Bolívia e

Trinidade (KAHN, 2008; LEITÃO, 2008; LORENZI et al., 2004; ZANINETTI, 2009). É

uma palmeira monocaule ereta, que pode atingir de 8 -25 m de altura, carregada de

espinhos negros de até 15 cm de comprimento. É mais comumente encontrada em

áreas de roçado, pastagens, capoeiras, margens de estrada e próximos a núcleos

habitacionais devido à disseminação involuntária do homem. A. aculeatum é uma

espécie que tolera bem solos pobres e degradados (LEITÃO, 2008, LORENZI et al.,

2004; ZANINETTI, 2009).

A polpa do tucumã é muito utilizada na culinária amazonense, seja na sua

forma in natura ou como recheios de sanduíches e tapiocas, bem como na forma de

doces, licor e sorvetes, além de fornecer um óleo comestível que pode ser utilizado

como suplemento alimentar. No caso da amêndoa, o óleo é pouco aproveitado,

entretanto, estudos indicam um alto potencial para produção de biodiesel

(NASCIMENTO; FERREIRA; REGIANI, 2007; LEITÃO, 2008; ZANINETTI, 2009).

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O tucumã é considerado como uma fonte rica de elementos nutritivos para a

alimentação humana, pois a polpa é rica em lipídios, o que resulta em um alto valor

energético, vitamina A e ácidos graxos insaturados (ZANINETTI, 2009; YUYAMA et

al., 2008).

Das folhas do tucumã se obtém uma fibra utilizada na confecção de redes de

pesca e para dormir, cordas para arcos, sacolas e paneiros, o tronco é utilizado para

confecção de instrumentos musicais e as sementes são muito apreciadas para o

artesanato local (LEITÃO, 2008; LORENZI et al., 2004)

A mumbaca (A. gynacanthum) se encontra distribuída na região Amazônica

nos estados do Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Maranhão, Acre e Roraima e

em alguns países como Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname,

Venezuela e com menor frequência na Bolívia. Esta espécie é comumente

encontrada em floresta de terra firme, podendo ser monocaule ou multicaule

densamente coberta por espinhos negros achatados de até 12 cm de comprimento.

A palmeira da mumbaca pode atingir de 2-6 metros de altura (KAHN, 2008;

LORENZI et al., 2004).

Há poucos relatos na literatura sobre a utilização dos frutos dessa espécie.

Lorenzi et al. (2004) e Kanh (2008) mencionam que o mesocarpo é mais ou menos

doce e que pode ser usado na alimentação.

A espécie A. gynacanthum é conhecida vulgarmente por vários nomes no

Brasil: mumbaca, marajá-açu, marajá-da-terra-firme, já na Colômbia é chamada de

coco-de-porco, na Venezuela de cubarro (KAHN, 2008; LORENZI et al., 2004).

1.1.4.4 Gênero Orbignya

O gênero Orbignya é reportado na literatura com 11 espécies distribuídas na

América Central e América do Sul (SILVA, 2011), sendo que cinco espécies são

citadas por Lorenzi et al. (2004) como ocorrentes no Brasil: O. brejinhoensis, O.

eichleri, O. oleifera, O. phalerata e a phalerata sagotii.

A Orbignya phalerata Mart. é a espécie de maior distribuição e valor

econômico desse gênero, sendo vastamente encontrada na Bolívia, Suriname,

Guianas, em toda a região norte do Brasil, em maior concentração nos estados do

Maranhão e Piauí e menor escala no Mato Grosso e algumas regiões isoladas do

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nordeste como Ceará, Pernambuco e Alagoas, Figura 4a (LORENZI et al., 2004;

PEREZ et al., 2012; SILVA, 2011). Embora esta espécie não seja citada como

ocorrente por Lorenzi et al. (2004) no estado de Roraima, é encontrada no município

de Caroebe (DUARTE; PASSOS; GAMA NETO, 2010) localizado na região Sul do

Estado (Figura 4b).

Figura 4 – a) Mapa de distribuição do babaçu no Brasil, b) Mapa de distribuição do babaçu no estado de Roraima.

Fonte: a) LORENZI et al. (2004). Fonte: b) DUARTE; PASSOS; GAMA NETO, (2010).

Esta espécie é conhecida popularmente por várias alcunhas: babassu,

uauassu, baguaçu, coco-de-macaco, coco-de-palmeira, coco-pindoba, pindoba e

babaçu, sendo que este último é o mais comum de origem indígena da língua Tupi-

Guarani onde ba = fruto e açu = grande (LORENZI et al., 2004; SILVA, 2011).

A palmeira do babaçu possui caule solitário podendo atingir de 10-30 m de

altura, possui todas as partes utilizadas, principalmente nas comunidades onde são

ocorrentes. Os principais produtos obtidos do babaçu são o óleo extraído da

castanha e a torta ou farelo resultante desse processo. O óleo é bastante visado

para a produção de biodiesel, devido, pode ser usado também em larga escala na

fabricação de sabão, sabonetes, e cosméticos em geral, porém na culinária tem uso

limitado, pois não possui a mesma qualidade nutricional de outros óleos, como o de

soja, girassol e amendoim (MACHADO; CHAVES; ANTONIASSI, 2006; PEREZ et

al., 2012; SILVA, 2011).

Concentração de babaçu

a) b)

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As folhas do babaçu são utilizadas na construção de casas, na confecção de

abanos, chapéus, esteiras, etc., o caule usado na sustentação do teto das casas dos

moradores que vivem no campo (SILVA, 2011).

1.1.4.5 Gênero Geonoma

As espécies do gênero Geonoma são características de florestas ombrófilas,

sendo encontradas eventualmente em vegetação aberta. O gênero Geonoma está

distribuído pela América Central e América Sul. No Brasil são encontradas no sub-

bosque da Floresta Amazônica e Mata Atlântica (LORENZI et al., 2004).

Há muitas discussões quanto ao número de espécies identificadas, a

literatura cita a existência de 75 espécies (WESSELS BOER, 1968 apud

HENDERSON; MARTINS, 2002). A literatura refere-se ainda a existência de 59

espécies desse gênero (GOVAERTS; DRANSFIELD, 2005 apud RONCAL;

ORTEGA; LEWIS, 2007). Lorenzi et al. (2004) citam a presença de 26 espécies do

gênero Geonoma presente no Brasil, sendo que três espécies são ocorrentes no

estado de Roraima: G. baculífera, G. leptospadix e G. deversa, esta última discutida

logo abaixo.

A espécie Geonoma deversa Poit. Kunt está distribuída por quase todos os

estados da região norte: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima sendo

encontrada nos sub-bosques de florestas úmidas de terra firme e em alguns países

como Guatemala, Bolívia e sudeste do Peru. O caule dessas palmeiras pode ser

simples ou em forma de touceiras, podendo atingir de 0,8-3 m de altura. As folhas

são amplamente utilizadas na cobertura de habitações indígenas (FLORES; ASTON,

2000; LORENZI et al., 2004).

Esta espécie é conhecida vulgarmente apenas pela alcunha ubim (LORENZI

et al., 2004).

1.1.4.6 Gênero Iriartella

O gênero Iriartella possui apenas duas espécies distribuídas no sub-bosque

da floresta tropical da região Amazônica, uma delas é a I. stenocarpa conhecida

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popularmente como paxiubinha-de-macaco, encontrada no Acre, Colômbia e Peru. A

outra é a Iriartella setigera Martius H. Wendel, espécie abordada nesta pesquisa, é

encontrada no estado do Amazonas, Roraima, oeste do Pará e em alguns países da

América do Sul, como Colômbia, Venezuela e Guianas (LORENZI et al., 2004).

A espécie é conhecida vulgarmente por alguns nomes populares: paxiubinha,

paxiubarana e ubim-do-igapó. Os índios usam o caule para confeccionar

zarabatanas, além disto, esta espécie pode ser usada para fins paisagísticos. O

caule de I. setigera pode ser simples ou cespitoso, podendo alcançar de 3-8 m de

altura, na base possuem um conjunto de raízes expostas (aéreas) em forma de cone

(LORENZI et al., 2004).

1.2 Cromatografia a gás na análise de ácidos graxos

A cromatografia trata-se de um método físico-químico que consiste na

separação dos constituintes de uma mistura. É realizada através da distribuição dos

componentes entre duas fases, que estão em contato. Neste processo, uma das

fases permanece imóvel, enquanto a outra move-se através desta. Na cromatografia

á gás, a fase móvel é um gás inerte e a separação ocorre devido as diferentes

interações entre as moléculas da amostra com a fase estacionária contida em uma

coluna (COLLINS; BRAGA; BONATO, 1997).

As substâncias analisadas por cromatografia a gás devem ser gases,

substâncias voláteis ou semi-voláteis. Entretanto, quando essas características não

são atendidas, no caso de compostos que possuam elevada massa molecular ou

que tenham grupos fortemente polares, é necessário empregar métodos de

derivatização, que consiste em transformar a substância de interesse em um

derivado com características adequadas para serem analisadas por CG (COLLINS;

BRAGA; BONATO, 1997). Esse procedimento é aplicado aos óleos vegetais, que

são constituídos predominantemente por triglicerídeos (TG), substâncias que

possuem elevado ponto de ebulição.

Os triglicerídeos são formados pela condensação de glicerol com ácidos

graxos (AG). Os ácidos graxos também são encontrados de forma livre no óleo,

porém em menor quantidade.

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Para avaliar a composição em ácidos graxos presentes nos óleos vegetais

por cromatografia gasosa os triglicerídeos e os ácidos graxos livres (AGL) são

convertidos em ésteres de ácidos graxos, substâncias que possuem maior

volatilidade que seus compostos de origem, para isso, são utilizados métodos de

derivatização como a transesterificação de triglicerídeos e a esterificação de ácidos

graxos livres (MILINSK, 2007; MIRANTE, 2007).

A cromatografia a gás é muito utilizada na análise de óleos vegetais, devido à

facilidade em efetuar a separação dos ácidos graxos e por permitir a identificação e

quantificação dependendo do detector utilizado (ABDALA; LIMA, 2002; GEOCKE,

2011; ZARA, 2008).

1.2.1 Espectrometria de massas: fragmentação de ésteres metílicos de ácidos graxos de cadeia linear

A espectrometria de massas é uma técnica que se fundamenta na formação

de íons carregados positivamente ou negativamente, que podem ser separados

eletricamente ou por campo magnético baseado na razão massa-carga [m/z] (El-

ANEED; COHEN; BANOUB, 2009). Entre os métodos de ionização empregados em

espectrometria de massas, a técnica por impacto de elétrons (IE) é a mais utilizada

para geração de íons. Esse método bombardeia as moléculas da amostra, na fase

gasosa, com elétrons de alta energia (geralmente 70 eV), que removem um elétron

produzindo um cátion-radical, conhecido como íon molecular [M+]. A maioria das

análises por CG-EM usa analisador quadrupolo (SILVERSTEIN; WEBSTER;

KIEMLE, 2007).

A cromatografia gasosa quando acoplada a espectrometria de massas (CG-

EM) permite a identificação qualitativa dos ácidos graxos pela análise dos espectros.

O espectro de massas dos ésteres metílicos de ácidos graxos apresentam

fragmentos peculiares o que possibilita sua identificação. O pico do íon molecular

[M+] desses compostos pode ser observado com frequência quando está acima da

m/z 200, pois a intensidade do pico do íon molecular tende a aumentar com o

crescimento da cadeia (SILVERSTEIN; WEBSTER; KIEMLE, 2007).

Os ésteres metílicos de ácidos graxos saturados (EMAGS) não substituídos

no carbono (α) apresentam um pico intenso em m/z 74. Esse fragmento é

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característico dos EMAGS e corresponde ao pico base que é resultante do rearranjo

de McLafferty, onde ocorre a quebra da ligação β com formação de alceno e

migração do hidrogênio para o oxigênio da carbonila (Figura 5). O rearranjo de

McLafferty ocorre apenas em substâncias que possuam heteroátomos em suas

estruturas (SILVERSTEIN; WEBSTER; KIEMLE, 2007; MJOS, 2004; ROCHA et al.,

2008).

Figura 5 – Pico base dos ésteres metílicos de ácidos graxos saturados produzido pelo rearranjo de McLafferty.

Fonte: AUTOR (2013).

A quebra consecutiva das ligações C-C nos ésteres metílicos de ácidos

graxos saturados produz fragmentos alquila, que serão discutidos posteriormente, e

fragmentos contendo oxigênio que correspondem aos picos de m/z 59, 73, 87, 101,

115, 129, 143, 157, 171, 185, 199, etc. (alguns desses fragmentos estão

representados no espectro de massas da Figura 6).

Figura 6 – Espectro de massas do hexadecanoato de metila, com indicação de alguns fragmentos que contém oxigênio.

50.0 75.0 100.0 125.0 150.0 175.0 200.0 225.0 250.0 275.00

50

100

%

74

87

43 14355 227129101 171 185 199 270239157115 213

M-31CH2CHCOCH3

H3COC O

CH2 COCH3

OH

OH

Fonte: AUTOR (2012).

H3COC

O

CH2

CH2

CH

H R

H3COC

O

H

CH2

Rearranjo de Mclafferty m/z 74

R CH CH2

+

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Segundo Spiteller et al. (1966 apud GIESE, 2005) esses fragmentos são

originados através de um rearranjo intermediário, resultante da transferência do

hidrogênio do carbono 5 para o oxigênio da carbonila, sendo que o mesmo pode

acontecer com o carbono 6 (Figura 7).

Figura 7 – Representação da formação do estado intermediário segundo Spiteller et al. (1966 apud GIESE, 2005).

Fonte: AUTOR (2013).

O pico m/z 87 presente no espectro de massas dos ésteres metílicos

saturados de cadeia linear é mais intenso que seus homólogos e é resultante da

transferência do hidrogênio do carbono 2 para a carbono 6, seguido da clivagem da

ligação em C3-C4, Figura 8 (GIESE, 2005; SILVERSTEIN; WEBSTER; KIEMLE,

2007; MJOS, 2004).

Figura 8 - Representação da fragmentação do pico m/z 87.

Fonte: AUTOR (2013).

R

OH

O

H

2

3

4

5

OH

O

R m/z 87

8787

4

2

3

O

O

R

H

56

3

4

O

O

R

H

2

56

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Os fragmentos correspondentes a alguns picos contendo oxigênio estão

representados na Figura 9 e podem ser observados no espectro de massas do

hexadecanoato de metila (Figura 6).

Figura 9 – Picos característicos de ésteres metílicos de ácidos graxos saturados contendo oxigênio.

Fonte: AUTOR (2013).

Os picos (m/z 29, 43, 57, 71, 85, 99, 113, etc.) são resultantes da quebra

consecutiva das ligações C-C na porção alquila dos ésteres metílicos de ácidos

graxos saturados. A sequência de fragmentação é caracterizada por aglomerados

de picos afastados em intervalos de 14 unidades (figura 10), semelhantes ao que

ocorre em alcanos de cadeia linear saturada. (SILVERSTEIN; WEBSTER; KIEMLE,

2007).

OCH3

OH

m/z 74 m/z 101

OH

OCH3

OH

OCH3

m/z 115

OH

OCH3

m/z 143

OH

OCH3

m/z 171

O

C O CH3R

O C O CH3

m/z 59

+ .R

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Figura 10 – Picos característicos da cadeia alquila dos EMAGS.

Os ésteres metílicos de ácidos graxos insaturados (EMAGI) apresentam

mecanismos de fragmentações diferenciados, pois apresentam m/z do pico base

variável. A formação dos picos [M-32]+ e [M-74]+ é claramente perceptível nos

EMAG monoinsaturados, e ocorrem devido ao rearranjo de McLafferty, sendo que o

íon [M-32]+ é resultante da perda do grupo álcool como mostra a Figura 11

(GEOCZE, 2011; OLIVEIRA, 2009).

Figura 11 – Esquema representativo da formação do pico [M-32]+, onde R representa o grupo alquila.

Fonte: AUTOR (2013).

A formação do pico m/z 69 nos EMAG monoinsaturados ocorre devido a

clivagem de ligação C-C, posterior a formação do pico [M-32]+ (OLIVEIRA, 2009),

Figura 12.

R

H

O

O

R

O

O

H

R

O

H

O CH3

[M 32] +

+

Fonte: AUTOR (2013).

O

H3C CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CCH2CH2 O CH3

29 43 57 71 85 99 113

m/z 43 m/z 57

m/z = 71

m/z = 85

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Figura 12 – Esquema representativo da formação do pico m/z 69, onde R representa o grupo alquila.

O pico base m/z 55 [C4H7]

+ dos EMAG monoinsaturados é formado pela

clivagem da ligação C-C com formação de cátion alílico estabilizado por ressonância

(MJOS, 2004).

Já o pico base dos EMAG poliinsaturados pode variar conforme o número de

ligações presentes na cadeia, visto que o fragmento m/z 67 [C5H7]+

é o pico base do

9Z,12Z-octadecadienoato de metila, enquanto o 9Z,12Z,15Z-octadecatrienoato de

metila (C18:3) possui pico base em m/z 79. O fragmento formado a partir do íon [M-

31]+ ocorre devido a perda do grupo metóxi (OCH3) (MJOS, 2004).

1.3 Cromatografia gasosa com Detector por Ionização em Chama (CG-DIC)

Com a finalidade de melhorar a sensibilidade do método cromatográfico,

Mcwillians e Dewar, Pretorius e colaboradores desenvolveram, de forma

independente, em 1957 o detector por ionização em chama (DIC, em inglês FID -

Flame Ionization Detector) que devido a sua alta sensibilidade, tornou-se o detector

mais amplamente utilizado em cromatografia a gás (ETTRE, 2002; HOLM, 1999).

Neste processo as substâncias presentes na amostra passam pela coluna, onde são

separadas e através do gás de arraste chegam até o detector, onde são queimadas

na chama produzida pela combustão de ar sintético e hidrogênio, ocorrendo a

formação de íons que são coletados por um eletrodo (Figura 13).

Fonte: AUTOR (2013).

R

O

O

+ .

m/z 69

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Figura 13 - Esquema do detector por ionização em chama (DIC).

Fonte: http://www.catalao.ufg.br (2012).

É gerado um campo elétrico que acelera os íons formados na chama em

direção ao conjunto de eletrodos (GROB; BARRY, 2004; SILVA et al., 2004). A

quantidade de íons que se formam quando as substâncias da amostra estão

presentes no gás de arraste é muito maior, que quando apenas o gás está sendo

queimado. A corrente elétrica gerada pelos íons formados na queima das

substâncias é convertida em voltagem, amplificada por um eletrômetro e captada

pelo registrador (COLLINS; BRAGA; BONATO, 1997).

Os detectores por ionização em chama são usados tanto para análises

qualitativas como quantitativas de compostos orgânicos em amostras gasosas,

respondem satisfatoriamente a todas as substâncias que possuem ligações de C-H

em sua estrutura e considerando que todas as substâncias analisadas por CG são

orgânicas, o DIC apresenta resposta quase universal (VISENTAINER, 2012), com

exceção de alguns compostos, como: He, Ar, Kr, Xe, O2, N2, H2S, NO, SO2, N2O,

NO2, CO, CO2, COS, SiCl4, SiHCl3, SiF4, e é pouco sensível a CS2 e H2O, que podem

ser usados como solventes para as amostras injetadas (COLLINS; BRAGA;

BONATO, 1997; GROB; BARRY, 2004). Dessa forma, compostos inorgânicos não

são detectados por DIC (SILVA et al., 2004).

Apenas a temperatura da chama (ar/hidrogênio) é insuficiente para uma

ionização direta de átomos ou moléculas. É necessária a oxidação do carbono para

que seja liberada energia de ionização durante a reação de combustão (HOLM,

1999; SILVA et al., 2004). Portanto, a intensidade do sinal gerado pela corrente de

ionização resultante é proporcional ao número de átomos de carbono e hidrogênio

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presentes nas moléculas da amostra (COLLINS; BRAGA; BONATO, 1997; HOLM,

1999; VISENTAINER, 2012).

Quando há presença de compostos orgânicos na chama, hidrocarbonetos

radicalares são formados através da pirólise térmica, reagindo com os radicais

oxigênio, gerando um grande número de íons detectáveis. Os materiais orgânicos

que eluem da coluna são submetidos às reações de degradação (GROB; BARRY,

2004; HOLM, 1999; SILVA et al., 2004; VISENTAINER, 2012):

O íon CHO+ é instável e reage rapidamente com H2O para formar o íon

hidroxônio, como mostra a reação abaixo:

Esse processo ocorre uma vez para cada 106 átomos de carbono introduzidos

na chama (GROB; BARRY, 2004; HOLM, 1999; SILVA et al., 2004; VISENTAINER,

2012).

O DIC é o detector mais usado em cromatografia gasosa e são muitas as

razões para o seu sucesso, apresenta um nível de ruído muito baixo, tem uma

ampla faixa de linearidade, sensibilidade elevada e resposta que varia muito pouco

com fatores tais como: temperatura do detector, fluxo do gás hidrogênio no detector

e gás de arraste (HOLM, 1999). Apresenta uma quantidade mínima detectável de

aproximadamente 10-12 g para alcanos (VISENTAINER, 2012). Em geral, O DIC é

robusto, fácil de operar.

A presença de heteroátomos como o oxigênio e enxofre nas moléculas

diminui a resposta, porém, ainda assim, pode ser usado na análise de ácidos

orgânicos e ésteres de ácidos graxos (COLLINS; BRAGA; BONATO, 1997). A

presença do átomo de oxigênio no grupo carboxilato (COO) diminui a resposta do

detector por ionização em chama, pois não é considerado carbono ativo e por isso

não é ionizado durante a combustão. Porém, os ésteres metílicos de ácidos graxos

possuem cadeias carbônicas longas com até 30 carbonos, o que justifica a boa

seletividade e resposta do DIC para análise dessas substâncias, apesar das

CH + O CHO+ + e-

CHO+ + H2O H3O+ + CO

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insaturações refletirem diretamente no número de carbonos ativos (VISENTAINER,

2012).

A identificação dos constituintes da amostra pelo DIC só é possível através

da comparação dos tempos de retenção dos constituintes com os tempos de

retenção de padrões (ZARA, 2008).

Na análise de EMAG é muito comum a utilização de padrões da marca

Supelco (mistura composta por 37 ésteres metílicos de ácidos graxos) com o uso de

colunas capilares de sílica fundida adequadas. A Figura 14 mostra um

cromatograma obtido da análise dos padrões disponibilizado pela marca Supelco

com a identificação de seus respectivos pico

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Figura 14 - Cromatograma obtido da análise dos padrões disponibilizado pela marca

Supelco com a identificação de seus respectivos picos realizada em uma coluna

Omegawax 250.

Pico EMAG Nome do composto

1 C4:0 Ácido butírico 2 C6:0 Ácido capróico 3 C8:0 Ácido caprílico 4 C10:0 Ácido cáprico 5 C11:0 Ácido undecanoico 6 C12:0 Ácido láurico 7 C13:0 Ácido tridecanoico 8 C14:0 Ácido mirístico 9 C14:1 Ácido miristóleico

10 C15:0 Ácido pentadecanóico 11 C15:1 Ácido Cis-10-Pentadecenóico 12 C16:0 Ácido pálmitico 13 C16:1 Ácido palmitóleico 14 C17:0 Ácido heptadecanóico 15 C17:1 c Cis-10-heptadecenóico 16 C18:0 Ácido esteárico 17 C18:1n9 c Ácido oleico 18 C18:1n9 t Ácido elaídico 19 C18:2n6 c Ácido linoleico 20 C18:2n6 t Ácido linoleilaídico 21 C18:3n6 Ácido γ-linolênico 22 C18:3n3 Ácido α-Linolênico 23 C20:0 Ácido araquídico 24 C20:1n9 c Ácido cis-11-icosenóico 25 C20:2 c Ácido cis-11,14-icosadienóico 26 C20:3n6 Ácido cis-8,11,14-icosatrienóico 27 C21:0 Ácido heneicosanóico 28 C20:3n3 c Ácido cis-11,14,17-icosatrienóico 29 C20:4n6 Ácido araquidônico 30 C20:5n3 c Ácido cis-5,8,11,14,17-icosapentaenóico 31 C22:0 Ácido behênico 32 C22:1n9 Ácido erúcico 33 C22:2 c Ácido cis-13,16-docosadienóico 34 C23:0 Ácido tricosanóico 35 C24:0 Ácido lignocérico

Fonte: Fatty Acid/FAME Application Guide (2013).

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2 OBJETIVOS 2.1 Geral

Caracterizar o perfil em ácidos graxos dos óleos de algumas espécies de palmeiras

encontradas no estado de Roraima.

2.2 Específicos

• Fazer um levantamento das espécies de palmeiras encontradas no estado de

Roraima;

• Avaliar o rendimento em massa do epicarpo, polpa e amêndoa dos frutos de

cada espécie;

• Extrair o óleo do epicarpo, polpa e amêndoa dos frutos;

• Avaliar o rendimento em massa do óleo do epicarpo, polpa e amêndoa dos

frutos de cada espécie;

• Caracterizar o óleo do epicarpo, polpa e amêndoa por cromatografia a gás

acoplada à espectrometria de massas (CG-EM) e por cromatografia a gás

equipada com o detector por ionização em chama (CG-DIC).

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3 METODOLOGIA

Os experimentos foram realizados no Laboratório de Sínteses e Laboratório

de Cromatografia, ambos localizados no prédio NUPENERG (Núcleo de Pesquisas

Energéticas) na Universidade Federal de Roraima.

3.1 Coleta e local de obtenção dos frutos

Os frutos das palmeiras encontrados nesta pesquisa foram coletados ou

adquiridos em alguns municípios do estado de Roraima: Iracema, Mucajaí,

Rorainópolis e Boa Vista.

No município de Iracema, mais especificamente na vicinal 12 (Figura 15) foi

realizado um levantamento aleatório de algumas palmeiras e foram encontradas

quatro espécies com frutos maduros prontos para coleta. Este município fica

localizado ao sul da capital. A BR-174 é a principal rodovia do estado e liga esta

cidade a Boa vista a uma distância de 93 km.

Figura 15 - Localização da vicinal 12 no município de Iracema.

As espécies encontradas na vicinal 12 foram: bacaba, mumbaca, patauá e

ubim. Os frutos foram coletados e em seguida embalados em sacos de fibras para

viagem.

Fonte: www.google.com.br (2012).

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Os frutos do babaçu foram coletados no sítio Arco-íris localizado nas margens

da BR-174 no município de Mucajaí (Figura 16), distante 53 km de Boa Vista.

Os frutos do tucumã foram adquiridos na vila Jundiá, uma localidade não

indígena, pertencente ao município de Rorainópolis (Figura 16) que fica situado na

região Sul do estado e dista 290 km da capital (SEPLAN, 2010). No sentido Manaus

a Boa Vista, a vila Jundiá é o primeiro núcleo urbano de Roraima localizado na BR-

174.

A polpa de açaí foi extraída de frutos adquiridos em Boa Vista, na Feira do

Produtor e armazenadas no refrigerador do laboratório.

Figura 16 - Mapa de Roraima com indicação dos locais onde foram coletadas algumas espécies de palmeiras.

Fonte: www.google.com.br (2012).

Frutos do açaí

Frutos do babaçu

Frutos do patauá, bacaba, mumbaca e

ubim

Frutos do tucumã

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Na Reserva Florestal Adolpho Ducke localizado no estado do Amazonas o

pesquisador Dr. Luiz Antonio Alves Mendonça da Costa juntamente com o Botânico

Dr. José Eduardo L. da S. Ribeiro coletaram um cacho de frutos da espécie

paxiubinha.

Na vicinal 12 no município de Iracema os frutos foram coletados com a

colaboração de alguns moradores da região, sendo necessário o uso do facão para

abrir as veredas na mata fechada e chegar até as espécies pretendidas.

Para a coleta dos frutos das palmeiras bacaba (Figura 17) e patauá foi

necessária à escalada manual, já que as espécies aparentavam possuir altura

elevada. Lorenzi et al. (2004) mencionam que essas espécies podem atingir altura

entre 15-25m para a bacaba e 5-25m para o patauá. Devido à habilidade do

ajudante em escalar essas espécies de palmeiras não foi necessário o uso da

peconha, peça usada pela comunidade na extração dos frutos das palmeiras de

grande porte. Durante a coleta o facão também foi utilizado para o corte do

pedúnculo e retirada do cacho.

Figura 17 - Coleta dos frutos de Oenocarpus bacaba.

Fonte: PROF. DR. LUIZ ANTONIO MENDONÇA ALVES DA COSTA (2010).

Os frutos da mumbaca foram coletados apenas com uso do facão, pois a

espécime era aparentemente jovem e apresentava altura aproximada de 2 m. Já o

pequeno cacho de ubim foi coletado manualmente devido à fragilidade do pedúnculo

da palmeira e sua altura não elevada, com aproximadamente 2 m. De acordo com

Lorenzi et al. (2004) a mumbaca pode atingir de 2 a 6 m de altura e o ubim até 3 m.

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Os frutos do babaçu foram coletados pelo pesquisador Dr. Luiz Antonio Alves

Mendonça da Costa e pelo aluno bolsista Mauro Marcos da Silva. Para a retirada

dos cachos foi utilizado o facão e escada metálica.

Os frutos do tucumã e do açaí conforme informou o pesquisador Dr. Luiz

Antonio Alves Mendonça da Costa foi fornecido por produtores, não sendo informada

a forma da coleta.

Para fazer a coleta dos frutos da paxiubinha foi utilizado apenas o facão para

a retirada do cacho.

3.2 Preparação das amostras

Para a avaliação do rendimento em massa dos frutos foram selecionadas 10

amostras de maneira aleatória. Os frutos selecionados foram separados em casca

(epicarpo), polpa (mesocarpo), endocarpo e amêndoa. O endocarpo de alguns frutos

foram quebrados com o auxílio da prensa manual (Figura 18a) ou uma picareta

(Figura 18b) para a retirada da amêndoa. A separação do epicarpo e da polpa de

alguns frutos foi realizada manualmente com o auxílio de uma faca pequena.

Figura 18 – a) Prensa manual, b) picareta usada na retirada da amêndoa do babaçu.

Fonte: AUTOR (2010).

No caso da bacaba os frutos foram imersos em água a uma temperatura

próxima a 45ºC por aproximadamente 1h. Após esse período, verificou-se que os

frutos estavam moles, então escorreu-se a água e prosseguiu com a maceração

a) b)

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manual dos frutos. Uma peneira foi utilizada para separar a polpa macerada do

endocarpo. Esse procedimento foi repetido várias vezes até obter a separação total

da polpa, pois não foi utilizada a adição de água durante o processo de maceração.

O açaí já estava despolpado e armazenado no refrigerador do laboratório de

sínteses.

Não foi possível separar o epicarpo da polpa dos frutos de patauá, bacaba,

ubim e paxiubinha, sendo separados juntos e referidos nesta pesquisa como

epicarpo+polpa.

3.3 Extração do óleo dos frutos das palmeiras

As amostras foram distribuídas em formas de alumínio e levadas a estufa

para secagem a uma temperatura de 60°C com ventilação de ar por um período de

aproximadamente 12 horas (Figura 19a). As amostras foram retiradas da estufa e

levada ao liquidificador para pulverização (Figura 19b).

Figura 19 - a) Polpa de tucumã na estufa para desidratação b) Amêndoa da paxiubinha pulverizada.

Fonte: AUTOR (2010). Após a pulverização as amostras foram divididas em triplicata, medindo-se as

massas de cada uma, para avaliação do rendimento do óleo. Essas amostras foram

colocadas em tubos de papel de filtro, e em seguida, colocadas no aparelho de

sohxlet.

A extração do óleo dos frutos das palmeiras foi realizada com solvente

hexano e utilização do sistema Sohxlet. As porções dos frutos que passaram pelo

a) b)

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processo de extração foram: epicarpo, polpa, epicarpo+polpa e amêndoa. A maioria

das extrações foi feita em triplicata (Figura 20).

Figura 20 - Extração do óleo de tucumã realizada em triplicata.

Fonte: AUTOR (2010).

Os balões contendo o solvente foram colocados nas mantas de aquecimento

que foram ligadas, permitindo que o processo de extração permanecesse sob

refluxo por 6 horas. Após esse tempo, o sistema foi desligado.

Transferiram-se os extratos para os erlenmeyer e adicionou-se uma pequena

quantidade de sulfato de sódio (Na2SO4) para que a umidade fosse retirada.

Os extratos foram levados ao rotavaporador rotativo para recuperação do

solvente. Após rotavaporados, os balões com os óleos foram pesados. O

procedimento descrito foi repetido para todas as amostras.

3.4 Análise por Cromatografia em Camada Delgada (CCD)

As cromatoplacas de vidro empregadas nesta pesquisa foram preparadas

manualmente de acordo com a metodologia apresentada por Matos (1997).

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.4.1 Preparação da fase estacionária

Pesou-se 5g de sílica gel em um becker, adicionou-se 15mL de água

destilada e com auxílio de um bastão de vidro agitou-se até formar uma solução

pastosa.

3.4.2 Preparação das placas cromatográficas

As placas de vidro foram lavadas com água e sabão e com álcool etílico para

remoção de gorduras e possíveis contaminantes. Com as placas na posição

horizontal, transferiu-se à solução de sílica para superfície de cada uma, espalhando

até a uniformização da solução. Deixaram-se as placas em repouso sobre a

bancada até secarem, por aproximadamente 30 minutos. Em seguida, colocou-se as

placas na estufa a uma temperatura de 50ºC com circulação de ar, por

aproximadamente 15 horas.

A quantidade da mistura apresentada no item 3.4.1 permitiu o preparo de 6

placas (lâminas de vidro) de 3 x 8cm ou 2 placas de 8 x 10cm.

3.4.3 Solventes de eluição e reagente de revelação

Os solventes usados nas análises de CCD nesta pesquisa foram

desenvolvidos por Moura (2007) que otimizou sistemas de eluição e revelação para

análise de óleos vegetais, gorduras animais e seus derivados.

O eluente usado foi a mistura de éter de petróleo/éter etílico/ácido acético na

proporção 90:10:1, dentre as várias combinações, esta apresentou a melhor

separação das substâncias. Como solução reveladora foi empregada solução

sulfocrômica.

Após a eluição as cromatoplacas foram borrifadas com o revelador e

aquecidas com um Soprador Serigráfico SteinelR HL 500 para a visualização das

manchas.

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3.5 Esterificação

A reação de esterificação foi realizada num balão de vidro de fundo redondo

(10 mL) onde adicionou-se 1,5g do óleo, acrescentou-se 5 mL de álcool metílico e 1

gota de ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado. O sistema reacional foi submetido à

temperatura de 70ºC em banho de óleo com o auxílio de uma chapa aquecedora

com agitação magnética. O sistema reacional foi mantido sob refluxo com agitação

magnética durante 6 horas e foi acompanhado por CCD.

A mistura reacional foi transferida para um funil de separação (60mL) e lavada

com 10 mL de solução de bicarbonato de sódio (10%) por 3 vezes. Em seguida,

lavou-se com 10 mL de água destilada (3 vezes). Transferiu-se o produto para um

becker de 100 mL e secou-se a solução sob Na2SO4. Após filtração a solução foi

transferida para um balão e foi levada ao evaporador rotativo para recuperação do

solvente e obtenção do óleo. Pesou-se o balão com o óleo e a massa obtida desta

pesagem foi subtraída pela massa do balão vazio, obtendo assim a massa de óleo e

calculando-se o rendimento.

3.6 Transesterificação através do Método 5509 da ISO (1978) Modificado

Em um balão de 10mL adicionou-se 1,5g da amostra que foi levada ao

aquecimento em banho com óleo à temperatura de 40ºC. O óleo foi submetido à

agitação com emprego de uma chapa aquecedora com agitação magnética. A

solução de hidróxido de potássio em metanol (KOH) 0,2 mol.L-1) foi aquecida em

banho maria e adicionada ao balão contendo o amostra. Manteve-se a mistura

reacional sob agitação magnética à temperatura de 40ºC e fez-se o

acompanhamento da reação por CCD.

O balão contendo a mistura reacional foi levado ao evaporador rotativo para

remoção do metanol, por aproximadamente 30 minutos. Em seguida, transferiu-se a

mistura reacional para o funil de separação que permaneceu em repouso até o dia

seguinte para que ocorresse a total separação da glicerina e dos ésteres metílicos.

Na lavagem da mistura reacional utilizou-se 10 mL da solução de bicarbonato

de sódio (10%) por 3 vezes e 10 mL de água destilada (3 vezes). Transferiu-se a

mistura reacional para um becker de 100 mL e adicionou uma pequena quantidade

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de Na2SO4 e filtrou-se com o auxílio de um funil de vidro e papel de filtro. O extrato

foi levado ao evaporador rotativo, para a recuperação do solvente e obtenção do

óleo. Pesou-se o balão com o óleo e a massa obtida desta pesagem foi subtraída

pela massa do balão vazio, obtendo assim a massa de óleo e seu rendimento.

3.7 Transesterificação através do Método Ce 2-66 da AOCS (SILVA, 2005)

Em um balão de vidro de fundo redondo (10mL) adicionou-se 50mg de óleo e

4mL do reagente de saponificação (solução de KOH 0,5 mol.L-1 em metanol anidro),

agitou-se vigorosamente o sistema reacional por alguns minutos com o auxílio de

uma chapa aquecedora com agitação magnética. Em seguida a mistura reacional foi

submetida a aquecimento utilizando banho maria à temperatura de 70ºC por 5

minutos. Esfriou-se o balão e acrescentou-se a reação 5mL do reagente de

esterificação (mistura de 3,15g de NH4Cl, 100mL de metanol anidro e 4,75mL de

H2SO4 concentrado), agitou-se novamente a mistura e levou-a ao aquecimento no

banho Maria. Esfriou-se a mistura reacional e adicionou-se 4mL de solução salina

(solução saturada de NaCl) e 5mL de éter de petróleo. Transferiu-se a reação para

um tubo de ensaio e agitou-se vigorosamente com um agitador Vortex.

O tubo contendo a reação foi deixado em repouso até a completa separação

das fases. Confirmou-se a reação por CCD. Separada as fases, transferiu-se a fase

superior pra um Becker, acrescentou um pouco de hexano e adicionou-se uma

pequena quantidade de Na2SO4. Filtrou-se com o auxílio de um funil de vidro e papel

de filtro. O extrato foi levado ao evaporador rotativo, para a recuperação do solvente

e obtenção do óleo.

3.8 Sililação dos óleos

Foram dissolvidos 15 mg de cada óleo transesterificado em 100 µL de piridina

anidra e 50 µL de BSTFA [N-bis-(trimetilsilil)-trifluoracetamida]. A reação

permaneceu em repouso por aproximadamente 1h até injeção no CG-EM.

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3.9 Análise por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM)

As amostras foram analisadas no cromatógrafo a gás fabricado pela

Shimadzu (Figura 21), modelo GC2010 acoplado ao espectrômetro de massas do

mesmo fabricante (modelo QP2110 plus) operado a 70 eV, em colunas capilares de

sílica fundida Rtx-5 com 30m de comprimento, 0,25mm de diâmetro interno e 0,25

µm de espessura de filme. Como gás de arraste foi utilizado o hélio com fluxo de 1

mL por minuto. As análises foram realizadas nas seguintes condições: temperatura

inicial do forno de 60ºC com aumento gradativo de 3ºC por minuto até atingir 310°C.

A análise dos espectros de massas, comparação dos espectros de massas

com espectros da biblioteca Wiley e cálculo do índice de retenção permitiram

identificar a composição química em ácidos graxos do óleo das oleaginosas

pesquisadas neste trabalho.

Figura 21- Equipamento de cromatografia gasosa acoplado ao espectrômetro de massas (CG-EM).

Fonte: PROFª. DRª. ADRIANA FLACH (2008).

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3.10 Análise por cromatografia gasosa equipada com detector por ionização em chama (CG-DIC)

O cromatógrafo a gás utilizado foi o modelo GC2010 fabricado pela Shimadzu

(Figura 22), equipado com detector por ionização em chama, coluna capilar de sílica

fundida Omegawax 250 com 30m de comprimento, 0,25mm de diâmetro interno e

0,25 µm de espessura de filme. Como gás de arraste foi utilizado o hidrogênio com

velocidade linear de 30 cm/sec. As análises foram realizadas nas seguintes

condições: temperatura inicial do forno foi de 50ºC, que após 2 minutos foi

aumentando gradativamente 4ºC por minuto até atingir 220°C, permanecendo nessa

temperatura por aproximadamente 40 minutos. As temperaturas do injetor e detector

foram de 250 ºC e 260 ºC, respectivamente.

A identificação dos ésteres metílicos foi realizada pela comparação dos

tempos de retenção dos constituintes das amostras com os tempos de retenção

obtidos a partir da injeção da mistura de padrões da marca Supelco, composta por

37 ésteres metílicos de ácidos graxos.

Figura 22 - Equipamento de cromatografia gasosa equipada com detector por ionização em chama (CG-DIC).

Fonte: AUTOR (2013).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Levantamento de espécies de palmeiras em Roraima

O estudo das palmeiras no estado de Roraima pode ser considerado bastante

promissor, devido à quantidade de espécies existentes. Na obra de Lorenzi et al.

(2004) são citadas 24 espécies distribuídas em 13 gêneros como mostrado na

Figura 23.

Figura 23 - Quantidade de espécies de palmeiras distribuídas em Roraima e seus respectivos gêneros segundo Lorenzi et al. (2004).

Fonte: AUTOR (2013).

FREITAS (1998) cita duas espécies de palmeiras predominantes em

Roraima: o buriti (M. flexuosa) reconhecido como uma das palmeiras mais

dominantes do estado (AZARAC; BARBOSA, 2010; BALSLEV et al., 2011;

BARBOSA; LIMA; JUNIOR, 2010; RULL, 1998) e o inajá (M. maripa) que não é

citado por Lorenzi et al. (2004) entre as palmeiras presentes em Roraima. Porém, a

espécie é encontrada em grande abundância e tem sido vastamente pesquisada

pelo grupo de pesquisa GBQF da Universidade Federal de Roraima.

O pesquisador Luiz Antonio Mendonça Alves da Costa durante pesquisa de

campo constatou a presença de algumas espécies de palmeiras na flora regional,

como o jauari (A. jauari), a buritirana (M. carana) e a paxiúba (S. exorrhiza), sendo

estas espécies citadas também por Lorenzi et al. (2004) como ocorrentes no estado

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de Roraima. As espécies citadas não fazem parte das pesquisas deste trabalho, pois

na época da coleta os frutos não haviam atingido o estágio de maturação.

A espécie jauari (Figura 24a) foi encontrada no município de Mucajaí e é

citada como existente nas margens do rio Cauamé e rio Branco (AZARAC;

BARBOSA, 2010).

O pesquisador Luiz Antonio Mendonça Alves da Costa registrou a presença

da espécie buritirana (Figura 24b) nas margens do igarapé Caranã localizado em

Boa Vista. De acordo com Veras e Souza (2012) o igarapé recebeu esse nome em

homenagem a palmeira Mauritiella aculeata. A buritirana também foi encontrada nas

margens da BR-174, próximo ao parque Viruá localizado no município de Caracaraí.

Já a espécie paxiúba (Figura 24c) foi encontrada na região sul do Estado, município

de Caroebe. Esta espécie também foi localizada no município do Cantá, nas

margens de um igarapé na Fazenda Águas das Serras, região da Confiança ll. Ainda

neste município Reis et al. (2012) relataram a presença da palmeira marajá (B.

marajá).

Figura 24 - Espécies de palmeiras encontradas em Roraima pelo pesquisador Dr. Luiz Antonio Mendonça Alves da Costa: a) jauari, b) Buritirana e c) paxiúba.

Fonte: PROF. DR. LUIZ ANTONIO MENDONÇA ALVES DA COSTA (2010).

As espécies de palmeiras encontradas em Roraima durante levantamento de

campo e estudadas nesta pesquisa são citadas a seguir com seus respectivos

nomes científicos: mumbaca (A. gynacanthum), ubim (G. deversa), patauá (O.

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bataua), tucumã (A. aculeatum), bacaba (O. bacaba), açaí (E. oleraceae) e babaçu

(O. phalerata) todas mostradas na Figura 25. A espécie paxiubinha (I. setigera),

apesar de fazer parte das análises desta pesquisa foi coletada no estado do

Amazonas (Figura 26f).

Figura 25 - Espécies de palmeiras encontradas em Roraima durante esta pesquisa: a) açaí, b) babaçu, c) bacaba, d) mumbaca, e) patauá, f) paxiubinha g) tucumã e h) ubim.

Fonte: LORENZI et al. (2004).

Entre as espécies encontradas nesta pesquisa, três constam entre as

palmeiras citadas por Lorenzi et al. (2004), são elas: a mumbaca, também citada por

Kanh (2008), Rocha e Silva (2005), o ubim e o patauá mencionado também por

Balick (1985) como presente em Roraima.

As palmeiras açaí, tucumã, bacaba e babaçu não constam no levantamento

de Lorenzi et al. (2004), porém são referidas como ocorrente em Roraima (LIMA;

MENDONÇA; BARBOSA, 2006; SILVA, 2006). O açaí foi citado como presente na

região sul do estado de Roraima (CANUTO et al., 2010).

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Na estação ecológica de Niquiá, no município de Caracaraí, são encontradas

algumas espécies: inajá, tucumã, bacaba e o babaçu como a espécie característica

do local (IBGE, 2005). Entre o ano de 1995 e 2008 foi realizado um estudo sobre a

ocorrência da palmeira babaçu no estado de Roraima e foi constatada a presença

dessa espécie somente no município de Caroebe segundo os autores Duarte,

Passos, Gama Neto (2010).

Para os caboclos da vila de Caicubí, localizada no município de Caracaraí, as

palmeiras oferecem muitas utilidades com destaque na construção e alimentação.

Entre as espécies encontradas nessa região tem-se o ubim utilizado na construção,

a bacaba, o açaí e o tucumã aproveitados na alimentação (ALARCÓN, 2005).

4.2 Composição física e rendimento do percentual em massa dos frutos

Os frutos das palmeiras apresentam as mais variadas formas, cores e

tamanhos. Em sua maioria são do tipo drupa e exibem três partes: a casca, parte

externa também chamada de epicarpo, a polpa ocupando a parte do meio, também

chamada de mesocarpo e a parte interna, o endocarpo que protege a amêndoa,

conforme mostra a Figura 26.

Figura 26 – Esquema da composição física do fruto de inajá.

Fonte: CORREA (2006).

Algumas palmeiras possuem o epicarpo muito fino e aderido à polpa, nesses

casos não foi possível realizar a separação e considerou o percentual em massa de

ambas as partes como estão indicado na Tabela 3.

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Tabela 3 – Rendimento do percentual em massa dos frutos.

Fonte: AUTOR (2012).

O cacho de patauá coletado tinha poucos frutos que foram separados do

cacho e pesaram no total 737,74g. Alguns frutos foram escolhidos aleatoriamente

para aferição do percentual em massa (tabela 3).

Os frutos estavam maduros e apresentavam coloração roxo-escuro. A polpa

era bastante carnuda e oleosa, o endocarpo tinha uma estrutura fibrosa e dura,

sendo quebrado com a ajuda de uma prensa. A amêndoa aparentou coloração

amarelada com aspecto resistente.

. A polpa+epicarpo, parte comestível, correspondem por 78% da composição

física dos frutos, enquanto a amêndoa com apenas 10% (tabela 3). Esses dados são

relevantes já que se tem interesse no óleo extraído tanto da polpa quanto da

amêndoa. Em outros trabalhos o rendimento em massa da polpa do patauá relatado

foi de 33% (MAMBRIM; ARELLANO, 1997) e 40% (DARNET et al., 2011), valores

muito inferior em relação ao encontrado neste estudo.

Frutos Parte do fruto Massa média (g) % em massa Patauá Epicarpo+Polpa 2,45 g 78,02

Amêndoa 0,32 g 10,19 Endocarpo 0,37 g 11,79

Total 3,14 g 100,00

Mumbaca Epicarpo 0,31 g 14,41

Polpa 0,11 g 5,11 Amêndoa 0,86 g 40,00

Endocarpo 0,87 g 40,48

Total 2,15 g 100,00

Ubim Epicarpo+Polpa 0,86 g 26,00 Amêndoa 2,43 g 73,20 Endocarpo 0,02 g 0,80

Total 3,32 g 100,00

Bacaba Epicarpo+Polpa 1,08 g 48,60 Amêndoa 1,03 g 46,40

Endocarpo 0,11 g 5,00

Total 2,22 g 100,00

Babaçu Amêndoa 13,47 g 6,80 Pericarpo 184,67 g 93,20

Total 198,14 g 100,00

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O cacho de mumbaca coletado tinha 11 frutos que foram separados do cacho

e pesaram no total 24,86g. Cada fruto foi separado manualmente em 4 partes:

epicarpo, polpa, endocarpo e amêndoa para aferição do rendimento em massa

(Tabela 3). A polpa, parte comestível do fruto, apresentou a menor proporção em

massa com apenas 5%, enquanto a amêndoa e o endocarpo representam

aproximadamente 80% do peso do fruto.

O epicarpo da mumbaca tem coloração alaranjada e quando está maduro

parte-se expondo o mesocarpo que também tem cor laranja (KANH; GRANVILLE,

1998; KANH; FERREIRA, 1995; LORENZI et al., 2004). Porém, não foi observado

esse comportamento no cacho coletado, pois o epicarpo ainda não tinha coloração

totalmente alaranjada, e os frutos estavam na fase de maturação. A mumbaca é

utilizada como fonte de alimento pelos índios e pelos animais, entretanto, não foram

encontrados estudos químicos sobre esta espécie na literatura.

O cacho de ubim coletado possuía 38 frutos que foram separados do cacho e

pesaram 3,32g. Os frutos eram pequenos, tinham aparência arredondada e

coloração escura quase violeta. A cor negro-purpúracea é atribuída aos frutos

quando estão maduros (FERREIRA, 1998; LORENZI et al., 2004).

Os frutos do ubim foram separados em três partes: epicarpo+polpa, amêndoa

e endocarpo. O epicarpo+polpa é formado por uma fina camada e representa quase

26% em massa do fruto. No entanto, a maior parte do peso do fruto é atribuída à

amêndoa que apresenta 73% em massa (Tabela 3). Já o endocarpo do ubim é

constituído por uma estrutura fina e leve, e em relação ao peso do fruto apresenta

um percentual de 0,80%.

Os cachos de bacaba coletados estavam apinhados de frutos maduros,

porém não foi possível verificar o peso total dos cachos e nem dos frutos, pois não

havia balança disponível no local de coleta.

Alguns frutos foram escolhidos aleatoriamente para o cálculo da média da

massa e percentual correspondente. Os frutos selecionados foram divididos em

epicarpo+polpa, endocarpo e amêndoa.

A polpa apresentou um aspecto oleoso, com coloração roxo-escura e

manchas esbranquiçadas sobre o epicarpo. O endocarpo exibiu uma textura fibrosa

e dura, sendo quebrado com o auxílio da prensa. Apenas esse procedimento não

separou o endocarpo totalmente, pois parte dele fica impregnado na amêndoa,

sendo necessário à separação manual.

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A polpa e a amêndoa são responsáveis por quase toda a composição física

em massa dos frutos da bacaba. Esse dado é importante, pois há interesse nos

óleos extraídos de ambas as partes. A polpa representou 48,60% do percentual em

massa e a amêndoa 46,40%. A polpa da espécie Oenocarpus distichus, conhecida

popularmente como bacaba branca ou bacaba de azeite (LORENZI et al., 2004),

pertencente ao mesmo gênero da bacaba (O. bacaba) foi citada como responsável

por 38% da composição física do fruto (MAMBRIM; ARELLANO, 1997).

O cacho de babaçu tinha 61 frutos que depois de separados do cacho

pesaram no total 12,42kg. Como o fruto é muito duro, foi necessário o uso de uma

picareta e bastão de madeira consistente para a quebra.

Os frutos foram divididos em duas partes: amêndoa e pericarpo. A última

parte compreende o epicarpo, mesocarpo e endocarpo e foi responsável por 93% do

peso total do fruto. A amêndoa compõe aproximadamente 7% do peso em massa do

fruto. Alguns autores descrevem percentuais semelhantes para composição física do

fruto do babaçu, para o pericarpo citam 93% e a amêndoa entre 6 a 8% (BARROS,

2011; SOLER; VITALI; MUTO, 2007; SILVA, 2011; SANTOS, 2008). As amêndoas

são cobertas por uma película amarronzada e possuem uma coloração

esbranquiçada. Cada fruto tinha de 1 a 4 amêndoas que pesaram em média 13,47g.

Os frutos do tucumã já estavam disponíveis no laboratório na época em que

se iniciou essa pesquisa e foi a primeira espécie a ser analisada servindo como base

de experiência para as técnicas laboratoriais, nessa situação não foi realizada a

aferição do percentual em massa dos frutos.

Como o açaí já estava despolpado, não foi possível realizar a aferição do

rendimento em massa dos frutos.

O cacho de paxiubinha coletado na Reserva Florestal Adolpho Ducke

apresentava frutos com aparência madura com coloração vermelho-alaranjado

(Figura 27). De acordo com Lorenzi et al. (2004) os frutos maduros adquirem essa

cor e se partem na maturação.

Os frutos da paxiubinha foram armazenados no refrigerador do Laboratório de

Sínteses do NUPENERG, pois na época em que foram adquiridos não foi possível

realizar a aferição do percentual em massa dos frutos, devido à falta de alunos

disponíveis para dar continuidade às pesquisas. Apesar do foco desta pesquisa ser

as palmeiras encontradas no estado de Roraima, resolveu-se aproveitar os frutos da

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espécie, já que estavam disponíveis no laboratório e também por fazer parte do

grupo de plantas em discussão.

Figura 27 - Cacho de paxiubinha coletado na Reserva Florestal Adolpho Ducke.

Fonte: PROF. DR. LUIZ ANTONIO MENDONÇA ALVES DA COSTA (2008).

Os frutos da paxiubinha armazenados no refrigerador estavam na maioria

com o epicarpo rompido e aderido à polpa e alguns exibiam o endocarpo. Os frutos

foram separados em duas partes: epicarpo+polpa, já que o epicarpo é formado por

uma camada muito fina, sendo difícil de separá-lo da polpa e a amêndoa que tem

coloração esbranquiçada e é muito resistente.

4.3 Extração e rendimento do óleo

O interesse em analisar a composição química em ácidos graxos presentes

nos óleos dos frutos das palmeiras encontradas em Roraima durante esta pesquisa

justifica a pequena discussão abaixo sobre as vantagens do método de extração e

solvente escolhido para obtenção dos óleos.

Segundo Guedes (2006) a extração de gorduras e sementes oleaginosas

pode ser realizada por dois métodos tradicionais básicos: a prensagem ou a

extração com solventes, sendo que o último método tem a vantagem de fornecer

uma quantidade de óleo maior a temperaturas menores.

Os solventes mais utilizados na extração de óleos utilizando o sistema soxhlet

são apolares e tem ponto de ebulição de até 70Cº (FREITAS, 2007). Neste caso, um

dos solventes mais utilizados é o hexano que tem ponto de ebulição de 69C° e

possui caráter apolar. Esse solvente é muito eficiente na extração de óleos, por não

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se misturar a água e por ser removido do extrato sem grande consumo de energia,

além de ser pouco tóxico e não ser controlado pela polícia federal e exército.

Visto todas as vantagens e experiências reportadas na literatura a respeito do

método de extração de óleos com esse solvente, foi realizada a extração do óleo

dos frutos das palmeiras em discussão pelo sistema soxhlet e com o solvente

hexano, onde primeiramente foi obtida a média das massas de cada porção dos

frutos e em seguida foi realizada a extração do óleo, onde a maior parte foi feita em

triplicata. O número de extrações, a média massa da parte do fruto a ser extraída, a

média massa do óleo extraído e o rendimento, todos com seus respectivos desvio

padrão, estão apresentados na Tabela 4.

A extração do epicarpo+polpa da paxiubinha foi realizada apenas em

duplicata, pois a quantidade de massa total obtida foi muito baixa.

Os frutos da mumbaca e do ubim forneceram uma baixa quantidade de

massa o que resultou na realização de uma única extração conforme resultados

revelados na Tabela 4.

A extração do epicarpo+polpa do patauá (O. bataua) forneceu um óleo de cor

esverdeada quase transparente (Figura 28a) e apresentou rendimento de 32,81%,

este resultado é significante, pois o epicarpo+polpa corresponde por 78% do peso

do fruto.

Figura 28 – Óleo extraído com sistema soxhlet e solvente hexano: a) epicarpo+polpa e b) Amêndoa de patauá, c) epicarpo+polpa da bacaba.

Markley (1957) destaca que a polpa do patauá contém entre 18% e 24% de

óleo, que de acordo com Mambrin e Arellano (1997) quantia que já seria suficiente

para uma possível exploração comercial. Já o teor de óleo informado por Darnet et

al. (2011) de 29,1% se aproxima ao encontrado nesta pesquisa. Para a polpa

b) c) a) Fonte: AUTOR (2010).

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Tabela 4 – Resultado do rendimento das extrações e cálculo do desvio padrão das médias das massas.

Fonte: AUTOR (2012).

Frutos Parte do fruto Nº de Extrações

Média Massa (g)

Média Massa óleo (g)

Rendimento do óleo (%)

Patauá Epicarpo+Polpa Triplicata 34,88 ± 0,60 11,44 ± 0,53 32,81 Amêndoa Triplicata 15,86 ± 0,92 0,53 ± 0,10 3,36

Bacaba Epicarpo+Polpa Triplicata 35,07 ± 0,46 15,43 ± 2,48 43,94

Amêndoa Triplicata 27,46 ± 3,50 0,43 ± 0,14 1,62

Babaçu Amêndoa Triplicata 38,10 ± 1,63 24,33 ± 1,88 63,79

Tucumã Polpa Triplicata 32,77 ± 0,38 17,25 ± 0,82 52,61 Amêndoa Triplicata 32,77 ± 0,40 6,14 ± 0,55 18,72

Açaí Polpa Triplicata 10,26 ± 0,27 1,57 ± 0,06 15,31

Paxiubinha Epicarpo+Polpa Duplicata 9,73 ± 0,62 0,43 ± 0,44 4,33 Amêndoa Triplicata 15,70 ± 2,03 0,15 ± 0,04 0,98

Mumbaca Epicarpo Uma vez 3,19 1,13 35,42

Polpa Uma vez 1,30 0,15 11,5 Amêndoa Uma vez 7,29 1,12 15,36

Ubim Epicarpo + Polpa Uma vez 0,89 0,33 37,07

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liofilizada é reportado um elevado conteúdo de óleo de 46,72% (RODRIGUES et al.,

2005).

O óleo extraído da amêndoa do patauá apresentou um percentual muito

inferior ao da polpa de 3,36% e coloração com um verde mais escuro (Figura 28b).

Esse percentual é relevante, levando-se em consideração o comentário de Markley

(1957) que cita valor menor que 1% para a amêndoa do patauá.

O óleo extraído do epicarpo+polpa da bacaba (Oenocarpus bacaba)

apresentou coloração amarela (Figura 28c) e rendimento de 43,94%, comparando

com a espécie O. distichus pertencente ao mesmo gênero o rendimento de óleo

proporcionado foi inferior a 25%, onde a extração do óleo foi realizada com hexano

em um extrator semipiloto (MAMBRIM; ARELLANO, 1997). Apesar de a amêndoa

corresponder por 46,39% da massa do fruto, quase o mesmo percentual da polpa, o

rendimento do óleo extraído foi muito pequeno, um percentual de 1,62%.

Já a amêndoa do babaçu (O. phalerata) é responsável por apenas 7% da

massa do fruto, no entanto, de acordo com dados da literatura é composta por mais

de 60% de óleo (MACHADO; CHAVES; ANTONIASSI, 2006; BARROS, 2011;

SOLER; VITALI; MUTO, 2007; SILVA, 2011; SANTOS, 2008). A amêndoa do

babaçu utilizada nesta pesquisa foi pulverizada e já se apresentava bastante oleosa.

A extração da massa triturada forneceu um óleo de cor transparente (Figura 29a) e

apresentou rendimento de aproximadamente 64%, valor bem próximo ao relatado

nos trabalhos supracitados.

Os frutos do tucumã (A. aculeatum) exibiam polpa de coloração amarela com

aspecto bastante oleoso, característica que é relatada em outros trabalhos, inclusive

para a espécie A. vulgare (NASCIMENTO; FERREIRA; REGIANI, 2007; PANTOJA;

REGIANI, 2006; YUYAMA et al., 2008). O óleo extraído da polpa apresenta a

mesma coloração dessa porção do fruto (Figura 29b).

A amêndoa do tucumã foi pulverizada em um triturador doméstico. A extração

da farinha pulverizada proporcionou um óleo de coloração límpida (Figura 29c), com

rendimento de 18,72%. Barbosa et al. (2009) fizeram a extração do óleo da

amêndoa do tucumã (A. aculeatum) com hexano e sistema soxhlet e obtiveram

rendimento de óleo de 40%, valor discrepante em relação ao obtido neste trabalho.

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Figura 29 – Óleo extraído com sistema soxhlet e solvente hexano: a) amêndoa do babaçu, b) polpa de tucumã e c) amêndoa de tucumã.

O rendimento do óleo obtido da amêndoa do tucumã neste trabalho foi inferior

aos percentuais reportados na literatura, no entanto, a quantia encontrada é

expressiva já que a amêndoa por não possuir uma destinação específica, acaba

sendo descartada. Devido ao teor de óleo fornecido, a amêndoa pode ser

empregada na alimentação e mediante estudos mais aprofundados para produção

de biodiesel.

Já a extração da polpa do tucumã (A. aculeatum) forneceu um alto teor de

óleo com rendimento de 52,71%. A quantidade de óleo encontrada nesta espécie foi

superior aos percentuais citados na literatura que varia de 34% a 48% (PANTOJA;

REGIANI, 2006).

Na espécie A. vulgare, Rogério et al. (2010) encontraram média de óleo de

37% na polpa e 26% na amêndoa, enquanto Bora et al. (2001) citam valores elevado

de 58,65% para a polpa e 37,8% para a amêndoa.

O óleo extraído da polpa do açaí (E. oleraceae) apresentou coloração verde-

musgo (Figura 30a). O rendimento médio do óleo foi de 15,31%. Outros autores

encontraram percentual que variam entre 40,75% e 42,73% para a mesma espécie,

onde foi utilizado 100g de polpa liofilizada extraída com éter etílico em extrator

soxhlet (MENEZES, 2005; MENEZES; TORRES; SRUR, 2008; NASCIMENTO et al.,

2008).

Os frutos do açaí são muito apreciados na região norte do Brasil, sendo

consumido principalmente na forma de suco, bebida que possui um alto conteúdo

energético.

Fonte: AUTOR (2010).

b) c) a)

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A extração do epicarpo+polpa da paxiubinha (I. setigera) foi realizada em

duplicata, o que resultou massa média de óleo de 0,43g. Em percentual esse valor

corresponde a 4,33% sendo o menor rendimento de óleo obtido entre as polpas das

espécies em discussão.

A amêndoa da paxiubinha forneceu rendimento de óleo menor que 1%. O

baixo teor de óleo apresentado pode ser atribuído à dificuldade encontrada em

pulverizar a amostra o que pode ter influenciado na superfície de contato entre a

amostra e o solvente (ZACHI, 2007). O óleo extraído da polpa e da amêndoa exibiu

coloração escura (Figuras 30b e 30c), respectivamente.

Figura 30 – Óleo extraído com sistema soxhlet e solvente hexano: a) polpa de açaí, b) epicarpo+polpa de paxiubinha, e c) amêndoa de paxiubinha.

Fonte: AUTOR (2010).

Entre as porções analisadas dos frutos da mumbaca (A. gynacanthum), a

amêndoa exibiu maior quantidade de massa, porém, o melhor rendimento em óleo

de 35,42% foi fornecido pelo epicarpo, que corresponde por apenas 14,41% da

composição física do fruto enquanto a amêndoa representa 40%. O óleo da

amêndoa apresentou coloração límpida.

A polpa da mumbaca apresentou o menor percentual em rendimento de óleo

e a menor proporção em massa física com apenas 5%. Tanto o óleo da polpa

quanto do epicarpo apresentou aspecto amarelo claro.

No caso dos frutos do ubim (G. deversa) foi possível apenas quantificar o

rendimento de óleo do epicarpo+polpa, pois durante o procedimento de obtenção do

óleo da amêndoa houve alteração no extrato que continha o óleo, já que foi

misturado com extrato de outra porção do fruto. Resolveu-se dar continuidade a

pesquisa com os dados do epicarpo+polpa, deixando o estudo do óleo da amêndoa

a) b) c)

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para outro momento oportuno, pois a mesma é responsável por 73,19% da

composição física do fruto.

O óleo do epicarpo+polpa extraído do ubim apresentou coloração amarelo

quase transparente e rendimento de 37,07%. O conteúdo de óleo encontrado nesta

porção é importante, pois ultrapassa o percentual citado para outras espécies que

fazem parte das análises dessa pesquisa como patauá (32,81%), açaí (15,31%) e a

paxiubinha (4,33%).

O principal uso da palmeira de ubim está relacionado à exploração das folhas

para cobertura de habitações rurais (FLORES; ASHTON, 2000; FERREIRA;

SANTOS, 2009). Há uma carência de estudos na literatura sobre os frutos desta

espécie, pois apesar do pequeno tamanho de quase 1 cm de diâmetro (LORENZI et

al., 2004), possui um alto teor de óleo na polpa.

4.4 Análise dos óleos in natura por Cromatografia em Camada Delgada (CCD)

A técnica utilizada para análise prévia dos óleos in natura foi a cromatografia

em camada delgada (CCD), pois é uma técnica bastante simples, eficiente, além de

não ser onerosa. A CCD é uma técnica que consiste na separação dos

componentes de uma mistura através da migração diferencial destes componentes

sobre uma camada delgada de adsorvente retido sobre uma superfície plana

(COLLINS; BRAGA; BONATO, 1997).

As cromatoplacas de vidro empregadas nesta pesquisa foram preparadas

manualmente, conforme descrito na metodologia Matos (1997). O eluente e o

revelador usados foram selecionados com base em trabalho anterior (MOURA,

2007), onde se desenvolveu sistemas de eluição e revelação para análise de óleos

vegetais.

O eluente usado para separação dos constituintes foi à mistura de éter de

petróleo: éter etílico: ácido acético na proporção (90:10:1), e como revelador foi

usado solução sulfocrômica. Para a seleção do eluente e do revelador, foi levado

em consideração às classes de compostos presentes nos óleos vegetais, que são

constituídos majoritariamente por triglicerídeos (Figura 31a) e outras substâncias

que aparecem em menores quantidades, entre elas, os ácidos graxos livres.

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Para a análise em CCD dos constituintes presentes nos óleos foram utilizados

os seguintes padrões: óleo de soja, ésteres metílicos de ácido graxos (Figura 31b)

obtidos a partir do óleo de soja e ácido oléico (Figura 31c).

Figura 31 – a)Triglicerídeo: o grupo “R” corresponde à cadeia alquila, b) Estrutura

genérica dos ésteres metílicos de ácido graxos c) Estrutura do ácido oléico.

Fonte: AUTOR (2013).

Uma pequena alíquota do óleo in natura e das substâncias padrões foram

dissolvidas em hexano e aplicadas sobre a cromatoplaca de CCD contendo sílica

como fase estacionária na seguinte ordem: spot 1: óleo de soja, spot 2: EMAG, spot:

3 ácido oleico e spot 4 e 5 (óleo in natura), como indicado nas CCDs.

Observando o perfil cromatográfico do óleo in natura da polpa, epicarpo,

amêndoa e epicarpo+polpa (EP) das amostras em análise pode-se constatar que

todas são constituídas por triglicerídeos (TG) conforme mostram as Figuras 32 (a, b,

c, d, e) e 33 (a, b, c, d, e, f), considerando que a mancha referente aos TG dos óleos

in natura apresenta fator de retenção semelhante ao padrão óleo de soja. Com

H 2 C O

R 1

C HO

H 2 C

O

O

O

R 3

O

R 2

a)

c) HC

O

O c)

b)

C

O

O RR'

R' = Grupo alquila ou alquenila

R = Porção metanólica

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exceção da amostra do EP da paxiubinha que não indicou presença de TG, pode ser

que a amostra estivesse bastante diluída dificultando a identificação (Figura 33c).

Quanto à presença de ácidos graxos livres (AGL) inicialmente fez-se a análise

do perfil cromatográfico do óleo in natura do epicarpo+polpa das amostras. Para o

patauá e ubim não foram constatados manchas referentes à AGL (Figura 32a e 32c).

Já as amostras de bacaba (Figura 32b), açaí (Figura 32e) e paxiubinha (Figura 33c)

apresentaram manchas na mesma faixa de retenção do padrão ácido oleico,

indicando presença AGL.

Figura 32 – CCD em sílica do óleo in natura: a) EP/ patauá, b) EP/bacaba, c) EP/ubim, d) *ep/mumbaca, e) EP/açaí. Eluente usado: mistura de éter de petróleo: éter etílico: ácido acético (90:10:1), revelador: solução sulfocrômica.

Fonte: AUTOR (2010). EP: significa epicarpo+polpa. *ep: significa epicarpo.

a) b) c) d) e)

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Figura 33 – CCD em sílica do óleo in natura: a) AM e polpa de mumbaca, b) polpa e AM de tucumã,c) EP e AM de paxiubinha, d) AM de patauá, e) AM de bacaba e f) AM de babaçu. Eluente usado: mistura de éter de petróleo: éter etílico: ácido acético (90:10:1), revelador: solução sulfocrômica.

Fonte: AUTOR (2010). EP: significa epicarpo+polpa. AM: significa amêndoa.

a) b) c)

d) e) f)

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Analisando o óleo in natura da polpa da mumbaca (Figura 33a) verifica-se que

o resultado da CCD indica forte presença de AGL. Já na análise da polpa do tucumã

não aparece mancha indicativa dessa substância (Figura 33b).

Na análise dos óleos in natura das amêndoas também foi constatado a

presença de AGL. Nas CCDs da mumbaca (Figura 33a), paxiubinha (Figura 33c),

patauá (Figura 33d) e bacaba (Figura 33e), verificam-se manchas referentes à AGL,

pois quando comparadas com o padrão ácido oleico, apresentam semelhante fator

de retenção. Analisando o perfil cromatográfico do óleo das amêndoas do tucumã e

do babaçu não são observadas manchas indicando a presença de AGL, conforme

mostram as Figuras 33b e 33f, respectivamente.

Na análise do óleo do epicarpo da mumbaca foi constatado que a amostra é

constituída de TG e AGL (Figura 32d).

4.5 Derivatização dos óleos em ésteres metílicos de ácidos graxos (EMAG) para análise em cromatografia gasosa (CG)

Na análise por cromatografia em camada delgada dos óleos in natura foi

verificado a presença de TG em todas as amostras e detectado à presença de AGL

somente em algumas. Para a conversão desses compostos em ésteres metílicos de

ácidos graxos, foram utilizados os métodos de derivatização já mencionados:

transesterificação e esterificação. A cromatografia em camada delgada foi utilizada

como técnica auxiliar para acompanhar a eficiência das reações e a conversão dos

ácidos graxos.

O Grupo de Biotecnologia e Química Fina (GBQF) é composto por alunos

que vem desenvolvendo vários trabalhos com óleos vegetais e animais, entre os

quais esta pesquisa destaca Silva (2009) que selecionou o método de

transesterificação 5509 da ISO (1978) para obtenção de EMAG a partir do óleo da

polpa e amêndoa da pupunha (B. gasipaes). Porém durante as análises por CG-EM

não foi detectado a presença dessas sustâncias, contestando os resultados obtidos

por CCD, que indicavam a conversão dos ácidos graxos. Silva (2009) modificou o

método 5509 da ISO (1978), conforme descrito na metodologia desta pesquisa,

obtendo os resultados desejados.

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O método 5509 da ISO (1978) modificado demandava muito tempo, pois a

mistura reacional permanecia em repouso até o dia seguinte a reação. Diante dessa

questão, buscamos na literatura novas metodologias a fim de otimizar os resultados

e melhorar o intervalo de tempo consumido pela reação, selecionamos o método Ce

2-66 da AOCS ( SILVA, 2005). Alguns ensaios analíticos foram realizados com óleo

de soja comercial utilizando este método e os resultados obtidos foram satisfatórios.

Para a conversão das amostras do óleo in natura em EMAG nesta pesquisa,

utilizou-se a metodologia selecionada por Silva (2009) e pelo grupo GBQF que

corresponde aos métodos de transesterificação 5509 da ISO (1978) modificado e Ce

2-66 da AOCS ( SILVA, 2005), respectivamente, devido aos excelentes resultados

obtidos com as sínteses analítica.

As amostras do óleo da polpa e amêndoa do tucumã, amêndoa do babaçu e

epicarpo+polpa do açaí foram derivatizadas pelo método 5509 da ISO (1978)

modificado. Na análise por CCD foi revelada a presença de AGL no óleo do

epicarpo+polpa do açaí.

4.5.1 Esterificação do óleo

Como a presença elevada de ácidos graxos livres nos óleos pode

comprometer a reação de transesterificação realizada via catálise básica (MILINSK,

2007; SILVA, 2005), decidiu-se primeiramente realizar a reação de esterificação do

óleo da polpa do açaí. Aproximadamente 1,6g do óleo da amostra foram

esterificados com metanol na presença de ácido sulfúrico em condições catalíticas.

Comparando a CCD do óleo in natura de açaí (Figura 34a) com a CCD do produto

da reação (Figura 34b) verifica-se que a mancha referente aos AGL desapareceu e

que foram convertidos em ésteres mélicos de ácidos graxos, pois aparece uma

mancha na mesma faixa de retenção do EMAG. Conforme a análise da CCD do

produto da reação a mancha inferior corresponde aos triglicerídeos.

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Figura 34 - CCD do óleo da polpa de açaí: a) óleo in natura, b) produto da reação de esterificação.

Fonte: AUTOR (2010). 4.5.2 Transesterificação com o Método 5509 da ISO (1978) Modificado

As amostras de óleo transesterificadas pelo método 5509 da ISO (1978)

modificado foram: polpa e amêndoa do tucumã, amêndoa do babaçu e óleo

esterificado da polpa do açaí. Conforme análise por CCD do óleo in natura destas

espécies, não foi constatado a presença de AGL nessas amostras, com exceção

para a amostra de açaí, submetida à esterificação.

Aproximadamente 1,6g do óleo das amostras citadas foram transesterificadas

com hidróxido de potássio em álcool (KOH 0,2 mol. L-1) em condições catalíticas. O

produto da reação foi analisado por CCD.

O resultado obtido do óleo da polpa do tucumã transesterificado sugeriu a

forte presença de AGL, (Figura 35a), pois surgiu uma mancha com fator de retenção

semelhante ao ácido oleico. Esse fato causou surpresa, já que durante a análise da

CCD do óleo in natura (Figura 35b), não foi observado a presença de AGL. A

mancha referente aos TG desapareceu e surgiu outra na mesma faixa de retenção

dos EMAG, indicando a conversão dos triglicerídeos.

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Figura 35 - CCD do óleo da polpa de tucumã: a) produto da reação da transesterificação, b) spot 4 se refere ao óleo in natura

Fonte: AUTOR (2010).

Devido à presença de ácidos graxos livres no óleo transesterificado da polpa

de tucumã foi realizado a reação de esterificação com metanol na presença de ácido

sulfúrico em condições catalíticas. O produto obtido da reação foi analisado por CCD

e apresentou apenas uma única mancha com fator de retenção semelhante ao

EMAG (Figura 36a), indicando que ocorreu a conversão dos AGL em ésteres

metílicos.

O produto da reação da transesterificação do óleo da polpa de açaí

esterificado, da amêndoa do tucumã e babaçu foi analisado por CCD e sugeriu a

conversão dos TG em ésteres metílicos de ácidos graxos, conforme verificado nas

Figuras 36b, 36c e 36d, respectivamente, pois a mancha referente a presença de

triglicerídeos desapareceu, confirmando que a reação ocorreu, pois a única mancha

que aparece nas amostras tem Rf análogo ao EMAG.

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Figura 36 – Análise por CCD: a) produto da esterificação do óleo da polpa do tucumã, b) produto da transesterificação do óleo esterificado do açaí, c) produto da transesterificação do óleo amêndoa do tucumã e d) produto da transesterificação da amêndoa do babaçu.

Fonte: AUTOR (2010).

4.5.3 Transesterificação com o método Ce 2-66 da AOCS

O método Ce 2-66 da AOCS (SILVA, 2005) proporcionou melhores condições

de análise quando comparado com o método 5509 da ISO (1978) modificado que

apresenta a desvantagem de não esterificar os ácido graxos livres, além da

demanda de tempo indispensável em todo o processo reacional.

O óleo de patauá, bacaba, mumbaca e ubim foram transesterificados com o

método Ce 2-66 da AOCS (SILVA, 2005), pois além do tempo consumido pela

reação ser menor, o método tem a vantagem de converter os ácidos graxos livres

em ésteres metílicos.

Aproximadamente 50mg de óleo de cada amostra foi transesterificado de

acordo com o procedimento descrito na metodologia. O produto final das reações foi

analisado qualitativamente através de cromatografia em camada delgada e o

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resultado obtido confirma a eficiência da conversão dos triglicerídeos e ácidos

graxos livres em seus derivados ésteres metílicos, fato que pode ser observado nas

Figuras 37 (a, b, c, d) e 38 (a, b, c, d).

Figura 37 – Análise por CCD do produto da transesterificação com método Ce 2-66 da AOCS (SILVA, 2005): a) EP de patauá, b) amêndoa de patauá, c) EP de bacaba e d) amêndoa de bacaba.

Figura 38 – Análise por CCD do produto da transesterificação com método Ce 2-66 da AOCS (SILVA, 2005): a) epicarpo de mumbaca, b) polpa de mumbaca, c) amêndoa de mumbaca e d) polpa de ubim.

a) b) d) c)

Fonte: AUTOR (2013) *Ep = epicarpo; *Pax.= paxiubinha; *Mumb.= mumbaca

a) b) c) d)

Fonte: AUTOR (2010).

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As manchas correspondentes aos triglicerídeos e ácidos graxos livres

presente no óleo in natura das amostras desapareceram após a reação de

transesterificação com o método Ce 2-66 da AOCS (SILVA, 2005), indicando que a

reação ocorreu. Uma nova mancha surgiu na parte superior da CCD, com fator de

retenção semelhante aos ésteres metílicos, fato observado tanto nas amostras da

Figura 37 como 38.

O óleo do epicarpo+polpa e amêndoa da paxiubinha também foi derivatizado

com o método Ce 2-66 da AOCS (SILVA, 2005), porém, durante a análise por CCD

constatou-se a presença de TG e AGL no produto final da reação. Na CCD do

epicarpo+polpa há evidências da presença de AGL e formação de ésteres metílicos,

pois há uma mancha na parte inferior na mesma faixa de retenção do ácido oléico e

outra na parte superior com fator de retenção semelhante aos ésteres metílicos

(Figura 39a), indicando a conversão dos TG já que a mancha referente a essa

substância desapareceu. Já no produto final da reação da amêndoa analisado por

CCD, além das manchas referentes aos AGL e ésteres metílicos, verificou-se a

presença de TG, conforme indicado na Figura 39b.

Figura 39 – CCD do produto da transesterificação com método Ce 2-66 da AOCS (SILVA, 2005): a) epicarpo+polpa da paxiubinha, b) amêndoa da paxiubinha, c) produto da esterificação da amêndoa da paxiubinha e d) produto da esterificação do epicarpo+polpa da paxiubinha.

Fonte: AUTOR (2010).

a) b) c) d)

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Devido ao fato da reação não ter ocorrido completamente evidenciada pela

presença de ácidos graxos livres tanto na reação do epicarpo+polpa e amêndoa da

paxiubinha foi realizado a reação de esterificação. O produto obtido da reação foi

analisado por CCD e apresentou apenas uma única mancha com fator de retenção

semelhante ao EMAG, confirmando a ocorrência da reação (Figuras 39c e 39d).

4.6 Caracterização dos ésteres metílicos de ácidos graxos por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM)

Os ésteres metílicos de ácidos graxos obtidos via reação de transesterificação

foram tratados com agente sililante para evitar a presença de ácidos graxos livres

durante as análises por CG-EM.

A identificação foi realizada pela análise dos espectros de massas obtidos e

sua comparação com os espectros da biblioteca Wiley 8ª edição e da literatura

(ADAMS, 2001), além da comparação dos índices de retenção obtidos com os

índices reportados na literatura (ADAMS, 2001). Foram injetadados uma série de

padrões de hidrocarbonetos lineares (C7-C30) para a obtenção dos índices de

retenção calculados segundo a equação de Van den Dool e Kratz (1963).

O conjunto das análises citadas permitiu identificar vários ésteres metílicos de

ácidos graxos saturados (EMAGS) e insaturados (EMAGI) nos óleos dos frutos das

palmeiras de patauá, bacaba, açaí, babaçu, tucumã, mumbaca, ubim e paxiubinha.

Entre os ésteres metílicos saturados foram identificados nove compostos: hexanoato

de metila (C6:0), Octanoato de metila (C8:0), decanoato de metila (C10:0),

dodecanoato de metila (C12:0), tetradecanoato de metila (C14:0), hexadecanoato de

metila (C16:0), heptadecanoato de metila (C17:0), octadecanoato de metila (C18:0)

e icosanoato de metila (C20:0). Os EMAGS identificados apresentaram fragmentos

característicos, como o pico base com m/z 74, além de outros fragmentos de menor

intensidade com m/z 43, 57, 87, 129, 143 e [M-31]+. Todos esses picos podem ser

observados no espectro de massas do hexadecanoato de metila (Figura 40), que

representará o perfil de fragmentação de todos os ésteres metílicos saturados

identificados.

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Figura 40 – Espectro de massas do hexadecanoato de metila representando o perfil de fragmentação dos ésteres metílicos de ácidos graxos saturados identificados nos óleos das palmeiras.

Fonte: AUTOR (2013).

O pico base com m/z 74 é o mais intenso do espectro de massas e resulta do

rearranjo de McLafferty. O íon [M-31]+ corresponde ao pico de pouca intensidade

formado pela clivagem homolítica da ligação do grupo (OCH3). O pico m/z 87 é

formado pela clivagem do C3 e C4 em relação à carbonila, conforme já explicado

anteriormente. Os picos em m/z 43 e 57 correspondem às fragmentações da porção

alquila. Os espectros de massas individuais dos EMAGS estão apresentados no

Anexo A.

Na análise dos espectros de massas foram identificados ésteres metílicos de

ácidos graxos monoinsaturados e poliinsaturados, pois esses compostos também

apresentam fragmentos característicos. Os ésteres metílicos de ácidos graxos

monoinsaturados identificados nos óleos foram: 9-octadecenoato de metila (C18:1),

9-octadecenoato de etila (C18:1) e 9-hexadecenoato de metila (C16:1); apenas um

poliinsaturado foi identificado: 9,12-octadecadienoato de metila.

Os EMAG monoinsaturados frequentemente apresentam pico base em m/z

55, além de outros fragmentos característicos (m/z 69, [M-32]+ e [M-74]+), como

indicado no espectro de massas representativo do 9-octadecenoato de metila

(Figura 41A), que representará o perfil de fragmentação dos ésteres metílicos

monoinsaturados identificados nesta pesquisa.

O C O CH3

H3COC

O

H

CH2

50.0 75.0 100.0 125.0 150.0 175.0 200.0 225.0 250.0 275.00

50

100

%

74

87

43 14355227129101 171 185 199 270239157115 213

[M 31]+

HO

OCH3

11

12

13

14

15 3

4

5

6

7

8

9

2

C16

O

OCH310

m/z 143

1

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86

Figura 41 – Espectro de massas representativo do perfil de fragmentação dos EMAG insaturados identificados nos óleos das palmeiras: A): 9-octadecenoato de metila e B) 9,12-octadecadienoato de metila.

O pico m/z 69 é formado pela clivagem do carbono C4 e C5 em relação à

carbonila. A formação dos picos [M-32]+ e [M-74]+ é resultante do rearranjo de

McLafferty.

Para o 9-octadecenoato de etila a formação do pico m/z 69 é resultante da

formação do íon [M-46]+, seguida da quebra da ligação do carbono C4 e C5 em

relação à carbonila. O pico m/z 222 corresponde a formação do íon [M-88]+ através

do rearranjo de McLafferty.

Já o pico base m/z 67 é característico do 9,12-octadecadienoato de metila,

conforme indicado no espectro de massas da Figura 41B. A formação do pico [M-

32]+ ocorre a partir do perda do grupo metóxi. Os espectros individuais dos EMAG

insaturados estão apresentados no anexo A.

Além dos EMAG saturados e insaturados foram identificados ácidos graxos

silliados como o dodecanoato de trimetilsilila, hexadecanoato de trimetilsilila e 9-

octadecenoato de trimetilsilila, consequência da reação com BSTFA. A sililação

50.0 75.0 100.0 125.0 150.0 175.0 200.0 225.0 250.0 275.0 300.00

50

100

%

55

69 83 9741

111264123

137 222152 180166 235 296207 246 278

CH CH2CH2CO

[M 32]+

[M 74]+

[M]+

A)

50.0 75.0 100.0 125.0 150.0 175.0 200.0 225.0 250.0 275.0 300.00

50

100

%

67 81

95

5541 109

123 135 150 164 262178 294220196 245

[M 32]+[M]+

B)

18

12

3

4

5

6

7

8

910 C

O

OCH311

12

13

14

15

16

17

18 12

3

4

5

6

7

8

910

11

1213

14

15

16

17C

O

OCH3

Fonte: AUTOR (2013).

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87

ocorre na hidroxila do ácido com substituição do hidrogênio pelo grupo trimetilsilila,

adquirindo um caráter apolar (SILVA, 2006).

O fragmento m/z 73 corresponde ao cátion trimetilsilila, mostrado no espectro

de massas da Figura 42, que representará o perfil de fragmentação dos ácidos

graxos sililados identificados (Anexo B).

Outros fragmentos característicos do grupo trimetilsilila podem ser

claramente visualizados como o pico de m/z 117 resultante da clivagem do carbono

adjacente a carbonila e o pico de m/z 145, formado pela quebra da ligação entre os

carbonos 3 e 4 em relação a carbonila. A formação do íon [M-15]+ ocorre com a

perda de uma metila, formando um pico de intensidade considerada.

Figura 42 – Espectro de massas representativo do perfil de fragmentação dos ácidos sililados.

Fonte: AUTOR (2013).

4.7 Constituição em ácidos graxos dos óleos do epicarpo, polpa e amêndoa dos frutos analisados CG-EM

Os índices de retenção calculados e os ésteres metílicos identificados estão

apresentados na Tabela 5 e 6 com seus respectivos percentuais.

A composição química dos óleos em estudo é muito semelhante entre si,

porém, diferem no aspecto proporcional, apresentando diferentes percentuais de

0

50

100

%

117

73 313

129145

43 55 9583 201 269 285185159 243 328229 257215

SiOCO

CH3

CH3

CH3

Si

CH3

CH3

CH3

M 15

M

O

O Si

CH3

CH3

CH3

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16 21

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88

Tabela 5 - Percentual (%) em área dos ésteres metílicos de ácidos graxos encontrados nos óleos identificados por CG-EM.

Epicarpo+polpa (%) Polpa (%) Epicarpo (%) ÁCIDOS GRAXOS *1IRL *2IRcal Açaí Patauá Bacaba Ubim Paxiubinha Tucumã Mumbaca Mumbaca

Sat

ura

do

s

C12:0 1526a 1528 0,47 - - 0,16 3,05 0,36 2,97 1,02 C14:0 1724a 1728 0,39 - - 0,17 1,84 0,44 2,04 0,77 C16:0 1922a 1929 19,63 22,12 17,08 24,28 21,50 15,23 18,70 20,16 C17:0 - 2030 0,15 - - - 1,17 0,28 - - C18:0 2125a 2129 8,36 2,52 2,87 4,62 4,19 10,20 4,72 5,18 C20:0 2339c 2330 0,80 - - 0,36 - 0,32 - - Total - - 29,80 24,64 19,95 29,59 31,75 26,83 28,43 27,13

Insa

tura

do

s C16:1 1932b 1907 0,28 0,40 - 0,55 - 0,22 - - C18:1 2103b 2105 53,56 60,25 66,77 64,74 42,56 62,55 36,26 46,00

C18:1(etila) 2179b 2173 - - - - - 0,52 - - C18:2 2096a 2096 10,60 12,73 11,71 4,07 4,05 0,23 11,19 9,21

Total - - 64,44 73,38 78,48 69,36 46,61 63,52 47,45 55,21

Sili

lad

o

C16:0 - 2053 0,59 - - - - 0,62 - - C18:1 - 2223 2,61 - - - - 2,17 - -

Não

Id

enti

fica

do

N.I. - 2109 2,29 1,98 1,57 1,05 1,06 6,65 1,07 0,91 N.I. - 2308 0,27 - - - - 0,21 - - N.I. 3246 - - - - 1,06 - 1,90 1,03 N.I. - 3327 - - - - 19,52 - 19,99 14,80 N.I. - 3386 - - - - - 1,16 0,92

aADAMS, 2001; bPINO et al. 2005; chttp://www.pherobase.com; *1I.R.L. - Índice de Retenção da Literatura; *2I.Rcal - Índice de retenção representativo calculado com base na média do índice de cada composto. Fonte: AUTOR (2013).

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ácidos graxos saturados e insaturados. Na análise do óleo das diferentes partes dos

frutos verificou-se a presença dominante do ácido palmítico (C16:0), esteárico

(C18:0), oleico (C18:1) e linoleico (C18:2) em todos os frutos. A literatura cita esses

AG como os mais comuns encontrados em óleos vegetais (VIANNI; BRAZ-FILHO,

1996; GAMBARRA NETO, 2008).

Os frutos de açaí, patauá, bacaba, ubim e paxiubinha tem o epicarpo muito

fino, dificultando a separação da polpa, nesses casos, o óleo foi extraído de ambas

as partes (epicarpo+polpa) juntas. Já nos frutos do tucumã e da mumbaca a

extração do óleo foi realizada apenas na polpa, no caso da mumbaca também foi

feita a extração do óleo do epicarpo separadamente.

As análises demonstraram que os óleos extraídos tanto da polpa quanto do

epicarpo são constituídos principalmente por ácidos graxos insaturados (AGI), sendo

o ácido oleico o componente majoritário (Tabela 5), pois quando se compara o óleo

extraído de ambas às partes juntas (epicarpo+polpa) ou separadas não é observado

ÁCIDOS GRAXOS IRL *IRcal Patauá Bacaba Babaçu Paxiubinha Tucumã Mumbaca

C6:0 927a 927 - - 0,21 - - -

Sat

ura

do

s

C8:0 1127a 1128 - - 7,81 - 2,21 0,28 C10:0 1326a 1328 - - 8,59 - 2,79 1,33 C12:0 1526a 1528 - 0,10 33,92 23,61 36,23 66,33 C14:0 1724a 1728 - 0,03 14,99 9,57 22,52 22,05 C16:0 1922a 1929 21,45 23,44 9,70 37,05 9,12 3,81 C18:0 2125a 2129 2,37 4,14 8,07 5,31 4,90 1,02 C20:0 2339c 2330 - 0,08 - - - -

TOTAL - - 23,82 27,79 83,29 75,54 77,77 94,82

1 Insa

t.

C16:1 1932b 1907 0,52 0,15 - - - - C18:1 2103b 2105 62,19 56,38 12,90 9,77 14,05 4,15 C18:2 2096a 2096 11,47 14,54 3,13 - 7,00 1,03

TOTAL - - 74,18 71,07 16,03 9,77 21,05 5,18

2 Sili

l. C12:0 1660 - - - 0,20 - 0,33 - C18:1 2223 - - - - - 0,47 -

3 N.I.

N.I. - 2109 2,00 1,14 0,48 1,70 0,38 - N.I. - 2235 - - - 5,78 - - N.I. - 3327 - - - 7,21 - -

Tabela 6 - Percentual (%) em área dos ésteres metílicos de ácidos graxos encontrados nos óleos das amêndoas identificados por CG-EM.

aADAMS, 2001; pPINO, et al. 2005; chttp://www.pherobase.com; 1Insat. = Insaturados; 2Silil. = Sililados; 3N.I. = Não Identificados; *I.Rcal - Índice de retenção representativo calculado com base na média do índice de cada composto; I.R.L. - Índice de Retenção da Literatura. Fonte: AUTOR (2013).

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90

diferenças no perfil de ácidos graxos. Ainda entre os ácidos graxos insaturados o

ácido linoleico apresenta percentuais acentuados que variam entre 4% a 12%, com

exceção para o óleo extraído da polpa do tucumã, que apresentou um percentual

desprezível de 0,23%, nessa amostra foi detectado ainda a presença de ácido oleico

etilado com percentual de 0,52%.

Na análise do perfil de ácidos graxos saturados (AGS) observa-se a presença

marcante do ácido palmítico e do ácido esteárico nos óleos do epicarpo e polpa

sejam extraídos juntos ou separadamente, sendo que o ácido palmítico apresenta os

maiores percentuais de 17% a 22%, enquanto que o esteárico oferece percentuais

que variam entre 2% a 10%. Outros ácidos graxos como o C12:0, C14:0, C17:0,

C20:0 e C16:1 foram registrados no óleo do epicarpo e polpa de alguns frutos com

percentuais que variam entre 0,15% a 3,05% (Tabela 5).

Na análise do óleo extraído das amêndoas de patauá e bacaba foi verificada

a presença predominante de ácidos graxos insaturados, enquanto que nos óleos

extraídos das amêndoas de babaçu, paxiubinha, tucumã e mumbaca prevaleceu a

constituição majoritária dos ácidos graxos saturados (Tabela 6).

Quanto aos óleos extraídos da amêndoa de patauá e bacaba foi constatado

que apresentam composição semelhante ao óleo extraído do epicarpo+polpa

(Tabela 5), onde predomina a constituição em AGI, com destaque para o ácido

oleico como componente majoritário, seguido do ácido linoleico que apresenta

percentuais relevantes de 11,47% (patauá) e 14,54% (bacaba). Entre os AGS o

ácido palmítico apresenta percentuais de 21,45% para o óleo de patauá e 23,44%

para o óleo da bacaba. No óleo da amêndoa da bacaba aparece outros AG como o

C12:0, C14:0 e C20:0 com percentuais muito baixos. Traços do C16:1 aparece

tanto no óleo da amêndoa do patauá quanto no óleo da amêndoa da bacaba.

Nos óleos extraídos das amêndoas de babaçu, paxiubinha, tucumã e

mumbaca predomina a presença dos ácidos graxos saturados (Tabela 6), sendo o

ácido láurico (C12:0) o constituinte majoritário. Porém, a paxiubinha apresenta o

ácido palmítico (C16:0) com o maior percentual seguido do ácido láurico e mirístico,

respectivamente. Nas demais amostras o ácido mirístico foi o segundo AGS com

maior percentual variando entre 15% a 22,52%.

Os ácidos graxos C8:0 e C10:0 foram registrados nos óleos das amêndoas de

tucumã e mumbaca, mas somente no óleo do babaçu apresentaram percentuais

acima de 7%. Já o C16:0 apresentou percentuais elevados no óleo da amêndoa de

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babaçu (9,70%), tucumã (9,12%) e pouco mais de 3% no óleo da mumbaca. O ácido

graxo C18:0 foi registrado nos óleos de todas as amêndoas com percentuais que

variam entre 1,03% a 8,07%. Traços dos ácidos graxos C6:0 e C20:0 foram

detectados nos óleos das amêndoas de babaçu e bacaba, respectivamente.

Entre os AGI encontrados nos óleos das amêndoas de babaçu, paxiubinha,

tucumã e mumbaca o ácido oleico aparece com os maiores percentuais variando

entre 4,15% a 14,05% seguido do ácido linoleico com percentuais entre 1% a 7%.

Foi detectado a presença dos ácidos graxos sililados C12:0, C16:0 e C18:1

nos óleos do epicarpo, polpa e amêndoas de alguns frutos com percentuais variando

entre 0,20% a 2,61%, como também várias substâncias que não foram identificadas

(Tabela 5 e 6).

Os ácidos graxos do óleo da polpa da bacaba analisados por CG-EM no

trabalho de Escriche et al. (1999), apresenta constituição e percentual que se

aproxima ao perfil de AG citado neste trabalho.

Na comparação do perfil em AG do óleo extraído da polpa do tucumã com o

óleo extraído da polpa e do epicarpo da mumbaca, ambas as espécies pertencentes

ao gênero Astrocaryum, constata-se a similaridade entre os ácidos graxos

constituintes desses óleos, pois tanto o óleo do tucumã quanto o óleo da mumbaca

são formados principalmente por AG insaturados, com domínio do ácido oleico,

sendo que este apresentou maior percentual na polpa do tucumã (Tabela 5). O óleo

da polpa e do epicarpo da mumbaca apresentou percentual de ácido linoleico de

11,19% e 9,21%, respectivamente, bem superior ao encontrado na polpa de tucumã

que foi de 0,23%.

Entre os AGS encontrados no óleo da polpa do tucumã e no óleo da polpa e

epicarpo da mumbaca o ácido palmítico apresenta o maior percentual, seguido do

ácido esteárico em ambas as espécies. Zaninetti (2009) analisou o perfil de AG no

óleo da polpa do tucumã por CG-EM, apresentando o ácido esteárico com o maior

percentual entre os AG saturados.

A comparação entre os óleos extraídos das amêndoas de tucumã e mumbaca

nesta pesquisa mostra que o perfil de ácidos graxos saturados e insaturados é muito

semelhante, diferindo apenas na proporção, pois a mumbaca apresenta um alto teor

de ácido láurico (66,33%), enquanto o tucumã apresenta 36,23%.

O perfil de AG no óleo da amêndoa do babaçu apresenta o mesmo

comportamento descrito para a amêndoa da mumbaca e tucumã e é semelhante aos

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92

reportados na literatura analisados por CG-EM (ROCHA et al., 2008; SANTOS,

2008; VASCONCELOS, 2009). O ácido C6:0 foi registrado apenas no óleo da

amêndoa do babaçu nesta pesquisa, não sendo informado sua presença nos

trabalhos supracitados.

4.8 Análises dos ésteres metílicos de ácidos graxos por Cromatografia Gasosa equipada com Detector por Ionização em Chama (CG-DIC)

O laboratório de Cromatografia localizado no prédio NUPENERG da

Universidade Federal de Roraima disponibiliza hoje dois equipamentos de

cromatografia: o cromatográfo a gás acoplado ao espectrômetro de massas (CG-

EM) e o cromatográfo a gás equipado com detector por ionização em chama (CG-

DIC), ambos auxiliam as pesquisas desenvolvidas pelo grupo GBQF.

Entretanto, no início dessa pesquisa contávamos apenas com o CG-EM para

a caracterização dos ésteres metílicos presentes nos óleos, técnica muito utilizada

na análise do perfil de ácidos graxos permitindo uma excelente separação e

identificação das substâncias através da análise dos espectros de massas. No

decorrer da pesquisa foi adquirido o CG-DIC que passou a auxiliar as análises

realizadas no CG-EM otimizando os resultados.

Os óleos extraídos dos frutos de açaí, bacaba, patauá, tucumã, mumbaca,

babaçu, ubim e paxiúba foram transesterificados e analisados por CG-DIC. A

identificação do perfil de ácidos graxos foi realizada pela comparação dos tempos de

retenção dos constituintes das amostras com os tempos de retenção obtidos a partir

da injeção da mistura de padrões da marca Supelco, composta por 37 ésteres

metílicos de ácidos graxos (Figura 43).

Na análise da composição química dos óleos foram identificados vários

ácidos graxos com cadeias que variam entre 4 a 24 carbonos (Tabela 7). Os

maiores percentuais de ácidos graxos insaturados foram registrados nos óleos

extraídos do epicarpo e polpa dos frutos, sendo o ácido oleico o constituinte

majoritário apresentando percentuais que variam entre 32,72% a 75,28%, seguido

do ácido linoleico que apresentou percentuais variando entre 5,84% a 18,78%. No

óleo extraído da polpa do tucumã o ácido γ-linolênico (C18:3n6) foi o segundo AGI a

apresentar maior percentual (6,11%), enquanto o percentual de ácido linoleico foi

muito inferior, não atingindo 1%. No óleo da polpa e epicarpo da mumbaca, polpa do

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93

Figura 43 – Cromatograma da mistura de padrões da marca Supelco composta por 37 EMAG com seus tempos de retenção. Coluna utilizada: Omegawax 250.

Fonte: AUTOR (2013).

Pico Tempo de Retenção Ácido graxo

1 4,31 C4:0 2 8,82 C6:0 3 15,07 C8:0 4 21,42 C10:0 5 24,44 C11:0 6 27,33 C12:0 7 30,09 C13:0 8 32,74 C14:0 9 33,68 C14:1

10 35,28 C15:0 11 36,20 C15:1 12 37,73 C16:0 13 38,34 C16:1 14 40,06 C17:0 15 40,66 C17:1 c 16 42,33 C18:0 17 42,78 C18:1n9 c e t 18 43,78 C18:2n6 c 19 43,85 C18:2n6 t 20 44,46 C18:3n6 21 45,21 C18:3n3 22 46,84 C20:0 23 47,38 C20:1n9 c 24 48,75 C20:2 c 25 49,62 C20:3n6 26 49,70 C21:0 27 50,34 C20:3n3 c 28 50,89 C20:4n6 29 52,82 C20:5n3 c 30 53,35 C22:0 31 54,24 C22:1n9 32 56,51 C22:2 c 33 57,99 C23:0 34 64,10 C24:0 35 65,41 C22:6n3 c

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94

Ácidos Graxos

Epicarpo+polpa (%) Polpa (%) *Ep (%)

Amêndoa (%)

Açaí Patauá Bacaba Ubim *Pax. Tucumã *Mumb. *Mumb. Patauá Bacaba Babaçu *Pax. Tucumã *Mumb. C4:0 0,06 0,04 0,09 0,04 0,24 0,06 0,29 0,32 0,09 0,04 0,07 0,28 0,09 0,03 C6:0 0,02 0,01 0,06 - - - - - 0,04 0,01 0,01 - 0,07 0,02 C8:0 0,15 0,03 0,33 0,02 0,04 0,12 - - 0,06 0,21 0,51 - 1,17 0,68

C10:0 0,04 - 0,04 0,09 0,91 0,02 0,15 0,10 0,04 0,08 5,34 0,83 1,43 2,09 C11:0 - - - 0,04 - - - - - - 0,02 - - 0,02 C12:0 0,25 0,05 0,13 0,52 5,47 0,25 5,83 3,81 0,23 0,39 52,47 18,16 50,07 60,39 C13:0 - - - 0,04 - - - - - - 0,03 - 0,05 0,07 C14:0 0,23 0,10 0,14 0,41 3,53 0,27 4,19 2,77 0,23 0,27 15,94 8,79 24,76 22,10 C14:1 - - - - - - - 0,06 - - - - - - C15:0 0,03 0,20 0,04 0,04 0,55 0,02 0,54 0,40 0,25 0,06 - 0,63 0,02 0,01 C15:1 - - - - 0,07 - 0,13 - 0,03 - - 0,32 - 0,01 C16:0 17,01 21,10 18,18 24,18 21,92 10,21 19,80 22,11 22,01 23,40 7,94 25,54 6,07 4,59 C16:1 0,17 1,07 0,47 1,12 0,22 0,07 0,42 0,41 1,24 0,60 0,03 0,14 - 0,01 C17:0 0,08 0,07 0,06 0,12 2,33 0,12 0,72 0,57 0,08 0,09 0,01 1,71 0,02 0,01 C17:1c 0,03 0,04 0,04 0,03 0,07 0,10 0,14 0,08 0,04 0,03 - 0,07 0,07 - C18:0 4,00 2,74 3,38 4,99 5,10 4,70 6,09 6,14 2,65 4,23 4,96 5,23 2,11 1,60

C18:1n9c/t 70,61 53,49 56,03 58,90 40,42 75,28 32,72 38,57 54,03 49,60 10,70 10,05 9,84 5,04 C18:2n6c 5,84 17,14 17,75 5,98 7,79 0,13 18,78 15,33 14,38 18,96 1,71 2,18 3,89 2,29 C18:2n6t - - - - - 0,32 - - - - - - 0,02 0,58 C18:3n6 - - - 0,01 0,36 6,11 0,17 0,11 - 0,01 - 0,17 0,03 0,03 C18:3n3 0,56 0,69 0,70 0,70 0,56 1,59 2,71 2,49 0,63 0,66 - 0,22 0,05 0,04

Tabela 7 – Percentual em área dos ésteres metílicos de ácidos graxos encontrados nos óleos dos frutos das palmeiras do estado de Roraima identificados por CG-DIC.

Fonte: AUTOR (2013) *Ep. = epicarpo *Pax. = paxiubinha *Mumb. = mumbaca

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Ácidos graxos

Epicarpo+polpa (%) Polpa (%) *Ep. Amêndoa (%)

Açaí Patauá Bacaba Ubim *Pax. Tucumã *Mumb. *Mumb. Patauá Bacaba Babaçu *Pax. Tucumã *Mumb. C20:0 0,28 0,22 0,27 0,84 0,56 0,17 0,51 0,52 0,18 0,33 0,07 0,52 0,09 0,06

C20:1n9c 0,12 0,09 0,08 0,15 0,27 0,13 0,13 0,10 0,10 0,10 0,04 2,93 0,06 0,04 C20:2c - - - 0,03 - - - - - - - 0,35 - -

C20:3n6c - - - - 0,13 - - - - - - 0,17 - - C20:3n3c - - - - - - - - - - - 0,16 - - C20:4n6 - - - 0,05 - - - - - - - 0,12 - -

C22:0 0,05 0,08 - 0,35 0,91 - 0,87 0,89 0,16 0,23 - 1,44 - - C22:1n9 - - - - 0,28 - - - - - - 0,51 - -

C23:0 - - - 0,14 1,25 - 0,59 - - - - 0,82 - - C24:0 - - - 0,26 2,93 - 1,14 0,52 - 0,10 - 1,47 - -

Saturados 22,20 24,64 22,72 32,08 45,74 15,94 40,72 38,15 26,02 29,44 87,37 65,42 85,95 91,67

Insaturado 77,33 75,52 75,07 66,97 50,17 83,73 55,20 57,15 70,45 69,96 12,48 17,39 13,96 8,04

Tabela 7 – (Continuação) Percentual em área dos ésteres metílicos de ácidos graxos encontrados nos óleos dos frutos das palmeiras do estado de Roraima identificados por CG-DIC.

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tucumã foram encontrados percentuais relevantes do ácido α-linolênico (C18:3n3)

variando entre 1,59% a 2,71%.

Entre os ácidos graxos saturados identificados nos óleos do epicarpo e polpa

destaca-se o ácido palmítico e o ácido esteárico como os principais ácidos graxos,

pois apresentam elevados percentuais que variam entre 10,21% a 24,18% para o

palmítico e entre (2,74% e 6,09%) para o esteárico. Já o ácido láurico e o ácido

mirístico foram detectados em sua maioria com percentuais menores que 1%.

Entretanto, no óleo do epicarpo+polpa da paxiubinha e da mumbaca (ambas as

partes separadas) foi detectado percentuais relevantes de ácido láurico entre 3,81%

a aproximadamente 6,0% e mirístico entre 2,77% a 4,19%), Tabela 7.

O óleo extraído das amêndoas de patauá e bacaba apresentaram perfil de

ácidos graxos semelhante aos identificados nos óleos do epicarpo+polpa (Tabela 7),

pois apresentaram maior percentual em AGI, sendo o ácido oleico o componente

majoritário, entre os AGS destaca-se o ácido palmítico e esteárico.

Na análise dos óleos extraídos das amêndoas de babaçu, paxiubinha, tucumã

e mumbaca ficaram demonstrados que os ácidos graxos saturados são os principais

constituintes e que o ácido láurico é o componente majoritário, porém no óleo

extraído da amêndoa da paxiubinha o ácido palmítico apresentou o maior percentual

seguido do ácido láurico.

O ácido mirístico apresentou percentuais acentuados nos óleos das

amêndoas de babaçu, tucumã e mumbaca que variam entre 15,94% a 24,76%

seguido do ácido palmítico. Já o ácido esteárico foi identificado no óleo de todas as

amêndoas com percentuais variando entre 1,60% a 5,23%.

O ácido cáprico (C10:0) foi detectado no óleo de quase todos os frutos, com

percentuais abaixo de 1%, porém, no óleo da amêndoa do babaçu apresentou

percentual acentuado de 5,34%. O ácido behênico (C22:0) apresentou percentual de

1,44% no óleo da amêndoa da paxiubinha e o ácido lignocérico (C24:0) apresentou

percentual de 2,93% no óleo do epicarpo+polpa (Tabela 7). O ácido lignocérico

apresentou percentual de 1,14% no óleo da polpa da mumbaca.

Entre os ácidos graxos insaturados encontrados nos óleos das amêndoas de

babaçu, paxiubinha, tucumã e mumbaca o ácido oleico aparece com os maiores

percentuais variando entre 5,04% a 10,70% seguido do ácido linoleico.

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O ácido gondóico (C20:1n9c) apresentou percentual de 2,93% no óleo da

amêndoa da paxiubinha, no entanto, foi detectado com percentuais abaixo de 1%

em todas as amostras.

O perfil de ácidos graxos reportado na literatura para o óleo da polpa de açaí

aponta o ácido oleico como o principal constituinte do óleo, apresentando

percentuais que variam entre 52% a 59%, assim o óleo é composto em sua maioria

por AGI, o ácido palmítico aparece entre os AGS como o principal ácido graxo

(SCHIRMANN, 2009; SANABRIA; SAGRONIS, 2007; MENEZES; TORRES; SRUR,

2008; YUYAMA et al., 2011). Nascimento et al., (2008) encontraram percentuais

semelhantes desses ácidos graxos no óleo extraído da polpa e torta de açaí

analisados por CG-DIC. Traços do ácido linolênico (C18:3n3) foram mencionados

em todos os trabalhos citados.

O percentual de ácido oleico encontrado no óleo do epicarpo+polpa do açaí

nesta pesquisa foi de 70,61% (Tabela 7), valor superior ao encontrado nos trabalhos

acima. O percentual do ácido esteárico (4,00%) também foi superior aos reportados

na literatura que não atingiram 2%. Porém, o percentual do ácido palmitóleico

(0,17%) encontrado foi muito inferior em relação aos apresentados nos trabalho

citados que variam entre 3% a 5%. Traços do ácido linolênico (C:18:3n3) também foi

detectado no óleo do açaí nesta pesquisa.

O óleo de patauá e bacaba pertencente ao gênero Oenocarpus apresentaram

composição em ácidos graxos semelhantes, pois tanto o óleo do epicarpo+polpa

quanto o óleo da amêndoa apresentaram nesta pesquisa alto teor de ácidos graxos

insaturados (Tabela 7), sendo o ácido oleico o AGI dominante com percentuais que

variam na faixa de 49,60% a 56,03%, seguido do ácido palmítico com o maior

percentual entre os AG saturados. A literatura cita altos teores de ácido oleico

encontrado no óleo da polpa de patauá com percentuais que variam entre 77% a

79%, seguido do ácido palmítico entre os AGS (MAMBRIM; ARELLANO, 1997;

FIGUEIRA, 2012). Darnet et al. (2011) analisaram o óleo da polpa de patauá por

CG-DIC e encontrou percentual de ácido oleico (76,8%) próximo aos valores citados

nos trabalhos acima. Os principais constituintes de AG citados para o óleo da polpa

e amêndoa de bacaba na literatura é semelhante ao encontrado nesta pesquisa

(MAMBRIM; ARELLANO, 1997).

O ácido linolênico (C18:3n3) é citado nos trabalhos acima como um dos

ácidos graxos constituintes do óleo da polpa e amêndoa de patauá e bacaba com

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percentuais que variam de traços a aproximadamente 2%. Nesta pesquisa os

percentuais encontrados são semelhantes aos supracitados.

De acordo com a literatura o óleo da polpa e amêndoa de tucumã analisados

por CG-DIC apresentam constituição rica em ácidos graxos insaturados e saturados,

respectivamente. O ácido oleico é apontado como o principal constituinte entre os

AGI com percentuais que variam entre 67,62% a 70,74% e o ácido láurico o maior

constituinte entre os AGS com percentuais variando entre 51,30% a 51,74%

(BARBOSA et al., 2009; FERREIRA et al., 2008; ROGÉRIO et al., 2010).

O perfil de ácidos graxos dos óleos da polpa e amêndoa de tucumã

identificado nesta pesquisa é semelhante aos reportados na literatura, já que o

percentual de ácido oleico registrado para o óleo da polpa do tucumã é levemente

superior aos relatados nos trabalhos acima correspondendo a 75,28%, enquanto

que o ácido láurico presente no óleo da amêndoa apresentou percentual de 50,07%

bem próximo aos supracitados.

O óleo da amêndoa de babaçu analisado por CD-DIC no trabalho de

Machado, Chaves e Antoniassi (2006) revelou perfil de ácido graxo com alto teor de

ácidos saturados, sendo o ácido láurico o constituinte a apresentar o maior

percentual, seguido do ácido mirístico. Comparando os resultados desta pesquisa

com os reportados na literatura, observa-se uma grande semelhança no perfil de

ácidos graxos identificado no óleo da amêndoa do babaçu.

Confrontando os resultados obtidos através da CG-EM com os resultados da

CG-DIC, observa-se que os óleos apresentaram perfil em ácidos graxos

semelhantes quando analisados por ambas as técnicas. O detector DIC é mais

sensível, permitindo a identificação de um maior número de ácidos graxos, mas não

foram constatados diferenças entre os principais constituintes dos óleos quando

comparados com os resultados por CG-EM.

De modo geral nas análises por CG-DIC muitos AGIs foram identificados

como o ácido oleico (C18:1n9c/t) , linoleico (C18:2n6c), γ-linolênico (C18:3n6c), α-

linolênico (C18:3n3), gondóico (C20:1n9c), ácido eicosatrienóico (C20:3n3c), ácido

araquidônico (C20:4n6) e o ácido erúcico (C22:1n9), enquanto no CG-EM foram

identificados apenas os ácidos graxos insaturados C16:1, C18:1 e C18:2, o que

confere ao CG-DIC uma maior eficiência na análise de ésteres metílicos de ácidos

graxos.

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Apesar do número de AGI identificados no CG-DIC ser maior, não implica

alterações na constituição majoritária dos ácidos graxos presentes nos óleos, pois a

maior parte do AG detectados no DIC e não detectados no CG-EM, apresentam

percentuais menores que 1%, portanto, os principais ácidos graxos constituintes dos

óleos do epicarpo, polpa e amêndoa dos frutos foram identificados tanto no CG-EM,

quanto no CG-DIC.

As análises de ambas as técnicas forneceu maior confiabilidade aos

resultados apresentados nesta pesquisa.

4.9 importância e fonte dos principais ácidos graxos identificados nos óleos dos frutos das palmeiras

Na análise dos óleos dos frutos das palmeiras foram identificados vários

ácidos graxos com cadeias que variam entre 4 a 24 carbonos entre saturados e

insaturados. A seguir será realizada uma pequena abordagem sobre a importância

dos principais ácidos graxos constituintes desses óleos.

Os ácidos graxos correspondem por cerca de 95% do peso molecular dos

triglicerídeos que são responsáveis por aproximadamente 95% da constituição dos

óleos de origem vegetal ou animal (VIANNI; BRAZ-FILHO, 1996; REDA;

CARNEIRO, 2007).

Os óleos vegetais são fontes importantes de alimentos, e considerando a

composição em ácidos graxos podem beneficiar ou prejudicar a saúde, pois de

acordo com dados da literatura a presença de ácidos graxos saturados pode

favorecer o aumento do nível de colesterol no sangue, enquanto a presença de

ácidos graxos insaturados ajuda a diminuir, como exemplo, o azeite, rico em ácido

oleico, é um agente importante nesse processo (GIOIELLI, 1996; SOUZA;

MATSUSHITA; VISENTAINER, 1998; MILINSK, 2007).

O ácido butiríco (C4:0), capróico (C6:0), caprílico (C8:0) e o cáprico (C10:0)

são encontrados na gordura do leite de ruminantes em percentuais que variam entre

1% a 5% (VIANNI; BRAZ-FILHO, 1996; GERMAN; DILLARD, 2004). Nesta pesquisa

foram detectados percentuais mínimos que não chegam a 1%. Porém, o C8:0 e o

C10:0 foram identificados no óleo da amêndoa do babaçu com percentuais

apreciados.

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O ácido láurico (C12:0) apesar de detectado no óleo de todas as amostras,

apresenta elevado percentual de 52,47%; 50,07% e 60,39% nos óleos das

amêndoas de babaçu, tucumã e mumbaca, respectivamente (Figura 44). Nas

arecáceas o ácido láurico é encontrado principalmente no óleo das amêndoas. As

principais fontes desse ácido graxo no mundo são os óleos de coco e dendê, os

maiores produtores são as Filipinas e a Malásia. No Brasil as principais fontes de

gorduras láuricas são os óleos de coco (Cocos nucifera), palmiste (Elaeis

guineensis) e babaçu (Orbignya phalerata) (MACHADO; CHAVES; ANTONIASSI,

2006). O óleo de babaçu por ser rico em ácido láurico é usado em larga escala na

indústria na fabricação de sabões, detergentes, sabonetes e cosméticos, porém na

culinária tem uso limitado, quando comparado com outros óleos de maior valor

nutricional, como o óleo de soja e girassol (SOLER; VITALI; MUTO, 2007).

Figura 44 - Percentual de ácido láurico no óleo das amêndoas das palmeiras identificados no CG-DIC.

Fonte: AUTOR (2013).

De acordo com dados reportados na literatura o ácido mirístico (C14:0) é

encontrado em percentuais elevados na gordura do coco e na gordura do leite. O

ácido palmítico (C16:0) e o esteárico (C18:0) aparecem distribuídos largamente na

natureza, e são encontrados principalmente no óleo de dendê (30% a 50%), banha e

sebo, gordura de cacau e gordura do leite (VIANNI; BRAZ-FILHO, 1996). O ácido

palmítico aparece como o mais abundante na alimentação e pode aumentar a

concentração do colesterol ruim (LDL - Low Density Lipoproteins) no sangue quando

comparado com os ácidos poli-insaturados (LOTTENBERG, 2009; SOUZA;

MATSUSHITA; VISENTAINER, 1998). Esses ácidos graxos foram identificados nos

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óleos de todas as palmeiras, porém o mirístico apresentou os maiores percentuais

nos óleos das amêndoas de babaçu, paxuibinha, tucumã e mumbaca, enquanto que

o palmítico e esteárico apresentaram percentuais considerados em todos os óleos

(Figura 45).

Figura 45 – Percentuais dos ácidos: mirístico, palmítico e esteárico encontrados nos óleos das palmeiras em estudo nesta pesquisa.

Fonte: AUTOR (2013). EP: significa epicarpo+polpa; ep: significa epicarpo; AM: significa amêndoa.

Entre os ácidos graxos monoinsaturados encontrados nos óleos das

palmeiras em estudo nesta pesquisa destaca-se o ácido oleico (C18:1n9) como

constituinte majoritário da maioria dos óleos com percentuais entre 32,72% a

75,28%, e mesmo nos óleos onde não foi o constituinte preponderante, foi detectado

com percentuais acentuados variando entre 5,04% a aproximadamente 11%.

O ácido oleico é um dos ácidos graxos mais frequentemente encontrado na

natureza, pertencente à família dos ácidos graxos ω-9, sendo encontrado

principalmente no óleo de canola e azeite de oliva. Ambos os óleos estão entre os

mais saudáveis, recomendados para o consumo, já que ajudam diminuir o colesterol

ruim (LDL) e contribuir na redução do risco de ataque cardíaco. O ácido oleico é

sintetizado pelo organismo humano, por isso não é considerado um ácido graxo

essencial (VIANNI; BRAZ-FILHO, 1996; GAMBARRA-NETO, 2008; LOTTENBERG,

2009; PEDERSSETT, 2008).

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Nesta pesquisa foi detectada ainda a presença de dois outros ácidos graxos

pertencentes à família ω-9: o ácido gondóico (C20:1n9c) e o ácido erúcico

(C22:1n9c), sendo que o primeiro foi encontrado em todos os óleos com percentuais

abaixo de 1%, enquanto o ácido erúcico foi detectado apenas no óleo do

epicarpo+polpa e amêndoa da paxiubinha com percentuais também abaixo de 1%,

esse ácido graxo é encontrado em altos percentuais no óleo da canola, porém

causa sabor desagradável e doenças como a miopia (PEDERSSETT, 2008). Para

fins alimentícios, a quantidade de ácido erúcico no óleo de canola deve ser inferior a

2%, pois a presença desse ácido no óleo pode ser benéfica, já que inibe a ação da

enzima lipoxigenase, responsável por oxidar AGI, ocasionando ranceis em alguns

legumes e oleaginosas (GRIMALDI, 1994).

Entre os ácido graxos poli-insaturados o ácido linoleico (C18:2n6c)

apresentou os maiores percentuais, principalmente nos óleos do epicarpo+polpa e

amêndoa do patauá e bacaba, e nos óleos do epicarpo e polpa da mumbaca.

Percentuais mínimos do ácido γ-linolênico (C18:3n6) foi detectado em quase

todos os óleos, porém no óleo da polpa do tucumã foi encontrado com percentual

relevante de 6,11%. Já o ácido α-linolênico (C18:3n3) não foi encontrado apenas no

óleo da amêndoa do babaçu, e apresentou percentuais de até 2,71% nos óleos da

polpa de tucumã e no epicarpo e polpa da mumbaca. Nas demais amostras os

percentuais encontrados ficaram abaixo de 1%. O ácido graxo linoleico e o γ-

linolênico pertencem à família ω-6, enquanto o α-linolênico pertence à família ω-3.

O organismo humano não tem a capacidade de produzir os ácidos graxos das

famílias ω-3 e ω-6, e por serem indispensáveis a vida são considerados ácidos

graxos essenciais ao homem, devendo ser supridos pela alimentação. Entre as

principais fontes de ácido linoleico (ω-6) destaca-se o óleo de soja, milho e girassol,

enquanto o γ-linolênico é encontrado em algumas algas e principalmente no óleo de

prímula, porém no óleo da polpa do tucumã foi encontrado com percentual relevante

de 6,11%. Esse ácido graxo é sintetizado no organismo a partir do ácido linoleico,

que depois é convertido em ácido araquidônico (C20:4n6) (VIANNI; BRAZ-FILHO,

1996; LOTTENBERG, 2009; SOUZA; MATSUSHITA; VISENTAINER, 1998). Os

ácidos graxos que fazem parte da família ω-6 desempenham funções importantes

no organismo como, por exemplo, participar das estruturas de membranas celulares

e influenciar reações anti-inflamatórias (VENTER, 2003).

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As principais fontes dos ácidos graxos da família ω-3 incluem principalmente

óleos de peixes e de algumas espécies vegetais como a linhaça, a soja e a canola

(SOUZA; MATSUSHITA; VISENTAINER, 1998). Os ácidos graxos da família ω-3

auxiliam o processo de redução das inflamações e atuam na prevenção de algumas

doenças cardíacas (VENTER, 2003).

São muitos os benefícios oferecidos pelos alimentos que contém esses AGI e

entre as espécies de palmeiras estudadas nesta pesquisa destacam-se os óleos

extraídos do epicarpo e da polpa (extraídos juntos ou separados) e o óleo extraído

da amêndoa de patauá e bacaba, pois todos são ricos em ácidos graxos insaturados

pertencentes à família ω-6 e ω-9, sendo que todos são fonte do ácido graxo α-

linolênico da família ω-3, recomendados para a prevenção de doenças

cardiovasculares. Visto todas as vantagens apresentadas na abordagem acima,

constata-se que o consumo dos frutos dessas palmeiras pode trazer muitos

benefícios a saúde, em especial, a polpa de tucumã que contém uma quantidade

elevada de ácidos graxos da família ω-3.

4.10 Perfil em ácidos graxos do óleo extraído da polpa e suco do açaí

O óleo extraído da polpa e do suco de açaí foi analisado por CG-EM e CG-

DIC para caracterização dos ácidos graxos. A Tabela 8 apresenta o perfil em ácidos

graxos do óleo de ambas as amostras com seus respectivos percentuais.

A análise do óleo extraído do suco e da polpa de açaí seja por EM ou DIC

apresentou perfil em ácidos graxos semelhantes, sendo que os constituintes são em

sua maioria ácidos graxos insaturados, entre os quais o ácido oleico é o componente

majoritário seguido do ácido linoleico, ambos os ácidos pertencem à família ω-9 e ω-

6, respectivamente. Percentuais mínimos do ácido α-linolênico (família ω-3) foram

detectados no óleo da polpa quando analisado por CG-DIC, sendo que no óleo

extraído do suco o percentual foi maior que 1%. Entre os saturados o ácido palmítico

apresentou percentual elevado seguido do ácido esteárico.

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Tabela 8 – Perfil em ácidos graxos do óleo da polpa e do suco de açaí.

Com base nos resultados obtidos, tanto a polpa quanto o suco de açaí podem

ser considerados como alimento funcional, devido sua composição ser

predominantemente de ácidos graxos insaturados pertencentes às famílias ω-3, ω-6

e ω-9 (Tabela 8), pois apesar de todo o processo de despolpamento e congelamento

(caso do “vinho”) onde podem sofrer oxidação devido aos ácidos graxos insaturados

não perderam sua qualidade nutricional. Perfil de ácidos graxos semelhante é

reportado na literatura para a polpa de açaí (NASCIMENTO et al., 2008;

SCHIRMANN, 2009; SANABRIA; SAGRONIS, 2007; MENEZES; TORRES; SRUR,

2008; YUYAMA et al., 2011).

CG-DIC (%) CG-EM (%) Ácido graxo “suco” polpa seca “suco” polpa seca

C4:0 0,06 0,06 - - C6:0 - 0,02 - - C8:0 0,13 0,15 - -

C10:0 0,03 0,04 - - C12:0 0,12 0,25 0,19 0,47 C14:0 0,17 0,23 0,32 0,39 C15:0 0,04 0,03 - - C16:0 17,58 17,01 19,40 19,63 C16:1 0,18 0,17 0,32 0,28 C17:0 0,10 0,08 0,19 0,15 C17:1c 0,03 0,03 - - C18:0 3,21 4,00 6,93 8,36

C18:1n9c/t 65,95 70,61 51,68 53,56 C18:2n6c 10,26 5,84 15,68 10,60 C18:3n3 1,12 0,56 - - C20:0 0,23 0,28 0,66 0,80

C20:1n9c 0,11 0,12 - - C22:0 - 0,05 - -

Saturados 21,67 22,20 27,69 29,80 Insaturados 77,65 77,33 67,68 64,44 Fonte: AUTOR (2013).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta pesquisa foi realizado o levantamento bibliográfico de algumas

espécies de palmeiras distribuídas no estado de Roraima, onde a obra de referência

foi o livro de Lorenzi et al. (2004), que catalogaram 24 espécies de palmeiras na

região dentre as quais mumbaca, ubim e patauá foram confirmadas. Porém, durante

a pesquisa de campo foi constatado a presença de quatro espécies de palmeiras

(babaçu, tucumã, bacaba e açaí) no estado que não constam na lista citada por

Lorenzi et al. (2004). De acordo com esses dados verifica-se que o estudo de

palmeiras no estado de Roraima pode ser considerado bastante promissor, porém,

vale ressaltar a necessidade de mais pesquisas na região para esse grupo de

plantas, já que a literatura dispõe de poucas informações acerca do potencial da

flora local e exploração desse recurso no estado.

Os óleos dos frutos das palmeiras foram derivatizados e analisados por CG-

EM e por CG-DIC. Ambas as técnicas são eficientes na análise do perfil em ésteres

metílicos de ácidos graxos, pois os principais constituintes identificados nos óleos

apresentaram perfil semelhante seja analisado por espectrometria de massas, seja

analisado por detector por ionização em chama, sendo que este último apresentou

melhores resultados por detectar um número maior de ácidos graxos.

Quanto ao perfil de ácido graxos identificados nos óleos dos frutos das

palmeiras foi verificado que o maior teor de ácidos graxos insaturados se encontra

nos óleos da polpa sendo o ácido oleico o constituinte majoritário, seguido do ácido

linoleico. Apenas nos óleos das amêndoas de patauá e bacaba os resultados foram

semelhantes aos da polpa. O maior teor de ácidos graxos saturados foi registrado

nos óleos das amêndoas de babaçu, paxiubinha, tucumã e mumbaca, sendo o ácido

láurico o constituinte predominante.

As palmeiras açaí, patauá, bacaba, ubim e paxiubinha tiveram o óleo extraído

do epicarpo e polpa que apresentou alto teor de ácidos graxos insaturados

pertencentes às famílias ω-3, ω-6 e ω-9, o que torna esses óleos importantes

alimentos funcionais, já que esses ácidos graxos exercem importantes funções no

organismo, como prevenir doenças cardiovasculares.

As amêndoas de bacaba e patauá apresentaram altos teores em ácidos

graxos insaturados, entretanto, fornecem baixos rendimentos de óleo.

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118

agronomia) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Jaboticabal, 2009.

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119

ANEXOS

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120

ANEXO A –

40 50 60 70 80 90 1000

50

100

%

74

4387

995941 55 7169 7953 83

50.0 75.0 100.0 125.0 150.00

50

100

%

74

8743

55 12759 11510169 8445 109 159143

50.0 75.0 100.0 125.0 150.0 175.00

50

100

%

74

87

43 14355 155101 12983 1156745 186137 153

E01 - Espectro de massas do caproato de metila (C6:0)

E02 - Espectro de massas do caprilato de metila (C8:0)

E03 - Espectro de massas do capriato de metila (C10:0)

O

OCH3

O

OCH3

O

OCH3

Espectros de massas dos ésteres metílicos de ácidos graxos

identificados nos óleos dos frutos das palmeiras por Cromatografia

Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas (CG-EM) operado a 70

eV, ionização por impacto de elétrons (EI) e analisador tipo quadrupolo.

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121

50.0 75.0 100.0 125.0 150.0 175.0 200.00

50

100

%

74

87

43 55 14357 17112910183 183115 157 214199

50.0 75.0 100.0 125.0 150.0 175.0 200.0 225.00

50

100

%

74

87

43 14355199101 12959 157 185 211115 171 242

50.0 75.0 100.0 125.0 150.0 175.0 200.0 225.0 250.0 275.00

50

100

%

74

87

43 14355 227129101 171 185 199 270239157115 213

E05 - Espectro de massas do miristato de metila (C14:0)

E04 - Espectro de massa do laureato de metila (C12:0)

E06 - Espectro de massas do palmitato de metila (C16:0)

O

OCH3

O

OCH3

O

OCH3

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122

50 100 150 200 250 3000

50

100

%

74

1434341 25569 199101 129 298157 185 213 241111 269171 227

50 100 150 200 250 3000

50

100

%

74

87

43 1435597 283129 227199 326111 185 241171 255213 297

50.0 75.0 100.0 125.0 150.0 175.0 200.0 225.00

50

100

%

5569

41 83 9767

110 123 152138 236194

E09 - Espectro de massas do palmitoleato de metila (C16:1)

E08 - Espectro de massas do icosanoato de metila (C20:0)

E07 - Espectro de massas do estearato de metila (C18:0)

O

OCH3

O

OCH3

O

OCH3

87

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123

50 100 150 200 250 3000

50

100

%

55

69 83 9741

111264123

137 222152 180166 235 296207 246 278

50 100 150 200 250 3000

50

100

%

67 81

95

5541 109

123 135 150 164 262178 294220196 245

E10 - Espectro de massas do oleato de metila (C18:1)

E11 - Espectro de massas do linoleato de metila (C18:2)

C

O

O CH3

C

O

O CH3

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124

ANEXO B –

50 100 150 200 250 3000

50

100

%

117

7375 313

129

14543 55 31495 201 269 285185159 171 243

50 100 150 200 250 300 3500

50

100

%

11773

33955

145969841

199 222185152 264241 354311295

E02 - Espectro de massas do ácido oleico trimetilsililado

E01 - Espectro de massa do ácido palmítico trimetilsililado

C

O

O Si

CH3

CH3

CH3

O

O Si

CH3

CH3

CH3

Espectros de massas de ácidos graxos trimetilsililados

identificados nos óleos de alguns frutos das palmeiras por

Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas

(CG-EM) operado a 70 eV, ionização por impacto de elétrons (EI)

e analisador tipo quadrupolo.

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125

ANEXO C –

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo da polpa de patauá.

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo da amêndoa de patauá.

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo da polpa de bacaba.

Cromatograma de Íons Totais (TIC) dos óleos dos frutos

das palmeiras analisados por Cromatografia Gasosa

acoplada à Espectrometria de Massas (CG-EM) operado a

70 eV, ionização por impacto de elétrons (EI) e analisador

tipo quadrupolo.

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126

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo da amêndoa de bacaba.

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo da polpa de açaí.

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo da polpa de ubim.

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo da polpa da paxiubinha.

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127

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo da amêndoa da paxiubinha

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo do epicarpo da mumbaca

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo da polpa da mumbaca

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo da amêndoa da mumbaca

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128

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo da polpa de tucumã

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo da amêndoa de tucumã

Cromatograma de Íons Totais (TIC) normalizado do óleo da amêndoa de babaçu

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ANEXO D –

Cromatograma da injeção da mistura de solventes (BSTFA, piridina e acetato de etila) .

Cromatograma do óleo da polpa de patauá.

Cromatograma do óleo da amêndoa de patauá.

Cromatograma dos óleos dos frutos das palmeiras

analisados por Cromatografia Gasosa equipada ao

Detector por Ionização em Chama (CG-DIC). Coluna

capilar de sílica fundida Omegawax 250.

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Cromatograma do óleo da polpa de bacaba.

Cromatograma do óleo da amêndoa de bacaba.

Cromatograma do óleo da polpa de açaí.

Cromatograma do óleo da polpa de ubim.

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131

Cromatograma do óleo da polpa da paxiubinha.

Cromatograma do óleo da amêndoa da paxiubinha.

Cromatograma do óleo do epicarpo da mumbaca.

Cromatograma do óleo da polpa da mumbaca.

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132

Cromatograma do óleo da amêndoa da mumbaca.

Cromatograma do óleo da polpa do tucumã.

Cromatograma do óleo da amêndoa do tucumã.

Cromatograma do óleo da amêndoa de babaçu.