universidade federal de pernambuco departamento de ciÊncias geogrÁficas programa de ... ·...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS GEOGRÁFICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
JOSÉ ALEGNOBERTO LEITE FECHINE
ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS IMPACTOS DAS MUDANÇAS
CLIMÁTICAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BRÍGIDA - P E
RECIFE - PERNAMBUCO 2012
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JOSÉ ALEGNOBERTO LEITE FECHINE
ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁ TICAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BRÍGIDA - PE
Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Geografia da Universidade Federal de
Pernambuco - UFPE, em cumprimento às exigências
para obtenção do título de Doutor em Geografia.
Orientadora:
Profa. Dra. Josiclêda Domiciano Galvíncio
RECIFE - PERNAMBUCO 2012
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F127a Fechine, José Alegnoberto Leite Análise estatística dos impactos das mudanças climáticas na bacia hidrográfica do rio Brígida – PE / José Alegnoberto Leite Fechine. – Recife: O autor, 2012.
127 folhas : il. ; 30 cm. Orientador: Profa. Dra. Josiclêda Domiciano Galvíncio Tese (doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de
Pós -Graduação em Geografia, 2012. Inclui bibliografia.
1. Geografia. 2. Mudanças climáticas. 3. Bacias hidrográficas. 4. Escoamento. I. Galvíncio, Josiclêda Domiciano. I.(Orientador). II. Titulo.
910 (22.ed.) UFPE(BCFCH2012-04)
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A Deus, meus familiares, professores e aos meus amigos...companheiros de todas as horas... Sem eles nada disso seria possível.
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AGRADECIMENTOS • A Deus, por me amparar nos momentos difíceis, me dar força interior para superar as dificuldades
e mostrar o caminho nas horas incertas.
• A minha orientadora Profa. Dra. Josicleda Dominciano Galvíncio, pela orientação, apoio,
paciência e amizade.
• Aos meus pais (Jurandir Machado Fechine e Josefa Vieira Leite Fechine), que sempre me
incentivaram e me apoiaram em tudo.
• Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo apoio
financeiro para a execução deste trabalho.
• À minha esposa (Geórgia Nery Vieira), que sempre me incentivou e me ajudou nos momentos
mais difíceis.
• À minha sogra (Salete Vieira Nery), sempre prestativa.
• À minha tia Alaíde Fechine, sempre preocupada.
• Aos meus irmãos (Álvaro Diógines Leite Fechine, Dário Germano Leite Fechine e Alexandro
Leite Fechine), que sempre me apoiaram.
• Aos amigos (Emilio Tarlis Pontes, Antônio Marcos dos Santos e Ailton Feitosa), que fizeram
parte desses momentos, sempre me ajudando e incentivando.
À banca, por ter aceitado examinar este trabalho.
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RESUMO As mudanças climáticas podem influenciar os recursos hídricos a partir do aumento da temperatura, levando a ampliação da variabilidade da precipitação ou intensificando os eventos extremos, que podem comprometer a qualidade de vida de uma população e se agravar ainda mais com mau uso dos recursos naturais. Na bacia hidrográfica do rio Brígida, localizada no semiárido pernambucano não é diferente, pois se apresenta bastante antropizada devido aos desmatamentos e ao uso inadequado do solo. Apresenta também uma heterogeneidade nos aspectos físicos, tais como: geologia, relevo e clima que geram comportamentos diferenciados do escoamento superficial. Deste modo, as mudanças climáticas podem agravar ainda mais os problemas existentes, gerando respostas diferenciadas a essas modificações. Neste contexto, a presente pesquisa objetiva primeiramente executar e calibrar um modelo hidrológico mensal semidistribuido e depois simular o escoamento superficial mensal futuro, devido às variações e/ou modificações climáticas previstas. Sendo assim, para validar este estudo, inicialmente avaliou-se as séries pluviométricas e suas possíveis tendências estatísticas. Isso foi feito para identificar as mudanças que vêm ocorrendo nas precipitações. Foram realizados também os seguintes procedimentos: avaliação fisiográfica da bacia, com o intuito de verificar a dinâmica do escoamento superficial; análise do uso, ocupação e tipos de solos da bacia; análise dos cenários de temperatura de acordo com os dados do PRECIS/INPE para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 em dois cenários: B2 (otimista) e A2 (pessimista). E, posteriormente, um modelo hidrológico foi executado e calibrado para a bacia hidrográfica em estudo, e finalmente foi simulado o escoamento superficial para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070, caso venham ocorrer aumento de temperatura, apontada pelo modelo PRECIS. Logo, o modelo hidrológico foi simulado para dois cenários: B2 (Otimista) e A2 (Pessimista) nas sub-bacias S1 e S2 – postos fluviométricos F1 e F2. E o resultado foi que ambos os cenários apontaram redução no escoamento superficial mensal no período chuvoso, com maior evidência no cenário A2 (pessimista) do que no cenário B2 (otimista). Apesar da redução ao longo dos anos, o teste estatístico de Mann - Kendall detectou que esta redução é estatisticamente não significativa, porém preocupante, visto que boa parte da população é dependente da água da chuva, seja para a agricultura, agropecuária e abastecimento público. Portanto, esta pesquisa informa que as mudanças climáticas estão atuando na bacia e isto pode se agravar com os anos.
Palavras-chave: Mudanças climáticas. Bacia hidrográfica. Tendências climáticas. Projeções de temperatura. Escoamento superficial.
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ABSTRACT Climate changes may affect water resources, due to the increasing temperature, leading to expansion of the increasing variability of rainfall or extreme events that can compromise a population’s life quality and get worse with misuse of natural resources. In Brígida Watershed, located in semi-arid region of Pernambuco is not different, since it has been very disturbed by human being, due to deforestation and inappropriate land use. It also shows the heterogeneity of the physical aspects, such as geology, topography and climate of the different behaviors that generate runoff. Thus, climate change may further exacerbate existing problems, generating different responses to these changes. In this context, this research aims to run and calibrate a hydrologic model semi distributed monthly and then simulate the monthly runoff future due to changes and / or projected climate changes. Therefore, to validate this study, we evaluated the first series and its possible trends in rainfall statistics. This was done to identify the changes that are occurring in rainfall. We also performed the following procedures: evaluation of watershed physiographic, in order to check the dynamics of runoff; analysis of the use, occupation and soil types in the watershed, analysis of scenarios in temperature according to data from PRECIS / INPE to the years 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 and 2070 under two scenarios: B2 (optimistic) and A2 (pessimistic), and later, a hydrological model was run and calibrated for the watershed under study, and finally was simulated runoff for the years 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 and 2070. The case will be an increase in temperature, indicated by PRECIS model. Therefore, the hydrological model was simulated for two scenarios: B2 (Optimistic) and A2 (Pessimistic) sub-basins in S1 and S2 - fluviometric stations F1 and F2. The result was that both scenarios indicated reduction in monthly runoff during the rainy season, most obviously in the A2 scenario (pessimistic) than in the B2 scenario (optimistic). Despite a decline over the years, the statistical test of Mann - Kendall found that this reduction is not statistically significant, but worrying, given that much of the population is dependent on rain water, whether for agriculture, cattle raising and public supply. Therefore, this scope reports that climate change is acting in the watershed and this may get worse as the time goes by. Keywords: Climate changes. Brígida Watershed. Projections of temperature. Runoff. Climate change scenarios.
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SUMÁRIO
Pág. AGRADECIMENTOS ......................................................................................................................VI RESUMO .........................................................................................................................................VII ABSTRACT ...................................................................................................................................VIII LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................................XII LISTA DE TABELAS ....................................................................................................................XIII
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................................18 2.1 Mudanças climáticas e o sistema hidrológico .............................................................................18
2.2 Os El Niño/La Niña e a variabilidade climática ..........................................................................22
2.3 Teste de Mann - Kendall e sua aplicação em climatologia ...........................................................24
2.4 Modelos hidrológicos...................................................................................................................25
2.4.1 Definições .................................................................................................................................25
2.4.2 Modelos de balanço hídrico ......................................................................................................27
3 ÁREA DE ESTUDO ....................................................................................................................30 3.1 Localização………………….......................................................................................................30
3.2 Rede hidrográfica ........................................................................................................................31
3.3 Reservatórios hídricos .................................................................................................................32
3.4 Divisão político-administrativa ...................................................................................................33
3.5 Características físicas da bacia ....................................................................................................34
4 MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................................35
4.1 Dados pluviométricos utilizados .................................................................................................35
4.2 Organização e inspeção dos dados pluviométricos ....................................................................36
4.3 Construção de mapas pluviais da bacia hidrográfica: média mensal e anual ..............................37
4.4 Análise de tendências pluviais pelo Teste de Mann - Kendall ....................................................39
4.5 Aspectos fisiográficos .................................................................................................................41
4.5.1 Análise fisiográfica da bacia hidrográfica do rio Brígida .........................................................41
4.5.2 Altimetria da bacia em estudo ..................................................................................................44
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4.5.3 Uso e ocupação do solo da bacia .............................................................................................45
4.5.3.1 Amostragem...........................................................................................................................46
4.5.3.2 Pós-processamento ................................................................................................................47
4.5.3.3 Validação da exatidão da classificação do uso e ocupação do solo ......................................47
4.6 Cenários de temperaturas para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 ......................49
4.7 Modelo hidrológico mensal semidistribuído ...............................................................................51
4.7.1 Sub-bacias do modelo hidrológico ...........................................................................................51
4.7.2 Dados pluviais utilizados no modelo hidrológico mensal semidistribuído – período de 1964 a
2006 e para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 ..........................................................52
4.7.3 Dados de temperatura do ar para modelo hidrológico mensal semidistribuído - período de
1964 a 2006 .......................................................................................................................................52
4.7.4 Obtenção de dados de temperatura mensais para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e
2070 ...................................................................................................................................................53
4.7.5 Parâmetros de solo utilizados no modelo hidrológico mensal semidistribuído .......................54
4.7.5.1 Capacidade de campo (CC) ...................................................................................................54
4.7.6 Dados fluviais utilizados para executar, calibrar e validar o modelo hidrológico mensal
semidistribuído...................................................................................................................................54
4.7.7 Modelo hidrológico mensal semidistribuído ...........................................................................56
4.7.7.1 Critérios para calibração e avaliação do modelo hidrológico mensal semidistribuído .........57
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................59
5.1 Precipitações anuais e mensais da bacia hidrográfica do rio Brígida ..........................................59
5.2 Análise de tendências pluviais da bacia hidrográfica do rio Brígida- Teste Mann – Kendall.....61
5.2.1 Análise de tendências pluviais mensais ....................................................................................61
5.2.2 Análise das tendências totais pluviais anuais ..........................................................................64
5.2.3 Análise das precipitações em anos de El Niño .........................................................................67
5.2.4 Análise das precipitações em anos de La Niña ........................................................................69
5.3 Aspectos fisiográficos .................................................................................................................71
5.4 Altitude da bacia hidrográfica do rio Brígida – PE .....................................................................73
5.5 Análise do uso e ocupação do solo da bacia hidrográfica do rio Brígida – PE ...........................75
5.6 Tipos de solos da bacia hidrográfica do rio Brígida.....................................................................77
5.7 Cenários de temperatura para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 ........................79
5.7.1 Cenário B2 (otimista) e A2 (pessimista) temperaturas máximas, mínimas e médias ..............79
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5.8 Modelo hidrológico mensal semidistribuído ...............................................................................82
5.8.1 Relação entre o escoamento superficial estimado pelo modelo e o observado no posto
fluviométrico .....................................................................................................................................82
5.8.2 Cenário B2 e A2 – escoamento superficial estimado para os anos 2020, 2030, 2040, 2050,
2060 e 2070 - Posto Fluviométrico F1 ..............................................................................................83
5.9.3 Cenário B2 e A2 – escoamento superficial estimado para os anos 2020, 2030, 2040, 2050,
2060 e 2070 - Posto Fluviométrico F2 ..............................................................................................84
6 CONCLUSÕES .............................................................................................................................87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................88
Anexo A ............................................................................................................................................99
Anexo B ..........................................................................................................................................101
Anexo C ..........................................................................................................................................114
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LISTA DE FIGURAS Figura 3.1.1 - Localização espacial da bacia do rio Brígida com seus municípios – Pernambuco Brasil .................................................................................................................................................30 Figura 3.2.1 - Rede hidrográfica principal da bacia do rio Brígida - PE............................................31 Figura 3.3.1 - Localização espacial dos principais reservatórios da bacia hidrográfica do rio Brígida................................................................................................................................................33 Figura 4.1.1 - Localização espacial dos postos pluviométricos da bacia hidrográfica do rio Brígida ............................................................................................................................................................36 Figura 4.5.1.1 – Ilustração do método de ordenamento de canais.....................................................43 Figura 4.6.1 - Localização dos pontos de temperatura utilizados na bacia hidrográfica do rio Brígida................................................................................................................................................50 Figura 4.7.1.1 - Localização espacial das sub-bacias do modelo hidrológico....................................51 Figura 4.7.6.1 - Localização espacial dos postos fluviométricos da bacia hidrográfica do rio Brígida................................................................................................................................................56 Figura 5.1.1 - Espacialização dos índices médios da precipitação anual...........................................59 Figura 5.1.2 - Espacialização da precipitação média mensal no âmbito da bacia hidrográfica do rio Brígida - PE........................................................................................................................................60 Figura 5.3.1: Rede de drenagem da bacia hidrográfica do rio Brígida...............................................72 Figura 5.3.2 - Ordenamento da rede de drenagem da bacia do rio Brígida – PE...............................73 Figura 5.4.1- Altitude da bacia hidrográfica do rio Brígida - PE.......................................................74 Figura 5.5.1 - Uso e ocupação do solo da bacia hidrográfica do rio Brígida.....................................76 Figura 5.6.1 - Tipos de solos da bacia hidrográfica do rio Brígida....................................................78 Figura 5.7.1.1 - Temperaturas máximas nos cenários B2 e A2 para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070..............................................................................................................................79 Figura 5.7.1.2 - Temperaturas mínimas nos cenários B2 e A2 para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070.... .........................................................................................................................80 Figura 5.7.1.3 - Temperaturas médias nos cenários B2 e A2 para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070..............................................................................................................................81 Figura 5.8.1.1 - Relação entre o escoamento superficial estimado pelo modelo e o observado no fluviômetro: F1 e F2 para o período de 1966 a 1973 na bacia hidrográfica do rio Brígida - PE.......................................................................................................................................................82 Figura 5.8.2.1 – Cenário B2 e A2 – escoamento superficial estimado para os anos 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 - posto fluviométrico F1......................................................................................84 Figura 5.8.3.1 - Cenário B2 e A2 – escoamento superficial estimado para os anos 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 - posto fluviométrico F2......................................................................................85
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LISTA DE TABELAS Tabela 3.3.1 - Capacidades dos reservatórios no âmbito da bacia hidrográfica do rio Brígida................................................................................................................................................32 Tabela 3.4.1 - Relação dos Municípios – Unidade de Planejamento (UP11) – bacia hidrográfica do rio Brígida...........................................................................................................................................33 Tabela 4.1.1 - Informações dos postos pluviométricos da bacia hidrográfica do rio Brígida .................................................................................................................................................35 Tabela 4.2.1 - Anos de eventos de El Niño e La Niña.......................................................................37 Tabela 4.5.3.3.1 - Qualidade índice Kappa........................................................................................48 Tabela 4.7.2.1 - Códigos, postos pluviométricos e suas referências geográficas utilizadas no modelo ............................................................................................................................................................52 Tabela 4.7.4.1 - Capacidade de água disponível................................................................................54 Tabela 4.7.5.1.1 - Valores de capacidade de campo de referência para as sub-bacias.......................54 Tabela 4.7.6.1 - Postos fluviométricos selecionados para a bacia hidrográfica do rio Brígida..........55 Tabela 5.2.1.1 - Postos, meses, tendências mensais e valores de u(tn)..............................................63 Tabela 5.2.1.2 - Resultado da contagem do teste de Mann - Kendall u(tn) – Mensal .......................64 Tabela 5.2.2.1 - Postos, número de anos pesquisados, valor de u(tn) e Td (Tendências) anual........65 Tabela 5.2.2.2 - Resultado da contagem do Teste de Mann - Kendall – tendências pluviais anuais para toda a bacia e tendências para a porção sul................................................................................66 Tabela 5.2.3.1 - Postos, número de anos pesquisados, u(tn) e Td (Tendência) em anos de El Niño....................................................................................................................................................68 Tabela 5.2.3.2 - Resultado da Contagem do Teste de Mann - Kendall para eventos de El Niño na Bacia hidrográfica do rio Brígida – PE .............................................................................................68 Tabela 5.2.4.1 - Postos, número de anos pesquisados, valores de u(tn) e Td (Tendências) em anos de La Nina...............................................................................................................................................70 Tabela 5.2.4.2 - Resultado da contagem do Teste de Mann - Kendall para eventos de La Nina na bacia hidrográfica do rio Brígida – PE ..............................................................................................70 Tabela 5.3.1: Características geométricas da bacia hidrográfica do rio Brígida - PE........................71 Tabela 5.6.1 - Tipos de solos e percentuais encontrados na bacia hidrográfica.................................77
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1 INTRODUÇÃO
O planeta Terra sempre passou por estágios naturais de aquecimento e resfriamento, ou seja,
mudanças climáticas naturais sempre ocorreram. Os principais fatores que induzem as mudanças
climáticas naturais são a deriva dos continentes, as variações da quantidade de radiação solar que
chega à Terra, as variações dos parâmetros orbitais terrestres, a quantidade de aerossóis naturais
(provenientes de fontes minerais, incêndios florestais e o sal marinho), as erupções vulcânicas e os
fenômenos climáticos que podem modificar o clima localmente, tais como: furacões, tempestades
violentas e os fenômenos El Niño e La Niña (SAMPAIO et al., 2008).
O clima exerce grande influência sobre as atividades humanas e o desenvolvimento de uma
região. Geralmente, essas atividades são diversificadas em função das condições climáticas locais e
dos eventos extremos que estão ligados à temperatura ou à precipitação fora da normalidade, que
interferem diretamente na qualidade de vida das populações. Sendo assim as condições climáticas
ocorrem diferentemente no espaço e os fenômenos climáticos variam em diversas escalas, podendo
se apresentar de maneira favorável ou desfavorável em diferentes momentos e lugares
(SALGUEIRO, 2005).
As mudanças climáticas globais causadas em função dessas emissões e aumento dos gases do
efeito estufa na atmosfera (dióxido de carbono - CO2, metano - CH4 e óxido nitroso - N2O)
tornaram-se evidentes na atualidade e indicam a possibilidade de impactos climáticos significativos
(IPCC, 2001; HOUGHTON, 2001; KAMGA, 2001). Acredita-se que as mudanças no clima ou
aumento da sua variabilidade alteram o ciclo da água e o volume do escoamento superficial. Em
consequência, têm implicações importantes para os sistemas, planejamento e gerenciamento dos
recursos hídricos. Sob a mudança do clima em anos recentes, pode-se citar o aumento do não
balanço ou desequilíbrio entre o suprimento hídrico e a demanda hídrica.
Em 1850 tiveram início medidas de temperatura do ar em vários locais do globo, a partir de
uma rede de estações meteorológicas. De acordo com estes dados, o ano de 1998 foi o mais quente
já registrado com + 0,54°C acima da média histórica, que é a média do período que vai de janeiro
de 1961 a dezembro de 1990. Desta forma, a temperatura média global do planeta à superfície vem
subindo nos últimos 120 anos, já tendo aumentado 0,74°C em 100 anos (1906 a 2005) e a maior
parte desse aquecimento ocorreu nos últimos 50 anos, sobretudo no Hemisfério Norte. A última
década foi a mais quente da história recente da Terra, sendo 1990, 1991, 1995, 1997, 1998, 1999 e
os anos de 2000 a 2007 os anos mais quentes em relação à média histórica (SAMPAIO et al., 2008).
Com uma atmosfera mais aquecida, precipitações pluviométricas se tornariam mais intensas e
episódicas, com veranicos e ondas de calor mais intensos, aumentando os eventos extremos de
precipitação, o escoamento superficial e a captação de recursos hídricos. Devido também ao
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desmatamento haverá também uma menor disponibilidade de água no solo em função da menor
infiltração e maior evaporação (MARENGO et al., 2007).
A precipitação é a principal entrada no sistema hidrológico em ambientes semiáridos; as
modificações nelas moduladas por fatores naturais ou alterações climáticas interferem diretamente
no escoamento superficial, principalmente em regiões cristalinas onde este processo é intensificado.
Com as mudanças do clima isto se torna ainda mais preocupante, se for levado em conta o
comprometimento da qualidade e quantidade dos recursos hídricos e, com o aumento exponencial
da população, há o aumento substancial da demanda pela água.
Na tentativa de estudar as interferências climáticas no ciclo hidrológico, diversos autores vêm
tentando acoplar os modelos de circulação geral ou regional da atmosfera aos modelos hidrológicos
e especialmente aos modelos de balanço hídrico (GUO & YIN, 1997; PANAGOULIA & DIMOU,
1997; XU & SINGH, 1998; XIONG & GUO, 1997, 1999). Segundo Lettenmaier et al., (1994) os
impactos mais importantes do aquecimento global estariam associados às alterações no escoamento
superficial e na recarga dos aquíferos. Eles afirmam também que em áreas de domínio da chuva na
hidrologia é possível a utilização de um modelo de balanço hídrico simples para estimar a
sensibilidade do escoamento superficial (runoff) às mudanças na precipitação, temperatura e
evaporação.
Desta forma, alguns modelos fisicamente testados têm sido desenvolvidos e aplicados para
simulação hidrológica em diversas bacias hidrográficas, tais como SWAT (STACKELBERG et al.,
2007; BORMANN et al., 2007; GREEN et al., 2006), NRm3Streamflow (NOTTER et al., 2007),
annAGNPS (LICCIARDELO et al., 2007), CASC2D (MARSIK & WAYLEN, 2006) e MGB/IPH
(COLLISCHONN et al., 2007). Para aplicação de alguns desses modelos são oportunos dados de
entrada, especialmente de parâmetros de solo e séries históricas climáticas completas espacialmente
distribuídas, dentre outros.
O principal desafio encontrado no acoplamento de modelos hidrológicos e atmosféricos é a
solução de problemas de incompatibilidade de unidades, de escalas temporais e espaciais (YU et al.,
1999). Enquanto os modelos atmosféricos operam desde dezenas a centenas de quilômetros, os
modelos hidrológicos distribuídos são executados a escalas muito menores, desde alguns metros a
centenas de metros.
Segundo Tucci (2005), os modelos surgiram com a necessidade de se obter séries hidrológicas
mais longas e representativas de vazões para diferentes projetos de recursos hídricos. As séries de
precipitação, normalmente, são mais longas que as de vazão. Além disso, com a modificação das
bacias pela construção de obras hidráulicas e alterações no uso do solo, as séries de vazões
deixaram de ser homogêneas ou estacionárias. Partindo da precipitação, é possível determinar ou
estimar as vazões desconhecidas para os novos cenários existentes ou previstas para as bacias.
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Nesse contexto, a modelação matemática surge como importante ferramenta de apoio à decisão,
por sua capacidade de fornecer respostas sistêmicas para cenários diversos, em um exercício de predição
e antecipação de efeitos resultantes de possíveis medidas de projeto.
Diante do exposto, este estudo tem como propósito executar, verificar, calibrar um modelo
hidrológico mensal semidistribuído e simular as possíveis alterações no escoamento superficial da
bacia hidrográfica do rio Brígida - PE, em função das variações ou modificações climáticas.
Para alcançar tal objetivo distribuiu-se o estudo da seguinte forma: o segundo capítulo é
referente à revisão bibliográfica em que são discutidas as principais questões a respeito do tema da
pesquisa, como as mudanças climáticas e o sistema hidrológico, seguido de uma descrição dos
eventos de El Niño/La Niña e sua variabilidade climática; do teste de Mann - Kendall e sua
aplicação em climatologia; dos modelos hidrológicos e suas definições e dos modelos de balanço
hídrico.
Dando continuidade à revisão, foram colocadas em questão a variabilidade climática e as
modificações climáticas, diferenciando-as uma da outra. A revisão, enfim, encerrou-se com a
apresentação dos principais estudos que analisaram as mudanças climáticas e sua interferência nos
recursos hídricos.
O terceiro capítulo evidencia a caracterização e localização da bacia, sua rede hidrográfica, os
reservatórios, a divisão político-administrativa e por fim das características físicas da bacia, a qual
servirá como um auxílio à compreensão do comportamento hidrológico da bacia hidrográfica do rio
Brígida - PE.
O quarto capítulo apresenta os materiais e métodos descrevendo todas as etapas e as técnicas
utilizadas para a construção dos resultados.
O quinto capítulo mostra os resultados e discussões da pesquisa que serão divididos em cinco
etapas: a primeira irá abordar a caracterização climática da bacia e suas possíveis tendências
estatísticas e a relação destes com os eventos de El Niño e La Niña. Isso será feito para identificar as
mudanças que vêm ocorrendo nas precipitações no último século. A segunda irá analisar as
características físicas da bacia, visando demonstrar o comportamento do escoamento superficial. A
terceira será em relação às modificações na vegetação e no uso da terra e os tipos de solos que
ocorrerem na bacia. A quarta etapa irá utilizar cenários de temperatura de acordo com os dados do
PRECIS/INPE para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 em dois cenários: otimista B2
e pessimista A2. Na quinta etapa será executado, verificado e calibrado um modelo hidrológico
mensal semidistribuído para bacia hidrográfica do rio Brígida - PE e por fim serão simuladas as
possíveis alterações no escoamento superficial, caso venham ocorrer projeções de aumento de
temperatura apontadas pelo modelo PRECIS. Sendo assim, a quinta etapa mostrará o
comportamento hidrológico da bacia em função dos cenários de mudanças climáticas.
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E, por fim, o sexto capítulo irá apresentar as conclusões dos resultados mostradas no quinto
capítulo. Os resultados serão analisados em conjunto para, então, fornecer subsídios aos gestores da
bacia, tomadores de decisão e ao público em geral, acerca das interferências das possíveis
modificações climáticas na escala da bacia hidrográfica do rio Brígida - PE.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
No intuito de avaliar as condições ambientais e possíveis impactos das mudanças climáticas
nos recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio Brígida foi efetuada uma revisão bibliográfica
atendendo aos seguintes pontos: mudanças climáticas e o sistema hidrológico, os fenômenos do El
Niño/La Niña e sua variabilidade climática, o teste de Mann - Kendall e sua aplicação em
climatologia e os modelos hidrológicos: definições e modelos de balanço hídrico.
2.1 Mudanças climáticas e o sistema hidrológico
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA) criaram o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) em
1988, com a finalidade de realizar análises sistemáticas sobre o conhecimento científico existente
sobre as mudanças climáticas globais, seus impactos potenciais e as opções de mitigação e
adaptação. Uma de suas mais importantes realizações foi a divulgação de um conjunto de cenários
de emissão de gases de efeito estufa, que levam em consideração forçantes controladoras, como
demografia, desenvolvimento socioeconômico, mudança tecnológica, bem como suas interações.
Assim, foram definidas quatro famílias de cenários: A1, A2, B1 e B2, que constituem referências
com relação às emissões futuras de gases de efeito estufa (IPCC, 2001).
Desta forma, diversos estudos foram realizados para detectar as influências das mudanças
climáticas nos recursos hídricos, utilizando resultados dos cenários e modelos de circulação geral
(MCG) e regional criados pelo IPCC, acoplando esses resultados ao modelo hidrológico, ou apenas
criando cenários hipotéticos de mudanças climáticas.
No IPCC, os novos cenários –“Special Report on Emissions Scenarios” (SRES) foram
publicados em 2000, e alguns deles foram usados como base para as previsões climáticas do
terceiro relatório de avaliação - "Third Assessment Report" (TAR). Os cenários SRES mostram
diferentes cenários futuros de mudanças climáticas, denominados de A1, A2, B1 e B2 os quais estão
disponibilizados no IPCC/DDC da CRU-University of East Anglia.
Estes cenários apresentam as seguintes características:
A1 - é o cenário que descreve um mundo futuro onde a globalização é dominante. Neste
cenário o crescimento econômico é rápido e o crescimento populacional é pequeno com um
desenvolvimento rápido de tecnologias mais eficientes. Os temas subjacentes principais são a
convergência econômica e cultural, com uma redução significativa em diferenças regionais e renda
percápita. Há três cenários: A1, A1F (máximo uso de combustível fóssil) e A1T (mínimo uso de
combustível fóssil);
19
A2 - é o cenário que descreve um mundo futuro muito heterogêneo onde a regionalização é
dominante. Existiria um fortalecimento de identidades culturais regionais, com ênfase em valores da
família e tradições locais. Outras características são um crescimento populacional alto, e menos
preocupação em relação ao desenvolvimento econômico rápido;
B1 - é o cenário que descreve uma rápida mudança na estrutura econômica mundial, onde
ocorre uma introdução de tecnologias limpas. A ênfase está em soluções globais a sustentabilidade
ambiental e social e inclui esforços combinados para o desenvolvimento de tecnologia rápida;
B2 - é o cenário que descreve um mundo no qual a ênfase está em soluções locais a
sustentabilidade econômica, social e ambiental. A mudança tecnológica é mais diversa com forte
ênfase nas iniciativas comunitárias e inovação social, em lugar de soluções globais.
Goossens & Berger (1986) apresentam as definições de alguns termos usados para caracterizar
mudanças climáticas. Segundo esses autores, mudança climática é um termo completamente geral
que engloba todas as formas de inconstâncias climáticas de natureza estatística ou de causas físicas.
Flutuação climática é qualquer forma de mudança sistemática regular ou irregular, exceto a
tendência e mudança abrupta. Oscilação climática é a flutuação na qual a variável tende a mover-se
gradualmente e de forma suave entre sucessivos máximos e mínimos. A mudança climática abrupta
é uma mudança abrupta e permanente, durante o período de registro, de um valor médio para outro.
Nesta perspectiva, as mudanças climáticas atuais acarretam elevações das temperaturas
globais, implicando alterações nos regimes hidrológicos de várias regiões do globo, uma vez que
provocam modificações no comportamento médio das vazões nas bacias dos rios, ou alterações na
probabilidade de ocorrência de eventos extremos (como tempestades, e secas extremas).
Sendo assim, os modelos numéricos são ferramentas essenciais para se obter e avaliar as
projeções climáticas ou hidrológicas passadas e futuras, podendo simular climas futuros em nível
global e regional como resposta às mudanças nas concentrações dos gases de efeito estufa e
aerossóis (MARENGO, 2006).
Dentro deste contexto, diversos autores do mundo vêm estudando os modelos de circulação
geral ou regional da atmosfera e acoplando aos modelos hidrológicos e especialmente aos modelos
de balanço hídrico. Arnell & Reynard (1996) investigaram as influências das mudanças climáticas
no escoamento superficial de 21 bacias na Grã-Bretanha, a partir da utilização de um modelo chuva-
vazão e a criação de cenários de mudanças climáticas com uma série de 60 anos (1990 a 2050).
Sendo um com situação climática equilibrada, na qual a concentração de CO2 não dobrou, e o outro
em que houve um aumento na concentração de CO2. . Ambos foram baseados em cenários
desenvolvidos pala UK Climate Changes Impacts Review Group (ARNELL & REYNARD, 1996),
os quais foram derivados das análises de equilíbrio 2x CO2 do modelo experimental de circulação
global. Os autores afirmaram que há uma variabilidade clara de mudança no escoamento superficial
20
mensal entre cenários, mas no geral a tendência é para o crescimento na sazonalidade do fluxo. Nos
cenários úmidos, ocorrem em todos os meses o aumento no escoamento superficial, com uma
percentagem maior de crescimento nos meses de inverno, os quais têm os valores mais altos de
escoamento superficial. Segundo esses autores, mudanças no número de dias com precipitação
tiveram um efeito consideravelmente menor do que mudanças na precipitação total mensal.
Panagoulia & Dimou (1997), a partir da criação de cenários hipotéticos de alterações
climáticas como entradas em dois diferentes modelos hidrológicos de diferentes estruturas e escalas
temporais (diário e mensal), analisaram os impactos das mudanças climáticas (MC) no escoamento
superficial da bacia de Mesochora, na Grécia Central. Os mesmos utilizaram as séries históricas de
clima de um período de 15 anos; analisaram as variabilidades sazonais e anuais e aplicaram os
cenários de acréscimo/diminuição da precipitação e temperatura, multiplicando os valores
uniformes nas séries diárias ou mensais, gerando resultados para vários cenários de MC. Destes
trabalhos, todos os modelos apresentaram um aumento no escoamento superficial no inverno e
decréscimo no verão.
Arnell (1999b) analisou a interferência das mudanças climáticas nos recursos hídricos na
escala global e encontrou um aumento no escoamento superficial anual nas regiões de altas
latitudes, na África e Ásia equatorial e no sudeste da Ásia, e um decréscimo nas latitudes médias e
em muitas regiões subtropicais. Arnell (1999b) analisou essas interferências em escala continental,
para toda a Europa, simulando o escoamento superficial numa resolução espacial de 0,5° x 0,5°
(aproximadamente 2.000 km²), a partir de um modelo hidrológico de macro escala diário, utilizando
quatro cenários de mudanças climáticas. Mesmo havendo diferenças entre os cenários, todos
mostraram uma redução no escoamento superficial anual no Sudeste Europeu e um aumento no
Norte. Nas áreas litorâneas, há uma pequena diferença na variação temporal do escoamento
superficial.
Arnell (2004) analisou os efeitos relativos das mudanças climáticas e do crescimento da
população num futuro de estresse global e regional dos recursos hídricos, a partir de projeções feitas
usando seis modelos climáticos dirigidos pelos cenários de emissões de gases de efeito estufa
(SRES) – Relatório Especial sobre Cenários de Emissão (IPCC, 2000). O escoamento superficial
dos rios foi simulado usando uma resolução de 0,5° x 0,5°, com os dados de entrada do clima
corrente e futuro (cenários) em um modelo hidrológico de macroescala, para 1300 bacias e
pequenas ilhas, agregados aos modelos de projeção de população de acordo com os Special Report
on Emissions Scenarios (SRES). Os resultados mostram que em 2055, 5,6 bilhões de pessoas
viverão em estresse hídrico, no cenário A2 e somente 3,4 bilhões nos cenários A1 e B1.
Segundo Marengo (2006), um conjunto de doze modelos climáticos do IPCC mostraram
qualitativa e quantitativamente habilidades na simulação de tendências regionais de vazão, com
21
dados observados desde o início do século XX, e para o Século XXI, a integração do conjunto
desses modelos projeta regiões de aumento e diminuição de vazão na América do Norte, América
do Sul, África e Eurásia. No entanto, esse mesmo autor afirma também que há necessidade de uma
detecção prévia da variabilidade observada de clima em qualquer região de estudo, em escalas de
tempo mais extensas possível. Isso vai servir de base para analisar o clima do futuro, tentando,
assim, separar a variabilidade natural observada da variabilidade forçada por atividades humanas
que induzem as mudanças climáticas e as variabilidades nos regimes hidrológicos.
Horikoshi (2007) aplicou o modelo de balanço hídrico climatológico de Thornthwaite &
Mather (1955) no município de Taubaté para analisar questões de disponibilidades hídricas futuras.
Utilizou dados observacionais de precipitação e temperatura do ar (1965-2005 e 1992-2005) e
dados simulados de temperatura e precipitação gerados pelo modelo HadCM3 (2010 a 2099),
obtendo os valores da grade onde se localiza o município analisado. Assim, o modelo foi corrigido
de acordo com os dados observados do clima atual. O valor da subtração entre o estimado e
observado serviu para a correção dos cenários futuros. Os resultados encontrados pela autora para
esses cenários apontam um aumento da temperatura do ar entre + 0,5 °C a + 2,7°C, associado a um
aumento de precipitação entre 80 mm e 150 mm anuais.
Keirle & Hayes (2007) afirmam que os modelos de circulação geral (MCGs) geralmente
operam em uma escala sazonal ou anual em todos os continentes, mas são necessárias escalas muito
menores (temporal e espacial) para a captação em modelagem hidrológica. Por exemplo, a
resolução espacial do Modelo “Hadley Centre's” HadGEM1 é de 135 km x 135 km, o que significa
que para um grande rio como o Danúbio sua bacia hidrográfica é representada apenas por 45 grades
(uma vez que a área da sua bacia hidrográfica é de cerca de 817.000 km²), enquanto que boa parte
dos rios da Cornualha (Inglaterra) estão apenas a poucos quilômetros da fonte para o mar, nesse
caso a resolução espacial oferecida pelo HadGEM1 é totalmente inadequada.
Outra questão colocada por Keirle & Hayes (2007) é em relação à precipitação, pois os
modelos de circulação geral (MCG’s) apresentam uma resolução espacial geralmente grosseira, ou
seja, eles geram uma precipitação média ao longo de uma grade para um amplo período de tempo e
grandes escalas espaciais. Todavia, eles não levam em conta a variação espacial e temporal da
precipitação em uma escala mais detalhada, que pode produzir resultados significativos, que
normalmente são esquecidos nos estudos de impactos climáticos. A situação complica-se ainda
mais se levado em conta a diversidade geológica, do uso da terra e dos padrões de uso da água, os
quais influenciam diretamente o regime hidrológico regional e local, produzindo respostas
diferenciadas à variabilidade e mudanças climáticas.
Fernandes et al., (2008) estimaram os impactos das mudanças climáticas globais na
evaporação do reservatório Epitácio Pessoa (Boqueirão) – Estado da Paraiba (PB) no semiárido, a
22
partir de alguns resultados dos modelos de circulação geral (MCGs). A evaporação foi simulada de
acordo com o cenário B1 para o período de 2011 a 2030. De acordo com os cenários de evaporação
gerados, haverá um aumento médio de 2,16% na evaporação para o período analisado, devido às
mudanças de temperatura e umidade relativa do ar. Análises desse tipo também foram realizadas
por Albuquerque et al., (2006), que avaliaram além da evaporação, mudanças na precipitação no
reservatório de Poço Fundo, em Pernambuco.
Abdula & Al-Omari (2008) analisaram as alterações das respostas hidrológicas (escoamento
superficial e evapotranspiração real) a longo prazo em uma bacia de clima semiárido na Jordânia.
Foram instituídos doze cenários hipotéticos de mudanças climáticas; dois desses cenários basearam-
se em MCGs. Os outros dez cenários foram criados a partir de cenários incrementais associados ao
aumento de temperatura de 2 °C a 4 °C e mudanças na precipitação de 0%, 10%, 20%, -10% e -
20%. Estes cenários foram utilizados como base para observar relações causais entre escoamento
superficial, temperatura do ar e precipitação. Segundo estes estudos, os conjuntos de cenários com
base nos MCGs de alterações climáticas resultaram em um decréscimo no escoamento superficial
mensal.
Nesta perspectiva, as formas mais comuns de avaliação do comportamento hidrológico de
bacias hidrográficas consistem do desenvolvimento e aplicação de modelos fisicamente baseados
com auxílio de técnicas de mapeamento, combinando outros modelos, como CN-SCS (EASTON et
al., 2008; NOTTER et al., 2007; STACKELBERG et al., 2007), ARNO (COLLISCHONN et al.,
2007), além de certos modelos físicos para descrever o comportamento da infiltração e propagação
do escoamento (PRUSKI et al., 2001), para os quais são necessárias séries históricas de precipitação
e evapotranspiração a fim de simular o comportamento das vazões a partir de um balanço hídrico,
tendo-se determinada camada de solo como controle (RIBEIRO NETO, 2006).
Este tipo de investigação científica é altamente aceita, em especial quando técnicas de SIG e
sensoriamento remoto são aplicadas para espacializar as variáveis de entrada do modelo,
consistindo no estado-da-arte do conhecimento na área de engenharia de água e solo e recursos
hídricos (STACKELBERG et al., 2007; GREEN et al., 2006; MARSIK & WAYLEN, 2006).
2.2 Os El Niño/La Niña e a variabilidade climática
El Niño Oscilação Sul (ENOS) é um fenômeno de grande escala caracterizado por anomalias
no padrão de temperatura da superfície do Oceano Pacífico Tropical, que ocorrem de forma
simultânea com anomalias no padrão de pressão atmosférica nas Regiões de Darwin (Austrália) e
Taiti. A fase quente do fenômeno (EN) é caracterizada pela elevação da temperatura das águas da
região oriental do Oceano Pacífico acima da média da região, juntamente com ocorrência de
23
pressões atmosféricas abaixo da normal no Taiti e acima da normal em Darwin (Austrália). Na fase
fria (LN) o comportamento das componentes oceânica e atmosférica é inverso (GRANTZ, 1991;
TRENBERTH, 1991; FONTANA & BERLATO, 1997).
Com menores exceções regionais em tempo e amplitude, a América do Sul Tropical,
historicamente tem exibido anomalias negativas na precipitação e nível dos rios em anos de El Niño
e anomalias positivas em anos de La Niña (POVEDA, 2001).
Desta forma, a componente oceânica é representada pelo evento El Niño/La Niña,
denominando o aquecimento/resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico
equatorial central e leste (RASMUSSON & CARPENTER, 1983).
Devido às suas dimensões, o Oceano Pacífico permite maior interação oceano – atmosfera que
os demais. Além disso, uma parte considerável de sua superfície encontra-se na zona tropical,
exatamente a que recebe maior quantidade de energia solar. Portanto, é razoável admitir que a área
tropical do Oceano Pacífico seja o palco de interações e acomodações capazes de interferir
significativamente na variabilidade interanual do clima em escala muito mais ampla, com um
período de acomodação muito maior (VAREJÃO SILVA, 2006).
De acordo com Silva (2006), há uma interação entre os ENOS, anomalias de temperatura à
superfície do mar (ATSM) sobre o Atlântico Tropical (AT) e variações na intensidade das chuvas
no Nordeste do Brasil (NEB). Hastenrath & Heller (1977) e Hastenrath (1978), citados em Silva
(2006), mostraram que em anos de secas as ATSMs no AT apresentam um padrão com valores
positivos (oceano mais aquecido e alta nebulosidade) ao norte e negativos (oceano menos aquecido
e baixa nebulosidade) ao sul. Para anos mais chuvosos que o normal, este padrão tem sinais
invertidos. Eles sugerem a existência de uma conexão inversa entre a precipitação sobre o Nordeste
do Brasil (NEB) e a Guiana, atribuída ao deslocamento meridional da Zona de Convergência
Intertropical (ZCIT), que em anos de sinal positivo no AT Sul, os ventos alísios influenciam na
manutenção desta mais ao sul de sua posição climatológica.
As secas severas no NEB têm sido relacionadas à ocorrência do El Niño. Entretanto, a relação
entre El Niño e as secas no NEB não é unívoca (KANE, 1997). Estudos realizados por Kane (1997)
mostram que dos 46 El Niños (fortes e moderados) ocorridos no período de 1849 – 1992 apenas 21
(45%) estiveram associados a secas severas em Fortaleza.
Gershunov e Barnett (1998) afirmam que as anomalias de precipitação relacionadas ao ENOS
em certas regiões do globo podem ser “moduladas” por variações climáticas de baixa frequência,
como a variabilidade interdecadal, na qual se destaca a Oscilação Decadal do Pacífico (ODP).
Pesquisas comprovaram que a ODP e o ENOS podem ter efeitos combinados na distribuição
anômala de precipitação em algumas regiões, agindo “construtivamente”, com anomalias fortes e
bem definidas quando elas estão na mesma fase ou “destrutivamente”, com anomalias fracas e mal
24
definidas quando elas estão em fases opostas (GERSHUNOV e BARNETT, 1998; ANDREOLI e
KAYANO, 2005; DA SILVA et al., 2009 a).
2.3 Teste de Mann - Kendall e sua aplicação em climatologia
Muitos estudos têm tentado identificar variações, tanto em dados de precipitação quanto de
temperatura, que indiquem mudanças climáticas. Entre os testes estatísticos mais utilizados,
encontra-se o de Mann-Kendall, que detecta a presença de tendência e se estas são positivas ou
negativas, ou seja, aumento ou diminuição da precipitação e ou temperatura, além de identificar se
elas são estatisticamente significativas ou não.
Gerstengarbe e Werner (1999) utilizaram o teste de Mann-Kendall para identificar o início e o
fim da estação seca no Nordeste do Brasil, com a finalidade de verificar mudanças recorrentes nessas
datas que indicassem tendências de mudanças climáticas. Por meio do teste, esses autores
observaram uma redução de duas semanas no período seco numa série de 61 anos, de 1921 a 1980.
Realizando estudos de tendência em outra escala, Back (2001) investigou a existência de
tendências anuais e mensais no regime de precipitação e temperatura no estado de Santa Catarina, no
período de 1924 a 1998. Foi verificado que a temperatura média anual e mensal de janeiro
apresentou tendências crescentes; quanto à precipitação, foi observada tendência de aumento do total
anual e no último trimestre do ano. Esse autor acredita que a tendência de aumento da precipitação
total anual é explicada pelos valores pluviométricos extremos registrados na década de 90, período
em que ocorreram vários episódios de El Niño. Isso reforça a ideia de que as mudanças na
precipitação sejam apenas uma oscilação de causa natural e não associada a uma mudança definitiva
nos padrões pluviométricos, que indicassem a ocorrência de mudanças climáticas.
Estudos desenvolvidos na bacia do Rio Piracicaba por Pellegrino et al., (2001) e Groppo et al.,
(2005) mostram uma preocupação com a intensa atividade agrícola e o crescimento urbano,
principalmente pela falta de tratamento do esgoto doméstico e industrial e seus efeitos sobre a
conservação dos recursos hídricos. Na tentativa de compreender o comportamento hidrológico e as
interações com as atividades antrópicas, esses autores estudaram as variações na vazão e na
precipitação na bacia do Rio Piracicaba utilizando o teste de Mann - Kendall. Os resultados dos
estudos identificaram tendência positiva da precipitação na bacia do Rio Piracicaba, porém é difícil
relacionar essa tendência com causas de origem antrópica, já que a precipitação depende de fatores
que não podem ser atribuídos somente a mudanças locais. Quanto à vazão dos rios que compõem a
bacia do Rio Piracicaba, foi observado uma tendência negativa, principalmente nos rios Jaguari e
Atibaia que estão sob influência do Sistema Cantareira da Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo (SABESP), que utiliza água desses rios para o abastecimento da região
25
metropolitana de São Paulo (GROPPO et al., 2005).
Desconsiderando a presença do Sistema Cantareira, Pellegrino et al., (2001) não identificaram
tendências negativas na vazão de nenhum dos rios da bacia, o que indica que a retirada de água dos
rios da bacia do Rio Piracicaba para o abastecimento da grande São Paulo é a principal causa da
tendência negativa identificada nos dados de vazão.
Silveira e Gan (2006) estudaram a série de temperatura mínima diária de 1950 a 2005 da região
Sul do Brasil com a finalidade de identificar mudanças significativas. Os resultados mostram que o
teste de Mann-Kendall foi significante estatisticamente apenas para o estado do Rio Grande do Sul,
indicando uma tendência de aumento da temperatura mínima média e da temperatura mínima
máxima nos últimos 55 anos.
Marengo (2004) identificou tendências negativas/positivas em chuvas na parte norte/sul da
Amazônia. Entretanto, Obregón e Nobre (2003) determinaram tendências positivas da chuva nesta
região.
2.4 Modelos hidrológicos 2.4.1 Definições
De um modo geral, um modelo pode ser compreendido como sendo qualquer representação
simplificada da realidade ou de um aspecto do mundo real que surja como de interesse ao
pesquisador, que possibilite reconstruir a realidade, prever um comportamento, uma transformação
ou uma evolução. Haggett & Chorley (1967, 1975) apud CHRISTOFOLETTI, (1999) apresentam
uma definição que ainda permanece como sendo mais adequada, em que “o modelo é uma
estruturação simplificada da realidade que supostamente apresenta, de forma generalizada,
características ou relações importantes”. Os modelos são relações altamente subjetivas, por não
incluírem todas as observações ou medidas associadas, mas são valiosos por obscurecerem detalhes
acidentais e por permitirem o aparecimento dos aspectos fundamentais da realidade
(CHRISTOFOLETTI, 2003).
Os modelos hidrológicos, por sua vez, podem ser definidos como uma representação
matemática do fluxo de água e seus constituintes sobre alguma parte da superfície e/ou sub
superfície terrestre (RENNÓ & SOARES, 2007). Estes modelos são de diferentes tipos e
desenvolvidos para objetivos diferenciados. Singh (1995) sintetiza a classificação dos modelos
utilizados em estudos hidrológicos, classificando-os baseado em processos, em escalas temporais e
de acordo com a escala espacial. Para ele, um modelo deve abranger cinco componentes: a
geometria do sistema (envolvendo as características e os processos da bacia), as entradas, as leis
26
governantes, as condições iniciais e limitantes, e a saída. Dependendo do tipo de modelo e das suas
finalidades, tais componentes podem ser combinadas de maneiras diferenciadas. Aspectos mais
detalhados relacionados à classificação de modelos podem ser encontrados também em Maidment
(1993), Vertessy et al., (1993), Tucci (1998) e Christofoletti (1999).
Dentre os principais modelos hidrológicos globais pode-se citar: o HEC-HMS (Hydrologic
Modeling System) desenvolvido pelo “Hydrologic Engineering Center” (HEC) do U.S. “Army
Corp. of Engineers” (USACE). Esse modelo foi utilizado por Pozzebon et al., (2000) na simulação
de escoamento superficial na microbacia do Tinga no estado de São Paulo, com a criação de
diversos cenários de uso do solo. Eles o consideraram um programa flexível, permitindo a utilização
conjunta com diversos modelos para a simulação do escoamento.
O modelo HIACRES (JAKEMAN et al., 1990; JAKEMAN & HORNBERGER, 1993)
constitui um exemplo de modelo conceitual de simulação chuva vazão. Croke et al., (2004)
utilizaram esse modelo para estudar qual é o impacto da retirada da floresta na resposta hidrológica
de quatro bacias hidrográficas no nordeste da Tailândia. Foram considerados para a simulação vinte
cenários, desde 100% de cobertura vegetal até sem floresta. Esses autores chegaram à conclusão de
que com a retirada da cobertura vegetal o volume de fluxo na componente do escoamento
superficial direto aumentou.
Alguns exemplos de modelos distribuídos para a geração de escoamento superficial são o
TOPMODEL – Topographic Model desenvolvido por Beven & Kirkby (1979), o SWAT (Soil and
Water Assessment Tool - US Department of Agriculture, Agricultural Research Service no
Galssland, Soil and Water Research Laboratory, Texas EUA) e o TOPOG - TOPOGraphy model
(O'LOUGHLIN et al., 1989).
Gomes (1996) integrou modelos hidrológicos com Sistemas de Informação Geográfica de uma
forma distribuída, para o cálculo do escoamento superficial mensal. Utilizou o modelo de balanço
hidrológico de Temez, o qual simula o escoamento superficial de uma bacia em função de dados
climatológicos (precipitação e evapotranspiração potencial) e variáveis de estado como a umidade
do solo e a infiltração, reproduzindo os processos essenciais de transporte de água das diferentes
fases do ciclo hidrológico, aplicado à bacia hidrográfica portuguesa de Guadiana. Esse modelo
procurou calcular mapas mensais de escoamento superficial a partir de mapas mensais de
precipitação e evapotranspiração. Estes foram elaborados para pontos de grade de 1km x 1km e
espacializados com a utilização de métodos geoestatísticos, obtendo-se assim o escoamento
superficial distribuído em toda a bacia hidrográfica. Este método permitiu visualizar quais as bacias
hidrográficas que mais contribuem para a acumulação de água nos rios.
Sivapalan et al. (1997) aplicaram o modelo de Capacidade Variável de Infiltração de Wood et
al., (1992) apud Silvapalan et al., (1997), utilizando o TOPMODEL, para estudar os efeitos da
27
heterogeneidade das chuvas no comportamento da umidade do solo e da sua capacidade de
armazenamento, além de simular o escoamento superficial na bacia de Lockyersleigh de 26,1 km²
localizada próximo de Camberra, na Austrália. Os resultados dessa análise mostraram o grande
efeito que a variabilidade da chuva tem no escoamento superficial.
Outro exemplo de modelo distribuído é o CASC2D (Cascade Two-Dimensions), que simula a
resposta de uma bacia hidrográfica à uma determinada precipitação (OGDEN, 1998). Inclui como
principiais componentes a interceptação, infiltração e escoamento superficial. Neste modelo são
considerados dois parâmetros: a abstração inicial da chuva (em mm) que é interceptada pelas folhas
e uma porção da chuva que é retida após esse processo.
Szilagyi & Parlange (1999) elaboraram um modelo distribuído que trata do mecanismo de
escoamento na bacia como uma cascata de reservatórios, parcialmente paralelos, aplicado à bacia de
Mohatango, Pensilvânia, EUA (Estados Unidos da América). São representados todos os caminhos
possíveis que a gota de chuva pode seguir quando viaja desde seu ponto de aterrissagem até a saída,
de maneira a conservar a natureza não linear da resposta da bacia à precipitação, simulando a
interceptação, evapotranspiração, infiltração, resposta às chuvas rápidas, recarga do lençol freático e
do fluxo de base.
Olivera & Maidment (1999) demonstraram que os SIG’s (Sistema de Informação Geográfica)
são uma boa ferramenta para modelagem hidrológica, pois fazem uso de sistemas “raster”, os quais
são uma representação discreta do terreno em células quadradas dispostas em linhas e colunas,
sendo usados para descrever a distribuição espacial de parâmetros do terreno (elevação, uso-da-
terra, área coberta, entre outros). Técnicas que envolvem SIGs e algoritmos para análise de modelos
digitais do terreno podem ajudar a melhorar a descrição de processos hidrológicos em modelos.
Estes algoritmos podem ser usados para identificar áreas de contribuição, determinar redes de
drenagem e estabelecer caminhos de escoamento superficial no terreno. Com a disponibilidade de
informações espaciais, é possível desenvolver modelos distribuídos (GAREN et al., 1999; SILANS
et al., 2000 e THOMPSON et al., 2001).
2.4.2 Modelos de balanço hídrico
O balanço hídrico é um método contábil de estimativa da disponibilidade de água no solo que
pode ser utilizado pela vegetação. Baseia-se na aplicação do princípio de conservação de massa e é
intimamente ligado ao balanço de energia (PEREIRA et al., 2002; REICHARDT, 2004).
Os modelos hidrológicos de balanço hídrico podem ser desenvolvidos em diversas escalas
espaciais e temporais, dependendo do grau de complexidade. Atualmente existem muitos modelos
28
mensais diferentes de balanço hídrico, e muitas pesquisas na sua utilização para a conversão de
precipitação em escoamento superficial foram conduzidas intensivamente.
Nas décadas de 1940 e de 1950, Thornthwaite & Mather (1955) desenvolveram modelos
mensais determinísticos de balanço hídrico, em que somente dois parâmetros foram utilizados. Este
método de cálculo do balanço hídrico climatológico desenvolvido por Thornthwaite & Matter
(1955) é uma maneira de se prever a variação do armazenamento de água no solo. Partindo-se do
suprimento natural de água ao solo, da demanda atmosférica e da capacidade de água disponível, o
balanço hídrico fornece estimativas da evapotranspiração real, da deficiência e excedente hídrico e
do armazenamento de água no solo (CAPUTI, 2006). Com o intuito de desenvolver um índice da
seca meteorológica, Palmer (1965) sugeriu um modelo que dividisse o armazenamento de água no
solo em duas camadas. Em 1981, Thomas (1981, 1983) propôs um modelo de balanço hídrico de
quatro parâmetros. Alley (1984), no entanto, revisou e examinou os modelos de Thornthwaite &
Mather, modelos de Palmer (1965) e os modelos do ABCD de Thomas (1981, 1983) com detalhe
considerável e concluiu que os erros da previsão eram relativamente similares entre estes modelos.
Gleick (1987) desenvolveu um modelo mensal de balanço hídrico especificamente para a
avaliação do impacto do clima e apontou as vantagens de usar os modelos de balanço hídrico na
prática. Na década de 1990, alguns modelos mensais de balanço hídrico foram desenvolvidos
estudando o impacto da mudança do clima no ciclo hidrológico e no planejamento dos recursos
hídricos (MIMIKOU et al., 1991; VANDEWIELE et al., 1992; GUO & YIN, 1997;
PANAGOULIA & DIMOU, 1997; XU & SINGH, 1998; XIONG & GUO, 1997, 1999) apud GUO
et al., (2002).
Xiong & Guo (1997, 1999) propuseram e desenvolveram um modelo de balanço hídrico
mensal que ultiliza dois parâmetros. O autor define estes parâmetros como: parâmetro de redução
do escoamento (c) que pretende atender à infiltração, e parâmetro de repartição do escoamento do
mês considerado pelo mês seguinte (Sc). O modelo foi testado em 100 pequenas e médias bacias na
China e comparado com outros modelos de balanço hídrico, incluindo o modelo Belgium
(VANDEWIELE et al., 1992) e o modelo mensal de Xinanjiang (ZHAO, 1992). O modelo de
balanço hídrico mensal de dois parâmetros provou ser completamente eficiente em simular o
escoamento superficial mensal com uma estrutura simples. Mostrou-se também que o modelo de
balanço hídrico de dois parâmetros é comparável a outros modelos de balanço hídrico relativamente
complexos (XIONG & GUO, 1997, 1999). Devido a sua simplicidade e eficiência de desempenho
elevado, o modelo mensal de balanço hídrico de dois parâmetros pode ser facilmente incorporado
nos estudos de mudanças climáticas e nos programas de planejamentos dos recursos hídricos,
simulando condições de escoamento superficial (runoff) mensal em regiões úmidas e subúmidas.
29
Guo et al., (2002) utilizaram o modelo de Xiong & Guo (1997) para simular e predizer o
escoamento superficial e a sensibilidade da hidrologia e dos recursos hídricos da China ao
aquecimento global. Fizeram uso de ferramentas SIG para analisar a topografia, a rede hidrográfica,
o uso da terra, a atividades humanas, a vegetação e as características dos solos, que foram
parametrizados e estimados para cada elemento da grade. A simulação dos escoamentos superficiais
futuros foi baseada nas diferentes saídas de modelos de circulação global e de modelos de
circulação regional. As bacias semiáridas do norte da China mostraram uma maior sensibilidade ao
aumento de temperatura e à diminuição da precipitação do que as bacias úmidas do sul da China,
que mostraram uma vazão perene e um fluxo de base, normalmente ocupando uma larga porção do
volume total do escoamento.
Utilizando esse mesmo modelo Galvíncio et al., (2008) analisaram as respostas hidrológicas
às mudanças climáticas, aplicando cenários hipotéticos de variação de precipitação e temperatura
para as bacias do Taperoá e Carnaúbas, localizadas no semiárido paraibano. Os autores concluíram
que o escoamento superficial é mais sensível às variações de precipitação do que de temperatura.
Galvíncio (2010) utilizou um modelo de balanço hídrico na identificação dos principais
processos hidrológicos. O modelo utilizado pela autora foi semelhante ao proposto por
Jothityangkoon et al., (2001), os quais analisaram os componentes do balanço hídrico em três
escalas: anual, mensal e diária. O autor levou em conta as características fisiográficas, declividade e
fração vegetada para o ajuste dos parâmetros do modelo de balanço hídrico. Foram criados quatro
cenários, os mesmos para cada escala temporal. O primeiro cenário considerou a bacia hidrográfica
homogênea; o segundo considerou a variação da climatologia, precipitação e evaporação; o terceiro
variou a profundidade do solo e o quarto cenário levou em conta a variação da climatologia e a
profundidade do solo. O autor mostrou que em regiões semiáridas o escoamento superficial é muito
sensível à distribuição da profundidade do solo.
Diante dos trabalhos citados neste, percebe-se que uma das maiores preocupações da
humanidade está relacionada com a problemática climática e dos recursos hídricos. Como visto
nesse capítulo, o gerenciamento dos recursos hídricos e o seu uso racional tem levado pesquisadores
a associar as relações hidrometeorológicas com o uso de modelos de simulação e previsão. Ainda,
pode ser visto que a previsão de vazão é um dos principais desafios relacionados ao conhecimento
integrado das características físicas da bacia, climatologia e hidrologia. De posse desses
conhecimentos e visando satisfazer os objetivos deste estudo, escolheram-se os procedimentos e
metodologias de caracterização climática, fisiográfica e de balanço hídrico mostrados nos próximos
capítulos.
30
3 ÁREA DE ESTUDO 3.1 Localização
A área em estudo é a Unidade de Planejamento Hídrico - UP11, que corresponde à bacia
hidrográfica do rio Brígida - PE, localizada na Mesorregião do Sertão Pernambucano - Nordeste –
Brasil, entre as coordenadas 07º 19’ 02” e 08º 36’ 32” de latitude Sul e 39º 17’ 33” e 40º 43’ 06” de
longitude Oeste (PERNAMBUCO, 1998).
A bacia hidrográfica do rio Brígida limita-se ao norte com o estado do Ceará e com o grupo de
bacias de pequenos rios interiores GI9 (UP28), ao sul com a bacia hidrográfica do rio das Garças
(UP12) e com o sexto grupo de bacias hidrográficas de pequenos rios interiores GI6 (UP25), a leste
com a bacia hidrográfica do rio Terra Nova (UP10) e o quinto grupo de bacias hidrográficas de
pequenos rios interiores GI5 (UP24) e a oeste com o Estado do Piauí (PERNAMBUCO, 1998). A
UP11 abrange áreas de 15 municípios: Araripina, Bodocó, Granito, Ipubi, Ouricuri, Trindade,
Parnamirim, Exu, Cabrobó, Moreilândia, Orocó, Santa Maria da Boa Vista, Santa Cruz, Santa
Filomena e Serrita (Figura 3.1.1).
Figura 3.1.1 - Localização espacial da bacia do rio Brígida com seus municípios – Pernambuco – Brasil.
Fonte: Base Cartográfica: Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE, 2006) Elaborada pelo autor.
31
3.2 Rede hidrográfica
O rio Brígida nasce ao norte da localidade Gameleira, no município de Exu (Pernambuco),
nos contrafortes da Chapada do Araripe a uma altitude aproximada de 800 m. Sua bacia banha uma
área de 13.560,90 km² ao longo de uma extensão aproximada de 129 km até desaguar no rio São
Francisco (PERNAMBUCO, 1998).
Os principais afluentes da margem direita são riacho das Tabocas, riacho Alecrim, riacho
Gravatá e rio São Pedro. O Rio São Pedro é o maior tributário, com uma extensão de 174 km,
enquanto o riacho Gravatá possui 102 km e ambos têm seus nascentes na chapada do Araripe a uma
altitude aproximada de 700 metros. Os afluentes pela margem esquerda são de pequenas extensões,
destacando-se o riacho dos Macacos, o riacho do Espírito Santo e o riacho do Antônio. Os rios
principais da bacia do rio Brígida e seus afluentes são intermitentes e em regime torrencial no
período das chuvas (PERNAMBUCO, 1998) (Figura 3.2.1).
Figura 3.2.1 - Rede hidrográfica principal da bacia do rio Brígida – PE.
Fonte: Base Cartográfica: Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE, 2006). Elaborada pelo autor.
32
Os principais rios são Brígida, Gravatá, São Pedro e afluentes que formam uma confluência e
convergem suas águas para o rio São Francisco. Em geral, estes cursos fluviais estão interrompidos
por barragens.
3.3 Reservatórios hídricos
Os principais reservatórios da bacia são Algodões, Araripina (Baixio), Barriguda, Cachimbo,
Caiçara, Câmara, Chapéu, Engenho Camacho, Entremontes, Lagoa do Barro, Lopes II, Manuíno,
Parnamirim, Rancharia, Sítio dos Moreiras e Varzinha (Tabela 3.3.1).
A maior barragem localizada na bacia é Entremontes, seguida pela barragem do Chapéu,
ambas localizadas no município de Parnamirim, que somam juntas um total de 527.333.700 m3.
Os reservatórios da bacia do rio Brígida, com capacidade máxima acima de 1 milhão de m³,
estão representados na Tabela 3.3.1.
Tabela 3.3.1 - Capacidades dos reservatórios no âmbito da bacia hidrográfica do rio Brígida.
Fonte: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, 2011. Adaptada pelo autor. As principais barragens estão espacializadas na Figura 3.3.1 e se localizam principalmente
ao longo dos principais cursos fluviais.
N˚ Reservatório Capacidade (m3) Ano de construção Municípios 1 Algodões 54.481.874 1986 Ouricuri 02 Araripina (Baixio) 3.702.230 1965 Araripina 03 Barriguda 1.617.979 1996 Araripina 04 Cachimbo 31.007.000 1991 Parnamirim 05 Caiçara 10.500.000 1990 Parnamirim/Santa
Maria da Boa Vista 06 Camará 5.300.000 - Bodocó 07 Chapéu 188.000.000 1986 Parnamirim 08 Engenho Camacho 27.664.500 1958 Ouricuri 09 Entremontes 339.333.700 1982 Parnamirim 10 Lagoa do Barro 13.161.975 1980 Araripina 11 Lopes II 23.935.360 1969 Bodocó/Ouricuri 12 Manuíno 1.984.117 - Ipubi 13 Parnamirim 5.715.000 1934 Parnamirim 14 Rancharia 1.042.810 1986 Araripina 15 Sítio dos Moreiras 2.096.964 - Moreilândia 16 Varzinha 1.127.160 1983 Ouricuri
33
Figura 3.3.1 - Localização espacial dos principais reservatórios da bacia hidrográfica do rio Brígida.
Fonte: Base Cartográfica: Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE, 2006). Elaborada pelo autor.
3.4 Divisão político-administrativa
A bacia hidrográfica do rio Brígida é a segunda maior bacia hidrográfica do estado de
Pernambuco (13.560,90 km²), o que corresponde a 13,71% da superfície total do estado
(PERNAMBUCO, 1998).
Dos 15 municípios localizados na bacia, 9 têm suas sedes inseridas; já os outros municípios
estão com suas sedes fora dos limites da bacia.
Os municípios integrantes e seus percentuais de participação estão definidos na Tabela 3.4.1.
Tabela 3.4.1 - Relação dos Municípios – Unidade de Planejamento (UP11) – bacia hidrográfica do rio Brígida.
Sede Localizada na UP11
Área do Município Municípios Total Pertencente à UP11
N˚ km2 km2 % 01 Araripina * 1.914,4 1.914,4 100,0 02 Bodocó * 1.604,9 1.604,9 100,0 03 Cabrobó 1.629,9 0,0 0,0
34
04 Exú * 1.500,3 1.290,3 86,0 05 Granito * 519,7 519,7 100,0 06 Ipubi * 972,1 972,1 100,0 07 Moreilândia * 619,7 367,5 59,3 08 Orocó 562,6 346,0 61,5 09 Ouricuri * 2.223,8 2.223,8 100,0 10 Parnamirim * 2.598,5 2.424,4 93,3 11 Santa Cruz 1.432,1 227,7 15,9 12 Santa Filomena 1.004,0 172,7 17,2 13 Santa Maria da Boa Vista 2.943,7 479,8 16,3 14 Serrita 1.602,3 788,3 49,2 15 Trindade * 229,3 229,3 100,0 Total 9 21.357,30 13.560,9
Fonte: (PERNAMBUCO, 1998). Modificada pelo autor.
Os municípios com maior área na bacia são Parnamirim (2.424,4 km2) e Ouricuri (2.223,8
km2), totalizando 4.648,20 km2.
3.5 Características físicas da bacia
A bacia hidrográfica do rio Brígida está localizada na unidade geoambiental da depressão do
São Francisco. Nesta região o clima predominante é o semiárido (BShw’, segundo Köppen) com
um alto potencial de evapotranspiração potencial (1500 – 2000 mm/ano) e precipitação escassa
(300–1000 mm/ano), normalmente concentrada de 3 a 5 meses (SAMPAIO, 1995). Os solos são
litólicos, podzólicos vermelho-amarelos rasos ou brunos não cálcicos (nova nomeclatura: Luvissolo
Hipocrômico Órtico - TPo), provenientes de embasamento cristalino, ou arenoquartzosos muito
profundos e fortemente drenados provenientes de bacia sedimentar do Cariri (BELTRÃO &
LAMOUR, 1985).
As atividades econômicas básicas são a pecuária, com predominância da caprinocultura, e a
agricultura de sequeiro. Já a agricultura irrigada é praticada nas proximidades dos açudes e brejos
úmidos.
35
4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Dados pluviométricos utilizados
Para desenvolvimento deste estudo foram selecionadas trinta e três estações com dados
mensais de chuva, localizadas na bacia hidrográfica do rio Brígida (Figura 4.1.1) a partir de
levantamentos do Inventário da Pluviometria do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco
(LAMEPE, 2010) vinculado ao Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP).
Os dados dos postos pluviométricos utilizados estão relacionados na Tabela 4.1.1 com os seus
respectivos códigos, postos, latitudes, longitudes e períodos na bacia.
Tabela 4.1.1 - Informações dos postos pluviométricos da bacia hidrográfica do rio Brígida.
Nº Código Posto Latitude Longitude Período 01 3749865 Serrolândia -07,47 -40.27 1962-1985 02 3758187 Araripina -07.55 -40.57 1936-2007 03 3759083 Feitoria -07.53 -40.01 1935-1988 04 3759162 Serra Branca -07.57 -40.02 1963-1988 05 3759321 Morais -07.65 -40.04 1963-1990 06 3759374 Ipubi -07.65 -40.13 1963-2007 07 3759551 Trindade -07.75 -40.25 1963-2007 08 3759636 Barra São Pedro -07.83 -40.33 1935-1989 09 3759772 Eng. Camacho -07.87 -40.15 1959-1990 10 3759789 Ouricuri -07.88 -40.07 1913-2007 11 3768286 Santa Filomena -08.13 -40.58 1935-1992 12 3769041 Jatobá -08.10 -40.03 1963-1990 13 3769118 Varginha -08.07 -40.42 1963-1991 14 3769393 Matias -08.18 -40.05 1963-1993 15 3840832 Serra das Tabocas -07.42 -39.85 1962-1986 16 3850058 Exu -07.52 -39.72 1935-2007 17 3850614 Bodocó -07.08 -39.93 1963-2007 18 3850865 Colinas -07.92 -39.68 1963-1985 19 3850917 Estaca -07.95 -39.92 1963-1990 20 3851605 Ipueira -07.82 -39.48 1963-1988 21 3860146 Icaiçara -08.08 -39.78 1963-1992 22 3860189 Parnamirim -08.08 -39.57 1912-2007 23 3860352 Poço do Fumo -08.17 -39.75 1963-1992 24 3860533 Jacaré-Parnamirim -08.28 -39.85 1963-1991 25 3768688 Campo Santo -08.32 -40.57 1963-1987 26 3769552 Santa Cruz -08.27 -40.25 1937-1990 27 3769759 Bezerro -08.38 -40.22 1963-1994 28 3850478 Granito -07.72 -39.62 1963-2006 29 3850493 Moreilândia -07.63 -39.55 1963-2007 30 3851568 Santa Rosa -07.77 -39.17 1963-1992 31 3769163 Jacaré-Ouricuri -08.08 -40.02 1963-1985 32 3851839 Serrita -07.93 -39.32 1963-1991 33 3861115 Abóboras -08.07 -39.43 1963-1993
Fonte: (LAMEPE, 2010). Adaptada pelo autor.
36
Os períodos analisados corresponderam aos anos de 1912 a 2007, com período hidrológico
comum e não comuns entre as estações.
A distribuição espacial dos postos utilizados neste estudo pode ser vista na Figura 4.1.1 com
os seguintes códigos: P1 a P33.
Neste estudo, os postos fora da área da bacia também foram utilizados, com o intuito de uma
melhorar a representação climática da bacia.
Figura 4.1.1 - Localização espacial dos postos pluviométricos da bacia hidrográfica do rio Brígida.
Fonte: Base Cartográfica: Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE, 2006). Elaborada pelo autor.
4.2 Organização e inspeção dos dados pluviométricos
Antes de serem analisados, os dados de precipitação pluvial foram organizados e
inspecionados de acordo com as etapas. Cabe lembrar que os dados pluviais utilizados nestas etapas
partiram dos anos de 1912 a 2007.
Na primeira etapa, as séries anuais foram organizadas somando-se todos os meses do ano,
gerando o total anual precipitado e em seguida montada a planilha com os dados anuais não
consecutivos, devido a ocorrência de falha nos dados. Exemplo: precipitação média – jan. de 1963
37
+ prec. méd. fev. de 1963 + .... + prec. média dez de 1963 = total precipitado anual do período. Ex:
1963 = x, 1964= y, 1965 = z ..... Tabela: x, y, z,.
Na segunda etapa, as séries mensais foram construídas com o total mensal precipitado dos
meses consecutivos. Exemplo: precipitação. Jan. de 1963; prec. Jan. de 1964..... prec. Jan. 2007 =
precipitação só de jan. do período.
Na terceira etapa, as séries montadas na primeira e segunda etapa foram organizadas com o
critério de separar os anos de El Niño e La Niña (Tabela 4.2.1). Exemplo: total anual precipitado de
1939 - 1941 – que está localizado entre anos de El Niño da tabela 4.2.1 e assim sucessivamente.
Na inspeção das séries foram descartadas as séries com dados duvidosos e com falhas.
Tabela 4.2.1 - Anos de eventos de El Niño e La Niña. Fonte: Modificada INPE/CPTEC (2008) e Metsul (2007). Adaptada pelo autor.
E, finalmente, os dados foram analisados pelo teste Mann-Kendall, com o objetivo de analisar
tendências nas séries pluviométricas.
4.3 Construção de mapas pluviais da bacia hidrográfica: média mensal e anual
Os dados médios anuais e mensais de precipitação dos trinta e três postos foram interpolados e
espacialização em um software usando o interpolador geoestatístico, conhecido como krigagem
ordinária. Este método foi aplicado com o intuito de saber em quais porções da bacia hidrográfica a
El Niño La Niña Anos Anos 1902 -1903 1968 -1970 1886 1988 - 1989
1905 - 1906 1972 - 1973 1903 - 1904 1995 - 1996
1911 - 1912 1976 - 1977 1906 - 1908 1998 - 2001
1913 - 1914 1977 - 1978 1909 - 1910 2007 - 2008
1918 - 1919 1979 - 1980 1916 - 1918
1923 1982 - 1983 1924 - 1925
1925 - 1926 1986 - 1988 1928 - 1929
1932 1990 - 1993 1938 -1939
1939 - 1941 1994 - 1995 1949 -1951
1946 - 1947 1997 - 1998 1954 - 1956
1951 2001 - 2002 1964 - 1965
1953 2002 - 2003 1970 - 1971
1957 - 1959 2004 - 2005 1973 - 1976
1963 2006 - 2007 1983 - 1984 1965 - 1966 2009 - 2010 1984 - 1985
38
precipitação ocorre com maior frequência e trata-se de um processo de estimação de valores
distribuídos no espaço a partir de valores adjacentes, enquanto considerados como interdependentes
pelo semivariograma. Sua utilização serve para previsão de uma variável regionalizada dentro de
um determinado campo geométrico, através de um procedimento exato de interpolação que leva em
conta todos os valores observados. O método fornece, além dos valores estimados, o erro associado
à tal estimação, o que distingue dos demais algoritmos disponíveis (SALGUEIRO, 2005).
As informações a partir do semivariograma foram usadas para encontrar os pesos ótimos a serem
associados às amostras. Utiliza-se também a dependência espacial entre os pontos vizinhos
expressos no semivariograma, para estimar valores em qualquer posição dentro do campo, sem
tendência e com variância mínima. Essas duas últimas características fazem da krigagem um
interpolador ótimo. Trata-se de uma série de técnicas de análise de regressão que procuram
minimizar a variância estimada a partir de um modelo prévio que leva em conta a dependência
estocástica entre os dados distribuídos no espaço (SALGUEIRO, 2005).
Há vários tipos de Krigagem, porém as mais usuais são: Krigagem Ordinária, Krigagem
Simples e Krigagem Indicativa (REBONATTO et al., 2005). Neste trabalho, somente a Ordinária
foi aplicada, pois os valores obtidos por meio deste método são ideais para a construção de mapas
ou cartas, como também para verificação e interpretação da variabilidade espacial de temperatura e
precipitação (CARVALHO & ASSAD, 2003). Neste tipo de krigagem, a estimativa de uma variável
regionalizada pode ser efetuada sem o conhecimento da média.
Sendo assim, este modelo foi aplicado para as variáveis em estudo. A expressão que define
matematicamente este interpolador é:
∑−
=N
i
XttZXoZ1
* ),()( λ com ∑−
=N
i
t1
1λ , onde (1)
)(* XoZ são valores estimados para qualquer local Xo; N é o número de valores medidos; tλ são os
pesos associados a cada valor medido )(XtZ (CARVALHO & ASSAD, 2003).
Para iniciar a Krigagem o primeiro passo é analisar o histograma dos dados em estudo e
definir uma transformação de modo que sua distribuição tenda a se normalizar; o segundo passo é
procurar discrepâncias (outliers) globais ou locais e em seguida identificar tendências globais
apartir de uma análise gráfica dos dados.
De posse dos resultados da análise exploratória, pode-se inferi-los na configuração da
Krigagem. A definição do semivariograma e a escolha da vizinhança são as etapas mais sensíveis e
importantes em interpolações geoestatísticas.
O semivariograma é uma ferramenta que verifica a autocorrelação espacial dos dados. Ele é
utilizado para investigar a correlação entre pares de amostras de acordo com a direção e distância a
39
serem arbitrados. No ajuste dos semivariograma são definidas as direções do vetor h e a distância
entre as amostras (Lag size, Number of lags) (BRITO NETO et al., 2011).
A distância entre as amostras (lag size e o número de lags) também têm um papel importante
no ajuste. Por exemplo, valores muito altos podem mascarar pequenas variações na autocorrelação,
enquanto que valores muito baixos podem causar picos inapropriados na superfície ou uma
distância insuficiente entre pares de amostras, o que resulta em um semivariograma sem valores
plotados (BRITO NETO et al., 2011).
A última etapa de configuração da Krigagem é a escolha da vizinhança de um ponto qualquer.
O raio no qual os vizinhos serão procurados está diretamente relacionado com o lag size e o número
de lags, definidos anteriormente.
O resultado da Krigagem são mapas temáticos que dividem em classes a superfície, criando
uma tabela com dados estatísticos e de validação cruzada. Nessa tabela contém os dados calculados
e observados, erro, erro padrão etc. Caso a relação entre a superfície gerada e a validação cruzada
não atenda a perspectiva, devem-se repetir os procedimentos anteriores até encontrar um ajuste
satisfatório (BRITO NETO et al., 2011).
Para este estudo, antes de serem interpolados, os dados pluviais foram organizados em etapas
a seguir: Na primeira etapa – calculou-se a média mês a mês dos períodos para as trinta e três
estações distribuídas na bacia. Na segunda etapa - os postos pluviométricos foram organizados em
uma planilha com os dados médios mensais e dados de latitudes e longitudes. Na terceira etapa – de
posse dos dados mensais de precipitação dos períodos das estações, calculou-se a média anual
precipitada. Na quarta etapa – estes dados foram espacializados na bacia em um Sistema de
Informação Geográfico (SIG), utilizando um software Gis. E por fim, foram executadas as
interpolações pelo método de krigagem ordinária todos estes procedimentos foram realizados no
Arcgis.
Assim, as informações foram convertidas para mapas temáticos mensais e anuais com
informações espacializadas por toda a bacia, facilitando assim a compreensão das áreas mais ou
menos propensas a chuvas.
4.4 Análise de tendências pluviais pelo Teste de Mann - Kendall
As tendências das precipitações anuais, mensais e as séries de precipitações em eventos de El
Niño e La Niña foram analisadas usando o teste de Mann - Kendall (u(tn)) (KENDALL &
STUART, 1967). O teste de Mann-Kendall foi utilizado por Goossens e Berger (1986), Moraes et
al., (1995), Back (2001), Folhes & Fisch, (2006), Pellegrino, et al., (2001) e Marengo et al., (2007),
na detecção de tendências em séries temporais de precipitação pluvial. Este teste tem sido bastante
40
empregado para verificar tendências no intuito de analisar mudanças climáticas. Moraes et al.,
(1995) e Back (2001) o descrevem por meio de uma série temporal de Xi com N termos.
O teste sequencial de Mann-Kendall é um teste estatístico não paramétrico, no qual, na
hipótese da estabilidade de uma série temporal, os valores devem ser independentes e a distribuição
de probabilidades deve permanecer sempre a mesma (série aleatória simples). Este teste tem sido
utilizado quando não é conhecida a natureza exata da lei de distribuição dos valores da série testada.
O teste reduz-se à confrontação de duas hipóteses: a hipótese nula e a hipótese alternativa
(complementar). A hipótese nula consiste em admitir a não existência de uma tendência
estatisticamente significativa. A técnica utilizada para optar entre a hipótese nula e a hipótese
alternativa consiste no cálculo de uma função estatística das observações (estatística do teste) e,
conclui-se pela rejeição ou aceitação da hipótese nula consoante o valor obtido para a estatística do
teste se situar no domínio de rejeição ou não.
Considerando uma dada série temporal Xi de N termos (1 ≤ i ≤ N) a ser analisada, esse teste
consiste na soma tn do número de termos mi da série, relativo ao valor Xi cujos termos anteriores
(j < i) são inferiores ao mesmo (Xj < Xi). A estatística deste teste de hipótese é dada pela relação
matemática:
∑=
=N
i
mitn1
(1)
Onde tn = somatório, mi = número de termos da série relativo ao valor Xi cujos termos
precedentes (j < i) são inferiores ao mesmo (Xj < Xi) e N = número de termos da série.
Devido ao fato de as séries utilizadas nesse estudo serem longas, ou seja, para N grande, na
ausência de tendências (hipótese de nulidade, Ho), tn apresentará uma distribuição normal de
média [E(tn)] e variância [Var(tn)]. O teste estatístico Mann-Kendall considera que a estatística tn
possui distribuição normal com média – E(tn) e variância Var (tn) dados por:
4
1)-N(N E(tn)= (2)
72
5)1)(2N-N(N Var(tn)
+= (3)
Testando a significância estatística de tn para a hipótese nula usando um teste bilateral, ela
pode ser rejeitada para grandes valores da estatística u(tn) através de
Var(tn)
E(tn))-(tn u(tn)= (4)
O valor da probabilidade 1α é obtido por meio de uma Tabela da Normal Reduzida, tal que
( )tnuuproba >= (1 , sendo αο nível de significância do teste (αο = 0,05 e 0,1 para significante
41
e levemente significante respectivamente), a hipótese nula – H0 é aceita se 1α >αο . Caso a hipótese
nula seja rejeitada, significará a existência de tendência significativa, sendo que o sinal da estatística
u(tn) indica se a tendência é positiva (u(tn) > 0) ou negativa (u(tn) < 0). Também indica se a
tendência é crescente (u(tn)>0) ou decrescente (u(tn)<0). Em geral, considera-se o nível de
significância do teste αο = 0,05, o que corresponde a aceirar a Hipótese Ho para uma probabilidade
de 95%.
Adotando-se o nível de significância de 0.05, Ho deve ser rejeitada sempre que o valor de
u(tn) estiver fora do intervalo de confiança [-1,96; +1,96]. Em outras palavras, se o valor de u(tn)
foi inferior à -1,96, de acordo com o teste de Mann-Kendall, há significativas tendências de redução
nos valores da série sob investigação. Quando u(tn) é superior a 1,96 há significativas tendências de
aumento.
É importante observar que, quando há repetição de valores em Xi, o termo mi permanece
constante. Dessa forma a tendência (significativa ou não significativa) que estava sendo observada
antes da repetição dos valores é mantida.
O teste de Mann-Kendall (u(tn)) descrito anteriormente foi aplicado às séries de precipitações
mensais, anuais e as séries de precipitações em eventos de El Niño e La Niña.
4.5 Aspectos fisiográficos
4.5.1 Análise fisiográfica da bacia hidrográfica do rio Brígida
Segundo Villella & Mattos (1975), há uma grande correspondência entre as características
físicas da bacia e o regime hidrológico. Assim, a área, o perímetro, o fator de forma, o coeficiente
de compacidade, a densidade de drenagem, o índice de circularidade, o comprimento do rio
principal e o índice de sinuosidade foram extraídos com o auxílio do software Gis, que proporciona,
em ambiente SIG, a caracterização da bacia por meio de informações digitais espacializadas.
Para poder classificar a bacia do rio Brígida de acordo com o seu tamanho, utilizou-se a
classificação de Wisler & Brater (1964), que consideram como bacias pequenas aquelas que
possuem área inferior a 26 km² e bacias grandes com área superior a esse valor.
O levantamento cartográfico e a delimitação da bacia hidrográfica da área em estudo foram
efetuados com base no mapa topográfico 1: 250.000 do Modelo Digital de Elevação (MDE).
As fórmulas para obtenção dos parâmetros morfométricos são encontradas em Christofolletti
(1969), Villela & Mattos (1975), Tonello (2005), Cardoso (2006), Antoneli & Thomaz (2007) e
estão apresentadas a seguir:
42
a) Área: toda área drenada pelo sistema pluvial inclusa entre seus divisores topográficos,
projetada em plano horizontal, sendo elemento básico para o cálculo de diversos índices
morfométricos (TONELLO, 2005).
b) Perímetro: comprimento da linha imaginária ao longo do divisor de águas (TONELLO,
2005).
c) Fator de forma: relaciona a forma da bacia com a de um retângulo, correspondendo à razão
entre a largura média e o comprimento axial da bacia (da foz ao ponto mais longínquo do espigão).
A forma da bacia, bem como, a forma do sistema de drenagem, pode ser influenciada por algumas
características, principalmente pela geologia. Essas características podem atuar também sobre
alguns processos hidrológicos ou sobre o comportamento hidrológico da bacia. Segundo Villela e
Mattos (1975), uma bacia com um fator de forma baixo é menos sujeita a enchentes que outra de
mesmo tamanho, porém com fator de forma maior. O fator de forma (F) foi estimado utilizando a
seguinte equação:
L
AF
2= (1)
em que F é o fator de forma (adimensional), A é a área de capitação de água em metros quadrados e
L o comprimento do eixo da bacia em metros.
d) Coeficiente de compacidade: relaciona a forma da bacia com um círculo e constitui a
relação entre o perímetro da bacia e a circunferência de um círculo de área igual à da bacia.
Segundo Villela & Mattos (1975), esse coeficiente é um número adimensional que varia com a
forma da bacia, independentemente de seu tamanho. Quanto mais irregular for a bacia, maior será o
coeficiente de compacidade. Um coeficiente mínimo igual à unidade corresponderia a uma bacia
circular e, para uma bacia alongada, seu valor é significativamente superior a 1. Uma bacia será
mais suscetível a enchentes mais acentuadas quando seu Kc for mais próximo da unidade. Para a
estimação do coeficiente de compacidade foi utilizada a seguinte equação:
A
PKc 28,0= (2)
em que Kc é o coeficiente de compacidade (adimensional), P o perímetro em metros e A a área de
capitação de água em metros quadrados.
e) Índice de circularidade: simultaneamente ao coeficiente de compacidade, o índice de
circularidade é outro parâmetro utilizado para determinar uma das características físicas da bacia. O
índice tende para unidade à medida que a bacia se aproxima da forma circular e diminui à medida
que a forma se torna alongada, segundo a equação (CARDOSO et al., 2006):
43
P
AIC
2
*57,12= (3)
em que IC é o índice de circularidade, A (m²) é a área de capitação de água e P (m) é o perímetro.
f) Ordem dos cursos d’água: consiste no processo de se estabelecer a classificação de
determinado curso d’água (ou da área drenada que lhe pertence) no conjunto total da bacia
hidrográfica na qual se encontra. Segundo Cardoso et al., (2006), Horton, (1945), foi quem propôs
de modo mais preciso os critérios para ordenação dos cursos d’água, sendo os canais de primeira
ordem aqueles que não possuem tributários; os canais de segunda ordem só recebem tributários de
primeira ordem; os de terceira ordem podem receber um ou mais tributários de segunda ordem, mas
também receber de primeira ordem; os de quarta ordem recebem tributários de terceira ordem e
também de ordem inferior e assim sucessivamente. Segundo o mesmo autor, outra metodologia para
descrever a ordem dos cursos d’água da bacia foi proposta por Strahler (1952), onde os menores
canais sem tributários são considerados de primeira ordem; os canais de segunda ordem surgem da
confluência de dois canais de primeira ordem e só recebem afluentes de primeira ordem; os canais
de terceira ordem surgem da confluência de dois canais de segunda ordem, podendo receber
afluentes de segunda e primeira ordens; os canais de quarta ordem surgem da confluência de canais
de terceira ordem, podendo receber tributários de ordens inferiores, assim sucessivamente, como
mostra a Figura 4.5.1.1.
Figura 4.5.1.1 – Ilustração do método de ordenamento de canais.
Fonte: Strahler (1952).
g) Densidade de drenagem: segundo Crhistofoletti (1969), correlaciona o comprimento total
dos canais ou rios com a área da bacia hidrográfica, ou seja, quantos rios existem por km² em uma
dada bacia hidrográfica. Para calcular o comprimento devem ser medidos tanto os rios perenes
como os temporários, definida por Horton (1945), pode ser calculada pela seguinte equação:
A
LtDd = (4)
a qual, Dd significa a densidade de drenagem; Lt é o comprimento total dos rios ou canais e A é a
área de drenagem da bacia.
44
A finalidade deste índice é comparar a frequência ou a quantidade de cursos d’água existentes
em uma área de tamanho padrão, como por exemplo, o quilômetro quadrado (CRHISTOFOLETTI,
1969).
O comportamento hidrológico das rochas, em um mesmo ambiente climático, vai repercutir a
densidade de drenagem, ou seja, onde a infiltração é mais dificultada há maior escoamento
superficial, gerando possibilidades maiores para esculturação de canais permanentes e
consequentemente densidade de drenagem mais elevada.
h) Índice de sinuosidade: é a relação entre o comprimento do canal principal e a distância
vetorial entre os extremos do canal (ALVES et al., 2003). A expressão para o cálculo do Índice de
sinuosidade é descrita pelos autores como
dv
LIs = (5)
em que, L - comprimento do canal principal dv - distância vetorial entre os pontos extremos do canal principal.
4.5.2 Altimetria da bacia em estudo
O levantamento altimétrico da bacia hidrográfica da bacia foi efetuado com base no Modelo
Digital de Elevação (MDE) na escala de 1: 250.000 obtidos com o radar da SRTM (Shuttle Radar
Topography Mission) da NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço) e
disponibilizados na página da Embrapa Monitoramento por Satélite (site:
http://www.cnpm.embrapa.br), mosaicos 24-v-b, 24-y-d, 24-v-d, 24-v-c, 24-v-a, 24-y-d.
O mapa de altimétrico foi elaborado utilizando-se a estrutura de grade triangular, mais
conhecida como TIN “Triangular Irregular Network”, que é uma estrutura do tipo vetorial com
topologia do tipo nó-arco possibilitando representar uma superfície por meio de um conjunto de
faces triangulares interligadas. Para cada um dos três vértices da face do triângulo são armazenadas
as coordenadas de localização (x, y) e o atributo z correspondente ao valor de elevação ou altitude.
Boa parte dos SIGs modernos possui funções para tratar o MNT (Modelo Numérico do
Terreno) e gerar a grade triangular com base na triangulação de Delaunay. É um método de
interpolação exata muito eficiente para expressar relevos acentuados e baseia-se em um algoritmo
que cria triângulos através da ligação dos pontos. Cada triângulo define um plano e o valor do
atributo de determinado ponto no interior do triângulo é obtido a partir de simples cálculos. A Rede
de Triângulos Irregulares (TIN) é um tipo especial da triangulação de Delaunay.
E, finalmente, foi obtida declividade (através da ferramenta “slope” do ARCGIS) que gerou
cinco classes de altitudes com base nas características do relevo.
45
A importância da altimetria de uma bacia vem da necessidade de conhecer os diferentes
patamares de altitude para determinar seu uso adequado às necessidades ambientais.
4.5.3 Uso e ocupação do solo da bacia
O levantamento do uso e ocupação do solo foi realizado em três etapas distintas e
subsequentes, sendo a primeira etapa o pré-processamento da imagem orbital; a segunda etapa o
reconhecimento em campo das feições de interesse e; a terceira etapa constituindo na classificação e
no mapeamento das classes de uso e ocupação.
Na primeira etapa, utilizou-se intensivamente o método assistido por computador, com a
aquisição das imagens coloridas do sensor LISS 3 (Linear Imaging Self-Scanning - Sensor 3) do
satélite Resourcesat-1 de 24 m de resolução espacial, recobrindo até 141 x 141 km, período de
revisita de 24 dias, bandas espectrais: 0,52 – 0,59µm – verde, 0,62 – 0,68 µm – vermelho, 0,77 –
0,86 µm – infravermelho próximo e 1,55 – 1,70 µm – infravermelho médio e profundidade de pixel
de 7 bits, referentes às órbitas/pontos/data que cobriam a área de estudo, para a extração de
informações sobre a cobertura vegetal e o uso atual das terras. As bandas espectrais das imagens
utilizadas foram as localizadas nas regiões do espectro eletromagnético do visível, do infravermelho
próximo e do infravermelho médio.
As imagens utilizadas neste estudo foram: a) imagem de órbita 217, pontos 65 e 66 de 08 de
agosto de 2010.
Ainda nesta etapa foi realizado o processamento digital das imagens em ambiente Erdas, o
qual executou as seguintes funções: 1) Empilhamento das bandas 2, 3, 4 e 2) Reprojeção das
imagens; 3) Mosaicagem; 4) Recorte da área de estudo e 5) Registro das imagens.
Já a segunda etapa ocorreu em duas visitas de campo, uma no período seco, mês de agosto de
2010, e outra no período chuvoso, mês de março 2011, totalizando 60 dias de levantamentos na
área. Esta etapa é fundamental para uma melhor classificação, pois se conhece as áreas e os
possíveis alvos/amostras para a supervisão.
Na terceira e última etapas, após uma criteriosa análise dos dados levantados, além do apoio
das observações preliminares realizadas em campo, optou-se pela categorização da imagem em 8
classes temáticas, a saber: água, vegetação arbórea fechada, vegetação arbórea aberta, vegetação
arbustiva arbórea fechada, vegetação arbustiva arbórea aberta, solo exposto, pastagem e cultura.
Em seguida, foi eleito o classificador supervisionado “pixel a pixel” do método da Máxima
Verossimilhança, o qual considera que as reflectâncias de cada categoria ajustam-se a uma
distribuição normal em um espaço multidimensional das bandas, definido por uma zona elíptica que
caracteriza a assinatura. Apoia-se na teoria da probabilidade Bayesiana, a qual utiliza dados da
46
média e variância/covariância das assinaturas espectrais de um conjunto de amostras de treinamento
com o objetivo de estimar a probabilidade de um dado pixel pertencer a cada uma das categorias
(CHUVIECO, 1996).
Na fase de processamento, foram testadas e geradas diversas composições de bandas visando
a classificação supervisionada. Das composições testadas, foi selecionada para a obtenção da
informação espectral, a composição colorida falsa cor em RGB (red, Green and blue) com as
bandas 5, 4 e 3, respectivamente (banda 5 = infravernelho médio, 4 = infravermelho próximo e
banda 3 = vermelho), já que as características intrínsecas a cada uma destas faixas do espectro
eletromagnético permitiram delimitar satisfatoriamente os diferentes usos e ocupações na área. As
bandas 3, 4 e 5 do sensor LISS 3 foram escolhidas em função das suas características, a saber:
• a banda 3 permite definir um bom contraste entre diferentes tipos de vegetação, devido a
baixa reflectância das folhas, com a absorção da clorofila;
• na banda 4, a vegetação reflete muita energia, permitindo analisar a rugosidade do dossel
florestal, até a morfologia do terreno e ainda o delineamento de corpos d'água;
• a banda 5 possibilita observar stress na vegetação causado por desequilíbrio hídrico.
Definida as bandas espectrais e a composição colorida falsa cor 5R, 4G, 3B procedeu-se à
obtenção das assinaturas espectrais nesta composição. Feito isto, pode-se iniciar o processamento
digital propriamente dito, que constituiu: a) criação de arquivo de contexto; b) execução do
treinamento; c) análise das amostras (avaliação das amostras de teste e de aquisição) d) execução da
classificação; e) execução da pós-classificação; e f) mapeamento para classes.
Os pontos identificados no levantamento em campo serviram como amostras para o
treinamento da classificação, rotulando as áreas homogêneas e representativas que serviram de
testes para o classificador. Estas amostras foram obtidas por pixel e por regiões da imagem
trabalhada. As amostras por regiões foram coletadas e digitalizadas em forma de polígonos sobre as
feições de interesse na imagem, e cada amostra de treinamento, representou pixels com reflexão
característica. Após a análise da média e variância/covariância das assinaturas espectrais das
amostras fornecidas, o software classificou a imagem orbital nas 8 classes definidas.
4.5.3.1 Amostragem
As amostras foram coletadas de forma aleatória sobre as imagens empilhadas. O
reconhecimento dos padrões foi realizado a partir de pontos obtidos em campo sobre a imagem
empilhada. Para cada conjunto de variáveis adquiriu-se o mesmo número de amostras para
treinamento e para validação da classificação. Assim, conforme Novo (2008), os números de
amostras foram representativas de todos os pixels daquela classe, sendo ajustadas aos pressupostos
47
teóricos da regra de decisão adotada. Para tanto, coletou-se aleatoriamente 400 amostras para
treinamento (50 para cada classe) e 400 para a validação da exatidão da classificação (50 amostras
por classe), por cada uma das oito (08) regiões recortadas para análise.
4.5.3.2 Pós-processamento
Após a classificação foram aplicados filtros para eliminar grupo de células com áreas
dispersas na imagem classificada. Esse processamento visou melhorar a qualidade visual da
imagem final, eliminando pequenas células consideradas ruídos usando a função de aglutinação de
classes (Clump Classes). Como etapa final do processo de classificação foi realizada o
processamento e conversão das imagens classificadas para tratamentos e edição em ambiente Gis.
Desta forma, gerou-se, mapas de uso e ocupação do solo, com seus respectivos alvos/figuras
numerados(as) georreferenciados(as) coletadas durante as análises de campo.
4.5.3.3 Validação da exatidão da classificação do uso e ocupação do solo
A validação da exatidão de uma classificação é o último passo do processo de classificação. A
forma mais utilizada, segundo Novo (2008), é a comparação do mapa derivado da imagem com o
mapa de referência a partir de uma matriz de erro, também conhecida como matriz de confusão. A
exatidão de uma classificação representa a concordância entre a informação do mapa temático
gerado e a informação real do espaço geográfico mapeado.
A exatidão global é calculada dividindo a soma da diagonal principal da matriz de erros Xii,
pelo número total de amostras n, conforme a equação 1:
a) Exatidão global
nPo
c
iiix∑
== 1 (1)
que Po é exatidão global; c é o número total de unidades amostrais contempladas pela matriz; Xii é
o valor na linha i e coluna i e n é número total de amostras.
A exatidão global (Po) fornece um índice de classificação que representa a concordância para
todo o mapa sem apresentar a exatidão das classes de forma individual. A análise estatística de
exatidão de cada classe procedeu-se dividindo o número de unidades amostrais classificadas
corretamente numa classe pelo número total de amostras de referência dessa classe.
Já a proporção de concordância esperada aleatoriamente (Pe) é calculada segundo a equação
2.
48
b) Equação da concordância esperada aleatoriamente
n
xx i
c
ii
Pe2
1+
=+∑
= (2)
em que Pe é concordância esperada aleatoriamente; xi + é a soma da linha i; x i+ é a soma da coluna i
da matriz de confusão, n é o número total de amostras e c é o número total de classes.
E, finalmente, a estimativa do coeficiente Kappa é dado pela equação 3.
c) Equação Kappa
Pe
PePoK
−−=
1
)( (3)
em que, K é uma estimativa do coeficiente Kappa; Po é a observação relativa de aceitação entre os
avaliadores e Pe é hipoteticamente a probabilidade de acerto.
A estatística Kappa, que também aparece na matriz de erro, diferentemente da exatidão
global, utiliza todos os dados da matriz para o cálculo da concordância do mapeamento. Esta
estatística é considerada como um indicador adequado para avaliação da exatidão de classificação.
A análise do Kappa é uma técnica multivariada discreta usada para determinar
estatisticamente se a matriz de confusão é significativamente melhor que outra. O índice kappa
varia de 0 a 1. Valores próximos de 0 indicam baixa concordância entre o mapa gerado e as
informações de campo, enquanto que valores próximos de 1 indicam maior concordância da
classificação. Caso a concordância entre os classificadores seja completa, então k = 1. Caso não
haja concordância entre os preditores, então0≥K . A Tabela 4.5.3.3.1 apresenta a interpretação dos
valores obtidos pelo coeficiente Kappa.
Tabela 4.5.3.3.1 - Qualidade índice Kappa.
Índice Kappa Qualidade
0,01 a 0,20 Ruim
0,21 a 0,40 Razoável
0,41 a 0,60 Boa
0,61 a 0,80 Muito Boa
0,81 a 1,00 Excelente
Fonte: Landis e Koch (1977) adaptada.
O resultado indica se a percentagem de uma unidade de referência está corretamente
classificada. Este é, portanto, uma medida do erro de omissão, sendo este erro encontrado
49
dividindo-se o total do pixel classificado corretamente numa classe pelo número total de pixels de
cada respectiva classe (IPPOLITE & RAMILO, 1999).
4.6 Cenários de temperaturas para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070
Nesta etapa foi utilizado o sistema integrado de modelagem climática regional PRECIS -
Providing Regional Climates for Impacts Studies, versão 1.2 (JONES et al., 2004), desenvolvido no
Hadley Centre, Inglaterra, com as condições de contorno do modelo climático regional HadRM3P,
que foi implementado no Brasil pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC),
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Ou seja, trata-se de um sistema, que
regionaliza os resultados do modelo HadCM3 de circulação atmosférica geral (AMBRIZZI et al.,
2009; MARENGO et al., 2009). Sua dinâmica é baseada no HadRM3, que é uma versão mais
recente da componente atmosférica do modelo de circulação global HadCM3 (JOHNS et al., 2003).
O modelo regional HadRM3 possui resolução horizontal de 50 km com 19 níveis na vertical
(da superfície até 30 km na estratosfera) e quatro níveis no solo. A resolução espacial é de 0,44 x
0,44° (latitude x longitude), o que corresponde a uma grade aproximada de 50 km x50 km. Para fins
de mudança climática, o modelo usa uma representação do ciclo de sulfato e de alguns outros
aerossóis.
As condições de limite lateral do modelo PRECIS são dadas pelo modelo HadAM3P de
circulação geral da atmosfera, que constitui o componente atmosférico do modelo HadCM3
climático global oceano-atmosfera, forçado com anomalias de temperatura da superfície marítima
(MARENGO, 2007).
Este modelo usa as concentrações atuais e futuras de GEE (gases do efeito estufa) e enxofre
projetadas pelos cenários de emissões A2 e B2 do IPCC para fazer projeções climáticas regionais
consistentes com o modelo global (MARENGO, 2007). Para os fins deste estudo, o modelo
PRECIS forneceu projeções de temperatura com resolução de 2500 km² para o período 2010 - 2070,
bem como os dados de referência (AMBRIZZI et al., 2009 & MARENGO et al., 2009).
Desta forma, o CPTEC/INPE fez projeções de temperaturas regionalizadas para todo o Brasil
utilizando os seguintes cenários: cenário otimista (B2) e cenário pessimista (A2) para os anos de
2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070. No cenário otimista (B2), o aumento das temperaturas para o
Nordeste será de 1 – 3º C, com 10 % a 15 % de redução de chuvas. Já no cenário pessimista (A2), o
aumento das temperaturas será de 2 – 4º C, com redução de 15 – 20% nas precipitações. Os dados
do PRECIS foram gerados pelo INPE em grade regular de 0,5º x 0,5º, cobrindo todo o território
brasileiro e estão disponibilizados em três formatos: 1 – formato texto contendo três valores por
linhas separados por vírgulas (CSV – Comma Separated Values) que representam Latitude,
50
Longitude e Valor Gerado pelo modelo do sistema PRECIS; 2 – formato matriz ou grade regular
gerada pelo software Surfer (GRD) contendo 78 linhas por 78 colunas e georreferenciadas e 3 –
formatos matriz ou grade regular gerada pelos softwares Idrisi e ArcGis (GeoTIFF) contendo 78
linhas por 78 colunas e georreferenciadas (MARENGO et al., 2009).
De posse destes dados de temperatura do ar projetados pelo IPCC/CPTEC/INPE,
selecionaram-se os postos de temperatura que se localizavam dentro e fora da bacia, formando
assim um quadrado de pontos (Figura 4.6.1). Desta forma, obteve-se 25 pontos de temperatura,
todos com seus dados de referências. Em seguida estes dados foram interpolados em um software
usando o interpolador geoestatístico, conhecido como krigagem ordinária, já explicitado no iten 4.3.
O resultado final foi a construção de mapas de temperatura mínima, máxima, média e mensal (ver
Anexo B) nos cenários A2 e B2, para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070, com o
intuito de localizar e analisar em quais áreas da bacia a temperatura irá sofrer variações ao longo
dos anos e em que cenário ocorrerá com maior frequência.
Figura 4.6.1 - Localização dos pontos de temperatura utilizados na bacia hidrográfica do rio Brígida.
Fonte: Base Cartográfica: Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE, 2006) e Pontos de temperatura do PRECIS. Elaborada pelo autor.
51
4.7 Modelo hidrológico mensal semidistribuído
O modelo hidrológico mensal semidistribuído foi executado em etapas a seguir: etapas de:
execução, calibração, verificação, que compreendeu aos anos de 1964 a 2006 e de simulação – que
simulou o escoamento futuro para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 nos cenários A2
e B2. Nas etapas iniciais com dados médios de temperatura e de precipitação, geraram-se os dados
médios de evapotranspiração real e estes com dados médios de precipitação dos postos, gerou-se o
armazenamento de água no solo e evaporação e por fim, gerou-se o escoamento superficial para o
período de 1964 a 2006. Com o modelo calibrado e verificado, simulou-se o escoamento superficial
para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 nos cenários A2 e B2.
4.7.1 Sub-bacias do modelo hidrológico
Para facilitar a execução do modelo hidrológico mensal semidistribuído, a bacia hidrográfica
do rio Brígida foi seccionada em duas sub-bacias a seguir (Figura 4.7.1.1). Este modelo é chamado
assim, por estar na forma semidistribuída, e simular o comportamento hidrológico de determinadas
áreas de uma bacia hidrográfica.
Neste estudo as sub-bacias estão localizadas em regiões estratégicas, pois abrangem boa parte
dos cursos fluviais que serviram para construção do modelo hidrológico mensal semidistribuído.
Figura 4.7.1.1 - Localização espacial das sub-bacias do modelo hidrológico.
Fonte: Base Cartográfica: Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE, 2006). Elaborada pelo autor.
52
4.7.2 Dados pluviais utilizados no modelo hidrológico mensal semidistribuído – período de
1964 a 2006 e para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070
Os postos pluviométricos usados no modelo hidrológico foram selecionadas de acordo com a
distribuição espacial, qualidade dos dados e concomitância.
O período pluvial, utilizado inicialmente para a execução do modelo hidrológico foram os
anos de 1964 a 2006 (Tabela 4.7.2.1).
Tabela 4.7.2.1 - Códigos, postos pluviométricos e suas referências geográficas utilizadas no modelo.
Nª Código Posto Latitude Longitude Período 01 3758187 Araripina -07.55 -40.57
Janeiro de 1964 a
dezembro de 2006.
02 3759551 Trindade -07.75 -40.25
03 3759789 Ouricuri -07.88 -40.07
05 3850614 Bodocó -07.08 -39.93
06 3759374 Ipubi -07.65 -40.13
07 3860189 Parnamirim -08.08 -39.57
Fonte: (LAMEPE, 2010). Elaborada pelo autor.
Sendo assim, na execução, verificação, calibração e simulação do modelo foram utilizados
dados mensais de chuva compreendidos entre os anos de 1964 a 2006 e de temperatura estimada
pelo Estima_T; já nos prognósticos de escoamento superficial para os anos de 2020, 2030, 2040,
2050, 2060 e 2070 foram utilizados dados médios mensais de precipitação do período de 1964 a
2006 e dados médios de temperatura dos anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 do modelo
PRECIS.
4.7.3 Dados de temperatura do ar para modelo hidrológico mensal semidistribuído - período
de 1964 a 2006
Devido a falta de dados de temperatura observados em estação meteorológica na bacia em
estudo, utilizou-se o software Estima_T para obter as estimativas de temperatura. O Estima_T é um
software para fazer estimativas de temperaturas do ar na Região Nordeste do Brasil. No software a
região nordestina foi dividida em três áreas: 1 - Maranhão e Piauí; 2 - Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba e Pernambuco e 3 - Alagoas; Sergipe e Bahia. Para cada uma dessas áreas determinaram-se
os coeficientes da função quadrática para as temperaturas média, máxima e mínima mensal, em
função das coordenadas locais (longitude, latitude e altitude), conforme proposto por Cavalcanti &
Silva (1994).
53
O software Estima-T é um modelo de regressão múltipla aplicado à estimação da
temperatura do ar para a região Nordeste do Brasil, tendo sido elaborado pelo Departamento de
Ciências Atmosféricas da Universidade de Campina Grande (DCA/CCET/UFCG).
O modelo empírico de estimativa da temperatura do ar é uma superfície quadrática é dado
por
ATSMijhahaaaahaTij h ++++++++++= .98765a43a2a1 ao 222 ϕλλϕϕλ ϕλ
em que λ é longitude, ϕ é a latitude, em graus, h é a elevação de cada estação meteorológica
analisada, em metros, e a0, a1,...,a9 são os coeficientes de regressão. Os índices i e j indicam,
respectivamente, o mês e o ano para o qual se está calculando a temperatura do ar (Tij). Assim, o
sinal da Anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (ATSM)ij assume valores positivos e
negativos de acordo com o padrão de comportamento de TSM do oceano.
Como os dados de entrada longitude, latitude e altitude, o programa permite estimar as
temperaturas média, máxima e mínima, mês a mês, para a localidade escolhida.
Nesta perspectiva, foram calculadas as temperaturas médias do ar para os municípios
pertencentes as sub-bacias S1 e S2 da Figura 4.7.1.1 que contém os postos da Tabela 4.7.2.1 no
período de 1964 a 2006. Em seguida, estes dados foram empregados no programa "BHnorm"
construído em planilha EXCEL por Rolim et al., (1998), elaborado de acordo com o método de
Thornthwaite & Mather (1954) que tem a função de gerar balanço hídrico climatológico, e
posteriormente fornecer dados de evapotranspiração real para o período de 1964 a 2006.
4.7.4 Obtenção de dados de temperatura mensais para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060
e 2070
Os dados de temperatura mensais médios utilizados nesta pesquisa foram gerados pelo INPE
do modelo do sistema PRECIS para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 nos cenários
A2 e B2. Posteriormente, estes dados foram organizados e separados em planilhas.
Em seguida, os dados de precipitação e temperatura serviram de entrada no programa
"BHnorm" elaborado em planilha EXCEL por Rolim et al., (1998).
Para obtenção da Capacidade de Água Disponível (CAD), parâmetro necessário como entrada
no modelo de Thornthwaite e Matter, apenas 4 classes de solos foram consideradas: neossolos,
argissolos, latossolos e planossolos e foi obtida de acordo com estudos do CPTEC/INPE no
Nordeste e de Godoy (1998) (Tabela 4.7.4.1).
54
Tabela 4.7.4.1 - Capacidade de água disponível.
Classes de solo CAD (mm/m) Latossolos Vermelho-Amarelo (LVd) * 80
Argissolos 60
Neossolos 60
Planossolos 60
Fonte: (CPTEC/INPE, 2010), (* GODOY, 1998). Adaptada pelo autor. 4.7.5 Parâmetros de solo utilizados no modelo hidrológico mensal semidistribuído 4.7.5.1 Capacidade de campo (CC)
Os parâmetros utilizados para calibrar o modelo hidrológico mensal semidistribuído foram
porosidade e a profundidade do solo, que através da relação destes origina a capacidade de campo.
A porosidade e a profundidade do solo inicial foram obtidas de acordo com o estudo de Cavalcanti
(2008) considerando os principais solos das sub-bacias (Tabela 4.7.5.1.1).
Tabela 4.7.5.1.1 - Valores de profundidade e porosidade para as sub-bacias.
Sub-bacias Solos Profundidade (m) Porosidade (adimensional) Sub-bacias (S1)
Neossolos 0,50 – 3,00 0,30 - Araripina Argissolo 0,40 – 2,00 0,50 - Parnamirim Latossolos 0,40 – 100 0,60 - Ouricuri Argissolos 0,40 – 2,00 0,30 - Trindade
Sub-bacias (S2)
Latossolos 0,40 – 100 0,30 - Ipubi Planossolos 0,40 - 1,50 0,20 - Parnamirim Argissolos 0,40 – 2,00 0,50 - Bodocó Latossolos 0,40 – 100 0,60 - Ouricuri
Fonte: CAVALCANTI, (2008). Adaptada pelo autor.
4.7.6 Dados fluviais utilizados para executar, calibrar e validar o modelo hidrológico mensal
semidistribuído
Os dados consistidos de vazões de cada estação estão disponíveis na página eletrônica da
Agência Nacional de Águas - ANA (ANA, 2009), bem como informações sobre a área drenada pela
estação fluviométrica, como: longitude, latitude, tipo de estação, conforme a Tabela 4.7.6.1.
55
Sendo assim, os dados fluviais foram obtidos no portal HIDROWEB – Sistema de
Informações Hidrológicas, Séries Históricas, estações fluviométricas da Agência Nacional de Águas
(ANA) existente para Pernambuco.
Para a bacia do rio Brígida existem cinco postos fluviométricos cadastradas no Inventário das
estações fluviométricas da ANA, porém nem todas possuem dados confiáveis para se fazer uma
análise mais criteriosa.
Devido a este problema e às diversas falhas na distribuição dos dados, somente foram usados
os dados dos postos fluviométricos de Jacaré, localizado no riacho São Pedro (posto fluviométrico
F1) e do Poço do Fumo, localizado no riacho Gravatá (posto fluviométrico F2). Estes postos
fluviométricos possuem séries satisfatórias, estão bem distribuídos e localizados sobre a bacia.
Sendo assim, foram adotados os postos fluviométricos: F1 (localizado na sub-bacia S1 - Figura
4.7.1.1) e F2 (localizado na sub-bacia S2 - Figura 4.7.1.1) para execução, calibração, verificação e
simulação do modelo hidrológico mensal semidistribuído, cujas informações estão apresentadas na
Tabela 4.7.6.1 e espacializadas na Figura 4.7.6.1.
Tabela 4.7.6.1 - Postos fluviométricos selecionados para a bacia hidrográfica do rio Brígida.
Dados Posto Fluviométrico (F1) Posto Fluviométrico (F2) Sub-bacias Sub-bacia (S1) Sub-bacia (S2) Código 48460000 48430000 Nome Jacaré Poço do Fumo Bacia Rio São Francisco Rio São Francisco Sub-bacia Rios São Francisco e Pajeú Rios São Francisco e Pajeú Rio Riacho São Pedro Riacho Gravatá Estado Pernambuco Pernambuco Município Parnamirim Parnamirim Responsável ANA ANA Operadora CPRM CPRM Latitude -8:16:5 -8:10:43 Longitude -39:51:3 -39:43:52 Altitude (m) 390 370 Área de drenagem (km²) 5150 3320 Período 1966 – 1973 (8 anos) 1966 – 1969 (4 anos)
Fonte: (ANA, 2009). Adaptada pelo autor.
A Figura 4.7.6.1 apresenta a espacialização e a localização dos postos fluviométricos na bacia.
Os principais cursos d’água envolvidos pelos postos fluviométricos são riacho São Pedro (sub-bacia
S1) e riacho Gravatá (sub-bacia S2).
56
Figura 4.7.6.1 - Localização espacial dos postos fluviométricos da bacia hidrográfica do rio Brígida.
Fonte: Base Cartográfica: Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE, 2006). Elaborada pelo autor.
4.7.7 Modelo hidrológico mensal semidistribuído
Os principais dados climática de entrada para a execução do modelo são dados mensais de
precipitação e evapotranspiração real.
O escoamento superficial mensal Qt é relacionado com a quantidade de água no solo S. Neste
trabalho, o escoamento superficial mensal Qt é assumido como uma função tangente hiperbólica da
quantidade de água no solo S o qual é determinado pela (Equação 1):
[ ]cttt SSSQ /tanh= (1)
Em que, Qt é o escoamento superficial mensal, St é a quantidade de água no solo e Sc é o
parâmetro utilizado no modelo, expresso em milímetros e representa a capacidade de campo da
bacia uniforme, que foi obtida pela multiplicação entre a porosidade (adimensional) e profundidade
do solo (m). O parâmetro SC inicial do modelo para as estações estudadas foi obtido de acordo com
57
o tipo de solo de cada sub-bacia e posteriormente o Sc foi ajustando durante a calibração do modelo
de acordo com os critérios de calibração que serão apresentados no iten 4.7.7.1.
A quantidade da água restante dentro o solo foi obtida por: [S(t-1) + P(t) - E(t)]; após a perda
da evapotranspiração Et, com o St-1 que é o conteúdo de água no solo no fim do mês (t-1) e começo
do mês t e P(t) é a precipitação no mês t. A equação (2) será usada para calcular o escoamento
superficial (Qt) no mês t (Equação 2):
[ ] [ ]{ }cttttttt SEPSEPSQ /tanh 11 −+−+= −− (2)
Finalmente, o armazenamento de água no solo no mês t no fim de cada mês, isto é, S(t) foi
calculado de acordo com a lei de conservação de água (Equação 3):
ttttt QEPSS −−+= −1 (3)
4.7.7.1 Critérios para calibração e avaliação do modelo hidrológico mensal semidistribuído
Na avaliação estatística do desempenho do modelo, os dados mensais de vazão simulados e
observados foram de 1966 a 1973 observados nas estações de monitoramento.
Para a verificação e calibração do modelo aplicado neste trabalho foram utilizados três
critérios para mensurar o desempenho do modelo. O primeiro foi o Coeficiente de Eficiência de
Nash-Sutcliffe (1970) que é definido pelas Equações de 4 a 7 e calculado em função do erro
quadrático do volume de vazão observado e simulado pelo modelo aplicado. Para Machado &
Vettorazzi (2003), o Coeficiente de Eficiência de Nash e Sutcliffe (1970) é um dos mais
importantes critérios estatísticos para avaliar o ajuste de modelos hidrológicos.
%1002 ×−=Fo
FFoR (4)
2__
)(∑ −=i
QcQiFo (5)
2)(∑∧
−=i
QiQiF (6)
NcQiQcNc
i
/1
__
= ∑=
(7)
em que Fo é a soma do quadrado da diferença entre o observado e a média; F é a soma do quadrado
da diferença entre o observado e o estimado, Qi é a vazão observada, o ∧
Qi é a vazão simulada e −Qé
a vazão média da série observada.
Conforme Silva et al., (2008), quando o valor do Coeficiente de Eficiência de Nash e Sutcliffe
for maior que 0,75, o desempenho do modelo é considerado bom. Para valores do Coeficiente de
58
Eficiência de Nash e Sutcliffe entre 0,36 e 0,75, o desempenho é considerado aceitável, enquanto
valores do Coeficiente inferiores a 0,36 fazem com que o modelo seja julgado como inaceitável.
O segundo critério é a estimativa do erro relativo entre as séries de vazões observadas e
simuladas, que é definido pela Equação 8:
%100)01(∑
∑
−=
∧
Qt
QtQtRE (8)
em que RE(01) é o erro relativo, dado em %; Qt é a vazão observada no posto fluviométrico, ∧
Qt é
a vazão estimada com base nas metodologias de regionalização. Quanto menor o erro ou mais
próximo de zero, melhor será o ajuste dos dados ao modelo obtido.
O terceiro critério RE(02) é aplicado para estimar o erro relativo entre a vazão máxima mensal
observada e a vazão máxima mensal simulada, sendo definido pela Equação 9.
%100)02( ×
−=∧
QmQmQmRE (9)
em que Qm e ∧
Qm representam as vazões máximas mensais observadas e simuladas,
respectivamente.
Considerou-se como a melhor metodologia para a sub-bacia em estudo aquela que apresentou
o menor valor de erro relativo e o maior valor de coeficiente de eficiência de Nash e Sutcliffe que
varia de 0 a 1.
59
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Precipitações anuais e mensais da bacia hidrográfica do rio Brígida
A precipitação pluvial média anual da bacia é de 660 mm, sendo que a precipitação média da
porção norte é 696 mm e a média da porção sul é de 605 mm, ou seja, na porção norte chove em
média 91 mm a mais que na porção sul. O periodo analisado foi superior a 45 anos (Tabela, A1 -
anexo A).
Desta forma, as áreas mais chuvosas se localizam na porção norte da bacia hidrográfica do rio
Brígida, especificamente onde estão localizados os municípios de Exu, Bodocó, Ipubi e Araripina.
A precipitação média anual nestes municípios varia de 786 a 1027 mm. Já a porção menos chuvosa
se localiza mais ao sul e abrange os municípios de Ouricuri, Parnamirim, Granito, Serrita, parte de
Bodocó e Moreilândia. A precipitação média anual nestes municípios varia de 484 a 786 mm. Cabe
citar que a precipitação média anual mínima é de 484 mm e a média anual máxima é de 1027 mm,
no âmbito da bacia (Figura 5.1.1).
Figura 5.1.1 - Espacialização dos índices médios da precipitação anual.
Fonte: Base Cartográfica: Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE, 2006). Elaborada pelo autor.
60
A Figura 5.1.2 apresenta a distribuição espacial e temporal das precipitações médias mensais
para os 33 postos no âmbito da bacia hidrográfica do rio Brígida. Nota-se que os seis meses mais
chuvosos ocorrem entre novembro a maio, e os mais secos entre junho e outubro. Ou seja, os
índices pluviais se mostram mais elevados na porção norte devido a alguns fatores orográficos, tais
como a altitude.
Figura 5.1.2 - Espacialização da precipitação média mensal no âmbito da bacia hidrográfica do rio Brígida – PE.
Fonte: Base Cartográfica: Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE, 2006). Elaborada pelo autor.
61
5.2 Análise de tendências pluviais da bacia hidrográfica do rio Brígida- Teste Mann - Kendall 5.2.1 Análise de tendências pluviais mensais
O teste de Mann - Kendall foi aplicado aos meses da pré-estação e estação chuvosa que são
de novembro a maio. Nesta etapa, foram analisados 14 postos pluviométricos, com objetivo de
identificar tendências sazonais na bacia.
A análise dos dados pluviais usando o teste de Mann – Kendall identificou que no posto de
Araripina os meses de janeiro, fevereiro e maio houve tendência não significativa de aumento para a
série de dados analisadas. Já no mês de março houve tendência não significativa de queda e
somente no mês de abril houve tendência significativa de aumento. O valor do teste Mann-Kendall
u(tn) calculado para o mês de abril foi de 2,09 que indica forte tendência significativa de aumento
na precipitação (Tabela 5.2.1.1).
No posto de Ipubi, a série analisada foi de 33 anos (1964 – 2007), com exceção dos anos de
1975, 1977, 1980, 1984, 1985, 1986, 1987, 1990, 1991 e 1992. Assim como em Araripina, neste
posto identificou-se que para os meses de janeiro, fevereiro e maio a tendência observada é não
significativa de queda. Já os meses de março e abril apresentaram tendência significativa de queda.
Para estes últimos meses o u(tn) foi de - 2,35 e - 2,74, respectivamente (Tabela 5.2.1.1).
No posto de Bodocó, a série analisada foi de 37 anos (1964 – 2007), com exceção dos anos de
1974, 1978, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1999. Observou-se que para os meses de janeiro e fevereiro a
tendência é não significativa de aumento. Já nos meses de março, abril e maio a tendência também é
não significativa de queda nos índices pluviais (Tabela 5.2.1.1).
No posto de Feitoria em Bodocó, a série analisada foi de 46 anos (1988 – 1935), com exceção
dos anos de 1938, 1955, 1957, 1960, 1961, 1962 e 1972. Neste posto observa-se que os meses de
janeiro, fevereiro e abril o u(tn) é positivo, com tendência não significativa de aumento. Já no mês
de março verifica-se tendência significativa de aumento pluvial com u(tn): 2,59 (Tabela 5.2.1.1).
No posto de Exu, a série analisada foi de 56 anos (1935 – 2006), com exceção dos anos de
1936, 1938, 1939, 1941, 1942, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1974, 1991, 1993, 1997 e 1998.
Neste posto o mês de janeiro apresentou u(tn) positivo com tendência não significativa de aumento,
enquanto para os meses de fevereiro, março e abril houve tendência não significativas de queda dos
índices pluviais, já o mês de maio houve tendência significativa de queda nos índices, u(tn) – 2,27
(Tabela 5.2.1.1).
No posto de Moreilândia, a série analisada foi de 42 anos (1963 – 2007), com exceção dos
anos de 1985 e 1993. Neste posto o u(tn) calculado para o mês de janeiro foi de tendência não
significativa de aumento, e para os meses de fevereiro, março e maio foram não significativas de
62
queda nos índices pluviais. Já o mês de abril houve tendência significativa de queda (Tabela
5.2.1.1). Nos meses de novembro e dezembro verificou-se tendência significativa de queda.
No posto de Trindade, a série analisada foi de 36 anos (1963 – 2005), com exceção dos anos
de 1968, 1970, 1981, 1990, 1991 e 1992. Neste posto o u(tn) calculado para o mês de janeiro e maio
foi de tendência não significativa de queda. Já os meses de fevereiro, março e abril houve tendência
acentuada de queda nos índices u(tn) - 3,45, - 2,77 e - 2,90, respectivamente (Tabela 5.2.1.1).
No posto de Granito, a série analisada foi de 32 anos (1963 – 2006), com exceção dos anos de
1971, 1972, 1973, 1974, 1977, 1985, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1998. Neste posto o u(tn)
calculado para o mês de janeiro apresentou tendência não significativa de aumento, enquanto os
meses de março, abril e maio tiveram tendência não significativa de queda nos índices (Tabela
5.2.1).
No posto de Serrita, a série analisada foi de 68 anos (1935 – 2007), com exceção dos anos de
1938, 1959, 1960 e 1970. Neste posto o u(tn) calculado para os meses de janeiro, fevereiro e março
foram de tendência não significativa de aumento. Ao contrário do observado nos meses de abril e
maio que houve uma leve tendência de queda nos índices (Tabela 5.2.1.1).
No posto de Ouricuri, a série analisada foi de 79 anos (1913 – 2007), com exceção dos anos
de 1915, 1921, 1922, 1926, 1927, 1957, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964, 1966 e 1986.
Neste posto o u(tn) calculado para os meses de janeiro, março e maio resultou em tendência não
significativa de aumento, com exceção dos meses de fevereiro e abril que houve uma leve tendência
de queda nos índices (Tabela 5.2.1.1).
No posto de Barra de São Pedro, também em Ouricuri, a série analisada foi de 44 anos (1936
– 1989), com exceção dos anos de 1937, 1940, 1941, 1943, 1957, 1960, 1961, 1981 e 1982. Neste
posto os valores de u(tn) calculados para os meses de janeiro, fevereiro, março e abril foram de
tendência não significativa de aumento, com exceção do mês de maio que teve tendência
significativa de queda, índice u(tn) de - 1,96 (Tabela 5.2.1.1).
No posto de Santa Filomena, ainda em Ouricuri, a série analisada foi de 51 anos (1935 –
1992), com exceção dos anos de 1954, 1960, 1966, 1967, 1976 e 1977. Neste posto o u(tn)
calculado para os meses de janeiro e maio apresentou tendência não significativa de queda, já os
meses de fevereiro, março e abril também tiveram tendência não significativa, porém de leve
aumento nos índices (Tabela 5.2.1.1).
No posto de Santa Cruz, em Ouricuri, a série analisada foi de 45 anos (1937 – 1990), com
exceção dos anos de 1938, 1944, 1955, 1959, 1960, 1961, 1962 e 1976. Neste posto o u(tn)
calculado para os meses de janeiro e fevereiro resultou em tendência não significativa de queda. Já
os meses de março e abril teve tendência não significativa, porém de leve aumento nos índices. E
finalmente o mês de maio com tendência significativa de queda, u(tn) de – 2,22 (Tabela 5.2.1.1).
63
No posto de Parmamirim, a série analisada foi de 75 anos (1912 – 2007), com exceção dos
anos de 1934, 1938, 1944, 1948, 1949, 1962, 1979, 1980, 1981, 1983, 1986, 1987, 1988, 1989,
1990, 1991, 1992, 1993, 1998 e 2003. Neste posto o u(tn) calculado para os meses de janeiro e
março foi de tendência não significativa de queda. O mês de abril apresentou tendência não
significativa, com um leve aumento nos índices pluviais. Já o mês de fevereiro e maio houve
tendência significativa de queda, u(tn) – 2,287 e – 1,802, respectivamente (Tabela 5.2.1.1).
Tabela 5.2.1.1 - Postos, meses, tendências mensais e valores de u(tn).
Postos Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Araripina
Tnsq Tnsq Tnsa Tnsa Tnsq Tsa Tnsa
0,479 -0,249 0,795 0,151 - 0,528 2,095 1,318
Ipubi
Tnsq Tnsq Tnsq Tnsq Tsq Tsq Tnsq
-1,492 -1,497 - 0,607 - 1,022 - 2,357 - 2,742 - 1,260
Bodocó
Tnsq Tnsq Tnsa Tnsa Tnsq Tnsq Tnsq
-0,706 -0,313 0,549 0,837 - 0,287 - 0,575 - 0,706
Feitoria - Bodocó
Tnsq Tnsa Tnsa Tnsa Tsa Tnsa Tnsq
-0,706 0,761 0,632 0,724 2,595 1,238 -0,357
Exu
Tsq Tsq Tnsa Tnsq Tnsq Tnsq Tsq
-2,812 -2,737 0,678 - 1,081 - 1,439 - 1,141 - 2,275
Moreilândia
Tsq Tnsq Tnsa Tnsq Tnsq Tsq Tnsq
-3,108 -1,684 0,031 - 1,454 - 1,705 - 2,082 - 0,701
Trindade
Tnsq Tsq Tnsq Tsq Tsq Tsq Tnsq
-1,778 -2,484 - 1,307 - 3,452 - 2,772 - 2,903 - 0,601
Granito
Tsq Tnsq Tnsa Tsq Tnsq Tnsq Tnsq
-3,935 -0,991 0,123 - 2,262 - 1,487 - 1,301 - 0,743
Serrita
Tnsq Tnsq Tnsa Tnsa Tnsa Tnsq Tnsq
-1,543 -0,497 1,429 1,098 0,580 - 0,352 - 0,549
Ouricuri
Tnsq Tnsq Tnsa Tnsq Tnsa Tnsq Tnsa
-0,581 -0,415 0,922 - 0,947 0,457 - 0,299 0,473
São Pedro – Ouricuri.
Tnsq Tnsa Tnsa Tnsa Tnsa Tnsa Tsq
-1,017 0,723 0,0978 0,352 1,115 0,371 - 1,976
Santa Filomena - Ouricuri
Tnsq Tnsa Tnsq Tnsa Tnsa Tnsa Tnsq
-0,852 0,252 - 0,205 0,441 0,710 1,578 -1,231
Santa Cruz – Ouricuri
Tnsq Tnsq Tnsq Tnsq Tnsa Tnsa Tsq
-0,823 -0,255 - 0,634 - 1,221 1,221 0,388 - 2,225
Parnamirim
Tnsq Tnsq Tnsq Tsq Tnsq Tnsa Tsq
-1,228 -0,466 - 1,381 - 2,287 - 0,071 0,008 -1,802
64
St - Sem tendência, Tsa - Tendência significativa de aumento, Tsq - Tendência significativa de queda, Tnsa - Tendência não significativa de aumento, Tnsq - Tendência não significativa de queda. Fonte: Próprio autor.
Na Tabela 5.2.1.2 os valores do teste u(tn) – Mann - Kendall estão explícitos em dados
percentuais para os meses da pre-estação e estação chuvosa na bacia do rio Brígida que são de
novembro a maio.
Tabela 5.2.1.2 - Resultado da contagem do teste de Mann - Kendall u(tn) – Mensal.
Teste de Mann - Kendall (u(tn)) – Mensal Anos St Tsa Tsq Tnsa Tnsq Nº Postos Novembro - 03 - 11 14 Dezembro - 02 03 09 14 Janeiro - - - 09 05 14 Feveiro - - 03 06 05 14 Março - 01 02 05 06 14 Abril - 01 03 05 05 14 Maio - - 03 02 09 14 Total 0 02 16 30 50 98 Porc. % 0% 2,04% 16,32 % 30,61% 51,03% 100%
St - Sem tendência, Tsa - Tendência significativa de aumento, Tsq - Tendência significativa de queda, Tnsa - Tendência não significativa de aumento, Tnsq - Tendência não significativa de queda. Fonte: Próprio autor.
Em resumo, de acordo com a contagem do teste de Mann - Kendall pôde-se verificar os meses
mais propensos a tendência de queda ou aumento dos índices pluviais. Em geral, as observações
foram de tendência não significativa, tanto de aumento quanto de queda. Os 64,29% dos postos
possuem tendência não significativa de aumento de precipitação no mês de janeiro; assim como
tendência não significativa de queda durante o mês de maio.
Cabe notar ainda que 51,03% dos meses analisados possuem tendência não significativa de
queda nos índices pluviais e 30,61% com tendência de aumento, também não significativa.
Somente em 16,32 % dos meses têm tendência significativa de queda e em 2,04% tendência
significativa de aumento.
5.2.2 Análise das tendências totais pluviais anuais
A análise anual dos índices pluviais pelo teste Mann - Kendall (MK) foi essencial para se
verificar qual é a real tendência das precipitações da bacia, e, por fim, entender se estes índices de
chuvas estão aumentando ou diminuindo ao longo dos anos e quais áreas da bacia as precipitações
65
estão menos frequentes (Tabela 5.2.2.1). Nesta etapa, foram analisados 26 postos pluviométricos no
âmbito da bacia, com o objetivo de identificar tendências pluviais anuais.
Sendo assim, a análise dos dados pluviais anuais usando o teste de Mann – Kendall identificou
o seguinte:
No posto: Feitoria - Bodocó o u(tn) calculado para os anos de 1935 a 1988 foi de tendência
significativa de aumento (Tsa) nos índices pluviais ao longo dos anos, u(tn): 2,265 (Tabela 5.2.2.1).
Os postos: Ipubi – anos analisados: 1964 a 2007, Exu - 1943 a 2006, Moreilândia - 1963 a
2007, Trindade - 1963 a 2005, Bezerro – Ouricuri - 1963 a 1994, Parnamirim - 1912 a 2007 foram
de tendência significativa de queda (Tsq) nos índices pluviais ao longo dos anos, u(tn): - 2,297, -
2,275, - 3,610, - 4,002, - 1,975 e - 2,341, respectivamente (Tabela 5.2.2.1).
Os postos: Araripina – anos analisados: 1936 a 2007, Bodocó –1964 a 2007, Barra de São
Pedro – Ouricuri - 1963 a 1989, Santa Filomena – Ouricuri - 1935 a 1992, Serrita - 1935 a 2007
foram de tendência não significativa de aumento (Tnsa) nos índices pluviais, u(tn): 0,807, 0,340,
0,802, 0,568 e 0,818, respectivamente (Tabela 5.2.2.1).
Já nos postos: Granito - 1963 a 2003, Estaca – Bodocó - anos analisados: 1963 a 1990,
Engenho Camacho – Ouricuri - 1960 a 1990, Matias – Parnamirim - 1963 a 1993, Icaiçara –
Parnamirim - 1963 a 1992, Ipueira – Serrita - 1936 a 1988, Ouricuri - 1913 a 2007, Santa Cruz –
Ouricuri - 1937 a 1990, Abóboras – Parnamirim - 1963 a 1993, Jacaré – Parnamirim - 1963 a 1993,
Jacaré – Ouricuri - 1963 a 1993, Poço do Fumo - Parnamirim - 1963 a 1992, Varginha – Ouricuri -
1963 a 1993 e Campo Santo – Ouricuri - 1963 a 1993 foram de tendência não significativa de queda
(Tnsq) nos índices pluviais, u(tn): - 1,524 - 0,198, - 1,303, - 1,145, - 1,159, -0,727, -0,116, - 0,539, -
0,829, - 0,374, -0,734, -0,513, -0,843 e -1,438 respectivamente. Estes índices estão distribuídos na
(Tabela 5.2.2.1).
Tabela 5.2.2.1 - Postos, número de anos pesquisados, valor de u(tn) e Td (Tendências) anual.
Postos Anos u(tn) Td Postos Anos u(tn) Td
Feitoria - Bodocó 47 2,265 Tsa Estaca - Bodocó 25 - 0,198 Tnsq
Ipubi 33 - 2,297 Tsq Eng. Cam. - Ouricuri 28 - 1,303 Tnsq
Exu 54 - 2,275 Tsq Mat. - Parnamirim 28 - 1,145 Tnsq
Moreilândia 42 - 3,610 Tsq Icaiç. - Parnamirim 30 - 1,159 Tnsq
Trindade 37 - 4,002 Tsq Ipueira - Serrita 26 -0,727 Tnsq
Bez. Ouricuri 28 - 1,975 Tsq Ouricuri 79 -0,116 Tnsq
Parnamirim 75 - 2,341 Tsq Sta Cruz - Ouricuri 45 - 0,539 Tnsq
Araripina 34 0,807 Tnsa Abob. - Parnamirim 28 - 0,829 Tnsq
Bodocó 37 0.340 Tnsa Jacaré - Parnamirim 25 - 0,374 Tnsq
66
São P. Ouricuri 44 0,802 Tnsa Jacaré - Ouricuri 25 -0,734 Tnsq
Sta Fil. – Ouricuri 51 0,568 Tnsa Poç. Fum. Parnamirim 28 -0,513 Tnsq
Serrita 68 0,818 Tnsa Varg. - Ouricuri 25 -0,843 Tnsq
Granito 32 - 1,524 Tnsq Campo Sto. - Ouricuri 25 -1,438 Tnsq
St - Sem tendência, Tsa - Tendência significativa de aumento, Tsq - Tendência significativa de queda, Tnsa - Tendência não significativa de aumento, Tnsq - Tendência não significativa de queda. Fonte: Próprio autor.
Na Tabela 5.2.2.2 os resultados de u(tn) do teste de Mann - Kendall estão explícitos em
percentuais de acordo com os dados pluviais anuais para toda a bacia hidrográfica do rio Brígida -
PE e para a porção sul.
Na porção Sul o teste de Mann - Kendall foi aplicado a 21 postos, com o objetivo de detectar a
variabilidade pluvial desta porção, visto que é nesta área onde as chuvas são menos frequentes e as
temperaturas mais elevadas (ver projeções de temperatura para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050,
2060 e 2070 no iten 5.7.1).
Tabela 5.2.2.2 - Resultado da contagem do Teste de Mann - Kendall – tendências pluviais anuais para toda a bacia e tendências para a porção sul.
Teste de Mann - Kendall (u(tn)) St Tsa Tsq Tnsa Tnsq Nº Postos Anual - 01 06 05 14 26 Total - 01 06 05 14 26 Porc. % 0% 3,84% 23,07% 19,24% 53,85% 100%
Tendências para a porção sul da bacia St Tsa Tsq Tnsa Tnsq Nº Postos Porção sul - - 04 04 13 21 Total - - 04 04 13 21 Porc. % 0% 0% 19,05% 19,05% 61,90% 100%
St - Sem tendência, Tsa - Tendência significativa de aumento, Tsq - Tendência significativa de queda, Tnsa - Tendência não significativa de aumento, Tnsq - Tendência não significativa de queda. Fonte: Próprio autor.
De acordo com o teste de Mann - Kendall para os anos em análise verifica-se que 53,85% dos
postos analisados têm tendência não significativa de queda (Tnsq) nos índices pluviais ao longo dos
anos. Enquanto, que 23,07% têm tendência significativa de queda (Tsq). E somente 19,24 % dos
postos têm tendência de aumento, porém não significativa (Tnsa). Ou seja, 76,92 % dos postos
67
observados possuem sinal negativo (u(tn)) de acordo com o teste de Mann - Kendall, o que significa
queda nos índices pluviais, queda esta significativa ou não.
Em relação ao sinal positivo u(tn) do teste de Mann – Kendall; somente 23,08% do postos
possuem sinal positivo u(tn), o que significa aumento nos índices pluviais, aumento este
significativa ou não.
Cabe ressaltar que a principal redução nas precipitações ocorre na porção sul da bacia, ou seja,
61,90% dos postos têm tendência de queda nos índices pluviais, porém não significativa. E é nesta
porção onde se concentra boa parte da população da região e uma cobertura vegetal de caatinga já
bastante degradada.
5.2.3 Análise das precipitações em anos de El Niño
A análise das tendências de precipitações em anos de El Niño pelo teste Mann - Kendall
(u(tn)) foi crucial para o entendimento da real abrangência deste fenômeno, visto que este evento
tem a capacidade de provocar secas na região Nordeste.
Nesta etapa, foram analisados 20 postos pluviométricos, com objetivo de identificar
tendências em anos de El Niño na bacia.
Sendo assim, a análise dos dados pluviais em anos de El Niño usando o teste de Mann –
Kendall identificou:
No posto Feitoria em Bodocó - anos pesquisados: 1939 a 1988 foi de tendência significativa
de aumento (Tsa) nos índices pluviais ao longo dos anos, u(tn): 2,148657.
Os postos: Exu - anos pesquisados: 1946 a 2006, Moreilândia - 1963 a 2007, Trindade - 1963
a 2005, Matias – Parnamirim - 1963 a 1993 foram de tendência significativa de queda (Tsq) nos
índices pluviais ao longo dos anos, u(tn): -3,039, - 2,918, -2,887 e - 1,993, respectivamente.
Os postos: Araripina - anos pesquisados: 1939 a 2007, Bodocó – 1964 a 2007, Ouricuri - 1913
a 2007 foram de tendência não significativa de aumento (Tnsa) nos índices pluviais ao longo dos
anos, u(tn): 0,79203, 0,434 e 0,445, respectivamente.
Já os postos: Ipubi - anos pesquisados: 1965 a 2007, Estaca – Bodocó - 1963 a 1990, Granito
- 1963 a 2006, Serrita - 1939 a 2007, Ipuieira – Serrita - 1963 a 1988, Santa Filomena – Ouricuri -
1935 a 1992, Santa Cruz – Ouricuri - 1939 a 1990, Engenho Camacho – Ouricuri - 1963 a 1990,
Bezerro – Ouricuri - 1963 a 1994, Parnamirim - 1913 a 2007, Icaiçara – Parnamirim - 1963 a 1992,
Abóboras – Parnamirim - 1963 a 1993 foram de tendência não significativa de queda (Tnsq) nos
índices pluviais ao longo dos anos, u(tn): -1,167, -0,871, -1,401, -0,089, -0,416, -0,489, -1,146, -
68
0,654, -1,924, -1,716, - 1,268 e - 0,908, respectivamente. Estes índices estão distribuídos na (Tabela
5.2.3.1).
Tabela 5.2.3.1 - Postos, número de anos pesquisados, u(tn) e Td (Tendência) em anos de El Niño.
Postos Anos u(tn) Td Postos Anos u(tn) Td
Feitoria - Bodocó 25 2,148 Tsa Sta. Fil. - Ouricuri 45 -0,489 Tnsq
Exu 34 - 3,039 Tsq Santa Cruz - Ouricuri 27 -1,146 Tnsq
Moreilândia 32 - 2,918 Tsq Eng. Cam. - Ouricuri 20 -0,654 Tnsq
Trindade 26 -2,887 Tsq Bezerro - Ouricuri 20 -1,924 Tnsq
Mat. - Parnamirim 20 - 1,993 Tsq Parnamirim 36 - 1,716 Tnsq
Araripina 38 0,792 Tnsa Icaiçara - Parnamirim 21 - 1,268 Tnsq
Bodocó 28 0,434 Tnsa Abob. - Parnamirim 20 - 0,908 Tnsq
Ouricuri 44 0,445 Tnsa
Ipubi 26 - 1,167 Tnsq
Estaca - Bodocó 20 -0,871 Tnsq
Granito 25 -1,401 Tnsq
Serrita 41 -0,089 Tnsq
Ipuieira - Serrita 20 -0,416 Tnsq
St - Sem tendência, Tsa - Tendência significativa de aumento, Tsq - Tendência significativa de queda, Tnsa - Tendência não significativa de aumento, Tnsq - Tendência não significativa de queda. Fonte: Próprio autor.
Na Tabela 5.2.3.2 os dados de u(tn) do teste de Mann - Kendall estão explícitos em valores
percentuais de acordo com os eventos de El Niño da bacia hidrográfica do rio Brígida - PE.
Tabela 5.2.3.2 - Resultado da Contagem do Teste de Mann - Kendall para eventos de El Niño na Bacia hidrográfica do rio Brígida – PE.
Teste de Mann - Kendall (u(tn)) St Tsa Tsq Tnsa Tnsq Nº Postos
- 01 04 03 12 20 Total - 01 04 03 12 20 Porc. % 0 5% 20% 15% 60% 100% St - Sem tendência, Tsa - Tendência significativa de aumento, Tsq - Tendência significativa de queda, Tnsa - Tendência não significativa de aumento, Tnsq - Tendência não significativa de queda. Fonte: Próprio autor.
69
Em anos de El Niño, o teste de Mann – Kendall detectou que 60% dos postos analisados
possuem tendência “não” significativa de queda (Tnsq) e somente 20% destes postos possuem
tendências significativas de queda nos índices pluviais.
Em relação ao sinal u(tn) do teste de Mann - Kendall, pode-se constatar que 80% dos postos
analisados possuem sinal negativo u(tn), que significa queda nos índices pluviais, queda esta
significativa ou não. Desta forma, pode-se inferir que a influência dos anos de El Niño sobre as
precipitações da área em estudo tem produzido queda nos índices pluviais.
5.2.4 Análise das precipitações em anos de La Niña
A análise das tendências de precipitações em anos de La Niña pelo teste Mann - Kendall
(u(tn)) é muito importante para o entendimento da real abrangência deste fenômeno, visto que este
evento tem a capacidade de provocar aumento de chuva na região Nordeste.
Nesta etapa, foram analisados 20 postos pluviométricos, com objetivo de identificar
tendências em anos de La Niña na bacia.
Sendo assim, a análise dos dados pluviais em anos de La Niña usando o teste de Mann –
Kendall identificou que os postos Feitoria – Bodocó – anos pesquisados: 1939 a 1988 e Sta. Cruz –
Ouricuri - 1939 a 1989 foram de tendência significativa de aumento (Tsa) nos índices pluviais,
u(tn): 2,083 e 2,689, respectivamente.
Os postos Ipubi – anos pesquisados: 1964 a 2001, Moreilândia - 1964 a 2001 e Trindade -
1964 a 2001 foram de tendência significativa de queda (Tsq) nos índices pluviais, u(tn): -2,820, -
2,310 e -3,522, respectivamente.
Os postos Araripina – anos pesquisados: 1939 a 2001, Engenho Camacho – Ouricuri – 1964 a
1989, Feitoria – Bodocó - 1964 a 1989, Serrita - 1939 a 2001, Ipuieira – Serrita - 1964 a 1988,
Ouricuri - 1916 a 2001, Santa Filomena – Ouricuri - 1938 a 1989, Engenho Camacho – Ouricuri -
1964 a 1989, Bezerro – Ouricuri - 1964 a 1989, Icaiçara – Parnamirim - 1970 a 1989, Matias –
Parnamirim - 1965 a 1989 e Abóboras – Parnamirim - 1964 a 1989 foram de tendência não
significativa de aumento (Tnsa) nos índices pluviais, u(tn): 1,082, 0,900, 0,548, 0,980, 0,548,
0,495, 1,714, 0,548, 1,012, 1,013, 1,323 e 1,325, respectivamente.
Já os postos Exu – anos pesquisados: 1949 a 2001, Granito - 1964 a 2001 e Parnamirim - 1916
a 2001 foram de tendência não significativa de queda (Tnsq) nos índices pluviais, u(tn): -0,396, -
0,976 e -1,686, respectivamente. Estes índices estão distribuídos na Tabela 5.2.4.1.
70
Tabela 5.2.4.1 - Postos, número de anos pesquisados, valores de u(tn) e Td (Tendências) em anos de La Nina.
Postos Anos u(tn) Td Postos Anos u(tn) Td
Feitoria - Bodocó 18 2,083 Tsa Bezerro - Ouricuri 11 1,012 Tnsa
Sta. Cruz - Ouricuri 18 2,689 Tsa Icaiçara - Parnamirim 11 1,012 Tnsa
Ipubi 15 -2,820 Tsq Matias - Parnamirim 11 1,323 Tnsa
Moreilândia 18 -2,310 Tsq Abob. - Parnamirim 11 1,323 Tnsa
Trindade 18 -3,522 Tsq Exu 23 -0,396 Tnsq
Araripina 23 1,082 Tnsa Granito 13 -0,976 Tnsq
E. C. - Ouricuri 16 0,900 Tnsa Parnamirim 24 -1,686 Tnsq
Feitoria - Bodocó 12 0,548 Tnsa
Serrita 25 0,980 Tnsa
Ipuieira - Serrita 12 0,548 Tnsa
Ouricuri 33 0,495 Tnsa
Sta . Fil. - Ouricuri 19 1,714 Tnsa
Eng. Cam. Ouricuri 12 0,548 Tnsa
St - Sem tendência, Tsa - Tendência significativa de aumento, Tsq - Tendência significativa de queda, Tnsa - Tendência não significativa de aumento, Tnsq - Tendência não significativa de queda. Fonte: Próprio autor.
Na Tabela 5.2.4.2 os dados u(tn) do teste de Mann - Kendall estão explicitados em percentuais
de acordo com os eventos de La Niña da bacia hidrográfica do rio Brígida - PE.
Tabela 5.2.4.2 - Resultado da contagem do Teste de Mann - Kendall para eventos de La Nina na bacia hidrográfica do rio Brígida – PE.
Teste de Mann - Kendall (u(tn)) St Tsa Tsq Tnsa Tnsq Nº Postos Anual - 02 03 12 03 20 Total - 02 03 12 03 20 Porc. % 0% 10% 15% 60% 15% 100%
St - Sem tendência, Tsa - Tendência significativa de aumento, Tsq - Tendência significativa de queda, Tnsa - Tendência não significativa de aumento, Tnsq - Tendência não significativa de queda. Fonte: Próprio autor.
Em anos de La Niña, o teste de Mann – Kendall detectou que 60% dos postos analisados
possuem tendência não significativa de aumento dos índices pluviais. Ou seja, 14 (quatorze) postos,
71
que corresponde a 70% dos postos da bacia possuem sinal positivo u(tn) para o teste, o que significa
aumento nos índices pluviais, aumento este significativo ou não. Sendo assim, pode-se inferir que a
influência dos anos de La Niña sobre as precipitações da área em estudo tem influenciado
positivamente nas precipitações.
5.3 Aspectos fisiográficos
De acordo com a análise fisiográfica, a área da bacia hidrográfica do rio Brígida foi calculada
em 13.323,82 km². Esta mensuração é necessária, pois funciona como ponto de partida na análise
morfométrica, visto que tem correlações com vários outros parâmetros morfométricos da bacia,
além de sua importância para cálculo do debito fluvial, balanço hídrico, dentre outros. O perímetro
foi determinado após a delimitação do seu contorno na base cartográfica, resultando em 572,9 km.
A bacia hidrográfica do rio Brígida mostra-se pouco suscetível a enchentes em face de
precipitações normais, ou seja, excluindo-se eventos de intensidades anormais, pelo fato de o
coeficiente de compacidade apresentar o valor de unidade (1,40) e, quanto ao seu fator de forma,
exibir um valor de 0,42. Assim, indica que a bacia tem uma forma pouco circular, possuindo,
portanto, uma tendência de forma mais alongada em forma de leque. Isto pode ainda ser
comprovado pelo índice de circularidade, possuindo um valor de 0,51.
Nesta perspectiva o índice de circularidade de 0,51 representa um nível moderado de
escoamento, não contribuindo na concentração de águas que possibilitem cheias rápidas;
consequentemente, menores serão os riscos de rápida concentração de água da chuva no canal
principal, desta forma, diminuindo também as inundações, os assoreamentos e a degradação
ambiental.
Destacado-se assim, que a forma mais alongada da bacia indica que a precipitação
pluviométrica sobre ela se concentra em diferentes pontos, concorrendo para amenizar a influência
da intensidade de chuvas, as quais poderiam causar maiores variações da vazão do curso d'água e
consequentemente as enchentes. Os resultados das variáveis analisadas podem ser observados na
Tabela 5.3.1.
Tabela 5.3.1: Características geométricas da bacia hidrográfica do rio Brígida – PE.
Bacia hidrográfica Características Geometricas Valores
Bacia do rio Brígida
Área (km²) 13.323,82 Perímetro (km) 572,9 Fator de forma 0,42
Coeficiente de compacidade 1,40 Índice de circularidade 0,51
72
Comprimento do rio principal (km) 208,6 Índice de sinuosidade (km) 1,15
Densidade de drenagem (km/km2) 0,24
Fonte: Próprio autor.
O comprimento do rio principal é de 208,6 km. Já o índice de sinuosidade obtido é de 1,15,
que indica que os canais da região estudada tendem a ser transicionais, regulares e irregulares.
Sabe-se, entretanto, que a sinuosidade dos canais é influenciada pela carga de sedimentos, pela
compartimentação litológica, estruturação geológica e pela declividade dos canais.
O fluxo da bacia se dá no sentido noroeste - sudeste, devido a influência do relevo (ver Figura
5.4.1). A densidade de drenagem encontrada na bacia do rio Brígida foi de 0,24 km/km2. De acordo
com Villela & Mattos (1975), esse índice pode variar de 0,5 km/km2 em bacias com drenagem
pobre a 3,5 km/km2, ou mais, em bacias bem drenadas, indicando, assim, que a bacia em estudo
possui pobre capacidade de drenagem. Este comportamento reflete a influência da origem
geológica, da topografia, dos tipos de solo, da vegetação e das intensidades de precipitação,
resultando numa pobre capacidade de infiltração da água das chuvas ao longo do tempo e espaço,
despertando cuidados com manejo e conservação do solo.
Figura 5.3.1: Rede de drenagem da bacia hidrográfica do rio Brígida.
Fonte: Base Cartográfica: Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE, 2006). Elaborada pelo autor.
73
A densidade de drenagem é demasiadamente importante na indicação do nível de
desenvolvimento do sistema de drenagem de uma bacia hidrográfica. Sendo assim, este índice
fornece uma indicação da eficiência da drenagem da bacia, sendo expressa pela relação entre o
somatório dos comprimentos de todos os canais da rede; sejam eles perenes, intermitentes ou
temporários; e a área total da bacia (ANTONELI & THOMAZ, 2007). Desta forma, esses dados são
essenciais para o planejamento do manejo de uma bacia hidrográfica.
O sistema de drenagem da bacia em estudo, de acordo com a hierarquia de Strahler, possui
ramificação de quarta ordem em geral, o que significa pequeno grau ramificação para a escala do
mapa utilizado (Figura 5.3.2).
Figura 5.3.2 - Ordenamento da rede de drenagem da bacia do rio Brígida – PE.
Fonte: Base Cartográfica: Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE, 2006). Elaborada pelo autor.
5.4 Altitude da bacia hidrográfica do rio Brígida - PE
A Figura 5.4.1 apresenta as informações quantitativas associadas à declividade do terreno da
bacia. A altitude da bacia varia de 582 a 970 metros na porção norte (Região Planáltica – Chapada
do Araripe) até a faixa de 388 a 582 metros no centro sul da bacia. Já a montante dos rios Brígida,
74
Gravatá e São Pedro que forma uma confluência em direção ao rio São Francisco, possuem altitudes
entre 194 e 388 metros.
A porção mais elevada está destacada em vermelho no mapa e recebe o nome de chapada do
Araripe; que se estende pelos estados do Ceará e Piauí e abriga a Floresta Nacional do Araripe.
Figura 5.4.1- Altitude da bacia hidrográfica do rio Brígida – PE.
Fonte: Base Cartográfica: SRTM (EMBRAPA, 2010). Elaborada pelo autor.
Desta forma, a maior parte do relevo da porção norte corresponde à área de planalto e área de
chapada, que é compensada pela cobertura vegetal; já na porção sul o relevo se mostra suavemente
ondulado, refletindo significativamente na distribuição e direção da drenagem.
A malha fluvial acompanha a declividade do relevo que ocorre no sentido noroeste-sudeste.
Esta altitude influencia a relação entre a precipitação e o deflúvio da bacia hidrográfica, sobretudo
devido ao aumento da velocidade de escoamento superficial, reduzindo a possibilidade da
infiltração de água no solo.
Nesta perspectiva, as pesquisas de Castro Jr. (2001) demostram que em regiões de altitudes
elevadas a temperatura é menor, e apenas parte da energia é utilizada para evaporar a água,
enquanto que, em altitudes baixas, quase toda a energia absorvida é usada para evaporação da água.
75
Castro Jr. (2001) frisa que as altitudes elevadas tendem a receber maior quantidade de precipitação,
além de a perda de água ser menor. Nessas regiões, a precipitação geralmente excede a
evapotranspiração, ocasionando um suprimento de água que mantém o abastecimento regular dos
aquíferos responsáveis pelas nascentes dos cursos d'água.
5.5 Análise do uso e ocupação do solo da bacia hidrográfica do rio Brígida - PE
As diferentes classes de uso e ocupação do solo estão a seguir relacionadas de acordo com a
Unidade de Planejamento Hídrico do rio Brígida - PE - UP11, com suas respectivas áreas e
percentual de ocupação na bacia (Figura 5.5.1).
A vegetação arbustiva arbórea fechada está distribuída, principalmente na porção sul e nas
planícies aluviais dos rios (foto 13 no mapa). Já a vegetação arbustiva arbórea aberta está
distribuída por quase toda a bacia (fotos 4 e 12 no mapa).
A vegetação arbórea fechada está localizada na porção norte da bacia, principalmente nas
regiões mais levadas. Nesta área a vegetação é bem desenvolvida, pois sofre maior influência dos
fatores climáticos. A vegetação arbórea aberta também está distribuída por esta porção, porém em
áreas menos elevadas da chapada do Araripe (foto 14 no mapa).
Boa parte da bacia está antropizada principalmente as regiões sul, centro oeste e noroeste,
principalmente as áreas de várzeas da bacia, localizadas nas bordas dos rios.
As áreas irrigadas se localizam principalmente próximas aos rios e açudes. Nestes ambientes,
geralmente se cultiva cebola, melão, melancia e diversas leguminosas (fotos 1, 5, 6 e 7 no mapa).
Pode-se localizar também a vegetação Arbustiva Arbórea aberta (Caatinga rala). Cabe frisar,
que estas áreas são usadas para a agricultura de subsistência e criação de pequenos animais. Prática
está realizada de forma extensiva e degradadora da vegetação e dos solos.
A vegetação arbustiva arbórea aberta ocorre preferencialmente na porção centro oeste/leste e
sul da bacia. Os maiores municípios como Parnamirim e Ouricuri se localizam nestas áreas. Nestes
municípios a vegetação ainda está bastante preservada, porém com diversas clareiras de
desmatamento (fotos 2 e 3 no mapa), com destaque para o município de Ouricuri.
As principais áreas de pastagem estão localizadas próximas ao município de Ouricuri (fotos 8,
9 e 10 no mapa), em grandes extensões de terra usadas para a criação bovina.
Em todas as regiões a derrubada da mata e posterior queima para o plantio ainda é bastante
utilizada e se dá basicamente no período chuvoso, geralmente para a subsistência com algumas
ressalvas, por exemplo: derrubada da vegetação e uso da madeira para alimentar fornos de
indústrias, principalmente o polo gesseiro de Araripina.
76
A área de influência urbana se dá basicamente próxima à rede fluvial, com uma urbanização
ainda incipiente em alguns municípios e avançada em outros, como Ouricuri e Arararipina.
O grau de concordância do mapeamento de acordo com o teste Kappa foi de 0,90; este valor
nos dá uma excelente concordância na classificação. O resultado Kappa indica que a unidade de
referência está corretamente classificada, portanto a exatidão da classificação representa a
concordância entre a informação do mapa temático gerado e a informação real do espaço geográfico
mapeado. Ou seja, completa, concordância entre os dados mapa/dados coletados em campo.
Figura 5.5.1 - Uso e ocupação do solo da bacia hidrográfica do rio Brígida.
Fonte: Imagens de Satélite Resourcesat 1 – Sensor LISS3 – Disponível – INPE (INPE, 2010). Data da coleta: 08/09/2010. Elaborada pelo autor.
Em resumo, cabe destacar que as principais regiões da bacia em estudo que sofrerá com as
transformações na cobertura vegetal são as porções centro oeste, leste e sul, pois a variação
vegetacional é intensa nestas localidades, devido principalmente à grande dependência das chuvas,
do tipo de solo, da estrutura geológica e das condições climáticas.
77
Cabe frisar também a fragilidade da vegetação localizada no norte da bacia, porém devido à
altitude e a condições climáticas serem mais favoráveis torna esta porção menos susceptível às
mudanças do clima.
Nesta região a vegetação muda bastante de uma estação para outra. No período de secas a
caatinga entra em estado de latência, aparentemente morta, as árvores perdem as folhas, os galhos
ficam com se estivessem secos e as plantas param de crescer. Mas, quando acontece uma primeira
chuva, as plantas ficam verdes e retomam seu vigor natural. Na realidade a vegetação perde
folhagem para se proteger das altas taxas de evapotranspiração ocasionada pelo déficit hídrico; o
oposto ocorre no período chuvoso, onde a vegetação ganha folhagem no sentido de armazenar água
para resistir ao período anterior.
As espécies decíduas são predominantes nesses ambientes, variando o grau de deciduidade de
acordo com a reação aos déficits hídricos, uma vez que há espécies que perdem as folhas logo no
final da estação chuvosa e outras que as mantêm até o final da estação seca, criando, portanto,
mosaicos temporais e espaciais dentro de microambientes durante a estação seca (FRANKIE et al.,
1974, LIEBERMAN, 1982, REICH & BORCHERT, 1984, MOONEY et al., 1995, BORCHERT,
1996, JUSTINIANO & FREDERICSEN, 2000).
5.6 Tipos de solos da bacia hidrográfica do rio Brígida
A bacia do rio Brígida é ocupada por diversos tipos de solos, que são em geral pouco
profundos e bastantes rasos. Os solos predominantes na bacia são os latossolos amarelos (LA) e
latossolos vermelho-amarelo (LVA) (26,68%), que se estendem desde o limite norte, na chapada do
Araripe até quase o exutório, e domina grande parte do meio oeste (Figura 5.6.1). É nessa unidade
de mapeamento onde se encontram grande parte das manchas de solo agricultáveis da bacia,
seguidos pelos Argissolos (PA) (25,08 %) e Neossolos (R) (20,58%) (Tabela 5.6.1).
Tabela 5.6.1 - Tipos de solos e percentuais encontrados na bacia hidrográfica do rio Brígida.
Legenda Classificação Bacia do rio Brígida 01 A Neossolos Flúvicos 2,89 02 AQ Neossolos 0,63 03 C Camisolas 0,41 04 V Vertissolos 0,05 05 NC Luvissolos 2,33 06 PA Argissolos 25,08 07 PE Argissolos 0,13 08 PL Planossolos 8,06 09 PV Argissolos 9,64 10 R Neossolos 20,58 11 RE Neossolos 3,07
78
12 LA Latossolos amarelos e vermelho-amarelo 26,68
Fonte: (PERNAMBUCO, 1998). Adptada pelo autor.
No limite leste (Figura 5.6.1), ocorrem solos pouco desenvolvidos, com predomínio de solos
litólicos e não cálcicos. Próximos ao limite oeste aparecem manchas isoladas de regossolos,
cambissolos, vertissolos e solos litólicos.
Na região norte os latossolos amarelos e vermelho amarelo estão localizados principalmente
na chapada do Araripe, já na borda da chapada existe diversas manchas de argissolos, planossolos e
neossolos.
Já na região sul os solos predominantes são os argissolos e neossolos, principalmente nas
planícies aluviais.
Figura 5.6.1 - Tipos de solos da bacia hidrográfica do rio Brígida.
Fonte: Base Cartográfica: Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE, 2006). Elaborada pelo autor.
79
5.7 Cenários de temperatura para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070
5.7.1 Cenário B2 (otimista) e A2 (pessimista) temperaturas máximas, mínimas e médias
Na bacia hidrográfica do rio Brígida as temperaturas máximas projetadas devem variar entre
30 e 36º C nos dois cenários A2 e B2. No cenário B2 (otimista) as maiores temperaturas máximas
dar-se-iam nos anos de 2050, 2060 e 2070, com destaque para a porção sul da bacia em que as
temperaturas sofreram acréscimo de 1 a 2º C, passando a variar entre 34 e 36º C, isto também
ocorrerá no cenário A2 (pessimista) com acréscimo do ano de 2040. Os dois cenários apontam
maior abrangência de aumento das temperaturas na porção sul a partir de 2030, principalmente no
cenário pessimista A2 (Figura 5.7.1.1).
Figura 5.7.1.1 - Temperaturas máximas nos cenários B2 e A2 para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS nos cenários B2 e A2. Mapeamento elaborado pelo autor.
80
As temperaturas mínimas no cenário B2 (otimista) devem variar de 20 a 24º C, principalmente
na porção sul que deve haver um acréscimo de 1 a 2º C, variando entre 22 e 24º C, isto também
deve ocorrer no cenário A2 (pessimista), porém abrangendo uma maior área. Isto deve ocorrer a
partir do ano de 2030 e se agravar no ano de 2070, passando a variar entre 24 e 26º C (Figura
5.7.1.2).
Na porção norte as temperaturas, devem variar de 1 a 2º C, passando de 20º C no ano de 2030
para 20 e 22º C no ano de 2040 no cenário B2 (otimista). Já, no cenário A2 (pessimista), devem
ocorrer a partir do ano de 2030.
Figura 5.7.1.2 - Temperaturas mínimas nos cenários B2 e A2 para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS nos cenários B2 e A2. Mapeamento elaborado pelo autor.
81
As temperaturas médias no cenário otimista (B2) devem variar entre 24 e 30º C,
principalmente na porção sul da bacia, onde esta variação deve ficar entre 28 e 30 º C, a partir do
ano de 2040. Já, no cenário pessimista (A2), isto deve ocorrer a partir do ano de 2020 se agravando
a partir de 2060 (Figura 5.7.1.3).
Na porção norte as temperaturas devem variar também de 1 a 2º C, passando de 24 - 26º C no
ano de 2030 para 26 e 28º C no ano de 2040 no cenário B2 (otimista). Já, no cenário A2
(pessimista) devem ocorrer também a partir do ano de 2040, com aumento da área de abrangência
das temperaturas mais elevadas na porção sul.
Figura 5.7.1.3 - Temperaturas médias nos cenários B2 e A2 para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS nos cenários B2 e A2. Mapeamento elaborado pelo autor.
82
5.8 Modelo hidrológico mensal semidistribuído
5.8.1 Relação entre o escoamento superficial estimado pelo modelo e o observado no posto
fluviométrico
O modelo hidrológico mensal semidistribuído foi executado para simular o escoamento
superficial mensal dos postos fluviométricos da bacia hidrográfica do rio Brígida – PE (Tabela
4.7.6.1).
A Figura 5.8.1.1 mostra a relação entre o escoamento médio estimado pelo modelo e o
escoamento observado médio nos postos fluviométricos F1 e F2, entre os anos de 1966 a 1973.
Verifica-se que o modelo superestima o escoamento superficial em quase todos os meses.
Figura 5.8.1.1 - Relação entre o escoamento superficial estimado pelo modelo e o observado no fluviômetro: F1 (posto fluviométrico de Jacaré localizado no riacho São Pedro) e F2 (posto fluviométrico do Poço do Fumo localizado no riacho Gravatá) para o período de 1966 a 1973 na bacia hidrográfica do rio Brígida – PE. Fonte: Próprio autor.
A calibração do modelo hidrológico mensal semidistribuído para a bacia hidrográfica do rio
Brígida - PE apresentou Coeficiente de Eficiência de Nash e Sutcliffe de 97,66% (fluviômetro F1) e
98,33 % (fluviômetro F2) e os erros relativos (ER(01) e ER(2)) foram de 10,66% e 12,99% para F1
e de 11,65% e 12% para F2.
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
Jan
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Escoamento Superficial Estimado - Fluviômetro F1 Escoamento Superficial Observado - Fluviômetro F1
Escoamento Superficial Estimado - Fluviômetro F2 Escoamento Superficial Observado - Fluviômetro F2
1967 1968 1969 1971 19731966
83
Na calibração do modelo os dados de profundidade e porosidade usados para derivar a
capacidade de campo para a área de abrangência dos fluviômetros apresentaram os seguintes
resultados:
As profundidades fixadas para a sub-bacia riacho São Pedro – sub-bacia S1 – posto
fluviométrico F1 que abrange os municípios de Araripina, Parnamirim, Ouricuri e Trindade foram
de 0,8, 0,6, 0,9 e 0,5 m; porosidades de 0,4, 0,2, 0,3 e 0,2 m e capacidade de campo de 320, 100,
270 e 120, respectivamente.
As profundidades do solo fixadas para a sub-bacia do riacho Gravatá – sub-bacia S2 – posto
fluviométrico F2 que abrange os municípios de Ipubí, Bodocó, Parnamirim e Ouricuri foram de 0,8,
0,4, 0,8 e 0,7 m; porosidades de 0,4, 0,3, 0,5 e 0,2 m e capacidade de campo fixada de 320, 120, 400
e 140 mm, respectivamente.
Durante o período de calibração do modelo hidrológico verificou-se elevada sensibilidade do
escoamento superficial à capacidade de campo, pois este dado está diretamente relacionado a
porosidade e a profundidade do solo da bacia, e ainda pelo fato da bacia hidrográfica do rio Brígida
- PE estar localizada em ambiente cristalino e de solo rasos, que acaba influenciando diretamente o
comportamento do escoamento superficial.
5.8.2 Cenário B2 e A2 – escoamento superficial estimado para os anos 2020, 2030, 2040, 2050,
2060 e 2070 - Posto Fluviométrico F1
O escoamento superficial no cenário B2 (Otimista) e A2 (Pessimista) na área do posto
fluviométrico F1 para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 está representado na Figura
5.8.2.1.
No cenário B2 (Otimista), a partir do ano de 2020 o escoamento superficial máximo mensal
sofrerá um decréscimo durante toda a estação chuvosa; e se agravará no ano de 2070. Já no cenário
A2 (Pessimista), o decréscimo no escoamento superficial máximo mensal será mais acentuado.
Porém, de acordo com valor de (u(tn)) do teste de Mann – Kendall, a redução do escoamento
superficial é não significativa, tanto no cenário otimista (u(tn) = – 1,740) como no cenário
pessimista (u(tn) = – 1,829).
Nesta perspectiva, pode-se inferir que haverá uma redução no escoamento superficial máximo
mensal em todos os anos analisados a partir de 2020, principalmente no cenário pessimista (Figura
5.8.2.1), apesar da redução ser estatisticamente não significativa.
84
Figura 5.8.2.1 – Cenário B2 e A2 – escoamento superficial estimado para os anos 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 - posto fluviométrico F1.
Fonte: Próprio autor. 5.9.3 Cenário B2 e A2 – escoamento superficial estimado para os anos 2020, 2030, 2040, 2050,
2060 e 2070 - Posto Fluviométrico F2
O escoamento superficial no cenário B2 (Otimista) e A2 (Pessimista) no posto fluviométrico
F2 para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 estão representados na Figura 5.8.3.1.
No cenário B2 (Otimista), a partir do ano de 2020 o escoamento superficial máximo mensal
será irregular, com os picos máximos do escoamento superficial em queda, ou seja, o escoamento
superficial máximo mensal se reduzirá, podendo se agravar no ano de 2070.
Já no cenário A2 (Pessimista), o decréscimo no escoamento superficial máximo mensal será
mais acentuado. Porém, também de acordo com valor de (u(tn)) do teste de Mann – Kendall,
verifica-se uma redução não significativa no escoamento superficial ao longos dos anos analisados,
tanto no cenário otimista (u(tn) = – 1,824) como no cenário pessimista (u(tn) = – 1,895).
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50Ja
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Set
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.
Cenário Otimista B2 Cenário Pessimista A2Fluviômetro F1
2020 2030 2040 2050 2060 2070
85
Figura 5.8.3.1 - Cenário B2 e A2 – escoamento superficial estimado para os anos 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 - posto fluviométrico F2.
Fonte: Próprio autor.
Nos cenários A2 e B2, nas áreas de ambos os postos fluviométricos F1 e F2, o escoamento
superficial tem seguido os padrões chuvosos na bacia, apesar do escoamento superficial máximo
permanecer por alguns meses.
Como a bacia é pobre no tocante a capacidade de drenagem, e pouco suscetível a enchentes
em face de precipitações normais, reflete a influência da origem geológica, da topografia, dos tipos
de solo, da vegetação e das intensidades de precipitação, resultando numa baixa capacidade de
infiltração da água das chuvas ao longo do tempo e espaço, que resulta em nível moderado de
escoamento superficial, não contribuindo na concentração de águas que possibilitem cheias rápidas;
consequentemente, menores serão os riscos de rápida concentração de água da chuva no canal
principal, visto que, a precipitação pluviométrica na bacia hidrográfica do rio Brígida se concentra
em diferentes pontos, concorrendo para amenizar a influência da intensidade de chuvas, as quais
poderiam causar maiores variações no escoamento superficial ao longo dos cursos d'água e
consequentemente as enchentes.
Sendo assim, e com aumento das temperaturas em maior proporção na porção sul do que na
porção norte e/ou redução nos índices de precipitação, que resulta na redução do escoamento
superficial, e agora projetada para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070, tornará a bacia
0,00
0,50
1,00
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.
Cénário Otimista B2 Cenário Pessimista A2Fluviômetro F2
2020 2030 2040 2050 2060 2070
86
do rio Brígida deficitária em recursos hídricos; que é preocupante, visto que boa parte da população
é dependente da água da chuva, seja para a agricultura, agropecuária e abastecimento público.
87
6 CONCLUSÕES
O modelo hidrológico de balanco hídrico calibrado para a bacia hidrográfica do rio Brígida
se mostrou satisfatório para estimar e simular o escoamento superficial da bacia, com Nash e
Sutcliffe de aproximadamente 98%.
O escoamento superficial máximo mensal tem sofrido redução ao longo dos anos, e as
projeções são de que haja um decréscimo destes índices nos anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060
e 2070.
Em geral, os índices pluviais anuais e mensais apresentam tendência de queda. A principal
redução nas precipitações ocorre na porção sul da bacia. E, é nesta porção, onde se concentra boa
parte da população da região e uma cobertura vegetal de caatinga já bastante degradada.
Este estudo reforça a hipotese do El Niño provocar queda nas precipitações na bacia
hidrográfica do rio Brígida, uma vez que aplicando o teste de Mann – Kendall, 80% dos postos
analisados, em anos de El Niño, apresentaram queda nos índices pluviais.
De acordo com as projeções, as temperaturas são menos elevadas na porção norte e mais
elevadas na porção centro-sul e para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050, 2060 e 2070 é de aumento
de 1 a 2º C, nas projeções mais otimistas.
A principal região da bacia a sofrer com as transformações na cobertura vegetal é a porção
centro-sul, pois a variação vegetacional é intensa nestas localidades, devido principalmente as
condições climáticas, do tipo de solo, da estrutura geológica e do uso antrópico.
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99
ANEXO A
100
Tabela A1: Postos pluviométricos selecionados na bacia hidrográfica do rio Brígida – PE.
Nª Código Posto Período Total médio anual (mm) 01 3749865 Serrolândia 1962-1985 721,7 02 3758187 Araripina 1935-2007 689,1 03 3759083 Feitoria 1935-1988 834,8 04 3759162 Serra Branca 1963-1988 774,5 05 3759321 Morais 1963-1990 947,7 06 3759374 Ipubi 1963-2007 647,8 07 3759551 Trindade 1963-2007 583,8 08 3759636 Barra São Pedro 1935-1989 662,7 09 3759772 Eng. Camacho 1959-1990 637,7 10 3759789 Ouricuri 1913-2007 579,8 11 3768286 Santa Filomena 1935-1992 576,8 12 3769041 Jatobá 1963-1990 657,5 13 3769118 Varginha 1963-1991 613,4 14 3769393 Matias 1963-1993 484,5 15 3840832 Serra das Tabocas 1962-1986 1087,4 16 3850058 Exu 1935-2007 798 17 3850614 Bodocó 1963-2007 638,4 18 3850865 Colinas 1963-1985 606,4 19 3850917 Estaca 1963-1990 614,7 20 3851605 Ipueira 1963-1988 651,6 21 3860146 Icaiçara 1963-1992 637 22 3860189 Parnamirim 1912-2007 832,2 23 3860352 Poço do Fumo 1963-1992 618 24 3860533 Jacaré-Parnamirim 1963-1991 488,9 25 3768688 Campo Santo 1963-1987 582,1 26 3769552 Santa Cruz 1937-1990 537,3 27 3769759 Bezerro 1963-1994 570,4 28 3850478 Granito 1963-2006 539,2 29 3850493 Moreilândia 1963-2007 642,9 30 3851568 Santa Rosa 1963-1992 683,3 31 3769163 Jacaré-Ouricuri 1963-1985 625,8 32 3851839 Serrita 1963-1991 576,5 33 3861115 Abóboras 1963-1993 621,7
Média geral dos totais anuais 660,5 Fonte: (LAMEPE, 2010). Elaborada pelo autor.
101
ANEXO B
102
Este tópico analisa as temperaturas mensais nos cenários A2 e B2, para os anos de 2020, 2030,
2040, 2050, 2060 e 2070.
B1 Cenário A2 para o ano de 2020
Na bacia do rio Brígida as temperaturas médias projetadas variam entre 22 e 32º C. Os meses
mais quentes serão: setembro, outubro, novembro e dezembro, com destaque para outubro e
novembro com temperaturas entre 28 e 30º C na porção sul da bacia. Cabe ainda citar que no mês
de janeiro a temperatura média é superior aos meses subsequentes, principalmente ao sul da região.
De fevereiro a maio, as temperaturas estarão entre 22 a 24º C na porção norte e 24 a 26º C na
porção sul. Já no mês de junho a temperatura estará entre 26 e 28º C (Figura B1).
Figura B1 - Temperatura média mensal projetada para o ano de 2020, cenário A2.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS. Mapeamento elaborado pelo autor.
103
B2 Cenário B2 para o ano de 2020
Este cenário apresenta média projetada de temperaturas entre 22 e 32º C. Os meses mais
quentes serão os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, com destaque para o mês de
outubro em que as temperaturas médias estarão entre 28 e 30º C. Já nos meses de fevereiro a julho
as temperaturas estarão entre 24 e 26º C na porção sul e 22 a 24º C na porção norte. Já no mês de
janeiro a temperatura estará entre 24º C e 26º C em toda a bacia (Figura B2).
Figura B2 - Temperatura média mensal projetada para o ano de 2020, cenário B2.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS. Mapeamento elaborado pelo autor.
104
B3 Cenário A2 para o ano de 2030
Para a bacia, as temperaturas médias se elevam, sobretudo durante os meses de outubro,
novembro e dezembro ficando entre 28 a 32º C, principalmente durante os meses novembro que
ficará entre 30 a 32º C em boa parte da porção sul. Isso ocorre devido à densidade da vegetação na
Chapada do Araripe, onde a cobertura vegetal tem o poder de amenizar a temperatura do ambiente.
Cabe citar temperaturas mais amenas no norte da bacia nos meses chuvosos, com destaque
para os meses de março e abril, com temperaturas entre 22 e 24ºC. Já na porção sul as temperaturas
médias serão mais severas (Figura B3).
Figura B3 - Temperatura média mensal projetada para o ano de 2030, cenário A2.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS. Mapeamento elaborado pelo autor.
105
B4 Cenário B2 para o ano de 2030
Para este cenário, as temperaturas de setembro a dezembro estarão entre 26 e 30º C,
principalmente na porção sul da bacia que será de 28 a 30º C. As temperaturas são mais amenas ao
longo dos meses mais chuvosos, com destaque para os meses de janeiro, fevereiro e março, que na
porção sul estará entre 26 e 28º C. Já na porção norte as temperaturas serão mais amenas (Figura
B4).
Figura B4 -Temperatura média mensal projetada para o ano de 2030, cenário B2.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS. Mapeamento elaborado pelo autor.
106
B5 Cenário A2 para o ano de 2040
Neste cenário, as temperaturas médias de setembro a dezembro se elevam e estarão entre 28 a
30º C, com destaque para o mês de dezembro na porção sul, que ficarão entre 30 e 32º C. As
temperaturas aumentam significativamente ao longo dos meses mais chuvosos, ou seja, de janeiro a
maio, principalmente na porção sul da bacia. Na porção norte serão mais amenas (Figura B5).
Figura B5 - Temperatura média mensal projetada para o ano de 2040, cenário A2.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS. Mapeamento elaborado pelo autor.
B6 Cenário B2 para o ano de 2040
Neste cenário, as temperaturas de outubro, novembro e dezembro estarão entre 28 e 32º C,
principalmente na porção sul da bacia, com destaque para os meses de outubro e novembro, em que
107
as temperaturas médias estarão entre 28 e 30º C. Cabe frisar que as temperaturas aumentam
significativamente ao longo dos meses mais chuvosos, ou seja, de janeiro a maio, principalmente na
porção sul da bacia (Figura B6).
Figura B6 -Temperatura média mensal projetada para o ano de 2040, cenário B2.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS. Mapeamento elaborado pelo autor.
B7 Cenário A2 para o ano de 2050
Neste cenário, as temperaturas médias de setembro a dezembro estarão entre 28 a 32º C,
principalmente no mês de dezembro em que a temperaturas médias estará entre 30 e 32º C em toda
da bacia. As temperaturas aumentam também ao longo dos meses mais chuvosos, ou seja, de janeiro
108
a maio, principalmente na porção sul da bacia, com destaque para os meses de janeiro e maio com
médias entre 26 e 28º C. Os meses de junho e julho são os que possuem temperaturas mais amenas
(Figura B7).
Figura B7 - Temperatura média mensal projetada para o ano de 2050, cenário A2.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS. Mapeamento elaborado pelo autor.
B8 Cenário B2 para o ano de 2050
Neste cenário, as temperaturas de setembro, outubro, novembro e dezembro estarão entre 28 e
32º C, principalmente na porção sul da bacia. Cabe frisar que as temperaturas aumentam
significativamente ao longo dos meses mais chuvosos, ou seja, de janeiro a maio, principalmente na
parte sul, com destaque para o mês de maio. Os meses com temperaturas médias mais amenas serão
junho, julho e agosto (Figura B8).
109
Figura B8 - Temperatura média mensal projetada para o ano de 2050, cenário B2.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS. Mapeamento elaborado pelo autor.
B9 Cenário A2 para o ano de 2060
Neste cenário, as temperaturas médias de setembro a dezembro estarão entre 28 a 32º C,
principalmente no mês de novembro e dezembro em que a temperatura média estará entre 30 e 32º
C em toda porção sul da bacia. As temperaturas aumentam também ao longo dos meses mais
chuvosos, ou seja, de janeiro a maio, principalmente na porção sul da bacia, com destaque para os
meses de janeiro, fevereiro e março com médias entre 28 e 30º C na porção sul (Figura B9).
110
Figura B9 - Temperatura média mensal projetada para o ano de 2060, cenário A2.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS. Mapeamento elaborado pelo autor.
B10 Cenário B2 para o ano de 2060
Neste cenário, as temperaturas médias de setembro, outubro, novembro e dezembro estarão
entre 28 e 32º C, com destaque para o mês de dezembro no sul da bacia com temperaturas entre 30 e
32º C. As temperaturas médias ao longo dos meses mais chuvosos são mais amenas no norte da
bacia. Já na porção norte a temperaturas serão mais severas (Figura B10).
111
Figura B10 - Temperatura média mensal projetada para o ano de 2060, cenário B2.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS. Mapeamento elaborado pelo autor.
B11 Cenário A2 para o ano de 2070
Neste cenário, as temperaturas médias de outubro, novembro e dezembro estarão entre 30 a
32º C, principalmente no mês de novembro em que a temperatura média estará entre 30 e 32º C em
toda a bacia. As temperaturas aumentam também ao longo dos meses mais chuvosos, ou seja, de
janeiro a maio, principalmente na parte sul da bacia, com destaque para os meses de janeiro e
fevereiro com médias entre 28 e 30º C na porção sul da bacia (Figura B11).
112
Figura B11 - Temperatura média mensal projetada para o ano de 2070, cenário A2.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS. Mapeamento elaborado pelo autor.
B12 Cenário B2 para o ano de 2070
Neste cenário, as temperaturas médias de setembro, outubro, novembro e dezembro estarão
entre 28 e 32º C, com destaque para o mês de dezembro no sul da bacia com temperaturas médias
de 32º C. As temperaturas médias ao longo dos meses mais chuvosos sofrem aumento
principalmente na porção sul, com temperaturas médias de 28 a 30º C. Os meses de junho e agosto
serão os que possuem temperaturas mais amenas (Figura B12).
113
Figura 1.12.1 - Temperatura média mensal projetada para o ano de 2070, cenário B2.
Fonte: Dados de temperatura do modelo PRECIS. Mapeamento elaborado pelo autor.
Em resumo, percebe-se que as temperaturas poderão ser mais severas durante os meses de
setembro a dezembro, principalmente no cenário pessimista (A2) em que a média mensal estará
entre 28 e 32º C, principalmente na porção sul. Já para os meses de janeiro em diante as
temperaturas médias mensais também se elevaram principalmente no sul da bacia, visto que, é nesta
área onde as precipitações são menos frequentes, o que pode trazer sérios problemas sociais e
ambientais. O cenário (B2) otimista, também indica resultados próximos, porém com temperaturas
mais amenas. Os meses mais chuvosos também ocorrem aumento nas temperaturas, sobretudo na
porção sul da bacia, enquanto que no norte as temperaturas serão mais amenas durante todo ano.
114
ANEXO C
115
Figura C1.1 - Semivariograma – temperatura média 2020 – Cenário A2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
1,02
2,05
3,07
4,09
5,11
Fonte: Próprio autor.
Figura C1.2 - Semivariograma – temperatura média 2020 – Cenário B2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
1,01
2,02
3,03
4,04
5,04
Fonte: Próprio autor.
Figura C2.1 - Semivariograma – temperatura média 2030 - Cenário A2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
1,01
2,03
3,04
4,05
5,06
Fonte: Próprio autor.
Figura C2.2 - Semivariograma – temperatura média 2030 – Cenário B2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,97
1,94
2,91
3,89
4,86
Fonte: Próprio autor.
116
Figura C3.1 - Semivariograma – temperatura média 2040 - Cenário A2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
1,01
2,03
3,04
4,05
5,07
Fonte: Próprio autor.
Figura C3.2 - Semivariograma – temperatura média 2040 - Cenário B2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,99
1,99
2,98
3,98
4,97
Fonte: Próprio autor.
Figura C4.1 - Semivariograma – temperatura média 2050 - Cenário A2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,87
1,73
2,6
3,46
4,33
Fonte: Próprio autor.
Figura C4.2 - Semivariograma – temperatura média 2050 - Cenário B2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
1,01
2,01
3,02
4,02
5,03
Fonte: Próprio autor.
117
Figura C5.1 - Semivariograma – temperatura média 2060 - Cenário A2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
1,16
2,32
3,48
4,64
5,8
Fonte: Próprio autor.
Figura C5.1 - Semivariograma – temperatura média 2060 - Cenário B2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,72
1,44
2,16
2,87
3,59
Fonte: Próprio autor.
Figura C6.1 - Semivariograma – temperatura média 2070 - Cenário A2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
1,3
2,6
3,9
5,19
6,49
Fonte: Próprio autor.
Figura C6.2 - Semivariograma – temperatura média 2070 - Cenário B2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
1,25
2,5
3,76
5,01
6,26
Fonte: Próprio autor.
118
Figura C7.1 - Semivariograma – temperatura mínima 2020 - Cenário A2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
1,07
2,14
3,21
4,28
5,35
Fonte: Próprio autor.
Figura C7.2 - Semivariograma – temperatura mínima 2020 - Cenário B2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
1,1
2,2
3,3
4,41
5,51
Fonte: Próprio autor.
Figura C8.1 - Semivariograma – temperatura mínima 2030 - Cenário A2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
1,26
2,53
3,79
5,06
6,32
Fonte: Próprio autor.
Figura C8.2 - Semivariograma – temperatura mínima 2030 - Cenário B2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2-1,57
0
1,57
3,14
4,71
6,28
Fonte: Próprio autor.
119
Figura C9.1 - Semivariograma – temperatura mínima 2040 - Cenário A2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2-1,77
0
1,77
3,54
5,31
7,08
Fonte: Próprio autor.
Figura C9.2 - Semivariograma – temperatura mínima 2040 - Cenário B2.
Distance, h
γ 10
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
1,54
3,07
4,61
6,15
7,68
Fonte: Próprio autor.
Figura C10.1 - Semivariograma – temperatura mínima 2050 - Cenário A2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,17
0,34
0,51
0,68
0,85
Fonte: Próprio autor.
Figura C10.2 - Semivariograma – temperatura mínima 2050 - Cenário B2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,18
0,36
0,54
0,71
0,89
Fonte: Próprio autor.
120
Figura C11.1 - Semivariograma – temperatura mínima 2060 - Cenário A2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,2
0,39
0,59
0,78
0,98
Fonte: Próprio autor.
Figura C11.2 - Semivariograma – temperatura mínima 2060 - Cenário B2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,21
0,41
0,62
0,82
1,03
Fonte: Próprio autor.
Figura C12.1 - Semivariograma – temperatura mínima 2070 - Cenário A2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,22
0,45
0,67
0,89
1,11
Fonte: Próprio autor.
Figura C12.2 - Semivariograma – temperatura mínima 2070 - Cenário B2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2-0,28
0
0,28
0,56
0,84
1,13
Fonte: Próprio autor.
121
Figura C13.1 - Semivariograma – temperatura máxima 2020 - Cenário A2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,24
0,47
0,71
0,94
1,18
Fonte: Próprio autor.
Figura C13.2 - Semivariograma – temperatura máxima 2020 - Cenário B2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2-0,29
0
0,29
0,57
0,86
1,15
Fonte: Próprio autor.
Figura C14.1 - Semivariograma – temperatura máxima 2030 - Cenário A2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,23
0,46
0,69
0,92
1,15
Fonte: Próprio autor.
Figura C14.2 - Semivariograma – temperatura máxima 2030 - Cenário B2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,23
0,47
0,7
0,94
1,17
Fonte: Próprio autor.
122
Figura C15.1 - Semivariograma – temperatura máxima 2040 - Cenário A2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,23
0,45
0,68
0,91
1,14
Fonte: Próprio autor.
Figura C15.2 - Semivariograma – temperatura máxima 2040 - Cenário B2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,23
0,46
0,7
0,93
1,16
Fonte: Próprio autor.
Figura C16.1 - Semivariograma – temperatura máxima 2050 - Cenário A2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,23
0,45
0,68
0,9
1,13
Fonte: Próprio autor.
Figura C16.2 - Semivariograma – temperatura máxima 2050 - Cenário B2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,23
0,46
0,69
0,93
1,16
Fonte: Próprio autor.
123
Figura C17.1 - Semivariograma – temperatura máxima 2060 - Cenário A2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,23
0,45
0,68
0,9
1,13
Fonte: Próprio autor.
Figura C17.2 - Semivariograma – temperatura máxima 2060 - Cenário B2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2-0,28
0
0,28
0,56
0,84
1,12
Fonte: Próprio autor.
Figura C18.1 - Semivariograma – temperatura máxima 2070 - Cenário A2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,23
0,46
0,68
0,91
1,14
Fonte: Próprio autor.
Figura C18.2 - Semivariograma – temperatura máxima 2070 - Cenário B2.
Distance, h
γ
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
0,24
0,47
0,71
0,94
1,18
Fonte: Próprio autor.
124
Figura C19.1 - Semivariograma – Precipitação total anual no âmbito da bacia.
Distance, h
γ 10-5
0 0,18 0,35 0,53 0,71 0,88 1,06 1,23 1,41
0,22
0,45
0,67
0,89
1,11
Fonte: Próprio autor.
Figura C20.1 - Semivariograma – precipitação média mensal no âmbito da bacia – janeiro.
Distance, h
γ 10-3
0 0,18 0,35 0,53 0,71 0,88 1,06 1,23 1,41
0,22
0,45
0,67
0,89
1,12
Fonte: Próprio autor.
Figura C21. - Semivariograma – precipitação média mensal no âmbito da bacia – fevereiro.
Distance, h
γ 10-3
0 0,18 0,35 0,53 0,71 0,88 1,06 1,23 1,41
0,44
0,88
1,32
1,76
2,2
Fonte: Próprio autor.
Figura C22.1 - Semivariograma – precipitação média mensal no âmbito da bacia – março.
Distance, h
γ 10-3
0 0,18 0,35 0,53 0,71 0,88 1,06 1,23 1,41
0,89
1,77
2,66
3,55
4,43
Fonte: Próprio autor.
125
Figura C23.1 - Semivariograma – precipitação média mensal no âmbito da bacia – abril.
Distance, h
γ 10-3
0 0,18 0,35 0,53 0,71 0,88 1,06 1,23 1,41
1,43
2,85
4,28
5,7
7,13
Fonte: Próprio autor.
Figura C24.1 - Semivariograma – precipitação média mensal no âmbito da bacia – maio.
Distance, h
γ 10-3
0 0,18 0,35 0,53 0,71 0,88 1,06 1,23 1,41
1,1
2,21
3,31
4,41
5,52
Fonte: Próprio autor.
Figura C25.1 - Semivariograma – precipitação média mensal no âmbito da bacia – junho.
Distance, h
γ 10-3
0 0,18 0,35 0,53 0,71 0,88 1,06 1,23 1,41
0,29
0,59
0,88
1,18
1,47
Fonte: Próprio autor.
Figura C26.1 - Semivariograma – precipitação média mensal no âmbito da bacia – julho.
Distance, h
γ 10-3
0 0,18 0,35 0,53 0,71 0,88 1,06 1,23 1,41
0,55
1,1
1,66
2,21
2,76
Fonte: Próprio autor.
126
Figura C27.1 - Semivariograma – precipitação média mensal no âmbito da bacia – agosto.
Distance, h
γ 10-2
0 0,18 0,35 0,53 0,71 0,88 1,06 1,23 1,41
0,51
1,02
1,52
2,03
2,54
Fonte: Próprio autor.
Figura C28.1 - Semivariograma – precipitação média mensal no âmbito da bacia – setembro.
Distance, h
γ 10-2
0 0,18 0,35 0,53 0,71 0,88 1,06 1,23 1,41
0,52
1,03
1,55
2,07
2,58
Fonte: Próprio autor.
Figura C29.1 - Semivariograma – precipitação média mensal no âmbito da bacia – outubro.
Distance, h
γ 10-2
0 0,18 0,35 0,53 0,71 0,88 1,06 1,23 1,41
0,67
1,35
2,02
2,7
3,37
Fonte: Próprio autor.
Figura C30.1 - Semivariograma – precipitação média mensal no âmbito da bacia – novembro.
Distance, h
γ 10-2
0 0,18 0,35 0,53 0,71 0,88 1,06 1,23 1,41
1,4
2,79
4,19
5,59
6,99
Fonte: Próprio autor.
127
Figura C31.1 - Semivariograma – precipitação média mensal no âmbito da bacia – dezembro.
Distance, h
γ 10-3
0 0,18 0,35 0,53 0,71 0,88 1,06 1,23 1,41
0,24
0,48
0,71
0,95
1,19
Fonte: Próprio autor.