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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO BEATRIZ DA SILVA CATTA ANÁLISE PARASITOLÓGICA DA PARTE AÉREA E SISTEMA RADICULAR DO Coriandrum sativum L. CULTIVADO NOS MUNICÍPIOS DE POMBOS, VITÓRIA DE SANTO ANTÃO E CABO DE SANTO AGOSTINHO Vitória de Santo Antão 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

BEATRIZ DA SILVA CATTA

ANÁLISE PARASITOLÓGICA DA PARTE AÉREA E SISTEMA RADICULAR DO

Coriandrum sativum L. CULTIVADO NOS MUNICÍPIOS DE POMBOS, VITÓRIA DE

SANTO ANTÃO E CABO DE SANTO AGOSTINHO

Vitória de Santo Antão

2019

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BEATRIZ DA SILVA CATTA

ANÁLISE PARASITOLÓGICA DA PARTE AÉREA E SISTEMA RADICULAR DO

Coriandrum sativum L. CULTIVADO NOS MUNICÍPIOS DE POMBOS, VITÓRIA DE

SANTO ANTÃO E CABO DE SANTO AGOSTINHO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Graduação em Nutrição do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco em cumprimento a requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição, sob orientação Professora Drª Vitorina Nerivania Covello Rehn.

Vitória de Santo Antão

2019

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Catalogação na fonte

Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV. Bibliotecária Ana Ligia F. dos Santos, CRB4-2005

C368a Catta, Beatriz da Silva.

Análise parasitológica da parte aérea e sistema radicular do coriandrum sativum l. cultivado nos municípios de Pombos, Vitória de Santo Antão e Cabo de Santo Agostinho./ Beatriz da Silva Catta. - Vitória de Santo Antão, 2019.

69 folhas.

Orientadora: Vitorina Nerivania Covello Rehn. TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco, CAV, Bacharelado

em Nutrição, 2019. Inclui referências e apêndice.

1. Parasitologia de Alimentos. 2. Verduras. 3. Coriandrum. I. Rehn, Vitorina Nerivania Covello (Orientadora). II. Título.

576.163 CDD (23. ed.) BIBCAV/UFPE-004/2020

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BEATRIZ DA SILVA CATTA

ANÁLISE PARASITOLÓGICA DA PARTE AÉREA E SISTEMA RADICULAR DO

Coriandrum sativum L. CULTIVADO NOS MUNICÍPIOS DE POMBOS, VITÓRIA DE

SANTO ANTÃO E CABO DE SANTO AGOSTINHO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Graduação em Nutrição do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco em cumprimento a requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição

Data: 12/11/2019.

Banca Examinadora

____________________________________

Profª Drª. Vitorina Nerivania Covello Rehn

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Núcleo de Enfermagem

____________________________________

Danielle Feijó de Moura

Doutoranda – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

____________________________________

Marton Kaique de Andrade Cavalcante

Doutorando - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

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Dedico aos meus pais, Tony e Rosali Catta, ao meu irmão Thierry e a minha

querida e amada avó Colette Catta (in memoriam).

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pai de infinita bondade e misericórdia, que foi meu alicerce nos momentos

difíceis, meu protetor e conselheiro no qual confio.

A meus pais Tony e Rosali Catta, detentores da minha eterna gratidão, que desde

meus primeiros passos ensinaram-me valores e virtudes que tornaram-me o que

sou.

Ao meu irmão Thierry Catta, que me apoia constantemente nas horas difíceis.

As minhas avós Maria José, Antônia Idalina e Colette Catta (in memoriam) que

sempre estiveram comigo, me mostrando a importância do amor ao próximo.

A minha madrinha de Batismo Josefa Helena, minha segunda mãe e minha

inspiração.

A minha querida professora e agora amiga Vitorina Rehn, que me acolheu com olhar

materno, me escutando e aconselhando todas as vezes em que precisei.

Aos meus amigos da faculdade, que tornaram o caminho menos árduo e

proporcionaram momentos que jamais esquecerei.

Aos meus antigos professores, meus amigos da fé e todos os anjos que me

ajudaram a concretizar este projeto.

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RESUMO

O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma hortaliça cultivada durante todo o ano, de clima quente e muito consumida no Brasil, tendo grande valor e importância comercial. Apresenta micronutrientes importantes ao corpo humano, sendo fonte de folato, cálcio, vitamina A, vitamina C, vitamina B12 e polifenóis; como recurso terapêutico é tido como anti hipolipemiante, ansiolítico, sedativo, diurético, anti hiperglicemiante, anti helmíntico, entre outros. Todavia, de acordo com a forma de cultivo, características do campo de produção e manipulação da hortaliça, esta pode ser veiculadora de parasitas que provocam danos, especialmente no trato gastrointestinal. Assim sendo, o presente estudo objetivou investigar a qualidade higiênica sanitária da porção folhosa e sistema radicular de amostras de coentro cultivados na estação chuvosa e de seca, nos municípios pernambucanos de Pombos, Vitória de Santo Antão e Cabo de Santo Agostinho. A coleta deu-se diretamente no campo, e a quantidade de amostras variou em cada localidade em virtude de diferenças como tamanho da propriedade e da produção. 71 plantas foram coletadas na estação chuvosa e 106 na estação seca. O caule da planta foi cortado e todas as folhas, com as propriedades organolépticas preservadas, foram acondicionadas em recipiente plástico com tampa de rosca (60mL) contendo 40mL solução de formaldeído tamponado a 5%. Os sistemas radiculares intactos também foram imersos na mesma solução de preservação. Os recipientes com as amostras foram submetidos ao agitador na velocidade 5000rpm durante cinco minutos, seguido de um período de sedimentação de 24 horas a temperatura ambiente. A análise parasitológica foi realizada em quadruplicata, através da leitura em microscópio óptico. A análise demostrou níveis consideráveis de contaminação parasitária, sobretudo na estação chuvosa. Formas evolutivas parasitárias de Entamoeba sp, Giardia lamblia, Ancylostoma spp e oocistos foram encontradas nas folhas e rizosfera do coentro, com a contaminação da raiz sendo superior nas duas estações, em quase todos os municípios. Houve uma prevalência considerável de ovos de Ascaris nas raízes do coentro, quando comparado as folhas, o que sugere certa facilidade de aderência do parasita no sistema radicular. Em duas amostras provenientes de Vitória de Santo Antão e Cabo de Santo Agostinho foi assinalado ovos de Enterobius vermicularis, o que revela uma possível contaminação da planta através da manipulação por hospedeiros infectados ou até mesmo através de ovos suspensos no ar (poeira) que são dispersos facilmente devido a sua leveza. Sugere-se a remoção das raízes do coentro no local de plantio, bem como evitar a mescla de diferentes hortaliças em uma mesma embalagem.

Palavras-chave: Coriandrum sativum. Hortaliça folhosa. Contaminação parasitária.

Sazonalidade.

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ABSTRACT

Coriander (Coriandrum sativum L.) is a year-round vegetable grown in a hot climate and widely consumed in Brazil, with great value and commercial importance.It has important micronutrients to the human body, being a source of folate, calcium, vitamin A, vitamin C, vitamin B12 and polyphenols; as therapeutic resource is considered as anti hypolipidemic, anxiolytic, sedative, diuretic, anti hyperglycemic, anthelmintic, among others. However, depending on the form of cultivation, characteristics of the field of production and handling of vegetables, it can be a carrier of parasites that cause damage, especially in the gastrointestinal tract. Thus, the present study aimed to investigate the sanitary hygienic quality of the leafy portion and root system of coriander samples grown in the rainy and dry season, in the Pernambuco municipalities of Pombos, Vitória de Santo Antão and Cabo de Santo Agostinho. The collection took place directly in the field, and the amount of samples varied in each location due to differences such as property size and production. 71 plants were collected in the rainy season and 106 in the dry season. The plant stem was cut and all leaves, with preserved organoleptic properties, were placed in a plastic screw-capped container (60mL) containing 40mL 5% buffered formaldehyde solution. The intact root systems were also immersed in the same preservation solution. Sample containers were shakered at 5000rpm for five minutes, followed by a 24 hour sedimentation period at room temperature. Parasitological analysis was performed in quadruplicate by reading under an optical microscope. The analysis showed considerable levels of parasitic contamination, especially in the rainy season. Parasitic evolutionary forms of Entamoeba sp, Giardia lamblia, Ancylostoma spp and oocysts were found in coriander leaves and rhizosphere, with root contamination being higher in both seasons in almost all municipalities. There was a considerable prevalence of Ascaris eggs in the coriander roots when compared to the leaves, which suggests some ease of adhesion of the parasite to the root system. Two samples from Vitória de Santo Antão and Cabo de Santo Agostinho showed eggs of Enterobius vermicularis, which reveals a possible contamination of the plant through manipulation by infected hosts or even by eggs suspended in the air (dust) that are dispersed. easily due to its lightness. Removing coriander roots at the planting site, as well as avoiding mixing different vegetables in the same package.

Keywords: Coriandrum sativum. Leafy greenery. Parasitic contamination.

Seasonality.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Coentro (Coriandrum sativum) ................................................................17

Figura 2 – Inflorescências do Coriandrum sativum com coloração branca e rosa…18

Figura 3 – Frutos (Sementes) do Coriandrum Sativum.............................................18

Figura 4 – Plantio convencional a campo aberto com irrigação por aspersão..........21

Figura 5 – Plantio em túnel com cobertura de plástico..............................................22

Figura 6 – Plantio do coentro (Coriandrum sativum) por hidroponia.........................22

Figura 7 – Mapa de Vitória de Santo Antão – Pernambuco......................................38

Figura 8 – Mapa de Pombos – Pernambuco.............................................................38

Figura 9 – Mapa do Cabo de Santo Agostinho – Pernambuco, com destaque para o

bairro de Jussaral................................................................................... ...................39

Figura 10 – Acondicionamento das folhas do Coriandrum sativum após a coleta....41

Figura 11 – Acondicionamento das raízes do Coriandrum sativum após a coleta....41

Figura 12 – Amostras de Coriandrum sativum identificadas após coleta;.................41

Figura 13 – Fluxograma com etapas do processamento das amostras de coentro

cultivadas nas cidades de Pombos, Vitória de Santo Antão e Cabo de Santo

Agostinho...................................................................................................................43

Figura 14 - Formas evolutivas de protozoários e helmintos obtidos das amostras de

folhas e raiz de Coriandrum sativum L. cultivadas nas cidades de Pombos, Vitória de

Santo Antão e Cabo de Santo Agostinho..................................................................47

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valores dos principais nutrientes contidos em 100g das folhas e

sementes de coentro..................................................................................................23

Tabela 2 – Variação de valores da recomendação diária dos principais

micronutrientes por faixa etária conforme as DRI’s....................................................24

Tabela 3 – Quantitativo de amostras coletadas nas cidades no período chuvoso e

seco............................................................................................................................40

Tabela 4 – Percentual de amostras contaminadas na parte aérea e rizosfera das

cidade do Cabo de Santo Agostinho, Vitória de Santo Antão e Pombos durante a

estação chuvosa e seca.............................................................................................45

Tabela 5 – Média de contaminação das amostras por estação, nas cidades do Cabo

de Santo Agostinho, Vitória de Santo Antão e Pombos durante a estação chuvosa e

seca............................................................................................................................46

Tabela 6 – Distribuição do percentual geral de propágulos parasitários infecciosos

em amostras de coentro cultivados nas cidades pernambucanas do Cabo de Santo

Agostinho, Vitória de Santo Antão e Pombos durante a estação chuvosa................48

Tabela 7 – Distribuição do percentual geral de propágulos parasitários infecciosos

em amostras de coentro cultivados nas cidades pernambucanas do Cabo de Santo

Agostinho, Vitória de Santo Antão e Pombos durante a estação seca.....................48

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12

2 OBJETIVO ............................................................................................................ 14

3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 15

4 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 17

4.1 ASPECTOS GERAIS DO COENTRO (Coriandrum sativum L.) ......................... 17

4.1.1 Botânica ......................................................................................................... 17

4.1.2 Origem e espécies de coentro ..................................................................... 18

4.1.3 Principais cultivares do coentro .................................................................. 19

4.1.4 Cultivo e ciclo de vegetativo ........................................................................ 20

4.1.5 Aspectos Nutricionais .................................................................................. 23

4.1.6 Usos tradicionais .......................................................................................... 24

4.1.7 Atividades biológicas do Coriandrum sativum ........................................... 26

4.2 CONTAMINAÇÃO DO COENTRO COM PROPÁGULOS DE PARASITOS ....... 27

4.3 PRINCIPAIS PARASITAS .................................................................................. 28

4.3.1 Protozoários .................................................................................................. 28

4.3.1.1 Entamoeba sp .............................................................................................. 28

4.3.1.2 Giardia lamblia ............................................................................................. 29

4.3.2 Protozoários coccídeos (Esporozoários) .................................................... 30

4.3.2.1 Cystoisospora belli ....................................................................................... 30

4.3.2.2 Cryptosporidium sp ...................................................................................... 31

4.3.2.3 Toxoplasma gondii ....................................................................................... 32

4.3.3 Helmintos ....................................................................................................... 33

4.3.3.1 Ascaris lumbricoides .................................................................................... 33

4.3.3.2 Strongyloides stercoralis .............................................................................. 34

4.3.3.3 Ancylostomatidae ......................................................................................... 35

5 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 37

5.1 TIPO DE PESQUISA ......................................................................................... 37

5.2 LOCAL DE COLETA DO COENTRO ................................................................. 37

5.3 PERÍODO DA COLETA ..................................................................................... 39

5.4 ANÁLISE DA ÁREA RURAL .............................................................................. 39

5.5 COLETA DAS AMOSTRAS ............................................................................... 40

5.6 MANIPULAÇÃO DAS AMOSTRAS .................................................................... 41

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5.7 ANÁLISE PARASITOLÓGICA ............................................................................ 43

6 RESULTADOS ..................................................................................................... 45

7 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 51

8 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 56

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 57

APÊNDICE A – CHECK LIST: ANÁLISE DE ÁREA RURAL .................................. 68

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1 INTRODUÇÃO

As hortaliças são plantas do tipo herbáceas, geralmente de ciclo curto, que

exigem intensa mão de obra para os tratos culturais (SILVA, 2017). São

intensamente utilizadas na alimentação humana e a inclusão destes alimentos na

dieta diminuem o risco do desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis,

pois são ricos em vitaminas, minerais, componentes bioativos e fibras, além de

possuírem baixa densidade energética (MAZIERO; JAIME; DURAN, 2017;

MENEZES, 2017).

Nesse grupo de plantas está o coentro (Coriandrum sativum L.). Trata-se de

uma hortaliça de cultivo anual de clima quente, intolerante à baixas temperaturas,

possuindo folhas verdes, raiz principal pronunciada e flores brancas; o sabor e odor

são intensos e todas as partes da planta são comestíveis, inclusive as raízes, que

podem ser consumidas quando estão cozidas (PRACHAYASITTIKUL et al., 2018;

SILVA et al., 2012). O coentro possui um bom valor nutricional sendo rico em folato,

vitamina A, vitamina C, vitamina B12 e polifenóis, como os ácidos ferúlico, cafeico,

gálico e clorogênico (PRACHAYASITTIKUL et al., 2018).

Originário do leste do Mediterrâneo o coentro é amplamente cultivado na

África, Europa e Ásia, sendo utilizado como tempero na preparação de muitos pratos

étnicos da culinária oriental e tailandesa. No Brasil, a hortaliça é muito consumida

tendo grande valor e importância comercial; além disso, possui baixo custo de venda

o que facilita a aquisição. As principais regiões produtoras estão localizadas na

região Nordeste, Centro Oeste e Sul (PRACHAYASITTIKUL et al., 2018; BOMFIM,

2017).

Diversos efeitos benéficos são atribuídos ao coentro devido aos seus efeitos

fitoquimicos, tais como: ação antioxidante, analgésica, neuroprotetora, ansiolítica,

anticancerígena e antibacteriana sendo, desta forma, classificado como um alimento

funcional (PRACHAYASITTIKUL et al., 2018).

Apesar dos benefícios citados o consumo das folhas de coentro vem sendo

apontado como um importante veículo de transmissão de espécies bacteriológicas

como Escherichia coli e espécies parasitárias, como Endolimax nana, Entamoeba

histolytica/dispar, Giardia spp, Ascaris lumbricoides, Taenia spp, Dipylidium spp,

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Trichuris trichiura e Ancylostoma spp; este quadro revela uma ameaça à saúde dos

consumidores, principalmente quando esta hortaliça é consumida crua ou sem

higienização adequada (FERNÁNDEZ et al., 2018; PEREIRA, 2018; PINA, 2017).

As causas relacionadas a contaminação da hortaliça estão associadas as

etapas de pré e pós-produção, podendo acontecer em qualquer fase do processo. A

utilização de água contaminada para a irrigação como também a utilização de

dejetos de animais como fertilizantes, são citados como responsáveis pela

contaminação do coentro e outras hortaliças cultivadas em Pernambuco (ARAÚJO;

ARAÚJO, 2018).

A comercialização da planta na íntegra (parte aérea e sistema radicular),

como é o caso do coentro (ROCHA, 2017), constitui um risco a saúde humana

(FERNÁNDEZ et al., 2018) uma vez que podem veicular propágulos viáveis de

parasitas infecciosos. Os cistos, oocistos, ovos (ABRAHAM et al., 2018) e larvas

(MENEZES, 2013) podem estar presentes no solo (ABRAHAM et al., 2018), se

manterem associados ao sistema radicular (LEITE, 2018) e permanecer viáveis por

até nove anos, como relatado por Katakam (2016), para os ovos de Ascaris suum,

helminto que também infecta o homem.

Desta forma, o presente estudo justifica-se pela necessidade de pesquisas

que demonstrem a presença de organismos patogênicos em solos tropicais que

apresentam o cultivo de vegetais folhosos como o coentro, especialmente em

cidades detentoras de grande produção da hortaliça (ARAÚJO; ARAÚJO, 2018).

Sendo assim, é significativa a análise da parte aérea e do sistema radicular do

Coriandrum sativum L a fim de verificar as características microbiológicas das áreas

estudadas, em virtude da grande comercialização da planta com as raízes no

nordeste (BOMFIM, 2017; ROCHA, 2017).

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14

2 OBJETIVO

2.1 GERAL

Realizar uma análise parasitológica do Coriandrum sativum L. cultivado nos

Municípios de Vitória de Santo Antão, Pombos e Cabo de Santo Agostinho.

2.2 ESPECIFICO

Investigar a contaminação parasitária em amostras de folhas e rizosfera de

Coriandrum sativum L.;

Averiguar se existem diferenças quanto a presença de propágulos

parasitários nas amostras de coentro coletadas durante o período chuvoso e

de estiagem.

Aplicar check list sobre analise da produção rural.

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3 JUSTIFICATIVA

O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma olerícola de grande valor e

importância comercial, possuindo baixo custo de aquisição, sendo amplamente

consumida no Brasil, em especial em Pernambuco, um dos estados com maior

produção (ARAÚJO; ARAÚJO, 2018). Sendo considerada uma cultura doméstica,

esta espécie geralmente é comercializada inteira, com plantio envolvendo um

grande número de produtores, tendo assim, grande importância socioeconômica

(MACEDO, 2012).

O Brasil sendo geograficamente um país com clima tropical e situação

socioeconômica favorável, é propício ao desenvolvimento de parasitoses, tanto em

meio urbano como rural (MENEZES, 2013). Muitas destas infecções parasitárias

estão associadas ao consumo de vegetais crus contaminados, que não foram

submetidos ao processo de higienização (MORAIS, 2011; HASSAN; FAROUK;

ABDUL-GHANI, 2012).

O coentro apresenta um talo curto e as folhas que serão consumidas ficam

próximas a raiz e consequentemente, do solo. (MORAIS, 2011). Por ser

naturalmente comercializada com a rizosfera (ROCHA, 2017), esta pode veicular

diversos parasitos e favorecer a contaminação cruzada com outras hortaliças o que

constitui um grande problema de saúde pública (ESTEVES; FIGUEIRÔA, 2009).

Todavia, são poucas as informações que refletem essa abordagem sobre a

qualidade das hortaliças destinadas a população (MORAIS, 2011), especialmente

nas cidades pernambucanas de Vitória de Santo Antão, Cabo de Santo Agostinho e

Pombos; assim far-se-á necessário o levantamento de informações sobre os

parasitas presentes não só da parte aérea, mas também do sistema radicular que

está em contato direto com o solo.

Desta forma, as informações aqui relatadas fornecerão aspectos sobre a

qualidade da parte aérea e da rizosfera produzidas nestes municípios, no qual sendo

registrados, servirão como fonte de informação para a comunidade acadêmica e a

população em geral. Além disso, fornecerá dados atuais para a Vigilância Sanitária,

uma vez que o tema possui relevância pública, pois há uma grande comercialização

desta hortaliça com a rizosfera no Brasil, que podem estar contaminadas por

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microrganismos patogênicos (ABRAHAM et al., 2018) e contaminar outras espécies

no campo de produção, o que compromete a segurança alimentar do consumidor

(HASSAN; FAROUK; ABDUL-GHANI, 2012; SARAIVA, 2013).

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17

4 REVISÃO DA LITERATURA

4.1 ASPECTOS GERAIS DO COENTRO (Coriandrum sativum L.)

4.1.1 Botânica

O coentro (Coriandrum sativum L.) (Figura 1) pertence à família Apiceae e

gênero Coriandrum L. (SAHIB et al., 2013). É uma planta de ciclo anual e herbácea

(SANTOS, 2016) possuindo raízes do tipo pivotante (altamente ramificadas)

(ROCHA, 2017); os caules são eretos, cilíndricos e ramificados superiormente, o

qual alcançam uma altura de 30 a 60 cm e possuem uma coloração verde,

entretanto, as vezes pode tornar-se vermelho ou violeta durante o período de

floração (LOPES, 2014).

As folhas são alternadas (SANTOS, 2016), lanceoladas

(PRACHAYASITTIKUL et al., 2018), de bordas dentadas, esverdeadas, com lâmina

finamente dividida em segmentos lineares até 15x1mm (LOPES, 2014) e pecíolo

abrasador na base (SANTOS, 2016).

Figura 1: Coentro (Coriandrum sativum)

Fonte: https://www.freepik.com/free-photo/vegetable-green-bunch-parsley-

background_1089474.htm (Adaptado)

Folhas Lanceoladas

Raiz Tipo Pivotante

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18

As inflorescências do coentro são do tipo umbelas (JORDANO, 2013) e

possuem de 7 a 8 flores por inflorescência (LOPES, 2014). As flores são pequenas,

actinomorfas e hermafroditas (SANTOS, 2016), com coloração branca ou rosa

(PRACHAYASITTIKUL et al., 2018) (Figura 2).

Figura 2: Inflorescências do Coriandrum sativum com coloração branca e rosa

Fonte: GONZÁLES et al., 2017

Os frutos do coentro (sementes) são globulares (SANTOS, 2016) e amarelo-

acastanhados quando maduros, possuindo um diâmetro de 1,5 a 5mm e sabor

aromático (Figura 3).

Figura 3: Frutos (Sementes) do Coriandrum sativum

Fonte: https://colonelde.com/shop/herbs-spices/coriander-seed-whole/

4.1.2 Origem e espécies de coentro

A origem do coentro (Coriandrum sativum L.) é atribuída ao Mediterrâneo

(SAHIB, 2013) mais especificamente nos continentes Europeu e Africano (SANTOS,

2016) e foi introduzida no Brasil pelos portugueses, por volta de 1580 (MADEIRA;

REIFSCHNEIDER; GIORDANO, 2008). O gênero Coriandrum possui duas espécies,

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19

a amplamente cultivada C. sativum L. e a silvestre C. tordylium que foi descrito no

sudeste da Anatólia e norte do Líbano (LOPES, 2014). O C. tordylium é muito

semelhante a espécie cultivada (LOPES, 2014), todavia, o C. tordylium é cultivado

em menor superfície (GONZÁLEZ et al., 2017; ACOSTA et al., 2018).

4.1.3 Principais cultivares do coentro

“Cultivar” segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(2011) corresponde a variedade cultivada de determinada espécie, mais

especificamente a um grupo de indivíduos de uma espécie que se relaciona por

ascendência e se apresenta uniforme quanto às características fenotípicas. De

acordo com o Registro Nacional de Cultivares existe mais de 56 cultivares de

coentro registradas no Brasil (BRASIL, 2019); estas, são divididas em dois grupos:

as cultivares tardias e as precoces. As cultivares tardias adaptam-se melhor aos

climas subtropical ou temperado e possuem fase vegetativa em torno de 50 a 60

dias; dentre os representantes deste grupo destacam-se o “Português”, “Asteca”,

“Americano Gigante” e “Tapacurá”. Em contrapartida, o grupo das cultivares

precoces são mais adaptadas ao clima tropical e possuem uma fase vegetativa mais

curta, em geral de 30 a 45 dias; a este grupo pertencem os cultivares “Verdão”,

“Palmeira” e “Tabocas” (DINIZ, 2012).

Dentre as cultivares a mais cultivada e comercializada na região Nordeste é a

“Verdão” (DINIZ, 2012; SANTOS, 2009). Esta cultivar foi desenvolvida na década de

1980 através do cruzamento de várias linhagens da cultivar “Palmeira” e de seleções

realizadas durante vários ciclos. Dispõe de uma folhagem robusta, de coloração

verde escura e brilhante, possuindo altura média de 30 a 40cm (SANTOS, 2009);

apresenta boa susceptibilidade as condições endafoclimáticas da região e apresenta

boa resistência as principais doenças da parte aérea e murchamento pós colheita

(DINIZ, 2012).

A identificação e o conhecimento das cultivares é importante, uma vez que

proporciona maior segurança aos produtores. Através do conhecimento sobre as

condições adaptativas da planta, estes podem potencializar a produção e diminuir

eventuais perdas no processo produtivo (DINIZ, 2012).

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20

4.1.4 Cultivo e ciclo de vegetativo

O coentro é considerado uma hortaliça apta a ser cultivada durante todo o

ano (MATOS et al., 2011) e seu cultivo visa a produção de folhas e frutos (SOARES;

SILVA; SILVA, 2017). É pouco exigente em tratos culturais (BOMFIM, 2017) e

possui um ciclo curto, sendo colhido em torno de 40 a 55 dias após o plantio (REIS;

LOPES, 2016). A colheita das folhas pode ser realizada antes da floração, porém

quando o plantio destina-se a obtenção da semente é necessário colher quando as

inflorescências apresentam 50 a 60% dos frutos com uma coloração amarelada

(LOPES, 2014).

A hortaliça possui grande capacidade de adaptação climática desenvolvendo-

se em climas quentes, frescos e moderadamente frios; todavia, temperaturas entre

20 a 30 C° são consideradas as mais adequadas para o desenvolvimento da planta

(LOPES, 2014). É uma cultura pouco exigente ao tipo de solo (BOMFIM, 2017), mas

é preferível que este seja profundo, com boa drenagem, rico em matéria orgânica

(LOPES, 2014) e com pH em torno de 6,0 (REIS; LOPES, 2016).

O cultivo do Coriandrum sativum L. pode ser realizado de diferentes formas,

como descritas abaixo, no qual os tratos culturais ficam a encargo do produtor, que

designa a que mais se adapta a suas condições (MATOS et al., 2011).

Plantio convencional a campo aberto (Figura 4):

Realizado durante o ano todo. Os canteiros geralmente são de 0,8 a 1,0 m de largura e comporta 4,0 a 5,0 fileiras longitudinais de plantas, com espaçamento variando de 10 a 25 cm entre plantas, de acordo com as culturas e suas cultivares que compõem o cheiro-verde. O sistema de irrigação mais adotado é o de aspersão convencional, ou seja, pelo fácil manejo e adaptabilidade ao plantio de hortaliças (folhas) (MATOS et al., p.7, 2011).

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Figura 4: Plantio convencional do coentro a campo aberto com irrigação por aspersão

Fonte: MATOS et al., 2011.

Plantio protegido (em túnel) com utilização de cobertura de plástico

(“mulching”), com uso do sistema de irrigação por gotejamento e

adubação complementar via água (fertirrigação) (Figura 5):

O túnel é construído com arcos de aço galvanizado de 1 polegada colocada sobre os canteiros, numa distância entre os arcos de 3,50 m e entre os pés dos arcos 3,20 m, com altura final 1,80 m. É colocado o filme plástico (longa vida de 75 micras, com 4,0 m de largura), que é esticado sobre os mesmos e fixado nas extremidades do túnel em peças de madeira enterradas no solo. Também são colocados sobre o filme plástico, nos intervalos dos arcos, cintas de filme plástico de 200 micras de espessura por 20 cm de largura para fixação do túnel. A dimensão do túnel padrão é de 3,20 m de largura por 50 m de comprimento, que comporta dois canteiros. O sistema de irrigação adotado é o de gotejamento, pela maior aplicabilidade para o uso da fertirrigação. Essa modalidade de cultivo recomenda-se somente para período de muitas chuvas ou de inverno extremamente rigoroso, que venha inviabilizar a produção do cheiro-verde. Embora seja um investimento a mais no sistema de produção, apresenta vantagens competitivas: possibilidade de plantio nas épocas de verão muito chuvoso ou inverno extremamente frio, colheita na entressafra, época de melhores preços; precocidade da colheita; ampliação no período de safra; melhora a qualidade do produto, principalmente na pós-colheita, há menores gastos com agrotóxicos, adubos e mão de obra e há o aumento da produtividade (MATOS et al, p.7, 2011).

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Figura 5: Plantio em túnel com cobertura de plástico

Fonte: MATOS et al., 2011.

Plantio por Hidroponia (Figura 6):

Para a produção de hortaliças folhosas por hidroponia como o coentro a

técnica mais utilizada é o NFT (nutrient film technique). Nesta, os nutrientes são

fornecidos à planta por meio de uma solução nutritiva que forma uma película

envolvente (filme) em um substrato sólido como cascalho ou areia. As plantas são

cultivadas em canais de cultivo por onde a solução nutritiva circula,

intermitentemente, em intervalos definidos e controlados por um temporizador; desta

forma, as raízes das plantas ficam apenas parcialmente submersas na solução

nutritiva que circula a fim de permitir a respiração normal das raízes (BEZERRA et

al., 2017).

Figura 6: Plantio do coentro (Coriandrum sativum) por hidroponia

Fonte: https://www.cpt.com.br/cursos-agricultura-hidroponia/artigos/sistemas-hidroponicos-cultivo-em-

agua

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23

4.1.5 Aspectos Nutricionais

Em relação a composição nutricional do coentro pode-se observar

quantidades significativas de nutrientes tanto nas folhas como nas sementes (Tabela

1). As folhas contém uma boa quantidade de vitaminas (especialmente A e C),

minerais (Como Cálcio, Fósforo e Ferro) e flavonoides (MANDAL; MANDAL, 2015;

BHAT et al., 2014); já as sementes são consideradas importantes fontes de

vitaminas, ácidos graxos monoinsaturados e minerais como o potássio, que está

presente em grande quantidade seguido por Cálcio e fósforo (BHAT et al., 2014).

Tabela 1 – Valores dos principais nutrientes contidos em 100g das folhas e sementes de

coentro

NUTRIENTE FOLHA* SEMENTE**

Energia (Kcal) 279 8,86

Proteína (g) 21,93 12,3

Lipídeos (g) 4,78 17,7

Carboidratos (g) 52,10 54,9

Fibra alimentar (g) 10,4 41,9

Potássio(mg) 4466 1267

Cálcio (mg) 1246 709

Fósforo (mg) 481 409

Ferro (mg) 42,4 16,3

Vitamina A (µg) 293 0

Vitamina C (mg) 566,7 21

Fonte: IBGE, 2011*; USDA, 2019**.

Segundo as recomendações preconizadas pelas DRI’s (Dietary Reference

Intakes), que possuem os valores de referência mais atuais para uso na prática

clínica, a ingestão dos nutrientes deve ser adequada respeitando a idade do

indivíduo como também o gênero e o estágio de vida (Tabela 2) (MOREIRA et al.,

2012).

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Tabela 2 – Variação de valores da recomendação diária dos principais micronutrientes por

faixa etária conforme as DRIs

Fonte: Institute of Medicine (1997; 2000; 2002; 2005, 2011, 2019) (adaptada).

Como observado, nota-se que o coentro é um bom aliado na contribuição de

uma complementação alimentar visando uma maior aproximação da ingestão diária

recomendada de micronutrientes, com destaque para a vitamina A (Carotenoide),

vitamina C, cálcio e potássio (BHAT et al., 2014).

4.1.6 Usos tradicionais

O coentro têm sido tradicionalmente usado em todo o mundo (SAHIB et al.,

2013). Todas as partes da planta são comestíveis, todavia as folhas frescas e

sementes secas são frequentemente mais utilizadas (SAHIB et al., 2013; MANDAL;

MANDAL, 2015). Além do uso em preparações culinárias o C. sativum esteve

presente na medicina popular de muitas civilizações para tratamentos de várias

patologias (BEGNAMI, 2018). Estudos indicam que, de maneira geral, era utilizado

como antioxidante, diurético, antidiabético, sedativo, antibiótico, anticonvulsivante,

anti-hipnótico e anti-helmíntico (NADEEM et al., 2013).

VARIAÇÃO DA RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE CONSUMO (DRI)

MICRONUTRIENTES

ESTÁGIOS DA

VIDA

Fibra

(g)

Cálcio

(mg)

Fósforo

(mg)

Potássio

(mg)

Vitamina A

(µg)

Vitamina C

(mg)

Bebês (0 - 12

meses)

- 200 – 260 100-275 400 – 860 400 – 500 40 – 50

Crianças (1 - 8

anos)

19 – 25 700 – 1000 460-500 2000 – 2300 300 – 400 15 – 25

Homens (> 9

anos)

30 – 38 1000 – 1300 700-1250 2500 – 3400 600 - 900 45 – 90

Mulheres (> 9

anos)

21 – 26 1000 – 1300 700-1250 2300 – 2600 700 - 600 45 – 75

Gestantes (< 18 -

50 anos)

28 1000 - 1300 700-1250 2600 – 2900 750 – 770 80 – 85

Lactantes (< 18 -

50 anos)

29 1000 - 1300 700-1250 2500 - 2900 1200 - 1300 115 – 120

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Relatos apontam que as folhas eram utilizadas como medicamento

antiespasmódico, expectorante, dispéptico e para tratar parasitoses intestinais e

desconfortos abdominais (BEGNAMI, 2018; SAHIB et al., 2013; NADEEM et al.,

2013). O suco fresco das folhas de coentro também era usado na cura de muitas

patologias relacionadas a deficiências de vitaminas e ferro, como também para tratar

problemas na garganta e estomatite (AL-SNAFI, 2016; BHAT et al., 2014). Das

folhas também confeccionava-se uma pasta que era aplicada localmente para

inchaços, furúnculos e sobre a testa e as têmporas para dor de cabeça (AL-SNAFI,

A. E., 2016).

As sementes eram utilizadas para o tratamento de febre, diarreia, vômitos e

indigestão (AL-SNAFI, 2016). A decocção e a tintura de sementes em pó de C.

sativum, usadas isoladamente ou em combinação com outros agentes fitoterápicos,

eram recomendadas para queixas dispépticas, perda de apetite, convulsão, insônia

e ansiedade (BEGNAMI, 2018; MANDAL; MANDAL, 2015; AL-SNAFI, 2016); já o

uso do óleo essencial da semente tem sido relatado para tratar úlceras e infecções

bucais (SAHIB et al., 2013) e como agente aromatizante (NADEEM et al., 2013).

Especificamente, na medicina indiana ou Ayurveda o coentro estava presente

no tratamento de afecções cutâneas, alergias e como diurético (LOPES et al., 2016).

Na medicina tradicional do Irã, o suco, chá das folhas frescas ou o pó das sementes

moídas eram utilizadas para auxiliar em desordens do Sistema Nervoso Central

(SNC) como ansiedade, insônia, irritabilidade e depressão (BEGNAMI et al., 2018).

Na China, sementes de coentro são administradas para tratar a indigestão, dor de

estômago, gripe e desconforto respiratório, enquanto na Alemanha as sementes de

coentro são geralmente tomados como chás medicinais ou componentes

carminativos e laxantes. (SAHIB et al., 2013).

Além dos usos supracitados, o coentro também era usado como ingrediente

comum em cremes, detergentes, surfactantes, emulsificantes, loções e perfumes

(AL-SNAFI, 2016). Mesmo após milênios o coentro continua sendo empregado na

culinária da China, Sudeste da Ásia, Índia, América do Sul e Central, sendo também

empregado na produção de refrescos, tônicos, diuréticos e afrodisíacos (BEGNAMI,

2018).

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4.1.7 Atividades biológicas do Coriandrum sativum

A partir do uso milenar por muitas civilizações, muitas pesquisas foram

realizadas com o intuito de validar cientificamente o emprego do C. sativum para fins

farmacológicos. Alguns estudos foram conduzidos utilizando sementes e folhas, em

diferentes tipos de concentrações originando extratos que foram testados contra

algumas patologias ou sintomas conforme mostrado no quadro 1.

Quadro 1 - Atividades farmacológicas de C. sativum nas citações na literatura

ATIVIDADE PARTE UTILIZADA REFERÊNCIA

Antifúngica Folhas ZARE-SHEHNEH et al., 2014

Diurética Semente ABDERAHIM et al, 2008

Ansiolítica Folhas MAHENDRA; BISHT, 2011

Hipolipemiante Sementes DHANAPAKIAM et al., 2008

Antibacteriano Folhas SOUSA; SILVA; SILIANO, 2017

Anti enxaqueca Sementes KASMAEI et al., 2016

Anti-helmíntico Sementes HOSSEINZADEH et al., 2016

Antioxidante Folhas PANJWANI; MISHRA; BANJI, 2010

Antihiperglicemiante Sementes RAJESHWARI; ANDALLU, 2011b

Fonte: CATTA, 2019.

As folhas e sementes possuem muitos compostos antioxidantes (BHAT et al.,

2014; PRACHAYASITTIKUL et al., 2018) que, quando obtidos através da dieta são

reconhecidos por inibir a ação de radicais livres no organismo, sendo, portanto

eficazes na prevenção de indesejados processos de oxidação celular

(RAJESHWARI; ANDALLU, 2011a). As folhas, especificamente, possuem alto teor

de pigmentos, como os carotenoides que tem grande capacidade de eliminação dos

radicais hidroxila (BHAT et al., 2014).

Investigando o efeito hipolipemiante Dhanapakiam e colaboradores (2008)

incorporaram o pó de sementes de coentro à dieta de ratos, que foram alimentados

com dieta hiperlipídica durante 75 dias; após o período, análises bioquímicas foram

realizadas e observou-se que nível de lipoproteína de baixa densidade (LDL) e

colesterol de lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL) diminuíram, enquanto

que o colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL) aumentou no grupo

experimental em comparação com o grupo controle.

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27

Kasmaei e colaboradores (2016) em estudo randomizado avaliaram a eficácia

do extrato das sementes de C. sativum para alívio dos sintomas da enxaqueca.

Pacientes que receberam 15ml do xarope concomitante à medicação, apresentaram

diminuição de 50% na duração, gravidade e frequência dos sintomas comparado ao

grupo placebo. Em testes realizados em camundongos foi investigada a possível

ação ansiolítica do extrato hidro alcóolico das sementes de C. sativum nas doses de

50, 100 e 200 mg/kg; os resultados mostraram que o extrato de C. sativum na dose

de 100 e 200 mg / kg produziu efeitos ansiolíticos quase semelhantes ao diazepam

(medicamento padrão) (MAHENDRA; BISHT, 2011).

Hosseinzadeh e colaboradores (2016) relataram atividade anti-helmíntica das

sementes de coentro na infecção de camundongos por Hymenolepis nana. Neste

estudo, roedores infectados com H. nana foram tratados com 250, 500 e 750 mg / kg

de extrato alcoólico de C. sativum; o extrato também foi testado in vitro em vermes

adultos de H. nana. Os resultados evidenciaram diminuição do número de ovos

presentes por grama de fezes após 21 dias em ratos tratados com 250mg; nas

doses de 500 e 750 mg houve desaparecimento completo dos ovos nas fezes após

15 dias pós-tratamento, com eficácia de 100%. Nos estudo in vitro o extrato de C.

sativum resultou em vermes paralisados e mortos após administração de 100mg/ml

por 30 minutos.

4.2 CONTAMINAÇÃO DO COENTRO COM PROPÁGULOS DE PARASITOS

O consumo de hortaliças cruas e impropriamente higienizadas representam

um importante fator de risco para veiculação de cistos, ovos e larvas de helmintos

(HASSAN; FAROUK; ABDUL-GHANI, 2012). Com relação ao coentro alguns

estudos nacionais e internacionais já relatam a presença destes propágulos

parasitários nesta hortaliça; dentre estes, já foram relatados na literatura a presença

de cistos da Entamoeba sp e Giardia lamblia; oocistos de coccídeos; ovos larvados

de Ascaris lumbricoides, Enterobius vermicularis, Taenia sp e larvas de

Strongyloides stercoralis e ancilostomídeos (HASSAN; FAROUK; ABDUL-GHANI,

2012; MACEDO, 2012; COSTA, 2015; FERNÁNDEZ et al., 2018; MARINHO, 2018).

As formas de contaminação das hortaliças é diversificada, podendo ocorrer

transmissão através da água, solo, ar, insetos, mãos e alimentos; contudo, a

propagação é influenciada, principalmente, pelo homem ou animal infectado que

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28

dissemina ovos e larvas no ambiente através de seus dejetos. A infecção por esses

parasitas pode comprometer a saúde do hospedeiro, tornando-se um risco para a

saúde pública (MELO BARROS et al., 2018).

4.3 PRINCIPAIS PARASITAS

4.3.1 Protozoários

4.3.1.1 Entamoeba sp

O gênero Entamoeba compreende várias espécies de amebas parasitas de

vertebrados, sendo a grande maioria comensais e de localização intestinal,

(PONCE-GORDO; MARTÍNEZ-DÍAZ, 2010) excetuando-se a Entamoeba

moshkoviskii, que é uma ameba de vida livre e E. gingivalis que vive na cavidade

bucal. Dentre as espécies de amebas que podem ser encontradas no homem tem-

se a Entamoeba histolytica, E. hartmanni, E. dispar, Entamoeba coli e Entamoeba

moshkoviskii que ocasionalmente parasita os humanos. Essas espécies habitam o

intestino grosso, sendo a E. histolytica a única que, em determinadas situações,

pode ser patogênica (NEVES, 2016).

A Entamoeba histolytica é a espécie considerada responsável pelo

surgimento da amebíase (DULGHEROFF et al., 2015); esta, pode manter-se como

comensal ou invadir tecidos e a corrente sanguínea levando a forma extra intestinal

da doença (BRAZ et al.; 2015). A maioria dos indivíduos portadores de amebíase

podem ser assintomáticos (BRAZ et al.; 2015). Todavia, uma parcela dos infectados

apresentam alguns sintomas como dor abdominal, diarreia, disenteria, náusea,

vômito e flatulência (DULGHEROFF et al., 2015); nos casos mais graves da

amebíase intestinal podem ocorrer perfurações, peritonite, hemorragias, colites pós-

disentéricas, estenose, apendicite e amebomas (NEVES, 2016).

Por atingir a corrente sanguínea a E. histolytica pode se direcionar a todas as

partes do corpo, sendo o fígado o órgão mais acometido (NEVES, 2016). O abcesso

hepático amebiano é a forma mais comumente encontrada da amebíase

extraintestinal; os sintomas incluem dor, sensação de peso no hipocôndrio direito,

febre e hepatomegalia (NEVES, 2016; DULGHEROFF et al., 2015). Nesta forma,

pode ainda ocorrer derrame pleural, pericardite com tamponamento cardíaco,

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29

derrame peritoneal, peritonite ou lesões com abscesso cerebral esplênico (NICOLI et

al., 2018)

Tradicionalmente, a detecção do parasito e diagnóstico desta parasitose é

confirmado através do exame parasitológico de fezes, visto que nesta patologia há

eliminação de cistos; contudo, a detecção de cistos de E. histolytica por este método

é dificultosa, pois eles são morfologicamente indistinguíveis daqueles de E.

dispar e E. moshkovskii. Assim, a diferenciação das espécies é realizada através de

técnicas sorológicas e moleculares (FALLAH et al., 2014;).

4.3.1.2 Giardia lamblia

O gênero Giardia inclui espécies de protozoários flagelados e cosmopolitas

que possuem diversos hospedeiros, desde humanos a animais domésticos e

silvestres (RYAN; CACCIO, 2013). Dentre as diversas espécies, Giardia lamblia

(anteriormente chamada de G. duodenalis ou G. intestinalis) é a única espécie que

parasita o homem, mas pode também infectar outros mamíferos (NEVES, 2016).

A Giardia parasita o intestino delgado dos humanos (SANTANA et al., 2014),

causando infecções assintomáticas (mais frequentes) e sintomáticas (NEVES,

2016). Os sintomas incluem diarreia, inchaço abdominal, câimbras e perda de peso

(RYAN et al., 2019); nas infecções crônicas os sintomas podem ser duradouros,

persistindo por muitos anos, manifestando-se com episódios de diarreia contínuos,

intermitentes ou esporádicos. Além disto, pode levar a má absorção de açúcares,

gorduras, vitaminas A, D, E, K, B12, ácido fólico, ferro, zinco (ANDRADE et al.,

2010), especialmente em crianças. Isso deve-se a atrofia das microvilosidades do

intestino, em virtude de lesões produzidas pelos trofozoítos fortemente aderidos ao

epitélio intestinal (NEVES, 2016).

Alguns estudos buscaram compreender os possíveis mecanismos

patogênicos que levam a estas alterações. Sugere-se que uma alta carga parasitária

pode provocar ação irritativa sobre a mucosa intestinal, levando a uma resposta

inflamatória pelo hospedeiro, com produção excessiva de muco e a alterações na

produção de enzimas digestivas que consequentemente afetam a digestão e

absorção de nutrientes (ANDRADE et al., 2010; NEVES, 2016).

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4.3.2 Protozoários coccídeos (Esporozoários)

Os esporozoários constituem um grupo de protozoários diversificados,

pertencentes a classe Sporozoea. Estes, são obrigatoriamente parasitas

intracelulares, com reprodução sexuada e assexuada e caracterizam-se por conter

na região anterior do seu corpo estruturas especiais que formam o complexo Apical,

que é responsável pela fixação e penetração nas células dos hospedeiros (REY,

2014).

Dentro da classe Sporozoea, existem duas ordens notórias para a

parasitologia humana. A ordem Coccidiida que inclui os coccídeos e a ordem

Haemosporidiida que compreende os parasitas da malária (REY, 2014). A

característica marcante da ordem Coccidiida é a presença de oocistos resistentes,

dotados de uma parede protetora, resistentes ao meio ambiente (SOUZA et al.,

2012). Nesta ordem, há três famílias importantes que infectam a espécie humana: A

família Eimeriidae que possui espécies como Isospora belli, a família

Cryptosporidiidae, no qual compreende algumas espécies do gênero

Cryptosporidium que são oportunistas e podem tornar-se patogênicos e a família

Sarcocystidae, no qual está incluída a espécie Toxoplasma gondii, muito presente

na população (SOUZA et al., 2012; REY, 2014).

4.3.2.1 Cystoisospora belli

Cystoisopora belli, originalmente descrita como Isospora belli é um

protozoário de distribuição mundial, (NEVES, 2016) causador da isosporíase

(MACIEL et al., 2016), também chamada de cistoisosporose humana (NEVES,

2016). Este parasita desenvolve-se na luz do intestino delgado, aonde se multiplica

sexuada e assexuadamente resultando em oocistos elípticos (30 x 12µm) que são

liberados imaturos no solo; dependendo das condições ambientais o oocisto é

amadurecido, tornando-se infectante, no qual contém quatro esporocistos com dois

esporozoitos em seu interior (REY, 2014).

Na infecção por C. belli ocorre reação inflamatória da mucosa intestinal (REY,

2014) e alterações nas microvilosidades da mucosa como atrofia ou aumento das

criptas por conta da destruição das células epiteliais, o que pode causar má

absorção de nutrientes (NEVES, 2016).

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31

O parasitismo por C. belli produz infecções benignas assintomáticas e

sintomáticas (NEIRA et al., 2010), que podem curar-se espontaneamente (NEVES,

2016). Mas, em geral os pacientes apresentam diarreia, mal estar, febre e náuseas

(NEIRA et al., 2010). Os casos mais graves da doença estão associados a

indivíduos imunodeprimidos, no qual a parasitose tende a ser auto limitante. Nestes

pacientes, ocorre diarreia intensa acompanhada de cólicas, flatulência, dor náuseas

e vômitos (CRUZ, 2018), podendo levar a desidratação, manifestações extra

intestinais (REY, 2014; WOON et al., 2016) e morte (REY, 2014).

4.3.2.2 Cryptosporidium sp

O gênero Cryptosporidium possui espécies que infectam diversos tipos de

hospedeiros, como humanos, aves, anfíbios e répteis (PEREIRA, J. T. et al., 2010).

Dentre todas as espécies C. parvum e C. hominis são as mais frequentemente

relatadas em vários lugares do mundo. A parasitose, conhecida como

criptosporidiose, desenvolve-se nas microvilosidades das células epiteliais dos tratos

gastrointestinal e ocasionalmente pode ter ocorrência extraintestinal, parasitando o

trato respiratório, rins, vesícula biliar, esôfago e faringe (NEVES, 2016).

Este parasita possui um ciclo de vida monoxênico, com reprodução sexuada e

assexuada (COSSA, 2017). Uma vez no intestino, os esporozoítos liberados dos

oocistos penetram nas microvilosidades intestinais formando um vacúolo

parasitóforo intracelular, mas extracitoplasmático (PEREIRA et al., 2010; NEVES,

2016). Posteriormente, se multiplicam e por reprodução sexuada dão origem aos

oocitos; estes, são ovoides e medem cerca de 2,94 a 6,5 µm por 3,44 a 8,5 µm. Os

oocistos esporulam no interior do hospedeiro, formando quatro esporozoítos

haploides que já são infectantes quando eliminados nas fezes (NEVES, 2016).

A infecção por Cryptosporidium desencadeia uma má absorção de nutrientes,

em virtude da perda da área de absorção e diminuição do transporte de nutrientes

(ROXO, 2014; NEVES, 2016). A principal manifestação clínica da parasitose é a

diarreia aquosa (NAKASHIMA, 2018), mas há prevalência de cólica abdominal, febre

baixa, fadiga, perda de apetite e de peso, náusea e vômitos (PEREIRA et al., 2010).

Em crianças, os sintomas podem ser acompanhados por desidratação e a infecção

pode ser mais persistente, sobretudo naquelas diagnosticadas com desnutrição; isto

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32

pode ocasionar déficit de crescimento, perda de peso e o deficiência cognitiva

(NEVES, 2016).

Em indivíduos imunocomprometidos, especialmente portadores do vírus HIV,

a infecção é mais severa e potencialmente fatal (COSSA, 2017). Além dos clássicos

sintomas intestinais, podem ocorrer infecções extra intestinais, no qual o parasita

pode habitar o fígado, pâncreas e pulmões (ROXO, 2014).

4.3.2.3 Toxoplasma gondii

Toxoplasma gondii é um parasita intracelular obrigatório que desenvolve uma

infecção cosmopolita e oportunista conhecida como toxoplasmose (REY, 2014).

Pode habitar em vários tecidos, células (exceto hemácias) e fluidos corporais

(NEVES, 2016). Este parasita possui ciclo de vida heteroxeno com os felídeos sendo

hospedeiros definitivos e os humanos e outros animais os hospedeiros

intermediários (LOPES; BERTO, 2012). O ciclo possui uma fase sexuada que

acontece nas células epiteliais do hospedeiro definitivo e uma fase assexuada que

ocorre em todos os hospedeiros, inclusive os felídeos (MACHADO, 2014).

Os seres humanos infectam-se principalmente ingerindo oocistos presentes

no solo, cistos teciduais presentes em carnes cruas ou mal passadas de animais

infectados ou via transplacentária (MANGIAVACCHI, 2015). Os oocistos são

esféricos, sendo produzidos nas células epiteliais dos felídeos e possuem cerca de

12,5 x 11µm; a maturação ocorre no solo, no qual forma-se em seu interior dois

esporocistos com quatro esporozoitos em cada (NEVES, 2016).

A forma evolutiva na qual o parasita se encontra está diretamente relacionada

com a fase da infecção (aguda ou crônica). O parasita se dissemina no organismo

na forma de taquizoítos que são organismos de rápida proliferação celular e estão

em grande atividade na fase aguda da doença. Com a diminuição do parasitismo e

estabelecimento da fase crônica, alguns parasitas diferenciam-se em bradizoítos,

que pode permanecer latentes durante um longo período (LOPES; BERTO, 2012;

NEVES, 2016).

A toxoplasmose é considerada benigna em indivíduos imunocompetentes

podendo ser, na maioria dos casos, assintomática (TABILE et al., 2015). Em

infecções iniciais (fase aguda) geralmente ocorrem linfadenopatia, febre, dores na

cabeça, fraqueza e perda de peso (EKMAN, 2012), contudo pode levar a óbitos,

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33

principalmente em fetos ou indivíduos com o sistema imunológico comprometido

(MANCINI et al., 2012). Um sintoma bastante comum em portadores de

toxoplasmose é a coriorretinite que ocorre devido a presença de taquizoitos que

causam lesões na retina e na coroide (NEVES, 2016; EKMAN, 2012)

A permanência dos cistos (bradizoítos) especialmente em indivíduos

imunodeprimidos como os transplantados, submetidos a quimioterapia ou portadores

de HIV, constitui uma ameaça para a saúde, visto que a doença passar a ter caráter

agudo (LOPES; BERTO, 2012; REY, 2014; KODYM et al., 2014). Em geral, estes

pacientes apresentam encefalite, podendo apresentar miocardite, alterações de

consciência e sensoriais, convulsões e mais raramente, pneumonite ou hepatite

(LANGER, 2011).

Mulheres que contraem T. gondii durante o período gestacional podem

desencadear uma forma grave da parasitose, conhecida como toxoplasmose

congênita ou gestacional (SILVA; SANTOS; LOBO, 2018). A gravidade da doença

neste caso é influenciada por aspectos como idade gestacional, tratamento materno,

aspectos da genética do hospedeiro e forma de infecção do parasita (BISCHOFF et

al., 2015). Nesta forma podem ocorrer alterações oculares (coriorretinite),

neurológicas (encefalite, convulsões, micro ou macrocefalia, calcificações cerebrais,

alterações psicomotoras, retardo mental) e sistêmicas, como pericardite, pneumonite

e hepatomegalia (TABILE et al., 2015).

4.3.3 Helmintos

4.3.3.1 Ascaris lumbricoides

A ascaridíase é a patologia resultante da infecção por Ascaris lumbricoides,

popularmente conhecido como “lombriga”, que é o nematódeo mais comum em

seres humanos (BRAZ et al., 2015). O sítio de infecção do parasita é o intestino

delgado, especialmente o jejuno e o íleo, porém em infecções intensas podem

ocupar todo o órgão (LOPES, 2018).

A maioria dos infectados por A. lumbricoides são assintomáticos, visto que na

grande maioria dos casos o número de vermes albergados é pequeno (REY, 2014).

A presença de sintomas geralmente está relacionada as alterações causadas por

larvas e vermes adultos, durante a passagem pelo pulmão ou permanência no

intestino, respectivamente (LOPES, 2018).

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34

Os sintomas respiratórios incluem febre, tosse, eosinofilia sanguínea elevada,

manifestações alérgicas, dispneia, dor torácica e bronquite, quadro que é conhecido

como síndrome de Loeffler (PATRIARCHA, 2012). Além dos pulmões, as larvas

podem atingir o fígado, formando pequenos focos hemorrágicos e de necrose, que

podem tornar-se necrosados (NEVES, 2016).

Os vermes adultos quando habitam o intestino podem manifestar sintomas

como desconforto abdominal, que se apresenta como cólicas intermitentes,

náuseas, dor epigástrica, perda de apetite, emagrecimento e má digestão

(PATRIARCHA, 2012). A alta carga parasitária e ação irritativa dos vermes na

parede intestinal pode resultar em obstrução intestinal e peritonite com ou sem

perfuração do intestino; nestes casos, o verme pode migrar para outros órgãos

atingindo o fígado, vesícula biliar, ducto colédoco, pâncreas e apêndice (REY, 2014;

LOPES, 2018).

4.3.3.2 Strongyloides stercoralis

Strongyloides stercoralis é o nematódeo causador da estrongiloidíase,

parasitose mundialmente distribuída. É considerada uma espécie dimorfobiótica,

pois apresenta, no ciclo evolutivo, uma morfologia parasitária e outra de vida livre

distintas (ARAÚJO; CORDOVA; OLIVEIRA, 2017). As fêmeas parasitas conhecidas

como partenogenéticas, habitam a mucosa do intestino delgado, local aonde

realizam a postura dos ovos; destes ovos já embrionados, saem larvas rabditoides,

que misturam-se com o bolo alimentar e são expulsas com as fezes dos pacientes,

sendo portanto machos e fêmeas de vida livre que viverão no solo (REY, 2014).

A estrongiloidíase é uma doença bastante variável, cuja sintomatologia

depende do grau da infecção ocasionada pelo helminto, do estado imunológico e

nutricional do indivíduo, da migração durante o ciclo pulmonar e a permanência e

multiplicação na mucosa intestinal ou outros órgãos (REY, 2014; BRANDÃO et al.,

2018). Normalmente, os indivíduos infectados são assintomáticos, todavia, podem

ocorrer principalmente desconfortos abdominais, respiratórios ou dermatológicos

(BRANDÃO et al., 2018).

Na pele, devido a penetração das larvas, podem surgir lesões papulares

pruriginosas no local da invasão (GONCALVES, 2011). Nos pulmões, devido a

passagem das larvas podem surgir tosse, irritação traqueal, hemorragias patequiais

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35

ou profusas e lesões inflamatórias, características da síndrome de Loeffler. No

intestino, os vermes podem desencadear dor abdominal, diarreia aquosa, cólicas,

inchaços abdominais e lesões que levam a uma inflamação catarral com infiltração

de eosinófilos, assim como pontos hemorrágicos, ulcerações e edema levando a um

quadro de duodenojejunite catarral (REY, 2014; ARAÚJO; CORDOVA; OLIVEIRA,

2017).

Em indivíduos imunodeprimidos, a estrongiloidíase pode apresentar as formas

graves da doença que compreendem a hiperinfecção e disseminação (BARCELOS,

2016). A hiperinfecção é caracterizada por uma grande migração larvar nos órgãos

onde normalmente realizam o ciclo, ou seja, pulmões e intestino (GONCALVES,

2011). Em contrapartida, a disseminação relaciona-se a migração das larvas para

outros órgãos tais como fígado, coração e sistema nervoso central (SANTANA,

2017), no qual clinicamente há o aparecimento de cefaleia, petéquias, convulsão e

coma; esta última, possui uma alta taxa de mortalidade, visto que, geralmente está

associada a infecções bacterianas secundárias como pneumonia, meningite,

endocardite, sepse e peritonite (SANTANA, 2017; BRANDÃO et al., 2018).

4.3.3.3 Ancylostomatidae

A família Ancylostomatidae compreende nematódeos que parasitam o

intestino delgado e se alimentam de sangue do hospedeiro (COSTA, 2012). Esses

parasitos têm como hospedeiros definitivos canídeos, felídeos e humanos, que

originam a parasitose conhecida como ancilostomose. Das espécies pertencentes a

esta família que estão relacionadas a ancilostomose destacam-se Ancylostoma

duodenale, Necator americanus, e A. ceylanicum, sendo esta última considerada

uma zoonose de cães e gatos e mais prevalente na Ásia. Necator americanos é

mais prevalente em países de clima tropical e A. duodenale encontra-se mais

distribuído em regiões de clima temperado e frio (REY, 2014; NEVES, 2016).

Os ovos dos ancilostomídeos liberados nas fezes do hospedeiro darão origem

as larvas, que após maturação no solo penetrarão no hospedeiro através da pele e

seguirão até os pulmões e posteriormente intestino, aonde darão origem aos vermes

adultos (NEVES, 2016). Este parasita realiza uma ação espoliadora, com perda

contínua de sangue, devido a fixação da cápsula bucal no intestino, sendo os

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36

helmintos que mais estão associados com o surgimento de anemia (MENEZES,

2013).

A infecção de A. duodenale e Necator americanus tendem a ser

assintomáticas (JOURDAN et al., 2018), porém as lesões causadas no organismo

variam conforme a carga parasitária, a fase de infecção, a localização e o estágio

larval (REY, 2014). Durante a penetração na pele podem ocorrer erupções

papulovesiculares pruriginosas eritematosa (NEVES, 2016), conhecidas como

coceira do solo causadas pela migração das larvas na pele. Em alguns casos a

infecção pode ocorrer via oral resultando em náuseas, vômitos, tosse, irritação

faríngea e dispneia, sintomas que caracterizam a síndrome de “Wakana” (JOURDAN

et al., 2018).

Assim como acontece na estrongioidíase e ascaridíase podem aparecer

sintomas característicos da síndrome de Loeffler, embora menos frequentes (REY,

2014). No intestino os sintomas incluem astenia, dor abdominal, diarreia, palidez,

sensibilidade abdominal e melena (JOURDAN et al., 2018). Em infecções intensas

há uma alta perda sanguínea que resulta em anemia grave; também é propenso

ocorrer hipoproteinemia, manifestada com edemas, devido a atrofia da mucosa

intestinal, redução ou achatamento das vilosidades e diminuição da capacidade

absortiva, concomitante a perda de sangue (REY, 2014).

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37

5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 TIPO DE PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa exploratória qualitativa (ZANELLA, 2013).

5.2 LOCAL DE COLETA DO COENTRO

Os coentros pertencentes cultivados de forma convencional sem “mulching”

(cobertura plástica), foram coletados diretamente do campo, especificamente na

zona rural de três cidades do estado de Pernambuco: Vitória de Santo Antão - Zona

da Mata Pernambucana/ Microrregião Vitória de Santo Antão/ Latitude: 8° 11' 7.584"

Sul, Longitude: 35° 19' 35.566" Oeste / Área Rural, Engenho Pitú, Sítio Mocotó S/N,

CEP:– 55630-000 (Figura 7); Pombos - Zona da Mata Pernambucana/ Microrregião

Vitória de Santo Antão/ Latitude: 8° 6' 42.336'' Sul, Longitude: 35° 23' 41.244'' Oeste

/ Área Rural, Sítio Sapucaia S/N, CEP:55630-000 - (Figura 8); Cabo de Santo

Agostinho - Região Metropolitana do Recife/ Microrregião Suape/ Latitude: 8° 12'

48.326'' Sul, Longitude: 35° 13' 42.956'' Oeste/Bairro Jussaral, Rua da Lama, CEP:

54570-000 - (Figura 9).

A microrregião da Vitória de Santo Antão possui clima classificado como

tropical chuvoso com verão seco; a precipitação pluviométrica anual é superior a

1000mm em todos os municípios e as temperaturas são amenas devido altimetria da

região; contudo, a cidade de Vitória de Santo Antão destaca-se por apresentar os

maiores índices (24,8°C) enquanto Pombos registra temperaturas relativamente

mais baixas (23,8°C) (SILVA et al., 2015). Em contrapartida, a microrregião de

Suape apresenta clima tropical úmido, com precipitações elevadas, que concentram-

se entre os meses de maio e agosto; as temperaturas são elevadas com variação

anual entre 26°C e 28°C (GOUVEIA, 2010). É válido ressaltar a possibilidade de os

índices pluviométricos e temperatura anuais do bairro de Jussaral serem mais

semelhantes ao encontrado na microrregião da Vitória de Santo Antão, em virtude

da proximidade do distrito a esta região e da altitude elevada na qual se encontra.

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Figura 7: Mapa de Vitória de Santo Antão - Pernambuco

Fonte: Google Maps 2019

Fonte: Google Maps 2019 (Adaptado)

Nota: Imagem na escala 1:5000.

Figura 8: Mapa de Pombos - Pernambuco

Fonte: Google Maps 2019 (Adaptado) Nota: Imagem na escala 1:5000

Local aproximado da

coleta

Local aproximado da

coleta

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Figura 9: Mapa do Cabo de Santo agostinho – Pernambuco, com destaque para o bairro de Jussaral

Fonte: Google maps 2019 (Adaptado)

Fonte: Google Maps 2019 (Adaptado) Nota: Imagem na escala 1:5000

5.3 PERÍODO DA COLETA

As amostras foram coletadas em dois períodos, chuva e seca. Segundo a

Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) no estado de Pernambuco

existem duas estações climáticas predominantes, a estação chuvosa e a de seca,

pois ao longo do ano não são observadas mudanças relevantes de temperatura ou

de outras variáveis meteorológicas. Basicamente, o período de chuva ocorre entre

os meses de março a setembro e o de seca de setembro a fevereiro (APAC, 2019).

Assim, as coletas foram realizadas entre os meses de maio e junho (período

chuvoso) e outubro e novembro (período de seca) de 2019.

5.4 ANÁLISE DA ÁREA RURAL

A fim de conhecer todos os aspectos relacionados a produção do coentro e as

localidades estudadas elaborou-se um check list (APÊNDICE A) com algumas

informações relevantes para a pesquisa. Este, foi aplicado em todas as cidades e

Local da coleta Local

aproximado

da coleta

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40

para respondê-lo todos os produtores foram indagados acerca de sua produção,

como também foi realizada uma observação do campo pelo pesquisador. No check

list levantou-se informações sobre a procedência das sementes, água de irrigação,

adubo utilizado, uso de pesticidas, criação de animais, presença de fossas

domésticas, entre outros.

5.5 COLETA DAS AMOSTRAS

As amostras de coentro foram coletadas preservando o sistema radicular e a

parte aérea da planta e estas foram provenientes de localidades que realizavam o

plantio a campo aberto. O acesso ao campo de coleta foi previamente autorizado por

cada produtor. Em cada cidade coletaram-se diferentes quantidades de amostras, o

qual variaram quantitativamente devido a fatores como tamanho da produção e

território e disponibilidade do produtor. Durante o período chuvoso em todas as

cidades houve menor produção de coentro, quando comparado a estação seca, o

que justifica o quantitativo de amostras relativamente maior nesta estação. O

resumo das coletas está expresso na tabela 4.

Tabela 3 – Quantitativo de amostras coletadas nas cidades no período chuvoso e seco

CIDADE PERÍODO CHUVOSO PERÍODO SECO

Cabo de Santo Agostinho 20 Un 30 Un

Pombos 16 Un 30 Un

Vitória de Santo Antão 35 Un 46 Un

Total 71 Un 106 Un

Fonte: CATTA, B.S., 2019 Nota: Un: Unidades

As amostras com comprimento médio (raiz e parte aérea) de 25 a 30

centímetros foram escolhidas de forma aleatória sendo coletadas de diferentes

canteiros. Na coleta cada amostra de coentro ainda fixa ao solo foi envolta em um

saco de polietileno, acondicionando a parte aérea da planta, inclusive o caule. Este,

foi circundado com uma liga plástica a fim de impedir a contaminação das folhas

pela rizosfera, após a retirada da planta (Figura 10). Em seguida, as plantas foram

desarraigadas e as raízes também necessitaram ser postas no saco de polietileno e

envoltas pela liga plástica, preservando a rizosfera do meio externo (Figura 11).

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Fonte: CATTA, B. S., 2019 Fonte: CATTA, B. S., 2019

Em cada planta foi acrescentado um papel auto adesivo contendo

informações sobre o local, data, horário e tipo de sistema de cultivo. Todas as

amostras foram levadas ao Laboratório de Parasitologia do Centro Acadêmico de

Vitória, aonde foram processadas (Figura 12).

Figura 12: Amostras de Coriandrum sativum identificadas após coleta

Fonte: CATTA, B. S., 2019

5.6 MANIPULAÇÃO DAS AMOSTRAS

Usando-se luvas de procedimento geral descartáveis e com o auxílio de uma

faca higienizada em solução de hipoclorito a 2% e seca, o sistema radicular ainda

Figura 10: Acondicionamento das folhas

do Coriandrum sativum durante a coleta

Figura 11: Acondicionamento das raízes

do Coriandrum sativum durante a coleta

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com sedimento terroso foi separado da parte aérea. Cada amostra foi processada

individualmente; o caule da planta foi cortado e todas as folhas, com as

propriedades organolépticas preservadas, foram acondicionadas em recipiente

plástico com tampa de rosca (60mL) contendo 40mL solução de formaldeído

tamponado a 5% (LEITE, 2018). Os sistemas radiculares intactos também foram

imersos na mesma solução de preservação. Cada amostra de folha e rizosfera foi

identificada por uma letra do alfabeto, em que letras iguais correspondiam a partes

da mesma planta.

Todos os recipientes com as amostras foram submetidos ao Agitador Orbital

modelo 255-B FANEM na velocidade 5000rpm durante cinco minutos, seguido de

um período de sedimentação de 24 horas a temperatura ambiente (Figura 13).

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Figura 13: Fluxograma com etapas do processamento das amostras de coentro cultivadas nas

cidades de Pombos, Vitória de Santo Antão e Cabo de Santo Agostinho.

.

Fonte: CATTA, B. S., 2019

5.7 ANÁLISE PARASITOLÓGICA

A leitura das amostras foi realizada em microscópio óptico (Microscópio

binocular Zeiss, modelo Primo Star). Com o auxílio de pipeta Pasteur de polietileno

transparente e graduada (7 ml), coletou-se uma alíquota do sedimento, de

Acondicionamento da raiz

Acondicionamento da folha

Agitação

Separação da parte aérea do sistema radicular

Amostra de coentro com sistema radicular preservado

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aproximadamente 0,05 ml, que foi dispensada em lâmina de microscopia e coberta

com lamínula; para cada amostra foram preparadas quatro lâminas. Todas as

lâminas foram analisadas com a objetiva de 10X. As estruturas parasitárias foram

observadas e mensuradas utilizando a ocular micrométrica de 40x; as fotos foram

obtidas com o uso da câmera do celular Moto G6 (Resolução da câmera: 4163 x

3122 pixel) e para a identificação morfométrica das espécimes, utilizou-se o Manual

de Brook e Melvin (1984).

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6 RESULTADOS

Após análises constatou-se a presença de propágulos parasitários tanto na

rizosfera como na parte aérea do coentro (Tabela 4); todas as cidades apresentaram

amostras contaminadas nas duas estações. No período chuvoso as amostras de

folhas provenientes do Cabo de Santo Agostinho apresentaram níveis elevados de

contaminação (65%), enquanto que, na raiz, a maior prevalência deu-se na cidade

de Pombos (68,7%), sendo este o maior índice no período. Vitória de Santo Antão

apresentou as menores taxas nesta estação, quando comparados as demais

cidades.

Em contrapartida, na estação seca, houve uma queda de 48,4% e 32,9% nos

níveis de contaminação das folhas oriundas do Cabo de Santo Agostinho e Pombos,

respectivamente, e neste último, também houve diminuição de 38,7% na

contaminação da raiz. Todavia, neste mesmo período houve uma ascensão no

percentual de propágulos parasitários presentes na rizosfera das amostras do Cabo

de Santo Agostinho (63,3%) e Vitória de Santo Antão (47,8%) que também

apresentou contaminação das folhas três vezes superior ao período chuvoso,

conforme mostrado na tabela 4..

Tabela 4 – Percentual de amostras contaminadas na parte aérea e rizosfera das cidade do

Cabo de Santo Agostinho, Vitória de Santo Antão e Pombos durante a estação chuvosa e

seca.

Cabo de Santo Agostinho

Vitória de Santo Antão

Pombos

ESTAÇÃO Folha (n/%)

Raiz (n/%)

Folha (n/%)

Raiz (n/%)

Folha (n/%)

Raiz (n/%)

Chuvosa 13/65% 11/55% 3/8,5% 5/14,2% 9/56,2% 11/68,7% Seca 5/16,6% 19/63,3% 13/28,2% 22/47,8% 7/23,3% 9/30%

Fonte: CATTA, B.S., 2019

Ao avaliar a média de contaminação geral (Folha e raiz) (Tabela 5) das

amostras por estação, pode-se observar que os maiores valores dar-se-ão no

período chuvoso, com média de 60% em duas cidades (Cabo de Santo Agostinho e

Pombos). Na estação seca houve queda dos níveis de contaminação nas cidades,

com exceção de Vitória de Santo Antão.

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Tabela 5 – Média de contaminação das amostras por estação, nas cidades do Cabo de

Santo Agostinho, Vitória de Santo Antão e Pombos durante a estação chuvosa e seca.

Cabo de Santo Agostinho

Vitória de Santo Antão

Pombos

ESTAÇÃO Média (Folha e Raiz) Média (Folha e Raiz) Média (Folha e Raiz) Chuvosa 60% 11,3% 62,4%

Seca 39,9% 38% 26,6% Fonte: CATTA, B.S., 2019

Formas evolutivas parasitárias (cistos, oocistos, ovos e larvas) (Figura 14)

foram encontradas nas folhas e rizosfera do coentro nas três cidades, sobretudo,

nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Pombos que apresentaram índices

elevados. A contaminação da raiz foi superior nas duas estações, em quase todos

os municípios.

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Figura 14: Formas evolutivas de protozoários e helmintos obtidos das amostras de folhas e raiz de Coriandrum sativum L. cultivadas nas cidades de Pombos, Vitória de Santo Antão e

Cabo de Santo Agostinho.

Pombos

Folha Raiz

Cistos de Entamoeba

Oocisto imaturo (Coccídeo)

Ovo infértil de Ascaris

Vitória de Santo Antão

Folha

Raiz

Ovo de Enterobius

Larva Rabditoide de

Strongyloides stercoralis

Ovo de Ancylostoma

Cabo de Santo Agostinho

Folha Raiz

Oocisto (Coccídeo)

Ovo de Ascaris

Larva rabditoide de Strongyloides stercoralis

Fonte: CATTA, B.S., 2019

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Na estação chuvosa (Tabela 6) houve predominância de cistos nas folhas e

na raiz, especialmente de Entamoeba, que chegou a 56,2% na rizosfera das

amostras de Pombos. Oocistos também apareceram frequentemente, sendo a forma

parasitária predominante em Vitória de Santo Antão neste período. Outros

propágulos de Ascaris sp, Ancylostoma sp e Enterobius sp estiveram presentes na

estação, porém em menor frequência.

Tabela 6 – Distribuição do percentual geral de propágulos parasitários infecciosos em

amostras de coentro cultivados nas cidades pernambucanas do Cabo de Santo Agostinho,

Vitória de Santo Antão e Pombos durante a estação chuvosa.

ESTAÇÃO CHUVOSA

Cabo de Santo Agostinho

(N=20) (n/%)

Vitória de Santo Antão (N=35) (n/%)

Pombos (N=16) (n/%)

Formas parasitária Folha Raiz Folha Raiz Folha Raiz Entamoeba sp (C) 8/40% 5/25% - 1/2,8% 8/50% 9/56,2% Giardia lamblia (C) 1/5% 1/5% - - - - Ascaris spp (O) - 15% - 5,7% - 4/25% Enterobius sp (O) - - 1/2,8% - 1/6,2% - Taenea spp (O) - 1/5% - - - - Ancylostoma sp (O) 1/5% - - 1/2,8% - 1/6,2% Coccídeos (Oc) 5/25% 2/10% 3/8,5% - 2/12,5% 4/25% Strongyloides stercoralis (L) - 2/10% - 1/2,8% - -

Fonte: CATTA, B.S., 2019 Nota: (C) Cisto; (O) Ovo; (Oc) Oocisto; (L) Larva.

Na análise referente a estação seca (Tabela 7) também houve a presença

propágulos, todavia, com menor diversidade de formas parasitárias. Cistos de

Entamoeba sp predominaram em todas as cidades, especialmente nas amostras de

Vitória de Santo Antão (Folha e Raiz) e Cabo de Santo Agostinho (Apenas raiz). Na

cidade de Pombos, houve queda significativa dos níveis de contaminação

principalmente de Entamoeba sp e Ascaris sp e nesta estação não foram

encontradas larvas de Strongylides stercoralis nem ovos de Enterobius sp e Taenia

sp.

Tabela 7 – Distribuição do percentual geral de propágulos parasitários infecciosos em

amostras de coentro cultivados nas cidades pernambucanas do Cabo de Santo Agostinho,

Vitória de Santo Antão e Pombos durante a estação seca.

ESTAÇÃO SECA

Cabo de Santo Agostinho (n=30) (%)

Vitória de Santo Antão (n=46) (%)

Pombos (n=30) (%)

Formas parasitária Folha Raiz Folha Raiz Folha Raiz Entamoeba sp (C) 5/16,6% 18/60% 10/21,7% 18/39,1% 5/16,6% 9/30%

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Giardia lamblia (C) - 1/3,3% 3/6,5% 1/2,1% - - Ascaris sp (O) - 9/30% - 2/4,3% 1/3,3% - Enterobius spp (O) - - - - - - Taenea spp (O) - - - - - - Ancylostoma sp (O) - 1/3,3% - - - - Coccídeos (Oc) 1/3,3% - - 2/4,3% 1/3,3% 1/3,3% Strongyloides stercoralis (L)

- - - - - -

Fonte: CATTA, B. S., 2019 Nota: (C) Cisto; (O) Ovo; (Oc) Oocisto; (L) Larva.

Na análise do campo de produção realizada através do check list (Apêndice

A) averiguou-se características semelhantes da área rural e do cultivo entre as

cidades (Quadro 2). Basicamente, em todas as localidades há criação de animais e

os produtores possuem o hábito de realizar rotação de culturas. Excetuando-se a

localidade pertencente a Vitória de Santo Antão é utilizado esterco como forma de

adubação, bem como há a presença de fossas domésticas próximo ao local de

plantio. Nenhum local estudado utiliza pesticidas no cultivo, contudo, em Vitória de

Santo Antão o produtor informou que localidades vizinhas possuem o hábito de usar

agrotóxicos nas plantações e por isso, podem haver resíduos devido à proximidade

ao local.

Quadro 2 – Análise do campo de produção realizada através do check list nas cidades

Cabo de Santo Agostinho, Vitória de Santo Antão e Pombos durante a estação seca.

Característica analisada

POMBOS VITÓRIA DE

SANTO ANTÃO CABO DE SANTO

AGOSTINHO

Sementes Orgânicas (Sem

certificação) Com defensivos Com defensivos

Adubo Utilizado

Esterco (Sem tratamento)

Sem adubação Esterco (Sem tratamento)

Água de Irrigação

Residual doméstica

Poço Poço

Uso de Pesticidas

Não

Não (Podem haver resíduos devido à

proximidade a locais que utilizam)

Não

Criação de Animais

Sim (Cachorros, gatos, galinhas)

Sim (Aves, cães e gatos)

Sim (Cachorro, galinhas)

Presença de esgotos ou fossas

domésticas próximas a área

Sim Não Sim

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de plantio Rotação de

cultura Sim Sim Sim

Estufa/Cultivo hidropônico

Não Não Não

Fonte: CATTA, B.S., 2019 Nota: Dados coletados através da observação da área pelo pesquisador, bem como por informações relatadas pelos produtores.

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7 DISCUSSÃO

O consumo de alimentos de forma natural como as hortaliças está

diretamente relacionado a formação de bons hábitos alimentares, especialmente

quando são introduzidas na dieta durante a infância, sendo considerado um padrão

de alimentação saudável (BRASIL, 2015; MAZIERO, JAIME, DURAN, 2017). Estas,

são boas fontes de vitaminas, sais minerais e antioxidantes que são essenciais na

dieta (FEITOSA et al., 2018). Todavia, muitos estudos tem reportado que o consumo

de hortaliças, especialmente cruas e sem sanitização, podem ser importantes

veículos de enteroparasitoses, no qual ocasionam consequências deletérias à saúde

(BENITES-SALCEDO et al, 2019; FEITOSA et al., 2018; SILVA, et al., 2016).

Rahimi e colaboradores (2017) objetivando investigar a qualidade de

hortaliças consumidas no norte do Irã analisaram cento e cinquenta amostras de

vegetais frescos, encontrando um nível de contaminação de 60,3% contaminadas

por parasitas. Um estudo desenvolvido na Bahia mostrou resultados correlatos, no

qual 45% de um total de 40 amostras de hortaliças estavam infectadas por

propágulos parasitários (SILVA, et al., 2016). Entretanto, os estudos relatados

referem-se a hortaliças coletadas em mercados e feiras e poucas pesquisas cuja

amostragem deu-se diretamente no campo foram encontradas, demonstrando, desta

forma, a necessidade de estudos que avaliem a qualidade sanitária das hortaliças no

local de produção.

Tratando-se do coentro muitas pesquisas demonstram níveis de

contaminação parasitária consideráveis (MACEDO, 2012; COSTA, 2015;

FERNÁNDEZ et al., 2018). Uma análise parasitológica realizada por Oliveira e

colaboradores (2016) com amostras de folhas de coentro e cebolinha evidenciou

altos níveis de contaminação por Strongyloides stercoralis, Entamoeba sp e oocitos,

em especial do coentro, que obteve índices duas vezes superior a cebolinha. Outro

estudo realizado com hortaliças no estado do Ceará evidenciou resultados

semelhantes, com o coentro apresentando 42,9% de contaminação, sendo a cultura

mais contaminada na pesquisa. Estas pesquisas convergem com os resultados

obtidos na cidade do Cabo de Santo Agostinho (65%) e Pombos (56,2%) durante a

estação chuvosa que também demonstraram altos níveis de contaminação das

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folhas. Todavia, enaltece-se que os estudos citados analisaram hortaliças que não

foram coletadas diretamente no campo.

Alguns fatores relacionados a morfologia do coentro são citados como

possíveis influenciadores desta contaminação. O Coriandrum sativum é uma

hortaliça que apresenta muitos ramos e folhas o que propicia maior superfície de

contato para aderência de propágulos parasitários (OLIVEIRA et al., 2016; SILVA et

al., 2018). Aliada a esta característica, têm-se os fatores relacionados a manipulação

da planta e aspectos do local de plantio, que caso errôneos favorecem a

contaminação parasitária (MOREIRA et al., 2017).

Neste âmbito, através da aplicação do check list foi possível observar alguns

fatores que podem ter tido influência na contaminação da hortaliça. Dentre estes,

têm-se o uso do esterco nas plantações das cidades do Cabo de Santo Agostinho e

Pombos, visto que, nestas cidades não é realizado o tratamento do adubo. Na

literatura é sabido que o uso do esterco animal sem tratamento eleva os riscos de

contaminação parasitária (ARBOS et al., 2010; DAMASCENA, 2017; SILVA et al.,

2019). Neste sentido, para diminuir os riscos é necessário que os dejetos sejam

submetidos a fermentação da matéria orgânica em conjunto com a compostagem de

outros resíduos orgânicos (SEDIYAMA, 2014).

Em consonância, todas as propriedades estudadas havia a presença de

animais domésticos, como cachorros e gatos que possuem acesso as plantações.

Animais selvagens e domésticos são importantes fontes de contaminação de solo e

água e consequentemente, do local de plantio (FERREIRA et al., 2019). Muitos dos

parasitos encontrados nesta pesquisa possuem cepas que contaminam animais e

seres humanos; a exemplo Strongyloides stercoralis, encontrado nas amostras do

Cabo de Santo Agostinho e Vitória de Santo Antão, que além do ser humano infecta

cães e gatos que também tornam-se fontes de contaminação (SILVA et al., 2019). A

via de eliminação primordial destes endoparasitas é a fecal, o que justifica a

necessidade de impedir o acesso dos animais a área de plantio (FERREIRA et al.,

2019).

Com relação a água de irrigação, os produtores do Cabo de Santo Agostinho

e Vitória de Santo Antão utilizam a água proveniente de poços artesanais. Estes

tendem a ser relativamente impermeáveis (SILVA, 2015). Contudo, quando estes

reservatórios estão próximos a fossas sépticas ou esgotos elevam-se as chances de

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contaminação, visto que, são uma das principais fontes de contágio das águas

subterrâneas (SILVA, 2014). Neste sentido, é provável que o elevado nível de

contaminação das amostras do Cabo de Santo Agostinho esteja relacionado a água

utilizada para irrigação, devido à proximidade com as fossas sépticas e esgoto.

Em Vitória de Santo Antão a plantação analisada encontra-se próxima a

localidades que utilizam pesticidas. Segundo Bohner e colaboradores (2013) o uso

de agrotóxicos pode resultar em danos ao meio ambiente, contaminando a água

através da erosão e lixiviação da água. No solo, há alteração dos micro-organismos,

bem como diminuição do número de nematoides (LOPES; ALBUQUERQUE, 2018).

É válido salientar que menos de 10% dos agroquímicos aplicados por

pulverização atingem o alvo e até mesmo os aplicados diretamente nas plantas não

são completamente retidos ao solo (GANDINE, 2019), podendo ser escoados para

outros locais (LOPES, ALBUQUERQUE, 2018). Neste âmbito, é provável que a

plantação de Vitória de Santo Antão sofra influência do uso de pesticidas de locais

vizinhos, o que justifica o nível de contaminação relativamente mais baixo, quando

comparado as outras cidades.

A diversidade de espécies parasitárias nas amostras deste estudo é

alarmante, visto que, revela um estado higiênico sanitário insatisfatório das

hortaliças. Muitas pesquisas vêm demostrando esta variedade de parasitas no

coentro, especialmente propágulos de Entamoeba sp, Strongyloides stercoralis,

Ancylostoma sp, Ascaris lumbricoides e coccídeos (MORAIS, 2011; COSTA 2015;

OLIVEIRA et al., 2016; SILVA et al., 2018; BENITES-SALCEDO et al, 2019).

Em todas as cidades foi encontrada uma elevada presença de cistos de

Entamoeba spp; salienta-se que, quando estes cistos são pertencentes a espécie

Entamoeba histolytica e infectam o hospedeiro, dá-se início o quadro de amebíase,

que possui altas taxas de mortalidade, sendo a segunda maior causa de morte por

parasitoses no mundo (NEVES, 2016). Porém, este estudo corrobora com a

pesquisa realizada por Costa (2015) no estado da Paraíba, que investigando a

prevalência de estruturas parasitárias em amostras de coentro encontrou níveis

substancialmente baixos de cistos de Entaomeba (5%).

Além dos cistos, foram encontrados oocistos de coccídeos nas folhas e

raízes, especialmente na estação chuvosa. Os oocistos possuem uma parede

protetora que confere resistência ao meio ambiente (REY, 2014). Algumas

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pesquisas parasitológicas em hortaliças demonstram a notável presença de oocistos

em vegetais (ASADPOUR et al., 2016; MEDEIROS; OLIVEIRA; MÁLAGA, 2019

SILVA et al., 2019), inclusive o coentro (OLIVEIRA et al., 2016) e esta prevalência é

comumente associada a irrigação com água contaminada (HONG et al., 2014).

Em duas amostras provenientes de Vitória de Santo Antão e Cabo de Santo

Agostinho foi assinalado ovos de Enterobius vermicularis. Os ovos deste parasita já

são eliminados infectantes, ou seja, não sofrem maturação no solo (NEVES, 2016).

Este parasito diferencia-se de outros helmintos por habitar a região perianal e pelo

parasitismo ser persistente apenas se houver reinfecção. As hortaliças são

contaminadas por este parasita através da manipulação por hospedeiros infectados

ou até mesmo através de ovos suspensos no ar (poeira) que são dispersos

facilmente devido a sua leveza (NEVES, 2016; GOMES, 2018). Quando o

hospedeiro ingere estes vegetais contaminado pode haver sintomas como prurido

noturno, ulcerações mínimas na mucosa, irritabilidade, insônia, inquietação, dentre

outros (SOUZA, 2017)

Com relação ao sistema radicular observou-se nas duas estações, uma maior

prevalência de propágulos infecciosos nas raízes, quando comparado as folhas. Na

rizosfera houve uma grande diversidade de parasitos, destacando cistos de

Entamoeba, ovos de Taenia, oocitos, larvas de Strongyloides stercoralis e ovos de

Ascaris lumbricoides, este último, sendo encontrado apenas na raiz durante o

período chuvoso.

Apenas um estudo sobre a contaminação da rizosfera de hortaliças foi

encontrado; Leite (2018) analisando a rizosfera e folhas de amostras de alface

comercializadas em Vitória de Santo Antão, Surubim e Bezerros, encontrou um

índice elevado de propágulos parasitários na raiz que foram superiores as folhas, o

que revela uma convergência entre os resultados do estudo e da presente pesquisa.

Neste mesmo estudo também houve uma maior incidência de ovos de Ascaris

lumbricoides, que nas cidades de Surubim (30%) e Vitória de Santo Antão (10%) foi

encontrado apenas na raiz.

Na presente pesquisa, houve superioridade dos ovos de Ascaris na rizosfera,

conciliando com o estudo de Leite (2018) o que supõe que este parasita possa ter

uma certa facilidade de aderência à raiz. A presença destes ovos é preocupante,

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pois é considerado um propágulo resistente, sobrevivendo a inúmeras condições de

tratamento (OH et al., 2016).

Em suma, sugere-se que a raiz do coentro pode ser um importante veículo de

propágulos parasitários, visto que esta hortaliça é comercializada com a raiz

(ROCHA, 2017) o que pode causar contaminação cruzada com outros alimentos e

resultar em infecção do indivíduo.

Na avaliação da influência da sazonalidade nos níveis de contaminação pode-

se observar uma maior incidência de propágulos parasitários na estação chuvosa

que apresentou média de 60% em duas cidades. O resultado obtido diverge

consideravelmente do realizado por Medeiros e colaboradores (2019), que não

demostraram diferenças significativas quanto a presença de propágulos parasitários

em amostras de alfaces comercializadas no município de Belém, Pará, no período

de estiagem (36,7%) e chuvoso (38,3%).

Todavia, outros estudos revelaram diferenças quanto a presença de parasitos

em amostras de vegetais na estação seca e chuvosa. Uga e colaboradores (2009)

analisando amostras de hortaliças provenientes de Hanói, no Vietnã, encontraram

percentuais elevados de ovos de helmintos na estação seca (78%) quando

comparados a estação chuvosa (22%), divergindo assim, do presente estudo. Desta

forma, observa-se contradições na literatura quanto o período mais suscetível a

contaminações parasitárias de hortaliças, o que pode ser explicado por fatores como

localização geográfica, hábitos higiênicos relacionados à população, condições

climáticas, bem como tipo de água utilizada na irrigação (ERAKY et al., 2014).

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8 CONCLUSÕES

A coleta realizada diretamente no campo evidenciou que o coentro apresenta

níveis consideráveis de contaminação já no local de plantio, o que constitui um risco

a saúde do consumidor, especialmente se a hortaliça for consumida crua e sem a

correta higienização.

A aplicação do check list revelou que fatores como o tipo de adubo utilizado,

água de irrigação e presença de animais próximos ao local de plantio podem exercer

influência na contaminação do coentro, sugerindo que a qualidade higiênica sanitária

também deve ser observada no campo de produção.

A influência da sazonalidade neste estudo foi significativa, com a estação

chuvosa apresentando níveis mais elevados de contaminação. Contudo, mais

estudos são necessárias a fim de averiguar a real interferência das estações

climáticas sobre a contaminação parasitária.

A presença de propágulos parasitários no coentro foi superior na rizosfera

quando comparado as folhas, visto que houve um maior percentual de contaminação

nas raízes, bem como uma grande diversidade de parasitas neste meio. Houve uma

prevalência considerável de ovos de Ascaris nas raízes do coentro o que sugere

certa facilidade de aderência do parasita no sistema radicular.

Este dado é tido como preocupante, uma vez que, esta hortaliça é adquirida

pelo consumidor com a raiz. Desta forma, a manipulação da hortaliça desde o

campo até o consumidor pode levar a dispersão dos propágulos, especialmente

quando o coentro é posto em conjunto com outros alimentos o que pode

desencadear contaminação cruzada e elevar o índice de infecção. Deste modo,

sugere-se a remoção das raízes do coentro no local de plantio, bem como evitar a

mescla de diferentes hortaliças em uma mesma embalagem.

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APÊNDICE A – CHECK LIST: ANÁLISE DE ÁREA RURAL

CHECK LIST: ANÁLISE DE ÁREA RURAL

CARACTERÍSTICAS OBSERVAÇÕES

1. Procedência das

sementes

( ) Inflorescência;

( ) Sementes orgânicas;

( ) Sementes com defensivos.

- Fabricante?

2. Adubo utilizado

( ) Compostagem;

( ) Esterco;

( ) Adubo químico, Nitrogênio,

Amônia;

( ) adubação verde.

- O que faz com o

refugo?

3. Água de

irrigação

( ) Rio;

( ) Lago;

( ) Córrego.

( ) Poço;

( ) Água residual doméstica/

Urbana;

( ) Água de reuso.

4. Uso de

pesticidas

( ) Sim;

( ) Não.

- Verificar se no

campo existem

embalagens;

- Observar o tipo de

princípio ativo e a

frequência de uso

5. Criação de

Animais

(Bovinos, suínos,

caprinos, aves)

( ) Sim;

( ) Não.

- Assinalar quais

animais são criados

no peridomicílio

Cães e gatos

também são

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reservatórios de

alguns parasitos

- Os animais são

assistidos por um

veterinário?

6. Presença de

esgotos ou

fossas

domésticas

próximas a área

de plantio

( ) Sim;

( ) Não.

- Banheiro dentro ou

fora de casa?

- Destino dos dejetos

humanos?

7. Faz rotação de

cultura?

( ) Sim;

( ) Não.

8. Tem estufa,

Cultivo

hidropônico

etc.?

( ) Sim;

( ) Não.