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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Dissertação TRANSPOSONS E RETROTRANSPOSONS COMO MARCADORES MOLECULARES EM PLANTAS Gabriela Guerra dos Santos Pelotas, 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia

Dissertação

TRANSPOSONS E RETROTRANSPOSONS COMO MARCADORES MOLECULARES EM PLANTAS

Gabriela Guerra dos Santos

Pelotas, 2013

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Gabriela Guerra dos Santos

TRANSPOSONS E RETROTRANSPOSONS COMO MARCADORES MOLECULARES EM PLANTAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências (área do conhecimento: Biotecnologia Vegetal).

Orientador: Antônio Costa de Oliveira, PhD.

Co-orientador: Luciano Carlos da Maia, Dr.

Pelotas, 2013

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Dados de catalogação na fonte: Ubirajara Buddin Cruz – CRB-10/901 Biblioteca de Ciência & Tecnologia - UFPel

S237t Santos, Gabriela Guerra dos

Transposons e retrotransposons como marcadores mole-culares em plantas / Gabriela Guerra dos Santos. – 61f. – Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Bi-otecnologia. Universidade Federal de Pelotas. Centro de De-senvolvimento Tecnológico. Pelotas, 2013. – Orientador An-tônio Costa de Oliveira. Co-orientador Luciano Carlos da Mai-a.

1.Biotecnologia. 2.Elementos transponivéis. 3.Arroz. 4.Oryza sativa L. 5.Tos 17. 6.Marcador molecular. I.Oliveira, Antônio Costa de. II Maia, Luciano Carlos da. III Título.

CDD: 633.18

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Banca examinadora:

Antônio Costa de Oliveira, Ph.D. – FAEM/UFPel – ORIENTADOR (PRESIDENTE)

Beatriz Helena Gomes Rocha, Dr. – DEZG/IB/UFPel

Naciele Marini, Dra.- FAEM/UFPel

Juliana Castelo Branco Villela, Dra.- Embrapa Clima Temperado

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Á m inha avó Iracem a (in m em oriam ), a quem dedicou sua vida por m im ,

DDDD edicoedicoedicoedico

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AGRADECIMENTOS

Á Deus agradeço pelo dom da vida e pela saúde para poder trabalhar e estudar,

Aos meus professores Antônio e Luciano, pela confiança, pela oportunidade, pelo aprendizado e amizade. Serei sempre grata á vocês dois por tudo que me proporcionaram nestes dois anos de mestrado,

Aos meus pais Mariluci e Wladimyr, e meu irmão Rodrigo, que do jeitinho deles, sempre me apoiaram e compartilharam momentos tão importantes na minha vida, obrigada por terem me dado essa oportunidade de estudar e de ter uma vida melhor,

Ao meu amado Xandi, por ser meu grande parceiro na vida, pelo amor, respeito e confiança em mim, por me aguentar falando de tranposons quase todos os dias e por me acalmar e ajudar quando foi necessário,

Á minha querida avó, que ano passado me deixou nesse plano, porém sei que ganhei mais uma estrela no céu iluminando meu caminho,

Ás minhas tias, pelo carinho e por sempre acreditarem em mim e me amar, independente das nossas controvérsias,

Á Juliana Castelo Branco Villela, pela carta de recomendação, pela confiança, pelas palavras e pela amizade, além do conhecimento científico. Obrigada Ju!!

Á minha amiga Carla Sigales, que conheci nesta jornada, com certeza é uma amizade que quero perpetuar, obrigada Carla pelas conversas, parceria e apoio,

Ás minhas amigas e colegas de sala, Tati e Glacy, agradeço por tudo, pelos

ensinamentos científicos, pelas conversas, pelas risadas, abraços em bons

momentos e nos difíceis também,

Ás minhas amigas Naciele, Fabi, Bianca, Raíssa, Franciele, Viviane, Renata e

Adriana. Obrigada pela amizade, carinho e pelos ensinamentos e disponibilidade

para me auxiliar nesse trabalho.

Ao colega William Pacheco, por me auxiliar na análise dos dados,

Aos demais amigos e colegas do Centro de Genômica e Fitomelhoramento, pela

colaboração nos trabalhos, convívio e amizade.

A instituição de pesquisa CAPES, pelo financiamento da bolsa de pesquisa.

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Ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade Federal de

Pelotas, por oportunizar o aprimoramento de minha formação profissional.

A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.

Meu muito obrigada!!!!!!!!!

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Resumo

‘‘Um experimento conduzido em torno de meados da década de 40 (século XX) me preparou para aceitar respostas inesperadas do genoma frente a situações de choque, para as quais o genoma não está preparado para enfrentar de forma ordenada e programada.’’

(McClintock, abertura do discurso ao receber o Prêmio Nobel de Medicina 08/12/1983).

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Resumo

DOS SANTOS, Gabriela Guerra, Transposons e retrotransposons como marcadores moleculares em plantas. 2013. 62f. Dissertação (Mestrado)- Programa de Pós Graduação em Biotecnologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. Orientador: Antônio Costa de Oliveira (Ph.D)

Os programas de melhoramento genético têm contribuído para a obtenção de

genótipos mais produtivos. Estudos em Biotecnologia vegetal tem sido uma das

ferramentas de auxílio para o melhoramento genético vegetal, assim como a

utilização dos marcadores moleculares. Transposons e Retrotransposons são

onipresentes no genoma das plantas e são cada vez mais estudados. Esse trabalho

teve como objetivo avaliar a similaridade genética entre diferentes cultivares de arroz

utilizando as técnicas de IRAP e REMAP utilizando a presença de retrotransposons.

Para verificar essa similaridade, foi realizada em 20 genótipos de arroz (brasileiros,

japoneses e filipinos) a extração de DNA, para posterior amplificação por PCR

utilizando as técnicas IRAP e REMAP. A análise dos produtos da amplificação foi

feita classificando os fragmentos independentemente conforme presença e ausência

de cada fragmento amplificado em diferentes alturas do gel de poliacrilamida para

que os dados fossem utilizados na construção de uma matriz binária. Os dados

gerados foram utilizados para o cálculo de similaridade genética entre todos os

pares de indivíduos, com o auxílio do programa computacional NTSYS pc 2.1. Para

descrever os padrões de similaridade foi adotado o coeficiente de Dice e foi

construído um dendrograma por meio do método não-ponderado de agrupamento

aos pares UPGMA. Além disso, foi estimado o coeficiente de correlação cofenética

(r), de acordo com o teste de Mantel e a estabilidade estatística do agrupamento foi

estimada por meio da análise de bootstraping com 1000 replicações, através do

programa computacional WINBOOT. Os resultados obtidos neste trabalho mostram

que é possível avaliar a variabilidade genética em genótipos de arroz utilizando as

técnicas IRAP e REMAP através do uso dos retrotransposons como marcadores

moleculares.

Palavras chaves: Oryza sativa, Tos 17, elementos transponíveis.

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Abstract

DOS SANTOS, Gabriela Guerra, Transposons and retrotransposons as molecular markers in plants . 2013. 62F. Thesis (MA) - Graduate Program in Biotechnology. Federal University of Pelotas, Pelotas. Professor: Antônio Costa de Oliveira (Ph.D).

The breeding programs have made significant contributions to obtain more productive genotypes. Studies in Plant biotechnology has been one of the tools to aid plant breeding, as well as the use of molecular markers. Transposons and Retrotransposons are ubiquitous in plant genomes and are increasingly studied. This study aimed to evaluate the genetic similarity among different rice cultivars using the techniques of IRAP and REMAP using the presence of retrotransposons. To verify this similarity was performed in 20 rice genotypes (Brazilian, Japanese and Filipinos) a DNA extraction for subsequent PCR amplification using the techniques IRAP and REMAP. Analysis of amplification products was made by classifying the fragments as independently presence and absence of amplification at different heights polyacrylamide gel for data were used to construct a binary matrix. The data generated were used for the calculation of genetic similarity between all pairs of individuals with the aid of the computer program NTSYS pc 2.1. To describe the patterns of similarity was adopted Dice coefficient and a dendrogram was constructed by the method of unweighted UPGMA grouping in pairs. Furthermore, was estimated cophenetic correlation coefficient (r), according to the Mantel test and statistical stability of the grouping was estimated by analysis of bootstrapping with 1000 replicates through the computer program WinBoot 1.0. The results of this work show that it is possible to assess the genetic variability in rice genotypes using IRAP and REMAP techniques through the use of retrotransposons as molecular markers.

Key words: Oryza sativa, Tos 17, transposable elements.

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Lista de Figuras

Capítulo I- Transposons e retrotransposons como marcadores moleculares em plantas

Figura 1: Estrutura e organização dos retrotransposons (Regiões LTRs e não LTRs) em plantas ..................................................................................................... 21

Figura 2. Esquema básico de um processo de transposição .......................... 23

Figura 3. Organização de vários retrotransposons em arroz ........................... 30

Figura 4. Marcadores moleculares baseados em retrotransposons ............... 32

Capítulo II- Análise dos retrotransposons para a avaliação da variabilidade genética em diferentes cultivares de arroz

Figura 1. Esquema representando a técnica de IRAP-REMAP ...................... 47

Figura 2 A. Perfil das bandas em gel de agarose (3%) com genótipos de arroz com combinação Tos 17 com primers ISSR ........................................................... 53

Figura 2 B. Perfil do padrão de bandas obtido, em gel de acrilamida (6%), referente às combinações de primers que foram selecionadas em gel de agarose. ...... 54

Figura 3 : Dendograma de 20 genótipos de arroz obtido através da análise IRAP e REMAP, utilizando o índice de similaridade de Dice (1945) e o método de agrupamento UPGMA. Os valores encontrados nos grupos indicam o valor percentual de vezes que os genótipos agruparam em 1000 ciclos de análise de boostraping utilizando o programa Winboot. O valor do coeficiente de correlação cofenética (r) é de 0,81. .................................................................................. 54

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Lista de tabelas

Capítulo II- Análise dos retrotransposons para a avaliação da variabilidade genética em diferentes cultivares de arroz

Tabela 1. Genótipos utilizados para análise de similaridade genética ............. 48

Tabela 2. Primers dos elementos transponíveis para análise de similaridade genética. ........................................................................................................... 50

Tabela 3. Primers ISSR utilizados no trabalho. .............................................. 50

Tabela 4. Combinações utilizadas dos primers dos elementos transponíveis com primers ISSR, para análise de similaridade genética ....................................... 51

Tabela 5. Combinações de Primers selecionadas para a análise dos dados .. 53

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Lista de Abreviaturas e siglas

DNA- Ácido Desoxirribonucléico

FISH - Hibridação in situ fluorescente

Int- Integrase

IRAP- Inter - Retrotransposon Amplified Polymorphism

ISSR- Intersimple Sequence Repeats

LINEs - Elementos nucleares dispersos longos

LTRs- Longas repetições terminais (Long Terminal repeats)

MITEs - Miniatura de elementos transponíveis com repetições invertidas (Miniature inverted repeat transposable elements)

NSF- National Science Foundation

ORFs – Módulos de Leitura aberta (Open Reading Frames)

PCR- Reação em cadeia de polimerase

Pr- Protease

REMAP- Retrotransposon - Microsatellite Amplified Polymorphism

RNA- Ácido Ribonucléico

RTNs- Retrotransposons

SINEs -Elementos nucleares dispersos curtos

TEs - Elementos transponíveis (Transposable Elements )

TR- Transcriptase reversa

TUSC- Trait Utility System

UPGMA- Unweighted Pair Group Method with Arithmetic Mean

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Sumário

1 Introdução Geral ...................................................................................................15

2 CAPÍTULO I .........................................................................................................17

Uso de transposons e retrotransposons como marcadores moleculares em plantas ................................................................................................................................18

2.1 Revisão Bibliográfica .....................................................................................18

2.1.1 Elementos Transponíveis ....................................................................18

2.1.2 Classificação dos ETs ..........................................................................19

Elementos Classe I ................................................................................20

Retrotransposons com LTRs ........................................................................20

Retrotransposons sem LTRs ........................................................................20

Elementos Classe II ......................................................................................21

Elementos Classe III ......................................................................................22

2.1.3 Mecanismos de ação dos Transposons .....................................................22

2.1.4 Localização genômica dos Retrotransposons ............................................22

2.1.5 Ativação dos Retrotransposons em plantas por estresses bióticos e abióticos ............................................................................................................................25

2.1.6 Estudos diversos sobre retrotransposons em plantas ................................26

2.1.7 Elementos Transponíveis em gramíneas ...................................................28

2.1.8 Uso de retrotransposons como marcadores moleculares em plantas ........30

2.2 Considerações Finais ........................................................................................33

2.3 Referências Bibliográficas .................................................................................34

3. CAPÍTULO II ......................................................................................................44

Análise dos retrotransposons para a avaliação da variabilidade genética em diferentes cultivares de arroz ..................................................................................44

3.1 Introdução .....................................................................................................45

3.2 Objetivo .........................................................................................................47

3.3 Metodologia ...................................................................................................48

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3.3.1 Material Vegetal .........................................................................................48

3.3.2 Extração de DNA .................................................................................49

3.3.3 Reação de IRAP e REMAP .................................................................49

3.3.4 Amplificação por PCR ..........................................................................51

3.3.5 Visualização em gel de poliacrilamida ................................................52

3.4 Análise dos dados .........................................................................................52

3.5 Resultados e Discussão ................................................................................53

3.6 Conclusões ...................................................................................................56

3.7 Referências Bibliográficas .............................................................................57

Vita .....................................................................................................................62

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Introdução Geral

Os elementos transponíveis (TEs - Transposable Elements) são fragmentos

de DNA que possuem a capacidade de se mover entre regiões de um genoma. A

grande maioria dos genomas investigados até hoje apresentaram elementos

transponíveis (BIÉMONT E VIEIRA, 2006).

Na década de 40, Bárbara McClintok descobriu esses elementos no genoma

de milho, nomeando-os como elementos controladores, pois estes aparentemente

controlavam a coloração dos grãos de milho. Nos anos seguintes, a idéia de que

sequências de DNA podiam se mover dentro dos genomas não foi aceita pela

comunidade científica. Somente na década de 80 os elementos controladores, foram

chamados de elementos transponíveis, redescobertos, gerando várias mutações em

milho (KAZAZIAN, 1998).

Esses elementos transponíveis são constituintes de grande parte dos

eucariotos, sendo maior que 70% em algumas plantas e anfíbios, e 45% em

humanos (VENNER et al., 2009). Diversos estudos foram realizados, tentando

elucidar a importância e o impacto desses elementos na evolução dos genomas,

devido as suas inserções e/ou deleções, em diferentes locais do genoma, causando

algumas alterações, podendo ser por transferência vertical ou transferência

horizontal (SCHAACK et al., 2010).

Devido à grande diversidade de elementos de transposição existente nos

diferentes genomas e às diferenças de sequências nucleotídicas encontradas e,

consequentemente, proteínas produzidas por esses elementos móveis, foi

necessária a construção de uma classificação que facilitasse os estudos destas

sequências.

Primeiramente os TEs podem ser classificados em duas grandes classes de

acordo com o mecanismo pelo qual ocorre a transposição: por meio de DNA (classe

II) ou através de um intermediário de RNA (classe I). A classe II são os que se

deslocam como sequência de DNA (comumente conhecidos como transposons) e

para tal codificam uma transposase (enzima que catalisa sua inserção em novos

sítios). A classe I refere-se aos que se movem via RNA e, para tanto, codificam

transcriptases reversas (chamado, mais especificamente, de Retrotransposons)

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(RANGNER, 1996). Esses elementos transponíveis podem ser agrupados

hierarquicamente em: classes, subclasses, ordens, superfamílias, famílias e

subfamílias, de acordo com algumas características (WICKER et al., 2007).

Entre os elementos transponíveis, os retrotransposons, são um dos

principais componentes do genoma das plantas (FESCHOTTE et al., 2002). Por

exemplo, 80% do genoma do milho e pelo menos 40% do genoma do feijão são

ocupados por retrotransposons. Pelo menos 17% do genoma do arroz, que é

relativamente pequeno, estimado em retrotransposons (MCCARTHY et al., 2002).

Os estudos recentes têm como base a identificação da presença desses

elementos transponíveis, sendo por sequenciamento, ou por utilização de

marcadores moleculares desenvolvidos com base em sequências LTRs dos

retrotransposons. Eles podem revelar a evolução dos genomas, tanto no aumento

do seu tamanho, como em alterações moleculares. Além disso, a variabilidade

gerada pelas transposições pode auxiliar na identificação de diferenças entre

genótipos, sejam eles indivíduos, linhagens e cultivares. Este estudo teve como

objetivo avaliar a similaridade genética entre diferentes cultivares de arroz através

das técnicas de IRAP e REMAP utilizando a presença de retrotransposons.

16

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2. Capítulo I

Revisão bibliográfica

Transposons e retrotransposons como marcadores mole culares em plantas

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2.1 Revisão Bibliográfica

2.1.1 Elementos Transponíveis

A mobilidade das sequências do DNA foi primeiramente sugerida no final

dos anos 40, antes da descoberta da estrutura molecular do DNA, quando Bárbara

McClintock revelou os “elementos controladores”. Neste período um dos dogmas da

ciência era o princípio estático do genoma e a única mudança aceitável relacionava-

se àquela proporcionada pelos processos evolutivos (KIDWEL; LISCH, 2001).

A instabilidade do genoma vem sido estudada pela comunidade científica e

sabe-se que este está sujeito a vários fatores que proporcionam sua variabilidade

como as mutações, inserções e deleções. Outro fator que gera instabilidade são os

elementos de transposição (TEs) descobertos por McClintock em 1931, em um

estudo de mutações no genoma do milho (MCCLINTOCK, 1931). Nos anos de 1945

e 1946, durante um estudo utilizando sementes de milho, esta pesquisadora

verificou um padrão incomum na expressão e segregação dos determinantes da

coloração da aleurona dos grãos. Tal acontecimento só poderia ser explicado por

“partículas móveis” presentes neste genoma. Desde então, estes elementos móveis

foram encontrados em todas as espécies onde já foram pesquisados (CRAIG, 2002;

CAPY, et. al.,1994).

Os TEs são sequências de DNA que têm a capacidade de mudar de posição

no genoma, independente de homologias entre as regiões. Esta transposição pode

ocorrer de forma autônoma, quando os elementos produzem suas próprias enzimas

que promovem sua mobilização; ou podem ser não autônomos, os quais dependem

das enzimas produzidas pelos elementos autônomos. Um dos maiores impactos no

genoma hospedeiro causado pela presença e movimentação desses elementos

transponíveis está relacionado com o aumento da variabilidade genética (CAPY et

al., 1998; KIDWELL, LISCH, 1997).

Devido à grande diversidade de elementos de transposição existentes nos

diferentes genomas foi necessária a construção de uma classificação que facilitasse

os estudos destas sequências. Os TEs podem ser agrupados hierarquicamente em:

classes, subclasses, ordens, superfamílias, famílias e subfamílias, de acordo com

algumas características (WICKER et al., 2007).

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Os TEs podem ser classificados em duas classes, dependendo do

mecanismo de transposição (GOODIE; KAZAZIAN, 2008); que pode ser por meio de

DNA (classe II) ou através de um intermediário de RNA (classe I). Os TEs classe II, são

conhecidos como trasposons, e se deslocam a partir de sequências de DNA e

codificam uma proteína chamada transposase (enzima que catalisa sua saída do sítio

original e a sua inserção em novos sítios). Ainda na classe II, temos os helitrons, eles

foram encontrado e caracterizado em eucariotos, sendo denominados de helitrons

(Plantas) e Heletron (Vertebrados) (POULTER et al., 2003 ; KAPITONOV E JURKA,

2001). Eles apresentam um mecanismo de transposição chamado ‘rolling circle’ (PILAR

et. al., 2001). Estão presentes na maioria das espécies de plantas e animais e são

particularmente abundantes em plantas com flores (YANG E BENNETZEN, 2009). Os

TEs da classe I, denominados como retrotransposons, movem-se via RNA e codificam

transcriptases reversas que utilizam sua sequência como molde para fazer uma fita de

RNA que serve como molde para posteriormente dar origem a uma fita de DNA que

será inserida numa outra região do genoma ( RANGNER, 1996).

Há ainda uma classe intermediária onde estão agrupados os elementos

que não se adequam às características dos elementos das duas classes anteriores. A

princípio, esta classe é dividida em duas superfamílias: MITEs (miniatura de

elementos transponíveis com repetições invertidas), que possuem curtas repetições

terminais e os elementos Foldback, com longas repetições terminais. Os elementos

MITEs possuem uma estrutura interna comparável com a dos elementos da classe II,

mas o seu alto número de cópias no genoma e sua inserção preferencial em regiões

de genes os classificam como elementos da classe I (CAPY et al.,1998).

2.1.2 Classificação dos elementos Transponíveis

Segundo Wicker et. al. (2007), podemos melhor descrever cada classe dos TEs nas categorias a seguir:

19

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Elementos de Classe I

Os elementos desta classe são conhecidos por Retrotransposons. Eles se

movimentam através de um intermediário de RNA que é codificado para DNA por

uma transcriptase reversa, produzida por eles mesmos, antes da sua nova inserção.

Esta ainda se subdivide em retrotransposons com LTRs (Ty1-copia e Gypsy-Ty3),

que são semelhantes ao retrovírus, e os retrotransposons sem LTRs (LINEs e

SINEs) do inglês long interspersed elements e short interspersed elements,

respectivamente.

Retrotransposons com LTRs

São elementos estruturalmente similares aos retrovírus. Possuem longas

repetições nucleotídicas nas extremidades 5’ e 3’. De uma maneira geral, estas

repetições terminais flanqueiam uma região central que contém três módulos

abertos de leitura conhecidos por ORFs, do inglês Open Reading Frames (Figura 1).

A sequência das ORFs pode variar entre os elementos deste grupo. A primeira ORF

refere-se ao gene gag que produz uma poliproteína que é processada em três

proteínas maduras: a matriz, o capsídeo e o nucleocapsídeo. A outra ORF constitui-

se do gene pol que codifica as enzimas necessárias à transposição do elemento:

protease (Pr), transcriptase reversa (TR), RNAseH e integrase (Int). A última ORF

está presente em algumas famílias desta classe, podendo ou não produzir uma

proteína funcional: ela corresponde ao gene env, que codifica a proteína do

envelope viral nos retrovírus.

Retrotransposons sem LTRs

Esta subclasse é dividida em duas superfamílias, LINEs (elementos

nucleares dispersos longos) do inglês long interspersed elements e SINEs

(elementos nucleares dispersos curtos) do inglês shorts interspersed elements, a

diferença entre eles é a presença, nos LINEs, ou ausência, nos SINEs da enzima

transcriptase reversa. A superfamília LINEs compreende elementos com tamanhos

que variam entre 5 e 8kb, e possuem uma sequência rica em adeninas no

término 3’, muito semelhantes às caudas poli A presente em RNAs mensageiros.

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Esses elementos possuem ORFs que codificam algumas enzimas necessárias para

a transposição.

Figura 1: Estrutura e organização dos retrotransposons (Regiões LTRs e não LTRs) em plantas, adaptado. (KUMAR E BENNETZEN, 1999).

Elementos de Classe II

A classe II constitui os elementos chamados de Transposons. Essas

sequências se movimentam através de um intermediário de DNA por um mecanismo

de excisão do sítio original e reinserção em outro sítio no genoma. Todos os

elementos possuem repetições terminais invertidas (TIR) do inglês terminal invert

repeats. Os transposons são caracterizados pela mobilização dos elementos através

de um processo de excisão do sítio doador e reinserção em outro sítio em qualquer

posição no genoma hospedeiro. Ainda nesta classe, temos os elementos chamados

de Helitrons, que faz o processo de replicação “rolling circle”.

Foram descobertos pela análise computacional das sequências genômicas

de Arabidopsis thaliana, Oryza sativa e Caenorhabditis elegans (KAPITONOV E

JURKA, 2001). Não apresentam as estruturas típicas que são características dos

Retrotransposons com LTRs

Retrotransposons sem LTRs

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TEs tradicionais de classe de DNAA. Se inserem preferencialmente entre os

nucleotídeos de adenina e timidina (KAPITONOV E JURKA, 2007). São

onipresentes em todos os eucariotos, como Arabidopsis thaliana, Drosophila

melanogaster, Oryza sativa e Zea mays (LANGDON et al.,2009; LAL et al., 2009;

KAPITONOV E JURKA, 2003; KAPITONOV E JURKA, 2001).

Elementos de Classe III

São chamados de MITEs (Miniatura de elementos transponíveis com

repetições invertidas) do inglês Miniature inverted-repeat transposable element. É um

grupo considerado heterogêneo de elementos não autônomos, são pequenos, variam

entre dezenas e centenas de pares de bases. Flanqueiam uma região de repetições

terminais invertidas e são frequentemente achados próximos dos genes.

2.1.3 Mecanismos de Ação dos Transposons

Segundo Griffiths et. al. (2008) os transposons podem ser reconhecidos por

sequências de DNA curtas nas extremidades, que são iguais entre si, mas estão em

orientação invertida, denominadas de repetições terminais. O mecanismo de

transposição é realizado pela enzima transposase, a qual, na maioria dos casos é

codificada pelo próprio transposon (Figura 2). São capazes de codificar sua própria

enzima transposase e, por isso, capazes de iniciar seu próprio movimento de

transposição, portanto são denominados autônomos. Por exemplo, o elemento de

transposição Ac, encontrado no milho, é autônomo, enquanto o elemento Ds,

também encontrado no milho, não o é considerado autônomo. Entretanto, a

transposase codificada por Ac pode realizar a transposição de um elemento Ds, bem

como de seu próprio elemento. Os elementos Ds, neste caso, são ditos não-

autônomos.

Como os transposons não se movem com muita frequência, a sua presença

em uma determinada região do genoma pode ser inferida pela presença de

repetições invertidas nas extremidades do elemento. A transposição é iniciada

quando um gene que codifica uma transposase é expresso e o seu RNA mensageiro

é traduzido no citoplasma. A transposase, então, entra no núcleo e liga-se às

repetições terminais invertidas do elemento. De maneira geral, existem dois tipos de

mecanismos de transposição. No primeiro, o transposon move-se sem que haja a

replicação (transposição conservativa). No outro tipo, denominado de transposição

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replicativa, o transposon movimenta-se através de sua replicação e posterior

inserção em outro local do genoma (SANGLARD et al., 2012).

Figura 2. Esquema básico de um processo de transposição. (1) Sequência contendo um gene para uma transposase (cor roxa), sequências terminais do transposon (cor amarela), outro gene (cor verde) e outras sequências de DNA não expressas (íntrons). (2) Ação da transposase. (3) Resultado da ação da transposase: um transposon é inserido na sequência de outro gene, de modo a posicionar-se interrompendo a sequência original do mesmo. Adaptado, ARCHIVE FOR THE TRANSPOSONS (2011).

2.1.4 Localização genômica de retrotransposons

Os retrotransposons são presentes no reino vegetal, detectando-se a sua

presença principalmente em algas unicelulares, briófitas, gimnospermas e

angiospermas (FLAVELL et al., 1992). O número de cópias existente por genoma é

variável, sendo frequente a existência de um elevado número de cópias em plantas

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com genomas de grande dimensão. Exemplos clássicos envolvem o caso do milho,

em que 50-80% do genoma nuclear é atribuído a estes elementos (SANMIGUEL E

BENNETZEN, 1998) e mais de 50% do genoma de cevada (VICIENT et al., 1999).

Em cevada, a principal família de retrotransposons, é a família BARE-1 que

representa 5% do seu genoma (VICIENT et al. 1999).

Um dos principais responsáveis por estes valores é o próprio mecanismo de

transposição destes elementos, capaz de originar um elevado número de cópias em

pouco tempo. Este mecanismo parece estar na base do paradoxo do valor de DNA

C, isto é, a falta de correlação existente entre o tamanho do genoma e a

complexidade de um organismo. Segundo Sanmiguel e Bennetzen (1998)

verificaram que a diferença abrupta nos valores de C dentro da família das

gramíneas era devida a uma amplificação diferencial dos retrotransposons. Por

exemplo, o arroz e a cevada têm aproximadamente o mesmo número de genes, mas

a diferença entre o tamanho dos seus genomas é atribuída, em parte, à amplificação

destes elementos (VICIENT et al., 1999). Nesta perspectiva, a diferença que se

observa em genomas de grande dimensão, como o da fava e do milho (cerca de

14.000Mbp e 2500Mbp respectivamente) pode resultar de uma amplificação bem

sucedida de retrotransposons (BENNETT E LEITCH, 2005; PEARCE et al., 1996;

SANMIGUEL et al., 1996) enquanto que genomas de pequenas dimensões, como o

de Arabidopsis (130Mbp), podem resultar em poucas transposição (WRIGH et al.,

1996). Paralelamente, foi demonstrada a preferência que alguns elementos exibem

pela amplificação em certas espécies: elementos copia-like proliferaram em espécies

com genomas menores enquanto que elementos gypsy-like proliferaram em

genomas de maiores dimensões, como em Gossypium (HAWKINS et al., 2006).

Foram feitos inúmeros estudos sobre a localização dos retrotransposons

LTRs no genoma de plantas com o objetivo de conhecer a sua diversidade e assim

poder clarificar a sua função na evolução destes genomas. Dados resultantes de

hibridação in situ fluorescente (FISH) do inglês Fluorescent in situ hybridization, em

diversas espécies vegetais permitiu concluir que, de uma forma geral, parece haver

diferença no padrão de distribuição de elementos Ty1-copia e Ty3-gypsy. Elementos

Ty1-copia parecem não ter preferência por domínios genômicos específicos uma vez

que foram detectados tanto em zonas eucromáticas, isto é, zonas ricas nas bases G

e C, nas quais se localiza a maioria dos genes e que estão associadas à atividade

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transcricional (PEARCE et al. 1996a; PEARCE et al., 1996b; PRICE et al., 2002)

como também em zonas heterocromáticas, ricas em A-T e associadas á inativação

transcricional, nomeadamente zonas teloméricas achados em Allium cepa (PEARCE

et al., 1996b) e paracentroméricas achados em Arabidopsis thaliana (BRANDES et

al., 1997).

Em outras gramíneas foi detectada a presença de retrotransposons LTR em

“clusters”, num tipo de arranjo designado “nested”, ou seja, elementos inseridos uns

dentro dos outros. Estes podem ser da mesma família, como é o caso de BARE-1,

em cevada (SHIRASU et al., 2000) ou de famílias diferentes, em milho (SANMIGUEL

et al., 1998). Ainda em milho, 49-78% do seu genoma é composto de

retrotransposons (SANMIGUEL E BENNETZEN, 1998). Em trigo, cerca de 90% do

genoma consiste de sequências repetidas e, destas, 68% corresponde a elementos

transponíveis (LI et al., 2004).

Elementos Ty3-gypsy são abundantes em cereais, em regiões eucromáticas,

mas também heterocromáticas, especialmente em zonas centroméricas, como se

verificou em milho, centeio, trigo, arroz e cevada, mas também em Arabidopsis

thaliana (SANMIGUEL et al., 1996). Em milho, uma sequência de 240kb localiza-se

essencialmente em zonas eucromáticas intergénicas enquanto que em arroz uma

família de retrotransposons LTR não-autónomos – Dasheng - com um elevado

número de cópias, parece exibir uma preferência pela inserção em zonas de

microssatélites para além de outros elementos transponíveis, que se localizam em

zonas pericentroméricas (JIANG et al., 2002).

2.1.5 Ativação de retrotransposons em plantas por estresses bióticos e

abióticos

Muitos dos retrotransposons de plantas estudadas até o momento são

transcricionalmente ativados por vários fatores de estresse biótico e abiótico

(GRANBASTIEN et al., 1998). A expressão e ativação dos retrotransposons Tnt 1 e

Tto 1 em tabaco pode ser através de vários estresses abióticos, incluindo o

isolamento de protoplastos, culturas de células, ferimento, jasmonato de metila e

ácido salicílico, mexendo no padrão de metilação (POUTEAU et al., 1991;

HIROCHIKA, 1993; POUTEAU et al., 1994; MOREAU-MHIRI et al., 1996; MHIRI et

al., 1997; TAKEDA et al, 1999).

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Do mesmo modo, o stress biótico, traz vários fatores, tais como extratos

fúngicos de Trichoderma viride (POUTEAU et al., 1994, TAKEDA et al., 1999) ou

inoculação com vários agentes patogénicos virais, bacterianos, fúngicos ou

(POUTEAU et al., 1994) têm sido mostrados para ativar a transcrição desses

retrotransposons. Em contraste com Tnt 1 e Tto 1, transcrição de Tos 17 é induzida

apenas por cultura de tecidos. O retrotransposon Tto 5 de tabaco foi isolado pelo

método de RT-PCR, induzindo ácido salicílico (POUTEAU et al., 1994).

Em recentes estudos, Butelli et al. (2012), sugere que as laranjas sicilianas

(Citrus sinensis), boas para a saúde cardiovascular e diminuição de gordura, são

sensíveis ao frio, o que atrapalha na coloração. Associaram que um retrotranposon é

reponsável pela formação de cor no fruto. Ele é ativado pelo estresse ao frio. Os

resultados demosntram que a transposição e recombinação de retroelementos são

fontes importantes de variação provável em Citrus.

2.1.6 Estudos diversos sobre Retrotransposons em Pl antas

Estudos com retrotransposons em plantas são bem variados. O uso de

técnicas de biologia molecular é bem diverso, como a transformação genética,

como no caso do desenvolvimento de um sistema de vetor de transformação

baseado no retrotransposon Tnt 1 em tabaco. O elemento chamado de Mini-Tnt 1,

também oferece um sistema facilmente manipulável para estudar mecanismos de

retrotransposição em plantas (HOU et al., 2010).

Relatos da utilização de retrotranposons em plantas como Arabidopsis

thaliana, demostra a existência da família de retrotransposon chamada Ta 1-10, a

qual constitui 0,1% do genoma da planta. O genoma do fumo contém o

retrotransposon Tnt 1, o qual foi isolado após a sua transposição e inativação do

gene que codifica a enzima nitrato redutase. Plantas pertencentes á família

Liliaceae, possuem o retrotransposon demonimado Del, existindo mais de 13.000

cópias no genoma de Lilium longiflorum. Em arroz, existem três famílias principais

de retrotransposons, a doTos, a do RIRE3, e p- SINE 1 (KUMAR E BENNETZEN,

1999).

Estudos em Oryza australiensis mostraram que a família RIRE-1 é mais

abundante na zona pericentromérica que na zona distal de ambos os braços

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cromossômicos uma característica partilhada com outras famílias LTR no genoma

de O. sativa (JIANG et al., 2002). Outro estudo aponta os retrotransposons LTR

como responsáveis pela modificações no genoma no gênero Eleocharis. Os dados

sugerem fortemente que Ty1-copia /Helos1 desempenhou um papel importante na

evolução, tanto no tamanho do genoma quanto no cariótipo em Eleocharis (ZEDEK

et al., 2010).

Em Vitis sp., estudos com elementos transponíveis desempenharam um

papel importante na domesticação da videira e sua evolução. A publicação do

genoma completo da videira abre a possibilidade para uma análise profunda do

conteúdo de transposons em seu genoma para entender sua evolução (BENJAK et

al., 2008).

Na ativação da transcrição do trigo, os retrotransposons alteram a expressão

de genes adjacentes, e leitura através dessa transcrição é a partir dos

retrotransposons que estão associados na ativação ou silenciamento desses genes

(KASHKUSH et al., 2003). Assim, elementos transponíveis, incluindo

retrotransposons, contribuíram mais significativamente para a evolução de genes e

genomas do que se pensava anteriormente. Durante a transposição,

retrotransposons são transcritos reversamente por uma transcriptase reversa, e os

cDNAs resultantes são integrados no genoma. Este modo de "copiar-e-colar"

contribui para a expansão do tamanho do genoma. Estudos mostram que as

sequências de retrotransposon não são eliminadas facilmente do genoma e são

mantidas em uma forma inativa. É reconhecido que elementos transponíveis

influenciam na evolução, aumentando tamanho de genomas e na indução de

diversos tipos de alterações dos genomas eucarióticos superiores (KIDWELL E

LISCH, 1997).

Em Arabidopsis thaliana, como se considera uma espécie modelo das

dicotiledôneas e de estudos moleculares, tem contribuído muito para a compreensão

dos sistemas de prevenção de invasão genoma por elementos transponíveis, os

avanços recentes sugerem que A. thaliana pode ser mais eficiente do que a A.

lyrata, pelo o controle da expressão e proliferação dos elementos transponíveis. A

análise comparativa da transcrição em de elementos transponíveis em A. thaliana e

A. lyrata, que diferem em 40% no tamanho do genoma, pode ajudar a compreender

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como mecanismos de silenciamento contribuiram para a evolução, um importante

fator de variação de tamanho nos genomas de plantas e animais (MEAUX;

PECINKA, 2012). Retrotransposons LTRs também teve sua história evolucionária

estudada recentemente, através dos domínios protéicos, nas plantas do gênero

Selaginella, em análises comparativas e filogenéticas (NOVIKOV et al., 2012).

2.1.7 Elementos Transponíveis em gramíneas

Barbara McClintok iniciou alguns experimentos para gerar deleções em

alguns marcadores ao longo do cromossomo 9 de milho. Os genes que se

localizavam próximos ao centrômero eram C (cor), sh (shrunken) e wx (endosperma

waxy). Ela esperava que as deleções fossem abolir a atividade dos marcadores mais

afastados do centrômero, ou seja, que a progênie perderia C, e as sementes

ficariam descoloridas. Ela estava trabalhando com uma linhagem de milho cujo

cromossomo tipicamente se quebrava entre wx e o centrômero, resultando na perda

dos três marcadores ao mesmo tempo. Porém havia algo mais frágil para que a

quebra ocorresse nessa região. McClintock designou um marcador, que chamou de

Ds para dissociação. Observações posteriores mostraram que o Ds nesta posição

não era estável, e que em algumas linhagens ele parecia pular do sítio entre wx e o

centrômero para a posição entre o gene C, fazendo com que os grãos ficassem

descoloridos. Em alguns raros casos, porém, o Ds pulava de volta durante o

desenvolvimento da semente, assim sendo, as sementes ficavam descoloridas,

porém com alguns pontos coloridos, tendo sua atividade gênica restaurada. Por

causa destas plantas instáveis, McClintock propôs que estas linhagens continham

um ativador (Ac) e que tanto o Ds quanto o Ac eram necessários para que a

transposição Ds acontecesse. Análises genéticas de McClintock e subsequentes

estudos moleculares mostraram que o sistema de transposição Ac/Ds é uma

complexa estrutura que consiste de dois tipos de elementos, o elemento autônomo

(Ac) e o não autônomo (Ds). O primeiro codifica todos os produtos de que necessita

para transpor e o segundo é uma família de elementos que são reconhecidos para

transposases codificadas por Ac (BUCHANAN et al., 2000).

Os elementos Ac e Ds tendem a transpor no local, por esta razão, eles

podem ser efetivamente utilizados para saturar uma região cromossômica com

inserções, proporcionando uma marca de clonagem molecular de genes próximos

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(VAN SCHAIK; BRINK, 1959; DOONER; BELACHEW, 1989; COWPERTHWAITE et

al., 2002). Estudos prévios demonstraram que o Ac e o Ds inserem,

preferencialmente em genes, uma propriedade que é explorada para os tornar um

recurso útil para genética reversa.

O transposon Mu (Mutator) foi utilizado pela primeira vez em milho pela

Pioneer Hi-Bred Co, e a tecnologia foi denominada Trait Utility System (TUSC), um

projeto usando transposon Mu foi financiado pela National Science Foundation

(NSF). O referido projeto teve como objetivo demonstrar a funcionalidade de genes

de milho usando o sequenciamento do DNA genômico flanqueando as inserções do

transposon Mu e caracterizar os indivíduos mutantes contendo esses transposons.

Para uma ampla utilização do material genético resultante desse projeto, foi criado

um banco de mutantes onde são armazenados os estoques de sementes mutadas,

o Maize Genetics Cooperative Stock Center. Os pesquisadores poderão utilizar a

técnica de PCR para seleção de uma coleção de plasmídeos contendo genes de

interesse flanqueados pelo transposon Mu. (MELAKE-BERHAN et al.,1996).

Como Ac, os elementos Mu tendem a se inserir preferencialmente nos

genes, ou perto deles (RAIZADA et al., 2001), mas ao contrário de Ac, se transpõem

para sítios desvinculados. Além disso, os elementos transponíveis Ac, estão

presentes no genoma do milho em maior número de cópias, o que os torna uma

excelente ferramenta para triagem direcionada.

A cana é uma cultura importante para a produção de açúcar em todo o

mundo e cada vez mais, como uma fonte de energia renovável. Retrotransposons

LTRs como são os componentes principais da maioria dos genomas de plantas e

podem influenciar substancialmente o genoma de muitas maneiras, um estudo foi

feito para ver famílias individuais de Retrotransposons com LTRs em cana, pois têm

estruturas distintas. Os resultados indicam que essas famílias têm comportamentos

distintos e pode potencialmente impactar o genoma de diversas maneiras. Por

exemplo, estes elementos transponíveis podem afetar genes próximos através da

geração de mecanismos que desencadeiam o silenciamento de genes. Há também

algumas evidências que os genomas ancestrais contribuíram significativamente em

elementos diferentes a partir de determinadas linhagens de retrotransposons com

LTRs para o genoma da cultivar moderna de cana. (DOMINGUES et al., 2012).

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Em arroz, devido ao seu genoma de tamanho pequeno, o menor entre as

gramíneas e cereais (ARUMUGANATHAN EARLE, 1991), várias famílias de

retrotransposons foram bem identificadas no seu genoma. Estes incluem Ty1 copia

tipo (por exemplo, 1-20 Tos) (HIROCHIKA et al., 1992), tipo Ty3 gypsy (p. ex RIRE3,

RIRE7) (KUMEKAWA et al., 1999, 2001), e SINE (por exemplo, p-SINE1)

(MOCHIZUKI et al., 1992; MOTOHASHI et al., 1996). Estudos anteriores que

utilizam pesquisas de similaridade de sequências revelou a predominância de

elementos MITEs em arroz (BUREAU, WESSLER, 1994; BUREAU et al., 1996;.

MAO et al., 2000, TURCOTTE et al., 2001). A figura 3 mostra a organização dos

diversos retrotransposons em arroz, segundo um estudo feito por Chao et al. (2003).

Figura 3: Organização de vários retrotransposons em arroz. O comprimento total dos elementos e do comprimento dos LTRs está indicado à esquerda. Os genes que codificam a proteína gag e poliproteína são representados por gag e pol, respectivamente, segundo Chao et al. (2003), adaptado.

2.1.8 Uso de retrotransposons como marcadores mole culares em plantas

Retrotransposons são muito estudados, a fim de descobrir marcadores

moleculares para incrementar programas de melhoramento vegetal. Sistemas de

marcadores que exploram métodos diversos podem ser facilmente desenvolvidos e

são de baixo custo. Também oferecem acesso à parte dinâmica e polimórfica do

genoma estudado (SCHULMAN et. al., 2012). De modo geral, marcadores

moleculares são mais eficientes que os marcadores morfológicos para medir a

variabilidade genética existente entre os genótipos.

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Marcadores moleculares baseados em retrotransposons com regiões LTRs

são muito estudados. Pesquisas utilizando esse sistema são eficazes e aplicados

em uma gama de cereais e gramíneas, além de caju e coco, tomate e pimenta,

várias espécies leguminosas, fungos, pássaros e insetos. As aplicações vão desde

investigações de ativação dos retrotransposons, sua mobilidade para estudos de

biodiversidade e evolução do genoma, para o mapeamento de genes e estimativa

de distância genética (KALENDAR et al., 2011).

O conhecimento de várias sequências de elementos de transposição tem

possibilitado o desenvolvimento de novas técnicas para estudar a dinâmica dos

genomas. Marcadores baseados em Retrotransposons é um grupo de marcadores

moleculares utilizados para a identificação e descrição de genótipos, pois os

retrotransposons geralmente mostram dispersão cromossômica, número de cópias

variável e distribuição aleatória no genoma (KALENDAR et al., 1999). A dispersão

(KATSIOTIS et al., 1996), ubiquidade (FLAVELL et al., 1992) e prevalência

(PEARCE et al., 1996, 1997) de elementos retrotransponíveis em genomas de

plantas pode ser explorada para “DNA fingerprinting” (identidade molecular),

servindo como uma ferramenta para futuros estudos de biologia de plantas.

Os sistemas de marcadores moleculares baseados em retrotransposons

com LTRs exploram os polimorfismos do DNA genômico resultantes de fenômenos

de inserção entre dois retrotransposons muito próximos ou entre um

retrotransposons e um SSR, no caso dos marcadores IRAP (Inter Retrotransposon

Amplified Polymorphism) e REMAP (Retrotransposon Microsatellite Amplified

Polymorphism), respectivamente, conforme a figura 4 (KALENDAR et al., 1999;

PROVAN et al., 1999; SCHULMAN et al., 2004).

Os primers utilizados são geralmente desenhados para domínios

conservados nas LTRs e/ou regiões SSR conservadas. Contudo, as regiões LTR

conservadas podem diferir dentro da mesma família e entre famílias. Os métodos

IRAP e REMAP originam, em cada amplificação, dezenas a centenas de produtos,

dependendo da prevalência da família de retrotransposons e da organização do

genoma da planta em estudo (SCHULMAN, 2007).

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Resumindo, muitas características dos retrotransposons, como o fato de

serem ubíquos do genoma, abundantes e dispersos, tornam-nos eficientes para a

sua utilização como sistemas de marcadores moleculares. Simultaneamente, a sua

atividade leva à diversificação do genoma e fornece meios para a sua detecção. Os

retrotransposons produzem grandes alterações genéticas no local de inserção,

promovendo assim sequências conservadas que podem ser utilizadas na detecção

da sua própria inserção (SCHULMAN, 2007).

Figura 4: Marcadores moleculares baseados em retrotransposons: A) Marcadores IRAP originam-se pela proximidade de dois LTRs usando “primers outward-facing” que hibridam com sequências LTR alvo. B) Na técnica REMAP utilizam-se “primers” que ligam a microssatélites “outward-facing” de LTRs próximos, segundo Agarwal et al. (2008), adaptado.

A aplicação da técnica IRAP (Inter Retrotransposon Amplified Polymorphism)

combinada com a técnica REMAP (Retrotransposon Microsatellite Amplified

Polymorphism) tem se apresentado como excelente marcador molecular para a

identificação de variedades (KALENDAR et al., 1999), o mapeamento de genes de

resistência em cereais e estudos de filogenia e na detecção de diversidade e

variabilidade genética dentro de vários gêneros de plantas como por exemplo, em

Hordeum (KALENDAR et al., 1999) e Oryza sativa L. (CASTELO BRANCO et al.,

2007; MARINI, 2012).

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2.2 Considerações Finais

Estudos feitos com elementos transponíveis são bem variados e

apresentam-se constantes, não somente em plantas, mas também em humanos,

como no caso de analisar o progresso recente na compreensão dos

retrotransposons e fornecer uma perspectiva sobre a relação entre eles e a variação

genômica em células-tronco pluripotentes (TANAKA et al.,2012). Em animais, como

em Locusta migratoria, é um inseto com um tamanho de genoma grande, e o seu

genoma apresenta muitos retroelementos, foi feita uma análise dos dados de

sequênciamento para elucidar as características de diversidade, estrutura e

expressão de retroelementos (JIANG et al., 2012).

Em plantas, análises de sequências são feitas para investigar os elementos

transponíveis para entender a evolução de genomas, em recente estudo, foi

demonstrado que o uso de uma pequena sequência a partir de um genoma de

planta permite a descoberta e descrição da sua dinâmica para estudos filogenéticos

(ESTEP et al., 2013). Estes estudos devem ser prosseguidos através de linhagens

de plantas com a seleção filogenética apropriada, para ajudar entender a atividade e

comportamento dos elementos transponíveis, cujos tem sido responsáveis pela

variação do genoma através da evolução.

Em estudos utilizando retrotransposons como marcadores moleculares, além

dos já citados, um recente estudo mostra em pêra japônes (Pyrus pyrifolia), foi

desenvolvido através da técnica baseado em polimorfismo de inserção (RBIP)

marcadores com base nos regiões LTRs (KIM et al., 2012).

Baseando-se no que foi exposto nesta revisão, fica evidente que estudos de

transposons e retrotransposons são muito importantes para a compreensão dos

genomas e sua evolução, além é claro de sua grande importância como marcadores

moleculares para a distinção de genótipos.

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2.3 Referências Bibliográficas

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3. Capítulo II

Análise de retrotransposons para a avaliação da var iabilidade genética

em diferentes cultivares de arroz

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3.1 Introdução

O arroz (Oryza sativa L.) é um dos alimentos mais importantes para a

nutrição humana, sendo o principal alimento para mais da metade da população

mundial, além de desempenhar um importante papel tanto no âmbito social e

econômico quanto cultural. Atualmente é o segundo cereal mais produzido no

mundo (FAO, 2012). O Estado do Rio Grande do Sul é responsável pela maior

produção de arroz no Brasil, contribuindo com cerca de 70% na safra de 2011/2012.

Além disso, o Rio Grande do Sul produz arroz no sistema de cultivo irrigado, que

representa à principal forma de produção (CONAB, 2012).

Além de sua importância social e econômica, o arroz é uma planta modelo

entre as monocotiledôneas, pois apresenta um genoma pequeno (cerca de 430

Mbp) que foi completamente sequenciado (cultivar Nipponbare subespécie japonica

(~ 380 Mbp) (IRGSP, 2005). Outros aspectos que a fazem como uma planta modelo

é a ampla coleção de germoplasma e o vasto repertório de recursos genéticos e

moleculares (PATERSON et al., 2005).

Além disso, seu genoma apresenta diversos elementos de transposição,

muitos desses elementos ocorrem em regiões diferentes e em números diversos,

alterando a variabilidade do genoma, aumentando seu tamanho e produzindo

mutações dentro dos genes e entre os genes (AGRAWAL et al., 2001).

Em arroz, existem 3 famílias principais de retrotransposons, o Tos, RIRE3,

p- SINE 1 (KUMAR; BENNETZEN, 1999). A família mais estudada de elementos

transponíveis em arroz é a do Tos. Entre o retrotransposon mais estudado, está o

Tos 17. Estudos de análise funcional do genoma utilizam esse elemento para

localizar, identificar e determinar funções de genes. A clonagem por ‘’gene tagging’’

tem sido utilizada com sucesso em Tos 17. Uma cópia do Tos 17 pode causar uma

mutação, podendo ser identificada em gel de agarose e o gene mutado pode ser

caracterizado em reação em cadeia de polimerase (PCR) (KUMAR; HIROCHIKA,

2001). Outros estudos baseiam-se em genética reversa onde, ocorre uma seleção

de inserções utilizando combinações de oligonucleotídeos iniciadores baseados em

genes de interesse e outra no retrotransposon Tos 17 (OCHMAN et al, 1998).

45

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O tamanho do Tos 17 é de 4114 pares de bases e, em contraste com outros

retrotransposons vegetais (por exemplo, BARE-1, tem > 50.000 cópias no genoma

da cevada (VICIENT et al., 1999), o número de cópias no genoma do arroz é

considerado muito baixo:1-5 cópias dependendo da cultivar , em Nipponbare, que

foi selecionado como uma cultivar padrão para a IRGSP (International rice genome

sequencing project: the effort to completely sequence the rice genome), apresenta

apenas duas cópias no genoma haplóide (HIROCHIKA, 2001).

Um estudo mostra que uma cópia do retrotransposon chamado de like Tos 17

é inativada em condições normais, é ativada por cultura de tecido e inativada

novamente em plantas regeneradas (HIROCHIKA et al., 1996)

Os locais de inserção da distribuição de Tos 17 no genoma do arroz foram

pesquisados com o programa BLASTN contra as sequências genômicas de arroz.

Um total de 20.458 loci foram mapeados em 521 Mbp de sequência genômica, e o

intervalo de inserção média foi estimada para ser de 22 kb (MIYAO et al., 2003)

Ainda no mesmo estudo os resultados, mostraram que o Tos 17 preferiu regiões

mais densas de gene (regiões de heterocromatina) se anelando em sequência

consenso palíndrômica ANGTT-TSD-AACNT.

Além do retrotransposon Tos 17, há outros elementos transponíveis

conhecidos em arroz e usados como marcadores moleculares. Um transposon que

apresenta muitas das características desejadas é o mPing (JIANG et al., 2003). É

um elemento transponível de repetição invertida que se movimenta em uma alta

frequência e atingiu um número alto de cópias em alguns cultivares de arroz (NAITO

et al., 2006). Também, descoberto em Arabidopsis thaliana o elemento mPong

(YANG et al., 2007).

Segundo Castelo Branco et al. (2007) e Marini (2012), já existem técnicas

eficientes e comprovadas que utilizam retrotransposons como marcadores

moleculares em diferentes cultivares de arroz, essas técnicas são IRAP (Inter

Retrotransposon Amplified Polymorphism) e REMAP (Retrotransposon Microsatellite

Amplified Polymorphism)

A técnica IRAP (Inter Retrotransposon Amplified Polymorphism) revela o

polimorfismo existente entre dois elementos transponíveis (TEs) dispostos em

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diferentes orientações (KALENDAR et al., 1999, PRICE et al., 2003), pois a

orientação do retrotransposon no genoma acontece ao acaso, podendo ocorrer em

sentidos opostos (3’ – 5” ou 5’ – 3’), isso tem possibilitado estudar a distância genética

de genótipos de arroz, pois constitui uma ferramenta de “DNA fingerprinting”. Além

disso, essa técnica ainda permite a identificação da proximidade entre

retrotransposons utilizando primers específicos que amplificam regiões entre as

extremidades repetidas dos TEs (LTR – Long Terminal Repeats).

Diante disto, a técnica IRAP-REMAP (Figura 1) surgiu visando o uso de uma

metodologia diferente das técnicas de marcadores moleculares utilizadas

anteriormente. Ao invés de utilizar enzimas de restrição, que muitas vezes são

sensíveis e não cortam o DNA, essa técnica utiliza iniciadores que amplificam regiões

entre retrotransposons e entre retrotransposons e microssatélites, gerando um alto

padrão polimórfico de fragmentos de DNA (KALENDAR et al., 1999; PRICE et al.,

2003).

Figura 1: Esquema representando a técnica de IRAP-REMAP, segundo KALENDAR et al.(1999) ,adaptado.

3.2 Objetivo do Trabalho

Assim, tendo exposto a importância dos retrotransposons como marcadores

moleculares em plantas, este estudo teve como objetivo avaliar a similaridade

genética entre diferentes cultivares de arroz baseada nas técnicas de IRAP e

PCR com oligonucletídeos para regiões conservadas do transposon

Produto Amplificado

Visualização em gel de agarose dos fragmentos de DNA amplificados

PCR com oligonucletídeos para regiões conservadas do transposon

Produto Amplificado

PCR com oligonucletídeos para regiões conservadas do Transposon e Microssatéites

Visualização em gel de agarose dos fragmentos de DNA amplificados

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REMAP utilizando a presença de retrotransposons. E como hipótese, há

variabilidade genética entre as cultivares de arroz quanto ao número e posição das

inserções dos elementos transponíveis.

3.3 Metodologia

3.3.1 Material Vegetal

O trabalho foi realizado no Laboratório de Genômica do centro de Genômica

e Fitomelhoramento (LGF), pertencente ao Departamento de Fitotecnia, da

Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas,

localizado no município do Capão do Leão/RS. Foram utilizados 20 genótipos de

arroz (Tabela 1). Os genótipos pertencem á coleção de trabalho de arroz da

Embrapa Clima Temperado e outros pertencem á coleção de trabalho do

CGF/FAEM/ UFPel.

Tabela 1: Genótipos utilizados para análise de similaridade genética. CGF/ FAEM/UFPel, Pelotas-RS, 2013.

Número Nome do Genótipo Gênero/ Origem

1 Daw Dam Filipino

2 Sole You Filipino

3 BRS Bojuru Japonica

4 Saiban Japonês

5 Nipponbare Japonica

6 CGF-Z-M9-22P Indica

7 BRS Firmeza Japonica

8 BRS Atalanta Indica

9 BRS 7 Taim Indica

10 BRS Pampa Indica

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11 BR IRGA 409 Indica

12 IRGA 424 Indica

13 BR IRGA 410 Indica

14 IRGA 426 Indica

15 Epagri 106 Indica

16 Epagri 108 Indica

17 Puitá Inta CL Indica

18 Primavera Indica

19 Sinuelo Indica

20 Tokiwanishiki Japonês

3.3.2 Extração de DNA

O DNA foi extraído a partir de amostras foliares jovens de cada genótipo, por

meio do método de extração CTAB modificado (SAGHAI-MAROOF, 1984). A

quantificação do DNA foi realizada por eletroforese em gel de agarose (1%) corado

com brometo de etídeo, onde a concentração de DNA foi estimada através do

padrão de comparação conhecido do marcador molecular Low DNA Mass Ladder

(Invitrogen – Life Technologies), e as respectivas diluições foram realizadas para

padronizar a concentração final em aproximadamente 50 ng µ-1.

3.3.3 Reação de IRAP-REMAP (Inter Retrtransposon Amplified Polymorfism –

Retrotransposon Microssatélite Amplified Polimorfis m)

As reações de amplificação foram realizadas de acordo com a técnica IRAP-

REMAP, segundo protocolo proposto por KALENDAR et al. (1999), utilizando dois

primers do elemento transponível Tos 17, que foram sintetizados a partir da

descrição de suas sequências (HIROCHIKA et al., 1996) e oito primers do elemento

transponível ping pong, todos combinados com 12 primers específicos - ISSR.

(Tabela 2 e 3). Foram feitas 20 combinações dos primers dos elementos

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transponíveis com os primers específicos de ISSR (Tabela 4).

Tabela 2. Primers dos elementos transponíveis para análise de similaridade genética. CGF/ FAEM/UFPel, Pelotas-RS, 2013.

Elemento Transponível Sequência (5’ – 3’)

TOS17_F GCTTTTCTTCATGGTGA

TOS17_R CACGGGAGGAAGTATGA

PING1_F GTCACAATGGGGGTTTCACT

PING1_R GGCCAGTCACAATGGCTAGT

PING2_F CTACGGAGTACACCGCAACC

PING2_R AATGGATTGCCTACTGCTGACT

PONG1_F AACGAGGCTTCTGACCATCG

PONG1_R CAGGTTCCTGAACGGTTGAT

PONG2_F GGGGTGAAACAGCATTGAGA

PONG2_R TGTGGTTGCAAAGACCA

Tabela 3. Primers ISSR utilizados no trabalho. CGF/ FAEM/UFPel, Pelotas-RS, 2013

CombinaçõesISSR

(CT) 23 G

(CT) 25 T

(GA) 23 A

(GA) 23 T

(GA) 23 C

(GA)23 G

(CGC) 16 T

(CGC) 16 A

(CGG) 16 G

(CGG) 16 T

(CGG) 16 A

CGG) 16 C

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Tabela 4. Combinações utilizadas dos primers dos elementos transponíveis com primers ISSR, para análise de similaridade genética. CGF/ FAEM/ UFPel, Pelotas-RS, 2013.

Número da Combinação

Combinação Número da Combinação

Combinação

1 PING 2R+ CGC (A)

11 TOS 17 F+ CGC (A)

2 PING 2R+ CT (G) 12 TOS 17 F+ CGC (T)

3 PING 1F + CT (T) 13 TOS 17 R+ CT (G)

4 PONG 2R+ CT (G)

14 TOS 17 F+ GA (A)

5 PONG 1F+ CT (G)

15 TOS 17 F+ CGG (A)

6 PING 2F+ CGC (T)

16 TOS 17 F+ CGG(T)

7 PONG 2R+ CGC (A)

17 TOS 17 F+ CGG(C)

8 PONG 1F+ GA (C)

18 TOS 17 F+ CGG(G)

9 PING 1F+ GA (C) 19 TOS 17 R+ CT (T)

10 TOS 17 F+CT (A)

20 TOS 17F + CT(T)

3.3.4 Amplicações por PCR

As amplificações de PCR foram realizadas numa reação contendo

GoTaq® Green Master Mix (Promega) a partir do protocolo indicado pelo fabricante.

Foram utilizados na reação de PCR, 3 ul de água, 2ul de DNA, 1,5 ul de cada primer

e 6 ul de GoTaq® Green Master Mix, totalizando um volume final da reação de 14 ul.

O programa de amplificação utilizado foi chamado de “touchdown”, que consistiu de

uma desnaturação inicial de 94ºC por 5 minutos, seguidos de 35 ciclos compostos

de 94 ºC por 1 minuto de desnaturação, o anelamento onde ocorreu um decréscimo

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de 1 ºC na temperatura a cada ciclo (no intervalo de 62 ºC até 55 ºC) e da extensão

de 72 ºC por 1 minuto. Após a amplificação, foi feito a extensão final de 72ºC por 10

minutos. Os produtos da reação foram separados através de eletroforese em gel de

agarose 3% e visualizados mediante coloração com Blue Green, contendo tampão

TBE 0,5X (Tris 0,045M, ácido bórico 0,045M e EDTA 0,001M, pH 8,0).

3.3.5 Visualização em gel de poliacrilamida 6%

As combinações escolhidas foram testadas em gel de poliacrilamida 6% e

visualizadas mediante coloração com nitrato de prata (CRESTE et al., 2001), com o

objetivo de obter marcadores e que estes fossem eficientes para explicar a

variabilidade existente entre os genótipos analisados.

3.4 Análise dos dados

A análise dos produtos da amplificação foi feita classificando os fragmentos

independentemente conforme presença (1) e ausência (0) de cada fragmento

amplificado em diferentes alturas do gel de poliacrilamida para que os dados fossem

utilizados na construção de uma matriz binária. Os dados gerados foram utilizados

para o cálculo de similaridade genética entre todos os pares de indivíduos, com o

auxílio do programa computacional NTSYS pc 2.1 (ROHLF, 2000). Para descrever

os padrões de similaridade foi adotado o coeficiente de Dice. Com base na matriz de

similaridade gerada, foi construído um dendrograma por meio do método não-

ponderado de agrupamento aos pares UPGMA (Unweighted Pair Group Method with

Arithmetic Mean) (SNEATH; SOKALI, 1973). Para a verificação do ajuste entre a

matriz de similaridade e o respectivo dendrograma, ou seja, para avaliar o grau de

concordância entre a matriz e o dendograma, foi estimado o coeficiente de

correlação cofenética (r), de acordo com o teste de Mantel (MANTEL, 1962)

utilizando 1000 permutações, realizados no programa NTSYS v 2.1. (SOKAL;

ROHLF, 1962). A estabilidade estatística do agrupamento foi estimada por meio da

análise de bootstraping com 1000 replicações, através do programa computacional

WINBOOT 1.0 (YAP; NELSON, 1996).

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3.5 Resultados e Discussão

Foram testadas 20 combinações de primers dos elementos transponíveis

com os primers de ISSR, onde apenas 10 foram consideradas melhores para a

análise dos dados e interpretação dos resultados (Tabela 5).

Tabela 5. Combinações de Primers selecionadas para a análise dos dados.

CGF/ FAEM/ UFPel, Pelotas-RS, 2013.

N° das Combinações Combinações

Combinação 11 TOS 17 F+ CGC (A)

Combinação 13 TOS 17 R+ CT (G)

Combinação 14 TOS 17 F+ GA (A)

Combinação 15 TOS 17 F+ CGG (A)

Combinação 16 TOS 17 F+ CGG(T)

Combinação 17 TOS 17 F+ CGG(C)

Combinação 18 TOS 17 F+ CGG(G)

Combinação 19 TOS 17 R+ CT (T)

Combinação 20 TOS 17F + CT(T)

A partir das análises que foram realizadas, foi obtido um total de 65

fragmentos de DNA , sendo 39 monomórficos e 26 polimórficos (Figura 2 A e B).

Figura 2A . Perfil das bandas em gel de agarose (3%) com genótipos de arroz com combinação Tos 17 com primers ISSR. 1. MARCADOR 1KB Plus Invitrogen, 2. Genótipo 1 ao 11. CGF/FAEM/UFPel, 2013.

1 2

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Figura 2B. Perfil do padrão de bandas obtido, em gel de acrilamida (6%), referente às combinações de primers que foram selecionadas em gel de agarose . CGF/FAEM/UFPel, 2013.

No presente trabalho, pelo método de agrupamento UPGMA foi construído

um dendrograma (Figura 2). Com um bom ajuste entre as distâncias apresentadas

graficamente e a matriz original de distâncias (correlação cofenética (r) de 0,81,

atribuindo confiabilidade à análise. Valores superiores a 0,70 podem ser

considerados eficientes na representação gráfica de distâncias genéticas (ROHLF

2000; MEYER 2002; VIEIRA et al., 2007). Os melhores valores mostrados e

considerados do boostraping (acima de 0.60) (YAP; NELSON, 1996).

Figura 3 : Dendograma de 20 genótipos de arroz obtido através da análise IRAP e REMAP, utilizando o índice de similaridade de Dice (1945) e o método de agrupamento UPGMA. Os valores encontrados nos grupos indicam o valor percentual de vezes que os genótipos agruparam em 1000 ciclos de análise de boostraping utilizando o programa Winboot. O valor do coeficiente de correlação cofenética (r) é de 0,81. CGF / FAEM/ UFPel, 2013.

Similaridade média entre os genótipos

(0,41)

I

II

III

IV

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A similaridade média entre os genótipos obteve o valor de 0,41, resultando

em 4 grupos. Os genótipos Puitá Inta CL e Primavera, apresentaram uma alta

similaridade (98,4%) no grupo II, assim como IRGA 424 e IRGA 426 (98,8%), no

grupo III, e no grupo 4 , os genótipos BRS Bojuru e Nipponbare, assim como os

filipinos DAW DAM e SOLE YOU, apresentaram 100% de similaridade.

O grupo I é composto pelo genótipo, de origem Japonesa Tokiwanshiki.

Segundo Castelo Branco et al., 2007, seus resultados mostram seus genótipos

japoneses com valores maiores de bootstraping (93,4%), evidenciando que os

grupos japoneses representam um grupo homogêno e diferente dos demais. O

grupo II é representado pelos genótipos Puitá Inta CL, Primavera e EPAGRI 108.

São cultivares que se destacam pela boa qualidade dos grãos e com excelente

qualidade culinária. No grupo III agruparam-se os genótipos IRGA 424 e IRGA 426,

porque são linhagens irmãs.

No grupo IV, houve a formação de um agrupamento de 14 cultivares, sendo a

maioria destas pertencentes a subespécie indica. Apesar da estreita base genética

do arroz, vários trabalhos citam que há maior variabilidade genética dentro da

subespécie índica (GHAREYAZIE et al., 1995; MACKILL, 1995; ZHANG et al., 1996;

CAO et al., 1997; ZHU et al., 1998; SUN et al., 2001; LOPES, 2002).

A similaridade genética detectada entre os genótipos do Brasil e genótipos

filipinos no grupo IV é, provavelmente, devido ao fato de que variedades de arroz

cultivadas no Brasil têm sua constituição genética composta tanto subespecies

indica e japonica, sendo estes traços adquiridos a partir de cruzamentos entre

cultivares tradicionais de arroz de terras altas (japonica) e cultivares de arroz de

terras baixas (indica), mostra uma relação genética com os genótipos restantes,

sendo em estudos anteriores, genótipos brasileiros e filipinos agruparam-se juntos

(MALONE et al., 2006).

Ainda no grupo IV, os genótipos japonêses Saiban e Nipponbare foram

agrupados com os outros genótipos brasileiros e filipinos. O único genótipo a se

mostrar distinto foi o TOKIWANISHIKI. Este possivelmente não é aparentado com os

genótipos utilizados pelos melhoristas no Brasil e Filipinas. Em trabalhos recentes,

foi mostrado que os genótipos BRS 7 TAIM e BR IRGA 409 se agruparam no

mesmo grupo, porque são aparentados (MARINI, 2012).

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Segundo Bohn et. al. (1999) a precisão das estimativas de similaridade

genética, baseada em marcadores moleculares depende da localização e do número

de marcadores utilizados. Mesmo assim, diante dos resultados apresentados foi

possível identificar a eficácia dos retrotransposons como marcadores moleculares

em arroz, através da técnica IRAP-REMAP em termos de variabilidade genética,

como foi anteriormente estabelecido em cevada (KALENDAR et al., 1999), ervilha

(FLAVELL et al. 1998) e vários gêneros Triticeae (KALENDAR et al., 2004) e no

arroz (CASTELO BRANCO et. al., 2007; MARINI, 2012).

3.6 Conclusões

Os resultados obtidos neste trabalho mostram que é possível avaliar a

variabilidade genética em genótipos de arroz usando técnicas de marcadores

moleculares baseados em retrotransposons. Os genótipos mais similares, de

acordo com as técnicas de IRAP e REMAP, foram os genótipos Nipponbare e Bojuru

e os genótipos IRGA 424 e 426. Os genótipos mais dissimilares entre os analisados

foram EPAGRI-108, Puitá, Primavera e Tokiwanishiki.

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Vita

Gabriela Guerra dos Santos nasceu em 03 de maio de 1986, em Pelotas-RS, filha de Wladimyr Ferraz dos Santos e Mariluci Guerra dos Santos, natural de Pelotas – RS. Completou o Ensino Fundamental (1° grau) e Ensino Médio (2° grau) no Colégio Municipal Pelotense, em Pelotas (RS), Em março de 2004 ingressou, no curso de Ciências Biológicas na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), obtendo o título de Biológa no ano de 2010. Do ano de 2007 ao ano de 2009, estagiou no Ambulatório de Genética Humana da UFPel, sob orientação do médico geneticista Gilberto de Lima Garcias. Em fevereiro de 2010 iniciou sua trajetória profissional inicialmente como estagiária voluntária no Laboratório de Vacinas sob a coordenação do Professor Odir Dellagostin, e cursando disciplinas como aluna especial no curso de Pós-graduação em Biotecnologia. Em Julho de 2010, foi bolsista de apoio técnico no projeto Xisto Agrícola da Embrapa Clima Temperado. Em março de 2011 ingressou no mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGB/UFPEL), sob orientação do professor Antônio Costa de Oliveira, no Centro de Genômica e Fitomelhoramento (CGF) na FAEM/UFPEL, atuando em projetos e participando no desenvolvimento de trabalhos relacionados ao melhoramento genético de arroz onde participou de vários congressos. Em novembro de 2012, foi aprovada no curso de Doutorado em Agronomia, sob futura orientação da Pesquisadora Doutora Caroline de Castro Marques.