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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Área de Concentração em Fruticultura de Clima Temperado
Dissertação
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E FITOQUÍMICA DE
PÊSSEGOS DA CV. MACIEL SOBRE DIFERENTES PORTA-
ENXERTOS
Débora Leitzke Betemps
Pelotas, Março de 2010
DÉBORA LEITZKE BETEMPS
Engenheira Agrônoma
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E FITOQUÍMICA DE
PÊSSEGOS DA CV. MACIEL SOBRE DIFERENTES PORTA-
ENXERTOS
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Agronomia da
Universidade Federal de Pelotas, como
requisito parcial à obtenção do título de
Mestre em Ciências (Fruticultura de Clima
Temperado).
Orientador: Prof. Dr. José Carlos Fachinello
Pelotas, Março de 2010
Banca examinadora:
Prof. Dr. José Carlos Fachinello – Orientador
Dr. Jair Costa Nachtigal – CPACT
Prof. Dr. Rui Zambiasi – DCA/UFPEL
Prof. Dr. Geraldo Luiz Chavarria Lamas Junior – UPF
Dr. Luciano Picolotto – CPACT/PNPD (Suplente)
...Acorde de manhã e decida entre duas coisas, ficar de
mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...
Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!
Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e,
Que tal um cafezinho agora?
“A vida é uma peça de teatro, que não permite ensaios”.
“Por isto cante, chore, dance e viva a vida intensamente
antes que a cortina se feche.”
Arnaldo Jabor
Agradecimentos
À Universidade Federal de Pelotas e ao Programa de Pós-Graduação em
Agronomia pela oportunidade de realizar o curso.
À CAPES pela concessão de bolsa.
Ao Professor, orientador e amigo Dr. José Carlos Fachinello, pela orientação,
ensinamento e confiança transmitidos durante o período de execução do trabalho.
Aos Professores Andrea De Rossi Rufato e Jorge Adolfo Silva pela co-
orientação e amizade.
Ao Departamento de Ciência e Tecnologia dos Alimentos, pela disponibilidade
de utilizar seus laboratórios para a realização das análises.
Ao professor Rui Zambiasi e colegas Marla Sganzerla e Andressa Jacques
pela ajuda na realização das análises de cromatografia.
Às amigas Zeni Tomaz, Cláudia Lima e Simone Galarça, pelo
companheirismo e agradável convivência dentro e fora da faculdade.
Às estagiárias Cristiele e Amanda, pela ajuda na execução das análises e os
momentos de descontração.
À colega Roberta Manica-Berto, pelos ensinamentos passados, e pela
constante disposição em ajudar.
Aos demais professores e colegas do PPGA, assim como aos bolsistas e
estagiários da fruticultura, pela colaboração nos trabalhos realizados.
À minha família, em especial aos meus pais Arlindo e Regina e aos meus
sogros Vera e Francisco.
Ao meu marido, pelo incentivo e paciência e, às minhas filhas, minhas eternas
“bebês” e grandes amigas Nathalia e Mariana, agradeço pela compreensão nos
momentos de ausência.
Obrigado!
Resumo
BETEMPS, Débora L. Caracterização físico-química e fitoquímica de pêssegos
da cv. Maciel sobre diferentes porta-enxertos, 2010. 83f. Dissertação (Mestrado)
– Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Universidade Federal de Pelotas,
Pelotas.
Embora existam pesquisas que relatem a influência do porta-enxerto sobre a cultivar copa, alterando o seu comportamento em relação ao desenvolvimento, produtividade, resistência, nutrição, época de maturação e qualidade dos frutos, os resultados ainda não são conclusivos. Objetivou-se com o trabalho avaliar o efeito dos porta-enxertos Aldrighi, Capdeboscq, Flordaguard, Nemaguard, Okinawa e umezeiro sobre a qualidade de pêssegos da cultivar Maciel. Os frutos foram provenientes da safra de 2008 de dois pomares, sendo um localizado no Centro Agropecuário da Palma – UFPel/Capão do Leão (CAP/UFPel) e outro na Estação Experimental da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS/Eldorado do Sul (EE/UFRGS). Após a colheita dos frutos procederam-se as seguintes análises físico-químicas: acidez (AT), coloração da epiderme, sólidos solúveis totais (SST), pH, relação SST/AT e firmeza de polpa. Para as análises fitoquímicas os frutos foram separados em casca e polpa e armazenados em ultra-freezer e posteriormente realizou-se a análise de fenóis totais e individuais, carotenóides totais e individuais e atividade antioxidante. Para os frutos provenientes do CAP/UFPel, os porta-enxertos avaliados influenciaram significativamente a acidez, firmeza, cor de recobrimento, pH e ratio. Estes efeitos não foram observados com os frutos provenientes da EE/ UFRGS com esta mesma cultivar onde somente a firmeza apresentou efeito significante dos porta-enxertos. Os valores de fenóis e carotenóides totais e individuais foram influenciados pelos porta-enxertos tanto na polpa quanto na casca, para as duas localidades.O „Okinawa‟ obteve as maiores médias de fenóis totais na casca para as duas localidades, na polpa „Flordaguard‟ apresentou as maiores médias para os frutos do CAP/UFPel e „Nemaguard‟ para os frutos da EE/UFPel. Na quantificação de compostos fenólicos, o ácido gálico foi o de maior expressão seguido dos ácidos hidroxibenzóico, cumárico e cafeíco. Para carotenóides totais, na polpa, „Okinawa‟ e „Aldrighi‟ apresentaram as maiores médias não diferindo entre si no CAP/UFPel enquanto que na EE/UFRGS os maiores resultados foram quantificados em „Capdeboscq‟, „Nemaguard‟ e „Umezeiro‟. Na
quantificação dos carotenóides individuais, o β-criptoxantina é o pigmento
majoritário apresentando ainda licopeno e β-caroteno em quantidades menores.
„Nemaguard, Aldrighi e Umezeiro‟ apresentaram maiores valores para capacidade antioxidante para a polpa dos frutos do CAP/UFPel sendo que „Nemaguard‟ e „Aldrighi‟ mantiveram este resultado para polpa da EE/UFRGS. Na análise de correlação entre os fitoquímicos, observou-se uma correlação fraca e positiva para a polpa dos frutos e para casca uma correlação fraca e negativa. Conclui-se que o porta-enxerto pode afetar de forma indireta alguns parâmetros físico-químicos e fitoquímicos, para as duas localidades na qual os frutos foram caracterizados.
Palavras-chave Pessegueiro, qualidade, fenóis, carotenóides, atividade
antioxidante.
Abstract
BETEMPS, Débora L. Physico-chemical and phytochemical characteristic in
peaches of cv. Maciel about different roostocks, 2010. 83f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Universidade Federal de Pelotas,
Pelotas.
Althought there are researches that report the influence of rootstock about the scion
cultivar, changing their behavior in relation to development, productivity, resistance,
nutrition, maturation time and the quality of the fruits, these results are not
conclusive. Objective of the study was evaluate the effect of rootstock Aldrighi,
Capdeboscq, Flordaguard, Nemaguard, Okinawa and Umezeiro about quality of
peaches cultivar Maciel. The fruits of the cultivar Maciel are from two orchards
located in the Agricultural Center of Palma – UFPel/Capão do Leão and in the
experimental Estation of the Federal University of Rio Grande do Sul –
UFRGS/Eldorado do Sul. After the harvest, the fruits carried the following Physico-
chemical analysis: acidity, skin color, total soluble solids, pH, 'Ratio' and firmness.
For phytochemical analysis, fruits were separated into peel and flesh, stored in ultra-
freezer, and later held the analysis of individual and total phenols, total and individual
carotenoids and antioxidant activity. For Palma‟s fruits, the rootstock evaluated
influenced considerably the acidity parameters, firmness, color of coating, pH, and
ratio. These effects were not observed in the experimental Estation – UFRGS with
the same cultivar. The values of phenols and carotenoids total and individual were
influenced by the rootstocks both the flesh and the peel, for the two localities. The
„Okinawa‟ had the highest average of total phenols in the peel for both places,
„Flordaguard‟ the flesh showed the highest average for the CAP‟s fruit and
„Nemaguard‟ to the fruits EE/UFRGS. The quantification of phenolic compounds, the
gallic acid is the highest expression followed by p-hydroxybenzoic, p-coumaric and
caffeic. For carotenoids in the flesh „Okinawa‟ showed the highest average not
differing from „Aldrighi‟ while in the largest EE/UFRGS results were found in the
„Capdeboscq‟, „Nemaguard‟ and „Umezeiro‟. For carotenoids, β-cryptoxanthin, is the
majority pigment, still presenting licopen and β-caroten in minors amounts.
„Nemaguard, Aldrighi and Umezeiro‟ present a higher value for antioxidant capacity.
In the analysis of correlation between phytochemical were watched a weak and
positive correlation for the flesh of the fruits and for the peel a correlation weak and
negative. It is conclude that the rootstock might affect in an undirected form some
phytochemical and physico-chemical, for both localities in which fruits were
characterized.
Keywords – Peach tree, quality, phenols, carotenoids, antioxidant activity
Lista de Tabelas
Tabela 1- Porcentagem de flores abertas na cultivar Maciel enxertada sobre
diferentes porta-enxertos no período de 2008. .......................................................... 32
Tabela 2- Programa do gradiente de eluição utilizado na separação de carotenóides
individuais em pêssegos cv. Maciel. ......................................................................... 36
Tabela 3 - Programa do gradiente de eluição utilizado na separação de compostos
fenólicos em pêssegos cv. Maciel. ............................................................................ 38
Tabela 5 - Acidez titulável, SST, SST/AT e pH de pêssegos da Cultivar Maciel
enxertada em diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel –
Capão do Leão-2008. ................................................................................................ 42
Tabela 6 - Luminosidade, cor de superfície (a*), cor de fundo (b*) e ângulo hue em
pêssegos da Cultivar Maciel, enxertada sobre diferentes porta-enxertos. Centro
Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008............................................. 44
Tabela 7 - Acidez titulável, SST, SST/AT e pH de pêssegos da Cultivar Maciel
enxertada em diferentes porta-enxertos. Centro Estação Experimental da UFRGS –
Eldorado do Sul-2008 ................................................................................................ 44
Tabela 8- Fenóis totais, em casca e polpa de pêssegos da Cultivar Maciel enxertada
sobre diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do
Leão-2008. ................................................................................................................ 48
Tabela 9 - Fenóis totais, em casca e polpa de pêssegos da Cultivar Maciel
enxertada sobre diferentes porta-enxertos. Estação Experimental da UFRGS –
Eldorado do Sul -2008. .............................................................................................. 48
Tabela 10 - Valores quantificados de fenóis individuais (mg100g-1), em polpa de
pêssegos da cultivar Maciel enxertada em diferentes porta-enxertos. Centro
Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008............................................. 50
Tabela 11 - Valores quantificados de fenóis individuais (mg100g-1), em casca de
pêssegos da cultivar Maciel enxertada em diferentes porta-enxertos. Centro
Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008............................................. 50
Tabela 12 - Valores quantificados de fenóis individuais (mg100g-1), em polpa de
pêssegos da cultivar Maciel enxertada em diferentes porta-enxertos. Estação
Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul-2008. ................................................... 51
Tabela 13 - Valores quantificados de fenóis individuais (mg100g-1), em casca de
pêssegos da cultivar Maciel enxertada em diferentes porta-enxertos. Estação
Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul-2008. ................................................... 52
Tabela 14 - Carotenóides individuais em polpa de pêssegos da cultivar Maciel
enxertada em diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel –
Capão do Leão-2008. ................................................................................................ 57
Tabela 15 - Carotenóides individuais em casca de pêssegos da cultivar Maciel
enxertada em diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel –
Capão do Leão-2008. ................................................................................................ 58
Tabela 16 - Carotenóides individuais em polpa de pêssegos da cultivar Maciel
enxertada em diferentes porta-enxertos. Estação Experimental da UFRGS –
Eldorado do Sul – 2008. ............................................................................................ 59
Tabela 17 - Carotenóides individuais em casca de pêssegos da cultivar Maciel
enxertada em diferentes porta-enxertos. Estação Experimental da UFRGS –
Eldorado do Sul- 2008. .............................................................................................. 59
Tabela 18- Capacidade antioxidante com tempo de reação em 30 minutos, expressa
em equivalente Trolox (mg TEAC 100g-1), em polpa e casca de pêssegos cv. Maciel
enxertados em diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel –
Capão do Leão-2008. ................................................................................................ 61
Tabela 19- Capacidade antioxidante com tempo de reação em 30 minutos, expressa
em equivalente Trolox (mg TEAC 100g-1), em polpa e casca de pêssegos cv. Maciel
enxertados em diferentes porta-enxertos. Estação Experimental da UFRGS - Porto
Alegre-2008. .............................................................................................................. 62
Tabela 20- Correlação de Pearson entre a capacidade antioxidante (g TEAC 100g-
1),conteúdo de fenóis totais (mg EAG 100g-1) e de carotenóides totais (μg.g-1) em
casca e polpa de frutos da cultivar Maciel, enxertadas em diferentes porta-enxertos.
Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008. ................................ 63
Tabela 21- Correlação de Pearson entre a capacidade antioxidante (g TEAC 100g-
1), conteúdo de fenóis totais (mg EAG 100g-1) e de carotenóides totais (μg.g-1) em
casca e polpa de frutos da cultivar Maciel, enxertadas em diferentes porta-enxertos.
Estação Experimental da UFRGS - Porto Alegre-2008. ............................................ 64
Lista de Figura
Figura 1 - Estrutura básica dos flavonóides. ...................................................... 24
Figura 2 - Estrutura química do ácido gálico (a), ácido elágico (b) e ácido p-
hidróxibenzóico (c). ............................................................................................. 25
Figura 3 - Estrutura química do ácido caféico (a) e do ácido p-cumárico (b) ..... 25
Figura 4 – Curva padrão em ácido gálico. ......................................................... 37
Figura 5- Firmeza de polpa de pêssegos da cultivar Maciel enxertada sobre
diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do
Leão-2008. .......................................................................................................... 43
Figura 6 - Cromatograma de compostos fenólicos em pêssegos cv. Maciel. /
com coluna em fase reversa e detector UV (280 nm). 1: ácido gálico, 2: ácido
hidroxibenzóico, 3: ácido caféico, 4: ácido ferúlico. Fase móvel: gradiente de
ácido acético em água (1:99 v/v) e metanol com fluxo de 0,9mLmin-1 ............... 49
Figura 7 - Carotenóides totais (μg g-1) presentes na casca de pêssegos da
cultivar Maciel, enxertadas sobre diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário
da Palma/UFPel – Capão do Leão- 2008. .......................................................... 54
Figura 8- Carotenóides totais (μg g-1) presentes na polpa de pêssegos da
cultivar Maciel, enxertadas sobre diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário
da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008. ........................................................... 55
Figura 9 - Carotenóides totais (μg g-1) presentes na casca de pêssegos da
cultivar Maciel, enxertadas sobre diferentes porta-enxertos. Estação
Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul-2008. ............................................. 56
Figura 10 - Carotenóides totais (μg g-1) presentes na polpa de pêssegos da
cultivar Maciel, enxertadas sobre diferentes porta-enxertos. Estação
Experimental da UFRGS - Porto Alegre-2008. ................................................... 56
Figura 11 - Cromatograma típico da separação de carotenóides em pêssegos c.
Maciel via CLAE(Cromatografia Liquida de Alta Eficiência), com coluna de fase
reversa C18 e detector UV a 280nm, tendo como fase móvel um gradiente com
metanol, acetonitrila e acetato de etila................................................................ 60
Sumário
Resumo ....................................................................................................................... 6
Abstract ....................................................................................................................... 7
Lista de Tabelas .......................................................................................................... 8
Lista de Figura ........................................................................................................... 10
Sumário ..................................................................................................................... 11
1. Introdução ........................................................................................................... 12
2. Revisão de Literatura .......................................................................................... 14
2.1. A cultura do pessegueiro................................................................................ 14
2.1.1. Caracterização dos porta-enxertos de pessegueiro utilizados ..................... 15
2.1.2. Caracterização da cultivar copa de pessegueiro utilizada............................ 17
Maciel ..................................................................................................................... 17
2.2. Influência dos fatores ambientais na qualidade dos frutos ........................... 17
2.3 Influência do porta-enxerto na qualidade dos frutos ........................................ 19
2.4. Características físico-químicas de pêssegos .................................................. 20
2.5. Características fitoquímicas em frutos e plantas ............................................. 23
2.5.1. Compostos fenólicos .................................................................................... 23
2.5.2. Carotenóides ............................................................................................... 27
2.5.3. Capacidade Antioxidante ............................................................................. 29
3. Material e Métodos ............................................................................................. 31
4. Resultados e Discussão ..................................................................................... 40
4.1. Características físico-químicas da cultivar Maciel ........................................... 40
4.2. Fitoquímicos encontrados em pêssegos da cultivar Maciel ............................ 45
4.2.1 Compostos fenólicos totais ........................................................................... 45
4.2.1.1. Compostos Fenólicos Individuais .............................................................. 49
4.2.2. Carotenóides ................................................................................................ 53
4.2.2.1. Carotenóides Individuais .......................................................................... 56
4.2.3. Capacidade antioxidante .............................................................................. 60
4.2.4. Correlações entre os fitoquímicos ................................................................ 62
5. Conclusões ......................................................................................................... 65
6. Referências ......................................................................................................... 66
1. Introdução
Atualmente os consumidores de frutas estão buscando produtos de
melhor qualidade e demonstrando uma tendência a aliar sabor e valor funcional em
suas escolhas alimentares. Segundo Chitarra e Chitarra (2005), a qualidade não é
um atributo único bem definido e sim, um conjunto de propriedades sensoriais
(aparência, textura, sabor, aroma), valor nutritivo e multifuncional decorrentes dos
componentes químicos, propriedades mecânicas, bem como ausência ou presença
de defeitos dos produtos.
É largamente conhecido, por estudos epidemiológicos, que o consumo
de frutas e hortaliças conferem benefícios à saúde, pois tem se demonstrado uma
associação positiva entre o consumo destes alimentos e a redução do índice da
mortalidade por doenças crônicas (STEINMETZ, POTTER, 1996; GARCÍA-CLOSAS
et al., 1999).
O crescente interesse pelos antioxidantes naturais é devido à sua baixa
toxicidade em relação aos antioxidantes sintéticos. Extratos de frutas, vegetais,
cereais e seus subprodutos industriais são ricos em antioxidantes como: ácido
ascórbico, tocoferóis, carotenóides e compostos fenólicos e têm demonstrado eficaz
atividade antioxidante (WOLF et al., 2003; MANACH et al., 2004). Várias fontes de
antioxidantes naturais são conhecidas, e algumas são amplamente encontradas no
reino vegetal, sendo esta característica atribuída ao seu conteúdo de compostos
fenólicos (WETTASINGHE et al., 1999).
No entanto, o conteúdo desses compostos nos tecidos das frutas é
influenciado por inúmeros fatores na pré colheita, como genótipo, porta-enxerto,
condições climáticas, práticas agronômicas, ponto de colheita e, também, por fatores
pós-colheita, como condições de armazenamento e processamento (LEE e KADER,
2000; GIL et al., 2002; CEVALLOS-CASALS et al., 2006; TAVARINI et al., 2008).
Na fruticultura o uso da enxertia apresenta uma importância significativa, sua
utilização abre possibilidades ao cultivo de inúmeras cultivares em regiões e climas
diversos. A grande importância da enxertia deve-se ao fato de que, são conjugados
13
os aspectos favoráveis de duas ou mais plantas as quais podem ser de uma mesma
espécie ou de até mesmo gênero diferentes (TELLES, 2005).
Nas principais regiões produtoras de pêssego, são usados diferentes porta-
enxertos em razão de condições específicas de clima e solo (FINARDI, 2003). A
avaliação precisa das respostas dos porta-enxertos, e a identificação da melhor
combinação do enxerto com o porta-enxerto é importante para se obter produções
de qualidade (RATO et al., 2008).
Segundo Giorgi et al. (2005), a chave para a expansão comercial da produção
de pêssegos é a promoção e manutenção dos padrões de qualidade das frutas,
envolvendo a avaliação rigorosa do genótipo dos porta-enxertos, respostas para o
crescimento e identificação das melhores combinações.
A escolha do porta-enxerto oferece possibilidades de aumentar a
adaptabilidade das espécies frutícolas a diversas condições e sistemas de cultivo.
Isto implica a necessidade de aprofundar e conhecer as respostas agronômicas e
produtivas dos porta-enxertos disponíveis para as diversas espécies, levando em
conta também as características qualitativas e nutracêutica dos frutos (SCALZO et
al., 2005).
A partir do exposto acima, a hipótese a ser testada é que os diferentes porta-
enxertos interferem nas características físico-químicas e fitoquímicas dos frutos de
pessegueiro.
Considerando que, na Região Sul do estado do RS, o cultivo do pêssego se
destaca pela importância social como uma das principais frutíferas produzidas,
objetivou-se, com este trabalho, quantificar os componentes físico-químicos e
fitoquímicos de pêssegos da cultivar Maciel enxertada sobre diferentes porta-
enxertos.
14
2. Revisão de Literatura
2.1. A cultura do pessegueiro
O pessegueiro pertence à família Rosácea, subfamília Prunoidea, gênero
Prunus (L.). Dentro deste gênero e espécie Prunus persica (L) Batsch é a maior
espécie de interesse comercial e com o maior número de cultivares exploradas em
todo o mundo (SACHS e CAMPOS, 1998; RASEIRA e NAKASU, 2002). Segundo
dados da FAO, no Brasil no ano de 2008, foram produzidos em torno de 199.900
toneladas de pêssegos e nectarinas (FAO,2010).
O pêssego é uma das frutíferas que se difundiu mais rapidamente pelo
mundo, sendo que seu cultivo adaptou-se a uma grande diversidade de clima.
Barbosa et al., (1990) cita que a adaptabilidade ao clima deve-se basicamente a
seleção genética de cultivares tanto de baixa como de alta necessidade em frio.
Segundo Rocha (2006), no estado do Rio Grande do Sul, encontra-se as mais
diversificadas condições edafoclimáticas para o cultivo de boa parte das fruteiras
cultivadas no Brasil. Dentre as regiões produtoras de frutas do Estado destacam-se
as regiões de Pelotas, Serra Gaúcha e Porto Alegre. A região sul do Estado
apresenta como característica a produção do pêssego para a indústria, enquanto
que as da Serra Gaúcha e Porto Alegre destacam-se na produção de pêssego para
o consumo in natura.
Embora a cultura apresente grande importância no Rio Grande do Sul, a
produtividade média é de apenas 8.641 t ha-1 (IBGE, 2008) e está associada a
fatores como, por exemplo, a falta de porta-enxertos adaptados as diversas
condições edafoclimáticas das diferentes zonas de produção (CAMPOS, 2005).
Um dos principais problemas que a cultura do pessegueiro apresenta no
Brasil é a falta de homogeneidade das plantas, decorrente da propagação sexuada
dos porta-enxertos. Plantas provenientes de sementes apresentam grandes
variações no desenvolvimento, fato que dificulta a formação de um lote uniforme.
15
Essa situação é agravada na região Sul do País, onde são utilizados caroços
provenientes de diversas cultivares de maturação tardia, obtidas junto às indústrias
que processam pêssego, aumentando ainda mais a variabilidade genética e o vigor
dos porta-enxertos (PEREIRA e MAYER, 2005).
2.1.1. Caracterização dos porta-enxertos de pessegueiro utilizados
O porta-enxerto „Aldrighi‟ é uma planta selecionada por produtor na região de
Pelotas, RS, provavelmente oriunda de lote de sementes de pêssego para conserva
que havia sido introduzido da Argentina para ser industrializado naquela cidade. É
um fruto de polpa amarela, não fundente, adaptado a regiões com acúmulo de 250 a
350 horas de frio hibernal. É uma planta de floração precoce e maturação tardia
(ROCHA, 2006).
O porta-enxerto Aldrighi apresenta boa afinidade com a maioria das cultivares
empregadas no Sul do Brasil, induz médio vigor e média produção. Possui baixa
resistência à asfixia, parece ser tolerante a Criconemella xenoplax e é resistente a
M. incognita e M. javanica (FACHINELLO et al., 2000).
Segundo Rossi (2004), no Rio Grande do Sul, normalmente faz-se referência
ao emprego de cultivares como Aldrighi e Capdeboscq como porta-enxertos para
pessegueiros, porém os pomares dessas cultivares são cada vez mais raros, e o
que se tem utilizado na realidade são cultivares tardias, sem a possibilidade de
identificação genética das mesmas depois do processamento.
„Capdeboscq‟ é uma cultivar originária do Programa de Melhoramento de
Pessegueiro da Estação Experimental de Pelotas, atual Embrapa Clima Temperado,
tendo sido obtida por polinização livre de um cruzamento entre „Lake City‟ e uma
seleção local chamada `Intermediária`. A cultivar é altamente produtiva e seus frutos
são do tipo conserva. As sementes apresentam elevada porcentagem de
germinação (MEDEIROS e RASEIRA, 1998). Segundo Finardi (1998), „Capdeboscq‟
é um porta-enxerto de crescimento rápido, de pouco esladroamento antes da
enxertia e de pouca ramificação nos primeiros 20cm acima do colo da planta. É uma
cultivar adaptada a regiões com cerca de 300 horas de frio. Esta cultivar apresenta
baixo nível de resistência ao nematóide do gênero Meloidogyne spp, (FACHINELLO
et al., 2000).
16
O porta-enxerto „Okinawa‟ é derivado de sementes coletadas na Ilha de
Okinawa, Japão. A folha do „Okinawa‟ tem coloração verde, florescimento precoce e
necessita de pouco frio para superação da dormência. As plantas enxertadas sobre
este porta-enxerto são vigorosas. Recomendado para a parte Sul do Japão, porque
é pouco exigente em frio (100 horas de frio), a brotação ocorre no início da
primavera (ROCHA, 2006). A cultivar Okinawa apresenta frutas de tamanho médio,
oblongos com sutura bastante saliente, caroço solto, polpa branca de sabor ácido,
com cerca de 20% dos caroços contendo duas amêndoas, devido à ocorrência do
fenômeno chamado de falsa poliembrionia (ROCHA, 2006). Segundo Finardi (1998),
a maturação das frutas ocorre aproximadamente 120 dias após a floração.
Apresenta resistência aos nematóides Meloidogyne incognita, Meloidogyne javanica
e à podridão de raízes (FACHINELLO et al. 2000). O porta-enxerto „Okinawa‟ é
muito utilizado na região Sudeste do Brasil, apresentando elevada resistência a
nematóides, boa produtividade, boa capacidade de germinação e polivalência (pode
ser utilizado como porta-enxerto para pessegueiro, ameixeira e nectarineira)
(HOFFMANN et al., 2003).
O porta-enxerto „Nemaguard‟ selecionado da Califórnia (USA) é,
supostamente híbrido de um pessegueiro chinês silvestre (Prunus davidiana) e
alguma cultivar de pessegueiro cultivado. Como porta-enxerto, induz bom vigor à
cultivar copa, com entrada rápida em frutificação. Em regiões quentes, sai do
repouso antes do que outros francos, adiantando um pouco a maturação e
aumentando o calibre dos frutos de cultivares-copa precoces. A principal
característica é a tolerância aos nematóides Meloidogyne javanica, Meloidogyne
arenaria, como também a Agrobacterium. É sensível ao nematóide Pratylenchus e
aos fungos Armilari sp., Verticilium sp. e Phytophthora sp. A maior utilidade deste
porta-enxerto é para plantio em solos ácidos, com problemas de nematóide do
gênero Meloidogyne sp. É vigoroso, homogêneo e compatível com as cultivares de
pessegueiro (MEDEIROS e RASEIRA, 1998).
„Flordaguard‟ é um porta-enxerto híbrido de P. persica x P. davidiana, obtido
na Flórida, em 1991. É propagado por semente, induz na cultivar copa médio vigor e
produção, apresenta boa afinidade de enxerto e é resistente a M. incognita e
javanica, raças 1 e 3 (ROSSI et al., 2004). A necessidade de frio é estimada em
torno de 300 horas. Tem folhas avermelhadas e ramos com hábito de crescimento
17
tipo chorão. Seedlings de „Flordaguard‟ mostraram-se uniformemente resistentes a
Meloidogyne javanica e Meloidogyne incógnita, raças 1 e 3. Apresenta
suscetibilidade à deficiência de ferro em solos alcalinos (MEDEIROS e RASEIRA,
1998).
O „umezeiro‟ (Prunus mume Sieb. et Zucc.) é uma frutífera de folhas caducas
da família Rosaceae e nativa da China, é típica de clima temperado. No Japão, as
primeiras cultivares foram introduzidas há 2.000 anos e adquiriram significativa
expressão na alimentação e nos costumes orientais. A introdução desta espécie no
Brasil deu-se, provavelmente, através dos imigrantes japoneses, que obtiveram
produções satisfatórias somente a partir de 1970, em Botucatu-SP, após inúmeros
fracassos em função da utilização de materiais que apresentam alto requerimento de
frio (MAYER et al., 2004). A propagação é realizada por meio de sementes, nem
sempre apresenta boa afinidade de enxerto e promove redução do vigor das plantas
(nanizantes). É considerado um porta-enxerto rústico, adaptado a invernos não-
rigorosos, porém é sensível à asfixia radicular. Trabalhos realizados por Campo
Dall‟Orto et al. (1992) e Pereira et al. (1998) relatam principalmente a redução do
vigor, das plantas sobre ele enxertadas.
2.1.2. Caracterização da cultivar copa de pessegueiro utilizada
Maciel
A cultivar Maciel apresenta planta com vigor médio e forma aberta, é
moderadamente suscetível à bacteriose. Adapta-se a regiões onde o acúmulo de frio
hibernal esteja entre 200 a 300 horas, podendo produzir até 50 kgplanta-1. Os frutos
são de forma redondo-cônica e de tamanho grande, com peso médio próximo a
120g. A película é amarelo-ouro, com até 20% de vermelho, a polpa é amarela,
firme, não-fundente e aderente ao caroço, o sabor é doce-ácido, com leve
adstringência, com teor de sólidos solúveis totais entre 11 e 16°Brix. Destaca-se
pela produtividade, tamanho, aparência e resistência ao transporte. Os frutos são de
ótima qualidade após a industrialização, e com boa aceitação no mercado de
consumo in natura (MEDEIROS e RASEIRA, 1998).
2.2. Influência dos fatores ambientais na qualidade dos frutos
18
Os fatores ambientais englobam temperatura, luz, umidade relativa do ar,
vento, altitude, pluviosidade e textura do solo e exercem papel fundamental na
qualidade dos frutos em termos de sabor, aroma, textura, espessura de casca ou
potencial de armazenamento (CHITARRA e CHITARRA, 2005). Segundo Herter et
al. (2003), a temperatura do ar apresenta diferentes efeitos sobre a cultura do
pessegueiro e ocorrem variações em função das diferentes fases do ciclo vegetativo.
As temperaturas de inverno são importantes para a fase de repouso do pessegueiro
conhecido como dormência. Na fase de pré-colheita, temperaturas relativamente
altas, sem serem excessivas, combinadas com temperaturas amenas no período da
noite conferem melhores padrões de qualidade dos pêssegos (concentração de
açúcar e coloração adequada).
A insolação e a radiação solar são importantes nos processos de
desenvolvimento e maturação dos frutos, ambos os fatores são maiores no período
de verão, pelo fato dos dias serem mais longos e pela menor frequência de chuvas e
menor número de dias encobertos. A insolação também está atrelada às
coordenadas geográficas, pois em latitudes maiores, os dias de verão são maiores
e, consequentemente, maior o período de radiação solar e maior o potencial de
insolação (HERTER et al., 2003).
O pessegueiro é uma frutífera de clima temperado, portanto os mais
importantes centros de produção comercial situam-se em latitudes de 25ºN e 45ºS.
Em latitudes maiores, a temperatura mínima de inverno e as geadas são
normalmente os fatores limitantes, portanto em altitudes elevadas, o cultivo pode
estender-se a regiões tropicais (SCALOPPI, 2006).
Dentre os índices de qualidade dos frutos influenciados por luz, destacam-se
o tamanho, a concentração de sólidos solúveis, a acidez e a cor da epiderme.
Normalmente a quantidade de luz interceptada pelo fruto está em função da posição
deste na copa. O tamanho das plantas, espaçamento, orientação da fila, forma da
copa e tipo de sistema adotado influencia na distribuição da luz no interior das
plantas. Aumentando a exposição do fruto ao sol, há um aumento da absorbância da
luz, podendo aumentar a coloração vermelha dos frutos (HERTER et al., 2003).
Outros fatores que afetam a qualidade dos frutos são os ventos, as
precipitações pluvias e a ocorrência de geadas. O nível de umidade é um fator
crítico, pois o estresse hídrico pode diminuir tanto o rendimento da produção como o
19
tamanho dos frutos, aumentando a perda de massa, e também deprecia a sua
aparência (CHITARRA e CHITARRA, 2005).
2.3 Influência do porta-enxerto na qualidade dos frutos
Entre as prioridades de pesquisa na área da fruticultura, uma atenção particular
está sendo dada ao melhoramento da qualidade dos frutos. Neste aspecto, o estudo
da interação porta-enxerto e copa é um importante instrumento para promover uma
renovação da produção frutícola, assegurando controle do tamanho das plantas,
possibilidades de antecipar a frutificação e ao melhoramento qualitativo da produção
(LORETI e MASSAI, 2005).
Segundo Simão (1992), o porta-enxerto influencia a cultivar copa, alterando o
seu comportamento em relação ao seu desenvolvimento, produtividade, época de
maturação, qualidade dos frutos, resistência às doenças e pragas de solo e à
nutrição da planta. A disponibilidade de água e de nutrientes do solo e a capacidade
de captação pelas raízes está estritamente relacionada ao porta-enxerto utilizado,
afetando o vigor da planta e como consequência, a qualidade dos frutos (GIORGI et
al., 2005).
Os aspectos que favorecem a melhoria da qualidade dos frutos, sem
comprometer a produtividade, são considerados de elevada importância, pois
permitem uma melhor perspectiva de valorização da produção.
Mignani e Bassi (2000) estudaram o efeito de dois diferentes porta-enxertos
sobre a evolução da maturação e parâmetros qualitativos de seis cultivares de
damasco. Os autores observaram que o porta-enxerto tem efeito sobre
características como resistência da polpa ao penetrômetro, coloração da epiderme,
sólidos solúveis e acidez total titulável, pórem tal efeito varia de acordo com a
cultivar-copa.
As características pós–colheita dos frutos estão intimamente ligadas à
escolha do porta–enxerto, da cultivar copa e do manejo adotado na implantação e
na condução do pomar. De acordo com pesquisas recentes, o porta–enxerto exerce
influência tanto sobre aspectos físicos quanto na composição química dos frutos
avaliados após a colheita, promovendo alterações no diâmetro, coloração, teores de
sólidos solúveis, acidez titulável dos frutos (FORNER–GINER et al., 2003; AL–
20
JALEEL et al., 2005) e conteúdo de fitoquímicos (TAVARINI et al., 2007; REMORINI
et al., 2008).
2.4. Características físico-químicas de pêssegos
O grau de excelência de um produto, bem como a sua aceitação pelo
consumidor, está relacionado aos seus atributos de qualidade que, em frutos e
hortaliças in natura, engloba a aparência, os atributos sensoriais, o valor nutritivo, os
constituintes químicos e as propriedades funcionais (KADER, 2002).
Os parâmetros que induzem o consumidor a comprar um determinado produto
são os aspectos externos do fruto, como tamanho, forma, coloração e sua
uniformidade (DAREZZO, 1998).
Os produtores de pêssegos baseiam-se no tamanho e na mudança de
coloração para efetuar a colheita, sem efetiva correlação com parâmetros físicos e
químicos dos frutos, levando muitas vezes o produtor à imprecisão, quanto ao
estádio de maturação ideal para a comercialização de pêssegos (CUNHA JUNIOR
et al., 2007).
Em pêssegos, com o início da maturação ocorre um aumento acentuado na
produção de etileno que leva a alteração na cor, textura, sabor e aroma dos frutos,
que contribuem para os níveis de qualidade (TRAINOTTI et al., 2006).
A coloração externa do fruto, que é dada pela casca, é um atributo de
qualidade que tem grande importância, por ser um dos poucos critérios disponíveis
para orientar o consumidor no momento da compra. Frutos fortemente coloridos são
preferidos, devido à associação da cor com a doçura, embora a coloração nem
sempre represente a “qualidade comestível” ou características intrínsecas
desejáveis. Embora a coloração desejável varie entre produtos, cultivares e mercado
consumidor, há casos em que o vermelho é preferido em alguns produtos, como
pêssegos e nectarinas, porém há mercados que prefere pêssegos com menor
pigmentação vermelha (ROBERTSON et al., 1992; KADER, 2002).
Existem vários métodos para se avaliar a coloração da casca de frutos, com o
emprego de escalas, de equipamentos e da percepção humana. Porém, o mais
utilizado é o CIE L* a* b*, que fornece maior uniformidade de cor em relação à
percepção humana (HUNTER e HAROLD, 1987; MINOLTA, 1994).
Os frutos do pessegueiro, em decorrência do amadurecimento, tendem a
perder a coloração verde da casca, devido à degradação da clorofila e, simultânea
21
ou posteriormente a este fenômeno, síntese e acréscimo na concentração de
carotenóides, que são os pigmentos predominantes nos pêssegos maduros de cor
amarela (EREZ e FLORE,1986).
O teor de sólidos solúveis totais (SST), que corresponde a uma estimativa
indireta do conteúdo de açúcares presentes nos frutos, embora, medido através de
refratômetro, inclui, além dos açúcares, pectinas, sais e ácidos. Os SST aumentam
nos frutos com o amadurecimento, sendo constituídos, principalmente, pelos
açúcares solúveis (LIMA, 1997).
O teor de sólidos totais (SST) é utilizado como uma medida indireta dos
açúcares, uma vez que aumenta de valor à medida que esses teores vão se
acumulando nos frutos. A sua medição não representa o teor exato de açúcares,
pois outras substâncias também se encontram dissolvidas na seiva vacuolar
(vitaminas, fenólicos, pectinas, ácidos orgânicos e outros), no entanto entre essas,
os açúcares são as mais representativas, chegando a constituir 85 a 90% dos SST
Os teores variam conforme a espécie, cultivares, estádios de maturação e o clima
(CHITARRA e CHITARRA, 2005).
A acidez titulável é atribuída, principalmente, aos ácidos orgânicos que se
encontram dissolvidos nos vacúolos das células. Estes ácidos são translocados das
folhas para os frutos, sendo que, durante o processo de maturação os teores
diminuem, em decorrência do seu uso como substrato no processo respiratório ou
de sua conversão de açúcares (CHITARRA e CHITARRA, 2005).
Os ácidos orgânicos são os componentes químicos de menor teor em
pêssegos, porém suas concentrações adequadas são imprescindíveis ao “flavor” e,
por conseguinte, à qualidade comestível dos frutos. Os principais ácidos orgânicos
encontrados nestes frutos são os ácidos cítrico e málico, que variam em
concentração de acordo com a base genética da cultivar. Para algumas cultivares, o
teor dos ácidos não oscila com o processo de amadurecimento, enquanto em outras,
foi observada a tendência de acréscimo no teor do ácido málico, acompanhada de
decréscimo no ácido cítrico, ao longo do processo de amadurecimento dos frutos
(WANG et al., 1993).
De acordo com Bleinroth (1992), os sólidos solúveis totais (SST) têm tendência
de aumento com o avanço da maturação, enquanto a acidez titulável (AT) diminui
22
com o amadurecimento. Portanto, a relação SST/AT é diretamente proporcional aos
sólidos solúveis e inversamente proporcional a acidez.
Os dois métodos mais comumente usados para medir a acidez dos frutos são a
acidez titulável (AT) e o potencial hidrogeniônico (pH), sendo que o primeiro
representa todos os grupamentos ácidos encontrados (ácidos orgânicos livres, na
forma de sais e compostos fenólicos), enquanto que o segundo determina a
concentração hidrogeniônica da solução (KRAMER, 1973).
A firmeza de polpa é uma consequência do amadurecimento, sendo uma
característica muito importante sob o ponto de vista econômico, porque está
diretamente relacionada à qualidade, resistência ao transporte, conservação e
resistência ao ataque de microrganismos. A perda da consistência resulta da perda
excessiva de água e da diminuição da pressão de turgescência nas células (AWAD,
1993).
O sabor e o aroma são apreciados em conjunto e designados como “flavor”
que, na realidade, é a percepção sutil e complexa da combinação entre sabor (doce,
ácido, adstringente, amargo), odor (substâncias voláteis) e textura (CHITARRA e
CHITARRA, 2005).
Vários estudos permitiram a caracterização da qualidade dos frutos em
diferentes seleções de pessegueiros, bem como suas relações com os porta-
enxertos. Rocha et al. (2007) avaliaram o comportamento da cultivar Chimarrita
sobre os porta-enxertos Aldrighi, Okinawa 1, Tsukuba, Capdeboscq e GF 305, na
região de Pelotas. Como resposta, os porta-enxertos Capdeboscq, Okinawa 1 e
Tsukuba induziram a um incremento na massa e no diâmetro dos frutos da cultivar
Chimarrita. Pórem, Picolloto et al. (2009) determinaram as características físico-
quimicas da cultivar Chimarrita sob a influência destes mesmos porta-enxertos e
concluíram que a qualidade dos frutos, quanto à relação sólidos solúveis
totais/acidez titulável, tonalidade de cor, firmeza de polpa e teor de fenóis totais, é
alterada pelos porta enxertos „Capdeboscq‟, „Tsukuba‟ e „Okinawa‟.
Montes et al. (2008), trabalhando na região de Presidente Prudente (SP),
analisaram o comportamento das cultivares Talismã, Aurora 1, Dourado 2, Doçura 2,
Aurora 2 e Tropical sobre os porta-enxertos „Okinawa‟ e „Umezeiro‟. O porta-enxerto
„Okinawa‟ proporcionou maiores valores de sólidos solúveis totais (SST) para as
cultivares Talismã e Tropical (14,55 e 13,13 ºBrix, respectivamente) e, para a acidez
23
titulável (AT), a cultivar Tropical apresentou frutos menos ácidos comparados com
os demais tratamentos. No porta-enxerto umezeiro as cultivares não diferiram nos
valores de sólidos solúveis totais, porém, a acidez foi menor nas cultivares Tropical,
Aurora 1 e Aurora 2. A cv. Tropical apresentou a melhor relação SST/AT, com frutos
de maior `ratio`, para os dois porta-enxertos.
Mathias et al. (2008) avaliaram a qualidade pós–colheita de pêssegos da
cultivar 'Aurora–1' enxertada sobre quatro porta–enxertos: 'Okinawa' propagado por
sementes e por estacas herbáceas, Clone 15 e cv. Rigitano de umezeiro
propagados por estacas herbáceas. O uso do Clone 15 de umezeiro como porta–
enxerto induziu à produção de frutos com maior teor de sólidos solúveis totais, em
relação ao 'Okinawa' propagado por estacas herbáceas. Os porta–enxertos
estudados não influenciaram na coloração externa, no ângulo de cor e na
luminosidade do mesocarpo, na firmeza e na acidez dos pêssegos 'Aurora–1'.
2.5. Características fitoquímicas em frutos e plantas
2.5.1. Compostos fenólicos
Os alimentos caracterizam-se como funcionais pela presença de uma ou mais
substâncias com ação antioxidante capazes de atuar no metabolismo ou na
fisiologia do organismo humano, retardando o envelhecimento e prevenindo certas
doenças, como câncer, obesidade e problemas cardíacos (DIPLOCK et al. 1999;
BRASIL, 2008).
Os compostos fenólicos são formados no metabolismo secundário dos
vegetais e possuem funções de defesa contra o ataque de pragas, estado de
estresse e outros. Já em animais e humanos têm-se observado que são capazes de
reagir com radicais livres, formando radicais estáveis. Esse poder de estabilização
das estruturas dos compostos fenólicos é devido à sua estrutura química formada
por, pelo menos, um anel aromático com grupamentos hidroxilas (GIADA e
MANCINI-FILHO, 2006).
Os fenólicos, em plantas, são essenciais no crescimento e na reprodução,
além de atuarem como agente antipatogênico e de contribuírem na pigmentação
(SHAHIDI e NACZK, 1995). Diversos autores têm estudado a presença dos
compostos fenólicos nas plantas, em razão de sua participação nos processos
24
responsáveis pela cor, adstringência e aroma de vários alimentos, da atividade
farmacológica e nutricional e da capacidade de inibir a oxidação lipídica e a
proliferação de fungos (PELEG et al., 1998).
Segundo Reynerston et al. (2008), os compostos fenólicos presentes nos
frutos são importantes constituintes antioxidantes da dieta. As frutas apresentam
variações quantitativas e qualitativas na composição desses constituintes em função
de fatores intrínsecos (cultivar, variedade, estádio de maturação) e extrínsecos
(condições climáticas e edáficas). Por sua vez, a eficácia da ação antioxidante
depende da concentração destes fitoquímicos no alimento (MELO et al., 2008).
Os compostos fenólicos presentes nas fontes vegetais são classificados como
flavonóides e não flavonóides, sendo que ambos são metabólitos secundários
presentes em frutas e hortaliças. Os flavonóides são os compostos que apresentam
a estrutura química descrita como C6-C3-C6 (Fig.1).
Figura 1 - Estrutura básica dos flavonóides.
Fonte: Skerget et al. (2005).
Para os autores Burns (2001) e Melo e Guerra (2002) os compostos não
flavonóides incluem:
a) os derivados das estruturas químicas C6-C1- compostos hidroxibenzóicos, como
os representados pelos ácidos p-hidroxibenzóico, gálico e elágico (Fig. 2).
25
(a) (b) (c)
Figura 2 - Estrutura química do ácido gálico (a), ácido elágico (b) e ácido p-
hidróxibenzóico (c).
Fonte: Malacrida e Motta (2006).
b) os derivados das estruturas químicas C6-C3 - compostos hidroxicinâmicos,
representados pelos ácidos caféico e p-cumárico (Fig. 3).
(a) (b)
Figura 3 - Estrutura química do ácido caféico (a) e do ácido p-cumárico (b)
Fonte: Filho et al. (2005).
Os compostos fenólicos são biossintetizados por diferentes rotas, razão pela
qual constituem um grupo bastante heterogêneo do ponto de vista metabólico. Duas
rotas metabólicas básicas estão envolvidas na síntese dos compostos fenólicos: a
rota do ácido chiquimico e a rota do ácido malônico. A rota do ácido chiquimico
participa na biossíntese da maioria dos fenólicos vegetais, converte precursores de
carboidratos derivados da glicólise e é sintetizada por três aminoácidos aromáticos –
fenilalanina, tirosina e triptofano. A rota do ácido malônico é menos significativa nas
plantas superiores. (TAIZ e ZEIGER, 2006)
26
As classes mais abundantes de compostos fenólicos em plantas são
derivadas da fenilalanina, por meio da eliminação de uma molécula de amônia para
formar o acido cinâmico. Esta reação é catalisada pela fenilalanina amônia liase
(PAL- phenylalanine ammonia lyase), uma das enzimas mais estudadas no
metabolismo secundário vegetal. A PAL está situada em um ponto de ramificação
entre o metabolismo secundário e primário, de modo em que a reação na qual ela
catalisa é uma etapa reguladora importante na formação de muitos compostos
fenólicos. A quantidade da enzima PAL é aumentada por fatores ambientais, tais
como baixos níveis de nutrientes, luz (pelo seu efeito no fitocromo) e infecção por
fungos, o que estimula a síntese de compostos fenólicos (TAIZ e ZEIGER, 2006).
Gil et al. (2002) estudando a composição antioxidante em uma cultivar de
pêssegos, mostraram que os compostos fenólicos foram a principal fonte de
antioxidantes e atribuiu aos porta-enxertos o fator determinante na qualidade do
fruto. Os valores variaram provavelmente em função da capacidade de captação de
água e de nutrientes disponíveis no solo de cada porta-enxerto e à eficiência de
conversão dos assimilados aos frutos, como por exemplo, o uso de porta-enxerto
anão tem a capacidade de deslocar mais nutrientes para as frutas, pois é menor a
concorrência por nutriente fornecida pelo crescimento vegetativo (CHALMERS et al.,
1981).
Remorini et al. (2008) verificaram a influência de quatro porta-enxertos,
Ishtara, Mr. S 2/5, GF 677 e Barreira 1, sobre a qualidade e valor nutricional (casca e
polpa) de frutos de pessegueiros Flavorcrest, analisando também vitamina C (ácido
ascórbico), fenóis, carotenóides (β-caroteno) e atividade antioxidante, nos períodos
de início, meio e fim da colheita. Como resultado os frutos provenientes dos porta-
enxertos Mr. S 2/5 e Barrier 1 apresentaram maior atividade antioxidante e superior
conteúdo fitoquímico, apesar dos frutos Mr. S 2/5 apresentarem-se menos firmes
quando coletados no meio e no final da colheita. Na determinação dos fenóis, ácido
ascórbico e β-caroteno na casca e na polpa, observaram-se que a remoção da
casca do pêssego resulta em uma perda significativa da atividade antioxidante total.
O teor de fenóis na casca foi mais elevado em Mr. S 2/5 na fase final da colheita,
sendo superior ao encontrado na polpa dos frutos. O teor de ácido ascórbico foi
maior na fase final da colheita para o porta-enxerto Barrier 1, ao passo que com
Ishtara, Mr. S 2/5 e em Barrier 1, observaram-se os maiores teores de β-caroteno e
27
enquanto na casca dos frutos, o valor mais elevado foi observado no Mr. S 2/5 na
fase final da colheita.
2.5.2. Carotenóides
Dentre as substâncias que têm chamado atenção tanto na área científica
como dos consumidores, destacam-se os carotenóides como, por exemplo, o β-
caroteno, o licopeno, criptoxantina e outros, em razão de suas funções
antioxidantes. Estas substâncias não são sintetizadas pelos seres humanos,
devendo ser fornecidas pela alimentação (FENNEMA, 2000; SHI e MAGUER, 2000).
Os carotenóides são substâncias que pertencem ao grupo químico dos
terpenóides ou terpenos, amplamente distribuídas na natureza, principalmente em
plantas, as quais se encontram nos cloroplastos, sempre acompanhando as
clorofilas (RIBEIRO e SERAVALLI, 2004). São insolúveis em água e, usualmente,
encontram-se nos tecidos vegetais em pequenas proporções, resultando na gama
de coloração característica de cada espécie e ou cultivar. Com a degradação da
clorofila, os carotenóides previamente presentes nos tecidos, tornam-se visíveis, ou
também podem ser sintetizados com o avanço da maturação dos frutos.
Estes compostos são corantes naturais das frutas e vão do amarelo ao
vermelho despertando a atenção devido a sua relevante contribuição para a
capacidade antioxidante (LIMA et al., 2005). Porém, sua importância também está
relacionada a funções ou ações biológicas nos seres humanos, como pró-vitamina
A. Esta vitamina exerce inúmeras funções importantes no organismo, como ação
protetora na pele e nas mucosas e papel essencial na função da retina e da
capacidade funcional dos órgãos de reprodução (FRANCO, 2006).
O β-caroteno, α-caroteno e a β-criptoxantina são precursores da vitamina A,
sendo que o primeiro apresenta o dobro de atividade do que os demais. A luteína e
a zeaxantina são os carotenóides relacionados com a proteção à degeneração
macular e catarata (SNODDERLY, 1995).
Em relação ao efeito nutricional dos carotenóides, os relatos de estudos
epidemiológicos observacionais sugerem que a ingestão de cerca de 4 mg por dia
de carotenóides, quantidade presente em uma alimentação rica em frutas e
28
hortaliças, pode proteger contra doenças degenerativas como o câncer (ZIEGLER,
1991; NAVES,1998).
Ao contrário das frutas tropicais, muitas das quais ricas em carotenóides, as
frutas de clima temperado são normalmente ricas em antocianinas e pobres em
carotenóides, porém os pêssegos que apresentam polpa amarela são exceções,
pois apresentam quantidade satisfatória de carotenóides (SENTANIN e AMAYA,
2007).
Os carotenóides de pêssego foram investigados por vários pesquisadores,
porém, além dos teores baixos, há divergência até no carotenóide predominante,
alguns autores relatam violaxantina (CURL, 1959; GROSS,1979), β-caroteno
(BUREAU e BUSHWAY, 1986), β-criptoxantina (GEBHARDT et al., 1977) ou ambos
últimos como principais ( PHILIP e CHEN, 1988).
Tavares (1991) obteve por meio de cromatografia em coluna aberta (CCA)
para o pêssego cultivar Rei da Conserva, a seguinte composição em μg g -1: 0,2 ±
0,1 de 13-cis-β-caroteno; 1,1 ± 0,4 de β-caroteno; 0,1 ± 0,0 de 9-cis-β-caroteno; 0,4
± 0,2 de ζ-caroteno; 1,0 ± 0,5 de cis-β-criptoxantina; 6,4 ± 2,1 de β-criptoxantina; 3,8
± 1,1 de luteína; 1,5 ± 0,9 de zeaxantina; e 0,8 ± 0,6 de violaxantina. Já Godoy e
Rodriguez-Amaya (1994) avaliaram a composição dos carotenóides pró-vitamínicos
A de pêssegos cultivar Diamante por Cromatografia em Coluna Aberta. Esta
variedade apresentou maior quantidade dos carotenóides trans-β-caroteno (1,2 vs.
0,6 μg g -1) e β-criptoxantina (5,1 vs. 4,1 μg g -1).
A casca dos frutos, assim como dos vegetais, são comumente rejeitadas
devido à ideia de serem indigestas ou então pela possibilidade de contaminação
química ou microbiana. Porém muitos autores relatam a presença de um alto
conteúdo de compostos fenólicos e antioxidantes nas cascas dos frutos como maçãs
(WOLFE et al., 2003), assim como para tomates, nos quais os níveis de licopeno
são maiores na casca do que na polpa e sementes (TOOR e SAVAGE, 2005). Em
pêssegos, isto também é verdade, sendo a casca favorecida com quantidades
relevantes de antioxidantes, incluindo conteúdo de compostos fenólicos (TOMAS-
BARBERAM et al., 2001), carotenóides, ácido ascórbico, antocianinas (GIL et al.,
2002).
29
2.5.3. Capacidade Antioxidante
Atualmente, a atividade antioxidante de compostos bioativos, em geral, tem
recebido muita atenção dos pesquisadores. Espécies reativas de oxigênio (ROS)
são produzidas naturalmente no organismo de mamíferos, como resultado do
metabolismo oxidativo. Contudo, ROS podem causar danos celulares às membranas
e ao DNA, propiciando mutações que podem desencadear a carcinogênese. Além
disso, pode ocorrer a oxidação de lipoproteína de baixa densidade (LDL), e, assim,
pode ser considerada um dos principais fatores de promoção de doenças
coronarianas (RAHMAN e ADCOCK, 2006).
A maioria das espécies animais possui um sistema eficiente de proteção,
sendo assim capaz de neutralizar os efeitos prejudiciais decorrentes do metabolismo
do oxigênio e da oxidação de lipídios. A formação de radicais livres in vivo ocorre
pela ação de enzimas, durante os processos de transferência de elétrons que
ocorrem no metabolismo celular e pela exposição a fatores exógenos, tais como:
ozônio, radiações gama e ultravioleta, dieta, uso de medicamentos e tabagismo
(CERUTI, 1991). O desequilíbrio entre moléculas oxidantes e antioxidantes, que
resulta na indução de danos celulares pelos radicais livres, tem sido chamado de
estresse oxidativo (SIES, 1993).
Além das defesas antioxidantes enzimáticas, os antioxidantes não enzimáticos,
supridos pela dieta, também participam do sistema de defesa antioxidante do
organismo. Esses compostos são definidos como quaisquer substâncias que,
quando presentes em baixas concentrações, comparadas as de um agente oxidante,
são capazes de prevenir a oxidação do substrato (HALLIWELL; GUTTERIDGE,
2000).
Entre os compostos antioxidantes incluem os fenólicos, vitamina E,
carotenóides, ácido ascórbico, entre outros. Estes atuam protegendo as células
vivas e alimentos in natura bloqueando a ação de radicais livres, formados pela
oxidação química e, ou enzimática, envolvidas na oxidação de ácidos graxos
poliinsaturados e, consequentemente, na formação de peróxidos. As dietas
contendo substâncias que atuam como antioxidantes (frutas, vegetais, cereais, óleos
e grãos) são benéficas para o mecanismo de defesa celular, protegendo desta forma
as células das alterações oxidativas (ARAÚJO, 2004).
30
Uma das estratégias mais aplicadas nas medidas in vitro da capacidade
antioxidante total de compostos, pertencentes a um alimento, consiste em
determinar a atividade antioxidante frente a substâncias cromógenas de natureza
radicalar; onde o desaparecimento da cor ocorre de forma proporcional à
concentração de antioxidantes (ARENA et al., 2001). O método do DPPH (diphenyl-
2-pricrylhydrazyl) (BRAND-WILLIANS et al., 1995) é baseado na redução do radical
DPPH na presença de antioxidante doador de hidrogênio. Este método tem sido
considerado um dos mais representativos para o emprego em modelos de radicais
na avaliação da capacidade de remoção de radicais livres (GENOVESE et al., 2008).
Tavarini et al. (2008) observou que o genótipo também desempenha papel
importante na determinação da capacidade antioxidante em frutos de pêssegos.
Drogoudi e Tsipouridis (2007), determinando a variabilidade das características
física e da capacidade antioxidante em casca e polpa de frutos de cultivares de
pêssegos Andross, Catherina, Everts, Fortuna, Loade, Romea, seleções PI-A37, PI
E-45 e PI-IB 42, enxertados em três porta-enxertos sendo eles: GF 677, PT 204 e
KID1. Os autores observaram um pequeno efeito do porta-enxerto sobre o conteúdo
antioxidante, e um pronunciado efeito da cultivar sobre esta característica, sendo
mais atribuída à origem genética. A cultivar Everts e o genótipo PI-E45 podem ser
considerados uma boa fonte de antioxidantes, sendo os maiores valores
encontrados na casca. As cultivares PI-E45, PI-IB42 e PI-A37 apresentaram bom
tamanho e qualidade de frutos.
31
3. Material e Métodos
3.1 Material
Os pêssegos da cultivar Maciel foram obtidos de dois pomares, sendo o
primeiro localizado no Centro Agropecuário da Palma (UFPel) – Capão do Leão,
(CAP/UFPel) e o segundo na Estação Experimental da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS) – Eldorado do Sul, EE/UFRGS.
A região Sul, local onde estão instalados os dois pomares que fazem parte
deste estudo, segundo a classificação de Köppen, da região do Brasil que é de clima
mesotérmico úmido (Cf). Esta classificação determina que a temperatura média do
mês mais frio situe-se entre 18 e –3°C (C), e no mês mais seco a precipitação seja
maior do que 60mm (Cf).
O Centro Agropecuário da Palma (UFPel), está situado na localidade do Capão
do Leão sendo a latitude de 31°52‟00‟‟S e longitude de 52°21‟24‟‟W, altitude de 46m e
o clima predominante segundo a classificação climática de Köeppen é Cfb (clima
temperado úmido com verão temperado).
Na Estação Experimental Agronômica da UFRGS, localizada na localidade de
Eldorado do Sul, a latitude é de 30°05‟52‟‟S e a longitude de 51°39‟08‟‟W sendo a
altitude de 13,24m. O clima é considerado Cfa ou seja, subtropical úmido com verão
quente, caracterizado por apresentar temperatura média do mês mais quente de 22ºC
e temperatura média do mês mais frio de 13ºC.
A área de ambos os pomares é de aproximadamente de 0,2ha. As mudas dos
porta-enxertos foram obtidas a partir de sementes no período 2005/2006 e
transplantadas em ambos os locais, em julho de 2006.
Foram utilizadas seis variedades de porta-enxerto, sendo eles: Aldrighi,
Capdeboscq, Flordaguard, Nemaguard, Okinawa e Umezeiro, com a cultivar copa
Maciel (safra 2008), nas localidades do Centro Agropecuário da Palma/UFPel
(CAP/UFPel) e na Estação Experimental da UFRGS (EE/UFRGS).
O plantio foi realizado no espaçamento de 5,0 x 1,5 metros. O solo antes do
plantio foi corrigido de acordo com a análise do solo e as mudas foram rebaixadas até
a altura de 50cm em relação ao nível do solo. As plantas foram conduzidas na forma
de “V”, sendo as práticas culturais e o manejo fitossanitário adotado de acordo com as
normas técnicas preconizadas pelo sistema de produção integrada de frutas (PIF).
32
O início da floração do pomar do CAP/UFPel iniciou na primeira quinzena de
julho, onde os porta-enxertos Capdeboscq e Umezeiro anteciparam o início da
floração, ocorrendo no dia nove de julho de 2008. Nemaguard registrou a floração no
dia 10 de julho, „Aldrighi e Okinawa no dia 11 de julho e Flordaguard retardou o início
da floração em três dias ocorrendo no dia 12 de julho (Tabela 1).
A plena floração da cv. Maciel, no ano de 2008, ocorreu na segunda quinzena
de julho e foi antecipada em Umezeiro (22/07), seguida de Capdeboscq, em 23/07.
„Aldrighi‟ e Nemaguard tiveram a plena floração em 25/07 e, Flordaguard e Okinawa
retardaram a plena floração, ocorrendo em 27 de julho, diferindo 5 dias dos
primeiros porta enxertos a induzir a plena floração sendo neste caso o Umezeiro
(tabela 1).
Tabela 1- Porcentagem de flores abertas na cultivar Maciel enxertada sobre
diferentes porta-enxertos no período de 2008.
Porta enxerto Início floração (10%) Plena floração (50%)
Aldrighi 11/7/2008 25/7/2008
Capdeboscq 9/7/2008 23/7/2008
Flordaguard 12/7/2008 27/7/2008
Nemaguard 10/7/2008 25/7/2008
Okinawa 11/7/2008 27/7/2008
Umezeiro 9/7/2008 22/7/2008
CV. (%) 30,66
Para os dados fenológicos da EE/UFRGS não foram feitos registros das datas
de inicio e plena floração.
O experimento no campo está instalado em um delineamento experimental de
blocos casualizados, no esquema fatorial de 6 X 3 (6 porta-enxertos, 3 blocos), com
três repetições de cinco plantas por tratamento.
33
3.2 Métodos
3.2.1. Avaliação da qualidade de pêssegos ‘Maciel’ para as duas localidades
Os frutos foram colhidos de forma aleatória de acordo com os tratamentos,
sendo selecionados frutos íntegros (ausência de lesões e ataque de insetos).
A colheita no pomar da Estação Experimental da UFRGS ocorreu no dia
11/12/2008, os frutos foram transportados até a Faculdade de Agronomia Eliseu
Maciel. Para o transporte, acondicionou os frutos em caixas de isopor. Os frutos
permaneceram em temperatura ambiente (cerca de 8 horas) dentro das dependências
do laboratório, para posteriormente proceder às análises.
A colheita dos frutos pertencentes ao pomar do Centro Agropecuário da Palma
foi realizada em 16/12/2008, sendo estes encaminhados diretamente para o
laboratório onde foram executados os mesmos procedimento realizado com os frutos
provenientes da Estação Experimental da UFRGS.
As análises foram realizadas no Departamento de Fitotecnia e nos Laboratórios
do Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial, Faculdade de Agronomia
Eliseu Maciel da UFPel, Município de Capão do Leão, sendo:
a) cor da epiderme: Mensurada com colorímetro eletrônico, marca Minolta
300, com iluminante D65, e abertura de 8mm, no sistema registrado pela
Commission Internationale de I‘Eclairage L*, a* e b* (CIE-Lab) utilizando-se as
coordenadas espaciais de cor. Neste sistema de representação de cor, os valores
L*, a* e b * descrevem a uniformidade da cor no espaço tridimensional, onde o valor
L* corresponde a escuro-brilhoso (0, preto; 100, branco) e representa a leveza
relativa da cor. Os valores de a* correspondem à escala do verde ao vermelho (a*
negativo = verde; a* positivo = vermelho) e os valores de b* correspondem à escala
do azul ao amarelo (b* negativo = azul; b* positivo = amarelo). A partir destes, foram
calculados os valores da tonalidade da cor (ângulo hº), expressos em graus, pela
fórmula hº = tan-1 b*/a*. Foram realizadas duas leituras em lados opostos, na região
equatorial dos frutos.
b) firmeza da polpa: Determinada com penetrômetro digital, marca TR
TURONI-Italy, modelo 53205 com ponteira de 8mm de diâmetro. Em cada pêssego,
foram realizadas duas leituras na seção equatorial após remoção da epiderme e em
34
lados diametralmente opostos, sendo calculada a média para cada fruto. Os valores
foram expressos em libras-força (lbf);
c) Teor de sólidos solúveis totais (SST): Diretamente no suco, usando-se um
refratômetro digital com compensação de temperatura automática. Os resultados
foram expressos em ºBrix;
d) Acidez titulável (AT): Avaliado através da diluição de 10ml de suco de 20
frutas homogeneizadas em 90mL de água destilada e posterior titulação com
solução de NaOH 0,1N. Utilizou-se pHmetro digital (modelo pH5), até pH 8,10 (ponto
de viragem), este método é baseado na neutralização dos ácidos presentes no suco
de fruta por uma solução básica. Os resultados foram expressos em meq
NaOH/100mL de suco.
e) pH: Avaliado com o uso de pHmetro digital modelo pH5 e compensação
automática de temperatura;
f) relação SST/AT: Obtida através do quociente entre as duas variáveis.
Para as análises dos fitoquímicos os frutos foram separados em casca e
polpa. Utilizou-se para o procedimento o uso de facas domésticas, onde se procurou
retirar somente a casca, evitando ao máximo a presença de polpa. Para a polpa foi
retirada amostras dos 15 frutos preferencialmente da região equatorial.
Após, tanto as cascas quanto as polpas foram triturados com auxílio de um
processador, acondicionados em potes de plásticos de 100g e congelados com
auxílio de nitrogênio líquido. As amostras foram armazenadas em Ultra-freezer (-
80°C). As análises fitoquímicas de cada repetição foram executadas em triplicata,
sendo:
a) capacidade antioxidante: A capacidade antioxidante foi determinada
através da capacidade dos compostos presentes nas amostras em sequestrar o
radical estável DPPH· (2,2difenil-1-picrilhidrazila), segundo método descrito por
Brand-Williams, Cuvelier e Berser (1995). Para a extração dos compostos com
atividade antioxidante, pesou-se Cinco gramas da amostra macerada acondicionou-
se em frasco de Falcon de 50mL, e diluiu-se com 20mL de metanol. A solução foi
homogeneizada com auxílio de um vortex até consistência uniforme. Após
35
armazenou-se por 24 horas em temperaturas de 3 a 4°C, seguido de centrifugação
por 15 minutos (5000 a 6000 rpm).
A determinação foi realizada em tubos revestidos com papel alumínio,
contendo 10µL do extrato da fruta, 90µL de metanol e 3,9mL de solução-uso de
DPPH, com a finalidade de completar o volume final de 4,0mL.
Deixou-se a mistura no escuro por 30 minutos e após foi realizada a leitura a
517nm em espectrofotômetro Ultrospec 2.000 UV/Visível (Pharmacia Biotech). A
atividade sequestrante de radicais livres foi determinada no estabelecimento de uma
curva padrão de Trolox, obtendo-se uma equação da reta expressa por y=0,5085x.
Os resultados foram expressos por capacidade antioxidante equivalente a Trolox
relativa (mg TEAC 100g-1).
b) carotenóides totais: A extração foi efetuada pelo método descrito por
Rodriguez-Amaya (1999), com modificações. O método consiste em pesar 5g de
amostra (macerada) e misturar com 2g de celite, adicionando-se 20mL de acetona
gelada com agitação por 10min. Após, a filtragem é feita através do funil de
Buchener que deve ser forrado com papel filtro e deve-ser lavar o resíduo até a total
transferência da amostra utilizando acetona. Transfere-se o filtrado para um funil de
separação, acrescenta-se éter de petróleo (em torno de 50 a 70mL) e água
destilada. Quando ocorre a separação das fases, descarta-se a fase inferior
acrescentando água destilada até a completa remoção da acetona da amostra. O
pigmento (extrato) foi transferido para um balão volumétrico, completando-se com
éter de petróleo até o aferimento do balão. A leitura foi feita em espectrofotômetro a
450nm.
Cálculo:
Carotenóides totais ( g/g) = Absorbância x vol do extrato (mL) x 106
2500 x 100 x g da amostra
Expresso em β-caroteno
c) quantificação de carotenóides individuais: O processo de extração dos
carotenóides foi realizado utilizando a mesma metodologia de extração de amostra
para a determinação de carotenóides totais. Após a etapa de extração foi realizada a
36
saponificação da amostra, adicionando 25mL de solução de KOH 1,5N em etanol
em 25mL de amostra, deixando em repouso na ausência de luz por 18 h.
Após a separação das fases, o extrato foi concentrado em rotaevaporador à
35ºC e dissolvido na fase móvel inicial (metanol: acetonitrila, 30:70 v/v). O extrato
diluído foi transferido para tubos de eppendorf e centrifugado nas condições de 9000
rpm por seis minutos. O sobrenadante (30μL) foi injetado no cromatógrafo líquido de
alta eficiência (CLAE).
A análise por cromatografia líquida de alta eficiência consistiu no sistema
HPLC-Shimadzu com injetor automático, detector UV-visível a 280nm, coluna de
fase reversa RP-18 CLC-ODS (5μm, 4,6mm x 150mm) com fase estacionária
octadecil e uma coluna de guarda CLC-GODS (4) com fase estacionária de
superfície octadecil, ambas localizadas em forno a 25oC, equipado com detector UV,
utilizando o comprimento de onda de 450nm. A separação foi efetuada utilizando um
sistema de eluição por gradiente de metanol, acetonitrila e acetato de etila (tabela 2),
com um fluxo de 1mL min-1.
Tabela 2- Programa do gradiente de eluição utilizado na separação de carotenóides
individuais em pêssegos cv. Maciel.
Tempo
(minutos) Solvente A (%) Solvente B (%) Solvente C (%) Solvente D (%)
0 30 0 70 0
10 10 40 80 10
35 -5 40 80 15
40 30 5 70 0
Solvente A: metanol, Solvente B: acetonitrila, Solvente C: acetato de etila
Para a identificação e quantificação de β-caroteno, β-criptoxantina, luteína,
zeaxantina e licopeno utilizou-se uma curva de padrão, preparada com os padrões
cromatográficos correspondentes. O conteúdo total de carotenóides individuais foi
expresso em mg 100g-1 de amostra.
d) quantificação de compostos fenólicos totais: Os compostos fenólicos totais,
foram quantificados utilizando-se uma adaptação do método de Folin-Ciocalteau
37
(SINGLETON e ROSSI, 1965). Foi pesado 1g da amostra, macerada e adiciona-se
60mL de água ultra-pura, transferiu-se para um balão volumétrico de 100mL,
acrescentou-se 5mL de reagente de Folin, aguardando a reação por 8 minutos e
posteriormente adicionou carbonato de sódio na concentração de 20%. Completou-
se o volume do balão para 100mL. A amostra permaneceu no escuro por duas
horas, onde após foi feita a filtragem e leitura no espectrofotômetro a 725nm. Foi
realizada a prova em branco utilizando 1mL de água ultra-pura em substituição a 1 g
de fruta. Foi utilizando-se ácido gálico para a elaboração da curva padrão (Fig.4) e
os resultados foram expressos em miligramas de equivalente de ácido gálico (mg
GAE 100g-1) na amostra.
Figura 4 – Curva padrão em ácido gálico.
e) quantificação de compostos fenólicos individuais: Os compostos fenólicos
foram extraídos usando o método descrito por Häkkinen et al. (1998). Cinco gramas
da amostra macerada foram dissolvidas em 30mL de metanol e após foi adicionado
4,9mL de ácido clorídrico p.a. (concentração final de HCl 1,2M) para a estabilização
dos composto fenólicos, sendo completado o volume em balão volumétrico de 50mL
com metanol. O extrato foi homogeneizado em banho de água à 35ºC, na ausência
de luz por 24 horas. Após este período, a mistura foi filtrada e o sobrenadante foi
concentrado em rotaevaporador a 40ºC por cerca de 30 minutos. O resíduo
38
concentrado foi redissolvido em metanol até o volume final de 20mL, o qual foi
centrifugado (7.000 rpm por 10 minutos). Retirou-se uma alíquota do sobrenadante
(30μL) para injetar no cromatógrafo.
O cromatógrafo consistiu no sistema HPLC-Shimadzu, (idem ao descrito para
a análise de carotenóides individuais). A fase móvel consistiu no gradiente de
eluição utilizando solução aquosa de ácido acético (99:1, v/v) e metanol (tabela 3),
com fluxo de 0,8mL minuto-1, com um tempo total de corrida de 45 minutos, segundo
metodologia descrita por Zambiazi (1997).
Tabela 3 - Programa do gradiente de eluição utilizado na separação de compostos
fenólicos em pêssegos cv. Maciel.
Tempo (minutos) Solvente A (%) Solvente B (%)
0 100 0
25 60 40
27 60 40
37 95 5
42 95 5
45 100 0
Solvente A: solução aquosa de ácido acético (99:1v/v), solvente B: metanol.
Os compostos fenólicos individuais foram identificados e quantificados com
base da curva de calibração de padrões, cujos padrões foram dissolvidos em
metanol, incluindo o ácido p-cumárico, ácido cafeico, quercetina, ácido ferúlico,
epicatequina, ácido p-hidroxibenzóico, ácido gálico, ácido elágico, catequina,
miricetina e kaempferol. Os valores dos pontos de calibração formam estipulados
com base em estudos prévios de quantificação de compostos fenólicos individuais
(SHAHRZAD et al., 1996). Os resultados foram expressos em mg do composto
fenólico 100g-1 de amostra.
3.2.1.1. Delineamento experimental
Para as análises físico-químicas, o delineamento experimental foi um mono-
fatorial com seis níveis (porta-enxertos), com três repetições de 20 frutas por porta-
enxerto.
39
Para as análises fitoquímicas, tanto para a casca quanto para a polpa, o
delineamento experimental foi um mono-fatorial com seis níveis (porta-enxerto), com
três repetições de 15 frutas por porta-enxerto.
Na análise dos resultados foi realizada análise da variância e as médias foram
comparadas pelo teste de Tukey (P<0,05), sendo realizada também, para os
fitoquímicos, a análise de Correlação de Pearson, utilizando o programa estatístico
WinStat (MACHADO e CONCEIÇÃO, 2002).
40
4. Resultados e Discussão
4.1. Características físico-químicas da cultivar Maciel
Os pêssegos da cultivar Maciel, oriundos do CAP/UFPel, apresentaram
influência significativa do porta-enxerto em algumas características físico-químicas,
tais como acidez titulável, relação SST/AT e pH conforme dados apresentados na
Tabela 4.
Para o parâmetro acidez titulável, os frutos provenientes do porta-enxerto
Nemaguard apresentaram-se mais ácidos (9,65meq 100mL-1), não diferindo
estatisticamente das cv. Okinawa, Flordaguard e Capdeboscq. Os porta enxertos
Aldrighi e Umezeiro proporcionaram frutos menos ácidos (8,33 meq100mL-1)
respectivamente. Picolotto (2009) obteve também efeito de diferentes porta-enxertos
sobre a cultivar Maciel, sendo que os porta-enxertos Rubira, Aldrighi e Capdeboscq
apresentaram as maiores médias de acidez com valores de 13,45 meq100mL-1,
essas diferenças podem ser atribuídas ao porta-enxerto e ao estádio de maturação
dos frutos no momento da colheita.
Resultados obtidos por Montes et al. (2008) com as cvs. Talismã, Aurora 1,
Dourado 2, Doçura 2 e Aurora 2, sobre os porta enxertos Okinawa e Umezeiro,
evidenciaram que os frutos produzidos sobre a cv. Okinawa também se tornaram
mais ácidos com médias de 2,9 a 4,62 meq100mL-1 para „Okinawa‟ e 2,76 a 3,96
para „Umezeiro‟, concordando com o efeito verificado neste trabalho, porém com
valores completamente diferentes.
Nemaguard é um porta-enxerto que induz um bom vigor a copa e de acordo
com Guidoni et al. (1998), os porta-exertos que induzem maior vigor são mais
eficientes na capacidade de acumular substâncias nas frutas. Porém, as diferenças
encontradas não podem ser totalmente atribuídas ao efeito direto do porta-enxerto
na qualidade dos frutos, mas também ao seu efeito deste na época de maturação.
Sendo que possivelmente, a quantidade de ácidos esteja relacionada com o atraso
na maturação e como consequência a não degradação dos ácidos presentes nos
frutos, uma vez que todos foram colhidos no mesmo dia, independente do porta-
enxerto.
41
Como pode ser constatado na Tabela 5, para o parâmetro sólidos solúveis
totais (SST) os dados obtidos não foram significativos para os efeitos dos diferentes
porta-enxertos. De acordo com Raseira e Nakasu (1998), os teores de sólidos
solúveis encontrados na cultivar Maciel variaram de 11° a 18°Brix, o que foi
confirmado neste trabalho.
Este mesmo parâmetro foi avaliado por Giorgi et al. (2005) com os porta-
enxertos „Barrier 1‟, „Citation‟, „ GF677‟, Ishtara‟ e „Julior‟ sobre a cultivar „Suncret‟, e
também não observaram efeito significativo do porta-enxerto. Entretanto, Rocha
(2006), trabalhando com a cultivar Chimarrita, observou que os frutos provenientes
de plantas enxertadas com os porta-enxertos Capdeboscq e Tsukuba 1,
apresentaram valores mais elevados para sólidos solúveis totais, não diferindo
estatisticamente do „Aldrighi‟. Assim, constata-se que o porta-enxerto pode
influenciar a época de maturação dos frutos e, por conseqüência, o teor de SST
(CARUSO et al., 1995) e que, segundo Grappadelli e Sansavini (1998), este
parâmetro pode estar relacionado com a posição destes na planta, penetração de
luminosidade, sistema de condução e a densidade de plantio do pomar, mas nem
sempre as diferenças obtidas apresentam significância.
Os frutos provenientes das cv. Okinawa e Umezeiro apresentaram-se menos
ácidos que os demais com valores de pH de 3,76 e 3,77, respectivamente. De
acordo com Chitarra e Chitarra (2005), o pH aumenta com a redução da acidez,
sendo utilizado como indicativo desta variação. Isto indica que esses dois porta-
enxertos anteciparam a maturação destas cultivares.
Para a relação SST/AT, houve influência do porta-enxerto sendo o maior valor
para os pêssegos sobre Umezeiro, não apresentando diferença de Okinawa e
Capdeboscq, diferindo de Aldrighi, Flordaguard e Nemaguard. Montes et al. (2008)
trabalhando na região de Presidente Prudente (SP) analisou o comportamento das
cultivares Talismã, Aurora 1, Dourado 2, Doçura 2, Aurora 2 e Tropical sobre os
porta-enxertos Okinawa e Umezeiro. A cv. Tropical foi a que produziu frutos de
maior relação SST/AT, apresentando efeito significativo para os dois porta-enxertos
em estudo.
42
Tabela 5 - Acidez titulável, SST, SST/AT e pH de pêssegos da Cultivar Maciel enxertada em diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Acidez Titulável SST SST/AT pH
Porta Enxerto (meq 100mL-1) (° Brix)
Aldrighi 8,33 ± 0,41 b* 11,42 ± 0,17 ns 1,19 ± 0,17 b* 3,64 ± 0,04 b*
Capdeboscq 9,11 ± 0,15 ab 12,05 ± 0,19 1,32 ± 0,02 ab 3,65 ± 0,04 b
Flordaguard 9,06 ± 0,28 ab 11,57 ± 0,34 1,27 ± 0,06 b 3,65 ± 0,04 b
Nemaguard 9,65 ± 0,52 a 11,87 ± 0,62 1,23 ± 0,09 b 3,56 ± 0,05 b
Okinawa 8,69 ± 0,40 ab 11,80 ± 0,45 1,35 ± 0,03 ab 3,76 ± 0,02 a
Umezeiro 8,33 ± 0,61 b 11,40 ± 0,18 1,49 ± 0,17 a 3,77 ± 0,05 a
CV.(%) 4,73 5,08 6,90 1,27 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5% de
probabilidade de erro pelo teste de Tukey. ± desvio padrão. ns. Não significativo.
Para a variável firmeza de polpa (Figura 5), constata-se que o porta-enxertos
Aldrighi, proporcionou frutos mais firmes (6,59 lbs), não diferindo das cv.
Nemaguard, Okinawa e Umezeiro, porém diferindo das cvs. Capdeboscq e
Flordaguard que apresentaram os valores mais baixos. Trabalhos realizados por
Rossi (2004), com a cultivar de pêssego de polpa amarela „Granada‟, apresentou
efeito do porta enxerto Aldrighi e Tsukuba 1 sobre a firmeza de polpa no ano de
2002, obtendo uma firmeza de polpa de 10,50 e 11,0 lbs, respectivamente,
mostrando que existe uma diferença nas respostas entre as cultivares e também
entre os porta-enxertos quanto à resistência de polpa no momento da colheita.
Segundo Picolloto (2009), a cultivar Maciel enxertada sobre Aldrighi proporciona
frutos com menor firmeza de polpa, o que não foi encontrado neste trabalho. A essa
diferença de resposta pode ser atribuída ao estádio de maturação dos frutos no
momento da colheita.
Remorini et al. (2008) utilizando os porta enxertos GF677, Barrier 1, Ishtara e
Mr.S 2/5, com a cultivar „Flavorcrest‟, avaliou os frutos em três datas de colheita e
conclui que o porta enxerto afeta significativamente a firmeza, na primeira data de
colheita, sendo „Barrier 1‟ o que proporciona os frutos mais firmes, não produzindo
este efeito para as demais datas. A firmeza está diretamente relacionada à
maturação dos frutos, em pêssegos, quanto maior o grau de maturação, menor a
firmeza de polpa e como consequência, menor será sua vida de prateleira,
43
resultados comprovados neste experimento em que a cultivar Maciel sobre Aldrighi
teve frutos mais ácidos e com pH mais alto.
* Médias seguidas de mesma letra minúscula não diferem entre si em nível de 5% de probabilidade
de erro pelo teste de Tukey
Figura 5- Firmeza de polpa de pêssegos da cultivar Maciel enxertada sobre
diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-
2008.
Para a coloração dos frutos, o efeito do porta-enxerto foi verificado apenas
nos valores de a* que correspondem a cor de recobrimento (sendo a* negativo,
verde; a* positivo vermelho), porém as médias entre os porta enxertos não diferiram
entre si. Através dos dados obtidos na tabela 6, constata-se que os porta enxertos
Umezeiro, Okinawa e Capdeboscq apresentaram frutos com valores positivos,
indicando uma coloração mais próxima do vermelho. O porta enxerto Umezeiro,
segundo Pereira et al. (1998) e Campo Dall‟orto et al. (1992) promove a redução do
vigor das plantas sobre ele enxertadas, tornando as plantas com porte menor e
expondo os frutos a uma maior interceptação luminosa. Segundo Ju et al. (1999),
este incremento na coloração é conseqüência do aumento na luminosidade, a luz
estimula a síntese das antocianinas, as quais aceleram a expressão do gene para a
enzima flavonóide-3-o-glicosil transferase, enzima esta que é responsável pela
pigmentação vermelha.
44
Nos parâmetros luminosidade, coloração de fundo e ângulo hue, não foi
observado efeito significativo dos porta-enxertos sobre os pêssegos da cultivar
Maciel.
Tabela 6 - Luminosidade, cor de superfície (a*), cor de fundo (b*) e ângulo hue em
pêssegos da cultivar Maciel, enxertada sobre diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Porta-enxerto Luminosidade ° a °b °hue
Aldrighi 69,05 ns -1,13 a* 56,23 ns 91,39 ns
Capdebosq 69,14 1,03 a 56,01 87,52
Flordaguard 68,66 - 0,52 a 56,63 90,81
Nemaguard 69,15 - 1,06 a 54,75 91,29
Okinawa 68,65 0,68 a 55,03 90,91
Umezeiro 68,18 1,42 a 57,56 90,82
CV.(%) 1,23 3,38 3,32 3,62 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5%de probabilidade de erro pelo teste de Tukey. ns: não significativo.
Para aos pêssegos oriundos da EE/UFRGS, não houve significância da
análise de variância dos porta-enxertos para os parâmetros acidez titulável, sólidos
solúveis totais, relação sólidos solúveis totais /acidez titulável, cor e pH (tabela 7).
Tabela 7 - Acidez titulável, SST, SST/AT e pH de pêssegos da Cultivar Maciel enxertada em diferentes porta-enxertos. Centro Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul-2008
Acidez Titulável SST SST/AT pH
Porta Enxerto (meq100mL-1) (° Brix)
Aldrighi 9,28 ± 0,20 ns 12,68 ± 0,45 ns 1,36 ± 0,03 ns 3,65 ± 0,03 ns
Capdeboscq 9,60 ± 0,65 13,06 ± 1,24 1,35 ± 0,06 3,71 ± 1,24
Flordaguard 9,56 ± 0,88 12,08 ± 0,55 1,27 ± 0,16 3,66 ± 0,04
Nemaguard 9,12 ± 0,20 12,24 ± 0,25 1,34 ± 0,06 3,68 ± 0,06
Okinawa 9,51 ± 0,55 13,11 ± 0,40 1,38 ± 0,05 3,68 ± 0,02
Umezeiro 9,63 ± 0,22 12,51 ± 0,20 1,30 ± 0,02
3,74 ± 0,02
CV.(%) 5,08 4,95 5,59 1,26 * ns: não significativo.
45
Para a firmeza (fig.6), embora a análise de variância tenha demonstrado
efeito do porta-enxerto, os valores das médias não diferiram entre si. Esses
resultados confirmam as observações de outros autores, entre eles, Grappadelli e
Sansavini (1998), na qual afirmam que o local, espaçamento, forma de condução,
posição dos frutos na planta, podem gerar informações diferentes e muitas vezes
conflitantes. Deste modo é fundamental que os frutos possam ser colhidos no
mesmo estádio de maturação para permitir comparações confiáveis.
* Médias seguidas de mesma letra minúscula não diferem entre si em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey Figura 6- Firmeza de polpa de pêssegos da cultivar Maciel enxertada sobre diferentes porta-enxertos. Estação Experimental/UFRGS - Eldorado do Sul - 2008.
4.2. Fitoquímicos encontrados em pêssegos da cultivar Maciel
4.2.1 Compostos fenólicos totais
Muitos dos compostos fenólicos presentes em frutas e hortaliças são
substâncias bioativas, cujas principais classes são representadas pelos flavonóides,
46
ácidos fenólicos e pelos polifenóis (KING e YOUNG, 1999; GARCIA-ALONSO et al.,
(2004). A quantificação de compostos fenólicos totais é uma estimativa do conteúdo
de todos os compostos pertencentes às classes de compostos fenólicos em uma
amostra. Pelos dados obtidos para pêssegos do CAP/UFPel (tabela 8), constata-se
que houve efeito significativo do porta-enxerto tanto na casca quanto na polpa dos
frutos da cv. Maciel. Frutos provenientes do „Flordaguard‟ apresentaram as maiores
médias quando quantificados na polpa, e na casca, as maiores médias foram para
„Okinawa‟.
Os teores médios de fenóis encontrados na polpa (152 mg EAG 100g-1) e na
casca (250,52 mg EAG 100g-1) se mostram superiores aos encontrados por Manica-
Berto (2008) com a cultivar Jubileu (103 mg EAG 100g-1 na casca e 58,76 mg EAG
100g-1 na polpa). Porém são semelhantes aos reportados por Giorgi et al. (2005) na
cultivar Suncrest, na qual encontraram variações dos valores de fenóis de 330,2 mg
EAG 100g-1(cv. Barrier 1) até 453,0 mg EAG 100g-1 (cv. GF677).
Comportamento similar ocorreu para os frutos do pomar da EE/ UFRGS, onde
o efeito do porta-enxerto também apresentou significância (tabela 8). Para esta
localidade, a análise com os frutos provenientes de „Nemaguard‟ apresentaram as
maiores médias quando determinados na polpa (148,72 mg EAG 100g-1) e para a
casca, assim como observado com os frutos provenientes da Palma, na cv. Okinawa
foram obtidas as maiores médias (216,46 mg EAG 100g-1).
Para a polpa, as maiores médias foram obtidas com as cultivares
Flordaguard, no CAP, e Nemaguard para a EE(UFRGS). Estes dois porta-enxertos
promovem crescimento vigoroso, com isto, conseguem enviar fotoassimilados de
forma mais eficiente aos frutos, aumentando a concentração de ácidos e demais
compostos que fazem parte do metabolismo secundário, contribuindo para este
valor. Isto pode ser atribuído a uma maior absorção de água e nutrientes, pois
conforme relatado por Scalzo et al. (2005), o efeito dos porta-enxertos sobre as
qualidades nutricionais dos frutos é estreitamente correlacionado com a interação
entre o porta-enxerto e a disponibilidade de água e minerais no solo.
Picolotto (2009), observou que o uso dos porta-enxertos Okinawa 1 e
Okinawa 12 com a cultivar Maciel promove um vigor considerado mediano e
insuficiente respectivamente, refletindo em um menor volume de copa, deste modo
proporcionando frutos com maior incidência a insolação, contribuindo deste modo
47
para a maior síntese destes compostos, como foi observado na casca para as duas
localidades.
Os compostos fenólicos constituem-se em moléculas do metabolismo
secundário de vegetais que tendem a serem sintetizados como forma de proteção
frente a estresses bióticos (ataque de patógenos) e abióticos (radiação ultravioleta,
seca, estresse salino) (SIMÕES et al., 2007). Por esta razão, os valores encontrados
na casca são superiores aos da polpa.
Tomas-Barberan et al. (2001) detectaram teores superiores de ácidos
hidroxicinâmicos, antocianinas e flavonóis na casca de nectarinas, de pêssegos e de
ameixas em relação à polpa. Estes autores encontraram que os teores de
fitoquímicos em casca eram geralmente de 2 a 3 vezes superiores do que na polpa.
Neste trabalho foram obtidos 1,77 e 1,57 vezes mais compostos na casca do que na
polpa para CAP/UFPel e para a EE/UFRGS, respectivamente. Kondo et al. (2002)
também relataram concentração mais elevada de compostos fenólicos na casca em
diferentes cultivares de maçã.
Os valores para compostos fenólicos em pêssegos podem ser considerados
baixos se forem comparados com as pequenas frutas como Pitanga roxa (420,8 mg
EAG 100g-1), Butiá (328,6 mg EAG 100g-1), amora cv. Xavante (731,4 mg EAG 100g-
1) e mirtilo cv. Delite (750,5 mg EAG 100g-1), conforme relatados por Jacques et al.,
(2009) entretanto, dentre as frutíferas de clima temperado, o pêssego pode ser
considerado como uma boa fonte de compostos fenólicos juntamente com a maçã
onde Sun et al. (2002), quantificaram valores de 296,3 ± 6,64 mg EAG 100g-1.
Porém, é conhecido também, que elevados teores de compostos fenólicos
constitui-se em agravante do ponto de vista do processamento, pois torna o produto
mais sensível ao escurecimento enzimático, caso tenha elevada atividade de
peroxidase e/ou polifenoloxidase (DEGL‟INNOCENTI et al., 2005).
Assim, constata-se que não somente o porta-enxerto interfere na quantidade
de fenóis, mas também fatores como a cultivar, o estádio de maturação dos frutos e
o local de cultivo.
48
Tabela 8- Fenóis totais, em casca e polpa de pêssegos da cultivar Maciel enxertada
sobre diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Fenóis totais polpa Fenóis totais casca
Porta Enxerto (mg EAG 100g-1) (mg EAG 100g-1)
Aldrighi 130,90 ± 0,17 *c 194,05 ± 3,26 *d
Capdeboscq 145,92 ± 2,40 b 213,03 ± 8,16 c
Flordaguard 152,00 ± 3,61 a 234,81 ± 7,40 b
Nemaguard 118,81 ± 0,25 e 213,42 ± 4,63 c
Okinawa 120,91 ± 3,40 f 250,52 ± 3,66 a
Umezeiro 126,41 ± 3,10 d 210,12 ± 2,75 c
CV.(%) 1,97 2,46 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey. ± desvio padrão.
Tabela 9 - Fenóis totais, em casca e polpa de pêssegos da cultivar Maciel enxertada
sobre diferentes porta-enxertos. Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul -2008.
Fenóis totais polpa Fenóis totais casca
Porta Enxerto (mg EAG 100g-1) (mg EAG 100g-1)
Aldrighi 134,14 ± 4,22 *b 172,79 ± 18,20 *c d
Capdeboscq 113,11 ±14,62 c 160,33 ± 7,01 d
Flordaguard 112,80 ± 7,79 c 195,53 ± 15,50 b
Nemaguard 148,72 ± 5,35 a 199,62 ± 9,02 ab
Okinawa 116,92 ± 3,17 c 216,46 ± 15,90 a
Umezeiro 133,85 ± 3,12 b 184,17 ± 5,60 bc
CV.(%) 5,95 6,87 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5%de probabilidade de erro pelo teste de Tukey. ± desvio padrão.
49
4.2.1.1. Compostos Fenólicos Individuais
No método por cromatografia liquida de alta eficiência (CLAE) são
quantificados apenas compostos que coincide o seu tempo de retenção com os
padrões utilizados. Com isto, de acordo com os padrões utilizados, foram
encontrados os ácidos gálico, p-hidrobenzóico, ácido caféico e ácido p-cumárico em
pêssegos da cultivar Maciel (figura 6).
Carotenóides
Minutes
0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 12,5 15,0 17,5 20,0 22,5 25,0 27,5 30,0 32,5 35,0 37,5 40,0
mA
U
0
200
400
600
800
1000
mA
U
0
200
400
600
800
1000
galic
o
hid
roxi
benzo
ico
(cate
quin
a)
cum
arico
(cafe
ico)
epic
ate
quin
a
kaem
pfe
rol
feru
lico
querc
etin
a
Detector A (280nm)
Fenóis
ALD-casca-Palma_30uL002
Name
Figura 6 - Cromatograma de compostos fenólicos em pêssegos cv. Maciel. / com
coluna em fase reversa e detector UV (280 nm). 1: ácido gálico, 2: ácido
hidroxibenzóico, 3: ácido caféico, 4: ácido ferúlico. Fase móvel: gradiente de ácido
acético em água (1:99 v/v) e metanol com fluxo de 0,9mLmin-1- UFPEL/ Pelotas
(2009)
Para os frutos oriundos do CAP/UFPel, os porta-enxertos influenciaram
significativamente no conteúdo de todos os ácidos quantificados. A cv. Flordaguard
apresentou as maiores médias para ácido gálico na polpa (95,18 mg100g-1), sendo
que nesta, não diferiu estatisticamente da cv. Capdeboscq (tabela 9). Para a polpa,
no porta-enxerto „Umezeiro‟ foram encontradas as maiores médias para os demais
ácidos sendo eles, hidroxibenzóico, ácido caféico e ácido cumárico. Para a
50
quantificação do ácido hidroxibenzóico, o „Umezeiro‟ não diferiu de „Flordaguard‟,
assim como para o ácido cumárico, este não diferiu para do porta-enxerto
Capdeboscq, não mantendo estes parâmetros para a casca.
Na casca (tab.11) o porta-enxerto Capdeboscq apresentou efeito estatístico
significativo para o ácido gálico, apresentando a maior média em comparação aos
demais porta-enxertos. Para o ácido hidroxibenzóico os porta-enxertos Aldrighi,
Capdeboscq e Okinawa não diferiram estatisticamente entre si, porém diferiram de
Flordaguard, Nemaguard e Umezeiro. No ácido caféico os frutos provenientes de
Aldrighi, Capdeboscq, Flordaguard e Umezeiro não diferiram entre si enquanto que
para o ácido cumárico, os porta-enxertos Flordaguard e Umezeiro apresentaram as
maiores médias e efeito estatístico significativo comparado com os demais.
Tabela 10 - Valores quantificados de fenóis individuais (mg100g-1), em polpa de
pêssegos da cultivar Maciel enxertada em diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
P. Enxerto Ác. gálico Ác p-hidroxibenzóico Ác. caféico Ác. Cumárico
Aldrighi 85,20 b* 57,87 bc* 0,52 cd* 3,56 b*
Capdeboscq 86,49 ab 59,08 bc 0,82 cd 3,90 a
Flordaguard 95,18 a 60,75 ab 0,48 d 3,27 c
Nemaguard 77,49 bc 52,28 c 0,88 b 3,60 b
Okinawa 61,58 d 33,96 d 0,82 bc 1,22 d
Umezeiro 73,97 c 68,03 a 1,35 a 4,04 a
CV.(%) 4,52 5,39 14,47 3,16 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey.
Tabela 11 - Valores quantificados de fenóis individuais (mg100g-1), em casca de
pêssegos da cultivar Maciel enxertada em diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
P. Enxerto Ác. gálico Ác. p-hidroxibenzóico Ác. cafeíco Ác. Cumárico
Aldrighi 149,20 c* 98,74 a* 1,19 a* 12,45 b*
Capdeboscq 177,64 a 89,62 a 1,33 a 0,02 c
Flordaguard 136,58 d 76,37 b 1,34 a 16,40 a
Nemaguard 122,06 e 74,64 b 0,70 b 0,01 b
Okinawa 167,29 b 94,60 a 0,54 b 0,02 c
Umezeiro 166,46 b 76,17 b 1,26 a 17,00 a
CV.(%) 2,29 3,35 11,50 12,04 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5%de probabilidade de erro pelo teste de Tukey.
51
Para os frutos provenientes do pomar da EE/UFRGS (tabelas 12 e 13),
obteve-se efeito significativo dos porta-enxertos para os ácidos identificados com
exceção do ácido cumárico na polpa. A cv. Nemaguard proporcionou as maiores
médias de fenóis individuais, na polpa para os três ácidos quantificados, em relação
aos demais porta-enxertos, com exceção dos frutos provenientes de „Aldrighi‟ na
qual não apresentou diferença estatística para o ácido gálico.
Os porta enxertos Flordaguard, Nemaguard e Okinawa não diferiram
estatisticamente entre si em relação ao conteúdo de ácido gálico. O porta-enxerto
Okinawa apresentou a maior quantidade de ácido hidroxibenzóico na casca;
Nemaguard apresentou a maior quantidade de ácido caféico e „Umezeiro‟ junto com
„Flordaguard‟, as maiores quantidades de ácido cumárico.
Tabela 12 - Valores quantificados de fenóis individuais (mg100g-1), em polpa de pêssegos da cultivar Maciel enxertada em diferentes porta-enxertos. Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul-2008.
P. Enxerto Ác. gálico Ác. hidroxibenzóico Ác. caféico Ác. Cumárico
Aldrighi 90,67 ab* 69,66 b* 0,69 c* 3,62 ns
Capdeboscq 74,94 c 73,00 b 0,36 e 3,68 ns
Flordaguard 83,65 b 57,00 d 0,88 b 3,25 ns
Nemaguard 97,21 a 79,20 a 0,98 a 3,50 ns
Okinawa 83,98 b 65,20 c 0,57 d 2,88 ns
Umezeiro 74,40 c 70,83 b 0,36 e 3,81 ns
CV.(%) 3,09 2,04 4,67 14,25 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey ns.não significativo.
52
Tabela 13 - Valores quantificados de fenóis individuais (mg100g-1), em casca de pêssegos da cultivar Maciel enxertada em diferentes porta-enxertos. Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul-2008.
P. Enxerto Ác. gálico Ác.p- Hidroxibenzoíco Ác. cafeíco Ác. Cumárico
Aldrighi 133,55 bc* 70,33 c* 0,41 e* 7,96 c*
Capdeboscq 118,03 c 68,32 c 0,51 cd 6,56 d
Flordaguard 161,30 a 82,22 b 0,46 de 11,00 ab
Nemaguard 171,96 a 83,51 b 0,95 a 9,00 bc
Okinawa 159,17 a 96,74 a 0,58 c 8,34 bc
Umezeiro 138,41 b 72,08 c 0,67 b 11,30 a
CV.(%) 4,45 4,02 4,85 7,48 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5% pelo teste de Tukey
Segundo Skrede e Wrolstaad (2002), os ácidos fenólicos mais comumente
encontrados nos frutos são os ácidos hidroxicinâmicos e hidrobenzóicos. Neste
trabalho, os hidroxicinâmicos são representados pelos ácidos caféico, cumárico e
para os ácidos hidrobenzóicos, foram quantificados os ácidos p-hidroxibenzóico e
gálico, sendo este último em maior quantidade.
O ácido gálico foi o composto majoritário na quantificação dos fenóis
individuais, estes resultados discordam de Podestá et al. (2009) que encontraram
em resíduos do raleio de pomares de ameixas (Prunus salicina) por meio de
cromatografia liquida de alta eficiência (CLAE), a presença dos ácidos gálico,
caféico, protocatecuico, siríngico, cumárico, vanilico e clorogênico, sendo este último
o ácido encontrado em maior quantidade. Esta diferença pode ser explicada pelo
estádio diferenciado de maturação das amostras e também por se tratar de espécies
diferentes pois, segundo Shahidi e Naczk (1995), a quantificação de compostos
fenólicos é influenciada pela natureza do composto, o método de extração
empregado, o tamanho da amostra, o tempo e as condições de estocagem assim
como os padrões utilizados.
53
4.2.2. Carotenóides
Os carotenóides constituem um dos mais importantes grupos de pigmentos
na natureza, devido às suas numerosas funções, larga distribuição e diversidade
estrutural (OLIVER e PALOU, 2000).
Pôde-se constatar que houve efeito do porta-enxerto, tanto para os frutos
provenientes do CAP/UFPel (fig. 7 e 8 ) quanto para os da EE/UFRGS (fig. 9 e 10).
Do mesmo modo foi observado para as partes do fruto, tanto a casca quanto a polpa
tiveram influência significativa do porta-enxerto.
Para os frutos provenientes do CAP/UFPel, as cultivares Flordaguard e
Umezeiro apresentaram os maiores conteúdos de carotenóides na casca sendo de
33,58 e 33,53 μg g-1, respectivamente. Para polpa, nas cv. Aldrighi e Okinawa
foram quantificadas as maiores médias (27,17 e 28,56 μg g-1). Os valores
encontrados para pêssegos são semelhantes aos reportados por Manica-Berto
(2008), na qual trabalhando com a variedade „Granada‟ quantificou valores médios
de 31,1 μg g-1 para casca e 19,4 μg g-1 para polpa.
Observações feitas no pomar mostraram que o porta-enxerto Umezeiro
proporciona um menor vigor na cultivar Maciel, assim como sinais alguns sinais de
incompatibilidade, como por exemplo, o engrossamento do caule e o retardo no
crescimento. Deste modo as plantas se tornam pequenas e os frutos ficam com uma
maior exposição à luz solar, favorecendo a síntese destes pigmentos na casca dos
frutos.
Para os frutos do pomar da EE/UFRGS a cv Okinawa também favoreceu a
síntese deste pigmento, porém na casca (23,66 μg g-1). Para polpa a cultivar
Capdeboscq apresentou a maior média de 17,91 μg g-1 não diferindo de Nemaguard
e Umezeiro. Remorini et al. (2008) analisando o efeito de diferentes porta-enxertos
sobre pêssegos “Flavorcrest” descreveu que o conteúdo de carotenóides foi
influenciado pelo uso dos porta-enxertos sendo os maiores valores reportados nos
porta-enxertos Ishtara, Mr. S2/5 e Barrier 1, sendo os valores máximos de 40 μg
100g-1 na polpa e 250 μg 100g-1 para a casca.
54
A composição qualitativa e quantitativa dos carotenóides é influenciada
diretamente por fatores como o genótipo, estádio de maturação, condições
climáticas, parte da fruta e condições de tratamento pós-colheita, processamento e
armazenamento (RODRIGUEZ-AMAYA, 1993; REMORINI et al., 2008).
* Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5% pelo teste de Tukey
Figura 7 - Carotenóides totais (μg g-1) presentes na casca de pêssegos da cultivar
Maciel, enxertadas sobre diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão- 2008.
55
* Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5% pelo teste de Tukey.
Figura 8- Carotenóides totais (μg g-1) presentes na polpa de pêssegos da cultivar Maciel, enxertadas sobre diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
* Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey
56
Figura 9 - Carotenóides totais (μg g-1) presentes na casca de pêssegos da cultivar
Maciel, enxertadas sobre diferentes porta-enxertos. Estação Experimental da
UFRGS – Eldorado do Sul-2008.
* Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5%de probabilidade de erro pelo teste de Tukey
Figura 10 - Carotenóides totais (μg g-1) presentes na polpa de pêssegos da cultivar
Maciel, enxertadas sobre diferentes porta-enxertos. Estação Experimental da
UFRGS - Porto Alegre-2008.
4.2.2.1. Carotenóides Individuais
Para a variável carotenóides individuais, obteve-se efeito significativo do
porta-enxerto sobre os valores quantificados.
Em pêssegos os carotenóides individuais já foram estudados por vários
pesquisadores, porém, além dos teores baixos, há divergência até do tipo de
carotenóide predominante, alguns autores relatam violaxantina (CURL, 1959;
GROOS, 1979), β-caroteno (BUREAU E BUSHWAY, 1986) e β-criptoxantina
(GEBHARDT et al., 1977), ou ambos como principais (PHILIP e CHEN, 1988). Para
os frutos provenientes tanto do CAP/UFPel e da EE/UFRGS, assim como, para a
polpa e a casca, o carotenóide predominante foi o β-criptoxantina seguido do β-
caroteno. Este resultado está de acordo com o relatado por Sentanin e Amaya
57
(2007) que, avaliando as cultivares de pêssegos Coral, Chiripá e Diamante,
obtiveram β-criptoxantina como carotenóide majoritário.
Para os frutos provenientes do CAP/UFPel, conforme se pode observar na
tabela 14, o porta enxerto Aldrighi apresentou os maiores valores na polpa para os
três carotenóides quantificados sendo 5,88 µg g-1 de β-criptoxantina, 2,0 µg g-1 de β-
caroteno e 2,5 µg g-1 de licopeno.
Na casca (tabela 15) os valores quantificados para o carotenóide β-
criptoxantina foram superiores ao da polpa, não repetindo este efeito para os demais
carotenóides, como por exemplo, para licopeno e β-caroteno.
O „Umezeiro‟ obteve as maiores médias para carotenóides totais na casca e
manteve esta condição no carotenóide majoritário (β-criptoxantina), sendo a média
de 15,50 µg g-1. Segundo Pereira et al. (1998) e Campo Dall‟orto et al. (1992), este
porta-enxerto induz a redução do vigor das plantas sobre ele enxertadas,
proporcionando uma maior exposição dos frutos a luz e como conseqüência a
síntese deste pigmento.
Nos porta-enxerto Aldrighi e Capdeboscq foram observadas as maiores
médias de β-caroteno (2,0 µg g-1). Os valores de licopeno quantificados na casca,
foram muito baixos sendo possível identificar apenas traços, para as cultivares
Nemaguard e Umezeiro.
Tabela 14 - Carotenóides individuais em polpa de pêssegos da cultivar Maciel enxertada em diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Porta-enxerto β-caroteno (µg g-1) β-criptoxantina (µg g-1)
Licopeno ( µg g-1)
Aldrighi 2,0 a* 5,88 a* 2,50 a*
Capdeboscq 0,5 c 3,50 c 0,50 c
Flordaguard 1,0 b 3,50 c 0,50 c
Nemaguard 1,0 b 5,00 b 1,00 b
Okinawa 0,5 c 3,48 c 0,48 c
Umezeiro 1,0 b 3,50 c 0,50 c
C.V (%) 22,73 8,59 13,94 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5% de
probabilidade de erro pelo teste de Tukey.
58
Tabela 15 - Carotenóides individuais em casca de pêssegos da cultivar Maciel
enxertada em diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Porta-enxerto β-caroteno (µg g-1) β-criptoxantina
(µg g-1) Licopeno( µg g-1)
Aldrighi 2,00 a* 9,28 d* 0,5 a*
Capdeboscq 2,00 a 11,33 c 0,5 a
Flordaguard 0,48 c 11,50 c 0,5 a
Nemaguard 1,53 b 14,20 b tr. b
Okinawa 0,48 c 9,28 d 0,5 a
Umezeiro 0,48 c 15,50 a tr. b
C.V(%) 8,1 2,0 3,87 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5% pelo
teste de Tukey tr.:traços
Os valores obtidos com os frutos da EE/UFRGS indicam que o porta-enxerto
Flordaguard proporcionou os maiores teores de β-caroteno na polpa (tabela 16)
com média de 1,50 µg g-1. Para o carotenóide β-criptoxantina as maiores médias
foram identificadas sob efeito do „Capdeboscq‟, com valor de 5,53 µg g-1. Para o
carotenóide licopeno, na polpa, não foi observado efeito significativo do porta-
enxerto.
Na casca (tab.17) com o porta-enxerto „Umezeiro‟ obteve-se diferença
significativa sobre os demais para o carotenóides β-caroteno (5,0 µg g-1) e os porta
enxertos Flordaguard e Okinawa não diferem significamente para os valores de β-
criptoxantina (14,5 e 15,00 µg g-1, respectivamente). Os dados obtidos com o
carotenóide licopeno indicam que porta-enxerto Capdeboscq proporcionou as
maiores médias (1,0 µg g-1).
Os valores para β-caroteno encontrados nos dois locais (CAP/UFPel e
EE/UFRGS) estão abaixo dos apresentados por Souza et al., (2004) em pêssegos
oriundos da região de Viçosa-MG, cujo os valores foram de 2,72 a 3,10 µg g-
1.Entretanto concordam com os reportados por Rodriguez-Amaya (1999) em
pêssegos oriundos de São Paulo sendo os valores entre 0,6 a 1,2 µg g-1 .Com o
caroteno β-criptoxantina, os dados são semelhantes aos identificados por Sentanin
e Amaya (2007) na qual quantificaram valores médios de 6,4 µg g-1 de β-
criptoxantina com a cultivar de pêssego Diamante que, assim como a cv. Maciel
apresenta polpa amarela.
59
Tabela 16 - Carotenóides individuais em polpa de pêssegos da cultivar Maciel
enxertada em diferentes porta-enxertos. Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul – 2008.
Porta-enxerto β-caroteno (µg g-1) β-criptoxantina (µg g-1) Licopeno( µg g-1)
Aldrighi 0,51 c* 2,01 d* 0,51 ns
Capdeboscq 1,00 b 5,53 a 0,50
Flordaguard 1,50 a 3,60 c 0,53
Nemaguard 0,50 c 4,16 bc 0,51
Okinawa 0,16 c 1,96 d 0,51
Umezeiro 0,51 c 4,36 b 0,51
CV.(%) 15,37 5,19 6,51 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey ns: não significativo ao teste de tukey a 0.05%.
Tabela 17 - Carotenóides individuais em casca de pêssegos da cultivar Maciel enxertada em diferentes porta-enxertos. Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul- 2008.
Porta-enxerto β-caroteno (µg g-1)
β-criptoxantina (µg g-1) Licopeno( µg g-1)
Aldrighi 1,05 b* 11,10 c* 0,50 b*
Capdeboscq 1,05 b 7,00 d 1,00 a
Flordaguard 0,55 b 14,50 a 0,49 b
Nemaguard 1,05 b 13,00 b 0,50 b
Okinawa 0,50 b 15,00 a 0,49 b
Umezeiro 5,00 a 10,50 c 0,.50 b
CV.(%) 3,46 3,61 4,91 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5% pelo teste de Tukey
60
Carotenóides
Minutes
0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 12,5 15,0 17,5 20,0 22,5 25,0 27,5 30,0 32,5 35,0 37,5 40,0
mA
U
-0,25
0,00
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
1,75
2,00
2,25
mA
U
-0,25
0,00
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
1,75
2,00
2,25
lute
ina
b-c
ripto
xantina
licopeno
b-c
aro
teno
Detector A (450nm)
carotenóides
Cap-Palma-Casca_30uL001
Name
Figura 11 - Cromatograma típico da separação de carotenóides em pêssegos cv.
Maciel via CLAE, com coluna de fase reversa C18 e detector UV a 280nm, tendo
como fase móvel um gradiente com metanol, acetonitrila e acetato de
etila.UFPel/2009.
4.2.3. Capacidade antioxidante
De acordo com os dados, pode-se observar que a casca apresentou os
maiores valores para a capacidade antioxidante. Para os pêssegos das duas
localidades e para cada parte do fruto (polpa e casca), encontrou-se efeito
significativo dos porta-enxertos (tabelas 18 e 19).
Para os pêssegos do CAP/UFPel (tabela 18), quando analisado a polpa dos
frutos, a cultivar Nemaguard embora apresentando a maior média (9,91mg TEAC
100g –1), não diferiu das demais cultivares com exceção da „Okinawa‟ . Na casca
observou-se que os porta-enxertos Nemaguard (28,54mg TEAC100g–1) com a maior
média, não diferiu de „Umezeiro‟ (26,66mg TEAC100 g –1) e „Aldrighi‟ (27,05mg
TEAC100 g –1 ).
Para os frutos da EE/UFRGS (tab.19), com o „Umezeiro‟ encontrou-se as
maiores médias para esta variável (19,48 mg TEAC 100g-1) na casca, enquanto que
na polpa „Nemaguard‟ e „Aldrighi‟ obtiveram médias de 10,47 e 9,21mgTEAC100g-1,
respectivamente.
61
Observa-se que o porta-enxerto „Nemaguard‟ possui as maiores médias para
casca e polpa nos frutos do CAP/UFPel e na polpa para os frutos da EE/UFRGS.
Segundo Scalzo et al. (2005), porta-enxertos com elevada afinidade, ampla
adaptabilidade às diferentes condições e que conferem um maior vigor na planta ou
pelo maior desenvolvimento de dossel ou de raízes proporcionam frutos com
maiores valores de capacidade antioxidante, efeito este que pode ter ocorrido com
esta cultivar nos dois locais.
Observações semelhantes foram feitas por Giorgi et al. (2005), os quais
acompanharam a produção, a qualidade e a nutrição de frutos de pêssegos cv.
Suncrest enxertada nos porta-enxertos „GF677‟, „Barrier 1‟, „Junior‟ e „Citation‟,
verificaram que o porta-enxerto afetou significativamente a capacidade antioxidante,
sendo o porta-enxerto „Junior‟ o que proporcionou os maiores valores (1,98 Eq
trolox/g).
Os valores encontrados para a atividade antioxidante estão abaixo dos
quantificados por Manica-Berto (2008) que obteve valores de 12,2 mg TEAC 100g-1
para a casca e 11,8mg TEAC 100g-1 para a polpa em pêssegos com a cultivar
Jubileu. Segundo Frankelo (1993); Madsem e Bertlesen (1995), os valores da
capacidade antioxidantes dos vegetais é amplamente influenciado por fatores
genéticos, condições ambientais, além do grau de maturação, variedade da planta e
ainda pelo solvente utilizado e a técnica de extração empregados.
Tabela 18- Capacidade antioxidante com tempo de reação em 30 minutos, expressa em equivalente Trolox (mg TEAC 100g-1), em polpa e casca de pêssegos cv. Maciel enxertados em diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Porta-enxerto DPPH 30 min (polpa) DPPH 30 min (Casca)
Aldrighi 7,83 ± 0,50 ab* 27,05 ± 1,70 ab*
Capdeboscq 9,48 ± 0,76 a 22,85 ± 2,93 bc
Flordaguard 8,63 ± 1,45 a 18,33 ± 0,98 c
Nemaguard 9,91 ± 1,72 a 28,54 ± 7,71 a
Okinawa 6,02 ± 2,24 b 17,65 ± 1,42 c
Umezeiro 8,65 ± 1,61 a 26,66 ± 3,73 ab
C.V.(%) 17,5 16,28 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5%de probabilidade de erro pelo teste de Tukey. ± desvio padrão.
62
Tabela 19- Capacidade antioxidante com tempo de reação em 30 minutos, expressa em equivalente Trolox (mg TEAC 100g-1), em polpa e casca de pêssegos cv. Maciel enxertados em diferentes porta-enxertos. Estação Experimental da UFRGS - Porto Alegre-2008.
Porta-enxerto DPPH 30 min (polpa) DPPH 30 min (Casca)
Aldrighi 9,21 ± 1,66 ab* 15,64 ± 3,42 b*
Capdeboscq 8,32 ± 0,96 b 13,17 ± 1,61 bc
Flordaguard 8,70 ± 1,40 b 14,95 ± 0,60 bc
Nemaguard 10,47 ± 1,43 a 11,87 ± 0,06 c
Okinawa 8,11 ± 0,88 b 16,24 ± 3,66 b
Umezeiro 8,23 ± 0,07 b 19,48 ± 1,42a
CV.(%) 13,4 14,72 * Médias seguidas de mesma, letra minúscula na coluna não diferem entre si em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey. ± desvio padrão.
4.2.4. Correlações entre os fitoquímicos
A análise de correlação entre os fitoquímicos permite determinar a
contribuição de cada composto bioativo na capacidade antioxidante.
Observa-se que os frutos das duas localidades, apresentaram uma correlação
fraca e negativa para a análise da casca (-0,56) (tabela 20) e, para a polpa dos
frutos provenientes da EE/UFRGS a correlação foi fraca e positiva (r=0,38) (tabela
21).
Alguns autores têm demostrado de forma conclusiva que existe uma forte
relação positiva entre o teor de fenóis totais e a capacidade antioxidante das frutas
(VILSON et al., 1998; VELIOGLU et al., 1998; KAUR e KAPOOR, 2002; ABDILLE et
al, 2005), enquanto que outros autores não têm evidenciado esta correlação
(KAHKONEN et al., 1999; ISMAIL et al., 2004; REYNERTSON et al., 2008). Além da
presença de outros fitoquímicos, a estrutura química do componente ativo tem
influência sobre a eficácia do antioxidante natural, uma vez que a posição e o
63
número de hidroxilas presentes na molécula dos compostos fenólicos é um fator
relevante para esta atividade (MELO et al., 2008)
Trabalho realizado por Silva (2007) com 11 variedades de pêssegos, sendo
elas: Jade, Maciel, Leonense, Eldorado, Coral, Ametista, Ágata, Chiripá, Esmeralda,
Sensação e Olímpia, na região de Pelotas, também encontrou baixa correlação
(0,26) entre o poder antioxidante-DPPH e conteúdo de fenóis totais. Porém Gil et al.
(2002), encontraram em pêssegos uma correlação positiva entre o conteúdo de
fenóis e poder antioxidante na casca (0,89) e na polpa (0,87) de pêssegos.
Segundo Vizzotto et al., (2008) acredita-se que a atividade antioxidante
envolve compostos não identificados ou quantificados nas determinações de
compostos fenólicos. Muitos outros compostos como vitaminas, carotenóides e
outros fenólicos, podem ser os responsáveis pela atividade antioxidante. Assim a
capacidade antioxidante de uma amostra não pode ser explicada apenas com base
em seu teor de fenólicos totais, a caracterização da estrutura dos compostos,
também é necessária (HEINONEN et al., 1998).
Com relação às correlações com carotenóides, na literatura pode-se
encontrar citações onde a contribuição de compostos fenólicos para a atividade
antioxidante é mais importante que a contribuição dos carotenóides (GIL et al., 2002;
KIM et al., 2003). Fato este encontrado nesta correlação na qual na casca os
carotenóides não apresentaram efeito significativo e para polpa o efeito foi
significativo porém negativo (-0,45) (tab.19 e 20). Segundo Melo et al. (2008), os
carotenóides, assim como o ácido ascórbico e outros polifenóis, podem contribuir de
forma sinérgica ou antagonicamente com a capacidade antioxidante dos frutos.
Tabela 20- Correlação de Pearson entre a capacidade antioxidante (g TEAC 100g-
1),conteúdo de fenóis totais (mg EAG 100g-1) e de carotenóides totais (μg.g-1) em casca e polpa de frutos da cultivar Maciel, enxertadas em diferentes porta-enxertos. Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Atividade antioxidante Fenóis Carotenóides
DPPH(TEAC) Casca -0,56* ns
DPPH(TEAC) polpa ns -0,45* *e
ns coeficiente significativo e não significativo, respectivamente (p≤0,01).
64
Tabela 21- Correlação de Pearson entre a capacidade antioxidante (g TEAC 100g-
1), conteúdo de fenóis totais (mg EAG 100g-1) e de carotenóides totais (μg.g-1) em casca e polpa de frutos da cultivar Maciel, enxertadas em diferentes porta-enxertos. Estação Experimental da UFRGS - Porto Alegre-2008.
Atividade antioxidante Fenóis Carotenóides
DPPH(TEAC) Casca -0,56* ns
DPPH(TEAC) polpa 0,38* ns *e
ns coeficiente significativo e não significativo, respectivamente (p≤0,01).
65
5. Conclusões
Com base nos resultados obtidos, conclui-se:
- que os porta-enxertos afetam de forma indireta alguns parâmetros físico-
químicos e fitoquímicos de frutos de pessegueiro;
- para os parâmetros físico-químicos, a combinação Nemaguard/Maciel tornou
os frutos mais ácidos e a combinação Aldrighi/Maciel proporcionou frutos mais
firmes no pomar da Palma;
- o conteúdo de compostos fenólicos, e de carotenóides assim como a
capacidade antioxidante tem influência significativa dos porta-enxertos, sendo os
maiores valores encontrados nas cascas dos frutos;
- Nos porta-enxertos Nemaguard e Flordaguard foram encontrados os maiores
conteúdos de compostos fenólicos na polpa dos frutos;
- o composto fenólico majoritário encontrado em pêssegos „Maciel‟ foi o ácido
gálico;
- na caracterização dos carotenóides individuais, de todos os porta enxertos em
ambas as localidades, foram identificados os compostos criptoxantina, licopeno e β-
caroteno, sendo que a criptoxantina foi o composto encontrado em maior
quantidade;
- Os frutos provenientes do porta-enxerto Nemaguard apresentaram os maiores
valores para a capacidade antioxidante comparadas com os demais porta-enxertos.
- As correlações entre conteúdo fenólicos e carotenóides com a capacidade
antioxidante se mostraram fracas e negativas respectivamente.
66
6. Referências
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Apêndices:
1- Análise de variância para acidez, firmeza, sólidos solúveis totais (SST), ratio (SST/AT) e pH de frutos de pessegueiro cv. Maciel, na localidade do Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL Acidez Firmeza SST SST/AT pH
Porta Enxerto 5 1,000** 2,104** 0,481 ns 0,044** 0,025*
Resíduo 18 0,183 0,551 0,369 0,008 0,002
CV.(%) 4,73 13,61 5,08 6,9 1,27 ns, *,**
Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro,
respectivamente
2 - Análise de variância para acidez, firmeza, sólidos solúveis totais (SST), ratio (SST/AT) e pH de frutos de pessegueiro cv. Maciel, na localidade da Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul - 2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL Acidez Firmeza SST SST/AT pH
Porta Enxerto 5 0,120 ns 0,962** 0,529 ns 0,005ns 0,004 ns
Resíduo 18 0,276 0,318 0,389 0,005 0,002
CV.(%) 5,57 13,61 4,95 5,59 1,27 ns, *,**
Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro, respectivamente
3- Análise de variância para luminosidade, cor de superfície (a*), cor de fundo (b*) e ângulo hue em pêssegos da Cultivar Maciel, na localidade do Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL Luminosidade °a °b ° Hue
Porta Enxerto 5 0,423ns 3,667** 3,224 ns 6,379ns
Resíduo 12 0,721 0,318 3,467 10,752
CV.(%) 1,23 3,38 3,32 3,62 ns, *,**
Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro,
respectivamente
80
4- Análise de variância para luminosidade, cor de superfície (a*), cor de fundo (b*) e ângulo hue em pêssegos da Cultivar Maciel, na localidade da Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul - 2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL Luminosidade °a °b ° Hue
Porta Enxerto 5 2,914ns 2,453ns 1,474 ns 2,330ns
Resíduo 12 5,213 1,465 1,396 1,443
CV.(%) 3,26 7,67 2,03 1,31 ns, *,**
Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro,
respectivamente
5 - Análise de variância para fenóis, carotenóides e capacidade antioxidante presentes na polpa de pêssegos da Cultivar Maciel, na localidade do Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL Fenóis Carotenóides DPPH
Porta Enxerto 5 1655,69* 182,72* 17,14* Resíduo 48 6,81 3,75 22,62 CV.(%) 1,97 8,67 17,85
ns, *,** Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro,
respectivamente
6- Análise de variância para fenóis, carotenóides e capacidade antioxidante presentes na casca de pêssegos da Cultivar Maciel, na localidade do Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL Fenóis Carotenóides DPPH
Porta Enxerto 5 3619,22* 520,85* 196,76* Resíduo 48 29,13 21,92 14,62 CV.(%) 2,46 18,27 16,28
ns, *,** Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro,
respectivamente
81
7 - Análise de variância para fenóis, carotenóides e capacidade antioxidante presentes na polpa de pêssegos da Cultivar Maciel, na localidade da Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul - 2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL Fenóis Carotenóides DPPH
Porta Enxerto 5 1917,32* 119,353* 7,1898* Resíduo 48 56,80 5,736 1,4042 CV.(%) 5,97 16,88 13,40
ns, *,** Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro,
respectivamente
8 - Análise de variância para fenóis, carotenóides e capacidade antioxidante presentes na casca de pêssegos da Cultivar Maciel, na localidade da Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul - 2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL Fenóis Carotenóides DPPH
Porta Enxerto 5 35,77* 71,70* 62,73* Resíduo 48 1,66 3,52 5,02 CV.(%) 6,87 16,88 14,72
ns, *,** Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro,
respectivamente
9 - Análise de variância para carotenóides individuais presentes na polpa de pêssegos da Cultivar Maciel, na localidade do Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL β-caroteno β-criptoxantina licopeno
Porta Enxerto 5 0,900* 3,258* 1,935*
Resíduo 12 0,051 0,126 0,016
CV.(%) 22,73 8,59 13,94
ns, *,**
Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro, respectivamente
82
10 - Análise de variância para carotenóides individuais presentes na casca de pêssegos da Cultivar Maciel, na localidade do Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL β-caroteno β-criptoxantina licopeno
Porta Enxerto 5 8,912* 21,921** 0,199*
Resíduo 12 0,171 37,688 0,001
CV.(%) 27,15 16,71 9,6 ns, *,**
Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro, respectivamente
11- Análise de variância para carotenóides individuais presentes na polpa de pêssegos da Cultivar Maciel, na localidade do da Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul - 2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL β-caroteno β-criptoxantina licopeno
Porta Enxerto 5 0,680* 5,900* 0,003ns
Resíduo 12 0,011 0,034 0,001
CV.(%) 15,37 5,19 6,51 ns, *,**
Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro,
respectivamente
12- Análise de variância para carotenóides individuais presentes na casca de pêssegos da Cultivar Maciel na localidade do da Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul - 2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL β-caroteno β-criptoxantina licopeno
Porta Enxerto 5 8,852* 26,505* 0,140*
Resíduo 12 0,002 0,183 0,000
CV.(%) 3,46 3,61 4,91 ns, *,**
Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro, respectivamente
83
13- Análise de Variância para Fenóis individuais presentes na polpa de pêssegos da Cultivar Maciel na localidade do Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL Ác. Gálico Ác. Hidróxibe. Cumarico
cafeico
Porta Enxerto 5 408,989** 406,353** 3,228**
0,325**
Resíduo 12 13,083 8,896 0,010 0,012
CV.(%) 4,52 5,39 3,16 14,47
ns, *,**
Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro,
respectivamente 14- Análise de Variância para Fenóis individuais presentes na casca de pêssegos da Cultivar Maciel na localidade do Centro Agropecuário da Palma/UFPel – Capão do Leão-2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL Ác. Gálico Ác. Hidróxibe. Cumarico
cafeico
Porta Enxerto 5 1340.49** 337.429** 217.161**
0.36407
Resíduo 12 12.61 8.443 0.849 0.01504
C.V. 2.32 3.42 12.04 11.50
ns, *,**
Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro,
respectivamente 15- Análise de Variância para Fenóis individuais presentes na polpa de pêssegos da Cultivar Maciel na localidade do da Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul - 2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL Ác. Gálico Ác. Hidróxibe. Cumarico
cafeico
Porta Enxerto 5 235.889** 169.290** 0.34638**
0.20064**
Resíduo 12 6.797 1.995 0.24294 0.00091
C.V. 3.09 2.04 14.25 4.67
84
ns, *,**
Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro,
respectivamente 16- Análise de Variância para Fenóis individuais presentes na casca de pêssegos da Cultivar Maciel na localidade do da Estação Experimental da UFRGS – Eldorado do Sul - 2008.
Quadrado Médio
Fonte de Variação GL Ác. Gálico Ác. Hidróxibe. Cumarico
cafeico
Porta Enxerto 5 1241.75** 349.380** 9.72E-04**
0.11584**
Resíduo 12 44.83 10.054 4.32E-05 0.00085
C.V. 4.55 4.02 7.48 4.85
ns, *,**
Não significativo pelo teste F, significativo pelo teste F a 1% e 5% de probabilidade de erro,
respectivamente
17- Valores de temperaturas médias (ºC), temperatura máximas (ºC), temperatura
mínimas(ºC) e precipitação (mm) do Centro Agropecuário da Palma/Capão do
Leão/2008.
Mês T. Médias T. Máx. T.Min. Precipitação
Janeiro 23.2 28.1 19.1 80.4
Fevereiro 22.5 27.5 19 142.2
Março 22.2 27.8 18.3 102.6
Abril 18 25.4 12.7 31.2
Maio 15.3 20.8 11.5 50.2
Junho 11.8 17 8 78
Julho 14.8 19.7 11.6 63.4
Agosto 8.4 17.8 12.8 188
Setembro 14.4 19.2 10.9 140.8
Outubro 17.7 22.5 13.5 48
Novembro 21 26.1 17.1 21.9
Dezembro 21.7 27 17.8 80.8 Fonte: Estação automática da Fruticultura da UFPel.
85
18- Valores de temperaturas médias (ºC), temperatura máximas (ºC), temperatura
mínimas(ºC) e precipitação (mm) da Estação Experimental da UFRGS/Eldorado do
Sul/2008.
Mês T. Médias T. Máx. T.Min. Precipitação
Janeiro 23.7 29.8 17.9 111.7
Fevereiro 23.1 29.2 17.7 77.0
Março 22.6 29.3 16.9 23.5
Abril 17.9 25.0 11.8 160.5
Maio 14.9 21.3 9.3 241.4
Junho 11.8 17.1 7.0 142.2
Julho 15.0 20.4 10.5 215.4
Agosto 14.3 20.3 8.6 141.2
Setembro 15.0 20.8 9.4 167.2
Outubro 18.4 23.5 13.6 253.9
Novembro 20.7 27.7 15.5 57.8
Dezembro 20.1 28.4 15.0 112.7
Fonte:Estação meteorológica da UFRGS.
86
Dados de catalogação na fonte:
( Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744 )
B562c Betemps, Débora Leitzke
Caracterização físico-química e fitoquímica de pêssegos da
cv. Maciel sobre diferentes porta-enxertos / Débora Leitzke
Betemps ; orientador José Carlos Fachinello- Pelotas,2010.-86f. ;
il..- Dissertação ( Mestrado ) –Programa de Pós-Graduação em
Agronomia –Área de Concentração em Fruticultura de Clima
Temperado. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel .
Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2010.
1.Pessegueiro 2.Fenóis 3.Qualidade 4.Carotenóides
5.Atividade antioxidante I. Fachinello, José
Carlos(orientador) II .Título.
CDD 634.25