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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MAGNO NEWTON LUIZ FRANCO AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS MORADORES E DA IMPLANTAÇÃO DO PMCMV, ANÁLISE A PARTIR DE DOIS CONJUNTOS HABITACIONAIS SITUADOS NA CIDADE DE TEÓFILO OTONI-MG JOÃO MONLEVADE-MG Julho/2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

MAGNO NEWTON LUIZ FRANCO

AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS MORADORES

E DA IMPLANTAÇÃO DO PMCMV, ANÁLISE A PARTIR DE DOIS CONJUNTOS

HABITACIONAIS SITUADOS NA CIDADE DE TEÓFILO OTONI-MG

JOÃO MONLEVADE-MG

Julho/2018

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Magno Newton Luiz Franco

AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS MORADORES

E DA IMPLANTAÇÃO DO PMCMV, ANÁLISE A PARTIR DE DOIS

CONJUNTOS HABITACIONAIS SITUADOS NA CIDADE DE TEÓFILO OTONI-MG

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Departamento de Engenharia de Produção do Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas da Universidade Federal de Ouro Preto; como parte das exigências para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção. Orientador: Prof. Dr. Thiago Augusto de Oliveira Silva

JOÃO MONLEVADE-MG

Julho/ 2018

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Dedico este trabalho a meu Pai (in memoriam) e a todos Povos que clamam por emancipação humana!! Todos que clamam por Educação de qualidade, Justiça, Liberdade, Sobera-nia, Ciência & Tecnologia, Moradia digna e Paz!

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AGRADECIMENTOS

Gratidão ao bom Deus, à Natureza, às Vibrações Positivas, à Existência e a

todos os Povos. Gratidão pela essência do bem sobre todos nós, família, ami-

gos(as), companheiros(as) e colegas.

Agradeço a minha Mãe, Geralda Luiz, que encheu meu coração de amor e

esperança. Também sou grato a meu Pai, Gildácio A. Franco (in memoriam), que me

motivou, proporcionou segurança e coragem, o que tanto precisava para seguir adi-

ante.

Sou grato a todos os Professores que contribuíram com a minha trajetória

acadêmica, especialmente ao Thiago Augusto de Oliveira Silva, responsável pela

orientação do meu projeto. Obrigado por esclarecer tantas dúvidas e ter sido com-

preensível com as adversidades.

Agradeço aos meus irmãos(ãs) e Cunhados(as), Vagner Vasconcelos, Lorena

Cruz, Tarcísio Petter, Graziela Franco, Sidval Martinês, Gisleângela Luiz, Ubirajara

Franca, Charles Luiz, Vilmar Franco, Jhose Viana, Beatriz Franca e Gilda Franco,

que por mais difícil que fossem as circunstâncias, sempre tiveram paciência e confi-

ança.

Agradeço aos meus Sobrinhos e Sobrinhas, Daniel Franco, Ana Júlia, Belle

Alves, Alice Franco, Washington Franco esposa e filhos, João Franco, Vitória Fran-

co, Pablo Marques, Vitória Ribeiro, Vivian Ribeiro, Enzo Franco, Duda Franco e Pe-

dro Franco, que me ofereceram um ambiente inspirador, deixo uma palavra e uma

promessa de gratidão eterna.

Agradeço aos Amigos, Colegas e Companheiross, André Luiz, Alexandre

Zaramella, Armando Pereira, Dagson Patrick, Eduardo Jardim, Eduardo Ribeiro, Jú-

nior Neves, Edson Pereira, Fausto Matuto, Graziela Franco, Hércules Viana, Hugo

Magalhães, Jeanette Silva, João Evaldo, Julierme Pedroso, Lélio de Souza, Lindaura

Cajazeiras, Lucas Bicalho, Lucas Duarte, Kelly Ribeiro, Maria Aparecida, Marinésia

Ribeiro, Marisa Versiane, Mário Sonsino, Maycon Pereira, Raquel Ribeiro, Rodrigo

Seixas, Rogéria Barbosa, Tâmara Pinheiro, Tarcísio Petter, Vagner Vasconcelos e

Vitor Ribeiro, que contribuíram de forma direta para que essa pesquisa fosse conclu-

ída.

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Agradeço aos meus Tios(as), Ana Luiz, Lourdes Luiz, Carlota Luiz, Dagi

Franco, Eujácio Franco, José Geraldo, Dagmar Ribeiro, Eunice Nascimento, Baspo

Marques, Geralda Luiz, Ana Ribeiro e Alira Brito. Eu jamais serei capaz de retribuir

todo carinho, amor e incentivo que recebi de vocês.

Agradeço aos meus Primos(as), Adão Mário, Bernadeth Ribeiro, Ana Dinorá,

Flávia Gomes, Marina Gomes, Nelson Gomes, Gease Medeiros, Sônia Gomes, Or-

lando Gomes, Ireni Gomes, Nilson Gomes, Milton Gomes, Nill, Sergio Nascimento,

Eliábe Nascimento, Helaine Nascimento, Ezequias Soares, Simei Luiz, Suny Luiz,

Sandra Luiz, Dica Luiz, Beto Luiz, Ailton Luiz, Rosimeire Luiz, Tatiana Ribeiro, Túlio

Ribeiro, Tomaz Ribeiro, Diana Ribeiro, Katarina Costa, Raquel Ribeiro, Abner Luiz,

Neemias Luiz, José Rodrigues, Geralda Soares, Roberto Luiz, Bigas Titemba, Oza-

nam Luiz, Benoni Luiz, Marinésia Ribeiro, Jansen Franco, Hélio Franco, Willian Luiz,

Admilson Luiz, Kézia Luiz, Maria do Socorro, Tamires Ribeiro, Taís Ribeiro, Ulisses

Ribeiro, Norma Franca, Bores Almeida, Renato Franco, Matosalém Franco e Gabriel

Ribeiro. Obrigado pelos inúmeros conselhos, frases de motivação e puxões de ore-

lha. As risadas, que vocês compartilharam comigo nessa etapa tão desafiadora da

vida acadêmica, também fizeram toda a diferença. Minha eterna gratidão. Esse TCC

também é de vocês!

Só tenho a agradecer aos meus Colegas e Amigos da Engenharia Mecânica-

UFMG, especialmente ao Coletivo Uh-Leguedê, que me apoiaram nessa nova inves-

tida.

Agradeço aos Colegas e Amigos de Repúblicas, onde morei, mas também pa-

ra as que estiveram de portas abertas durante essa trajetória.

Agradeço aos Colegas e Amigos de todas as Comunidades que compõe o

Distrito de Marambainha, que tanto me apoiaram e incentivaram pra concluir esse

curso.

Agradeço aos Colegas e Amigos de Caraí, Teófilo Otoni, Padre Paraíso, Itao-

bim, Catugi, Novo Cruzeiro, Itaipé e de Araçuaí; que tanto me incentivaram para a

conclusão deste trabalho.

Agradeço aos Amigos e Colegas de João Monlevade, São Domingos do Pra-

ta, São Gonçalo do Rio Abaixo, Rio Piracicaba, Alvinópolis, Ouro Preto, Mariana e

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de toda região metropolitana de Belo Horizonte; locais onde tive momentos inesque-

cíveis!!

Aos meus avôs e avós, Ulisses Luiz (in memoriam), Antônio de Souza Franco

(in memoriam), Maria Almeida (in memoriam), Antônia Soares (in memoriam) e Ti-

os(as) José Luiz (in memoriam), Arnaldo Luiz (in memoriam), Maria Inês (in memo-

riam), por ter me ensinado valores que carrego comigo em todos os momentos.

Obrigado por me olhar de algum lugar.

Aos meus amigos Enéias Medeiros (in memoriam), Marcelino Moreira (in

memoriam), João Preto (in memoriam), Bráulio Almeida (in memoriam), Antônia Me-

deiros (in memoriam), José L. Silva (in memoriam), Mateus Pêsso (in memoriam),

Noé Dimas (in memoriam), Newton Assis (in memoriam), Natanael (in memoriam),

Lorival Mendes (in memoriam), Padrinho Geraldo Simões (in memoriam), Madrinha

Tucha (in memoriam), Zé Preto da Vila (in memoriam), Erasmo Mendes (in memori-

am), Gutemberg Teixeira (in memoriam), José Gomes (in memoriam), Manoel Viana

(in memoriam), Ronaldo Coimbra (in memoria), Luís Bento (in memoriam), Adilson

Luiz (in memoriam), Raul Teixeira (in memoriam) e Ronaldo Coimbra (in memoriam),

que em algum lugar deve estar vibrando com mais essa conquista.

Agradeço à Universidade Federal de Ouro Preto, por ter tido a oportunidade

de participar do CDICEA, CEPE e CUNI, além de me proporcionar Assistência Soci-

al, Saúde, Atividades de Extensão, RU, Bibliotecas, Moradia, Cultura e Pesquias;

num ambiente criativo e amigável para os estudos. Sou grato à cada membro do

corpo docente e discente, à reitoria e aos técnicos administrativos dessa instituição

de ensino, pesquisa e extensão.

Sou grato à empresa ACS - Aviation, que me concedeu a chance de fazer es-

tágio supervisionado e assim conhecer um pouco mais da minha área de formação.

Obrigado por confiarem nos conhecimentos que adquiridos.

Agradeço ao Instituto de Ciências Exatas, Departamento de Engenharia de

Produção pela disponibilização do material necessário para as pesquisas técnicas.

Agradeço ao Luiz Ferreira, Presidente da Associação de Moradores do Par-

que das Hortências e Adjacências por ter colaborado na realização desta pesquisa.

Agradeço à Coordenadora do CRAS/Bela Vista de Teófilo Otoni-MG, Caroline

Chalub, pela entrevista e informações para realização desta pesquisa.

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Agradeço ao Gerente da Caixa Econômica Federal de Teófilo Otoni, Rafael

Almeida, pelas informações prestadas para o desenvolvimento desta pesquisa.

Agradeço ao Prefeito de Teófilo Otoni, Daniel Sucupira, apoiado a realização

da pesquisa, com secretariado a disposição para entrevistas e informações para os

avanços desta pesquisa.

Agradeço ao Secretário de Habitação de Teófilo Otoni, Adailton Rodrigues pe-

la entrevista e informações prestadas para realização desta pesquisa.

Agradeço também aos Colegas, amigos e Compas da UNE, UEE, DCE-UFOP

(Interação, Gerais) DA (LUTA, Mãos à Obra, Construção Coletiva), EREDS, ENEDS,

ACOMAR, SENGE-Jovem, ACORDAR, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ca-

raí-MG, UMMP, CMP, Ocupação Chico Rei, Transparência Monlevade, APA do Mu-

curi, Movimento Mudança, CMDRS/Caraí-MG, APACA, Coletivo Sete Faces, Sindi-

cato dos Metalurgicos de João Monlevade, das quais tive orgulho estar, participar,

interagir; direta ou indiretamente. Agradeço à todos pela amizade, paciência, ternura

e convivência.

Agradeço aos meus colegas de classe e com certeza futuros excelentes pro-

fissionais.

Agradeço aos Colegas e Amigos que estiveram juntos no dia a dia do traba-

lho, trilhado até aqui, Servidores e Alunos das Escolas Estaduais: Jenny Farias,

Francisco Viana, Maurício Murguel, Orlando Tavares, Desembargador Barcelos, Al-

berto Pereira Lima, Dom José de Haas, Luiz Prisco e Manoel Loureiro.

Agradeço a Dr.ª Anliy Natsuyo Nashimoto Sargeant, Dr.ª Dulce Maria Pereira,

Dr. Jaime Antônio Sard, Dr.ª Luciana Reis, Dr.ª Fernanda Araújo, Dr. Rafael Santos

Thebaldi, Dr. Vagner Curi pelas conversas, reuniões e seminários; mas também pela

confiança e presteza.

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RESUMO

Pesquisa empírica descritiva que traça o perfil dos moradores, assim como

identifica sua origem na componente do déficit; mas também, avalia-se as políticas

públicas implantadas, na percepção dos moradores, a partir de dois conjuntos habi-

tacionais obtidos através do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCM), situados na

Cidade de Teófilo Otoni-MG; a qual apresenta déficit habitacional estimado em mais

de nove (9) mil UHs. Os conjuntos tem um total de 580 UHs; para avalia-los fez-se

uma abordagem quantitativa, com recurso metodológico do tipo survey. Para coleta

de dados aplicou-se questionários e fez entrevistas com agentes da política habita-

cional da cidade e com moradores dos conjuntos. Utilizou-se de recursos da estatís-

tica descritiva para análise dos dados; a variável de comunicação foi a que apresen-

tou pior resultado; os melhores foram obtidos nas questões relacionadas à satisfa-

ção com a casa adquirida; mas também com boa parte das politicas públicas urba-

nas implementadas. A falta de moradia, para milhares de pessoas foi sanada atra-

vés do PMCMV, porém longe de reduzir o déficit para zero, mas também insuficiente

pra resolver todos os problemas da população; resultados aferidos demonstraram

necessidade imediata de desenvolver políticas públicas interligadas à política habi-

tacional; com metas definidas para o combate ao desemprego, falta de qualificação

profissional e baixa escolaridade.

Palavras-chaves: PMCMV, Teófilo Otoni, Avaliação, Políticas Habitacionais, Déficit

Habitacional, survey, estatística descritiva.

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ABSTRACT

Descriptive empirical research that traces the profile of the residents, as well

as identifies their origin in the deficit component; but also evaluates the public polici-

es implemented in the perception of the residents, based on two housing groups ob-

tained through the My House My Life Program (PMCMV), located in the City of Teófi-

lo Otoni-MG; which has an estimated housing deficit of more than nine (9) thousand

UHs. The sets have a total of 580 UHs; to evaluate them, a quantitative approach

was used, with a survey methodological method. To collect data, questionnaires we-

re applied and interviews were made with agents of the city's housing policy and with

residents of the groups. Descriptive statistics were used to analyze the data; the

communication variable was the one that presented the worst result; the best were

obtained in the questions related to satisfaction with the house acquired; but also

with much of the urban public policies implemented. The lack of housing for thou-

sands of people was healed through the PMCMV, but far from reducing the deficit to

zero, but also insufficient to solve all the problems of the population; results showed

an immediate need to develop public policies linked to housing policy; with defined

goals for the fight against unemployment, lack of professional qualification and low

education.

Keywords: PMCMV, Teófilo Otoni, Evaluation, Housing Policies, Housing Deficit, sur-

vey, descriptive statistics.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Modelo Organizacional da nova PNH ....................................................19

Figura 02 - Conjunto Habitacional Parque das Hortências........................................28

Figura 03 - Conjunto Habitacional Parque das Acácias.............................................29

Figura 04 – Centro de Artes e Esportes Unificados...................................................47

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 - Desempenho do PIB do Brasil (em %).................................................23

Gráfico 02 - Componente de Origem do Morador ...................................................38

Gráfico 03 – Renda por Unidade Habitacional .........................................................41

Gráfico 04 – Habitabilidade.......................................................................................44

Gráfico 05 – Políticas Públicas..................................................................................46

Gráfico 06 – Entorno..................................................................................................48

Gráfico 07 – Localização............................................................................................50

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Componentes e Subcomponentes do Déficit Habitacional...................15

Quadro 02 - Estatística Descritiva da Prestação da UH e do Valor Taxas................42

Quadro 03 - Estatística Descritiva: Temperatura, Arejamento, Luminosidade,

Distribuição, Área da Casa e Satisfação com a Casa............................43

Quadro 04 – Políticas Públicas..................................................................................45

Quadro 05 – Estatística Descritiva: Comércio, Bairros Vizinhos, Assistência

Social, Esp. Lazer e Cultura e Segurança Pública...............................47

Quadro 06 – Estatística Descritiva: Localização Distância Trabalho, Creche

e Escola................................................................................................49

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Déficit Acumulado e as Metas do PMCMV e Distribuição do déficit

por Faixa de Renda...............................................................................22

Tabela 02 - Novos Valores para o PMCMV-III (2016)..............................................25

Tabela 03 – UHs Entregues por Faixa de Renda (2009 a 2016)..............................26

Tabela 04 – Percentual de Distribuição e Recolhimento do Questionário................37

Tabela 05 – Perfil Educacional..................................................................................39

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LISTA DE SIGLAS

BNH Banco Nacional da Habitação

CEF Caixa Econômica Federal

CEUs Centro de Artes e Esportes Unificados

CRAS Centro de Referência de Assistência Social

DI Desenvolvimento Institucional

EUA Estados Unidos da América

FCP Fundação Casa Popular

FJP Fundação João Pinheiro

FNHIS Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas

IPEA Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PlanHab Plano Nacional de Habitação

PMCMV Programa Minha Casa Minha Vida

PNDU Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PNH Política Nacional de Habitação

PPA Plano Plurianual

SFH Sistema Financeiro Habitacional

SIMAHAB Sistema de Informação, Avaliação e Monitoramento da Habitação

SNH Secretaria Nacional de Habitação

SNHIS Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social

UH Unidade Habitacional

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9

1.1 Objetivos Gerais .............................................................................................. 9

1.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 9

1.3 Hipóteses ...................................................................................................... 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 11

2.1 Abordagem Histórica da Política Nacional de Habitação .............................. 11

2.2 Conceitos ...................................................................................................... 13

2.2.1 Políticas Públicas e Políticas Sociais ........................................................ 13

2.2.2 Casa, Residência e Habitação ................................................................. 14

2.2.3 Déficit Habitacional e Suas Componentes ............................................... 15

2.3 Do Projeto Moradia ao Programa Minha Casa Minha Vida - PMCMV .......... 17

2.3.1 Projeto Moradia ........................................................................................ 17

2.3.2 A Nova Política Nacional de Habitação (PNH) ......................................... 17

2.3.3 O Plano Nacional de Habitação (PlanHab) .............................................. 19

2.3.4 O Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) .............. 20

2.3.5 O Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) ................. 20

2.3.6 MCMV-Minha Casa Minha Vida ............................................................... 21

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ..................................................................... 27

3.1 Percurso Metodológico Inicial ....................................................................... 27

3.2 Características das Unidades de Análise ...................................................... 27

3.3 Planejamento e Especificação das Variáveis de Análise .............................. 30

3.4 Instrumentos de Coleta ................................................................................. 31

3.5 Tipo de Escala e Tamanho da Amostra ........................................................ 32

3.5.1 Escala Likert ............................................................................................. 32

3.5.2 Tamanho da Amostra ............................................................................... 33

3.6 Pré-Teste e Coleta dos Dados na Abordagem Metodológica do tipo Survey 34

3.6.1 Pré-Teste do Questionário ....................................................................... 34

3.6.2 A Coleta dos Dados ................................................................................. 34

3.7 Instrumentos de Análise ................................................................................ 37

4ANÁLISE DA PESQUISA .................................................................................. 38

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4.1 Perfil dos Habitados nos Conjuntos ............................................................. 38

4.1.1 Origem do Morador .................................................................................. 38

4.1.2 Perfil dos Entrevistados............................................................................ 39

4.1.3 Perfil da Família por Unidade Habitacional (UH) ...................................... 40

4.1.4 Perfil dos Moradores no Mercado de Trabalho ........................................ 42

4.2 Habitabilidade ............................................................................................... 43

4.3 Políticas Públicas .......................................................................................... 44

4.4 Entorno ........................................................................................................ 46

4.5 Localização ................................................................................................... 48

5 CONCLUSÃO .................................................................................................. 51

6 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 54

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9

1 INTRODUÇÃO

1.1 Objetivos Gerais

Busca-se neste trabalho, avaliação acerca das políticas públicas de habitação

popular no Brasil, especificamente sobre o Programa Minha Casa Minha Vida

(PMCMV), na Cidade de Teófilo Otoni-MG, com foco nos Conjuntos Habitacionais

construídos desde 2014, Parque das Acácias e Parque das Hortências.

Sabe-se da importância das pesquisas descritivas nos trabalhos empíricos

que envolvem opinião pública. Neste, avaliar-se: as Unidades Habitacionais (UH)

construídas, localização, entorno e as políticas públicas urbanas; na percepção dos

moradores.

Ademais, fazer investigação sobre a componente do déficit que reduziu e aná-

lise perfil dos moradores; através destas, pode-se mensurar o tipo de moradia tinha

o morador antes de se mudar para um dos conjuntos, assim como o índice de de-

semprego, média de idade dos moradores, escolaridade, renda per capita, etc. Com

isso, poder-se-á confrontar com as exigências, metas e público-alvo quanto aos ob-

jetivos da nova Política Nacional de Habitação (PNH).

1.2 Objetivos Específicos

Síntese da Política Nacional de Habilitação no Brasil, da Fundação Casa Po-

pular ao PMCMV.

Identificar a componente do déficit que reduziu e traçar o perfil dos moradores

dos Conjuntos Habitacionais, Parque das Hortências e Parque das Acácias, locali-

zados na Cidade de Teófilo Otoni-MG, construídos através do PMCMV.

Avaliar a satisfação dos moradores com relação aos atributos da habitabilida-

de, do entorno, da localização e das políticas públicas.

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1.3 Hipóteses

Hipótese Básica; A vida melhorou, apresenta satisfação com a casa, o en-

torno e as políticas públicas implantadas através do PMCMV.

Hipótese Secundária: A Vida piorou, apresenta insatisfação com a casa, en-

torno e as políticas públicas implantadas através do PMCMV.

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11

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Abordagem Histórica da Política Nacional de Habitação

Sabe-se, que até meados do século XX, no Brasil, a maioria da população

habitava-se na zona rural; mas também, o número total da população correspondia

aproximadamente de 50 milhões de pessoas, razões estas que as políticas de habi-

tação passaram “despercebidas” pelas entidades governamentais.

As primeiras iniciativas, registradas, de construção de casas populares, ocor-

reram no início da década de trinta (1930). Iniciaram as construções através de coo-

perativas de habitação popular, porém pouco contribuiu no sentido de combater o

déficit habitacional nas cidades, muito menos no desenvolvimento de políticas públi-

cas que pudessem planejar e pensar as cidades para atender a todos com dignida-

de.

As cooperativas não contemplaram toda a população, os critérios de partici-

pação só alcançavam os que estavam inseridos do mercado formal de trabalho.

Nessa época as cidades demonstravam nítido crescimento populacional, como con-

sequência o aumento do déficit e de construções irregulares, principalmente nas pe-

riferias das cidades.

Desde então, grande parte da população de baixa renda, não foram contem-

pladas por politicas públicas que atendesse o crescimento populacional com o cres-

cimento da demanda por moradias; dezesseis (16) anos depois, como consequência

surgimento do primeiro órgão nacional para habitação popular, a Fundação Casa

Popular (FCP), em 1946, período Vargas, o qual permaneceu até meados da déca-

da de sessenta (1964), período do regime militar; época em que a política habitacio-

nal foi pautada pelo governo e pelos movimentos sociais.

No período (1945 -1964); o Brasil passou por um acelerado êxodo rural e com

mudanças significativas no perfil da economia, tendo foco na industrialização. Cres-

ceram aceleradamente as cidades, tendo como consequência, o surgimento de

construções inadequadas, especificamente nas periferias.

Na década de sessenta (1964); período em que o país passou por turbulên-

cias políticas e com o déficit habitacional em crescimento, agravou-se ainda mais a

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crise pras famílias de baixa renda. Na busca por credibilidade, o governo Militar criou

o Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e o Banco nacional de Habitação (BNH).

Após a criação destas instituições, a década de sessenta (1960) foi marcante

na história da politica nacional de habitação popular. De acordo com Silveira (2010),

nos primeiros cinco anos observou um expressivo investimento, construíram

178.227 unidades habitacionais, além do mais, 40,7% dos recursos foram destina-

dos para as famílias de baixa renda.

De acordo com Silveira (2010), a política habitacional voltada para os interes-

ses da população de baixa renda não durou muito tempo, na década seguinte (1970)

a politica habitacional ficou voltada aos interesses econômicos. Ademais, o déficit

habitacional voltou a crescer.

De acordo com Silveira (2010), o período de1964 a 1986, período da ditadura

militar no Brasil, verificou-se uma produção de 4,5 milhões de moradias, uma média

de 204 mil por ano.

Mesmo com tamanha quantidade construída, o aporte foi insuficiente para

atender às necessidades da população, pois os interesses eram econômicos; o que

levou o fim do BNH na década de oitenta (1986), quando as políticas de habitação

se tornaram de responsabilidades dos estados e municípios.

De acordo com Bonduki (2002), com restruturação do Sistema Financeiro de

Habitação (SFH) a política nacional do segmento se reorganizou, porém com poucos

resultados; a Caixa Econômica Federal (CEF) assumiu a administração dos passi-

vos, ativos e do pessoal do extinto BNH; para o fomento, elaboração e desenvolvi-

mento de políticas, ficaram na responsabilidade do antigo Ministério do Desenvolvi-

mento Urbano e Meio Ambiente (MDU); e pra fiscalização das instituições financei-

ras, a responsabilidade ficou a cargo do Banco Central.

Nos anos oitenta (1980), a população do País tinha foco nas lutas por direitos

e garantia das liberdades democráticas, em concomitância, o País vivenciava uma

crise econômica, com inflação alta e crescimento baixo. Ademais, com a ausência

de política exclusiva pra habitação.

Há tempos, que jornais e revistas, vêm noticiando desvio de recursos públicos

por políticos corruptos, verdadeiros parasitas da nação, sem o mínimo de escrúpulos

e/ou compromisso com as causas sociais, especificamente para com a população

de baixa renda, contribuindo de forma direta na proliferação da pobreza; de acordo

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com Silveira (2010), no início da década de noventa (1990), desviou-se mais de 20

bilhões de dólares no sistema financeiro da habitação, o que contribuiu, e muito, pa-

ra inviabilizar a política habitacional na década de noventa (1990).

Silveira (2010) afirma que o aporte de recursos para a política nacional de ha-

bitação na década de noventa (1990) foi pequeno, mesmo assim, maior parte foi

destinada para as famílias com renda superior a cinco (5) salários mínimos; do mon-

tante, menos de 10% foram destinados para famílias com renda inferior a três salá-

rios mínimos.

Dados comprovam, que ao longo da história, os interesses econômicos esti-

veram à frente das causas sociais e/ou de um projeto de nação onde pudessem

comtemplar toda a população.

2.2 Conceitos

2.2.1 Políticas Públicas e Políticas Sociais

Há preocupação por parte de entidades que têm responsabilidades e com-

promissos de resguardar e promover o desenvolvimento humano e o bem estar; po-

de-se destacar a concepção das Organizações das Nações Unidas, segundo o Pro-

grama das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), “o desenvolvimento

humano deveria ser entendido como um processo dinâmico e permanente de ampli-

ação das oportunidades dos indivíduos para a conquista de níveis crescentes de

bem-estar”.

De acordo com Bonduki (2002), o que se vê no Brasil e no Mundo, é que ain-

da existem milhões de pessoas que precisam de teto. Porém, a casa por si só, não

garante aos indivíduos a qualidade de vida e vida com qualidade. Para o desenvol-

vimento humano precisa-se de garantir oportunidades crescentes de acesso à edu-

cação, saúde e recursos o suficiente que possam proporcionar o consumo de bens e

serviços.

Para Höfling (2001) as políticas sociais se referem a ações que determinam o

padrão de proteção social, desenvolvidas e aplicadas pelo estado, com prerrogativa

de redistribuição dos benefícios sociais, com o foco na diminuição das desigualda-

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des estruturais produzidas pelo desenvolvimento socioeconômico; deste, boa parte

da população não desfruta dos benefícios proporcionados.

Programas e projetos de governos implantados até então, não contemplaram

todos os segmentos da sociedade, historicamente o estado brasileiro teve um perfil

elitista, refém das classes dominantes e subservientes ao capital internacional, sen-

do que a grande maioria de sua população foi deixada em segundo plano, como

consequência: a discrepante desigualdade social.

2.2.2 Casa, Residência e Habitação

De acordo com SNH/MCidades (2014), considera-se casa ou apartamento

como objeto material contendo espaços bem divididos por: paredes, quartos, salas,

cozinha, banheiro, área de serviços e outros. Deve ser construída de forma que ga-

ranta as necessidades fisiológicas das pessoas que habitam, pra isso deve ter boa

iluminação, conforto térmico, laje, telhado adequado, paredes, instalações hidráulica

e elétrica; ou melhor, Habitabilidade.

A Moradia pode ser entendida como a casa habitada, onde existem custos de

edificação e de manutenção pro seu funcionamento; Construídas de tal modo que

possam proporcionar conforto e segurança para todos que ali residem.

A Habitação é entendida como sendo o lugar onde ocorrem as interações da

moradia para o meio em que está inserida, conectada com o mundo exterior, para

além dos limites da área edificada; lugar onde demonstram as necessidades da mo-

radia, para as quais devem ser supridas por políticas públicas, tais como de abaste-

cimento de água, rede elétrica com iluminação pública, segurança pública ou priva-

da, saneamento básico, postos de saúde, pavimentação, creches, transporte públi-

co, internet, correios, espaços de lazer, etc. Classifica-se como políticas públicas e

entorno.

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2.2.3 Déficit Habitacional e Suas Componentes

De acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP) (2015), numa sociedade pro-

fundamente hierarquizada e que apresenta profunda desigualdade social como a

brasileira, se torna cada vez mais complicado definir parâmetros para melhor com-

preender o déficit habitacional para todos os níveis sociais e de renda.

De acordo com a Fundação João Pinheiro (2015) o déficit habitacional pode

ser entendido como a noção momentânea, com estimativas, da necessidade de re-

posição de novas unidades.

Para Vannuchi (2015), parte significante da população ainda sobrevive em lo-

cais que não oferecem as condições adequadas, têm a casa, porém em estado de

precariedade; se a deterioração estiver na estrutura física, também é considerado

déficit habitacional. De acordo com a FJP (2015), no Quadro 01, componentes e

subcomponentes do déficit no Brasil.

Quadro 01 – Componentes e Subcomponentes do Déficit Habitacional

Componentes Subcomponentes

Habitação Precária Domicílios Rústicos

Domicílios Improvisados

Coabitação Familiar Famílias Conveniadas

Cômodo

Ônus Excessivo com Aluguel

Adensamento Excessivo de Domicílios Alugados

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP)

2.2.3.1 Habitação Precária

Subcomponente I - Domicílios Rústicos

Os domicílios rústicos são aqueles sem paredes de alvenaria ou madeira apa-

relhada. Em decorrência das condições de insalubridade, esse tipo de edificação

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proporciona má qualidade de vida, como consequência o risco de contaminação por

doenças.

Há também imóveis antigos em estado de deterioração, sabe-se que cada

casa tem determinado tempo de existência, vida útil. A partir de tal limite, e depen-

dendo da conservação do imóvel, sua substituição completa é inevitável.

Subcomponente II - Domicílios Improvisados

Domicílios improvisados podem ser entendidos como locais e imóveis sem

fins residenciais, lugares que são adaptados como moradia alternativa (imóveis co-

merciais, embaixo de pontes e viadutos, carcaças de carros abandonados, barcos,

cavernas, tuneis, entre outros), o que também representa necessidade de novas

unidades habitacionais.

2.2.3.2 Coabitação Familiar

A coabitação familiar é compreendida como sendo mais de uma família convi-

vendo por debaixo de um mesmo teto e/ou por famílias que residem em cômodos;

exceto aqueles que são cedidos pelo empregador. A família secundária é a que vive

junto à outra família; é a que representa necessidade por moradia.

2.2.3.3 Ônus Excessivo com Aluguel Urbano

O ônus excessivo com aluguel, especificamente pra população urbana, é

compreendido como sendo o número de famílias com renda familiar de até três salá-

rios mínimos que residem em casas ou apartamentos e que despendem mais de

30% de sua renda com aluguel.

2.2.3.4 Adensamento Excessivo

O adensamento excessivo é obtido através da média, do numero total de

pessoas na residência pelo número de dormitórios da residência; se superior a duas

(2) pessoas por dormitório, e se o proprietário não obtiver condições de ampliar o

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imóvel, nem vendê-lo para comprar outro maior, caracteriza-se por necessidade em

potencial de uma nova unidade habitacional para essa família.

2.3 Do Projeto Moradia ao Programa Minha Casa Minha Vida - PMCMV

2.3.1 Projeto Moradia

De acordo com Bonduki (2002), após duas décadas, 1980 e 1990, pratica-

mente sem políticas publicas de habitação no âmbito nacional, pois estavam sob a

responsabilidade dos estados e municípios. Em 1999, o debate ganhou força, com a

presença de agentes do governo federal e de segmentos da sociedade civil organi-

zada; conseguiram avançar na elaboração do “Projeto Moradia”, considerado como

pedra fundamental da nova política nacional de habitação (PNH) que resultou no

PMCMV.

Foi através do “Projeto Moradia”, na dimensão urbano-fundiário que consegui-

ram aprovar o Estatuto das Cidades, que: regulamentou a questão fundiária, propor-

cionou o combate à especulação de imóveis ociosos e regulamentou o uso e ocupa-

ção dos solos; questões que eram consideradas entraves pros avanços da política

habitacional.

Para Silveira (2010), a nova PNH foi formulada, basicamente nos anos de

2003 e 2004, incorporando boa parte das propostas do “Projeto Moradia”. Um ano

depois, com a criação do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e cria-

ção do Fundo Nacional de Habitação; Além do mais, exigiu, através de leis, que mu-

nicípios e estados desenvolvessem estruturas institucionais como conselhos, planos

e fundo específico para habitação.

2.3.2 A Nova Política Nacional de Habitação (PNH)

Diante da discrepante desigualdade social no Brasil, evidenciada pelo déficit

habitacional. Em 2005, o Governo assumiu a responsabilidade e o compromisso no

combate ao déficit.

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Após a criação do Ministério das Cidades, iniciou-se uma nova era pra política

habitacional no Brasil, enfrentou-se o déficit que ultrapassou os 80%, e em cresci-

mento, na população de baixa renda. Apoiado pelos Movimentos Populares, Sindica-

tos da Construção Civil, Sindicatos dos Arquitetos e dos Engenheiros, Entidades de

Área, Empresários e Outros; mas também com apoio no Congresso e no Senado;

apresentaram os objetivos da nova política (PNH).

Universalizar o acesso à moradia digna em um prazo a ser definido no Pla-no Nacional de Habitação, levando-se em conta a disponibilidade de recur-sos existentes no sistema, a capacidade operacional do setor produtivo e da construção, e dos agentes envolvidos na implementação da PNH;

Promover a urbanização, regularização e inserção dos assentamentos pre-cários à cidade;

Fortalecer o papel do Estado na gestão da Política e na regulação dos agentes privados;

Tornar a questão habitacional uma prioridade nacional, integrando, articu-lando e mobilizando os diferentes níveis de governo e fontes, objetivando potencializar a capacidade de investimentos com vistas a viabilizar recursos para sustentabilidade da PNH;

Democratizar o acesso à terra urbanizada e ao mercado secundário de imó-veis;

Ampliar a produtividade e melhorar a qualidade na produção habitacional; e incentivar a geração de empregos e renda dinamizando a economia, apoi-ando-se na capacidade que a indústria da construção apresenta em mobili-zar mão-de-obra, utilizar insumos nacionais sem a necessidade de importa-ção de materiais e equipamentos e contribuir com parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB). (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2009)

Depois de apresentados os objetivos definidos e apoiado no Estatuto das Ci-

dades - Lei nº 10.257 de 10 de julho de 2001, que regulamenta os artigos 182 e 183

da Constituição Federal que estabeleceu diretrizes gerais para o uso e ocupação

dos solos; a nova política, de fato, havia iniciado.

Os instrumentos que viabilizaram a nova PNH foram: o Sistema Nacional de

Habitação (SNH), Habitação de Interesse Social (HIS), o Desenvolvimento Instituci-

onal (DI), o Sistema de Informação, Avaliação e Monitoramento da Habitação (SI-

MAHAB), e o Plano Nacional de Habitação (PlanHab). A Figura 01, que melhor re-

presenta o modelo organizacional da nova PNH implantada.

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Figura 01 – Modelo Organizacional da PNH

Fonte: Ministério das Cidades (2009)

2.3.3 O Plano Nacional de Habitação (PlanHab)

Na perspectiva de sanar parte do déficit habitacional no Brasil, com propostas

obtidas através de conferências nacionais e conselhos, foi desenvolvido o plano,

com estratégias e táticas bem definidas, com objetivo de planejar as ações públicas

e da iniciativa privada pra construção de novas moradias. As propostas que foram

implementadas foram e são revisadas de quatro (4) em quatro (4) anos. Utilizou-se o

Plano Plurianual (PPA), para o monitoramento, avaliações e revisão.

De acordo com Silveira (2010), o caótico cenário que é o déficit, para se pla-

nejar, deve-se levar em consideração a diversidade da questão habitacional, como

exemplo: as variadas categorias dos municípios, as especificidades regionais e os

diferentes olhares de cada segmento social.

No que tange os financiamentos e subsídios devem-se levar em consideração

as dificuldades enfrentadas pela população de baixa renda, que recebem o subsídio

na íntegra; além da garantia do financiamento através da criação de um fundo ga-

rantidor.

De acordo com Bonduki (2008), os arranjos institucionais foram possíveis a

partir da criação do Ministério das Cidades, nele a Secretaria Nacional de Habitação;

Com viés democrático e participativo, através de conferências, conselhos de habita-

ção nas esferas nacional, estaduais e municipais; articulados com instituições aca-

dêmicas, representação de empresários do segmento, entidades de área, movimen-

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tos sociais, e governo. É sabido que encontraram dificuldades, especificamente nas

prefeituras e estados que apresentaram dificuldades organizacionais para atuar em

projetos de larga escala.

De acordo com Silveira (2010), na cadeia produtiva e na questão fundiária

houve certa estranheza, por parte das empresas, pois careciam de readequação pra

atender à demanda prioritária; Além do mais, há e houve dificuldades para consegui-

rem aporte financeiro para aquisição dos espaços destinados, os quais deveriam e

devem estar de acordo com as leis que regulamentam o uso e ocupação dos solos;

atentos as questões ambientais, fundiária e de urbanização; para atenderem as

construções de conjuntos habitacionais de interesse social em locais onde morado-

res possam inserir socialmente.

2.3.4 O Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS)

De acordo com Bonduki (2008), o sistema nacional de habitação só foi efeti-

vado em 2005, através da aprovação da Lei Federal de n°11.124; houve participa-

ção efetiva dos movimentos sociais, empresários do setor, e governo; todos articu-

laram no Congresso Nacional para que a política fosse adiante.

A institucionalização do SNHIS representou um marco na história da Política

Nacional de Moradia, especificamente, pros movimentos sociais que há tempos luta-

ram por moradia digna para população de baixa renda, sendo entendida como ele-

mento essencial para inclusão social.

2.3.5 O Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS)

Após ser instituído o SNHIS, criou-se o FNHIS, que teve por objetivo concreti-

zar recursos para planejar e executar os projetos definidos pelo SNHIS; garantidos

pela Lei Nº 11.124/2005. O FNHIS, em 2006, segundo Silveira (2010) centralizou os

recursos orçamentários dos programas de Urbanização de Assentamentos Subnor-

mais e de Habitação de Interesse Social.

Segundo Bonduki (2008), os recursos deveriam ser aplicados de forma des-

centralizada, por meio dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Para os municí-

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pios e estados que aderiram ao SNHIS, tiveram que constituir fundos com dotação

orçamentária própria e conselhos com participação de representantes dos movimen-

tos populares, além de apresentar Plano de Habitação de Interesse Social.

2.3.6 MCMV-Minha Casa Minha Vida

2.3.6.1 Fase I do PMCMV

De acordo com Bonduki (2008), foram apresentados, através do PlanHab, as

diretrizes da nova Política Nacional de Habitacional (PNH) e sua integração com a

política urbana, trazendo inovações no que diz respeito as famílias com renda de até

3 salários mínimos; porém, no final daquele ano, constatou-se a crise dos bancos

nos EUA, propagando pra outros países, justificada pela falta de dinheiro para con-

cessão de créditos, tanto para empresas como para os consumidores; o que levou a

equipe econômica do governo Lula a criar alternativas pra enfrentar a crise que bei-

rava o Brasil. Umas das alternativas foi o investimento no setor da construção civil,

ampliando os investimentos em políticas públicas sociais, o que contribuiu com o

aumento de empregos formais, logo, o aumento do consumo.

Diante da necessidade de desenvolver política para enfrentar a crise que bei-

rava o País com as necessidades e urgência de investimentos na infraestrutura do

País, o governo Lula lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Foi por meio do PAC que o País recebeu alto aporte de recursos financeiros

para investimentos na infraestrutura, onde estava incluso o Programa “Minha Casa,

Minha Vida”, que surgiu como uma resposta do governo à crise econômica mundial,

com o objetivo de impulsionar o mercado da construção civil; como consequência a

geração de empregos, mas também a redução no déficit habitacional, que em 2009

chegava (89,4%) na população de baixa renda. A Tabela 01 representa os dados

referentes ao déficit habitacional de 2009 e a aplicação dos recursos representados

pela faixa de renda.

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Tabela 01 - Déficit Acumulado e as Metas do PMCMV

Distribuição do déficit por Faixa de Renda

Fonte: Ministério das Cidades (2009)

Através do PlanHab foram apresentados três cenários de recursos orçamen-

tários, de acordo com Bonduki (2008), o “único considerado capaz de enfrentar sa-

tisfatoriamente o déficit seria o que garantisse, durante todo o horizonte temporal

(quinze anos), uma dotação estável de 2% do OGU e de 1% dos orçamentos esta-

duais e municipais”.

Como estava previsto, desde o lançamento da Fase I do PMCMV, a constru-

ção de um (1) milhão de novas unidades habitacionais. Depois de ter feito pesquisas

de avaliação, através do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) enco-

mendada pelo Ministério das Cidades, em 2014, a Secretaria Nacional de Habitação

afirmou: “a meta foi cumprida com um valor contratado de R$ 55 bilhões. Deste mon-

tante, R$ 18 bilhões (483 mil unidades habitacionais) foram destinados às famílias

com renda de até R$ 1.600,00”. (SNH/MCIDADES, p.19; 2014)

O PMCMV foi lançado em abril de 2009 e tem por objetivos implementar o Plano Nacional de Habitação pela construção de 1 milhão de moradias, au-mentando o acesso das famílias de baixa renda à casa própria e gerar em-prego e renda por meio do aumento do investimento na construção civil. Os recursos são provenientes da União e do FGTS.

O público-alvo são famílias com renda até 10 salários mínimos, sendo que as famílias com renda até 3 salários mínimos podem ter acesso a subsídio integral com isenção do seguro; as famílias com renda de 3 a 6 salários mí-nimos tem aumento do subsídio parcial em financiamentos com redução

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dos custos do seguro e acesso ao Fundo Garantidor; já as famílias com renda de 6 a 10 salários mínimos têm estímulo à compra com redução dos custos do seguro e acesso ao Fundo Garantidor. Com esta di-ferenciação busca-se compatibilizar a prestação da casa própria com a ca-pacidade de pagamento da família (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2009).

2.3.6.2 Fase II do PMCMV

De acordo com Dias (2013), no mês de maio de 2011 foi lançada a Fase II do

MCMV, ano em que a Presidenta Dilma Rousseff tomou posse, momento em que o

cenário da política econômica se mostrou difuso, tanto internamente quanto nos

EUA e na Europa. No entanto, o Produto Interno Bruto (PIB) havia reagido, Gráfico

01, registrou crescimento e a inflação permanecia estável; além do mais, o número

de empregos formais estava em pleno crescimento.

Gráfico 01 - Desempenho do PIB do Brasil (em %)

Fonte: IBGE

O grande diferencial da Fase II para a Fase I foi o grande número de contra-

tações de unidades habitacionais, praticamente o dobro; além de mudanças impor-

tantes na distribuição dos recursos, favorecendo ainda mais a população de baixa

renda.

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De acordo com Presidente da Caixa Econômica Federal da época, Jorge He-

reda, em entrevista ao jornal Estado de Minas (14/06/2011) informou que “a segunda

fase do programa terá recursos de R$ 120 milhões a R$ 140 milhões para financiar

a construção de moradias para famílias com renda de até dez salários mínimos”.

Visto que o aporte financeiro aumentou, e de forma considerável, além de

ampliar o volume de recursos para a Faixa I, fortaleceu ainda mais a politica nacio-

nal de habitação; Ademais, os recursos pra fase II do MCMV, parte provêm do Or-

çamento Geral da União e FGTS, o complemento foi obtido através de empréstimos.

Nessa época, também houve algumas mudanças de regras: (i) elevação da meta para a Faixa 1, destinando 60% das unidades produzidas na Faixa 1; (ii) a possibilidade de produção e exploração de unidade comercial nos em-preendimentos habitacionais multifamiliares; (iii) a previsão de recursos para o trabalho técnico social pós-ocupação; (iv) a regularização de áreas antes do processo final de desapropriação; e (v) a previsão de que os contratos poderiam ser firmados sem a outorga do cônjuge (o que beneficia a mu-lher).. (SNH/MCIDADES, 2014, p.20)

Sabe-se que para compatibilizar as prestações da unidade habitacional equa-

cionou-se com as condições de pagamento dos beneficiados, foi criado subsídio in-

tegral para famílias de baixa renda, com renda mensal de até R$ 1.600,00 (aproxi-

madamente 3 salários mínimos de 2011); para a faixa II, famílias com renda mensal

de até R$ 3.275,00, criou melhores condições de financiamento e redução de taxas

de juros. Além disso, para faixa III, famílias com renda de até R$5000,00, criou con-

dições favoráveis de acesso ao imóvel.

2.3.6.3 Fase III do PMCMV

Em 2014, ano em que a Presidente Dilma Rousseff disputou a reeleição, sen-

do o PMCMV uma de suas principais bandeiras de campanha; Desde o início de seu

segundo mandato encontrou forte resistência por parte dos opositores, gerando tur-

bulência política e incertezas; o que dificultou a governabilidade. Alternativa proposta

foi equacionar os cortes do orçamento, atrasando o lançamento da fase III do

PMCMV, foi lançado no mês de Março de 2016.

Segundo Matoso (2016), nesta fase foi proposta a contratação de mais 2 mi-

lhões de unidades habitacionais, com previsão de término para 2018, com um inves-

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timento projetado no valor de R$ 210 bilhões. A maior parte dos recursos previstos

proveu do FGTS, outra parte, 20%, do OGU.

De acordo com o Gerente da CEF, Rafael A. Barroso, a novidade nesta fase é

a criação de uma nova faixa de renda, a Faixa 1,5; criada para facilitar a compra da

casa por famílias com renda de até R$ 2.350, correspondendo a 2,7 salários míni-

mos do ano de lançamento do programa. Pode ser visto na Tabela 02, que apresen-

ta: os limites de renda, o valor máximo do imóvel e o valor máximo do subsídio para

cada faixa de renda.

Tabela 02 - Novos Valores para o PMCMV-III (2016)

Faixa Limite

de Renda

Valor Máximo

do Imóvel

Valor Máximo

do Subsídio

1 R$1800,00 R$96 mil R$ 86,4 mil

1,5 R$2350,00 R$135 mil R$ 45 mil

2 R$3600,00 R$225 mil R$ 27,5 mil

3 R$6500,00 R$ 225 mi Sem subsídio

Fonte: Ministério das Cidades

Diante da turbulência política, sob a acusação de crime de responsabilidade

fiscal, a Presidenta Dilma foi afastada do cargo, 17 de abril de 2016, a Câmara dos

Deputados abre Comissão Especial do Impeachment, resultando da Presidente Dil-

ma.

Maio de 2015, Michel Temer assumiu a presidência da república, de início in-

terino; poucos meses depois, empossado. Iniciou a politica de cortes no orçamento

das politicas públicas sociais e de habitação; a justificativa, por parte do governo, foi

pautada na recuperação do crescimento econômico do país, por meio de políticas

neoliberais.

Ademais, dados da Secretaria Nacional de Habitação, da concepção do pro-

grama, em 2009, até 31 de dezembro de 2016, foram contratadas e entregues, res-

pectivamente, 4.542.599 e 3.248.672 unidades pelo PMCMV. Do total de unidades

entregues, 91% foram destinados para as Faixas I e II de público-alvo.

O total de unidades entregues por faixa de renda pode ser visto na Tabela 03.

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Tabela 03 – UHs Entregues por Faixa de Renda (2009 a 2016)

FAIXA UNIDADES ENTREGUES

1 1137547

2 1820927

3 290198

TOTAL 3248672

Fonte: Ministério das Cidades

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 Percurso Metodológico Inicial

Esta pesquisa empírica que fez estudo descritivo transversal único, com uma

abordagem quantitativa. A metodologia adotada é do tipo survey, a que permite in-

vestigar um panorama conforme as variáveis definidas, com objetivo extrair conclu-

sões sobre fenômeno investigado.

A pesquisa foi reiniciada no mês de abril deste ano; quando foi feita a coleta

inicial de dados, através de depoimentos, reuniões e entrevistas. Estas, foram reali-

zadas com agentes das organizações populares por moradias, pesquisadores, em-

presários, engenheiros, arquitetos e técnicos da administração pública; mas também

com moradores de outros conjuntos habitacionais.

O mês de maio deste, foi dedicado às pesquisas bibliográficas, buscou-se in-

formações e entendimento no assunto, através de leitura em artigos, livros, revistas,

jornais e sites; direcionadas à politica nacional de habitação e outros assuntos de

interesse.

Para realização da pesquisa descritiva, fez-se uso da metodologia do tipo

survey, com intuito de investigar, através da opinião dos moradores, o seu nível de

satisfação sobre as várias questões apresentadas no referencial teórico desta, atra-

vés do questionário (APENDICE- I).

Foi criado banco de dados para análise, com critérios definidos para mensurar

e interpretar os resultados no contexto da habitabilidade, do entorno, da localização,

das políticas públicas urbanas e da componente do déficit, mas também sobre o per-

fil dos moradores.

3.2 Características das Unidades de Análise

A presente pesquisa trata-se de estudo empírico descritivo, pois permitiu des-

crever e expor as características dos indivíduos e/ou grupo de indivíduos; quanto à

percepção dos moradores sobre os Conjuntos Habitacionais Parque das Hortências,

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Figura 02, e Parque das Acácias. Estes, foram os primeiros empreendimentos con-

tratados e entregas no âmbito do PMCMV na cidade de Teófilo Otoni-MG.

Figura 02 - Conjunto Habitacional Parque das Hortências

Fonte: Própria

Justifica a escolha da Cidade por ser considerada antiga; emancipada desde

1881, porém com visível ausência de planejamento urbano, devido ao grande núme-

ro de casas construídas em locais inadequados, encostas e morros. A Cidade conta

com relevo de montanhas, o que não difere de boa parte de outras cidades de Mi-

nas, o que eleva os custos na implementação de infraestrutura.

Sabe-se, que a Cidade de Teófilo Otoni é referência para outras cidades do

nordeste mineiro, cidades dos vales do Mucuri e Jequitinhonha; no que diz respeito

à saúde, educação, comércio e trabalho; mesmo sabendo que os indicadores

econômicos e de qualidade de vida deixam a desejar, isso quando comparado com

os de cidades como Uberlândia, Ipatinga, Viçosa, entre outras.

Segundo o IBGE (2016), o Município de Teófilo Otoni tem pouco mais de 140

mil habitantes, destes, apenas 40% conseguiram obter rendimento nominal mensal

per capita de ½ salário mínimo, posição de n°398 do estado. Já o Índice de Desen-

volvimento Humano Municipal (IDHM) está em melhor posição, a de 268 no estado,

sendo 0,701 seu valor.

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De acordo com o Secretário de Habitação, Adailton Rodrigues de Souza

(2018), mais de 9000 famílias fizeram cadastro para o PMCMV, faixa I; o que repre-

senta mais de 6% da população. Para Santos (1991), a migração de pessoas para

espaços urbanos onde a pobreza é predominante, existe em decorrência, principal-

mente, dos problemas relacionados ao acesso ao trabalho, à habitação e infraestru-

tura.

Ademais, o déficit local ainda é alto, com a construção dos conjuntos habita-

cionais, Parque das Hortências, e Parque das Acácias, Figura 03, mostrou redução

de pouco mais de 6% no déficit habitacional do município, os dois condomínios são

compostos por 580 unidades habitacionais, estão alocados na periferia da região

noroeste da Cidade.

Figura 03 - Foto Conjunto Habitacional Parque das Acácias

Fonte: Própria

Justifica-se a escolha do Município em questão, para a realização desta pes-

quisa, em detrimento a maior comodidade para visitação, acesso facilitado às famí-

lias beneficiadas e aos demais agentes envolvidos (Associações de Moradores, Pre-

feitura Municipal de Teófilo Otoni-MG, Secretaria de Habitação, Conselho Regional

de Assistência Social do Município e agentes da Caixa Econômica Federal).

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3.3 Planejamento e Especificação das Variáveis de Análise

Na Cidade de Teófilo Otoni tem três empreendimentos de moradia de interes-

se social: I- o conjunto habitacional Paulo Freire, II- Conjuntos do Bairro Viriato,

composto pelos Conjuntos Parque das Acácias e Parque das Hortências e o III-

Conjunto são Benedito, localizado na zona sul da cidade, este se encontra com

obras paralisadas.

De acordo com o secretário de Habitação o empreendimento do São Benedito

tem contrato assinado pra construção de 850 unidades habitacionais, há mais de 1

ano que as obras se encontram paralisadas, e sem data definida para o reinício.

Ademais, focaremos nossas pesquisas nos Conjuntos Habitacionais Parque

das Hortências e Parque das Acácias; considerando que os empreendimentos são

novos, inaugurados desde 2014; além do mais, não foram encontrados registros de

pesquisas descritivas e/ou de avalição do PMCMV sobre esses conjuntos, o que

condiciona, em primeira instância, a fazer analise panorâmica dos dados.

Após o desenvolvimento do referencial teórico, foram feitas visitas às unida-

des habitacionais, conversa com moradores; e, principalmente, reuniões e entrevis-

tas com: profissionais da área, militantes dos movimentos sociais e populares, pes-

quisadores, agentes públicos e com moradores de outros empreendimentos do

PMCMV. Desde então, foi possível elaborar as questões do questionário (APÊNCE

I).

Sabe-se, que a grande maioria dos empreendimentos voltados pra interesse

social tem muitas características comuns, uma delas são as localizações dos em-

preendimentos, geralmente nas periferias das cidades; o que também será observa-

do neste trabalho.

Outro questionamento é a origem de cada morador, digo, que a partir do mo-

mento em que um cidadão é beneficiado pelo PMCMV, automaticamente há redução

de uma unidade no déficit habitacional; nossa pesquisa objetiva investigar qual ou

quais componentes reduziram, (domicílio rústico, coabitação, adensamento excessi-

vo ou de ônus com aluguel).

As políticas públicas urbanas para os conjuntos e seu entorno, é de funda-

mental importância para o sucesso do PMCMV, isso em todas as localidades implan-

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tadas. Sabe-se que depende da vontade política e de aporte volumoso de recursos

financeiros, assim como articulação e entendimento entre as partes envolvidas, nes-

se caso: agentes municipais, estaduais e nacionais.

Para que os empreendimentos tenha funcionalidade, precisa-se de garantia

da inserção social e de edificações que proporcione qualidade de vida aos morado-

res. Portanto, se faz necessário o desenvolvimento de políticas públicas urbanas,

assim como: abastecimento de água, esgotamento, escolas, creches, transporte,

energia elétrica, serviços de correios e comunicação, segurança e outros

Ademais, se faz necessário investigar a satisfação dos moradores com rela-

ção a sua unidade habitacional, avaliando a qualidade da UH através das variáveis

habitabilidade: arejamento, luminosidade, tamanho, distribuição dos cômodos e con-

servação.

Por último, reservamos várias questões direcionadas à busca de informações

sobre o perfil dos moradores, que diz respeito à escolaridade, sexo, empregabilidade

e outros.

3.4 Instrumentos de Coleta

A elaboração e aplicação dos questionários foram feitos após pesquisa bibli-

ográfica, para definição de métodos, uso de técnicas e planejamento da aplicação;

sendo que, um roteiro incluindo dez (10) questões não estruturadas (APÊNDICE II)

elaboradas pra entrevistas com Agentes da CEF, Prefeitura Municipal, Secretaria de

Habitação, Conselho Regional de Assistência Social e Representante da Associação

de Moradores. Já o questionário (APÊNDICE I) foi elaborado exclusivamente para

ser aplicado junto aos moradores dos conjuntos, com questões semiestruturadas e

estruturadas.

O questionário consiste numa série de 55 perguntas escritas, distribuídas na

ordem crescente, sendo 13 não estruturadas e 42 estruturadas, destas divididas em

escalas dicotômica, nominal e ordinal; que, a partir das respostas será possível

mensurar e avaliar a satisfação dos moradores, no que se refere aos atributos de:

habitabilidade, perfil dos moradores, politicas públicas urbanas, localização e entor-

no.

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Cada questão estruturada do questionário é composta por 5 opções de mar-

car, ordenadas de forma crescente, sendo: 1-Muito Insatisfeito, 2- Insatisfeito, 3-

Nem Satisfeito, Nem Insatisfeito, 4- Satisfeito e 5- Muito Satisfeito. A coluna do meio

representa neutralidade e ou indiferença.

Os enunciados das perguntas foram escritos com palavras simples e de fácil

compreensão; iniciam-se com perguntas de identificação, em seguida outras de ca-

ráter geral, e do meio em diante com perguntas específicas da pesquisa, a fim de

evitar tendenciosidade nas respostas ou constrangimento para com o entrevistado.

3.5 Tipo de Escala e Tamanho da Amostra

3.5.1 Escala Likert

Depois de avançar nas pesquisas bibliográficas foi possível escolher o tipo

escala a ser utilizada no questionário, que foi a Escala Likert de 5 pontos, sendo: 1-

Muito Insatisfeito, 2- Insatisfeito, 3- Nem Satisfeito, Nem Insatisfeito, 4- Satisfeito e 5-

Muito Satisfeito; conhecida como escala não forçada.

De acordo com Cauchic (2010), para a metodologia do tipo survey, a escala

apropriada é a de Likert, pode ser considerado como exemplo de dado qualitativo

ordinal. O objetivo geral do survey é contribuir para o conhecimento em uma área

particular de interesse; o levantamento permite obter um panorama sobre o fenôme-

no conforme as variáveis definidas.

Na busca por evidências através da pesquisa descritiva; teve como instru-

mento de coleta o questionário com questões de múltipla escolha, utilizou-se a esca-

la Likert de cinco pontos, visto que há distribuição de frequências de ocorrências de

dados para análise. A ferramenta utilizada foi o MINITAB, encontrou-se a Moda e o

Intervalo Interquartil. Para melhor visibilidade e análise dos dados utilizaram-se grá-

ficos de barras, boxplot e de pizza.

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3.5.2 Tamanho da Amostra

Para o cálculo do tamanho da amostra, que é o número significativo para ob-

termos resultados fidedignos, foi encontrado através da aplicação da fórmula de dis-

tribuição gaussiana, indicada para casos que tenham população finita e variáveis

nominais ou ordinais.

{[ ( )]

[( ) ( )]}

n - tamanho da amostra, o número de questionários necessários que se deve

aplicar para que a pesquisa tenha validade e esteja enquadrada nos parâmetros es-

tabelecidos pela estatística.

p - proporção adotada é de 0,5, isso pois, trata-se de pesquisas novas, po-

rém não há na literatura outros dados em que possamos utilizar.

N - população total que reside nos dois conjuntos, estimada em aproximada-

mente 2320 pessoas, obtido através da multiplicação entre o número de moradores

por unidade habitacional pelo número de unidades habitacionais. Considerando que

existe uma média de 4 moradores por UH num universo de 580 UHs.

e - margem de erro máximo admitido; Utilizou-se 10% nesta pesquisa.

Z - desvio do valor médio aceito para alcançar o nível de confiança desejado;

neste trabalho foram utilizados 90%, que corresponde a (Z=1,645); obtido na tabela

de distribuição de Gauss.

Após a substituição dos números na fórmula, obteve-se o valor de n=65,67. O

número deve ser inteiro, equivalente à quantidade de questionários impressos pra

distribuição entre os moradores selecionados.

Depois de formatado e concluído o layout, foi impresso uma pequena quanti-

dade para o pré-teste, após essa etapa os sessenta e seis (66) questionários foram

impressos.

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3.6 Pré-Teste e Coleta dos Dados na Abordagem Metodológica do tipo Survey

3.6.1 Pré-Teste do Questionário

Devido à distância do empreendimento e a disponibilidade de recursos, o pré-

teste não foi feito com a amostra de análise. Ocorreu na primeira semana de junho

do ano corrente, foi realizado com amostra de 20 pessoas do Distrito de Marambai-

nha/Caraí-MG, que, imaginou-se, ter características comuns aos dos moradores dos

conjuntos habitacionais em análise .

Após a aplicação do pré-teste, os ajustes necessários foram feitos, tais como:

correção ortográfica, adequação a palavras simples, redução e reordenação das

questões. A partir de então, foi impresso a quantidade mínima exigida, em formato

de caderno.

3.6.2 A Coleta dos Dados

A coleta de dados foi realizada através do questionário (APÊNDICE I), entre-

vistas e visita ao local. Para entrevistas orais foi utilizado roteiro (APÊNDICE II), ten-

do como ferramenta de armazenamento, caneta, papel e gravador. Foram entrevis-

tados agentes responsáveis pela política de habitação no município, locados na Pre-

feitura Municipal de Teófilo Otoni-MG, Caixa Econômica Federal, Associações e En-

tidades de Área.

Previamente, foi feito contatos por telefone e e-mails com os agentes respon-

sáveis do setor habitacional. Pela Prefeitura foram entrevistados o Secretário de Ha-

bitação, Adailton Rodrigues de Souza, e a Coordenadora do Centro de Referência

de Assistência Social (CRAS), Caroline Chalub; pela Caixa Econômica Federal, o

Gerente Rafael Almeida Barroso; e pela Associação Parque das Hortências e Adja-

cências, o Presidente Luiz Gomes Ferreira; além de entrevistas e diálogo com mora-

dores.

A entrevista com Secretário de Habitação, Adailton Rodrigues, ocorreu dia

11/06/18, às 13h, no seu local de trabalho. Já com a Coordenadora do CRAS ocor-

reu no dia 06/07/18, às 8h, também em seu local de trabalho, CRAS do Bairro Bela

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Vista; com o Gerente da CEF, Rafael Almeida Barroso ocorreu no mesmo dia, porém

com início às 11h da manha, também em seu local de trabalho.

Em todas as entrevistas fizemos uso do roteiro, questões não estruturadas,

(APÊNDICE II), e para o armazenamento das informações foram utilizados gravador,

caneta e papel.

Após três tentativas, nos dias 11/06, 04/07 e 06/07, foi possível encontrar o

representante dos moradores, dia 08/07, às 19h em sua residência, Luiz Gomes Fer-

reira, Presidente da Associação Parque das Hortências e Adjacências. A entrevista

ocorreu de forma espontânea, transcrevida para o papel em tempo real, o celular foi

utilizado como assessório para gravação.

Em concomitância às visitas e entrevistas, foi efetuada a distribuição dos

questionários para os moradores. Os questionários foram de autoavaliação, ficaram

sob poder dos moradores por mais de 48h; tempo o suficiente pra ler e refletir sobre

as questões.

A distribuição estava prevista para acontecer nos dias 06 e 07 de junho deste,

por motivo de força maior, só ocorreu na quarta feira, 04/07/2018, entre 13 e 17 ho-

ras. Como forma de incentivar os entrevistados, em primeira instância, dialogou-se

com o pesquisado, o qual foi informado sobre a pesquisa, em seguida foi entregue o

questionário, junto uma carta (APÊNDICE III) contendo maiores explicações sobre

os objetivos da pesquisa e contatos de telefone e e-mails do responsável.

O plano amostral, que é probabilístico, iniciou-se com formação de 2 conglo-

merados, Parque das Hortências que conta com 320 UHs, 55% do total, e o Parque

das Acácias com 260 UHs, 45% do total. Os questionários foram distribuídos em

igual proporção; iniciou-se a distribuição no Conjunto Habitacional Parque das Acá-

cias, com quantidade de 30 questionários, 45% do total, de forma sistêmica; logo

replicado no segundo conglomerado, Parque das Hortências, 36 questionários.

A distribuição dentro dos conglomerados ocorreu de forma sistêmica, dividin-

do o número de casas pelo número de questionários, com os arredondamentos ob-

teve-se 8 para o Parque das Acácias e 9 para o Parque das Hortências.

A distribuição se deu através do melhor percurso, iniciando no número 06, ob-

tido aleatoriamente, na primeira rua do Parque das Acácias, de 8 em 8 casas. Assim

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também foi feito no Conjunto Habitacional Jardim das Hortências, porém com salto

de 9 casas.

Foram distribuídos, no dia 04/07/18, 51 questionários, 03 moradores se nega-

ram a responder, e 12 residências foram encontradas fechadas. A data de recolhi-

mento estava prevista para o dia 06/07/18, entre 15 e 17h.

O recolhimento dos questionários não ocorreu como estava previsto, apenas

14 moradores haviam preenchido por inteiro, outros 15, informaram que careciam de

mais tempo para finalizarem; os demais não foram encontrados em suas residên-

cias.

Para os que não preencheram por inteiro, foi negociado prazo para recolher

dia 08/07/18, entre 16 e 19h. Outra vez o recolhimento foi insuficiente, apenas 10

questionários, outra parte dos moradores não foram encontrados em suas residên-

cias.

Sabe-se que 25 questionários é pouco pra análise proposta, o que obrigou a

retorno no dia seguinte, 09/07/18, entre 14 e 20h; dia em que foi possível recolher

mais 13 questionários, os outros não foram encontrados em suas residências.

Foi necessário três visitas aos conjuntos pra recolher 38 questionários, 19 em

cada conjunto habitacional. O total recolhido representou 57,6% das amostras.

Dos 66 distribuídos, 3 moradores se negaram a responder, 4,5% do total; 12

residências sem identificação de moradores, 18,2% do total; restam outros 13 ques-

tionários, os quais foram entregues aos moradores, porém não foi possível fazer o

recolhimento, pois não foram encontrados em suas residências nas datas e horários

previamente acordados para o recolhimento, que representou 19,7% do total, como

mostra a Tabela 04.

Tabela 04 – Percentual de Distribuição e Recolhimento do Questionário

Total

Recolhido

Negaram

Participar

da Pesquisa

Residências

sem Moradores

Moradores que

não devolveram

os Questionários

57,6% 4,5% 18,2% 19,7%

Fonte: Própria

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Além das entrevistas e aplicação dos questionários, foram feitos registros

através de fotografias e vídeos, em eventos e/ou locais que, despertou atenção, mas

também de objetos e locais indicados pelos moradores.

Após o recolhimento dos questionários, uma análise sobre os recolhidos foi

feita, detectou-se 3 questionários que não foram respondidos por inteiro, apuramos

um total de 35 questionários, que representa 53,03% do total distribuído.

Ademais, os dados obtidos através de entrevistas foram transcrevidos para o

papel, e posteriormente para a pasta de trabalho do computador, em arquivos de

Word. Os dados obtidos através de respostas do questionário (APÊNDICE I) foram

lançados em planilhas do Excel e Minitab para análise através da estatística descriti-

va.

3.7 Instrumentos de Análise

Os dados deste trabalho foram inferidos pra análise descritiva; as medidas

usadas foram a moda, a amplitude, os quartis Q1 e Q3 e a mediana.

Através da moda pode-se verificar qual variável repetiu mais vezes, ou, qual

teve maior número de respostas. Na busca evidências, analisa-se, também, a medi-

ada; a qual nos fornece ponto central dos dados.

Observaram-se valores da moda e mediana, mas também do primeiro quartil

e do terceiro quartil. O primeiro representa 25% dos dados a sua esquerda e 75% a

sua direita; o terceiro representa 75% a sua esquerda e 25% a sua direita. O Interva-

lo Interquartil ( DIQ=(Q3-Q1)), que representa a concentração de 50% dos dados no

intervalo.

Todas as respostas colhidas através das amostras foram inseridas no compu-

tador, o software utilizado de estatística foi Minitab; onde a análise descritiva pode

ser obtida com rapidez. Obtiveram-se valores da moda, número da moda, mediana e

intervalo interquartil de cada variável utilizada.

Através dos recursos oferecidos pelo Minitab, também foram reproduzidos

gráficos de pizza, barra e boxplot. O Boxplot é o método alternativo pra representar

respostas com várias variáveis, forneceu informações sobre as características do

conjunto, tais como mediana, quartil superior e quartil inferior.

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4 ANÁLISE DA PESQUISA

4.1 Perfil dos Habitados nos Conjuntos

4.1.1 Origem do Morador

Antes de se mudar pra um dos conjuntos, o morador estava entre os habitan-

tes que acrescentavam a soma do déficit habitacional; portanto, habitava-se em al-

gum lugar, o qual pode ser identificado nas componentes do déficit habitacional

mencionadas no referencial teórico desta pesquisa.

Através da questão 09 do questionário (APÊNDICE I), pode-se identificar a

origem do morador; mais de 80% dos entrevistados marcaram as componentes de

Coabitação e de Ônus Excessivo com Aluguel, os outros 14,3% informaram que re-

sidiam em casas próprias; estiveram inseridos no déficit por adensamento excessivo.

Apresentam-se no Gráfico 02, que 42,9% sobreviveram com apoio da família

e/ou amigos, outros 42,9% tinham mais 30% de sua renda comprometida com alu-

guel.

Gráfico 02 - Componente de Origem Morador

Fonte: Própria

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4.1.2 Perfil dos Entrevistados

O perfil dos entrevistados foi obtido através de três conglomerados de ques-

tões independentes, mas interligadas entre si; com busca de respostas através das

questões 02, 03, 04 e 05 do questionário (APÊNDICE – I).

No que diz respeito ao sexo, 82,86% dos participantes responderam que são

do sexo feminino; com média de idade de 38,09 anos; com relação à idade os dados

apresentaram alta variabilidade; o(a) de menor idade com 16 anos e o(a) de maior

idade com 72 anos. Quando foi perguntado sobre a cor ou raça, observou-se que a

proporção entre pretos e brancos é a mesma, ambas com 8,6% dos entrevistados,

os pardos são a grande maioria, 82,9% do total.

Outra pergunta foi com relação à escolaridade, a Tabela 05 mostra resultados

preocupantes, pois mais da metade dos entrevistados apresentaram escolaridade

muito baixa, 62,86% não completaram o primeiro grau. Os dados são dispersos,

existe moradores sem instrução, assim como morador que já concluiu o ensino su-

perior.

Tabela 05 – Perfil Educacional

Escolaridade Valor

Relativo

Sem Instrução 14,29%

Ensino Fundamental Incompleto 34,29%

Ensino Fundamental Completo 5,71%

I° Grau Incompleto 8,57%

I° Grau Completo 0,00%

II° Grau Incompleto 2,86%

II° Grau Completo 25,71%

Ensino Superior Incompleto 5,71%

Ensino Superior Completo 2,86%

Pós Graduação 0,00%

Fonte: Própria

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40

4.1.3 Perfil da Família por Unidade Habitacional (UH)

Através de questões respondidas no questionário (APÊNDICE I), foi possível

traçar perfil da UH e da família do entrevistado. Utilizou-se a questão (35) para obter

o número de moradores de cada UH; após o somatório, dividiu-se pelo número de

casas entrevistas. O número médio obtido foi de 3,51 moradores por unidade habi-

tacional.

Através da questão (35) pode-se identificar o percentual de residências com 5

moradores ou mais, o que representa adensamento excessivo; que é quando a resi-

dência se apresenta com mais de 2 pessoas utilizando o mesmo dormitório. De

acordo com a metodologia da Fundação João Pinheiro, a situação configura déficit

habitacional, representado através da componente de adensamento excessivo. En-

contrado em 20% das residências pesquisadas.

Se tratando de bolsa família, questão 48 do questionário, através da qual ob-

servou que 37,14% das UHs entrevistadas tem o benefício de complementação de

renda. Segundo a Coordenadora do CRAS, Caroline Chalub, muitas pessoas que

residem nos conjuntos procuram o CRAS pra efetuarem seus cadastros nos progra-

mas sociais, o que significa que o número de desempregados cresceu.

Se tratando de família, a questão 47 do questionário (APÊNDICE I), buscou

informação que nem todos se sentem a vontade para responder, por isso foi deixado

como opção de escolha às faixas salariais. As respostas demonstraram que os en-

trevistados estão na faixa de renda exigida pelo programa, inferior a 3 salários míni-

mos. O Gráfico 03 mostra que 88,57% das famílias entrevistadas apresentaram ren-

da inferior a 1500 reais por mês, os demais não ultrapassam 3 mil reais. A renda per

capita média obtida foi de R$225,77.

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Na questão 54 do questionário (APÊNDICE I), busca-se a opinião dos mora-

dores sobre o valor da prestação da casa com relação ao aumento das taxas de

água, energia, IPTU e outros. Sobre o valor da prestação da unidade habitacional,

como mostram no Quadro 02, dados obtidos através das estatísticas descritivas. A

moda e a mediana apresentaram valores iguais, índice de satisfação igual a quatro

(4), o qual representa satisfação com valor da prestação. O intervalo interquartil

apresentou valor zero (0), demonstrando pouca variabilidade dos dados, poderemos

afirmar que 50% dos entrevistados estão satisfeitos com valor da prestação da casa,

melhor dizendo, mais de 75% estão contemplados com as novas regras de paga-

mento das prestações e insatisfeitos com os valores da outras taxas, energia por

exemplo.

Sobre o aumento no valor das taxas, obtivemos moda e mediana com valores

iguais a um (1) e intervalo interquartis valor dois (2); o que nos possibilita dizer que

os moradores então muito insatisfeitos com as taxas atuais; porém satisfeitos com

valor da prestação.

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42

Quadro 02 - Estatística Descritiva da Prestação da UH e do Valor Taxas

Variável N Q1 Mediana Q3 Amplitude IQ Moda N° da Moda

Prestação

da UH

35 4 4 4 4 0 4 22

Valor das

Taxas

35

1

1

3

4

2

1

19

Fonte: Própria

Nas entrevistas com moradores, observou-se que muitos reclamaram do au-

mento das contas de energia elétrica, informaram que boa parte das casas tem con-

tas de energia com valores superiores aos das prestações das casas.

4.1.4 Perfil dos Moradores no Mercado de Trabalho

As questões 44, 45 e 46 do questionário (APÊNDICE I), diz respeito ao núme-

ro de pessoas que estão na idade ativa, entre 15 e 60 anos, destes, quantos estão

ocupados; investiga-se também, o percentual dos que estão inseridos no mercado

formal de trabalho.

Os resultados nos mostram dados preocupantes, com aproximadamente 60%

de desocupados, 42,37% ocupados, destes, apenas 16,95% exercem atividades de

trabalho com carteira assinada.

Dados são confirmados pela Caroline Chalub, coordenadora do CRAS, que

informou em entrevista que, nos últimos dois anos cresceram a procura por cadas-

tros nos programas sociais.

De acordo com o Luiz Ferreira, Diretor da Associação dos Moradores, com a

reorganização do Conselho Municipal de Habitação a política de moradia na cidade

poderá ser vista como prioridade.

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43

4.2 Habitabilidade

As questões 10, 11, 12, 13, 14 e 16 do questionário (APÊNDICE I) nos dizem

respeito à habitabilidade, que são imprescindíveis para garantia do conforto e da

qualidade de vida dos moradores.

As estatísticas descritivas apresentaram uniformidade entre as variáveis,

Quadro 03. As variáveis: temperatura, arejamento, luminosidade, distribuição dos

cômodos e área da casa; todas apresentaram mediana e moda com valores igual a

quatro (4), que representa satisfação com os atributos da habitabilidade. Há conver-

gência com a variável generalizada, quando perguntamos sobre a satisfação com a

casa, também obtivemos os mesmos valores para mediana e moda.

Quadro 03 - Estatística Descritiva: Temperatura, Arejamento, Luminosidade,

Distribuição, Área da Casa e Satisfação com a Casa

Variáveis N Q1 Mediana Q3 Amplitude DIQ Moda N° da Moda

Temperatura 35 3 4 4 4 1 4 19

Arejamento 35 3 4 4 3 1 4 19

Luminosidade 35 4 4 4 4 0 4 23

Distribuição 35 3 4 4 4 1 4 15

Área da Casa 35 2 4 4 4 2 4 15

Satisfação c/

a Casa

35 3 4 4 4 1 4 12

Fonte: Própria

A variabilidade dos atributos da habitabilidade apresentou-se com baixa dis-

persão, indicando uma forte tendência à satisfação, com exceção da área, que apre-

sentou maior dispersão, como mostra o Gráfico 04, boxplot da habitabilidade.

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44

Gráfico 04 - Habitabilidade

Fonte: Própria

Depois de três visitas aos conjuntos, reunião com Associação Comunitária e

análise dos resultados da pesquisa; pode-se afirmar que todas as residências estão

adequadas para morar; houve reclamação de alguns moradores com relação ao pi-

so, porém, recomenda-se averiguação para manutenção, pois não pode ser conside-

rado como regra geral.

Três moradores, entre os entrevistados, reclamaram da escada que dá aces-

so ao segundo andar; informaram que as pedras que compõe os degraus tem tido

folgas, e que deveria ter corrimão dos dois lados; devido à presença de crianças

e/ou idosos.

4.3 Políticas Públicas

As perguntas que se referem às políticas públicas estão nas questões 23, 24,

25, 27, 28, 29 e 30 do questionário (APÊNDICE I) que dizem respeito sobre a satis-

fação dos serviços públicos, que são essências para garantia de qualidade de vida e

inserção social dos moradores.

A análise descritiva dos dados, Quadro 04, nos mostra que há uniformidade

entre as respostas, com exceção da variável de comunicação. As variáveis apre-

sentaram valores iguais a quatro (4) para moda, que mostra forte tendência das res-

postas pela satisfação das políticas urbanas que foram implementadas. Para as

mesmas variáveis, a mediana variou entre três (3) e quatro (04), mostrando que me-

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45

tade ou mais dos entrevistados estão tendendo pela satisfação, com relação ao

abastecimento de água, esgotamento, iluminação pública, limpeza urbana e com a

UBS.

Quadro 04 – Políticas Públicas

Variáveis N Q1 Mediana Q3 Amplitude DIQ Moda N° da Moda

Serv. Comunicação 35 1 1 2 4 1 1 26

Abast. Água 35 3 4 4 4 1 4 22

Esgotamento 35 2 3 4 4 2 4 15

Transp. Público 35 2 3 4 4 2 4 12

Iluminação Pública 35 3 4 4 4 1 4 17

Limpeza Urbana 35 2 3 4 4 2 4 10

UBS 35 1 3 4 4 3 1; 4 11

Fonte: Própria

A variável de serviços de comunicação apresentou números divergentes das

demais, a moda e a mediana com valores iguais a um (01), e quartil superior (Q3=2).

Assim, interpretou que 75% dos entrevistados estão muito insatisfeitos e insatisfeitos

com os serviços oferecidos.

Para análise das políticas públicas, Gráfico 05, pode-se melhor visualizar a

variabilidade dos dados. As variáveis de comunicação, abastecimento de água e

iluminação pública mostraram concentração nos dados em torno da mediana e da

moda, com intervalo interquartil baixo (DIQ=1); as variáveis de esgotamento, limpeza

pública e transporte público apresentaram (DIQ=2), mas com tendência a satisfação.

A variável sobre o atendimento na unidade básica de saúde tem variabilidade

alta, quando comparado com as demais (DIQ=3); o que demonstra falta de uniformi-

dade entre os dados.

Sobre a variável de comunicação, moradores denunciaram a ineficiência nos

serviços de telefone móvel, além dos serviços de correios que ainda não atendem os

conjuntos. Segundo o Presidente da Associação, Luiz Ferreira e Moradores, as ruas

ainda não receberam CEP, o que dificulta o recebimento de correspondências.

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46

Gráfico 05 – Políticas Públicas

Fonte: Própria

De acordo com o Gerente da Caixa Econômica Federal, Rafael Almeida, mo-

radores têm tido transtornos para receberem seus boletos de pagamentos referentes

às prestações das casas.

4.4 Entorno

As variáveis que se encontram nas questões 18, 19, 20, 21 e 26 do questio-

nário (APÊNDICE I), que foram utilizadas para analise do entorno do empreendi-

mento, no que se refere à segurança pública, comércio, trabalho social e espaços de

cultura e lazer.

Foi observado que existe número expressivo de pequenos empreendimentos

comerciais e de serviços, geralmente na frente da casa, adaptados para tal fim, tipo:

padarias, bares, mercearias, salões de beleza e até mesmo oficinas de automóveis.

Através da estatística descritiva, Quadro 05, observou-se que as variáveis

comércio e espaços de lazer e cultura apresentam moda e mediana com valores

iguais a 2, demonstrando tendência de insatisfação dos moradores.

Parte dos moradores informaram que não estão satisfeitos com os preços dos

produtos ofertados pelos pequenos empreendimentos comerciantes locais; afirma-

ram que os grandes supermercados estão distantes do condomínio.

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47

Quadro 05 – Estatística Descritiva: Comércio,

Bairros Vizinhos, Assistência Social, Esp. Lazer e Cultura e Segurança Pública

Variáveis N Q1 Mediana Q3 Amplitude DIQ Moda N° da Moda

Comércio 35 1 2 2 3 1 2 16

Bairros Vizinhos 35 3 4 4 3 1 4 21

Assistência Social 35 2 3 4 4 2 4 10

Esp. Lazer e Cultura 35 1 2 4 4 3 2 12

Segurança Pública 35 2 3 4 4 2 4 11

Fonte: Própria

Com relação aos espaços destinados ao esporte, lazer e cultura, mostra que

mais da metade dos entrevistados estão muito insatisfeitos e insatisfeitos, como

mostra a mediana.

A Coordenadora do CRAS, em entrevista, reconhece que os moradores estão

carentes de entretenimento, e que o espaço para estas atividades está em constru-

ção, Figura 04. O espaço é o Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs) que

oferecerá para os moradores dos Conjuntos e do Bairro Viriato áreas de lazer com

quadra coberta, pista de skate, pista de caminhada, equipamentos de ginástica,

playground, auditório, telecentro e centro multiuso. De acordo com a Coordenadora

do CRAS, o conselho gestor do espaço já foi criado, apesar de pequena participação

dos moradores.

Figura 04 – Centro de Artes e Esportes Unificados

Fonte: Própria

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48

Visto no Quadro 05, os bairros vizinhos apresentou valores iguais para a mo-

da e mediana, índice quatro (4). O intervalo interquartil apresentou valor (DIQ=1), o

qual indica baixa dispersão dos dados e tendência à satisfação.

A variável segurança pública e assistência social obtiveram os mesmos valo-

res, obteve moda 4,mediana 3 e intervalo interquartil (DIQ=2), com Q3=4 e Q1=2,

demonstrando tendência para centro. Interpretou que há opiniões adversas, parte

dos moradores estão satisfeitos e parte estão insatisfeitos, o que requer pesquisa

específica acerca dos itens. A variabilidade dos dados podem ser mais bem interpre-

tada no Gráfico 06, Entorno.

De acordo com o Presidente da Associação, Luiz Ferreira, nos conjuntos a

paz permanece, existe casos de violência, mas coisas que podem ser contornadas;

além do mais, a Polícia Militar tem feito ronda nas redondezas e nos interiores dos

conjuntos.

Gráfico 06 - Entorno

Fonte: Própria

Sobre a Assistência Social, a Coordenadora Carolina Chalub informou que a

Unidade de atendimento de assistência social fica um pouco distante dos conjuntos,

o que dificulta o acompanhamento das famílias; Essa questão será resolvida em

breve, pois foi reservado espaço no CEUs pra abrigar uma Unidade do CRAS.

4.5 Localização

A localização pra construir tipo de empreendimento é algo questionável, es-

pecificamente nos grandes centros, onde espaços são cada vez mais escassos,

além da supervalorização; provocada pela especulação imobiliária.

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49

As variáveis para localização estão apresentadas nas questões 17, 34, 40 e

43 (APÊNDICE I), das quais foram feitas comparações entre a localização do em-

preendimento e as distâncias relacionadas ao trabalho, escola e creche.

A análise dos dados obtidos com a estatística descritiva pode ser vista no

Quadro 06; a variável de localização apresentou 50% dos dados na posição de neu-

tralidade; a moda e a mediana assumiram valores iguais a quatro (4) e três (3); para

o quartil inferior ( Q1=2 ) e para o quartil superior (Q3=4). Analisa-se que parte se

encontra insatisfeita e outra parte satisfeita; o que requer maior profundidade nas

investigações com pesquisa focalizada na questão investigada.

Quadro 06 – Estatística Descritiva: Localização,

Distância Trabalho, Creche e Escola

Variáveis N Q1 Mediana Q3 Amplitude DIQ Moda N° da Moda

Localização 35 2 3 4 4 2 4 16

Dist. Trabalho 35 1 2 3 3 2 3 13

Dist. Creche 35 2 3 3 3 1 3 23

Dist. Escola 35 1 2 3 3 2 3 16

Fonte: Própria

A distância relacionada ao trabalho e a escola apresentaram tendência à insa-

tisfação, com valores para a mediana igual a dois (2), e para a moda igual a três (3),

como mostra o Gráfico 07; além do mais, há concentração dos dados na parte infe-

rior, onde o índice representa insatisfação. Essas variáveis carecem de aprofunda-

mento na investigação, mesmo porque o número de pessoas desocupadas é altís-

simo e a se apresentou escolaridade baixa.

Com relação à Creche, há tendência à insatisfação, 50% dos dados estão

concentrados entre o índice de insatisfação e o índice de neutralidade. Pois bem,

essa variável também é de difícil análise, mesmo porque não são todos os morado-

res que tem a necessidade de creche, além do mais, pessoas que não tem filhos

e/ou não precisam de creche tendem a marcar o índice 3, posição de neutralidade.

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Gráfico 07 - Localização

Fonte: Própria

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51

5 CONCLUSÃO

O histórico da política nacional de habitação no Brasil não é animador, pouco

menos de um século deixou-se de ser um País onde mais de 80% de sua população

se encontrava na zona rural, atualmente é o contrário; mais 80% da população brasi-

leira estão em áreas urbanas.

Como mostrou neste trabalho, temos um déficit habitacional de mais de 7 mi-

lhões de moradias, dentre estes, mais de 90% é representado pela classe baixa

Nesse sentido, pode-se afirmar que o PMCMV cumpriu, consideravelmente,

com seus objetivos, contemplou uma média de 4 milhões de famílias, ofereceu sub-

sídios, garantia de financiamento e condições satisfatória de pagamento das presta-

ções. Além do mais, da quantidade total de recursos investidos na habitação, maior

parte foi destinada para população que tem renda inferior a 5 salários mínimos, Fai-

xas I e II do programa. Mesmo assim, ainda há, mais de 7 milhões de famílias brasi-

leiras sem casa própria.

Diante da nova política habitacional no Brasil, o PMCMV, foi o que despertou

o interesse em avaliar um dos empreendimentos na cidade de Teófilo Otoni; mesmo

sabendo que representa pouco diante do todo. Pois, dados do Ministério das Cida-

des nos informa, que, desde o início do programa até dezembro de 2016, foram

construídos um aporte de 3248672 de moradias; e nossa unidade de análise conta

com 580 moradias; pouco significante diante do todo, mas de base para investimen-

tos e desenvolvimentos de políticas a partir do município.

O empreendimento teve contrato assinado entre 2010 e 2014, período em

que Faixa-I exigia renda familiar inferior a 3 salários mínimos. De acordo com a aná-

lise dos dados obtidos, através da estatística descritiva, observou-se que o perfil dos

moradores se enquadra no público-alvo proposto pelo PMCMV. Mais de 90% dos

pesquisados apresentaram renda familiar inferior a três salários mínimos.

Através da análise, traçou o perfil dos moradores; antes de se mudarem pros

conjuntos, 42,9% residia em cômodos ou abrigados em casas de parentes ou ami-

gos, outros 42,9% viviam em residências alugadas, e tinha mais de 30% de sua ren-

da comprometida com aluguel; os demais, 14.2% residiam em casas onde represen-

tavam adensamento excessivo, mais de dois (2) moradores por dormitório. No que

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se refere à renda, a per capita apresentada foi de 225,77 reais por pessoa; já a es-

colaridade, também foi muito baixa, a grande maioria não concluiu o primeiro grau.

Dados ainda mais preocupantes são os que mensuramos com relação à em-

pregabilidade. Da população ativa, com idade entre 15 e 60 anos; destes, 57,63% da

população dos conjuntos se encontram desempregados, e dos 42,37% que se en-

contram ocupados, apenas 16,95% tem trabalho com carteira assinada.

A opinião dos moradores, obtidas através da análise dos dados, que apresen-

taram maiores notas, mediana e moda com valor igual a quatro (4), mas também

com pouca dispersão; apresentou-se nas variáveis: abastecimento de água, ilumi-

nação pública, bairros vizinhos, temperatura, arejamento, luminosidade e satisfação

com a casa onde vive.

Os piores índices obtidos para moda e mediana, na opinião dos moradores,

foram nas variáveis de: comunicação, taxas (energia, IPTU e outros), distância da

creche, distância do trabalho e distância da escola; entre estas, a de pior índice fo-

ram de comunicação e taxas, ambas apresentaram valor índice com valores iguais a

um (1), demonstrando muita insatisfação nos itens citados.

Foi feita a triangulação dos dados, através de entrevistas com moradores e

agentes da política de habitação, confirmou-se coerência com o resultado, onde foi

constatado que o sinal de telefona celular é de péssima qualidade, nas casas e nos

arredores dos conjuntos, assim como ausência de aquecedores solares nas casas.

Além do mais, vários moradores e representantes da associação, informaram

que até o momento ainda não existem códigos de endereços postais nas ruas dos

conjuntos; o que confirma a insatisfação dos moradores com relação aos serviços de

comunicação.

Para as variáveis com resultados no intervalo interquartil entre 2 e 4; isto é,

com quartil inferior igual a dois (2) e quartil superior igual a quatro (4). Mas também,

para variáveis que se apresentaram com valores da moda e da mediada variando

entre: insatisfação, neutralidade e satisfação; recomenda-se, aprofundar nas pesqui-

sas, preferencialmente com foco em cada variável. Isso pois, com moda e mediana

no índice 3, abre possibilidades interpretações diferentes e incertezas, o que requer

maior profundidade nas investigações. Dados apresentados nas variáveis de: locali-

zação do condomínio, área da casa, esgotamento, transporte público, limpeza urba-

na, assistência social e segurança pública.

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53

Os dados mais dispersos foram obtidos na variável UBS e na variável de es-

porte, cultura e lazer; ambas apresentaram forte tendência a insatisfação. De acordo

com a Coordenadora do CRAS, Caroline Chalub, a unidade para atividades de práti-

cas esportivas e culturais está em fase de conclusão.

No caso da habitabilidade e seus atributos, os dados convergiram para satis-

fação, o que significa dizer que a grande maioria está satisfeita com a habitação,

como mostrou a estatística descritiva. Comparado com outras duas variáveis, nas

quais foram elaborados perguntas sobre a satisfação do morador com relação à ca-

as onde vive e sobre o valor da prestação; todos os resultados apresentaram moda

de valor igual a quatro (4), corroborando a com satisfação do morador pela unidade

habitacional e com as condições de pagamento proposto pelo programa.

Sobre as questões que buscam informações acerca dos bairros vizinhos e

comércio; ambos apresentaram pouca dispersão dos dados; a diferença é que os

moradores estão satisfeitos com a vizinhança; mas quando se trata de comércio, os

resultados foram de insatisfação e muita insatisfação, índices 1 e 2 para moda.

A conclusão que pode obter, é que o PMCMV tem feito à diferença na vida de

muitos brasileiros; mesmo com a situação apresentada acima, que é de desemprego

em alta, baixa escolaridade e baixa renda per capita.

Para que os objetivos do PMCMV e a qualidade de vida dos moradores sejam

alcançados, a princípio, precisa-se de integração entre as várias políticas públicas

envolvidas e parcerias entre todos as esferas de poder, além da participação de en-

tidades populares e moradores. Para desenvolverem políticas públicas de alfabeti-

zação para jovens e adultos, qualificação para trabalho e geração de emprego e

renda.

Mesmo com tantos dados desanimadores, foi perguntado na questão 52 do

questionário (APÊNDICE I), se a vida do morador melhorou; mais de 60% responde-

ram que melhoraram, e menos de 15% responderam o contrário; corroborando com

a hipótese básica da pesquisa.

Validou-se essa pesquisa através do método da triangulação, fazendo análise

dos dados obtidos por meio de entrevistas com agentes da política habitacional lo-

cal, com os resultados obtidos através da estatística descritiva e das visitas feitas

nos conjuntos habitacionais.

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SANTOS, C. H. M. Políticas Federais de Habitação no Brasil: 1964/1998. IPEA,

Brasília, julho de 1999.

SANTOS, Viviane Vidal Pereira dos. Habitação popular - Aspectos sociais – Brasil:

Politica habitacional Programa Minha Casa Minha Vida (Brasil). 2017. 203f. Disponí-

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SILVEIRA, Suely de Fátima Ramos; FERNANDES, Cássia do Carmo Pires. AÇÕES

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POPULAR AO PROGRAMA “MINHA CASA, MINHA VIDA”. 2009. Disponível em- <

www.emapegs.ufv.br/docs/Artigo27.pdf >

VANNUCHI, L. et al. Inserção urbana no MCMV e a efetivação do direito à moradia

adequada: uma avaliação de sete empreendimentos no estado de São Paulo. 20f.

XI-ENAPUR. Belo Horizonte – MG, 2015.

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APÊNDICE I

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS

QUESTIONÁRIO DE AUTOAVALIAÇÃO AOS MORADORES

PARA AS CONDIÇÕES DE HABITABILIDADE, POLÍTICAS

URBANAS E SATISFAÇÃO NA RESIDÊNCIA E NO

ENTORNO DOS CONDOMÍNIOS, PARQUE DAS

HORTÊNCIAS E JARDIM DAS ACÁCIAS, NA CIDADE DE

TEÓFILO OTONI-MG.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP

Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas

Departamento de Engenharia de Produção

Data da devolução: 03/07/18

Unidade Amostral: ___________

Responsável pela Pesquisa: Magno Newton Luiz Franco

Telefone para Contato: 33-999511180

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Descrição: Este QUESTIONÁRIO é parte do Projeto de Pesquisa da Disciplina

ATV-030, Trabalho de Conclusão de Curso –TCC, Elaborado pelo Estudante

do Curso de Engenharia de Produção, Coordenado pelo Professor, Dr Thiago

Augusto de Oliveira Silva, ambos com vínculo no Instituto de Ciências Exatas e

Aplicadas - ICEA, Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP; o qual tem

como tema: “Avaliar a Implantação do PMVMC e das Políticas Urbanas e de

Satisfação na Residência e no entorno dos Conjuntos Habitacionais Parque

das Hortências e Jardim das Acácias, localizado no Bairro Viriato na Cidade de

Teófilo Otoni-MG.

SATISFAÇÃO DO DOMICÍLIO E DO CONJUNTO HABITACIONAL,

AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS URBANAS E PERFIL DOS MORADORES –O

déficit habitacional no Brasil apresenta número elevado, o que justifica a luta

por Moradia, especificamente pra população de baixa-renda, o que justifica

maior investimento em pesquisas. A participação dos Moradores é

importante para a definição de políticas públicas nos Conjuntos Habitacionais

Parque das Hortências e Jardim das Acácias partir da análise dos dados sobre

a satisfaçãoe dos perfis dos Beneficiários.

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1-Nome

2 - Sexo

1- Masculino

2- Feminino

3- Sem Declaração

3- Qual sua idade? [ ]

4- A sua cor ou raça é:

1- Branca

2- Preta

3- Amarela

4- Parda

5- Indígena

5- Qual é o seu grau de escolaridade?

1- Sem Instrução

2- Fundamental Incompleto

3- Fundamental Completo

4- Primeiro Grau Incompleto

5- Primeiro Grau Completo

6- Segundo Grau Incompleto

7- Segundo Grau Completo

8- Superior Incompleto

9- Superior Completo

10- Mestrado ou Doutorado

6-Você estuda ou faz algum curso profissionalizante

[ ] Não

[ ] Sim

[ ] Não Sei Obs: Se “Sim” responda o item 7

7-Qual Série ou Curso?

8-Qual é a sua Profissão?

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9- Antes de se mudar para o Conjunto Habitacional Parque das Hortências

ou Jardim das Acácias, como era a sua habitação

1 - Habitação Precária, também conhecida como domicílio rústico ou

improvisado, na grande maioria das vezes são composto por paredes externas

cujo material podem ser tipo: taipa revestida, ou madeira aproveitada, ou

palha, ou de outro material.

2 - Coabitação Familiar, famílias que antes moravam em quartos ou que

recebia abrigo em casas de parentes ou amigos.

3 - Ônus Excessivo com Aluguel; família que tinha mais de que 30% de sua

renda comprometida com aluguel urbano.

4 - Adensamento de Domicílio Alugado, pode ser entendido como: unidade

habitacional que tem cada dormitório ocupado por 3 ou mais moradores.

Os Itens 10 ao 17 são referentes a sua residência em um dos conjuntos

habitacionais, Parque das Hortências ou Jardim das Acácias, com

perguntas e respostas; em cada pergunta temos 5 opções de respostas,

que vão de 1 a 5, sendo 1-Muito Insatisfeito, 2- Insatisfeito, 3-Nem

Insatisfeito, Nem Satisfeito, 4-Satisfeito e 5-Muito Satisfeito.

10- Com relação a temperatura no interior da casa?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

11 - Com relação ao arejamento da casa?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

12- Com relação a luminosidade da casa?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

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13- Com relação a distribuição dos cômodos da casa?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

14- Qual é o seu grau de satisfação com relação ao tamanho da casa?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

15- Como está o estado de conservação de sua casa?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

16- Qual é o seu grau de satisfação relativamente às seguintes condições

da casa onde vive?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

Os Itens 17 ao 22 são referentes ao Conjunto Habitacional Parque das

Hortências e/ou Jardim das Acácias, com perguntas e respostas; em cada

pergunta temos 5 opções de respostas de 1 a 5, sendo: 1-Muito

Insatisfeito, 2- Insatisfeito, 3-Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito, 4-Satisfeito

e 5-Muito Satisfeito.

17- Com relação a localização dos condomínios residenciais, Parque das

Hortências e/ou Jardim das Acácias?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

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18- Com relação ao comércio: Padaria, sacolão, supermercado, farmácia,

etc?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

19- Acerca dos bairros que fazem vizinhança com o condomínio que Você

mora?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

20- Sobre a unidade de Assistência Social que atende os moradores?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

21- Com relação aos espaços destinados para atividades culturais,

esportivas e de recreação; para crianças, jovens e adultos?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

22- Qual é o seu grau de satisfação relativamente às seguintes condições

do Conjunto Habitacional onde vive?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

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Os Itens 23 a 30 são referentes as Políticas Públicas Urbanas que

complementam a Política Nacional de Habitação, com perguntas e

respostas; em cada pergunta temos 5 opções de respostas, sendo:

1-Muito Insatisfeito, 2- Insatisfeito, 3-Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito,

4-Satisfeito e 5-Muito Satisfeito.

23- Com relação aos produtos e serviços de comunicação: correios,

internet, telefonia móvel e fixa?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

24- Com relação ao abastecimento de água?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

25- Sobre o funcionamento da rede de distribuição de esgoto?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

26- Com relação a segurança pública, especificamente no conjunto

habitacional, você está?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

27- Acerca do Transporte público, as linhas de ônibus que atendem ao

conjunto habitacional, qual é o seu grau de satisfação?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3 - Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

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28- Sobre a iluminação nos espaços em comuns, tais como ruas, praças...

Qual é o seu grau de satisfação?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

29- Se tratando da limpeza das ruas, praças e outros espaços comuns,

qual é o seu grau de satisfação?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

30-No que se refere ao funcionamento da Unidade Básica de Saúde

(Posto de Saúde) mais próxima de sua residência, Você está?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

Os Itens 31 a 54 são referentes ao Perfil do Entrevistado e dos Moradores

da Unidade Habitacional, com perguntas abertas e fechadas

31-Até o dia 31/05/18 exerceu alguma atividade remunerada?

[ ] Não

[ ] Sim

[ ] Não Sei

32- Até o dia 31/05/18, onde trabalhava ou trabalha, você tinha ou tem

carteira de trabalho assinada?

[ ] Sim

[ ] Não

[ ] Não Sei

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33- Somando todos os seus rendimentos obtidos no mês de maio deste

ano, com ou sem carteira assinada, qual faixa de renda mais se aproxima

do total obtido?

1- Até R$500,00 por mês

2- De R$500,00 a R$1000 por mês

3- De R$1001,00 a R$1500,00 por mês

4- De R$1501,00 a R$2000,00 por mês

5- De R$2001,00 a R$2500,00 por mês

6- De R$2501,00 a $R3000,00 por mês

7- De R$3001,00 a $R3500,00 por mês

8- Acima de R$3500,00 por mês

34- No que se refere a distância entre o Conjunto habitacional e seu local

de trabalho, Você avalia que é?

1-Muito longe

2-Longe

3-Nem Perto, Nem Longe

4-Perto

5-Muito Perto

35-Quantas Pessoas, incluindo você, residem nesta casa: [ ]

36-Quantas são do sexo feminino: [ ]

37-Quantas são do sexo masculino: [ ]

38-Quantas tem idade inferior a 4 anos?[ ]

Obs: Se existir criança(s), preencha os itens 39 e 40.

39- Estão matriculados em alguma Creche?

[ ] Sim

[ ] Não

[ ] Não Sei

40-No que se refere a distância entre o Conjunto habitacional e a Creche,

qual é a sua avaliação?

1-Muito longe

2-Longe

3-Nem Perto Nem Longe

4-Perto

5-Muito Perto

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41-Quantas pessoas que residem no domicílio tem idade acima de

4 anos e abaixo de 17 anos? [ ]

Obs: Se existir Jovens e/ou adolescente(s) , preencha os itens 42 e 43

42- Destes, quantos estão frequentando escolas de ensino fundamental

ou ensino médio? [ ]

43- No que se refere a distância entre o conjunto habitacional e a escola

que o(s) morador(es) frequenta(m), Você acha que é?

1-Muito Longe

2-Longe

3-Nem Perto Nem Longe

4-Perto

5-Muito Perto

44- Quantas Pessoas que residem com você tem idade entre 15 e 60

anos? [ ]

45- Destes, quantos estão exercendo alguma atividade remunerada? [ ]

46- Para os que estão exercendo atividade(s) remunerada(s); quantos tem

carteira assinada? [ ]

47- Somando o rendimento mensal de cada um dosmoradores de sua

casa, incluindo o seu, que estão trabalhando ou estavam até dia 31/05/18,

com ou sem carteira assinada; qual a faixa de renda mais se aproxima do

total?

1- Até R$500,00 por mês

2- De R$500,00 aR$1000 por mês

3- De R$1001,00 a R$1500,00 por mês

4- De R$1501,00 a R$2000,00 por mês

5- De R$2001,00 a R$2500,00 por mês

6- De R$2501,00 a $R3000,00 por mês

7- De R$3001,00 a $R3500,00 por mês

8- Acima de R$3500,00 por mês

48- Na sua casa alguém recebe auxílio de complementação de renda,

bolsa família?

[ ] Sim

[ ] Não

[ ] Não Sei

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49- Há algum morador que é portador de algum tipo de doença crônica ou

deficiência?

[ ] Nenhum

[ ] Sim Obs: Se respondeu “sim” na questão 50, segue para o item 51.

50- Tem auxílio doença?

[ ] Sim

[ ] Não

51-Quantas pessoas que residem com você tem idade superior a 60

anos? [ ]

52- Depois que se mudou para o conjunto habitacional Parque das

Hortências ou Jardim das Acácias, qual é a avaliação sobre a sua vida e

de sua família?

1- Piorou Muito

2- Piorou

3- Continua a Mesma Coisa

4- Melhorou

5- Melhorou Muito

53- Com relação ao valor da prestação de sua casa, você está?

1- Muito Insatisfeito

2- Insatisfeito

3- Nem Insatisfeito, Nem Satisfeito

4- Satisfeito

5- Muito Satisfeito

54- Comparando os valores das taxas de energia, IPTU, água e esgoto que

você paga atualmente com as taxas que pagava antes de adquirir sua

própria casa?

1- Aumentou Muito

2- Aumentou Pouco

3- Continua a Mesma Coisa

4- Diminuiu Pouco

5- Diminuiu Muito

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APÊNDICE II

Questionário aplicado nas Entrevistas Orais

Público-alvo: Direcionada para os Agentes da Política Habitacional no

Município de Teófilo Otoni.

Entidades Entrevistadas: Caixa Econômica Federal, Centro de Referência

de Assistência Social, Secretaria Municipal de Habitação/ Assistência

Social e Associação do Conjunto Habitacional Parque das Hortências e

Adjacências.

1. Quais os números dos déficits habitacionais existentes, reforma e de novas

construções?

2. Quais as principais dificuldades para oferecer habitação para a população de

baixa renda através do Programa Minha Casa Minha Vida na cidade de Teófilo

Otoni?

3. A cidade dispõe de Conselho Municipal de Habitação e de Fundo Municipal

de Habitação?

4. Existe produção de habitação de interesse social no município?

5. Existe programa de regularização fundiária no município?

6. Existe programa de melhoria habitacional no município?

7. Existem projetos de urbanização do entorno de recursos hídricos que

interferem em projetos habitacionais?

8. Quais são as ações da prefeitura no sentido de conter a especulação

imobiliária no município?

9. Como tem sido a participação da população nas políticas habitacionais

realizadas pela prefeitura no âmbito da política habitacional no município?

10. O município mantém parceria com outros municípios e entidades de forma

a assumir responsabilidades de projetos e/ou ações na área habitacional?

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APÊNDICE III

CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PESQUISA

Prezado(a):

Esta pesquisa que está sendo desenvolvida para Trabalho de Conclusão de

Curso, que é a “Análise sobre implantação do PMCMV e Avaliação da Satisfação

dos Moradores sobre as Políticas Públicas Implantadas nos Condomínios

Residenciais, Parque das Acácias e Parque das Hortências, em Teófilo Otoni-

MG”, será desenvolvida por meio da aplicação de um questionário, o qual ficará sob

poder do morador no fim de semana, tempo necessário para sua colaboração pra

pesquisa, que é responder as perguntas existentes para análise posterior; os

responsáveis pelo trabalho são: Magno Newton Luiz Franco, Estudante de Engenharia

de Produção e seu coordenador, Dr Thiago Augusto de Oliveira Silva, Professor do

Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas – ICEA, ambos com vínculo na Universidade

Federal de Ouro Preto- UFOP.

Estas informações estão sendo fornecidas para subsidiar sua participação

voluntária neste estudo, que visa contribuir com levantamento de dados para

menssurar a satisfação dos Moradores beneficiados com o PMCMV, com relação a

casa onde mora, o conjunto habitacional que está inserida e as políticas públicas

implantadas.

Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso ao pesquisador para

esclarecimento de eventuais dúvidas. Contato: Magno Newton Luiz Franco,

telefone: 33-999511180, endereço eletrônico: [email protected].

As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros sujeitos da

pesquisa, não sendo divulgada a identificação de nenhum participante. Fica

assegurado, também, o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados

parciais da pesquisa, assim que esses resultados chegarem ao conhecimento do

pesquisador.

Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do

estudo. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação.

Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.

Comprometo-me, como pesquisador principal, a utilizar os dados e o material

coletados somente para esta pesquisa.

Desde já, agradeço sua compreensão e colaboração!

Magno Newton Luiz Franco