universidade federal de minas gerais -...

211
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA, CONSERVAÇÃO E MANEJO DA VIDA SILVESTRE. PATRICIA KÖSTER E SILVA Identificação e Mapeamento dos Sítios Prioritários para Conservação das Espécies de Vertebrados Ameaçados de Extinção no Âmbito da Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE). Orientador: Gustavo Alberto Bouchardet da Fonseca Co-Orientador: Daniel Brito Belo Horizonte Estado de Minas Gerais Brasil Agosto de 2008.

Upload: dominh

Post on 24-Nov-2018

222 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA, CONSERVAÇÃO E

MANEJO DA VIDA SILVESTRE.

PATRICIA KÖSTER E SILVA

Identificação e Mapeamento dos Sítios Prioritários para Conservação

das Espécies de Vertebrados Ameaçados de Extinção no Âmbito da

Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE).

Orientador: Gustavo Alberto Bouchardet da Fonseca

Co-Orientador: Daniel Brito

Belo Horizonte

Estado de Minas Gerais – Brasil

Agosto de 2008.

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

ii

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

BELO HORIZONTE, MG – BRASIL.

DISSERTAÇÃO

submetida por Patrícia Köster e Silva

para obtenção do Grau de

MESTRE EM ECOLOGIA, CONSERVAÇÃO E MANEJO DA VIDA SILVESTRE,

Aprovada em: 04/08/2008

ORIENTADOR:

P.h.D. Gustavo Alberto Bouchardet Fonseca, Global Environment Facility.

BANCA EXAMINADORA:

Dr. Adriano Pereira Paglia, Conservação Internacional do Brasil.

Dr. Flávio Henrique Guimarães Rodrigues, Universidade Federal de Minas Gerais.

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

4

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

5

Para Alexander, Aldemar, Auneir e para minha querida mãe, Pelo amor a vocês....

Por minha querida Mata Atlântica! A floresta que inspirou minha vida,

Meus sonhos de criança e, Que está sempre viva em meu coração!

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

6

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

7

Agradecimentos

“Herói não é aquele que vence, mas sim aquele que humilhado ao pó da derrota

encontra ânimo para prosseguir a luta”.

E quantas lutas eu travei até chegar a este glorioso momento em que posso defender

um projeto na profissão que escolhi para minha vida, pois não me imagino fazendo algo

que não seja trabalhar em biologia da conservação. Já trabalhei em muitas áreas para

garantir meu sustento e o sustento de minha família, mas nunca deixei de travar minha luta

diária para alcançar meus objetivos. Hoje posso dizer que sou herói, pois superei meus

próprios limites, a falta de recursos e muitas vezes a falta de esperança, pois não conseguia

mais enxergar uma luz no caminho que tinha escolhido. Porém, tive muita força para não

desistir de meus sonhos diante das dificuldades e tive também muitas pessoas que me

estenderam a mão, que acreditaram em mim, que me ajudaram com apoio moral, material e

intelectual, pessoas que me abriram as portas.

Por isto, quero agradecer imensamente ao meu marido Aldemar por todos estes anos

de apoio, por ter acreditado em meu potencial e ter compartilhado de meus sonhos. Por ter

disposto muitas vezes de seus próprios objetivos para me acompanhar em minha busca

incansável.

Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza e suas criaturas, por

ter me ensinado a ver o lado colorido da vida e apreciar as coisas mais simples, que são o

que fazem toda a diferença. Por ter me ensinado o respeito a todas as formas de vida e,

sobretudo o respeito à própria vida.

Quero agradecer a meu orientador Gustavo, por ter me aceitado como sua aluna, me

inspirando enormemente com seu profissionalismo e sua brilhante carreira. Por seus

conselhos precisos e principalmente pela bolsa de Mestrado, sem a qual este sonho não

poderia ter se realizado.

Agradeço ao meu co-orientador Daniel por todas as horas passadas ao Skype me

ajudando e me transmitindo informações preciosas. Obrigada por sua paciência e seu

empenho. Você me ajudou imensamente!

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

8

Agradeço à minha querida tia Auneir por todo o apoio material e moral oferecido

de forma tão generosa e espontânea nos momentos tão difíceis que passamos para que este

sonho pudesse ser realizado. Obrigada por nunca questionar meus motivos e acreditar em

mim incondicionalmente. Sem a sua ajuda este trabalho jamais poderia ter sido concluído.

Agradecer-te novamente nunca será demais! Obrigada por tudo!

Agradeço ao caro amigo senhor Leão, por todas as vezes que nos ofereceu sua grata

ajuda, e que sempre veio em tão boa hora, fazendo grande diferença em nossas vidas.

Agradeço à Gláucia da Fundação Biodiversitas por ter me confiado a execução

deste fantástico projeto, que me trouxe muita satisfação pessoal e profissional e me abriu

os horizontes e assim espero, as portas para a Biologia da Conservação.

Agradeço à Fundação Biodiversitas e aos meus caros colegas de trabalho pelos

recursos, equipamentos, informações concedidas e principalmente pelo carinho com que

me receberam e me ajudaram.

Agradeço à Conservação Internacional pela disponibilização do recurso financeiro.

Em um país onde o pesquisador passa por dificuldades financeiras e sofre com a falta de

recursos, organizações como a CI promovem o investimento em recursos humanos

capacitados em trabalhar pela conservação da biodiversidade brasileira. Parabéns pela

iniciativa!

Agradeço ao meu pequeno Alexander, meu segundo projeto durante o Mestrado,

por ter me mostrado um mundo mais brando e toda a beleza e a delicadeza do nascer de

uma nova vida. Por ter enchido minha vida de alegria e nos momentos difíceis ter me feito

sorrir com sua inocência de criança. Por ter me ajudado a redescobrir o mundo através de

sua ótica de criança, ainda tão deslumbrada com a vida. Disseram-me muitas vezes quando

engravidei que minha criança não poderia ter vindo em momento mais oportuno, e estas

pessoas tinham razão. Você encheu minha vida de alegria e esperança e me deu mais um

ótimo motivo para acreditar em um mundo melhor para todos nós. Agora que você está

descobrindo o mundo, quero poder contribuir para que você conheça um mundo no qual

valha a pena acreditar.

Agradeço à Amanda por sua dedicação e por todas as horas passadas comigo

montando as bases e os mapas que estruturam este trabalho.

Agradeço ainda a todos aqueles que de forma direta ou indireta contribuíram para a

execução e o bom andamento deste projeto, que espero, será uma luz no caminho de

muitas espécies tão seriamente ameaçadas de extinção.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

9

Por toda minha vida desejei trabalhar no sentido de poder evitar a extinção de uma

espécie, hoje tenho a oportunidade de evitar a extinção de 36 espécies! E isto é

maravilhoso!

Espero que a compilação destas informações possa ajudar a muitos colegas na

preservação de nossa fauna tão espetacular e tão necessitada de cuidados. Espero ter

contribuído com um trabalho relevante para aquilo em que sempre acreditei e que sempre

foi o grande sonho de minha vida, a conservação da biodiversidade.

Desenvolvi este projeto com o coração aberto e cheio de esperanças. Esperança de

que meu pequeno filho tenha o privilégio, como eu tive, de ver espécies hoje tão

ameaçadas, vivas em seus habitats naturais e tendo uma chance de sobreviver ao tempo.

Esperança de que as futuras gerações tenham mais respeito pela Natureza e que possamos

conviver todos em um mundo mais digno, mais bonito e mais justo. Esperança de ver

nossas florestas tão majestosas vivas e nos enchendo de deslumbramento. Esperança de

que possamos ter uma trégua nesta luta tão desigual em obter riquezas a qualquer custo,

não importando o que seja necessário destruir para isto.

Pode parecer um tanto utópico, mas quero dedicar minha vida à Biologia da

Conservação, e talvez ao final de minha carreira, eu possa olhar para trás e ver que tive o

privilégio de ter conseguido plantar algumas sementes.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

10

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

11

“Um dia, a Terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e

os peixes aparecerão mortos na correnteza dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão o seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência pela sagrada terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris”. (Profecia feita há mais de 200 anos por "Olhos de Fogo", uma velha índia Cree).

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glória, mesmo

expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito e nem sofrem muito, porque vivem na penumbra cinzenta, que não conhece vitória nem derrota”.

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

12

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

13

RESUMO

Existem hoje no Brasil 197 espécies de vertebrados ameaçados de extinção nas categorias

Criticamente em Perigo e Em Perigo. No intuito de melhorar o status de conservação das

espécies ameaçadas de extinção no Brasil, a Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE)

foi oficializada no país através da criação do Fórum Brasileiro para Extinção Zero pela

Portaria no. 182 de 22 de maio de 2006 do Ministério do Meio Ambiente. A BAZE é uma

iniciativa brasileira que reúne cerca de 40 instituições governamentais e não

governamentais visando promover o delineamento e implantação de estratégias de

conservação para as espécies altamente ameaçadas de extinção. A BAZE visa replicar em

nível nacional os mesmos objetivos da Aliança para Extinção Zero (AZE), através da

identificação dos últimos refúgios onde populações de espécies ameaçadas ainda

persistem, propondo medidas para proteção destes sítios. Este estudo foi o ponto de partida

para a implementação da BAZE, tendo por objetivo a identificação e o mapeamento dos

sítios prioritários para conservação das espécies ameaçadas de extinção no Brasil. A

proposta de identificação e mapeamento dos sítios buscou integrar metodologias

amplamente aceitas, através da utilização dos critérios de Perigo, Singularidade e Discrição

propostos pela AZE para identificação dos sítios mundiais, associada à metodologia de

delimitação de sítios das Key Biodiversity Areas (KBA’s). O mapeamento foi realizado

utilizando-se como base os Mapas da Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros do MMA

(2006) para identificação de remanescentes e uso e ocupação do solo, as bases

cartográficas do IBGE (2003) para os limites municipais, infra-estrutura e topografia, a

hidrografia da ANA (2008), os limites das Unidades de Conservação federais e estaduais

do MMA (2007) que foram comparadas com imagens por satélite Landsat 7 ETM+ do

MMA (2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008) para avaliação das condições da

vegetação e ocupação do solo. Foram identificadas 36 espécies-gatilho distribuídas em 32

Sítios Prioritários da BAZE. Além destas, 34 espécies foram incluídas na Lista de Espécies

Candidatas da BAZE. Das 50 espécies-gatilho identificadas pela AZE no Brasil, 15

correspondem a espécies-gatilho da BAZE. A Mata Atlântica e o Cerrado, os dois Hotspots

brasileiros, concentram a maior quantidade de Sítios Prioritários da BAZE, tendo sido

identificados 16 sítios na Mata Atlântica e oito no Cerrado, seguidos pela Caatinga com

quatro sítios, Amazônia com dois sítios e Pampas também com dois sítios. Dezenove Sítios

Prioritários da BAZE não possuem qualquer status de conservação, oito são parcialmente

protegidos e apenas cinco estão protegidos por Unidades de Conservação de Proteção

Integral. Palavras-chave: espécies ameaçadas, extinção, conservação, mapeamento, espécies-

gatilho, sítios prioritários.

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

14

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

15

ABSTRACT

Brazil has 197 vertebrate species listed as Critically Endangered or Endangered in its

national red list. In order to help prevent extinctions and improve the status of threatened

species within the country, the Brazilian Alliance for Zero Extinction (BAZE) was created

with the support of the Environment Ministry. The BAZE is a combined effort of around

40 institutions, both governmental and non-governmental ones targeting the creation and

implementation of conservation strategies for threatened species. The BAZE applies at the

national level, the same philosophy of the global Alliance for Zero Extinction (AZE),

identifying the refuges where last population of threatened species still persist and

proposing conservation measures as actions for these areas. The AZE was the starting point

for the BAZE, that has as its main objective the identification and delineation of national

level sites for species listed as threatened in Brazil. The methodology to identify and

delineate these sites uses criteria for threat, irreplaceability and discreteness, following the

guidelines for AZE and Key Biodiversity Areas. Mapping was realized using maps from

the Brazilian Ministry of the Environment (vegetation cover of the brazilian biomes, land

use and fragmentation and protected areas), the Brazilian Institute of Geography and

Statistics (political boundaries, infra-structure, topography and hydrography). These maps

were compared with satellite images (Landsat 7 and Quckbird) to evaluate land use and

vegetation cover. As a result we identified 36 trigger species distributed in 32 BAZE sites.

We also listed 34 species as candidate species. Fiveteen of the BAZE species are also AZE

species. The Atlantic Forest (16 sites) and the Cerrado (8 sites ) biodiversity hotspots are

the biomes that hold the majority of the BAZE sites. The Caatinga has four sites, the

Amazon Forest and the Pampas have two sites each. Nineteeen BAZE sites are not

protected, eight are partially protected and only five are located within protected areas.

Keywords: threatened species, extinction, conservation, mapping, priorities

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

16

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

17

LISTA DE SIGLAS

ANA – Agência Nacional de Águas

APA – Área de Proteção Ambiental

AZE – Alliance for Zero Extinction (Aliança para Extinção Zero)

ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico

BAZE – Brazillian Alliance for Zero Extinction (Aliança Brasileira para Extinção Zero)

dCIMD – Base Cartográfica do Brasil ao Milionésimo Digital

CEMAVE – Centro de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres

CDB – Convenção Sobre Diversidade Biológica

CDCB – Centro de Dados para Conservação da Biodiversidade (Fundação Biodiversitas)

CI – Conservação Internacional

CONABIO – Comissão Nacional de Biodiversidade

COP – Conference of TJE Parties (Conferência das Partes)

COSEMA – Conselho Superior Temático de Meio Ambiente

CR – Critically Endangered (Criticamente em Perigo)

CRBO – Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos

DD – Data Deficient (Deficiente em Dados)

EE – Estação Ecológica

EN – Endangered (Em Perigo)

et al. – e colaboradores

ETM – Enhanced Thematic Mapper

EW – Extinct in the Wild (Extinta na Natureza)

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

18

FAO – United Nations Food and Agriculture Organization (Organização das Nações

Unidas para Agricultura e Alimentação)

FLONA – Floresta Nacional

GBO – Global Biodiversity Outlook

GPS – Global Positioning System

ha – hectare

IBA – Important Bird Area

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IF – Intituto Florestal de São Paulo

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IUCN – International Union for Conservation of Nature (União Mundial para Natureza)

KBA – Key Biodiversity Área (Área Chave para Biodiversidade)

km – quilômetro

m – metro

MDG – Millenium Development Goals

MMA – Ministério do Meio Ambiente

NRIDALN – Núcleo de Recepção e Informação de Dados Ambientais do Litoral Norte

NT – Near Threatened (Quase Ameaçada)

ONG – Organização Não Governamental

PARNA – Parque Nacional

PARNAM – Parque Nacional Marinho

PARNASO – Parque Nacional da Serra dos Órgãos

PE – Parque Estadual

RMA – Rede de ONG’s da Mata Atlântica

RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural

SBH – Sociedade Brasileira de Herpetologia

SIG – Sistema de Informação Geográfica

SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação

VU – Vulnerable (Vulnerável)

WSSD – World Summit for Suitanable Development

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

19

SUMÁRIO

Agradecimentos .................................................................................................................. vii

RESUMO ............................................................................................................................ xiii

ABSTRACT ........................................................................................................................ xv

LISTA DE SIGLAS .......................................................................................................... xvii

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 22

1.1. A Aliança Brasileira para Extinção Zero e sua Fundamentação Teórica .....................24

1.2. Brasil, um País Megadiverso! .......................................................................................27

1.3. A Crise de Perda da Biodiversidade .............................................................................30

1.4. As Principais Causas de Declínio da Biodiversidade ...................................................31

1.5. Prioridades em Conservação .........................................................................................34

1.6. O Problema das Pequenas Populações ..........................................................................35

1.7. Justificativa ...................................................................................................................37

1.8. Objetivos .......................................................................................................................37

2. METODOLOGIA ....................................................................................................... 37

2.1. Espécies-foco: ...............................................................................................................37

2.2. Obtenção Dados de Distribuição das Espécies-foco e Critérios para Avaliação. .........38

2.3. Definindo Localidade ....................................................................................................39

2.4. Seleção das Trigger Species ..........................................................................................39

2.5. Obtenção das Coordenadas Geográficas .......................................................................40

2.6. Montagem da Base Cartográfica ...................................................................................41

2.7. Filtragem das Espécies-foco: ........................................................................................41

2.8. Seleção e Plotagem das Coordenadas Geográficas .......................................................45

2.9. Análise das Coordenadas Geográficas segundo os critérios de Singularidade e

Discrição .......................................................................................................................46

2.10. Critérios de Delimitação dos Sítios Prioritários da BAZE ...........................................47

2.10.1. Delimitação dos Sítios Prioritários sobre os Limites de Unidades de Manejo ........48

2.10.2. Delimitação dos Sítios Prioritários na Ausência de Unidades de Manejo

Estabelecidas ...................................................................................................................48

2.10.3. Divergência de Cobertura entre a Unidade de Manejo e o Habitat da Trigger

Species .......................................................................................................................49

2.10.4. Múltiplas Unidades de Manejo..................................................................................50

2.10.5. Mapeamento por Trecho de Ottobacia ......................................................................50

2.11. Delimitação e Mapeamento dos Polígonos ...................................................................50

2.11.1. Elaboração dos Polígonos dos Sítios Prioritários da BAZE ....................................51

2.11.2. Mapas de Localização dos Sítios Prioritários da BAZE por Bioma Brasileiro ........51

2.11.3. Padronização dos Mapas dos Sítios Prioritários da BAZE ......................................51

2.12. Análise do Status de Proteção dos Sítios Prioritários da BAZE ...................................53

2.13. Outras Espécies Ameaçadas Presentes nos Sítios Prioritários da BAZE ......................54

2.14. Lista de Espécies Candidatas da BAZE ........................................................................54

3. RESULTADOS ........................................................................................................... 54

3.1. Descrição dos Sítios Prioritários da BAZE Identificados e Mapeados .........................63

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

20

3.1.1. Sítio Prioritário da BAZE: Área de Relevante Interesse Ecológico da Ilha de

Queimada Grande e Queimada Pequena (APÊNDICE 1) ..............................................65

3.1.2. Sítio Prioritário da BAZE: Baía de Ilha Grande (APÊNDICE 2). ...........................66

3.1.3. Sítio Prioritário da BAZE: Bandeira (APÊNDICE 3)...............................................68

3.1.4. Sítio Prioritário da BAZE: Botucatu (APÊNDICE 4). ..............................................70

3.1.5. Sítio Prioritário da BAZE: Brejinho de Nazaré (APÊNDICE 5). .............................71

3.1.6. Sítio Prioritário da BAZE: Cabo Frio (APÊNDICE 6). ............................................73

3.1.7. Sítio Prioritário da BAZE: Canudos-Raso da Catarina (APÊNDICE 7). ................74

3.1.8. Sítio Prioritário da BAZE: Chapada do Araripe (APÊNDICE 8). ...........................77

3.1.9. Sítio Prioritário da BAZE: Delta do Jacuí (APÊNDICE 9). .....................................79

3.1.10. Sítio Prioritário da BAZE: Dom Pedro de Alcântara (APÊNDICE 10). ..................80

3.1.11. Sítio Prioritário da BAZE: Floresta Nacional Mário Xavier (APÊNDICE 11)........82

3.1.12. Sítio Prioritário da BAZE: Governador Jorge Teixeira (APÊNDICE 12). ..............84

3.1.13. Sítio Prioritário da BAZE: Ilha de Alcatrazes (APÊNDICE 13). .............................85

3.1.14. Sítio Prioritário da BAZE: Jardim Zoológico de Brasília (APÊNDICE 14). ...........87

3.1.15. Sítio Prioritário da BAZE: Nova Iguaçu (APÊNDICE 15). ......................................88

3.1.16. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual de Ilhabela (APÊNDICE 16). ............89

3.1.17. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual do Espinilho (APÊNDICE 17). ..........91

3.1.18. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual Morro do Diabo (APÊNDICE 18). ....93

3.1.19. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional das Emas (APÊNDICE 19)................94

3.1.20. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional do Itatiaia (APÊNDICE 20). .............96

3.1.21. Sítio Prioritário da BAZE: Poços de Caldas (APÊNDICE 21).................................99

3.1.22. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Araguaia (APÊNDICE 22). ...................................100

3.1.23. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Catu (APÊNDICE 23). ..........................................101

3.1.24. Sítio Prioritário da BAZE: Rio dos Patos (APÊNDICE 24). ..................................102

3.1.25. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Mucuri (APÊNDICE 25). ......................................104

3.1.26. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Santo Antônio (APÊNDICE 26). ...........................105

3.1.27. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Tabocas (APÊNDICE 27). ....................................107

3.1.28. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Urucuia (APÊNDICE 28)......................................108

3.1.29. Sítio Prioritário da BAZE: Santo André (APÊNDICE 29)......................................109

3.1.30. Sítio Prioritário da BAZE: Serra das Araras (APÊNDICE 30). .............................111

3.1.31. Sítio Prioritário da BAZE: Serra do Maranguape (APÊNDICE 31). .....................112

3.1.32. Sítio Prioritário da BAZE: Serra dos Órgãos (APÊNDICE 32). ............................114

3.2. Listas de Espécies Candidatas da BAZE ....................................................................117

3.2.1. Anfíbios ....................................................................................................................119

3.2.2. Aves .....................................................................................................................120

3.2.3. Mamíferos ................................................................................................................126

3.2.4. Peixes .....................................................................................................................127

4. DISCUSSÃO ............................................................................................................. 134

4.1. Fatores de diferenças nos resultados encontrados pela BAZE e pela AZE no Brasil .134

4.2. Considerações acerca das Trigger Species..................................................................137

4.3. Considerações acerca da Lista de Espécies Candidatas da BAZE ..............................138

4.4. Espécies Extintas na Natureza ....................................................................................141

4.5. Delimitação e Mapeamento dos Sítios Prioritários da BAZE.....................................141

4.6. A Efetividade das Áreas Protegidas ............................................................................144

4.7. Os Sítios Prioritários da BAZE, sua Distribuição pelos Biomas e Estados Brasileiros e

outras Iniciativas em Identificação de Áreas Prioritárias. ...........................................146

4.8. Fatores de Ameaça ......................................................................................................149

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

21

4.9. Estratégias em Conservação........................................................................................150

5. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 150

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 153

APÊNDICES ..................................................................................................................... 175

ANEXO .............................................................................................................................. 208

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

22

1. INTRODUÇÃO

O Brasil possui uma impressionante diversidade biológica distribuída por cinco

importantes biomas, dois dos quais são descritos como Hotspots de Biodiversidade

(Mittermeier et. al., 2004) e três como Grandes Regiões Naturais (Mittermeier et. al.,

2002). Possui o maior sistema fluvial e a maior floresta tropical do mundo (Brandon et. al.,

2005), e contribui com cerca de 13% de toda a biodiversidade mundial (Lewinsohn &

Prado, 2005). No entanto, devido a diversos ciclos de exploração dos recursos naturais

desde seu descobrimento, da ocupação desordenada e do atual modelo

desenvolvimentalista, o Brasil acompanha as tendências mundiais de perda de diversidade

biológica.

A atual crise de extinções e a destruição de ecossistemas naturais causados pela

ação do homem ao redor do mundo, já é um evento sem precedentes na história geológica

da Terra, e pode ser irreversível (Pimm et. al., 2001; Primack & Rodrigues, 2001).

Segundo Ehrlich (1997), a espécie humana consome hoje cerca de 40% de toda a produção

primária líquida do planeta, destinando assim, dois quintos do alimento terrestre a apenas

uma espécie. A população humana dobrou nos últimos quarenta anos, atingindo 6,5 bilhões

de pessoas no ano de 2005, com uma projeção de atingir nove bilhões de habitantes até o

ano de 2050 (Millenium Ecosystem Assessment, 2005; ONU, 2005). A atual demanda da

humanidade por recursos, seu padrão de consumo e os métodos empregados para obtenção

e eliminação dos bens de consumo (Gore, 1993), são fatores de destruição e degradação

dos ambientes naturais, causando grandes impactos sobre a biodiversidade global e efeitos

devastadores sobre os habitats (Sala et. al., 2000).

As florestas tropicais, que concentram a maior diversidade de vida do planeta

(Mittermeier et. al., 1997), estão sob forte pressão antrópica e são duramente exploradas e

destruídas a escalas alarmantes pela população humana em franco crescimento (FAO,

2007; Gore, 1993; UNEP, 2005). Estimativas mostram que cerca de 94% do crescimento

populacional mundial previsto até sua estabilização irá ocorrer em países

subdesenvolvidos, onde a pobreza e a degradação ambiental já são impressionantes (Gore,

1993). Como conseqüência, os serviços ecossistêmicos mundiais estão em declínio (GBO

2, 2006), muitas espécies perdem seus habitats, sendo levadas à extinção e muitas outras

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

23

são confinadas em pequenos fragmentos, onde muitas vezes, também são incapazes de

sobreviver em longo prazo (Primack & Rodrigues, 2001).

A extinção sempre fez parte da vida no planeta (May et. al., 1995). No entanto,

somente entre os vertebrados globalmente avaliados, as estatísticas demonstram que 12%

das aves, 23% dos mamíferos e 34% dos anfíbios encontram-se ameaçados de extinção

(Myers, 1997). No atual espasmo de extinções, devido à velocidade do fenômeno de

esgotamento da biodiversidade e à destruição dos ambientes-chave, que estocam espécies

colonizadoras em potencial, vitais para a reposição evolucionária após períodos de

extinção em massa, o planeta pode sofrer um declinio dramático da riqueza e da

abundância de espécies (Myers, 1997).

Muitos esforços em conservação têm sido feitos ao longo dos últimos anos no

sentido de evitar a extinção de espécies e de impedir a destruição dos ecossitemas. Porém,

em meio à tamanha crise, é necessário que sejam estabelecidas prioridades em

conservação, para que os esforços conservacionistas possam ser direcionados de forma

eficiente.

A destruição e a degradação do habitat é a maior e mais direta ameaça para aves,

mamíferos e anfíbios, impactando entre 85% a 90% de todas as espécies ameaçadas dos

três grupos (Baillie, 2004). De acordo com Bruner et. al. (2001), programas de conservação

direcionados estrategicamente aos sítios podem resolver uma das maiores causas de

extinção, através da redução da perda de habitat e das espécies que estes abrigam.

Setores governamentais e não-governamentais, visando contribuir para as metas e

objetivos firmados perante a Convenção de Diversidade Biológica (CDB), da qual o Brasil

é signatário, criaram a Aliança Brasileira para Extinção Zero (Brazillian Alliance for Zero

Extinction - BAZE), uma iniciativa direcionada à conservação de sítios prioritários, nos

quais a extinção das espécies é iminente. Estes sítios representam a ponta do iceberg na

atual crise de extinções, e necessitam de medidas conservacionaistas urgentes, pois são os

únicos refúgios de espécies extremamente ameaçadas (Eken et. al., 2004; AZE, 2005).

Como o primeiro país do mundo a replicar em escala nacional os esforços

conservacionistas da Aliança para Extinção Zero (AZE, Alliance for Zero Extinction), o

Brasil visa a futura filiação conjunta da BAZE à iniciativa internacional.

Este estudo busca propor os primeiros passos estratégicos para a operacionalização

da Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE), no sentido de identificar e mapear os

sítios prioritários brasileiros e permitir, assim, um melhor direcionamento na aplicação de

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

24

recursos financeiros e de estratégias em conservação em escala nacional. É de vital

importância que os sítios prioritários identificados obtenham a devida atenção das

organizações governamentais e não governamentais parceiras da BAZE, para evitar a

extinção das espécies ali presentes. O sucesso nos esforços em evitar a extinção iminente

destas espécies altamente ameaçadas de extinção, demonstrarão o compromisso e a

competência do Brasil em consolidar ações conservacionistas eficazes e em proteger seu

patrimônio natural.

1.1. A Aliança Brasileira para Extinção Zero e sua Fundamentação Teórica

A Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE) é uma iniciativa brasileira que

reúne 40 instituições nacionais, governamentais e não governamentais, incluindo institutos

de pesquisa e universidades, coordenada pela Fundação Biodiversitas e que visa associar

suas capacidades científicas, financeiras e políticas em torno do delineamento e

implantação de estratégias para melhorar o status de conservação de espécies altamente

ameaçadas de extinção (Fundação Biodiversitas, 2006).

Utilizando os mesmos critérios adotados pela AZE, a iniciativa brasileira partiu da

identificação e mapeamento dos sítios prioritários que constituem os últimos refúgios onde

persistem populações de espécies de vertebrados ameaçadas de extinção no Brasil,

propondo a implementação de medidas de proteção efetiva desses locais.

Neste contexto, a BAZE visa replicar os objetivos globais da AZE em escala

nacional, tendo sido formulada para sua posterior filiação à Aliança para Extinção Zero

(AZE) (AZE, 2005; Fundação Biodiversitas, 2006). A AZE, modelo no qual a BAZE é

fundamentada, é uma iniciativa de caráter internacional, composto por 52 organizações de

conservação da biodiversidade distribuídas por 18 países. Tem por objetivo identificar os

sítios que representam a ponta do iceberg na crise mundial de extinções, sendo os locais

onde as ações conservacionistas emergenciais são necessárias para evitar a extinção

iminente de suas espécies altamente ameaçadas, buscando a restauração destes habitats e a

eliminação das ameaças, e permitindo assim, o restabelecimento das espécies em seus

locais de ocorrência (AZE, 2005; Eken et. al., 2004).

Os sítios prioritários da AZE são identificados pela presença de cerca de 95% da

população mundial de uma ou mais espécies ameaçadas de extinção (trigger species), ou

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

25

da maioria significativa de um dos estágios de vida da espécie e que ocorrem em um

último refúgio (AZE, 2005).

Existem 794 trigger species identificadas pela AZE distribuídas em 595 sítios, dos

quais apenas 34% possuem proteção integral (Ricketts et. al., 2005). No Brasil, a AZE

identificou 50 trigger species distribuídas em 39 sítios (Ricketts et. al., 2005), o que

classifica o Brasil como terceiro país no ranking de países com o maior número de sítios

AZE, ficando atrás apenas do México com 63 sítios AZE e da Colômbia com 48 sítios

(AZE, 2005).

No intuito de situar a AZE e conseqüentemente também a BAZE dentre as

iniciativas em conservação, é importante mencionar que os sítios da AZE são um

subconjunto de prioridades em conservação em escala local dentro das Áreas Chave para

Biodiversidade (Key Biodiversity Areas – KBA’s) da Conservation International

(Langhammer et. al. 2007). Por definição, os sítios da AZE mantêm populações

remanescentes em último refúgio, contendo cerca de 95% da população mundial ou de um

dos estágios de vida de espécies categorizadas com status de ameaça Criticamente em

Perigo e Em Perigo (Ricketts et. al., 2005).

As KBA’s são sítios de relevância global para a conservação da biodiversidade,

sendo identificados através da padronização de critérios (vulnerabilidade e

insubstituibilidade) e limiares (proporção de representatividade das espécies ameaçadas

nos sítios) e das necessidades de proteção da biodiversidade (Langhammer et. al., 2007).

São fundamentadas nos 25 anos de experiência da BirdLife International, através de

parcerias na identificação, proteção e monitoramento das Important Bird Areas (IBA’s)

(Langhammer et. al., 2007) (Figura 1). As KBA’s possuem um modelo instituído de

mapeamento de seus sítios, o que ainda não é replicado pela AZE, que identifica os sítios

prioritários através de pontos no mapa (Ricketts et. al., 2005; Langhammer et. al., 2007).

KBA’s

IBA’s

AZE

Figura 1 - Interação entre as KBA’s, IBA’s e Sítios Prioritários da AZE

Fonte: Adaptado de Langhammer et. al. (2007).

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

26

Sendo assim, esta proposta de identificação e mapeamento dos sítios prioritários da

BAZE procurou unir a metodologia da AZE como fundamento para identificar e selecionar

seus sítios, com a experiência em delineamento e mapeamento de sítios prioritários das

Key Biodiversity Areas.

A categoria de ameaça das trigger species identificadas pela AZE é definida pela

Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da União Internacional para

Conservação da Natureza (IUCN), dentro dos cinco grupos para os quais existem dados

globalmente disponíveis (mamíferos, aves, répteis, anfíbios e coníferas) (Ricketts et. al.,

2005). Neste contexto, e no intuito de se obter um maior refinamento na identificação dos

Sítios Prioritários da BAZE, que pudesse refletir em escala nacional o status de ameaça das

espécies, este estudo foi fundamentado na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

(Machado et al., 2005), para os cinco grupos de vertebrados (aves, anfíbios, mamíferos,

répteis e peixes). A lista das espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção é baseada

na Instrução Normativa nº 3 de 27 de maio de 2003, enquanto que, a lista dos peixes e

invertebrados aquáticos ameaçados de extinção baseia-se na Instrução Normativa nº 05 de

21 de maio de 2004, cujas categorias de ameaça adotadas são definidas pela versão 3.1 da

IUCN (IUCN, 2001).

A BAZE foi oficializada no país através da criação do Fórum Brasileiro para

Extinção Zero pela Portaria no. 182 de 22 de maio de 2006 do Ministério do Meio

Ambiente, considerando os compromissos assumidos pelo Brasil junto à Convenção Sobre

Diversidade Biológica (CDB), ratificada pelo Decreto Legislativo no. 2, de 3 de fevereiro

de 1994 e promulgada pelo Decreto no. 2.519, de 16 de março de 1998.

Dão suporte também à Aliança, o Plano Estratégico da Conservação da Diversidade

Biológica (CDB) para 2010, estabelecido em 2002 pela 6ª Conferência das Partes (6th

Conference of the Parties - COP 6), onde os governos se comprometem quanto à “redução

significativa da taxa de perda de biodiversidade em níveis global, nacional e regional como

contribuição para a redução da pobreza e para o benefício de todas as formas de vida na

Terra” e, as Metas de Desenvolvimento do Milênio (Millenium Development Goals -

MDG) pertinentes, como a supervisão, os indicadores e as tendências da diversidade

biológica (MMA, 2007a).

A criação da BAZE coloca o Brasil em consonância com as metas globais de

redução das perdas da biodiversidade, endossadas pela Cúpula Mundial para o

Desenvolvimento Sustentável (World Summit for the Sustainable Development - WSSD)

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

27

realizada em Joannesburgo em setembro de 2002, e da meta de proteção de pelo menos

10% de cada ecorregião até 2010, definida na Estratégia Global de Conservação de Plantas

(MMA, 2007a). Posteriormente, na 7ª Conferência das Partes (7th

Conference of Parties -

COP 7), em 2004, foi adotada uma estrutura para avaliar o progresso em direção à Meta da

CDB de 2010, através de metas e indicadores globais (MMA, 2007a), os quais foram

atualizados e complementados na 8ª Conferência das Partes, realizada em Curitiba, Paraná,

Brasil.

O Brasil fixou através da Comissão Nacional de Biodiversidade – CONABIO, por

meio da Resolução no. 3 de 21 de dezembro de 2006, suas metas para a proteção da

biodiversidade até o ano de 2010. Aquelas que dizem respeito às espécies ameaçadas são

as seguintes:

Todas as espécies reconhecidas oficialmente como ameaçadas de extinção no

país contempladas com Planos de Ação e Grupos Assessores ativos; 100% das

espécies ameaçadas efetivamente conservadas em Áreas Protegidas; Redução

de 25% na taxa anual de incremento de espécies da fauna ameaçada na Lista

Nacional e retirada de 25% de espécies atualmente na Lista Nacional; Uma

avaliação preliminar do status de conservação de todas as espécies de plantas,

animais vertebrados e, seletivamente, dos animais invertebrados, no nível

nacional; 60% das espécies de plantas ameaçadas conservadas em coleções ex

situ e 10% das espécies de plantas ameaçadas incluídas em programas de

recuperação e restauração (CONABIO, 2006).

1.2. Brasil, um País Megadiverso!

O Brasil é um país megadiverso e o quinto maior país do mundo (Mittermeier et.

al., 1997), possuindo entre 170.000 e 210.000 das espécies conhecidas (Lewinsohn &

Prado, 2005). Estimativas mostram que o total de espécies que podem ocorrer no país são

da ordem de 1,8 milhões (Lewinsohn & Prado, 2005).

Existem catalogadas no Brasil atualmente 2.122 espécies de peixes de água doce,

liderando a riqueza mundial de espécies do grupo (Reis et. al., 2003), 825 espécies de

anfíbios, também com a maior riqueza mundial (SBH 2007a), 684 espécies de répteis,

terceira maior riqueza mundial de espécies (SBH 2007b), 1801 espécies de aves (CRBO

2007), o que equivale aproximadamente a 57% das aves registradas para a América do Sul

(Marini & Garcia, 2007) e 652 espécies de mamíferos (Reis et. al., 2006).

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

28

Entre 50% e 80% do total da diversidade biológica mundial é encontrada nos países

tropicais megadiversos (Mittermeier, 1997). Sendo assim, mais da metade das espécies

ameaçadas de extinção vivem em apenas 1,4% da superfície da Terra, denominados

Hotspots de Biodiversidade (Myers et. al., 2000; Mittermeier et. al., 2004). O Brasil possui

dois dos 34 Hotspots de Biodiversidade identificados ao redor do mundo, que são

respectivamente caracterizados por sua elevada diversidade biológica e por sua extrema

ameaça, pelo fato de mais de 70% de sua cobertura original ter sido eliminada. Os dois

Hotspots brasileiros são a Mata Atlântica e o Cerrado (Mittermeier et. al., 2004). A Mata

Atlântica possui grande diversidade de vertebrados e um elevado número de espécies

endêmicas (Fonseca et. al., 2004a). Das 263 espécies de mamíferos com ocorrência no

bioma, 71 são endêmicas; dentre as 936 espécies de aves catalogadas, 148 são endêmicas

e, das 306 espécies de répteis registradas para o bioma, 94 são endêmicas. A diversidade de

anfíbios também é alta, com 483 espécies catalogadas e 286 espécies endêmicas enquanto

que, o grupo dos peixes, com pelo menos 350 espécies com ocorrência no bioma, possui

133 espécies endêmicas (Fonseca et. al., 2004a). O Cerrado por sua vez, é o segundo maior

bioma brasileiro e a mais rica savana tropical do mundo, possuindo uma grande

diversidade de vertebrados (Fonseca et. al., 2004b). Das 197 espécies de mamíferos que

ocorrem no bioma, 14 são endêmicas. As aves possuem 605 espécies catalogadas, das

quais 16 são endêmicas. Do total de 225 espécies de répteis, 33 são endêmicas e

aproximadamente 800 espécies de peixes foram catalogadas com 200 espécies endêmicas

(Fonseca et. al., 2004b).

Três das 24 Grandes Regiões Naturais do mundo também ocorrem no Brasil, a

Floresta Amazônica, o Pantanal e a Caatinga. Estas regiões concentram em torno de 70%

de seus ecossistemas intactos em uma superfície maior que um milhão de hectares

associada a uma baixa densidade populacional (Mittermeier et. al., 2003). A Amazônia é a

maior e mais diversa floresta tropical do mundo (Silva et. al., 2005), representa em torno

de 40% das florestas tropicais do planeta (Peres, 2005) e possui 427 espécies de

mamíferos, 1294 espécies de aves, 378 de répteis, 427 de anfíbios e 3000 espécies de

peixes (Rylands et. al., 2002). O Pantanal é uma das maiores planícies alagáveis do

mundo, e embora os endemismos estejam praticamente ausentes, esta região é notável por

sua extraordinária concentração e abundância de vida selvagem (Harris et. al., 2005). E a

Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, que se constitui por uma região semi-

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

29

árida, caracterizada por um mosaico de arbustos espinhosos e florestas sazonalmente secas

e que possui poucas espécies endêmicas (Leal et. al., 2005).

Lewinsohn & Prado (2005) calculam que a taxa atual de descrição de novas

espécies no Brasil seja de 1500 espécies ao ano. Somente nos últimos anos foram descritas

97 novas espécies de anfíbios no Brasil (Silvano & Segalla, 2005).

No entanto, em meio à tamanha diversidade biológica distribuída por um país de

proporções continentais, as ameaças também são grandes. Segundo Machado et. al. (2005),

o Brasil possui atualmente 633 táxons ameaçados de extinção, dos quais 197 são

vertebrados que se encontram nas categorias Criticamente em Perigo ou Em Perigo (11

répteis, 75 peixes, 28 mamíferos, 71 aves e 12 anfíbios), três táxons estão Extintos (duas

aves e um anfíbio) e dois encontram-se Extintos na Natureza (duas espécies de aves).

Assumindo a necessidade de preservação da flora e fauna nacionais, a consciência e

a capacidade de conservação têm crescido rapidamente desde os anos 70 no Brasil, quando

foi observado um aumento na criação de parques e reservas, investimentos no

desenvolvimento de listas vermelhas nacionais e estaduais, surgimento de ONG’s

conservacionistas e formação de recursos humanos capacitados na ciência da biologia da

conservação (Mittermeier et. al., 2005). Para Silva (2005), a Convenção Sobre Diversidade

Biológica propicia a mais importante estrutura para a conservação da diversidade

brasileira. Atualmente, o Brasil está desenvolvendo ações para atingir os objetivos deste

programa, para o qual é muito importante, entre outras medidas, a criação de unidades de

conservação, que representam instrumentos essenciais para conservação da diversidade

biológica. Estas ações incluem ainda, duas considerações fundamentais para a seleção das

áreas prioritárias para criação de unidades de conservação, que são respectivamente, áreas

de grande importância biológica e áreas sob forte pressão antrópica (Silva, 2005).

Neste contexto, portanto, é fundamental recordar que as condições acima expressas

para inclusão de áreas na categoria de prioritárias, são em sua maioria atendidas pelas

espécies identificadas pela BAZE, com agravante, destas ocorrerem em último refúgio e

correrem sério risco de extinção. E sendo assim, é vital o apoio do Ministério do Meio

Ambiente na proteção dos Sítios Prioritários da BAZE e na efetiva oficialização desta

iniciativa, constituindo políticas e estratégias específicas que possam dar suporte na

conservação destas áreas e na legitimação dos esforços a elas dirigidos.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

30

1.3. A Crise de Perda da Biodiversidade

A atual onda de extinções e de perda de biodiversidade é um problema de escala

planetária (Pimm et. al., 2001), representando entre muitos, um dos aspectos mais graves

da crise ambiental global (May et. al., 1995). Uma fração significativa das espécies

ameaçadas deve o seu status precário na natureza predominantemente à destruição de

habitats, tendo como causa principal o rápido e explosivo crescimento das populações

humanas, que disputam os mesmos recursos e espaços, dos quais também dependem

milhões de outras espécies (Wilson, 1997; Gore, 1993).

Segundo dados da União Internacional para Conservação da Natureza, pelo menos

785 espécies foram extintas desde o ano de 1500 (Baillie et. al., 2004; IUCN, 2007a). Este

número está provavelmente subestimado, uma vez que, existem apenas 1.589,361 milhões

de espécies descritas (IUCN, 2007a), entre as cinco a 30 milhões de espécies estimadas

mundialmente (Baillie et. al., 2004). Entre as 41.415 espécies avaliadas pela União

Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) em 2007, 16.306 estão ameaçadas de

extinção (IUCN, 2007). Um incremento de 64% em comparação com a Lista Vermelha da

IUCN de 1996 (IUCN, 2007a).

A Avaliação Ecossistêmica do Milênio mostrou que quase dois terços dos serviços

ecossistêmicos estão em declínio e a média da abundância de espécies declinou em 40%

nos últimos 30 anos (GBO 2, 2006).

A extinção, no entanto, é um processo natural que faz parte da vida neste planeta.

Registros fósseis indicam que o tempo de vida médio de uma espécie se estende por

aproximadamente um milhão de anos (May et. al., 1995), sendo que, praticamente todas as

espécies que já existiram estão extintas, porém os mecanismos que levaram a maioria

destas espécies à extinção é desconhecido (Payne & Finnegan, 2007). A taxa histórica de

extinção nos últimos 600 milhões de anos, período de maior concentração de vida na Terra,

foi de aproximadamente uma espécie por ano (Raup e Sepkoski, 1984). Após a maior

extinção em massa já ocorrida, no final do período Permiano, onde foi perdida entre 77% a

96% de todas as espécies marinhas (Raup, 1977), foram necessários cerca de 50 milhões de

anos de evolução para recuperar o número de famílias e espécies (Primack & Rodrigues,

2001).

No entanto, as taxas de extinção provocadas pela ação do homem estão hoje entre

100 e 1000 vezes maiores que as taxas de extinção naturais, sendo previsto um incremento

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

31

em dez vezes sobre estes valores (Pimm et. al., 1995). Esta proporção excede em muito a

reposição natural de espécies através da especiação, não possuindo precedentes na história

geológica da Terra (Primack & Rodrigues, 2001).

Segundo Jablonski (1989), táxons ou características bem sucedidas ou resistentes

durante a maior parte do tempo geológico podem ser perdidas durante eventos de extinção

em massa e a evolução canalizada a padrões não previsíveis, diferentes daqueles que

prevaleceriam durante o tempo geológico. A repercussão deste processo poderia ser uma

ruptura no curso da evolução, suspendendo ou até mesmo interrompendo certos processos

evolucionários, na medida em que os processos de especiação terão que trabalhar com um

número muito reduzido de espécies e seus materiais genéticos (Myers, 1997).

Pelo fato de atualmente existirem muito mais espécies do que havia nos eventos de

extinção anteriores, a perda absoluta em número de espécies poderá ser muito maior

(Raven, 1997).

Segundo Myers (1997), o atual processo de redução da diversidade poderá ser mais

drástico que os anteriores, devido ao fator crítico da perda dos ambientes-chave, como as

florestas tropicais, estuários e recifes de corais. Em eventos de extinção anteriores, as

florestas tropicais foram reduzidas em até um décimo de sua extensão, mas continham

fontes de estoques evolucionários suficientes para recolonizar os ambientes adequados.

Além disto, o esgotamento da biota poderá ocorrer com todas as principais categorias de

espécies e eliminará grande parte, senão a maioria dos ambientes-chave e seus bolsões de

espécies colonizadoras (Myers, 1997). Sendo assim, o empobrecimento evolucionário

deste espasmo de extinção, pode resultar no maior retrocesso da riqueza e da abundância

de espécies desde o início da vida na Terra (Myers, 1977).

1.4. As Principais Causas de Declínio da Biodiversidade

A perda de habitat é a maior ameaça para a maioria das espécies de vertebrados que

enfrentam a extinção (Primack & Rodrigues, 2001). Grande parte da destruição das

florestas tropicais do mundo ocorre devido à sua conversão em áreas agrícolas e pastagens

permanentes, resultando após alguns anos de exploração destas atividades, em solo pobre

que é posteriormente abandonado. Outra grande parcela das florestas tropicais é destruída

para a produção de lenha, operações de corte seletivo de madeira para fins comerciais,

construção de estradas, construção de hidrelétricas e a ocupação humana através da

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

32

urbanização (Primack & Rodrigues, 2001). As planícies costeiras são particularmente

vulneráveis devido à concentração humana nestas regiões, e o desmatamento está

concentrado principalmente nas planícies tropicais, ameaças diretas do desenvolvimento

urbano e da agricultura extensiva (Hero & Ridgway, 2006).

Estima-se que atualmente, a extensão total dos recursos florestais é de

aproximadamente quatro bilhões de hectares, dos seis bilhões de hectares originais,

cobrindo ainda, cerca de 30% da superfície da Terra (FAO, 2007). As taxas de

desmatamento, no entanto, continuam alarmantes, em torno dos 13 milhões de hectares ao

ano (FAO, 2007). Apenas no período de 1990 a 2000, o mundo perdeu 3% de sua

cobertura florestal, enquanto que, estimativas mostram que globalmente são perdidos cerca

de seis milhões de hectares de florestas primárias todos os anos. O Brasil perdeu neste

mesmo período 4% de suas florestas primárias (FAO, 2007). Segundo Wilson (1997),

menos de 5% das florestas estão protegidas sob a forma de parque e reservas.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram o

desmatamento na Amazônia Legal entre os anos de 2000 e 2007 foi de 154.172 km²

(INPE, 2007). A Mata Atlântica, por sua vez, que concentra cerca de 70% da população

brasileira, e que cobria 15% do território nacional, ocupando 1.306.421 km², está

atualmente reduzida a 7,8% de sua cobertura original (RMA, 2006).

Quando há conversão em larga escala do hábitat original, fragmentos podem ainda

ser encontrados ao longo da paisagem (Primack & Rodrigues, 2001). A fragmentação do

habitat é então caracterizada pela conversão progressiva da vegetação contínua em

pequenos pedaços remanescentes, isolados e mergulhados em paisagens em mosaico

alterados pelo homem, e que constitui atualmente outra grande ameaça à biodiversidade

mundial (Pires et. al., 2006). A fragmentação dos habitats ocasiona sérios problemas às

espécies, como o efeito de borda que altera o microambiente no interior do fragmento,

limitação do potencial de dispersão das espécies, diminuição da capacidade de alimentação

e aumento da competição, invasão de espécies exóticas e competidoras, maior dispersão de

doenças, aumento dos incêndios florestais e maior acessibilidade antrópica (Primack &

Rodrigues, 2001). A fragmentação é sem dúvida, uma grande ameaça à sobrevivência das

espécies (Primack & Rodrigues, 2001).

A perda do habitat, no entanto, não está restrito às espécies diretamente afetadas

pelo desmatamento, mas evidências sugerem que é também uma das maiores ameaças aos

peixes de água doce (Baillie et. al., 2004).

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

33

Mudanças biológicas associadas à perda e fragmentação do habitat favorecem

espécies adaptadas a paisagens modificadas pelo homem, provocando um processo de

homogeneização biótica, uma consideração importante na atual crise de biodiversidade

(Hero & Ridgway, 2006).

As mudanças climáticas previstas para este século são também um fator de ameaça

para as espécies, exacerbando os riscos de perda da biodiversidade, especialmente para

espécies com habitas restritos ou fragmentados, com pequenas populações e espécies

sensíveis às alterações climáticas. O aquecimento global intesifica a disseminação de

doenças, espécies exóticas e invasoras, diminui a capacidade de deslocamento das espécies

e limita sua habilidade de sobreviver em ambientes fragmentados (Millennium Ecosystem

Assessment, 2005).

A degradação ambiental e a poluição constituem também grande fator de ameaça às

espécies. Mesmo em habitats que não foram destruídos ou fragmentados, as comunidades

biológicas podem ser extintas através do impacto sofrido pelas alterações em sua estrutura

e pela contaminação de seu ambiente, o que impossibilita a sobrevivência destas espécies

(Primack & Rodrigues, 2001).

Muitas outras ameaças ainda podem ser apontadas como fatores de redução da

biodiversidade. Por milhares de anos, os seres humanos têm produzido e negociado outras

espécies para diversos fins, como alimentação, vestuário e medicamentos entre tantos

outros usos (Baillie et. al., 2004). No entanto, a expansão de mercados e o aumento da

demanda, associados ao aperfeiçoamento de técnicas de captura, processamento e

transporte têm causado a sobrexplotação de muitas espécies além de níveis sustentáveis

(Baillie et. al., 2004). As espécies invasoras, introduzidas pelo homem de forma deliberada

ou acidental nos ambientes naturais, também podem causar efeitos catastróficos sobre a

biodiversidade nativa. Muitas destas espécies, ao serem bem-sucedidas em sua introdução,

podem afetar as espécies nativas de forma direta, através da predação ou competição, da

introdução de doenças e parasitas, ou de forma indireta, através da destruição e degradação

do habitat (Baillie et. al., 2004). As doenças também têm um papel crítico sobre as

espécies, principalmente aquelas ameaçadas de extinção, podendo causar um declínio

crônico de populações, redução do sucesso reprodutivo e de sobrevivência dos indivíduos

(Baillie et. al., 2004).

Fatores como distúrbios antrópicos, mortalidade acidental, eventos catastróficos,

mudanças na dinâmica natural das espécies, caça, perseguição e o tráfico de espécies

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

34

nativas também podem causar sérios impactos em alguns grupos de espécies em particular

(Baillie et. al., 2004).

1.5. Prioridades em Conservação

As listas vermelhas são ferramentas que avaliam o status de conservação das

espécies em escala global, nacional e regional, identificando o risco destas espécies se

tornarem extintas (IUCN, 2001; Machado et. al., 2005). Os táxons avaliados são os

mantenedores de informações genéticas únicas e constituem a base dos ecossistemas

(IUCN, 2001). As informações sobre seu status de conservação e distribuição geográfica

são o fundamento para decisões que devem ser tomadas sobre a conservação da

biodiversidade, tanto em âmbito global quanto em âmbito local (IUCN, 2001). As listas

vermelhas influenciam o direcionamento de políticas públicas e privadas que visam

reverter o quadro de ameaça sobre as espécies, tais como, a elaboração de planos de ação e

manejo e a criação de Unidades de Conservação de proteção integral em áreas chave para

conservação (Machado et. al., 2005). No Brasil, a inclusão de uma espécie na lista

vermelha obriga o poder público a dar a ela proteção integral, como previsto pela

constituição brasileira (Machado et. al., 2005).

Segundo Brooks et. al. (2006), as diferentes abordagens em iniciativas em

conservação em escala global têm sido relativamente adequadas para direcionar

investimentos em estratégias em preservação. No entanto, tem demonstrado também, a

necessidade do delineamento de prioridades em conservação em escala local. Sendo assim,

o estabelecimento de prioridades em conservação não se trata de quais espécies merecem

ou não atenção das iniciativas em conservação, mas sim, de quais espécies necessitam de

atenção em primeiro lugar (Myers, 1983).

Neste contexto, dentre as espécies com prioridade de conservação podemos

destacar aquelas categorizadas como Criticamente em Perigo (CR) e Em Perigo (EN) que

se encontram restritas a um último refúgio (Ricketts et. al., 2005). Os sítios que contêm tais

espécies representam o extremo de dois princípios amplamente aceitos em prioridades de

conservação: Vulnerabilidade (probabilidade de que as espécies nestes sítios sejam

perdidas), expressa pela ocorrência regular de espécies ameaçadas de extinção; e

Insubstituibilidade (grau de flexibilidade espacial em estabelecer prioridades de

conservação), expressa por conter determinada porcentagem de uma espécie ameaçada de

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

35

extinção ou um de seus estágios de vida (95% da população mundial para os sítios

prioritários da AZE) (Margules & Pressey, 2000; Langhammer et. al., 2007).

Espécies com pequenas populações e que possuem limitadas opções de

conservação, são extremamente vulneráveis à destruição do habitat e estão em face de

extinção iminente na ausência de ações apropriadas para sua conservação (Ricketts et. al.,

2005). Muitas espécies estão tão seriamente ameaçadas devido às ações antrópicas, que

podem desaparecer rapidamente na ausência de medidas urgentes que sejam

especificamente direcionadas a seus sítios. Prevenir estas extinções deve ser parte de uma

estratégia global de redução das perdas da biodiversidade (Ricketts et. al., 2005).

Enquanto o problema da extinção das espécies se agrava, os recursos financeiros

para responder ao desafio de evitar extinções continuam limitados (Myers, 1983). Desta

forma, é essencial a utilização de estratégias conservacionistas com metodologias

analíticas que possilitem a avaliação das prioridades em conservação (Myers, 1983).

A metodologia proposta pela AZE (AZE, 2005), que utiliza as informações

disponibilizadas pela avaliação global de espécies da lista vermelha da IUCN, bem como, a

BAZE (Fundação Biodiversitas, 2006), que busca um refinamento em nível nacional do

status de ameaça das espécies, utilizando-se para isto da lista vermelha nacional, buscam

exatamente estabelecer o direcionamento das ações prioritárias para conservação, em

âmbito global e nacional, respectivamente, objetivando evitar a extinção destas espécies.

1.6. O Problema das Pequenas Populações

Muitas espécies podem ter suas populações reduzidas por processos

determinísticos, causados normalmente por atividades humanas como destruição e

fragmentação do habitat, introdução de espécies exóticas, doenças e outros fatores que, de

forma direta ou indireta, impactam estas populações (Brito & Fernandez, 2000). Tais

processos determinísticos podem exercer efeitos desastrosos sobre as pequenas populações

isoladas em fragmentos de habitat, dificultando sua sobrevivência em longo prazo, mesmo

sem novas intervenções humanas (Brito & Fernandez, 2000).

À medida que as populações tonam-se menores surgem novas ameaças à sua

estabilidade e persistência, que podem exacerbar as dificuldades em frear ou reverter seu

declínio (Lacy, 2000).

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

36

As pequenas populações são ameaçadas de extinção, por uma série de processos

estocásticos, para os quais são vulneráveis apenas quando são pequenas (Brito &

Fernandez, 2000). Os procesos estocásticos podem ser totalmente randômicos ou

independentes da dinâmica das populações. Estes riscos à sobrevivência das pequenas

populações podem ser classificados em quatro categorias: a) estocasticidade demográfica:

variações na estrutura demográfica da população que afetam as taxas de natalidade e

mortalidade, imigração e emigração e que influenciam diretamente em seu incremento

natural. São exemplos de estocasticidade demográfica: desequilíbrio da estrutura etária e

na razão sexual da população; b) estocasticidade ambiental: variações drásticas no

ambiente que influenciam nas taxas de natalidade e mortalidade. Diferentes fatores

ambientais podem oferecer riscos às populações como eventos de El Nino, mudanças

climáticas e disseminação de doenças; c) estocasticidade genética: populações

remanescentes em fragmentos tendem a perder a heterozigocidade do pool genético

original, alelos raros podem desaparecer e mutações deletérias podem se acumular na

população, tornando-as suscetível. A estocasticidade genética está diretamente ligada ao

tamanho da população, o que não depende apenas do número de indivíduos em estágio

reprodutivo, mas também de seu sistema de reprodução; d) perda da flexibilidade

adaptativa: perda da habilidade das populações em se adaptarem a mudanças ambientais

devido à perda da variabilidade genética (Gilpin & Solé, 1986 apud Brito & Fernandez,

2000).

Quanto menores as populações se tornam devido a estes processos, mais ficam

sujeitas a seus efeitos negativos, declinando rapidamente e aumentando as probabilidades

de se tornarem extintas (Primack & Rodrigues, 2001).

Algumas espécies possuem características que as tornam especialmente vulneráveis

quando em pequenas populações. Estas características estão associadas às suas dinâmicas

populacionais como espécies monogâmicas, mecanismos precisos de escolha dos

parceiros, forrageamento cooperativo, espécies com comportamento de defesa grupal,

espécies com baixa fecundidade, entre outros fatores (Lacy, 2000).

Desta forma, para as pequenas populações isoladas em fragmentos, é necessário

que se conheça sua População Mínima Viável, caracterizada pela menor população viável

que tenha grande chance de sobrevivência no futuro (Primack & Rodrigues, 2001).

Considerando-se ainda as perspectivas de conservação destas espécies, é também

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

37

importante nestes casos, prever a Área Dinâmica Mínima, ou seja, o habitat adequado

capaz de manter tais populações (Primack & Rodrigues, 2001).

1.7. Justificativa

O conhecimento científico é o pilar para a conservação da biodiversidade e para o

estabelecimento de prioridades e estratégias que possam prevenir extinções e reduzir suas

perdas. Para que seja possível a implementação de medidas que possam reverter o quadro

de declínio da biodiversidade, é necessário refinar as informações já existentes sobre a

ocorrência das espécies da flora e da fauna ameaçada de extinção, através da identificação

dos sítios prioritários que reflitam mais precisamente, as prioridades em conservação no

Brasil.

1.8. Objetivos

a) Identificar as espécies e os sítios prioritários insubstituíveis para a conservação,

ou seja, as localidades onde ocorre a última populaçao de espécies de vertebrados

ameaçados de extinção no Brasil;

b) Delimitar as áreas identificadas utilizando-se como base as informações

biológicas e de distribuição geográfica disponíveis;

c) Elaborar mapas e diretrizes de ação para os sítios prioritários da Aliança

Brasileira para Extinção Zero (BAZE).

2. METODOLOGIA

2.1. Espécies-foco:

As espécies-foco deste estudo são todas as espécies dos cinco grupos de

vertebrados constantes da Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et.

al., 2005), abrangidas pelas seguintes categorias: a) EW – Extinta na Natureza; b) CR –

Criticamente em Perigo e, c) EN – Em Perigo (Tabela 1).

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

38

Tabela 1. Número de Espécies Ameaçadas da Fauna por Grupo

Taxonômico e Categoria de Ameaça.

Grupo Taxonômico Categoria de Ameaça

EW CR EN

Aves 2 24 47

Mamíferos - 18 11

Répteis - 6 5

Anfíbios - 9 3

Peixes - 36 38

Total 2 93 104

Ew – Extinta na Natureza; CR – Criticamente em Perigo e EN – Em Perigo.

2.2. Obtenção de Dados de Distribuição das Espécies-foco e Critérios para

Avaliação.

Os dados biológicos e de distribuição geográfica das espécies-foco foram extraídos

do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., no prelo),

que representa uma compilação de dados atual e focada na realidade brasileira e, da base

de dados da União Internacional para Conservação da Natureza – IUCN (IUCN, 2007b).

As espécies marinhas de mamíferos, peixes e répteis foram excluídas da análise em

função da escassez de dados populacionais e área de uso das mesmas. Da mesma forma,

foram excluídas da análise as espécies Vulneráveis, Deficientes em Dados, Não Avaliadas

e subespécies por não se constituírem como foco da metodologia (AZE, 2005). Para as

espécies com categoria Extinta na Natureza é prevista a delimitação de seus sítios nos

únicos locais que sejam adequados para sua reintrodução (AZE, 2005).

De acordo com os critérios estabelecidos pela AZE, são consideradas populações

confirmadas de uma espécie todas aquelas que possuem registros publicados, mesmo que

estes dados não sejam recentes, pois se assume que a espécie ainda persista no local, a

menos que existam informações contrárias.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

39

2.3. Definindo Localidade

A localidade ou unidade discreta mencionada neste estudo é caracterizada pela

única área de uso das espécies-foco, com limites definíveis e contínuos dentro de uma área

biogeográfica. Estes limites normalmente são a extensão de um remanescente florestal

onde a espécie ocorre, uma Unidade de Conservação, ou ainda, em locais onde o habitat

esteja extremamente fragmentado ou intacto, a localidade será definida segundo suas

características topográficas, geológicas, hidrológicas ou por limites políticos. É necessário

ressaltar que, uma mesma espécie pode apresentar diversas coordenadas geográficas dentro

desta “localidade”, pois a localidade não é definida pela coordenada geográfica. Segundo

Paglia et. al. (2004), a coordenada geográfica indica dados pontuais sobre a ocorrência das

espécies, representando a localização precisa em que elas foram observadas. Sendo assim,

uma espécie pode apresentar diversos pontos de ocorrência dentro de uma mesma

localidade.

De acordo com o que prevê a metodologia da AZE e das Key Biodiversity Areas -

KBA’s (AZE, 2005; Langhammer et. al., 2007), é necessário considerar-se a possibilidade

de manejo dos sítios prioritários ao se delimitar suas áreas. Porém, dado o alto risco de

extinção das trigger species da BAZE, e devido ao fato dos sítios prioritários serem as

únicas localidades de ocorrência destas espécies, os sítios foram delimitados mesmo onde

não havia de imediato a possiblidade em se considerar o critério do manejo.

2.4. Seleção das Trigger Species

Segundo a metodologia da AZE (Ricketts et. al., 2005), “Sítio” é definido como o

local onde ocorre pelo menos uma espécie ameaçada de extinção (CR / EN), que

representa o último refúgio desta espécie e que pode ser manejado como unidade. São

denominadas espécies-gatilho (trigger species) as espécies ameaçadas de extinção nas

categorias Criticamente em Perigo e Em Perigo que ocorrem nestas localidades.

Considerando o objetivo de identificar os sítios prioritários onde ocorrem

populações únicas de espécies ameaçadas no Brasil (trigger species), foi adotada a mesma

metodologia utilizada pela AZE (AZE, 2005). Os critérios para identificação dos sítios são

(AZE, 2005):

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

40

1. Perigo - um sítio AZE deve conter ao menos uma espécie Criticamente em

Perigo (CR) ou Em Perigo (EN).

2. Singularidade – um sítio AZE deverá ser designado se for a única área de

ocorrência significativa da população conhecida de uma espécie CR ou EN

(cerca de 95% da população global), ou abrigar uma fase de vida da espécie em

questão como, p.ex., nidificação ou sítio migratório, da maioria significativa da

população conhecida da espécie CR ou EN.

3. Discrição - a área deverá possuir um limite definível onde as características dos

habitats (cobertura vegetal e uso do solo), comunidades biológicas e/ou fatores

de manejo sejam mais semelhantes entre si do que em relação às áreas

adjacentes.

Da mesma forma como definido pela AZE, cada Sítio Prioritário da BAZE deve

satisfazer os três critérios simultaneamente. Todo o processo de análise de dados

objetivando a seleção das espécies segundo os critérios expostos acima, será descrito nas

etapas metodológicas subseqüentes.

2.5. Obtenção das Coordenadas Geográficas

O Centro de Dados para Conservação da Biodiversidade (CDCB) da Fundação

Biodiversitas disponibilizou as coordenadas geográficas de cada uma das espécies-foco

(Fundação Biodiversitas, 2006). Estas coordenadas geográficas foram obtidas da base de

dados do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., no

prelo), informadas pelos pesquisadores de cada um dos grupos temáticos quando da

compilação dos dados que resultou na publicação. As coordenadas geográficas

caracterizaram os pontos de ocorrência registrados dentro da área de distribuição

geográfica de cada uma das espécies-foco avaliadas no estudo.

Os pontos de ocorrência foram registrados normalmente com coordenadas

geográficas exatas obtidas por GPS, onde foram indicados minutos e segundos. Em alguns

casos, onde as coordenadas geográficas não eram exatas, foram utilizadas como referência

unidades de manejo instituídas, como Unidades de Conservação ou a características

topográficas, hidrológicas ou geológicas peculiares, informações estas que foram

verificadas pela sobreposição dos dados do Sistema de Informação Geográfica.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

41

2.6. Montagem da Base Cartográfica

Os mapas-base em formato vetorial, utilizados no início dos trabalhos de

mapeamento dos sítios prioritários foram os da Base Cartográfica Integrada do Brasil ao

Milionésimo Digital (bCIMd), elaborada pelo IBGE (2003), na escala de 1:1.000.000 e os

Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros elaborados pelo Ministério do Meio

Ambiente (MMA, 2006), na escala de 1:250.000. Na base cartográfica do IBGE constam

os limites políticos, a malha municipal, a infra-estrutura, a rede viária e a topografia. Nos

casos em que foi necessário um detalhamento maior foram utilizadas as cartas topográficas

do IBGE nas escalas de 1:100.000 e 1:50:000, todas em formato digital (IBGE, 2002). A

base dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros do Ministério do Meio

Ambiente, é composta por remanescentes de vegetação e pelas formas de uso e ocupação

do solo dos biomas brasileiros (MMA, 2006). Com relação ao conjunto de áreas protegidas

pertencentes ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), foram utilizados

arquivos digitais em formato vetorial shapefile das unidades de conservação ao nível

federal e estadual do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2007b). Os limites dos trechos

de ottobacia foram obtidos de arquivos vetoriais em formato shapefile (ESRI) com escala

de 1:1.000.000 contendo feições poligonais das áreas de contribuição direta de cada trecho

da rede hidrográfica, codificadas pelo método de Otto Pfafstetter (ANA, 2008). Devido à

ausência de informações no site da Agência Nacional das Águas sobre a data em que foram

produzidas as bases de hidrografia, assume-se então, 2008 como ano de referência, data em

que foi realizado o download dos arquivos digitais do site oficial.

Em termos de mapas-base em formato matricial, foram utilizadas imagens de

satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) + e/ou QuickBird (Google Earth, 2008). As

imagens do satélite Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a), com resolução espacial de trinta

metros, foram utilizadas para verificação das condições da cobertura vegetal e uso do solo.

Para um refinamento maior na seleção das localidades estudadas para cada sítio prioritário,

foram utilizadas as imagens QuickBird (Google Earth, 2008), com resolução de um metro.

2.7. Filtragem das Espécies-foco:

No intuito de se obter um grupo mais coeso de espécies, onde fosse também mais

evidente analisar sua configuração dentro dos critérios estabelecidos pela metodologia da

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

42

AZE, as espécies foram divididas em dois grupos segundo seu padrão de distribuição. A

seleção das espécies segundo estes parâmetros foi arbitrária, vindo apenas a otimizar o

número de espécies analisadas que poderiam efetivamente ser foco do estudo e,

conseqüentemente, diminuir o tempo da análise. Todas as espécies-foco foram analisadas

individualmente e selecionadas segundo seu atual padrão de distribuição geográfica ou de

acordo com os últimos registros confirmados para a espécie. Como resultado desta triagem

inicial, foram obtidos dois grupos de espécies, como descrito a seguir:

Espécies com distribuição geográfica disjunta: espécies que possuem

distribuição geográfica atual fragmentada em uma ampla, ou mesmo restrita,

extensão de ocorrência. Estas espécies possuem populações confirmadas nestas

localidades biogeograficamente distintas, não sendo desta forma, alvo do

estudo, uma vez que a metodologia visa identificar espécies de último refúgio.

No entanto, no intuito de minimizar o erro de omissão, todas as espécies que

possuíam distribuição geográfica disjunta tiveram algumas características

analisadas. Estas características analisadas foram mais precisamente, a presença

de cerca de 95% da população em uma localidade para as espécies que se

conhecia o tamanho populacional, segundo a descrição do Livro Vermelho e da

IUCN; sítios migratórios e de nidificação para uma maioria significativa da

população ou ainda; se a espécie estava incluída na lista de trigger species da

AZE. Todas as espécies com distribuição disjunta que se qualificaram em uma

das condições descritas acima foram classificadas como espécies “Pré-

Selecionadas” e avaliadas posteriormente pelos critérios apresentados no item

2.4 desta dissertação. A Figura 2 ilustra os registros de ocorrência de uma

espécie com distribuição geográfica disjunta. Crax blumenbachii, uma ave da

Família Cracidae possui ocorrência histórica do Recôncavo Baiano até a cidade

do Rio de Janeiro, incluindo o leste de Minas Gerais, sendo conhecida de 38

localidades nesta região. Atualmente sua distribuição se restringe a 11

localidades no Estado de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia (Silveira, no

prelo-b). Crax blumenbachi é uma trigger species da AZE (AZE, 2005) e desta

forma, mesmo possuindo distribuição geográfica disjunta, foi avaliada segundo

a metodologia proposta.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

43

Espécies com distribuição geográfica singular: espécies que possuem

distribuição geográfica bastante restrita e, possivelmente limitada a uma

determinada localidade, pois suas coordenadas geográficas ou a descrição

de sua distribuição, apontam para locais muito próximos entre si, ou ainda,

possuem apenas uma coordenada geográfica registrada. Para muitas

espécies, as informações de seu padrão de distribuição são apresentadas sob

a forma de divisões políticas, discriminadas em sua distribuição geográfica,

ao que não fica claro muitas vezes se sua distribuição ocorre de fato em

apenas uma localidade. Todas as espécies desta categoria foram

classificadas automaticamente como “Pré-Selecionadas”. A Figura 3

caracteriza uma forma de distribuição geográfica singular. Phyllomedusa

ayeaye, um anfíbio da Família Hylidae e que possui distribuição geográfica

conhecida apenas para o Morro do Ferro em Poços de Caldas, MG (Haddad

& Sazima, no prelo). Na Figura 4 é apresentado outro exemplo de

distribuição geográfica singular, onde as coordenadas geográficas no mapa

demonstram pontos muito próximos entre si e a descrição da distribuição

geográfica da espécie gera dúvidas sobre sua real ocorrência em apenas uma

localidade. Phylidor novaesi é uma ave da Família Furnariidae e possui

Figura 2 - Distribuição Geográfica de Crax blumenbachii.

Fonte: Machado et. al. (no prelo).

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

44

distribuição geográfica entre os Estados de Pernambuco e Alagoas.

Atualmente é encontrada em apenas duas localidades, EE de Murici em

Alagoas e RPPN de Frei Caneca em Pernambuco (Roda, no prelo).

Figura 4 - Distribuição Geográfica de Phylidor novaesi

Fonte: Machado et. al. (no prelo).

Figura 3 - Distribuição Geográfica de Phyllomedusa yeaye.

Fonte: Machado et. al. (no prelo).

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

45

A análise preliminar das espécies-foco resultou em um grupo de espécies

denominadas “Pré-Selecionadas”, as quais eram candidatas potenciais a se tornarem

trigger species. Todas as espécies pré-selecionas foram testadas quando à sua configuração

no critério da insubstituibilidade, a fim de confirmar simultaneamente as condições de

Discrição e Singularidade propostas pela metodologia da AZE (AZE, 2005).

2.8. Seleção e Plotagem das Coordenadas Geográficas

Foi realizada uma análise da distribuição geográfica de todas as espécies pré-

selecionadas que possuíam mais de um ponto de ocorrência de acordo com fichas técnicas

do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., no prelo).

Para isto, foram avaliados todos os registros de ocorrência, com objetivo de identificar os

locais onde as espécies possuíam uma população confirmada. Através desta análise, foram

selecionadas as coordenadas geográficas dos locais onde havia uma população confirmada

da espécie e, eliminadas as coordenadas onde: a) a existência da espécie não foi

confirmada; b) havia registros históricos; c) o habitat foi totalmente alterado pela ação

humana, não restando possibilidades de que a espécie ainda ocorra naquele local e; d)

havia registro de apenas um indivíduo.

Os registros históricos neste estudo são caracterizados pelos registros de ocorrência

onde o próprio autor estabelece que a espécie não mais existe naquela localidade. Segundo

Langhammer et. al. (2007), a linha de corte que caracteriza os registros históricos na

seleção dos KBA’s é definida para os registros anteriores à década de 80, que não tenham

sido validados recentemente ou que ocorram em locais que estão sob intenso impacto

ambiental. Porém, dadas as proporções continentais do País, a deficiência de dados

biológicos e de distribuição e à grande necessidade de esforços de coleta em campo, não

foi estabelecida uma linha de corte nos registros, sobretudo para os registros existentes no

interior de Unidades de Conservação ou onde o habitat da espécie ainda seja

representativo.

As coordenadas geográficas selecionadas acima foram plotadas nos Mapas de

Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), identificando nas bases em

formato “shapefiles”, os locais onde havia uma população confirmada da espécie.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

46

2.9. Análise das Coordenadas Geográficas segundo os critérios de Singularidade e

Discrição

A qualidade e a resolução dos dados varia amplamente entre cada uma das espécies

(Ricketts et.al., 2005), uma vez que os esforços em pesquisa não são distribuídos de forma

homogênea entre os diferentes grupos (Langhammer et. al., 2007). Sendo assim, todas as

espécies pré-selecionadas foram avaliadas individualmente dentro dos critérios de

Singularidade e Discrição.

Foi realizada uma análise dos locais de ocorrência das espécies pré-selecionadas,

cujas coordenadas geográficas foram plotadas sobre os Mapas de Cobertura Vegetal dos

Biomas Brasileiros (MMA, 2006), e respectiva sobreposição das bases cartográficas do

IBGE (IBGE, 2003), hidrografia da ANA (ANA, 2008) e das Unidades de Conservação do

MMA (MMA, 2007). Esta base de dados foi em seguida comparada às imagens por satélite

Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), podendo-se assim

fazer uma avaliação ampla do ambiente de ocorrência da espécie, das condições e

disposição dos remanescentes florestais e do uso e ocupação do solo. Pode-se ainda,

avaliar de forma objetiva a extensão e os limites do habitat, os limites das unidades de

conservação e seu potencial de manejo. Desta forma, foi possível verificar se os locais de

ocorrência atendiam ao critério de Discrição proposto pela AZE, na qual devem ser

observados os seguintes parâmetros (AZE, 2005):

As bordas do sítio devem ser uma extensão contígua do habitat; acompanhar os

limites de unidades de manejo, tais como áreas protegidas; além disto, devem

considerar a extensão da ocorrência das espécies, priorizando sua conservação

na prática e observar o potencial de fluxo gênico significativo entre as

populações;

Os limites da área devem ser definidos da forma que seja mais prático aplicar

iniciativas em conservação;

Os sítios devem ser nomeados de forma que sua localização seja prática e de

ampla visibilidade.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

47

O critério da Singularidade foi avaliado de acordo com as informações

populacionais disponíveis nas literaturas consultadas. Através destas informações foi

possível identificar nos sítios, a presença da maioria significativa de um determinado

estágio de vida da espécie (como sítios migratórios ou de nidificação), ou ainda, a

ocorrência da maioria significativa da população, cerca de 95% da população mundial, de

uma espécie categorizada como Criticamente em Perigo ou Em Perigo (AZE, 2005).

2.10. Critérios de Delimitação dos Sítios Prioritários da BAZE

Os Sítios Prioritários da AZE (Figura 5) são normalmente identificados no mapa

através de pontos (Langhammer et. al., 2007, Ricketts, et. al., 2005), porém neste estudo,

foi proposta a delimitação dos Sítios Prioritários da BAZE de acordo a mesma metodologia

utilizada para delimitação das KBA’s (Langhammer et. al., 2007).

Figura 5 - Sítios AZE na América do Sul.

Fonte: (AZE, 2005).

Não existem limites de tamanho para as KBA’s. Os limites são definidos pela

distribuição da espécie e pelo contexto e aplicabilidade do manejo, sobretudo em áreas

particulares, excluindo-se as áreas que foram convertidas para uso humano, tais como

urbanização, agricultura em larga escala e vias de transporte (Laghammer et. al., 2007).

Como utilizado também para delimitação das Important Bird Areas - IBA’s, sempre que

possível, devem ser observados três diretivas na delimitação dos sítios: a) que ele seja

diferente em características ou em habitat de sua área circundante; b) que seja uma área

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

48

protegida ou que tenha potencial para tal, ou ainda, que seja uma área manejável para

conservação; c) a área delimitada deve ser auto-suficiente para comportar a espécie em

longo prazo.

Para identificação e mapeamento de um sítio, é necessária a compilação de todo um

conjunto de dados dentro do Sistema de Informações Geográficas - SIG, tais como mapas

das localidades, dados de distribuição das espécies e bases de topografia, uso e ocupação

do solo, remanescentes florestais e unidades de manejo, incluindo as Unidades de

Conservação (Langhammer et. al., 2007). O delineamento dos KBA’s (Langhammer et. al.,

2007) normalmente se enquadra em uma das duas categorias: a) seus limites correspondem

aos limites de uma unidade de manejo já existente, tais como áreas protegidas; b) seus

limites são estabelecidos segundo características biológicas ou físicas, na ausência de

unidades de manejo instituídas.

Abaixo são descritos procedimentos que podem ser adotados nas diferentes

situações.

2.10.1. Delimitação dos Sítios Prioritários sobre os Limites de Unidades de Manejo

Os limites das KBA’s devem ser estabelecidos de forma realística, delimitando

sítios possíveis de serem manejados como unidade. Sempre que possível, os sítios devem

ser delimitados sobre os limites de unidades de manejo como Unidade de Conservação.

Podem ainda, serem utilizados os limites de propriedades particulares, concessões

florestais, territórios indígenas e terras do governo (Langhammer et. al., 2007).

2.10.2. Delimitação dos Sítios Prioritários na Ausência de Unidades de Manejo

Estabelecidas

Esta situação normalmente ocorre onde as pequenas unidades de manejo existentes

no local não estão disponíveis em forma digitalizada ou quando a localidade é dividida em

muitas propriedades privadas ou públicas. Não havendo dados suficientes de unidades de

manejo para a delimitação do sítio, este pode ser estabelecido sob a forma de um ponto no

mapa, podendo-se realizar o mapeamento quando houver maior disponibilidade de dados,

ou ainda, os limites do sítio podem ser estabelecidos “a grosso modo” acompanhando

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

49

características físicas ou biológicas. Neste caso, podem ocorrer duas situações

(Langhammer et. al., 2007):

a) Quando existem dados sobre o habitat preferencial da espécie que podem ser

mapeados: os dados da área de ocupação das trigger species podem ser úteis,

permitindo o mapeamento inicial do sítio que pode ser refinado posteriormente. O

sítio pode ser delimitado englobando todo o habitat ou a maior parte do habitat da

trigger species, a partir de seu ponto de ocorrência, assumindo-se que esta área

possa ser manejável e, excluindo-se as áreas alteradas pela ação humana. Podem ser

utilizados os dados disponíveis, como tipos vegetacionais e sua extensão,

elevações, topografia, hidrografia, uso e ocupação de solo e variações climáticas.

Em alguns casos, onde não é possível delimitar toda a área de ocupação da espécie,

os limites podem ser estabelecidos de forma a utilizar dados biogeográficos

(elevações, vales), obtendo-se uma área que possa ser manejável.

b) Nos casos onde não há informações sobre o habitat das espécies; os conhecimentos

disponíveis sobre seus requerimentos ecológicos são inconsistentes; ou ainda, não

existam dados disponíveis sobre o habitat preferencial da espécie no Sistema de

Informação Geográfica, os limites do sítio podem ser delimitados sobre dados

biofísicos. Mapas de remanescentes florestais podem ser utilizados para a

delimitação dos sítios, particularmente em regiões onde a vegetação está

fragmentada. Os limites dos sítios nestes casos serão estabelecidos sobre as bordas

destes remanescentes ou sobre outros tipos de vegetação. Na ausência de tais

remanescentes vegetacionais, ou onde estes estejam severamente fragmentados,

mapas com dados biofísicos como elevações, córregos e características

topográficas, podem ser utilizados para derivação dos limites do sítio. Os sítios em

locais de habitat contínuo também podem seguir a mesma metodologia, através da

delimitação de montanhas, vales, microbacias ou interflúvios.

2.10.3. Divergência de Cobertura entre a Unidade de Manejo e o Habitat da Trigger

Species

Muitas vezes a unidade de manejo ou a área protegida pode não representar um

sítio eficiente para a trigger species, pois seu habitat se estende para além dos limites

estabelecidos. Nestes casos, pode-se delimitar o sítio de forma a englobar a unidade de

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

50

manejo, adicionando-se ao sítio a área adjacente que contenha o habitat sustentável da

espécie, expandindo de forma efetiva o limite da unidade de manejo existente

(Langhammer et. al., 2007).

2.10.4. Múltiplas Unidades de Manejo

É possível que mais de uma unidade de manejo se sobreponha ao sítio, quando

existe a possibilidade de um trabalho em conjunto destas unidades de manejo no intuito de

proteger o sítio. No entanto, este processo exige considerações especiais na implementação

de planos de conservação (Langhammer et. al., 2007).

Havendo sobreposição de unidades de manejo, os limites do sítio podem ser

definidos inicialmente sobre características biofísicas da localidade, ou, de acordo com os

requerimentos de habitat da trigger species. O detalhamento da delimitação pode ocorrer

posteriormente, uma vez que, sejam planejadas ações de conservação para a área, sendo

necessárias informações adicionais para a complementação do processo (Langhammer et.

al., 2007).

2.10.5. Mapeamento por Trecho de Ottobacia

Para as trigger species de peixes de água doce, que possuíam ocorrência limitada a

determinados trechos dos corpos d’água, e para aquelas espécies de peixes-anuais e

anfíbios, onde não foi possível estabelecer seus sítios sobre remanescentes vegetacionais

ou características topográficas, foi utilizado o sistema de delimitação por trecho de

ottobacia (ANA, 2008).

As ottobacias são áreas de contribuição dos trechos da rede hidrográfica codificadas

segundo o método de Otto Pfafstetter para classificação de bacias, sistema este

disponibilizado pela Agência Nacional de Águas (ANA, 2008). Segundo esta metodologia,

os trechos de ottobacia ou trechos de curso d’água são definidos como segmentos entre

uma foz e sua confluência, ou segmento entre confluências, ou segmento entre uma

confluência e uma nascente (ANA, 2008).

2.11. Delimitação e Mapeamento dos Polígonos

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

51

2.11.1. Elaboração dos Polígonos dos Sítios Prioritários da BAZE

Os polígonos dos Sítios Prioritários da BAZE em formato shapefile foram

vetorizados utilizando-se o programa ARCGIS 9.0 com projeção cartográfica no formato

Geográfica e Universal Transverse Mercator, Datum SAD 69. Os polígonos foram

elaborados a partir das informações expressas pela sobreposição das bases cartográficas

anteriormente especificadas e das características observadas pela análise das imagens por

satélite. Os polígonos dos sítios foram delimitados sobre características expressas pelas

próprias bases, como limites de remanescentes vegetacionais, trechos de ottobacias, vales,

serras, Unidades de Conservação e outros. Estes limites apresentados pelas bases foram

devidamente conferidos através da análise das imagens por satélite e foram realizadas

correções onde se fez necessário. A análise das imagens por satélite também influenciou na

tomada de decisão em se utilizar ou não determinados limites expressos pelas bases

cartográficas na elaboração dos polígonos.

Após a elaboração dos polígonos foram produzidos mapas para cada um dos sítios

identificados. O layout padrão dos sítios foi confeccionado de forma a conter como base

cartográfica de fundo os Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006), sobrepostos às bases de hidrografia (ANA, 2008), Unidades de Conservação federal

e estadual (MMA, 2007b), limites políticos, malha municipal, infra-estrutura, rede viária e

topografia (IBGE, 2003).

2.11.2. Mapas de Localização dos Sítios Prioritários da BAZE por Bioma Brasileiro

Os mapas de localização dos Sítios Prioritários da BAZE por bioma brasileiro

foram elaborados utilizando-se como base cartográfica de fundo padrão o limite dos

biomas brasileiros produzido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2006), aos quais

foram sobrepostos respectivamente, os polígonos dos sítios prioritários identificados e

mapeados.

2.11.3. Padronização dos Mapas dos Sítios Prioritários da BAZE

Como os mapas dos Sítios Prioritários da BAZE foram padronizados sobre bases de

remanescentes vegetacionais, foi elaborada uma legenda nominal dos tipos de vegetação

expressa pelas bases cartográficas dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

52

Brasileiros. A legenda que identifica os tipos vegetacionais nos mapas encontra-se listada

na Tabela 4.

Tabela 4. Legenda dos Tipos de Vegetação dos Sítios Prioritários da BAZE.

Sigla Remanescente

A Floresta Ombrófila Aberta

Ac Agricultura

Ac + Vs Agricultura e Vegetação Secundária

Acc.C Culturas Permanentes e Floresta Estacional Decidual

Acc.P Culturas Permanentes e Formações Pioneiras

Acc.T Culturas Permanentes e Savana Estépica

Ag Agropecuária

Ag.E Agropecuária e Estepe

Ag. NE Agropecuária e Estepe / Floresta Estacional

Ag. NP Agropecuária e Contato / Floresta Estacional / Formações Pioneiras

Ag. P Agropecuária e Formações Pioneiras

Ag. T Agropecuária e Savana Estépica

Ag + SN Agropecuária e Contato de Savana / Floresta Estacional

Ag+ ST Agropecuária e Contato de Savana / Savana Estépica

Ag + Ta Agropecuária e Savana Estépica Arborizada

Ag + Ta + Tb Agropecuária e Savana Estépica Arborizada e Savana Estépica das Terras Baixas

Ag + Td Agropecuária e Savana Estépica Florestada

Ag + TN Agropecuária e Savana Estépica / Floresta Estacional

Ag + Vs Agropecuária e Vegetação Secundária

Água Corpos d’água

Água.P Corpos d’água e Formações Pioneiras

Água.T Corpos d’água e Savana Estépica Florestada

Ai Áreas Antrópicas Indiscriminadas

Ap Pecuária

Ap + Vs Pecuária e Vegetação Secundária

Ap + Vs + Ds + As Pecuária, Vegetação Secundária, Floresta Ombrófila Densa Submontana e Floresta

Ombrófila Aberta Submontana

As + Ds Floresta Ombrófila Aberta Submontana e Floresta Ombrófila Densa Submontana

Ca Floresta Estacional Decidual Aluvial

Cm Floresta Estacional Decidual Montana

Cs Floresta Estacional Decidual Submontana

Db Floresta Estacional Decidual Decidual de Terras Baixas

Dl Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana

Dm Floresta Ombrófila Densa Montana

Ds Floresta Ombrófila Densa Submontana

Eg Estepe Gramíneo Leitosa

Fa Floresta Estacional Semidecidual Aluvial

Fb Floresta Estacional Semidecidual Terras Baixas

Fl Floresta Estacional Semidecidual Alto-Montana

Fm Floresta Estacional Semidecidual Montana

Fs Floresta Estacional Semidecidual Submontana

Iu Influência Urbana

Iu.C Influência Urbana e Floresta Estacional Decional

Iu.E Influência Urbana e Estepe

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

53

Sigla Remanescente

Iu. NE Influência Urbana e Estepe / Floresta Estacional

Iu.P Influência Urbana e Formações Pioneiras

Iu.T Influência Urbana e Savana Estépica

Ml Formação Ombrófila Mista e Savana Estépica

Nc Não Classificado

OM Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Mista

P Formações Pioneiras

Pa Formações Pioneiras com Influência Fluvial ou Lacustre

Pf Formações com Influência Fluviomarinha

Pm Formações com Influência Marinha

R Reflorestamento e Estepe / Floresta Estacional

R. NE Reflorestamento e Contato de Floresta Estacional / Formações Pioneiras

R. NP Reflorestamento e Contato de Floresta Estacional / Formações Pioneiras

rl Refúgios Alto-Montanos

Saf Savana Arborizada com Floresta de Galeria

Sas Savana Arborizada sem Floresta de Galeria

Sd Savana Florestada

Sg Savana Gramíneo-Lenhosa

Sgf Savana Gramíneo-Lenhosa com Floresta de Galeria

SN Contato Savana / Floresta Estacional

SN + Ag Contato Savana / Floresta Estacional / Agropecuária

SO Contato Savana / Floresta Ombrófila

Spf Savana Parque com Floresta de Galeria

Sps Savana Parque sem Floresta de Galeria

ST + Ag Contato Savana e Savana Estépica / Agropecuária

STN Contato Savana / Savana Estépica / Floresta Estacional

STN + Ag Contato Savana / Savana Estépica / Floresta Estacional e Agropecuária

T + Ag Savana Estépica e Agropecuária

Ta Savana Estépica Arborizada

Ta + Ag Savana Estépica Arborizada e Agropecuária

Ta + Td + Ag Savana Estépica Arborizada, Savana Estépica Florestada e Agropecuária

Ta + Vs + Ag Savana Estépica Arborizada, Vegetação e Agropecuária

Td + Ag Savana Estépica Florestada e Agropecuária

Td + Ta + Ag Savana Estépica Florestada, Savana Estépica Arborizada e Agropecuária

Tg Savana Estépica Gramíneo-Lenhosa

TN Contato Savana Estépica / Floresta Ombrófila

TN + Ag Contato Savana Estépica / Floresta Ombrófila e Agropecuária

Vs Vegetação Secundária

Vsi Vegetação Secundária Inicial

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2006).

2.12. Análise do Status de Proteção dos Sítios Prioritários da BAZE

O status de proteção dos Sítios Prioritários da BAZE foi distribuído em três

categorias distintas, onde: a) foram denominados como sítios “Protegidos” aqueles que

tiveram a totalidade de sua área representada por uma Unidade de Conservação de

proteção integral; b) foram denominados sítios “Parcialmente Protegidos” aqueles cujas

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

54

áreas são representadas parcialmente por Unidades de Conservação de proteção integral e o

restante de sua área não é protegida ou ainda, quando há a sobreposição de Unidades de

Conservação de uso sustentável e; c) foram denominados por “Não Protegidos” os sítios

cujas áreas não possuem representatividade por nenhuma categoria de Unidade de

Conservação.

2.13. Outras Espécies Ameaçadas Presentes nos Sítios Prioritários da BAZE

Assim como ocorre com as KBA’s (Langhammer et. al., 2007), em muitos dos

Sítios Prioritários da BAZE que foram delimitados com base na presença de trigger

species, ocorrem também outras espécies de vertebrados categorizadas como ameaçadas de

extinção, mas que não se configuram como espécies BAZE. Estas espécies foram listadas

objetivando identificar o “pool” das espécies ameaçadas contidas em cada um dos sítios

delimitados. Ao final da descrição de cada um dos sítios, onde houve outras espécies

ameaçadas, estas foram listadas apresentando seu status de ameaça e grupo taxonômico.

2.14. Lista de Espécies Candidatas da BAZE

Foram incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE, as espécies pré-

selecionadas que possuiam deficiência em seus dados de distribuição; espécies que tiveram

seu habitat totalmente alterado pela ação antrópica; espécies que possuiam apenas registros

históricos, não sendo possível delimitar seu sítio, ou ainda, nos casos onde os critérios da

singularidade ou da discrição não se qualificaram de forma precisa.

3. RESULTADOS

Segundo a Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al.,

2005), existem no Brasil 197 espécies de vertebrados ameaçados de extinção nas

categorias Criticamente em Perigo e Em perigo, dessas, 16 espécies marinhas de

mamíferos, répteis e peixes foram excluídas da presente análise em função da escassez de

dados populacionais e áreas de uso.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

55

Desta forma, foram analisadas por seu padrão de distribuição 181 espécies-foco

(ANEXO 1) da lista nacional categorizadas como Criticamente em Perigo e Em Perigo.

Desse total, obteve-se 84 espécies pré-selecionadas (ANEXO 1), que se enquadraram

dentro dos critérios de distribuição singular ou distribuição disjunta, que neste caso

abrigavam a maioria significativa da população total da espécie ou de uma de suas fases de

vida, ou ainda, por serem trigger species da AZE.

A análise das 84 espécies pré-selecionadas pela metodologia proposta resultou na

identificação de 36 trigger species distribuídas em 32 Sítios Prioritários da BAZE e 34

espécies foram incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE. As demais 14 espécies

foram eliminadas do estudo.

Das 50 trigger species identificadas pela AZE para o Brasil, 15 correspondem a

trigger species identificadas pela BAZE (Adelophryne maranguapensis, Anodorhynchus

leari, Antilophia bokermanni, Calyptura cristata, Columbina cyanopis, Formicivora

erythronotos, Holoaden bradei, Hypsiboas cymbalum, Merulaxis stresemanni,

Odontophrynus moratoi, Melanophryniscus macrogranulosus, Paratelmatobius lutzii,

Phyllomedusa ayeaye, Physalaemus soares e Scinax alcatraz,), uma representatividade de

30%, enquanto que dez trigger species da AZE correspondem a espécies incluídas na Lista

de Espécies Candidatas da BAZE (Bokermannohyla izecksohni, Callicebus coimbrai,

Cyanopsitta spixi, Formicivora littoralis, Mitu mitu, Myrmotherula snowi, Nemosia rourei,

Philydor novaesi, Phylloscartes beckeri, Rhopornis ardesiacus) (Figura 6; Figura 7). As

demais 25 trigger species da AZE são categorizadas como Vulnerável, Deficientes em

Dados ou Não Avaliadas pela lista nacional, ou ainda, não se configuram como trigger

species da BAZE (Callicebus barbarabrownae e Crax blumenbachii), devido ao seu

padrão de distribuição (Tabela 2).

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

56

Figura 6. Numero de trigger species identificadas pela BAZE que correspondem

a trigger species da AZE por Grupo Taxonômico.

Figura 7. Número de Espécies Candidatas da BAZE que correspondem a

trigger species identificadas pela AZE por Grupo Taxonômico

9 98

6

4

13

2

0

6

12

18

24

30

36

Anfíbios Aves Mamíferos Peixes Répteis

BAZE AZE

To

tal

de

Tri

gg

er S

pec

ies

To

tal

de

Esp

écie

s C

an

did

ata

s

2 1

13

8

31

16

0

17

34

Anfíbios Aves Mamíferos Peixes

BAZE AZE

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

57

Tabela 2. Sítios e Trigger Species da AZE identificados no Brasil.

Sítio AZE Trigger Specie AZE Trigger species

BAZE

Status Ameaça

IUCN, 2007B

Status Ameaça Brasil

(Machado, et. al., 2005).

Alhandra Phyllodytes brevirostris Não DD Não avaliada

Baía de Ilha Grande Formicivora erythronotos Sim CR CR

Boa Nova Rhopornis ardesiaca Lista Candidatas EN EN

Botucatu Odontophrynus moratoi Sim CR CR

Cabo Frio Formicivora littoralis Lista Candidatas CR CR

Cachoeiro do Itapemirim Proceratophrys phyllostomus Não DD Não avaliada

Campo Grande I Hypsiboas cymbalum Sim CR CR

Campo Grande II Physalaemus bokermanni Não DD Não avaliada

Campos do Jordão Paratelmatobius mantiqueira Não DD DD

Chapada do Araripe Antilophia bokermanni Sim CR CR

Curaçá Cyanopsitta spixii Lista Candidatas EW EW

Fazenda Jueirana Merulaxis stresemanni Sim CR CR

Fazenda Pindobas IV Nemosia rourei Lista Candidatas CR CR

Horto Florestal de Santa Cruz Physalaemus soaresi Sim EN EN

Ilha de Alcatrazes Scinax alcatraz Sim CR CR

Itatiaia Holoaden bradei Sim CR CR

Hylodes regius Não DD DD

Ji-Paraná Clytoctantes atrogularis Não CR DD

Mata do Crasto / Restingas de

Itaporanga e Estância Callicebus coimbrai Lista Candidatas CR CR

Mimosa do Sul Euparkerella robusta Não VU DD

Murici Myrmotherula snowi Listas Candidatas

Crossodactylus dantei Não DD DD

Parque Nacional Chapada da

Diamantina Phylloscartes beckeri Lista Candidatas EN EN

Parque Nacional Itatiaia, Serra

da Mantiqueira Paratelmatobius lutzii Sim CR DD

Poços Caldas Phyllomedusa ayeaye Sim CR CR

Reserva Ecológica Raso da

Catarina Anodorhynchus leari Sim CR CR

Rio Tacutu Synallaxis kollari Não VU DD

Rubião Júnior Hyla izecksohni Lista Candidatas CR CR

Município de Santa Tereza Eleutherodactylus epipedus Não NT DD

Eleutherodactylus oeus Não DD Não avaliada Hyla weygoldti Não NT Não avaliada

Scinax arduous Não DD Não avaliada

Euparkerella tridactyla Não VU Não avaliada

Santana do Riacho Crossodactylus bokermanni Não DD Não avaliada

Santo Amaro Callicebus barbarabrownae Não CR CR

Serra das Araras Columbina cyanopis Sim CR CR

Serra de Bocaina Paratelmatobius gaigeae Não DD DD

Physalaemus barrioi Não DD Não avaliada

Serra de Maranguape/Aratanha Adelophryne maranguapensis Sim EN EN

Serra do Mar Myrmotherula fluminensis Não CR DD

Calyptura cristata Sim CR CR

Serra do Urubu Philydor novaesi Lista Candidatas CR CR

Serra dos Órgãos Cycloramphus stejnegeri Não DD Não avaliada

Hyla musica Não DD Não avaliada

Eleutherodactylus erythromerus

Não DD DD

Hyla fluminea Não DD Não avaliada

Sooretama/Linhares Crax blumenbachii Não EN EN

Torres, RS Melanophryniscus macrogranulosus

Sim CR VU

Usina Serra Grande Mitu mitu Lista Candidatas EW EW

Valença Scytalopus psychopompus Não CR DD

Fonte: Modificado de AZE, 2005: EW – Extinta na Natureza; CR – Criticamente em Perigo; EN – Em Perigo; VU – Vulnerável;

DD – Deficiente em Dados; NT – Quase Ameaçada. Campo Sítios AZE: Sítios AZE em comum com Sítios da BAZE e com a mesma

nomenclatura; Campo Sítios AZE: Sítios AZE em comum com Sítios da BAZE com nomes diferentes. Campo Trigger Species: trigger species em comum entre AZE e BAZE; Campo Trigger Species: espécies que não se configuraram como trigger species da BAZE;

Campo Status Ameaça no Brasil: espécies possuem status de ameaça no Brasil que não a configura como trigger species.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

58

Dos 32 Sítios Prioritários da BAZE identificados, 16 estão localizados na Mata

Atlântica (ARIE da Ilha de Queimada Grande, Baía de Ilha Grande, Bandeira, Cabo Frio,

Dom Pedro de Alcântara, FLONA Mário Xavier, Ilha de Alcatrazes, Nova Iguaçu, Parque

Estadual de IlhaBela, Parque Estadual do Morro do Diabo, Parque Nacional do Itatiaia,

Poços de Caldas, Rio Mucuri, Rio Santo Antônio, Santo André, Serra dos Órgãos) (Figura

8), oito no Cerrado (Botucatu, Brejinho de Nazaré, Jardim Zoológico de Brasília, Parque

Nacional das Emas, Rio dos Patos, Rio Urucuia, Rio Tabocas, Serra das Araras) (Figura

9), quatro na Caatinga (Chapada do Araripe, Canudos / Raso da Catarina, Rio Catu, Serra

do Maranguape) (Figura 10), dois na Amazônia (Governador Jorge Teixeira, Rio

Araguaia) (Figura 11) e dois nos Pampas (Delta do Jacuí, Parque Estadual do Espinilho)

(Figura 12), cuja proporção de distribuição por bioma pode ser visualizada na Figura 13.

Figura 8. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero na Mata Atlântica.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

59

Figura 9. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero no Cerrado.

Figura 10. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero na Caatinga.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

60

Figura 11. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero na Amazônia.

Figura 12. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero nos Pampas.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

61

Figura 13. Distribuição dos Sítios da BAZE por Bioma Brasileiro.

Do total de 32 Sítios Prioritários da BAZE identificados, 19 foram categorizados

como Não Protegidos, oito como Parcialmente Protegidos e apenas cinco sítios prioritários

foram categorizados como Protegidos (Figura 14).

A distribuição dos sítios segundo seu status de proteção por Estado brasileiro e

região pode ser visualizado na Tabela 3.

Figura 14. Proporção do status de proteção dos Sítios da BAZE.

6%13%

25%50%

6%

Amazônia Caatinga

Cerrado Mata Atlântica

Pampas

16%

59%25%

Proteção Integral Proteção Parcial Não Protegido

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

62

Tabela 3. Número de Sítios Prioritários da BAZE e seu Status de Proteção

por Região e Estado Brasileiro.

Estados Proteção Integral Proteção Parcial Não Protegido

Região Centro-Oeste

Distrito Federal - 1 -

Goiás 1 - 1

Mato Grosso - - 1

Subtotal 1 1 2

Região Norte

Pará - - 1

Rondônia - - 1

Tocantins - - 1

Subtotal - - 3

Região Nordeste

Bahia - 1 2

Ceará - 1 1

Subtotal - 2 3

Região Sul

Rio Grande do Sul 1 1 1

Subtotal 1 1 1

Região Sudeste

Minas Gerais - - 5

Rio de Janeiro 1 3 2

São Paulo 2 1 3

Subtotal 3 4 10

Total 5 8 19

O bioma que apresentou o maior número de trigger species foi a Mata Atlântica

com 20 espécies distribuídas pelos seguintes grupos taxonômicos: aves (Calyptura

cristata, Formicivora erythronotos, Merulaxis stresemanni), anfíbios (Hypsiboas

cymbalum, Melanophryniscus macrogranulosus, Paratelmatobius lutzii, Holoaden bradei,

Phyllomedusa ayeaye, Physalaemus soaresi, Scinax alcatraz), mamíferos (Leontopithecus

chrysopygus, Phyllomys thomasi), peixes (Hemipsilichthys garbei, Henochilus

wheatlandii, Leptobias cruzi, Leptolebias leitaoi, Leptolebias marmoratus, Simpsonichthys

constanciae) e, répteis (Bothrops alcatraz, Bothrops insularis); seguida pelo Cerrado com

oito trigger species: aves (Columbina cyanopis e Eleothreptus candicans); mamífero

(Juscelinomys candago) e, peixes (Simpsonichthys multiradiatus, Simpsonichthys auratus,

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

63

Simpsonichthys marginatus, Simpsonichthys zonatus) e, anfíbio (Odontophrynus moratoi);

a Caatinga com quatro trigger species: anfíbio (Adelophryne maranguapensis), peixe

(Phalloptychus eigenmanni) e, aves (Antilophia bokermanni e Anodorhynchus leari); a

Amazônia com duas trigger species: mamífero (Caluromysiops irrupta) e, peixe

(Potamobatrachus trispinosus) e; por último os Pampas também, com duas trigger

species: ave (Coryphistera alaudina) e, peixe (Lepthoplosternum tordilho) cuja

distribuição pode ser visualizada na Figura 15.

Figura 15. Número de Trigger Species por Grupo Taxionômico e sua distribuição

nos Biomas Brasileiros.

Os dados de distribuição revelaram que apenas duas trigger species de aves não

possuem ocorrência endêmica ao Brasil (Eleothreptus candicans e Coryphistera alaudina),

correspondendo a 6% das trigger species identificadas. No Brasil estas espécies possuem

distribuição restrita a uma localidade, mas possuem ocorrência em países que fazem

fronteiras com o Brasil. Todas as demais trigger species do estudo possuem ocorrência

endêmica ao país, e correspondem a 94% das trigger species identificadas.

3.1. Descrição dos Sítios Prioritários da BAZE Identificados e Mapeados

Na Tabela 4 é exibida uma síntese dos Sítios Prioritários da BAZE e as respectivas

trigger species identificadas.

1 1

7

2 2 31 1 1

21

46

12

0

6

12

18

24

30

36

Anfíbios Aves Mamíferos Peixes Répteis

Amazônia CaatingaCerrado Mata AtlânticaPampas

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

64

Tabela 4. Síntese dos Sítios Prioritários da BAZE e suas respectivas trigger species.

Nome do Sítio Estado Brasileiro Trigger Species Grupo

Taxonômico

Status

Brasil (*)

Status IUCN

(IUCN, 2007) Bioma

Trigger species

AZE (AZE,

2005)

ARIE da Ilha de

Queimada Grande São Paulo Bothrops insularis Réptil CR CR Mata Atlântica Não

Baía de Ilha Grande Rio de Janeiro Formicivora erythronotos Ave EN EN Mata Atlântica Sim

Bandeira Bahia Merulaxis stresemanni Ave CR CR Mata Atlântica Sim

Botucatu São Paulo Odontophrynus moratoi Anfíbio CR CR Cerrado Sim

Brejinho de Nazaré Tocantins Simpsonichthys multiradiatus Peixe EN Não Avaliada Cerrado Não

Cabo Frio Rio de Janeiro Leptolebias cruzi Peixe CR Não Avaliada Mata Atlântica Não

Simpsonichthys constanciae Peixe CR Não Avaliada Mata Atlântica Não

Canudos – Raso Catarina Bahia Antilophia bokermanni Ave CR CR Caatinga Sim

Chapada do Araripe CE / PI / PE Antilophia bokermanni Ave CR CR Caatinga Sim

Delta do rio Jacuí Rio Grande do Sul Lepthoplosternum tordilho Peixe EN CR Pampas Não

Dom Pedro Alcântara Rio Grande do Sul M. macrogranulosus Anfíbio CR VU Mata Atlântica Sim

FLONA Mário Xavier Rio de Janeiro Physalaemus soaresi Anfíbio EN EN Mata Atlântica Sim

Gov. Jorge Teixeira Rondônia Caluromysiops irrupta Mamífero CR VU Amazônia Não

Ilha dos Alcatrazes São Paulo Bothrops alcatraz Réptil CR CR Mata Atlântica Não

Scinax alcatraz Anfíbio CR CR Mata Atlântica Sim

Jd. Zoológico de Brasília Distrito Federal Juscelinomys candango Mamífero CR Quase Ameaçada Cerrado Não

PE Espinilho Rio Grande do Sul Coryphistera alaudina Ave CR Não Ameaçada Pampas Não

Nova Iguaçu Rio de Janeiro Leptolebias marmoratus Peixe CR VU Mata Atlântica Não

P.E de IlhaBela São Paulo Phyllomys thomasi Mamífero EN Não Avaliada Mata Atlântica Não

P.E do Morro do Diabo São Paulo Leontopithecus chrysopygus Mamífero CR CR Mata Atlântica Não

PARNA das Emas Goiás Eleothreptus candicans Ave EN EN Cerrado Não

PARNA do Itatiaia Rio de Janeiro Paratelmatobius lutzii Anfíbio CR DD Mata Atlântica Sim

Holoaden bradei Anfíbio CR CR Mata Atlântica Sim

Poços de Caldas Minas Gerais Phyllomedusa ayeaye Anfíbio CR CR Mata Atlântica Sim

Rio Araguaia Pará Potamobatrachus trispinosus Peixe EN Não Avaliada Amazônia Não

Rio Catu Bahia Phalloptychus eigenmanni Peixe CR Não Avaliada Caatinga Não

Rio Mucuri Bahia Leptolebias leitaoi Peixe CR Não Avaliada Mata Atlântica Não

Rio dos Patos Goiás Simpsonichthys marginatus Peixe EN Não Avaliada Cerrado Não

Rio Santo Antônio Minas Gerais Henochilus wheatlandii Peixe CR Não Avaliada Mata Atlântica Não

Rio Tabocas Minas Gerais Simpsonichthys auratus Peixe EN Não Avaliada Cerrado Não

Rio Urucuia Minas Gerais Simpsonichthys zonatus Peixe EN Não Avaliada Cerrado Não

Santo André São Paulo Hypsiboas cymbalum Anfíbio CR CR Mata Atlântica Sim

Serra das Araras Mato Grosso Columbina cyanopis Ave CR CR Cerrado Sim

Serra do Maranguape Ceará Adelophryne maranguapensis Anfíbio EN EN Caatinga Sim

Serra dos Órgãos Rio de Janeiro Hemipsilichthys garbei Peixe EN Não Avaliada Mata Atlântica Não

Calyptura cristata Ave EN CR Mata Atlântica Sim

* Machado et. al. (2005). Trigger species da BAZE em comum com a AZE. Sítio com duas trigger species.

A seguir são descritos os Sítios Prioritários da BAZE e as respectivas trigger

species identificadas. Os mapas dos Sítios Prioritários da BAZE são exibidos nos

apêndices.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

65

3.1.1. Sítio Prioritário da BAZE: Área de Relevante Interesse Ecológico da Ilha de

Queimada Grande e Queimada Pequena (APÊNDICE 1)

Localização: A ilha de Queimada Grande está localizada a 33 km da costa de Itanhaém no

litoral sul do Estado de São Paulo (Martins & Marques, no prelo).

Descrição do Sítio: A ilha de 43 ha está inserida no bioma da Mata Atlântica, dos quais 33

ha são compostos por floresta, enquanto que, o restante da ilha é recoberto por gramíneas

como conseqüência de incêndios ocorridos no local (Martins & Marques, no prelo).

Município Abrangido: Itanhaém.

Unidade de Conservação: A Área de Relevante Interesse Ecológico da Ilha de Queimada

Grande e Queimada Pequena, categorizada como unidade de conservação de uso

sustentável, foi criada em 1985 e engloba a Ilhas de Queimada Grande e Queimada

Pequena (IBAMA, 2004a). O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como parcialmente

protegido.

Tamanho do Sítio: 43 hectares.

Trigger Species: Bothrops insularis (Amaral, 1922).

Nome Popular: jararaca-ilhôa.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a jararaca-ilhôa é endêmica da Ilha de

Queimada Grande sendo predominantemente arborícola, mas, podendo ser encontrada

também no chão da mata. Os adultos da espécie alimentam-se principalmente de pássaros

migratórios, enquanto os filhotes se alimentam de anfíbios, lagartos e centopéias (Martins

& Marques, no prelo). A espécie apresenta uma baixa taxa de natalidade, sendo registrados

aproximadamente dez filhotes por ninhada. Estimativas populacionais recentes indicam

uma população total entre 1500 e 2000 indivíduos (Martins & Marques, no prelo).

Critérios para Seleção do Sítio: a ilha de Queimada Grande foi definida como Sítio

Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Bothrops

insularis, uma serpente da família Viperidae categorizada como Criticamente em Perigo

pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN, 2007 (IUCN, 2007): Criticamente em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: os limites do sítio foram delimitados sobre a área da

ilha Queimada Grande.

Principais Ameaças: entre as principais ameaças à espécie estão os incêndios florestais e a

captura de espécimes para o mercado ilegal (Martins & Marques, no prelo).

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

66

Estratégias de Conservação sugeridas: entre as estratégias de conservação pode ser

citada a proposta da Conservação Internacional do Brasil e seus parceiros pela

recategorização da ARIE em Parque Nacional Marinho, pelo fato da ilha de Queimada

Grande apresentar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica

(CI - Brasil, 2004b). A recategorização da ilha em PARNAM viabilizaria projetos de

conservação e manejo (CI - Brasil, 2004b) possibilitando uma melhor fiscalização para

evitar capturas ilegais, o controle dos incêndios florestais, a restauração das áreas

degradadas pelos incêndios, programas de conservação ex situ e o monitoramento das

populações (Martins & Marques, no prelo).

Outras Informações: são necessários ainda, estudos que possam avaliar os impactos

ambientais que serão causados ao sítio e sua biodiversidade pela possível construção do

Porto Brasil na cidade de Peruíbe. O porto poderá ser construído em uma área de 53

milhões de metros quadrados, entre as cidades de Peruíbe e Itanhaém pela empresa EBX, e

possuirá uma ilha artificial a oito quilômetros da costa com 500 mil metros quadrados e

uma retroárea portuária de seis milhões de metros quadrados conectados ao continente por

uma rodovia. O plano de trabalho para o licenciamento ambiental do Porto Brasil está em

andamento, tendo sido iniciado em reunião na COSEMA no dia 04 de dezembro de 2007,

com sinalização positiva do Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura de Peruíbe e irá

operar milhões de toneladas de minérios, grãos, fertilizantes e combustíveis, devendo ser a

maior instalação portuária da América Latina (COSEMA, 2007).

A construção do porto na cidade de Peruíbe poderá trazer sérios danos ambientais

aos ecossistemas marinhos e florestais, estuários e manguezais, podendo gerar degradação

ambiental, como eventuais derrames de combustĩveis pelos navios, acidentes com produtos

químicos e materiais tóxicos, além de acelerar a ocupação desordenada da região, o que

pode impactar toda a biodiversidade da região do litoral sul do Estado de São Paulo,

incluindo a Ilha de Queimada Grande.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.2. Sítio Prioritário da BAZE: Baía de Ilha Grande (APÊNDICE 2).

Localização: a Baía de Ilha Grande está localizada na região costeira, entre os municípios

de Parati e Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro (MMA, 2006; IBGE, 2003).

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

67

Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas por Floresta Ombrófila

Densa Submontana, Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, Vegetação Secundária,

Formação Pioneira com Influência Fluviomarinha, Floresta Ombrófila Densa Aluvial e

está inserido do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006). Trata-se de uma região muito

valorizada pelo veraneio e turismo de luxo e possui uma população residente em franco

crescimento (Gonzaga, no prelo-a).

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Parati e Angra dos Reis.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido. O Parque Nacional da Serra da Bocaina ocorre no entorno do sítio, não tendo

sido englobado por este, por apresentar relevo montanhoso que não constitui habitat da

trigger species.

Tamanho do Sítio: 84.790,00 hectares.

Trigger Species: Formicivora erythronotos Hartlaub, 1852.

Nome Popular: formigueiro-de-cabeça-negra.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: Formicivora erythronotos foi redescoberta

em 1987 em Angra dos Reis, após 130 anos desaparecida. Em 1997 ocorreram novos

registros em Mambucaba e São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro. Atualmente possui

sete populações isoladas geograficamente entre a Baía de Ilha Grande e a Serra do Piloto.

Porém, a região de Mambucada e baixada do Ariró concentram mais de 90% da população

total da espécie, com 156 e 89 pares por km², respectivamente (Gonzaga, no prelo-a;

BirdLife International, 2004f). A espécie habita preferencialmente formações secundárias,

arbustivas ou arbóreas em baixadas costeiras úmidas, onde predominam espécies pioneiras

(Gonzaga, no prelo-a).

Critérios para Seleção do Sítio: a Baía de Ilha Grande foi definida como Sítio Prioritário

da BAZE por conter cerca de 90% da população total (Gonzaga, no prelo-a) da trigger

species Formicivora erythronotos, uma ave da Família Thamnophilidae categorizada como

Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram

estabelecidos sobre os remanescentes vegetacionais na região costeira de baixada do

Estado do Rio de Janeiro, entre as cidades de Angra dos Reis e Parati, localidade de

ocorrência da espécie, excluindo-se os locais de uso e ocupação humana.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

68

Principais Ameaças: a expansão urbana e a infra-estrutura turística, associada a áreas de

reflorestamento e agropecuária representam grande ameaça aos ambientes naturais da

região e à sobrevivência da espécie.

Estratégias de Conservação sugeridas: Segundo Gonzaga (no prelo-a) e BirdLife

International (2004f), é necessário estabelecer ações destinadas a conter a expansão

imobiliária e disciplinar o uso e ocupação do solo em Mambucaba e baixada do Ariró,

através de fiscalização permanente, a criação de uma Unidade de Conservação de proteção

integral que vise ao manejo adequado da espécie, implementação de programas de

educação ambiental para as comunidades envolvidas, estudo da biologia da espécie e seu

devido monitoramento. Outra estratégia sugerida é a ampliação do Parque Nacional da

Bocaina que está localizado por todo o entorno e adjacente ao Sítio Prioritário da BAZE,

sobre os remanescentes que constituem o sítio, oferecendo assim, maior proteção para a

trigger species.

Outras Informações: Baía de Ilha Grande é também definido como Sítio Prioritário da

AZE para a trigger species Formicivora erythronotos (AZE, 2005).

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Leucopternis lacernulata (VU / Ave), Sporophila falcirostris (VU / Ave), Callithrix aurita

(VU / Mamífero).

3.1.3. Sítio Prioritário da BAZE: Bandeira (APÊNDICE 3).

Localização: o município de Bandeira está localizado no nordeste de Minas Gerais

(Silveira, no prelo-d).

Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas por Floresta Ombrófila

Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa Submontana e está inserido dentro do bioma da

Mata Atlântica (MMA, 2006). A análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA,

2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), demonstraram que o uso do solo na região está

baseado principalmente na agropecuária.

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Bandeira, Macarani e Jordânia.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Tamanho do Sítio: 4.442,00 hectares.

Trigger Species: Merulaxis stresemanni Sick, 1960.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

69

Nome Popular: entufado-baiano.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: possui registro atual de um indivíduo

macho na Fazenda Jueirana em Una, Recôncavo Baiano e no município de Bandeira no

Estado de Minas Gerais, onde ocorre uma população da espécie (BirdLife International,

2006; Silveira, no prelo-d). É uma das espécies de ave menos conhecidas no Brasil, com

registros históricos de dois indivíduos coletados antes de 1891, tendo sido registrada

novamente apenas nos anos de 1995, 2003 e 2005 em seu atual local de ocorrência

(Silveira, no prelo-d). Vive no solo ou próximo dele e alimenta-se de pequenos

invertebrados (Silveira, no prelo-d).

Critérios para Seleção do Sítio: Bandeira foi definido como Sítio Prioritário da BAZE

por ser o único local de ocorrência de uma população conhecida da trigger species

Merulaxis stresemanni, uma ave da Família Rhinocryptidae categorizada como

Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado

et. al., no prelo).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: o Sítio Prioritário da BAZE foi delimitado sobre os

limites de uma unidade de manejo propostos pela Fundação Biodiversitas para conservação

desta área, e que foram compilados a partir dos remanescentes vegetacionais onde foram

realizados registros da ocorrência de Merulaxis stresemanni. Existe a proposta de compra

das propriedades particulares abrangidas pelos limites do sítio, pela Fundação

Biodiversitas, com o objetivo de preservar a espécie no local. No interior da área

delimitada encontra-se a Fazenda Sossego do Arrebol, já de propriedade da Fundação

Biodiversitas, adquirida em conformidade com os objetivos do projeto de preservação.

Principais Ameaças: a espécie encontra-se ameaçada pelo desmatamento das florestas de

baixada em sua área de ocorrência. Outro fator de ameaça preocupante é a endogamia,

causada pelo isolamento e baixo número de indivíduos (Silveira, no prelo-d).

Estratégias de Conservação sugeridas: proteção imediata das áreas onde a espécie tem

sido encontrada em Minas Gerais, estudos sobre sua biologia e requerimentos ecológicos

(Silveira, no prelo-d).

Outras Informações: Merulaxis stresemanni é também uma trigger species da AZE, cujo

sítio é denominado Fazenda Jueirana (AZE, 2005).

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Chaetomys subspinosus (VU / Mamífero).

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

70

3.1.4. Sítio Prioritário da BAZE: Botucatu (APÊNDICE 4).

Localização: o município de Botucatu está localizado no sudoeste do Estado de São Paulo

(IBGE, 2003).

Descrição do Sítio: a análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e

QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou que o sítio é caracterizado pela dominância

de vegetação de gramíneas, típicas de áreas de pasto e está inserido no bioma do Cerrado

(MMA, 2006). A população do município de Botucatu é de 120.800 habitantes sua área

territorial de 1482 km², dos quais 57.913 hectares são de estabelecimentos agropecuários e

4.761 hectares de florestas e matas (IBGE, 2007).

Município Abrangido (IBGE, 2003): Botucatu.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Tamanho do Sítio: 3,02 hectares.

Trigger Species: Odontophrynus moratoi Jim & Caramaschi, 1980.

Nome Popular: sapinho.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: Odontophrynus moratoi possui distribuição

de ocorrência apenas na localidade-tipo, formada por brejo entre morrotes, no distrito de

Rubião Junior, município de Botucatu (Martins & Jim, no prelo). Os girinos da espécie

possuem especialização em ambientes com águas rasas e ferruginosas e de lento

escoamento, por entre os rizomas das taboas. Os adultos têm habitat preferencial em áreas

abertas com vegetação de gramíneas predominando sobre herbáceas e arbustivas, em

altitudes que varia de 800m a 900m (Martins & Jim, no prelo; Cruz & Caramaschi, 2004).

Vocalizam no chão parcialmente coberto por folhas mortas e gravetos secos e em touceiras

de capim e também, em solo nu com terra arenosa granular, próximo a brejos de água

permanente (Martins e Jim, no prelo).

Critérios para Seleção do Sítio: Botucatu foi definido como Sítio Prioritário da BAZE

por ser o único local de ocorrência da trigger species Odontophrynus moratoi, um anfíbio

da Família Leptodactylidae categorizado como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna

Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007): Criticamente em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: após sobreposição da coordenada de ocorrência da

espécie às imagens Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008) e

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

71

dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), pode-se observar

que no distrito de Rubião Junior, no local de ocorrência da trigger species existem apenas

pequenos fragmentos de remanescentes vegetacionais, estando o local dominado por uma

matriz de pastagens. Segundo Martins & Jim (no prelo), a espécie possui dois pontos de

ocorrência na localidade, a primeira com as coordenadas (22° 53’ 11’’, 48° 30’ 78’’) e área

de 200 x 150 m e a segunda a mil metros da primeira, para a qual, porém não há

identificação por coordenada geográfica. Sendo assim, o sítio foi estabelecido de forma a

englobar os brejinhos entre morrotes (Martins & Jim, no prelo), compreendidos em um

pequeno interflúvio formado por dois córregos, e limitado por estes, abrangendo ainda,

alguns fragmentos vegetacionais identificados na localidade.

Principais Ameaças: a espécie possui ocorrência no perímetro urbano do município de

Botucatu e seu ambiente sofre intensas interferências antrópicas que tem causado o

assoreamento do brejo (Martins e Jim, no prelo). A drenagem das áreas de brejo é fator

preocupante para a espécie, pois promove o recuo do taboal eliminando o habitat dos

girinos e permitindo a invasão de espécies vegetais exóticas (Martins e Jim, no prelo). A

espécie tem sido pouco ouvida em sua área de ocorrência o que pode significar ausência de

reprodução (Martins e Jim, no prelo). Segundo Cruz & Caramaschi (2004), sucessivas

buscas para reencontrar a espécie em seu local de ocorrência não foram bem sucedidas.

Estratégias de Conservação sugeridas: as estratégias de conservação da espécie podem

ser focadas na recuperação das áreas favoráveis à reprodução, identificação de novas

populações da espécie, proposição de projetos de manejo e monitoramento, bem como,

reprodução ex situ para posterior reintrodução. Também deve ser proposta a criação de

uma Unidade de Conservação no local que seja capaz de proteger a espécie da extinção

(Martins & Jim, no prelo).

Outras Informações: Botucatu é também definido como Sítio Prioritário da AZE para

Odontophrynus moratoi (AZE, 2005).

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.5. Sítio Prioritário da BAZE: Brejinho de Nazaré (APÊNDICE 5).

Localização: o município de Brejinho de Nazaré está localizado na região central do

Estado de Tocantins (IBGE, 2007).

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

72

Descrição do Sítio: Savana Florestada, Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, Savana

Parque sem Floresta de Galeria e está inserido dentro do bioma do Cerrado (MMA, 2006).

A análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstraram que o sítio é caracterizado por pequenos fragmentos

vegetacionais entremeados com uma matriz de agricultura. Segundo dados do IBGE

(2007), o município de Brejinho de Nazaré possui com uma população de 5.295 habitantes

em uma área territorial de 1.724 km², estando sua economia baseada na agropecuária.

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Brejinho de Nazaré.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Tamanho do Sítio: 72.900,00 hectares.

Trigger Species: Simpsonichthys multiradiatus (Costa & Brasil, 1994).

Nome Popular: Não há.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: Simpsonichthys multiradiatus somente é

conhecida de poças temporárias da planície de inundação do rio Tocantins, em Brejinho de

Nazaré, Estado de Tocantins (Lima, no prelo-r). A espécie possui ciclo de vida curto,

atingindo rapidamente a maturidade sexual e morrendo por ocasião da seca. Os ovos

mantêm-se em estado de diapausa e eclodem no próximo enchimento das poças (Lima, no

prelo-r).

Critérios para Seleção do Sítio: Brejinho de Nazaré foi definido como Sítio Prioritário da

BAZE por ser único local de ocorrência da trigger species Simpsonichthys multiradiatus,

um peixe-anual da Família Rivulidae categorizado como Em Perigo pela Lista da Fauna

Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007): Não Avaliada.

Critério de Delimitação do Sítio: os limites do sítio foram estabelecidos sobre os

remanescentes vegetacionais da Savana Florestada, limitados pela delimitação do

município de Brejinho de Nazaré e pelo rio Tocantins.

Principais Ameaças: a principal ameaça à espécie é a construção de Hidrelétricas no rio

Tocantins que alagariam seu habitat, pois a espécie não é capaz de sobreviver em

ambientes lênticos (Lima, no prelo-r).

Estratégias de Conservação sugeridas: é necessário encontrar outras populações da

espécie e principalmente garantir a integridade do habitat onde a espécie possui registros,

impedindo atividades que modifiquem seu ambiente (Lima, no prelo-r).

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

73

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Maratecoara formosa (VU / Peixe), Plesiolebias xavantei (EN / Peixe).

3.1.6. Sítio Prioritário da BAZE: Cabo Frio (APÊNDICE 6).

Localização: está localizado na região costeira do Estado do Rio de Janeiro, com

influência da Bacia do Rio São João, entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de

Abreu (MMA, 2006, ANA 2008; IBGE, 2003).

Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas pela Floresta Estacional

Semidecidual das Terras Baixas e Formações Pioneiras com Influência Fluvial e está

inserido dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006). De acordo com a análise das

imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008) o

Sítio Prioritário da BAZE está situado entre as áreas urbanas de Cabo Frio e Casimiro de

Abreu, no local de ocorrência das trigger species, estando ladeado por uma matriz de

agropecuária, onde a vegetação natural foi totalmente suprimida. A localidade do sítio é

caracterizada por remanescente vegetacional de restinga na região alagável da bacia do rio

São João.

Município Abrangido (IBGE, 2003): Cabo Frio e Casimiro de Abreu.

Unidade de Conservação: o Sítio Prioritário da BAZE se sobrepõe a uma pequena área da

APA da Bacia do Rio São João, uma Unidade de Conservação de uso sustentável, e

remanescentes vegetacionais não protegidos, sendo assim, o sítio é categorizado como

parcialmente protegido.

Tamanho do Sítio: 388,90 hectares.

Trigger Species: Leptolebias cruzi (Costa, 1988) e Simpsonichthys constanciae (Myers,

1942).

Nome Popular: as trigger species não possuem nome popular.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: Leptolebias cruzi é conhecida apenas de

poças temporárias de Barra de São João, município de Casimiro de Abreu no Estado do

Rio de Janeiro (Lima, no prelo-f; Menezes et. al., 2007). Possui habitat preferencial em

poças temporárias em vegetação de restinga, de águas ácidas e avermelhadas. Tem ciclo de

vida curto e atinge rapidamente a maturidade sexual, morrendo por ocasião da estação seca

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

74

(Lima, no prelo-f). Seus ovos mantêm-se em estado de diapausa, eclodindo na próxima

estação chuvosa (Lima, no prelo-f).

Simpsonichthys constanciae possui ocorrência na região costeira entre Cabo Frio e

Rio das Ostras, no Estado do Rio de Janeiro. A espécie possui habitat preferencial em

poças temporárias de águas avermelhadas e ácidas, em lugares abertos (Lima, no prelo-p).

Alimenta-se de algas, larvas e outros invertebrados aquáticos (Lima, no prelo-p).

Apresenta ciclo de vida curto e atinge rapidamente a maturidade sexual, morrendo por

ocasião da estação seca. Seus ovos mantêm-se em estado de diapausa, eclodindo na

próxima estação chuvosa (Lima, no prelo-p).

Critérios para Seleção do Sítio: o remanescente vegetacional da restinga foi definido

como Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência das trigger species

Leptolebias cruzi e Simpsonichthys constanciae, peixes-anuais da Família Rivulidae

categorizados como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): as trigger species são categorizadas como Não

Avaliadas.

Critério de Delimitação do Sítio: o limite do Sítio Prioritário da BAZE foi estabelecido

sobre o último remanescente vegetacional existente na região alagável da bacia do rio São

João.

Principais Ameaças: a maior ameaça às espécies é a destruição das áreas alagáveis pela

expansão urbana (Lima, no prelo-f; Lima, no prelo-p).

Estratégias de Conservação sugeridas: assegurar a proteção ao habitat das espécies,

impedindo intervenções antrópicas (Lima, no prelo-f; Lima, no prelo-p).

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.7. Sítio Prioritário da BAZE: Canudos-Raso da Catarina (APÊNDICE 7).

Localização: O sítio de Canudos-Raso da Catarina está localizado no sertão do Estado da

Bahia (CEMAVE / IBAMA, 2007).

Descrição do Sítio: suas formações vegetacionais são compostas por Savana Estépica

Florestada e Savana Estépica Arborizada e está inserido no bioma da Caatinga (MMA,

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

75

2006). A paisagem é dominada por chapadas com altitudes entre 380 e 800m, com

desfiladeiros e paredões de arenito (CEMAVE / IBAMA, 2007).

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Canudos, Macururé, Jeremoabo, Rodelas, Paulo

Afonso, Santa Brígida, Santo do Quinto, Novo Triunfo, Euclides da Cunha.

Unidade de Conservação: O Sítio Prioritário da BAZE engloba a Estação Ecológica do

Raso da Catarina e Reserva Biológica de Canudos, ambas, Unidades de Conservação de

proteção integral, além de remanescentes vegetacionais não protegidos por Unidades de

Conservação, desta forma, o sítio é categorizado como parcialmente protegido.

Tamanho do Sítio: 556.206,59 hectares.

Trigger Species: Anodorhynchus leari Bonaparte, 1856.

Nome Popular: arara-azul-de-lear.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a principal área de distribuição da espécie

está concentrada no platô do Raso da Catarina e nos município de Euclides da Cunha,

Jeremoabo e Canudos (CEMAVE / IBAMA, 2007; Barros & Bianchi, no prelo-a). A

espécie possui ainda registros atuais para os municípios de Sento Sé, Campo Formoso e

Uauá (Barros e Bianchi, no prelo-a), porém segundo levantamento realizado por Amaral e

colaboradores (2005), sobre a situação atual da população da arara-azul-de-lear, nos

municípios de Sento Sé e Campo Formoso foi observado o forrageamento de apenas dois

indivíduos e na região de Uauá, Serra da Borracha, os paredões apresentam-se muito

expostos, não constituindo a preferência da espécie para dormitório e nidificação (Amaral

et. al., 2005). A espécie é endêmica do sertão baiano (CEMAVE / IBAMA, 2007) e

apresenta uma população estimada entre 500 e 600 indivíduos, distribuídos do nordeste do

Estado da Bahia ao sul do Raso da Catarina (Barros & Bianchi, no prelo-a). A espécie

dorme abrigada em fendas nos paredões de arenito, onde também constroem seus ninhos.

Os dois sítios de nidificação conhecidos são Toca Velha, no município de Canudos e Serra

Branca, no município de Jeremoabo (Barros & Bianchi, no prelo-a). Seu período

reprodutivo está associado à época das chuvas e se inicia em setembro, estendendo-se até

abril (Barros & Bianchi, no prelo-a). O principal item alimentar da espécie é o coco da

palmeira licuri (Syagrus coronata), podendo alimentar-se ocasionalmente de pinhão

(Jatropha pohliana), umbu (Spondias tuberosa), mucunã (Dioclea sp.) e milho verde (Zea

mays). O deslocamento sazonal da espécie é pouco conhecido, mas acredita-se estar

associado à disponibilidade alimentar (Barros & Bianchi, no prelo-a).

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

76

Critérios para Seleção do Sítio: a localidade que engloba a REBIO de Canudos, a E.E. do

Raso da Catarina e demais remanescentes vegetacionais identificados dentro da área de

ocorrência da espécie, foi definida como Sítio Prioritário da BAZE por conter os dois sítios

de nidificação conhecidos da trigger species Anodorhynchus leari, e abrigar a maioria

significativa de sua população, além de concentrar grande parte do principal item alimentar

da espécie, que é a palmeira do licuri (Barros & Bianchi, no prelo-a). Anodorhynchus leari

é uma ave da Família Psittacidae categorizada como Criticamente em Perigo pela Lista da

Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: o Sítio Prioritário da BAZE foi delimitado de forma a

englobar os dois sítios de nidificação e dormitório da trigger species, localizados

respectivamente na Serra Branca, município de Jeremoabo e Toca Velha, Reserva

Biológica de Canudos, no município de Canudos, além de se estender sobre os limites do

remanescente vegetacional identificado pelas análises das imagens por satélite Landsat 7

ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008) e dos Mapas de Cobertura

Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), no qual está também localizada a Estação

Ecológica do Raso da Catarina, no intuito de proteger as fontes alimentares da espécie.

Principais Ameaças: as principais ameaças para a espécie são a captura para o comércio

ilegal, a perda de habitat e, sobretudo a redução do licuri, principal item alimentar da

espécie. Há pouca regeneração da palmeira do licuri, principalmente devido ao

sobrepastoreio, ás queimadas e a sua derrubada para plantio de roças. Muitas palmeiras de

licuri apresentam sinais de senescência, além do que, suas folhas e frutos são utilizados

para alimentação do gado, quando as araras passam a se alimentar do milho e são alvejadas

pelos fazendeiros (Barros & Bianchi, no prelo-a; BirdLife International, 2004b; CEMAVE

/ IBAMA, 2007).

Estratégias de Conservação sugeridas: em 1999, o IBAMA criou o Comitê Internacional

para Conservação e Manejo da Arara-azul-de-lear e seu plano de ação contempla as

seguintes estratégias: proteção da espécie in situ, incentivo a práticas agrícolas eficazes e

de baixo impacto ambiental, ampliação das áreas protegidas dentro da área de distribuição

da espécie, fiscalização, pesquisa biológica e manejo, busca de novas populações,

monitoramento e manejo das áreas de alimentação, educação ambiental e plano de

reprodução em cativeiro (CEMAVE / IBAMA, 2007; Barros & Bianchi, no prelo-a).

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

77

Outras Informações: Anodorhynchus leari é também definida como trigger species da

AZE, cujo sítio é localizado na Estação Ecológica do Raso da Catarina (AZE, 2005).

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Callicebus barbarabrownae (CR / Mamífero), Tolypeutes tricinctus (VU / Mamífero),

Herpsilochmus pectoralis (VU / Ave), Penelope jacucaca (VU / Ave), Carduelis yarrellii

(VU / Ave).

3.1.8. Sítio Prioritário da BAZE: Chapada do Araripe (APÊNDICE 8).

Localização: a Chapada do Araripe está situada entre os Estados do Ceará, Pernambuco e

Piauí, porém a distribuição da espécie concentra-se no Estado do Ceará (IBGE, 2003).

Descrição do Sítio: possui formação vegetacional constituída por Savana Estépica

Arborizada, Savana Estépica Florestada, Agropecuária, ecótono (Savana / Floresta

Estacional), ecótono (Savana / Savana Estépica) e está inserido dentro do bioma da

Caatinga (MMA, 2006). A avaliação das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA,

2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou um mosaico de pequenos

fragmentos vegetacionais, cercado por áreas agrícolas e urbanas. A Chapada do Araripe

está localizada em região de extração de minério, onde o pólo gesseiro utiliza-se dos

recursos naturais da Caatinga para calcinação da gipsita provocando devastação na biota

nativa (MMA, 2002b).

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Abaiara, Campos Sales, Fronteira, Potengi, Jati,

Missão Velha, Barbalha, Brejo Santo, Cedro, Penaforte, Porteiras, Salitre, Crato, Nova

Olinda, Santana do Cariri, Araripe no Estado do Ceará; Alegrete do Piauí, Caldeirão

Grande do Piauí, Padre Marcos, Francisco Macedo, Marcolândia, Simões, Caridade do

Piauí, Curral Novo do Piauí no Estado do Piauí e Moreilândia, Trindade, Bodocó, Ipubi,

Exu, Araripina no Estado de Pernambuco.

Unidade de Conservação: APA da Chapada do Araripe e FLONA do Araripe-Apodi,

ambas, Unidades de Conservação de uso sustentável e, sendo assim, o Sítio Prioritário da

BAZE é categorizado como parcialmente protegido.

Tamanho do Sítio: 976.700,00 hectares.

Trigger Species: Antilophia bokermanni Coelho & Silva, 1998.

Nome Popular: soldadinho-do-araripe, lavadeira-da-mata, galo-da-mata, cabeça-

vermelha-da-mata e uirapuru-matreiro.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

78

Informações Gerais sobre a Trigger Species: Antilophia bokermanni possui distribuição

em uma faixa de mata localizada na encosta norte-oriental da Chapada do Araripe, entre os

municípios cearenses de Barbalha, Crato e Missão Velha (Girão & Albano, no prelo). Sua

ocorrência está totalmente inserida na APA da Chapada do Araripe e na Floresta Nacional

do Araripe-Apodi (Girão & Albano, no prelo; BirdLife International, 2004a), ocupando

grande parte das nascentes dos mais de 300 córregos da região (Girão & Albano, no prelo).

Possui habitat preferencial em matas ciliares dos buritizais, situadas em altitudes entre 300

e 600m. A espécie é frugívora, os ninhos são construídos exclusivamente pelas fêmeas

sobre os córregos, a alturas não superiores a um metro (Girão & Albano, no prelo). Possui

relativa tolerância à alteração de seu ambiente, porém alta sensibilidade à alteração dos

mananciais. O tamanho da população é estimado em cerca de 800 indivíduos, e Antilophia

bokermanni é considerada uma das maiores descobertas da ornitologia, pois foi descoberta

apenas em 1996, em região relativamente bem conhecida pelos ornitologistas (Girão &

Albano, no prelo).

Critérios para Seleção do Sítio: A APA da Chapada do Araripe foi estabelecido como

Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Antilophia

bokermanni, uma ave da Família Pipridae categorizada como Criticamente em Perigo pela

Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: devido ao alto grau de fragmentação dos remanescentes

vegetacionais identificados pelas análises das imagens por satélite e dos mapas dos

remanescentes, os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram estabelecidos sobre a

delimitação da APA da Chapada do Araripe. A FLONA Araripe-Apodi está estabelecida

no interior da APA e é englobada por esta. Sendo assim, a FLONA também está

incorporada ao sítio da BAZE. Apesar da espécie não possuir distribuição confirmada em

toda a APA, a conservação desta área pode servir como uma zona tampão, protegendo o

habitat da espécie. O Ministério do Meio Ambiente através da avaliação das áreas

prioritárias dos biomas brasileiros sugere a ampliação da Chapada do Araripe e a

implementação e manejo do entorno da FLONA Araripe-Apodi (MMA, 2002b).

Principais Ameaças: a baixa diversidade genética oriunda de sua pequena extensão de

distribuição e o mau uso da água na região constitui as maiores ameaças à espécie (Girão

& Albano, no prelo). Outro fator de ameaça é a perda e a descaracterização do habitat pelo

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

79

desmatamento da vegetação original, a especulação imobiliária e as queimadas que são

muitos comuns na época da estação seca (Girão & Albano, no prelo).

Estratégias de Conservação sugeridas: estudos da biologia e da ecologia da espécie,

recomposição das matas, principalmente as ciliares, proteção permanente de encostas,

nascentes e matas ciliares e a criação de uma unidade de conservação de proteção integral

na região (Girão & Albano, no prelo; BirdLife International, 2004a).

Outras Informações: A Chapada do Araripe é também um Sítio Prioritário da AZE para

Antilophia bokermanni.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Penelope jacucaca (VU / Ave).

3.1.9. Sítio Prioritário da BAZE: Delta do Jacuí (APÊNDICE 9).

Localização: o sítio está localizado próximo à área metropolitana de Porto Alegre, no leste

do Estado do Rio Grande do Sul (IBGE, 2003).

Descrição do Sítio: a vegetação ciliar dos corpos d’água que constituem o sítio é

constituída pelas Formações Pioneiras, Formações com Influência Fluvial e / ou Lacustre,

Floresta Estacional Decidual Aluvial e está inserido no bioma dos Pampas (MMA, 2006).

No entorno dos corpos d’água há grande influência urbana, como a região metropolitana de

Porto Alegre e a exploração da atividade agropecuária na área de ocorrência da espécie

(MMA, 2002a).

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Triunfo, Charqueadas, Canoas, Nova Santa Rita,

Eldorado do Sul, Porto Alegre, Guaíba, Lagoa dos Patos.

Unidade de Conservação: o Sítio Prioritário da BAZE engloba o Parque Estadual do

Delta do Jacuí, uma Unidade de Conservação de proteção integral, além de remanescentes

vegetacionais da planície de alagamento do rio Jacuí, onde estão inseridos canais e

afluentes que constituem o habitat da espécie, que não são protegidos por Unidade de

Conservação. Sendo assim, o sítio é categorizado como parcialmente protegido.

Tamanho do Sítio: 46.770,00 hectares.

Trigger Species: Lepthoplosternum tordilho Reis, 1997.

Nome Popular: tamboatá.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a trigger species é endêmica do Rio Grande

do Sul, ocorrendo em riachos e canais afluentes do baixo rio Jacuí e lago Guaíba, em uma

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

80

pequena área entre os municípios de Eldorado do Sul e Barra do Ribeiro (Reis, 1997). A

espécie possui pequeno porte, atingindo 4,6 cm de comprimento e tem habitat preferencial

em pequenos cursos d’água ou áreas alagáveis com densa vegetação de macrófitas

aquáticas (Reis, no prelo).

Critérios para Seleção do Sítio: o Parque Estadual do Delta do rio Jacuí, bem como, os

canais e afluentes inseridos nos remanescentes vegetacionais em seu entorno, foram

delimitados como Sítio Prioritário da BAZE por constituírem o único local de ocorrência

da trigger species Lepthoplosternum tordilho, um peixe de água doce da Família

Callichthyidae categorizado como Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram

estabelecidos sobre o Parque Estadual do Delta do Jacuí e remanescentes das formações

pioneiras em seu entorno, entre os municípios de Barra do Ribeiro e Eldorado do Sul, onde

estão inseridos os canais e afluentes que compõem o habitat da trigger species.

Principais Ameaças: destruição e descaracterização do habitat da espécie provocada pelo

plantio de arroz nas áreas alagáveis que constitui o habitat da espécie, canalização dos

riachos e poluição por pesticidas e esgoto doméstico (Reis, no prelo).

Estratégias de Conservação sugeridas: proteção e recuperação do habitat remanescente

da espécie, principalmente em Eldorado do Sul e implantação de programas de educação

ambiental (Reis, no prelo).

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Austrolebias adloffi (CR / Peixe).

3.1.10. Sítio Prioritário da BAZE: Dom Pedro de Alcântara (APÊNDICE 10).

Localização: o município de Dom Pedro de Alcântara está localizado na região nordeste

do Estado do Rio Grande do Sul (IBGE, 2003).

Descrição do Sítio: as formações vegetacionais predominantes da região são constituídas

pela Floresta Ombrófila Densa Submontana e o sítio está inserido no bioma da Mata

Atlântica (MMA, 2006). O entorno do município de Dom Pedro de Alcântara sofre com a

acelerada perda de sua cobertura vegetal devido à criação de animais domésticos, práticas

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

81

agrícolas e de reflorestamento, construção e ampliação de estradas, urbanização e

especulação imobiliária (Christiano e Garcia, no prelo).

Município Abrangido (IBGE, 2003): Dom Pedro de Alcântara.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Tamanho do Sítio: 114,90 hectares.

Trigger Species: Melanophryniscus macrogranulosus Braun, 1973.

Nome Popular: sapinho-narigudo-de-barriga-vermelha.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: há uma população de Melanophryniscus

macrogranulosus registrada no Morro da Gruta no município de Dom Pedro de Alcântara.

Recentemente um exemplar juvenil foi encontrado em Barra do Ouro no município de

Maquiné, no mesmo Estado (Christiano & Garcia, no prelo). Há muito poucas informações

sobre a biologia e história natural da espécie. A espécie perdeu grande parte de seu habitat

nos últimos trinta anos, estando atualmente restrita a um pequeno remanescente (Silvano &

Garcia, 2004).

Critérios para Seleção do Sítio: o Morro da Gruta em Dom Pedro de Alcântara foi

estabelecido como Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger

species Melanophryniscus macrogranulosus (Braun, 1973), um anfíbio da Família

Bufonidae categorizado como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Vulnerável.

Critério de Delimitação do Sítio: após sobreposição da coordenada de ocorrência da

espécie às imagens Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a), QuickBird (Google Earth, 2008) aos

e Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), pode-se verificar que

a trigger species ocorre em um remanescente de vegetação em uma localidade que pode

ser caracterizada como um morro. Ao analisar as imagens por satélite foi possível ainda

observar que no local de ocorrência da espécie há grande ação antrópica, o que resulta em

uma fragmentação acentuada do remanescente. Desta forma, o sítio foi estabelecido sobre

os limites do remanescente na região topográfica configura pelo Morro da Gruta onde a

espécie ocorre.

Principais Ameaças: a falta de conhecimento sobre outras populações e sua distribuição

endêmica em área de intensa pressão antrópica, com predominância da agricultura e

urbanização, são as principais ameaças enfrentadas pela espécie. As ameaças pontuais à

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

82

espécie são a perda, a descaracterização e a fragmentação do habitat (Christiano & Garcia,

no prelo).

Estratégias de Conservação sugeridas: as estratégias de conservação para a espécie

devem ser focadas na pesquisa científica, no intuito de se estabelecer a real distribuição da

espécie (Christiano & Garcia, no prelo), a proteção e a recuperação do habitat da espécie e

o estabelecimento de uma Unidade de Conservação de proteção integral em seu local de

ocorrência.

Outras Informações: Melanophryniscus macrogranulosus é uma trigger species da AZE,

cujo sítio é denominado Torres.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.11. Sítio Prioritário da BAZE: Floresta Nacional Mário Xavier (APÊNDICE 11).

Localização: a Floresta Nacional Mário Xavier está localizada no município de

Seropédica no Estado do Rio de Janeiro (Izecksohn & Silva, no prelo).

Descrição do Sítio: está inserido no bioma da Mata Atlântica e suas formações

vegetacionais são originalmente constituídas de Floresta Ombrófila Densa das terras baixas

(MMA, 2006), atualmente, predominando a influência urbana, a agricultura e a pecuária,

como verificado nas imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird

(Google Earth, 2008).

Município Abrangido (IBGE, 2003): Seropédica.

Unidade de Conservação: A Floresta Nacional de Mário Xavier é uma unidade de

conservação de uso sustentável e ocupa uma área de 500 hectares em área de baixada,

próxima ao nível do mar, com áreas planas e algumas pequenas elevações (Izecksohn &

Silva, no prelo). O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como parcialmente protegido.

Tamanho do Sítio: 500 hectares.

Trigger Species: Physalaemus soaresi Izecksohn, 1965.

Nome Popular: não há.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie possui endemismo extremo na

área da FLONA de Mário Xavier, com registro histórico de Barro Branco, município de

Duque de Caxias no Estado do Rio de Janeiro, região que foi completamente urbanizada

(Izecksohn & Silva, no prelo). A espécie possui hábitat preferencial em capões de mata,

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

83

reproduz-se nestes capões e desova em ninhos de espuma na superfície da água. Seus

girinos são aquáticos (Izecksohn & Silva, no prelo). Physalaemus soaresi habitava

originalmente floretas primárias, sendo encontrada próxima a tanques dentro da floresta

(Nascimento & Carvalho-e-Silva, 2004).

Critérios para Seleção do Sítio: a FLONA foi definida como Sítio Prioritário da BAZE

por ser o único local de ocorrência da trigger species Physalaemus soaresi, um anfíbio da

família Leptodactylidae categorizado como Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: os Mapas da Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros

(MMA, 2006), demonstraram a existência de grande área de remanescentes florestais que

se estendiam além da FLONA de Mário Xavier, porém ao analisar as imagens do Landsat

7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008) dentro dos limites da Unidade

de Conservação e dos remanescentes indicados, verificou-se que toda extensão da FLONA

está totalmente convertida em áreas de agricultura e pecuária, possuindo também

influência urbana. Conclui-se assim, que o habitat original da trigger species que possui

ocorrência neste sítio está totalmente descaracterizado. Desta forma, como previsto pela

metodologia, o Sítio Prioritário da BAZE da Floresta Nacional de Mário Xavier, foi

estabelecido sobre os limites da Unidade de Conservação.

Principais Ameaças: a maior ameaça à espécie é a destruição e a descaracterização de seu

habitat causado pela interferência humana, como o desmatamento e a conversão do solo

em pastagens e agricultura e a drenagem de poças gerando perda das condições ambientais

(Izecksohn & Silva, no prelo; Nascimento & Carvalho-e-Silva, 2004).

Estratégias de Conservação sugeridas: para se preservar a espécie é necessária a

proteção de seu ambiente, através da implantação de um plano de manejo eficiente na

FLONA (Nascimento & Carvalho-e-Silva, 2004) ou a conversão desta área em Unidade de

Conservação de proteção integral. Além do que, faz-se necessária a recuperação destes

ambientes, o investimento em pesquisa para obtenção de maiores informações sobre a

biologia da espécie e a busca por outros locais de ocorrência (Izecksohn & Silva, no prelo).

Outras Informações: a FLONA Mário Xavier é um Sítio Prioritário da AZE, porém sob o

nome de Horto Florestal de Santa Cruz, antigo nome da FLONA (AZE, 2005).

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

84

3.1.12. Sítio Prioritário da BAZE: Governador Jorge Teixeira (APÊNDICE 12).

Localização: o sítio do município de Governador Jorge Teixeira está localizado na região

central do Estado de Rondônia (IBGE, 2003).

Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas por Floresta Ombrófila

Aberta Submontana com Palmeiras e Floresta Ombrófila Densa Submontana e está

inserido dentro do bioma da Amazônia (MMA, 2006). Segundo dados do IBGE (2007), o

município de Governador Jorge Teixeira possui uma população de 11.432 habitantes e sua

área territorial é de 5.067 km², estando a economia da região baseada na agropecuária.

Município Abrangido (IBGE, 2003): Governador Jorge Teixeira.

Unidade de Conservação: não há. Sítio Prioritário da BAZE categorizado como não

protegido.

Tamanho do Sítio: 7.308,00 hectares.

Trigger Species: Caluromysiops irrupta Sanborn, 1951.

Nome Popular: cuíca-de-colete.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: Caluromysiops irrupta possui distribuição

geográfica em Cuzco e Madre de Dios no Peru, e no estado brasileiro de Rondônia

(Cerqueira & Vivo, no prelo; New World Marsupial Specialist Group, 1996). A espécie

possui hábitos noturnos e tem habitat preferencial em florestas úmidas, vivendo no dossel e

dificilmente descendo ao chão (New World Marsupial Specialist Group, 1996).

Critérios para Seleção do Sítio: o município de Governador Jorge Teixeira foi

estabelecido como Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger

species Caluromysiops irrupta, um mamífero da Família Didelphidae categorizado como

Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado

et. al., 2005).

Critério de Delimitação do Sítio: no local de ocorrência da trigger species, indicado pelas

coordenadas geográficas, há um contínuo de mata de grandes extensões, sendo assim, o

sítio foi estabelecido de forma a ser limitado pelo interflúvio do rio Jarú com dois

tributários, dentro dos limites do município de Governador Jorge Teixeira.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Vulnerável.

Principais Ameaças: de acordo com a análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM +

(MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), pode-se observar que ao norte e leste do

Sítio Prioritário da BAZE há extensas áreas desmatadas, informação confirmada por

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

85

Cerqueira & Vivo (no prelo) ao afirmar que Rondônia é um dos Estados que mais sofrem

com o desmatamento, que continua acelerado em toda a Amazônia. Desta forma, pode-se

concluir que uma das principais ameaças que espécie sofre é a perda e a descaracterização

de seu habitat.

Estratégias de Conservação sugeridas: a espécie é muito pouco conhecida e para que

possa ser protegida, são necessários maiores estudos sobre sua biologia e história natural.

Por se tratar de uma espécie de dossel, outro fator relevante em sua conservação é a

proteção das florestas onde vive, através da criação de Unidades de Conservação de

proteção integral, uma vez que o desmatamento vem crescendo em sua área de ocorrência

(Cerqueira & Vivo, no prelo).

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.13. Sítio Prioritário da BAZE: Ilha de Alcatrazes (APÊNDICE 13).

Localização: A Ilha de Alcatrazes localizada a 35 km da costa de Ubatuba e São

Sebastião, litoral norte do Estado de São Paulo (Brasileiro, no prelo).

Descrição do Sítio: A Ilha de Alcatrazes possui uma área de 135 ha, é a principal ilha do

arquipélago de Alcatrazes e está inserida dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006;

Brasileiro, no prelo).

Unidade de Conservação: não há uma unidade de conservação no local, embora a Ilha de

Alcatrazes esteja localizada no entorno da EE de Tupinambás. Encontra-se sob concessão

da Marinha do Brasil, que detém direitos de treinamento e artilharia no local (Brasileiro, no

prelo). O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não protegido.

Tamanho do Sítio: 571,30 hectares.

Trigger Species: Bothrops alcatraz Marques, Martins & Sazima 2002; Scinax alcatraz

(Lutz, 1973).

Nome Popular: jararaca-de-alcatraz e perereca-de-alcatrazes, respectivamente.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: A jararaca-de-alcatraz é ativa durante a

noite, habitando o chão da mata ou a vegetação baixa, e durante o dia repousa sobre

troncos caídos, folhas de palmeiras e em bromélias no chão, e alimenta-se de centopéias e

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

86

pequenos lagartos. Um dos locais preferidos da espécie é sob os poleiros de aves marinhas,

onde se acumula o guano, devido à presença de suas presas (Sazima et. al., no prelo) .

A perereca-de-alcatrazes possui distribuição por toda a ilha, coincidente com a

distribuição das bromélias, habitat onde ocorre todo o ciclo de vida da espécie (Brasileiro,

no prelo), sendo encontrada em florestas primárias e secundárias (Rodrigues & Cruz,

2004).

Critérios para Seleção do Sítio: A Ilha de Alcatrazes foi definida como Sítio Prioritário

da BAZE por ser o único local de ocorrência de duas espécies endêmicas, as trigger

species Bothrops alcatraz Scinax alcatraz.

Bothrops alcatraz é uma serpente da Família Viperidae categorizada como

Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado

et. al., 2005).

Scinax alcatraz é um anuro da Família Hylidae categorizado como Criticamente em

Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Bothrops alcatraz: Criticamente em Perigo e

Scinax alcatraz: Criticamente em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: A delimitação do sítio acompanhou os limites da Ilha

de Alcatrazes.

Principais Ameaças: a maior ameaça para Bothrops alcatraz é a destruição do habitat

provocada pelos exercícios de artilharia realizados pela Marinha brasileira, onde, além do

impacto direto dos projéteis, os exercícios provocaram de incêndios de grandes proporções

(Sazima et. al., no prelo).

Scinax alcatraz encontra-se igualmente ameaçada devido aos exercícios militares

realizados na ilha, que caracterizam um risco iminente de incêndios, causando a destruição

ou alteração das bromélias, habitat específico de Scinax alcatraz. Em novembro de 2004

estes exercícios provocaram um incêndio que destruiu 25% da vegetação da ilha

(Brasileiro, no prelo).

Estratégias de Conservação sugeridas: a estratégia de conservação mais urgente para o

sítio da Ilha de Alcatrazes é a categorização da ilha em unidade de conservação integral,

seja por sua incorporação no EE de Tupinambás (Brasileiro, no prelo) ou pela criação do

Parque Nacional Marinho dos Alcatrazes, sendo possível assim, a preservação efetiva

destes ambientes vulneráveis e de grande importância para o refúgio da biodiversidade (CI

– Brasil, 2004b).

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

87

Outras Informações: a Ilha de Alcatrazes é também definida como Sítio Prioritário da

AZE baseado na trigger species Scinax alcatraz (AZE, 2005).

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.14. Sítio Prioritário da BAZE: Jardim Zoológico de Brasília (APÊNDICE 14).

Localização: o sítio está localizado na área que compreende o Jardim Zoológico de

Brasília, no Distrito Federal (Marinho-Filho &.Bezerra, no prelo).

Descrição do Sítio: a análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e

QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou remanescentes vegetacionais dentro da área

do Jardim Zoológico que está inserido dentro da área urbana de Brasília, localizado no

bioma do Cerrado (MMA, 2006; MMA, 2002).

Município Abrangido (IBGE, 2003): Brasília.

Unidade de Conservação: o Sítio Prioritário da BAZE está inserido no APA do Planalto

Central, sendo, portanto categorizado como parcialmente protegido.

Tamanho do Sítio: 508,90 hectares.

Trigger Species: Juscelinomys candango Moojen, 1965.

Nome Popular: rato-candango.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a trigger species é conhecida apenas da

localidade-tipo, a Fundação Zoobotânica de Brasília, na área onde atualmente se situa o

Jardim Zoológico de Brasília (Marinho-Filho & Bezerra, no prelo). A série-tipo de oito

exemplares foi encontrada em uma área de campo cerrado, com árvores esparsas e

gramíneas, a 1030m de altitude (Marinho-Filho & Bezerra, no prelo). O roedor possui

hábitos semifossoriais e seus ninhos são construídos em subterrâneos (Marinho-Filho &

Bezerra, no prelo).

Critérios para Seleção do Sítio: o Jardim Zoológico de Brasília foi definido como Sítio

Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Juscelinomys

candango, um mamífero da Família Muridae categorizado como Criticamente em Perigo

pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al, 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Quase Ameaçada.

Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram

estabelecidos sobre a delimitação do Jardim Zoológico de Brasília.

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

88

Principais Ameaças: pelo fato da espécie ser rara e especialista de habitat, a destruição e a

alteração de seu ambiente pode constituir a séria ameaça (Marinho-Filho & Bezerra, no

prelo).

Estratégias de Conservação sugeridas: há uma grande carência de informações sobre a

espécie, desta forma, a estratégia de conservação deve ser focada em pesquisas científicas

que objetivem identificar sua distribuição geográfica, ecologia e biologia (Marinho-Filho

& Bezerra, no prelo).

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.15. Sítio Prioritário da BAZE: Nova Iguaçu (APÊNDICE 15).

Localização: o município de Nova Iguaçu está localizado na região conhecida como

Baixada Fluminense, Estado do Rio de Janeiro (IBGE, 2003).

Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas pela Floresta Ombrófila

Densa das Terras Baixas está inserido dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006). A

análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que o sítio é caracterizado por remanescente florestal em área de

baixada, cercado por áreas urbanas e imerso em uma matriz de agropecuária.

Município Abrangido (IBGE, 2003): Nova Iguaçu.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Tamanho do Sítio: 483,10 hectares.

Trigger Species: Leptolebias marmoratus (Ladiges, 1934).

Nome Popular: não há.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a trigger specie foi redescoberta no ano de

2000 em poças temporárias no interior da floresta em Vila de Cava no município de Nova

Iguaçu (Costa, 2002). A espécie possui registros históricos das décadas de 1930 e 1940 na

base da serra de Petrópolis, onde foi presumivelmente considerada extinta após a

derrubada da floresta. O habitat preferencial da espécie ocorre em poças temporárias no

interior da floresta, rasas, de água claras e próximas a riachos (Lima, no prelo-i). Tem ciclo

de vida curto e atinge rapidamente a maturidade sexual, morrendo por ocasião da estação

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

89

seca. Seus ovos mantêm-se em estado de diapausa, eclodindo na próxima estação chuvosa

(Lima, no prelo-i).

Critérios para Seleção do Sítio: Nova Iguaçu foi definida como Sítio Prioritário da

BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Leptolebias marmoratus, um

peixe-anual da Família Rivulidae categorizada como Criticamente em Perigo pela Lista da

Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Vulnerável.

Critério de Delimitação do Sítio: a análise do mapa de remanescentes e as imagens por

satélite Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008),

demonstraram a existência de um remanescente florestal em Vila Cava, na localidade

indicada pelas coordenadas geográficas, sobre os quais foram estabelecidos os limites do

Sítio Prioritário da BAZE.

Principais Ameaças: a maior ameaça para a espécie é a perda de seu habitat pela expansão

urbana e a derrubada das florestas (Lima, no prelo-i).

Estratégias de Conservação sugeridas: é necessário assegurar a proteção do habitat

remanescente da espécie, impedindo a derrubada da floresta no local e a drenagem das

áreas alagáveis (Lima, no prelo-i).

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.16. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual de Ilhabela (APÊNDICE 16).

Localização: a Ilha de São Sebastião está localizada no litoral norte do Estado de São

Paulo (Costa & Leite, no prelo-b).

Descrição do Sítio: possui área de 336 km² e está inserida dentro do bioma da Mata

Atlântica e é recoberta pelas formações vegetais da Floresta Ombrófila Densa Submontana

e Floresta Ombrófila Densa Montana (MMA, 2006). O relevo da ilha é montanhoso com

altitudes que atingem 1.379 m (IF, 2007). De acordo com o censo de 2007 (IBGE, 2007), a

ilha possui uma população fixa de 23.886 pessoas, concentrada em uma estreita faixa entre

o canal de São Sebastião e o Parque Estadual (Costa & Leite, no prelo-b). A Ilha de São

Sebastião é ainda um dos principais pontos turísticos do litoral do Estado de São Paulo,

com uma população flutuante de cerca de 10.000 pessoas/ano (NRIDALN, 2006). O

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

90

entorno do Parque Estadual de Ilhabela sofre com a ocupação humana acelerada e

desordenada, causando diversos impactos ao meio ambiente como urbanização, queimadas

e a poluição oriunda de um saneamento básico precário (Costa & Leite, no prelo-b).

Município Abrangido (IBGE, 2003): Ilhabela.

Unidade de Conservação: o Parque Estadual de Ilhabela, uma Unidade de Conservação

de proteção integral foi criado em 1977, com área de 27.025 ha e engloba cerca de 85% da

ilha de São Sebastião (Rocha & Costa, 1998). O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado

como protegido.

Tamanho do Sítio: 28.350,00 hectares.

Trigger Species: Phyllomys thomasi (Ihering, 1897).

Nome Popular: cururuá.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: o cururuá é um roedor arborícola, noturno e

provavelmente folívoro, que habita preferencialmente a parte florestada da ilha,

produzindo seu ninho de folhas secas, em forma de iglu, sobre as árvores a alturas de

aproximadamente 13m (Olmos, 1997). Porém, existem poucos estudos sobre a história

natural da espécie (Costa e Leite, no prelo-b).

Critérios para Seleção do Sítio: o Parque Estadual de Ilhabela foi definido como Sítio

Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência de Phyllomys thomasi, espécie de

mamífero da Família Echimyidae categorizado como Em Perigo pela Lista da Fauna

Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al. 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007): Não Ameaçada.

Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram

estabelecidos sobre a delimitação do Parque Estadual de Ilhabela.

Principais Ameaças: pelo fato da espécie ser insular e endêmica a torna muito vulnerável

a qualquer impacto ambiental que afete a ilha. A pressão antrópica pode causar grandes

impactos ao habitat do cururuá e o conseqüente declínio de sua população. A espécie vem

sendo observada com menor freqüência nos últimos anos pelos moradores. A introdução

de espécies exóticas como cães e gatos que se tornaram ferais no entorno do parque,

também constitui uma ameaça ao cururuá por acentuar sua predação (Costa & Leite, no

prelo-b). O cururuá por seu tamanho, sempre foi caçado para consumo humano,

aumentando seu declínio populacional. Outro importante fator de ameaça são as queimadas

que, sem serem controladas podem destruir grandes porções favoráveis de habitat (Costa &

Leite, no prelo-b).

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

91

Estratégias de Conservação sugeridas: conforme sugerido por Costa & Leite (no prelo-

b), são necessárias algumas ações de conservação para o sítio do Parque Estadual de

Ilhabela, a fim de garantir a viabilidade da população de Phyllomys thomasi em longo

prazo, como a proteção do Parque contra incêndios, desmatamentos, caça e invasão de

terras. São necessários ainda planos de educação ambiental destinados aos habitantes locais

e aos turistas que visitam a ilha; estudos da história natural da espécie com objetivo de

viabilizar futuros planos de conservação e manejo da espécie, bem como, rigoroso controle

na introdução de animais domésticos predadores e competidores.

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Leucopternis lacernulata (VU / Ave); Pipile jacutinga (EN / Ave).

3.1.17. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual do Espinilho (APÊNDICE 17).

Localização: o Parque Estadual do Espinilho está localizado no município de Barra do

Guaraí no extremo oeste do Estado do Rio Grande do Sul (Dias, no prelo-a).

Descrição do Sítio: está inserido no bioma dos Pampas e suas formações vegetacionais

são originalmente constituídas pela Savana Estépica (MMA, 2006). Grande parte da

vegetação do interior do Parque Estadual e seu entorno foi suprimida para o

estabelecimento de pastagens, lavouras de arroz e lenha. A regeneração da vegetação é

limitada pelo pastejo do gado e por queimadas. Os maiores remanescentes estão

localizados dentro do parque, com extensões máximas de 1200 ha (Dias, no prelo-a). O

Parque Estadual do Espinilho possui problemas em sua implantação (Dias, no prelo-a).

Município Abrangido (IBGE, 2003): Barra do Quarai.

Unidade de Conservação: Parque Estadual do Espinilho, uma Unidade de Conservação de

proteção integral. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como protegido.

Tamanho do Sítio: 1.630,00 hectares.

Trigger Species: Coryphistera alaudina Burmeister, 1860.

Nome Popular: corredor-crestudo.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: Coryphistera alaudina possui distribuição

geográfica do sudeste da Bolívia e oeste do Paraguai ao centro-leste da Argentina,

incluindo o Uruguai e o sul do Brasil. Possui registros históricos no município de

Uruguaiana. Atualmente, no Brasil é registrado apenas no Parque Estadual do Espinilho,

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

92

município de Barra do Guaraí no Estado do Rio Grande do Sul (Dias, no prelo-a), estando

restrita à vegetação do Parque Estadual do Espinilho, uma savana de algarrobos,

inhanduvás, espinilhos e outras vegetações arbustivas e espinhosas do extremo oeste do

Rio Grande do Sul, vivendo em altitudes que variam entre o nível do mar e 500m (Dias, no

prelo-a). Alimenta-se de invertebrados que vivem no chão em áreas de vegetação aberta e

nidifica em forquilhas de arvoretas entre dois a cinco metros de altura. Constrói ninhos

globulosos com vegetação espinhosa, que são adornados com esqueletos de répteis e

anfíbios e pequenos cacos de vidro coloridos (Dias, no prelo-a).

Critérios para Seleção do Sítio: o Parque Estadual do Espinilho foi definido como Sítio

Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência em território brasileiro da trigger

species Coryphistera alaudina, uma ave da Família Furnariidae categorizada como

Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado

et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Ameaçada.

Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram

estabelecidos sobre a delimitação do Parque Estadual do Espinilho.

Principais Ameaças: a espécie está ameaçada principalmente pela destruição e

descaracterização de seu habitat, pela prática de agropecuarista em “limpar” o campo. O

reduzido tamanho dos fragmentos e seu isolamento pode comprometer a sobrevivência da

espécie em longo prazo (Dias, no prelo-a).

Estratégias de Conservação sugeridas: as estratégias de conservação necessárias são

consolidação da implementação do Parque Estadual e a aplicação de seu plano de manejo,

a proteção dos remanescentes do parque através de fiscalização, a recuperação da

vegetação possibilitando o aumento do habitat da espécie, bem como, o estímulo em

pesquisa sobre a história natural da espécie, que possibilitará avaliar sua abundância, o

grau de isolamento e a dinâmica das populações brasileiras (Dias, no prelo-a).

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Pseudoseisura lophotes (CR / Ave); Leptasthenura platensis (CR / Ave); Asthenes baeri

(VU / Ave); Gubernatrix cristata (CR / Ave); Sporophila palustris (CR / Ave); Drymornis

bridgesii (CR / Ave).

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

93

3.1.18. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual Morro do Diabo (APÊNDICE 18).

Localização: o Parque Estadual do Morro do Diabo está localizado na região do Pontal do

Paranapanema, no município de Teodoro Sampaio, extremo oeste do Estado de São Paulo

(IF, 2007).

Descrição do Sítio: suas formações vegetacionais são constituídas pela Floresta Estacional

Decidual Submontana e está inserido dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006).

Município Abrangido (IBGE, 2003): Teodoro Sampaio.

Unidade de Conservação: a antiga Reserva do Morro do Diabo, criada em 1941 passou a

categoria de Parque Estadual, uma Unidade de Conservação de proteção integral, em 04 de

junho de 1986, com altitudes que atingem 600m acima do nível do mar (IF, 2007). O

Parque Estadual do Morro do Diabo é uma Unidade de Conservação de proteção integral,

logo, o Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como protegido.

Tamanho do Sítio: 36.640,00 hectares.

Trigger Species: Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1823).

Nome Popular: mico-leão-preto.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie possui populações distribuídas

por 11 fragmentos florestais, porém a maior população da espécie está localizada no

Parque Estadual do Morro do Diabo, sendo a única considerada viável (Rylands et. al.,

2003). O Parque Estadual do Morro do Diabo contém aproximadamente 1000 indivíduos

(Paranhos et. al., 2003), o que representa cerca de 85% da população total da espécie.

Leontopithecus chrysopygus é um fauni-frugívoro e possui dieta orientada de acordo com a

sazonalidade de seu ambiente que apresenta estações bem definidas (Rylands, 1993).

Critérios para Seleção do Sítio: o Parque Estadual do Morro do Diabo foi estabelecido

como Sítio Prioritário da BAZE por conter cerca de 85% da população total da trigger

species Leontopithecus chrysopygus, um mamífero da Família Callitrichidae, categorizado

como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

(Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram

estabelecidos sobre a delimitação do Parque Estadual do Morro do Diabo.

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

94

Principais Ameaças: destruição e alteração do habitat, desmatamento e a baixa variedade

genética devida ao isolamento das populações em fragmentos florestais (Valladares-Padua

& Martins, no prelo).

Estratégias de Conservação sugeridas: de acordo com o Programa Integrado de

Conservação do mico-leão são necessários cinco aspectos para restabelecer uma população

viável de uma espécie ameaçada: a) conhecimento de sua biologia; b) manejo integrado na

natureza e no cativeiro, com ênfase na natureza; c) envolvimentos das comunidades

humanas da região de ocorrência com programas de educação ambiental; d) visão

conservacionista baseada na paisagem; d) uso de manejo adaptativo com avaliações

periódicas dos resultados (Padua et. al., 2001).

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.19. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional das Emas (APÊNDICE 19).

Localização: o Parque Nacional das Emas está localizado no extremo sudoeste do Estado

de Goiás (Hass, no prelo-b).

Descrição do Sítio: o Parque Nacional está inserido dentro do bioma do Cerrado (Hass, no

prelo-b), tendo sido criado em 1961 com área de 133.064 ha (IBAMA, 2004c). Suas

formações vegetacionais são constituídas pela Savana Gramíneo Leitosa com Floresta de

Galeria e Savana Gramíneo Leitosa sem Floresta de Galeria e está inserido no bioma do

Cerrado (MMA, 2006). A vegetação do entorno do Parque foi ocupada por extensas

lavouras de grãos, principalmente soja e milho, e pela agropecuária extensiva (IBAMA,

2004c). A fragmentação da vegetação natural fez com que o Parque se tornasse um refúgio

para a fauna nativa (IBAMA, 2004c).

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Mineiros e Chapadão do Céu.

Unidade de Conservação: o Parque Nacional das Emas é uma Unidade de Conservação

de proteção integral, podendo-se categorizar o Sítio Prioritário da BAZE como protegido.

Tamanho do Sítio: 133.064,00 hectares.

Trigger Species: Eleothreptus candicans (Pelzeln, 1867).

Nome Popular: bacurau-de-rabo-branco.

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

95

Informações Gerais sobre a Trigger Species: Eleothreptus candicans possui registros no

nordeste do Paraguai, na Bolívia (BirdLife International, 2004e) e no Brasil. Os únicos

registros em território brasileiro são os da cidade de Espírito Santo do Pinhal, no Estado de

São Paulo (holótipo) e Cuiabá, no Estado do Mato Grosso, ambos registros históricos, e no

Parque Nacional das Emas, único local onde a espécie ainda sobrevive em território

brasileiro (Hass, no prelo-b). É uma ave endêmica do Cerrado, ocorrendo em fisionomias

abertas do tipo “campo-limpo” e “campo sujo”. A espécie possui hábitos noturnos e utiliza

arbustos e cupinzeiros para diversas atividades biológicas, como exibição de plumagem

para as fêmeas e captura de insetos. Nidifica no solo, em túneis feitos de capim. Sabe-se

que o fogo tem um papel importante na dinâmica populacional da espécie (Hass, no prelo-

b). Os locais recém-queimados são normalmente utilizados para reprodução e alimentação,

enquanto que os locais não queimados, com capim alto, são utilizados para abrigo diurno,

área de escape de predadores e local de nidificação (Hass, no prelo-b). A espécie alimenta-

se de insetos que tentam escapar do fogo. A estimativa populacional no Brasil é de

aproximadamente 6000 indivíduos (Hass, no prelo-b).

Critérios para Seleção do Sítio: o Parque Nacional das Emas foi definido como Sítio

Prioritário da BAZE por ser atualmente o único local de ocorrência da trigger species

Eleothreptus candicans no Brasil, uma ave da Família Caprimulgidae categorizada como

Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: A delimitação do Sítio Prioritário da BAZE

acompanhou os limites do Parque Nacional das Emas.

Principais Ameaças: as principais ameaças à espécie são a perda, a descaracterização e

destruição do habitat do Cerrado (Hass, no prelo-b), pela conversão de áreas naturais em

pastagem e plantações de soja, eucalipto e gramíneas exóticas e o regime inadequado de

queimadas (BirdLife International, 2004e).

Estratégias de Conservação sugeridas: As estratégias de conservação da espécie devem

ser baseadas no manejo do Parque Nacional das Emas, principalmente o fogo, importante

aspecto da história de vida da espécie. O IBAMA tem adotado a estratégia de não combater

incêndios, permitindo o surgimento de mosaicos de áreas queimadas e intactas,

importantes para o desenvolvimento das atividades da espécie (Hass, no prelo-b; BirdLife

International, 2004-e). Outro aspecto importante na conservação de Eleothreptus

candicans é a identificação de outras populações em território nacional (Hass, no prelo-b).

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

96

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Oryzoborus maximiliani (CR / Ave); Simpsonichthys parallelus (VU / Peixe); Culicivora

caudacuta (VU / Ave); Geobates poecilopterus (VU / Ave); Lonchophylla dekeyseri (VU /

Mamífero); Sporophila palustris (EN / Ave); Alectrurus tricolor (VU / Ave).

3.1.20. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional do Itatiaia (APÊNDICE 20).

Localização: está localizado entre os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro,

na Serra da Mantiqueira (IBAMA, 2004d).

Descrição do Sítio: o Parque Nacional do Itatiaia está inserido dentro do bioma da Mata

Atlântica, sendo que suas formações vegetais são constituídas pela Floresta Ombrófila

Densa Alto Montana, Refúgio Alto Montano e Floresta Ombrófila Densa Montana (MMA,

2006). A região do Itatiaia apresenta relevo montanhoso que inclui encostas e o topo do

planalto da Serra da Mantiqueira. A altitude na região varia entre 600m e 2600m,

possuindo elevado número de espécies endêmicas de flora e fauna (IBAMA, 2004d).

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Itamonte, Bocaína de Minas, Itatiaia e Resende.

Unidade de Conservação: o Parque Nacional do Itatiaia, uma Unidade de Conservação de

proteção integral, foi o primeiro Parque Nacional brasileiro criado 1937 com área de

11.943 ha e posteriormente, tendo sua área ampliada em 1982 para 28.155 ha (IBAMA,

2007). Sofre com o uso conflitante da unidade e de seu entorno, como o impacto constante

de incêndios, decorrentes da prática de queimadas em propriedades particulares vizinhas, a

caça e a extração ilegal de palmito (IBAMA, 2004d). O Sítio Prioritário da BAZE é

categorizado como protegido.

Tamanho do Sítio: 28.155,00 hectares.

Trigger Species: Paratelmatobius lutzii Lutz & Carvalho, 1958 e Holoaden bradei Lutz,

1958.

Nome Popular: as trigger species não possuem nome popular.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: Paratelmatobius lutzii possui uma pequena

área de ocorrência dentro do Parque Nacional do Itatiaia, com habitat preferencial sob

pedras e musgos (Pombal, no prelo). Porém, aparentemente os indivíduos não se

reproduzem neste local, sendo significativo o fato de nunca terem sido encontrados adultos

em atividade reprodutiva (Pombal, no prelo).

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

97

A distribuição da espécie é claramente pouco conhecida, assim como aspectos de

sua biologia. As áreas no entorno do parque nunca foram investigadas do ponto

anurofaunístico, e desta forma, as áreas adjacentes não podem ser descartadas como áreas

potenciais de ocorrência da espécie, que não é encontrada desde o ano de 1978 (Pombal,

no prelo).

Holoaden bradei possui registro apenas para o Parque Nacional do Itatiaia, mas

pouco se conhece sobre sua biologia e história natural (Haddad, no prelo-a). O habitat

preferencial ocorre no chão, sob folhas e musgos, onde também são depositados os ovos

(Rocha & Van Sluys, 2004). A espécie costuma se esconder sob pedras e no interior de

bromélias terrestres em campo aberto nas altitudes que variam entre 2400m a 2600m

(Rocha & Van Sluys, 2004).

É possível que a espécie esteja extinta, pois os últimos exemplares vivos foram

observados na natureza no final da década de 1970 (Haddad, no prelo-a), apesar de

intensas buscas terem sido realizadas no local por vários anos consecutivos (Rocha & Van

Sluys, 2004). No entanto, segundo Haddad (no prelo-a), não é descartada a ocorrência da

espécie em locais de difícil acesso dentro da Serra da Mantiqueira.

Critérios para Seleção do Sítio: o Parque Nacional do Itatiaia foi definido como Sítio

Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência das trigger species de anfíbios

Paratelmatobius lutzii e Holoaden bradei.

Paratelmatobius lutzii é um anuro da família Leptodactylidae categorizado como

Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado

et. al., 2005).

Holoaden bradei é um anuro da família Leptodactylidae categorizado como

Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado

et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Paratelmatobius lutzii: Deficiente em Dados e;

Holoaden bradei: Criticamente em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram

estabelecidos sobre a delimitação do Parque Nacional do Itatiaia. Porém, de acordo com o

Mapa de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006) e das imagens Landsat 7

(MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), ainda subsiste no entorno do PARNA

do Itatiaia uma grande extensão de remanescentes vegetacionais. Assim sendo, sugere-se a

ampliação dos limites do parque sobre as áreas onde ainda ocorrem tais remanescentes, e

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

98

que poderão entre outros propósitos, servir de zona de amortecimento entre as

propriedades rurais e os atuais limites do parque, sendo possível ainda, o manejo dos

remanescentes como unidade, preservando a qualidade ambiental do habitat potencial das

espécies ameaçadas.

Principais Ameaças: Segundo Nascimento & Garcia (2004) os motivos do

desaparecimento de Paratelmatobius lutzii não são claros, mas a espécie pode ser

suscetível aos efeitos do fogo e ao turismo. Doenças como chytridiomicoses também não

podem ser descartadas (Nascimento & Garcia, 2004). Pombal (no prelo) aponta o

endemismo extremo como um dos fatores de ameaça da espécie.

Para Haddad (no prelo), os motivos do desaparecimento de Holoaden bradei são

desconhecidos. Porém segundo Rocha e Van Sluys (2004), a espécie foi seriamente

impactada pela degradação do habitat em decorrência de atividades turísticas desordenadas

e pela ação de incêndios florestais dentro dos limites do parque. O parque tem passado por

sucessivos incêndios advindos de propriedades particulares rurais no seu entorno, que

contribuem para o declínio da qualidade ambiental.

Estratégias de Conservação sugeridas: é fundamental o investimento em pesquisa

científica com o objetivo de identificar a atual distribuição das espécies, uma vez que os

conhecimentos dos requerimentos ecológicos e dos locais de ocorrência são essenciais para

a preservação (Haddad, no prelo-a; Pombal, no prelo). Além disto, é necessário investir na

conservação do habitat, pois não é possível preservar uma espécie cujo habitat não oferece

condições ideais para sua sobrevivência. É importante para os projetos de conservação que

as comunidades no entorno do parque contribuam para o seu sucesso. Programas de

educação ambiental podem ser implantados para conscientização dos moradores do

entorno. Esta estratégia pode igualmente ser aplicada aos turistas que visitam o parque,

além de um programa de limitação do acesso dos visitantes aos locais de ocorrência das

espécies.

Outras Informações: o Parque Nacional do Itatiaia é também um Sítio Prioritário da AZE

para as trigger species Paratelmatobius lutzii e Holoaden bradei (AZE, 2005).

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Piprites pileatus (VU / Ave); Claravis godefrida (CR / Ave); Piprites pileatus (VU / Ave);

Sporophila falcirostris (VU / Ave); Pipile jacutinga (EN / Ave); Biatas nigropectus (VU /

Ave); Sporophila frontalis (VU / Ave); Touit melanonota (VU / Ave); Callithrix aurita

(VU / Mamífero).

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

99

3.1.21. Sítio Prioritário da BAZE: Poços de Caldas (APÊNDICE 21).

Localização: O município de Poços de Caldas está localizado na região sul do Estado de

Minas Gerais (IBGE, 2003; MMA, 2006).

Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas por Savana Florestada e

Savana Gramíneo Leitosa e está inserido no bioma Mata Atlântica (MMA, 2006). Segundo

dados do IBGE (2007), o município possui uma população de 144.386 habitantes e sua

área territorial é de 544 km², estando sua economia baseada principalmente na indústria e

na prestação de serviços.

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Poços de Caldas e Caldas.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Tamanho do Sítio: 7.679,00 hectares.

Trigger Species: Phyllomedusa ayeaye (Lutz, 1966).

Nome Popular: perereca-de-folhagem-com-perna-reticulada.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie possui distribuição apenas para o

Morro do Ferro no município de Poços de Caldas, MG (Haddad & Sazima, no prelo),

possui habitat preferencial em moitas próximas a poços e brejos em altitudes de 1400m. Os

ovos são depositados sobre folhas que são dobradas, e após a eclosão, as larvas caem na

água onde completam seu desenvolvimento (Caramaschi & Cruz, 2004).

Critérios para Seleção do Sítio: O Morro do Ferro foi definido como Sítio Prioritário da

BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Phyllomedusa ayeaye, um

anfíbio da Família Hylidae categorizado como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna

Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: a sobreposição da coordenada geográfica de ocorrência

da espécie com o Mapa de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), e a

análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que a trigger species ocorre em local montanhoso com vegetação

remanescente muito fragmentada pela agropecuária. Devido à ausência de remanescentes

significativos, às características montanhosas do relevo por toda a região e a ausência de

cartas altimétricas do IBGE na altitude de 1400m, o sítio foi estabelecido sobre a região

compreendida pelo Morro do Ferro dentro da ottobacia por trecho da nascente do rio

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

100

Taquari estabelecida pela Agência Nacional de Águas – ANA (ANA, 2008), englobando

uma área significativa do habitat da espécie e algumas áreas impactadas pela ação humana.

Principais Ameaças: As principais ameaças a espécies são a perda, a descaracterização e a

fragmentação de seu habitat devido à ação do fogo, a poluição por agrotóxicos e o

assoreamento dos corpos d’água (Haddad & Sazima, no prelo).

Estratégias de Conservação sugeridas: as principais estratégias de conservação devem

ser voltadas para a proteção e a recuperação de seus habitats, o investimento em pesquisa

científica para caracterização populacional da espécie e a fiscalização (Haddad & Sazima,

no prelo; Caramaschi & Cruz, 2004).

Outras Informações: o Morro do Ferro no município de Poços de Caldas é também um

Sítio Prioritário da AZE para a trigger species Phyllomedusa ayeaye (AZE, 2005).

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.22. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Araguaia (APÊNDICE 22).

Localização: o sítio está localizado no rio Araguaia, a jusante do município de São Bento

no Estado do Pará (Lima, no prelo-n).

Descrição do Sítio: a vegetação ciliar do rio Araguaia no trecho de ocorrência da espécie é

constituída pelo ecótono de Savana e Floresta Ombrófila, Pecuária, Vegetação Secundária,

Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta Ombrófila Aberta Submontana, e está

inserida no bioma da Amazônia (MMA, 2006).

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): São Domingos do Araguaia, São João do

Araguaia e Brejo Grande do Araguaia.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Tamanho do Sítio: 22.890,00 hectares.

Trigger Species: Potamobatrachus trispinosus Collette, 1995.

Nome Popular: manganguá, niquin, miquim.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie possui ocorrência atual no rio

Araguaia, pouco abaixo do município de São Bento e registro histórico no baixo rio

Tocantins, no município de Tucuruí, onde foi eliminado pela construção da Hidrelétrica de

Tucuruí (Lima, no prelo-n). A espécie possui habitat preferencial em ambientes

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

101

encachoeirados, de fundo arenoso, com pequenas rochas arredondadas, com muitas fendas,

água transparente e forte correnteza (Collette, 1995). A espécie é um predador de espreita,

de tamanho médio a pequeno e apresenta estratégia reprodutiva com baixa fecundidade e

alto investimento parental (Lima, no prelo-n).

Critérios para Seleção do Sítio: o trecho de ottobacia do rio Araguaia foi definido como

Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species

Potamobatrachus trispinosus, um peixe de água doce da Família Batrachoididae

categorizado como Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

(Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Critério de Delimitação do Sítio: o limite do Sítio Prioritário da BAZE foi definido sobre

a delimitação por trecho de ottobacia da ANA (ANA, 2008) no rio Araguaia, na localidade

de ocorrência da trigger species.

Principais Ameaças: a principal ameaça para a espécie é a supressão de ambientes

encachoeirados pela construção de hidrelétricas (Lima, no prelo-n).

Estratégias de Conservação sugeridas: conservação dos ambientes encachoeirados no

local de ocorrência da espécie (Lima, no prelo-n).

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Teleocichla cinderella (CR / Peixe).

3.1.23. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Catu (APÊNDICE 23).

Localização: o sítio está localizado no trecho que engloba a nascente do rio Catu, no

município de Lagoinha, região nordeste do Estado da Bahia (IBGE, 2003; ANA, 2008).

Descrição do Sítio: a análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e

QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou que o entorno do rio Catu é caracterizado por

trechos de agropecuária e relflorestamentos e sua vegetação ciliar é constituída por Floresta

Estacional Semidecidual Aluvial, Vegetação Secundária e o sítio está inserido dentro do

bioma da Caatinga (MMA, 2006).

Município Abrangido (IBGE, 2003): Lagoinha.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

102

Tamanho do Sítio: 3.799,00 hectares.

Trigger Species: Phalloptychus eigenmanni Henn, 1916.

Nome Popular: guaru, barrigudinho.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie é conhecida apenas da localidade-

tipo no rio Catu, no município de Lagoinha (Rosa & Menezes, 1996; Lucinda, 2005). A

espécie possui pequeno porte, com tamanho máximo de 30mm nas fêmeas e possui hábitos

vivíparos, além de acentuado dimorfismo sexual (Rosa, no prelo).

Critérios para Seleção do Sítio: o trecho na nascente do rio Catu foi definido como Sítio

Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Phalloptychus

eigenmanni, um peixe de água doce da Família Poeciliidae categorizado como

Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado

et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Critério de Delimitação do Sítio: o limite do Sítio Prioritário da BAZE foi definido sobre

a delimitação por trecho de ottobacia da ANA (ANA, 2008) na região de nascente do rio

Catu, localidade de ocorrência da trigger species.

Principais Ameaças: as principais ameaças para a espécie são decorrentes do

desmatamento da mata ciliar, poluição hídrica ocasionada pela descarga de esgoto do

município de Lagoinha e introdução espécies exóticas competidoras como Poecilia

reticulata (Rosa, no prelo).

Estratégias de Conservação sugeridas: proteção e recuperação do habitat da espécie,

além de buscar por outras populações (Rosa, o prelo).

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.24. Sítio Prioritário da BAZE: Rio dos Patos (APÊNDICE 24).

Localização: o rio dos Patos é um afluente do alto rio Maranhão, bacia do rio Tocantins no

Estado de Goiás (Lima, no prelo-q).

Descrição do Sítio: a análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e

QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou que a região é dominada por uma matriz de

agricultura e possui formações vegetacionais constituídas por Savana Parque sem Floresta

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

103

de Galeria e Floresta Estacional Semidecidual Aluvial distribuída em estreita faixa de

vegetação ao longo do rio dos Patos, estando inserida dentro do bioma do Cerrado (MMA,

2006; MMA, 2002).

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Barro Alto, Santa Rita do Novo destino,

Goianésia e Vila Propicio.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Tamanho do Sítio: 132.400,00 hectares.

Trigger Species: Simpsonichthys marginatus Costa & Brasil, 1996.

Nome Popular: não há.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a trigger species é conhecida apenas de

poças temporárias próximas ao rio dos Patos, em região de terreno acidentado e vales

estreitos (Lima, no prelo-q). Sua localidade-tipo é uma poça temporária rasa situada em

uma mancha de floresta com água marrom escura com fundo composto por serrapilheira e

sem vegetação aquática (Costa & Brasil, 1996 apud Lima, no prelo-q). Possui ciclo de vida

curto, atingindo rapidamente a maturidade sexual e morrendo quando as poças secam na

estação seca. Seus ovos permanecem em estado de diapausa e eclodem na próxima estação

chuvosa (Lima, no prelo-q).

Critérios para Seleção do Sítio: o vale do rio dos Patos foi definido como Sítio Prioritário

da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Simpsonichthys

marginatus, peixe-anual da Família Rivulidae categorizado como Em Perigo pela Lista da

Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram

estabelecidos sobre o vale do rio dos Patos, englobando os remanescentes vegetacionais e

savana-parque distribuídos ao longo do rio, no local de ocorrência da espécie.

Principais Ameaças: perda e destruição de habitat através do desmatamento das florestas

ciliares (Lima, no prelo-q).

Estratégias de Conservação sugeridas: é necessário manter a integridade do habitat da

espécie, evitando atividades que resultem em modificação completa do meio ambiente

(Lima, no prelo-q).

Outras Informações: não há.

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

104

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.25. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Mucuri (APÊNDICE 25).

Localização: o Sítio Prioritário da BAZE do rio Mucuri está localizado no município de

Mucuri, região sul do Estado da Bahia (IBGE, 2003; ANA, 2008; Lima, no prelo).

Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas por Formação Pioneira

com Influência Fluvial e ou Lacustre e Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas e está

inserido dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006). As imagens por satélite

Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), demonstraram que a

região do entorno do sítio é caracterizada por agricultura e pastagens e, segundo Lima (no

prelo) a região é também ocupada pelo plantio de cacau (Lima, no prelo).

Município Abrangido (IBGE, 2003): Mucuri.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Tamanho do Sítio: 313,50 hectares.

Trigger Species: Leptolebias leitaoi Cruz e Peixoto, 1991.

Nome Popular: não há.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie é conhecida apenas da localidade-

tipo, situada às margens do rio Mucuri (Costa, 2002 apud Lima, no prelo-h). Sua

localidade-tipo é caracterizada por poça temporária em floresta perturbada pelo cultivo do

cacau, com fundo argiloso e coberta por plantas aquáticas flutuantes (Cruz & Peixoto,

1991). Possui ciclo de vida curto, atingindo rapidamente a maturidade sexual e morrendo

quando as poças secam na estação seca. Seus ovos permanecem em estado de diapausa e

eclodem na próxima estação chuvosa (Lima, no prelo-h).

Critérios para Seleção do Sítio: o remanescente vegetacional da área alagável do rio

Mucuri foi definido como Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da

trigger species Leptolebias leitaoi, um peixe-anual da Família Rivulidae categorizado

como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

(Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

105

Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram

estabelecidos sobre os remanescentes vegetacionais identificados na área alagável de

influência do rio Mucuri em local de acentuada sinuosidade, onde a trigger species possui

ocorrência.

Principais Ameaças: destruição das florestas no habitat remanescente da espécie para

reflorestamentos de eucalipto, pastagem e expansão urbana (Lima, no prelo-h).

Estratégias de Conservação sugeridas: manutenção e proteção do reduzido habitat da

espécie (Lima, no prelo-h).

Outras Informações: segundo a avaliação de áreas prioritárias para conservação do MMA

(MMA, 2002b), o rio Mucuri é prioridade para criação de unidade de conservação.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.26. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Santo Antônio (APÊNDICE 26).

Localização: porção média do rio Santo Antônio, afluente da margem esquerda do rio

Doce, Estado de Minas Gerais (Vieira et. al., 2000; ANA, 2008).

Descrição do Sítio: a vegetação ciliar do rio Santo Antônio é caracterizada pela Floresta

Estacional Semidecidual Montana, Floresta Estacional Semidecidual Montana e o sítio está

inserido dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006). A análise das imagens por

satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou

que em alguns trechos ao longo do rio Santo Antônio, a vegetação natural foi suprimida

pela atividade de agropecuária, encontrando-se em diversos graus de preservação em sua

maior parte.

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Santo Antônio do Rio Abaixo, São Sebastião do

Rio Preto, Ferros e Conceição do Mato Dentro.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Tamanho do Sítio: 7.165,00 hectares.

Trigger Species: Henochilus wheatlandii Garman, 1890.

Nome Popular: andirá.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie possui registros históricos no rio

Mucuri, em Santa Clara e na bacia do rio Doce. Porém, devido a profundas alterações

Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

106

antrópicas ocorridas na bacia do rio Mucuri e a extensos levantamentos realizados em

ambas as bacias, Vieira e colaboradores (no prelo) concluíram que a espécie não mais

ocorre nestas localidades. Henochilus wheatlandii possui distribuição atual restrita ao

curso médio do rio Santo Antônio (Vieira et. al., no prelo). A espécie possui habitat

preferencial em cursos d’água entre 10m e 40m de largura, com profundidade superior a

1m com águas limpas e com pouco material em suspensão, leito rochosos com áreas

encachoeiradas intercaladas por regiões com depósitos de areia onde são formados

remansos (Vieira et. al., 2000).

Critérios para Seleção do Sítio: o trecho da ottobacia do rio Santo Antônio foi definido

como Sítio Prioritário da BAZE por ser atualmente o único local de ocorrência da trigger

species Henochilus wheatlandii, um peixe de água doce da Família Characidae

categorizado como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram definidos

para o curso médio do rio Santo Antônio, sobre a delimitação por trecho de ottobacia da

ANA (ANA, 2008).

Principais Ameaças: a construção de hidrelétricas possui efeitos drásticos sobre a espécie

por alterar as feições do habitat da espécie e, outro fator de ameaça é a introdução de

espécies exóticas como o surubim (Pseudoplatystoma sp.), recentemente introduzido na

drenagem do rio Santo Antônio (Vieira et. al., no prelo).

Estratégias de Conservação sugeridas: reavaliação dos aproveitamentos hidrelétricos

planejados para o local de ocorrência da espécie, ampliação dos requisitos biológicos,

busca por novas populações, trabalho este em andamento na bacia do rio Doce, e

elaboração de estratégias de proteção ao habitat, além da recuperação de matas ciliares e

envolvimento das comunidades locais (Vieira et. al., no prelo).

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

107

3.1.27. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Tabocas (APÊNDICE 27).

Localização: o sítio está localizado no rio Tabocas, um afluente do rio Paracatu, na bacia

do rio São Francisco, município de Lagoa Grande, região norte do Estado de Minas Gerais

(IBGE, 2003; ANA, 2008; Lima, no prelo).

Descrição do Sítio: a análise das imagens por satélite Landsat ETM+ (MMA, 2002a) e

QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou que o sítio é caracterizado pela dominância

da vegetação de Savana Parque com grande fragmentação da Floresta de Galeria e

ocorrência de pecuária, estando inserido dentro do bioma do Cerrado (MMA, 2006).

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Lagoa Grande.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Tamanho do Sítio: 83,08 hectares.

Trigger Species: Simpsonichthys auratus Costa e Nielsen, 2000.

Nome Popular: não há.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a trigger species é conhecida apenas da

localidade-tipo, na várzea do rio Tabocas, de um brejo temporário raso (Lima, no prelo-o).

Possui ciclo de vida curto, atingindo rapidamente a maturidade sexual e morrendo quando

as poças secam na estação seca. Seus ovos permanecem em estado de diapausa e eclodem

na próxima estação chuvosa (Lima, no prelo-o).

Critérios para Seleção do Sítio: o interflúvio do rio Tabocas com dois de seus afluentes

foi definido como Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger

species Simpsonichthys auratus, um peixe-anual da Família Rivulidae categorizado como

Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Critério de Delimitação do Sítio: devido à fragmentação dos remanescentes

vegetacionais, os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram estabelecidos no interflúvio

do rio Tabocas com dois de seus afluentes, excluindo-se dos limites, o povoado localizado

neste interflúvio.

Principais Ameaças: a destruição do habitat devido a atividades agrícolas e a

contaminação de seu meio ambiente por pesticidas, bem como a eventual inundação das

planícies do médio rio Paracatu por hidrelétricas (Lima, no prelo-o).

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

108

Estratégias de Conservação sugeridas: proteção do habitat da espécie, impedindo

atividades que modifiquem o ambiente de brejos no local de ocorrência da espécie (Lima,

no prelo-o).

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.28. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Urucuia (APÊNDICE 28).

Localização: o sítio está localizado no alto rio Urucuia, bacia do rio São Francisco no

município de Unaí, região noroeste do Estado de Minas Gerais (IBGE, 2003; ANA, 2008).

Descrição do Sítio: o sítio é caracterizado por uma paisagem dominada por Savana Parque

e Agricultura com a presença de pequenos fragmentos de Floresta de Galeria e está

inserido no bioma do Cerrado (MMA, 2006; MMA, 2002a).

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Município Abrangido (IBGE, 2003): Unaí.

Tamanho do Sítio: 16.080,00 hectares.

Trigger Species: Simpsonichthys zonatus Costa e Brasil, 1990.

Nome Popular: não há.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a trigger species é conhecida apenas de

áreas alagadas do alto rio Urucuia (Lima, no prelo-s). Sua localidade-tipo é uma poça

temporária situada junto a um remanescente de floresta de galeria com ausência de

vegetação aquática (Lima, no prelo-s). Possui ciclo de vida curto, atingindo rapidamente a

maturidade sexual e morrendo quando as poças secam na estação seca. Seus ovos

permanecem em estado de diapausa e eclodem na próxima estação chuvosa (Lima, no

prelo-s).

Critérios para Seleção do Sítio: o trecho da ottobacia do rio Urucuia foi definido como

Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species

Simpsonichthys zonatus, um peixe-anual da Família Rivulidae categorizado como Em

Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Page 109: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

109

Critério de Delimitação do Sítio: na ausência de remanescentes vegetacionais contínuos e

de características topográficas específicas, os limites do Sítio Prioritário da BAZE para o

rio Urucuia foram estabelecidos de acordo com a delimitação por trecho de ottobacia da

ANA (ANA, 2008).

Principais Ameaças: destruição das florestas de galeria e drenagem das áreas alagáveis

para ceder lugar à agricultura (Lima, no prelo-s).

Estratégias de Conservação sugeridas: proteção do habitat da espécie, impedindo

atividades que modifiquem o ambiente de áreas alagáveis em seu local de ocorrência

(Lima, no prelo-s).

Outras Informações: não há.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não

há outras espécies ameaçadas.

3.1.29. Sítio Prioritário da BAZE: Santo André (APÊNDICE 29).

Localização: a cidade de Santo André está localizada na região metropolitana da cidade de

São Paulo, Estado de São Paulo (IBGE, 2003).

Descrição do Sítio: possui uma área de 175 km² e uma população de 667.891 habitantes.

A principal atividade econômica da cidade são as indústrias, possuindo também

estabelecimentos agropecuários em seu entorno (IBGE, 2007). As formações vegetacionais

da região são constituídas pela Floresta Ombrófila Densa Montana que estão inseridas

dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006).

Município Abrangido (IBGE, 2003): Santo André.

Unidade de Conservação: não há. A cidade de Santo André possui parte de seu território

inserido dentro do complexo da Serra do Mar, sendo que o limite municipal está muito

próximo ao limite do Parque Estadual da Serra do Mar, não sendo, porém, englobado pela

Unidade de Conservação. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não protegido.

Tamanho do Sítio: 7.624,00 hectares.

Trigger Species: Hypsiboas cymbalum (Bokermann, 1963).

Nome Popular: perereca.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: a história natural e a biologia da espécie são

muito pouco conhecidas, pois Hypsiboas cymbalum é conhecida apenas da localidade-

tipo, nas proximidades da Estação Ferroviária de Campo Grande no município de Santo

Page 110: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

110

André, em altitudes que variam entre 800m e 900m (Haddad, no prelo-b; Garcia &

Rodrigues, 2004). A espécie foi descrita em locais hoje bastante alterados pela degradação

ambiental por estar próxima à estação ferroviária (Haddad, no prelo-b). Inúmeras buscas na

tentativa de reencontrar a espécie foram infrutíferas, portanto sua distribuição atual é

desconhecida, e segundo Haddad (no prelo-b), a espécie pode estar extinta.

Critérios para Seleção do Sítio: os remanescentes florestais do município de Santo André

foram definidos como Sítio Prioritário da BAZE por serem o único local de ocorrência da

trigger species Hypsiboas cymbalum, um anfíbio da Família Hylidae categorizado como

Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado

et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: a sobreposição da coordenada geográfica de ocorrência

da espécie com o Mapa de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), e a

análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth 2008), demonstrou que a espécie ocorre dentro de um contínuo de mata que se

estende por toda a Serra do Mar incluindo a Unidade de Conservação, sendo cortado

apenas pela estação ferroviária e pelo distrito de Paranapiacaba. Desta forma, no intuito de

estabelecer um sítio que pudesse ser mapeado e manejado como uma unidade, foram

abrangidos os remanescentes vegetacionais dentro dos limites do município de Santo

André de acordo com os mapas das bases cartográficas do IBGE (IBGE, 2003).

Principais Ameaças: As principais ameaças a Hypsiboas cymbalum são as perdas das

condições ambientais ótimas através da fragmentação e degradação do habitat, poluição e

desmatamentos (Hadadd, no prelo-b; Garcia & Rodrigues, 2004).

Estratégias de Conservação sugeridas: pelo fato da espécie não ocorrer em uma Unidade

de Conservação, são estratégias de conservação fundamentais a conservação e a

recuperação do habitat e o investimento em pesquisa para localização da espécie, o

estabelecimento de sua distribuição geográfica atual e a obtenção de dados sobre sua

biologia e história natural (Hadadd, no prelo-b; Garcia & Rodrigues, 2004).

Outras Informações: Hypsiboas cymbalum é também uma trigger species da AZE cujo

sítio é denominado Campo Grande I.

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Glandulocauda melanogenys (EN / Peixe); Sporophila frontalis (VU / Ave); Coptobrycon

bilineatus (EN / Peixe); Pseudotocinclus tietensis (VU / Peixe); Trichomycterus paolence

Page 111: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

111

(VU / Peixe); Hyphessobrycon duragenys (CR / Peixe); Spintherobolus papilliferus (EN /

Peixe); Phallotorynus fasciolatu (EN / Peixe); Callithrix aurita (VU / Mamífero).

3.1.30. Sítio Prioritário da BAZE: Serra das Araras (APÊNDICE 30).

Localização: a Serra das Araras está localizada no estado do Mato Grosso, próxima á

planície sedimentar do Pantanal no mesmo Estado (IBAMA, 2004b).

Descrição do Sítio: sua formação vegetacional é constituída pela Savana Florestada, e está

inserida dentro do bioma do Cerrado (MMA, 2006), com altitudes médias que variam entre

400m e 1000m (IBAMA, 2004b).

Município Abrangido (IBGE, 2003): Porto Estrela.

Unidade de Conservação: A Estação Ecológica da Serra das Araras englobada pelo Sítio

Prioritário da BAZE é uma Unidade de Conservação de proteção integral e foi criada em

18 de julho de 2000 com uma extensão 29.741,00 ha. Sofre com incêndios na estação seca

provocada pelas queimadas no Cerrado e em pastagens nas áreas adjacentes (IBAMA,

2004b). O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como parcialmente protegido.

Tamanho do Sítio: 79.400,00 hectares.

Trigger Species: Columbina cyanopis (Pelzeln, 1870).

Nome Popular: rolinha-do-olho-azul ou rolinha-brasileira.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: Columbina cyanopis possui distribuição

pretérita por todo o Cerrado brasileiro. Os registro atuais da espécie se limitam a

indivíduos coletados próximo às cidades de Cuiabá e Campo Grande uma pequena

população presente na Serra das Araras (Hass, no prelo-a; BirdLife International, 2004d).

A espécie possui habitat preferencial por campos de Cerrado com fitofisionomias de

“campo-limpo”, campo-sujo “e campo-cerrado” e é considerada uma espécie rara, sendo

encontradas sozinhas ou aos pares, em altitudes que variam de 150m a 500m acima do

nível do mar e pouco se conhece sobre sua biologia e história natural (Hass, no prelo-a;

BirdLife International, 2004d).

Critérios para Seleção do Sítio: a Serra das Araras é um Sítio Prioritário da AZE e foi

definido também como Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da

trigger species Columbina cyanopis, uma ave da Família Columbidae categorizada como

Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado

et. al., 2005).

Page 112: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

112

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: o limite do Sítio Prioritário da Serra das Araras foi

estabelecido sobre os remanescentes vegetacionais da Savana Florestada identificada pela

análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006) e das

imagens Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008). Estes

remanescentes se estendem além dos limites da Estação Ecológica da Serra das Araras, que

foi englobada pelo Sítio Prioritário da BAZE. Foram eliminados dos limites do sítio os

locais onde, através da análise das imagens por satélite, foi identificada a supressão da

vegetação e a conversão destas áreas para uso humano.

Principais Ameaças: as fitofisionomias de Cerrado onde ocorre a espécie estão entre as

mais ameaçadas do bioma devido a facilidade de sua conversão em pastagens (Hass, no

prelo-a). A principal ameaça à espécie é a destruição de seu habitat pelos efeitos

combinados de pastagens, plantação de soja, reflorestamentos de eucalipto e espécies

invasoras (BirdLife International, 2004d).

Estratégias de Conservação sugeridas: as principais estratégias de conservação são a

busca da espécie nos locais onde ela já foi documentada e a proteção efetiva destes habitats

(Hass, no prelo-a).

Outras Informações: a Serra das Araras é também um Sítio Prioritário da AZE para a

trigger species Columbina cyanopis (AZE, 2005).

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Myrmecophaga tridactyla (VU / Mamífero), Lonchophylla dekeyseri (VU / Mamífero),

Culicivora caudacuta (VU / Ave).

3.1.31. Sítio Prioritário da BAZE: Serra do Maranguape (APÊNDICE 31).

Localização: a Serra de Maranguape está localizada na região nordeste do Brasil, cidade

de Maranguape no Estado do Ceará (Borges-Nojosa, no prelo).

Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas pela Floresta Ombrófila

Aberta, inserido no bioma da Caatinga (MMA, 2006), sendo cercado por ambientes xéricos

intransponíveis (Borges-Nojosa, 2006). Grande parte das áreas florestadas da serra foram

substituídas por plantações de banana e outras monoculturas. A região da Serra do

Maranguape e seu entorno são um importante pólo agrícola, sofrendo com intensa

ocupação humana, conversão de florestas em áreas agrícolas, especulação imobiliária e o

Page 113: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

113

intenso fluxo de turistas (Borges-Nojosa, no prelo). Outro fator que ameaça os

remanescentes da serra é o fato de não existirem Unidades de Conservação de proteção

integral na região (Borges-Nojosa, no prelo).

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Maranguape, Maracanaú e Caucaia.

Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não

protegido.

Tamanho do Sítio: 69,52 hectares.

Trigger Species: Adelophryne maranguapensis (Hoogmoed, Borges & Cascon, 1994).

Nome Popular: a espécie não possui nome popular conhecido.

Informações Gerais sobre a Trigger Species: Adelophryne maranguapensis é uma

espécie endêmica da Serra do Maranguape, ocorre em altitudes que variam entre 500m e

920m e tem habitat preferencial no folhiço, em bromélias, muito abundantes na região, nas

margens dos riachos e nos musgos sobre as pedras. A espécie possui desenvolvimento

direto, com posturas arbóreas depositadas em folhas de bromélias contendo água (Borges-

Nojosa, no prelo). A espécie tem hábitos diurnos e habita florestas primárias e secundárias,

podendo também ser encontrada em bananais, bambuzais e fragmentos florestais, mas

nunca em ambientes abertos (Silvano & Borges-Nojosa, 2004).

Critérios para Seleção do Sítio: a Serra do Maranguape foi definido como Sítio

Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Adelophryne

maranguapensis, um anfíbio da Família Leptodactylidae categorizado como Em Perigo

pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Em Perigo.

Critério de Delimitação do Sítio: o sítio da Serra de Maranguape foi estabelecido sobre a

região serrana nos limites dos remanescentes vegetacionais identificados pela análise dos

Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006) e das imagens Landsat

7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008) da região, excluindo-se áreas

de uso humanas.

Principais Ameaças: as atividades antrópicas levam ao declino e fragmentação do habitat,

provocando a degradação das condições ideais da espécie, que é endêmica localmente

(Borges-Nojosa, no prelo).

Estratégias de Conservação sugeridas: como estratégia de conservação faz-se urgente o

estabelecimento de uma Unidade de Conservação de proteção integral na região de

ocorrência da espécie, bem como, a recuperação de habitats e a educação ambiental das

Page 114: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

114

comunidades vizinhas a serra (Borges-Nojosa, no prelo), no intuito de proteger os

remanescentes florestais e seus fragmentos e garantir a sobrevivência da espécie.

Outras Informações: a Serra do Maranguape é também um Sítio Prioritário da AZE para

a trigger species Adelophryne maranguapensis (AZE, 2005). O Ministério do Meio

Ambiente através da identificação de áreas prioritárias nos biomas brasileiros sugere que

na Serra do Maranguape seja criada uma Unidade de Conservação de uso sustentável

(MMA, 2002b).

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Penelope jacucaca (VU / Ave); Picumnus limae (EN / Ave).

3.1.32. Sítio Prioritário da BAZE: Serra dos Órgãos (APÊNDICE 32).

Localização: a Serra dos Órgãos está localizada no centro do Corredor Ecológico da Serra

do Mar no Estado do Rio de Janeiro (IBAMA, 2008).

Descrição do Sítio: suas formações vegetacionais são constituídas pela Floresta Ombrófila

Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta Ombrófila Densa Alta

Montana e vegetação secundária, e está inserida dentro do bioma da Mata Atlântica

(MMA, 2006). A Serra dos Órgãos engloba significativa área de alta Montana com

altitudes que variam entre 200m e 2.263m, o que gera grande variedade de habitats e alta

biodiversidade (IBAMA, 2008).

Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Magé, Petropólis, Guapimirim, Teresópolis,

Cachoeira do Macau, Nova Friburgo e Silva Jardim.

Unidade de Conservação: O sítio compreende as Unidades de Conservação de proteção

integral do Parque Nacional da Serra dos Órgãos e o Parque Estadual dos Três Picos e

parte das Unidades de Conservação de uso sustentável APA dos Frades e APA de Macaé

de Cima. O Sítio Prioritário da BAZE por incorporar unidade de conservação de uso

sustentável e remanescentes vegetacionais não protegidos é categorizado como

parcialmente protegido. As APA’s abrangidas pelo sítio não são expressas no layout

devido à sobreposição de bases que dificultaria a visualização das informações.

Tamanho do Sítio: 127.500,00 hectares.

Trigger Species: Calyptura cristata (Vieillot, 1818) e Hemipsilichthys garbei (Ihering,

1911).

Nome Popular: tietê-de-coroa e anambé-mirim e cascudo, respectivamente.

Page 115: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

115

Informações Gerais sobre a Trigger Species: Calyptura cristata é endêmica do estado do

Rio de Janeiro e ocorre em altitudes que variam do nível do mar até 900m (Silveira, no

prelo-a). A espécie tem habitat preferencial em florestas primárias e capoeiras, vivendo aos

pares na vegetação do dossel e alimentando-se de pequenos frutos e invertebrados, porém

pouco se conhece sobre sua biologia e história natural. Calyptura cristata chegou a ser

considerada extinta por alguns autores, pois se passaram mais de 100 anos sem que novo

registro fosse feito (Silveira, no prelo-a). Foi redescoberta em outubro de 1996 na encosta

da Serra dos Órgãos no entorno da cidade de Teresópolis. A espécie possuiu registros

históricos nas cidades fluminenses de Cantagalo, Rosário e Nova Friburgo, onde a

ocupação humana e a urbanização transformaram o ambiente, tendo restando apenas

reduzidos fragmentos da floresta onde a espécie ocorria (Silveira, no prelo; IBAMA,

2008). Os registros de São Paulo e Espírito Santo nunca foram confirmados (Silveira, no

prelo-a).

Hemipsilichthys garbei possui hábitos crepusculares e noturnos, com habitat

preferencial em rios e corredeiras com profundidade entre 0,40 e 1m, de águas límpidas,

frias, bem oxigenadas e correnteza de forte a moderada com substrato rochoso, ocorrendo

em altitudes em torno de 800m (Pereira & Brito, no prelo). A espécie é endêmica das

porções superiores dos rios Macaé e Macacú, ambas pequenas drenagens que nascem na

Serra dos Órgãos (Pereira & Brito, no prelo).

Critérios para Seleção do Sítio: A Serra dos Órgãos foi definida como Sítio Prioritário da

BAZE por ser o único local de ocorrência das espécies Calyptura cristata e

Hemipsilichthys garbei.

Calyptura cristata é uma ave da Família Cotingidae e categorizada como

Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado

et. al., 2005) e Hemipsilichthys garbei é um peixe da Família Loricariidae categorizado

como Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al.

2005).

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Calyptura cristata: Criticamente em Perigo e

Hemipsilichthys garbei: Não Avaliada.

Critério de Delimitação do Sítio: não existem coordenadas geográficas precisas para o

local onde Calyptura cristata foi redescoberta, desta forma, para delimitação do sítio foram

considerados além das Unidades de Conservação mencionadas, todos os remanescentes

florestais da Serra dos Órgãos no entorno da cidade de Teresópolis. Sendo assim, o sítio da

Page 116: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

116

Serra dos Órgãos foi estabelecido sobre a região serrana nos limites dos remanescentes

florestais identificados pela análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas

Brasileiros (MMA, 2006) e das imagens Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird

(Google Earth, 2008) da região, englobando o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o

Parque Estadual dos Três Picos e parte das APA`s dos Frades e de Macaé de Cima. O

limite estabelecido abrange algumas lacunas de proteção da serra dentro dos remanescentes

de mata atlântica, incluindo uma área de 8.990 hectares que será incorporada à área do

PARNA da Serra dos Órgãos de acordo com a Proposta de Ampliação do PARNASO

realizado pelo IBAMA (IBAMA, 2008). A Áreas de Proteção Ambiental não foram

totalmente incluídas no sítio por conterem áreas de uso e ocupação humanas como

agropecuária.

Principais Ameaças: Calyptura cristata é extremamente rara e um dos motivos de seu

desaparecimento é o desmatamento das florestas abaixo de 1000m (Silveira, no prelo-a).

Na cidade de Teresópolis, onde a espécie tem seu único registro atual, a urbanização já

atingiu os limites do parque (IBAMA, 2008). A extração de orquídeas e bromélias das

florestas da região acentua ainda mais os riscos à espécie, pois a espécie explora

ativamente as moitas formadas por estas plantas durante o forrageamento, evitando o topo

das árvores (BirdLife International, 2004c).

As principais ameaças a Hemipsilichthys garbei são a intervenção antrópica em seu

habitat, com desmatamentos marginais nos rios de sua ocorrência, a urbanização e a

poluição dos cursos d’água. Outra ameaça é a introdução da espécie exótica e predadora, a

truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss), no trecho superior do rio Macaé (Pereira & Brito,

no prelo).

Estratégias de Conservação sugeridas: para a conservação de Calyptura cristata, e

necessário que habitats propícios a populações remanescentes sejam protegidos e que

sejam realizados inventários para detecção de outras localidades onde a espécie ainda

subsiste. Contudo, avaliando-se as necessidades de conservação para ambas as trigger

species do sítio da Serra dos Órgãos, pode-se citar como estratégias de conservação

essenciais, a manutenção da integridade de seus ecossistemas, o controle na introdução de

espécies exóticas e a proteção efetiva das Unidades de Conservação da região, bem como,

dos remanescentes florestais do entorno contra a destruição e descaracterização do habitat.

Outras Informações: a Serra dos Órgãos é considerada um Sítio Prioritário da AZE

(AZE, 2005) para quatro espécies de anfíbios não categorizados como ameaçadas (Tabela

Page 117: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

117

2) pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005). No

entanto, Calyptura cristata é considerada uma trigger species pela AZE (AZE, 2005),

porém, enquadrada por esta, pelo sítio da Serra do Mar, de maior extensão que a Serra dos

Órgãos por abranger também a área de ocorrência de uma espécie não ameaçada pela lista

vermelha brasileira (Tabela 2).

Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):

Leucopternis lacernulata (VU / Ave); Phaenomys ferrugineus (VU / Mamífero); Claravis

godefrida (CR / Ave); Amazona rhodocorytha (EN / Ave); Biatas nigropectus (VU / Ave);

Pyrrhura cruentata (VU / Ave); Touit melanonota (VU / Ave); Pyrrhura cruentata (VU /

Ave); Xipholena atropurpurea (EN / Ave); Thoropa petropolitana (EN / Anfíbio);

Callithrix aurita (VU / Mamífero); Leptolebias spendens (CR / Peixe).

3.2. Listas de Espécies Candidatas da BAZE

Na Tabela 5 é apresentada uma síntese da Lista de Espécies Candidatas da BAZE.

Tabela 5. Síntese da Lista de Espécie Candidatas da BAZE.

Espécie Distribuição Grupo

Taxonômico

Status

Brasil (*)

Trigger species

AZE (AZE, 2005) Justificativa

Bokermannohyla izecksohni Botucatu, SP Anfíbio CR Sim Imprecisão coordenada geográfica e alto grau

de fragmentação dos remanescentes.

Thoropa petropolitana Rio de Janeiro e Espírito

Santo Anfíbio EN Não Insuficiência de dados populacionais.

Cyanopsitta spixi Curaçá, BA Ave EW Sim Aguardando identificação de sítio adequado

para reintrodução.

Drymornis bridgesii Rio Grande do Sul Ave CR Não Fragmentação e insuficiência de dados

populacionais.

Fregata ariel Ilhas de Trindade e

Martim Vaz, ES Ave CR Não Nidifica em duas localidades.

Fregata minor Ilhas de Trindade e

Martim Vaz, ES Ave CR Não Nidifica em duas localidades.

Formicivora littoralis Região dos Lagos, RJ Ave CR Sim

Imprecisão coordenadas geográficas e alto grau

de fragmentação dos remanescentes,

urbanização.

Leptasthenura platensis Rio Grande do Sul Ave CR Não Fragmentação e insuficiência de dados

populacionais

Mitu mitu Alagoas e Rio Grande do

Norte Ave EW Sim

Inexistência de coordenadas geográficas e

ausência de dados sobre local para reintrodução

Myrmotherula snowi Alagoas e Pernambuco Ave CR Sim Fragmentação e insuficiência de dados

populacionais

Nemosia rourei Espírito Santo Ave CR Sim Fragmentação e insuficiência de dados

populacionais

Page 118: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

118

Espécie Distribuição Grupo

Taxonômico

Status

Brasil (*)

Trigger species

AZE (AZE, 2005) Justificativa

Philydor novaesi Alagoas e Pernambuco Ave CR Sim Fragmentação e insuficiência de dados

populacionais

Phylloscartes beckeri Bahia Ave EN Sim Fragmentação e insuficiência de dados

populacionais

Pseudoseisura lophotes Rio Grande do Sul Ave CR Não Fragmentação e insuficiência de dados

populacionais

Rhopornis ardesiacus Bahia Ave EN Sim Fragmentação e insuficiência de dados

populacionais

Callicebus coimbrai Sergipe e Bahia Mamífero CR Sim Fragmentação e insuficiência de dados

populacionais

Leontopithecus caissara São Paulo e Paraná Mamífero CR Não Isolamento de populações pelo canal do

Varadouro.

Phyllomys brasiliensis Felixlândia, MG Mamífero EN Não Habitat totalmente alterado pela ação antrópica.

Austrolebias carvalhoi União da Vitória, PR Peixe CR Não Habitat totalmente alterado pela ação antrópica.

Austrolebias ibicuiensis Rio Grande do Sul Peixe CR Não Ocorre em duas localidades e possui ausência

de dados populacionais.

Characidium vestigipinne Coxilha, RS Peixe CR Não Habitat totalmente alterado pela ação antrópica.

Crenicichla cyclostoma Baixo rio Tocantins, PA Peixe CR Não Distribuição atual desconhecida, hidrelétrica

Tucuruí.

Crenicichla jegui Baixo rio Tocantins, PA Peixe CR Não Distribuição atual desconhecida, hidrelétrica

Tucuruí.

Delturus parahybae Rio de Janeiro e Minas

Gerais Peixe CR Não

Vazamento produtos químicos – ausência de

dados populacionais.

Harttia rhombocephala Rio Faria, RJ Peixe CR Não Habitat totalmente alterado pela ação antrópica

Hasemania melanura União da Vitória, PR Peixe CR Não Barragens rio Iguaçú, distribuição atual

desconhecida

Hasemania maxillaris União da Vitória, PR Peixe CR Não Barragens rio Iguaçú, distribuição atual

desconhecida

Hyphessobrycon

taurocephalus União da Vitória, PR Peixe CR Não

Barragens rio Iguaçú, distribuição atual

desconhecida

Leptolebias citripinnis Restinga de Maricá, RJ Peixe EN Não Ausência de coordenadas geográficas,

fragmentação

Leptolebias fractifasciatus Inoã, RJ Peixe CR Não

Coordenadas não conferem com o local

analisado pelas imagens de satélite,

fragmentação

Leptolebias opalescens Petrópolis, RJ Peixe CR Não Ausência de dados populacionais, fragmentação

Leptolebias splendens Magé e Petrópolis, RJ Peixe CR Não Ausência dados populacionais, localidades

distintas

Plesiolebias xavantei Médio rio Tocantins, TO Peixe EN Não Peixe-anual ocorre em duas localidades,

ausência de dados populacionais

Simpsonichthys santanae Ribeirão Santana, DF Peixe EN Não Coordenada geográfica incorreta

* Machado et. al. (2005).

A seguir são listadas todas as espécies que não se configuraram exatamente na

metodologia da AZE, mas que merecem especial atenção de medidas de conservação e

Page 119: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

119

pesquisa científica, devido à sua reduzida área ocorrência ou a ausência de informações

sobre sua ocorrência e devido ao seu status de ameaça.

3.2.1. Anfíbios

3.2.1.1. Bokermannohyla izecksohni (Jim & Caramaschi, 1979).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).

Distribuição Geográfica: Distrito de Rubião Júnior, município de Botucatu no Estado de

São Paulo (Spirandeli-Cruz & Jim, no prelo).

Justificativa: Após análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e

QuickBird (Google Earth, 2008), não foi possível estabelecer o sítio para a espécie, devido

à imprecisão da coordenada geográfica e ao alto grau de fragmentação dos remanescentes

florestais, imersos em uma matriz de agropecuária. É necessária busca em campo para

identificar sua distribuição atual, pois segundo Spirandeli-Cruz & Jim (no prelo) a espécie

é especialista em ambientes com mata mesófila, habitat não identificado na localidade

devido à grande interferência antrópica.

3.2.1.2. Thoropa petropolitana (Wandolleck, 1907).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Vulnerável.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: Os últimos registros da espécie são da década de 80 nas cidades

de Teresópolis e Petrópolis. Possui registros também para Santa Tereza, ES (Feio, no

prelo).

Justificativa: não é possível avaliar a insubstituibilidade dos locais de ocorrência da

espécie, pelo fato desta possuir registros na região serrana do Rio de Janeiro e no Espírito

Santo e por não haver dados populacionais disponíveis. Devido à insuficiência de dados

populacionais, é necessária a busca desta espécie em campo para levantamentos

populacionais em seus locais de ocorrência.

Page 120: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

120

3.2.2. Aves

3.2.2.1. Cyanopsitta spixi (Wagler, 1832).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Extinta na Natureza.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).

Distribuição Geográfica: possui ocorrência histórica confirmada no riacho Barra Grande-

Melancia, no município de Curaçá, nordeste da Bahia e outras três localidades

reconhecidas como parte de sua distribuição histórica: riacho da Vargem nos municípios de

Abaré e Chorrochó, BA; riacho Macururé no município de Macururé e riacho da Brígida

nos municípios de Orocó e Parnamirim, PE (Biachi & Barros, no prelo-b).

Justificativa: a análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e

QuickBird (Google Earth, 2008) e dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros

(MMA, 2006), demonstrou um remanescente vegetacional formado por Savana Estépica

Arborizada e Formação Pioneira Fluvial entremeada por agropecuária, no entorno do

riacho de Barra Grande-Melancia e, que poderiam ser delimitados como Sítio Prioritário da

BAZE para a espécie. Porém, segundo Barros & Bianchi (no prelo-b), em 2005 foi criado o

Grupo de Trabalho para Recuperação da Ararinha-Azul, o qual está finalizando um plano

de ação para a espécie e cujos objetivos, entre outros, é sua reprodução em cativeiro e a

identificação de sítios adequados para reintrodução da espécie. Desta forma, deve-se

aguardar os resultados de pesquisas científicas antes de proceder à delimitação do sítio,

com o intuito de mapear uma localidade que seja adequada para a reintrodução da espécie.

Além do que, é necessário averiguar se as ameaças que levaram a espécie à extinção no

local ainda persistem e, desenvolver estratégias de conservação que visem à manutenção

das populações in situ. Através da avaliação as áreas prioritárias para conservação dos

biomas brasileiros, o MMA recomenda a criação de uma Reserva Biológica cercada por

Área de Proteção Ambiental na região de Curaçá, onde Cyanopsitta spixi possuía

ocorrência (MMA, 2002b).

3.2.2.2. Drymornis bridgesii (Eyton, 1850).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Ameaçada.

Trigger Species AZE: Não

Page 121: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

121

Distribuição Geográfica: a espécie ocorre no Brasil nas localidades de Uruguaiana e no

Parque Estadual do Espinilho, na cidade de Barra do Guaraí, RS (Dias, no prelo-b).

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que os locais onde a espécie possui ocorrência estão isolados

pela fragmentação, e na ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar a

insubstituibilidade.

3.2.2.3. Fregata ariel (Gray, 1845).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Ameaçada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: A espécie nidifica nas ilhas de Trindade e Martim Vaz, ES (Efe,

no prelo-a).

Justificativa: não foi possível avaliar a insubstituibilidade dos sítios de nidificação, pelo

fato da espécie nidificar em duas ilhas distintas, como descrito no item acima.

3.2.2.4. Fregata minor (Gmelin, 1789).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Ameaçada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: A espécie nidifica nas ilhas de Trindade e Martim Vaz, ES (Efe,

no prelo-b).

Justificativa: não foi possível avaliar a insubstituibilidade dos sítios de nidificação, pelo

fato da espécie nidificar em duas ilhas distintas, como descrito no item acima.

3.2.2.5. Formicivora littoralis Gonzaga & Pacheco, 1990.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).

Page 122: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

122

Distribuição Geográfica: a espécie possui registros para uma estreita faixa litorânea na

Região dos Lagos, no Estado do Rio de Janeiro, entre a praia de Jacomé e a praia de Peró,

incluindo ilhas próximas ao litoral de Cabo Frio e Arraial do Cabo (Gonzaga, no prelo-b).

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que devido ao alto grau de fragmentação do habitat da espécie é

à ausência de coordenadas geográficas exatas, não foi possível estabelecer uma localidade

para delimitação do sítio. São necessários inventários populacionais urgentes para a

espécie.

3.2.2.6. Leptasthenura platensis Reichenbach, 1853.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Ameaçada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: A espécie ocorre no Brasil nas localidades de Uruguaiana e

Barra do Guaraí, RS. Possui ocorrência no Parque Estadual do Espinilho na cidade de

Barra do Guaraí, RS (Dias, no prelo-c).

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que os locais onde a espécie possui ocorrência estão isolados

pela fragmentação, e na ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar a

insubstituibilidade.

3.2.2.7. Mitu mitu (Linnaeus, 1766).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Extinta na Natureza.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Extinta na Natureza.

Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).

Distribuição Geográfica: matas primárias de baixada entre os Estados de Alagoas e Rio

Grande do Norte (Silveira, no prelo-c).

Justificativa: a inexistência de coordenadas geográficas que estabeleçam o local de

ocorrência histórica da espécie e a ausência de pesquisas científicas que indiquem uma

localidade adequada para reintrodução da espécie impossibilitam o estabelecimento de um

Page 123: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

123

Sítio Prioritário da BAZE para Mitu mitu. Segundo Silveira (no prelo-c), existem

atualmente dois criadouros empenhados na reprodução ex situ da espécie que são a

Fundação Crax e o Criadouro Científico e Cultural de Poços de Caldas, ambos no Estado

de Minas Gerais. É necessário, assim como mencionado para Cyanopsitta spixi, que haja

investimento em pesquisa científica no intuito de estabelecer uma localidade adequada

para possível reintrodução da espécie e o desenvolvimento de estratégias de conservação

que eliminem ou minimizem as ameaças que a levaram à extinção no local. Silveira (no

prelo-c) ainda sugere que sejam preservados os remanescentes florestais em Alagoas, que

estão sob forte pressão antrópica e integram as áreas de distribuição histórica da espécie.

3.2.2.8. Myrmotherula snowi Teixeira & Gonzaga, 1985.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).

Distribuição Geográfica: a espécie é encontrada apenas na Estação Ecológica de Murici

em Alagoas, na Mata do Estado, na Reserva Particular do Patrimônio Natural de Frei

Caneca e no Engenho Jussara em Pernambuco (Silveira, no prelo-e).

Justificativa: a espécie encontra-se distribuída em quatro pequenos fragmentos florestais,

e segundo Silveira (no prelo-e), mais de 90% do habitat foi destruído pelo desmatamento e

os fragmentos restantes sofrem com a retirada ilegal de madeira como na EE de Murici e

na Mata do Estado, agravando ainda mais o estado de conservação da espécie. Na EE de

Murici a espécie é rara, sendo considerada uma das aves mais ameaçadas de extinção da

região neotropical (Silveira, no prelo-e). Pelo fato de possuir registros em quatro

fragmentos, não foi possível avaliar a insubstituibilidade destes locais, e sendo assim, são

necessários levantamentos populacionais e maiores estudos sobre sua distribuição a fim de

verificar se um dos fragmentos descritos contém cerca de 90% da população total da

espécie, podendo desta forma, ser delimitado como Sítio Prioritário da BAZE.

3.2.2.9. Nemosia rourei Cabanis, 1870.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).

Page 124: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

124

Distribuição Geográfica: a espécie tem ocorrência atual em três localidades no Estado do

Espírito Santo: Fazenda Pindobas IV, Fazenda Caetés e Reserva Biológica Augusto Ruschi

(Silveira, no prelo-f).

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que os três registros de ocorrência da espécie estão separados

pela fragmentação e não podem ser configurados como uma localidade. Além do que, não

há dados populacionais da espécie, não sendo possível desta forma, avaliar a

insubstituibilidade de seus locais de ocorrência. Segundo a avaliação de áreas prioritárias

para conservação do MMA (MMA, 2002b) a Fazenda Pindobas é prioridade para criação

de unidade de conservação.

3.2.2.10. Philydor novaesi Teixeira & Gonzaga, 1983.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).

Distribuição Geográfica: a espécie possui registros atuais para a Estação Ecológica de

Murici (localidade-tipo) em Alagoas e na Reserva Particular do Patrimônio Natural de Frei

Caneca em Pernambuco (Roda, no prelo).

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que a espécie ocorre em dois locais isolados pela fragmentação,

e não ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar sua insubstituibilidade.

Porém, a espécie não tem sido avistada na EE de Murici e sua população na RPPN de Frei

Caneca é estimada em apenas 10 indivíduos (Roda, no prelo). São necessários inventários

populacionais e medidas conservacionistas urgentes.

3.2.2.11. Phylloscartes beckeri Gonzaga & Pacheco, 1995.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Em Perigo.

Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).

Page 125: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

125

Distribuição Geográfica: possui ocorrência em Boa Nova, BA na região do complexo de

serras Lontras-Javi e na Chapada Diamantina, BA (Straube & Urban-Filho, no prelo).

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que a espécie possui distribuição em três localidades distintas, e

na ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar a insubstituibilidade destes

locais.

3.2.2.12. Pseudoseisura lophotes (Reichenbach, 1853).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Ameaçada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a espécie ocorre no Brasil nas localidades de Uruguaiana e

Barra do Guaraí, RS. Possui ocorrência no Parque Estadual do Espinilho, município de

Barra do Guaraí, RS (Dias, no prelo-d).

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que os locais onde a espécie possui ocorrência estão isolados

pela fragmentação, e na ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar a

insubstituibilidade.

3.2.2.13. Rhopornis ardesiacus (Wied, 1831).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Em Perigo.

Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).

Distribuição Geográfica: A espécie possui ocorrência na “mata-de-cipó” no centro-sul da

Bahia, cidade de Boa Nova e extremo nordeste de Minas Gerais (Silveira, no prelo-g).

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que o habitat da espécie encontra-se extremamente fragmentado

e isolado por extensas áreas de uso e ocupação humano e na ausência de dados

populacionais, foi possível estabelecer a insubstituibilidade de seus locais de ocorrência.

Page 126: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

126

3.2.3. Mamíferos

3.2.3.1. Callicebus coimbrai Kobayashi & Langguth, 1999.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).

Distribuição Geográfica: segundo Jerusalinsky (no prelo) a espécie ocorre no Estado do

Sergipe e litoral norte da Bahia, em habitat extremamente fragmentado pela agricultura,

pecuária e retirada ilegal de madeira. De acordo com Cambará (2007) a espécie ocorre

atualmente em apenas cinco fragmentos florestais e não se conhecem dados populacionais.

Justificativa: não é possível avaliar a insubstituibilidade em seus registros de ocorrência

devido à ausência de dados populacionais e, sendo assim, são necessários inventários

populacionais, para investigar a possibilidade de uma maioria significativa da população

ocorrer em um determinado local.

3.2.3.2. Leontopithecus caissara Lorini & Persson, 1990.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a espécie ocorre em estreita faixa que se abrange o extremo

litoral norte do Estado do Paraná até o extremo litoral sul do Estado de São Paulo

(Nascimento et. al., no prelo).

Justificativa: a planície do Ariri, no município de Cananéia e Ilha de Superagüi no Estado

do Paraná se caracterizariam como única localidade, constituída por um contínuo de Mata

Atlântica, não fosse pela presença do canal do Varadouro, canal artificial, que separa a

localidade em dois fragmentos, um no continente e outro na ilha, e que apresentam

estimativas populacionais equilibradas (Nascimento et. al., no prelo) Sendo assim, a

espécie não apresenta insubstituibilidade em seus locais de ocorrência.

3.2.3.3. Phyllomys brasiliensis Lund, 1840.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Page 127: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

127

Distribuição Geográfica: a espécie possui registro histórico para Lagoa Santa e registro

atual em Felixlândia, ambas no Estado de Minas Gerais (Costa et. al., no prelo-a).

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que a localidade em Felixlândia onde a espécie possui ocorrência

encontra-se totalmente alterada pela agricultura e monoculturas. Segundo Costa et. al. (no

prelo-a), a espécie ocupa habitat específico em áreas de transição entre Cerrado e Mata

Atlântica, como matas de galeria, habitat este que não pode ser identificado pelas análise

realizadas. Sendo assim, são necessários levantamentos em campo para identificação de

novos locais de ocorrência, bem como, maiores estudos sobre os requerimentos ecológicos

da espécie (Costa et. al., no prelo-a).

3.2.4. Peixes

3.2.4.1. Austrolebias carvalhoi (Myers, 1947).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a espécie é conhecida apenas de poças temporárias próximas às

margens do rio Iguaçu, em União da Vitória, Estado do Paraná (Lima, no prelo-a).

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que coordenada geográfica da espécie indica uma pequena área

convertida para uso humano, impossibilitando a delimitação de um sítio nesta localidade.

São necessários levantamentos para a identificação de outras populações. É necessária

também a proteção das áreas alagáveis de ocorrência da espécie (Lima, no prelo-a).

3.2.4.2. Austrolebias ibicuiensis (Costa, 1999).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a espécie possuía registros nas várzeas do rio Ibicuí (localidade-

tipo), porém tentativas subseqüentes de reencontrar a espécie neste local falharam, e nas

Page 128: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

128

poças temporárias do rio Toropi, um afluente do rio Ibicuí, bacia do rio Uruguai no Estado

do Rio Grande do Sul (Lima, no prelo-b).

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que a espécie apresenta distribuição confirmada em duas

localidades distintas, e na ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar a

insubstituibilidade destes locais. No entanto, é necessário investigar se ainda possui

ocorrência na localidade-tipo.

3.2.4.3. Characidium vestigipinne Buckup & Hahn, 2000.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a espécie é conhecida apenas da localidade-tipo na cabeceira do

rio Caraguatá na Fazenda Dückel no município de Coxilha, Estado do Rio Grande do Sul

(Reis & Buckup, no prelo).

Justificativa: através da análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros

(MMA, 2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird

(Google Earth, 2008), do local indicado pela coordenada geográfica, não foi possível

identificar o habitat da espécie como descrito por Reis & Buckup (no prelo), um

remanescente de mata com ambiente aquático lêntico, uma vez que neste local havia

apenas cobertura vegetal composta por gramíneas, oriundas de agricultura. Foram

observados no entorno do ponto indicado pela coordenada, alguns trechos cobertos por

vegetação, que poderia se tratar de reflorestamento, em meio a uma matriz totalmente

dominada pela agropecuária. São necessários levantamentos populacionais da espécie para

identificar seu atual local de distribuição, para uma posterior delimitação do sítio.

3.2.4.4. Crenicichla cyclostoma Ploeg, 1986.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: Baixo rio Tocantins no Estado do Pará (Lima, no prelo-c).

Page 129: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

129

Justificativa: a espécie não possui distribuição atual desconhecida, pois seu ambiente

natural foi totalmente alterado pela construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (Lima, no

prelo-c). É necessária investigação da atual distribuição da espécie.

3.2.4.5. Crenicichla jegui Ploeg, 1986.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: Baixo rio Tocantins no Estado do Pará (Lima, no prelo-d).

Justificativa: a espécie não possui distribuição atual desconhecida, pois seu ambiente

natural foi totalmente alterado pela construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (Lima, no

prelo-d). É necessária investigação da atual distribuição da espécie e posterior delimitação

de seu sítio.

3.2.4.6. Delturus parahybae (Eigenmann & Eigenmann, 1889).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a espécie é conhecida de três localidades na bacia do rio Paraíba

do Sul, duas na calha principal do rio Paraíba do Sul, entre as cidades de Três Rios e Barra

do Piraí, Estado do Rio de Janeiro e uma no rio Pomba na altura do município de Laranjal,

Estado de Minas Gerais (Vieira & Pompeu, no prelo; Menezes et. al., 2007).

Justificativa: a região de ocorrência da espécie foi seriamente impactada pelo vazamento

de produtos químicos da Fábrica Cataguases de Papel, em Cataguases (MG), que provocou

grande mortandade de peixes nos rios Pomba e Paraíba do Sul (Vieira & Pompeu, no

prelo). Não foi possível assim, avaliar a insubstituibilidade, pelo fato da espécie ocorrer

nas duas localidades e não se conhecer seu tamanho populacional. Porém é necessário

avaliar se ainda ocorre em sua área de distribuição original ou se sua distribuição encontra-

se atualmente restrita a apenas uma localidade.

3.2.4.7. Harttia rhombocephala Miranda-Ribeiro, 1939.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Page 130: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

130

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a espécie possui registros apenas do rio Faria, uma pequena

drenagem que desemboca na baía de Guanabara, RJ. A espécie é conhecida apenas da

série-tipo (Oyakawa, no prelo; Menezes et. al., 2007).

Justificativa: não se conhece a atual distribuição da espécie, pois se habitat foi totalmente

alterado pela poluição e pela urbanização. São necessários levantamentos para identificar a

atual distribuição da espécie (Oyakawa, no prelo).

3.2.4.8. Hasemania melanura Ellis, 1911.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a espécie possui apenas registros históricos que datam de 1908

na bacia do médio rio Iguaçu, município de União da Vitória, Estado do Paraná (Serra et.

al., no prelo-a).

Justificativa: a distribuição atual da espécie é desconhecida. Em virtude da construção de

barragens no rio Iguaçu e do processo de urbanização e poluição dos pequenos cursos

d’água, todos os esforços em reencontrar a espécie não obtiveram sucesso. É fundamental

a conservação dos remanescentes de áreas não alteradas pela ação humana, bem como, é

fundamental o conhecimento de aspectos da biologia da espécie e inventários para

identificar sua atual distribuição (Serra et. al., no prelo-a).

3.2.4.9. Hasemania maxillaris Ellis, 1911.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a espécie possui apenas registros históricos que datam de 1908

na bacia do médio rio Iguaçu, município de União da Vitória, Estado do Paraná (Serra et.

al., no prelo-b).

Justificativa: segundo Serra e colaboradores (no prelo-b), a distribuição atual da espécie é

desconhecida. Em virtude da construção de barragens no rio Iguaçu e do processo de

urbanização e poluição dos pequenos cursos d’água, todos os esforços em reencontrar a

espécie não obtiveram sucesso. É fundamental a conservação dos remanescentes de áreas

Page 131: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

131

não alteradas pela ação humana, bem como, é fundamental o conhecimento de aspectos da

biologia da espécie e inventários para identificar sua atual distribuição (Serra et. al., no

prelo-b).

3.2.4.10. Hyphessobrycon taurocephalus Ellis, 1911.

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a distribuição atual da espécie é desconhecida, supõe-se que ela

ocorria somente no rio Iguaçu no Estado do Paraná, onde foi coletada a série-tipo em 1908

(Duboc & Abilhoa, no prelo).

Justificativa: a espécie teve seu habitat original destruído pela construção de barragens no

rio Iguaçu. São necessários inventários para identificar a atual distribuição da espécie

(Duboc & Abilhoa, no prelo).

3.2.4.11. Leptolebias citripinnis (Costa, Lacerda & Tanizaki, 1988).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a espécie é conhecida apenas da Restinga de Maricá, entre

Maricá e Itaipuaçu, no Estado do Rio de Janeiro (Lima, no prelo-e; Menezes et. al., 2007).

Justificativa: não existem coordenadas geográficas disponíveis para a espécie, e devido ao

alto grau de fragmentação observado através das imagens por satélite Landsat 7 ETM+

(MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), torna-se improvável a delimitação de

um sítio para a espécie. São necessários inventários no intuito de localizar a espécie em

campo, definindo seu local de ocorrência e viabilizando a delimitação de seu sítio.

3.2.4.12. Leptolebias fractifasciatus (Costa, 1988).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a espécie é conhecida da região de Inoã, sistema de lagoas de

Maricá, Estado do Rio de Janeiro (Lima, no prelo-g; Menezes et. al., 2007).

Page 132: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

132

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), dos locais indicados pelas coordenadas geográficas não conferem com a

descrição das características físicas e topográficas da localidade descritas por Lima (no

prelo-g). A região de Inoã encontra-se bastante fragmentada pela urbanização, não sendo

possível assim, na ausência de coordenadas geográficas exatas, estabelecer a delimitação

de um sítio para a espécie. São necessários levantamentos populacionais no local a fim de

identificar a real distribuição geográfica da espécie.

3.2.4.13. Leptolebias opalescens (Myers, 1942).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Vulnerável.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: possui registro para Vila Cava, na serra de Petrópolis e em

Seropédica, no Estado do Rio de Janeiro (Lima, no prelo-j).

Justificativa: devido ao isolamento das áreas provocado pelo alto grau de fragmentação do

habitat e pela urbanização, como observado nas imagens por satélite Landsat 7 ETM+

(MMA, 2008a) e Quick Bird (Google Earth, 2008), e na ausência de dados populacionais,

não foi possível avaliar a insubstituibilidade destes locais e delimitar o sítio. O ponto de

ocorrência da espécie em Vila Cava encontra-se próximo ao Sítio Prioritário da BAZE de

Nova Iguaçu. São necessários inventários populacionais da espécie neste sítio, para

verificar sua representatividade no local e possibilitar assim, estratégias também para sua

conservação.

3.2.4.14. Leptolebias splendens (Myers, 1942).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Vulnerável.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a espécie possui registro para a Serra de Petrópolis e próximo

ao município de Magé, em um remanescente florestal protegido por um campo de

escoteiros, no Estado do Rio de Janeiro (Lima, no prelo-l; Menezes, et. al., 2007). Segundo

Lima (no prelo-l), a espécie não possui registros recentes, pois a tentativas de reencontrá-la

foram infrutíferas.

Page 133: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

133

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que a espécie possui ocorrência em duas localidades distintas e

desta forma, e na ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar a

insubstituibilidade. O ponto de ocorrência registrado para a Serra de Petrópolis data de

1944 (Lima, no prelo-l) e é englobado pelo Sítio Prioritário da BAZE da Serra dos Órgãos.

São necessários inventários populacionais da espécie neste sítio, para verificar se ainda

subsiste no local e possibilitar assim, estratégias também para sua conservação.

3.2.4.15. Plesiolebias xavantei (Costa, Lacerda & Tanizaki, 1988).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: a espécie possui distribuição no médio rio Tocantins, Estado de

Tocantins, nos municípios de Porto Nacional, Itaguatins e Brejinho de Nazaré (Lima, no

prelo-m).

Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,

2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google

Earth, 2008), demonstrou que o local de ocorrência da espécie em Porto Nacional está

totalmente alterado pela existência do aeroporto. Desta forma, os locais onde sua existência

ainda se faz viável são Brejinho de Nazaré, onde a espécie ocorre no interior do Sítio

Prioritário da BAZE de Brejinho de Nazaré e em Itaguatins, em meio a um grande

remanescente de vegetação. Devido à ausência de dados populacionais, não foi possível

avaliar a insbustituibilidade dos locais de ocorrência.

3.2.4.16. Simpsonichthys santanae (Shibatta & Garavello, 1992).

Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo.

Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.

Trigger Species AZE: Não

Distribuição Geográfica: ocorre em poças marginais do ribeirão Santana, sistema do rio

São Bartolomeu, bacia do rio Paraná, Distrito Federal (Shibatta & Lima, no prelo).

Justificativa: a análise imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird

(Google Earth, 2008), demonstrou que a coordenada geográfica exata disponível para a

Page 134: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

134

espécie aponta para um local sobre uma rodovia, não podendo ser identificado nas

imediações, o local de ocorrência como descrito na ficha técnica do livro vermelho. É

necessário identificar o atual local de distribuição da espécie, para posterior delimitação de

seu sítio.

4. DISCUSSÃO

De acordo com Primack & Rodrigues (2001), em grande parte dos trópicos,

incluindo o Brasil, não se conhece o tamanho populacional da grande maioria das espécies,

das quais, muitas não foram sequer nomeadas e descritas. A Lista da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005), ilustra esta situação por possuir 337

espécies de vertebrados incluídas na categoria Deficiente em Dados.

Este trabalho foi o ponto de partida para a identificação de 36 trigger species

distribuídas em 32 Sítios Prioritários da BAZE, que representam a ponta do iceberg na

crise das extinções (Eken et. al., 2004) no Brasil. Porém, o processo de refinamento das

informações deve ser dinâmico para que possa contribuir de forma efetiva na melhora do

status de ameaça das espécies de vertebrados brasileiros. A Lista das Espécies Candidatas

da BAZE representa um bom exemplo da necessidade de um incremento nas pesquisas

científicas, pela busca de dados que possam esclarecer a real situação de ameaça em que

estas espécies se encontram, e assim, posteriormente se sugerir estratégias para sua

conservação.

4.1. Fatores de diferenças nos resultados encontrados pela BAZE e pela AZE no

Brasil

A AZE identificou 50 trigger species para o Brasil, das quais, apenas 15 constituem

espécies comuns às duas iniciativas. Foram identificadas, no entanto outras 21 trigger

species pela BAZE, não configuradas pela iniciativa internacional.

No intuito de compreender a origem das diferenças encontradas nos resultados e,

partindo-se do pressuposto de uma metodologia em comum, podemos citar alguns fatores

que contribuíram de forma significativa. Primeiramente, o trabalho de identificação dos

Page 135: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

135

Sítios Prioritários da AZE partiu da análise de quatro grupos de vertebrados (anfíbios,

répteis, aves e mamíferos) e de coníferas (AZE, 2005). A BAZE por sua vez, iniciou o

processo de identificação de seus sítios baseada nos cinco grupos de vertebrados (anfíbios,

répteis, aves, mamíferos e peixes). No Brasil, no entanto, não há nenhum Sítio Prioritário

da AZE identificado para coníferas, sendo estes baseados então apenas nos quatro grupos

de vertebrados descritos acima. A BAZE, ao identificar sítios para o grupo dos peixes,

abriu espaço para uma grande quantidade de espécies que não ainda não foi globalmente

avaliada, não constando desta forma, na lista vermelha da IUCN e que por este motivo, não

foi incluído nas análises da AZE. Grande parte destas diferenças pode ser associada às

discrepâncias existentes entre a lista vermelha global e a lista vermelha nacional. Segundo

Paglia (2007), comparando as listas vermelhas global e nacional, o grupo dos peixes possui

3,6 vezes mais espécies na lista vermelha nacional do que na lista vermelha global.

Confirmando esta estatística, foi verificado que a maioria dos peixes anuais incluídos como

trigger specie da BAZE, não são avaliados pela lista vermelha global.

Como pode ser verificado na Tabela 2, há 23 trigger species identificadas pela

AZE no Brasil que não são categorizadas como espécies ameaçadas pela lista vermelha

global, assim como, também não o são pela lista vermelha nacional, muitas das quais, não

são sequer avaliadas pela lista nacional. Estas espécies, no entanto, não foram avaliadas

pela BAZE por não se configurarem no critério do Perigo. Entretanto, Caluromysiops

irrupta, trigger species da BAZE e avaliada como VU pela lista vermelha global, não

constitui trigger species da AZE. Estes fatores conferem por si só, uma das grandes

diferenças que podem ser apontadas entre os resultados encontrados pela AZE e pela

BAZE no Brasil.

Entretanto, é necessário apontar, que duas trigger species identificadas pela AZE,

que possuem status de ameaça CR nas listas vermelhas global e nacional, não são trigger

species da BAZE por possuírem distribuição geográfica disjunta (Crax blumenbachii e

Callicebus barbarabrownae). As trigger species da BAZE: Bothrops insularis,

Leontopithecus chrysopygus e Bothrops alcatraz, são também categorizadas como CR nas

listas vermelhas global e nacional e não são trigger species da AZE.

Dentre as espécies de mamíferos apontadas por Paglia (2007) como discrepantes

em seu status de ameaça entre as listas vermelhas global e nacional, duas (Juscelinomys

candango e Phyllomys thomasi), são respectivamente categorizadas pela lista global como

Page 136: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

136

Quase Ameaçada e Não Avaliada e encontram-se ameaçadas de extinção no Brasil, e que,

por serem espécies de último refúgio, configuram-se como trigger species da BAZE.

Segundo Gärdenfors (2001), muitas das espécies que se encontram ameaçadas

localmente podem não estar ameaçadas em nível global, bem como, aquelas espécies

ameaçadas em nível global podem não ser ameaçadas localmente. Pode-se citar dois

exemplos que ilustram esta afirmativa. Espécies como Coryphistera alaudina que possui

distribuição em única localidade no sul do Brasil, distribui-se também por outros países da

fronteira. Sendo assim, a espécie é ameaçada de extinção pela lista vermelha nacional,

sendo categorizada como não ameaçada pela lista vermelha global. Considerando-se os

critérios da metodologia, para a AZE, como iniciativa global, esta espécie não se configura

de fato, devido ao seu padrão de distribuição. Coryphistera alaudina é, portanto, uma

espécie ameaçada segundo a lista vermelha nacional e ocorre em último refúgio no Brasil,

e sendo assim, deve ser considerada apenas pela iniciativa brasileira. O mesmo caso ocorre

com Eleothreptus candicans, espécie ameaçada pelas listas vermelhas global e nacional,

que ocorre em último refúgio em território nacional, mas que possui distribuição em países

vizinhos ao Brasil.

Outro fator que pode ser apontado como gerador das diferenças nos resultados

encontrados pelas duas iniciativas é o esforço em delimitação das áreas. Dentre as espécies

incluídas na Lista de Candidatas da BAZE, dez são classificadas como trigger species da

AZE (Bokermannohyla izecksohni, Cyanopsitta spixi, Formicivora littoralis, Mitu mitu,

Myrmotherula snowi, Nemosia rourei, Philydor novaesi, Phylloscartes beckeri, Rhopornis

ardesiacus, Callicebus coimbrai). Porém, apesar destas espécies estarem seriamente

ameaçadas de extinção, confinadas a pequenos habitats fragmentados, e como foi

demonstrado pela análise dos dados geográficos, não fica evidenciado que estas espécies

ocorrem em último refúgio. No entanto, é importante lembrar, que estes resultados foram

obtidos segundo as informações disponíveis, e as espécies que se encontram na lista de

candidatas necessitam de maiores avaliações populacionais e de distribuição.

Segundo Ricketts et. al. (2004), os Sítios Prioritários da AZE são identificados no

mapa através de pontos. Considerando-se ainda o esforço em delimitação dos sítios entre

as duas iniciativas, alguns outros obstáculos podem ser evidenciados. Inicialmente pode-se

citar o exemplo de Bokermanohyla izecksohni, que segundo Spirandeli-Cruz & Jim (no

prelo), é especialista em ambientes com mata mesófila, e cuja análise dos dados do sistema

de informação geográfica apontou grande alteração em seu habitat, sendo necessário neste

Page 137: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

137

caso, reavaliar a distribuição da espécie para posteriormente proceder à delimitação do

sítio. No caso de Formicivora littoralis, espécie que também possui habitat extremamente

fragmentado e ameaçado pela expansão urbana desordenada, é inviável estabelecer um

sítio para a espécie obedecendo aos critérios propostos pela metodologia, uma vez que suas

populações estão isoladas em fragmentos separados por núcleos urbanos.

4.2. Considerações acerca das Trigger Species

Das 36 trigger species distribuídas pelos 32 Sítios Prioritários da BAZE

identificados, o grupo com maior representatividade foi o dos peixes com 36,1%, seguido

pelos anfíbios com 25%, as aves com 22,25%, os mamíferos com 11,15% e por último os

répteis com 5,5% do total.

Segundo Menezes et. al. (2007), a representatividade de estudos técnicos sobre

ecologia e conservação de peixes tem sido muito pequena. E sendo assim, a

disponibilidade de informações sobre distribuição geográfica e dados populacionais acerca

deste grupo também é bastante restrita. De acordo Paglia (2007), os peixes representam

24,6% das espécies ameaçadas da lista vermelha nacional, havendo baixa

representatividade de espécies continentais da lista vermelha global. A família dos

Rivulídeos apresenta a maior quantidade de espécies ameaçadas de extinção (Rosa &

Lima, no prelo). Com alto grau de endemismo e distribuição geográfica muito restrita, os

Rivulídeos são naturalmente vulneráveis. A destruição acelerada de ambientes da região

costeira do Brasil e a eliminação dos brejos inseridos nas florestas tropicais, provoca o

desaparecimento destas espécies (Rosa & Lima, no prelo). Dentre os treze Sítios

Prioritários da BAZE que representam trigger species de peixes 53,84% são da Família

Rivulidae, localizados em sua maioria no Estado do Rio de Janeiro. O grande fator de

ameaça às espécies de peixes de água doce brasileiros, é a construção de hidrelétricas, que

eliminam os ambientes naturais habitados por estas espécies e a poluição dos corpos

d’água (Rosa & Lima, no prelo).

Os anfíbios constituem o segundo maior grupo de trigger species, possuindo uma

representatividade de 25% dentre os Sítios Prioritários da BAZE, com 66,6% concentrados

na Mata Atlântica. Segundo Haddad (no prelo) os anfíbios são extremamente sensíveis à

destruição e à alteração de seu ambiente, o que pode explicar a grande proporção de trigger

species identificadas na Mata Atlântica. É importante citar ainda, que 51% das trigger

Page 138: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

138

species identificadas pela AZE ao redor do mundo, são de espécies de anfíbios (AZE,

2005).

As aves são um grupo relativamente bem conhecido com uma abundante literatura

científica (Silveira & Straube, no prelo). Segundo Paglia (2007), as aves representam

25.5% das espécies ameaçadas da lista vermelha nacional. Dos 160 táxons de aves

ameaçados de extinção, 78% concentra-se em apenas um bioma (Silveira & Straube, no

prelo). Deste total, 61,25% são endêmicas da Mata Atlântica e 16,25% são endêmicas do

Cerrado (Silveira & Straube, no prelo). Dos oito Sítios Prioritários da BAZE identificados

que contêm trigger species de aves, 37% estão localizados na Mata Atlântica e 25% estão

localizados no Cerrado. Sendo assim, devido à grande representatividade deste grupo na

Mata Atlântica e devido ao alto grau de ameaça sofrido por este bioma, a Mata Atlântica é

um bioma crítico para a conservação de aves no Brasil.

Segundo Chiarello et. al. (no prelo), os mamíferos formam um grupo ainda pouco

estudado no Brasil, o que pode ser ilustrado pelas 110 espécies categorizadas como

Deficiente em Dados presentes na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

(Machado et. al., 2005). Os mamíferos representam 10,6% do total de espécies ameaçadas

no Brasil (Paglia, 2007), e dentre os Sítios Prioritários da BAZE, o grupo possui uma

representatividade de 11,15%. Segundo Costa et. al. (no prelo), das doze espécies de

roedores ameaçadas de extinção, apenas uma não é endêmica, enquanto que, entre as

trigger species da BAZE, os roedores possuem uma representatividade de 50%.

Os répteis por sua vez, representam 3,2% do total de espécies ameaçadas de

extinção no Brasil (Paglia, 2007). Dentre os Sítios Prioritários da BAZE, é o grupo que

possui a menor representatividade, com 5,5% dos sítios identificados com base no grupo.

Segundo Martins & Molina (no prelo), o desconhecimento sobre a biologia e a distribuição

do grupo impossibilita avaliações seguras sobre seu status de conservação. Das vinte

espécies ameaçadas, cinco são espécies marinhas (não avaliadas neste estudo) e treze

distribuem-se pela Mata Atlântica.

4.3. Considerações acerca da Lista de Espécies Candidatas da BAZE

A Lista de Espécies Candidatas é uma proposta da AZE (AZE, 2005), para aquelas

espécies em cujas áreas há imprecisão de dados ou onde os critérios da metodologia não

são atendidos de forma satisfatória. Nesta lista devem estar incluídas as espécies, cujas

Page 139: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

139

áreas não se enquadram completamente no critério da insubstituibilidade; espécies que

ocorrem em último refúgio, mas que são categorizadas como Vulneráveis, Deficiente em

Dados ou Não Avaliadas ou ainda, para as quais haja incertezas taxonômicas. A AZE

propõe ainda que esta lista seja revisada periodicamente por especialistas, para que

espécies que necessitam de ações conservacionistas urgentes possam ser identificadas com

rapidez a fim de se evitar sua extinção (AZE, 2005).

Neste contexto, o projeto brasileiro também contou com uma lista de espécies

candidatas. Em princípio foram incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE,

somente aquelas espécies pré-selecionadas que de alguma forma, possuiam deficiência em

dados de distribuição ou possuiam apenas registros históricos, não tendo sido desta forma

possível, delimitar seu sítio ou ainda, nos casos onde os critérios da insubstituibilidade ou

discrição não se qualificaram de forma precisa.

O projeto da Aliança Brasileira para Extinção Zero deve incorporar os princípios

propostos pela AZE ao longo de sua implantação, procedendo a uma constante avaliação

das espécies incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE. As espécies, cujos sítios

não puderam ser delimitados por insuficiência de dados de ocorrência ou devido à total

alteração ou destruição de seu habitat, são prioridades (Langhammer et. al., 2007) nas

pesquisas de campo e levantamentos populacionais. Para muitas destas espécies, poderão

ser necessárias medidas conservacionistas como reprodução em cativeiro e reintrodução

em seu ambiente natural. As trigger species da BAZE por outro lado, são prioridades em

iniciativas de conservação. A BAZE deve também, proceder à avaliação das espécies não

incluídas no presente projeto, categorizadas como Vulneráveis, Deficientes em Dados, não

avaliadas e com incerteza taxonômica que ocorrem em locais de último refúgio, no sentido

de impedir sua extinção, pelo fato de se encontrarem extremamente ameaçadas.

A AZE (AZE, 2005), reconhece que nem todas as espécies categorizadas como

Criticamente em Perigo e Em Perigo possuem ocorrência restrita a apenas um sítio.

Todavia, as espécies que possuem área de ocorrência menos restrita constituem-se também

como um importante alvo para a conservação, embora não sejam os alvos deste estudo.

Nesta categoria estão incluídas 50% das espécies presentes na Lista de Espécies

Candidatas da BAZE, onde não foi possível avaliar a insubstituibilidade de seus locais de

ocorrência devido à ausência de dados populacionais. Para algumas destas espécies, como

no caso de Philydor novaesi, o investimento em conservação e pesquisas científicas faz-se

urgente. De acordo com as informações populacionais disponíveis, a espécie conta com

Page 140: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

140

uma população extremamente reduzida e em declínio devido à perda e destruição de seu

habitat (Roda, no prelo). As populações das duas localidades onde a espécie possui

registros merecem especial atenção e necessitam de reavaliação periódica, pois, caso a

espécie não seja reencontrada na E.E. de Murici em Alagoas, esta deve ser reclassificada

como trigger species e o sítio da RPPN de Frei Caneca em Pernambuco deve ser

delimitado como Sítio Prioritário da BAZE.

Para as espécies categorizadas como Criticamente em Perigo e Em Perigo, para as

quais não foi possível delimitar um sítio específico devido à ausência de dados de

ocorrência, a AZE sugere que sejam realizadas pesquisas na área de distribuição da espécie

no intuito de localizar outras populações e posteriormente proceder à delimitação de seus

sítios (AZE, 2005). Para os outros 50% das espécies incluídas na Lista das Espécies

Candidatas da BAZE não foi possível proceder à delimitação dos sítios por três motivos

distintos: insuficiência nos dados de distribuição, como a ausência de coordenadas

geográficas ou coordenadas não exatas que deixavam dúvida sobre o exato local de

ocorrência; total alteração e destruição dos locais de ocorrência das espécies e, espécies

para as quais não se conhece a atual distribuição geográfica. A espécie Austrolebias

carvalhoi, ilustra esta condição, pois no local de sua ocorrência apontado pelas

coordenadas, existe atualmente apenas uma área convertida para uso humano, tornando

inviável a delimitação do sítio.

Muitas das espécies incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE podem

estar tão ou mais ameaçadas do que as trigger species, cujos sítios puderam ser

delimitados. As espécies cujo local de distribuição está totalmente alterado pela ação

humana e, para aquelas onde o próprio autor menciona não se conhecer sua atual

distribuição geográfica, requerem atenção urgente, pois se trata de espécies de último

refúgio, onde todas as chances em sua conservação podem estar sendo perdidas. Os grupos

de espécies mais afetados são os peixes e as aves, com representatividade de 47% e 38%,

respectivamente na Lista de Espécies Candidatas da BAZE.

Como descrito no item anterior, grande parte dos peixes ameaçados de extinção no

Brasil é da Família Rivulidae (Menezes et. al., 2007), que contabiliza 43,75% das espécies

presentes na Lista de Espécies Candidatas da BAZE. A construção de hidrelétricas e a

poluição dos rios são responsáveis pela perda de habitat dos outros 56,25% das espécies de

peixes presentes na lista. Para 84,6% das espécies de aves presentes na Lista de Espécies

Candidatas da BAZE, mesmo para aquelas onde não foi possível avaliar a

Page 141: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

141

insubstituibilidade de seus locais de ocorrência, sua ameaça, entre outros fatores

associados, se deve predominantemente à perda e à fragmentação de seu habitat.

4.4. Espécies Extintas na Natureza

Segundo a AZE (AZE, 2005), os sítios das espécies listadas como Extintas na

Natureza devem ser delimitados no local onde haja o maior potencial para uma

reintrodução viável, com preferência para aqueles locais onde haja registros históricos da

espécie. Não devendo ser o sítio necessariamente, o último local ocupado pela espécie.

Segundo Eken et. al. (2004), as espécies Extintas na Natureza podem ser incluídas no

critério de vulnerabilidade no intuito de evidenciar os sítios potenciais para sua

reintrodução, requerendo esforços em conservação específicos até que sua população seja

restabelecida.

As duas espécies categorizadas como Extintas na Natureza pela lista nacional (Mitu

mitu e Cyanopsita spixi), não possuem informações que confirmem um sítio ideal para

reintrodução dentro de sua distribuição geográfica histórica. No caso de Cyanopsita spixi,

estão sendo realizados estudos pelo Grupo de Trabalho para Recuperação da Ararinha-

Azul com o intuito de identificar os sítios ideais para reintroduzir a espécie que está sendo

reproduzida em cativeiro (Barros & Bianchi, no prelo-b). De acordo com a análise das

imagens por satélite, no município de Curaçá, existem remanescentes vegetacionais ao

longo do riacho da Barra Grande-Melancia, que poderiam ser delimitados como Sítio

Prioritário da BAZE. Existe, porém, a necessidade de estudos que confirmem a viabilidade

da reintrodução da espécie neste local antes que seu sítio seja delimitado, uma vez que, se a

espécie foi extinta da localidade há a necessidade de se confirmar a não persistência das

ameaças que levaram à sua extinção, bem como, garantir a preservação e a possibilidade da

espécie sobreviver na natureza.

4.5. Delimitação e Mapeamento dos Sítios Prioritários da BAZE

A AZE (AZE, 2005) propõe que os sítios sejam delimitados de forma que

iniciativas de conservação possam ser aplicadas de maneira prática, mas considerando que

as áreas que contêm parcelas importantes de habitat e que estão localizadas no entorno de

áreas protegidas possam ser incluídas nos sítios. Langhammer et. al. (2007) também

Page 142: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

142

sugerem que ao se definir os limites dos sítios, o potencial de manejo desta área deve ser

considerado. Sugerem que na impossibilidade em se considerar as unidades de manejo,

muitas vezes a alternativa pode ser identificar o sítio com um ponto no mapa para uma

posterior delimitação ou ainda, escolher outra área de ocorrência da espécie para

estabelecer o sítio.

Durante o processo de seleção e delimitação dos sítios procurou-se seguir estas

premissas sugeridas pela metodologia. No entanto, foi verificada uma enorme variação na

disposição de remanescentes, uso e ocupação do solo, informações de dados geográficos e

requerimentos ecológicos das espécies. Sendo assim, foi necessário avaliar

individualmente todos os casos. As decisões sobre a delimitação dos sítios, no entanto,

sempre foram tomadas de forma a beneficiar a espécie e seu habitat. Devido à condição das

trigger species em ocupar um último refúgio, muitas vezes, a disponibilidade de habitat

que pudesse ser delimitado foi privilegiado, em relação às opções de manejo deste sítio. No

caso das trigger species da BAZE, que ocorrem em única localidade, não seria possível

identificar outras áreas para delimitação do sítio.

Exemplificando algumas decisões que foram tomadas durante o processo de

delimitação dos sítios, pode-se iniciar com o Sítio do Parque Nacional do Itatiaia. Os

limites do Sítio Prioritário da BAZE foram estabelecidos sobre a delimitação do Parque.

No entanto, existem em seu entorno remanescentes vegetacionais que poderiam ser

incorporados futuramente aos limites do sítio. As trigger species de anfíbios

Paratelmatobius lutzii e Holoaden bradei possuem ocorrência confirmada em pequena

área na região serrana do parque (Hadadd, no prelo-a; Pombal, no prelo). Estes

remanescentes poderiam sem dúvidas servir de zona tampão para as espécies, bem como,

devido à ausência de levantamentos anurofaunísticos nesta região não se pode descartar a

possibilidade destas espécies serem encontradas no entorno. No entanto, as decisões de

delineamento foram tomadas sobre as informações disponíveis, tendo sido o manejo

privilegiado neste caso.

Porém, à exceção dos sítios do Parque Nacional das Emas, Parque Nacional do

Itatiaia, Parque Estadual do Morro do Diabo, ARIE de Ilha de Queimada Grande e

Queimada Pequena, Chapada do Araripe e Parque Estadual de Ilhabela, os sítios estão

totalmente ou em partes localizados em propriedades particulares ou em locais onde não há

unidades de manejo instituídas. Sítios como a Serra dos Órgãos, local de ocorrência de

duas trigger species (Hemipsilichthys garbei e Calyptura cristata), e onde é fundamental

Page 143: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

143

resguardar o habitat remanescente da espécie e sua integridade biótica e abiótica, é

necessário incorporar os remanescentes do entorno das duas unidades de conservação de

proteção integral (PARNA da Serra dos Órgãos e P.E. Três Picos), bem como as Áreas de

Proteção Ambiental englobadas pelo sítio. E sendo assim, a possibilidade de considerar

uma unidade de manejo é comprometida. É necessário, no entanto, que um trabalho de

manejo integrado seja desenvolvido nesta região, considerando o envolvimento das

unidades de manejo e das áreas privadas. Pode-se considerar ainda, a possibilidade de

ampliação das áreas protegidas, possibilitando assim, o manejo de uma forma efetiva.

Langhammer et. al. (2007), sugerem ainda, que as áreas de uso e ocupação humana

sejam excluídas dos sítios. Esta premissa foi também observada para grande parte dos

sítios. No entanto, em muitas localidades, onde já era possível verificar a pressão antrópica

sobre o ambiente, mas aonde ainda existiam remanescentes de vegetação que pudessem

comportar a permanência da trigger species, foi realizada a delimitação do sítio,

envolvendo os remanescentes existentes, mesmo na presença de uma matriz.

A maioria das espécies de aves que se encontram na Lista de Espécies Candidatas

da BAZE, a exemplo de Drymornis bridgesii, Leptastenura platensis, Nemosia rourei e

Philydor novaesi, a matriz era muito extensa, impossibilitando a delimitação dos sítios, de

forma a abranger os fragmentos.

Para a executar a delimitação dos Sítios Prioritários da BAZE, foi importante

considerar uma flexibilização da metodologia em alguns casos. Segundo Langhammer et.

al. (2007), a delimitação de sítios para os organismos aquáticos é desafiadora. A

deficiência de informações populacionais e de distribuição, considerando as necessidades

de manejo requer alternativas metodológicas mais flexíveis. A Agência Nacional de Águas

dispõe de polígonos pré-definidos de trechos de ottobacia. Desta forma, em muitos casos,

onde havia compatibilidade entre os trechos pré-definidos e a distribuição das espécies

indicadas pelas coordenadas geográficas, foi utilizado o sistema de delimitação por trecho

de ottobacia.

Em outros casos, como o Sítio Prioritário da BAZE de Santo André, foi necessário

estabelecer os limites de um dos lados do polígono pelos limites políticos do município, na

ausência de outros fatores que pudessem estabelecer tais limites, mas considerando-se os

dados de distribuição disponíveis para a espécie.

Devido à limitada disponibilidade de bases de Unidade de Conservação municipais

e reservas particulares, estas não foram consideradas no estudo e nos mapas. È necessário

Page 144: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

144

posteriormente, realizar um maior refinamento dos sítios, considerando ainda

levantamentos fundiários, para identificar as áreas particulares incluídas nos sítios. Esta

identificação é importante para o manejo dos Sítios Prioritários da BAZE, considerando a

possibilidade de um manejo integrado junto aos proprietários e a possível implementação

de programas de educação ambiental e conscientização das comunidades envolvidas.

4.6. A Efetividade das Áreas Protegidas

A melhor estratégia para proteção em longo prazo da diversidade biológica é a

preservação de comunidades e populações em seus hábitats naturais, chamada de

preservação in situ ou preservação local, pois somente em seu ambiente natural as espécies

são capazes de continuar o processo de adaptação evolucionária (Primack & Rodrigues,

2001). Segundo Paglia et. al. (2004), uma das formas mais efetivas de garantir a

conservação de espécies ameaçadas é assegurar que existam unidades de conservação em

número e tamanho suficientes para garantir a manutenção de populações destas espécies

em longo prazo. O sistema de Unidade de Conservação da Mata Atlântica abriga menos de

2% do total de florestas remanescentes do bioma em regime de proteção integral, sendo

que 87% das áreas que estão protegidas possuem menos de 20 mil hectares e cerca de

metade delas tem menos de 1000 hectares (Paglia et. al., 2004). Margules & Pressey

(2000), afirmam que as práticas em planejamento da conservação ainda não são

direcionadas a locais onde possam representar a biodiversidade de forma efetiva,

contribuindo para sua conservação.

Os resultados deste estudo demonstram que 59% dos Sítios Prioritários da BAZE, o

último refúgio de espécies na iminência de se tornarem extintas não são protegidos por

Unidades de Conservação, outros 25% são protegidos apenas que parcialmente e somente

16% destes sítios são protegidos por Unidade de Conservação de proteção integral. Muitos

dos sítios delimitados encontram-se extremamente ameaçados pela ação humana e

apresentam alterações significativas em sua estrutura natural, mesmo aqueles inseridos em

Unidades de Conservação de proteção integral, e revelam a necessidade de uma

intervenção conservacionista urgente. O Parque Estadual do Espinilho, uma Unidade de

Conservação de proteção integral, que dentre outros, possui problemas em sua implantação

e seu plano de manejo não é posto em prática, fato este, que faz com que a unidade sofra

com queimadas, desmatamentos, pastejo e com o isolamento de seus fragmentos

Page 145: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

145

vegetacionais. A vegetação natural de seu entorno foi destruída e descaracterizada para o

estabelecimento de lavouras, pastagens e obtenção de lenha (Dias, no prelo-a). O Parque

Estadual do Espinilho, além da trigger species Coryphistera alaudina, ocorrem outras seis

espécies da fauna ameaçadas de extinção (Ver item 4.1.17).

Analisando-se um exemplo de Unidade de Conservação de uso sustentável, pode-se

citar a Floresta Nacional de Mário Xavier. Os Mapas da Cobertura Vegetal dos Biomas

Brasileiros (MMA, 2006) dentro dos limites da unidade, expressam a presença de um

remanescente vegetacional, enquanto que, após analisar as imagens por satélite, pode-se

constatar que, no local onde deveria existir o remanescente vegetacional de Floresta

Ombrófila Densa das terras baixas, existe apenas um ambiente totalmente alterado e

devastado pela ação de agricultura e desmatamento. Physalaemus soaresi possui

endemismo no interior da Floresta Nacional e pode desaparecer se o plano de manejo da

unidade não for revisto, implantado e fiscalizado de forma a considerar as necessidades da

espécie. Da mesma forma, é importante avaliar a possibilidade de conversão da Floresta

Nacional em Unidade de Proteção de proteção integral, considerando uma recuperação do

ambiente natural da área, além da efetiva proteção da espécie.

Como descrito acima, mesmo as espécies que ocorrem no interior de unidades de

manejo instituídas, sofrem com a degradação e a alteração de seu habitat. Aquelas espécies

que não são contempladas por nenhuma das categorias de unidade de conservação, e que,

aliás, são a maioria, não possuem nenhum respaldo quanto à sua conservação em longo

prazo. Raven (1977), questionando a efetividade das áreas protegidas quanto à sua

capacidade em manter espécies ameaçadas em longo prazo, diz que em alguns anos, os

confrontos entre as necessidades humanas e a conservação das florestas, sobretudo nos

países tropicais, se tornarão agudos. Para Bruner et. al. (2001), no entanto, os parques

possuem efetividade na proteção de espécies e ecossistemas contra pressões de uso e

ocupação do solo, prevenindo principalmente contra a supressão da vegetação, uma das

maiores ameaças à biodiversidade. Sugere ainda que, a criação de parques e manejo

adequado daqueles já existentes pode trazer uma contribuição efetiva para a conservação

da biodiversidade nos trópicos (Bruner et. al., 2001).

Page 146: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

146

4.7. Os Sítios Prioritários da BAZE, sua Distribuição pelos Biomas e Estados

Brasileiros e outras Iniciativas em Identificação de Áreas Prioritárias.

Segundo estatística da AZE, 49% dos sítios prioritários estão localizados na região

neotropical, sendo que 103 destes contêm mais de uma trigger species (AZE, 2005).

No Brasil, a Mata Atlântica apresenta a maior proporção de espécies ameaçadas

endêmicas, sendo seguida apenas pela Amazônia (Paglia, 2007). Cerca de 85% das

espécies ameaçadas da lista vermelha nacional que ocorrem na Mata Atlântica, tem

ocorrência apenas neste bioma (Paglia, 2007).

Considerando-se apenas a diversidade de mamíferos que ocorrem na Mata Atlântica

comparada com outros biomas brasileiros, a Mata Atlântica possui a maior biodiversidade

para o seu tamanho, com grau de endemismo estimado em 32%, sendo excedida apenas

pela Amazônia, que possui maior extensão, e contabiliza 59% do total de mamíferos

restritos ao bioma (Costa et. al., 2000). Segundo Chiarello et al (no prelo), e considerando-

se ainda apenas as espécies de mamíferos, das 110 espécies de categorizadas como

Deficiente em Dados pela lista vermelha nacional, 50% ocorrem na Amazônia. Dos 32

Sítios Prioritários da BAZE identificados, 50% ocorrem na Mata Atlântica, enquanto que a

Amazônia, possui uma representatividade de 5,55% dos sítios. Considerando-se que os

dois biomas possuem altas taxas de endemismo, estes resultados podem ser decorrentes do

grau de destruição da Mata Atlântica e de um maior conhecimeto das espécies que ocorrem

no bioma.

Conseqüentemente, os três estados brasileiros que concentram a maior quantidade

de Sítios Prioritários da BAZE são os do sudeste, que possuem grande parte de seu

território ocupado pela Mata Atlântica, sendo eles, São Paulo com seis sítios, Rio de

Janeiro também com seis sítios e Minas Gerais com cinco sítios. A Mata Atlântica ocupava

15% do território nacional e hoje está reduzida a apenas 7,8% de sua área original (RMA,

2006). Atualmente concentra 70% de toda a população brasileira e as duas maiores cidades

brasileiras (RMA, 2006), contando com apenas 2% de sua extensão original coberta por

áreas protegidas (Paglia et. al., 2004). Segundo Paglia et. al. (2004), das 104 espécies de

vertebrados ameaçados de extinção na Mata Atlântica, 57 não estão representadas por

nenhuma área protegida.

Segundo Sechrest et. al. (2002), a maioria das espécies que possuem grandes

probabilidades de se tornarem extintas ocorrem nos Hotspots, que não são apenas áreas

Page 147: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

147

vitais para espécies endêmicas, mas são também os reservatórios de uma história evolutiva

única e ameaçada. Confirmando esta afirmativa no que tange aos Sítios Prioritários da

BAZE, a Mata Atlântica é seguida pelo Cerrado em número de sítios, onde este bioma

possui uma representatividade de 25% dos sítios identificados. O Cerrado é o segundo

maior bioma brasileiro, após a Amazônia e cobria 25% do território brasileiro, com

extensão de dois milhões de km², sendo por isto, considerada a maior savana tropical do

mundo, com grande quantidade de espécies endêmicas (MMA, 2002a; Klink & Machado,

2005). Porém, metade de sua extensão original foi transformada em pastagem e plantações,

e a destruição do bioma continua acelerada, através da degradação do solo e dos

ecossistemas nativos, além da dispersão de espécies exóticas (Klink & Machado, 2005).

A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, com doze tipos diferentes de

fitofisionomias e adaptações aos ambientes semi-áridos (MMA, 2002b). Possuía uma

extensão de 750.000 km² e atualmente apenas 31,6% de remanescentes vegetacionais não

estão antropizados, sendo distribuídos em pequenas ilhas de fragmentos no interior do

bioma (MMA, 2002b). É considerada uma das Grandes Regiões Naturais (Mittermeier et.

al., 2002), no entanto, existe controvérsia se a Caatinga realmente se enquadra nesta

categoria devido ao seu atual nível de perturbação (Leal et. al., 2005). Segundo Leal et. al.

(2005), a Caatinga tem sido descrita como um bioma pobre em espécies e endemismo. No

entanto, dentre os Sítios Prioritários da BAZE, a Caatinga possui uma representatividade

de 13%.

Por último, o bioma dos Pampas possui uma representatividade entre os Sítios

Prioritários da BAZE igual a da Amazônia, com 5,55% do total de sítios identificados para

o Brasil.

Uma das obrigações dos países signatários da Convenção sobre Diversidade

Biológica é fazer uma avaliação das áreas prioritárias para conservação (Mittermeier et. al.,

2005), o que originou o seguinte levamentamento pelo Ministério do Meio Ambiente

(MMA, 2002a): “Biodiversidade Brasileira: Avaliação e Identificação de áreas e ações

prioritárias para conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da

biodiversidade nos biomas brasileiros”. De acordo com esta avaliação, o sudeste é a região

que concentra a maior quantidade de áreas prioritárias consideradas como “provável

importância biológica, mas insuficientemente conhecida”.

As áreas prioritárias identificadas pelo MMA encontram-se distribuídas pelos

biomas brasileiros e entre os diferentes grupos, muitas das quais se sobrepõe a Sítios

Page 148: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

148

Prioritários da BAZE. As áreas em comum entre as duas iniciativas são respectivamente

(MMA, 2002a): Chapada do Araripe (CE, PE, PI), para a qual existe a recomendação de

ampliação da Área de Proteção Ambiental e implementação do manejo na Floresta

Nacional de Araripe-Apodi; Raso da Catarina, BA; sugestão de implementação de uma

unidade de uso sustentável na Serra de Maranguape, CE; Parque Nacional das Emas, GO;

diferentes alturas do curso do rio Araguaia; Botucatu, SP; Serra das Araras, MT; Distrito

Federal e entorno; Poços de Caldas, MG; Baía de Ilha Grande, RJ; Parque Estadual do

Morro do Diabo, SP; Ilha Bela, SP; Barra do Guaraí e Parque Estadual do Espinilho, RS;

Itatiaia, RJ; Serra dos Órgãos, RJ; região de Cabo Frio, RJ; Ilha de Queimada Grande, SP;

Ilha dos Alcatrazes, SP; rio Santo Antônio, MG; rio Mucuri, MG que também é prioridade

para a criação de uma unidade de conservação; bacia do rio São João, RJ que apresenta

altas taxas de endemismo principalmente de peixes da Família Rivulidae e Parque Estadual

da Serra do Mar que está localizado no entorno do sítio de Santo André, SP.

As Espécies da Lista de Candidatas da BAZE que possuem ocorrência nas áreas

prioritárias para conservação do MMA (MMA, 2002b), são respectivamente: Philydor

novaesi e Myrmotherula snowi em Murici (AL), que é prioridade para a criação de unidade

de conservação; Leontopithecus caissara na região entre Paranaguá (PR), Cananéia e

Peruíbe (SP); Harttia rhombocephala na Região dos Lagos (RJ); Leptolebias citripinnis e

Leptolebias fractifasciatus) na Restinga de Maricá (RJ); Cyanopsita spixi, para cuja área

de ocorrência há recomendação de criação de uma Reserva Biológica em Curaçá e

Nemosia rourei na Fazenda Pindobas (ES).

A identificação das Important Bird Areas (IBA’s), que constitui um dos pilares da

metodologia deste estudo, possui 160 IBA’s áreas prioritárias para conservação de aves no

Brasil, onde ocorrem cerca de 83% das aves ameaçadas no país. Dentre estas, dezesseis

áreas foram consideradas insubstituíveis para conservação destas espécies que estão na

iminência de desaparecer (BirdLife / SAVE – Brasil, 2008). Foram identificadas três áreas

prioritárias da BirdLife em comum com os Sítios Prioritários da BAZE, que são

respectivamente, Chapada do Araripe (Antilophia bokermanni), Bandeira (Merulaxis

stresemanni), Serra da Bocaina, Paraty e Angra dos Reis (Formicivora erythronotos). É

importante mencionar, no entanto, que nas IBA’s citadas, há ocorrência de outras espécies

ameaçadas de aves, que não foram consideradas pelo estudo dos Sítios Prioritários da

BAZE.

Page 149: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

149

4.8. Fatores de Ameaça

O endemismo de suas trigger species é sem duvida, predominante nos Sítios

Prioritários da BAZE. Totalizando 94% de espécies naturalmente endêmicas e 6% de

espécies (Eleothreptus candicans e Coryphistera alaudina) que tiveram seu habitat

destruído até que se encontrassem confinadas em uma única localidade. A perda e a

destruição de habitat, associado a pequenas e vulneráveis populações é invariavelmente

uma das características marcantes dos Sítios Prioritários da BAZE.

Segundo Raven (1997), devido à destruição e fragmentação do habitat, muitas das

espécies com pequenas populações sobreviverão nos bolsões de vegetação, com ambientes

sujeitos aos efeitos de borda e agredidos pela pressão antrópica provocada por uma maior

acessibilidade a estas espécies. Devido à natureza das pequenas populações e da crescente

pressão sobre seus ambientes, muitas das espécies que inicialmente sobrevivem no local,

provavelmente se tornarão extintas em alguns anos (Raven, 1977). Para McKinney (1997)

a extinção pode estar associada a ameaças específicas, podendo ser um processo

determinístico, afetando alguns grupos em específico como populações isoladas, espécies

especialistas, espécies com grande tamanho corporal, alto nível trófico e espécies com

habitat restrito. Estes fatores associados a ameaças como o aquecimento global, a

fragmentação e a perda de habitat aumentam as probabilidades destas espécies se tornarem

extintas (McKinney, 1997).

Segundo Woodruff (2001), a atual crise de extinções que está ocorrendo durante

um evento de aquecimento global, pode aumentar os sérios riscos sofridos pela

biodiversidade, por diminuir sua habilidade em responder a eventos climáticos dentro de

habitats fragmentados em meio à matriz inóspita criada pela ação do homem.

O delineamento dos Sítios Prioritários é necessário para garantir a permanência das

espécies para as quais eles são identificados. Mas por si só, o delinamentos dos sítios não é

suficiente se fatores específicos de ameaça continuarem a ser exercidos sobre eles

(Langhammer et. al., 2007). Alguns sítios podem sofrer com a ameaça específica da caça,

por exemplo, que deve ser sanada com medidas diretas, outros ainda podem sofrer com a

perda de cobertura vegetal ou com incêndios florestais, que requerem também medidas

específicas para mitigação das ameaças (Langhammer et. al., 2007). Sendo assim, é muito

importante considerar a conservação em escala local. Somente com a elaboração de

Page 150: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

150

estratégias de manejo e conservação em escala local, é possível a percepção da

especificidade dos problemas, com a oportunidade de eliminá-los de forma eficiente.

4.9. Estratégias em Conservação

Além das estratégias em conservação citadas especificamente para cada um dos

sítios, é importante considerar ainda algumas outras medidas.

Muitas das trigger species distribuídas pelos Sítios Prioritários da BAZE podem

sofrer com os efeitos negativos exercidos sobre as pequenas populações de espécies

isoladas em fragmentos. Estes fatores podem ser agravados pela forte pressão antrópica

sofrida por muitos destes sítios.

Sendo assim, e considerando estratégias em conservação de uma forma generalista,

é importante avaliar a População Viável Mínima destas espécies e sua Área Dinâmica

Mínima (Primack & Rodrigues, 2001). Tais espécies exigem um programa cuidadoso de

manejo e monitoramento de suas populações e de seu habitat para minimizar os efeitos

negativos sofridos pelas pequenas populações (Primack & Rodrigues, 2001), oferecendo

desta forma, condições favoráveis para seu restabelecimento e sobrevivência em longo

prazo.

5. CONCLUSÃO

Conclui-se que foram identificados no Brasil 32 Sítios Prioritários da

BAZE que representam a única chance de conservação de suas trigger species. As 36

trigger species distribuídas nos 32 Sítios Prioritários da BAZE identificados têm seu

último refúgio nestas localidades, e necessitam de estratégias conservacionistas urgentes

que possam garantir sua sobrevivência em longo prazo.

Outras 34 espécies ameaçadas de extinção foram incluídas na Lista de Candidatas

da BAZE e devem ser prioridade em investimento de recursos e projetos de pesquisa que

possam sinalizar sua condição de vulnerabilidade e insubstituibilidade, além de merecerem

reavaliações populacionais e de distribuição periódicas. Muitas destas espécies podem se

encontrar em estado tão ou mais crítico que aquelas cujos sítios foram delimitados, pois

Page 151: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

151

para muitas, não foi mais possível sequer identificar seus locais de distribuição devido à

alteração de seu habitat.

Os sítios destinados a reintrodução de espécies categorizadas como Extintas na

Natureza necessitam de cuidadosa avaliação quanto à eliminação das ameaças que as

levaram à extinção, além de serem necessários estudos que certifiquem a viabilidade do

habitat onde estas espécies serão reintroduzidas.

A perda do habitat é a principal causa de declínio da biodiversidade. Sendo assim, a

melhor forma de preservação in situ das trigger species é através de Unidades de

Conservação de proteção integral que possam proteger os sítios onde estas espécies

possuem ocorrência, além do manejo adequado e direcionado das unidades de conservação

já existentes. Porém, grande parte dos Sítios Prioritários da BAZE está localizada sobre

propriedades particulares e em áreas onde não há unidades de manejo instituídas. Para

estes sítios, talvez a alternativa mais viável em conservação seja o envolvimento das

comunidades na preservação destas espécies, através de planos de manejo integrados,

educação ambiental e a criação de unidades de uso sustentável e Reservas Particulares do

Patrimônio Natural.

Em face de tudo o que foi explanado acerca dos desafios na delimitação dos Sítios

Prioritários da BAZE, pode-se concluir que é extremamente desafiador estabelecer uma

padronização para propostas de conservação, devido à enorme gama de variáveis

encontradas. É necessário assim, que as propostas de conservação e manejo sejam

estudadas individualmente para que possam ser aplicadas de forma eficiente e efetiva a

todos os sítios identificados.

Os peixes são o grupo mais representativo de espécies dos Sítios Prioritários da

BAZE, seguido pelo grupo dos anfíbios e das aves. Dentre as espécies identificadas na

Lista de Espécies Candidatas da BAZE, os peixes também representam o grupo mais

significativo, seguido pelas aves.

Os dois Hotspots de Diversidade brasileiros, que são respectivamente a Mata

Atlântica e o Cerrado, demonstraram que, por possuírem grande diversidade biológica e

enormes ameaças a seus ambientes naturais, além de grande porcentagem de espécies

endêmicas, colecionam também o título de possuírem o maior número de Sítios Prioritários

da BAZE. Na Mata Atlântica estão localizados 50% dos sítios identificados, sendo seguida

pelo Cerrado com 25% dos sítios. Isto demonstra que estes biomas requerem grande

atenção das iniciativas conservacionistas governamentais e não governamentais e o

Page 152: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

152

investimento em medidas de preservação, monitoramento e criação de unidades de

conservação que possam preservar seu patrimônio natural e genético.

As metas e objetivos em redução das perdas de biodiversidade assumidos pelo

Brasil perante a Convenção sobre Diversidade Biológica, da qual é signatário, deve ser um

estímulo para o envolvimento de órgãos ambientais públicos, em torno da criação de

políticas e estratégias que visem preservar os Sítios Prioritários da BAZE. Isto permitiria a

oficialização de medidas conservacionistas efetivas e direcionadas a melhorar o status de

conservação dos 59% destas áreas que não possuem qualquer unidade de conservação

instituída em sua extensão, expondo suas trigger species á perda e destruição do único

habitat no qual se encontram confinadas. Os demais 41% dos Sítios Prioritários da BAZE

que possuem proteção integral ou que estão parcialmente protegidos, também devem ser

alvo de tais iniciativas, pois contém espécies extremamente vulneráveis à extinção e não

podem ser esquecidos pelos órgãos competentes. É de vital importância que o esforço em

identificar e sinalizar a vulnerabilidade e a insbustituibilidade destes sítios seja aproveitado

de forma a proteger suas espécies da extinção, não se tornando apenas mais um

levantamento de informações passível de cair no esquecimento.

Page 153: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

153

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Amaral, A. C. A.; J. R. Santos Neto; A. C. Menezes; H. F. P. Araújo; E. M. Alves & D. M.

Alves. 2005. XIII CBO - Congresso Brasileiro de Ornitologia, Belém, Pará. 210p.

ANA. 2008. Biblioteca Virtual. Base de Dados de Georeferenciamento. Agência Nacional

de Águas. Ministério do Meio Ambiente. URL:

http://www.ana.gov.br/bibliotecavirtual/solicitacaoBasedeDados.asp. Acessado em

15.02.2008.

AZE. 2005. Alliance for Zero Extinction: pinpointing and preventing imminent extinctions.

Sites & Species. URL: http://zeroextinction.org. Acessado em 04.06.2007.

Baillie, J.E.M., Hilton-Taylor, C. and Stuart, S.N. (ed.) 2004. 2004 IUCN Red List of

Threatened Species. A Global Species Assessment. IUCN, Gland, Switzerland and

Cambridge, UK. xxiv + 191p.

Barros, Y. & Bianchi, C. A. (no prelo-a). Anodorhynchus leari. In: Machado, A.B.M.;

G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Barros, Y. & Bianchi, C. A. (no prelo-b). Cyanopsitta spixi. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

BirdLife International 2004a. Antilophia bokermanni. In:: IUCN 2007. 2007 IUCN Red

List of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em 02.05.2008.

BirdLife International 2004b. Anodorhynchus leari. In: IUCN 2007. 2007 IUCN Red List

of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em 05.05.2008.

BirdLife International 2004c. Calyptura cristata. In: IUCN 2007. 2007 IUCN Red List of

Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em 28.04.2008.

BirdLife International 2004d. Columbina cyanopis. In: IUCN 2007. 2007 IUCN Red List

of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em 17.04.2008.

Page 154: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

154

BirdLife International 2004e. Eleothreptus candicans. In: IUCN 2007. 2007 IUCN Red

List of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em 17.03.2008.

BirdLife International 2004f. Formicivora erythronotos. In: IUCN 2007. 2007 IUCN Red

List of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em 30.04.2008

BirdLife International 2006. Merulaxis stresemanni. In: IUCN 2007. 2007 IUCN Red List

of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em 30.04.2008.

BirdLife International / SAVE – Brasil. 2008. Programa de Áreas Prioritárias. URL:

http://www.savebrasil.org.br/3projetos_areas.asp. Acessado em 09.06.2008.

Borges-Nojosa, D. B. (no prelo). Adelophryne maranguapensis. In: Machado, A.B.M.;

G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Brasileiro, C. A. (no prelo). Scinax alcatraz. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e

A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Brandon, K. Fonseca, G. A. B. Rylands, A. B. Silva, J. M. C. 2005. Conservação brasileira,

desafios e oportunidades. Megadiversidade, 1 (1): 7-13.

Brito, D. Fernandez, F. A. S. 2000. Dealing with extinctionis forever: Understanding the

risks faced by small populations. Ciência & Cultura, 52 (3): 161-170.

Brooks, T. M. Mittermeier, R. A. Fonseca, G. A. B. Gerlach, J. Hoffmann, M. Lamourex,

J. F. Mittermeier, C. G. Pilgrim, J. D. Rodrigues, A. S. L. 2006. Global Biodiversity

Conservation Priorities. Science, 313: 58-61.

Bruner, A. G. Gullison, R. E. Rice, R. E. Fonseca, G. A. B. 2001. Effectiveness of Parks in

Protecting Tropical Biodiversity. Science, 291: 125-127.

Cambará, R.P., 2007. Avaliação taxonômica, distribuição e status do

guigó-da-caatinga Callicebus barbarabrownae (Hershkovitz, 1990). Belo Horizonte: Tese

de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais.

Page 155: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

155

Caramaschi, U. & Cruz, C.A.G. 2004. Phyllomedusa ayeaye. In: IUCN 2007. 2007 IUCN

Red List of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em

22.04.2008.

CEMAVE. IBAMA. 2007. Projeto Arara-azul-de-lear. Centro Nacional de Pesquisas para

Conservação das Aves Silvestres, João Pessoa. URL: http://www.ibama.gov.br/cemave.

Acessado em 05.05.2008.

Cerqueira, R. & Vivo, M. (no prelo). Caluromysiops irrupta. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Chiarello, A. G. Aguiar, L. M. S. Cerqueira, R. Melo, F. R. Rodrigues, F. H. G. Silva, V.

M. F. (no prelo). Mamíferos Ameaçados de Extinção no Brasil. In: Machado, A.B.M.;

G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Christiano, P. & Garcia, A. (no prelo). Melanophryniscus macrogranulosus. In: Machado,

A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

CI – Brasil. 2004a. Ecossistemas Marinhos. PARNAM dos Alcatrazes. Conservação

Internacional do Brasil. URL: http://www.conservation.org.br/onde/ecossistemas.

Acessado em 13.02.2008.

CI – Brasil. 2004b. Ecossistemas Marinhos. PARNAM da Ilha de Queimada Grande e

Queimada Pequena.. Conservação Internacional do Brasil. URL:

http://www.conservation.org.br/onde/ecossistemas. Acessado em 13.02.2008.

CONABIO. 2006. Comissão Nacional de Biodiversidade. Resolução nº 03 de 21 de

dezembro de 2006. URL: http://www.mma.gov.br/conabio. Acessado em 31.03.2008.

COSEMA. 2007. Convocatória. Conselho Estadual de Meio Ambiente do Estado de São

Paulo. URL: http://www.ambiente.sp.gov.br/Consema/convocatoria/Ata. Acessado em

12.03.2008.

Page 156: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

156

Collete, B.B. 1995. Potomabatrachus trispinosus, a new freshwater toadfish

(Batrachoididae) from the rio Tocantions, Brazil. Icthyology Explor. Freshwaters, 6

(4):333-336.

Costa, L. P. Leite, Y. L. R. Fonseca, G. A. B. Fonseca, M. T. 2000. Biogeography of South

American Forest Mammals: Endemism and Diversity in the Atlantic Forest. Biotropica, 32

(4b): 872-81.

Costa, W.J.E.M. 2002. Leptolebias marmoratus (Cyprinodontiformes: Rivulidae:

Cynolebiatinae): rediscovery and redescription of a rare, miniaturized forest dwelling

seasonal fish from southeastern Brazil. Ichthyol. Explor. Freshwaters. 13 (4): 379-384.

Costa, L. P. Leite, Y. L. R. Vieira, L. G. (no prelo-a). Phyllomys brasiliensis. In: Machado,

A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Costa, L. P. & Leite, Y. L. R. (no prelo-b). Phyllomys thomasi. In: Machado, A.B.M.;

G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Costa, L. P. Leite, Y. L.R. Mendes, S. L. Ditchfield, A. D. 2005. Conservação de

Mamíferos no Brasil. Megadiversidade, 1 (1): 104-112.

CBRO. 2007. Lista das aves do Brasil. 6ª edição (16 de agosto de 2007). Comitê

Brasileirode Registros Ornitológicos, Sociedade Brasileira de Ornitologia. URL:

http://www.cbro.org.br. Acessado em 26.05.2008.

Cruz, C. A. G. & Peixoto, O. L. 1991. Descrição de uma Nova Espécie de Peixe Anual do

Estado da Bahia, Brasil. (Cyprinodontformes, Rivulidae). Revista Brasileira de Zoologia, 7

(4): 637-641.

Cruz, C. A. G. & Caramaschi, U. 2004. Odontophrynus moratoi. In: IUCN 2007. 2007

IUCN Red List of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em

18.04.2008.

Dias, R. A. (no prelo-a). Coryphistera alaudin. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e

A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Page 157: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

157

Dias, R. A. (no prelo-b). Drymornis bridgesii. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e

A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Dias, R. A. (no prelo-c). Leptasthenura platensis. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond

e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Dias, R. A. (no prelo-d). Pseudoseisura lophotes. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond

e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Duboc, L. F. & Abilhoa, V. (no prelo). Hyphessobrycon taurocephalus. In: Machado,

A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Efe, M. A. (no prelo-a). Fregata ariel. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e A.P.

Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Efe, M. A. (no prelo-b). Fregata minor. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e A.P.

Paglia (ed.). (no prelo). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Ehrlich, P. R. 1997. A Perda da Diversidade – Causas e Conseqüências. pp.30-31. In:

Wilson, E. O. (ed.). Biodiversidade. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira.

Eken, G. Bennun, L. Brooks, T. M. Darwall, W. Fishpool, L. D. C. Foster, M. Knox, D.

Langhammer, P. Matiku, P. Radford, E. Salaman, P. Sechrest, W. Smith, M. L. Spector, S.

Tordoff, A. 2004. Key Biodiversity Areas as Site Conservation Targets. BioScience: 54

(12): 1110-1112.

FAO.2007. State of the World’s Forest’s. Food and Agriculture Organization of the United

Nations, Rome.

Page 158: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

158

Feio, R. N. (no prelo). Thoropa petropolitana. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e

A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Figueiredo, W. M. B. Silva, J. M. C. Souza, M. A. 2006. Biogeografia e a Conservação da

Biodiversidade. pp. 135-156. In: Rocha, C. F. D. Bergallo, H. G. Sluys, M. V. Alves, M.

A. S. (ed.). Biologia da Conservação: Essências. São Carlos: Editora Rima.

Fundação Biodiversitas. 2006. BAZE – Aliança Brasileira para Extinção Zero. URL:

http://www.biodiversitas.org.br/baze. Acessado em 10.10.2007.

Fonseca, G. A. B. Rylands, A. Paglia, A. Mittermeier, R. A. 2004a. Atlantic Forest. pp. 84-

92. In: Mittermeier, R. A. Robles Gil, P. Hoffmann, M. Pilgrim, J. Brooks, T. Mittermeier,

C. G. Lamourex, J. Fonseca, G. A. B. (ed.). Hotspots Revisited: Earth’s Biologically

Richest and Most Endagered Terrestrial Ecoregions. México: CEMEX, Conservation

International, Agrupación Serra Madre.

Fonseca, G. A. B. Cavalcanti, R. Rylands, A. Paglia, A. 2004b. Cerrado. pp. 93-97 In:

Mittermeier, R. A. Robles Gil, P. Hoffmann, M. Pilgrim, J. Brooks, T. Mittermeier, C. G.

Lamourex, J. Fonseca, G. A. B. (ed.). Hotspots Revisited: Earth’s Biologically Richest and

Most Endagered Terrestrial Ecoregions. México: CEMEX, Conservation International,

Agrupación Serra Madre.

Gärdenfors, U. 2001. Classifying threatened species at national versus global levels.

Trends in Ecology & Evolution, 16: 511-516.

Girão, W. & Albano, C. Antilophia bokermanni. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e

A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Gonzaga, L. P. (no prelo-a). Formicivora erythronotos. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Gonzaga, L. P. (no prelo-b). Formicivora littoralis. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Page 159: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

159

Google Earth. 2008. Versão do Google Earth 4.3. Image NASA QuickBird. Baixado em

30.03.2008.

GBO 2. 2006. (Panorama Global da Biodiversidade 2). Global Biodiversity Outlook 2.

URL: http://www.cbd.int/doc/gbo2/cbd-gbo2-po.pdf. Acessado em 31.03.2008.

Garcia, P. & Rodrigues, M.T. 2004. Hypsiboas cymbalum. In: IUCN 2007. 2007 IUCN

Red List of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em

22.04.2008.

Gore, A. 1993. A Terra à Procura do Equilíbrio – Ecologia e Espírito Humano. 1th ed.

Lisboa: Editorial Presença.

Haddad, C. F. D. (no prelo-a). Holoaden bradei. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e

A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Haddad, C. F. B. (no prelo-b). Hypsiboas cymbalum. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Haddad, C. F. B. (no prelo-c). Uma Análise da Lista Brasileira de Anfíbios Ameaçados de

Extinção. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da

Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria

de Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Haddad, C. F. B. & Sazima I. (no prelo). Phyllomedusa ayeaye. In: Machado, A.B.M.;

G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Hass, A. (no prelo-a). Columbina cyanopis. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e A.P.

Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Hass, A. (no prelo-b). Eleothreptus candicans. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e

A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Page 160: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

160

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Harris, M. B. Tomas, W. M. Mourão, G. Silva, C. J. Guimarães, E. Sonoda, E. Fachim, E.

2005. Desafios para proteger o Pantanal brasileiro: ameaças e iniciativas em conservação.

Megadiversidade, 1 (1): 156-164.

Hero, J. M. & Ridgway, T. 2006. Declínio Global de Espécies. pp. 53-90. In: Rocha, C. F.

D. Bergallo, H. G. Sluys, M. V. Alves, M. A. S. (ed.). Biologia da Conservação:

Essências. São Carlos: Editora Rima.

IBAMA. 2003. Mapas dos Limites das Unidades de Conservação do Brasil. Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Brasília. URL:

http://www2.ibama.gov.br/unidades/geralucs. Acessado em 02.06.2007

IBAMA. 2004a. ARIE da Ilha de Queimada Grande e Queimada Pequena. Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. 2004. Decreto 91.887

de 05 de novembro de 1985. Brasília.

IBAMA. 2004b. Estação Ecológica Serra das Araras. Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. URL:

http://www.ibama.gov.br/siucweb/mostraUc. Acessado em 17.04.2008.

IBAMA. 2004c. Parque Nacional das Emas. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis. URL: http://www.ibama.gov.br/siucweb/. Acessado em

13.02.2008.

IBAMA. 2004d. Parque Nacional do Itatiaia. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis. URL: http://www.ibama.gov.br/suicweb/mostraUc.php.

Acessado em 29.01.08.

IBAMA. 2008. Ampliação do PARNASO. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis, Teresópolis. URL:

http://www.ibama.gov.br/parnaso/index. Acessado em 10.03.2008.

IBGE. 2002. Cartas e Mapas Temáticos do Brasil. Fundação Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística, Rio de Janeiro. URL: http://www2.ibge.gov.br/pub/Cartas

e_Mapas. Acessado em: 02.06.2007.

Page 161: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

161

IBGE. 2003. Base Cartográfica Integrada do Brasil ao Milionésimo Digital - bCIMd.

Versão 1.0. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro. 8pp.

Website: http://www2.ibge.gov.br/pub/Cartas_e_Mapas. Acessado em 02.06.2007.

IBGE. 2007. Cidades. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. URL:

http://www.ibge.gov.br/cidadesat. Acessado em 30.01.2008

IF. 2007. Unidades de Conservação. Parque Estadual de IlhaBela. Instituto Florestal de

São Paulo. URL: http://www.iflorestal.sp.gov.br/unidades_conservacao. Acessado em

30.01.2008.

IF. 2007. Unidades de Conservação. Parque Estadual Morro do Diabo. Instituto Florestal

de São Paulo. URL: http://www.iflorestsp.br/dfee/p_e_morro. Acessado em 17.04.2008.

INPE. 2007. Amazônia. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. URL:

http://www.inpe.gov.br. Acessado em 27.03.2008.

IUCN. 2001. 2001 Red List of Threatened Species. Categories and Criterias (version 3.1).

URL: http://www.iucnredlist.org/info/categories_criteria2001. Acessado em: 14.04.2008.

IUCN. 2007a. Summary Statistic for Globally Threatened Species. 2007 IUCN Red List of

Threatened Species URL: http://www.iucnredlist.org/info/stats. Acessado em 28.02.2008.

IUCN. 2007b. 2007 IUCN Red List of Threatened Species. URL:

http://www.iucnredlist.org. Acessado em 10.02.2008.

Izecksohn, E. & Silva, S. P. C. (no prelo). Physalaemus soaresi. In: Machado, A.B.M.;

G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Jablonski, D. 1989. The Biology of Mass Extinction: A Palaeontological View.

Philosophical Transactions of the Royal Society of London. Series B, Biological Sciences,

325 (1228): 357-368.

Jerusalinsky, L. (no prelo). Callicebus Coimbrai. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond

e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Page 162: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

162

Jim, J. (no prelo). Odontophrynus moratoi. In: Machado, A.B.M. G.M. Drummond e A.P.

Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Klink, C. A. Machado, R. B. 2005. A Conservação do Cerrado Brasileiro.

Megadiversidade, 1 (1): 147-155.

Lacy, R. C. 2000. Considering threats to the viability of small populations using

individual-based models. Ecological Bulletins, 48: 39-51.

Langhammer, P. F. Bakarr, M.I., Bennun, L.A., Brooks, T.M., Clay, R.P. Darwall, W. Sila,

N. Edgar, G.J. Eken, G. Fishpool, L.D.C., Fonseca, G.A.B. Foster, M.N. Knox, D.H.,

Matiku, P. Radford, E.A. Rodrigues, A.S.L. Salaman, P. Sechrest, W.Tordoff, A.W.

(2007). Identification and Gap Analysis of KeyBiodiversity Areas: Targets for

Comprehensive Protected Area Systems. Gland, Switzerland: IUCN.

Leal, I. R. Silva, J. M. C. Tabarelli, M. Lacher Jr., T. E. 2005. Mudando o Curso da

Conservação da Biodiversidade na Caatinga e do Nordeste do Brasil. Megadiversidade, 1

(1): 139-146.

Lewinsohn, T. M. & Prado, P. I. 2005. Quantas Espécies há no Brasil? Megadiversidade,

1(1): 37-42.

Lima, F. C. T. (no prelo-a). Austrolebias carvalhoi. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Lima, F. C. T. (no prelo-b). Austrolebias ibicuiensis. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Lima, F. C. T. (no prelo-c). Crenicichla jegui. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e

A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-d). Crenicichla cyclostoma. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Page 163: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

163

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-e). Leptolebias citrinipinnis. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-f). Leptolebias cruzi. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e

A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-g). Leptolebias fractifasciatus. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-h). Leptolebias leitaoi. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e

A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-i). Leptolebias marmoratus. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-j). Leptolebias opalescens. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-l). Leptolebias splendens. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond

e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-m). Plesiolebias xavantei. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Page 164: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

164

Lima, L. C. T. (no prelo-n). Potamobatrachus trispinosus. pp. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-o). Simpsonichthys auratus. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-p). Simpsonichthys constanciae. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-q). Simpsonichthys marginatus. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-r). Simpsonichthys multiradiatus. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Lima, L. C. T. (no prelo-s). Simpsonichthys zonatus. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Lucinda, P. H. F. 2005. Systematic and biogeography of the genus Phalloptychus

(Eigenmann, 1907) (Cyprinodontiformes: Poeciliidae: Poeciliinae). Neotropical

Icthyology: 3 (3):373-382.

Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). (no prelo). Livro Vermelho da

Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria

de Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Machado, A.B.M.; Martins, C.S. e Drummond, G.M. 2005. Lista da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção: incluindo as Listas das Espécies Quase Ameaçadas e Deficientes

de Dados. Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte. 157p.

Page 165: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

165

McKinney, M. L. 1997. Extinction Vulnerability and Selectivity: Combining Ecological

and Paleontological Views. Annual Review of Ecology and Systematics, 28: 495-516.

Margules, C. R. & Pressey, R. L. 2000. Systematic conservation planning. Nature, 405:

243-253.

Marinho-Filho, J. & Bezerra, A. M. R. (no prelo). Juscelinomys candago. In: Machado,

A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Marini, M. A. & Garcia, F. I. 2005. Conservação de Aves do Brasil. Megadiversidade,

1(1): 95-101.

Martins, M. Molina, F. B. (no prelo). Panorama Geral dos Répteis Ameaçados de Extinção

no Brasil. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da

Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria

de Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Martins, M. R. C. & Marques, O. A. V. (no prelo). Bothrops insularis. In: Machado,

A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

May, R. M., Lawton, J. H., Stork, N. E. 1995. Assessing extinction rates. pp. 25-44 In:

Lawton, J. H. & May, R. M. (ed.) Extinction Rates. Oxford, UK: Oxford University Press.

Menezes, N. A. Weitzmann, S. H. Oyakawa, O. T. Lima, F. C. T. Castro, R. M. C.

Weitzmann, M. J. Weitzmann, M. J. 2007 Peixes de Água Doce da Mata Atlântica: lista

preliminar das espécies e comentários sobre conservação de peixes de água doce

neotropicais. São Paulo: Museu de Zoologia – Universidade de São Paulo. 407p.

Millennium Ecosystem Assessment, 2005. Ecosystems and Human Well-being:

Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, DC.

Mittermeier. R. A. 1997. Diversidade de Primatas e a Floresta Tropical. Estudos de casos

do Brasil e de Madagascar e a importância dos países com megadiversidade. pp. 190, 195.

In: Wilson, E. O. (ed.). Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Page 166: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

166

Mittermeier, R. A. Robles Gil, P. Mittermeier, C. G. 1997. Megadiversity: earth’s

biolocally weathiest nations. México: CEMEX, Conservation International, Agrupación

Serra Madre.

Mittermeier, R. A. Mittermeier, C. G. Robles Gil, P. Pilgrim J. Fonseca, G. A. B. Brooks,

T. Konstant, W. R. 2002. Wildeness: earths last wild places. México: CEMEX,

Conservation International, Agrupación Serra Madre.

Mittermeier, R. A. Mittermeier, C. G. Brooks, T. M. Pilgrim, J. D. Konstant, W. R.

Fonseca, G. A. B. Kormos, C. 2003. Wildeness and biodiversity conservation. PNAS, 100

(18): 10309-10313.

Mittermeier, R. A. Robles Gil, P. Hoffmann, M. Pilgrim, J. Brooks, T. Mittermeier, C. G.

Lamourex, J. Fonseca, G. A. B. 2004. Hotspots Revisited: Earth’s Biologically Richest and

Most Endagered Terrestrial Ecoregions. México: CEMEX, Conservation International,

Agrupación Serra Madre.

Mittermeier, R. A. Fonseca, G. A. B. Rylands, A. B. Brandon, K. 2005. Uma Breve

História da Conservação da Biodiversidade no Brasil. Megadiversidade, 1 (1): 14-21.

MMA. 2002a. Imagens de Satélite. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. URL:

http://mapas.mma.gov.br/mapas/mma/imagenssat/. Acessado em 10.02.2008.

MMA. 2002b. Biodiversidade Brasileira: Avaliação e Identificação de áreas e ações

prioritárias para conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da

biodiversidade nos biomas brasileiros. Ministério do Meio Ambiente. Brasília. (Série

Biodiversidade, v. 5) 404p.

MMA. 2003. Lista das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. Ministério

do Meio Ambiente. Instrução Normativa n. 3, de 27 de maio de 2003. Brasília.

MMA. 2004. Lista Nacional das Espécies de Invertebrados Aquáticos e Peixes

Ameaçados de Extinção. Ministério do Meio Ambiente. Instrução Normativa n. 5, de 21 de

maio de 2004. Brasília.

MMA. 2006. Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros. Ministério do Meio

Ambiente, Brasília. URL: http:// mapas.mma.gov.br/ mapas/ aplic/probio/datadownload.

Acessado em 14.08.2007.

Page 167: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

167

MMA. 2007a. Metas Nacionais de Biodiversidade para 2010. Ministério do Meio

Ambiente, Brasília.

MMA. 2007b. DataDownload. Áreas Especiais. Unidades de Conservação. Ministério do

Meio Ambiente, Brasília. URL: http://mapas.mma.gov.br/i3geo/datadownload. Acessado

em 15.10.2007.

Myers, N. 1983. A priority-ranking strategy for threatened species? The Environmentalist

3:97-120.

Myers, N. Mittermeier, R. A. Fonseca, G. A. B. Kent, J. 2000. Biodiversity Hotspots for

Conservation Priorities. Nature, 403: 853-858.

Myers, N. 1997. Florestas Tropicais e suas espécies.....sumindo, sumindo....? pp. 37-42.

In: Wilson, E. O. (ed.) Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Nascimento, L.B. & Garcia, P. 2004. Paratelmatobius lutzii. In: IUCN 2007. 2007 IUCN

Red List of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em

22.03.2008.

Nascimento, L.B. & Carvalho-e-Silva, S. P. 2004. Physalaemus soaresi. In: IUCN 2007.

2007 IUCN Red List of Threatened Species. URL:http://www.iucnredlist.org. Acessado em

25.03.2008.

New World Marsupial Specialist Group 1996. Caluromysiops irrupta. In: IUCN 2007.

2007 IUCN Red List of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado

em 18.04.2008.

NRIDALN. 2006. Núcleo de Recepção e Informação de Dados Ambientais do Litoral

Norte. IlhaBela. Instituto de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos. URL:

http://www.cptec.inpe.br/NRIDALN/ilhabela. Acessado em 12.02.2008.

Olmos, F. 1997. The Giant Atlantic Forest tree rat Nelomys thomasi (Echimyidae): a

Brazilian insular endemic. Mammalia. 61 (1):130-134.

ONU. 2005. UN News Centre. Organização das Nações Unidas – Brasil.URL:

http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=13379&Cr=population&Cr1=developme

nt. Acessado em 26.02.2008.

Page 168: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

168

Oyakawa, O. T. (no prelo). Harttia rhombocephala. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Pádua, C. V. B. & Martins, C. S. 2001. Restabelecendo os micos-leão-pretos

(Leontopithecus chrysopygus), pp.160-161. In: Primack, R. B. E. Rodrigues. Biologia da

Conservação. Londrina, Planta. 327pp.

Paglia, A. P. Paese, A. Bedê, L. C. Fonseca, M. Pinto, L. P. Machado, R. B. 2004. Lacunas

de conservação e áreas insubstituíveis para vertebrados ameaçados da Mata Atlântica. Pp.

39-50. In: Anais do IV Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. Volume II –

Seminários. Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e Rede Nacional Pró-Unidades

de Conservação. Curitiba, PR.

Paglia, A. P. 2007. Espécies Ameaçadas da Fauna Brasileira: Análise dos Padrões e dos

Fatores de Ameaça. Tese de Doutorado. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas

Gerais.

Payne, J. L. & Finnegan, S. 2007. The effect of geographic range on extinction risk during

background and mass extinction. PNAS, 104 (25): 10506-10511.

Pereira, E. H. L. & Brito, M. F. G. (no prelo). Hemipsilichthys garbei. In: Machado,

A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Pimm, S. L. & Raven, P. 2000. Biodiversity Extinction by Numbers. Nature, 403: 843-845.

Pimm, S. L. Ayres, A. Balmford, G. Branch. K. Brandon, T. Brooks, R. Bustamante, R.

Constanza, R. Cowling, L. M. Curran, A. Dobson, S. Farber, G. A. B. Da Foseca, C.

Gascon, R. Kitching, J. McNeely, T. Lovejoy, R. A. Mittermeier, N. Myers, J. A. Patz, B.

Raffle, D. Rapport, P. Raven, C. Roberts, J. P. Rodriguez, A. B. Rylands, C. Tucker, C.

Safina, C. Samper, M. L. J. Stiassny, J. Supriatna, D. H. Wall & D. Willcove. 2001. Can

we defy nature`s end? Science, 293: 2207-2208.

Pimm, S. L. Russell, G. J. Glitteman, J. L. Brooks, T. M. 1995. The Future of Biodiversity.

Science, 269:347-350.

Pires, A. S. Fernandez, F. A. S. Barros, C. S. 2006. Vivendo em um Mundo em Pedaços:

Efeitos da Fragmentação Florestal sobre Comunidades e Populações Animais. pp. 231-260.

Page 169: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

169

In: Rocha, C. F. D. Bergallo, H. G. Sluys, M. V. Alves, M. A. S. (ed.). Biologia da

Conservação: Essências. São Carlos: Editora Rima.

Primack, R. B. & Rodrigues, E. Biologia da Conservação. Londrina: E. Rodrigues, 2001. .

175p.

Paranhos, K. M. Martins, C. S. Valladares-Padua, C. B. Os primatas do Parque Estadual do

Morro do Diabo: resultados preliminares das estimativas de Leontopithecus chrysopygus,

Cebus apella e Alouatta fusca. Belo Horizonte, Universidade Católica de Minas Gerais.

Pombal Jr., J. P. (no prelo). Paratelmatobius lutzii. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Peres, C. A. 2005. Porque precisamos de megareservas na Amazônia. Megadiversidade, 1

(1): 175-180.

Raup, D. M. & Sepkoski, J. J. 1984. Periodicity of extinction in the geologic past. Proc.

Natl. Acad. Sci. USA 81:801-805.

Raup, D. M. 1997. Crise da Diversidade na Passado Geológico. Pp. 63-71. In: Wilson, E.

O. (ed.) Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Raven, P. H. 1997. Nossas Decrescentes Florestas Tropicais. pp. 154-155. In: Wilson, E.

O. (ed.) Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Reis, N. R. Perachi, A. L. Pedro, W. A. Lima, I. P. (ed.). 2006. Mamíferos do Brasil.

Londrina: UEL. 437p.

Reis, R. E. Kullander, S. O. Ferrari Jr., C. J. 2003. Checklist of the freshwater fishes of

South America and Central America. Porto Alegre: EDPUCRS.

Reis, R.E. (no prelo). Lepthoplosternum tordilho. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond

e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Page 170: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

170

Reis, R. E. 1997. Revision of the Neotropical catfish Hoplosternum (Ostariophysi,

Siluriformes, Calllichthyidae), with the description of two new genera. Ichthyol. Explor.

Freshwaters, 7: 299-326.

Ricketts, T.H.; Dinerstein, E.; Boucher, T.; Brooks, T.M.; Butchart, S.H.M.; Hoffmann,

M.; Lamoreux, J.F.; Morrison, J.; Parr, M.; Pilgrim, J.D.; Rodrigues, A.S.L.; Sechrest, W.;

Wallace, G.E.; Berlin, K.; Bielby, J.; Burgess, N.D.; Church, D.R.; Cox, N.; Knox, D.;

Loucks, C.; Luck, G.W.; Master, L.L.; Moore, R.; Naidoo, R.; Ridgely, R.; Schatz, G.E.;

Shire, G.; Strand, H.; Wettengel, W. and Eric Wikramanayake, E. 2005. Pinpointing and

preventing imminent extinctions. PNAS, 102 (51):18497–18501.

RMA. 2006. Rede de ONGs da Mata Atlântica. Mata Atlântica, Uma Rede pela Floresta.

Brasília: Athalaia Gráfica e Editora Ltda.

Rocha, C.F., Van Sluys, M. Gonçalves da Cruz, C.A. 2004. Holoaden bradei. In: IUCN

2007. 2007 IUCN Red List of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org.

Acessado em 22.03.2008.

Rocha, A. A. & Costa, J. P. O. 1998. Não Matarás: A Reserva da Biosfera da Mata

Atlântica e sua aplicação no Estado de São Paulo. São Paulo: Editora Terra Virgem.

Rodrigues, M.T. & Cruz, C.A.G. 2004. Scinax alcatraz. In: IUCN 2007. 2007 IUCN Red

List of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em 25.03.2008

Rosa, R. S. (no prelo). Phalloptychus eigenmanni. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond

e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Rosa, S. R. & Lima, F. C. T. (no prelo). Os Peixes Brasileiros Ameaçados de Extinção. In:

Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna

Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Rosa, R. S. & Menezes, N. A. 1996. Relação preliminar das espécies de peixes (Pisces,

Elasmobranchii, Actinopterygii) ameaçadas no Brasil. Revta. Brasil. Zool. 13 (3):647-667.

Rylands, A. B. 1993. The ecology if the golden lion tamarins, Leontopithecus: some

intrageneric differences and comparisons with other callitrichids, p.296-313. In: A. B.

Rylands (ed.) Marmosets and Tamarins: Systematics, Behaviour and Ecology. Oxford,

Oxford University Press.

Page 171: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

171

Rylands, A. B. et. al. 2002. In: Mittermeier, R. A. Mittermeier, C. G. Robles Gil, P.

Pilgrim J. Fonseca, G. A. B. Brooks, T. Konstant, W. R. (ed.). Wildeness: earths last wild

places. México: CEMEX, Conservation International, Agrupación Serra Madre.

Rylands, A.B. Bampi, M.I. Chiarello, A.G. da Fonseca, G.A.B. Mendes, S.L. & Marcelino,

M. 2003. Leontopithecus chrysopygus. In: IUCN 2007. 2007 IUCN Red List of Threatened

Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em 13.05.2008.

Sala, O. E. Chapin III, F. S. Armesto, J. J. Berlow, E. Bloomfield, J. Dirzo, R. Huber-

Sanwald, E. Huenneke, L. F. K. Jackson, R. B. Kinzig, A. Leemans, R. Lodge, D. M.

Mooney, H. A. Oesterheld, M. Poff, N. L. Sykes, M. T. Walker, B. H. Walker, M. Wall, D.

H. 2000. Global Biodiversity Scenarios for the Year 2100. Science, 287: 1770-1774.

Sazima, I. Martins, M. R. C. Marques, O. A. V. (no prelo). Bothrops alcatraz. In:

Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna

Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

SBH. 2007a. Brazilian Anphibians – List of Species. Disponível em:

http://www.sbherpetologia.org.br. Sociedade Brasileira de Herpetologia. Acessado em: 08

de maio de 2008.

SBH. 2007b. Brazilian Reptiles – List of Species. Disponível em:

http://www.sbherpetologia.org.br. Sociedade Brasileira de Herpetologia. Acessado em: 08

de maio de 2008.

Sechrest, W. Brooks, T. M. Fonseca, G. A. B., Konstant W. R. Mittermeier R. A. Purvis,

A. Rylands, A. B. Gittleman, G. 2002. Hotspots and the conservation of evolutionary

history. PNAS, 99 (4): 2067-2071.

Serra, J. P. Duboc, L. F. Langeani, F. (no prelo-a). Hasemania melanura. In: Machado,

A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Serra, J. P. Duboc, L. F. Langeani, F. (no prelo-b). Hasemania maxillaris. In: Machado,

A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Page 172: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

172

Shibatta, O. & Lima, L. C. T. (no prelo). Simpsonichthys santanae. In: Machado, A.B.M.;

G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Silva, M. 2005. O Programa Brasileiro de Unidade de Conservação. Megadiversidade, 1

(1): 22-26.

Silva, J. M. C. Rylands, A. B. Fonseca, G. A. B. 2005. O destino das áreas de endemismo

na Amazônia. Megadiversidade, 1 (1): 125-138.

Silvano, D. & Borges-Nojosa, D. 2004. Adelophryne maranguapensis. In: IUCN 2007.

2007 IUCN Red List of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado

em 22.08.2008.

Silvano, D. & Garcia, P. 2004. Melanophryniscus macrogranulosus. In: IUCN 2007. 2007

IUCN Red List of Threatened Species. URL: http://www.iucnredlist.org. Acessado em

17.04.2008.

Silvano D. L. & Segalla, M. V. 2005. Conservação de Anfíbios no Brasil.

Megadiversidade, 1 (1): 79-86.

Silveira, L. F. & Straube, F. C. (no prelo). Aves Ameaçadas de Extinção no Brasil. In:

Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna

Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Silveira, L. F. (no prelo-a). Calyptura cristata. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e

A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Silveira, L. F. (no prelo-b). Crax blumenbachii. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e

A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Silveira, L. F. (no prelo-c). Mitu mitu. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e A.P.

Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Page 173: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

173

Silveira, L. F. (no prelo-d). Merulaxis stresemanni. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Silveira, L. F. (no prelo-e). Myrmotherula snowi. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond

e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Silveira, L. F. (no prelo-f). Nemosia rourei. In: Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e A.P.

Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e Florestas. (Série

Biodiversidade, v. 19).

Silveira, L. F. (no prelo-g). Rhopornis ardesiacus. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Spirandeli-Cruz, E. & Jim, J. (no prelo). Bokermannohyla izecksohni. In: Machado,

A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Straube, F. C. & Urben-Filho, A. (no prelo). Phylloscartes beckeri. In: Machado, A.B.M.;

G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

UNEP. 2005. “One Planet Many People: Atlas of Our Changing Environment.” United

Nations Environment Programme, Nairobi. 19p.

UNEP-WCMC. Data Biodiversity. Protected Areas Biodiversity Report URL:

http://quin.unep-cmc.org/resources/publications/pa_biodiv/protected_areas_bioreport.pdf.

Acessado em 26.02.08.

Valladares-Padua, C. B. & Martins, C. S. (no prelo). Leontopithecus chrysopygus.. In:

Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna

Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Page 174: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

174

Vieira, F. Alves, C. B. M. Santos, G. B. 2000. Rediscovery and first Record of Henochilus

wheatlandii (Teleostei: Caharaciformes) a rare neotropical fish, in rio Doce basin of

southeastern Brazil. Ichthyology Explor. Freshwaters, 11:201-206.

Vieira, F. & Pompeu, P. (no prelo). Delturus parahybae. In: Machado, A.B.M.; G.M.

Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidades e

Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Vieira, F. Castro, R. M. C. Alves, C. B. M. (no prelo). Henochilus wheatlandii. In:

Machado, A.B.M.; G.M. Drummond e A.P. Paglia (ed.). Livro Vermelho da Fauna

Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de

Biodiversidades e Florestas. (Série Biodiversidade, v. 19).

Wilson, E. O. & Baird Jr., F. B. 1997. A Situação Atual da Biodiversidade Biológica. pp.

3-24. In: Wilson, E. O. (ed). Biodiversidade. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira.

Woodruff, D. 2001. Declines of biomas and biotas and the future of evolution. PNAS, 18

(10): 5471-5476.

Page 175: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

175

APÊNDICES

Page 176: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

176

APÊNDICE 1. Sítio Prioritário da BAZE: ARIE da Ilha de Queimada Grande e Queimada Pequena.

Page 177: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

177

APÊNDICE 2. Sítio Prioritário da BAZE: Baía de Ilha Grande.

Page 178: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

178

APÊNDICE 3. Sítio Prioritário da BAZE: Bandeira.

Page 179: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

179

APÊNDICE 4. Sítio Prioritário da BAZE: Botucatu

Page 180: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

180

APÊNDICE 5. Sítio Prioritário da BAZE: Brejinho de Nazaré.

Page 181: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

181

APÊNDICE 6. Sítio Prioritário da BAZE: Cabo Frio.

Page 182: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

182

APÊNDICE 7. Sítio Prioritário da BAZE: Canudos–Raso da Catarina.

Page 183: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

183

APÊNDICE 8. Sítio Prioritário da BAZE: Chapada do Araripe.

Page 184: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

184

APÊNDICE 9. Sítio Prioritário da BAZE: Delta do rio Jacuí.

Page 185: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

185

APÊNDICE 10. Sítio Prioritário da BAZE: Dom Pedro Alcântara.

Page 186: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

186

APÊNDICE 11. Sítio Prioritário da BAZE: FLONA Mário Xavier.

Page 187: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

187

APÊNDICE 12. Sítio Prioritário da BAZE: Governador Jorge Teixeira.

Page 188: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

188

APÊNDICE 13. Sítio Prioritário da BAZE: Ilha de Alcatrazes.

Page 189: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

189

APÊNDICE 14. Sítio Prioritário da BAZE: Jardim Zoológico de Brasília.

Page 190: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

190

APÊNDICE 15. Sítio Prioritário da BAZE: Nova Iguaçu.

Page 191: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

191

APÊNDICE 16. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual de Ilhabela.

Page 192: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

192

APÊNDICE 17. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual do Espinilho.

Page 193: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

193

APÊNDICE 18. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual do Morro do Diabo.

Page 194: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

194

APÊNDICE 19. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional das Emas.

Page 195: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

195

APÊNDICE 20. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional do Itatiaia.

Page 196: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

196

APÊNDICE 21. Sítio Prioritário da BAZE: Poços de Caldas.

Page 197: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

197

APÊNDICE 22. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Araguaia.

Page 198: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

198

APÊNDICE 23. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Catu.

Page 199: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

199

APÊNDICE 24. Sítio Prioritário da BAZE: Rio dos Patos.

Page 200: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

200

APÊNDICE 25. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Mucuri.

Page 201: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

201

APÊNDICE 26. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Santo Antônio.

Page 202: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

202

APÊNDICE 27. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Tabocas.

Page 203: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

203

APÊNDICE 28. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Urucuia.

Page 204: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

204

APÊNDICE 29. Sítio Prioritário da BAZE: Santo André.

Page 205: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

205

APÊNDICE 30. Sítio Prioritário da BAZE: Serra das Araras.

Page 206: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

206

APÊNDICE 31. Sítio Prioritário da BAZE: Serra do Maranguape.

Page 207: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

207

APÊNDICE 32. Sítio Prioritário da BAZE: Serra dos Órgãos.

Page 208: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

208

ANEXO

ANEXO 1. Lista das Espécies de Vertebrados Ameaçados de Extinção no Brasil (CR / EN).

Grupo Espécie Espécie Pré-

Selecionada Ameaça Brasil MA CE AM PT CAA CS MAR ÁGUA DOCE

Anfíbios Adelophryne maranguapensis Sim EN X

Anfíbios Bokermannohyla izecksohni Sim CR X

Anfíbios Holoaden bradei Sim CR X

Anfíbios Hylomantis granulosa Sim CR X X

Anfíbios Hypsiboas cymbalum Sim CR X

Anfíbios Melanophryniscus

macrogranulosus Sim CR X

Anfíbios Odontophrynus moratoi Sim CR X

Anfíbios Paratelmatobius lutzii Sim CR X

Anfíbios Phyllomedusa ayeaye Sim CR X

Anfíbios Physalaemus soaresi Sim EN X

Anfíbios Scinax alcatraz Sim CR X

Anfíbios Thoropa petropolitana Sim EN X

Aves Amazona rhodocorytha Não EN X X

Aves Anodorhynchus leari Sim CR X

Aves Antilophia bokermanni Sim CR X

Aves Automolus leucophthalmus lammi Não EN X

Aves Calyptura cristata Sim CR X

Aves Caprimulgus candicans Sim EN X

Aves Cichlopsis leucogenys leucogenys Não EN X

Aves Claravis godefrida Não CR X

Aves Columbina cyanopis Sim CR X

Aves Coryphistera alaudina Sim CR X

Aves Cotinga maculata Não EN X

Aves Crax blumenbachii Sim EN X

Aves Crax fasciolata pinima Sim EN X

Aves Dendrexetastes rufigula paraensis Sim EN X

Aves Dendrocincla fuliginosa taunayi Não EN X

Aves Dendrocincla merula badia Não EN X

Aves Dendrocolaptes certhia medius Não EN X X

Aves Diomedea dabbenena Não EN X

Aves Diomedea sanfordi Não EN X

Aves Drymornis bridgesii Sim CR X

Aves Formicivora erythronotos Sim CR X

Aves Formicivora littoralis Sim EN X

Aves Fregata ariel Sim CR X

Aves Fregata minor Sim CR X

Aves Glaucis dohrnii Não EN X

Aves Gubernatrix cristata Não CR X

Aves Hemitriccus kaempferi Não CR X

Aves Hemitriccus mirandae Não EN X

Aves Iodopleura pipra leucopygia Não EN X

Aves Leptasthenura platensis Sim CR X

Aves Mergus octosetaceus Não CR X X

Aves Merulaxis stresemanni Sim CR X

Aves Momotus momota marcgraviana Não EN X

Page 209: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

209

Grupo Espécie Espécie Pré-

Selecionada Ameaça Brasil MA CE AM PT CAA CS MAR ÁGUA DOCE

Aves Myrmeciza ruficauda Não EN X

Aves Myrmotherula snowi Sim CR X

Aves Nemosia rourei Sim CR X

Aves Neomorphus geoffroyi dulcis Não CR X

Aves Odontophorus capueira

plumbeicollis Não EN X

Aves Oryzoborus maximiliani Não CR X X X

Aves Penelope superciliaris alagoensis Não EN X

Aves Phaethornis margarettae Não EN X

Aves Phaethornis ochraceiventris

camargoi Não EN X

Aves Philydor novaesi Sim CR X

Aves Phlegopsis nigromaculata

paraensis Não EN X

Aves Phylloscartes beckeri Sim EN X X

Aves Phylloscartes ceciliae Sim EN X

Aves Phylloscartes roquettei Sim CR X X

Aves Picumnus limae Não EN X

Aves Pipile jacutinga Não CR X

Aves Procellaria conspicillata Sim EN X

Aves Pseudoseisura lophotes Sim CR X

Aves Psophia viridis obscura Não EN X

Aves Puffinus lherminieri Não CR X

Aves Pyriglena atra Não EN X

Aves Pyrrhura anaca Não CR X

Aves Pyrrhura lepida coerulescens Não EN X

Aves Pyrrhura lepida lepida Não EN X

Aves Rhopornis ardesiaca Sim EN X X

Aves Sclerurus caudacutus caligineus Sim EN X

Aves Sclerurus caudacutus umbretta Não EN X

Aves Scytalopus iraiensis Não EN X X

Aves Sporophila cinnamomea Não EN X X X

Aves Sporophila palustris Não EN X X X

Aves Stymphalornis acutirostris Não EN X

Aves Synallaxis infuscata Não EN X

Aves Tangara cyanocephala cearensis Não EN X

Aves Terenura sicki Não EN X

Aves Thamnophilus aethiops distans Não EN X

Aves Thamnophilus caerulescens

cearensis Sim EN X

Aves Tigrisoma fasciatum Não EN X X X

Aves Xipholena atropurpurea Não EN X

Mamíferos Alouatta belzebul ululata Não CR X

Mamíferos Alouatta guariba guariba Não EN X

Mamíferos Ateles marginatus Não EN X

Mamíferos Brachyteles arachnoides Não CR X

Mamíferos Brachyteles hypoxanthus Não CR X X

Mamíferos Callicebus barbarabrownae Sim CR X X

Mamíferos Callicebus coimbrai Sim CR X X

Mamíferos Callithrix flaviceps Não EN X

Mamíferos Caluromysiops irrupta Sim CR X

Mamíferos Carterodon sulcidens Não CR X

Mamíferos Cebus kaapori Não CR X

Page 210: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

210

Grupo Espécie Espécie Pré-

Selecionada Ameaça Brasil MA CE AM PT CAA CS MAR ÁGUA DOCE

Mamíferos Cebus xanthosternos Não CR X X X

Mamíferos Chiropotes satanas Não EN X

Mamíferos Juscelinomys candango Sim CR X

Mamíferos Kunsia fronto Não CR X

Mamíferos Leontopithecus caissara Sim CR X

Mamíferos Leontopithecus chrysomelas Não EN X

Mamíferos Leontopithecus chrysopygus Sim CR X

Mamíferos Leontopithecus rosalia Não EN X

Mamíferos Phyllomys brasiliensis Sim EN X

Mamíferos Phyllomys thomasi Sim EN X

Mamíferos Phyllomys unicolor Sim CR X

Mamíferos Saguinus bicolor Sim CR X

Mamíferos Trichechus manatus Não CR X

Mamíferos Wilfredomys oenax Não CR X X

Peixes Austrolebias adloffi Não CR X X

Peixes Austrolebias carvalhoi Sim CR X

Peixes Austrolebias charrua Não EN X X

Peixes Austrolebias cyaneus Não EN X X

Peixes Austrolebias ibicuiensis Sim CR X

Peixes Austrolebias minuano Não EN X X

Peixes Austrolebias nigrofasciatus Não EN X X

Peixes Brycon devillei Não EN X X

Peixes Brycon insignis Não CR X X

Peixes Brycon orbignyanus Não EN X X X

Peixes Campellolebias brucei Não CR X X

Peixes Characidium grajahuensis Não CR X X

Peixes Characidium vestigipinne Sim CR X

Peixes Coptobrycon bilineatus Não EN X X

Peixes Crenicichla cyclostoma Sim CR X X

Peixes Crenicichla jegui Sim CR X X

Peixes Crenicichla jupiaiensis Sim EN X X

Peixes Cynolebias griseus Não EN X X

Peixes Delturus parahybae Sim CR X

Peixes Glandulocauda melanogenys Não EN X X

Peixes Glandulocauda melanopleura Não EN X X

Peixes Harttia rhombocephala Sim CR X X

Peixes Hasemania maxillaris Sim CR X X

Peixes Hasemania melanura Sim CR X X

Peixes Hemipsilichthys garbei Sim EN X

Peixes Henochilus wheatlandii Sim CR X X

Peixes Heptaterus multiradiatus Não EN X X

Peixes Homodietus passarelii Não EN X X

Peixes Hyphessobrycon duragenys Sim CR X

Peixes Hyphessobrycon flammeus Não EN X X

Peixes Hyphessobrycon taurocephalus Sim CR X X

Peixes Kalyptodoras bahiensis Não EN X X

Peixes Lepthoplosternum tordilho Sim EN X

Peixes Leptolebias citrinipinnis Sim EN X

Peixes Leptolebias cruzi Sim CR X

Peixes Leptolebias fractifasciatus Sim CR X

Page 211: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - pos.icb.ufmg.brpos.icb.ufmg.br/pgecologia/dissertacoes/D212_patricia_koster.pdf · Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza

211

Grupo Espécie Espécie Pré-

Selecionada Ameaça Brasil MA CE AM PT CAA CS MAR ÁGUA DOCE

Peixes Leptolebias leitaoi Sim CR X

Peixes Leptolebias marmoratus Sim CR X

Peixes Leptolebias opalescens Sim CR X X

Peixes Leptolebias splendens Sim CR X X

Peixes Listrura camposi Não CR X X

Peixes Megalebias wolterstorffi Sim CR X

Peixes Nematolebias whitei Sim CR X X

Peixes Phalloptychus eigenmanni Sim CR X X

Peixes Phallotorynus fasciolatus Não EN X X

Peixes Plesiolebias xavantei Sim EN X

Peixes Pogonopoma parahybae Não CR X X

Peixes Potamobatrachus trispinosus Sim EN X

Peixes Rachoviscus crassiceps Não EN X X

Peixes Rachoviscus graciliceps Não EN X X

Peixes Sartor tucuruiense Não CR X X

Peixes Simpsonichthys auratus Sim EN X

Peixes Simpsonichthys constanciae Sim CR X

Peixes Simpsonichthys flammeus Não EN X X

Peixes Simpsonichthys marginatus Sim EN X

Peixes Simpsonichthys multiradiatus Sim EN X

Peixes Simpsonichthys myersi Não EN X X

Peixes Simpsonichthys notatus Não EN X X

Peixes Simpsonichthys santanae Sim EN X X

Peixes Simpsonichthys zonatus Sim EN X

Peixes Spintherobolus papilliferus Sim EN X

Peixes Steindachneridion amblyura Não CR X X X

Peixes Steindachneridion doceana Não CR X X

Peixes Steindachneridion parahybae Não CR X X

Peixes Steindachneridion scripta Não EN X X X X

Peixes Teleocichla cinderella Não CR X X

Répteis Bothrops alcatraz Sim CR X

Répteis Bothrops insularis Sim CR X

Répteis Bothrops pirajai Não EN X

Répteis Dipsas albifrons cavalheiroi Sim CR X

Répteis Liolaemus lutzae Não CR X

Répteis Phrynops hogei Não EN X

Répteis Placosoma cipoense Sim EN X

Fonte: Machado et. al. (2005).

Legenda: AM: Amazônia; CAA: Caatinga; CE: Cerrado; MA: Mata Atlântica, CE: Cerrado; CAA: Caatinga;

CS: Campos Sulinos; MAR: Marinho; PT: Pantanal.