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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA DANIEL MONGE DE ALMEIDA QUEIROZ EFEITO DA SAZONALIDADE SOBRE OS PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DE TAMBAQUI (Colossoma macropomum) MELHORADOS E NÃO MELHORADOS GENETICAMENTE DURANTE CRIAÇÃO SEMI-INTENSIVA CUIABÁ-MT 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA

DANIEL MONGE DE ALMEIDA QUEIROZ

EFEITO DA SAZONALIDADE SOBRE OS PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DE

TAMBAQUI (Colossoma macropomum) MELHORADOS E NÃO MELHORADOS

GENETICAMENTE DURANTE CRIAÇÃO SEMI-INTENSIVA

CUIABÁ-MT 2015

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DANIEL MONGE DE ALMEIDA QUEIROZ

EFEITO DA SAZONALIDADE SOBRE OS PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DE

TAMBAQUI (Colossoma macropomum) MELHORADOS E NÃO MELHORADOS

GENETICAMENTE DURANTE CRIAÇÃO SEMI-INTENSIVA

Trabalho de Conclusão do Curso de

Graduação em Zootecnia da Universidade

Federal de Mato Grosso, apresentado como

requisito parcial à obtenção do título de

Bacharel em Zootecnia.

Orientador: Profª. Drª. Janessa Sampaio de

Abreu Ribeiro

Supervisor de estágio supervisionado: Profª.

Drª. Janessa Sampaio de Abreu Ribeiro

CUIABÁ-MT 2015

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Aos meus pais Osvaldo G. de Queiroz e Fatima de Almeida pelo imenso e

incansável amor, apoio e paciência na vida acadêmica e pessoal.

Aos demais familiares que ao longo da minha caminhada tem me

proporcionado muito amor e força para superação.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pois sem ele não somos nada.

Em especial, a minha orientadora Drª. Janessa Sampaio de Abreu Ribeiro,

pelo suporte metodológico e intelectual, pela compreensão e paciência de mãe que

teve durante todos esses anos de graduação.

A então mestranda e atual doutoranda Mscª. Rebeca Marcos, com quem tive

a oportunidade de trabalhar e aprender.

Aos professores que atuaram direta e indiretamente na realização desse

experimento.

Aos demais professores que contribuíram e somaram na minha vida

acadêmica.

Ao CNPq pela concessão da bolsa e a Delicious Fish que disponibilizou os

peixes utilizados no experimento.

A minha família pelo aporte financeiro, logístico e motivacional durante todo

período acadêmico.

Aos amigos que tive a honra de conhecer e conviver, Ronyatta Weich, Calixto

Neto, Kyron Cabral, Mauricio Rosa, Donaldo Junior, Hariany Ferreira, Gustavo

Milamello, Juliana Madruga, Luane Fernandes e Ana Maria Fiori.

Obrigado.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Produção de pescado (t) por Unidade de Federação................................... 5

Figura 2. Espécies de peixes cultivados em Mato Grosso .......................................... 5

Figura 3. Exemplar de tambaqui (Colossoma macropomum) ..................................... 8

Figura 4. Pesagem (a esquerda) e mensuração do comprimento (a direita) dos

tambaquis (C. macropomum) durante a realização de biometria ............... 11

Figura 5. Coleta de sangue (a esquerda) de tambaqui (C. macropomum) e amostras

de sangue coletadas (a direita) acondicionadas em microtubos ................ 12

Figura 6. Hematócrito (%) de tambaquis (C. macropomum) melhorados e não

melhorados durante criação semi-intensiva em diferentes épocas do ano

(seca e água) .............................................................................................. 16

Figura 7. Glicemia (mg/dL) de tambaquis (C. macropomum) melhorados e não

melhorados durante criação semi-intensiva em diferentes épocas do ano

(seca e água) .............................................................................................. 18

Figura 8. Fator de Condição (K) de tambaquis (C. macropomum) melhorados e não

melhorados durante criação semi-intensiva em diferentes épocas do ano

(seca e água) .............................................................................................. 18

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Parâmetros de qualidade de água durante 180 dias de cultivo de tambaqui

(C. macropomum) em viveiros escavados ......................................................... 14

Tabela 2. Valores de referência do eritrograma para tambaqui (C. macropomum)... 15

Tabela 3. Parâmetros hematológicos, iônicos e metabólicos de tambaqui (C.

macropomum) melhorados (MG) e não melhorados geneticamente (NMG)

durante criação semi-intensiva em diferentes épocas do ano (seca e água) ..... 15

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LISTA DE ABREVIATURAS

CHCM Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média

Cl Cloreto

EDTA Ácido Etilenodiaminotetracético

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Er Eritrócitos

Hb Hemoglobina

Ht Hematócrito

K Fator de Condição

MG Melhorados Geneticamente

NMG Não Melhorados Geneticamente

PtT Proteína Total

RBC Valor da Contagem Total de Eritrócitos

SAS Statistical Analysis System

VCM Volume Corpuscular Médio

YSI Yellow Springs Instruments

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 3

3. REVISÃO ................................................................................................................ 4

3.1. Produção Aquícola Nacional ............................................................................. 4

3.2. Melhoramento Genético de Espécies Aquícolas no Brasil................................ 5

3.3. Qualidade da água em Piscicultura .................................................................. 7

3.4. Tambaqui (Colossoma macropomum) .............................................................. 8

4. METODOLOGIA .................................................................................................... 10

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 13

6. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 19

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 20

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RESUMO

Os programas de melhoramento genético são ferramentas necessárias para atender

a demanda do setor produtivo por animais mais eficientes e com maior

padronização, capazes de promover um maior retorno econômico para a atividade.

Portanto, o melhoramento genético, aliado a nutrição e ambiência, é um dos

principais responsáveis pelo aumento da produtividade em todos os setores da

agropecuária. Para o sucesso do programa, faz-se necessário não só a avaliação da

genética, mas também a avaliação dos parâmetros fisiológicos das linhagens

resultantes. Assim, neste trabalho foram avaliados parâmetros hematológicos e

metabólicos de tambaquis (Colossoma macropomum) oriundos do programa de

melhoramento genético (melhorados) e não melhorados geneticamente para ganho

de peso em épocas distintas (seca e águas) do ciclo de criação sistema semi-

intensiva. Um total de 400 exemplares de tambaqui foi estocado em dois viveiros

escavados, de 800 m2 e 1,80m de profundidade cada um (200 peixes/viveiro), sem

renovação de água e aeração suplementar. Destes 200 peixes estocados em cada

viveiro, 130 peixes (75,53 ± 23,49g) foram provenientes da primeira geração do

programa de melhoramento genético para seleção para ganho de peso (Tratamento

1) e 70 peixes (50,68 ± 16,68g) foram escolhidos aleatoriamente sem nenhuma

seleção (Tratamento 2 = controle) e identificados individualmente com microchips.

Aos 90 e 180 dias de cultivo, trinta animais de cada tratamento (melhorados e não

melhorados geneticamente) foram pesados, medidos para a mensuração do Fator

de condição (K) e coletado o sangue por punção caudal onde foram avaliados:

hemoglobina, hematócrito, contagem de eritrócito total, glicemia, proteína total e

cloreto, volume corpuscular médio (VCM) e concentração de hemoglobina

corpuscular média (CHCM). Os resultados foram submetidos à análise de variância

(ANOVA) e expressos através de média ± desvio padrão realizadas por meio de

teste de Tukey a 0,05 de significância. A seleção genética não influenciou os

parâmetros fisiológicos do tambaqui, os quais se alteraram em função da

sazonalidade, devido à mudanças nos parâmetros físico químicos da água em

função de diferentes épocas do ano.

Palavras-chave: crescimento, hematologia, piscicultura, pluviosidade

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1. INTRODUÇÃO

Os programas de melhoramento genético são ferramentas necessárias para

atender a demanda do setor produtivo por animais mais eficientes e com maior

padronização, capazes de promover um maior retorno econômico para a atividade

(OLIVEIRA et al., 2012). Portanto, o melhoramento genético, aliado a nutrição e

ambiência, é um dos principais responsáveis pelo aumento da produtividade em

todos os setores da agropecuária.

Considerando a inexistência de um programa de melhoramento genético de

um organismo aquático nativo no Brasil, iniciou-se em 2008 o programa de

melhoramento genético do tambaqui promovido pela Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) em parceria com várias instituições privadas e

públicas, sendo um dos núcleos satélites do programa montado no município de

Sorriso, Mato Grosso. O programa terminou em 2013 e atualmente é conduzido por

unidades produtivas privadas. Como resultado desse programa, buscou-se o

desenvolvimento de linhagens melhoradas de tambaquis para velocidade de ganho

de peso e peso ao abate, visando à redução dos custos de produção e o aumento

da produtividade.

Para o sucesso de um programa de melhoramento genético, faz-se

necessário não só a avaliação da genética, mas também a avaliação dos parâmetros

fisiológicos das linhagens resultantes, já que não existem estudos que comprovem

se ocorre alguma mudança fisiológica decorrente da alta taxa de crescimento dos

animais, o que possibilita o estudo de maior resistência, ou não, dos animais

melhorados às condições fenotípicas adversas. Uma das condições é a baixa

qualidade da água, que é um fator limitante para a sobrevivência e para a expressão

do potencial genético dos peixes, desde a eclosão dos ovos até o estágio adulto,

portanto, seu monitoramento criterioso é essencial.

Os fatores que determinam a composição e qualidade da água dos viveiros

de criação são extremamente variados e incluem processos físicos, químicos e

biológicos (Maia Junior, 2003). Dentre os principais parâmetros que devem ser

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observados destacam-se: temperatura, oxigênio dissolvido (OD), pH, condutividade

elétrica, alcalinidade, dureza, sólidos em suspensão (transparência) e amônia. Os

fatores alóctones que mais influenciam a composição do ambiente aquático são:

temperatura do ar, radiação solar, velocidade dos ventos, fluxo de água e

pluviosidade que se alteram de acordo com os períodos do ano.

Neste sentido, a depressão dos níveis de qualidade da água ideais para

criação de cada espécie aquícola pode ocasionar estresse e reduzir a habilidade na

manutenção da homeostase. Este é um dos principais fatores para perdas de lucros

na piscicultura, pois afeta o metabolismo e, consequentemente, o crescimento dos

peixes. Em casos extremos, poderá acarretar danos à criação como o aparecimento

de doenças ou mesmo a mortalidade (SIPAÚBA-TAVARES e MORENO, 1994).

Assim, neste trabalho foram avaliados parâmetros fisiológicos de tambaquis

(Colossoma macropomum) oriundos do programa de melhoramento genético

(melhorados) e não melhorados geneticamente para ganho de peso em épocas

distintas (seca e águas) do ciclo de criação sistema semi-intensivo.

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2. OBJETIVOS

Objetivou-se avaliar neste trabalho em diferentes épocas do ano (seca e águas)

os parâmetros hematológicos e metabólicos de tambaquis (Colossoma

macropomum) oriundos do programa de melhoramento genético (melhorados) e não

melhorados geneticamente para ganho de peso durante criação em sistema semi-

intensivo.

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3. REVISÃO 3.1. Produção Aquícola Nacional

A aquicultura é provavelmente o setor de produção de alimentos que mais

cresce no mundo. Sendo uma importante fonte de renda e de proteína animal em

vários países, e o Brasil acompanha esse crescimento. A criação de pescado atingiu

628,7 mil toneladas em 2011, o que representa um aumento de produção de 31,1%

em relação ao ano anterior. Esse crescimento é explicado pelo grande potencial

para o desenvolvimento da aquicultura devido à sua vasta área territorial continental

(8,5 milhões de km2) e de costa marítima (8 698 km), disponibilidade de água

potável, e condições climáticas favoráveis (BRASIL, 2011; IBGE, 2013).

Na mesma publicação, o IBGE (2013) relata que o setor da aquicultura

nacional com maior produção é a piscicultura, com 392,493 mil toneladas em 2013.

Destas, 75,630 mil toneladas foram despescados em Mato Grosso, que se destaca

como o estado líder na produção piscícola do país no ano, seguido por Paraná

(51,143 mil toneladas), Ceará (30,670 mil toneladas), São Paulo (26,715 mil

toneladas) e demais (Figura 1).

A espécie de peixe mais cultivada no Brasil é a tilápia que responde por

43,1% da produção, seguida pelo tambaqui (22,6%) e pelo grupo tambacu e

tambatinga (15,4%). Segundo o IMEA (2013), em Mato Grosso as espécies mais

criadas são os peixes redondos (pacu, tambaqui e seus híbridos tambacu e

tambatinga) com participação de 58,26% de aquisição de alevinos do total de estado

(Figura 2).

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Figura 1. Produção de pescado (t) por Unidade de Federação

Fonte: Adaptado de IBGE, 2013.

Figura 2. Espécies de peixes cultivados em Mato Grosso

Fonte: IMEA, 2013.

3.2. Melhoramento Genético de Espécies Aquícolas no Brasil

A diversidade de espécies nativas de peixes, as condições ambientais

favoráveis, o desenvolvimento e a utilização de biotécnicas de reprodução e práticas

zootécnicas adequadas ao cultivo de peixes nativos e exóticos, não são suficientes

para elevar a piscicultura continental brasileira ao patamar observado nos principais

produtores de peixes do mundo (Oliveira et al., 2012). Assim, o desenvolvimento e

utilização de indivíduos geneticamente melhorados para características de interesse

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econômico, são elementos essenciais para o desenvolvimento de qualquer atividade

pecuária.

Dessa forma, os programas de melhoramento genético de peixes são

ferramentas necessárias para atender a demanda do setor produtivo por animais

mais produtivos, capazes de promover um maior retorno econômico com a redução

dos custos de produção e o aumento da produtividade (Oliveira et al., 2012). Os

mesmos autores expõem que dos peixes exóticos cultivados no Brasil, a tilápia é a

que apresenta maior avanço na disponibilização de animais geneticamente

superiores em condições de cultivo nos trópicos. Como exemplo palpável de

sucesso, podemos citar o programa de melhoramento genético de tilápias da

Universidade Estadual de Maringá (UEM), que após quatro anos de acasalamentos,

apresentou ganhos genéticos anuais de cerca de 4% para as características ganho

em peso diário e peso vivo, e ganhos genéticos acumulados maiores que 28%.

Com o intuito de promover ganhos semelhantes ou superiores ao

melhoramento da tilápia, a projeto AQUABRASIL da EMBRAPA, em conjunto de

várias instituições privadas e públicas deram início no final de 2008 ao programa de

melhoramento genético das espécies tambaqui (Colossoma macropomum) e

cachara (Pseudoplatystoma reticulatum) nas Regiões Norte e Centro-Oeste do País,

caracterizando o primeiro programa de melhoramento genético de peixes nativos no

Brasil (OLIVEIRA et al., 2012).

O processo de seleção do tambaqui aconteceu de forma semelhante ao

realizado com a tilápia do Nilo, ou seja, foram selecionados em função dos valores

genéticos aditivos para taxa de crescimento (ganho médio diário) e peso à

despesca. A metodologia proposta para as análises dos animais do programa foi a

de Equações dos Modelos Mistos, proposta por Charles R. Henderson, na década

de 1960, que utiliza as informações de pedigree, congregadas na matriz de

parentesco, para predizer os valores genéticos dos animais.

As famílias foram montadas a partir de animais oriundos de diversas

empresas parceiras, recebendo material genético de piscicultores dos estados de

Mato Grosso, Rondônia, Tocantins e Amazonas. Os animais utilizados como

reprodutores para formação da população inicial foram avaliados por meio de

técnicas de genética molecular, a fim de constatar a variabilidade genética existente

entre os animais dos diferentes locais de origem (LEGAT el al., 2012).

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Como resultado desse programa, buscou-se o desenvolvimento de linhagens

melhoradas de tambaquis para velocidade de ganho de peso e peso ao abate,

visando à redução dos custos de produção e o aumento da produtividade. O

programa teve fim em 2013 e atualmente é conduzido por unidades produtivas

privadas.

Assim, o sucesso de qualquer atividade agropecuária a longo prazo, depende,

além do correto manejo, de indivíduos com genética superior, que só é alcançado

com programas de seleção ou melhoramento genético específico. Nestes

programas, os principais benefícios que se busca em relação à taxa de crescimento

são a redução dos custos de produção e o aumento da produtividade, sendo o

crescimento, um dos parâmetros mais importantes a ser observado do ponto de vista

econômico.

3.3. Qualidade da água em Piscicultura

A qualidade da água dos sistemas de produção de organismos aquáticos

possui características que podem variar por fatores autóctones como taxas

biológicas e processos químicos e pelos alóctones como temperatura do ar, radiação

solar, velocidade do vento e fluxo de água, que se alteram principalmente nos

períodos chuvosos, onde a erosão dos solos deixa a água com maior quantidade de

material em suspensão, acelerando o assoreamento dos açudes e viveiros e

prejudicando o bem estar dos organismos criados. Em contrapartida, a extrema

redução do nível de água dos corpos d’água, caracterizados pelos períodos de

estiagem em regiões tropicais e subtropicais também pode ser um agente

estressante para peixes (SIPAÚBA-TAVARES et al., 2003; LACHI, 2006).

Os animais que vivem nesse ambiente enfrentam essas e outras alterações,

que podem ocasionar estresse e reduzir a habilidade na manutenção da

homeostase. Tais fatores estressantes têm sido a principal causa das perdas de

lucros na piscicultura, pois afetam o metabolismo e, consequentemente, o

crescimento dos peixes. Em casos extremos, poderá acarretar danos à criação como

o aparecimento de doenças ou mesmo à morte dos peixes. Assim, o conhecimento

dos fatores que atuam diretamente na qualidade da água de viveiros de piscicultura

é importante para um melhor gerenciamento desses empreendimentos (SIPAÚBA-

TAVARES e MORENO, 1994; OBA et al., 2009).

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O estresse em piscicultura pode ser provocado de várias maneiras, além da

qualidade da água, como a manipulação e transporte dos animais, a alta densidade

de estocagem, interações biológicas e manejo alimentar. Informações fisiológicas

baseadas no estresse provocado pelas práticas de cultivo podem ser úteis no

desenvolvimento de novas e melhores técnicas para aumentar o sucesso da

produção. Alguns parâmetros fisiológicos em peixes podem ser mensurados e

funcionam como indicadores biológicos para monitoramento do estresse e saúde

animal, auxiliando na identificação da condição que o ambiente confere aos peixes

(TAVARES-DIAS e MORAES, 2004; RIOS et al., 2005).

3.4. Tambaqui (Colossoma macropomum)

O tambaqui (Colossoma macropomum) é uma espécie de peixe teleósteo

pertencente à família Characidae e subfamília Serrasalminae (Figura 3). Originário

da bacia amazônica foi introduzido nas pisciculturas dos estados ao sul a partir da

década de 70 (RANZANI-PAIVA et al., 1999).

Figura 3. Exemplar de tambaqui (Colossoma macropomum)

Fonte: http://sitiosaojudastadeu.net/piscicultura.html

É um peixe onívoro e os exemplares adultos apresentam tendências

frugívoras, ou seja, a base da alimentação é pequenos frutos e sementes (Honda,

1974). Alimentam-se também de vegetais, pequenos moluscos e insetos aquáticos

ou terrestres que caem na água. Porém, o grande atrativo dessa espécie são os

rastros branquiais grandes e fortes que os confere a capacidade de filtragem e

retenção de fito e zooplânctons presentes na água na sua dieta (Villacorta-Corrêa,

1997). Assim, esta espécie aceita facilmente rações industriais (peletizada ou

extruzada) em sua dieta, quando criados em cativeiro (GOMES et al., 2006).

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Atualmente, das espécies nativas, o tambaqui é o peixe mais cultivado no

Brasil e o segundo em números totais, atrás apenas da Tilápia do Nilo (Oreochromis

niloticus) (Brasil, 2011), que foi melhorada geneticamente durante longo tempo. No

caso do tambaqui, a melhoria de produtividade somente vem sendo explorada pela

hibridação, na qual a heterose é alcançada proveniente de cruzamentos simples

como o tambacu, fêmea de tambaqui (Colossoma macropomum) com macho de

pacu (Piaractus mesopotamicus) ou a tambatinga, fêmea de tambaqui (C.

macropomum) com macho de pirapitinga (Piaractus brachypomus), porém, esse

ganho é restrito à primeira geração (HUANG e LIAO, 1990; MARCOS, 2014).

Através do programa de melhoramento genético para o tambaqui iniciado em

2008 pela EMBRAPA em parceria com várias instituições privadas e públicas no

Brasil, buscou-se o desenvolvimento de linhagens melhoradas de tambaquis para

velocidade de ganho de peso e peso ao abate, o que representa um ganho genético

em gerações.

O tambaqui vem se destacando no cenário nacional, por ser bem apreciado

pelo consumidor, ter cultivo facilitado pelo domínio de técnicas de manejo alimentar,

de transporte, reprodução induzida, ter rápido crescimento e boa conversão

alimentar, além de ter boa rusticidade como tolerância a baixas concentrações de

oxigênio dissolvido na água, resistência a alterações em parâmetros físico-químicos

da água, condições estressantes e manejo (Castagnolli, 1992; Rolim, 1999; Gomes

et al., 2003). Ainda que a espécie tenha boa rusticidade, esses fatores estressantes,

unidos ao fotoperiodísmo e disponibilidade de nutrientes, influenciam diretamente

em seu desenvolvimento, alterando seu funcionamento fisiológico. Isso pode

prejudicar o crescimento e reprodução afetando assim, os limites genéticos tão

almejados em uma produção piscícola (SANTOS, 2004).

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4. METODOLOGIA

O trabalho foi conduzido no setor de Piscicultura da Fazenda Experimental da

Universidade Federal de Mato Grosso.

A primeira geração de seleção para ganho em peso do tambaqui foi no núcleo

de melhoramento genético localizado na Piscicultura Delicious Fish, em Sorriso/MT,

a qual também forneceu os tambaquis sem qualquer seleção genética.

Um total de 400 exemplares de tambaqui foi estocado em dois viveiros

escavados, de 800 m2 e 1,80m de profundidade cada um (200 peixes/viveiro), com

renovação parcial de água (média de 10%) e sem aeração suplementar. Destes 200

peixes estocados em cada viveiro, 130 peixes (75,53 ± 23,49g) foram provenientes

da primeira geração do programa de melhoramento genético para seleção para

ganho de peso (Tratamento 1) e 70 peixes (50,68 ± 16,68g) foram escolhidos

aleatoriamente sem nenhuma seleção (Tratamento 2 = controle) e identificados

individualmente com microchips.

Os grupos genéticos de tambaqui (melhorados geneticamente e o controle)

foram alocados nos viveiros escavados na densidade de 0,5 kg/m2. Os peixes eram

alimentados duas vezes ao dia (09:00 e 16:00 horas) com ração extrusada e teor de

proteína bruta de 32%. A quantidade de ração fornecida teve média de 2,83% do

peso vivo dia-1 durante o período experimental, e era ajustada mensalmente de

acordo com a fase desenvolvimento dos peixes e, acompanhada através das

biometrias.

Após 90 dias (época de seca) e 180 dias (época das águas) de cultivo, 30

animais de cada tratamento (melhorados e não melhorados geneticamente) foram

anestesiados com solução de Eugenol, pesados (Balança Toledo 9094) e medidos

(Figura 4) com auxílio de um ictiômetro e a relação peso-comprimento (Fator K) foi

calculada utilizando a equação Fator K = [P / C]* 100, onde “P” é o peso total em

gramas e “C” o comprimento total em centímetros, multiplicado por 100, para ser

expresso em porcentagem.

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Figura 4. Pesagem (a esquerda) e mensuração do comprimento (a direita) dos tambaquis (C. macropomum) durante a realização de biometria

Fonte: Arquivo pessoal

Após 24 horas de realizada a biometria, o sangue dos peixes foi coletado por

punção caudal (Figura 5) com seringas preparadas com anticoagulantes (EDTA e

fluoreto) e sem anticoagulante. Nas amostras sanguíneas foram avaliados:

hemoglobina (kit Labtest®), hematócrito (centrífuga HT CM-610, centrifugação por 5

minutos a 12.000 rpm) e contagem de eritrócito total, realizada em câmara de

Neubauer, após diluição em solução de corante formol citrato sob microscópio

óptico. Em seguida, o sangue foi centrifugado (micro centrífuga Spin100

centrifugação por 10 minutos a 3300 x g) para separação do plasma/soro os quais

foram congelados (-20ºC) para posterior análise de glicemia, proteína total e cloreto,

através de kit comercial (Labtest®).

Durante todo o período experimental, os parâmetros de qualidade de água

foram monitorados para análise de temperatura e oxigênio dissolvido (oxímetro

digital Yellow Springs Instruments (YSI 55), pH (peagâmetro digital Quimis®

Q400BC), alcalinidade (a partir da solução indicadora de metil laranja) e amônia total

(Kit Policontrol®).

As constantes corpusculares, volume corpuscular médio (VCM) e

concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) foram determinadas

utilizando os métodos descritos por Brow (1976), e expressas em porcentagem, pela

fórmula: VCM (μm3) = (Ht) x 10/RBC e CHCM (%) = [(Hb) /(Ht)] x 100, onde “Ht”

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representa o valor de hematócrito, “RBC” o valor da contagem total de eritrócitos e

“Hb” o valor da concentração de hemoglobina.

Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) utilizando o

programa estatístico Statistical Analysis System (SAS INSTITUTE, 2008). Os

resultados foram expressos através de média ± desvio padrão da média e as

comparações de médias realizadas por meio de teste de Tukey, com nível de

significância de 0,05.

Figura 5. Coleta de sangue (a esquerda) de tambaqui (C. macropomum) e amostras de sangue coletadas (a direita) acondicionadas em microtubos

Fonte: Arquivo pessoal.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A média das variáveis físico-químicas da água analisadas neste estudo, tanto

para época da Seca quanto para Águas (Tabela 1) mantiveram-se dentro dos limites

aceitáveis para criação de tambaquis (Araújo-Lima e Goulding, 1997). Porém, neste

trabalho, os parâmetros coletados durante a época das águas apresentaram maior

oscilação quando comparado à época da seca.

A alcalinidade total é a capacidade da água de neutralizar sua acidez. Esse

valor é dado pela soma de bases tituláveis totais. De acordo com Sipaúba-Tavares

(1994), a alcalinidade recomendada para o cultivo em viveiros deve ser mais de 20

mg de CaCO3/L, sendo 200 a 300 mg de CaCO3/L os valores ideais, contudo,

oscilações destes valores, mesmo que acima do recomendado, torna-se um fator

estressante para peixes. Neste trabalho foi verificado durante todo o período

experimental níveis de alcalinidade dentro do recomendado segundo a autora,

contudo, no período chuvoso foi observada maior variação deste parâmetro,

indicado pelos altos desvios padrão observados (54,80 ± 22,64 mg de CaCO3/L).

Segundo Mercante et al. (2005), a oscilação da alcalinidade no período

chuvoso pode ser relacionada com as chuvas que diluem as concentrações de cálcio

adicionado no sistema (calagem) e outras bases tituláveis dos viveiros, o que

consequentemente poderia facilitar alterações bruscas do pH durante o dia.

Contudo, neste trabalho o pH da água variou entre 6,4 e 6,5, não sendo observadas

alterações bruscas neste parâmetro durante todo o período experimental. O manejo

de calagem nos viveiros, realizado antes de iniciar o experimento, repõe cálcio, o

que eleva a alcalinidade total e mantém os sistemas tamponados evitando essas

bruscas oscilações do pH.

Durante o período chuvoso (31,04ºC) verificou-se que os valores de

temperatura aumentaram em relação ao período seco (27,23ºC), fato esperado, pois

essa variável está relacionada diretamente com o clima do período. Entretanto, os

valores para temperatura em ambas estações encontram-se em faixa ótima para o

crescimento do tambaqui, já que temperaturas abaixo de 22ºC tendem a suprimir

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seu crescimento, podendo levar a morte quando abaixo de 16ºC (Proença e

Bittencourt, 1994). De acordo com Kubitza (1999), as espécies tropicais

normalmente apresentam ótimo crescimento em temperaturas variando de 28 a

32ºC.

A temperatura da água, juntamente com a pressão atmosférica, também

influencia nos níveis de oxigênio dissolvido na água dos viveiros, alterando sua

solubilidade, que diminui conforme aumenta a temperatura. Outro fator ambiental

que influencia no OD é a pluviosidade e renovação de água nos viveiros, que é

proporcional ao fluxo de água disponível para renovação. Quanto maior o fluxo de

água, maior o fornecimento de oxigênio. A taxa de renovação utilizada depende da

disponibilidade de água, que aumenta no período chuvoso (Kubitza, 1999). Esse

fenômeno explica o maior nível de OD verificado no período das águas (4,46 mg/L)

no presente estudo.

A renovação de água durante o período das chuvas pode ter contribuído para

diminuir a população de microorganismos nitrificantes no sistema aquático,

resultando em maiores níveis de amônia na época chuvosa (0,1516 mg/L). Durante

a renovação, a água do fundo é retirada, e é justamente neste nicho que estão boa

parte das bactérias quimioautotróficas, que são capazes de oxidar amônia do

sistema aquático, transformando-a em nitrito pelas bactérias do gênero

Nitrosomonas e posteriormente em nitrato pelas bactérias do gênero Nitrobacter,

através de processos de nitritação e nitratação, respectivamente. Essa nitrificação é

um processo muito importante para reduzir a concentração de amônia da água dos

viveiros de aquicultura, o que é extremamente positivo, porque a amônia é

potencialmente tóxica (QUEIROZ e BOEIRA, 2007).

Tabela 1. Parâmetros de qualidade de água durante 180 dias de cultivo de tambaqui (C.

macropomum) em viveiros escavados

Parâmetros de qualidade de água

Seca Águas

Oxigênio dissolvido (mg/L) 3,49±0,96 4,46±2,10

Temperatura (°C) 27,23±1,09 31,04±2,15

pH 6,50±0,62 6,42±0,34

Alcalinidade (CaCO3/L) 35,40±8,77 54,80±22,64

Amônia total (mg/L) 0,0414±0,03 0,1516±0,08

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Nos fatores hematológicos não houve diferenças significativas nas médias de

hemoglobina, contagem de eritrócitos e constantes corpusculares (VCM e CHCM)

entre peixes melhorados e não melhorados geneticamente. Exceto VCM, todos os

valores encontrados estão de acordo com os valores referência relatados para a

espécie (C. macropomum) conforme apresentado na tabela 2. Os altos desvios

padrão observados para este parâmetro (VCM) podem estar relacionados à variação

individual no tempo de recuperação dos peixes, após o estresse sofrido com o

manejo da biometria.

Assim como os parâmetros hematológicos, proteína total e cloreto também

não diferiram estatisticamente entre os peixes melhorados e não melhorados.

Porém, todos eles diferiram entre os regimes hídricos do ano, seca e água (Tabela

3). Destes, VCM e proteína total foram os únicos que apresentaram-se

significativamente menores no período das águas.

Tabela 2. Valores de referência do eritrograma para tambaqui (C. macropomum)

Parâmetros Mínimo/Máximo Intervalo de Referência

Eritrócitos (x 106μL) 1,250 – 2,960 1,625 – 3,383

Hematócrito (%) 26,0 – 38,0 36,0 – 40,0

Hemoglobina (g/dL) 6,3 – 13,7 8,9 – 10,9

VCM (fL) 70,8 – 123,7 112,7 – 192,6

CHCM (g/dL) 20,2 – 30,5 26,2 – 49,6

Fonte: Adaptado de Hematologia: ferramenta para o monitoramento do estado de saúde de peixes

em cultivo. (TAVARES DIAS et al., 2009).

Tabela 3. Parâmetros hematológicos, iônicos e metabólicos de tambaqui (C. macropomum)

melhorados (MG) e não melhorados geneticamente (NMG) durante criação semi-intensiva

em diferentes épocas do ano (seca e água)

Hb

(g/dL)

Er

(células x106 /µL)

VCM

(fL)

CHCM

(g/dL)

PtT

(g/dL)

Cl

(mEq/L)

MG 12,66 ± 2,42 2,00 ± 0,59 229,77 ± 62,03 29,45 ± 5,03 4,88 ± 1,27 132,25 ± 14,68

NMG 12,38 ± 2,59 2,07 ± 0,76 234,70 ± 84,17 28,61 ± 6,51 4,79 ± 0,84 130,19 ± 21,66

Seca 11,35 ± 2,04b 1,70 ± 0,34b 258,26 ± 61,19a 26,49 ± 4,20b 5,11 ± 1,37a 120,96 ± 3,96b

Água 13,71 ± 2,35a 2,37 ± 0,77a 204,64 ± 74,93b 31,64 ± 5,97a 4,57 ± 0,59b 141,74 ± 21,08a

Hb: hemoglobina; Er: número de eritrócitos; VCM: volume corpuscular médio; CHCM: hemoglobina

corpuscular média; PtT: proteína total; Cl: cloreto.

Média ± desvio padrão. Médias seguidas de letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo Teste de

Tukey a 5% de probabilidade.

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O hematócrito pode ser indicador da capacidade de transporte de oxigênio

dos peixes e é relacionado à concentração de oxigênio disponível no habitat do

animal (Silva et al., 2012). Neste trabalho, foi observada interação entre tratamentos

e tempos de amostragem para hematócrito, sendo que no período da seca, este

parâmetro foi significativamente menor (40,95 ± 3,9%) nos peixes melhorados

geneticamente quando comparado ao dos peixes não melhorados (43,45 ± 3,17%) e

aumentou no período de água (44,42 ± 3,5%) (Figura 6).

Figura 6. Hematócrito (%) de tambaquis (C. macropomum) melhorados e não melhorados durante

criação semi-intensiva em diferentes épocas do ano (seca e água). Letras diferentes

indicam diferenças significativas entre os tratamentos em cada tempo de amostragem.

Asterisco indica diferenças significativas de cada tratamento entre os tempos de

amostragem, ambos pelo teste de Tukey a 5% de significância.

A hematologia vem se tornando um precioso instrumento no conhecimento

das alterações fisiológicas que ocorrem nos peixes (Lopes et al.,2007). Contudo,

diferenças ocorrem nesses parâmetros porque diversos fatores tais como sexo,

tamanho, estado nutricional do animal, entre outros, podem contribuir para variação

quantitativa das variáveis sanguíneas (Tavares Dias et al., 1998) e, por esta razão,

as respostas hematológicas devem ser consideradas indicadores auxiliares no

diagnóstico de saúde do animal.

A glicemia e Fator de condição (Fator K) não diferiram significativamente

entre tratamentos na época da seca, mas durante as águas estes parâmetros nos

peixes não melhorados foram significativamente menores do que nos melhorados

geneticamente (Figuras 7 e 8).

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O aumento da glicose está normalmente relacionado a situações

estressantes que envolvem a liberação de cortisol e outros hormônios,

principalmente catecolaminas (Mommsen et al., 1999). No presente trabalho,

independente da época do ano, os valores glicêmicos verificados tanto em

tambaquis melhorados como não melhorados geneticamente foram altos (117,61 a

144,76 mg/dL) quando comparados aos valores basais relatados para a espécie nos

trabalhos de Brandão et al. (2004) e Chagas (2007), que foram 51–65 mg/dL e

57,89–62,29 mg/dL respectivamente. Isto pode ser explicado pelo fato de que no dia

anterior à coleta de sangue, foi realizada a biometria dos peixes, os quais foram

capturados, anestesiados, pesados, medidos e acondicionados em gaiolas de

polipropileno para coleta de sangue 24 horas após este procedimento. O estresse

sofrido com este manejo provocou aumento da glicemia dos peixes e os resultados

deste parâmetro evidenciaram que não houve recuperação ao basal dos valores

glicêmicos no período de 24 horas após a biometria.

Os maiores valores verificados no período das águas, para maior parte dos

parâmetros estudados pode estar relacionado ao fato de que na época chuvosa, os

peixes demoraram mais a se recuperar do estresse sofrido com a biometria, ou seja,

os parâmetros se alteraram em resposta ao estresse imposto com o manejo

biométrico e 24 horas após o procedimento ainda estavam elevados. Na época da

seca, a recuperação dos peixes pode ter sido mais rápida, em decorrência de menor

amplitude de variação nos parâmetros físico-químicos da água durante esse

período, resultando em valores menores quando comparado ao período de chuvas.

O fator de condição (K) é uma medida quantitativa do bem-estar do peixe, isto

é, ele indica a relação da sua condição corporal e seu estado fisiológico com o seu

habitat. Em condições normais, esse fator se mantém constante independentemente

do tamanho do peixe em um determinado estágio de vida (Gomiero e Braga, 2003;

Lemos et al., 2007). Neste estudo, na época das águas, peixes não melhorados

apresentaram menor fator de condição em relação aos melhorados, o que indica que

houve alterações nas condições corporais dos animais geneticamente modificados.

A época das águas representou neste trabalho 180 dias de cultivo, período em que o

fator K apresentou-se significativamente mais elevado nos peixes melhorados

geneticamente. Esta observação corrobora com o relatado por Marcos (2014), que

verificou em tambaquis melhorados maior peso final, ganho de peso diário e

crescimento morfométrico quando comparados ao controle (sem melhoramento).

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Figura 7. Glicemia (mg/dL) de tambaquis (C. macropomum) melhorados e não melhorados durante

criação semi-intensiva em diferentes épocas do ano (seca e água). Letras diferentes

indicam diferenças significativas entre os tratamentos em cada tempo de amostragem.

Asterisco indica diferenças significativas de cada tratamento entre os tempos de

amostragem, ambos pelo teste de Tukey a 5% de significância.

Figura 8. Fator de Condição (K) de tambaquis (C. macropomum) melhorados e não melhorados

durante criação semi-intensiva em diferentes épocas do ano (seca e água). Letras

diferentes indicam diferenças significativas entre os tratamentos em cada tempo de

amostragem. Asterisco indica diferenças significativas de cada tratamento entre os tempos

de amostragem, ambos pelo teste de Tukey a 5% de significância.

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6. CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos, conclui-se que a seleção genética não

influenciou os parâmetros fisiológicos do tambaqui, os quais se alteraram em função

do estresse sofrido pelo manejo da biometria a qual os animais foram submetidos e

a sazonalidade influenciou o retorno dos peixes a homeostase, devido à mudanças

nos parâmetros físico-químicos da água em função de diferentes épocas do ano.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho foi fruto de um programa de iniciação científica. Com ele, pude

ampliar meus conhecimentos em piscicultura, tanto no aspecto prático quanto no

aprofundamento dos conhecimentos científicos e metodológicos, me despertando

para a atividade de desenvolvimento de pesquisas científicas na área.

O exercício de adaptação e superação de situações adversas também foi

muito importante, pois alguns obstáculos tiveram que ser superados durante o

experimento, como problemas de algas em um viveiro experimental, convivência

com predadores naturais como aves, morcegos e répteis, dificuldades na captura

dos peixes para as coletas de dados (biometrias mensais e coleta de sangue), já

que não era sempre possível capturar todos os peixes dos viveiros.

Em um trabalho científico, a figura de um bom orientador tem extrema

importância para o sucesso da pesquisa, bem como a boa relação dele com seus

orientados. Neste sentido, considero a relação que tive com minha orientadora muito

proveitosa e instrutiva.

A exemplo de outras culturas animais, o progresso da aquicultura só é

possível com o desenvolvimento de animais superiores que consequentemente

promove o avanço da produção animal. Assim, pioneirismo deste programa de

melhoramento genético merece destaque, uma vez que seu início visa preencher

uma lacuna da piscicultura continental de peixes nativos no Brasil, propondo uma

nova etapa em seus níveis de produção. Porém, deve-se ter a preocupação com a

possível depressão dos níveis metabólicos seguros ao bem estar dos animais.

Os resultados obtidos neste trabalho nos alerta para a necessidade do

constante monitoramento da qualidade da água dos viveiros de criação, pois eles

têm alta relação com as condições climáticas. Ter o entendimento das alterações na

composição da água que ocorrem durante os diferentes regimes hídricos do ano

facilita ao produtor traçar estratégias de criação para maior lucratividade, bem como

para tomada de decisão em possíveis momentos de níveis críticos da qualidade da

água.

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