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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CAMPUS DE CHAPADÃO DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA GILSON BÁRBARO BARBOSA JUNIOR VIABILIDADE NO USO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO SISTEMA DE CULTIVO DE SOJA CHAPADÃO DO SUL – MS 2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

CAMPUS DE CHAPADÃO DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

GILSON BÁRBARO BARBOSA JUNIOR

VIABILIDADE NO USO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS

NO SISTEMA DE CULTIVO DE SOJA

CHAPADÃO DO SUL – MS

2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

CAMPUS DE CHAPADÃO DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

GILSON BÁRBARO BARBOSA JUNIOR

VIABILIDADE NO USO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS

NO SISTEMA DE CULTIVO DE SOJA

Orientadora: Profa. Dra. Elisângela de Souza Loureiro

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Mato Grosso do Sul, como

parte dos requisitos para obtenção do

título de Mestre em Agronomia, área de

concentração: Produção Vegetal

CHAPADÃO DO SUL – MS

2020

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AGRADECIMENTOS

Gratidão à Deus pelo dom da vida e por permitir o cumprimento de mais esta etapa.

Ao Programa de Pós-graduação em Agronomia Produção Vegetal, pela oportunidade de

cursar o mestrado.

Agradeço a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) por disponibilizar às

dependências do Laboratório de Entomologia/Microbiologia, bem como, o acesso a área

experimental para realização dos experimentos.

À minha orientadora Elisângela de Souza Loureiro pela dedicação e auxílio em todas as

etapas deste projeto.

Aos membros da banca examinadora, Dr. Luis Gustavo Amorim Pessoa e a Dra. Pamella

Mingotti Dias, pelo aceite de participação, correções e sugestões para melhoria destes artigos.

Aos professores do Programa de Pós-graduação em Agronomia Produção Vegetal, pelo

conhecimento prático e teórico repassado, através das disciplinas lecionadas.

Ao secretário Sinomar, pela disponibilidade e suporte neste período.

Aos membros do grupo de pesquisa LAMIP, pelo auxílio na condução dos bioensaios.

Ao professor, Dr. Paulo Eduardo Teodoro, pelo auxílio na análise dos dados estatísticos.

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO I

Anexos

Figure S1. Vegetative growth of Metarhizium rileyi (UFMS 03), after seven days of

cultivation in culture medium (BDA), containing the fungicides and adjuvant used in the

management of diseases in soybeans. (A) control (without adding products); (B) Fox Xpro®;

(C) Sphere Max®; (D) Orkestra®; (E) Elatus®; (F) Vessarya®; (G) Aureo®. (Photos registered

with a 13 Mpx camera).

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO I

Table 1. Recommended fungicides and adjuvants for disease management in soy

(AGROFIT, 2019).

Table 2. Vegetative growth (cm ± EP), conidia production (1 × 107 ± EP) and germination mean (% ± EP) of M. rileyi in the presence of different fungicides and adjuvant (T: 25 ± 1 ° C, UR: 70 ± 10% and 12:12 h photoperiod (L: D)).

Table 3. Classification of fungicides and adjuvant according to their toxicity (Biological Index value = IB), following the methodology of Rossi-Zalaf et al., (2008).

CAPÍTULO II

Tabela 1. Inseticida microbiológico, inseticida químico e fungicidas recomendados

para o manejo de pragas e doenças em soja (AGROFIT, 2020).

Tabela 2. Descrição dos tratamentos.

Tabela 3. Número médios (médias ± erro padrão) de insetos vivos observados na

1ª avaliação, após aplicação dos tratamentos em soja safra (2018/2019), Chapadão

do Sul, MS.

Tabela 4. Número médios (médias ± erro padrão) de insetos vivos observados na 2ª avaliação, após aplicação dos tratamentos em soja safra (2018/2019), Chapadão do Sul, MS.

Tabela 5. Número médios (médias ± erro padrão) de insetos vivos observados na 3ª avaliação, após aplicação dos tratamentos em soja safra (2018/2019), Chapadão do Sul, MS.

Tabela 6. Número médios (médias ± erro padrão) de insetos vivos observados na 4ª avaliação, após aplicação dos tratamentos em soja safra (2018/2019), Chapadão do Sul, MS.

Tabela 7. Número médios (médias ± erro padrão) de insetos vivos observados na 5ª avaliação, após aplicação dos tratamentos em soja safra (2018/2019), Chapadão do Sul, MS.

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RESUMO

Os fungos entomopatogênicos Metarhizium rileyi e Beauveria bassiana são microrganismos benéficos de origem do solo, que atuam na regulação de populações de artrópodes-pragas de forma aplicada ou através de epizootias. Estes entomopatógenos compõem uma das estratégias de manejo integrado de pragas da soja e, muitas vezes estão sujeitos às interações com outros produtos fitossanitários, com possíveis efeitos de incompatibilidade, ou ainda, sinergismo. Visando propiciar a sanidade da soja, sem intervir no desenvolvimento e sobrevivência dos fungos entomopatogênicos, a presente pesquisa teve como objetivo avaliar a viabilidade do uso de M. rileyi e B. bassiana junto aos outros produtos fitossanitários recomendados para o sistema de cultivo de soja. Os experimentos foram separados em 2 bioensaios, o 1º bioensaio teve como objetivo avaliar a compatibilidade dos fungicidas (Fox Xpro®, Sphere Max®, Orkestra®, Elatus®, Vessarya®) e adjuvante (Aureo®), sobre o desenvolvimento de M. rileyi (strain UFMS 03) “in vitro”. Foram avaliados os efeitos dos produtos fitossanitários sobre o crescimento vegetativo (cm), produção de conídios e germinação (%) de M. rileyi (UFMS 03) na presença dos diferentes fungicidas e adjuvante. Após a obtenção dos dados foi calculado o fator de compatibilidade (índice biológico = IB). Os resultados demonstraram que todos os produtos reduziram a esporulação do M. rileyi, porém o fungicida Elatus® e o adjuvante Aureo® apresentam compatibilidade à M. rileyi (UFMS 03). O fungicida Orkestra® foi moderadamente tóxico à M. rileyi (UFMS 03), com interferência negativa sobre crescimento vegetativo e esporulação. Os fungicidas Fox Xpro®, Sphere Max® e Vessarya® apresentam toxidade à M. rileyi reduzindo o crescimento vegetativo e esporulação deste isolado. Para o 2º bioensaio os testes foram conduzidos em campo e teve por objetivo avaliar a ação patogênica de Boveril® em sistema de cultivo de soja com intervalos de aplicações de: (3, 6 e 9 dias, antes = DB), dos fungicidas Fox Xpro®, Sphere Max®, Orkestra® e Vessarya® e (3, 6 e 9 dias, após = DA) os fungicidas. Este bioensaio foi composto por Delineamento em Blocos ao Acaso (DBC), com 13 tratamentos, onde: T1- testemunha (isenta de aplicações); T2- inseticida piretroide Turbo®; T3- Boveril® (testemunha positiva DB); T4- Boveril® × Fox Xpro®; DB; T5- Boveril® × Sphere Max® DB; T6- Boveril® × Orkestra® DB; T7- Boveril® × Vessarya® DB; T8- Turbo® (DA); T9- Boveril® (testemunha positiva, DA); T10- Boveril® × de Fox Xpro® DA; T11- Boveril® × Sphere Max®

DA; T12- Boveril® × Orkestra® DA; T13- Boveril® × Vessarya® DA. As avalições ocorreram a cada 7 dias com o número de insetos vivos por tratamento. Os dados obtidos foram submetidos a ANOVA e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott (p ≤ 0,05). Durante todas as amostragens, houve ocorrência de Chrysodeixis includens e todos os tratamentos variaram quanto ao número de insetos vivos e tamanho de lagartas. Não foi possível identificar efeitos negativos dos fungicidas avaliados em relação à densidade populacional de C. includes, pois em todos os períodos avaliados não houve médias de lagartas vivas superior à testemunha negativa.

Palavras-chave: Glycine max, produtos fitossanitários, manejo integrado de pragas,

manejo de doenças, compatibilidade.

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ABSTRACT

Entomopathogenic fungi Metarhizium rileyi and Beauveria bassiana are beneficial

microorganisms of soil origin, which act in the regulation of populations of arthropod-pests

in an applied manner or through epizootics. These entomopathogens make up one of the

strategies for integrated soybean pest management and are often subject to interactions with

other phytosanitary products, with possible incompatibility effects, or even synergism. In

order to promote the health of soybeans, without intervening in the development and survival

of entomopathogenic fungi, the present research aimed to evaluate the feasibility of using M.

rileyi and B. bassiana together with the other phytosanitary products recommended for the

soybean cultivation system. The experiments were separated into 2 bioassays, the first

bioassay aimed to assess the compatibility of fungicides (Fox Xpro®, Sphere Max®,

Orkestra®, Elatus®, Vessarya®) and adjuvant (Aureo®), on the development of M. rileyi

(strain UFMS 03) “in vitro”. The effects of phytosanitary products on vegetative growth

(cm), conidia production and germination (%) of M. rileyi (UFMS 03) in the presence of

different fungicides and adjuvants were evaluated. After obtaining the data, the compatibility

factor was calculated (biological index = IB). The results showed that all products reduced

the sporulation of M. rileyi, however the fungicide Elatus® and the adjuvant Aureo® are

compatible with M. rileyi (UFMS 03). The fungicide Orkestra® was moderately toxic to M.

rileyi (UFMS 03), with negative interference on vegetative growth and sporulation. The

fungicides Fox Xpro®, Sphere Max® and Vessarya® present toxicity to M. rileyi reducing the

vegetative growth and sporulation of this isolate. For the second bioassay the tests were

conducted in the field and aimed to evaluate the pathogenic action of Boveril® in a soybean

cultivation system with application intervals of: (3, 6 and 9 days, before = DB), of fungicides

Fox Xpro®, Sphere Max®, Orkestra®, and Vessarya® and (3, 6 and 9 days, after = DA)

fungicides. This bioassay was composed by Randomized Block Design (DBC), with 13

treatments, where: T1- control (exempt from applications); T2- Turbo® pyrethroid

insecticide; T3- Boveril® (DB positive control); T4- Boveril® × Fox Xpro®; DB; T5- Boveril®

× Sphere Max® DB; T6- Boveril® × Orkestra® DB; T7- Boveril® × Vessarya® DB; T8-

Turbo® (DA); T9- Boveril® (positive control, DA); T10- Boveril® × from Fox Xpro® DA;

T11- Boveril® × Sphere Max® DA; T12- Boveril® × Orkestra® DA; T13- Boveril® ×

Vessarya® DA. The evaluations took place every 7 days with the number of live insects per

treatment. The data obtained were submitted to ANOVA and the means compared by the

Scott-Knott test (p ≤ 0.05). During all samplings, Chrysodeixis includens occurred and all

treatments varied in number of live insects and size of caterpillars. It was not possible to

identify negative effects of the fungicides evaluated in relation to the population density of

C. includes, because in all the evaluated periods there were no live caterpillar averages higher

than the negative control.

Keywords: Glycine max, phytosanitary products, integrated pest management, disease

management, compatibility.

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SUMÁRIO

RESUMO .............................................................................................................................. 1

ABSTRACT .......................................................................................................................... 1

CAPÍTULO 1 ........................................................................................................................ 4

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7

2. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 9

2.1 Obtenção dos fungicidas, adjuvante e Metarhizium rileyi ...................................... 9

2.2 Bioensaios de compatibilidade .............................................................................. 10

2.3 Análise estátisica ................................................................................................... 12

3. RESULTADOS ............................................................................................................... 12

4. DISCUSSÕES ................................................................................................................. 14

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 17

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 17

CAPÍTULO 2 ...................................................................................................................... 24

VIABILIDADE NO USO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO SISTEMA DE

CULTIVO DE SOJA .......................................................................................................... 24

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 26

2. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 28

2.1. Preparo da área experimental e semeadura ............................................................ 28

2.2. Obtenção dos produtos fitossanitários recomendados para o manejo da soja ....... 29

3. RESULTADOS ............................................................................................................ 31

4. DISCUSSÕES .............................................................................................................. 38

5. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 39

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 40

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CAPÍTULO 1

COMPATIBILIDADE DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS AO FUNGO

ENTOMOPATOGÊNICO Metarhizium rileyi

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COMPATIBILIDADE DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS AO FUNGO

ENTOMOPATOGÊNICO Metarhizium rileyi

Resumo: Com intuito de manter a sanidade de plantas de soja e garantir a sobrevivência

dos fungos entomopatogênicos que proporcionam epizootias sobre artrópodes-pragas na

sojicultura, este estudo teve por objetivo avaliar a compatibilidade dos fungicidas (Fox®

Xpro, Sphere® Max, Orkestra®, Elatus®, Vessarya®) e adjuvante (Aureo®), com o

entomopatogênico Metarhizium rileyi (isolado UFMS 03) “in vitro”. Foram avaliados os

efeitos dos produtos fitossanitários sobre o crescimento vegetativo (cm), produção de

conídios e germinação (%) de M. rileyi na presença dos diferentes fungicidas e adjuvante.

Após a obtenção dos dados foi calculado o fator de compatibilidade (índice biológico = IB).

O fungicida Elatus® e o adjuvante Aureo® apresentaram compatibilidade à M. rileyi e não

interferem no crescimento vegetativo. O fungicida Orkestra® foi moderadamente tóxico à

M. rileyi, com interferência negativa sobre crescimento vegetativo e esporulação. Os

fungicidas Fox® Xpro, Sphere® Max e Vessarya® apresentam toxidade à M. rileyi reduzindo

o crescimento vegetativo e esporulação deste isolado. Todos os produtos fitossanitários

reduziram a esporulação de M. rileyi, porém o fungicida Elatus® e o adjuvante Aureo®

podem ser utilizados no manejo visando a conservação de M. rileyi, por serem compatíveis.

Palavaras-chaves: Glycine max, manejo de doenças, controle biológico; lepidópteros-

pragas, entomopatogênico, agrotóxicos, “in vitro”, Índice Biológico, tóxico, compatível

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Abstract: In order to maintain the health of soybean plants and ensure the survival of

entomopathogenic fungi that provide epizootics on arthropod-pests in soybean, the present

study aimed to assess the compatibility of fungicides (Fox® Xpro, Sphere® Max, Orkestra®,

Elatus®, Vessarya®) and adjuvant (Aureo®), with the entomopathogenic Metarhizium rileyi

(strain UFMS 03) “in vitro”. The effects of phytosanitary products on vegetative growth

(cm), conidia production and germination (%) of M. rileyi were evaluated in the presence of

different fungicides and adjuvants. After obtaining the data, the compatibility factor was

calculated (biological index = BI). The fungicide Elatus® and the adjuvant Aureo® were

compatible with the M. rileyi and did not interfere with vegetative growth. The fungicide

Orkestra® was moderately toxic to M. rileyi, with negative interference on vegetative growth

and sporulation. The fungicides Fox Xpro®, Sphere Max® and Vessarya® present toxicity to

M. rileyi reducing the vegetative growth and sporulation of this isolate. All phytosanitary

products reduced the sporulation of M. rileyi, however, the fungicide Elatus® and the adjuvant

Aureo® can be used in the management aiming at the conservation of M. rileyi, since they

are compatible.

Keywords: Glycine max, disease management, biological control; lepidopteran-pests,

entomopathogenic, pesticides, “in vitro”, Biological Index, toxic, compatible

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RESUMO GRÁFICO

1. INTRODUÇÃO

O cenário agrícola brasileiro apresenta crescimento exponencial em produtividade de

soja (Glycine max), com acréscimo na exportação desta commodity entre 2004 e 2018

(CONAB, 2018). A expansão das áreas agricultáveis e tecnologias implantadas foram os

principais fatores que proporcionaram este incremento na produção (EMBRAPA, 2018).

A tecnologia e os insumos contribuíram significativamente com a produção agrícola, no

entanto, mudanças climáticas, alterações no sistema de cultivo e uso indiscriminado de

agrotóxicos acompanharam o progresso da agricultura, repercutindo em problemas como:

surtos de doenças, ressurgimento de pragas-chave, ocorrência de pragas secundárias e seleção

de populações de artrópodes resistentes (MOURÃO et al., 2003; SOSA-GOMEZ et al., 2003;

BUENO et al., 2007; IRAC, 2016).

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No Brasil, o manejo de doenças da soja era preconizado pelo uso de variedades

resistentes, no entanto, após o ano de 1997, com o surto da doença fúngica oídio causado por

Microsphaera diffusa (Cooke e Peck) e em 2001, com a constatação da ferrugem asiática

causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi (Sydow e P. Sydow), a recomendação de

fungicidas químicos para cultura tornou-se necessária (SOSA-GOMEZ et al., 2003;

YORINORI et al., 2004)

Os fungicidas são apontados entre os principais fatores que afetam à incidência dos

fungos entomopatogênicos como o Metarhizium rileyi (Farlow) Samson (Ascomycota:

Clavicipitaceae) (Kepler et al., 2014), causador da doença branca e outros fungos do grupo

Entomophthorales, como Pandora sp. e Zoophthora sp. (doença-marrom), proporcionando a

ocorrência de surtos e ressurgência de pragas devido a diminuição destes inimigos naturais

(BUENO et al., 2007; SOSA-GÓMEZ, 2010).

Os fungos entomopatogênicos são importantes inimigos naturais, com largo espectro de

ação (ALVES, 2008) e capacidade de provocar epizootias (IGNOFFO, 1981; ALVES;

LOPES, 2008). O M. rileyi apresenta maior especificidade de parasitismo sobre Lepidoptera,

com aproximadamente trinta espécies susceptíveis (IGNOFFO, 1981; SUJII et al., 2002,

SOSA-GÓMEZ et al., 2010).

Dentre as espécies susceptíveis à M. rileyi, destacam-se o complexo de lepidópteros-

pragas pertencentes a família Noctuidae comuns em soja. Como Anticarsia gemmatalis

(Hübner), Chrysodeixis includens (Walker), Rachiplusia nu (Guenée) (SOSA-GOMEZ et al.,

2003). Epizootias de M. rileyi são relatadas em lavouras no Mato Grosso do Sul, Brasil, com

a redução de populações de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (DIAS et al., 2017),

Spodoptera cosmioides (Walk.) (Lepidoptera, Noctuidae) (LIMA et al., 2015) e Helicoverpa

armigera (Hübner) (DIAS et al., 2019).

A utilização de produtos fitossanitários compatíveis aos inimigos naturais como os

fungos entomopatogênicos é uma estratégia segura e eficiente no manejo de pragas e doenças

(LOUREIRO et al., 2002; SILVA et al., 2005). Porém, nem sempre, a escolha dos produtos

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prioriza o grau de seletividade ou compatibilidade dos inimigos naturais (TOSCANO et al.,

2012).

Os agrotóxicos podem inibir o desenvolvimento dos fungos entomopatogênicos, pois

produtos não compatíveis podem interferir no crescimento vegetativo, na germinação e

virulência, além de promover mutações genéticas, virulência dos fungos (FERNANDES et

al 1985; ALVES et al., 1998) Estudo “in vitro” indicam que muitos fungicidas utilizados em

soja apresentam toxidade sobre M. rileyi (SOSA-GOMEZ, 2005).

O entendimento sobre a compatibilidade ou seletividade dos fungicidas em relação aos

fungos entomopatogênicos possibilita a maximização o uso deste microrganismo de forma

aplicada e/ou conservativa, através dos intervalos de aplicações de fungicidas e fungos

(ALVES et al., 1998, SOZA-GOMEZ et al., 2003; MEDEIROS, 2016).

Estudos que exploram a compatibilidade de produtos fitossanitários com

microrganismos otimizam a eficiência do manejo integrado de doenças e pragas, por meio da

sobrevivência dos inimigos naturais que atuam no controle biológico natural do agrossistema.

A presente pesquisa teve por objetivo avaliar a compatibilidade dos fungicidas (Fox®

Xpro, Sphere® Max, Orkestra®, Elatus®, Vessarya®) e o adjuvante (Aureo®), sobre o

desenvolvimento de Metarhizium rileyi (UFMS 03) “in vitro”.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Obtenção dos fungicidas, adjuvante e Metarhizium rileyi

Foram utilizados os fungicidas recomendados para o manejo de doenças da soja (Fox®

Xpro, Sphere® Max, Orkestra®, Elatus®, Vessarya®) e o adjuvante (Aureo®), em dose média,

de acordo com as especificações dos fabricantes, com volume de calda fixo de 100 L. ha-1

(Tabela 1) (AGROFIT, 2019).

O fungo entomopatogênico Metarhizium rileyi (isolado UFMS 03), pertence ao banco

de entomopatógenos do Laboratório de Entomologia da UFMS, CPCS, Chapadão do Sul,

MS, Brasil.

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Tabela 1 Fungicidas e adjuvante recomendados para o manejo de doenças em soja (AGROFIT,

2019).

Produtos

comerciais

Nome técnico Grupo químico Formulação Dose L/ha1(*)

Classe (**)

1 Fox® Xpro Bixafem;

Protioconazol;

Trifloxistrobina

Carboxamida,

Triazolintiona e

Estrobilurina

SC(1) 0,5 F

2 Sphere® Max Trifloxistrobina;

Ciproconazol

Estrobilurina e

Triazol

SC(1) 0,2 F

3 Orkestra® Piraclostrobina;

Fluxapiroxade

Estrobilurina e

Carboxamida

SC(1) 0,35 F

4 Elatus® Azoxystrobin;

Benzovindiflupyr

Estrobilurina e-

Pirazol

Carboxamida

WG(2) 0,2 F

5 Vessarya® Picoxistrobina;

Benzovindiflupyr

Estrobilurina e

Pirazol

Carboxamida

EC(3) 0,6 F

6 Aureo® __ Éster metílico de

óleo de soja

EC(3) 0,25 % V/V

Adj

7 Testemunha - - - - -

(*)Dose recomendada pelo fabricante; (**) F= fungicida, Adj= adjuvante. (1) SC – Suspensão

Concentrada; (2)WG - Granulado Dispersível; (3)EC - Concentrado Emulsionável.

2.2 Bioensaios de compatibilidade

Para os testes de compatibilidade, os experimentos foram realizados “in vitro”, onde

foram avaliados os efeitos de 5 fungicidas e 1 adjuvante sobre o crescimento vegetativo (cm),

produção de conídios (esporulação) e germinação do fungo M. rileyi isolado (UFMS 03).

Para as avaliações de crescimento vegetativo e produção de conídios de M. rileyi os

produtos foram acrescentados a 200 mL de meio de cultura do tipo batata-dextrose-ágar

(BDA), não solidificado, posteriormente foram agitados com auxílio agitador de tubos do

tipo Vortex (velocidade fixa de 2.800 RPM) BIOMIXER®, Ribeirão Preto, SP, Brasil. Em

seguida os líquidos foram vertidos em placas de Petri com 9 cm de diâmetro (3

placas/tratamento) e identificados de acordo com os tratamentos. Após a solidificação do

meio, o fungo M. rileyi foi inoculado com o auxílio da agulha de platina em três pontos

equidistantes, (9 pontos/ tratamento). As placas foram embaladas com plástico filme PVC e

acondicionadas em Demanda Bioquímica de Oxigênio (B.O.D ) com temperatura (=T°C) de

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25±1 °C, umidade relativa (=UR) de 70±10% e fotoperíodo de 12 horas de luz e 12 horas de

escuro (L:D), durante 7 dias, para promover o crescimento das colônias, seguindo a

metodologia de (ALVES et al., 1998; COSTA et al., 2018; OLIVEIRA et al., 2018).

Para avaliação do crescimento vegetativo foram efetuadas medições das colônias em

dois eixos ortogonais, obtendo-se o diâmetro médio de cada colônia, em centímetros (cm).

Nas análises da produção de conídios, as colônias foram retiradas das placas com auxílio de

um bisturi cirúrgico estéril e transferidas para tubos de ensaio, contendo 10 mL de água

destilada + 0.01% Tween 80®. Para que houvesse a desagregação dos conídios, as suspensões

foram agitadas em agitador do tipo Vortex. Posteriormente foram realizadas as diluições para

a contagem de conídios através da câmara Neubauer (Bright Line) Boeco® Germany,

utilizando microscópio óptico (100x) seguindo a metodologia de (ALVES et al., 2008).

Para a avaliação da germinação foi utilizada uma calda de 100 mL contendo a suspensão

de 1,0×108 conídios mL-1 de M. rileyi e foi mantida em repouso por uma hora em mistura

com os fungicidas e adjuvante testados, de acordo com as dosagens recomendadas (Tabela

1). Após este período foi colocada 1,0 mL da suspensão com auxílio de uma pipeta graduada

em placas de Petri e com a alça Drigalsky espalhadas sobre o meio de cultura (BDA). Após

a inoculação, as placas foram identificadas, embaladas com filme PVC e colocadas por 20

horas em câmara climatizada (B.O.D) a T °C de 25±1 ºC, UR de 70±10% e fotoperíodo de

12:12 h (L:D) (ALVES et al., 2008).

Após a incubação, as placas foram divididas em quatro quadrantes sendo contados 100

conídios em cada quadrante, estabelecendo posteriormente a porcentagem de germinação.

Na análise dos resultados de germinação, foi adotado o padrão do Laboratório de Controle

Biológico do Instituto Biológico de Campinas: germinação alta 80-100%, germinação médio-

alta 60-79%, germinação média 50-59%, germinação médio-baixa 30-49% e germinação

baixa 0-29% (ZAPPELINI et al., 2005).

A partir dos dados foi calculado o fator de compatibilidade (IB = índice biológico),

proposto por Rossi-Zalaf et al. (2008) que classifica os produtos quanto a sua toxidade

observando os efeitos em relação aos parâmetros avaliados (crescimento vegetativo,

produção de conídios e germinação). De acordo com os valores obtidos pelo IB, foi realizada

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comparação com os limites estabelecidos para determinação da toxicidade dos produtos

estudados, como segue: 0 a 41 – tóxico; 42 a 66 – moderadamente tóxico; > 66 – compatível.

O cálculo do IB foi obtido através da fórmula:

IB = ((47.CV) + (43.ESP) + (10.GER) / 100)

Onde:

IB= Índice Biológico;

CV= Porcentagem do crescimento vegetativo da colônia após sete dias, em relação à

testemunha; ESP= Porcentagem da esporulação das colônias, em relação à testemunha;

GER: Porcentagem de germinação dos conídios.

2.3 Análise estátisica

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC), composto por 7

tratamentos (controle, 5 fungicidas e 1 adjuvante). Para os testes de crescimento vegetativo

e produção de conídios foram utilizadas 3 placas/tratamento contendo 9 colônias, dentre as

quais apenas 6 foram aleatoriamente apontadas, resultando assim em 6 repetições por

tratamento (Alves, 1998). Os dados de crescimento vegetativo e de produção de conídios

foram submetidos ao teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Para a germinação dos conídios foram utilizadas 4 repetições composta por quatro placas

de Petri (divididas em quatro quadrantes). Os dados de germinação foram submetidos ao teste

Tukey (p = 0,05), pelo softaware Sivar (FERREIRA, 2011).

3. RESULTADOS

Entre os produtos fitossanitários testados, apenas o fungicida Elatus® e o adjuvante

Aureo® não reduziram o crescimento vegetativo de M. rileyi (UFMS 03), não diferindo

significativamente do tratamento controle (p > 0,05; Tabela 2).

O diâmetro das colônias (cm) de M. rileyi (UFMS 03) na presença dos fungicidas Fox®

Xpro, Sphere® Max, Orkestra® e Vessarya® diferiram significativamente em relação ao

tratamento controle e dos produtos Elatus® e Aureo® (p < 0,05; Tabela 2). As diferenças

entre o crescimento vegetativo podem ser observadas na (FS1).

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Tabela 2. Crescimento vegetativo (cm ± EP), produção de conídios (× 107 ± EP) e média de

germinação (% ± EP) de M. rileyi na presença de diferentes fungicidas e adjuvante (T: 25 ± 1 °C,

UR: 70 ± 10% e fotoperíodo 12:12 h (L:D)).

Tratamento Diâmetro (cm)1 Conídios (x107)1 Germinação1,2

Fox® Xpro 0,75 ± 0,03 b 0,13 ± 0,06 b 1,12 b (baixa)

Sphere® Max 0,99 ± 0,03 b 0,67 ± 0,09 b 3, 56 ab (baixa)

Orkestra® 1,21 ± 0,05b 1,87 ± 0,07 b 2,37 ab (baixa)

Elatus® 2,25 ± 0,06 a 2,35 ± 0,12 b 3,81 ab (baixa)

Vessarya® 0,00 ± 0,00 c 0,09 ± 0,05 b 0,43 b (baixa)

Aureo® 2,40 ± 0,35 a 1,77 ± 0,47 b 3,37 ab (baixa)

Controle 2,32 ± 0,12 a 4,98 ± 1,33 a 8,87 a (baixa)

CV% 25,46 79,11 79,57 (baixa)

1Valores seguidos pela mesma letra, na coluna, não diferem significativamente entre si, pelo teste

de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. 2Padrão de germinação, segundo Zappelini et al.,

(2005): germinação alta 80-100%, germinação média/alta 60-79%, germinação média 50-59%,

germinação média/baixa 30-49% e germinação baixa 0-29%.

Não houve crescimento vegetativo de M. rileyi (UFMS 03), na presença do fungicida

Vessarya® com diferença significativa em relação a todos os tratamentos (p < 0,05; Tabela

2).

Todos os produtos fitossanitários testados reduziram a produção de conídios em relação

à testemunha (p < 0,05) (Tabela 2).

Seguindo o padrão de germinação proposto nesta metodologia, todos os tratamentos

apresentaram baixa germinação dos conídios M. rileyi (UFMS 03), porém os fungicidas Fox®

Xpro e Vessarya® reduziram significativamente a germinação em relação à testemunha (p <

0,05; Tabela 2).

De acordo com os resultados obtidos pelo fator de compatibilidade (IB), os fungicidas

Fox® Xpro, Sphere® Max e Vessarya® foram tóxicos ao fungo M. rileyi (UFMS 03), em testes

“in vitro” (Tabela 3).

O produto Orkestra® apresentou-se moderamente tóxico, o fungicida Elatus® e o

adjuvante Aureo® apresentaram compatibilidade à M. rileyi (UFMS 03) (Tabela 3).

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Tabela 3. Classificação dos fungicidas e adjuvante de de acordo com a sua toxicidade (valor Indice

Biológico =IB), seguindo a metologia de Rossi-Zalaf et al., (2008).

Produtos Fitossanitários Índice Biológico (%) Classificação

Fox® Xpro

18,8

Tóxico

Sphere® Max

29,9

Tóxico

Orkestra®

43,6

Moderadamente Tóxico

Elatus®

70,1

Compatível

Vessarya®

1,3

Tóxico

Aureo®

67,6

Compatível

4. DISCUSSÕES

Os resultados obtidos na presente pesquisa indicam que o fungicida Elatus® e o adjuvante

Aureo® não interferem no crescimento das colônias de M. rileyi (UFMS 03), com efeito

compatível ao isolado (UFMS 03), através do fator de compatibilidade (IB). A seletividade

de agrotóxicos é um processo em que os microrganismos como os fungos entompatogênicos

desenvolvem tolerância à diferentes compostos (MOURÃO et al., 2003).

Supõe-se que os fungicidas (Fox® Xpro, Sphere® Max, Orkestra®, Vessarya®) possuem

em sua composição substâncias que inibiram o desenvolvimento de M. rileyi, com a redução

o diâmetro das colônias, ou como no caso do Vessarya® inibindo totalmente o crescimento

vegetativo.

O modo de ação do (ia = ingrediente ativo) é um dos principais fatores que envolve à

toxidade dos produtos fitossanitários e, os fungicidas de ação sistêmica apresentam maior

especificidade obre fitopatógenos (TAMAI et al., 2002). Estudos de compatibilidade de

produtos sistêmicos com princípio ativo como ciproconazol indicam alta toxidade sobre

fungos entomopatogênicos como Beauveria bassiana (Balsamo) Vuillemin (LOUREIRO et

al., 2002; TAMAI et al., 2002).

Sabe-se que os fungicidas sistêmicos agem sobre múltiplos sítios de ação, com

intervenção em diversos processos vitais dos fungos fitopatogênicos (GUINI; KIMATI,

2000). Entre os fungicidas testados, todos utilizam mecanismos de ação sistêmico, sugerindo

que o modo de ação destes produtos possa estar correlacionado aos efeitos tóxicos de Fox®

Xpro, Sphere® Max, Vessarya® e Orkestra® à M. rileyi (UFMS 03).

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Outro fator a ser considerado é (ia), pois todos os fungicidas analisados neste estudo

contêm um (ia) pertencente ao grupo químico Estrobilurina. Efeitos de incompatibilidade

deste mesmo grupo e Fenilpirrol são relatadas para fungicidas registrados para frutíferas em

relação ao desenvolvimento de cinco isolados de Metarhizium anisopliae var. anisopliae

(Metch.) Sorokin (YÁÑEZ; FRANÇA 2010).

Estudos de compatibilidade de fungicidas aos fungos entomopatogênicos evidenciaram

efeitos negativos do grupo químico Estrobirulina + Triazol através da inibição do

crescimento vegetativo de 3 linhagens de Metarhizium spp. (DAMIN et al., 2011). Efeitos

tóxicos e incompatibilidade de fungicidas do grupo triazol são relatados aos fungos B.

bassiana, M. anisopliae e Lecanicillium lecanii (Zimm.) Zare; W. Gams (REDDY et al.,

2018).

Os resultados obtidos nesta pesquisa para o fungicida Sphere® Max corroboram com os

efeitos negativos observados pelo produto Sphere® composto de trifloxistrobina +

ciproconazol através da inibição do desenvolvimento de M. anisopliae var. anisopliae,

linhagens: CG-28 (AL) e CG-30 (E6) (ONOFRE et al., 2011).

Embora o fungicida Vessarya® tenha apresentado toxidade à M. rileyi (UFMS 03), o

produto é composto por moléculas pertencentes ao grupo químico (Estrobilurina e Pirazol

Carboxamida), com (ia): (Picoxistrobina), com concentração de (100 gramas/Litro =g/L) e

(Benzovindiflupyr), (50 g/L). Em comparação aos demais produtos testados, o Vessarya®

pertence ao mesmo grupo químico que o Elatus®, (ia): (Azoxistrobina, 300

grama/Kilogramas= g/kg) e (Benzovindiflupyr 150 g/kg), no qual apresentou

compatibilidade ao isolado (UFMS 03).

Em análise separada dos fungicidas Vessarya® e Elatus®, nota-se à presença do mesmo

(ia) (Benzovindiflupyr) para os dois produtos. O fato de apenas o Vessarya® apresentar

incompatibilidade possivelmente está relacionado à composição deste fungicida, pois os

produtos fitossanitários contêm (ia) e um percentual de inertes, substâncias nas quais

potencializam a ação destes produtos e muitos destes, podem ser tóxicos aos microrganismos

(CONSCEHI, 2017).

Todos os produtos fitossanitários influenciaram negativamente à esporulação e

germinação de M. rileyi (UFMS 03). Estes fatores implicam diretamente no processo de

colonização do hospedeiro, pois diminui o potencial de inoculo (SILVA et al., 2005).

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O efeito negativo de todos os produtos testados sobre à produção de conídios de M. rileiy

(UFMS 03), supõe alta sensibilidade deste isolado às moléculas químicas e que a presença

de diferentes compostos afeta a conidiogênese. Estudos indicam que à atividade fungitóxica

de produtos fitossanitários depende da espécie fungica, isolado, tipo de estrutura do fungo

entomopatogênico, concentração e natureza química do produto (ROCHA; LUZ, 2004).

O aumento expressivo de insumos agrícolas e o uso de produtos não seletivos propiciam

o desiquilíbrio ambiental através da inviabilização dos propágulos fungicos afetando a

qualidade desses agentes microbiológicos como os fungos entomopatogênicos (SOSA-

GOMES et al., 2003; SOSA-GOMES et al., 2005; BUENO et al., 2017).

De acordo com o padrão de germinação proposto por Zappelini et al., (2005), todos os

tratamentos apresentaram baixa germinação. O fato do tratamento controle também

apresentar baixa germinação, não torna a presente pesquisa invalida, pois, o teste “in vitro”

avalia parâmetros importantes e embora não correspondam aos métodos de campo, os

resultados norteiam possíveis interações, compatibilidade ou ação fungitóxica (SILVA et al.,

2005).

É importante considerar que a compatibilidade observada em teste “in vitro” indica

possível seletividade no campo (FAION, 2004). Porém, novas investigações sobre a

germinação deste isolado (UFMS 03) na presença destes produtos são necessários, pois este

é o principal parâmetro de avaliação dos fungos entomopatogênicos (ANDERSON;

ROBERTS, 1983; MALO, 1993; NEVES et al., 2001; OLIVEIRA et al., 2003).

Embora este estudo tenha testado apenas um adjuvante, o Aureo®, as investigações de

compatibilidade de microrganismos com adjuvantes e espalhantes são imprescindíveis para

a formulação de bioinseticidas (CINTRA et al., 2003; CONSCEHI, 2017). Como M. rileyi

não possui formulação comercial em larga escala, a presente pesquisa explora um importante

aspecto para o avanço na formulação de um novo bioproduto e norteia possíveis

recomendações de manejo frente a incompatibilidade de alguns fungicidas.

O entendimento sobre a compatibilidade ou seletividade dos fungicidas em relação aos

fungos entomopatogênicos possibilita a maximização o uso deste microrganismo de forma

aplicada e/ou conservativa, através dos intervalos de aplicações de fungicidas e fungos

(ALVES et al., 1998, SOZA-GOMEZ et al., 2003; MEDEIROS, 2016).

Os resultados de toxidade observados para os demais fungicidas expõem à utilização

destes produtos com cautela visando o manejo de doenças, com pulverizações equidistantes

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em caso de aplicações de fungos entomopatogênicos, ou em epizootias do entomopatógeno

na área.

Na busca pelo manejo integrado eficiente aliado a sustentabilidade é primordial a escolha

de produtos fitossanitários seletivos aos microrganismos, como o fungicida Elatus® e o

adjuvante Aureo® visando a conservação do M. rileyi.

Os resultados da presente pesquisa são de grande valia para o manejo integrado de

doenças e pragas, frente aos impactos ambientais identificados no decorrer da evolução

tecnológica da agricultura e as epizootias naturais de M. rileyi. Fica evidente a necessidade

de novos estudos para a avaliação destes produtos fitossanitários, demais ingredientes ativos

e classes em condições de campo para melhores evidências dos possíveis efeitos sobre M.

rileyi (UFMS 03).

5. CONCLUSÃO

Em testes “in vitro” o fungicida Elatus® e o adjuvante Aureo® foram compatíveis ao

fungo entomopatogênico M. rileyi (UFMS 03). O fungicida Orkestra® foi moderadamente

tóxico e, os fungicidas Fox® Xpro, Sphere® Max e Vessarya® foram tóxicos à M. rileyi

(UFMS 03).

O fungicida Vessarya® não permitiu o crescimento vegetativo de M. rileyi (UFMS 03).

Todos os produtos fitossanitários afetaram à esporulação de M. rileyi (UFMS 03), porém

devido a compatibilidade de Elatus® Aureo® estes produtos podem ser recomendados no

manejo de doenças de soja visando a conservação de M. rileyi.

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CAPÍTULO 2

VIABILIDADE NO USO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO SISTEMA

DE CULTIVO DE SOJA

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VIABILIDADE NO USO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO SISTEMA

DE CULTIVO DE SOJA

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a patogenicidade de Beauveria bassiana

(Balsamo) Vuillemin, produto comercial Boveril® sobre Chrysodeixis includens em soja, aos

(9, 6 e 3 dias) antes (=DB) da aplicação dos fungicidas Fox Xpro®, Sphere Max®, Orkestra®,

e Vessarya® e aos (3, 6 e 9 dias) após (=DA) a aplicação fungo entomopatogênico. O

delineamento experimental em DBC, foi composto por 13 tratamentos: T1- controle (isenta

de aplicações); T2- inseticida piretroide Turbo®; T3- Boveril® (testemunha positiva DB); T4-

Boveril® × Fox Xpro® DB; T5- Boveril® × Sphere Max® DB; T6- Boveril® × Orkestra® DB;

T7- Boveril® × Vessarya® DB; T8- Turbo® (DA); T9- Boveril® (testemunha positiva, DA);

T10- Boveril® × de Fox Xpro® DA; T11- Boveril® × Sphere Max® DA; T12- Boveril® ×

Orkestra® DA; T13- Boveril® × Vessarya®, DA. A cada 7 dias foram contabilizados o número

de lagartas de C. includens vivas por tratamento. Os dados obtidos foram submetidos a

ANOVA e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott (p ≤ 0,05). Não foi possível

identificar efeitos negativos dos fungicidas e intervalos de aplicação em relação a

patogenicidade de B. bassiana sobre a densidade populacional de C. includens, pois não

hoveram médias de lagartas vivas superior à testemunha negativa.

Palavras-chave: Sojicultura, Manejo integrado de pragas, Chrysodeixis includens,

Beauveria bassiana; manejo de doenças, fungicidas.

Abstract: The objective of this work was to evaluate the pathogenicity of Beauveria

bassiana (Balsamo) Vuillemin, commercial product Boveril® on Chrysodeixis includens in

soy, at (9, 6 and 3 days) before (= DB) the application of the fungicides Fox Xpro®, Sphere

Max®, Orkestra®, and Vessarya® and at (3, 6 and 9 days) after (= DA) the entomopathogenic

fungus application. The experimental design in DBC was composed of 13 treatments: T1-

control (exempt from applications); T2- Turbo® pyrethroid insecticide; T3- Boveril®

(positive DB witness); T4- Boveril® × Fox Xpro® DB; T5- Boveril® × Sphere Max® DB; T6-

Boveril® × Orkestra® DB; T7- Boveril® × Vessarya® DB; T8- Turbo® (DA); T9- Boveril®

(positive control, DA); T10- Boveril® × from Fox Xpro® DA; T11- Boveril® × Sphere Max®

DA; T12- Boveril® × Orkestra® DA; T13- Boveril® × Vessarya®, DA. Every 7 days, the

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number of live caterpillars of C. includens per treatment was counted. The data obtained were

submitted to ANOVA and the means compared by the Scott-Knott test (p ≤ 0.05). It was not

possible to identify negative effects of fungicides and application intervals in relation to the

pathogenicity of B. bassiana on the population density of C. includens, as there were no live

caterpillar averages higher than the negative control.

Keywords: Soybeans, Integrated pest management, Chrysodeixis includens, Beauveria

bassiana; disease management, fungicides.

Graphical abstract

1. INTRODUÇÃO

O cultivo de soja no Brasil obteve crescimento exponencial em área plantada e

produtividade nas últimas safras (MAPA, 2019), com médias de produção acima de 90

sacas/hectare para temporada de 2018/2019 no bioma Cerrado (Conab, 2018). Com

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perspectivas de que o país possa assumir a liderança do ranking mundial de produção desta

commodity agrícola (Ghobril,2018).

Apesar desse crescimento em área plantada, o estado de Mato Grosso do Sul, na safra

2018/2019 obteve um saldo negativo de 1,29% em produtividade (IBGE, 2019). De acordo

com os estudos de viabilidade econômica da soja, este saldo negativo está associado aos

custos com insumos, elevando o custo de produção, o qual apresenta com crescimento médio

anual de 12,07% (Richetti, A. 2019).

Dentre os custos de produção estão os gastos relacionados ao manejo fitossanitário da

cultura. O manejo integrado de pragas (MIP) propõe à associação de estratégias de manejo,

além de promover o equilíbrio biológico (Bueno, A. et al., 2017). Essa premissa não está

segmentada na utilização de apenas uma ferramenta, mas sim, na integração de outras táticas

disponíveis, como uso do controle biológico natural, através dos agentes de controle

presentes no agroecossistema (Sujii, E. et al., 2002).

Dentre estes importantes agentes reguladores naturais estão os microrganismos, como os

fungos entomopatogênicos, os quais apresentam um largo espectro de ação sobre artrópodes

[9] podendo provocar epizootias e enzootias (Ignoffo, C.M, 1941). Os fungos pertencentes

aos gêneros Beauveria, Metarhizium e Isaria são os mais utilizados no controle biológico

aplicado de diversos artrópodes-pragas (Zimmermann, G, 2008).

Os sistemas de cultivos agrícolas têm adotado o manejo de pragas e doenças como

modelo de sucesso na agricultura, pois, a utilização de agrotóxicos de forma incorreta e

excessiva, sem priorizar a compatibilidade com os inimigos naturais tem proporcionado à

redução desses agentes de controle e a seleção de populações de pragas resistentes (Bueno,

R.C.O., et al., 2007).

Os produtos fitossanitários não compatíveis aos fungos entomopatogênicos podem

interferir no crescimento vegetativo, na germinação e virulência, além de promover mutações

genéticas, virulência dos fungos (Fernandes, P.M et al., 1985) (Alves, S.B et al., 1998).

Para garantir o equilíbrio biológico do agroecossistema e o bom desempenho dos

produtos fitossanitários utilizados é importante priorizar o uso de produtos seletivos aos

fungos entomopatogênicos (Andaló, V., et al., 2004). Essa estratégia apresenta maior

segurança, eficácia e viabilidade para o manejo de pragas e doenças (Loureiro, E.S., et al.,

2002) (Silva, R.Z., et al., 2005), além da otimização dos custos com insumos e aplicações,

através da conservação dos inimigos naturais em campo, respeitando os intervalos de

aplicações de fungicidas e fungos entomopatogênicos (Alves, S.B., 1998) (Sosa-Gomez.,

D.R.; et al., 2003) (Medeiros, F.R., et al., 2016).

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Estudos voltados a toxidade dos produtos em relação ao fungo entomopatogênico B.

bassiana possibilitam novas estratégias de manejo (Kagimura, F.Y., et al., 2011). Este estudo

apresenta uma tática para amenizar os efeitos de produtos fungitóxicos ao fungo

entomopatogênico, intercalando as aplicações entre os fungos e os fungicidas por um período

que não intervenha no desempenho patogênico do fungo.

Pressupondo que os fungicidas podem apresentar toxidade ao fungo Beauveria bassiana

(Balsamo) Vuillemin e inibir seu desenvolvimento patogênico, a pergunta que norteia este

estudo refere-se ao melhor período para aplicação dos fungicidas, de modo que, não

influencie na ação patogênica do fungo entomopatogênico sobre as pragas. A presente

pesquisa teve por objetivo avaliar a ação patogênica de B. bassiana produto comercial

Boveril® sobre pragas de ocorrência natural em soja, em intervalos de aplicações de (9, 6 e 3

dias) antes e (3, 6 e 9 dias) após aplicação de fungicidas Fox Xpro®, Sphere Max®, Orkestra®

e Vessarya®.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1.Preparo da área experimental e semeadura

O bioensaio foi realizado na área experimental da Universidade Federal de Mato Grosso

do Sul (UFMS) campus de Chapadão do Sul (CPCS), sob as coordenadas -18°46’19,97” -

52°37’05,74”. Foi semada no dia 02-12-2018, a cultivar de soja P98Y90 RR , através do

sistema de plantio direto, com espaçamento entre linhas de 50 cm estand de plantas de

280.000.

O manejo fitossanitário foi realizado de acordo com as recomendações tecnicas para à

cultura da soja (Embrapa, 2000). Para semeadura, 350 kg. ha-1 de adubo formulado N-P-K:

02-20-20 e manejo fitossanitários para as plantas daninhas, aplicação foliar aos 15 dias após

a emergência de 2,0 kg ha-1 de Roundap WG (Glyfosato) + 1,0 l ha-1 de Starter Manganês

(Manganês).

A área experimental foi composta blocos, contendo 1 testemunha absoluta + 12

tratamentos x 3 épocas x 3 repetições, totalizando 111 parcelas as quais mediram 3 metros

largura (seis linhas espaçadas de 50 cm) x 6 metros de comprimento. Todos os

blocos/parcelas foram separados entre si por um intervalo de 1 metro sem cultivo (área de

segurança) e para evitar qualquer efeito de bordadura nas parcelas. Foi utilizado como área

útil as 4 linhas centrais, desprezando 2 linhas no sentido do comprimento.

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2.2.Obtenção dos produtos fitossanitários recomendados para o manejo da soja

Foram utilizados para este bioensaio produtos das classes inseticida e fungicidas. Para o

inseticida microbiológico a base de B. bassiana foi utilizado a formulação comercial Boveril®

(strain ESALQ PL63), para o inseticida químico foi utilizado a marca comercial Turbo®

pertencente ao grupo químico piretroide. Os fungicidas foram: (Fox Xpro®, Sphere Max®,

Orkestra®, Vessarya®), todos utilizados em dose média, de acordo com as especificações dos

fabricantes (Tabela 1) (MAPA/AGOFIT, 2020).

Tabela 1 Inseticida microbiológico, inseticida químico e fungicidas recomendados para o manejo

de pragas e doenças em soja (MAPA / AGROFIT, 2020).

Produto comercial Nome técnico Grupo químico Formulação Dose

L/ha1(*)

Classe (**)

Boveril® Beauveria bassiana

(Bals.) (Mín. 1×108

conídios viáveis/g)

- WG(1) 0,3 Im

Turbo® Beta-Ciflutrina Piretroide EC(2) 0,5 I

Fox® Xpro Bixafem;

Protioconazol;

Trifloxistrobina

Carboxamida,

Triazolintiona e

Estrobilurina

SC(3) 0,5 F

Sphere® Max Trifloxistrobina;

Ciproconazol

Estrobilurina e

Triazol

SC(3) 0,2 F

Orkestra® Piraclostrobina;

Fluxapiroxade

Estrobilurina e

Carboxamida

SC(3) 0,35 F

Vessarya® Picoxistrobina;

Benzovindiflupyr

Estrobilurina e

Pirazol

Carboxamida

EC(2) 0,6 F

(*) Doses recomendadas pelos fabricantes; (**) Im= inseticida microbiológico; I= inseticida; F=

fungicida, (1)WG - Granulado Dispersivo; (2) EC - Concentrado Emulsionável; (3)SC – Suspensão

Concentrada.

2.3.Design experimental e avaliações

O delineamento experimental foi em blocos aos acaso (DBC), considerando fator 1- os

fungicidas: (Fox Xpro®, Sphere Max®, Orkestra® e Vessarya®) e o fator 2- intervalos de

aplicações dos fungicidas, em relação ao fungo B. bassiana. Os intervalos foram separados

em diferentes tempos em relação a aplicação do fungo entomopatogênico e os fungicidas.

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Foi aplicado B. bassiana aos (9,6 e 3 dias) antes das aplicações dos fungicidas (=DB) e os

fungicidas foram aplicados aos (3, 6 e 9 dias), após a aplicação de B. bassiana (=DA). Foram

utilizados 13 tratamentos de acordo com as associações de intervalos e fungicidas, (Tabela

2).

As aplicações de Boveril® foram realizadas após às 16 h, com temperatura variando de

23 a 27 °C, utilizando um pulverizador pressurizado tipo 0² com bico tipo leve XR11015,

com vazão de 200 litros ha-1 e pressão de trabalho de 1,5 bar.

As aplicações de fungicidas foram realizadas no estádio V8 (45 dias), V8+14 (59 dias)

e V8+28 (73 dias) simulando o padrão necessário para o manejo fitossanitario da ferrugem

da soja, o mesmo equipamento descrito na aplicação do entomopatógeno.

Como alvo biológico utilizou-se lagartas, o monitoramento iniciou-se após a emergência

das plantas, com amostragens realizadas com auxílio de pano de batida (medindo 1,0×1,0 m),

em distância de 6 metros das linhas centrais da parcela, em dois pontos, com periodicidade a

cada 7 dias. Foram contabilizados o número de lagartas vivas, separadas de acordo com as

idades e estágio de desenvolvimento.

Tabela 2. Descrição dos tratamentos

T1 Testemunha negativa (isenta de produtos)

T2 Turbo® (DB)* (piretroide)

T3 Boveril® (testemunha positiva para DB)

T4 Boveril®, antes da aplicação de Fox × pro® /DB

T5 Boveril®, antes da aplicação de Sphere Max® /DB

T6 Boveril®, antes da aplicação de Orkestra® /DB

T7 Boveril®, antes da aplicação de Vessarya® /DB

T8 Turbo® (DA)** (piretroide)

T9 Boveril® (testemunha positiva para DA)

T10 Boveril®, após a aplicação de Fox Xpro® /DA

T11 Boveril®, após a aplicação de Sphere Max® /DA

T12 Boveril®, após a aplicação de Orkestra® /DA

T13 Boveril®, após a aplicação de Vessarya® /DA

*DB= aplicação do fungicida, antes de B. bassiana; **DA= aplicação do fungicida após B. bassiana.

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2.4.Análise estatística

O delineamento em bloco (DBC) foi composto por um arranjo fatorial (2×2), sendo o

fator 1: os fungicidas testados × ação dos inseticidas Boveril® e Turbo® sobre a ocorrência

de insetos e o fator 2: os intervalos de tempo (9, 6 e 3 dias), de aplicação dos fungicidas antes

do Boveril® (DB) e s (3,6 e 9 dias), após o Boveril® (DA).

Os dados obtidos nas amostragens foram submetidos a análise de variância (ANOVA) e

as médias comparadas pelo teste Scott-Knott (p ≤ 0,05) utilizando o software Rbio (Bhering,

L.L, 2017).

3. RESULTADOS

O monitoramento de pragas foi efetuado logo após a emergência das plantas, sendo

registrado em todo o ciclo da soja, a ocorrência da lagarta falsa-medideira Chrysodeixis

includens (Walker, 1858) (Lepidoptera: Noctuidae), as quais foram separadas por tamanhos:

(CYP= lagartas pequenas, que variam de neonatas ao 3º instar (1-10 mm) e CYG= grandes

de 4º a 5º instar (11-25 mm), Figura S1 adaptado Bayer [28]. Na primeira avaliação foram

observadas diferenças estatísticas entre os tratamentos e os intervalos aplicação entre a

densidade e tamanhos de lagartas encontradas (Tabela 3).

Para a primeira época de aplicação dos fungicidas aos 9 dias (DB), ocorreram lagartas

pequenas CYP em valores significativamente semelhante entre os inseticidas, Turbo® e

Boveril® (testemunha positiva) e testemunha negativa. Os fungicidas aplicados aos 9 dias

(DB) não diferiram significativamente após aplicação de Boveril® (Tabela 3).

A ocorrência de lagartas grandes CYG aos 9 dias (DB), não seguiu o padrão de lagartas

pequenas, onde as aplicações com fungicidas Fox Xpro®, Sphere Max® e Orkestra®

apresentaram número de insetos vivos semelhante a testemunha, diferindo significativamente

dos tratamentos Turbo®, Boveril® e Vessarya®, onde estes apresentaram menor ocorrência de

lagartas falsa-medideira (Tabela 3).

Para o intervalo de 6 dias (DB e DA), os tratamentos não seguiram um padrão

significativo em relação as maiores médias de lagartas CYP e CYG, exceto o tratamento com

Boveril® × Vessarya® que apresentou médias semelhantes para CYP em DB e DA (Tabela

3).

O intervalo de 3 dias (DB e DA), também não seguiu o padrão entre os produtos testados

(DA e DB), CYP, CYG, com médias significativamente iguais entre a testemunha, Orkestra®

× Boveril® CYG,

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Turbo® (DA) CYP e CYG, Boveril® × Orkestra® CYP e Boveril® × Vessarya® (Tabela 3).

Na 2ª avaliação também foi registrada a ocorrência de C. includens, com lagartas

pequenas e grandes. Não houve diferença significativa entre os tratamentos, intervalos (3, 6

e 9 dias) para CYP. Para CYG apenas a testemunha negativa diferiu significativamente de

todos os tratamentos em todos intervalos avaliados (Tabela 4).

Não houve diferenças significativas para a 3ª e 4ª avaliação, independentemente dos

tratamentos, intervalos de aplicações e tamanho de lagartas (Tabela 5 e 6).

Para a 5ª avaliação foram registradas diferenças significativas para CYG. Para as CYP

houve diferença em todos os intervalos de aplicações, com maiores resultados em redução

populacional no intervalo de 9 dias independente da associação (DB e DA), (Tabela 7).

No intervalo de 9 dias para 5ª avaliação, os tratamentos Turbo® e Boveril® × Fox Xpro®

(DB) apresentaram média de lagartas vivas CYP de (3,00 e 4,33), respectivamente valores

estes, significativamente diferentes da média observada na testemunha negativa (6,33). Para

o (DA), as médias dos tratamentos Turbo® (4,00), Boveril® × Sphere Max® (1,33) e Boveril®

× Vessarya® (3,33) significativamente diferentes da testemunha (6,33), (Tabela 7).

Ainda na 5ª avaliação, no intervalo de 6 dias, houve diferenças significativas para os

tratamentos da 1ª época de aplicação DB, o Turbo®, Boveril® × Vessarya®, Boveril® ×

Orkestra®, os quais reduziram a população de falsa-medideira em relação aos demais

tratamentos. Para este mesmo período em aplicação DA, os tratamentos Turbo®, Boveril®

(testemunha positiva), Boveril® × Fox Xpro® e Boveril® × Sphere Max® apresentaram medias

de lagartas significativamente menores que os demais tratamentos (Tabela 7).

O intervalo de 3 dias para CYP, os tratamentos, Turbo®, Boveril® (testemunha positiva),

Boveril® × Fox e Boveril® × Vessarya® apresentaram redução significativa de C. includens

tratamentos em DB. Os tratamentos Boveril® (testemunha positiva), Boveril® × Fox Boveril®

× Sphere Max® e Boveril® × Vessarya® apresentaram médias significativamente menor que

os demais tratamentos (Tabela 7).

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Tabela 3. Número médio (médias ± erro padrão) de lagartas vivas de Chrysodeixis includens observados na 1ª avaliação, após aplicação dos tratamentos em soja, safra

(2018/2019), Chapadão do Sul, MS.

9 dias

1ª Avaliação

6 dias

3 dias

Tratamentos CYP1 CYG2 CYP CYG CYP CYG

T1- Testemunha 3,33±0,88a 1,67±0,33a 3,33±0,88a 1,67±0,33a 3,33±0,88a 1,67±0,33a

1ª época de aplicação (DB) 3 - - - - - -

T2-Turbo® (DB) 2,00±0,58a 0,67±0,67b 0,00±0,00b 1,00±0,58a 0,67±0,67b 0,00±0,00b

T3- Boveril® (DB) 1,33±0,67a 0,67±0,33b 1,33±0,67a 0,00±0,00b 0,67±0,67b 0,33±0,33b

T4- Boveril® × Fox Xpro® 0,67±0,33 b 3,00±0,58a 0,33±0,33b 0,00±0,00b 1,00±0,58b 0,33±0,33b

T5- Boveril® × Sphere Max® 0,33±0,33b 1,67±1,20a 0,00±0,00b 0,00±0,00b 0,67±0,6b 0,00±0,00b

T6- Boveril® × Orkestra® 1,00±0,58b 1,33±0,67a 0,00±0,00b 0,67±0,33b 0,33±0,33b 1,00±0,58a

T7- Boveril® × Vessarya® 0,33±0,33 b 0,67±0,67b 0,00±0,00b 1,00±0,58a 0,33±0,33b 0,00±0,00b

2ª época de aplicação (DA)4 - - - - - -

T8-Turbo® (DA) 0,00±0,00b 0,33±0,33b 1,33±0,67a 0,00±0,00b 1,67±1,20a 1,00±0,58a

T9- Boveril® (DA) 1,00±0,58b 1,00±0,58a 0,00±0,00b 0,00±0,00b 1,00±0,58b 0,33±0,33b

T10- Boveril® ×Fox Xpro® 1,33±0,88a 0,00±0,00b 0,00±0,00b 0,00±0,00b 0,00±0,00b 0,00±0,00b

T11- Boveril® × Sphere Max® 1,67±0,88a 0,67±0,33b 0,33±0,33b 0,33±0,33b 0,00±0,00b 0,33±0,33b

T12- Boveril® × Orkestra® 0,67±0,33b 1,33±0,67a 1,00±0,58b 1,00±0,58a 2,67±1,76a 0,00±0,00b

T13- Boveril® × Vessarya® 0,33±0,33b 1,00±0,00a 2,33±0,67a 1,00±0,00a 0,33±0,33b 1,00±0,58a

F (tratamentos) 1,89* 2,24* 1,89* 2,24* 1,89* 2,24*

*Para cada fator, médias seguidas por letras iguais na mesma coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

1 C. includens pequenas (1-3º instar); 2 C. includens grandes (4-6º instar); 3Antes da aplicação do fungo entomopatogênico; 4Após aplicação do entomopatógeno.

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34

Tabela 4. Número médios (médias ± erro padrão) de lagartas vivas de Chrysodeixis includens observados na 2ª avaliação, após aplicação dos tratamentos em soja safra

(2018/2019), Chapadão do Sul, MS.

*Para cada fator, médias seguidas por letras iguais na mesma coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

1 C. includens pequenas (1-3º instar); 2 C. includens grandes (4-6º instar); 3Antes da aplicação do fungo entomopatogênico; 4Após aplicação do entomopatógeno

9 dias

2ª Avaliação

6 dias

3 dias

Tratamentos CYP1 CYG2 CYP CYG CYP CYG

T1- Testemunha 1,33±0,88a 5,33±2,96a 1,33±0,88a 5,33±2,96a 1,33±0,88a 5,33±2,96a

1ª época de aplicação (DB)3 - - - - - -

T2-Turbo® (DB) 0,67±0,67a 0,33±0,33b 1,33±0,33a 0,67±0,33b 0,67±0,33a 1,00±1,00b

T3- Boveril® (DB) 0,00±0,00a 0,67±0,33b 2,00±1,15a 2,00±1,00b 1,33±0,33a 1,33±0,67b

T4- Boveril® × Fox Xpro® 0,33±0,33a 2,00±0,00b 0,67±0,33a 0,33±0,33b 1,00±1,00a 1,00±0,58b

T5- Boveril® × Sphere Max® 1,00±0,58a 0,67±0,33b 1,67±0,33a 1,67±1,20b 2,00±0,00a 1,33±0,67b

T6- Boveril® × Orkestra® 0,67±0,67a 1,33±0,67b 0,67±0,33a 1,33±0,67b 2,00±1,00a 1,00±0,58b

T7- Boveril® × Vessarya® 1,33±0,33a 0,00±0,00b 0,33±0,33a 2,67±0,33b 1,33±0,88a 2,00±0,00b

2ª época de aplicação (DA)4 - - - - - -

T8-Turbo® (DA) 0,67±0,67a 2,33±1,33b 0,67±0,67a 1,67±0,67b 1,67±0,88a 1,00±0,58b

T9- Boveril® (DA) 1,33±0,67a 0,00±0,00b 1,67±0,88a 1,33±0,33b 1,00±0,58a 1,67±0,67b

T10- Boveril® × Fox Xpro® 1,67±1,20a 2,33±1,20b 1,00±0,00a 0,00±0,00b 2,67±2,19a 0,67±0,33b

T11- Boveril® × Sphere Max® 1,67±0,33a 0,67±0,33b 3,00±0,58a 2,67±0,67b 0,67±0,33a 2,00±0,58b

T12- Boveril® × Orkestra® 1,00±0,58a 0,33±0,33b 0,67±0,67a 0,00±0,00b 2,67±0,67a 1,33±0,67b

T13- Boveril® × Vessarya® 0,33±0,33a 1,00±0,58b 0,33±0,33a 1,00±0,58b 1,00±0,00a 1,00±0,00b

F (tratamentos) 0,99ns 1,70* 0,99ns 1,70* 0,99ns 1,70*

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Tabela 5. Número médios (médias ± erro padrão) de lagartas vivas de Chrysodeixis includens observados na 3ª avaliação, após aplicação dos tratamentos em soja, safra

(2018/2019), Chapadão do Sul, MS.

3ª Avaliação

9 dias 6 dias 3 dias

Tratamentos CYP CYG CYP CYG CYP CYG

T1- Testemunha 4,33 ± 1,20 a 2,67 ± 0,67 a 4,33 ± 1,20 a 2,67 ± 0,67 a 4,33 ± 1,20 a 2,67 ± 0,67 a

1ª época de aplicação (D.B.)3 - - - - - -

T2-Turbo® (D.B.) 3,67 ± 0,33 a 1,67 ± 0,88 a 2,67 ± 0,33 a 1,00 ± 1,00 a 2,00 ± 1,15 a 0,33 ± 0,33 a

T3- Boveril® (D.B.) 1,00 ± 1,00 a 1,67 ± 0,33 a 5,33 ± 0,88 a 1,00 ± 0,58 a 3,00 ± 0,58 a 1,33 ± 0,88 a

T4- Boveril® ×Fox Xpro® 4,67 ± 1,86 a 3,33 ± 0,88 a 3,33 ± 0,67 a 0,67 ± 0,67 a 3,33 ± 0,88 a 2,00 ± 0,58 a

T5- Boveril® ×Sphere Max® 2,00 ± 1,00 a 3,00 ± 1,15 a 3,00 ± 0,58 a 1,00 ± 0,58 a 4,33 ± 2,33 a 3,00 ± 1,53 a

T6- Boveril® × Orkestra® 2,67 ± 0,67 a 2,33 ± 0,88 a 3,00 ± 1,53 a 2,00 ± 0,58 a 2,00 ± 0,00 a 2,33 ± 1,20 a

T7- Boveril® × Vessarya® 2,00 ± 0,58 a 0,33 ± 0,33 a 4,67 ± 0,88 a 1,00 ± 1,00 a 3,67 ± 1,86 a 1,00 ± 0,58 a

2ª época de aplicação (D.L.)4 - - - - - -

T8-Turbo® (D.L.) 3,00 ± 1,15 a 2,33 ± 0,88 a 1,00 ± 1,00 a 1,67 ± 0,88 a 1,33 ± 0,88 a 2,00 ± 0,58 a

T9- Boveril® (D.L.) 1,67 ± 0,67 a 2,33 ± 0,88 a 3,33 ± 1,45 a 1,67 ± 0,33 a 2,00 ± 1,15 a 1,00 ± 0,58 a

T10- Boveril® × Fox Xpro® 3,33 ± 0,33 a 2,67 ± 1,45 a 1,67 ± 1,20 a 1,33 ± 0,33 a 4,00 ± 2,08 a 1,00 ± 1,00 a

T11- Boveril® × Sphere Max® 0,33 ± 0,33 a 3,33 ± 1,20 a 2,33 ± 1,86 a 1,67 ± 0,67 a 1,33 ± 0,33 a 1,67 ± 0,33 a

T12- Boveril® × Orkestra® 1,67 ± 0,88 a 2,00 ± 0,58 a 3,67 ± 1,45 a 0,67 ± 0,33 a 2,00 ± 1,53 a 1,67 ± 0,33 a

T13- Boveril® × Vessarya® 3,67 ± 1,76 a 1,33 ± 0,67 a 5,00 ± 2,52 a 2,00 ± 1,00 a 2,00 ± 0,58 a 1,33 ± 0,67 a

F. tratamentos 1,00ns 0,97ns 1,00ns 0,97ns 1,00ns 0,97ns

*Para cada fator, médias seguidas por letras iguais na mesma coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

1 C. includens pequenas (1-3º instar); 2 C. includens grandes (4-6º instar); 3Antes da aplicação do fungo entomopatogênico; 4Após aplicação do entomopatógeno.

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Tabela 6. Número médios (médias ± erro padrão) de lagartas vivas de Chrysodeixis includens observados na 4ª avaliação, após aplicação dos tratamentos em soja safra

(2018/2019), Chapadão do Sul, MS.

4ª Avaliação

9 dias 6 dias 3 dias

Tratamentos CYP CYG CYP CYG CYP CYG

T1- Testemunha 4,67 ± 0,33a 2,33 ± 0,33 a 4,67 ± 0,33 A 2,33 ± 0,33 a 4,67 ± 0,33 a 2,33 ± 0,33 a

1ª época de aplicação (D.B.)3

T2-Turbo® (D.B.) 2,00 ± 1,53a 1,00 ± 1,00 a 3,67 ± 0,88 a 0,00 ± 0,00 a 1,67 ± 0,33 a 0,33 ± 0,33 a

T3- Boveril® (D.B.) 2,67 ± 1,20a 1,67 ± 0,67 a 2,33 ± 0,88 a 0,67 ± 0,33 a 1,00 ± 0,00 a 1,33 ± 0,33 a

T4- Boveril® × Fox Xpro® 4,33 ± 1,86a 0,33 ± 0,33 a 3,00 ± 0,58 a 0,33 ± 0,33 a 2,33 ± 0,67 a 1,33 ± 0,33 a

T5- Boveril® × Sphere Max® 1,00 ± 0,58a 0,00 ± 0,00 a 4,33 ± 1,20 a 1,00 ± 0,58 a 2,33 ± 0,67 a 1,67 ± 0,33 a

T6- Boveril® × Orkestra® 4,67 ± 1,20a 1,33 ± 0,88 a 2,00 ± 0,58 a 0,67 ± 0,33 a 5,33 ± 1,45 a 2,00 ± 1,00 a

T7- Boveril® × Vessarya® 4,33 ± 1,20a 1,00 ± 0,58 a 2,00 ± 2,00 a 0,67 ± 0,67 a 3,00 ± 0,58 a 1,33 ± 1,33 a

2ª época de aplicação (D.L.)4

T8-Turbo® (D.L.) 3,33 ± 0,67a 1,00 ± 1,00 a 3,00 ± 1,53 a 1,67 ± 0,33 a 2,00 ± 1,53 a 0,67 ± 0,33 a

T9- Boveril® (D.L.) 3,67 ± 0,88a 1,33 ± 0,88 a 3,00 ± 1,15 a 1,33 ± 0,88 a 3,00 ± 2,08 a 1,33 ± 1,33 a

T10- Boveril® × Fox Xpro® 3,67 ± 0,88a 2,00 ± 0,00 a 3,33 ± 1,45 a 1,33 ± 0,88 a 5,00 ± 1,53 a 1,33 ± 0,33 a

T11- Boveril® × Sphere Max® 2,33 ± 0,88a 2,33 ± 0,33 a 3,00 ± 1,73 a 2,00 ± 0,58 a 1,33 ± 0,88 a 1,00 ± 0,58 a

T12- Boveril® × Orkestra® 4,00 ± 1,53a 0,67 ± 0,67 a 2,33 ± 0,33 a 0,67 ± 0,33 a 4,33 ± 0,88 a 1,67 ± 0,88 a

T13- Boveril® × Vessarya® 4,67 ± 0,67a 0,67 ± 0,33 a 2,00 ± 0,00 a 1,67 ± 1,67 a 4,00 ± 3,06 a 0,33 ± 0,33 a

F. tratamentos 0,88ns 0,79ns 0,88ns 0,79ns 0,88ns 0,79ns

*Para cada fator, médias seguidas por letras iguais na mesma coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

1 C. includens pequenas (1-3º instar); 2 C. includens grandes (4-6º instar); 3Antes da aplicação do fungo entomopatogênico; 4Após aplicação do entomopatógeno.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CAMPUS DE ... · para o manejo de pragas e doenças em soja (AGROFIT, 2020). Tabela 2. Descrição dos tratamentos. Tabela 3. Número médios

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Tabela 7. Número médios (médias ± erro padrão) de lagartas vivas de Chrysodeixis includens observados na 5ª avaliação, após aplicação dos tratamentos em soja safra

(2018/2019), Chapadão do Sul, MS. 5ª Avaliação 9 dias 6 dias 3 dias

Tratamentos CYP CYG CYP CYG CYP CYG T1- Testemunha 6,33 ± 1,45 a 2,00 ± 1,00 a 6,33 ± 1,45 a 2,00 ± 1,00 a 6,33 ± 1,45 a 2,00 ± 1,00 a

1ª época de aplicação (D.B.)3 T2-Turbo® (D.B.) 3,00 ± 1,00 b 2,00 ± 0,58 a 3,67 ± 0,33 b 0,33 ± 0,33 a 3,00 ± 0,58 b 2,33 ± 1,20 a

T3- Boveril® (D.B.) 7,67 ± 0,88 a 0,00 ± 0,00 a 10,00 ± 3,06 a 1,33 ± 0,88 a 3,00 ± 1,73 b 3,00 ± 1,53 a

T4- Boveril® × Fox Xpro® 4,33 ± 1,76 b 1,67 ± 1,20 a 5,67 ± 1,45 a 1,33 ± 0,67 a 4,00 ± 1,15 b 1,00 ± 1,00 a

T5- Boveril® × Sphere Max® 7,00 ± 1,15 a 1,67 ± 0,33 a 8,00 ± 2,08 a 1,00 ± 0,00 a 7,67 ± 2,73 a 0,33 ± 0,33 a

T6- Boveril® × Orkestra® 6,67 ± 1,45 a 1,67 ± 0,88 a 4,67 ± 1,45 b 0,00 ± 0,00 a 6,33 ± 1,20 a 2,33 ± 0,33 a

T7- Boveril® × Vessarya® 5,67 ± 0,33 a 0,67 ± 0,67 a 4,33 ± 2,33 b 2,00 ± 1,15 a 5,00 ± 0,58 b 0,33 ± 0,33 a

2ª época de aplicação (D.L.)4 T8-Turbo® (D.L.) 4,00 ± 1,15 b 1,00 ± 0,58 a 3,33 ± 0,67 b 0,33 ± 0,33 a 6,33 ± 1,20 a 1,33 ± 0,88 a

T9- Boveril® (D.L.) 6,33 ± 0,33 a 1,67 ± 0,67 a 3,67 ± 0,67 b 1,00 ± 0,58 a 4,33 ± 1,33 b 0,33 ± 0,33 a

T10- Boveril® × Fox Xpro® 7,67 ± 0,88 a 0,33 ± 0,33 a 3,33 ± 1,20 b 1,00 ± 1,00 a 5,33 ± 1,76 b 0,33 ± 0,33 a

T11- Boveril® × Sphere Max® 1,33 ± 0,33 b 1,33 ± 0,88 a 5,33 ± 2,73 b 0,33 ± 0,33 a 4,33 ± 0,67 b 0,67 ± 0,33 a

T12- Boveril® × Orkestra® 7,00 ± 1,73 a 1,00 ± 0,58 a 7,67 ± 0,88 a 2,33 ± 0,88 a 7,67 ± 2,73 a 0,67 ± 0,33 a

T13- Boveril® × Vessarya® 3,33 ± 0,67 b 0,67 ± 0,33 a 7,00 ± 0,58 a 0,00 ± 0,00 a 4,67 ± 1,86 b 0,67 ± 0,67 a

F. tratamentos 1.61* 1.22ns 1.61* 1.22ns 1.61* 1.22ns

*Para cada fator, médias seguidas por letras iguais na mesma coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

1 C. includens pequenas (1-3º instar); 2 C. includens grandes (4-6º instar); 3Antes da aplicação do fungo entomopatogênico; 4Após aplicação do entomopatógeno.

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38

4. DISCUSSÕES

É notório que em todas as avaliações a testemunha negativa apresentou maiores médias

de ocorrência de lagartas grandes e pequenas em relação alguns tratamentos para todos

intervalos de aplicação. No entanto, os tratamentos com inseticida químico, testemunha

positiva e fungicidas avaliados não seguiram um padrão de interferência da ação de B.

bassiana, pois variaram entre cada período e tamanhos de lagartas.

Durante a primeira avaliação não foi possível identificar efeitos negativos dos fungicidas

intercalados ao Boveril®, pois todos os tratamentos apresentaram variações em relação à

densidade populacional de C. includes.

Para a 2ª avaliação é valido ressaltar a diferença entre a média de CYG da testemunha

em relação aos demais tratamentos, pois neste período ficou evidente que os tratamentos com

Boveril® intercalados com fungicidas apresentaram redução da população de lagartas

semelhante à testemunha negativa (Boveril® DB e DA). E o fato de lagartas maiores comerem

mais e, desta forma, se exporem mais deixando insetos mais desprotegidos, em relação à

arquitetura das plantas.

O fato da 3ª e 4ª avaliação apresentarem valores semelhantes estatisticamente com a

testemunha negativa podem estar relacionados a redução populacional verificada na 2ª

avaliação, pois o fungo entomopatogênico em condições favoráveis de temperatura e

umidade pode sobreviver no ambiente e ocorrer a disseminação dos conídios através dos

insetos parasitados (Sujii, E.; et al., 2002) (Alvez, S.B.; Lopes, R.B., 2008).

Além disso, a 4ª avaliação antecedeu às aplicações de 3 e 6 dias do piretroide e de B.

bassiana e estes fatores sugerem a ação destes inseticidas na redução populacional da

espécie-praga, visto que este grupo químico possui ação de choque, que proporciona uma

rápida e considerável redução da população de pragas (Santos, A.T., et al., 2008), todavia, os

fungos entomopatogênicos possuem ação mais lenta, com aproximadamente 3 dias para

ocorrer a colonização do inseto e posteriormente de 5 a 8 dias para a morte e esporulação

(Alvez, S.B.; Lopes, R.B., 2008).

Para a 5ª avaliação não há um padrão de influência para os fungicidas em relação ao

Boveril®, pois as médias de lagartas foram diferentes ao decorrer da aplicação (DB ou DA).

É importante mencionar que nesta avaliação as lagartas em maior número foram as pequenas

(CYP), pressupondo que lagartas pequenas apresentaram mais suscetíveis que as grandes.

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39

Possivelmente o manejo bem equilibrado deste período irá repercutir em redução

populacional para as próximas gerações da espécie-praga.

As pesquisas que envolvem compatibilidade de produtos fitossanitários e fungos

entomopatogênicos divergem os resultados encontrados para teste um vitro e em campo, pois

nem sempre a incompatibilidade dos testes em meio de cultura é semelhante ao resultado do

campo (Faion, M., 2004). Em pesquisas com impacto de agrotóxicos para B. bassiana,

(Soares, F.B., 2011), verificou que a incompatibilidade observada em testes com meio de

cultura, entre fungicidas, inseticidas e B. bassiana foi reduzida pela microbiota ativa dos

solos, quando aplicado os mesmos produtos em conjunto via solo.

Testes realizados anteriormente com os fungicidas Fox Xpro®, Sphere Max®, Orkestra®

e Vessarya®, Elatus®, Vessarya® e o adjuvante Aureo®, apresentaram compatibilidade apenas

para Elatus® e Aureo® em relação ao fungo Metarhizium rileyi (Farlow) Samson

(Ascomycota: Clavicipitaceae), onde o Vessarya® inibiu totalmente o crescimento da colônia

(Comunicação pessoal). Na presente pesquisa, o produto Vessarya® em aplicações (DB e

DA) com Boveril® apresentou redução populacional semelhante aos outros tratamentos. Este

fato sugere que em intervalos de aplicações o fungicida não influencia no desempenho do

entomopatógeno.

Nos dados apresentados na presente pesquisa fica evidente que os produtos não seguiram

um padrão de resultados, com variações entre os intervalos de aplicações, estádio das plantas,

em relação a ocorrência de C. includens na fase vegetativa. Além disso, a redução

populacional variou entre os produtos aplicados antes e depois do Boveril®.

Com base nos resultados dessa pesquisa, não foi possível identificar efeitos negativos

dos fungicidas avaliados em relação a ação patogênica de B. bassiana na densidade

populacional de C. includes, pois em todos os períodos avaliados não houve médias de

lagartas vivas superior à testemunha negativa. Novos estudos são incentivados para colaborar

com o conhecimento de compatibilidade entre os fungos entomopatogênicos e produtos

químicos, buscando um manejo fitossanitário eficiente e sustentável.

5. CONCLUSÃO

Todos os fungicidas testados nos diferentes tempos épocas de aplicação não

influenciaram a ação de B. bassiana (Boveril®) na redução populacional de lagartas de C.

includens.

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40

REFERÊNCIAS

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ANEXOS

CAPÍTULO I

Figure S1. Vegetative growth of Metarhizium rileyi (UFMS 03), after seven days of

cultivation in culture medium (BDA), containing the fungicides and adjuvant used in the

management of diseases in soybeans. (A) control (without adding products); (B) Fox Xpro®;

(C) Sphere Max®; (D) Orkestra®; (E) Elatus®; (F) Vessarya®; (G) Aureo®.(Photos registered

with a 13 Mpx camera).

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CAPÍTULO II

Figura S1. Ilustração de tamanho (mm) de lagartas de C. includens, de acordo com o ínstar

larval. O tamanho de lagartas segue o modelo proposto pelo Guia de bolso das lagartas- Bayer

CropScience. Ilustração por Pamella Mingotti Dias, (2020).