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Espectrometria de Emissão Atômica com Fonte de Plasma (ICPOES)
Julio C. J. Silva
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Instituto de Ciências Exatas
Depto. de Química
Juiz de Fora, 2015
Métodos Espectroanalítcos
Princípio
Espectrometria de emissão atômica Baseia-se na propriedade dos átomos ou íons (no estado
gasoso) de emitir (quando excitados) radiações com comprimento do onda () característicos nas regiões do UV-Vis (180 – 800 nm)
As energias do UV-Vis são suficientes apenas para
provocar transições que envolvem elétrons externos
Raio-X: provocam transições de elétrons mais próximos ao
núcleo (0,01 – 100 Å)
Princípio
O processo de emissão atômica Energia absorção de luz, aquecimento ou colisão com
outra partícula
E (E2 – E1) = h. = h.c/ = h.c/E E = energia, h = constante de Planck, = freqüência e c =
velocidade
Princípio 2.4. Processos de Excitação, Ionização e Emissão
Boltzmam: Nj = No. gj/go exp-Ej/KT
Nj = número de átomos no estado excitado “j”
No = número de átomos no estado fundamental
gj = pesos estatísticos dos estados energéticos = go
K = 1,3 x 10-6erg/grau
Ej = energia do estado excitado
T = Temperatura absoluta
Como se opera com T 3000 K Nj/No é pequena No
O Espectro de Emissão Atômica
“O espectro de emissão pode ser usado para identificar o elemento na amostra”
H
Hg
Ne
Fontes de Excitação Para Emissão Atômica
Arco ou Centelha (Spark or Arc)
Chama (Flame Atomic Emission Spectrometry (FAES)) Plasma
Corrente direta (Direct-current plasma (DCP))
Microondas (Microwave-induced plasma (MIP))
Plasma Induzido (Inductively-coupled plasma (ICP))
Laser-induced breakdown (LIBS) – recente !!!!!
“Vaporizar a amostra e romper as ligações químicas das substâncias, atomizar e excitar elementos constituintes de uma amostra”
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Descargas atmosférica (plasmas de “ar”)
Emissões em Plasma
“Gás parcialmente ionizado à alta temperatura”
Algumas características do ICP
Surgiu - década de 60 (Greenfield)
Divulgação - década de 70 ( !!!); Amplamente utilizada (sólidos, líquidos, gases): amostras metalúrgicas, ambientais, biológicas, alimentos, cosméticos, etc;
Boas sensibilidade, exatidão e precisão.
Amostra introduzida no plasma: solução aquosa
ICP como fonte de excitação
Qualquer fonte de matéria que tenha uma fração apreciável ( 1 %) de elétrons e íons positivos somando a átomos neutros, radicais e espécies moleculares.
São gases ionizados altamente energéticos (Ar, He, Xe, etc.)
Temperatura (6000 – 10.000 oC)
GFAAS e FAAS: 3300 oC !!!!!
Maior eficiência na decomposição Óxidos Compostos refratários
Processo de formação do ICP
A. entrada de Ar (He, Xe, etc.)
B. aplicação de campo de rádio-freqüência (RF), 27 ou 40 Mhz
C. geração de alguns e- livres (bobina tesla)
D. efeito cascata
E. Plasma
Processo de formação do ICP
http://hiq.linde-gas.com/international/web/lg/spg/like35lgspg.nsf/repositorybyalias/ana_meth_icp/$file/ICP_2.jpg
Processo de formação do ICP
• Reservatório de energia
• e + Ar Ar+ + e + e
• Ar+ + e Ar* + h (UV)
• Efeito Bremsstrahlung (Vis) Radiação contínua (movimento dos e-)
Processo de formação do ICP
• Sensibilidade das linhas
• Ionic lines (II) (EP + IP) Ar (15,76 eV): Al, Ba, REE, etc.
• Atomic Lines (I): Ag, As, Na, etc.
• Atomic lines sensibilidade () !!!!
• Neutros (I e II) Cu, Pd, Pt, Rh e Ni.
Regiões do plasma IR: Região de indução PHZ: região de pré-aquecimento IRZ: região inicial de radiação NAZ: região analítica “Tail plume”: região de menor temperatura ( 6000 0C)
Caracterização Espacial do ICP
Processos ocorrendo no ICP
MX M M+ M+*
M* a. Dessolvatação b. Vaporização c. Atomização d. Ionização e. Excitação iônica f. Excitação
- h
sólido
- h M (H2O)+,X-
MXn
solução gás átomo íon
a b c d e
f
(FAES, FAAS, GFAAS, TCAAS, HRAAS)
íon excitado
Instrumentação - Introdução
Geradores de radiofreqüência
Sistema de introdução da amostra
Tocha e suas configurações
Interfaces
Espectrômetro
Detector
Instrumentação - Introdução
tocha de quartzo sistema óptico sistema de introdução da amostra dreno
sistema de gases dispositivo de controle
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Sistema de Introdução da Amostra “Amostras sólidas ou líquidas devem ser introduzidas no plasma de
forma que elas possam ser realmente atomizadas”
Câmara de nebulização: Seleção das gotas analiticamente úteis para serem convertidas em átomos e íons Nebulizador: Usam um fluxo gasoso em alta velocidade para criar um aerossol
Gás de nebulização
Solução
Nebulizadores peneumáticos
“Usam um fluxo gasoso em alta velocidade para criar um aerossol”
Baixa concentração de sólidos dissolvidos (concêntricos)
Média concentração de sólidos (cross-flow)
Alta concentração de sólidos (Babington)
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Nebulizadoes ultra-sônicos “Usam forças mecânicas ultra-sônicas para
quebrar a solução da amostra em um aerossol”
Exemplo de nebulizador ultra-sônico
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Câmaras de nebulização
Remoção das gotas de grande diâmetro
Atenuar os pulsos durante a aspiração da amostra pela bomba peristáltica
Eficiência de transporte (1-5 %: gotas 10 m diâmetro; 95 % descarte)
Tipos de câmaras: duplo-passo e ciclone
“Seleção das gotas analiticamente úteis para serem convertidas em átomos e íons”
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Sistemas de nebulização
o Cross-flow + duplo-passo (Scott): CFN-DPSP
o Conespray (Babington*) + Ciclone: CSN-CSP
o V-groove (Babington*) + Sturman Masters: VGN + SMSP
*alta concentração de sólidos dissolvidos
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Modelo para o transporte do aerossol (nebulizador + câmara)
Aerossol primário: fragmentação
Aerossol secundário: gerado por impacto
Aerossol terciário: impacto, perdas centrifugas e por turbulência, deposição gravitacional e evaporação
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Modelo para o transporte do aerossol (nebulizador + câmara)
Processo de transporte e geração do aerossol da amostra
Modelo para o transporte do aerossol
D3,2 (diâmetro médio de Sauter) = diâmetro médio da superfície das gotículas (μm)
V = diferença entre a velocidade do gás e do líquido (m/s)
= tensão superficial do solvente (dinas/cm)
= densidade do líquido (g/cm3),
= viscosidade do líquido (dinas s /cm)
Ql = fluxos volumétricos de líquido (cm3/s)
Qg = fluxos volumétricos de gás (cm3/s)
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Fluxo do plasma
Fluxo auxiliar
Fluxo nebulizador
Gerador de RF
Tocha • Mantém o plasma
• Proteção das paredes de quartzo
• Fluxo: 15 L min-1
• Direcionar o aerossol da amostra
• Fluxo: 0,5 – 1,0 L min-1
• Geração e condução do aerossol
• Tempo de residência
• Potência do plasma (0,7 – 1,5 kW)
• Freqüência: 27 ou 40 MHz
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Configuração da tocha
- + Interferência
+ - Caminho ótico
Visão Axial Visão Radial Parâmetros
Algumas características das configurações do ICP OES
(A)Visão Radial
(B) Visão Axial
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Interface
Proteger as janelas de entrada (interface ótica)
Prevenir depósitos de sais nas lentes
Reduzir efeitos de matriz
Estender a faixa dinâmica
“Responsável pela extração da região de menor temperatura (cauda) da plasma”
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Interface
Shear-gas interface (Perkin Elmer) End-on gas interface (Varian)
Argônio Nitrogênio Ar ( < 190 nm (UV): S, Se, Cl, etc.)
Gases
Radio freqüência (RF) • Osciladores que proporcionam corrente alternada em
diferentes freqüências (27,12 MHz ou 40,68 MHz)
• Potencia máxima de 2,0 kW
• Amostras orgânicas requer alta eficiência
• Controlados por cristal (Crystal controlled) frequências fixas em 27,12 ou 40,68 MHz
• Gerador Free running (40 +/- 2 MHz)
• 40 MHz formação de um plasma mais “fino”
• Maior faixa linear dinâmica (menor auto absorção)
• Melhor sensibilidade
• Menor BG
• Menos interferências
Espectrômetro
• Monocromadores/Policromadores
• Separa a linha de emissão de um determinado elemento de radiação emitida por outros elementos e/ou moléculas presentes na matriz
• A separação da radiação policromática pode ser feita através da dispersão usando grades de difração
Espectrômetro
Redes de difração
Quando a luz atinge a grade de difração, esta é difratada a um ângulo que é dependente do comprimento de onda da luz e da densidade de linhas da grade
Em grades convencionais, geralmente, a densidade de linhas varia entre 600-4200 linhas/mm
Em grades echelle, a densidade de linhas varia entre 700-800 linhas/mm.
Detector
Tubos fotomultiplicadores
Detectores de estado sólido
SCD (Segmented charge device)
CCD (Coupled charge device)
Diagnóstico
• Robustez do plasma
• Razão Mg 280,2 nm II / Mg I 285,2 nm
• Parâmetros físicos
• Condições experimentais
“Critério prático usado para avaliar as condições excitação e ionização do plasma”
Robustez
Expressa a transferência de energia entre o plasma e as espécies de interesse
O tempo de residência dessas espécies no plasma
Mudanças do plasma a mudanças nas condições de atomização, excitação e a resposta em relação a composição química da solução aspirada
Razão Mg II / Mg I • Razão Mg II / Mg I ≤ 8
• Está relacionada com a densidade eletrônica (ne)
pela equação de Saha-Edberg
• Considerando a ne do plasma (1020 – 1022 m-3) do
plasma e que sob LTE (equilíbrio termodinâmico local) as temperaturas de excitação (Te) e ionização (Ti) são semelhantes
T
88732expT
n
101,76
I
I2
3
e
21
a
i
73
Mg II / Mg I
Condições para se obter Mg II / Mg I > 8
Tubo injetor: d.i. > 2,0 mm
Vazão do gás de nebulização: 0,5 – 0,7 L min-1
Alta potência aplicada: > 1,2 kW
75
SBR = (Ianalito – Isinal de fundo) / Isinal de fundo
BEC = Canalito / SBR
LOD = (3*RSD*BEC) / 100
LOQ = (50*RSD*BEC) / 100
Thomsen, V., Roberts, G. e Burgess, K., The concept of background equivalent concentration in spectrochemistry, Spectroscopy, 33, 15, 33 – 36, 2000
Diagnóstico = Mg II / Mg I ( 8 )
Padrão Interno A way to improve precision and accuracy by
reducing the effects of noise and drift on the results Sistema de geração e transporte do aerossol da amostra.
The procedure involves calculating the ratio of the intensity of the analyte emission line to that of a line of a second element also present in the sample or added purposely.
Guidelines have been proposed for matching the physical properties of the analyte and reference elements so that this ratio is insensitive to fluctuations of the experimental parameters.
81
Método do Padrão Interno (PI) Adição de quantidade conhecida de elemento nos padrões e na amostra
Corrige variações no sinal analítico devido a mudanças nas condições de análise
93 Axial - CFN Axial - USN
• USN:
• Na (± 20 – 30 %)
• Ca (± 30 - 50 %)
• Fluxo - cruzado:
• Na (10 %)
• Ca (20 %)
Brenner, I. B., Zischka, M., Maichin, B. and Knapp, G., J. Anal. Atom. Spectrom., 1998,
1257-1264
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Maestre, S., Mora, J., Todoli, J-L. and Canals, A., J. Anal. Atom. Spectrom., 1999, 14, 61 – 67
ICP OES: Visão radial
Sistema de nebulização
Matriz: HNO3 e H2SO4
(0 – 3,5 mol L-1)
a. Duplo – passo (ryton)
b. Ciclone:
• Vidro
• Polipropileno (PP) • Politetrafluoretileno (PTFE)
• Nebulizador
• Câmara de nebulização
Ciclone de vidro:
1. ↓ LD e BEC
2. ↑ Taxa de transporte do solvente
3. ↑ Short-term-stability
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Sinal de Emissão do Se I 196 nm em Leite Integral (CRM 8435)
196,019 nm
Silva, J. C. J., Tese de Doutorado, Unicamp, 2004
Fe 196,01 nm
104
AX-ICP OES
Elemento CRM 8435a
CRM 063Rb
CRM 1846
Emulsão Certificado Emulsão Certificado Emulsão Certificado
P I 178,2 0,74 0,02 0,78 ± 0,049 11,5 1,79 11,1 ± 0,13 2430 22 2610 ± 150
Al I 396,1 18,30 25,87 0,9 23,20 11,41 47 ± 9 33,71 0,80 -
Ba II 455,4 0,583 0,01 0,58 ± 0,23 0,70 0,14 - 0,27 0,04 -
Mg I 285,2 776,7 0,07 814 ± 76 1,273 0,190 1,263 ± 0,024 493 7 538 ± 29
Cu I 324 0,80 0,1 0,46 ± 0,08 nd - 4,35 0,06 5,04 ± 0,27
Se I 196,0 2,69 0,35 0,131 ± 0,014 2,85 1,28 - 2,98 0,59 0,08
Zn I 213,8 27,6 0,44 28 ± 3,1 48,7 9 49 ± 0,6 57,40 2,50 60,0 ± 3,2
Todas as soluções em meio orgânico
Efeitos de matriz
Espectral
Não espectral
105
Efeitos de matriz RD-ICP OES
Elemento CRM 1845 CRM 063R CRM 1846
Emulsão Certificado Emulsão Certificado Emulsão Certificado
P I 178,2 0,72 0,0030 0,78 ± 0,049 10,1 0,34 11,1 ± 0,13 2413 26 2610 ± 150
Al I 396,1 0,00 0,00 0,9 6,71 11,61 47 ± 9 0,00 0,00 -
Ba II 455,4 0,97 0,01 0,58 ± 0,23 0,97 0,21 - 0,68 0,01 -
Mg I 285,2 767 6,85 814 ± 76 1,297 0,27 1,263 ± 0,024 491 10 538 ± 29
Se I 196,0 1,80 0,15 0,131 ± 0,014 1,39 nd 1,69 0,06 0,08
Zn I 213,8 26,75 0,24 28±3,1 49,20 10,62 49 ± 0,6 56,72,8 60,0±3,2
Espectral
Sem interferência
Todas as soluções em meio orgânico
Referências “Principles of Instrumental Analysis”. 5th ed., 1998; D.A. Skoog, FL Holler, T.A. Nieman. “Inductively Coupled Plasmas in Analytical Atomic Spectrometry”. 2 nd ed., 1992; A. Montasser, D. Golightly.
“Axially and radially viewed inductively coupled plasmas – a critical review”. Spectrochim. Acta Part B, 55 (2000) 1195-1240. “Química Analítica Instrumental - Notas de aula”. UFG, 1996; Farias, L.C. “Concepts, Intrumentation and Techinique in inductively Coupled Plasmas Atomic Emission Spectrometry”. Perkin Elmer, 1989; Boss, C.B., Fredeen, K.J. “Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-AES)”. CPG/CENA-USP, 1998; Giné, M.F. IUPAC – International Union of Pure and Applied Chemitry 2009; http://old.iupac.org/publications/analytical_compendium)