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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS
RESPOSTA DE SOJA E MILHO A ALTERAÇÕES NO SOLO PELA
DECOMPOSIÇÃO DE PALHADAS
PRISCILA DE OLIVEIRA
Orientadora: Vladia Correchel
Co-orientador: Tomás de Aquino Portes
Co-orientador: João Kluthcouski
Janeiro, 2009
PRISCILA DE OLIVEIRA
RESPOSTA DE SOJA E MILHO A ALTERAÇÕES NO SOLO PELA
DECOMPOSIÇÃO DE PALHADAS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia, da Universidade Federal de Goiás, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Agronomia, área de concentração: Produção Vegetal.
Orientadora:
Prof.ª Dr.ª Vladia Correchel
Co-orientadores:
Prof. Dr. Tomás de Aquino Portes
Dr. João Kluthcouski
Goiânia, GO – Brasil
2009
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(GPT/BC/UFG)
Oliveira, Priscila de. O482r Resposta de soja e milho a alterações no solo pela decomposição
de palhadas [manuscrito] / Priscila de Oliveira. – 2009. 89 f. : il., figs., tabs.
Orientadora: Profª. Drª. Vladia Correchel. Co-Orientadores: Prof.
Dr. Tomás de Aquino Portes, Dr. João Kluthcouski.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, 2009. .
Bibliografia: f.76-89.
Inclui lista de figuras e tabelas.
1.Sistema Plantio Direto 2. Milho 3. Soja 4. Brachiaria I. Correchel, Vladia II. Portes, Tomás de Aquino III. Kluthcouski, João IV. Universidade Federal de Goiás, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos. V. Título.
CDU: 631.8:633.15:635.34
Permitida a reprodução total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – A autora.
Agradecimentos
Aos Profs. Drs. Vladia Correchel e Tomás de Aquino Portes da Universidade
Federal de Goiás, pela orientação, pelo conhecimento e por serem exemplos de
profissionais capazes e dedicados.
Ao Dr. João Kluthcouski, pela orientação, apoio, tempo e esforço dispensados
para a realização dessa dissertação e, também, pelo conhecimento e qualidade com os
quais transmitiu os fundamentos da agricultura sustentável mas, principalmente, pelo gesto
de orientador amigo.
À Embrapa Arroz e Feijão, pelo suporte técnico e laboratorial.
Aos Professores Doutores Wilson Mozena Leandro, João Batista Duarte e José
Carlos Seraphin pelos ensinamentos tão bem transmitidos.
Ao Dr. Murillo Lobo Júnior, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, pelos
ensinamentos e apoio integral.
À equipe de apoio da Embrapa Arroz e Feijão, em nome de Floriano Rezende
da Silva, João Batista Monteiro, Antônio Afonso Ribeiro, Celina Alves Avelino de Moura
e Lucia Helena Cardoso Pelegrini, por serem exemplos de dedicação.
Aos laboratoristas da Embrapa Arroz e Feijão Adilson Francisco da Costa
Vilela, Silvio Domingos de Rezende e Tatiana Maris Ferraresi, pelo relevante apoio
laboratorial.
Aos Doutores Alexandre Bryan Heinemann, pela inestimável ajuda na
elaboração das regressões e Jaison Pereira de Oliveira, pelo valioso apoio estatístico.
Às bibliotecárias da Embrapa Arroz e Feijão Ana Lucia Delalibera de Faria e
Faustina Gonçalves dos Santos, pelo profissionalismo e, principalmente, pelo auxílio
amigo.
A todos os pesquisadores e funcionários da Embrapa Arroz e Feijão, em
especial aos Doutores Homero Aidar, Michel D. T. Thung, Pedro Marques da Silveira,
Tarcisio Cobucci, José Geraldo Di Stefano e Claudio U. Magnabosco, pelos constantes
estímulos.
Ao estagiário Carlos Augusto Corrêa, pelo inestimável apoio nas avaliações, e
à amiga, Renata Silva Brandão, pela constante colaboração e, principalmente, apoio amigo.
Ao servidor da EAEA/UFG, Welinton Mota, pela inestimável colaboração
constante.
Aos colegas de curso, em nome de Janne Louize Souza Santos, Roberta de
Freitas Souza, Paulo César Ribeiro da Cunha e Leandro Pereira Pacheco pela amizade e
constante permuta de valiosas idéias.
Ao Dr. Luís Fernando Stone por ter sido preciosa fonte de experiência, na qual
muito me inspiro.
A todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a realização do curso.
Muito obrigada!
Ao Professor Doutor
Carlos Alexandre Costa Crusciol, pela constante orientação e pelos conselhos
amigos.
Aos irmãos
Evandro de Oliveira. Obrigada por ser um grande exemplo de dedicação e
perseverança e, principalmente, por mostrar que isso nos conduz a grandes conquistas.
Jamil de Oliveira. Obrigada por dividir experiências e mostrar que as mudanças
estão sempre presentes em nossas vidas.
Fernando de Oliveira. Obrigada pelo amor, carinho e pela dedicação a nossa
família.
Obrigada por torcerem por mim e, cada um a sua maneira, mostrarem que nunca
estarei sozinha.
Aos meus pais, com carinho mais que especial
José Ismael de Oliveira, símbolo de trabalho, e Maria Helena Moretti de Oliveira,
exemplo absoluto de dedicação. Agradeço pelos esforços prestados, pela confiança ao
longo desses anos e, principalmente, pelo amor que me mantiveram segura mesmo estando
distante. Certamente não teria tantas conquistas hoje sem os vossos conselhos e carinho.
Com muito carinho, lhes dedico.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS..........................................................................................................8
LISTA DE FIGURAS.........................................................................................................11
RESUMO ............................................................................................................................12
ABSTRACT ........................................................................................................................13
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................14
2 REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................17
2.1 SISTEMA PLANTIO DIRETO: CONCEITO E PREMISSAS...............................17 2.2 PALHADAS DE COBERTURA DO SOLO ...........................................................18 2.2.1 Produção de matéria seca e sua decomposição ....................................................18 2.2.2 Benefícios ao sistema agrícola ...............................................................................20 2.3 BIOLOGIA DO SOLO.............................................................................................23 2.3.1 Carbono e nitrogênio da biomassa microbiana do solo ......................................25 2.3.2 Respiração basal e quociente metabólico .............................................................28 2.3.3 Atividade enzimática total do solo ........................................................................29 2.4 MICROBIOLOGIA DO SOLO: ALGUNS FUNGOS COM ORIGEM NO
SOLO........................................................................................................................29 2.5 DESEMPENHO DE CULTURAS ANUAIS SOBRE PALHADAS DE
COBERTURA DO SOLO........................................................................................31 2.6 CULTURAS AVALIADAS.....................................................................................33 2.6.1 Cultura do milho.....................................................................................................33 2.6.2 Cultura da soja .......................................................................................................35 2.7 ANÁLISE DE CRESCIMENTO .............................................................................37 3 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................39
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL ...........................................39 3.2 INSTALAÇÃO E CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO .........................................42 3.3 DECOMPOSIÇÃO DE PALHADAS DE COBERTURA DO SOLO ....................43 3.4 ANÁLISES DE SOLO .............................................................................................44 3.5 ANÁLISE DE CRESCIMENTO .............................................................................45 3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS...............................................................47 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...........................................................................48
4.1 DECOMPOSIÇÃO DAS PALHADAS DE COBERTURA DO SOLO .................48 4.2 ATIVIDADE ENZIMÁTICA TOTAL DO SOLO..................................................50 4.3 CARBONO E NITROGÊNIO DA BIOMASSA MICROBIANA DO SOLO ........51 4.4 RESPIRAÇÃO BASAL E QUOCIENTE METABÓLICO DO SOLO ..................54
7
4.5 FUNGOS COM ORIGEM NO SOLO.....................................................................55 4.6 PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE MILHO E SOJA E SEUS
COMPONENTES DE PRODUÇÃO EM DIFERENTES PALHADAS DE COBERTURA DO SOLO........................................................................................59
4.7 ANÁLISE DE CRESCIMENTO DAS CULTURAS DO MILHO E DA SOJA EM DIFERENTES PALHADAS DE COBERTURA DO SOLO...........................60
4.7.1 Análise de crescimento da cultura do milho ........................................................60 4.7.2 Análise de crescimento da cultura da soja ...........................................................68 5 CONCLUSÕES.......................................................................................................75
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................76
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Estádios fenológicos do milho............................................................................34
Tabela 2 Estádios fenológicos da soja...............................................................................36
Tabela 3 Atributos químicos do solo, na profundidade de 0-10, 10-20 e 20-40 cm
antes da instalação do experimento. Santo Antônio de Goiás, GO, 2007. .........42
Tabela 4 Atributos físicos do solo, na profundidade de 0-10, 10-20 e 20-40 cm antes
da instalação do experimento. Santo Antônio de Goiás, GO, 2007. ..................42
Tabela 5 Resultados da análise granulométrica do solo, na profundidade de 10-20 e
20-40 cm antes da instalação do experimento. Santo Antônio de Goiás, GO,
2007. ...................................................................................................................42
Tabela 6 Taxas de decomposição de três fontes de palhada de cobertura do solo. ...........49
Tabela 7 Valores médios de atividade enzimática total do solo e coeficiente de
hidrólise do diacetato de fluoresceína no solo em função das culturas e das
palhadas de cobertura do solo.............................................................................51
Tabela 8 Valores médios de carbono e nitrogênio da biomassa microbiana do solo em
função das culturas e das palhadas de cobertura do solo....................................53
Tabela 9 Valores médios de respiração basal e quociente metabólico do solo em
função das culturas e das palhadas de cobertura do solo....................................54
Tabela 10 Valores médios de alguns fungos com origem no solo em função de culturas
e palhadas de cobertura do solo..........................................................................56
Tabela 11 Correlação de Pearson entre atributos biológicos do solo e alguns fungos
com origem no solo submetido a rotações de culturas com as espécies
soja, milho, Brachiaria brizantha, milheto e feijão. ..........................................58
Tabela 12 Valores médios de estande de plantas e produtividade de grãos de milho em
três palhadas de cobertura do solo......................................................................59
Tabela 13 Valores médios de componentes de produção e produtividade de grãos de
soja em três palhadas de cobertura do solo.........................................................59
Tabela 14 Taxa de crescimento instantânea de plantas inteiras de milho cultivado sobre
palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior
valor dessa taxa (DAE).......................................................................................62
9
Tabela 15 Taxa de crescimento instantânea de folhas de milho cultivado sobre
palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior
valor dessa taxa (DAE).......................................................................................63
Tabela 16 Taxa de crescimento instantânea de colmos de milho cultivado sobre
palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior
valor dessa taxa (DAE).......................................................................................64
Tabela 17 Taxa de crescimento instantânea de espigas de milho cultivado sobre
palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior
valor dessa taxa (DAE).......................................................................................65
Tabela 18 Taxa de crescimento do índice de área foliar de milho cultivado sobre
palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de seu maior
valor (DAE). .......................................................................................................67
Tabela 19 Coeficientes estimados de massa de matéria seca total, de folhas, colmos e
espigas de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto
e feijão. ...............................................................................................................67
Tabela 20 Coeficientes estimados de índice de área foliar de milho cultivado sobre
palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão. ..........................................68
Tabela 21 Taxa de crescimento instantânea de plantas inteiras de soja cultivada sobre
palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior
valor dessa taxa (DAE).......................................................................................69
Tabela 22 Taxa de crescimento instantânea de folhas de soja cultivada sobre palhadas
de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior valor dessa
taxa (DAE)..........................................................................................................70
Tabela 23 Taxa de crescimento instantânea de hastes de soja cultivada sobre palhadas
de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior valor dessa
taxa (DAE)..........................................................................................................71
Tabela 24 Taxa de crescimento instantânea de vagens de soja cultivada sobre palhadas
de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior valor dessa
taxa (DAE)..........................................................................................................72
Tabela 25 Taxa de crescimento do índice de área foliar de soja cultivada sobre
palhadas de Brachiaria brizantha milheto e feijão e seu momento de maior
valor (DAE). .......................................................................................................73
10
Tabela 26 Coeficientes estimados de massa de matéria seca total, de folhas, hastes e
vagens de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e
feijão. ..................................................................................................................74
Tabela 27 Coeficientes estimados de índice de área foliar de soja cultivada sobre
palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão. ..........................................74
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Ciclagem de nutrientes na matéria orgânica das substâncias húmicas no solo
Fonte: Siqueira (1994). .......................................................................................25
Figura 2 Procedimento experimental para a estimativa do carbono da biomassa
microbiana do solo pelo método da fumigação-incubação. Fonte: Feigl et al.
(1998). ................................................................................................................27
Figura 3 Precipitação, temperatura máxima, mínima e média de novembro de 2007 a
abril de 2008. ......................................................................................................41
Figura 4 Decomposição de palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão. .............48
Figura 5 Curva de crescimento de plantas inteiras de milho cultivado sobre palhadas
de Brachiaria brizantha, milheto e feijão. .........................................................61
Figura 6 Curva de crescimento de folhas de milho cultivado sobre palhadas de
Brachiaria brizantha, milheto e feijão. ..............................................................62
Figura 7 Curva de crescimento de colmos de milho cultivado sobre palhadas de
Brachiaria brizantha, milheto e feijão. ..............................................................63
Figura 8 Curva de crescimento de espigas de milho cultivado sobre palhadas de
Brachiaria brizantha, milheto e feijão. ..............................................................65
Figura 9 Índice de área foliar de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria
brizantha, milheto e feijão..................................................................................66
Figura 10 Curva de crescimento de plantas inteiras de soja cultivada sobre palhadas de
Brachiaria brizantha, milheto e feijão. ..............................................................69
Figura 11 Curva de crescimento de folhas de soja cultivada sobre palhadas de
Brachiaria brizantha, milheto e feijão. ..............................................................70
Figura 12 Curva de crescimento de hastes de soja cultivada sobre palhadas de
Brachiaria brizantha, milheto e feijão. ..............................................................71
Figura 13 Curva de crescimento de vagens de soja cultivada sobre palhadas de
Brachiaria brizantha, milheto e feijão. ..............................................................72
Figura 14 Índice de área foliar de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria
brizantha, milheto e feijão..................................................................................73
RESUMO
OLIVEIRA, P. de. Resposta de soja e milho a alterações do solo pela decomposição de palhadas. 2009. 89 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Produção Vegetal) – Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 20091.
O objetivo foi avaliar o crescimento de milho e soja sobre três palhadas de
cobertura do solo, sendo elas Brachiaria brizantha, milheto e feijão, considerando seus
respectivos impactos na biologia do solo. Determinou-se suas produtividades de grãos e
alguns parâmetros do solo, como carbono e nitrogênio da biomassa microbiana, além da
atividade enzimática total do solo e os fungos de origem no solo: Fusarium solani, F.
oxysporum, Trichoderma ssp. e Rhizoctonia solani. O experimento foi conduzido sob
regime de chuvas, no verão do ano agrícola 2007/2008, na Embrapa Arroz e Feijão,
localizada em Santo Antônio de Goiás, GO, a 16º28'00" S e 49º17'00" W, e 823 m de
altitude. O delineamento experimental foi o de blocos completos casualizados, com quatro
repetições. Os resultados foram: (a) as palhadas de cobertura do solo avaliadas apresentam
taxas de decomposição semelhantes, sendo o diferencial a produção de matéria seca por
área, na qual a Brachiaria foi superior; (b) as espécies leguminosas, como soja e feijão,
propiciaram ambiente com maior quociente metabólico e mais propício ao
desenvolvimento de Fusarium solani e Rhizoctonia solani; (c) a B. brizantha como
precedente cultural promove diminuição da população dos fitopatógenos F. solani e F.
oxysporum e o aumento da população do antagonista Trichoderma spp.; (d) as
produtividades de milho não diferiram quanto às palhadas de cobertura do solo enquanto
que a produtividade de soja foi menor sobre palhada de B. brizantha e (e) as curvas de
acúmulo de massa de matéria seca de milho e soja são coerentes com os resultados de
produtividade.
Palavras-chave: Sistema Plantio Direto, palhada de cobertura do solo, Brachiaria, Zea
mays e Glicine max.
1 Orientadora: Prof.ª Dr.ª Vladia Correchel, EA/UFG. Co-orientadores: Prof. Dr. Tomás de Aquino Portes, EAEA/UFG, e Dr. João Kluthcouski, Embrapa Arroz e Feijão.
ABSTRACT
OLIVEIRA, P. de. Soybean and corn response to changes in the soil caused by decomposition of straws. 2009. 89 f. Dissertation (Master in Agronomy: Crop Science) – Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 20091.
The objective was to evaluate the growth of corn and soybeans on three straws
of soil cover crops, which were Brachiaria brizantha, millet and common beans. It was
also evalueted their yields and some soil parameters, such as carbon and nitrogen of
microbial biomass, in addition to the total enzymatic activity of soil and some soil fungi as
Fusarium solani, F. oxysporum, Trichoderma ssp. and Rhizoctonia solani. The experiment
was conducted in the summer season of 2007/2008, at Embrapa Rice and Beans, located in
Santo Antônio de Goiás, GO, at 16 28'00 "S and 49 º 17'00" W, and 823 m of altitude. The
experimental design was a randomized complete block with four replications. The results
have shown that (a) the straws of soil cover crops evaluated have similar rates of
decomposition, but they differed in the production of dry matter per area, in which
Brachiaria was higher (b) the legumes species such as soybean and common beans,
provide a more stressful environment for microbial soil; (c) Brachiaria as a precedent
promotes a decline in population of the F. solani and F. oxysporum and an increasing
population of the antagonist Trichoderma spp., (d) the yield of corn did not differ on the
straws while the yield of soybean was lower on B. brizantha straw and (e) the curves of
accumulation of dry matter of corn and soybeans are consistent with the results of
productivity.
Key words: No-tillage system, straw, Brachiaria, Zea mays and Glicine max.
1 Orientadora: Prof.ª Dr.ª Vladia Correchel, EA/UFG. Co-orientadores: Prof. Dr. Tomás de Aquino Portes, EAEA/UFG, e Dr. João Kluthcouski, Embrapa Arroz e Feijão.
1 INTRODUÇÃO
Estudos recentes sobre o ecossistema, produtos, serviços, sustentabilidade e
vulnerabilidade resultaram numa grande ênfase na relação dinâmica entre as sociedades
humanas e seus ecossistemas, em escalas locais (Lambin et al., 2003). É de interesse
mundial a conservação e preservação dos ecossistemas, e as áreas exploradas pela
agropecuária são as mais preocupantes nesse contexto.
Em ecossistemas utilizados para a produção agrícola, a entrada de resíduos de
plantas, seja acima ou abaixo do solo, constitui a principal fonte de energia e matéria para
uma comunidade extraordinariamente diversa de organismos de solo, ligados por
interações complexas. Em termos de diversidade biológica da biomassa, o maior número
de espécies de organismos de solo está envolvido na decomposição da matéria orgânica
(MO), especificamente o grande grupo de bactérias e fungos (Hättenschwiler et al., 2005).
Estudos passados mediram a produção de biomassa vegetal encontrada acima
do solo como uma variável do funcionamento do ecossistema e sua dependência na riqueza
de espécies vegetais, e mostraram que, em ecossistemas vegetados, a produtividade
primária está possivelmente relacionada com a diversidade de espécies vegetais. Porém,
muito pouco se conhece acerca de como a biodiversidade afeta outros processos
fundamentais no ecossistema como, por exemplo, a decomposição e a ciclagem de
nutrientes (Hättenschwiler et al., 2005). Nesse sentido, comunidades microbianas podem
fornecer informações úteis tanto para estudos ambientais básicos ou aplicados (Pankhurst
et al., 1995). Manter a biomassa microbiana do solo, a diversidade e a atividade da
microflora é fundamental para um manejo sustentável da agricultura (Insam, 2001).
No Brasil as áreas de Cerrado compreendem mais de dois milhões de km2, dos
quais cerca de 18 milhões de hectares (ha) são explorados por agricultura (Klink &
Machado, 2005). Essas áreas representam importante papel na concentração e balanço de
quase todos sistemas biológicos. Se essas áreas dos Cerrados forem usadas
inapropriadamente poderão ocorrer mudanças profundas no ecossistema.
15
A partir dos anos 60, iniciou-se um extenso processo de ocupação em várias
regiões dos Cerrados que envolveram agricultura intensiva, pastagens e reflorestamentos
(Valpassos et al., 2001). Nesse período, os solos, notadamente os mais representativos –
Latossolos e Areias Quartzozas, eram ácidos e considerados inférteis (Lopes, 1983).
Porém, com a prática de calagem e adubação e a adaptação da cultura da soja para
condições tropicais, tornaram-se altamente produtivos.
A partir da década de 80, nos municípios de Rio Verde, Santa Helena de Goiás
e Morrinhos, em Goiás, iniciou-se uma outra prática de manejo do solo, o Sistema Plantio
Direto (SPD), que consagraria essas áreas como regiões altamente produtoras (Landers,
1994).
O SPD pode ser tratado como um complexo de práticas, produtos e serviços,
que preconiza: o mínimo revolvimento do solo, ou seja, mobilização do solo
exclusivamente na linha de semeadura; a cobertura do solo pela presença de palhadas e da
rotação de culturas (Denardim & Kochhann, 1993). As principais conseqüências dessas
práticas são: o controle da erosão, o maior aproveitamento do tempo nas operações
agrícolas e o aumento da MO do solo. Por esses motivos, o SPD ocupa uma área de
aproximadamente 95 milhões de hectares (ha) no mundo. Destes, cerca de 20 milhões de
ha estão presentes no Brasil (FEBRAPDP, 2008).
À medida que se decompõem, as palhadas de cobertura representam fonte de
MO para o solo, melhorando não só sua fertilidade como também sua estrutura. A
transformação dos resíduos vegetais em MO permite que alguns nutrientes sejam mantidos
no solo. Com a posterior decomposição microbiológica da MO, ocorre liberação de
nutrientes que podem ser absorvidos pelas culturas sucessoras (Padovan, 2006).
Nesse sentido, a presença de palhadas de cobertura no solo proporciona um
melhor ambiente para as plantas se desenvolverem. Entre as fontes de palhadas de
cobertura do solo, as espécies do gênero Brachiaria vêm ganhando destaque nos setores
produtivo e científico. Essas espécies podem ser introduzidas no sistema de produção
através de modalidades de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), como o Sistema Barreirão,
em condições de solo degradados, ou, pelo Sistema Santa Fé, em áreas corrigidas
(Kluthcouski et al., 2003).
O gênero Brachiaria se caracteriza por produzir grande quantidade de massa
seca e, ao mesmo tempo, desenvolver um sistema radicular agressivo, o que confere
grandes benefícios ao solo. A biomassa aérea dessecada, ou seja, a palhada, protege o solo
16
contra o impacto das gotas de chuva, evitando perdas de solo e nutrientes por erosão,
possibilitando, também, diminuição da temperatura do solo, maior infiltração de água e
menor perda de água por evaporação. O sistema radicular, por sua vez, descompacta e
estrutura o solo, fornecendo condições para uma maior infiltração de água e ar (Broch,
2001).
Assim, espera-se que a produtividade de milho e soja sejam superiores na
palhada de Brachiaria brizantha, em comparação às palhadas de milheto e feijão. Além
disso, espera-se que as rotações de cultura envolvendo B. brizantha sejam supressivas a
alguns patógenos com origem no solo e propicie ambiente edáfico mais próximo do
equilíbrio, em termos microbiológicos.
O desempenho das culturas graníferas (soja e milho) sobre palhadas de
cobertura do solo, incluindo uma espécie de Brachiaria, bem como a influência dessas
coberturas na biologia e em alguns fungos de solo, buscando responder possíveis
diferenças de produtividades são os objetivos do presente estudo.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 SISTEMA PLANTIO DIRETO: CONCEITO E PREMISSAS
Define-se sistema agrícola como um conjunto ordenado de ações, processos e
mecanismos na busca de um resultado. Aplicando este conceito a um sistema produtivo
agropecuário percebe-se que a sua composição envolve três fatores básicos: o ambiente, a
planta e o solo, que atuam de forma ordenada para a geração de um produto (Denardin &
Kochhann, 1993).
O Sistema Plantio Direto (SPD) surgiu na década de 30 na Estação
Experimental de Rothamsted, na Inglaterra, tornando-se um processo agrícola com o
advento dos herbicidas Paraquat e Diquat em 1956. No Brasil, teve início em zonas
coloniais na década de 70 no Centro Sul do Paraná (Correa & Cruz, 1987).
Nos Cerrados, o SPD provavelmente iniciou-se no final da década de 70 e
início de 80 através da migração de produtores que adotavam tal tecnologia na região Sul
do país. O motivo para a adoção mais tardia nessa região deve estar ligado ao fato de a
exploração racional de solos sob Cerrados ter iniciado na década de 70. O enfoque das
primeiras pesquisas sobre SPD nos Cerrados, como prática de controle da erosão, foram
iniciados em 1976, em Planaltina, DF, pelo CPAC-EMBRAPA em 1978 e na EMGOPA
em 1975/76 (Emgopa, 1977).
O princípio básico do SPD é o de menor intervenção no solo, mantendo-o mais
protegido possível ao longo do ano (Saturnino, 2001). Segundo Amaral (2001), o SPD
iniciou-se com o objetivo de conservar o solo e controlar a erosão e, atualmente, representa
muito mais que um método de conservação. O SPD tem contribuído na busca de uma
agricultura sustentável, que mantém altas produções, sem degradar o solo e o ambiente.
Além disso, o autor destaca que a amplitude do conceito de SPD implica em seqüências e
rotações de culturas, com suas complementaridades e sinergismos, para reciclagem de
nutrientes e formação de palhada de cobertura, abandonando-se as práticas de arações e
18
gradagens, semeando-se e adubando-se com o mínimo possível de revolvimento no solo e
na palhada de cobertura.
Além disso, a cobertura do solo tem um papel fundamental na diminuição da
intensidade da radiação solar incidente sobre o solo, causando uma queda na sua
temperatura. Em solos protegidos por cobertura vegetal, as amplitudes de variação térmica,
se traduzem por menor evaporação e uso mais eficiente dos nutrientes disponíveis pelas
culturas sucessoras (Muzilli, 1986).
2.2 PALHADAS DE COBERTURA DO SOLO
2.2.1 Produção de matéria seca e sua decomposição
A escolha das plantas de cobertura deve considerar sua adaptação à região e
habilidade em crescer num ambiente mais favorável, uma vez que as culturas comerciais
são estabelecidas nas épocas mais propícias, levando-se em consideração a produção de
fitomassa, a disponibilidade de sementes, as condições do solo, rusticidade quanto à
tolerância ao déficit hídrico, a possibilidade de utilização comercial e o potencial dessas
plantas serem hospedeiras de pragas e doenças (Alvarenga et al., 2001). De forma
complementar, Pettineli Neto et al. (2003), indicam que essas palhadas para cobertura
devam apresentar uma alta capacidade em extrair nutrientes do solo e uma lenta
decomposição.
A formação de uma boa palhada para cobertura da superfície do solo é a etapa
mais importante para se obter a máxima eficiência do SPD, já que, em condições tropicais,
outros fatores interferem tanto na obtenção como na longevidade da cobertura morta.
Temperaturas elevadas associadas à adequada umidade promovem a rápida decomposição
dos resíduos vegetais incorporados ou não ao solo. Nas regiões tropicais a mineralização
da MO chega a ser cinco vezes mais rápida do que a observada em regiões temperadas
(Sanchez & Logan, 1992).
Em relação ao tipo de planta, as gramíneas formam uma palhada mais
duradoura na superfície do solo, e com seu sistema radicular agressivo exploram um amplo
perfil de solo, extraindo e reciclando grandes quantidades de nutrientes não absorvidos
pelas culturas anuais cultivadas no verão (Altmann, 2001). Por outro lado, as leguminosas
desempenham um papel fundamental como fornecedoras de nutrientes quando o SPD já
19
está estabilizado. O uso de leguminosas tem a vantagem de reciclar e liberar nutrientes
para as culturas sucessoras, devido à rápida decomposição dos resíduos, nos primeiros
trinta dias após o manejo (Primavesi, 1988).
É importante destacar que as espécies gramíneas também são fornecedoras de
nutrientes para as culturas sucessoras, porém, a médio e longo prazo, especialmente na
camada superficial. São exemplos os aumentos dos teores de fósforo e potássio nas
camadas superficiais do solo conduzidos sob SPD, sendo que quantidades de nitrogênio
(N) liberadas aumentam depois de vários anos (Zotarelli, 2005). Resultados semelhantes
foram obtidos por Floss (2000), com palhadas de gramíneas, tendo sido observado
significativo aumento dos teores de fósforo e potássio nas camadas superficiais do solo
conduzidos sob SPD. As quantidades de N liberadas nestes solos aumentam depois de
vários anos.
Na decomposição dos resíduos, existem duas fases. Na primeira ocorre uma
rápida decomposição de materiais como carboidratos simples, amidos, açúcares e
proteínas, enquanto que na segunda, a decomposição é mais lenta, devido à presença de
materiais mais resistentes, tais como celuloses, gorduras, ceras, taninos e lignina (Wieder
& Lang, 1982). Durante a decomposição ocorrem variações da relação carbono:nitrogênio
(C/N) das coberturas mortas. Essa diferença de comportamento é atribuída à facilidade dos
microorganismos em digerir glicídios e a dificuldade de decomporem a lignina e outros
compostos complexos (Almeida et al., 1985).
A relação C/N do material orgânico indica os resultados dos processos de
mineralização e imobilização, ou seja, materiais com baixa relação C/N, em torno de 15 a
20 (resíduos de soja, feijão e tremoço), permitem decomposição mais rápida quando
comparado a resíduos de relação C/N > 30 (resíduos de aveia, milho e sorgo). Nesse
sentido, o cultivo de uma espécie sobre os resíduos com alta relação C/N acarretará em
consumo de N proveniente do solo pela biomassa microbiana reduzindo a disponibilidade
de N para a cultura. O desenvolvimento da população microbiana é estimulado até que a
disponibilidade de carbono lábil (facilmente oxidável) se reduza e o sistema em
decomposição atinja relação C/N < 25 (Zotarelli, 2005). Assim, a velocidade de
decomposição varia inversamente com o conteúdo lignina e com a relação C/N dos
resíduos, isto é, quanto mais altos, mais lenta é a decomposição (Aulakh et al., 1991; Mary
et al., 1996; Floss, 2000).
20
Os restos culturais produzidos pelas diversas culturas anuais exploradas no
bioma Cerrado, como a soja, milho, sorgo, arroz, feijão ou das plantas daninhas,
dificilmente atingem quantidade e longevidade suficientes para assegurar a proteção plena
da superfície do solo e, por conseguinte, garantir a máxima eficiência do SPD, uma vez
que estudos revelam que para o solo estar bem protegido são necessárias cerca de 7 t ha-1
de matéria seca (Lopes et al., 1987). De acordo com os autores, 1, 2 e 4 t ha-1 de matéria
seca de resíduo vegetal cobrem cerca de 20%, 40% e 60-70% da superfície do solo,
respectivamente. Para os Cerrados do Médio Norte do Estado do Mato Grosso, Seguy et al.
(1992) relataram que, no período de 90 dias após a primeira chuva, as massas das palhadas
de milho, arroz e soja foram reduzidas em 63%, 65% e 86%, respectivamente, de sua
massa inicial e, nesta mesma ordem e período, resultaram em cobertura do solo de 30%,
38% e 7%.
Nos Cerrados, o cultivo do milheto (Pennisetum glaucum (L.) R. Br.) para a
formação de cobertura morta, principalmente na agricultura dependente de chuvas, foi
fator preponderante para a introdução/adoção do SPD. Trata-se de uma planta anual,
originária das savanas africanas, com crescimento cespitoso e ereto, e ciclo de 130 dias. É
uma cultura de verão, que quando semeada de outubro e novembro podem atingir até 15 t
ha-1 de matéria seca, mas limitar-se à cerca de 5 t ha-1 na safrinha (Salton & Kichel, 1998).
Ao avaliarem a taxa de decomposição da palha de milheto, Pelá et al. (1999) encontraram
que cerca de 44% da palhada se decompôs em 73 dias, pouco menos que as palhadas das
leguminosas Mucuna niveum, Crotalaria juncea, Crotalaria paulinea e Cajanus cajan,
cuja taxa de decomposição ficou entre 49% e 53%, neste período.
Ademais, diversos estudos explicam que a velocidade de decomposição dos
resíduos culturais é que vai determinar o tempo de permanência da cobertura morta na
superfície do solo. Quanto mais rápida for a sua decomposição, maior a velocidade de
liberação dos nutrientes, diminuindo, entretanto, a proteção do solo.
2.2.2 Benefícios ao sistema agrícola
As espécies de Brachiaria são amplamente adaptadas e disseminadas nos
Cerrados, e ocupam 85% da área com pastagem (Roos, 2001). Seu uso como cobertura
morta foi inicialmente registrado por Broch et al. (1997).
21
Em relação aos benefícios da Brachiaria como palhada de cobertura e
precendente cultural, observam-se o aumento da MO do solo (Barber & Navarro, 1994);
melhorias na porosidade, na massa específica e nos agregados maiores que 2 mm do solo
(Balbino et al., 2003); maior enraizamento da cultura anual sucessora (Salton, 1999);
diminuição da incidência de fungos com origem no solo (Costa & Rava, 2003) e
diminuição de plantas daninhas anuais (Cobucci et al., 2001). Além disso, estudos revelam
maiores produtividades de grãos de soja e feijão comum em cultivos sucessivos a espécies
de Brachiaria, quando comparadas a outras fontes de cobertura do solo (Kluthcouski &
Stone, 2003).
Aidar et al. (2000), ao estudarem cinco diferentes fontes de resíduos para
cobertura morta na região do Brasil Central observaram que dentre as principais culturas
anuais, no que se refere à quantidade, apenas os restos culturais do milho foram suficientes
para a formação de cobertura morta para a proteção adequada da superfície do solo. Nesse
mesmo estudo, verificaram que a palhada de Brachiaria brizantha cv Marandú, associada
aos restos culturais do milho ultrapassaram 17 t ha-1 de matéria seca, mantendo a proteção
plena da superfície do solo por mais de 107 dias. O cultivo de inverno do feijoeiro sobre
diversas fontes de palhada no período de maio a setembro promoveu a redução da
biomassa, que variou de 60% (palhada de soja) a 30% (palhada de arroz).
Resultados semelhantes foram obtidos com B. humidicola, em que Rezende et
al. (1999) registraram reduções da biomassa de aproximadamente 60% no período de 112
dias, na estação mais chuvosa, e em cerca de 50%, no período de 140 dias, na estação
menos chuvosa. Oliveira (2001) também observou maior produção de matéria seca e
persistência da palhada de Brachiaria, obtida em consórcio com milho, seguido do sorgo,
Brachiaria solteira, plantas daninhas, arroz e soja, avaliadas por ocasião da floração do
feijoeiro.
Teixeira Neto (2002) avaliou a longevidade de espécies vegetais de cobertura
do solo, incluindo entre essas a do gênero Brachiaria, obtida pelo Sistema Santa Fé. Em
relação à longevidade, verificou que o menor percentual de decomposição foi da palhada
resultante do consórcio milho+Brachiaria (53% de redução), seguido da Brachiaria
solteira (61%), arroz+Brachiaria (64%), milho solteiro (66%) e arroz solteiro (85%). A
taxa média mensal de decomposição, no período de 120 dias, nos ensaios envolvendo a
cultura do arroz, foi de: 2,8 t ha-1, ou 11%, no tratamento Brachiaria solteira; 2,6 t ha-1, ou
13%, no tratamento arroz+Brachiaria; e 2,2 t ha-1, ou 17 %, no tratamento arroz solteiro.
22
Em estudo realizado na recuperação de solos degradados na Bolívia, com
problemas de compactação de subsolo, Barber & Navarro (1994), comparando três
gramíneas (Panicum maximum cvs. Tobiatã e Centenário, e Brachiaria brizantha), nove
leguminosas e duas coberturas de inverno, observaram que as gramíneas foram mais
eficientes em aumentar o conteúdo de MO do solo e, juntamente com Arachis hypogea e
Cajanus cajan, em recuperar a estrutura do subsolo.
Ao analisar os benefícios de coberturas em atributos do solo, Nolla (1983)
verificou, em um Latossolo Roxo distrófico, que a estabilidade em água de agregados do
solo em áreas com seis anos de pastagens cultivadas de gramíneas, implantadas em áreas
de cultivo tradicional de trigo, soja e milho, não diferiu da área de pastagem com
gramíneas nativas. De acordo com os autores, isso indica que ocorreu regeneração da
estrutura do solo degradado pelo cultivo contínuo de culturas anuais.
Com o mesmo intuito, Balbino et al. (2003) realizaram estudos em um
Latossolo Vermelho distrófico, comparando diversos ecossistemas (mata nativa, pastagem
de B. brizantha, milho consorciado com Brachiaria e milho solteiro) mostraram que as
áreas sob Brachiaria consorciada ou solteira foram as que mais se aproximaram da área
sob mata, em relação às propriedades físicas do solo. A porcentagem de agregados maiores
que 2 mm e o diâmetro médio ponderado dos agregados (DMPA) na camada de 0-20 cm
foi maior no solo sob mata, seguido do solo sob milho consorciado com Brachiaria. No
solo sob mata, a massa específica do solo foi menor, enquanto a macroporosidade foi
maior. Os solos sob pastagem consorciada ou solteira apresentaram, na camada superficial,
menores valores de massa específica do solo, e maiores, de macroporosidade, em relação
ao milho solteiro.
Segundo Silva & Mielniczuk (1997), os efeitos benéficos das gramíneas
perenes na formação e estabilização dos agregados do solo são devidos à alta densidade de
raízes. Essas promovem a aproximação das partículas pela constante absorção de água do
perfil do solo, às periódicas renovações do sistema radicular e à uniforme distribuição dos
exsudatos no solo, que estimulam a atividade microbiana, cujos subprodutos atuam na
formação e estabilização dos agregados.
Nesse contexto, Tisdall & Oades (1979) sugerem que o aumento da
estabilidade de agregados, devido à ação de gramíneas, se deve à liberação de
polissacarídeos por hifas de micorrizas associadas. Kanno et al. (1999) ao compararem
cinco gramíneas (Brachiaria decumbens cv. Basilisk, B. brizantha cv. Marandu, Panicum
23
maximum cv. Tanzânia, P. maximum cv. Tobiatã e Andropogus gayanus cv. Baeti)
concluíram que a Brachiaria brizantha foi a melhor opção a ser introduzida na rotação
cultura-pastagem para melhorar a qualidade do solo, em termos de quantidade e
distribuição da biomassa radicular.
Em estudo realizado no município de Unaí, MG, Stone et al. (2005) verificaram
os benefícios da Brachiaria como precedente cultural no cultivo do feijoeiro. Destacaram-
se o aumento na disponibilidade da maioria dos nutrientes avaliados, principalmente até os
primeiros 20 cm de profundidade do solo e dos teores de matéria orgânica, até os 40 cm de
profundidade. Além disso, os resultados dos atributos físicos analisados mostraram que a
densidade do solo, a porosidade total e a macroporosidade do solo na área de Brachiaria
tenderam claramente a apresentar valores inferiores, superiores e superiores,
respectivamente, em relação à área antecessora com feijão refletindo, assim, o maior teor
de matéria orgânica e a maior eficiência desta gramínea na estruturação do solo. De acordo
com os autores, essa melhor estruturação do solo está relacionada com a maior quantidade
de biomassa seca residual depositada na superfície do solo, bem como pelo maior vigor do
sistema radicular dessa gramínea. Além disso, tanto a proteção da superfície do solo
quanto a decomposição dos resíduos orgânicos das raízes e da palhada de cobertura
contribuem para a melhor estruturação do solo.
2.3 BIOLOGIA DO SOLO
A energia captada da luz solar via fotossíntese é transferida para o solo, via
resíduos orgânicos. Esses, por sua vez, são transformados, devolvendo o CO2 para a
atmosfera e reciclando os elementos minerais, essenciais para as plantas e animais. Os
principais mecanismos e processos biológicos importantes para o ciclo dos elementos no
solo são: fotossíntese, decomposição e mineralização, para o carbono e amonificação,
imobilização, nitrificação e desnitrificação para o nitrogênio, entre outros (Siqueira, 1994).
Grande parte do N do solo é derivado de organismos mortos que estão sob a
forma de materiais orgânicos complexos, como proteínas, aminoácidos, ácidos nucléicos e
nucleotídeos. Essas substâncias nitrogenadas são normalmente quebradas rapidamente em
compostos simples, por bactérias saprófitas do solo e vários fungos. O nitrogênio resultante
é então incorporado em aminoácidos e proteínas por esses microrganismos e o excesso é
24
liberado na forma de íons amônio (NH4+), pelo processo de amonificação (Raven, 2001). O
amônio, por sua vez, pode ser naturalmente convertido em amônia (NH3) no solo.
Nesse sentido, as atividades biológicas do solo são influenciadas pelas
palhadas, onde a concentração de microrganismos na rizosfera é mais alta nas plantas de
cobertura do que a média do solo, principalmente, devido às substâncias liberadas pelas
raízes e pela própria decomposição (Duda et al., 2003).
Segundo Mercante (2001), a quantidade e a qualidade dos resíduos vegetais nos
sistemas produtivos provocam alterações na composição da comunidade microbiana,
influenciando sua taxa de decomposição. Nesse sentido, os sistemas de manejo de solo e as
fontes de palhadas de cobertura atuam diretamente na persistência dos resíduos no solo, no
tamanho da biomassa microbiana e, conseqüentemente, na sustentabilidade dos
agroecossistemas.
A MO nos solos é constituída de duas frações distintas: uma, os restos vegetais
e animais em diferentes estados de decomposição e outra, o húmus, que é o produto desses
restos após decomposição biológica. O húmus apresenta-se numa forma relativamente
resistente a novos ataques microbianos, sendo a fração ativa e importante no que diz
respeito à fertilidade do solo (Mello, 1989). Trata-se de um material amorfo, sem unidade
química definida.
Por se tratar de um substrato rico e dinâmico, a MO favorece o
desenvolvimento da microbiota do solo. O manejo do solo influencia os microrganismos
presentes no solo que modificam quantitativa e qualitativamente os resíduos vegetais aos
quais são incorporados, além de atuarem na distribuição espacial da MO recém formada e,
ainda, na disponibilidade de nutrientes (Kandeler et al., 1999).
A MO pode ser dividida em parte viva e parte morta. A biomassa microbiana,
também denominada biologia do solo é considerada a parte viva da MO. Além de controlar
a decomposição e o acúmulo de MO no solo, a biomassa microbiana representa, ainda,
uma reserva considerável de nutrientes, os quais são continuamente desviados para os
ciclos de crescimento dos diferentes organismos que compõem o ecossistema (Tótola &
Chaer, 2002). Dessa forma, solos com altos teores de biomassa microbiana são capazes de
estocar mais nutrientes.
Em diversos sistemas de rotação, sucessão e consórcio de culturas foi
observado que a presença de leguminosas aumenta a biomassa microbiana e a
biodiversidade (Siqueira, 1994). Com a redução da MO, que serve como fonte de
25
alimentos e micro-habitats dos microrganismos, e com maiores variações na temperatura e
na umidade do solo, ocorre um decréscimo da população microbiana em geral (Hungria et
al., 1994).
A velocidade com que um resíduo é decomposto no solo depende da sua
constituição química e das condições ambientais. As transformações da MO são mostradas
na Figura 1.
Figura 1. Ciclagem de nutrientes na matéria orgânica das substâncias húmicas no solo Fonte: Siqueira (1994).
Dessa forma, o estudo da comunidade microbiana pode fornecer informações
importantes tanto para estudos básicos quanto aplicados na área de eventos ambientais
(Pankhurst et al., 1995). Outro fator que permite vislumbrar a decomposição da MO no
solo e o equilíbrio ecológico é a atividade enzimática, que está associada à presença de
células ativas, de origem animal, vegetal e microbiana (Burns, 1982). De acordo com
Doran & Parkin (1996), as propriedades biológicas e bioquímicas do solo, como a
atividade enzimática, a taxa de respiração, a diversidade e a biomassa microbiana, são
indicadores sensíveis que podem ser utilizados no monitoramento de alterações ambientais
decorrentes do uso agrícola, sendo ferramentas para orientar o planejamento e a avaliação
das práticas de manejo utilizadas.
2.3.1 Carbono e nitrogênio da biomassa microbiana do solo
O conjunto de bactérias, actinomicetos, fungos, algas e toda a microfauna
26
existente no solo, perfazendo um volume menor que 5.103 µm3, denomina-se biomassa
microbiana do solo (BM) e representa um importante compartimento de armazenamento de
carbono e nutrientes no solo de agroecossistemas (Jenkinson & Ladd, 1981), pois perfaz,
em média, 2 a 5% do carbono (C) orgânico e 1 a 5% do nitrogênio (N) total do solo
(Jenkinson & Ladd, 1981).
A BM representa o destino inicial do C em transformação no solo sendo
influenciada por fatores que afetam a densidade e a atividade dos organismos do solo,
como a disponibilidade de C, N, P, S, umidade, aeração, pH, tipo de argila e textura
(Moreira & Siqueira, 2002). A mineralização de N mediada por microrganismos pode
prover em torno de 50% das necessidades de N das plantas anualmente, enquanto o fluxo
de N através da BM pode ser duas a quatro vezes superior aos teores absorvidos pelas
plantas (Moreira & Siqueira, 2002). Conseqüentemente, solos com alto conteúdo de
biomassa microbiana são capazes não somente de estocar mais nutrientes, mas também de
ciclá-los dentro do sistema.
Além disso, de acordo com Sparling (1994) a BM pode funcionar como um
indicador de sustentabilidade da área agricultável. Vários trabalhos na literatura
demonstram que a BM é um indicador sensível às mudanças ocorridas no solo em função
do estabelecimento de diferentes sistemas de produção (uso de fertilizantes, persistência e
degradabilidade de agrotóxicos) (Anderson & Domsch, 1990; Carter, 1991), de mudanças
climáticas (Insam, 2001), de sistemas de cultivo e de níveis de degradação do solo (Carter,
1991) e de rotações de culturas (Campbell et al., 1991). Nesse caso, os microrganismos
imobilizam temporariamente C, N, P, K, Ca, Mg, S e micronutrientes, que serão liberados
após sua morte e decomposição e disponibilizados às plantas.
Valores obtidos para biomassa variam muito com o tipo de solo, vegetação e
clima. Em solos da Amazônia foram encontrados valores de 765 a 1.287 mg C kg-1 de solo
(Feigl et al., 1995), ou 3% a 4% do carbono orgânico desses solos. Nos solos dos Cerrados,
sob diferentes sistemas agrícolas, os valores de carbono da biomassa microbiana (CBM)
raramente excedem a 400 mg C kg-1 de solo (Matsuoka et al., 2003).
Dentre os métodos bioquímicos de quantificação do C da biomassa microbiana
destaca-se o método de fumigação-incubação proposto por Jenkinson & Powlson (1976),
que permite também a obtenção da taxa de respiração basal do solo (RBS) ou carbono
prontamente mineralizável. Essa análise constitui em destruir a membrana celular dos
microrganismos com clorofórmio, seguido de extração por uma solução de sulfato de
27
potássio. De maneira geral, pode-se dizer que quanto maiores os teores de CBM, maior
será a reserva de carbono ativo no solo, o que implicará em maior potencial de
decomposição da matéria orgânica do solo (Mercante, 2001). Outra método para
determinação do C da biomassa é o proposto por Vance et al. (1987), chamado fumigação-
extração (Figura 2). Em ambos métodos, é possível obter o extrato para a determinação do
nitrogênio da biomassa microbiana, de acordo com Brookes et al. (1985).
Figura 2. Procedimento experimental para a estimativa do carbono da biomassa microbiana do solo pelo método da fumigação-incubação. Fonte: Feigl et al. (1998).
Perez et al. (2005) observaram que em área de mata nativa (80,21 mg N kg-1) há
maior conteúdo de nitrogênio microbiano, quando comparado com sistemas de manejo de
solo com uma gradagem (42,84 mg N kg-1), com uma subsolagem e duas gradagens (39,66
mg N kg-1) e com SPD (40,26 mg N kg-1). Isto evidencia que em áreas não perturbadas,
com manutenção de resíduos vegetais na superfície, há maior concentração de nitrogênio
microbiano, principalmente na superfície do solo.
Assim, o estudo da biomassa microbiana torna-se importante, como também
sua comparação com solo sob vegetação nativa. Nestes solos, em que o ecossistema não se
encontra perturbado, assume-se a existência de um estado de equilíbrio, onde a quantidade
28
de carbono fixado anualmente pela fotossíntese é balanceada por quantidade similar de
carbono liberado para a atmosfera na forma de CO2 (Silva & Resck, 1997).
2.3.2 Respiração basal e quociente metabólico
A respiração é o atributo mais antigo utilizado na quantificação da atividade
metabólica nos solos, sendo dependente do estado fisiológico da célula e influenciada por
diversos fatores como umidade, temperatura, estrutura do solo e disponibilidade de
nutrientes. A respiração basal é definida como a respiração sem adição de substratos
orgânicos do solo, refletindo a atividade biológica ou a atividade metabólica de
microrganismos do solo. Como a concentração de CO2 no ar é bem menor (0,036%) do
que a concentração de O2 (21%), as medidas de CO2 são mais sensíveis (Alef, 1995).
Todavia, a interpretação dos resultados da atividade biológica deve ser feita
com critério, uma vez que elevados valores de respiração nem sempre indicam condições
desejáveis. Uma alta taxa de respiração pode significar, em curto prazo, liberação de
nutrientes para as plantas e, em longo prazo, perda de carbono orgânico do solo para
atmosfera (Parkin et al., 1996). Anderson & Domsch (1993) propuseram a determinação
do quociente metabólico (qCO2), que tem por definição a relação entre a quantidade de C-
CO2 da atividade microbiana e C da sua biomassa por unidade de tempo, como
componente relevante na avaliação dos efeitos ambientais e antropogênicos sobre a
atividade microbiana do solo. Essa interpretação, aparentemente mais adequada, prediz
que, à medida que determinada biomassa microbiana se torna mais eficiente na utilização
de recursos do ecossistema, menos C é perdido como CO2 pela respiração e maior
proporção de C é incorporada aos tecidos microbianos.
A disponibilidade de N no solo, quando esse não é suprido por fontes externas,
depende das transformações realizadas pela microbiota. Em solos com baixa fertilidade e
cobertura vegetal com baixos teores de N, a taxa de decomposição da MO é menor,
propiciando a imobilização do N na BM, a qual serve como compartimento de reserva. No
mesmo solo, com cobertura vegetal com maiores teores de N, a quantidade de N
imobilizado pela BM é menor, pois esse elemento está em quantidade suficiente para
atender à atividade metabólica dos microrganismos e ao processo de decomposição da
MO. Nesta situação, a BM funciona como catalisadora e/ou fonte de nutrientes na
decomposição da MO (Gama-Rodrigues,1999).
29
2.3.3 Atividade enzimática total do solo
As enzimas do solo têm sido sugeridas como indicadores potenciais da
qualidade do solo devido à sua relação com a biologia do solo, facilidade de determinação
e rápida resposta às mudanças do ambiente (Dick, 1996). Essas enzimas catalisam todas as
reações bioquímicas e, ainda, são parte fundamental da ciclagem de nutrientes no solo.
Acredita-se que as enzimas do solo são, primeiramente, originadas da microbiota edáfica,
sendo também provenientes de plantas e animais (Tabatabai, 1994).
As enzimas estão presentes no solo tanto associadas às células microbianas
(enzimas intracelulares), quanto não associadas (enzimas extracelulares). Existem
correlações entre a atividade enzimática e os outros indicadores biológicos do solo (Araújo
& Monteiro, 2007).
Balota et al. (2004) investigaram a atividade de algumas enzimas do solo
(amilase, celulase, arisulfatase e fosfatase) sob sistemas de manejo convencional, SPD e
rotação de culturas e observaram significantes correlações entre a atividade enzimática e o
C e N microbiano do solo. Porém, segundo Tan et al. (2008), a comparação da atividade
enzimática do solo em condições de diferentes manejos de solo pode ser complicada, pois
depende de condições de clima, local, classe de solo e tipo de enzima.
Uma das formas de quantificar as enzimas totais do solo é pelo método da
hidrólise do diacetato de fluoresceína. Esse composto é hidrolisado por muitas enzimas,
como lípases, proteases e esterases, e também por diversos organismos (Bandick & Dick,
1999). O método descrito por Ghini et al. (1998) preconiza a hidrólise do diacetato de
fluoresceína (DAF). Esse composto é hidrolisado por várias enzimas das células vivas, e
por esse motivo, tem sido usado para avaliar a atividade microbiana nas amostras de solo.
A fluoresceína permanece na célula causando fluorescência intracelular que pode ser
quantificada por espectrofotometria.
2.4 MICROBIOLOGIA DO SOLO: ALGUNS FUNGOS COM ORIGEM NO SOLO
Os fitopatógenos Fusarium solani, Fusarium oxysporum e Rhizoctonia solani
são causadores de doenças importantes relacionadas a infecções do sistema radicular,
sobretudo nas culturas do feijoeiro comum e da soja. Pela freqüente incidência e pelas
perdas na produção encontradas nas principais regiões lavoureiras no Brasil, pode-se
30
concluir que essas doenças estão mais sérias na cultura do feijoeiro comum (Kimati, 1980).
Por outro lado, outro fungo habitante do solo de importância é o Trichoderma spp., que
pode atuar no controle biológico de Fusarium spp. e R. solani em muitas culturas de
expressão.
Fusarium oxysporum f. sp. phaseoli é agente causal do amarelamento-de-
Fusarium em cultivos de feijão. Sob condições de umidade elevada, esse fungo desenvolve
sobre o caule estruturas de coloração rosada, constituídas de micélio e conídios do
patógeno (Bianchini et al., 1997; Rava et al., 1995). Quanto à F. solani e R. solani, são
fungos necrotróficos que causam, comumente, tombamento e podridões de raiz e de colo.
No Brasil, também podem causar perdas consideráveis a outras plantas cultivadas, como
soja e amendoim (Yorinori, 1977; Ceresini et al., 1996; Ceresini & Souza, 1997).
Em relação a Trichoderma spp., algumas espécies têm sido estudadas com
relação à sua capacidade competitiva com fungos fitopatogênicos, devido à sua rápida taxa
de crescimento micelial e a um antagonismo direto, envolvendo enrolamento de hifas e
penetração, com secreção de antibióticos deletérios ao hospedeiro (Jeffries & Young,
1994). Ainda, segundo Melo (1991), Trichoderma spp. apresenta-se como um fungo
endêmico dos solos brasileiros, especialmente, em solos ricos em MO, podendo viver
saprofiticamente ou parasitando outros fungos.
Em áreas de cultivos de feijoeiro comum, dependente exclusivamente de
chuvas ou irrigado, geralmente, existem condições favoráveis para elevadas densidades de
inóculo de F. solani, F. oxysporum e R. solani no solo, devido à alta freqüência do
hospedeiro susceptível e, ainda, devido à umidade adequada para o desenvolvimento
desses patógenos. Outros fatores que podem favorecer esses patógenos são: ineficiência de
fungicidas para seu controle, redução da MO e concentração superficial do sistema
radicular e de nutrientes, provocados, principalmente, pela compactação do solo, pelo pH
próximo do ideal para desenvolvimento dos patógenos e pela dispersão dos restos culturais
(Costa, 1996). Essas doenças causadas por patógenos “de solo” têm maior severidade sob
SPD, o qual favorece o acúmulo desses patógenos junto às raízes do feijoeiro comum.
Neste sentido, práticas culturais, como a rotação de culturas e a eliminação de
restos culturais, podem contribuir para o controle dessas doenças, eliminando hospedeiros
alternativos e reduzindo o potencial de inóculo para a cultura subseqüente (Costa, 2000a).
Entretanto, devido à versatilidade ecológica desses fungos, isto pode não ocorrer em todas
as rotações (Costa, 2000b).
31
A influência da cobertura morta sobre os fatores biológicos é fundamental no
estabelecimento de condições favoráveis ou não ao desenvolvimento de doenças. A adoção
do sistema não acarreta obrigatoriamente em maior desenvolvimento de doenças ou
mesmo no seu controle. Entretanto, o SPD mal conduzido, ou seja, sem o cumprimento das
devidas premissas do sistema como, por exemplo, a rotação de culturas, poderá causar
problemas fitossanitários às culturas de soja e de feijão, principalmente, quando a
semeadura for realizada com elevado teor de umidade do solo, quando o solo estiver
compactado e quando não obedecer um esquema racional de rotação de culturas. É o que
se observa com os problemas fitossanitários que ocorrem nas culturas de soja e de feijão,
manejadas nesse sistema (Costamilan, 1999). Os macro e microganismos que vivem no
solo, incluindo as plantas e suas sementes são também influenciadas pelo sistema. Segundo
Zambolim et al. (2001), o SPD é tido como sistema propriamente dito porque suas reações
ocorrem em cadeia ao longo do tempo de adoção. Isso dificulta o estabelecimento de uma
estratégia de estudos, em que a complexa interação dos fatores envolvidos torna os efeitos
interativos mais importantes do que seus efeitos isolados. Ainda, destaca-se que esse
sistema vem enfrentando alguns problemas devido à falta de estudos, visando dar suporte a
sua implantação (Zambolim et al., 2001). Segundo Paula Júnior et al. (2004), após
aumentos de rendimento nos primeiros anos do SPD, tem-se observado uma redução
paulatina no decorrer das safras, devido, entre outros fatores, ao aumento da incidência de
doenças. Segundo Reis & Casa (1996), a podridão radicular causada por F. solani tem sido
motivo de grande preocupação no SPD. Esse patógeno pode atacar inúmeras espécies de
plantas e, além de atacar a soja e o feijão, vem sendo relatado também na cultura do milho,
na região sul do país. Por tudo isso, torna-se importante o monitoramento de populações
fúngicas do solo, para a avaliar a vulnerabilidade ou a sustentabilidade do sistema agrícola.
2.5 DESEMPENHO DE CULTURAS ANUAIS SOBRE PALHADAS DE
COBERTURA DO SOLO
A Integração Lavoura-Pecuária (ILP), fundamentada na produção consorciada
de culturas de grãos, especialmente milho, sorgo, milheto, arroz e soja com forrageiras
tropicais, principalmente as do gênero Brachiaria, tanto no SPD quanto no preparo
convencional do solo em áreas de lavoura, tem propiciado elevação dos ganhos de
produtividades e melhora nas condições do solo, com menor risco para a atividade
32
agropecuária. Nesses solos, as culturas anuais apresentam grande performance de
desenvolvimento inicial, exercendo com isto alta competição sobre as forrageiras, evitando
assim redução significativa nas suas capacidades produtivas de grãos. Os principais
objetivos do Sistema Santa Fé são a produção de forragem para a entressafra e palhada em
quantidade e qualidade suficiente para o SPD (Kluthcouski et al., 2001).
Assim, a ILP aparece como uma das estratégias mais promissoras para
desenvolver sistemas de produção menos intensivos no uso de insumos e, por sua vez, mais
sustentáveis no tempo. Existe grande quantidade de trabalhos realizados que mostram o
efeito depressor acarretado por vários anos de agricultura contínua sobre várias
propriedades do solo. O efeito é invertido à medida que aumenta o número de anos
sucessivos com pastagens (Diaz Rossello, 1992).
Os primeiros resultados divulgados sobre produtividade de grãos de soja sobre
palha de Brachiaria foram apresentados por Broch et al. (1997), os quais observaram
melhores rendimentos de soja, cv. FT Lider, em palhada de B. brizantha e pior na
monocultura da leguminosa. Posteriormente, Pitol et al. (2001), obtiveram rendimentos
entre 2.400 e 3.500 kg ha-1 de soja, sob palhada de Brachiaria, em solos anteriormente
cobertos por pastagens degradadas.
Dentre as principais culturas anuais, o feijoeiro se destaca no que se refere à
adaptação ao SPD. É também a cultura mais importante em área cultivada, nos sistemas
irrigados por aspersão, no período de inverno. A freqüente utilização das áreas para a
produção de feijão tem resultado no aumento da pressão e do número de fatores bióticos
nocivos à cultura, principalmente de origem no solo, como as doenças causadas por
Fusarium solani e Rhizoctonia solani, por exemplo (Kluthcouski et al., 2003). Esses
fatores levam à redução da produtividade e comprometem a atividade agrícola.
Assim, em 1997, um estudo conduzido em condições controladas, revelou a
possibilidade de introdução da Brachiaria como cobertura morta no sistema de cultivo do
feijoeiro devido sua capacidade de reduzir o inóculo de Fusarium solani f.sp. phaseoli no
solo, reduzindo em 60% na incidência da doença (Costa, 2001; 2002).
Por esse motivo, estudos de rotações de culturas, com palhada de Brachiaria¸
em áreas de cultivo de feijoeiro comum vêm sendo realizados. Aliado ao controle dos
fungos com origem no solo, outros estudos revelam que a produtividade do feijoeiro
comum é beneficiada pela Brachiaria como cultura antecessora, e sua palhada. É o caso do
trabalho de Kluthcouski et al. (2001) que verificaram em vários locais de estudo melhores
33
rendimentos de feijão, cv. Pérola, em palhadas de B. brizantha, não confirmando,
entretanto, os efeitos positivos da palhada de arroz, que consistiu no pior tratamento.
Palhada de soja, como era de se esperar, resultou quase sempre, no pior tratamento de
cobertura do solo, podendo estar relacionada tanto com a escassez de cobertura como com
a maior incidência de doenças no feijoeiro. Esse tipo de comportamento repetiu-se em
outro trabalho, no qual Oliveira (2001) estudou o efeito de doses de nitrogênio em diversas
fontes de palhada sobre o rendimento do feijão, cv. Pérola, em Latossolo roxo, cultivado
no SPD por 10 anos consecutivos. Neste, observou-se melhores rendimentos nas palhadas
de Brachiaria e pior na palhada de arroz, não verificando, contudo, efeito de doses
crescentes de nitrogênio no rendimento de grãos, já que se tratava de solo com alto teor de
MO.
2.6 CULTURAS AVALIADAS
As culturas da soja e do milho foram escolhidas para serem avaliadas por
serem importantes espécies de rotação nos sistemas agrícolas e, acima de tudo, dada às
suas importâncias no contexto agrícola do País. Essas culturas, juntas, ocupam grandes
extensões do território nacional, como será detalhado nos respectivos subitens e, além
disso, são as culturas graníferas mais amplamente adaptadas às diversas regiões do Brasil e
do mundo.
2.6.1 Cultura do milho
O milho é uma gramínea muito usada como alimento, tanto para consumo
humano como animal. É considerada a terceira cultura mais importante do mundo, depois
do arroz e do trigo (Fageria, 1989). No Brasil, é o principal cereal produzido, sendo
cultivado em cerca de 12,5 milhões de hectares, com produção de aproximadamente 42
milhões de toneladas de grãos e produtividade média de 3,3 toneladas por hectare
(Agrianual, 2008). Um dos principais fatores responsáveis por essa baixa produtividade é o
manejo incorreto do nitrogênio, cuja eficiência da utilização pela planta é influenciada pelo
sistema de cultivo, tipo de fertilizante, formas de manejo e condições edafoclimáticas
(Amado et al., 2002).
34
O milho é tipicamente adaptado a solo de alta fertilidade, profundo e bem
drenado. Mas pode ser cultivado em vários tipos de solos desde que com manejo
apropriado. É uma cultura que se adaptada às mais variadas regiões, sendo cultivado com
sucesso desde 55°N a 40°S e do nível do mar a 4.000 m de altitude. Não é, entretanto, uma
cultura apropriada para clima seco, com precipitação limitada e sem irrigação, situação em
que não pode competir com o sorgo ou o milheto (Fageria, 1989).
Quanto à fotossíntese, é uma planta que possui o metabolismo de fixação C4.
Plantas desse tipo fixam o CO2 através do mecanismo do ácido dicarboxílico, de quatro
átomos de carbono, enquanto as C3 fixam o CO2 atmosférico diretamente pela redução da
pentose-fosfato. As plantas C4 têm alta taxa de fotossíntese e baixa taxa de fotorrespiração.
O mecanismo C4 está associado também com a morfologia dos cloroplastos, translocação
mais rápida dos fotossintatos das folhas para outros órgãos da planta e alta eficiência de
uso de água. Estas características conferem às plantas C4 grande vantagem em termos de
produtividade, em comparação às C3. De acordo com Evans (1975), a vantagem das
plantas C4 sobre as C3 não é a maximização do crescimento e da produção, mas a melhor
adaptação à alta temperatura e radiação solar, se a temperatura noturna não for muito
baixa.
O conhecimento da idade fisiológica das plantas é importante para várias
disciplinas agronômicas, dentre elas a fisiologia vegetal e a fertilidade do solo, por
exemplo. A seguir, são descritos os estádios fenológicos do milho, de acordo com
classificação adaptada de Fancelli (1986) (Tabela 1).
Tabela 1. Estádios fenológicos do milho Estádio
fenológico
Caracterização Estádio 0 Emergência Estádio 1 Cultura com 50% das plantas apresentando 4 folhas totalmente desdobradas Estádio 2 Cultura com 50% das plantas apresentando 8 folhas totalmente desdobradas Estádio 3 Cultura com 50% das plantas apresentando 12 folhas totalmente desdobradas Estádio 4 Cultura com 50% das plantas apresentando emissão do pendão Estádio 5 Cultura com 50% das plantas apresentando emissão de pólen Estádio 6 Cultura com 50% das plantas apresentando grãos leitosos Estádio 7 Cultura com 50% das plantas apresentando grãos pastosos Estádio 8 Cultura com 50% das plantas iniciando a formação de “dentes” Estádio 9 Cultura com 50% das plantas apresentando grãos “duros” Estádio 10 Cultura com 50% das plantas apresentando “camada negra” (grãos
fisiologicamente maduros) Fonte: adaptado de Fancelli (1986).
35
2.6.2 Cultura da soja
A soja (Glicine max L. Merril) é uma leguminosa anual, originária da China,
onde é cultivada há séculos. Atualmente é cultivada nas mais variadas regiões do mundo.
No Brasil, ocupa uma área de cerca de 22 milhões de hectares, com produção de
aproximadamente 55 milhões de toneladas e produtividade média de 2,5 toneladas por
hectare. Trata-se de uma importante fonte proteica, uma vez que seus grãos contém teor de
proteína em torno de 40%. Seu óleo é muito utilizado para consumo humano, sendo o grão
utilizado também na indústria e na produção animal.
A sua adaptabilidade ambiental é ampla, sendo cultivada entre as latitudes 0° e
55° e é adaptada à vários tipos de solo. Seus componentes de produção mais importantes
são vagens por unidade de área, número de grãos por vagens e massa dos grãos. Quanto à
fotossíntese, pertence ao grupo de plantas C3. As folhas são os principais sítios de
fotossíntese. A atividade fotossintética da planta varia com o genótipo, com a intensidade
de luz e com o índice de área foliar (IAF). Com alta intensidade de luz, a assimilação
máxima de CO2 ocorre com IAF entre cinco e seis e à baixa intensidade, com IAF entre
três e quatro (Fageria, 1989).
O fotossintético assimilado pelo processo de fotossíntese é distribuído do local
de fixação para o dreno. A sucrose é a principal forma de açúcar que se transloca. Os
drenos podem ser novos pontos de crescimento, flores, grãos ou raízes. As folhas em
desenvolvimento servem de dreno até atingirem aproximadamente 50% do seu tamanho;
depois, são exportadoras de fotoassimilados (Brun, 1978). O dreno próximo da fonte, ou
com maior demanda, recebe o fotoassimilado disponível. Portanto, as vagens na axila de
cada folha serve como o primeiro dreno para o fotoassimilado produzido pelas folhas
adjacentes. É muito bem conhecido que o fotoassimilado utilizado diariamente no
desenvolvimento de grãos da soja é derivado, principalmente, da fotossíntese realizada na
copa (Yoshida, 1972).
Em relação aos estádios fenológicos da soja, sabe-se que são divididos em duas
grandes fases, uma vegetativa e outra reprodutiva. Na Tabela 2 são apresentados os
estádios de desenvolvimento da soja de acordo com classificação de Fehr & Caviness
(1977).
No que diz respeito ao acúmulo de matéria seca, Fageria (1989) observou que
mais da metade da matéria seca acumulada pela soja foi produzida depois do
36
florescimento, o que o levou a concluir que uma condição desfavorável ao
desenvolvimento da cultura nesta época pode afetar o processo de acúmulo. De forma
semelhante Rosolem (1982) observou que o período de maior crescimento da soja ocorre
entre o florescimento e o início do enchimento de grãos, quando podem ser acumulados 80
kg ha-1 por dia de matéria seca.
Tabela 2. Estádios fenológicos da soja Estádio
fenológico
Nome do estádio
Caracterização Vegetativo
VE Emergência Cotilédones acima da superfície do solo. VC Cotilédone Folhas unifoliadas (simples) bastante desenroladas,
de modo que as bordas das folhas não se tocam. V1 Primeiro nó Folhas completamente desenvolvidas no nó
unifoliado. V2 Segundo nó Folha trifoliada completamente desenvolvida no nó
acima do nó unifoliado. V3 Terceiro nó Terceiro nó a partir do nó unifoliado, na parte
principal, com folhas completamente desenvolvidas.
V(n) Enésimo nó Enésimo nó a partir do nó unifoliado, na parte principal, com folhas completamente desenvolvidas.
Reprodutivo R1 Início da floração Uma flor aberta em algum nó da haste principal. R2 Floração plena Flores abertas em um dos dois nós superiores, na
haste principal, com folhas completamente desenvolvidas.
R3 Início de vageamento Vagens com pelo menos cinco mm de comprimento em um dos quatro nós superiores da haste principal, com folhas completamente desenvolvidas.
R4 Vagem formada Vagem com dois cm de comprimento em um dos quatro nós superiores da haste principal, com folhas completamente desenvolvidas.
R5 Início do crescimento das sementes
Sementes com três mm de comprimento nas vagens, em um dos quatro nós superiores da haste principal, com folhas completamente desenvolvidas.
R6 Sementes formadas Sementes ainda verdes preenchem completamente a cavidade da vagem, em um dos quatro nós superiores da haste principal, com folhas completamente desenvolvidas.
R7 Início da maturação Uma vagem normal, com coloração característica da vagem madura, na haste principal.
R8 Maturação plena 95% das vagens com coloração característica de vagem madura, em um dos quatro nós superiores da haste principal, com folhas completamente desenvolvidas.
Fonte: Fehr & Caviness (1977).
37
2.7 ANÁLISE DE CRESCIMENTO
O crescimento das plantas superiores fundamenta-se na conversão da energia
luminosa em energia química, cuja intensidade é proporcional a interceptação e captura da
luz pelo dossel da cobertura (Gomide & Gomide, 1999).
A análise quantitativa do crescimento é o primeiro passo na análise da
produção de comunidades vegetais. Trata-se de uma análise que permite investigar a
adaptação ecológica de culturas a novos ambientes, a competição entre espécies, os efeitos
de manejo e tratamento culturais e a identificação da capacidade produtiva de diferentes
genótipos (Kvet et al., 1971; Urchei et al., 2000). Nesse contexto, crescimento deve ser
compreendido como a variação temporal da quantidade de matéria das plantas.
A análise de crescimento ainda é o meio mais acessível e bastante preciso para
avaliar o crescimento e inferir a contribuição de diferentes processos fisiológicos sobre o
comportamento vegetal. Os dados necessários para se proceder a análise de crescimento,
de acordo com Benincasa (1988), são relativamente fáceis de serem obtidos, porém é
imprescindível que sejam obtidos com o máximo rigor, pois, caso contrário, poderão
conduzir a informações erradas ou muito controvertidas. Tais informações são a
quantidade de material contido em toda planta e em suas partes (folhas, colmos, raízes e
frutos) e do aparelho fotossintetizante (área foliar), obtidas a intervalos de tempo durante o
desenvolvimento da planta (Pereira & Machado, 1987; Magalhães, 1979).
Cerca de 90%, em média, da matéria acumulada pelas plantas ao longo do seu
crescimento, resulta da atividade fotossintética e o restante da absorção de nutrientes
minerais do solo (Marschner, 1995). É com base nesse fato que fundamenta-se a análise de
crescimento (Benincasa, 1988), que permite avaliar o crescimento final da planta como um
todo e a contribuição dos diferentes órgãos no crescimento total. A partir dos dados de
crescimento pode-se inferir a atividade fisiológica, isto é, estima-se de forma bastante
precisa, as causas de variações de crescimento entre plantas geneticamente diferentes ou
entre plantas crescendo em ambientes diferentes.
Para que os dados observados possam ser comparados e avaliados, é necessário
o desenvolvimento de funções matemáticas capazes de explicar a tendência desses dados.
As funções matemáticas, normalmente ajustadas pelo método dos quadrados mínimos, são
utilizadas para se estimarem os índices fisiológicos (Portes & Castro Jr., 1991).
38
Em uma análise de crescimento vegetal, alguns índices fisiológicos são
deduzidos e utilizados na tentativa de explicar e compreender as diferenças de
comportamento das comunidades vegetais, tais como: taxa de crescimento da cultura
(TCC) e índice de área foliar (IAF), sendo que a TCC indica quanto que uma comunidade
de plantas está crescendo em um determinado intervalo de tempo.
Assim, por meio de diversas variáveis do solo e das culturas, o desempenho de
duas espécies graníferas sobre palhadas de coberturas do solo, incluindo palhada de
Brachiaria serão investigadas nessa pesquisa.
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL
O experimento foi conduzido sob regime de chuvas, no verão do ano agrícola
2007/2008, na Fazenda Capivara da Embrapa Arroz e Feijão, localizada no município de
Santo Antônio de Goiás, GO, a 16º28'00" S e 49º17'00" W, e 823,00 m de altitude.
Segundo a classificação de Köppen, essa localidade apresenta clima Aw, tropical de
savana, mesotérmico. A precipitação pluvial as temperaturas máxima, média e mínima do
ar durante os meses de condução do experimento são apresentadas na Figura 3.
O delineamento experimental foi o de blocos completos casualizados, com
quatro repetições. Cada parcela experimental apresentava área total de 20 m2, sendo uma
metade destinada à coleta de plantas e a outra metade para avaliação da produtividade e
seus componentes. Os tratamentos constituíram-se da combinação de três palhadas de
cobertura do solo com duas culturas graníferas. Como fonte de cobertura, foram utilizadas
as palhadas de Brachiaria brizantha, milheto (Pennisetum glaucum (L.) R. Br.) e feijão
(Phaseolus vulgaris L.). As culturas estudadas foram milho (Zea mays L.) e soja (Glicine
max (L.) Merril).
No solo, caracterizado como Latossolo Vermelho distrófico (Embrapa, 1999)
de textura argilosa, foram coletadas oito subamostras de solo na camada de 0 a 10 cm, 10 a
20 cm e 20 a 40 cm de profundidade, para a composição de uma amostra composta por
palhada de cobertura, antes da instalação do experimento, para a caracterização (Tabelas 3,
4 e 5). As amostras destinadas a avaliação da massa específica e porosidade foram
coletadas em trincheiras, nas mesmas profundidades da análise química, utilizando-se anéis
volumétricos, com capacidade para 98,17 cm3. Para cada profundidade, na trincheira,
efetuaram-se duas amostragens.
Os atributos físicos do solo foram determinados segundo a metodologia
proposta no manual de métodos da Embrapa (1997). A massa específica do solo foi
determinada pelo método do anel volumétrico. As amostras foram secas em estufa por 24
40
a 48 horas e pesadas. A densidade foi calculada pela razão entre a massa da amostra seca e
o volume do anel.
A microporosidade foi determinada pelo método da mesa de tensão a 60 cm de
altura, em amostras indeformadas, e correspondeu ao volume de água retido na tensão de 6
kPa. A porosidade total foi calculada pelo índice de saturação (IS), o qual foi obtido pela
expressão: ( )221100 MS
MSMSIS −= , sendo MS1 a massa da amostra saturada e MS2 a massa da
amostra seca. A porosidade total corresponde ao índice de saturação. A macroporosidade
foi determinada pela diferença entre a porosidade total e a microporosidade.
A área experimental encontra-se sob SPD há apenas um ano, sendo o seu
histórico de uso o seguinte:
• Inverno 2006: cultivo de feijão;
• Verão 2006/2007: milho, visando produção de grãos, cultivado em
consórcio com capim Brachiaria brizantha, ou seja, o Sistema Santa Fé, em
toda a área;
• Inverno 2007: cultivo de feijão em 2/3 da área;
• Formação de palhada de milheto e Brachiaria brizantha e
• Verão 2007/2008: condução do experimento.
41
Precipitação pluvial Temperatura média do ar Temperatura máxima do ar Temperatura mínima do ar
Figura 3. Precipitação, temperatura máxima, mínima e média de novembro de 2007 a abril de 2008
Novembro 2007
01020304050607080
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
051015
20253035
Dezembro 2007
01020304050607080
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
0
5
10
15
20
25
30
35
Janeiro 2008
01020304050607080
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
0
5
10
15
20
25
30
35
Fevereiro 2008
0
20
40
60
80
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
0
5
10
15
20
25
30
35
Março 2008
01020304050607080
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
0
5
10
15
20
25
30
35
Abril 2008
0
20
40
60
80
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
0
5
10
15
20
25
30
35
Pre
cipitaç
ão pluvial (mm)
Tem
peratu
ra do ar (°C
)
Dia
42
Tabela 3. Atributos químicos do solo, na profundidade de 0-10, 10-20 e 20-40 cm antes da instalação do experimento. Santo Antônio de Goiás, GO, 2007
Prof. pH Ca Mg Al H + Al P K Cu Zn Fe Mn MO (cm) (água) ---------cmolc dm
-3 --------- ------------------ mg dm-3 ------------------ g dm-3
Brachiaria brizantha 0 – 10 6,1 2,61 0,86 0,0 5,06 5,8 218 3,6 4,2 33 51 23 10 – 20 5,8 2,25 0,58 0,0 4,95 2,9 104 3,5 4,2 32 47 19 20 – 40 5,7 2,07 0,58 0,0 5,41 2,2 58 3,1 2,3 31 41 16
Milheto 0 – 10 6,6 4,05 1,27 0,0 4,46 8,0 285 1,3 4,1 28 57 27 10 – 20 6,6 4,23 1,29 0,0 4,62 7,7 202 1,3 4,2 27 55 26 20 – 40 5,6 1,66 0,54 0,05 5,45 2,4 61 3,4 2,5 35 39 15
Feijão 0 – 10 6,5 3,06 1,29 0,0 3,55 8,1 187 2,6 3,5 38 44 23 10 – 20 6,2 2,43 0,90 0,0 4,85 10,7 104 3,0 3,0 40 43 19 20 – 40 5,6 1,26 0,50 0,1 5,49 2,6 64 3,7 2,7 39 38 15
Tabela 4. Atributos físicos do solo, na profundidade de 0-10, 10-20 e 20-40 cm antes da instalação do experimento. Santo Antônio de Goiás, GO, 2007
Porosidade Prof. (cm) Total (%) Micro (%) Macro (%)
Densidade do solo (g cm-3)
Brachiaria brizantha 0 – 10 49,79 31,53 13,61 1,25 10 – 20 47,69 34,72 10,14 1,30 20 – 40 48,54 33,56 14,98 1,30
Milheto 0 – 10 48,92 42,79 6,13 1,28 10 – 20 46,95 41,68 5,27 1,33 20 – 40 46,98 38,66 8,31 1,33
Feijão 0 – 10 49,66 34,83 14,83 1,17 10 – 20 47,55 34,95 12,60 1,31 20 – 40 47,95 33,49 14,46 1,32
Tabela 5. Resultados da análise granulométrica do solo, na profundidade de 10-20 e 20-40 cm antes da instalação do experimento. Santo Antônio de Goiás, GO, 2007
Textura (g kg-1) Prof. (cm) Argila Silte Areia
Classificação textural
0 – 20 489 140 371 Argiloso 20 – 40 589 100 311 Argiloso
3.2 INSTALAÇÃO E CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO
A dessecação das plantas, para formação de cobertura do solo, foi realizada 15
dias antes da semeadura (DAS) na dose de 6 L ha-1 de glyphosate. A semeadura do milho
híbrido BRS 1030 e da cultivar de soja BRS Valiosa RR ocorreu no dia 24/11/2007. A
43
adubação de semeadura usada foi de 300 kg ha-1 do formulado 05-30-15. As sementes de
milho foram tratadas com inseticida a base de carbofuran (2 L produto comercial para cada
100 kg de sementes) e as sementes de soja inoculadas com 50 g do produto comercial
“Biomax” para 60 kg de semente.
As culturas foram semeadas mecanicamente, com semeadora-adubadora para
SPD, marca Semeatto, modelo Personale Drill 13. O espaçamento entre linhas foi de 0,90
m e 0,45 m e a densidade de semeadura, de 6,8 sementes m-1 e 17 sementes m-1 para o
milho e a soja, respectivamente. A emergência das culturas ocorreu nos dias 30/11/2007 e
01/12/2007.
Em 07/12/2007, ou seja, aos seis dias após a emergência (DAE), foi realizada a
adubação de cobertura no milho na dose de 150 kg ha-1 de uréia, equivalente a 67,5 kg ha-1
de nitrogênio. Essa adubação foi realizada mecanicamente, sendo o fertilizante incorporado
em sulcos nas entrelinhas de semeadura
O controle de plantas daninhas foi feito aos 12 DAE com aplicação de
glyphosate na soja, na dose de 2 L ha-1 e de 0,6 L ha-1 de nicosulfuron (“Sanson”) + 3,0 L
ha-1 de atrazina no milho. Essas aplicações foram feitas com pulverizador costal manual.
Realizou-se monitoramento da cultura da soja a fim de diagnosticar
precocemente a ocorrência da doença ferrugem asiática. Aos 72 DAE (12/02/2008) foram
detectadas algumas pústulas e a aplicação de flutriafol, na dose de 0,2 L ha-1 do produto
comercial no mesmo dia. Essa operação foi realizada com pulverizador costal motorizado.
A colheita da soja ocorreu dia 07/05/2008. Foram colhidas quatro linhas de
cinco metros, totalizando uma área útil de 9 m2. Foi feito o arranquio manual das plantas e
posterior trilha em batedora de cereais Nux modelo BC 80 III. As seguintes variáves foram
analisadas: estande final de plantas, altura de planta, vagens planta-1, grãos vagem-1 e
massa de 100 grãos (ajustados a 13% de umidade). O milho foi colhido dia 05/06/2008,
sendo avaliados estande final de plantas e produção de grãos, em uma área útil de 9 m2. As
espigas foram colhidas manualmente e trilhadas em batedora de cereais Nux modelo BC
80 III.
3.3 DECOMPOSIÇÃO DE PALHADAS DE COBERTURA DO SOLO
Para avaliar a decomposição das palhadas de cobertura do solo foram coletadas
amostras nas faixas, com quatro repetições, em quatro épocas, um dia antes da semeadura,
44
e aos 30, 60 e 90 dias após a semeadura. Utilizou-se um aro quadrado de 25 cm de lado
(625 cm2) para delimitação da área de coleta, sendo essas realizadas nas entrelinhas dos
cultivos. Os materiais foram secos em estufa a 60ºC até massa constante. A massa da
matéria seca obtida foi extrapolada para um hectare.
Na determinação das perdas de massa das palhadas usou-se o modelo de Dalal
& Mayer (1986), originalmente usado para simular a decomposição da MO do solo:
kt
t eYYYY −⋅−+= )( 0 εε (1)
em que Yt representa a perda estimada de massa da palhadas em um dado instante t; Y0, a
massa da palhada (kg ha-1) na condição inicial, ou seja, um dia antes da semeadura das
culturas de milho e soja; Y�, a massa da palhada em condição final (kg ha-1), ou seja, na
última coleta, aos 90 DAE e k, a constante invariante que determina a taxa de
decomposição.
3.4 ANÁLISES DE SOLO
A amostragem de solo para as análises biológicas e microbiológicas ocorreu na
época de seus florescimentos, aos 60 DAE, na profundidade de 0 a 10 cm. As
determinações do carbono da biomassa do solo (CBM), do nitrogênio da biomassa do solo
(NBM), da respiração basal do solo (RBS) e da atividade enzimática total do solo (AET)
foram realizadas no Laboratório de Biologia do Solo da Embrapa Arroz e Feijão.
O CBM foi determinado de acordo com método descrito por Jenkinson &
Powlson (1976). O procedimento laboratorial consistiu na fumigação-incubação de três
repetições, provenientes do conjunto de seis repetições de 20 g de solo, por 24 horas com
clorofórmio isento de etanol. Em seguida, tanto as amostras fumigadas como as amostras
“controle” (não fumigadas) foram incubadas por sete dias, em temperatura ambiente, ao
abrigo da luz, em jarros hermeticamente fechados juntamente com um becker contendo 10
mL de NaOH a 1,0 M. O CBM é obtido através da equação CBM = (CO2-C fumigado –
CO2-C não fumigado) / kc, sendo kc 0,41 para 22ºC e 0,45 para 25ºC. O CO2 evoluído
durante a incubação foi medido por titulação do NaOH residual com HVL a 0,5 N, após
precipitação do carbonato com BaCl2, usando fenolftaleína como indicador (Cheng &
Coleman, 1989). O NBM foi determinado de acordo com Brookes et al. (1985) a
semelhança do CBM. O conteúdo de N microbiano foi quantificado em extrato de K2SO4
45
0,5 M por 30 minutos e análise após digestão de Kjeldahl. A determinação da AET
consistiu na mistura de 5 g de solo com 20 mL de solução tampão fosfato de potássio 60
mM pH 7,6 e 0,2 mL de solução estoque de diacetato de fluoresceína (FDA) na
concentração de 2 mg mL-1 de acetona. As amostras foram agitadas por 20 minutos a 170
rpm. Em seguida, foi retirada uma alíquota de 2 mL do sobrenadante e adicionados 2 mL
de acetona, para finalizar a reação. A solução foi centrifugada por dez minutos e depois
submetida à leitura de absorbância a 490 nm em espectrofotômetro (Ghini et al., 1998).
A análise microbiológica foi realizada no Laboratório de Fitopatologia da
Embrapa Arroz e Feijão e constitui-se na avaliação da incidência de alguns fungos com
origem no solo de importância econômica. Para a determinação de Fusarium solani e
Fusarium oxysporum utilizou-se os meios de cultura seletivo de Nash & Snyder (1962) e
Komada (1975), respectivamente. Para Trichoderma spp., utilizou-se de meio de cultura
semi-seletivo de Martin (1950). Subamostras de 10 g de solo foram diluídas em 100 mL de
água destilada e centrifugadas a 170 rpm, por 40 minutos. Em seguida, as amostras foram
diluídas a 10-2. Procedeu-se, então, o plaqueamento profundo utilizando-se 1 mL dessa
solução, nos respectivos meios de cultura. No caso de Rhizoctonia solani utilizou-se do
método de resíduos orgânicos colonizados em meio ágar simples. As placas foram
incubadas ao abrigo da luz por sete dias, procedendo-se a identificação das colônias.
3.5 ANÁLISE DE CRESCIMENTO
A amostragem de plantas para a análise de crescimento ocorreu a cada sete
dias, a partir de 20 DAE, tendo sido coletadas duas plantas por parcela. As plantas foram
armazenadas em sacos plásticos e identificadas para o transporte até o Laboratório de
Fisiologia Vegetal da Embrapa Arroz e Feijão. Nesse, foi feita a separação das partes
botânicas. As plantas de soja foram partidas em limbo foliar, pecíolos, hastes principais e
vagens. As plantas de milho foram divididas em colmo + bainha, limbo foliar, pendão e
espiga. Os limbos foliares foram submetidos ao leitor de área foliar modelo LI-3000 Area
Meter, cuja leitura refere-se a cm2. Todas as estruturas vegetais foram submetidas à
secagem em estufa a 60 °C, até massa constante, para determinação da massa da matéria
seca.
As seguintes variáveis foram avaliadas:
• índice de área foliar (IAF – m2 de folha m-2 de terreno);
46
• taxa de crescimento da cultura (TCC – g m-2 dia-1);
• matéria seca total (MST – g m-2);
• matéria seca de folhas (MSF – g m-2);
• matéria seca de colmos (MSC – g m-2) – para o milho;
• matéria seca de espigas (MSE – g m-2) – para o milho;
• matéria seca de hastes (MSH – g m-2) – para a soja e
• matéria seca de vagens (MSV – g m-2) – para a soja.
Os dados de matéria seca total, obtidos em campo, foram ajustados pelo
modelo sigmoidal de três parâmetros:
−−
+
=b
DAEcMST
e
aY
1
(2)
em que: YMST representa a produção estimada de matéria seca, a a produção de matéria seca
máxima teórica (g m-2); b, a inclinação da curva; c, o tempo no qual ocorre a inflexão da
taxa instantânea de crescimento da cultura (TCC) e DAE, o tempo decorrido de
crescimento (dias após a emergência das culturas - DAE).
Por meio da derivada primeira da equação (2), estimou-se a taxa instantânea de
crescimento da cultura, dada em g m-2 dia-1 como é mostrado na equação (3):
+
−
−=∂∂
−−
−−
2
1
.1
b
DAEc
b
DAEc
e
eb
a
t
Y (3)
Para a determinação do índice de área foliar usou-se o modelo exponencial
quadrático
( )2. bDAEaDAE
IAF ezY −= (4)
em que: YIAF é o índice de área foliar estimado (m2 m-2); z, o valor inicial do IAF (primeira
coleta); a e b, parâmetros empíricos e DAE, o tempo decorrido.
47
Por meio da primeira derivada da equação (4), estimou-se a taxa instantânea de
crescimento do IAF, dada em m2 m-2 dia-1 como é mostrado na equação (5):
bDAEaezt
Y btat 2*. )( 2
−=∂∂ − (5)
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS
Na análise dos dados experimentais de produtividade de milho e soja, e seus
componentes de produção, utilizou-se o software SAS para análise de variância, tendo sido
aplicado o teste de média Tukey, a 5% de probabilidade. Em relação às variáveis do solo,
aplicou-se a análise de variância e como teste de média aplicou-se o teste t, a 5% de
probabilidade.
Os modelos matemáticos foram processados com auxílio do programa
estatístico R (2005) versão 2.7.2, pacote nlme, função nls.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Dias após a emergência
Massa da matéria seca (kg ha ) . BraquiáriaFeijãoMilhetoValores observados - BraquiáriaValores observados - MilhetoValores observados - Feijão
-1
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante os primeiros 15 dias de condução do ensaio foram observadas chuvas
satisfatórias na área experimental (Figura 1). Tais precipitações foram suficientes para o
umidecimento do solo. As diferenças de porte de plantas, tanto de milho quanto de soja,
entre as diferentes palhadas de cobertura do solo, descritas em detalhes a seguir, foram
bastante claras visualmente. Não houve significativa incidência de doenças, pragas e
infestação de plantas daninhas na área.
4.1 DECOMPOSIÇÃO DAS PALHADAS DE COBERTURA DO SOLO
Em relação à decomposição das palhadas de cobertura do solo, observa-se na Figura 4, que
as fontes de palhadas ao longo dos três meses de avaliação apresentaram a mesma
tendência. As taxas de decomposição (Tabela 6) explicitam essa semelhança na velocidade
de perda de massa dos resíduos vegetais, sendo de 0,0251 kg ha-1 dia-1, 0,0226 kg ha-1 dia-1
e 0,0201 kg ha-1 dia-1 para Brachiaria, milheto e feijão, respectivamente.
Figura 4. Decomposição de palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
49
Tabela 6. Taxas de decomposição de três fontes de palhada de cobertura do solo Palhada de cobertura Taxa de decomposição (k)
(kg ha-1 dia-1) Erro padrão (kg ha-1 dia-1)
Brachiaria brizantha 0,0251** 0,0032 Milheto 0,0226** 0,0036 Feijão 0,0201*c 0,0069
* e **: significativo a 5% e 1%, respectivamente.
As equações ajustadas aos dados de decomposição das palhadas de cobertura do solo, foram as seguintes:
• MS = 3350 + ((7968 - 3350) * (exp(-(0,0251 * DAE)))) para palhada de B. brizantha;
• MS = 902.8 + ((5032 - 902.8) * (exp(-(0,0226* DAE)))) para palhada de milheto e
• MS = 1266 + ((4424 - 1266) * (exp(-(0,0201* DAE)))) para palhada de feijão.
Observa-se ainda na Figura 4, que no período de 90 dias, ocorreu a
decomposição de aproximadamente 50% da palhada original de B. brizantha, 60% de
milheto e 70% de feijão. Braz et al. (2005) observaram perda de 48% da matéria seca
original de Brachiaria aos 150 dias e de 58% no caso de milheto, no mesmo período. Em
estudo semelhante, Teixeira Neto (2002) verificaram que a palhada da Brachiaria mostrou
um percentual de decomposição de 75% aos 180 dias. No caso de milheto, Silva et al.
(2003) relatam a porcentagem de decomposição da palhada do milheto de 81,2%, no
período de 137 dias.
Monteiro et al. (2002), ao avaliarem, em ambiente controlado, por meio da
evolução de CO2, a decomposição de resíduos de Brachiaria brizantha, B. humidicola,
Arachis pintoi, Centrosema pubescens, Stilosanthes guianensis, Leucaena leucocephala e
Desmodium ovalifolium, observaram cinética de decomposição semelhante entre B.
brizantha, A. pintoi e C. pubescens, sendo que esse grupo diferiu significativamente das
outras espécies.
De fato, já tem sido descrito na literatura que em ambiente tropical ocorre uma
rápida decomposição dos resíduos (Sanchez & Logan, 1992; Aidar et al., 2000). Também,
tem sido verificado maior produção de palhada de Brachiaria (Aidar et al., 2000; Braz et
al., 2005; Nunes et al., 2006). Assim, sob clima tropical, provavelmente, a quantidade de
matéria seca produzida para palhada é mais importante que a fonte dessa palhada.
50
4.2 ATIVIDADE ENZIMÁTICA TOTAL DO SOLO
As enzimas são mediadoras do catabolismo biológico dos componentes
orgânico e mineral do solo. Taylor et al. (2002) sugerem duas razões para avaliar as
enzimas do solo. A primeira, como informativo do potencial bioquímico e de manipulação
do solo, e a segunda, como indicador de qualidade devido à sensibilidade para prover
informações sobre mudanças nas funções-chave do solo.
Em relação à atividade enzimática total (AET), dada em miligramas de
diacetato de fluoresceína hidrolisado por quilo de solo seco por hora (mg DAF hid kg-1
solo seco h-1) também chamada de atividade biológica, não foi observada diferença
significativa entre as culturas do milho e da soja, conforme observado na Tabela 7. Da
mesma forma, o coeficiente de hidrólise foi igual para as culturas estudadas. Porém,
quando avaliada a AET em função das palhadas de cobertura do solo, observou maior
atividade na área cuja cobertura era a do feijão, seguida do milheto, e a menor sobre
Brachiaria. Comportamento semelhante ocorre com o coeficiente de hidrólise do diacetato
de fluoresceína, uma vez que esse fator é dependente da AET.
Quando a AET e o coeficiente de hidrólise foram avaliados em função da
rotação cultura granífera/palhada de cobertura do solo, observaram-se maiores valores para
a rotação soja/feijão e os menores valores foram observados na rotação soja/Brachiaria.
Valores médios corresponderam às demais rotações (Tabela 7). Esses resultados permitem
inferir que a atividade biológica do solo não é influenciada simplesmente pelas diferentes
espécies vivas presentes no solo no momento da coleta, mas principalmente pela espécie
antecessora, no caso, as palhadas de cobertura.
A faixa de valores observada, entre 101 e 147 mg DAF hid kg-1 solo seco h-1
encontra-se de acordo com resultados obtidos na literatura. Valores entre 110 e 135 mg
DAF hid kg-1 solo seco h-1 foram encontrados por Chrisóstomo et al. (2006) em SPD.
Médias entre 121 e 148 mg DAF hid kg-1 solo seco h-1 foram obtidos por Godoy et al.
(2005). Benintende et al. (2008) encontraram valores entre 120 e 190 mg DAF hid kg-1
solo seco h-1, sendo os maiores valores observados em área sob pastagem. Nesse estudo, os
autores concluíram que a presença de espécies forrageiras proporcionam maior atividade
biológica ao sistema, o que não foi encontrado no presente trabalho, provavelmente, pelo
curto período de avaliação.
51
Sabe-se que as variáveis biológicas são sensíveis às mudanças no uso da terra
(Araújo & Monteiro, 2007; Benintende et al., 2008), principalmente em comparações entre
áreas não antropizadas com áreas de lavoura e também entre manejos de solo. Porém,
dentro de um mesma modalidade de uso da terra, como o SPD, essas alterações parecem
não ser observadas nos primeiros anos de adoção do sistema. Nesse sentido, existem
autores que ainda consideram problemático o uso da atividade de enzimas para
estabelecimento de relações de causa e efeito nos sistemas agrícolas (Gianfreda et al.,
2005).
Tabela 7. Valores médios de atividade enzimática total do solo e coeficiente de hidrólise do diacetato de fluoresceína no solo em função das culturas e das palhadas de cobertura do solo
AET1 (mg DAF2 hid kg-1 solo seco h-1)
COH3 (DAF hid/DAF total)
Cultura Milho 124,9a 0,41a Soja 126,8a 0,44a
Palhada de cobertura do solo Brachiaria brizantha 109,9b 0,36b Milheto 130,1ab 0,46a Feijão 137,4a 0,47a
Rotação Milho/Brachiaria brizantha 118,8b 0,38b Milho/Milheto 128,9b 0,43b Milho/Feijão 127,1b 0,43b Soja/Brachiaria brizantha 101,2c 0,34c Soja/Milheto 131,3b 0,51ab Soja/Feijão 147,8ab 0,49ab
CV (%) 19,2 20,7 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste t a 5%. 1AET: atividade enzimática total do solo; 2DAF: diacetato de fluoresceína e 3COH: coeficiente de hidrólise.
4.3 CARBONO E NITROGÊNIO DA BIOMASSA MICROBIANA DO SOLO
A biomassa microbiana é um dos componentes que controlam funções chaves
no solo, como a decomposição e o acúmulo de matéria orgânica, ou transformações
envolvendo os nutrientes minerais.
Em relação ao CBM observou-se diferença significativa entre as culturas do
milho e da soja (Tabela 8), sendo maior para o ambiente com a cultura gramínea. Porém,
52
esse comportamento não se repetiu em relação às palhadas, sendo que as médias para os
ambientes com Brachiaria e com feijão foram iguais e superiores ao ambiente com
milheto, respectivamente. Porém, ao avaliar as rotações, verificou-se maior valor para a
rotação milho/Brachiaria, corroborando os valores observados individualmente. Em
sequência decrescente seguem as rotações onde há presença de gramínea, sendo os
menores valores observados para as rotações soja/feijão e soja/Brachiaria. O fato desses
valores inferiores estarem presentes nas rotações com soja concorda com os valores
individuais de soja.
Quanto à grandeza dos valores encontrados, eles se encontram dentro da faixa
observada na literatura, que é bastante variável, em função do tipo de solo, do clima, do
cultivo, entre outros. Em trabalho realizado em Primavera do Leste, MT, Matsuoka et al.
(2003) encontraram valores de CBM de 97 mg C microbiano kg-1 solo seco nos primeiros
cinco centímetros do solo e de 104 mg C microbiano kg-1 solo seco na profundidade de 5 a
20 centímetros. Fonseca et al. (2007) encontraram valores entre 49 e 63 mg C g-1 solo, nos
primeiros 17,5 cm do solo para rotação feijão/soja+Brachiaria/feijão e valores entre 56 e
53 mg C g-1 solo, nos primeiros 17,5 cm do solo para rotação
feijão/milho+Brachiaria/feijão. Esses resultados são semelhantes aos obtidos no presente
trabalho, mostrando valores superiores nas rotações com milho, em relação àquelas com
soja.
Stromberger et al. (2007) encontraram valores entre 367 e 447 mg C kg-1 solo
para rotações envolvendo espécies de trigo, milho, sorgo e milheto. No mesmo estudo, foi
verificada média de 595 mg C kg-1 solo, significativamente superior às anteriores, em área
sob pastagem perene. Como observado para a AET, o CBM também parece ser favorecido
pelas espécies forrageiras perenes.
Em estudo realizado por Lobo Jr. et al. (2004), considerando as diferenças
entre os cultivos e o pousio utilizados no estudo, foram observados aumentos de até quase
100% do carbono microbiano em áreas submetidas ao cultivo de forrageiras do gênero
Brachiaria, evidenciando a melhoria do ambiente.
53
Tabela 8. Valores médios de carbono e nitrogênio da biomassa microbiana do solo em função das culturas e das palhadas de cobertura do solo
CBM1 (mg C microbiano kg-1 solo seco)
NBM2 (mg N microbiano kg-1 solo seco)
Cultura Milho 166,6a 42,4a Soja 103,1b 43,3a
Palhada de cobertura do solo Brachiaria brizantha 143,9a 35,6b Milheto 102,2b 48,6a Feijão 158,2a 41,2ab
Rotação Milho/Brachiaria brizantha 236,1a 37,7b Milho/Milheto 159,7b 51,9a Milho/Feijão 103,9bc 37,5b Soja/Brachiaria brizantha 51,95c 39,4b Soja/Milheto 156,8b 45,4b Soja/Feijão 100,6c 44,9b
CV (%) 28,4 21,6 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste t a 5%. 1CBM: carbono da biomassa microbiana do solo e 2NBM: nitrogênio da biomassa microbiana do solo.
Contudo, observa-se que os valores absolutos são muito variáveis, ou seja, o
intervalo de valores é bastante amplo. Isso deve ser considerado no momento de comparar
resultados. De fato, essas variáveis são mais interessantes para monitoramento de uma
mesma área ao longo de um período. Porém, apesar de se realizar comparações de
trabalhos, elas devem ser cautelosas, pois o CBM, como as outras variáveis biológicas, é
muito dependente de fatores diversos não mensuráveis durante a sua determinação.
Quanto ao NBM não foi observada diferença significativa entre milho e soja
(Tabela 8), mas sim entre as palhadas, sendo o ambiente com milheto o de maior NBM,
seguido de feijão e Brachiaria. O maior valor de NBM entre as rotações foi encontrado no
ambiente milho/milheto. Esse resultado parece corroborar com o da AET, no qual a
palhada de cobertura é mais determinante que a espécie em cultivo. Nesse sentido, em
estudo realizado por Govaerts et al. (2007) foi observada média de 39 mg N microbiano
kg-1 solo seco em área submetida ao cultivo de milho, sob SPD, com os resíduos deixados
sobre o solo. Quando os resíduos vegetais foram retirados, na mesma rotação, a média caiu
para 17 mg N microbiano kg-1 solo seco, sendo essa diferença significativa. Na área
cultivada com trigo as médias passaram de 28 para 21 mg N microbiano kg-1 solo seco.
54
4.4 RESPIRAÇÃO BASAL E QUOCIENTE METABÓLICO DO SOLO
A respiração do solo, que é a oxidação biológica da matéria orgânica a CO2
pelos microrganismos aeróbios, ocupa uma posição chave no ciclo do carbono nos
ecossistemas terrestres.
Na Tabela 9 observa-se os valores de respiração basal do solo (RBS), que foi
significativamente superior na cultura da soja. Em relação às palhadas, o maior valor de
RBS foi observado no milheto, seguido do feijão e da Brachiaria. Ao contrário dos outros
parâmetros avaliados, a RBS foi mais influenciada pela espécie em cultivo do que pela
espécie antecessora (Tabela 9), uma vez que os maiores valores foram encontrados nas
rotações onde há soja, com exceção da soja/Brachiaria.
Na Tabela 9 observa-se que os valores de qCO2 foram significativamente
superiores no cultivo da soja e na palhada de feijão. Os ambientes com gramíneas foram
significativamente menores, seja para cultura como para palhada, destacando o menor
valor na palhada de Brachiaria.
Tabela 9. Valores médios de respiração basal e quociente metabólico do solo em função das culturas e das palhadas de cobertura do solo
RBS1
(mg deC-CO2 kg-1 solo seco h-1)
qCO22
(mg C-CO2 g-1 C-mic h-1)
Cultura Milho 1,08b 2,05b Soja 1,45a 2,98a
Palhada de cobertura do solo Brachiaria brizantha 0,39c 0,95c Milheto 1,79a 2,49b Feijão 1,63b 4,11a
Rotação Milho/Brachiaria brizantha 0,53d 0,74d Milho/Milheto 1,50b 2,05c Milho/Feijão 1,23c 3,35b Soja/Brachiaria brizantha 0,25e 1,15d Soja/Milheto 2,08a 2,93b Soja/Feijão 2,03a 4,87a
CV (%) 11,1 19,2 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste t a 5%. 1RBS: respiração basal do solo e 2qCO2: quociente metabólico.
55
Ao analisar o qCO2 deve-se lembrar que esta é uma relação entre a RBS e o
CBM. Se o qCO2 é baixo significa dizer que os microrganismos estão em estado próximo
de um equilíbrio, como observado em áreas de mata nativa. Se o qCO2 é elevado significa
dizer que os microrganismos estão respirando muito, caracterizando um possível estresse
para a microbiota do solo (Odum, 1985; Godoy et al., 2005), geralmente atribuído ao uso
da terra. A teoria de Odum (1985) descreve que o aumento na respiração da comunidade
pode ser o primeiro sinal de estresse, uma vez que a reparação dos danos causados por
distúrbios no solo requer desvio de energia do crescimento e reprodução para a
manutenção celular. Portanto, durante um estresse na biomassa microbiana, haverá
direcionamento de mais energia para a manutenção celular, em lugar do crescimento, de
forma que uma proporção de carbono da biomassa microbiana do solo será perdida como
CO2.
Neste contexto, é interessante destacar que a rotação soja/feijão foi a de maior
qCO2, ou seja, a mais estressante para a microbiota edáfica. Por outro lado, os ambientes
com Brachiaria apresentaram os menores valores de qCO2, permitindo concluir que essa
espécie é benéfica para os microrganismos.
4.5 FUNGOS COM ORIGEM NO SOLO
Ao avaliar as populações de F. solani e F. oxysporum observou-se valores
superiores nos ambientes com soja, em relação ao milho, e com feijão e milheto, em
relação à Brachiaria (Tabela 10). Um dos motivos dessa maior população nas culturas da
soja e do feijão é o fato dessas serem hospedeiras desses fungos. Por outro lado, o cultivo
da Brachiaria tem se mostrado como medida eficiente no controle alternativo para esses
fitopatógenos.
Louzada et al. (2005), em trabalho realizado em ILP, verificaram que esse
sistema pode ser utilizado para redução de populações de F. solani no solo, pois existe a
presença de Brachiaria. Concluíram, também, que outras variáveis como populações de F.
oxysporum e atividade microbiana do solo são afetadas pela rotação de pastagens com
culturas anuais. Resultados semelhantes foram obtidos por Brandão & Lobo Jr. (2007) em
solos da Chapada Diamantina, nos quais as incidências de Rhizoctonia e F. oxysporum, por
sua vez, foram menores nesse ambiente, quando comparadas às áreas de rotação com
56
feijoeiro. No caso de F. solani, foram observados maior população em área recém-
desmatada e sob cultivos de feijoeiro.
Tabela 10. Valores médios de alguns fungos com origem no solo em função de culturas e palhadas de cobertura do solo
Fusarium
solani
(PPG1)
Fusarium
oxysporum
(PPG)
Trichoderma
ssp
(PPG)
Rhizoctonia
solani
(%ROC2) Cultura
Milho 2.216b 2.150b 1.466b 4,62a Soja 5.600a 5.216a 8.133a 7,40a
Palhada Brachiaria brizantha 3.700b 2.775b 9.275a 2,49b Milheto 5.025a 3.800a 4.200b 4,99ab Feijão 3.000b 4.675a 925c 10,55a
Rotação Milho/Brachiaria brizantha 2.600de 2.050cd 750c 3,33b Milho/Milheto 3.050cd 3.200bc 2.350c 3,33b Milho/Feijão 1.000e 1.200d 1.300c 7,22ab Soja/Brachiaria brizantha 4.800bc 3.100bc 17.800a 1,66b Soja/Milheto 7.000a 4.400b 6.050b 6,66b Soja/Feijão 5.000b 8.150a 550c 13,88a
CV (%) 32,3 31,9 27,0 97,8 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste t a 5%. 1PPG: propágulos por grama de solo. 2%ROC: porcentagem de resíduos orgânicos colonizados.
No caso de R. solani a presença do feijão na rotação foi determinante na sua
população nas culturas sucessoras, visto que os maiores valores foram encontrados nas
rotações milho/feijão e soja/feijão (Tabela 10). Por outro lado, a presença das gramíneas,
seja milho, milheto ou Brachiaria, contribuiu para a diminuição da incidência desse
patógeno no solo. Resultados semelhantes foram obtidos por Brandão et al. (2007a,
2007b).
Na Tabela 10 observam-se os valores médios de Trichoderma spp., sendo
verificado uma diferença significativa entre os de soja e milho, e entre as palhadas de
cobertura do solo. Aparentemente, a cultura da soja favorece o desenvolvimento do
antagonista, bem como a Brachiaria. De forma intermediária, as gramíneas anuais
permitem um bom desenvolvimento desse fungo, enquanto que a cultura do feijoeiro
diminui drasticamente a população de Trichoderma. Ao avaliar população de Trichoderma
spp. em áreas de rotação com B. brizantha, Brandão et al. (2007a) encontraram maior
57
incidência do antagonista em área de pastagem, quando comparado às áreas sob cultivo de
feijão. Resultados semelhantes foram obtidos por Oliveira et al. (2008).
Um monitoramento da população microbiana e da atividade microbiológica
total em áreas de produtores indicou que, inicialmente, os patógenos e habitantes naturais
do solo podem ser igualmente favorecidos sob SPD. Após quatro anos, no entanto,
observou-se que os habitantes naturais passaram a promover um aumento na atividade
microbiológica total do solo, resultando na redução ou paralisação do crescimento de
populações de Fusarium spp. e R. solani, com a conseqüente redução da intensidade dessas
doenças (Costa, 1999).
Contudo, sabe-se que a atividade biológica do solo e atributos como CBM e
NBM não permitem uma inferência abrangente quando analisados separadamente, sendo
interessante avaliar a sua correlação com os outros atributos biológicos do solo. Para tanto,
realizou-se a correlação de Pearson apresentada na Tabela 11. Nesta, destacam-se as
seguintes correlações:
• NBM, RBS e qCO2 correlacionam positivamente com a AET, sendo que os
dois últimos também correlacionam-se com o COH;
• O qCO2 apresenta alta correlação positiva com a RBS, como é de se
esperar;
• F. oxysporum e R. solani correlacionam positivamente, e Trichoderma
negativamente, com a RBS e o qCO2. Esses resultados evidenciam a
competitividade dos fitopatógenos e a sensibilidade do antagonista ao
ambiente dito mais estressante (maiores RBS e qCO2) e
• Trichoderma correlaciona-se negativamente a CBM.
Tabela 11. Correlação de Pearson entre atributos biológicos do solo e alguns fungos com origem no solo submetido a rotações de culturas com as espécies soja, milho, Brachiaria brizantha, milheto e feijão
AET1
COH2
CBM3
NBM4
RBS5
qCO26
Fusarium
solani
Fusarium
oxysporum
Trichoderma
spp
Rhizoctonia
solani
AET 1 0,81760** 0,16312ns 0,47612** 0,49176** 0,55607** 0,19242ns 0,44932* -0,36313ns 0,37761ns
COH - 1 0,08147ns 0,28852ns 0,62776** 0,54589** 0,21374ns 0,40786* -0,29505ns 0,34526ns
CBM - - 1 0,10993ns 0,05144ns -0,34930ns -0,16941ns -0,17058ns -0,48912** -0,00287ns
NBM - - - 1 0,31486ns 0,17765ns 0,43664* 0,32638ns -0,05876ns 0,11996ns
RBS - - - - 1 0,77476** 0,31008ns 0,54769** -0,49595** 0,43979*
qCO2 - - - - - 1 0,18600ns 0,58919** -0,39611** 0,45994**
Fusarium
solani
- - - - - - 1 0,56824** 0,38155ns 0,06125ns
Fusarium
oxysporum - - - - - - - 1 -0,06188ns 0,40781*
Trichoderma
ssp
- - - - - - - - 1 -0,32234ns
Rhizoctonia
solani - - - - - - - - - 1
1AET : atividade enzimática total do solo; 2COH: coeficiente de hidrólise; 3CBM: carbono da biomassa microbiana do solo; 4NBM: nitrogênio da biomassa microbiana do solo; 5RBS: respiração basal do solo e 6qCO2: quociente metabólico. * , ** e ns representam significância a 5%, 1% e não significância, respectivamente.
58
59
4.6 PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE MILHO E SOJA E SEUS COMPONENTES
DE PRODUÇÃO EM DIFERENTES PALHADAS DE COBERTURA DO SOLO
Nas Tabelas 12 e 13 são mostradas as produtividades e seus componentes para
as culturas de milho e soja, respectivamente. A produtividade de milho não diferiu em
relação às diferentes palhadas de cobertura, apesar de tendência em redução na
produtividade nas palhadas de milheto e Brachiaria. Os resultados obtidos são superiores
aos valores médios encontrados por Parentoni et al. (2004), em 13 locais, com altitude
acima de 700m, que foi em torno de 7.300 kg ha-1.
A produtividade de soja, por outro lado, foi significativamente inferior na
palhada de Brachiaria, sendo o número de vagens por planta o componente de rendimento
mais afetado. Em estudo realizado por Merlim (2008), comparando a produtividade de soja
cultivada em palhada de Brachiaria e na sua ausência, observou médias entre 2.700 e
3.330 kg ha-1, para ambas condições. Porém, alguns autores têm mostrado superioridade da
palhada de Brachiaria no que tange ao rendimento de culturas anuais como soja e feijão
(Broch et. al., 1997; Nunes et al., 2006).
Tabela 12. Valores médios de estande de plantas e produtividade de grãos de milho em três palhadas de cobertura do solo
Palhada de cobertura Estande (plantas m-1) Produtividade (kg ha-1) Brachiaria brizantha 4,8a 7.565a Milheto 4,5a 7.802a Feijão 4,8a 8.516a
DMS1 1,4 1.869 CV (%) 16,0 11,8
Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. 1DMS: diferença mínima significativa.
Tabela 13. Valores médios de componentes de produção e produtividade de grãos de soja em três palhadas de cobertura do solo
Palhada de cobertura Estande
(plantas m-1) Vagens planta-1
Grãos vagem-1
Massa de 100 grãos (g)
Produtividade (kg ha-1)
Brachiaria brizantha 11,2a 56,8b 2,17a 17,8a 3.708b Milheto 9,7ab 67,8b 2,20a 20,7a 4.772a Feijão 9,0b 103,2a 2,12a 19,2a 5.200a
DMS1 2,0 30,4 0,08 3,6 876 CV (%) 10,3 20,3 1,9 11,0 9,7
Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. 1DMS: diferença mínima significativa.
60
No estudo em questão, este fato das produtividades de soja serem menores em
palhada de braquiária pode ser atribuído ao efeito do uso do glyhphosate em palhadas
muito densas, caso da Brachiaria, como foi relatado por Yamada (2006). Segundo o autor,
o efeito do glyphosate é maior nas raízes do que na parte aérea das plantas, sendo que ele
pode passar da planta-alvo para a planta-não alvo através das raízes. Ele observou que o
crescimento do girassol, cultivado em vaso onde havia Lolium perene como planta de
cobertura, era afetado pelo intervalo de tempo entre a dessecação dessa com o glyphosate e
a semeadura de girassol, e quanto menor esse intervalo, menor era o crescimento da planta
de girassol. Assim sendo, deve-se respeitar o tempo de espera de duas a três semanas entre
a dessecação e a semeadura de culturas anuais. Caso o tempo de espera entre a dessecação
e a semeadura não for considerado, a absorção do glyphosate remobilizado na rizosfera
poderá resultar na diminuição da produção da planta-não alvo.
Além disso, ao retomar o histórico de uso da área (página 38), compreende-se
que toda a área foi cultivada com milho consorciado com Brachiaria no verão de
2006/2007 e que apenas 2/3 da área receberam um cultivo a mais no inverno de 2007, no
caso, de feijão. No curto período entre a colheita desse feijão de inverno e a semeadura do
experimento, foi cultivado milheto em metade da área onde havia sido feijão e a área de
Brachiaria ficou então com um cultivo a menos. A escolha dessa área fez-se necessária
devido ao curto período disponível para formação das palhadas, especialmente de
Brachiaria, que até cerca de 50 dias após a semeadura, prioriza crescimento de raízes em
detrimento de folhas (Portes et al., 2003). O fato das áreas de milheto e feijão terem
recebido um cultivo a mais pode, também, ter contribuído significativamente à melhoria da
fertilidade do solo, conforme observado na Tabela 3.
4.7 ANÁLISE DE CRESCIMENTO DAS CULTURAS DO MILHO E DA SOJA EM
DIFERENTES PALHADAS DE COBERTURA DO SOLO
4.7.1 Análise de crescimento da cultura do milho
Na Figura 5 são apresentadas as curvas de acúmulo de matéria seca do milho,
em g m-2, sobre as três palhadas de cobertura do solo. Observa-se maior crescimento das
plantas cultivadas sobre palhada de feijão, atingindo acúmulo de cerca de 3.000 g m-2,
seguida de milheto, ao redor de 2.250 g m-2 e, por fim de Brachiaria, com cerca de 2.000 g
61
m-2. Andrade (1993), em Balcarde, Argentina, observou acúmulo de matéria seca de milho
de 2.250 g m-2, enquanto que Braz et al. (2005) encontraram 1.749 g m-2.
Esses acúmulos são resultados das taxas de crescimento, explicitadas na Tabela
13, na qual observam-se taxas de crescimento de 45,9, 36,4 e 31,7 g m-2 dia-1 para milho
sobre palhada de feijão, milheto e Brachiaria, respectivamente. Valores semelhantes foram
observados por Andrade (1993), na faixa de 30,0 g m-2 dia-1.
Figura 5. Curva de crescimento de plantas inteiras de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
Na Tabela 14 também são encontrados os momentos de maior taxa de
crescimento do milho nos diferentes ambientes. Nota-se que independentemente do
acúmulo de matéria seca ser maior ou menor, o momento de maior taxa de crescimento do
milho ocorreu entre os 65 e 67 dias após a emergência (DAE). Isso permite concluir que o
fator de maior variação foi o crescimento vegetal e não o desenvolvimento.
Essa diferença pode ser atribuída ao nitrogênio disponível para as plantas de
milho que, provavelmente, foi superior na área com palhada de feijão e menor sob palhada
de Brachiaria, apesar dessa diferença não ter sido estatisticamente significante no
conteúdo de nitrogênio microbiano (NBM) (Tabela 8). Observa-se uma tendência de mais
NBM na palhada de feijão do que na palhada de Brachiaria.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120Dias após a emergência
Massa da matéria seca da planta inteira (g m ) .
BraquiáriaMilhetoFeijãoValores observados - BraquiáriaValores observados - milhetoValores observados - feijão
-2
62
Tabela 14. Taxa de crescimento instantânea de plantas inteiras de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior valor dessa taxa (DAE)
Palhada Taxa de crescimento instantânea da
cultura (g m-2 dia-1) DAE*
Brachiaria brizantha 31,7 67 Milheto 36,4 65 Feijão 45,9 66
*DAE: dias após a emergência.
Avaliando separadamente as partes botânicas do milho, como folhas, colmos e
espigas, observa-se, nas Figuras 6, 7 e 8 que o comportamento foi semelhante entre as
diferentes palhadas de cobertura, no sentido de que as plantas cultivadas em palhada de
feijão apresentam maiores valores de matéria seca.
Mais detalhadamente, para massa seca de folhas de milho, observam-se valores
ao redor de 350, 300 e 270 g m-2 para as palhadas de feijão, milheto e Brachiaria,
respectivamente (Figura 6). Nota-se que o aumento mais intenso do acúmulo de matéria
seca nas folhas ocorreu até cerca de 40 DAE, sendo que após esse período ocorreu uma
estabilização desse acúmulo. Esse comportamento se repete para as plantas
independentemente da palhada de cobertura do solo.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120Dias após a emergência
Massa da matéria seca de folhas (g m ) .
BraquiáriaMilhetoFeijãoValores observados - BraquiáriaValores observados - MilhetoValores observados - Feijão
Figura 6. Curva de crescimento de folhas de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
-2
63
Quanto à taxa máxima de crescimento das folhas de milho, observa-se na
Tabela 15 os valores de 12,4; 13,2 e 20,0 g m-2 dia-1, tendo ocorrido aos 35; 34 e 33 DAE,
sobre as palhadas de B. brizantha, milheto e feijão, respectivamente.
Tabela 15. Taxa de crescimento instantânea de folhas de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior valor dessa taxa (DAE)
Palhada Taxa de crescimento das folhas
(g m-2 dia-1) DAE*
Brachiaria brizantha 12,41 35 Milheto 13,23 34 Feijão 20,00 33
*DAE: dias após a emergência.
Na Figura 7, pode-se observar as curvas de acúmulo de matéria seca nos
colmos de milho, cujos comportamentos são muito semelhantes ao das folhas, sendo seus
valores máximo de, aproximadamente, 500, 560 e 700 g m-2 nas palhadas de B. brizantha,
milheto e feijão, respectivamente.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120Dias após a emergência
Massa da matéria seca de colmos (g m ) .
BraquiáriaMilhetoFeijãoValores observados - BraquiáriaValores observados - MilhetoValores observados - Feijão
Figura 7. Curva de crescimento de colmos de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
Porém, o acúmulo de matéria seca nos colmos ocorre em um período pouco
mais avançado do ciclo da cultura, quando comparado às folhas, ou seja, as taxas máximas
de acúmulo de matéria seca nos colmos ocorreu entre os 41 e 45 DAE (Tabela 16). Esse
-2
64
comportamento é explicado pelo fato de que a planta prioriza produção de folhas para
produção de fotoassimilados. Posteriormente, há a necessidade de sustentar os futuros
frutos, sendo, para isso, necessário acumular matéria seca nos colmos.
Tabela 16. Taxa de crescimento instantânea de colmos de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior valor dessa taxa (DAE)
Palhada Taxa de crescimento dos colmos
(g m-2 dia-1) DAE*
Brachiaria brizantha 17,28 45 Milheto 18,17 44 Feijão 24,30 41
*DAE: dias após a emergência.
Em relação às espigas, observa-se na Figura 8 que aquelas desenvolvidas sobre
palhada de feijão sofreram acúmulo de matéria seca mais acentuado em relação àquelas
sobre Brachiaria e milheto. Observa-se as taxas máximas de crescimento das espigas e o
período de ocorrência na Tabela 17, de 27,12; 31,20 e 55,41g m-2 dia-1, ocorridas aos 81,
78 e 73 DAE, para os cultivos sobre palhadas de Brachiaria, milheto e feijão,
respectivamente. Tais resultados permitir inferir que o milho cultivado sobre palhada de
feijão teve o desenvolvimento das espigas levemente influenciado, uma vez que apresentou
maior taxa de crescimento das espigas num tempo mais curto. Isso poderia estar
relacionado a um ligeiro encurtamento de seu ciclo. Por outro lado, poder-se-ia inferir que
a palhada de Brachiaria é que influenciou o alongamento do ciclo do milho.
65
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120Dias após a emergência
Massa da matéria seca de espigas (g m ) .
BraquiáriaMilhetoFeijãoValores observados - BraquiáriaValores observados - MilhetoValores observados - Feijão
Figura 8. Curva de crescimento de espigas de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
Tabela 17. Taxa de crescimento instantânea de espigas de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior valor dessa taxa (DAE)
Palhada Taxa de crescimento das espigas
(g m-2 dia-1) DAE*
Brachiaria brizantha 27,12 81 Milheto 31,20 78 Feijão 55,41 73
*DAE: dias após a emergência.
Em relação ao IAF do milho, observa-se na Figura 9 que os maiores valores,
cerca 6,0 m2 m-2, foram obtidos para o cultivo sobre palhada de feijão, seguido de milheto,
5,0 m2 m-2 e Brachiaria, 4,5 m2 m-2. Tais valores de IAF foram obtidos ao redor dos 65
DAE, para populações de 53.333 plantas ha-1 sobre as palhadas de feijão e Brachiaria e de
50.000 plantas ha-1 sobre palhada de milheto.
-2
66
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120Dias após a emergência
Índice de área foliar (m m
) .
BraquiáriaMilhetoFeijãoValores observados - BraquiáriaValores observados - MilhetoValores observados - Feijão
Figura 9. Índice de área foliar de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
Machado et al. (1980), por ocasião do florescimento do milho, encontraram os
seguintes valores: 5,1 m2 m-2 (66 mil plantas ha-1), 3,9 m2 m-2 (50 mil plantas ha-1) e 2,8 m2
m-2 (33 mil plantas ha-1), enquanto que Braz et al. (2005) observaram valor máximo de IAF
do milho igual a 3,77 m2 m-2, obtido aos 60 DAE.
Em relação à taxa de crescimento do IAF, ou seja, à sua intensidade de
aumento, observa-se na Tabela 18 valores muito semelhantes nos cultivos sobre palhadas
de Brachiaria e milheto, de 0,094 0,098 m2 m-2 dia-1, respectivamente, porém, um tanto
superior para a palhada de feijão, que foi de 0,129 m2 m-2 dia-1. Valores semelhantes foram
obtidos por Braz et al. (2005), de 0,09 m2 m-2 dia-1 aos 34 DAE.
Apesar dessa diferença na taxa de crescimento do IAF, o momento de
ocorrência foi praticamente igual para os três sistemas de cultivo, ou seja, entre 38 e 39
DAE. Isso permite afirmar mais uma vez que, o fenômeno influenciado pelas diferentes
coberturas do solo na cultura do milho foi o crescimento e não o desenvolvimento.
2
-2
67
Tabela 18. Taxa de crescimento do índice de área foliar de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de seu maior valor (DAE)
Palhada Taxa de crescimento do IAF
(m2 m-2 dia-1) DAE*
Brachiaria brizantha 0,094 39 Milheto 0,098 38 Feijão 0,129 39
*DAE: dias após a emergência.
São apresentados na Tabela 19 os coeficientes estimados das equações
ajustadas para massa de matéria seca total, de folhas, colmos e espigas de milho cultivado
sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão. Observa-se na Tabela 19 que
todos os coeficientes estimados são altamente significativos, dando confiabilidade às
curvas apresentadas no presente trabalho.
Tabela 19. Coeficientes estimados de massa de matéria seca total, de folhas, colmos e espigas de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
Massa da material seca total Coeficiente estimado Erro padrão
Fatores a (g m-2) b (DAE1) c (DAE) a (g m-2) b (DAE) c (DAE) Brachiaria 2.198,35** 17,35** 66,84** 141,15 2,35 3,35 Milheto 2.446,57** 16,80** 64,61** 135,88 2,14 2,91 Feijão 3.181,14** 17,32** 66,36** 250,04 2,92 4,12
Massa da matéria seca de folhas Coeficiente estimado Erro padrão
Fatores a (g m-2) b (DAE) c (DAE) a (g m-2) b (DAE) c (DAE) Brachiaria 271,32** 5,47** 35,06** 4,90 0,79 0,96 Milheto 291,29** 5,50** 33,74** 4,47 0,66 0,83 Feijão 365,91** 4,56** 33,47** 8,54 0,92 1,22
Massa da matéria seca de colmos Coeficiente estimado Erro padrão
Fatores a (g m-2) b (DAE) c (DAE) a (g m-2) b (DAE) c (DAE) Brachiaria 511,62** 7,40** 44,84** 13,51 1,21 1,33 Milheto 583,79** 8,03** 43,97** 18,68 1,53 1,68 Feijão 716,14** 7,36** 41,38** 28,20 1,88 2,08
Massa da matéria seca de espigas Coeficiente estimado Erro padrão
Fatores a (g m-2) b (DAE) c (DAE) a (g m-2) b (DAE) c (DAE) Brachiaria 1.355,95** 12,50** 81,21** 115,55 2,12 3,26 Milheto 1.489,55** 11,94** 77,90** 84,46 1,56 2,22 Feijão 1.562,21** 7,05** 73,01** 36,08 0,59 0,72
**Significativo a 5% e * a 1%.
68
Os coeficientes, erros padrão e significância do IAF do milho, esses são
apresentados na Tabela 20. Nesta, observa-se que para as três condições de cultivo, o
ajuste do coeficiente z foi o de menor significância, de 5%, enquanto que os coeficientes a
e b foram significativos a 1%.
Tabela 20. Coeficientes estimados de índice de área foliar de milho cultivado sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
Índice de area foliar Coeficiente estimado Erro padrão
Fatores z a b z a b Brachiaria 3,80.10-1* 7,29.10-2** 5,24.10-4** 1,69.10-1 1,32.10-2 9,34.10-5 Milheto 4,24.10-1* 7,18.10-2** 5,20.10-4** 1,47.10-1 1,03.10-2 7,38.10-5 Feijão 4,74.10-1* 7,50.10-2** 5,38.10-4** 1,79.10-1 1,12.10-2 7,92.10-5
**Significativo a 5% e * a 1%. 1DAE: dias após a emergência.
4.7.2 Análise de crescimento da cultura da soja
Na Figura 10 são apresentadas as curvas de acúmulo de matéria seca de plantas
inteiras de soja. Observa-se nos dados ajustados que, por ser uma planta de metabolismo
C3, seu acúmulo de matéria seca não ultrapassa 2.500 g m-2, sendo, assim, inferior ao
acúmulo das plantas de milho, ao redor de 3.000 g m-2. Observa-se ainda que os maiores
valores ocorreram sobre palhada de feijão, 2.200 g m-2, seguido de milheto, 1.700 g m-2 e,
por fim, Brachiaria, 1.300 g m-2. Estudos passados apresentaram produções de matéria
seca de 2.700 g m-2 (Cobucci & Portela, 2003) e cerca de 1.200 g m-2 (Andrade, 1993).
69
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120Dias após a emergência
Massa da matéria seca da planta inteira (g m ) .
BraquiáriaMilhetoFeijãoValores observados - BraquiáriaValores observados - MilhetoValores observados - Feijão
Figura 10. Curva de crescimento de plantas inteiras de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
Na Tabela 21 são apresentadas as respectivas taxas de crescimento da cultura
da soja, para os cultivos sobre palhada de Brachiaria, milheto e feijão. Nota-se que as
plantas sobre palhada de Brachiaria apresentaram menor taxa de crescimento, equivalente
a 23,95 g m-2 dia-1, sendo que essa taxa máxima ocorreu aos 56 DAE. Para palhada de
milheto, a taxa de crescimento foi de 44,23 g m-2 dia-1, com pico aos 66 DAE e para
palhada de feijão foi de 42,72 g m-2 dia-1, com pico aos 72 DAE.
Tabela 21. Taxa de crescimento instantânea de plantas inteiras de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior valor dessa taxa (DAE)
Palhada Taxa de crescimento da cultura
(g m-2 dia-1) DAE*
Brachiaria brizantha 23,95 56 Milheto 44,23 66 Feijão 42,72 72
*DAE: dias após a emergência.
A análise de crescimento das folhas de soja é apresentada na Figura 11, na qual
observa-se grandes acúmulos de matéria seca nessa parte botânica, superando até os
valores observados no milho. Porém, a estabilização desse acúmulo ocorre mais
-2
70
tardiamente na soja, ao redor de 60 DAE, coincidindo com a emissão dos botões florais,
enquanto que para o milho foi ao redor de 45 DAE.
0
100
200
300
400
500
600
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Dias após a emergência
Massa da matéria seca de folhas (g m ) .
BraquiáriaMilhetoFeijãoValores observados - BraquiáriaValores observados - MilhetoValores observados - Feijão
Figura 11. Curva de crescimento de folhas de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
Ao observar as taxas de crescimento das folhas de soja (Tabela 22), nota-se que
os valores são diferentes, sendo de 8,81, 13, 88 e 15,02 g m-2 dia-1, tendo ocorrido aos 50,
51 e 52 DAE, para os cultivos sobre palhadas de Brachiaria, milheto e feijão,
respectivamente.
Tabela 22. Taxa de crescimento instantânea de folhas de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior valor dessa taxa (DAE)
Palhada Taxa de crescimento de folhas
(g m-2 dia-1) DAE*
Brachiaria brizantha 8,81 50 Milheto 13,88 51 Feijão 15,02 52
*DAE: dias após a emergência.
No caso de acúmulo de matéria seca nas hastes, observa-se na Figura 12 que o
comportamento é bastante semelhante ao das folhas, com o detalhe que a maior intensidade
de acúmulo se estende até cerca de 70 DAE. Essa estratégia foi notada também no milho e
é interessante para que a planta suporte a carga de grãos a ser obtida. Quanto à taxa de
-2
71
crescimento das hastes, nota-se na Tabela 23 que apesar de acumular menos matéria seca
sobre palhada de Brachiaria, 10,39 g m-2 dia-1, o maior acúmulo ocorreu no mesmo
período das plantas sobre palhadas de milheto e feijão, que foram entre 59 e 60 DAE.
0
100
200
300
400
500
600
700
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Dias após a emergência
Massa da matéria seca de hastes (g m ) .
BraquiáriaMilhetoFeijãoValores observados - BraquiáriaValores observados - MilhetoValores observados - Feijão
Figura 12. Curva de crescimento de hastes de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
Tabela 23. Taxa de crescimento instantânea de hastes de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior valor dessa taxa (DAE)
Palhada Taxa de crescimento de hastes
(g m-2 dia-1) DAE*
Brachiaria brizantha 10,39 60 Milheto 17,08 59 Feijão 19,09 59
*DAE: dias após a emergência
Em relação ao acúmulo de matérias seca nas vagens, observa-se na Figura 13 e
na Tabela 24 que a maior intensidade de acúmulo ocorre entre os 80 e 110 DAE. Mais
detalhadamente, para o cultivo sobre braquiária, parace ter havido um retardamento nesse
acúmulo.
-2
72
0
200
400
600
800
1000
1200
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Dias após a emergência
Massa da matéria seca de vagens (g m ) .
BraquiáriaMilhetoFeijãoValores observados - BraquiáriaValores observados - MilhetoValores observados - Feijão
Figura 13. Curva de crescimento de vagens de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
Tabela 24. Taxa de crescimento instantânea de vagens de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão e momento de maior valor dessa taxa (DAE)
Palhada Taxa de crescimento de vagens
(g m-2 dia-1) DAE*
Brachiaria brizantha 28,59 103 Milheto 32,84 90 Feijão 43,98 86
*DAE: dias após a emergência.
Ao avaliar o IAF da soja, observa-se na Figura 14 valores ao redor de 14, 12 e
9 m2 m-2 dia-1, para as coberturas de feijão, milheto e Brachiaria. É interessante notar a
fase de mais lento crescimento do IAF até os 40 DAE, o que não ocorreu com o milho.
Valores semelhantes foram encontrados por Cobucci & Portela (2003), sendo o IAF igual a
14 aos 65 DAE. Em relação à intensidade de aumento do IAF, observa-se na Tabela 25
valores de 0,289, 0,371 e 0,421 m2 m-2 dia-1, para as palhadas de Brachiaria, milheto e
feijão, respectivamente, tendo ocorrido entre os 59 e 61 DAE. Essa semelhança no período
de ocorrência de maior acúmulo evidencia que o fenômeno influenciado foi apenas o
crescimento, e não o desenvolvimento, como também observado no milho.
-2
73
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Dias após a emergência
Índice de área foliar (m m
) .
BraquiáriaMilhetoFeijãoValores observados - BraquiáriaValores observados - MilhetoValores observados - Feijão
Figura 14. Índice de área foliar de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
Tabela 25. Taxa de crescimento do índice de área foliar de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria brizantha milheto e feijão e seu momento de maior valor (DAE)
Palhada Taxa de crescimento do IAF
(m2 m-2 dia-1) DAE*
Brachiaria brizantha 0,289 61 Milheto 0,371 59 Feijão 0,421 59
*DAE: dias após a emergência.
Nas Tabelas 26 e 27 são apresentados os coeficientes estimados, suas
significâncias e os erros padrão para acúmulos de matéria seca e IAF, respectivamente.
Observa-se que, de forma semelhante aos ajustes adotados para o milho, o coeficiente z
para o IAF apresentou menor significância, enquanto que para acúmulo de matéria seca nas
hastes, não houve significância.
2 -2
74
Tabela 26. Coeficientes estimados de massa de matéria seca total, de folhas, hastes e vagens de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
Massa da material seca total Coeficiente estimado Erro padrão
Fatores a (g m-2) b (DAE1) c (DAE) a (g m-2) b (DAE) c (DAE) Brachiaria 1.439,48** 15,02** 75,44** 113,96 2,39 3,74 Milheto 1.664,23** 9,40** 66,16** 70,96 1,51 1,81 Feijão 2.244,93** 13,14** 71,85** 239,75 3,52 4,73
Massa da matéria seca de folhas Coeficiente estimado Erro padrão
Fatores a (g m-2) b (DAE) c (DAE) a (g m-2) b (DAE) c (DAE) Brachiaria 197,83** 5,61ns 50,24** 28,77 5,14 5,87 Milheto 303,79** 5,47ns 51,03** 40,09 4,90 5,58 Feijão 374,49** 6,22ns 51,55** 40,76 4,23 4,81
Massa da matéria seca de hastes Coeficiente estimado Erro padrão
Fatores a (g m-2) b (DAE) c (DAE) a (g m-2) b (DAE) c (DAE) Brachiaria 318,78** 7,67** 60,11** 15,09 1,74 2,04 Milheto 436,71** 6,38** 58,57** 20,70 1,70 1,97 Feijão 510,34** 6,68* 59,34** 30,49 2,15 2,50
Massa da matéria seca de vagens Coeficiente estimado Erro padrão
Fatores a (g m-2) b (DAE) c (DAE) a (g m-2) b (DAE) c (DAE) Brachiaria 1.266,76** 11,07** 102,77** 1,3.10-5** 6,3.10-5** 1,5.10-10** Milheto 1.034,77** 7,87** 90,08** 2,8.10-7** 7,9.10-4** 6,0.10-13** Feijão 9.311,73** 52,89** 857,05** 2,0.10-16** 6,7.10-13** 2,0.10-16**
ns não significativo, **significativo a 5% e * a 1%. 1DAE: dias após a emergência.
Tabela 27. Coeficientes estimados de índice de área foliar de soja cultivada sobre palhadas de Brachiaria brizantha, milheto e feijão
Índice de area foliar Coeficiente estimado Erro padrão
Fatores z a b z a b Brachiaria 0,0015ns 0,2158** 0,0013** 0,0019 0,0315 0,0002 Milheto 0,0059ns 0,1945** 0,0012** 0,0048 0,0209 0,0001 Feijão 0,0070ns 0,1920** 0,0012** 0,0059 0,0217 0,0001
ns não significativo, **significativo a 5% e * a 1%.
5 CONCLUSÕES
De acordo com os resultados obtidos no presente trabalho, pode-se concluir
que, para tais condições:
• as palhadas de cobertura do solo avaliadas apresentaram taxas de
decomposição semelhantes, sendo o diferencial, a quantidade produzida
de matéria seca por área, na qual a Brachiaria foi superior;
• as espécies leguminosas, como soja e feijão, propiciaram ambiente mais
estressante à microbiota do solo;
• a Brachiaria brizantha como precedente cultural promoveu a diminuição
da população dos fitopatógenos Fusarium solani e Fusarium oxysporum e
o aumento da população do antagonista Trichoderma spp.;
• as produtividades de milho não diferiram quanto à palhada de cobertura
do solo enquanto que a produtividade de soja foi menor sobre palhada de
B. brizantha e
• as curvas de acúmulo de massa de matéria seca de milho e soja são
coerentes com os resultados de produtividade, ou seja, a produção de
grãos correlacionou-se positivamente com a massa da matéria seca
acumulada pela planta.
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