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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS DE PATOS-PB JAKELYNE SUÉLEN BEZERRA DE SOUSA O USO DE Morinda citrifolia L. (NONI) COMO TERAPIA ALTERNATIVA NA SAÚDE HUMANA: UMA REVISÃO DE LITERATURA PATOS PB 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CAMPUS DE PATOS-PB

JAKELYNE SUÉLEN BEZERRA DE SOUSA

O USO DE Morinda citrifolia L. (NONI) COMO TERAPIA ALTERNATIVA NA

SAÚDE HUMANA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

PATOS – PB

2015

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JAKELYNE SUÉLEN BEZERRA DE SOUSA

O USO DE Morinda citrifolia L. (NONI) COMO TERAPIA ALTERNATIVA NA

SAÚDE HUMANA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de monografia apresentado como requisito para

obtenção do título de Licenciada em Ciências Biológicas,

pela Universidade Federal de Campina Grande, Campus

Patos-PB.

Orientador: Prof. Dr. George João Ferreira do Nascimento

Patos – PB

2015

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG

S725u

Sousa, Jakelyne Suélen Bezerra de

O uso de Morinda citrifolia L. (noni) como terapia alternativa na saúde

humana: uma revisão de literatura / Jakelyne Suélen Bezerra de Sousa. –

Patos, 2015.

84f.: il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) – Universidade

Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2015.

"Orientação: Prof. Dr. George João Ferreira do Nascimento”

Referências.

1. Morinda citrifolia. 2. Noni. 3. Medicina alternativa. I. Título.

CDU 581

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Dedico este trabalho primeiramente aos meus pais e familiares mais

próximos, por se fazerem presentes em minha vida lado a lado na vitória e

me apoiando nas derrotas. Aos amigos verdadeiros que sempre estiveram

comigo torcendo e incentivando a alcançar meus propósitos. Por fim, a todos

aqueles que um dia sonharam e sonham em conquistar seus objetivos e metas

na vida e além dela.

DEDICO.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais Cícero e Salete por me ensinarem valores pessoais através da

simplicidade e sempre me incentivarem na busca do conhecimento. Por acreditarem nos meus

projetos e por conquista-los comigo. A vocês eu devo uma vida, a vocês eu dedico minhas

conquistas.

Ao meu orientador George João Ferreira do Nascimento por ter me estendido à mão nessa

empreitada, pela paciência, por acreditar no meu trabalho e pelos incentivos. Muito mais

sucesso para você nessa vida de eternas batalhas e conquistas.

Aos meus irmãos Rafaela, Emanoela e Cleyton, pelas conversas cheias de risadas na mesa da

cozinha, pela amizade, brincadeiras na casa de mamãe e brigas de infância as quais foram

fundamentais para a formação de quem somos hoje.

Ao meu amado e querido sobrinho Arthur por me acarinhar nas minhas tantas idas e vindas ao

meu lar, por me ensinar a jogar vídeo game e reclamar em seguida pelas perdas consecutivas

com a tiazona aqui. Tuzão a tia te ama!

Aos meus familiares maternos, em especial as minhas tias Neide e Simone, pelas gargalhas

misturadas com broncas e cuidados. Já ri e chorei com vocês.

Aos meus professores e verdadeiros mestres da Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas

que me mostraram que a universidade ia muito além de pesquisa e títulos, por abrir meus

olhos aos conhecimentos que chegaram banhados em verdades e sabedorias. Quero ser que

nem vocês quando eu crescer.

Aos meus muitos colegas e poucos amigos que se fizeram presentes na minha caminhada

acadêmica, agradeço pela infinita tríplice farra-cachaça-ressaca, pelas pitadas e novas receitas

de cuscuz. Vocês são “ótchemos”!

Aos meus colegas de classe e com certeza excelentes futuros profissionais.

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Ao grupo “Jardim da Messias” pelas muitas risadas, conselhos amorosos e novas técnicas de

como agarrar um “boe” (nenhuma funciona), Messias, Vivi, Val, Ovídio, Ginna, Nicaely,

Cecília e las três Jéssicas vocês fizeram os meus dias mais alegres e emocionantes.

Àqueles que pude conviver durante minha estadia e caminhada acadêmica em Patos, ao meu

querido e estimado amigo Antonielson Santos, aos colegas de apartamento em especial minha

colega de quarto Cidinha, pelas muitas conversas, risadas e conselhos.

A todas as pessoas que conheci ao longo da minha vida, aquelas que estiveram comigo nas

lutas e aquelas que torceram contra mim, também agradeço a vocês, pois foi um incentivo a

mais nas batalhas diárias por meus sonhos, “ beijinho no ombro”!

A todas as mulheres espalhadas mundo a fora, que nossas batalhas em busca de esperança e

igualdade um dia sejam alcançadas e assim seremos livres. A todas nós!

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“Se eu tivesse minha vida para viver de

novo, eu teria feito uma regra de ler alguma poesia e

ouvir música pelo menos uma vez na semana.”

(Charles Darwin)

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RESUMO

O USO DE Morinda citrifolia (NONI) COMO TERAPIA ALTERNATIVA NA SAÚDE

HUMANA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

A Morinda citrifolia, conhecida por noni, é uma árvore de pequeno porte da família

Rubiaceae, onde suas folhas, frutos, sementes, cascas, caules e raízes têm sido utilizados na

medicina popular da Ásia há milhares de anos. Disponibilizada no mercado comumente na

forma de suco, além de outros derivados. Estes produtos são bastante recentes, sendo

comercializados inicialmente em 1990, onde tem sido associado ao tratamento e cura de

diversas doenças, mas que ainda necessitam de comprovação científica. O presente trabalho

teve como objetivo realizar um estudo na forma de revisão de literatura sobre os possíveis

usos de Morinda citrifolia como terapia alternativa no tratamento de doenças humanas. A

metodologia utilizada foi a investigação ativa e intensa de informações nas bases de dados:

BIREME, LILACS, Medline, PubMed e a biblioteca virtual Scielo. O fruto da noni é

altamente indicado na literatura por vários estudos que apontam suas propriedades,

antimicrobianas, hipoglicemiantes, antioxidantes antitumorais, entre outras. De acordo com

literatura, possui vários efeitos colaterais e potencialmente hepatotóxicos, como descrito em

três relatos de caso. Apesar das propriedades do uso do noni como terapia alternativa para

diversas doenças humanas, muito pouco ainda se sabe sobre tais propriedades e a segurança

de seu uso devido ao pouco número de trabalhos encontradas na literatura, o que deixa mais

dúvida sobre suas verdadeiras funções ou contraindicações.

PALAVRAS-CHAVE: Morinda citrifolia, noni, medicina alternativa.

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ABSTRACT

THE USAGE OF Morinda citrifolia (NONI) AS ALTERNATIVE THERAPY TO

HUMAN HEALTH: REVIEW

The Morinda citrifolia, known as noni, is a small tree of the family Rubiaceae, which your

leaves, fruits, seeds, bark, stems and roots have been used in popular medicine in Asia for

thousands of years. Available on the market usually in the form of juice, and other

derivatives, these products are quite recent, and first commercialized in 1990, which has been

linked to the treatment and cure of many diseases, but they still need scientific confirmation.

This study aimed to conduct a study in the form of literature review about the possible

Morinda citrifolia uses as an alternative therapy in the treatment of human diseases. The

methodology consisted an active and thorough investigation of information in databases:

BIREME, LILACS, Medline, PubMed and virtual library Scielo. The Noni fruit is highly

suitable in the literature by several studies that indicate their properties, antimicrobial,

antidiabetic agents, antitumor, antioxidants, among others. According to literature, have

multiple and potentially hepatotoxic side effects, as described in three case reports. Despite

the noni use of the property as an alternative therapy for various human diseases, very little is

known about such properties and the safety of its use because of to the small number of jobs

in the literature, which leaves more doubt about their true functions or contraindications.

KEYWORDS: Morinda citrifolia, noni, popular medicine.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Morinda citrifolia L. ................................................................................................ 21

Figura 2 Aspecto geral da árvore............................................................................................ 21

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composição bruta dos estudos encontrados de 1990 a maio de 2015 conforme a

busca por combinação de palavra-chave e base de dados antes da pré-análise ........................ 46

Tabela 2 Discriminação da seleção inicial e seleção final de artigos .................................... 46

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LISTA DE QUADRO

Quadro 1 Estudos experimentais e clínicos utilizando a M. citrifolia com base nas suas

atividades e usos terapêuticos ........................................................................................... 46 e 47

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABTS Ácido 2,2'-azinobis-3-etilbenzotiazolina-6-sulfônico

AMPK Adenosina Monofosfato Proteína Quinase

ANVISA Agência Nacional de Vigilancia Sanitária

ASA

American Society of Anesthesiologists (Sociedade Americana de

Anestesiologistas)

ATP Adenosina Tri-Fosfato

Bax Gene Bax

C/EBP p

Proteínas ligantes ao amplificador CCAAT beta (do inglês CCAAT/enhancer

binding protein beta)

C1-Ade 2-cloroadenosina

CA Alteration Cromossomic (Alteração Cromossômica)

CCAAT/

β

Proteínas ligantes ao amplificador CCAAT beta (do inglês CCAAT/enhancer

binding protein beta)

CCC Cinética do Ciclo Celular

CCK1 Cholecystokinin 1 (colecistoquina 1)

CIM Concentração Inibitória Mínima

CM Centímetro (s)

COX-2 Ciclooxigenase 2

Cr (VI) Cromo Hexavalente

Cu/Zn Cobre/Zinco

Cys-A Ciclosporina

DC Desoxiribonucleic acid (ácido desoxirribonucleico)

DMBA 7,12-Dimetilbenz-A-antraceno

DNA Desoxiribonucleic acid (ácido desoxirribonucleico)

DPPH 2,2-difenil-1-picrilhidrazil

FMC Fermented Morinda citrifolia (Morinda citrifoli fermentada)

FNE Fermented Noni Extract (Extrato fermentado de noni)

h Hora

HDL High Density Lipoproteins(lipoproteínas de alta densidade)

HeLa Linhagem de adenocarcinoma cumano de câncer do colo do útero

HIF-1α Fator Induzido por Hipóxia

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IL-10 Interleucina 10

INCA Instituto Nacional do Câncer

KG Quilograma (s)

LDL, Low Density Lipoproteins (Lipoproteínas de baixa densidade)

LLC Lewis lung carcinoma (Carcinoma do pulmão de Lewis)

LOOH Hidroperóxidos Lipídicos

MC Morinda citrifolia

MCAO Oclusão da artéria cerebral média

MCF-7 Célula de adenocarcinoma mamário humano

mg Miligrama(s)

ml Mililitro(s)

mm Milímetro (s)

mmo/l Milimolar

MMTV vírus do tumor mamário do camundongo

MTT Brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazolium

NAG-1 Non-steroidal Anti-inflammatory drug-activated Gene

NDS Escores de déficit neurológico

NFJ Noni Fruit Juice (Suco da fruta noni)

NF-kB Fator nuclear kappa B

NK Natural killer

OMS Organização Mundial de Saúde

p21 Gene p21

p53 Gene p53

PC Control Positive (Controle Positivo)

PCR Proteína C Reativa

PPM Partícula Por Milhão

SAR Systemic Acquired Resistance (resistência sistêmica adquirida)

SBC Sociedade Brasileira de Câncer

SCE Troca de cromátides irmãs

SiHa Linhagem de adenocarcinoma cumano de câncer do colo do útero

SM Síndrome Metabólica

SUS Sistema Único de Saúde

TNJ Tahitian Noni Juice (Suco Tahitian Noni)

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ug Micrograma

UVB Ultra Violet Burn

Zn Zinco

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15

2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 17

2.1 Objetivos específicos ..................................................................................................... 17

3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 18 3.1 Origem e distribuição geográfica do noni .................................................................. 18

3.2 Histórico da Morinda citrifolia no mundo .................................................................. 18

3.3 Características botânicas ............................................................................................. 19

3.4 Uso de plantas como tratamento alternativo ............................................................. 22

3.5 Composição química e nutricional .............................................................................. 23

3.6 Uso do noni como agente antimicrobiano .................................................................. 24

3.7 Uso do noni como hipoglicemiante e tratamento do diabetes ................................... 27

3.8 Uso do noni como agente antioxidante ....................................................................... 30

3.9 Uso do noni no tratamento do câncer ......................................................................... 32

3.10 Outras atividades biológicas do noni ........................................................................ 38

3.11 Efeitos adversos causados por M. citrifolia .............................................................. 42

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 44

5 RESULTADOS .................................................................................................................... 46

6 DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 470

7 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 63

8 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 64

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1 INTRODUÇÃO¹

A utilização de plantas e ervas de conhecimento popular na medicina vem sendo

utilizada há séculos em várias regiões e culturas do mundo, sendo tal uso possivelmente

relacionado à falta de acesso aos métodos terapêuticos tradicionais. Assim, é cada vez mais

frequente a utilização das plantas de forma complementar ou alternativa no tratamento de

enfermidades. No Brasil, a fitoterapia é oriunda da cultura indígena e dos valores trazidos

pelos colonizadores, esses conhecimentos foram incorporados na população e são respeitados

no cotidiano, difundidos nos hábitos, nas tradições e nos costumes (BRITO, 2008).

A Morinda citrifolia L. conhecida por noni é uma árvore de pequeno porte da família

Rubiaceae. As folhas, frutos, sementes, cascas, caules e raízes desta árvore têm sido usados na

medicina popular da Ásia há milhares de anos (CHAN-BLANCO et al., 2006).

Disponibilizada no mercado comumente na forma de suco, além de outros derivados, estes

produtos são bastante atuais, sendo comercializados inicialmente em 1990, onde tem sido

associado ao tratamento e cura de diversas doenças, mas que ainda necessitam de

comprovação científica (MCCLATCHEY, 2002; WANG et al., 2002; MARQUES, 2009).

O forte uso deste suco na medicina popular no tratamento de doenças e/ou distúrbios,

atribui-se aos efeitos benéficos relacionados ao diabetes, diarreia, dores, hipertensão, estresse,

além de estimular o sistema imunológico combatendo bactérias, infecções virais, parasitárias,

fúngicas e também na prevenção da formação e proliferação de neoplasias (EARLE, 2001;

MCCLATCHEY, 2002; SU et al., 2005). Além das enfermidades já citadas há ainda relatos

do uso deste suco no tratamento de alergia, artrite, asma, depressão, distúrbios menstruais,

obesidade, úlceras gástricas, dores de cabeça, inibição sexual, insônia, depressão, problemas

respiratórios, AIDS, esclerose múltipla e dependência de drogas (MCCLATCHEY, 2002;

WANG et al., 2002).

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a literatura

científica sobre essa espécie vegetal é extensa em relação aos possíveis efeitos farmacológicos

e usos terapêuticos, porém, a quantidade de publicações que avaliaram sua segurança é

limitada (WEST et al., 2006). Com base nesse fato, um informe técnico foi lançado por esta

mesma agência de vigilância sanitária, que consiste na proibição da comercialização e

consumo do noni e seus derivados até que sejam estabelecidos estudos que comprovem a

segurança no uso do produto, conforme determinam a Resolução nº. 16/1999 e a Resolução

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RDC nº. 278/2005. Segundo esse órgão o consumo do noni pode estar relacionado ao

1aparecimento de lesões hepáticas em humanos, conforme alguns relatos descritos por autores,

que apontam a Morinda citrifolia como uma planta tóxica para o fígado, ou seja, apresenta

hepatoxicidade (MILLONIG et al., 2005; STADLBAUER et al., 2005; YUCE et al., 2006;

ANVISA, 2007).

Este estudo foi de grande importância mediante o caráter informativo acerca das

utilizações do consumo de Morinda citrifolia para uso humano no tratamento terapêutico.

Foram explorados diversos estudos sobre o noni e as ações biológicas relacionadas a cada

enfermidade e diante dos achados forneceram informações concretas sobre a ação deste fruto

na saúde humana, além da contribuição com uma literatura embasada na compilação de vários

dados sobre noni e seu uso na medicina alternativa e complementar.

1 Este trabalho de revisão bibliográfica encontra-se de acordo com as normas da ABNT/NBR 14724: 2011

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Realizar uma pesquisa bibliográfica para a busca de possíveis usos da Morinda

citrifolia como terapia alternativa no tratamento de doenças humanas.

2.2 Objetivos específicos

Verificar estudos quanto às características botânicas do noni;

Buscar quais as principais indicações terapêuticas;

Descrever as atividades biológicas com fins medicinais;

Gerar dados quanto aos possíveis efeitos adversos e contraindicações no consumo de

Morinda citrifolia.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Origem e distribuição geográfica do noni

Morinda citrifolia L., normalmente conhecida por noni (da língua havaiana), nono

Taiti (na língua hindi), é uma pequena árvore da família Rubiaceae, originária do sudeste

asiático, foi difundida pelo homem através da Ásia Meridional, ilhas do Oceano Pacífico,

Polinésia Francesa, Porto Rico e mais recentemente República Dominicana (WANG, SU,

2001; WANG et al., 2002).

A utilização do noni pelos povos polinésios se deu há mais de 2000 anos onde

atribuíram ao fruto o referido nome e descobriram seu valor para fins medicinais mediante os

efeitos relacionados à atividade antibacteriana, antiviral, antifúngica, antitumoral, anti-

helmíntica, analgésica, hipotensora e imunoestimulante, embora sua eficácia ainda em grande

parte seja desconhecida (NELSON, 2001; WANG et al., 2002).

3.2 Histórico da Morinda citrifolia L. no mundo

A árvore da Morinda citrifolia é caracterizada pelo seu caule reto, folhas verdes,

elípticas, grandes e brilhantes, flores brancas e tubulares, e inúmeras estruturas ovoides na cor

amarela ao longo do fruto que pode crescer em tamanho até 12 cm ou mais (WANG et al.,

2002). Cada parte da planta tem sua utilização medicinal ou uma variedade de aplicações: as

folhas e as frutas têm histórico de uso tanto para chás e alimentação como na promoção da

saúde; a fruta madura apresenta sabor acentuado, sendo em muitos lugares chamada de “fruta

queijo” devido seu gosto forte e odor; as raízes e as cascas são utilizadas como corante para

roupas; já as sementes, que são de forma triangular em castanho avermelhado, podem ser

utilizadas como fonte de óleo vegetal rico em ácidos graxos essenciais, além da possibilidade

da aplicação como adsorvente de metais, tal como o Cr (VI), que apresenta um elevado risco à

saúde, causando a perfuração do septo nasal e propriedades carcinogênicas (NELSON, 2001;

DAKIKY et al., 2002; WANG et al., 2002; PALU et al., 2007).

Uma das grandes habilidades da planta é a capacidade de se adequar aos mais variados

tipos de climas e temperaturas, além de solos arenosos, profundos e rochosos com pouca

fertilidade (NUNES et al., 2009).

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Devido a sua grande notoriedade segundo seus efeitos fitoterápicos e preventivos, o

consumo do noni também se faz presente em vários países que antes não realizavam seu

cultivo, dentre os que mais utilizam, estão o Japão, Estados Unidos e países do continente

europeu (CHAN-BLANCO et al., 2006).

O grande sucesso na distribuição de Morinda citrifolia se deve ao fato das sementes

possuírem um saco de ar ligado a uma extremidade, a qual faz com que as sementes se tornem

flutuantes, facilitando sua dispersão pela água, além da autopolinização e de sua capacidade

de produzir flores e frutos o ano inteiro. Sendo assim, podemos inferir que o noni já estava

presente na região da Micronésia há mais de 3000 anos, antes mesmo da chegada dos

ancestrais micronesianos do sudoeste da Ásia (SILVA, 2010).

Apesar de bastante difundida pelo o mundo, a fruta noni ainda não é conhecida em

todo o território brasileiro. Sua introdução deu-se há poucos anos e ainda não há divulgação

suficiente sobre o cultivo em escala comercial, porém, nas últimas décadas, observou-se um

aumento significativo do interesse comercial em relação aos produtos contendo essa planta,

principalmente o suco da fruta (SILVA, MEDEIROS, LEITE; 2009).

A informação sobre o consumo do noni no Brasil se deu através de diversos relatos

sobre sua capacidade de cura de muitas enfermidades (SILVA et al., 2009). Segundo Correia

et al. (2011), o cultivo do noni é descrito nos estados do Acre, São Paulo, Minas Gerais, Pará,

Sergipe e Ceará, dentre outros, e apesar de tal disseminação ocorrer em quase todo território

nacional os estudos de pesquisas baseados para esta espécie ainda são incipientes.

3.3 Características botânicas

A Morinda citrifolia L. (noni) pertence à família Rubiaceae, Rubia L., do latim

rubium, é relativo à tinta vermelha produzida pelas raízes de plantas desse gênero utilizadas

para tingir tecidos (CRONQUIST, 1981, apud PEREIRA, 2007), já o nome do gênero é

derivado do latim (Morus), amora, e (indicus), indiana, devido à semelhança com o fruto da

amoreira Morus alba. O epíteto específico relativo ao nome da espécie (citrifolia) indica a

semelhança de suas folhagens com algumas espécies de citrus (NELSON, 2003) (Figura 1).

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De acordo com APG III (2009), a classificação taxonômica do noni é descrita da

seguinte forma:

Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Gentianales

Família: Rubiaceae Juss

Gênero: Morinda L.

Nome Botânico: Morinda citrifolia L.

De acordo com Morton (1992) e Nelson (2003), existem várias denominações de

conhecimento popular para a espécie que varia de acordo com a cultura local: Ba ji tian-

China, nono-Taiti, Carany Wood-Austrália, Noni-Havaí, além de outras várias designações.

A Morinda citrifolia L., trata-se de um arbusto perene que cresce em regiões costeiras

e em áreas florestais com cerca de 1 a 500 metros acima do nível do mar, apresenta

preferência por solos ricos em minerais, mas também tolera solos inférteis, ácidos ou

alcalinos, arenosos e até mesmo úmidos (MCCLATHEY, 2002; NELSON, 2006).

O caule dessa Rubiaceae é reto desde a base até o ápice e apresenta pouco crescimento

secundário lateral, resultando em uma árvore de caule de circunferência pouco proeminente.

As folhas são permanentes de pequeno a médio porte, elípticas, opostas e com

margens onduladas, possui coloração verde brilhante na face superior e opaca na inferior,

exibe tamanhos variados em um mesmo galho com largura foliar distinta nas fases jovem e

adulta, os galhos jovens são angulares e observam-se ranhuras (estrias) na coloração

esverdeada (WANG et al., 2002) (Figura 2).

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Figura 1. Morinda citrifolia L. Fonte: Próprio autor.

Figura 2. Aspecto geral da planta. A: Árvore da Morinda citrifolia L.; B: Caule; C: Folha; D: Inflorescência; E:

Fruto. Fonte: Próprio autor.

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A inflorescência é composta por pequenas flores com corola branca e carnosa que

depois se torna amarela com formato tubular, apresenta um capítulo que pode chegar a 2 ou 3

em pedúnculo glabro (CORREIA, 2010).

Os frutos são carnosos e ovoides podendo crescer de 4 a 12 cm de diâmetro, tornam-se

amarelos ou brancos translúcidos quando maduros e apresentam cheiro forte e característico

proveniente do ácido butírico quando estão na coloração acinzentada (DIXON et al., 1999).

Apresentam a superfície grumosa coberto de secções com formato poligonal, além disso, o

fruto é climatério podendo ser colhido desde a fase verde até a esbranquiçada

(MCCLATHEY, 2002; WANG et al., 2002; NELSON, 2003; CHAN-BLANCO, 2006).

As sementes, cerca de 200 a 260 por fruto, medem de 3 a 10 mm de comprimento,

apresentam forma triangular marrom avermelhada e uma câmara de ar ligada em uma de suas

pontas, tornando-as flutuantes mediante as correntes oceânicas e contribuindo para sua

propagação e distribuição geográfica (WANG et al., 2002; MACPHERSON et al., 2007).

3.4 Uso de plantas como tratamento alternativo

A terapêutica através de plantas e seus derivados é cada vez mais notável ao redor do

mundo e essa tradição vem incorporada nos hábitos cotidianos através de costumes culturais,

filosóficos, econômicos ou passados de geração a geração trazendo uma fonte alternativa de

tratamento para diversos tipos de enfermidades (PERON et al., 2008; TELES et al., 2014).

Para Brasil (2006), tem-se como tratamento terapêutico a medicação à base de plantas

e ervas com todos os métodos usados com base de origem vegetal com fins medicinais

atuando na cura ou alívio de sintomas (BRASIL, 2006; CARVALHO et al., 2008).

A utilização de plantas como forma de tratamento alternativo é bastante comum na

maioria das populações devido ao seu poder curativo, sedativo e ação aliviadora de muitos

sintomas, entretanto, muitas vezes são utilizadas de forma errada ou equivocada podendo

apresentar efeitos adversos (TROJAN-RODRIGUES et al., 2012).

Em suma, é possível que todas as partes das plantas tidas como medicinais sejam

utilizadas (folhas, caule, raiz, frutos e sementes), cada uma relacionada à sua respectiva

função ou melhor utilidade como chás, infusões, garrafadas, pomadas e xaropes, porém vale

destacar o aproveitamento maior das folhas devido apresentarem maiores variações na forma

de preparo ou na conservação depois de colhidas (RESENDE, COCCO, 2002; SANTOS et

al., 2014).

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Segundo Piriz et al. (2014), existe uma grande quantidade de plantas medicinais no

Brasil estudadas experimentalmente ou clinicamente que mostram a atuação como grande

potencial na cicatrização de feridas, inflamações, lesões ou no auxílio a outras fontes de

tratamento. Apesar dessa gama de possíveis fitoterápicos disponíveis na diversidade

brasileira, muitas ou grande parte ainda não foram estudadas ou não apresentam eficácia de

fato comprovadas e dessa forma são vistas e relacionadas a tratamentos arcaicos e/ou

desvalorizados e não como uma nova fonte de cura ou tratamento (ANTONIO et al., 2014).

De acordo com Faria et al. (2013), o nível de consumo de produtos oriundos da

medicina alternativa varia conforme a região ou tradição da comunidade, sendo áreas de

maiores índices populacionais mais consumistas de medicação convencional ou alopática.

Para Santos et al. (2014), a recorrência aos produtos naturais como forma de tratamento está

relacionada a pessoas de mais idade visto que trazem consigo esse tipo de tradição raramente

praticada por jovens nos dias atuais.

Machado et al. (2014), salienta que o uso da medicina alternativa está fortemente

ligado ao saber da população consumidora e que essa prática se mostra de extrema

importância para garantir a segurança, assim como a influência para o conhecimento e resgate

desse hábito.

O consumo da flora e seus produtos vegetais vai além do seu uso na fitoterapia e

normalmente nas comunidades rurais está ligada ao uso como fonte de lenha, alimento para

animais e construção civil, vindo daí a necessidade à preservação das matas e vegetações

nativas de cada ambiente, assim como mais levantamentos sobre a eficácia, propriedades e

efeitos das plantas medicinais (CARVALHO, SILVEIRA, 2010; FARIA, 2013; CORDEIRO,

2014).

3.5 Composição química e nutricional

O noni contém cerca de 200 tipos de compostos químicos descritos como flavonoides

e ligninas já identificados para as mais variadas funções e males, porém seu conteúdo químico

total ainda não foi constatado e varia conforme a parte da planta (CHAN-BLANCO et al.,

2006).

Estão presentes compostos fenólicos (antraquinonas que estão presentes em maior

quantidade nos caules), glicosídeos (morindina, morindona, austrocortinina, damnacanthal,

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alzarina e rubiadina), vários tipos de ácidos como caprólico, caprílico, aspártico, alcaloides,

isoleucina, glutâmico e ascórbico mais conhecido como vitamina C cuja mesma não é

produzida pelo corpo humano e daí a necessidade de sua ingestão através de frutas

(CHITARRA, CHITARRA, 2005).

Os terpenos estão envolvidos em processos como o rejuvenescimento celular ao

aumentar a troca de toxina por nutriente. A norepinefrina estimula o sistema nervoso

simpático; o damnacanthal é uma substância natural, utilizada para combater o câncer e a

xeronina ocasiona reação no núcleo da célula, fazendo que as pessoas se sintam com mais

energia física e mental (LAVAUT, 2003).

Correia et al. (2011), alerta que o teor dos constituintes dessa planta assim como seu

fruto podem variar na quantidade de compostos mediante às condições ambientais, climáticas,

fatores genéticos e de distribuição espacial e temporal.

Quanto à composição nutricional de Morinda citrifolia quase que na sua totalidade o

fruto apresenta água como constituinte predominante (90%), além de fibras dietéticas,

produtos solúveis e proteínas que fazem parte da matéria seca (11,3%). Sobre o conteúdo de

açúcares solúveis os principais são frutose, sacarose e glicose (3,71%), (CHAN-BLANCO,

2006; CHITARRA, CHITARRA, 2005). Os minerais como potássio, cálcio e fósforo são

responsáveis por (8,4%) do peso da matéria seca, os aminoácidos mais encontrados são o

ácido glutâmico, ácido aspártico e isoleucina (CHUNHIENG, 2003).

3.6 Uso do noni como agente antimicrobiano

Existe uma gama de microrganismos na natureza que atuam de forma benéfica

ajudando nas mais variadas formas de atividades biológicas de animais, plantas e no

ambiente. Entretanto, apresentam-se também na forma de patógenos causando doenças de

inúmeras variedades, onde podem ser descritas dependendo do tipo de agente causador de

doença infecciosa ou parasitária (QUINN, 2005).

Doença infecciosa é aquela cujo modo de transmissão é passada através de

microrganismos ou agentes patogênicos que podem ser desde vírus, príons, bactérias e

fungos, até protozoários ou vermes onde nesse caso a doença é denominada parasitária. Os

agentes infecciosos de um modo geral podem ser repassados através do contato direto (fluidos

corporais como muco, saliva exposta no ato de espirrar, tossir ou falar) ou indireto (uso ou

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compartilhamento de material e objetos infectados como seringas, alicates ou durante a

transfusão de sangue) (ROBBINS, COTRAN, 2010).

Com base nos inúmeros tipos de enfermidades causadas de forma infecciosa ou

parasitária, muitas vezes os meios de tratamento tradicional ou clínico em países não

desenvolvidos como é o caso Brasil, apresentam dificuldade na terapêutica ou no acesso aos

portadores fazendo com que muitos acabem recorrendo à medicina alternativa ou fitoterápica

(PARENTE, ROSA, 2001; CALIXTO, RIBEIRO, 2004).

Barani et al. (2014) investigaram a atividade antifúngica do extrato da fruta M.

citrifolia em Candida albicans utilizando testes de ação antifúngica. A atividade antifúngica

do extrato de M. citrifolia foi testada in vitro em várias concentrações. Ao final, o efeito

inibitório do extrato da fruta foi avaliado através da cultura de ágar e aplicando o teste de

diluição em caldo. A M. citrifolia na concentração de 1000 µg/ml inibiu eficazmente o

crescimento de C. albicans (16,6 ± 0,3) em comparação com o controle positivo-anfotericina

B (20,6 ± 0,6) verificando-se ser uma reação dependente da dose onde o extrato da fruta M.

citrifolia apresenta efeito antifúngico em C. albicans com ação inibitória variando com a

concentração.

Segundo Usha et al. (2010) a atividade antimicrobiana da M. citrifolia foi avaliada a

partir das folhas secas transformadas em pó e em diferentes extratos preparados utilizando

vários solventes, tais como benzeno, clorofórmio, acetato de etilo, etanol e água. Quatro

organismos: (E. coli, Staphylococcus aureus, Candida albicans e Aspergillus niger), foram

usados para investigação. A atividade dos extratos foi verificada em cada organismo pelo

método de difusão em disco e em seguida, o tamanho da zona de cada uma foi medido. Os

resultados do ensaio antimicrobiano revelaram que o extrato da folha pode certamente inibir o

crescimento destes microrganismos podendo prevenir várias doenças e indicar informações de

base promissora para as potenciais utilizações no tratamento de doenças infecciosas.

Candida et al. (2014) avaliaram a capacidade antimicrobiana do extrato etanólico da

fruta M. citrifolia L. contra Staphylococcus aureus e Escherichia coli através da determinação

da Concentração Inibitória Mínima (CIM) testando a sensibilidade dos microrganismos nas

concentrações de 1 mg/ml e 10 mg/ml. Esse estudo demonstrou que a fruta apresenta

atividade antimicrobiana e inibe o crescimento de ambos os microrganismos estudados sendo

que S. aureus foi menos resistente ao extrato que E. coli. Por fim pode-se constatar a atividade

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antibacteriana do extrato etanólico de M. citrifolia como a inibição induzida de crescimento

de S. aureus e E. coli.

Em uma análise sobre o poder antimicrobiano do extrato etanólico e a fração de

hexano da M. citrifolia sobre o Mycobacterium tuberculosis, Saludes et al. (2002),

encontraram os principais componentes da fração de hexano: E-fitol, cicloartenol,

estigmasterol, beta-sitosterol, campesta-5,7,22-trieno-3beta-ol e o cetosteróides estigmasta-4-

en-3-ona e estigmasta-4- 22-dien-3-ona que perceberam que estes apresentavam acentuada

atividade antibacteriana podendo ser a M. citrifolia adjuvante ou utilizada no tratamento da

tuberculose.

Kumarasamy et al. (2014) testou a atividade antibacteriana dose-dependente do

extrato da fruta M. citrifolia contra Streptococcus mutans e Streptococcus mitis, causadores

da cárie dentária em humanos. A fruta madura foi moída com água para produzir um pó e

através das concentrações (1000-100μg/ml) foram testadas quanto à sua atividade

antibacteriana mediante os métodos (Kirby e Bauer) contra células de S. mutans e S. mitis, a

Concentração Mínima Inibitória (CIM) foi determinada pelo método de micro diluição em

série (2 dobras). De acordo com os dados obtidos, o extrato da fruta inibiu eficazmente o

crescimento de S. mutans (19 ± 0,5 mm) e S. mitis (18,6 ± 0,3 mm) em comparação com o

controle de estreptomicina (21,6 ± 0,3 mm). Os resultados sugerem que M. citrifolia tem um

efeito inibitório sobre estreptococos orais. Além disso, apresenta purificação e caracterização

molecular do "princípio bioativo" permitindo formular um produto de higiene oral que pode

ser utilizado no tratamento contra a cárie.

A eficácia da M. citrifolia no uso tópico foi relatada por Siddiqui et al. (2014) através

de um estudo com o uso de uma pomada tópica preparada a partir do extrato da casca do

tronco de M. citrifolia contra a leishmaniose cutânea. A atividade in vitro de leishmanicida,

morindicona e morindona foram isoladas e testadas a partir do extrato etanólico e investigados

contra Leishmania major. Estes compostos apresentaram boa atividade sendo que dos 40

pacientes, 50% apresentaram uma excelente resposta e 30% apresentaram boa melhora.

O extrato aquoso de M. citrifolia foi estudado por Banerjee et al. (2006) que

demonstrou que o mesmo interfere na conversão morfológica induzida por soro de C.

albicans, nenhum efeito significativo sobre o crescimento em meio isento do soro foi visto

nas concentrações utilizadas para interferir com a mudança morfológica. O extrato inibiu a

germinação de esporos Aspergillus nidulans e demonstrou que contém um componente

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solúvel em água ou de componentes que interferem com a conversão morfológica de C.

albicans e a germinação de sementes de A. nidulans podendo ter potencial valor terapêutico

no que diz respeito à candidíase e aspergilose.

3.7 Uso do noni como hipoglicemiante e tratamento do diabetes

Descrita muito antes da era cristã, o Diabetes Mellitus (DM) tem seus primeiros

relatos por volta de 1500 a.C., onde a mesma era descrita pelos antigos como uma

enfermidade em que o diabético urinava muito e com bastante frequência. O termo diabetes é

originário do grego e significa sifão (tubo de correr água) referente à grande perda de líquido

eliminada pelo indivíduo. No Japão, China e Índia era retratada como uma doença de urina

espessa e doce ou “urina de mel”, daí o termo Mellitus alcunhado por Thomas Willis no ano

de 1675, (OLIVEIRA, MILECH, 2004).

O diabetes mellitus é uma patologia crônica de larga escala mundial que a cada dia

tem o aparecimento alarmante de novos casos (GRILLO, GORINI, 2007). Fatores genéticos,

ambientais, hábitos de vida desregrados ou ainda cirurgias podem ser a causa que leva ao

aparecimento da hiperglicemia. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS,

2004), é uma das principais causas de mortalidade, sendo a terceira para mulheres e nona para

os homens aliado à alta taxa de doença cardiovascular. No mundo inteiro tem-se que o DM

seja a causa da morte de cerca de 800 mil pessoas, no entanto, esse valor pode ser ainda maior

visto que muitas mortes por patologias cardiovasculares e cerebrovasculares relacionadas ao

DM não são contabilizadas nos obituários e dessa forma não entram no quadro estatístico da

doença no mundo (SBD, 2013; SMELTZER, BARE, 2006).

O diabetes se apresenta como uma síndrome de progressão grave e lenta que pode ser

caracterizada pela falta/baixa produção de insulina ou do seu mau funcionamento no

organismo levando à hiperglicemia ou glicosúria. Com o avanço da doença podem apresentar

complicações micro e macrovasculares, além de neuropatias como doença coronária, vascular

cerebral e periférica (ASSUNÇÃO, URSINE, 2008; SMELTZER, BARE, 2005).

Para Batista et al. (2005), o diabetes pode acarretar vários problemas graves no

organismo como cegueira, insuficiência renal, amputações de membros (principalmente

inferiores) devido ao descontrole no índice glicémico que acaba atacando os nervos e afetando

a sensibilidade local. Afora isso, é notada a grande alteração no estilo de vida do indivíduo

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diabético tanto nos hábitos alimentares como no caso das amputações que prejudicam em

atividades cotidianas e no trabalho (SBD, 2013).

Os efeitos antidiabéticos de M. citrifolia foram avaliados por Lee et al. (2012) usando

o diabetes mellitus tipo 2 como modelo. Ratos Wistar de seis semanas de idade foram

divididos aleatoriamente em quatro grupos: (1) grupo de controle diabético (DC): dieta de rato

normal; (2) grupo controle positivo (PC): dieta de alimentos saudáveis; (3) grupo M. citrifolia

(MC): dieta à base de M. citrifolia; (4) grupo extrato fermentado de M. citrifolia (FMC): dieta

à base de FMC. Ao final da fase de testes que durou um período de 90 dias, a ingestão de

alimentos e água diminuiu significativamente nos grupos FMC e PC em comparação com o

grupo DC, os níveis de glicose no sangue no grupo FMC foram 211,60-252,20 mg/dl após 90

dias, enquanto os do grupo controle foram mais de 400 mg/dl após 20 dias. Estes resultados

sugerem que a FMC pode ser utilizado como um alimento funcional para a saúde de

diabéticos mediante a diminuição do nível de glicose no sangue pelo FMC que foi associada

com uma redução significativa na resistência à insulina. Estas ações pleiotrópicas

antidiabéticas fornecem suporte para a utilização do FMC no tratamento do diabetes. No

entanto, estudos clínicos de alta qualidade são essenciais para determinar as condições ideais

complementares ou no tratamento alternativo em pacientes diabéticos.

Nayak et al. (2007) avaliaram a atividade de cicatrização do suco da fruta M. citrifolia

em ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina. Nesse estudo, os autores utilizaram um

modelo de excisão da ferida, os animais foram aferidos quanto ao peso e colocados em três

grupos: controle, controle diabético e animais diabéticos experimentais. Todos os animais

foram anestesiados e uma ferida foi efetuada, os animais do controle diabético experimental

receberam o suco de M. citrifolia (100 ml/kg) na água de beber durante 10 dias e em seguida

as amostras de sangue foram coletadas simultaneamente para medição da glicose. Após a fase

de testes a área ferida do grupo tratado com M. citrifolia mostrou-se reduzida em 73% quando

comparada com o controle diabético (63%). Os estudos histológicos mostraram que o

colágeno foi estabelecido mais rápido nos animais tratados com M. citrifolia do que aqueles

do controle normal e diabético, valores de glicemia de jejum no grupo experimental diabético

foram reduzidos em 29%, em comparação com os animais do controle diabético. Este estudo

demonstra que o suco de M. citrifolia reduz significativamente os níveis de açúcar no sangue

e acelera a cicatrização de feridas em ratos diabéticos podendo ser empregado no tratamento

do diabetes.

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Horsfall et al. (2008) informaram sobre o efeito do suco da fruta M. citrifolia sobre a

glicemia de ratos diabéticos sendo este suco utilizado isoladamente ou combinado com

insulina. Vinte ratos machos Sprague Dawley com peso corporal entre 140-210g foram

usados para os testes e divididos em quatro grupos (grupo controle; grupo tratamento com

suco de noni após a indução de diabetes durante quatro semanas; grupo de tratamento fixo

com insulina (Humulin 70/30)) em duas doses divididas 0,6 unidades/kg de peso corporal/dia

após a indução de diabetes, durante quatro semanas e grupo tratamento com dose fixa de

insulina e suco de noni após a indução do diabetes durante quatro semanas. Foi monitorado o

nível de glicose onde o diabetes provocado foi evidentemente restaurado pelo suco de noni

que agiu reduzindo o açúcar no sangue em média de 8,0 +/- 0,8 mmol/L após a terapêutica

combinada do tratamento com insulina e suco de noni foi menor do que quando utilizados

isoladamente, suco de noni 15,4 +/- 1,5 mmol/L e insulina (P <0,05). 12,9 +/- 1,6 mmol/L,

respectivamente. Neste estudo, uma ação sinérgica com a insulina foi demonstrada pelo suco

da Morinda citrifolia comprovando de fato que essa fruta pode ser utilizada no tratamento do

diabetes.

O suco fermentado da fruta M. Citrifolia foi utilizado por Nayak et al. (2011) onde

foram testadas suas propriedades hipoglicemiantes em ratos portadores de diabetes. Neste

estudo os animais foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos (controle normal,

diabetes experimental, padrão diabético e diabetes não tratado), a enfermidade foi induzida

por administração de estreptozotocina (50 mg/kg de peso corporal), em seguida os animais do

grupo diabetes experimental foram tratados com suco de noni (2 ml/kg, duas vezes ao dia), já

o grupo padrão diabético recebeu droga antidiabética de uso oral glibenclamida durante 20

dias, ambos os grupos exibiram uma redução significativa nos níveis de glicose no sangue de

150 mg/dl ± 15,88 e 125 mg/dl ± 3,89, respectivamente. Os dados deste estudo comprovaram

que o suco fermentado de M. citrifolia possui atividade hipoglicemiante melhorando

significativamente o estado de glicose em jejum de animais diabéticos durante o período de

20 dias.

Buscando conhecer o efeito hipoglicemiante do suco da fruta M. citrifolia em ratos (R.

novergicus) com hiperglicemia induzida, Solis et al. (2011) utilizou seis lotes de ratos

representando os grupos: controle, controle positivo, controle negativo e grupos A, B e C

experimentais. A hiperglicemia foi induzida em todos os grupos exceto no grupo controle que

foi estimulada a ingestão de glicose a 35% durante 20 dias. O tratamento consistiu em

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administrar o hipoglicemiante cloridrato de Metformina no controle positivo, enquanto nos

grupos A, B e C foi testado o suco de noni nas concentrações 20%, 40% e 60%,

respectivamente. Se observaram nos resultados que o controle apresentou glicemia normal (60

a 90 mg/dL), o controle negativo (patologia) manteve a hiperglicemia, o controle positivo

estabilizou a valores considerados normais ao término do tratamento e reduziu a valores

iniciais à concentração de 20% (valores normais). Na concentração de 40% a glicemia foi

reduzida a valores normais próximos da taxa inicial, a concentração de 60% reduziu a

glicemia à normalidade idêntica a encontrada no inicio do estudo concluindo que as doses

utilizadas do suco de M. citrifolia apresentam efeito hipoglicemiante podendo ser usadas na

prevenção e no tratamento do diabetes.

3.8 Uso do noni como agente antioxidante

Estudando a atividade antioxidante de Morinda citrifolia em ratos com linfoma,

Anitha e Mohandass (2006), utilizaram o tratamento oral de 50 mg do extrato bruto de

metanol proveniente das folhas de M. citrifolia, durante 14 dias. Essa substância foi induzida

nos roedores e constatou-se que a mesma aumentou significativamente as enzimas

antioxidantes como a catalase, glutationa-peroxidase e superóxido dismutase além dos

antioxidantes como a glutationa e o ácido ascórbico que antes estavam relativamente baixos

nos ratos portadores de linfoma.

Costa et al. (2013) analisaram a atividade antioxidante da polpa, casca e sementes do

noni, através da atividade in vitro de alguns tipos de extrato (aquoso, etanólico e acetônico).

Mediante as análises, foram obtidas significativas quantidades de vitamina C nas sementes,

casca e polpa. Sobre o conteúdo do fruto, o da polpa foi o mais representativo com maior teor

de vitamina C (23,1±0,1 mg/100g) e de carotenoides totais (3,90 ±0,05 mg/100g). Todos os

extratos avaliados apresentaram atividade antioxidante in vitro; os extratos acetônico e

etanólico da casca e das sementes apresentaram maior atividade pelo método β-caroteno/ácido

linoleico, enquanto o extrato etanólico da polpa teve maior atividade antioxidante pelo ensaio

DPPH e ABTS, no extrato acetônico da polpa, pelo método ABTS, foi demonstrado que o

noni é um fruto com significativo teor de compostos fenólicos totais e que apresenta

considerável atividade antioxidante in vitro.

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Segundo Wang et al. (2009) o suco do noni demonstra atividade antioxidante tanto em

estudos in vitro como in vivo. Para avaliar esta atividade em humanos em exposição ao fumo,

o suco de noni de Tahiti (TNJ) foi avaliado em um estudo duplo-cego durante 30 dias

controlado por placebo e ensaio clínico com 285 fumantes pesados. Os participantes da

pesquisa foram divididos aleatoriamente em três grupos de tratamento por dia: 118 ml de

substância placebo; 29,5 ml de TNJ e 118 ml de TNJ. Foram medidos os níveis pré e pós-

intervenção de plasma radicais, resistência sistêmica adquirida (SAR) e hidroperóxido lipídico

(LOOH). Após 30 dias, foi notada a considerável diminuição dos grupos testados em relação

ao grupo placebo que neste estudo não apresentou reduções significativas nos níveis de SAR

ou LOOH. Sendo assim, os resultados obtidos pelos autores sugerem uma atividade

antioxidante do suco de noni em humanos expostos à fumaça do tabaco.

Em um estudo com a mesma metodologia, Soares et al. (2013) quantificaram o

potencial antioxidante do extrato aquoso do noni através da captura do radical livre (2,2-

difenil-1-picrilhidrazil) por meio do método DPPH. Foi constatado que o noni atua como

grande agente antioxidante, garantindo uma possível fonte natural na conservação de

alimentos ou na medicina caseira podendo ainda ser utilizado na prevenção de doenças

ocasionadas pela degradação do organismo ou pela ação dos radicais livres do meio, além de

agir na inibição da peroxidação lipídica e redução no desenvolvimento de patologias

associadas ao estresse oxidativo.

Em outro estudo realizado pelo método de DPPH, Pola et al. (2011), avaliaram o

efeito antioxidante e compostos fenólicos do noni e concluíram que o fruto na forma de pó

possui maior capacidade antioxidante em relação a outras formas de uso, visto que, a

concentração da matéria seca é superior a outras e mantém estável sua capacidade

antioxidante permitindo que pequenas quantidades consumidas forneçam maiores benefícios e

praticidades, além da possibilidade de armazenamento prolongado.

Serafini et al. (2011) sugerem que o extrato aquoso de M. citrifolia apresenta

acentuada atividade antioxidante contra a peroxidação lipídica, óxido nítrico e radicais livres,

alerta ainda que as propriedades do noni devem ser mais exploradas a fim de alcançar novas

ferramentas para a gestão de situações medicamentosas no dia a dia, incluindo as relacionadas

com seus efeitos antioxidantes.

Conforme Correia et al. (2011) o noni apresenta um bom conteúdo de vitamina C

cerca de (122,54 mg), onde uma porção de 100g é suficiente para suprir o dobro do valor de

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referência de ingestão diária para um adulto, esse valor também foi superior ao encontrado na

laranja. Além disso, possui alta capacidade antioxidante e alto teor de compostos fenólicos, os

quais contribuem diretamente com efeitos benéficos à saúde.

3.9 Uso do noni no tratamento do câncer

Muitos autores definem o câncer como uma doença de origem genética que ocorre

através de mutações espontâneas ou induzidas atrelada a agentes patogênicos, fatores físicos,

químicos, ambientais, predisposições genéticas, exposições hormonais além da idade que dão

uma maior probabilidade de células normais virem a se transpor em malignas e

consequentemente levar ao aparecimento dessa enfermidade (MENDES, 2000; BELIZÁRIO,

2002; QUEIROGA, PERNAMBUCO, 2006; MONTEIRO et al., 2009). Em consonância com

as definições anteriores outros autores sugerem que o câncer está relacionado às inúmeras

divisões celulares para a auto renovação e manutenção da homeostase, sendo que apenas

cerca de um terço do risco de desenvolver a doença está relacionado a fatores ambientais ou

hereditários (TOMASETTI, VOGELSTEIN, 2015).

Associado ao envelhecimento e uma série de fatores como mudanças

socioeconômicas, alimentares e estilo de vida, a neoplasia maligna é resultante do

crescimento de toda a população celular oriunda de uma única célula que a partir de uma

alteração ou defeito genético começou a se modificar e gerar células clonais defeituosas

invalidando outros tecidos e/ou perdendo sua função original (CERVI et al., 2005;

ROBBINS, COTRAN, 2010).

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2014), o câncer é o conjunto de 100

doenças e significa literalmente uma neoplasia definida como crescimento desordenado de

novas células que podem atingir vários tipos de tecidos ou órgãos. Para o INCA (2015), de

80% a 90% dos casos de cânceres são relativos a fatores ambientais tais como o uso excessivo

de cigarro, falta de proteção e exposição muito longa ao sol, dentre outros fatores. Já para

casos de neoplasias hereditárias, tem-se que casos de relação familiar ou populações e

comunidades específicas sejam considerados raros, entretanto representam 10% de

probabilidade para os diagnósticos de retinoblastoma, assim como para casos de câncer de

mama, estômago e intestino que demonstram forte relação parental.

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A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2014), relata o alarmante crescimento de

novos casos de câncer diagnosticados diariamente em todo mundo. Segundo estimativas da

American Cancer Society (2015), cerca de um milhão de pessoas descobrem que são

portadores de algum tipo de câncer a cada ano nos Estados Unidos. A Estimativa da

Incidência de Câncer para o Brasil (2014) apontou o surgimento de 576 mil novos casos de

câncer incluindo os casos de melanoma.

Atualmente, o tratamento do câncer representa um dos maiores desafios para a

medicina moderna, com base nisso uma série de fatores como a localização, tamanho e tipo de

câncer são cruciais no método de tratamento a ser utilizado (cirurgia, quimioterapia ou

radioterapia). No entanto, por muitas vezes tem-se se notado uma maior procura por

tratamentos alternativos ou complementares, que muitas vezes são escolhidos através do

censo comum e práticas tradicionais incorporadas ao longo dos anos buscando a cura através

da fitoterapia (OLIVEIRA et al., 2014).

A prática da medicina alternativa atua como medida auxiliadora nas formas de

tratamento agindo como método complementar ao convencional oferecido pela medicina

clínica, de acordo com a Sociedade Americana de Cancer (2015). O uso de tratamentos

alternativos com base em plantas e ervas é bastante utilizado embora ainda não tenha bases

científicas que comprovem de fato a sua eficácia, e além do mais, necessitam de dados que

alertem sobre sua forma de administração e combinação com medicamentos quimioterápicos

uma vez que podem ser prejudiciais mediante fatores como dose, idade, estado nutricional e

de saúde (SEN, CHAKRABORTY et al., 2015, OLIVEIRA et et al2014).

Com base nessa prática crescente, o uso da M. citrifolia no tratamento do câncer se

torna cada vez mais evidente como é relatado subsequente por diversos autores sobre a sua

atividade antitumoral. Sobre o uso da M. citrifolia L. no tratamento antitumoral, Thani et al.

(2010), testaram os efeitos do extrato das folhas contra vários tipos de câncer: pele, colo do

útero, mama e fígado através do método colorimétrico MTT (Brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-

2-il)-2,5-difeniltetrazodium) a fim de comparar as medidas de damnacanthal, rutina, e

escopoletina contidas no fruto. O estudo revelou que o extrato de diclorometano da folha

fresca apresenta melhor efeito inibitório contra células do câncer de pele e colo do útero, já o

extrato de diclorometano das folhas secas revelou citotoxicidade apenas contra células de

câncer de pele. Outros extratos (rutina, escopoletina e damnacanthal) mostraram efeito

antiproliferativo e de redução em todas as variedades de câncer estudadas, destacando o

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damnacanthal que apresentou citotoxicidade potente contra todas as linhas de células

cancerosas. Mediante aos achados, os autores puderam inferir que as folhas de M. citrifolia

podem ser utilizadas como possível tratamento e suplemento alimentar na quimioprevenção

contra câncer de pele, de fígado e colo do útero.

Em um estudo utilizando o extrato etanólico da fruta M. citrifolia no tratamento do

melanoma, Cândida et al. (2014), utilizaram a mesma metodologia do autor supracitado,

percebeu durante um experimento de oito dias que o extrato etanólico da fruta reduziu a

atividade celular e inibiu em 45% a taxa de proliferação de células de melanoma indicando

que o extrato etanólico dos frutos possui atividade antitumoral com a inibição da viabilidade e

crescimento das células de melanoma.

De acordo com Wang e Su (2001), a M. citrifolia possui um efeito preventivo do

câncer no estágio inicial da carcinogênese, dados preliminares indicaram que a ingestão de

10% do suco de Tahitian Noni por uma semana foi capaz de impedir a formação do tumor

induzido por DMBA (7,12-Dimetilbenz-A-antraceno) em ratos Sprague dawley. Os níveis de

iniciação de tumores por DMBA foram reduzidas em 30% no coração, 41% no pulmão, 42%

no fígado e 80% no rim de ratos do sexo feminino. Nos machos os resultados obtidos foram

mais expressivos: 60% no coração, 50% no pulmão, 70% no fígado e 90% no rim, sugerindo

que o uso de noni TNJ (Tahitian Noni Juice) pode prevenir a formação de tumores e agir

como poderoso agente no combate ao câncer.

Aziz et al. (2014), investigando efeito do damnacanthal sob o crescimento de células

MCF-7 (célula de adenocarcinoma mamário humano) através do método MTT percebeu que o

damnacanthal apresenta atividade antiproliferativa inibindo o crescimento de células MCF-7

na concentração de 8,2 ug/ml durante 72 h. O damnacanthal induziu a parada do ciclo celular

na barreira G1 em células MCF-7 e aumentou a expressão da caspase-7 ativando diretamente

a transcrição de p21 e p53 (genes que evitam a propagação de células geneticamente

defeituosas). Subsequentemente, acresceu a apoptose no câncer de mama MCF-7, destacando

os benefícios potenciais do damnacanthal para prática adicional pré-clínico ou clínico além da

possibilidade de ser utilizado como agente preventivo e terapêutico.

Em um estudo semelhante ao supracitado, Nualsanit et al. (2012) mediu a capacidade

do damnacanthal de suprimir o câncer colorretal. O damnacanthal exibiu a estagnação do

crescimento celular, bem como a indução da atividade da caspase em células de câncer

colorretal; a proteína pró-apoptótica, não esteroide e anti-inflamatória ativada do gene-1

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(NAG-1) foi altamente induzida e sequencialmente verificou-se que o damnacanthal também

é capaz de aumentar o fator de transcrição da CCAAT/β proteína de ligação (C/EBP b), que

controla a NAG-1 intensificando a atividade transcricional. Tomados em conjunto, estes

resultados indicam que o damnacanthal atua diretamente na transcrição e expressão de NAG-

1 durante a atividade antitumoral de células de câncer colorretal humano aumentando a

apoptose atuando como um potente agente na prevenção e tratamento.

Contreras e Sanchez (2014) analisaram o efeito do suco de noni no desenvolvimento

do câncer de mama induzido pelo carcinógeno (DMBA) em ratos durante 90 dias. Nesse

experimento, os referidos autores dividiram os animais em três grupos: Grupo 1 de controle,

que não recebeu nenhum tratamento, e os grupos 2 e 3, onde o DMBA foi induzido a uma

dose de 55 mg/kg. O último grupo recebeu uma dose de suco de noni 4 ml/kg por dia durante

90 dias. Os resultados deste estudo mostraram que uma percentagem significativa (83,33%)

de ratos induzidos com o grupo DMBA não tratadas com o suco de noni desenvolveram

tumores palpáveis na mama (≤ 2 cm), em comparação com os outros grupos que não

desenvolveram quaisquer tumores. Da mesma forma, constatou-se que os ratos que

desenvolveram câncer de mama apresentaram ganho de peso menor e o consumo de água

aumentou significativamente (p <0,05) em comparação com os outros dois grupos. Neste

estudo, o suco de noni se mostrou positivo podendo ser utilizado como potente agente

profilático no combate e crescimento do câncer de mama ou como adjuvante à quimioterapia

convencional. Da mesma forma, tem-se reconhecido que tenha propriedades

imunomoduladoras que contribuem para o aumento da resposta celular e humoral, trazendo

grandes benefícios no estado saúde, condição corporal e levar menores taxas de morbidade.

Segundo Ahmad et al. (2012), a M. citrifolia possui um efeito preventivo do câncer na

fase iniciativa da carcinogênese e o uso potencial antigenotóxico do suco de noni (SN) foi

demonstrado na genotoxicidade induzida pela aflatoxina B1. Estudos in vitro foram realizados

através da cultura de linfócitos humanos utilizando a alteração cromossômica (CA), troca de

cromátides irmãs (SCE) e cinética do ciclo celular (CCC) com e sem a mistura S9 como

marcadores genéticos. Quatro doses foram utilizadas, 200, 250, 300 e 350 µl/ml de suco de

noni por cultura, que ao final demonstrou o potencial antigenotóxico do suco em relação à

dose-resposta sugerindo que o mesmo apresenta-se como um potente anticarcinogênico

podendo contribuir para a prevenção do câncer.

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Taskin et al. (2009) investigaram o potencial citotóxico da associação do noni com um

agente anticarcinogênico potente, a doxorrubicina durante o tratamento do tumor ascítico de

Ehrlich em ratas Balb-c. Na realização do estudo foram separados três grupos de tratamento:

grupo-noni; grupo-doxorrubicina e grupo-noni + doxorrubicina durante 14 dias. Ao final, foi

diagnosticado o efeito anticrescimento resultante da apoptose, assim como a proliferação

reduzida justificando que o noni pode ser útil no tratamento de câncer da mama por si só ou

em combinação com doxorrubicina.

Li et al. (2008) investigaram a atividade antitumoral do exsudado fermentado de noni

(FNE) e demonstraram que a injeção intraperitoneal deste material aumentou

significativamente a percentagem de granulócitos e células NK (Natural Killer) do sangue

periférico, peritoneal e do baço. Além disso, em configurações de prevenção e tratamento

mais de 85% dos ratos que receberam FNE sobreviveram à primeira indução tumoral e

rejeitaram de 5 a 10 vezes mais células tumorais quando testadas novamente. Estes dados

demonstram a capacidade do FNE em estimular o sistema imune inato e adaptativo,

respondendo rapidamente e agindo na rejeição de células tumorais.

Gupta et al. (2013) afirmam que a utilização do noni, cisplatina ou os dois em

combinação apresentam efeitos positivos na intervenção citotóxica e efeitos de indução de

apoptose em câncer do colo do útero nas linhas celulares HeLa (linhagem de adenocarcinoma

humano de câncer do colo do útero) e SiHa (linhagem de adenocarcinoma humano de câncer

do colo do útero). A citotoxicidade dos dois métodos foi testada através do ensaio de MTT e

mostraram uma diminuição na sobrevivência das células de câncer do colo do útero induzindo

a apoptose em ambas as linhagens de câncer de colo do útero, sendo que os efeitos foram

aditivos quando utilizados em combinação e variaram de uma célula para outra quando

tratados separadamente, levando a crer que o noni apresenta forte potencial para ser usado

como um adjuvante na quimioterapia, especialmente para o tratamento de câncer de colo

uterino.

Para testar os efeitos anticancerígenos do Tahitian Noni Juice (TNJ), Clafshenkel et al.

(2012) examinaram em camundongos MMTV (vírus do tumor mamário do camundongo) o

poder do suco de noni no tratamento do câncer de mama. Durante este experimento o noni

apresentou efeito benéfico melhorando a resposta ao tratamento do câncer mamário e

apresentando reduções significativas no peso e volume do tumor. Estudos adicionais que

investigam a ação do TNJ sobre a supressão do crescimento de tumores induzidos são

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necessários para caracterizar o seu potencial como uma terapia para mulheres com câncer de

mama.

Wang et al. (2009) estudaram o impacto do suco (TNJ) em fumantes através da análise

de linfócitos do sangue periférico utilizando o ensaio postlabeling (técnica utilizada para a

detecção, identificação e quantificação de alterações no DNA induzidas por agentes

cancerígenos ou mutagênicos). Os níveis de alterações no DNA em todos os participantes

foram significativamente reduzidos em 44,9% (P <0,001) após a ingestão de 1 a 4 ml de TNJ

durante um mês. Os resultados desse estudo sugeriram que o TNJ pode ter um efeito

preventivo do câncer em fumantes atuais levando a crer que a redução significativa do nível

alterações do DNA por consumir TNJ também pode estar associada com o número reduzido

de cigarros que os participantes da pesquisa fumaram durante este experimento e por isso são

necessários estudos em longo prazo sobre o uso de TNJ nos níveis de alterações no DNA de

indivíduos fumantes.

Jang et al. (2012) analisaram o efeito do suco de fruta noni (NFJ) sobre a expressão de

HIF-1α, um fator de transcrição angiogênico do câncer de pulmão humano A549 estimulado a

partir da indução do cloreto de manganês. Os resultados do estudo demonstraram o forte

efeito inibitório de NFJ sobre a expressão da proteína HIF-1α induzida por manganês em

células A549 podendo enfatizar que o tratamento único e/ou combinado com NFJ pode ser

útil para amenizar patologias pulmonares mediadas por manganês em que a expressão de HIF-

1α é problemática.

Hirazumi e Furusawa (1999) argumentam que o suco de M. citrifolia contém uma

substância rica em polissacarídeo com atividade antitumoral no pulmão Lewis (modelo

experimental de tumor transplantado a partir do pulmão de camundongo) (LLC). A

administração terapêutica do noni aumentou significativamente a duração de sobrevivência de

ratos portadores de tumor singênico LLC. A intervenção com suco sugeriu a possibilidade do

noni de suprimir o crescimento de tumores através da ativação do sistema imunológico do

hospedeiro. O tratamento concomitante com o agente imunossupressor, 2-cloroadenosina (C1-

Ade) ou ciclosporina (Cys-A) diminuiu a atividade, justificando um possível mecanismo de

imunomodulação. O tempo de sobrevivência dos animais foi melhorado assim como os

efeitos curativos quando combinado com doses dos agentes quimioterápicos normalmente

utilizados (adriamicina, cisplatina, 5-fluorouracil, e vincristina), sugerindo que aplicações

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clínicas do noni podem ser importantes na ação como um agente suplementar no tratamento

do câncer.

3.10 Outras atividades biológicas do noni

O extrato da folha de M. citrifolia foi avaliado por Kovendan et al. (2012) para testar

sua atividade larvicida contra três mosquitos vetores de importância médica: o vetor da

malária Anopheles stephensi, Aedes aegypti (vetor da dengue) e Culex quinquefasciatus vetor

da filariose. O material vegetal foi seco na sombra à temperatura ambiente e posteriormente

pulverizado, a partir do pó da folha (1 kg) foi feita a maceração com 3,0 L de hexano,

clorofórmio, acetona, metanol, água e logo após um período de 72 h filtrado. Os extratos

foram concentrados a uma temperatura reduzida num evaporador rotativo a vácuo e

armazenadas a uma temperatura de 4 ° C, o extrato da folha de M. citrifolia foi testada nas

concentrações (200, 300, 400, 500 e 600) ppm e causaram mortalidade significativa nas três

espécies de mosquitos observados. Os compostos produzidos com hexano, clorofórmio,

acetona e água causaram mortalidade moderada; no entanto, a maior mortalidade larval foi a

do extrato metanólico, observada nos três vetores do mosquito ocorrendo após 24 h de

exposição. Os resultados do extrato da folha de M. citrifolia são promissores com boa

atividade larvicida contra os mosquitos vetores Anopheles stephensi, Aedes aegypti, e Culex

quinquefasciatus podendo ser empregada como uma nova abordagem para programas de

controle de vetores. Portanto, este estudo fornece o primeiro relatório sobre a atividade

larvicida do extrato de M. citrifolia contra três espécies de mosquitos vetores de

enfermidades.

O estudo de Pachauri et al. (2013) avaliou os efeitos de um extrato acetato de etila da

fruta M. citrifolia em perturbações da memória induzidas por estreptozotocina intracerebral

(0,5 mg/kg) em camundongos. Para a realização do experimento foi administrada duas vezes a

substância com um intervalo de 48 h. O extrato do noni (50 e 100 mg/kg) foi aplicado durante

21 dias após administração de estreptozotocina. A função de memória foi avaliada de acordo

com o método de Morris Water Maze e testes de esquiva passiva, além dos níveis cerebrais de

função colinérgica, estresse oxidativo, metabolismo energético e fator neurotrófico derivado

do cérebro que também foram estimados. A estreptozotocina causou prejuízo de memória no

labirinto aquático de Morris, os testes de esquiva passiva junto com reduzidos níveis cerebrais

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de ATP e de função colinérgica, além da acetilcolina, aumento da atividade da

acetilcolinesterase e estresse oxidativo foram diagnosticados com danos. O tratamento com

extrato de noni (100 mg/kg) preveniu o enfraquecimento da memória induzida por

estreptozotocina em ambos os testes comportamentais juntamente com a redução da tensão

oxidativa e atividade da acetilcolinesterase, aumento dos níveis cerebrais, acetilcolina e nível

de ATP. O estudo mostra os efeitos benéficos do noni contra as perturbações da memória

induzida por estreptozotocina, o que pode ser atribuído a um melhor metabolismo energético

cérebro, a neurotransmissão colinérgica e ação antioxidante.

Ma et al. (2007) estudaram o efeito do suco do noni e sua capacidade ergogênica em

camundongos de três fases de vida (jovens, adultos e idosos), os animais durante o

experimento foram pré-tratados por via oral com doses crescentes (10, 20 e 40 ml/kg de peso

corporal) de Tahitian Noni Juice (TNJ) e em seguida foi comparado o desempenho dos

adultos, jovens e idosos mediante os testes de natação e rotarod forçado (teste de locomoção

forçada em cilindro giratório). Os tempos médios de todos os grupos de doses de TNJ foram

significativamente mais longos do que os animais do grupo controle tanto no teste de natação

(36% a 45%) quanto no teste de rotarod (59% a 128%) e foram semelhantes aos dos controles

jovens. Isso demonstra não só uma melhora na resistência, mas também em equilíbrio e

flexibilidade, confirmando que o suco de noni para combater a fadiga, mas também para

melhorar a resistência e aumentando a desempenho físico geral.

Harada et al. (2009) examinaram o efeito do suco da fruta noni sobre o dano cerebral

causado por estresse isquêmico em camundongos. Os animais foram divididos em três

grupos: controle; suco de noni na concentração de 3% e suco de noni na concentração de

10%. Os grupos que foram nutridos com noni receberam as concentrações na água de beber

durante sete dias. No sétimo dia, os animais foram submetidos a 2 horas de oclusão da artéria

cerebral média (MCAO) onde foi constatado após das análises que a ingestão de suco reduziu

o volume do enfarte, como foi analisado e comparado com o grupo controle. Além disso, os

escores de déficit neurológico (NDS) foram reduzidos após a repercussão do suco nos

camundongos. Por outro lado, a ingestão de suco não afetou os níveis de antioxidantes tal

como a expressão de Cu/Zn superóxido dismutase. O presente estudo sugere que o suco noni

pode ajudar na medicina preventiva contra doenças cerebrovasculares e agir com um efeito

preventivo contra estresse isquêmico cerebral.

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Brett e Sabin (2012) avaliaram a eficácia de um regime de cuidados da pele a base de

M. citrifolia durante um ensaio clínico de seis semanas com 49 mulheres de idades entre 38-

55 anos. Foi realizada a aplicação diária de três formulações de produtos experimentais para o

rosto e pescoço a partir de vários tipos de extratos M. citrifolia (folhas, frutos e sementes), que

incluíam creme para a pele ao redor dos olhos (suco da fruta e da folha, além do óleo da

semente), emulsão para a purificação da pele facial (suco da fruta, da folha e óleo da semente)

e um creme facial de uso noturno (suco da fruta e óleo da semente). Reduções significativas

no canto lateral com linhas finas e rugas (pés de galinha) foram observadas, além da boa

melhora da elasticidade e firmeza da pele revelando que as medidas foram de grande evolução

e visivelmente perceptíveis para mais de 90% das participantes fundamentando que o uso da

planta noni pode melhorar a saúde da pele, além disso, este estudo certificou a segurança

quanto à utilidade dos derivados do noni para a melhoria da saúde e aparência dermatológica

facial.

Também seguindo na linha de cuidados com a pele Wang et al. (2009) averiguaram a

base de gel carbomer, contendo o extrato de etanol e suco das folhas de M. citrifolia avaliando

as propriedades alergênicas em um teste de remendo repeat-insulto em 49 voluntários. Para

investigar as propriedades foto-protetoras em uso tópico, o suco de extrato etanólico e da

folha combinados foram avaliados em um modelo de eritema induzido por UVB em 25

voluntários. O extrato de etanol bruto das folhas de M. citrifolia foi avaliado in vitro para a

atividade anti-inflamatória num ensaio de antagonismo do receptor de histamina H-1. Não

houve evidência de potencial alergênico no teste de remendo repeat-insulto quando a

combinação do extrato de etanol e suco da folha foi aplicada. No ensaio de ligação ao receptor

de histamina H-1 o extrato de etanol bruto das folhas de M. citrifolia inibiram 57% da ligação

do receptor. Estes resultados sugerem que o extrato das folhas de M. citrifolia é seguro para

utilização tópica e podem ser úteis na mitigação do dano causado por UVB na pele.

Prapaitrakool e Itharat (2010) analisaram a eficácia do noni sobre a prevenção de

náuseas e vômitos no pós-operatório (NVPO) em pacientes considerados de alto risco em

vários tipos de cirurgia. O extrato da fruta seca da planta foi preparado por fervura e em

seguida transformado em cápsulas com doses de 150 mg, 300 mg e 600 mg, que são

equivalentes a 5, 10 e 20 g de frutos secos de noni, respectivamente. Cem pacientes de estado

físico classificados como ASA (American Society of Anesthesiologists) I (sem alterações

fisiológicas ou orgânicas) ou II (alteração sistêmica leve ou moderada relacionada com

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patologia cirúrgica ou enfermidade geral), 18-65 anos e consideradas de risco para NVPO

foram randomizados para receber 150, 300 e 600 mg de extrato de noni ou um placebo por via

oral, uma hora antes da cirurgia. Significativamente os pacientes que receberam o extrato de

noni na concentração de 600 mg apresentaram menos náuseas durante as primeiras 6 horas em

comparação com o grupo placebo (48% para o grupo de 600 mg de noni e 80% para o grupo

placebo). Sendo assim, o extrato de 600 mg de M. citrifolia (equivalente a 20 g de noni)

apresentou propriedade antiemético e efetivamente eficaz reduzindo a incidência de náuseas

no período das seis primeiras horas do pós-operatório.

Em um estudo duplo-cego, randomizado e controlado por placebo clínico, Wang et al.

(2012) examinaram os efeitos de M. citrifolia sobre o perfil lipídico de fumantes pesados em

130 voluntários. Foram analisados os níveis séricos de colesterol total, LDL, HDL,

triglicerídeos, proteína C reativa (PCR) e homocisteína, no decorrer deste estudo os

voluntários ingeriram suco de noni ou suco placebo de fruta uma vez por dia durante um mês.

Posteriormente após as análises foi diagnosticado que o suco de noni reduziu

significativamente os níveis de colesterol, triglicérides e PCR numa faixa de 29,5 ml a 188

ml, também foram diminuídos os níveis de LDL e homocisteína, à medida que aumentava o

HDL. O grupo que recebeu tratamento placebo, que era desprovida de glicosídeos iridóides,

não apresentou mudança no perfil lipídico do sangue ou PCR, mostrando que o suco de noni

foi capaz de mitigar a dislipidemia induzida pela fumaça do cigarro apresentando uma

atividade associada com a presença de iridóides.

Pazos et al. (2011) a partir de vários relatos sobre suas diferentes atividades

biológicas para inúmeras funções investigaram o efeito do óleo da semente de noni (NSO)

sobre os níveis lipídicos séricos em ratos induzidos normolipidêmicos e hiperlipidêmicos e

partir dessa análise sobre a Morinda citrifolia descobriu-se que a administração de óleo de

noni provoca uma redução no colesterol total e triglicerídeos, os níveis em ambos os modelos.

No entanto o efeito hipolipidémico é maior quando a hiperlipidemia é apresentada.

3.11 Efeitos adversos causados por Morinda citrifolia

Muller et al. (2007), em um experimento realizado para o XV congresso de

toxicologia, investigou os efeitos da Morinda citrifolia em ratas prenhas e destacaram que a

exposição ao extrato seco do fruto do noni pode apresentar efeitos adversos na gestação

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desses roedores, o estudo foi feito com doses de 7,5 mg/kg e sugeriu que as atividades

antiestrogênica, antiangiogênica e inibidora da COX-2 estejam relacionadas a estes efeitos do

extrato de M. citrifolia. Segundo o autor supracitado, o noni também possui altos níveis de

açúcar, o que pode ser prejudicial a diabéticos já que o suco na forma industrializada pela

Tahitian Noni apresenta grande teor de açúcar na tentativa de burlar o sabor desagradável da

bebida. Além disso, exibe grande teor de potássio, afetando doentes com comprometimento

renal podendo levar ao desenvolvimento de condições como a hipercalcemia (MUELLER et

al., 2000).

De acordo com Pu et al. (2004), em um trabalho realizado com ratos machos por meio

de administração oral, o suco de noni inibiu o esvaziamento estomacal reduzindo

significativamente o trânsito gástrico em associação com receptores CCK1 que

desempenharam a função importante de motilidade gástrica. Além disso, apresenta efeito

antioxidante, que pode interagir com a radiação ionizante e quimioterápicos, estando

contraindicada a pacientes em tratamento com quimioterapia ou radioterapia (CORREIA,

2010).

Conforme Alencar et al. (2013), em uma pesquisa sobre a genotoxicidade e

nefrotoxicidade em ratos machos e fêmeas, constatou que o noni tem poder genotóxico de

forma dose-dependente, causando danos significativos ao DNA em células renais analisadas

através dos índices e frequências de danos em doses-dependentes, sugerindo riscos potenciais

para a saúde.

O Observatório de Interações planta-medicação da Universidade de Coimbra salienta

que o uso de noni pode potencializar o efeito dos analgésicos e anti-inflamatórios aumentando

a toxicidade desses medicamentos, o risco de hemorragias e aparecimento de hematomas,

além de impedir o crescimento de novos vasos sanguíneos, devendo ser usado com cautela em

pacientes com lesões e no pós-operatório. Também não deve ser combinado com o uso de

antibióticos já que sua administração pode acarretar em alteração da eficácia e segurança

terapêutica.

Sobre alterações hepáticas em humanos Milloning et al. (2005) descreveram o

primeiro caso publicado de hepatoxicidade através do consumo do suco de noni. O paciente

em questão apresentou elevados níveis de transaminases e exames adicionais comprovaram

que o mesmo não fazia uso nem de álcool nem de substâncias que pudessem causar patologia

ao fígado, o paciente relatou que havia consumido suco de noni nas últimas semanas. Outras

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causas para a patogenicidade foram descartadas e os autores classificaram a possível relação

da doença hepática com o consumo do suco de noni.

Yuce et al. (2006), dentre outros autores com casos semelhantes, identificaram uma

paciente com hepatoxicidade apresentando elevados níveis de transaminases e bilirrubinas. A

paciente havia sido tratada por 10 semanas com Interferon beta devido ser portadora de

esclerose múltipla. Exames laboratoriais realizados uma semana depois da retirada do

interferon mostraram grande aumento nos níveis de enzimas hepáticas. Ao ser questionado

sobre seu modo de vida a paciente relatou que havia ingerido 1,5 l de suco de noni nas últimas

semanas, após suspender o uso do produto os níveis de transaminases se reestabeleceram.

Em outro caso descrito por Stadlbauer et al. (2005), um paciente já curado com

histórico de várias enfermidades entre elas, hepáticas, apresentou grave caso de insuficiência

hepática aguda após o consumo de suco de noni, com o passar dos dias o paciente necessitou

urgentemente de transplante de fígado devido à gravidade das lesões. O autor supracitado

relaciona as causas das lesões hepáticas com a possível toxicidade do suco de noni, já que as

enfermidades ocorridas anteriormente já haviam sido solucionadas.

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4 METODOLOGIA

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos

seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas

exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser

definida como pesquisas bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que

se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema, também costumam ser

desenvolvidas quase exclusivamente mediante as fontes bibliográficas (GIL, 2002).

Foram realizadas pré-seleções propositalmente definidas para compor a seleção inicial

e a seleção final de estudos, sendo que este é um tipo de amostragem não probabilística

intencional, que tem por finalidade assegurar a representatividade dos dados. Segundo Mattar

(2005), amostragem não-probabilística intencional é aquela em que a seleção dos elementos

da população para compor a amostra depende ao menos em parte do julgamento do

pesquisador ou do entrevistador no campo

A metodologia utilizada foi a investigação ativa e exaustiva de informações nas bases

de dados: BIREME, LILACS, Medline e PubMed, além da biblioteca virtual Scielo.

Buscando delimitar o objetivo do estudo, optou-se por selecionar estudos publicados na

língua portuguesa, inglesa e espanhola do ano de 1990 a maio de 2015, fazendo o uso dos

seguintes descritores: Morinda citrifolia, noni, fitoterapia, terapia alternativa e combinações

entre estes termos.

A coleta de dados durante este estudo de revisão foi realizada em três etapas, uma por

meio da busca nas bases de dados através da combinação de palavras-chave o que resultou

num total bruto de trabalhos que citavam os termos, outra etapa onde foi feita a separação

para constituir a seleção inicial e uma última etapa que consistiu na análise criteriosa dos

artigos obtidos para formar a seleção final de estudos segundo os critérios de inclusão e

exclusão.

Quanto ao método de triagem para compor a seleção final foi feita basicamente a partir

da observação do título dos trabalhos, assim como pelo resumo e trabalho na íntegra onde por

seguinte foram separados com base nas informações relevantes de Morinda citrifolia e sua

eficácia.

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45

Os critérios de inclusão foram: artigos originais, monografias, dissertações, ter sido

publicado de 1990 a maio de 2015 e pertencer ao enfoque do estudo em questão. Os critérios

de exclusão foram: não obedecer aos critérios de seleção e controle de qualidade, duplicidade

de trabalho e estudos que não abordassem o tema central.

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46

5 RESULTADOS

No primeiro momento foi encontrado um total de 3.617 trabalhos que citavam os

termos de busca descritos na metodologia no período de 1990 a maio de 2015 (tabela 1).

Tabela1. Composição bruta dos estudos encontrados de 1990 a maio de 2015 conforme a

busca por combinação de palavra-chave e base de dados antes da pré-análise.

Combinação de Palavra-chave Base de Dados

Pubmed Bireme Medline Scielo Lilacs

Morinda citrifolia 459 403 360 31 29

Noni 250 415 377 44 28

M. citrifolia + Terapia alternativa 90 1 9 0 0

Noni + Terapia alternativa 55 2 14 0 0

M. citrifolia + fitoterapia 70 91 86 0 4

Noni + Fitoterapia 48 95 82 0 6

M. citrifolia + Câncer 17 41 41 4 3

Noni + Câncer 19 49 45 5 4

M. citrifolia + Diabetes 8 17 16 3 1

Noni + Diabetes 2 13 13 3 2

M. citrifolia + Antioxidante 16 34 33 4 2

Noni + Antioxidante 14 36 33 6 2

M. citrifolia + Atv. Antibacteriana 26 12 15 1 1

Noni + Atv. Antibacteriana 8 7 11 1 0

Total 1082 1216 1135 102 82

Após a pré-análise do conteúdo dos artigos os mesmos foram separados através da

leitura do título para compor a seleção inicial (143) e depois da leitura completa do resumo ou

trabalho foi realizada a triagem para constituição da seleção final (49) com base na atividade

biológica (Tabela 2).

Tabela 2. Discriminação da seleção inicial e seleção final de artigos.

Atividade Seleção inicial Seleção final

Antioxidante 22 7

Antimicrobiana 21 7

Antitumoral 35 14

Hipoglicemiante 16 5

Outras 49 16

Total 143 49

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A seguir, no quadro 1, apresentam-se os estudos que se mostraram mais evidentes

durante essa pesquisa bibliográfica mediante as várias atividades biológicas da M. citrifolia,

assim como os seus modos de aplicação nos estudos e utilização terapêutica.

Quadro 1. Estudos experimentais e clínicos utilizando a M. citrifolia com base nas suas

atividades e usos terapêuticos.

Atividade Autores Ano Modo de

aplicação Utilização

antimicrobiana

Barani et al. 2014 extrato aquoso Candida albicans

Usha et al 2010

extrato de

benzeno

extrato de

clorifórmio

extrato de éter

Aspergillus niger

Candida albicans

Escherichia coli

Staphylococcus aureus

Candida et al. 2014 extrato etanólico Escherichia coli

Staphylococcus aureus

Kumarasamy et

al. 2014 extrato aquoso

Streptococcus mitis

Streptococcus mutans

Siddiqui et al. 2014 extrato etanólico Leishmania major

Barani et al. 2006 extrato aquoso Aspergillus nidulans

hipoglicemiante

Lee et al. 2012 extrato

fermentado diminuição dos níveis glicêmicos

Nayak et al. 2007 extrato etanólico diminuição dos níveis glicêmicos e cicatrização

de feridas

Horsfall et al. 2008 suco diminuição dos níveis glicêmicos

Nayak et al. 2011 suco fermentado diminuição dos níveis glicêmicos

Solis et al. 2011 suco efeito hipoglicemiante e preventivo do diabetes

antioxidante

Costa et al. 2013

extrato aquoso

extrato etanólico

extrato acetônico

considerável atividade antioxidante

Wang et al. 2009 suco considerável atividade antioxidante em humanos

expostos a fumaça do tabaco

Soares et al. 2013 extrato aquoso considerável atividade oxidante e na conservação

de alimentos

Pola et al. 2011 composos

fenólicos melhor capacidade oxidante na forma de pó

Serafini et al. 2011 extrato aquoso considerável atividade antioxidante

Correia et al. 2011 polpa considerável atividade antioxidante e quantidade

de vitamina C

Continua...

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48

Quadro 1. Estudos experimentais e clínicos utilizando a M. citrifolia com base nas suas

atividades e usos terapêuticos.

antitumoral

Thani et al.

2010

extrato aquoso

extrato etanólico

extrato

diclorimetano

câncer de pele, colo do útero, fígado e mama

Cândida et al. 2014 Suco câncer no coração, pulmão, fígado e rins

Aziz et al. 2014 composos

fenólicos câncer de mama

Nualsanit et al. 2012 composos

fenólicos câncer de colorretal

Contreras e

Sanchez 2014 Suco câncer de mama

Gupta et al. 2013 Suco câncer do colo do útero

Jang et al. 2012 Suco câncer de pulmão

larvicida Kovendan et al. 2012 extrato da folha A. aegypti, A. stephensi, C. quinquefasciatus

ergogência e

antifadiga Ma et al. 2007 Suco resistência/desempenho físico em geral

Nesta pesquisa bibliográfica, os países que merecem destaque por pesquisarem sobre

as atividades biológicas da Morinda citrifolia relacionadas ao seu uso na saúde são a Índia,

com 17 publicações; o Brasil, com 10 publicações; os Estados Unidos com sete; a China com

cinco; Japão, Coreia e Trinidad e Tobago com duas, seguido da Costa Rica, Colômbia, Cuba,

Equador, Espanha, México, Nigéria, Paquistão e Tailândia com apenas um estudo cada um.

Quanto ao período de tempo compreendido entre os anos de 1990 a maio de 2015, destaca-se

o período entre 2006 e 2014, totalizando 48 artigos publicados.

A maioria dos estudos realizados na Índia foram em pesquisas relacionadas à

utilização do noni e os efeitos dos constituintes empregados no tratamento do câncer. Nos

Estados Unidos, estudos que utilizaram a M. citrifolia em pesquisas de cunho genético ou

tóxico se mostraram superiores.

Em relação ao contexto brasileiro das pesquisas com a M. citrifolia no uso terapêutico,

não se pode deixar de mencionar alguns avanços alcançados nas últimas décadas como no

caso de pesquisas relacionadas com a atividade antioxidante da polpa, casca e sementes do

noni realizado por Correia et al. (2011) e Costa et al. (2013) que avaliaram a caracterização

química e a atividade antioxidante do noni trazendo nesses estudos achados importantes que

Continuação...

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49

contribuem grandemente para as informações acerca da atividade antioxidante da M.

citrifolia.

Apenas sete artigos discutem os possíveis efeitos adversos causados pela M. citrifolia.

A maior parte das pesquisas debateu apenas aspectos sobre hipercalemia, efeitos genotóxicos

ou colaterais na reprodução. Sendo que a toxicidade da M. citrifolia, mais precisamente sobre

a provável hepatotoxicidade é relatada na literatura científica praticamente através de relatos

de caso deixando evidente a necessidade de estudos aprofundados que visem elucidar a

segurança e os mecanismos acerca dos efeitos do noni no fígado

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50

6 DISCUSSÃO

A composição química do noni referida neste estudo (200 tipos de substâncias) pelos

dados de Chan-Blanco et al. (2006) se assemelha com a mesma encontrada por Wang e Su

(2001) e Yanine et al. (2006), no entanto, se mostra superior da encontrada por Deng (2010)

com cerca de 100 modalidades de metabólitos secundários identificados com possíveis ações

biológicas importantes do ponto de vista terapêutico. É possível que as diferenças sobre a

composição química do noni sejam provenientes das variações de cada ambiente onde os

frutos de cada estudo foram originados, fatores abióticos como a luz solar, pluviosidade e

quantidade de nutrientes no solo são imprescindíveis para o desenvolvimento de espécies

vegetais e consequentemente podem interferir na sua composição.

Os vários tipos de compostos encontrados na fruta por Chitarra e Chitarra (2005),

estão de acordo com os dados de Heinicke (1985), Neil (1999) e Dussossoy et al. (2011) que

acreditam que o noni possui quantidades relativas de terpenoides, antraquinonas, glicosídeos,

flavonoides, alcaloides, iridoides e alguns tipos de ácidos. Adicionalmente, o trabalho

desenvolvido por Reys et. al. (2010) descreve além destas, outras substâncias encontradas no

extrato etanólico e aquoso revelando a presença de quinonas e esteroides contrapondo-se à

ausência de taninos, flavonoides, alcaloides e saponinas. Em relação ao local de maior

ocorrência de antraquinonas Chitarra e Chitarra (2005) afirmam que é encontrada em maior

abundância nos caules enquanto outros estudos sugerem que as antraquinonas estão presentes

principalmente nas raízes (Deng et al., 2007) e caule (Srivastava, Singh, 1993), além de

existirem relatos de traços de antraquinonas nas flores (Tiwari, Singh, 1977), frutos (Kamiya

et al., 2004; Lin et al., 2007) e folhas (Takashima et al., 2007). Correia et al. (2011) e

Sampaio (2010) concordam com a afirmativa que a composição química encontrada em M.

citrifolia difere de acordo com a parte da planta analisada.

Para Chan-Blanco (2006) e Chitarra e Chitarra (2005) o teor de umidade da polpa

(90%) mostra que a água é o componente mais abundante na fruta, este resultado está muito

próximo dos valores encontrados por Faria et al. (2014) de (90,66%), Correia et al. (2011) de

(91,9%), Canuto et al. (2010) de (90,6%) e Chunhieng (2003) de aproximadamente (87%).

Porém, segundo Nascimento (2013), a polpa quando triturada junto à semente diminui em

aproximadamente 10% o teor de umidade, pois a semente do noni, como a maioria dos

vegetais, apresenta um valor bem inferior de umidade (28,34%) quando comparado à polpa

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fresca. Além disso, podemos inferir que a quantidade de umidade presente no fruto pode

variar mediante o estado de maturação, forma de processamento e perecibilidade, uma vez

que pode afetar a estabilidade e os constituintes presentes no fruto.

Já sobre a proteína encontrada no fruto, os resultados de Chunhieng (2003) aqui

abordados demonstram que o teor médio de proteína e matéria seca (8,4%) encontrada para a

polpa do noni foi superior do obtido por Costa (2011) de (2,24%), Shovic e Whistler (2001)

de (0,4%) e Correia (2010) de (0,68%), respectivamente. O valor de açúcares redutores,

3,71%, foi próximo ao valor encontrado por Correia et al. (2011). A disparidade entre os

valores encontrados pelos diversos autores pode ser explicada pelo fato de haver variações de

na forma de preparo, além de questões como o ponto de maturação e armazenamento de cada

fruto.

O noni também é descrito na literatura através de estudos que enfatizam os efeitos

antifúngicos da M. citrifolia contra infecções por Candida albicans. Segundo Barani et al.

(2014) e estudos anteriores de Banerjee et al. (2006) e Rethinam e Sivaraman (2007) a

composição do noni inclui vários componentes solúveis em água que interferem na ação

contra a conversão da estrutura de C. albicans, e assim, exibem valor terapêutico contra

candidíase. Na visão de Supreetha (2011) as elaborações antifúngicas podem ser formuladas a

partir de concentrações mais altas do extrato de M. citrifolia para tratar a candidíase, que por

eventualidade possa acometer pacientes com o uso em longo prazo de antibióticos, pacientes

imunocomprometidos e sujeitos à quimioterapia.

Ainda na mesma linha de considerações o produto das análises de Usha et al. (2010)

mediante a atividade antimicrobiana da M. citrifolia em quatro espécies diferentes de cepas

bacterianas e fungicas (E. coli, Staphylococcus aureus, Candida albicans e Aspergillus niger),

se assemelha aqueles encontrados por diversos autores (Atkinson,1956; Matos, 1997; Isami et

al., 2005; Silva-Silveira et al., 2011; Natheer et al., 2012; Goun et al., 2003) que obtiveram

saldos equivalentes em trabalhos independentes sobre eficácia do noni no combate

antimicrobiano e antifúngico. Os achados de Usha et al. (2010) em relação a atividade

antifúngica são mais positivos do que os obtidos por Jayaraman et al. (2008) onde o noni não

apresentou atividade antimicrobiana significativa.

A capacidade antimicrobiana do fruto também foi avaliada por Candida et al. (2014) e

corresponde a mesma encontrada em vários estudos in vitro demonstrando a eficácia da M.

citrifolia contra as cepas S. aureus e E. coli. Segundo (Atkinson, 1956; Jayaraman et al.,

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2008; Lee et al., 2008; Ponce et al., 2008; Selvam, 2009; Usha et al., 2010; Natheer et al.,

2012 e Mompié et al., 2014), o noni apresenta atividade antimicrobiana moderada com

inibição bacteriana e fungica sendo considerado um grande aliado no tratamento de infecções

dermatológicas. Contraditoriamente, Tintino et al. (2015) não obtiveram atividade

antimicrobiana relevante perante E. coli, caracterizando a ausência de ação antifúngica que

pode ser explicada pelo tipo de extrato ou ainda pela metodologia utilizada no experimento.

De maneira análoga a Saludes et al. (2002) outros estudiosos também descrevem as

propriedades do noni para uma série de enfermidades incluindo a tuberculose, Serafini et al.

(2011) concordam que o efeito inibidor do crescimento microbiano pode ser atribuída à

presença de compostos fenólicos existentes na planta. Havendo evidências que o extrato de

noni pode apresentar ação antituberculose, inibindo o crescimento do Mycobacterium

tuberculosis. Semelhantemente, Pavan et al. (2009) avaliaram uma seleção de 37 espécies de

plantas distribuídas em 17 famílias do "Cerrado" brasileiro com atividade contra

Mycobacterium tuberculosis sugerindo que uma grande variedade delas possuem constituintes

ativos antibacterianos contra M. tuberculosis que podem ser extraídos por solventes polares e

apolares. Muitos estudos como os de Marcpherson et al. (2007) têm demonstrado que o efeito

antimicrobiano é dependente do estágio de maturação e de tratamento sendo maior quando a

fruta está madura e sem secagem.

Tanto Kumarasamy et al. (2014) quanto Dittmar (1993) relatam a M. citrifolia como

uma inestimável planta medicinal e uma possível fonte para o desenvolvimento de

medicamentos modernos. Segundo Dittmar, o efeito antimicrobiano do noni age sobre várias

cepas de Salmonella, Shigella e E. coli. No entanto, contra a atividade inibitória da cárie

causada por S. mutans e S. mitis não tem se demonstrado previamente. Em adição, Murray et

al. (2008) propõe que o noni demonstra ser mais eficaz que a clorexidina na remoção de

camadas em esfregaço de dentes tratados endodonticamente, além disso, é um promissor

redutor da inflamação gengival e do sangramento causado por sondas odontológicas (GLANG

et al., 2013).

De modo semelhante a Siddiqui et al. (2014), Patil et al. (2012) constatou que outra

espécie do gênero Morinda a M. lucida também apresenta efeito inibitório na leishmaniose

cutânea, esse fenômeno ocorre a partir da antraquinona-2- carbaldehydes, isolada das raízes

demonstrando potencial leishmanicida para as principais espécies do gênero Leishmania.

Segundo Mahiou et al. (1996) a presença de um grupo aldeído em C-2 e um grupo hidroxi

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fenólico no C-3 em ambas as estruturas, são essenciais para a sua atividade antileishmanicida.

Ainda na mesma perspectiva, a atividade tripanocida também é descrita por Loiseau et al.

(2004) referente a ação de M. lucida contra espécies da família Trypanosomatidae. Esses

dados levam a crer que possivelmente espécies da família Rubiaceae ou do gênero Morinda

possuem efeitos inibitórios contra agentes patogênicos como a leishmania.

Seguindo na mesma linha de pensamento, as referências de Banerjee et al. (2006)

sobre o extrato aquoso do noni concordam com as premissas de outros autores no sentido de

que a M. citrifolia inibe o crescimento de cepas fungicas e é um potente aliado no tratamento

de doenças infecciosas (Jayaraman et al., 2008; Kumar et al., 2010 e Mompié et al., 2014).

Entretanto, apesar de metodologias diferentes todos os estudos demonstram os efeitos

positivos do noni na terapêutica da candidíase e da aspergilose. Para Rios e Recio (2005) a

atividade antimicrobiana do extrato das folhas do noni é comparada com aos antibióticos

clássicos, em algumas situações, o extrato apresentou inibição igual ou maior que os

antibióticos de uso tradicional o que reforça ainda mais a importância do noni na

suplementação medicinal e terapêutica contra doenças infecciosas.

Além de todas as atividade posteriormente citadas a M. citrifolia também é altamente

mencionada no tratamento alternativo do diabetes mellitus em vários trabalhos e inclusive

naqueles referenciados nesse artigo de revisão bibliográfica onde tanto Lee et al. (2012)

quanto (Nayak et al., 2011) observaram mudanças consideráveis nos níveis de glicemia de

roedores após um período de 90 e 20 dias respectivamente. Ambos os estudos fornecem

suporte que comprovaram que o suco fermentado de M. citrifolia possui atividade

hipoglicemiante melhorando significativamente o estado de glicose em jejum de animais

diabéticos. De acordo com Nayak et al. (2011) o efeito do suco de M. citrifolia é equivalente

a drogas hipoglicemiantes orais, como a glibenclamida e no estudo de Nayak ambos

reduziram significativamente a hiperglicemia. Recentemente, cientistas mostraram o mesmo

fenômeno de ação hipoglicemiante nos extratos de Argania spinosa e Cynodon dactylon

(SAMANE et al., 2006; SINGH et al., 2008).

As sugestões de Lee et al. (2012) presumem que a atividade antidiabética da M.

citrifolia através do extrato fermentado foi otimizada mediante o uso da técnica de

bioconversão, uma técnica utilizada para aumentar a função de produtos naturais. Este dado

está de acordo com estudos recentes de Lin e Lee (2010) e Lin et al. (2007). A resistência à

insulina observada tanto no estudo de Lee et al. (2012) como no de Nayak et al. (2011) pode

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ser explicada pela captação da glicose nas células, como esclarecem Zhang et al. (2010) e

Vessal et al. (2003), o estímulo na captação da glicose provoca a redução da resistência da

insulina, sendo que possivelmente os compostos presentes no noni fermentado sejam os

responsáveis pelas ações de antidiabéticos observadas. Notificações recentes de Lee et al.

(2010) e Benhaddou-Andaloussi et al. (2010) relatam o aumento na absorção da glicose

celular é resultado da ativação da enzima AMPK que age regulando a sensibilidade à insulina

e aumentando a tolerância à glicose através da regulação do armazenamento de lipídios,

homeostase da glicose, e produção de adipocinas (SPIEGELMAN et al., 1998; CHO et al.,

2008).

Sobre a análise de Nayak et al. (2007) referente ao uso de M. citrifolia nos níveis

glicêmicos e cicatrização de feridas em ratos diabéticos outros estudos retratam a presença de

fitoquímicos tais como alcalóides e triterpenoides como responsáveis pelo desempenho no

processo de cicatrização de feridas e diminuição do nível glicêmico revelando que o suco de

M. citrifolia parece ser útil no controle açúcar no sangue (Nayak, 2007; Haque et al., 2003).

De maneira análoga Jorge et al. (2008) e Aro et al. (2013) descrevem a planta Crajiru

(Arrabidaea chica Verlot.), com grande ação hipoglicemiante e cicatrizante do extrato de suas

folhas. Esta planta está listada nacionalmente como uma das espécies medicinais de interesse

ao SUS e já conta com um medicamento sendo desenvolvido com alto teor cicatrizante, para

ulcerações diabéticas (BRASIL, 2009).

Horsfall et al. (2008) e Solis et al. (2011) concordam entre si e com outros autores no

quando mencionam o uso da M. citrifolia usada isoladamente ou combinada com outras

drogas de uso terapêutico contra o diabetes e ainda alertam que a mesma apresenta grande

indicativo na estabilização da glicemia em níveis normais sendo considerada um potente

antidiabético. Segundo os autores a ação antidiabética do noni está associada a certos

compostos como escopoletina, o óxido nítrico, alcalóides e esteróis (ELKINS, 1998; NEIL,

1999; KAMIYA et al., 2008).

No que se refere aos efeitos antioxidantes do noni tanto Anitha e Mohandass (2006),

quanto Rodrigues et al. (2013) e Srinivasahan e Durairaj (2014), concordam que o fruto é um

antioxidante natural potente e que seu consumo diário na forma de suco auxilia e ativa as

enzimas oxidantes com ação catalisadora do metabolismo celular. Segundo Bianchi e Antunes

(1999), os antioxidantes também atuam no reparo das lesões causadas pelos radicais, assim

como no processo de reconstituição das membranas celulares danificadas. Em alguns casos,

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pode ocorrer uma adaptação do organismo em resposta a geração desses radicais resultando

em um aumento da síntese de enzimas antioxidantes.

Costa et al. (2013) argumenta em seu estudo sobre a atividade antioxidante do noni e

acreditam que ela esteja próxima de (1,40 mg/ml) para o extrato aquoso, (40,98 mg/ml) para o

extrato etanólico e (507,50 mg/ml) para o extrato acetônico da polpa que através do método

DPPH caracteriza-o como um bom agente antioxidante e se demonstra positivo quando

comparado às quantificações de Palioto et al. (2015). Costa também observou diferenças

significativas quanto ao teor de carotenoides (3,90 mg/100g) e Palioto et al. (2015), (0,45

mg/100g) apenas. Entretanto, o resultado alcançado por Costa et al. (2013) em relação ao

conteúdo de vitamina C de (23,1 mg/100g), se torna inferior do obtido por Barros et al.

(2008) e Canuto et al. (2010), que verificaram teores de vitamina C bem mais expressivos de

(105,3 mg/100g) e (51,2 mg/100g), respectivamente. Segundo, Silva et al. (2009), tais

discrepâncias nos teores de vitamina C podem estar relacionadas com o grau de

amadurecimento dos frutos analisados, além da metodologia utilizada para quantificação.

Ainda sobre a atividade antioxidante do noni, os achados de Wang (2002), corroboram

com os dados de Lavaut (2003) e Neil (1999), que relacionam o uso de uso de M. citrifolia ao

abandono do tabagismo sendo que grande parte dos indivíduos tratados com o suco da fruta

eliminaram o hábito de fumar ou apresentaram redução no vício com grande estímulo ao

abandono. Além disso, são descritos na literatura outros casos de mesma natureza onde

muitos indivíduos deixaram dependências como o álcool, cocaína, haxixe e heroína, quando

acrescentaram o noni ao seu tratamento psicoterapêutico (NEIL, 1999).

Seguindo a mesma perspectiva os estudos de Soares et al. (2013) e Serafini et al.

(2011), estão de acordo entre si e com os de Trombolato et al. (2005) que descrevem

proxeronina (uma precursora do alcaloide xeronina) como um dos constituintes atuantes na

ação antioxidante da fruta, que age ativando as enzimas catalisadoras do metabolismo celular.

Além disso, a capacidade de sequestro de radicais livres obtida por Soares et al. (2013) cerca

de (85%) são demasiadamente superiores da encontrada por Nascimento (2012), onde

(8,08%) é considerada fraca ou inferior em relação a sua capacidade de sequestro de radicais.

Os achados do estudo realizado por Pola et al. (2011) que também analisou a atividade

antioxidante do noni são reforçados com as afirmativas de Yang et al. (2007), que supõem

que a variação nas formas de estocagem como o armazenamento em temperatura ambiente

diminui drasticamente a atividade sequestradora de radicais livres, concluindo que o fruto

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consumindo na forma de pó apresenta maior potencialidade de benefícios que outras formas

de uso. Além disso, ainda são poucos os estudos que avaliaram a atividade antioxidante do

noni e seus subprodutos, na maioria dos estudos a atividade antioxidante foi avaliada em

extratos aquosos obtidos na forma de purê (Su et al., 2005; Yang et al., 2007), de suco de

noni com ou sem fermentação (Su et al. 2005; Yang et al., 2007; Yang et al., 2010;

Dussossoy et al., 2011) ou noni desidratado (Yang et al., 2007; Yang et al., 2010).

Correia et al. (2011) estudou o teor de vitamina C do noni (122,54 mg), e obteve

resultados superiores aos apresentados por West et al. (2011) de (113 mg), Costa et al. (2013)

de (23,1 mg) e por Palioto et al. (2015) de (12,16 mg) respectivamente. Entretanto, os

achados de Correia se mostram inferiores quando comparados aos relatados Shovic e Whistler

(2001) de (155 mg). Resultados equivalentes ou semelhantes foram encontrados por Wang e

col. (2001), onde ambos afirmam que o noni possui capacidade para combater radicais livres

de oxigênios reativos e quantidade de vitamina C duas vezes maior que àquela encontrada nas

frutas como laranja e uva.

O noni também é altamente correlacionado sobre o seu uso contra o câncer, autores

como Thani et al. (2010) e Cândida et al. (2014) estudaram o efeito antiproliferativo do noni

em diferentes linhagens de câncer. Esses estudos concordam entre si e com vários outros que

asseguram o noni como um produto potencial com efeito citotóxico e preventivo na fase de

iniciação da carcinogênese química podendo evitar a formação e iniciação de tumores, com

efeito antiproliferativo e anticarcinogênico. Além disso, pode ser utilizado como um

adjuvante na quimioterapia ou tratamento e especialmente em casos de câncer do colo do

útero, fígado, pulmão, mama entre outros. Estes estudos em geral certificam que o uso da M.

citrifolia pode se apresentar como um poderoso agente na prevenção e terapêutica contra o

câncer (WANG et al., 2001; WANG, SU, 2001; SELVAM, CLERCQ, 2011; GACCHE,

DHOLE, 2011; GUPTA et al., 2013; SUMAN et al., 2013).

Wang e Su (2001) também investigaram o efeito preventivo do noni sobre o estágio

inicial da carcinogênese e tiveram seus dados apoiados através de obras posteriores que

concordam que a M. citrifolia evita a formação e/ou remoção de adutos de DNA cancerígeno

podendo ainda ser considerado uma possível via para a prevenção do câncer induzido pela

substância DMBA (Wang et al., 2002, 2003 e 2008). Segundo alguns autores, a formação de

adutos de DNA está intimamente relacionada com a presença de tumores malignos, já que o

nível e a quantidade de adutos se torna mais presente em tecidos envolvidos na carcinogênese.

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Este achado sugere que a M. citrifolia pode ser um importante agente na prevenção de

tumores no estágio inicial, assim como na terapia complementar de pacientes acometidos por

câncer (THAKKER et al., 1985; LI et al., 2002).

Ainda sobre a ação antiproliferativa, a substância damnacanthal encontrada no noni é

extremamente correlacionada ao tratamento do câncer mamário, segundo Aziz et al. (2014) e

outros autores essa ação é associada com a indução da apoptose em diversas linhas celulares,

incluindo a ativação de caspases, indução da liberação de citocromo C, regulação da proteína

quinase C, expressão da isoforma, inibição do NF-kB e supressão da proteína ativadora 1. A

sinalização dos genes p21 e p53 se mostrou como uma das principais vias de mediar a

apoptose induzida por damnacanthal. Além disso, o papel do gene p21 na transcrição do gene

Bax (gene auxiliador na apoptose e regulado por p53) é susceptível de envolver a fosforilação

do gene p53. Estes resultados destacam os benefícios potenciais de damnacanthal com efeitos

pré-clínicos ou clínicos podendo ser utilizado como agente terapêutico em humanos com

câncer de mama (GHOBRIAL et al. 2000; SUZUKI, SHIRAKI, 2001; ALITHEEN et al.

2010; LATIFAH et al. 2010; NORSYAFINI et al. 2010).

Nualsanit et al. (2012) e Girma et al. (2015) também apontam a antraquinona

damnacanthal como uma poderosa agente anticancerígena atuando na apoptose e inibição da

proliferação de células de câncer colorretal. No entanto, para alguns autores como Landa et al.

(2012) as antraquinonas apresentam pouca ou nenhuma atividade inibitória de enzimas

envolvidas na carcinogênese. Segundo Noorjahan (2001) a Morinda elíptica, outra espécie do

gênero Morinda apresenta relativas concentrações de nordamnacanthal e damnacanthal e

potenciais atividades antitumorais contra a proliferação de células de câncer colorretal,

entretanto, ambas as substâncias ainda se mostram menos eficazes quando comparadas a

drogas citotóxicas convencionais. Tais avaliações sugerem que o damnacanthal encontrado

em M. citrifolia apresenta efeito antitumoral, porém o fato de se mostrar menos eficaz quando

comparado a outras fontes antineoplasicas pode ser devido o fato da manipulação

farmacológica muitas vezes aumentar a concentração de certas substâncias e inativar outras.

Mediante esse fenômeno, o noni pode ter demonstrado potencial inferior já que não foi

manipulado farmacologicamente.

O estudo de Contreras e Sanchez (2014) aqui apresentado se apoia nos resultados de

estudos anteriores que expõem efeitos antiproliferativos contra outras variedades de câncer

(Hirazumi et al., 1994; Duke et al., 2011). O suco de noni parece atuar como um agente

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quimiopreventivo tendo a capacidade para modular efeitos cancerígenos induzidos por

DMBA já que não foram encontrados tumores no grupo de ratos tratados com o suco de noni,

a ação quimiopreventiva do suco de noni tem sido demonstrada em vários estudos que

expõem as propriedades medicinais suco (Arpornsuwan, Punjanon, 2006; Wang et al. 2013).

Para Pandi et al. (2012) o taxol fúngica derivado de um fungo endófito Botryodiplodia

theobromae Pat., isolado da M. citrifolia suprime significativamente o câncer de mama

induzido por DMBA em ratos Sprague Dawley.

O efeito antigenotóxico e anticarcinogênico da M. citrifolia atua genotoxicamente na

aflotoxina B1 (substância altamente tóxica e carcinogenênica) é descrito por Ahmad et al.,

(2012) e por outros autores que concordam que a fruta apresenta altos níveis de antioxidantes

e pode reduzir os riscos de câncer (Wang e Leiher, 1995; Diplock et al., 1998). Entretanto,

Alencar et al. (2013) alerta que a M. citrifolia apresenta potencial genotóxico, sugerindo

possíveis riscos para a saúde humana e a necessidade de se estabelecer doses seguras. Além

disso, várias substâncias em plantas expressam toxicidade e podem mostrar correlação com a

incidência de tumores a partir de uma série de compostos isolados altamente tóxicos

(HADIJAH, 2006; NORMAH, TARMIZI, 2008).

Taskin et al. (2009) indicam que o efeito do noni e/ou associado a doxorrubicina

contribui para a apoptose das células tumorais de Ehrlich assim como em relação à supressão

do crescimento tumoral. Outros autores concordam que a apoptose de células cancerígenas

está intimamente relacionada com a danificação do citoesqueleto carcinogênico (Hirazumi,

Furusawa, 1999; Linder, 2001; Kramer, Mertens, 2004; Ulukaya et al. 2007). A antineoplasia

na forma ascítica do carcinoma de Ehrlich também foi encontrada por Brandão et al. (2012)

em um experimento com o extrato aquoso de Plectranthus amboinicu que apresentou efeito

favorável contra o crescimento de células tumorais, a mesma atividade também é descrita por

Yang e Yun (1999) onde um polissacarídeo isolado da Corolius versicolor apresentou uma

ampla e potente atividade antitumoral inibindo tumores de Ehrlich.

As afirmativas de Li et al. (2008) referentes a ação do noni sobre o sistema imune e

consequentemente no efeito antitumoral são apoiadas por Neil, (1999) que avalia o noni como

um reforço ao sistema imunológico regulando a função celular e a regeneração das células

danificadas. Semelhantemente, Hirazumi e Furusawa (1999) demonstraram o potencial

antitumoral do noni pelo tratamento com inibidores específicos de macrófagos e células NK,

além da estimulação das citocinas imunitárias, segundo os autores, o noni apresenta um

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mecanismo que pode modular o sistema imunitário em respostas antitumorais, (HIRAZUMI

et al., 1994 e 1996).

A atividade de M. citrifolia descrita Gupta et al. (2013) sobre células de câncer de colo

do útero (HeLa e SiHa) também é narrada por Thani et al. (2010) onde o extrato de

diclorometano extraído das folhas frescas do noni apresentou atividade moderada e efeito

antiproliferativo contra células da linhagem HeLa. Em outro estudo de mesma natureza,

Yazan (2003) descreve as propriedades citotóxicas das antraquinonas nordamnacanthal e

damnacanthal isoladas a partir das raízes da Morinda elliptica em várias linhas de células

cancerígenas com capacidade de reduzir em até 50% o número de células cancerosas.

Igualmente, Sichaem et al. (2010) destaca a atuação de alcaloides isolados a partir das raízes

de Nauclea orientalis que adicionalmente apresentaram citotoxicidade contra o câncer de colo

do útero humano na linhagem carcinogênica HeLa. A presença de damnacanthal em M.

citrifolia e M. elliptica reforça mais uma vez o potencial no combate ao câncer presente no

gênero Morinda já que na literatura várias de suas espécies apresentam componentes

antitumorais como é o caso do damnacanthal.

As declarações de Jang et al. (2012) sobre a expressão de HIF-1α, na transcrição do

câncer de pulmão sugerem o efeito repressivo do suco de noni sobre a expressão da proteína

HIF-1α induzida por metais como o manganês em células A549. Outros autores também

apontam a exposição ao manganês como um fator de risco para doenças respiratórias Dorman

et al. (2005). Essa ideologia também é vivenciada por Bredow et al. (2007) e Gray et al.

(2010) que acreditam que a toxicidade pulmonar mediada por manganês é característica de

alterações inflamatórias e angiogênicos as quais no estudo de Jang et al. (2012) a M. citrifolia

se apresentou como redutor na expressão de genes promotores de câncer de pulmão.

A M. citrifolia segundo Hirazumi e Furusawa (1999) age de maneira indireta sobre a

morte de células cancerígenas através da ativação de células do sistema imune como as

células T e imunomodulando células como os macrófagos, este dado é sustentado por Palu et

al. (2008) e Hirazumi et al. (1996) que afirmam que o noni exerce imunomodulação benéfica

com efeitos em condições inadequadas envolvendo respostas imunológicas. Por outro lado, o

noni também estimulou a liberação de níveis elevados de IL-10, um inibidor da síntese de

citocinas e na ativação excessiva macrófagos que por sua vez se apresentam como mediadores

importantes na fase de metástase tumoral (STUEHR, NATHAN, 1989; BOGDAN et al.,

1991).

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Pazos et al. (2011) e Wang et al. (2012) relatam os efeitos da M. citrifolia nos níveis

lipídicos como colesterol total e triglicerídeos, para ambos os autores o noni foi capaz de

provocar a redução nos níveis lipídicos de pacientes. Apesar dos dois estudos apresentarem

metodologias diferentes, ambos concordam que a administração do óleo das sementes ou suco

de noni provoca redução no colesterol total e triglicerídeos ressaltando o êxito na eficácia

hipolipidérmica.

Dentre os mais variados tipos de uso da M. citrifolia, Kovendan et al. (2012) assim

como Morales et al. 2010 estudaram a ação larvicida da M. citrifolia em larvas do mosquito

Aedes aegypti, essa ação tem sido demonstrada em outras espécies de dípteros por Law et al.

(1992) e Lei et al. (1995) em comparação com a toxicidade de vários compostos de noni em

várias espécies de insetos, incluindo formigas, baratas, moscas e abelhas. Outros autores

relataram efeito semelhante da Cassia fístula na propagação da mortalidade de ou inibição da

emergência dos mosquitos Anopheles stephensi, Culex quinquefasciatus e Aedes aegypti,

respectivamente (GOVINDARAJAN et al., 2008; GUNASEKARAN et al., 2009).

O noni também é citado na literatura por Ma et al. (2007) que relatam o poder

ergogênico e antifadiga do noni resultando na provisão do relaxamento muscular, resistência

física, equilíbrio e flexibilidade assim como no desempenho físico em geral. Essas

informações combinam com os achados de outros autores que confirmam que o suco de noni

pode combater a fadiga, além de melhorar a resistência e aumentar o desempenho físico em

atividades diárias com alto gasto energético (Nozawa et al., 2009; Jing e Chun, 2008). Para

autores com Rong et al., 2011 o alto teor de vitamina C, compostos fenólicos e minerais

(incluindo Zn), que são substâncias com capacidade antioxidante podem ajudar a reduzir os

níveis de exaustão causada pelo atividade física contínua, em termos de proteção contra o

estresse oxidativo induzido.

Contraditoriamente a todas as atividades benéficas citadas anteriormente e abrangente

utilização do noni na medicina terapêutica por vezes este também é citado como uma fruta

tóxica ou ofensiva em várias situações. A toxicologia abordada por Muller et al. (2007) relata

a possível toxicidade da M. citrifolia em ratas prenhas, esses dados foram semelhantes aos

encontrados por Hornick e col. (2003) e Su e col. (2001) e sugerem que a atividade

antiangiogênica, inibidora e seletiva da enzima COX-2 in vitro possa prejudicar o processo de

implantação, assim como o índice de parturição e ocorrência de anormalidades morfológicas

em fetos natimortos. Em contra partida, Matsui e col. (1967), não encontraram alterações na

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libido, no ganho de massa corporal ou na fertilidade dos animais. De maneira semelhante a

Matsui, Marques (2009) também não encontrou alteração no tamanho da ninhada, nem

presença de anormalidades mediante o uso do noni; em compensação, todos os grupos do

estudo apresentaram alterações na ossificação fetal.

Muller et al. (2007) e Mueller (2000) também alertam para prováveis aumentos nos

níveis de açúcar e na grande quantidade de potássio presentes na versão industrializada do

suco de noni, esses dados corroboram com os resultados encontrados por Sampaio (2010) e

por Mueller em trabalhos dos anos de (1999 e 2000). Mediante essa afirmação podemos

inferir que as grandes quantidades de açúcar presente nas versões industrializadas e nos sucos

de uva que normalmente são misturados ao suco do noni na tentativa de esconder o seu sabor

desagradável pode acarretar em problemas nos níveis glicêmicos, assim como o possível

surgimento de novos casos de diabetes mellitus.

A espécie Morinda citrifolia também é referida na literatura com efeitos inibitórios

mediante a via estomacal, para Pu et al. (2004), o noni apresenta efeitos inibitórios na

motilidade gástrica. Entretanto, esses dados divergem dos encontrados por Vijayapandi et al.

(2014) e Mahattanadul et al. (2011) onde ambos argumentam que o suco do noni aumentou

fortemente o trânsito gastrointestinal aliviando sintomas de náuseas e vômitos. Apesar desse

fato, os relatos de Pu se mostram semelhantes quando comparados ao do estudo de Neil

(1999) que relata a ocorrência de flatulência estomacal leve e fezes soltas provenientes da

ingestão do suco de noni.

Sobre a relação do noni e seus possíveis efeitos genotóxicos, os achados da pesquisa

realizada por Alencar et al., (2013), se distanciam daqueles obtidos por West (2006) que

demonstram ausência de atividade genotóxica com pouca probabilidade de risco para seres

humanos.

Possíveis efeitos hepatotóxicos da M. citrifolia foram abordados por Milloning et al.

(2005), Stadlbauer et al. (2005) e Yuce et al. (2006), que através de relatos de casos

descreveram essa fruta como agente causadora de lesões hepáticas graves relacionadas com a

possível toxicidade do suco de noni, essas informações coincidem com as declaradas por Yu

et al (2011) e Waldman et al. (2013). Entretanto, divergem das obtidas por Ages (2015), West

et al. (2007), Perez et al. (2009) e Santos-Júnior et al. (2011) onde não foram observadas

alterações tóxicas ao fígado recorrentes da ingestão do suco de noni. Para Wang et al. (2008)

e Nayak et al. (2011) o suco do noni tem efeito hepatoprotetor e que seja improvável que o

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mesmo tenha efeito hepatotóxico. Segundo Martínez et al. (2013) o noni apresenta ação

regenerativa diminuindo o dano hepático induzido por tetracloreto de carbono sendo que os

efeitos colaterais provenientes do uso são pouco prováveis ou incomuns.

Os estudos aqui citados evidenciaram como estão sendo discutidas as pesquisas sobre

a utilização da M. citrifolia na saúde humana, bem como os efeitos adversos ou tóxicos em

relação ao consumo dessa fruta. Contudo, observou-se que estudos sobre essa última questão

ainda são bastante escassos e pouco explorados na produção científica brasileira, conforme

referenciado nessa revisão de literatura.

As publicações científicas sobre o suco do noni têm trazido muita controvérsia sobre

sua garantia como fitoterápico. Entende-se que apesar da popularidade da espécie o noni

ainda não é bem estudado trazendo ponderações e muitas dúvidas acerca da utilização, suas

atividades e efeitos verdadeiros. É importante salientar que a falta de estudos mediante a sua

segurança aliada a uso indiscriminado podem gerar efeitos ou reações não esperadas.

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7 CONCLUSÕES

A maioria dos estudos foi realizado de forma laboratorial, com apenas cinco estudos

de cunho clínico randomizado e três relatos de caso. Entre os países que mais se destacaram

sobre a pesquisa do noni estão a Índia, Brasil e Estados Unidos. As controvérsias sobre a

garantia do uso do noni como fitoterápico retratam que o mesmo ainda não é bem avaliado

mediante suas verdadeiras funções e efeitos adversos, sendo necessários mais estudos que

avaliem sua segurança.

Este trabalho pode possivelmente fornecer informação cientifica importante, uma vez

que o mesmo estimula a ampliação do conhecimento na área, fortalecendo uma visão mais

ampla sobre os fitoterápicos, especificamente o noni e propiciando conhecer as indicações,

contraindicações e efeitos colaterais do mesmo.

Entretanto, reconhecemos as limitações deste trabalho e compreendemos que mais

estudos relacionados a essa temática devam ser realizados, uma vez que no campo cientifico

existem poucos artigos acerca deste tema. Salientamos ainda que apesar das muitas

contradições mediante o uso da Morinda citrifolia na fitoterapia esse estudo enaltece que o

uso desse fruto na medicina fitoterápica possa ser uma opção relevante para o tratamento

adjuvante de enfermidades, além de uma fonte natural e de baixo custo.

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