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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS PATOS-PB CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA MONOGRAFIA LAYSA MAYARA SOARES BRITO ROCHA ESTUDO RETROSPECTIVO DOS CASOS DE BRONCOPNEUMONIA EM RUMINANTES ATENDIDOS NO HV-UFCG NO PERÍODO DE 2006 A 2016 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

LAYSA MAYARA SOARES BRITO ROCHA

ESTUDO RETROSPECTIVO DOS CASOS DE BRONCOPNEUMONIA EM

RUMINANTES ATENDIDOS NO HV-UFCG NO PERÍODO DE 2006 A 2016

2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

Estudo retrospectivo dos casos de broncopneumonia em ruminantes atendidos no HV-

UFCG no período de 2006 a 2016

Laysa Mayara Soares Brito Rocha

Graduanda

Profª. Drª. Tatiane Rodrigues da Silva

Orientadora

Área de conhecimento: Clínica Médica de Grandes Animais

PATOS - PB

FEV/ 2018

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG

R672e

Rocha, Laysa Mayara Soares Brito

Estudo retrospectivo dos casos de broncopneumonia em ruminantes

atendidos no HV – UFCG no período de 2006 a 2016 / Laysa Mayara

Soares Brito Rocha. – Patos, 2018.

36f.: il.; Color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Medicina Veterinária) – Universidade

Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2018.

“Orientação: Prof. Dra. Tatiane Rodrigues da Silva.”

Referências.

1. Doença respiratória. 2. Dispnéia mista. 3. Caprinos. 4. Nordeste. I.

Título.

CDU 619:636.2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Monografia submetida ao Curso de Medicina Veterinária como requisito parcial para

obtenção do grau de Médico Veterinário.

_________________________________________

LAYSA MAYARA SOARES BRITO ROCHA

Graduanda

APROVADA EM ......./......./........ MÉDIA: ________

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________ Nota _________

Prof.ª Dr.ª Tatiane Rodrigues da Silva

Orientador

___________________________________________Nota _________

Prof. Dr. Eldinê Gomes de Miranda Neto

Examinador I

____________________________________________Nota_________

Prof. Dr. Glauco José Nogueira de Galiza

Examinador II

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Monografia submetida ao Curso de Medicina Veterinária como requisito parcial para

obtenção do grau de Médico Veterinário.

LAYSA MAYARA SOARES BRITO ROCHA

Graduanda

APROVADA EM ......./......./........ MÉDIA: ________

EXAMINADORES:

Prof.ª Dr.ª Tatiane Rodrigues da Silva

Orientadora

Prof. Dr. Eldinê Gomes de Miranda Neto

Examinador I

Prof. Dr. Glauco José Nogueira de Galiza

Examinador II

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, autor do meu

destino e ao meu esposo, Sales, por ser meu amigo e porto seguro.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus quе permitiu quе tudo isso acontecesse, ао longo dе minha vida

е nãо somente nestes anos como universitária, mаs quеm em todos оs momentos é o maior

mestre quе alguém pode conhecer.

A minha orientadora Tatiane, pelo suporte nо pouco tempo quе lhe coube, pelas suas

correções е incentivos.

A esta Universidade, sеu corpo docente, direção е administração quе oportunizaram а

janela quе hoje vislumbro um horizonte superior.

A todos оs professores pоr mе proporcionar о conhecimento nãо apenas racional, mаs

а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе formação profissional.

Aos residentes e funcionários do Hospital Veterinário, em especial a Clínica de

Grandes Animais, que foram essenciais para realização desse trabalho e pelos inúmeros

aprendizados ali adquiridos.

Aos meus pais, Marcos e Luciana, por todo carinho, incentivo e confiança.

Ao meu irmão e minha cunhada, Léo e Monique, por me aturarem por mais de dois

anos morando com vocês, em busca da realização desse sonho e pelo presente que é ser tia e

madrinha de Henrique.

A minha irmã, Layanna, por todo amor, incentivo, respeito e confiança.

Ao meu eterno namorado, Sales, pessoa cоm quem аmо partilhar а vida. Obrigada

pelo carinho, paciência е pоr sua capacidade dе me trazer pаz nа correria dе cada semestre.

Ao meu quarteto fantástico, que será quinteto, Danilo, Juliana e Lidiane, por serem os

melhores amigos que alguém pode ter, por estarem sempre ao meu lado embora tão distantes.

A todos os amigos que fiz durante a graduação, em especial, Denise, Rayra, Joyce,

Nayadjala, Angélica, Sheyla, Moema, Katianny, Michel e Aldenise.

A todos os meus familiares, amigos e colegas que direta ou indiretamente fizeram

parte dа minha formação, о mеu muito obrigado.

“Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para conseguir”

-Dalai Lama.

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SUMÁRIO

Pág

RESUMO........................................................................................................................... 11

ABSTRACT....................................................................................................................... 12

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 13

2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................... 14

2.1 Etiologia........................................................................................................................ 14

2.2 Patogenia...................................................................................................................... 15

2.3 Epidemiologia............................................................................................................... 16

2.4 Sinais clínicos............................................................................................................... 17

2.5 Diagnóstico................................................................................................................... 18

2.6 Tratamento.................................................................................................................... 20

2.7 Prevenção e controle..................................................................................................... 21

3. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 22

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................. 23

5. CONCLUSÃO............................................................................................................... 30

REFERÊNCIAS................................................................................................................ 31

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LISTA DE QUADROS

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QUADRO 1 - Principais agentes etiológicos da broncopneumonia em ruminantes......... 14

QUADRO 2 - Sistema de pontuação simplificado de doença respiratória para bezerros

pré-desmamados.................................................................................................................

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LISTA DE FIGURAS

Pág

FIGURA 1 - Bezerro em posição ortopnéica e dificuldade respiratória em decorrência

da broncopneumonia...........................................................................................................

18

FIGURA 2- Secreção nasal em bovino em decorrência de doença respiratória................ 18

FIGURA 3 - Edema pulmonar intenso com líquido espumoso e esbranquiçado no

interior da traquéia em bovino adulto.................................................................................

20

FIGURA 4 - Lobos pulmonares craniais intensamente vermelho-escuros, não

colapsados e firmes em bezerro com broncopneumonia purulenta....................................

20

FIGURA 5 - Radiografia de um ovino com broncopneumonia apresentando áreas

circulares radioluscentes em todo parênquima pulmonar...................................................

27

FIGURA 6 - Radiografia de um caprino diagnosticado com broncopneumonia

apresentando padrão pulmonar brônquico com espessamento da parede..........................

27

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LISTA DE TABELAS

Pág

TABELA 1 - Número de casos d e broncopneumonia em ruminantes divididos por

espécie, idade e período do ano, diagnosticados na CMGA do HV-UFCG no período de

janeiro de 2006 a dezembro de 2016.................................................................................

24

TABELA 2 - Sinais clínicos e suas porcentagens nos casos de broncopneumonia em

ruminantes diagnosticados na CMGA do HV-UFCG no período de janeiro de 2006 a

dezembro de 2016...............................................................................................................

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LISTA DE GRÁFICOS

Pág

GRÁFICO 1 - Achados Patológicos de ruminantes com broncopneumonia atendidos

no HV-UFCG no período de 2006 a 2016.........................................................................

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RESUMO

ROCHA, LAYSA MAYARA SOARES BRITO. Estudo retrospectivo dos casos de

broncopneumonia em ruminantes atendidos no HV-UFCG no período de 2006 a 2016.

Patos, UFCG. 2018. 36p. (Trabalho de conclusão de curso de Medicina Veterinária, Clínica

Médica de Grandes Animais).

As doenças respiratórias afetam praticamente todos os rebanhos de caprinos, ovinos e

bovinos no mundo, sendo responsável por enormes perdas econômicas. Devido a baixa

escassez de dados, o objetivo do presente trabalho foi identificar a prevalência de

broncopneumonia em ruminantes atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal

de Campina Grande, para determinar os principais fatores de risco, sinais clínicos, traçar o

perfil de diagnóstico e de tratamento que vem sendo adotado nesta instituição, assim como a

sua eficácia. Foi realizada uma pesquisa no banco de dados da Clínica Médica de Grandes

Animais e no Laboratório de Patologia Animal do Hospital Veterinário da Universidade

Federal de Campina Grande do ano de janeiro de 2006 a dezembro de 2016. A espécie caprina

foi a mais acometida com 16 casos (45,71%), seguido pelos ovinos com 10 casos (28,57%) e

bovinos com 9 casos (25,71%). O número de animais entre puberdade e adultos se sobressaiu

aos jovens, com 23 casos (65,71%) e o período chuvoso foi o que houve maior ocorrência da

enfermidade, com 23 casos (65,71%). Os sinais clínicos mais observados foram creptação

pulmonar, taquicardia, taquipneia, dispneia, secreção nasal e tosse. Das drogas utilizadas nos

tratamentos, o antibiótico que apresentou melhor eficiência foi a oxitetraciclina (50%) e

quanto aos anti-inflamatórios o melhor resultado foi dos tratamentos que utilizaram flunixin

meglumine (50%). Embora tenha tratamento, o mesmo é complicado e seu sucesso depende

de algumas variáveis como o tempo de infecção, agente etiológico e estado imunológico do

animal. Dos 35 casos de ruminantes com broncopneumonia apenas 14 (40%) conseguiram se

recuperar e receber alta. Dos 21 animais que foram a óbito, 17 foram encaminhados ao

Laboratório de Patologia Animal e as principais alterações encontradas foram consolidação

pulmonar, congestão, infiltrado inflamatório, abscessos, edema pulmonar e espessamento de

septos interalveolares. Instalações e medidas de manejo adequadas a cada espécie e a

identificação precoce de animais acometidos são formas de reduzir os casos de

broncopneumonia nos rebanho

Palavras-chave: Doença respiratória, dispneia mista, caprinos, nordeste.

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ABSTRACT

ROCHA, LAYSA MAYARA SOARES BRITO. Retrospective study of

bronchopneumonia in ruminants treated at HV-UFCG from 2006 to 2016. Patos, UFCG.

2018. 36p. (End-of-course work in Veterinary Medicine, Large Animals Medical Clinic).

Respiratory diseases affect practically all herds of goats, sheep and cattle in the

world, and are responsible for enormous economic losses. Due to low data scarcity, the

objective of the present study was to identify the prevalence of bronchopneumonia in

ruminants attended at the Veterinary Hospital of the Federal University of Campina Grande,

to determine the main risk factors, clinical signs, and the diagnostic and treatment profile

adopted by this institution, as well as its effectiveness. A research was carried out in the

database of the Great Animals Medical Clinic and the Animal Pathology Laboratory of the

Veterinary Hospital of the Federal University of Campina Grande from January 2006 to

December 2016. The caprine species was the most affected with 16 cases (45.71%), followed

by sheep with 10 cases (28.57%) and cattle with 9 cases (25.71%). The number of animals

between puberty and adults was higher in the young, with 23 cases (65.71%) and the rainy

season was the most frequent occurrence of the disease, with 23 cases (65.71%). The most

observed clinical signs were pulmonary crepitus, tachycardia, tachypnea, dyspnea, nasal

secretion and cough. Of the drugs used in the treatments, the antibiotic that showed the best

efficiency was oxytetracycline (50%) and for the anti-inflammatory drugs the best result was

the treatments that used flunixin meglumine (50%). Although it has treatment, it is

complicated and its success depends on some variables such as the time of infection, etiologic

agent and immune status of the animal. Of the 35 cases of ruminants with bronchopneumonia,

only 14 (40%) were able to recover and be discharged. Of the 21 animals that died, 17 were

referred to the Laboratory of Animal Pathology and the main alterations were pulmonary

consolidation, congestion, inflammatory infiltrate, abscesses, pulmonary edema and

thickening of interalveolar septa. Appropriate facilities and management measures for each

species and the early identification of affected animals are ways to reduce the cases of

bronchopneumonia in the herds.

Key words: Respiratory disease, mixed dyspnea, goats, northeast.

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1. INTRODUÇÃO

O rebanho brasileiro de bovinos, caprinos e ovinos tem aumentado a cada ano de forma

significativa. Segundo o IBGE (2016) no Brasil tinha 218,23 milhões de cabeças de bovinos,

18,43 milhões de cabeças de ovinos e 9,78 milhões de cabeças de caprinos.

Com a intensificação na pecuária aumenta-se também o número de doenças, já que muitas

propriedades não estão adequadas para determinada quantidade de animais, somados as

medidas inadequadas de manejo (COUTINHO, 2005; RIET-CORREA; SIMÕES;

AZEVEDO; 2013).

As doenças respiratórias são as principais responsáveis por grandes perdas econômicas,

sendo a broncopneumonia considerada a principal, segundo Rebhun (2000). Ela é

caracterizada pela inflamação de brônquios, bronquíolos, parênquima pulmonar e pleura

(RADOSTITS et al., 2002; GONÇALVES et al., 2001).

Os agentes envolvidos geralmente são vírus e bactérias que se aproveitam da queda das

defesas imunológicas para causarem a doença (HARTEL et al., 2004). Tem alta morbidade,

mortalidade e diminui significantemente a produção por comprometer a conversão alimentar,

a produção do animal, além de ocasionar vários óbitos. E adicionados o custo com

diagnóstico, tratamentos e mão-de-obra profissional, os prejuízo financeiros são enormes

(FARSHID et al., 2002; SNOWDER et al., 2006).

A intensificação na produção de animais, associado ao manejo inadequado, entrada de

animais oriundos de outros locais, participação em exposições, feiras e leilões, contribuem

para a disseminação da broncopneumonia nos rebanhos (COUTINHO, 2005). Nos

tratamentos realizados, geralmente se utilizam antibióticos e anti-inflamatórios, dentre outros

medicamentos, buscando o controle da doença e alívio dos sintomas (BATISTA et al., 2010).

Os gastos com tratamentos e perdas no rebanho dos Estados Unidos da América é de

aproximadamente 1 bilhão de dólares anualmente (USDA, 2011) e no Reino Unido 576

milhões de euros anualmente (NICHOLAS, 2004). Segundo Gonçalves et al. (2004), embora

se tenha o conhecimento da alta incidência de casos de doenças respiratórias no Brasil, ainda

não se tem dados sobre os custos com estas enfermidades.

Devido à baixa escassez de dados, este trabalho tem como objetivo fazer um

levantamento dos casos clínicos de broncopneumonia em ruminantes atendidos no Hospital

Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, para descrever os principais fatores

de risco, sinais clínicos e traçar o perfil de diagnóstico e de tratamento que vem sendo adotado

nesta instituição, assim como a sua eficácia.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Etiologia

As pneumonias em ruminantes são causadas por infecções bacterianas, virais, ou

mesmo a combinação de ambas, infecções fúngicas, parasitárias e também por agentes físicos

e químicos que predispõem a infecções secundárias (Quadro 1). Na maior parte dos casos, é

complicado estabelecer um diagnóstico etiológico definitivo para as afecções pulmonares

(COUTINHO, 2004), até porque, a pneumonia possui etiologia multifatorial e é necessário

um desequilíbrio na interação entre um ou mais fatores, em geral vírus e bactérias, o sistema

imune do hospedeiro e fatores de manejo, além dos ambientais (BOWLAND; SHEWEN,

2000). Porém, os processos inflamatórios e o comprometimento do parênquima pulmonar

ocorrem independentemente do agente causal em questão (DIRKSEN et al., 1993;

RADOSTITIS; BLOOD; GAY, 2002).

Vírus Bactérias Parasitas

Adenovírus*

Calicivírus

Coronavírus

Enterovírus

Herpesvírus bovino tipo 5

Herpesvírus ovino 2

Reovírus

Rinovírus*

Vírus da diarréia viral

bovina (VDVB)

Vírus sincicial respiratório

(VSR)*

Vírus da parainfluenza tipo 3

(PI-3)*

Actinomyces pyogenes*

Arcanobacterium pyogenes

Bacteróides spp

Chlamydia spp.*

Escherichia coli

Fusobacterium spp

Histophiis somni

Klebsiella sp

Mannheimia haemolytic*

Moraxella spp

Proteus sp

Pseudomonas aeruginosa

Salmonella spp

Staphylococcus spp

Streptococcus spp*

Mycoplasmas (M. bovis M. capricolum

M. ovipneumoniae)

Dictyocaulus

filaria

Dictyocaulus

viviparus

13

Fonte: Adaptado (RADOSTITS et al., 2002; RIET-CORREA, SIMÕES E AZEVEDO, 2013).

(*) Principais agentes de pequenos ruminantes.

Quadro 1: Principais agentes etiológicos da broncopneumonia em ruminantes

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A Pausterella multocida, Mannheimia haemolytica, Arcanobacterium pyogenes e

Mycoplasma spp. associadas a vírus são mundialmente conhecidos como os principais agentes

etiológicos causadores de afecções respiratórias em bovinos (VOGEL et al., 2001; ANGEN et

al., 2009; GRIFFIN et al., 2010), mas no Brasil os principais agentes isolados em bovinos são

as enterobactérias, Staphylococcus sp., Streptococcus sp., Pseudomonas aeruginosa (BENESI

et al., 2013; OLIVEIRA et al., 2016).

Em 2002 Cardoso et al. isolou Mannheimia haemolytica em surto ocorridos em

bovinos no estado de São Paulo. Esse agente também foi isolado em ovinos, em dois surtos

que ocorreram em Minas Gerais e Rio Grande do Sul (ARAÚJO; COSTA; ECCO, 2009;

FARIAS et al., 2013).

2.2 Patogenia

O trato respiratório é dividido em superior (narinas, cavidades nasais, faringe, laringe)

e inferior (traquéia, brônquios, bronquíolos, bronquíolos terminais, bronquíolos respiratórios,

ducto alveolar, saco alveolar e/ou alvéolos) (DYCE; SACK; WENSING, 2010).

A defesa do aparelho respiratório é feita pelas barreiras mecânicas e imunológicas. A

barreira mecânica é composta pelos cílios, muco e atos involuntários como tosse e espirros,

responsáveis pela filtração aerodinâmica e transporte mucociliar retirando esses patógenos do

aparelho respiratório além de conter imunoglobulinas, células inflamatórias e interferons que

auxiliam nessa primeira linha de defesa (CUNNINGHAM, 2008).

A defesa imunológica é composta pela imunidade inata (macrófagos, neutrófilos,

eosinófilos e basófilos), que age na primeira linha de defesa sendo imediata e não específica

fagocitando e destruindo os patógenos, e adquirida (linfócitos T e B), considerada a segunda

linha de defesa, age mais tardiamente, sendo específica e com memória imunológica

(TIZARD, 2009).

O último estágio de defesa é a formação de granulomas, todo o tecido acometido é

cercado e um processo fibrótico é ativado, formando o granuloma e tornando aquela parte do

órgão sem função (LOPES; NORONHA; MAFORT, 2010).

Quando há falha nas barreiras do trato respiratório, o patógeno invade esse ambiente e

altera a atividade mucociliar, tornando a secreção fluida indo em direção aos alvéolos, ou

viscoso permanecendo aderido nas mucosas, incapaz de ser eliminado (RADOSTITS et al.,

2002). Logo após a infecção a imunidade inata começa a agir aumentando o número de

neutrófilos e macrófagos no lavado traqueal. Mais tardiamente a imunidade adquirida é

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ativada, liberando linfócitos na circulação que se diferenciam em plasmócitos, destroem os

patógenos e produzem a memória imunológica (OLIVEIRA, 2005).

Como forma de intensificar a defesa do hospedeiro, as citocinas pró-inflamatórias

alteram o metabolismo, levando ao catabolismo de proteína muscular, aumento da síntese de

proteína pelo fígado e os nutrientes, endógenos e exógenos, são direcionados para produção

de energia, proliferação celular e substrato para mediadores da inflamação, provocando uma

diminuição de peso e músculo esquelético (TSUKANO et al., 2015).

Como na broncopneumonia os patógenos agem em associação, algum vírus, bactérias

e parasitas podem causar uma infecção primária, aumentando o estresse e diminuindo a

imunidade, tornando o ambiente favorável para algum outro patógeno entrar e se proliferar,

levando a inflamação de brônquios, bronquíolos, parênquima e pleura pulmonar

(RADOSTITS et al., 2002).

Dependendo do tipo de patógeno pode haver fibrina, necrose, granuloma, proliferação

de células alveolares e edema alveolar. Essas lesões diminuem as trocas gasosas, passagem de

ar, oxigenação e podem levar a um quadro de cianose e/ou acidose metabólica (RADOSTITS

et al., 2002).

2.3 Epidemiologia

A broncopneumonia hoje é considerada uma das principais enfermidades mundiais

que gera prejuízos aos produtores. Apresenta um alto índice de morbidade e mortalidade,

ocorrendo em surtos (RADAELLI et al., 2008). Acomete principalmente animais jovens,

com faixa etária mais acometida entre 6 meses e 2 anos (RADOSTITS et al., 2002), sendo

necessário múltiplos fatores associados, como patógeno, hospedeiro, ambiente e manejo para

que ocorra (COUTINHO, 2005).

A incidência de casos atendidos em Hospitais Veterinários da região Sul do Brasil

encontrando-se valores bastante variável, 3,4% (LUCENA et al., 2010); 2,94%

(TORTORELLI; MENDES; GREGORY, 2012) e 45,4% (BRASIL et al., 2013).

Dependendo do patógeno que acomete o animal, a doença pode desenvolver de forma

moderada ou grave, podendo ter uma boa resposta ao tratamento ou não (OLIVEIRA, 2005).

Nos fatores relacionados aos animais, temos nos casos dos bovinos a própria anatomia

e fisiologia que já favorece a infecção, porque eles apresentam vias aéreas estreitas, caixa

torácica muito rígida, pulmão compartimentalizado, diminuição progressiva do número de

células ciliadas e caliciformes, capacidade limitada de troca gasosa, menor quantidade de

macrófagos alveolares e maior atividade ventilatória basal (COUTINHO, 2005).

16

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Nos ruminantes em geral o principal fator de risco é a baixa imunidade passiva

colostral, que pode ser pela baixa ingestão de colostro, colostro de má qualidade ou não

ingestão de colostro (COUTINHO, 2005; RIET-CORREA; SIMÕES; AZEVEDO, 2013). Há

também a diminuição da quantidade de anticorpos colostrais nas vias aéreas no período de

duas semanas e quatro meses (GORDEN; PLUMMER, 2010).

Os fatores de risco quanto ao ambiente são: pouca ventilação, superlotação, elevadas

temperaturas e umidade no ambiente, lotes sem divisão entre animais por faixa etária, falta de

maternidade, falta de local para quarentena e não limpeza dos locais de confinamento

(COUTINHO, 2005).

Quanto ao manejo Arango, Guemes e Tavera (2009) abordam a mão de obra

desqualificada, falsa via, falhas de transferência de imunidade passiva, desmama, deficiências

nutricionais, mudanças alimentares sem o período de adaptação, cirurgias, fome, desidratação,

transporte, participação em feiras e leilões, mudanças repentinas de temperatura, ou seja,

qualquer manejo causador de estresse para o animal.

2.4 Sinais clínicos

Os sinais clínicos são utilizados para diagnóstico e como forma de determinar em qual

estágio se encontra a doença (GONÇALVES et al., 2011). No geral o animal apresenta apatia,

secreção ocular, descarga nasal serosa a mucopurulenta, febre (40 a 41°C), anorexia,

taquicardia, relutância ao exercício, aumento da intensidade dos ruídos respiratórios normais,

dispneia, gemidos expiratório, crepitação grossa, sibilo e tosse (RIET-CORREA; SIMÕES;

AZEVEDO, 2013; OLIVEIRA, 2005).

Nos casos de broncopneumonia moderada podem estar presentes ou ausentes a tosse,

corrimento nasal, reflexo de tosse, ruído traqueobrônquico, ruído broncobronquiolar,

inspiração interrompida, crepitação grossa, crepitação fina, odor expiratório pútrido, aumento

da frequência cardíaca, respiratória e temperatura retal (GONÇALVES et al, 2011).

Em casos de broncopneumonia grave estão presentes a dispneia mista, submacicez ou

macicez (som abafado), ruídos traqueobrônquicos e broncobronquiolar, área de silêncio,

crepitação grossa, roncos, sibilos e aumento da frequência respiratória. Podem está presentes

ou ausentes a tosse, corrimento nasal, reflexo de tosse, inspiração interrompida, crepitação

fina, odor expiratório pútrido, aumento da frequência cardíaca, aumento da temperatura retal,

frêmito traqueal, frêmito torácico e roce pleural (OLIVEIRA, 2005; GONÇALVES et al,

2011).

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2.5 Diagnóstico

O diagnóstico é feito através do exame físico minucioso, utilizando os métodos

semiológicos de observação, auscultação, percussão e olfação para avaliarmos os sinais

clínicos citados anteriormente (RIET-CORREA; SIMÕES; AZEVEDO, 2013). Love et al.

(2014) desenvolveu um sistema de pontuação simplificado para bezerros pré-desmamados

para identificar e classificar casos de pneumonia. Para cada sinal clínico é dado uma

pontuação (Quadro 2), se no final a pontuação for 5 ou maior que 5, podemos classificar o

caso como doença respiratória bovina.

SISTEMA DE PONTUAÇÃO RESPIRATÓRIA SIMPLIFICADO PARA DOENÇAS

RESPIRATÓRIA BOVINA TIPO 3

Sinal Clínico Escore normal Escore anormal (Qualquer severidade)

Descarga ocular 0 2

Descarga Nasal 0 4

Inclinação da cabeça 0 5

Tosse 0 (sem tosse) 2 (Tosse espontanea)

Respiração 0 (Normal) 2 (Respiração rápida ou difícil)

Temperatura 0 (< 39,2ºC) 2 (≥ 39,2ºC)

Fonte: Adaptado de Love et al., (2014).

Também se utiliza exames complementares como hemograma, cultura de material

colhido por swab e/ou lavado traqueobrônquico, radiografia, ultrassonografia, exame

18

Quadro 2: Sistema de pontuação simplificado de doença respiratória para bezerros pré-desmamados

Figura 1: Bezerro em posição ortopnéica e

dificuldade respiratória em decorrência da

broncopneumonia

Figura 2: Secreção nasal em bovino em

decorrência de doença respiratória

Fonte: BATISTA et al., 2010. Fonte: GOMES, 2016.

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9

parasitológico e necropsia para tentar determinar a gravidade da doença junto aos sinais

clínicos e se possível o principal agente causador (RADOSTITS et al., 2002).

No hemograma, mais especificamente no leucograma, pode ser observada leucocitose

por neutrofilia, linfopenia e eosinopenia, em casos agudos, ou leucocitose por linfocitose em

casos crônicos. A dosagem das proteínas plasmáticas e do fibrinogênio também são

indispensáveis para o diagnóstico devido aumentarem suas concentrações quando há processo

inflamatório no organismo (MURATA; SHIMADA; YOSHIKA, 2004; SILVA, 2006).

O uso de Swabs para avaliação microbiológica das vias aéreas anteriores é considerado

um exame auxiliar importante, sendo realizado após anti-sepsia com álcool-iodado 2% e

posterior coleta das secreções, com swabs protegidos por uma sonda-guia. Após realizado a

coleta o material é mantido sob refrigeração até seu processamento microbiológico

(COUTINHO et al., 2009).

O lavado traqueobrônquico é um exame complementar realizado para avaliar a região

traqueobrônquica microbiológico e citologicamente, podendo determinar a flora

microbiológica e intensidade do processo respiratório (MARCONDES; GONÇALVES,

2008). Para as avaliações é feito previa tricotomia, assepsia e posterior punção na traqueia, na

região do segundo anel traqueal, com uma agulha de pequeno calibre; pela agulha insere-se

um cateter até a bifurcação traqueal, instalando uma pequena quantidade de solução

fisiológica 0,9% e aspirando posteriormente. Os resultados tem sido satisfatórios, embora

alguns autores achem essa técnica invasiva (BENESI et al., 2012).

A radiografia e ultrassonografia são exames de imagem que ajudam a confirmar e

acompanhar a evolução num quadro de broncopneumonia, mas devido à grande sobreposição

de estruturas, a técnica é limitada ao tamanho dos animais. Na radiografia encontramos um

padrão pulmonar brônquico com espessamento da parede e alterações no formato dos

brônquios. Na ultrassonografia observamos alterações de ecogenicidade, com perda do padrão

normal de artefatos reverberação (SANTOS et al., 2012).

Exame parasitológico de fezes é importante para identificação microscópica de ovos e

larvas em casos de suspeita dictiocaulose (URQUHART et al, 1998). Considerado incomum

na região semiárida devido sua mínima ou nenhuma capacidade de sobrevivência em

ambientes de Clima tropical, inverno seco, com menos de 60 mm precipitação e verão

chuvoso (NETO; FONSECA, 2002).

Segundo Riet-Correa, Simões e Azevedo (2013) a necropsia uma ferramenta

importante para confirmação do diagnóstico e elucidar a causa da morte. As principais

alterações encontradas são: Pulmão vermelho, escuro, distendido, consolidado e coberto por

19

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10

fibrina nas porções ântero-ventrais, nas infecções bacterianas. Nas infecções virais observa-se

broncopneumonia severa difusa, com enfisema e edema, com presença de espuma nos

brônquios e traquéia.

2.6 Tratamento

O tratamento preconiza controlar a infecção, melhorar a passagem de ar nas vias

aéreas, preservar as trocas gasosas, não alterar a pressão intrapleural e manter o animal estável

(GONÇALVES, 2004). Segundo Coutinho (2004) mesmo o animal sendo considerado curado

sempre portará alguma deficiência pulmonar que comprometerá o seu desenvolvimento.

No inicio das infecções, mesmo antes do antibiograma, os antibióticos administrados

geralmente são de ação prolongada e preferencialmente de amplo espectro (COUTINHO,

2004). Os mais utilizados são: oxitetraciclina, penicilina G procaína, sulfa com trimetropim, e

florfenicol (RADOSTITS et al., 2002). Em casos confirmados de broncopneumonia causada

por M. haemolytica ou P. multocida os antibióticos que mostram melhores resultados são o

Ceftiofur e a Penicilina (PORTIS et al., 2012).

O uso de antiinflamatórios nesses casos é comum e busca reduzir a inflamação

pulmonar e febre quando presente, melhorando o quadro clínico do paciente, aumentando sua

disposição. Os AINE’s, como flunixin meglumine e corticóides, como a dexametasona, são os

mais utilizados. Além dos antiinflamatórios é indicado o uso de broncodilatadores e

mucolíticos para melhorar a mucocinese e reduzir a dificuldade respiratória, embora não

Figura 3: Edema pulmonar intenso em bovino

adulto, com líquido espumoso e esbranquiçado

no interior da traquéia.

Figura 4: Broncopneumonia purulenta em

bezerro. Lobos pulmonares craniais

intensamente vermelho-escuros, não colapsados

e firmes. .

Fonte: Martins et al., 2017 Fonte: Martins et al., 2017

20

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11

existam pesquisas que comprovem seus efeitos em ruminantes (RADOSTITS et al., 2002;

RIET-CORREA; SIMÕES; AZEVEDO, 2013).

A terapia suporte é primordial em qualquer patologia, nesse caso é necessária

reposição hidroeletrolítica, nutrição parenteral ou oral e oxigenioterapia em casos críticos. Os

doentes devem permanecer em local limpo, seco, arejado, confortável, com temperatura e

umidade adequadas, comida e água em abundância (RADOSTITS et al., 2002; OLIVEIRA,

2005).

2.7 Prevenção e Controle

Segundo Rebhun (2000); Radostits et al., (2002); Oliveira, (2005); Gorden; Plummer,

(2010), a prevenção é a melhor forma de controle e combate a doença e medidas sanitárias

devem ser adotadas para manter a saúde no rebanho, tais como:

Favorecer a ventilação, evitar umidade excessiva, correntes de ar e gases

tóxicos nas instalações;

Garantir higiene rigorosa do ambiente e pessoal;

Adequar as instalações a espécie e tipo de manejo;

Evitar superlotação e manipulação desnecessária dos animais;

Garantir administração de colostro de boa qualidade e quantidade para os

neonatos;

Fornecer boa alimentação ao rebanho, principalmente às fêmeas gestantes;

Local adequado para separar as fêmeas na hora do parto;

Separar os animais em pequenos grupos de acordo com a idade;

Realizar a cura do umbigo corretamente;

Combater sistematicamente as doenças intercorrentes;

Identificar e isolar precocemente os animais doentes dos demais e monitorar o

rebanho;

Induzir e melhorar a imunidade adquirida específica do rebanho contra os

principais agentes da pneumonia em bovinos.

21

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12

3. MATERIAL E MÉTODOS

Foi realizado um estudo retrospectivo do banco de dados do Hospital Veterinário da

Universidade Federal de Campina Grande e do livro de diagnóstico de ruminantes atendidos

na Clínica Médica de Grandes Animais, campus CSTR, Patos-PB no período de janeiro de

2006 a dezembro de 2016.

Através da análise do banco de dados foi estabelecido o número total de ruminantes

atendidos no Hospital Veterinário durante o período estabelecido, em seguida foi analisado o

livro de diagnóstico da Clínica Médica de Grandes Animais para determinar a prevalência de

broncopneumonia em ruminantes.

A partir desta identificação, foi possível colher dados espécie, queixa principal,

sistema de criação, sinais clínicos, exame radiográfico, tratamento e resolução clínica.

Dos animais encaminhados ao laboratório de patologia animal foi realizada a coleta de

dados das fichas arquivadas no setor, contendo os achados de necropsia ( lesões

macroscópicas e microscópicas).

22

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13

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo mostra que foram atendidos 2.780 ruminantes na Clínica Médica de Grandes

Animais no período de janeiro de 2006 a dezembro 2016, sendo 35 diagnosticados com

broncopneumonia, mostrando uma prevalência 1,26%.

Dos 35 casos 45,71% (16/35) são caprinos, 28,6% (10/35) ovinos e 25,71% (9/35)

bovinos. As principais queixas em todos os casos foram: Apetite caprichoso, secreção nasal e

tosse. Dos 35 casos, 60,0% (21/35) foi diagnosticado apenas como broncopneumonia e 40,0%

(14/35) broncopneumonia associado a outras enfermidades (eimeriose, laminite, toxemia da

prenhez, colibacilose e doença das mucosas (DM)).

A prevalência de broncopneumonia em caprinos, ovinos e bovinos (Tabela 1) foi

diferente quanto à faixa etária dos animais acometidos. Nos caprinos a maioria dos casos

(56,2%) foi em adultos entre dois e cinco anos, contradizendo Radostits et al., (2002),

Oliveira (2005) e Maciel, Ahid, Moreira (2006), que embora afirmem que a broncopneumonia

acometem todas as idades, eles declaram que os jovens são os mais acometidos. O estresse

causado por manejo inadequado condições ambientais desfavoráveis e doenças no rebanho,

como verminose, diminui a imunidade desses adultos tornando-os susceptíveis a essa

patologia (OLIVEIRA, 2005; RIET-CORREA; SIMÕES; AZEVEDO, 2013).

Dentre os ovinos e bovinos acometidos por broncopneumonia, a prevalência foi maior

em animais jovens, sendo 50% em ovinos de sete meses a um ano e 55% em bovinos a faixa

etária variou de bezerros neonatos a seis meses. Os animais jovens são frequentemente os

mais acometidos por doenças respiratórias em um rebanho, geralmente ocorrem até os dois

anos de vida, mas a maioria é até o desmame (CROWE, 2001; HARTEL et al., 2004). Um

dos principais fatores que confere esta maior susceptibilidade aos ruminantes nesta fase é a

falha de transferência de imunidade passiva através da colostragem inadequada (AMES;

BAKER; WIKSE, 2006).

O sistema imune do bezerro recém-nascido é considerado imaturo, uma vez que a

passagem de anticorpos maternos não ocorre pela placenta. Ao nascimento o bezerro é

considerado agamaglobulinêmico, por isso há necessidade da ingestão do colostro,

principalmente se a mãe for vacinada, pois transferirá anticorpos para o bezerro pelo colostro.

Os mecanismos de defesa específica vão sendo adquiridos ao longo dos primeiros meses de

vida pós nascimento (KOTERBA, 1993, apud BATISTA et al., 2010) e a maturidade

pulmonar plena do aparelho respiratório dos bovinos não acontecem antes de um ano de idade

(LEKEUX, 1994, Apud BATISTA et al., 2010). Em neonatos o sistema respiratório é afetado

23

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14

com grande frequência por agentes infecciosos, o que leva a prejuízos diretos de sua função

podendo ocasionar morte ou um retardo em seu desenvolvimento, algumas vezes irreversível

(RADOSTITS et al., 2002).

No período de chuva o número de caprinos e ovinos atendidos com broncopneumonia

foi de 75% e 70%, respectivamente. Essas espécies criadas no semiárido paraibano são

resistentes ao calor e sensíveis a baixas temperaturas e elevada umidade (SOUZA et al.,

2010). A criação desses pequenos ruminantes é geralmente rudimentar, sem instalações

adequadas, com coberturas que permitem muita entrada de ar, favorecendo a susceptibilidade

frente a mudanças climáticas (GUIMARÃES FILHO; SOARES; ARAÚJO, 2000). Embora o

número de caprinos acometidos no período de chuva seja maior do que de ovinos,

proporcionalmente não houve diferença. Os bovinos não apresentaram grande diferença

quando comparado o número de casos atendidos no período seco e período chuvoso, sendo

55% e 45% respectivamente. A maioria dos animais (60%) eram criados em sistema semi-

intensivo, favorecendo a superlotação, altas temperaturas, poeira, diminuição da ventilação e

umidade nas instalações por ficarem algumas horas em ambiente com dimensão inadequada

para receber ração concentrada, tornando o ambiente propício para o desenvolvimento de

broncopneumonia (RADOSTITS et al., 2002; ARANGO; TAVERA; GUEMES, 2009).

DADOS

ESPÉCIE

IDADE PERÍODO

0-6 (m) 7(m) -1(a) 2-5 (a) 6-10 (a) Seco Chuva

CAPRINO

(16)

4

3

8

1

4

12

OVINO

(10)

2

5

3

0

3

7

BOVINO

(9)

5

1

1

2

5

4

TOTAL

11

9

12

3

12

23

Tabela 1: Número de casos de broncopneumonia em ruminantes divididos por espécie, idade e

período do ano, diagnosticados na CMGA do HV-UFCG no período de janeiro de 2006 a dezembro

de 2016

24

21

m: Meses; a: Anos.

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15

De acordo com a Tabela 2 os principais sinais clínicos observados foram: Creptação

pulmonar grossa, taquicardia e taquipnéia, dispneia mista, secreção nasal seromucosa a

purulenta, hipertermia, tosse e mucosas congestas, semelhante aos descritos por Radostits et

al., (2002), Coutinho (2004), Oliveira (2005) e Riet-Correa, Simões, Azevedo (2013).

A crepitação pulmonar grossa caracteriza o aumento de líquido inflamatório no

parênquima pulmonar, causando dificuldade respiratória e consequentemente dispneia mista

em casos graves, aumento da frequência cardíaca e respiratória (GONÇALVES et al., 2001).

A hipertermia além de ser uma forma de compensação do organismo quando associado à

taquicardia e taquipneia ela é também uma forma de resposta à infecção. A tosse e secreção

nasal indicam comprometimento tanto das vias aéreas superiores como inferiores

(GONÇALVES et al., 2001; RADOSTITS et al., 2002). A maioria dos casos apresentavam

associação desses sinais clínicos, considerados assim como Broncopneumonia grave segundo

Gonçalves et al., (2001) diminuindo as chances de resposta ao tratamento.

SINAIS CLÍNICOS PORCENTAGEM (%)

Creptação pulmonar 71,42%

Grossa

68,57%

Fina

2,85%

Taquicardia

57,14%

Dispneia 54,27%

Mista

40%

Inspiratória

11,42%

Expiratória

2,85%

Secreção Nasal 45,7%

Serosa

8,57%

Seromucosa

11,42%

Mucosa

5,71%

Mucopurulenta

8,57%

Purulenta

11,42%

Tosse 42,85%

Improdutiva

25,71%

Produtiva

17,14%

Taquipneia 40%

Alteração na coloração de

mucosas

37,12%

Congestas

22,85%

Pálidas

11,42%

Cianóticas

2,85%

25

Tabela 2: Sinais clínicos e suas porcentagens nos casos de broncopneumonia em ruminantes

diagnosticados na CMGA do HV-UFCG no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016

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SINAIS CLÍNICOS PORCENTAGEM (%)

Hipertermia 31,42%

Decúbito 14,27%

Esternal

11,42%

Lateral

2,85%

Anorexia 5%

Posição ortopneica 2%

Grunhido respiratório 1%

Estertor úmido 1%

Hiperfonese 1%

Exames complementares geralmente são realizados após exame físico e nesses casos,

além do hemograma para saber informações sobre o estado geral do paciente, também foi

realizado a radiografia, muito importante para o clínico, principalmente nos casos de

pequenos ruminantes onde a sobreposição de estruturas é menor quando comparado aos

bovinos (SANTOS et al., 2012). Nesse levantamento a radiografia foi empregada em 3 casos,

sendo dois caprinos e um ovino, esse pequeno número de radiografias é devido a falta de

registro na ficha clínica, não representando verdadeiramente o número de radiografias

realizadas em ruminantes para diagnóstico de broncopneumonia na Clínica Médica de

Grandes Animais. Em bovinos essa técnica é pouco empregada devido a sobreposição de

estruturas nesses animais de grande porte. No ovino havia presença de abscessos em toda área

pulmonar, evidenciando um padrão intersticial nodular (Figura 5) e nos caprinos

evidenciavam-se o padrão pulmonar brônquico com espessamento da parede (Figura 6),

conforme descrito por Farrow CS, (2006) e Silva et al., (2014).

Tabela 2: Sinais clínicos e suas porcentagens nos casos de broncopneumonia em ruminantes

diagnosticados na CMGA do HV-UFCG no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016

26

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17

Dentre os 35 ruminantes diagnosticados com broncopneumonia havia o registro de

tratamento com a utilização de diversos antibióticos como Enrofloxacina (12/35),

Oxitetraciclina (4/35), Sulfaquinolona (4/35) e Ceftiofur (4/35), Amoxicilina (3/35), entre

outros. Os antibióticos que apresentaram os melhores resultados foram a oxitetraciclina

seguida pela enrofloxacina que apresentaram eficiência de 50% e 42%, respectivamente. A

antibioticoterapia foi instituída, em sua maioria, sem o respaldo do exame microbiológico e

antibiograma. Segundo Batista et al. (2010) os antibióticos de eleição para tratamento de

pneumonias são as Fluorquinolonas, as Penicilinas associadas com Estreptomicina e as

Tetraciclinas, devido à elevada distribuição que possuem nos tecidos inflamados onde

alcançam altas concentrações, acelerando a cura clínica do animal. Apesar da utilização

durante todo período de internamento destes animais, 60% (21/35) morreram. Devemos

lembrar que o tratamento com antibioticoterapia deve ser iniciado o mais rápido possível, pois

se as lesões se tornarem muito avançadas, os agentes antimicrobianos dificilmente alcançarão

as áreas de necrose e supuração e a resposta regenerativa não será capaz de devolver esse

tecido ao parênquima pulmonar normal (BATISTA et al., 2010). Os fatores que podem ter

contribuído para o insucesso terapêutico é a severidade e cronicidade do quadro clínico da

maioria dos ruminantes com broncopneumonia e a falta de identificação do (s) agente e

antibiograma para terapia específica, além da possibilidade de infecções mistas de

bactérias/vírus/fungos.

Figura 5: Radiografia de um ovino com

broncopneumonia apresentando áreas

circulares radioluscentes em todo

parênquima pulmonar (setas amarelas)

.

Fonte: Arquivo HV-UFCG

27

Figura 6: Radiografia de um caprino

diagnosticado com broncopneumonia

apresentando padrão pulmonar brônquico com

espessamento da parede (seta amarela).

Fonte: Arquivo HV-UFCG

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O uso de anti-inflamatórios, corticóides e/ou AINE’s, foi instituído em 54,25% dos

tratamentos e entre os mais utilizados temos a dexametasona (13/35) e o flunixin meglumine

(8/35). Nos casos em que foram utilizados a eficiência do flunixin meglumine foi 50% e a

dexametasona 31%.

Segundo Rebhun (2000) o tratamento de ruminantes acometidos por broncopneumonia

deve ser instituído com antibioticoterapia e associação de corticosteroide e antiinflamatórios

não esteroidais (AINES). O uso de AINES resulta na melhora dos sinais clínicos e na redução

da consolidação pulmonar (SMITH, 2006). Em uma pesquisa realizada em bezerros, utilizou-

se os antiinflamatórios não esteroidais por via intravenosa logo após o aparecimento dos

sinais clínicos e as lesões pulmonares, como a consolidação pulmonar, foram

consistentemente menos severas do que em animais não tratados, além de estabilizar os sinais

clínicos, pois em animais não tratados ocorreu o agravamento desses sinais (WALLAMECQ

et al., 2008).

Nos casos em levantamento, fez parte dos protocolos de tratamento secretolíticos

como iodeto de sódio (10/35) e bromexina (3/35), além de broncodilatadores como óleo

canforado (2/35) e clembuterol (2/35), porém os resultados quanto à recuperação e melhora

do estado clínico dos pacientes não foram favoráveis. Os secretolíticos demonstraram uma

eficiência de 46,2% e os broncodilatadores apenas 25%. A utilização de broncodilatadores e

secretolíticos é mencionada como parte do tratamento em ruminantes com broncopneumonia,

na tentativa de melhorar a atividade do aparelho mucociliar, auxiliar a depuração pulmonar e

aliviar a dificuldade respiratória (COUTINHO, 2005), entretanto, não existem pesquisas

demostrando a eficácia dos mesmos, em ruminantes.

Dos 35 casos, 14 animais (40%) receberam alta e 21 (60%) foram a óbito. Desses 21

ruminantes, 17 foram encaminhados ao setor de patologia animal do HV e somente 14 tinham

laudo. As principais alterações patológicas observadas foram consolidação pulmonar,

congestão pulmonar, presença de infiltrado inflamatório, principalmente neutrófila, abcessos,

edema pulmonar, espessamento dos septos interalveolares, necrose, fibrina e aderência pleural

(Gráfico 1), estando-se de acordo com Coutinho (2005), Gershwin (2007), Griffin et al.,

(2010) e Riet-Correa, Simões, Azevedo (2013).

A consolidação pulmonar é desencadeada pelo processo inflamatório estabelecido que

aumenta a presença de líquido seroproteináceo e infiltrado inflamatório no pulmão, com

consequente congestão e edema. Essa reação inflamatória desencadeia a exsudação de fibrina

que ocasiona as aderências, como também é quimiotáxica para neutrófilos. O aumento de

28

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19

pneumócitos tipo 2 e infiltração linfocitária estão presentes, estabelecendo o espessamento

dos septos interalveolares (COUTINHO, 2005; ARAÚJO, COSTA, ECCO, 2009).

A presença de abscessos foi observada em 6 casos, sendo que desses, 83% estava

presente em pequenos ruminantes. Geralmente a presença de abscessos em pequenos

ruminantes está relacionada à infecção por Corynebacterium pseudotuberculosis responsável

pela linfadenite caseosa (RIET-CORREA; SIMÕES; AZEVEDO, 2013). De acordo com a

literatura a presença de necrose varia de acordo com a cronicidade do caso e do agente

etiológico envolvido, sendo encontrado em casos como tuberculose e infecção pela M.

haemolytica (COUTINHO, 2005; ARAÚJO, COSTA, ECCO, 2009; GAETA, 2016).

29

Gráfico 1: Achados Patológicos de ruminantes com broncopneumonia atendidos no HV-

UFCG no período de 2006 a 2016

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20

5. CONCLUSÃO

Conclui-se que a broncopneumonia é uma doença respiratória grave com elevada taxa

de letalidade, que acomete tanto animais jovens quanto adultos, mas principalmente caprinos

e ovinos adultos, com maior incidência no período de chuva em nossa região.

O diagnóstico tem sido realizado na nossa instituição com base nos sinais clínicos e

achado de necropsia. Os principais sinais clínicos observados foram creptação pulmonar,

taquicardia, dispneia, secreção nasal, tosse e taquipneia.

Embora tenha apresentado tratamento complicado, as drogas que apresentaram os

melhores resultados foram oxitetraciclina e flunixin meglumine. O sucesso do tratamento

depende de variáveis como o tempo de infecção, o agente etiológico e o estado imunológico

do animal. Para tanto, sugere-se como incremento na melhoria do tratamento que vem sendo

instituído em ruminantes atendidos no HV/UFCG, a utilização do lavado traqueobrônquico

para identificação do agente etiológico e antibiograma.

Além de um tratamento eficaz para combater a doença já instalada, é importante

instituir medidas de manejo, instalações adequadas para cada espécie e alertar aos produtores

quanto à necessidade de urgência quanto à identificação de animais acometidos visando

reduzir os casos e prejuízos econômicos.

30

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21

REFERÊNCIAS

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Respiratórias de Bovinos, Ovinos e Caprinos). In: SMITH, B.P. Med. Int. Grand. Anim. 3º Ed. São

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y control. Vet. Méx., v. 40, n. 3, p. 293-314, 2009.

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