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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA CAMPUS POÇOS DE CALDAS MG ENGENHARIA QUÍMICA LARISSA PACHECO ANDRADE LUIZ AUGUSTO DA FONSECA CARVALHO USO DE OZÔNIO (O3) PARA REMOÇÃO DE METAIS PESADOS DE ÁGUAS DE DRENAGEM ÁCIDA DE MINA NA INB/CALDAS POÇOS DE CALDAS MG NOVEMBRO DE 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

CAMPUS POÇOS DE CALDAS – MG

ENGENHARIA QUÍMICA

LARISSA PACHECO ANDRADE

LUIZ AUGUSTO DA FONSECA CARVALHO

USO DE OZÔNIO (O3) PARA REMOÇÃO DE METAIS PESADOS DE ÁGUAS

DE DRENAGEM ÁCIDA DE MINA NA INB/CALDAS

POÇOS DE CALDAS – MG

NOVEMBRO DE 2014

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LARISSA PACHECO ANDRADE – 2010.1.36.089

LUIZ AUGUSTO DA FONSECA CARVALHO – 2009.2.36.044

USO DE OZÔNIO (O3) PARA REMOÇÃO DE METAIS PESADOS DE ÁGUAS

DE DRENAGEM ÁCIDA DE MINA NA INB/CALDAS

Trabalho apresentado como parte dos

requisitos de conclusão de Graduação no

curso de Engenharia Química da

Universidade Federal de Alfenas.

Orientador: Professor Dr Marlus Pinheiro

Rolemberg

.

POÇOS DE CALDAS – MG

NOVEMBRO DE 2014

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AGRADECIMENTOS

Para começar os agradecimentos, nada menos que Deus, Aquele que

possibilitou a chegada desses humildes estudantes ao final de mais uma etapa de vida,

das mais complicadas, dando sempre forças para aguentar firme e forte aos prazos de

entrega e a pressão de finais de semestres.

Agradecemos também aos nossos pais, que seguraram nossas alegrias e tristeza

e estiveram conosco em todos os momentos, contribuindo para nossa formação humana.

À INB, em especial para o Sr. Gustavo Ferrari Moraes, proporcionando

momentos agradáveis ao ensinar toda teoria envolvida no processo de retirada dos

metais das águas, além de técnicas de cada equipamento utilizado nesse relatório.

Ao Profº Drº Iraí Santos Júnior, pela competência de ensinar seus alunos tenho

com eles amizade e pela disposição em ser nossa banca de defesa. O mesmo cabe ao

Profº Drº Leandro Lodi, pelos momentos de disciplina em sala e o estímulo nos dados.

Por último, mas não menos importante, ao Profº Drº Marlus Pinheiro

Rolemberg que nos orientou com dedicação e generosidade, mostrando-nos paciência

em ensinar e nos dando apoio técnico nas revisões e sugestões oportunas.

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RESUMO

A Drenagem Ácida de Mina (DAM) é um dos grandes problemas enfrentados

na exploração de minas de urânio. O tratamento dessas águas residuais envolve longo

tempo e enormes gastos financeiros para a sua recuperação. Diversas abordagens para

este processo foram propostas nos últimos tempos e, dentre elas, um novo processo se

destacou devido ao baixo custo e alta eficiência: a remoção de metais por meio da

utilização de ozônio. O presente Trabalho de Conclusão de Curso traz um estudo em

escala piloto do uso deste processo visando a diminuição da concentração de metais

como ferro, manganês, cério, entre outros, nas águas residuais oriunda da Drenagem

Ácida de Mina. Foi avaliada a influência da vazão volumétrica de gás oxigênio no

processo de geração de ozônio e consequente impacto na remoção dos metais

contaminantes, sendo a vazão de 4 L.min-1, a que apresentou melhores resultados.

Palavras-Chaves: DAM. Manganês. Ozônio.

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SUMÁRIO

1. Introdução...............................................................................................................5

2. Objetivos................................................................................................................6

2.1. Objetivo Geral............................................................................................6

2.2. Objetivo Específico....................................................................................6

3. Revisão Bibliográfica.............................................................................................7

4. Materiais e Métodos.............................................................................................10

5. Resultados e Discussões.......................................................................................11

5.1. Retirada dos Metais..................................................................................13

5.2. Retirada de Manganês, Ferro e Cério.......................................................15

5.3. Ampliação dos tempos de retirada do Manganês.....................................19

5.4. Cálculo do Consumo de Ozônio..............................................................22

6. Conclusões...........................................................................................................22

7. Referências Bibliográficas...................................................................................22

Anexo...................................................................................................................28

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1. Introdução

Em busca de novas tecnologias para produção de energia limpa, o átomo de

urânio tornou-se atrativo e acredita-se que as primeiras usinas nucleares mundiais

entraram em funcionamento no ano de 1951 [SANCHES, 2011]. No Brasil, com o

projeto das Usina de Angra dos Reis, foi utilizado como fonte de urânio o minério

obtido na exploração de minas de diversos locais do país, dentre eles Minas Gerais. O

processo de extração de urânio em Minas Gerais, mais especificamente na Região de

Caldas, foi o primeiro a ser realizado no Brasil e em uma época em que a legislação

ambiental não era tão exigente. Após a paralisação do processo de exploração, foi

observado a geração de um passivo ambiental considerável, principalmente na região da

bacia do Rio das Antas. O acúmulo de águas residuais contaminadas por metais

pesados, oriundas dos montes de rejeito, conhecidos como bota-fora, através da

lixiviação por águas pluviais (Drenagem Ácida de Mina - DAM) são hoje o maior

problema da região. Além de contaminada com metais pesados, essas águas residuais

possuem pH ácido, pois são ricas em ácido sulfúrico devido ao processo de oxidação do

sulfeto metálico, presente nos montes de rejeito na forma de pirita. Devidos a essas

características (água ácida contaminada com metais pesados) essas águas residuais

precisam ser constantemente monitoradas e isoladas em reservatórios para serem

posteriormente tratadas, evitando a contaminação do solo e de outros mananciais de

água da região.

A INB é uma das responsáveis pelo monitoramento e tratamento de DAM

gerada pelos bota-foras da região. Um dos montes de rejeito mais importante é o Bota-

Fora 4, que contribui com uma elevada carga de efluentes ácidos na geração da DAM.

Um dos tratamentos convencionais de águas residuais é a adição de cal na

DAM, a qual irá elevar o pH, ocasionando a precipitação dos minérios. Toda água

praticamente neutralizada é descartada, restando apenas uma lama alcalina, o rejeito do

tratamento. O grande inconveniente deste processo reside justamente na elevada

quantidade de rejeito gerada (lama alcalina), que também deve ser estocada em local

específico. Devido a esse inconveniente, outros mecanismos vêm sendo estudados,

dentre eles a utilização de ozônio para remoção de metais de DAM, foco central deste

trabalho.

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2. Objetivos

2.1. Geral

Avaliar o uso de moléculas de ozônio na retirada dos metais da drenagem ácida

provindas de bota-foras da região da Bacia do Rio das Antas, estimando o consumo de

ozônio utilizado para a retirada do manganês no processo.

2.2. Específico

Para que se atingir o objetivo principal, os seguintes objetivos específicos são

almejados:

Avaliar métodos de pré-tratamento, se necessário, para retirada de objetos

sólidos das águas.

Estimar por meio de cálculos a quantidade em massa de ozônio utilizado

para a retirada de cada tipo de metal da água;

Estudar mecanismos de coleta de água para a análise em escala piloto.

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3. Revisão Bibliográfica

Com o aumento constante do processo de industrialização e desenvolvimento

tecnológico, aliada a necessidade de bem estar social e crescimento da economia, existe

a necessidade de se instaurar o conceito de eco desenvolvimento, procurando

conscientizar a população quanto ao uso adequado dos recursos naturais e a preservação

do meio ambiente. Dentro desse contexto, a preservação dos recursos hídricos ganha

destaque no cenário nacional e mundial [FAGUNDES, 2005].

Atualmente, devido ao consumo desregrado no passado, os recursos hídricos

hoje estão cada vez mais escassos, sendo este assunto foco de constante debate por parte

da população mundial. Leis ambientais foram criadas na tentativa de amenizar os

impactos causados ou mesmo encontrar uma maneira ideal de aprimoramento de

controle da qualidade dessas águas [FAGUNDES, 2005]. O processo de exploração de

urânio em minas, por exemplo, é uma das fontes de contaminação dos solos e recursos

hídricos por metais pesados. O Brasil possui hoje a sexta maior reserva geológica de

urânio do mundo [SILVA, 2011], com aproximadamente 309 mil toneladas na forma

U3O8, localizadas principalmente nos Estados da Bahia, Ceará, Paraná e Minas Gerais

[SILVA, 2011]. A maior parte é retirada em concentrados sob forma de diuranato de

amônio, (NH4)2U2O7, através da lavra e processamento físico-químico do minério de

urânio, e molibdênio [de cálcio] que é utilizado para fabricação de aços especiais

[NÓBREGA, 2007; SANTOS, 2010].

Em Minas Gerais o urânio foi extraído entre os anos 1982 e 1996

[FAGUNDES, 2005], quando então houve a paralisação definitiva da lavra e tratamento

de minério de urânio [NÓBREGA, 2007]. Na extração, foram utilizadas diversas

técnicas, sendo elas: mineração subterrânea, mineração a céu aberto, lixiviação in situ,

entre outras [SILVA, 2011] ocasionando a geração de diversos tipos de resíduos. Uma

das unidades da empresa INB (Indústrias Nucleares do Brasil), localizada na cidade de

Caldas, Minas Gerais, Campo do Cerrado, Planalto de Poços de Caldas, hoje é

responsável por recuperar águas contaminadas por metais pesados e efluentes ácidos

que foram depositados em reservas sem qualquer planejamento de selagem de base do

solo no processo de extração [NÓBREGA, 2007]. Os principais materiais que estão

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presentes nas águas nessas residuais são: manganês, ferro, cério, alumínio, sulfatos,

fluoreto, lantânio solúveis e mesmo o urânio [SANTOS, 2010].

A exploração das minas se deu a partir da década de 70, [FAGUNDES, 2005]

ano em que a procura pelo minério de urânio foi necessária para a geração de energia

nuclear a partir da Usina Nuclear de Angra dos Reis. Após a lavra, o restante dos

minerais foi descartado incorretamente em pilhas de resíduos no próprio solo, sendo tais

pilhas de rejeito conhecidas como bota-foras. Algumas condições climáticas, tais como:

chuva, umidade, ventos fortes, temperatura, entre outros; fizeram com que as águas

pluviais entrassem em contato com a pirita contida nos bota-fora, produzindo ácido

sulfúrico que lixiviou os íons metálicos contidos nestes bota-foras, infiltrando esses

resíduos no solo [FAGUNDES, 2005]. Devido a esse processo de lixiviação, essa água

ácida contaminada por metais pesados foram acumulando-se em bacias próximas, a qual

passaram a ficar extremamente ácidas, com pH próximo a 3,5 [SANTOS, 2010]. Tal

processo é conhecido por Drenagem Ácida de Mina (DAM) [NÓBREGA, 2007]. A

maior parte da DAM ocorre por oxidação natural dos sulfetos metálicos na água, com

presença de oxigênio [NÓBREGA, 2007] e bactéria Acidithio ferroxidans, gerando

ácido sulfúrico e íons metálicos [SANTOS, 2010].

A Bacia do Rio das Antas vem sendo estudada há anos, especialmente quanto

aos índices destes materiais poluentes provenientes da DAM. As águas dessa Bacia são

utilizadas para consumo, e possuem vida aquática em seu interior sendo, portanto, foco

de preocupação quanto a sua contaminação. A CNEN (Comissão Nacional de Energia

Nuclear) determinou que o monitoramento e o tratamento dessas águas deveriam ser

obrigatórios [FAGUNDES, 2005] e, assim, a INB – Caldas parou de tratar o urânio

coletado e desde então teve como foco principal o tratamento ativo da DAM

[NÓBREGA, 2007].

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Figura 1: Efluente ácido da cava da mina [SANTOS, 2010].

Uma das maneiras de tratamento da DAM é adicionar ao meio hidróxido de

cálcio (Ca(OH)2), conhecida comumente por cal hidratada, e tem por objetivo a

elevação do pH e a precipitação dos metais. Posteriormente, a água com pH elevado é

descartada e a lama alcalina, chamada de DUCA, fica retida em áreas específicas.

Outros materiais alcalinos que podem ser utilizados são: cal virgem (CaO), hidróxido de

sódio também conhecido por soda caústica (NaOH), barrilha (Na2CO3), calcário

(Ca2CO3) e amônia (NH3) [SANTOS, 2010]. A reação que envolve a precipitação é

[SANTOS, 2010]:

2𝑀𝑒𝑆(𝑠) + 72⁄ 𝑂2(𝑔) + 𝐻2𝑂(𝑙) ⇌ 2𝑀𝑒+

(𝑎𝑞) + 2𝑆𝑂42−

(𝑎𝑞) + 2𝐻+(𝑎𝑞), (1)

onde Me são os cátions metálicos. Depois do tratamento, o ácido é neutralizado e os

íons metálicos são precipitados na forma de hidróxido metálicos. O tratamento com cal

hidratada é eficiente, porém não é economicamente viável, já que exige um pH bastante

alto (acima de 10,5), e ainda gera muitos efluentes como o DUCA. Devido a esses

fatores, novos meios de tratamento estão sendo desenvolvidos, dentre eles destaca-se o

uso de ozônio na precipitação destes contaminantes.

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Figura 2: Formação da lama alcalina chamada de DUCA [SANTOS, 2010].

O ozônio O3 é uma molécula química pouco estável, mas que se encontra

facilmente na estratosfera do planeta. A mesma molécula pode ser produzida através de

mecanismos de descarga elétrica ou por radiação ultravioleta em moléculas de gás

oxigênio (O2) e é basicamente utilizada para tratamento em geral de águas, desinfecção

e oxidação de materiais inorgânicos. A reação que envolve as moléculas são:

3𝑂2(𝑔)⇌ 2𝑂3(𝑔). (2)

O tratamento é realizado pela da oxidação dos metais pesados com o ozônio, devido à

mudança de nox ou a ligação de oxigênio com os íons. Os íons oxidados tornam-se

insolúveis, mudando a coloração da água analisada, sendo esse um indicativo de que o

tratamento é eficiente.

Além disso, o tratamento é realizado em reator do tipo batelada, o qual é um

tanque com agitação mecânica operando com o carregamento da carga a reagir

(reagentes e inertes) e da retirada de carga reagida (produtos, reagentes não convertidos

e inertes) colocados e retirados de uma única vez. Esses reatores são utizados para uma

variedade de operações: dissolução de sólidos, mistura de produtos, reações químicas,

destilação em batelada, cristalização, extração líquido-líquido e polimerização; além de

constituírem por um agitador com sistema de aquecimento e resfriamento integrado

[ROSSI, s. d.].

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Apesar da oxidação de Mn2+ em meio ácido não ser espontânea, o potencial

eletroquímico da redução do ozônio é suficientemente elevado para que a precipitação

de MnO2 ocorra. Estão ilustradas as semirreações e a reação global, envolvidas na

precipitação [FOSSATTI et al, s.d.]:

O3 + 2H+ + 2e− ⇄ O2 + H2O (E0 = +2,076 V)

Mn2+ + 2H2O ⇄ MnO2 + 4H+ + 2e− (E0 = −1,224 V)

O3 + Mn2+ + H2O ⇄ O2 + MnO2 + 2H+ (∆E = +0,852 V) (3)

De maneira similar a oxidação de Fe2+ gera a espécie Fe3+, conforme as reações

[FOSSATTI et al, s.d.]:

O3 + 2H+ + 2e− ⇄ O2 + H2O (E0 = +2,076 V)

Fe2+ ⇄ Fe3+ + e− (E0 = −0,771 V)

O3 + 2Fe2+ + 2H+ ⇄ O2 + Fe3+ + 2H2O (∆E = +1,305 V) (4)

Devido ao potencial global da reação de oxidação de Fe2+ para Fe3+ ser maior

do que a oxidação de Mn2+ a MnO2 é esperado que a oxidação do ferro ocorra antes da

oxidação do manganês.

O íon Fe3+ é muito pouco solúvel em água e mesmo em pH ácido precipita na

forma de hidróxido férrico. A adição contínua de ozônio no meio em que o manganês

solúvel foi precipitado pode levar a formação do íon solúvel permanganato (MnO4-),

conforme reação a seguir [FOSSATTI et al, s.d.]:

O3 + 2H+ + 2e− ⇄ O2 + H2O (E0 = +2,07 V)

MnO2 + 2H2O ⇄ MnO4− + 4H+ + 3e− (E0 = −1,679 V)

3O3 + 2MnO2 + H2O ⇄ 3O2 + 2MnO4− + 2H+ (∆E = +0,397 V) (5)

Este íon possui uma coloração rosácea característica e é um indicativo de que a

remoção máxima de manganês já ocorreu. Qualquer adição extra de ozônio não só é

desnecessária como também é prejudicial ao objetivo de precipitação completa do

manganês solúvel.

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4. Materiais e Métodos

Para os testes, foram selecionadas amostras do ponto BNF (drenagem do Bota-

Fora 4, presente na INB). Utilizou-se 50 litros de água residual em cada teste, que foi

mantida em recirculação em um tanque plástico com o auxílio de uma bomba

centrífuga. Para a adição de ozônio um tubo Venturi foi posicionado de forma a

transferir o ozônio para a água. A montagem do sistema pode ser visualizada na Figura

(3).

Figura 3: Desenho esquemático do reator de fluxo com ozônio

O equipamento gerador de ozônio foi disponibilizado pela empresa

BrasilOzônio e tinha capacidade de produção de aproximadamente 9,8 g h-1 de ozônio e

concentração de aproximadamente 31 g m-3. O sistema utiliza ar atmosférico como

fonte de alimentação.

Todos os testes foram realizados nas dependências da INB/Caldas. Durante o

teste foram colhidas amostras de 50 mL para determinação da concentração de ferro,

manganês, urânio, alumínio, sulfato, fluoreto, cério e lantânio solúveis, sendo que estas

amostras foram retiradas nos tempos 0, 0.5, 1, 1.5, 2, 3, 5, 10, 15, 20 e 25 minutos. A

partir de 25 minutos observou-se uma coloração rosada na água, caracterizando a

presença de permanganato, o que indica que o manganês não estava mais sendo

oxidado. Após a coleta as amostras foram filtradas em membrana com porosidade de

0,45 μm, para remoção dos sólidos presentes e analisadas via ICP OES. A análise via

ICP OES [SAMPAIO, 2010] consiste em uma técnica espectrofotométrica baseada na

excitação do elétron da ultima camada, fazendo com que ele salte de camada, e em

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seguida na captura das linhas espectrais característica de cada elemento liberado através

da energia liberada pelo elétron ao voltar para sua camada original.

5. Resultados e Discussões

5.1. Retirada dos Metais

Após a realização de todos os testes, os resultados foram representados em

gráficos para melhor visualização do efeito do ozônio. Nos gráficos, considera-se a

concentração relativa à água bruta, onde 100% refere-se à concentração de cada

elemento antes do tratamento com ozônio. Este modo de representação foi adotado para

evitar problemas de escalas para comparação entre as medidas, visto que os valores de

concentração absoluta de cada metal estavam em ordem de grandeza distintas.

Inicialmente considerou-se o comportamento do urânio, sulfato, alumínio,

ferro, manganês, cério, lantânio e fluoreto na presença de ozônio e os resultados estão

apresentados nas Figura 4, 5 e 6, que representam as vazões de 3 𝐿𝑂2.min-1, 4 𝐿𝑂2

.min-1

e 5 𝐿𝑂2.min, respectivamente. Essas vazões são referentes a quantidade de gás oxigênio

alimentada no gerador de ozônio, sendo que a produção de ozônio está diretamente

relacionada com a vazão de gás oxigênio na alimentação e inversamente relacionada

com a concentração de ozônio, como mostra a Figura 16. Estas vazões foram escolhidas

com base em avaliações realizadas anteriormente, e que delimitavam a produção de

ozônio no concentrador de oxigênio (0 a 5 𝐿𝑂2.min-1). Os dados representados foram

gerados a partir da média dos três ensaios realizados para cada vazão de gás oxigênio na

alimentação do gerador de ozônio. No presente trabalho, foram analisados somente os

elementos considerados de interesse para a empresa.

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Figura 4: Comportamento de diversos elementos após tratamento com ozônio com

vazão de 3L/min de gás oxigênio.

Figura 5: Comportamento de diversos elementos após tratamento com ozônio com

vazão de 4L/min de gás oxigênio.

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Figura 6: Comportamento de diversos elementos após tratamento com ozônio com

vazão de 5L/min de gás oxigênio.

A partir das figuras é possível observar que o tratamento com ozônio durante

os testes foi eficiente apenas para cério, ferro e manganês.

Houve uma diminuição da concentração dos demais elementos, entretanto essa

diminuição, por ser muito pequena, pode não estar relacionada com a adição de ozônio

ao sistema, pois a sua concentração se mantém constante após uma queda no início dos

ensaios. Essa diminuição pode estar ocorrendo devido a coprecipitação destes elementos

junto ao ferro no início do processo.

Nota-se também que na Figura 6, por volta de 25 minutos, a concentração de

urânio atinge aproximadamente 10% acima da quantidade inicial, fato este que pode ser

justificado por algum erro analítico.

5.2. Retirada de Manganês, Ferro e Cério

O efeito do ozônio na precipitação do manganês, ferro e cério foi mais intenso,

sendo esses os elementos de interesse para remoção por esta técnica. Nas Figuras 7, 8 e

9 serão apresentados em detalhes o comportamento destes sistemas em relação as

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diferentes vazões de oxigênio (utilizada para produção de ozônio) empregadas no

processo.

Figura 7: Comportamento de Mn, Fe e Ce na presença de ozônio com vazão de

3L/min de gás oxigênio.

Figura 8: Comportamento de Mn, Fe e Ce na presença de ozônio com vazão de

4L/min de gás oxigênio.

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Figura 9: Comportamento de Mn, Fe e Ce na presença de ozônio com vazão de

5L/min de gás oxigênio.

A partir das Figuras 7, 8 e 9 é possível observar que o ozônio consegue

remover aproximadamente 75% da concentração inicial de ferro. Apesar de não

conseguir uma remoção tão significativa, como observado nos padrões dos demais

componentes, deve-se levar em consideração que a concentração inicial do ferro na

amostra bruta era de 0,52 mg.L-1, ou seja, uma concentração muito baixa. A

concentração final desse composto, após a adição de ozônio, é ainda menor e aproxima-

se do limite de detecção da técnica, o que mostra a eficácia da técnica empregada.

Observa-se também que o ferro é o primeiro a precipitar, seguindo do

manganês e cério. Isso é explicado pelo potencial de reação do ozônio com cada

elemento, ou seja, ∆𝐸𝑂3−𝐹𝑒 > ∆𝐸𝑂3−𝑀𝑛 > ∆𝐸𝑂3−𝐶𝑒. Também verifica-se que durante a

precipitação do ferro, ocorre a precipitação prévia do manganês e, após a estabilidade da

concentração de ferro na amostra, a precipitação do manganês é acelerada. O mesmo

comportamento é observado para o cério, visto que durante a remoção do manganês

solúvel, o cério decai lentamente e após a estabilidade do manganês no meio, a

concentração do cério decai rapidamente. Apesar de existir uma preferência de reação,

dada pelo potencial de reação com o ozônio, conforme explicado anteriormente, essa

separação “seletiva” ocorre devido a disponibilidade do elemento presente no meio.

Embora o ozônio reaja preferencialmente com o ferro, a diminuição da sua

concentração no meio faz com que o ozônio combine-se, posteriormente com o

manganês (o segundo maior potencial de reação dentre os três componentes). Após a

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diminuição da concentração do manganês no meio, o fator concentração irá, mais uma

vez, preponderar em relação ao potencial de reação, iniciando finalmente a precipitação

do cério.

Conforme especificado anteriormente, o presente trabalho adotou como critério

de parada, o ponto onde se inicia a solubilização do manganês que já havia precipitado,

ponto este indicado pela mudança de coloração da solução. Sendo assim, optou-se por

aprofundar o estudo para o processo de precipitação do manganês. As Figuras 10, 11 e

12 apresentadas foram elaboradas a partir de uma média de cada uma das três corridas

feita para cada vazão de gás oxigênio na alimentação do produtor de ozônio. Para esta

análise considerou-se dados absolutos de concentração, pois apenas o manganês será

analisado. A concentração inicial do manganês nas amostras foi de 71,4 mg.L-1.

Figura 10: Comportamento de Mn na presença de ozônio com vazão de 3L/min de

gás oxigênio.

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Figura 11: Comportamento de Mn na presença de ozônio com vazão de 4L/min de

gás oxigênio.

Figura 12: Comportamento de Mn na presença de ozônio com vazão de 5L/min de

gás oxigênio.

A linha horizontal de cor vermelha (1 mg.L-1 de manganês solúvel) representa

a concentração máxima de manganês permitida em efluentes para o descarte em corpos

hídricos (BRANDÃO, 1986).

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5.3. Ampliação dos tempos de retirada do Manganês

Para melhor visualização deste tempo requerido, foi realizada uma ampliação

das Figuras 10, 11 e 12 nas regiões próximas ao tempo ótimo, ou seja, o tempo

necessário para que a concentração de manganês solúvel se aproxime do limite

desejável. As Figuras 13, 14 e 15 apresentam os dados dos três ensaios com ênfase na

região próxima ao ponto de parada. Com base nestes gráficos será avaliado, de maneira

mais eficiente, o tempo gasto no tratamento das águas residuais (parâmetro fundamental

para estimarmos o consumo de ozônio).

Figura 13: Comportamento de Mn na presença de ozônio ao fim de cada teste com

vazão de 3L/min de gás oxigênio.

Observando a Figura 13, nota-se que houve um aumento na concentração de

manganês solúvel ao final do teste 2. Este evento é explicado pela reação entre o

manganês precipitado (MnO2) e o ozônio, ou seja, o manganês volta a solubilizar de

acordo com a Equação (6).

3O3 + 2MnO2 + H2O ⇄ 3O2 + 2MnO4− + 2H+ (∆E = +0,397 V) (6)

A partir do ∆E > 0, verifica-se uma reação espontânea, ou seja, é esperado que

após a estabilidade de manganês solúvel, ocorra uma solubilização do precipitado sem a

utilização de catalisador.

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24

Os testes 1 e 3 aparentemente não apresentaram tal solubilização, contrariando

o argumento anterior. Porém, essas amostras foram recolhidas com um intervalo de

tempo grande no fim do ensaio, ou seja, durante o período de amostragem pode ter

ocorrido uma queda na concentração de manganês solúvel, entre os tempos de 30 e 38

minutos, e que não foi detectada. Para otimizar o tratamento sugere-se diminuir o

intervalo de tempo de coleta de amostras. Para cálculo do consumo de ozônio

considerou-se 39 minutos de tratamento, pois, conforme observado na Figura 13,

obtém-se um valor satisfatório de concentração do manganês solúvel para descarte.

Figura 14: Comportamento de Mn na presença de ozônio ao fim de cada teste com

vazão de 4L/min de gás oxigênio.

Ao contrário da Figura 13, a Figura 14 apresenta um comportamento esperado,

pois ocorre uma queda da concentração de manganês solúvel e posterior aumento.

Dessa maneira para cálculo do consumo de ozônio considerou-se 30 minutos de

tratamento com vazão de 4 LO2.min-1

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25

Figura 15: Comportamento de Mn na presença de ozônio ao fim de cada teste com

vazão de 5L/min de gás oxigênio.

Assim como na Figura 13, a Figura 15 não apresentou comportamento

esperado, pois é possível que o tempo ideal de tratamento esteja entre 25 e 30 minutos.

Como não se tem este dado com precisão, considerou-se o ponto 32 minutos como

sendo o tempo de tratamento, já que nele a concentração de manganês é satisfatória.

5.4. Cálculo do Consumo de Ozônio

A partir da vazão de oxigênio na alimentação do gerador de ozônio e do gráfico

abaixo disponibilizado pelo fornecedor do gerador de ozônio, é possível encontrar a

produção de ozônio por tempo que será mandado para o reator em batelada. Sendo

assim, conhecendo o tempo de tratamento acha-se a produção de ozônio em massa que

será necessária para tratar a água com relação ao manganês.

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26

Figura 16: Produção de ozônio vs vazão de gás oxigênio na alimentação.

Utilizando-se o gráfico da Figura 16, determinou-se que a produção de ozônio

para cada vazão é de:

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜𝑉𝑎𝑧ã𝑜 3 = 8,27 𝑔𝑂3/ℎ𝑜𝑟𝑎,

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜𝑉𝑎𝑧ã𝑜 4 = 9,09 𝑔𝑂3/ℎ𝑜𝑟𝑎,

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜𝑉𝑎𝑧ã𝑜 5 = 9,91 𝑔𝑂3/ℎ𝑜𝑟𝑎.

Sabendo-se que para a primeira vazão o tempo gasta foi de 39 minutos, para a

segunda vazão, 30 minutos e para a terceira vazão, o tempo de tratamento foi de 32

minutos, determinou-se que a produção de ozônio em massa nas vazões de 3, 4 e 5

𝐿𝑂2.min-1 foram, respectivamente:

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜𝑉𝑎𝑧ã𝑜 3 = 5,37 𝑔𝑂3,

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜𝑉𝑎𝑧ã𝑜 4 = 4,54 𝑔𝑂3,

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜𝑉𝑎𝑧ã𝑜 5 = 5,28 𝑔𝑂3.

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Admitindo-se que concentração de manganês na água antes do tratamento é de

71,4 mg.L-1 e o volume tratado equivalente a 50 L, estima-se a massa de manganês

tratada a cada batelada pela equação (7):

𝑚 = 𝐶𝑖 ∗ 𝑉. (7)

Onde M é a massa de manganês antes do tratamento, Ci é a concentração

inicial de manganês antes do tratamento e V é o volume tratado. Dessa maneira, se

obtém a massa de manganês sendo equivalente a:

𝑚 = 3,57 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠.

Como já foi estimada a massa de ozônio necessária para tratá-la, foi possível

estimar a relação de massa de ozônio por massa manganês através da relação:

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 =Massa de Ozônio

Concentração de Mn x Volume tratado. (8)

Sendo assim, obtém um consumo de:

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑉𝑎𝑧ã𝑜 3 = 1,506 𝑔𝑂3/𝑔𝑀𝑛,

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑉𝑎𝑧ã𝑜 4 = 1,273 𝑔𝑂3/𝑔𝑀𝑛,

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑉𝑎𝑧ã𝑜 5 = 1,480 𝑔𝑂3/𝑔𝑀𝑛.

Este resultado pode ser comparado ao valor teórico, obtido pela estequiometria

da reação global de ozônio com manganês. Por essa relação é possível determinar que a

reação é 1 para 1 e portando precisa-se de:

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑇𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = 0,874𝑔𝑂3/𝑔𝑀𝑛.

Logo nota-se um excesso no processo que pode ser calculado pela relação:

𝐸𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 =𝐶𝑝𝑟á𝑡𝑖𝑐𝑜 − 𝐶𝑇𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜

𝐶𝑇𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜, (9)

onde Cprático é o consumo prático obtido no presente trabalho e Cteórico é o valor teórico

calculado pela estequiometria da reação.

O excesso para as vazões 3, 4 e 5 respectivamente são 72%, 45% e 69%. Estes

excessos são principalmente pela reação do ozônio com cério ou por simples perdas de

processo.

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6. Conclusões

Após a realização dos testes e análises, é possível afirmar que o ozônio se mostra

eficiente para remoção de ferro, manganês e cério da água de mina utilizando uma

vazão de 4 L.min-1 de gás oxigênio na alimentação do produtor de ozônio. Dessa forma,

obtém-se um consumo estimado de aproximadamente 1,3 𝑔𝑂3/𝑔𝑀𝑛 e uma perda de 45

%, sendo o menor consumo e menor perda dentre os ensaios realizados. Este resultado

difere o esperado, pois admite-se que quanto menor o volume de injeção de gás

oxigênio, mais eficiente será sua transformação em ozônio e dessa maneira, menor o

consumo. Para aperfeiçoar estes resultados sugere-se que seja diminuído o intervalo de

tempo para coleta de amostras a partir de 25 minutos de testes.

Com base nos resultados obtidos, foi possível estimar a massa de ozônio

necessária para remover manganês de água de mina e a verificar a eficiência do

tratamento de água de mina com a utilização de ozônio.

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7. Referências Bibliográficas

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EMBRAPA MEIO AMBIENTE. 1986. 26 p.

FAGUNDES, J. R. T.; Balanço hídrico do bota-fora BF4 da mina Osamu Utsumi,

INB, como resíduo para projetos de remediação de drenagem ácida. Ouro Preto,

MG. Universidade Federal de Ouro Preto. Dissertação de Mestrado da Escola de Minas.

Departamento Engenharia Civil. 2005. 148 p.

FOSSATTI, J. BIZANI, D. KAUTZMANN, R. M. SAMPAIO, C. H. Caracterização

Físico-Química e Comparativa de Drenagem Ácida (DAM) gerada em laboratório

e naturalmente formadas em áreas de mineração de carvão. Rio Grande do Sul.

[s.d.]. 9 p.

NÓBREGA, F. A.; Análise de Múltiplas Variáveis no Fechamento de Mina –

Estudo de Caso da Pilha de Estéril BF-4, Mina Osamu Utsumi, INB Caldas, Minas

Gerais. Ouro Preto, MG. Universidade Federal de Ouro Preto. Dissertação de Mestrado

da Escola de Minas. Departamento de Engenharia Mineral. 2007. 86 p.

ROSSI, D. Reator em batelada. Reator perfeitamente agitado. Reator Semi-

Batelada. Disponível em:

http://www.professordanielrossi.yolasite.com/resources/Tipos%20de%20Reatores%20e

%20Processos.pdf. Acesso em: 14/12/2014.

SAMPAIO, G. ICP-OES – Inductively Coupled Plasma-Optical Emission

Spectrometry. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Geociências.

Geoquímica Analítica. Campinas, SP. 2010. 36 slides.

SANCHES, A.; Riscos Alterados. São Paulo, SP. Publicado em revista: Núcleo da

Matéria. 2011. Nº 36. Ano VI. 13 p.

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30

SANTOS, E. A. dos; Recuperação de Urânio de Rejeito de Mina por Meio de

Lixiviação Alcalina. Belo Horizonte, MG. Centro de Desenvolvimento da Tecnologia

Nuclear. Programa de Pós- Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações,

Minerais e Materiais. 2010. 121 p.

SILVA, P. H. P.; Processo de Beneficiamento do Urânio Visando a Produção de

Energia Elétrica. Fortaleza, Ceará. Universidade Estadual do Ceará. Monografia de

Graduação do curso de Física. Centro de Ciência e Tecnologia. 2011. 84 p.

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Anexo

A seguir estão os dados obtidos para as triplicatas dos testes realizados.

Teste Vazão Tempo Al Mn Fe U S SO4 La

min mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L

BNF original 0 132,1 71,40 0,521 6,65 318,2 954,5 38

T1 V3 0,5 132,800 62,000 0,1171 6,35 276,6 829,7 33,94

T1 V3 1 129,4 60,9 0,1176 270,7 812,0 32,65

T1 V3 2 126,800 58,000 0,0991 6,15 266,9 800,6 33,21

T1 V3 3 128,800 55,000 0,1338 6,2 262 785,9 32,76

T1 V3 5 127,300 50,000 0,1071 6,19 265,4 796,1 32,38

T1 V3 10 127,000 38,220 0,0804 6,26 265,8 797,3 31,86

T1 V3 15 128,500 27,110 0,0999 6,22 265,8 797,3 31,92

T1 V3 20 130,700 16,950 0,0783 6,39 266 797,9 31,57

T1 V3 25 127,100 7,090 0,1205 6,15 260,7 782,0 30,81

T1 V3 30 128,100 1,040 0,0855 6,24 262,5 787,4 30,05

T1 V3 40 131,200 0,574 0,1138 6,36 267,1 801,2 30,16

T2 V3 0,5 129 64,8 0,1254 6,29 297,7 893,0 30,84

T2 V3 1 128,3 64,8 0,0761 6,37 302,1 906,2 30,78

T2 V3 2 129,9 62,1 0,1071 6,3 303,8 911,3 30,44

T2 V3 3 128 59,7 0,0843 6,36 301,2 903,5 30,49

T2 V3 5 127,2 53,3 0,0484 6,33 301,9 905,6 30,64

T2 V3 10 127,5 38,51 0,0897 6,28 302,3 906,8 30,36

T2 V3 15 129,7 27,77 0,0686 6,41 303,3 909,8 30,52

T2 V3 20 128,4 14,69 0,096 6,43 304,3 912,8 30,7

T2 V3 25 127,9 3,932 0,1596 6,31 308,3 924,8 30,11

T2 V3 30 128,8 0,2806 0,09 6,24 307,9 923,6 28,58

T2 V3 38 128 0,665 0,0373 6,31 307 920,9 28,22

T3 V3 0,5 127,7 66,4 0,0669 6,35 307,9 923,6 32,14

T3 V3 1 129,5 66,1 0,0969 6,29 317,2 951,5 32,1

T3 V3 2 127,7 63 0,0513 6,22 305,5 916,4 31,71

T3 V3 3 127,3 60,1 0,0647 6,38 316,9 950,6 31,94

T3 V3 5 130,8 54,2 0,0564 6,32 320,8 962,3 32,09

T3 V3 10 129,4 39,13 0,0723 6,3 321,2 963,5 31,67

T3 V3 15 129,4 25,07 0,0755 6,36 326,1 978,2 31,59

T3 V3 20 128,8 11,48 0,0552 6,23 318,9 956,6 31,37

T3 V3 25 126 1,394 0,1798 6,35 321,5 964,4 30,19

T3 V3 30 127,7 0,553 <0,03 6,32 320,3 960,8 28,6

T3 V3 39 128,500 59,700 0,1282 6,34 258,7 776,0 32,05

T1 V4 0,5 129,000 60,000 0,1125 6,39 263,7 791,0 32,63

T1 V4 1 129,400 58,000 0,0629 6,29 268,5 805,4 32,96

T1 V4 2 130,000 54,900 0,1161 6,22 269,4 808,1 32,74

T1 V4 3 127,200 50,300 0,0935 6,25 262,4 787,1 32,47

T1 V4 5 128,200 37,030 0,0595 6,17 258,9 776,6 32,39

T1 V4 10 126,900 27,560 0,1192 6,25 259,6 778,7 32,64

T1 V4 15 128,500 16,700 0,0817 6,18 261,6 784,7 32,08

T1 V4 20 127,500 6,670 0,0791 6,05 257,4 772,1 31,72

T1 V4 25 126,000 0,902 0,0398 6,07 254,6 763,7 29,78

T1 V4 30 127,800 1,100 0,112 6,04 255,2 765,5 29,08

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T1 V4 33 128,900 64,000 0,0865 6,32 258,4 775,1 32,13

T2 V4 0,5 129,100 63,600 0,1098 6,36 249,8 749,3 32,72

T2 V4 1 129,200 60,700 0,1031 6,36 247,2 741,5 32,55

T2 V4 2 128,400 58,400 0,0603 6,2 253,6 760,7 32,8

T2 V4 3 127,900 51,500 0,0867 6,37 247,9 743,6 33,04

T2 V4 5 128,800 38,360 0,088 6,28 248,3 744,8 33,05

T2 V4 10 124,500 25,980 0,1041 6,1 244,1 732,2 32,46

T2 V4 15 119,300 13,950 0,0641 5,82 234,7 704,0 31,03

T2 V4 20 120,900 2,685 0,0845 5,9 235,5 706,4 30,7

T2 V4 25 124,900 0,289 0,0686 5,87 239,3 717,8 29,92

T2 V4 30 118,600 0,953 0,0305 5,8 232,8 698,3 28,83

T2 V4 34 124,300 68,700 0,1739 6,74 274,9 824,6 30,92

Ce F Al Mn Fe U S SO4

mg/L mg/L % % % % % %

30,1 89,21 100 100 100 100 100 99,99681

25,83 87,52 100,529902 86,83473 22,47601 95,48872 86,92646 86,92369

25,33 85,33 97,9560939 85,29412 22,57198 0 85,07228 85,06957

25,3 85,69 95,987888 81,23249 19,02111 92,4812 83,87806 83,87539

25,03 84,43 97,5018925 77,03081 25,68138 93,23308 82,33815 82,33552

24,48 85,15 96,3663891 70,02801 20,55662 93,08271 83,40666 83,404

23,47 85,69 96,1392884 53,52941 15,43186 94,13534 83,53237 83,5297

22,76 86,05 97,2747918 37,96919 19,17466 93,53383 83,53237 83,5297

21,98 82,39 98,9401968 23,7395 15,02879 96,09023 83,59522 83,59256

20,17 85,88 96,2149886 9,929972 23,1286 92,4812 81,9296 81,92699

16,36 87,21 96,9719909 1,456583 16,41075 93,83459 82,49529 82,49265

2,243 91,11 99,318698 0,803922 21,84261 95,6391 83,94092 83,93824

23,84 83,47 97,653293 90,7563 24,0691 94,58647 93,55751 93,55453

23,7 85,69 97,1233914 90,7563 14,60653 95,78947 94,94029 94,93726

23,1 86,64 98,334595 86,97479 20,55662 94,73684 95,47454 95,4715

23,4 86,83 96,8962907 83,61345 16,18042 95,6391 94,65745 94,65443

22,49 86,26 96,2906889 74,64986 9,289827 95,18797 94,87744 94,87441

22,02 86,64 96,5177896 53,93557 17,21689 94,43609 95,00314 95,00011

21,96 85,32 98,1831945 38,89356 13,16699 96,39098 95,31741 95,31437

20,98 86,45 97,1990916 20,57423 18,4261 96,69173 95,63168 95,62863

18,5 85,13 96,8205905 5,507003 30,6334 94,88722 96,88875 96,88566

10,2 85,69 97,5018925 0,392997 17,27447 93,83459 96,76304 96,75995

2,015 84,58 96,8962907 0,931373 7,159309 94,88722 96,4802 96,47712

24,6 85,88 96,66919 92,9972 12,84069 95,48872 96,76304 96,75995

24,44 82,21 98,0317941 92,57703 18,59885 94,58647 99,68573 99,68255

23,81 83,11 96,66919 88,23529 9,846449 93,53383 96,0088 96,00574

23,75 81,67 96,3663891 84,17367 12,41843 95,93985 99,59145 99,58827

23,67 81,49 99,015897 75,91036 10,82534 95,03759 100,8171 100,8139

22,8 83,66 97,9560939 54,80392 13,87716 94,73684 100,9428 100,9396

22,03 83,29 97,9560939 35,11204 14,49136 95,6391 102,4827 102,4794

20,74 86,64 97,5018925 16,07843 10,59501 93,68421 100,22 100,2168

16,26 83,84 95,3822861 1,952381 34,51056 95,48872 101,0371 101,0339

1,853 79,20 96,66919 0,77451 #VALOR! 95,03759 100,66 100,6567

25,15 84,02 97,2747918 83,61345 24,60653 95,33835 81,30107 81,29847

25,01 97,653293 84,03361 21,59309 96,09023 82,87241 82,86976

24,62 97,9560939 81,23249 12,07294 94,58647 84,38089 84,3782

24,83 98,4102952 76,89076 22,28407 93,53383 84,66373 84,66103

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33

24,27 96,2906889 70,44818 17,94626 93,98496 82,46386 82,46123

23,5 97,0476911 51,86275 11,42035 92,78195 81,36392 81,36133

23,05 96,0635882 38,59944 22,87908 93,98496 81,58391 81,58131

22,03 97,2747918 23,38936 15,68138 92,93233 82,21245 82,20982

20,18 96,5177896 9,341737 15,18234 90,97744 80,89252 80,88994

15,97 95,3822861 1,263305 7,639155 91,2782 80,01257 80,01002

0,981 96,7448902 1,540616 21,49712 90,82707 80,20113 80,19857

25,19 97,5775927 89,63585 16,60269 95,03759 81,20679 81,2042

25,28 87,40 97,7289932 89,07563 21,07486 95,6391 78,50409 78,50158

25,2 85,51 97,8046934 85,01401 19,78887 95,6391 77,68699 77,68451

24,91 83,84 97,1990916 81,79272 11,5739 93,23308 79,6983 79,69576

24,68 84,21 96,8205905 72,12885 16,64107 95,78947 77,90698 77,90449

24,37 84,02 97,5018925 53,72549 16,8906 94,43609 78,03268 78,03019

23,19 88,36 94,2467827 36,38655 19,98081 91,72932 76,71276 76,71031

21,36 85,69 90,3103709 19,53782 12,30326 87,5188 73,75864 73,75629

18,82 86,26 91,5215746 3,760504 16,21881 88,7218 74,01006 74,00769

10,8 82,39 94,5495836 0,404902 13,16699 88,27068 75,20427 75,20187

1,715 81,49 89,7804693 1,334734 5,854127 87,21805 73,16153 73,1592

23,87 81,31 94,0953823 96,21849 33,37812 101,3534 86,39221 86,38945

La Ce F

% % %

100 100 99,99688

89,31579 85,81395 98,10846

85,92105 84,15282 95,64592

87,39474 84,05316 96,05201

86,21053 83,15615 94,6382

85,21053 81,3289 95,44352

83,84211 77,97342 96,05201

84 75,61462 96,45982

83,07895 73,02326 92,34991

81,07895 67,00997 96,269

79,07895 54,35216 97,75443

79,36842 7,451827 102,126

81,15789 79,20266 93,56996

81 78,73754 96,05865

80,10526 76,74419 97,11503

80,23684 77,74086 97,3277

80,63158 74,71761 96,69109

79,89474 73,15615 97,11503

80,31579 72,95681 95,63932

80,78947 69,701 96,90283

79,23684 61,46179 95,43034

75,21053 33,88704 96,05865

74,26316 6,694352 94,80614

84,57895 81,72757 96,269

84,47368 81,19601 92,14812

83,44737 79,10299 93,1615

84,05263 78,90365 91,54539

84,44737 78,63787 91,34535

83,34211 75,74751 93,77487

83,13158 73,18937 93,36551

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34 82,55263 68,90365 97,11503

79,44737 54,01993 93,98022

75,26316 6,156146 88,78436

84,34211 83,55482 94,18602

85,86842 83,0897 0

86,73684 81,79402 0

86,15789 82,49169 0

85,44737 80,63123 0

85,23684 78,07309 0

85,89474 76,57807 0

84,42105 73,18937 0

83,47368 67,04319 0

78,36842 53,05648 0

76,52632 3,259136 0

84,55263 83,68771 0

86,10526 83,98671 97,9685

85,65789 83,72093 95,84875

86,31579 82,75748 93,98022

86,94737 81,99336 94,39228

86,97368 80,96346 94,18602

85,42105 77,04319 99,04589

81,65789 70,96346 96,05865

80,78947 62,52492 96,69109

78,73684 35,8804 92,34991

75,86842 5,697674 91,34535

81,36842 79,30233 91,14576

Teste Vazão Tempo Al Mn Fe U S SO4 La

min mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L

T3 V4 0,5 126,200 68,800 0,1477 6,86 290,6 871,7 31,53

T3 V4 1 127,400 67,600 0,1067 6,85 292,5 877,4 30,93

T3 V4 2 126,000 63,200 0,1451 6,93 292,8 878,3 31,53

T3 V4 3 127,800 58,000 0,1593 6,97 298,5 895,4 31,41

T3 V4 5 128,100 40,780 0,1379 6,83 295,1 885,2 31,1

T3 V4 10 133,400 26,280 0,1236 7,01 307,2 921,5 32,26

T3 V4 15 127,700 11,210 0,1876 6,98 290,2 870,5 30,53

T3 V4 20 130,600 1,793 0,1992 8,74 297,1 891,2 28,5

T3 V4 25 132,700 2,196 0,0922 6,63 281,2 843,5 28,14

T3 V4 30 122,000 61,700 0,0882 5,99 238,9 716,6 30,61

T3 V4 33 122,600 60,500 0,0596 6,01 237,8 713,3 30,02

T1 V5 0,5 123,800 59,100 0,0952 5,91 238,1 714,2 29,14

T1 V5 1 125,300 56,400 0,0822 6,08 237,1 711,2 28,98

T1 V5 2 123,100 50,300 0,0775 5,97 237,4 712,1 28,55

T1 V5 3 122,500 37,650 0,0571 6 238,3 714,8 28,93

T1 V5 5 125,000 26,020 0,1069 5,97 237,6 712,7 28,96

T1 V5 10 125,900 14,160 0,0688 5,96 238,3 714,8 28,82

T1 V5 15 124,600 3,884 0,0591 6,01 237,3 711,8 28,2

T1 V5 20 123,900 0,265 0,133 1,544 236,5 709,4 24,7

T1 V5 25 122,000 1,359 0,0529 5,77 230,5 691,4 27,51

T1 V5 33 133,900 65,600 0,1415 6,69 302,8 908,3 31,51

T2 V5 0,5 122,400 59,400 0,1153 6,1 262,9 788,6 30,03

T2 V5 1 118,800 55,800 0,1561 5,78 248,6 745,7 30,08

T2 V5 2 122,600 54,800 0,1344 5,95 257,1 771,2 30,13

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35

T2 V5 3 121,000 49,440 0,1332 6,11 263,6 790,7 30,08

T2 V5 5 121,400 35,420 0,1091 5,95 251,5 754,4 29,77

T2 V5 10 126,600 24,340 0,1043 6,38 271,1 813,2 29,8

T2 V5 15 118,600 11,270 0,0469 5,75 250,1 750,2 29,87

T2 V5 20 132,300 2,021 0,1352 6,56 286,7 860,0 29,05

T2 V5 25 118,900 0,900 0,1299 5,52 225,2 675,5 27,71

T2 V5 29 121,500 0,987 0,1207 5,8 238 713,9 27,6

T3 V5 0,5 129,5 66 0,0698 6,42 274,2 822,5 31,41

T3 V5 1 128,2 64,4 0,094 6,4 278,2 834,5 31,25

T3 V5 2 128,7 61,6 0,055 6,28 277,1 831,2 31,37

T3 V5 3 129,8 60,7 0,0544 6,34 279,7 839,0 31,45

T3 V5 5 128,9 54 0,0658 6,38 285,7 857,0 31,13

T3 V5 10 130,1 43,93 0,0538 6,45 277,7 833,0 30,84

T3 V5 15 128 32,52 0,0835 6,42 284,7 854,0 29,94

T3 V5 20 129,8 20,99 0,049 6,28 285,4 856,1 30,04

T3 V5 25 127,1 11,98 0,1068 6,25 287,9 863,6 29,86

T3 V5 31 129,9 3,33 <0,03 6,34 292,8 878,3 29,88

T3 V5 33 129,3 0,527 0,0419 6,41 298,8 896,3 28,04

Ce F Al Mn Fe U S SO4

mg/L mg/L % % % % % %

24,06 95,5336866 96,35854 28,34933 103,1579 91,32621 91,3233

23,55 96,4420893 94,67787 20,47985 103,0075 91,92332 91,92039

23,73 95,3822861 88,51541 27,85029 104,2105 92,0176 92,01466

23,55 96,7448902 81,23249 30,57582 104,812 93,80893 93,80593

22,69 96,9719909 57,11485 26,46833 102,7068 92,74041 92,73746

22,45 100,984103 36,80672 23,72361 105,4135 96,54305 96,53997

20,5 96,66919 15,70028 36,00768 104,9624 91,2005 91,19759

16,01 98,8644966 2,511204 38,23417 131,4286 93,36895 93,36597

3,368 100,454201 3,07563 17,69674 99,69925 88,37209 88,36927

23,85 92,3542771 86,41457 16,92898 90,07519 75,07857 75,07617

23,19 92,8084784 84,73389 11,43954 90,37594 74,73287 74,73049

22,39 93,7168812 82,77311 18,27255 88,87218 74,82715 74,82476

21,94 94,8523846 78,9916 15,77735 91,42857 74,51288 74,51051

21,61 93,1869796 70,44818 14,87524 89,77444 74,60717 74,60478

21,19 92,7327782 52,73109 10,95969 90,22556 74,89001 74,88762

20,27 94,6252839 36,44258 20,51823 89,77444 74,67002 74,66764

19,51 95,3065859 19,83193 13,20537 89,62406 74,89001 74,88762

17,38 94,322483 5,439776 11,34357 90,37594 74,57574 74,57336

7,5 93,7925814 0,370588 25,52783 23,21805 74,32432 74,32195

4,545 92,3542771 1,903361 10,15355 86,76692 72,43872 72,43641

25,06 101,362604 91,87675 27,15931 100,6015 95,16028 95,15724

23,06 81,13 92,657078 83,19328 22,13052 91,72932 82,62099 82,61836

23,09 81,49 89,9318698 78,15126 29,96161 86,91729 78,12696 78,12447

22,69 90,51 92,8084784 76,7507 25,79655 89,47368 80,79824 80,79566

22,44 88,17 91,5972748 69,2437 25,56622 91,8797 82,84098 82,83834

21,6 87,97 91,9000757 49,60784 20,9405 89,47368 79,03834 79,03582

20,8 85,88 95,8364875 34,08964 20,01919 95,93985 85,19799 85,19527

19,94 86,07 89,7804693 15,78431 9,001919 86,46617 78,59837 78,59586

16,26 83,84 100,1514 2,830532 25,9501 98,64662 90,10057 90,09769

1,732 84,58 90,00757 1,260504 24,93282 83,00752 70,7731 70,77084

1,23 82,75 91,9757759 1,382353 23,16699 87,21805 74,79573 74,79334

24,21 83,29 98,0317941 92,43697 13,39731 96,54135 86,17222 86,16947

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24,07 81,13 97,0476911 90,19608 18,04223 96,2406 87,42929 87,4265

23,73 82,21 97,4261923 86,27451 10,55662 94,43609 87,0836 87,08082

23,74 81,13 98,2588948 85,01401 10,44146 95,33835 87,90069 87,89789

23,29 80,96 97,5775927 75,63025 12,62956 95,93985 89,7863 89,78343

22,28 79,73 98,4859955 61,52661 10,3263 96,99248 87,27216 87,26937

21,31 84,02 96,8962907 45,54622 16,02687 96,54135 89,47203 89,46917

20,66 84,58 98,2588948 29,39776 9,40499 94,43609 89,69202 89,68916

19,72 83,84 96,2149886 16,77871 20,49904 93,98496 90,47769 90,4748

17,77 80,08 98,334595 4,663866 #VALOR! 95,33835 92,0176 92,01466

1,755 83,66 97,8803936 0,738095 8,042226 96,39098 93,90321 93,90021

La Ce F

% % %

82,97368 79,93355 0

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82,97368 78,83721 0

82,65789 78,2392 0

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84,89474 74,58472 0

80,34211 68,10631 0

75 53,18937 0

74,05263 11,18937 0

80,55263 79,23588 0

79 77,04319 0

76,68421 74,38538 0

76,26316 72,89037 0

75,13158 71,79402 0

76,13158 70,39867 0

76,21053 67,34219 0

75,84211 64,81728 0

74,21053 57,74086 0

65 24,91694 0

72,39474 15,09967 0

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79,28947 75,38206 101,458

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79,05263 68,63787 94,80614

78,57895 65,51495 93,98022

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37 78,63158 59,03654 89,76075

73,78947 5,830565 93,77487