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Universidade Federal da Bahia UFBA Programa de Ps-Graduao em Ecologia e Biomonitoramento
Mestrado Profissional em Ecologia Aplicada Gesto Ambiental
SRGIO ROBERTO AMOEDO DA SILVA
MELIPONICULTURA: DEFINIES, CONTEXTO ATUAL, CONFLITOS E PROPOSTA DE REGULAMENTAO
Salvador
2017
SRGIO ROBERTO AMOEDO DA SILVA MELIPONICULTURA: DEFINIES, CONTEXTO ATUAL, CONFLITOS E
PROPOSTA DE REGULAMENTAO
Dissertao apresentada ao Mestrado
Profissional em Ecologia Aplicada
Gesto Ambiental do curso de Ps-
Graduao em Ecologia e
Biomonitoramento da Universidade
Federal da Bahia, como pr-requisito para
a obteno do ttulo de Mestre.
Orientadora: Prof. Dr. Blandina Felipe Viana
Salvador
2017
Ficha Catalogrfica
Fornecida pelo Sistema Universitrio de Bibliotecas da UFBA
Amoedo, Srgio MELIPONICULTURA: definies, contexto atual, conflitos e proposta de regulamentao/Srgio Amoedo. -- Salvador, 2017. 86 f. Orientadora: Prof. Dr. Blandina Viana. Dissertao (Mestrado - Programa de Ps-Graduao em Ecologia e Biomonitoramento) Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia, 2017. 1. Meliponicultura. 2. Instruo Normativa. 3. Regulamentao. I. Viana, Prof. Dr. Blandina. II. Ttulo.
SRGIO ROBERTO AMOEDO DA SILVA
MELIPONICULTURA: DEFINIES, CONTEXTO ATUAL, CONFLITOS
E PROPOSTA DE REGULAMENTAO
Dissertao apresentada como requisito para obteno do grau de Mestre em
Ecologia Aplicada Gesto Ambiental, da Universidade Federal da Bahia.
Salvador, 02 de outubro de 2017.
__________________________
Prof. Dr. Gilson C. de Carvalho
Coordenador do Curso
Banca Examinadora:
Blandina Felipe Viana - Orientadora ___________________________
Doutora em Ecologia pela Universidade de So Paulo-USP, Brasil.
Universidade Federal da Bahia
Carlos Alfredo Lopes de Carvalho _____________________________
Doutor em Entomologia pela Universidade de So Paulo-USP, Brasil.
Universidade Federal do Recncavo da Bahia
Tiago Jordo Porto ___________________________
Doutor em Ecologia pela Universidade Federal da Bahia, Brasil.
Especialista em Meio Ambiente da Secretaria do Meio Ambiente da Bahia - SEMA.
Membro Consultivo: Pedro Viana Filho _____________________________
Meliponicultor
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus pela inspirao, sabedoria e fora nas horas difceis;
A toda minha famlia, em especial minha esposa Elaine Amoedo, meus pais
Abelardo e Margarida e minhas irms Ktia e Jlia pela compreenso de minha
ausncia em alguns momentos;
Ao Inema pelo acesso minha participao no curso e oportunidade de
capacitao profissional. Sinceros agradecimentos a Diretora Geral Mrcia Telles,
a Diretora da DIFIM Lcia de Ftima e aos Coordenadores Arlene Lula e Miguel
Calmon pelo apoio e compreenso;
Aos colegas de trabalho Adelaido Pereira, Lucas Ventim, Ricardo Chaves, Floriano
Soto, Diogo Carib, Marcela Alves e Josemrio Martins pela colaborao e os
incentivos;
A todos os professores do mestrado profissional por compartilhar conhecimento e
contribuir por nossa formao;
A todos da banca pela disponibilidade e colaborao;
A professora Favzia e ao professor Carlos Alfredo pelas contribuies e presteza;
Aos meus queridos colegas do curso do mestrado profissional que sempre
estiveram juntos em todas as horas, compartilhando saberes, alegrias e ateno,
onde verdadeiras amizades foram construdas. Um agradecimento especial as
colegas: Patrcia Nunes, que dividiu comigo a busca do conhecimento da atividade
de meliponicultura durante a disciplina Resoluo de Problemas Ambientais; e a
Manuella Andrade, pela fora na elaborao da minha apresentao.
A todos os meus colegas do Labea que de uma forma ou outra contriburam com
palpites, ateno e conhecimento;
Por fim, um agradecimento muito, mais muito especial a minha orientadora
Blandina Viana. Uma pessoa fora do comum que, com toda sua pacincia,
dedicao e presteza me ajudou a galgar essa conquista.
Muito Obrigado!
SUMRIO
APRESENTAO ............................................................................ 7 RESUMO .......................................................................................... 10 ABSTRACT....................................................................................... 11 1 - JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS............................................... 12 2 - PROCEDIMENTOS METODOLGICOS.................................... 15 2.1 Levantamentos bibliogrficos ..................................................... 15
2.2 Visita a meliponrio, entrevista no estruturada e participaes
em eventos .......................................................................................
2.3 Elaborao do modelo tridico....................................................
15
16
3- ANLISE DAS RELAES ENTRE OS COMPONENTES DO MODELO...........................................................................................
19
a) Meliponicultor e Cientista ............................................................. 19
b) Agente Pblico e Cientista............................................................ 26
c) Agente Pblico e Meliponicultor.................................................... 29
d) Meliponicultor e Agricultor........................................................ 34
4 - RECOMENDAES PARA ORIENTAR A ELABORAO DE POLTICAS PBLICAS..............................................................
41
4.1 Cadastro, autorizao de manejo e licenciamento .....................
4.2 Aquisio, escolha e manejo das espcies ................................
4.3 Transporte/migrao.............................................. .....................
4.4 Fiscalizao e articulaes institucionais ...................................
5 - PROPOSTA DA INSTRUO NORMATIVA..............................
41
42
43
43
48
Captulo I - Das Disposies Gerais.................................................. 49
Captulo II - Do Cadastro e da Criao.............................................. 51
Captulo III - Das Autorizaes ......................................................... 53
Da Autorizao Prvia (AP)............................................................... 53
Da Autorizao de Instalao (AL).................................................... 53
Da Autorizao de Manejo (AM)........................................................ 54
Captulo IV - Da Licena Ambiental................................................... 55
Captulo V - Do Encerramento das Atividades.................................. 55
Captulo VI - Do Transporte............................................................... 55
Captulo VII - Das Atribuies............................................................ 56
Captulo VIII - Da Fiscalizao e das Penalidades............................ 59
Captulo IX - Das Disposies Finais................................................ 59
ANEXO I - Registro de ocorrncia das espcies de abelhas sem ferro manejadas no Estado da Bahia..............................................
61
ANEXO II - Especificao para as plaquetas de identificao das colmeias .....................................................................................
63
6 - PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO DAS PRXIMAS AES..............................................................................................
65
7 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS............................................ APNDICE A - Artigo de divulgao cientfica..................................
66
72
7
APRESENTAO
A criao de abelhas pode ser dividida em duas prticas distintas: a apicultura e a
meliponicultura (VILLAS-BOAS, 2005). A primeira destina-se ao manejo da espcie
de abelha social Apis mellifera Linnaeus 1758, que foi introduzida no Brasil e nas
Amricas pelos conquistadores e missionrios espanhis e portugueses ainda no
perodo colonial (BRAND, Apud MINUSSI, 2007). J a meliponicultura consiste na
criao de abelhas nativas sem ferro. Essa atividade muito antiga no pas,
praticada, principalmente, pelas comunidades tradicionais e agricultores familiares.
Nos ltimos 20 anos, essa atividade vem crescendo e ganhando a ateno de
pesquisadores, criadores e rgos de apoio s atividades de conservao e
agricultura.
Apesar da importncia das abelhas sem ferro, seja na polinizao das espcies de
plantas silvestres e cultivadas, ou na explorao dos seus produtos (p. ex. mel,
plen, prpolis), a legislao brasileira em vigor, considera a meliponicultura como
uma prtica que necessita ser licenciada por manejar espcies da fauna silvestre. A
criao em massa e transporte em grande escala de polinizadores manejados
podem representar riscos para a transmisso de patgenos e parasitas e aumentar
a probabilidade de seleo para mais patgenos virulentos, invases de espcies
exticas e extino de espcies de polinizadores nativos (IPBES, 2016).
No Brasil, os principais instrumentos legais, no mbito federal, que dispem sobre