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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE CINCIAS CONTBEIS
CURSO DE ESPECIALIZAO EM TCNICAS FAZENDRIAS
EDIVANI NOGUEIRA DE OLIVEIRA RIOS JOSEMIR NOGUEIRA DE OLIVEIRA
TEREZINHA IRACI NOGUEIRA DE OLIVEIRA O CONTROLE ADMINISTRATIVO DA LEGALIDADE NA INSCRIO DO CRDITO TRIBUTRIO EM DVIDA ATIVA
SALVADOR 2003/2004
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EDIVANI NOGUEIRA DE OLIVEIRA RIOS JOSEMIR NOGUEIRA DE OLIVEIRA
TEREZINHA IRACI NOGUEIRA DE OLIVEIRA
O CONTROLE ADMINISTRATIVO DA LEGALIDADE NA INSCRIO DO CRDITO TRIBUTRIO EM DVIDA ATIVA
Monografia apresentada ao Programa de Ps-Graduao da Faculdade de Cincias Contbeis da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial obteno do ttulo de Especialista em Tcnicas Fazendrias
Orientador: Prof. Joo Vicente Costa Neto
SALVADOR 2003/2004
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Universidade Federal da Bahia Reitor: Prof. Dr. Naomar Monteiro de Almeida Filho
Faculdade de Cincias Contbeis Diretor: Prof. Sudrio de Aguiar Cunha
Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia Secretrio: Albrico Machado Mascarenhas
Coordenador do curso de Especializao em Tcnicas Fazendrias
Prof. Joo Vicente Costa Neto
Ficha catalogrfica
RIOS, Edivani Nogueira de Oliveira; OLIVEIRA, Josemir Nogueira de;
OLIVEIRA, Terezinha Iraci Nogueira de. O controle administrativo da legalidade na inscrio do crdito tributrio
em Dvida Ativa / por Edivani Nogueira de Oliveira Rios, Josemir Nogueira de Oliveira e Terezinha Iraci Nogueira de Oliveira. 2004.
60 f. : il.
Monografia (especializao) Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Cincias Contbeis, 2004.
Orientao: Prof.: Joo Vicente Costa Neto.
1. Controle da legalidade - 2. Dvida Ativa - 3. Crdito Tributrio Modelo burocrtico. I. Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ-BA). II. Ttulo.
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EDIVANI NOGUEIRA DE OLIVEIRA RIOS
JOSEMIR NOGUEIRA DE OLIVEIRA TEREZINHA IRACI NOGUEIRA DE OLIVEIRA
O CONTROLE ADMINISTRATIVO DA LEGALIDADE NA INSCRIO DO CRDITO TRIBUTRIO EM DVIDA ATIVA
Esta monografia foi apresentada como trabalho de concluso do Curso de Especializao em Tcnicas Fazendrias pela Faculdade de Cincias Contbeis da Universidade Federal da Bahia, como turma fechada por contrato com a Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, obtendo a nota (mdia) de ____ (________), atribuda pela banca constituda pelo orientador e membros abaixo, julgada e aprovada para obteno do ttulo de Especialista em Tcnicas Fazendrias pela Universidade Federal da Bahia, em convnio com a Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia.
Salvador, Bahia, maro de 2004
Prof. Joo Vicente Costa Neto Coordenador do curso
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________ Prof.: Joo Vicente Costa Neto (UFBA/FCC)
Orientador
_____________________________________ Prof.: Joseilton Silveira da Rocha (UFBA/FCC)
_____________________________________ Prof.: Lus Paulo Guimares dos Santos (UFBA/FCC)
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Dedico este trabalho Administrao da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, aos contribuintes
e a todos aqueles que futuramente podero se beneficiar deste trabalho
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AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida.
Universidade Federal da Bahia e Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia por proporcionar o curso de ps-graduao em Tcnicas Fazendrias.
Ao Prof. Orientador e Coordenador do curso Joo Vicente Costa Neto, pela
orientao e acompanhamento competente e tico.
Aos nossos pais, esposos, filhos, colegas, amigos e professores, por nos darem as condies e incentivo necessrios para que conclussemos este curso.
Ao Prof. Jos Alexandre de Souza Menezes, Prof. Josefina Ruas, Prof. Telma
Almeida de Oliveira, pela colaborao.
A todos os servidores fazendrios que contriburam para a efetivao deste trabalho de pesquisa.
s demais pessoas que de uma forma ou de outra nos auxiliaram para que o xito
desta monografia se efetivasse.
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Quanto mais sei, mas sei que nada sei.
Scrates
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RESUMO RIOS, Edivani Nogueira de Oliveira; OLIVEIRA, Josemir Nogueira de; OLIVEIRA, Terezinha Iraci Nogueira de. O Controle Administrativo da Legalidade na Inscrio do Crdito Tributrio em Dvida Ativa. Salvador: 2004. 60 fl. Monografia: Especializao em Tcnicas Fazendrias - Programa de Ps-Graduao em Tcnicas Fazendrias. SEFAZ/UFBA. 2004. Esta pesquisa aborda a necessidade do controle administrativo da legalidade na inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, precisando sua extenso tanto para a administrao quanto para os contribuintes. Este controle deve ser feito sob dois aspectos: formal ou extrnseco e material ou substancial. Quanto ao aspecto formal so examinados os elementos formadores do ato e quanto ao aspecto material so examinados se os preceitos legais foram obedecidos. A pesquisa aprofunda as idias e torna mais explcito o significado do controle administrativo da legalidade, bem como descreve os principais passos do saneamento de um processo na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia para fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa. Foi feito um estudo de caso no sentido de buscar a confirmao da importncia desse controle da legalidade, baseado na teoria a respeito do tema. Um fator importante do resultado desta pesquisa foi a validao da hiptese de que imprescindvel, no momento presente, a manuteno do controle administrativo da legalidade nos processos da Secretaria da Fazenda, seja Denncia Espontnea, Notificao Fiscal ou Auto de Infrao, antes de envi-los para inscrio em Dvida Ativa. Recomenda-se que seja consultada esta monografia e seja divulgada esta necessidade para a Administrao. Palavras Chaves: 1. Controle da Legalidade. 2. Crdito Tributrio. 3. Dvida Ativa.
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ix
ABSTRACT RIOS, Edivani Nogueira de Oliveira; OLIVEIRA, Josemir Nogueira de; OLIVEIRA, Terezinha Iraci Nogueira de. The Administrative Control of the legality in the registration of the Tributary Credit on the Book Debit. 2004. 60 f. Monograph: "Specialization in Public Treasure's Techniques" - Post-Graduation Program in Public Treasure's Techniques. SEFAZ/UFBA. 2004. This research approach the administrative control necessity of the legality on the registration of the tributary credit in Book Debit, specifying it extension for both administration and tax-payers. This control has to be done under two aspects: formal or extrinsic and material or substantial. Respect to the formal aspect the act former elements are analyzed and respect to the material aspect it is examined if the legal precepts were attended. The research deeps the ideas and make more explicit the meaning of the legality's administrative control, as well as describes the main steps to depurate a process at the Public Treasure Department of the Bahia State for the registration of the tributary credit in Book Debit. A case study was done in the sense to look for the confirmation of the importance of this legality control, based in the theory about the mater. An important outcome's factor of this research was the hypothesis's validation about that, at the present moment, it is strongly necessary to keep the administrative control of the legality on the public treasure department's process, it be a Spontaneous Denounce, a Fiscal Notification, or an Infraction Act, previous to send them for registration on the Book Debit. It's recommended to consult this monograph and spread this necessity through all the administration. Key-Words: 1. Legality Control; 2. Tributary Credit; 3. Book Debit.
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SUMRIO
Fl
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS...................................................... xii
LISTA DE ILUSTRAES ......................................................................... xiii
LISTA DE TABELAS .................................................................................. xiv
1 INTRODUO ............................................................................ 15
1.1 Contexto ...................................................................................... 15
1.2 Problema ..................................................................................... 16
1.3 Hipteses .................................................................................... 16
1.4 Objetivos ..................................................................................... 17
1.4.1 Geral ........................................................................................... 17
1.4.2 Especficos .................................................................................. 17
1.5 Justificativa .................................................................................. 18
2 FUNDAMENTAO TERICA .................................................. 19
2.1 A Administrao Pblica ............................................................. 19
2.1.1 Princpios da Administrao Pblica .......................................... 19
2.1.2 Poderes Administrativos ............................................................. 20
2.2 Ato Administrativo ....................................................................... 21
2.2.1 Espcies de Ato Administrativo .................................................. 22
2.2.2 Atributos do Ato Administrativo .................................................. 22
2.3 Administrao Tributria ............................................................. 23
2.3.1 Fiscalizao ................................................................................ 23
2.3.2 Dvida Ativa ................................................................................. 23
2.3.3 Certido Negativa ....................................................................... 26
3 ORGANIZAO OBJETO DO ESTUDO DE CASO .................. 27
4 METODOLOGIA ......................................................................... 30
4.1 Objeto de Estudo ........................................................................ 30
4.2 Tipo de Pesquisa ........................................................................ 30
4.2.1 Quanto aos objetivos .................................................................. 30
4.2.2 Quanto ao procedimento adotado .............................................. 30
4.2.3 Quanto natureza ...................................................................... 31
-
xi
4.3 Coleta e Anlise dos Dados ........................................................ 31
4.4 Fases de Desenvolvimento da Pesquisa ................................... 32
5 RESULTADOS E DISCUSSO .................................................. 33
5.1 Controle Administrativo da Legalidade para fins de Inscrio do
Crdito Tributrio em Dvida Ativa na Secretaria da Fazenda do
Estado da Bahia...........................................................................
33
5.1.1 Tipos de processos sujeitos ao controle da legalidade para fins
de inscrio do Crdito Tributrio em Dvida Ativa .....................
34
5.1.2 Procedimentos do saneamento de um processo sujeito ao
controle da legalidade na Secretaria da Fazenda do Estado da
Bahia, para fins de inscrio em Dvida Ativa .............................
36
5.1.3 Detalhamento dos passos no saneamento de um processo
sujeito ao controle da legalidade .................................................
37
5.2 Levantamento Estatstico dos Processos Saneados para fins
de Inscrio do Crdito Tributrio em Dvida Ativa nos perodos
de 2002 e 2003 ...........................................................................
42
5.3 Apresentao dos resultados e anlise da pesquisa aplicada ... 45
5.4 Discusso .................................................................................... 54
6 CONCLUSO ............................................................................. 56
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................ 58
APNDICE .................................................................................. 59
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xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CF - Constituio Federal CONSEF - Conselho Estadual de Fazenda COTEB - Cdigo Tributrio do Estado da Bahia CTN - Cdigo Tributrio Nacional DA - Dvida Ativa DARC - Diretoria de Arrecadao, Crdito Tributrio e Controle GECOB - Gerncia de Cobrana do Crdito Tributrio ICMS - Imposto sobre Operaes Relativas Circulao de
Mercadorias e sobre Prestaes de Servios de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaes
IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veculos Automotores ITD - Imposto sobre Transmisso CAUSA MORTIS e doao
de quaisquer bens ou direitos
PAF - Processo Administrativo Fiscal PGE - Procuradoria Geral do Estado PROFIS - Procuradoria Fiscal RPAF - Regulamento do Processo Administrativo Fiscal SEFAZ-BA - Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia
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xiii
LISTA DE ILUSTRAES
fl - Figura 3.1 - Estrutura Organizacional da Secretaria da Fazenda do
Estado da Bahia SEFAZ/BA .................................................................. 28
- Figura 4.1 - Fases do Desenvolvimento da Pesquisa .............................. 32
- Grfico 5.1 - Processos saneados para fins de inscrio do crdito
tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2002 ...........................................
43
- Grfico 5.2 - Processos saneados para fins de inscrio do crdito
tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2003 ...........................................
44
- Grfico 5.3 - Conhecimento da existncia do controle administrativo da
legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na
Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia ..................................................
46
- Grfico 5.4 - Manuteno do controle administrativo da legalidade antes
da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa ..........................................
47
- Grfico 5.5 - A certeza e a liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em
Dvida Ativa, depende de um prvio controle administrativo da legalidade ...
48
- Grfico 5.6 - A presuno de legitimidade do lanamento torna
dispensvel o controle administrativo da legalidade antes da inscrio do
crdito tributrio em Dvida Ativa ...................................................................
49
- Grfico 5.7 - Evitar prejuzos para o Estado ................................................ 50
- Grfico 5.8 - Garantir a certeza e a liquidez do crdito tributrio .............. 51
- Grfico 5.9 - Garantir que o direito do contribuinte seja resguardado ......... 51
- Grfico 5.10 - Evitar execues judiciais nulas ........................................... 52
- Grfico 5.11 - Evitar cancelamento de inscries em Dvida Ativa ............. 53
-
xiv
LISTA DE TABELAS
fl Tabela 5.1 Tabela dos cdigos de dbitos ................................................. 38 Tabela 5.2 Processos saneados para fins de inscrio do crdito
tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2002 ...........................................
42
Tabela 5.3 Processos saneados para fins de inscrio do crdito
tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2003 ...........................................
44
Tabela 5.4 Conhecimento da existncia do controle administrativo da
legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na
Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia ..................................................
45
Tabela 5.5 Manuteno do controle administrativo da legalidade antes da
inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa ...............................................
46
Tabela 5.6 A certeza e a liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em
Dvida Ativa depende de um prvio controle administrativo da legalidade ...
47
Tabela 5.7 A presuno de legitimidade do lanamento torna dispensvel
o controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito
tributrio em Dvida Ativa ...............................................................................
48
Tabela 5.8 Graus de importncia atribudos aos critrios apontados como
necessrios ao controle administrativo da legalidade antes da inscrio do
crdito tributrio em Dvida Ativa .................................................................
49
Tabela 5.9 Evitar prejuzos para o Estado .................................................. 50
Tabela 5.10 Garantir a certeza e a liquidez do crdito tributrio .............. 50
Tabela 5.11 Garantir que o direito do contribuinte seja resguardado ......... 51
Tabela 5.12 Evitar execues judiciais nulas ............................................. 52
Tabela 5.13 Evitar cancelamento de inscries em Dvida Ativa ............... 52
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I. INTRODUO 1.1 Contexto
O controle administrativo da legalidade na inscrio do crdito tributrio
em Dvida Ativa compreende uma anlise sob dois aspectos: formal ou extrnseco e
material ou substancial. Quanto ao aspecto formal so examinados os elementos
formadores do ato, por exemplo, se os prazos legais foram cumpridos, se o sujeito
passivo foi devidamente cientificado. Com referncia ao aspecto material so
examinados se os preceitos legais foram obedecidos, como: a ocorrncia do fato
gerador, a determinao da base de clculo, a aplicao da alquota e da
penalidade.
Como dispe o Cdigo Tributrio Nacional (CTN), Lei n 5.172, de
25/10/66, em seu artigo 139: o crdito tributrio decorre da obrigao principal e
tem a mesma natureza desta. Para Baleeiro (2001, p. 771 e 777) [...] essa
obrigao consiste no dever jurdico de pagar tributo ou pena pecuniria e conclui
que [...] o Cdigo Tributrio Nacional reserva o nome de crdito tributrio ao direito
de crdito subjetivo pblico, que surge com a ocorrncia do fato jurdico, tornando-se
lquido, certo e exigvel por meio do ato de lanamento. A obrigao acima citada
o dbito para o sujeito passivo e o crdito para o sujeito ativo.
O lanamento tributrio, como ato administrativo, goza de presuno de
legitimidade. Por isso, algumas correntes vem o controle administrativo da
legalidade para inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa como uma formalidade
desnecessria j que o lanamento goza de liquidez e certeza.
O Decreto-Lei n 1471, de 03/02/67, em seu artigo 22, 1, determinava
expressamente que antes da autorizao da inscrio em Dvida Ativa fosse
efetuado um exame do aspecto formal do crdito tributrio.
1 Decreto-Lei n 147, de 03/02/67 que d nova lei orgnica Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (P.G.F.N.)
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16
Porm, com a edio da Lei n 6.830, de 22 de setembro de 1980, alm
da observncia do aspecto extrnseco ou formal do crdito tributrio, seu texto veio
determinar a obrigatoriedade de se observar, tambm, o aspecto material para
inscrio do crdito em Dvida Ativa. Mesmo depois da publicao da Lei n
6.830/80, com a clareza e literalidade do 3 de seu art. 2, existem tributaristas,
ainda hoje, que insistem em afirmar que o exame do rgo competente para
inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa deve se restringir apenas ao aspecto
formal do processo. Entretanto, se apenas este tipo de interpretao fosse
considerada, no seria possvel uma anlise relativa aos elementos substanciais do
crdito tributrio, ou em outras palavras no seria possvel o controle administrativo
da legalidade.
1.2 Problema
com base nesse contexto que surge o seguinte questionamento
norteador deste estudo: a presuno de legitimidade do lanamento torna
dispensvel o controle administrativo da legalidade, sob o aspecto material, na
inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa?
1.3 Hipteses
As hipteses que gerenciam o estudo so:
A certeza e a liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa
depende de um prvio controle administrativo da legalidade.
Sem o controle administrativo da legalidade no estariam resguardados
os direitos individuais nem estariam respeitados os princpios da legalidade e da
segurana jurdica.
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1.4 Objetivos
1.4.1 Geral
Demonstrar a importncia do controle administrativo da legalidade, sob o
aspecto material, para fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na
Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia.
1.4.2 Especficos
- Levantar fundamentos tericos sobre o controle administrativo da
legalidade e sobre a inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa.
Identificar a necessidade do controle administrativo da
legalidade, sob o aspecto material, na inscrio do crdito tributrio em
Dvida Ativa, precisando sua extenso tanto para a administrao quanto
para os contribuintes.
Tornar mais explcito e aprofundar as idias sobre o significado
do controle administrativo da legalidade para fins de inscrio do crdito
tributrio em Dvida Ativa.
Descrever os passos do saneamento de um Processo
Administrativo Fiscal - PAF na Fazenda Pblica do Estado da Bahia para
fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa.
- Levantar dados estatsticos dos processos saneados, para fins de
inscrio junto ao setor de Dvida Ativa da Secretaria da Fazenda do Estado da
Bahia.
- Caracterizar a organizao, objeto do Estudo de Caso: Secretaria da
Fazenda do Estado da Bahia.
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1.5 Justificativa
A Secretaria da Fazenda o rgo responsvel pela fiscalizao,
arrecadao, e administrao dos tributos estaduais, sendo, portanto responsvel
pelo lanamento e inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa. A inscrio do
crdito tributrio em Dvida Ativa se constitui no ato de controle administrativo da
legalidade, o qual deve ser exercido pelo rgo competente para apurar a liquidez e
certeza do crdito.
A Lei n 6.830, de 22 de setembro de 1980, qualifica a inscrio de
crditos da Fazenda Pblica em Dvida Ativa como "ato de controle administrativo da
legalidade". Alm disso, o crdito tributrio que ser inscrito em Dvida Ativa decorre
de um ato administrativo vinculado, o lanamento. Por isso, antes da inscrio torna-
se necessrio o controle administrativo da legalidade para se ter a certeza e a
liquidez do crdito, propiciando a eficcia executiva do ttulo produzido, evitando
prejuzos ao Estado, com execues fiscais nulas.
No exerccio do controle da legalidade podem ser detectados vrios erros
e/ou omisses na aplicao da Lei, tanto no aspecto formal quanto material, os
quais devem ser corrigidos antes da inscrio em Dvida Ativa. Esse controle visa,
no somente, resguardar os interesses da prpria Administrao Pblica, como
tambm, evitar que os contribuintes sejam prejudicados pela aplicao inadequada
da Lei.
Por tudo isso, o desenvolvimento de um estudo da importncia do
controle administrativo da legalidade, sob o aspecto material, para fins de inscrio
do crdito tributrio na Dvida Ativa, certamente contribuir para evitar execues
fiscais indevidas, desonerando o judicirio de causas temerrias, livrando a Fazenda
Pblica de condenao moral e patrimonial lesivas e, tambm, assegurando ao
contribuinte a certeza do quantum devido.
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II. FUNDAMENTAO TERICA 2.1 A Administrao Pblica
Conforme Meirelles (2001, p. 79) a Administrao Pblica a gesto de
bens e interesses qualificados da comunidade no mbito federal, estadual e
municipal, segundo os preceitos do Direito e da Moral, visando ao bem comum.
2.1.1 Princpios da Administrao Pblica
So doze os princpios bsicos da administrao pblica: Legalidade,
Moralidade, Impessoalidade ou Finalidade, Publicidade, Eficincia, Razoabilidade,
Proporcionalidade, Ampla Defesa, Contraditrio, Segurana Jurdica, Motivao e
Supremacia do Interesse Pblico. Os cinco primeiros esto expressos na
Constituio Federal de 1988, em seu art. 37, e os outros se encontram listados
juntos com os primeiros na Lei Federal n 9.7842, de 29/01/99.
Conceituando abaixo os princpios considerados mais importantes para o
presente estudo, temos: Legalidade, Moralidade, Impessoalidade ou Finalidade,
Publicidade, Eficincia e Segurana Jurdica.
Legalidade - de acordo com Meirelles (2001, p. 82) [...] a legalidade, como princpio de administrao ( CF, art. 37, caput ), significa que o administrador pblico, est em toda sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e s exigncias do bem comum, e dele no se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato invlido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso.
Moralidade - no a moralidade comum e sim a moralidade jurdica,
tem contedo jurdico a partir de regras e princpios da administrao. Tem a ver
com a tica profissional.
Impessoalidade ou Finalidade - o princpio que [...] impe ao
administrador pblico que s pratique o ato para o seu fim legal.3, de forma
2 Lei Federal n 9.784, que regula o processo administrativo no mbito da administrao pblica federal. 3 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 26 Ed. Rio de Janeiro: Malheiros Editores, 2001. p. 85.
-
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impessoal. A administrao no pode favorecer quem quer que seja, no pode
conceder privilgios ou benefcios a alguns.
Publicidade - dar conhecimento, a divulgao oficial do ato que se
exterioriza atravs do dirio oficial para que tenha incio os seus efeitos a
transparncia da coisa pblica.
Eficincia - este princpio foi introduzido na Constituio Federal
atravs da Emenda Constitucional n 19/98 e visa a reduo de custos do aparelho
estatal, a obteno de lucros e resultados positivos buscando afastar a burocracia
que emperra a mquina administrativa. O princpio da eficincia exige que a
atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeio e rendimento
funcional.4.
Segurana Jurdica - este princpio, segundo Meirelles (2001, p. 90) [...] entendido como o princpio da boa-f dos administrados. A ele est visceralmente ligada a exigncia de maior estabilidade das situaes jurdicas, mesmo daquelas que na origem apresentam vcios de legalidade. A segurana jurdica geralmente caracterizada como uma das vigas mestras do Estado de Direito.
2.1.2 - Poderes Administrativos
Os poderes administrativos nascem com a administrao e se
apresentam diversificados segundo as exigncias do servio pblico, o interesse da
coletividade e os objetivos a que se dirigem5.
Eles se classificam segundo a liberdade da Administrao para a prtica
de seus atos, em poder vinculado e poder discricionrio; de acordo com o grau
hierrquico e a capacidade de punir as pessoas vinculadas administrao pblica
em poder hierrquico e poder disciplinar; segundo sua finalidade normativa em
poder regulamentar e considerando seus objetivos de conteno dos direitos
individuais, em poder de polcia.
Destes poderes, o que se aplica ao tema a ser estudado o poder
vinculado, como ser conceituado a seguir:
4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 26 Ed. Rio de Janeiro: Malheiros Editores, 2001. p. 90 5 Idem p. 108
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21
Poder vinculado o poder cujo exerccio est sempre condicionado
norma legal, que estabelece tanto a competncia para a prtica do ato, como os
elementos e requisitos necessrios para sua formalizao. O agente pblico fica
inteiramente preso ao enunciado da lei.
Nessa categoria de atos administrativos a liberdade de ao do
administrador mnima, pois ter que se ater enumerao minuciosa do Direito
Positivo - a lei - para realiz-los eficazmente. No atendendo qualquer dado
expresso na lei, os atos sero nulos.
Conforme Meirelles (2001, p. 110) elementos vinculados sero sempre a
competncia, a finalidade e a forma, alm de outros que a norma legal indicar para a
consecuo do ato.
2.2 Ato Administrativo
" toda manifestao unilateral de vontade da Administrao Pblica que,
agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir,
modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigaes aos administrados ou a
si prpria"6.
Para a formao do ato administrativo so necessrios cinco requisitos:
competncia, finalidade, forma, motivo e objeto, tais componentes, pode-se dizer,
constituem a infra-estrutura do ato administrativo, [...], como mostra Meirelles (2001,
p. 142).
6 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 26 Ed. Rio de Janeiro: Malheiros Editores, 2001. p. 141.
-
22
2.2.1 Espcies de Ato Administrativo
Quanto ao contedo, o ato administrativo pode ser constitutivo, extintivo,
declaratrio, alienativo, modificativo ou abdicativo de direitos ou de situaes,
conforme Meirelles (2001, p. 164).
Dos atos administrativos citados sero conceituados apenas o ato
constitutivo e ato declaratrio por terem relao com o tema em estudo.
Ato constitutivo o ato que cria uma nova situao jurdica
individual para seus destinatrios, em relao Administrao7. Por exemplo:
licenas, nomeaes de funcionrios, sanes administrativas e outros que criam
direitos ou impem obrigaes aos particulares.
Ato declaratrio o que visa preservar os direitos, reconhecer
situaes preexistentes ou, mesmo, possibilitar seu exerccio8. Por exemplo:
apostila de ttulo de nomeaes, expedio de certides.
2.2.2 - Atributos do Ato Administrativo
So caractersticas que distinguem os atos administrativos dos atos
jurdicos privados:
Presuno de legitimidade - Em decorrncia do princpio da legalidade
da administrao, todo e qualquer ato administrativo nasce com a presuno de
legitimidade, [...] independente de norma legal que o estabelea, como cita
Meirelles (2001, p 150). Como conseqncia da presuno de legitimidade os atos
administrativos so:
- Auto-executveis, mesmo que haja vcio ou defeito que venha a invalid-
los;
- Transferncia do nus da prova de invalidade do ato administrativo para
quem a invoca (a prova sempre ficar a cargo do impugnante e o ato ter sempre
eficcia at prova em contrrio).
7 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 26 Ed. Rio de Janeiro: Malheiros Editores, 2001. p. 164 8 Idem
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Imperatividade o atributo do ato administrativo que impe a
coercibilidade para seu cumprimento ou execuo9. No depende da declarao de
validade ou invalidade e deve ser cumprido ou atendido enquanto no for retirado do
mundo jurdico.
Auto-executoriedade Consiste na possibilidade que certos atos
administrativos ensejam de imediata e direta execuo pela prpria administrao,
independentemente de ordem judicial10.
2.3 - Administrao Tributria
2.3.1 - Fiscalizao
O CTN dedica um captulo, composto dos artigos 194 a 200,
especialmente para as atividades da fiscalizao, fixando, ainda, os direitos e
deveres das autoridades administrativas no exerccio de suas funes. Art. 194. A legislao tributria, observado o disposto nesta Lei, regular, em carter geral, ou especificamente em funo da natureza do tributo de que se tratar, a competncia e os poderes das autoridades administrativas em matria de fiscalizao da sua aplicao.
2.3.2 - Dvida Ativa
A Lei n 6.830, de 22/09/1980, define a inscrio dos crditos da Fazenda
Pblica em Dvida Ativa como "ato de controle administrativo da legalidade". Art. 2. Constitui Dvida Ativa da Fazenda Pblica aquela definida como tributria ou no-tributria na Lei n 4.320, de 17 de maro de 1964, com as alteraes posteriores, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaborao e controle dos oramentos e balanos da Unio, dos Estados, dos Municpios e do Distrito Federal. [...] 3. A inscrio, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, ser feita pelo rgo competente para apurar a liquidez e certeza do crdito e suspender a prescrio, para todos os efeitos de direito, por 180 (cento e oitenta) dias ou at a distribuio da execuo fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.
9 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 26 Ed. Rio de Janeiro: Malheiros Editores, 2001. p. 152. 10 Idem p. 153
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24
O CTN que dispe sobre o Sistema Tributrio Nacional e institui Normas
Gerais de Direito Tributrio aplicveis Unio, Estados e Municpios, define, em seu
artigo 201, a Dvida Ativa Tributria: Art. 201. Constitui dvida ativa tributria a proveniente de crdito dessa natureza, regularmente inscrita na repartio administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por deciso final proferida em processo regular. Pargrafo nico. A fluncia de juros de mora no exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do crdito.
Constitudo o crdito, havendo discusso ou no na esfera administrativa,
este se torna definitivo. Logo aps, o sujeito passivo intimado a quitar o dbito.
Havendo inadimplncia, o crdito tributrio inscrito em Dvida Ativa e passa a
constituir Dvida Ativa Tributria ensejando a ao de execuo fiscal, pois a
certido de Dvida Ativa ttulo executivo extrajudicial.
Vale lembrar que Dvida Ativa Tributria a proveniente de tributos e seus
acrscimos, ou seja, o tributo mais correo monetria, juros de mora e as multas,
desde que regularmente inscrita.
A inscrio goza de presuno de certeza e liquidez do crdito tributrio
(a certeza do direito do credor e a liquidez do quantum devido), como reza o
CTN, em seu art. 204: Art. 204. A dvida regularmente inscrita goza de presuno de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pr-constituda. Pargrafo nico. A presuno a que se refere este artigo relativa e pode ser ilidida por prova inequvoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.
H neste caso a inverso do nus da prova. "[...] Cabe ao devedor a
prova inequvoca da sua iliquidez, incerteza ou inexigibilidade [...] como mostra
Coelho (1999, p. 776).
O controle administrativo da legalidade um ato de inteligncia onde
examinado se a constituio do crdito tributrio atende a todos os pressupostos
legais e aos requisitos intrnsecos e extrnsecos para a validade e eficcia do ttulo
executivo a ser formado. Cita Nogueira (1981, p. 5) que a Lei n 6.830/80
determinou que a inscrio se constitui no ato de controle administrativo da
legalidade, sem qualquer restrio. Desse modo dever da Administrao controlar
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25
os aspectos extrnsecos e intrnsecos dos crditos a serem inscritos em Dvida
Ativa.
Esse controle , pois, mais uma garantia para o devedor, que ter sua
relao jurdica obrigacional examinada e apurada por autoridade competente.
Os objetivos no seriam alcanados se a inscrio se restringisse s
superficialidades, deixando a correo do ato administrativo a cargo do judicirio,
trazendo prejuzos patrimoniais tanto para a administrao quanto para o particular.
O controle da legalidade da inscrio na Dvida Ativa, institudo pela Lei
n 6.830/80, do tipo no hierrquico, tcnico e indireto11.
No hierrquico, pois no exercido por rgos superiores sobre rgos
inferiores; tcnico por ser exercido por rgos especializados e indireto quanto
eficcia, pois no ataca diretamente os atos sob controle - anulao, revogao ou
modificao dos atos controlados.
No Estado da Bahia cabe ao rgo da Secretaria da Fazenda,
encarregado da Dvida Ativa, autorizado por meio de Representao Procuradoria
Geral do Estado/Procuradoria Fiscal - PGE/PROFIS, cancelar ou no efetivar a
inscrio do crdito tributrio se houver comprovao de pagamento antes da
lavratura do processo ou superposio de valores j pagos ou autuados. E,
verificando a existncia de vcio insanvel ou ilegalidade flagrante, sugerir
PGE/PROFIS, representao ao rgo julgador, tambm da Secretaria da Fazenda
(Conselho de Fazenda Estadual - CONSEF) para que este invalide ou convalide o
crdito tributrio, obedecendo ao que determina o artigo 119 e seus pargrafos, da
Lei n 3.956, de 11/12/81 (Cdigo Tributrio do Estado da Bahia - COTEB), abaixo
transcrito: Art. 119. A Fazenda Estadual, atravs do rgo competente, cancelar ou no efetivar a inscrio de crdito tributrio em Dvida Ativa, mediante despacho fundamentado, nos seguintes casos: I - comprovao do pagamento antes da lavratura do auto de infrao ou da notificao fiscal;
11 NOGUEIRA, Johnson Barbosa. O controle da legalidade da inscrio em dvida ativa tributria. Tese aprovada pelo VI congresso nacional de administrao. Paran: 1981. p. 6.
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26
II - existncia de vcio insanvel ou de ilegalidade flagrante; III - superposio de valores j pagos ou reclamados mediante lavratura de auto de infrao ou de notificao fiscal. 1 Na hiptese do inciso II, a Procuradoria Fiscal (PROFIS), rgo da Procuradoria Geral do Estado, representar ao Conselho de Fazenda Estadual (CONSEF), no prazo de 5 (cinco) dias, para apreciao do fato. 2 O CONSEF far o julgamento do lanamento independentemente da ouvida do sujeito passivo revel, a menos que se trate de caso em que se questione a falta ou vcio da cincia ao sujeito passivo ou cerceamento de defesa. 3 Aps apreciao, pelo CONSEF, da representao de que cuida o 1 deste artigo, qualquer que seja a sua deciso, esgota-se a instncia administrativa. 4 Nas hipteses dos incisos I e III, a DARC representar PGE, que autorizar, se for o caso, o cancelamento ou no efetivao da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa e a extino do dbito do contribuinte.
2.3.3 - Certido Negativa
A Constituio Federal, em seu artigo 5, inciso XXXIV, alnea b,
assegura a todos, independente de pagamento de taxas, a obteno de certides
para defesa de direitos, Certido Negativa, e esclarecimento de situaes de
interesse pessoal.
O artigo 205 do CTN regula a expedio da Certido Negativa. Art. 205. A lei poder exigir que a prova de quitao de determinado tributo, quando exigvel, seja feita por certido negativa, expedida vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informaes necessrias identificao de sua pessoa, domiclio fiscal e ramo de negcio ou atividade e indique o perodo a que se refere o pedido. Pargrafo nico. A certido negativa ser sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e ser fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartio.
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III - ORGANIZAO OBJETO DO ESTUDO DE CASO O Estudo de Caso foi realizado na Secretaria da Fazenda do Estado da
Bahia - SEFAZ, que, de acordo com o seu Regimento, foi criada em 16 de agosto de
1895, transformada pelo Decreto-Lei n 11.889, de 30 de abril de 1941, e
reorganizada pelas Leis n 6.074, de 22 de maio de 1991, n 7.249, de 07 de janeiro
de 1998, e n 7.435, de 30 de dezembro de 1998, e tem por finalidade formular,
coordenar e executar as funes de administrao tributria, financeira e contbil do
Estado, assim como planejar, coordenar, executar e controlar as atividades do
Fundo de Custeio da Previdncia Social dos Servidores Pblicos do Estado da
Bahia FUNPREV.
A misso da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia prover e
administrar os recursos pblicos para viabilizar financeiramente o desenvolvimento
do Estado, visando a excelncia na administrao fazendria, sendo reconhecida
como uma organizao inovadora e eficiente, que valoriza o seu quadro profissional
e se orienta por transparncia, tica e responsabilidade social.
Suas metas globais so: manter o Equilbrio Fiscal, aumentar a
arrecadao anual acima do crescimento da base tributria do Estado e manter a
qualidade do Gasto Pblico.
A SEFAZ tem como competncias: coordenar e avaliar a poltica
tributria, financeira, contbil e previdenciria do Estado; estudar e propor alteraes
na legislao tributria, financeira, contbil, previdenciria e elaborar a sua
regulamentao; fiscalizar e arrecadar tributos e todos os componentes da receita
pblica estadual; proceder orientao fiscal e tributria; exercer a representao
judicial e extrajudicial, a consultoria e o assessoramento jurdico do Estado, em
matria tributria; administrar a contabilidade geral do Estado; coordenar e executar
as atividades relativas ao Sistema Financeiro e de Contabilidade; elaborar a
programao financeira do Estado; participar da elaborao das propostas do plano
plurianual, das diretrizes oramentrias e dos oramentos anuais; exercer a
centralizao do controle interno do Poder Executivo, procedendo anlise
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administrativa, financeira e contbil dos rgos da administrao direta e das
entidades da administrao indireta do Estado; promover o desenvolvimento dos
recursos humanos e realizar pesquisas com vistas ao aperfeioamento dos servios
fazendrios; examinar, registrar e controlar os contratos, convnios e operaes a
serem realizadas pelo Estado, que envolvam matria financeira e que impliquem o
comprometimento de recursos do Tesouro; coordenar e supervisionar a poltica de
investimento e financiamento do Estado; elaborar proposta oramentria e a
programao anual e plurianual do FUNPREV; gerir os recursos do FUNPREV e
exercer outras atividades correlatas.
3.1 - Estrutura Organizacional da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia SEFAZ/BA
Na Estrutura Organizacional da SEFAZ destaca-se aqui a
Superintendncia de Administrao Tributria - SAT, que tem por finalidade a gesto
e a execuo da administrao tributria, e que atravs da Diretoria de Arrecadao,
Crdito Tributrio e Controle - DARC com suas cinco Gerncias, Gerncia de
Arrecadao do ICMS - GEARC, Gerncia de Arrecadao do IPVA e Outros
Tributos - GIPVA, Gerncia de Informaes Econmico-Fiscais - GEIEF, Gerncia
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de Controle do Crdito Tributrio - GCRED e Gerncia de Cobrana do Crdito
Tributrio - GECOB, tem por finalidade normatizar o sistema de arrecadao,
controlar a propriedade dos valores arrecadados, gerir os valores em cobrana
administrativa e judicial e gerenciar e controlar o cadastro de contribuintes e as
informaes econmico-fiscais.
A Gerncia de Cobrana do Crdito Tributrio tem como finalidade gerir
as atividades relativas administrao da dvida ativa tributria, inclusive sua
inscrio; coordenar a cobrana administrativa dos crditos tributrios, inclusive
inscritos em dvida ativa, definindo aes a serem desenvolvidas pelas diversas
unidades da Secretaria; definir, em conjunto com a rea de atendimento,
procedimentos de contato com os contribuintes devedores.
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IV. METODOLOGIA 4.1 Objeto de estudo
No presente trabalho, buscou-se, atravs da anlise terica, da coleta de
dados e do questionrio aplicado, demonstrar a importncia do controle
administrativo da legalidade na inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa.
A presente pesquisa demonstra que a Fazenda Pblica do Governo do
Estado da Bahia necessita desse controle da legalidade para apurar a liquidez e
certeza do crdito tributrio, examinando se a constituio do crdito atende a todos
os pressupostos legais e aos requisitos intrnsecos e extrnsecos para a validade e
eficcia do ttulo executivo a ser formado, desonerando, assim, o judicirio de
causas temerrias e livrando a Administrao de condenao moral e patrimonial
lesivas.
4.2 Tipo de pesquisa
4.2.1 Quanto aos objetivos
Este trabalho foi desenvolvido com base na pesquisa exploratria, a fim
de contribuir para um melhor entendimento sobre a importncia do controle
administrativo da legalidade na inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, pois a
pesquisa exploratria, segundo Alves (2003, p.53), "tem como objetivo tornar mais
explcito o problema, aprofundar as idias sobre o objeto de estudo".
4.2.2 Quanto ao procedimento adotado
O presente trabalho caracteriza-se pelo desenvolvimento de um estudo de
caso, na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, utilizando-se de coleta de
dados estatsticos e aplicao de questionrio, para trazer uma contribuio no
sentido de demonstrar a importncia do controle administrativo da legalidade na
inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa.
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31
Segundo Alves (2003, p.55) o Estudo de Caso: [...] trata-se de um estudo em profundidade, exaustivo, radical, de uns poucos objetos, visando obter o mximo de informaes que permitam o amplo conhecimento, o que seria impossvel em outras pesquisas. muito encontrado em pesquisa do tipo exploratria. Seu planejamento flexvel, o que permite ao pesquisador obter novas descobertas. Uma das vantagens do estudo de caso a de no permitir a generalizao dos dados obtidos.
4.2.3 Quanto natureza
A caracterstica da pesquisa desenvolvida neste trabalho de natureza
terica e emprica, pois analisa a correspondncia entre a realizao de estudos
bibliogrficos, que fundamentam a pesquisa, e a coleta de dados atravs de
questionrio aplicado, para demonstrar a importncia do controle administrativo da
legalidade na inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa.
Para Menezes (2003, p. 32): Os fundamentos tericos devem compreender todos os conhecimentos cientficos a respeito dos fenmenos e fatos considerados publicados quer sejam aceitos como verdades, questionveis em suas validades, confirmados em suas proposies ou, ainda, discutveis em suas aplicabilidades, e que se constituem nos conhecimentos que fornecem no s os argumentos das teorias e das hipteses como, tambm, fundamentam a tese apresentada no trabalho e, ainda, propiciam os elementos e os argumentos para a demonstrao da veracidade desta. Os fundamentos empricos devem compreender os conhecimentos cientficos a respeito dos fenmenos e fatos considerados, obtidos a partir de prticas experimentais. ......................................................................................................................... Subentendidas nas prticas experimentais esto todas as condies que abrangeram as pesquisas empricas como: procedimentos de seleo amostral, caractersticas amostrais, procedimentos tcnicos e de mensurao etc.
4.3 Coleta e anlise dos dados
O presente Estudo de Caso desenvolveu-se a partir da pesquisa
exploratria com fundamentos bibliogrficos, assim como o levantamento de dados
estatsticos junto ao Setor da Dvida Ativa da Secretaria da Fazenda e a aplicao
de questionrios junto aos Auditores Fiscais da Secretaria da Fazenda e aos
Procuradores do Estado da Procuradoria Fiscal em atividade, com a finalidade de
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demonstrar a importncia do controle administrativo da legalidade na inscrio do
crdito tributrio em Dvida Ativa.
Para a anlise dos dados levantados foram feitas a classificao,
organizao e interpretao das informaes disponveis j desenvolvidas acerca do
objeto do estudo, do levantamento estatstico e do questionrio aplicado,
construindo e redefinindo a importncia do controle administrativo da legalidade para
fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, favorecendo uma contribuio
para uma reflexo e auxlio Administrao Pblica.
4.4 - Fases de desenvolvimento da pesquisa
Para a realizao da presente pesquisa foram necessrias a formulao
de seis etapas, conforme figura 4.1:
CONTROLE ADMINISTRATIVO DA LEGALIDADE1 FASE
REVISO BIBLIOGRFICA
4.1 - Fases do Desenvolvimento da Pesquisa
4 FASE
LEVANTAMENTO DOS DADOS ESTATSTICOS E APLICAO DE
QUESTIONRIO
5 FASE TABULAO E RESULTADOS
6 FASE CONCLUSO
TABULAO
ANLISE DOS RESULTADOS
INSCRIO DO CRDITO TRIBUTRIO EM DVIDA ATIVA
COLETA DOS DADOS SOBRE O SANEAMENTO DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS NA SEFAZ
2 FASE DESCRIO DA ORGANIZAO
OBJETO DO ESTUDO: SEFAZ
3 FASE DESCRIO DOS PASSOS DO SANEAMENTO DE
UM PROCESSO ADMINISTRATIVO NA SEFAZ
ENVIO DO QUESTIONRIO AOS AUDITORES E PROCURADORES
RECEBIMENTO E CONSOLIDAO DAS INFORMAES CONSTANTES
NOS QUESTIONRIOS
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V. RESULTADOS E DISCUSSO 5.1 Controle administrativo da legalidade para fins de inscrio do crdito
tributrio em Dvida Ativa na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia
Para exercer o controle administrativo da legalidade na inscrio do
crdito tributrio em Dvida Ativa torna-se necessrio analisar os processos sob dois
aspectos: formal ou extrnseco e material ou substancial. Quanto ao aspecto formal
so examinados os elementos formadores do ato, por exemplo, se os prazos legais
foram cumpridos, se o sujeito passivo foi devidamente cientificado. Com referncia
ao aspecto material so examinados se os preceitos legais foram obedecidos, como:
a ocorrncia do fato gerador, a determinao da base de clculo, a aplicao da
alquota e da penalidade. A inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa se constitui
no ato de controle administrativo da legalidade, o qual deve ser exercido pelo rgo
competente para apurar a liquidez e certeza do crdito.
A Secretaria da Fazenda o rgo responsvel pela fiscalizao,
arrecadao e administrao dos tributos estaduais, sendo o rgo competente para
efetuar o lanamento e, aps autorizao da PGE, inscrever o crdito tributrio em
Dvida Ativa. No exerccio do controle da legalidade podem ser detectados vrios
erros e/ou omisses na aplicao da Lei, tanto no aspecto formal quanto material, os
quais devem ser corrigidos antes da inscrio em Dvida Ativa. Esse controle visa,
no somente, resguardar os interesses da prpria Administrao Pblica, como
tambm, evitar que os contribuintes sejam prejudicados pela aplicao inadequada
da Lei. Por isso, antes da inscrio torna-se necessrio o controle administrativo da
legalidade para se ter a certeza e a liquidez do crdito, propiciando a eficcia
executiva do ttulo produzido, evitando prejuzos ao Estado, com execues fiscais
nulas.
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5.1.1 Tipos de processos sujeitos ao controle da legalidade para fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa
Na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia existem trs tipos de
processos para exigncia fiscal: Auto de Infrao, Notificao Fiscal e Denncia
Espontnea.
O Auto de Infrao lavrado para exigncia de tributos, acrscimos
tributrios e multas mediante ao fiscal em estabelecimento ou no trnsito de
mercadorias, quando for constatada infrao legislao tributria, tanto por
descumprimento de obrigao principal como de obrigao acessria.
A Notificao Fiscal emitida para exigncia:
- de crdito tributrio apurado com base em informaes declaradas pelo
prprio sujeito passivo nas declaraes mensais de apurao ou nos casos de
Denncia Espontnea quando o contribuinte deixar de efetuar o pagamento do
dbito denunciado;
- de multa por descumprimento de obrigao acessria em virtude da
falta de apresentao de informaes econmico-fiscais;
- de crdito tributrio decorrente de descumprimento de obrigao
principal relativo ao Imposto sobre Transmisso Causa Mortis e Doao (ITD), s
taxas estaduais e ao Imposto sobre Propriedade de Veculos Automotores (IPVA);
- quando o tributo tiver o valor inferior a R$ 460,00, na fiscalizao de
estabelecimento ou inferior a R$ 230,00, na fiscalizao de mercadorias em trnsito;
- nos casos em que se atribua a responsabilidade supletiva ao
contribuinte substitudo, aps esgotadas todas as possibilidades de exigncia do
Imposto sobre Operaes Relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestaes
de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao - ICMS
do sujeito passivo por substituio estabelecido em outra unidade da Federao.
A Denncia Espontnea quando antes do incio de qualquer
procedimento fiscal o contribuinte procura espontaneamente a repartio fazendria
para comunicar irregularidade ou pagar tributo no pago no prazo regulamentar.
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35
Aps a lavratura do Auto de Infrao, da Denncia Espontnea ou
emisso da Notificao Fiscal, o processo ser registrado na Repartio Fazendria
do domiclio do contribuinte, encarregada do seu preparo, onde sero observados os
prazos regulamentares para o pagamento do dbito apurado ou interposio de
defesa, esta nos casos de Auto de Infrao e Notificao Fiscal.
Decorrido o prazo para pagamento e no sendo este efetuado, nem
havendo impugnao ao lanamento, o contribuinte ser considerado revel, sendo
lavrado o Termo de Revelia e o Auto de Infrao ou Notificao Fiscal encaminhado
ao setor de saneamento da Secretaria da Fazenda para fins de inscrio do crdito
tributrio em Dvida Ativa.
No caso de Denncia Espontnea no havendo pagamento da parcela
inicial do parcelamento solicitado no prazo de 05 (cinco) dias teis, ser emitida a
Notificao Fiscal que ter os trmites normais ou, havendo interrupo do
parcelamento, ser lavrado o Termo de Extino de Parcelamento e encaminhado o
processo para inscrio em Dvida Ativa.
O rgo da Secretaria da Fazenda, responsvel pela inscrio do crdito
tributrio em Dvida Ativa, efetua o trabalho de saneamento do processo, ou seja,
analisa todos os aspectos formais e materiais, encaminhando-o PGE/PROFIS
para, no controle da legalidade, autorizar ou no, a inscrio do crdito em Dvida
Ativa.
De acordo com o art. 113 2 do RPAF se a PGE/PROFIS no se
manifestar expressamente contrria ao ato de inscrio em Dvida Ativa, no prazo de
30 dias a partir do recebimento do processo, a SEFAZ atravs do rgo competente
(DARC), efetivar a inscrio.
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5.1.2 Procedimentos do saneamento de um processo sujeito ao controle da legalidade na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, para fins de inscrio em Dvida Ativa
Sero detalhados a seguir os procedimentos necessrios para o
saneamento de um processo a ser inscrito em Dvida Ativa.
O processo recebido no protocolo do rgo da Secretaria da
Fazenda do Estado da Bahia responsvel pela inscrio em Dvida Ativa e
encaminhado para o Saneamento, nos seguintes casos:
O Auto de Infrao ou a Notificao Fiscal encontra-se na situao
revel, ou seja, foi esgotado o prazo para pagamento ou apresentao de
defesa, sem manifestao do contribuinte;
O contribuinte interrompeu o pagamento do parcelamento (Auto de
Infrao, Notificao Fiscal ou Denncia Espontnea);
O Conselho de Fazenda do Estado da Bahia julgou o Auto de Infrao
total ou parcialmente procedente e o contribuinte persistiu na insolvncia,
aps a cincia do julgamento;
O funcionrio (saneador) recebe o processo e analisa, podendo
ocorrer, ento, os encaminhamentos abaixo listados:
Procuradoria Geral do Estado para autorizao da inscrio do
crdito em Dvida Ativa;
Procuradoria Geral do Estado com Representao para autorizao
da extino do dbito ou no efetivao da inscrio do crdito tributrio
em Dvida Ativa, caso tenha comprovao de pagamento antes da
lavratura do processo ou superposio de valores j pagos ou autuados -
Art. 119, incisos I e III e 4 do COTEB e Art. 114, incisos I e III e 4 do
RPAF;
Inspetoria Fazendria de origem, ao Conselho de Fazenda do Estado
da Bahia ou outro setor que se faa necessrio, em diligncia, para
esclarecimentos, correes no andamento processual e/ou sanar
irregularidades, conforme o caso;
Procuradoria Geral do Estado, para fins de Representao ao
Conselho de Fazenda do Estado da Bahia, sugerindo a Improcedncia ou
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Nulidade do procedimento fiscal, nos casos de existncia de vcio
insanvel ou de ilegalidade flagrante - Art. 119, inciso II e 1 do COTEB
e art. 114, inciso II e 1 do RPAF;
Procuradoria Geral do Estado com sugesto de alterao da multa
proporcional ao tributo devido ou da penalidade formal, indicada
equivocadamente no processo;
Inspetoria Fazendria de origem para extino por Remisso do
crdito tributrio e arquivamento do processo, conforme lei vigente
poca.
5.1.3 Detalhamento dos passos no saneamento de um processo sujeito ao controle da legalidade
So seis os possveis encaminhamentos do processo aps o saneamento
Encaminhamento do processo Procuradoria Geral do Estado para a
autorizao da inscrio.
Para o encaminhamento do processo Procuradoria Geral do Estado
para autorizao da inscrio do crdito em Dvida Ativa, o mesmo dever estar com
todas as formalidades legais preenchidas, tais como:
- O Auto de Infrao, a Notificao Fiscal ou a Denncia Espontnea, no
original, no em cpia, salvo em caso de restaurao com a comprovao
de se tratar desta hiptese, integrando o processo;
- O contribuinte, o valor do dbito e a infrao (se for Notificao Fiscal
ou Auto de Infrao), identificveis;
- O fato descrito no Auto de Infrao / Notificao Fiscal deve ser
legalmente passvel de autuao e de acordo com a respectiva multa
aplicada e ainda de acordo com a poca do fato gerador;
- Os prazos processuais terem sido respeitados;
- Ocorrendo a revelia, o Termo de Revelia deve ter sido lavrado e em
tempo hbil, nele constando a data da emisso, a assinatura e cadastro
do funcionrio responsvel;
- O fato descrito no Auto de Infrao / Notificao Fiscal deve estar
documentado - com papis de trabalho, intimaes, Termos de
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Fiscalizao, ou de Apreenso, conforme a exigncia legal - o suficiente
para sustentar, caso necessrio, uma futura ao judicial.
Dados conferidos pelo saneador no Relatrio de Saneamento (relatrio
emitido pelo sistema de crdito da SEFAZ-BA, contendo todos os dados do
processo) e na Certido da Dvida Ativa:
- Razo social e Inscrio Estadual;
- Nmero do Auto de Infrao / Notificao Fiscal / Denncia
Espontnea;
- Data da lavratura e data da cincia do sujeito passivo;
- Descrio da infrao;
- Dispositivos infringidos e dispositivos de multa aplicados;
- Cdigo dos dbitos (ou natureza dos dbitos) - no processo pode estar
se exigindo tributo com multa proporcional ou apenas multa formal por
descumprimento de obrigao acessria, conforme Tabela abaixo:
Tabela 5.1 - Tabela dos cdigos de dbitos ESPCIE DO DBITO CDIGO
ICM/ICMS+MULTA POR INFRAO 10
ITBI/ITD 20
TPP - Taxa de Poder de Polcia 30
TPS - Taxa de Prestao de Servio 40
CONTRIBUIO DE MELHORIA 50
MULTA POR INFRAO S/ CRDITO FISCAL OU VL COMERCIAL 60
MULTA FIXA 61
ACRSCIMOS MORATRIOS NO RECOLHIDOS TEMPESTIVAMENTE 70
IPVA 80
AIR Adicional sobre o Imposto de Renda 81
CORREO MONETRIA NO RECOLHIDA TEMPESTIVAMENTE 90
ANTECIPAO FORA DO PRAZO 62
DAE FALSIFICADO 63
Fonte: SEFAZ/DARC/GECOB
- Datas de ocorrncia e de vencimento de cada item do Demonstrativo
do Dbito;
- Percentuais de multa no Demonstrativo do Dbito;
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- Havendo julgamento no processo, sero conferidos todos os dados
constantes no Sistema de Crdito da Secretaria da Fazenda do Estado da
Bahia, comparando com os dados do julgamento (cdigo dos dbitos,
datas de vencimento, percentuais de multa aplicados e valores do dbito);
caso haja pagamento, so verificados os saldos se esto corretos;
- Valores dos itens do Demonstrativo do Dbito e total do dbito (verifica
se esto corretas as converses da moeda, quando for o caso);
- Confere com os respectivos comprovantes de ingresso da receita, os
pagamentos existentes para o processo;
Aps a conferncia de todos os dados no Relatrio do Saneamento e
na Certido da Dvida Ativa, o saneador data, assina, e tramita o processo para a
Procuradoria Geral do Estado /Procuradoria Fiscal/Controle da Legalidade, para
autorizao da inscrio em Dvida Ativa. Na hiptese da Procuradoria Geral do
Estado no se manifestar expressamente contrria ao ato de inscrio em Dvida
Ativa, no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir do recebimento do processo, a
Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia efetivar a inscrio (art. 113 2 do
RPAF).
Encaminhamento do processo com Representao Procuradoria
Geral do Estado - se o setor de saneamento constatar a comprovao de
pagamento antes da lavratura do Auto de Infrao ou da emisso da Notificao
Fiscal, ou a superposio de valores j pagos ou autuados, representar
Procuradoria Geral do Estado, em despacho fundamentado, solicitando autorizao
para cancelamento ou no efetivao da inscrio do crdito tributrio em Dvida
Ativa e a extino do dbito do contribuinte, com base nos art. 114 incisos I ou III e
4 do RPAF e art. 119 incisos I ou III e 4 do COTEB.
Encaminhamento do processo em Diligncia:
A diligncia somente ser efetuada quando a incorreo ou omisso no
puder ser resolvida no prprio saneamento, e antes de enviar o processo para
qualquer setor, deve ser todo ele verificado, evitando assim ter de reenvi-lo em
outra diligncia.
Os principais motivos de retorno do processo em diligncia so:
- Falha na cincia ao contribuinte - A cincia do autuado nas diversas
fases do processo (do Auto de Infrao/Notificao Fiscal, Acrdo do
Julgamento, etc.) dever ser comprovada, por assinatura legvel,
-
40
identificao do signatrio, data da cincia sem rasura e compatvel com a
data do fato objeto da cincia e conforme a seqncia prevista no Art. 108
do RPAF, ou seja, pessoalmente, via Aviso de Recebimento do correio ou
por Edital.
- Termo de Revelia dever ser lavrado pela Inspetoria se no houver
pagamento nem impugnao no prazo regulamentar.
- Denncia Espontnea sem pagamento - ser enviada Inspetoria
Fazendria de origem para emitir a Notificao Fiscal (Art. 96 do RPAF).
- Intimao ao fiel depositrio das mercadorias apreendidas - no Auto de
Infrao lavrado na fiscalizao de mercadorias em trnsito quando o fiel
depositrio for diverso do autuado, o processo ser encaminhado
Comisso de Leilo para intim-lo a apresentar as mercadorias
apreendidas para fins de leilo de acordo com o Art. 950 do RICMS/97.
Caso o fiel depositrio no se manifeste dentro do prazo, o processo
retornar para inscrio e o saneador incluir na Certido o fiel
depositrio como co-responsvel.
- Auto de Infrao lavrado na fiscalizao do trnsito com as
mercadorias apreendidas/depositadas na repartio fazendria - o
processo ser encaminhado em diligncia para verificar se foram
liberadas as mercadorias e em caso negativo, providenciar o leilo, nos
termos do Art. 950, 2 do RICMS/97.
- Inconsistncia entre fato descrito e infrao identificada - o processo
ser encaminhado Inspetoria Fazendria para solicitar ao autuante que
esclarea a descrio da infrao e penalidade imposta.
- Ausncia de papis de trabalho - ser encaminhado Inspetoria
Fazendria de origem para solicitar ao autuante que anexe ao processo.
- Processo com Parcelamento Interrompido sem anexar os documentos
prprios: Requerimento de Parcelamento, Demonstrativo do
Parcelamento e Termo de Extino de Parcelamento - ser encaminhado
Inspetoria Fazendria de origem para anexar.
- Processo com defesa tempestiva e com Termo de Revelia lavrado -
ser encaminhado Inspetoria Fazendria de origem para verificar a
tempestividade da defesa apresentada e enviar ao autuante para prestar
a informao fiscal.
-
41
- Processo com defesa intempestiva - ser encaminhado Inspetoria
Fazendria de origem para verificar a intempestividade da defesa e
cientificar o autuado do seu arquivamento.
- Processo com solicitao do contribuinte para controle da legalidade -
ser encaminhado PGE para anlise e emisso de Parecer.
- Quando se constatar dados incorretos no sistema, cuja alterao seja
privativa da Gerncia de Crdito Tributrio, como alterao do valor do
dbito - o processo ser encaminhado quele rgo para a devida
alterao.
- Se no processo houver apresentao de defesa e informao fiscal do
autuante - ser encaminhado ao Conselho de Fazenda do Estado da
Bahia para julgamento.
- Se o processo estiver totalmente pago ou estiver com parcelamento em
andamento - ser encaminhado Inspetoria Fazendria de origem para
homologar os processos baixados por pagamento ou acompanhar o
parcelamento em andamento.
Encaminhamento Procuradoria Geral do Estado para fins de
Representao ao Conselho de Fazenda do Estado da Bahia - se o setor de
saneamento constatar a existncia de vcio insanvel ou de ilegalidade flagrante, o
processo ser encaminhado Procuradoria Geral do Estado, com despacho
fundamentado, para fins de Representao ao Conselho de Fazenda do Estado da
Bahia, sugerindo a Improcedncia ou Nulidade do procedimento fiscal, conforme Art.
119, inciso II e 1 do COTEB e art. 114, inciso II e 1 do RPAF.
Encaminhamento Procuradoria Geral do Estado com sugesto de
alterao da multa proporcional ao tributo ou da penalidade formal - se o setor de
saneamento detectar que no processo houve indicao de multa ou de penalidade
formal de maneira equivocada, encaminhar Procuradoria Geral do Estado com
despacho fundamentado, sugerindo a devida alterao, com base no art. 119-B do
COETB.
Encaminhamento do processo para Extino por Remisso - o setor de
saneamento verifica no Sistema de Crdito da Secretaria da Fazenda do Estado da
Bahia, se o processo se enquadra nos Decreto ns 5.131 de 15/01/1996; 6.976 de 05/11/1997; Leis n 7.438/99 e 7.504/99; Decreto n 7.842 de 11/09/2000; e Leis n 8.359 de 18/09/2002; 8.887 de 24/11/2003. Confirmado o direito Remisso do
-
42
crdito tributrio, o processo ser encaminhado Inspetoria Fazendria de origem,
nos termos da Lei ou Decreto correspondente.
5.2 Levantamento estatstico dos processos saneados para fins de
inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa nos perodos de 2002 e 2003
Na tabela abaixo se pode verificar a quantidade de processos saneados
no exerccio de 2002, onde se constata que dos 7.470 processos saneados 2.122
retornaram em diligncia, o que equivale a 28% do total. No se pode ignorar que
dos 5.348 processos enviados para inscrio, grande parte retorno de diligncias,
e que, alm disso, no Saneamento tambm so corrigidos alguns erros e equvocos,
como por exemplo, lanamento de pagamentos no processo, alterao de datas dos
fatos geradores, alterao de datas de cincia, adequao da infrao com a
tipificao da multa aplicada, excluso e relanamento de parcelamentos, entre
outros.
Tabela 5.2 - Processos saneados para fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2002:
QUANTIDADE DE PROCESSOS SANEADOS EXERCCIO DE 2002
MS Inscries em DA Diligncia TOTAL Janeiro 262 95 357 Fevereiro 142 203 345 Maro 160 168 328 Abril 550 137 687 Maio 537 158 695 Junho 502 137 639 Julho 481 133 614 Agosto 559 149 708 Setembro 406 242 648 Outubro 489 268 757 Novembro 629 247 876 Dezembro 631 185 816
TOTAL 5.348 2.122 7.470 Fonte: SEFAZ/DARC/GECOB
-
43
No grfico abaixo pode-se constatar que houve um crescimento do
nmero de diligncia nos meses de fevereiro e setembro a novembro, comeando a
decrescer em dezembro.
PROCESSOS SANEADOS EM 2002
0100200300400500600700
Jane
iro
Feve
reiroMa
ro Abril
Maio
Junh
oJu
lho
Agos
to
Setem
bro
Outub
ro
Nove
mbro
Deze
mbro
MS
QU
AN
TID
AD
E
InscriesDiligncia
Fonte: SEFAZ/DARC/GECOB
Grfico 5.1 - Processos saneados para fins de inscrio do crdito
tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2002
Na tabela a seguir verifica-se que, no exerccio de 2003, houve uma
diminuio do percentual de processos enviados em diligncia, pois dos 8.376 processos saneados, 1.582 foram em diligncia, portanto 19%. Todavia, no se
deve esquecer que, grande parte dos processos inscritos em Dvida Ativa foi objeto
de diligncia anterior e/ou correes no prprio saneamento.
-
44
Tabela 5.3 - Processos saneados para fins de inscrio do crdito tributrio
em Dvida Ativa no exerccio de 2003:
QUANTIDADE DE PROCESSOS SANEADOS EXERCCIO DE 2003
MS Inscries em DA Diligncia TOTAL Janeiro 518 124 642Fevereiro 477 163 640Maro 462 105 567Abril 550 137 687Maio 697 165 862Junho 481 107 588Julho 635 117 752Agosto 573 133 706Setembro 629 142 771Outubro 595 146 741Novembro 606 107 713Dezembro 571 136 707TOTAL 6.794 1.582 8.376
Fonte: SEFAZ/DARC/GECOB
No grfico abaixo se pode verificar que o nmero de diligncias enviadas
no exerccio de 2003 se manteve quase constante, variando em torno de 105 a 165
em cada ms.
P R O C E S S O S S A N E A D O S E M 2 0 0 3
01 0 02 0 03 0 04 0 05 0 06 0 07 0 08 0 0
Feve
reiro
Abril
Junh
o
Agos
to
Outub
ro
Deze
mbro
M S
QU
AN
TID
AD
E
In s c r i e sD ilig n c ia
F o n te : S E F A Z /D A R C /G E C O B
Grfico 5.2 - Processos saneados para fins de inscrio do crdito
tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2003
-
45
5.3 Apresentao dos resultados e anlise da pesquisa aplicada
O questionrio visou obter dados sobre a opinio dos Auditores Fiscais da
Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia e dos Procuradores da Procuradoria
Fiscal da Procuradoria Geral do Estado da Bahia quanto ao conhecimento da
existncia e grau de importncia do controle administrativo da legalidade antes da
inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na Secretaria da Fazenda do Estado
da Bahia. O questionrio foi enviado via internet para um total de 1026 funcionrios
e dado o prazo de 15 dias para resposta. Foram recebidas 178 respostas. A seguir
sero apresentados os resultados das questes aplicadas.
Questo 1: Voc sabia da existncia do controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia?
Das pessoas entrevistadas 79% responderam que sim, 9% responderam que no
e 12% responderam que supunha que este ato administrativo era efetuado.
Tabela 5.4 - Conhecimento da existncia do controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia Resposta Quantidade Percentual Sim 140 79%No 16 9%Supunha que era efetuado 22 12%Total 178 Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
-
46
0
50
100
150
QUESTO 01
Sim
No
Supunha queera efetuado
(140)
(16)
(22)
79%
9% 12%
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
Grfico 5.3 - Conhecimento da existncia do controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia
Questo 2: Voc a favor de que se mantenha este controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa?
98% responderam que sim apenas 1% respondeu que no e tambm s 1% no
tem conhecimento de causa para opinar.
Tabela 5.5 - Manuteno do controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa Resposta Quantidade Percentual Sim 174 98%No 2 1%No tenho conhecimento para opinar 2 1%Total 178
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
-
47
0
50
100
150
200
QUESTO 02Sim
No
No tenhoconhecimentopara opinar
(174)
(2)
(2)
98%
1% 1%
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
Grfico 5.4 - Manuteno do controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa
Questo 3: Na sua opinio a certeza e a liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa, depende de um prvio controle administrativo da legalidade?
78% das pessoas entrevistadas opinaram que a certeza e a liquidez do crdito
tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa depende de um prvio controle
administrativo da legalidade, 19% responderam que no depende e apenas 3%
no tem conhecimento de causa para opinar.
Tabela 5.6 - A certeza e a liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa, depende de um prvio controle administrativo da legalidade
Resposta Quantidade Percentual Sim 138 78%No 34 19%No tenho conhecimento para opinar 6 3%Total 178
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
-
48
0
50
100
150
QUESTO 03Sim
No
No tenhoconhecimentopara opinar
78%
19% 3%
(138)
(34)
(6)
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria) Grfico 5.5 - A certeza e a liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa, depende de um prvio controle administrativo da legalidade
Questo 4: Voc acha que a presuno de legitimidade do lanamento torna dispensvel o controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa?
Apenas 8% acham que a presuno de legitimidade do lanamento torna
dispensvel o controle administrativo da legalidade antes da inscrio em Dvida
Ativa, j 90% acham que a presuno de legitimidade no torna dispensvel o controle administrativo da legalidade e dos entrevistados apenas 2% no tm
conhecimento de causa para opinar.
Tabela 5.7 - A presuno de legitimidade do lanamento torna dispensvel o controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa
Resposta Quantidade Percentual Sim 14 8%No 160 90%No tenho conhecimento para opinar 4 2%Total 178
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
-
49
0
50
100
150
200
QUESTO 4Sim
No
No tenhoconhecimentopara opinar
(160)
(14)
(4)
90%
8 % 2%
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria) Grfico 5.6 - A presuno de legitimidade do lanamento torna dispensvel o controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa
Questo 5: Na sua opinio a necessidade do controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, na Secretaria da Fazenda devido a que?
Atribua o grau de importncia de 1 = menor a 5 = maior para cada um das sugestes abaixo:
Tabela 5.8 Graus de importncia atribudos aos critrios apontados como necessrios ao controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa
Preferncia 1 % 2 % 3 % 4 % 5 Sugesto
% Total
Evitar prejuzos para o Estado 10 4 10 10 18 8 18 18 116 65 178
Garantir a certeza e a liquidez do CT 18 9 13 17 32 16 24 30 76 43 178
Garantir o direito do contribuinte 11 11 17 12 20 20 30 22 86 48 178
Evitar execues judiciais nulas 3 9 15 10 6 16 26 18 112 63 178
Evitar cancelamento de inscries em DA 18 8 17 16 32 14 30 28 74 42 178
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
-
50
5.1 - Evitar prejuzos para o Estado: 10% atriburam o grau de importncia 1; 4%
atriburam o grau de importncia 2; 10% atriburam o grau de importncia 3; 10%
atriburam o grau de importncia 4; e 65% atriburam o grau de importncia 5.
Tabela 5.9 - Evitar prejuzos para o Estado Preferncia 1 % 2 % 3 % 4 % 5
Sugesto % Total
Evitar prejuzos para o Estado 10 4 10 10 18 8 18 18 116 65 178
188
18 18
116
020406080
100120
1 2 3 4 5
5.1 - Evitar prejuzos p/ o Estado
Grfico 5.7 - Evitar prejuzos para o Estado
5.2 - Garantir a certeza e a liquidez do crdito tributrio: 18% atriburam o grau de
importncia 1; 9% atriburam o grau de importncia 2; 13% atriburam o grau de
importncia 3; 17% atriburam o grau de importncia 4; e 43% atriburam o grau
de importncia 5.
Tabela 5.10 - Garantir a certeza e a liquidez do crdito tributrio Preferncia 1 % 2 % 3 % 4 % 5
Sugesto % Total
Garantir a certeza e a liquidez do CT 32 18 16 9 24 13 30 17 76 43 178
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
-
51
3216
24 30
76
0
20
40
60
80
1 2 3 4 5
5.2 - Garantir a certeza e a liquidez do crdito tributrio
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria) Grfico 5.8 - Garantir a certeza e a liquidez do crdito tributrio
5.3 - Garantir que o direito do contribuinte seja resguardado: 11% atriburam o
grau de importncia 1; 11% atriburam o grau de importncia 2; 17% atriburam
o grau de importncia 3; 12% atriburam o grau de importncia 4; e 48%
atriburam o grau de importncia 5.
Tabela 5.11 - Garantir que o direito do contribuinte seja resguardado Preferncia 1 % 2 % 3 % 4 % 5
Sugesto % Total
Garantir o direito do contribuinte 11 11 17 12 20 20 30 22 86 48 178
20 20 30
22
86
0 20
40 60
80
100
1 2 3 4 5
5.3 - Garantir o direito do contribuinte
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
Grfico 5.9 - Garantir que o direito do contribuinte seja resguardado
-
52
5.4 - Evitar execues judiciais nulas: 3% atriburam o grau de importncia 1; 9%
atriburam o grau de importncia 2; 15% atriburam o grau de importncia 3; 10%
atriburam o grau de importncia 4; e 63% atriburam o grau de importncia 5.
Tabela 5.12 - Evitar execues judiciais nulas Preferncia 1 % 2 % 3 % 4 % 5
Sugesto % Total
Evitar execues judiciais nulas 3 9 15 10 6 16 26 18 112 63 178
616
26 18
112
0 20 40 60 80
100 120
1 2 3 4 5
5.4 - Evitar execues judiciais nulas
Grfico 5.10 - Evitar execues judiciais nulas
5.5 - Evitar cancelamento de inscries em Dvida Ativa: 18% atriburam o grau
de importncia 1; 8% atriburam o grau de importncia 2; 17% atriburam o grau
de importncia 3; 16% atriburam o grau de importncia 4; e 42% atriburam o
grau de importncia 5.
Tabela 5.13 - Evitar cancelamento de inscries em Dvida Ativa Preferncia 1 % 2 % 3 % 4 % 5
Sugesto % Total
Evitar cancelamento de inscries em DA 18 8 17 16 32 14 30 28 74 42 178
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
-
53
32
14 30 28
74
0
20
40
60
80
1 2 3 4 5
5.5 - Evitar cancelamento de inscries em Dvida
Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)
Grfico 5.11 - Evitar cancelamento de inscries em Dvida Ativa
-
54
5.4 Discusso
No levantamento estatstico dos processos saneados, pode-se verificar
que muitos retornam em diligncia aos setores de origem, pelos diversos motivos j
relatados. No exerccio de 2002 dos 7.470 processos saneados, 2.122 retornaram
em diligncia e em 2003 dos 8.376 processos saneados, retornaram 1.582.
Vale ressaltar que no levantamento efetuado junto
SEFAZ/DARC/GECOB, em relao a quantidade de processos inscritos, muitos j
haviam retornado de diligncias feitas anteriormente, e, alm disso, no saneamento
tambm so corrigidos no Sistema de Crdito da SEFAZ, erros e equvocos, em que
so dispensadas diligncias aos setores de origem, tais como: lanar pagamentos;
excluir e relanar parcelamentos; adequar os dados constantes na Certido da
Dvida Ativa de acordo com os dados lanados no auto de infrao, como a
descrio da infrao, a tipificao da multa aplicada, datas dos fatos geradores e
datas de cincia;
Na aplicao do questionrio aos Auditores Fiscais da Secretaria da
Fazenda do Estado da Bahia e aos Procuradores lotados na Procuradoria Fiscal da
Procuradoria Geral do Estado da Bahia verificou-se que a grande maioria sabe da
existncia e a favor de que se mantenha o controle administrativo da legalidade
antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, assim como acha que a
certeza e a liquidez do crdito tributrio depende deste controle e que a presuno
de legitimidade do lanamento no torna dispensvel o referido controle.
Da anlise dos resultados da 5 questo da pesquisa, onde foram
apresentadas cinco justificativas para a existncia do controle administrativo da
legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, ficou
caracterizado que esse controle imprescindvel, tendo em vista que numa escala
-
55
de 1 a 5, sendo 1 o menos importante e 5 o mais importante, todas as cinco
indicaes de justificativa para a existncia desse controle obtiveram o grau cinco,
pela maioria dos entrevistados.
Ainda em relao a essa questo, verificou-se a seguinte disposio para
as justificativas apresentadas: em primeiro lugar, para evitar prejuzos para o Estado;
em segundo, evitar execues judiciais nulas; em terceiro, garantir que o direito do
contribuinte seja resguardado; em quarto, garantir a certeza e a liquidez do crdito
tributrio; e em quinto lugar, evitar cancelamento de inscries em Dvida Ativa.
-
56
VI. CONCLUSO
A inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, ato de controle
administrativo da legalidade12, torna o crdito tributrio um bem pblico e gera
emisso de Certido de Inscrio em Dvida Ativa, ttulo executivo extrajudicial, que
goza da presuno legal de liquidez e certeza e, por isso, antes da inscrio do
crdito tributrio em Dvida Ativa faz-se imprescindvel o saneamento para controle
da legalidade de todo processo administrativo fiscal, conforme pode-se observar no
desenvolvimento deste estudo e, sobretudo, nas tabelas 5.2 e 5.3 e nos grficos 5.1
e 5.2.
A Administrao Pblica gere os bens e interesses da comunidade no
mbito federal, estadual e municipal, visando o bem comum e todos os seus atos
gozam de presuno de legitimidade, mesmo que haja vcio ou defeito que venha a
invalid-los. No entanto, se o crdito tributrio fosse inscrito eivado de vcios, na
esfera judicial este ato provavelmente seria invalidado e em conseqncia, seria
cancelada a inscrio, aps o Estado j ter despendido muito para o andamento
processual.
As hipteses que direcionaram o estudo de caso foram se a certeza e a
liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa, depende de um prvio
controle administrativo da legalidade e se, sem este controle, no estariam
resguardados os direitos individuais, nem estariam respeitados os princpios da
legalidade e da segurana jurdica. Foram feitos levantamentos estatsticos dos
processos saneados para fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa no
perodo de 2002 e 2003 e aplicado um questionrio, a fim de testar as hipteses
levantadas.
Dos levantamentos estatsticos, conforme podemos observar nas tabelas
5.2 e 5.3 e grficos 5.1 e 5.2, conclui-se que no momento h a necessidade do
controle administrativo da legalidade dos processos a serem inscritos em Dvida
Ativa para sanar as irregularidades ou equvocos, atravs de diligncias.
12 Lei n 6.830 de 22/09/1980.
-
57
Quanto ao questionrio aplicado, pode-se constatar, no item
apresentao dos resultados e anlise da pesquisa aplicada, considerando-se aqui
os ndices mais representativos, que 98% dos entrevistados so favorveis
manuteno desse controle (tabela 5.5 e grfico 5.4); 78% concordam que a certeza
e a liquidez do crdito tributrio depende de um prvio controle administrativo da
legalidade (tabela 5.6 e grfico 5.5); 90% acham que a presuno de legitimidade
do lanamento, no torna dispensvel o controle administrativo da legalidade (tabela
5.7 e grfico 5.6); 65% consideram que a necessidade do controle administrativo da
legalidade tem como principal objetivo evitar prejuzos para o Estado (tabela 5.9 e
grfico 5.7); e 63% acham que o principal objetivo desse controle evitar
execues judiciais nulas (tabela 5.12 e grfico 5.10); com base nestes dados,
conclui-se que as hipteses foram confirmadas, ou seja, a certeza e a liquidez do
crdito tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa depende de um prvio controle
administrativo da legalidade; a presuno de legitimidade do lanamento no torna
dispensvel este controle e sua manuteno necessria, principalmente, para
evitar prejuzos ao Estado, execues judiciais nulas, como tambm garantir que
sejam resguardados os direitos do contribuinte, garantir a certeza e a liquidez do
crdito tributrio, uma vez que estariam respeitados os princpios da legalidade e da
segurana jurdica, e ainda ev