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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TÉCNICAS FAZENDÁRIAS EDIVANI NOGUEIRA DE OLIVEIRA RIOS JOSEMIR NOGUEIRA DE OLIVEIRA TEREZINHA IRACI NOGUEIRA DE OLIVEIRA O CONTROLE ADMINISTRATIVO DA LEGALIDADE NA INSCRIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO EM DÍVIDA ATIVA SALVADOR 2003/2004

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE CINCIAS CONTBEIS

    CURSO DE ESPECIALIZAO EM TCNICAS FAZENDRIAS

    EDIVANI NOGUEIRA DE OLIVEIRA RIOS JOSEMIR NOGUEIRA DE OLIVEIRA

    TEREZINHA IRACI NOGUEIRA DE OLIVEIRA O CONTROLE ADMINISTRATIVO DA LEGALIDADE NA INSCRIO DO CRDITO TRIBUTRIO EM DVIDA ATIVA

    SALVADOR 2003/2004

  • ii

    EDIVANI NOGUEIRA DE OLIVEIRA RIOS JOSEMIR NOGUEIRA DE OLIVEIRA

    TEREZINHA IRACI NOGUEIRA DE OLIVEIRA

    O CONTROLE ADMINISTRATIVO DA LEGALIDADE NA INSCRIO DO CRDITO TRIBUTRIO EM DVIDA ATIVA

    Monografia apresentada ao Programa de Ps-Graduao da Faculdade de Cincias Contbeis da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial obteno do ttulo de Especialista em Tcnicas Fazendrias

    Orientador: Prof. Joo Vicente Costa Neto

    SALVADOR 2003/2004

  • iii

    Universidade Federal da Bahia Reitor: Prof. Dr. Naomar Monteiro de Almeida Filho

    Faculdade de Cincias Contbeis Diretor: Prof. Sudrio de Aguiar Cunha

    Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia Secretrio: Albrico Machado Mascarenhas

    Coordenador do curso de Especializao em Tcnicas Fazendrias

    Prof. Joo Vicente Costa Neto

    Ficha catalogrfica

    RIOS, Edivani Nogueira de Oliveira; OLIVEIRA, Josemir Nogueira de;

    OLIVEIRA, Terezinha Iraci Nogueira de. O controle administrativo da legalidade na inscrio do crdito tributrio

    em Dvida Ativa / por Edivani Nogueira de Oliveira Rios, Josemir Nogueira de Oliveira e Terezinha Iraci Nogueira de Oliveira. 2004.

    60 f. : il.

    Monografia (especializao) Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Cincias Contbeis, 2004.

    Orientao: Prof.: Joo Vicente Costa Neto.

    1. Controle da legalidade - 2. Dvida Ativa - 3. Crdito Tributrio Modelo burocrtico. I. Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ-BA). II. Ttulo.

  • iv

    EDIVANI NOGUEIRA DE OLIVEIRA RIOS

    JOSEMIR NOGUEIRA DE OLIVEIRA TEREZINHA IRACI NOGUEIRA DE OLIVEIRA

    O CONTROLE ADMINISTRATIVO DA LEGALIDADE NA INSCRIO DO CRDITO TRIBUTRIO EM DVIDA ATIVA

    Esta monografia foi apresentada como trabalho de concluso do Curso de Especializao em Tcnicas Fazendrias pela Faculdade de Cincias Contbeis da Universidade Federal da Bahia, como turma fechada por contrato com a Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, obtendo a nota (mdia) de ____ (________), atribuda pela banca constituda pelo orientador e membros abaixo, julgada e aprovada para obteno do ttulo de Especialista em Tcnicas Fazendrias pela Universidade Federal da Bahia, em convnio com a Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia.

    Salvador, Bahia, maro de 2004

    Prof. Joo Vicente Costa Neto Coordenador do curso

    BANCA EXAMINADORA

    _____________________________________ Prof.: Joo Vicente Costa Neto (UFBA/FCC)

    Orientador

    _____________________________________ Prof.: Joseilton Silveira da Rocha (UFBA/FCC)

    _____________________________________ Prof.: Lus Paulo Guimares dos Santos (UFBA/FCC)

  • v

    Dedico este trabalho Administrao da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, aos contribuintes

    e a todos aqueles que futuramente podero se beneficiar deste trabalho

  • vi

    AGRADECIMENTOS

    A Deus, pela vida.

    Universidade Federal da Bahia e Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia por proporcionar o curso de ps-graduao em Tcnicas Fazendrias.

    Ao Prof. Orientador e Coordenador do curso Joo Vicente Costa Neto, pela

    orientao e acompanhamento competente e tico.

    Aos nossos pais, esposos, filhos, colegas, amigos e professores, por nos darem as condies e incentivo necessrios para que conclussemos este curso.

    Ao Prof. Jos Alexandre de Souza Menezes, Prof. Josefina Ruas, Prof. Telma

    Almeida de Oliveira, pela colaborao.

    A todos os servidores fazendrios que contriburam para a efetivao deste trabalho de pesquisa.

    s demais pessoas que de uma forma ou de outra nos auxiliaram para que o xito

    desta monografia se efetivasse.

  • vii

    Quanto mais sei, mas sei que nada sei.

    Scrates

  • viii

    RESUMO RIOS, Edivani Nogueira de Oliveira; OLIVEIRA, Josemir Nogueira de; OLIVEIRA, Terezinha Iraci Nogueira de. O Controle Administrativo da Legalidade na Inscrio do Crdito Tributrio em Dvida Ativa. Salvador: 2004. 60 fl. Monografia: Especializao em Tcnicas Fazendrias - Programa de Ps-Graduao em Tcnicas Fazendrias. SEFAZ/UFBA. 2004. Esta pesquisa aborda a necessidade do controle administrativo da legalidade na inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, precisando sua extenso tanto para a administrao quanto para os contribuintes. Este controle deve ser feito sob dois aspectos: formal ou extrnseco e material ou substancial. Quanto ao aspecto formal so examinados os elementos formadores do ato e quanto ao aspecto material so examinados se os preceitos legais foram obedecidos. A pesquisa aprofunda as idias e torna mais explcito o significado do controle administrativo da legalidade, bem como descreve os principais passos do saneamento de um processo na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia para fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa. Foi feito um estudo de caso no sentido de buscar a confirmao da importncia desse controle da legalidade, baseado na teoria a respeito do tema. Um fator importante do resultado desta pesquisa foi a validao da hiptese de que imprescindvel, no momento presente, a manuteno do controle administrativo da legalidade nos processos da Secretaria da Fazenda, seja Denncia Espontnea, Notificao Fiscal ou Auto de Infrao, antes de envi-los para inscrio em Dvida Ativa. Recomenda-se que seja consultada esta monografia e seja divulgada esta necessidade para a Administrao. Palavras Chaves: 1. Controle da Legalidade. 2. Crdito Tributrio. 3. Dvida Ativa.

  • ix

    ABSTRACT RIOS, Edivani Nogueira de Oliveira; OLIVEIRA, Josemir Nogueira de; OLIVEIRA, Terezinha Iraci Nogueira de. The Administrative Control of the legality in the registration of the Tributary Credit on the Book Debit. 2004. 60 f. Monograph: "Specialization in Public Treasure's Techniques" - Post-Graduation Program in Public Treasure's Techniques. SEFAZ/UFBA. 2004. This research approach the administrative control necessity of the legality on the registration of the tributary credit in Book Debit, specifying it extension for both administration and tax-payers. This control has to be done under two aspects: formal or extrinsic and material or substantial. Respect to the formal aspect the act former elements are analyzed and respect to the material aspect it is examined if the legal precepts were attended. The research deeps the ideas and make more explicit the meaning of the legality's administrative control, as well as describes the main steps to depurate a process at the Public Treasure Department of the Bahia State for the registration of the tributary credit in Book Debit. A case study was done in the sense to look for the confirmation of the importance of this legality control, based in the theory about the mater. An important outcome's factor of this research was the hypothesis's validation about that, at the present moment, it is strongly necessary to keep the administrative control of the legality on the public treasure department's process, it be a Spontaneous Denounce, a Fiscal Notification, or an Infraction Act, previous to send them for registration on the Book Debit. It's recommended to consult this monograph and spread this necessity through all the administration. Key-Words: 1. Legality Control; 2. Tributary Credit; 3. Book Debit.

  • x

    SUMRIO

    Fl

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS...................................................... xii

    LISTA DE ILUSTRAES ......................................................................... xiii

    LISTA DE TABELAS .................................................................................. xiv

    1 INTRODUO ............................................................................ 15

    1.1 Contexto ...................................................................................... 15

    1.2 Problema ..................................................................................... 16

    1.3 Hipteses .................................................................................... 16

    1.4 Objetivos ..................................................................................... 17

    1.4.1 Geral ........................................................................................... 17

    1.4.2 Especficos .................................................................................. 17

    1.5 Justificativa .................................................................................. 18

    2 FUNDAMENTAO TERICA .................................................. 19

    2.1 A Administrao Pblica ............................................................. 19

    2.1.1 Princpios da Administrao Pblica .......................................... 19

    2.1.2 Poderes Administrativos ............................................................. 20

    2.2 Ato Administrativo ....................................................................... 21

    2.2.1 Espcies de Ato Administrativo .................................................. 22

    2.2.2 Atributos do Ato Administrativo .................................................. 22

    2.3 Administrao Tributria ............................................................. 23

    2.3.1 Fiscalizao ................................................................................ 23

    2.3.2 Dvida Ativa ................................................................................. 23

    2.3.3 Certido Negativa ....................................................................... 26

    3 ORGANIZAO OBJETO DO ESTUDO DE CASO .................. 27

    4 METODOLOGIA ......................................................................... 30

    4.1 Objeto de Estudo ........................................................................ 30

    4.2 Tipo de Pesquisa ........................................................................ 30

    4.2.1 Quanto aos objetivos .................................................................. 30

    4.2.2 Quanto ao procedimento adotado .............................................. 30

    4.2.3 Quanto natureza ...................................................................... 31

  • xi

    4.3 Coleta e Anlise dos Dados ........................................................ 31

    4.4 Fases de Desenvolvimento da Pesquisa ................................... 32

    5 RESULTADOS E DISCUSSO .................................................. 33

    5.1 Controle Administrativo da Legalidade para fins de Inscrio do

    Crdito Tributrio em Dvida Ativa na Secretaria da Fazenda do

    Estado da Bahia...........................................................................

    33

    5.1.1 Tipos de processos sujeitos ao controle da legalidade para fins

    de inscrio do Crdito Tributrio em Dvida Ativa .....................

    34

    5.1.2 Procedimentos do saneamento de um processo sujeito ao

    controle da legalidade na Secretaria da Fazenda do Estado da

    Bahia, para fins de inscrio em Dvida Ativa .............................

    36

    5.1.3 Detalhamento dos passos no saneamento de um processo

    sujeito ao controle da legalidade .................................................

    37

    5.2 Levantamento Estatstico dos Processos Saneados para fins

    de Inscrio do Crdito Tributrio em Dvida Ativa nos perodos

    de 2002 e 2003 ...........................................................................

    42

    5.3 Apresentao dos resultados e anlise da pesquisa aplicada ... 45

    5.4 Discusso .................................................................................... 54

    6 CONCLUSO ............................................................................. 56

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................ 58

    APNDICE .................................................................................. 59

  • xii

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CF - Constituio Federal CONSEF - Conselho Estadual de Fazenda COTEB - Cdigo Tributrio do Estado da Bahia CTN - Cdigo Tributrio Nacional DA - Dvida Ativa DARC - Diretoria de Arrecadao, Crdito Tributrio e Controle GECOB - Gerncia de Cobrana do Crdito Tributrio ICMS - Imposto sobre Operaes Relativas Circulao de

    Mercadorias e sobre Prestaes de Servios de Transporte

    Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaes

    IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veculos Automotores ITD - Imposto sobre Transmisso CAUSA MORTIS e doao

    de quaisquer bens ou direitos

    PAF - Processo Administrativo Fiscal PGE - Procuradoria Geral do Estado PROFIS - Procuradoria Fiscal RPAF - Regulamento do Processo Administrativo Fiscal SEFAZ-BA - Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia

  • xiii

    LISTA DE ILUSTRAES

    fl - Figura 3.1 - Estrutura Organizacional da Secretaria da Fazenda do

    Estado da Bahia SEFAZ/BA .................................................................. 28

    - Figura 4.1 - Fases do Desenvolvimento da Pesquisa .............................. 32

    - Grfico 5.1 - Processos saneados para fins de inscrio do crdito

    tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2002 ...........................................

    43

    - Grfico 5.2 - Processos saneados para fins de inscrio do crdito

    tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2003 ...........................................

    44

    - Grfico 5.3 - Conhecimento da existncia do controle administrativo da

    legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na

    Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia ..................................................

    46

    - Grfico 5.4 - Manuteno do controle administrativo da legalidade antes

    da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa ..........................................

    47

    - Grfico 5.5 - A certeza e a liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em

    Dvida Ativa, depende de um prvio controle administrativo da legalidade ...

    48

    - Grfico 5.6 - A presuno de legitimidade do lanamento torna

    dispensvel o controle administrativo da legalidade antes da inscrio do

    crdito tributrio em Dvida Ativa ...................................................................

    49

    - Grfico 5.7 - Evitar prejuzos para o Estado ................................................ 50

    - Grfico 5.8 - Garantir a certeza e a liquidez do crdito tributrio .............. 51

    - Grfico 5.9 - Garantir que o direito do contribuinte seja resguardado ......... 51

    - Grfico 5.10 - Evitar execues judiciais nulas ........................................... 52

    - Grfico 5.11 - Evitar cancelamento de inscries em Dvida Ativa ............. 53

  • xiv

    LISTA DE TABELAS

    fl Tabela 5.1 Tabela dos cdigos de dbitos ................................................. 38 Tabela 5.2 Processos saneados para fins de inscrio do crdito

    tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2002 ...........................................

    42

    Tabela 5.3 Processos saneados para fins de inscrio do crdito

    tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2003 ...........................................

    44

    Tabela 5.4 Conhecimento da existncia do controle administrativo da

    legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na

    Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia ..................................................

    45

    Tabela 5.5 Manuteno do controle administrativo da legalidade antes da

    inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa ...............................................

    46

    Tabela 5.6 A certeza e a liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em

    Dvida Ativa depende de um prvio controle administrativo da legalidade ...

    47

    Tabela 5.7 A presuno de legitimidade do lanamento torna dispensvel

    o controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito

    tributrio em Dvida Ativa ...............................................................................

    48

    Tabela 5.8 Graus de importncia atribudos aos critrios apontados como

    necessrios ao controle administrativo da legalidade antes da inscrio do

    crdito tributrio em Dvida Ativa .................................................................

    49

    Tabela 5.9 Evitar prejuzos para o Estado .................................................. 50

    Tabela 5.10 Garantir a certeza e a liquidez do crdito tributrio .............. 50

    Tabela 5.11 Garantir que o direito do contribuinte seja resguardado ......... 51

    Tabela 5.12 Evitar execues judiciais nulas ............................................. 52

    Tabela 5.13 Evitar cancelamento de inscries em Dvida Ativa ............... 52

  • I. INTRODUO 1.1 Contexto

    O controle administrativo da legalidade na inscrio do crdito tributrio

    em Dvida Ativa compreende uma anlise sob dois aspectos: formal ou extrnseco e

    material ou substancial. Quanto ao aspecto formal so examinados os elementos

    formadores do ato, por exemplo, se os prazos legais foram cumpridos, se o sujeito

    passivo foi devidamente cientificado. Com referncia ao aspecto material so

    examinados se os preceitos legais foram obedecidos, como: a ocorrncia do fato

    gerador, a determinao da base de clculo, a aplicao da alquota e da

    penalidade.

    Como dispe o Cdigo Tributrio Nacional (CTN), Lei n 5.172, de

    25/10/66, em seu artigo 139: o crdito tributrio decorre da obrigao principal e

    tem a mesma natureza desta. Para Baleeiro (2001, p. 771 e 777) [...] essa

    obrigao consiste no dever jurdico de pagar tributo ou pena pecuniria e conclui

    que [...] o Cdigo Tributrio Nacional reserva o nome de crdito tributrio ao direito

    de crdito subjetivo pblico, que surge com a ocorrncia do fato jurdico, tornando-se

    lquido, certo e exigvel por meio do ato de lanamento. A obrigao acima citada

    o dbito para o sujeito passivo e o crdito para o sujeito ativo.

    O lanamento tributrio, como ato administrativo, goza de presuno de

    legitimidade. Por isso, algumas correntes vem o controle administrativo da

    legalidade para inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa como uma formalidade

    desnecessria j que o lanamento goza de liquidez e certeza.

    O Decreto-Lei n 1471, de 03/02/67, em seu artigo 22, 1, determinava

    expressamente que antes da autorizao da inscrio em Dvida Ativa fosse

    efetuado um exame do aspecto formal do crdito tributrio.

    1 Decreto-Lei n 147, de 03/02/67 que d nova lei orgnica Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (P.G.F.N.)

  • 16

    Porm, com a edio da Lei n 6.830, de 22 de setembro de 1980, alm

    da observncia do aspecto extrnseco ou formal do crdito tributrio, seu texto veio

    determinar a obrigatoriedade de se observar, tambm, o aspecto material para

    inscrio do crdito em Dvida Ativa. Mesmo depois da publicao da Lei n

    6.830/80, com a clareza e literalidade do 3 de seu art. 2, existem tributaristas,

    ainda hoje, que insistem em afirmar que o exame do rgo competente para

    inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa deve se restringir apenas ao aspecto

    formal do processo. Entretanto, se apenas este tipo de interpretao fosse

    considerada, no seria possvel uma anlise relativa aos elementos substanciais do

    crdito tributrio, ou em outras palavras no seria possvel o controle administrativo

    da legalidade.

    1.2 Problema

    com base nesse contexto que surge o seguinte questionamento

    norteador deste estudo: a presuno de legitimidade do lanamento torna

    dispensvel o controle administrativo da legalidade, sob o aspecto material, na

    inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa?

    1.3 Hipteses

    As hipteses que gerenciam o estudo so:

    A certeza e a liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa

    depende de um prvio controle administrativo da legalidade.

    Sem o controle administrativo da legalidade no estariam resguardados

    os direitos individuais nem estariam respeitados os princpios da legalidade e da

    segurana jurdica.

  • 17

    1.4 Objetivos

    1.4.1 Geral

    Demonstrar a importncia do controle administrativo da legalidade, sob o

    aspecto material, para fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na

    Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia.

    1.4.2 Especficos

    - Levantar fundamentos tericos sobre o controle administrativo da

    legalidade e sobre a inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa.

    Identificar a necessidade do controle administrativo da

    legalidade, sob o aspecto material, na inscrio do crdito tributrio em

    Dvida Ativa, precisando sua extenso tanto para a administrao quanto

    para os contribuintes.

    Tornar mais explcito e aprofundar as idias sobre o significado

    do controle administrativo da legalidade para fins de inscrio do crdito

    tributrio em Dvida Ativa.

    Descrever os passos do saneamento de um Processo

    Administrativo Fiscal - PAF na Fazenda Pblica do Estado da Bahia para

    fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa.

    - Levantar dados estatsticos dos processos saneados, para fins de

    inscrio junto ao setor de Dvida Ativa da Secretaria da Fazenda do Estado da

    Bahia.

    - Caracterizar a organizao, objeto do Estudo de Caso: Secretaria da

    Fazenda do Estado da Bahia.

  • 18

    1.5 Justificativa

    A Secretaria da Fazenda o rgo responsvel pela fiscalizao,

    arrecadao, e administrao dos tributos estaduais, sendo, portanto responsvel

    pelo lanamento e inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa. A inscrio do

    crdito tributrio em Dvida Ativa se constitui no ato de controle administrativo da

    legalidade, o qual deve ser exercido pelo rgo competente para apurar a liquidez e

    certeza do crdito.

    A Lei n 6.830, de 22 de setembro de 1980, qualifica a inscrio de

    crditos da Fazenda Pblica em Dvida Ativa como "ato de controle administrativo da

    legalidade". Alm disso, o crdito tributrio que ser inscrito em Dvida Ativa decorre

    de um ato administrativo vinculado, o lanamento. Por isso, antes da inscrio torna-

    se necessrio o controle administrativo da legalidade para se ter a certeza e a

    liquidez do crdito, propiciando a eficcia executiva do ttulo produzido, evitando

    prejuzos ao Estado, com execues fiscais nulas.

    No exerccio do controle da legalidade podem ser detectados vrios erros

    e/ou omisses na aplicao da Lei, tanto no aspecto formal quanto material, os

    quais devem ser corrigidos antes da inscrio em Dvida Ativa. Esse controle visa,

    no somente, resguardar os interesses da prpria Administrao Pblica, como

    tambm, evitar que os contribuintes sejam prejudicados pela aplicao inadequada

    da Lei.

    Por tudo isso, o desenvolvimento de um estudo da importncia do

    controle administrativo da legalidade, sob o aspecto material, para fins de inscrio

    do crdito tributrio na Dvida Ativa, certamente contribuir para evitar execues

    fiscais indevidas, desonerando o judicirio de causas temerrias, livrando a Fazenda

    Pblica de condenao moral e patrimonial lesivas e, tambm, assegurando ao

    contribuinte a certeza do quantum devido.

  • 19

    II. FUNDAMENTAO TERICA 2.1 A Administrao Pblica

    Conforme Meirelles (2001, p. 79) a Administrao Pblica a gesto de

    bens e interesses qualificados da comunidade no mbito federal, estadual e

    municipal, segundo os preceitos do Direito e da Moral, visando ao bem comum.

    2.1.1 Princpios da Administrao Pblica

    So doze os princpios bsicos da administrao pblica: Legalidade,

    Moralidade, Impessoalidade ou Finalidade, Publicidade, Eficincia, Razoabilidade,

    Proporcionalidade, Ampla Defesa, Contraditrio, Segurana Jurdica, Motivao e

    Supremacia do Interesse Pblico. Os cinco primeiros esto expressos na

    Constituio Federal de 1988, em seu art. 37, e os outros se encontram listados

    juntos com os primeiros na Lei Federal n 9.7842, de 29/01/99.

    Conceituando abaixo os princpios considerados mais importantes para o

    presente estudo, temos: Legalidade, Moralidade, Impessoalidade ou Finalidade,

    Publicidade, Eficincia e Segurana Jurdica.

    Legalidade - de acordo com Meirelles (2001, p. 82) [...] a legalidade, como princpio de administrao ( CF, art. 37, caput ), significa que o administrador pblico, est em toda sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e s exigncias do bem comum, e dele no se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato invlido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso.

    Moralidade - no a moralidade comum e sim a moralidade jurdica,

    tem contedo jurdico a partir de regras e princpios da administrao. Tem a ver

    com a tica profissional.

    Impessoalidade ou Finalidade - o princpio que [...] impe ao

    administrador pblico que s pratique o ato para o seu fim legal.3, de forma

    2 Lei Federal n 9.784, que regula o processo administrativo no mbito da administrao pblica federal. 3 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 26 Ed. Rio de Janeiro: Malheiros Editores, 2001. p. 85.

  • 20

    impessoal. A administrao no pode favorecer quem quer que seja, no pode

    conceder privilgios ou benefcios a alguns.

    Publicidade - dar conhecimento, a divulgao oficial do ato que se

    exterioriza atravs do dirio oficial para que tenha incio os seus efeitos a

    transparncia da coisa pblica.

    Eficincia - este princpio foi introduzido na Constituio Federal

    atravs da Emenda Constitucional n 19/98 e visa a reduo de custos do aparelho

    estatal, a obteno de lucros e resultados positivos buscando afastar a burocracia

    que emperra a mquina administrativa. O princpio da eficincia exige que a

    atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeio e rendimento

    funcional.4.

    Segurana Jurdica - este princpio, segundo Meirelles (2001, p. 90) [...] entendido como o princpio da boa-f dos administrados. A ele est visceralmente ligada a exigncia de maior estabilidade das situaes jurdicas, mesmo daquelas que na origem apresentam vcios de legalidade. A segurana jurdica geralmente caracterizada como uma das vigas mestras do Estado de Direito.

    2.1.2 - Poderes Administrativos

    Os poderes administrativos nascem com a administrao e se

    apresentam diversificados segundo as exigncias do servio pblico, o interesse da

    coletividade e os objetivos a que se dirigem5.

    Eles se classificam segundo a liberdade da Administrao para a prtica

    de seus atos, em poder vinculado e poder discricionrio; de acordo com o grau

    hierrquico e a capacidade de punir as pessoas vinculadas administrao pblica

    em poder hierrquico e poder disciplinar; segundo sua finalidade normativa em

    poder regulamentar e considerando seus objetivos de conteno dos direitos

    individuais, em poder de polcia.

    Destes poderes, o que se aplica ao tema a ser estudado o poder

    vinculado, como ser conceituado a seguir:

    4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 26 Ed. Rio de Janeiro: Malheiros Editores, 2001. p. 90 5 Idem p. 108

  • 21

    Poder vinculado o poder cujo exerccio est sempre condicionado

    norma legal, que estabelece tanto a competncia para a prtica do ato, como os

    elementos e requisitos necessrios para sua formalizao. O agente pblico fica

    inteiramente preso ao enunciado da lei.

    Nessa categoria de atos administrativos a liberdade de ao do

    administrador mnima, pois ter que se ater enumerao minuciosa do Direito

    Positivo - a lei - para realiz-los eficazmente. No atendendo qualquer dado

    expresso na lei, os atos sero nulos.

    Conforme Meirelles (2001, p. 110) elementos vinculados sero sempre a

    competncia, a finalidade e a forma, alm de outros que a norma legal indicar para a

    consecuo do ato.

    2.2 Ato Administrativo

    " toda manifestao unilateral de vontade da Administrao Pblica que,

    agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir,

    modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigaes aos administrados ou a

    si prpria"6.

    Para a formao do ato administrativo so necessrios cinco requisitos:

    competncia, finalidade, forma, motivo e objeto, tais componentes, pode-se dizer,

    constituem a infra-estrutura do ato administrativo, [...], como mostra Meirelles (2001,

    p. 142).

    6 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 26 Ed. Rio de Janeiro: Malheiros Editores, 2001. p. 141.

  • 22

    2.2.1 Espcies de Ato Administrativo

    Quanto ao contedo, o ato administrativo pode ser constitutivo, extintivo,

    declaratrio, alienativo, modificativo ou abdicativo de direitos ou de situaes,

    conforme Meirelles (2001, p. 164).

    Dos atos administrativos citados sero conceituados apenas o ato

    constitutivo e ato declaratrio por terem relao com o tema em estudo.

    Ato constitutivo o ato que cria uma nova situao jurdica

    individual para seus destinatrios, em relao Administrao7. Por exemplo:

    licenas, nomeaes de funcionrios, sanes administrativas e outros que criam

    direitos ou impem obrigaes aos particulares.

    Ato declaratrio o que visa preservar os direitos, reconhecer

    situaes preexistentes ou, mesmo, possibilitar seu exerccio8. Por exemplo:

    apostila de ttulo de nomeaes, expedio de certides.

    2.2.2 - Atributos do Ato Administrativo

    So caractersticas que distinguem os atos administrativos dos atos

    jurdicos privados:

    Presuno de legitimidade - Em decorrncia do princpio da legalidade

    da administrao, todo e qualquer ato administrativo nasce com a presuno de

    legitimidade, [...] independente de norma legal que o estabelea, como cita

    Meirelles (2001, p 150). Como conseqncia da presuno de legitimidade os atos

    administrativos so:

    - Auto-executveis, mesmo que haja vcio ou defeito que venha a invalid-

    los;

    - Transferncia do nus da prova de invalidade do ato administrativo para

    quem a invoca (a prova sempre ficar a cargo do impugnante e o ato ter sempre

    eficcia at prova em contrrio).

    7 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 26 Ed. Rio de Janeiro: Malheiros Editores, 2001. p. 164 8 Idem

  • 23

    Imperatividade o atributo do ato administrativo que impe a

    coercibilidade para seu cumprimento ou execuo9. No depende da declarao de

    validade ou invalidade e deve ser cumprido ou atendido enquanto no for retirado do

    mundo jurdico.

    Auto-executoriedade Consiste na possibilidade que certos atos

    administrativos ensejam de imediata e direta execuo pela prpria administrao,

    independentemente de ordem judicial10.

    2.3 - Administrao Tributria

    2.3.1 - Fiscalizao

    O CTN dedica um captulo, composto dos artigos 194 a 200,

    especialmente para as atividades da fiscalizao, fixando, ainda, os direitos e

    deveres das autoridades administrativas no exerccio de suas funes. Art. 194. A legislao tributria, observado o disposto nesta Lei, regular, em carter geral, ou especificamente em funo da natureza do tributo de que se tratar, a competncia e os poderes das autoridades administrativas em matria de fiscalizao da sua aplicao.

    2.3.2 - Dvida Ativa

    A Lei n 6.830, de 22/09/1980, define a inscrio dos crditos da Fazenda

    Pblica em Dvida Ativa como "ato de controle administrativo da legalidade". Art. 2. Constitui Dvida Ativa da Fazenda Pblica aquela definida como tributria ou no-tributria na Lei n 4.320, de 17 de maro de 1964, com as alteraes posteriores, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaborao e controle dos oramentos e balanos da Unio, dos Estados, dos Municpios e do Distrito Federal. [...] 3. A inscrio, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, ser feita pelo rgo competente para apurar a liquidez e certeza do crdito e suspender a prescrio, para todos os efeitos de direito, por 180 (cento e oitenta) dias ou at a distribuio da execuo fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.

    9 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 26 Ed. Rio de Janeiro: Malheiros Editores, 2001. p. 152. 10 Idem p. 153

  • 24

    O CTN que dispe sobre o Sistema Tributrio Nacional e institui Normas

    Gerais de Direito Tributrio aplicveis Unio, Estados e Municpios, define, em seu

    artigo 201, a Dvida Ativa Tributria: Art. 201. Constitui dvida ativa tributria a proveniente de crdito dessa natureza, regularmente inscrita na repartio administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por deciso final proferida em processo regular. Pargrafo nico. A fluncia de juros de mora no exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do crdito.

    Constitudo o crdito, havendo discusso ou no na esfera administrativa,

    este se torna definitivo. Logo aps, o sujeito passivo intimado a quitar o dbito.

    Havendo inadimplncia, o crdito tributrio inscrito em Dvida Ativa e passa a

    constituir Dvida Ativa Tributria ensejando a ao de execuo fiscal, pois a

    certido de Dvida Ativa ttulo executivo extrajudicial.

    Vale lembrar que Dvida Ativa Tributria a proveniente de tributos e seus

    acrscimos, ou seja, o tributo mais correo monetria, juros de mora e as multas,

    desde que regularmente inscrita.

    A inscrio goza de presuno de certeza e liquidez do crdito tributrio

    (a certeza do direito do credor e a liquidez do quantum devido), como reza o

    CTN, em seu art. 204: Art. 204. A dvida regularmente inscrita goza de presuno de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pr-constituda. Pargrafo nico. A presuno a que se refere este artigo relativa e pode ser ilidida por prova inequvoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.

    H neste caso a inverso do nus da prova. "[...] Cabe ao devedor a

    prova inequvoca da sua iliquidez, incerteza ou inexigibilidade [...] como mostra

    Coelho (1999, p. 776).

    O controle administrativo da legalidade um ato de inteligncia onde

    examinado se a constituio do crdito tributrio atende a todos os pressupostos

    legais e aos requisitos intrnsecos e extrnsecos para a validade e eficcia do ttulo

    executivo a ser formado. Cita Nogueira (1981, p. 5) que a Lei n 6.830/80

    determinou que a inscrio se constitui no ato de controle administrativo da

    legalidade, sem qualquer restrio. Desse modo dever da Administrao controlar

  • 25

    os aspectos extrnsecos e intrnsecos dos crditos a serem inscritos em Dvida

    Ativa.

    Esse controle , pois, mais uma garantia para o devedor, que ter sua

    relao jurdica obrigacional examinada e apurada por autoridade competente.

    Os objetivos no seriam alcanados se a inscrio se restringisse s

    superficialidades, deixando a correo do ato administrativo a cargo do judicirio,

    trazendo prejuzos patrimoniais tanto para a administrao quanto para o particular.

    O controle da legalidade da inscrio na Dvida Ativa, institudo pela Lei

    n 6.830/80, do tipo no hierrquico, tcnico e indireto11.

    No hierrquico, pois no exercido por rgos superiores sobre rgos

    inferiores; tcnico por ser exercido por rgos especializados e indireto quanto

    eficcia, pois no ataca diretamente os atos sob controle - anulao, revogao ou

    modificao dos atos controlados.

    No Estado da Bahia cabe ao rgo da Secretaria da Fazenda,

    encarregado da Dvida Ativa, autorizado por meio de Representao Procuradoria

    Geral do Estado/Procuradoria Fiscal - PGE/PROFIS, cancelar ou no efetivar a

    inscrio do crdito tributrio se houver comprovao de pagamento antes da

    lavratura do processo ou superposio de valores j pagos ou autuados. E,

    verificando a existncia de vcio insanvel ou ilegalidade flagrante, sugerir

    PGE/PROFIS, representao ao rgo julgador, tambm da Secretaria da Fazenda

    (Conselho de Fazenda Estadual - CONSEF) para que este invalide ou convalide o

    crdito tributrio, obedecendo ao que determina o artigo 119 e seus pargrafos, da

    Lei n 3.956, de 11/12/81 (Cdigo Tributrio do Estado da Bahia - COTEB), abaixo

    transcrito: Art. 119. A Fazenda Estadual, atravs do rgo competente, cancelar ou no efetivar a inscrio de crdito tributrio em Dvida Ativa, mediante despacho fundamentado, nos seguintes casos: I - comprovao do pagamento antes da lavratura do auto de infrao ou da notificao fiscal;

    11 NOGUEIRA, Johnson Barbosa. O controle da legalidade da inscrio em dvida ativa tributria. Tese aprovada pelo VI congresso nacional de administrao. Paran: 1981. p. 6.

  • 26

    II - existncia de vcio insanvel ou de ilegalidade flagrante; III - superposio de valores j pagos ou reclamados mediante lavratura de auto de infrao ou de notificao fiscal. 1 Na hiptese do inciso II, a Procuradoria Fiscal (PROFIS), rgo da Procuradoria Geral do Estado, representar ao Conselho de Fazenda Estadual (CONSEF), no prazo de 5 (cinco) dias, para apreciao do fato. 2 O CONSEF far o julgamento do lanamento independentemente da ouvida do sujeito passivo revel, a menos que se trate de caso em que se questione a falta ou vcio da cincia ao sujeito passivo ou cerceamento de defesa. 3 Aps apreciao, pelo CONSEF, da representao de que cuida o 1 deste artigo, qualquer que seja a sua deciso, esgota-se a instncia administrativa. 4 Nas hipteses dos incisos I e III, a DARC representar PGE, que autorizar, se for o caso, o cancelamento ou no efetivao da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa e a extino do dbito do contribuinte.

    2.3.3 - Certido Negativa

    A Constituio Federal, em seu artigo 5, inciso XXXIV, alnea b,

    assegura a todos, independente de pagamento de taxas, a obteno de certides

    para defesa de direitos, Certido Negativa, e esclarecimento de situaes de

    interesse pessoal.

    O artigo 205 do CTN regula a expedio da Certido Negativa. Art. 205. A lei poder exigir que a prova de quitao de determinado tributo, quando exigvel, seja feita por certido negativa, expedida vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informaes necessrias identificao de sua pessoa, domiclio fiscal e ramo de negcio ou atividade e indique o perodo a que se refere o pedido. Pargrafo nico. A certido negativa ser sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e ser fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartio.

  • 27

    III - ORGANIZAO OBJETO DO ESTUDO DE CASO O Estudo de Caso foi realizado na Secretaria da Fazenda do Estado da

    Bahia - SEFAZ, que, de acordo com o seu Regimento, foi criada em 16 de agosto de

    1895, transformada pelo Decreto-Lei n 11.889, de 30 de abril de 1941, e

    reorganizada pelas Leis n 6.074, de 22 de maio de 1991, n 7.249, de 07 de janeiro

    de 1998, e n 7.435, de 30 de dezembro de 1998, e tem por finalidade formular,

    coordenar e executar as funes de administrao tributria, financeira e contbil do

    Estado, assim como planejar, coordenar, executar e controlar as atividades do

    Fundo de Custeio da Previdncia Social dos Servidores Pblicos do Estado da

    Bahia FUNPREV.

    A misso da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia prover e

    administrar os recursos pblicos para viabilizar financeiramente o desenvolvimento

    do Estado, visando a excelncia na administrao fazendria, sendo reconhecida

    como uma organizao inovadora e eficiente, que valoriza o seu quadro profissional

    e se orienta por transparncia, tica e responsabilidade social.

    Suas metas globais so: manter o Equilbrio Fiscal, aumentar a

    arrecadao anual acima do crescimento da base tributria do Estado e manter a

    qualidade do Gasto Pblico.

    A SEFAZ tem como competncias: coordenar e avaliar a poltica

    tributria, financeira, contbil e previdenciria do Estado; estudar e propor alteraes

    na legislao tributria, financeira, contbil, previdenciria e elaborar a sua

    regulamentao; fiscalizar e arrecadar tributos e todos os componentes da receita

    pblica estadual; proceder orientao fiscal e tributria; exercer a representao

    judicial e extrajudicial, a consultoria e o assessoramento jurdico do Estado, em

    matria tributria; administrar a contabilidade geral do Estado; coordenar e executar

    as atividades relativas ao Sistema Financeiro e de Contabilidade; elaborar a

    programao financeira do Estado; participar da elaborao das propostas do plano

    plurianual, das diretrizes oramentrias e dos oramentos anuais; exercer a

    centralizao do controle interno do Poder Executivo, procedendo anlise

  • 28

    administrativa, financeira e contbil dos rgos da administrao direta e das

    entidades da administrao indireta do Estado; promover o desenvolvimento dos

    recursos humanos e realizar pesquisas com vistas ao aperfeioamento dos servios

    fazendrios; examinar, registrar e controlar os contratos, convnios e operaes a

    serem realizadas pelo Estado, que envolvam matria financeira e que impliquem o

    comprometimento de recursos do Tesouro; coordenar e supervisionar a poltica de

    investimento e financiamento do Estado; elaborar proposta oramentria e a

    programao anual e plurianual do FUNPREV; gerir os recursos do FUNPREV e

    exercer outras atividades correlatas.

    3.1 - Estrutura Organizacional da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia SEFAZ/BA

    Na Estrutura Organizacional da SEFAZ destaca-se aqui a

    Superintendncia de Administrao Tributria - SAT, que tem por finalidade a gesto

    e a execuo da administrao tributria, e que atravs da Diretoria de Arrecadao,

    Crdito Tributrio e Controle - DARC com suas cinco Gerncias, Gerncia de

    Arrecadao do ICMS - GEARC, Gerncia de Arrecadao do IPVA e Outros

    Tributos - GIPVA, Gerncia de Informaes Econmico-Fiscais - GEIEF, Gerncia

  • 29

    de Controle do Crdito Tributrio - GCRED e Gerncia de Cobrana do Crdito

    Tributrio - GECOB, tem por finalidade normatizar o sistema de arrecadao,

    controlar a propriedade dos valores arrecadados, gerir os valores em cobrana

    administrativa e judicial e gerenciar e controlar o cadastro de contribuintes e as

    informaes econmico-fiscais.

    A Gerncia de Cobrana do Crdito Tributrio tem como finalidade gerir

    as atividades relativas administrao da dvida ativa tributria, inclusive sua

    inscrio; coordenar a cobrana administrativa dos crditos tributrios, inclusive

    inscritos em dvida ativa, definindo aes a serem desenvolvidas pelas diversas

    unidades da Secretaria; definir, em conjunto com a rea de atendimento,

    procedimentos de contato com os contribuintes devedores.

  • 30

    IV. METODOLOGIA 4.1 Objeto de estudo

    No presente trabalho, buscou-se, atravs da anlise terica, da coleta de

    dados e do questionrio aplicado, demonstrar a importncia do controle

    administrativo da legalidade na inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa.

    A presente pesquisa demonstra que a Fazenda Pblica do Governo do

    Estado da Bahia necessita desse controle da legalidade para apurar a liquidez e

    certeza do crdito tributrio, examinando se a constituio do crdito atende a todos

    os pressupostos legais e aos requisitos intrnsecos e extrnsecos para a validade e

    eficcia do ttulo executivo a ser formado, desonerando, assim, o judicirio de

    causas temerrias e livrando a Administrao de condenao moral e patrimonial

    lesivas.

    4.2 Tipo de pesquisa

    4.2.1 Quanto aos objetivos

    Este trabalho foi desenvolvido com base na pesquisa exploratria, a fim

    de contribuir para um melhor entendimento sobre a importncia do controle

    administrativo da legalidade na inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, pois a

    pesquisa exploratria, segundo Alves (2003, p.53), "tem como objetivo tornar mais

    explcito o problema, aprofundar as idias sobre o objeto de estudo".

    4.2.2 Quanto ao procedimento adotado

    O presente trabalho caracteriza-se pelo desenvolvimento de um estudo de

    caso, na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, utilizando-se de coleta de

    dados estatsticos e aplicao de questionrio, para trazer uma contribuio no

    sentido de demonstrar a importncia do controle administrativo da legalidade na

    inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa.

  • 31

    Segundo Alves (2003, p.55) o Estudo de Caso: [...] trata-se de um estudo em profundidade, exaustivo, radical, de uns poucos objetos, visando obter o mximo de informaes que permitam o amplo conhecimento, o que seria impossvel em outras pesquisas. muito encontrado em pesquisa do tipo exploratria. Seu planejamento flexvel, o que permite ao pesquisador obter novas descobertas. Uma das vantagens do estudo de caso a de no permitir a generalizao dos dados obtidos.

    4.2.3 Quanto natureza

    A caracterstica da pesquisa desenvolvida neste trabalho de natureza

    terica e emprica, pois analisa a correspondncia entre a realizao de estudos

    bibliogrficos, que fundamentam a pesquisa, e a coleta de dados atravs de

    questionrio aplicado, para demonstrar a importncia do controle administrativo da

    legalidade na inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa.

    Para Menezes (2003, p. 32): Os fundamentos tericos devem compreender todos os conhecimentos cientficos a respeito dos fenmenos e fatos considerados publicados quer sejam aceitos como verdades, questionveis em suas validades, confirmados em suas proposies ou, ainda, discutveis em suas aplicabilidades, e que se constituem nos conhecimentos que fornecem no s os argumentos das teorias e das hipteses como, tambm, fundamentam a tese apresentada no trabalho e, ainda, propiciam os elementos e os argumentos para a demonstrao da veracidade desta. Os fundamentos empricos devem compreender os conhecimentos cientficos a respeito dos fenmenos e fatos considerados, obtidos a partir de prticas experimentais. ......................................................................................................................... Subentendidas nas prticas experimentais esto todas as condies que abrangeram as pesquisas empricas como: procedimentos de seleo amostral, caractersticas amostrais, procedimentos tcnicos e de mensurao etc.

    4.3 Coleta e anlise dos dados

    O presente Estudo de Caso desenvolveu-se a partir da pesquisa

    exploratria com fundamentos bibliogrficos, assim como o levantamento de dados

    estatsticos junto ao Setor da Dvida Ativa da Secretaria da Fazenda e a aplicao

    de questionrios junto aos Auditores Fiscais da Secretaria da Fazenda e aos

    Procuradores do Estado da Procuradoria Fiscal em atividade, com a finalidade de

  • 32

    demonstrar a importncia do controle administrativo da legalidade na inscrio do

    crdito tributrio em Dvida Ativa.

    Para a anlise dos dados levantados foram feitas a classificao,

    organizao e interpretao das informaes disponveis j desenvolvidas acerca do

    objeto do estudo, do levantamento estatstico e do questionrio aplicado,

    construindo e redefinindo a importncia do controle administrativo da legalidade para

    fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, favorecendo uma contribuio

    para uma reflexo e auxlio Administrao Pblica.

    4.4 - Fases de desenvolvimento da pesquisa

    Para a realizao da presente pesquisa foram necessrias a formulao

    de seis etapas, conforme figura 4.1:

    CONTROLE ADMINISTRATIVO DA LEGALIDADE1 FASE

    REVISO BIBLIOGRFICA

    4.1 - Fases do Desenvolvimento da Pesquisa

    4 FASE

    LEVANTAMENTO DOS DADOS ESTATSTICOS E APLICAO DE

    QUESTIONRIO

    5 FASE TABULAO E RESULTADOS

    6 FASE CONCLUSO

    TABULAO

    ANLISE DOS RESULTADOS

    INSCRIO DO CRDITO TRIBUTRIO EM DVIDA ATIVA

    COLETA DOS DADOS SOBRE O SANEAMENTO DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS NA SEFAZ

    2 FASE DESCRIO DA ORGANIZAO

    OBJETO DO ESTUDO: SEFAZ

    3 FASE DESCRIO DOS PASSOS DO SANEAMENTO DE

    UM PROCESSO ADMINISTRATIVO NA SEFAZ

    ENVIO DO QUESTIONRIO AOS AUDITORES E PROCURADORES

    RECEBIMENTO E CONSOLIDAO DAS INFORMAES CONSTANTES

    NOS QUESTIONRIOS

  • 33

    V. RESULTADOS E DISCUSSO 5.1 Controle administrativo da legalidade para fins de inscrio do crdito

    tributrio em Dvida Ativa na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia

    Para exercer o controle administrativo da legalidade na inscrio do

    crdito tributrio em Dvida Ativa torna-se necessrio analisar os processos sob dois

    aspectos: formal ou extrnseco e material ou substancial. Quanto ao aspecto formal

    so examinados os elementos formadores do ato, por exemplo, se os prazos legais

    foram cumpridos, se o sujeito passivo foi devidamente cientificado. Com referncia

    ao aspecto material so examinados se os preceitos legais foram obedecidos, como:

    a ocorrncia do fato gerador, a determinao da base de clculo, a aplicao da

    alquota e da penalidade. A inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa se constitui

    no ato de controle administrativo da legalidade, o qual deve ser exercido pelo rgo

    competente para apurar a liquidez e certeza do crdito.

    A Secretaria da Fazenda o rgo responsvel pela fiscalizao,

    arrecadao e administrao dos tributos estaduais, sendo o rgo competente para

    efetuar o lanamento e, aps autorizao da PGE, inscrever o crdito tributrio em

    Dvida Ativa. No exerccio do controle da legalidade podem ser detectados vrios

    erros e/ou omisses na aplicao da Lei, tanto no aspecto formal quanto material, os

    quais devem ser corrigidos antes da inscrio em Dvida Ativa. Esse controle visa,

    no somente, resguardar os interesses da prpria Administrao Pblica, como

    tambm, evitar que os contribuintes sejam prejudicados pela aplicao inadequada

    da Lei. Por isso, antes da inscrio torna-se necessrio o controle administrativo da

    legalidade para se ter a certeza e a liquidez do crdito, propiciando a eficcia

    executiva do ttulo produzido, evitando prejuzos ao Estado, com execues fiscais

    nulas.

  • 34

    5.1.1 Tipos de processos sujeitos ao controle da legalidade para fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa

    Na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia existem trs tipos de

    processos para exigncia fiscal: Auto de Infrao, Notificao Fiscal e Denncia

    Espontnea.

    O Auto de Infrao lavrado para exigncia de tributos, acrscimos

    tributrios e multas mediante ao fiscal em estabelecimento ou no trnsito de

    mercadorias, quando for constatada infrao legislao tributria, tanto por

    descumprimento de obrigao principal como de obrigao acessria.

    A Notificao Fiscal emitida para exigncia:

    - de crdito tributrio apurado com base em informaes declaradas pelo

    prprio sujeito passivo nas declaraes mensais de apurao ou nos casos de

    Denncia Espontnea quando o contribuinte deixar de efetuar o pagamento do

    dbito denunciado;

    - de multa por descumprimento de obrigao acessria em virtude da

    falta de apresentao de informaes econmico-fiscais;

    - de crdito tributrio decorrente de descumprimento de obrigao

    principal relativo ao Imposto sobre Transmisso Causa Mortis e Doao (ITD), s

    taxas estaduais e ao Imposto sobre Propriedade de Veculos Automotores (IPVA);

    - quando o tributo tiver o valor inferior a R$ 460,00, na fiscalizao de

    estabelecimento ou inferior a R$ 230,00, na fiscalizao de mercadorias em trnsito;

    - nos casos em que se atribua a responsabilidade supletiva ao

    contribuinte substitudo, aps esgotadas todas as possibilidades de exigncia do

    Imposto sobre Operaes Relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestaes

    de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao - ICMS

    do sujeito passivo por substituio estabelecido em outra unidade da Federao.

    A Denncia Espontnea quando antes do incio de qualquer

    procedimento fiscal o contribuinte procura espontaneamente a repartio fazendria

    para comunicar irregularidade ou pagar tributo no pago no prazo regulamentar.

  • 35

    Aps a lavratura do Auto de Infrao, da Denncia Espontnea ou

    emisso da Notificao Fiscal, o processo ser registrado na Repartio Fazendria

    do domiclio do contribuinte, encarregada do seu preparo, onde sero observados os

    prazos regulamentares para o pagamento do dbito apurado ou interposio de

    defesa, esta nos casos de Auto de Infrao e Notificao Fiscal.

    Decorrido o prazo para pagamento e no sendo este efetuado, nem

    havendo impugnao ao lanamento, o contribuinte ser considerado revel, sendo

    lavrado o Termo de Revelia e o Auto de Infrao ou Notificao Fiscal encaminhado

    ao setor de saneamento da Secretaria da Fazenda para fins de inscrio do crdito

    tributrio em Dvida Ativa.

    No caso de Denncia Espontnea no havendo pagamento da parcela

    inicial do parcelamento solicitado no prazo de 05 (cinco) dias teis, ser emitida a

    Notificao Fiscal que ter os trmites normais ou, havendo interrupo do

    parcelamento, ser lavrado o Termo de Extino de Parcelamento e encaminhado o

    processo para inscrio em Dvida Ativa.

    O rgo da Secretaria da Fazenda, responsvel pela inscrio do crdito

    tributrio em Dvida Ativa, efetua o trabalho de saneamento do processo, ou seja,

    analisa todos os aspectos formais e materiais, encaminhando-o PGE/PROFIS

    para, no controle da legalidade, autorizar ou no, a inscrio do crdito em Dvida

    Ativa.

    De acordo com o art. 113 2 do RPAF se a PGE/PROFIS no se

    manifestar expressamente contrria ao ato de inscrio em Dvida Ativa, no prazo de

    30 dias a partir do recebimento do processo, a SEFAZ atravs do rgo competente

    (DARC), efetivar a inscrio.

  • 36

    5.1.2 Procedimentos do saneamento de um processo sujeito ao controle da legalidade na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, para fins de inscrio em Dvida Ativa

    Sero detalhados a seguir os procedimentos necessrios para o

    saneamento de um processo a ser inscrito em Dvida Ativa.

    O processo recebido no protocolo do rgo da Secretaria da

    Fazenda do Estado da Bahia responsvel pela inscrio em Dvida Ativa e

    encaminhado para o Saneamento, nos seguintes casos:

    O Auto de Infrao ou a Notificao Fiscal encontra-se na situao

    revel, ou seja, foi esgotado o prazo para pagamento ou apresentao de

    defesa, sem manifestao do contribuinte;

    O contribuinte interrompeu o pagamento do parcelamento (Auto de

    Infrao, Notificao Fiscal ou Denncia Espontnea);

    O Conselho de Fazenda do Estado da Bahia julgou o Auto de Infrao

    total ou parcialmente procedente e o contribuinte persistiu na insolvncia,

    aps a cincia do julgamento;

    O funcionrio (saneador) recebe o processo e analisa, podendo

    ocorrer, ento, os encaminhamentos abaixo listados:

    Procuradoria Geral do Estado para autorizao da inscrio do

    crdito em Dvida Ativa;

    Procuradoria Geral do Estado com Representao para autorizao

    da extino do dbito ou no efetivao da inscrio do crdito tributrio

    em Dvida Ativa, caso tenha comprovao de pagamento antes da

    lavratura do processo ou superposio de valores j pagos ou autuados -

    Art. 119, incisos I e III e 4 do COTEB e Art. 114, incisos I e III e 4 do

    RPAF;

    Inspetoria Fazendria de origem, ao Conselho de Fazenda do Estado

    da Bahia ou outro setor que se faa necessrio, em diligncia, para

    esclarecimentos, correes no andamento processual e/ou sanar

    irregularidades, conforme o caso;

    Procuradoria Geral do Estado, para fins de Representao ao

    Conselho de Fazenda do Estado da Bahia, sugerindo a Improcedncia ou

  • 37

    Nulidade do procedimento fiscal, nos casos de existncia de vcio

    insanvel ou de ilegalidade flagrante - Art. 119, inciso II e 1 do COTEB

    e art. 114, inciso II e 1 do RPAF;

    Procuradoria Geral do Estado com sugesto de alterao da multa

    proporcional ao tributo devido ou da penalidade formal, indicada

    equivocadamente no processo;

    Inspetoria Fazendria de origem para extino por Remisso do

    crdito tributrio e arquivamento do processo, conforme lei vigente

    poca.

    5.1.3 Detalhamento dos passos no saneamento de um processo sujeito ao controle da legalidade

    So seis os possveis encaminhamentos do processo aps o saneamento

    Encaminhamento do processo Procuradoria Geral do Estado para a

    autorizao da inscrio.

    Para o encaminhamento do processo Procuradoria Geral do Estado

    para autorizao da inscrio do crdito em Dvida Ativa, o mesmo dever estar com

    todas as formalidades legais preenchidas, tais como:

    - O Auto de Infrao, a Notificao Fiscal ou a Denncia Espontnea, no

    original, no em cpia, salvo em caso de restaurao com a comprovao

    de se tratar desta hiptese, integrando o processo;

    - O contribuinte, o valor do dbito e a infrao (se for Notificao Fiscal

    ou Auto de Infrao), identificveis;

    - O fato descrito no Auto de Infrao / Notificao Fiscal deve ser

    legalmente passvel de autuao e de acordo com a respectiva multa

    aplicada e ainda de acordo com a poca do fato gerador;

    - Os prazos processuais terem sido respeitados;

    - Ocorrendo a revelia, o Termo de Revelia deve ter sido lavrado e em

    tempo hbil, nele constando a data da emisso, a assinatura e cadastro

    do funcionrio responsvel;

    - O fato descrito no Auto de Infrao / Notificao Fiscal deve estar

    documentado - com papis de trabalho, intimaes, Termos de

  • 38

    Fiscalizao, ou de Apreenso, conforme a exigncia legal - o suficiente

    para sustentar, caso necessrio, uma futura ao judicial.

    Dados conferidos pelo saneador no Relatrio de Saneamento (relatrio

    emitido pelo sistema de crdito da SEFAZ-BA, contendo todos os dados do

    processo) e na Certido da Dvida Ativa:

    - Razo social e Inscrio Estadual;

    - Nmero do Auto de Infrao / Notificao Fiscal / Denncia

    Espontnea;

    - Data da lavratura e data da cincia do sujeito passivo;

    - Descrio da infrao;

    - Dispositivos infringidos e dispositivos de multa aplicados;

    - Cdigo dos dbitos (ou natureza dos dbitos) - no processo pode estar

    se exigindo tributo com multa proporcional ou apenas multa formal por

    descumprimento de obrigao acessria, conforme Tabela abaixo:

    Tabela 5.1 - Tabela dos cdigos de dbitos ESPCIE DO DBITO CDIGO

    ICM/ICMS+MULTA POR INFRAO 10

    ITBI/ITD 20

    TPP - Taxa de Poder de Polcia 30

    TPS - Taxa de Prestao de Servio 40

    CONTRIBUIO DE MELHORIA 50

    MULTA POR INFRAO S/ CRDITO FISCAL OU VL COMERCIAL 60

    MULTA FIXA 61

    ACRSCIMOS MORATRIOS NO RECOLHIDOS TEMPESTIVAMENTE 70

    IPVA 80

    AIR Adicional sobre o Imposto de Renda 81

    CORREO MONETRIA NO RECOLHIDA TEMPESTIVAMENTE 90

    ANTECIPAO FORA DO PRAZO 62

    DAE FALSIFICADO 63

    Fonte: SEFAZ/DARC/GECOB

    - Datas de ocorrncia e de vencimento de cada item do Demonstrativo

    do Dbito;

    - Percentuais de multa no Demonstrativo do Dbito;

  • 39

    - Havendo julgamento no processo, sero conferidos todos os dados

    constantes no Sistema de Crdito da Secretaria da Fazenda do Estado da

    Bahia, comparando com os dados do julgamento (cdigo dos dbitos,

    datas de vencimento, percentuais de multa aplicados e valores do dbito);

    caso haja pagamento, so verificados os saldos se esto corretos;

    - Valores dos itens do Demonstrativo do Dbito e total do dbito (verifica

    se esto corretas as converses da moeda, quando for o caso);

    - Confere com os respectivos comprovantes de ingresso da receita, os

    pagamentos existentes para o processo;

    Aps a conferncia de todos os dados no Relatrio do Saneamento e

    na Certido da Dvida Ativa, o saneador data, assina, e tramita o processo para a

    Procuradoria Geral do Estado /Procuradoria Fiscal/Controle da Legalidade, para

    autorizao da inscrio em Dvida Ativa. Na hiptese da Procuradoria Geral do

    Estado no se manifestar expressamente contrria ao ato de inscrio em Dvida

    Ativa, no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir do recebimento do processo, a

    Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia efetivar a inscrio (art. 113 2 do

    RPAF).

    Encaminhamento do processo com Representao Procuradoria

    Geral do Estado - se o setor de saneamento constatar a comprovao de

    pagamento antes da lavratura do Auto de Infrao ou da emisso da Notificao

    Fiscal, ou a superposio de valores j pagos ou autuados, representar

    Procuradoria Geral do Estado, em despacho fundamentado, solicitando autorizao

    para cancelamento ou no efetivao da inscrio do crdito tributrio em Dvida

    Ativa e a extino do dbito do contribuinte, com base nos art. 114 incisos I ou III e

    4 do RPAF e art. 119 incisos I ou III e 4 do COTEB.

    Encaminhamento do processo em Diligncia:

    A diligncia somente ser efetuada quando a incorreo ou omisso no

    puder ser resolvida no prprio saneamento, e antes de enviar o processo para

    qualquer setor, deve ser todo ele verificado, evitando assim ter de reenvi-lo em

    outra diligncia.

    Os principais motivos de retorno do processo em diligncia so:

    - Falha na cincia ao contribuinte - A cincia do autuado nas diversas

    fases do processo (do Auto de Infrao/Notificao Fiscal, Acrdo do

    Julgamento, etc.) dever ser comprovada, por assinatura legvel,

  • 40

    identificao do signatrio, data da cincia sem rasura e compatvel com a

    data do fato objeto da cincia e conforme a seqncia prevista no Art. 108

    do RPAF, ou seja, pessoalmente, via Aviso de Recebimento do correio ou

    por Edital.

    - Termo de Revelia dever ser lavrado pela Inspetoria se no houver

    pagamento nem impugnao no prazo regulamentar.

    - Denncia Espontnea sem pagamento - ser enviada Inspetoria

    Fazendria de origem para emitir a Notificao Fiscal (Art. 96 do RPAF).

    - Intimao ao fiel depositrio das mercadorias apreendidas - no Auto de

    Infrao lavrado na fiscalizao de mercadorias em trnsito quando o fiel

    depositrio for diverso do autuado, o processo ser encaminhado

    Comisso de Leilo para intim-lo a apresentar as mercadorias

    apreendidas para fins de leilo de acordo com o Art. 950 do RICMS/97.

    Caso o fiel depositrio no se manifeste dentro do prazo, o processo

    retornar para inscrio e o saneador incluir na Certido o fiel

    depositrio como co-responsvel.

    - Auto de Infrao lavrado na fiscalizao do trnsito com as

    mercadorias apreendidas/depositadas na repartio fazendria - o

    processo ser encaminhado em diligncia para verificar se foram

    liberadas as mercadorias e em caso negativo, providenciar o leilo, nos

    termos do Art. 950, 2 do RICMS/97.

    - Inconsistncia entre fato descrito e infrao identificada - o processo

    ser encaminhado Inspetoria Fazendria para solicitar ao autuante que

    esclarea a descrio da infrao e penalidade imposta.

    - Ausncia de papis de trabalho - ser encaminhado Inspetoria

    Fazendria de origem para solicitar ao autuante que anexe ao processo.

    - Processo com Parcelamento Interrompido sem anexar os documentos

    prprios: Requerimento de Parcelamento, Demonstrativo do

    Parcelamento e Termo de Extino de Parcelamento - ser encaminhado

    Inspetoria Fazendria de origem para anexar.

    - Processo com defesa tempestiva e com Termo de Revelia lavrado -

    ser encaminhado Inspetoria Fazendria de origem para verificar a

    tempestividade da defesa apresentada e enviar ao autuante para prestar

    a informao fiscal.

  • 41

    - Processo com defesa intempestiva - ser encaminhado Inspetoria

    Fazendria de origem para verificar a intempestividade da defesa e

    cientificar o autuado do seu arquivamento.

    - Processo com solicitao do contribuinte para controle da legalidade -

    ser encaminhado PGE para anlise e emisso de Parecer.

    - Quando se constatar dados incorretos no sistema, cuja alterao seja

    privativa da Gerncia de Crdito Tributrio, como alterao do valor do

    dbito - o processo ser encaminhado quele rgo para a devida

    alterao.

    - Se no processo houver apresentao de defesa e informao fiscal do

    autuante - ser encaminhado ao Conselho de Fazenda do Estado da

    Bahia para julgamento.

    - Se o processo estiver totalmente pago ou estiver com parcelamento em

    andamento - ser encaminhado Inspetoria Fazendria de origem para

    homologar os processos baixados por pagamento ou acompanhar o

    parcelamento em andamento.

    Encaminhamento Procuradoria Geral do Estado para fins de

    Representao ao Conselho de Fazenda do Estado da Bahia - se o setor de

    saneamento constatar a existncia de vcio insanvel ou de ilegalidade flagrante, o

    processo ser encaminhado Procuradoria Geral do Estado, com despacho

    fundamentado, para fins de Representao ao Conselho de Fazenda do Estado da

    Bahia, sugerindo a Improcedncia ou Nulidade do procedimento fiscal, conforme Art.

    119, inciso II e 1 do COTEB e art. 114, inciso II e 1 do RPAF.

    Encaminhamento Procuradoria Geral do Estado com sugesto de

    alterao da multa proporcional ao tributo ou da penalidade formal - se o setor de

    saneamento detectar que no processo houve indicao de multa ou de penalidade

    formal de maneira equivocada, encaminhar Procuradoria Geral do Estado com

    despacho fundamentado, sugerindo a devida alterao, com base no art. 119-B do

    COETB.

    Encaminhamento do processo para Extino por Remisso - o setor de

    saneamento verifica no Sistema de Crdito da Secretaria da Fazenda do Estado da

    Bahia, se o processo se enquadra nos Decreto ns 5.131 de 15/01/1996; 6.976 de 05/11/1997; Leis n 7.438/99 e 7.504/99; Decreto n 7.842 de 11/09/2000; e Leis n 8.359 de 18/09/2002; 8.887 de 24/11/2003. Confirmado o direito Remisso do

  • 42

    crdito tributrio, o processo ser encaminhado Inspetoria Fazendria de origem,

    nos termos da Lei ou Decreto correspondente.

    5.2 Levantamento estatstico dos processos saneados para fins de

    inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa nos perodos de 2002 e 2003

    Na tabela abaixo se pode verificar a quantidade de processos saneados

    no exerccio de 2002, onde se constata que dos 7.470 processos saneados 2.122

    retornaram em diligncia, o que equivale a 28% do total. No se pode ignorar que

    dos 5.348 processos enviados para inscrio, grande parte retorno de diligncias,

    e que, alm disso, no Saneamento tambm so corrigidos alguns erros e equvocos,

    como por exemplo, lanamento de pagamentos no processo, alterao de datas dos

    fatos geradores, alterao de datas de cincia, adequao da infrao com a

    tipificao da multa aplicada, excluso e relanamento de parcelamentos, entre

    outros.

    Tabela 5.2 - Processos saneados para fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2002:

    QUANTIDADE DE PROCESSOS SANEADOS EXERCCIO DE 2002

    MS Inscries em DA Diligncia TOTAL Janeiro 262 95 357 Fevereiro 142 203 345 Maro 160 168 328 Abril 550 137 687 Maio 537 158 695 Junho 502 137 639 Julho 481 133 614 Agosto 559 149 708 Setembro 406 242 648 Outubro 489 268 757 Novembro 629 247 876 Dezembro 631 185 816

    TOTAL 5.348 2.122 7.470 Fonte: SEFAZ/DARC/GECOB

  • 43

    No grfico abaixo pode-se constatar que houve um crescimento do

    nmero de diligncia nos meses de fevereiro e setembro a novembro, comeando a

    decrescer em dezembro.

    PROCESSOS SANEADOS EM 2002

    0100200300400500600700

    Jane

    iro

    Feve

    reiroMa

    ro Abril

    Maio

    Junh

    oJu

    lho

    Agos

    to

    Setem

    bro

    Outub

    ro

    Nove

    mbro

    Deze

    mbro

    MS

    QU

    AN

    TID

    AD

    E

    InscriesDiligncia

    Fonte: SEFAZ/DARC/GECOB

    Grfico 5.1 - Processos saneados para fins de inscrio do crdito

    tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2002

    Na tabela a seguir verifica-se que, no exerccio de 2003, houve uma

    diminuio do percentual de processos enviados em diligncia, pois dos 8.376 processos saneados, 1.582 foram em diligncia, portanto 19%. Todavia, no se

    deve esquecer que, grande parte dos processos inscritos em Dvida Ativa foi objeto

    de diligncia anterior e/ou correes no prprio saneamento.

  • 44

    Tabela 5.3 - Processos saneados para fins de inscrio do crdito tributrio

    em Dvida Ativa no exerccio de 2003:

    QUANTIDADE DE PROCESSOS SANEADOS EXERCCIO DE 2003

    MS Inscries em DA Diligncia TOTAL Janeiro 518 124 642Fevereiro 477 163 640Maro 462 105 567Abril 550 137 687Maio 697 165 862Junho 481 107 588Julho 635 117 752Agosto 573 133 706Setembro 629 142 771Outubro 595 146 741Novembro 606 107 713Dezembro 571 136 707TOTAL 6.794 1.582 8.376

    Fonte: SEFAZ/DARC/GECOB

    No grfico abaixo se pode verificar que o nmero de diligncias enviadas

    no exerccio de 2003 se manteve quase constante, variando em torno de 105 a 165

    em cada ms.

    P R O C E S S O S S A N E A D O S E M 2 0 0 3

    01 0 02 0 03 0 04 0 05 0 06 0 07 0 08 0 0

    Feve

    reiro

    Abril

    Junh

    o

    Agos

    to

    Outub

    ro

    Deze

    mbro

    M S

    QU

    AN

    TID

    AD

    E

    In s c r i e sD ilig n c ia

    F o n te : S E F A Z /D A R C /G E C O B

    Grfico 5.2 - Processos saneados para fins de inscrio do crdito

    tributrio em Dvida Ativa no exerccio de 2003

  • 45

    5.3 Apresentao dos resultados e anlise da pesquisa aplicada

    O questionrio visou obter dados sobre a opinio dos Auditores Fiscais da

    Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia e dos Procuradores da Procuradoria

    Fiscal da Procuradoria Geral do Estado da Bahia quanto ao conhecimento da

    existncia e grau de importncia do controle administrativo da legalidade antes da

    inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na Secretaria da Fazenda do Estado

    da Bahia. O questionrio foi enviado via internet para um total de 1026 funcionrios

    e dado o prazo de 15 dias para resposta. Foram recebidas 178 respostas. A seguir

    sero apresentados os resultados das questes aplicadas.

    Questo 1: Voc sabia da existncia do controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia?

    Das pessoas entrevistadas 79% responderam que sim, 9% responderam que no

    e 12% responderam que supunha que este ato administrativo era efetuado.

    Tabela 5.4 - Conhecimento da existncia do controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia Resposta Quantidade Percentual Sim 140 79%No 16 9%Supunha que era efetuado 22 12%Total 178 Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

  • 46

    0

    50

    100

    150

    QUESTO 01

    Sim

    No

    Supunha queera efetuado

    (140)

    (16)

    (22)

    79%

    9% 12%

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

    Grfico 5.3 - Conhecimento da existncia do controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia

    Questo 2: Voc a favor de que se mantenha este controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa?

    98% responderam que sim apenas 1% respondeu que no e tambm s 1% no

    tem conhecimento de causa para opinar.

    Tabela 5.5 - Manuteno do controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa Resposta Quantidade Percentual Sim 174 98%No 2 1%No tenho conhecimento para opinar 2 1%Total 178

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

  • 47

    0

    50

    100

    150

    200

    QUESTO 02Sim

    No

    No tenhoconhecimentopara opinar

    (174)

    (2)

    (2)

    98%

    1% 1%

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

    Grfico 5.4 - Manuteno do controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa

    Questo 3: Na sua opinio a certeza e a liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa, depende de um prvio controle administrativo da legalidade?

    78% das pessoas entrevistadas opinaram que a certeza e a liquidez do crdito

    tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa depende de um prvio controle

    administrativo da legalidade, 19% responderam que no depende e apenas 3%

    no tem conhecimento de causa para opinar.

    Tabela 5.6 - A certeza e a liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa, depende de um prvio controle administrativo da legalidade

    Resposta Quantidade Percentual Sim 138 78%No 34 19%No tenho conhecimento para opinar 6 3%Total 178

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

  • 48

    0

    50

    100

    150

    QUESTO 03Sim

    No

    No tenhoconhecimentopara opinar

    78%

    19% 3%

    (138)

    (34)

    (6)

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria) Grfico 5.5 - A certeza e a liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa, depende de um prvio controle administrativo da legalidade

    Questo 4: Voc acha que a presuno de legitimidade do lanamento torna dispensvel o controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa?

    Apenas 8% acham que a presuno de legitimidade do lanamento torna

    dispensvel o controle administrativo da legalidade antes da inscrio em Dvida

    Ativa, j 90% acham que a presuno de legitimidade no torna dispensvel o controle administrativo da legalidade e dos entrevistados apenas 2% no tm

    conhecimento de causa para opinar.

    Tabela 5.7 - A presuno de legitimidade do lanamento torna dispensvel o controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa

    Resposta Quantidade Percentual Sim 14 8%No 160 90%No tenho conhecimento para opinar 4 2%Total 178

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

  • 49

    0

    50

    100

    150

    200

    QUESTO 4Sim

    No

    No tenhoconhecimentopara opinar

    (160)

    (14)

    (4)

    90%

    8 % 2%

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria) Grfico 5.6 - A presuno de legitimidade do lanamento torna dispensvel o controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa

    Questo 5: Na sua opinio a necessidade do controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, na Secretaria da Fazenda devido a que?

    Atribua o grau de importncia de 1 = menor a 5 = maior para cada um das sugestes abaixo:

    Tabela 5.8 Graus de importncia atribudos aos critrios apontados como necessrios ao controle administrativo da legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa

    Preferncia 1 % 2 % 3 % 4 % 5 Sugesto

    % Total

    Evitar prejuzos para o Estado 10 4 10 10 18 8 18 18 116 65 178

    Garantir a certeza e a liquidez do CT 18 9 13 17 32 16 24 30 76 43 178

    Garantir o direito do contribuinte 11 11 17 12 20 20 30 22 86 48 178

    Evitar execues judiciais nulas 3 9 15 10 6 16 26 18 112 63 178

    Evitar cancelamento de inscries em DA 18 8 17 16 32 14 30 28 74 42 178

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

  • 50

    5.1 - Evitar prejuzos para o Estado: 10% atriburam o grau de importncia 1; 4%

    atriburam o grau de importncia 2; 10% atriburam o grau de importncia 3; 10%

    atriburam o grau de importncia 4; e 65% atriburam o grau de importncia 5.

    Tabela 5.9 - Evitar prejuzos para o Estado Preferncia 1 % 2 % 3 % 4 % 5

    Sugesto % Total

    Evitar prejuzos para o Estado 10 4 10 10 18 8 18 18 116 65 178

    188

    18 18

    116

    020406080

    100120

    1 2 3 4 5

    5.1 - Evitar prejuzos p/ o Estado

    Grfico 5.7 - Evitar prejuzos para o Estado

    5.2 - Garantir a certeza e a liquidez do crdito tributrio: 18% atriburam o grau de

    importncia 1; 9% atriburam o grau de importncia 2; 13% atriburam o grau de

    importncia 3; 17% atriburam o grau de importncia 4; e 43% atriburam o grau

    de importncia 5.

    Tabela 5.10 - Garantir a certeza e a liquidez do crdito tributrio Preferncia 1 % 2 % 3 % 4 % 5

    Sugesto % Total

    Garantir a certeza e a liquidez do CT 32 18 16 9 24 13 30 17 76 43 178

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

  • 51

    3216

    24 30

    76

    0

    20

    40

    60

    80

    1 2 3 4 5

    5.2 - Garantir a certeza e a liquidez do crdito tributrio

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria) Grfico 5.8 - Garantir a certeza e a liquidez do crdito tributrio

    5.3 - Garantir que o direito do contribuinte seja resguardado: 11% atriburam o

    grau de importncia 1; 11% atriburam o grau de importncia 2; 17% atriburam

    o grau de importncia 3; 12% atriburam o grau de importncia 4; e 48%

    atriburam o grau de importncia 5.

    Tabela 5.11 - Garantir que o direito do contribuinte seja resguardado Preferncia 1 % 2 % 3 % 4 % 5

    Sugesto % Total

    Garantir o direito do contribuinte 11 11 17 12 20 20 30 22 86 48 178

    20 20 30

    22

    86

    0 20

    40 60

    80

    100

    1 2 3 4 5

    5.3 - Garantir o direito do contribuinte

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

    Grfico 5.9 - Garantir que o direito do contribuinte seja resguardado

  • 52

    5.4 - Evitar execues judiciais nulas: 3% atriburam o grau de importncia 1; 9%

    atriburam o grau de importncia 2; 15% atriburam o grau de importncia 3; 10%

    atriburam o grau de importncia 4; e 63% atriburam o grau de importncia 5.

    Tabela 5.12 - Evitar execues judiciais nulas Preferncia 1 % 2 % 3 % 4 % 5

    Sugesto % Total

    Evitar execues judiciais nulas 3 9 15 10 6 16 26 18 112 63 178

    616

    26 18

    112

    0 20 40 60 80

    100 120

    1 2 3 4 5

    5.4 - Evitar execues judiciais nulas

    Grfico 5.10 - Evitar execues judiciais nulas

    5.5 - Evitar cancelamento de inscries em Dvida Ativa: 18% atriburam o grau

    de importncia 1; 8% atriburam o grau de importncia 2; 17% atriburam o grau

    de importncia 3; 16% atriburam o grau de importncia 4; e 42% atriburam o

    grau de importncia 5.

    Tabela 5.13 - Evitar cancelamento de inscries em Dvida Ativa Preferncia 1 % 2 % 3 % 4 % 5

    Sugesto % Total

    Evitar cancelamento de inscries em DA 18 8 17 16 32 14 30 28 74 42 178

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

  • 53

    32

    14 30 28

    74

    0

    20

    40

    60

    80

    1 2 3 4 5

    5.5 - Evitar cancelamento de inscries em Dvida

    Fonte: Questionrio de pesquisa (Elaborao prpria)

    Grfico 5.11 - Evitar cancelamento de inscries em Dvida Ativa

  • 54

    5.4 Discusso

    No levantamento estatstico dos processos saneados, pode-se verificar

    que muitos retornam em diligncia aos setores de origem, pelos diversos motivos j

    relatados. No exerccio de 2002 dos 7.470 processos saneados, 2.122 retornaram

    em diligncia e em 2003 dos 8.376 processos saneados, retornaram 1.582.

    Vale ressaltar que no levantamento efetuado junto

    SEFAZ/DARC/GECOB, em relao a quantidade de processos inscritos, muitos j

    haviam retornado de diligncias feitas anteriormente, e, alm disso, no saneamento

    tambm so corrigidos no Sistema de Crdito da SEFAZ, erros e equvocos, em que

    so dispensadas diligncias aos setores de origem, tais como: lanar pagamentos;

    excluir e relanar parcelamentos; adequar os dados constantes na Certido da

    Dvida Ativa de acordo com os dados lanados no auto de infrao, como a

    descrio da infrao, a tipificao da multa aplicada, datas dos fatos geradores e

    datas de cincia;

    Na aplicao do questionrio aos Auditores Fiscais da Secretaria da

    Fazenda do Estado da Bahia e aos Procuradores lotados na Procuradoria Fiscal da

    Procuradoria Geral do Estado da Bahia verificou-se que a grande maioria sabe da

    existncia e a favor de que se mantenha o controle administrativo da legalidade

    antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, assim como acha que a

    certeza e a liquidez do crdito tributrio depende deste controle e que a presuno

    de legitimidade do lanamento no torna dispensvel o referido controle.

    Da anlise dos resultados da 5 questo da pesquisa, onde foram

    apresentadas cinco justificativas para a existncia do controle administrativo da

    legalidade antes da inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, ficou

    caracterizado que esse controle imprescindvel, tendo em vista que numa escala

  • 55

    de 1 a 5, sendo 1 o menos importante e 5 o mais importante, todas as cinco

    indicaes de justificativa para a existncia desse controle obtiveram o grau cinco,

    pela maioria dos entrevistados.

    Ainda em relao a essa questo, verificou-se a seguinte disposio para

    as justificativas apresentadas: em primeiro lugar, para evitar prejuzos para o Estado;

    em segundo, evitar execues judiciais nulas; em terceiro, garantir que o direito do

    contribuinte seja resguardado; em quarto, garantir a certeza e a liquidez do crdito

    tributrio; e em quinto lugar, evitar cancelamento de inscries em Dvida Ativa.

  • 56

    VI. CONCLUSO

    A inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa, ato de controle

    administrativo da legalidade12, torna o crdito tributrio um bem pblico e gera

    emisso de Certido de Inscrio em Dvida Ativa, ttulo executivo extrajudicial, que

    goza da presuno legal de liquidez e certeza e, por isso, antes da inscrio do

    crdito tributrio em Dvida Ativa faz-se imprescindvel o saneamento para controle

    da legalidade de todo processo administrativo fiscal, conforme pode-se observar no

    desenvolvimento deste estudo e, sobretudo, nas tabelas 5.2 e 5.3 e nos grficos 5.1

    e 5.2.

    A Administrao Pblica gere os bens e interesses da comunidade no

    mbito federal, estadual e municipal, visando o bem comum e todos os seus atos

    gozam de presuno de legitimidade, mesmo que haja vcio ou defeito que venha a

    invalid-los. No entanto, se o crdito tributrio fosse inscrito eivado de vcios, na

    esfera judicial este ato provavelmente seria invalidado e em conseqncia, seria

    cancelada a inscrio, aps o Estado j ter despendido muito para o andamento

    processual.

    As hipteses que direcionaram o estudo de caso foram se a certeza e a

    liquidez do crdito tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa, depende de um prvio

    controle administrativo da legalidade e se, sem este controle, no estariam

    resguardados os direitos individuais, nem estariam respeitados os princpios da

    legalidade e da segurana jurdica. Foram feitos levantamentos estatsticos dos

    processos saneados para fins de inscrio do crdito tributrio em Dvida Ativa no

    perodo de 2002 e 2003 e aplicado um questionrio, a fim de testar as hipteses

    levantadas.

    Dos levantamentos estatsticos, conforme podemos observar nas tabelas

    5.2 e 5.3 e grficos 5.1 e 5.2, conclui-se que no momento h a necessidade do

    controle administrativo da legalidade dos processos a serem inscritos em Dvida

    Ativa para sanar as irregularidades ou equvocos, atravs de diligncias.

    12 Lei n 6.830 de 22/09/1980.

  • 57

    Quanto ao questionrio aplicado, pode-se constatar, no item

    apresentao dos resultados e anlise da pesquisa aplicada, considerando-se aqui

    os ndices mais representativos, que 98% dos entrevistados so favorveis

    manuteno desse controle (tabela 5.5 e grfico 5.4); 78% concordam que a certeza

    e a liquidez do crdito tributrio depende de um prvio controle administrativo da

    legalidade (tabela 5.6 e grfico 5.5); 90% acham que a presuno de legitimidade

    do lanamento, no torna dispensvel o controle administrativo da legalidade (tabela

    5.7 e grfico 5.6); 65% consideram que a necessidade do controle administrativo da

    legalidade tem como principal objetivo evitar prejuzos para o Estado (tabela 5.9 e

    grfico 5.7); e 63% acham que o principal objetivo desse controle evitar

    execues judiciais nulas (tabela 5.12 e grfico 5.10); com base nestes dados,

    conclui-se que as hipteses foram confirmadas, ou seja, a certeza e a liquidez do

    crdito tributrio a ser inscrito em Dvida Ativa depende de um prvio controle

    administrativo da legalidade; a presuno de legitimidade do lanamento no torna

    dispensvel este controle e sua manuteno necessria, principalmente, para

    evitar prejuzos ao Estado, execues judiciais nulas, como tambm garantir que

    sejam resguardados os direitos do contribuinte, garantir a certeza e a liquidez do

    crdito tributrio, uma vez que estariam respeitados os princpios da legalidade e da

    segurana jurdica, e ainda ev