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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA MESTRADO EM ESTUDOS INTERDISCIPLINARES SOBRE A UNIVERSIDADE HACB71: TÓPICOS ESPECIAIS SOBRE UNIVERSIDADE IV: GESTÃO, CURRÍCULO E AÇÕES AFIRMATIVAS NO ENSINO SUPERIOR – 2012.1 CURRÍCULO E HISTÓRIA DE VIDA Equipe: Ari – Eliete – Irani – José Luiz

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA MESTRADO EM ESTUDOS INTERDISCIPLINARES SOBRE A UNIVERSIDADE HACB71: TÓPICOS ESPECIAIS SOBRE UNIVERSIDADE IV: GESTÃO, CURRÍCULO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAMESTRADO EM ESTUDOS INTERDISCIPLINARES

SOBRE A UNIVERSIDADEHACB71: TÓPICOS ESPECIAIS SOBRE UNIVERSIDADE IV: GESTÃO, CURRÍCULO E AÇÕES AFIRMATIVAS NO ENSINO

SUPERIOR – 2012.1

CURRÍCULO E HISTÓRIA DE VIDA

Equipe:Ari – Eliete – Irani – José Luiz

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Histórias de Vida

Fonte:http://amagiadeeducar.spaceblog.com.br/768879/FALAR-E-ESCUTAR-EIS-A- QUESTAO

PESQUISA-AÇÃO-FORMAÇÃO

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Entrevista com a Prof. Rosemary Silva

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Tópicos: Histórias de Vida

•Concepção de Ser Humano;

•Concepção de Educação;

•Concepção de Ciências;

•Concepção de Currículo e Formação;

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Concepção de Ser Humano“Se a educação é um processo formador de pessoas, de homens, precisamos saber, de antemão, o que é e quem é esse homem que pretendemos formar. Acontece que ao pensarmos nosso conceito de homem, deparamo-nos com a questão política: tal conceito está estreitamente relacionado com a sociedade na qual este homem está ou estará inserido. Abrem-se então duas possibilidades fundamentais para nosso processo educacional: ou formar homens comprometidos com a manutenção desta sociedade ou formar homens comprometidos com sua transformação.” (Sílvio Gallo)

“Nós não podemos fazer com que as histórias que contamos sobre nós mesmo e para nós mesmos não sejam, ao mesmo tempo, história da sociedade “.(Delory-Monberger, 2004)

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(O Sal da Terra – Beto Guedes)Quero não ferir meu semelhante,Nem por isso devo me ferir[...]Vamos precisar de todo mundo, Um mais um é sempre mais que doisPra melhor juntar as nossas forças É só repartir melhor o pãoRecriar o paraíso agora para merecer quem vem depois

 

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Concepção de Educação1)História de vida e currículo referem-se às relações sociais, as experiências trocadas que objetivam integrar a vida escolar à vida em sociedade, a partir da teorias e práticas curriculares. É um meio de resgate de idéias e um olhar para a história que formou o indivíduo, apreciando os seus depoimentos, suas narrativas históricas.

2) História de vida vem sendo introduzida como metodologia de estudo histórico nas diversas fases da aprendizagem. É um tema que vem sendo muito discutido e utilizado em pesquisa e na formação. 

Concepção Tradicional de Educação

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3) Relacionando História de Vida com as Teorias da Educação vê-se que: a)Não existia espaço para essa metodologia nas Teorias Tradicionais, pois não se propõem a formar sujeitos críticos e autônomos e a metodologia resulta num trabalho integrado entre pesquisador e pesquisado.

b) O método também ultrapassa as Teorias Críticas, que vinculam a educação à produção dentro da ótica capitalista. É nessa fase que surge o currículo oculto que atua sobre os valores, as crenças, os comportamentos, de certas classes sociais, formando uma sociedade capitalista, aumentando desigualdade social. c) É nas Teorias Pós-Crítica que o método biográfico tem força para a prática de um currículo vinculado ao conhecimento, à identidade, ao poder, à etnia, à sexualidade, ao gênero, à subjetividade e ao multiculturalismo, que tem sintonia com a abordagem sócio-histórica de Vygotsky. pois a sua proposta defende uma concepção histórico-dialética e mostra a importância do meio cultural e social.

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O que as práticas formativas por histórias de vida fazem aparecer é a dimensão socializadora da atividade

biográfica, o papel que ela exerce na maneira pela qual os indivíduos se compreendem a si mesmos e se estruturam em um vínculo de co-elaboração de si e do mundo social.

Ainda que tomem a forma de roteiros de ação, de construções mentais, de episódios de conversação, de relatos de vida, as ‘histórias’ que contamos sobre nós

mesmos e que, em alguns casos, endereçamos a outros, longe de nos remeter a uma intimidade inacessível, têm

como efeito harmonizar nosso espaço-tempo individual com o espaço-tempo social. Harmonia que só pode ser obtida porque a sequencia narrativa que construímos, nas suas

formas e em seus conteúdos, subentende um conhecimento dos contextos, das instituições, das práticas, porque ela

configura uma racionalidade social à qual estamos misturados, porque ela é uma mediação entre o mundo

social e nós mesmos. [...] (Delory-Momberger, 2004)

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Concepção de CiênciaHistórias de Vida (Pesquisa)•A história de vida, do ponto de vista epistemológico, filia-se – desde sua origem – numa concepção dissociada da perspectiva moderna de ciência. (Eclosão);

•A ciência na modernidade construiu seu discurso numa perspectiva totalitária. Isto é, a ciência como forma privilegiada de conhecer;

•Tomando a história de vida no âmbito da pesquisa, embora não se limite a esta dimensão, perceberemos que a relação SUJEITO/OBJETO não será de ascendência de um sobre outro. Na medida que, este ‘objeto’ passa a ter voz, a perceber-se também como sujeito. ATOR/AUTOR da sua história;

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•Sem perder de vista que esta narrativa que o sujeito faz da sua história (HISTÓRIA DE VIDA) toma como elemento definidor os SABERES oriundos da EXPERIÊNCIA. Perspectiva absolutamente refutada pela ciência na modernidade;

•Podemos dizer que esta relação aqui se dá numa espécie de CONDICIONAMENTO RECÍPROCO entre SUJEITO/OBJETO (Boaventura de Souza Santos);

•No bojo das tecnologias de pesquisa, existem outras correntes que tomam as narrativas sobre o curso da vida como objeto de pesquisa, tais como: a biografia, autobiografia, relato de vida, etc;

SUJEITO OBJETO

X

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Panorama da eclosão da histórias de vida no cenário científico: 

“Na realidade, essas práticas projetaram não apenas os ‘objetos sociais’ que ousaram tomar a palavra como sujeitos. Além disso, esses

sujeitos falavam deles e queriam escrever suas vidas para buscar sentido nisso. Como se essa vida pudesse ter um e como se eles –

sujeitos – pudessem conhecê-lo. Inadmissível e ilusória pretensão para os doutores em ciências humanas e sociais daquela época, que

pretendiam construir um saber objetivo sem sujeito”.(Pineau, 2006, p. 333)

Delimitação da história de vida enquanto método:“Nenhuma prática de formação pode pretender reconstituir por si só o

que seria o curso factual e objetivo do vivido; o ‘objeto’ sobre o qual trabalham as linhas de formação pelas histórias de vida não é,

portanto, ‘ a vida’, mas as construções narrativas que os participantes do grupo de formação elaboram, pela fala ou pela escrita, quando são

convidados a contar suas vidas”.(Delory-Momberger, 2006)

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Concepção de Currículo e Formação

A MASSA(Raimundo Sodré e Jorge Portugal)

 A dor da gente é dor de menino acanhadoMenino-bezerro pisado no curral do mundo a penarQue salta aos olhos igual a um gemido caladoA sombra do mal-assombrado é a dor de nem poder chorarMoinho de homens que nem jerimuns amassadosMansos meninos domados, massa de medos iguaisAmassando a massa a mão que amassa a comidaEsculpe, modela e castiga a massa dos homens normais.

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PROBLEMATIZANDO O CURRÍCULO E A FORMAÇÃO

O currículo e processo de formação que temos são os que queremos; Educar e formar os indivíduos para polissemia, polifonia ou para o “silenciamento de si” (BIOGRÁFICO OU AUTOBIOGRÁFICO)?

“As histórias de vida formam o “formabilité, ou seja, a capacidade de mudança qualitativa, pessoal e profissional.”

(Dominicé apud Momberger, 1996, p. 6). 

“ De qualquer modo, nós não podemos fazer com que as histórias que contamos de nós mesmos e para nós mesmos

não sejam, ao mesmo tempo, história da sociedade. (Delory-Momberg apud Momberger 2006)

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Tecendo a Manhã(João Cabral de Melo e Neto)

Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos.

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REFERÊNCIAS:DELORY-MONBERGER, Cristine. Formação e Socialização: Os Ateliês Biográficos de Projeto. Paris. 1996.GALLO Sílvio. Pedagogia Libertária: Princípios Político-Filosóficos. http://www.cedap.assis.unesp.br/cantolibertario/textos/0137.html Acessado em 26/03/2012, às 06h e 03 min.FERREIRA, Simone de Lucena. Currículo e educação a distância. – especialização em educação a distância. Salvador: UNEB/EAD, 2009.http://letras.terra.com.br/beto-guedes/44544/. Acessado em 25/03/2012, às 9h e 30 minutos.MACEDO, Roberto Sidnei. Currículo, diversidade e eqüidade: luzes para uma educação intercrítica. Salvador, EDUFBA, 2007.NASCIMENTO, Cláudio Orlando; DIAS, Rita. Teorias, Políticas e Práticas de Currículo.NETO, João Cabral de Melo e. Tecendo a Manhã. Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/joao02.html>. Acessado em 15 de mar de 2012.PORTINARI, Cândido. Retirantes (quadro). In: Biografia Sucinta. Disponível em:<http://www.culturabrasil.org/portinari.htm>. Acesso em: 20 de mar de 2012.

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SANTOS, Boaventura de Sousa. Introdução a uma ciência pós-moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1989.SILVA, Luiz Heron da. Escola cidadã no contexto da globalização. Petrópolis. 1998.SILVA, Tomaz Tadeu da. A Escola Cidadã no Contexto da Globalização. Luiz Heron da Silva (Organizador). Editora Vozes, 1998. Petrólpolis – RJ. SODRÉ, Raimundo; PORTUGAL, Jorge. A Massa. Disponível em: <http://letras.terra.com.br/raimundo-sodre/460163/>. Acesso em: 19 de mar de 2012.