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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA GILTON CRUZ DOS SANTOS ESTUDOS PRELIMINARES DA VEGETAÇÃO NA RESERVA DA SAPIRANGA, LITORAL NORTE - BA. SALVADOR 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

GILTON CRUZ DOS SANTOS

ESTUDOS PRELIMINARES DA VEGETAÇÃO NA RESERVA

DA SAPIRANGA, LITORAL NORTE - BA.

SALVADOR

2014

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GILTON CRUZ DOS SANTOS

ESTUDO PRELIMINAR DA VEGETAÇÃO NA RESERVA

DA SAPIRANGA, LITORAL NORTE- BA.

Monografia apresentada ao Departamento de Geografia –

Curso de Geografia, pela modalidade do Bacharelado, da

Universidade Federal da Bahia, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Geógrafa.

Orientador: Prof. Dr. Alisson Duarte Diniz

SALVADOR

2014

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FICHA CATALOGRÁFICA

___________________________________________________________________ S237 Santos, Gilton Cruz dos.

Estudo preliminar da vegetação na reserva da Sapiranga, litoral norte - BA/

Gilton Cruz dos Santos.- Salvador, 2014.

56 f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Alisson Duarte Diniz.

TCC (Graduação em Geografia) - Universidade Federal da Bahia, Instituto

de Geociências, 2014.

1. Geografia física – Mata de São João (BA). 2. Biogeografia. 3. Revegetação.

4. Solo – conservação. I. Diniz, Alisson Duarte. II. Universidade Federal da

Bahia. Instituto de Geociências. III. Título.

CDU: 911.2 (813.8)

_______________________________________________________________________ Elaborada pela Biblioteca do Instituto de Geociências da UFBA.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço ao Deus Todo Poderoso que me proporcionou esta

oportunidade de ingressar e cursar uma Universidade Pública.

A minha “mainha” Gilda Maria da Cruz que sempre me deu total apoio nos

estudos, esta que há mais 17 anos tem sido a chefa da casa, principalmente após o falecimento

do “Velho” meu pai Gilberto dos Santos. Embora tenha sido criado em bairros periféricos da

cidade de Salvador, minha família sempre me incentivou à disciplina e ao conhecimento.

Aos meus padrinhos e madrinhas: Carlos Pessoa, Lucy Ribeiro, Roberto Cabus e

Heloísa Ribeiro Pessoa, esta que nos deixou no mês de Maio 2014 (com mais de 90 anos de

idade). Muito obrigado pela base e inspiração que vocês me proporcionaram: escola particular

no ensino Fundamental, livros, transportes, fardamentos, lanches, dentre outros.

Ao orientador Alisson Duarte Diniz pelo profissionalismo, dedicação e

competência. Por ser um orientador prestativo (correções, livros, chave do laboratório,

caronas para o campo). Por confiar na minha pessoa e ter contribuído para essa proposta de

monografia e acreditar na capacidade de elaboração do produto final.

Aos docentes: Diego Maia, responsável pelas primeiras discussões em grupo de

estudo (Geoclima), Catherine Prost por ter me acolhido no grupo de pesquisa (Costeiros),

Márcia Scheer e Wendel Henrique no (PIBID), com menções honrosas as Coordenadoras:

Claudia Paixão (Colégio - Luís Viana) e Graça Bispo (Colégio - Manoel Novaes).

A todos os amigos que contribuíram de formas direta e indireta nessa trajetória

árdua, amizades que irão perdurar e com quem posso sempre contar: Carlos H. Pitanga, Lara

Moraes, Leandro Fiúza, Rener Bispo (Ayoad), Caroline Vaz, Victor Mariano, Adriele

Teixeira (parte cartográfica), Rainer Beijes (lá ele) - Gráfico, Raija Carneiro (campo),

Jeferson Bispo, Anselmo Santos, Iló César (campo), Oscar Sampaio (campo), Carlos

Humberto (Sussuarana), Carla Brito (sistematização do trabalho), professora Ofélia (Instituto

Comenius).

Ao Pastor João de Jesus e sua equipe de oração da Igreja Casa da Benção em

Sussuarana Nova, Miguel Jerônimo um amigo ao qual considero como um irmão que tem me

dado forças desde o ensino médio, aos meus familiares em São Sebastião do Passé que

mesmo distantes sempre disponíveis a me ajudar.

Um agradecimento especial à Equipe da Reserva de Sapiranga, que durante o

processo de construção do TCC (Análise do campo) demonstraram - se prestativos e

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comunicativos: Biólogo Álvaro Meirelles, Geógrafa Fabrine Lima e ao Guia (Mateiro) Dr.

Honoris Cícero, o qual foi uma “peça” fundamental nas escolhas das áreas onde seriam

implantadas as parcelas, identificação dos indivíduos arbóreos com a nomenclatura (popular e

científica), mencionou a Família que as espécies pertenciam e auxiliou na caracterização dos

Bosques e Sub – bosques.

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RESUMO

A Reserva da Sapiranga ocorre em área de Mata Atlântica Secundária no Litoral Norte do

Estado da Bahia. O objetivo deste trabalho foi fazer uma análise fitofisionômica e

caracterizar, preliminarmente, a vegetação da área de estudo utilizando o método de área fixa.

Foram instaladas três parcelas, ou seja, quadrados com 10 X 10 m (100 m²) em três diferentes

Geoambientes: um com predominância de solo arenoso, outro siltoso e o terceiro situado em

uma transição, com solos franco-siltosos. A partir disto, mensuraram-se, através de

indicadores fitossociológicos, todos os indivíduos arbóreos e arbustivos com Circunferência à

Altura do Peito (CAP) ≥ 10 cm. No levantamento foram encontradas 14 espécies, distribuídas

em 4 famílias (identificadas), presentes 60 indivíduos. A família Myrtaceae contribuiu em

maior número de espécies A partir dos dados fitossociológicos, sugere-se que a vegetação da

reserva possui diferentes estágios de sucessão ecológica.

Palavra-chave: Arbustivo-arbóreos. Vegetação Secundária, Sucessão Vegetal e

Fitossociologia.

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ABSTRACT

The Sapiranga Reserve vegetation is not widely known. It appears in the Atlantic Rain

Forest, located in Bahia North shore, notably in silt or sandy soils. The objective of this study

was to make a phyto physiognomic analysis and based on that describe the vegetation under

study. In order to evaluate all the local vegetation, three plots of land have been set up. They

were divided in 10 X 10 squares meters (10 m2). Three different Geo environment were

created: one with a predominance of sandy soil, another one with silt soil and a third one in a

transition of silt-loam. All the individual trees larger than 10 cm diameter at the breast or dhb

were measured according to phytosociological usage. This study have found 14 species

distributed into four identified families grouped into 60 individuals. Myrtaceae family had the

greater number of species. Based on the phytosociological information it can be inferred that

the reserve vegetation has different stages of ecological succession.

___________________________________________________________________________

Key-words: arboreal/shrubs. Secondary Vegetation, plant succession and phytosociology.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01- Delimitação da área de estudo 26

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 – Parâmetros fitossociológicos calculados para todas as parcelas

da área de estudo. 36

QUADRO 02 – Parâmetros fitossociológicos calculados separadamente para o

geoambiente 01 38

QUADRO 03 – Parcela 01. 38

QUADRO 04 – Parcela 02. 42

QUADRO 05 – Parâmetros fitossociológicos calculados separadamente para o

geoambiente 02. 44

QUADRO 06 – Parâmetros fitossociológicos calculados separadamente para o

geoambiente 3. 45

QUADRO 07 - Parcela 3. 47

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 01- Principais famílias da área de estudo 36

LISTA DE FOTOGRAFIAS

FOTOGRAFIA 01 – Amostra de solo siltoso 37

FOTOGRAFIA 02 – Espécie 01 – Arari 40

FOTOGRAFIA 03 – Espécie 05 - Pau-Tombo ou Tapirira Guianensis 40

FOTOGRAFIA 04 – Espécie 03 (Mutamba) apresentando inclinação. 41

FOTOGRAFIA 05 – Sete Cascos 41

FOTOGRAFIA 06 – Espécie 02 (Aderno). 42

FOTOGRAFIA 07 – Espécie 05 (Biriba). 43

FOTOGRAFIA 08 – Espécie 08 (Murta de Rato). 44

FOTOGRAFIA 09 – Espécie 01 (Murta Branca). 45

FOTOGRAFIA 10 – Espécie 01(Maria Preta). 46

FOTOGRAFIA 11 – Espécie 03 (Chaperão). 48

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LISTA DE SIGLAS

CAP – Circunferência Altura do Peito.

DeAb - Densidade Absoluta.

DeRel - Densidade Relativa.

Doab - Dominância Absoluta.

DoRel - Dominância Relativa.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

FrAb - Frequência Absoluta.

FrRel - Frequência Relativa.

G1 - Geoambiente 01.

G2 - Geoambiente 02.

G3 - Geoambiente 03.

IVI - Índice de valor de Importância.

MO - Matéria Orgânica.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 14

2.1 A Influência dos Fatores Geoambientais 14

2.2 Sucessão ecológica: conceitos, histórico, classificações e perspectivas. 18

2.3 Fitofisionomia e estrutura das formações vegetais 22

3 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 26

3.1 Geologia, geomorfologia e hidrologia 27

3.2 Solo e cobertura vegetal 29

4 METODOLOGIA 32

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 36

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 49

REFERÊNCIAS 50

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1 INTRODUÇÃO

Os estudos relacionados à vegetação demonstram alta relevância ecológica e um

elevado potencial de usos e recursos. Para compreender a dinâmica das comunidades vegetais

é preciso analisar determinadas variáveis que interagem com o meio físico, tais como os

aspectos climáticos, geológicos, pedológicos, geomorfológicos, hidrológicos que,

conjuntamente, facilitam o entendimento sobre a estruturação e organização da vegetação de

determinada região. A cumplicidade natural da ação dos fatores responsáveis pelo

estabelecimento da vegetação permite ao pesquisador analisar e caracterizar as comunidades

vegetais, sendo que seu aporte está nos conhecimentos técnicos e científicos, os quais

auxiliam no entendimento dos processos de alteração da área em análise, bem como a sua

recuperação. Desta forma, os estudos fitossociológicos em áreas de recuperação são essenciais

para o entendimento da evolução da estrutura vegetal.

De acordo com as ideias explícitas acima, esta pesquisa busca uma análise

comparativa da estrutura e fisionomia da vegetação de três associações vegetais em processo

de sucessão ecológica na Reserva da Sapiranga, Praia do Forte, Litoral Norte da Bahia. Esta

área contém características particulares e possui diversificações biogeográficas que podem ser

interpretadas a partir da observação e registro experimental. A diferenciação da estrutura das

associações vegetais é influenciada pelas condições dos fatores geoambientais, tais como, o

relevo e topografia que propicia diversos microambientes possibilitando variados microclimas

determinados por diferentes gradientes, como temperatura, umidade e intensidade da luz.

Além das evidências geomorfológicas é importante mencionar outros agentes que interferem

na sucessão da vegetação na Reserva da Sapiranga como o solo, que torna-se um agente

fundamental no tocante a fertilidade e estrutura para o desenvolvimento das plantas.

A problemática indutora do trabalho de pesquisa limita-se aos seguintes

questionamentos e hipóteses: primeiro, existem diferentes estágios de sucessão ecológica na

reserva de Sapiranga? As Comunidades evoluem para a direção de vários clímaces

(policlímax) que não é determinado somente pelo clima, mas consiste na combinação de

outros fatores como solo e topografia que irão influenciar as comunidades vegetais. Segundo,

as comunidades vegetais da reserva da Sapiranga evoluem para um clímax teórico regional

(monoclímax) ou será que existem diferentes clímaces associados a distintos parâmetros no

meio físico (policlímax)?

O projeto justifica-se justamente em caracterizar fitofisionômicamente a

vegetação da Reserva da Sapiranga, buscando compreender seus diferentes estágios de

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sucessão vegetal e, assim, subsidiar o uso dessa área. Vale ressaltar que a área encontra-se

dentro de um grande ecossistema úmido, e logo após a criação da Reserva a vegetação passou

a ser preservada. No entanto, ainda não se conhece o estágio de sucessão ecológica das

comunidades vegetais e sua relação com outros atributos do meio físico, sendo esta, uma

importante informação para a criação de um plano de manejo.

Neste sentido, esta pesquisa teve como objetivo fazer uma análise fitofisionômica

e caracterizar, preliminarmente, a vegetação da Reserva da Sapiranga, buscando entender seus

estágios de sucessão vegetal. Além disso, teve como objetivos específicos: 1) Fazer o

levantamento da vegetação em parcelas fixas e 2) Levantar possíveis fatores responsáveis pela

diferenciação das associações vegetais.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Visando fomentar e embasar todos os aspectos de relevância para a execução do

presente estudo será realizado um levantamento de referências bibliográficas sobre: a

Influência dos fatores geoambientais na evolução da vegetal, sucessão ecológica e

fitofisionomia e estrutura das formações vegetais.

2.1 A Influência dos Fatores Geoambientais

Para a realização de estudos florísticos e fitofisionômicos da vegetação é preciso

que o pesquisador compreenda a importância dos fatores do meio físico nas características das

comunidades vegetais. Neste contexto pode-se mencionar a influência da drenagem e

fertilidade do solo, topografia da área, gradiente climático, lençol freático e até mesmo à ação

do fogo, ao qual danifica a população das plantas e geralmente proporciona uma fisionomia

mais aberta na vegetação. Conforme discutido por Ferreira (2011) há um tipo de implicação

ecológica responsável pela evolução das subespécies, tais como o microclima muito especial

ou uma característica única do relevo que leva a novas formas de adaptação das plantas.

Assim, a partir de uma concepção integrada dos fatores que interferem nas comunidades

vegetais é possível fazer um diagnóstico florístico e descrever as fisionomias da vegetação em

determinada área e/ou região, com a finalidade de indicar as condições ambientais a eles

associadas.

Ao realizar um estudo em transecto é possível analisar as variações fisionômicas-

estruturais da vegetação, diversidade de populações e aspectos geoambientais. Estas variáveis

são essenciais nas diferenciações florísticas das comunidades vegetais que compõem os

biomas como, por exemplo, no Pantanal. Pott e Adámoli (1999), por exemplo, afirmam que o

regime de inundação e tipos de solo pode propiciar a formação de diferentes habitats que são

responsáveis pela grande variedade de formações vegetacionais e, consequentemente, pela

heterogeneidade da paisagem, que abriga uma riquíssima biota terrestre e aquática. A partir de

outras características é possível identificar determinadas interferências nos estratos

vegetacionais desta área, como as diferenciações topográficas e hidrológicas, além da baixa

declividade que favorece inundações.

Outro exemplo de interação entre a fitofisionomia das formações vegetais e

aspectos geoambientais é o que se pode observar no litoral paraibano, em uma faixa de

transição com o cerrado, a qual é denominada de restinga por Oliveira Filho e Carvalho

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(1993). Segundo esses autores esta é uma formação vegetal que reveste as dunas costeiras e

cuja fisionomia varia profundamente desde o tipo herbáceo replante praiano até o litoral

fechado. Assim esta formação vegetal pode ser classificada em quatro subdivisões. A primeira

restinga praiana é influenciada por vários fatores: a proximidade com o oceano, estabilidade

da areia, salinidade do solo e microclima (temperatura, umidade e dessecação pelo vento)

(DANSEREAU 1947, MAGNANINI 1954, ORMOND 1960, FRANCO 1978A, 1978B,

HENRIQUES; MEIRELLES; HAY; 1984 1986). É importante ressaltar que por causa desses

adventos a flora deste tipo de restinga é pobre em espécies. A segunda é denominada de

restinga arbustiva que sofre com nanismo, ação eólica e salsugem; quanto aos arbustos são

agrupados em moitas densas. O terceiro modelo de restinga é arbóreo ou Mata de restinga.

Possui uma fisionomia vegetal que protege e enriquece o solo: com acréscimo de água e

matéria orgânica, as árvores medem de 4 a 10 metros em sua maioria. E por fim têm-se

Ecótono / Restinga, áreas que não são tão atingidas pela maritimidade, mas estão propicias à

ação antrópica devido à presença de canaviais, ou seja, uma zona de transição com um

tabuleiro numa vertente continental.

Com base em autores como Eiten (1970), Rizzini (1997), Henriques (1986) e

Araújo e Lacerda (1987), Oliveira Filho e Carvalho. (1993) explicam que a depender da

região geográfica há uma variação das formações vegetais, principalmente na flora das matas

de restinga. De acordo com Oliveira Filho e Carvalho (1993) espécies típica de restinga

convivem com outras típicas de cerrado (tabuleiros). A fisionomia é heterogênea,

predominando a de uma floresta aberta, com muitas clareiras e inclusões de savana

arborizada, surgidas provavelmente com a contribuição do fogo e do machado.

Outro exemplo de interação entre os componentes do meio físico e a

fitofisionomia da vegetação é o que ocorre no Cerrado. Este bioma possuiu 10 mil espécies de

plantas, sendo que 4.400 são endêmicas (CASTRO, 1999, OLIVEIRA-FILHO e RATTER

2002). Este ecossistema passa por um processo de fragmentação devido às atividades

agrícolas, principalmente a soja, além da influência do clima tropical continental

caracteristicamente com verão chuvoso e inverno seco, enquanto o tipo de solo predominante

é Latossolo Vermelho – Amarelo.

A partir destes pressupostos e utilizando-se a classificação dos tipos

fitofisionômicos elaborada por Ribeiro e Valter (1998) identificou-se sete tipos

fitofisionômicos de cerrado na estação ecológica do Panga, Uberlândia – MG: Cerrado

Sentido Restrito, que apresenta fitofisionomias: Rala (indivíduos lenhosos e altura entre 0,4 e

3,4m); Típica (indivíduos amostrados de 0,4 a 4 m de altura densa, com estratos que variam

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acima de 7 m); Cerradão (distrófico e mesotrófico) com poucas diferenciações nas formações

florestais; Mata Seca Semidecídua - apresentam indivíduos acima de 12 m e de acordo

Schiavini e Araújo (1989) o solo contém elevada fertilidade devido à alta saturação por bases;

Mata de Galeria, o solo é caracterizado em arenosos e argilosos. No entanto, em outros

ambientes, em área de depressão, ocorrem inundações periódicas e o solo apresenta saturação

hídrica; Campo Sujo – neste caso, segundo a classificação de Ribeiro e Valter (1998), existe

um lençol freático profundo e sua vegetação mantém os estratos herbáceos densos e estratos

lenhosos de forma esparsa; Campo Úmido forma uma vegetação graminosa e herbácea

distribuída sobre solos hidromórficos e veredas caracterizadas pela presença da palmeira

Mauritia Flexuosa, popularmente conhecida como Buriti.

Nesta análise geoambiental é importante mencionar a interferência antrópica, que

geralmente proporciona clareiras com remoção da cobertura vegetal e plantas pioneiras. Para

minimizar o processo de degradação é necessário que ocorra uma fase inicial de sucessão e/ou

preservação da área em evidência, e com o decorrer do tempo haverá surgimento de vegetação

secundária, se a área for protegida.

As comunidades vegetais do cerrado são submetidas à ação do fogo, sendo que

em algumas áreas não são consideradas clímax, pois contém diferentes estágios de sucessão

proporcionando formações secundárias. Concordando com Cardoso (2006) no cerrado as

fisionomias mais abertas situadas em áreas sem impedimentos edáficos não são comunidades

clímax, mas sim estágios sucessionais pós-perturbação.

A floresta Atlântica pernambucana também é influenciada pelas variáveis

geoambientais as quais interferem de forma heterogênea na fisionomia, principalmente devido

aos totais pluviométricos irregulares. O clima da área é do tipo As’ segundo a classificação de

Koppen, possui temperatura de 26º C e precipitação média anual de 1.968 mm, a vegetação é

caracterizada como Floresta Ombrófila Densa de Terras baixas (SILVA e SILVA, 2009). De

acordo com Melo (1993) a grande diversidade florística e o alto índice de endemismo deste

bioma são fatores essenciais no desenvolvimento de estudos florísticos e fitossociológicos.

Neste contexto pode-se mencionar as leguminosas que são caracterizadas por apresentarem

diversas formas de vida, folhas alternas e composta e recomposta com pulvino. Segundo

Lewis (2005) essas espécies vegetais são cosmopolitas, ausentes somente na Antártida e

encontram-se amplamente distribuídas nas regiões tropicais, tendo uma diminuição no seu

centro de diversidade de acordo com o afastamento da linha do Equador. Vale salientar que as

leguminosas contêm grande importância econômica nos setores alimentícios e medicinal além

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de influenciarem nos ciclos biogeoquímicos e muitas espécies são adaptadas de vegetação

aberta e ambientes degradados.

No que diz respeito à Floresta Atlântica, na região sudeste sua fragmentação

proporciona estágios mais avançados de preservação em suas áreas florestais remanescentes.

Especificamente no Rio de Janeiro este bioma encontra-se reduzido a menos de 20 % de sua

cobertura original e seus principais resquícios estão sobre áreas montanhosas inapropriadas à

agropecuária (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA 2009). Foi analisada a composição

florística e riqueza arbórea submontana da região de Imbaú no Município de Silva Jardim RJ,

e diversos estudos são aplicados no sentido de conscientização de futuras ações de manejo,

recuperação e conservação das comunidades vegetais. Nesse estudo, os autores constataram

que a vegetação predominante é a floresta Ombrófila Densa Submontana (VELOSO;

RANGEL FILHO; LIMA, 1991) em diferentes estágios sucessionais (PROGRAMA MATA

ATLÂNTICA, 1996).

Ocorre uma similaridade das espécies em alguns trechos, Floresta Ombrófila de

Terras Baixas, Montanas e Altomontanas, e das Florestas Semidecíduas de Terras Baixas no

Estado do Rio de Janeiro (CARVALHO et al., 2006). Pertinente a fitofisionomia Floresta

Ombrófila Densa, Submontana, a altitude, o relevo e o solo são fatores determinantes para

diferenciá-la das outras formações. Em relação às condições de sucessão dessas florestas,

apresentarem espécies secundárias iniciais com 66 % do total de indivíduos e 44 % de

espécies secundárias tardias (Carvalho apud HUBBEL, 1999).

Percebe-se que no bioma da Mata Atlântica a diferenciação taxonômica está

relacionada ao regime pluviométrico ainda que ocorram transições graduais e à altitude que se

correlaciona a variações de temperaturas. Os fatores geográficos, principalmente o climático,

e perturbação da área são essenciais quando se realiza uma análise florística.

O bioma Amazônico merece destaque principalmente no trecho de sua Floresta

Ombrófila Densa na parte oriental, este que é influenciado pelo distanciamento geográfico um

dos responsáveis pela riqueza e composição das espécies arbóreas. De acordo com Carneiro e

Valeriano (2003) a distância geográfica influencia na distribuição de plantas nas regiões

tropicais e ocorre a variação de quantidades de espécies entre locais básicos à limitação de

dispersão.

O elevado número de espécies em comunidades vegetais em distintas escalas

espaciais explica porque a faixa tropical é caracterizada pela alta riqueza e baixa similaridade

entre as espécies. Para compreender este processo de distribuição de espécies em florestas

tropicais têm-se duas teorias ecológicas: a Teoria Neutra e a Teoria do Nicho. A primeira está

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condizente a casos de dispersão, enquanto a segunda analisa e prediz às interações

competitivas entre as espécies.

Estudos realizados por Salomão et. al 2007 no intuito de identificar a influência da

distância entre os indivíduos nos padrões de riqueza e composição de espécies de árvores

dentro e entre seis platôs (Aramã, Aviso, Bacaba, Bela Cruz, Sacará oeste e Teófilo) em uma

floresta ombrófila na Floresta Nacional Sacará – Taquera, Pará, Brasil. A variação dos fatores

abióticos é relativamente pequena, o clima característico da área é o Tropical Úmido segundo

a classificação de Koppen, com precipitação pluviométrica média anual entre 2.500 mm e

3.000 mm. Os solos predominantes são Latossolos Amarelos distróficos com textura muito

argilosa e o Latossolos Amarelos distróficos textura argilosa, os quais são profundos e

geralmente não proporcionam problemas de drenagem, floresta densa com relevo tabular de

topo plano (BRASIL, 1976). A elevação varia de 50 a 120 m, e a altitude de 150 a 200 m

(SALOMÃO, 2007). O distanciamento entre platôs variou de 5,3 km e 23,7 km entre o platô

Bacaba e Teófilo. (FERREIRA et al., 2011).

Segundo os autores Oliveira (2008) e Ferreira (2011) dentro e entre os platôs há

uma correlação negativa da similaridade de espécies em relação à distância, proporcionando

uma grande quantidade de espécies raras, com baixa densidade e frequência, estes casos são

comumente encontrados na floresta da Amazônia. Foram notificadas algumas variações

micro–ambientais nesses espaços consideradas pontuais, tais como, incidência de luz,

fertilidade, clareiras, distribuição de água no solo, topografia dentre outros que interferem na

riqueza das espécies. É evidente que as espécies tendem a diminuir em consequência dos

compartimentos e dispersão correlacionados no espaço de acordo com as características

ambientais.

2.2 Sucessão ecológica: conceitos, histórico, classificações e perspectivas.

Para compreender a dinâmica da sucessão ecológica é importante analisar as

alterações dentro de um gradiente evolutivo, levando em consideração todos os fatores que

influenciam o desenvolvimento da comunidade vegetal numa percepção escalar: temporal e

espacial. Esse processo possui uma essência geográfica com um grau de complexidade entre

os meios físicos e bióticos.

A sucessão ecológica seria um processo razoavelmente direcional e previsível,

resultante da modificação do ambiente físico pela comunidade, embora o ambiente físico

determine os limites de desenvolvimento dela, culminando em um ecossistema estabilizado,

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ou seja, o clímax (ODUM, 1969). É importante ressaltar que o clímax apresenta a mais

completa forma de exploração dos recursos ambientais e a ocupação de nichos ecológicos. A

sucessão também pode ser definida como ocupação de espaços “novos” no desenvolvimento

paulatino dos ecossistemas (MARGALEF, 1986).

De acordo com Cowles (1899) a concepção sobre sucessão ecológica passou por

diversas mudanças no decorrer dos anos proporcionando vários posicionamentos entre os

ecólogos. O segundo estudioso em destaque foi o botânico Clements (1916); sua área de

observação foi às florestas de coníferas e pradarias ocidentais dos Estados Unidos, o qual

caracterizava a comunidade como um superorganismo e a sucessão ecológica como um

processo determinista e organizado, ou seja, a sequência de comunidades de plantas é

marcada por mudanças de formas de vida simples a complexas. Clements determinou que as

Comunidades Vegetais assemelham-se como uma entidade orgânica sujeitas as interações

positivas e a interdependências entre espécies de plantas, sendo que as diferentes associações

são frequentemente repetidas na natureza. Esta concepção pragmática constituiu as bases para

as primeiras tentativas de descrição e classificação da Vegetação, Monoclímax. Por outro

lado, Gleason entendia que os requisitos ecológicos individuais de espécies de plantas

destacavam-se e que não era possível que duas espécies vegetais possuírem as mesmas

necessidades. No entanto a distribuição de duas espécies coincide precisamente, e o grau de

associação entre a flora do solo e o dossel é quase sempre mais fraco do que se possa supor a

partir de uma observação casual, clímax edáficos.

Muito raramente a abrangência ecológica ou de distribuição de quaisquer duas

espécies coincide precisamente, e o grau de associação entre a flora do solo e o dossel é quase

sempre mais fraco do que se possa supor a partir de uma observação casual (ODUM, 1969).

Dessa forma é discutível a ideia de clímax final previsível e imutável sugerido por Clements.

A sucessão reflete somente mudança, sem que isso implique fim algum (PELICICE, 2010).

Sendo assim pode ocorrer um policlímax determinado não somente pelo clima, mas também

pela combinação de outros fatores como topografia e solo.

No tocante as mudanças sucessórias estas são denominadas de seres, e segundo

Ricklefs (1996) são classificadas em dois grupos: a) Seres Primárias - são aquelas que

ocorrem em locais previamente desocupados, por exemplo, dunas de areia e rochas erodidas.

b) Seres Secundárias - ocorrem em locais ocupados anteriormente, em áreas como campos de

agricultura. Concernente à perturbação considera-se um evento pontual (não continuado) que

retarda ou regride o processo sucessional. Em relação à comunidade clímax consiste em uma

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associação última de espécies atingida por uma série sucessional. Conforme destacado pelos

autores abaixo.

Seria importante ressaltar que é difícil dar esse caráter uniforme aos eventos

naturais, pois, na natureza há uma variedade de ambientes, cada um formado por

diferentes estádios sucessionais que se sobrepõem. Assim em uma comunidade dita

madura, pode haver uma clareira, onde o processo sucessional encontrar-se-ia em

seus primórdios. (NUNES; CAVASSAN, 2011, p.96).

Nesta discussão há que ressaltar que atualmente prevalece a teoria que as

comunidades clímax estão em equilíbrio dinâmico, visto que elas não são sistemas isolados e

sua estrutura passa por modificações, pois eventos como entradas de sementes alóctones

podem ocorrer a qualquer momento, além disso, determinados fenômenos como raios ou ação

antrópica proporcionam instabilidades (NUNES E CAVASSAN, 2011).

Outra questão em análise são os tipos de sucessão ecológica que segundo Dobson

(1997) são três: Sucessão Degradativa é quando o substrato é degradado em um período de

tempo relativamente curto; Sucessão Primária ocorre onde previamente o solo não existia;

Sucessão Secundária ocorre onde já existiam espécies estabelecidas ou onde o solo original

foi mantido após um distúrbio.

Concomitantemente existem os modelos de sucessão ecológica. O modelo de

Facilitação propõe que as espécies pioneiras alteram as condições e disponibilidade de

recursos em habitat de maneira que favorece a entrada e desenvolvimento de novas espécies

(BERKOWITZ, 1995). O modelo de Inibição implica que todas as espécies resistem à invasão

de competidores e de acordo com a mudança sucessional prevalecem às espécies com maior

expectativa de vida (EGLER, 1954). De acordo Margalef (1986) sucessão e evolução

(biosfera é o que impulsiona a evolução e os ecossistemas são a máquina da evolução) se

complementam, ou seja, se as espécies mudam é porque seu entorno também foi transformado

ou então as espécies mudam de consumo (coevolução). Sendo assim a sucessão é um

fenômeno fundamental em ecologia, também para entender como funciona o marco ecológico

de toda evolução. O mesmo autor entende que é complicado separar sucessão de evolução, ou

seja, a sucessão representa um comportamento dinâmico dos ecossistemas e um dos

resultados do funcionamento dos ecossistemas é a evolução das espécies que os formam. Vale

ressaltar que a sucessão tem sido eficaz em fomentar e coordenar a evolução das espécies, os

indivíduos que demonstram menor capacidade de dispersão e crescimento lento tornam-se

dominantes nas fases finais da sucessão, enquanto que as espécies que tem crescimento rápido

e altas taxas de dispersão são aquelas que predominam nas fases iniciais da sucessão

(MIRANDA, 2009).

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Para o desenvolvimento de uma interpretação evolutiva da sucessão é importante

pontuar: o habitat que uma população pode realmente explorar, a produção de um complexo

gradiente de ambientes físicos e abióticos, uma estratégia evolutiva que envolve duração do

ciclo de vida e um padrão dinâmico de seleção que permite uma variação de espécies em

diferentes posições sucessionais.

Em uma perspectiva e análise ambiental no território brasileiro percebem-se os

numerosos fragmentos em grande parte de vegetação secundária na Floresta Atlântica, por

meios incisivos de corte e desmatamento. Destarte, essas consequências florestais causam

vários tipos de perturbação no ambiente. Consoante Paula (2002), as interferências nos

fragmentos são tão marcantes quanto os efeitos provocados pela antropização. Os fragmentos

em forma circular, devido a densidade vegetal, são menos influenciados por perturbações

antrópicas do que os alongados.

De acordo com Nascimento (2001) o padrão de distribuição espacial das espécies

segue um comportamento em que aquelas mais abundantes das florestas tropicais surgem

agrupadas ou com tendência ao agrupamento. Enquanto as espécies consideradas raras podem

em alguns casos demonstrar dificuldades de regeneração natural ou necessidade de uma área

maior de amostragem para obter-se uma melhor descrição dos indivíduos no espaço. Essa

classificação como raras depende do aspecto local, uma vez que essas espécies podem ocorrer

em elevada densidade em outro ambiente, e concordando com Ivanauskas (1999), esta

concepção é apenas no sentido numérico em uma determinada área, num determinado

momento, e não necessariamente do ponto de vista biológico.

2.3 Fitofisionomia e estrutura das formações vegetais

Ao analisar os parâmetros fitossociológicos é possível distinguir, entre as

formações vegetais, diversos tipos fisionômicos os quais são relacionados ao porte dos

indivíduos, alturas das plantas, biomassa, diâmetro do caule e densidade. Em uma

comunidade vegetal, as plantas encontram-se organizadas de acordo com a variedade das

associações naturais.

De acordo com De Freitas et. al, (2008) diversos estudos foram realizados no

intuito de explicar a composição florística do estrato arbustivo – arbóreo e o comportamento

da estrutura fitossociológica de dois ambientes de Caatinga, ocorrentes no assentamento

Moacir Lucena, Apodi-RN. É importante ressaltar que essas áreas são submetidas a diferentes

tipos de exploração, sendo um local não antropizado (área de reserva legal) e outra manejada

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no intuito de atividades pastoreais com a retirada de faixas de vegetação nativa e incorporação

de espécies forrageiras.

Nas duas áreas estudadas (Reserva Legal e Manejada) os indivíduos foram

considerados como parte da vegetação em regeneração natural, portanto indivíduos jovens.

No total encontraram-se cinco famílias e oito espécies diferentes, sendo que algumas espécies

e famílias foram comuns aos dois ambientes, nesta analogia destacou-se a área antropizada

com maior número tanto de famílias quanto de espécies.

No tocante aos parâmetros fitossociológicos analisados por Pessoa et al. (2008) no

local não antropizado ocorreram povoamento em termos quantitativos com a espécie

Auxemma glazioviana, ao qual foi responsável por mais de 90 % da dominância ambiental e

por quase 80 % da densidade de indivíduos, sendo que as outras espécies corresponderam

com pequenas quantidades de indivíduos. A espécie Piptademia moniliformis obteve maior

importância ecológica e de cobertura em área nativa conservada (CEZAR, 2006), já na área

de antropização prevalecem à espécie Mimosa tenuiflora (FREITAS, 2007). Estes autores

enfatizam que a depender da localização geográfica, em distintos setores da Caatinga ocorrem

predominância de espécies vegetais específicas devido aos fatores edáficos, geológicos,

fertilidade e unidade dos solos.

De acordo com Veloso (1991), nas Florestas Ombrófilas Densas de Terras Baixas

foi possível analisar a composição florística e fitofisionomia da vegetação de muçununga nos

municípios de Caravelas e Mucuri - Bahia. Encontrou-se um tipo de comunidade vegetal

caracterizada por possuir um componente arbóreo pouco denso e o componente herbáceo –

arbustivo predominante. Vale ressaltar que ocorre uma variação fitofisionômica das

muçunungas semelhante à vegetação do cerrado, ocorrendo fisionomias campestres até

florestais. A transição vegetacional pode ser explicada a partir das características edáficas dos

terrenos, por exemplo, a restinga é proveniente da ocorrência de uma camada, em

subsuperfície, de laterita a qual proporciona alagamentos estacionais nas muçunungas

proporcionando umidade no período chuvoso.

As muçunungas ocupam áreas descontínuas apresentando tamanhos, formas,

floras e fitofisionomias diferenciadas entre si. Fisionomicamente este tipo de vegetação em

Caravelas apresenta semelhança com a restinga de influência marinha. Neste ambiente o solo

é arenoso, a precipitação média anual varia de 1.200 a 1.750 mm na região. Foram

selecionadas sessenta e sete espécies, de trinta e duas famílias, sendo apenas uma destas,

Dennstaedtiaceae, pteridófita, as demais são angiospermas. Percebeu-se que nesta área a

riqueza florística supera Mucuri em 24,5 % na quantidade de espécies (MEIRA NETO, 2005).

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Também foi possível identificar maior igualdade na abundância de indivíduos entre as

espécies. Na maior parte da muçununga os estratos não se apresentam tão adensados.

Estudos realizados por Neto et al. (2005) no município de Mucuri – BA, teve

como intuito explicar a composição florística do estrato arbustivo das muçunungas. Este tipo

de vegetação é submetido à ação antrópica (fogo e pastagens), devido essas evidências os

impactos ocorridos causaram dominância de algumas espécies e consequente redução da

riqueza florística e equabilidade. Os indivíduos que resistem proporcionam uma fisionomia do

estrato subarbustivo – arbustivo com cobertura próxima a 100% com pouca variação

estrutural e poucos indivíduos de outras espécies. Vale salientar que não existem diferenças

climáticas entre as muçunungas, e foram selecionadas cinquenta e três espécies, de trinta e

uma famílias. Três famílias, Blechnaceae, Dennstaedtiaceae e Schizaeaceae são pteridófitas,

possuindo única espécie, as famílias restantes são angiospermas.

Pode-se mencionar outra área de estudo no Litoral Norte Estado da Bahia

especificamente no município de Conde, que apresenta uma faixa de planície quaternária com

aproximadamente 5 km de largura (MENEZES, 2007), formada por aproximadamente 200

km de restinga. Rizzini (1997) afirma que as restingas são formações vegetais colonizadoras

de areias holocênicas. Neste contexto é importante frisar que essa formação vegetal é

geologicamente recente e habita um ecossistema adjacente da Mata Atlântica. A composição

vegetal é constituída por diversas formas biológicas como árvores, arbustos, herbáceas eretas

e reptantes (PEREIRA, THOMAZ; ARAÚJO, 1992). A geomorfologia costeira do litoral

deste ambiente é um fator importante na composição e estrutura de diferentes tipos

vegetacionais e fitofisionomias da restinga local, sendo identificadas ocorrências de Restingas

em Moitas, Matas de Restinga, Matas de Duna e Matas periodicamente Alagáveis

(MENEZES, 2007).

Em consonância com as ideias acima estudo realizado por Meira Neto (2005), o

levantamento florístico nos municípios de Caravelas e Mucuri, Bahia foi possível abranger

todas as fitofisionomias, sendo elas: Zonas Úmidas, Manguezal, Restinga em Moitas e Mata

de Restinga. Deste modo, nas fisionomias abertas foram feitas apenas descrições qualitativas

da cobertura vegetal, de acordo com as coletas botânicas. Foram identificadas cerca de 142

espécies pertencentes a 67 famílias, sendo Cyperaceae a família com o maior número de

espécies(16), seguida de Fabaceae (8) e Arecaceae (6). Segundo Meira Neto (2005) as zonas

úmidas recobrem cerca de 2.800 ha. Essas se encontram constantemente abastecidas pela

drenagem continental, com sistemas perenes de vegetação peculiar, onde ocorrem plantas

herbáceas de pequeno porte. A Restinga em Moitas se caracteriza por apresentar vegetação

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aberta, com solo desnudo e pequenos números de espécies arbóreas, que podem atingir de 4 a

5 m de altura. A vegetação praiana em sua maioria é de pequeno porte e sarmentosas, com

largura pouco variável não ultrapassando 50 m de extensão sobre o cordão – duna local. A

Mata de Restinga esta associada aos sedimentos Pleistocênicos e áreas de sota-ventos do

sistema de dunas, os quais favorecem a formação de uma floresta esclerófila de dossel com 10

a 14m de altura.

Existem outros tipos de estudos concernentes à variação das estruturas vegetais,

conforme explicam os autores abaixo:

Em formações secundárias, pode ser encontrada uma elevada densidade de

árvores por hectare, representados por arvoretas de pequeno porte que habitam

os primeiros estratos da vegetação e indivíduos jovens de árvores de grande

porte do dossel da floresta. As árvores, com maiores diâmetros e alturas,

muitas vezes, são representadas por indivíduos em senescência natural e que

apresentam uma baixa densidade na vegetação e uma distribuição aleatória de

seus indivíduos adultos na comunidade vegetal estudada. (NASCIMENTO et

al., 2001, p.116).

Nesta discussão, a respeito da estrutura da vegetação, é importante citar mais um

exemplo. Neste caso, sobre os impactos do agrupamento do bambu na vegetação lenhosa de

duas fitofisionomias de Cerrado na transição Cerrado – Floresta Amazônica. De acordo com

Ivanauskas et., al (2004) o leste do Estado Matogrossense engloba uma zona de tensão

ecológica entre os biomas Cerrado e Floresta Amazônica, com um mosaico vegetacional e

predominância de fitofisionomias savânicas do bioma Cerrado. As pesquisas e estudos são

raros sobre os efeitos dos agrupamentos de bambus sobre a composição florística e estrutura

da comunidade lenhosa. No entanto, há registros que os bambus são altamente competidores

por espaço e por luz nos ambientes savânicos que apresentam maior iluminação, por exemplo,

o Cerrado típico que contempla cobertura arbórea de 20 a 50 % e altura média de 3 a 6 m

(OLIVEIRA FILHO et al., 2004).

Os resultados das fitofisionomias obtidos por Oliveira Filho et al. (2004) em

análise apresentaram alta similaridade florística, sendo que a presença do bambu tornou as

áreas de Cerrado e Cerradão semelhantes floristicamente (SILVÉRIO et al., 2009). A questão

por competição de recursos proporciona exclusão de uma ou mais espécies sensíveis à

presença do bambu. De acordo com os autores supracitados na transição Cerrado – Floresta

Amazônica à ação antrópica ocorre frequentemente e afeta direta e indiretamente as estruturas

das comunidades lenhosas. Ficou comprovado que o agrupamento das touceiras reduzem a

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densidade e a área basal das espécies arbóreas e alteram a composição florística, estrutura

vertical e horizontal do componente lenhoso das fitofisionomias.

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3 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo está localizada no município de Mata de São João, nos limites da Reserva da

Sapiranga, inserida em uma Área de Proteção Ambiental (APA) no Litoral Norte do Estado da

Bahia, conforme demonstrado na Figura 01.

Figura 01- Delimitação da área de estudo.

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O clima que predomina na zona costeira nordestina do Estado da Bahia é o tropical

litorâneo, caracteristicamente quente e úmido, de homogeneidade relativa contendo médias

térmicas 23 a 25ºC e altos índices pluviométricos cerca de 1.600 e 1.800 mm. (SEMARH,

2003). Em razão de sua posição geográfica no globo, inserido dentro da faixa intertropical, ela

possui elevados índices de radiação. Dessa forma, o clima é influenciado pela movimentação

da massa de ar Equatorial Atlântica que tem como característica temperaturas elevadas e forte

umidade, esta originada no Oceano Atlântico a qual ocasiona fortes chuvas quando atinge o

litoral nordestino. Neste processo também ocorre a ação do anticiclone semifixo do Atlântico

Sul, que proporciona umidade da corrente brasileira principalmente no período chuvoso, que

se estende de outono a inverno propagadas pela chegada das frentes frias maximizando

consideravelmente a umidade ao longo do ano. Por outro lado, Queiroz (2007) classificou a

área da Sapiranga em quente e úmida do tipo As´com estação seca no verão, segundo a

classificação de Koppen. As precipitações são bem distribuídas ao longo do ano,

principalmente no intervalo de Março a Julho quando o volume total de chuvas oscila entre

1.600 e 1.800 mm. No mês de Agosto há uma minimização na intensidade e frequência, e no

período entre Outubro e Fevereiro ocorrem meses mais secos (SEMARH, 2003). Este hábitat

tem funções turísticas devido a sua riqueza de ambientes naturais, por exemplo, Mata de

Restinga, Vegetação Praial e Zonas Úmidas.

3.1 Geologia, geomorfologia e hidrologia

A geologia da área foi constituída de ciclos orogenéticos muito antigos, as rochas

passaram por alto grau de metamorfismo e alinhamento geomorfológico, ordenando direções

preferenciais e ocorreram setores de rochas granitizadas removimentadas, proporcionando

faixas marginais incorporadas do Cráton do São Francisco (NUNES, 1981). Este ambiente

também é constituído pelos sedimentos do Grupo Barreiras ao qual contém uma faixa estreita

de planície quaternária com aproximadamente 5 km de largura (MENEZES, 2007),

apresentando grande extensão nas imediações das principais desembocaduras fluviais, sendo

que os limites internos são as páleo-falésias esculpidas na Formação Barreiras durante a

Transgressão mais antiga (Bittencourt, et al. 1979). Destacam-se ainda as formações com

aproximadamente 200 km de restinga geologicamente recentes onde as espécies existentes são

típicas de Mata Atlântica e Mata de Tabuleiro. Tendo em vista essas ideias, Martin et al.

(1980) afirmam que a geologia do Litoral Norte da Bahia que engloba a faixa litorânea entre

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Salvador e Rio Real (no limite Estadual) contempla quatro Domínios geocronológicos: Pré –

Cambriano, Juro- Cretácico , Terciário e Quaternário.

Concernente à morfologia da Formação Barreiras (Terciário) é notório as áreas de

tabuleiros costeiros, encostas retilíneas e declivosas, além de vales alargados em formas de

“U” e quando ocorre afloramento em sua base notam-se formações colinosas de topo convexo

com vertentes do tipo convexas, convexo – côncavas e retilíneas, bastante dissecadas por

vales em forma de “V” com diferentes graus de aprofundamento os quais se diferenciam

topograficamente das unidades integrantes da planície costeira (NUNES et al., 1981).

Destaca-se ainda o Domínio Quaternário, em uma análise ambiental pode ser considerado

como um ambiente de transição, entre os ambientes marinhos e terrestres, os quais são

sujeitos aos impactos de variadas naturezas, sendo necessárias medidas ambientais adequadas

para combater e/ou minimizar determinadas fragilidades.

A geomorfologia costeira do litoral deste ambiente é um fator importante na

composição e estrutura de diferentes tipos vegetacionais e fitofisionomias da restinga local,

sendo identificadas ocorrências de Restingas em Moitas, Matas de Restinga, Matas de Dunas

e Matas periodicamente Alagáveis (MENEZES, 2007). Durante o período Quaternário

ocorreram variações do nível relativo do mar e climáticas, aos quais exerceram um papel

fundamental na consolidação da modelagem do relevo, as quais estão sujeitas a erosão e

assoreamento. A área do Litoral Norte pode ser dividida em duas grandes unidades

geomorfológicas: Os Tabuleiros Costeiros e as Planícies Costeiras.

De acordo com as ideias explícitas acima o setor litorâneo da Região Norte do

Litoral Baiano apresenta uma morfologia bastante homogênea, sendo que não ocorrem

grandes alterações em níveis topográficos. As zonas que se destacam com maiores elevações

compreendem os modelados de depósitos sedimentares e mais uma vez é importante citar a

Formação Barreiras, devido a sua dissecação intensa e uniforme, fisionomia colinosa de topos

abaulados que formam em conjunto um plano com caimento suave em direção à costa. A sua

extensão é reduzida, entalhada, possui vertentes convexo – côncavas de inclinação de 3 e 12º,

as quais eventualmente expõe as rochas do embasamento nos fundos do vale (BAHIA, 1995).

No tocante a planície costeira é representada por um modelado de caráter

aplainado devido aos processos geológicos, responsáveis pela origem de depósitos marinhos e

as dunas, as quais predominam neste domínio geomorfológico. Cabe lembrar que essas

feições eólicas onduladas são originadas pela ação dos sedimentos arenosos durante as fases

de climas mais áridos e a representação fisionômica topográfica é tipicamente aplainada

alcançando por vezes uma altimetria acima de 30 metros.

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Em outras áreas, detentoras de planos altimétricos mais elevados há modelado

composto por remanescentes de topos tabulares ou aplainados, devido ao procedimento

erosivo. Conforme Dominguez (1996) o modelado dos tabuleiros costeiros apresentam vales

alargados em forma de “U” com aprofundamento de 20 – 40 metros, sendo que estes foram

entalhados por drenagens, neste setor do litoral baiano, é representado pelos seguintes rios:

Pojuca, Joanes, Itapicuru, Real, Jacuípe, Inhambupe, Sauípe e Itapicuru e Subaúma.

Com relação às características das bacias de drenagens identificou-se cinco sub -

bacias: a do Recôncavo Norte (11.336 km²), do rio Real (2.578 km²), rio Itapicuru (36.168

km² ) a qual é considerada a mais extensa e importante do Litoral Norte da Bahia, sendo que

sua área está inserida em cerca de 24 municípios, rio Inhambupe (5.247 km²). Entretanto as

estruturas litológicas das unidades exercem um papel fundamental nos afluentes e percursos

dos rios, neste processo o trecho litorâneo possui um regime regular, considerado perene ao

decorrer do ano (BAHIA, 1995). É importante salientar que segundo SEMARH (2005) a área

de estudo está inserida na bacia hidrográfica do rio Pojuca, o qual possui cerca de (4.341 km²)

e com percurso de aproximadamente 200 km. É importante mencionar este rio nasce no

município de Santa Bárbara e sua desembocadura é no oceano Atlântico.

3.2 Solo e cobertura vegetal.

Segundo Silva (1981) as classes de solos que ocorrem no Litoral Norte da Bahia

são a) Podzólico Vermelho – Amarelo (atual Argissolo Vermelho Amarelo), inseridos no

grupo Barreiras, b) Glei Húmico são hidromórficos, mal drenados e pouco profundos, a

influência da umidade anual interfere nas características morfológicas, c) Areias Quartzosas

que compreendem solos não hidromórficos, relativamente profundos, excessivamente

drenados e com essência quartzosa.

A área em análise é caracterizada por uma grande diversidade fitogeográficas,

sendo que seis se destacam com maior relevância: Floresta Ombrófila (Mata Atlântica); Mata

Ciliar; Manguezal; Restinga; Brejo e Pântano. Baseado nas ideias de Brazão & Araújo (1981)

esses ecossistemas estão intrinsicamente relacionados às condições climáticas da região, com

temperatura média próxima de 25ºC, altas taxas pluviométricas, além da importância do tipo

de solo/substrato geológico.

A Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica) pode ser classificada em três

unidades e está associada ao estado da sua atual cobertura vegetal. (I) Floresta em estágio

inicial de regeneração, caracterizada por uma fisionomia arbustiva – herbácea, com troncos

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até cinco metros; (II) Floresta em estágio médio de regeneração, com cobertura vegetal

arbórea e troncos de até dez metros; (III) Floresta em estágio elevado de regeneração, com

cobertura arbórea e troncos acima de doze metros (BRAZÃO; ARAÚJO, 1981). Torna-se

relevante nesse contexto salientar que a Mata Atlântica atualmente encontra-se bastante

reduzida e com alta perda de sua biodiversidade, principalmente devido aos processos

antrópicos que suprimem e fragmentam este ambiente, o que proporciona o isolamento de

algumas espécies vegetais remanescentes, minimizando a composição, abundância relativa e

distribuição.

A vegetação de Mata Ciliar ocorre nas margens dos rios e mananciais, integra o

bioma da Mata Atlântica e contribui para a manutenção da qualidade dos recursos hídricos e

filtrando sedimentos e nutrientes e minimizando o aporte de produtos químicos aos cursos

d’água. Destacam-se ainda as raízes de suas árvores que ajudam a fixar o solo das margens

dos rios evitando assoreamentos e erosões.

A área de vegetação é potencialmente inundável ao longo das margens dos rios,

nos vales costeiros, nas baixadas e entre terraços marinhos. Pode-se verificar que os terrenos

são instáveis devido à constante reciclagem dos solos e sedimentação aluvial. Nesta Zona

Úmida três setores se destacam: Fluvial, permanentemente inundáveis devido à influência

aluvial; Fluviomarinha, ao longo dos cursos dos rios com interferência marinha; Marinha, que

revestem praias, dunas e cordões litorâneos.

Os manguezais ocorrem em regiões tropicais, nas margens de estuários ou até

mesmo em locais protegidos das influências das ondas e sob ação das marés. São

ecossistemas de transição sob interferência tanto do ambiente de água doce como marinho,

possuem uma vegetação peculiar, com baixa diversidade de espécies. É uma formação vegetal

específica e adaptada a um ambiente de característica inóspita, a qual proporciona uma área

de reprodução para diversas espécies de animais terrestres e aquáticos (SEPLANTEC-

CONDER, 2001). É importante destacar que os manguezais do Litoral Norte não são tão

abrangentes quanto no Litoral Sul, estes apresentam uma cobertura vegetal praticamente

íntegra e em alguns trechos ocorre à expansão urbana e alterações nas condições hidrológicas.

Concernentes aos portes vegetais alcançam em media cerca de 10 a 12 metros (em alguns

locais atingindo a casa dos 20 metros) (NORONHA et al., 2003).

A vegetação de Restinga geralmente está associada a coberturas mais recentes

como terraços marinhos, dunas e planícies aluviais. É uma unidade tipicamente costeira,

ocupam um ambiente de transição marinho e continental, quando os substratos propiciam as

seguintes formações vegetais: arbóreo, arbustivo-arbóreo, arbustivo e herbáceo. Segundo

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Dominguez et al. (1996) nas áreas mais interioranas deste ecossistema a vegetação apresenta-

se com um porte inferior aos depósitos arenosos dos terraços marinhos com o predomínio de

espécies herbáceas e arbustivas. Por meio da caracterização apresentada a Restinga possui um

potencial ambiental significativo devido sua importante função ecológica de proteção e

fisionomia relacionada a estabilização das formações arenosas e eólicas.

A vegetação presente nos Brejos demonstra uma fisionomia herbácea de pequeno

porte, podendo atingir até dois metros e do tipo hidrófila, ou seja, especialmente adaptada a

terrenos mal drenados e/ou saturados em água.

Os Pântanos que ocorrem normalmente nas zonas de planície de inundação, nos

vales dos rios, também apresentam uma vegetação do tipo hidrófila, com a seguinte

predominância fisionômica de estrato – arbóreo arbustivo sobre o herbáceo. Nesse

direcionamento, Noronha et al. (2003) e Dominguez et al. (1999) afirmam que a área

pantanosa do Litoral Norte apresentam-se no sentido a jusante com uma mudança gradativa

para uma vegetação do tipo manguezal, isso na medida em que o teor de salinidade aumenta.

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32

4 METODOLOGIA

Uma das características da Reserva da Sapiranga é o predomínio de 600 hectares

de Mata Atlântica secundária preservada, com espécies raras de fauna e flora (FLORESTA

SUSTENTÁVEL, 2014). Para a seleção da área de estudo, a visualização da paisagem e da

topografia foram essenciais. Primeiramente foram utilizadas Fotografias aéreas (SEI, 2010),

as quais possibilitaram a visualização horizontal dos compartimentos de cobertura vegetal.

Este procedimento auxiliou na seleção das áreas para a montagem das parcelas fixas.

Em campo foram anotadas as coordenadas geográficas, no centro de cada uma das

parcelas, nos seguintes geoambientes da reserva: G1 (Geoambiente 1, solo siltoso) S: -

12º.56.5’8”, W -38º.039’010’’; G2 (Geoambiente 2, solo arenoso) S : – 12º 33’ 54’’ W - 38 º

02’ 15.8’’ e G3 (Geoambiente 3, transição entre solos arenosos e siltosos) S: -12’ 33’’ 52” e

W: - 38 02’ 27”. As parcelas fixas são utilizadas para a medição da densidade e da frequência

de espécies em determinada formação vegetal. Nesta pesquisa as parcelas foram delimitadas

nos três geoambientes identificados. Assim, para selecionar as áreas de amostragem (parcelas)

foi realizado um caminhamento e observou-se, por meio de tradagens, diferenças na textura

do solo. Dessa forma as parcelas foram construídas da seguinte maneira: A primeira parcela

em solo siltoso, a segunda em solo de textura arenosa e a última em solo areno – siltoso. Para

a caracterização das comunidades vegetais foram obtidas informações sobre a composição

florística (nome popular e família, no caso de alguns indivíduos), fisionômica e estrutural. As

informações coletadas foram de Circunferência a Altura do Peito (CAP), altura do indivíduo e

sua posição na parcela. Para que a amostragem fosse representativa, foram coletadas

informações de todos os indivíduos com o CAP acima de 10 cm, conforme sugestões de

Furlan (2005).

Com os dados coletados em campo, foram calculados parâmetros

fitossociológicos das parcelas e feita uma comparação das características da comunidade

vegetal. Para melhor compreensão, da associação entre comunidade vegetal e o meio físico

que a suporta, é importante destacar o esforço de caracterização da vegetação realizado pelo

botânico Valério Pillar:

Comunidades vegetais são delimitadas e descritas com propósitos comparativos,

com vistas a revelar padrões de variação no espaço e no tempo e suas inter-relações

com fatores ambientais. Estando uma comunidade vegetal delimitada, constitui o

que se chama de inventário ou “relevé” o conjunto de dados sobre a estrutura da

comunidade vegetal e sobre as condições de ambiente nela prevalecentes (PILLAR,

1996, p.1).

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33

Conforme Furlan (2011) o método das parcelas fixas é essencial para medir a

densidade e a frequência de espécies numa determinada formação vegetal. A mesma autora

menciona que:

A utilização de formas geométricas, como o quadrado, para delimitar amostras no

campo é um recurso que consegue destacar e visualizar uma parcela do conjunto da

comunidade. O quadrado é ideal para análises estatísticas e designa a menor área da

comunidade que contém uma representação. A forma geométrica escolhida pode

variar, mas o quadrado tem sido a forma geométrica usada com maior frequência.

Quando a vegetação apresentar estratificação, pode-se usar quadrados com diversas

áreas, encaixadas umas nas outras. Os quadrados devem ser suficientemente grandes

para incluir árvores e conter outros menores, para os estratos arbustivos e herbáceos.

(FURLAN, 2005, p.119).

A seguir é apresentada a definição e fórmula, conforme Muller – Dombois e

Ellenberg (1974), dos parâmetros utilizados.

1. Densidade absoluta (DeAb): é a relação do número total de um indivíduo de um táxon por

área (A), em hectares. A fórmula utilizada para o cálculo deste parâmetro é:

onde :

nj = ao número de indivíduos da espécie;

A = a área amostrada, em hectares;

2. Densidade Relativa (DeRel): representa a probabilidade de, amostrado um indivíduo

aleatoriamente, ele pertencer ao táxon em questão, tal parâmetro é calculado da

seguinte fórmula:

onde:

= ao número de indivíduos da espécie;

= ao número total de indivíduos;

3. Frequência Absoluta (FrAb) : é a probabilidade de uma parcela (ou unidade

amostral) aleatoriamente sorteada conter a espécie ou táxon. A seguir é mostrada a

fórmula:

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34

onde:

=ao número de parcelas em que a espécie ocorre;

= ao número total de parcelas;

4. Frequência Relativa (FrRel): expressa a relação de uma frequência em porcentagem.

A fórmula utilizada para o cálculo deste parâmetro é:

onde:

= a frequência absoluta da espécie;

= a soma das frequências absoluta de todas as espécies;

5. Dominância absoluta (Doab): valor que área basal da espécie ocupa em 1 ha. Está

diretamente relacionada com a quantidade de indivíduos de um mesmo táxon. Tal

parâmetro é calculado pela seguinte fórmula:

onde:

= a soma da área basal dos indivíduos da espécie;

= a área de amostragem, em hectares;

6. Dominância Relativa (DoRel) : valor, em porcentagem, que a área basal de um

táxon representa quando comparada a soma das áreas basais de todos os táxons.

Está diretamente relacionada com o diâmetro e com o número de indivíduos. O

cálculo da Dominância relativa é feito através da fórmula:

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35

onde:

= ao valor de dominância absoluta encontrado para a espécie;

= somatório das dominâncias absolutas de todas as espécies;

7. Índice de valor de Importância (IVI): este parâmetro permite a ordenação das

espécies hierarquicamente segundo sua importância na comunidade. Seu cálculo é

feiro através da soma dos valores da densidade relativa, frequência relativa e

dominância relativa de cada espécie, como mostra a fórmula a seguir:

onde:

IVI = DeReli + FrReli + DoReli

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram amostrados, nos três Geoambientes, 60 indivíduos no total com o CAP ≥ 10

centímetros, os quais são classificados em 14 espécies, distribuídas em 4 famílias

identificadas (Gráfico 1).

Destas a que apresentou a maior quantidade de espécies foi a Myrtaceae (43), com

destaque para a espécie arbustiva Arari (23), conforme o quadro 01:

Quadro 01- Parâmetros fitossociológicos calculados para todas as parcelas da área de estudo.

Família Espécies Nº Ind. DeAb1 DeRel

2 FrAb

3 FrRel

4 Doab

5 DoRel

6 IVI

7

Myrtaceae Arari 23 0,23 0,38 66 9,5 0,016753 3,2 13,08

Myrtaceae Murta de

Rato 9 0,09 0,15 66 9,5 0,049747 9,6 19,25

Myrtaceae Biriba 6 0,06 0,1 66 9,5 0,0305 5,9 15,5

Myrtaceae Maria

Preta 3 0,03 0,05 66 9,5 0,001707 0,33 9,88

Myrtaceae Sete

Cascos 2 0,02 0,03 33 4,7 0,008233 1,59 6,32

Myrtaceae Aderno 2 0,02 0,03 33 4,7 0,009339 1,8 6,53

Myrtaceae Guabiraba 1 0,01 0,01 33 4,7 0,052641 10,17 14,88

Fabaceae-

Mimosoideae Ingá 4 0,04 0,06 66 9,5 0,005823 1,12 10,68

Anacardiaceae Tapirira

Guianensis 2 0,02 0,03 66 9,5 0,31763 61 70,53

Burseraceae Amescla 1 0,01 0,01 33 4,7 0,000573 0,11 4,82

Gráfico 01- Principais Famílias da área de estudo.

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Quadro 01- Parâmetros fitossociológicos calculados para todas as parcelas da área de estudo

(continuação).

X8

Murta

Branca 3 0,03 0,05 66 9,5 0,012295 2,4 11,95

X8 Mutamba 2 0,02 0,03 33 4,7 0,009089 1,75 6,48

X8

Murta de

Sabiá 1 0,01 0,01 33 4,7 0,000889 0,17 4,88

X8 Chaperão 1 0,01 0,01 33 4,7 0,002487 0,48 5,19

Total 60 693 0,517706

DeAb1-Densidade Absoluta; DeRel

2-Densidade Relativa; FrAb

3-Frequência Absoluta; FrRel

4-

Frequência Relativa; Doab5-Dominância Absoluta; DoRel

6-Dominância Relativa; IVI

7-Índice de valor

de Importância. 8 Família não identificada.

O Geoambiente (G1) está localizado no topo de uma vertente de maior

declividade da reserva, sendo que as características básicas do solo deste geoambiente são

coloração vermelha, textura siltosa, susceptibilidade à compactação e erosão (Fotografia 01).

Devido à presença de um horizonte B incipiente (Bi), além da textura siltosa,

levantou-se a hipótese da formação de um Cambissolo nesta área da Reserva da Sapiranga.

Ainda na mesma parcela, poucos metros na direção jusante do topo da vertente, realizou-se

outra tradagem e observou-se a presença de um horizonte B incipiente ainda menor, o que

poderá ser evidência da formação de um Neossolo Regolítico (com horizonte Bi com

espessura menor que 10 cm), que pode estar associado ao aumento da declividade nesta

vertente.

Fotografia 01 - Amostra de solo

siltoso.

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Foram amostrados no G1, 25 indivíduos com CAP ≥ 10 centímetros, pertencentes

a 5 espécies arbóreas, distribuídas em 3 famílias botânicas. A vegetação analisada

corresponde a uma floresta em estádio de sucessão secundária, com um número não muito

elevado de espécies arbóreas (Quadro 02).

Quadro 02 - Parâmetros fitossociológicos calculados separadamente para o geoambiente 1

Família Espécies Nº Ind. DeAb1 DeRel

2 FrAb

3 FrRel

4 Doab

5 DoRel

6 IVI

7

Myrtaceae Arari 19 0,19 0,76 33 0,2 0,013381 26,2 27,16

Myrtaceae Biriba 2 0,02 0,08 33 0,2 0,014972 28,4 28,68

X2 Mutamba 2 0,02 0,08 33 0,2 0,009089 17,25 17,53

Fabaceae-

Mimosoideae Ingá 1 0,01 0,04 33 0,2 0,001431 2,7 2,9

Anacardiaceae Tapirira

Guianensis 1 0,01 0,04 33 0,2 0,013383 2,5 2,7

Total 25 165 0,052256

DeAb1 Densidade Absoluta; DeRel2 Densidade Relativa; FrAb3 Frequência Absoluta; FrRel4 Frequência Relativa.; Doab5 Dominância Absoluta; DoRel6 Dominância Relativa; IVI7 Índice de valor de Importância. 8 Família não identificada.

O A hegemonia de espécies arbóreas da família Myrtaceae é expressiva na parcela

1. É notório o menor porte dos indivíduos arbóreos neste geoambiente (média 6 metros),

conforme (Quadro 03). No entanto, algumas poucas espécies se destacam pela maior altura

nesta parcela, como a Tapirira Guianense, que chega a atingir 16 metros (Fotografia 02).

Quadro 03 – Parcela 1

Nº de

Indivíduos Espécies Família

Altura

(m)

CAP

(cm)

Distância

na

Parcela

(x/y)

Nome vulgar e OBS

1 1 Myrtaceae 4.70 15 0 / 0 Arari (Pioneira)

2 2 Myrtaceae 14 60 1.70 /

4.30 Biriba (Secundária)

3 1 Myrtaceae 5 17 3.30 / 0 Arari

4 1 Myrtaceae 6,5 20 7.20 /

0.90

Arari, os indivíduos

buscam por luz.

5 1 Myrtaceae 4.50 13 10 / 0 Arari

Quadro 03 – Parcela 1 (Continuação)

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Nº de

Indivíduos Espécies Família

Altura

(m)

CAP

(cm)

Distância

na

Parcela

(x/y)

Nome popular e OBS

6 1 Myrtaceae 6 12 3.20 /

1.10

Arari / CAP:

11+16+16+08+08 =

11.8 1

7 1 Myrtaceae 5.5 14 2.40 /

0.81

Arari / CAP:

12+12+16+16=14 1

8 1 Myrtaceae 5.54 12 6.80

/1.95 Arari

9 1 Myrtaceae 4.80 12 8.50 /

2.82 Arari, Inclinada

10 1 Myrtaceae 5.5 14 3.52 /

4.30 Arari

11 1 Myrtaceae 5.55 12,33 0.50 /

5.80

Arari / CAP:

16+16+14+10+9+9

=12.31

12 1 Myrtaceae 5.15 10,25 3.00 /

6.60

Arari /CAP:

13+9+9+10=10,251

13 3 X1 7 29 4.85 /4.60 Mutamba, Inclinada

14 2 Myrtaceae 4.5 13 4.80/ 4.60 Biriba, Inclinada

(secundária)

15 1 Myrtaceae 5.30 18 5.50 /

4.90 Arari

16 1 Myrtaceae 3.40 10 6.70 /

4.30 Arari, Inclinada

17 1 Myrtaceae 5 10 7.40 /

5.00 Arari

18 1 Myrtaceae 5 8.4 3.70 /

6.20

Arari / CAP:

15+8+7+6+6=8,41

19 4 Fabaceae-

Mimosoideae 7 19

4.30 /

8.10 Ingá

20 3 X1 10 38

4.80 /

8.70

Mutamba /CAP:

46+31+38=381

21 1 Myrtaceae 5.5 15 5.80 /

9.67 Arari

22 1 Myrtaceae 5.60 10.5 7.30 /

9.40

Arari / CAP:

16+5=10,51

23 1 Myrtaceae 5.30 12 8.10 /

8.50 Arari

24 1 Myrtaceae 5.60 11 7.75 /

8.05 Arari

25 5 Anacardiaceae 16 58 10,0/10,0 Pau- Pombo ou Tapirira

Guianense 1Média calculada da CAP (Circunferência da altura do peito) de vários troncos do mesmo individuo.

1 Família não identificada.

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De acordo com o Manual de Identificação das Árvores Brasileiras (2008), uma

das essenciais características morfológicas da espécie Tapirira Guianensis (Fotografia 02) são

a sua altura que varia de 8 – 13 metros, e seu tronco curto de 40 – 60 centímetros de diâmetro.

Segundo este manual esta é uma árvore perenifólia, pioneira, heliófita, característica da

floresta ombrófila de planície. É também muito encontrada em formações secundárias de

solos úmidos como em várzeas ou beira de rios. Embora possa ser encontrada amplamente

também em ambientes secos de encostas, é na várzea úmida que apresenta seu maior

desenvolvimento (Harry, 2008p. 30)

O sub-bosque da parcela 01 é caracterizado com pouca serra pilheira e gramíneas,

trepadeira, filodendro, bambu, Chaperão, Antúrios, Leiteiro, Taboepé, Landi, Guabiraba, além

da competição natural das espécies principais com o CAP ≥ 10 em busca por luz e quantidade

excessiva de tombamentos de árvores. Outro aspecto a ser abordado é que predominou a

espécie arbustiva Arari (Fotografia 03).

Fotografia 03 - Espécie 01 - Arari

Fotografia 02 - Espécie 5 Tapirira Guianensis

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As espécies com maior índice de valor de importância (IVI) na parcela 1,

Geoambiente (G1) foram Biriba (28,68) e Arari (27,16). Os altos valores podem ser explicados

pelas altas densidades, respectivamente 0,013381 e 0,14972 indivíduos/ha, e dominância,

respectivamente 28,4% e 26,2%. Apenas uma espécie não foi encontrada nos outros geoambientes

(G2 e G3), Mutamba (Fotografia 4), encontrada apenas na parcela 1 o que pode sugerir

preferências da espécie por determinada condição ambiental .

No G2 foi realizada uma tradagem de cinco metros e verificou-se a presença de

solo arenoso, provavelmente Neossolo Quartzarênico. Assim como no G1, neste geoambiente

há predominio da família Myrtaceae. Ao comparar com o G1 percebe-se que os indivíduos

são mais desenvolvidos em estatura, por exemplo, um indivíduo da espécie Sete Cascos

apresenta 14,5 m (Fotografia 5) e um individuoa da espécie Aderno possui 8,5 m (Fotografia

6), além de possuírem CAP maior , em média geral 26, 5.

Fotografia 04 - Espécie 03 (Mutamba) apresentando inclinação.

Fotografia 05 - Sete

Cascos

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42

No G2 o bosque e sub-bosque da parcela é menos desenvolvido do que nas outras

parcelas (Quadro 04). Este geoambiente possui os seguintes tipos de plantas: Filodendro (cara

– de – cavalo), Lianas (cipós), trepadeiras, raras quantidades de gramineas, Palmacea

(Piaçava), maior quantidade de serrapilheira em relação ao G1 e pouca incidência solar.

Quadro 04 - Parcela 02.

Nº de

Indivíduos Espécies Família

Altura

(m)

CAP

(cm)

Distância

na Parcela

(x/y)

Nome popular e OBS

1 1 Myrtaceae 5.70 15 0 / 0 Murta de Sabiá

2 2 Myrtaceae 8.30 18 7.14 / 1.00 Aderno

3 3 Myrtaceae 6 11 2.07 / 1.65 Maria Preta

4 4 Myrtaceae 12 67 0.70 / 3.55 Murta de Rato

5 5 Myrtaceae 12 52 5.00 / 3.90 Biriba

6 5 Myrtaceae 6.20 20 6.90 / 4.93 Biriba

7 5 Myrtaceae 5.30 10 7.20 / 4.50 Biriba

8 6 Myrtaceae 14.5 38 4.50 /5.50 Sete Cascos (competição por

luz)

9 6 Myrtaceae 13 25 3.20 / 5.60 Sete Cascos

10 4 Myrtaceae 10 28 0.0 / 4.95 Murta de Rato

11 7 Fabaceae-

Mimosoideae 6.5 15 2.15 / 7.85

Ingá (Doente, mas cumprindo

sua função de pioneira)

12 7 Fabaceae-

Mimosoideae 9.00 16 5.60 / 8.30 Ingá

13 7 Fabaceae-

Mimosoideae 9 26.5 9.60 /6.53 Ingá

Fotografia 06 – Espécie 02 – Aderno.

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14 5 X1 4.5 45 10.00/ 10.00 Biriba

15 6 Myrtaceae 10.50 18 5.50 / 4.90 Aderno

16 8 x 8 21 1.00 / 9.10 Murta Branca

17 8 x 8 21 0.20 / 9.10 Murta Branca

*Média calculada da CAP (Circunferência da altura do peito) de vários troncos do mesmo individuo:

1 Família não identificada.

No levantamento da parcela do Geoambiente (G2) foi registrado a ocorrência de

17 indivíduos e não houve um predomínio absoluto de uma determinada espécie. A Biriba -

Myrtaceae foi a que mais repetiu-se. (Fotografia 7)

A importância fitossociológica da espécie Murta de Rato no G2 (Fotografia 08)

foi caracterizada pela maior densidade, freqüência e dominância na vegetação local,

totalizando um IVI (10,63) representando 34,7% do total. A Biriba (Myrtaceae) é a segunda

em IVI, (7,6) diferenciando-se pela grande dominância em relação às demais espécies por se

tratarem de indivíduos com grande circunferência de tronco para a área.

Fotografia 07 - Espécie 05: Biriba.

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Quadro 05: Parâmetros fitossociológicos calculados separadamente para o geoambiente 02.

Família Espécies Nº Ind. DeAb DeRel FrAb FrRel Doab1 DoRel IVI

Myrtaceae Biriba 4 0,04 0,23 33 0,125 0,015537 7,3 7,6

Fabaceae-

Mimosoideae Ingá 3 0,03 0,17 33 0,125 0,004392 2,06 2,3

Myrtaceae Murta de

Rato 2 0,02 0,11 33 0,125 0,022097 10,4 10,63

X2

Murta

Branca 2 0,02 0,11 33 0,125 0,003506 1,65 1,88

Myrtaceae Aderno 2 0,02 0,11 33 0,125 0,009339 4,4 4,6

Myrtaceae Sete

Cascos 2 0,02 0,11 33 0,125 0,008233 3,8 4

Myrtaceae Maria

Preta 1 0,01 0,05 33 0,125 0,00048 0,2 0,375

X2

Murta de

Sabiá 1 0,01 0,05 33 0,125 0,000889 4,18 4,3

1 Área Basal

2 Família não identificada.

Fotografia 08 - Espécie 4 (Murta de Rato).

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45

A distribuição das espécies no G3 apresentou a abundância da espécie Murta de

Rato (Quadro 6 - Parâmetros fitossociológicos calculados separadamente para o geoambiente

3),já as outras espécies são representadas por poucos indivíduos.

A partir da análise das alturas dos indivíduos arbóreos nas três parcelas, é possível

afirmar que o geoambiente em análise (G3), se encontra em um estágio sucessional

intermediário em relação ao G1 e G2. A caracterização do bosque e sub – bosque destaca-se

pelas gramíneas, capim de cabeça, Lianas, além das trepadeiras, Maria Preta, Cabatã,

Quadro 06 -Parâmetros fitossociológicos calculados separadamente para o geoambiente 3.

Família Espécies Nº

Ind. DeAb

1 DeRel

2 FrAb

3 FrRel

4 Doab

5 DoRel

6 IVI

7

Myrtaceae Murta de Rato 7 0,07 0,07 33 0,125 0,0287 14,05 14,24

Myrtaceae Arari 4 0,04 0,22 33 0,125 0,091383 44,74 45,08

Myrtaceae Maria Preta 2 0,02 0,11 33 0,125 0,001287 0,63 0,86

Anacardiaceae Tapirira

Guianense 1 0,01 0,05 33 0,125 0,01838 9 9,17

X8 Chaperão 1 0,01 0,05 33 0,125 0,002487 1,22 1,4

Burseraceae Amescla 1 0,01 0,05 33 0,125 0,000573 0,28 0.45

X8 Murta Branca 1 0,01 0,05 33 0,125 0,008789 4,3 4.47

Myrtaceae Guabiraba 1 0,01 0,05 33 0,125 0,052641 25,77 26

Total 18 264 0,204240

DeAb1 Densidade Absoluta; DeRel2 Densidade Relativa; FrAb3 Frequência Absoluta; FrRel4 Frequência Relativa.; Doab5 Dominância Absoluta; DoRel6 Dominância Relativa; IVI7 Índice de valor de Importância. 8 Família não identificada.

Fotografia 09 - Espécie 8 (Murta Branca).

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Filodendro, Palmeirinha (licuri), Amescla, Cafezinho do mato, Anturos e poucas árvores

tombadas em processo de decomposição.

Como nos outros Geoambientes a família Myrtaceae predomina (Quadro 7 -

Parcela – 3). Apenas uma espécie, Chaperão (Fotografia 11), ocorreu na metade da parcela

(frequência absoluta = 33%). Esta espécie foi encontrada somente no G3, o que sugere

preferências dos táxons por determinadas condições ambientais.

Quadro 07 - Parcela 3.

Nº de

Indivíduos Espécies Família

Altura

(m) CAP (m)

Distância

na

Parcela

(x/y)

Nome Popular e OBS

1 1 Myrtaceae 7 10 0.95 /

2.20

Maria Preta (inclinada

em busca de luz)

2 2 Myrtaceae 7.70 20 1.50 /

2.07 Murta de Rato

3 2 Myrtaceae 5.5 17 3.86 /

1.68 Murta de Rato

4 2 Myrtaceae 6 17 4.10 /

1.94 Murta de Rato

5 2 Myrtaceae 11.50 36 10 / 0 Murta de Rato

6 2 Myrtaceae 9 43 7.50 /

3.70 Murta de Rato

7 3 X1 8.5 25

2.50 /

3.60 Chaperão

8 4 Myrtaceae 6 14.6 2.90

/2.20

Arari (Com cipó e

bifurcada)

9 1 Myrtaceae 3 .5 14 2.95 /

4.40 Maria Preta

10 5 Myrtaceae 13 1.15 2.60 / 5 Guabiraba

11 4 Myrtaceae 3.5 16 7.15 /

7.40 Arari

12 6 Myrtaceae 10 47 9.27 /

5.90 Murta Branca

13 4 Myrtaceae 5 12.5 8.40

/2.20 Arari

14 2 Myrtaceae 9 33 7.87/

0.83 Murta de Rato

15 2 Myrtaceae 9 45 0.19 /

7.13 Murta de Rato

16 7 Anacardiaceae 9 68 0.25/

8.92

Pau- Pombo ou Tapirira

Guianense

17 4 Myrtaceae 5 15 1.00 /

8.20 Arari Inclinada

18 8 Burseraceae 6.20 12 8.98/

8.83 Amescla

1 Família não identificada.

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Assim como nos outros Geoambientes a família Myrtaceae predomina (Quadro 7

- Parcela – 3). Apenas uma espécie, Chaperão (Fotografia 11), ocorreu na metade da parcela

(frequência absoluta = 33%). Esta espécie foi encontrada no G3, o que sugere preferências dos

táxons por determinadas condições ambientais.

Fotografia 10 - Espécie 01: Maria Preta.

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Fotografia 11 – Espécie 3 (Chaperão).

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo preliminar da vegetação florestal da Reserva da Sapiranga foi avaliado de

forma quantitativa pelo procedimento comparativo das parcelas fixas. A aplicação de alguns

fatores foi importante, como: variações fisionômicas e estruturais da vegetação, tempo,

recursos disponíveis, dentre outros. Para implementar o manejo florestal em bases

sustentadas, é necessário ter o conhecimento mais aprofundado sobre a estrutura, a dinâmica e

as espécies que compõem a formação vegetal da área em análise.

Os tipos de solos encontrados na área de estudo foi a principal variável para

amostragem dos diferentes Geoambientes e caracterizar a fisionomia, estruturas e

diversificações das espécies vegetais ao longo das parcelas analisadas. Salienta-se que as

comunidades vegetais dependem de interações positivas entre as espécies, principalmente as

plantas que buscam os mesmos recursos: água, espaço, nutrientes do solo e iluminação solar.

Na associação vegetal analisada, destaca-se a espécie Arari, da família Myrtaceae, amostrada

principalmente em áreas de solos rejuvenecidos e textura mais siltosa. Vale ressaltar que esta

espécie também apareceu no Geoambiente G3. A diversidade de espécies da família

Myrtaceae foi notável no estrato arbóreo das três parcelas analisadas, destacando-se, então, na

sucessão ecológica dessa vegetação na Reserva da Sapiranga.

Entre as três parcelas avaliadas neste estudo ficaram nítidas suas relações de

semelhança florístico-estrutural, indicando que estas não devem ser consideradas como

vegetações distintas e sim como estágios sucessionais diferentes de uma mesma formação

vegetal. As diferenças encontradas podem ser consideradas como mecanismos da dinâmica

sucessional da vegetação.

Em conclusão, este estudo apoia-se na hipótese de que as associações vegetais

estudadas através da montagem de parcelas fixas na Reserva da Sapiranga estão em estágios

sucessionais distintos. O Geoambiente (G2), mesmo apresentando uma menor quantidade de

indivíduos em relação ao G1, deve estar em um estágio de sucessão mais avançado que o G1

e G3.

O conhecimento adquirido com este estudo, apesar das limitações em termos

amostrais, poderá fornecer importantes informações para o uso e manejo dessa área, além de

servir como suporte para realização de outros estudos, como, por exemplo, o de recuperação

de áreas degradadas.

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