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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CÂMPUS DE FRANCISCO BELTRÃO CENTRO DE CIÊNCIAIS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL MESTRADO GABRIELA BUFFON A INFLUÊNCIA DO SIGNIFICADO DO DINHEIRO NA ATITUDE AO ENDIVIDAMENTO DOS ACADÊMICOS DOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO, DO SUDOESTE DO PARANÁ DISSERTAÇÃO FRANCISCO BELTRÃO 2018

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CÂMPUS DE FRANCISCO BELTRÃO

CENTRO DE CIÊNCIAIS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E DESENVOLVIMENTO

REGIONAL – MESTRADO

GABRIELA BUFFON

A INFLUÊNCIA DO SIGNIFICADO DO DINHEIRO NA ATITUDE AO

ENDIVIDAMENTO DOS ACADÊMICOS DOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO, DO

SUDOESTE DO PARANÁ

DISSERTAÇÃO

FRANCISCO BELTRÃO

2018

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GABRIELA BUFFON

A INFLUÊNCIA DO SIGNIFICADO DO DINHEIRO NA ATITUDE AO

ENDIVIDAMENTO DOS ACADÊMICOS DOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO, DO

SUDOESTE DO PARANÁ

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Gestão e Desenvolvimento Regional

– PGDR – da Universidade Estadual do Oeste do Paraná

como requisito parcial para à obtenção do título de

Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional.

Área de concentração: Gestão e Desenvolvimento

Regional

Linha de Pesquisa: Gestão Organizacional

Orientador: Prof. Dr. Gilmar Ribeiro de Mello

FRANCISCO BELTRÃO

2018

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FOLHA DE APROVAÇÃO

A Banca Examinadora de Defesa de Dissertação do Programa de Pós-Graduação em Gestão e

Desenvolvimento Regional – Mestrado, da Unioeste – Câmpus de Francisco Beltrão, em

Sessão Pública realizada na data de 21 de Fevereiro de 2018, considerou a mestranda

GABRIELA BUFFON, APROVADA.

____________________________________________________

Dr. Gilmar Ribeiro de Mello

Orientador e Presidente da Banca

____________________________________________________

Dr. Sandra Maria Coltre

Membro da Banca

______________________________________________________

Dr. Luciano Minguini

Membro da Banca

OBS: As assinaturas dos membros da banca podem ser encontradas na versão impressa,

presente na biblioteca.

Francisco Beltrão, 21 de Fevereiro de 2018.

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio

convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

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Dedico este trabalho a minha mãe, por todo

apoio, carinho, compreensão e amor

incondicional.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me ouvir nos momentos difíceis, por me dar força e saúde pаrа

superar as dificuldades encontradas ao longo desse caminho.

O meu eterno agradecimento a minha família, agradeço aos meus pais, que não só

neste momento, mas em toda a minha vida estiveram comigo, ao meu lado, fornecendo o

apoio e compreensão em todos os momentos. Agradeço a minha mãe, que me ensinou a ser

uma mulher de força e um ser humano íntegro, com caráter, coragem e dignidade para

enfrentar a vida. Uma mãe que me deixou livre para seguir minhas escolhas, porém sempre

indicando o caminho correto. Agradeço ao meu pai, que me ensinou os maiores valores que se

pode ter na vida, me incentivou a estudar, inúmeras vezes estudando comigo até que eu

aprendesse, me ensinou a batalhar e buscar os meus objetivos.

A minha irmã por seu apoio, que desde sempre cuidou de mim extraordinariamente

bem, por sempre me corrigir, mesmo eu passando vergonha, por ser a minha conselheira

preferida, sempre me dando força, com o “abraço da felicidade”. Agradeço também ao meu

magnífico namorado, pelo apoio incomparável, por sua disponibilidade em sempre me ajudar,

que deixava seus afazeres para me socorrer, obrigado ser o melhor namorado do mundo, por

seu amor, carinho e por tornar esse caminho mais fácil.

À Universidade Estadual do Oeste do Paraná, pela oportunidade de realização do

curso de mestrado. Agradeço а todos os professores por me proporcionar о conhecimento, não

apenas racional, mas а manifestação do caráter е afetividade da educação no processo de

formação profissional. Ao meu orientador pelo empenho e dedicação a esse trabalho.

E a todos os amigos e familiares que contribuíram para mais essa vitória, muito

obrigada.

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Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na

tribulação, perseverai na oração.

(ROMANOS, 12:12)

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RESUMO

A INFLUÊNCIA DO SIGNIFICADO DO DINHEIRO NA ATITUDE AO

ENDIVIDAMENTO DOS ACADÊMICOS DOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO, DO

SUDOESTE DO PARANÁ

Esta pesquisa consiste em verificar os fatores determinantes na atitude ao endividamento dos

acadêmicos, dos primeiros e quartos anos, dos cursos de administração no Sudoeste do

Paraná, no ano de 2017. Foram abordados no referencial teórico os conceitos das finanças

comportamentais e endividamento os quais são essenciais para compreensão do conceito de

significado do dinheiro. Para identificar o perfil dos acadêmicos utilizou-se da técnica de

análise de clusters e estatística descritiva, para verificar o significado do dinheiro, a atitude ao

endividamento e sua influência, utilizou-se a análise fatorial e regressão linear múltipla,

respectivamente. Por fim, o teste de Wilcoxon, foi utilizado para verificar as diferenças na

atitude ao endividamento. A amostra foi composta por 561 acadêmicos, sendo 341

ingressantes e 220 concluintes. Após realizar os testes foi possível averiguar que o perfil dos

acadêmicos dos primeiros anos foi formado por dois clusters, o primeiro cluster retrata que os

acadêmicos são mais velhos, possuem dívidas e estas estão em atraso, a principal dívida está

relacionada ao cartão de crédito. A formação do cluster dois engloba acadêmicos mais jovens,

os quais não possuem dívidas e a maioria não utiliza cartão de crédito. O perfil dos

acadêmicos dos quartos anos, também foi formado por dois clusters. O primeiro deles foi

composto por acadêmicos mais novos, que não possuem filhos, gastam grande parte da sua

renda consigo e não possuem dívidas. O segundo cluster é formado por acadêmicos mais

velhos, os quais possuem filhos e dependentes, gastam a maioria da sua renda com a casa,

mais da metade possuem algum tipo de dívida, sendo a principal financiamento de bens

imóveis. Com relação ao significado do dinheiro para os acadêmicos dos primeiros anos

foram obtidos dez fatores, na Escala do Significado do Dinheiro (ESD): poder; conflito;

felicidade; cultura; espiritualidade; neurose; desapego; sofrimento; interesse e estabilidade, e

para a Escala de Atitude ao Endividamento foram obtidos dois fatores: preferência de

pagamento e domínio. Para os acadêmicos dos quartos anos, foram extraídos sete fatores para

a ESD: conflito; poder; felicidade; falsidade; cultura; espiritualidade e desapego, e para a

Escala da Atitude ao Endividamento foram obtidos dois fatores: preferência de pagamento e

domínio. A influência do significado do dinheiro na Preferência de Pagamento obteve os

seguintes fatores significativos, para os acadêmicos dos primeiros anos: Sofrimento, Cultura e

Felicidade, sendo que Cultura influenciou negativamente. Para o fator Domínio foi verificado

Conflito e Espiritualidade com influência positiva. Já para os acadêmicos dos quartos anos,

houve apenas uma variável que influenciou o fator Preferência de Pagamento, que foi a

Espiritualidade, com influência positiva. Para o fator Domínio, as variáveis que o

influenciaram foram Falsidade, Conflito e Felicidade, com influência positiva. Com relação às

diferenças na atitude ao endividamento entre os acadêmicos dos primeiros e dos quartos anos,

identificou-se que não há diferença, ou seja, as atitudes dos acadêmicos dos primeiros anos

tenderão a serem as mesmas quando estes estiverem no quarto ano. Ressalta-se assim, a

importância da educação financeira desde os anos iniciais da educação formal dos indivíduos.

Em suma, acredita-se que o dinheiro possui significados, que vão muito além da troca,

possuindo valores culturais e sociais.

Palavras-chaves: Endividamento. Significado do Dinheiro. Administração.

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ABSTRACT

THE INFLUENCE OF THE MEANING OF MONEY IN ATTITUDE TO

INDEBTEDNESS OF ACADEMICS IN GRADUATION COURSES OF

ADMINISTRATION, OF SOUTHWEST OF PARANÁ

This research consists on verifying the defining factors in attitude to indebtedness in

academics, of first and fourth years, of administration courses of southwest of Paraná, in the

year 2017. In the theoretical background was covered the concepts of behavioral finance and

indebtedness, which are essential to comprehension of meaning of money concept. It was

utilized the technic of cluster analyses and descriptive statistics to identify the academics

profiles, and was used factor analyses and multiple linear regression, to verify the meaning of

money, and the attitude to indebtedness and its influence, respectively. Finally, it was utilized

the Wilcoxon test to verify the differences in the attitude to indebtedness. The sample was

composed by 561 academics, in which 341 are entering students and 220 are senior students.

After the tests, it was possible to determine that the first year academics profile was formed

by two clusters, the first cluster depicts older academics, which have debts and those were

delayed, and the main debt was related to the credit card. The second cluster formation

covered younger academics, which do not have debts and mostly don’t use credit card. The

fourth year academics profile also was formed by two clusters. The first of them was

composed by younger academics, which don’t have children, spend a large part of the income

with personal spending and don’t have debts. The second cluster was formed by older

academics, which have children and dependents, dedicate a large part of the budget to

householding spending, more than half have some sort of debts, in which the main debt was

the real state financing. In the Meaning of Money Scale (MMS) were obtained ten factors for

the first year academics: power; conflict; happiness; culture; spirituality; neurosis;

detachment; suffering; interest and stability. In relation to Attitude to Indebtedness Scale,

were obtained two factors: payment preference and domain. The meaning of money influence

on Payment Preference, for the first year academics, obtained the following significant

factors: Suffering, Culture and Happiness, where Culture had negative influence. And for

Domain, were found Conflict and Spirituality with positive influence. As for the fourth year

academics, only one variable had influence on Payment Preference factor, which was

Spirituality, with positive influence. The Domain factor was determined by Falsity, Conflict

and Happiness variables, with positive influence. Were not identified difference between the

first and fourth years academics in relation to the attitude to indebtedness, in other words, the

first year academics attitudes will be the same when they reach the fourth year. It is

highlighted the importance of financial education since the initial years of the formal

education. In short, it is believed that money have meanings, which goes far beyond the

exchange, having cultural and social values.

Keywords: Indebtedness. Meaning of Money. Administration Course.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS EM FINANÇAS

COMPORTAMENTAIS ..................................................................................................... 9

QUADRO 2 – FASE DE EDIÇÃO DO EFEITO DE FRAMING ...................................... 13

QUADRO 3 - COMPOSIÇÃO DOS FATORES DO SIGNIFICADO DO DINHEIRO ... 18

QUADRO 4 – FATORES ESTRUTURAIS E CULTURAIS SOBRE

ENDIVIDAMENTO ....................................................................................................... 21

QUADRO 5 – RESUMO DOS PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS ........................... 40

QUADRO 6 – FATORES EXTRAÍDOS DA ANÁLISE FATORIAL DA ESD, E SUAS

RESPECTIVAS VARIÁVEIS PARA OS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ... 54

QUADRO 7 – FATORES EXTRAÍDOS DA ANÁLISE FATORIAL DA ESCALA DE

ATITUDE AO ENDIVIDAMENTO, E SUAS RESPECTIVAS VARIÁVEIS PARA

OS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS.................................................................. 59

QUADRO 8 - FATORES EXTRAÍDOS DA ANÁLISE FATORIAL DA ESD, E SUAS

RESPECTIVAS VARIÁVEIS PARA OS ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS ...... 66

QUADRO 9 - FATORES EXTRAÍDOS DA ANÁLISE FATORIAL DA ESCALA DE

ATITUDE AO ENDIVIDAMENTO, E SUAS RESPECTIVAS VARIÁVEIS PARA

OS ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS ................................................................... 70

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – INSTITUIÇÕES E O NÚMERO DE UNIVERSITÁRIOS

PESQUISADOS................................................................................................................... 38

TABELA 2 – ANOVA PARA CONGLOMERADO, PARA OS ACADÊMICOS DOS

PRIMEIROS ANOS ............................................................................................................ 45

TABELA 3 - ANOVA PARA CONGLOMERADO, PARA OS ACADÊMICOS DOS

QUARTOS ANOS .............................................................................................................. 49

TABELA 4 – TESTE DE ESFERICIDADE DE BARTLETT E KMO DA ESD, PARA

ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ....................................................................... 53

TABELA 5 – FATORES EXTRAÍDOS DA ESD, COM RESPECTIVOS

AUTOVALORES DOS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ................................ 54

TABELA 6 – TESTE DE ESFERICIDADE DE BARTLETT E KMO DA ATITUDE

AO ENDIVIDAMENTO, PARA OS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ........... 58

TABELA 7 - FATORES EXTRAÍDOS DA ATITUDE AO ENDIVIDAMENTO, COM

RESPECTIVOS AUTOVALORES DOS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS .... 59

TABELA 8 – COEFICIENTES SIGNIFICATIVOS PARA PREFERÊNCIA DE

PAGAMENTO, DOS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ................................... 61

TABELA 9 – ANOVA DA PREFERÊNCIA DE PAGAMENTO, DOS ACADÊMICOS

DOS PRIMEIROS ANOS ................................................................................................... 62

TABELA 10 – PRESSUPOSTOS DA REGRESSÃO DA PREFERÊNCIA DE

PAGAMENTO, DOS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS.................................... 62

TABELA 11 - COEFICIENTES SIGNIFICATIVOS PARA DOMÍNIO, DOS

ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ....................................................................... 63

TABELA 12 - ANOVA DO DOMÍNIO, DOS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS

ANOS .................................................................................................................................. 63

TABELA 13 - PRESSUPOSTOS DA REGRESSÃO DO DOMÍNIO, DOS

ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ...................................................................... 64

TABELA 14 - TESTE DE ESFERICIDADE DE BARTLETT E KMO DA ESD, PARA

ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS .......................................................................... 65

TABELA 15 - FATORES EXTRAÍDOS DA ESD, COM RESPECTIVOS

AUTOVALORES DOS ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS .................................. 62

TABELA 16 - TESTE DE ESFERICIDADE DE BARTLETT E KMO DA ATITUDE

AO ENDIVIDAMENTO, PARA ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS .................... 70

TABELA17 - FATORES EXTRAÍDOS DA ATITUDE AO ENDIVIDAMENTO, COM

RESPECTIVOS AUTOVALORES DOS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS .... 70

TABELA 18 - COEFICIENTES SIGNIFICATIVOS PARA PREFERÊNCIA DE

PAGAMENTO, DOS ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS ...................................... 72

TABELA 19 - ANOVA DA PREFERÊNCIA DE PAGAMENTO, DOS

ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS .......................................................................... 72

TABELA 20 - PRESSUPOSTOS DA REGRESSÃO DA PREFERÊNCIA DE

PAGAMENTO, DOS ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS ...................................... 73

TABELA 21 - COEFICIENTES SIGNIFICATIVOS PARA DOMÍNIO, DOS

ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS .......................................................................... 73

TABELA 22 - ANOVA DO DOMÍNIO, DOS ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS 74

TABELA 23 - PRESSUPOSTOS DA REGRESSÃO DO DOMÍNIO, DOS

ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS .......................................................................... 74

TABELA 24 – TESTE DE NORMALIDADE PARA ATITUDE AO

ENDIVIDAMENTO............................................................................................................ 75

TABELA 25 – TESTE WILCOXON ................................................................................. 75

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TABELA 26 – VALORES DOS RANKING DO TESTE DE WILCOXON .................... 76

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 1

1.1 Problema...................................................................................................................... 2

1.2 OBJETIVOS................................................................................................................ 3

1.2.1 Objetivo Geral.......................................................................................................... 4

1.2.2 Objetivos Específicos............................................................................................... 4

1.3 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................... 4

2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................... 8

2.1 FINANÇAS COMPORTAMENTAIS.......................................................................... 8

2.1.1 Teoria do Prospecto................................................................................................. 10

2.1.2 Significado do Dinheiro........................................................................................... 14

2.2 ENDIVIDAMENTO..................................................................................................... 19

2.2.1 Endividamento Pessoal............................................................................................ 23

2.2.2 Endividamento dos Universitários......................................................................... 26

2.2.3 Endividamento dos Universitários de Administração.......................................... 28

2.3 ESTUDOS RELACIONADOS AO TEMA................................................................. 30

3 METODOLOGIA.......................................................................................................... 37

3.1 CLASSIFICAÇAO DA PESQUISA............................................................................ 37

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA....................................................................................... 37

3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS.............................................................. 39

3.4 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS......................................................................... 40

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.......................................................... 44

4.1 PERFIL DOS ACADÊMICOS..................................................................................... 44

4.1.1 Perfil dos Acadêmicos dos Primeiros Anos............................................................ 44

4.1.2 Perfil dos Acadêmicos dos Quartos anos............................................................... 49

4.2 SIGNIFICADO DO DINHEIRO NO PROCESSO DE ENDIVIDAMENTO............. 52

4.2.1 Significado do dinheiro na atitude ao endividamento dos acadêmicos dos

primeiros anos .................................................................................................................. 52

4.2.2 Significado do dinheiro na atitude ao endividamento dos acadêmicos dos

quartos anos....................................................................................................................... 64

4.3 ANÁLISE COMPARATIVA DA ATITUDE DO ENDIVIDAMENTO ENTRE OS

ACADÊMICOS DE ADMINISTRAÇÃO......................................................................... 74

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 77

REFERÊNCIAS................................................................................................................ 80

APÊNDICES...................................................................................................................... 91

ANEXOS............................................................................................................................ 102

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1

1 INTRODUÇÃO

A industrialização e os rápidos avanços tecnológicos trouxeram intensas

modificações no modo como os indivíduos consomem. A possibilidade de escolha de bens e

serviços de consumo tornou-se mais acessível, trazidos pela produção em massa e grande

competição entre empresas.

O aquecimento da economia nacional, a qual se estabilizou a partir da década de

1990, e dos valores materialistas dos consumidores, possibilitou o fortalecimento dos desejos

de consumo. Além disso, as facilidades de crédito das instituições financiadoras propiciaram

o acesso a bens e serviços, os quais antes não eram consumidos (SANTOS, 2012).

A expansão do crédito possibilitou a criação de diversos produtos financeiros de fácil

aquisição. Assim, esse recurso permitiu que os indivíduos aumentassem e melhorassem o seu

bem-estar e ampliassem as realizações pessoais através da aquisição de bens e serviços

(MONTEIRO, 2015). Portanto, o crédito possibilita a compra de bens e serviços, auxilia as

empresas a efetuarem investimentos sem recursos próprios e, ainda, permite que os governos

criem infraestrutura que não poderia ser financiada por meio dos orçamentos anuais,

atendendo às necessidades, por exemplo, de escolas e hospitais (SILVA, 2011).

Desse modo, a possibilidade de fácil consumo, que vem sendo ofertado pelo acesso

ao crédito, facilita a criação de dívidas, em que muitos indivíduos comprometem uma parcela

significativa de suas rendas, tornando-se por muitas vezes, endividados e/ou inadimplentes.

Contudo, o endividamento não afeta somente a ordem econômica dos indivíduos, mas pode

ocasionar problemas de ordem psicológica. O sujeito endividado está mais suscetível a

incidentes pessoais, como por exemplo, separação, desemprego e problemas de saúde

(ZERRENNER, 2007).

O endividamento envolve dois tópicos: o primeiro considera quais são os fatores que

induzem alguns indivíduos a contraírem e utilizarem o crédito de maneira mais intensa que

outros; e o segundo refere-se a quais fatores limitam o pagamento dos créditos,

transformando-o em um endividado e por consequência geração de uma crise de crédito

(TRINDADE, 2009).

Portanto, o tema central deste estudo é verificar os fatores determinantes do

endividamento dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos dos cursos de Administração do

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2

Sudoeste do Paraná, no ano de 2017. Assim, será estudado o primeiro tópico, ou seja, quais

fatores induzem o endividamento dos indivíduos.

Neste sentido, entender o significado do dinheiro alavanca o entendimento de quais

fatores influenciam no comportamento dos indivíduos. O significado do dinheiro pode variar

de pessoa para pessoa, para alguns pode haver uma conotação positiva e para outros uma

negativa. Nessa perspectiva, Moreira e Tamayo (1999) relatam que o dinheiro pode trazer:

poder, prazer, progresso, cultura e estabilidade, como fatores positivos; e conflito, sofrimento,

desigualdade e desapego, como fatores negativos aos brasileiros.

Diante de tais colocações, parte-se da premissa de que é na graduação,

principalmente com relação aos cursos da área econômica, que os universitários possuem,

muitas vezes, os primeiros contatos com conteúdos financeiros, de gestão e educação

financeira (FERNANDES; CANDIDO, 2014; CORRÊA, 2016; LIMA, 2016). A hipótese

considerada é de que os estudantes dos cursos de Administração adquiram ao longo do curso

maior educação financeira, pois, conforme Lima (2016), os universitários na área de negócios

possuem maior literácia financeira, já que em seus históricos, as disciplinas estão relacionadas

a temas econômico-financeiros.

É perceptível que nos últimos anos houve um grande aumento nos estudos referentes

aos comportamentos dos indivíduos, principalmente nos que se referem às suas decisões

financeiras. Para entender esses comportamentos, diversas correntes de estudos, como a

Psicologia Econômica, o Marketing, as Finanças Comportamentais e a Teoria dos Jogos,

buscam compreender as atitudes em relação à compra, às decisões de investimento, frente ao

consumo, ao ato de poupar e também endividar-se (TRINDADE, 2009). Contudo, ainda

existe uma lacuna nos trabalhos que buscam compreender o significado do dinheiro no

endividamento, e se torna mais escasso os estudos referentes a universitários, principalmente

nos cursos das áreas financeiras.

1.1 PROBLEMA

O endividamento é pauta de pesquisas em países desenvolvidos, as quais buscam

compreendê-lo, avaliando sua natureza, extensão e influência no bem-estar da sociedade. Essa

temática é um assunto relevante, pois os seus resultados podem gerar desequilíbrio econômico

e financeiro, causando exclusão financeira e, em alguns casos, social também (FLORES,

2012). Essa vulnerabilidade a que estão expostos os indivíduos endividados e inadimplentes

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3

fomenta a necessidade de orientação e educação financeira em seus orçamentos. Portanto, a

falta de educação financeira resulta em indivíduos endividados e proporciona problemas

sociais e psicológicos (OEC, 2002; ZERRENNER, 2007; TRINDADE, 2009; LORES, 2012).

Conforme já mencionado, o endividamento deixa de ser apenas de ordem econômica

e passa a afetar também a ordem social e psicológica dos indivíduos, os quais vêm sendo

influenciados por aspectos culturais. No Brasil, pode ser citado como exemplo a dívida

externa do país, que remete à ideia de que grandes dívidas devem ser administradas e não

pagas (MOURA, 2005). Além disso, a autora ressalta que a cultura brasileira tem como ditado

popular “devo não nego, pago se puder”, explanando a tendência ao endividamento.

Segundo Moura (2005), Trindade (2009) e Santos (2012), estão sendo feitos estudos

sobre a percepção do dinheiro no endividamento, voltados, inicialmente, à gestão do dinheiro,

que são temas importantes nas áreas de economia, psicologia, administração e ciências

sociais, que envolvem as teorias de finanças comportamentais.

Os estudos relacionados ao significado do dinheiro que envolve o endividamento

ainda são poucos explorados, principalmente quando este é realizado com universitários, que

iniciam a jornada acadêmica juntamente com a busca na ascensão social. Nessa perspectiva,

torna-se importante entender como os universitários do curso de Administração, percebem a

relação do dinheiro com o endividamento. Este curso possibilita que seus acadêmicos

adquiram conhecimento financeiro durante o curso, através das disciplinas voltadas para a

gestão financeira.

Em função das considerações apresentadas, a questão estabelecida nesse estudo é:

Quais os fatores do significado do dinheiro que podem ser determinantes no endividamento

dos acadêmicos de Administração?

1.2 OBJETIVOS

Para que o propósito deste estudo seja cumprido é necessário recorrer aos objetivos

descritos a seguir.

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1.2.1 Objetivo Geral

Verificar os fatores do significado do dinheiro determinantes na atitude ao

endividamento dos acadêmicos, dos primeiros e quartos anos, dos cursos de Administração no

Sudoeste do Paraná, no ano de 2017.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Identificar o perfil dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos, dos cursos de

Administração no Sudoeste do Paraná, no ano de 2017.

b) Verificar a influência do significado do dinheiro na atitude ao endividamento

dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos, dos cursos de Administração no Sudoeste do

Paraná, no ano de 2017.

c) Identificar as diferenças na atitude ao endividamento entre os acadêmicos dos

primeiros e dos quartos anos, dos cursos de Administração no Sudoeste do Paraná, no ano de

2017.

1.3 JUSTIFICATIVA

O endividamento surge quando há disparidades entre entradas e saídas de recursos

(OLIVATO; SOUZA, 2007), podendo ser consequência de diversos fatores que estão

associados ao consumo exagerado, às políticas sociais, que visam à transferência de renda, às

políticas econômicas e ao significado do dinheiro (TRINDADE, 2009).

O mercado financeiro brasileiro vem sofrendo transformações ao longo dos anos, a

obtenção de crédito é crescente e essa facilidade vem se transformando em vício social, pois

as pessoas passam a incorporar o limite do cartão de crédito e do cheque especial em seu

orçamento (TRINDADE, 2009).

Até a década de 1980, a realidade vivida pelos brasileiros obrigava a população a

consumir toda a sua renda para não perder o seu poder de compra, que ocorria devido às altas

taxas de juros e à desvalorização da moeda (FLORES, 2012). A abertura econômica do país,

ocorrida na década de 1990, poderia ser classificada como uma espécie de intensificação dos

padrões de consumo herdados dos países desenvolvidos. Com a criação de mecanismos,

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principalmente o de crédito, as classes sociais com baixa renda tiveram acesso a bens e

serviços de consumo até então típicos de classes sociais altas (FERREIRA; LIMA, 2014).

Segundo Silva (2016), o governo Lula (2003-2010) tomou como estratégia a

expansão do mercado de consumo de massa, de classes com baixa renda, até então excluídas.

O salário mínimo cresceu acima da inflação nos anos 2000, quando foi reajustado conforme a

inflação do ano anterior mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos

anteriores (SILVA, 2016). Além disso, para o autor, a redução da desigualdade de renda foi

beneficiada por dois outros programas: o Bolsa Família, no qual houve uma redistribuição de

renda, cujo valor correspondia a R$ 3,4 bilhões no início do ano de 2003 e beneficiava 3,6

milhões de famílias, e se expandiu de forma que em 2013 chegou a R$ 24,9 bilhões e

contemplou 14,1 milhões de famílias; e o outro programa é o crédito consignado, fornecido

pela redução de taxas e aumento de crédito fornecido aos bancos públicos, após a ocorrência

da crise de 2008.

Contudo, enquanto o salário mínimo teve um aumento real de 80% entre 2001 a 2015

e o salário médio cresceu 30% no período de 2001 a 2013, o crédito individual aumentou

140% no mesmo período, alimentando assim o endividamento das famílias brasileiras

(LAVINAS, 2015).

A notável progressão do crédito vinculado a determinados benefícios sociais

apareceu na chamada “estratégia social-desenvolvimentista”, cujo resultado foi atribuído ao

acesso a bens duráveis, ao longo da curva de distribuição de renda, o que contribuiu assim

para o crescimento da demanda doméstica, aumento de consumo das famílias e o crescimento

da economia (LAVINAS, 2015). Ainda para a autora, a outra face deste crescimento é o forte

endividamento e vulnerabilização das classes mais populares, que causa uma precarização e

desinstitucionalização do sistema de proteção social.

O endividamento tem se tornado expressivo, conforme a Pesquisa de Endividamento

e Inadimplência do Consumidor (PEIC)1, elaborada pela Confederação Nacional do Comércio

de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em junho de 2017, 88,7% das famílias paranaenses

encontravam-se endividadas, das quais cerca de 10,7% não terão condições de quitá-las. Esse

valor é significativamente maior quando comparado com os endividados em nível nacional:

1 Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela

Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), desde janeiro de 2010. Os dados são

coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18.000 consumidores.

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no mês de abril, do mesmo ano foi registrado o maior índice de endividamento dos

brasileiros, com 58,9% (FECOMÉRCIOPR, 2017).

Com relação aos jovens, a pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito

(SPC Brasil) demonstrou que em dezembro de 2016 os maiores causadores de dívidas, sem

negativação, foram empréstimos com parentes e amigos (21%), empréstimos com banco ou

financiadora (14%) e cartão de lojas (10%). Contudo, as contas que apresentam maiores

inadimplências foram: empréstimos com bancos e financiadoras (25%), carnê/cartão (23%),

cheque especial (22%) e financiamento da casa própria (19%). Os entrevistados justificam

que não conseguiram honrar com suas dívidas devido ao desemprego e queda na renda, que

ambos atingiram 26% dos entrevistados. A pesquisa também demostrou que 76,4% dos

jovens fazem controle financeiro de cabeça, dentre esses, 83,2% são homens. Os que

afirmaram não fazer qualquer tipo de controle financeiro responderam que é devido à falta de

hábito e disciplina (22,1%) e à falta de um rendimento fixo mensal (17,4%) (SPC BRASIL,

2016).

No contexto acadêmico, os universitários, em sua maioria, ainda dependem do

auxílio dos familiares para se sustentarem. Conforme Amado (2011), 69,7% dos

universitários recebem até R$ 500,00 por mês, cuja principal fonte de renda é referente ao

dinheiro que os familiares fornecem, sendo que, quase metade da população pesquisada, não

se sente segura para gerir suas próprias finanças.

Conforme Santos (2012), o maior tipo de débito causador de endividamento dos

universitários é o uso abusivo do cartão de crédito, o qual corresponde a 36,60% dos

universitários pesquisados, seguido pelo carnê de lojas, com 19,89%, e pelo financiamento de

veículos, com 13,64%. Além disso, os motivos que levaram ao endividamento dos

universitários foram devidos: à má gestão orçamentária (32,2%); à falta de planejamento

(26,3%); alta propensão ao endividamento (14,3%); ao desemprego (9%); às altas taxas de

juros (8,3%); à facilidade de acesso ao crédito (4,5%); empréstimo no nome (3%); problemas

de saúde (1,5%); e devido à ausência de descontos (0,8%).

Sabendo-se quais são os tipos de dívidas mais comumente entre os universitários,

torna-se importante verificar como o significado do dinheiro contribui para o endividamento.

Portanto, justifica-se este estudo pela intenção de conhecer mais profundamente a realidade

sobre o significado do dinheiro frente a atitude ao endividamento dos universitários, em

função da mudança de cenários por eles vivenciados na graduação, e para avaliar se de fato a

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graduação em Administração contribui para o entendimento e gestão de suas finanças

pessoais.

Ressalta-se a importância do tema, por ser atual e constituir a agenda de discussões

dos meios empresariais e governamentais, podendo ser enfatizada ainda mais a sua relevância

no meio acadêmico. A partir da compreensão sobre os fatores determinantes do

endividamento, torna-se possível definir diretrizes que viabilizam um melhor funcionamento

da gestão das empresas. O governo também pode se beneficiar através dos resultados da

pesquisa como forma de criar políticas condizentes com a realidade da população pesquisada

(TRINDADE, 2009).

Devido ao crescimento de consumidores endividados, estudos que visam investigar

fatores que causam o endividamento tornam-se de grande valia para a área de finanças. Visto

que o desejo, a necessidade, consumo, endividamento e inadimplência mostram-se de

interesse das empresas, pois esses fatores influenciam no ciclo operacional e financeiro,

podendo vir a implicar nos desajustes na liquidez e aumento do risco (TRINDADE, 2009), a

pesquisa contribui no ambiente governamental, de forma que possibilita criar estratégias,

planos e programas para a redução do endividamento. Por fim, ressalta-se a importância no

meio acadêmico, como forma de contribuição às teorias das finanças comportamentais,

aumentado assim o arcabouço teórico e propiciando maiores discussões.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo está dividido em três blocos: o primeiro apresenta os principais

conceitos sobre finanças comportamentais, o segundo é formado por um referencial acerca

dos fatores de endividamento, englobando o endividamento pessoal, dos universitários e a

respeito dos estudantes de Administração. E por fim, são explanados estudos referentes ao

assunto pesquisado.

2.1 FINANÇAS COMPORTAMENTAIS

As teorias de finanças comportamentais pertencem a um campo de estudo que funde

seus conceitos nas áreas de economia, finanças e psicologia cognitiva, o qual busca

compreender o comportamento dos indivíduos frente a decisões de investimento (HAUBERT;

LIMA; HERLING, 2012). Estudos relacionados a finanças comportamentais tiveram maior

impacto em decorrência das anomalias irracionais produzidas pelas crises econômicas, as

quais não foram possíveis de serem explicadas pelas teorias modernas de finanças, formadas

pelas teorias do Portfólio, da Irrelevância dos Dividendos, Capital Asset Pricing Model 2

(CAPM) e a Teoria do Mercado Eficiente (MACEDO JÚNIOR, 2003; ROGERS; FAVATO;

SECURATO, 2008).

As finanças comportamentais são uma forma de entender o mercado, que pode

conduzir a um melhor entendimento dos fenômenos financeiros, uma vez que considera que

os indivíduos não são totalmente racionais (MORREIRA, 2012).

Portanto, as finanças comportamentais estudam o comportamento dos

indivíduos/investidores no que tange à sua forma de decisão, uma vez que estes não agem de

forma racional e são afetados por ilusões cognitivas, o que muitas vezes os prejudicam. Desse

modo, a compreensão das ilusões cognitivas, bem como os seus efeitos, é o principal objetivo

das finanças comportamentais (MACEDO JÚNIOR, 2003).

Contudo, as primeiras discussões sobre as influências do comportamento humano nas

decisões de investimento, ou seja, na área da economia, surgiram antes mesmo da psicologia

se fundar como ciência. As primeiras aparições sobre o tema foram no século XVIII, no

estudo de Adam Smith intitulado "Teoria dos Sentimentos Morais", no qual o autor discute

2 Em tradução livre: Modelo de Precificação de Ativos Financeiros.

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sobre o comportamento humano com vieses psicológicos (MORREIRA, 2012). No Quadro 1

é possível verificar essa evolução dos estudos em Finanças Comportamentais e as principais

pesquisas referentes ao tema.

Quadro 1 – Evolução dos estudos em finanças comportamentais

Período Estudos

Séc. XVIII Adam Smith publica "Teoria dos Sentimentos Morais".

Séc. XIX Marshall (1890) e Bohn-Bawerk (1898) relatam que a ocorrência da compreensão do

comportamento dos consumidores seja entendido, deve-se reconhecer que os indivíduos são

influenciados por decisões racionais no longo prazo e por emoções no curto prazo.

1912 Selden lança seu livro "Psicologia da Bolsa de valores".

1953 Maurice Allais cria o Paradoxo de Allais.

1955 Simon publica "Um modelo comportamental de escolha racional".

1961 Surge o Paradoxo de Ellsberg.

1972 Slovic publica seu artigo "Estudo psicológico do julgamento humano: Implicações para a decisão

de investimento".

1974 Tversky e Kahneman publicam “Julgamento sob incerteza: heurística e vieses”.

1979 Kahneman e Tversky publicam seu artigo "A teoria do prospecto: Uma análise de decisão sob

risco", no qual discutem a Teoria do Prospecto.

1980 Thaler discute aspectos subjetivos na tomada de decisão do consumidor em seu artigo "Rumo a

uma teoria positiva da Escolha do Consumidor".

1981 Tversky e Kahneman publicam "A elaboração das decisões e a psicologia da escolha".

1984 O primeiro trabalho em Finanças Comportamentais é publicado por economistas, Shefrin e

Statman apresentam "Explicando as preferências dos investidores pelos dividendos".

1985 De Bondt e Thaler publicam “O mercado de ações reagem de forma exagerada?”.

1990 Kahneman, Knetsch e Thaler publicam testes experimentais do Efeito Dotação e do Teorema de

Coase.

1998 Eugene Fama, reconhecido por sua contribuição sobre a eficiência de mercado, publica

"Eficiência do mercado, retornos de longo prazo e Finanças Comportamentais".

1999 Camerer e Dan Lovallo publicam “Excesso de confiança e excesso de entrada: uma abordagem

experimental”.

Anos 2000

em diante

Os estudos se multiplicam e surgem grandes grupos de pesquisas multinacionais como: "The

Institute of Behavioral Finance", “Behavioral Economics Research group of National Bureau of

Economics Research”, “Academy of Behavioral Finance & Economics”, entre outros, além da

criação e ampliação de revistas, como: The Journal of Behavioral Finance, The ICFAI Journal of

Behavioral Finance, Journal of Economic Psychology, Journal of Behavioral Economics,

Journal of Behavioral Decision Making. No Brasil, o maior número de publicações com relação

às finanças comportamentais se encontra no evento ENANPAD.

FONTE: Adaptado de Zerrenner (2007, p. 20); Moreira (2012, p. 57-58); Passos, Pereira e Martins (2012,

p.47).

A principal teoria nessa área, a qual se mostrou um marco nesse campo de estudo, é a

Teoria do Prospecto, elaborada pelos psicólogos Tversky e Kahneman (1979). Conforme será

mostrada na próxima seção, a teoria do Prospecto tem como foco o comportamento das

decisões financeiras, a qual propõe um modelo sistemático que incorpora a subjetividade

humana nos modelos de tomada de decisão.

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2.1.1 Teoria do Prospecto

Os pesquisadores Tversky e Kahneman (1979) estudaram o comportamento humano

no momento da tomada de decisões em investimento, quando concluíram que os indivíduos

não têm plena racionalidade enquanto tomam as suas decisões (TRINDADE, 2009). Assim,

Tversky e Kahneman (1979) buscaram por falhas na Teoria da Utilidade Esperada (TUE), e

realizaram diversos testes com o objetivo de avaliar a validade desta teoria. Como resultados

eles encontraram três situações em que os indivíduos se comportam de maneira contrária à

qual foi estabelecida pela TUE, sendo essas o efeito certeza, o efeito reflexão e o efeito

isolamento.

O efeito certeza foi descoberto a partir de um experimento, no qual os indivíduos

deveriam escolher duas opções de investimentos. A primeira opção era um investimento com

certo grau de risco, porém o seu retorno era maior, o outro investimento não possuía nenhum

risco de investimento, contudo o retorno era menor. De acordo com a TUE os indivíduos

deveriam escolher o investimento mais arriscado, buscando a maximização do lucro.

Entretanto, a grande maioria dos indivíduos pesquisados escolheu o investimento que não

possuía nenhum risco. Assim, os autores concluíram que os indivíduos superestimam um

investimento certo em detrimento de outro incerto, ou seja, os indivíduos atribuem maior peso

aos eventos certos do que aos incertos. O efeito certeza viola o axioma da substituição

proposto pela TUE (TVERSKY; KAHNEMAN, 1979; MOREIRA, 2012; BROCCHI;

BROCCHI, 2016).

Para identificar o efeito reflexão, os autores realizaram um questionamento parecido

com o anterior, o qual envolvia situações com perdas ao invés de ganhos. Os indivíduos se

mostraram avessos ao risco em situações que envolviam a possibilidade de ganho, no

prospecto positivo. Para o prospecto negativo, a preferência dos indivíduos se inverte, estes

passam a preferir arriscar na possibilidade de perder menos, em vez de perder um valor certo.

Segundo a TUE, os indivíduos deveriam apresentar aversão ao risco nas duas possibilidades

apresentadas (TVERSKY; KAHNEMAN, 1979; MOREIRA, 2012; BROCCHI; BROCCHI,

2016).

E por fim, no efeito isolamento, os indivíduos buscam decompor o investimento em

partes, passíveis de comparação. Assim, os indivíduos podem eliminar partes em comum e

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avaliar as partes diferentes dos investimentos. Para descobrir tal conceito, os autores

aplicaram um questionário em que os indivíduos deveriam escolher entre dois investimentos:

o primeiro (A) consistia em um investimento certo com valor menor, e o segundo

investimento (B) era incerto, porém com um valor maior. Os investimentos eram precedidos

de uma etapa que avaliava a probabilidade de tais eventos acontecerem. De acordo com a

outra questão respondida anteriormente, os indivíduos escolheram o investimento B, no

entanto, motivados pelo efeito isolamento, acabam por alterar sua escolha para o investimento

A, pois preferem investir em um valor menor que seja mais seguro (TVERSKY;

KAHNEMAN, 1979; MOREIRA, 2012; BROCCHI; BROCCHI, 2016).

A TUE se baseia em uma teoria axiomática, enquanto a Teoria do Prospecto é uma

teoria descritiva, desenvolvida de forma intuitiva e com observações empíricas,

caracterizando a principal diferença entre os dois modelos (MOREIRA, 2012). A partir dos

resultados encontrados através dos experimentos, explicados acima, Tversky e Kahneman

(1979) concluíram que os indivíduos são avessos ao risco para ganhos, mas propensos ao

risco para perdas, ou seja, sentem mais dor na perda do que o prazer proporcionado pelo

ganho.

Conforme Tversky e Kahneman (1979), a característica essencial da teoria é que os

indivíduos são portadores de valor, possuem seu aparato perceptual em avaliações, que

consiste na diferença da riqueza e do bem-estar, e não em magnitudes absolutas. Assim, a

teoria associa que os indivíduos possuem a noção de ponto de referência, que pode ser, por

exemplo, a sua riqueza atual. A figura 1 sumariza a noção de ponto de referência, através da

representação da função de valor.

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FIGURA 1 – Função de Valor Hipotética

FONTE: Tversky e Kahneman (1979, p. 279).

A função de valor mostra, no seu eixo horizontal, os resultados da decisão como

desvios do ponto de referência, e associa com o eixo vertical um valor subjetivo a cada

resultado, tratado como utilidade. Segundo Tversky e Kahneman (1979), o formato em S faz

com que seja côncava para ganhos, portanto, cada valor extra, ganhado, torna a percepção de

valor menor que a precedente, ou seja, menor será a sua utilidade. Já no campo das perdas, a

função é convexa, logo, cada unidade perdida causa uma mudança menor no seu valor

(utilidade) do que a anterior. Assim, os autores afirmam que a curva se torna mais íngreme no

campo das perdas, pois os indivíduos são mais sensíveis a perdas do que a ganhos de mesmo

valor.

Para explicar essa teoria, os autores distinguem duas fases no processo de decisão,

sobre a incerteza, o qual é chamado de efeito framing, composto por uma fase inicial de

edição do problema e outra de avaliação. A fase inicial visa a reduzir a complexidade do

problema e obedece a um conjunto de operações de edição. As opções seriam analisadas de

forma preliminar, com o objetivo de organizá-las e reformulá-las para a fase de avaliação,

facilitando a escolha futura. O quadro 2 demostra as etapas da fase de edição do efeito

framing.

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Quadro 2 – Fase de edição do efeito framing

Fase de

Edição

Etapa de

Codificação

Os indivíduos caracterizam os resultados e perdas, não como um produto

final do estado de riqueza. Tomam como base o seu ponto de referência, e

avaliam se o prospecto os fará ganhar ou perder dinheiro e qual seria esse

montante.

Etapa de

combinação

Pode ser associada para simplificar a avaliação sobre um prospecto. Por

exemplo, se um indivíduo possui um prospecto que oferece um pagamento

de R$ 100,00 com probabilidade de 25%, e outro com R$ 100,00 com

probabilidade de 25%, este pode ser simplificado como R$ 100,00 com

probabilidade de ocorrência de 50%.

Etapa de

Separação

Os prospectos podem ser separados, em que um prospecto pode ser sem

risco a partir de outro com risco. Por exemplo, um prospecto pode pagar R$

300,00 com probabilidade de 80%, e outro de R$ 200,00 com probabilidade

de 20%, este pode ser separado, como um ganho certo de R$ 200,00 e um

prospecto arriscado de R$100,00 com probabilidade de 80%.

Etapa de

Cancelamento

Os indivíduos podem descartar de sua análise aspectos comuns nos

prospectos e concentrar-se no que os difere.

FONTE: Adaptado de Tversky e Kahneman (1979, p.275 ).

Além das etapas na fase de edição, os autores sugerem que podem ocorrer mais duas

operações: a simplificação dos prospectos, que visa a descartar os extremamente incapazes de

acontecer; e a operação de detecção de alternativas dominantes, o qual rejeita alternativas

consideradas dominantes (TVERSKY; KAHNEMAN, 1979; MOREIRA, 2012).

Subsequente à fase da edição, na fase da avalição os indivíduos atribuem valores aos

prospectos já editados, definidos para duas escalas, π e v. A escala π atribui valores

associando cada probabilidade de ocorrência do prospecto e um peso para a decisão. Já a

escala v atribui um valor subjetivo a cada ganho do prospecto. Portanto, o indivíduo escolhe o

prospecto com maior valor. Assim, a Teoria do Prospecto afirma que atitudes de risco serão

determinadas não pela função utilidade, mas pelas escalas π e v (TVERSKY; KAHNEMAN,

1979; MOREIRA, 2012). Desse modo, os autores concluem que nem todos os indivíduos

tomam decisões da mesma forma, mas cada um pondera as suas escolhas e suas possibilidades

de ocorrências de maneiras distintas.

Em suma, segundo a Teoria do Prospecto, os indivíduos decidem quando estão

mediante as situações de riscos, apresentando aversão a ele nas escolhas que envolvem

ganhos certos, e procurando por riscos nas escolhas que envolvem perdas certas, associando

as habilidades dos indivíduos ao excesso de confiança.

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2.1.2 Significado do Dinheiro

O dinheiro sofreu diversas modificações, na sua forma, seu significado e

importância. Pode ser definido como instrumento de comércio e medida de valor, o qual

possui impacto no comportamento dos indivíduos (LUNARDI, 2012).

Esse fator, o dinheiro, envolve todas as pessoas durante suas vidas. Conforme

Wernimont e Fitzpatrick (1972), o dinheiro possui significados diferentes para cada um, e

essas diferenças são aprendidas ou adquiridas ao longo da vida. O significado do dinheiro

para cada indivíduo afeta o seu modo de viver, o qual se trata do resumo de suas experiências

anteriores (GELLERMAN, 1963; 1968 apud WERNIMONT; FITZPATRICK, 1972).

Como o dinheiro participa de todas as áreas da vida social, ele se constitui objeto de

estudo de diversas disciplinas das áreas de ciências sociais, cada uma delas com vieses

específicos (MOREIRA; TAMAYO, 1999). Devido a essa característica, Baker e Jimerson

(1992) pesquisaram diferentes estudos sobre o significado do dinheiro nas áreas econômicas,

psicológicas, antropólogicas e sociológicas, sobre perspectivas estruturais, que veem o

dinheiro de modo racional, neutro e objetivo, e sobre a perspectiva cultural, que enfatiza as

inter-relações simbólicas e não racionais. Os autores concluíram que as duas perspectivas

possuem uma relação micro e macro. Os estudos com características macroestruturais

possuem uma conotação no ambiente regulatório legal e político, como o comércio e o

mercado internacional. No contexto microestrutural os estudos possuem seu foco nas relações

interpessoais de troca e comunicação. Já no ambiente cultural, a macrocultural, refere-se às

crenças, valores e significados, e na microcultural diz respeito aos valores, atitudes e crenças

dos indivíduos e sua influência sobre o comportamento individual (MOREIRA; TAMAYO,

1999).

As pesquisas sobre o significado do dinheiro têm avançado nos últimos anos. No

contexto internacional, há quatro pesquisas que indicaram que o significado do dinheiro

possui uma estrutura multifatorial, os quais variam de seis a onze fatores. As principais

pesquisas são:

i. The Modified Semantic Differential ou Diferencial Semântico Modificado,

dos autores Wernimont e Fitzpatrick (1972), que buscaram verificar se com

base nas experiências vividas dos indivíduos haveria distinção sobre o

significado do dinheiro. Com um instrumento baseado em referencial teórico

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e pesquisas sobre a motivação do dinheiro na empresa, utilizando análise

fatorial, os autores obtiveram os seguintes fatores: Fracasso-Vergonha;

Aceitabilidade Social; Atitude “ora-ora” (ou desimportância); Pecado Moral e

Segurança Confortável. Os autores concluíram que existem diferenças entre

pessoas empregadas e desempregadas, entre os sexos e nível socioeconômico.

ii. The Money Attitude Scale ou Escala de Atitudes para Dinheiro, dos autores

Yamauchi e Templer (1982), que se basearam na literatura clínica

psicanalítica para elaborar um questionário que foi aplicado a ambos os

sexos, com renda anual e ocupações variadas. Os autores obtiveram quatro

fatores que são: Poder-Prestígio; Retenção; Desconfiança; Qualidade nas

Compras e Ansiedade. Estes fatores obtiveram correlação com variáveis

psicológicas como obsessão, paranoia e ansiedade.

iii. Money Beliefs and Behavior Scale ou Escala de Crenças e Comportamentos

Monetários de Furnham (1984). O autor investigou as relações entre as

variáveis demográficas, crenças sociais e o hábito do uso do dinheiro. Para

tanto, Furnham utilizou questionários que foram analisados através de análise

fatorial. O autor encontrou os fatores Obsessão; Poder-Gastar; Retenção;

Segurança-Conservativa; Inadequação e Esforço-habilidade, com correlação

nas variáveis sexo, nível educacional, renda, posição política, alienação, Ética

Protestante do Trabalho (EPT) e conservadorismo social.

iv. The Money Ethic Scale ou Escala Ética do Dinheiro, construída e validada

por Tang (1992). O autor pesquisou as crenças subjacentes que as pessoas

têm sobre o dinheiro e em que diferentes necessidades podem ser cumpridas

pelo dinheiro. Através da aplicação de questionários e com análise fatorial, o

autor encontrou seis fatores: realização e obsessão; bem; poder; expressão;

maldade e gerenciamento de dinheiro. Os resultados mostraram que os

homens possuem mais atitudes positivas em relação ao dinheiro do que as

mulheres. O valor geral do dinheiro está associado a valores teóricos,

econômicos e políticos aos valores estéticos, sociais e religiosos. A percepção

das pessoas sobre o dinheiro como símbolo de realização e obsessão foi

relacionada a muitos aspectos da insatisfação com o trabalho e a vida.

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Segundo Moreira e Tamayo (1999), essas pesquisas apresentam alguns problemas,

por terem sido desenvolvidas na ausência de levantamentos empíricos iniciais, com o uso de

pressuposições teóricas não claramente formuladas, bem como bases teóricas limitadas, as

quais desconsideraram o caráter multidisciplinar do dinheiro. Há também falta de informação

quanto aos procedimentos estatísticos e sobre a sua significância. Portanto, os autores

elaboraram a Escala do Significado do Dinheiro (ESD) com base na Escala de Valores de

Schwartz, o qual define valor como uma crença, ou conceito, como um comportamento

desejável frente a uma situação específica, sua origem se dá nas necessidades individuais dos

organismos biológicos, nas interações sociais e nas necessidades de sobrevivência e bem-estar

dos grupos (SCHWARTZ, 1992).

A construção da ESD se deu devido à carência de instrumentos de mensuração do

significado ou das atitudes sobre o dinheiro confiáveis, uma vez que muitos instrumentos

apresentavam inconsistência com a realidade brasileira, problemas psicométricos ou com

preposições teóricas limitadas (MOREIRA; TAMAYO, 1999). Portanto, os autores

elaboraram e validaram um instrumento que permitisse medir o significado do dinheiro no

Brasil. Este questionário está baseado em uma perspectiva do senso comum, fundamentado

em teorias das ciências sociais.

Para a elaboração do questionário, os autores Moreira e Tamayo (1999) utilizaram

sessenta e um indivíduos, divididos em doze grupos. Estes grupos foram selecionados de

acordo com suas características: estudantes de escolas públicas e privadas, funcionários de

uma universidade pública que ocupavam cargos em serviços gerais, funcionários de um banco

estatal no cargo de gerência, e, por fim, idosos. Estes participantes deveriam escrever uma

lista de palavras relacionadas ao significado do dinheiro para si. Na sequência foi realizada

uma discussão em grupo, estruturada da seguinte forma: o significado do dinheiro para cada

participante; os fatores que eles acreditavam ter influência sobre o significado do dinheiro

para as pessoas em geral; e o que eles acreditavam que deveria ser levado em conta em uma

pesquisa sobre o significado do dinheiro. Depois, foram incentivados a escreverem mais

palavras sobre dinheiro na lista (MOREIRA; TAMAYO, 1999).

As palavras foram analisadas por três grupos de juízes, formados por estudantes de

Psicologia, os quais agruparam as palavras das listas em categorias e subcategorias, de acordo

com os seus significados. Assim, foram criadas dez categorias, cada uma com vinte palavras.

As categorias foram analisadas e comparadas com o referencial teórico, determinando assim

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duas dimensões, uma de fatores positivos e outra de negativos (MOREIRA; TAMAYO,

1999).

Portanto, foi possível criar um esquema hipotético que englobava dimensões. Na

dimensão positiva foram determinados: o desenvolvimento social e sociocultural, prestígio,

utilitarismo, estabilidade e prazer. A dimensão negativa envolveu os seguintes aspectos:

desigualdade social, dominação, desapego, conflito e preocupação. Após essa etapa, foi

realizada uma análise semântica e novamente uma análise dos juízes, em que foram

observados todos os itens novamente, dos quais excluiu-se quarenta itens, portanto o

questionário ficou com 158 itens (MOREIRA; TAMAYO, 1999).

Após essas etapas, Moreira e Tamayo (1999) buscaram a validação do questionário

que foi distribuído para diversas regiões do país, através de uma rede de colaboradores, e em

resposta foram recebidos de volta 1.458 questionários válidos. Para a análise dos dados, foram

utilizadas as técnicas de regressão, para a identificação de outliers, em que sobraram 152 itens

para serem analisados, através da análise fatorial. Esta análise foi realizada através da rotação

varimax, com carga fatorial estabelecida de 0,40 e autovalores acima de um, e através do

screen plot foram identificados nove fatores, portanto, a solução final ficou com 82 itens que,

em conjunto, explicam 33,62% de toda a variância (MOREIRA; TAMAYO, 1999).

Desse modo, o esquema fatorial ajustado ficou com quatro fatores em cada

dimensão, a positiva e a negativa, e um fator que ficou tanto na dimensão positiva quanto

negativa. Os fatores ficaram classificados na dimensão positiva, de acordo com Moreira e

Tamayo (1999), como:

1. Progresso: refere-se a um contexto mais amplo e social, como um promotor

ao progresso da humanidade e para as sociedades, em que o dinheiro pode

resolver os problemas da sociedade e criar um mundo melhor.

2. Cultura: o dinheiro é estabelecido como promotor de desenvolvimento da

cultura, estando relacionado ao investimento e desenvolvimento das ciências,

artes, cultura e tecnologia.

3. Estabilidade: é atribuído como estabilidade e segurança, onde envolve a

crença e comportamento em questões de necessidade básicas e estabilidade

financeira.

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4. Prazer: baseado em afirmações que o dinheiro proporciona prazer,

felicidade, bem-estar psicológico, autoestima, esperança e harmonia nas

relações pessoais.

Contudo, no aspecto negativo os fatores que influenciaram foram (MOREIRA;

TAMAYO, 1999):

1. Desigualdade: o dinheiro é fonte de desigualdade social, segregação e

preconceito, criando uma forte demarcação no espaço social.

2. Desapego: em que se deve dar mais importância a valores de solidariedade e

generosidade, do que aos bens materiais.

3. Conflito: está relacionado no contexto de relações interpessoais, e envolve a

crença de que o dinheiro traz desconfianças, conflitos, desavenças, morte,

falsidade, neurose e oportunismo.

4. Sofrimento: esta relacionada a aspectos do desequilíbrio emocional, tais

como, angústia, depressão, frustação e impotência.

E por fim, o fator poder, o qual está relacionado à dimensão positiva e negativa,

caracterizado como fonte de autoridade, prestígio, reconhecimento social, assegurando uma

situação com privilégios a quem possui dinheiro, possibilitando burlar as normas sociais

(MOREIRA; TAMAYO, 1999). A partir do significado do dinheiro, ressalta-se a importância

de compreender o endividamento.

As variáveis que compõem cada fator do significado do dinheiro, conforme Moreira

e Tamayo (1999) estão descritas no quadro 3.

Quadro 03 – Composição dos fatores do significado do dinheiro

Fatores Variáveis

Prazer Facilita a vida sexual; Poder viajar; Facilita a convivência familiar; Esperança no futuro;

Relações amorosas mais agradáveis; Compro coisas novas e esqueço meus problemas; Atrai

felicidade; harmonia familiar; Ajuda as pessoas a gostarem mais de si mesmas; Significa

prazer; Ajuda a ser feliz; Ascensão social; Representa a busca de felicidade; Eu uso o meu

dinheiro para ficar contente.

Poder Quem é rico pode impor sua opinião; Dominação; Poder; Quem tem dinheiro é o primeiro a ser

atendido em qualquer lugar; Reconhecimento social; Pode cometer crimes impunemente; Passa

por cima das normas estabelecidas; Crianças ricas são educadas para mandar; Status social;

Tem autoridade sobre os outros; Quem tem dinheiro se livra de entrar em filas; Centro das

atenções; As pessoas submetem-se a quem tem dinheiro; Quem é rico impõe sua personalidade;

A classe pobre é excluída dos direitos sociais; Prestígio; As pessoas tentam agradar quem tem

dinheiro.

Continua

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Quadro 03 – Composição dos fatores do significado do dinheiro (continuação)

Conflito Sinônimo de dor de cabeça; Desarmonia nas famílias; Ingratidão; Casamentos por interesse;

Assassinatos; Inveja; Neuroses; Traições; Descontrole emocional; Torna as pessoas

oportunistas; Desavenças com parentes; Falsos amigos; Desconfiança entre pessoas; Lembra

dívidas.

Desapego Desapegado das coisas materiais; Ajudar quem precisa é melhor que guardar dinheiro; Ajudar

amigos em dificuldades financeiras; Quem tem fé sabe que precisa fazer caridade; É dever de

todas as pessoas dividirem o que têm; Menos importância a bens materiais; Recompensas

espirituais são mais importantes que dinheiro; Os pais devem ensinar os filhos a serem

generosos; Basta crer em Deus para ter as necessidades atendidas.

Sofrimento Deixa deprimido; Dinheiro é uma coisa complicada para mim; Angústia; Frustrações; A classe

pobre é excluída dos direitos sociais.

Progresso Evolução da humanidade; Progresso; Prosperidade para a sociedade; Facilita a vida da

humanidade; O dinheiro constrói um mundo melhor; Resolve problemas sociais.

Desigualdade Quem tem dinheiro é valorizado socialmente; Lembra contrastes sociais; Crianças ricas são

ensinadas a evitar contato com crianças pobres; Jogos de interesse; Pessoas negras e pobres são

vistas como perigosas; Pessoas pobres são impedidas de ir a lugares frequentados por gente

rica.

Cultura Quem tem dinheiro deve empregá-lo no desenvolvimento do país; Inovações tecnológicas;

Eventos culturais; Pesquisas científicas; Patrocínio em desenvolvimento das artes.

Estabilidade Quero deixar minha família amparada financeiramente quando eu morrer; Ficarei realizado

quando atingir a situação que determinei para mim; Medo de gastar mais do que posso; É

importante ter seguro de vida e convênios de saúde.

FONTE: Adaptado de Moreira e Tamayo (1999, p. 104-105).

2.2 ENDIVIDAMENTO

O aumento do nível de endividamento no Brasil e no mundo, tem se tornado uma

questão cada vez mais importante, pois com o aumento de endividados aumenta o risco destes

não conseguirem honrar os seus compromissos até a data de vencimento, o que os torna

inadimplentes (SILVA, FERREIRA, 2016). Isso pode ser explicado por diversos motivos, tais

como: a falta de planejamento financeiro; por razões sociais e psicológicas; ou por fatores

externos, como o desemprego; queda na renda; problemas de saúde; dentre outros (LUCENA

et al., 2014).

Segundo o Observatório de Endividamento dos Consumidores (OEC, 2002), o

endividamento é entendido como um saldo devedor de um indivíduo, que pode ser composto

de apenas uma dívida ou mais do que uma simultaneamente, quando se tratar mais de uma é

denominado como multiendividamento. O Observatório de Crédito e Superendividamento do

Consumidor define endividamento como qualquer dívida que um indivíduo possui e que este

tem o dever de pagar (BUAES; COMERLATO; DOLL, 2015). Dessa forma, o endividamento

pode gerar um incumprimento, o qual se trata de uma situação de não pagamento por parte do

devedor.

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As instituições financeiras consideram que há incumprimento quando o indivíduo

deixa de pagar no mínimo três prestações e identificam o incumprimento definitivo quando

não há mais possibilidades de renegociação e, portanto, se inicia uma ação judicial

(MARQUES; FRADE, 2000). Ainda para as autoras, o incumprimento não significa

incapacidade do devedor de quitar as suas dívidas, mesmo que temporariamente, pois alguns

indivíduos preferem não quitar as suas dívidas por uma decisão oportunista, com base no

cálculo custo-benefício do incumprimento.

Devido à importância do tema, o endividamento tem sido alvo de vários estudos, pois

contempla um comportamento multifacetado, o qual necessita de entendimento e arcabouço

teórico de diferentes áreas como a psicologia, economia, sociologia e ciência política

(MORAIS, 2013). Assim, o endividamento pode ser explicado por aspectos econômicos,

sociais e psicológicos (MORAIS, 2013).

O aspecto econômico possui fundamentação na Teoria do Rendimento Permanente3,

de Friedman (1957). Esta teoria tem como premissa o comportamento do consumidor em

relação ao consumo, bem como a formação de expectativas. O autor considera que o

rendimento permanente é aquele que o indivíduo pretende manter no futuro, em contra partida

o rendimento provisório trata-se do desvio de rendimento corrente em relação ao permanente,

que resulta de fatores específicos da vida. Assim, quando há variações no rendimento dos

indivíduos ocorre um impacto na forma como estes se comportam em relação ao consumo,

tendendo a delinear o consumo conforme o seu rendimento (MORAIS, 2013; MONTEIRO,

2015).

O aspecto social tem como elo a cultura dos indivíduos, onde esse fator é

transmitido, ou seja, não é inato. Assim, as normas culturais e sociais são apresentadas aos

indivíduos desde as primeiras experiências familiares, onde os devedores crescem numa

cultura em que é totalmente aceito o débito, portanto, os indivíduos do mesmo grupo tendem

a tomar decisões parecidas (MORAIS, 2013).

Ainda para a autora, o aspecto psicológico comporta sua definição nas estratégias de

enfrentamento financeiro, no qual os indivíduos devem tomar decisões onde a sua percepção

sobre dinheiro satisfaça as despesas diárias. Os indivíduos devem ter noção das suas

condições financeiras, para que ao tomar decisões de enfrentamento, não às tomem de forma

incorreta, levando-os a um aumento do risco de endividamento.

3 Para mais informações ver: FRIEDMAN, 1957.

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Em alguns casos, os indivíduos podem comprometer uma parcela significativa do seu

salário em dívidas e quando este se sente impossibilitado de quitá-las, ocorre o chamado

sobreendividamento (FLORES, 2012). Esse termo pode ser classificado em

sobreendividamento passivo e ativo, o primeiro é composto por ocorrências não previsíveis e

que comprometem de forma significativa a capacidade de pagamento das dívidas, como por

exemplo, divórcio, perca do emprego ou doença. Já o sobreendividamento ativo é ocasionado

quando o devedor contribui ativamente para se colocar em uma situação de endividamento

(OEC, 2002).

O sobreendividamento gera consequências no ambiente microeconômico, que afeta

em termos pessoais, familiares, sociais e psicológicos, como por exemplo, a marginalização,

exclusão social, alcoolismo, dissoluções de famílias, problemas com saúde física e mental

(OEC, 2002). Além disso, são geradas consequências no ambiente macroeconômico,

atingindo o setor da economia local ou nacional, onde os indivíduos sobreendividados são

afetados pelo nível de confiança do funcionamento normal do mercado de crédito, deixando

de consumir devido às expectativas desfavoráveis da evolução dos rendimentos (MORAIS,

2013). A diminuição do consumo privado ocasiona o enfraquecimento no PIB, ou seja, o

abrandamento do crescimento econômico (OEC, 2002; MORAIS, 2013).

Segundo Braucher (2006), existem dois fatores que explicam o sobreendividamento,

os fatores estruturais e culturais, conforme explícito no Quadro 4.

Quadro 4 – Fatores estruturais e culturais sobre endividamento

FATORES ESTRUTURAIS

1. Oferta de Crédito 2. Procura de Crédito

Enquadramento legal;

Técnicas de promoção do crédito e gestão de

risco de crédito ao dispor de instituições de

crédito.

Insegurança do rendimento/estagnação

salarial;

Reduzida proteção social na doença, no

desemprego e na invalidez.

FATORES CULTURAIS

3. Afetam a Oferta 4. Afetam a Procura

Ideologia de liberação de mercado;

Cultura do endividamento;

Marketing aos sobreendividados;

Ter como alvo os sobreendividados;

Explorar as minorias que tem vindo a ser

excluídas tradicionalmente.

Cultura de satisfação de necessidade e

desejos;

Desenvolvimento de expectativas em relação

ao rendimento futuro por parte dos indivíduos

(influência da mídia);

Endividamento é mais aceito e considerado

como normal;

Poupança está se tornando menos comum;

Erros cognitivos.

FONTE: Adaptado de Braucher (2006, p. 342).

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Para o autor, o sobreendividamento é um problema complexo, os fatores estruturais

são reforçados pela cultura, onde nenhum dos quadrantes é fácil de resolver. Acrescenta que o

quadrante 3 é o mais difícil de ocorrer uma mudança, pois a cultura afeta os credores, os quais

operam conforme a expectativa do mercado, os quais buscam aumentar os lucros para os seus

investidores, assim eles só vão alterar a sua cultura com base na mudança do consumidor.

Os quadrantes 1 e 2 estão mais propensos à sofrerem uma mudança que o quadrante

3, pois no quadrante 1 ocorre uma tentativa de alterar a oferta de crédito do consumidor

mudando o ambiente regulatório, o qual exigiria mudança política. Já o quadrante 2 visa

reduzir a demanda de crédito aumentando a segurança financeira, o qual exigiria uma ação

política coletiva. Assim necessitaria de um desenvolvimento econômico, estimulado pelo

desenvolvimento educacional, pela formação de emprego e aumento de renda, os quais

reduziriam a necessidade do empréstimo de dinheiro (BRAUCHER, 2006).

O mesmo autor pontua que, em comparação com os outros, no quadrante 4, a cultura

do consumo pode se tornar o lugar mais promissor para ocorrer uma mudança na cultura do

consumidor. Assim, a sociedade precisa de um apoio estrutural, dado ao sistema de fácil

crédito, onde seria improvável reduzir a demanda sem um investimento nas estruturas, como

por exemplo, um forte programa em educação financeira, que inicie no jardim de infância e

continue por toda a escolaridade do indivíduo.

Além dos fatores expostos por Bruacher (2006), os indivíduos também podem ser

influenciados pelo desejo de “ter” e “ser”, os quais foram desenvolvidos por pesquisadores da

teoria das finanças comportamentais (ZERRENNER, 2007). Esses desejos podem ser

incentivados pelas facilidades e ofertas que os meios de comunicação possibilitam aos

consumidores, desse modo criam falsas necessidades (LUCENA et al., 2014). O seu

significado está na necessidade do indivíduo possuir, obter, adquirir, o qual surge a partir da

vivência do homem, buscando objetos para viver e desfrutar, em que muitas vezes o qualifica

como superior aos outros, dependendo do seu nível de aquisição (SILVA, 2012). Além disso,

para a autora, o desejo de “ter” está baseado em três aspectos, o status, a defloração, como por

exemplo, no prazer da compra, e por fim na busca por novos estímulos, em que o indivíduo

procura adquirir objetos mais frequentemente. E o desejo de “ser”, constitui-se de uma

evolução do desejo de “ter”, o qual refere à sua essência, a partir da experiência humana,

fundamentada na presença da razão crítica (SILVA, 2012). Diante do exposto, é necessário

entender o endividamento pessoal.

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2.2.1 Endividamento Pessoal

O endividamento pessoal e o comportamento dos indivíduos estão baseados na teoria

da Psicologia Econômica. Que funde seus estudos no processo de decisão dos consumidores

sobre a renda familiar (MOURA, 2005). Ainda para a autora, essas teorias entendem o

comportamento dos indivíduos frente a processos econômicos, com base na psicologia

moderna.

Os principais pontos da Psicologia Econômica são as distinções entre as variáveis

sociais, psicológicas e as econômicas; investigação no nível do indivíduo; percepção dos

indicadores econômicos no processo de consumo (LUNT, 1995 apud MOURA, 2005).

Assim, os principais temas que a teoria da Psicologia Econômica investiga estão atrelados à:

psicologia do dinheiro; da dívida; comportamento do consumidor; administração financeira;

políticas econômicas (FERREIRA, 2007).

A abordagem da Psicologia Econômica ressalta a importância de averiguar quais

fatores comportamentais influenciam no endividamento pessoal, mas deixa claro que muitos

fatores que propiciam para tal endividamento encontra respaldo nas variáveis econômicas que

os indivíduos estão expostos, por exemplo, a economia nacional, a queda ou aumento na

renda e o desemprego (MOURA, 2005). Diante do exposto, é necessário entender as variáveis

econômicas que afetam o endividamento pessoal.

O crescimento da economia apresentado pelo governo Lula (2003-2010) teve como

propulsor o consumo, estimulado por políticas de valorização do salário e expansão de

crédito, contribuindo para reduzir a desigualdade de renda no país (SILVA, 2016). Além

disso, o autor aponta que o consumo das famílias cresceu substancialmente, tendo como

consequência o crescimento do PIB.

Após esse estímulo de políticas no Brasil, bem como a intensificação nos padrões de

consumo herdados e/ou adaptados dos países desenvolvidos, houve uma ampliação do

consumo implícito e inconsequente. Os indivíduos demostraram um preocupante

endividamento pessoal, fruto do descontrole ao tentarem acompanhar o padrão de consumo

das classes mais altas. Ao procurar lidar com impotências financeiras, os indivíduos buscam

crédito, nos quais muitas vezes estão inseridas altas taxas de juros, dessa forma empresas

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financeiras e produtoras de bens de consumo estimulam o endividamento, o que torna-se um

ciclo vicioso (FERREIRA; LIMA, 2014).

A regularização do microcrédito, que desde a sua criação, em 2003, até 2007,

possibilitou que 90% dos empréstimos, nessa modalidade, fossem utilizados para

financiamento de consumo dos indivíduos. E mesmo após a definição de que 80% deste

crédito passaria a ser destinado ao microcrédito produtivo orientado, o financiamento para o

consumo ainda permanecia alto, com 67% em 2010 (LAVINAS, 2015).

Para o autor, o governo Lula promoveu a inclusão creditícia, contudo aumentou o

endividamento das famílias. Onde os juros cobrados nas mais diversas modalidades de crédito

subiram, os juros cobrados pelos comércios chegou a 5,1% ao mês, com projeção de 87,12%

ao ano, isso em fevereiro de 2015 (LAVINAS, 2015).

Conforme a PEIC, os paranaenses vêm apresentando queda nos números de

endividados desde janeiro de 2017, ocasionado pelo recebimento da segunda parcela do 13°

salário, pelo conservadorismo dos consumidores diante da crise econômica e pela aversão ao

risco do desemprego. Isso possibilitou a redução de aquisição de novos financiamentos para

quitação de dívidas, contudo, 27,9% dos entrevistados, foram identificados com contas em

atraso no mês de março de 2017, um aumento de 1,40% comparado com o mês anterior,

(FECOMERCIOPR, 2017; FECOMERCIOSP, 2017).

Ao se analisar em nível nacional, o endividamento reduziu 3,10% em janeiro de

2017, comparado com o mês anterior, entretanto esse cenário não se repete nos meses

seguintes, em que chega a aumentar até 1,70% no mês de março, comparado com fevereiro.

Desde janeiro de 2017, uns dos maiores meses com aumento de endividados no país ocorreu

no mês de abril, onde houve o maior crescimento de 3,3% nos endividados nacionais,

comparado com janeiro, onde houve a menor porcentagem de endividados, até julho de 2017

(FECOMERCIOPR, 2017).

Os maiores gastos dos brasileiros são com o cartão de crédito, seguido do carnê,

crédito pessoal e financiamento de carro, conforme mostra PEIC (2017). Referente ao Paraná,

esse cenário também se repete, pois o cartão de crédito tem se tornado o principal agente de

endividamento. O Gráfico1 mostra os tipos de dívidas dos paranaenses, referente ao mês de

março de 2017.

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Gráfico 1 – Tipos de Dívidas

FONTE: PEIC (2017).

Ainda conforme a pesquisa, o financiamento imobiliário é uma das maiores dívidas

entre as classes com poder aquisitivo elevado, com renda maior de dez salários mínimos,

representando 11,2% dos entrevistados, sendo que, para as famílias com renda até dez salários

mínimos, essa representação é de 8%. Entretanto, as dívidas com compra de carros possui

maior representatividade entre as classes C, D e E sendo 9,9%, contra 9,1% nas classes A e B.

Outra diferença entre as classes é na utilização de carnês, cheque pré-datado e do cheque

especial para parcelamentos de compras, os quais são mais utilizados por consumidores com

renda até 10 salários mínimos. Já o empréstimo consignado e o crédito pessoal são mais

utilizados entre as famílias de maior renda.

Conforme pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção do Crédito (SPC) e a

Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a qual buscou identificar os hábitos

dos consumidores, mostrou-se que 33% dos entrevistados, pesquisados nas vinte e sete

capitais do país, compram sem necessidade, pois são motivados por promoções,

especialmente as classes C, D e E (35%), onde a maioria são mulheres (38%) e nos indivíduos

entre 18 e 34 anos (42%). Além disso, 42% dos consumidores responderam que costumam

comprar parcelado para conseguir comprar tudo o que querem (SPC BRASIL, 2017).

Um dos fatores que propulsiona o endividamento é o fato do aceite social, cuja

valorização dos indivíduos é percebida de acordo com a credibilidade deste no mercado,

71,1% 0,3%

0,5%

1,8% 3,2%

4,0%

9,8%

8,6%

1,1%

Cartão de crédito

Cheque especial

Cheque pré-datado

Crédito consignado

Crédito pessoal

Carnês

Financiamento de carro

Financiamento de casa

Outras dívidas

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tornando-o fonte de diferenciação dos demais (SILVA; SOUZA; FAJAN, 2015). Para as

autoras, o consumo desenfreado, que faz parte da sociedade capitalista, permite que os

indivíduos tenham uma sensação de liberdade econômica, autoconfiança, responsabilidade e

controle. Contudo, esta é uma falsa sensação, o que leva a infindáveis dívidas e dependência

econômica das empresas de concessão de crédito.

2.2.2 Endividamento dos Universitários

A vida universitária proporciona aos estudantes momentos cada vez mais frequentes

e crescentes de responsabilidades, os quais definirão a sua independência financeira e suas

consequências para o futuro (MENDES-DA-SILVA; NAKAMURA; MORAES, 2012).

Existem alguns critérios que marcam a entrada dos jovens à vida adulta, dois deles é ingressar

em uma instituição de ensino superior e outra é a independência financeira, os quais muitas

vezes acontecem simultaneamente (TEIXEIRA, 2010).

A possibilidade de endividamento dos indivíduos ao ingressarem em instituições de

ensino superior é alta, pois, tornam-se público alvo das instituições financeiras. Estas

instituições financeiras investem em marketing, os quais oferecem acesso a cartão de crédito,

cheque universitário, serviços e tarifas diferenciadas, dentre outros benefícios. Assim, a

atração de universitários ocorre devido ao relacionamento existente, no longo prazo, com as

instituições de ensino superior e as financeiras, que sugerem um futuro profissional ao final

do curso (TEIXEIRA, 2010).

O endividamento dos universitários pode ser explicado por três motivos, conforme

Vilain e Pereira (2013): o acesso ao crédito; o marketing induzido, o qual beneficia o

consumo supérfluo; e a falta de conhecimento, planejamento e educação financeira. Muitas

vezes os universitários não possuem experiências em gerir seus próprios recursos, enganados

por propagandas de fácil consumo, os quais não medem as consequências dos dispêndios, que

vão além da sua capacidade de pagamento.

O comportamento financeiro dos universitários é considerado arriscado quando se

encontram ao menos em uma das seguintes situações: (a) saldo existente no cartão de crédito

igual ou superior a R$ 1.000,00; (b) atraso no pagamento da fatura em sessenta dias, nos

últimos dois anos; (c) utilização do limite do cartão de crédito nos últimos dois anos; (d)

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nunca, ou esporadicamente, foi pago o valor integral da fatura do cartão de crédito

(MENDES-DA-SILVA; NAKAMURA; MORAES, 2012).

Ainda para os autores, o modelo de comportamento financeiro vivido impacta no

bem-estar dos indivíduos, repercutindo na saúde física e mental, na satisfação pessoal, sendo

muito vivenciada pelos universitários no seu desempenho acadêmico. Um dos maiores fatores

apresentados por Amar et al. (2007), com relação ao endividamento dos universitários, é a

falta de alfabetização financeira destes. Em consonância com essa afirmação, vários autores

(BRAUCHER, 2006; SAVOIA; SAITO; SANTANA, 2007; ZERRENNER, 2007;

TEIXEIRA, 2010; CORRÊA, 2016) vêm sugerindo a incorporação da alfabetização

econômica, durante a vida acadêmica, pois o baixo nível de conhecimento sobre o assunto

deixa os universitários, e não somente estes, mas toda a sociedade, mais suscetível ao

endividamento.

Estudos vêm demostrando que as principais causas de endividamento dos

universitários estão relacionadas à falta de planejamento financeiro, baixa renda, acesso ao

crédito, à dificuldade de inserção no mercado e consumo desenfreado (AVDZEJUS;

SANTOS; SANTANTA, 2012; SILVA, 2014; CORRÊA, 2016; OLIVEIRA, 2016), mas a

principal causa apontada é o uso do cartão de crédito (MENDES-DA-SILVA; NAKAMURA;

MORAES, 2012; SILVA, 2014; SILVA; SOUZA; FAJAN, 2015; CORRÊA, 2016).

Os principais estudos relacionando o endividamento e cartão de crédito, estão tendo

como resultado mais relevantes a influência da compra compulsiva. De acordo com o estudo

de Falciano (2012), as principais pesquisas com universitários, demostram que o uso do

cartão de crédito vem surgindo como uma variável propulsora da compra compulsiva,

também influenciada pela ânsia do prestígio, reconhecimento social e ansiedade.

Conforme Hayhoe et al. (2005), os universitários que não possuem cartão de crédito

são mais informados sobre o funcionamento, taxas, juros e pagamentos, do que aqueles que

utilizam o cartão de crédito. Ainda para os autores, os que utilizam o cartão de crédito dão

mais importância ao significado do dinheiro como sinônimo de poder, além de se sentirem

mais independentes dos pais e são mais felizes em utilizar o cartão de crédito como forma de

pagamento.

Estudos relacionados ao dinheiro e universitários, vêm obtendo maior destaque nas

pesquisas, pois os universitários, que muitas vezes entraram recentemente no mundo

econômico, ainda não apresentam formação para avaliar todas as informações disponíveis e

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evitar a sedução do consumo (CORIA et al., 2010). Portanto, se faz necessário entender o

endividamento dos universitários de administração.

2.2.3 Endividamento dos Universitários de Administração

Dominar a educação financeira proporciona aos indivíduos habilidades para que

estes tomem decisões fundamentais e seguras em relação a questões financeiras, melhorando

o gerenciamento de suas finanças pessoais, ampliando, assim, o seu bem-estar (SAVOIA;

SAITO; SANTANA, 2007). Os autores acrescentam que as mudanças tecnológicas,

regulatórias e econômicas propiciaram a elevação da oferta de serviços financeiros, mas a

falta de conhecimento dos indivíduos compromete as decisões financeiras básicas, produzindo

resultados indesejáveis.

Devido ao alto índice de endividamento de algumas populações, a educação

financeira tornou-se uma preocupação em diversos países da América e Europa, a qual foi

agravada pela crise mundial em 2008, onde a falta de educação financeira foi reconhecida

como um fator propulsor, para tal acontecimento (GADELHA; LUCENA; CORREIA, 2014).

Assim, a Organisation for Economic Co-operation and Development 4 (OECD), que

visa estimular o progresso econômico e o comércio mundial, desenvolveu princípios para

proporcionar aos países adotantes, em que o Brasil não participa, um bom funcionamento dos

mercados financeiros e da economia, que também são de responsabilidade da população

(OECD, 2005).

Portanto, para a OECD (2005), a educação financeira pode ser definida como um

processo pelo qual os consumidores/investidores financeiros, buscam melhorar a sua

compreensão de produtos, conceitos e riscos financeiros, através de informações, instruções e

aconselhamento, para assim, desenvolver competências necessárias, reconhecer os riscos e as

oportunidades em investimentos, tomando decisões efetivas que melhorem o seu bem-estar.

No Brasil, a preocupação com a educação financeira se deu a partir de 2010 com o

Decreto 7.397, que criou a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), com o

objetivo de contribuir para o fortalecimento da cidadania, ao apoiar e fornecer ações que

visam ajudar a população a tomar decisões financeiras mais conscientes e autônomas

(BRASIL, 2010).

4 Tradução: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

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A falta de alfabetização financeira torna os indivíduos mais propensos a um alto grau

de endividamento (NASCIMENTO et al., 2016). Diante desse contexto, graduações em áreas

financeiras, na qual se enquadra o curso de Administração, são uma das alternativas para os

endividados ampliarem os seus conhecimentos, pois estes profissionais possuem um perfil

profissiográfico que vincula as habilidades e conhecimentos financeiros para o uso adequado

dos recursos financeiros (VERDINELLI; LIZOTE, 2014).

O perfil profissiográfico trata-se de um conjunto de atributos profissionais, que as

universidades desejam incutir em seus universitários, e que decorre durante o período de

formação, onde espera-se que os egressos adquiram diversas competências ou capacidades ao

longo do curso (AMATUCCI, 2000). Conforme o Conselho Nacional de Educação (2005),

que instituiu diretrizes para os cursos de graduação em Administração, é enfatizado que o

administrador deve possuir a habilidade de atuar preventivamente na tomada de decisões, bem

como ter controle e saber gerenciar diversas situações encontradas diariamente, desenvolver

raciocínio lógico, analítico e crítico para operar com valores e também transferir os seus

conhecimentos pessoais e profissionais para o seu campo de atuação.

Para Lana et al. (2011), a vida financeira dos indivíduos é reflexo dos seus gastos e

seus lucros. Nesse contexto, um dos princípios da educação financeira, é a busca pelo

conhecimento em finanças e a tomada de boas decisões, que foi estipulada pela Comissão de

Especialista em Administração, da Secretaria de Ensino Superior, do Ministério da Educação

e do Desporto, como uma diretriz básica para o curso (ANDRADE; AMBONI, 1999).

Assim, vinculada ao curso, a área de administração financeira tem tomado grande

proporcionalidade, onde 66% dos profissionais de administração atuam na área financeira,

conforme a Pesquisa Nacional sobre Perfil, Formação, Atuação e Oportunidades de Trabalho

dos Conselhos Federais e Estaduais de Administração (SISTEMA CFA/CRAs, 2015). A

principal função da administração financeira está voltada para o planejamento, controle,

previsões, fluxos de caixa, investimentos, financiamentos, operações bancárias,

gerenciamento de risco, dentre outras funções (LANA et al., 2011).

Contudo, Lana et al. (2011) observou que os indivíduos sabem executar o ofício de

seus cargos, mas, ao gerir as finanças, principalmente as pessoais, estão totalmente

despreparados. Esta afirmação é comprovada em diversas pesquisas demonstradas na seção

seguinte.

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30

2.3 ESTUDOS RELACIONADOS AO TEMA

Observa-se que houve uma explosão em pesquisas com o tema de finanças pessoais,

após a crise de 2008, o qual intensificou a preocupação com a temática. A instabilidade

inflacionária mundial e nacional, aliada com o crescimento econômico nos últimos tempos,

possibilita uma reflexão sobre como usar e lidar com o dinheiro (LANA et al., 2011). Essa

seção tem o objetivo de explanar as principais pesquisas relacionadas ao tema desse estudo,

tomando como base o referencial teórico apresentado, contribuindo assim para a análise dos

dados.

Nessa perspectiva, diversos estudos vêm sendo realizados para investigar as finanças

pessoais e endividamento dos universitários. Em consonância com a teoria sobre finanças

comportamentais, Haubert, Lima e Herling (2012) pesquisaram noventa e quatro

universitários de cursos de pós-graduação stricto sensu, através de uma pesquisa quantitativa

com quinze questões, e verificaram que os universitários possuem aversão ao risco no campo

dos ganhos e propensão ao risco no campo das perdas, onde os autores concluíram que os

universitários pesquisados possuem o efeito reflexo.

O estudo de Faveri, Valentim e Kroetz (2013), que também pesquisaram as decisões

de investimento com base na teoria das finanças comportamentais, foi realizado com trinta e

um universitários, dos cursos de ciências contábeis e sistema de informação, utilizando um

questionário com dezenove questões. Os autores concluíram que os universitários possuem o

efeito certeza, reflexão e isolamento, confirmando a teoria do Prospecto.

Outro estudo no campo das finanças comportamentais é o de Falleiro (2014), que

buscou investigar universitários e professores da graduação e pós-graduação na Pontifícia

Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Para tanto, o autor utilizou uma metodologia

quantitativa, com um questionário de quarenta e duas questões. E concluiu que as mulheres

são mais avessas aos riscos que os homens, e que quanto maior a escolaridade maior é o grau

de entendimento das probabilidades de investimentos, que levariam a uma diminuição do

risco e, por último, concluiu que quanto maior a idade maior é a aversão ao risco, pois se tem

uma diminuição nos valores monetários envolvidos.

Ainda nessa perspectiva, Oliveira (2016) pesquisou vieses psicológicos, econômicos

e demográficos no endividamento de universitários. Para tal, foram entrevistados seiscentos e

oitenta e três universitários, por meio de uma pesquisa quantitativa. A autora concluiu que a

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literácia financeira não influência nas atitudes referente ao endividamento, bem como a

influência parental não apresentou resultados consistentes para influenciar no endividamento,

e que existe relação entre baixos/altos rendimentos familiares na redução/contração das

intensões de contrair empréstimos.

No que diz respeito a pesquisas sobre o endividamento de universitários, Amado

(2011) pesquisou universitários ingressantes, verificou quais eram os seus conhecimentos

sobre finanças pessoais e se estes conseguiam gerir seus recursos. O autor utilizou um

questionário com perguntas abertas e fechadas e concluiu que os universitários não possuem

conhecimento suficiente sobre finanças para uma gestão financeira equilibrada.

Corroborando com o estudo anterior, Silva (2014) realizou uma pesquisa com

universitários da cidade de Campina Grande – PB, com o intuito de verificar quais são os

fatores que influenciam no endividamento dos universitários, o qual utilizou um levantamento

do tipo survey. O autor constatou a falta de planejamento financeiro como uma das causas

para o endividamento, assim, recomendou que os universitários gerenciem todas as suas

despesas e receitas para evitar o endividamento. O autor também encontrou como

influenciadores para o endividamento a baixa renda e o acesso ao crédito dos universitários.

Em contra partida, o estudo de Teixeira (2010), investigou doze jovens

universitários, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. O autor identificou

que os universitários possuem autonomia para a gestão financeira de sua vida, pois

conseguem se beneficiar dos auxílios oferecidos pelas instituições bancárias, contudo não

possuem capacidade para se auto sustentarem, os quais ainda dependem de ajuda financeira

da família.

Ao investigarem a propensão ao endividamento, a educação financeira e a posse de

cartão de crédito em universitários, os autores Carvalho et al. (2015) entrevistaram duzentos e

quarenta e nove universitários em uma instituições do Ceará. A pesquisa demostrou que ter

acesso a um curso de finanças influencia negativamente a propensão ao endividamento,

apresentando menores médias para atitude hedonista, e também foi rejeitada a hipótese de que

estudantes universitários que possuem cartão de crédito são mais propensos ao

endividamento.

Os resultados encontrados por Vieira et al. (2014) mostraram que os universitários,

das áreas de administração, agronomia, ciências biológicas, ciências contábeis, engenharia

civil, enfermagem e letras, em um total de trezentos e trinta e dois universitários, de uma

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universidade de Mato Grosso do Sul, possuem baixa propensão ao endividamento. Os autores

concluíram que os universitários gastam menos ou igual a sua renda, a maioria não possuem

cartão de crédito, possuem poucas dívidas e moram com os pais em casas quitadas.

Buscando verificar as áreas de ensino econômicas, diversos autores procuraram

averiguar a relação do curso com o nível de endividamento dos universitários (AVDZEJUS;

SANTOS; SANTANTA, 2012; MEDEIROS; LOPES, 2014; GADELHA; LUCENA;

CORREIA, 2014; RESENDE; ALMEIDA; PERES, 2014; SILVA; SOUZA; FAJAN, 2015;

VERDINELLI; LIZOTE, 2015; SOARES, 2016; STÜRMER, 2016). Porém, Felipe, Oliveira

e Botinha (2016), ressaltam que ainda há pouca discussão sobre o tema nos principais eventos

e periódicos, ocorrendo um enfraquecimento do estereótipo profissional.

A pesquisa de Medeiro e Lopes (2014) buscou verificar o comportamento dos

universitários do curso de ciências contábeis da Universidade de Santa Maria sobre suas

finanças pessoais, entrevistando cento e setenta e oito universitários. Os autores concluíram

que os universitários pesquisados têm consciência de seus ganhos, sabem lidar com suas

finanças pessoais, e salienta que os mesmos procuram pagar suas compras a vista e com

dinheiro.

Corroborando com a pesquisa anteriormente, Gadelha, Lucena e Correia (2014)

concluíram que os universitários dos cursos de ciências contábeis e economia, possuem uma

boa educação financeira, utilizam práticas eficientes para controlar suas finanças, e que

apenas 27% dos pesquisados possuem empréstimos ou contas parceladas.

Nessa perspectiva, o estudo de Verdinelli e Lizote (2015) pesquisou duzentos e vinte

oito universitários do curso de ciências contábeis, de uma universidade do Estado de Santa

Catarina, analisou o conhecimento sobre finanças pessoais e as características dos estudantes.

Os autores concluíram que há uma relação positiva e significante entre a educação financeira,

gestão de ativos e as notas dos universitários, contudo existe uma relação negativa com o

endividamento.

Cabe observar, nesse contexto, como os universitários dos cursos de administração

percebem o fator endividamento e como este afeta a sua vida pessoal. Assim, o estudo de

Avdzejus, Santos e Santanta (2012) analisou quais fatores propiciaram o endividamento dos

universitários de administração. As autoras ressaltam que a falta de planejamento dos

universitários tem prejudicado sua saúde financeira, bem como o consumismo desenfreado.

Este fator tem sido reforçado pelos métodos utilizados pelas instituições bancárias, na

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retenção de novos clientes, no qual os universitários tem somente olhado as vantagens

oferecidas por essas instituições e não avaliam a má concessão de crédito, o que os leva ao

endividamento desnecessário.

O estudo de Resende, Almeida e Peres (2014), no qual pesquisaram universitários do

curso de administração, analisou a relação entre o conhecimento da educação financeira e a

gestão financeira pessoal. As autoras concluíram que os universitários que entram na

instituição de ensino superior com conhecimento prévio sobre gestão financeira, apresentaram

índices menores de endividamento. Entretanto, 42% da amostra pesquisada ainda não possuía

nenhum contato com educação e gestão financeira pessoal, antes de ingressar na faculdade.

Outro resultado encontrado foi que metade da amostra usou ferramentas apresentadas em sala

de aula para a gestão financeira pessoal. Portanto, as autoras concluem de forma geral que os

universitários conhecem práticas de gestão de financeira, contudo não as utilizam por

sentirem-se inseguros de colocá-los em prática, na vida pessoal.

Outro estudo nessa temática é o de Silva, Souza e Fajan (2015), no qual foram

pesquisados universitários da área de administração, que investigou quais motivos

influenciam as pessoas a consumirem de forma desenfreada, analisando os estímulos internos

e externos. Os autores basearam-se em uma pesquisa quantitativa, por meio de aplicação de

questionários, e concluíram que as causas de endividamento estão relacionadas ao fácil e

rápido acesso ao crédito, em que o cartão de crédito tem sido o maior responsável pelas

dívidas, bem como a massiva publicidade realizada pelas instituições financeiras e comércio.

Ainda, os autores concluíram que o endividamento é considerado muito alto entre os

universitários, embora muitos não percebam, pois ainda confundem endividamento com

inadimplência.

Ao analisar de forma comparativa como ocorre a gestão financeira entre

universitários do curso de administração e engenharia, o estudo de Soares (2016) pesquisou

cento e noventa e seis universitários, através de uma pesquisa quantitativa, utilizando um

questionário. A autora concluiu que, embora os universitários do curso de administração

possuam maior conhecimento sobre ferramentas de gestão de finanças, os universitários de

ambos os cursos se sentem insatisfeitos com suas finanças pessoais, os quais recorrem ao

auxílio de familiares. Entretanto, mais da metade dos universitários de administração

conseguem separar uma quantia em dinheiro para investimento, enquanto os engenheiros não

conseguem fazer o mesmo e não procuram soluções para mudar esse cenário.

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A pesquisa realizada por Stürmer (2016), que buscou verificar a influência do curso

no comportamento financeiro, realizado com os universitários dos cursos de ciências

econômicas, ciências contábeis e administração, mostrou que os administradores são os que

menos percebem a influência do curso em seus comportamentos financeiros, no qual em suas

opiniões apresentam pouca alfabetização financeira. O autor conclui que os universitários são

preparados para gerirem grandes empresas ou até mesmo capitais de terceiros, mas não são

preparados para gerir suas finanças pessoais.

Diante do exposto, verifica-se a necessidade de entender o endividamento dos

acadêmicos de Administração. Assim, torna-se importante destacar o estudo de Moura (2005),

no qual está baseada a presente pesquisa, que verificou o impacto do materialismo, o qual

trata da cultura do consumo, na atitude ao endividamento e no nível de dívida para o

financiamento do consumo, nas famílias de baixa renda do município de São Paulo. Para

tanto, foi construído um modelo de pesquisa, de cunho quantitativo, realizado através de

entrevista com trezentos e oitenta e nove famílias. Deste modo, a autora concluiu que o

materialismo tem efeito direto sobre a atitude ao endividamento, mas indireto sobre a dívida,

e que quanto menor a vulnerabilidade das famílias mais propícias estão para o endividamento.

Compete ressaltar também as pesquisas realizadas por Moreira e Tamayo (1999) e

Moreira (2002), sobre o significado do dinheiro para os brasileiros. Inicialmente Moreira e

Tamayo (1999) desenvolveram e validaram a Escala de Significado do Dinheiro (ESD). Já

Moreira (2002) comparou o significado do dinheiro utilizando a ESD nas regiões brasileiras.

Para tanto, foram pesquisados 760 indivíduos, no qual a autora concluiu que há uma maior

Estabilidade na região Norte, maior Conflito e Desapego no Nordeste, menor Estabilidade e

Poder no Distrito Federal, menor Conflito e Poder no Sul e no Sudoeste maior Poder,

Desigualdade, Cultura, Prazer e Sofrimento e menor Desapego, revelando maior diversidade

nessa essa região. Estes conceitos foram apresentados no referencial teórico.

Nessa perspectiva, Santos et al. (2008) avaliou o significado do dinheiro para

estudantes de administração, especificamente com relação ao gênero e idade. Para isso foram

entrevistados 211 graduandos em administração. Os autores concluíram que o fator realização

responde 27,43% da explicação das variáveis, onde não há diferenças significativas na análise

entre os gêneros. E que o significado do dinheiro para está população varia desde realização

até o medo e sofrimento.

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Os autores Barros e Jeunon (2012) analisaram qual o significado do dinheiro

atribuído por alunos de Instituições Particulares de Ensino Superior. Para tanto, foi utilizada

uma amostra de quatrocentos e oitenta e seis graduandos e os dados foram analisados por

meio da Análise Fatorial, com base no gênero e na possibilidade de haver bolsa de estudo ou

não. As autoras concluíram que o fator gênero não influencia na percepção do significado do

dinheiro, os entrevistados relacionaram dinheiro à felicidade pessoal, poder e influência

social. Contudo, ao analisarem o fator possuir bolsa de estudo, houve uma diferença na visão

dos que possuem e dos que não possuem, os primeiros avaliam que ter dinheiro é fator de

influência social, enquanto os demais veem como algo mal, dessa forma o autor pontua que

quando os jovens começam a participar ativamente na vida econômica, geralmente o dinheiro

é visto como algo positivo.

O estudo de Rosa e Milani (2014) verificou se há diferenças entre a percepção de

significado do dinheiro entre os estudantes do curso de administração e os estudantes do curso

de teologia em uma instituição de ensino superior privada em Santa Maria/RS. Para tanto

foram coletados noventa e sete questionários. O estudo concluiu que as respostas dos dois

cursos não foram muito diferentes entre si, onde não foi possível afirmar que existe uma

completa diferença entre os alunos de Teologia e Administração. As variáveis que mais

influenciam o significado do dinheiro são os princípios religiosos e a renda familiar.

E ainda, Vieira et al. (2014) pesquisou a influência da percepção do significado do

dinheiro e a propensão do endividamento em estudantes universitários. Para tanto foram

aplicados questionários a trezentos e trinta dois estudantes na universidade de Mato Grosso.

Os autores concluíram que as variáveis demográficas não foram significativas na propensão

ao endividamento. O significado do dinheiro foi denominado cultura, preocupação, sendo

estas variáveis positivas, e desapego uma variável negativa. Onde mulheres e pessoas

evangélicas atribuem mais preocupação e desapego ao dinheiro. Os resultados também

indicaram que a maioria dos entrevistados gasta menos ou igual a sua renda, não possuem

cartão de crédito, a maioria não possui dívidas e os que possuem não às a atrasam, moram

com os pais ou tem casa própria quitada. Portanto, os entrevistados possuem baixa propensão

ao endividamento.

Em síntese, os universitários possuem dificuldade para gerirem suas finanças,

principalmente os futuros administradores, como já explícito, estes estudam para gerirem

empresas, mas muitas vezes não conseguem controlar suas finanças. Ressalta-se que há pouca

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discussão no meio acadêmico sobre essa temática com os universitários. E por fim, cabe

destacar, conforme mostraram as pesquisas, que as propagandas midiáticas, o consumismo, o

fácil e rápido acesso ao crédito fortalecem o endividamento.

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3 METODOLOGIA

3.1 CLASSIFICAÇAO DA PESQUISA

Este estudo possui uma abordagem quantitativa, que se caracteriza pelo emprego da

quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por

meio de técnicas estatísticas. Pelas suas características, o método quantitativo possibilita uma

margem de segurança quanto às inferências. É frequentemente aplicado nos estudos que

procuram descobrir e classificar a relação entre variáveis, bem como nos que investigam a

relação de causalidade entre fenômenos (RICHARDSON, 1999).

Quanto à técnica de pesquisa, utilizou-se a empírico-analítica, que segundo Martins

(2002, p. 34): “São abordagens que apresentam em comum à utilização de técnicas de coleta,

tratamento e análise de dados marcadamente quantitativos. Privilegiam estudos práticos. Suas

propostas têm caráter técnico, restaurador e incrementalista”.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Esta pesquisa foi desenvolvida nas instituições de ensino superior localizadas na

mesorregião Sudoeste do Paraná. Segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento

Econômico e Social (IPARDES), essa mesorregião é composta por quarenta e dois

municípios, no qual possui vinte e duas instituições de ensino superior, dentre essas, dez são

públicas, as quais possibilitam a inserção de 21.772 universitários no meio acadêmico

(IPARDES, 2017).

A mesorregião possui dez municípios com graduação presencial em Administração,

localizadas em Ampére, Capanema, Chopinzinho, Clevelândia, Dois Vizinhos, Francisco

Beltrão, Mangueirinha, Palmas, Pato Branco e Realeza, nas quais estão em andamentos os

quatro anos do curso, somando quatorze instituições dentre esses municípios. Há ainda mais

duas instituições, localizadas em Barracão e Francisco Beltrão, que iniciaram suas atividades

a partir de 2015 e não possuem turma em fase de conclusão do curso, portanto essas duas não

compõem a população desta pesquisa.

Essas instituições são de caráter público e privado, dentre as instituições públicas se

encontram cinco, duas na esfera federal, duas estaduais e uma municipal, as demais são

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instituições privadas. Essas instituições possibilitam, aproximadamente, a inclusão de 480

universitários no curso de administração por ano.

A população neste estudo são os universitários dos cursos de administração que estão

matriculados nos primeiros e quartos anos da graduação. Esse estudo utilizou uma

amostragem não probabilística e por conveniência. Esse tipo de amostra se caracteriza na

seleção dos elementos que serão pesquisados, nesse caso, são os que estão disponíveis no

momento da pesquisa, admitindo-se que estes representam todo o universo pesquisado

(PRODANOV; FREITAS, 2013). Portanto, foram pesquisados os universitários que estavam

presentes no momento da coleta dos dados, no local combinado com os coordenadores dos

cursos. Destaca-se que para a realização da coleta de dados, foi agendado horário com os

coordenadores dos cursos de Administração de cada instituição. Essa coleta de dados ocorreu

durante os meses de Julho, Agosto e Setembro de 2017.

As instituições que possibilitaram a realização desta pesquisa e a quantidade de

respondentes de cada instituição, estão descritas na Tabela 1.

Tabela 1 – Instituições e o número de universitários pesquisados

Municípios Instituição Universitários

ingressantes

Universitários

Concluintes Total

Ampére Faculdade de Ampére – FAMPER 25 18 43

Capanema Faculdade Iguaçu 21 29 50

Clevelândia Faculdade Municipal de Educação e Meio

Ambiente – FAMA 39 15 54

Dois Vizinhos União de Ensino do Sudoeste do Paraná –

UNISEP 17 27 44

Francisco

Beltrão

União de Ensino do Sudoeste do Paraná –

UNISEP 34 16 50

Francisco

Beltrão

Universidade Estadual do Oeste do Paraná -

UNIOESTE 18 13 31

Francisco

Beltrão Universidade Paranaense – UNIPAR 22 28 50

Palmas Instituto Federal do Paraná – IFPR 29 21 50

Pato Branco Faculdade Mater Dei 37 22 59

Pato Branco Faculdade de Pato Branco – FADEP 33 18 51

Pato Branco Universidade Tecnológica Federal do Paraná –

UTFPR 25 9 34

Realeza Faculdade de Realeza - CESREAL 46 18 64

Total 346 234 580

FONTE: Dados da pesquisa, 2017.

Contudo, 19 questionários foram invalidados devido ao preenchimento incompleto

e/ou incorreto. Portanto, foram validados um total de 561 questionários, sendo 341 de

universitários ingressantes e 220 de universitários concluintes.

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3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Como instrumento de coleta de dados foi utilizado o questionário. Segundo Gil

(1989), o questionário é uma técnica que visa investigar, o qual é composto por um número

elevado de questões escritas, que são apresentadas às pessoas. O seu objetivo é verificar as

opiniões, as crenças, interesses, sentimentos e situações vividas pelos entrevistados.

O questionário é composto em três blocos, para atender aos objetivos. O primeiro

objetivo específico, que é identificar o perfil dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos,

dos cursos de administração, foi verificado no primeiro bloco com dezessete questões, em

que: seis questões tratam sobre o perfil dos universitários, como por exemplo, idade, moradia,

renda bruta, quais os tipos de dívidas; as questões de sete à dez tratam sobre a renda dos

entrevistados; e as demais estão relacionadas aos gastos, consumos e dívidas. Essas questões

foram baseadas no estudo de Trindade (2009).

O segundo bloco do questionário visou atender ao segundo objetivo específico, que

foi definido como: verificar a influência do significado do dinheiro na atitude ao

endividamento dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos, dos cursos de Administração.

Para atender a esse objetivo, foi utilizada a Escala do Significado do Dinheiro (ESD), de

Moreira e Tamayo (1999) constituída por oitenta e duas questões, para essa pesquisa foi

utilizada uma escala de dez pontos. A escala de dez pontos possibilita que os respondentes

tenham mais opções de respostas, o que resulta em dados menos distorcidos, não

proporcionando agrupamento de dados (DAWES, 2008).

Por fim, o último bloco de questões, também buscou atender ao segundo objetivo

específico, contudo, foi em relação ao endividamento, portanto foi utilizada a escala proposta

por Moura (2005). As questões que foram retiradas dessa escala foram especificamente as que

tratavam sobre o endividamento, no qual a autora denominou de Atitude ao Endividamento

(MOURA, 2005). A escolha dessas questões se deu devido ao objetivo da pesquisa, pois as

questões mensuram qual é o impacto moral que o endividamento causa na sociedade, qual o

tempo e o grau de autocontrole dos indivíduos. A exclusão das demais questões da escala de

Moura (2005), ocorreu, pois, as mesmas buscavam averiguar o materialismo, a

vulnerabilidade dos indivíduos, e essas questões não complementam o objetivo dessa

pesquisa. Assim, não fornecem base para discussão sobre o significado do dinheiro na atitude

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ao endividamento, segundo a percepção dos universitários. O questionário completo utilizado

nessa pesquisa encontra-se em Anexo (ANEXO A).

3.4 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS

Para facilitar o entendimento dos procedimentos estatísticos desse estudo, foi

elaborado o Quadro 5, o qual visa tornar mais explícito os objetivos do estudo e quais os

tratamentos estatísticos foram usados para atendê-los.

Quadro 5 – Resumo dos procedimentos estatísticos PROBLEMA DE PESQUISA

Quais os fatores que podem ser determinantes do endividamento dos acadêmicos de administração?

OBJETIVO GERAL

Verificar os fatores determinantes na atitude ao endividamento dos acadêmicos, dos primeiros e quartos anos,

dos cursos de Administração no Sudoeste do Paraná, no ano de 2017.

Objetivo Específico 1

Identificar o perfil dos acadêmicos

dos primeiros e quartos anos, dos

cursos de Administração no

Sudoeste do Paraná, no ano de

2017.

Objetivo Específico 2

Verificar a influência do

significado do dinheiro na atitude

ao endividamento dos acadêmicos

dos primeiros e quartos anos, dos

cursos de Administração no

Sudoeste do Paraná, no ano de

2017.

Objetivo Específico 3

Identificar as diferenças na atitude

ao endividamento entre os

acadêmicos dos primeiros e dos

quartos anos, dos cursos de

Administração no Sudoeste do

Paraná, no ano de 2017.

Tratamento estatístico dos dados Tratamento estatístico dos dados Tratamento estatístico dos dados

Análise de Cluster Análise Fatorial Teste t para médias emparelhadas

Estatística Descritiva Regressão Linear Múltipla

FONTE: Elaborado pela Autora, 2017.

Para identificar o perfil dos acadêmicos foram analisadas as questões um a dezessete

do questionário (ANEXO A), inicialmente utilizou-se a análise de cluster e em seguida a

estatística descritiva. Segundo Fávero et al. (2009) e HAIR et al. (2009), a análise de cluster

trata-se de uma técnica estatística de interdependência que permite agrupar os objetos

pesquisados em grupos homogêneos, em função de sua similaridade, com base em um

conjunto de características escolhidas, enquanto que a estatística descritiva visa descrever,

analisar e interpretar os dados numéricos de uma população ou amostra (FONSECA;

MARTINS, 2015).

Para verificar a influência do significado do dinheiro no processo de endividamento

dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos, inicialmente foi utilizada a técnica estatística

denominada de Análise Fatorial Exploratória para definir os fatores determinantes do

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significado do dinheiro e endividamento. Portanto, essa técnica foi aplicada nas duas escalas,

na ESD e na Atitude ao endividamento.

A Análise fatorial Exploratória é uma técnica estatística que permite, por meio da

avaliação de um conjunto de variáveis, identificar dimensões de variabilidade comuns

existentes em um conjunto de fenômenos (CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2014).

Conforme os autores, o objetivo é desvendar estruturas existentes, que são impossíveis de

serem analisadas diretamente, o que possibilita descrever um conjunto de variáveis originais

através da criação de números menores de fatores, ou seja, reduzir um grande número de

variáveis observadas em quantidades menores de fatores (FIGUEIREDO FILHO; SILVA

JÚNIOR, 2010). Essa técnica possibilita compreender as relações entre variáveis, em que as

dimensões resultam em significado, para o que representam coletivamente (HAIR et

al.,2009).

Para verificar se a análise fatorial exploratória é adequada a um conjunto de dados,

foi realizado primeiramente o teste de esfericidade de Bartlett e a medida de Kaiser-Meyer-

Olkin (KMO). A esfericidade de Bartlett possibilita verificar se a correlação existente entre as

variáveis é significativa, em que apenas alguns fatores representam a variabilidade dos dados.

Para que a esfericidade seja considerada estatisticamente significante o seu valor deve ser

inferior a 0,05. Para verificar a correlação entre os pares de variáveis, que explicam as demais

variáveis do estudo, utiliza-se o cálculo do KMO, em que seus valores devem adotar a

seguinte escala: entre 0,90 e 1 excelente; entre 0,80 e 0,89 bom; entre 0,70 e 0,79 mediano;

entre 0,60 e 0,69 medíocre; entre 0,50 e 0,59 ruim e entre 0 e 0,49 inadequado. Para que o

cálculo seja estatisticamente aceito, foram considerados valores maiores que 0,50

(FIGUEIREDO FILHO; SILVA JÚNIOR, 2010).

As variáveis devem possuir a proporção de sua variância igual ou superior a 0,50, ou

seja, a sua comunalidade, pois se estes valores forem inferiores, as variáveis são consideradas

com pouco poder de explicação para a construção dos fatores, necessitando assim serem

excluídas da análise (CORRAR, PAULO; DIAS FILHO, 2014). Para a estimação da carga

fatorial, foi utilizado o método dos componentes principais, pois esse método é recomendado

quando o pesquisador pretende determinar o menor número de fatores que expliquem a

variância máxima nos dados, verificando assim a adequabilidade dos dados (FIGUEIREDO

FILHO; SILVA JÚNIOR, 2010). Na sequência, foi realizada a escolha do número de fatores,

que conforme Corrar, Paulo e Dias Filho (2014), esse procedimento é um ponto fundamental,

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pois os fatores possuem o objetivo de sumarização do conjunto de variáveis. Nesse estudo foi

utilizado o critério de autovalor, esse tipo de critério relaciona quanto cada valor consegue

explicar da variância, ou seja, quanto da variância total pode ser associado a cada fator, assim

serão aceitos autovalores acima de 1,0 (HAIR et al., 2009; CORRAR; PAULO; DIAS

FILHO, 2014).

Com o intuito de facilitar o poder explicativo dos fatores foi realizada a rotação dos

fatores, o que permite rotacionar os eixos no espaço geográfico, possibilitando tornar mais

fácil a identificação de quais são as cargas e em quais componentes elas estão presentes,

tornando a interpretação dos fatores mais fácil. A rotação dos fatores não altera o total da

variância, o que ocorre é um rearranjo dos autovalores. Nesse estudo foi realizada a rotação

varimax, que tem como objetivo minimizar a ocorrência de uma variável possuir altas cargas

fatoriais para diferentes fatores, permitindo que uma variável seja identificada com um único

fator, e dessa forma, quando uma variável está presente em mais de um fator, esta deve ser

excluída e a análise fatorial deve ser realizada novamente (HAIR et al., 2009; CORRAR;

PAULO; DIAS FILHO, 2014).

Após a identificação dos fatores que influenciam no significado do dinheiro e na

atitude ao endividamento dos universitários, foi possível realizar a análise de regressão linear

múltipla, pois, a análise fatorial exploratória permitiu criar as variáveis independentes, que só

foram identificadas após a realização desta técnica. A regressão linear múltipla é usada para

analisar a relação entre uma única variável dependente, no caso desse estudo trata-se dos

fatores encontrados através da análise fatorial na escala de Atitude ao Endividamento, e várias

variáveis independentes, que foram obtidas através da análise fatorial na ESD. Para tal, foi

utilizado o método dos mínimos quadrados ordinários (MQO), com a finalidade de verificar a

influência de cada fator na atitude ao endividamento (DOWNING; CLARK, 2002; CORRAR;

PAULO; DIAS FILHO, 2014).

Foi verificado o coeficiente de determinação (R²), valor que indica o percentual de

variação total (Y) e explica as variáveis independentes. Esse coeficiente identifica a

capacidade explicativa do modelo, podendo variar de zero a um, quando R² possui valor um,

ocorre um ajustamento perfeito no modelo, ou seja, a regressão ajustada explicará 100% da

variável dependente (FÁVERO et al., 2009).

A aplicação do procedimento estatístico depende do cumprimento de um conjunto de

pressupostos. Na regressão é necessário verificar a normalidade e homocedasticidade dos

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resíduos, linearidade dos coeficientes, ausência de autocorrelação serial nos resíduos e

multicolinearidade entre as variáveis independentes (CORRAR; PAULO; DIAS FILHO,

2014).

O pressuposto de normalidade foi verificado através do teste de Kolmogorov-

Smirnov (K-S), que indica como as observações se dispõem de variáveis normais em toda a

extensão da amostra (CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2014). Para aferir o pressuposto de

homocedasticidade foi empregado o teste de Pesaran-Pesaran, que visa verificar a manutenção

constante na variância do resíduo. Para analisar a ausência de autocorrelação serial, foi

utilizado o teste de Durbim-Watson, o qual pressupõe que a correlação entre os resíduos, ao

longo das variáveis independentes, seja zero. E por fim, o pressuposto de multicolineariade,

ocorre quando duas vaiáveis independentes explicam o mesmo fato, pois, contêm informações

similares, para verificar esse pressuposto foi realizado o teste de inflação da variância (FIV)

(CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2014).

Após a identificação dos fatores que influenciam na atitude ao endividamento, foram

identificadas as diferenças na atitude ao endividamento entre os acadêmicos dos primeiros e

dos quartos anos. Para tanto, foi realizado o teste t para médias emparelhadas, que segundo

Fávero et al. (2009) serve para testar se as médias de duas amostras aleatórias são, ou não,

significativamente diferentes. Nesse caso, o teste foi realizado considerando que os alunos ao

cursarem a graduação adquirem diferentes atitudes ao endividamento.

Portanto, a hipótese nula (H0) pondera que não existem diferenças entre a atitude ao

endividamento dos universitários dos primeiros e quartos anos dos cursos de administração, e

a hipótese alternativa (H1) considera que existem diferenças entre a atitude ao endividamento

dos universitários dos primeiros e quartos do curso de administração.

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Esta seção está dividida em três partes, sendo que a primeira contém o perfil da

amostra, através de questões sobre a renda dos respondentes, gastos, consumos e dívidas. Na

segunda parte são considerados os resultados dos fatores do significado do dinheiro e na

atitude ao endividamento dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos, dos cursos de

Administração. Por fim, na última parte identificou-se as diferenças na atitude ao

endividamento entre os acadêmicos, dos primeiros e quartos anos.

4.1 PERFIL DOS ACADÊMICOS

4.1.1 Perfil dos Acadêmicos dos Primeiros Anos

A análise de cluster buscou verificar o perfil dos acadêmicos dos primeiros anos, dos

cursos de Administração no Sudoeste do Paraná no ano de 2017. Para tanto foram analisadas

as questões de um a dezessete em relação aos dados pessoais, renda, razões para as dívidas,

tipos de dívidas e como gastam sua renda.

Primeiramente foi realizado o cálculo da análise de conglomerados hierárquicos, o

qual possibilitou determinar uma hierarquia que representa a formação dos agrupamentos

(FAVÉRO et al., 2009). Para tal, foi utilizado o método aglomerativo, em que cada objeto ou

observação começa em grupos separados, e a cada rodada, os agrupamentos mais parecidos

são combinados, formando, assim, um novo agrupamento. Esse processo é repetido até que

todos os objetos estejam combinados em um único agrupamento (HAIR et al., 2009).

Para medir a distância entre os clusters foi utilizado o método da distância média o

qual trata da distância de dois grupos, como sendo, a distância média entre todos os seus pares

de indivíduos. Buscou-se agrupar os elementos em que a distância média era a menor

(FAVÉRO et al., 2009).

Através do cluster hierárquico foi identificada pela maior distância no coeficiente de

aglomeração a formação de 2 clusters, conforme apêndice A. Após isso, foi realizado o

método não hierárquico, o qual buscou identificar a melhor solução, a qual minimiza a

variância interna dos agrupamentos e maximiza a variância entre os grupos, e assim verificar

quais variáveis mais contribuíram para a solução dos clusters (HAIR et al., 2009). O método

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não hierárquico possibilitou verificar quais elementos foram mais significativos, descrito na

tabela 2. O Cluster 1 foi formado por cento e vinte oito acadêmicos, e o cluster 2 foi formando

por duzentos e treze acadêmicos.

Tabela 2 – ANOVA para conglomerados, para os acadêmicos dos primeiros anos

Cluster Erro

F Sig. Média ao

Quadrado Df Média ao Quadrado Df

Idade 66,510 1 0,807 339 82,442 0,000

Sexo 7,410 1 0,981 339 7,552 0,006

Estado civil 42,945 1 0,876 339 49,008 0,000

Filhos 43,199 1 0,876 339 49,341 0,000

Dependentes 42,125 1 0,879 339 47,941 0,000

Moradia 5,606 1 0,986 339 5,684 0,018

Ocupação 10,742 1 0,971 339 11,060 0,001

Renda bruta familiar 1,734 1 0,998 339 1,738 0,188

Renda bruta do acadêmico 2,453 1 0,996 339 2,463 0,117

Recebe ajuda financeira 9,376 1 0,975 339 9,613 0,002

Possui dívidas 252,668 1 0,258 339 980,796 0,000

Cheque Especial 4,889 1 0,989 339 4,946 0,027

Cartão de crédito 65,549 1 0,810 339 80,965 0,000

Empréstimo rural 1,092 1 1,000 339 1,092 0,297

Empréstimo pessoal 40,921 1 0,882 339 46,383 0,000

Financiamento de bens móveis 48,650 1 0,859 339 56,607 0,000

Financiamento de bens imóveis 33,385 1 0,904 339 36,911 0,000

Outras dívidas 33,547 1 0,904 339 37,110 0,000

Dívidas em atraso 96,682 1 0,718 339 134,701 0,000

Falta de planejamento 18,453 1 0,949 339 19,454 0,000

Desemprego ou queda na renda 27,996 1 0,920 339 30,418 0,000

Alto consumo 20,772 1 0,942 339 22,059 0,000

Alto juro 6,716 1 0,983 339 6,831 0,009

Empréstimo no nome 6,716 1 0,983 339 6,831 0,009

Problemas de saúde 5,022 1 0,988 339 5,082 0,025

Má orçamento 8,697 1 0,977 339 8,899 0,003

Acesso ao crédito 40,921 1 0,882 339 46,383 0,000

Baixo juro 19,000 1 0,947 339 20,065 0,000

Ausência de desconto 1,205 1 0,999 339 1,206 0,273

Outra razão para dívida 60,973 1 0,823 339 74,079 0,000

Com relação aos gastos 0,907 1 1,000 339 0,906 0,342

Com relação ao poupar 15,671 1 0,957 339 16,380 0,000

Gastos com a casa 24,256 1 0,931 339 26,042 0,000

Gastos com os filhos 9,048 1 0,976 339 9,268 0,003

Gastos com o marido/namorado (a) 3,817 1 0,992 339 3,849 0,051

Gastos com os outros 0,944 1 1,000 339 0,944 0,332

Gastos consigo 36,666 1 0,895 339 40,977 0,000

FONTE: dados da pesquisa, 2017.

Por meio da tabela 2 foi possível verificar quais elementos mais contribuíram para a

formação dos clusters, onde esses elementos são os que possuem maior valor da estatística F.

Portanto, os elementos foram os seguintes: possui dívidas (F = 980,796) e dívidas atrasadas (F

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= 134,701). Os elementos cuja contribuição não foi significante para a formação dos clusters

foram: renda bruta familiar, renda bruta do acadêmico, empréstimo rural, ausência de

desconto, gastos em relação ao que ganham, gastos relacionados com o marido/namorado (a)

e com os outros.

Os acadêmicos dos primeiros anos que formaram o cluster 1 são caracterizados pelos

elementos: possui dívidas ou financiamentos, o qual representa 90,63% dos acadêmicos,

desses 81,25% possuem alguma dívida em atraso. Os principais elementos relacionados ao

tipo de dívida, para o cluster 1 foram: cartão de crédito (35,16%); financiamento de bens

móveis (21,09%); empréstimo pessoal (17,97%); financiamento de bens imóveis (14,84%) e

outros tipos de dívidas (16,41%), desses, 57,14% declararam que as outras dívidas estavam

relacionadas ao Financiamento Estudantil (FIES). O cartão de crédito, financiamento de bens

móveis e imóveis, foram encontrados com grande relevância no estudo de Medeiros e Lopes

(2014), o estudo de Avdzejus, Santos e Santanta (2012) concluiu que o cartão de crédito e

financiamentos são relevantes para os acadêmicos, resultados também foram coerentes com

os estudos de Veludo-de-Oliveira, Ikeda e Santos (2004) e Falciano (2012), que identificaram

relação entre cartão de crédito e compra compulsiva, propiciando alto consumo entre jovens.

Os elementos que mais foram representativos para a formação desse cluster em

relação à principal razão que o levou à dívida foram, respectivamente: outras razões

(27,34%), sendo que essas estavam relacionadas à aquisição de bens (14,29%), investimentos

(8,57%) e falta de dinheiro (8,57%); acesso ao crédito (17,97%); desemprego ou queda na

renda (14,04%); alta propensão ao consumo (10,94%); baixa taxa de juro (10,16%); falta de

planejamento (20,31%); má gestão orçamentaria (5,47%); alta taxa de juro (3,13%);

empréstimo no nome (3,13%). Alguns desses resultados corroboraram com os encontrados

por Medeiros e Lopes (2014), como fácil acesso ao crédito, investimento, falta de

planejamento e má gestão orçamentária.

A formação desse cluster ocorreu com os acadêmicos mais velhos, em que a média

de idade foi de 23 anos, 71,09% são solteiros, 24,22% dos acadêmicos são casados e 4,69%

são divorciados ou separados. Esses dados corroboraram com as pesquisas de Santos (2012) e

Vieira et al. (2014), em que a idade média foi de 23 anos e a maioria dos acadêmicos são

solteiros (LUNARDI, 2012; SANTOS, 2012; VIEIRA et al., 2014). Mais da metade dos

acadêmicos que compuseram esse cluster são do sexo masculino (59,38%), corroborando com

Matsumoto et al., (2013), bem como grande parte dos acadêmicos não recebem qualquer tipo

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de ajuda financeira (72,66%), resultado encontrado por Avdzejus, Santos e Santanta (2012) e

Santos (2012), e 42,97% afirmaram que conseguem poupar apenas algumas vezes e 19,53%

raramente conseguem poupar. Dentre os respondentes do cluster 1, as ocupações mais

representantes foram: auxiliar administrativo (16,41%), vendedores (10,94% ) e auxiliares de

produção (5,47%). Esses resultados também foram significativos na pesquisa de Vieira et al.

(2014), em que as profissões dos acadêmicos com maior frequência para acadêmicos foram

auxiliar administrativo e vendedores.

Outros elementos significativos foram com relação aos filhos e dependentes, 24,22%

possuem filhos, dentre esses respondentes a média é de um filho por acadêmico, e 28,13%

possuem dependentes, com média de um para cada respondente. A maioria dos respondentes

moram em casa própria (66,41%); 25,78% dos respondentes moram em casas alugadas e

6,25% em casas financiadas. Cabe ressaltar que os elementos gastos com a casa e gastos com

os filhos também foram significantes para a formação do cluster, em média os acadêmicos

responderam que gastam 33,50% da sua renda com a casa e 25,69% com os filhos.

Novamente esses dados corroboraram com a pesquisa de Viera et al. (2014), em que a maioria

dos acadêmicos possuem em média um filho e moram com os pais.

A formação do cluster 2 ocorreu por acadêmicos que não possuíam dívidas ou

financiamento (95,30%). Esse resultado vai ao encontro com a pesquisa de Santos (2012),

Medeiros e Lopes (2014) e Souza et al. (2016), portanto, a maioria dos acadêmicos não

possuem dívidas em atraso, dentre os que possuem dívidas, 26,29% estão atrasadas. Os

elementos mais importantes para a formação do cluster, foram: cartão de crédito (97,18%);

financiamento de bens móveis (100%); empréstimo pessoal (100%); financiamento de bens

imóveis (100%) e outros tipos de dívidas (99,53%), o qual está relacionada ao Financiamento

Estudantil (FIES). Assim, os acadêmicos que compuseram esse cluster não possuem

financiamento de bens móveis e imóveis, não realizaram empréstimo pessoal, utilizam pouco

o cartão de crédito e apenas um acadêmico possui FIES, esses resultados também foram

encontrados por Souza et al. (2016).

Os elementos que foram mais representativos para a formação desse cluster, em

relação à principal razão que não levou à dívida foram: outras razões (99,53%), essa outra

razão está relacionada a cheque emprestado a família; acesso ao crédito (100%); desemprego

ou queda na renda (99,53%); alta propensão ao consumo (99,53%); baixa taxa de juro

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(99,53%); falta de planejamento (98,12%); má gestão orçamentária (99,53%); alta taxa de

juro (100%); empréstimo no nome (100%).

A formação desse cluster ocorreu com os acadêmicos mais novos, em que a média da

idade foi de 19 anos, 98,13% são solteiros, 1,40% dos acadêmicos são casados e 0,47% são

viúvos. Mais da metade dos acadêmicos que compuseram esse cluster são do sexo feminino

(55,87%), grande parte dos acadêmicos recebem ajuda financeira dos pais (56,81%) e 30,05%

afirmaram que conseguem poupar frequentemente e 17,84% conseguem poupar sempre. No

cluster 2, a porcentagem de respondentes que não trabalham correspondem a 30,05%,as

ocupações mais representantes foram: auxiliar administrativo (9,39%), vendedores (8,45% ) e

estagiário (4,69%). Esse elemento corroborou com a pesquisa de Medeiros e Lopes (2014) e

com a pesquisa de Vieira et al. (2014), na quais as profissões dos acadêmicos com maior

relevância foram auxiliar administrativo e vendedores.

Corroborando com as pesquisas de Santos (2012) e Vieira et al.(2014), a maioria dos

acadêmicos são solteiros, o estudo de Lunardi (2012) e Santos (2012) verificou que mais da

metade dos acadêmicos eram do sexo feminino, e o estudo de Lunardi (2012) concluiu que a

maior parte dos respondente conseguem poupar frequentemente, o qual corrobora com essa

pesquisa.

Outros elementos significativos foram com relação aos filhos e dependentes, 98,12%

não possuem filhos e 96,24% não possuem dependentes. A maioria dos respondentes moram

em casas próprias (79,34%), dado que corrobora com a pesquisa de Vieira et al. (2014),

16,90% dos respondentes moram em casas alugadas, 1,88% em casas financiadas e 1,88% em

outro tipo de moradia, sendo essa cedida ou em pensão. Cabe ressaltar que os elementos

gastos com a casa e gastos com os filhos também foram significantes para a formação dos

clusters, em média os acadêmicos responderam que gastam 26,83% da sua renda com a casa e

27,29% com os filhos.

Em síntese, o perfil dos acadêmicos dos primeiros anos de Administração, foram

formados por dois clusters. O cluster 1 foi composto por acadêmicos mais velhos, que

possuem dívidas e estas estão em atraso, os quais utilizam cartão de crédito, possuem

financiamento de bens móveis e imóveis e empréstimo pessoal, as dívidas foram

proporcionadas devido à falta de planejamento, desemprego ou queda na renda e por outras

razões. Os acadêmicos que formaram o cluster 2 são mais jovens, não possuem dívidas, a

maioria não utiliza cartão de crédito, não possuem financiamentos de bens móveis ou imóveis

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e também não possuem empréstimo pessoal, bem como a maioria dos acadêmicos não

trabalham e recebem ajuda financeira dos pais.

4.1.2 Perfil dos Acadêmicos dos Quartos anos

A análise de cluster verificou o perfil dos acadêmicos dos quartos anos, dos cursos de

Administração no Sudoeste do Paraná, no ano de 2017. Para tanto foram analisadas as

questões de um a dezessete, em relação aos dados pessoais, renda, razões para as dívidas,

tipos de dívidas e como gastam sua renda.

Primeiramente foi realizado o cálculo utilizando a análise de conglomerados

hierárquicos, o qual buscou uma hierarquia na representação dos agrupamentos. Portanto, foi

utilizado o método aglomerativo, em que os agrupamentos mais parecidos são combinados

para medir a distância entre os clusters foi utilizado o método da distância média.

Através do cluster hierárquico foi identificada, pela maior distância no coeficiente de

aglomeração, a formação de 2 clusters, conforme apêndice B. Após isso, foi realizado o

método não hierárquico, que verificou quais variáveis mais contribuíram para a solução dos

clusters. O método não hierárquico, possibilitou identificar quais elementos foram mais

significativos, os quais estão descritos na tabela 3. O Cluster 1 foi formado por cento e três

acadêmicos, enquanto o cluster 2 foi formando por cento e quatorze acadêmicos, em que

foram identificados três casos com missing, que são valores perdidos e estes não foram

considerados no cálculo.

Tabela 3 – ANOVA para conglomerados, para os acadêmicos dos quartos anos

Cluster Erro

F Sig. Média ao

Quadrado Df Média ao Quadrado Df

Idade 852,475 1 31,837 215 26,776 0,000

Sexo 0,525 1 0,244 215 2,153 0,144

Estado civil 5,811 1 0,171 215 34,074 0,000

Filhos 5,396 1 0,115 215 47,100 0,000

Dependentes 3,476 1 0,107 215 32,357 0,000

Moradia 10,727 1 0,571 215 18,798 0,000

Ocupação 201,573 1 635,540 215 0,317 0,574

Renda bruta familiar 62,374 1 12,877 215 4,844 0,029

Renda bruta do acadêmico 15,298 1 3,976 215 3,847 0,051

Recebe ajuda financeira 0,008 1 0,479 215 0,017 0,896

Possui dívidas 4,737 1 0,228 215 20,741 0,000

Cheque Especial 0,009 1 0,062 215 0,144 0,704

continua

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Tabela 3 – ANOVA para conglomerados, para os acadêmicos dos quartos anos (continuação) Cartão de crédito 0,006 1 0,494 215 0,012 0,912

Empréstimo rural 0,558 1 0,305 215 1,828 0,178

Empréstimo pessoal 2,212 1 1,673 215 1,322 0,252

Financiamento de bens móveis 0,831 1 2,657 215 0,313 0,577

Financiamento de bens imóveis 91,296 1 4,025 215 22,685 0,000

Outras dívidas 7,179 1 5,354 215 1,341 0,248

Dívidas em atraso 16,297 1 1,056 215 15,433 0,000

Falta de planejamento 0,079 1 0,073 215 1,091 0,297

Desemprego ou queda na renda 0,252 1 0,107 215 2,351 0,127

Alto consumo 0,076 1 0,283 215 0,269 0,604

Alto juro 1,066 1 0,287 215 3,711 0,055

Empréstimo no nome 0,332 1 0,677 215 0,491 0,484

Problemas de saúde 0,000 1 0,000 215 . .

Má orçamento 1,350 1 2,374 215 0,569 0,452

Acesso ao crédito 8,391 1 8,290 215 1,012 0,316

Baixo juro 45,169 1 6,630 215 6,812 0,010

Ausência de desconto 1,492 1 1,819 215 0,820 0,366

Outra razão para dívida 6,189 1 15,719 215 0,394 0,531

Com relação aos gastos 2,542 1 1,489 215 1,707 0,193

Com relação ao poupar 0,209 1 0,518 215 0,402 0,527

Gastos com a casa 51619,272 1 249,523 215 206,872 0,000

Gastos com os filhos 4659,426 1 140,300 215 33,210 0,000

Gastos com o marido/namorado (a) 1843,630 1 146,634 215 12,573 0,000

Gastos com os outros 3,847 1 111,714 215 0,034 0,853

Gastos consigo 113188,357 1 275,335 215 411,094 0,000

FONTE: dados da pesquisa, 2017.

Através da tabela 3 verificou-se quais elementos mais contribuíram para formação

dos clusters, onde esses elementos são os que possuem maior valor da estatística F, portanto,

foram os elementos: gastos consigo (F= 411,094), gastos com a casa (F= 206,872) e filhos

(F=33,210). Os elementos que menos contribuíram para a formação dos clusters foram: cartão

de crédito, ajuda financeira e gastos com os outros.

Os acadêmicos dos quartos anos que formaram o cluster 1 são caracterizados pelos

elementos: gastos consigo, o qual representa 69,17% da renda dos acadêmicos, gastos com a

casa também foi representativo, em que os acadêmicos gastam 11,81% de sua renda. Esses

dados corroboraram com os encontrados por Medeiros e Lopes (2014), onde a decisão de

gastar foi primeiro consigo e depois com a casa. A formação desse cluster foi representada

por acadêmicos mais novos, com idade média de 22 anos, o qual corrobora com Vieira et al.

(2008), esses acadêmicos não possuem filhos, apenas um acadêmico possui um dependente, a

maioria são solteiros, uma representatividade de 94,17%, esses resultados também foram

encontrados por Oliveira (2010), dentre os que possuem gastos com cônjuge ou namorado (a),

os acadêmicos gastam em média 17,83% de sua renda. Alguns resultados corroboraram com

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Lunardi (2012) e Vieira et al. (2014), nos quais a maioria dos acadêmicos são solteiros e não

possuem filhos.

Com relação às dívidas, 38,83% dos acadêmicos afirmaram possuir algum tipo de

dívida. Os estudos de Santos (2012) e Medeiros e Lopes (2014), também identificaram que há

menos acadêmicos com dívidas, e dentre estes 0,97% estão em atraso. A dívida mais

significante para os acadêmicos foi financiamento com imóveis, porém somente 1,94%

possuem esse tipo de dívida, pois 85,44% dos acadêmicos moram em casa própria, 10,68%

moram em casas alugadas e 1,94% moram em outros tipos de moradias. O estudo de Santos

(2012), também encontrou financiamento de bens imóveis com pouca proporção entre os

acadêmicos. A principal razão para a dívida está relacionada com a baixa taxa de juro, porém

representa apenas 3,88% dos acadêmicos.

Ao analisar a formação do cluster 2 observou-se que ocorre o inverso do cluster 1.

Os elementos gastos consigo diminuem, enquanto os gastos com a casa aumentam. Os

acadêmicos gastam em média 23,44% da sua renda consigo e 42,70% com a casa. A formação

desse cluster ocorreu com os acadêmicos mais velhos, possuem idade média de 26 anos,

31,58% dos acadêmicos possuem filhos, em média um filho por acadêmico, e 26,31%

possuem dependentes, em média um dependente por acadêmico. Com relação aos gastos com

os filhos os respondentes gastam em média 9,47% da sua renda. Os acadêmicos são 63,16%

solteiros, 35,09% casados e 1,75% separados, os que possuem cônjuge ou namorado (a)

gastam em média 18,08% da sua renda com eles.

Com relação às dívidas, 68,42% dos acadêmicos às possuem, desses 6,14% estão

com dívidas em atraso. A dívida mais significante para os acadêmicos foi financiamento com

imóveis, representando 24,56% dos acadêmicos, nos estudos de Avdzejus, Santos e Santanta

(2012) e Medeiros e Lopes (2014), financiamento de bens imóveis também apresentou

relevância significativa. Contudo, apenas 12,28% reafirmaram haver casa financiada, 57,02%

dos acadêmicos moram em casa própria, 26,31% moram em casa alugadas e 3,51% moram

em outros tipos de moradias. A principal razão para a dívida está relacionada com a baixa taxa

de juro, a qual representa 14,04% dos acadêmicos.

Em síntese, o perfil dos acadêmicos dos quartos anos de Administração, foi formado

por dois clusters. O cluster 1 foi formado por acadêmicos mais novos, a maioria são solteiros,

não possuem filhos, e gastam grande parte da sua renda consigo. Com relação às dívidas, a

maioria não as possuem, em consequência há poucos acadêmicos com dívidas em atraso, a

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dívida significante foi apenas financiamento de bens imóveis, o que ocorre com poucos

acadêmicos. Ao analisar o cluster 2, os resultados se invertem, o cluster é formado por

acadêmicos mais velhos, os quais têm filhos e dependentes, gastam a maioria da sua renda

com a casa, mais da metade detém algum tipo de dívida, em que a principal é financiamento

de bens imóveis e a principal razão para a dívida está relacionada com a baixa taxa de juro.

4.2 SIGNIFICADO DO DINHEIRO NO PROCESSO DE ENDIVIDAMENTO

Para verificar a influência do significado do dinheiro na atitude ao endividamento

dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos foi realizada a análise fatorial, a qual define os

fatores determinantes do significado do dinheiro e atitude ao endividamento. Portanto, essa

técnica foi aplicada nas duas escalas, na ESD, que contempla as questões de um a oitenta e

dois, e na Escala de Atitude ao Endividamento, das questões oitenta e três a noventa e um.

Após a identificação dos fatores que compõem o significado do dinheiro no processo de

endividamento foi realizada a análise de regressão linear múltipla, com o objetivo de verificar

quais fatores do significado do dinheiro influenciam na atitude ao endividamento.

4.2.1 Significado do dinheiro na atitude ao endividamento dos acadêmicos dos primeiros

anos

Primeiramente, foi realizada a análise fatorial na ESD, para verificar quais fatores

influenciam no significado do dinheiro na percepção dos acadêmicos, conforme descrito na

seção da metodologia. As variáveis foram denominadas de VARXX, de acordo com o

respectivo número da questão, por exemplo, a primeira questão: “Dinheiro facilita a vida

sexual das pessoas”, foi denominada de VAR01 e assim foram denominadas todas as demais

variáveis, as variáveis e suas respectivas denominações estão descritas no Anexo B.

Para verificar a adequação dos dados, inicialmente foi verificada a comunalidade de

cada variável, a qual deveria ser igual ou superior a 0,50 (HAIR et al., 2009). Ainda para o

autor, é necessário verificar as variáveis que apresentam cargas fatoriais abaixo de 0,40, ou

seja, as que não atendem o nível mínimo de interpretação de estrutura, pois não são

significantes, e também devem ser analisadas as variáveis que possuem altas cargas fatoriais,

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pois estas possuem estrutura complexa, com cargas acima de 0,40 em mais de um fator.

Portanto, foi necessária a exclusão das variáveis que não atendem a esses princípios.

Desse modo, foram excluídas da análise por possuírem baixa comunalidade as

variáveis: VAR02; VAR09; VAR24; VAR28; VAR29; VAR41; VAR46; VAR48; VAR58;

VAR71. As variáveis excluídas da análise, por baixa carga fatorial foram as seguintes:

VAR01; VAR03; VAR04; VAR07; VAR08; VAR12; VAR16; VAR18; VAR19; VAR25;

VAR27; VAR31; VAR33; VAR36; VAR40; VAR44; VAR61; VAR64; VAR66; VAR67;

VAR72; VAR77; VAR78; VAR81; VAR82. E também foram excluídas da análise as

variáveis com altas cargas fatoriais em mais de um fator, as quais foram: VAR05; VAR10;

VAR11; VAR13; VAR14; VAR15; VAR22; VAR23; VAR39; VAR50; VAR54; VAR65;

VAR70; VAR79.

Para a exclusão dessas variáveis, seja por comunalidades, baixas cargas fatoriais ou

elevadas cargas fatoriais em dois fatores, foi adotado o seguinte procedimento: primeiramente

foram analisadas as comunalidades, seguidas de baixas cargas fatoriais e elevadas cargas

fatoriais em ambos os fatores, ao identificar alguma dessas irregularidades as variáveis eram

excluídas e a análise fatorial era realizada novamente, ao todo foram realizadas oito vezes os

cálculos.

Para verificar a adequabilidade do conjunto de dados, foi realizado o teste de

esfericidade de Bartlett, em que para ser significante seu valor deve ser inferior a 0,05, e o

teste de KMO, o qual deve possuir valor superior a 0,50. A Tabela 4 apresenta os dados

encontrados para os testes.

Tabela 4 – Teste de Bartlett e KMO da ESD, para os acadêmicos dos primeiros anos

KMO 0,818

Esfericidade de Bartlett 3259,028

Df 528

Sig 0,000

FONTE: Análise dos dados (2017)

O teste de KMO obteve valor 0,818, segundo Figueiredo Filho (2010), valores entre

0,80 e 0,89 são considerados bons. O teste de Bartlett apresentou valor de 3259,028 e se

mostrou significativo, pois obteve nível de significância (sig.) igual a 0,000.

Para a determinação do número de fatores, foi optado pelo método de autovalor, no

qual foram aceitos autovalores acima de 1,0. As cargas fatoriais das variáveis que compõe

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cada fator encontram-se em apêndice (APÊNDICE C). A Tabela 5 apresenta a variância

explicada pelos fatores.

Tabela 5 – Fatores extraídos da ESD, com os respectivos autovalores, dos acadêmicos dos primeiros anos

Fatores Autovalores Variância explicada

Percentual Acumulada

Fator 1 – Poder 6,436 19,503 19,503

Fator 2 – Conflito 2,450 7,423 26,926

Fator 3 – Felicidade 2,319 7,029 33,954

Fator 4 – Cultura 1,879 5,694 39,648

Fator 5 - Espiritualidade 1,597 4,838 44,487

Fator 6 – Neurose 1,296 3,928 48,415

Fator 7 – Desapego 1,188 3,600 52,015

Fator 8 – Sofrimento 1,105 3,349 55,364

Fator 9 – Interesse 1,071 3,247 58,611

Fator 10 - Estabilidade 1,035 3,136 61,747

FONTE: Análise dos dados (2017)

Segundo o critério de percentagem da variância, descrito por Hair et al. (2009), que

trata da variância acumulada dos fatores, determina-se que a variância acumulada para ser

satisfatória deve explicar 60% ou mais da variância acumulada total. Os dados encontrados

nessa análise corroboraram com o número de fatores encontrados e a percentagem da

variância acumulada, ou seja, o critério de autovalores determina que os fatores devem

possuir autovalores acima de um, nesse caso foi encontrado dez fatores com autovalores

acima de um e estes explicam 61,747% da variância acumulada. Portanto, cada fator está

descrito com suas respectivas variáveis, no Quadro 6.

Quadro 6 – Fatores extraídos da Análise Fatorial, da ESD, e suas respectivas variáveis, para os

acadêmicos dos primeiros anos

Fatores Variáveis

Fator 1 – Poder VAR20; VAR32; VAR34; VAR38; VAR49; VAR53; VAR59; VAR60;

VAR68; VAR69.

Fator 2 – Conflito VAR30; VAR43; VAR51; VAR63; VAR76.

Fator 3 – Felicidade VAR42; VAR77; VAR52; VAR62.

Fator 4 – Cultura VAR37; VAR56; VAR75.

Fator 5 - Espiritualidade VAR35; VAR73; VAR74; VAR80.

Fator 6 – Neurose VAR45; VAR57.

Fator 7 – Desapego VAR26; VAR55.

Fator 8 – Sofrimento VAR06.

Fator 9 – Interesse VAR17.

Fator 10 - Estabilidade VAR21.

FONTE: Análise dos dados (2017)

A partir da formação dos fatores, através das variáveis, foi possível atribuir

significado a eles, ou seja, nomeá-los. Essa etapa envolve interpretação dos padrões das

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cargas fatoriais das variáveis, inclusive interpretação dos seus sinais (HAIR et al., 2009).

Ainda para o autor, as variáveis com maiores cargas fatoriais influenciam mais na escolha do

nome, que representa o fator. Dessa forma, os fatores da ESD para os acadêmicos dos

primeiros anos foram nomeados, conforme a descrição a seguir.

O primeiro fator é composto por dez variáveis, a VAR69 é a que possui maior carga

fatorial, com 0,715. Essa variável trata sobre a classe pobre ser excluída dos direitos sociais,

nessa perspectiva, as demais variáveis tratam sobre: quem é rico impõe sua personalidade; as

pessoas se submetem ao dinheiro; autoridade que o dinheiro proporciona; dentre outras.

Devido às variáveis que o compõem esse fator, ele foi denominado de Poder.

Este fator aborda o aspecto positivo e negativo do dinheiro, no qual o dinheiro gera

influência e supremacia sobre as pessoas. Este fator é comumente encontrado nos estudos, de

forma que corrobora com Trindade (2009), em que mulheres associam positivamente o poder

que o dinheiro proporciona na propensão ao endividamento. Este resultado também foi obtido

na pesquisa de Barros e Jeunon (2012), no qual o poder é característico para o significado do

dinheiro em homens e mulheres. O estudo de Lunardi (2012) encontrou o poder como fator

positivo e negativo para acadêmicos, o qual corrobora com este estudo, em que o dinheiro é

visto como poder para manipular as pessoas e normas, bem como excluir e sobressair por

cima de quem possui menos dinheiro.

O segundo fator foi denominado de Conflito, pois, as variáveis que o compõem estão

atreladas as desavenças, desconfianças, inveja e interesses. Essas variáveis possuem atributos

negativos em relação ao dinheiro, conforme Moreira e Tamayo (1999). As variáveis que

possuem maior carga fatorial, primeiramente é a VAR51 (0,738) em que o “Dinheiro provoca

traições”, seguido da VAR76 sobre desconfianças entre as pessoas (0,735).

O fator Conflito é encontrado em diversos estudos sobre significado do dinheiro. O

estudo de Moreira (2002) encontrou médias maiores na região norte e nordeste do Brasil, que

no sul. Acadêmicos afirmam que o dinheiro propicia o conflito (OLIVEIRA, 2010;

LUNARDI, 2012; BUFFON; MELLO, 2016), o qual influencia a escolha do curso

(OLIVEIRA, 2010) e na valorização profissional (OLIVEIRA, 2010; BUFFON; MELLO,

2016). O estudo de Trindade (2009) e Vieira et al. (2014), demostraram que mulheres

percebem o dinheiro como causador de conflito. Este fator também foi encontrado por Lauer-

Leite et al. (2014), porém em crianças, no qual o dinheiro também é visto como causador de

conflitos e distanciamento das pessoas.

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O terceiro fator é composto por quatro variáveis, as quais tratam sobre felicidade. A

variável com maior carga fatorial foi a VAR42 (0,830), que diz respeito ao dinheiro atrair

felicidade. Seguido pela variável VAR62 (0,785), em que o dinheiro ajuda a ser feliz. Devido

a essas características esse fator foi denominado de Felicidade. Esse atributo surgiu com o

consumo moderno, como orientação ao materialismo (BELK, 1985).

As variáveis deste fator foram encontradas no fator Prazer por Moreira e Tamayo

(1999), entretanto, os autores encontram outras variáveis que estão relacionadas à vida sexual,

viajar, convivência familiar, a relações amorosas e esquecimento de problemas. Contudo,

essas variáveis foram excluídas da análise por incongruência em suas cargas fatoriais. As

variáveis encontradas nesse fator possuem uma abordagem positiva ao se tratar sobre dinheiro

(MOREIRA; TAMAYO, 1999). Os estudos de Oliveira (2010) e Buffon e Mello (2016),

também encontraram fator Felicidade em acadêmicos, entretanto, como propulsor na escolha

do curso de graduação. Já o estudo de Barros e Jeunon (2012), demostrou que os acadêmicos

consideram a felicidade como um dos principais atributos relacionados ao dinheiro. O estudo

de Santos (2012), encontrou o fator felicidade como característica dos acadêmicos, os quais o

relacionam ao consumo e materialismo.

O quarto fator, Cultura, foi assim nomeado por suas variáveis tratarem sobre

desenvolvimento de artes, pesquisas científicas e eventos culturais. A variável com maior

carga fatorial foi a VAR56, com carga fatorial de 0,825, sobre investimento em pesquisas

científicas.

A Cultura é um fator positivo sobre o dinheiro, como promotor do desenvolvimento

cultural, conforme definido por Moreira e Tamayo (1999). O estudo de Moreira (2002)

encontrou o fator cultura, como o terceiro mais importante, na região norte do país. As

pesquisas de Lunardi (2012) e Vieira et al. (2014) demostraram que o fator cultura também

influencia na percepção dos acadêmicos sobre o significado do dinheiro, a qual influencia

positivamente no endividamento. A pesquisa de Oliveira (2010), encontrou o fator cultura, o

qual foi denominado de Desenvolvimento sociocultural, com influência negativa para o

significado do dinheiro na escolha profissional dos acadêmicos, ou seja, quanto maior a

preocupação do acadêmico como desenvolvimento sociocultural, menor será a importância do

dinheiro na escolha profissional.

O quinto fator trata sobre temas relacionados a seguro de vida, convênios de saúde,

que conforme Moreira e Tamayo (1999) tratam sobre estabilidade que o dinheiro proporciona,

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contudo as variáveis com alta carga fatorial deste fator estão relacionadas a crenças

espirituais, a fé, em que os autores denominaram de Desapego. A variável com maior carga

fatorial foi a VAR74 (0,666), onde as recompensas espirituais são mais importantes que o

dinheiro. Assim, esse fator foi denominado de Espiritualidade.

Esse fator foi encontrado na pesquisa de Oliveira (2010), em que o autor nomeou de

Desapego, contudo as variáveis que compõe este fator são as mesmas que compõe o fator

Espiritualidade, a qual não influencia na escolha do curso acadêmico e nem na valorização

profissional. O estudo de Lunardi (2012), também encontrou as mesmas variáveis que

compõem o fator Espiritualidade, o qual também foi denominado de desapego, em

acadêmicos.

O sexto fator, composto por duas variáveis, trata sobre conflito, de acordo com

Moreira e Tamayo (1999). Contudo, as variáveis versam sobre neuroses que o dinheiro

provoca e ao respeito do descontrole emocional , com maior carga fatorial 0,701 e 0,665,

respectivamente. Portanto, esse fator foi nomeado de Neurose.

O sétimo fator é composto por duas variáveis, a VAR26, que trata sobre desapego

das coisas materiais, com maior carga fatorial (0,768) e a VAR55, em que as pessoas

deveriam dar menos importância a bens materiais. Devido a essas características foi

denominado de Desapego, o qual esta associado à dimensão negativa do dinheiro

(MOREIRA; TAMAYO, 1999). Esse fator também foi encontrado nos estudos de Trindade

(2009), em mulheres; Rosa e Milani (2014) e Lunardi (2012), em acadêmicos. Esse fator,

segundo Moreira (2002), é o quarto fator mais significando para o dinheiro na região do

nordeste, o quinto para as regiões, norte, sul e distrito federal e o sétimo para a região do

sudeste do país.

O oitavo fator, é composto por uma variável apenas, a VAR06, a qual trata sobre

“Dinheiro é uma coisa complicada para mim” com carga fatorial de 0,800. Conforme Moreira

e Tamayo (1999) essa variável encontra-se no fator Sofrimento, de seu estudo, que faz parte

da dimensão negativa do dinheiro. Portanto, esse fator foi denominado de Sofrimento.

No estudo de Moreira (2002), o fator Sofrimento foi o que menos influenciou na

percepção do dinheiro em todas as regiões do país. Este fator também foi encontrado em

acadêmicos, nos estudos de Santos et al. (2008), Vieira et al. (2008), Oliveira (2010), Lunardi

(2012), Rosa e Milani (2014) e Viera et al. (2014).

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O nono fator é composto por apenas uma variável, a qual diz respeito ao dinheiro

provocar jogos de interesse, e sua carga fatorial foi de 0,797. Essa variável compõe o fator

Desigualdade, definido por Moreira e Tamayo (1999), com uma dimensão negativa do

dinheiro, contudo, esse fator foi denominado de Interesse.

O décimo fator também possui uma única variável, VAR21 “Tenho medo de gastar

mais do que posso”, com carga fatorial de 0,851. Portanto, denominado de Estabilidade, esse

fator esta associado à dimensão positiva do dinheiro, de acordo com Moreira e Tamayo

(1999). O estudo de Moreira (2002), encontrou o fator Estabilidade como o mais importante

para todas as regiões do país. Os estudos de Oliveira (2010); Lunardi (2012); Vieira et al.

(2014) encontraram este fator em acadêmicos e Trindade (2009) em mulheres.

Para verificar os fatores mais significantes para a Escala de Atitude ao

Endividamento, o mesmo procedimento realizado com a ESD foi aplicado a essa escala. Na

análise das comunalidade das variáveis, foram identificadas as variáveis VAR84; VAR86;

VAR88; VAR90, com baixo poder explicativo, ou seja, valores menores que 0,50. Portanto,

essas variáveis foram excluídas, e a análise fatorial foi realizada novamente, e, ainda houve

uma variável que não atendeu ao princípio da comunalidade, VAR85, e foi excluída também.

Novamente foi realizada a análise fatorial, e nenhuma comunalidade foi encontrada, assim,

todas as variáveis possuíram valores superiores a 0,50. O teste de esfericidade de Bartlett,

com valor significante inferior a 0,05 e o KMO, com valor superior a 0,50 se apresentou

significativo, conforme a Tabela 6.

Tabela 6 – Teste da esfericidade de Bartlett e o KMO da Atitude ao Endividamento, para os acadêmicos

dos primeiros anos

KMO 0,507

Esfericidade de Bartlett 205,826

Df 6

Sig. 0,000

FONTE: Análise dos dados (2017)

A escolha do número de fatores também ocorreu através do método de autovalor. A

carga fatorial das variáveis que compõem cada fator encontra-se em apêndice (APÊNDICE

D). A Tabela 7 apresenta a variância explicada pelos fatores.

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Tabela 7 – Fatores extraídos da Escala de Atitude ao Endividamento, com os respectivos autovalores dos

acadêmicos dos primeiros anos

Fatores Autovalores Variância explicada

Percentual Acumulada

Fator 1 – Preferência de pagamento 1,702 42,538% 42,538%

Fator 2 – Domínio 1,139 28,466% 71,004%

FONTE: Análise dos dados (2017)

Segundo o critério de percentagem da variância, descrito por Hair et al. (2009), a

variância acumulada dos fatores corroborou com o número de fatores encontrados, ou seja, a

variância total para ser satisfatória deve explicar 60% ou mais da variância acumulada total,

nesse caso obteve-se 71,004%, e os autovalores superiores a um. No Quadro 7 é possível

verificar quais variáveis compõe cada fator da Escala de Atitude ao Endividamento.

Quadro 7 – Fatores extraídos da Análise Fatorial, da Escala de Atitude ao Endividamento, e suas

respectivas variáveis, para os acadêmicos dos primeiros anos

Fatores Variáveis

Fator 1 – Preferência de pagamento VAR87; VAR89

Fator 2 – Domínio VAR83; VAR91

FONTE: Análise dos dados (2017)

Novamente a nomeação dos fatores ocorreu de acordo com Hair et al. (2009), o qual

buscou nomeá-los de acordo com a interpretação dos padrões das cargas fatoriais das

variáveis, inclusive interpretação dos seus sinais. Ainda para o autor, as variáveis com

maiores cargas fatoriais influenciam mais na escolha do nome, que representa o fator. Assim,

foram nomeados os fatores da Escala de Atitude ao Endividamento, dos acadêmicos dos

primeiros anos.

O primeiro fator é composto por duas variáveis, as quais tratam sobre o parcelamento

das compras. A variável com maior carga fatorial foi a VAR89, com 0,909. A alta carga

fatorial demonstrou uma maior correlação entre as variáveis, indicando uma clara associação

entre a variável e o fator (HAIR et al.,2009). Esse fator foi denominado de Preferência de

Pagamento, conforme Moura (2005), as variáveis que compõe este fator estão relacionadas à

preferência de tempo. Ainda para a autora, a preferência entre valor e tempo, consumir hoje e

consumir no futuro, são representações de opções que os indivíduos têm de escolher, as quais

influenciam nas suas decisões financeiras e decisões para contrair dívidas.

Esse resultado corroborou com os estudos de Trindade (2009) e Santos (2012). O

estudo de Trindade (2009) realizado com mulheres demostrou que as elas apresentaram

tendência ao consumo de compras parceladas. O estudo de Santos (2012) encontrou esse

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resultado em acadêmicos de Administração, além desse fator, o autor encontrou Impacto

Moral e Grau de Autocontrole, que influenciam no endividamento dos acadêmicos.

O segundo fator, também composto por duas variáveis, possui maior carga fatorial

para a VAR83 (0,805), conforme Moura (2005), faz parte do constructo Impacto Moral na

sociedade, a qual diz respeito às crenças presentes na sociedade, e o julgamento da sociedade

sobre os que possuem dívidas. E a segunda variável, VAR91, compõe o constructo, definido

pela autora, como Grau de Autocontrole, que compreende a gestão financeira do indivíduo, a

habilidade de gerir seus próprios recursos, e de manter o seu orçamento sobre controle.

Assim, esse fator foi nomeado de Domínio. Esses dois fatores foram encontrados no estudo de

Santos (2012), em acadêmicos do curso de Administração, porém, não fazem parte de um

único fator, conforme essa pesquisa.

A partir do exposto, verificou-se que os acadêmicos dos primeiros anos possuem

dimensões positivas e negativas do dinheiro. Os fatores que se destacaram sobre o significado

do dinheiro foram: Poder, apesar de possuir tanto as dimensões positiva quanto negativa do

dinheiro, conforme Moreira e Tamayo (1999), nesse estudo se caracterizou de forma negativa;

seguido do fator Conflito, o qual possui uma abordagem negativa do dinheiro; e na sequência

o fator Felicidade, com uma perspectiva positiva do dinheiro. Portanto, foram encontrados

três fatores com dimensões positivas (Felicidade, Cultura e Estabilidade) e sete fatores com

dimensões negativas sobre dinheiro (Poder, Conflito, Espiritualidade, Neurose, Desapego,

Sofrimento e Interesse). Para Barros e Jeunon (2012), os universitários que estão começando a

vida econômica tendem a associar o dinheiro de forma positiva. Ainda para os autores, ver o

dinheiro de forma negativa diminui conforme ocorrem as progressões financeiras. Esse estudo

corrobora com a pesquisa de Wernimont e Fitzpatrick (1972), onde acadêmicos possuem uma

visão mais negativa do dinheiro do que as pessoas que já estão inseridas no mercado de

trabalho.

Com relação à atitude ao endividamento, percebeu-se que os acadêmicos preferem

fazer compras parceladas, e os mesmos não veem problemas em ter dívidas se podem pagá-

las, mas não acham certo gastar mais do que ganham. Essas variáveis formaram os fatores

Preferência de pagamento e Domínio. Moura (2005), demostrou em seu estudo, que quanto

maior for à atitude ao endividamento maior será o volume de consumo para dívidas. Onde

indivíduos com baixa vulnerabilidade financeira, com rendas mais elevadas e maior

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escolaridade, possuem maiores facilidades de obterem dívidas, principalmente as de

financiamento para consumo.

Após a extração dos fatores, através da análise fatorial, os quais foram identificados

Poder, Conflito, Felicidade, Cultura, Espiritualidade, Neurose, Desapego, Sofrimento,

Interesse e Estabilidade, como significativos para o significado do dinheiro, foi possível a

realização da regressão linear múltipla. Esses fatores formaram as variáveis independentes na

regressão linear múltipla.

Os fatores que formaram a atitude ao endividamento dos acadêmicos foram

Preferência de Pagamento e Domínio, esses fatores constituíram as variáveis dependentes da

regressão linear múltipla. Através desses dois conjuntos de fatores foram desenvolvidos dois

modelos para a regressão linear múltipla, ou seja, cada fator na atitude ao endividamento

formou um modelo, os quais foram analisados juntamente com todos os fatores do significado

do dinheiro.

O primeiro modelo constitui-se de todos os fatores que compõe o significado do

dinheiro, e a variável dependente, o fator Preferência de Pagamento. A Tabela 8 demostra os

coeficientes dos fatores significativos, que influenciam na Preferência de Pagamento,

utilizando o modelo dos mínimos quadrados ordinários e o método de geração do resultado

denominado de stepwise, o qual apresenta apenas as variáveis significativas.

Tabela 8- Coeficientes significativos para Preferência de Pagamento, dos acadêmicos dos primeiros anos

Modelo Coeficientes não Padronizados Coeficientes Padronizados

t Sig. B Erro Padrão Beta

(Constant) -4,835E-17 0,053 0,000 1,000

Sofrimento 0,177 0,053 0,117 3,348 0,001

Cultura -0,131 0,053 0,131 -2,478 0,014

Felicidade 0,114 0,053 0,114 2,168 0,031

FONTE: Análise dos dados (2017)

Os fatores significativos que influenciam na Preferência de Pagamento foram

Sofrimento, Cultura e Felicidade, sendo que Cultura influência negativamente, ou seja, esse

fator tem impacto negativo sobre a preferência de pagamento. As variáveis significativas

explicam 5,3% da variável dependente, Preferência de Pagamento (R² ajustado 0,053). Na

Tabela 9 encontrasse a ANOVA, a qual confirma que o modelo é significativo, pois o nível de

significância de 0,000 é menor que 0,05.

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Tabela 9 – ANOVA da Preferência de Pagamento, dos acadêmicos dos primeiros anos

Modelo Soma dos

Quadrados Df

Média dos

Quadrados F Sig.

Regressão 20,850 3 6,950 7,339 ,000

Residual 319,150 337 0,947

Total 340,000 340

FONTE: Análise dos dados (2017)

Após a identificação dos fatores significativos para este modelo, foi verificado o

atendimento aos pressupostos, onde estão apresentados os resultados na Tabela 10.

O pressuposto de normalidade não foi significante, portanto rejeitou-se a hipótese

nula de que as variáveis seguem uma distribuição normal. Entretanto, o Teorema do Limite

Central, explica que quando o tamanho da amostra aumenta (n>30) e se torna grande o

suficiente, ocorre uma distribuição de médias amostrais que se aproximam de uma

distribuição normal (FÁVERO et al., 2009). Os demais pressupostos foram atendidos.

Tabela 10 – Pressupostos da regressão da Preferência de Pagamento, dos acadêmicos dos primeiros anos

Pressupostos Teste Sig.

Normalidade One-Sample K-S 1,416 0,036

Homocedasticidade Pesaran-Pesaran 0,888 0,347

Autocorrelação Durbim-Watson 1,826

Multicolinearidade FIV 1,00 para todas as variáveis

FONTE: Análise dos dados (2017)

Os resultados da análise da regressão corroboram com a pesquisa de Vieira et al.

(2014), para os autores o fator Preocupação, o qual corresponde, em partes ao fator

Sofrimento dessa pesquisa, influencia na atitude ao endividamento em acadêmicos. Os autores

também encontraram o fator cultura como propulsor, porém na pesquisas deles, esse fator

influencia positivamente. A análise da regressão do fator Felicidade no estudo de Lauer-Leite

et al. (2014), demostrou que para crianças do sexo masculino o dinheiro é fonte de felicidade,

porém, os autores concluíram que quem valoriza o conhecimento, artes e igualdade não vê o

dinheiro como sinônimo de felicidade.

As pesquisas de Oliveira (2010) e Buffon e Mello (2016), também corroboraram com

os resultados encontrados, contudo os autores analisaram a possibilidade de ganhar mais com

o curso de graduação escolhido, com o fator Felicidade (OLIVEIRA, 2010; BUFFON;

MELLO, 2016) e Desenvolvimento Sociocultural (OLIVEIRA, 2010), o qual foi nomeado

nessa pesquisa de Cultura. O fator Desenvolvimento Sociocultural, também influencia

negativamente, ressalta-se que quanto maior a preocupação dos acadêmicos com o

desenvolvimento cultural, menor é a sua preocupação com o dinheiro. Com relação a

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valorização da profissão, os autores encontraram o fator Felicidade (OLIVEIRA, 2010;

BUFFON; MELLO, 2016) e cultura, e esta influencia negativamente para Buffon e Mello

(2016).

Na sequência foi realizado o mesmo procedimento, utilizando o fator Domínio como

variável dependente. Portanto, a tabela 11 demostra os coeficientes dos fatores significativos,

que influenciam no Domínio, formando assim o segundo modelo para os acadêmicos dos

primeiros anos.

Os fatores significativos que influenciam positivamente o Domínio são Conflito e

Espiritualidade, onde ambas explicam 4,3% das variações da variável dependente, Domínio

(R² ajustado 0,043).

Tabela 11 - Coeficientes significativos para o fator Domínio, dos acadêmicos dos primeiros anos

Modelo Coeficientes não Padronizados Coeficientes Padronizados

T Sig. B Erro Padrão Beta

(Constant) 1,313E-16 0,53 ,000 1,000

Conflito 0,187 0,53 0,187 3,523 0,000

Espiritualidade 0,119 0,53 0,119 2,238 0,026

FONTE: Análise dos dados (2017)

Na tabela 12 encontra-se a ANOVA, a qual confirma que o modelo é significativo,

pois o nível de significância de 0,000 é menor que 0,05, para tal foi utilizado o cálculo de

White, devido ao não atendimento do pressuposto de homocedasticidade, o qual utiliza o

método dos mínimos quadrados ponderados.

Tabela 12 – ANOVA do fator Domínio, dos acadêmicos dos primeiros anos

Modelo Soma dos

Quadrados Df

Média dos

Quadrados F Sig.

Regressão 27468078,45 1,00 27468078,45 119,84 0,00

Residual 77701246,66 339,00 229207,22

Total 105169325,11 340,00

FONTE: Análise dos dados (2017)

Após a identificação dos fatores significativos para este modelo, foi verificado o

atendimento aos pressupostos, onde estão apresentados os resultados na Tabela 13.

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Tabela 13 – Pressupostos da regressão do Domínio, dos acadêmicos dos primeiros anos

Pressupostos Teste Sig.

Normalidade One-Sample K-S 2,105 0,000

Homocedasticidade Pesaran-Pesaran 19,840 0,000

Autocorrelação Durbim-Watson 2,042

Multicolinearidade FIV 1,00 para todas as variáveis

FONTE: Análise dos dados (2017)

O pressuposto de normalidade novamente não foi significante. Portanto rejeitou-se a

hipótese nula e assim, as variáveis não seguem uma distribuição normal, portanto, foi adotado

o Teorema do Limite Central. O pressuposto da homocedasticidade também foi violado, ou

seja, rejeitou-se a hipótese nula (H₀ > 0,05), pois sua significância foi de 0,000, portanto, os

resíduos são heterocedasticos. Por recomendações de Hair et al. (2009), foi necessário utilizar

o método dos mínimos ponderados e realizar o teste White, para atender ao pressuposto da

homocedasticidade. Os demais pressupostos foram atendidos.

O fator conflito corroborou com os estudos de Oliveira (2010) e Buffon e Mello

(2016), os quais encontraram esse fator como significante na valorização das profissões que

ganham mais.

Assim, as regressões demostraram que os fatores Sofrimento, Felicidade, Conflito e

Espiritualidade influenciam positivamente na atitude ao endividamento dos acadêmicos dos

primeiros anos dos cursos de Administração, resultado que corroborou com Oliveira (2010),

Vieira et al. (2014), Lauer-Leite et al. (2014) e Buffon e Mello (2016). Quanto ao fator

Cultura, que influencia negativamente na atitude ao endividamento, ou seja, o investimento

em inovações tecnológicas, em pesquisas científicas e o desenvolvimento de artes não foram

considerados influenciadores para a atitude ao endividamento, esse resultado corroborou com

Oliveira (2010) e Buffon e Mello (2016), que afirmaram que quanto mais os acadêmicos dão

importância a cultura, menos importante será o dinheiro para eles, e menor será o

endividamento.

4.2.2 Significado do dinheiro na atitude ao endividamento dos acadêmicos dos quartos

anos

Para verificar quais foram os fatores que influenciaram no significado do dinheiro na

atitude ao endividamento dos acadêmicos dos quarto anos, inicialmente foi realizada a análise

fatorial na ESD.

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Desse modo, primeiramente foi verificada a comunalidade de cada variável, a qual

deveria ser igual ou superior a 0,50, portanto, foram excluídas as variáveis VAR07; VAR21;

VAR26; VAR41; que não atenderam a esse critério, conforme recomendado por Corrar, Paulo

e Dias Filho (2014). Algumas variáveis obtiveram cargas fatoriais abaixo de 0,40, as quais

foram excluídas, bem como as variáveis que apresentaram altas cargas fatoriais para mais de

um fator, conforme recomenda Hair et al. (2009). As variáveis excluídas por baixa carga

fatorial foram as variáveis: VAR02; VAR09; VAR12; VAR16; VAR17; VAR18; VAR26;

VAR29; VAR50; VAR68; VAR73; VAR74; VAR77. As variáveis com altas cargas fatoriais

excluídas foram: VAR01; VAR03; VAR06; VAR08; VAR10; VAR11; VAR13; VAR15;

VAR19; VAR24; VAR27; VAR28; VAR30; VAR31; VAR32; VAR33; VAR34; VAR36;

VAR37; VAR38; VAR42; VAR43; VAR46; VAR47; VAR51; VAR53; VAR54; VAR56;

VAR57; VAR59; VAR60; VAR61; VAR62; VAR63; VAR64; VAR66; VAR67; VAR69;

VAR70; VAR71; VAR76; VAR78; VAR79. Ao todo, foram realizados seis vezes os cálculos

da análise fatorial, até os dados se ajustarem adequadamente.

Ao comparar a exclusão das variáveis do primeiro e quarto ano do curso de

Administração, o primeiro ano obteve quarenta e nove variáveis excluídas. Destas, 20,40%

das variáveis foram excluídas por comunalidade, enquanto para os acadêmicos dos quartos

anos as variáveis excluídas por comunalidades representam 6,67%. A comunalidade trata da

estimativa da variância da variável, compartilhada entre outras variáveis na análise (HAIR et

al., 2009), assim, baixa comunalidade entre um grupo de variáveis é um indício de que estas

não estão linearmente correlacionadas (FIGUEIREDO FILHO; SILVA JÚNIOR, 2010). O

quarto ano teve 73,17%, do total de variáveis analisadas excluídas, ou seja, foram excluídas

sessenta variáveis, enquanto o primeiro ano houve exclusão de 59,76%, do total de variáveis

analisadas. Das variáveis excluídas no quarto ano, 65,31% corroboram com as variáveis

excluídas no primeiro ano.

Para verificar a adequabilidade do conjunto de dados, foi realizado o teste de

esfericidade de Bartlett e o KMO, conforme mostra a Tabela 14.

Tabela 14 – Teste de esfericidade de Bartlett e o KMO da ESD, para os acadêmicos dos quartos anos

KMO 0,822

Esfericidade de Bartlett 1488,141

Df 253

Sig. 0,000

FONTE: Análise dos dados (2017)

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A esfericidade de Bartlett mostrou-se significante, pois seu valor foi inferior a 0,05 e

o KMO, obteve seu valor entre 0,80 e 0,89, o qual é considerado bom. Para que o cálculo seja

estatisticamente aceito, foi considerado valor significante maior que 0,50.

Para a determinação da escolha do número de fatores, o estudo optou pelo método de

autovalor, no qual foram aceitos autovalores acima de 1,0. As cargas fatorias das variáveis

que compõem cada fator encontram-se em apêndice (APÊNDICE E). A tabela 15 apresenta a

variância explicada pelos fatores.

Tabela 15 – Fatores extraídos da ESD, com os respectivos autovalores, para acadêmicos dos quartos anos

Fatores Autovalores Variância explicada

Percentual Acumulada

Fator 1 – Conflito 5,853 25,446 25,446

Fator 2 – Poder 1,847 8,030 33,476

Fator 3 – Felicidade 1,544 6,711 40,187

Fator 4 – Falsidade 1,491 6,481 46,668

Fator 5 – Cultura 1,355 5,892 52,559

Fator 6 – Espiritualidade 1,227 5,333 57,893

Fator 7 – Desapego 1,061 4,613 62,506

FONTE: Análise dos dados (2017)

Segundo o critério de percentagem da variância, descrito por Hair et al. (2009), que

trata da variância acumulada dos fatores, corroborou com o número de autovalores

encontrados, pois segundo o autor, a variância acumulada para ser satisfatória deve explicar

60% ou mais da variância acumulada total, nesse caso obteve-se 62,506% e obteve-se sete

fatores com autovalores acima de um . No Quadro 8 estão descritas as variáveis que compõem

cada fator.

Quadro 8 – Fatores extraídos da análise fatorial, da ESD, e suas respectivas variáveis, para os acadêmicos

dos quartos anos

Fatores Variáveis

Fator 1 – Conflito VAR23; VAR25; VAR39; VAR45; VAR48; VAR58

Fator 2 – Poder VAR05; VAR20; VAR22; VAR49

Fator 3 – Felicidade VAR14; VAR35; VAR52; VAR65; VAR82

Fator 4 – Falsidade VAR72; VAR81

Fator 5 – Cultura VAR44; VAR75

Fator 6 – Espiritualidade VAR40; VAR80

Fator 7 - Desapego VAR04; VAR55

FONTE: Análise dos dados (2017)

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A partir da formação dos fatores foi possível atribuir significado aos fatores, ou seja,

nomeá-los. Essa etapa foi realizada conforme recomenda Hair et al. (2009), e será descrita a

seguir.

O primeiro fator foi composto por seis variáveis, sendo a VAR39, com maior carga

fatorial (0,763), nessa variável o dinheiro causa sofrimento aos indivíduos. As variáveis

VAR23; VAR25; VAR45; VAR48 e a VAR58 tratam sobre o conflito que o dinheiro

proporciona aos acadêmicos. Os temas das variáveis abordam as desarmonias familiares,

ingratidão; as neuroses, ilusões e a aproximação de pessoas oportunistas. Devido à maioria

das variáveis estarem relacionadas ao conflito, esse fator foi denominado de acordo com a

característica da maioria das variáveis, ou seja, Conflito. Para Moreira e Tamayo (1999), esse

fator possui uma dimensão negativa do dinheiro pautada nas relações interpessoais dos

indivíduos.

Esse fator corroborou com o segundo fator encontrado nos acadêmicos dos primeiros

anos. Contudo, houve diferença na variância entre os acadêmicos, para os acadêmicos dos

quartos anos esse fator possui maior poder de explicação sobre o significado do dinheiro, do

que aos acadêmicos dos primeiros anos. Para o quarto ano, a variância do fator Conflito é de

25,446%, contra 7,423% para os acadêmicos dos primeiros anos, uma diferença de 18,023%.

O segundo fator é composto por quatro variáveis, as quais estão relacionadas ao

poder. A variável com maior carga fatorial é a VAR49, que diz respeito ao conceito de que

“quem tem dinheiro tem autoridade sobre os outros”, com carga fatorial de 0,733. As demais

variáveis estão relacionadas a imposição de opiniões, quem tem dinheiro é o primeiro a ser

atendido em qualquer lugar e dinheiro traz reconhecimento social.

Devido às características das variáveis que o compõe o segundo fator, em que a

maioria aborda temas sobre o poder que o dinheiro proporciona aos indivíduos, este foi

denominado de Poder. Cabe frisar, que novamente este fator corroborou com o resultado

encontrado para os acadêmicos dos primeiros anos, o qual diz respeito ao primeiro fator,

porém, há alta diferença nas cargas fatoriais. Esse fator para os acadêmicos dos primeiros

anos corresponde a 19,503% da variância explicativa, já para os acadêmicos dos quartos anos

esse fator representa 8,030% da variância explicativa, ou seja, uma diferença de 11,473%.

O fator Poder, conforme Moreira e Trindade (1999), possui dimensões positivas e

negativas relacionadas ao dinheiro, no caso desse estudo o Poder ganhou uma conotação mais

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negativa, em que as variáveis significativas demostraram que ter dinheiro significa que o

indivíduo pode se sobressair em relação aos demais.

O terceiro fator composto por cinco variáveis, as quais tratam sobre os temas prazer,

estabilidade e progresso, os quais conforme Moreira e Tamayo (1999), são dimensões

positivas do dinheiro. A variável com maior carga fatorial é a VAR65 (0,701), onde o

dinheiro representa a busca da felicidade. As demais variáveis dizem respeito sobre: gostarem

mais de si mesmo, devido ao dinheiro; dinheiro resolve problemas sociais; a importância de

ter seguro de vida e o dinheiro traz esperança para o futuro. Portanto, esse fator foi

denominado de Felicidade.

Embora, os autores Moreira e Tamayo (1999), tenham encontrado as mesmas

variáveis que compõem esse fator e o tenham denominado de Prazer, a sua análise contém

outras variáveis, que não estão agrupadas da mesma forma que esse estudo.

Além disso, o fator Felicidade corroborou com o terceiro fator nos acadêmicos dos

primeiros anos de Administração, para eles esse fator representa 7,029% de toda a variância

dos fatores encontrados, já para os acadêmicos dos quartos anos esse fator possui uma

representatividade de 6,711% de toda a variância. Ou seja, para os acadêmicos dos primeiros

anos o fator Felicidade possui maior poder de explicação sobre o significado do dinheiro,

quando comparado aos acadêmicos dos quartos anos.

O quarto fator agrupou temas sobre conflito e poder. Este fator possui duas variáveis

significativas, em que a VAR72 possui maior carga fatorial (0,794), a qual trata sobre o tema

“dinheiro atrai falsos amigos” e a VAR81 versa que as pessoas tentam agradar quem tem

dinheiro. As variáveis que compõe o quarto fator, possuem uma dimensão negativa sobre o

dinheiro conforme Moreira e Tamayo (1999). Assim, esse fator foi nomeado de Falsidade.

O quinto fator foi composto por duas variáveis, as quais tratam sobre investimento

em eventos culturais e desenvolvimento de artes, em que desenvolvimento de artes possui a

maior carga fatorial (0,845). Esse fator foi denominado de Cultura. Essas variáveis possuem

uma dimensão positiva do dinheiro, segundo Moreira e Tamayo (1999).

O fator Cultura foi encontrado também nos acadêmicos dos primeiros anos, como o

quarto fator, possuindo poder de explicação de 5,694% do total da variância explicativa. Já

para os acadêmicos dos quartos anos, esse fator possui um poder de explicação de 5,892% de

toda a variância, o que difere entre as duas populações, é que nos primeiros anos este fator é

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composto por três variáveis, sendo elas VAR37, VAR56 e a VAR75, contudo, nos quartos

anos a VAR44 e VAR75 compõem o fator Cultura.

O sexto fator também foi composto por duas variáveis, que tratam sobre quem tem fé

sabe que precisa fazer caridade (VAR40) e basta crer em Deus para ter as necessidades

atendidas (VAR80), esta última com maior carga fatorial (0,785). Devido a essas

características esse fator foi denominado de Espiritualidade. De acordo com Moreira e

Tamayo (1999), essas características estão relacionadas à dimensão negativa do dinheiro, ao

desapego.

Esse fator também foi encontrado pelos acadêmicos dos primeiros anos, como o

quinto fator que mais influencia na explicação do significado do dinheiro. A variância total

para os primeiros anos deste fator é de 4,838%, já para os acadêmicos do quartos anos é de

5,333%.

Por fim, o sétimo fator foi composto por duas variáveis, as quais consideram que as

pessoas deveriam dar menos importância aos bens materiais (VAR55), que versa sobre

desapego, e a VAR04 onde dinheiro lembra contrastes sociais, que trata sobre desigualdade.

A variável com maior carga fatorial foi a VAR55 (0,831), portanto, esse fator foi denominado

de Desapego. Esse fator também foi encontrado nos acadêmicos dos primeiros anos, em que

sua variância total foi de 3,600%, enquanto no quarto ano foi de 4,613%.

Após, a realização da análise fatorial e identificados os fatores que influenciam no

significado do dinheiro para os acadêmicos dos quartos anos, o mesmo procedimento foi

realizado com a Escala de Atitude ao Endividamento.

Na análise das comunalidades foi identificado que as variáveis VAR84; VAR85;

VAR90; VAR91, possuíam baixo poder explicativo, ou seja, valores menores que 0,50.

Portanto, essas variáveis foram excluídas, e a análise fatorial foi realizada novamente,

contudo, ainda houve uma variável que não atendeu ao princípio da comunalidade, a VAR86,

que foi excluída. Novamente foi realizada a análise fatorial e as demais variáveis possuíram

valores superiores a 0,50. Na Tabela 16 estão demostrados os resultados do teste de

esfericidade de Bartlett e KMO, os quais se mostraram significativos conforme Figueiredo

Filho (2010).

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Tabela 16 - Teste de esfericidade de Bartlett e KMO, da Atitude ao endividamento dos acadêmicos dos

quartos anos

KMO 0,500

Esfericidade de Bartlett 130,387

Df 6

Sig. 0,00

FONTE: Análise dos dados (2017)

A escolha do número de fatores também ocorreu através do método de autovalor. As

cargas fatoriais das variáveis que compõem cada fator encontram-se em apêndice

(APÊNDICE F). A Tabela 17 apresenta a variância explicada pelos fatores.

Tabela 17 – Fatores extraídos da Escala de Atitude ao Endividamento, com os respectivos autovalores,

para os acadêmicos dos quartos anos

Fatores Autovalores Variância explicada

Percentual Acumulada

Fator 1 – Preferência de Pagamento 1,605 40,117% 40,117%

Fator 2 – Domínio 1,369 34,232% 74,349%

FONTE: Análise dos dados (2017)

Segundo o critério de percentagem da variância, descrito por Hair et al. (2009), a

variância acumulada dos fatores corroborou com o número de fatores encontrados, e obteve-

se 74,349% de variância acumulada, que segundo o autor é satisfatória por ser maior que 60%

e foram encontrados dois fatores com autovalores a cima de um. No Quadro 9 é possível

verificar quais variáveis compõe cada fator da escala de atitudes ao endividamento.

Quadro 9 – Fatores extraídos da Análise Fatorial, da Escala de Atitude ao Endividamento, e suas

respectivas variáveis, para os acadêmicos dos quartos anos

Fatores Variáveis

Fator 1 – Preferência de Pagamento VAR87; VAR89

Fator 2 – Domínio VAR83; VAR88

FONTE: Análise dos dados (2017)

Novamente a nomeação dos fatores ocorreu de acordo com Hair et al. (2009), o qual

busca nomeá-los de acordo com a interpretação dos padrões das cargas fatoriais das variáveis,

inclusive interpretação dos seus sinais. Ainda para o autor, as variáveis com maiores cargas

fatoriais influenciam mais na escolha do nome, que representa o fator. Assim, foram

nomeados os fatores da Escala de Atitude ao Endividamento, dos acadêmicos dos quartos

anos.

O primeiro fator é composto por duas variáveis, as quais tratam sobre o parcelamento

das compras. A variável com maior carga fatorial foi a VAR89, com 0,895, que diz respeito

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ao pagamento parcelado mesmo que o total seja mais caro, e a VAR 87 trata sobre a

preferência do parcelamento de compras, sobre esperar ter dinheiro para então comprar. Esse

fator foi denominado de Preferência de Pagamento, conforme Moura (2005), as variáveis que

compõe este fator estão relacionadas à preferência de tempo.

Esse fator corroborou com os resultados encontrados nos acadêmicos dos primeiros

anos, sendo que para eles o poder de explicação desse fator foi de 42,538% da variância total,

e para os acadêmicos dos quartos anos a variância total representou 40,117%.

O segundo fator, também foi composto por duas variáveis, a VAR83, que conforme

Moura (2005), faz parte do constructo Impacto moral na sociedade, que diz respeito às

crenças presentes na sociedade, o julgamento da sociedade sobre os que possuem dívidas. E a

segunda variável, VAR88, compõe o constructo, definido pela autora, como Grau de

Autocontrole, que compreende a gestão financeira do indivíduo, a habilidade de gerir seus

próprios recursos, e de manter o seu orçamento sob controle. As duas variáveis possuem a

carga fatorial de 0,827. Assim, esse fator foi nomeado de Domínio, novamente esse fator

corroborou com o fator encontrado pelos acadêmicos dos primeiros anos, apesar de a variável

VAR91 ter sido substituída pela VAR88, nos quartos anos. A variância acumulada para este

fator nos primeiros anos é de 28,466% e para os quartos anos é de 34,232%, ou seja, o poder

explicativo deste fator para a atitude ao endividamento é maior nos quartos anos que nos

primeiros anos.

Assim, a análise dos dados através da análise fatorial possibilitou a criação de sete

fatores que explicam o significado do dinheiro e dois fatores que explicam a atitude ao

endividamento dos acadêmicos dos quartos anos. Para o significado do dinheiro houveram

dois fatores com dimensões positivas ao dinheiro (Felicidade e Cultura), contudo a dimensão

negativa do dinheiro conteve cinco fatores (Conflito, Poder, Falsidade, Espiritualidade e

Desapego).

Os fatores que se destacaram sobre o significado do dinheiro foram, em ordem

decrescente: Conflito, Poder e Felicidade, onde esses fatores corroboraram com os fatores

mais significativos para os acadêmicos dos primeiros anos de Administração.

Com relação aos fatores que explicam a atitude ao endividamento, novamente

houveram dois fatores, os quais corroboraram com os fatores encontrados nos acadêmicos dos

primeiros anos, os quais são Preferência de Pagamento e Domínio.

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Após a extração dos fatores, através da análise fatorial, os quais foram identificados

Conflito, Poder, Felicidade, Falsidade, Cultura, Espiritualidade e Desapego, como

significativos para o significado do dinheiro, estes propiciaram a realização da regressão

linear múltipla, e formaram as variáveis independentes do método. Para os fatores

significativos na atitude ao endividamento os fatores encontrados foram Preferência de

Pagamento e Domínio, esses constituem as variáveis dependentes. Novamente, cada fator

encontrado na atitude ao endividamento formou um modelo na análise da regressão linear

múltipla.

O primeiro modelo constitui-se de todos os fatores que compõe o significado do

dinheiro e a variável dependente Preferência de Pagamento. A Tabela 18 demonstra os

coeficientes dos fatores significativos que influenciaram na Preferência de Pagamento.

Tabela 18- Coeficientes significativos para Preferência de Pagamento, dos acadêmicos dos quartos anos

Modelo Coeficientes não Padronizados

Coeficientes

Padronizados t Sig.

B Erro Padrão Beta

(Constant) 0,003 0,067 0,043 0,966

Espiritualidade 0,161 0,067 0,161 2,405 0,017

FONTE: Análise dos dados (2017)

O fator significativo que influenciou na Preferência de Pagamento foi

Espiritualidade, o qual influencia positivamente. A variável significativa explica 2,6% da

variável dependente, Preferência de Pagamento, ou seja, foi obtido o R² ajustado de 0,026. Na

Tabela 19 encontra-se a ANOVA, a qual confirma que o modelo é significativo, pois obteve

seu nível de significância 0,000 é menor que 0,05.

Tabela 19 – ANOVA da Preferência de Pagamento, dos acadêmicos dos quartos anos

Modelo Soma dos

Quadrados Df

Media dos

Quadrados F Sig.

Regressão 5,674 1 5,674 5,782 0,017

Residual 212,926 217 0,981

Total 218,600 218

FONTE: Análise dos dados (2017)

Após a identificação dos fatores significativos para esse modelo, foi verificado o

atendimento aos pressupostos, os quais todos foram aceitos e estão apresentados os

respectivos resultados na Tabela 20.

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Tabela 20 – Pressupostos da regressão da Preferência de Pagamento, dos acadêmicos dos quartos anos

Pressupostos Teste Sig.

Normalidade One-Sample K-S 1,231 0,097

Homocedasticidade Pesaran-Pesaran 2,675 0,103

Autocorrelação Durbim-Watson 2,172

Multicolinearidade FIV 1,00 para todas variáveis

FONTE: Análise dos dados (2017)

O estudo de Vieira et al. (2014) corroborou com essa pesquisa, no qual os autores

demostraram que a religião tem impacto sobre o significado do dinheiro, esse fator é

explicado pelos autores como desapego ao dinheiro, o qual influencia positivamente no

endividamento de acadêmicos.

Na sequência foi realizado o mesmo procedimento utilizando o fator Domínio como

variável dependente. A tabela 21 demonstra os coeficientes dos fatores significativos que

influenciaram o Domínio.

Tabela 21- Coeficientes significativos para Domínio, dos acadêmicos dos quartos anos

Modelo Coeficientes não Padronizados

Coeficientes

Padronizados T Sig.

B Erro Padrão Beta

(Constant) -0,002 0,063 -0,034 0,973

Falsidade 0,302 0,064 0,301 4,744 0,000

Conflito 0,148 0,064 0,148 2,324 0,021

Felicidade 0,147 0,064 0,147 2,310 0,022

FONTE: Análise dos dados (2017)

Os fatores significativos que influenciaram o Domínio foram Falsidade, Conflito e

Felicidade, os quais influenciam positivamente. A variável significativa explica 13,4% da

variável dependente Domínio, ou seja, foi obtido o R² ajustado 0,134. Na tabela 22

encontrasse a ANOVA, a qual confirma que o modelo é significativo, pois apresenta

significância igual a 0,000 que é menor que 0,05, o qual foi realizado de acordo com o teste

White, o qual utiliza o método dos mínimos quadrados, que foi empregado devido ao não

atendimento do pressuposto da homocedasticiade.

Tabela 22 – ANOVA do Domínio, dos acadêmicos dos quartos anos

Modelo Soma dos

Quadrados Df

Media dos

Quadrados F Sig.

Regressão 2,474E7 1 2,474E7 656,619 0,000

Residual 8175580,625 217 37675,487

Total 3,291E7 218

FONTE: Análise dos dados (2017)

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Após a identificação dos fatores significativos para este modelo, foi verificado o

atendimento aos pressupostos, onde estão apresentados os resultados na tabela 23.

Tabela 23 – Pressupostos da regressão do Domínio, dos acadêmicos dos quartos anos

Pressupostos Teste Sig.

Normalidade K-S 2,845 0,000

Homocedasticidade Pesaran-Pesaran 656,619 0,000

Autocorrelação Durbim-Watson 1,987

Multicolinearidade FIV 1,00 para todas variáveis

FONTE: Análise dos dados (2017)

O pressuposto de normalidade não foi significante. Portanto rejeitou-se a hipótese

nula em que as variáveis seguem uma distribuição normal, portanto foi adotado o Teorema do

Limite Central. O pressuposto da homocedasticidade também foi violado, ou seja, rejeitou-se

a hipótese nula (H₀ > 0,05), pois sua significância foi de 0,000, portanto os resíduos são

heterocedasticos. Por recomendações de Hair et al. (2009), foi necessário utilizar o método

dos mínimos ponderados e foi realizado o teste White, para verificar a homocedasticidade. Os

demais pressupostos foram atendidos.

Dessa forma, o fator Domínio, foi influenciado positivamente por Falsidade, Conflito

e Felicidade. Novamente, o Conflito foi significante para a atitude ao endividamento, no fator

Domínio, corroborando com o resultado encontrado para os acadêmicos dos primeiros anos

desse estudo, essa variável também foi significativa no estudo de Oliveira (2010). A variável

Felicidade, também foi encontrada significante para a atitude ao endividamento, contudo,

influencia positivamente na preferência de pagamento dos acadêmicos, esse resultado também

foi encontrado no estudo de Oliveira (2010) e Buffon e Mello (2016).

4.3 ANÁLISE COMPARATIVA DA ATITUDE DO ENDIVIDAMENTO ENTRE OS

ACADÊMICOS DE ADMINISTRAÇÃO

O teste para médias emparelhadas é utilizado para verificar se a média de duas

amostras relacionadas com distribuição normal, extraídas da mesma população, são ou não

significativamente diferentes (FÁVERO et al., 2009). Esse estudo buscou verificar, se os

acadêmicos dos quartos possuem atitude ao endividamento diferente aos acadêmicos dos

primeiros anos.

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Portanto, a hipótese nula (H₀) pondera que não existem diferenças entre a atitude ao

endividamento dos universitários dos primeiros e quartos anos dos cursos de Administração, e

a hipótese alternativa (H₁) considera que existem diferenças.

Para verificar se as amostras são ou não significativamente diferentes, primeiramente

foi verificado se as variáveis (fatores) seguiam uma distribuição normal (Tabela 24).

Tabela 24 – Teste de normalidade para a atitude ao endividamento

Turmas Fatores Kolmogorov-Smirnov

Estatística Df Sig.

Primeiros anos Preferência de pagamento 0,094 220 0,000

Domínio 0,195 220 0,000

Quartos anos Preferência de pagamento 0,088 220 0,000

Domínio 0,316 220 0,000

FONTE: Análise dos dados (2017)

De acordo com a Tabela 24, o teste de normalidade foi violado, ou seja, os dados não

possuem uma distribuição normal. Portanto, foi realizado o teste dos Wilcoxon, o qual é uma

alternativa não paramétrica para a comparação de médias (FÁVERO et al., 2009). Ainda para

os autores, esse teste é uma extensão do teste de sinais, além de obter informações sobre a

direção das diferenças para cada par, o teste possibilita levar em consideração a magnitude da

diferença existente entre os pares. Na Tabela 25, estão descritos os valores da estatística e do

significado para o teste dos Wilcoxon.

Tabela 25 – Teste dos Wilcoxon

Preferência do tempo (primeiros anos) –

Preferência do Tempo (quartos anos)

Domínio (primeiros anos) –

Domínio (quartos anos)

Z -,613ᵃ -,816ᴮ

Sig. ,540 ,415

ᵃ. Baseado em ranking positivo

ᴮ. Baseado em ranking negativo

FONTE: Análise dos dados (2017)

A tabela 26 demostra os valores dos Rankings para atitude ao endividamento dos

acadêmicos dos primeiro e quartos anos.

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Tabela 26 – Valores dos Ranking do Teste de Wilcoxon

N Média do Rank Soma dos Ranks

Preferência do tempo (primeiros

anos) Preferência do Tempo

(quartos anos)

Ranks Negativo 109 116,83 12734,00

Ranks Positivo 111 104,29 11576,00

Laços 0

Total 220

Domínio (primeiros anos)

Domínio (quartos anos)

Ranks Negativo 111 102,56 11384,00

Ranks Positivo 109 118,59 12926,00

Laços 0

Total 220

FONTE: Análise dos dados (2017)

Com significância maior que 0,05 não se rejeita a hipótese nula, e conclui-se que não

há diferenças entre a atitude ao endividamento dos universitários dos primeiros e quartos do

curso de Administração. Para Moura (2005), atitudes tendem a se perpetuar ao longo do

tempo, não se trata de um momento pontual ou momentâneo. Ou seja, as atitudes dos

acadêmicos dos primeiros anos, tenderão a ser as mesmas quando estes estiverem no quarto

ano.

Corroborando com os estudos de Maital e Maital (1997, apud MOURA, 2005), a

Preferência do Tempo, influenciada por aspectos culturais, é formada na adolescência, a qual

mantém-se para o resto da vida, e está relacionada à educação recebida e hábitos familiares.

A análise do teste de Wilcoxon, demostrou o imediatismo que ocorre entre os

acadêmicos, representando o valor e o tempo das opções dos acadêmicos, os quais preferem

comprar parcelado a esperar para ter dinheiro, mesmo que o total seja mais caro. A aceitação

da cultura do endividamento está muito frequente na sociedade, e está muito presente em

jovens, uma geração que aceitará e conviverá melhor com dívidas (MOURA, 2005).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse estudo buscou verificar os fatores determinantes na atitude ao endividamento

dos acadêmicos, dos primeiros e quartos anos, dos cursos de administração no Sudoeste do

Paraná, no ano de 2017. Para isso foram estabelecidos três objetivos específicos: identificar o

perfil dos acadêmicos; verificar a influência do significado do dinheiro na atitude ao

endividamento dos acadêmicos; e identificar as diferenças na atitude ao endividamento entre

os acadêmicos dos primeiros e quartos anos.

A análise de cluster possibilitou identificar o perfil dos acadêmicos dos primeiros

anos de administração, os quais foram compostos por dois clusters. O cluster 1 foi formado

por acadêmicos mais velhos, que possuíam dívidas e estas estavam em atraso, os quais

utilizam cartão de crédito, possuem financiamento de bens móveis e imóveis, e empréstimo

pessoal, as dívidas foram proporcionadas devido à falta de planejamento, desemprego ou

queda na renda e por outras razões. Entretanto, os acadêmicos que formaram o cluster 2 são

mais jovens, não possuem dívidas, a maioria não utiliza cartão de crédito, não possuem

financiamentos de bens móveis ou imóveis e também não possuem empréstimo pessoal, a

maioria dos acadêmicos não trabalham e recebem ajuda financeira dos pais.

O perfil dos acadêmicos dos quartos anos de administração, foi formados por dois

clusters. O cluster 1 foi formado por acadêmicos mais novos, a maioria são solteiros e não

possuem filhos, gastam grande parte da sua renda consigo mesmos. Com relação às dívidas, a

maioria não à possuem, em consequência há poucos acadêmicos com dívidas em atraso, a

dívida significante foi apenas financiamento de bens imóveis, porém poucos possuem. Ao

analisar o cluster 2, os resultados se invertem, o cluster é formado por acadêmicos mais

velhos, os quais possuem filhos e dependentes, gastam a maioria da sua renda com a casa,

mais da metade possuem algum tipo de dívida, sendo a principal financiamento de bens

imóveis.

Para verificar a influência do significado do dinheiro na atitude ao endividamento

dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos, dos cursos de administração, foi realizado a

análise fatorial e a análise de regressão linear múltipla. A análise fatorial possibilitou a

extração de dez fatores para da ESD, para os acadêmicos dos primeiros anos, os quais estão

descritos respectivamente conforme a maior variância obtida: poder; conflito; felicidade;

cultura; espiritualidade; neurose; desapego; sofrimento; interesse e estabilidade, e para a

Atitude ao Endividamento foram obtidos dois fatores: preferência de pagamento e domínio.

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Para os acadêmicos dos quartos anos, foram extraídos sete fatores para a ESD, que foram:

conflito; poder; felicidade; falsidade; cultura; espiritualidade e desapego, respectivamente, de

acordo com a maior variância obtida, para a Atitude ao Endividamento também foram obtidos

dois fatores, os quais foram: preferência de pagamento e domínio.

Após a identificação dos fatores que determinaram o significado do dinheiro e a

atitude ao endividamento dos acadêmicos, foi realizada a análise da regressão linear múltipla.

Portanto, para os primeiros anos, o qual tratava sobre a Preferência de Pagamento foram

obtidos os seguintes fatores significativos: Sofrimento, Cultura e Felicidade, em que Cultura

influenciou negativamente, ou seja, o investimento em inovações tecnológicas, em pesquisas

científicas e o desenvolvimento de artes não foram considerados influenciadores para a

atitude ao endividamento. Para o segundo modelo, o qual foi utilizado o fator o Domínio

foram verificados que o Conflito e Espiritualidade influenciaram positivamente.

O mesmo procedimento foi realizado com os acadêmicos dos quartos anos, no qual

houve apenas uma única variável que influenciou o modelo Preferência de Pagamento, que foi

a Espiritualidade, com influência positiva. No segundo modelo, Domínio, as variáveis que o

influenciaram foram Falsidade, Conflito e Felicidade, com influência positiva.

Por fim, foi identificado que não há diferença na atitude ao endividamento entre os

acadêmicos dos primeiros e dos quartos anos, dos cursos de administração. O resultado

corroborou com o estudo de Moura (2005), o qual identificou que as atitudes tendem a se

perpetuar ao longo do tempo, não se tratando de um momento pontual ou momentâneo. Ou

seja, as atitudes dos acadêmicos dos primeiros anos, tenderão a ser as mesmas quando estes

estiverem no quarto ano.

Portanto, há indícios de que atitudes negativas relacionadas ao dinheiro, propiciam

menor disposição aos acadêmicos a gastarem, o que os tornam menos propensos a atitudes ao

endividamento. Os fatores determinantes que mais influenciaram a atitude dos acadêmicos

estão relacionados ao sofrimento, conflito, falsidade, espiritualidade e felicidade, porém, a

cultura influenciou negativamente, ou seja, os investimentos realizados nesse campo não

considerados gastos e não geram atitudes ao endividamento. Por fim, foi possível concluir que

os valores adquiridos pelos acadêmicos nos primeiros anos tendem a permanecer os mesmos

quando estes estiverem nos quartos anos, podendo se perpetuar ao longo da vida. Ressalta-se

assim, a importância da educação financeira desde os anos iniciais da educação formal dos

indivíduos.

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Através dos resultados obtidos, percebeu-se que as decisões financeiras não são

apenas tomadas com base na racionalidade humana, mais muito além, os fatores irracionais

possuem grande importância nas decisões financeiras dos indivíduos, bem como os valores

inquiridos durante a criação familiar. Em suma, acredita-se que o dinheiro possui significados,

que vão muito além da troca, possuindo valores culturais e sociais.

Ressalta-se a importância do tema, por ser condizente com as teorias das finanças

comportamentais, reforçando a arcabouço teórico. No campo organizacional, a compreensão

sobre os fatores determinantes na atitude ao endividamento, possibilita definir diretrizes que

viabilizam um melhor funcionamento da gestão das empresas. O governo também pode se

beneficiar através dos resultados desse estudo como forma de criar políticas estratégicas,

planos e programas para a redução do endividamento, condizentes com a realidade da

população pesquisada.

Com relação às principais limitações do estudo, pode-se apontar que a amostra não

representa todos os acadêmicos de administração da Mesorregião do Sudoeste do Paraná, na

qual foram pesquisados somente os acadêmicos dos primeiros e quartos anos.

Sugere-se para estudos futuros a ampliação da população pesquisada, ou seja,

pesquisar todos os acadêmicos de administração, bem como os das áreas econômicas,

buscando semelhanças e diferenças entre eles. Também sugere-se pesquisar com variáveis

demográficas, como religião e descendência entre os acadêmicos, a fim de verificar se fatores

culturais possuem influências significativas sobre o endividamento. Por fim, sugere-se

pesquisar profundamente fatores culturais, estes estando relacionados a artes e pesquisa

científica, para verificar seu impacto na percepção do significado do dinheiro e no

endividamento.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – Coeficientes dos clusters para os acadêmicos dos primeiros anos Aglomeração

Etapa Cluster Combinado

Coeficientes Etapa Cluster primeiro aparece

Próximo estágio Cluster 1 Cluster 2 Cluster 1 Cluster 2

1 32 170 ,080 0 0 62 2 237 277 ,145 0 0 33 3 112 246 ,322 0 0 24 4 228 231 ,400 0 0 59 5 63 97 ,432 0 0 140 6 304 308 ,437 0 0 26 7 14 36 ,446 0 0 42 8 148 196 ,474 0 0 10 9 143 248 ,714 0 0 60

10 148 226 ,804 8 0 33 11 233 260 ,895 0 0 23 12 140 322 1,029 0 0 29 13 104 269 1,083 0 0 51 14 17 30 1,096 0 0 95

15 73 75 1,146 0 0 64 16 212 219 1,187 0 0 36 17 134 200 1,271 0 0 50

18 106 249 1,281 0 0 28 19 135 211 1,363 0 0 73 20 165 187 1,541 0 0 61 21 88 252 1,572 0 0 68 22 90 309 1,626 0 0 40 23 233 296 1,706 11 0 67 24 112 215 1,791 3 0 83

25 186 287 1,852 0 0 32 26 247 304 1,990 0 6 28 27 128 130 2,044 0 0 32 28 106 247 2,064 18 26 66 29 140 182 2,153 12 0 34 30 280 337 2,249 0 0 120 31 4 76 2,370 0 0 105 32 128 186 2,449 27 25 94 33 148 237 2,449 10 2 60 34 140 185 2,553 29 0 49 35 199 328 2,761 0 0 59 36 181 212 2,787 0 16 52 37 82 86 2,830 0 0 107 38 6 8 2,875 0 0 106 39 267 301 2,890 0 0 81 40 90 139 2,948 22 0 96 41 15 18 2,978 0 0 64 42 12 14 2,988 0 7 58 43 137 318 3,057 0 0 83 44 66 79 3,092 0 0 111 45 302 329 3,213 0 0 79 46 261 336 3,219 0 0 98 47 172 332 3,236 0 0 124 48 174 227 3,329 0 0 155 49 136 140 3,405 0 34 84 50 134 243 3,514 17 0 102 51 104 217 3,529 13 0 75 52 141 181 3,572 0 36 69 53 258 314 3,597 0 0 63 54 151 235 3,615 0 0 93

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55 316 335 3,641 0 0 94 56 225 276 3,684 0 0 123 57 138 272 3,711 0 0 101 58 10 12 3,734 0 42 88 59 199 228 3,747 35 4 74 60 143 148 3,840 9 33 80

61 165 313 3,895 20 0 102 62 32 147 3,913 1 0 66 63 120 258 4,117 0 53 127 64 15 73 4,234 41 15 88 65 85 189 4,332 0 0 165 66 32 106 4,356 62 28 86 67 233 341 4,396 23 0 80 68 88 114 4,405 21 0 133 69 141 262 4,420 52 0 84 70 117 119 4,488 0 0 120

71 13 20 4,608 0 0 126 72 7 11 4,643 0 0 126 73 135 253 4,652 19 0 101

74 199 307 4,724 59 0 114 75 104 210 4,767 51 0 142 76 270 286 4,915 0 0 135 77 209 326 5,097 0 0 100 78 177 297 5,150 0 0 153 79 300 302 5,294 0 45 117 80 143 233 5,300 60 67 90

81 144 267 5,612 0 39 164 82 26 39 5,620 0 0 139 83 112 137 5,634 24 43 109 84 136 141 5,672 49 69 105 85 255 319 5,716 0 0 119 86 32 274 5,749 66 0 96 87 47 78 5,877 0 0 130 88 10 15 5,992 58 64 122 89 188 195 6,044 0 0 128 90 131 143 6,080 0 80 125 91 123 206 6,097 0 0 155 92 98 265 6,206 0 0 176 93 28 151 6,422 0 54 118 94 128 316 6,431 32 55 137 95 17 96 6,493 14 0 111 96 32 90 6,515 86 40 98 97 238 283 6,528 0 0 245 98 32 261 6,546 96 46 123 99 266 320 6,580 0 0 145

100 115 209 6,869 0 77 150 101 135 138 6,962 73 57 114 102 134 165 7,200 50 61 127 103 55 101 7,211 0 0 158 104 127 222 7,283 0 0 183 105 4 136 7,404 31 84 137

106 6 71 7,427 38 0 136 107 82 99 7,475 37 0 124 108 178 340 7,485 0 0 161 109 112 239 7,544 83 0 138 110 64 69 7,686 0 0 159 111 17 66 7,695 95 44 122 112 124 175 7,813 0 0 169

113 59 263 8,099 0 0 136 114 135 199 8,125 101 74 125 115 95 264 8,159 0 0 170 116 205 306 8,262 0 0 219 117 169 300 8,462 0 79 156

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93

118 28 149 8,658 93 0 159 119 113 255 8,676 0 85 163 120 117 280 8,779 70 30 181 121 44 74 8,907 0 0 203 122 10 17 8,910 88 111 139 123 32 225 8,916 98 56 138 124 82 172 8,974 107 47 163

125 131 135 8,990 90 114 148

126 7 13 9,251 72 71 154

127 120 134 9,282 63 102 164

128 188 311 9,348 89 0 168

129 9 91 9,385 0 0 179

130 24 47 9,479 0 87 150

131 83 89 9,583 0 0 133

132 19 22 9,882 0 0 179

133 83 88 9,971 131 68 142

134 153 207 9,991 0 0 157

135 270 284 10,157 76 0 220

136 6 59 10,241 106 113 166

137 4 128 10,283 105 94 162

138 32 112 10,572 123 109 148

139 10 26 10,700 122 82 162

140 57 63 10,705 0 5 217

141 162 216 10,753 0 0 169

142 83 104 10,788 133 75 172

143 254 339 10,807 0 0 208

144 70 273 10,818 0 0 199

145 72 266 11,035 0 99 191

146 146 317 11,407 0 0 196

147 203 275 11,428 0 0 202

148 32 131 11,805 138 125 171

149 176 305 11,817 0 0 184

150 24 115 12,012 130 100 175

151 111 132 12,451 0 0 206

152 45 294 12,630 0 0 237

153 68 177 12,683 0 78 186

154 7 16 12,688 126 0 172

155 123 174 12,706 91 48 198

156 161 169 12,881 0 117 180

157 153 192 12,945 134 0 191

158 41 55 13,007 0 103 176

159 28 64 13,157 118 110 166

160 60 290 13,311 0 0 207

161 102 178 13,311 0 108 234

162 4 10 13,324 137 139 171

163 82 113 13,358 124 119 180

164 120 144 13,403 127 81 185

165 85 285 14,011 65 0 188

166 6 28 14,035 136 159 197

167 38 80 14,079 0 0 216

168 188 321 14,738 128 0 183

169 124 162 14,822 112 141 226

170 61 95 14,906 0 115 208

171 4 32 15,086 162 148 185

172 7 83 15,213 154 142 193

173 129 220 15,455 0 0 218

174 87 103 15,494 0 0 182

175 24 159 15,561 150 0 200

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94

176 41 98 15,613 158 92 195

177 108 278 15,774 0 0 215

178 109 142 15,777 0 0 217

179 9 19 15,853 129 132 211

180 82 161 16,088 163 156 203

181 117 201 16,129 120 0 200

182 52 87 16,440 0 174 199

183 127 188 16,568 104 168 198

184 176 279 16,581 149 0 188

185 4 120 16,756 171 164 193

186 68 288 17,008 153 0 190

187 23 325 17,008 0 0 202

188 85 176 17,155 165 184 230

189 145 315 17,414 0 0 224

190 68 93 17,561 186 0 221

191 72 153 17,600 145 157 235

192 126 281 17,735 0 0 242

193 4 7 17,858 185 172 197

194 166 229 17,922 0 0 214

195 5 41 18,459 0 176 246

196 146 183 18,557 146 0 222

197 4 6 18,641 193 166 205

198 123 127 18,763 155 183 223

199 52 70 19,064 182 144 211

200 24 117 19,088 175 181 210

201 236 242 19,318 0 0 213

202 23 203 19,574 187 147 238

203 44 82 19,840 121 180 205

204 25 204 19,944 0 0 231

205 4 44 20,425 197 203 210

206 29 111 20,610 0 151 216

207 34 60 21,002 0 160 248

208 61 254 21,261 170 143 213

209 214 333 21,544 0 0 230

210 4 24 21,677 205 200 220

211 9 52 22,098 179 199 229

212 164 171 22,156 0 0 249

213 61 236 23,616 208 201 265

214 166 338 24,009 194 0 252

215 108 198 24,204 177 0 260

216 29 38 24,395 206 167 253

217 57 109 25,319 140 178 232

218 129 213 25,355 173 0 262

219 202 205 25,645 0 116 238

220 4 270 25,706 210 135 227

221 68 327 26,265 190 0 227

222 146 293 26,855 196 0 241

223 123 160 27,127 198 0 228

224 145 289 27,256 189 0 269

225 53 77 27,807 0 0 258

226 124 194 28,238 169 0 257

227 4 68 28,385 220 221 229

228 123 230 29,138 223 0 233

229 4 9 29,907 227 211 233

230 85 214 30,182 188 209 251

231 25 56 31,326 204 0 293

232 57 193 32,015 217 0 258

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95

233 4 123 32,043 229 228 246

234 102 167 32,071 161 0 261

235 72 221 32,125 191 0 254

236 67 94 32,172 0 0 268

237 45 245 32,871 152 0 262

238 23 202 33,017 202 219 270

239 190 223 33,057 0 0 267

240 43 291 33,931 0 0 277

241 107 146 34,220 0 222 264

242 46 126 34,339 0 192 297

243 49 125 34,459 0 0 304

244 3 81 34,632 0 0 339

245 155 238 34,853 0 97 269

246 4 5 34,893 233 195 252

247 121 323 35,408 0 0 257

248 34 154 35,983 207 0 275

249 116 164 36,304 0 212 266

250 84 105 37,548 0 0 328

251 85 218 37,763 230 0 275

252 4 166 38,458 246 214 253

253 4 29 38,689 252 216 260

254 72 157 38,935 235 0 259

255 21 240 39,163 0 0 279

256 152 208 39,259 0 0 276

257 121 124 39,676 247 226 278

258 53 57 39,815 225 232 280

259 72 331 40,291 254 0 303

260 4 108 41,513 253 215 270

261 102 250 42,071 234 0 286

262 45 129 42,764 237 218 284

263 92 100 42,970 0 0 321

264 107 168 44,404 241 0 282

265 61 234 44,791 213 0 281

266 116 299 44,816 249 0 290

267 190 256 45,353 239 0 281

268 67 197 45,610 236 0 282

269 145 155 46,443 224 245 290

270 4 23 47,161 260 238 280

271 158 251 47,907 0 0 296

272 37 122 48,210 0 0 278

273 50 110 48,432 0 0 285

274 156 180 48,581 0 0 289

275 34 85 48,959 248 251 283

276 152 191 49,561 256 0 287

277 43 62 49,870 240 0 301

278 37 121 50,877 272 257 288

279 21 31 51,129 255 0 287

280 4 53 52,136 270 258 283

281 61 190 52,477 265 267 285

282 67 107 52,777 268 264 292

283 4 34 52,889 280 275 288

284 2 45 53,285 0 262 286

285 50 61 56,266 273 281 297

286 2 102 58,020 284 261 291

287 21 152 58,858 279 276 300

288 4 37 58,917 283 278 291

289 156 244 60,971 274 0 315

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290 116 145 61,212 266 269 306

291 2 4 62,377 286 288 293

292 58 67 64,068 0 282 298

293 2 25 64,277 291 231 295

294 1 179 68,021 0 0 310

295 2 40 68,439 293 0 298

296 158 224 68,749 271 0 317

297 46 50 70,308 242 285 304

298 2 58 71,635 295 292 300

299 310 334 73,653 0 0 325

300 2 21 73,686 298 287 303

301 43 298 74,636 277 0 309

302 118 295 74,852 0 0 320

303 2 72 75,350 300 259 306

304 46 49 75,797 297 243 308

305 133 184 80,045 0 0 321

306 2 116 81,822 303 290 311

307 150 282 83,059 0 0 313

308 46 259 86,170 304 0 310

309 43 54 86,256 301 0 314

310 1 46 88,985 294 308 318

311 2 312 89,661 306 0 315

312 241 271 90,434 0 0 323

313 51 150 92,558 0 307 324

314 43 257 94,804 309 0 322

315 2 156 98,911 311 289 317

316 35 173 101,041 0 0 330

317 2 158 101,837 315 296 318

318 1 2 102,826 310 317 319

319 1 163 107,807 318 0 322

320 118 232 109,008 302 0 323

321 92 133 112,226 263 305 333

322 1 43 115,332 319 314 324

323 118 241 119,043 320 312 326

324 1 51 121,420 322 313 326

325 65 310 124,669 0 299 336

326 1 118 125,638 324 323 327

327 1 330 132,993 326 0 329

328 48 84 136,895 0 250 332

329 1 292 144,153 327 0 331

330 35 303 158,551 316 0 338

331 1 324 159,297 329 0 332

332 1 48 171,589 331 328 333

333 1 92 173,719 332 321 334

334 1 33 175,737 333 0 335

335 1 42 191,825 334 0 336

336 1 65 207,070 335 325 337

337 1 268 213,053 336 0 338

338 1 35 217,175 337 330 339

339 1 3 232,819 338 244 340

340 1 27 291,189 339 0 0

APÊNDICE B – Coeficientes dos clusters para os acadêmicos dos quartos anos Aglomeração

Cluster Combinado Coeficientes

Etapa Cluster primeiro aparece Próximo estágio

Etapa Cluster 1 Cluster 2 Cluster 1 Cluster 2

1 155 170 1,718 0 0 11

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2 75 113 2,088 0 0 7 3 115 140 2,342 0 0 30 4 32 60 2,672 0 0 7 5 211 212 2,862 0 0 70 6 24 217 2,959 0 0 20 7 32 75 3,039 4 2 16 8 136 176 3,325 0 0 18 9 114 184 3,469 0 0 31 10 28 180 3,607 0 0 15 11 84 155 3,912 0 1 48 12 123 125 4,128 0 0 53

13 55 93 4,157 0 0 19 14 15 216 4,399 0 0 39 15 28 63 4,422 10 0 25 16 32 46 4,808 7 0 41 17 92 202 4,902 0 0 29 18 118 136 5,000 0 8 46 19 55 73 5,006 13 0 40 20 24 87 5,116 6 0 32 21 47 62 5,223 0 0 52 22 19 161 5,353 0 0 57 23 48 128 5,414 0 0 44 24 67 165 5,504 0 0 66 25 28 112 5,585 15 0 48 26 61 147 5,588 0 0 59 27 36 144 5,767 0 0 44 28 34 70 5,813 0 0 45 29 92 150 5,905 17 0 64 30 115 139 6,021 3 0 58 31 108 114 6,022 0 9 38 32 24 35 6,406 20 0 51 33 66 194 6,617 0 0 50 34 96 148 6,622 0 0 78 35 76 91 6,759 0 0 76 36 43 44 6,835 0 0 99

37 104 106 6,897 0 0 72 38 69 108 6,999 0 31 81 39 15 167 7,053 14 0 64 40 55 121 7,093 19 0 52 41 32 54 7,199 16 0 51 42 129 145 7,343 0 0 78 43 151 157 7,431 0 0 54 44 36 48 7,534 27 23 58 45 34 188 7,608 28 0 65 46 56 118 7,618 0 18 74 47 53 186 7,801 0 0 75 48 28 84 7,817 25 11 63 49 9 214 7,915 0 0 103 50 66 189 8,228 33 0 69 51 24 32 8,285 32 41 59 52 47 55 8,401 21 40 65 53 88 123 8,441 0 12 63 54 151 153 8,645 43 0 74 55 127 177 8,645 0 0 130 56 183 207 8,690 0 0 85 57 12 19 9,236 0 22 86 58 36 115 9,294 44 30 80 59 24 61 9,459 51 26 73 60 30 178 9,644 0 0 83 61 4 59 9,914 0 0 95 62 187 205 10,004 0 0 79 63 28 88 10,095 48 53 69 64 15 92 10,263 39 29 73

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65 34 47 10,318 45 52 86 66 67 105 11,015 24 0 68 67 17 204 11,141 0 0 133 68 3 67 11,336 0 66 100 69 28 66 11,469 63 50 80 70 206 211 11,529 0 5 88 71 38 143 11,586 0 0 141 72 104 130 11,591 37 0 98 73 15 24 11,721 64 59 91 74 56 151 11,878 46 54 89 75 53 169 12,015 47 0 117 76 76 83 12,381 35 0 97 77 37 103 12,554 0 0 151 78 96 129 12,664 34 42 96 79 187 209 12,865 62 0 125 80 28 36 13,000 69 58 81 81 28 69 13,152 80 38 89 82 109 173 13,320 0 0 143 83 16 30 13,326 0 60 106 84 86 185 13,525 0 0 110 85 119 183 13,644 0 56 91 86 12 34 14,315 57 65 97 87 14 181 14,416 0 0 104 88 198 206 15,254 0 70 106 89 28 56 15,300 81 74 96 90 89 100 15,485 0 0 142 91 15 119 15,871 73 85 101 92 41 152 15,989 0 0 103 93 33 192 16,569 0 0 118 94 22 141 16,960 0 0 129 95 4 58 17,236 61 0 144 96 28 96 17,267 89 78 101 97 12 76 17,376 86 76 102 98 20 104 17,775 0 72 118 99 23 43 17,800 0 36 129 100 3 138 17,818 68 0 121 101 15 28 18,962 91 96 102 102 12 15 19,544 97 101 111 103 9 41 20,380 49 92 132 104 14 18 20,429 87 0 108 105 149 201 20,474 0 0 107 106 16 198 20,877 83 88 115 107 98 149 21,266 0 105 137

108 14 26 21,273 104 0 122 109 196 200 21,710 0 0 116 110 79 86 21,813 0 84 149 111 12 40 23,055 102 0 117 112 5 78 23,915 0 0 164 113 74 171 24,177 0 0 136 114 117 172 24,212 0 0 182 115 6 16 24,248 0 106 147 116 45 196 24,376 0 109 131 117 12 53 24,444 111 75 121 118 20 33 24,502 98 93 126 119 174 182 25,043 0 0 130 120 51 116 25,323 0 0 150 121 3 12 25,934 100 117 126 122 14 135 26,585 108 0 141 123 81 95 26,927 0 0 140 124 126 208 27,802 0 0 148 125 52 187 28,266 0 79 144

126 3 20 28,270 121 118 127

127 3 25 28,551 126 0 137

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128 29 90 30,147 0 0 158

129 22 23 30,540 94 99 170

130 127 174 30,636 55 119 134

131 45 179 30,870 116 0 136

132 9 210 31,005 103 0 162

133 17 164 31,697 67 0 156

134 127 146 32,335 130 0 138

135 39 94 32,908 0 0 189

136 45 74 32,916 131 113 140

137 3 98 33,052 127 107 162

138 127 163 33,557 134 0 164

139 122 159 33,897 0 0 169

140 45 81 34,513 136 123 161

141 14 38 34,964 122 71 147

142 72 89 35,304 0 90 167

143 109 213 35,486 82 0 203

144 4 52 35,738 95 125 149

145 2 50 36,065 0 0 194

146 68 160 37,511 0 0 160

147 6 14 38,491 115 141 163

148 13 126 38,754 0 124 180

149 4 79 39,779 144 110 179

150 51 120 40,205 120 0 199

151 37 162 40,683 77 0 165

152 65 80 41,337 0 0 186

153 101 131 42,345 0 0 209

154 99 154 42,390 0 0 168

155 124 168 42,614 0 0 180

156 17 77 42,767 133 0 158

157 64 102 42,887 0 0 191

158 17 29 44,327 156 128 165

159 82 195 44,355 0 0 197

160 57 68 44,358 0 146 181

161 31 45 44,642 0 140 170

162 3 9 44,958 137 132 163

163 3 6 45,898 162 147 171

164 5 127 45,920 112 138 171

165 17 37 46,078 158 151 175

166 71 142 46,093 0 0 185

167 72 203 46,126 142 0 183

168 99 197 46,674 154 0 175

169 110 122 46,754 0 139 178

170 22 31 47,680 129 161 177

171 3 5 49,767 163 164 176

172 1 8 49,947 0 0 174

173 27 49 50,733 0 0 189

174 1 132 51,105 172 0 193

175 17 99 53,139 165 168 179

176 3 107 53,371 171 0 177

177 3 22 53,464 176 170 183

178 110 193 55,088 169 0 184

179 4 17 55,104 149 175 190

180 13 124 56,354 148 155 188

181 57 85 56,923 160 0 201

182 111 117 57,452 0 114 198

183 3 72 59,608 177 167 184

184 3 110 62,653 183 178 187

185 71 137 62,877 166 0 205

186 65 215 64,117 152 0 195

187 3 175 64,559 184 0 188

188 3 13 65,181 187 180 190

189 27 39 65,866 173 135 193

190 3 4 68,831 188 179 194

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100

191 11 64 69,446 0 157 200

192 158 191 70,711 0 0 208

193 1 27 71,139 174 189 207

194 2 3 72,322 145 190 195

195 2 65 76,867 194 186 198

196 156 199 77,197 0 0 211

197 82 190 78,823 159 0 204

198 2 111 79,635 195 182 199

199 2 51 82,056 198 150 202

200 10 11 84,506 0 191 202

201 57 166 87,280 181 0 206

202 2 10 95,457 199 200 203

203 2 109 97,828 202 143 204

204 2 82 97,968 203 197 205

205 2 71 103,806 204 185 206

206 2 57 104,949 205 201 207

207 1 2 106,350 193 206 209

208 7 158 109,354 0 192 213

209 1 101 112,034 207 153 210

210 1 21 118,860 209 0 211

211 1 156 126,032 210 196 212

212 1 42 127,714 211 0 213

213 1 7 137,517 212 208 214

214 1 97 168,955 213 0 216

215 133 134 181,744 0 0 216

216 1 133 238,765 214 215 0

APÊNDICE C – Carga fatorial da ESD para os acadêmicos dos primeiros anos Rotação do Componente da Matrix

Componente

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

VAR69 0,715

VAR59 0,710

VAR53 0,682

VAR60 0,680

VAR68 0,671

VAR49 0,653

VAR20 0,634

VAR34 0,595

VAR32 0,543

VAR38 0,407

VAR51 0,738

VAR76 0,735

VAR30 0,648

VAR63 0,644

VAR43 0,518

VAR42 0,830

VAR62 0,785

VAR52 0,636

VAR47 0,474

VAR56 0,825

VAR75 0,690

VAR37 0,674

VAR74 0,666

VAR35 0,651

VAR73 0,634

VAR80 0,605

VAR45 0,701

VAR57 0,665

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101

VAR26 0,768

VAR55 0,655

VAR06 0,800

VAR17 0,797

VAR21 0,851

APÊNDICE D – Carga fatorial da Atitude ao Endividamento para os acadêmicos dos

primeiros anos Rotação do Componente da Matrix

Componente

1 2

VAR87 0,887

VAR89 0,885

VAR83 0,807

VAR91 0,653

APÊNDICE E – Carga fatorial da ESD para os acadêmicos dos quartos anos

Rotação do Componente da Matrix

Componente

1 2 3 4 5 6 7

VAR23 0,695

VAR25 0,664

VAR39 0,763

VAR45 0,702

VAR48 0,645

VAR58 0,502

VAR05 0,711

VAR20 0,631

VAR22 0,601

VAR49 0,733

VAR14 0,647

VAR35 0,561

VAR52 0,596

VAR65 0,701

VAR82 0,528

VAR72 0,794

VAR81 0,641

VAR44 0,844

VAR75 0,845

VAR40 0,718

VAR80 0,785

VAR55 0,831

VAR04 0,459

APÊNDICE F – Carga fatorial da Atitude ao Endividamento para os acadêmicos dos quartos

anos Rotação do Componente da Matrix

Componente

1 2

VAR89 0,895

VAR87 0,894

VAR83 0,827

VAR91 0,827

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102

ANEXOS

ANEXO A – Instrumento de coleta de dados

DADOS PESSOAIS:

1. Idade_____________

2. Sexo ( )feminino ( )masculino

3. Estado civil ( )solteiro ( )casado ( )separado/divorciado ( )viúvo

4. Possui filhos ( )não ( )sim. Quantos?______

5. Possui dependentes ( )não ( )sim. Quantos?___________

6. Sua moradia é ( )própria ( )alugada ( )financiada ( )outra. Qual?________

7. Qual a sua ocupação:________________________________________ ( )não trabalha

8. Renda bruta mensal da família: ________________________salários mínimos

9. Sua renda bruta mensal: ______________________________salários mínimos

10. Recebe ajuda financeira: ( )não ( )dos pais ( )dos filhos ( )parentes e/ou amigos ( )do governo

( )outros. Qual?_________

11. Você possui dívidas/financiamentos ( )não ( )sim. Se sim, responda as questões 11 a 13.

12. Quais os tipos:

( )cheque especial ( )cartão de crédito ( )empréstimo rural

( )empréstimo pessoal ( )financiamento de bem móvel ( )financiamento de bem imóvel

( )outra. Qual?______________________________

13. Estas dívidas estão em atraso? ( )sim ( )não

14. A principal razão para as dívidas você diria que foi?

( ) falta de planejamento ( )desemprego ou queda da renda ( )alta propensão ao consumo

( )alta taxa de juro ( )empréstimo no nome ( )problema de saúde

( )má gestão orçamentaria ( )acesso ao crédito ( )baixa taxa de juro

( )ausência de desconto a vista ( )outra. Qual?______________________________________________

15. Com relação aos seus gastos você diria: ( )gasto mais do ganho ( )gasto menos do que ganho (

)gasto igual ao que ganho

16. Com que frequência você consegue poupar: ( )sempre ( )frequentemente ( )raramente ( )algumas

vezes ( )nunca

17. Como você gasta a sua renda?

Gastos Exemplos Percentual

Com a casa Moveis, decoração, alimentação

Com os filhos Escola, roupas.

Com o marido/esposa Roupa, presente.

Com os outros Presente, ajuda financeira

Consigo Remédios, lazer, roupas

Total 100%

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103

Enumere as frases abaixo conforme o grau de importância de 0 a 10, onde 0 significa não concordo e 10

significa concordo muito. MARQUE APENAS UM NÚMERO PARA CADA FRASE E NÃO DEIXE

NENHUMA FRASE SEM RESPOSTA.

As questões de 1 a 82 são referentes à sua percepção sobre o significado do dinheiro

1 Dinheiro facilita a vida sexual das pessoas

2 Quem tem dinheiro é valorizado socialmente

3 Pensar em dinheiro me deixa deprimido

4 Dinheiro lembra contrastes sociais

5 Quem é rico pode impor sua opinião

6 Dinheiro é uma coisa complicada para mim

7 Dinheiro significa poder viajar

8 Dinheiro é sinônimo de dor de cabeça

9 Quem tem dinheiro deve empregá-lo no desenvolvimento do país

10 Crianças ricas são ensinadas a evitar contato com crianças pobres

11 Dinheiro provoca angústia

12 Dinheiro é sinônimo de dominação

13 O dinheiro facilita a convivência familiar

14 Dinheiro traz esperança no futuro

15 Ter dinheiro é ter poder

16 Quero deixar minha família amparada financeiramente quando eu morrer

17 O dinheiro provoca jogos de interesse

18 Ficarei realizado quando atingir a situação que determinei para mim

19 O dinheiro ajuda a evolução da humanidade

20 Quem tem dinheiro é o primeiro a ser atendido em qualquer lugar

21 Tenho medo de gastar mais do que posso

22 Dinheiro traz reconhecimento social

23 Dinheiro gera desarmonia nas famílias

24 O dinheiro torna as relações amorosas mais agradáveis

25 Dinheiro gera ingratidão

26 Sou desapegado das coisas materiais

27 Pessoas negras e pobres são vistas como perigosas

28 Quem tem dinheiro pode cometer crimes impunemente

29 Ajudar quem precisa é melhor que guardar dinheiro

30 Dinheiro provoca casamentos por interesse

31 Gosto de ajudar amigos em dificuldades financeiras

32 Quem tem dinheiro passa por cima das normas estabelecidas

33 Quando compro coisas novas esqueço meus problemas

34 Crianças ricas são educadas para mandar

35 Acho importante ter seguro de vida

36 Dinheiro causa assassinatos

37 Eu investiria dinheiro em inovações tecnológicas

38 Dinheiro significa status social

39 Dinheiro provoca frustrações

40 Quem tem fé sabe que precisa fazer caridade

41 Pessoas pobres são impedidas de ir a lugares frequentados por gente rica

42 Dinheiro atrai felicidade

43 Dinheiro atrai inveja

44 Eu investiria dinheiro em eventos culturais

45 Dinheiro provoca neuroses

46 Dinheiro gera progresso

47 Dinheiro ajuda a ter harmonia familiar

48 Dinheiro provoca ilusões

49 Quem tem dinheiro tem autoridade sobre os outros

50 É dever de todas as pessoas dividirem o que têm

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104

51 Dinheiro provoca traições

52 O dinheiro ajuda as pessoas a gostarem mais de si mesmas

53 Quem tem dinheiro se livra de entrar em filas

54 Dinheiro significa prazer

55 As pessoas deveriam dar menos importância a bens materiais

56 Com dinheiro eu investiria em pesquisas científicas

57 Dinheiro provoca descontrole emocional

58 O dinheiro torna as pessoas oportunistas

59 Quem tem dinheiro é o centro das atenções

60 As pessoas submetem-se a quem tem dinheiro

61 Tenho pesadelos por causa de dinheiro

62 Dinheiro ajuda a ser feliz

63 Dinheiro provoca desavenças com parentes

64 Dinheiro possibilita ascensão social

65 O dinheiro representa a busca de felicidade

66 Eu uso o meu dinheiro para ficar contente

67 Dinheiro garante prosperidade para a sociedade

68 Quem é rico impõe sua personalidade

69 A classe pobre é excluída dos direitos sociais

70 O dinheiro facilita a vida da humanidade

71 É preciso ter dinheiro para ter prestígio

72 Dinheiro atrai falsos amigos

73 Acho importante fazer convênios de saúde

74 Recompensas espirituais são mais importantes que dinheiro

75 Com dinheiro eu patrocinaria o desenvolvimento das artes

76 Dinheiro gera desconfiança entre pessoas

77 Os pais devem ensinar os filhos a serem generosos

78 Dinheiro lembra dívidas

79 O dinheiro constrói um mundo melhor

80 Basta crer em Deus para ter as necessidades atendidas

81 As pessoas tentam agradar quem tem dinheiro

82 Dinheiro resolve problemas sociais

As questões 83 a 91 diz respeito a sua percepção sobre o endividamento

83 Não é certo gastar mais do que ganho

84 Eu sei exatamente quanto devo gastar em lojas, cartão de crédito ou banco

85 Acho normal as pessoas ficarem endividadas para pagar suas coisas

86 É melhor primeiro juntar dinheiro e só depois gastar

87 Prefiro comprar parcelado do que esperar para ter dinheiro para comprar a vista

88 É importante saber controlar os gastos da minha casa

89 Prefiro pagar parcelado mesmo que no total seja mais caro

90 As pessoas ficariam desapontadas comigo se soubesse que tenho dívidas

91 Não tem problema ter dívida se eu sei que posso pagar

ANEXO B – Denominações das variáveis do significado do dinheiro e da atitude ao

endividamento

Variáveis Denominações

1 Dinheiro facilita a vida sexual das pessoas VAR01

2 Quem tem dinheiro é valorizado socialmente VAR02

3 Pensar em dinheiro me deixa deprimido VAR03

4 Dinheiro lembra contrastes sociais VAR04

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105

5 Quem é rico pode impor sua opinião VAR05

6 Dinheiro é uma coisa complicada para mim VAR06

7 Dinheiro significa poder viajar VAR07

8 Dinheiro é sinônimo de dor de cabeça VAR08

9 Quem tem dinheiro deve empregá-lo no desenvolvimento do país VAR09

10 Crianças ricas são ensinadas a evitar contato com crianças pobres VAR10

11 Dinheiro provoca angústia VAR11

12 Dinheiro é sinônimo de dominação VAR12

13 O dinheiro facilita a convivência familiar VAR13

14 Dinheiro traz esperança no futuro VAR14

15 Ter dinheiro é ter poder VAR15

16 Quero deixar minha família amparada financeiramente quando eu morrer VAR16

17 O dinheiro provoca jogos de interesse VAR17

18 Ficarei realizado quando atingir a situação que determinei para mim VAR18

19 O dinheiro ajuda a evolução da humanidade VAR19

20 Quem tem dinheiro é o primeiro a ser atendido em qualquer lugar VAR20

21 Tenho medo de gastar mais do que posso VAR21

22 Dinheiro traz reconhecimento social VAR22

23 Dinheiro gera desarmonia nas famílias VAR23

24 O dinheiro torna as relações amorosas mais agradáveis VAR24

25 Dinheiro gera ingratidão VAR25

26 Sou desapegado das coisas materiais VAR26

27 Pessoas negras e pobres são vistas como perigosas VAR27

28 Quem tem dinheiro pode cometer crimes impunemente VAR28

29 Ajudar quem precisa é melhor que guardar dinheiro VAR29

30 Dinheiro provoca casamentos por interesse VAR30

31 Gosto de ajudar amigos em dificuldades financeiras VAR31

32 Quem tem dinheiro passa por cima das normas estabelecidas VAR32

33 Quando compro coisas novas esqueço meus problemas VAR33

34 Crianças ricas são educadas para mandar VAR34

35 Acho importante ter seguro de vida VAR35

36 Dinheiro causa assassinatos VAR36

37 Eu investiria dinheiro em inovações tecnológicas VAR37

38 Dinheiro significa status social VAR38

39 Dinheiro provoca frustrações VAR39

40 Quem tem fé sabe que precisa fazer caridade VAR40

41 Pessoas pobres são impedidas de ir a lugares frequentados por gente rica VAR41

42 Dinheiro atrai felicidade VAR42

43 Dinheiro atrai inveja VAR43

44 Eu investiria dinheiro em eventos culturais VAR44

45 Dinheiro provoca neuroses VAR45

46 Dinheiro gera progresso VAR46

47 Dinheiro ajuda a ter harmonia familiar VAR47

48 Dinheiro provoca ilusões VAR48

49 Quem tem dinheiro tem autoridade sobre os outros VAR49

50 É dever de todas as pessoas dividirem o que têm VAR50

51 Dinheiro provoca traições VAR51

52 O dinheiro ajuda as pessoas a gostarem mais de si mesmas VAR52

53 Quem tem dinheiro se livra de entrar em filas VAR53

54 Dinheiro significa prazer VAR54

55 As pessoas deveriam dar menos importância a bens materiais VAR55

56 Com dinheiro eu investiria em pesquisas científicas VAR56

57 Dinheiro provoca descontrole emocional VAR57

58 O dinheiro torna as pessoas oportunistas VAR58

59 Quem tem dinheiro é o centro das atenções VAR59

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106

60 As pessoas submetem-se a quem tem dinheiro VAR60

61 Tenho pesadelos por causa de dinheiro VAR61

62 Dinheiro ajuda a ser feliz VAR62

63 Dinheiro provoca desavenças com parentes VAR63

64 Dinheiro possibilita ascensão social VAR64

65 O dinheiro representa a busca de felicidade VAR65

66 Eu uso o meu dinheiro para ficar contente VAR66

67 Dinheiro garante prosperidade para a sociedade VAR67

68 Quem é rico impõe sua personalidade VAR68

69 A classe pobre é excluída dos direitos sociais VAR69

70 O dinheiro facilita a vida da humanidade VAR70

71 É preciso ter dinheiro para ter prestígio VAR71

72 Dinheiro atrai falsos amigos VAR72

73 Acho importante fazer convênios de saúde VAR73

74 Recompensas espirituais são mais importantes que dinheiro VAR74

75 Com dinheiro eu patrocinaria o desenvolvimento das artes VAR75

76 Dinheiro gera desconfiança entre pessoas VAR76

77 Os pais devem ensinar os filhos a serem generosos VAR77

78 Dinheiro lembra dívidas VAR78

79 O dinheiro constrói um mundo melhor VAR79

80 Basta crer em Deus para ter as necessidades atendidas VAR80

81 As pessoas tentam agradar quem tem dinheiro VAR81

82 Dinheiro resolve problemas sociais VAR82

83 Não é certo gastar mais do que ganho VAR83

84 Eu sei exatamente quanto devo gastar em lojas, cartão de crédito ou banco VAR84

85 Acho normal as pessoas ficarem endividadas para pagar suas coisas VAR85

86 É melhor primeiro juntar dinheiro e só depois gastar VAR86

87 Prefiro comprar parcelado do que esperar para ter dinheiro para comprar a vista VAR87

88 É importante saber controlar os gastos da minha casa VAR88

89 Prefiro pagar parcelado mesmo que no total seja mais caro VAR89

90 As pessoas ficariam desapontadas comigo se soubesse que tenho dívidas VAR90

91 Não tem problema ter dívida se eu sei que posso pagar VAR91