UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE DO PARANÁ PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

FORMAÇÃO CONTINUADA EM REDE

BERENICE RIBEIRO PONTES

UNIDADE DIDÁTICA:

A POESIA NO DESENVOLVIMENTO DA LEITURA

GUARAPUAVA 2011

BERENICE RIBEIRO PONTES

UNIDADE DIDÁTICA:

A POESIA NO DESENVOLVIMENTO DA LEITURA Unidade didática apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional PDE como requisito parcial à implementação de incentivo à prática de leitura na escola. Tema: A Poesia Infantil no Desenvolvimento da Leitura. Orientadora: Profª. Drª. Célia Bassuma Fernandes

GUARAPUAVA 2011

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 4 2 PROCEDIMENTOS/MATERIAL DIDÁTICO .......................................................... 6 3 AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA .................................. 21 4 ORIENTAÇÕES/RECOMENDAÇÕES .................................................................. 22 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 23

1 APRESENTAÇÃO

A poesia é um dos gêneros que mais encanta o ser humano, pois expressa

as emoções, os sentimentos vivenciados pelas pessoas no seu cotidiano. Ela é

catártica, e mexe com o interior do ser humano, levando-o a refletir sobre o mundo,

e sobre o que está ao seu redor, permitindo-lhe, segundo Coelho (2000, p. 221), “[...]

em certo modo ver as coisas, [...] ver além do visível”.

Parte integrante de nossas vidas, a poesia está nas coisas mais simples, por

mais que não nos demos conta, e se não conseguimos entendê-la por meio das

palavras, podemos observá-la na natureza, num olhar, num gesto de carinho, numa

palavra amigável. Por meio da leitura de textos poéticos, o ser humano cria e dá

asas à imaginação, voando pelo universo de encantamento e magia.

Este trabalho tem por objetivo subsidiar a prática pedagógica dos futuros

professores das séries iniciais, no que se refere à leitura de textos poéticos

direcionados ao público infantil, uma vez que esse gênero textual constitui um rico

material a ser utilizado na sala de aula, dado seu aspecto lúdico, e que vem sendo

relegado a segundo plano no contexto escolar.

Tema:

Leitura de poesia infantil.

Título:

A poesia no desenvolvimento da leitura.

Justificativa:

Na era da informação, pesquisas e avaliações educacionais revelam o baixo

desempenho dos alunos, em especial, com relação à compreensão dos textos que

leem. Dentre os muitos fatores que interferem na prática da leitura, podemos citar:

O desinteresse;

As questões sociais, das quais derivam a falta de acesso aos livros, revistas,

jornais, e outros;

A falta de incentivo da família;

O crescente desenvolvimento dos meios de comunicação de massa, como a

televisão e o celular;

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O advento da internet, pois blogar ou twittar é mais interessante do que ler.

Por estes e outros motivos, há a necessidade de buscar práticas

pedagógicas atrativas que possibilitem o interesse pela leitura. O texto poético é um

dos gêneros literários que encanta crianças, jovens e adultos. Cabe à escola

possibilitar o acesso do aluno aos textos poéticos, ou seja, à leitura de textos

atrativos que chamem a sua atenção.

Porém, ao longo da nossa trajetória profissional, temos notado que esse

gênero textual é colocado de lado na escola, em detrimento de outros, por exemplo,

os informativos. Também notamos certo receio por parte dos professores em usá-los

em atividades de leitura, isto é, a maioria deles tem dificuldades em trabalhar com

textos poéticos, e quando o fazem, é apenas com fins didáticos. Isto é,

simplesmente para abordar questões gramaticais, deixando de lado o seu aspecto

lúdico e artístico. De acordo com Pinheiro (2007, p. 18), “a maioria de nossas

professoras de primeira à quarta série se diz incompetente para trabalhar com

poesia”.

Do nosso ponto de vista, a leitura de poesias exerce um papel fundamental

em nossas vidas, e além do conhecimento, proporciona prazer e entretenimento.

Objetivos:

a) Geral:

Este trabalho pretende desenvolver uma proposta de leitura de textos poéticos

voltados para o público infantil, junto aos futuros professores das séries iniciais,

com o objetivo de subsidiar sua prática pedagógica com este gênero textual,

fazendo com que os alunos passem a familiarizar-se com ele.

b) Específicos:

Propiciar uma interação entre educando e poesia, despertando o amor pela arte

poética e através dela descobrir uma forma de expressar seus anseios e

emoções;

Estimular o aluno a desenvolver o gosto pela leitura através da poesia;

Capacitar o aluno docente a usar a poesia como suporte em suas atividades

pedagógicas relativas à prática da leitura;

Desenvolver a imaginação e a criatividade na produção de textos poéticos.

2 PROCEDIMENTOS/MATERIAL DIDÁTICO

O texto poético permite viajar através da emoção por universos jamais

visitados. Quem nunca sucumbiu aos encantos da arte poética? Só as pessoas

insensíveis ou aquelas que nunca tiveram a oportunidade de entrar em contato com

ele e, por isso, não conhecem os seus encantos.

As atividades aqui propostas visam subsidiar a prática da leitura dos futuros

professores das séries iniciais na escola, por meio de poesias de Olavo Bilac,

Vinicius de Morais e Cecília Meireles, que versam sobre o tema “infância”. Para

tanto, nos embasamos na Análise do Discurso de vertente francesa, que segundo

Orlandi (2009, p. 16), “leva em conta o homem na sua história, considera os

processos de produção de linguagem, pela análise da relação estabelecida pela

língua com os sujeitos que a falam e as situações em que se produz o dizer”.

A partir desse viés, buscar-se-ão maneiras atrativas para se trabalhar com o

texto poético, pois acreditamos que é por meio da leitura que o homem torna-se

crítico e mais consciente de seus direitos e deveres.

Conforme já assinalamos, as atividades aqui propostas serão desenvolvidas

com os alunos do curso de Formação de Docentes, nas aulas de Literatura Infantil,

com vistas a subsidiar sua prática docente nas séries iniciais do ensino fundamental.

ATIVIDADES

1ª ATIVIDADE

a) Leia os dois fragmentos abaixo para responder às questões que seguem:

Texto 1

Talita

Talita tinha a mania de dar nomes de gente aos objetos da casa, e tinha que ser

nomes que rimassem. Assim, por exemplo, a mesa, para Talita, era Dona Teresa, a

poltrona era Vó Gordona, o armário era Doutor Mário. A escada era Dona Ada, a

escrivaninha era Tia Sinhazinha, a lavadora era Prima Dora e assim por diante.

Tatiana Belinky

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Texto 2

O Frio pode ser quente?

As coisas têm muitos jeitos de ser

Depende do jeito da gente ver...

Por que será que numa noite

A lua é tão pequena e fininha

E outra noite ela fica tão redonda e gordinha

Para depois ficar de novo

Daquele jeito estreitinha?

Depende do quê?

Depende do dia que a gente vê.

Jandira Masur

Ao trabalharmos com uma obra literária, precisamos levar em conta dois

aspectos: seu conteúdo (as ideias que expressa) e sua forma (a disposição no

papel, o ritmo, as rimas, etc.). É a forma como está disposto no papel que permite

afirmar se ele é um texto em verso ou em prosa.

Um texto em prosa está disposto em parágrafos. Já no texto em verso,

chamado poema, as linhas não ocupam todo o espaço da página. Cada linha do

texto é chamada verso e um agrupamento de versos forma a estrofe, no interior da

qual pode surgir a rima.

Observação: É importante também estabelecer a diferença entre poesia e poema,

enfatizando que, na maioria das vezes, os dois termos são usados indistintamente.

Poesia: Caráter do que emociona. Aquilo que toca a sensibilidade.

Poema: É a forma concreta da poesia. Diz respeito ao aspecto formal do texto, ou

seja, à sua estrutura: estrofes, rimas, versos.

a) Do que tratam os textos acima?

b) Quanto à forma, eles são iguais ou diferentes? Justifique sua resposta.

c) Quantos versos têm o fragmento do texto 2?

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d) Quando a autora de “O frio pode ser quente?” escreveu esse poema, escolheu

as palavras para que os sons finais de algumas delas combinassem. A isso

damos o nome de rima. Retire exemplos do texto 2.

b) Sente-se junto com um colega e escreva em seu caderno algumas palavras. Seu

colega deverá encontrar palavras que rimem com as que você escreveu. Depois

é a sua vez de inventar rimas para as palavras que ele escreveu. Se quiser, você

pode escrevê-las em forma de poema.

2ª ATIVIDADE

1) Apresentação do tema (poesia infantil) e discussão sobre a importância da leitura

de textos poéticos. Solicitar aos alunos que os conceituem e questionar quais

poemas eles aprenderam enquanto crianças e que ainda lembram. Como os

conheceram? Foi por meio da família, da escola, televisão, leitura ou de outra

forma? Quem quer recitar?

2) Em seguida, a professora fará uma breve explanação sobre o aparecimento da

poesia para a criança no Brasil, bem como sobre seu caráter utilitário, na época,

bem como as mudanças pelas quais passou, sendo produzida, modernamente,

para o entretenimento e deleite dos leitores, nesse caso, o público infantil.

Será necessária uma aula de 50 minutos.

3ª ATIVIDADE

A BORBOLETA

Trazendo uma borboleta, Volta Alfredo para casa. Como é linda! É toda preta, Com

listas douradas na asa.

(...)

(Olavo Bilac)

Ilustração 1. Imagem disponível em Clip Art - Microsoft Word

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Após receberem a cópia da poesia “A borboleta” de Olavo Bilac, será feita

leitura silenciosa pelos alunos, seguida da leitura oral.

Trabalhando com o Texto

1. Responda oralmente:

a) Alfredo volta para casa feliz com a borboleta, enaltece-a por sua beleza, sua cor,

seu tamanho e pelo seu voo. Exibe-a como troféu pela sua primeira captura e quer

colocá-la na parede da sala, ambiente onde recebemos visitas. Que lembranças

esse trecho sugere a você?

b) A que tipo de leitor esse poema é dirigido?

c) Qual o assunto principal do texto?

d) Que idade aparenta o eu - lírico desse texto poético? Caracterize-o.

e) Na sua opinião, a mãe de Alfredo agiu corretamente ao chamar-lhe a atenção?

f) Do que trata o texto?

g) Ponha-se no lugar de Alfredo: que atitude você tomaria?

2. Agora responda em seu caderno:

a) A primeira experiência que temos com algo sempre traz emoções, sentimentos

que ficarão marcados para o resto da vida. É o caso de Alfredo no verso: “É a

primeira que apanho”. O que você acha que ele sentiu ao capturar a borboleta?

b) Você acha, realmente, que o menino vai lembrar do ensinamento de sua mãe que

não se deve matar os bichinhos indefesos?

c) Você achou o título do poema adequado? Justifique.

d) Que efeito de sentido a palavra mas estabelece no verso: “Como voava no

mato!/ Vou sem demora pregá-la... / Mas a mamãe, com carinho,/ Lhe diz...” Que

outra palavra poderia substitui-la?

e) Que ideia expressa a palavra assim no seguinte verso? “Assim, meu filho!

perdeste/A borboleta dourada”.

f) A que conclusão o eu-lírico chega ao final do texto?

g) Você sabe o significado da palavra porfia? Substitua-a por outra de igual sentido

no texto. Agora procure no dicionário o significado desta palavra e compare com o

que você atribuiu.

3. Agora observe atentamente os aspectos formais do texto:

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a) Você sabe qual é a diferença entre texto em prosa e texto em verso? Explique.

b) Você sabe o que é uma estrofe? Quantas estrofes formam o texto?

c) Quantos versos há em cada estrofe?

d) Destaque as palavras que rimam na 1ª. e 2ª. estrofes.

e) Vamos contar o número de sílabas poéticas dos versos das duas primeiras

estrofes?

4. Essa poesia foi escrita há muito tempo. Será que ainda tem valor nos nossos

dias? Dê sua opinião.

Ilustração 2. Imagem disponível em Clip Art - Microsoft Word

Observação: Os alunos poderão dar respostas variadas, dependendo da visão de

mundo e das leituras de cada um. Devem ser considerados os vários “gestos de

interpretação” (ORLANDI, 2007, p. 18) dos alunos.

5. Antes de reler a poesia “A borboleta”, pedir aos alunos para anotar em seus

cadernos a(s) palavra(s) que mais lhe chamou (-ram) a atenção. Pedir que

acrescentem outras que rimem com aquelas que foram escritas no caderno. Ex.:

passarinho, amarelinho, ninho, etc.

Depois solicitar que incluam outras que estabelecem relações entre si

(campo lexical). Ex.: passarinho, canário, galho, árvore, jardim, voo, etc.

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Após isso, propor aos alunos a elaboração de duas estrofes, que versem

sobre a natureza.

Essa atividade deverá ser realizada em dupla. Ao término, pedir que cada

dupla leia o seu texto para a turma.

Obs.: Pode ser proposto também, que os alunos representem o poema por meio de

desenhos, o que lhes estimularia a criatividade.

Para o desenvolvimento dessas atividades serão disponibilizadas duas aulas

de 50 minutos.

4ª ATIVIDADE

A CASA

Vê como as aves têm debaixo d'asa O filho implume, no

calor do ninho... E hás de chorar, lembrando o teu

passado...

Ama criança, a casa em que nasceste!

(Olavo Bilac)

Ilustração 3. Imagem disponível em Clip Art - Microsoft Word

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Trabalhando com o Texto

1. Após receberem a cópia do texto “A Casa”, de Olavo Bilac, será feita leitura oral.

Em seguida, serão feitos questionamentos sobre as condições de produção do texto:

a) Para qual leitor o autor escreveu este texto?

b) Para quem esse texto foi escrito? Do que ele trata?

c) Há como saber qual é a posição social do eu - lírico? É possível caracterizá-lo?

d) Você acha que o tema desse poema tem grande importância para a sociedade de

hoje? Dê sua opinião.

e) Na primeira estrofe, Olavo Bilac faz uma comparação. Qual é ela e o que

significa?

f) O sentido de uma palavra ou expressão não é literal, isto é, muda de sentido de

acordo com aquele que a emprega. No verso “Aqui deves entrar num templo”, o

que significa a palavra grifada?

h) Todo o texto está em segunda pessoa. Que efeito de sentido essa escolha

provoca?

i) O que significa, dentro do contexto, o verso: “Porque talvez, em lágrimas, mais

tarde, te vejas triste”?

2. Conte as estrofes e versos do poema.

3. Esconde verso: ao passar uma folha em branca, cada aluno deve escrever um

verso do texto que mais lhe agradou ou outra frase correlata ao poema. O primeiro

aluno escreve um verso e dobra a folha rapidamente para não ser visto por ninguém,

e passa para o seguinte que repete o mesmo exercício, até chegar ao último aluno.

Em seguida, a professora colocará no quadro o resultado do exercício.

Obs.: Pode acontecer de as frases ficarem soltas ou serem contraditórias. Isso criará

uma sensação de magia, lembrando a linguagem poética.

4. Sequência de palavras: Consiste em fazer um texto pelo encadeamento de

palavras que não sejam verbos. Ex.:

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UMA CASA

Uma janela

A mãe na janela

O menino de mochila

O sorriso no rosto

O pôr do sol

Os pássaros na árvore

O carinho

A família

O amor

A saudade.

Para essas atividades serão disponibilizadas 2 aulas de 50 minutos.

Como se percebe, os dois textos de Olavo Bilac tinham finalidades

pedagógicas e estavam voltados para a formação da cidadania e educação de

comportamentos.

5ª ATIVIDADE:

AS BORBOLETAS

Brancas

Azuis

Amarelas...

(Vinícius de Moraes)

<Poesia disponível no link www.portalsaofrancisco.com.br>

Trabalhando com o Texto

1. Inicialmente, será feita uma leitura oral do poema primeiro pelo professor. Depois

os alunos deverão fazer uma leitura expressiva, em que cada grupo de alunos lê um

verso.

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Obs.: O tipo de leitura a ser feita fica a critério de cada professor.

2. Conhecendo o autor.

Cada aluno deverá pesquisar a biografia de Vinicius de Morais na internet ou em

livros. Após isso, deverá relatar aos colegas sobre a vida do autor.

3. Nesta poesia, nos deparamos com uma imagem bem diferente. Os versos são

curtíssimos e a formação das estrofes é irregular: uma delas tem oito versos e outras

quatro tem dois versos cada uma. O ritmo é descontraído e agradável, a linguagem

simples, explorando bastante o sensorial nos sons e imagens. Que semelhanças ou

diferenças você percebe entre este texto e o de Olavo Bilac?

4. Como você interpreta a última estrofe da poesia?

5. Vamos brincar de teatro?

Uma parte dos alunos representará uma flor e a outra as borboletas. Não é

necessário dividir os alunos em número igual, pois o importante é que todos

participem. A atividade poderá ser realizada em grupos de dois ou três alunos, que

representarão 1 flor e 2 borboletas, ou vice-versa.

Organização da brincadeira:

Estamos na primavera, estação das flores. Aqui é um grande jardim, onde

há flores e borboletas, que conversam animadamente.

Quem quer representar uma flor? Quem quer representar uma borboleta?

Depois de formados os grupos, os alunos deverão improvisar um diálogo. Devem

ser dados alguns minutos para organizar o que será dramatizado, e logo em

Ilustração 4. Imagem disponível em Clip Art - Microsoft Word

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seguida, proceder à brincadeira. Depois disso, deixá-los fazer os comentários

que quiserem a respeito da atividade desenvolvida.

Como se trata de improvisação, não se pode exigir algo extraordinário. O

importante é a participação de cada aluno.

6. Decorar a sala.

Esta atividade deverá ter início no laboratório de informática com uma

pesquisa sobre textos poéticos de outros autores, que versem sobre o tema

“borboleta”. Depois, com cartolina, cada grupo deverá confeccionar borboletas e

flores, e transcrever o poema encontrado, afixando-a no mural da sala ou nos murais

dos corredores do colégio.

Para a estas atividades serão necessárias 2 aulas.

6ª ATIVIDADE:

A CASA

Era uma casa

Muito engraçada...

(Vinicius de Morais)

<Poesia disponível no link www.portalsaofrancisco.com.br>

Trabalhando com o Texto

Vinicius de Morais se diverte com este texto poético, brincando com as

palavras, pois “a casa é muito engraçada”, diferente daquela que conhecemos.

Observa-se também que os versos são curtos, e que a linguagem é direta e simples.

O autor faz uso da linguagem coloquial e da sonoridade.

1. Depois da leitura feita pela professora e pelos alunos, segue uma série de

perguntas orais para melhor compreensão do texto.

Ilustração 5. Imagem disponível em Clip Art - Microsoft Word

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a) Você já conhecia esse poema?

b) Gostou dele? Por quê?

c) Que verso ou versos mais chamou ou chamaram a sua atenção?

d) Como você imagina a casa de Vinícius de Moraes?

e) É possível existir uma casa igual à descrita por Vinícius de Morais?

f) Quantas estrofes e quantos versos compõem a poesia?

g) Há rimas? Para que elas servem? Retire exemplos do texto.

2. Que efeito de sentido a palavra “não” produz no início do 3º e do 4º versos?

3. No primeiro verso, o autor usa o artigo indefinido uma antes da palavra casa, e no

7º e 11º o artigo definido a. Que efeitos de sentido essa substituição provoca?

4. Como podem ser interpretados, dentro do contexto, o 17º e 18º versos?

5. Que leitura você pode fazer dos dois últimos versos?

6. Parodiar o poema. Ao terminar, cada grupo lerá o seu texto para a turma.

Para esta atividade serão disponibilizadas 2 aulas.

7ª ATIVIDADE:

CAVALINHO BRANCO

(Cecília Meireles)

<Poesia disponível no link: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/literatura-infantil-cecilia-meireles/o-cavalinho-branco.php>

Ilustração 6. Imagem disponível em Clip Art - Microsoft Word

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Trabalhando com o Texto

Grande conhecedora do universo infantil, Cecília Meireles soube como

ninguém fazer uso da linguagem poética. Seus poemas são cheios de musicalidade,

conquistando o leitor pelo ritmo, ludicidade, assonâncias e aliterações.

1. Será feita a análise do texto poético com perguntas orais:

a) Você já conhecia este poema de Cecília Meireles?

b) Que versos você mais gostou? Por quê?

c) Você conhece outros textos da autora?

d) O que você sabe sobre a vida de Cecília Meireles?

Será solicitado aos alunos que pesquisem com antecedência sobre a vida de

Cecília Meireles para que possam responder à pergunta d.

2. Sinestesia consiste na utilização simultânea de alguns dos cinco sentidos. Há no

texto o emprego de alguns dos sentidos? Copie um verso que justifique sua

resposta.

3. Quando temos duas ou mais palavras com função de adjetivo, chamamos essa

expressão de locução adjetiva. Normalmente, uma locução adjetiva é formada pela

junção de uma preposição e de um substantivo. Exemplo: amor de mãe = amor

materno. Mas uma locução adjetiva também pode ser formada por uma preposição

e um advérbio. Exemplo: período da manhã = período matutino. Na poesia

“Cavalinho Branco” há alguma locução adjetiva?

4. Em dupla, transformar o texto “Cavalinho Branco” em outro gênero de sua

preferência. Você poderá transformá-lo em:

a) reportagem;

b) narrativa;

c) crônica;

d) e-mail;

e) carta familiar.

f) texto publicitário;

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g) piada;

Após conceituar o gênero escolhido, cada dupla lerá o seu texto para a

turma. Poderão ser incluídos outros gêneros textuais, além dos citados.

Para o desenvolvimento desta atividade serão necessárias 2 aulas.

8ª ATIVIDADE:

Você sabe o que é um haicai?

Haicai é um poema originário do Japão, formado por três versos, que,

inicialmente, limitava-se a uma descrição objetiva da natureza. Mais tarde,

passou a descrever de forma concisa um momento, um estado emocional ou

cena da natureza.

Leia o haicai abaixo:

dia cinzento

assim me levanto

assim me deito. (Paulo Leminski)

1) Do que trata o poema?

2) Escolha outra estação do ano, elabore um haicai e ilustre-o.

3) Os haicais produzidos serão lidos para a turma.

Esta atividade será desenvolvida em 1 aula.

Ilustração 7. Imagem disponível em Clip Art - Microsoft Word

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9ª ATIVIDADE:

1. Solicitar aos alunos que se lembrem de uma imagem ou

fato que de certa maneira tenha marcado as suas vidas. Por

exemplo: algo que tenha ocorrido na casa dos pais enquanto

criança ou um passeio na casa de parentes.

a) Solicitar que o relatem oralmente e depois por escrito esse fato, sem se preocupar

com o gênero textual.

b) Transformar o texto em uma poesia, com, no mínimo, três estrofes.

Lembrar aos alunos que eles deverão expressar emoções e sentimentos.

10ª ATIVIDADE:

a. Os alunos, em grupos, serão convidados a irem à biblioteca para pesquisar outros

poemas direcionados para crianças.

b. Depois de escolhido o texto, solicitar que desenvolvam uma proposta de leitura e

compreensão, a qual deverá ser apresentada para os colegas.

Serão necessárias 2 aulas para desenvolver essas atividades.

11ª ATIVIDADE:

Para encerrar o projeto, será feito um sarau na própria sala de aula da

turma.

Para esta atividade será necessária uma aula.

RECURSOS A SEREM UTILIZADOS

De acordo com as atividades do Material Didático serão usados os seguintes

recursos:

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a) Físicos: Sala de aula, laboratório de informática, biblioteca.

b) Didáticos: Textos poéticos, dicionário da Língua Portuguesa, projetor de slides,

etc.

AVALIAÇÃO:

A avaliação será feita pela observação da assimilação dos conceitos,

desempenho e participação nas atividades propostas durante todo o

desenvolvimento do projeto.

3 AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Esse material foi produzido para subsidiar a prática pedagógica dos alunos

do Curso de Docentes, nas aulas de leitura de textos poéticos direcionados ao

público infantil, pois pensamos que esse gênero textual tem sido abordado de forma

superficial ou até mesmo relegado a segundo plano na sala de aula.

No entanto, acreditamos que se trata de um gênero textual que possibilita ir

muito mais além da simples decodificação, já que abre para a possibilidade de uma

leitura questionadora e crítica, na medida em que torna os sujeitos-leitores aptos a

compreender como o texto funciona e como produz sentidos.

4 ORIENTAÇÕES/RECOMENDAÇÕES

Por ser um dos gêneros menos usados em sala de aula, acreditamos que a

poesia deve merecer uma atenção maior. Esperamos que este projeto contribua

para despertar nos alunos que trabalharão com as séries iniciais, o interesse por

esse tipo de texto. Afinal, poesia é para ser apreciada.

Ao final das atividades, solicitar aos alunos que expressem sua opinião a

respeito dos poemas trabalhados, bem como sobre a metodologia empregada.

REFERÊNCIAS

BILAC, O. A borboleta. Portal São Francisco. Disponível em: <www.portalsaofrancisco.com.br/...olavo-bilac/a-borboleta.php>. Acesso em: 12 jan. de 2011. _______. A casa. Portal São Francisco. Disponível em: <www.portalsaofrancisco. com.br/...olavo-bilac/a-casa.php>. Acesso em: 12 jan. de 2011. CARVALHO, B. V. Literatura Infantil: Visão Histórica e Crítica. 2. ed. São Paulo: Edart, 1982. p. 222-223. COELHO, N. N. Literatura Infantil. Teoria. Análise. Didática. São Paulo: Editora Moderna, 2000. COSTA, M. M. da. Tipologia dos textos literários: poesia infantil. In: COSTA, M. M. da. Literatura Infantil. Curitiba: IESDE, 2003. CUNHA, M. A. A. Literatura Infantil: Teoria e Prática. 3. ed. São Paulo: Ática, 1985. MEIRELES, C. Poesia Completa. Vol. 4. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. MORAES, V. de. A Arca de Noé: Poemas infantis. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. ORLANDI, E. P. Análise do Discurso: Princípios e Procedimentos. 8. ed. Campinas: Pontes, 2009. _______. Interpretação: Autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1998. PINHEIRO, H. Poesia na sala de aula. 3. ed. Campina Grande: Bagagem, 2007. SORRENTI, N. A poesia vai à escola: Reflexões, comentários e dicas de atividades. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.