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Universidade Estadual de Santa CruzColegiado de Medicina
Estágio Supervisionado em Emergências e Trauma
APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO
Acadêmicas: Joseane Leite e Jully DutterleResidente: MR1 Adelço MotaPreceptor: Prof. João Correia
Itabuna - BahiaMarço - 2011
IDENTIFICAÇÃO
• M.P.S., 23 anos, sexo masculino, solteiro, trabalhador rural, ensino fundamental incompleto, católico, natural de Ubatã - BA e procedente de Itamarati - BA.
• Data: 03 de março de 2011
• Local: Pronto Socorro do HBLEM
• Informante: o próprio paciente
• Grau de informação: regular
HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL
• Paciente vítima de ferimento por arma branca
(punhal), golpe único, em região toracoabdominal
posterior a direita há aproximadamente 3 horas da
admissão. Evoluiu com sangramento no ferimento e
dor intensa, ventilatório-dependente, em hipocôndrio
direito. Foi atendido inicialmente no hospital de
Ibirapitanga – BA, onde foi realizado sutura da lesão
e encaminhado ao PS do HBLEM.
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA /REANIMAÇÃO
Geral Paciente deu entrada no PS em REG, LOTE, gemente
com facies de dor. Pele e mucosas coradas, hidratadas.Taquipnéico, eucárdico e afebril
Vias aéreas e controle de coluna cervical• Comunicação verbal presente e satisfatória• Colar cervical ausente
Reanimação: Ø
A
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA /REANIMAÇÃO
Respiração• Paciente acianótico com respiração superficial rápida,
expansão simétrica dos hemitoraces.• FR: 28ipm• Ausculta pulmonar: MVBD sem RA
Reanimação: Ø OXIGÊNIO SUPLEMENTAR
OXÍMETRO DE PULSO
B
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA /REANIMAÇÃO
Circulação• Nível de consciência: levemente ansioso• Pele corada, extremidades aquecidas• Pulso cheio e regular• FC: 88bpm • PA: 120 x 70 mmHg
C
CLASSIFICAÇÃO DE PERDA SANGUÍNEA
- CLASSE I – até 750ml de perda(3:1) = 2.250ml
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA /REANIMAÇÃO
Sangramentos• Lesão em região infraescapular direita, cortante de 2
– 3 cm de comprimento e profundidade não
determinada, suturada, pouco edemaciada, com
pequeno sangramento pelas bordas.
C
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA /REANIMAÇÃO
Reanimação• 2 acessos venosos periféricos
• Coleta de sangue: tipagem sanguínea e hemograma
• Infusão de S.F. a 0,9% a temperatura ambiente,
volume de 2.000ml, rápido
C
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA /REANIMAÇÃO
Disfunção Neurológica• ECG: 15
• Pupilas isocóricas e fotorreagentes
Exposição• Sem demais lesões
D
E
MEDIDAS AUXILIARES
o Sonda vesical• Diurese clara, sem alterações• Volume satisfatório (> 0,5ml/Kg/hora)
o Sonda nasogástrica• Ø
o Hemogasometria• Ø
o Radiografias• Radiografia de tórax AP• Radiografia de abdome AP em decúbito dorsal
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Alergias - Negou alergias
Medicamentos - Negou uso de medicamentos
Passado médico - Negou adoecimentos prévios,
internamentos ou cirurgias
Líquidos e alimentos - Ingesta alimentar > 6 horas
Ambiente e eventos do trauma
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
EXAME FÍSICO
• Cabeça e Face
• Coluna cervical e pescoço
• Tórax Descrito anteriormente• Abdome Plano, peristáltico à ausculta, timpânico, tenso à
palpação, doloroso e com reação muscular voluntária, principalmente em HD.
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
EXAME FÍSICO
• Períneo/reto
Sem alterações à inspeção. Toque retal não foi realizado
• Sistema músculo-esquelético
• Sistema nervoso
REAVALIAÇÃO
• Sinais vitais mantidos (Classe I)
• Tórax: Ausculta pulmonar com redução de MV em base
de HTX D
• Expansão rápida do hematoma em ferimento – hematoma
dissecante – com sangramento pelos pontos de sutura
# Conduta:
– Abertura dos pontos de sutura
– Exploração do ferimento
– Constatado ferimento penetrante em peritôneo parietal
MEDIDAS AUXILIARES
EXAMES LABORATORIAIS
• Hemograma (03/03/11)
• Hb: 12.0
• Ht: 37.0
• Leucócitos totais: 24.500
(B:0, E:1, Bst:0, Seg:82, L:10, M:4)
• Plaquetas: 158.000
HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS
P1. Trauma toracoabdominal penetrante por AB
- Lesão hepática (40%)
- Lesão de intestino delgado (30%)
- Lesão diafragmática (20%)
- Lesão de cólon (15%)
P2. Hemotórax a Direita
TRATAMENTO DEFINITIVO
• Laparotomia exploratória
• Drenagem torácica em selo d’água
• Risco nutricional: IMC: 23,4
• Risco de TEP/TVP: Baixo – Deambulação precoce
• ASA – IE
• Risco cardiológico
– Goldman: Classe II (7 pontos)
– Goldman modificado: Classe I (0 pontos)
CLASSIFICAÇÃO DO RISCO CIRÚRGICO
• Risco de contaminação do sítio cirúrgico
– Relacionados ao paciente: Ø
– Fatores ambientais: Ø
– Relacionados ao tto: presença de drenos/cirurgia
emergencial
• Tipo de cirurgia quanto a contaminação
– Cirurgia potencialmente contaminada (< 6horas)
CLASSIFICAÇÃO DO RISCO CIRÚRGICO
1° Tempo: Drenagem torácica
1. PCT em DDH + Anestesia Geral + assepsia;2. Incisão no 7° EIC na LAM com abertura por planos
até cavidade pleural;3. Introdução de dreno de tórax n°38 e conexão deste
ao sistema fechado em selo d’água;4. Drenado 600ml de sangue5. Fixação do dreno a pele e curativo
DESCRIÇÃO CIRÚRGICA
2° Tempo: Laparotomia Exploratória
1. Paciente em DDH + Anestesia Geral + assepsia+ CCE;
2. Incisão mediana supra-umbilical e abertura da parede;
3. Inventário: Pouca quantidade de sangue livre na cavidade, pequena lesão diafragmática e em face posterior do fígado. Sem hematoma retroperitoneal ou lesões de vísceras ocas.
4. Toalete da cavidade;5. Revisão hemostática;6. Fechamento por planos7. Limpeza e curativo
DESCRIÇÃO CIRÚRGICA
• Dieta zero• SG a 5%, 2.000ml, EV, 49gts/min
– NaCl a 20% - 10ml em cada SG– KCl a 10% - 10ml em cada SG– Glicose a 50% - 40ml em cada SG
• SF a 0,9%, 1.500ml, EV, 49gts/min• Cefazolina, 1g, EV de 8/8h (D0/D1)• Dipirona, 1g, EV de 4/4h• Diclofenaco 75mg/ml, 1 ampola, IM de 12/12h• Dolantina, 1 ampola, sol. 2:8, fazer 3ml, EV se dor intensa• Ranitidina, 1 ampola, EV de 8/8h• Plasil, 1 ampola, EV de 8/8h• Quantificar débito do dreno de tórax e cateter vesical• Curativo diário + cuidados gerais + sinais vitais• Solicitado Radiografia de Tórax pós-drenagem
PRESCRIÇÃO MÉDICA - POI
• Dor moderada em HD, ventilatório dependete• Diurese em 8h: 800ml, clara• Dreno de tórax em 8h: 1.050ml de secreção hemática
(oscilante)• Ao exame, REG, LOTE, eucárdico, taquipnéico (28ipm),
afebril. Expansibilidade pulmonar reduzida. MV reduzido em base de HTXD. Abdome plano,RHA+, tenso, discretamente doloroso a palpação. FO com sec. serosanguinolenta em curativo
# Conduta- Introduzido dieta líquida- Retirado sonda vesical- Mantenho cefazolina (D1/D1)
EVOLUÇÃO – 1° DPO
• Melhora importante da dor em HD• Dieta bem aceita, sem náuseas ou vômitos• Eliminações fisiológicas presentes, sem alterações• Dreno de tórax em 24h: 300ml, secreção hemática,oscilante.• Ao exame, BEG, eucardico, taquipneico (28ipm) e afebril.
Melhora na expansibilidade pulmonar. MV pouco reduzido em base de HTXD. Abdome plano, RHA+, flácido, levemente doloroso. FO: limpa e seca
# Conduta- Mudança de dieta para branda e suspensão da hidratação
venosa- Altero diclofenaco para SN e suspendo resgate de
Dolantina- Retirada a cefazolina
EVOLUÇÃO – 2° DPO
• Dor discreta no local de drenagem e FO abdominal• Dieta bem aceita e eliminações fisiológicas presentes,
sem alterações.• Dreno de tórax em 24h: 300ml, secreção serohemática,
pouco oscilante• Ao exame, BEG, eucardico, eupneico e afebril. MV pouco
reduzido em base de HTXD. Abdome plano, RHA+, flácido, indolor. FO: limpa e seca
# Conduta- Solicitado radiografia de tórax
EVOLUÇÃO – 3° DPO
• Assintomático• Dreno de tórax em 24h: 100ml, secreção serohemática,
pouco oscilante• Ao exame, BEG, eucardico, eupneico e afebril. MV
discretamente reduzido em base de HTXD. Abdome plano, RHA+, flácido, indolor. FO: limpa e seca
# Conduta- Retirado dreno de tórax- Solicitado radiografia de tórax de controle
EVOLUÇÃO – 4° DPO
• Assintomático
• Ao exame, BEG, eucardico, eupneico e afebril. MV discretamente reduzido em base de HTXD. Abdome plano, RHA+, flácido, indolor. FO: limpa e seca
# Conduta- Alta hospitalar
EVOLUÇÃO – 5° DPO