universidade estadual de maringÁ · aproximadamente 24.000 espécies de borboletas e 140.000 de...

42

Upload: hacong

Post on 03-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA:

EVA BRIZZI DUIM RUFATO

A POESIA TRABALHADA SOBRE UMA ÓTICA CRÍTICA CONSIDERANDO O

MÉTODO RECEPCIONAL

MARINGÁ – PR

2010

EVA BRIZZI DUIM RUFATO

UNIDADE DIDÁTICA

Projeto Apresentado ao Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE –

da Secretaria e Estado da Educação do

Estado do Paraná. Área de

concentração: Língua Portuguesa.

Orientador: Dr. Milton Hermes Rodrigues

MARINGÁ – PR

2010

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Autor: Eva Brizzi Duim Rufato

E-mail: [email protected]

Núcleo: Umuarama Cidade: Francisco Alves – PR

Orientador: Dr.Milton Hermes Rodrigues

Estabelecimento: Colégio Estadual Vicente Tomazini Ensino Fundamental Médio e

Docente – Rua: Vilas Boas

Disciplina: Língua Portuguesa (PDE/2010)

Série: 8ª série/9º ano Ensino Fundamental

Conteúdo Estruturante: Gêneros Discursivos

Conteúdo Específico: poesia

Objeto de Estudo de intervenções: Leitura e análise literárias

Gênero Principal: Poesia

Gênero de Apoio: música popular

Palavras-chave: Poesia; música popular; método recepcional.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 05

2 CONTEÚDO .................................................................................................. 07

3 AVALIAÇÃO ................................................................................................ 08

4 RESULTADOS ESPERADOS ...................................................................... 09

5 RECURSOS ................................................................................................. 10

6 CRONOGRAMA ........................................................................................... 11

1 ATIVIDADE ................................................................................................... 13

2 ATIVIDADE ................................................................................................... 14

3 ATIVIDADE ................................................................................................... 18

4 ATIVIDADE ................................................................................................... 20

5 ATIVIDADE ................................................................................................... 24

6 ATIVIDADE ................................................................................................... 27

7 ATIVIDADE ................................................................................................... 31

8 ATIVIDADE ................................................................................................... 35

9 ATIVIDADE ................................................................................................... 38

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 40

REFERÊNCIAS ONLINE ................................................................................. 41

5

1 INTRODUÇÃO

Minha experiência de sala de aula, em particular no ensino da literatura, na

análise de poesia, revela, da parte dos alunos, dificuldades de aprendizagem que

precisam de melhor delineamento e sistematização a fim de que possam ser

corrigidas a partir de atitudes e métodos que despertem ou aumentem o gosto e o

interesse pela leitura e fruição poéticas. De fato, essas dificuldades de leitura, de

interpretação e de composição são visíveis, tal é, por exemplo, a pluralidade de

significados que um poema pode apresentar, de acordo com o estilo, o contexto de

produção, o tema abordado, exigindo do aluno esforço para identificar os recursos

lingüísticos e técnicos, as sugestões temáticas secundárias, fatores que, no caso da

composição, da criatividade, se transformam algumas vezes em força inibidora.

Diante dessa realidade constata-se que é possível questionar e levantar algumas

possibilidades para resolver o problema. O projeto, como um todo, também

oportuniza o que se costuma chamar de “reciclagem” do professor, pois propícia a

ele acesso a conhecimentos novos, além de reforçar os antigos.

Formar leitores é um dos anseios que vem ao encontro das Diretrizes Curriculares

de Língua Portuguesa para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio

(2008). Apoiado no método recepcional, aquele que, até na seleção de textos,

considera o horizonte de expectativa do aluno, podemos criar condições para que o

leitor jovem se aproxime mais do texto poético, interaja mais com ele, estabeleça

relações mais intensas (de compreensão melhor) com a linguagem e o assunto,

atitude suscetível de levar esse aluno a vivenciar na leitura, dentre outras coisas,

circunstâncias também pessoais, que, ao final, o reconecta com os semelhantes.

Compete ao professor, nesse sentido, oferecer contribuição para uma melhor leitura,

desenvolver estratégias que levem o aluno a descobrir-se e/ou descobrir o próximo,

na leitura de um poema.

Em “A literatura contra o efêmero”, o escritor e critico italiano Umberto Eco

nos fala, com outras palavras, o mesmo que a poesia de Manoel de Barros.

Ao buscar respostas à pergunta sobre a importância da literatura,

explicando que esta não é uma questão tão simples e que o sentido de

6

gratuidade das obras literárias faz com que elas se encaixem na esfera dos

“bens imateriais”, se alinhado a outros valores úteis, mas não no sentido

pratico funcional. Pontuando as muitas funções da literatura, o critico

ressalta o papel que ela desempenha na manutenção da língua como

patrimônio coletivo e na apresentação de uma organização ética da

linguagem que, extrapolando finalidades meramente informativas, convida o

leitor ao exercício da imaginação e da recriação de significados. Nesta

perspectiva, a poesia, assim como toda a literatura oferece-nos a

possibilidade de contato com nossa tradição literária e cultural, permitindo

ao mesmo tempo o resgate de nossas condições de criação, uma vez que

nos convida a imaginar, a produzir sentidos e a estabelecer relações entre a

palavra e o mundo. (CAMPOS 2006. p38)

Segundo Campos, o método recepcional proposto pelas Diretrizes Curriculares de

Língua Portuguesa para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio

(2008), embasado na Estética da Recepção é um caminho a percorrer para tornar as

aulas de leitura mais práticas e agradáveis, pois a Estética da Recepção tem como

um de seus pressupostos a leitura como prazer.

A poesia, trabalhada segundo orientações do método recepcional, leva em conta, no

caso deste projeto, a faixa etária do aluno, a série que cursa, e, por isso, antevê no

seu o horizonte de expectativa, entre outras coisas, condições para aguçar o mágico

e o lúdico. Considerando a realidade desse aluno, supomos ser possível

desenvolver seu interesse pela leitura ao ponto de aproximá-lo (ao menos) dos

clássicos, a maioria deles com horizonte distanciado. Torna-se oportuno, portanto,

levar avante este projeto que pode contribuir, até em termos metodológicos, para

promover melhor interesse do aluno pela leitura de poesia, de qualquer tipo de

poesia, usando para isso referencial (expectativas psico-culturais, inclusive) desse

aluno.

7

2 CONTEÚDO

1ª Atividade - Questionário de Sondagem

2ª Atividade - Música “Borboletas”.

3ª Atividade - Poema (Fazenda São Francisco / Victor e Leo)

4ª Atividade - Poema (Garota de Ipanema / Vinicius de Moraes)

5ª Atividade - Verificações (verso / estrofe / ritmo / rima / métrica)

6ª Atividade - Poemas (Retrato / Cecília Meireles)

7ª Atividade - Poemas (Domingo no parque / Gilberto Gil)

8ª Atividade - Poemas (E agora José / Carlos Drummond de Andrade)

9ª Atividade - Leitura de Poema

8

3 AVALIAÇÃO

A avaliação dar-se-á no decorrer de todo o processo ao longo de cada aula.

Será diagnóstico-formativa, certificativa, orientada e efetivada em todas as

atividades desenvolvidas. Os alunos serão avaliados pela participação em atividades

desenvolvidas, pela leitura e interpretação de textos poéticos, análise de poesias

pela consulta em livros, pela contribuição dada aos colegas, durante discussões

promovidas em sala. Também farão auto avaliação.

9

4 RESULTADOS

Espera-se com este trabalho pedagógico que o aluno aprimore a leitura e a

interpretação de textos, particularmente os poéticos, aguçando o mágico e o lúdico,

conhecendo a pluralidade de significados que uma poesia pode assumir de acordo

com o contexto, e, ao mesmo tempo, identificar, os recursos lingüísticos e formais

ligados à métrica, ao ritmo, e outros mais diretamente vinculados à poesia.

10

5 RECURSOS

Para o desenvolvimento das atividades elaboradas abaixo, serão necessários

Datashow, TV multimídia, vídeo, laboratório de informática, internet, pendrive, textos

impressos ou fotocopiados (com letras de músicas, de poemas, trechos de livros).

11

6 CRONOGRAMA

Esta unidade didática será desenvolvida no segundo semestre letivo de 2011,

no Colégio Estadual Vicente Tomazini, com os alunos da 8ª série do Ensino

fundamental, com 32 aulas.

12

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

DE LÍNGUA PORTUGUESA

As sequências didáticas, ou caderno de atividades são: “um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a relação de certos objetivos educacionais que tem um princípio e um fim” (ZABALA, 1998, p.18).

ATIVIDADES DO PROJETO PDE

13

1ª ATIVIDADE – QUESTIONÁRIO DE SONDAGEM

OBJETIVO

Verificar o conhecimento do aluno quanto ao conhecimento prévio sobre

leitura, poesia e música.

METODOLOGIA

Será realizado um questionário para verificar o nível de conhecimento sobre

poesia, para aferição do horizonte de expectativa.

GÊNERO PRINCIPAL: Poesia

GÊNERO DE APOIO: Música

CARGA HORÁRIA: 02 horas aula.

QUESTIONÁRIO DE SONDAGEM

a) Você se lembra de alguma obra poética que leu no período de escola de 3ª a

4ª séries? O que mais marcou para você este obra?

b) Você leu algum poema?

c) Se já leu, lembra-se de algum? Comente.

d) Gosta de música? Que tipo: romântica, pop, rock, samba, sertaneja... ou

outras?

e) Ultimamente em suas leituras, tem lido algum poema? Gostou?

f) Em sua opinião qual é o local mais propício para leitura? Na escola, em casa

ou outro local? Por quê?

h) Em sua casa, alguém da família costuma ler?

14

2ª ATIVIDADE – “BORBOLETAS” –Compositor: Victor Chaves- gravação Vitor e Leo

OBJETIVO

Apresentar a potencialidade semântica da poesia, sua dimensão afetiva e

humanística mais profunda.

METODOLOGIA

Ouvir inicialmente a música e propor uma discussão sobre os sentidos que ela

carrega. Depois sistematizar uma abordagem mais detida, que destaque sentidos

mais profundos. Como ponto de partida inicial será apresentada a letra da música,

podendo explorar o lado poético da letra. Em seguida faremos uma análise oral da

letra da música e os alunos serão convidados para ouvir a canção e cantar juntos.

GÊNERO PRINCIPAL: Poesia

GÊNERO DE APOIO: Música

CARGA HORÁRIA: 03 horas aula.

Música:” Borboletas” (Vitor e Leo)

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=GY1XoCZxXN4 Acesso em: 25.

Maio. 2011

Letra:”Borboletas” (Vitor e Leo)

Disponível em: http://victor-leo.musicas.mus.br/letras/1287417/ Acesso em: 25.

Maio. 2011

Música: Borboletas (Vitor e Leo)

Percebo que o tempo já não passa

Você diz que não tem graça amar assim

Foi tudo tão bonito, mas voou pro infinito

Parecido...

15

Questionamentos sugeridos para interpretação oral da música:

a) Se você apenas tivesse visto a letra da música você diria que ela é uma

poesia? Por quê?

b) O título da música “Borboletas” está condizente com a letra? Por quê?

c) O que o autor compara com as “Borboletas”?

d) Qual era a esperança dele?

Suporte para o professor:

Se analisarmos profundamente a letra da musica “Borboletas” veremos

que não se trata apenas da descrição de um amor no passado que após um

tempo voltou, deixando a mente e a vida confusa.

O autor usou as “borboletas” justamente por elas virem de uma

“metamorfose na natureza”, e nós também passamos na vida por constantes

metamorfoses, principalmente sentimentais: “borboletas sempre voltam, e o

seu jardim sou eu”. O autor faz a comparação: o mais distante que fique uma

pessoa de outra, se elas estiverem destinadas sentimentalmente à outra, de

alguma forma haverá a reaproximação, tal como as borboletas voltam ao

jardim.

Segundo os cantores, a inspiração para o nome da música é: “por

sentirmos que a metamorfose é saudável e necessária. Mudar para melhor,

sempre. Somente assim conseguimos realizar nossos sonhos”. Borboleta

representa o “novo”, a “evolução”, a “metamorfose”.

“BORBOLETAS”

A transformação da crisálida, frequentemente feia e bizarra, em uma

borboleta é realmente um dos milagres executados pela natureza.

As borboletas constituem um importante grupo da família dos insetos e

pertence à ordem dos Lepidópteros, termo que significa literalmente “asas em

escamas”. As escamas são sobrepostas e coloridas, formando intricidos

desenhos de beleza rara. As cores variam de suaves, fortes, metálicas ou

iridescentes, formadas por pigmentos e micro-texturas diferentes. Ocorre

nuances das mais variadas tonalidades nas asas desse lindo animal, devido

16

ao efeito da refração e difração da luz incidente.

Encontramos o maior numero de espécies e nas maiores e mais belas

borboletas nas regiões tropicais. A umidade, o clima quente e a grande

variedade de plantas oferecem condições ambientais e alimentos favoráveis

em ambulância.

As borboletas variam em tamanho desde as maiores com pouco mais

de 30 centímetros, Attacus Atlas, às minúsculas com cerca de 3 milímetros,

Phyllocnistis spp. Sua Velocidade de vôo vai de 20 km/h, enquanto que as

mariposas podem voar até 40 km/h. Estima-se que em todo o mundo existem

aproximadamente 24.000 espécies de borboletas e 140.000 de mariposa.

A borboleta é um animal notável pela beleza e elegância. Alimentam-se

de plantas especificas; onde existem borboletas há uma grande diversidade

de plantas neste ecossistema.

As borboletas são dotadas de uma extraordinária sensibilidade.

Segundo experimentos, podem enxergar as cores com maior sensibilidade ao

verde, vermelho e amarelo, e podem sentir o sabor das folhas com as patas.

Assim como imaginam os poetas, as borboletas são muito delicadas,

encantadoras e coloridas. Parecem brincar entre as flores dos jardins, como

poetizou Vinicius de Moraes em seu poema “As Borboletas” – “brincam na luz

as belas borboletas”... Ninguém consegue ficar indiferente ao deparar-se em

um jardim como essa combinação maravilhosa – borboletas e flores! Uma

associação inédita, perfeita...

Observações: a borboleta é considerada um símbolo de ligeireza e de

inconstância, de transformação e de um novo começo. A psicanálise moderna

vê na borboleta um símbolo de renascimento. No Japão a borboleta é um

emblema de mulher, por ser graciosa e ligeira. A felicidade matrimonial é

representada por duas borboletas (masculino e feminino).

Um pouco sobre a história e carreira de Victor e Leo:

A dupla sertaneja Victor e Leo é formada por dois irmãos, Vitor Chaves

Zapalá Pimentel e Leandro Chaves Zapalá Pimentel, ambos nascidos em

Ponte Nova – MG e criados na pequena cidade de Abre Campo, interior de

Minas Gerais. Tinham duas paixões, pescar e ouvir música na vitrola do avô,

17

Tonico Chaves.

“O primeiro violão que tocamos estava jogado pela casa, era do meu

pai e da minha mãe. Tinha uma coisa sobrando ali, eu peguei aquilo e

primeiro comecei a fazer uns barulhos percussivos na madeira. Achei a coisa

mais linda do mundo”, conta Victor.

Seu primeiro show, ainda adolescente, foi em um barzinho em Abre

Campo: “Eu nunca imaginei um dia ganhar um sanduíche e uma coca-cola

por ter cantado. Foi nosso primeiro cachê”, diz Victor.

Mas o destino é cruel, uma tragédia ocorre em sua família, seu pai vai

embora, deixando dois filhos e uma irmã, a dificuldade financeira bate em sua

porta. Vai embora em busca de trabalho; canta para ganhar dinheiro e ajudar

a família. A dificuldade foi tanta que tivemos que vender o violão, só restou

treze reais na conta, diz Victor, “mas a gente tinha era fé”.

Cantaram por sete anos na noite da capital mineira. Seu primeiro show

foi em Uberlândia em 2006 – depois de quatorze anos de estrada. Neste dia,

“todos nós choramos em ver as pessoas cantando nossas músicas. A gente

olhava e não acreditava”. “Todo mundo estava cantando” “Fada” e “Amigo

Apaixonado. O CD inteiro ”, lembra Leo.

Quando tudo parecia que estava certo, Victor entrou em depressão. “É

aquela. Quem não tem dinheiro para quase nada, acha que quando for rico

vai ser feliz. Depois, você vai ver que não tem nada a ver isso”. Com

tratamento e terapia Victor vence a depressão.

Quase que não brigavam. Suas desavenças eram resolvidas na viola,

cantando a música que para era eles um hino, hino este que transmitia paz,

harmonia e conforto para ambos. Hoje essa música “Deus e eu no sertão” foi

o tema da novela “Paraíso”.

Victor e Leo em uma só dupla reúnem talento para tocar, compor, produzir,

arranjar e interpretar. Cantores talentosos e profissionais, acima de tudo seres

humanos, humildes e atenciosos, sabem emocionar e transmitir o que sentem

de verdade através da música.

18

3ª ATIVIDADE – “FAZENDA SÃO FRANCISCO”

OBJETIVO

Compreender que a letra de música popular tem um contexto de produção,

com aspectos formais e efeitos sonoros próprios de um poema.

METODOLOGIA

O trabalho se inicia com a audição da música, seguindo-se uma roda de

perguntas para se aferir a compreensão imediata dos alunos. Depois serão

selecionados alguns versos, ou parte de versos, para que, através de perguntas, de

sugestões, os alunos possam perceber (pela métrica, pelo ritmo, pela rima) que a

composição abriga fatores estéticos, formas estéticas que promovem certos efeitos e

contribuem para a beleza da música. Os alunos poderão apontar alguns desses

efeitos. Supõe-se, para toda esta apresentação, o destaque de trechos da letra, que

serão apresentados no quadro ou em papel.

GÊNERO PRINCIPAL: Poesia

GÊNERO DE APOIO: Música

CARGA HORÁRIA: 03 horas aula.

Letra:

Disponível em: http://letras.terra.com.br/victor-leo/960909/ Acesso em: 25.Jan.2011

Fazenda São Francisco

Eu fiz a maior proeza,

Nas bandas do rio da Morte,

Com outro caminhoneiro,

Traquejado...··.

Questionamentos sugeridos para interpretação da música:

1) Se você só tivesse a letra da música e não soubesse que era uma

música, você diria que ela é um poema, que tem poesia? Por quê?

2) Qual era a relação do poeta com a fazenda São Francisco?

19

3) O poeta se encanta com a filha do fazendeiro. Foi por amor ou por

beleza?

4) O poeta narra à vida de um peão boiadeiro? Este fato é real em nosso

dia a dia, no campo?

5) O poeta fala da vida de peão boiadeiro, você já assistiu a algum

rodeio? Como o peão boiadeiro agiu na arena?

6) Você já sonhou com alguém e ao acordar tudo não passou de um

sonho?

7) Você acredita em sonhos? Por quê?

8) A história está bem contada? O que aconteceria se o boiadeiro apaixonado

vencesse o desafio?

20

4ª ATIVIDADE – “GAROTA DE IPANEMA”

OBJETIVO

Relacionar à mensagem poética experiências humanas peculiares,

esforçando-se para que o aluno situe-se no contexto dessa experiência, que assuma

posição no relato, e, com isso, possa perceber a carga humanística que a

mensagem lírica carrega. Também interessa passar noções estruturais sobre o

poema, rima, estrofe, verso.

METODOLOGIA

Audição inicial. Sessão de questionamentos e discussão. Repassagem ligeira

de algumas situações formais (verso, estrofe, rima). Interpretação semântica: a carga

emocional da letra, o entusiasmo juvenil, a figuração (imagética) de reforço. Será

aplicado um questionário onde os alunos poderão aprofundar-se um pouco mais

sobre a letra da música.

GÊNERO PRINCIPAL: Poesia

GÊNERO DE APOIO: Música

CARGA HORÁRIA: 03 horas aula.

VIDEO: Disponível em: http://letras.terra.com.br/tom-jobim/20018/ Acesso

em:14.Jun. 2011.

Letra: Disponível em: letras. terra.com. br › T › Tom Jobim

Música – Garota de Ipanema (Tom Jobim)

Composição: Antônio Carlos Jobim / Vinícius de Moraes

Olha que coisa mais linda

Mais cheia de graça

É ela menina...

21

Questionamentos sugeridos para interpretação da música:

No poema o autor explora a beleza da mulher. Quais versos do poema justifica essa

resposta?

1. Como é a garota (moça) de Ipanema?

2. Por que ela tem o corpo dourado?

3. Que outras expressões são utilizadas para se referir à “Garota de Ipanema”?

4. Que qualidades da garota o poeta ressalta?

5. Por que o mundo fica mais lindo quando a garota passa?

6. Na terceira estrofe, três motivos entristecem o “eu” poético, isto é, o poeta que

canta. Quais são eles?

7. Quais são os versos do poema que indicam movimento físico? A que ele é

comparado?

8. Nos versos:

“Ah, porque estou tão sozinho”

“Ah, porque tudo é tão triste”

“Ah, a beleza que existe”

O termo “Ah” é uma interjeição. O que ela exprime no poema?

9. A “Garota de Ipanema” é tão bonita, sua presença enche o mundo de alegria.

Por que então o poeta que faz parte desse mundo e se sente triste?.

10. O poeta opinou sobre a beleza da mulher dizendo: “me perdoem as feias, mas

beleza é fundamental”. Você concorda com a afirmação do poeta? Justifique.

11. Comparando a garota de Ipanema com a garota atual, o que há em comum

entre elas? E sobre o comportamento dos homens, quando vêem uma mulher passar,

reagem do mesmo jeito?

12. Como podemos observar, os autores da música exaltam todas as mulheres, a

partir do retrato de uma em especial, “A garota de Ipanema”. O poema sugere um

interlocutor – uma pessoa a quem os poetas e prosadores se dirigem. Quem seria o

interlocutor desse poema?

Breve suporte teórico: O texto é um poema, é composto de versos (cada

linha do poema), os quais são agrupados em estrofes. Apresenta, portanto, 19

versos e 04 (estrofes). Rimas são sons idênticos que embelezam os poemas.

Geralmente aparecem nas finais dos versos.

22

Suporte sobre a melodia:

Uma as músicas mais gravadas em todo o mundo, reverenciando a

graça e a beleza das mulheres brasileiras, com seu modo característico de se

vestir e se enfeitar, bem como sua maneira especial de caminhar vestindo

biquínis, tão difundidos nas praias brasileiras especialmente no Rio de

Janeiro.

Tom e Vinicius conseguiram de forma admirável e com muita felicidade

captar com muito bom gosto em música e versos todos esses momentos

marcantes dos anos 60, nesta composição de tanto sucesso em todo o

mundo, acentuando ainda mais a fama da beleza e graça da mulher

brasileira.

Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobin (Tom Jobin) foi o

compositor popular brasileiro mais famoso e mais respeitado tanto no Brasil

como fora dele nos últimos 50 anos, ao lado de Marcos Vinicius da Cruz de

Mello Moraes (Vinicius de Moraes), o letrista e mais intelectualizado

compositor da MPB; formaram a mais importante dupla de compositores da

música popular brasileira, com participação muito ativa na criação do

movimento Bossa Nova e na renovação e divulgação da moderna música

popular brasileira.

Apesar da música “Garota de Ipanema” ter sido criada em 1963, ela

apresenta elementos que são característicos da nossa sociedade atual, com

um ar de contemporaneidade. Ela manifesta em vários aspectos de nossa

vida atual na sociedade, a vida social, cultural, política, seja como negação,

questionamento, afirmação ou conflitos, representando num contexto a união

do passado com o presente.

O compositor dá ênfase à mulher que representa a mulher brasileira

pelo hipônimo garota de Ipanema. A figura da mulher serve como base para

representar o feminino em ambas às épocas, trazendo antagonicamente uma

mulher livre, independente, despreocupada com o que acontece ao redor,

tanto que não nota a presença do observador. Tem no seu corpo uma

escultura parcialmente exposta aos olhos do observador: “moça do corpo

dourado”, uma beleza natural e passageira. Uma vez que é uma menina

“cheia de graça”, que reflete um mundo cheio de graça, onde tudo fica mais

23

bonito. Assim, o autor faz uma comparação, ocorre uma metáfora de

transcendência a “menina / moça”.

O autor coloca a mulher em “stand by”, pois é ela que faz o “mundo

sorrindo se encher de graça quando passa”. Apesar de o poeta estar só e

triste, faz com que o mundo “fique mais lindo por causa do amor”. Contudo,

essa mulher lhe passa a fonte de inspiração, mesmo que algumas vezes se

encontra triste, ela transmite felicidade, espontaneidade, alegria mesmo que

seja passageiro, dura o tempo de sua presença materializa os desejos

masculinos, mesmo sendo uma “moça”.

O poeta faz um jogo paciente no uso das palavras, para dar carga

poética e reações, com rimas, aliterações, dando um clima de modernidade.

A canção “Garota de Ipanema” coloca em si um ideal de beleza e de mulher

que é representada por diferentes formas de expressão artística, como o

poema e a canção.

Suporte para o professor:

Conhecendo um pouco sobre Tom Jobim

Antonio Carlos de Almeida Jobim nasceu em 25/01/1927 no Rio de

Janeiro. Seu paii foi Jorge Jobim (diplomata e poeta); sua mãe, Nilza Brasileiro

Almeida Jobim. Tom Jobim era compositor, cantor, violonista, arranjador e

maestro. Foi também difusor da música e da cultura brasileira no Brasil e no

exterior. Desde pequeno se interessava pela poesia, tendo como poetas

preferidos Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Augusto dos Anjos

e Olavo Bilac. Aos treze anos dedicou-se ao estudo do piano, estudando os

eruditos como Debussy, Gershwin e Ravel.

Sua relação com o Rio de Janeiro (a praia, o mar, a flora e a fauna) fez

com que ele desenvolvesse um amor pela natureza e a ecologia, refletindo em

suas letras musicais.

24

5ª ATIVIDADE - VERSIFICAÇÃO

OBJETIVO

Conhecer algumas estruturas fundamentais do gênero poesia (verso, estrofe),

observando as regularidades métricas que conferem ritmo a um texto poético.

METODOLOGIA

Este conteúdo será exposto aos alunos para que eles conheçam ou recordem

a versificação (versos, estrofes, refrões, rima, ritmo e métrica), por meio de estudo

feito junto ao professor. Os alunos irão identificar em textos poéticos a versificação.

- Expor aos alunos por meio de slides o que versificação e seus componentes.

-Fazer leitura de textos poéticos já trabalhados e identificar sua versificação.

Gênero principal: Poesia

Gênero de Apoio: Poesias diversas

CARGA HORÁRIA: 04 horas aulas

Suporte teórico:

Poesia: É algo capaz de despertar o sentimento, a emoção, o belo, e provocar o

encantamento estético. Dessa maneira a poesia pode estar em uma obra de arte, na

pintura, na escultura, nas ruas, num conto, em cenas de um filme ou novela.

Segundo o escritor italiano Umberto Eco, a poesia “é aquela coisa que muda de linha

antes que a página tenha terminado.” (Eco, Umberto. 1980).A poesia se difere de um

texto em prosa por vários aspectos: o ritmo, a rima, a métrica, a presença de verso, a

divisão (normal) em estrofe.

Poema: é um texto formado por versos, estrofes; costuma ser uma estrutura fechada

em si mesma. Pode ser curto ou longo.

Verso: nome de cada uma das linhas que ocupa um poema

Estrofe: é um conjunto de verso. Conforme o número de versos, elas podem se

chamar, por exemplo, dístico (2 versos), terceto (três versos), quarteto ou quadra (4

versos).

25

Ritmo – Alternância de sílabas tônicas e átonas, formando células rítmicas, ou pés.

Está bastante relacionado com a metrificação, com a rima.

Rima – igualdade ou semelhança de sons na terminação das palavras; não é

obrigatória; é apenas uma opção do autor para criar e recriar uma “passagem de

melodia”, dando uma “roupagem” ao final do verso. Mas há versos “brancos” (sem

rimas). As rimas podem ser:

Emparelhadas ou paralelas (aabb) “vagueiro campos noturnos

Muros soturnos

Paredes de solidão

Sufocam minha canção” (Ferreira Guillar)

Cruzadas ou alternadas (abab)

“Se o casamento durasse

Semanas, meses fatais

Talvez eu me balançasse

Mas toda a vida... È demais!

(Afonso Celso)

Oposta, intercaladas ou interpoladas (abba)

Não sei quem seja o autor

Desta sentença de peso

O beijo é um fósforo aceso

Na palha seca do amor

(B. Tigre)

Contínuas – consiste na mesma rima por todo o poema.

Misturadas – Rimas na qual não seguem esquematização regular.

Versos Brancos – sem rimas, como dito.

Estrofes, quanto ao número de versos:

1 verso monóstico

2 versos dístico

3 versos terceto

4 versos quarteto ou quadra

26

5 versos quinteto ou quinta

6 versos sexteto ou sextilha

7 versos septilha

8 versos oitava

9 versos novena

10 versos décima

Observação: Estrofe com mais de 10 versos chamamos de irregulares.

Métrica – A métrica é a técnica de medir versos, o processo pelo qual se

estabelece um certo número de sílabas para um verso. A sílaba poética não

precisa coincidir com a sílaba gramatical.

Verso quanto a sua métrica:

1. Monossílabo: verso com uma sílaba;

2. Dissílabo: verso com duas sílabas

3. Trissílabo: versos com três sílabas;

4. Tetrassílabo: verso com quatro sílabas;

5. Pentassílabo: verso com cinco sílabas / ou chamado Redondilha maior;

6. Hexassílabo: verso com seis sílabas;

7. Heptassílabo: verso com sete sílabas / ou chamado de Redondilha

Maior;

8. Octossílabo: verso com oito sílabas;

9. Eneassílabo: verso com nove sílabas;

10. Decassílabo: verso com dez sílabas;

11. Hendecassílabo: verso com onze sílabas;

12. Dodecassílabo: verso com doze sílabas / ou chamado de Alexandrino.

Observação: Os versos que se repetem no início de todas as estrofes de um

poema chama-se Antecanto e ao que se repete no final dá-se o nome de

Bordão.

O conjunto de versos repetidos no poema chama-se Estribilho ou Refrão.

27

6ª ATIVIDADE – “RETRATO” (CECÍLIA MEIRELES)

OBJETIVO

Propiciar ao aluno, respeitando seu horizonte de expectativa, condições para

uma leitura do poema que leve em conta, com maior aproveitamento, as relações

humanas que a mensagem pode carregar. Fazer com que dessa leitura resulte uma

experiência alicerçada por uma partilha, com base nessa mensagem, de

experiências psicoemocionais.

METODOLOGIA

Será apresentado ao aluno o texto impresso, feito leitura individual, oral, logo

após um estudo do texto com questionamentos sobre o mesmo.

GÊNERO PRINCIPAL: Poesia

GÊNERO DE APOIO: poema “Retrato” de Cecilia Meireles

CARGA HORÁRIA 03 horas / aulas

POEMA RETRATO - Cecília Meireles

Vídeo: Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=dPJUCdhTSNQ&feature=related acesso em: 05.

Jun.2011

Letra: Disponível em: http://www.filologia.org.br/revista/artigo/6(16)14-25.html

acesso em: 15. Jun.2011

“Retrato”

Eu não tinha este rosto de hoje,

assim calmo, assim triste, assim magro,

nem estes olhos tão vazios,

nem o lábio amargo

Eu não tinha estas mãos sem força,

28

tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coração

que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,

tão simples, tão certa, tão fácil:

- em que espelho ficou perdida

a minha face?

Questionário:

1 – Que tipo de pessoa (gramatical) fala no poema?

2 – O que a autora descreve em seu poema? Qual é a temática?

3 – No verso “Eu Não tinha este rosto de hoje”, a autora transmite uma mudança.

Qual?

5 – A repetição do “assim”, no verso “assim calmo, assim triste, assim magro”,

ressalta o quê?

6 – O que significa a referência “as mãos” na sequência “Eu não tinha estas

mãos sem força/ tão paradas e frias e mortas”?

8 – A partir do 3º verso da estrofe, o eu lírico refere-se ao seu coração, “eu não

tinha este coração / que nem se mostra”. O que a autora quis transmitir nestes

versos?

9 – Quais são as palavras de que a autora faz uso nas imagens visuais?

10 – O poema “Retrato” aborda o tempo. Sobre isso, que reflexão nos é proposta?

Suporte para o professor:

Conhecendo um pouco sobre Cecília Meireles

Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 07.11.1901, no Rio

de Janeiro, e faleceu em 09.11.1964. Já na infância ficou órfã de pai e mãe,

sua avó materna (Jacinta Garcia Benevides) foi quem a criou. Desde menina

era atraída pela leitura. Formou-se na Escola Normal, estudou línguas e

música no Conservatório Nacional de Música.

Foi professora na Universidade do Distrito Federal, atual (UFPR),

29

ministrando a disciplina de Literatura Luso- Brasileira. A partir de 1934 fez

grandes viagens desenvolvendo atividades culturais e acadêmicas. Entre

1940 e 1950 intensificou suas atividades fora do país: Lecionou no Texas,

recebeu título de mérito na Índia, recebeu prêmio de distinção no Chile e fez

muitas viagens de conferências e palestrante de cursos. Essas experiências

culturais aparecem na produção poética de Cecília.

Suas poesias se difundiram no modernismo, refletindo os temas: solidão,

sonhos, fantasia, padecimento e tempo. Seu lirismo está presente na sua

linguagem e na musicalidade.

Algumas publicações de Cecília Meireles

Criança, meu amor, 1923

Nunca mais... e Poemas dos Poemas, 1923

Criança meu amor..., 1924

Baladas para El-Rei, 1925

O Espírito Vitorioso, 1929 ensaio - Portugal

Saudação à menina de Portugal, 1930

Batuque, Samba e Macumba, 1935

A Festa das Letras, 1937

Viagem, 1939

Vaga Música, 1942

Mar Absoluto, 1945

Rute e Alberto, 1945

Rui Pequena História de uma Grande Vida, 1949 biografia de Rui Barbosa

para crianças

Retrato Natural, 1949

Problemas de Literatura Infantil, 1950

Amor em Leonoreta, 1952

Doze Noturnos de Holanda & O Aeronauta, 1952

Romanceiro da Inconfidência, 1953

Batuque, 1953

Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955

Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955

30

Panorama Folclórico de Açores, 1955

Canções, 1956

Giroflê, Giroflá, 1956

Romance de Santa Cecília, 1957

A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957

A Rosa, 1957

Obra Poética,1958

Metal Rosicler, 1960

Poemas Escritos na Índia, 1961

Poemas de Israel, 1963

Antologia Poética, 1963

Solombra, 1963

Ou Isto ou Aquilo, 1964

31

7ª ATIVIDADE – MÚSICA DOMINGO NO PARQUE

OBJETIVO

Apresentar a potencialidade semântica da poesia, sua dimensão humanística mais

profunda.

METODOLOGIA

Para iniciarmos o trabalho será apresentada aos alunos a música, onde ela será

utilizada como introdução do tema podendo ser explorado o lado poético da obra. Os

alunos serão convidados a ouvir e cantar a canção e logo após será feito

questionamentos orais e escritos da letra da música.

GÊNERO PRINCIPAL: Poesia

GÊNERO DE APOIO: Música “Domingo no parque” de Gilberto Gil

CARGA HORÁRIA: 03 horas aula.

Vídeo: Disponível em::http://www.youtube.com/watch?v=pW9OD57dDwUAcesso

em: 12. Jun.2011

Clipe da música "Domingo no Parque", de Gilberto Gil, segunda colocada no Festival

da Canção de 1967. A narrativa é ambientada em Salvador, Bahia. Praia da Ribeira.

Letra: Disponível em:

http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000534.pdf

Acesso em: 16. Jun.2011.

Domingo no parque

O rei da brincadeira - ê, José

O rei da confusão - ê, João

Um trabalhava na feira - ê, José

Outro na construção - ê, João

A semana passada, no fim da semana

João resolveu não brigar

No domingo de tarde saiu apressado

E não foi pra Ribeira jogar

Capoeira

Não foi pra lá pra Ribeira

Foi namorar

32

O José como sempre no fim da

semana

Guardou a barraca e sumiu

Foi fazer no domingo um passeio no

parque

Lá perto da Boca do Rio

Foi no parque que ele avistou

Juliana

Foi que ele viu

Juliana na roda com João

Uma rosa e um sorvete na mão

Juliana, seu sonho, uma ilusão

Juliana e o amigo João

O espinho da rosa feriu Zé

E o sorvete gelou seu coração

O sorvete e a rosa - ô, José

A rosa e o sorvete - ô, José

Oi, dançando no peito - ô, José

Do José brincalhão - ô, José

O sorvete e a rosa - ô, José

A rosa e o sorvete - ô, José

Oi, girando na mente - ô, José

Do José brincalhão - ô, José

Juliana girando - oi, girando

Oi, na roda gigante - oi, girando

Oi, na roda gigante - oi, girando

O amigo João - João

O sorvete é morango - é vermelho

Oi, girando, e a rosa - é vermelha

Oi, girando, girando - é vermelha

Oi, girando, girando - olha a faca!

Olha o sangue na mão - ê, José

Juliana no chão - ê, José

Outro corpo caído - ê, José

Seu amigo, João - ê, José

Amanhã não tem feira - ê, José

Não tem mais construção - ê, João

Não tem mais brincadeira - ê, José

Não tem mais confusão - ê, João

INTERARAGINDO COM “DOMINGO NO PARQUE”

1. Considerando só o título, “Domingo no parque”, o que você pode imaginar sobre o

assunto do poema?

2- Ao ouvir a música “Domingo no parque” você pode ouvir diferentes aspectos

sonoros presentes nela, como, por exemplo, o arranjo musical com sons de

orquestra misturados com ruídos típicos de parque de diversões. Que outros sons

temáticos você pode ouvir no inicio da música?

3 - Podemos afirmar que este poema também tem uma estrutura de uma narrativa.

Por quê?

33

4 – Que versos do poema mostram a situação de equilíbrio do estado inicial? Cite-

os.

5 – Considerando que a canção nos propõe um momento de desequilíbrio, com

situações de crise, escolha, abaixo, a opção que melhor explique essa mudança:

a. Por qual elemento ocorre essa fase:

( ) tempo ( ) personagem ( ) espaço

b. Qual expressão do poema que prova sua escolha:

( ) “José”, “João”

( )”feira”, “construção”

( ) “semana passada, fim de semana”

c. O que levou José a ficar alucinado:

( ) O namoro de Juliana com João.

( ) a visão de Juliana com o amigo.

( ) A presença de Juliana no parque.

6 - José fica fora de si. Que sentimentos- o levou a isto?

7 – O compositor cria uma metáfora, uma imagem, usada para transmitir o que José

sentia no momento. Retirem do texto os versos que comprovam esse sentimento de

José em relação ao que ele vê.

8 – Diante da metáfora citada acima, o que José está sentindo? Por quê?

9 – A canção, a partir do “choque” vivido por José, ganha velocidade, como as

imagens que geram na cabeça de José. Identifiquem na canção os versos em que

José gira imitando o movimento da roda gigante.

10 – Há um conflito entre José e João, aparecendo um terceiro personagem

(Juliana), formando um triângulo amoroso. O que Juliana representa neste momento

da canção?

11 - O que provocou a morte de Juliana e João?

12-. Se você fosse o personagem José, como você agiria neste momento, vendo

Juliana junto de João?

13 – Você acha que a atitude de José foi correta diante do fato ocorrido

Suporte para o professor:

Metáfora: é uma figura de estilo (ou de linguagem) construída a partir de uma

comparação implícita: "Minha vida é um palco iluminado" "Meu cartão de crédito é

34

uma navalha". Nos dois exemplos, há comparação: vida = palco, cartão de crédito =

navalha. Os autores desses versos, ao estabelecerem a comparação, expressaram

uma relação de semelhança entre os dois termos da comparação, relação essa

subjetiva, resultado de sua imaginação, de sua percepção particular da realidade.

Observe também que os autores não usaram as palavras que normalmente usamos

para fazer uma comparação: "é... como...", "é tão... como..."; por isso dizemos que a

comparação está implícita. Para entendermos uma metáfora numa música ou

poema, devemos saber ler a comparação implícita, visualizar a imagem que ela nos

desperta. Carlos Drummond de Andrade escreveu num verso uma metáfora muito

original e subjetiva: "o tempo é uma cadeira ao sol...". Não é preciso explicar,

apenas entender a sensibilidade do poeta e saborear a imagem dessa belíssima

metáfora.

Disponível em:

http://www.klickeducacao.com.br/bcoresp/bcorespmostra/0,5991,POR-360-h,00.html

acesso em: 15 /06 / 2011.

A metáfora faz parte de nosso dia a dia, está presente nos poemas, nas

fábulas, nas músicas, nos textos bíblicos, nas histórias infantis, parábolas, na

propaganda, no marketing, nos logotipos e anúncios. Ela sempre está implícita, sem

o termo comparativo.

Conhecendo um pouco sobre Gilberto Gil

Caetano Emanuel Viana Teles Veloso

Cantor, escritor, compositor e guitarrista nascido em Salvador-Bahia em

1942, no bairro Tororó. Tem sete filhos.

Já na infância aprendeu a tocar acordeom e mais tarde violão. Entre 1960

e 1962 ele escreveu para o Diário de Notícias criticas sobre cinema; nesta

época, junto com sua irmã Maria Bethânia, passou a cantar em bares e

botequins de Salvador.

Gilberto Gil cria o Movimento Tropicalismo, que durou pouco mais de um

ano, acabou sendo reprimido pelo governo militar. Sua trajetória está ligada à

história do Brasil contemporâneo.

35

8ª ATIVIDADE – POEMA “JOSÉ”

OBJETIVO

Apresentar a potencialidade semântica da poesia, sua dimensão humanística mais

profunda. [Poderia variar pouco, enriquecer mais...].

METODOLOGIA

Audição musical, inicialmente. Discussão sobre o tema, exploração da poeticidade.

Os alunos serão convidados a ouvir e cantar a canção e logo após será feita uma

análise da letra.

GÊNERO PRINCIPAL: Poesia.

GÊNERO DE APOIO: poema “José”, musicado.

CARGA HORÁRIA: 03 horas aulas.

Vídeo http://www.youtube.com/watch?v=R_4NS50okUc&feature=related Acesso

em: 25.Mai. 2011

Letra: Disponível em:

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=132100&id_secao=1

Acesso em: 15. Jun./ 2011.

JOSÉ

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

e agora, você ?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama protesta,

e agora, José ?

Está sem mulher,

está sem discurso,

está sem carinho,

já não pode beber,

já não pode fumar,

cuspir já não pode,

36

a noite esfriou,

o dia não veio,

o bonde não veio,

o riso não veio,

não veio a utopia

e tudo acabou

e tudo fugiu

e tudo mofou,

e agora, José?

E agora, José?

Sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio - e agora?

Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora?

Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você cansasse,

se você morresse…

Mas você não morre,

você é duro, José!

Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar,

sem cavalo preto

que fuja a galope,

você marcha, José!

José, pra onde.

Carlos Drummond de Andrade

Interando-se com o poema José (Carlos Drummond de Andrade)

1 – O poema esta dividido em estrofes. Quantas estrofes formam o poema?

2 – Há ritmo poético?

3 – José pertence a qual pessoa do discurso a 1ª; 2ª ou 3ª pessoa?

4 – No poema fica evidente a idéia de que José é um anônimo. Identifique qual

verso comprova o anonimato de José.

5 – Na 2ª estrofe, 11º verso (“não veio a utopia”), o que o poeta quis dizer?

37

6 – No verso: “... cuspir já não pode”. O que representa o ato de cuspir, no poema?

7 – Na 4ª e 5ª estrofe há possibilidades sugeridas para José alterar o seu destino.

Qual a mais extrema?

8 – Na 6ª estrofe o poeta destaca a palavra “teogonia”. O que o poeta quis dizer?

9 – No poema pode se observar que José é um homem que perdeu o seu rumo.

Qual verso pode comprovar essa afirmação?

10 – Na última estrofe constatamos José, a solidão e o abandono. Você já se sentiu

alguma vez como José? Como você reagiria se fosse você o solitário e

abandonado?

Informações de suporte:

Conhecendo um pouco sobre Carlos Drummond de Andrade

Carlo Drummond de Andrade (1902 – 1997)

Nasceu e passou a infância em Itabira, Minas Gerais. Formou-se em farmácia,

mas preferiu lecionar português e geografia. Exerceu a função de jornalista e de

funcionário publico ao longo de sua vida.

Drummond ficou conhecido pela riqueza do seu estilo pessoal, pela expressão de

seus sentimentos diante do mundo que o cercava. Sua força era a palavra.

Acreditava que, com ela, seria capaz de “dialogar com o mundo” e transformá-lo. Por

meio dela também declarava seu amor, refletia a sociedade, cantava os “monstros

da infância” cantou muito mais as coisas boas da infância, da saudade, da injustiça.

“Em seus versos, Drummond mostra-se tímido, irônico, complicado, cansado da

vida interiorana, mas” “temeroso do progresso” e da “metrópole”, mas era um poeta

“em progresso”.

Veja on line: Drummond 100 anos:

http://veja.abril.com.br/idade/estacao/drummond/biografia.html

38

9ª ATIVIDADE – Leitura de Poema

OBJETIVO

Reconhecer novas realidades por meio de leitura de obras poéticas, ampliando a

visão de mundo do aluno.

METODOLOGIA

Para iniciarmos o trabalho serão apresentados aos alunos os livros disponíveis na

biblioteca da escola, oportunizando-o a manusear as obras e escolher livros para

fazer (Leitura, debate, expor oralmente o que leu, gostou e entendeu).

GÊNERO PRINCIPAL: Poesia

GÊNERO DE APOIO: teoria da leitura da poesia

CARGA HORÁRIA: 10 horas aulas (05 aulas para leitura individual / 03 aulas para

debate e comentários sobre as obras lidas 02 aulas para produção de seu próprio

poema).

POR QUE LER POESIA?

Veja o que algumas personalidades falaram a respeito da poesia.

“Quando o poder conduz a homens para a arrogância, a poesia lembra-o de suas

limitações. Quando o poder estreita as áreas de interesse do homem, a poesia

lembra-o da riqueza e da diversidade de sua existência. Quando o poder corrompe,

a poesia limpa.” (John F. Kennedy – ex-presidente americano)

“A poesia é necessária em excesso na época de crise. Porque ela inquieta, consola,

mostra saídas.” (Ênio Silveira – sociólogo brasileiro)

“Deixa o caráter ser formado pela poesia, fixado pelas leis do bom comportamento e

aperfeiçoado pela música”. (Confúcio – filósofo e teórico político chinês)

“A poesia é a música da alma, e, de almas grandes e sentimentais”.

(Voltaire – poeta francês)

39

“Ao desenvolver a linguagem enriquecendo o significado das palavras, o poeta está

tornando possível uma gama muito mais ampla de emoções e percepções para

outros homens, porque lhes dá a fala na qual é possível expressar-se melhor”.

(Thomas Steams Eliot)

"Todas as coisas têm seu mistério, e a poesia é o mistério que todas as coisas têm."

(García Lorca)

Poesia: Caráter do que emociona, toca a sensibilidade. Sugerir emoções por meio

de uma linguagem. (FERREIRA, 1993)

“A poesia sensibiliza qualquer ser humano”. É a fala da alma, do sentimento. E

precisa ser cultivada. (Afonso Romano de Sant Ána)

“Para compreender a poesia precisamos ser capazes de envergar a alma da

criança, como se fosse uma capa mágica”. (Johan Huizinga)

“A poesia é quando uma emoção encontra seu pensamento e o pensamento

encontra palavras” (Robert Frost)

Agora é a sua vez, como você responderia a essa pergunta. Por que ler poesia?

40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Carlos Drummond de. José/ Novos Poemas/ Fazendeiro do ar. Rio de

Janeiro: Record, 1993.

CAMPOS, A. F. A formação do leitor através do método recepcional. In:

Cadernos de Ensino e Pesquisa da FAPA - n. 2 - 2º Sem, Porto Alegre, 2006.

Disponível em: www.fapa.com.br/cadernosfapa. Acesso em: 19/09/2010 18h30min

ECO, U. Sobre os espelhos e outros ensaios. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.

MEIRELES, Cecília. Cânticos: oferenda. 5ed. São Paulo: Moderna, 1990.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua

Portuguesa para os Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba,

2008.

41

REFERÊNCIAS ONLINE

http://www.youtube.com/watch?v=dPJUCdhTSNQ&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=GY1XoCZxXN4

http://www.youtube.com/watch?v=R_4NS50okUc&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=pW9OD57dDwU

http://www.youtube.com/watch?v=R_4NS50okUc&feature=related.

http://veja.abril.com.br/idade/estacao/drummond/biografia.html