universidade estadual de feira de santana - civil…civil.uefs.br/documentos/michel torao barreto...

84
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL MICHEL TORAO BARRETO MIZUSHIMA AVALIAÇÃO DE RISCOS MECÂNICOS: ESTUDO DE CASO EM UMA OBRA VERTICAL NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA Feira de Santana 2010

Upload: hamien

Post on 09-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MICHEL TORAO BARRETO MIZUSHIMA

AVALIAÇÃO DE RISCOS MECÂNICOS: ESTUDO

DE CASO EM UMA OBRA VERTICAL NA CIDADE DE

FEIRA DE SANTANA

Feira de Santana

2010

MICHEL TORAO BARRETO MIZUSHIMA

AVALIAÇÃO DE RISCOS MECÂNICOS: ESTUDO

DE CASO EM UMA OBRA VERTICAL NA CIDADE DE

FEIRA DE SANTANA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à disciplina Projeto Final II do curso

de Engenharia Civil da Universidade Estadual de

Feira de Santana.

Orientador(a). Sarah Patricia de Oliveira Rios

Feira de Santana

2010

iii

MICHEL TORAO BARRETO MIZUSHIMA

AVALIAÇÃO DE RISCOS MECÂNICOS: ESTUDO

DE CASO EM UMA OBRA VERTICAL NA CIDADE DE

FEIRA DE SANTANA

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção de Título de Bacharel em

Engenharia Civil

Feira de Santana, dezembro de 2010

Banca Examinadora

_______________________________________________

Eduardo Antonio Lima Costa/UEFS

_______________________________________________

Sergio Tranzillo França/UEFS

_______________________________________________

Sarah Patricia de Oliveira Rios /UEFS

iv

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Aieny Barreto Soares e Jose Mitio Mizushima e ao meu

irmão, Marcelo Yukio Barreto Mizushima, que sempre me deram força

e apoio imensurável ao longo de minha vida.

v

AGRADECIMENTOS

Inicialmente agradeço a Deus que me deu força, competência e dedicação para

a conclusão deste trabalho e por ter alcançado mais uma etapa da minha vida.

Agradeço a todos de minha família que sempre acreditaram e que

contribuíram em minha educação, bom senso e a ética que seguirão sempre ao longo

de minha vida pessoal e profissional.

Agradeço a minha namorada Clélia pela contribuição, carinho e paciência

durante o período deste trabalho.

Agradecimento a professora Sarah Patrícia de Oliveira Rios que me orientou

na realização deste trabalho mostrando ser uma excelente educadora, paciente e muito

competente.

Agradeço aos membros da banca Prof. Eduardo Costa e Prof. Sérgio Tranzillo.

Agradeço a todos os meus amigos que de forma direta ou indireta

contribuíram para a elaboração deste trabalho.

vi

"Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem

algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo."

(Mahatma Ghandi)

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Acidentes de Trabalhos Registrados no Brasil

Tabela 2 – Cores e Graus Usados no Mapa de Risco.

Tabela 3 – Tabela Descritiva dos Riscos

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema de gerenciamento de riscos para a construção civil.

Figura 2 - Modelo mapa de risco.

Figura 3 - Vista externa do edifício.

Figura 4 - Operadores realizando escavações.

Figura 5 – Escada de acesso ao fundo da escavação.

Figura 6 – Resíduo da escavação na borda do talude.

Figura 7 - Serra circular sem proteção.

Figura 8 – Resíduo proveniente da carpintaria.

Figura 9 - Bancada de dobragem e corte do aço.

Figura 10 - Lâmpada sem proteção.

Figura 11- Detalhe da sinalização de advertência no vergalhão.

Figura 12 - Arranque do pilar sem proteção.

Figura 13 - Escada apoiada em piso irregular

Figura 14- Detalhe do montante da escada.

Figura 15 - Vista lateral.

Figura 16 - Espaço entre a escada e a viga.

Figura 17 - Sistema do tipo guarda corpo e rodapé.

Figura 18 - Abertura de piso com proteção irregular.

Figura 19 - Abertura de piso sinalizada.

Figura 20 - Fechamento correto da abertura de piso.

Figura 21 - Vão de acesso ao elevador.

Figura 22 - Fechamento do vão de elevador.

Figura 23 - Inexistência de proteção da periferia da edificação.

ix

Figura 24 - Cabo sintético na periferia da laje.

Figura 25 - Ausência de proteção na periferia da laje.

Figura 26 - Sistema do tipo guarda-corpo e rodapé.

Figura 27 - Ausência da plataforma em parte da periferia da laje.

Figura 28 - Ausência de bandeja secundária.

Figura 29 - Torre do elevador.

Figura 30 - Detalhe da sinalização pendurada.

Figura 31 - Cabine do operador de elevador.

Figura 32 - Quadro principal de distribuição.

Figura 33 - Chave elétrica sem identificação.

Figura 34 - Disjuntor utilizado como liga-desliga.

Figura 35 - Detalhe na ausência do conjunto “plugue”/tomada.

Figura 36 - Fiação exposta .

Figura 37 - Emendas inadequadas.

Figura 38 - Esquema “plugue”/tomada.

Figura 39 - Estoque de capacetes.

Figura 40 - Funcionário da empresa (fardamento cinza).

Figura 41 - Funcionário terceirizado (fardamento amarelo).

Figura 42 - Empilhamento dos blocos.

Figura 43 - Empilhamento de diversos materiais.

Figura 44 - Extintor na porta do almoxarifado.

Figura 45 - Extintor na carpintaria.

Figura 46 - Sinalização de advertência.

Figura 47 – Lista de participantes do treinamento admissional.

Figura 48 – Lista de participantes do treinamento periódico.

x

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Pontuação dos Riscos.

xi

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas

DRT - Delegacia Regional do Trabalho

DSST - Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

EPI - Equipamentos de Proteção Individual

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

FIESP - Federação das Indústrias de São Paulo

FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do

Trabalho

GcR – Guarda-Corpo e Rodapé

GRTE - Gerência Regional do Trabalho e Emprego

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

NR - Norma Regulamentadora

OIT - Organização Internacional do Trabalho

RTP - Recomendação Técnica de Procedimento

PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho

PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PIB - Produto interno Bruto

PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SRTE – Superintendência Regional de Trabalho e Emprego

SSST- Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho

xii

RESUMO

Este trabalho final de conclusão de curso faz um estudo dos riscos encontrados

em uma obra vertical na cidade de Feira de Santana, com enfoque nos riscos

mecânicos. Trata-se de uma abordagem aprofundada em função do elevado número de

acidentes de trabalho na construção civil. Objetiva-se demonstrar os riscos

encontrados neste tipo de obra destacando medidas preventivas para os mesmos,

levando em consideração, além do número de acidentes registrados, os tipos e a

gravidade dos acidentes e tecendo comentários a respeito das causas e conseqüências

dos mesmos. A metodologia deste trabalho consiste inicialmente em uma

fundamentação teórica na área de segurança do trabalho com enfoque na Norma

Regulamentadora 18 (NR 18); posteriormente foi feito um estudo de caso onde foi

aplicada uma lista de verificação abordando itens desta norma e foram realizados

também verificações das condições de trabalho sendo registradas através de

fotografias. O trabalho está focado na análise, avaliação, qualificação e por fim

sugestões de medidas preventivas associadas aos riscos encontrados no canteiro com o

intuito de melhorar as condições de trabalho e reduzir a elevada quantidade de

acidentes de trabalho na construção civil. Após a aplicação da lista de verificação

pôde-se observar quais foram os principais problemas encontrados na obra, sendo que

o principal foi o risco de quedas em altura.

Palavras Chave: Construção Civil, Riscos Mecânicos, Norma Regulamentadora, NR

18, Segurança do Trabalho.

xiii

ABSTRACT

This final work of completion is a study of the risks found in a vertical work in the city

of Feira de Santana, focusing on mechanical hazards. This is an in-depth due to the

high number of accidents in construction. It aims to demonstrate the risks encountered

in this type of work highlighting preventive measures for them, taking into account

both the number of accidents reported, the types and severity of accidents and

commenting about the causes and consequences thereof. The methodology consists

initially in a theoretical area of workplace safety with a focus on Norm 18 (NR 18),

was later made a case study where it was applied a checklist items addressing this

standard and also checks were performed working conditions were recorded through

photographs. The work focuses on analysis, evaluation, qualification and finally

suggestions for preventive measures associated with the risks found in bed with the

intention of improving working conditions and reduce the high number of accidents in

construction. After applying the checklist could observe what were the main problems

encountered in the work, and the main was the risk of falls from height.

Keywords: Construction, Mechanical hazards, Norm, NR 18, Safety Work.

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ................................................................................................vii

LISTA DE FIGURAS ...............................................................................................viii

LISTA DE GRÁFICOS ...............................................................................................x

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................xi

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................1

1.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................2

1.2 OBJETIVO ..............................................................................................................3

1.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................................3

1.2.2 Objetivo Específico ..............................................................................................3

1.3 METODOLOGIA ....................................................................................................3

1.4 ESTRUTURA DA MANOGRAFIA .......................................................................4

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...........................................................................5

2.1 MARCOS IMPORTANTES EM SEGURANÇA DO TRABALHO .....................6

2.2 CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ...............................................9

2.3 GERENCIAMENTO DE RISCOS .........................................................................9

2.4 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS ....................................................................... 12

2.4.1 Riscos Ambientais ............................................................................................. 12

2.4.2 Riscos Operacionais .......................................................................................... 13

2.4 CARACTERIZAÇÃO DOS RISCOS ................................................................... 14

2.5 MAPA DE RISCOS .............................................................................................. 17

3 ESTUDO DE CASO – RISCOS MECÂNICOS EM UMA OBRA

VERTICAL........................................................................................................ 22

3.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA ...................................................................... 22

3.2 DESCRIÇÃO DO CANTEIRO ............................................................................ 23

3.3 LEVANTAMENTO, IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS RISCOS ................ 24

3.3.1 Escavações, Fundações e Desmonte de Rochas ................................................. 24

3.3.2 Carpintaria .......................................................................................................... 26

3.3.3 Armações de Aço ............................................................................................... 27

3.3.4 Escadas, Rampas e Passarelas ............................................................................ 29

3.3.5 Medidas de Proteção contra Queda de altura ..................................................... 31

3.3.6 Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas .......................................... 39

3.3.7 Instalações Elétricas ........................................................................................... 41

3.3.8 Equipamentos de Proteção Individual ................................................................ 43

3.3.9 Armazenamento e Estocagem de Materiais ....................................................... 45

3.3.10 Proteção contra Incêndio .................................................................................. 48

3.3.11 Sinalização de Segurança ................................................................................. 48

3.3.12 Treinamento ...................................................................................................... 49

3.4 QUANTIFICAÇÃO DOS RISCOS ..................................................................... 50

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................................................... 52

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 53

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 55

ANEXOS .................................................................................................................... 57

1

1 INTRODUÇÃO

A ausência de segurança do trabalho gera bilhões de reais em custos

anualmente no Brasil: no ano de 2000 gerou cerca de R$ 23,6 bilhões para o país,

equivalente a 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Deste total, R$ 5,9 bilhões

correspondem a gastos com benefícios acidentários, aposentadorias especiais e

reabilitação profissional. Os restantes da despesa referem-se à assistência à saúde do

acidentado, indenizações, retreinamento, reinserção no mercado de trabalho e horas de

trabalho perdidas (PINHEIRO E ARRUDA, 2001).

Destes custos, a construção civil possui uma parcela significativa haja vista

que é um dos ramos de atividade econômica que apresenta um dos maiores percentuais

de acidentes. Para a redução destes índices e melhoria das condições de trabalho deve-

se investir em segurança do trabalho sendo que um dos documentos que serve de

auxilio para tal, propondo medidas de prevenção de acidentes é a Norma

Regulamentadora 18 (NR 18). Esta Norma estabelece diretrizes de ordem

administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de

medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições

e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção.

A partir deste contexto surge a motivação específica para o estudo na área de

segurança do trabalho voltado para temática dos riscos mecânicos encontrados no

canteiro. Convém salientar que as atividades exercidas em um canteiro de obra são

realizadas em sua maioria por métodos arcaicos e por mão-de-obra não qualificada,

fatores que neste caso estarão sempre associados aumentando desta maneira a

probabilidade de ocorrer acidentes.

2

1.1 JUSTIFICATIVA

A justificativa para a escolha do tema se deve a várias observações pessoais do

autor deste trabalho: a falta de segurança em diversas obras, principalmente em

edificações nas periferias de laje no momento da concretagem onde o risco é iminente;

a insatisfação dos funcionários que trabalham em situações de risco demonstrando

grande desconforto e até mesmo medo devido a falta de segurança; e ao grande

número de acidentados na Construção Civil.

Aliado a estas observações vê-se importante a realização deste trabalho em

prol de futuras melhorias que visem a redução dos índices de acidentados decorridos

da falta de segurança no ambiente de trabalho. Isso poderá ser alcançado através de

medidas como a caracterização da atividade, identificação do perigo e a estimativa do

risco; a partir desta análise será possível a implementação de medidas preventivas

almejando a redução de acidentes.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Realizar o levantamento dos riscos mecânicos encontrados em uma obra

vertical.

1.2.2 Objetivo Específico

Avaliar possíveis motivos para o não cumprimento da norma NR 18;

Observar outros riscos associados aos riscos mecânicos;

Sugerir melhorias propondo meios de prevenção de acidentes;

3

1.3 METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado inicialmente com uma fundamentação teórica a fim

de que se obtivesse um conhecimento aprofundado da área Segurança do Trabalho,

através de livros, documentos, publicações, artigos, monografias, sites e normas.

Posteriormente foi feito a realização de um estudo de caso em uma obra

vertical. A escolha foi feita decorrente das observações citadas na justificativa deste

trabalho.

Os riscos encontrados durante o estudo de caso foram avaliados e analisados

de forma que se pudessem propor medidas de prevenção. Ocorreram diversas visitas,

durante os meses de outubro e novembro de 2010, onde foram feitas observações,

anotações, recomendações, registro fotográfico e a aplicação de uma lista de

verificação. Todos estes requisitos foram embasados na NR 18. Após a definição dos

riscos foi feita a qualificação dos mesmos, podendo desta maneira observar quais são

as atividades que possuem medidas de segurança ineficazes ou insuficientes para a

partir daí sugerir as melhorias nas condições do ambiente de trabalho.

4

1.4 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

O presente trabalho será estruturado em cinco capítulos. O primeiro capítulo

expõe inicialmente uma introdução que fornece uma visão ampla do tema seguida pela

justificativa da escolha do tema. Ainda no primeiro capítulo encontram-se os objetivos

deste trabalho e a metodologia.

No segundo capítulo é feita a fundamentação teórica necessária para

realização deste trabalho; será feita uma abordagem para o entendimento sobre

segurança do trabalho e um enfoque sobre os riscos.

No terceiro capítulo encontra-se o estudo de caso, que foi realizado em uma

obra na cidade de Feira de Santana abordando os riscos encontrados e identificando

medidas preventivas, utilizando como base a NR 18.

No quarto capítulo são abordadas as discussões dos resultados onde foram

feitas considerações a respeito do estudo de caso destacando os serviços que obtiveram

os piores conceitos em relação à segurança do trabalho.

No quinto e último capítulo foram apresentadas considerações finais obtidas

pela lista de verificação empregada neste trabalho que aborda onze itens contemplados

pela NR 18 com enfoque nos riscos mecânicos.

Ao final do trabalho seguem as referências e os anexos.

5

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE),

em 2001 o setor da construção civil foi responsável por 8,0% do total de riquezas

geradas no país. O ramo da construção civil, apesar de sua constante evolução,

consiste em atividades que demandam grande esforço físico do trabalhador e segundo

ARAÚJO (1998) está em segundo lugar na freqüência de acidentes registrados em

todo o país. Esse perfil pode ser traduzido como gerador de inúmeras perdas de

recursos humanos e financeiros no setor.

A Tabela 1 fornece dados do números de acidentados registrados na indústria

da construção civil no período de 1998 à 2004.

Tabela 1 – Acidentes de Trabalhos Registrados no Brasil

Fonte: INSS/Anuário Brasileiro de Proteção 2006.

6

2.1 MARCOS IMPORTANTES EM SEGURANÇA DO TRABALHO

Desde a antiguidade greco-romana, o trabalho já era visto como um fator

gerador e modificador das condições de viver, adoecer e morrer dos homens.

Alguns dos principais marcos que aconteceram antes do século XX são

listados a seguir:

Agrícola e Paracelso investigaram doenças ocupacionais nos séculos

XV e XVI.

De Re Metallica, obra de Georgius Agricola de 1556, faz referência a

doenças pulmonares em mineiros.

Em 1700, surge a obra de Bernardino Ramazzini, descrevendo doenças

que ocorriam em mais de cinqüenta profissões (BISSO, 1990).

A história sobre saúde e segurança do trabalho no século XX no mundo, pode

ser escrita segundo alguns pontos importantes (FIESP, 2003):

Em 1919, A OIT - Organização Internacional do Trabalho, adotou seis

convenções destinadas à proteção da saúde e à integridade física dos

trabalhadores (limitação da jornada de trabalho, proteção à

maternidade, trabalho noturno para mulheres, idade mínima para

admissão de crianças e o trabalho noturno para menores).

Em 1945 é assinada a Carta das Nações Unidas que estabelece nova

ordem na busca da preservação, progresso social e melhores condições

de vida das futuras gerações.

Em Dezembro de 1948, a Assembléia Geral das Nações Unidas, aprova

a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que se constitui em uma

fonte de princípios na aplicação das normas jurídicas, que assegura ao

trabalhador o direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, as

condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra ao

desemprego; o direito ao repouso e ao lazer, limitação de horas de

7

trabalho, férias periódicas remuneradas, além de padrão de vida capaz

de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar.

Em 1949, a Inglaterra pesquisa a ergonomia, que tem o objetivo a

organização do trabalho em vista da realidade do meio ambiente laboral

adequar-se ao homem.

Na década de 60, iniciou-se um movimento social renovado, revigorado

e redimensionado marcado pelo questionamento do sentido da vida, o

valor da liberdade, o significado do trabalho na vida, o uso do corpo,

notadamente nos países industrializados como a Alemanha, França,

Inglaterra, Estados Unidos e Itália.

Na Itália, ainda na década de 60, a empresa Farmitália, iniciou um

processo de conscientização dos operários quanto à nocividade dos

produtos químicos e das técnicas para a detecção dos problemas. A

FIAT reorganiza as condições de trabalho nas fábricas, modificando as

formas de participação da classe operária.

No mesmo período no Brasil, com condições precárias de trabalho, começa a

surgir as primeiras medidas de prevenções e algumas legislações, buscando a

segurança e condições básicas de trabalho para todos os trabalhadores:

No início da década de 70, o Brasil é o detentor do título de campeão

mundial de acidentes.

Em 1977, o legislador dedica no texto da CLT - Consolidação das Leis

do Trabalho, por sua reconhecida importância Social, capítulo

específico à Segurança e Medicina do Trabalho. Trata-se do Capítulo

V, Título II, artigos 154 a 201, com redação da Lei nº 6.514/77.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Secretaria de

Segurança e Saúde no Trabalho (SSST), hoje denominado

Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST), regulamenta

os artigos contidos na CLT por meio da Portaria nº 3.214/78, criando

8

vinte e oito normas regulamentadoras. Com a publicação da Portaria nº

3214/78 se estabelece a concepção de saúde ocupacional.

Com a Constituição de 1988, está garantida a redução dos riscos

inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e

segurança. Nasce então o marco principal da etapa de saúde do

trabalhador no nosso ordenamento jurídico.

Em 1990, foi criado o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao

Trabalhador, por meio da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro.

Em 2004, o Decreto nº 5.063, de 3 de maio, deu nova Estrutura

Regimental ao Ministério do Trabalho e Emprego, estruturando a

Ouvidoria-Geral e o Departamento de Políticas de Trabalho e Emprego

para a Juventude.

Em 2008, o Decreto nº 6.341, de 3 de janeiro alterou a nomenclatura

das Delegacias Regionais do Trabalho (DRT) para Superintendências

Regionais do Trabalho e Emprego (SRTE), das Subdelegacias do

Trabalho para Gerências Regionais do Trabalho e Emprego (GRTE) e

das Agências de Atendimento para Agências Regionais. As

Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego passaram a ser

competentes pela execução, supervisão e monitoramento de todas as

ações relacionadas às políticas públicas afetas ao Ministério do

Trabalho e Emprego.

As conquistas, pouco a pouco, vêm introduzindo novas mentalidades,

sedimentando bases sólidas para o pleno exercício do direito que todos devem ter à

saúde e ao trabalho protegido de riscos ou das condições perigosas e insalubres que

põem em risco a vida, a saúde física e mental do trabalhador.

9

2.2 CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

“A segurança do trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas

que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais,

bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador”

(http://www.areaseg.com/seg/).

Um outro conceito é defendido por TORREIRA (1977) , que define segurança do

trabalho como a tentativa de inibir acidentes que é o acontecimento infeliz casual ou

não, e de que resulta ferimento, dano, estrago, prejuízo, ruína, avaria, etc.

As Normas Regulamentadoras fornecem orientações sobre procedimentos

obrigatórios relacionados à medicina e segurança no trabalho no Brasil (ANEXO A).

Como anexos da Consolidação das Leis do Trabalho, são de observância obrigatória

por todas as empresas.

2.3 GERENCIAMENTO DE RISCOS

Para definir o que é Gerenciamento de Risco devem-se esclarecer brevemente

quais são as principais causas do acidente de trabalho, que se deve principalmente por

duas condições primordiais:

Ato Inseguro que é o ato praticado pelo homem o qual acontece quando o

trabalhador não segue as normas de segurança do trabalho.

Condição Insegura que é a condição do ambiente de trabalho que oferece

perigo e ou risco ao trabalhador.

Existem muitas definições de Gerenciamento dos Riscos. Segue a definição

fornecida pela Universidade de Surrey, que se localiza no Reino Unido

(http://www.overseasbr.com/pt/riskmanagement):

“Não é um processo de evitar os riscos. O objetivo do Gerenciamento dos

Riscos não é eliminar os riscos, mas Gerenciar os Riscos envolvidos em todas as

10

atividades, para maximizar as oportunidades e minimizar os efeitos adversos. Mais

especificamente, o Gerenciamento dos Riscos é um processo formal (de negócios)

usado para identificar os riscos e oportunidades, em uma organização, estimar o

impacto potencial desses eventos e fornecer um método para tratar esses impactos,

para reduzir as ameaças até um nível aceitável ou para alcançar as oportunidades”. Em

sua forma básica, o processo de Gerenciamento dos Riscos envolve:

A identificação dos riscos e oportunidades;

A medição e avaliação desses riscos, a partir de uma perspectiva da

exposição atual;

A determinação de um nível alvo (ou desejado) de exposição (apetite do

risco).

Um plano de gerenciamento (envolvendo controles, ações e retrocessos)

para evoluir do estado atual para o estado alvo

PONTES et al. (1998) salientam que devido ao grande número de atividades

envolvidas num canteiro de obras na construção civil e a falta de gerenciamento no

controle da qualidade das atividades, as causas de ocorrência dos acidentes são

praticamente as mesmas, caracterizadas por atos inseguros e/ou condições ambientais

inseguras.

Um motivo de forte influência também para a elevada quantidade de

acidentados na construção civil é a falta de percepção dos riscos. SALDANHA (1997),

por exemplo, afirma em seu trabalho que existem situações onde foram encontradas a

"negação do risco", estas situações aparecem de diversas maneiras, como por exemplo,

na rejeição ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Além da "negação

do risco", o autor ainda cita o depoimento de operário, que confirma conscientemente

o uso incorreto do EPI durante execução de atividades de risco em seu trabalho.

Ainda no trabalho de PONTES et al. (1998) é sugerida a implantação de um

sistema de gerenciamento de risco na indústria da construção civil conforme a Figura

1. Este sistema deixa evidente a importância da análise e identificação dos riscos para

uma futura redução dos mesmos.

11

Figura 1 - Sistema de gerenciamento de riscos para a construção civil

Programas de gerenciamento de riscos como o PCMAT (Programa de

Condições e Meio Ambiente de Trabalho) e o PPRA (Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais) tem por função a localização da maior probabilidade do risco e

quando utilizado de forma coerente é possível recolher informações que irão beneficiar

o monitoramento e o controle das operações de riscos.

O PCMAT, previsto na NR 18, estabelece diretrizes de ordem administrativa,

de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de

controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio

ambiente de trabalho na Indústria da Construção. Após a visita de um profissional

habilitado (Engenheiro de Segurança do Trabalho), a empresa receberá um documento,

contendo as informações necessárias para atingir esses objetivos.

O PPRA, previsto NR 9, são as medidas de reconhecimento, avaliação e

controle dos riscos ambientais inerentes a cada função dentro de uma determinada

12

empresa. É um documento utilizado para a prevenção e/ou controle de doenças

ocupacionais, acidentes de trabalho e preservação do meio ambiente. Serve como base

para a elaboração e implantação do Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional (PCMSO), previsto na NR 7.

2.4 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS

Os canteiros de obras possuem o risco em torno de todas as atividades

envolvidas. Estes riscos aumentam também em função do método que se realizam as

atividades e da grande quantidade de situações que não são previstas. Na realidade, a

maioria das empresas não possuem procedimentos formais para a execução das tarefas

sendo muitas vezes os trabalhadores que regulam os procedimentos. Os riscos podem

ser classificados em ambientais e operacionais, conforme discussão a seguir:

2.4.1 Riscos Ambientais

A NR 9 considera riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos

existentes nos ambientes de trabalho, capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

Riscos Físicos

De acordo com a NR 9 os riscos físicos são considerados as diversas formas

de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações,

pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não

ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som.

13

Riscos Químicos

Riscos gerados pelos agentes que modificam a composição química do meio

ambiente. Segundo a NR 9 os agentes químicos podem se apresentar nas formas de

poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores.

Riscos Biológicos

Os riscos biológicos são causados por microrganismos invisíveis a olho nu,

são capazes de desencadear doenças devido à contaminação e pela própria natureza do

trabalho. Segundo a NR 9 são considerados agentes biológicos as bactérias, fungos,

bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.

2.4.2 Riscos Operacionais

São considerados riscos operacionais os riscos mecânicos (ou de acidentes) e

os riscos ergonômicos.

Os riscos mecânicos são os que ocorrem em função das condições físicas (do

ambiente físico de trabalho) e tecnológicas impróprias, capazes de colocar em perigo a

integridade física do trabalhador.

Os riscos ergonômicos são qualquer fator que possa interferir nas

características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua

saúde.

Riscos Mecânicos

Os riscos mecânicos ou risco de acidentes são condições de construção,

instalação e funcionamento de uma empresa, assim como as máquinas, equipamentos

ou ferramentas que não apresentam adequadas condições de uso. São modalidades de

risco de acidente: arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção,

14

ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, instalações elétricas

deficientes, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado,

animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para a

ocorrência de acidentes (PIZA, 1997).

Riscos Ergonôminos

São considerados riscos ergonômicos: esforço físico, levantamento de peso,

postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse, trabalhos

em período noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade,

imposição de rotina intensa. Os riscos ergonômicos podem gerar distúrbios

psicológicos e fisiológicos e provocar sérios danos à saúde do trabalhador porque

produzem alterações no organismo e estado emocional, comprometendo sua

produtividade, saúde e segurança.

2.5 CARACTERIZAÇÃO DOS RISCOS

De acordo com GROHMANN (1997), a construção civil ao contrário de

diversos outros setores da economia possui características próprias, sendo que uma das

principais é a pouca mecanização e tecnologias para a obtenção da qualidade do

produto, dependendo esta, quase que exclusivamente, da mão-de-obra utilizada.

A grande utilização de mão-de-obra na construção civil associado com a falta

e/ou não utilização de mecanismos de segurança, fiscalização precária, tipos de

serviços, falta de sensibilização dos trabalhadores tendem a gerar inúmeros acidentes.

O desenvolvimento das atividades da construção civil é realizado em várias

etapas, onde é mencionado algumas delas, assim como os tipos de acidentes mais

comuns associados às mesmas (PONTES et al., 1998):

15

1. Demolição - serviço bastante complexo, devendo ser realizado seguindo um

método determinado de modo a não prejudicar a estabilidade do conjunto e a

segurança da equipe de demolição. Os principais riscos associados são: queda,

soterramento, falta de Equipamento de Proteção Individual e incêndio decorrente de

materiais combustíveis existentes. Tem-se ainda a demolição por uso de explosivos

que ocorre nos grandes centros urbanos e locais com topografia acidentada. Os

trabalhos de desmonte, a frio ou a fogo que antecedem à fundação são freqüentes,

trazendo grandes riscos aos trabalhadores, como também aos moradores vizinhos. Os

principais riscos são: projeção de pedras em conseqüência das explosões e colapso em

estruturas em construções vizinhas durante a implosão; incluindo ainda o perigo

implícito no manuseio dos explosivos.

2. Montagem do canteiro de obra – conjunto de instalações que dá apoio à

administração de obra e aos trabalhadores, para a construção de uma edificação. Os

principais riscos envolvidos são: choque elétrico e a falta de Equipamentos de

Proteção Individual e incêndio.

3. Escavação – os principais riscos associados são: desabamento de terra,

bombeamento (casos de rebaixamento do lençol d’água), distância entre trabalhadores

em escavação manual (proximidade dos trabalhadores no momento da execução dos

serviços) e raio de ação da escavadeira (próximo a atividades que estão sendo

executadas manualmente).

4. Fundação – parte de uma estrutura que transmite ao terreno subjacente

(abaixo) a carga da edificação ou ainda, o plano sobre o qual assentam-se os alicerces

de uma construção. Os riscos envolvidos são: falta de escoramento dos taludes, má

utilização de campânula (câmara usada para compressão e/ou descompressão de

trabalhadores), queda, lançamento de partículas sólidas, etc.

5. Trabalhos em concreto armado (fase estrutural) – apresentam diversidades

de riscos e grande incidência de acidentes. Esse trabalho se divide nas seguintes fases:

formas, escoramentos, armação de aço, concretagem e desforma. Riscos envolvidos:

prensagem e/ou corte de mãos e dedos, queda de pessoas/peças/ferramentas, choques

elétricos, tombamento de materiais, madeiras com pregos expostos, escorregamento,

16

falta de proteções nas pontas dos vergalhões (aço), falta de proteção individual e/ou

coletiva e os incêndios ocorridos principalmente no coletor de serragem da serra

circular.

6. Revestimentos e acabamentos – serviço que é realizado após o levante de

alvenaria e assentamento das esquadrias. Esses serviços são realizados no final da

obra; os riscos principais são: a falta de proteções adequadas (proteções de quadro fixo

de tomadas energizadas, de quedas de pessoas e materiais, de todas as aberturas de

lajes, de periferias, de instalação de plataformas principal e telas, entre outras),

explosão, incêndio, intoxicação, falta de sinalização e advertência, projeção de

fragmentos e quedas.

7. Instalações em geral – compreende o seguinte: instalações elétricas,

hidráulicas, sanitárias, de gás, de elevadores, de ar condicionado, de exaustão e de

ventilação, assim como, canalizações em geral. As conseqüências dos acidentes mais

evidenciados nestas operações são: choque elétrico, uso de adorno (pulseiras,

correntinhas e canetas de corpo metálico, etc.), contusão, corte e/ou ferimentos,

vazamentos d’água e de gás, queda, falta de sinalização e tantos outros.

8. Máquinas e equipamentos – as máquinas e equipamentos não são uma etapa

propriamente da obra porém são instrumentos que são utilizados durante todo o

período da obra; os mais utilizados são: guindaste (grua, sobre esteira ou rodas),

betoneiras, compressores, máquinas de dobrar, cortar ferro e virar chapas, serra

circular de bancada, guinchos e torres, bombas, vibradores, talhas, etc. Os principais

riscos são: quebra de partes móveis, projeção de peças ou partículas, ruptura de cabos

e/ou amarras, operadores não habilitados, corte e/ou prensagem de mãos e dedos, falta

de manutenção preventiva, choque elétrico, incêndio, falta de envelope de proteção em

partes móveis de máquinas.

Com o objetivo de minimizar e/ou eliminar os problemas identificados nas

fases de desenvolvimento das atividades na construção civil, se faz necessário a

identificação dos riscos, tendo como objetivo o aperfeiçoamento do comportamento

humano, ambiental e de processos, numa tentativa de prevenir os acidentes o que

resultará no aumento da produtividade.

17

2.6 MAPA DE RISCOS

Implantado pela portaria n°5 de 17 de agosto de 1992 do Ministério do

Trabalho e Administração o mapa de risco é um instrumento obrigatório nas empresas

com grau de risco e com número de empregados que se já exija a Comissão Interna de

Prevenção de Acidentes (CIPA), onde a mesma deverá ouvir os trabalhadores para a

confecção do mapa.

O mapa de risco é uma simbologia gráfica que utiliza plantas baixas do local

de trabalho identificando com o auxilio de cores variadas o tipo e o grau de risco de

cada zona, é de extrema importância nas empresas e a sua não realização acarreta em

multas elevadas. A Tabela 2 define as cores usadas no mapa de risco e a Tabela 3

fornece a descrição do risco associados com os agentes causadores

(http://www.areaseg.com/sinais/mapaderisco.html):

Tabela 2 – Cores e Graus Usados no Mapa de Risco.

Recomenda-se que sejam simbolizados por círculos de três tamanhos distintos:

pequeno, para representar o grau leve; médio, para representar um risco de grau

médio; e grande, para representar um risco de grau elevado; utilizados na proporção

1:2:4.

18

Na planta baixa, no local onde se encontra o risco deve ser colocado o círculo

no tamanho avaliado pela CIPA e na cor correspondente ao grau de risco. A função do

mapa de risco é a identificação dos riscos e permitir com que este local especifico seja

monitorado à fim de que não exista prejuízos e danos em função de acidentes.

19

Tabela 3 – Tabela Descritiva dos Riscos

20

Alguns critérios são utilizados para a confecção do mapa de risco; seguem os

primordiais:

Conhecer os setores/seções da empresa, que tipo de produto ela produz,

quem é o consumidor, e a quantidade que é produzida deste produto;

Montar um fluxograma (desenho de todos os setores da empresa e das

etapas de produção);

Listar todas as matérias-primas e os demais insumos envolvidos no

processo produtivo;

Listar todos os riscos existentes (físico, químico, biológico, ergonômico

e/ou mecânicos).

O mapa de risco exemplificado na Figura 2 demonstra de forma clara os locais

de riscos, os tipos e o grau de cada setor. No caso das empresas da indústria da

construção, o mapa de riscos do estabelecimento deverá ser realizado por etapa de

execução dos serviços, devendo ser revisto sempre que um fato novo e superveniente

modificar a situação de riscos estabelecida.

21

Figura 2 – Modelo do Mapa de Risco.

22

3 ESTUDO DE CASO – RISCOS MECÂNICOS EM UMA OBRA VERTICAL

Um dos objetivos deste trabalho é realizar o levantamento de riscos em uma

obra vertical da construção civil em uma determinada empresa localizada em Feira de

Santana, visando a identificação dos riscos, a avaliação dos mesmos e métodos de

prevenção sugeridos pela NR 18. Convém salientar que os itens da norma utilizado

neste trabalho são somente os que envolvem riscos mecânicos de acidente e que foram

encontrados durante o período das visitas realizadas nos meses de outubro e

novembro.

A obra escolhida foi a construção de um Hotel, que está sendo realizada pela

empresa Ômega Engenharia (nome fictício) por ser um edifício onde possa se avaliar

diversos tipos de riscos inclusive os que envolvem altura.

Vale ressaltar que o desenvolvimento deste trabalho (com visitas, registros

fotográficos, aplicação da lista de verificação etc) foi autorizado verbalmente pelo

responsável da obra.

3.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

Razão Social: Ômega Engenharia.

Endereço: CIS, Feira de Santana – Ba.

Ramo de Atividade: Construção de edifícios.

Grau de Risco: 03 (três).

N° de Funcionários: 60 (sessenta).

Descrição da Empresa: Atua no ramo da Construção Civil em Feira de Santana desde

1996 como empresa de engenharia e construtora. Com o passar do tempo e

com o aumento de seu reconhecimento a empresa começou expandir seus

negócios para os interiores e regiões vizinhas a Feira de Santana e atuando

23

hoje em dia inclusive em outros estados, expandiu-se também para o mercado

imobiliário tornando-se referência como construtora.

3.2 DESCRIÇÃO DO CANTEIRO

Obra: Construção do Hotel

Endereço: Caseb, Feira de Santana – Ba.

Proprietário: B. E. Ltda e Ômega Engenharia.

Data de Início: 01/03/2010

Data de Conclusão: 28/02/2011

Responsável pela Obra: R. M. A.

Descrição do Empreendimento: Construção de um hotel com 128 apartamentos, um

total de 9 (nove) andares, centro de convenções para 350 (trezentas e

cinqüenta) pessoas, a Figura 3 mostra o porte do empreendimento.

Figura 3 - Fachada do hotel.

24

3.3 LEVANTAMENTO, IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS RISCOS

Este trabalho de Conclusão de Curso identificou os riscos possíveis na obra e

através de alguns itens da NR 18 propôs melhorias citando recomendações e práticas

exercidas corretamente pela empresa. A seguir seguem os itens da norma relacionado

com as fotos descrevendo a real situação encontrada no canteiro no momento das

visitas.

3.3.1 Escavações, Fundações e Desmonte de Rochas

Este item da NR 18 engloba três situações, porém no canteiro analisado na

atual etapa da obra somente são realizadas escavações. Este serviço é realizado pelos

operários, sem utilização de equipamentos mecanizados, apenas manuais tais como pás

e picaretas, a Figura 4 mostra os trabalhadores realizando suas atividades.

Figura 4 - Operadores realizando escavações.

Situação Encontrada: As escavações são realizadas por trabalhadores da

própria empresa e por terceiros, todos utilizam os EPI necessários para a realização do

serviço, o material retirado é colocado na beira da escavação e os locais onde a

escavação é mais profunda possuem acesso por escadas (Figura 5).

25

Figura 5 – Escada de acesso ao fundo da escavação.

Recomendações: Antes de serem realizadas atividades de escavações deve-se

garantir a estabilidade dos taludes e é de extrema importância que os materiais

retirados deste serviço sejam colocados a uma distância superior a metade da

profundidade, medidas a partir da borda do talude. Na figura 6 pode ser observado o

risco em que o trabalhador esta submetido ao realizar sua atividade com o material

armazenado na borda do talude, pode-se observar que ele se encontra a uma

profundidade superior a dois metros aumentando o risco.

Figura 6 – Resíduo da escavação na borda do talude.

26

Boas práticas: a empresa disponibiliza escada de acesso aos serviços de

escavação (Figura 5) sendo algo fundamental neste tipo de serviço, porém esta escada

encontra-se fora dos padrões exigidos pela NR18.

3.3.2 Carpintaria

A carpintaria é a responsável pelo corte das peças de madeira na obra, utiliza

como equipamento principalmente a serra circular (Figura 7) que é um instrumento

extremamente perigoso por possuir uma lâmina ou disco de corte dentado para a

realização desta atividade. Ao se realizar o corte das peças de madeira é liberado um

resíduo conhecido como serragem mostrado na Figura 8.

Figura 7 - Serra circular sem proteção. Figura 8 – Resíduo proveniente da carpintaria.

Situação Encontrada: O local destinado para a carpintaria encontra-se isolado

e afastado dos locais onde existe fluxo de trabalhadores. A serra circular não apresenta

nenhum dispositivo de proteção como pode ser observado na Figura 7 e não existe

também nenhum recipiente para o armazenamento da serragem, sendo que este

material fica espalhado no próprio piso de trabalho (Figura 8).

Recomendações: A serra deve possuir uma coifa protetora para que no

momento da realização dos serviços o operário esteja protegido contra possíveis

27

contatos acidentais. Deve existir um coletor de serragem e placas de sinalização com

os dizeres “Proibido Fumar” no local destinado a carpintaria.

Boas Práticas: A empresa disponibiliza na proximidade da carpintaria extintor

de incêndio o que é necessário, pois o material é de fácil combustão.

3.3.3 Armações de Aço

O local para armações de aço é destinado a dobragem e o corte de vergalhões

da obra onde são realizados sobre uma bancada (Figura 9).

Figura 9 - Bancada de dobragem e corte do aço.

Situação Encontrada: O local para execução dos serviços de dobragem e corte

do aço encontra-se protegido com cobertura, nas proximidades acontecem escavações,

a lâmpada utilizada para iluminação não esta protegida (Figura 10) e são encontrados

vergalhões armazenados ao longo de toda obra.

28

Figura 10 - Lâmpada sem proteção.

Recomendações: A bancada deve estar fora da circulação dos operários e de

onde estejam ocorrendo outras atividades; as lâmpadas devem estar protegidas contra

impactos provenientes da projeção de partículas ou de vergalhões. Os vergalhões

encontrados na obra devem possuir proteções em suas extremidades, pela Figura 11 é

possível observar que existe sinalização de advertência, mas não existe nenhum tipo de

proteção contra contatos acidentais; na Figura 12 os vergalhões que são utilizados

como arranque dos pilares não possuem proteções na sua extremidade.

Figura 11- Detalhe da sinalização irregular de

advertência no vergalhão.

Figura 12 - Arranque do pilar sem proteção

29

3.3.4 Escadas, Rampas e Passarelas

Este item da NR 18 engloba três situações, porém no canteiro analisado

somente são utilizadas escadas, envolvendo dois tipos diferentes (escada de mão

portátil e escada provisória de uso coletivo). A escada de mão portátil é utilizada em

alguns serviços de rápida execução. A escada provisória de uso coletivo é utilizada

pelos trabalhadores para a locomoção de um andar para o outro, convém salientar que

esta escada será a mesma ao término da obra para utilização dos usuários do hotel.

a) Escada de Mão Portátil

Situação Encontrada: Na Figura 13 pode-se observar que a escada encontra-se

apoiada em uma tábua de madeira que não oferece restrição contra o escorregamento

da escada, além do que esta tábua é utilizada para fechar uma abertura existente no

piso da laje, caso a carga aplicada nesta tábua de madeira seja superior a resistência da

mesma a escada poderá vir a cair junto com o trabalhador para um andar inferior. A

Figura 14 mostra como é feito a fixação dos degraus no montante desta escada e como

se encontra este montante; pode-se observar que somente um prego sustenta este lado

do degrau e que o montante é formado pela união de varias peças de madeira.

Figura 13 - Escada apoiada em piso irregular. Figura 14- Detalhe do montante da escada.

30

Recomendações: Neste tipo de escada é de fundamental importância que ela

esteja apoiada na parte inferior em piso resistente de maneira que se evite seu

escorregamento e apoiada na parte superior de modo que ela não caia, a escada deve

estar sempre fixada em ambas extremidades antes do inicio dos serviços.

O seu montante deve ser uniforme e construído com material de ótima

qualidade, no mesmo montante deve possuir cavilhas com espaçamentos uniformes

para a fixação dos degraus.

b) Escada Provisória de Uso Coletivo

Situação Encontrada: A escada de uso coletivo não possui nenhum tipo de

proteção nas suas laterais (Figuras 15 e 16) o que provoca grande desconforto pelos

seus usuários e comprova o grande risco de acidentes em sua proximidade.

Figura 15 - Vista lateral. Figura 16 - Espaço entre a escada e a viga.

Recomendações: Apesar da escada ser construída com material de boa

qualidade ela deve possuir um sistema do tipo Guarda-Corpo e Rodapé (GcR) com o

intuito de que pessoas e materiais não caiam e nem provoquem acidentes. Na

Recomendação Técnicas de Procedimento Número 4 (RTP 04) da Fundação Jorge

Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO) pode ser

31

observado um esquema deste tipo de sistema (Figura 17), mostrando detalhadamente

os limites mínimos de altura para a construção do rodapé e dos travessões

intermediário e superior.

Figura 17 - Sistema de guarda corpo e rodapé

.

3.3.5 Medidas de Proteção contra Queda de altura

A NR 18 aborda este item de forma bastante ampla, envolvendo neste mesmo

quesito os seguintes pontos: abertura de piso, vãos de acesso a caixa de elevadores,

periferia da edificação, plataformas de proteção (bandejas) e um sistema limitador de

quedas de altura com a utilização de redes de segurança que é um sistema pouco

utilizado nas obras.

32

a) Abertura de Piso

Situação Encontrada: As aberturas de piso encontram-se fechadas, porém de

forma irregular. Com a Figura 18 é possível observar o risco de acidente que pode ser

ocasionado devido à falta de proteção nestas aberturas.

Figura 18 - Abertura de piso com proteção irregular.

Um operário pode sofrer alguma vertigem ou se descuidar e ocasionar um

acidente devido a falta de proteção e sinalização; convém observar também que na

proximidade desta abertura se encontra a periferia da laje que também não possui

proteção. Ou seja, caso aconteça algum acidente neste ponto da obra o operário poderá

cair de uma altura de aproximadamente vinte metros.

Recomendações: As aberturas de piso devem possuir fechamento provisório

resistente. Quando esta abertura é utilizada para transporte vertical de materiais e

equipamentos (Figura 19) é obrigatório a instalação de um sistema de Guarda-Corpo

com cancela.

33

Figura 19 - Abertura de piso sinalizada.

O sistema utilizado na obra não garante resistência alguma contra possíveis

acidentes, o sistema utilizado serve somente como sinalizador de que existe uma

abertura de piso neste local. Nas Recomendações Técnicas de Procedimento número

um (RTP 01) da FUNDACENTRO é esquematizada a correta utilização deste

mecanismo de segurança (Figura 20).

Figura 20 - Fechamento correto da Abertura de Piso.

34

b) Vão de Acesso a Caixa de Elevadores

Situação Encontrada: Todos os vão de elevadores encontrados na obra não

possuiam nenhum tipo de proteção, somente possuiam uma faixa de sinalização como

pode ser observado na Figura 21.

Figura 21 - Vão de acesso ao elevador.

Recomendações: É necessária a instalação de fechamentos provisórios de no

mínimo um metro e vinte centímetros (1,20 m) de altura, constituído de material

resistente e fixado seguramente a estrutura, até a colocação definitiva das portas. A

RTP 01 fornece um esquema da correta utilização deste fechamento conforme a Figura

22.

35

Figura 22 - Fechamento do vão de elevador.

c) Periferia da Edificação

Situação Encontrada: A edificação não possui um sistema de proteção

eficiente, na maioria da periferia das lajes não possui nenhum tipo de sistema

preventivo de segurança (Figura 23).

Figura 23 - Inexistência de proteção da periferia da edificação

36

Nas periferias das lajes existe somente um cabo de fibra sintética que é

utilizado como sinalização e não uma proteção efetiva (Figura 24). Parte da laje que

está sendo preparada para a concretagem não possui nem sequer este cabo (Figura 25);

a concretagem foi realizada e a laje permaneceu com as mesmas condições de ausência

de segurança. No momento da concretagem o único dispositivo de segurança utilizado

era o cinto de segurança do tipo pára-quedista que não era utilizado por todos os

trabalhadores devido a dificuldade de manuseio dos aparelhos utilizados no momento,

junto com a falta de mobilidade que o cinto promove.

Figura 24 - Cabo sintético na periferia da laje.

Figura 25 - Ausência de proteção na periferia

da laje.

Recomendações: É necessária a instalação de um sistema de proteção do tipo

guarda-corpo e rodapé constituído de anteparos rígidos. Este tipo de proteção é de

extrema importância devido as atividades que são exercidas que envolvem grande

quantidade de trabalhadores associados a uma altura que neste momento superam os

vinte e cinco metros. A Figura 26 mostra um tipo de proteção do tipo GcR muito

utilizado em obras deste porte.

37

Figura 26 - Sistema do tipo guarda-corpo e rodapé.

d) Plataformas de Proteção

Situação Encontrada: Existe uma plataforma principal (bandeja principal ou

plataforma principal) de proteção na altura da primeira laje, porém esta plataforma não

está em torno de todo o perímetro da edificação (Figura 27).

Figura 27 - Ausência da plataforma em parte da periferia da laje.

38

Existe uma outra plataforma com três lajes acima desta plataforma principal

que é chamada de plataforma secundária ou bandeja secundária. Não existe telas entre

as bandejas sendo que os materiais e ferramentas podem ser projetados para fora do

alcance da bandeja e ocasionar possíveis acidentes. Convém mencionar que a bandeja

secundária substitui as redes de segurança que também é um dispositivo utilizado para

proteção.

Recomendações: Entre as bandejas principal e secundárias é obrigatória a

instalação de telas de proteção, evitando que objetos possam ser arremessados fora da

área da bandeja. Todo o perímetro da edificação deve possuir bandeja atendendo a sua

função que é de barrar queda de materiais e ferramentas para pisos inferiores. As

bandejas secundárias devem ser instaladas a cada três lajes; como pode ser observado

na Figura 28 o edifício necessita de outra bandeja secundária, pois já foram

construídas cinco lajes acima da bandeja secundária existente.

Figura 28 - Ausência de bandeja secundária.

39

3.3.6 Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas

Neste item são tratados todos os mecanismos de movimentação e transporte de

pessoas e materiais sendo caracterizadas as torres de elevadores, os elevadores de

passageiros, os elevadores de materiais, as gruas e os elevadores de cremalheiras. Na

obra em estudo somente existe a realização do transporte de materiais, que é realizado

pelo elevador. Os trabalhadores utilizam a escada provisória de uso coletivo. Para a

análise do elevador deve-se também analisar a torre do mesmo.

a) Torres de Elevadores

Situação Encontrada: A torre do elevador encontra-se devidamente telada e

apoiada na edificação; seus elementos estruturais encontram-se em perfeito estado de

conservação (Figura 29), atendendo a todos os requisitos exigidos pela NR 18.

Figura 29 - Torre do elevador.

40

b) Elevadores de Transporte de Materiais

Situação Encontrada: A obra possui um único elevador que é utilizado

somente para transporte de materiais, a sinalização alertando que o elevador é de uso

específico para transporte de materiais é precária e encontra-se somente no térreo

(Figura 30) e o operador do elevador realiza suas atividades em uma cabine isolada no

térreo do edifício (Figura 31).

Figura 30 - Detalhe da sinalização pendurada.

Figura 31 - Cabine do operador de elevador.

41

Recomendações: As torres de elevadores de materiais devem ter suas faces

revestidas com tela de arame galvanizado ou material de resistência e durabilidade

equivalentes. As placas de sinalização devem ser posicionadas no interior do elevador

alertando quanto a capacidade máxima de carga e a impossibilidade de transporte de

pessoas.

3.3.7 Instalações Elétricas

As instalações elétricas devem ser sempre realizadas de forma que evite

qualquer tipo de acidente. As formas de proteções podem ser contra contatos diretos

ou indiretos. Contatos diretos através do contato com as partes vivas da instalação e

contatos indiretos que podem acontecer devido à falta de aterramento em

equipamentos.

Situação Encontrada: Foi observado que todos os equipamentos elétricos

estavam aterrados, o quadro principal de distribuição encontram-se devidamente

trancado (Figura 32), porém suas chaves elétricas não estavam identificadas e os

demais disjuntores encontrados na obra também não possuíam identificação quanto à

sua finalidade (Figura 33).

Figura 32 - Quadro principal de distribuição. Figura 33 - Chave elétrica sem identificação.

42

Os disjuntores encontravam-se devidamente protegidos contra as intempéries,

porém eram utilizados como liga-desliga sendo ausente a associação com interruptores

(Figura 34). Algumas tomadas não utilizam os corretos “plugues” para a realização do

serviço deixando evidente o risco exposto (Figura 35).

Figura 34 - Disjuntor utilizado como liga-

desliga.

Figura 35 - Detalhe na ausência do conjunto

“plugue”/tomada.

Ao longo da obra foi observada grande quantidade de fiação exposta (Figura

36). A utilização de extensões elétricas é a principal causa da grande quantidade de

fios ao longo da obra, sendo que estas são deixadas nos locais onde ocorre passagem

de pessoas e equipamentos e acabam se desgastando, além do que, os próprios

funcionários fazem emendas inadequadas ao longo desta fiação (Figura 37) gerando

partes vivas expostas que podem ocasionar um contato acidental e provocar acidentes.

Figura 36 - Fiação exposta. Figura 37 - Emendas inadequadas.

43

Recomendações: Todos os disjuntores e as chaves elétricas devem possuir

identificações quanto à sua função, convém salientar que as instalações elétricas

devem ser realizadas somente por trabalhador qualificado. Os disjuntores não devem

ser utilizados como liga-desliga: o ideal é a utilização de interruptores para este

serviço e as fiações também não devem permanecer em passagens com o intuito de se

evitar o desgaste mecânico das mesmas e prováveis contatos acidentais. É obrigatória

a utilização de sistema do tipo “plugue”/tomada para a ligação de equipamentos

elétricos ao circuito de distribuição, a RTP 02 (Recomendações Técnicas de

Procedimento número dois) da FUNDACENTRO demonstra a correta utilização deste

sistema (Figura 38).

Figura 38 - Esquema “Plugue”/Tomada.

3.3.8 Equipamentos de Proteção Individual

Os equipamentos de proteção individual (EPI) são dispositivos utilizados por

uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o

exercício de uma determinada atividade.

Situação Encontrada: A empresa fornece a todos os funcionários todos os EPI

necessários para cada atividade, possui estoque adequado de capacetes (Figura 39) e

dos outros EPI necessários e encontram-se em perfeito estado de conservação e

funcionamento.

44

Figura 39 - Estoque de capacetes.

Cabe mencionar que a empresa possui alguns funcionários terceirizados para a

realização de algumas atividades. Pode se observar que na realização de uma mesma

tarefa dois funcionários; um da própria empresa com fardamento cinza (Figura 40)

utiliza o cinto de segurança do tipo pára-quedista travando-o na estrutura enquanto o

outro terceirizado, com fardamento em amarelo, apesar de possuir o cinto prefere não

utilizar (Figura 41); justificando que o cinto interfere na realização de suas atividades,

pois limita a sua movimentação.

Figura 40 - Funcionário da empresa (fardamento cinza).

45

Figura 41 - Funcionário terceirizado (fardamento amarelo).

Recomendações: É necessário instruir todos os funcionários, isso inclui os

terceirizados, quanto à correta utilização dos mecanismos de segurança, a fim de se

evitar lesões decorrentes de possíveis acidentes.

3.3.9 Armazenamento e Estocagem de Materiais

Para uma melhor utilização da área de trabalho e uma melhoria na qualidade

dos serviços os materiais devem estar armazenados ou estocados de forma a não

obstruir as passagens e as atividades que estão sendo exercidas no canteiro.

Situação Encontrada: A obra no geral apresenta grande quantidade de

materiais estocados de forma inapropriada. Na Figura 42 é perceptível a altura que

estão sendo empilhados os blocos, uma altura superior ao próprio muro, podendo

ocasionar um desabamento ao retirar os blocos para utilização dos serviços na obra.

46

Figura 42 - Empilhamento dos blocos.

Outra situação bastante comum é o armazenamento do material que não será

mais utilizado em determinada etapa da obra; na Figura 43 os materiais são

empilhados a uma elevada altura sendo que estes oferecem riscos aos operários devido

ao tipo de armazenamento e ao tipo de material que neste caso é composto em sua

maioria por peças de madeiras com pregos.

Figura 43 - Empilhamento de diversos materiais.

Recomendações: Todas as pilhas de materiais devem ter forma e altura que

garantam a sua estabilidade e facilitem o seu manuseio, o armazenamento deve ser

feito de modo a permitir que os materiais sejam retirados obedecendo à seqüência de

47

utilização planejada e não devem ser empilhados diretamente sobre piso instável,

úmido ou desnivelado.

3.3.10 Proteção contra Incêndio

É obrigatória a instalação de medidas preventivas que atendam, de forma

eficaz, as necessidades de prevenção e combate a incêndio para os diversos locais que

exercem diferentes serviços simultaneamente.

Situação Encontrada: Em torno de todo o canteiro foi observada a existência

de somente dois extintores na obra, o primeiro extintor situado na porta do

almoxarifado (Figura 44) e o segundo extintor localizado na carpintaria (Figura 45).

Figura 44 - Extintor na porta do almoxarifado. Figura 45 - Extintor na carpintaria.

Recomendações: É necessária a instalação de extintores ao longo de todo

canteiro atendendo aos riscos de cada ambiente e utilizados de acordo com sua classe.

48

3.3.11 Sinalização de Segurança

Este item tem o objetivo de alertar os trabalhadores quanto aos perigos, riscos

em geral, uso de EPI, mostrar as saídas da obra, ou seja, informar todas as situações de

riscos que os operários estão dispostos.

Situação Encontrada: A obra possui poucas placas de sinalização, sendo que a

maioria informava somente quanto ao uso de EPI (Figura 46) não foram observadas

sinalizações indicando a saída das obras, perigo quanto ao risco de queda e nem de

proibido fumar devido a quantidade de material inflamável estocado no canteiro.

Figura 46 - Sinalização de advertência.

Recomendações: É necessária a intensificação dos cartazes nas obras alertando

quanto aos riscos em geral. Convém salientar que as placas ou cartazes devem ser

feitas de materiais com boa qualidade de forma que seja visível a todos os funcionários

e entendidas por todos.

49

3.3.12 Treinamento

Os treinamentos periódicos devem ser realizados para todos os funcionários,

sempre visando garantir a realização das suas atividades com segurança.

Situação Encontrada: A empresa realiza treinamento admissional para todos os

funcionários e mostrou evidências (Figura 47). Os treinamentos periódicos (Figura 48)

são realizados utilizando diversos temas e estes treinamentos são ministrados pela

técnica de segurança. Este item encontra-se de acordo com todas as recomendações

sugeridas pela NR 18.

Figura 47 – Lista de participantes do

treinamento admissional

Figura 48 – Lista de participantes do

treinamento periódico

50

3.4 QUALIFICAÇÃO DOS RISCOS

Após a análise dos riscos feita no item 3.3 deste trabalho, foi realizada a

qualificação dos mesmos neste presente item. Para qualificar os riscos foi utilizada

uma lista de verificação, baseada no modelo utilizado no SESI (Serviço Social da

Indústria).

Para a avaliação qualitativa foram utilizados os seguintes conceitos:

Ótimo = nota dez (10);

Bom = nota oito (8);

Regular = nota seis (6);

Ruim = nota quatro (4);

Péssimo = nota dois (2);

Não possui = nota zero (0);

Não se aplica (NA).

Cada quesito avaliado nos itens sugeridos pela NR 18 foi pontuado de acordo

os conceitos descritos e resultaram nas médias seguintes:

Escavação, Fundação e Desmonte de Rocha (ANEXO B) = 6,86

Carpintaria (ANEXO C)= 4,85

Armações de Aço (ANEXO D)= 5,98

Escadas, Rampas e Passarelas (ANEXO E) = 6,69

Medidas de Proteção contra Queda de altura (ANEXO F) = 3,21

Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas (ANEXO G) = 8,92

Instalações Elétricas (ANEXO H) = 5,98

51

Equipamentos de Proteção Individual (ANEXO I) = 9,96

Armazenamento e Estocagem de Materiais (ANEXO J) = 5,58

Proteção contra Incêndio (ANEXO K) = 6,30

Sinalização de Segurança (ANEXO L) = 3,67

Treinamentos (ANEXO M) = 10,00

O gráfico 1 evidencia que a maioria dos resultados não superaram o conceito

de bom que equivale a nota oito (considerada a nota mínima), sendo que somente três

itens alcançaram esta meta (Transporte de materiais, EPI e Treinamentos).

Gráfico 1 - Pontuação dos Riscos.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Nota obtida

Nota mínima aceitável

52

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Após a análise e identificação das atividades que podem provocar algum tipo

de risco ao trabalhador, os mesmos foram avaliados e foram feitas recomendações de

melhorias. O intuito foi perceber quais são as atividades que são tratadas com menos

importância e que não utilizam os fundamentos fornecidos pela NR18.

O item que teve a pior nota, queda de alturas, é um dos serviços geradores de

muitos acidentes na construção civil, mostrando a negligência da maioria das empresas

no investimento de proteções de segurança.

Proteções voltadas para serviços que são realizados em alturas possuem um

custo mais elevado em relação as outras proteções e geralmente são de mais difícil

aplicação como por exemplo as bandejas, proteções do tipo guarda-corpo e rodapé e

outros dispositivos limitadores; razão justificada pelo engenheiro da obra pela falta de

uso em algumas situações encontradas.

As melhores notas foram na questão de treinamentos e uso de EPI. A

justificativa dos treinamentos obterem nota elevada está relacionada com a presença de

uma técnica de segurança na obra, fornecendo palestras relacionadas à segurança do

trabalho. O quesito EPI obteve nota elevada pois na obra é considerado por todos os

funcionários equipamento de uso fundamental, porém em alguns casos foi encontrada

a utilização de forma errada dos mesmos.

Foram listadas doze atividades sendo que destas somente três alcançaram a

nota mínima aceitável. Ou seja, 75% das atividades encontravam-se fora dos padrões

de segurança do trabalho exigidos pela NR 18, comprovando desta maneira a falta de

comprometimento tanto da empresa quanto dos trabalhadores.

O canteiro no geral obteve uma nota de 6,50 que está conceitualmente entre

regular e bom. Para que o canteiro se enquadre nas exigências estabelecidas pela NR

18 a empresa pode aplicar um sistema de gerenciamentos de riscos, sendo o específico

para a construção civil e regulamentado pela própria norma é o PCMAT.

53

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da lista de verificação utilizada neste trabalho pôde-se avaliar os

riscos no canteiro em questão propondo as devidas melhorias. Com os resultados foi

possível observar quais são os serviços mais críticos em relação a segurança. Ou seja,

foi possível destacar quais são os riscos de cada tarefa demonstrando a ineficácia dos

dispositivos utilizados no canteiro ou a ausência dos dispositivos de segurança.

Este trabalho teve como principal objetivo avaliar os riscos encontrados em

uma obra vertical da construção civil. Apesar de nunca ter ocorrido um acidente de

trabalho na obra analisada durante o período de estudo, isso não justifica o pouco

investimento em mecanismos de proteção para o operário.

Um fator observado durante a elaboração deste trabalho é que o funcionário

não possui nenhum tipo de contato durante a decisão dos mecanismos de segurança

que são utilizados na obra. Alguns dos funcionários justificam a utilização incorreta ou

a não utilização de alguns mecanismos devido a dificuldade de realizar suas atividades

com a proteção adotada no canteiro.

Segundo a NR 18 somente é necessário a CIPA em obras que possuem mais

de setenta trabalhadores, sendo que neste caso a obra não necessita. Cabe destacar que

é através da CIPA que os trabalhadores podem expor coletiva e individualmente suas

queixas quanto à segurança de seu trabalho, participar dos projetos de equipamentos

de proteção coletiva e na escolha dos EPI mais adequados para a realização de suas

atividades.

Os riscos de acidentes podem ser controlados e até mesmo eliminados por

medidas como:

Treinamentos e capacitação para os funcionários quanto à correta

utilização dos EPI;

Fornecimento dos dispositivos de proteção que sejam adequados as

atividades que estão sendo exercidas;

54

Informar a todos os funcionários os riscos de suas atividades e a

utilização de métodos de gerenciamento de risco para o controle dos

mesmos.

Seguir as recomendações fornecidas pelas normas, principalmente a

NR 18 que é voltada justamente para a construção civil.

55

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Nelma Miriam Chagas de. Custos de implantação do PCMAT

(Programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da

construção) em obras de edificações verticais – um estudo de caso. 1998.

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Federal

da Paraíba, João Pessoa.

AREASEG, SEGURANÇA DO TRABALHO. Normas. Disponível em

<http://www.areaseg.com/normas>. Acesso em 06/05/2010.

AREASEG, SEGURANÇA DO TRABALHO. Artigos. Disponível em

<http://www.areaseg.com/seg/>. Acesso em 10/05/2010.

AREASEG, SEGURANÇA DO TRABALHO. Gerenciamento de Riscos.

Disponível em <http://www.areaseg.com/sinais/mapaderisco.html>. Acesso

em 15/05/2010.

BISSO, Ely Moraes. O que é segurança do trabalho. São Paulo: Brasiliense,

1990.

COPENE, CONSTRUÇÃO CIVIL. Disponível em <

http://www.copene.com.br/boletins/Construcao_Civil/boletim/2.htm >.

Acesso em 20/04/10.

FIOCRUZ, Riscos de Acidentes. Artigos. Disponível em

<http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/riscos_de_acidentes.h

tml>. Acesso em 16/07/2010.

GROHMANN, Márcia Zampieri. Seguança no Trabalho Através do Uso de

EPI’s: Estudo de Caso Realizado na Construção Civil de Santa Maria.

Estudo de Caso, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria – RS,

1997.

Manual Prático: Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho. São Paulo,

2003.

MTE, MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Disponível em

http://www.mte.gov.br/institucional/historia.asp . Acesso em 25/08/10

NORMA REGULAMENTADORA n° 9 (NR –9). Manual de Legislação

sobre Segurança Medicina do Trabalho, 65ª Edição, 2010.

56

OVERSEAS, Gerenciamento de Riscos. Artigos. Disponível em

<http://www.overseasbr.com/pt/riskmanagement/newtorisk/whatisriskmana

gement.asp>. Acesso em 11/05/2010.

PINHEIRO, V.C.; ARRUDA, G. A. Segurança do Trabalho no Brasil.

Informe de Previdência Social, Distrito Federal, v. 13, n. 10, out. 2001.

PIZA, F.T. Informações Básicas Sobre Saúde e Segurança no Trabalho. São

Paulo: CIPA. 1997. 119p.

PONTES, R.; LEITE, M. S.; DUARTE, D. Uma filosofia para o

gerenciamento dos riscos na construção civil. In: XVIII Encontro Nacional

de Engenharia de Produção. 8 p. Rio de Janeiro: RJ, 1998.

SALDANHA, Maria Cristina Werba. Racionalização construtiva: um enfoque

na execução do revestimento. 1997. Dissertação (Mestrado em Engenharia

de Produção), Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.

TORREIRA, R. P. Segurança Industrial e Saúde. Editora Eletrônica MCT

Produções Gráficas, 1997.

57

ANEXOS

ANEXO A - RELAÇÃO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS DE SEGURANÇA

NR 1 Disposições Gerais

NR 2 Inspeção Prévia

NR 3 Embargo ou Interdição

NR 4 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

NR 5 CIPA

NR 6 Equipamento de Proteção Individual

NR 7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

NR 8 Edificações

NR 9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

NR10 Serviços em Eletricidade

NR 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

NR 12 Máquinas e Equipamentos

NR 13 Caldeiras e Vasos de Pressão

NR 14 Fornos

NR 15 Atividades e Operações Insalubres

NR 16 Atividades e Operações Perigosas

NR 17 Ergonomia

NR 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

NR 19 Explosivos

NR 20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

NR 21 Trabalhos a céu aberto

NR 22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração

NR 23 Proteção contra incêndios

NR 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

NR 25 Resíduos Industriais

NR 26 Sinalização de Segurança

NR 27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho

(Revogada pela portaria GM n° 262,29 de maio de 2008)

NR 28 Fiscalização e Penalidades

NR 29 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

NR 30 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

NR 31 Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura

NR 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde

NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados

NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação

Naval

58

ANEXO B – LISTA DE VERIFICAÇÃO DAS ESCAVAÇÕES

59

ANEXO C – LISTA DE VERIFICAÇÃO DA CARPINTARIA

60

ANEXO D – LISTA DE VERIFICAÇÃO DAS ARMAÇÕES DE AÇO

61

ANEXO E – LISTA DE VERIFICAÇÃO DAS ESCADAS.

62

ANEXO F – LISTA DE VERIFICAÇÃO DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

CONTRA QUEDAS

63

ANEXO G – LISTA DE VERIFICAÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE

DE MATERIAIS E PESSOAS

64

ANEXO H – LISTA DE VERIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

65

ANEXO I – LISTA DE VERIFICAÇÃO DOS EPI

66

ANEXO J – LISTA DE VERIFICAÇÃO DA ARMAZENAGEM E ESTOCAGEM

DE MATERIAIS

67

ANEXO K – LISTA DE VERIFICAÇÃO DAS PROTEÇÕES CONTRA INCÊNDIO

68

ANEXO L – LISTA DE VERIFICAÇÃO DAS SINALIZAÇÕES DE SEGURANÇA

69

ANEXO M – LISTA DE VERIFICAÇÃO DOS TRINAMENTOS