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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA EDERSON FABRÍCIO CORDEIRO DA SILVA Avaliação do Desempenho do Sistema Metroviário de São Paulo com a Hipótese Contrafatual da Substituição por Ônibus Coletivo e Automóvel FEIRA DE SANTANA – BA 2008

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

EDERSON FABRÍCIO CORDEIRO DA SILVA

Avaliação do Desempenho do Sistema Metroviário de São Paulo com a Hipótese Contrafatual da Substituição por Ônibus Coletivo e Automóvel

FEIRA DE SANTANA – BA 2008

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EDERSON FABRÍCIO CORDEIRO DA SILVA

Avaliação do Desempenho do Sistema Metroviário de São Paulo com a Hipótese Contrafatual da Substituição por Ônibus Coletivo e Automóvel

Monografia apresentada à disciplina Projeto Final II, do curso de Engenharia Civil do Departamento de Tecnologia, Universidade Estadual de Feria de Santana, como requisito para aprovação na disciplina e conclusão do curso.

Orientador: Prof. Dr. Francisco Antônio Zorzo

FEIRA DE SANTANA – BA 2008

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EDERSON FABRÍCIO CORDEIRO DA SILVA

Avaliação do Desempenho do Sistema Metroviário de São Paulo com a Hipótese Contrafatual da Substituição por Ônibus Coletivo e Automóvel

Monografia apresentada ao Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual

de Feira de Santana, como requisito para conclusão do curso de Engenharia Civil da

referida instituição.

Aprovada em ___de Setembro de 2008

Comissão examinadora:

____________________________________________ Prof. Francisco Antônio Zorzo (DTEC/UEFS-BA)

___________________________________________ Prof.(a) Janeide Vitória de Souza (DTEC/UEFS-BA)

___________________________________________ Prof.(a) Eufrosina de Azevedo Cerqueira (DTEC/UEFS-BA)

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Dedico este trabalho aos meus pais, Adjar e Marilúcia, que me ensinaram todos os valores que tenho, e também por estarem me apoiando em todos os momentos. Aos meus irmãos que estiveram sempre me encorajando. E a minha noiva pelo apoio e compreensão.

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AGRADECIMENTOS

No decorrer do curso de Engenharia Civil, contei com o apoio de muitas pessoas.

Neste momento, com a finalização da monografia e do curso, fico grato e feliz por

saber que em nenhum momento estive só, pois foram muitos que confiaram em

mim.

Desta forma, agradeço a todos que direta ou indiretamente me ajudaram a concluir o

Curso.

A Deus, pela minha vida e por estar presente em toda a minha caminhada;

A minha família, pais e irmãos pelo amor, compreensão, e apoio em todos os

momentos;

A minha avó Edite que sempre torceu por esta vitória.

A Leila Santiago, minha noiva, pelo amor, companheirismo, auxílio e dedicação para

a conclusão da pesquisa;

Ao professor Francisco Antônio Zorzo pelos conhecimentos adquiridos, frutos de sua

orientação, que contribuíram muito para o meu crescimento profissional;

Ao Sr. Dema e Sr.(a) Nenê pela amizade, bondade e apoio para a realização do

trabalho;

A Apolo, pelas eternas lembranças de felicidades das brincadeiras dos finais das

tardes.

A todos os professores que fizeram parte da minha formação;

Aos amigos e colegas do curso em especial Heric Stefanelli e Cristiano Robert, que

sempre compartilharam os momentos de alegria, ansiedade, nervosismo e estresse.

A todos os meus amigos e colegas que não estiveram tão presentes, mas que

mesmo a distância sempre torceram por mim.

A Companhia do Metropolitano do São Paulo (CMSP) e Companhia de Tecnologia

de Saneamento Ambiental (CETESB) pelo apoio e fornecimento dos dados para a

realização do trabalho;

A Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), por fornecer subsídios para a

minha formação profissional.

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RESUMO

A avaliação do desempenho do Sistema Metroviário de São Paulo do ponto de vista

de alguns seus benefícios sócio-ambientais foi feita com a Hipótese Contrafatual da

Substituição do Sistema Metroviário pelo Sistema Rodoviário. Foi estudada a

redução do tempo de viagem, diminuição do consumo de combustível fóssil e

emissão de poluentes atmosféricos. O transporte é um requisito fundamental para o

desempenho das funções urbanas, afetando, sensivelmente o meio ambiente e a

circulação das pessoas nas cidades. Este estudo se justifica devido à existência de

grande demanda por atendimento ao transporte metropolitano nas grandes cidades

brasileiras. A metodologia empregada teve como base a contabilidade de custos

sócio-ambientais preconizado pelo IPEA e ANTP. A hipótese levantada demonstrou

perdas estimadas de 88,40 milhões de horas, um aumento do consumo de

combustível de 52,93 milhões de litros e aumento da emissão atmosférica de 21,05

mil toneladas de poluentes, gerando um custo sócio-ambiental de aproximadamente

480 milhões de reais com a hipótese contrafatual da substituição do sistema

metroviário pelo sistema composto de ônibus coletivo e automóvel na cidade de São

Paulo. Os benefícios sociais apresentados evidenciam numericamente o fato de que

o metrô é um sistema estruturador dos transportes urbanos e ambientalmente

vantajoso para o desenvolvimento sustentável das regiões metropolitanas.

PALAVRAS-CHAVE – Transporte metropolitano; Metrô de São Paulo; Meio Ambiente.

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ABSTRACT

The assessment of the performance of the System Metroviário of Sao Paulo's point

of view of some social and environmental benefits was made with the Hypothesis of

Counterfactual conditional Replacement System Metroviário by Road System. It

studied the reduction of the travel time, reduced consumption of fossil fuel and

emission of air pollutants. The transport is a fundamental requirement for the

functions urban, affecting from about the environment and the movement of people in

cities. This study is justified because of high demand for care to transportation in

large metropolitan Brazilian cities. The methodology used was the accounts of social

and environmental costs IPEA and ANTP. The event raised showed a loss of 88.40

million hours, an increase of fuel consumption of 52.93 million litres and increased

atmospheric emissions of 21.05 tons of pollutants, generating a social and

environmental cost of about 480 million reais contrafatual with the possibility of

replacing the metroviário system by system composed of public bus and car in the

city of Sao Paulo. The social benefits provided numerically highlight the fact that the

subway system is a structuring of urban transport and environmentally beneficial to

the sustainable development of metropolitan regions.

KEYWORDS - Metropolitan Transportation; Metro of Sao Paulo; Environment.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Esquema da composição dos custos sócio-ambientais-----------------------23

Figura 2 - Mapa da Região Metropolitana de São Paulo e da Inserção do Modal

Metroviário na cidade de São Paulo------------------------------------------------------------- 32

Figura 3 - Esquema do Transporte Metropolitano de São Paulo ----------------------- 36

Figura 4 – Esquema das Estações e Tipos de Integração-------------------------------- 38

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Composição Modal da Demanda da Rede (em número de usuários e

percentual)-------------------------------------------------------------------ANEXO B

Tabela 02 - Índice de Custo Ambiental dos Poluentes Atmosféricos ---------ANEXO B Tabela 03 - Custos Sócio-ambientais da Hipótese Contrafatual da Substituição do

Sistema Metroviário pelo Sistema Rodoviário com Ônibus e

Automóveis ---------------------------------------------------------------------------68

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráficos 01 - Consumo de Combustível do Automóvel (gasolina) em Função da

Velocidade do Automóvel-------------------------------------------------------61

Gráficos 02 - Consumo de Combustível do Ônibus (Diesel) em Função da

Velocidade do Ônibus----------------------------------------------------------61

Gráficos 03 - Índices de Emissão de Poluentes x Velocidade do Automóvel---------63

Gráficos 04 - Índices de Emissão de Poluentes x Velocidade do Ônibus--------------63

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LISTA DE SIGLAS

ANTP Associação Nacional de Transportes Públicos

CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CO Monóxido de Carbono

CO2 Dióxido de Carbono

COO Centros de Controle Operacional

CPTM Companhia Paulista de Trens Metropolitanos

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

CMSP Companhia do Metropolitano de São Paulo

EMTU Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos

FDTE Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e estatística

GHG Greenhouse Gases

GLP Gás Liquefeito de Petróleo

GNV Gás Natural Veicular

HCs Hidrocarbonetos

IPEA Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas

MERCOSUL Mercado Comum do Sul

MP Materiais Particulados

NOx Óxidos de nitrogênio

NO2 Dióxido de nitrogênio

O3 Ozônio

OTEC Gradiente térmico dos océanos

PIB Produto Interno Bruto

POLI Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

RMSP Região Metropolitana de São Paulo

SO2 Dióxido de enxofre

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

USA União das Sociedades Americanas

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO----------------------------------------------------------------------------------13

1.1 OBJETIVOS-------------------------------------------------------------------------------------18

1.2 JUSTIFICATIVAS------------------------------------------------------------------------------20

2 REFERENCIAL TEÓRICO ------------------------------------------------------------------21

2.1 IMPACTO E CONTABILIDADE DE CUSTOS SÓCIO-AMBIENTAIS-------------21

2.2 TRANSPORTE E MEIO AMBIENTE------------------------------------------------------24

2.3 CONSTRUÇÃO DO SISTEMA METROVIÁRIO DE SÃO PAULO----------------33

2.4 ESTRUTURA DO SISTEMA METROVIÁRIO-------------------------------------------35

3 ESTUDO DE CASO: ESTUDO DO DESEMPENHO DO SISTEMA

METROVIÁRIO DE SÃO PAULO AVALIANDO BENEFÍCIOS SÓCIO-

AMBIENTAIS E COMPARANDO COM A HIPÓTESE CONTRAFATUAL DE

SUA SUBSTITUIÇÃO PELO SISTEMA RODOVIÁRIO (ÔNIBUS E

AUTOMÓVEL)-----------------------------------------------------------------------------------39

3.1 METODOLOGIA DO ESTUDO DOS BENEFÍCIOS SÓCIO-AMBIENTAIS DO

METRÔ NA HIPÓTESE CONTRAFATUAL DA SUA SUBSTITUIÇÃO PELO

SISTEMA RODOVIÁRIO, COM ÔNIBUS COLETIVOS E AUTOMÓVEIS.------41

3.1.1 Estudo de migração dos usuários do metrô para os outros sistemas de

transporte-----------------------------------------------------------------------------------------42

3.1.2 Estudo do aumento do tempo de viagem para a hipótese contrafatual da

substituição do metrô pelo sistema de ônibus coletivo e automóvel---------------44

3.1.3 Estudo do aumento do consumo de combustível na hipótese contrafatual da

substituição do metrô pelo sistema de ônibus e automóvel--------------------------47

3.1.4 Estudo do aumento da poluição atmosférica--------------------------------------------50

3.2 METODOLOGIA PARA O CÁLCULO ECONOMÉTRICO DOS CUSTOS

SÓCIO-AMBIENTAIS DE OPERAÇÃO NA HIPÓTESE CONTRAFATUAL DA

SUBSTITUIÇÃO DO METRÔ PELO SISTEMA RODOVIÁRIO---------------------52

3.2.1 Metodologia de avaliação dos custos do tempo de viagem-------------------------52

3.2.2 Metodologia de avaliação do custo do consumo de combustível------------------54

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3.2.3 Metodologia para a avaliação do custo do aumento da poluição atmosférica-55

3.3 RESULTADOS DO CÁLCULO DAS DESECONOMIAS PROMOVIDAS PELA

HIPÓTESE DA SUBSTITUIÇÃO DO METRÔ PELO SISTEMA RODOVIÁRIO---

-------------------------------------------------------------------------------------------------------57

3.3.1Cálculo da migração dos usuários do metrô para os outros sistemas de

transporte-----------------------------------------------------------------------------------------57

3.3.2 Avaliação do aumento do tempo de viagem--------------------------------------------58

3.3.3 Cálculo do aumento do consumo de combustível-------------------------------------60

3.3.4 Avaliação da poluição atmosférica---------------------------------------------------------62

3.4 CÁLCULO ECONOMÉTRICO DO CUSTO DO AUMENTO DO TEMPO DE

VIAGEM, DO CONSUMO DE COMBUSTÍVEL E DA POLUIÇÃO DO AR-------65

3.4.1 Cálculo do custo devido ao aumento do tempo de viagem--------------------------65

3.4.2 Cálculo do custo devido ao aumento do consumo de combustível---------------66

3.4.3 Contabilidade do custo do aumento da poluição atmosférica----------------------67

3.5 DISCUSSÃO------------------------------------------------------------------------------------68

4- CONSIDERAÇÕES FINAIS ----------------------------------------------------------------72

REFERÊNCIAS ------------------------------------------------------------------------------74

APÊNDICES-----------------------------------------------------------------------------------82

ANEXOS

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1INTRODUÇÃO

O objeto da presente pesquisa é uma avaliação do desempenho do sistema

de transporte metropolitano do ponto de vista de alguns dos seus benefícios sócio-

ambientais. Foi escolhido o Metrô de São Paulo como estudo de caso, para avaliar

as suas vantagens em relação ao sistema rodoviário, do ponto de vista de três

variáveis, a redução do tempo de viagem, diminuição do consumo de combustível

fóssil e da emissão de poluentes atmosféricos.

O ambiente urbano afeta de modo intenso e imediato a rotina de vida de uma

parcela cada vez maior da população das cidades brasileiras. A poluição do ar, a

poluição das águas, a poluição sonora e visual são flagelos que castigam duramente

a população das metrópoles (MALUF, 1993).

O aumento da população e conseqüente crescimento das cidades são

acompanhados de uma expansão da infra-estrutura urbana necessária a

proporcionar aos habitantes as condições de vida, de trabalho e de lazer (MOTA,

1998). Atualmente, estima-se que mais de 75% dos brasileiros nas áreas urbanas

convive uma série de problemas e carências na área de educação, saúde,

alimentação, transporte e segurança (SCHOPPA, 1992).

Outra característica desse crescimento urbano tem sido a concentração da

população em torno das regiões metropolitanas, tais como ocorre em São Paulo, Rio

de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Curitiba e

Belém. Essa urbanização metropolitana gerou uma carência acentuada nos serviços

de infra-estrutura e de serviços urbanos para grande parte da população, em que se

destaca a questão dos transportes urbanos como um dos principais problemas

(SOUZA, 1992).

O transporte é um requisito fundamental para o desempenho das funções

urbanas, afetando, sensivelmente, a circulação das pessoas nas cidades. Ele exerce

papel de grande importância na vida das cidades ao assegurar a necessária

articulação entre suas mais diferentes atividades (SCHOPPA, 1993).

Além de afetar o desenvolvimento econômico, os transportes urbanos atuam

diretamente sobre o meio ambiente, afetando o meio físico e a qualidade do uso do

espaço das cidades. Perdas econômicas decorrentes dos congestionamentos

constituem externalidades que necessariamente devem ser consideradas como

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elementos de comparação de viabilidade entre diferentes alternativas de sistemas

de transporte (SOUZA, 1992).

No que se refere especificamente ao meio ambiente, o mau ordenamento da

estrutura básica dos transportes urbanos torna-se o grande responsável pela

poluição sonora e do ar nas grandes cidades principalmente, nas regiões onde

ocorrem maiores concentrações como os centros comerciais (SOUZA, 1992).

Nas principais metrópoles do mundo verifica-se que o transporte de massa

sobre os trilhos tem uma participação importante nos transportes das pessoas. Em

Tóquio esse transporte metropolitano equivale a 92 % dos movimentos de

passageiros, em Paris e Nova Iorque cerca de 67%, em São Paulo 28% e no Rio de

Janeiro 24 % dos transportes da população (SCHOPPA, 1992).

A região metropolitana de São Paulo (RMSP), distribuída em 39

municípios, praticamente conturbados, apresenta população

estimada em 17 milhões de habitantes. [...] Na cidade de São Paulo,

vivem cerca de 9,8 milhões de pessoas. Enquanto a densidade

populacional média da região é de 2110 habitantes por quilômetro

quadrado, nesta cidade atinge 6380 (STEINBAUM,1999).

Conforme se observa na citação acima, o modelo de desenvolvimento de São

Paulo gerou um quadro bastante concentrado da população. Para dar os meios de

circulação das pessoas, priorizou-se a adoção de veículos automotores, que acabou

por incentivar o transporte individual em detrimento do coletivo, sendo que o último

corresponde a 40% das viagens motorizadas.

Em conseqüência, isso trouxe grandes transtornos ao sistema de transporte

urbano, como, por exemplo, a redução na velocidade de tráfego (por volta de

15km/hora), grandes congestionamentos (de cerca de 100 Km), aumento dos

acidentes no trânsito, o descontrolado consumo de energias não renováveis e

poluidoras, o aumento da poluição sonora, gerados pelo aumento do tempo de

viagem como conseqüência da maior exposição ao trânsito urbano e aumento do

tempo de viagem (FARAH, 1999). Assim, o congestionamento urbano cria

problemas graves nos planos econômicos, físico, sanitário e ecológico da grande

metrópole brasileira (ALOUCHE, 1992).

O consumo de energia e as emissões envolvidas no uso do automóvel e do

ônibus são excessivos, quando comparados aos transportes coletivos de massa

sobre trilhos (FIUSA, 1993). Assim, faz-se necessário descongestionar o trânsito nas

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cidades através do desencorajamento do uso do automóvel nas áreas centrais das

cidades com a implantação do transporte de massa nos principais corredores

(SCHOPPA, 1992).

Apesar do custo elevado dos investimentos que exige, o metrô é uma forma

de transporte que tem um ciclo de vida muito durável e na sua faixa ótima de

demanda, necessita de menos custo de operação que qualquer outro modo de

transporte baseado em automotores a gasolina e óleo diesel. Suas vantagens, em

termo de capacidade, velocidade, confiabilidade, conforto e preservação do meio

ambiente ultrapassam muito os outros modos de transporte (ALOUCHE, 1992).

Quaisquer que forem os progressos realizados no sentido de reduzir as

emissões de gases dos veículos a gasolina, o transporte metroviário é certamente

um dos mais benéficos ao meio ambiente por pessoa transportada, em termo de

consumo de espaço, energia, de poluição, de ruído e segurança (ALOUCHE, 1992).

No caso de São Paulo, o metrô concentra o fluxo de passageiros e estrutura o

sistema de transporte urbano, reduzindo muitos problemas sócio-ambientais.

Assim, além de atuar como estruturador dos sistemas de transporte nas

grandes cidades, dada pela sua elevada capacidade de transporte, os metrôs

desempenham a dupla função, seja como estruturadores do planejamento urbano,

seja como instrumento de política para melhoria do meio ambiente e qualidade de

vida da população, pela redução dos níveis de poluição sonora, do ar e tempo de

viagem. Além disso, promove em parte a solução relativa às fontes não renováveis

de energia, pela utilização em maior escala de energia primária de origem

hidrelétrica (SOUZA, 1992).

A presente monografia pretende fazer uma avaliação do desempenho do

sistema metroviário, empregando uma metodologia que mensura efeitos em termos

da redução do tempo de viagem, diminuição do consumo de combustível fóssil e de

emissão de poluentes atmosféricos, segundo uma metodologia preconizada pelo

Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas (IPEA) e a Associação Nacional de

Transportes Públicos (ANTP).

Para estudo de caso foi escolhido o Metrô de São Paulo, visto que a empresa

apresenta alto nível de satisfação operacional, expressa pela pesquisa do índice de

imagem da opinião pública, realizada pela Companhia do metropolitano de São

Paulo. Servindo, portanto, como modelo de transporte para grandes centros

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urbanos, e exemplo de medida a ser adotado pelos órgãos públicos com

responsabilidade de planejar o sistema de transporte das metrópoles.

Além disso, o objeto de pesquisa encontra-se inserido espacialmente na

Cidade de São Paulo com grande influência em toda Região Metropolitana. A RMSP

é o principal pólo econômico do país ocupando o papel de destaque nas metrópoles

mundiais. A economia regional é influenciada diretamente pelos transportes que

facilitam os fluxos das atividades produtivas e o deslocamento das pessoas e

produtos. Outra face deste desenvolvimento é o aumento do número de veículos nos

centros urbanos para atender a crescente demanda pelos transportes, tendo como

conseqüência direta o aumento dos acidentes no trânsito, saturação dos corredores

viários, aumento do consumo de energia fóssil e a emissão exagerada de poluentes,

agravando a saúde pública e a degradação do meio ambiente (FELDMANN, 1993).

Portanto esta monografia propõe a priorização e o incentivo do sistema

metroviário como alternativa viável para o desenvolvimento sustentável das grandes

metrópoles. O estudo que aqui se empreende tem alta relevância acadêmica e

comunitária, pois avalia os efeitos do desenvolvimento econômico e tecnológico,

cumprindo dessa forma o dever da engenharia perante a sociedade brasileira.

Para chegar à avaliação que contabiliza os benefícios do Metrô, quando

comparado ao sistema rodoviário, empregando ônibus e automóveis, a monografia

foi dividida em três partes, conforme se descreve a seguir. Na Introdução , além da

colocação do problema e da definição do objeto de estudo, constam os objetivos e a

justificativa.

Na Revisão Bibliográfica , entram a discussão teórica do problema da

contabilidade ambiental e da avaliação do desempenho dos sistemas de transporte.

Para se compreender o problema em estudo, o capítulo contém uma descrição do

sistema metropolitano e o processo de sua construção.

No Estudo de Caso , consta o trabalho empírico e os resultados do estudo.

Foi escolhido como estudo de caso o sistema metropolitano de transporte de São

Paulo e foi feita uma avaliação do seu desempenho sócio ambiental em termos de

redução do tempo de viagem, diminuição do consumo de combustível e da emissão

de poluentes atmosféricos quando comparado com a hipótese de substituí-lo por

ônibus e automóveis. Estimou-se as deseconomias resultantes da hipótese da

migração do transporte do metrô para os ônibus e automóveis e dos

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congestionamentos severos que seriam causados pela substituição do sistema de

transporte.

Seguindo esta estrutura metodológica este trabalho procurou realizar uma

avaliação da Companhia do Metropolitano de São Paulo, que atua na cidade,

promovendo um transporte considerado de qualidade e exemplar para as grandes

metrópoles.

A partir deste estudo verificou-se que o sistema metroviário gera grandes

economias de recursos sócio-ambientais para a cidade de São Paulo. As vantagens

do sistema metroviário em relação ao transporte rodoviário se dão em termos de

economia do tempo de viagem dos usuários, consumo de derivados do petróleo e

poluição do ar.

No campo da atividade econômica, o metrô contribui para elevar o nível de

produtividade. No campo social, o sistema tem conseqüência direta sobre a melhoria

da qualidade de vida da população, reduzindo as morbidades e oferecendo

melhores facilidades de deslocamentos. Sobre a perspectiva ambiental, o metrô

gera impactos positivos reduzindo a degradação do meio ambiente.

Analisando sistemas de transporte urbanos verifica-se que o sistema

metroviário é o único que pode atender, como meio estruturador, a cidade de São

Paulo, sendo indicado como modal ambientalmente viável para o desenvolvimento

sustentável das regiões metropolitanas.

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1.1 JUSTIFICATIVA

Este estudo se justifica por se tratar de uma avaliação de benefícios e custos

sócio-ambientais decorrentes do emprego do sistema de transporte, serviço público

que afeta diariamente a vida de milhões de pessoas no Brasil e no mundo.

Ultimamente a questão do desenvolvimento sustentável tem sido debatida em

vários países, desenvolvidos ou não, como uma necessidade de mudança da atitude

político-econômica. A presente monografia participa deste debate, visando a

otimização do uso dos recursos naturais na atualidade, para evitar comprometer as

gerações futuras.

O processo de urbanização das grandes cidades tem se consolidado de

forma rápida e seus efeitos muitas vezes tem sido desastrosos. Para evitar que o

crescimento das cidades e do emprego de sistemas de transporte provoque efeitos

perversos é preciso desenvolver pesquisas na área da avaliação ambiental.

O problema do transporte nas grandes cidades, que é tratado na presente

monografia, interfere na vida de milhões de pessoas que moram nas cidades. O

emprego dos sistemas de transporte tem provocado a saturação dos centros

urbanos e vem exigindo dispêndio elevado em sua utilização e gastos geradas pelos

impactos ambientais, que alteram agressivamente as propriedades do solo, do ar,

das águas, da paisagem e da qualidade de vida da população. Essa é a principal

preocupação tratada na monografia, em termos da redução do tempo de viagem, da

redução do consumo de combustível e das emissões poluentes atmosféricas.

Grande quantidade de energia não renovável e escassa é consumida nos

centros urbanos pelos sistemas de transporte. Um dos resultados do consumo de

combustível é a emissão de grande quantidade de poluentes do ar que produzem

efeitos globais alterando de forma descontrolada o clima em todo planeta.

Analisando este quadro de total desconforto para a vida urbana é que se deve

incentivar a adoção dos meios de transporte que minimizem os impactos ambientais

causados aos centros urbanos. A partir da avaliação dos impactos sócio-ambientais

como elementos de viabilidade entre diferentes alternativas de sistemas de

transporte, é que se deve adotar o metrô como instrumento de política para a

melhoria do meio ambiente, objetivando estruturar o planejamento do transporte e o

desenvolvimento sustentável das metrópoles.

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Problemas de poluição ambiental provenientes dos carros e transtornos

oriundos de congestionamentos podem ser reduzidos com a implantação de um

transporte adequado que, como no caso de grandes cidades requer o uso do metrô.

Este sistema, além de possuir uma maior agilidade e circular em via expressa é

movido por tração elétrica. Isso possibilita a redução dos gases eliminados durante

sua locomoção e, conseqüentemente, causa menos danos ambientais.

Assim como na metrópole paulista, outras grandes cidades brasileiras

passam por processos de desenvolvimento. Esse crescimento somente ocorrerá de

forma sustentável com a priorização do transporte de massa, em que seu

planejamento leve em consideração a preservação do meio ambiente e a integração

dos diversos outros modais, promovendo o crescimento urbano de forma ordenada.

Em linha geral, o transporte metroviário de São Paulo desempenha função social e

econômica, servindo como modelo para várias outras metrópoles, como por

exemplo, a de Salvador.

Este estudo se justifica devido à existência de grande demanda por

atendimento ao transporte urbano nas metrópoles brasileiras. Com isso, percebe-se

a necessidade de uma maior utilização de outras formas de transporte, as quais

minimizam os problemas ambientais causados pela grande quantidade de veículos

automotores individuais, existente, nos grandes centros urbanos.

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1.2 OBJETIVOS

Geral

Estudar o sistema metroviário, como alternativa de transporte metropolitano,

avaliando-se os benefícios sócio-ambientais. Para fazer a avaliação de tais

benefícios, foi criada a hipótese contrafatual da substituição do sistema metroviário

pelo sistema rodoviário na cidade de São Paulo.

Específicos

Avaliar a redução do tempo de viagem decorrente da atuação do metrô

quando comparado com o sistema rodoviário, de ônibus e automóveis.

Quantificar a redução do consumo de combustível quando comparada à

atuação do metrô com o sistema rodoviário, de ônibus e automóveis.

Verificar o benefício ambiental em termos da redução de emissão de

poluentes atmosféricos quando comparada a atuação do metrô com o sistema

rodoviário, de ônibus e automóveis.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 IMPACTO E CONTABILIDADE DE CUSTOS SÓCIO-AMBIENTAIS

A concentração de veículos nas grandes cidades faz com que as vias sejam

locais de forte impacto ambiental. Entendem-se como impactos as reações da

natureza perante a introdução de elementos estranhos no ecossistema considerado,

resultando em modificações na estrutura do ambiente preexistente. Os impactos,

como conseqüência, podem ser positivos ou negativos, e seu somatório final pode

gerar, também, resultados positivos ou negativos (DEPARTAMENTO NACIONAL DE

RODAGEM, 1996).

Segundo TOMASI (1994), o impacto é considerado positivo ou benéfico

quando a ação resulta na melhoria da qualidade de um fator ou parâmetro

ambiental. O impacto é negativo ou adverso quando a ação resulta em um dano à

qualidade de um fator ou parâmetro ambiental.

A Resolução do CONAMA – 001/86 define Impacto Ambiental como “qualquer

alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,

causadas por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades

humanas que, direta ou indiretamente afetam”:

I - A saúde, a segurança e o bem estar da população;

II – As atividades sociais e econômicas;

III – A biota;

IV – As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V – A qualidade dos recursos ambientais.

Os impactos ambientais podem ser estimados por diversas técnicas de

mensuração. Essas técnicas são de grande importância para análise dos benefícios

gerados em estudos e projetos de sistemas de transporte. Essa tarefa pode ser

implementada mediante o uso de métodos de valoração econômica encontrados na

literatura. Entre estes podem ser citados os Métodos da Função de Produção:

Método da Produtividade Marginal (produção sacrificada); Métodos de Mercados de

Bens Substitutos (gastos defensivos, custos evitados, custos de controle) (MOTTA,

1998).

Segundo Motta (1998), os Métodos da Função de Produção são métodos que

estimam as perdas econômicas ou renda deixada de ser criada, decorrido da

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redução da produtividade e pela baixa assiduidade dos funcionários. Além disso,

estes métodos determinam os custos pagos pela sociedade para conter ou

minimizar os impactos gerados ao ecossistema e custos médicos para prevenir,

mitigar e tratar as morbidades.

Assim, os custos sócio-ambientais compreendem todos aqueles gastos

relacionados direta ou indiretamente com a degradação do meio ambiente e com a

modificação da qualidade de vida da população (BECKE, 2002).

Desta forma, percebe-se que o controle sistemático de informações contábeis

pode contribuir de forma positiva no campo de proteção ambiental. Visto que avalia

os dados econômicos e financeiros dos parâmetros que evidenciam as interferências

das externalidades sobre o ecossistema (BRAGA, 2003).

Especificamente, tal conjunto de informações é denominado de “contabilidade

sócio-ambiental”. Ou seja, a contabilidade sócio-ambiental é o estudo que visam

relacionar os efeitos da degradação ambiental sobre o bem-estar-social, assim como

seus efeitos sobre a atividade produtiva, e mensurar monetariamente o valor dos

recursos naturais e da degradação ambiental (SANTOS, 2000). Esta contabilidade

ambiental pode ser estimada por qualquer dos métodos citados anteriormente.

De uma forma mais simples, as externalidades são os agentes externos que

causam interferência sobre o meio ambiente, sendo resultado das atividades

antrópicas que promovem custos ao meio social, ambiental e econômico (BRAGA,

2003).

Conforme Braga (2003), o custo social gerado por estas externalidades, é o

custo da perda da qualidade de vida da população, gerado pelo estresse, aumento

das morbidades, gastos médicos associados com tratamento de doenças, gastos

com tentativas de mitigar, evitar e prevenir doenças (gastos preventivos) e

desutilidade associada com os sintomas e oportunidades de lazer perdidas.

Outra avaliação de suma importância para contabilidade sócio-ambiental é o

custo ambiental. Este, leva em consideração as deseconomias geradas pela

recuperação de parte dos recursos naturais e o valor que este tem para a sociedade

e para as gerações futuras (ROVERE, 2006).

Os custos econômicos são resultantes das perdas de renda pelas ausências

no trabalho decorrente das enfermidades, perda da produtividade gerada pela

redução da assiduidade nas empresas e desgaste físico causado pela exposição

aos problemas ambientais (PAULO, 2004).

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A figura 1 exibe a influência que o impacto ambiental tem sobre os impactos

sociais e econômicos, sendo, portanto responsável por gerar outros vetores que

elevam os custos sócio-ambientais pagos pela sociedade. Esta figura também

mostra de forma clara que ação antrópica desencadeia os impactos sócio-

ambientais.

Figura 1: Esquema da Composição dos Custos Sócio-ambientais.

A partir do apresentado acima, é possível perceber que a abordagem do

custo ambiental considera que a sociedade acaba pagando pelos danos causados.

Apresentando, desta forma, um método prático de mensuração para ajudar os

agentes causadores destes custos a tomarem decisões que priorizem alternativas as

quais minimizem a agressividade sobre o meio urbano (SANTANA, 2004).

“No modelo de qualidade sócio-ambiental, o estado ideal é de danos zero

para o meio ambiente e para a sociedade” (Hansen e Mowen, 2003). Ainda sobre a

importância da mensuração dos custos sócio-ambientais, Monteiro (2003) afirma: “a

identificação e obtenção dos custos tornam-se fundamentais para explicitar a causa

do problema, ou seja, conhecer os agentes geradores dos impactos sócio-

ambientais”.

Para tanto é necessário primeiramente definir algumas externalidade de

estudos (categorias de análise), coletar e quantificar os impactos negativos gerados

por estas variáveis. Posteriormente, devem-se modelar os dados e definir os

coeficientes de incidência para avaliação dos impactos negativos. A partir disso,

AÇÃO ANTRÓPICA

IMPACTO AMBIENTAL

IMPACTO SOCIAL

IMPACTO ECONÔMICO

CUSTOS AMBIENTAIS

CUSTOS ECONÔMICOS

CUSTOS SOCIAIS

CUSTOS SÓCIO-AMBIENTAIS

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pode-se escolher uma metodologia para avaliação dos custos gerados pela

interferência desses vetores (ABDO, 2004).

Com isso, a contabilização dos custos ambientais traz mudanças

significativas na política de investimento dos órgãos públicos como é caso do setor

dos transportes, que passa a priorizar medidas e alternativas que valorize o pensar

ecológico, traduzindo à sociedade uma expectativa de vida mais saudável e longeva

(BRAGA, 2003).

Portanto, as metodologias de custos sócio-ambientais evidenciam os gastos

econômicos sobre valor quantitativo, servindo de base para a compreensão critica e

qualitativa dos impactos gerados. Sendo assim, é possível identificar os danos

gerados pelo desenvolvimento desordenado das grandes cidades, que implicam em

diversos custos ao ser humano como a redução qualidade de vida. Isto pode ser

confirmado através da redução da expectativa de vida das pessoas e no aumento da

mortalidade nos centros urbanos (MOTTA, 1998).

Diante desse quadro, os transportes metropolitanos constituem o principal

vetor de agravamento das externalidades nos centros urbanos. Entre as

conseqüências geradas pelo mau planejamento dos transportes, podem ser citadas:

os custos promovidos pelo aumento do tempo de viagem, aumento do consumo de

combustível e exagerada emissão de poluentes atmosféricos nas grandes cidades

(MAIA, 2004).

2.2 TRANSPORTE E MEIO AMBIENTE

A poluição está presente em, praticamente, todas as metrópoles. Em São

Paulo, não poderia ser diferente. A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)

também conhecida como Grande São Paulo, reúne 39 municípios do estado em

intenso processo de coturbação. A RMSP é hoje o principal pólo econômico e a

principal aglomeração urbana do País ocupando papel de destaque na rede de

metrópoles mundiais (ARLINDO, 1993).

A Companhia do Metropolitano de São Paulo-2007 estimou que O PIB da

RMSP no ano de 2007 foi de 171,1 bilhões de dólares, o que equivale a 57,3 % do

estado de São Paulo e 19,4 % do país (HATMAN, 2007).

Por sua condição de principal pólo econômico do Brasil, pelas perspectivas

que geram e pelos empregos que cria, a região resultou no maior centro urbano do

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Brasil (SOUZA, 2001), e da América do Sul e a sexta maior área urbana do mundo,

com uma população de 19.223.897 milhões de habitantes e uma área de 7.944 km²

(IBGE, 2007).

A rápida urbanização significa não só o aumento da quantidade de pessoas

vivendo e trabalhando nas cidades, como também o maior número de pessoas e

bens sendo transportados nas áreas urbanas, percorrendo distâncias cada vez

maiores (FELDMANN, 1997).

A maneira como as cidades contornam o desafio de atender ao crescimento

da demanda por transportes, produz sérias implicações ambientais, sociais e

econômicas (FELDMANN, 1997).

O cenário do transporte na RMSP conta com a participação dos diferentes

modais dentre quais podem-se destacar dois grandes grupos: os individuais e

coletivos. O transporte individual compreende a modalidade de deslocamento em

que os passageiros são proprietários do veículo a ser usado para o transporte. O

transporte coletivo compreende os meios de transporte em que os passageiros não

são proprietários deles, e são servidos por terceiros. Os serviços de transporte

público podem ser fornecidos tanto por empresas públicas como privadas (SILVA et

al, 2003).

Nos últimos 30 anos verifica-se que a participação do transporte individual

vem crescendo diante da diminuição ou estagnação relativa dos transportes

coletivos na RMSP. Em 1967 o transporte individual respondia 32% do total das

viagens motorizadas, passando a 45% em 1995. Em contrapartida, o transporte

coletivo que representava 68% em 1976 das viagens realizadas, em 1995,

respondeu por 55% (ARLINDO, 1993).

O transporte coletivo da RMSP é executado por vários modais: metrô, trem

metropolitano, ônibus diesel e trólebus. Dentro deste setor o transporte sobre trilhos

corresponde a 25% e sobre pneus corresponde a 75% (LABATE, 2007).

Segundo a Companhia de Engenharia de Trafego (CET), só na cidade de São

Paulo saem todos os dias às ruas entre 2,5 a 2,8 milhões de veículos individuais,

esgotando a capacidade de absorção do sistema viário (BAIÁ, 1995). Tendo em

vista que a frota veicular, atual, na RMSP é da ordem de 5,7 milhões de veículos, e

que a cada ano só no município de São Paulo são acrescentados cerca de 300.000

veículos (FERRAZ, 2004), as vias urbanas estão perdendo a sua funcionalidade

ficando capa vezes mais saturadas.

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Este aumento dos veículos individuais nos corredores urbanos tem como

conseqüência o aumento do tempo de viagem e congestionamentos que impedem a

grande finalidade do automóvel que é o rápido acesso a pessoas, bens e serviços

(FELDMANN, 1997).

Na Região Metropolitana de São Paulo os táxis, caminhões de entrega e os

automóveis, que compõe a frota de veículos particulares, tem uso intensivos ao

longo do dia. A taxa de ocupação média de veículos particulares que circulam nesta

região é cerca de 1,51 ocupantes por veículos, o que representa um valor muito

baixo quando comparados aos transportes coletivos (FERRAZ, 2004). Por

transportarem uma pequena quantidade de passageiros os transportes individuais

são os principais responsáveis pela saturação das vias e diminuição da velocidade

de trafego dos veículos automotores (SOUZA, 2001).

Na cidade de São Paulo em 1996, excetuando-se os meses de férias

escolares, os congestionamentos atingiu picos matinais de 123,8 Km de extensão.

Neste mesmo ano, foram registrados picos históricos de 242 Km de extensão.

Estima-se que na região metropolitana de São Paulo, sejam desperdiçadas cerca de

2,4 milhões de horas por dia nos deslocamentos. Segundo estimativas da

Companhia do Metropolitano, esse desperdício representa prejuízo da ordem de 6

bilhões de dólares (SILVA et al, 2003). .

Como conseqüência social, relativo ao aumento dos tempos de viagens, tem-

se a redução da qualidade de vida como a redução do descanso e do tempo para o

lazer, visto que é necessário abdicar deste para a realização das atividades

produtivas diárias, a exemplo o trabalho (FIUZA, 1993).

Os congestionamentos das vias promovem o aumento do tempo de viagem

que impõem barreiras à produtividade. Segundo estudos do Ministério do Trabalho

Brasileiro, cada dez minutos adicionais gastos no trajeto entre a casa e o trabalho

representam uma redução de 4% na produtividade do funcionário (FELDMANN,

1997).

Os congestionamentos em muitas cidades são combatidos com a expansão

da capacidade viária, que raramente é uma solução adequada, visto que requerem

grandes investimentos além da capacidade financeira das cidades, além de terras

livres ou mais comumente desapropriadas. Porém as ampliações das vias tende a

ser rapidamente absorvida pelo crescimento da frota e pelo aumento do número de

viagens (FIÚZA, 1993).

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No campo ambiental os congestionamentos e aumento do tempo de viagens

geram impactos negativos com o aumento do consumo de combustível. Este

impacto é avaliado em termo de consumo de energia não renovável (petróleo)

necessária para a produção dos combustíveis (SILVA et. al, 2003).

O transporte é fortemente dominado pelo uso dos combustíveis fósseis a

gasolina e o diesel. Cerca de metade do petróleo consumido no mundo destina-se

ao setor de transporte com destaque para o transporte rodoviário (BAIÁ, 1995).

Outra grande conseqüência do consumo exagerado de combustíveis é o

aumento de emissões de poluentes, agravando a saúde pública e degradação do

meio ambiente (SILVA et. al, 2003).

As principais fontes de poluição do ar da Região metropolitana de São Paulo

são os veículos automotores, complementados pelo processo industrial de geração

de calor, queima de resíduos, movimentação e estocagem de combustível

(FELDMANN, 1997). Porém devido a crescente frota de veículos motorizados

constatou-se que o transporte rodoviário torna-se a principal ameaça dos altos

índices de poluição (BAIÁ, 1995).

Além da frota regional existente na região metropolitana de São

Paulo, devido ao grande pólo industrial e de serviços, atravessam a

região veículos de todas as localidades do Brasil e do MERCOSUL.

Obrigatoriamente, estes veículos cruzam a congestionada cidade de

São Paulo, entroncamento de várias rodovias de grande tráfego,

compondo assim o seu caótico ambiente urbano, agravado pelo

crescimento do uso do transporte individual em detrimento do

coletivo, na última década. Explica-se, assim, porque as emissões

veiculares são problemas crescentes em termos de poluição

atmosférica na região (FARAH, 1999).

O município conta com uma malha viária de, aproximadamente, cinqüenta e

cinco mil cruzamentos e dezoito mil quilômetros de ruas e avenidas, dos quais

apenas noventa e oito quilômetros constituem faixas especiais para ônibus coletivo.

Esta malha é utilizada por uma numerosa frota de cerca de 50 mil veículos

destinados ao transporte público de passageiros (lotação, táxi e ônibus) (ZULAUF,

1993). Esse sistema de transporte com motor a combustão provoca grave efeito

atmosférico:

No caso especifico do setor de transporte, sua participação no

consumo mundial de energia situa-se em torno de 20%,

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correspondendo também a algo desta ordem, a sua participação no

total das emissões globais de CO2. No Brasil, o setor de transporte

apresenta semelhança com a participação no total do consumo

(20,6 % da energia total em 1999, segundo o Balaço Energético

Nacional 2000), porém, em vista deste setor ser o responsável pelo

uso de mais da metade dos combustíveis derivados do petróleo, a

participação no total de emissões de CO2 no país é da ordem de

80% (LINHARES, 1999).

As emissões de origem veicular são os resultados da combustão do

combustível ou de sua evaporação. Os tipos mais comuns de combustíveis para

utilização em transporte são: gasolina para os veículos leves (automóveis) e o diesel

para os veículos pesados (ônibus e caminhões). Outros combustíveis são utilizados

em veículos leves, como o álcool (etanol e metanol), mistura de gasolina e álcool,

gás natural veicular (GNV) e gás liquefeito de petróleo (GLP) (LOUREIRO, 2005)

O consumo desses combustíveis gera poluentes primários e secundários que

causam impactos negativos a saúde da população e aumento das morbidades. Os

poluentes primários são substâncias tóxicas eliminadas pela queima dos

combustíveis que atuam diretamente sobre a saúde pública. Os poluentes

secundários são substâncias tóxicas formados pelas reações dos gases emitidos

pelo automóvel com substâncias presentes na atmosfera, formando vetores que

promove o aumento das morbidades (SILVA et. al, 2003).

Os poluentes primários emitidos pelos veículos automotores incluem o dióxido

de carbono (CO2), o monóxido de carbono (CO), os hidrocarbonetos (HCs), o dióxido

de enxofre (SO2), os óxidos de nitrogênio (NOx) e os materiais particulados (MP). E

os poluentes secundários associados às emissões dos veículos automotores

incluem o dióxido de nitrogênio (NO2), os oxidantes fotoquímicos (por exemplo, o

ozônio O3), o ácido sulfúrico, o ácido nítrico e seus sais (como os aerossóis de

sulfatos e nitratos) (LOUREIRO, 2005).

Segundo informa a organização não governamental Greenpeace anualmente,

cada carro joga na atmosfera uma quantidade de CO2 equivalente a quatro vezes o

seu peso (FELDMANN, 1997).

A concentração dos poluentes presentes na atmosfera define o nível da

qualidade do ar e determina, por sua vez, o surgimento de efeitos adversos

causados pela poluição nos receptores (ARLINDO, 1993).

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Grande parte destes poluentes emitidos por veículos são nocivos à saúde

humana, provocando doenças do aparelho respiratório e cardiovascular,

principalmente em crianças e idosos (FARAH,1999). Os HCs possuem a

propriedade carcinogênica, capacidade de induzir a formação de câncer. O CO2 leva

rapidamente a hiperventilação (respiração extremamente rápida e profunda),

transpiração e dor de cabeça. Os sintomas iniciais podem vir seguidos pela perda de

consciência e a morte. O CO diminui a capacidade de oxigenação do sangue

podendo causar morte por asfixia (SOUZA, 2001). O SO2 em altas concentrações,

causa inflamações graves nas mucosas das vias respiratórias, podendo em alguns

casos ser fatal (LOUREIRO, 2005).

Os óxidos de nitrogênio, NOx, irritam os alvéolos pulmonares (SOUZA, 2001),

e o MP por ser composto por partículas finas, ele é inalado e chega até os pulmões

podendo ser adsorvido na superfície das células. Os quadros alérgicos, de asma e

bronquite são agravados (LOUREIRO, 2005). O SO2 possui odor característico e

muito irritante, provocando ardência nos olhos, no nariz e nas mucosas em geral. A

inalação desse gás, de forma crônica (tempo prolongado) e em doses nocivas,

provoca doenças respiratórias desde inflamações (traqueites e bronquites crônicas),

até enfisema pulmonar e broncopneumonias químicas ou infecciosas (CONPET,

2006).

No caso do O3, um dos efeitos esperado após a exposição ao ozônio é a

diminuição da resistência às doenças infecciosas devido à destruição dos tecidos

pulmonares. Acredita-se que a exposição crônica a altos níveis de ozônio urbano

leva ao envelhecimento prematuro dos tecidos pulmonares (LOUREIRO, 2005).

Além disso, muitos desses gases provocam também problemas ao meio

ambiente como é o caso do Efeito Estufa, provocado pelo aumento dos gases de

efeito estufa no ambiente, conhecidos mundialmente por Greenhouse Gases (GHG -

os gases de efeito estufa), e a Chuva ácida (SILVA et al, 2003).

A análise de medições realizadas pela rede de monitoramento automático da

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), órgão estadual de

meio ambiente, mostra que no atual período o monóxido de carbono e as partículas

atingem, freqüentemente, altas concentrações na atmosfera, sendo os veículos

automotores responsáveis pela emissão de 99 % do total de monóxido de carbono

gerado e 40% do material particulado (BARRETO, 2007).

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Controlar a poluição veicular constitui-se em grande desafio, sobretudo com a

perspectiva de crescimento econômico que se coloca para o país neste momento.

Os estudos realizados em escala global para reduzir a taxa de crescimento

dos teores de GHG na atmosfera, têm apontado para uma série de procedimentos

de curto, médio e longo prazo. Estes, vão desde a substituição de combustíveis

fósseis (muitos países estão implementando a estratégia de substituir o uso do

carvão e/ou derivados de petróleo pelo gás natural, procurando reduzir também a

emissão dos poluentes associados a estes energéticos), passando pela introdução

de medidas que tornam mais eficiente o uso da energia e pela criação progressiva

de medidas legislativas de contenção de emissões nas grandes cidades (como a da

Califórnia, USA), até investimentos pesados no desenvolvimento das fontes

renováveis de energia (como a eólica e a solar) e na produção de combustíveis

denominados “limpos” (como aqueles derivados da biomassa e o hidrogênio), com

baixa emissão de poluentes e/ou nenhuma liberação de CO2 (FIÚZA, 1993).

Do ponto de vista do incremento do uso das fontes renováveis de energia, as

medidas que possibilitarão uma participação significativa destas fontes no consumo

mundial dizem respeito à otimização e melhor aproveitamento das fontes

tradicionais, como hidráulica (aproveitamento de pequenas centrais, uso de energia

hidroelétrica secundária, fora do pico, redução das perdas de transmissão, etc.),

bem como ao aumento da competitividade das fontes alternativas de energia, como

a solar e a eólica, com tecnologias já consideradas, e outra como das ondas e do

aproveitamento do gradiente térmico dos oceanos (OTEC), que ainda necessitam de

investimentos e pesquisa (EGEHEL, 1993).

Entretanto, deve-se observar também que, de todas estas fontes renováveis

citadas, apenas a biomassa permite a obtenção direta de combustíveis, enquanto as

demais fornecem como primeiro produto a eletricidade. Se por um lado este fato não

tem grande relevância para a geração de energia, praticamente todo o setor de

transporte depende do suprimento de combustíveis; isto reduz significativamente as

alternativas de fontes renováveis disponíveis (ARLINDO, 1993).

Atualmente apenas carros eletrônicos satisfazem a condição de emissão zero

(emissão zero no que diz respeito ao sistema de propulsão), havendo como

alternativa o uso de baterias eletroquímicas. Neste caso os veículos a baterias já

são conhecidos há muito tempo, e sua tecnologia tem sido bastante estudada,

havendo modelos comerciais operando em várias partes do mundo. Entretanto

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alguns problemas técnicos como tempo de recarga das baterias e sua viabilidade

econômica persistem (SILVA, et. al, 2003).

Segundo as conclusões do World Energy Outlook, a demanda primária de

energia mundial e as emissões de carbono crescerão respectivamente 65% e 70%

entre 1995 e 2020 e os combustíveis fósseis responderão por mês a 90% da

demanda primária de energia em 2020 do planeta (STEINBAUN, 1999).

Para que a questão energética se torne sustentável, é necessário que seus

problemas sejam abordados de forma ampla para a promoção de uma gestão que

proporcione o desenvolvimento e a inovação da tecnologia e que seja

ambientalmente correto. Neste contexto devemos entender o conceito de

sustentabilidade, nos termos da Agenda 21, que é definido como aquele que atende

às necessidades do presente sem comprometer a capacidade de às gerações

futuras também atenderem às suas.

Quanto ao efeito estufa, várias conferências têm sido realizadas para um

acordo entre os países que possuem as maiores cotas de emissão dos gases de

efeito estufa. O protocolo de Kyoto estabeleceu em 1997 limites para a emissão de

gases de efeito estufa para os países que participaram do acordo (FERRAZ, 2004).

Porém alguns paises vetores de grande impacto ambiental não participam do

acordo.

Mantido o ritmo acelerado de crescimento da frota veicular e os respectivos

riscos representados para a saúde da população, evidencia-se a necessidade de

iniciar programas complementares para deter a contínua degradação da qualidade

ambiental (PEIXOTO, 1977).

Complexo problema a ser analisado é resultado dos efeitos das atividades do

sistema rodoviário que deve levar em consideração a poluição veicular, a circulação

e uso do solo, à oferta de infra-estrutura adequada, à melhoria dos combustíveis e

da tecnologia veicular, à oferta de melhor transporte coletivo, ao acompanhamento

dos danos à saúde provocados pelas emissões automotivas e a construção de

cenários estratégicos referentes à poluição na RMSP, sobretudo decorrente das

emissões veiculares (FIÚZA, 1993).

Uma medida adotada pela cidade de São Paulo foi à restrição do tráfego de

veículos em determinadas áreas em certas épocas do ano, como o denominado

“rodízio” de veículos já implementado desde 1995. No entanto apesar dessa

iniciativa, a emissão de substâncias tóxica continua crescente na RMSP. Portanto

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esta medida deve ser levada em consideração como um fator não como solução do

problema ambiental, já que sendo medida única demonstra-se pouco eficiente na

redução da poluição (FERRAZ, 2004).

Um outro programa adotado na melhoria do transporte urbano de São Paulo

tem sido o investimento e a expansão dos sistemas de transporte de alta capacidade

sobre trilhos (STEINBAUM, 1999). Este sistema metroviário administrado pela

Companhia do Metropolitano de São Paulo (CMPS), movido à energia limpa e

renovável, contribui para a redução das emissões de poluentes atmosféricos,

emissões de gases do efeito estufa, do consumo de combustíveis, da poluição

sonora, do tempo de viagem, dos acidentes de trânsito e dos gastos com saúde.

Atuando través de linhas expressas e articulado sobre trilhos o metrô

transporta cerca de 2 milhões de passageiros por dia na cidade de São Paulo. A

rede do sistema metroviário esta inserida na Cidade de São Paulo um dos 39

municípios que compõem a Região Metropolitana. A figura 2 mostra

geograficamente a distribuição dos municípios e a inserção do sistema metroviário.

Figura 2 - Mapa da Região Metropolitana de São Paulo e da Inserção do Modal

Metroviário na Cidade de São Paulo.

Fonte: Relatório Operacional Metrô de São Paulo, 2007.

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2.3 CONSTRUÇÃO DO SISTEMA METROVIÁRIO DE SÃO PAULO

A Construção das linhas do Metrô de São Paulo começou em dezembro de

1968, com as obras da Linha Norte Sul - hoje denominada Linha 1-Azul. Em 1972, a

primeira viagem de trem foi realizada entre as estações Jabaquara e Saúde. Em

1974, o trecho Jabaquara – Vila Mariana começou a operar comercialmente e em

1975 o projeto da Linha Norte Sul foi concluído, ligando o Jabaquara a Santana.

Depois, em 1979, começou a operar o primeiro trecho (Sé-Brás) da Linha Leste

Oeste - hoje denominada Linha 3-Vermelha, concluída em 1988. Após isso,

surgiram: Linha 2-Verde (Antiga Linha Paulista) (1991), Linhas 5-Lilás (1998), e

Linha 4-Amarela (2004 - 2012) (LABATE, 2007).

A escolha do traçado da linha inicial, ligando os dois bairros afastados,

Santana e Jabaquara, cortando a área central da cidade, foi devido à inexistência de

alternativas de transporte coletivo ferroviário para os moradores e à preocupação de

descongestionar o trânsito já caótico do centro de São Paulo (LABATE, 2007).

Foi esta linha que marcou o nascimento do Metrô de São Paulo e foi nela que

se concentraram as disputas que exigiram as opções tecnológicas que iriam fazer do

metrô paulistano um dos melhores na avaliação da opinião pública, segundo

pesquisa mundial (SILVA, 2006).

O projeto da linha 1-Azul, preparado pelo consórcio HMD, dividia a linha em

trechos, cada um deles utilizando as técnicas construtivas apropriadas ao traçado,

terreno, características ambientais (VAGNER, 2004).

O trecho considerado mais difícil era a ligação das estações Sé e São Bento.

Edifícios, ruas estreitas e monumentos históricos exigiam a utilização de um

equipamento até então nunca utilizado no Brasil ou mesmo na América do Sul: o

shield, uma espécie de broca gigantesca, que trabalhava embaixo da terra, sem

interferir na superfície, e deixava o túnel pronto, revestindo suas paredes com anéis

metálicos ou de concreto (SILVA, 2006).

No dia 26 de setembro de 1975, a operação comercial foi estendida para toda

a Linha 1-Azul, de Santana a Jabaquara (NERO, 2007).

Estava pronta a primeira linha de metrô paulistana, com 16,7 km de extensão

e 20 estações. Transporte de alta capacidade, rápido e seguro, o Metrô começava a

cumprir seu papel: melhorar a qualidade de vida do morador de São Paulo,

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poupando o seu tempo gasto com locomoção para que ele pudesse dedicar mais

espaço ao lazer, ao trabalho e à vida pessoal (VAGNER, 2003).

Em 1979, surgiu o projeto da linha vila madalena - vila Prudente, hoje

denominada linha 2-Verde, cujo trecho prioritário seria Clínicas-Paraíso. Assim, em

1982, o Metrô anunciava o início dos processos de desapropriação e ocupação

temporária da Paulista. Em 1985, o projeto passou por ajustes com o acréscimo de

duas estações na direção Oeste: Vila Madalena e Sumaré (NERO, 2007).

O Trecho Paulista da Linha 2-Verde foi inaugurado em 25 de janeiro de 1991,

com 2,9 km de extensão e 4 estações. Estava pronto para servir ao mais importante

eixo do centro expandido de São Paulo, com grande concentração de instituições

financeiras, hospitais, escolas, hotéis, consulados, Secretarias de Estado, emissoras

de rádio e televisão, teatros e museus. No ano seguinte, foram inauguradas as

estações Ana Rosa e Clínicas, ampliando o trecho para 4,7 km (LABATE, 2007).

Duas estações - Vila Madalena e Sumaré - foram concluídas em 1998,

acrescentando mais 2,3 Km de extensão. Em 2006, foram inauguradas as estações

Imigrantes e Chácara Klabin, elevando para 10 o número de estações dessa linha.

Em 2007, foi inaugurada a Estação Alto do Ipiranga e a Linha 2-Verde passou a

contar com 11 estações e 10,7 km de extensão (NERO, 2007).

Em 1972 a Linha 3-vermelha tinha mais de 30 Km extensão entre a Praça da

Sé e Guaianazes, sendo paralela aos trilhos da antiga Rede Ferroviária Federal. Em

1979, foi entregue ao público o trecho que liga a Praça da Sé ao Brás e em 1988 a

linha estava concluída (SILVA, 2005).

Inovação, reurbanização e nacionalização foram, portanto, os pontos que

nortearam a construção da Linha 3-Vermelha, ligando hoje a Estação Barra Funda a

Corinthians - Itaquera, com seus 22 Km de extensão e 18 estações (SILVA, 2005).

As obras da linha lilás foram iniciadas em 1998 e envolveram a implantação

de 7 km de via elevada, 1 km de via em superfície e 850 metros em via subterrânea,

além da construção de um pátio de 550 metros de via para manutenção e manobras

de trens, em Capão Redondo. O trecho possui seis estações: Capão Redondo,

Campo Limpo, Vila das Belezas, Giovanni Gronchi, Santo Amaro e Largo Treze

(SILVA, 2005).

Assim com a realização das obras, os primeiros técnicos do Metrô tiveram o

tempo necessário para se inteirar das inovações tecnológicas e a coragem para

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mudar o projeto inicial, incorporando a maior parte das recentes conquistas

tecnológicas em outros países (VAGER, 2004).

Entre tantas questões que se colocaram diante desta equipe de metroviários

pioneiros, era preciso tomar decisões quanto aos problemas decorrentes da

importação de know-how estrangeiro. Reconhecidas instituições de pesquisa, como

a UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), a FDTE (Fundação para o

Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia), a POLI (Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo) passaram a participar do projeto, aprimorando e

adaptando o know-how estrangeiro às necessidades brasileiras. Graças a esta

filosofia, a Linha 1-Azul obteve um índice de nacionalização próximo dos 70%,

enquanto na Linha 3-Vermelha esta cifra subiu para 95% (NERO, 2007).

2.4 ESTRUTURA DO SISTEMA METROVIÁRIO

O presente estudo contemplou uma viagem técnica, no sentido de inspecionar

o Metrô de São Paulo. Foram realizadas entrevistas com técnicos da empresa e

efetuou-se um levantamento fotográfico da rede viária, dos trens, das instalações de

controle e outros equipamentos (APÊNDICE A). Com base nesse levantamento e

em estudos bibliográficos e de relatórios da empresa, descreveu-se a estrutura do

sistema metroviário de São Paulo. Para melhor entendimento da espacialização do

sistema metroviário nesta cidade, verificar ANEXO A.

Atualmente, o metrô possui uma malha viária de 61,3 Km sendo que 13,8 Km

é caracterizado por metrô de superfície, 32,8 Km, metrô subterrâneo e 14,7 metrô

elevado. Essa distância é medida entre os centros das plataformas das estações

extremas (HARTMANN, 2007). Neste complexo metroviário, podem ser encontradas

55 estações. A maioria delas é subterrânea (28 estações), podendo verificar também

estações elevadas (15 estações) e superfície (11 estações). O metrô possui 4 linhas

de operação: Linha 1-Azul, Linha 2-verde, Linha 3-Vermelha e Linha 4-Lilás

(HARTMANN, 2007). Todas estas estruturas que compõem a rede do sistema

metroviário de São Paulo podem ser observadas na figura 3.

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Figura 3 - Esquema do Transporte Metropolitano de São Paulo

Fonte: Relatório Operacional do Metro de São Paulo ano 2007.

Este sistema conta também com três pátios de manutenção necessários para

a manutenção dos trens e reservas de carros para provável alimentação das redes.

O Pátio Jabaquara na Linha Azul, Pátio Belém na Linha Vermelha e Pátio Capão

Redondo na Linha Lilás. (ALVES, 2004).

Todas as redes são alimentadas e controladas por dois Centros de Controle

Operacional (CCO). Essas estruturas têm o objetivo de controlar a operação

comercial tanto na situação de normalidade quanto na de anormalidade. Esses

sistemas são responsáveis pela supervisão e controle de operação da

movimentação dos trens, distribuição de energia elétrica de tração, energia para

funcionamento das estações, fluxo de passageiros e de equipamentos auxiliares. A

Linha Azul, Verde e Vermelha são controladas por um único centro de controle e a

Linha Lilás é controlada por um centro de controle individual (GORODESKI, 2004).

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As estações possuem equipamentos que facilitam o acesso interno e externo

para embarque e desembarque dos passageiros. Dentre estes meios podemos citar

um total de 487 escadas rolantes, 697 bloqueios, 365 validadores, 201 guichês de

bilheteria, 66 elevadores para deficientes físicos (NETO, 2006).

O sistema metroviário possui uma frota de trens que atende a todas as

estações, totalizando 117 composições, sendo que cada trem possui 6 carros com

capacidade que vária de 272 a 376 usuários. A velocidade máxima permitida para a

locomoção desses trens varia de 70 a 85 Km/h, já a velocidade comercial com a

média varia de 30 a 40 Km/h. (LABATE, 2007)

Com base nessa velocidade pode-se dizer que a duração mínima de volta

para a Linha Azul é de 78 minutos, para a Linha Verde 38 minutos, para a Linha

Vermelha 71 minutos e para a Linha Lilás 26 minutos. O horário de funcionamento

destas estações começam às 4:40 h da manhã e o término varia por estação entre

as 24h e 00h 35 minutos (NETO, 2007).

As estações que fazem parte do complexo metroviário estão integradas em

grande parte a outras estruturas que facilitam a locomoção dos usuários dentro da

RMSP. Dentre as formas de integração podem ser citadas: metrô-ônibus (terminal

urbano e rodoviário), metrô-ferrovia (CPTM leste e oeste), veículos particulares

(estacionamentos) e metrô-troleibus (EMTU) (VIÉGAS, 2004).

Parte das viagens diárias realizadas no metrô é completada com outro modo

de transporte. O reflexo disso aparece no percentual de viagens diárias do modo

metrô com elevada taxa de transferência, superior a 70% (METRAN, 2004).

Em linha geral, as estações do metrô de São Paulo apresentam-se integradas

da seguinte forma: vinte duas estações possuem terminais de ônibus, seis estão

integradas ao trem metropolitano da CTPM e três aos terminais rodoviários. O

sistema também é integrado com a Ponte Orca e com o Troleibus (através de uma

estação) (LABATE, 2007), conforme mostra o desenho esquemático das estações

na figura 4.

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Figura 4 – Esquema das Estações e Tipos de Integração

Fonte: Relatório Operacional Metro de São Paulo, 2007.

Hoje, o Metrô de São Paulo é responsável pela operação e expansão do

transporte metroviário, sistema de alta capacidade e articulador do transporte

público na Região Metropolitana. O metrô é uma das empresas vinculadas à

secretaria dos transportes metropolitanos assim como a Empresa Metropolitana de

Transportes Urbanos (EMTU) e a CPTM (SILVA, 2006).

Com essa estrutura, a empresa cumpre o objetivo fundamental que é o de

transportar grandes massas de passageiros com rapidez, segurança e condições

dignas, concorrendo para o desenvolvimento econômico e qualidade de vida na

metrópole através da aproximação dos locais de origem e destino da população

(RIBEIRO et al, 1998).

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3 ESTUDO DE CASO: ESTUDO DO DESEMPENHO DO SISTEMA

METROVIÁRIO DE SÃO PAULO AVALIANDO OS BENEFÍCIOS SÓCIO-

AMBIENTAIS E COMPARANDO COM A HIPÓTESE CONTRAFATUAL DE SUA

SUBSTITUIÇÃO PELO SISTEMA RODOVIÁRIO (ÔNIBUS E AUTOMÓVEL)

Uma pesquisa sobre os transportes urbanos que leva em consideração os

impactos ambientais positivos e negativos deve seguir uma metodologia de

avaliação de alternativas e selecionar algumas categorias de análise. A metodologia

utilizada segue o fluxograma abaixo.

1º ETAPA � Estudar o problema da relação do transporte urbano com o meio ambiente; � Elaboração do marco teórico do estudo; � Conhecer a estrutura do transporte da região do estudo.

2º ETAPA � Estudo dos problemas ambientais direta e indiretamente derivados dos

transportes; � Seleção de categorias de análise e montagem da técnica de contabilidade

de benefícios sociais e custos ambientais anuais.

3º ETAPA � Determinação dos procedimentos de avaliação dos custos ambientais; � Avaliação das deseconomias relativas ao tempo de viagem, ao consumo de

consumo de combustível e emissão de poluentes do ar.

4º ETAPA � Levantamento de dados; � Visita técnica ao Metrô de São Paulo; � Elaboração de Relatório Fotográfico.

5º ETAPA � Estudo de custos ambientais e definição de critérios de avaliação; � Cálculo dos custos ambientais relativos às três categorias de análise; � Discussão dos resultados.

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Para realizar tais tarefas, em uma primeira etapa, foi elaborado um marco

teórico sobre o funcionamento do sistema do transporte urbano e suas implicações

sócio-ambientais. Além disso, nessa etapa tornou-se necessário conhecer o

processo de construção do sistema de transporte metropolitano da região em

estudo, bem como a sua inserção territorial, conforme consta no Referencial Teórico,

visto anteriormente.

Numa segunda etapa, em função do conhecimento da configuração territorial,

partiu-se para o estudo dos problemas ambientais decorrentes das atividades dos

transportes. Foi feita, então, a seleção de categorias de análise e montagem da

técnica de contabilidade de custos ambientais anuais.

O estudo dos efeitos dos sistemas de transporte sobre o meio ambiente é

dotado de uma enorme complexidade. Na presente pesquisa foi feito um recorte

teórico. Foram selecionados alguns impactos ambientais para avaliação de custo. A

metodologia que se aplicou foi a de contabilizar os benefícios sócio-ambientais do

sistema metroviário, considerando a hipótese contrafatual de sua substituição pelo

sistema de transporte de ônibus coletivos e automóveis. Essa ferramenta de

contabilidade ambiental é muito importante para a tomada de decisão e para a

seleção dos investimentos em obras de infra-estrutura.

Seguindo a escolha do caminho metodológico da pesquisa, a terceira etapa

da pesquisa reuniu e selecionou os procedimentos de avaliação dos custos

ambientais. Para isso há várias técnicas monetárias de avaliação que requerem o

conhecimento detalhado de todos os custos e benefícios dos sistemas de transporte

que entram no estudo.

Para análise do objeto de estudo foi escolhido uma forma de avaliação do

desempenho do metrô de São Paulo, empregando uma metodologia que mensura

efeitos em termos da redução do tempo de viagem, diminuição do consumo de

combustível fóssil e de emissão de poluentes atmosféricos, segundo uma

metodologia preconizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas (IPEA)

e a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). Essa metodologia está

colocada no estudo do IPEA/ANTP intitulado “Redução das Deseconomias Urbanas

com a Melhoria do Transporte Público” de 1998. Essa metodologia, conforme se

verá a seguir, também foi empregada no estudo de Maia (2004) para o cálculo

monetário dos custos ambientais.

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O método compara as vantagens do sistema de transporte metropolitano

sobre a hipótese contrafatual de sua substituição por ônibus coletivo e automóvel. A

idéia é definir algumas variáveis de controle, tais como poluição atmosférica,

consumo de combustível e tempo de viagem (BURSZYN, 1994).

Na quarta etapa do estudo, foi feito um levantamento de dados junto aos

órgãos competentes, tais como a Companhia do Metropolitano do São Paulo

(CMSP), a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB),

Empresa Metroviária de São Paulo e a Prefeitura de São Paulo os quais, são alguns

dos órgãos que fornecem dados relativos às categorias de análises acima referidas.

No estudo empírico, ainda, foi efetuado uma inspeção técnica do Metrô de São

Paulo, acompanhado de levantamento fotográfico. Partiu-se para o levantamento de

dados junto aos órgãos competentes e, em seguida, foi elaborado o Relatório

Fotográfico.

A quinta etapa compreendeu o estudo dos custos sócio-ambientais e dos

cálculos da contabilidade dos mesmos, seguida da análise dos resultados obtidos.

3.1 METODOLOGIA DO ESTUDO DOS BENEFÍCIOS SÓCIO-AMBIENTAIS DO

METRÔ NA HIPÓTESE CONTRAFATUAL DA SUA SUBSTITUIÇÃO PELO

SISTEMA RODOVIÁRIO, COM ÔNIBUS COLETIVOS E AUTOMÓVEIS

Este estudo segue uma metodologia de quantificação de custos sócio-

ambientais de empreendimentos de transporte. O estudo de caso tem por base os

procedimentos que quantificam os benefícios sócio-ambientais preconizados pelo

IPEA e a ANTP (1998). Essa metodologia foi empregada pela CMSP (Companhia do

Metropolitano de São Paulo), segundo os estudos de diversos pesquisadores dentre

os quais Fagali (1998), Costa Neto e Kayal (2002), Maia (2004). Os benefícios são

efeitos externos positivos produzidos pelo sistema de transporte em prol da

sociedade e do conjunto da economia.

A metodologia para o cálculo do benefício social tem como premissa a

hipótese contrafatual da interrupção da operação do Metrô. A metodologia iniciou-se

com formulação de duas perguntas básicas, consideradas importantes para este

estudo: Quais seriam as conseqüência urbanas se o metrô parasse repentinamente

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de operar na metrópole? Para quais modos de transporte migrariam os passageiros

do metrô para a realização das suas viagens?

Nesse sentido, a avaliação do presente trabalho, que tem como propósito

comparar o desempenho ambiental do metrô de São Paulo com a hipótese de sua

substituição pelo sistema de transporte com ônibus coletivo e automóvel, pretende

mensurar três fatores: aumento de tempo de viagem, aumento do consumo de

combustível e aumento de custo ambiental devido à poluição atmosférica.

A metodologia para avaliação desses fatores contém uma lógica seqüenciada

de passos interdependentes que geram estimativas de custo, de acordo com certos

pressupostos, critérios e regras que constam nos itens a seguir.

3.1.1 Estudo de migração dos usuários do metrô para os outros sistemas de

transporte

Para construir a hipótese contrafatual de substituição do Metrô por um

sistema alternativo é preciso distribuir a demanda de transporte urbano. A demanda

transportada pelo metrô deve ser distribuída numa proporção razoável entre os

outros sistemas de transporte.

Como nem todas as viagens feitas pelos usuários paulistanos do metrô são

afetadas igualmente pelo mesmo, deve-se definir uma forma de distribuição

mediante um critério. Aqui, adotou-se que das viagens com origem e destino dentro

da área de influência direta do metrô somente serão afetadas 60% e, dentre aquelas

com origem ou destino fora das estações de metrô, o número de viagens afetadas

será de 30%. Estes percentuais deverão incidir diretamente sobre a demanda anual

do transporte horizonte do estudo, sendo que aqui foi admitido o ano de 2007 (tabela

1, ANEXO B), para se obter as quantidades de pessoas que migrarão para o modal

automotor entre ônibus coletivo e automóvel (MAIA, 2004).

Os percentuais das viagens afetadas, segundo o critério acima, devem incidir

diretamente sobre a demanda de transporte metroviário anual (para o ano de 2007)

para se obter as quantidades de pessoas que migrarão para o modal automotor

(MAIA, 2004).

Aqui foi adotada uma distribuição dos passageiros para o sistema de ônibus

coletivo de 75 %, para o automóvel de 20 % e para as ferrovias que cruzam a

grande São Paulo de 5%. Essa foi a distribuição proposta por Maia (2004). Quanto

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aos 5% que migrariam para o sistema de transporte ferroviário que cruza a capital

paulista, eles não entram no cálculo dos custos ambientais do sistema de ônibus

coletivo e automóvel, que hipoteticamente substituirá o metrô. Vale dizer que o

sistema ferroviário paulista comporta essa migração dentro de sua capacidade de

transporte.

• Cálculo da demanda que irá migrar:

Q1 = D1 x 0,6 (1)

Q2 = D2 x 0,3 (2)

DTT,2007 = Q1 + Q2 (3)

- Migração para o automóvel:

DTA = DT, 2007 x 0,20 (4)

- Migração para o ônibus:

DTO = DT, 2007 x 0,75 (5)

Onde,

D1= demanda de pessoas com origem e destino no metrô;

D2 = demanda de pessoas com origem ou destino no metrô;

Q1= Quantidade de pessoas com origem e destino que migrarão para o

sistema rodoviário;

Q2= Quantidade de pessoas com origem ou destino que migrarão para o

sistema rodoviário;

DTT,2007= Demanda total pessoas que irão se transferir para o sistema

rodoviário – ônibus e automóvel, ano 2007;

DTA= Demanda de pessoas que irão se transferir para o sistema rodoviário -

automóveis;

DTO= Demanda de pessoas que irão se transferir para o sistema rodoviário –

ônibus.

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3.1.2 Estudo do aumento do tempo de viagem para a hipótese contrafatual da

substituição do metrô pelo sistema de ônibus coletivo e automóvel

O cálculo do aumento do tempo de viagem é função da diminuição da

velocidade no trânsito, causado pelo congestionamento adicional e aumento do

número de veículos que circulariam na sobrecarregada rede viária da RMSP

(FELDMANN, 1997).

Para o cálculo do decréscimo do tempo de viagem foram utilizadas as

informações conhecidas para o sistema de transporte da cidade de São Paulo para

o ano de 2003, para o qual se dispõe de maiores conhecimentos. Foi estabelecido

um critério para compor o presente caso hipotético usando dados de 2003 em que

se considera o fator de correção de velocidade para o ônibus e para o automóvel.

Considera-se que o aumento da demanda de ônibus e automóvel provoca a

redução de velocidade.

• De acordo com o fator de correção de 2003 para ônibus e automóvel,

pode-se escrever:

FRA,2003 = VAM,2003 – VA,2003 (6)

FRO,2003 = VOM,2003 – VO,2003 (7)

Onde,

FRA,2003 = Fator de redução da velocidade do automóvel devido a ausência do

metrô, ano 2003;

VAM,2003 = Velocidade do automóvel com atuação do metrô, ano 2003;

VA,2003 = Velocidade do automóvel com ausência do metrô, ano 2003;

FRO,2003 = Fator de redução da velocidade do ônibus devido a ausência do

metrô, ano 2003;

VOM,2003 = Velocidade do ônibus com atuação do metrô, ano 2003;

VO,2003 = Velocidade do ônibus com ausência do metrô, ano 2003;

Como a demanda migrada está relacionada ao fator de redução de

velocidade, foi possível estimar com base na regra de variação (correlação linear),

qual seria o fator de redução de velocidade no ano de 2007 de acordo com sua

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demanda de migração. Com o fator de redução e com as velocidades médias de

operação pôde-se chegar à velocidade do sistema de ônibus coletivo e automóvel

com a hipótese da ausência do metrô, no ano de 2007. A velocidade média de

operação do metrô em São Paulo, segundo pesquisa CMSP, é de 32 km/h, a

velocidade média de circulação dos automóveis é de 22,1 km/h e a dos ônibus, 17,2

km/h.

• Variação (correlação linear) do fator de correção da velocidade, ano 2007:

- Para o automóvel:

FRA,2007 = FRA,2003 x DTT,2007/ DTT,2003 (8)

- Para o ônibus:

FRo,2007’ = FRo,2003 x DTT,2007/ DTT,2003 (9)

• A velocidade do sistema com ausência do metrô, ano 2007 fica:

- Para o automóvel:

VA,2007= VAM,2007 - FRA,2007 (10)

- Para o ônibus:

Vo,2007= VoM,2007 - FRo,2007 (11)

Onde,

FRA,2007 = Fator de redução da velocidade do automóvel devido a ausência do

metrô, ano 2007;

DTT,2007 = Demanda total de pessoas que seriam transferidas para o sistema

rodoviário, ano 2007 – ônibus e automóvel.

DTT,2003 = Demanda total de pessoas que seriam transferidas para o sistema

rodoviário, ano 2003 – ônibus e automóvel.

VA,2007 = Velocidade do automóvel com ausência do metrô, ano 2007;

VAM,2007 = Velocidade do automóvel com atuação do metrô, ano 2007;

FRo,2007= Fator de redução da velocidade do ônibus devido a ausência do

metrô, ano 2007;

Vo,2007 = Velocidade do ônibus com ausência do metrô, ano 2007;

VoM,2007 = Velocidade do ônibus com atuação do metrô, ano 2007;

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Estimado o valor da velocidade do automóvel e do ônibus, com ausência da

operação do sistema Metropolitano, passa-se para o cálculo da distância total

percorrida pelos passageiros no ano de 2007. Aqui entra uma consideração sobre a

distância média percorrida pelo passageiro no sistema metropolitano. Conforme um

dado que consta nos relatórios operacionais do metrô de São Paulo, esta distância

média é estimada em aproximadamente 9,5 Km.

• De posse dos dados da demanda total de pessoas a serem transferidas

para o sistema rodoviário, ano 2007 – ônibus e automóvel (DTT,2007) e a

distância média de viagem, pode-se estimar o percurso total pelas somas dos

percursos realizados por cada passageiro da seguinte forma:

PT = DTT, 2007 x Dist. M (12)

Onde,

PT = Soma do percurso total percorrido por cada passageiro ao utilizarem o

metrô pelo período de 1 ano;

Dist.. M = Distância média de viagem realizada por cada passageiro.

A partir desse cálculo do percurso total verificou-se o tempo para a realização

total do percurso pelos passageiros na hipótese de substituir o metrô por ônibus e

automóvel. Para isso é necessário conhecer a distância média de viagem dos

passageiros (demanda total transferida) e as velocidades estimadas para os

automóveis: VA,2007 e VAM,2007 e os ônibus: VO,2007 e VOM,2007.

• A soma dos tempos de viagem de cada passageiro do metrô é dada pela

fórmula:

TVM= PT / VEL,m (13)

Onde,

TVM = Soma dos tempos de viagem da cada passageiro utilizando o metrô;

VEL,m = Velocidade média de viagem do metrô realizada por cada passageiro.

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• A soma dos tempos de viagem de cada passageiro com ausência do

metrô (utilizando ônibus e automóvel) é dada pela fórmula:

TA, o = (PT, A /VA,2007) + ( PT, O/VO,2007) (14)

PT, A = DTA x Dist. M (15)

PT, O = DTO x Dist. M (16)

Onde, PT, A = Parcela do percurso que será feita pelos passageiros que utilizarão o

ônibus;

PT,O = Parcela do percurso que será utilizados pelos passageiros que utilizarão

o automóvel;

TA,o = Soma dos tempos de viagem de cada passageiro com ausência do

metrô- utilização do automóvel e ônibus;

• A partir desses dados é possível estimar o aumento do tempo de viagem

para a realização do percurso PT (Soma do percurso total percorrido por todos

os passageiros) pelo período de 1 (um) ano se o transporte fosse realizado

pelos automóveis e ônibus:

AT = TA,o - TVM (17)

Onde,

AT = Aumento do tempo de viagem da demanda para a realização do PT, com

ausência do metrô (utilizando ônibus e automóvel).

3.1.3 Estudo do aumento do consumo de combustível na hipótese contrafatual da

substituição do metrô pelo sistema de ônibus e automóvel:

Para o cálculo do consumo de diesel e da gasolina, ou de outro combustível

que possa ser usado pelos automóveis, tal como o álcool é necessário multiplicar o

consumo por quilômetro pelo percurso total corrigido pelo número de passageiros

transportados. Aqui foi adotada a gasolina como o combustível a ser usado pelos

automóveis que substituiriam hipoteticamente a sua parcela de usuários migrados

do metrô.

Para se conhecer o consumo de combustível dos veículos automotores há

pesquisas que fornecem dados numéricos e ábacos gráficos que relacionam o

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consumo de combustível por quilômetro em função da velocidade do veículo. Para

isso pode-se empregar o resultado da pesquisa do IPEA e a ANTP (1998).

Uma forma de calcular o consumo é utilizar equações que expressam os

índices de consumo de combustível. Estas fórmulas são calculadas em função das

velocidades dos automóveis e dos ônibus (MAIA, 2004). O consumo do combustível

é contabilizado pelo índice CG e CD em litros de combustível consumido por

quilômetro. Nas equações abaixo eles devem ser calculados em função da

velocidade dos veículos com a ausência do metrô VA,2007 e VO,2007.

• As fórmulas para o cálculo do Índice de consumo de combustível (gasolina

e diesel) podem ser expressas conforme consta abaixo:

- Índice do consumo de gasolina para o Automóvel:

CG = 0,09543 + 1,26643/V – 0,00029V (18)

Onde,

V = Va,2007, para o automóvel em km/h e

CG = Consumo de gasolina em litros / Km;

- Índice do consumo de diesel para o ônibus:

CD = 0,044428 + 0,00008 x V² -0,00708 V + 1,37911/ V + 0,00107carr (19)

Onde,

V = Vo,2007, para ônibus, em Velocidade em km/h;

Carr = Número de passageiros no ônibus (em pé e sentado).

CD = Consumo de óleo diesel em litros / Km.

Neste trabalho foi considerado o maior valor dos índices apresentados pelos

dois métodos, pois pretendeu-se contabilizar o maior impacto sócio-ambiental

gerado pela hipótese levantada. Este valor incidiu sobre as parcelas do percurso que

seria feito pelos passageiros que utilizariam o ônibus (PT,A) ou o carro (PT,O). A

distância percorrida pelo veículo deve ser corrigida pela taxa de lotação do mesmo,

conforme as fórmulas abaixo:

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• Distância percorrida pelo ônibus e automóvel:

- Automóvel:

Se cada duas pessoas utilizarem um automóvel então a distância total

percorrida pelos automóveis será:

DA = PT, A / 2 (20)

- Ônibus:

Se cada 55 pessoas utilizarem um ônibus então à distância total percorrida

pelos ônibus será:

DO = PT,O / 55 (21)

Onde,

DA = Distância percorrida pelo automóvel com ausência do metrô;

DO = Distância percorrida pelo ônibus com ausência do metrô;

O consumo de óleo diesel e gasolina podem ser calculados pela relação entre

a distância percorrida em quilômetros e o consumo em litros por quilômetro.

• Consumo de diesel e gasolina:

- Automóvel (gasolina):

AC,G = CG,SM x Da (22)

- Ônibus (diesel):

AC,D = CD,SM x Do (23)

Onde,

CG,SM = Índice de consumo de gasolina calculado com ausência do metrô

(VA,2007);

AC,G = Aumento do consumo de gasolina pela migração dos passageiros;

CD,SM = Índice de consumo de diesel calculado com ausência do metrô

(Vo,2007);

AC,D = Aumento do consumo do diesel pela migração dos passageiros;

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50

3.1.4 Estudo do aumento da poluição atmosférica

As emissões médias, medidas em pesquisas, para o monóxido de carbono,

hidrocarbonetos, óxido de nitrogênio, material particulado, óxido de enxofre e do gás

carbônico são função da relação consumo de combustível e velocidade de

circulação dos veículos automotores (MAIA, 2004).

Estas curvas são calibradas com dados coletados anualmente pela

Cetesb, em função da redução dos níveis médios de emissões de poluentes

veiculares que vem ocorrendo desde 1994, data da realização do estudo IPEA /

ANTP. O IPA (Índices de poluente do automóvel) é a soma dos índices de poluentes

que reúne o CO2, CO, HC, NOx para o automóvel. O IPO (Índices de poluente do

ônibus) é a soma dos índices que reúne o C02, C0, HC, NOX, SOx e MP para o

ônibus.

• Calcula-se o aumento de poluentes com base no produto do índice pela

respectiva parcela do percurso que será feita pelos passageiros (demanda

transferida) (PP,A e PP,O). A fórmula pode ser escrita da seguinte forma:

- Para o automóvel:

AP,a = ∑IPa x Da (24)

∑IPa= IPCO + IPCO2 + IPHC + IPNOX (25)

- A emissão de cada poluente gerado pelo carro pode ser descritos abaixo:

EaCO = IPCO x Da (26)

EaCO2 = IPCO2 x Da (27)

EaHC2 = IPHC x Da (28)

EaNOX = IPNOX x Da (29)

- Para o ônibus:

AP,O = ∑IPo x Do (30)

∑IPa= IPCO + IPCO2 + IPHC + IPNOX + IPMP + IPSOX (31)

- A emissão de cada poluente gerado pelo ônibus pode ser descrito abaixo:

EoCO = IPCO x Da (32)

EoCO2 = IPCO2 x Da (33)

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EoHC = IPHC x Da (34)

EoNOX = IPNOX x Da (35)

EoSOX = IPMP x Da (36)

EoSOX = IPSOX x Da (37)

• Desta forma, o aumento total da emissão dos poluentes gerados pelos

automóveis e ônibus é dado por:

ATP = AP,A + AP,O (38)

Onde,

AP,a = Parcela do aumento do total de poluentes promovida pela demanda

transferida para o automóvel;

IP (CO, CO2, HC, NOX) = Índices de poluentes promovido pela diminuição da

velocidade do automóvel (VA,2007);

AP,O = Parcela do aumento do total de poluentes promovida pelo demanda

transferia para o ônibus;

IP (CO, CO2, HC, NOX, MP, SOX) = Índices de poluentes promovidos pela

diminuição da velocidade do ônibus (Vo,2007);

Ea (CO, CO2, HC, NOX, MP, SOX) = A emissão de cada poluente gerada pelo

consumo de gasolina.

Eo (CO, CO2, HC, NOX, SOX) = A emissão de cada poluente gerada pelo

consumo de diesel.

ATP = Aumento total da emissão dos poluentes gerada pelo automóvel e

ônibus.

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52

3.2 METODOLOGIA PARA O CÁLCULO ECONOMÉTRICO DOS CUSTOS

SÓCIO-AMBIENTAIS DE OPERAÇÃO NA HIPÓTESE CONTRAFATUAL DA

SUBSTITUIÇÃO DO METRÔ PELO SISTEMA RODOVIÁRIO.

Os impactos ambientais podem ser estimados por diversas técnicas de

mensuração (BURSZTYN, 1994). Essas técnicas são de grande importância para

análise dos benefícios gerados em estudos e projetos de sistemas de transporte.

Como vem sugerir os resultados da presente monografia, tais técnicas servem para

avaliar a hipótese contrafatual da substituição do sistema metroviário por ônibus

coletivos e automóveis.

Cabe aqui fazer referência às diversas técnicas de avaliação de custos

ambientais, tais como o Método da Produtividade Marginal (produção sacrificada),

Método de Mercado de Bens Substitutos (gastos defensivos, custos evitados, custos

de controle), Método de Mercado de Bens Complementares, Método dos Preços

Hedônicos, Método de Valoração Contingente. Estes métodos promovem um

apanhado econômico e estatístico com objetivo de avaliar monetariamente as

perdas decorrentes dos efeitos gerados pela poluição atmosférica (MOTTA, 1998)

Dentre estas técnicas podem-se destacar a do Mercado dos Bens Substitutos

e o Mercado de Bens Complementares, adotada no estudo aqui proposto, por conter

artifícios econométricos capazes de avaliar os parâmetros e as categorias de análise

selecionadas nesta monografia.

Estabeleceram-se parâmetros para estimar o custo gerado pela perda de

tempo nas viagens, aumento do consumo de combustível e de poluentes,

supostamente transferidos para o sistema rodoviário. Posteriormente através de

estimativas e referências confiáveis foram utilizados alguns índices pré-

estabelecidos para a contabilidade de custo decorrente da perda do tempo de

viagem e do aumento do consumo de combustível e emissão atmosférica.

3.2.1 Metodologia de avaliação dos custos do tempo de viagem

Para avaliação do custo do aumento do tempo de viagem foi utilizado o

método de bens substitutos, em que se faz a avaliação com base em recursos

econômicos que foram direcionados para mitigar os problemas causados pelo

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aumento do tempo de viagem. Com esta técnica, estimam-se os gastos incorridos

no dano ambiental e na perda da renda da hipótese contrafatual (MOTTA, 1998).

Os aumentos dos tempos de viagem foram monetarizados, tendo como base

a renda do usuário do metrô para os passageiros transferidos. Segundo

informações do metrô de São Paulo sobre a caracterização do usuário do metrô,

cerca de 66 % da viagens tem como motivo o trabalho. O mesmo percentual é

representado pelo número de passageiros que recebem até 8 salários mínimos.

Analisando monetariamente esta informação e comparando com os dados de origem

e destino do metrô, segundo pesquisas da CMSP, sabe-se que a grande maioria dos

trabalhadores que utilizam o metrô possui uma renda entre R$ 800,00 e R$ 1600,00,

sendo a renda familiar nominal uma valor intermediário entre estes, de R$ 1.175,52,

segundo dados do IBGE (2001). Então, seguindo este critério, tal renda foi utilizada

para o cálculo do custo das horas perdidas, representando um valor próximo da

média da renda do trabalhador que utiliza o metrô.

A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) estabelece que um trabalhador

em regime normal de trabalho não excederá 8 horas diárias de trabalho dando um

total de 220 h/mês incluindo descanso remunerado, desde que não seja fixado

expressamente outro limite. Como a maioria dos trabalhadores se enquadra neste

regime, então uma hora de trabalho custa em média:

CH= (1175,52)/(220)= 5,34 reais/hora (39)

• Para contabilizar o custo do aumento do tempo de viagem pela migração do

usuário do metrô para o sistema rodoviário basta calcular:

TP = 0,66 x AT (40)

CAT = TP X CH (41)

Onde,

TP = Tempo perdido pelos trabalhadores que migrarão do metrô para o

sistema de ônibus coletivo e automóvel;

CAT = Custo total das horas perdidas pelos usuários que migrariam para o

sistema de ônibus coletivo e automóvel.

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54

3.2.2 Metodologia de avaliação do custo do consumo de combustível

O custo do aumento do consumo de combustível é contabilizado por custos

diretos, onde cada litro de combustível (gasolina e diesel) tem um valor em R$/l

(reais por litros), segundo os valores de mercado. Este custo tem aumentado

excessivamente nos últimos anos por conta do aumento do barril de petróleo

(energia não renovável). Para avaliação do custo ambiental foi contabilizada a

quantidade de energia não renovável (em barris de petróleo), necessária para

produzir esta quantidade de combustível. O custo do aumento do consumo de

combustível fica:

- Automóvel (gasolina):

C AC,G = AC,G x PG (42)

- Ônibus (diesel):

CAC,D = AC,D x PD (43)

Onde,

C AC,G = Custo do aumento do consumo de gasolina

PG = Preço do litro de gasolina

CAC,D = Custo do aumento do consumo do diesel

PD = Preço do litro de óleo diesel

- Contabilidade do custo ambiental em barris de petróleo:

Um barril (158,98 L) de petróleo produz aproximadamente 19 % de gasolina

(30,21 L) e 36 % de óleo diesel (57,23 L) (RESAN, 2004). Sendo assim a

quantidade de litros de petróleo será:

-Para a gasolina:

Lp,g= 5,26 x AC,G (44)

-Para o diesel:

Lp,d= 2,78 x AC,D (45)

- Como Lp,g > Lp,d, a Quantidade de barris de petróleo:

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Qp= Lp,g/158,98 (46)

Onde,

Lp,g= Litros de petróleo necessário para produzir a gasolina;

Lp,d= Litros de petróleo necessário para produzir o diesel;

Qp= Quantidade de barris de petróleo

3.2.3 Metodologia para a avaliação do custo do aumento da poluição atmosférica

Para se avaliar o custo da poluição atmosférica usa-se o cômputo dos

encargos de serviço de saúde e de morbidade. Essa avaliação se faz por meio do

Método da Transferência de Benefícios, que é uma ferramenta de avaliação de

impactos ambientais capaz de estimar e indicar custos e benefícios para serem

empregados em estudos como o da presente monografia.

Esta metodologia consiste em adaptar ou estimar dados provenientes de

outras localidades e situações para o caso que está sendo estudado. A transferência

de benefícios é a aplicação de valores monetários de um estudo particular de

valoração para um ambiente diferente de onde o estudo original foi executado

(MOTTA, 1998). Como as comunidades européias que promovem grandes

pesquisas, os estudos provenientes de tais países servem como fontes constantes

de referência para a realização de trabalhos voltados para a questão ambiental.

O aumento da poluição atmosférica tem como resultado os fatores negativos

que afetam diretamente e indiretamente a saúde e aumentam os custos médicos. As

principais conseqüências sobre a saúde são, o aumento da Morbidade e da

Mortalidade (LVOVSKY, 2000).

Os custos de saúde associados à poluição atmosférica podem ser

classificados em quatro categorias (MOTTA, 1998):

• Gastos médicos associados com tratamento de doenças induzidas pela

poluição;

• Dias de trabalho perdidos resultantes da enfermidade;

• Gastos para evitar ou prevenir (gastos preventivos) e atividades associadas

com tentativas de mitigar a doença;

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• Não utilidade associada com os sintomas e oportunidades de lazer perdidas

devido à doença.

Diante desta composição de custos associados a dois grandes focos, é que o

CONAMA criou uma tabela de Índices de Custo Ambiental, conforme a tabela 2

(ANEXO B), que é função da quantidade e do tipo de poluente eliminado. Assim o

custo do aumento da emissão de alguns poluentes será:

- Para o automóvel:

CaCO = EaCO x ICO (47)

CaCO2 = EaCO2 x ICO2 (48)

CaHC2 = EaHC2 x IHC2 (49)

CaNOX = EaNOX x INOX (50)

- Para o ônibus:

CoCO = EoCO x ICO (51)

CoCO2 = EoCO2 x ICO2 (52)

CoHC2 = EoHC2 x IHC2 (53)

CoNOX = EoNOX x INOX (54)

CoSOX = EoSOX x IMP (55)

CoSOX = EoSOX x ISOX (56)

- Custo total:

CTP = ∑Ca + ∑ Co (57)

Onde,

Ca (CO, CO2, HC, NOX) = Custo ambiental de cada poluente gerado pelo automóvel;

Co (CO, CO2, HC, NOX, MP, SOX)= Custo ambiental de cada poluente gerado pelo

ônibus ;

I (CO, CO2, HC, NOX, MP, SOX)= Índices de Custo Ambiental de cada poluente (US$

/ TON);

CTP = Custo ambiental de todos os poluentes atmosféricos gerados;

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57

3.3 RESULTADOS DO CÁLCULO DAS DESECONOMIAS PROMOVIDAS PELA

HIPÓTESE DA SUBSTITUIÇÃO DO METRÔ PELO SISTEMA RODOVIÁRIO

Agora serão efetuados os cálculos relativos à contabilidade ambiental,

aplicando os critérios e fórmulas indicadas anteriormente. Para começar a realizar os

cálculos, um dado essencial é o conhecimento do número de passageiros que

emprega o sistema de transporte.

Os estudos de demanda são utilizados em um grande número de projetos de

sistemas de transporte. No presente estudo de caso, foram usados informações

geradas pela CMSP. Os dados da CMSP são empregados em diversas pesquisas,

entre as quais, podemos citar as que medem os impactos ambientais gerados pela

desativação do sistema Metroviário (LAIZA, 2004).

O cálculo da migração dos usuários para outros sistemas de transporte e a

contabilidade de seus efeitos, levando em consideração a hipótese contrafatual de

substituição do metrô pelo sistema rodoviário respondem as seguintes questões: Se

o metrô parasse repentinamente de operar na metrópole, quantos usuários

migrariam para outros modos de transporte visando a realização das suas viagens?

Quais os efeitos dessa migração?

3.3.1 Cálculo da migração dos usuários do metrô para os outros sistemas de

transporte

Conforme as informações da CMSP, constantes na tabela 1 (ANEXO B),

verifica-se o número de passageiros que emprega o metrô de São Paulo. Tem-se na

tabela a composição modal da demanda da rede do sistema Metroviário, a partir da

qual é possível calcular a quantidade de pessoas que migraram para os outros

sistemas de transporte (carro e ônibus).

Para o estudo da migração foram utilizados os números de entradas na rede

dos três primeiros modos que constam na tabela 1 (ANEXO B). Os modos escolares

e gratuitos não foram contabilizados pela incerteza de suas formas de utilização. Os

cálculos da migração são descritos abaixo:

Dados:

D1 = 256.793.663 pessoas

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D2 = 262.465.754 pessoas

• Cálculo da demanda que irá migrar:

Q1 = D1 x 0,6 (1) = 154.076.198 pessoas do modo exclusivo

Q2 = D2 x 0,3 (2) = 78.739.727 pessoas do modo integrado

DTT ,2007 = Q1 + Q2 (3) = 232.815.925 pessoas migrariam

• Cálculo da migração para o automóvel:

DTA = QT x 0,20 (4)= 46.563.185 pessoas migraram para o automóvel

• Calculo da migração para o ônibus:

DTO = QT x 0,75 (5)= 174.611.944 pessoas migraram para os ônibus

De posse da demanda de pessoas migradas para os automóveis e ônibus

pode-se avaliar o aumento do tempo de viagem:

3.3.2 Avaliação do aumento do tempo de viagem

Como foi estudado acima, um dos efeitos da desativação do metrô seria o

aumento dos tempos de vigem. O aumento do tempo de viagem é conseqüência dos

congestionamentos que impedem a grande finalidade do automóvel que é o rápido

acesso a pessoas, bens e serviços (FELDMANN, 1997). Para obter a velocidade e

aumento do tempo de viagem dos sistemas de transportes com a ausência do metrô

no ano de 2007, foram realizados os seguintes cálculos:

Dados:

1) A menor velocidade de atuação comercial dos metrôs é 32 km/h (VEL, m).

Sendo que a velocidade média dos automóveis é de 22,1 km/h (VAM,2007) e

dos ônibus 17,2 km/h (VOM,2007).

2) FRA, 2003 = 3,4 km/h

3) FRO, 2003 = 3,9 km/h

4) DTT,2003= 192.150.000 pessoas que migrariam para o ônibus e o automóvel

no ano de 2003

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5) Dist.. M = 9,5 Km/h

6) DTT,2007 = 232.815.925 pessoas migrariam para o ônibus e para o

automóvel no ano de 2007

• O cálculo do fator de redução da velocidade a partir da correlação linear é

dado por:

- Para o automóvel:

FRA,2007 = (FRA,2003 x DTT,2007)/ DTT,2003 (8)= (3,4 x 232.815.925)/ 192.150.000=

4,12 Km/h.

- Para o ônibus:

FRo,2007 = (FRo,2003 x DTT,2007)/ DTT,2003 (9)= (3,9 x 232.815.925)/ 192.150.000=

4,72 Km/h.

• A velocidade do sistema com ausência do metrô, ano 2007 ficaria:

- Para o automóvel:

VA,2007= VAM,2007 - FRA,2007 (10)= 22,1 – 4,12 =17,98 Km/h.

- Para o ônibus:

Vo,2007= VoM,2007 - FRo,2007 (11)= 17,2 – 4,72 = 12,48 Km/h.

• O cálculo do percurso total, soma dos percursos realizados por cada

passageiro no metrô, seria:

PT = DTT, 2007 x Dist. M (12)= 9,5 x 232.815.925 = 2.211.751.288 km

• A soma dos tempos de viagem de cada passageiro utilizando o metrô, ficaria:

TVM= PT / VEL,m (13)= 2.211.751.288 / 32 = 69.117.227,75 horas

• A soma dos tempos de viagem de cada passageiro com utilização do

automóvel e do ônibus:

TA,O = (PT,A/VA,2007) + (PT,O/VO,2007) (14)= (442.350.257,5/ 17,98) +

(1.658.813.468/12,48)= 157.520.096,01 horas

PT,A = DTA x Dist. M (15)= 46.563.185 x 9,5 = 442.350.257,5 km

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PT,A = DTO x Dist. M (16)= 174.611.944 x 9,5= 1.658.813.468 km

• O aumento do tempo de viagem para a realização do percurso PT, causado

pela utilização dos automóveis e ônibus, ficaria:

AT = TA,O - TVM (17)= (157.520.096,01 - 69.117.227,75)= 88.402.868,25 horas

3.3.3 Cálculo do aumento do consumo de combustível:

Para contabilizar o consumo de diesel e gasolina pelos meios de transporte

considerados, na realização do percurso PT, utilizaram-se primeiramente dois

métodos para os cálculos dos índices de consumo de combustível:

1) Método de Maia (2004):

Dados:

Va= VA,2007

Vd=Vo,2007

Carr= 54 pessoas

• Índice de consumo de combustível (gasolina e diesel):

- Para o automóvel - índice de consumo de gasolina:

CG,SM = 0,09543 + 1,26643/Va – 0,00029Va (18) = 0,09543 + 1,26643/17,98 –

0,00029 x 7,98 = 0,1635 l/km

- Para o ônibus - índice de consumo do diesel:

CD,SM = 0,044428 + 0,00008 x Vd² -0,00708 Vd + 1,37911/Vd + 0,00107carr (19)= = 0,044428 + 0,00008 x 12,48² -0,00708 x 12,48 + 1,37911/12,48 +

0,00107x55 (19) = 0,1379 l/km

2) Método usando os gráficos de dados IPEA/ANTP (1998):

Conforme os gráficos 01 e 02, pôde-se calcular o índice de consumo de

combustível (gasolina e diesel), que é função da velocidade média empregada pelos

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veículos durante sua trajetória, aqui já calculados pela hipótese da ausência de

operação do metrô. Cerca de 17,98 Km/h para o automóvel e 12,48 para o ônibus.

Gráficos 01: Consumo de Combustível do Automóvel (G asolina) em Função da Velocidade do Automóvel

Fonte: BITTENCOURT, F. de S.; BRIZON, L. C. Transporte Metroviário e Desenvolvimento Urbano Monografia CBTU 2005 (gráfico adaptado). Gráficos 02: Consumo de Combustível do Ônibus (Dies el) em Função da Velocidade do Ônibus

Fonte: BITTENCOURT, F. de S.; BRIZON, L. C. Transporte Metroviário e Desenvolvimento Urbano Monografia CBTU 2005 (gráfico adaptado).

17,98 km/h

12,48 km/h

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• Índice de consumo de combustível:

- índice de consumo de gasolina para o automóvel dado pelo gráfico:

VA,2007 CG,SM= 0,1650 l/km

- índice de consumo de diesel para o ônibus dado pelo gráfico:

VO,2007 CD,SM= 0,5450 l/km

Para o cálculo do consumo de combustível foram utilizados os índices de

consumo do IPEA/ANTP, pois pretendeu-se estimar os impactos mais graves,

com índices mais severos.

• Distância total percorrida:

- Pelo automóvel:

Da = PT,A /2 (20) = 442.350.256,5/2 = 221.175.128,3 km - Pelo ônibus: Do = PT,O /55 (21) = 1.658.813.468/55 = 30.160.244,87 km

• Consumo de combustível:

- Pelo Automóvel (gasolina):

AC,G = CG,SM x Da (22)= 0,1650 x 221.175.128,3 = 36.493.896,17 litros de gasolina.

- Pelo ônibus (diesel):

AC,D = CD,SM x Do (23)= 0,5450 x 30.160.244,87 = 16.437.333,45 litros de

diesel.

• Aumento total do aumento do consumo de combustível:

ATC= AC,D + AG,E = 36.493.896,17 + 16.437.333,45 = 52.931.1229,62 litros de

combustível.

3.3.4 Avaliação da poluição atmosférica

Os custos para os indivíduos e para o ambiente dos impactos negativos

provocados pelos poluentes, sofreriam um aumento face à maior emissão causada

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Emissão de poluentes do automóvel

0

10

20

30

40

50

60

70

12,5 16,85 19,35 21,05 23,55 27,5 32,5

Km/h

CO = CO2

HC

Nox

17,98 Km/h gr/km

Emissão de Poluentes do ônibus

0

5

10

15

20

25

30

7,5 11,65 15,25 18,6 21,05 23,55 27,5 32,5

km/h

gr/k

m

CO = CO2

HC

Nox

MP

12,48 km/h

Nota: O SOx varia conforme o material particulado (MP) Fonte: MAIA, 2004.

pelo congestionamento adicional e pelo maior número de veículos em circulação

(MAIA, 2004). Esse custo se traduz em gastos com serviços de saúde e morbidade.

Uma vez estabelecidos os índices de cada poluente IPo e IPa (g/Km) para a

velocidade do automóvel e do ônibus com ausência do metrô (VA,2007 e VO,2007),

calcula-se o aumento de poluentes com base no produto do índice com respectiva

parcela do percurso que será feita pelos passageiros, demanda transferida (Da e

Do).

Gráfico 3 - Índices de Emissão de Poluentes x V elocidade do Automóvel

Gráfico 4 – Índices de Emissão de Poluentes x V elocidade do Ônibus

Fonte: MAIA, 2004.

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Cálculo da emissão de poluentes:

- Para o automóvel:

AP,a = ∑IPa x Da (24)= 85 x 221.175.128,3 = 18.799,89 toneladas de poluentes

∑IPa= IPCO + IPCO2 + IPHC + IPNOX (25)= (40 + 40 + 4 + 1)= 85 gr/km

- A emissão de cada poluente gerado pelo automóvel pode ser descrito

abaixo:

EaCO = IPCO x Da (26)= 40 x 221.175.128,3= 8.847,01 toneladas

EaCO2 = IPCO2 x Da (27)= 40 x 221.175.128,3= 8.847,01 toneladas

EaHC = IPHC x Da (28)= 4 x 221.175.128,3= 884,70 toneladas

EaNOX = IPNOX x Da (29)= 1 x 221.175.128,3= 221,17 toneladas

- Para o Ônibus:

PP,O = ∑IPo x Do (30)= 74,5 x 30.160.244,87 = 2.246,95 toneladas

∑IPa= IPCO + IPCO2 + IPHC + IPNOX + IPMP + IPSOX (31)= (3x21,5 + 7 + 2x1,5)=

74,5 gr/km

- A emissão de cada poluente gerado pelo ônibus pode ser descrito abaixo:

EoCO = IPCO x Da (32)= 21,5 x 30.160.244,87= 648,45 toneladas

EoCO2 = IPCO2 x Da (33)= 21,5 x 30.160.244,87= 648,45 toneladas

EoHC = IPHC x Da (34)= 7 x 30.160.244,87= 211, 12 toneladas

EoNOX = IPNOX x Da (35)= 21,5 x 30.160.244,87= 648,45 toneladas

EoMP = IPMP x Da (36)= 1,5 x 30.160.244,87= 45,24 toneladas

EoSOX = IPSOX x Da (37)= 1,5 x 30.160.244,87= 45,24 toneladas

• Desta forma, o aumento total da emissão dos poluentes, gerados pelos

automóveis e ônibus, é dado por:

ATP = AP,A + AP,O (38) = 21.046,84 toneladas de poluentes

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3.4 CÁLCULO ECONOMÉTRICO DO CUSTO AUMENTO DO TEMPO DE VIAGEM,

DO CONSUMO DE COMBUSTÍVEL E DA POLUIÇÃO DO AR

À medida que a frota de transporte de veículos automotores vem

aumentando, em um ritmo de 300 mil veículos novos por ano na RMSP, os impactos

do transporte urbano vão se tornando mais aparentes (MOTTA, 1995).

O aumento do tempo de viagem é resultado do excesso de congestionamento

criado pela superlotação da vias. Como conseqüência indireta pode-se observar a

redução do descanso e do tempo para o lazer, visto que é necessário abdicar deste

para a realização das atividades produtivas diárias, a exemplo do trabalho. Apesar

de serem inúmeros os impactos sobre os seres humanos, a contabilidade deste

custo será de difícil mensuração, visto que não se atribuem valor às situações de

descanso e lazer. Para tanto é possível contabilizar este custo como perda de renda

(FIUZA, 1993).

O transporte é fortemente dominado pelo uso dos derivados do petróleo, a

gasolina e o diesel. Cerca de metade do petróleo consumido no mundo destina-se

ao setor de transporte com destaque para o transporte rodoviário. As grandes

conseqüências do consumo exagerado de combustíveis é a escassez do petróleo,

fonte de energia não renovável, o aumento de emissões de poluentes, agravando a

saúde pública e destruição do meio ambiente (SILVA et. al, 2003).

Os poluentes emitidos, principalmente pelos veículos automotores, geram

mal-estar, diminuem os reflexos, dor de cabeça, agravamento de doenças

respiratórias e cardiovasculares, que em caso extremo pode resultar em morte ou

câncer (LOUREIRO, 2005). O aumento da poluição atmosférica tem como resultado

todos esses fatores negativos que afetam indiretamente e diretamente a saúde e

geram custo a saúde pública (MOTA, 1995).

3.4.1 Cálculo do custo devido ao aumento do tempo de viagem

Diante do exposto o custo (perda de renda) devido ao aumento do tempo de

viagem pode ser descrito pelos cálculos:

• Com base na renda nominal, o custo da hora de um trabalhador em regime

normal é:

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CH= 5,34 reais/h (39)

• Estimativa da quantidade de horas perdidas pelos trabalhadores que

migraram para o sistema rodoviário:

TP = 0,66 x AT (40)= 88.402.868,25 x 0,66= 58.35 milhões de horas/ano

• A perda de renda estimada devido ao aumento do tempo de viagem

causado pela migração dos passageiros do metrô para o sistema rodoviário,

ficaria:

CAT = TP X CH (41)= 5,34 x 58.345.893,05 = 311,57 milhões de reais

3.4.2 Cálculo do custo devido ao aumento do consumo de combustível

O consumo do combustível é contabilizado por custos diretos. Para avaliação

do custo ambiental iremos contabilizar a quantidade de energia não renovável

(Petróleo), necessária para produzir esta quantidade de combustível.

• Estima-se que o custo do aumento do consumo de combustível fica:

- Automóvel (gasolina):

C AC,G = AC,G x PG (42)= 36.493.896,17 x 2,63 = 95,98 milhões de reais

- Ônibus (diesel):

CAC,D = AC,D x PD (43)= 16.437.333,45 x 1,98 = 32,56 milhões de reais

- Total de custo estimado gerado pelo aumento do consumo de combustível:

Tcc = CAC,D + C AC,G = 128,54 milhões de reais/ano

- A quantidade de barris de petróleo necessários para o consumo do

combustível, será:

-Para a gasolina:

Lp,g= 5,26 x AC,G (44)= 5,26 x 36.493.896,17 = 191,96 milhões de litros de

petróleo

-Para o diesel:

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Lp,d= 2,78 x AC,D (45)= 16.437.333,45 x 2,78 = 45,70 milhões de litros de

petróleo

- Quantidade de barris de petróleo estimados:

Qp= LT/158,98 (46)= 191.960.000 /158,98 = 1,21 milhões de barris de

petróleo

3.4.3 Contabilidade do custo do aumento da poluição atmosférica

Estudos nacionais e internacionais indicam um aumento do número de

internações e doenças, especialmente aquelas relacionadas ao aparelho

respiratório, quanto ao agravamento da poluição atmosférica (FUJII, 2006).

Em relação ao aumento da poluição atmosférica, os estudos realizados sobre

os custos gerados a saúde, como: doenças, gastos preventivos, mortes,

internações, atendimentos emergenciais, demonstraram que a poluição é o principal

vetor causador destas enfermidades. Assim, segundo Branco (2004), com base no

impacto causado ao meio ambiente, o CONAMA elaborou uma tabela de índices de

custo ambiental dos principais poluentes. Ver tabela 2 (ANEXO B):

• Assim o custo estimado do aumento da emissão de poluentes será:

- Custo de cada poluente gerado pelo o automóvel:

CaCO = EaCO x ICO (47) = 8.847,01 x 1.550 = 13,71 milhões de reais

CaCO2 = EaCO2 x ICO2 (48) = 8.847,01 x 1.550 = 13,71 milhões de reais

CaHC = EaHC x IHC2 (49) = 884,70 x 3.410 = 3,02 milhões de reais

CaNOX = EaNOX x INOX (50) = 221,17 x 3.875 = 0,86 milhões de reais

- Custo estimado de cada poluente gerado pelo ônibus:

CoCO = EoCO x ICO (51) = 648,45 x 1.550 = 1,01 milhões de reais

CoCO2 = EoCO2 x ICO2 (52) = 648,45 x 1.550 = 1,01 milhões de reais

CoHC = EoHC x IHC (53) = 211, 12 x 3.410 = 0,72 milhões de reais

CoNOX = EoNOX x INOX (54) = 648,45 x 3.875 = 2,64 milhões de reais

CoMP = EoMP x IMP (55) = 45,24 x 46.578 = 2,11 milhões de reais

CoSOX = EoSOX x ISOX (56) = 45,24 x 1240 = 0,06 milhões de reais

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• Estimativa do Custo total da poluição atmosférica:

CTP = ∑Ca + ∑ Co (57) = 38,85 milhões de reais

3.5 DISCUSSÃO

A população residente na metrópole de São Paulo está acostumada com o

metrô que diariamente transporta cerca de 1,7 milhão de pessoas. A opinião publica

considera, excelente ou bom os serviços do sistema de transporte metropolitano de

São Paulo, segundo a pesquisa ANTP (2004). As atividades da rotina cotidiana de

transporte são tão incorporadas que raramente imagina-se o que aconteceria numa

situação adversa. É na falta de algo que se usa cotidianamente que se percebe a

sua importância, conforme se constatou no presente estudo sobre o transporte

metropolitano.

Conforme se constata na tabela 3, a hipótese da substituição do metrô pelo

sistema rodoviário com ônibus coletivos e automóveis particulares, apresenta os

seguintes custos contabilizados.

Tabela 3 – Custos Sócio-ambientais da Hipótese Cont rafatual da Substituição do Sistema Metroviário pelo Sistema Rodoviário com Ônibus e Automóveis.

Na hipótese de que 75% dos passageiros do metrô migrassem para o

transporte coletivo por ônibus e 20% para o automóvel, haveria um aumento na

demanda do transporte rodoviário o que corresponderia a uma migração de

aproximadamente 232,82 milhões de pessoas para esse modal.

INDICADORES

QUANT. AUTO/ÔNIBUS

CUSTO (MILHÕES)

Horas perdidas 88,40 milhões Hora/ano 311,57

Consumo de combustível 52,93 milhões L/ano 128,54

Emissão de Poluentes 21,05 mil Ton/ano 38,85

TOTAL 478,96 milhões de reais

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Para absorver o contingente de pessoas que necessitariam dos transportes

rodoviários, seria necessário adicionar mais de 3 mil ônibus na frota atual, o que

densificaria as malhas rodoviárias causando redução do fluxo nos corredores viários.

Se o sistema metroviário não funcionasse, na hipótese contrafatual de ser

substituído por ônibus e automóvel, os tempos de viagem dos passageiros seriam

dilatados, visto que haveria mais congestionamentos e menor velocidade média dos

veículos. Desta forma, o resultado estimado seria o aumento do tempo de viagem

dos passageiros que perderiam cerca de 88,40 milhões de horas por ano, o que

equivaleria a uma perda de 311,57 milhões de reais de renda sacrificada. Este

impacto sócio-ambiental gerado pelo aumento das horas dispendidas, deveria ser

melhor aproveitado com o descanso e o lazer da população, evitando o estresse

causado pela atividade repetitiva das viagens o que proporciona uma melhor

qualidade de vida à população. Aqui não foram considerados os efeitos negativos

dos acidentes do trânsito nas ruas, causados pelo excesso de veículos.

Quanto ao consumo de combustível, com a elevação da frota rodoviária

estima-se que serão consumidos, aproximadamente, 52,93 milhões de litros de

combustível. A esse volume de combustível equivaleria a 128,54 milhões de reais,

custo contabilizado a partir dos gastos monetários da população com os

combustíveis, utilizando o preço de mercado. Avaliando o impacto ambiental gerado

pelo consumo desses combustíveis, pôde-se contabilizar o gasto em 1,21 milhões

barris de petróleo. A utilização do combustível fóssil em larga escala nas metrópoles

pode promover, de forma acelerada, o esgotamento dos recursos naturais não

renováveis.

A inexistência da rede de metrô, caso fosse substituída pelo emprego de

sistema de transporte automotor, com ônibus coletivo e automóvel provocaria uma

emissão adicional estimada de 21,05 mil toneladas de poluentes atmosféricos, uma

vez que os passageiros que se utilizam do metrô passariam a se deslocar através de

ônibus movido a diesel e em automóveis a gasolina. Este acréscimo na quantidade

de poluentes provocaria ou agravaria diversos males, como doenças

cardiovasculares, respiratórias e dermatológicas.

Com esse aumento da poluição que gera como conseqüência problemas de

saúde e mortalidade, provocaria um dispêndio adicional estimado de 38,85 milhões

de reais por ano. Outros custos poderiam ser contabilizados caso fossem

associados os impactos negativos como aquecimento global, destruição da camada

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de ozônio, degelo das calotas polares, aumento dos níveis dos oceanos, enchentes,

mudanças climáticas, extinção de fauna e flora além de outras conseqüências.

Um estudo realizado por Costa Neto e Kayal (2002), avaliou a poluição do ar,

o consumo de combustível e a perda de tempo de viagem no metrô de São Paulo

caso fosse substituído pelo sistema automotor e chegou a resultados numéricos um

tanto distintos dos encontrados na presente monografia. Apesar das diferenças

numéricas tal estudo, na sua avaliação final, chega à mesma conclusão sobre o

sistema metroviário, indicando este sistema como gerador de benefícios sócio-

econômicos que proporciona o desenvolvimento sustentável dos transportes nos

grandes centros urbanos.

Ao mesmo tempo, vale lembrar que o metrô se torna viável para as grandes

metrópoles com população maior que um milhão de habitantes. Deve-se notar que

este transporte não pode ser considerado como único modal a compor o sistema de

transporte metropolitano. Por não ser um transporte elástico, precisa de considerável

área para a implantação de suas estações e linhas que dificulta o acesso a regiões

mais afastadas dos cetros urbanos. Os transportes nestas regiões ficam restritos

pela sua demanda e pelo seu espaço físico.

Segundo a logística dos transportes, torna-se necessário integrar esse modal

de alta capacidade com outros de menor capacidade, visto que os veículos

automotores facilitam os fluxos para realização das diversas atividades e facilitam o

deslocamento de pessoas.

Pelas características dos seus serviços, como previsibilidade, regularidade e

rapidez ao transportar pessoas, o metrô tanto beneficia a sociedade como contribui

para à preservação do meio ambiente. A redução do tempo de viagem, a redução do

consumo do combustível e emissão de poluentes, são alguns dos muitos benefícios

gerados pelo sistema metroviários. Outros benefícios podem ser citados: a redução

do custo operacional dos veículos, a redução de acidentes e custos com operação e

manutenção de vias públicas. Outras vantagens mais subjetivas como: elevação da

produtividade e assiduidade nas empresas também fazem parte do rol de benefícios

sócio-ambientais usufruídos pela sociedade.

Com 61,3 quilômetros de linhas, o metrô gera uma economia estimada de 480

milhões reais por ano, conforme os cálculos desta monografia. Mesmo que o metrô

seja responsável por uma parcela da demanda de transporte de passageiros da

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RMPS, uma vez que somente 14,3 %, das viagens são feitas por metrô, essa

economia significativa é revertida para a sociedade.

Hoje, com os crescentes prejuízos decorrentes das externalidades dos meios

de transporte, tanto sobre a qualidade de vida como sobre a natureza, a

necessidade de implantação contínua do metrô em São Paulo é fator determinante

da mobilidade e da qualidade ambiental. Com referência a estes 480 milhões de

reais de benefícios sócio-ambientais de 2007, tal valor equivaleria ao custo de

implantação de mais de um quilômetro de linha do metrô por ano. Os benefícios

sociais apresentados apenas evidenciam numericamente o fato de que o metrô é um

sistema ambientalmente viável para o desenvolvimento sustentável das regiões

metropolitanas.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O propósito desta monografia foi o de realizar uma avaliação dos benefícios

sócio-ambientais do sistema de transporte metropolitano de passageiros. Foi

escolhido como estudo de caso a empresa Companhia do Metropolitano de São

Paulo, que atua nesta cidade há 34 anos, promovendo um transporte considerado

de qualidade, segurança e eficiência para os usuários, sendo avaliado como

exemplar para as grandes metrópoles brasileiros.

No campo da atividade econômica, o metrô contribui para elevar o nível de

produtividade e assiduidade nas empresas, ao mesmo tempo em que se amplia o

acesso ao mercado de trabalho, oferecendo melhores facilidades de deslocamentos,

além de participar do ordenamento do uso do solo urbano.

O metrô é um transporte de grandes massas apropriado para regiões

densamente povoadas com mais de um milhão de habitantes. Mas, à medida que

este transporte se aproxima das periferias das grandes metrópoles, ele perde sua

função pela redução da demanda de passageiros.

Para as grandes cidades, podem-se considerar as vantagens comparativas

do sistema metroviário sobre o sistema de ônibus e automóveis. As vantagens se

dão em termos de economia do tempo de viagem dos usuários, consumo de

derivados do petróleo e poluição do ar. Era de se esperar que os sistemas

metroviários nas principais regiões metropolitanas do país, fossem utilizados mais

intensamente e tivessem redes mais extensas.

A atuação do metrô possibilita uma redução gases poluentes na atmosfera. A

principal fonte de poluição atmosférica nas grandes regiões urbanas brasileiras é a

crescente frota motorizada, responsável pela liberação da maior quantidade dos

gases poluentes. Apesar dos avanços obtidos com o Programa de Controle das

Emissões Veiculares – PROCONVE na RMSP, estudo sobre o programa revelou a

força do fenômeno da motorização, constatando-se que o crescimento relativo da

frota automotiva comparando ao da população nos últimos dez anos foi de 60%,

enquanto a população cresceu 15%.

O presente estudo chegou à determinação de custos ambientais de três

categorias selecionadas que foi o tempo de transporte, consumo de combustíveis e

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emissões atmosféricas. A partir desses dados, pôde-se concluir que a operação do

metrô gera uma economia de recursos sócio-ambientais.

O resultado do estudo empírico comprovou que a inexistência da rede de

metrô, caso fosse substituída pelo emprego de sistema de transporte automotor,

com ônibus coletivo e automóvel provocaria uma emissão adicional no ar de cerca

21,05 mil toneladas de poluentes por ano em São Paulo. Esses poluentes, ao serem

lançados, atuam diretamente nos ambientes causando reações danosas ao

ecossistema.

A pesquisa conseguiu avaliar os impactos ambientais gerados pelo transporte

rodoviário por ônibus e automóveis. O transporte por automóveis, que conduz uma

menor carga de passageiros, apesar de consumir menos combustível, é o principal

responsável pela emissão de poluentes, podendo chegar a uma taxa de 90% dos

poluentes liberados. Caso o metrô não existisse, o transporte rodoviário provocaria

um consumo adicional de aproximadamente 52,93 milhões de litros de combustível.

A esse volume equivaleria um dispêndio de 128,54 milhões de reais por ano.

Se o sistema metroviário não funcionasse, na hipótese contrafatual de ser

substituído por ônibus e automóvel, o tempo de viagem dos passageiros seria

aumentado cerca de 88,40 milhões de horas, o que equivaleria a uma perda

estimada de 311,57 milhões de reais.

Comparando os dois sistemas de transporte, verificou-se que o sistema

metroviário é o único que pode atender como meio estruturador a cidade de São

Paulo. Este sistema é movido por energia de fonte primária, além de não emitir

poluentes atmosféricos, consequentemente os impactos ambientais são bastante

reduzidos quando comparados com o transporte rodoviário. O metrô possui linhas

expressas onde não há possibilidade de congestionamentos e de redução da sua

velocidade comercial de operação. A regularidade do serviço gera menor tempo de

espera, facilitando o fluxo das atividades desenvolvidas pelos seus usuários.

Por fim, a titulo de indicar sugestões para futuros trabalhos, pode-se

completar o presente estudo com o cálculo de outros custos sócio-ambientais.

Dentre tais custos estão os gastos gerados pelos acidentes no trânsito e aqueles

decorrentes da poluição sonora. Estas informações são de extrema importância para

a composição da contabilidade de custos sócio-ambientais, demonstrado com rigor

os impactos gerados pelo sistema de transporte rodoviário, por ônibus e automóveis.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

Figura 1 – Guichês de bilheterias das estações do metrô

COMENTÁRIOS: Figuras 1 e 2 – Todas as estações possuem guichês de bilheteria. As entradas de passageiros nas estações são realizadas através dos bloqueios eletrônicos, pela inserção do bilhete ou cartão magnético, com função de controlam o fluxo de passageiros dentro da estação. Figura 3 – O acesso dos passageiros é permitido mediante o anúncio de embarque e realizado através das portas automáticas, sendo o tempo médio de embarque 20 s. O fechamento das portas é anunciado pelo Centro de Controle Operacional. Figura 4 – Os passageiros são transportados em pé nos horário de pico da demanda. Todas as viagens são supervisionadas pelos funcionários do metrô.

Figura 2 – Bloqueios da Est. Jabaquara

Figura 3 – Entrada de passageiros no metrô da Est. Jabaquara

Figura 4 – Transporte de passageiros entre a Est. Jabaquara

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COMENTÁRIOS: Figura 5 – Todas as estações possuem um Setor de Monitoramento, com função de supervisionar, através de um painel de controle, a operação dos metrôs e controlar os equipamentos das estações. Figura 6 – Todas as linhas do metrô são sinalizadas com faixas amarelas que determinam o limite de espera dos usuários do metrô. Caso o usuário ultrapasse o limite, através de câmeras de monitoramento será detectado pelo Setor de Monitoramento que tomará as devidas providências. Figura 7 – Os metrôs possuem vários quadros informativos e educativos sobre utilização segura do sistema, mapa de localização das estações na cidade, mapa da rede metroviária, além de contar com anúncios das paralisações em cada estação. Figura 8 – As estações são monitoradas por câmeras durante 24h. O monitoramento das estações é de estrema importância para adequação da oferta de veículos, evitando lotação das estações, e evitando acidentes, por meios de anúncios do Centro de Monitoramento das Estações.

Figura 5 – Setor de Monitoramento da Estação da Sé

Figura 6 – Sinalização das linhas.

Figura 7 – Quadros informativos

Figura 8 – Câmeras de Monitoramento

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Figura 9 – Integração com terminais de ônibus

Figura 12 – Alimentação da rede metroviária

Figura 11 – Cabine de operação do metrô

Figura 10 – Integração com as estações de trens

COMENTÁRIOS: Figuras 9 e 10 – Grande parte das estações é integrada com estações de três terminais de ônibus e rodoviários, com objetivo de facilitar o transporte de pessoas para regiões não acessíveis pelo metrô. Há uma integração Metrô-Perua (PONTE ORCA), localizado na Est. Vila Madalena. Figura 11 – A cabine de operação do metrô possui um painel onde são monitorados a velocidade do metrô, a energia fornecida pelos trilhos, a amperagem e voltagem. A operação de todos os metrôs é realizada pelo CCO, porém quando solicitado, a cabine pode operar o sistema de forma manual. Figura 12 – Para alimentação da rede o sistema é constituído de três sub-estações primárias cuja função é receber 88 KV da distribuição de energia, transformar em 22KV e alimenta a rede formada por várias linhas.

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Figura 13 – Acesso a estação da Sé

Figura 16 – Demanda instável de passageiros

Figura 15 – Demanda de passageiros na estação da Sé

Figura 14 – Demanda de passageiros na estação da Sé

COMENTÁRIOS: Figura 13 – A entrada de passageiros nas estações se torna conturbada entre os intervalos de 7:00 h as 8:00h, 11:00h as 12:00h e de 16:00 as 17:00, chegando alcançar 47 mil pessoas/h na linha-1 , 17 mil na linha 2, 49 mil na linha 3 e apenas 5 mil na linha 4. Figuras 14 e 15 – Parte da população 14,3 % utiliza o metrô como meio de transporte exclusivo ou integrado. Esta demanda tem aumentado de forma excessiva em horários de pico, porém devido a sua alta capacidade de transporte de passageiros e a estratégia do aumento do número de veículos nestes horários, as estações não ficam saturadas. O que evita grandes perdas de tempo. Figura 16 – Quanto mais afastado do centro da cidade menor é a carga de passageiros transportados pelo metrô. Isso demonstra a real necessidade de integração desse sistema com outros modais de menor capacidade, visto que o uso do metrô se justifica apenas para o transporte de grandes massas.

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Figura 17 – Painéis do Centro de Controle Operacional (CCO)

Figura 18 – Painéis do Centro de Controle Operacional (CCO)

Figura 19 – Setor de Trafego das Estações

Figura 20 - Monitoramento do Trafego de metrôs

COMENTÁRIOS: Figuras 17 e 18 – O CCO, é um centro de controle onde estão os equipamentos que supervisionam e controlam de maneira centralizada as operações diárias das linhas da CMSP. O Consoles Operacionais possuem painéis retroprojetáveis, com função de monitorar as linhas através do controle de Movimentação de trens e terceiro trilho, passageiros, Controle de Energia Elétrica e equipamentos auxiliares nas estações. Figura 19 – O Setor de tráfego avalia o fluxo de passageiros nas linhas (demanda), e determina o número de veículos necessários para atender as estações (oferta) evitando as lotações. Figura 20 – A contagem de passageiros é realizada através dos validadores e contabilizada através de programas computacionais que geram tabelas de demanda e oferta, com programação temporária de passagem dos metrôs.

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COMENTÁRIOS:

Figura 21 – No Pátio de manutenção Jabaquara são encontradas instalações que apóiam as atividades de manutenção preventivas e corretivas dos metrôs. Dentre estas estruturas pode-se citar: galpão de manutenção, oficina, galpão de estoque de materiais e resíduos, áreas de espera de manutenção, área de espera para operação (área de reserva), torre de controle do pátio Jabaquara. Figura 22 – Nos galpões são realizadas, principalmente, manutenções preventivas, tais como: trocas de rodas, verificação de eixo e disco de freio. Figuras 23 e 24 – A torre de manutenção controla todas as atividades desenvolvidas no pátio. Esse controle é realizado através dos painéis de movimentação dos metrôs e de energização dos trilhos, que têm a função de evitar as interferências (acidentes) durante a movimentação dos carros. O pátio também tem um estoque mínimo de metrô que deve atender a necessidade da demanda nos horários de grandes picos.

Figura 23- Painel de movimentação dos metrôs do Pátio Jabaquara

Figura 24- Painel de energização dos trilhos das estações

Figura 22 – Galpão de manutenção preventiva e corretiva dos metrôs.

Figura 21 - Pátio de manutenção Jabaquara

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ANEXOS

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ANEXO A

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ANEXO B

Tabela 1 - Composição Modal da Demanda da Rede (em número de usuários e

percentual)

MODO ENTRADAS %

Exclusivo 256.793.663 42,0

Integração com ônibus 178.226.447 29,1

Integração com CPTM 84.239.307 13,1

Total 519.259.417 84,2

Outros (escolares e gratuitos) 92.394.386 15,8

Total geral 611.653.803 100,0

Fonte: Companhia do Metropolitano de São Paulo, Relatório Operacional - Metrô de São Paulo, 2007.

Tabela 2 – Índices de Custo Ambiental dos Poluentes Atmosféricos

Nota: foi usada a relação dólar/real de 1,55.

Fonte: Branco, 2004.

Tipo de poluente Custo ambiental (US$/ton)

Custo ambiental (R$/ton)

CO 1000 1.550

CO2 1000 1.550

HC 2200 3.410

NOx 2500 3.875

MP 30050 46.578

SOx 800 1240