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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE ARTES
Mestrado em Música
ENTRE A IMANÊNCIA E A REPRESENTAÇÃO
Maestro Branco e a Banda Savana
Pós-modernismo, identidade e música popular no Brasil
RUI MANUEL SÉNICO CARVALHO
CAMPINAS, 2003
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE ARTES
Mestrado em Música
ENTRE A IMANÊNCIA E A REPRESENTAÇÃO
Maestro Branco e a Banda Savana
Pós-modernismo, identidade e música popular no Brasil
RUI MANUEL SÉNICO CARVALHO
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Música do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Música, sob a orientação do Prof. Dr. Antônio Rafael Carvalho dos Santos e co-orientação do Prof. Dr. José Roberto Zan.
CAMPINAS, 2003
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNICAMP
Carvalho, Rui Manuel Sénico. C253e Entre a imanência e a representação : Maestro Branco e a Banda Savana : pós-modernismo, identidade e música popular no Brasil / Rui Manuel Sénico Carvalho. – Campinas, SP : [s.n.], 2003. Orientadores : Antônio Rafael Carvalho dos Santos e José Roberto Zan. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes.
1. Banda Savana. 2. Música popular. 3. Arranjo (Música). 4.Problemas brasileiros. 5. Estética. I. Santos, Antônio Rafael dos. II. Zan, José Roberto.III. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Artes. IV. Título.
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AGRADECIMENTOS Ao terminar um trabalho acadêmico, no âmbito de um Mestrado, não poderia deixar de
pensar naqueles que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a consecução desta
dissertação. Para tanto gostaria de agradecer em primeiro lugar aos mestres que me
educaram desde o primário - ainda em Portugal - passando pela Universidade de Lund na
Suécia e depois, já no Brasil, pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul, pelo
Conservatório Dr. Carlos de Campos em Tatuí e – finalmente - pela UNICAMP. Assim
agradeço à D. Dalila, onde quer que ela se encontre, minha professora no primário. Natural
de Angola. Ensinou-me as primeiras letras. Ao Professor Luiz da Ponte Lima Barreto, nos
anos 60 integrante do Teatro Experimental de Cascais – TEC - meu professor de Português
no Liceu D. João de Castro, em Almada, que me apresentou à obra de Pessoa via Ricardo
Reis, incutindo em mim o gosto pela poesia, pelo Teatro e pelo palco. Ao Prof. Dr.
Johnatan Friedman, da faculdade de Antropologia Social na Universidade de Lund, Suécia,
que me iniciou nos estudos antropológicos. Ao Prof. Javier Calviño, meu mestre de
Percussão em São Caetano do Sul e Tatuí, que me ensinou a necessidade da disciplina
interior para me tornar músico e sob cuja orientação me formei pelo Conservatório
Dramático Musical Dr. Carlos de Campos de Tatuí. Ao Prof. Dr. José Roberto Zan, que ao
me aceitar como aluno especial nas disciplinas Arte e Sociedade e Tópicos Especiais em
Música Popular, me fez redescobrir o prazer da atividade acadêmica. A sua co-orientação
neste mestrado aconteceu de maneira muito natural. Uma palavra especial de
agradecimento endereçada ao meu orientador, Prof. Dr. Rafael dos Santos por quem já
sentia profundo apreço como instrumentista, compositor e arranjador. Pude agora vivenciar
diretamente sua enorme capacidade como docente. Sua orientação, objetiva e concisa,
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permitiu que a dissertação ganhasse direcionamento sem que jamais se perdesse o fio da
meada.
Uma palavra de profundo agradecimento a todos os que me ofertaram seus depoimentos
para a realização da pesquisa. Além dos citados nos textos de apoio de que fiz uso, quero
agradecer aos que se dispuseram a me conceder entrevistas, os meus “colegas da carteirinha
azul”, como dizia Elis. Assim: Naylor Azevedo “Proveta”, Walmir Gil, Nahor Gomes,
Amador Longhini Jr. e Magno Bissoli. Todos eles músicos de respeito, que muito
reverencio e cuja carreira artística tenho acompanhado desde longa data, sempre com muita
admiração. Em seguida agradecer ao Prof. Nelson Caiado, Mestre em Música pela UFRJ,
titular da cadeira de violão da Universidade do Estado do Amazonas, cuja pesquisa de
campo presente em sua brilhante tese de mestrado - Samba, Música Instrumental e o violão
de Baden Powell - foi de inestimável valia para meu trabalho. Foi também o Prof. Nelson
Caiado que me facultou o acesso à tese de mestrado da Profª. Mônica Leme, “Os Feitiços
Indecentes da Cultura Popular na Música Industrial Brasileira”, texto do qual fiz uso
como fonte de pesquisa na minha dissertação e a quem agradeço e parabenizo pela
excelência de sua pesquisa. Ao Prof. Dr. Dilmar Miranda, cuja tese de doutoramento me fez
vislumbrar outras perspectivas. Tempo de Festa x Tempo do Trabalho – Transgressão e
Carnavalização na belle époque tropical, é um instigante trabalho. De grande fôlego e
erudição, ampara parte da pesquisa que realizei para a presente dissertação. Quero
agradecer também ao Prof. Dr. Claudiney Carrasco, por suas críticas e sugestões,
elaboradas quando do meu Exame de Qualificação, anterior à defesa da dissertação. Tive o
prazer de, durante um semestre, ser aluno do Prof. Claudiney Carrasco na disciplina “A
Formação da Poética Musical no Cinema” onde a sua docência foi exercida com extrema
criatividade, bom humor e extraordinária competência.
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Quero agradecer muito profundamente ao Maestro Branco. Primeiro pela música que nos
oferta. Depois pela incomensurável paciência para comigo. E finalmente, pelo exemplo em
que se constitui, como homem, como artista, enfim como o ser humano, pleno de
generosidade e beleza interior que se expressam na sua música e nas atitudes que na vida
toma para com os seus semelhantes. Conviver com ele durante estes três anos foi uma
experiência que muito me marcou e que me acompanhará para todo o sempre. Guardo para
com Branco um profundo sentimento de gratidão, apenas comparável à admiração que por
ele sinto como músico, na acepção mais abrangente da palavra.
Gostaria também de manifestar o meu agradecimento à CAPES pela bolsa que me foi
concedida para cursar o Mestrado em Música.
A todos os funcionários da secretaria de Pós-Graduação do Curso de Música, pelo apoio
sempre presente quando necessário.
Por fim, resta-me apenas dizer que nada teria sido possível sem o conforto, carinho e amor
de minha mulher Angela e de meus filhos, Lygia e Henrique.
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RESUMO
A presente dissertação, Entre a Imanência e a Representação - Maestro Branco e a Banda
Savana – pós-modernismo, identidade e música popular no Brasil, aborda a música para
big band escrita por José Roberto Branco e gravada pela Banda Savana, num período que
se situa entre o final da década de 80 e o início da década de 90.A análise abrange três
campos. No primeiro, de cunho histórico, discorremos sobre a “construção da
nacionalidade no Brasil” e de como esse processo influenciará Branco. Em seguida,
analisamos três arranjos de Branco gravados pela Banda Savana, enfocando aspectos
técnicos inerentes à linguagem musical, mais particularmente ao arranjo para big band.
Finalmente, discutimos questões de cunho antropológico-cultural, ao situarmos a busca pela
identidade como fator primordial para o desenvolvimento do processo criativo em Branco.
Concluindo, aventamos a hipótese de que o Brasil, desde o seu nascimento carrega as
sementes da pós-modernidade.
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ABSTRACT
This dissertation, Between Immanency and Representation - Maestro Branco and Banda
Savana - post – modernism, identity and popular music in Brazil, approaches the music
written for big band by José Roberto Branco and recorded by Banda Savana towards late
80's and early 90's. The analysis includes three different fields. First, is an historical
analysis of "the construction of nationality in Brazil" and how Branco was influenced by
this process. This is followed by an analysis of three different arrangements written by
Branco and recorded by Savana, focusing musical aspects, particularly those related to big
band writing. Finally, we discuss anthropological and cultural issues as primordial
influences on Branco's creative process and as part of his s