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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CAMPUS – I CAMPINA GRANDE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE BACHARELADO E LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
MÔNICA BORBA DA SILVA
IMPLANTAÇÃO E USO DA CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA EM MUNICÍPIO
DA PARAÍBA, NORDESTE DO BRASIL
CAMPINA GRANDE – PB
2013
MÔNICA BORBA DA SILVA
IMPLANTAÇÃO E USO DA CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA EM MUNICÍPIO
DA PARAÍBA, NORDESTE DO BRASIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na
modalidade de artigo ao curso de Graduação de
Enfermagem da Universidade Estadual da
Paraíba, em cumprimento à exigência para
obtenção do grau de Bacharel e Licenciado em
Enfermagem.
Orientador: Prof. Dr. DixisFigueroa Pedraza
CAMPINA GRANDE
2013
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos maiores mestres que tenho em minha vida: meus pais, Maria
José Borba da Silva, que com todo amor, sabedoria e paciência não mediu esforços para
possibilitar que eu chegasse até aqui, e ao meu padrasto Heriberto Antônio Paixão (mais que
um pai) por todo carinho e atenção dedicados a mim. Vocês constituem minha maior
referência de amor, humildade, respeito, e zelo. A vocês dedico mais que essa conclusão de
curso, dedico todas as conquistas de minha vida, Obrigado!
AGRADECIMENTOS
A Deus, por sua bondade e amor derramados em mim em todos os momentos da
minha vida. Sou grata por sempre me guiar nos momentos em que parecia estar sozinha, por
me dar força quando acreditava não suportar mais, por sentir sua presença em todos os sonhos
realizados em minha vida; enfim, por nunca desistir de mim.
A minha Grande e divertida Família. Meus Irmãos: Monaliza Borba, Wagner Paixão,
Fagner Paixão, Wanessa Paixão, Airton Júnior, Isabelle Alves e Wilyanna Andrade; minha
tia Native e meus cunhados, Bárbara e Danillo, que foram o motivo de tanta saudade durante
esses cinco anos de curso longe de casa. Vocês me ensinam a cada dia o quanto é maravilhoso
vivermos em uniãoapesar das diferenças. Obrigado pelo apoio de todos vocês.
A meus sobrinhos, Ícaro, Lavínia e Luíza (que está a caminho), por me fazer descobrir
uma nova forma de amor, o amor de tia. É sempre muito prazeroso tê-los por perto.
A minha avó, por ser meu exemplo de força e superação. Não foi fácil prestar cuidados
de enfermagem a senhora durante momentos de tanta dor e sofrimento na nossa família, mas
me sinto orgulhosa e grata a Deus hoje, pois posso vê-la andar e sorrir novamente.
A meu grande amigo e companheiro Jota (Jucivan Amorim), por todo amor, carinho,
cuidado, compreensão, e incentivos dedicados a mim durante essa caminhada. Foram
incansáveis idas e vindas de Agrestina à Campina Grande, mas você sempre estava lá, me
esperando com alegria. Obrigado pela sua presença sempre.
A meus amigos (Yalle, Karol, Miltinho, Gabriela, YrisLuanna) por toda atenção e
carinho que tive de vocês ao longo desses anos. Vocês não me deixaram sentir sozinha, os
tenho como irmãos. Obrigado pela lealdade.
A Larissa Luise, por ter se tornado minha irmã. Juntas, percebemos o quanto foi difícil
deixar o conforto de casa e encarar a vida longe dos pais. Mas, você foi minha companhia
Lari, às vezes foste à irmã mais velha, às vezes a mais nova. Foi uma experiência incrível,
pois tivemos que crescer, e fizemos isto juntas. Serei sempre grata pela sua amizade.
As minhas amigas (Alessandra, Morga, Maria Mônica, Larissa Cirne) por ter
compartilhado comigo todos os medos, expectativas, conquistas e alegrias vivenciadas desde
o início do curso. Vocês permitiram que eu sentisse parte da família de vocês, pois sempre fui
querida e cuidada por vocês. Tenho certeza que a amizade e irmandade que
construímospermitirá que estejamos sempre unidas apesar da distância.
A Ana Carolina (Carol), não só por seus ensinamentos como pesquisadora, mas
principalmente por sua paciência e compreensão diante das minhas limitações.Foi um imenso
prazer trabalhar e apreender com você Carol. Agradeço-te infinitamente.
Ao meu orientador Dixis Figueroa Predraza pela confiança depositada em mim. Sou
muito grata pela oportunidade de trabalhar e compartilhar conhecimentos ao longo de dois
anos, com um professor pesquisador tão habilidoso e competente como você. O que aprendi
me fez crescer não só como profissional, mas principalmente como pessoa, pois foi uma
grande experiência de vida. Obrigado mesmo professor.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................08
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................09
3 PERCURSO METODOLÓGICO................................................................................14
3.1 LOCAL, POPULAÇÃO E AMOSTRA DO ESTUDO...............................................14
3.2 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE INFORMAÇÃO, VARIÁVEIS DE
ESTUDO E ANÁLISE DOS DADOS.......................................................................16
4 RESULTADOS............................................................................................................18
5 DISCUSSÃO................................................................................................................21
6 CONCLUSÃO.............................................................................................................25
REFERÊNCIAS..................................................................................................................26
APÊNDICES
ANEXOS
IMPLANTAÇÃO E USO DA CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA EM
MUNICÍPIO DA PARAÍBA, NORDESTE DO BRASIL
SILVA, Mônica Borba1
RESUMO
A Caderneta de Saúde da Criança (CSC), implantada pelo Ministério da Saúde em 2005, em substituição ao
Cartão da Criança (CC), apresenta-se como um instrumento imprescindível para a vigilância e promoção da
saúde infantil. Contudo, para que a CSC cumpra essa função, é essencial o registro correto e completo das
informações por todos os profissionais da saúde que assistem à criança. Este estudo teve como objetivo avaliar a
substituição do CC pela CSC e a qualidade do preenchimento deste último instrumentono município de Campina
Grande, Paraíba, Brasil. Foi realizado um estudo transversal envolvendo 830 crianças do município de Campina
Grande, Paraíba. As informações foram coletadas mediante verificação direta da CSC e do CC. O preenchimento
das CSC foi avaliado considerando um conjunto de 17 variáveis de preenchimento mínimo indispensável e a
variável resposta estudada foi o escore de preenchimento das CSC, analisando diferenças segundo idade, sexo e
peso ao nascer das crianças, bem como em relação à cobertura por distrito sanitário. Em 48,4% dos casos as
crianças dispunham da CSC. A proporção de crianças portando a CSC foi mais elevada entre aquelas com maior
idade (> 36 meses). O preenchimento incorreto dos itens analisados deu-se, principalmente, entre aqueles
relacionados ao crescimento e desenvolvimento. Em 62,7% das CSC o escore de preenchimento foi considerado
insatisfatório, não sendo influenciado pelas características das crianças e sim pela distribuição das unidades de
saúde por distritos. Conclui-se sobre o baixo percentual de crianças que dispõem da CSC e a precariedade do
preenchimento no caso da posse do instrumento.
PALAVRAS- CHAVE: Registros de Saúde Pessoal. Saúde da Criança. Promoção da Saúde
1Concluinte do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem da Universidade Estadual da Paraíba.
Email: [email protected]
1 INTRODUÇÃO
A Caderneta de Saúde da Criança (CSC), implantada pelo Ministério da Saúde em
2005, em substituição ao Cartão da Criança (CC), apresenta-se como um instrumento
imprescindível para a vigilância e promoção da saúde infantil (ALVES et al., 2009). A CSC
contém informações sobre vacinação; registro da história obstétrica e neonatal; indicadores do
crescimento e desenvolvimento; aspectos importantes da alimentação, como o aleitamento
materno, uso do sulfato ferroso e vitamina A; dados sobre a saúde bucal, auditiva e visual;
registro das intercorrências clínicas e orientações para a promoção da saúde e prevenção de
agravos (GOULART et al., 2008).
A CSC é um documento gratuito e de fácil obtenção destinado a todas as crianças
brasileiras, nela são registrados dados e eventos significativos para a saúde infantil. Além
disso, possibilita o diálogo entre as famílias e os profissionais, devendo acompanhar a criança
em qualquer serviço de saúde (GOULART et al., 2008; ALVES et al., 2009, SARDINHA;
PEREIRA, 2011).
Contudo, para que a CSC cumpra seu papel de instrumento de comunicação, educação,
vigilância e promoção da saúde infantil, é essencial o registro correto e completo das
informações por todos os profissionais da saúde que assistem à criança (ALVES et al., 2009).
A utilização adequada da CSC pelos profissionais de acordo com o que é preconizado pelo
Ministério da Saúde permite uma melhor adesão e valorização desse instrumento pela família
constituindo-se num importante indicador da qualidade da atenção às crianças oferecidas
pelos serviços de saúde (GOULART et al., 2008; ALVES et al., 2009). Os registros de forma
adequada e com a devida frequência refletem o funcionamento dos serviços e a qualidade de
atuação dos seus profissionais (ALVES et al., 2009). O estudo do baixo peso ao nascer, nesse
contexto, tem merecido atenção crescente por constituir um importante indicador de saúde e
das condições de vida (GURGEL et al., 2005).
Países como a Indonésia e o Japão também fazem uso de instrumentos de
acompanhamento da saúde da criança similar à CSC no Brasil. Na Indonésia, constitui o
principal instrumento de registros domiciliares de saúde desde 2004 e sua posse está associada
a uma melhor cobertura vacinal da criança (OZAKI et al., 2009). No Japão, o instrumento
existe desde 1966 e é amplamente utilizado pelas mães, influenciando positivamente no
comportamento das mesmas durante a gravidez e criação dos filhos (NAKAMURA et al.,
2010). No Brasil, porém, as dificuldades na utilização da CSC são variadas e conjunturais
tanto aos profissionais quanto às mães (ALVES et al., 2009; ABREU; VIANNA; CUNHA,
2012).
Considerando a importância da CSC no acompanhamento e avaliação da saúde das
crianças, o presente estudo teve como objetivo avaliar a substituição do Cartão da Criança
pela Caderneta de Saúde da Criança e a qualidade do preenchimento deste último instrumento
no município de Campina Grande, Paraíba, Brasil.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Durante muito tempo, o modelo assistencial da prática obstétrica e neonatal esteve
centrado no modelo biomédico, hospitalocêntrico e nas práticas curativas (SILVA;
CHRISTOFFEL; SOUZA, 2005). Esse modelo tinha como objeto a doença e utilizava como
meios de trabalho os conhecimentos e tecnologias que permitiam o diagnóstico e a terapêutica
das diversas doenças, sendo o hospital o lócus privilegiado dessa assistência. No entanto,
além das doenças infecto contagiosas, as doenças crônico degenerativas passaram a ocupar
um lugar predominante no perfil epidemiológico das populações em sociedades industriais.
Isso levou a necessidade de criação de um modelo de cuidado ampliado que abarca também as
determinações sociais que afetam a saúde dos distintos grupos populacionais em função de
suas condições de vida (TEIXEIRA; PAIM; VILASBÔAS, 1998).
No Brasil, os primeiros esforços por outros modelos de atenção à saúde surgem no
final da década de 70 influenciado por movimentos internacionais. Entre esses movimentos,
destaca-se a Conferência de Alma Ata em 1978, que estabeleceu como meta a “Saúde para
Todos no Ano 2000” (ANDRADE, 2011) e difundiu a Atenção Primária à Saúde (APS)
definindo-a como:
“a assistência sanitária essencial, baseada em tecnologias e métodos
práticos cientificamente fundados e socialmente aceitos, postos ao alcance de
todos os indivíduos e famílias, a um custo que a comunidade e o país possam
suportar, constituindo-se no primeiro elemento de um processo permanente
de assistência sanitária” (SAMICO, 2003).
A APS foi reconhecida em Alma Ata como a chave para alcançar um nível mínimo
satisfatório de saúde e seu conceito incorpora mudanças no modo de pensar e de agir dos
sistemas de saúde, das instituições e das comunidades. Desse modo, as ações de saúde,
incluindo as voltadas para a criança, passariam a ser consideradas no âmbito de cuidados
primários de saúde, com enfoque na vigilância à saúde (SAMICO, 2003; BEZERRA-FILHO;
KERR-PONTES; BARRETO, 2007; ANDRADE; 2011).
Nesta perspectiva, no ano de 1984, o Ministério da Saúde do Brasil implantouo
Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança (PAISC) considerado um marco no
modelo da assistência à saúde infantil (OLIVEIRA et al., 2009). Suas propostas apresentam
forte caráter educativo que modifica o enfoque da atenção voltado às doenças e prioriza ações
preventivas. As ações propostas pelo PAISC visam assegurar a integralidade na assistência
prestada pelos serviços de saúde envolvendo ações destinadas à promoção, prevenção e
recuperação da saúde (OLIVEIRA et al., 2008). Tais ações compreendem: promoção do
aleitamento materno e orientação alimentar no primeiro ano de vida, controle da diarreia,
controle das doenças respiratórias na infância, imunização e acompanhamento do crescimento
e desenvolvimento na faixa etária de zero a cinco anos. O eixo principal das ações do PAISC
está na garantia do adequado crescimento e desenvolvimento infantil (FIGUEIREDO;
MELLO; 2007; OLIVEIRA et al., 2008).
Em 1988, com a promulgação da Constituição da República, a saúde passa a ser
considerada como direito de cidadania. De acordo com os princípios do Sistema Único de
Saúde (SUS), a assistência deve ser universal, equitativa e com enfoque na integralidade,
considerando as especificidades de cada pessoa. O Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), por sua vez, promulgado em 1990 reforça o compromisso de promover o bem-estar à
população infantil cabendo ao Estado assegurar-lhe esse direito (BRASIL, 2004; ANDRADE,
2011; FIGUEIREDO; MELLO, 2007).
A maior parte dos serviços de saúde, até então, encontravam-se nas áreas urbanas e
mais ricas do país. Com isso, o Ministério da Saúde lançou em 1994 o Programa de Saúde da
Família (PSF), criado inicialmente como um programa que oferecia especialmente serviços de
saúde materno-infantis a populações mais carentes ou de alto risco. O programa faz parte de
uma estratégia governamental para reestruturar o sistema e o modelo assistencial do SUS e
conjuga ações de prevenção, diagnóstico precoce, tratamento de doenças e reabilitação da
saúde em um território definido. O PSF visa ao trabalho na lógica da Promoção da Saúde,
almejando a integralidade da assistência ao usuário como sujeito integrado à família, ao
domicílio e à comunidade, utilizando trabalho de equipes de saúde responsável pelo
atendimento na unidade local e na comunidade no nível da APS. (SAMICO, 2003; BESEN et
al., 2007; PAIM et al.,2011; RODRIGUES, 2011) .
Atrelada à APS, em 1996, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS) implantaram no Brasil a estratégia Atenção Integrada às
Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) tendo como objetivo reduzir a mortalidade de
menores de cinco anos de idade. Esta estratégia foi adaptada às características
epidemiológicas das crianças no país e sua operacionalização vem sendo efetivada
principalmente pelas Equipes de Saúde da Família (ESF). As condutas da AIDPI incorporam
todas as normas do Ministério da Saúde relativas à promoção, à prevenção e ao tratamento
dos problemas infantis mais frequentes, como aqueles relacionados ao aleitamento materno;
promoção de alimentação saudável; crescimento e desenvolvimento; imunização; assim como
o controle dos agravos à saúde tais como: desnutrição, doenças diarreicas, infecções
respiratórias agudas e malária, entre outros (BRASIL, 2002a; BRASIL, 2004, ANDRADE,
2011).
Em 2004, com o objetivo de reorganizar a assistência à população infantil com ênfase
na promoção da saúde e na integralidade do cuidado, o Ministério da Saúde lança a Agenda
de Compromisso à Saúde Integral da Criança e Redução da Mortalidade infantil. Esta agenda
propõe 13 linhas de cuidado que privilegiam ações como: acompanhamento e crescimento
infantil; incentivo ao aleitamento materno e alimentação saudável; prevenção de distúrbios
nutricionais; imunização e atenção às doenças prevalentes; saúde bucal; saúde mental;
prevenção de acidentes e maus tratos, além de ações específicas dirigidas à mulher e ao
recém- nascido. Tais ações são direcionadas para o compromisso de oferecer qualidade de
vida para que a criança possa crescer e desenvolver todo seu potencial (BRASIL, 2004;
ALVES et al., 2009; ANDRADE, 2011).
Muitos foram os esforços e as estratégias adotadas pelo Ministério da Saúde do Brasil
ao longo dos anos no sentido de melhorar a saúde da criança. Tais iniciativas contribuíram
consubstancialmente para a redução da mortalidade infantil. Entretanto, a mortalidade de
crianças menores de 5 anos no Brasil ainda é sete vezes maior que a verificada em países com
os menores coeficientes de mortalidade infantil, e a prevalência de déficit de altura é três
vezes maior que a encontrada em populações bem nutridas (VICTORIA et al.,2011). Um dos
desafios da assistência à criança na atenção primária nos dias atuais consiste em efetivar as
novas ações propostas para promoção, prevenção e vigilância à saúde infantil, principalmente
pelos gestores e profissionais da saúde para uma assistência integral de qualidade a todas as
crianças em todas suas necessidades (ANDRADE, 2011).
O monitoramento do crescimento infantil é recomendado desde a Conferência de
Alma Ata pela OMS, mas no Brasil só teve início com a criação do PAISC pelo Ministério da
Saúde. A partir de então, é considerado uma ação básica de saúde, e cada vez mais
recomendada como atividade de rotina na atenção à saúde infantil, sendo a Caderneta de
Saúde da Criança (CSC) o instrumento que permite esse monitoramento (ZERERINO et al.,
2003; CEIA; CESAR, 2011). O acompanhamento sistemático do crescimento objetiva
promover e proteger a saúde da criança, além de permitir o diagnóstico e tratamento precoce
da subnutrição e obesidade, evitando que desvios do crescimento possam comprometer a
saúde atual e a qualidade de vida futura (BRASIL, 2012a).
O crescimento é um processo biológico, dinâmico e contínuo de multiplicação e
aumento do tamanho celular, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Tal processo sofre
influência de fatores intrínsecos (herança genética transmitida de pai para filho), mas também
é fortemente influenciado por fatores extrínsecos (ambientais). A alimentação, a saúde, a
higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança, são alguns dos fatores ambientais que
atuam acelerando ou restringindo o processo de crescimento (BRASIL, 2002b; ZEFERINO et
al., 2003; ALVES et al., 2009). O crescimento é, então, o resultado da interação entre o
potencial genético do indivíduo e as condições de vida, sendo estas determinadas por sua
inserção social (CUERVO; AERTS; HALPERN, 2005). Essa influência direta dos fatores
ambientais sobre o crescimento, faz com que este seja considerado um dos melhores
indicadores de saúde da criança (BRASIL, 2004).
O método para avaliação do crescimento infantil baseia-se em parâmetros
antropométricos, por meio do registro periódico do peso, da estatura e do cálculo do Índice de
Massa Corporal (IMC) da criança (BRASIL, 2012a). O peso mede o aumento ou diminuição
da massa corporal, e a estatura mede a dimensão longitudinal do corpo. O IMC é um índice
constituído pelas variáveis peso e estatura utilizado para verificação de gordura corporal. Para
que seja um índice de crescimento, o peso e a estatura precisam estar associados a outras
variáveis que são: peso para idade, peso para estatura, estatura para idade (VASCONCELOS,
2008; FIGUEROA PEDRAZA; QUEIROZ, 2011).
Esses parâmetros estão presentes na Caderneta de Saúde da Criança em forma de
gráficos a serem preenchidos e avaliados periodicamente, como forma de monitorar o estado
nutricional individual da criança, sendo gráficos diferentes para meninos e meninas, pois o
desenvolvimento físico é diferente em ambos os sexos (BRASIL, 2012a). Nutrição e
crescimento estão intimamente associados, uma vez que as crianças só alcançam seus
potenciais genéticos de crescimento, se suas necessidades básicas forem adequadamente
atendidas. A observação da curva do crescimento identifica com facilidade ganhos ou perdas
de massa corporal indicando possíveis desvios nutricionais. O acompanhamento da situação
nutricional das crianças é fundamental para avaliar as condições de saúde dessa população
(CUERVO; AERTS; HALPERN, 2005; SARDINHA; PEREIRA, 2011).
A CSC, criada em 2005, em substituição ao CC, aborda também outros aspectos
importantes para a vigilância da saúde infantil. A nova CSC, além de informações
antropométricas e relacionadas à vacinação, apresenta também o registro da história obstétrica
e neonatal; indicadores docrescimento e desenvolvimento infantil; aspectos importantes da
alimentação, como aleitamento materno, uso de sulfato ferroso e vitamina A; dados sobre a
saúde bucal, auditiva e visual, orientações para promoção da saúde e prevenção de acidentes e
violência; e as intercorrências clínicas. Além disso, esse novo instrumento ampliou a faixa
etária de avaliaçãoestendendo-a para dez anos de idade (VIEIRAet al., 2005; GOULART et
al., 2008; SARDINHA; PEREIRA, 2011).
A CSC é destinada a todos os nascidos em território brasileiro e, por estar ancorada em
ações de acompanhamento e promoção da saúde, inclui-se como estratégia privilegiada nas
políticas de redução da morbimortalidade infantil. Esse instrumento é fundamental para
vigilância à saúde, pois é um documento destinado ao registrodos dados e eventos mais
significativos para a saúde infantil e deve acompanhar a criança em qualquer serviço de
saúde. Além disso, possibilita o diálogo entre a família e os diversos profissionais que
atendem a criança (GOULART et al., 2008; ALVES et al.,2009).
Contudo, éindispensável a utilização adequada da CSC, com o registro correto e
completo das informações, para que a mesma cumpra seu papel de instrumento de
comunicação, vigilância e promoção da saúde infantil (GOULART et al., 2008). As
informaçõesrelacionadas ao parto, puerpério, recém nascido, assim como os dados de
identificação da criança e de sua família devem ser feitos na maternidade. Os registros
posteriores são efetuados pelos profissionais da saúde responsáveis pelo acompanhamento da
criança (ALVES et al., 2009).
No Brasil, são poucos os estudos que avaliam o preenchimento da CSC. No entanto,
os que existem apontam falhas consideráveis na utilização desse instrumento. Vieira et al
(2005) estimaram, em 2003 uma prevalência de 39,6 % de CC sem o preenchimento da curva
de crescimento. SegundoSardinha & Pereira, (2011) apenas 21,1% dos cartões
avaliadosapresentavam o gráfico de crescimento devidamente preenchido. Já Goulart et al
(2008) constataram em 2005, que em 100% das CSC existiam falhas no preenchimento, com
predominância de campos deixados em branco.
3PERCURSO METODOLÓGICO
3. 1 Local, população e amostra de estudo
Os resultados do presente estudo estão integrados ao projeto “Cartografia da baixa
estatura em crianças pré-escolares e escolares do município de Campina Grande, Paraíba”.
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da
Paraíba, protocolada com o número 0273.0.133.000-12 (ANEXO A). Nesse estudo, foi
realizado um censo para avaliar o estado nutricional das crianças pré-escolares, de zona
urbana e idade ≥ 2 anos, matriculadas nas creches públicas da Secretaria de Educação do
município de Campina Grande, Paraíba.
Ao todo funcionavam 25 creches (3116 crianças), no momento do trabalho de campo,
em bairros distintos do município, situadas, geralmente, em áreas carentes. Das 25 creches,
uma foi escolhida aleatoriamente para o estudo piloto (106 crianças), três estavam em reforma
(316 crianças) e as duas da zona rural foram excluídas (313 crianças). Além disso, foram
excluídas as crianças atendidas no modelo de berçário (226), gêmeas (66), adotadas (43), de
mães menores de 18 anos (18) e aquelas com problemas físicos que comprometessem a
avaliação antropométrica (23). Foi também confirmado com os diretores e professores das
crechesque 185 crianças cadastradas nas listas de alunos não estavam frequentando as
creches. Assim, foi considerado elegível para o estudo um total de 1820 crianças. Dessas, 203
crianças não foram estudadas, 87 não compareceram à creche ou não estavam acompanhadas
pelas mães no dia da coleta de dados, 77 mães recusaram participar da pesquisa e em 39
crianças, por resistência das mesmas, foi impossível realizar a avaliação antropométrica.
Assim, foram analisados os dados correspondentes a 1617 crianças pré-escolares assistidas
em creches (88,85% das elegíveis). A Figura 1 mostra uma síntese da amostra de crianças
elegíveis e estudadas.
Os responsáveis por todas as crianças elegíveis para o estudo foram convidados a
comparecer às creches, em data e horário previamente agendado, portando a Caderneta de
Saúde da Criança (CSC) ou o Cartão da Criança (CC). A adesão nesse sentido em relação às
crianças estudadas foi de 51,33%, ou seja, foram analisados dados de 830 crianças. A coleta
dessas informações aconteceu nos meses de fevereiro e março de 2013.
Figura 1. Modelo explicativo de configuração da amostra (crianças excluídas,
elegíveis, perdidas e estudadas).
3116 crianças
(25 creches)
1296 criancas excluídas
- 106 crianças da creche do estudo piloto
- 316 crianças de creches em reforma
- 313 crianças das duas creches de zona rural
- 226 crianças atendidas nas oito creches no sistema de berçário
- 185 crianças não estavam frequentando as creches
- 66 crianças gêmeas
- 43 crianças adotadas
- 18 criança de mães < 18 anos
- 23 crianças com problemas físicos que poderiam comprometer a avaliação antropométrica
1820 crianças elegíveis
203 crianças não estudadas
- 87 crianças não compareceram à creche ou não estavam acompanhadas pelas mães
- 77 mães recusaram participar da pesquisa
- 39 crianças sem avaliação antropométrica
1617 crianças estudadas
830 instrumentos (CSC e CC) analisados
3.2 Procedimentos para a coleta de informação, variáveis de estudo e análise dos dados
As informações foram coletadas por acadêmicos do curso de enfermagem e do
Mestrado em Saúde Pública da Universidade Estadual da Paraíba, devidamente treinados,
supervisionados pelo coordenador da pesquisa. Todas as informações foram coletadas
mediante verificação direta das CSC (data de nascimento, sexo, peso ao nascer,
preenchimento de 17 itens) ou dos CC (idade, sexo, peso ao nascer). A idade das crianças foi
calculada pela diferença entre a data da entrevista e a data de nascimento. Como medida de
possíveis diferenças nas práticas sanitárias e do contexto topográfico, o distrito sanitário
(enquadramento do núcleo familiar segundo a divisão distrital do município considerando as
coberturas das unidades básicas de saúde da família) também foi usado como variável
independente. Os dados foram digitados no programa Excel 2000, com dupla digitação dos
questionários, para comparação e detecção de possíveis erros. Foi utilizado o aplicativo
Validate do programa Epi-Info para verificar a consistência dos dados.
Foram realizadas duas análises: i) influência das características demográficas, do peso
ao nascer e do processo de distritalizaçãono fato de as crianças disporem da CSC ou da CC,
ii) associação das características demográficas, do peso ao nascer e do processo de
distritalizaçãocom o escore de preenchimento da CSC. Para isso foram consideradas como
variáveis independentes: sexo das crianças, idade das crianças, peso ao nascer das crianças,
distrito sanitário. As diferenças nas proporções relacionadas à posse de CC ou CSC e ao
escore de preenchimento da CSC, segundo variáveis demográficas, peso ao nascer e distrito
sanitário, foram verificadas através do teste qui-quadrado de Pearson. A associação entre as
variáveis foi verificada pelo cálculo da razão de chances (RC) e seu respectivo IC95%. Foram
considerados como estatisticamente significantes valores bicaudais de p iguais ou menores do
que 5,0%. O programa estatístico utilizado foi Rv2.10.0.
Para avaliar o preenchimento da CSC foram analisadas um conjunto de 17 variáveis
essenciais ao acompanhamento da saúde da criança e de preenchimento mínimo indispensável
(ALVES et al, 2009). Essas variáveis foram: 1. Nome da criança, 2. Data de nascimento, 3.
Endereço, 4. Peso ao nascer, 5. Comprimento ao nascer, 6. Perímetro cefálico ao nascer, 7.
Apgar no 5o minuto, 8. Tipo de parto, 9. Trimestre de início do pré-natal, 10. Número de
consultas de pré-natal, 11. Idade gestacional da criança, 12. Tipo de alimentação da criança na
alta da maternidade, 13. Perímetro cefálico ao nascer marcado no gráfico, 14. Idade em que o
último ponto de perímetro cefálico foi marcado no gráficonos dois primeiros anos de vida,15.
Peso ao nascer marcado no gráfico, 16. Idade em que o último ponto de peso foi marcado no
gráfico, 17. Anotações sobre o desenvolvimento neuropsicomotor. (Apêndice A).
A avaliação do preenchimento da CSC tomou como referência as orientações do
Manual para Utilização da Caderneta de Saúde da Criança (BRASIL, 2005). O item foi
considerado preenchido corretamente quando estava de acordo com as orientações do
Ministério da Saúde. Quando não havia normalização sobre o assunto, consideraram-se
critérios previamente estabelecidos pelo coordenador do projeto. Atribuiu-se o valor 1 para
itens preenchidos corretamente e o valor zero para os itens preenchidos incorretamente ou não
preenchidos.
O nome da criança e a data de nascimento presente nas CSC foram comparados
àqueles do Registro de Nascimento Civil (RNC) das crianças, disponível na documentação
exigida pela creche ao responsável pela criança no ato da matrícula. O nome foi considerado
corretamente preenchido sempre que estava sem abreviatura, completo e sem permuta na
sequência dos nomes e sobrenomes. A data de nascimento foi considerada de preenchimento
correto quando possuía a sequência correta do dia/mês/ano. Com relação ao endereço, o
mesmo foi avaliado apenas quanto à existência do registro do nome da rua, número do
domicílio e bairro, entretanto averacidade deste registro não foi verificada. O preenchimento
foi considerado correto quando fornecidas todas as informações.
Os registros de peso ao nascer (gramas), comprimento ao nascer (cm), perímetro
cefálico ao nascer (cm), apgar no 5º minuto, número de consultas de pré-natal e idade
gestacional (semanas) foram considerados adequadamente preenchidos sempre que havia
apenas um único valor, registrado em local apropriado, e a sua unidade de referência (caso
existisse) estava correta.
As variáveis tipo de parto, trimestre de início do pré-natal, tipo de alimentação da
criança na alta da maternidade, perímetro cefálico ao nascer marcado no gráfico e peso ao
nascer marcado no gráfico foram consideradas apenas como preenchidas ou não preenchidas
(equivalente a preenchimento incorreto, atribuindo valor zero).
O intervalo máximo admitido para os registros de peso no gráfico correspondente da
CSC foi de três meses (diferença entre idade marcada e idade cronológica ≤ 3 meses = 1 e > 3
meses = 0), de acordo com o calendário mínimo de acompanhamento da saúde da criança na
faixa etária estudada (BRASIL, 2004). O registro do perímetro cefálico no gráfico
correspondente da CSC foi considerado corretamente preenchido quando existia alguma
anotação na faixa etária de 23 a 24 meses.
O item desenvolvimento neuropsicomotor foi avaliado como corretamente preenchido
sempre que existiam todos os registros sobre as habilidades esperadas em conformidade com
a idade cronológica da criança, independente do marco ter sido presente, ausente ou não
verificado. Como todas as crianças tinham no mínimo 24 meses de idade, considerou-se
preenchimento adequado quando todos os espaços disponíveis para os registros sobre
desenvolvimento neuropsicomotor na CSC, até 2-3 anos ou 3-6 anos, dependendo da idade da
criança, estavam preenchidos.
O somatório dos valores recebidos em cada item foi utilizado para indicar a pontuação
final de preenchimento por cada CSC. Assim, admitiu-se variação de 0 a 17 pontos, e quanto
maior o valor do escore mais itens estavam preenchidos corretamente segundo os critérios
adotados.
Foi estudada como variável resposta o escore de preenchimento da CSC, transformada
em variável binária segundo o percentual de preenchimento dos itens incluídos no sistema de
escore. Diante da inexistência de referências na literatura que pudessem nortear o ponto de
corte, o mesmo foi definido com base na distribuição estatística dos escores encontrados.
Deste modo, a CSC foi considerada adequadamente preenchida sempre que alcançou
pontuação de preenchimento superior a 8 pontos (47% de itens preenchidos corretamente).
4 RESULTADOS
A Tabela 1 mostra a influência das características demográficas e do peso ao nascer no
fato de as crianças disporem do CC ou da CSC. Das 830 crianças estudadas, a maioria
(88,3%) possuía idade superior a 36 meses, 52,2% eram do sexo masculino e 9,2% foram
baixo peso ao nascer. A posse da CSC foi constatada em 402 (48,4%) dos casos, com
diferença segundo a idade das crianças. As crianças que possuíam 36 meses de idade ou
menos apresentaram chance 4,5 vezes maior de portar CC quando comparadas àquelas com
mais de 36 meses.Diferenças nesse sentido não foram observadas entre os distritos (p =
0,5146) (dados não tabulados).
Em todas as CSC foram identificadas falhas no preenchimento. A situação de
preenchimento dos itens referentes aos dados de identificação da criançae condições do
recém-nascidoé apresentada na Figura 2. Neste bloco de informações encontram-se os itens
que obtiveram as melhores situações de preenchimento na CSC, tendo sido o peso ao nascer o
de melhor preenchimento, registrado corretamente em 97,8% das CSC, seguido da data de
nascimento (96,8%), comprimento ao nascer (94,3%) e do perímetro cefálico ao nascer
(87,8%).
A Figura 3 mostra a situação das 402 CSC em relação ao preenchimento dos dados
sobre gravidez e parto. Neste bloco de informações, destacam-se os baixos percentuais de
preenchimento dos itens trimestre de início de pré-natal (17,7%) e número de consultas de
pré-natal (15,2%), ambos relativos a informações da gravidez.
As porcentagens de preenchimento dos itens sobre o crescimento e desenvolvimento
das crianças são apresentados na Figura 4, englobando os itens com as piores situações
depreenchimento, que variaram de 13,7% (perímetro cefálico ao nascer marcado no gráfico) a
2% (idade em que o último ponto de peso foi marcado no gráfico e anotações sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor). Chama atenção o baixo percentual de cadernetas em que
os gráficos disponíveis foram utilizados adequadamente. Embora o peso ao nascer e o
perímetro cefálico ao nascer estivessem registrados corretamente em 97,8% e 87,8% dos
casos, respectivamente, nas primeiras páginas das CSC, em apenas 32,8% e 13,7% as
informações estavam devidamente registradas nos seus respectivos gráficos.
O escore de preenchimento da CSC variou entre dois e 15 pontos. Em 62,7% das
cadernetas avaliadas o escore obtido foi menor ou igual a oito, considerado insatisfatório. Na
Tabela 2 é apresentada a associação das características demográficas e do peso ao nascer com
o escore de preenchimento da CSC, indicando que nenhuma das características das crianças
consideradas representou um determinante importante no valor do escore. Entretanto, a
inadequação em relação ao escore de preenchimento da CSC mostrou diferença estatística (p
= 0,0005) entre os distritos (proporções de 4,4; 12,7; 13,1; 14,3; 23,0 e 32,5% nos distritos 1;
3; 6; 4; 2 e 5, respectivamente (dados não tabulados).
Tabela 1. Influência das características demográficas e do peso ao nascer na posse de
Caderneta de Saúde da Criança (CSC) ou Cartão da Criança (CC). Campina Grande, Paraíba,
2013.
Variáveis
Geral CSC
CC
OR IC 95% p-valor*
Inf Sup
N=830 % N=402 % N=428 %
Idade (meses)
> 36 733 88,3 383 95,3 350 81,8 1,00
≤ 36 97 11,7 19 4,7 78 18,2 4,49 2,72 7,77 < 0,0001
Sexo
Masculino 433 52,2 214 53,2 219 51,2 1,00
Feminino 397 47,8 188 46,8 209 48,8 1,09 0,83 1,43 0,5516
Peso ao nascer
(gramas)**
≥ 2500 735 90,8 359 90,7 376 91,0 1,00
< 2500 74 9,2 37 9,3 37 9,0 0,95 0,59 1,54 0,8496
*Qui-quadrado; **Os valores diferem do total devido às perdas na categoria de análise (sem
informação sobre o peso ao nascer na CSC ou CC).
Figura 2. Porcentagem de preenchimento correto dos itens de identificação da criança e
condições do recém-nascido na Caderneta de Saúde da Criança. Campina Grande, Paraíba,
2013.
Figura 3. Porcentagem de preenchimento correto dos itens sobre gravidez e parto na
Caderneta de Saúde da Criança. Campina Grande, Paraíba, 2013.
Figura 4. Porcentagem de preenchimento correto dos itens sobre o crescimento e
desenvolvimento na Caderneta de Saúde da Criança. Campina Grande, Paraíba, 2013.
Tabela 2. Associação das características demográficas e do peso ao nascer com o escore de
preenchimento da Caderneta de Saúde da Criança (CSC). Campina Grande, Paraíba, 2013.
Variáveis
Escore de preenchimento da CSC
(pontos)
OR IC 95%
p-valor
Adequado (> 8) Inadequado (≤ 8) Inf Sup
150 (37,3%) 252 (62,7%)
n % n %
Idade (meses)
> 36 52 98,1 331 94,8 1,00
≤ 36 1 1,9 18 5,2 0,81 0,32 2,14 0,6587*
Sexo
Masculino 75 50,0 139 55,2 1,00
Feminino 75 50,0 113 44,8 0,81 0,54 1,22 0,3163*
Peso ao nascer
(gramas)
≥ 2500 138 92,0 221 89,8 1,00
< 2500 12 8,0 25 10,2 1,30 0,65 2,76 0,4742*
*Qui-quadrado.
5 DISCUSSÃO
Desde o ano de 2005 a CSC foi instituída nacionalmente em substituição ao CC
(BRASIL, 2005). Tal fato nos leva a refletir a respeito de dois importantes aspectos retratados
nos resultados do presente estudo. Primeiro, o baixo percentual de crianças que dispunha da
CSC (48,4%) mesmo passados oito anos de sua implantação, o que questiona a sua utilização
como instrumento indispensável ao acompanhamento do crescimento e desenvolvimento
infantil. Segundo, foram as crianças de menor idade as que menos dispuseram de CSC, o que
mostra que os avanços esperados relacionados à substituição do CC pela CSC com o
progresso do tempo não tem acontecido. Diante deste contexto, é importante conhecer o
motivo pelo qual as crianças, de modo geral, e em especial, as de menor idade não estão tendo
acesso à CSC, uma vez que a distribuição da mesma acontece pelo Ministério da Saúde em
todo território nacional e constitui direito da criança (BRASIL, 2005). Desse modo, é
importante conhecer se esse problema é devido aos gestores não estarem garantindo uma
adequada disponibilidade de CSC nas maternidades/postos de saúde ou estando disponíveis,
se estão ocorrendo dificuldades na distribuição, aspectos que não foram qualificados no
presente estudo.
Ao considerar os percentuais de preenchimento dos itens de avaliação CSC, no
presente estudo, o nome da criança e a data de nascimento foram preenchidos adequadamente
em 79,4% e 96,8% dos casos, respectivamente. Outros estudos mostraram melhores
resultados no preenchimento desses dados. Em Belo Horizonte (ALVES et al., 2009) e
Pelotas (LINHARES et al., 2012), respectivamente, as proporções de preenchimento correto
foram de 93,8% e 93,5% para o nome da criança e de 99,7% e 100% para a data de
nascimento.O menor percentual de preenchimento correto do nome da criança neste estudo
pode ter explicações relacionadas às especificidades de obtenção do dado, tendo que estar sem
abreviatura, completo e sem permuta na sequência dos nomes e sobrenome em conformidade
com o registro de nascimento da criança para ser considerado corretamente preenchido.
A falta de informação sobre o endereço da criança apresentou melhor situação em
Campina Grande do que em outras localidades, como em Belo Horizonte (GOULART et al.,
2008) e no Rio Grande do Sul (LINHARES et al., 2012).É preciso destacar a importância dos
cuidados no preenchimento do endereço, pois, além de mostrar o nível de risco
socioambiental, é um dado fundamental na comunicação do sistema de saúde com a criança
possibilitando a continuidade da assistência. Por outro lado, o endereço e o nome da criança
podem ajudar na devolução da caderneta em casos de perda ou extravio (GOULART et al.,
2008).
O preenchimento das informações sobre início do pré-natal, número de consultas e
tipo de parto nas CSC do município de estudo pode ser considerado insatisfatório se
comparado aos resultados apresentadas por outros estudos que mostraram proporções de mais
de 50% de preenchimento correto (ALVES et al.,2009; GOULART et al., 2008).
Consequências negativas, como o risco de morte perinatal, podem ser prevenidos se
garantidos os cuidados/registros adequados da gravidez, parto e puerpério de acordo com o
que preconiza o Ministério da Saúde (primeira consulta ainda no 1º trimestre de gravidez; seis
consultas de pré-natal, no mínimo; e incentivo ao parto normal e, consequentemente, a
redução da cesárea desnecessária) (BRASIL, 2012b).
De acordo com o manual de preenchimento da CSC, são tarefas, indispensáveis dos
profissionais da saúde, orientar, apoiar e identificar as situações de risco para a não
amamentação ou para o desmame precoce (BRASIL, 2005). Diante deste contexto, sobressai
a importância do registro da alimentação da criança na alta da maternidade como meio de
permitir a intervenção imediata da equipe de saúde diante das questões relativas à
amamentação (GOULART et al., 2008). Apesar disso, esse registro não estava presente em
68% das CSC observadas.
Com relação ao preenchimento dos itens de nascimento da criança (peso ao nascer,
comprimento ao nascer, perímetro cefálico ao nascer, Apgar no 5º minuto e idade gestacional
da criança), os melhores resultados para o peso e o comprimento ao nascer, com proporções
de adequação superiores a 90% nesta pesquisa, coincidem com os resultados apontados em
estudos anteriores (VIEIRA et al., 2005; GOULART et al., 2008; ALVES et al., 2009). Essa
realidade pode ser explicada pelo fato da vigilância do crescimento, como ação pioneira e
básica do acompanhamento da saúde da criança, foi incorporada desde a primeira versão do
CC em 1984, com as anotações sobre o peso e o comprimento ao nascer (ANDRADE, 2011),
contribuindo na incorporação desses registros na rotina dos profissionais de saúde.
A idade gestacional, foi o item de pior desempenho dos dados descritos nesse
conjunto, apresentou proporção de correção bem inferior aos percentuais apontados por outros
estudos, nos quais esse item estava preenchido em mais de 70% das cadernetas avaliadas
(GOULART et al., 2008; ALVES et al., 2009). O registro da idade gestacional ao nascer é
fundamental ao passo que permite estabelecer parâmetros de crescimento e prever problemas
potenciais relacionados com a prematuridade, pós-maturidade e anomalias do crescimento em
casos de neonato pequeno ou grande para idade gestacional (RICCI, 2008), sendo, pois
urgente investimento na melhoria do preenchimento deste item em Campina Grande.
O índice de Apgar no 5º minuto constitui um importante indicador de risco para a
morbimortalidade perinatal. Deste modo, condições adversas ocorridas ao nascimento e
refletidas em baixos valores de Apgar devem ser identificadas para que medidas de
intervençãocomo a reanimação, por exemplo,possam ser tomadas precocemente(KILSZTAJN
et al., 2007; SOUZA, 2011). Neste estudo, a informação foi preenchida em 61,2% dos casos,
valor superior ao encontrado em Feira de Santana (28,4%) (VIEIRA et al., 2005) e em Belo
Horizonte (53,5%) (ALVES et al., 2009), porém inferior a outro estudo na cidade de Belo
Horizonte (74,0%) (GOULART et al., 2008). Para Vieira et al (2005) a inexistência dessa
informação reflete a possibilidade dessas crianças não estarem sendo assistidas
adequadamente ao nascer.
O baixo percentual de preenchimento correto das informações sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor nas cadernetas observadas do presente estudo tinha sido
constatação em outras localidades (VIEIRA et al., 2005; ALVES et al., 2009; CEIA;CESAR,
2011). Negligenciar essa informação impossibilita a identificação precoce da criança com
distúrbios nessa área e a adoção de intervenções com maior potencial de impacto e menor
custo nos casos necessários (CEIA; CESAR, 2011).
Considerando ainda os itens que compuseram o escore de preenchimento da CSC,
ressalta-se a subutilização dos gráficos de crescimento. Circunstância semelhante à observada
em Campina Grande, em relação à grande diferença entre as proporções de anotações ao
nascer do peso e do perímetro cefálico nas primeiras páginas das CSC e nos gráficos de
crescimento, foi anteriormente constatada em Belo Horizonte (ALVES et al., 2009). Em
relação às outras variáveis de estudo relacionadas ao uso das curvas de crescimento, a
correção das CSC nesse estudo foi inferior à obtida em Belo Horizonte, (ALVES et al., 2009),
em Pelotas (CEIA; CESAR, 2011; LINHARES et al.,2012) e no Distrito Federal
(SARDINHA; PEREIRA, 2011) mesmo alguns deles (CEIA; CESAR, 2011; SARDINHA;
PEREIRA, 2011; LINHARES et al., 2012) utilizando critérios de avaliação distintos e mais
restritivos baseados no calendário mínimo de consultas (SARDINHA; PEREIRA,
2011).Estudo recente (ANDRADE, 2011)abordou claramente a dificuldade dos profissionais
de saúde na utilização das curvas de crescimento da CSC,bem como as implicações das
mudanças operacionais, na concepção, no conteúdo e na forma desse novo modelo de
instrumento para assistência à criança.
O sistema de escores adotado no presente trabalho foi utilizado de maneira semelhante
anteriormente na cidade de Belo Horizonte (ALVES et al., 2009), obtendo melhores
resultados relativos ao preenchimento insatisfatório (62,7% vs.31,8%). Diferenças no
preenchimento da CSC segundo a idade das crianças, registrada em estudos anteriores
(ALVES et al., SARDINHA; PEREIRA, 2011), pode ser explicada por maior frequência das
consultas de puericultura durante o primeiro ano de vida e menor valorização nas idades mais
avançadas (BRASIL, 2005; ALVES et al., 2009). Esse resultado não foi constatado no
município estudado, fato que pode estar relacionado aos altos percentuais de preenchimento
inadequado.
Para o peso ao nascer e o sexo também não foram encontradas diferenças nas
categorias de análise em relação ao escore de preenchimento, resultado diferente a estudo
prévio em Belo Horizonte que indicou a menor chance de preenchimento inadequado nas
meninas do que nos meninos e maior chance de preenchimento adequado nas crianças com
baixo peso ao nascer do que nas crianças normo peso ao nascer (ALVES et al., 2009). No
contexto do peso ao nascer, os resultados podem ser positivos se considerado o maior risco de
adoecimento e de óbito no primeiro ano de vida nas crianças baixo peso (FUGIMORI;
BORGES, 2009; CEIA; CESAR, 2011). Para o caso do sexo, os resultados podem advir de
cuidados diferenciados entre meninos e meninas (NASCIMENTO; TRINDADE, 2010).
Por fim, a diferença encontrada em relação à distritalização sugere a importância do
treinamento dos profissionais no adequado preenchimento da CSC, fato não estudado no
presente estudo, porém, observado por outros pesquisadores (ALVES et al., 2009;
ANDRADE, 2011; LINHARES et al., 2012). Além disso, limitações na estrutura e na
organização do trabalho, têm sido fatores apontados de importância para a melhoria da
qualidade da assistência (COTTA, 2006).Esses fatos revelam-se de grande importância se a
influência que o preenchimento adequado da CSC tem nos cuidados de saúde e no
comportamento das mães durante a gravidez e criação dos filhos, verificada em estudos de
outros países (OSAKI et al., 2009; NAKAMURA, 2010), também acontecer na experiência
brasileira.
6 CONCLUSÃO
Evidencia-se o baixo percentual de crianças que dispõem da Caderneta de Saúde da
Criançae a precariedade do preenchimento no caso da posse do instrumento, apesar de
passados oito anos de sua implantação no país. Nesse sentido, a má utilização da Caderneta de
Saúde da Criança reforçaa necessidade de investimentos em capacitação profissional que
possam efetivar melhorias nos registros das informações e reorientação dos serviços básicos
de saúde com repercussões na vigilância e promoção da saúde infantil.
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APÊNDICE A- FORMULÁRIO PARA REGISTRO DAS INFORMAÇÕES
PESQUISA “CARTOGRAFIA DA BAIXA ESTATURA EM CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES E ESCOLARES DO
MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE, PARAÍBA”
Nome da creche ou escola: ................................................................................................................ ...
Endereço da creche ou escola: ... ..........................................................................................................
Telefones: ..........................................................................................................................................
Região da creche ou escola ( ) Centro ( ) Norte ( ) Leste ( ) Sul ( ) Oeste
Localização da creche ou escola ( ) Zona urbana ( ) Zona rural
Nome completo da criança: ............................................................................................................... ...
Nome completo do responsável pela criança: ... ....................................................................... ............
Endereço da criança: ... ..........................................................................................................................
Referência do domicilio: ..................................................................................................................... ...
Telefones: ..........................................................................................................................................
Número do questionário
Entrevistador número
Dia e mês da entrevista//2011
Hora de inicio da entrevista: horas
______________________________
(Nome do entrevistador e assinatura)
__________________________
(Nome do supervisor e assinatura)
CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DA CRIANÇA
1. Sexo 0. Masculino
1. Feminino
2. Data de nascimento
Dia Mês Ano 20
3. Cor 1. Amarela
2. Parda
3. Branca
4. Preta 5. Indígena
4. Doenças que a criança já teve: __________________________________________________
________________________________________________________________________________
5. Presença de algum tipo de deficiência
1. Visual ( ) Sim ( ) Não
2. Auditiva ( ) Sim ( ) Não
3. Mental ( ) Sim ( ) Não
4. Motora ( ) Sim ( ) Não
5. Outras: __________________________________________________________________
CARACTERÍSTICAS FAMILIARES
6. Profissão do pai: ______________________________________________________________
7. Profissão da mãe: _____________________________________________________________
ESTADO NUTRICIONAL DA CRIANÇA
ESTATURA 1,cm
ESTATURA 2,cm
PESO 1,Kg
PESO 2,Kg
8. Renda do pai: _____________________
9. Renda da mãe: ____________________
ESTUDO LONGITUDINAL DO ESTADO NUTRICIONAL
10. Qual a direção da curva da última medida de estatura em relação à anterior?
1 ( ) Ascendente
2 ( ) Descendente
3 ( ) Horizontal
8 ( ) NSA (sem anotação)
AVALIAÇÃO DO PREENCHIMENTO DA CSC
11. Idade da criança no momento da entrevista:_______________.
12. Peso ao nascer: (________g).
13. Analise o preenchimento das informações a seguir na CSC considerando o Manual paraUtilização da Caderneta de Saúde da Criança.
Itens da CSC Preenchimento Não preenchido
(0) Correto
(1)
Incorreto
(0)
1. Nome da criança
2. Data de nascimento
3. Endereço
4. Peso ao nascer
5. Comprimento ao nascer
6. Perímetro cefálico ao nascer
7. Apgar no 5o minuto
8. Tipo de parto
9. Trimestre de início do pré-natal
10. Número de consultas de pré-natal
11. Idade gestacional da criança
12. Tipo de alimentação da criança na alta da maternidade
13. Perímetro cefálico ao nascer marcado no gráfico
14. Idade em que o último ponto de perímetro cefálico foi
marcado no gráfico
15. Peso ao nascer marcado no gráfico
16. Idade em que o último ponto de peso foi marcado no
gráfico
17. Anotação sobre o desenvolvimento neuropsicomotor
ANEXO A- Parecer de aprovação do Comitê de Ética.